Curso Azulejista - Parte 1
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Seja Bem Vindo!
Curso
Azulejista
Parte 1 Carga horria: 30hs
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Dicas importantes
Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o contedo, e no
apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s os determinados
aprendem!
Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se deixando
dominar pela pressa.
Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis, pois
saiba que elas tm uma funo bem mais importante que embelezar o texto,
so fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o
contedo.
Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais se
diferenciar dos demais alunos dos cursos.
Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada
aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os alunos
certificados dos alunos capacitados.
Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual onde faz
o curso, buscando novas informaes e leituras extras, e quando necessrio procurando executar atividades prticas que no so possveis
de serem feitas durante o curso.
Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento em que
est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar elementos para reforar
aquilo que foi aprendido.
Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido quando pode
efetivamente ser colocado em prtica.
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Unidade 4
71
Unidade 3 45
Unidade 2 33
Contedo
Unidade 1
um o l ha r p a r a o p a ssa d o
conhec im ento s da ocupao e os m eus p r p r i o s c o n h e c i m e n t o s
f e r r a m e nt a s d e t r a b a l h o e m a t e r i a i s b s i c o s
p l a n e j a m e n t o d o t r a b a l h o
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Azu l e j is t a 1
u n i d a d e 1
Um olhar para o passado
Quando olhamos para os diversos lugares nos quais vivemos,
seja na cidade ou no campo, percebemos uma infnidade de
tipos de construo que envolvem uma enorme variedade
de materiais.
Mas nem sempre foi assim.
Os seres humanos continuamente procuraram locais onde pu-
dessem se proteger do frio, da chuva, do ataque de animais, do
sol excessivo etc. E essa procura, possivelmente, foi uma de suas
primeiras motivaes para que passassem a buscar lugares para
fxar sua moradia com segurana.
Mas, entre procurar abrigo e comear, de fato, a criar e a cons-
truir espaos para morar, muito tempo se passou.
De acordo com pesquisas sobre como viveram os primeiros
homens e mulheres, descobriu-se que eles se abrigavam em ca-
vernas encontradas na natureza e interferiam pouco para mo-
difcar esse ambiente.
Arte rupestre no alto de caverna no deserto do Saara, na frica.
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Trata-se de um perodo conhecido como Pr-histria ou, como se prefere defnir
atualmente, sociedades sem Estado. Esse perodo vai da origem do homem, h
cerca de 5 milhes de anos, at o ano 3500 a.C. (antes de Cristo), quando surgiu a
escrita.
O ato de construir ou, mais propriamente, de criar um espao que servisse para
moradia, culto, comrcio etc., usando tcnicas diferentes, novas tem incio apenas
no fm desse perodo que conhecemos como Pr-histria, ou sociedades sem Estado,
e no comeo da chamada Idade Antiga.
Piso de mosaico da Casa Aion, escavao arqueolgica em antigo povoado romano na Ilha de Chipre, Grcia.
Conjunto de ladrilhos hidrulicos.
Para marcar as diferentes etapas do desenvolvimento da humanidade e facilitar a
compreenso dos acontecimentos, os estudiosos dividiram a histria em grandes
perodos de tempo. Veja a seguir essa cronologia:
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LinHa do TemPo
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IDADE MDIA Da queda do Imprio Romano at a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos
476 d.C.
at
1453 d.C.
Imprio Romano Surgimento de grandes construes, como castelos e igrejas. Projeto e obra executados ao mesmo tempo.
IDADE CONTEMPORNEA Da Revoluo Francesa at nossos dias 1789 at
os dias
atuais
Revoluo Industrial Novos materiais, tcnicas e sistemas construtivos. Tecnologia dos materiais da construo civil.
IDADE MODERNA Da tomada de Constantinopla at a Revoluo Francesa
1453
at
1789
Perodo Renascentista Desenvolvimento da arte de construir. Desenvolvimento do projeto e posterior execuo da obra.
IDADE ANTIGA Do surgimento da escrita at a queda do Imprio Romano
3500 a.C.
at
476 d.C.
Surgimento da escrita Incio do ato de construir, criando espaos que servissem de moradia. Construo mais organizada.
PR-HISTRIA Da origem dos seres humanos at o ano de 3500 a.C. (antes de Cristo).
Origem do
homem at
3500 a.C.
Sociedade sem Estado Abrigavam-se em cavernas encontradas na natureza. No havia quase nenhuma interferncia para modificar este ambiente.
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difcil afrmar que a ideia de construo j existisse na poca pr-histrica. En-
tretanto, pinturas decorativas, nas quais os seres humanos retrataram aspectos de
suas vidas, mostram que nessas sociedades eles alteravam seus espaos de moradia,
dando-lhes caractersticas prprias e tornando-os diferentes dos demais.
Essas pinturas fcaram conhecidas como pinturas rupestres, um tipo de arte rea-
lizada nas paredes das cavernas.
Pintura rupestre. Wadi Anshal, nos montes Tadrart Acacus, Deserto de Acacus (parte do Saara), Lbia.
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Muito se evoluiu na arte e nas tcnicas de construo, desde a primeira obra de que
se tem notcia: Stonehenge, no sul da Inglaterra, um monumento construdo com
enormes blocos de pedra h aproximadamente 4 mil anos. Observe o contraste entre
esta edifcao e as ultramodernas edifcaes dos sculos X X (20) e X XI (21), exem-
plifcados pela Filarmnica de Berlim (Alemanha) ou pelo Museu Guggenheim
em Bilbao (Espanha).
Stonehenge, na Inglaterra.
Filarmnica de Berlim, na Alemanha. Museu Guggenheim, em Bilbao, Espanha.
Com a evoluo dos materiais usados nas construes (desde as pedras at as arga-
massas, concreto, madeira, vidro, estruturas metlicas etc.), veio tambm a evoluo
dos materiais de revestimento.
Vamos explorar como foi essa evoluo, tratando em particular de azulejos, ladrilhos
e pastilhas, que so o tema deste curso.
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No entanto, no podemos ignorar que as pedras e as pinturas artsticas nas paredes
tambm tiveram lugar de destaque como materiais de revestimento, em diferentes
pocas da histria da humanidade.
Pirmides de Giz, Egito.
Detalhe do Parque Gell, criado pelo arquiteto Antoni Gaud, Barcelona, Espanha. Ntre-Dame
Revestimentos de pedra acompanham a histria da humanidade, existindo desde a
Idade Antiga, quando as construes eram feitas quase exclusivamente com esse
material. Voc pode ver outros exemplos na internet ou consultar a Unidade 1 do
Arco Ocupacional Construo Civil Pedreiro.
Os afrescos so pinturas artsticas feitas sobre paredes de argamassa de gesso ou cal ainda molhadas ou frescas. Sua origem muito remota, e seu uso foi intenso entre os artistas italianos no final da Idade
Mdia e incio da Idade Moderna e entre os anos de 1300 e 1500. Esse perodo ficou conhecido como Renascimento.
Afrescos do pintor Michelangelo na Capela Sistina, Roma, Itlia.
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Catedral de Paris, Frana.
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Atividade 1 H i s t r i a d a ar t e e H i s t r i a da H u man i dad e
Muitas pessoas usam o termo Renascimento para falar
sobre o movimento artstico que aconteceu na Europa,
entre os sculos XIV (14) e XVI (16).
Mas esse foi tambm um perodo de mudanas muito
intensas na sociedade, na poltica, na religio, na economia
e na cultura europeia, que marcou a transio da Idade
Mdia para a Idade Moderna, bem como o incio do ca-
pitalismo.
1. A classe vai se dividir em cinco grupos. Cada grupo
vai pesquisar um aspecto desse perodo e preparar
uma apresentao para os demais.
Cada pessoa da classe pode escolher em qual grupo pre-
fere fcar, de acordo com seu interesse; mas importante
que cada grupo tenha pelo menos trs pessoas.
Capitalismo: Modo de or- ganizao da produo em que o motor da atividade econmica a indstria. Na sociedade capitalista existe uma diviso bsica entre as classes sociais: de um lado esto os propriet- rios dos meios de produo (terras, ferramentas, mqui- nas, indstrias etc.) e, de
outro, aqueles que possuem apenas a sua prpria fora
de trabalho (o proletariado).
Grupo 1: Arte
Grupo 2: Cincia
Grupo 3: Poltica
Grupo 4: Economia
Grupo 5: Religio
2. A pesquisa poder ser realizada no laboratrio de in-
formtica com a ajuda do monitor. Cada grupo deve
buscar responder o que acontecia na Europa nesse
perodo em relao ao assunto escolhido. A classe
precisa ainda combinar o dia em que sero feitas as
apresentaes dos resultados das pesquisas.
Por que dividir a apresentao e cada pessoa falar uma parte? No seria mais fcil um nico colega falar tudo? Sugerimos que todos falem porque falar em voz alta e conseguir explicar um assunto para um grupo de pessoas um saber importante para qualquer ocupao.
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3. Para compartilhar com seus colegas o que cada grupo
descobriu, planejem a diviso das tarefas entre os par-
ticipantes do grupo. Depois, faam um ou mais carta-
zes e preparem uma apresentao de cerca de 20 mi-
nutos. Vocs podem organizar algumas anotaes para
no se perderem na hora da apresentao. Mos obra!
Como se deu a evoluo dos azulejos Um sculo equivale a cem
anos. Assim, quando fala-
mos de algo que aconte-
ceu no sculo I (1) estamos
falando de um perodo que vai do ano 1 d.C. (depois de Cristo) at o ano 100 d.C.
(depois de Cristo). O scu-
lo II (2) vai do ano 101 d.C.
