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CURSO DE BRIGADA DE INCÊNDIO INTERMEDIÁRIO/AVANÇADO NBR 14.276/2006

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CURSO DE BRIGADA DE

INCÊNDIO

INTERMEDIÁRIO/AVANÇADO

NBR 14.276/2006

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CURSO DE BRIGADA DE

INCÊNDIO

INTERMEDIÁRIO/AVANÇADO

NBR 14.276/2006

Macaé, RJ

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Nome do Curso Curso de Brigada de Incêndio – Intermediário – 20h

Nome do Arquivo 20180425_AP_Brigada_Interm/Avan_PT_REV03

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SUMÁRIO

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DIRETRIZES GERAIS DO CURSO

• Quanto à Estruturação do Curso

O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai

ministrar o curso, cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada dos

seguintes comprovantes:

✓ Ter mais de dezoito (18) anos, no dia da matrícula;

✓ Ter concluído o ensino fundamental;

✓ Atestado de boas condições de saúde física e mental.

• Quanto à Frequência às Aulas

A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.

O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas

ministradas no curso.

Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não

comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de

qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu

desenvolvimento.

• Quanto à Aprovação no Curso

Será considerado aprovado o aluno que:

✓ Obtiver nota igual ou superior a 7,0 (sete) em uma escala de 0 a 10

(zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas

atividades práticas.

✓ Tiver a frequência mínima exigida (90%).

Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será

considerado reprovado.

• Resultados Pretendidos

Ao final do curso os alunos estarão preparados para:

✓ Participar da organização de emergência;

✓ Demonstrar habilidades básicas no controle de ocorrência de incêndio nos

diferentes compartimentos e instalações existentes na planta;

✓ Reconhecer e aplicar as medidas e prevenções de incêndio existentes na

planta;

✓ Avaliar procedimentos corretos no que tange a tática e técnicas de

combate a incêndios;

✓ Selecionar o EPI adequado para o combate ao incêndio.

✓ Selecionar e preparar os materiais e equipamentos necessários para uma

operação de combate a incêndio;

✓ Selecionar e utilizar corretamente os agentes e seus meios de aplicação.

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Curso de Brigada de Incêndio - Níveis Intermediário e Avançado

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Os alunos serão avaliados durante os exercícios práticos com relação a:

✓ Habilidade;

✓ Disciplina;

✓ Equilíbrio emocional;

✓ Condicionamento físico;

✓ Flexibilidade;

✓ Voluntarismo;

✓ Confiança.

Os alunos ainda responderão a uma avaliação teórica sobre todos os assuntos

relacionados.

Objetivo

O objetivo do treinamento de Brigada de Incêndio é proporcionar aos

participantes, conhecimentos básicos para que possam responder às situações de

emergência, como combate a princípio de incêndio, abandono de área e técnicas de

primeiros socorros.

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Curso de Brigada de Incêndio – Intermediário e Avançado

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INTRODUÇÃO

DEFINIÇÕES

A definição de combate a incêndio talvez traduza uma ideia muito limitada das

muitas tarefas delegadas para essas equipes de resposta e controle de emergências.

Melhor chamá-las hoje de Brigada de Emergência. Suas atribuições vão além de

uma operação de combate a incêndio, como controle de vazamentos de produtos

perigosos ou resgate em altura e espaços confinados, a exemplo do que estão sendo

exigidos pela atual NBR 14.276 – Brigada de Incêndio – Requisitos da ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas, publicada no final de 2006 com efeito válido

a partir de 31 de janeiro de 2007.

Baseados nessa norma estarão sendo passadas algumas definições para termos

técnicos que nos explicam o que vem a ser uma brigada de incêndio, a sua composição,

a sua organização e suas responsabilidades. Como base técnica normativa de apoio

utilizaremos também, a NBR 14.277/2005 - Instalações e Equipamentos para

Treinamento de Combate a Incêndio; NBR 14.608 – Bombeiro Profissional Civil; NBR

15.219:2005 – Plano de Emergência Contra Incêndios – Requisitos e a NBR

13.860:1997 – Glossário de Termos Relacionados com a Segurança Contra Incêndios.

Incêndio

Simplesmente definido como “fogo fora de controle”. (NBR 13.860/1997)

Emergência

“Situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, ao meio ambiente e ao

patrimônio, gerando um dano continuado que obriga a uma imediata intervenção

operacional”. (NBR 15.219/2005)

A recém-editada NBR 14.276/2006 define, de uma maneira similar, porém

destacando mais o elemento humano, como sendo a “situação com potencial de

provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio ambiente ou ao patrimônio, ou

combinações destas”.

Perigo e Risco

A NBR 15.219:2005 define o que é perigo e o que é risco. “Perigo é a situação

com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio ambiente ou ao

patrimônio, ou combinação destas”.

Risco é a “propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de

perdas humanas, ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação

entre frequência esperada e consequência destas perdas.

Plano de Emergência

A NBR 13.860/1997 define o plano de emergência como: ”Plano estabelecido em

função dos riscos da empresa, para definir a melhor utilização dos recursos materiais e

humanos em situação de emergência”.

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Planta

“Local onde estão situadas uma ou mais edificações ou área a ser utilizada para

um determinado evento ou ocupação”. (NBR 14.276:2006)

Prevenção de Incêndio

“Uma série de medidas destinadas a evitar o surgimento de um princípio de

incêndio, dificultar sua propagação e facilitar a sua extinção”. (NBR 14.276:2006).

Combate a Incêndio

“Conjunto de ações táticas destinadas a extinguir ou isolar o princípio de incêndio

com uso de equipamentos manuais ou automáticos”. (NBR 13.860:1997).

Carga de Incêndio

“Soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão

completa de todos os materiais combustíveis contidos em um espaço, inclusive o

revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos, cujo cálculo é feito conforme o

anexo D”. (NBR 14.276/2006).

Bombeiro

“Pessoa treinada e capacitada que presta serviço de prevenção e atendimento a

emergência, atuando na proteção da vida, do meio ambiente e do patrimônio”. (NBR

14.276/2006)

Bombeiro Profissional Civil ou Privado

“Bombeiro que presta serviço em uma planta ou evento”. (NBR 14.276/2006)

Bombeiro Público

“Bombeiro pertencente a uma corporação governamental militar ou civil de

atendimento a emergência pública”. (NBR 14.276/2006).

Bombeiro Voluntário

“Bombeiro pertencente a uma corporação governamental (ONG) ou organização

da sociedade civil de interesse público (OSCIP) que presta serviços de atendimento a

emergências públicas”. (NBR 14.276/2006)

Brigada de Incêndio

“Grupo organizado de pessoas preferencialmente voluntárias ou indicadas,

treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio,

abandono de área e primeiros-socorros, dentro de uma área preestabelecida na planta”.

(NBR 14.276/2006).

Líder de Setor

“Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência

de um determinado setor/compartimento/pavimento da planta”. (NBR 14.276/2006)

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Chefe da Edificação ou do Turno

“Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência

de uma determinada edificação da planta”. (NBR 14.276/2006)

Coordenador Geral da Brigada

“Brigadista responsável pela coordenação e execução das ações de emergência

de todas as edificações que compõem uma planta, independentemente do número de

turnos”. (NBR 14.276/2006)

Grupo de Apoio

“Grupo de pessoas composto por terceiros (por exemplo, pessoal de manutenção,

patrimonial, telefonista, limpeza etc.) ou não, treinados e capacitados, que auxiliam na

execução dos procedimentos básicos na emergência contra incêndio”. (NBR

14.276/2006)

População Fixa

“Aquele que permanece regularmente na edificação, considerando-se os turnos

de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os terceiros nestas condições”. (NBR

14.276/2006)

População Flutuante

“Aquela que não permanece regularmente na planta. Deve ser sempre

considerado o número máximo diário de pessoas”. (NBR 14.276/2006)

ASPECTOS LEGAIS

Aspectos legais da brigada de combate a incêndio

A composição do quantitativo da brigada de incêndio de cada empresa deverá

estar de acordo com o estabelecido no Anexo A da NBR 14.276:2006, levando em conta

a população fixa, o grau de risco e o grupo/divisões de ocupação da planta. O grau de

risco de cada empresa, segundo suas atividades desenvolvidas, como por exemplo,

administrativa, industrial, escolar, entre outras, deve ser obtido através das tabelas

dispostas nos Anexos C ou D da mesma Norma.

Plano de Emergência contra incêndio

O plano de emergência é a base da organização da brigada de incêndio, pois

identifica as funções principais de uma equipe, determinando os deveres de cada

membro e as táticas de prevenção e combate a incêndio que aumentem a velocidade de

resposta à emergência e que organizem a estrutura de comando da equipe para uma

tomada de decisão eficiente.

Planejamento da brigada de incêndio

O plano de emergência contra incêndio é criado com base na planta da área

industrial (levando em conta as edificações administrativas e a área de produção), seu

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projeto, suas instalações, tamanho, complexidade das suas operações, sua população

fixa e flutuante e as demais informações coletadas que fundamentam uma completa

análise de riscos seguramente confiável sobre o seu local de implantação. Também

organiza a cadeia de comando durante a emergência, atribui funções para cada

profissional envolvido, determina a composição da brigada, a localização dos

equipamentos de combate a incêndio e a instalações dos sistemas fixos.

A NBR 14.276:2006 determina que o responsável pela brigada de incêndio da

planta é a pessoa encarregada em planejar e implantar a brigada de incêndio, bem

como cuidar do seu monitoramento e análise crítica de seu funcionamento. A instalação

da brigada em qualquer planta, a partir da alteração da Norma no final de 2006 é válida

a partir de 29 de Janeiro de 2007, ficará evidenciada através do atestado de brigada de

incêndio que o responsável indicado pela empresa deverá emitir.

Assim como o atestado, todos os documentos que comprovem o estabelecimento

de parâmetros mínimos de recursos humanos, materiais e administrativos definidos

pela Norma, relativos à composição, formação, implantação e reciclagem da brigada

deverão ficar arquivados na empresa por um prazo não inferior a cinco anos.

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

A estrutura, ou seja, o perfil e o dimensionamento da brigada também irá variar

de acordo com o tamanho e complexidade do terminal e de suas operações. A

organização da brigada irá ajudar a controlar o incidente, particularmente no estágio

inicial, onde o caos e o pânico irão exigir o máximo de atenção de toda a equipe,

devendo ainda, ser flexível o suficiente para lidar com mudanças bruscas, como por

exemplo, uma pessoa desaparecida que detém uma função essencial na equipe. Diante

de um incêndio desenvolvido, a brigada do terminal já estará atuando em conjunto com

outras organizações de combate a incêndio como o Corpo de Bombeiros local.

A formação da brigada de incêndio, de acordo com as funções individuais será

distribuída da seguinte forma:

• Brigadista - Membros da brigada que executam as atribuições de

prevenção e resposta a emergências. Os candidatos voluntariados ou

indicados pela empresa, preferencialmente deverão atender o maior

número dos seguintes critérios: permanecer na edificação durante o seu

turno de trabalho; possuir boa condição física e boa saúde; possuir bom

conhecimento das instalações; ter mais de 18 anos; ser alfabetizado.

• Líder - Responsável pela coordenação e execução das ações de

emergência em sua área de atuação. É escolhido dentre os brigadistas no

processo seletivo.

• Chefe da brigada - Responsável por uma edificação com mais de um

pavimento/compartimento. É escolhido entre os brigadistas aprovados no

processo seletivo.

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• Coordenador geral - Responsável Geral por todas as edificações que

compõem uma planta. É escolhido entre os brigadistas que tenham sido

aprovados no processo seletivo.

ORGANOGRAMA DA BRIGADA DE INCÊNDIO

O dimensionamento da Brigada deve levar em consideração a população fixa e o

percentual de cálculo definido na Tabela 1 da NBR 14.276:2006. O seu organograma

será variável de acordo com o número de empregados em cada setor/pavimento/

compartimento/turno conforme os exemplos dispostos no item 4.1.2.3 da Norma.

Abaixo demonstramos um exemplo para uma planta com duas edificações, com dois

pavimentos e três brigadistas por pavimento cada.

ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA DE INCÊNDIO

Dependendo do tamanho e organograma da Brigada, o coordenador geral, o

chefe ou o líder da brigada será autoridade máxima na empresa, no caso de ocorrência

de uma situação real ou simulado de emergência, devendo ser portanto, um gerente ou

possuir um cargo equivalente. É essencial que seja estabelecido claramente uma cadeia

de comando entre as pessoas responsáveis para lidar com a emergência. Os grupos de

apoio também devem ter suas responsabilidades definidas. Falhas na definição de linhas

de responsabilidades podem facilmente levar à confusão e à perda de tempo.

A qualificação de membros da brigada será realizada por intermédio de curso de

formação com carga horária e conteúdo programático fixado de acordo com os Anexos

A e B da Norma. As atribuições da brigada de incêndio definidas pela NBR 14.276:2006

são:

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a) Ações de Prevenção:

✓ Conhecer o plano de emergência contra Incêndio;

✓ Avaliar os riscos existentes;

✓ Inspecionar os equipamentos de combate a incêndio, primeiros-

socorros e outros existentes na edificação na planta;

✓ Inspecionar as rotas de fuga;

✓ Elaborar relatório de irregularidades encontradas;

✓ Encaminhar o relatório aos setores competentes;

✓ Orientar a população fixa e flutuante; e

✓ Participar dos exercícios simulados.

b) Ações de Emergência:

Aplicar os procedimentos básicos estabelecidos no plano de emergência contra

incêndio da planta até o esgotamento dos recursos destinados aos brigadistas. As

empresas deverão disponibilizar um ou mais pontos de encontro dos brigadistas, ou

seja, um local seguro e protegido contra os efeitos do sinistro, para efeitos de

distribuição das tarefas e responsabilidades no combate à emergência deflagrada. No

caso de abandono da planta, quem determina o seu início é o responsável máximo de

brigada de incêndio, no caso o coordenador geral ou chefe ou líder da brigada

(conforme for o caso do plano de emergência da empresa), priorizando os locais

sinistrados, os pavimentos superiores a estes, os setores próximos e os locais de maior

risco.

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PRIMEIROS SOCORROS

O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS?

É a ajuda imediata prestada por uma pessoa a um acidentado,

doente, ou vítima de mal súbito, com a finalidade de mantê-lo com vida, minimizar a

dor e evitar as complicações do quadro até a chegada do profissional especializado.

Conceitos preliminares

Deixar de prestar o socorro significa não dar nenhuma assistência à vítima. A

pessoa que chama por socorro especializado, por exemplo, já está prestando e

providenciando socorro. Qualquer pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro

à vítima podendo fazê-lo, estará cometendo o crime de omissão de socorro, mesmo que

não seja a causadora do evento.

A omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros socorros eficiente são

os principais motivos de mortes e danos irreversíveis nas vítimas.

Quando e como devemos prestar socorro?

Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria e o cenário

não ofereça risco. Ao solicitar apoio deve-se identificar-se, informar o local do acidente,

o número de vítimas, as condições das vítimas e o mecanismo da lesão.

Passos a serem seguidos

✓ Avaliar a cena;

✓ Chamar socorro especializado;

✓ Priorizar a vítima mais grave;

✓ Prestar o primeiro atendimento; e

✓ Monitorar a vítima o tempo todo.

São fontes rápidas de informação no local da cena:

✓ A cena por si só;

✓ Riscos ao socorrista e sua equipe;

✓ Vítima consciente ou inconsciente;

✓ Os mecanismos do trauma; e

✓ Curiosos ou testemunhas.

Procedimentos

✓ Remover as vítimas com ferimentos menores para um local seguro;

✓ Dar prioridade as vítimas inconscientes;

✓ Preservar evidências;

✓ Comunicar todas as informações relevantes; e

✓ Auxiliar a equipe do socorro especializado.

Todo atendimento inicia-se com avaliação do cenário,

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também chamada de dimensionamento da cena. Ao aproximar-se do local da

emergência, antes de iniciar o contato direto com a pessoa, o socorrista deverá verificar

os riscos existentes, as condições de segurança para si e para os demais envolvidos e

prevenir-se escolhendo adequadamente seus equipamentos de proteção individual

(EPI’s).

Em caso de múltiplas vítimas deverá ser feito uma triagem. Triagem é um termo

derivado do francês e significa escolher. No âmbito pré-hospitalar, a triagem é usada

em dois contextos diferentes:

1. Quando há disponibilidade de recursos suficientes para atender a todos os

doentes: Nessa situação, os doentes de emergência terão a prioridade.

2. Quando o número de doentes excede a capacidade imediata dos recursos

no local: Nessa situação o objetivo da triagem é assegurar a sobrevida do

maior número possível de vítimas. Nesses casos, a prioridade será as

vítimas que tem mais chance de sobrevida.

COMO O SOCORRISTA PODE ADQUIRIR INFECÇÕES

As Infecções são doenças causadas por organismos que penetram o corpo.

Mecanismo de Contaminação

A contaminação pode ocorrer das seguintes formas:

✓ Fluídos corporais - contato com o sangue ou outros fluidos

corporais; e

✓ Pelo ar.

Lesões pequenas, às vezes despercebidas nas mãos, face, partes expostas ou

mucosas, como nariz, olhos e pequenas lesões por vias aéreas, podem ser transmitidas

pela tosse, respiração ou espirros da vítima. As partículas podem ser inaladas ou entrar

em contato com as mucosas.

É impossível o socorrista saber se as vítimas são portadoras de doenças

contagiosas apenas com a inspeção visual. O sangue e certos fluidos corporais devem

ser encarados como infectantes em potencial. A esta conduta se dá o nome de

Precauções Universais. O SOCORRISTA deve sempre utilizar dispositivos de barreira

para entrar em contato com a vítima.

Exemplos de doenças que podem ser adquiridas pelo socorrista

✓ Sangue: AIDS, hepatite B e hepatite C.

✓ Respiração: tuberculose, meningite meningocócica, gripe, resfriado

comum e algumas viroses.

✓ Pele: herpes e escabiose, impetigo (infecção cutânea provocada por

bactérias) e pediculose (piolhos – provoca ferimento no couro

cabeludo).

✓ Mucosas: herpes e conjuntivite.

✓ Fezes: hepatite A e diarreia infecciosa.

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Métodos para proteção do socorrista

✓ Uso do material individual de proteção.

✓ Precauções durante o socorro.

✓ Precauções no manuseio de equipamentos e descarte de material

contaminado.

✓ Profilaxia com vacinações – é obrigatório que todo profissional de

pré-hospitalar seja vacinado contra hepatite B e tétano pelo risco de

exposição profissional a estas doenças.

✓ Contato com o coordenador médico após o acidente para executar a

rotina do serviço para acidentes ou exposições.

Prevenção de infecções transmitidas pelo sangue

• Hepatite - É uma infecção por vírus que causa inflamação no fígado. As

principais formas de hepatite são A, B e C:

✓ Hepatite A - é transmitida pelas fezes, geralmente é benigna, e pode

ser prevenida com o uso de luvas e lavagens das mãos. Existe

vacinação para prevenir a doença.

✓ Hepatite B - é transmitida principalmente por sangue contaminado

ou por via sexual. O sangue seco pode se manter contaminante por

até sete dias. A chance de um socorrista adquirir a doença após se

furar com agulha contaminada pelo vírus pode ser de 30%. A

prevenção é feita por Precauções Universais. Pode causar a cirrose

hepática e câncer de fígado. Não há cura.

✓ Hepatite C - é transmitida por sangue contaminado. A chance pós o

acidente pode chegar a 10%. A prevenção é feita com Precauções

Universais. Pode causar cirrose hepática. Não há cura ou vacinação.

• AIDS - É uma infecção viral que causa destruição do sistema imunológico

que nos protege das infecções. Até alguns anos era uma infecção

invariavelmente fatal, causando morte por infecções oportunistas, mas

atualmente tem características de doença crônicas que podem ser

controladas com o uso de medicações antivírus. O vírus é transmitido

através de sangue contaminado e pela via sexual. O risco para o socorrista

após o acidente com agulha contaminada em vítimas com HIV positivo é

de 0,03%.

Após exposição é necessário que o socorrista siga o protocolo estabelecido

por seu serviço, de acordo com a gravidade da exposição. É necessário que

todos os sistemas de pré-hospitalar possuam rotinas divulgadas entre seus

integrantes para procedimentos após acidentes. Sabe-se que a utilização

de drogas antirretrovirais reduz a chance de o socorrista adquirir a doença

após exposição em até 80%.

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CAUSAS DE OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS

As causas de obstrução podem ser variadas. Como alguns exemplos temos:

queda de língua, corpos estranhos, vômitos, secreção e/ou sangue. As causas mais

comuns de obstrução de vias aéreas no âmbito pré-hospitalar são: a queda de língua

sobre a parede posterior da faringe e corpos estranhos. Os indivíduos inconscientes têm

relaxamento de toda musculatura, inclusive daquela que sustenta a língua. O socorrista

pode atuar mesmo totalmente desprovido de equipamento, através de manobras

manuais. O simples posicionamento da cabeça e do pescoço desloca a língua da parede

posterior da faringe.

Manobra de Desobstrução de Vias Aéreas

• Vítimas conscientes

✓ Abraçar a vítima por trás com seus braços na altura do ponto entre

a cicatriz umbilical e a apêndice xifóide. A mão do socorrista em

contato com o abdome da vítima está com o punho fechado e o

polegar voltado para dentro. A outra mão do socorrista é colocada

sobre a primeira para fazer 5 compressões abdominais sucessivas,

direcionadas para cima,

✓ Em mulheres grávidas, obesos e lactentes as compressões são

efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca

externa.

As principais complicações desta técnica são: lesão de vísceras abdominais como

o fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com bronco aspiração.

• Vítimas inconscientes

✓ Caso esta seja a vítima que já estava sendo tratada com obstrução

de vias aéreas, o socorrista ajoelha-se ao lado da vítima;

✓ Posiciona as mãos uma sobre a outra diretamente sobre o externo, e

inicie a massagem cardíaca. A mesma manobra pode ser efetuada

em mulheres grávidas, lactentes e obesos;

✓ Varredura da cavidade oral;

✓ Remova se possível, o corpo estranho; e

✓ Repita a sequência até remover o corpo estranho ou um profissional

de saúde assumir o atendimento à vítima.

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Vítima inconsciente

Técnicas para desobstrução em bebê

Técnica de desobstrução de vias aéreas

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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição na

oxigenação e/ou na perfusão cerebral ou resultado de um trauma direto ao cérebro. A

alteração do nível de consciência implica em necessidade imediata de reavaliação da

ventilação, da oxigenação e da perfusão. Álcool e/ou outras drogas também podem

alterar o nível de consciência da vítima. No entanto, excluídas hipóxia e hipovolemia,

toda alteração do nível de consciência deve ser considerada como originária de um

trauma ao sistema nervoso central até que se prove ao contrário.

Abordagem da Vítima

Estabilização da coluna cervical e avaliação de nível de consciência

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)

A PCR é uma situação dramática, sendo o tempo uma variável importante.

Calcula-se que a cada um minuto que o indivíduo permaneça em PCR, a sua

probabilidade de sobrevida é reduzida em 10%.

A etiologia da PCR é variável de acordo com a idade. Neste capítulo,

apresentaremos o atendimento da PCR no adulto, criança e bebê. Salientamos que

existem diferenças para o atendimento nos três casos.

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A PCR consiste na ausência de batimentos cardíacos palpáveis e movimentos

respiratórios de um indivíduo.

A constatação da morte de uma vítima está associada com a presença de um

médico e pela realização de exames específicos.

A constatação imediata da PCR, assim como o reconhecimento da gravidade da

situação é de fundamental importância, pois permite iniciar prontamente as manobras

de reanimação, antes mesmo da chegada de outras pessoas e de equipamento

adequado. Evita-se dessa forma, uma maior deterioração do sistema nervoso central

(SNC) e de outros órgãos nobres.

Se uma pessoa permanecer de 4 a 6 minutos sem oxigênio, as células cerebrais

começam a morrer causando lesões reversíveis ou irreversíveis.

• A PCR pode ser causada por:

✓ Assistolia; e

✓ Arritmias (Fibrilação ventricular; Atividade elétrica sem pulso;

Taquicardia ventricular sem pulso).

• Sinais de PCR (Parada Cardiorrespiratória)

✓ Inconsciência;

✓ Ausência de sinais vitais;

✓ Midríase (pupilas dilatadas com o mesmo diâmetro); e

✓ Pele fria, pálida, úmida, pegajosa e cianótica.

Assim que for identificada a P.C.R., deverá iniciar o R.C.P.

OBS: A identificação da PCR por leigos é recomendada que seja identificada pela

inconsciência e ausência de respiração. Orienta-se que leigo não perca tempo tentando

encontrar o pulso.

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REANIMAÇÃO CÁRDIO PULMONAR

• RCP (Reanimação Cardiopulmonar)

✓ C - Circulação.

✓ A - Abertura das vias aéreas.

✓ B - Boa ventilação.

• Objetivo da RCP

✓ Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento

definitivo;

✓ Retardar ao máximo a lesão cerebral;

✓ Prolongar a duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se

transforme em assistolia e que a desfibrilação tenha sucesso; e

✓ Reverter a parada cardíaca em alguns casos de PCR por causas

respiratórias.

“C” (Circulation) – Circulação

✓ Frequência de 100 a 120/min;

✓ Aprofundar no mínimo 5 cm e máximo 6 cm do tórax; e

✓ Permitir o retorno do tórax.

Reanimação

Massagem Cardíaca

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• Interrupção da RCP

✓ Após ordem médica;

✓ Por cansaço extremo do socorrista que impossibilite o

prosseguimento das manobras;

✓ Quando houver retorno da respiração e da circulação;

“A” (AIRWAY) – Abertura das vias aéreas superiores

Primeiro abra a boca da vítima e

visualize se há algum corpo estranho

obstruindo a passagem de ar. Se

houver faça uma varredura digital pelo

canto das bochechas. Cheque a

respiração espontânea. As duas

técnicas básicas para desobstruir as

vias aéreas superiores são: a manobra

de inclinação da cabeça – elevação do

queixo e a canula de guedel.

Nas situações clínicas, iremos

posicionar a palma de uma das mãos na testa, a outra no queixo e realizar uma leve

hiperextensão do pescoço a fim de desobstruir as vias aéreas.

Nas situações traumáticas, a fim de evitar danos na coluna cervical, as vias

aéreas deverão ser abertas através de manobra da mandíbula modificada em que o

socorrista deverá agarrar a mandíbula com as pontas dos dedos, elevando-a para frente

ou a canula de guedel.

Elevação do Queixo

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“B” – Boa ventilação

Após as 30 compressões deverão ser realizadas 2 ventilações, devendo ter a

duração de 1 segundo cada uma.

É importante manter a inclinação adequada da cabeça da vítima para permitir a

exalação do ar inspirado.

• Ventilação boca – máscara

• Respirador manual (Ambú)

✓ Selecionar a máscara de tamanho adequado para ajustar-se à face

da vítima.

✓ Certificar-se de que a via aérea da vítima está prévia e estabilizada

pelas manobras descritas.

✓ A primeira pessoa coloca a máscara na face da vítima, assegurando

uma vedação adequada com as duas mãos.

✓ A segunda pessoa ventila a vítima apertando o balão com as duas

mãos. e

✓ A eficiência da ventilação é avaliada observando o movimento

torácico da vítima.

Técnica de boa respiração

Máscara

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Importante: Tenham em mente as seguintes observações:

✓ O ar da primeira ventilação entrou?

✓ O tórax se elevou?

✓ Você ouviu o som do ar escapando durante a exalação passiva?

RCP em bebês

Em bebês com menos de 1 ano de idade, as causas mais comuns de parada

cardiorrespiratória são: síndrome da morte súbita em lactentes, doenças respiratórias,

OVACE (Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho), afogamento e doenças

neurológicas. A ressuscitação nestes casos é extremamente difícil e resultam muitas

vezes em complicações neurológicas.

Abertura de vias aéreas

O procedimento é praticamente idêntico ao do adulto com a diferença de que em bebês

é indicada a colocação de uma pequena toalha sobre os ombros da criança para manter

as vias aéreas abertas devido a relação da cabeça da criança com o tórax.

Ventilação

A ventilação recomendada para bebes sem o uso de

equipamentos é a boca-boca e nariz, devido às diferenças

anatômicas entre adulto e o bebê. Assim como para crianças a

ventilação fornecida para bebês é menor do que a para

adultos, ao ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o

tórax do bebê.

Compressão Torácica

Principais diferenças na aplicação de compressões torácicas

em relação à criança:

✓ Apalpe o pulso braquial em bebês, se estiver ausente

inicie o RCP;

✓ Se estiver sozinho o socorrista pode executar o RCP

sentado com o bebê em seu braço, apoiado em uma

Ambú

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das pernas, porém a superfície rígida é mais apropriada;

✓ A aplicação da compressão é realizada logo abaixo da linha mamilar;

➢ Comprima o tórax com dois dedos sobre o esterno, ou se possível, com os dois

polegares, abraçando o peito da vítima com as mãos.

RCP em Crianças

O RCP em crianças é quase o mesmo procedimento feito em adultos, só não é igual

devido às diferenças anatômicas e fisiológicas.

Abertura de Vias Aéreas

O procedimento é o mesmo realizado para adultos.

Ventilação

Após a abertura das vias aéreas aplique 2 ventilações efetivas na criança. Devido ao

tamanho da caixa torácica da criança ser menor do que a do adulto, menos ar é

necessário na respiração. Ao ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o tórax da

criança. Se houver pulso aplique de 12 a 20 ventilações por minuto, pois a criança

normalmente possui uma frequência respiratória mais elevada que o adulto.

Compressão Torácica

Para a compressão torácica em crianças siga os seguintes passos:

✓ Apalpe o pulso carotídeo em no máximo 10 segundos, se não estiver presente

prepare-se para iniciar as compressões.

✓ Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície

rígida;

✓ Ajoelhe-se ao lado do peito da vítima;

✓ Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos com o braço reto sobre o

centro do peito na altura da linha mamilar, se achar necessário é possível colocar

as duas mãos;

✓ Se estiver sozinho, comprima 30 vezes o peito para cada 02 ventilações;

✓ Em 2 socorristas, comprima 15 vezes para cada

2 ventilações;

✓ A taxa de compressão deve ser de 100

compressões por minuto;

✓ Comprima rápido, comprima forte e permita o

retorno completo do tórax;

✓ Execute a compressão com uma profundidade

de ½ a ⅓ do tamanho do tórax;

✓ Tempo de compressão e descompressão devem

ser iguais;

✓ Após 2 minutos ou 5 ciclos de RCP reavalie a

vítima, não demore mais do que dez segundos

nesta avaliação.

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DESFIBRILAÇÃO EXTERNA PRECOCE (DEA/AED)

O conceito de desfibrilação precoce, como

único tratamento disponível para a Fibrilação

Ventricular, fomentou a criação de Desfibriladores

Externos Automáticos (DEAs) para levar o recurso ao

ambiente extra-hospitalar onde a PCR é mais

frequente.

O Desfibrilador Externo Semiautomático (DESA

ou DEA) deve ser usado nos casos de PCR sempre

que este estiver disponível, a ênfase na desfibrilação

precoce integrada com RCP de alta qualidade é a chave para melhorar a sobrevivência à

PCR súbita.

A aplicação de um choque elétrico sobre o tórax do paciente utilizando-se um

desfibrilador é o tratamento definitivo da PCR decorrente da desorganização total na

condução dos estímulos elétricos gerados no coração.

Estes estímulos, em condições normais, são gerados de maneira ritmada e

regular, garantindo o bom funcionamento do órgão e, consequentemente, a distribuição

do sangue por todo o organismo.

A PCR pode ser dividida em ritmos chocáveis (em que o uso do DEA é

recomendado) e ritmos não chocáveis.

Os ritmos que são chocáveis, incluem a fibrilação ventricular e a taquicardia

ventricular sem pulso, pois, nesses há uma probabilidade maior de reverter a PCR com

o uso do DEA.

Os ritmos que não são chocáveis, incluem a assistolia e a atividade elétrica sem

pulso, pois a probabilidade de se reverter a PCR com o uso do DEA é muito baixa.

Nesses casos a aplicação dos procedimentos de RCP poderão ocasionar melhor

resultado.

Os DEAs estão se tornando cada vez mais presentes, inclusive por força de

legislação, tanto no exterior como no Brasil. Sua eficácia é comprovada, quando

manuseados por pessoas treinadas, mesmo que leigas.

➢ Observação sobre DEA

O DEA deve ser instalado logo que estiver disponível pra uso. O socorrista

deve aproveitar o intervalo das compressões para a ventilação, para instalá-lo

conforme as orientações ouvidas quando o aparelho é ligado.

Após o primeiro choque, o Socorrista deverá

seguir rigorosamente as instruções do DEA,

realizando os 05 ciclos de RCP imediatamente

após cada choque. Ao término destes dois

minutos, ele entrará no modo de análise do ritmo

cardíaco outra vez e sinalizará em voz se há a

necessidade de novo choque. Isso ocorrerá caso o

1º choque não seja eficaz para reverter a PCR da

vítima.

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ESTADO DE CHOQUE

Grave diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação, de

maneira que se torna insuficiente para continuar irrigando os

tecidos e órgãos vitais do corpo. Pode levar a vítima à morte se

não revertido.

O estado de choque pode ser classificado de acordo com sua

causa em três grupos principais: hipovolêmico, cardiogênico e

distributivo.

✓ Hipovolêmico: hemorragias internas e externas, perda de plasma

em queimaduras graves ou por situações clínicas acompanhadas por

desidratação intensa (por exemplo, diarreia e vômito).

✓ Cardiogênico: é causado principalmente pelo infarto agudo do

miocárdio com destruição do músculo cardíaco.

✓ Distributivo: é causado pela dilatação dos vasos sanguíneos.

Existem vários tipos de choque distributivo. Subdivide-se em:

- Choque neurogênico: desenvolve-se quando o controle autonômico

dos vasos sanguíneos falha. Normalmente o sistema nervoso

controla a contração e dilatação dos vasos sanguíneos, regulando a

pressão arterial.

- Choque séptico: ocorre em infecções graves devidas à liberação de

toxinas pelos agentes causadores de infecção, com efeito, vaso

dilatador.

- Choque anafilático: resulta de reação alérgica grave, que produz liberação de

substâncias vasodilatadoras como a histamina. Várias substâncias podem ser

responsáveis por reações anafiláticas: venosos de insetos, medicamentos, alimentos e

pólens.

Sinais e sintomas

✓ Pele fria e pegajosa, com suor abundante;

✓ Respiração rápida, fraca e irregular;

✓ Pulso rápido e fraco;

✓ Diminuição da circulação e oxigenação nas extremidades, a pele

apresenta-se azulada nas mãos, pés e lábios;

✓ Sensação de frio;

✓ Agitação ou inconsciência; e

✓ Sede.

Atendimento em primeiros socorros

✓ Observar se não há objetos ou secreções na boca da vítima, de

maneira que ela possa se asfixiar com ele. Ex. bala, chiclete,

prótese, etc.

✓ Identificar a causa do estado de choque (hemorragia interna,

externa, queimadura, etc) e tentar eliminá-la por ex: estancar

hemorragias.

✓ Afrouxar as roupas, cintos.

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✓ Aquecer a vítima com um cobertor ou roupas, mantendo uma

temperatura adequada, evite abafá-la

✓ Conversar com a vítima, se consciente.

✓ Não dar líquidos para ela beber, pois vai interferir caso necessite de

uma cirurgia e também ela poderá se “afogar”, já que está com os

reflexos diminuídos.

✓ Avaliá-la e monitorá-la até a chegada do socorro especializado.

OBS: Se a vítima estiver vomitando sangue em jato, tem o risco de engolir este

sangue e ele pode ir para os pulmões.

Proceda da seguinte maneira:

✓ Não tendo suspeita de lesão da coluna cervical e a vítima podendo

mover o corpo da vítima para o lado, mantenha-o lateralizado.

Na suspeita de lesão da coluna cervical, estabilize a coluna cervical, imobilize-a

totalmente e vire-a (em monobloco) para o lado.

HEMORRAGIA

É definida como a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso

sanguíneo.

As hemorragias podem ser classificadas de acordo com o tipo de vaso sanguíneo:

✓ Arterial: Sangramento em jato (pulsátil) acompanhando a contração

cardíaca. O sangue é de coloração vermelho-vivo.

✓ Venoso: Sangramento contínuo, geralmente de coloração escura.

✓ Capilar: Sangramento contínuo de fluxo lento.

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A hemorragia pode ser externa ou interna:

✓ Externa: Sangramento de estruturas

superficiais com exteriorização do

sangramento. Podem ser controladas

utilizando técnicas básicas de

primeiros socorros. Nas hemorragias

externas o sangramento é visível, o

que facilita as medidas de primeiros

socorros para controle;

✓ Interna: Sangramento de estruturas profundas pode ser oculto ou

exteriorizar-se por algum orifício. A vítima deve ser imediatamente

levada para o hospital. O sangue não é visível e mesmo quando se

exterioriza precisamos avaliar a origem.

Os locais mais frequentes de hemorragias internas são o tórax e

abdome. Observar presença de lesões perfurantes,

equimoses/hematomas ou contusões na pele. Os órgãos abdominais

que produzem sangramento grave são: O fígado, localizado no

quadrante superior direito, e o baço, no quadrante superior

esquerdo. Algumas fraturas, especialmente as de fêmur e as dos

ossos da bacia provocam grandes sangramentos. A distensão

abdominal e dor à palpação após um trauma podem ser sintomas de

hemorragia interna abdominal.

Sinais e sintomas

Varia com a quantidade perdida de sangue, velocidade do sangramento, estado

prévio de saúde e idade da vítima.

Perda de até 15% do volume sanguíneo (750 ml em adultos), geralmente não

causam alterações. São totalmente compensadas pelo corpo.

Perdas maiores que 15% e menores que 30% (750 a 1500 ml) geralmente

causam estado de choque compensado (sem hipotensão arterial). Outros sintomas são:

ansiedade, sede, taquicardia, pulso periférico radial fraco, pele fria, pegajosa, palidez,

enchimento capilar lentificado, frequência respiratória acelerada.

Perdas acima de 30% levam ao choque descompassado com hipotensão. Os

sinais e sintomas são: agitação psicomotora, confusão mental, inconsciência, sede

intensa, pele pálida, fria, pulso radial ausente, taquipnéia importante, enchimento

capilar lento.

A perda de mais de 50% do volume sanguíneo

causa morte.

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FRATURAS

Fratura é o rompimento da estrutura óssea devido à fortes traumas (pancadas ou

quedas).

Tipos de fratura

✓ Fechada – Quando não há rompimento de tecido.

✓ Aberta - Ocorre quando rompe o tecido e na maioria das vezes há

reposição óssea.

• Primeiros Socorros:

✓ Imobilizar do jeito que está;

✓ Deixar a extremidade à mostra; e

✓ Imobilizar as articulações anteriores e posteriores.

• Luxação - A luxação ocorre quando as superfícies articulares entre os

ossos se afastam. Depois de serem repostas no lugar, por um profissional

competente, normalmente imobilizar-se a região afetada. Alguns dias

depois a articulação já voltou ao estado normal, permitindo novamente a

mobilidade.

• Entorse - Lesões aos ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou grave,

causando ruptura completa do ligamento. As formas graves produzem

perda da estabilidade da articulação.

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Ações:

✓ Imobilizar do jeito que estiver;

✓ Colocar compressa fria; e

✓ Não colocar o membro no lugar.

• Distensão - Lesões aos músculos ou seus tendões,

geralmente são causadas por hiperextensão ou por

contrações violentas. Em casos graves pode haver

ruptura do tendão.

TIPOS DE LESÕES

• Evisceração - Lesão em que ocorre extrusão de vísceras. Nas lesões com

evisceração, a conduta deve ser a seguinte:

✓ Não tentar reintroduzir os órgãos eviscerados;

✓ Cobrir vísceras com curativo estéril umedecido em soro fisiológico;

✓ Não usar compressas aderentes; e

✓ Envolver o curativo com uma bandagem.

• Esmagamento - É uma lesão muito comum em acidentes automobilístico,

desabamentos e acidentes industriais. Pode resultar em ferimentos abertos

e fechados.

A conduta de primeiros socorros é realizar o ABCDE da vida, fornecer

oxigênio e controlar a hemorragia.

• Lacerações - São lesões teciduais de bordos irregulares, produzidas por

objetos rombos através de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O

socorrista deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação

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de curativo com bandagens. Imobilizar extremidades com ferimentos

profundos.

• Amputações traumáticas - As amputações são definidas como lesões em

que há separação de um membro ou de uma estrutura protuberante do

corpo. Podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamento ou

por forças de tração, estão frequentemente relacionadas a acidentes

industriais e automobilísticos.

Seu tratamento deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar

a morte por hemorragia e pela possibilidade de reimplante do membro

amputado.

O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O

membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém, a

maior prioridade é a preservação da vida.

Há três tipos de amputação:

✓ Amputação completa ou total: o segmento é totalmente separado do

corpo;

✓ Amputação parcial: o sangramento tem 50% de área de solução de

continuidade com o corpo;

✓ Desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados

sem lesão do tecido subjacente.

Conduta:

✓ Sempre iniciar com ABCDE, da vida;

✓ Controlar a hemorragia; e

✓ Tratar o estado de choque, caso este esteja presente, em caso de

grandes hemorragias.

Cuidados com o segmento amputado:

✓ Limpe com soro fisiológico e/ou água corrente sem imersão em

líquido;

✓ Envolva o membro amputado com uma gaze limpa e estéril ou saco

plástico limpo;

✓ Cubra o coto com uma compressa ou pano limpo;

✓ Proteger o membro amputado com saco plástico;

✓ Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo e água ou

água gelada (Jamais colocar o membro amputado em contato direto

com gelo).

