Currículo e Infância - pmf.sc.gov.br · Quais são eles para bebês e crianças? O que queremos...
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Currículo e
Infância
COEB 2012
Florianópolis – SC
Eliana Bhering
Educação Infantil
Currículo
Organização
Ação
Interação
Mediação
Conteúdos
Formação
Infância(s)
Brincar
Observar
Interagir
Perguntar
Apropriar-se
Família
O grupo que temos: adultos e crianças
E onde estamos...
Significar
http://www.youtube.com/watch?v=DjHqIgO4BoU
Pa
País
Município
Escola
Qualidade
dos processos
educativos
Sala
Conjunto
de
Leis
Recursos Tipo
Direção
Professor
Sub-cultura
Condições sociais
O que pensamos sobre criança e:
Outras crianças
Família
Infância(s)
Educação
Desenvolvimento
Aprendizagem
Escolarização
preparação X vivência
Socialização
Contextos e desigualdades (econômicas e sociais)
Lembranças, modelos, influências... Seus direitos...
O que fazemos com as nossas
crenças e ações em relação à:
Supervisão
Planejamento
Ambiente – tempo e espaço
Relações
Conteúdos - linguagens
Experiências e vivências
Atividades coletivas, em pequenos grupos e
individuais
O que queremos que as crianças vivenciem
e aprendam?
Ouvindo
Fazendo
Currículo e infância(s) Onde e como as crianças devem estar?
Como percebemos a realidade que nos envolve?
Família, comunidade, expressões...
Como identificamos nossos valores, crenças e hábitos? Quais são eles para bebês e crianças?
O que queremos que as crianças vivenciem e
aprendam? Com quem?
Porque achamos que a educação infantil é importante?
Unidade educativa e família: o que as difere e em que
são semelhantes?
Qual é o foco da nossa atenção? Brincar, aprender, produzir, copiar, acessar, sucesso...
Quais são as necessidades das crianças? Sociais,
individuais, familiares, educativas...
O que queremos que as
crianças aprendam uns com
os outros?
Observando,
interagindo
Criando, trocando
ideias..
Três perspectivas curriculares
Centralizado – metas claras a cumprir; preparação; adulto autoritário; resultados; visão mais desenvolvimental;
Explicita valores, orientações e metas, mas não prescreve a prática – descentralizando a ação do adulto; visão sócio histórica
Indica objetivos e metas flexíveis sem os pré-fixar – perspectiva localizada – ênfase na criança; processo; visão sócio-histórica.
Exemplos de ações das crianças
1. Centralizado – crianças têm tarefas pré-determinadas para cumprir até determinado tempo – preocupação com a preparação
Três perspectivas curriculares
2. Metas sem prescrição – atividades presentes
sem estilo pré-determinado de fazer
Escola Waldorf
High Scope
Três perspectivas curriculares
3. Metas flexíveis – crianças têm várias maneiras de criar (as mesmas) atividades com recursos culturais
Reggio Emilia
Muito mais importante do que dizer se a criança já:
- reconhece algumas letras ou números, é dizer se ela já coloca este
conhecimento “à serviço” de seus projetos ou planos individuais ou em
pequenos grupos ou coletivos (isto é, vermos se a criança utiliza o
conhecimento em suas atividades e experiências).
- consegue executar uma “tarefa” verbal (como levar um recado simples
para alguém), é dizer se a criança é capaz de relatar sobre os projetos
desenvolvidos que contam com a sua participação, ou àqueles que ela
assistiu em outros espaços, ou se expressam-se com clareza em situações
diferenciadas.
- consegue usar um pincel ou lápis/caneta, é dizer se ela se interessa por
representar suas ideias, pensamentos, planos, opiniões desenvolvendo suas
linguagens e expressões em situações diversas utilizando diferentes recursos.
- consegue aceitar as sugestões do grupo, é dizer se ela se expressa
emocionalmente de maneira a demonstrar que está confortável (ou não) em
relação ao que é proposto para ela, ou se ela consegue identificar suas
emoções e sentimentos quando se frustra ou se alegra diante das situações
postas no e para o coletivo ou por ela mesma.