(depois de Cristo) ao ano
200 d.C. (depois de Cristo);
o sculo III (3) do ano 201
d.C. (depois de Cristo) ao
ano 300 d.C. (depois de
Cristo) e assim por diante.
Atualmente estamos no
sculo XXI (21).
Para conhecer como azulejos, ladrilhos e pastilhas co-
mearam a fazer parte das construes ao longo dos
sculos, vamos voltar no tempo, at a Antiguidade. As
regies com maior destaque no mundo no eram as mesmas
que se destacam hoje. Egito (no norte da frica), Mesopo-
tmia (regio que atualmente parte do Iraque, no Orien-
te Mdio, onde viveram vrios povos: sumrios, acdios,
babilnios, assrios, persas etc.), China, Grcia e Roma (cujo
imprio se estendeu da regio onde hoje a Itlia at o
Oriente) constituam alguns dos lugares de maior expresso
poltica, econmica e cultural nessa poca. Veja o mapa:
[AZL_C1_008] [Deixar meia pgina para a insero de um mapa]
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Voc sabia?
Trpico de Cncer
Roma GRCIA
OCEANO
NDICO
Fonte: IBGE. Atlas geogrfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009, p. 32-33, 43 (adaptado).
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IRAQUE CHINA
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Equador
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Os azulejos eram conhecidos no Egito e na Mesopotmia.
No Egito, azulejos em tons azuis e verdes j eram usados h cerca de 5 mil anos a.C.
(antes de Cristo).
Na Mesopotmia, sabe-se que os assrios e os babilnios, desde o sculo XIII (13)
a.C. (antes de Cristo), fabricavam azulejos e tijolos pintados. Os persas, que ocupa-
ram a mesma regio vrios sculos depois, usavam a mesma tcnica de produo de
azulejos esmaltados.
A cidade da Babilnia era murada e a maior de suas portas era revestida por azule-
jos decorados com o desenho de drages e touros. Uma reproduo dessa porta
pode ser vista atualmente na cidade de Berlim, na Alemanha, em um museu cha-
mado Pergamon.
Detalhe do Portal de Ishtar.
Portal de Ishtar, Museu Pergamon, em Berlim, Alemanha. Detalhe do Portal de Ishtar.
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Anos mais tarde, mas ainda na Idade Antiga, azulejos e pastilhas tambm estiveram
presentes na cultura romana.
Em runas de cidades e estradas construdas pelos romanos que datam do pero-
do de maior expanso desse Imprio , v-se a utilizao de pastilhas em pisos,
formando mosaicos bastante sofsticados.
Em certos locais, vestgios das obras dessa poca esto bastante conservados ainda
hoje. Um exemplo a cidade portuguesa Conmbriga, localizada em uma via ocu-
pada pelos romanos no ano de 139 a.C. (antes de Cristo).
A cidade ganhou importncia a partir do sculo I (1), tendo sido urbanizada no
reinado de Csar Augusto.
Mosaico nas runas de Curium, Ilha de Chipre, Grcia.
Conmbriga, em Portugal, ainda apresenta vestgios romanos nos dias de hoje.
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Embora os azulejos fossem conhecidos na Idade Antiga, foi com a expanso isl-
mica para a Europa que esse tipo de material foi divulgado e passou a ser utilizado
no Ocidente. Isso ocorreu j durante a Idade Mdia.
Com a ocupao islmica, a tcnica de produo de azulejos foi levada do Oriente
para o sul da Espanha. Eles eram produzidos com barro coberto por um lquido
que, aps o cozimento, torna o material vidrado. Seus desenhos eram sempre de
formas geomtricas, porque a religio muulmana (islamismo), seguida pelos rabes,
no permite a reproduo de fguras humanas.
Veja o exemplo abaixo:
Azulejo alicatado em El-Hedine, Marrocos.
O que foi a expanso islmica?
Foi o processo de crescimento e domnio territorial dos rabes na Pennsula Ibrica, iniciado por volta do ano 700 d.C. (depois de Cristo), aps as tribos rabes terem sido unificadas por Maom. Os mouros como ficaram conhecidos esses povos conseguiram isolar a Europa. Ao assumirem o controle do Mar Mediterrneo, eles bloquearam o comrcio entre a Europa e os pases do Oriente. Com isso, passaram a fazer a ligao entre a Europa, a sia e a frica.
A ocupao islmica da Pennsula Ibrica comeou no sculo VIII (8) e terminou quase no fim do sculo XV (15), quando os chamados reis catlicos, Fernando e Isabel de Castela, os expulsaram da Espanha.
A Pennsula Ibrica formada por Portugal, Espanha, Gibraltar (cuja soberania pertence ao Reino Unido),
Andorra e pequena frao do territrio da Frana, no lado ocidental dos Pireneus. Para localizar essa regio no mundo, consulte o atlas disponvel na sala de aula.
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O estilo desse azulejo fcou conhecido como hispano-mourisco e, at os dias de hoje,
a arquitetura mudjar como foi chamada a arte islmica mesclada com traos
cristos prevalece em cidades do sul da Espanha, a exemplo do Palcio de Alham-
bra, em Granada, e da cidade de Sevilha, onde eram produzidos.
Palcio de Alhambra, em Granada, Espanha.
Detalhe do Palcio de Alhambra, em Granada, Espanha.
Alm da Espanha, que manteve a tradio de uso de azulejos mesmo aps a expul-
so dos mouros, Portugal e Holanda tambm utilizaram azulejos, contribuindo para
que seu uso se tornasse comum na arquitetura europeia, como parte dos revesti-
mentos para a decorao de ambientes.
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A chegada dos azulejos a Portugal pas que possua
certa tradio na produo de cermica deu-se no s-
culo XV (15). Contam os historiadores que o rei de Por-
tugal da poca, dom Manuel I, conheceu os azulejos de
infuncia islmica, feitos na Espanha, e quis levar a tc-
nica para seu pas.
A residncia ofcial da Corte portuguesa, nesse perodo
o Palcio Nacional de Sintra, vila que faz parte de
Lisboa, em Portugal , foi construda com azulejos im-
portados de Sevilha, na mesma poca em que o Brasil foi
ocupado pelos portugueses.
Veja, a seguir, um azulejo
proveniente do Palcio Na-
cional de Pena, em Sintra,
com a representao de uma
esfera armilar instrumen-
to usado para orientao nas
navegaes. Essa esfera era
um dos emblemas do rei de Portugal, dom Manuel I.
Ptio interno do Palcio Nacional de Sintra, em Portugal.
Azulejo produzido em Sevilha, oficina de Fernan Martinez Guijaro, ou de Pedro de Herrera, por volta de 1508-1509, proveniente do Palcio Nacional de Pena, em Sintra, e exposto no Museu Nacional do Azulejo, Lisboa (Portugal).
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No sculo XVI (16), os azulejos passaram a ocupar espao crescente na produo
artstica e arquitetnica nacional portuguesa; comearam a fazer parte das residn-
cias, das paredes e dos tetos dos palcios, das igrejas, dos jardins, das praas e dos
prdios pblicos.
Grande panorama de Lisboa (detalhe), c. 1700. Faiana azul sobre branco, 115 cm x 2247 cm. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, Portugal.
Produzidos em Portugal, os azulejos ganham feio di-
ferenciada:
seu tamanho torna-se padronizado;
as cores predominantes so o azul e o branco;
O que foi a expanso
martima?
A expanso martima portu- guesa comeou no incio dos anos 1400, com a conquista
de colnias africanas, e per-
durou por cerca de cem anos.
Nesse processo, os portugue-
ses chegaram ao territrio
brasileiro e passaram a ocu-
p-lo progressivamente.
e, no lugar de formas geomtricas, passaram a repro-
duzir cenas do dia a dia, smbolos religiosos, vistas das
cidades ou de conquistas de terras pelos portugueses,
na chamada expanso martima. Estes ltimos fcaram
conhecidos como azulejos histricos.
Os chamados azulejos de repetio no desapareceram;
mas os painis e as paisagens tenderam a ganhar mais
espao.
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Ainda que sua posio em Portugal tenha sido muito mais destacada do que em
outros pases da Europa, os azulejos tambm estiveram presentes na arquitetura da
Holanda (principalmente), da Itlia, da Inglaterra e da Frana.
Interior do Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, Portugal.
Com o passar dos anos, os azulejos ganharam novas cores e padres, acompa-
nhando as manifestaes artsticas das diferentes pocas e a evoluo das tcnicas
de fabricao. No fnal do sculo XIX (19) e incio do sculo X X (20), tem destaque
um movimento das artes e da arquitetura chamado Art Nouveau, que, em francs,
signifca Arte Nova. Seu surgimento coincide com o uso, em maior escala, de novos
materiais nas construes: o ferro e o vidro.
Nos azulejos e outras peas de cermica, chamam a ateno os desenhos com
formas mais arredondadas, representando a natureza: fores e folhas com cores
variadas, mas sempre com grande suavidade.
Decorao em mosaico de estilo Art Nouveau, Hotel Metropol, em Moscou, Rssia.
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Exemplos de azulejos em estilo Art Nouveau.
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E no Brasil? Quando chegaram os azulejos?
Existem registros de que as primeiras peas de azulejo no Brasil foram trazidas de
Portugal, no comeo dos anos 1600, para decorar um convento na cidade de Olin-
da, no Estado de Pernambuco.
Depois disso, os azulejos portugueses comearam a ser utilizados em igrejas e con-
ventos, principalmente da regio Nordeste.
Convento de So Francisco de Assis, em Salvador, Bahia, com painis de azulejos trazidos de Portugal por volta de 1740.