• Perfurante - Ferimentos perfurantes e transfixantes são lesões causadas

por perfurações da pele e dos tecidos subjacentes por um objeto. O orifício de

entrada pode não corresponder à profundidade da lesão. Quando um corpo

estranho atravessa o membro, dizemos que há uma ferida transfixante.

O socorrista deverá realizar a limpeza da ferida, imobilizar o corpo estranho e

protegê-lo.

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As lesões penetrantes de tórax devem ser concluídas o mais rápido possível

com um curativo de três pontas, para evitar a aspiração de ar para o espaço

pleural com a formação de pneumotórax aberto e hipertensivo.

O sangramento de uma úlcera gástrica ou duodenal pode fazer com que o

sangue passe para os intestinos, em vez de ser levado para cima

(Hematêmese). Outra doença do estômago e do intestino delgado também

pode resultar num sangramento e na melena. A melena é um indício de uma

doença séria, e precisa do parecer imediato de um médico.

Primeiros socorros

✓ Realize avaliação da vítima (o ABCDE da vida);

✓ Faça compressão direta da lesão;

✓ Eleve as extremidades (braços ou pernas) que estão sangrando

acima do nível do coração;

✓ Manter as compressas que se encharcarem com sangue. Se

necessário, colocar novas compressas secas. O objetivo é não retirar

o coágulo formado;

✓ Fixar a compressa sobre o ferimento com bandagem ou, caso não

disponha de bandagem, manter a compressão abdominal; e

✓ Realizar compressão indireta: comprimir o ponto arterial mais

próximo do local. Os principais pontos de pressão são: temporal,

braquial, femoral, radial e pedioso.

QUEIMADURAS

São lesões na pele, provocadas geralmente pelo calor ou frio, mas que também

podem ser provocadas por diversos outros agentes. As queimaduras têm o potencial de

desfigurar, causar incapacitação temporária ou permanente ou mesmo a morte.

A pele é o maior órgão do corpo. Ela se compõe de 3 (três) camadas. A mais

externa se chama epiderme. Ela serve como barreira entre o ambiente e o nosso corpo.

Camadas da pele

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Abaixo da fina camada de epiderme, há uma camada grossa de tecido conectivo

colágeno, a derme. Nesta camada há importantes nervos sensoriais.

A pele tem muitas funções:

✓ Atuar como barreira mecânica de proteção para manter os líquidos

no interior e prevenir que bactérias e outros micro-organismos

penetrem no corpo.

✓ A pele também é um órgão sensorial vital que envia ao cérebro

dados gerais e específicos acerca do meio ambiente e desempenha

um papel muito importante na regulação da temperatura corporal.

Origem das queimaduras

As queimaduras podem ter origens térmicas, elétricas, químicas ou radioativas.

✓ Térmicas - Causadas pela condução de calor através de líquidos,

sólidos, gases quentes e do calor de chamas.

✓ Radiação - Resulta da exposição solar ou da fonte nuclear.

✓ Elétricas - Produzidas pelo contato com a eletricidade de alta ou

baixa voltagem. Na realidade o dano é ocasionado pela produção de

calor que ocorre à medida que a corrente elétrica atravessa o tecido.

São difíceis de avaliar, e mesmo as lesões que parecem superficiais

podem ter danos profundos aos músculos, nervos e vasos. A

eletricidade, principalmente a corrente alternada, pode causar PCR e

lesão do tecido nervoso.

✓ Químicas - Provocadas pelo contato de substâncias corrosivas,

líquidas ou sólidas, com pele.

Gravidade da queimadura

Depende da causa, profundidade, percentual de superfície corporal queimada,

localização, associação com outras lesões, comprometimento de vias aéreas e estado

prévio da vítima.

Grau de acordo com a profundidade:

✓ 1º Grau (espessura superficial) - Lesão das camadas superficiais da

pele, atingindo apenas a epiderme. Apresenta eritema

(vermelhidão), dor local suportável e inchaço.

✓ 2º Grau (espessura parcial) - Lesão das camadas mais profundas da

pele, atingindo a epiderme e a derme. Apresenta eritema

(vermelhidão), formação de flictenas (bolhas), inchaço (edema), dor

e ardência locais, de intensidades variadas.

✓ 3º Grau (espessura total) - Lesão de todas as camadas da pele,

comprometendo os tecidos mais profundos, podendo ainda alcançar

o tecido subcutâneo. Estas queimaduras se apresentam secas,

esbranquiçadas com aspecto semelhante a coro. Com pouca ou

nenhuma dor local. Não ocorrem bolhas.

✓ 4º grau - Acometem todas as camadas da pele, mas também o

tecido adiposo, músculo, ossos, ou órgãos internos.

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• Cuidado da vítima - O resfriamento, a água corrente ou soro fisiológico

deverá ser realizado imediatamente. Ao resfriar por período prolongado,

estaremos provando hipotermia e consequentemente a um estado de

choque.

Use lençóis ou cobertores secos para manter a vítima protegido evitando a

hipotermia. A vítima deve ser coberta mesmo que o ambiente não esteja

frio, por que a pele lesionada perde a capacidade de regular a temperatura

corporal. As vítimas nunca devem ser transportadas com lençóis úmidos,

toalhas, nem roupas úmidas e o gelo está completamente contraindicado.

O gelo irá piorar a lesão devido à má oxigenação gerada pelo vaso

constrição.

Na sua avaliação da vítima queimada, observe e registre o tipo de

mecanismo da queimadura e as circunstâncias particulares tais como:

explosões, choque elétrico, exposição a produtos químicos, etc.

Realize uma avaliação secundária nas vítimas estáveis. Esta avaliação deve

incluir especificamente uma valorização da queimadura com estimação da

profundidade com base na aparência e um cálculo aproximado do tamanho

da queimadura. Estes dados são importantes para determinar o nível de

atenção médica que poderia ser apropriado para a vítima de queimadura.

Regra dos nove

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• Queimaduras químicas - Existem numerosas substâncias capazes de

causar lesões químicas.

Algumas substâncias podem ser voláteis e causar lesão por inalação ou

mesmo envenenamento. O básico que o socorrista deve saber é o

seguinte:

✓ Tentativas de neutralização química da substância podem gerar

reações com produção de calor e piorar a lesão.

✓ O socorrista pode se contaminar e se transformar em uma vítima.

Conduta:

✓ Use luvas, óculos de proteção e vestes próprias em alguns casos.

✓ Remova as vestes contaminadas da vítima.

✓ Escove resíduos sólidos da pele da vítima antes da irrigação.

✓ Irrigue com água por 15 minutos os produtos químicos, a não ser

que a condição seja crítica e se necessite transportar a vítima mais

precocemente.

OBS.: Consultar a FISPQ e MSDS.

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

Síncope

O desmaio é cientificamente chamado de

síncope e pode ser descrito como uma abrupta

perda da consciência, associada à perda do tônus

postural (perda da capacidade de permanecer

em pé), seguida de uma rápida e completa

recuperação, ou seja, a pessoa perde a

consciência e cai, acordando logo a seguir sem

sequelas. A síncope não é uma doença, é um

sintoma de alguma doença.

Existem várias causas para o desmaio. Em

muitos casos, a origem é apenas um excesso de emoção, calor intenso, nervosismo,

etc, porém algumas doenças também podem se manifestar através de desmaios

frequentes.

Quando a síncope é um evento isolado na vida da pessoa, em geral, as causas

são benignas. Porém, se o paciente apresenta quadros repetidos de síncope ao longo de

vários dias ou semanas, o mais provável é que haja alguma doença por trás,

habitualmente de origem neurológica ou cardíaca.

Se a pessoa tem quadros de tonturas, sensação de que vai cair por perda da

força, mas em momento algum perde a consciência, isso é chamado de pré-síncope.

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• Convulsão - A convulsão é um distúrbio elétrico (arritmia) nas células

nervosas em uma seção no cérebro, fazendo com que elas emitam

descargas elétricas anormais, recorrente ou descontroladas. A convulsão

epiléptica característica é uma manifestação destas descargas neuronal

excessiva.

Causas de convulsão:

✓ Traumatismo crânio- encefálico.

✓ Toxicidade (monóxido de carbono e intoxicação por chumbo).

✓ Febre.

✓ Intoxicação por drogas ou álcool.

✓ Tumores cerebrais e abscessos.

✓ Epilepsia.

As convulsões podem variar desde um simples episódio de estremecimento

até movimentos convulsivos prolongados, com perda da consciência.

• Sinais de convulsão - Pode haver intensa rigidez de todo o corpo,

seguida por alternâncias em surtos de relaxamento e contração

musculares. As contrações simultâneas do diafragma e dos músculos

torácicos podem produzir um choro epiléptico característico. A língua é

frequentemente mastigada, e a vítima exibe incontinência urinária e fecal.

Depois os movimentos convulsivos começam a diminuir.

Siga estas orientações gerais:

✓ Examine a respiração da vítima;

✓ Posicione a vítima lateralmente para evitar que se engasgue com o

vômito espontâneo;

✓ Leve-a imediatamente ao hospital; e

✓ Afaste os objetos ao redor.

Hipertensão arterial

Hipertensão, usualmente chamada de

pressão alta, quando a pressão arterial sistólica

encontra-se, sistematicamente, igual ou superior

a 140mmHg e a pressão arterial diastólica igual

ou superior a 90mmHg. A pressão se eleva por

vários motivos, mas principalmente devido a

contração dos vasos sanguíneos. O coração e os

vasos podem ser comparados a uma torneira

aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a

ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. O mesmo ocorre quando o coração

bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados a pressão sobe.

Hipertensão arterial é uma das doenças mais comuns no mundo, acometendo

cerca de um terço da população adulta do planeta. Nas últimas décadas o número de

hipertensos tem aumentado progressivamente devido a fatores como maior expectativa

de vida, maior incidência de obesidade, sedentarismo e maus hábitos alimentares.

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São sinais e sintomas:

✓ Dor de cabeça;

✓ Cansaço;

✓ Dor no pescoço;

✓ Dor nos olhos;

✓ Sensação de peso nas pernas;

✓ Palpitações.

Achar que é possível estimar se a pressão arterial está alta ou normal baseado na

presença ou na ausência de sintomas é um erro muito comum.

Vários fatores podem alterar a pressão arterial, entre eles, estresse, esforço

físico, uso de bebidas alcoólicas, cigarro, etc. A maioria das pessoas só procura aferir a

pressão após eventos de estresse emocional ou dor de cabeça, situações que por si só

podem aumentar os níveis tensionais.

A pressão alta atinge várias estruturas do organismo, como os vasos sanguíneos,

coração, rins e cérebro. Nossos vasos sanguíneos são recobertos internamente por uma

camada muito fina e delicada, que é ferida quando o sangue está circulando com

pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados podendo, com

o passar dos anos, entupir ou romper. Quando um vaso encontra-se ocluído, pode

ocorrer a morte de células cardíacas, causando um infarto. No cérebro, o entupimento

ou rompimento de um vaso, leva ao "derrame cerebral" ou AVC. Nos rins podem ocorrer

alterações na filtração até a paralisação dos órgãos.

A hipertensão está associada a diversas doenças graves como:

✓ Insuficiência cardíaca;

✓ Infarto Agudo do Miocárdio;

✓ Arritmias cardíacas;

✓ Morte súbita;

✓ Aneurismas;

✓ Perda da visão (retinopatia hipertensiva);

✓ Insuficiência renal crônica;

✓ Demência por micro infartos cerebrais; e

✓ Arteriosclerose.

A hipertensão arterial raramente tem cura e o objetivo do tratamento é fazer o

controle da pressão arterial, evitando assim, consequências mais graves.

Uma vez feito o diagnóstico, todos os indivíduos devem se submeter a mudanças

de estilo de vida antes de se iniciar terapia com medicamentos.

As principais são:

✓ Redução de peso;

✓ Exercícios físicos;

✓ Não fazer uso de tabaco;

✓ Reduzir o consumo de álcool;

✓ Reduzir consumo de sal;

✓ Reduzir consumo de gordura saturada;

✓ Aumentar consumo de frutas e vegetais.

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A redução da pressão com essas mudanças costuma ser pequena e dificilmente

uma pessoa com níveis pressóricos muito altos (maior que 160/100 mmHg) atinge o

controle sem a ajuda dos remédios. Todavia, nas hipertensões leves, há casos em que

apenas com controle do peso, dieta apropriada e prática regular de exercícios físicos

consegue-se o controle da pressão arterial. A grande dificuldade é que a maioria dos

paciente não aceita mudança nos hábitos de vida e acabam tendo que tomar

medicamentos para fazer o controle da pressão.

Diabetes

É uma doença crônica (dura a vida

toda) marcada pelos altos níveis de glicose no

sangue devido à falta ou a baixa produção de

insulina.

A insulina é um hormônio produzido

pelo pâncreas que é necessário para as células

poderem usar o açúcar do sangue, realizando

o controle do açúcar (glicose). O diabetes

também pode ser ocasionado por carência de

insulina, pela resistência a esse hormônio ou pelas duas razões.

Para compreender o diabetes, é importante primeiro entender o processo normal

pelo qual a comida é quebrada e usada pelo corpo como energia.

Diversos processos acontecem quando o alimento é digerido:

✓ Um açúcar chamado glicose entra na circulação sanguínea. A glicose

é uma fonte de combustível para o corpo;

✓ Um órgão chamado pâncreas produz a insulina. O papel da insulina

é levar a glicose da corrente sanguínea até as células dos músculos,

de gordura e do fígado, onde esse açúcar é usado como

combustível.

Existem dois tipos básicos de diabetes:

✓ Diabetes tipo 1: que também é conhecido como diabetes

insulinodependente, costuma ser diagnosticado na infância. Neste tipo

de diabetes a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas

células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Os portadores

de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para

manterem a glicose no sangue em valores normais. Há risco de morte se

as doses de insulina não forem dadas diariamente. A causa exata é

desconhecida. A genética, os vírus e os problemas autoimunológicos

podem ter uma participação.

✓ Diabetes tipo 2: que também conhecido como diabetes não

insulinodependente ou diabetes do adulto, corresponde a 90% dos casos

de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40

anos de idade embora atualmente observe-se com maior frequência em

jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress

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da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de

insulina na corrente sanguínea, porém sua ação é dificultada pela

obesidade, o que é conhecido como resistência insulínica, o pâncreas

também pode estar produzindo insulina em quantidade insuficiente para

manter os níveis normais de açúcar no sangue. Por ser pouco

sintomática o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos

sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas

complicações no coração e no cérebro.

Fatores de risco:

✓ Familiares diretos portadores de diabetes;

✓ Idade maior que 45 anos;

✓ Obesidade;

✓ Hipertensão;

✓ Colesterol elevado; e

✓ Mulheres com antecedentes de filhos nascido com mais de 4,0kg.

Sintomas:

Aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua

condição, uma vez que a doença é pouco sintomática. O diagnóstico precoce do

diabetes é importante, pois o tratamento evita suas complicações. Quando presentes os

sintomas mais comuns são:

✓ Aumento da micção, inclusive acordar várias vezes durante a noite

para urinar;

✓ Aumento excessivo da sede;

✓ Aumento do apetite;

✓ Perda de peso – em pessoas obesas a perda de peso ocorre mesmo

estando comendo de maneira excessiva;

✓ Cansaço;

✓ Vista embaçada ou turva; e

✓ Infecções frequentes, sendo as mais comuns, as infecções de pele.

No diabetes tipo 2 estes sintomas quando presentes se instalam de maneira

gradativa e muitas vezes podem não ser percebidos. Ao contrário, no diabetes tipo 1 os

sintomas se instalam rapidamente, especialmente, a micção e sede excessiva e o

emagrecimento.

Um exame de urina pode ser feito para identificar glicose e cetonas resultantes

da quebra de gordura. Entretanto, somente um exame de urina não diagnostica o

diabetes.

Teste oral de tolerância à glicose – o diabetes é diagnosticado quando o nível de

glicose é maior que 200 mg/dL após 2 horas. (Este teste é mais usado para diabetes

tipo 2.)

Os objetivos imediatos são tratar a cetoacidose diabética e os altos níveis de

glicose sanguínea. Como o diabetes tipo 1 começa subitamente e tem sintomas graves,

as pessoas que acabaram de ser diagnosticadas podem precisar ir ao hospital.

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Os objetivos do tratamento em longo prazo são:

✓ Prolongar a vida;

✓ Reduzir os sintomas; e

✓ Impedir as complicações relacionadas com as doenças, tais como

cegueira, doença cardíaca, insuficiência hepática e amputação de

membros.

Essas metas são obtidas por meio de:

✓ Controle da pressão arterial e do colesterol;

✓ Autotestes cuidadosos dos níveis de glicemia;

✓ Medidas educativas;

✓ Prática de exercícios físicos regularmente;

✓ Cuidados com os pés;

✓ Planejamento das refeições e controle do peso; e

✓ Uso de medicamentos ou de insulina.

Não há cura para o diabetes. O

tratamento consiste em remédios, dieta e

prática de exercícios físicos para controlar

a glicemia e impedir os sintomas.

Infarto

O infarto do miocárdio é um

processo de necrose tecidual de parte do

músculo cardíaco por falta de aporte

adequado de nutrientes e oxigênio.

Ocorre pela redução do fluxo sanguíneo coronariano de magnitude e duração suficiente

para não ser compensado pelas reservas do organismo. A causa habitual da morte das

células do músculo cardíaco é o fechamento total ou parcial de uma artéria coronariana,

esta pode ter ocorrido pela formação de um coágulo sobre uma área previamente

comprometida.

Com a supressão total ou parcial da oferta de sangue ao músculo cardíaco, ele

sofre uma lesão irreversível, parando de funcionar corretamente, o que pode levar à

morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com consequências que podem

levar o indivíduo a severas limitações da atividade física.

O infarto do miocárdio pode também acontecer em pessoas que têm as artérias

coronárias normais. Isso acontece quando as coronárias apresentam um espasmo,

contraindo-se violentamente e também produzindo um déficit parcial ou total de

oferecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído. Esse tipo de

espasmo também pode acontecer em vasos já comprometidos pela aterosclerose.

Fatores de risco:

✓ Colesterol alto;

✓ Hipertensão arterial;

✓ Tabagismo;

✓ Obesidade;

✓ Sedentarismo;

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✓ Diabetes Mellitus;

✓ Idade (risco aumentado para homens acima de 45 anos e para

mulheres acima de 55 anos).

Sinais e sintomas:

✓ Dor ou desconforto intenso retroesternal (atrás do osso do esterno,

no meio do peito), superior a 5 minutos, podendo irradiar-se para o

pescoço, mandíbula, membros superiores e dorso;

✓ Náusea, vômito, sudorese e palidez;

✓ Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente;

✓ Falta de ar; e

✓ Sensação de azia.

Os médicos alertam que nem todos estes sintomas ocorrem em cada ataque.

Algumas vezes podem ir e voltar.

Cuidados imediatos:

✓ Manter o indivíduo calmo e em uma posição confortável, de

preferência semi-sentado, tórax elevado em um ângulo de 45 °;

✓ Checar os sinais vitais;

✓ Folgar roupas; e

Verificar se o indivíduo faz uso de remédio.

AVC ( Acidente Vascular Cerebral)

AVC é uma desordem do sistema cardiovascular, causada

por oclusão ou ruptura de um dos vasos que suprem o cérebro

de sangue. Embora ocorram predominantemente nas pessoas

mais idosas, frequentemente surpreendem jovens,

comprometendo sua capacidade laborativa.

• Acidente Vascular Cerebral Isquêmico - O vaso pode ser obstruído por

trombo ou êmbolo, ou sua luz comprimida por tumor ou trauma. Como

resultado, a função de parte do cérebro que depende do sangue oxigenado

será afetada. A causa mais frequente é a aterosclerose cerebral.

• Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico - Ruptura da parede de um

vaso sanguíneo provocando hemorragia cerebral. Parte do cérebro ficará

comprometida pela falta de oxigênio e poderá haver aumento da pressão

intracraniana. Essa situação é de maior gravidade pelo risco de

compressão de áreas cerebrais responsáveis pelas funções vitais.

Sinais e Sintomas - Dependem do vaso lesado e da importância funcional

da área cerebral envolvida.

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Podem surgir:

✓ dor de cabeça, tontura, confusão mental;

✓ perda de função ou paralisia de extremidades (geralmente de um

lado do corpo);

✓ paralisia facial (perda de expressão, geralmente de um lado da face,

com defeito na fala); e

✓ pupilas desiguais, pulso rápido, respiração difícil, convulsão, coma.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

✓ Assegurar abertura e manutenção de vias aéreas;

✓ Tranquilizar o paciente e mantê-lo em repouso na posição semi-

sentado;

✓ Monitorar sinais vitais;

✓ Reavaliar nível de consciência

✓ Não administrar nada via oral;

✓ Mantê-lo aquecido;

✓ Administrar O2;

✓ Aguardar orientações médicas; e

✓ Transportar ao hospital.

RESGATE E TRANSPORTE DE

VÍTIMA

O conhecimento das várias técnicas de

resgate incluindo suas indicações e

contraindicações é muito importante para um bom

atendimento pré-hospitalar. O emprego da técnica

incorreta pela equipe de resgate é arriscado para a

vítima, que pode desenvolver o “segundo trauma”,

e para o próprio socorrista, que pode desenvolver lesões musculares ou de coluna

vertebral. A escolha de estratégias de transporte varia com a situação, risco no local,

número de resgatistas e estabilidade da vítima.

Transporte de emergência

Em situações de risco iminente no local é necessário remover a vítima

rapidamente. O transporte de emergência é empregado em incêndios, desabamentos,

tiroteios etc. a manobra a ser utilizada depende do peso da vítima, tipo de terreno,

equipamento e número de socorrista. Pode haver segundo trauma, pois existe

movimentação significativa da coluna.

Somente remova o acidentado se for absolutamente necessário, caso contrário,

aguarde um médico ou socorro especializado. Antes de remover a vítima, alguns

cuidados devem ser levados em consideração.

Resgate

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✓ Controlar as hemorragias, para evitar um sangramento abundante e

o risco de entrar em choque.

✓ Se houver suspeita de fraturas, principalmente nos casos de quedas

de uma altura ou atropelamento, imobilize o local da possível

fratura.

✓ Caso haja parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente a

respiração artificial e massagem cardíaca.

Prioridade na remoção:

✓ Vítimas de urgência (melhores condições)

Prioridade no atendimento:

✓ Vítimas de emergência (risco de morte eminente)

Transporte de acidentado

Os acidentados com fratura no pescoço e suspeita de lesão da medula não devem

ser removidos, até que chegue socorro médico.

Observação: pode acontecer de, em algumas situações, o socorrista estar

sozinho na prestação de auxílio à vítima, e necessitar removê-la, especialmente em

casos de perigo iminente. Para que este transporte seja possível, o conhecimento de

algumas técnicas será importante.

Não se esqueça: a maca é o melhor meio de transporte.

• Transporte com dois socorristas - Duas pessoas formam uma cadeira

improvisada, colocando os braços da vítima por sobre seus ombros, e com

um dos braços apoiando as costas da vítima. O outro braço segura na

altura da coxa da vítima retirando-a do solo com um movimento direto e

sincronizado.

Resgate com um socorrista

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Elevação manual com seis socorristas

✓ Os socorristas um, dois e três se ajoelham do lado esquerdo da

vítima e os socorristas quatro, cinco e seis se ajoelham do lado

direito;

✓ Os socorristas um e quatro ficam perto da cabeça, colocando um

braço sob o pescoço da vítima e o outro sob a região do tórax. Os

socorristas dois e cinco colocam os braços sob a região lombar e

pélvica. Os socorristas quatro e seis colocam os braços sob a região

da coxa e tornozelo;

✓ Após o comando do líder a vítima é elevada do solo e apoiado nas

coxas dos socorristas com movimento sincronizado.

✓ Os seis socorristas ficam de pé com movimento simultâneo, após

comando do líder que é o socorrista um.

Resgate com dois socorristas

Resgate com seis socorristas

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• Estabilização da coluna cervical - A

estabilização da cervical é uma etapa

muito delicada, pois a coluna vertebral

é uma estrutura que abriga um feixe

de nervos que levam e trazem

estímulos do cérebro para todos os

órgãos e músculos do corpo, portanto

um movimento realizado de forma

incorreta pode agravar muito o estado

da vítima. Quanto mais próximo do crânio, mais grave será a lesão, por

isso que área da cervical é a mais frágil e que requer um cuidado maior.

Lembre-se: Toda vítima de trauma possui lesão na cervical, até que se

prove o contrário.

Maca/Talas de imobilização

Talas

Colete imobilizador

dorsal

Salvamento com colete

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COMBATE A INCÊNDIO

TEORIA DO FOGO - O QUE É FOGO?

É o processo de combustão que se desenvolve em alta velocidade acompanhado

do desprendimento de energia sob forma de luz e calor. Antes de seu controle pelo

homem somente ocorria espontaneamente através de manifestações da natureza como

raios, erupções vulcânicas, etc. Após a sua descoberta, o homem passou a utilizá-lo em

uma enorme gama de atividades, caseiras e profissionais. Sua conceituação científica

somente ocorreu no século XVIII com o químico francês Antoine Lavoisier (1743-1794)

que estabeleceu as bases do fenômeno da combustão.

COMBUSTÃO

A combustão é uma reação química chamada de oxigenação, onde um material

combustível reage com a presença do Oxigênio (comburente) e, ao ser exposta a uma

fonte de calor resulta numa liberação de energia na forma de chama aquecida,

luminosidade e gases. Além disso, durante essa reação ocorre o desaparecimento de

uma ou mais substâncias, e o consequente aparecimento de outras características

diferentes. Por exemplo, a combustão de um pedaço de madeira dá origem a cinzas e

outra substância que se desprende sob forma de gás (dióxido de carbono).

Formas de combustão

Para que haja combustão é necessário que o oxigênio contido no ar atmosférico

esteja em uma concentração entre o mínimo de 8% e o máximo de 21%.

De 16% a 21% chamamos de combustão Viva ou Completa, onde ocorre o

desprendimento de LUZ e CALOR. O gás produto dessa reação é o Gàs Carbônico (CO2).

De 8% a 15% chamamos de Combustão Lenta ou Incompleta, não ocorre o

desprendimento de LUZ. O gás produto dessa reação é o Monóxido de Carbono (CO).

De 0% a 7% não há combustão.

A Combustão pode ser:

• Combustão Completa (viva):

✓ Gasolina em chamas;

✓ Fogo em papel, madeiras;

✓ Toda a forma de combustão em que haja CHAMA (LUZ) e CALOR.

• Combustão incompleta (lenta):

✓ Oxidação do ferro; e

✓ Combustão de corpos em atmosfera contendo Oxigênio na faixa de 8

a 15%.

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Características dos elementos

• Combustível - É tudo aquilo (material) capaz de pegar fogo, de queimar

e alimentar a combustão.

Quanto ao estado físico podem ser:

✓ Sólidos (madeira, papel, tecido, carvão, ferro, etc);

✓ Líquidos (gasolina, óleo, álcool, queronese, etc);

✓ Gasosos (butano, metano, etano,etc).

Quanto à volatilidade, ou seja, a sua facilidade de liberar vapores, podem

ser:

✓ Voláteis (álcool, éter, benzeno, etc) – em condições normais de

temperatura e pressão desprendem vapores capazes de se

inflamarem;

✓ Não voláteis (óleo combustível, óleo lubrificante, etc) – em

condições normais de temperatura e pressão, desprendem vapores

inflamáveis após o aquecimento acima da temperatura ambiente.

• Comburente (Oxigênio) - É todo elemento que alimenta e sustenta a

combustão. É o comburente mais encontrado na natureza. Encontramos na

atmosfera na porcentagem de 21%. Todos os combustíveis para entrarem

em combustão necessitam do comburente.

TEMPERATURA - FONTES DE IGNIÇÃO

Quando se atinge a temperatura de ignição, os combustíveis começam a emanar

vapores que em contato com o ar, podem iniciar e manter ou não a combustão. As

fontes de ignição mais conhecidas são: Elétrica (curtos circuitos em equipamentos é a

fonte de ignição mais comum); Mecânica (atrito); Química: reação química exotérmica.

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PONTO DE FULGOR

Segundo a NBR 13.860/1977. É a “Menor temperatura na qual um combustível

emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região

imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato

com uma chama, e não mantê-la após a retirada da chama”. A chama surge como um

flash luminoso, cotudo, logo se apaga.

PONTO DE COMBUSTÃO

Segundo a NBR 13.860/1997. É a “Menor temperatura na qual um combustível

emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região

imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato

com uma chama, e manter a combustão após a retirada da chama”.

PONTO DE AUTOIGNIÇÃO

Segundo a NBR 13.860/1997. É a “Menor temperatura na qual um combustível

emite vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura com o ar na região

imediatamente acima da sua superfície, capaz de entrar em ignição quando em contato

com o ar”. Neste ponto, a ignição idenpende de uma fonte externa de calor.

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA

Fenômeno que ocorre em determinadas circunstâncias quando materiais

orgânicos, por si só, podem entrar em combustão devido à geração de calor e a

liberação de vapores em quantidades suficientes. É a combustão resultante de auto-

aquecimento, sem aplicação de calor externo.

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EXPLOSÃO

Segundo a NBR 13.860/1997, é o “Fenômeno acompanhado de rápida expansão

de um sistema de gases, seguida de uma rápida elevação na pressão; seus principais

efeitos são o desenvolvimento de uma onda de choque e ruído”.

As explosões são caracterizadas por uma liberação de energia tão rápida que

aparentemente podem ser consideradas como instantâneas. A explosão é um efeito,

não uma causa. Analisando causas, as explosões podem ser classificadas em quatro

tipos principais:

✓ liberação de energia gerada por rápida oxidação. Ex: explosão de

mistura de vapor, gasolina e ar;

✓ liberação de energia gerada por rápida decomposição. Ex: explosão

de dinamite;

✓ liberação de energia causada por pressão excessiva: Ex: explosão

de caldeira, ruptura de tambores, ou causadas pelo enfraquecimento

de um recipiente de pressão, tal qual o rompimento de um cilindro

contendo GLP devido ao impingimento de uma chama acima da

superfície líquida; e

✓ liberação de energia criada pela fissão ou fusão nuclear. Ex:

explosão de uma bomba de hidrogênio ou de urânio.

Explosivos tais como, nitroglicerina e outros mais, apresentam enorme perigo

quando ameaços por um incêndio. A providência imediata a tomar será sempre afastá-

los das proximidades do fogo ou alagar com água os locais onde se encontram

armazenados.

Explosão

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Faixa de explosividade

Um gás ou o vapor inflamável desprendido de um combustível tem que se

misturar com o ar na proporção ideal para se transformar numa atmosfera explosiva.

Essa mistura que irá se incendiar é diferente para cada tipo de gás inflamável. O limite

de explosividade mede a concentração mínima ou máxima de gases/vapores

desprendidos de uma determinada substância inflamável que, misturados com o

oxigênio na proporção ideal, criam uma atmosfera explosiva.

Não haverá combustão se:

a. Não houver fonte de ignição;

b. Não houver combustível; e

c. A mistura Ar (comburente) + Combustível estiver rica ou pobre.

A NBR 17.505-1/2013 define a faixa de explosividade como a “Faixa de

concentração de um gás ou vapor, em que pode ocorrer combustão ou explosão na

presença de uma fonte de ignição”. Sua importância é reconhecida quando passamos a

definir o LIE – Limite Inferior de Explosividade e o LSE – Limite Superior de

Explosividade.

• Limite Inferior de Explosividade – LIE - O LIE é a menor concentração

da mistura ar+combustível (Gás / Vapor) capaz de produzir combustão ou

explosão. Logo, se a mistura estiver abaixo será considerada pobre e não

haverá combustão. Se a mistura estiver acima será considerada ideal

ocorrendo então à combustão.

• Limite Superior de Explosividade – LSE - O LSE é a maior concentração

de gás ou vapor, capaz de produzir combustão ou explosão. Logo, se a

mistura estiver acima será considerada rica e não haverá combustão. Se a

mistura estiver abaixo será considerada ideal ocorrendo à combustão.

ELETRICIDADE ESTÁTICA

É o cúmulo de energia de um corpo em relação ao outro, geralmente em relação

à terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito, sendo praticamente

impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é impedir o seu

acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes de propiciar um

centelhamento), através do aterramento do equipamento a ela sujeito, isto é, ligando a

carcaça do equipamento à terra, por meio de um condutor. Quase todos os

equipamentos estão sujeitos a atrito e, portanto, à formação de eletricidade estática.

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MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR

O calor é uma forma de energia que se manifesta pela aceleração do movimento

das moléculas, e se traduz pelo aumento da temperatura do material que absorve esta

energia.

A transmissão do calor ocorre de três formas:

• Condução - É a transmissão de calor de

molécula para molécula quando colocamos

em contato dois corpos com temperaturas

diferentes. O corpo mais aquecido cede calor

para o menos aquecido e ambos atingem a

temperatura ambiente. Ex. Vigas de aço,

anteparas de aço, etc.

• Radiação - O calor é transferido de

um corpo para o outro por meio de

raios caloríficos através do espaço,

de maneira muito semelhante à

transferência de luz pelos raios

luminosos. As ondas de calor

atingem os objetos, aquecendo-os.

Ex: O calor que vem do sol, de uma

fogueira, um incêndio.

• Convecção - É o método de transmissão

de calor característico dos líquidos e gases.

Consiste na propagação de calor através de

uma massa fluida (líquida ou gás), na qual

se formam correntes ascendentes no seio

da massa fluída, circulando e aquecendo

objetos distantes nos compartimentos.

O ar aquecido dilata-se e se eleva, e por

essa razão a transferência de calor por

convecção faz-se, sobretudo, numa direção

ascendente. Ex: nas edificações, essas

correntes de convecção ocorrem através

dos dutos de ventilação ou pelos vãos de

elevadores ou escalas, criando o chamado efeito chaminé. Muitas vezes,

devido à falta de providências, incêndios aparentemente inexplicáveis,

longe de foco principal poderão se formar e inutilizar todo o trabalho de

extinção realizado no compartimento no qual o fogo se originou.

Condução

Radiação

Convecção

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Este método de transmissão de calor é o responsável pelo efeito chaminé,

ou seja, pela definição da NBR 13.860/1997.

CLASSES DE INCÊNDIO

A classificação dos incêndios é feita de acordo com os materiais envolvidos, bem

como a situação em que se encontram. É importante classificarmos os incêndios para

que possamos escolher o método de extinção e agente extintor adequado. A

classificação didática na qual se definem incêndios de diferentes naturezas no Brasil, foi

elaborada pela NFPA – National Fire Protection Assosciation.

• Classe A - Incêndio em materiais combustíveis sólidos.

São materiais de fácil combustão. Possuem as

características que queimarem em sua superfície e em

profundidade (o fogo penetra no material combustível).

Deixam muitos resíduos (brasas ou cinzas). Ex: madeira, papel, tecidos,

borrachas, etc.

• Classe B - Incêndio em líquidos e gases inflamáveis ou

combustíveis sólidos que se liquefazem por ação do calor.

Possuem a característica de queimarem somente em sua

superfície, não deixando resíduos. O fogo alastra-se por

toda a sua superfície em grande velocidade. Necessitam de grandes

quantidades de oxigênio para o seu desenvolvimento e geram bastante

calor. Verificam-se no caso dos líquidos inflamáveis. Ex: óleo, gasolina,

álcool, querosene, graxas, vernizes, tintas, acetona, cera e gazes como

butano, metano e propano.

• Classe C - São aqueles que ocorrem nos equipamentos

elétricos/eletrônicos energizados. Alguns aparelhos

permanecem com carga (energia) acumulada durante

algum tempo, mesmo que já tenha sido desligado. Sendo

assim, são denominados incêndios Classe C qualquer incêndio que envolva

equipamento elétrico/eletrônico, ainda que o mesmo já tenha sido

desligado.

• Classe D - São aqueles que ocorrem envolvendo

materiais pirofóricos (metais). É caracterizado por uma

queima em altas temperaturas e de intensa luminosidade.

Ex: magnésio, titânio, zircônio, sódio, lítio, cádmio, etc.

Um material pirofórico segundo a NBR 13.860/1997 é a “substância líquida

ou sólida que, em condições normais de temperatura e pressão, reage

violentamente com o oxigênio do ar atmosférico ou com a umidade

existente, gerando calor, gases inflamáveis e fogo”.

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MÉTODO DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

São técnicas que se baseiam na remoção de um ou mais elementos que

constituem o “Triângulo do Fogo”. Porém, levando-se em consideração a moderna

teoria do “Tetraedro do Fogo”, a extinção pode ser de quatro maneiras: resfriamento,

abafamento, isolamento e quebra de reação em cadeia.

• Resfriamento - Consiste em reduzir a

temperatura do material abaixo da

temperatura de ignição, ou até um ponto

determinado em que não ocorra a emanação

de vapores inflamáveis. Mais eficiente para os

sólidos em geral.

• Abafamento - Consiste na supressão do

oxigênio, na diminuição de sua concentração

nas proximidades de combustível para um

valor abaixo de 16%. Não havendo o

comburente, não haverá combustão, com

exceção daquelas substâncias que não

possuem o oxigênio em sua composição

molecular e queima sem necessidade de

oxigênio, como o fósforo branco. Mais

eficiente nos líquidos inflamáveis.

• Isolamento - Consiste na retirada do

combustível que está alimentando a

combustão, podendo ser parcial ou total,

diminuindo o tempo de duração do incêndio ou

extinguindo o incêndio. É o que ocorre quando

fechamos uma válvula ou interrompemos um

vazamento de algum produto inflamável.

• Quebra de Reação em Cadeia - Consiste na

introdução de determinadas substâncias

estranhas à reação química da combustão com

o propósito de inibi-la.

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AGENTES EXTINTORES

Qualquer substância aplicada ao fogo agirá com o processo da combustão,

resfriando, abafando ou quebrando a reação em cadeia do fogo, proporcionando a sua

extinção.

Água

É o mais conhecido e o mais utilizado devido sua eficiência e baixo custo. A água

em contato com altas temperaturas reage se evaporando, e aumenta o seu volume em

cerca de 1.700 vezes. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor d’água,

deslocando-se no ar diminuindo a quantidade de oxigênio e resfriamento o material, daí

sua principal propriedade extintora – resfriamento. Reduz a temperatura para valores

abaixo do ponto de fulgor, evitando a reignição do incêndio. É indicado para incêndios

Classe A. São encontrados nas redes de incêndio, aparelhos portáteis e sistemas fixos

(sprinklers). É um excelente condutor de eletricidade, por isso nunca deverá ser usada

nos incêndios Classe C.

Espuma (LGE)

Formada por pequenas bolhas aderentes entre si, constituindo-se num verdadeiro

cobertor que, ao ser aplicado, repousa sob a superfície do material incendiado,

impedindo o fornecimento do oxigênio necessário para a continuação da combustão, o

LGE – Líquido Gerador de espuma, segundo a NBR 13.860/1997 é “Concentrado em

forma de líquido de origem orgânica ou sintética que, misturado com a água, forma

uma solução que, sofrendo um processo de batimento e aeração, produz espuma”.

A espuma é o melhor agente extintor indicado para incêndios Classe B

envolvendo os líquidos inflamáveis. A sua propriedade extintora principal ocorre por

abafamento.

As características da espuma são:

✓ Previne a radiação de calor, pois as chamas ficam separadas do

combustível;

✓ A viscosidade da massa de espuma evita a formação de vapores

logo acima do líquido;

✓ Adere facilmente para a formação de uma cobertura;

✓ Estabilidade;

✓ Resistente ao calor; e

✓ Intolerância com líquidos combustíveis.

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Gás Carbônico (CO2)

É um gás inerte, mais pesado que o ar e não condutor de eletricidade. É gás

asfixiante, devendo ter muito cuidado ao ser empregado em compartimentos fechados.

Seu método de extinção é agir por abafamento, ou seja, retira o oxigênio das

proximidades do incêndio. É chamado de agente limpo, ou seja, não deixa resíduo. É

um excelente agente indicado para incêndios de Classe C, podendo também ser

utilizado em líquidos inflamáveis, incêndios Classe B. É encontrado em aparelhos

portáteis e não portáteis (cilindros pressurizados de alta pressão) e em sistemas fixos.

Agentes Limpos (Halogenados)

Com o protocolo de Montreal em 1987, todos os órgãos ambientais competentes

se comprometeram a eliminar a utilização do Halon devido aos danos da camada de

ozônio e para que não houvessem prejuízos, várias alternativas foram utilizadas, mas

todas elas requerem substituição do sistema de tubulações e comandos.

O heptafluorpropano é um gás fluorado, também conhecido como HFC-227, FM-

200 ou FE-227, faz parte da nova geração de agentes extintores limpos como

substitutos do Halon 1301. Utilizado em quantidades inferiores aos tradicionais inertes,

oferece grande economia no seu consumo, na sua instalação e na preservação de

equipamentos de alto valor agregado, pois não requer trabalhos com limpeza.

Os benefícios imediatos de um sistema fixo de supressão de fogo por FE-227 são:

✓ Não ataca a camada de ozônio;

✓ Baixo potencial de efeito estufa;

✓ Vida atmosférica curta;

✓ Seguro para áreas ocupadas;

✓ Não é corrosivo;

✓ Requer mínimo espaço de armazenamento;

✓ Diversas aprovações de órgãos internacionais;

✓ Melhor garantia na indústria de proteção de fogo; e

✓ Instalação simplificada.

Já o Pentafluoretano (FE-25) é outro gás fluorado inerte de última geração

lançado como substituto integral do Halon. Com relação ao HFC-225, requer 20%

menos do agente por metro cúbico, possuindo propriedades físicas superiores aos

demais agentes limpos. Atua por resfriamento (retirada da energia da combustão),

absorvendo o calor gerado pelo fogo do nível molecular mais rápido do que o calor é

gerado, portanto o fogo não consegue sustentar por si próprio. Também atua por

quebra da reação em cadeia na combustão.