Currículo e Infância(s)
Muito mais importante do que dizer se a criança já:
- consegue encher o balde de água sem derramar (coordenação
motora) , é dizer se esta maneira de brincar com água, lhe dá a
oportunidade de explorar a situação, observar a água e suas
propriedades e recriar situações mantendo o sorriso e a satisfação!
As Propostas Curriculares
Que:
nos identifiquem
nos orientem
nos forcem a observar, ouvir e refletir sobre o que estamos FAZENDO E FALANDO
nos descrevam para nós mesmos e para todas as outras pessoas que se interessam pela educação das crianças
tenham coerência e seja compreensíveis e justificadas
Expliquem nossos objetivos, metas, abordagens, identificação e resolução de problemas
Currículo: diferentes ênfases
Diretrizes
nacionais
Brasil
Te Whãriki
Diretrizes
locais
Reggio
Emilia
Preparar para escola, para trabalho
Permitir vivenciar e experimentar
Promover o pensar e o compartilhar
Inglaterra
Head start
Currículos
nacionais
Visão mais vocacional
e instrumental Visão progressista
Duas propostas
Reggio Emilia
Abordagem centrada na criança; é local em oposição a um currículo nacional e uniforme.
É referenciado como uma abordagem ou sistema educativo
Crianças – indivíduos
únicos e sujeitos de direitos
Pessoas devem ser capazes de usar sua imaginação
Influenciado por Vygotsky, Bronfenbrenner e Dewey
The Whariki
Te Whãriki representa uma modificação consciente
de uma iniciativa do governo que tem uma
visão específica de desenvolvimento infantil
para uma política de currículo que enfatiza a
diversidade e uma abordagem centrada na
criança.
Influenciado pela prespectiva de Vygotsky
Bilíngue – inglês e Maori
Te Whariki
Currículo = soma de experiências, atividades e eventos,
diretos ou indiretos que ocorrem no ambiente organizado para aprendizagem e desenvolvimento das
crianças.
É um tapete (tecido) onde todos podem usufruir de seu
aconchego (woven mate on which everyone can stand)
O tapete é tecido por fios que representam os
princípios e as metas/objetivos dos envolvidos
O currículo é “tecido” ao invés de ser construído por
“degraus”.
Ênfase na parceria entre os envolvidos
O tapete é tecido por fios que representam os
princípios e as metas/objetivos dos envolvidos
Princípios: desenvolvimento holístico;
empoderamento; família e comunidade; relações
Fios: bem estar; pertencimento; contribuição;
comunicação e exploração. Para cada um dos
fios há metas – conhecimentos, habilidades e
atitudes - , questões para reflexão e exemplos de
experiências para bebês, crianças pequenas (2
anos) e crianças – 3 anos ou mais)
Características
Kaiako/professores tecem o currículo holístico em
resposta a aprendizagem e ao desenvolvimento das
tamariki/ crianças nos contextos da EI e também no
contexto mais amplo do mundo da criança.
O currículo Te Whariki aspira que as crianças cresçam aprendizes e comunicadores confiantes, saudáveis
mental, física e espiritualmente com o senso de
pertencimento e que sejam capazes de contribuírem
positivamente para a sociedade.
Ênfase na criança como individuo
Tem o importante papel de mediar a aprendizagem
construída cultural e socialmente, por meio de relações
recíprocas entre as crianças e pessoas, lugares e coisas.
O currículo como um tapete
Aprendizagem, desenvolvimento e experiências
são interconectados
Há planejamentos distintos para as diferentes
idades em diferentes unidades
Os fios tecem as metas colocando ênfase em
diferentes temas/tópicos/assuntos.
Te Whãriki explicita os valores, as orientações e as
metas a partir das quais a prática poderá ser
construída, sem determinar explicitamente a
abordagem a escolher – se identificar. A
interpretação e a implementação da proposta
está baseada nas decisões locais – da unidade.
Reggio Emilia Criado por Loris Malaguzzi junto com grupos de pais e
comunidade
Educadores de Reggio Emilia defendem uma
abordagem na qual os adultos traçam objetivos gerais e
flexíveis sem formular metas pré-determinadas.