Convento de So Francisco de Assis, detalhe do painel de azulejos.
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Voc sabe por que a Corte portuguesa mudou-se para o Brasil em 1808?
No incio do sculo XIX (19), por volta de 1800, a Inglater- ra tinha grande poder na Europa e os franceses briga-
vam para ampliar seu pode- rio e seu territrio.
Mas o uso mais constante dos azulejos no Brasil ocorreu
depois de 1800. Voc sabe por qu? Porque em 1808 a Cor-
te portuguesa mudou-se de Portugal para o Brasil, tendo
vindo morar no nosso pas cerca de 15 mil portugueses.
Como eram bastante populares em Portugal, com a vin-
da da Corte, os azulejos passam a ser tambm cada vez
mais utilizados por aqui.
Com um exrcito forte, a Frana determinou que os pases da Europa que nego- ciassem com a Inglaterra seriam invadidos. Os portu-
gueses ficaram como diz o
ditado popular entre a cruz
e a espada. Posicionar- -se contra a Frana significa-
ria ter sua terra invadida pelo
exrcito francs. Mas, se apoiassem o bloqueio econ-
mico francs, era a Inglaterra que invadiria Portugal.
A aplicao de azulejos em fachadas de prdios ou seja,
como material de revestimento parece ter se iniciado
na regio Norte, em funo do clima mais quente e das
chuvas mais frequentes.
Para no se colocar clara- mente de um lado ou de outro, e contando com o apoio da Inglaterra, a Corte portuguesa decidiu se mudar para o Brasil.
Por que escolheram o Brasil? Porque o Brasil, nesse pero- do, era colnia de Portugal, tendo permanecido nessa si- tuao at o ano de 1822 chamado ano da Indepen- dncia, que se comemora no dia 7 de setembro.
Fachada decorada com azulejos portugueses em So Lus, Maranho.
Seu uso nesse tipo de clima adequado por duas ra-
zes: impermevel, o que protege a fachada das chu-
vas intensas, e refete calor, tornando o ambiente
interno mais fresquinho. Ainda hoje, muitas facha-
das de azulejos so encontradas nos Estados do Par
e do Maranho.
Passado um tempo, os azulejos deixaram de ter papel
predominante na decorao de igrejas e de casas e se
tornaram um produto de uso comum na construo
civil, principalmente para colocao nos lugares frios
das residncias e de outros tipos de edifcao: cozinhas
e banheiros, paredes de hospitais etc. A facilidade de
limpeza (por serem lavveis e impermeveis) e de aplica-
o contribuiu para sua popularizao.
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A primeira fbrica de azulejos brasileira foi montada em
So Paulo, em 1912. Mas nos anos 1940 j existiam fbri-
cas no Rio de Janeiro e ofcinas em outros locais do pas.
Embora o uso dos azulejos tenha se tornado popular pela
sua funcionalidade, a produo e a utilizao dos azule-
jos artsticos no deixaram de acontecer.
So famosos no Brasil e no exterior os painis de azulejos
pintados pelos artistas brasileiros Candido Portinari,
localizados na Igreja de So Francisco de Assis, em Belo
Horizonte (Minas Gerais), e Burle Marx, que podem
ser vistos no Clube de Regatas Vasco da Gama, no Rio
de Janeiro (Rio de Janeiro).
Veja essas belas obras que mantm a tradio dos azu-
lejos azuis e brancos, mas em uma expresso artstica
moderna.
Candido Portinari nasceu em
1903, em Brodsqui, no Es-
tado de So Paulo. Seus pais,
imigrantes italianos, trabalha-
vam em uma fazenda de
caf. De famlia pobre, Por-
tinari s cursou os primeiros anos da escola formal.
Com 15 anos, entrou na Esco-
la Nacional de Belas-Artes, no
Rio de Janeiro, e dez anos
depois ganhou o Prmio de
Viagem ao Estrangeiro, da Exposio Geral de Belas- -Artes.
Em 1931, fez as primeiras te- las retratando trabalhadores brasileiros do caf. Seus pri-
meiros trabalhos em murais
foram feitos em 1936, e em
1944 iniciou suas pinturas na
Igreja de So Francisco de
Assis. Tambm nessa poca
comeou sua militncia pol-
tica e fez vrias obras retratan-
do cenas da histria brasileira.
Morreu em 1962, no Rio de Janeiro (RJ).
Detalhe do painel Pssaros e peixes, Igreja de So Francisco de Assis, Belo Horizonte, Minas Gerais.
Candido Portinari, So Francisco de Assis, 1944. Painel de azulejos pintados, localizado na fachada da Igreja de So Francisco de Assis, projetada por Oscar Niemeyer e integrante do Conjunto Arquitetnico da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
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Roberto Burle Marx, 1959. Painel no Clube de Regatas Vasco da Gama, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).
Roberto Burle Marx, 1944. Edifcio Prudncia, So Paulo (So Paulo).
Atividade 2 a o b r a d e C an d i d o Po r ti nari
Candido Portinari, como vimos, foi um grande artista plstico brasileiro, que viveu
de 1903 a 1962. Muitas de suas pinturas retratam os brasileiros.
1. Faam, coletivamente, uma pesquisa sobre essas obras e montem uma exposio
na classe com essas pinturas.
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Azu l e j is t a 1
2. Discutam em classe:
a) Que tipo de pessoas Portinari gostava de pintar?
b) O que sua pintura nos transmite sobre a populao brasileira?
3. Registre a seguir sua opinio e a da classe.
Histria das pastilhas
Tal como os azulejos durante um tempo, as pastilhas tambm tiveram seu desen-
volvimento associado predominantemente decorao, e seu uso foi disseminado
por meio da composio de mosaicos em diferentes locais do mundo.
Menores e mais coloridas, as pastilhas permitem fazer mosaicos com grande rique-
za de detalhes.
29
-
Veja outro artista brasileiro de destaque: Di Cavalcanti (1897-1976). Assim como
Portinari, Di Cavalcanti fcou muito conhecido por suas pinturas e obras retratan-
do o povo brasileiro.
Di Cavalcanti nasceu em 1897, na cidade do Rio de Janeiro, e comeou a desenhar e a pintar desde muito cedo. Aos 17 anos j trabalhava como ilustrador em uma revista.
Suas pinturas refletem suas preocupaes sociais. Di Cavalcanti pin - tou favelas, operrios, pescadores, sempre retratando trabalhadores brasileiros.
Junto com outros artistas, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que representou uma grande mudana na forma tra- dicional de fazer arte no Brasil.
Di Cavalcanti morreu em 1976, com 79 anos, no Rio de Janeiro.
Di Cavalcanti. Autorretrato , 1943. leo sobre tela, 33,5 cm x 26 cm. Acervo particular.
Di Cavalcanti. Imprensa, 1954. Painel de pastilhas no antigo Hotel Jaragu, Rua Major Quedinho, So Paulo (So Paulo).
Di Cavalcanti. Detalhe da fachada do Teatro Cultura Artstica, 1950. Painel de pastilhas, So Paulo, restaurado aps incndio em 2008.
Azulejista 1 30
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Azu l e j is t a 1
No Brasil, alm de serem empregadas na composio de mosaicos, as pastilhas foram
muito utilizadas em revestimentos de fachadas de prdios nos anos 1950.
Joo Artacho Jurado. Edifcio Bretagne, 1959, So Paulo (So Paulo).
Aps fcar um tempo em desuso, cerca de 30 anos mais tarde nos anos 1980 , elas
reapareceram no mercado, em diferentes verses, usadas tanto para revestimentos
externos como na composio de mveis (bancadas, mesas etc.), detalhes de decora-
o e, at mesmo, no revestimento de paredes internas (em banheiros, por exemplo).
A variao de cores e de texturas, alm das caractersticas do material como a
impermeabilidade e a versatilidade , faz das pastilhas um produto de revestimen-
to sempre em alta, bastante solicitado em projetos desenhados por arquitetos.
Uso de pastilhas em banheiro. Outros usos de pastilhas na construo civil.
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A fabricao desse material tambm evoluiu bastante: surgiram modelos novos,
mais funcionais (mais fceis de aplicar) e produzidos com diferentes materiais.
Existem, atualmente, muitos tipos de pastilhas: pastilhas cermicas, pastilhas de
porcelana, pastilhas de vidro, pastilhas de vidro com resina, pastilhas de inox,
pastilhas de pedra, entre outras.
A ocupao de azulejista e pastilheiro
No parece possvel afrmar que o surgimento dessa ocupao tenha uma data exata.
A ocupao de pedreiro, por exemplo, existe desde a Idade Mdia, poca em que,
nas ofcinas de artesos, os construtores defniam o que era preciso saber para exer-
cer a ocupao e organizavam a produo (estabeleciam as regras de qualidade e os
preos dos servios, por exemplo). As ofcinas dos construtores ou pedreiros, alis,
estavam entre as ofcinas artesanais mais importantes.
Aparentemente, azulejistas e pastilheiros foram surgindo de forma gradativa, como
especializao do servio dos pedreiros nas atividades de revestimento. provvel
que esses trabalhadores tenham optado por se desenvolver nessas ocupaes, por
perceberem que tinham mais facilidade para aplicar, fazer acabamentos, ou com-
binar cores e materiais.
E voc, por que escolheu este curso?
Atividade 3 re f l i t a s o b r e s ua s m ot i v a es P ar a a esC o l H a d o C u r so
1. Antes de vermos ou discutirmos os saberes tcnicos da ocupao de azulejista e
pastilheiro (tema das prximas Unidades), refita sobre o que voc espera deste curso
e sobre o que o levou a escolher esta ocupao. Escreva um pequeno texto sobre isso.