Os benefícios imediatos de um sistema fixo de supressão de fogo FE-25 são:

✓ Não agride a camada de ozônio;

✓ Não agride o meio ambiente;

✓ Tempo de retenção maior;

✓ Eletricamente não condutivo;

✓ Incolor e inodoro;

✓ Seguro para área ocupada (uso em áreas ocupadas ou

desocupadas);

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✓ Não é corrosivo; e

✓ Não deixa resíduo.

Pó Químico Seco

É um pó composto por partículas finíssimas, produzido a base de bicarbonato de

sódio. Em contato com o material aquecido parte do pó se decompõe o que acaba

auxiliando na extinção do fogo. Porém sua real propriedade extintora ocorre por quebra

da reação em cadeia. É indicado para incêndios Classe B, líquidos inflamáveis. Em razão

de o pó químico ser um mau condutor elétrico também poderá ser alternativamente

utilizado nos incêndios Classe C podendo, contudo, danificar os equipamentos devido

aos resíduos que ele deixa sobre o material.

• Pó ABC - Popularmente conhecido com o Pó ABC, esse tipo de pó atua da

mesma maneira do que o PQS. Todavia, como o próprio nome já indica,

pode ser empregado nas 3 classes de incêndio A, B e C. portanto, age por

quebra de reação em cadeia. É composto a base de Fosfato de

Monoamônia.

• Pó Químico D (Cloreto de Sódio) - É um pó químico feito à base de

Cloreto de Sódio e indicado para os incêndios Classe D, metais pirofóricos.

PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Com o intuito de eliminar o risco de incêndios e explosões nas edificações e nas

plantas de produção, é obrigatório a adoção de medidas preventivas de fontes de

ignição e/ou de atmosferas inflamáveis, presentes simultaneamente em um mesmo

local.

Concordamos que, na prática, nem sempre é possível eliminar os dois fatores de

risco, porém, medidas devem ainda assim serem tomadas a fim de que, pelo menos um

deles seja eliminado ou controlado.

Nas áreas abertas, situadas no conjunto de compartimentos habitáveis e nos

sistemas de processo existirão, inevitavelmente, diversas fontes de ignição tais como

equipamentos elétricos ou chamas abertas. Em algumas situações é quase impossível o

controle das fontes de ignição. Já que poderão ser decorrentes da operação normais de

equipamentos ou sistemas. Nesse caso o importante é impedir a entrada de gases

inflamáveis nesses compartimentos.

É possível que a adoção de um bom projeto e de práticas convencionais consiga

manter sob controle a emissão de gases inflamáveis e a presença de fontes de ignição

nas diversas atividades desenvolvidas numa planta. Contudo, os seus meios de controle

devem ser rigorosamente mantidos por toda a população, e não somente sob

responsabilidade dos encarregados pela segurança da unidade.

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TÉCNICAS DE PREVENÇÃO (Regras Básicas)

* Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros -

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* Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeitas condições de uso e

somente as utilize em caso de incêndio.

* Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso,

devidamente carregados e revisados (periodicamente).

* Revisar periodicamente toda a instalação elétrica do prédio, procurando

inclusive constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases.

* Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.

* Evitar a falta de ventilação.

* Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou outras

saídas para áreas livres. Nem obstrui-las com materiais ou equipamentos.

* Tomar cuidado com cera, utilizada nos pisos quando dissolvida. Não deixar

estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados.

* Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o

cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros acesas em qualquer lugar.

* Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de sair de seus locais

de trabalho, ao término da jornada de trabalho, se desligaram todos os aparelhos

elétricos, como estufas, ar condicionado, exaustores, dentre outros.

* Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais rápido possível: a

ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao local e o número de pessoas

acidentadas, inclusive nas proximidades.

* Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio.

* Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter a área

junto aos hidrantes livre para manobras e estacionamento de viaturas.

Instruções complementares

- Desligue imediatamente o equipamento que estiver manuseando e feche as

saídas de gás.

- Procure sempre manter a calma e não fume. Não tire as roupas. Dê o alarme.

- Mantenha, se possível, as roupas molhadas.

- Jogue fora todo e qualquer material inflamável que carregue consigo.

- Em situações críticas feche-se no banheiro, mantendo a porta umedecida pelo

lado interno e vedada com toalha ou papel molhados.

- Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço molhado.

- Não fique no peitoril antes de haver condições de salvamento, proporcionadas

pelo Corpo de Bombeiros. Indique sua posição no edifício acenando para o Corpo de

Bombeiros com um lenço.

- Aguarde outras instruções do Corpo de Bombeiros.

- Em caso de incêndio, se você se encontra em lugar cheio de fumaça procure

sair, andando o mais rente possível do piso, para evitar ficar asfixiado.

- Em regra geral, uma pessoa cuja roupa pegou fogo procura correr. Não o faça:

a vítima deve procurar não respirar o calor das chamas. Para evitá-lo, dobre os braços

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sobre o rosto, apertando-os: jogue-se ao chão e role, ou envolva-se numa coberta ou

num tecido qualquer.

- Vendo correr uma pessoa com as roupas em chamas, não a deixe correr.

Obrigue-a a jogar-se ao chão e rolar lentamente.

- Use de força, se necessário, para isso.

- Se for possível, use extintor ou mangueira sobre o acidentado.

- No caso de não haver nada por perto, jogue areia ou terra na vítima, enquanto

ela está rolando. Se puder, envolva o acidentado com um cobertor, lona ou com panos

grossos.

- Envolva primeiro o peito, para proteger o rosto e a cabeça. Nunca envolva a

cabeça da vítima, pois assim você a obriga a respirar gases.

- Ao perceber um incêndio não se altere; estando num local com muitas pessoas

ao redor, não grite nem corra. Acate as normas de prevenção e evite acidentes.

- Trate de sair pelas portas principais ou de emergência, de maneira rápida, sem

gritos, em ordem, sem correrias. Nunca feche com chaves as portas principais e as de

emergência.

- Não guarde panos impregnados de gasolina, óleos, cera ou outros inflamáveis.

- Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para recarregamento.

Principais causas de incêndio

• Fumo - Só deverá ser permitido nos locais e ocasiões especificadas. O

responsável da planta deve assegurar que toda a população seja informada

dos locais permitidos para fumo e por afixar avisos adequados e

permanentes.

• Cozinha - É de fundamental importância a adoção de medidas de

segurança nas operações de cozinha. Uma causa frequente de incêndios é

o acúmulo de depósitos de gorduras ou de óleo não queimado nesses

locais, no interior de dutos de fumaça e filtros de extração de gases de

cozinha. A cozinha e compartimentos próximos devem ser frequentemente

inspecionados para que não haja dúvida de que estão limpos.

O pessoal da cozinha deverá receber treinamento adequado para enfrentar

emergências de incêndio nesses locais. A cozinha deverá estar equipada

com extintores de incêndio e mantas especiais para abafamento.

• Equipamento Elétrico - Os equipamentos elétricos portáteis devem ser

cuidadosamente examinados quanto a possíveis defeitos. Deve ser tomado

o cuidado para garantir que o isolamento elétrico não seja danificado e que

a fiação esteja corretamente conectada e assim permanecer durante todo

o tempo em que estiver em uso. Também deve ser tomado o cuidado para

evitar danos mecânicos nos cabos flexíveis.

Os equipamentos elétricos fixos devem ser do tipo aprovado para áreas

classificadas, mesmo onde existe locais onde uma atmosfera explosiva

possa, com pouca frequência, ser encontrada. É importante que esses

equipamentos também passem por manutenção periódica para garantir

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que seus dispositivos ou fiações não venham a se constituir em fontes de

ignição.

• Trabalho a Quente - Trabalho a quente é qualquer um envolvendo

soldagens, chamas ou outros trabalhos incluindo certar furações,

esmerilhamento, trabalhos elétricos que possam produzir centelhamento.

Os trabalhos a quente devem ser permitidos somente em conformidade

com as normas de segurança existentes e práticas seguras adotadas pela

unidade.

Os trabalhos a quente devem sempre ser planejados. Nas reuniões de

planejamento devem participar, no mínimo, todos aqueles que irão ter

responsabilidades na execução do trabalho. Deve ser feito um plano de

trabalho com todas as precauções de segurança relacionadas que serão

reunidas na Permissão do Trabalho a ser emitida.

• Uso das Ferramentas - O uso das ferramentas manuais, tais como

picadeiras e raspadeiras para preparação e manutenção em partes

metálicas devem ser restritas. A área deve estar desgaseificada e limpa de

materiais combustíveis. Ferramenta feita de metal não ferroso, chamados

de não centelhantes, apresentam apenas uma menor probabilidade para

criação de uma centelha ignitiva e, devido à dureza relativamente menor

dos materiais não ferrosos, não são tão eficientes quanto as suas

equivalentes feitas de material ferroso.

INSPEÇÃO / MANUTENÇÃO

A inspeção também é um método importante a se destacar diante de uma política

de segurança de incêndios. As inspeções das instalações e de equipamentos e os

cronogramas de serviços apropriados irão reduzir as chances de falha e

consequentemente de incêndio. Uma avaliação de risco deve ser realizada regularmente

para identificar materiais combustíveis e fontes de ignição em potencial e depois ajustar

uma medida de controle para evitar que os dois combinados comecem um incêndio.

As inspeções periódicas dos dispositivos de detecção e combate a incêndio

também se torna uma tarefa obrigatória, no que tange a prevenção de incêndio.

Desejamos nunca ter que depender deles. Nunca ter que usá-los. Porém, quando uma

emergência é deflagrada, desejamos que eles estejam funcionando perfeitamente, pois

a nossa vida estará confiada às condições do equipamento e às técnicas de uso.

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EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES

Objetivo da detecção de incêndios

A NBR 13.860/1997 define como: “O recurso destinado a receber e emitir sinais

de alerta sonoro ou luminoso, que procedem de uma emergência”. O objetivo da

detecção de incêndio é bastante claro, quanto mais rápido o incêndio for detectado,

maior será a velocidade da resposta para a sua extinção. Por isso, podemos afirmar que

existem dois tipos de detectores: o sensor humano, que nem sempre poderá ser

possível a sua presença em todos os locais e o automático, previamente instalado com

a finalidade de propiciar uma descoberta rápida do princípio de incêndio ou para um

incidente qualquer identificado pelo plano de alarme e, assim, desencadear o plano de

emergência para aquele incidente deflagrado.

Detector automático

A NBR 13.860:1997 define como: “Dispositivos que,

quando sensibilizados por fenômenos físicos e/ou químicos,

detectam princípios de incêndios ou vazamentos de gases

perigosos, enviando um sinal a uma central receptora”.

Os principais são os detectores de gases, fumaça, chamas

e de calor.

• Detectores de gases ou fumaça - Os detectores de gases da combustão

são classificados da seguinte forma:

✓ Detector fixo iônico - Ocorre a detecção do

produto da combustão através da sua influência

sobre a corrente elétrica numa câmara de

ionização. São encontrados em locais de

produção onde existe um potencial de

vazamento de combustível ou produto

inflamável e nas cozinhas.

✓ Detector fixo óptico - A detecção ocorre

através da medição dos efeitos (escurecimento

ou dispersão) da interferência das partículas da

fumaça sobre o sensor de luz (detector

fotoelétrico). São encontrados em quase todos

os compartimentos (camarotes, corredores,

etc.), exceto cozinhas e sala de geradores,

locais onde a fumaça ocasionalmente é

encontrada.

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• Detectores de Chama - Os detectores de chama

captam a radiação infravermelha e ultravioleta

emitida pela chama. São encontrados em locais

onde existe o risco potencial de um crescimento

rápido de fogo intenso, determinados pela

presença de líquidos e gases inflamáveis.

• Detectores de temperatura - Os detectores de temperatura são

utilizados para identificar uma fonte de calor acima do normal na área em

que foi instalado. Podem ser:

✓ Termostático - Detecta quando a temperatura

ambiente excede de certo valor durante um

determinado período.

✓ Termovelocímetro - Detecta se a velocidade

com que aumenta a temperatura excede de um

valor durante determinado período.

• Detectores de gases portáteis - O detector de gases deve ser

intrinsecamente seguro. Pode detectar a presença de mais de gás/vapor

(multigás). Tratando-se de equipamentos portáteis, estes podem oferecer

dois tipos de leitura:

✓ Indireta - Requer a coleta de uma amostra do contaminante e seu

envio para um laboratório de análise ou o uso de tubos

colorimétricos.

✓ Direta - Oferece uma leitura em tempo real da concentração do

contaminante. O próprio instrumento coleta e analisa a substância.

Este é o tipo mais utilizado em monitoração contínua. Todavia existe

a limitação que nem todos os contaminantes podem ser detectados

pelo instrumento.

Podemos dizer que sua importância é vital para se

classificar ou “desclassificar” uma área de risco. É

o instrumento pelo qual:

- Indica as características atmosféricas do espaço

confinado através de uma leitura direta;

- Sinaliza a necessidade da utilização do EPI a ser

utilizado;

- Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;

- Determina a possibilidade de uso de equipamentos não

certificados; e

- Informa através de seu alarme a presença de algum gás a vapor

ou em concentrações.

Detector de gás

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Alarmes automáticos de incêndio

Equipamentos instalados com a finalidade de alertar a todos para a deflagração

de um estado de emergência. Os alarmes podem ser sonoros ou visuais.

• Sonoros - Podem ser através de toques (incêndio, abandono, etc) ou

através de mensagem via intercomunicadores instalados em diversos

compartimentos.

• Visuais - Indicados para os locais onde a escuta do alarme seja de difícil

percepção, onde é indicado o uso de protetores auriculares. Nestes locais

utilizam-se desse sistema dotado de luminosos especiais com alto facho e

oscilante em complemento aos alarmes sonoros.

Normalmente os sistemas de detecção e de alarme estão interligados com

os sistemas de combate a incêndio, como por exemplo, o de borrifo, o de

dilúvio e os sprinklers.

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Mangueira de incêndio

A mangueira segundo a NBR 11.861/1998, é o “Equipamento de combate a

incêndio, constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões”. Ao ser

feita referência a uma seção de mangueira, fica estabelecido que estaremos falando do

comprimento padrão de 15,25m. Existem 5 tipos de mangueiras de incêndio escolhidas

em função do local e das condições de aplicação.

• Mangueira do tipo 1 - construída com um reforço têxtil e para pressão

de trabalho de 980kPa (10kgf/m2). Destina-se a edifícios de ocupação

residencial.

• Mangueira tipo 2 - construída com um reforço têxtil e para pressão de

trabalho de 1370kPa (14kgf/m2). Destina-se a edifícios comerciais e

industriais ou o Corpo de Bombeiros.

• Mangueira tipo 3 - construída com dois reforços têxteis sobrepostos e

para pressão de trabalho de 1470kPa (15kgf/m2). Destina-se a área naval

e industrial ou o Corpo de Bombeiros, onde é desejável uma maior

resistência à abrasão.

• Mangueira tipo 4 - construída com reforço têxtil, acrescida de uma

película externa de plástico e para pressão de trabalho de 1370kPa

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(14kfg/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável uma maior

resistência à abrasão.

• Mangueira tipo 5 - construída com um reforço têxtil, acrescida de um

revestimento externo de borracha e para pressão de trabalho de 1370kPa

(14kgf/m2). Destina-se a área industrial, onde é desejável uma alta

resistência a abrasão e a superfícies quentes.

Existem mangueiras nos diâmetros de 1.½ e 2.½ polegadas. As mangueiras de

1.½” são de manejo mais fácil. Já as mangueiras de 2.½” oferecem muitas dificuldades

na sua utilização, mesmo quando utilizadas em locais abertos. Elas são mais

empregadas para propiciar uma maior extensão das linhas de mangueiras, alimentando

duas outras de 1.½” com emprego de uma redução em “Y”.

As mangueiras deverão ser conservadas limpas, não sendo, porém indicado lavá-

las, a não ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa, que atacam a borracha.

Nesses casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou detergente

neutro.

Não utilizar escova de arame ou qualquer outro produto abrasivo. Após a

lavagem, as mangueiras deverão ser enxaguadas e postas estendidas a secar à

temperatura ambiente para que não apresentem mofo.

Todas as mangueiras devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se

verificar se contém umidade.

Devem ser retiradas de seus suportes, pelo menos uma vez por mês e

novamente colhidas, de modo que as dobras não fiquem no mesmo ponto em que se

encontravam.

A parte inferior da mangueira, quando no cabide, deve ficar pelo menos a 15 cm

do piso.

Acondicionamento é a forma em que encontramos as mangueiras, em função do

seu local de guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas:

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✓ Espiral - Também conhecido como

método alemão. Própria somente

para armazenamento e apresenta

uma dobra suave que evita o

desgaste do material. Não

recomendável para operações de

combate a incêndio devido à

demora para desdobrá-la.

✓ Aduchada - É o mais indicado

para operações de combate devido

ao seu manuseio e transporte.

Também apresenta um baixo

desgaste do material, pois só

utiliza uma dobra.

O aduchamento de uma mangueira

é uma tarefa melhor

desempenhada por dois

brigadistas:

1° passo: Preparamos a mangueira deixando-a totalmente esticada

sob o piso, tirando todas as torções por ventura existentes. Uma das

extremidades deve ser levada e colocada de modos que fique uma

parte da mangueira sob a outra, mantendo uma distância de 1

metro entre as duas conexões.

2° passo: Enrolar começando pela dobra tentando manter o maior

ajuste possível. O segundo tripulante auxiliar de forma a evitar

folgas na parte interna. Parar de enrolar quando atingir a conexão

da parte interna, trazendo a outra conexão sobre a mangueira

aduchada.

Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na

parte externa não enrolada, segurar na conexão da parte interna

ainda enrolada e puxá-la para cima. Este movimento pode ser

efetuado parado ou caminhando em direção a uma tomada ou a

outro lance de mangueira.

A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas.

Embaixo do braço, com a conexão para baixo e voltada para trás, ou

em cima dos ombros com a conexão para baixo e voltada para

frente. Talvez esta última maneira apresente algumas limitações

quanto a limitação na visibilidade do lado em que o tripulante estiver

carregando a mangueira.

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✓ Ziguezague - Próprio para uso de linhas já

prontas. Apresenta um maior desgaste

devido ao maior número de dobras. Pode

ficar deitada no piso ou em pé.

Esguicho

Os esguichos são peças feitas de metal antifaiscante (bronze, latão) ou de

fibra de carbono, com variados modelos projetados para otimizar a velocidade e forma

de lançamento do jato d’água para o fogo.

• Esguicho Básico - é o “Esguicho de jato regulável onde a vazão de

lançamento ocorre a uma pressão determinada pelo ajuste da forma do

jato. Devido ao seu projeto básico. À medida que muda a forma de jato

compacto para neblina, ocorre mudança de vazão. A pressão do esguicho

também pode ser afetada pela mudança da área de passagem, devido ao

ajuste da forma de lançamento”.(NBR 14.870/2013)

• Esguicho de Vazão Constante - é o esguicho de jato regulável em que a

vazão de lançamento é constante a uma determinada pressão. Na pressão

determinada, o esguicho terá vazão constante desde jato compacto até a

neblina total. Isto ocorre através da manutenção do diâmetro do orifício,

que deve ser constante durante a regulagem do jato.

• Esguicho de Vazão Ajustável - é o esguicho que permite a seleção da

vazão manualmente. A vazão selecionada permanecerá constante,

independente da forma do jato.

• Esguicho Automático de Pressão Constante - é o esguicho de jato

regulável em que a pressão permanece constante em uma grande

amplitude de vazões. A pressão constante proporciona uma velocidade

adequada para um bom alcance em várias vazões. Isso é conseguido por

meio de um orifício auto ajustável no difusor, a fim de proporcionar o

alcance desejado.

O controle da abertura do esguicho pode ser do tipo alavanca ou do tipo

rotacional.

A sua vazão é variável e pode ser utilizado para a aplicação de jato sólido, mais

indicado para trabalhos de resfriamento (ataque indireto), ou para aplicação de neblina

de alta velocidade em ângulos variados de 30° a 90°.

São encontrados nos diâmetros de 1.½ e de 2.½ polegadas.

Também encontramos modelos especiais utilizados para produção de espuma.

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Acessórios

Para uma maior eficácia, flexibilidade quanto ao uso de mangueiras nas

operações de combate a incêndio devemos contar com alguns acessórios que otimizem

o seu alcance.

O derivante ou redução “Y” é indicado para manobras em que será necessário o

emprego de duas ou três linhas de mangueiras. Sempre reduz de um diâmetro de 2.½

para 1.½ polegada. Também é construído em metal antifaiscante.

As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira de 2.½

para outra de 1.½ polegada, nunca ao contrário.

Embora, hoje em dia, a grande maioria das conexões de mangueiras seja de

engate rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave “Storz”. O real

motivo de ainda existirem ocorre pela sensibilidade do bronze ou do latão a impactos

físicos. É um excelente material para combate a incêndio por não produzir faíscas

quando sofrer algum tipo de atrito, contudo é fácil de amassar. Sendo assim, é

importante termos o maior cuidado com todos os assessórios de combate a incêndio

fabricados desses materiais.

Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras,

contaminação e corrosão, mesmo que tenham sido feitas de bronze, principalmente

após a sua utilização com espumas. Portanto, não dispensaremos uma boa limpeza com

um pouco de algum lubrificante adequado.

Esguicho Tipo

Pistola

Esguicho Universal

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Extintor de incêndio

A quantidade de extintores nos locais de trabalho depende da análise de cada

planta e encontra-se definida na NBR 12963 com base nos parâmetros fixados pelo IRB

- Instituto Brasileiro de Resseguros. Além do problema relativo à seleção do extintor, é

importante considerar também a posição relativa desses equipamentos junto da área ou

dos pontos por ele protegidos. Algumas vezes extintores devem ser intencionalmente

posicionados próximos aos pontos com risco em potencial, como em locais onde se

executam serviços de solda.

Corredores e passagens são locais especialmente indicados para a localização de

extintores em ambientes interiores, principalmente junto às portas de acesso. Os

extintores suspensos em cabides devem ser posicionados com certos limites em relação

ao piso, em função do peso total que possuem.

Quanto ao seu Tipo são classificados em:

✓ Portátil;

✓ Não Portátil (sobre rodas); e

✓ Sistema Fixo.

• Extintor Portátil - Pela definição da NBR 12.693/1993 é o “Aparelho de

acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o

agente extintor destinado a combater princípios de incêndio”; cuja massa

total até 20 kg.

Alguns aspectos relevantes sobre os mesmos deverão se levantados quando se

justifica o emprego deles:

✓ Deve estar dimensionado ao riso existente no local e distribuído

uniformemente;

✓ Possuir condições operacionais de uso;

✓ Deve ser apropriado para a classe de incêndio presente no local;

✓ Deve estar estrategicamente localizado em áreas visíveis e de fácil

acesso; e

✓ Deve ser fornecido treinamento adequado para os ocupantes da

planta sobre o manuseio do aparelho.

Extintor com Agente Água - Extintor Tipo Pressurizado

(Pressurização Direta), “Pressão no próprio cilindro”: O

propelente (Nitrogênio) e o agente extintor são

armazenados no cilindro e a descarga controlada por

meio de válvula de disparo rápido; capacidade de 10

litros.

Emprego: Exclusivamente em incêndios da Classe A.

Cuidados no manuseio:

✓ Quando utilizada em jato sólido, pode avariar

equipamentos;

AP-10 litros

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✓ Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido em líquidos

inflamáveis for dirigida sobre o pessoal; e

✓ Se dirigida sobre o equipamento elétrico energizado, pode causar

choque elétrico.

Extintor com Agente Espuma - Extintor de Espuma

Mecânica (Pressurização Direta), um cilindro com uma

mistura de AFFF e água, que usa nitrogênio como

propelente; capacidades de 09 e 10 litros.

Emprego: Estes extintores podem ser usados em

incêndios das Classes B e A. o agente extintor extingue

principalmente por abafamento e secundariamente por

resfriamento.

Uso: são operados à semelhança dos extintores de água

pressurizada.

Cuidados no manuseio:

✓ Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos;

✓ Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos

materiais; e

✓ Produz irritação na pele, e principalmente nos olhos.

Extintor com Agente Gás Carbônico - O extintor

consiste de um cilindro de aço sem costura, no qual é

comprimido o CO2 a uma pressão de 60kgf/cm2 (850

lb/pol2). A operação da alavanca de disparo permite

uma operação intermitente do extintor; capacidade de

04 e 06 kg.

Emprego: são recomendados para incêndios das

Classes C e B, não podendo ser usados em incêndios

da Classe D. São eficientes contra pequenos incêndios

da Classe A no seu início, quando não há profundidade

de queima.

Cuidados no manuseio:

✓ Pode causar acidentes por asfixia em ambientes fechados;

✓ Pode causar queimadura na pele e nos olhos, em face de sua baixa

temperatura; e

✓ Pode dar origem à formação de cargas de eletricidade estática.

ESM 09 litros

CO2-06 KG

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Extintor com Agente Pó Químico - Os extintores de

bicarbonato de sódio.

Emprego: É recomendado para o uso em incêndios das

classes B e C.

Cuidados no manuseio:

✓ Podem causar acidentes por asfixia quando

utilizados em compartimentos fechados e sem

ventilação; e

✓ Podem dar origem a maus contatos e baixa de

isolamento em equipamentos elétricos. No caso do pó ABC, os danos

aos equipamentos serão menores.

Extintor com Agentes Halogenados (FM-200; FE-

13; FE-25; FE-36; Halotron) - Emprego: São

recomendados para incêndios das Classes A, B e C.

São particularmente empregados em incêndios de

equipamentos eletrônicos, por não deixarem resíduos.

USO: São operados da mesma forma dos extintores

de CO2. Capacidade de 01 a 06 kg.

Extintor com Agente Pó Químico D - Estes

extintores são comumente conhecidos como extintores

de “Pó D” a base de Cloreto de Sódio. O agente

quando aplicado, forma uma barreira no metal

incendiado impedindo o acesso ao oxigênio,

extinguindo por abafamento.

Extintores Sobre Rodas (carretas) - São aparelhos com maior quantidade

de agente extintor, montados sobre rodas para serem conduzidos com

facilidade. As carretas recebem o nome do agente extintor que transportam,

como os extintores portáteis.

Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes

aparelhos obriga o emprego de pelo menos dois operadores.

As carretas podem ser de água, espuma, pó químico seco e gás carbônico.

Pó D – 09kg

PQS-12kg

Halotron – 5kg

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Carreta de água

Suas características são:

✓ Capacidade: 75 a 150 litros;

✓ Aplicação Incêndio: classe “A”;

✓ Alcance médio do jato: 13 metros;

✓ Tempo de descarga para 75 litros: 180 segundos;

Carreta de espuma

Suas características:

✓ Capacidade: 50 a 150 litros (mistura de água e

LGE).

✓ Aplicação Incêndios: Classes “A” e “B”;

✓ Alcance médio do jato: 7,5 metros;

✓ Tempo de descarga para 75 litros: 180 segundos.

Carreta de pó químico seco

Suas características são:

✓ Capacidade: 20 kg a 100 kg;

✓ Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”. Classe “D”,

utilizando PQS especial;

✓ Tempo de descarga, para 20 kg: 120 segundos.

Carreta de gás carbônico (CO2)

Suas características são:

✓ Capacidade: 25 kg a 50 kg;

✓ Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”;

✓ Alcance médio do jato: 3 metros;

✓ Tempo de descarga para 25 kg: 60 segundos.

Operação: Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das rodas,

retirar a mangueira do suporte, romper o lacre abrindo a válvula da carreta

e abrir a válvula (disparo rápido) na extremidade da mangueira e dirigir o

jato para a base do fogo fazendo movimentos laterais com o difusor.

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Manutenção e Inspeção - A manutenção começa com o exame periódico e

completo dos extintores e termina com a correção dos problemas encontrados,

visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada através de inspeções,

onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de identificação,

lacre e selo do INMETRO, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na mangueira,

peças soltas ou quebradas e pressão no indicador de pressão.

As inspeções deverão ser:

✓ Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização;

✓ Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos.

Observar a pressão do indicador de pressão (se houver), o lacre e o

pino de segurança;

✓ Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás

comprimido, quando houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de

90% do especificado, recarregar;

✓ Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de

segurança e no lacre. Recarregar o extintor;

✓ Quinquenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se

submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o aparelho sofrer

acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas altas,

ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal

habilitado e com equipamentos especializados. Neste teste, o

aparelho é submetido a uma pressão de 2,5 vezes a pressão de

trabalho, para os extintores de baixa pressão (Extintores a base de

Pó, Água, Espuma e Halogenado de baixa pressão) – Este teste é

precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar

a existência de danos físicos – e 1,5 vezes a pressão de trabalho,

para os extintores de alta pressão (CO2 e Halogenado de alta

pressão).

Observações gerais:

✓ Agentes extintores, tais como, água e areia lançados a balde

constituem um recurso de razoável eficiência para o controle de

princípios de incêndios. É um recurso simples e econômico indicado

como alternativa para locais isolados, onde os riscos de incêndio

sejam pequenos, e o espaço e a estética não constituam problema;

✓ Os extintores que utilizam substâncias químicas sob pressão devem

ser testados hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o

extintor apresentar ação da corrosão ou avarias mecânicas.

Extintores que apresentam sinais de corrosão, deformações no

cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro

processo mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já

testados hidrostaticamente;

✓ Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado gasoso ou

em pó, podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob

condições de vento forte.

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Sistemas fixos de combate a incêndios

Rede de Incêndio - É um sistema de tubulação que alimenta os hidrantes e os

demais sistemas fixos que utilizam água.

As duas maiores vantagens apresentadas pelos sistemas fixos de combate a

incêndio são a rapidez da resposta a um indício de incêndio e a possibilidade de um

ataque inicial ao incêndio sem a presença da brigada.

A quantidade e a localização dos equipamentos de combate a incêndio estão

definidas no Plano de Emergência. Cada planta deve ser analisada individualmente

sobre o tipo, a localização, a quantidade e o emprego de tal equipamento.

• Sistema Fixo de Gases Inertes - Recebem o título de gases inertes

todos aqueles que não sejam combustíveis ou comburentes, ou seja, não

participam, sob qualquer forma, do fenômeno da combustão.

Entre eles destacam-se o Dióxido de Carbono (CO2), o Nitrogênio (N2),

Argônio (Ar) e a nova geração de agentes limpos, o FE-227 (FM 200) e o

FE-25 (já comentados anteriormente). Os sistemas fixos são instalados

com a finalidade de saturar com esses gases a atmosfera no interior dos

compartimentos que, normalmente, apresentam maiores riscos de

incêndio. Pode ser projetado para uma descarga direta ou para uma

descarga controlada por tempo.

• Sistema Fixo de Espuma - A espuma é

um agente indicado para extinção de

incêndios da classe “B”, em especial os de

grande vulto envolvendo hidrocarbonetos.

Como já visto, a espuma extingue

incêndios por abafamento. A principal

finalidade do uso da espuma é a extinção

de incêndios em combustíveis ou na maioria dos líquidos inflamáveis,

tendo excelentes características de penetração além de ser superior a água

na extinção de incêndios da classe “A”, por sua característica de

abafamento e resfriamento.

Tanque de espuma

Sistema fixo (Halogenados e Dióxido de Carbono-CO2)

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O jato de espuma deve ser dirigido para

escorrer sob a superfície do líquido

inflamado. Nunca dirigir o jato diretamente

sobre as chamas. Quando o incêndio ocorrer

com líquidos derramados, torna-se mais

eficiente represar o líquido com a própria

espuma, empurrando-a aos poucos sobre o

líquido inflamado. Existe também a

possibilidade de empregar neblina de espuma, altamente eficiente nesses

tipos de incêndio. A espuma pode ser encontrada em reservatórios

especiais ou em sistemas geradores e lançada através de esguichos

especiais ou por canhões monitores, sempre com o mesmo objetivo de

isolar os vapores combustíveis prevenindo o ressurgimento do incêndio.

Nas operações de combate a incêndio com uso de mangueiras, pelo menos

uma das linhas de mangueira para combater incêndio da classe “B” deve

ser com espuma. Se não estiver mais disponível, pode ser utilizada água

em neblina de alta velocidade, tomando o devido cuidado para não romper

a película de espuma produzida anteriormente.

• Sistema Fixo de Pó Químico Seco - O PQS é um grande agente extintor.

Quando submetido a altas temperaturas

libera o CO2, extinguindo o incêndio também

por abafamento, além do seu efeito

principal, a quebra da reação em cadeia.

Normalmente encontramos o sistema

composto de um reservatório de pó químico,

normalmente o Bicarbonato de Sódio ou

Potássio, sendo o último o mais eficaz. O

propelente é o nitrogênio acondicionado em

garrafas que são acionadas no momento em que o sistema for posto em

funcionamento.

Sistema fixo de Pó

Sistema em sarilho de

espuma

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• Sistema de Borrifo - Também conhecidos como chuveiros automáticos ou

sprinklers. O sistema de borrifo é um dos mais antigos sistemas fixos.

Nada mais eram do que diversas ranhuras ao longo de tubulações

abastecidas com água. Hoje com os sprinklers existentes, encontramos

uma infinidade de modelos para diversas aplicações. Destinam-se,

genericamente, a proteger a área contra o fogo e, quando operando

automaticamente possuem a vantagem de atuar logo no início do incêndio,

impedindo assim que o fogo alcance maiores proporções. Alguns sistemas

modernos podem ser operados automaticamente, sendo a válvula de

controle atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao aumento

de temperatura.

Sistemas semelhantes, de operação manual, dotados de controle local e

comando a distância, são instalados em locais onde o manuseio de

gasolina ou outros inflamáveis torne a área potencialmente perigosa.

Podem ser dotados de pulverizadores destinados à formação de neblina de

baixa velocidade, ou do tipo “chuveiro”, em forma de cortina d’água.

Toda a rede instalada no compartimento protegido por esse sistema é

mantida pressurizada. Ao indício de uma fonte de calor, o chuveiro entra

em ação, independentemente de acionamento manual. Logo, entendemos

que somente aqueles expostos a uma fonte de calor é que serão ativados.

No mesmo instante de seu acionamento, o sistema faz disparar o alarme

de incêndio. A ação do alarme, na maioria das vezes, é informar a

necessidade de ser fechada a água, visto que o incêndio propriamente dito

já deve ter sido debelado. Ao ser acionado o suprimento de água, é

lançado sob a forma de neblina de alta velocidade.

O projeto da rede de combate a incêndio deverá assegurar que os sistemas

fixos não reduzam materialmente o volume de água disponível e nem

produzem uma queda de pressão na rede.

• Sistema de Dilúvio - Montados em tubulações permanentemente secas

com o seu fluxo controlado manual e automaticamente, dotada de bicos

para aspergir ou nebulizar água sob forma de neblina de média e alta

velocidade. Para uma eficácia melhor com relação aos incêndios Classe B,

pode ser adicionado com o LGE. É encontrado instalado em unidades de

gás combustível, manifolds de óleo e gás, compressores de gás,

recipientes pressurizados, etc.

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• Rede de Incêndio - A rede de incêndio consiste de um sistema de

tubulações que alimentam os hidrantes e os demais sistemas fixos que

utilizem água, devendo se estender até as extremidades da empresa e

possuir hidrantes acessíveis e espaçados entre si por não mais do que o

equivalente a duas ou três vezes o comprimento de uma mangueira de

combate a incêndio padrão.

As características hidráulicas das redes dos sistemas de água e de espuma

estabelecem as características das bombas fixas necessárias. Por

precaução é indicado que as bombas possuam duas fontes de energia

independentes.

Considere ainda a possibilidade de se utilizar bombas móveis para o caso

de falhas na unidade fixa de bombeamento. Como opção, as bombas

móveis também podem ser utilizadas para elevar a pressão na rede de

incêndio.

A pressão na rede de incêndio poderá variar de acordo com a aplicação

que está sendo considerada, somente água para resfriamento, aumentar o

alcance do jato d’água ou para produzir espuma.

• Sistema Fixo de Chuveiro Automático (Sprinkler) - O sistema de

chuveiros automáticos, também conhecido simplesmente como sprinklers,

é um sistema fixo, integrado à edificação que processa uma descarga

automática de água sobre um foco de incêndio, em uma densidade

adequada para controlá-lo ou extingui-lo.

O sistema de chuveiros automáticos

consiste na instalação de uma rede de

tubulação hidraulicamente

dimensionada, na qual são previstos

chuveiros (sprinklers).

Estes possuem um dispositivo sensível

à temperatura local que, quando

rompido, libera a água para o combate

ao incêndio. Como cada chuveiro de

sprinkler possui seu dispositivo de sensibilização, o sistema entrará em

funcionamento setorialmente, ou seja, apenas o chuveiro sensibilizado

entrará em operação.

O sistema de chuveiros automáticos ganha importância dia após dia, pois,

com o crescimento das cidades, os edifícios são cada vez mais altos, o que

dificulta o trabalho do Corpo de Bombeiros, já que o estabelecimento de

viaturas de combate ao incêndio e de resgate de vítimas demandará maior

dispêndio de recursos operacionais e de tempo.

Os chuveiros automáticos atuam no início do incêndio, dificultando a sua

propagação pela edificação. Desse modo, os usuários do prédio ganham

tempo para saírem do local. O sistema também visa à proteção das

estruturas, uma vez que retarda a ação danosa do fogo sobre o concreto e

o aço.

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• Canhões Fixos - Também conhecidos como

monitores podem ser usados com água ou

espuma e instalados em bases fixas ou unidades

móveis, destinado a formar e orientar jatos de

longo alcance para combate a incêndio. A

regulagem de altura do jato de líquido de um

canhão é ditada pelo uso a que se destina.

Exige-se que, no mínimo, sejam operados com

um jato de 30 metros de alcance e 15 metros de

altura, sem vento.

Atentar-se para o uso de canhões sob bases fixas. Dependendo da direção

do vento poderá ser uma posição desfavorável para dar o combate, ficando

a brigada exposta aos efeitos da fumaça e do calor.

• Hidrantes - São as tomadas de

incêndio instaladas nas tubulações

da rede de incêndio ou nas

extremidades das derivações

verticais. Geralmente essas tomadas

são de 2.1/2 polegadas de diâmetro,

reduzidas, quando necessário para

1.1/2 polegadas.

• Bombas de Incêndio - As características

hidráulicas das redes do sistema de água

e de espuma estabelecem as

características das bombas fixas

necessárias. Por precaução é indicado que

as bombas possuam duas fontes de

energia independentes.

Qualquer bomba instalada para funcionar

como bomba de incêndio, deve ter capacidade e pressão suficiente para

alimentar todas as instalações de incêndio, mesmo em pavimentos

elevados.

• Bombas Portáteis - Considere ainda a

possibilidade de se utilizar bombas

móveis para o caso de falhas na unidade

fixa de bombeamento. Como opção, as

bombas móveis também podem ser

utilizadas para elevar a pressão na rede

de incêndio ou para efetuar o

esgotamento de um local alagado.

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NOTA: As bombas portáteis quando operando em compartimentos

interiores, devem ter os gases da combustão conduzidos para fora por um

mangote de descarga apropriado.

Outros recursos

Os agentes extintores, tais como água e areia, lançados a balde, constituem um

recurso de razoável eficiência para controle de princípios de incêndio.

A manta antichamas também é conhecida como um agente extintor. É fabricada

em aramida. A sua aplicação é indicada para princípios de incêndio em cozinhas

envolvendo incidentes como fritadeiras.

Sarilho ou Carretel de Mangueira

Equipamento instalado no piso ou em paredes

conectados à rede de incêndio e indicados para

princípios de incêndio. Geralmente utilizam um mangote

feito de borracha resistente ao calor com longo

comprimento e um esguicho de 1 polegada. Onde

houver instalado esse equipamento, poderá substituir o

uso dos extintores portáteis de água.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Todo o material que tem como propósito proteger contra quaisquer fatores que

ponham em risco a integridade física e a vida do homem envolvido em operações de

combate a um incêndio é conhecido como Equipamento de Proteção Individual. Assim,

dentro desse conceito, incluem-se desde o simples capacete de fibra, até complexas

máscaras e roupas de proteção.

Mangueira em Sarilho

Manta Antichamas

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Capacetes

Devem ser utilizados os capacetes de

bombeiro com viseiras e proteção contra

impactos e antichamas. O material mais indicado

para a composição desses capacetes é o KEVLAR.

Botas

As botas especiais de combate a incêndio são

compostas, em sua maioria por uma borracha especial

resistente não só ao calor como também contra produtos

químicos.

Deve ter cano alto, biqueira de aço, dielétrica, solado

antichamas e antiderrapante e, se possível, com forração

interior com isolante térmico.

O uso da roupa de proteção completa

protege os homens, permitindo um ataque eficaz, por

um tempo maior. As botas de borracha com proteção

de aço e cano alto são de elevada necessidade.

A seguir, algumas recomendações sobre a

colocação das roupas de proteção e sobre o uso dos

equipamentos de proteção:

✓ As roupas devem ser sempre

usadas sobre o macacão, provendo

assim maior proteção ao homem;

✓ As roupas devem ter sua parte

superior fechada, apenas na hora

em que o homem for empregado no trabalho, de forma a mantê-lo o

maior tempo possível “refrescado”;

✓ As roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros

passados e zíperes fechados;

✓ As luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas;

✓ As luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se

possível, e serem do tamanho ligeiramente maior, a fim de permitir

ao homem movimentar os dedos dentro da luva, evitando

queimaduras por vapor;

✓ O capuz anti-flash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara,

cobrindo todas as partes expostas da pele do homem e a parte

superior da máscara, e por dentro da roupa de penetração;

✓ As máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas

passadas e corretamente ajustadas ao corpo do homem; e

Capacetes para Bombeiros

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✓ A utilização de capacetes é obrigatória (deve ser colocado bem preso

a cabeça do homem através da jugular).