Defendem um currículo centrado na criança, por isso,
não poderia ter uma só visão nacional
Imagem da criança – competente, ativa e crítica por
isso, ela pode ser desafio e problema!
As crianças aprendem através da relação com o
contexto cultural e social.
O contexto social e cultural deve ser organizado de
maneira a tornar-se um lugar ideal para o desenvolvimento e a valorização da aprendizagem e
das experiências das crianças.
A criança
Cada criança é o centro de todo o sistema de muitas relações, o qual a criança pequena estabelece desde o inicio da sua vida com o tempo e o espaço.
A criança é protagonista
Creche e pré-escola – lugares de vida para crianças, família e professores – de transmissão de cultura, de apoio às famílias e de criação de cultura
O que estes
ambientes
nos dizem?
Qual é a imagem
de criança?
E estes?
O que nos dizem?
Currículo
emergente
Currículo emergente
Projeto discutido comas crianças, famílias e escola
Uma abordagem baseada em ouvir ao invés de falar em
que a dúvida e a fascinação são fatores bem vindos
Importância ao inesperado e ao possível
Papel do adulto: Ajudar a descobrir respostas
Planejamento: preparação e organização do espaço, dos
materiais, dos pensamentos, das situações e das ocasiões
para a aprendizagem
Potencial da criança é paralisado quando o ponto final
de sua aprendizagem é formulado de antemão.
Creches e pré-escolas – sistemas ecológicos complexos, rico sem vínculos e recursos com potencial para auto-
regulagem.
O adulto Seu desafio é:
estar presente sem ser intruso
Manter melhor a dinâmica cognitiva e social enquanto está em progresso
Apoiar e desafiar o conflito desafiando as respostas
Se manter observador para interagir com as crianças
O pedagogista: trabalha com os professores para identificar novos temas e experiências para o desenvolvimento profissional contínuo e treinamento em serviço – aprender a aprender – receptividade à
mudança.
Sua tarefa é complexa e multifacetada: promover crescimento cultural e social dos sistemas para as crianças pequenas
O ateliê: local onde as crianças se tornam mestres de todos os tipos de técnicas – pintura, desenho, argila, linguagens simbólicas
O atelierista: análise de processos de aprendizagem e interconexões entre as diferentes ideias, atividades e representações das crianças. Garantir circulação das ideias...
Quais são as nossas perspectivas?
O nosso fazer revela nossas crenças A organização do espaço indica o nível de acesso
que as crianças têm
A organização dos tempos revela o nível de autonomia que as crianças têm
A supervisão e o planejamento pedagógico revelam a flexibilidade que a instituição permite
A gestão dos recursos promove a identidade a instituição
O projeto da unidade reforça a perspectiva centralizadora/flexibilidade/localidade
A seleção das experiências/atividades/vivências reflete a escolha da estrutura curricular
As relações indicam o nível de liberdade de expressão
Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil
Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como
um conjunto de práticas que buscam articular as
experiências e os saberes das crianças com os
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural,
artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a
promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5
anos de idade.
Parágrafo único - As creches e pré-escolas, na elaboração
da proposta curricular, de acordo com suas características,
identidade institucional, escolhas coletivas e
particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de
integração dessas experiências.
Infância(s): diferentes contextos
Na família e/ou na unidade
Individual/coletivo – diferentes idades
Ritmo e tempos – estrutura
Em período integral ou parcial
Alegria, prazer, envolvimento e atividades
Acesso, informação, recursos, linguagens
Interações, amigos, escolhas, emoções
Qual é o currículo que queremos ?
Motora fina, linguagem, arte, brincadeira com água e faz-de-conta
natureza/ciências; matemática e número?
Últimas considerações
Qual é a nossa atual concepção de infância
uma vez que esta, atualmente, é objeto de normatização científica, de regulamentação e controle estatais?
Qual é a abordagem coerente com a concepção de infância que temos em espaços coletivos e educativos?
Por que atendemos crianças pequenas na creche? (razões sociais, culturais, intelectuais, etc.)
Oportunidades combatendo a desigualdade.
Obrigada!