2. Se quiser, leia seu texto para os colegas, ou guarde-o com voc.
Azulejista 1 32
-
Azu l e j is t a 1
u n i d a d e 2
Conhecimentos da ocupao e os meus prprios conhecimentos
Quando nos referimos s ocupaes de azulejista e pastilheiro,
estamos falando daquelas pessoas que chegam para trabalhar
nas obras em sua fase fnal, para fazer a parte dos acabamentos.
De modo genrico, esses trabalhadores so os chamados aplica-
dores de revestimentos, que podem ser revestimentos cermicos
(azulejos, ladrilhos), de pastilhas, de pedras ou de madeira.
Com as necessidades do dia a dia e a difculdade que, por vezes,
temos de contratar um profssional para esse tipo de trabalho,
talvez voc j tenha feito algo parecido em sua casa, ou ajudado
algum amigo ou parente.
Vamos iniciar esta Unidade levando em conta sua experincia.
Atividade 1 re f l i ta Co m ba se e m sua e xPe r i n C ia
1. Pense em tudo o que voc j fez e liste o que voc acredita ter
relao com a ocupao de aplicador de revestimentos.
No deixe nada de fora, pois muitas vezes pequenas coisas
que aprendeu sem perceber como fazer mosaicos com lpis
de cor, por pura diverso, por exemplo podem ter relao
com o que voc far no futuro.
33
-
2. Troque sua lista com o colega ao lado e explique a ele
por que voc pensa que cada uma das experincias
listadas poder ajud-lo a atuar nessa rea. Depois,
oua os argumentos dele em relao ao que ele escreveu.
Esta atividade poder auxiliar vocs dois a descobrir
saberes e qualidades em vocs que ainda no conheciam.
Voc sabia? A descrio de cada ocu- pao da CBO feita pe-
los prprios trabalhado-
res. Dessa forma, temos a garantia de que as in- formaes foram dadas por pessoas que atuam
no ramo e, portanto, en-
tendem bem a profisso.
Voc pode conhecer es-
se documento na ntegra
acessando o site do MTE
no laboratrio de infor-
mtica: . Acesso em:
13 maio 2012.
Vamos ver agora o que diz o Ministrio do Trabalho e
Emprego (MTE) rgo do governo federal responsvel
por regulamentar as relaes de trabalho no pas sobre
essa ocupao.
O MTE produz um documento chamado Classifcao
Brasileira de Ocupaes, a CBO, no qual esto descri-
tas 2 422 ocupaes.
Para cada uma dessas ocupaes, a CBO indica: o que
os profssionais fazem; qual a escolaridade necessria para
exercer a ocupao; onde o profssional pode atuar etc.
A CBO organiza as ocupaes em famlias. A fam-
lia que nos interessa neste momento a dos Aplicado-
res de Revestimentos Cermicos, Pastilhas, Pedras e
Madeiras. nela que vamos encontrar a defnio
sobre o que faz e o que deve saber fazer um trabalhador
que pretende ser ladrilheiro (ou azulejista) e pastilhei-
ro nos dias de hoje.
Considerando as ocupaes de azulejista e pastilheiro, a
descrio resumida (sumria), includa na CBO, sobre o
que fazem esses trabalhadores a seguinte:
planejam o trabalho;
preparam o local de trabalho;
estabelecem os pontos de referncia dos revestimentos;
executam os revestimentos.
Cada um desses itens detalhado, indicando o que os
ladrilheiros e pastilheiros devem saber fazer em relao
a esses aspectos, conforme veremos a seguir.
Azulejis ta 1 34
http://www.mtecbo.gov.br/http://www.mtecbo.gov.br/
-
Azu l e j is t a 1
Atividade 2 o s sab e r es Pr e v i s to s n a Cbo
1. O monitor ou uma das pessoas da classe vai ler, em voz alta, cada um dos itens
das tabelas a seguir e as atividades que lhes so correspondentes.
Acompanhe atentamente essa leitura.
2. Depois de ouvir, retome o texto e veja se h palavras que voc desconhece. Se
houver necessidade, use o dicionrio que fca na classe, ou procure ajuda do
monitor ou dos colegas para compreender o que for mais difcil para voc.
3. Por ltimo, assinale ao lado de cada uma das atividades:
aquelas que voc j sabe fazer;
as que voc sabe mais ou menos e, por isso, ainda precisa aprimorar seu conhe-
cimento;
as que no sabe fazer ou desconhece o que signifcam.
35
Planejar o trabalho O que sei fazer
O que sei fazer mais ou menos
O que no sei fazer
Ler e interpretar plantas
Especificar materiais
Medir a rea de servio
Calcular a quantidade dos materiais
Orar os servios
Programar as etapas do servio
Programar materiais e ferramentas
Identificar caractersticas dos materiais
Providenciar os materiais necessrios obra
-
Azulejis ta 1 36
Planejar o trabalho O que sei fazer
O que sei fazer mais ou menos
O que no sei fazer
Programar Equipamentos de Proteo Individual (EPI) e Equipamentos de Proteo Coletivos (EPC)
Identificar defeitos das etapas anteriores
Determinar as quantidades de materiais para composio das argamassas (trao)
Estudar a paginao de peas
Preparar o local de trabalho O que sei fazer
O que sei fazer mais ou menos
O que no sei fazer
Manter o local de trabalho limpo e organizado
Paginar as peas de revestimento
Estocar material (separando os materiais que apresentarem defeitos)
Proteger o local de servio
Implementar o uso dos equipamentos de proteo (individual e coletiva)
Identificar pontos de nvel dos revestimentos
Conferir prumo do revestimento
Conferir esquadro do revestimento
-
Azu l e j is t a 1 37
Estabelecer pontos de referncia dos revestimentos
O que sei fazer
O que sei fazer mais ou menos
O que no sei fazer
Identificar o gabarito do revestimento
Conferir a planeza do revestimento (reguar)
Fixar as linhas mestras
Corrigir defeitos na superfcie a ser revestida
Executar chapisco e emboo
Providenciar a preparao de argamassas (atualmente, usa-se argamassa colante)
Executar os revestimentos O que sei fazer
O que sei fazer mais ou menos
O que no sei fazer
Assentar revestimento cermico/ azulejos
Assentar pastilhas
Cortar peas para arremates
Rejuntar revestimento de pastilhas e azulejos
Aplicar juntas especiais de movimentao e de dessolidarizao , que tm por finalidade absorver eventuais movimentaes de paredes e contrapisos
Limpar o rejuntamento
-
Se voc desconhece a maior parte dessas atividades ou
acha que no sabe faz-las direito, no se sinta mal.
O principal objetivo deste curso de qualifcao justa-
mente desenvolver esses saberes, que podemos considerar
tcnicos e que esto relacionados de modo direto s
ocupaes de azulejistas e pastilheiros.
Estudar a paginao de peas ltimo item do planejamento e paginar as peas de revestimento so praticamente a mesma atividade. A diferena est em que a primeira pode ser realizada no papel, programando-se passo a passo o que vai acontecer na obra. J a paginao realizada no local. Essa diferena ficar mais clara nas Unidades 4 e 5.
O que mais diz a CBO
So ainda contemplados na CBO saberes relacionados:
escolarizao formal e formao profssional dos
trabalhadores, por meio de cursos e/ou de experincias
de trabalho;
a atitudes pessoais que interferem no desempenho
profssional.
Vamos fazer, com relao a esses saberes, o mesmo exer-
ccio que realizamos anteriormente.
Azulejista 1 38
Escolarizao e formao/experincia profissional
Conhecimentos que tenho
Conhecimentos que preciso aprimorar
Conhecimentos que no tenho
Ensino Fundamental completo
Curso de qualificao de nvel bsico (at 200 horas)
Experincia de trabalho em obras
-
Azu l e j is t a 1 39
Aspectos relacionados s atitudes no mbito pessoal e no ambiente de trabalho
O que sei fazer
O que sei fazer mais ou menos
O que no sei fazer
Utilizar equipamentos de proteo conforme as normas
Seguir as instrues dos fabricantes dos materiais industrializados
Seguir as instrues dos fabricantes de ferramentas e equipamentos
Responsabilizar-se pela manuteno dos equipamentos
Verificar condies de uso dos equipamentos
Realizar servio dentro dos padres da qualidade total
Comunicar-se com os clientes, subordinados e superiores
Realizar servios de acordo com normas de segurana, sade e higiene no trabalho
Demonstrar habilidade de trabalhar em equipe
Realizar servios de acordo com normas e procedimentos tcnicos
-
O que qualidade total?
A partir dos anos 1950, as empresas comearam a de- senvolver programas que fi- caram conhecidos por esse nome, porque buscavam meios de produzir bens e servios com alto padro de
qualidade, capazes de aten-
der s necessidades dos clientes mais exigentes, sem elevao dos custos de pro- duo.
Hoje, so inmeros os pro-
gramas e ferramentas volta-
dos para o que se chama
padro de qualidade total,
assim como existem vrios
profissionais e empresas que
se especializaram em certi-
ficar a qualidade de bens e
servios.
Antes de seguir adiante, lembre-se, em relao a esses
ltimos aprendizados, de que parte deles voc pode ter
obtido em trabalhos ou vivncias que no tm a ver com
ocupaes associadas com a colocao de azulejos e pas-
tilhas, ou mesmo com a construo civil. Afnal, existem
saberes:
de tipos diferentes relacionados comunicao (fala
e escrita), aos nmeros, aos esportes, s habilidades
manuais etc.;
que aprendemos em lugares diferentes na escola, no
trabalho, na vizinhana, na reunio da associao de
bairro etc.;
que aprendemos de forma diferente olhando os outros
fazerem (ou seja, pelo exemplo), lendo, exercitando.