Luvas e Balaclavas

Na ausência de roupas especiais, o uso de

vestimentas a base de algodão antichamas

oferecem proteção significativa contra o calor

radiante de um incêndio. O uso de roupas de

baixo (cuecas, meias e camisetas) em algodão

também é recomendável, na medida em que

tecidos sintéticos poderão queimar e grudar na

pele quando submetidos ao calor.

Como complementos para proteção das mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e

capuzes antiexposição (antiflash), resistentes ao calor, com um considerável grau de

impermeabilidade e confeccionados em algodão cru.

ABANDONO DE ÁREA

Os brigadistas se

reunirão no ponto de encontro

do pessoal. Neste momento o

Chefe da Brigada já avaliou a

situação e determinará o

abandono geral ou não.

• Abandono de Área - Proceder ao abandono da área parcial ou total,

quando necessário, conforme comunicação preestabelecida, conduzindo a

população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até

a definição final da emergência.

O plano deve contemplar ações de abandono para portadores de

deficiência física permanente ou temporário, bem como as pessoas que

necessitem de auxílio (idosos, gestantes, etc.).

• Rota de Fuga - Trajeto contínuo, devidamente protegido proporcionado

por portas, corredores, antecâmaras, passagens externas, balcões,

vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou

combinações destes, a ser percorrido pelo usuário em caso de um incêndio

de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço

externo, protegido do incêndio. (NBR 9.050)

• Pessoa com Mobilidade Reduzida

Aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua capacidade

de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com

mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante

entre outros. (NBR 9.050)

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• Ponto de encontro - Devem ser previstos um ou mais pontos de encontro

dos brigadistas, para distribuição das tarefas.

• Primeiros socorros

Prestar os primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou

estabelecendo suas funções vitais (suporte básico de vida, reanimação

cardiopulmonar, etc.), até que se obtenha o socorro especializado.

• Corte de energia

Elimine os riscos por meio de corte das fontes de energia (elétrica, etc.) e

o fechamento das válvulas das tubulações (GLP, oxiacetileno, gases,

produtos perigosos, etc.), quando possível e necessário, da área sinistrada

atingida ou geral.

• Isolamento da área - Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a

garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas

adentrem ao local.

✓ Nunca volte para apanhar objetos;

✓ Não se afaste dos outros e não pare nos andares;

✓ Ao sair de um lugar, fechar as portas e janelas sem trancá-las; e

✓ Nunca use o elevador quando houver incêndio.

• Confinamento e combate ao incêndio - Confinar o incêndio de modo a

evitar a sua propagação e consequências.

Proceder o combate ao incêndio, quando possível, até a extinção do

incêndio, restabelecendo a normalidade.

• Investigação - Levantar as possíveis causas do sinistro e os demais

procedimentos adotados, com o objetivo de propor medidas preventivas e

corretivas para evitar a sua repetição.

Deve ser prevista a interface do Plano de emergência contra incêndio com

outros planos da edificação ou área de risco (produtos perigosos,

explosões, inundações, pânico, etc.).

• Divulgação e treinamento - O Plano de Emergência contra Incêndio

deve ser amplamente divulgado aos ocupantes da edificação, de forma a

garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a serem

executados em caso de emergência.

Sugere-se que, os visitantes sejam informados sobre o Plano de

Emergência contra Incêndio da edificação por meio de panfletos, vídeos

e/ou palestras.

O plano de emergência contra incêndio deve fazer parte dos treinamentos

de formação, treinamentos periódicos e reuniões ordinárias dos membros

da brigada de incêndio, dos brigadistas profissionais, do grupo de apoio,

etc.

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• Exercícios simulados - Devem ser realizados exercícios simulados de

abandono de área, parciais e completos, na edificação, com a participação

de todos os ocupantes, sendo recomendada uma periodicidade máxima de

um ano para simulados completos.

Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião

extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas, com a

elaboração de ata na qual constem:

✓ data e horário do evento;

✓ tempo gasto no abandono;

✓ tempo gasto no retorno;

✓ atuação dos profissionais envolvidos;

✓ comportamento da população;

✓ ajuda externa (por exemplo: PAM – Plano de Auxílio Mútuo, etc.);

✓ falha de equipamentos;

✓ falhas operacionais; e

✓ demais problemas levados na reunião.

• Sinalização de Emergência

Fornece uma mensagem geral de segurança obtida pela combinação de cor

e forma geométrica, fornecendo uma mensagem específica de segurança

pelo símbolo gráfico.

AVALIAÇÃO DOS RISCOS

A avaliação de riscos procura reconhecer e identificar os perigos existentes nas

instalações, nas operações nos produtos e serviços desenvolvidos dentro da planta,

quantificando e qualificando os riscos que aquelas atividades representam para o

homem, o meio ambiente e o empreendimento, propondo medidas para o seu controle.

Portanto, afirmamos que o objetivo da avaliação dos riscos é, de uma forma

resumida, responder a essas quatro perguntas básicas:

✓ O que pode dar errado?

✓ Qual a frequência?

✓ Quais as consequências?

✓ Como poderemos reduzir os efeitos?

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RISCOS ESPECÍFICOS DA PLANTA

Elaboração do Plano de emergência contra incêndio

Para a elaboração de um Plano de emergência contra incêndio é necessário

realizar uma análise preliminar dos riscos de incêndio, buscando identificá-los,

relacioná-los e representá-los em Planta de Risco de Incêndio.

Conforme o nível dos riscos de incêndio existentes, o levantamento prévio e o

plano de emergência devem ser elaborados por engenheiros, técnicos ou especialistas

em gerenciamento de emergências.

O profissional habilitado deve realizar uma análise dos riscos da edificação com o

objetivo de minimizar e/ ou eliminar todos os riscos existentes, recomendando-se a

utilização de métodos consagrados.

O Plano de emergência contra incêndio deve contemplar, no mínimo, as

informações detalhadas da edificação e os procedimentos básicos de emergência em

caso de incêndio como:

✓ Localização (urbana, rural, características da vizinhança, distância

de outras edificações e/ou riscos, distância da unidade do Corpo de

Bombeiros, existência de Plano de Auxílio Mútuo, etc.);

✓ Construção (alvenarias, concreto, metálica, madeira, etc.);

✓ Ocupação (industrial, comercial, residencial, escolar, etc.)

✓ População total e por setor, área e andar (fixa, flutuante,

características, cultura, etc.);

✓ Pessoas portadoras de necessidades especiais;

✓ Riscos específicos inerentes à atividade;

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✓ Recursos humanos (brigada de incêndio, brigada profissional, grupos

de apoio, etc.) e materiais existentes (saídas de emergência,

sistema de hidrante, chuveiros automáticos, sistemas de detecção

de incêndio, sistema de espuma mecânica e de resfriamento,

escadas pressurizadas, grupo motogerador etc).

Os procedimentos básicos de emergência em caso de incêndio devem conter os

seguintes aspectos:

✓ Alerta: Identificada uma situação de emergência, qual quer pessoa

pode, pelos meios de comunicação disponíveis ou sistema de

alarme, alertar os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros

profissionais civis e o apoio externo. Este alerta pode ser executado

automaticamente em edificações que possuem sistema de detecção

de incêndio.

✓ Análise da situação: após o alerta, deve ser analisada a situação,

desde o início até o final da emergência, e desencadeados os

procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou realizados

simultaneamente, de acordo com os recursos materiais e humanos,

disponíveis no local.

✓ Apoio externo: o Corpo de Bombeiros e/ou outros órgãos locais

devem ser acionados de imediato, preferencialmente por um

brigadista que deve informar:

- nome do solicitante e o número do telefone utilizado;

- endereço completo, ponto de referência e/ou acessos;

- características da emergência, local ou pavimento e eventuais

vítimas e suas condições.

PSICOLOGIA & LIDERANÇA NA RESPOSTA A EMERGÊNCIA

Reações diante de uma resposta a emergência

Em um sentido mais amplo, quando estivermos diante de uma emergência,

busquemos nos referir a uma sequência de eventos que poderão ficar fora de nosso

controle representada por manifestações repentinas de ruptura do equilíbrio da

operacionalidade normal de sua planta.

Ficamos sensíveis ao surgimento de graves acontecimentos, como por exemplo,

acidente do trabalho envolvendo pessoas, contaminações, vazamentos, alagamentos,

incêndios, intoxicações, etc, que demandam uma rápida intervenção do elemento

humano.

Nesse cenário, uma pessoa encarregada pela supervisão, coordenação e liderança

para o controle da emergência deflagrada deverá saber reconhecer os momentos em

que seu perfil oscile entre o individual e o coletivo para ser bem sucedido na execução

de suas ações.

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Dentro de um comportamento individual diante de uma

emergência, para um bom relacionamento entre a população da

instalação, o indivíduo precisa aprender a reagir desta ou aquela

forma, de acordo com as circunstâncias. Precisa também saber inibir

certas ações.

Isso auxilia na construção do processo de socialização do

indivíduo no local de trabalho de sua atuação. Esse processo poderá

ser facilitado ou dificultado pelo meio em que os profissionais estão

inseridos. Eventos ou atitudes positivas ou negativas poderão revelar a forma em que

as pessoas receberão com simpatia, boa vontade ou repulsa as orientações de

ajustamento propostas pelo profissional.

Por outro lado, dentro de um comportamento coletivo,

o profissional deverá estar atento, pois a maioria de nossas

reações aparece como resposta a estímulos provocados pelas

pessoas com as quais convivemos. Observa-se o

comportamento coletivo no ambiente de trabalho quando

várias pessoas reagem em conjunto ao mesmo estímulo,

geralmente em situações de intensa interação. Logo, numa

emergência, a interatividade entre vários grupos que atuam

simultaneamente no seu controle será necessária.

Importância das relações humanas no trabalho

A psicologia aplicada ao estudo dos problemas no trabalho e da vida profissional

visa a ajustar os profissionais as suas atividades atribuídas. Preocupa-se com o

processo de adaptação do profissional ao trabalho (o profissional certo no lugar certo),

adaptação do trabalho ao profissional (ambiente, instalações, equipamentos) e

adaptação do profissional aos demais profissionais (interação e harmonia no trabalho).

• Benefícios

✓ Satisfação profissional;

✓ Bem estar social;

✓ Incremento da produtividade; e

✓ Aumento da segurança.

• Princípios para um Bom Relacionamento

✓ Conheça a sua unidade

- Organização interna;

- Normas e procedimentos legais ou próprios; e

- Funções e responsabilidades.

✓ Conheça seus superiores

- Perfil do comando da unidade.

✓ Conheça seu público

- Diferença de humores entre a população da unidade.

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✓ Conheça a ti mesmo

- Seja autocrítico, sempre desconfie antes de si mesmo; e

- Conheça o seu perfil psicológico e saiba utilizá-lo.

• Causas de problemas de relações humanas no trabalho - Todos os

grupos sociais sofrem diversas transformações ao longo de seu convívio. A

seguir enumeramos algumas causas de interferências para o bom

relacionamento no ambiente de trabalho:

✓ Chegada de um novo indivíduo no grupo;

✓ Saída de um membro do grupo;

✓ Ambiente social;

✓ Rivalidades;

✓ Frustrações;

✓ Discriminações;

✓ Preconceitos;

✓ Pressões no trabalho;

✓ Confinamentos;

✓ Incidentes;

✓ Acidentes; e

✓ Crises diversas.

Para solução desses problemas recomendamos um profundo levantamento de suas

causas. Durante o estudo desses problemas, leve sempre em consideração a hipótese

de se adotar mais de uma solução, pois, lembre-se, você está inserido num universo de

necessidades individuais nem sempre iguais. Discuta os problemas com a população de

sua unidade, busque assistências diversas (psicólogos, médicos, assistente social,

religião).

Liderança

A dificuldade de se liderar pessoas reside no estudo do modo de agir dos líderes

de acordo com seu caráter personalíssimo. O modo de agir depende de seus traços

primários e de suas tendências subordinadas as suas peculiaridades pessoais. Essa

abordagem nos permite oferecer alguns exemplos de modos de agir:

• Tirano: Excessivamente pessoal, de acordo com seu capricho, sem levar

em consideração os demais indivíduos.

• Ditador: Atua no sentido de fazer crer que seus objetivos pessoais sejam

sociais. Possui pretensões de acenar com seus interesses próprios como se

fossem interesse de todos.

• Comandante: Prefere dispensar considerações às pessoas, pois acredita

que desta forma esse tratamento trará mais vantagens do que tratar as

pessoas com indiferença e de maneira grosseira.

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• Líder: Para o líder existe um único método de agir, é o de liderar, de

SERVIR. “O líder serve aos que se colocam sob as suas ordens.”

Exerce influência sobre os outros, sobre as pessoas que você se relaciona no ambiente

de trabalho que você criou como líder que é verdadeira liderança. Liderança é a

habilidade de influenciar pessoas para trabalharem com enorme dedicação visando

atingir os objetivos declarados pela organização como sendo para o bem comum de

todos. É executar as tarefas enquanto se constroem relacionamentos.

Diferença entre gerente e líder

Essa diferença é de fácil compreensão diante dos próprios conceitos

estabelecidos:

• Gerente: É a pessoa formalmente investida da função de mando na escala

hierárquica. Porém gerência não é algo que você faça com pessoas. Você

gerencia recursos.

• Líder: É a pessoa que, investida ou não de uma função de comando,

possui a capacidade de se destacar, influenciar e conquistar a conduta

humana desejada através de uma obediência voluntária de respeito e leal

cooperação.

Logo, observamos que o líder não gerencia pessoas, ele lidera pessoas pelo

reconhecimento de sua autoridade.

O líder administra quando lidera, chefia, comanda e dirige. Constituem

elementos de sua capacidade administrativa:

✓ Planejamento;

✓ Execução;

✓ Coordenação;

✓ Controle.

Diferença entre poder e autoridade

• Poder: É a habilidade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por

força de sua posição, mesmo que seus colaboradores preferissem não

fazer.

• Autoridade: É a habilidade de levar seus colaboradores a fazerem de boa

vontade algo que você almeja para organização através da sua influência

pessoal.

O poder pode ser dado e tomado, vendido e comprado. As pessoas podem ser

postas em cargos de poder por serem parentes ou amigos de alguém. Já a autoridade

não pode ser comprada, nem vendida, nem dada ou tomada. A autoridade diz respeito

de quem você é como pessoa, o seu caráter e a influência que estabelece sobre as

pessoas.

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Qualidades do líder

Já falamos que para exercer o seu papel com competência, o bom líder precisa

saber como influenciar seus colaboradores.

Apresentamos aqui algumas qualidades de caráter que o líder precisa

desenvolver para ser bem sucedido na “Arte de Liderar”:

✓ Autocontrole (disciplina, equilíbrio e paciência);

✓ Autenticidade (humildade);

✓ Respeito (tratar as pessoas com importância);

✓ Compromisso (sentimento de responsabilidade, sustentar suas

decisões);

✓ Perdão (não guardar ressentimentos);

✓ Entusiasmo (incentivo e atitudes positivas);

✓ Abnegação (satisfazer as necessidades dos outros);

✓ Honestidade (livre de engano);

✓ Convicção (confiança, fé, firmeza nas ações. Segurança em sua

própria capacidade);

✓ Autocrítica (cada erro significa uma lição, para si próprio);

✓ Justiça e imparcialidade (falta de equidade fere a alma do ser

humano e provoca revolta e desconfiança).

Passaremos agora aos comentários de algumas considerações sobre o papel que

a liderança exerce no gerenciamento efetivo de uma emergência que envolva um

incêndio ou derramamento de produtos perigosos.

A moderna abordagem da liderança em situações de emergência está baseada

em um sistema chamado de Liderança Funcional o qual analisa as funções envolvidas

no tratamento de uma emergência. As abordagens anteriores criaram a suposição de

que os líderes já nasciam com as virtudes para liderar. Algumas qualidades como

coragem, integridade, bom senso, etc. podem até ajudar a liderança, mas um bom líder

pode ter que demonstrar, necessariamente, essas características. Outras abordagens

sugerem que o líder que possua as melhores habilidades ou os maiores conhecimentos

para lidar com uma situação será o melhor líder. Novamente, a afirmação está em parte

correta, mais ainda assim isso não será tudo quando for lidar com uma emergência.

A melhor abordagem para o líder é analisar as funções envolvidas, as pessoas

envolvidas, as necessidades envolvidas. Embora uma brigada competente e bem

equipada possa demonstrar domínio sobre as técnicas de combate a incêndio diante de

uma emergência real, a liderança somente será notada se, no calor das ações ela for

aplicada sobre o grupo que estará sendo desafiado a cada segundo na execução do

combate e na tomada de decisões críticas.

Nos momentos de pura tensão e elevado desgaste emocional, tudo que cada

brigadista ou cada membro dos grupos de apoio precisam é de um bom líder que,

mesmo que não possua resposta para todas as perguntas, saiba agir com equilíbrio no

atendimento das necessidades imediatas de cada brigadista e de cada assistente na

busca de seus melhores desempenhos durante as operações. O melhor líder não será

aquele imposto pela organização do plano, mas sim aquele que é reconhecido por todos

os participantes com funções na resposta à emergência deflagrada.

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Numa brigada existem, pelo menos, 3 áreas de necessidades em que o líder

deverá se preocupar:

• Atribuições: Deve ser dada uma atenção as necessidades da Brigada

diante de uma tarefa que seja muito complexa ou impraticável para uma

pessoa realizar. Por isso, o líder deve planejar suas ações, alocar os

recursos necessários, atribuir funções e delegar tarefas:

✓ Definir as responsabilidades;

✓ Elaborar um planejamento;

✓ Distribuir as tarefas e os recursos;

✓ Controlar a qualidade e os recursos;

✓ Checar o desempenho da Brigada com o plano; e

✓ Adaptar o plano, se necessário.

• Manutenção da equipe: Sempre trabalhar em equipe. A Brigada para

alcançar o sucesso em suas intervenções deve ser mantida como uma

equipe coesa. Por isso o líder deve mantê-los sempre motivados e provê-

los com informações através de uma comunicação eficiente:

✓ Estabelecer padrões de desempenho;

✓ Manter a disciplina;

✓ Construir um espírito de equipe;

✓ Elogiar, motivar e dar senso de objetivo;

✓ Assegurar a comunicação dentro do grupo; e

✓ Treinar o grupo.

• O Brigadista: A brigada é formada por pessoas que possuem suas

próprias necessidades, que possuem seus próprios anseios, que possuem

seus próprios problemas pessoais, mas que, individualmente, contribui

para o funcionamento do grupo. Por isso, é importante não só dar

assistência como também sempre reconhecer o seu trabalho através de

elogios verdadeiros:

✓ Assistir aos problemas pessoais;

✓ Elogiar os indivíduos;

✓ Administrar a situação;

✓ Reconhecer e usar as habilidades individuais; e

✓ Treinar o indivíduo.

Delegação de competência e autoridade

Delegar é transmitir. Delegação é o recurso que a organização se utiliza

para que os líderes possam estender sua influência, além dos seus limites. O líder

transfere aos colaboradores certos deveres, responsabilidades e autoridade. Mas é

importante frisar que não ocorre a transferência de tudo. Nas palavras de Aristóteles:

“nem de mais, nem de menos; mas o justo.” Cabe ao líder determinar quais funções

que se delegam e quais são as personalíssimas.

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São vantagens da delegação:

✓ Aliviar as pressões de trabalho sobre o líder;

✓ Formar colaboradores capazes de agir por conta própria nas

emergências;

✓ Evitar a crise nos casos em que o líder tenha que se ausentar;

✓ Proporcionar ao líder momentos de reflexão e planejamento; e

✓ Incentivo aos colaboradores para assumirem maiores

responsabilidades.

Elementos do trabalho em equipe

O que é trabalho em equipe? O que faz a diferença entre uma equipe bem

sucedida e uma equipe medíocre? Como nós conseguimos reunir uma equipe com

indivíduos de formações distintas e combinar seus esforços para alcançar uma meta

comum?

A resposta é trabalhar em equipe, um time tem o dever de se comportar como

uma unidade coesa para atingir seus objetivos dentro de um trabalho harmônico de

equilíbrio de forças. Porém, isso não é conseguido facilmente. É essencial que a equipe

treine regularmente para lidar com as demandas perigosas diante do atendimento a

uma emergência. Ao negligenciar esse treinamento estaremos colocando em risco as

vidas de meus colegas de brigada e demais colegas de trabalho.

O espírito da equipe são vínculos profissionais especiais que envolvem os

colaboradores, os líderes e toda a organização, e que se manifesta através de:

✓ Expressões de entusiasmo dos colaboradores para com sua unidade;

✓ Reputação de amizade entre os membros do grupo;

✓ Respeito e admiração para com os líderes;

✓ Capacidade do grupo se adaptar a situações novas.

✓ Espírito, sadio, esportivo e de competição;

✓ Ajuda mútua e coesão; e

✓ Inexistência de condições desagregadoras.

A manutenção do espírito de equipe se manifesta pelas seguintes condições:

✓ Confiança na liderança;

✓ Retiradas dos elementos que não cooperam;

✓ Igualdade na distribuição de vantagens e privilégios;

✓ Exaltar o grupo pela qualidade de seus colaboradores; e

✓ Reconhecimento de sucessos obtidos.

O espírito de equipe colabora para formação de um relacionamento lúcido entre o

colaborador, o trabalho e o líder:

✓ Interesse do colaborador (Todos nós somos importantes! A etapa do

processo que é de sua responsabilidade é importante para todo o

grupo!);

✓ Satisfação com as condições de trabalho (o colaborador não

satisfeito exterioriza irritação, depressão, excitação injustificada,

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indisciplina e constitui sério obstáculo para o bom andamento dos

serviços); e

✓ Qualidade de liderança (os colaboradores servem a organização e

não a si próprios).

Portanto, resumindo, cada membro da brigada de incêndio deve estar consciente

de que suas funções e responsabilidades diante de uma emergência, sempre estarão

relacionadas à:

• Disciplina

✓ Aceitar a autoridade do líder;

✓ Executar as ordens de forma eficiente e positiva; e

✓ Manter autocontrole em uma situação de emergência.

• Confiança

✓ Na sua própria habilidade;

✓ Na habilidade dos companheiros de brigada; e

✓ Nos procedimentos e equipamento.

• Espírito de equipe

✓ Ser capaz de trabalhar com outros para alcançar uma meta comum;

e

✓ Comunicar e interagir eficazmente.

• Habilidades

✓ Demonstrar habilidades individuais;

✓ Desenvolver novas habilidade e técnicas.

• Treinar

✓ Praticar os procedimentos definidos pelo plano de emergência de

sua planta;

✓ Estar atualizado com novas tecnologias; e

✓ Familiarização com seu próprio equipamento.

• Flexibilidade

✓ Adaptar para situações variáveis;

✓ Executar as funções de outros membros da brigada;

✓ Aceitar as mudanças em um curto espaço de tempo; e

✓ Estar atento para situações dinâmicas.

• Segurança

✓ Assegurar a sua própria segurança;

✓ Assegurar a segurança dos outros membros da brigada;

✓ Assegurar a integridade da instalação; e

✓ Trabalhar dentro de diretrizes determinadas.

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• Liderança

✓ Estar preparado para ser designado como líder de uma equipe; e

✓ Ter a sua autoridade reconhecida.

• Condicionamento físico

✓ Saúde, força, mobilidade e resistência para executar as tarefas;

✓ Compreensão das várias tarefas a serem executadas; e

✓ Bom conhecimento de sua planta.

O comportamento diante de uma emergência

Com a proposta de convencê-los a não se tornarem meros chefes, supervisores

ou coordenadores, mas sim, líderes, buscaremos aqui apresentar algumas orientações

para você não se sentir “perdido” quando a crise já está batendo na porta da sua sala,

sob as mais diversas formas, desde uma auditoria, passando por uma fiscalização, ou

até mesmo um evento catastrófico. Embora as recomendações a seguir tenham sido

objeto de um estudo publicado na Revista Exame, Edição n°. 706 de 26/01/2000 sobre

o relacionamento das empresas com a mídia (imprensa escrita ou televisiva),

acreditamos que ele pode ser perfeitamente traduzido para qualquer realidade da

empresa, como por exemplo, no que tange ao gerenciamento de crises que esteja

atingido a manutenção de condições seguras de trabalho. Trouxemos as recomendações

do estudo para a realidade industrial, e temos certeza que vocês concordarão que ele

ainda nos parece ainda bem atual.

Portanto, diante de uma emergência... O que fazer?

• Calma. Prepare-se. Não saia falando sem saber de fato o que aconteceu.

Declare ao seu público que você irá se informar e voltará a falar. Mas volte

mesmo.

• Não tema. Fale. Se você não falar, alguém – o operador, o brigadista, o

homem da área, o cozinheiro, a D. Maria – vai falar por você, só que não

necessariamente a verdade.

• Mentir, jamais. A mentira tem pernas curtas. E, quando alguém descobrir

que você está mentindo, um dos últimos recursos e o mais precioso que

lhe resta, a boa vontade da opinião pública, estará perdido. Daí para frente

nada mais importa: você será o culpado.

• Assegure-se de estar sendo compreendido. Tudo é problema de

comunicação. Será que os jornalistas e a opinião pública estão de fato

entendendo e aceitando o que você está falando? Cuidado com os termos

técnicos e mensagens evasivas.

• Não especule. Não brinque. Não subestime. Vai dar a impressão de

que você é arrogante e age de má-fé.

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• Jamais diga “sem comentários” ou “nada a declarar”. Essas frases,

antipáticas, dão a impressão de que você tem algo a esconder. São usadas

por pessoas como, por exemplo, políticos, narcotraficantes e juízes

corruptos. Nesse momento, tudo o que você não quer é ser associado a

esse tipo de figura.

• Trate de ser identificado como crível (honesto). A imagem, a

credibilidade no momento de crise, é decisiva. O que vale é aquele dito

popular sobre a mulher de César: “Não basta ser honesto, você tem que

parecer honesto!”

• E ainda: Monte um comitê para gerenciar a crise e sua comunicação.

Prepare press-releases, depoimentos, listas de perguntas e respostas,

testemunhos favoráveis, etc. Agende palestras e atenda bem o seu

público. Publique avisos explicando a posição da empresa. Monitore a mídia

e corrija erros. Monitore a reação dos diversos públicos afetados (seu

público, colaboradores, contratados, fornecedores, clientes, acionistas,

governo, ONG, comunidades e público externo), cuide de mantê-los bem

informados.

Como estar preparado?

Na crise, a sorte conta pouco, o preparo, muito. Veja o que pode ser feito

como prevenção:

✓ Prepare uma assessoria qualificada de colaboradores para

desenvolver um programa de treinamento e gerenciamento de

emergências;

✓ Envolva toda a direção e gerentes mais experientes da empresa;

✓ Faça um treinamento para lidar com seu público em momentos de

emergência;

✓ Faça um brainstorming de possibilidades de crise no seu negócio. A

pior crise é aquela para qual não estamos nem um pouco

preparados;

✓ Desenvolva um extenso questionário e prepare respostas para

possíveis perguntas;

✓ Desenvolva mensagens-chaves; e

✓ Crie um comitê de crise e reúna-o periodicamente para novas

avaliações.

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O que não fazer?

• “Estou sendo injustiçado”. Mesmo que você tenha boa-fé, não se julgue

perseguido pelo seu público, pela empresa, pela CIPA, pelos

ambientalistas, etc. Isso não resolve. Agrava a situação.

• “Não é problema meu”. Não tente se preservar. Se seu medo é perder o

emprego, saiba que tocar a crise com competência, ao contrário, pode

significar ganhar uma promoção.

• “Me respeite”. Por mais envolvido que você esteja a questão não é

pessoal. Menos envolvimento pessoal facilita o raciocínio equilibrado.

• “Não quero incomodar meus superiores”. Não demore. Comunique a

emergência imediatamente aos escalões mais altos. Tempo é a chave.

• “Foi um episódio isolado. Não vai acontecer novamente”. Não ignore

sinais de alerta. Não ignore os incidentes. Resolva problemas

potencialmente graves da primeira vez, antes de se tornarem crises.

• “Isso não vai dar em nada”. Efeito avestruz não ajuda. O que você

prefere: Um filme horroroso ou um horror sem fim?

• “Seguimos todas as normas, padrões e regulamentos da

companhia”. E que se importa com isso ?

• “Legalmente estamos cobertos”. Ter razão em crises não significa

vencer. A questão é de imagem e não apenas de leis.

• “Foi um problema menor. Não há motivo para pânico”. Não se iluda.

Uma pequena rachadura num dique pode significar uma catástrofe.

“Não negligencie seu público”. Respeitados e bem informados eles podem ser seus

aliados.

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FERRAMANETAS DE SALVAMENTO

Desencarceramento é o nome dado à operação de salvamento que exige

aplicação de ferramentas que livrem a vítima de materiais envolventes que a prendam

ou encarcerem. Um equipamento conhecido como desencarcerador permite a retirada

de vítimas presas em ferragens de automóveis, aeronaves ou qualquer outro ambiente

que, devido a sua estrutura metálica, necessite ser cortado por equipamento específico,

cuja força para o corte é geralmente promovida pelo bombeamento hidráulico, por

um motor, geralmente acomodado numa viatura própria do corpo de bombeiros.

• Desencarcerador - O desencarcerador pode ser em forma

de tesoura, cunha, ou cilindro. Quando utilizado na forma de tesoura, o

material que estiver prendendo a vítima a ser socorrida é cortado. Quando

é utilizada a cunha, o objetivo é encontrar uma pequena brecha, inserir a

cunha, e ao acionar o motor, a cunha vai abrindo espaço necessário para

retirada da vítima ou outro serviço.

Os desencarceradores devem trabalhar, de preferência, com baixa pressão

hidráulica de trabalho, entre 5.000 e 8.000 psi. Já a pressão de ruptura

mínima deve ser em torno de 20.000 psi. Quanto menor a pressão de uso,

maior a facilidade de manuseio, reduzindo riscos de acidente para o

operador e para a vítima já lesionada. As baixas pressões de trabalho em

desencarceradores também reduzem o custo de manutenção. Uma bomba

hidráulica de 3 hp, geralmente acionado por motor de combustão interna

operado com gasolina comum, ferramentas hidráulicas como tesoura

fabricada em ligas especiais que tanto seja duro para corte, como evite o

deslize quando em operação, e cunha com grande abertura de separação,

cilindro expansor, dois conjuntos de mangueiras com um mínimo de 10

metros livres para operação, com poder de pressão não inferior a 700 bar.

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• Moto-cortador - Equipamento com o funcionamento semelhante da

motosserra, contudo usado para cortes de chapas. É possível a utilização

de vários tipos de discos. Disco para corte de ferro e aço, o que capacita o

equipamento ao salvamento de pessoas em acidentes automobilísticos, ou

para arrombamentos de portas de aço, ou ainda outras situações onde

caiba sua utilização, como para o corte de vergalhões em desabamentos.

• Operação - O procedimento para dar a partida no motor do Motocortador

é o mesmo para a motosserra, no entanto alguns cuidados especiais

devem nortear a operação deste equipamento, já que há a geração de

centelhas durante o corte, o que oferece riscos ao bombeiro, ao patrimônio

e das possíveis vítimas envolvidas, criando a possibilidade de incêndios,

caso haja derramamento de inflamáveis ou explosão se houver

escapamento de gases combustíveis.

• Gerador à gasolina - O gerador é um equipamento formado por um

motor à explosão destinado a fornecer corrente elétrica aos materiais

operacionais, comumente usados para garantir a iluminação do local do

evento.

Gerador

• Escada de duralumínio (prolongável) - Escada composta de

duralumínio para garantir resistência e versatilidade, composta de dois

lanços, um fixo e um móvel. O lanço móvel desloca-se sobre o fixo através

de encaixes.

Escada

Motocortad

or

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• Croque - Ferramenta composta por um cabo de fibra subdividido em 3

(três) partes com 1,5m, que servem para prolongar o equipamento,

possuindo em sua extremidade uma peça em forma de gancho.

Croque

• Alavanca - Equipamento aplicado em vários tipos de salvamentos,

constituído de uma barra de ferro de seção circular ou octogonal, com

comprimento, formas e extremidades variadas, usado em atividades de

arrombamento e deslocamento de cargas.

Alavanca

• Malho - Ferramenta em aço de resistência superior aos aços comuns,

possuindo uma extremidade em forma retangular e seção quadrada

conectada a um cabo de madeira ou ferro, à semelhança de uma marreta,

destinado a trabalhos que exijam grandes esforços de deslocamento ou

deformação, especialmente em arrombamentos.

Malho

• Machado - Ferramenta de aço com o formato semicircular e de gume

afiado dotado de um cabo de madeira, usado em arrombamentos e cortes.

Machado

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SISTEMA DE CONTROLE DE INCIDENTES

INTRODUÇÃO

Como já comentamos as plantas devem possuir uma organização planejada para

enfrentar as emergências surgidas durante suas operações normais, seja no que se

refere ao manuseio de carga, seja no que se refere às ações imediatas que deverão ser

adotadas na ocorrência de qualquer emergência.

Ainda que o risco potencial seja a eventualidade de um incêndio, os

procedimentos deverão abranger todos os tipos de emergências, tais como rompimento

de um mangote ou de uma tubulação, vazamentos, contaminações de pessoas por

gases ou vapores, rupturas de tanques, blecautes, etc.

O mesmo entendimento se aplica quando tocamos no tratamento dispensado aos

membros das equipes de combate a incêndio, grupos de apoio, equipamento de

combate a incêndio e demais acessórios, tais como equipamentos de proteção

respiratória, ressuscitadores, macas, dutos, bombas, iluminação, meios de escape ou

saída, etc.

Encontraremos no plano de emergência diversas informações para as operações

de combate a incêndio, como por exemplo, acionamento do alarme, dimensionamento

da equipe, parada das operações, corte de energia, evacuação do local, manobras de

veículos, táticas e técnicas de combate a incêndio, comunicações, liderança das ações,

procedimentos de evacuação e abandono, etc. Enfim, todas as informações necessárias,

desde a sua identificação, até o seu controle definitivo ou não. Porém, como administrá-

las dentro de um sistema comum onde iremos operar um grande número de grupos e

organizações internas e externas?

O SCI – Sistema de Comando de Incidentes foi criado na década de 70 pelos

bombeiros florestais do estado da Califórnia nos EUA com o objetivo de oferecer um

sistema que permitisse aos encarregados da administração de respostas a emergências

operarem de forma conjunta em direção a uma meta comum, fazendo uso eficiente dos

recursos materiais e humanos disponíveis.

O sistema consiste em vários procedimentos orientados ao controle de pessoal,

instalações, equipamentos e comunicações e foi projetado para desenvolver-se desde o

início de um incidente até o momento em que se encerram as operações. Possui uma

estrutura dinâmica que pode se estabelecer e se expandir, dependendo das condições

evolutivas da emergência, desde um incidente de menor importância que envolva

apenas uma organização, até grandes incidentes que implicam a participação de várias

organizações e suas equipes.

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COMANDO DE INCIDENTES

Um controle eficiente requer da parte do comando da emergência uma visão

global do incidente sobre:

✓ Prevenção;

✓ Proteção (equipe, comunidade, ambiente, recursos materiais, e

serviços básicos essenciais de água, luz, comunicações, etc.);

✓ Resposta proporcional (estabilização e controle); e

✓ Disposições finais (incêndio totalmente debelado, ferido, vítima,

danos, resíduos, etc.).

Em qualquer emergência, pequena ou grande, deverá sempre haver um

coordenador geral com responsabilidades de:

✓ Avaliar a situação;

✓ Determinar e acessar aos recursos disponíveis;

✓ Desenvolver um plano de ação apropriado ao incidente;

✓ Supervisionar a eficácia do plano;

✓ Modificar continuamente o plano de modo que o mesmo sempre

permaneça apropriado às condições da situação.

CENTRO DE CONTROLE

Na planta industrial deverá ser preparada uma sala para servir de centro de

controle de emergência. Deve ser localizado em um ponto central conveniente, não

próximo dos locais de risco, possivelmente na área administrativa. Durante a

emergência o centro deverá ser condenado por representante da planta, pelo Corpo de

Bombeiros, pelo serviço Médico, pela Polícia e demais representantes do Poder Público.

• Corpo de bombeiros - Esta organização possui um papel de notória

importância nas ações envolvendo as grandes emergências. É

particularmente essencial que o papel dessa corporação esteja claramente

definido no plano de emergência. No Brasil o Corpo de Bombeiros assume

o comando das atividades quando solicitado. O plano de emergência

deverá estabelecer o relacionamento, exato dos coordenadores de

emergência da planta com o Corpo de Bombeiros, antes e depois da

chegada de seu contingente.

• Comunicações - O sistema de comunicação deve ter flexibilidade para

cobrir as operações, compartilhando as informações entre os membros da

brigada para que, a todo o momento, o líder possa reavaliar as táticas

empregadas. A comunicação deve fluir em várias direções entre a

organização de resposta a emergência.

Um sistema de comunicação deve ser estabelecido com os seguintes

objetivos:

✓ Fazer funcionar o alarme de incêndio da planta;

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✓ Pedir socorro; e

✓ Coordenar e controlar todas as atividades de combate a incêndio e

de emergência, incluindo a movimentação de pessoas e veículos.

O sistema de comunicações deve ter flexibilidade para cobrir as operações:

✓ Na planta de produção;

✓ Nas áreas administrativas;

✓ Nos depósitos;

✓ Nas áreas adjacentes; e

✓ Em qualquer ponto da planta.

Os tipos de comunicação são:

✓ Sistema de alarme;

✓ Telefones fixos;

✓ Rádios;

✓ Sinais visuais / manuais;

✓ Intercom; e

✓ Auto falantes.

Recomendam-se equipamentos de comunicação portáteis e do tipo

aprovado para áreas classificadas (intrinsecamente seguro ou a prova de

explosão). Algumas plantas possuem um canal exclusivo para as situações

de emergências que devem ser do conhecimento do pessoal ligado aos

procedimentos de respostas a emergência. No geral, somente pessoas

autorizadas podem usar o sistema de comunicações. Nos equipamentos de

proteção respiratória se faz necessário o uso de equipamentos que

permitam a conversa mesmo que o brigadista esteja usando a máscara

respiratória.

• Comunicação efetiva

Para ser efetiva a comunicação deverá ser:

✓ Compreendida;

✓ Se ela não for entendida, ninguém poderá agir!

✓ Deve ser possível para ser executada;

✓ Aceita;

✓ Assegure se o receptor ouviu e entendeu a mensagem;

✓ A aceitação das informações dependerá do nível de compreensão do

receptor;

✓ Consumada;

✓ O efetivo cumprimento de uma ordem transmitida dependerá se o

receptor entendeu a mensagem e não se o receptor concorda com

ela;

✓ Resumida;

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✓ A mensagem será entendida mais facilmente do que uma explicação

prolongada;

✓ Decida o que vai ser dito antes de transmitir;

✓ Precisa;

✓ Quanto menos palavras, menos confusão;

✓ Relevante; e

✓ Baseada nos fatos.

• Falhas na comunicação - Muito frequentemente falhas nas comunicações

poderão ocorrer no atendimento a uma emergência.

✓ Falha no equipamento;

✓ Local com interferência;

✓ Devido à estrutura metálica da instalação poderão ser produzidas

interferências nas transmissões;

✓ Ruídos de equipamentos e barulho de explosões;

✓ Usuários;

✓ Transmissões sendo anuladas por outros usuários;

✓ Confusão ou excitação nas transmissões;

✓ Terminologia incorreta;

✓ Sotaques ou gírias;

✓ Mensagens apressada; e

✓ A dificuldade para achar palavras adequadas para construir a

mensagem.

“SE ENTENDER, CONFIRME!

E SE ESTIVER EM DÚVIDA, PEÇA PARA REPETIR!”

O mais importante quando estiver no uso de sistema de comunicação, qualquer

que seja, é a clareza das informações transmitidas. Algumas vezes as decisões poderão

envolver mais de uma pessoa. A diferença entre o sucesso e o fracasso de determinada

operação poderá estar na qualidade da informação. Use a comunicação com disciplina e

fale somente o que deve ser dito.

POSTO MÉDICO

O terminal deve possuir posto médico e, no momento de uma emergência, contar

com seu apoio imediato em conjunto com as demais organizações de atendimento

médico assim que forem alertados sobre a natureza da emergência. Assim que for

possível, é recomendado que recebam as seguintes informações:

✓ A natureza e localização da emergência;

✓ A probabilidade de acidentados; e

✓ A necessidade de apoio médico no local do sinistro.

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Tão logo as vítimas tenham recebido o primeiro atendimento e sejam conhecidos

os detalhes dos seus estados clínicos, devem ser transferidas para as unidades de

atendimento médico especializado e adequadas a cada tipo de situação.

FUNÇÕES DE UM LÍDER DIANTE DE UMA EMERGÊNCIA

Na organização e execução de uma faina de combate a incêndio a liderança

atingirá o seu grau máximo de exercício. Passaremos aqui alguns comentários acerca

das funções e responsabilidades dos líderes, dos seus comandados e demais grupos de

apoio.

• Planejar:

✓ Obtenha informações imediatamente disponíveis;

✓ Identificar o problema e determinar a extensão da emergência;

✓ Utilizar um pré-planejamento (plano inicial) baseado nas

informações até então disponíveis;

✓ Divida o plano de abordagem em série de tarefas;

✓ Na formulação de um plano de ataque a prioridade inicial é a

segurança da Brigada e da população da planta;

✓ Estar preparado para gerenciamento de mudanças à medida que a

brigada acessar o local do sinistro e avaliar o comportamento do

incêndio, o nível de dificuldade encontrada e as próximas ações a

serem tomadas para o seu controle; e

✓ Sempre considerar a necessidade de um resgate. Se uma pessoa

desaparecida tiver uma chance de sobrevivência, a mesma deverá

ser atendida, porém, avaliando o tamanho do risco que a equipe de

resgate poderá ser exposta.