Por isso, acreditamos que, lembrando as histrias de sua
vida, voc poder perceber que tem conhecimentos, ex-
perincias e percepes que podem ser teis no dia a dia
de um azulejista ou pastilheiro. Talvez voc nem se re-
corde desses saberes ou no os valorize, isto , no con-
siga perceber sua utilidade nesta hora.
Atividade 3 re f l i ta so b re a e xPe r i n Cia d e Pe d ro e so b re a s sua s Pr Pria s v iv n C ia s
1. Leia o texto a seguir, sobre o trabalho de um perso-
nagem imaginrio, o Pedro.
Pedro trabalhou dois anos em uma
farmcia, como atendente. A farmcia
ficava em um bairro muito pobre da
cidade. Muitas vezes, chegavam pes-
soas com receita mdica para comprar
um medicamento, mas que no con-
seguiam ler nem lembrar direito o que
o mdico havia dito sobre como tomar
40
-
Azu l e j is t a 1
o remdio: quantidade por dia, horrios,
quantos dias... No comeo, era difcil
para Pedro explicar essas coisas para
as pessoas. Depois, com o tempo, ele
foi pegando o jeito: conseguia entender,
explicar e at escrever coisas na caixa
do remdio, que deixavam claro para o
cliente o que fazer quando chegasse
em sua casa.
2. Volte para o ltimo quadro da CBO apresentado
Aspectos relacionados s atitudes no mbito pes-
soal e no ambiente de trabalho e responda: Quais
dos saberes listados no quadro Pedro pode ter ad-
quirido na experincia como atendente de farmcia?
Se voc no tem certeza se algumas de suas experincias de vida podem ser aproveitadas nas ocupaes de azulejista e pastilheiro, troque informaes com os colegas a seu lado. Um ajudar o outro a reconhecer e a extrair, das vivncias de cada um, saberes que podem ser teis para a profisso que esto buscando. Saber ouvir e aprender com os outros so grandes aprendizados para qualquer ocupao.
3. Procure relembrar, agora, mais uma vez, tudo o que
voc j fez na vida, no trabalho e fora dele, e faa
anotaes no quadro a seguir. Indique como no
exemplo sua experincia e em que voc acha que
ela pode ajud-lo para ser um bom azulejista ou
pastilheiro.
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-
Azulejista 1 42
Tipos de saber Exemplos Saberes que tenho
Conhecimentos relacionados a minhas experincias de trabalho
Fui ajudante de balco em uma padaria. Aprendi como atender bem as pessoas
Conhecimentos relacionados a meu jeito de ser e de agir
Sou concentrado e gosto bastante de ficar sozinho, o que pode me ajudar se eu tiver de trabalhar s
Outras coisas que sei/aprendi
Ajudar meus filhos a fazer trabalhos de escola, o que me deixou melhor em tabuada
-
Azu l e j is t a 1
Outras formas de conhecer a ocupao
Embora a CBO, como vimos, relacione tudo o que um
azulejista e um pastilheiro precisam saber, profssionais
que trabalham nessa rea podem dar algumas dicas teis
para quem est comeando na ocupao.
Por isso, vamos usar mais algumas estratgias para voc
conhecer essas ocupaes.
Atividade 4 e ntre v is ta Co m a zu le j i s ta s e
Pa sti lH e i ros
1. Para complementar essas informaes e ter melhor
viso da ocupao, vocs vo entrevistar profssionais
dessa rea.
Em grupo de quatro colegas, vocs devem escolher um
profssional para entrevistar.
Considerando o conhecimento e as facilidades de cada
um, procurem se dividir de modo que cada grupo entre-
viste pessoas que trabalhem em lugares diferentes e faam
diversos tipos de servio nessas reas.
No dia de fazer a entrevista, lembre- -se de levar as perguntas escritas e anotar as respostas.
Por exemplo: um grupo entrevista algum que faa
colocao de azulejos comuns de cozinha e banheiros;
outro grupo procurar um profssional que assente la-
drilhos hidrulicos ou que trabalhe exclusivamente com
pastilhas; o terceiro grupo poder entrevistar um re-
vestidor que atue apenas em grandes obras. E assim
por diante.
O importante coletar diferentes olhares e experincias
sobre a profsso, pois isso poder ajud-lo a identifcar
se voc quer, realmente, seguir esse ou aquele caminho
e de que forma tentar trabalhar no futuro.
Em seguida, h um roteiro de entrevista, mas cada gru-
po pode acrescentar outras perguntas que considerar
importantes:
43
-
a) Quem o entrevistado? Homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual a esco-
laridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?
b) Onde trabalha? O que faz?
c) Como escolheu essa ocupao?
d) Como aprendeu a ocupao? Fez algum curso de capacitao antes ou depois de
comear a trabalhar na rea para se especializar?
e) Quais os pontos positivos e negativos nesse trabalho?
f ) Como faz para cuidar da prpria segurana no ambiente de trabalho?
g) Quais so seus conselhos para algum que vai comear a trabalhar agora?
Incluam outras perguntas que vocs gostariam de fazer para esse profssional. Pro-
curem investigar tambm as oportunidades de trabalho existentes para quem exer-
ce essa ocupao.
2. Agora que a entrevista est feita, hora de compartilhar o que vocs aprenderam.
Cada grupo deve organizar as principais informaes coletadas para apresentar
os resultados da entrevista para a classe.
Procurem planejar como ser essa exposio: um cartaz, um relato etc. Lembrem-
-se de que ela deve conter informaes sobre quem vocs entrevistaram, os argu-
mentos que o profssional usou para relatar como a ocupao e as concluses
do grupo a respeito da entrevista.
A esta altura, todos na classe j sabem um pouco mais sobre o que e como ser
ladrilheiro e/ou pastilheiro. Portanto, est na hora de irmos adiante, comeando
pela apresentao dos principais instrumentos com os quais voc vai lidar.
Azulejista 1 44
-
Azu l e j is t a 1
u n i d a d e 3
Ferramentas de trabalho e materiais bsicos
Ferramentas de trabalho de uso mais comum
Azulejistas e pastilheiros no utilizam uma gama muito exten-
sa de ferramentas, mas elas so bastante especfcas. Vamos
estudar aqui a listagem de ferramentas mais comuns, sugerida
pela CBO.
Pode ser que essa lista no esgote tudo o que voc precisar
adquirir. Mesmo porque as profsses evoluem e, com elas,
evoluem tambm as ferramentas e os instrumentos de trabalho.
Como sempre haver coisas novas sendo criadas, isso implica,
de tempos em tempos, voc ter de se atualizar e, possivelmente,
adquirir novas ferramentas.
Alis, no prprio ambiente de trabalho, voc ter dicas de outras
ferramentas e materiais cujo uso poder facilitar o exerccio da
profsso. Quais so elas? Isso vai depender do tipo de obra e
local em que voc for trabalhar.
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Ferramenta Para que serve
Balde til para transportar materiais secos ou umedecidos, entre os quais argamassas e gua.
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As brochas so usadas para caiar ou molhar as paredes quando da aplicao de argamassas.
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Azulejista 1 46
Ferramenta Para que serve
Caixa plstica para mistura da argamassa Masseiras Caixotes
comum se ter nas obras recipientes especficos para preparo de argamassas, existindo caixas de diferentes tipos e tamanhos. Para uso em obras residenciais, esse recipiente pode ter pequenas dimenses, o que facilita tambm o seu transporte.
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Colher de pedreiro Usada para assentar tijolos, misturar pequenas quantidades de massa e fazer pisos e revestimentos. As colheres de pedreiro so muito utilizadas. So de metal, sendo mais comuns as de ponta redonda e triangular.
Desempenadeira dentada (de ao)
Desempenadeira com feltro e espuma
Desempenadeira de borracha (para aplicao de rejuntes)
Desempenadeira lisa e de canto
As desempenadeiras podem ser de diferentes tipos, sendo, em geral, usadas para se retirar o excesso de massa, regularizar superfcies e prepar-las para fazer os acabamentos.
As mais utilizadas, no caso da ocupao de azulejista e pastilheiro, so as desempenadeiras dentadas (de ao inox), que servem para fixao de azulejos e pisos de cermica. Elas devem ser de 6 mm x 6 mm x 6 mm ou 8 mm x 8 mm x 8 mm.
Alm dessas (desempenadeiras dentadas), as desempenadeiras lisas, de canto, de borracha e as que so base de feltro ou espuma sero usadas, se houver necessidade de aplicar argamassa nas paredes, antes de revesti-las com azulejos ou pastilhas.
-
Azu l e j is t a 1
Entendendo o que ngulo
ngulo a figura formada entre o encontro de duas retas (ou segmentos/pedaos de reta). Os ngulos so medidos em graus (X).
Por exemplo: um ngulo de 60 (graus) entre duas retas significa que elas se encontram da seguinte forma:
Em uma construo, as paredes e o piso tm de se encontrar em ngulo exato de 90 (graus), tambm chamado ngulo reto.
Para medir ngulos em desenhos, utiliza-se um instrumento chamado transferidor. Nas construes, para conferir se os ngulos so de 90 (graus), so usados esquadros.
90 (graus)
60 (graus)
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Ferramenta Para que serve
Esptula utilizada para remover restos de tinta, massa ou argamassa e para aplicar rejunte.
Esquadro uma ferramenta simples, formada por dois pedaos de metal (ou, mais antigamente, de madeira) que formam entre si um ngulo reto, ou seja, de 90 (graus).