• Instrução específica:

✓ Definir os objetivos da equipe e táticas a serem aplicadas;

✓ Dividir a equipe em grupos alocando uma tarefa para cada;

✓ Fornecer instruções claras e precisas e concisas;

✓ Confirmar se as instruções foram compreendidas por todos; e

✓ Designar sub-líderes.

• Controlar:

✓ Assegurar que as tarefas estão sendo corretamente executadas;

✓ Coordenar as tarefas corretamente;

✓ Assegurar que todas as ações estejam contribuindo para o objetivo

principal;

✓ Manter os padrões de atuação da equipe e se necessário influencie o

tempo das ações que poderão afetar no resultado final; e

✓ Monitorar o ambiente do local da emergência principalmente com

relação ao aumento do incêndio que venha afetar a segurança da

Brigada.

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• Apoiar:

✓ Combinar com a força de trabalho com os recursos disponíveis para

delegar tarefas;

✓ Atender aos pedidos efetuados por membros da equipe quando

solicitado;

✓ Quando necessário providenciar suporte médico para a equipe; e

✓ Incentivar e encorajar a equipe no que tange ao seu equilíbrio físico

e emocional principalmente diante das emergências de longa

duração.

• Informar – Comunicações:

✓ Filtrar e processar as informações recebidas;

✓ Ajustar o direcionamento do fluxo contínuo de informações;

✓ Assegurar que todos recebam informações suficientes que afetem

suas atividades principalmente pra aquelas com relação à própria

segurança; e

✓ Não se esquecer de informar também os escalões hierárquicos

superiores que também participam da operação de resposta a

emergência.

• Tomada de decisão:

✓ Sua postura poderá variar de acordo com a situação e as pressões

exercidas sobre o seu comando; e

✓ Dividir as decisões com a equipe poderá produzir decisões mais

sensatas quando são evidentes a habilidade e o domínio da ação

para ajudá-lo.

• Delegar tarefas:

✓ Mesmo delegando tarefas o líder ainda não deixará de ter as suas

próprias responsabilidades;

✓ Somente delegar aquilo que o membro puder entender e executar.

✓ Ajustar limites dentro do qual cada membro poderá atuar com seu

apoio sem menosprezar os demais;

✓ Usada de forma inteligente, ela poderá reforçar alguns pontos

positivos;

✓ Acelera a ação porque as decisões são tomadas mais próximas da

ação;

✓ Redução na carga de trabalho e concentração em assuntos mais

importantes; e

✓ Desenvolvimento da Brigada e o aproveitamento total das suas

habilidades, confiança mútua e moral.

• Avaliar durante o incidente:

✓ Continuamente a efetividade do plano;

✓ Falta de controle ou suporte;

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✓ Recebimento ou fornecimento de informações insuficientes ou

impróprias; e

✓ Falhas existentes no planejamento para ajustá-lo o mais rápido

possível.

• Avaliar depois de incidente:

✓ Reconhecer e premiar o esforço da equipe;

✓ Assinalando os pontos positivos, os desvios e as lições aprendidas; e

✓ Dê crédito para ações executadas de forma correta.

AÇÕES DE UM LÍDER DIANTE DE UMA EMERGÊNCIA

Antes de qualquer coisa, o líder também é um brigadista. Além de coordenar e

executar as ações ele também deverá tomar parte no combate efetivo do incêndio.

Todavia, durantes as ações de atendimento às emergências, a atenção de um bom líder

também deverá estar voltada para atuar da seguinte forma:

• Avaliar a situação com base em

✓ Tipo de sistema ou equipamento afetado;

✓ Extensão (zonas) afetada;

✓ Sistemas fixos operados;

✓ Condição da Planta;

✓ Parada de operações;

✓ Informações disponíveis sobre os grupos e demais organizações

envolvidas;

✓ Pessoal que estava presente no começo do acidente; e

✓ Pessoal que providenciou o primeiro atendimento.

• Estabilizar a situação

✓ Consultar as plantas estruturais do local; e

✓ Considerar a possibilidade de contenção do incêndio através de

sistemas fixos, canhões monitores e linhas de mangueiras.

• Reorganizar

✓ Após estabilizar a situação, o líder deverá implementar um plano

mais completo;

✓ Listar prioridades precisas como primeiros socorros e remoções de

vítimas;

✓ Avaliar a efetividade das decisões já tomadas; e

✓ De acordo com os progressos da situação, poderá ser necessário:

reavaliar – repriorizar – comunicar.

• Normalizar

✓ Uma vez controlado o incidente, será necessário para restabelecer

as operações normais da Planta;

✓ Assegurar a execução do trabalho de rescaldo;

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✓ Inspecionar completamente as áreas afetadas para assegurar que

não existe nenhum resquício de incêndios;

✓ Assegurar que tanques, dutos e demais estruturas estão

devidamente resfriadas;

✓ Assegurar que todas as vítimas tenham recebidos cuidados e

ninguém foi esquecido; e

✓ Informar as decisões tomadas e seus efeitos a todos os membros da

equipe.

• Restabelecer

✓ Providenciar a recomposição de todo o aparato de resposta de

emergência; e

✓ Reunir todas as informações para elaboração de relatórios

destinados a quaisquer investigações subsequentes.

AÇÕES DA BRIGADA DIANTE DE UMA EMERGÊNCIA

As atribuições da Brigada são as seguintes:

• Ações de Prevenção

✓ Avaliar os riscos existentes;

✓ Inspecionar os equipamentos de prevenção e combate a incêndio;

✓ Inspecionar e manter as rotas de fuga sinalizadas e desobstruídas;

✓ Elaborar relatórios de irregularidades encontradas;

✓ Encaminhar os relatórios aos setores competentes;

✓ Orientar a população fixa e flutuante; e

✓ Participar de exercícios simulados.

• Ações de Emergência

✓ Identificar a situação;

✓ Proceder ao alarme / abandono de área;

✓ Proceder ao corte de energia;

✓ Acionar o corpo de bombeiros e demais auxílios externos;

✓ Proceder os primeiros socorros;

✓ Combater os princípios de incêndio;

✓ Receber e orientar o Corpo de Bombeiros; e

✓ Preencher o formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de

dados estatísticos.

PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE EMERGÊNCIAS

Combate a incêndio de um trabalho cujo desenvolvimento corre sob tensões

físicas e emocionais. Qualquer trabalho assim executados necessita, para ser bem

sucedido, que determinadas condições básicas sejam atendidas dentro de uma ordem

lógica.

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• Alerta - Quando alguém constata a existência de um incêndio, a primeira

providência a tomar será dar o ALARME GERAL. Somente após é que

deverá começar a combatê-lo com os meios disponíveis mais próximos do

local de incêndio. O plano contempla como o alerta será dado (alarme,

telefone, rádio ou outro meio) e como será avisada a brigada, a população

e as demais organizações. Ao soar o alarme de incêndio, o pessoal que irá

combatê-lo, deverá saber algumas características do incêndio, para

combatê-lo de maneira eficaz, tais como:

✓ Qual o local do incêndio?

✓ O que está queimando? (para a determinação da classe de incêndio)

✓ Qual a extensão do incêndio?

✓ Quais são os combustíveis que existem nas proximidades?

✓ Qual direção do vento?

✓ Quais dispositivos de controle de incêndio existem instalados no

local?

Qual a melhor maneira de:

✓ Evitar o alastramento do fogo; e

✓ Extinguir o incêndio.

• Análise da situação - A brigada deverá realizar a análise da situação

desde o seu acionamento para emergência. São verificados e selecionados

os recursos apropriados a serem utilizados como roupas de proteção, EPI

básico, máscaras autônomas, detectores de gás, rádios, mangueiras,

esguichos, espuma, etc, de acordo com o tamanho da equipe e dos

recursos operacionais disponíveis. Confirmada a emergência, nesse

momento já deverá estar definido a quem a brigada irá se reportar adiante

no andamento das ações.

• Apoio externo - O plano deve identificar a possibilidade de acionamento

de apoio externo e os meios de acionamento. A notificação da emergência

deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:

✓ Identificação da unidade;

✓ Localização da unidade;

✓ Características da emergência;

✓ Existência de eventuais vítimas e seus estados;

✓ Necessidade de salvamento.

Para o recebimento das forças de apoio externo, um brigadista,

preferencialmente, deverá ser indicado para recebê-los e fornecer as

informações necessárias para o início dos procedimentos operacionais de

responsabilidade daquelas organizações.

• Primeiros Socorros - O plano de emergência deve identificar as pessoas

responsáveis pelo primeiro atendimento as vítimas do sinistro. Devem

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prestar os primeiros socorros mantendo ou estabilizando as funções vitais

das vítimas, como por exemplo, SBV – Suporte Básico da Vida ou RCP –

Ressuscitação Cardiopulmonar, até a chegada no local de emergência da

equipe de resgate médico especializado.

• Eliminar Riscos - A brigada deverá controlar imediatamente os riscos

presentes na área sinistrada atingida. Dependendo da gravidade da

emergência, a Brigada deverá ter que eliminar os riscos da área geral da

planta, deixando o local em condições seguras para as ações do Corpo de

Bombeiros e das outras forças auxiliares do plano de emergência. Os riscos

maiores a serem controlados são as fontes de energia, como: o corte da

energia elétrica, o fechamento das válvulas das tubulações contendo óleos,

gasolina, GLP, produtos perigosos, etc.

• Abandono da área - A brigada deverá conduzir o abandono da área

parcial ou total, quando necessário, conforme a comunicação recebida,

conduzindo a população fixa e flutuante daquela área para o ponto de

encontro, ali permanecendo até a emergência ser definitivamente sanada.

Uma atenção especial deve ser dada às pessoas portadoras de

necessidades especiais permanente ou temporária e às pessoas que

precisam de auxílio especial.

• Isolamento de Área - A Brigada deverá estabelecer um perímetro de

segurança inicial até a chegada do Corpo de Bombeiros e demais forças

auxiliares. Essa medida tem por objetivo isolar a área sinistrada de modo a

garantir a execução dos demais procedimentos de emergência tais como

abandono de área e atendimento das vítimas. Também evita que pessoas

que não autorizadas venham adentrar inadvertidamente no local

sinistrado.

• Confinamento do Incêndio - A Brigada deverá confinar o incêndio de

modo a evitar a sua propagação. O incêndio deve ser restringido ao

máximo para que o mesmo não avance além da área ou dos equipamentos

atingidos, de forma que os demais locais adjacentes não venham a ser

envolvidos, aumentado assim o tamanho da área incendiada e,

consequentemente, oferecendo um perigo maior para a população e os

próprios brigadistas.

• Combate ao Incêndio - A Brigada deverá proceder tanto ao combate a

incêndio inicial até o restabelecimento da normalidade, quanto ao combate

durante o desenvolvimento do incêndio até a chegada do reforço do Corpo

de Bombeiros. Lembramos que a primeira providência de todo o brigadista

antes de qualquer ataque é se preocupar com a sua própria segurança.

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• Investigação - A Brigada deverá levantar as possíveis causas do alerta e

os demais procedimentos adotados. Deve-se preservar ao máximo o

cenário para a perícia, competência exclusiva para o Corpo de Bombeiros.

Anexo I

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PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

INTRODUÇÃO

Em todo incêndio é normal a formação de gases irritantes e agressivos ao nosso

aparelho respiratório. Dependendo do material em combustão, é possível também a

formação de gases tóxicos. Determinados tipos de máscaras dotadas de filtros

(normalmente de carvão) permitem a respiração em atmosferas assim contaminadas,

desde que essa atmosfera disponha ainda de um percentual adequado de oxigênio.

As máscaras que dispõem apenas de filtros são impróprias para os trabalhos de

combate a incêndio a bordo. Quando o incêndio ocorre em ambientes confinados, é

praticamente certo o acumulo de gases, enquanto que paralelamente, se verifica a

redução do percentual de oxigênio. Nesses casos, são necessárias que sejam utilizadas

máscaras de circuito fechado que possam prover uma quantidade ideal de ar respirável

para seu usuário.

Chamamos de circuito fechado por não ser dependente do ar exterior,

comunicando-se com o ambiente externo apenas para fazer a exalação.

OXIGÊNIO

O oxigênio é chamado de a fonte da vida. A sua presença na composição de

nossa atmosfera garante o perfeito funcionamento da máquina humana no que se

relaciona às reações desenvolvidas pelo nosso organismo na produção da energia

necessária para a manutenção de nossas funções vitais proporcionando nossa força

física e o calor corpóreo.

O ar respirável deve se caracterizar por:

✓ Conter no mínimo 19,5% e no máximo 23% em volume de oxigênio;

✓ Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da

respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou seu

envenenamento;

✓ Ter pressão e temperatura normal, que sob hipótese alguma, venha

provocar queimaduras ou congelamentos; e

✓ Não conte qualquer substância que o torne desagradável, por

exemplo, odores.

Durante uma operação de combate a incêndio a nossa respiração é prejudicada

pela falta de oxigênio, devido ao seu consumo pelo processo da combustão, e devido a

intensa produção do monóxido de carbono, um gás, antes de qualquer coisa tóxico, mas

também inflamável. A tabela abaixo serve para demonstrar que o esforço físico

empregado durante a faina do combate a incêndio também pode representar uma outra

forma de consumo de oxigênio.

MONÓXIDO DE CARBONO

O monóxido de carbono não possui cor nem odor, correndo o risco de ainda não

perceber a sua presença iludindo, assim, a necessidade de se efetuar a ventilação do

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local. Nosso organismo (pulmão) possui o comportamento de absorver o CO até 300

vezes mais rápido do que a “fonte da vida” o O2.

Exposição x Tempo Efeito

Concentração ppm

50 Exposição permitida até 8 horas.

400-500 Concentração que pode ser inalada por 1 hora

sem causar grande efeito.

600-700 Concentração que causa efeito após 1 hora de exposição.

1000-2000 Concentração que causa mal estar, mas não causa

nenhum efeito perigoso após 1 hora.

1500-2000 Perigoso para a exposição de 1 hora.

4000 e acima Exposição fatal em menos de 1 hora.

A Proteção Respiratória de suma importância, visto que a inalação é um dos

maiores meios de exposição a agentes químicos tóxicos. O equipamento de proteção

respiratória consiste em uma máscara facial conectada a uma fonte de ar ou a um

aparelho purificador de ar.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Segundo a NBR12.543:1999 é o “equipamento que visa a proteção do usuário

contra a inalação de ar contaminado ou de ar com deficiência de oxigênio”. Nas

operações de combate a incêndio de busca e resgate. Os brigadistas utilizam

equipamentos de ar autônomos.

Em todos os locais onde seja conhecida a deficiência de oxigênio, o risco de

inalação de substâncias tóxicas prejudiciais à saúde bem como o estado impróprio do ar

respirável deverá ser providenciado o fornecimento de proteção respiratória para o

resgatista, para evitar qualquer possibilidade de interferência na função respiratória,

lesão ou morte. O ideal seria um programa de proteção respiratória que contenha as

seguintes exigências mínimas:

✓ Devem ser elaborados procedimentos escritos para o uso da

proteção respiratória;

✓ Devem ser relacionados mediante a realização de testes para se

determinar:

- Quais agentes contaminantes estão presentes;

- Qual é o percentual de concentração dos agentes contaminantes;

- Qual é o percentual de concentração do oxigênio;

✓ Os resgatistas devem receber treinamento para uso correto do

equipamento;

✓ Cada resgatista deverá ter seu próprio equipamento já

disponibilizado no local;

✓ A limpeza e higienização periódica dos equipamentos e seu registro

após a utilização;

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✓ A guarda adequada dos equipamentos deve ser registrada quanto as

suas condições;

✓ Inspeção e manutenção periódica dos equipamentos devem ser

registradas;

✓ A vigência do programa é obrigatória;

✓ Avaliação médica periódica dos trabalhadores que utilizam esses

equipamentos;

✓ Registros da liberação de uso dos equipamentos devem ser

arquivados.

Existem três tipos de equipamentos para operações de resgate em espaço

confinado:

✓ Equipamento de respiração por ar de linha (sistema de cascata,

compressor, etc.);

✓ Equipamento autônomo de respiração (circuito aberto); e

✓ Respirador de fuga.

Equipamento de Respiração por Ar de Linha

Possui as seguintes características:

✓ Independe da concentração do contaminante;

✓ Indicado também para ausência de oxigênio;

✓ Grande autonomia;

✓ Dotado de cilindro reserva para escape;

✓ Pressão positiva;

✓ Suprido por um sistema de cascata ou compressor com filtro de ar;

✓ Pouco peso;

✓ Limitações pelos tamanhos das mangueiras de ar;

✓ Reduz a mobilidade do usuário; e

✓ Impossibilidade de adaptação do carona.

Ar de linha

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Equipamento de Respiração Autônomo

Também é comum se chamado simplesmente de máscara autônoma. É o

equipamento na qual o usuário transporta o próprio suprimento de ar respirável através

de um suporte anatômico, o qual é independente de atmosfera ambiente. O conjunto

autônomo normalmente consiste de uma máscara facial conectada a uma mangueira, a

uma válvula reguladora de pressão e a um cilindro de ar comprimido carregado pelo

brigadista. Esses cilindros fornecem 30 (trinta) ou 45 (quarenta e cinco) minutos de ar,

dependendo do seu tamanho. Os conjuntos autônomos têm um fornecimento de ar

limitado, são volumosos, pesados (mesmo com cilindros de compósito) e aumentam a

chance de estresse físico.

Possui as seguintes características:

✓ Independe da concentração de contaminante;

✓ Indicado também para ausência de oxigênio;

✓ Proporciona maior mobilidade ao usuário;

✓ Suprimento independente de compressores (falta de energia);

✓ Pressão positiva;

✓ Alarme sonoro;

✓ Tempo limitado (cerca de 30 minutos, no mínimo); e

✓ Peso/incômodo;

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Respirador de Fuga

Tem sido uma solução alternativa para as situações de emergências onde foi

ordenado o abandono de uma área sinistrada pelo incêndio ou pelo vazamento de

substância tóxica.

A NBR 12.543:1999 define o respirador de fuga, como o equipamento que

protege o usuário durante o escape contra a inalação de ar contaminado ou com

deficiência de oxigênio, em situação de emergência, com risco de vida ou saúde. Pode

ser de pressão positiva (o ar somente é admitido para o interior da peça facial quando a

pressão positiva dentro dela é reduzida pela inalação) ou de fluxo constante (o ar é

admitido para o interior da peça facial de um fluxo contínuo de ar respirável).

O respirador de fuga também poderá ser do tipo com filtro para remoção dos

contaminantes.

PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO E UTILIZAÇÃO DO EPR

O brigadista, usuário de um EPR, carrega consigo situações potencialmente

perigosas. Fumaças e calor podem tornar as tarefas difíceis, mais, também situações

estressantes tais como busca a feridos geralmente aumenta ainda mais os problemas.

O brigadista deve agir decisivamente, mas ser capaz ainda de recorrer às

situações perigosas e de agir de acordo com elas. A sua própria segurança e a

segurança de seu companheiro são mais importantes. Para aumentar a segurança é

importante agir de acordo com procedimentos pré-definidos e bem treinados. Os

procedimentos são desenvolvidos para:

✓ Usar a máscara facial;

✓ Uso e controle de máscara facial; e

✓ Substituir o cilindro.

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Procedimento de acondicionamento de EPR: preparar o EPR na estação de

incêndio é o primeiro passo para uma rápida intervenção. Com a prévia preparação do

EPR evitaremos a perda de tempo em montá-lo.

Quando se está preparando o EPR, é importante que algumas ações sejam

tomadas:

✓ Primeiro o cilindro, a mochila e a máscara devem ser checados para

ver se não há falhas visíveis;

✓ Depois da inspeção visual, o cilindro é montado na mochila;

✓ Abrindo a válvula do cilindro, a pressão no cilindro pode ser checada

(manômetro) bem como todo o sistema pneumático quando há

vazamentos. Antes de abrir a válvula do cilindro o botão regulador

da válvula de demanda deverá ser pressionado para evitar que o ar

escape desnecessariamente. Se não houver problema, a válvula

poderá ser fechada;

✓ O sistema ainda estará sob pressão. O próximo teste a ser

executado será o do sinal de alarme (apito). Para fazer isso, o ar

retido no sistema deve ser liberado bem devagar;

✓ O brigadista deverá fechar a sua válvula de demanda com a palma

da mão e liberar o ar aos poucos. Assim que a pressão no sistema

for inferior a 55bar, o sinal do alarme será ativado; e

O próximo procedimento é ajustar, o máximo possível, os tirantes de transporte

nas costas. A máscara facial deve ser colocada em uma bolsa plástica e quando

manusear as tiras da máscara, estas devem ser afrouxadas até o máximo. O EPR estará

agora pronto para uso.

Utilizando o EPR para o combate a incêndio

Em caso de incêndio a brigada deverá lançar uso do EPR, e assim que for possível

deve estar pronto para agir. A preparação do brigadista sempre deverá ser feita em

ambiente seguro. O teste do equipamento deverá ser novamente realizado antes de

cada uso para o atendimento a uma situação real de emergência.

Um detalhe também importante é de que, ao vestir o EPR, é possível que a roupa

do brigadista fique desarrumada. Logo de modo a proteger o brigadista, é importante

que as roupas sejam checadas e ajustadas quando necessário.

Agora a máscara pode ser retirada da bolsa protetora e as tiras da máscara

devem ser ajustadas ao seu máximo. A máscara fica pendurada em volta do pescoço

pela alça de transporte até que o usuário entre em ação. Antes de uma ação, a máscara

é colocada na face e a válvula de demanda é colocada na máscara. Nesse momento é

importante verificar se a máscara está atrapalhando o ajuste da jugular do capacete do

brigadista.

A conexão da válvula de demanda na máscara precisa ser checada. Esta se não

ficar bem fixada poderá se soltar durante a faina de combate a incêndio.

Devido ser essencial que a equipe de incêndio seja rápida no seu preparo, e

esteja vestida apropriadamente, é recomendado que os brigadistas se

preparem conjuntamente, um ajudando ao outro na verificação correta do EPR.

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CONTROLE DA BRIGADA DE INCÊNDIO PELO COORDENADOR DA

BRIGADA

Depois de o Coordenador informar a Equipe de Brigada quanto ao sinistro, e de

orientá-los quanto suas responsabilidades e tática a ser adotada, ele finalmente checará

os membros da equipe. Ele também disponibilizará lanternas, detectores de gás e

equipamentos de comunicação para a brigada, aplicáveis ao tipo de EPR.

CÁLCULO DO USO DE AR

O uso de ar do EPR depende de um número de fatores:

✓ A intensidade do trabalho;

✓ O nível do treinamento;

✓ O nível da saúde física da pessoa; e

✓ A quantidade de estresse aparente.

Para calcular a quantidade de ar que está sendo usado, nós usaremos um

consumo de ar máximo de 60 litros por minuto. Como medida de segurança, 55bar de

ar será considerado reserva de ar para abandono do local. A quantidade restante é

considerada “pressão de trabalho”.

A quantidade para uso é calculada da seguinte fórmula:

✓ Pressão início cilindro - pressão sobressalente = pressão de

trabalho.

Pressão início 300bar - pressão sobressalente 55bar = pressão de trabalho

245bar.

Detector de Gás

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Pressão no retorno

Durante a entrada a quantidade de ar que é usada é a mesma do retorno. Razão

é que o usuário do equipamento precisa de mais tempo para entrar durante a

verificação e busca do local. O retorno pode parecer mais rápido por que ele já está

familiarizado com o ambiente e por que as mangueiras de incêndio agem como um

guia, mas por causa do possível cansaço, da intensidade da ação e do possível contato

com altas temperaturas o fazem ficar cansados e irá diminuir o ritmo deles.

De acordo com nossa experiência, nós sabemos que o consumo de ar na entrada

é quase igual ao consumo da saída. Para calcular o quanto de ar uma pessoa precisa

para retornar, a fórmula abaixo pode ser usada:

Pressão de Trabalho: 2 + pressão sobressalente = pressão da retirada

Exemplo: 245bar : 2 = 122,5bar + 55bar = 178bar

COMUNICAÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA EQUIPE

Por causa da máscara facial, capacete e os sons em volta, os membros da equipe

podem não conseguir receber bem as mensagens de rádio. O emissor das mensagens

deverá falar devagar e de forma clara. A mensagem deve ser breve e ir direto ao ponto.

O receptor deve segurar a respiração para evitar barulhos do aparelho respiratório que

perturbem a recepção. Sinais manuais também poderão ser utilizados alternativamente.

Rádios

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RESGATE DE VÍTIMAS EM ESPAÇOS CONFINADOS Todo procedimento de entrada em espaços confinados representa um trabalho

potencialmente perigoso, que requer além do planejamento e treinamento da equipe de

trabalho, a existência de um serviço de emergência e resgate organizado, treinado a

disposição em tempo integral para aquela entrada. O presente treinamento encontra-se

baseado nas normas norte-americanas NFPA 1670 e NFPA 1006.

Os objetivos deste treinamento são:

✓ Apresentar um conjunto de definições, competências e

procedimentos organizacionais necessários para a composição de

um serviço de emergência e resgate em espaço confinado;

✓ Apresentar procedimentos de segurança e proteção para os

resgatistas, uso e seleção correta dos equipamentos apropriados e

de estabilização e remoção de vítimas em espaços confinados; e

✓ Normalização brasileira e internacional sobre resgates técnicos em

espaço confinados.

NORMALIZAÇÃO

Os cuidados com a prevenção e administração de incidentes e acidentes fatais em

espaços confinados construíram no mundo inteiro, diversas normas e regulamentos

técnicos, alguns deles dotados com força de lei através de seu reconhecimento pelas

legislações governamentais locais.

Dentre as principais destacamos:

✓ Norma Regulamentadora (NR-33) do Ministério do Trabalho e

Emprego denominada Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços

Confinados, visa garantir a segurança nas operações em espaços

confinados.

✓ Norma Regulamentadora (NR-35) do Ministério do Trabalho e

Emprego denominada Trabalho em Altura, estabelece os requisitos

mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura,

envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de

forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores

envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

✓ ABNT NBR 14.606 de outubro de 2000: Posto de Serviço – Entrada

em Espaço Confinado. Essa norma editada pela ABNT- Associação

Brasileira de Normas Técnicas, fórum nacional de normalização,

estabelece os procedimentos de segurança para entrada em espaço

confinado em posto de serviço. Neste caso, está restrita a entrada

em tanque subterrâneo.

✓ OSHA 29 CRF PARTE 1910.146: OCCUPATIONAL SAFETY AND

HEALTH STANDARDS-PERMIT-REQUIRED CONFINED SPACES- Esta

norma editada pela OSHA-Occupational Safety & Health

Administration (Administração de Segurança e Saúde Ocupacional)

órgão do Department of Labour do governo dos EUA contém os

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requisitos para práticas e procedimentos de proteção para os

trabalhadores das indústrias em geral contra riscos de entrada

permitida em espaços confinados.

✓ NIOSH Nº80-106: CRITERIA FOR A RECOMMENDED STANDARD-

WORKING IN CONFINED SPACES- Esta publicação editada pela

NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health

(Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional) do U.S

Department of Health, Education and Welfare (Departamento

Americano de Saúde, Educacão e Previdência Social) também edita

critérios recomendados para procedimentos de trabalhos em

espaços confinados.

✓ NFPA 1670: STANDARD ON OPERATIONS AND TRAINING FOR

TECHICAL RESCUE INCIDENTES- O propósito dessa norma editada

pela NFPA - National Fire Protection Association (Associação

Nacional de Proteção Contra Incêndio) é auxiliar a autoridade

competente a dimensionar um resgate técnico de risco dentro de

uma área de resposta, identificar o nível de capacitação e

estabelecer critérios operacionais.

✓ NFPA 1006: STANDARD FOR RESCUE TECHNICIAN PROFESSIONAL

QUALIFICATIONS- O propósito dessa norma pela NFPA - National

Fire Protection Association é especificar os requisitos mínimos de

desemprego de tarefas para serviços de resgatista numa

organização de resposta a emergências.

O QUE É ESPAÇO CONFINADO?

A NR-33 assim define os locais confinados: “É qualquer área ou ambiente não

projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e

saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde

possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio”.

A NFPA, com base nos regulamentos do governo norte-americano, define espaço

confinado em sua norma NFPA 1670 como: ”Um espaço que possui as seguintes

características:

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✓ É grande o suficiente e assim configurado em que uma pessoa pode

entrar e executar um trabalho designado;

✓ Possui meios limitados ou restritos para entrada ou saída (ex:

tanques, vasos, silos, depósito de granel, câmaras e poços); e

✓ Não é projetado para ocupação humana contínua.

✓ Possui um ou mais seguintes características:

- Contém ou possui um potencial de conter uma atmosfera perigosa;

- Contém um material que possui um potencial para engolfar um

trabalhador;

- Possui uma configuração interna na qual um trabalhador poderia

ficar aprisionado ou asfixiado por paredes internamente

convergentes ou por um piso que se inclina para baixo e se afunila

para um corte transversal menor;

- Contém qualquer outro perigo sério para a segurança ou saúde

reconhecido (incluindo quedas, meio ambiente e equipamentos

perigosos).”

ATMOSFERA IPVS – ATMOSFERA IMEDIATAMENTE PERIGOSA À VIDA

OU À SAÚDE

“Qualquer atmosfera que apresente risco imediato à vida ou produza imediato

efeito debilitante à saúde”.

Condição em que a atmosfera em um espaço confinado, possa oferecer riscos ao

local e expor os trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação, restrição de

habilidade para auto resgate, lesão ou doença aguda causada por uma ou mais das

seguintes causas:

✓ Gás/vapor ou névoa inflamável em concentrações superiores a 10%

do seu limite inferior de explosividade (LIE);

✓ Poeira combustível viável em uma concentração que se encontre ou

exceda o limite inferior de explosividade (LIE);

✓ Concentração de oxigênio atmosférico abaixo de 19,5% ou acima de

23% em volume;

✓ Concentração atmosférica de qualquer substância cujo limite de

tolerância seja publicado na NR-15 do Ministério do Trabalho e

Emprego ou em recomendação mais restritiva (ACGIH), e que possa

resultar na exposição do trabalhador acima desse limite de

tolerância;

✓ Em qualquer outra condição atmosférica imediatamente perigosa à

vida ou à saúde. (NR-33); e

✓ O espaço confinado somente pode ser adentrado com a utilização de

máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou com

respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para

escape. (NR-33).

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EMERGÊNCIA

Qualquer interferência (incluindo qualquer falha nos equipamentos de controle e

monitoração de riscos) ou evento interno ou externo, no espaço confinado, que possa

causar perigo aos trabalhadores.

AUTORRESGATE

Capacidade desenvolvida pelo trabalhador através do treinamento, que possibilita

o seu escape com segurança de ambiente confinado em que entrou em IPVS.

PLANO DE RESPOSTA A INCIDENTES

Procedimentos escritos, incluindo procedimentos padrões para o gerenciamento e

as operações de uma resposta a emergência. (NFPA 1670)

SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES

A combinação de instalações, equipamento pessoal, procedimentos e

comunicações operando dentro de uma estrutura organizacional comum, com

responsabilidade para o gerenciamento de recurso, alocados para realizar

eficientemente os objetivos declarados relacionados a um incidente ou um exercício de

treinamento. (NFPA1670).

CENÁRIO DO INCIDENTE

O local onde às atividades relacionadas a um incidente especifico são conduzidas.

(NFPA 1670).

RESGATE

Atividades direcionadas para localizar pessoas em perigo diante de um incidente

de emergência, retirando aquelas pessoas de perigo, tratando os feridos e fornecendo

transporte para uma unidade médica apropriada.

Resgate de incidentes são aquelas emergências que, inicialmente, envolve o

resgate de pessoas sujeitas aos perigos físicos e que poderão incluir, mas não

necessariamente, a provisão de cuidados médicos de emergência. (NFPA 1670).

RESGATE TÉCNICO

É a aplicação de conhecimento especial, habilidades e equipamento para

solucionar seguramente situações de resgate únicas e/ou complexas. Um resgate

técnico de incidentes é um resgate complexo que requer equipe especialmente treinada

e equipamento específico para completar a missão. (NFPA 1670)

TÉCNICO DE RESGATE

Uma pessoa que está treinada para desempenhar ou dirigir um resgate técnico.

(NFPA 1006)

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EQUIPAMENTOS DE RESGATE

A NFPA 1670 é a mais explícita ao afirmar que são “Os equipamentos (incluindo

cabo de segurança, cinto de segurança Classe III, dispositivos manualmente operados

de descida e subida, sistema de ancoragem e demais equipamento acessórios de

resgate se apropriados) usados para uma entrada típica de resgate de pessoas nos

espaços permitidos”.

EQUIPE DE RESGATE

“Pessoal capacitado e regularmente treinado para retirar os trabalhadores dos

espaços confinado em situação de emergência e prestar-lhes os primeiros-socorros”.

A NFPA 1670 define a equipe de resgate em espaço confinado como uma

combinação de indivíduos (um mínimo de 6 por organização operando em nível técnico

e um mínimo de 4 funcionando em nível de operação) treinados, equipados e

disponíveis para atender a uma emergência em espaço confinado. Essa equipe deverá

ser treinada em um dos três níveis de proficiência: segurança (conscientização),

operacional ou técnico. Uma equipe de resgate deverá ser requisitada a atender os

níveis técnicos ou operacionais para se qualificar, como um serviço de resgate

dependendo do tipo e complexidade da emergência em espaço confinado.

SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

Organização responsável pelo cuidado e transporte de pessoas feridas ou doentes

para uma unidade de emergência médica apropriada. (NFPA 1670).

EQUIPE DE TRABALHO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

Quando se tratar de trabalhos em espaços confinados, a PET – Permissão de

Trabalho e Entrada torna-se uma obrigação devido as condições ambientais que são

peculiares aqueles tipos de locais (área classifica). Nesse documento encontram-se

identificados todos os participantes da execução dos trabalhos e, inclusive suas

responsabilidades diante da ocorrência de um incidente durante a entrada no espaço

confinado. A seguir teceremos alguns comentários sobre o posicionamento da equipe de

trabalho durante a deflagração de uma emergência.

Equipe de Trabalho

“O número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em espaços

confinados deve ser determinado conforme a análise de risco”. (NR-33)

“É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma

individual ou isolada”. (NR-33)

A PET ficará imediatamente cancelada quando ocorrer alguma emergência no

local de trabalho. Se ocorrer algum dano ou incidente durante uma entrada,

independente de ter sido obtido sucesso na operação de resgate, a NR-33 determina

que seja revisto o sistema de permissão , sob a argumentação de possíveis falhas no

sistema de permissão.

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Das Responsabilidades dos Trabalhadores, Vigias e Supervisores

• Trabalhadores - São deveres dos trabalhadores autorizados diante de

uma situação de emergência:

✓ Alertar o vigia sempre que:

- Reconhecer um sinal de perigo ou sintoma de exposição a uma

situação perigosa; e

- Detectar uma condição proibitiva.

✓ Abandonar o espaço confinado imediatamente quando:

- Receber uma ordem de abandono do vigia ou do supervisor de

entrada;

- Reconhecer algum sinal de perigo, risco ou sintoma de exposição a

uma situação perigosa;

- Detectar uma condição proibitiva; e

- Um alarme de abandono é acionado.

• Vigias - São deveres do vigia diante de uma situação de emergência:

✓ Acionar a equipe de resgate assim que determinar que o trabalhador

necessite de auxílio para abandonar o espaço confinado de algum

risco;

✓ Monitorar as atividades dentro e fora do espaço confinado para

determinar se existe segurança para ordenar que abandonem o

espaço imediatamente sob quaisquer das seguintes condições:

- Se detectar uma condição de perigo;

- Se detectar uma situação externa que possa causar perigo aos

trabalhadores;

- Se detectar algum efeito no comportamento do trabalhador devido

a exposição de riscos; e

- Se não puder desempenhar efetivamente e de forma segura todos

os seus deveres.

✓ Operar os movimentos de pessoas em situações de emergência;

✓ Realizar os resgates sem entrada como determinado nos

procedimentos de resgate; e

✓ Não realizar qualquer tarefa que possa interferir no seu dever

primordial de monitorar os trabalhadores.

• Supervisores - São deveres dos supervisores diante de situações de

emergências:

✓ Verificar se os serviços de emergência e resgate estão disponíveis e

se os meios de acioná-los estão operantes; e

✓ Remover pessoas não autorizadas que entram ou que tentam entrar

no espaço confinado durante as operações.

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Deveres da Segurança Industrial

São deveres da segurança industrial diante de uma situação de emergência:

✓ Certificar se os equipamentos de resgate estão disponíveis e

corretamente montados;

✓ Certificar se está disponível uma equipe de resgate capacitada;

✓ Assegurar se todos os recursos humanos e materiais necessários

para a segurança dos trabalhadores estão disponíveis da entrada; e

✓ Orientar os trabalhadores, vigias e equipe de resgate quanto às

particularidades do espaço confinado, das condições de trabalho

prescritas e de um eventual resgate.

Programa de Entrada em Espaço Confinado

Segundo a NR-33 e a OSHA 1910.146 esse programa deve incluir os seguintes

requisitos para o serviço de emergência e resgate:

✓ Serviço de emergência e resgate mantendo os membros sempre à

disposição, treinados, com equipamento em condições de uso e

meios próprios para o seu acionamento;

✓ Procedimentos de comunicação entre a equipe e que, ainda,

permitam ao vigia acionar a emergência para uma ou mais entradas

sob sua responsabilidade sem se desviar de suas responsabilidades;

✓ Treinamento para desempenhar as tarefas de resgate designadas;

✓ Receber o mesmo treinamento requerido para os trabalhadores

autorizados; e

✓ Fazer simulações de resgate em espaços confinados, ao menos uma

vez a cada 12 meses, por meio de treinamentos no quais removam

manequins dos simuladores.

Emergência e Salvamento

O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de emergência e

resgate adequados aos espaços confinados incluindo, no mínimo: (NR-33)

✓ Descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da

Análise de Riscos;

✓ Descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem

executadas em caso de emergência;

✓ Seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,

iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e

transporte de vítimas;

✓ Acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela

execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada

serviço a ser realizado; e

✓ Exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de

acidentes em espaços confinados.

O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve possuir

aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.

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A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os possíveis

cenários de acidentes identificados na análise de risco.

Avaliação Médica

“33.3.4.1 Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser

submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme

estabelecem as NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão

do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.”

Deveremos oferecer uma especial atenção as condições físicas e mentais dos

resgatistas que adentram em espaços confinados. Em algumas situações, será

necessário não apenas avaliar sua exposição aos riscos agressivos à sua saúde gerados

possivelmente antes ou durante o desenvolvimento do resgate, como também avaliar

se naquele dia o resgatista encontra-se num estado emocional equilibrado para o

desempenho de uma tarefa de quem será muito exigido física e mentalmente.

Quando se tratar de atendimento a uma emergência, situação esta que poderá

ocorrer a qualquer momento, uma avaliação médica constante dos resgatistas antes de

qualquer entrada, poderá nos assegurar que o profissional estará devidamente

preparado e saudável para enfrentar uma árdua tarefa de resgate em espaço confinado

para execução de procedimentos muitas vezes complexos. Por isso, é recomendado que

os resgatistas sejam avaliados momentos antes de qualquer entrada programada,

quanto às suas condições físicas e também quanto ao seu estado emocional, ainda que

o mesmo tenha passado recentemente por algum processo de seleção ou exames

médicos ocupacionais.

Não se trata de exagero, mas sim de uma ação proativa. Pode ser que naquele

dia o resgatista esteja enfrentando problemas particulares na sua vida profissional ou

no seu próprio ambiente familiar. É o tipo de problema que todos poderão

experimentar, independente de sua função ou cargo. Quando uma situação desse tipo

afeta o profissional, seja ele supervisor, vigia, trabalhador ou resgatista, deixaremos

um caminho aberto para que seus problemas venham a interferir na sua capacidade

psicomotora, desviando a sua atenção que, durante uma entrada em espaços

confinados, deveria estar sempre redobrada. Por isso, aconselhamos que sejam

entendidos os benefícios trazidos pela avaliação médica.

Organização do SE&R pela NFPA 1670 e NFPA 1006

As normas norte-americanas NFPA 1670 E NFPA 1006 são as que nos oferecem

maiores informações técnicas para o desenvolvimento de um programa de equipe de

resgate, a qualificação da equipe e o perfil técnico em resgate.

A NFPA 1670 define o serviço de resgate como sendo aquela equipe montada

pela autoridade competente (setor público) ou pelas empresas (setor privado) para

resgatar vítimas dos interiores de espaços confinados. A mesma norma fixa os

diferentes níveis de capacidade operacional para as organizações que preparam

diferentes níveis de resposta a emergência em espaços confinados.

Como já comentado anteriormente estão estabelecidos três níveis de capacidade

operacional: Conscientização (Segurança), Operações e Técnico. A norma estabelece

ainda que esses padrões sejam aplicados a todas as organizações de resposta a

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P á g i n a | 129

incidente em espaços confinados, ainda que não sejam regidos pelos regulamentos

federais do governo americano.

Para o setor industrial privado (offshore ou onshore), dependendo do tamanho e

das atividades desenvolvidas nas unidades de produção ou serviço, um SE&R deverá

atender os níveis de segurança e operações, respeitando ainda o perfil e o

dimensionamento de sua equipe própria.

Portanto, um SE&R no nível de segurança e operação deverá desempenhar o

seguinte:

✓ Determinar os fatores que influenciaram a existência de condições

potenciais;

✓ Estabelecer contato com as vítimas onde for possível;

✓ Reconhecer e identificar os perigos associados ao atendimento de

uma emergência sem uma entrada;

✓ Reconhecer os espaços confinados;

✓ Procedimentos para executar uma recuperação de vítimas sem uma

entrada;

✓ Procedimentos para estabelecer um controle do local e um

gerenciamento do cenário;

✓ Procedimentos para proteger o pessoal de perigos dentro do espaço

confinado;

✓ Avaliar continuamente a existência de condições potenciais;

✓ Procedimentos que assegurem que os membros da equipe são

capazes de administrar apropriadamente os desafios físicos e

psicológicos que afetam os resgatistas;

✓ Procedimentos para avaliar continuamente ou em intervalos

frequentes, a atmosfera em todas as partes do espaço a ser

adentrado;

✓ Identificação dos deveres dos resgatistas, dos resgatistas de apoio,

dos resgatistas atendentes (vigia, operadores de equipamentos,

primeiros socorros, transporte, etc) e do chefe da equipe de

resgate;

✓ Procedimentos para uma entrada típica de resgate nos espaços

confinados reunindo as seguintes ações:

- Conhecimento claro da configuração interna do espaço;

- Buscar meios de visualizar a vítima facilmente de fora da abertura

de acesso;

- Facilitar o acesso de entrada e saída com espaço de sobra quando

o EPI estiver sendo usado da maneira recomendada pelo fabricante;

- Acomodar no espaço mínimo dois resgatistas somando-se a

vítima;

- Identificar, isolar e controlar todos os perigos no interior e em

torno do espaço confinado.

✓ Procedimentos para o uso seguro e efetivo dos equipamentos de

embalagem de vítimas que podem ser empregados em resgate em

espaço confinado;

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✓ Informações para a transferência de vítima incluindo a localização, o

ambiente, a condição quando encontrada, a condição atual e

qualquer outra informação pertinente para os serviços médicos de

emergência;

✓ Planejar e implementar uma operação apropriada para resgate em

espaço confinado;

✓ Selecionar, montar e empregar o sistema de descida e subida por

cordas em ambientes elevados; e

✓ Programa de treinamento da equipe de resgate em espaço

confinado.

O Resgatista

As organizações devem assegurar que os membros selecionados para suas

equipes de resgate em espaços confinados tenham capacidade física, psicológica e

médica para o desempenho de responsabilidade e tarefas diante de resgates técnicos de

incidentes e para o desempenho de exercícios de treinamento de acordo com os seus

níveis próprios de exigência.

Aspectos físicos e psicológicos são inerentes ao resgatistas. Fisicamente deve

dispor de vigor físico, uma vez que dele será exigido um grande esforço tanto pelas

dificuldades do resgate em si, quanto pelas condições do ambiente, do clima, do tempo

e do local, quase sempre adversas:

Os aspectos psicológicos de sua personalidade também são importantes devendo

incluir as seguintes qualidades:

✓ Sociabilidade: Linguajar educado e palavras corretas que transmita

calma e confiança para a própria equipe e para as vítimas;

✓ Espírito de equipe: Harmonizar com os companheiros de equipe. O

resgate não é uma operação individual;

✓ Improvisador: Capacidade de superar situações adversas

inesperadas. Ter sempre um “plano B”;

✓ Participativo: Capacidade de iniciativa e desembaraço na realização

de seus deveres sem depender do recebimento de ordens;

✓ Autocontrole: Estabilidade emocional para superar os fatos mais

desagradáveis ocorridos durante um resgate;

✓ Liderança: Realizar tudo o que for necessário (ou além) para

organizar e controlar uma operação para um resgate, estando,

inclusive, preparado para a ocorrência de condições imprevistas; e

✓ Perceptivo: Capacidade de ouvir. Estar atento a comunicação entre a

equipe e ao depoimento de testemunhas.

Diante desse perfil, o resgatista ao receber o treinamento adequado para a sua

qualificação técnica deverá estar apto a atender as seguintes responsabilidades:

✓ Controlar o local da emergência;

✓ Promover, primeiro, a sua segurança, a segurança da sua equipe e

depois a segurança da vítima;

✓ Avaliação do local da emergência;

✓ Uso correto do EPI;

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✓ Coletar o maior número possível de informações sobre a

consequência de eventos do incidente;

✓ Assegurar o acesso as vítimas por intermédio dos equipamentos de

resgate e transporte de vítimas;

✓ Determinar qual o problema que acondicionou na vítima, colhendo

as informações do local e dos mecanismos que provocaram as

lesões;

✓ Estabilizar a vítima;

✓ Dar o seu máximo diante de uma operação de resgate, respeitando

o seu nível de treinamento;

✓ Liberar a vítima, o mais depressa possível, dentro das técnicas e

equipamentos apropriados;

✓ Transportar com segurança a vítima, monitorando o seu estado

durante o trajeto; e

✓ Passar para o serviço de atendimento médico todas as informações

relevantes que assegurem a continuidade do tratamento da vítima

em prol de sua recuperação total.

• Análise Risco X Benefício - O resgatista deverá possuir as habilidades

mínimas para o desempenho de atendimento as vítimas, inclusive quanto à

capacidade de realizar uma RCP. O que diferencia o resgatista dos demais

profissionais que trabalham nas operações de atendimento pré-hospitalar é

que no campo de atuação, muitas vezes o cenário levará o resgatista a

tomar decisões que poderão alterar a propriedade e a sequência do

atendimento da vítima confrontando com sua própria segurança.

A NFPA 1670 define que a análise Risco x Benefício tradicionalmente

envolve a avaliação das condições gerais da vítima de forma a aplicar a

devida urgência para uma situação (Resgate de vítima x Recuperação de

corpos). Uma vítima ainda viva poderá sugerir um resgate associado a um

nível mais urgente de ação. Já uma vítima fatal poderá sugerir uma

operação de recuperação de corpo com um nível de urgência bem menor.

• Análise inicial - Em todos os tipos de incidentes de resgate em espaços

confinados, existe um potencial de situações extenuantes que exigirão uma

habilidade além da capacidade normal da organização para operar de uma

forma segura. Exemplos dessas situações podem incluir, mas não se

limitando a: locais isolados ou profundos, perigos múltiplos (líquidos,

produtos químicos, alturas extremas no espaço, etc), falhas nos

equipamentos, condições ambientais severas. Estas condições deverão ser

avaliadas na análise de risco inicial.

Segundo a NFPA 1670, a análise do cenário deverá avaliar inicial e

continuamente o seguinte:

✓ Objetivo, tamanho e a natureza do incidente;

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✓ Localização, número e condição das vítimas;

✓ Análise Risco x Benefício (Resgate de vítimas x Recuperação de

corpos);

✓ Acesso ao cenário;

✓ Fatores ambientais;

✓ Recursos necessários e disponíveis; e

✓ Estabelecer um perímetro de controle.

Os perigos existentes poderão incluir, mas não se limitando a:

✓ Atmosferas perigosas;

✓ Substâncias perigosas; e

✓ Temperaturas extremas.

Alguns itens para reconhecimento e avaliação dos perigos associados a

espaços confinados incluem, mas não se limitando a:

✓ Avaliação do perímetro adjacente a emergência deflagrada para

determinara a presença ou o potencial para uma condição perigosa

que poderá colocar em risco os resgatistas durante seu acesso;

✓ Reconhecimento da necessidade de descontaminação da vítima ou

do resgatista que estiveram expostos a algum material perigoso;

✓ Reconhecimento da necessidade de dispor de um serviço de

emergência & resgate em espaços confinados ou recursos adicionais

quando um resgate sem entrada não for possível;

✓ Acionamento do serviço de emergência & resgate designado e de

outros recursos necessários para o início do resgate em espaço

confinado; e

✓ Reconhecimento de atmosferas ou de materiais perigosos através de

avaliações visuais, medições com equipamentos e de informações

passadas pelos trabalhadores envolvidos naquela entrada ou local.

Planejamento de uma Resposta ao Incidente

Os procedimentos para atendimentos de uma emergência que necessite de uma

resposta de resgate técnico devem ser registrados em um documento formal e escrito.

Onde exista a necessidade de recursos externos para se alcançar um nível

desejado de capacidade operacional, é recomendado o registro de acordo com

cooperação mútua com as demais organizações que assegurem o seu acionamento

diante de uma emergência.

Cópias do Plano de Resposta a Incidentes devem ser disponibilizadas para os

empregados da empresa com responsabilidades designadas pelo próprio plano, setores

importantes da unidade e para as organizações externas de suporte operacional.

O plano deve ser aprovado formalmente pela empresa e possuir procedimentos

específicos para suas revisões, atualizações ou alterações.

Administração de uma Operação de Resgate

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A seguir apresentaremos um modelo sugerido de gerenciamento de uma

emergência que envolva um resgate em espaços confinados dividido em 5 fases:

✓ Preparação;

✓ Avaliação;

✓ Pré-entrada;

✓ Entrada e resgate;

✓ Término da operação.

• Fase 1: Preparação - Uma questão que deve ser obrigatoriamente

levantada ao longo de qualquer entrada que ocorra algum incidente é: “A

equipe de resgate está realmente treinada, capacitada e equipada para

desempenhar um resgate em espaços confinados? Definitivamente, tal

indagação não quer ficar restrita em apenas disponibilizar cintos, cordas,

conjuntos de respiração autônoma e demais equipamentos, para os

resgatistas se acharem preparados para enfrentar um resgate em espaços

confinados. O aspecto humano deve ser levado em conta.

Portanto a equipe de resgate deve estar preparada para responder as

seguintes perguntas:

✓ A equipe de resgate conhece e concorda com as normas e padrões

exigidos?

✓ A equipe de resgate possui uma quantidade de pessoal

suficientemente treinado para manter uma operação de resgate em

espaço confinado? Talvez 4 ou 5 membros bem treinados não serão

o suficiente para cumprir com segurança a um resgate.

✓ A equipe de resgate possui o equipamento apropriado para

desempenhar operação? Resgates em espaços confinados exigem

equipamentos especiais.

Preparação dos Equipamentos - A seguir listaremos o mínimo de

equipamentos necessários de que uma equipe de resgate deve dispor

antes mesmo de se considerar preparada para desempenhar estes tipos de

operações.

✓ Equipamento de ar mandado – um para cada resgatista, um para

cada membro da equipe de apoio e um para a vítima;

✓ Sistema de cascata- um sistema primário para os resgatistas e a

vítima e outro secundário para a equipe de apoio;

✓ Equipamento de retirada - tripés, monopés, guinchos, triway;

✓ Software- Cordas, cordins, fitas, estropos;

✓ Hardware- Freios, blocantes, ascensores, polias, mosquetões,

ganchos;

✓ Cintos de segurança - modelo paraquedista;

✓ Detector de gases - 4 gases: O2, CO, H2S e gases inflamáveis;

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✓ Equipamentos de ventilação - Insufladores e exaustores a prova de

explosão;

✓ Lanternas à prova de explosão;

✓ Equipamento de comunicação intrinsecamente seguro;

✓ EPI - Compatível para espaços confinados;

✓ Travas e sinalização de segurança.

Existem três tipos de equipamentos para operações de resgate em espaço

confinado:

✓ Equipamento de respiração por ar de linha (sistema de cascata,

compressor, etc.);

✓ Equipamento autônomo de respiração (circuito aberto); e

✓ Respirador de fuga.

Equipamento de Respiração por Ar de Linha

Possui as seguintes características:

✓ Independe da concentração do contaminante;

✓ Indicado também para ausência de oxigênio;

✓ Grande autonomia;

✓ Dotado de cilindro reserva para escape;

✓ Pressão positiva;

✓ Suprido por um sistema de cascata ou compressor com filtro de ar;

✓ Pouco peso;

✓ Limitações pelos tamanhos das mangueiras de ar;

✓ Reduz a mobilidade do usuário; e

✓ Impossibilidade de adaptação do carona.

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Análise Inicial - Durante a fase inicial de preparação a equipe de resgate

precisa levar em consideração um planejamento prévio para enfrentar

riscos específicos que possam interferir em suas operações e para

identificar potenciais locais de resgate. Esse planejamento pode ser feito

identificando o seguinte:

✓ Existem locais na área nos quais rotineiramente ocorrem entradas

em espaços confinados para inspeções, limpeza ou manutenção

geral?

✓ Existe algum projeto especial em desenvolvimento que esteja

localizado no espaço confinado?

✓ A área em emergência possui instalações com alto potencial de

riscos?

Esse levantamento básico poderá providenciar uma visão geral para os

problemas e dificuldades que os resgatistas encontrarão nas rotinas de

resgates em espaços confinados. Todavia, dependendo da complexidade

da situação outras informações serão de suma importância:

✓ Se for necessário, consulte o plano de emergência e os controles de

descarga de energia;

✓ Consulte os responsáveis que trabalham nos locais que possuam

espaços confinados para informações adicionais;

✓ Requisite cópia das permissões de entrada;

✓ Identifique qualquer tipo de risco especial ou processos que são

necessários conhecê-los antes de qualquer resposta a emergências;

e

✓ Identifique qualquer dificuldade local específica tal como:

localização, acesso, suprimento de ar ou variações extremas nas

avaliações.

Planejamento prévio é essencial para qualquer equipe de resgate séria e

preparada para enfrentar toda a sorte de imprevistos nos serviços de

resgate em espaços confinados. Não só permite ao comando da

emergência e aos resgatistas planejarem a tática mais eficaz para o

resgate como também aumenta a segurança da operação como um todo.

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Preparação dos Resgatistas - Não menos importante do que possuir o

equipamento adequado é possuir a equipe adequada. O resgatista deverá

possuir o mesmo conhecimento e treinamento do pessoal de trabalhos em

espaços confinados, e um treinamento adicional para operações,

procedimentos e equipamentos de resgate. O treinamento realizado em

verdadeiros espaços confinados ou simuladores (que se aproximam da

realidade) auxilia em trazer a luz um dos mais sérios problemas que

afetam os resgatistas - a claustrofobia. Resgatistas que não consegue

controlar essa fobia certamente não irão ajudar muito nas operações. O

treinamento relacionado e tópicos importantes como materiais perigosos,

montagem e manejo de equipamentos, sistema de polias e resgate por

cordas serão muito importantes.

Comando do Incidente - Comandar um resgate em espaços confinados

requer a delegação de muitas responsabilidades necessárias para o

sucesso da operação. O sistema de comando do incidente é uma estrutura

criada para facilitar o gerenciamento de qualquer tipo de emergência e que

atravessem todas as fases da operação de resgate. Contudo, ressalta-se

que antes de se providenciar um treinamento para um sistema de

comando de emergência, é necessário que todos os envolvidos tenham um

claro entendimento de aonde eles se encaixarão no momento do incidente.

Sendo assim, a organização do sistema deverá estar estabelecida no lugar

devido antes mesmo de se atribuir responsabilidades.

Uma única pessoa com muitas responsabilidades pode gerenciar um

pequeno incidente, se ele também permanecer pequeno. Já em um

incidente maior, um grupo de pessoas deve assumir muitas tarefas

delegadas. Um plano de emergência que possui um sistema de comando

bem dimensionado é capaz de se expandir à medida que o incidente toma

proporções cada vez maiores e, assim, mantém o controle das operações

com eficiência.

O comando da equipe de resgate também deve ficar atento quanto à

participação de outros serviços extremos de resgates, como por exemplo,

o Corpo de Bombeiros ou Resgate Aéreo. Nesse caso, o responsável com

maior qualificação e experiência deverá assumir o comando de toda a

operação. O plano de emergência deve admitir em seus procedimentos a

possibilidade de ocorrência dessa situação, pois embora o incidente em

andamento em uma área industrial particular esteja sendo assistido por

um agente externo, a responsabilidade por algum dano as propriedades

adjacentes ou lesões aos empregados permanece com o empregador.

Uma composição ideal para uma equipe do SE&R poderia ser:

✓ Comandante de incidente - Responsável por todo o gerenciamento

do incidente.

✓ Segurança - Responsável por garantir a segurança da equipe e de

todos os procedimentos de resgates durante a operação e/ou

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antecipar riscos e situações inseguras. Não deverá ter nenhuma

outra responsabilidade para que não fuja do foco de suas tarefas.

✓ Supervisor (chefe) do Grupo de Resgate - Responsável pela

coordenação da parte operacional do incidente. Responsável pelo

seguinte pessoal:

✓ Observador (vigia) - Possui praticamente as mesmas tarefas de uma

entrada para trabalho. Comunica-se com os resgatista

constantemente e monitora a atmosfera;

✓ Responsável pelos equipamentos - Responsável pela ventilação

dentro e fora do espaço confinado, responsável pelo fornecimento de

proteção respiratória, responsável pela descontaminação do local,

responsável pelos guinchos, trava-quedas, sistemas de remoção e

polias.

✓ Resgatistas - Equipe de entrada. Executam todas as tarefas dentro

do espaço confinado como reconhecimento, liberação da vítima e

sua imobilização.

✓ Resgatistas (Equipe) de apoio - Resgatistas pronto para uma

entrada imediata caso a equipe de entrada precise de resgate.

✓ Primeiros socorros - Atendimento inicial - estabilização.

✓ Macas - Responsável pelo transporte e evacuação das vítimas.

Muitas operações de resgate em espaço confinado são pequenas por causa

do tamanho do ambiente, local que o resgate ocorre. Uma pessoa,

dependendo da situação, pode assumir tarefas combinadas. À medida que

a operação cresce tornando-se mais complexa outros componentes

chegam, o comando da operação deverá atribuir as funções para cada

novo componente, e assim estabilizar o Sistema de Comando de Incidente.

• Fase 2: Avaliação - É o plano de ação propriamente dito. Na verdade

esta é a primeira fase operacional de um resgate em espaços confinados.

Operações de resgate bem sucedidas nas situações de emergências em

espaços confinados ocorrem quando dispomos de um processo perfeito de

coleta de informações essenciais para uma eventual entrada. Através da

implantação de um planejamento coordenado e implantado para colher,

interpretar e disseminar as informações, muito provavelmente a operação

terminará com êxito.

Estabelecer um Sistema de Comando - Sempre agir em equipe.

Gerenciar um resgate requer a delegação de muitas tarefas necessária

para uma operação bem sucedida. A estrutura da equipe de emergência

deve estar montada o mais rápido possível para, de início executar a

avaliação de situação e, logo após, permitir que os demais membros

iniciem a preparação das próximas fases.

A avaliação está dividida em duas áreas:

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✓ Avaliação do cenário - Obter uma dimensão inicial da situação e

para identificar os riscos.

✓ Avaliação dos Recursos - Verifica o seu potencial humano

(resgatista) e seus equipamentos para executar a operação de

resposta a uma emergência.

Portanto o objetivo dessas avaliações é buscar um equilíbrio entre os

recursos disponíveis e a rapidez do tempo de resposta.

Avaliação do Cenário - Enquanto responde ao incidente a equipe de

resgate deve revisar qualquer programa específico de espaço confinado ou

associado a características ou riscos similares.

Uma vez presente na cena, devem ser levantadas e examinadas as

seguintes informações, cruciais para o desenvolvimento de um plano de

ação:

✓ Qual é o problema principal?

- Quantas pessoas estão em risco? Quantas estão feridas?

- Quantas pessoas estão perdidas? Aonde eles foram avistados por

último?

✓ Qual tipo de espaço confinado?

✓ Qual a utilização desse espaço confinado?

✓ O espaço confinado é utilizado regularmente?

✓ O espaço confinado é uma área de armazenagem?

- Existem riscos na armazenagem dos produtos?

- Existem materiais viscosos ou aquecidos?

- Quais são os possíveis resíduos?

✓ Existe algum potencial de engolfamento?

✓ Demais perigos existentes no espaço confinado.

- Elétrico, mecânico ou energia acumulada?

✓ Quais são os pontos de entrada e de saída?

- Existem múltiplos pontos de entrada?

- Existem pontos de entrada acima ou abaixo do nível do chão?

- Existe alguma outra dificuldade de acesso?

Uma vez respondidas essas informações, o planejamento da operação

poderá iniciar.

Avaliação dos Recursos Disponíveis - Após avaliar as informações

recebidas da abordagem inicial e desenvolver um plano de ação para o

incidente, identifique os recursos adicionais.

Proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos,

ergonômicos e mecânicos. (NR-33.3.2 , letra “c”)

Registro dos Procedimentos - Antes de seguir para a próxima fase, é

essencial documentar todas as ações e avaliações realizadas desde o início

das operações. Esse registro deve se estender continuamente ao longo de

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toda operação. A PET e os demais documentos anteriores servem tanto

como uma verificação das medidas necessárias já adotadas, como também

serve como parâmetro para novas ações a serem tomadas. Existe um

ditado: “Se não foi documentado, isso não aconteceu.” NR-33.5.3 “É

vedado a realização de qualquer trabalho em espaço confinado sem a PET

(Permissão de Entrada e Trabalho)”.

Essa documentação pode ser em forma de uma narrativa registrando todas

as atividades envolvidas no resgate. A inclusão da movimentação da

equipe dentro e fora do espaço confinado também é válida. Assegure-se,

portanto, de não incluir apenas a duração e as ações, mas as razões por

usar, ou não usar, procedimentos ou recursos específicos. Isto então será

arquivado para um revisão posterior para avaliar o seu programa de

resgate.

Precisamos anexar aos outros documentos de entrada em espaços

confinado o plano de resgate.

Responsabilidade durante a Fase de Avaliação - A avaliação começa

quando a notificação do incidente chega ao SE&R, continua após a chegada

na cena e se alonga à medida que demais membros da equipe chegam.

✓ Estabelecer um posto de comando seguro;

- Deve estar a favor ou perpendicular e distante do local do

acidente.

✓ Designar posições chave quando necessário;

- O chefe da segurança deve ser designado na operação com

antecedência.

- Outra posição permanente pode ser designada ou

responsabilidades provisórias podem ser executadas pelo pessoal

disponível. As designações permanentes podem ser feitas quando

um pessoal mais treinado estiver em cena.

✓ Localizar e manter uma pessoa responsável do local do incidente;

- Pode ser familiarizado com os processos desenvolvidos pela

operação e isolamento daquele espaço confinado.

✓ Estabelecer o controle do local do resgate;

- Permite apenas pessoal com EPI dentro de áreas que não estejam

livres de risco.

- Disponibiliza pessoal, veículos cones ou fitas para estabelecer um

perímetro para manter pessoas e veículos não autorizados distantes

do local interditado.

✓ Monitoramento atmosférico dentro e fora do espaço confinado;

- O observador pode ser uma boa escolha para essa tarefa. Suas

obrigações imediatas incluirão controle da entrada no espaço,

melhoramento dentro e fora do espaço durante a entrada. O

observador poderá ficar com EPR (sem máscara enquanto dispor de

ar fresco). Todavia, deverá colocá-la ao menor indício de alterações

no monitoramento ou se ocorrer uma subsequente descarga de

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contaminante para fora do espaço confinado. Isso o permitiria

continuar suas tarefas até a equipe de entrada ter saído do espaço.

✓ Avaliação de riscos físicos;

- A PET é uma boa fonte de informação.

✓ Determinar a necessidade de equipamentos específicos; e

✓ Avaliar o perfil da operação (resgate de vítimas ou recuperação de

corpos).

• Fase 3: Pré-Entrada - A fase de Pré-Entrada é onde ocorrem os

preparativos finais para a entrada no espaço. A avaliação da informação

obtida durante esta fase determinará as tarefas especificas que

necessitarão ser feitas no exato local da vítima.

Controle de Riscos

Inclui duas categorias:

✓ Mantendo o local da vítima seguro; e

✓ Mantendo a área de resgate segura.

Mantendo o local seguro:

✓ Estabelecer zonas de segurança;

- Criar uma área demarcada com fita ou outros meios para

estabelecer uma área de trabalho onde somente pessoal autorizado

é permitido.

✓ Estabelecer ventilação geral da área;

- Pode ser necessário proporcionar algumas formas de ventilação

para a área em geral se ocorrer à migração de um alto nível de

contaminante.

✓ Designar pontos de entrada/saída; e

- Decidir onde serão pontos de entrada/saída da operação para que

possa ser controlado e a Equipe de Material possa iniciar a

montagem dos equipamentos necessários. Se houver a necessidade

de múltiplos pontos de entrada, assegure-se da coordenação destes.

✓ Eliminar todas as fontes de ignição potencial ou real.

- Isto pode incluir trabalho quente sendo realizado na área, veículos,

geradores ou outros equipamentos elétricos.

Mantendo a área de resgate segura - Usando as informações da avaliação

de risco, designe pessoal para controlar os riscos presentes. Cada uma das

tarefas podem necessitar de um membro da equipe ou um grupo para

cumpri-las.

Responsabilidades durante a Fase de Pré-Entrada

Chefe do Grupo de Resgate:

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✓ Designar as posições necessárias para o cumprimento das tarefas

identificadas;

- Sempre escolha “a dedo” o pessoal para trabalhos específicos.

Leve em consideração o tamanho do espaço e tamanho das pessoas

que farão o resgate.

✓ Execute os procedimentos de travamento/sinalização;

- O travamento/sinalização precisa ser feito por alguém familiarizado

com a operação e deve estar completo antes da entrada inicial

começar. A equipe de resgate fora do perímetro da área de resgate

designa alguém para checar com a pessoa responsável o isolamento

do espaço, colocando trancas e etiquetas da equipe de resgate em

cada ponto de trancamento.

✓ A equipe de resgate sempre trabalha em dupla;

- Ninguém deve entrar no espaço confinado sozinho.

- O espírito de equipe será crítico para o sucesso da operação.

- As exceções podem ocorrer:

- Quando estiver trabalhando em um espaço muito pequeno e

apenas um pode caber.

- Um pequeno atendimento como, por exemplo, prender o cabo de

retirada no cinto da vítima.

- Se um resgatista que entra ficar fora do contato visual do

observador, um segundo resgatista deve fazer a entrada, porém

mantendo o contato visual com o primeiro resgatista.

✓ Para cada equipe de resgate, deve haver uma equipe de apoio; e

- A equipe de apoio deve estar equipada e preparada para entrar em

caso de emergência durante o resgate.

✓ Para cada equipe deverá estar designado a um único canal de

chamada.

- Em uma emergência onde mais de uma equipe estiver operando é

necessário que cada equipe tenha uma identificação (nome).

Observador:

✓ Estabelecer um sistema de rastreamento dos resgatistas; e

✓ Monitoração da atmosfera.

Ventilação:

✓ Estabelecer uma ventilação adequada do espaço.

- O tipo de sistema de ventilação será determinado pelos riscos

encontrados durante a avaliação.

Equipe de Resgate:

✓ Os resgatistas devem usar o EPI necessário para riscos potenciais

assim como para os riscos presentes;

✓ Os resgatistas devem ajudar uns aos outros a se equiparem; e

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✓ A equipe de resgate inicial deve ter uma unidade adicional de Ar

mandando para colocação na vítima.

- Ele pode ser preso ao sistema de suprimento de ar do primeiro

time de resgate.

- Um conjunto autônomo pode ser substituído por um equipamento

de ar mandado por linha.

Equipe de Reserva:

✓ Os resgatistas de apoio devem estar equipados com o mesmo EPI

dos demais.

Equipe de Movimentadores:

✓ Identifica e prepara o sistema de remoção de vítimas; e

✓ Nesta equipe poderíamos incluir o seguinte:

- Tripés;

- Sistemas de guincho e trava-quedas;

- Sistema de cordas e polias;

- Equipamentos de imobilização e envelopamento da vítima;

- Sistema a ser utilizado para remoção da vítima; e

- Se a operação estiver sendo desenvolvida numa atmosfera

potencialmente inflamável, assegure-se de que a equipe esteja

utilizando equipamentos antifaiscantes.

Equipe de Primeiros Socorros:

✓ Escalada para o primeiro atendimento médico das vítimas;

✓ Proporciona a reabilitação e cuida da equipe de resgate;

✓ Executa o monitoramento médico da pré-entrada e de apoio; e

✓ Providencia a reidratação para a equipe de entrada.

Equipe de Apoio:

✓ Transporte, assim que a vítima estiver sido removida do espaço;

✓ De acordo com a agressividade dos contaminantes encontrados no

ambiente confinado deverá ser escalado um pessoal para a

descontaminação da equipe de entrada, das vítimas e dos

equipamentos e assim que eles saiam do espaço; e

✓ Estabelecer o suprimento de ar primários e secundários no local e

preparar para torná-los operacionais;

- Um sistema para a equipe de resgate e para a vítima; e

- Um sistema separado para o time de reserva.

✓ Estabelecer um procedimento para reabastecimento dos cilindros e

envio de ar para o local de entrada;

- Pode ser efetuado através do suprimento de ar por compressores,

sistema de cascata ou cilindros com capacidade para, no mínimo, 30

minutos.

✓ Certificar-se que uma linha de ar adequada está no local; e

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- Cada seção deve estar disposta em ordem e devem ser designados

responsáveis pelas operações no equipamento de fornecimento de

ar.

✓ Certificar-se de quais os acessórios adequados estão disponíveis

para efetuar reparos de emergência no sistema de ar (caixa de

ferramentas, fitas de teflon, mangueiras extras, etc.).

Instruções de Pré-Entrada - Antes de entrar, cada membro participante

da equipe de resgate deverá receber breves instruções do Chefe do Grupo

de Resgate. Essa Instrução será crítica para a segurança e sucesso de

qualquer entrada.

As informações mínimas abaixo relacionadas devem ser abrangidas nessas

instruções:

✓ Cada equipe deve ser informada sobre quais serão suas possíveis

tarefas durante a operação;

- Deve ser direto ao ponto: “Sua função nesta entrada é localizar a

vítima, reportar qualquer condição de aprisionamento e prover

cuidados iniciais de salvamento. Não remova a vítima a menos que

seja rápido e fácil.”

✓ Cada equipe envolvida na operação deve ser informada dos

procedimentos de emergência dentro do espaço, no caso de

ocorrência de algum problema com a equipe de resgate;

- Ferimento, falta de ar, etc. podem rapidamente criar um caos.

Tenha ciência dos procedimentos de emergência para auxiliar todo

pessoal envolvido e fique atento ao que os demais membros estarão

fazendo, mesmo que haja uma perda de comunicação.

✓ Cada equipe deve providenciar um local de instruções;

- Pode ser executado através da consulta de plantas e mapas

disponibilizados durante a fase de avaliação ou através da criação do

seu próprio mapa do espaço. Todavia, antes de tudo, lembre-se de

que, em alguns casos, você estará entrando em um labirinto no qual

não é familiar a você.

✓ Durante a entrada, a equipe deve estar ciente do ambiente ao seu

redor e estar preparada para relatar em detalhes quando saírem do

espaço; e

✓ Cada equipe deve estar avisada de qualquer limite de tempo

imposto a eles.

Uma vez que estas informações são de conhecimento de todos, a equipe

de entrada poderá começar seus procedimentos de entrada.

• Fase 4: Entrada e Resgate - As operações de entrada e resgate

envolvem o adentramento de equipes no espaço, o reconhecimento, a

busca e salvamento de trabalhadores. Nenhuma operação de entrada deve

começar até que todas as exigências da pré-entrada sejam cumpridas.

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Isso ocorre, principalmente, para asseverar a segurança dos resgatistas e

das vítimas. As obrigações do resgatista poderão ser resumidas pelo

seguinte:

Localizar X Acessar X Estabilizar X Transportar

Responsabilidade durante a Fase de Entrada e Resgate

Chefe do Grupo de Resgate:

✓ Coordenar todos os aspectos de entrada, liberação e remoção do

paciente e entrada do pessoal.

Observador:

✓ Monitoramento atmosférico contínuo e registro das medidas;

- Avaliar as leituras do multigás para assegurar que a ventilação

está sendo efetiva, assim como as demais situações que estão ao

seu alcance.

✓ Registro do momento de entrada (horário) e nomes do pessoal de

cada equipe de entrada; e

✓ Manter a comunicação constante com as equipes de entrada e

retransmitir o status da operação ao Supervisor do Grupo de

Resgate.

Equipe de Resgate:

✓ Trabalhar como um time e se comunicar constantemente com

relação a todas as ações, táticas e procedimentos pré-definidos;

- Uma ação coordenada reduz tempo, o estresse e aumenta

sensivelmente as chances de sobrevivência.

✓ Garantir uma comunicação adequada com o vigia;

- Se o vigia não receber um relatório constante sobre o andamento

das operações no interior do espaço confinado, ele deverá solicitá-lo.

✓ Atenção aos dutos de ar e estudar seus movimentos no interior do

espaço;

- Tomar cuidado para evitar se arrastar, bater com os equipamentos

ou cortar caminhos. Assim que entrar deve estabelecer sua rota de

fuga. Trabalhar em equipe e combinar os movimentos com a equipe.

✓ Usar uma linha de segurança para Entrada/Saída;

- Consiste-se em uma pequena linha (corda) para marcar o

progresso e retorno da equipe. Se estiver conectado a uma corda ou

a uma linha de ar não será necessária, pois estes servirão como

cabo de vida.

✓ Estar alerta para desníveis no piso, obstáculos, quebra-canelas, etc.;

- Quedas em um espaço podem matar.

✓ Estar alerta para os riscos mecânicos, elétricos e de engolfamento; e

- Tudo dentro do espaço confinado deve ser considerado perigoso,

apesar dos procedimentos de isolamento, travamento e sinalização.

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✓ Acima de tudo não se desviar do foco de sua missão inicial.

- Uma vez localizada a vítima, comunicar ao vigia. Se o seu regate

pode ser feito rapidamente, faça-o.

Durante as operações de entrada, de acordo com a complexidade da

emergência pode ser necessário que se façam várias entradas utilizando

mais de uma equipe. Quando isso ocorrer será primordial a troca de

informações entre a equipe que está saindo com a equipe que a substituirá

na entrada com relação ao seguinte:

✓ Localização das vítimas e suas condições;

✓ Algum risco específico o qual se deve estar atento;

✓ Se a equipe de entrada conseguiu cumprir sua missão inicial; e

✓ Uma atualização na configuração da planta em que se

estabeleceram as operações, à medida que surgem novas

informações como novos obstáculos, novos riscos, localização das

vítimas, etc.

Uma vez que a vítima foi localizada:

✓ Coordenar todos os movimentos com a equipe de movimentadores,

informando todos os avanços, recuos ou problemas encontrados;

✓ Tomar o máximo de cuidado com a coluna cervical da vítima;

✓ Decidir se deve começar a remoção da vítima, primeiro pela cabeça

ou pelos pés;

✓ Cuidado com o uso de cintas nas vítimas que experimentaram lesões

por queimadura. A pele pode ser puxada durante o processo de

remoção;

✓ Cuidado com a parte inferior do corpo da vítima durante uma

operação vertical para assegurar que não esbarre nos objetos

dispostos dentro do espaço; e

✓ Ao passar a vítima por pequenas aberturas, assegurar, sempre que

for possível, que o pessoal de recebimento/remoção já esteja

posicionado ao lado da saída do espaço confinado. Sempre tentar

evitar ser bloqueado pela própria vítima durante os movimentos

dentro do espaço. Se isso for possível, assegurar se dos seguintes

procedimentos.

- A equipe de movimentadores deve estar prepara para essa

situação, coordenando suas atividades corretamente;

- Quando iniciar a movimentação de macas, isso deve ser feito de

forma rápida e sutil, saindo do espaço confinado no menor tempo

possível; e

- Evitar que a mangueira de ar de linha utilizada pela equipe de

resgate e pelas vítimas não esteja sendo apertada ou comprimida de

encontro com a borda da abertura, contando, assim, o fluxo normal

de ar respirável.

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Equipe de Reserva:

✓ Mantém-se fora do espaço, e preparados para uma entrada imediata

caso a primeira equipe de resgate também precise ser resgatada.

Equipe de Movimentadores:

✓ Auxiliar o máximo possível a equipe de resgate no espaço;

✓ Estar pronto para uma evacuação de emergência da equipe de

resgate;

✓ Providenciar todos os equipamentos requeridos pela equipe de

resgate; e

✓ Quando solicitado, operar os sistemas de recuperação para retirar a

vítima e a equipe de resgate do interior do espaço.

Equipe de Primeiros Socorros:

✓ A equipe médica deve estar posicionada e pronta para receber as

vítimas para cuidados pré-hospitalares;

- Se for exposta a alguma substância perigosa tóxica que requeira

FISPQ disponível da mesma, a FISPQ deve ser enviada ao hospital

com a vítima.

✓ Descontaminar se for necessário, qualquer pessoa, assim que

saírem do espaço;

✓ Permanecem fora do espaço, prontos a providenciarem suporte

Médico das vítimas ou de qualquer pessoal do resgate; e

✓ Fornece a reidratação para o pessoal de entrada.

Equipe de Apoio:

✓ Monitorar o sistema de ventilação para assegurar que é uma

operação contínua;

✓ Auxiliar no recebimento das vítimas e seu transporte;

✓ Descontaminar se for necessário, qualquer equipamento, assim que

forem retirados do espaço;

✓ Monitorar continuamente o suprimento de ar respirável;

✓ Trocar os cilindros de ar respirável se for preciso; e

✓ Requerer o reabastecimento dos cilindros se for preciso.

• Fase 5: Término da Operação - Uma vez que a vítima e a equipe de

resgate já tenham saído do espaço, registre o tempo de saída da equipe e

demais observações de toda equipe em relatório. Toda equipe que

participou da operação deve reportar, pelo menos, o seguinte:

✓ Localização e posição da(s) vítima(s);

✓ Condição em que a vítima foi encontrada. Por exemplo: Estava sem

proteção respiratória? Havia evidência de queda? Tudo isso pode ser

essencial para uma investigação ou para um futuro questionamento

judicial;

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✓ O máximo de informação adicional relacionada à planta do espaço

confinado para registro e inspeções posteriores; e

✓ Quaisquer situações específicas ou estranhas encontradas no local

relacionadas a deslocamento, interferências, riscos, atmosferas, etc.

Toda a equipe que participou da operação direta ou indiretamente deve ser

submetida a avaliações médicas e psicológicas. Leve em consideração uma

reunião para análise crítica de como a operação se desenvolveu, e os

cuidados de manutenção essenciais dos equipamentos utilizados. Pode ser

havido algum desgaste neles. Esta última avaliação deverá incluir:

✓ Inventário de todos os equipamentos utilizados;

✓ Avaliação dos equipamentos danificados;

✓ Limpeza, manutenção, registro, e acondicionamento apropriado dos

equipamentos;

✓ Marcar e etiquetar qualquer equipamento danificado ou inoperante.

✓ Fazer com que os responsáveis pelo local sinistrado mantenham o

isolamento e com os pontos de entrada protegido até o final da

investigação do acidente; e

✓ O Chefe da Operação, o Chefe do Grupo de Resgate e os Líderes de

Equipes devem se reunir para discutir quaisquer problemas

encontrados e, assim, após uma conclusão sobre todo o

desenvolvimento da operação, elaborar novos planos de abordagem,

táticas e procedimentos novos que julgarem necessários para uma

revisão do seu sistema de resgate.

As causas mais comuns de fatalidade em espaços confinados segundo

dados estatísticos da OSHA estão distribuídas nos percentuais abaixo:

✓ 65% atmosferas perigosas

(contaminante, inflamáveis

ou deficiência de O2);

✓ 13% engolfamento;

✓ 7% aprisionamento;

✓ 6% estresse por exposição

ao calor;

✓ 5% eletrocussão;

✓ 4% outros.

Tipos de Riscos

✓ Riscos Físicos;

✓ Riscos Atmosféricos (Contaminantes ou Atmosferas Inflamáveis);

✓ Riscos Biológicos; e

✓ Riscos Psicológicos.

• Riscos Físicos

✓ Descarga de energia;

✓ Engolfamento;

✓ Aprisionamento;

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✓ Derramamento de líquidos;

✓ Calor ou frio extremo;

✓ Ruídos;

✓ Fadiga;

✓ Vibração;

✓ Radiação ionizante;

✓ Quedas, escorregões ou tropeções.

✓ Descarga de Energia

✓ Elétrica;

✓ Hidráulica;

✓ Pneumática; e

✓ Estática.

A Energia Estática também é uma significativa fonte de ignição:

✓ A eletricidade estática deve ser gerada por duas substâncias, de

superfícies separadas, movendo-se um em contato com o outro

(atrito);

✓ Tem que existir um acumulador ou coletor de estática dessa carga

eletrostática o qual é adequado para acumular energia suficiente

para ignição;

✓ Deve haver um meio de descarregar a energia rapidamente de modo

que se consiga criar uma faísca; e

✓ Deve haver uma mistura de vapor inflamável próximo da saída da

centelha;

Riscos Térmicos:

✓ Intensa fadiga física causada por ambientes quentes/frios;

✓ Diminuição substancial da produtividade, precisão e velocidade nas

tarefas;

✓ Falta de reposição de sais ao organismo;

✓ Instabilidade do sistema cardiocirculatório;

✓ Cãibras;

✓ Bloqueio do sistema termo regulador (hipertermia ou hipotermia);

✓ Congelamento das extremidades (pele); e

✓ Queimaduras.

Ruídos:

✓ Lesões ao aparelho auditivo; e

✓ Dificuldade de comunicação entre a equipe.

Fadiga:

✓ Lassidão;

✓ Cansaço;

✓ Estafa; e

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✓ Esgotamento.

Vibração:

✓ Visão turva;

✓ Perda do equilíbrio;

✓ Degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso;

✓ Problema osteoarticulares (artrose); e

✓ Falta de concentração.

Radiação Ionizante:

✓ Alterações genéticas (reações biológicas: metabolismo ou

mutações); e

✓ Doenças e lesões no organismo (reações somáticas: câncer ou

leucemia).

• Riscos Atmosféricos

✓ Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;

✓ Atmosferas explosivas; e

✓ Atmosferas tóxicas.

Na maioria das vezes, os riscos atmosféricos são ocasionados por agentes

químicos:

✓ Gases;

✓ Vapores; e

✓ Aerodispersóides (poeiras, névoas, fumos ou fumaças).