Sua utilidade verificar se uma parede est formando um ngulo reto em relao ao piso e parede vizinha. Quando isso acontece, fala-se que a construo est no esquadro.
O esquadro tambm usado em outras ocupaes e, na mo do azulejista, serve para definir os ngulos das peas para corte. Os ngulos de 90 e 45 so os mais comuns na rea de acabamento.
Fo
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Azulejista 1 48
Ferramenta Para que serve
Furadeira eltrica com serra copo diamantada acoplada
utilizada para fazer furos circulares em revestimentos cermicos mais resistentes, como a cermica grs.
P
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avala
Lpis de carpinteiro Utilizado para a marcao de todas as medidas e nveis durante a obra.
P
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Linha de nilon Serve para marcar reas, bem como para controlar o alinhamento de azulejos e pastilhas, quando uma parede est sendo revestida.
Lixadeira de centro/canto Essa ferramenta serve para lixar superfcies. Com ela pode-se reparar superfcies danificadas por acabamento indevido, remover revestimentos deteriorados ou preparar as superfcies novas, deixando-as lisas para aplicao dos revestimentos.
Pa
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Martelo picadeira
Martelo (ou macete) de borracha
Martelo de unha
Esses instrumentos tm o mesmo tipo de formato e caractersticas fsicas: um cabo (em geral) de madeira e uma ponta de ferro ou borracha. Todos eles so usados para bater ou fazer presso sobre outro objeto ou ferramenta (uma talhadeira ou um ponteiro, por exemplo), de modo a empurr-los contra algo mais duro, como um pedao de concreto. Tambm podem ser utilizados para fazer presso direta sobre alguma coisa que se quer quebrar, como uma pedra ou uma parede.
A diferena entre os vrios tipos de martelo o tamanho e o tipo de ponta. Voc vai escolher o que usar dependendo do tamanho do objeto e da presso ou fora que ter de fazer para empurrar ou quebrar (pedras ou paredes).
Existem muitas ferramentas desse tipo. As mais comuns no caso dessa ocupao so: o martelo picadeira, martelo pequeno, com ponta dos dois lados; o martelo ou macete de borracha, usado quando h necessidade de fazer presso de forma mais delicada, como no assentamento de cermicas ou azulejos; e o martelo de unha, martelo multifuncional, em que um dos lados bifurcado e serve para extrair pregos.
P
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Azu l e j is t a 1 49
Ferramenta Para que serve
Nvel de bolha, de mangueira e a laser
P
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O nvel um instrumento para verificar se uma superfcie est reta ou nivelada, podendo ser colocado na posio horizontal ou vertical. Quando uma parede est sendo construda, por exemplo, ele serve para ver se os tijolos esto todos na mesma linha. Existe mais de um tipo de nvel.
O nvel de bolha pode ser de madeira ou metal, com uma abertura onde fica um vidro com gua e pelo qual se v a bolha de ar. Se essa bolha estiver bem centralizada, a superfcie est reta ou nivelada.
O nvel de mangueira uma mangueira de plstico transparente. Para verificar se uma superfcie est reta, basta colocar gua dentro dela e observar se ela permanece em um nvel constante.
H ainda o nvel a laser, ferramenta mais sofisticada utilizada, em geral, por empresas de construo civil.
P
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lo S
avala
P Serve para carregar pequenas quantidades de material e em curtas distncias, como no caso da preparao de argamassa, por exemplo.
Pedaos de pano e esponjas
Utilizados na limpeza dos azulejos, ladrilhos e pastilhas, depois de assentados.
Prumo de face e de centro
Existem dois tipos de prumo:
O prumo de face formado por um cilindro unido a outro slido por um fio ou cordo, que passa exatamente no centro deles. usado na construo de paredes, para ver se elas no esto abauladas, ou seja, se esto retas na vertical.
O prumo de centro tem o formato de um cone e sua ponta possibilita marcar o centro exato de um local.
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Ferramenta Para que serve
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Rgua de alumnio 1 x 2 x 2 m
Utilizada para espalhar e regularizar argamassa.
Riscador ou cortador de azulejo
Ferramenta usada para cortar, riscar ou esquadrejar cermicas e azulejos.
Rolo de pelo curto Utilizado para aplicao de resina em ladrilhos hidrulicos, aps o revestimento.
P
au
lo S
avala
Serra mrmore/disco diamantado
So serras eltricas especiais para cortar azulejos, cermicas e pedras.
Talhadeira utilizada em uma obra para abrir uma fenda e tambm para retirar as sobras de materiais quando se passa argamassa em uma parede ou para nivelar melhor um piso, por exemplo.
P
au
lo S
avala
Pa
ulo
Sa
vala
Pa
ulo
Sa
vala
-
Azu l e j is t a 1
Como a descrio dos materiais das ocupaes elaborada pela CBO considera as famlias de instrumentos e no as reas especficas de atuao, algumas ferramentas indicadas pela CBO no foram includas neste rol. Justifica essa opo o fato de tais ferramentas no serem necessrias para os azulejistas e pastilheiros, e sim para os aplicadores de revestimentos de madeira ou pedra.
51
Ferramenta Para que serve
Torqus pequena e mdia Produz cortes irregulares,
deixando cantos denteados. Por
essa razo, deve ser usada
somente para pequenos cortes
nos cantos das placas cermicas a
serem assentadas em reas
menos visveis.
Fo
tos:
Pa
ulo
Sa
va
la
Traador de altura um aparelho que serve para
realizar medies de altura com
preciso, ao qual pode ser
acoplado um riscador para
marcao da altura desejada.
Tr e n a As trenas so fitas mtricas
retrteis, utilizadas para fazer
medidas em centmetros ou
metros, polegadas ou ps. Em
geral, so feitas de plstico ou
metal e podem ter diferentes
comprimentos: 1, 2, 5, 10 ou at
mesmo 50 metros. Uma trena de
5 metros adequada para as
atividades de um trabalhador em
obras pequenas, como casas e
prdios residenciais.
H ainda a trena a laser,
ferramenta mais sofisticada,
utilizada, em geral, por empresas
de construo civil.
Trincha Espcie de pincel com cerdas
macias, usado para retirar a poeira
e facilitar a limpeza de
revestimentos mais sensveis,
como no caso dos ladrilhos
hidrulicos.
-
Atividade 1 P r ati q u e o uso d e algu ma s
fe rr am e nta s
A classe vai se dividir em quatro grupos para experimentar
algumas ferramentas citadas. Durante outros momentos
do curso, voc ter oportunidade de praticar o uso de fer-
ramentas alm dessas. Neste momento, vamos nos ater
quelas cuja manipulao nos parece mais complexa.
No esquea: cuidar do prprio material de trabalho tambm faz parte dos conhecimentos que todo profissional deve ter!
1. Primeiro, cada grupo vai testar o uso de uma serra
mrmore e de um riscador ou cortador de azulejos.
So duas ferramentas com as quais voc deve estar
muito familiarizado, pois o corte de azulejos uma
tarefa bastante comum nessa ocupao e far parte
do dia a dia do trabalho que vai desenvolver.
Orientados pelo monitor, cada um dos alunos deve ex-
perimentar as duas ferramentas, pelo menos uma vez.
2. Agora preciso praticar a utilizao do prumo de face.
Cada grupo vai escolher um lado da classe ou uma
parede.
a) Com o prumo de face, o grupo vai verifcar se a pa-
rede escolhida est na posio exata em relao ao
piso; se ela est no prumo, e no empenada.
b) Anote no caderno as concluses da classe sobre a ver-
ticalidade e os ngulos das paredes.
3. E os nveis de bolha e de mangueira? Vamos testar
como us-los? Eles servem para checar se as superfcies
esto niveladas.
a) Com o nvel de bolha, escolham uma rea da sala de
aula e verifquem o nivelamento do piso. Cada grupo
far a medida em um lugar diferente.
b) Com o nvel de mangueira, vocs vo checar o nivela-
mento da mesa do professor, dos armrios e/ou do ba-
tente superior da porta.
Azulejista 1 52
-
Azu l e j is t a 1
Materiais bsicos de uso de azulejistas e pastilheiros
Apresentadas as ferramentas, vamos falar, neste momen-
to, dos materiais mais comuns em sua nova ocupao e
das principais caractersticas deles: os azulejos, as pastilhas
e os ladrilhos hidrulicos.
Como no poderia deixar de ser, vamos comear conhe-
cendo os azulejos: peas de cermica de formato, em
geral, quadrado ou seja, os quatro lados tm a mesma
medida. Os azulejos mais comuns (usados com maior
frequncia) medem 15 cm 15 cm (centmetros) e sua
espessura de aproximadamente 0,8 cm.
Voc se lembra do sistema de medidas de superfcie? 1 centmetro (cm) = 10 milmetros (mm) 0,8 centmetro (cm) = 8 milmetros (mm)
Veja em uma rgua essas medidas:
Painel de azulejos.
O formato 15 cm 15 cm a chamada medida-padro dos azulejos. Hoje em dia, entretanto, existem azulejos fabricados com tamanhos variados: maiores e menores que esse. Certifique-se do modelo de azulejo que ser utilizado em uma obra antes de calcular o tempo e a quantidade de material necessrios.
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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
15 cm 0,8 cm
15 cm
15
cm
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Ja
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-
Mais do que o tamanho (que pode variar), o que melhor caracteriza um azulejo
o fato de um de seus lados ser vidrado.
O vidrado conseguido quando se adiciona um p cermica e a pea passa por
um processo de cozimento. Com isso, a pea ganha impermeabilidade isto , ela
pode ser lavada e uma aparncia peculiar.
O lado vidrado dos azulejos pode ter uma ou vrias cores; pode ser liso ou decorado; em
relevo ou no. Essa variedade torna seu uso bastante fexvel e adequado para decorao.
As peas de azulejo podem ser colocadas em paredes inteiras, meias-paredes, bar-
rados, contornos de cmodos etc.
Acabamento azulejado em banheiro. Detalhes azulejados em escada.
Alm da beleza e da versatilidade (possibilidade de serem usados de diferentes
maneiras), o fato de os azulejos serem impermeveis e fceis de limpar podem ser
lavados constantemente, at mesmo com detergentes e outros produtos de limpeza
faz deles um revestimento ideal para os locais das residncias que acumulam
gorduras e/ou precisam ser lavados com frequncia, como banheiros, cozinhas e
reas de servio: as reas frias ou molhadas da residncia.
Algumas caractersticas dos azulejos devem ser analisadas com mais ateno: absor-
o de gua e resistncia do esmalte.
As placas cermicas para revestimentos fabricadas por prensagem (o mais comumen-
te utilizado) so classifcadas, em funo da absoro de gua, da seguinte maneira:
porcelanatos: de baixa absoro e resistncia mecnica alta (BIa de 0 a 0,5%);
grs: de baixa absoro e resistncia mecnica alta (BIb de 0,5 a 3%);
semigrs: de mdia absoro e resistncia mecnica mdia (BIIa de 3 a 6%);
Azulejis ta 1 54
[...]
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Azu l e j is t a 1
semiporosos: de alta absoro e resistncia mecnica baixa (BIIb de 6 a 10%);
porosos: de alta absoro e resistncia mecnica baixa (BIII acima de 10%).
Os revestimentos cermicos tambm so classifcados segundo a resistncia do
esmalte da pea ao desgaste por abraso (resistncia abraso superfcial). Essa
classifcao conhecida como ndice PEI, que classifca do menor ao maior
ndice de resistncia (0 a 5, respectivamente). As normas tcnicas aplicveis
ABNT NBR 13816/13817/13818 no entram no mrito da utilizao. De um
modo geral, encontram-se as seguintes sugestes de uso:
PEI 0: Somente para aplicao em paredes (resistncia nula abraso superfcial).
PEI 1: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geral-
mente com chinelos ou ps descalos. Exemplo: banheiros e dormitrios residen-
ciais sem portas para o exterior.
PEI 2: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geral-
mente com sapatos. Exemplo: todas as dependncias residenciais, com exceo
das cozinhas e entradas.
PEI 3: Produto recomendado para ambientes residenciais onde se caminha geral-
mente com alguma quantidade de sujeira abrasiva que no seja areia ou materiais
de dureza maior que areia (todas as dependncias residenciais).
PEI 4: Produto recomendado para ambientes residenciais (todas as dependncias)
e comerciais com alto trfego. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lojas, bancos,
entradas, caminhos preferenciais, vendas e exposies abertas ao pblico e outras
dependncias.
PEI 5: Produto recomendado para ambientes residenciais e comerciais com tr-
fego muito elevado. Exemplo: restaurantes, churrascarias, lanchonetes, lojas,
bancos, entradas, corredores, exposies abertas ao pblico, consultrios.
Informao ao Consumidor. Revestimentos Cermicos: pisos e azulejos. Inmetro. Disponvel em:
.
Acesso em: 28 maio 2012.
Na obra, no recebimento do material, verifque se todas as caixas contm produtos
do mesmo tamanho, tonalidade, qualidade, lote e ndice PEI (classe de abraso
superfcial), se essas especifcaes correspondem ao seu pedido e se esto discrimi-
nadas na embalagem.
55
[...]
[...]
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asphttp://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp
-
Para escolher corretamente seu material, leve em consi-
derao os seguintes requisitos:
Voc sabia? Os revestimentos cermi-
cos, assim como outros
materiais, tm caracters-
ticas tcnicas definidas
por profissionais da rea,
que todos os fabricantes
devem seguir. Elas so
chamadas Normas Brasi-
leiras Regulamentadoras
(NBR) e cada produto re- cebe um nmero corres- pondente.
As normas tcnicas bra-
sileiras so comercializa-
das no site da Associao
Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). Dispo- nvel em: . Acesso em: 13 maio 2012.
As normas tcnicas rela-
cionadas aos revestimen-
tos cermicos so: NBR
13816 Placas cermicas
para revestimento Ter-
minologia; NBR 13817
Placas cermicas para revestimento Classifi-
cao; NBR 13818 Pla-
cas cermicas para reves-
timento Especificao
e Mtodos de Ensaios.
Procedncia do produto: informaes sobre o fabri-
cante (telefone, endereo) e indicao de estar de acor-
do com as normas da ABNT.
Local de aplicao (parede ou piso): rea residencial,
comercial ou industrial (industrial deve ser sob consulta).
Trnsito no local: de pessoas, de veculos, de mveis
que so arrastados para determinar o ndice PEI do
produto que ser comprado.
Umidade no local: para determinar o grupo de absor-
o de gua do produto para locais mais midos,
recomendam-se produtos com baixa absoro.
Metragem (rea) do local (m): para clculo da quan-
tidade de peas necessrias.
Informao ao Consumidor. Revestimentos Cermicos: pisos e azulejos. Inmetro. Disponvel em: .
Acesso em: 28 maio 2012.
Para um melhor aproveitamento do material:
armazene as embalagens em ambientes protegidos do
sol e da chuva, sobre um estrado de madeira, com
altura mxima de 1,50 m;
evite lugares muito midos ou com possibilidades de
empoamento de gua;
mantenha as caixas em posio vertical.
Nunca utilize cido para a limpeza dos revestimentos cermicos, pois ele corri o esmalte. Sua conservao e limpeza podem ser feitas com uma simples soluo de gua e detergentes neutros.
Azulejis ta 1 56
P
lanom
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http://www/http://www.inmetro.gov/
-
Azu l e j is t a 1
Atividade 2 vam os fab r i C ar u m a zu lej o?
No laboratrio da escola, vamos entender, na prtica, o processo de fabricao de
azulejo.
Cada um de vocs receber uma pea de cermica branca e escolher como quer
que ela fque: mais brilhante ou mais opaca; com vrias cores ou com uma nica;
com desenho ou sem.
1. Inicie o trabalho escolhendo a imagem que voc vai querer no azulejo. Pode ser
algo simples, que voc desenhe ou copie de uma revista ou livro. Lembre-se de
que seu desenho deve caber na metragem do azulejo-padro: 15 cm 15 cm.
Em seguida, copie o desenho em um pedao de papel vegetal.
2. Quando voc considerar o desenho pronto, passe-o para a cermica, usando uma
tcnica chamada decalque. Coloque o papel vegetal sobre a cermica e risque
com um lpis preto macio. A imagem ser transferida para a cermica.
3. Prepare o vidrado do azulejo diluindo o produto adequado (p para vidrar) em
gua.
4. Para colorir, voc dever incluir nessa mistura tintas prprias para cermica. Elas
tambm so encontradas em p e, para cada 10 partes de vidrado, voc dever
usar 1 parte de tinta. Se voc quiser vrias cores, faa essa mistura separadamen-
te para cada cor.
Tinta / Pigmentos para colorir
P para vidrar
57
-
Observe que a proporo entre o p para vidrar e os
pigmentos (para colorir) de 10 para 1. Voltaremos
ao estudo das propores mais adiante.
Quando o azulejo vai ao forno, a cor escurece alguns tons. Essa alterao acontece por causa da temperatura do forno, que muito alta. Lembre-se disso para seu trabalho ficar como voc imaginou.
5. Com as cores prontas, use um pincel para fazer a
pintura na cermica. Se voc for usar mais de uma
tinta, cuide para que todas estejam com a mesma
consistncia. Caso contrrio, o azulejo fcar com
relevos onde a tinta estiver mais grossa.
6. O ltimo passo a colocao das cermicas em
um forno prprio, de alta temperatura. Esse pro-
cesso poder ser feito na escola, se houver forno
adequado.
Caso no haja esse tipo de forno na escola, o monitor
poder verificar as opes possveis para fazer a quei-
ma da cermica na cidade e informar para a escola.
As pastilhas
Voc sabia? As normas tcnicas rela-
cionadas s pastilhas so
as mesmas utilizadas pa- ra os azulejos: NBR 13816 Placas cermicas para revestimento Termino-
logia; NBR 13817 Placas
cermicas para revesti-
mento Classificao;
NBR 13818 Placas cer-
micas para revestimento
Especificao e Mto-
dos de Ensaios.
Com dimenso menor do que a dos azulejos quadra-
dinhos que, em geral, variam de 2 cm 2 cm at 5 cm
5 cm , as pastilhas tambm se prestam a diferentes
usos: do revestimento de fachadas aos pequenos detalhes
decorativos de ambientes.
Existem pastilhas de diferentes cores; brilhantes ou opa-
cas; lisas ou com texturas.
As mais comuns (e mais antigas) so fabricadas com
cermica. Atualmente, porm, h pastilhas de vrios
materiais: cermica, vidro, inox (escovado ou polido),
porcelana, entre outras.
Em geral, as pastilhas so vendidas em placas, e no indi-
vidualmente, o que pode facilitar no momento de sua
aplicao.
Azulejis ta 1 58
-
Azu l e j is t a 1
Pastilhas coloridas.
Pastilhas de vidro.
Composio de diferentes pastilhas. Pastilhas com textura.