Tipos de Gases / Vapores

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Atmosferas Deficientes em Oxigênio

Consumo:

✓ Oxidação de metal;

✓ Combustão (soldas);

✓ Secagem de pinturas e revestimentos; e

✓ Decomposição de material orgânico (fermentação).

Substituição:

✓ Introdução de algum gás inerte (nitrogênio, dióxido de carbono,

hélio, etc);

✓ Os inertizantes são classificados como Asfixiantes Simples e deixam

a atmosfera com 0% de oxigênio; e

✓ Substituição da atmosfera pela emissão de vapores de alguma

substância volátil.

Adsorção:

✓ Carvão ativo no interior de câmaras ou reatores.

O oxigênio é chamado de a fonte da vida. A sua presença na composição

de nossa atmosfera garante o perfeito funcionamento da máquina humana

no que se relaciona às reações desenvolvidas pelo nosso organismo na

produção da energia necessária para a manutenção de nossas funções

vitais proporcionando nossa força física e o calor corpóreo.

Essa energia é resultante de complexos processos bioquímicos, nos quais

os alimentos por nós ingeridos reagem com o oxigênio respirado no

processo chamado de oxidação ou combustão. Essa lenta combustão

ocorrida em nossas células transforma os alimentos em energia. Os

produtos não aproveitados por esse processo, dentre eles o Dióxido de

Carbono, são expelidos continuamente através do processo conhecido

como Metabolismo. Todo o fluxo dos alimentos necessários para o

metabolismo do oxigênio, bem como a eliminação dos resíduos, é efetuado

pela corrente sanguínea.

Permanecendo o ar respirável dentro das condições normais o nosso

organismo conseguirá aproveitar o oxigênio necessário e a nossa

respiração e metabolismo se adaptam as condições ambientais.

Contudo, existem limites para que o ar que respiramos seja classificado

como um ar respirável. Uma composição de ar respirável que se possa

respirar por um longo período sem sofrer lesões ou sentir incômodos deve

ser caracterizada por:

✓ Conter no mínimo 19,5% e no máximo 23% em volume de oxigênio;

✓ Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da

respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou seu

envenenamento;

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✓ Ter pressão e temperatura normal, que sob hipótese alguma, venha

provocar queimaduras ou congelamentos; e

✓ Não conter qualquer substância que o torne desagradável, como,

por exemplo, odores.

A importância do Oxigênio para a manutenção de nossas funções vitais

pode ser avaliada pela seguinte afirmação:

“O homem pode sobreviver, guardadas as devidas proporções, 30

dias sem se alimentar, 3 dias sem beber e apenas 3 minutos sem

oxigênio.”

O único método aceito para se determinar a quantidade de oxigênio

existente em um espaço confinado é testar sua atmosfera com um

detector de gases.

A composição do ar atmosférico a qual o nosso organismo se adaptou ao

longo de nossa evolução e: 78% de Nitrogênio, 20,9% de Oxigênio, 1% de

Argônio, 0,03% de Dióxido de Carbono e 0,07% outros gases. A NR-33

considera uma atmosfera deficiente em oxigênio aquela contendo menos

de 20,9% de oxigênio em volume na pressão atmosférica normal, a não

ser que a redução do percentual seja devidamente monitorada e

controlada.

Atmosferas Explosivas - O risco de explosão deve levar em consideração

a existência de resíduos (gases, vapores ou poeiras) que possam estar

presentes ou terem sido produzidos pelo trabalho em que estava sendo

executado. Altas concentrações de gases inflamáveis no interior de um

espaço confinado podem produzir uma atmosfera explosiva.

Algumas condições conhecidas que poderão produzir uma atmosfera

explosiva são:

✓ Carga remanescente no interior do espaço confinado;

✓ Solda de corte ou vazamento de tubos;

✓ Escoamento de carga ou canalização de combustível;

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✓ Revestimentos e preservantes de tanques;

✓ Vazamentos de materiais inflamáveis nas adjacências do espaço

confinado;

✓ Decomposição de material orgânico no interior do espaço confinado;

e

✓ Materiais deixados no interior, capazes de se inflamar (trapos,

madeira, cordas, etc.).

Fontes de ignição:

✓ Chamas abertas – soldas, aquecedores;

✓ Arcos elétricos – fios partidos, terminais, relés, chaves;

✓ Centelhas – ferramentas de aço em friccionando metal ou cimento;

✓ Energia estática – líquidos fluindo através dos tubos, polias se

movendo, alívios de pressão; e

✓ Reações químicas – reações do próprio material ou reações do

material em contato com oxigênio.

Riscos de uma atmosfera com poeira combustível - Chamamos a

atenção para uma situação bastante complexa quando nos deparamos com

uma mistura de poeira combustível com o ar de um espaço confinado. Tal

como gases ou vapores essas poeiras podem estar presentes nos espaços

confinados como sendo o próprio conteúdo ou podem ter sido introduzidas

como resultado de trabalhos executados, como por exemplo: solvente de

limpeza, pinturas, etc. Essas misturas somente sofrerão uma ignição se as

suas concentrações estiverem dentro de seus limites de explosividade

definidos.

Atmosferas Tóxicas

✓ Aguda: exposição curta com concentração elevada, ou por agente

que possa ser absorvido rapidamente pelo organismo.

✓ Crônicas: exposição longa e continuamente repetida durante a vida

laborativa que poderá ou não se acumular no organismo

Os efeitos físicos da intoxicação poderão ocorrer imediatamente ou mais

adiante ao longo da vida laboral do profissional.

A presença de agentes contaminantes quase sempre é resultante da sobra

de substâncias que outrora estavam armazenadas nos espaços confinados,

ou pelo uso de revestimento, solventes ou preservantes nesses locais. A

decomposição de materiais orgânicos não apenas substitui o oxigênio como

também pode produzir gases como o metano, o monóxido de carbono, o

dióxido de carbono e o sulfato de hidrogênio.

Também é visível que gases tóxicos penetrem em um espaço confinado

durante uma entrada por causa de procedimentos de isolamento

incorretos.

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Os Aerodispersóides podem ser formados por dispersão, ou seja,

resultante da quebra (desintegração) mecânica da matéria (pulverização

de sódios, ação de correntes de ar ou vibração), e podem ser formados por

condensação, ou seja passagem do estado gasoso para o estado líquido de

vapores supersaturados ou pela reação entre gases.

A FISPQ – Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos

utilizados durante o trabalho que estava sendo realizado, também servirá

de base para o SE&R adotar os procedimentos adequados para assegurar a

saúde e a segurança de sua equipe de resgate e das vítimas.

As informações sobre os perigos dos produtos tóxicos quanto a sua

natureza e seu tempo de exposição e as demais condições de trabalho

encontram-se definidos na NR-15. Na ausência de qualquer recomendação

ou na existência de recomendações mais restritivas o SE&R utilizará os

limites definidos pela ACGIH – American Coucil of Governmental

Industrial Hygienists. Dentre as seis mil substâncias reconhecidas

tóxicas existentes a ACGIH apresenta valores quase 600, enquanto a NR-

15 possui valores para algo em torno de 200, daí a sua importância

complementar.

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• Riscos Biológicos - Os agentes biológicos mais conhecidos são:

✓ Esgotos;

✓ Água contaminada;

✓ Animais; e

✓ Vetores biológicos (mosquito, besouros, moscas, etc.).

O Anexo 14 da NR-15 trata de forma genérica sobre os agentes biológicos,

mas relacionando-se apenas as atividades que envolvam a sua presença e

não com o agente propriamente dito. A exposição aos agentes biológicos

sem a devida proteção poderá causar, desencadear ou agravar uma série

de problemas de saúde. Os meios de contaminação mais comuns por

agentes biológicos ocorrem através da respiração, contato ou ingestão.

• Riscos Psicológicos - São riscos de fundo comportamental de cada

trabalhador no que se refere aos aspectos emocionais individuais

motivados por algum despreparo ou desequilíbrio psíquico ou de saúde.

São aspectos subjetivos, ou seja, “todos têm um limite!”. São fatores

limitadores para os trabalhadores que vão muito além de qualidade na

execução de tarefas ou da falta de treinamentos.

Claustrofobia, aerofobia, fadiga e ruído são algumas das situações de

estresse emocionais as quais o trabalhador ou resgatista poderá estar

exposto durante entrada de longa duração em espaços confinados. (NR-

33.3.4.1)

Riscos Combinados - Durante a análise prévia devemos identificar todos

os riscos decorrentes do trabalho, bem como a possível combinação de

riscos desenvolvidos. Essa combinação pode resultar em um outro risco

diverso e/ou não previsto, como por exemplo, um curto circuito que pode

provocar um centelhamento e assim servir como fonte de ignição para

uma explosão ou um grande incêndio que, por sua vez, pode provocar a

deficiência de oxigênio no ambiente.

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Classificação de áreas

A importância da classificação de áreas é de oferecer níveis de segurança para

trabalhos que envolvam equipamentos/instalações elétricas em ambientes com a

presença de materiais inflamáveis ou com o potencial de desenvolver uma atmosfera

inflamável. A Norma Internacional IEC (International Electrotechnical Commission) e a

Norma Brasileira ABNT NBR IEC 60079-14 classificam o ambiente em grupos de

explosividade.

As substâncias inflamáveis na forma de gases e vapores são classificadas de

acordo com a IEC em 03 grupos: IIA, IIB e IIC de acordo com a sua periculosidade.

Esta classificação é feita de acordo com procedimentos experimentais e baseados no

MIC (Corrente Mínima de Ignição) e no MESG (interstício máximo experimental seguro

– Maximum Experimental Safe Gap).

Segundo essa classificação os ambientes estão divididos em dois grupos:

✓ GRUPO I: Mineração subterrânea;

✓ GRUPO II: Instalações industriais. O grupo II é subdividido em três

grupos:

GRUPO DESCRIÇÃO MIE (mJ)

I

GRISU (mistura de gases com predominância

de metano encontrado em minas

subterrâneas de carvão)

0,52

IIA Propano, butano, gasolina, acetona, hexano,

gás natural, benzeno, metano, etc. ≥ 0,20

IIB Eteno, Etanol, Formaldeído, Monóxido de

Carbono, Gás Sulfídrico, etc. < 0,20

IIC Acetileno, Hidrogênio e Dissulfeto de Carbono < 0,04

IIIA Fibras: Rayon, Sisal, Juta, Fibras de Madeira,

Algodão, Linho, Cacau, Sementes, etc.

˃ 0,10 IIIB

Poeiras não condutivas: Açúcar, Farinhas de

trigo, milho, cacau, cevada, Pó de arroz, Leite

em pó, Vitamina C, Vitamina B1, Celulose,

etc.

IIIC Poeiras condutivas: Alumínio, Ferro,

Manganês, Carvão, Grafite, Coque

Tabela: Substância dos grupos

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No Brasil, ainda se estabelece três níveis de grau de risco divididos em zona:

ZONA CONDIÇÕES

0 Local onde a ocorrência de mistura inflamável é continua ou existe

por longos períodos.

1

Local onde a ocorrência de mistura inflamável é provável de

acontecer em condições normais de operação do equipamento de

processo.

2

Local onde a ocorrência de mistura inflamável é pouco provável de

acontecer e se acontecer é por curtos períodos, estando associada à

operação anormal do equipamento de processo.

20

Um local na qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de

poeira combustível, está presente no ar continuamente, por longos

períodos de tempo ou frequentemente.

21

Um local na qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de

poeira combustível no ar, é esperada ocorrer eventualmente em

condições normais de operação.

22

Um local na qual uma atmosfera explosiva, na forma de nuvem de

poeira combustível no ar, não é esperada de ocorrer em operação

normal, mas se ocorrer, permanecer apenas por um breve período

de tempo.

• Classe de Temperatura - Sistema de classificação de equipamentos, com

base na sua temperatura máxima de superfície, relacionada com a

atmosfera explosiva específica do local onde este será instalado. É uma

informação fornecida pelo fabricante (e ratificada pelo laboratório) por

meio da qual ele garante que o equipamento fornecido não atingirá uma

temperatura de superfície acima da classe em questão, mesmo em

condição de falha.

Esta temperatura não deverá exceder a temperatura de ignição do produto

inflamável presente na área classificada. Se ocorrer o contato de um

determinado produto inflamável com partes aquecidas de equipamentos

elétricos como luminárias, painéis elétricos, cabos, invólucros, etc., que se

encontram aquecidos numa temperatura superior à temperatura de ignição

do produto inflamável, neste caso poderá ocorrer ativação de uma

atmosfera explosiva no ambiente. Conhecendo a temperatura de

autoignição dos produtos inflamáveis do local onde o equipamento será

instalado, pode-se fazer a escolha apropriada da temperatura máxima de

Tabela: Níveis de grau de risco

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superfície do equipamento, que deverá ser sempre menor que a

temperatura de auto ignição dos produtos inflamáveis.

O equipamento Ex é projetado para utilização em uma faixa de

temperatura ambiente normal entre -20ºC e +40ºC.

Ao especificar a classe de temperatura, verificar a temperatura de processo

máxima de utilização.

Margem de segurança: T1 e T2 = 10ºC; T3 a T6 = 5ºC.

Detecção de gases

Ainda que o SE&R esteja diante da urgência no atendimento de um resgate o

avaliador deverá aguardar pelo tempo necessário para permitir que o instrumento

efetue a avaliação e forneça a resposta. Se forem encontradas condições seguras, os

resultados devem ser registrados na permissão de entrada e trabalho para que a

mesma possa ser autorizada.

O espaço confinado deve ser avaliado no topo, no meio e no fundo, horizontal e

verticalmente por causa da estratificação dos gases e vapores. É muito importante

conhecermos a densidade dos gases para podermos identificar o seu comportamento,

ou seja, se ele, ao vazar, vai subir ou vai se depositar nas camadas mais baixas do

local.

Classes de

temperatura

requerida

pela

classificação

de área

Máxima

temperatura de

superfície do

equipamento

(ºc)

Temperatura de

ignição do gás ou

vapor inflamável

existente na área

classificada onde o

equipamento será

instalado (ºc)

Classes de

temperatura do

equipamento

permitidas para

instalação

T1 450 T ignição gás ˃ 450 T1 – T6

T2 300 T ignição gás ˃ 300 T2 – T6

T3 200 T ignição gás ˃ 200 T3 – T6

T4 135 T ignição gás ˃ 135 T4 – T6

T5 100 T ignição gás ˃ 100 T5 – T6

T6 85 T ignição gás ˃ 85 T6

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Longos espaços confinados horizontais também devem ser completamente

avaliados por todos os seus comprimentos.

Alguns locais confinados poderão ser avaliados adequadamente a partir da

mesma boca de visita utilizada para entrada. Se isso não for possível, será necessária a

abertura de outras bocas de visita.

Embora a

avaliação prévia

que atmosfera no interior do espaço confinado esteja segura para autorizar o resgate, o

mais importante é a monitoração seja contínua, pois as concentrações poderão se

alterar a qual quer instante. Uma entrada repentina de oxigênio enriquecendo a

atmosfera ou um vazamento de gases inertes ou tóxicos para o interior são alguns

motivos para que uma monitoração contínua ou periódica deva ser realizada enquanto

durarem os trabalhos.

Ao ser deflagrada uma emergência, o resgatista também deverá fazer o uso da

medição constante da atmosfera para o planejamento e as próprias ações durante o

resgate.

Por isso recomenda-se que ao menos um resgatista no interior do espaço

confinado mantenha o equipamento de medição acoplado ao seu corpo para que a

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avaliação possa determinar até mesmo a menor variação corrida na atmosfera com

maior rapidez. Lembre-se que se trata de uma emergência.

Se ela ocorreu é sinal que as medias de controle falharam e dificilmente serão

reestabelecidas em um nível de segurança adequado durante o resgate. Portanto, as

leituras deverão ser continuamente efetuadas devido à possibilidade de qualquer

variação substancialmente perigosa que poderá ocorrer.

Equipamento de detecção de gases (multigás)

A NR-33 obriga que o detector de gases seja intrinsecamente seguro. Pode ser

fixo ou portátil e pode detectar a presença de mais de um gás/vapor (multigás).

Tratando-se de equipamentos portáteis, estes devem oferecer uma leitura direta em

tempo real da concentração existente. O próprio instrumento coleta, analisa as

substâncias e determina as características atmosféricas do espaço confinado.

Podemos dizer que sua importância é vital para se classificar ou “desclassificar”

uma área de risco. É o instrumento pelo qual:

✓ Determina as características atmosféricas através de leitura direta;

✓ Determina qual EPI a ser utilizado;

✓ Determina o equipamento a ser utilizado para áreas classificadas;

✓ Determina a possibilidade de uso de equipamentos não certificados;

e

✓ Determina pelo alarme a presença de algum gás ou vapor em

concentrações IPVS.

• Certificação - A certificação do equipamento é obrigatória pela Portaria

176 de 17/12/2000 do INMETRO. Deve ser certificado, testado quanto à

sua performance por órgão responsável e acompanhado de um Certificado

de Conformidade.

Teste de resposta - O equipamento deve ter os seus sensores testados

com um gás padrão que assegure a sua resposta devido à presença

daquele gás. É a única maneira segura de garantir que os seus sensores

estão funcionando perfeitamente.

Calibração - Através da calibração o equipamento é testado quanto à

precisão dos valores medidos pelo leitor, e se os mesmos estão em

conformidade com o informado pelo fabricante. Normalmente os detectores

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multigás são preparados para a leitura quanto à presença do Oxigênio, do

Gás sulfídrico, do Monóxido de Carbono e de gases combustíveis.

Medidas de controle dos riscos

O SE&R deverá providenciar que todas as medidas de controle devem ser

acionadas e implantadas para que sejam assegurados níveis de segurança admissíveis

para um resgate, mesmo que diante de um potencial de risco iminente. Serão levadas

em consideração as medidas adotadas pela engenharia, os instrumentos a serem

utilizados e a seleção do EPI necessário para o resgatista.

Confiar o controle apenas no EPI deverá ser o último recurso.

• Isolamento / interdição - Devemos separar fisicamente o local do

incidente do contato com alguma fonte de energia potencialmente perigosa

ou com relação ao trânsito de pessoas não envolvidas com o SE&R. Uma

vez isolado não deve ser mais permitido a entrada de pessoas sem uma

permissão específica. Devem ser estabelecidas zonas de operações.

✓ ZONA FRIA: É onde permanece o comando do incidente, os demais

membros do SE&R e os equipamentos.

✓ ZONA MORNA: É a zona imediatamente posterior a zona quente. É

onde permanece o pessoal de apoio dos resgatistas.

✓ ZONA QUENTE: É o local onde exatamente ocorre o resgate.

Somente o pessoal essencial à operação permanece nesse local, ou

seja, os resgatistas.

✓ Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas

destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com

atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à

sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

(NR-10; 10.9.2)

✓ Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco

acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados

dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático

para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento,

aquecimentos ou outras condições anormais de operação. (NR-10;

10.9.4).

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Durante o isolamento da área, o SE&R deverá providenciar o controle dos

locais, equipamentos e sistemas que interfiram na operação de resgate. A

preocupação maior é com relação a descarga de energia perigosa.

✓ Travamento / Raqueteamento;

✓ Sinalização; e

✓ Etiquetagem.

Etiqueta de Segurança

Equipamentos de travamento

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• Controle da Descarga Elétrica

✓ Remover os vapores inflamáveis do interior do espaço antes de

iniciar os trabalhos; e

✓ Sempre eliminar ou reduzir a produção de estática conforme a

seguir:

- Nunca use filtros no final nas linhas de escoamento;

- Não chacoalhar líquidos em tanques fechados;

- Tente reduzir ao máximo os movimentos no interior dos tanques;

- Nunca soprar ar ou gases diretamente nos líquidos;

- Reduzir a razão do fluxo no começo do abastecimento para se

evitar a agitação no interior do tanque; e

- Tente evitar a descarga de água direta em líquidos

hidrocarbonetos.

✓ Remover objetos soltos no interior dos tanques;

✓ Aterrar para eliminar a produção de carga ou diferença de carga em

objetos que podem descarregar quando um centelhamento é

produzido;

✓ Esperar a avaliação para a introdução de objetos no interior, quando

atividades possíveis de produzir estática estão em andamento ou

tenham acabado de cessar;

✓ Cuidado com o uso de dispositivos de metal nos trabalhos realizados

ao redor de líquidos ou de uma atmosfera inflamável. Aterrar esses

materiais poderá proporcionar uma segurança maior de que a

produção de carga não irá se desenvolver; e

✓ Estar alerta para o coletor que poderá estar inspecionado, mas,

ainda assim, poderá se tornar uma fonte de ignição por intermédio

de uma descarga; o mesmo quando se tratar de um objeto fixo

como um flange ou um objeto móvel como uma mangueira.

• Ventilação - É o processo de movimentação contínua de ar fresco e de

remoção de contaminantes do interior do espaço confinado. Uma

ventilação adequada deve atingir os seguintes objetivos:

✓ Substituir o ar contaminado pelo ar respirável;

✓ Reduzir a possibilidade de explosão mantendo a atmosfera sempre

abaixo do LIE;

✓ Reduzir ou eliminar a toxidade do ambiente através da diminuição

do contaminante;

✓ Aumentar as chances de sobrevivência de alguma vítima formando

uma atmosfera respirável; e

✓ Resfriamento do espaço confinado.

Utiliza-se de equipamentos mecânicos para introduzir ou retirar o ar dos

espaços confinados. Alguns cuidados especiais deverão ser tomados

quando for necessária a utilização da ventilação mecânica. Uma vez

conhecidos e avaliados os riscos de explosão, contaminação e

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concentração de oxigênio, deverá ser determinada a necessidade de qual

tipo de ventilação será adequada às condições presentes no espaço

confinado.

Se uma condição insegura sobreviver e a ventilação for o procedimento

adequado para estabilizar a situação, deveremos ventilar o espaço

confinado. Depois de ventilado, o local deverá ser novamente avaliado, a

fim de determinarmos se as condições inseguras ainda persistem, se a

ventilação foi suficiente, se é preciso ventilar de uma forma contínua, se é

necessário a adoção de outro método de controle, etc.

De uma maneira geral, o princípio básico da ventilação em espaços

confinados é relacionar a concentração existente na sua atmosfera com a

potência do equipamento e o tamanho dos seus dutos acoplados.

Grau de Ventilação - Outro fator importante a ser considerado para a

avaliação da ventilação de um ambiente, independente do tipo de

ventilação (natural ou artificial) é o Grau de Ventilação. É um método

qualitativo que expressa se a intensidade da ventilação existente no local é

suficiente para diminuir ou não o grau de risco daquela área. O Grau de

Ventilação depende da velocidade do vento e do número de trocas de ar

realizadas por unidade de tempo.

A ventilação pode ser dividida em três graus: baixa, média e alta.

✓ Ventilação Alta - Pode reduzir a concentração no local da fonte de

risco, resultando em uma concentração abaixo do limite inferior de

explosividade. Resulta em uma extensão de zona desprezível. Em

locais onde a ventilação não é boa, outro tipo de zona pode ocorrer

ao redor da extensão de zona desprezível.

✓ Ventilação Média - Pode controlar a concentração, resultando em

uma situação estável de extensão da zona, enquanto estiver

ocorrendo a liberação e a atmosfera explosiva de gás não persiste

desnecessariamente após ter cessado o vazamento.

✓ Ventilação Baixa - Não pode controlar a concentração enquanto

ocorre o vazamento e/ou não pode evitar a permanência indevida de

uma atmosfera explosiva de gás, após ter cessado o vazamento.

Insuflamento - Uma ventilação de pressão positiva introduz o ar para o

interior do espaço, forçando a expulsão do ar contaminado através de

qualquer saída. É o método mais comum de ventilação. No caso de

atmosferas contaminadas por vapores difundidos ao redor de todo o

espaço, o ar contaminado é diluído através de injeção de ar fresco, depois

ele é expelido pela exaustão já em concentrações menos tóxicas. Nem

sempre será um método totalmente eficiente, pois quando for forçada a

introdução do ar ela vai agitar os contaminantes e dispensá-los na

atmosfera, sem que isso garanta a redução da sua quantidade total

existente. Funciona melhor quando o risco principal é uma atmosfera

deficiente de oxigênio.

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Exaustão - Através desse método produzimos uma pressão negativa e o

ar contaminado é puxado para fora do espaço. O ar fresco que penetra

naturalmente por uma abertura é arrastado pelo interior do espaço através

da força de exaustão. Esse método pode ser mais eficiente do que a

ventilação se for operada bem próxima de onde o contaminante está

concentrado. É considerado o melhor processo para ventilar atmosferas

explosivas ou tóxicas produzidas pelas atividades em operação no interior

do espaço, devendo ser direcionada para evitar a contaminação do ar nas

proximidades do espaço quando estiver sendo aplicada.

Uma ventilação / exaustão geral às vezes poderá ser utilizada. Nesse caso,

o ar contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois ele é

expelido pela exaustão já em concentrações menos tóxicas. Nem sempre

será um método totalmente eficiente, pois quando for forçada a introdução

do ar ela vai agitar os contaminantes e dispersá-los na atmosfera, sem que

isso garanta a redução da quantidade total do contaminante existente no

espaço. Funciona melhor quando o risco principal é uma atmosfera

deficiente de oxigênio.

Exaustão localizada - Poderemos encontrar situações em que o

contaminante está localizado em um ou mais locais específicos. Nesse

caso, um sistema de exaustão local especialmente posicionado próximo do

Insuflamento

Exaustão

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ponto de concentração, poderá capturar quase todos os contaminantes,

antes que eles sejam difundidos no interior do espaço.

É um excelente método para controlar materiais inflamáveis e tóxicos

gerados dentro do espaço. Use-a para trabalhos quentes, operações de

esmerilhamento ou limpeza com solventes.

Devemos ter o máximo de cuidado com o procedimento de ventilação

envolvendo camadas de poeira combustível, pois, ao contrário dos gases e

vapores, não serão diluídas através da ventilação. A ventilação poderá

aumentar ainda mais o risco, pois serão criadas nuvens de poeira que

resultarão numa propagação maior. As partículas podem ser agitadas, se

espalharem ou incendiarem-se devido o atrito. Muito cuidado deveremos

tomar também com o depósito das camadas de poeira, porque poderão

criar um risco cumulativo.

Combinação Insuflação + Exaustão - A escolha do método a empregar

dependerá das características do espaço confinado, do tipo de trabalho a

efetuar, das características dos contaminantes a exaurir, das

concentrações de gases ou vapores inflamáveis, etc. Contudo, poderemos

ainda combinar os dois sistemas ventilação e exaustão para aumentar a

eficiência do sistema de controle utilizado. Nesse caso, primeiro o ar

contaminado é diluído através da injeção de ar fresco, depois ele é

expelido pela exaustão já em concentrações menos tóxicas. O problema

desse método é que ele poderá exigir um número grande de ventiladores e

dutos que talvez não possam ser usados devido às limitações do espaço

confinado.

Considerações sobre Ventilação - Os fatores listados a seguir devem

ser considerados ao ventilar um espaço confinado:

✓ Tipos de atmosfera – Determina qual o modelo de equipamento,

seja por ventilação ou exaustão.

✓ Volume de ar a ser movido – É determinado pelo tamanho

(capacidade) do equipamento requerido. Os insufladores /

exaustores são classificados pela sua vazão e sua capacidade é

Exaustão Localizada

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medida em metros cúbicos por hora. Esta avaliação normalmente é

calculada por um determinado comprimento e diâmetro do tubo.

Usar dutos mais longos e/ou mais curvaturas resultarão numa vazão

mais reduzida. O volume de ar a ser ventilado é calculado com base

na seguinte fórmula em m3.

Largura x Altura x Profundidade = Volume

✓ Duração da ventilação – É calculado ao dividir o volume do espaço

confinado pela vazão do equipamento indicada pelo fabricante. Um

padrão comum de ventilação industrial ao trabalhar em atmosferas

inflamáveis ou tóxicas é fazer seis trocas de ar completas antes de

entrada. Contudo não é um padrão absoluto. O mais indicado ao

término da ventilação é medir novamente a atmosfera com o

detector.

Equipamentos de Ventilação - O equipamento utilizado para

remover o ar contaminado ou suprir de ar fresco os espaços

confinados é o ventilador ou insuflador / exaustor, ou seja, possui a

dupla função dependendo de qual extremidade estará conectado o

duto de ventilação. As diferenças entre os modelos do equipamento

são medidas pelas informações técnicas de cada um como potência,

vazão, velocidade de troca do ar, etc.

Os dutos flexíveis são utilizados para direcionar o fluxo de ar do

equipamento para o espaço confinado ou do espaço confinado para a

atmosfera. Para áreas classificadas o modelo indicado deve ter

motor à prova de explosão e os dutos não poderão produzir

nenhuma estática.

Ventilador (Exaustor/Insuflador)

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Condução de Resgate em Espaço Confinado

Diante da infinidade de cenários possíveis de acidentes, as empresas deverão

implementar dentro do programa de entrada em espaços confinados um protocolo para

atendimento de resgate e emergências médicas com equipe especializada e preparada

para as ocorrências de remoção e pronto atendimento dos trabalhadores vítimas de

acidentes.

Ainda que os trabalhas a serem executados nos espaços confinados demandem a

necessidade de planejamento e gerenciamento os fatores mais comuns de acidentes

nesses locais estão associados a:

✓ Falhas na identificação dos riscos;

✓ Tendência a confiar nos sentidos; e

✓ Tentativas de resgate.

Tabela: Estatísticas de acidentes

65% Acidentes decorrentes de problemas com a qualidade do ar

100% Acidentes que possuem como ponto em comum a falta de avaliação

da atmosfera e a falta de ventilação forçada

29% Vítimas fatais que eram supervisores ou chefes de equipes

60% Trabalhadores que morreram ao resgatar uma vítima

• Plano de Resgate - Um plano de ação seguro que se apoia nas

informações coletadas durante a fase de análise preliminar do incidente,

deverá incluir o seguinte:

✓ Notificação / meios de acionamento da equipe de resgate;

✓ Condições aceitáveis para uma entrada para resgate;

✓ Análise de perigos / riscos;

✓ Planta do local;

✓ Controle de riscos (zona de controle ou perímetro de segurança,

ventilação, medição, travamento, etc);

✓ Comunicação;

✓ Posto de comando;

✓ Organograma do gerenciamento do incidente;

✓ Normas e padrões de operação;

✓ Práticas para um trabalho seguro;

✓ Assistência médica; e

✓ Planejamento de pré-entrada.

• Equipamentos para Resgate em Espaço Confinado - Como já vimos

anteriormente, a realização de uma atividade em espaço confinado, seja

para trabalho seja para resgate, acaba se tornando uma tarefa difícil

devido às características especiais daquele espaço. Logo, tão especiais

quanto aos locais confinados, os equipamentos a serem utilizados nessas

atividades deverão possuir características específicas exigidas como

também já vimos no capítulo anterior.

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O EPI básico dos resgatistas é:

✓ Cinto de segurança;

✓ Capacetes;

✓ Botas;

✓ Luvas;

✓ Macacão;

✓ Lanternas; e

✓ Óculos de segurança/Viseiras.

Tipos de proteção para equipamentos

Devemos reconhecer que nem sempre será possível obter ou manter essa atmosfera

em um nível seguro. Portanto, para a segurança dos trabalhadores, deverão estar

disponíveis equipamentos adequados para a execução dos trabalhos que não produzam

qualquer fonte de ignição na atmosfera de uma área classificada. Levando-se

em conta que durante a vida útil de operação da unidade, os equipamentos poderão

estar sujeitos, devido ao ambiente inóspito, a diversos tipos de agressão, como por

exemplo: agentes químicos, intempéries, envelhecimento, oxidação, etc. Por isso,

embora o equipamento tenha sido projetado, construído e certificado torna-se ainda,

necessária uma inspeção periódica do seu estado para que o nível de segurança

garantido pelo equipamento não seja afetado. Também deverá ser determinado um

treinamento dos usuários para sua correta utilização.

Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados ou possuir

documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade

– INMETRO. (NR-33.3.2.2)

Tabela: Abreviações dos níveis de proteção

• Equipamentos à prova de explosão – Ex d - São projetados de tal

modo que sua carcaça seja capaz de suportar uma pressão de explosão

interna sem se romper e permitir que essa explosão não se propague para

o meio externo. Segundo, o equipamento é projetado de forma que gases

de combustão quentes são resfriados antes de eles serem expelidos de

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forma que não fiquem expostos a um risco de ignição no espaço confinado.

Os sistemas de iluminação são a prova de explosão.

• Equipamentos de invólucro pressurizado – Ex p - Equipamentos com

carcaça dotada de sistema de sobrepressão interna superior à pressão

atmosférica, de tal modo que se existir uma exposição do equipamento a

uma atmosfera contaminada, esse gás ou vapor não penetrará interior do

equipamento.

• Equipamentos imersos – Ex o/ Ex q/Ex m - Equipamentos que possui

seus dispositivos internos que podem produzir Centelhamento ou alta

temperatura imersos em um meio isolante. Esse isolante pode ser: óleo,

areia ou resina.

• Equipamentos de segurança aumentada – Ex e - Quando um

equipamento é construído sob orientações de aplicar medidas de

construção adicionais de modo a aumentar a segurança do próprio

equipamento e de seus dispositivos elétricos ou eletrônicos, que em

condições normais de operação, não produzam centelhamento ou alta

temperatura.

• Equipamentos não acendíveis – Ex n - Equipamentos em que seus

circuitos, dispositivos ou sistemas não é acendível quando o mesmo não

libera energia suficiente para inflamar uma atmosfera potencialmente

explosiva, sob condições normais de operação.

Equipamentos intrinsecamente seguros – Ex i - São projetados de tal

maneira que no caso de alguma falha, a maior energia ( faísca ou calor) produzida

internamente dos equipamentos não será suficiente para produzir uma ignição para as

mais sensíveis concentrações inflamáveis de gases específicos, vapores ou pó.

Temperatura máxima de superfície

É a mais alta temperatura que qualquer parte da superfície de um equipamento

elétrico ou eletrônico (detector de gás, insuflador, luminária, etc.) poderá atingir

quando em uso, sob as mais adversas condições, e que não seja capaz de provocar a

ignição em uma atmosfera inflamável. Por essa razão, é necessário conhecer as

propriedades e comportamento das substâncias inflamáveis quando liberadas interna ou

externamente ao espaço confinado.

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Equipamento de Comunicação

A comunicação em operações de resgate em espaços confinados é uma

ferramenta indispensável. Comunicações rápidas, claras e seguras são essenciais para

um perfeito atendimento entre a equipe de resgate. Pode ser visual através de sinais ou

através de rádios sem fio ou com fio rígido, lembrando ainda que todos devem ser

intrinsecamente seguros.

O documento PET ( Permissão de Entrada e Trabalho ) pedi um Plano de

Comunicação.

Os Métodos de comunicações incluem:

✓ Comunicação visual - requer linha direta de visão entre o vigia e o

resgatista. Para um sistema lógico de sinais com as mãos é

necessário que seja claro e entendido por toda a equipe. Sinais

visuais manuais são raramente práticos devido a visibilidade

limitada, baixa luz e obstruções.

✓ Comunicação Verbal - direta também é rara em espaços confinados.

Barulho, obstrução e distância fazem do diálogo entre as equipes

algo impossível e incerto.

✓ Sinais Táteis - existem e pode permitir que a corda de salvamento

propicie um meio de comunicação muito básico (puxões).

✓ Sistema de Comunicação sem Fio - possuem as vantagens de

acomodar um número ilimitado

de usuários, permitem liberdade

de movimento e utilizar os

equipamentos de rádio

existentes. As desvantagens de

um sistema de rádio sem fios

para resgate em espaços

confinados incluem: pontos

mortos e comunicação

intermitente; requer um ajuste

fino; interferência de Rádios de Comunicação

Tabela: Classe de Temperatura

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frequência de rádio.

✓ Sistema de Comunicação por Fio - possui a desvantagem de

restrições que os fios provocam, principalmente com relação à

locomoção e o acúmulo de fios embolados em outros equipamentos.

As vantagens de sistemas de comunicação de fio rígido em espaços

confinados incluem: clareza de comunicação; operação com mãos

livres, comunicação continua, comunicação não afetada por

interferências, sistema de comunicação privado, pode ser unida a

uma linha de ar para criar um único cabo, baixa manutenção e baixo

preço.

Os equipamentos deverão prover a comunicação, no mínimo, entre

os trabalhadores no interior do espaço confinado e o vigia, e entre o

vigia e a equipe de resgate. Se durante a entrada ocorrer uma

interrupção nas comunicações e não havendo outra forma de

comunicação ou contato visual, os trabalhadores deverão abandonar

o interior do espaço confinado imediatamente.

O uso dos equipamentos de comunicação poderá ser dispensado

somente nos casos em que seja garantido o contato visual constante

entre o vigia e os trabalhadores no interior do espaço confinado.

Equipamento de Iluminação

A norma dispõe que os equipamentos de iluminação também deverão estar

disponíveis para entradas em espaço confinados, e que sejam apropriados para uso em

áreas potencialmente explosivas.

Embora certos espaços confinados com uma configuração pequena e que

recebam uma boa iluminação natural poderão dispensar o uso de iluminação, sabemos

que a maioria dos espaços confinados localizados em áreas industrial possui grandes

dimensões e possuem uma iluminação deficiente ou inexistente. Por isso, deve ser

sempre previsto o suporte de uma iluminação artificial para facilitar o desempenho das

tarefas no interior do espaço confinado e para oferecer uma facilidade no abandono do

local ou numa eventual situação de resgate.

Para os resgatista será necessária a adoção de capacetes que possam receber a

adaptação de uma lanterna para oferecer uma iluminação.

Lanternas

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Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva

• Cinto de Segurança - Nas

operações de resgate o

técnico em resgate deverá

estar usando um cinto de

segurança completo tipo

paraquedista conectado a

um cabo ou corda

seguramente ancorada fora

do espaço confinado. Os

propósitos de usar este

equipamento incluem:

✓ Realizar uma descida ou subida segura e com menor esforço

possível;

✓ Realizar algum trabalho posicionado em certa altura;

✓ Facilitar a recuperação do resgatista através de uma não entrada;

✓ Permitir aos resgatista um método de localizar as vítimas nos

espaços confinados; e

✓ Fazer um salvamento de uma vítima inconsciente de forma segura,

o mais rápido e mais fácil possível.

O cinto de segurança tipo paraquedista deve ser utilizado em atividades a

mais de 2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de

queda do trabalhador. (NR-18.23.3)

O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e dotado de dispositivo

para conexão em sistema de ancoragem. (NR-35.5.3)

O cinto deve ser de um tipo certificado (CA) pela autoridade competente.

Devem ser inspecionados antes e depois de cada uso, e higienizados após

o trabalho. Segundo a NFPA 1670 o cinto deverá ser um do tipo classe III

ou classe II, denominações essas criadas pela norma NFPA 1683.

O cinto deve ser equipado com fitas, fivelas argolas e malhas rápidas, e

construído com material resistente ao tipo de risco ao qual ele foi

projetado (fogo, eletricidade, etc.). Cintos para resgate classe III são

aqueles fabricados com material antichamas (kevlar ou aramida) são

equipamentos com argolas hemisféricas na altura do ventre e do peito

usadas para movimentar ou posicionar o resgatista ou, ainda, para

equipagem de outros equipamentos. Possuem, também, uma argola

fundida as correias e posicionada no dorso.

Cintos de Segurança

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• Tripé - Tripés são livremente posicionados e

possuem pernas encaixadas que podem ser

ajustadas para oferecer uma variação de

alturas. São muito efetivos em decidas e

subidas, mas fica instável se a força lateral for

muito acentuada. Isso acontece quando os

cabos são puxados para o lado, ou quando, o

responsável pela movimentação retira o

trabalhador para fora e tenta puxá-lo para um

lado da abertura. Por isso devemos redobrar

nossa atenção para que o equipamento não

tombe. Jamais utilize um movimentador para o

qual você ainda não foi treinado.

A seguir alguns cuidados que devemos adotar ao selecionar o tripé para

trabalho:

✓ Sempre siga as instruções do fabricante para inspeções, montagem

e uso do tripé; Você será responsável para seguir estas instruções

durante as operações;

✓ Nunca coloque mais de uma pessoa por vez no tripé, a menos que

você esteja seguro de que o equipamento é classificado para carga

de duas pessoas;

✓ Sempre que for descer ou subir uma pessoa, utilize um outro

sistema de segurança adicional (trava-quedas) além do sistema

principal; e

✓ Desenvolver técnicas de manuseio do equipamento e de

posicionamento dos indivíduos que estão sendo movimentados.

Tripé

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• Dispositivos Mecânicos - Tripés e monopes podem ser geralmente

equipados com guinchos, trava-quedas e resgatadores que utilizam cabos

de aço galvanizados de, aproximadamente, 1/4 polegada de diâmetro,

embora diâmetros maiores e cabos de aço inoxidáveis também sejam

utilizados.

Todavia, esses equipamentos possuem uma melhor aplicabilidade nos

espaços confinados para o trabalho, demonstrando-se bastante limitados

diante de um resgate que poderá exigir da equipe de resgate

procedimentos mais complexos de acesso às vítimas.

• Sistema Pré-montado - Os fabricantes também oferecem sistemas de

cordas pré-montados. Isso provê uma redução de erros na construção de

sistemas. Exemplos incluem o PMI Shithoist, DBI SALA RDP-1 e o

ROLLGLISS. Estes sistemas oferecem a facilidade da redução de esforço,

mas não podem ser convertidos em sistemas diferentes. Como qualquer

sistema de movimentação, um segundo, dispositivo de segurança deve ser

utilizado.