Atividade 3 Co n H e a os d i fe re ntes t i Pos d e a zu lej os
Para complementar informaes sobre azulejos e pastilhas e conhecer melhor os
tipos de materiais que esto sendo procurados no mercado de trabalho, vamos fazer
uma pesquisa em lojas de materiais de construo.
Com a ajuda do monitor e da internet, a classe vai identifcar as lojas de materiais
que fcam prximas escola ou em lugares de fcil acesso para o grupo.
Individualmente ou em grupo, planejem uma visita a uma das lojas. L, observem
os diferentes revestimentos cermicos (azulejos, pastilhas e ladrilhos hidrulicos)
expostos. Perguntem aos vendedores que tipos de produtos so mais procurados,
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vejam os preos, comparem com os demais produtos da loja. Pesquisem tambm a
classifcao de alguns produtos quanto absoro de gua e resistncia a abraso
superfcial. Se possvel, tirem fotos dos revestimentos.
Analisando os materiais expostos, procurem responder: qual material voc escolhe-
ria para colocar na sua casa ou na de algum que voc conhece, levando em consi-
derao o tipo de cermica especfco para cada ambiente, o seu gosto pessoal e os
preos dos produtos?
Feita a visita, cada grupo vai organizar as principais informaes coletadas e apre-
sentar os resultados para a classe.
Planeje a apresentao, organizando a melhor forma de expor o que pesquisaram e
o que cada um vai falar. Bom trabalho.
Os ladrilhos hidrulicos
Esse tipo de ladrilho recomendado principalmente para pisos j foi muito
usado no passado. Hoje, voltou moda, sendo sua aplicao bastante requisitada
em pisos residenciais e de estabelecimentos comerciais.
Azulejista 1 60
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Seu tamanho maior do que o dos azulejos comuns:
Azu l e j is t a 1
20 cm 20 cm. O mesmo ocorre com sua espessura, que
tem cerca de 2 cm a 3 cm.
No entanto, o que torna os ladrilhos hidrulicos especiais
que eles so produzidos artesanalmente, pea por pea.
Para isso so usadas frmas de ferro, nas quais se colocam
camadas de tintas, cimento branco seco e argamassa de
concreto.
As cores e os desenhos que podem ser feitos so bastan-
te variados, mas costuma-se manter um padro de duas
a cinco cores.
O nome ladrilho hidrulico vem do fato de que, uma
vez pronto, ele mergulhado em gua por cerca de 8
horas. Esse processo tem a funo de fazer com que o
cimento endurea e ganhe resistncia, evitando que ocor-
ram rachaduras no ladrilho pronto. Esse procedimento
chamado na rea de construo civil fazer a cura do
c i m e n t o .
Hidrulico: Relativo movi- mentao de lquido, especial- mente gua, conforme Dicionrio Houaiss da Lngua
Portuguesa.
Depois de retirado da gua, o ladrilho colocado em
um local especial para secar.
A fase completa de fabricao demora cerca de 20 dias
e, por isso, o ladrilho hidrulico um material de reves-
timento diferenciado e bem mais caro do que os azulejos
ou pisos cermicos produzidos em escala industrial.
Ele tambm se distingue por ser altamente durvel, mas
essa caracterstica depende da colocao correta.
Enfm, trata-se de um produto delicado, cujo armaze-
namento e assentamento tanto quanto sua fabricao
exigem alguns cuidados especiais para no causar
fssuras. Saber assent-lo corretamente pode ser um di-
ferencial importante para o profssional dessa rea, ou
seja, um conhecimento que o destaca entre os demais
azulejistas.
Voc sabia? As normas tcnicas rela- cionadas aos ladrilhos hidrulicos so: NBR 9457 Ladrilho Hidruli- co; NBR 9459 Ladrilho
Hidrulico Formatos e
Dimenses; NBR 9458/
86 Assentamento de
Ladrilho Hidrulico.
61
-
Atividade 4 d i t o d e o u t r a f o r m a
Talvez voc j tenha percebido que existem variados tipos de texto, e que as pessoas
se expressam e escrevem de forma diversa dependendo das situaes ou dos contex-
tos em que estiverem se comunicando.
A maneira como falamos com os nossos flhos, por exemplo, no a mesma de
quando falamos com um chefe. Da mesma forma, algum que escreve uma lei
usar um tipo de linguagem diferente de algum que escreve uma poesia ou um
texto para um jornal.
1. Leia como informaes semelhantes s que foram dadas sobre os ladrilhos hi-
drulicos podem ser escritas de forma bastante diferente, por jornalistas ou por
profssionais que trabalham em revistas. O texto a seguir apenas uma pequena
parte de um artigo publicado. Para conhec-lo integralmente, consulte a fonte.
Nasce um clssico
Pores de tinta, uma camada de cimento seco e outra de argamassa
de concreto. A receita de um sculo ainda hoje d origem aos ladrilhos
hidrulicos, que diferenciam ambientes
Como no passado, hoje tudo feito artesanalmente. Nas poucas fbricas
existentes, nada de mquinas ou computadores. Apenas poucos homens
trabalhando, geralmente com mais de 40 anos, herdeiros da tcnica trans-
mitida pelos antecedentes. O trabalho se inicia com a escolha de um molde
de ferro onde sero depositadas manualmente as pores de tinta, uma
camada de cimento seco e outra de argamassa de concreto. O resto lembra
o ofcio de uma quituteira: desenformar, deixar repousando, imergir em gua
(da o hidrulico), dispor em um armrio para curtir. So 20 dias para que as
peas estejam prontas para venda. D orgulho ver tudo sendo feito como
na poca do meu av, diz Marcelo Ruocco, 30 anos, que herdou da famlia
a fbrica Dalle Piagge, na Lapa, em So Paulo, especializada em ladrilhos
hidrulicos e uma das mais antigas do Brasil.
MEDEIROS, Fernanda. Ladrilhos hidrulicos: nasce um clssico. Casa e Jardim. Editora Globo. Disponvel em: . Acesso em: 16 maio 2012.
Azulejista 1 62
[...]
http://revistacasaejardim.globo.com/Casaejardim/0,2
-
Azu l e j is t a 1
2. Comparando o que foi dito: existem informaes diferentes nos dois textos?
Identifque no quadro a seguir as principais informaes de cada um deles.
3. Comparando as formas de escrever: em dupla, pensem sobre as duas formas de
relato a respeito dos ladrilhos hidrulicos.
a) Quais diferenas vocs percebem?
63
Texto do Caderno Texto da revista
-
b) Qual delas mais fcil de compreender, a do Caderno ou a da revista? Justifque
sua resposta.
c) Qual delas orienta mais adequadamente a sua ocupao como azulejista?
Seguindo com os materiais
Argamassas para assentamento: convencional e colante
Junto com as cermicas e pastilhas, a argamassa de fundamental importncia para
o trabalho de azulejistas e pastilheiros, pois com ela que se faz o assentamento dos
revestimentos.
A escolha do tipo de argamassa a ser usado importante para garantir a durabilida-
de do revestimento e tem relao com a tcnica que ser utilizada no assentamento.
1. Argamassa convencional: preparada na prpria obra, a partir da mistura de
cimento, cal e areia, na seguinte proporo: 1 medida de cimento para 2 de cal
e 8 de areia. Esse tipo de argamassa exige uma tcnica especfca de aplicao.
As peas cermicas, nesse caso, devem estar molhadas e serem assentadas sobre
a argamassa fresca. Ela pode ser aplicada sobre uma superfcie de alvenaria que
tenha sido coberta com chapisco ou emboo, procedimentos que sero tratados
na Unidade 6.
2. Argamassa colante: uma argamassa industrializada, comprada pronta.
Ela vendida na forma de p e, para us-la, s acrescentar gua na quan-
tidade indicada nas embalagens. Para sua aplicao no necessrio molhar
a cermica.
No geral, a argamassa colante substitui com vantagens a argamassa preparada na
obra. O tempo que se leva para a realizao do assentamento, por exemplo, menor,
j que o preparo da argamassa mais rpido e a cermica no tem que estar mo-
lhada. Sua aplicao tambm mais fcil e possibilita uma maior aderncia da ce-
rmica superfcie.
Existem argamassas colantes adequadas para diferentes tipos de situao/ambiente.
Veja no quadro a seguir:
Azulejista 1 64
-
Azu l e j is t a 1
Tabela de classifcao das argamassas colantes
Rejunte
Trata-se de uma espcie de massa aplicada entre azulejos
e pastilhas, para que no fquem vos entre as peas. Os
rejuntes tambm impedem a infltrao de gua, com-
pletando o processo de impermeabilizao do revesti-
mento com azulejos. Ladrilhos hidrulicos dispensam o
uso de rejuntes.
Os rejuntes podem ter diferentes cores: os mais claros
tendem a ressaltar a cor e o desenho dos azulejos. Em
contrapartida, escondem menos as sujeiras.
comum, principalmente em banheiros ou reas com muita umidade, os rejuntes claros ficarem escuros, com aparncia de mofados. Quando algum cliente seu for escolher a cor do rejunte, no deixe de alert-lo sobre esse aspecto.
65
Argamassa colante
Tipo I II III IIIE
Uso Interno Externo Alta
Resistncia Especial
P
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-
Existem trs tipos principais de rejunte:
Rejunte base de cimento: mais fcil de utilizar. Se-
gundo a NBR 14992, so classifcados em: rejunta-
mento do Tipo I e rejuntamento do Tipo II.
Tipo I Indicado para rejuntamento de placas cermicas
em ambientes internos com pouco trnsito de pedestres
e ambientes externos limitados a 20 m.
Tipo II Indicado para ambientes internos e externos.
Externamente podem ser utilizados em pisos e paredes
de qualquer dimen