Guinchos

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• Sistema de vantagem mecânica (cordas & polias) - Alternativamente,

durante um resgate poderão ser montados sistemas de cordas e polias

para a movimentação de trabalhadores. A NFPA 1006 define um sistema

de vantagem mecânica como sendo uma força criada através de meios

mecânicos incluindo, mas não se limitando a, um sistema de alavancas,

engrenagens, cordas e polias, geralmente criando uma produção de força

maior que a força aplicada, expresso em termos de uma relação entra a

força aplicada e a força produzida.

Os sistemas mais utilizados são o 3:1 (3 roldanas para 1 corda) e o 4:1 (4

roldanas para 1 corda).

Atenção ao utilizar o sistema de vantagem mecânica, pois você não só

estará reduzindo o esforço, como também estará dividindo o tamanho da

sua corda pelo número de polias.

Sistemas de Roldanas

Sistemas de Redução

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• SOFWARE (material mole) - É o material mole, ou seja, as cordas sejam

elas cordas de trabalho, de segurança, cordins ou fitas. Para os padrões de

operações de resgate da NFPA as cordas devem ser do tipo certificadas, e

atender os requisitos constantes da norma NFPA 1983. Os cordins e as

fitas não precisam ser do tipo certificadas. As cordas dever ser do tipo

“Kernmantle”, uma alma de fibra sintética envolvida por uma capa também

de material sintético.

Os requisitos de performance das cordas são:

✓ Resistência à temperatura - o ponto de fusão das fibras utilizadas

para construção das cordas não pode ser inferior a 204°C, e a do

nylon é de 245°C.

✓ Alongamento mínimo – menos de 1% de 10% de sua carga de

ruptura / Máximo – não pode ser superior a 10% do valor

correspondente a 10% de sua carga de ruptura.

✓ Carga de ruptura - não pode ser inferior a 20 K/N (1KN = 102 Kgf) e

para a corda de trabalho não pode ser inferior a 40 K/N;

✓ Diâmetro - para corda de segurança pode ser de 9,5mm a não mais

do que 12,5mm e para corda de trabalho deve ser de 12,5mm a não

mais do que 16mm.

✓ Inspeção: Antes de reutilizar cordas, elas deverão ser avaliadas para

as seguintes condições:

- Danos não visíveis;

- Não foi exposta a calor ou ao contato direto de chamas;

- Não foi sujeita a abrasão;

- Não foi sujeita a nenhum impacto;

- Não foi sujeita a exposição de líquidos, gases, sólidos, poeiras,

vapores de quaisquer substâncias químicas que possam deteriorará

o material; e

- Aprovada por pessoal qualificado segundo as orientações do

fabricante.

Critérios de inspeção:

✓ Abrasão - a alma começa a ficar exposta ou mais da metade da capa

começa a ficar desgastada;

✓ Puimento - indica um pedaço partido da capa;

Cordas, cordins e fitas

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✓ Endurecimento - causado por exposição ao calor;

✓ Descoloração - mudança na cor original indica exposição a alguma

substância química;

✓ Exposição da alma - indica possíveis danos na alma ou danos

severos na capa;

✓ Perda da uniformidade - no diâmetro ou tamanho da corda indica

danos na alma;

✓ Inconsistência - partes muito macia ou endurecida podem indicar

danos na alma;

✓ Idade / Tempo de uso - a corda deve ser simplesmente retirada do

uso. A maioria dos fabricantes recomenda que as cordas devem ser

retiradas de uso, após de anos de uso, desde que estiverem em

condição ideais de uso e acondicionamento;

✓ Perda de confiança - se você não sentir mais confiança no material,

não insista. Se você suspeitar de algo, confie no seu bom senso:

RETIRE A CORDA DE USO!

Cuidados e manutenção:

✓ Lavagem - use sabão neutro, lave com as mãos e seque à sombra; e

✓ Acondicionamento - enrolada ou ensacada. Deve ser guardada de

uma maneira que evite o seu desgaste pelo ambiente

(contaminantes, calor, ácidos, luz solar, fumos, etc.).

Diário da corda:

✓ Histórico de uso da corda para o seu controle.

• HARDWARE (material duro) - É o equipamento metálico aplicado no

sistema de cordas utilizado tanto para trabalho como para segurança.

Mosquetões - Construídos de aço, alumínio ou composite. Para operações

de resgaste os mosquetões devem ser de aço. Os mosquetões para

sistemas de segurança devem ter uma carga de ruptura de no mínimo 27

K/N. Os mosquetões para sistemas de trabalho devem ter uma carga de

ruptura de no mínimo 40 K/N.

Mosquetões

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Descensores Blocantes - São dispositivos de controle de descida. Para

sistemas de segurança devem suportar um teste de carga de no mínimo

13,5 K/N sem falhar. Para sistemas de trabalho deve suportar um teste de

carga no mínimo 22 K/N.

Ascensores - São dispositivos desenvolvidos para servirem de assessórios

para os sistemas de cordas de ascensão ou de bloqueio. Como

equipamento auxiliar de ascensão deve suportar um teste de carga de no

mínimo 5K/N. Se for utilizado como bloqueador, deve suportar um teste de

carga de, no mínimo, 11 K/N.

Polias - Dispositivos utilizados nos sistemas de vantagem mecânica

(redução de esforço). Para sistemas de segurança deve possuir uma carga

de tensão de, no mínimo, 22 K/N sem falhas. Para sistemas de trabalho

deve possuir uma carga de tensão de, no mínimo, 36 K/N, sem falhas.

Ascensores

Descensores

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Distorcedores - Dispositivos utilizados nos sistemas ancorados, para que

os mesmo não fiquem embolados e atrapalhem o seu manuseio.

Placas de Ancoragem - Dispositivos desenvolvidos para multiplicar os

pontos de ancoragens para os sistemas quando os equipamentos

apropriados ou o local do incidente apresenta limitações de pontos seguros

para ancoragem.

Distorcedores

Polias

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Placa de Ancoragem

Linha de Vida

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• Macas / Imobilizadores - São os equipamentos para transporte das

vítimas.

Maca SKED (Maca Envelope) - Feita de resina e muito útil em espaços

confinados com acessos limitados para entrada e saída. Também chamada

de maca envelope, devido a sua tendência de “envelopar” a vítima.

Maca Rígida - Oferece limitações para o seu uso em locais com acessos

limitados para entrada e saída.

Maca Envelope

Maca Rígida

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Triângulo de Resgate - Utilizado para resgate de vítimas desprovidas de

cintos de segurança e que não necessitam de imobilizações especiais.

Ked ou Colete Imobilizador Cervical - Dispositivo criado imobilizar as

vítimas com suspeita de fratura na coluna cervical.

Colete Cervical

Triângulo de Resgate

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Colar Cervical e Talas - Dispositivos auxiliares para imobilização do

pescoço (onde há a suspeita de lesões na coluna cervical) e imobilizações

dos membros superiores e inferiores quando há uma suspeita de fraturas.

Talas e Colar Cervical

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• Principais nós utilizados:

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Tipos de Nós

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• Como amarrar um nó de fita

• Como montar uma cadeirinha de resgate

Nós de Fita

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RESGATE DE VÍTIMAS EM ALTURA

OBJETIVOS DO TREINAMENTO

A busca por técnicas mais eficientes e aquisição de equipamentos modernos

é uma realidade nos aspectos relacionados à atividade de Salvamento em Altura.

Porém, para que a operação de resgate alcance a excelência na prestação de

serviços, os procedimentos de execução das técnicas e a correta utilização dos

equipamentos devem ser implementados por um processo organizado e

estruturado, oriundo de um planejamento bem feito, com foco na capacitação contínua

dos resgatistas e na melhoria das condições de trabalho e treinamento.

Este trabalho apresenta técnicas utilizadas nas atividades de salvamento em

altura no plano vertical, explorando princípios importantes, como ancoragens e

técnicas de descensão e içamento adaptados ao grau de lesão das vítimas, além

de orientações quanto aos materiais e equipamentos utilizados nas práticas de

salvamento em locais elevados.

Resgate

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Salvamento

Os perigos resultantes das condições adversas da natureza e da

imprudência das pessoas determinam que as comunidades bem organizadas criem

serviços para atendimentos de emergência. A atividade de resgatar vidas

humanas e salvar animais denomina-se Salvamento.

Salvamento em Altura

Definido como atividades de salvamento realizadas em locais elevados, podendo

ser no plano vertical, inclinado ou horizontal. Devido ao nível de comprometimento que

o profissional de Salvamento em Alturas possui, é imprescindível recordar que, apesar

de todos os conhecimentos teóricos e técnicos, há de se ter experiência e bom

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senso, em virtude dos trabalhos serem realizados sob pressão psicológica onde

qualquer erro pode ser fatal.

PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA

Garantir a própria segurança

De nada serve socorrer a uma vítima, se o sucesso da operação custar a

vida de um resgatista. É necessário garantir, na medida do possível, a segurança

da equipe de salvamento e demais envolvidos na emergência, além da segurança

do próprio acidentado.

Não agravar as lesões

Em muitos casos, é mais importante a qualidade no atendimento e a correta

manipulação do acidentado (imobilização, contenção de hemorragia, prevenção de

choque etc.) do que a rapidez. Primeiro afastando-o do perigo sem submetê-lo a novos

danos, para que adiante seja realizada a estabilização da vítima e para que seja

possível a aplicação dos primeiros socorros.

Avaliar o binômio risco/benefício

Analisar friamente cada caso e procurar soluções simples e seguras, através de

opções alternativas, sem improvisações.

Redundância na segurança

Em uma operação de salvamento não podemos nos permitir o luxo de agravar o

acidente e, como deve ser em qualquer operação de emergência, há de se duplicar os

sistemas de segurança, e se for o caso, em algumas situações críticas, triplicá-los. Toda

Resgate por corda

Treinamento de Resgate

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e qualquer operação de risco, exige a redundância da segurança. Não há como admitir

falha, visto que se algum sistema de segurança falhar, outro deve assumir

imediatamente, garantindo a integridade do sistema.

Revisar os sistemas

Em operações de salvamento, a segurança é primordial (novamente

percebe-se a redundância) e antes que qualquer operação seja iniciada, todo o

sistema deve ser revisado. Se as montagens são simples e estão ordenadas, não

haverá perda de tempo, que em alguns casos pode ser fatal.

Economia de esforço e de tempo

Sempre que possível, devemos nos ater ao princípio da simplicidade. Sempre é

mais fácil, além de simplificar os sistemas de salvamento, descer as vítimas do

que içá-las. Tenhamos isto em mente quando possuímos as duas opções.

Instalar um sistema de comando em operações

Em toda e qualquer situação de emergência, o Sistema de Comando de

Incidentes – SCI deve ser instalado. A assunção do comando e consequente

desencadeamento da operação segundo um Plano de Ação é algo natural, que

deve ser uma doutrina de qualquer operação de resgate, incluindo as de salvamento

em altura.

Simplificar

O conhecimento e domínio das técnicas de salvamento em altura não nos

obrigam a usar todas elas. Há ocasiões em que com uma solução simples evitamos

uma manobra complicada.

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE DE

SALVAMENTO EM ALTURA COM SEGURANÇA

✓ Controle emocional próprio;

✓ Controle da situação;

✓ Controle dos materiais;

✓ Controle de vítimas;

✓ Executar as atividades com convicção do que está fazendo; e

✓ Dispor os materiais em local seguro e de fácil acesso.

Treinamento de Resgate

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Classificação da Segurança

• Segurança Individual - É toda e qualquer ação realizada pelo

resgatista para minimizar, prevenir, ou eliminar as possibilidades de

acidentes pessoais em uma operação de salvamento.

• Segurança Coletiva - É todo o conjunto de procedimentos realizados com

o intuito de assegurar a integridade física e/ou psicológica de um

determinado grupo, que envolverá a atividade em si, todos os integrantes

da equipe, as vítimas e os bens coletivos.

A segurança coletiva é determinada a partir da avaliação prévia da

situação, onde serão tomadas as decisões de como assegurar a

realização da operação, que dependem basicamente do número de

vítimas envolvidas, condições e características do local, e proporções

do evento.

Um dos principais riscos dentro dos trabalhos realizados na

segurança coletiva é, sem dúvida, a perda do controle da situação,

além da falta de conhecimentos técnicos, inexperiência e descontrole

emocional.

• Segurança dos Materiais - A segurança e a proteção dos materiais são

alcançadas quando estes são adequados, e quando são utilizados dentro

dos procedimentos técnicos para os quais foram desenvolvidos. Desta

forma, a equipe desenvolverá melhor o seu trabalho, conservará

todos os materiais e equipamentos, e a existência dos riscos dentro

da operação será consequentemente menor.

• Segurança e Proteção de Bens Materiais - Os bens deverão ser

protegidos desde que sua proteção não coloque em risco vidas

alheias. Para tanto, é importante verificar as condições do local, a

existência de materiais adequados para a proteção, fatores adversos que

impossibilitem a proteção e identificação dos principais pontos a serem

protegidos.

Proteger é um ato de guardar e resguardar um bem de uma situação

adversa.

Equipamentos

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FASES TÁTICAS DE UM SALVAMENTO EM ALTURA

Fase prévia

Nesta fase deve-se reunir o maior número de informações possíveis através de

contatos prévios com pessoas que possam trazer informações valiosas acerca do local e

do tipo de sinistro, como:

✓ Altura;

✓ Natureza da ocorrência;

✓ Número de vítimas e grau de lesão;

✓ Idade das vítimas;

✓ Hora do acidente; e

✓ Lugar exato, ou o mais aproximado possível.

Uma vez no local da ocorrência, de acordo com a imposição da situação,

devemos ser muito rigorosos nos seguintes pontos: reconhecimento, preparação,

salvamento e desmobilização. Posto que o tempo corre contra a equipe de

salvamento, o que pode agravar o perigo para a vítima e para os resgatistas,

devemos reduzir os imprevistos, e se eles não surgirem, será o sinal de uma boa

preparação técnica e de um bom planejamento.

Reconhecimento

• Análise das informações: complementando a Fase Prévia, devemos

confirmar as informações levantadas anteriormente, pois informações

mais confiáveis e sem distorções são mais facilmente levantadas in

loco. Confirmamos o número de vítimas, localização, gravidade e nível

de consciência, dentre outros;

• Necessidade de reforços: confirmadas as informações e tendo uma

ideia do espaço de trabalho, deve-se avaliar a necessidade de

reforços e comunicar tal necessidade imediatamente, para que a ajuda

seja enviada o quanto antes;

• Levantamento de riscos: refere-se a riscos inerentes ao serviço de

salvamento em altura, como eletricidade, fogo, produtos tóxicos,

explosivos, pontos de ancoragem, arestas vivas, superfícies abrasivas,

dentre outros; e

• Plano de Ação: após confirmar todas as informações acerca do sinistro,

devemos nos ater às decisões a serem tomadas sobre o

desenvolvimento da atuação da equipe. Há diferenças técnicas e

níveis de exigências diferenciados entre um salvamento de vítimas e a

recuperação de corpos, por exemplo.

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Preparação

✓ Montar um primeiro acesso à equipe de salvamento, que possa

avaliar a vítima e prestar os primeiros socorros, além de estimar a

necessidade de uma equipe de APH para sua estabilização e

posterior transporte;

✓ O Plano de Ação deve ser bem estruturado, porém deve ser

flexível diante de situações inesperadas que exijam modificações

no plano original. Por exemplo, um edifício colapsado com

bombeiros atuando num salvamento. Um novo desabamento

pode fazer com que tenhamos que resgatar os resgatistas. É latente

a necessidade de anteciparmos este tipo de erro;

✓ Preparar recursos humanos: dependendo do número de vítimas e

da natureza do sinistro, necessitaremos de reforço, com pessoas de

diferentes níveis de formação e especialização, que devem ser

instruídos quanto aos procedimentos durante a ação de

salvamento;

✓ Disponibilizar materiais necessários para a proteção da equipe

de salvamento, como equipamentos, capas de aproximação,

protetores auriculares, além de equipamentos de uso coletivo:

escoras, dentre outros; e

✓ Adequar-se ao local e eventualidades da ocorrência: refere-se

a recursos que previsivelmente serão necessários como: rádios

para comunicação, iluminação para a noite, proteção contra

desabamentos, dentre outros.

Salvamento

✓ Mentalizar claramente a montagem do sistema e os possíveis

acidentes, antecipando-se a eles;

✓ Escolha e montagem dos pontos de ancoragem;

✓ Montagem dos sistemas de descensão, transposição ou içamento de

vítimas;

✓ Comodidade de acesso para quando a vítima se encontrar fora de

perigo;

✓ Uma vez que tenhamos acesso à vítima, devemos avaliar a sua

situação e verificar a necessidade de uma equipe de APH ou se a

Tripé

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operação se resume em retirá-la do local de perigo. Importante

ressaltar o apoio psicológico que a vítima deverá receber por

parte da equipe de salvamento durante todo o desenrolar do

atendimento;

✓ Disponibilizar equipamentos de evacuação de vítimas (triângulo,

peitoral, macas); e

✓ Por fim, realizaremos a descensão, transposição ou içamento

das vítimas. É de grande importância a comunicação entre os

resgatistas de cima, de baixo e os que acompanham a vítima.

Desmobilização

✓ Neste momento é realizado um levantamento quanto aos resgatistas

empenhados no atendimento, além do equipamento utilizado,

após sua correta desmontagem e acondicionamento; e

✓ Após o recolhimento de todo o material, é feita uma reunião

com todos os resgatistas participantes do atendimento para que o

líder da operação possa levantar os acertos e as falhas da

atuação de sua equipe. A análise de tais aspectos é de suma

importância para aumentar a segurança, coordenação e

eficiência em ocorrências futuras.

MATERIAL COLETIVO DE SALVAMENTO EM ALTURAS

Cordas

Podemos assegurar que, dentro da vertente de segurança, a corda é o

elemento mais importante para o resgatista nas atividades de salvamento em

altura, o que lhe garante uma maior atenção, além de cuidados de manutenção

e acondicionamento redobrados.

Materiais

As fibras naturais têm sido eliminadas na confecção de cordas empregadas

em salvamento em alturas, uma vez que se decompõem como tempo e não suportam

muita carga, além de possuírem baixa capacidade de amortecimento, quando

comparadas com as fibras sintéticas. A poliamida, por exemplo, amortece oito vezes

mais que o cânhamo e 27 vezes mais que um cabo de aço.

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Para elaborar cordas sintéticas, são utilizadas três fibras fundamentais:

polipropileno, poliéster e poliamida.

Manutenção e Acondicionamento

As cordas apresentam uma longa vida útil, se bem manutenidas e

acondicionadas, quer seja no seu armazenamento ou transporte. Para tanto, devemos

nos ater aos seguintes parâmetros:

✓ Não pisar ou permitir que grandes pesos sejam postos sobre as

cordas;

✓ Evitar que a corda tenha contato prolongado com areia ou

terra, uma vez que os grãos se incrustam entre as fibras da

corda podem causar o cisalhamento da mesma;

✓ Não deixar a corda sob o sol por intervalos de tempo prolongado;

✓ Não permitir a corda sob tensão desnecessariamente. Após o

encerramento das atividades com as cordas, os sistemas de

ancoragens devem ser desmontados ou afrouxados;

✓ Não sobrecarregar os nós e as amarrações;

✓ Não trabalhar, dentro do possível, com as cordas molhadas;

✓ Evitar o aquecimento da capa da corda, com uma descida

rápida de rapel, por exemplo, pois tal aquecimento pode

cristalizar as fibras da capa e diminuir sua resistência (lembrar

que 15 a 20% da resistência de uma corda se concentra em sua

capa);

✓ Não permitir que as cordas entrem em contato com produtos

químicos, incluindo os derivados de petróleo, como querosene,

gasolina ou diesel;

✓ Se as cordas estiverem sujas, lavá-las com detergente neutro, e

secá-las estendidas sob a sombra, sem tensão;

✓ E, principalmente, evitar a abrasão das cordas com arestas vivas, o

que pode causar inesperadamente a sua ruptura. As cordas são mais

vulneráveis ao corte sob tensão do que as fitas; e

✓ As cordas devem ser acondicionadas em um local seco e limpo,

longe da umidade e da luz solar.

Elasticidade

A elasticidade do cabo poderá influenciar na

execução da atividade de salvamento de um modo geral,

principalmente nas atividades em altura. Cabos muito

elásticos são prejudiciais para algumas atividades, porém

são muito eficientes quando empregados nas atividades de

segurança. É importante lembrar que cabos dinâmicos

não servem para trabalhos realizados sob tração (cabos

de sustentação). Como um cabo guia apresenta um

melhor desempenho. As cordas, no que se refere a

sua elasticidade, podem ser classificadas em: Elasticidade

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• Estáticas: Cordas normalmente com elasticidade inferior a 5%,

absorvem pouco choque em caso de uma queda. São cabos utilizados em

atividades de salvamento devido à redução do “efeito ioiô” e por

permitirem a armação de cabos de sustentação; e

• Dinâmicas: Cordas com elasticidade superior a 5%. São cabos que

se alongam quando sob tensão, sendo normalmente utilizados para as

atividades de escaladas devido a sua característica de absorver

choques em caso de quedas, evitando prejuízos físicos ao escalador.

Não são cabos adequados para as atividades de salvamento.

Força de Choque

É uma razão matemática que traduz o esforço a que acorda é submetida quando

ocorre uma queda. Quando se escala utilizando segurança com corda, o fator máximo é

igual a 2, que corresponde a uma queda em que o comprimento da corda utilizada é

metade da altura da queda. Isso ocorre quando o guia não dispõe de proteção

entre ele e o participante que lhe dá segurança (assegurador). O Fator de Queda

também permite avaliar a Força de Choque sofrida pelo escalador que caiu. O

fator de queda (FQ) é calculado pela fórmula: FQ = 2H/L, onde H corresponde à

altura da queda e L representa o comprimento de corda entre o guia e o assegurador.

Cordas com Elasticidade

Força de Choque

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Equipamentos de Evacuação de Vítimas

• Macas - Imprescindíveis na evacuação de feridos, devem permitir a

possibilidade de deslocamento na horizontal ou na vertical.

• Triângulo de Evacuação - São elementos versáteis e muito cômodos,

além de ocuparem pouco espaço. São destinados a vítimas conscientes

que não possuem grandes lesões, o que obrigaria a utilização de

uma maca.

MATERIAL INDIVIDUAL DE SALVAMENTO EM ALTURA

• Cintos individuais de segurança - São elementos básicos em uma

atividade de salvamento em altura. Existem diversos tipos de cintos de

trabalho, mas os mais utilizados são os destinados às atividades de

resgate, que possuem uma proteção acolchoada na região da cintura e

das pernas e pontos de sustentação.

Triângulo para Resgate

Maca Envelope

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• Capacetes - Possuem a função primordial de protegerem contra a queda

de objetos que possam incidir diretamente sobre a cabeça do

resgatista durante as atividades de salvamento, além de protegerem

contra obstáculos em locais baixos ou elementos móveis pendentes.

• Luvas - São essenciais nas atividades de salvamento em altura,

devendo ser confortáveis e adequadas ao tamanho da mão de quem

estiver usando-a. As luvas devem possuir uma proteção extra na região

da palma da mão e no dedo polegar, que são os locais mais

suscetíveis a queimaduras por abrasão.

Cinto

Capacetes

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3

• Descensores - aparelhos de frenagem - São aparelhos que utilizam o

atrito com a corda para controlarem a velocidade de deslocamento

vertical.

• Bloqueadores - São aparelhos que, por engatamento ou por pressão

pontual, bloqueiam o movimento relativo à corda em um dos sentidos

de deslocamento, seja ele vertical, inclinado ou horizontal.

Luvas

Descensores

Bloqueador

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• Conectores - São equipamentos utilizados na união entre dois ou

mais elementos de segurança. Os conectores possuem as mais

variadas formas, tamanhos, materiais e fabricantes, possuindo uma

gama interminável de utilização. É muito difícil (ou mesmo impossível)

realizar uma atividade de salvamento em altura sem lançar mão de um

conector.

• Mosquetões - São os conectores mais utilizados, podendo ser de

aço ou duralumínio. Possuem um gatilho que promove a abertura

necessária à sua utilização, sendo classificados da seguinte forma:

• Malhas Rápidas - Também conhecidos como “maillons”, são

geralmente confeccionados em aço, o que lhes confere uma grande

resistência. Diferenciam-se dos mosquetões por não possuírem um

gatilho, pois sua abertura é feita através de uma rosca.

Conectores

Conectores (Maillons)

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• Equipamentos de Manobras de Força - Neste grupo estão incluídas as

roldanas que são utilizadas para desvio ou multiplicação de força.

Também conhecidas como polias, as roldanas possuem formas e

tamanhos diferenciados, que variam em função de sua utilização.

Também podem ser usadas para deslocamentos sobre cabo aéreo.

NÓS E AMARRAÇÕES

Existem vários nós em livros e apostilas que tratando assunto Salvamento em

Altura, porém serão vistos os mais úteis e comuns para a atividade. Os nós

utilizados pelos resgatistas devem ser de fácil confecção e, mesmo depois de

carregados, devem ser rapidamente desatados, devendo também oferecer pouca

perda de resistência à corda. Os nós podem ser confeccionados pelo chicote e pelo

seio, e são classificados da seguinte forma:

Nós de Ancoragem e Fixação

• Azelha em oito - É o melhor e mais usado nó de encordoamento. É

facilmente revisável. Perda de resistência entre 20 e 30%.

• Azelha em oito duplo-alçado - Nó muito utilizado em Sistemas de

Ancoragem de Segurança - SAS. Pode-se utilizar as duas orelhas em um

mesmo mosquetão e aumentara superfície de contato entre a corda e o

mosquetão. Perda de resistência aproximada de 18%.

• Azelha simples - Fácil de fazer e bom para serviços auxiliares,

porém é difícil de desatar quando submetidos a grandes tensões.

Perda de resistência de 41%.

• Azelha em nove - Tem esse nome porque se dá mais uma volta que a

azelha em oito. Perda de resistência pouco abaixo de 30%.

Roldanas

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• Nó sete - É feito com a alça orientada no sentido da corda. É iniciado com

a alça em sentido oposto ao que deseja utilizá-lo.

• Fiel - Muito eficaz e fácil de fazer. Desliza quando submetido a cargas

superiores a 400 kg. Grande perda de resistência.

Nós de União de Cabos

• Pescador duplo - Consiste de nós duplos contrapostos que acocham

com a tração nas cordas que queremos unir. Perda de resistência em

torno de 25%.

• Nó de fita - É o único aconselhável para unir fitas. Deve-se revisá-lo bem,

pois é muito comprimido quando usado. A sobra do nó deve ser de

no mínimo o dobro da largura da fita. Perda de resistência de 36%.

Nós Autoblocantes

• Prússico - Deve ser feito com três voltas. Possui o inconveniente de

apertar muito a corda.

• Machard - Nó feito sobre cordas com cordeletes, devendo ter pelo

menos cinco voltas. Deve ser bem ajustado para não deslizar sobre a

corda. Resiste a 50% da resistência do cordelete.

• Valdotan - Também pode ser feito com fita. São sete voltas, trançando

uma parte sobre a outra, acima e abaixo alternadamente. É muito utilizado

para realizar a descensão em cordas tensionadas em técnicas de

autoresgate.

Nó de Segurança

• Nó dinâmico UIAA ou meio-fiel - É deslizante, seguro e com grande

capacidade de frenagem. Requer o uso de mosquetões com grande área

de trabalho, de preferência do tipo HMS (Halbmastwurf Sicherung).

SISTEMAS DE ANCORAGENS DE SEGURANÇA (SAS)

Os Sistemas de Ancoragens de Segurança (SAS) são de extrema

importância para a atividade de salvamento em altura, visto que sem o SAS, toda a

atividade é colocada em risco. Pode-se afirmar que grande parte da segurança da

atividade de salvamento está colocada diretamente sobre as ancoragens. Para a

realização de uma ancoragem, o resgatista deve atentar para alguns requisitos

básicos de segurança, a fim de se evitar acidentes no decorrer da operação, no tocante

às características e requisitos das ancoragens.

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Requisitos de uma Ancoragem

✓ Deve-se sempre utilizar mosquetões superdimensionados

(capacidade acima de 22 kN);

✓ Utilizar sempre, pelo menos, 01 (um) mosquetão em cada

ponto de ancoragem, quer seja no Ponto Principal, quer seja no

Ponto Secundário;

✓ Evitar fazer os braços de alavanca. Sempre procurar fazer a

amarração da sua ancoragem em um ponto próximo à base da

estrutura, pois quando ancoramos em um ponto mais distante da

base estrutural a força sobre esta aumenta muito, colocando

em risco a operação;

✓ Fazer o SAS sempre em, no mínimo, 02 (dois) pontos de

ancoragem, o Principal e o Secundário; e

✓ Procurar ancorar-se diretamente sobre o local de descida, evitando

assim grandes pêndulos e trabalho excessivo para o resgatista.

Classificação das Ancoragens

De acordo com a quantidade e o posicionamento das ancoragens, Principal e

Secundária, em relação ao objetivo da operação, podemos classificar uma

ancoragem da seguinte forma:

• Ancoragem em Linha - As ancoragens em linha são aquelas em que

o ponto Principal e o Ponto Secundário estão dispostos verticalmente,

ou seja, um sobre o outro.

• Ancoragem Distribuída - As ancoragens distribuídas são aquelas em que

fazemos uma divisão de forças sobre os pontos de ancoragens, quer

seja no Ponto Principal, quer seja no Secundário. Nessas ancoragens,

normalmente os pontos de fixação estarão dispostos horizontalmente,

facilitando dessa forma a equalização da ancoragem.

Ponto de Ancoragem

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RESGATE SIMPLES

Trata-se do resgate de vítimas que apresentam lesões leves, podendo ser

realizado por somente um resgatista.

Equipamento Mínimo

Para fins de treinamento e atuação em caso de ocorrências, os materiais

mínimos, tanto individuais como coletivos, a serem utilizados pelos resgatistas

estão listados a seguir.

Evidentemente não se trata de uma relação imutável, contudo serve como uma

referência do material a ser empregado.

• Equipamento Individual

✓ 01 (um) cinto de segurança nível 3 - tipo paraquedista;

✓ 01 (um) capacete alpinista;

✓ 04 (quatro) mosquetões de aço;

✓ 02 (dois) mosquetões de alumínio s/ trava;

✓ 02 (dois) mosquetões de alumínio c/ trava;

✓ 01 (um) blocante de punho;

✓ 01 (um) blocante ventral;

✓ 01 (um) malha rápida;

✓ 01 (um) descensor ID ou STOP;

✓ 01 (um) cordelete para segurança (2,5 metros);

✓ 01 (um) cordelete para estribo (3,0 metros);

✓ 01 (um) cordelete “safa-onça” (1,25 metros);

✓ 01 (um) par de luvas para rapel; e

✓ 01 (um) óculos de proteção.

Técnicas de Descensão (Rapel) e Ascensão

As técnicas de descensão podem ser realizadas com macas ou triângulos de

evacuação. A escolha do equipamento deve ser realizada considerando-se as

lesões que a vítima tenha sofrido. Para grandes lesões, utiliza-se macas e para

lesões leves, triângulo de evacuação ou o sinto da vítima.

A descida com macas é efetuada utilizando-se duas cordas, sendo uma principal

e uma de segurança, ambas controladas de cima, por integrantes da equipe. Quando a

condição da vítima exigir uma assistência constante, ou quando o terreno do resgate for

acidentado ou irregular e que não permita uma descida livre e desimpedida da

maca, torna-se necessário o acompanhamento do resgatista juntamente com a

maca. Caso não haja necessidade de acompanhamento, utilizar-se-á um cabo-guia

coma função de afastar a maca da parede e outros obstáculos que possam existir.

• Descensão - Rapel - Técnica de descida na qual o resgatista desce

de forma controlada, utilizando cordas. Os obstáculos a serem

vencidos nesta modalidade podem ser naturais ou artificiais, sendo os

mais variados, como: prédios, paredões, abismos, penhascos, pontes,

declives etc.

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• Ascensão - Técnica de subida em que o resgatista utiliza aparelhos

blocantes para alcançar uma vítima. Esta técnica é utilizada quando o

melhor acesso inicia-se por baixo, em alguns casos na corda da própria

vítima.

• Transposição de nó com uso de blocantes

Na subida - Objetivo: Realizar ascensão em cabos que estejam

emendados, passando pelo nó e progredindo até alcançar o objetivo.

Na descida - Objetivo: Realizar descida em cabos que estejam

emendados, passando pelo nó.

• Mudança do sistema de descida para subida - Objetivo: Realizar

subida no cabo em que se está descendo sem ter que chegar ao solo para

equipar os blocantes.

• Mudança do sistema de subida para descida -Objetivo: Realizar

descida no cabo em que se está subindo com blocantes sem ter que chegar

ao ponto de ancoragem para equipar o freio oito e descer na corda.

TÉCNICAS DE AUTORESGATE

Autoresgate, ou progressão por corda, deve ser aprendido logo, pois além de

diminuir a chance da necessidade de ser resgatado, é usado corriqueiramente em

diversas situações.

Sendo a mais básica das técnicas de progressão por corda, autoresgate consiste

em subir por corda fixa utilizando aparelhos ascensores ou nós blocantes.

O autoresgate é a técnica básica, que todo resgatista deve dominar o mais cedo

possível em seu aprendizado.

Há diversos modos de subir pela corda fixa, dependendo basicamente do

equipamento disponível. Claro que o mais confortável e rápido é dispor de aparelhos,

sendo o ideal um par de ascensores com empunhadura e um pequeno blocante. Porém,

mesmo dispondo de aparelhos, é recomendável aprender com nós blocantes, pelos

mesmos motivos que se deve aprender primeiro a dar segurança com UIAA e freios

Técnica de Descensão

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antes de usar Grigri: “A vivência adquirida neste aprendizado habilita a aproveitar e

valorizar melhor as facilidades proporcionadas pelos aparelhos. ”Além disso, é bom

estar prevenido para o caso de dispor apenas de cordins.

Seja com nós, aparelhos ou combinando ambos, há dois modos básicos de subir.

Também há sistemas que utilizam polias, para reduzir o esforço.

RESGATE COMPLEXO

Trata-se do resgate de vítimas que apresentam grandes lesões, como: suspeita

de fratura na coluna, no fêmur ou no úmero; hemorragias importantes;

traumatismo craniano ou abdominal etc. Deve ser realizado por uma equipe de no

mínimo quatro resgatistas.

Técnicas de Içamento

Em certas condições, a vítima deverá ser removida de alguma depressão

natural ou estrutura urbana. Seja qual for a situação, o içamento de uma maca,

as vezes acompanhada de um resgatista, é tarefa pesada para qualquer equipe,

exigindo perfeito domínio da utilização de roldanas, blocantes e sistemas de

multiplicação de força.

A multiplicação de forças está relacionada ao número de roldanas móveis

no sistema.

Normalmente utiliza-se o sistema 3:1, onde o peso do objeto ou da vítima a ser

içada é reduzido a um terço do valor original. Os demais sistemas que oferecem

uma multiplicação maior, também demandam mais materiais, o que os inviabiliza.

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EMERGÊNCIAS QUÍMICAS E TECNOLÓGICAS

MATERIAIS PERIGOSOS

Este capítulo lida com o manuseio seguro envolvendo materiais perigosos, sejam

em operações normais ou em emergências como incêndios envolvendo materiais

perigosos.

Na década de 80 no Brasil o número de acidentes com produtos perigosos

aumentou progressivamente. Houve na ocasião necessidade de adaptar às nossas

operações, regras para torná-las mais seguras.

Decreto 96044/ 88:

“Art. 1º Fica aprovado o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos

Perigosos que com este baixa, assinado pelo Ministro de Estado dos Transportes.

Art. 2º O transporte rodoviário de produtos perigosos realizado pelas Forças Armadas

obedecerá à legislação específica.

Art. 3º O Ministro de Estado dos Transportes expedirá, mediante portaria, os atos

complementares e as modificações de caráter técnico que se façam necessários para a

permanente atualização do regulamento e obtenção de níveis adequados de segurança nesse

tipo de transporte de carga.”

✓ O decreto 96044/88 cria normas para o manuseio de produtos.

✓ Entre elas se destaca a criação de classes específicas de produtos

perigosos.

✓ Identificação.

✓ Cuidados.

✓ Reações.

✓ Sinalização.

✓ Comunicação para emergências.

A NBR 7500/2003 com objetivo de padronizar a identificação de produtos

perigosos implementa no Brasil o painel de segurança e o rótulo de risco.

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• O painel de segurança

✓ Um painel de cor alaranjada sem nenhuma inscrição representa

vários produtos no interior do compartimento.

✓ O primeiro número de risco representa a qual classe de produtos ele

pertence.

✓ O segundo representa os riscos subsidiários ou secundários.

✓ Na parte inferior o número cadastrado na ONU.

Podemos ter como exemplo um sólido que desprende gases inflamáveis ao reagir

com água:

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• Rótulo de risco - É o Losango que representa símbolos e/ou expressões

emolduradas, referentes à classe do produto perigoso. Ele é fixado nas

laterais e na traseira do veículo de transporte. Os rótulos de risco possuem

desenhos e números que indicam o produto perigoso. Quanto à natureza

geral, a cor de fundo dos rótulos é a mais visível fonte de identificação da

classe de um produto perigoso.

Segundo definição da NBR 17.505/2006 materiais perigosos são “materiais

que apresentam riscos que vão além dos problemas originados em

incêndios relacionados com os pontos de fulgor e de ebulição. Estes riscos

podem surgir de fatores como toxidez, reatividade, instabilidade ou

corrosividade, mas não se limitam a esses”.

A classificação adotada para os produtos considerados perigosos é feita

com base no tipo de risco que apresentam e conforme as Recomendações

para o Transporte de Produtos Perigosos Das Nações Unidas, sétima edição

revista de 1991,

Esta classificação é derivada do sistema DOT (Departamento de Transporte

Americano) para classificar produtos perigosos, tais como divisões e

classes de perigos. O DOT define um produto perigoso como uma

substância ou material capaz de apresentar um risco não razoável para a

saúde, a segurança e a propriedade, quando é transportado

comercialmente. No Brasil, a legislação pertinente encontra-se disposta na

Resolução nº 420/2004 da ANTT. O nº. ONU de cada produto perigoso será

sempre um número de 4 algarismo. De modo a entender totalmente os

perigos associados com esses materiais eles foram divididos em 9 classes.

Rótulos de Riscos

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Classes de materiais perigosos

• Classe 1 - Explosivos

✓ Substâncias explosivas, exceto as que forem demasiadamente

perigosas para serem transportadas e aquelas cujo risco dominante

indique ser mais apropriado considerá-las em outra classe;

✓ Artigos explosivos (qualquer substância ou matéria), incluindo

aparelhos, projetada para funcionar por explosão (ou seja, uma

liberação rapidíssima de gás e calor) ou que, por reação química

interna, podem funcionar de igual maneira, ainda se está projetada

a fazer.

Para os fins destas instruções, devem ser consideradas as seguintes

definições:

✓ Substância Explosiva: É a substância sólida ou líquida (ou mistura

de substâncias) que, por si mesma, através de reação química, seja

incapaz de produzir gás a temperatura, pressão e velocidade tais

que possa causar danos a sua volta. Incluem-se nesta definição as

substâncias pirotécnicas mesmo que não desprendam gases; e

✓ Substância Pirotécnica: É uma substância, ou mistura de

substâncias, concebida para produzir um efeito de calor, luz, som,

gás ou fumaça, ou a combinação destes, como resultado de reações

químicas exotéricas autossustentáveis e não detonantes; e

✓ Artigo Explosivo: É o que contém uma ou mais substâncias

explosivas.

A classe 1 está dividida em seis subclasses:

✓ Subclasse 1.1-Substâncias e artigos com risco de explosão em

massa (uma explosão em massa é aquela que afeta virtualmente

toda a carga, de maneira praticamente instantânea). São sensíveis a

calor e a golpes. Acendem-se facilmente e queimam rápido;

✓ Subclasse 1.2-Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem

risco de explosão em massa. Explodem sob exposição prolongada ao

calor e produzem óxidos de nitrogênio tóxicos durante a combustão;

✓ Subclasse 1.3-Substâncias e artigos com risco de fogo e com

pequeno risco de explosão, de projeção, ou ambos, mas sem risco

de explosão em massa.

Esta subclasse abrange substância e artigos que:

- Produzem grande quantidade de calor radiante; e

- Queimam em sucessão, produzindo pequenos efeitos de explosão,

de projeção, ou ambos.

✓ Subclasse 1.4-Substâncias e artigos que não apresentam risco

significativo. Esta subclasse abrange substâncias e artigos que

apresentam pequeno risco na eventualidade de ignição ou iniciação

durante o transporte. Os efeitos estão confinados, predominantes, a

embalagem e não se espera projeção de fragmentos de dimensões

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apreciáveis ou a grande distância. Um fogo externo não deve

provocar explosão instantânea de, virtualmente, todo o conteúdo da

embalagem.

NOTA: Estão enquadradas no Grupo de Compatibilidade S as

substâncias e artigos desta subclasse, embalados ou concebidos de

forma que os efeitos decorrentes de funcionamento acidental se

limitem a embalagem, exceto se esta tiver sido danificada pelo fogo

(caso em que os efeitos de explosão ou projeção são limitados de

forma a não dificultar significativamente o combate ao fogo ou

outros esforços para controlar a emergência, nas imediações da

embalagem). Subclasse 1.5-Substâncias muitos insensíveis. Perigo

de explosão em massa, mas pouca probabilidade de iniciação ou

detonação em condições normais de transporte; e

✓ Subclasse 1.6-Artigos extremamente insensíveis, sem risco de

explosão em massa.

Esta subclasse abrange os artigos que contêm somente substâncias

detonantes extremamente insensíveis e que apresentam risco

desprezível de iniciação ou propagação acidental. Risco limitado a

explosão de um só elemento.

A classe 1 é uma classe restritiva, ou seja, apenas as substâncias e artigos

constantes da relação de produtos perigosos podem ser aceitos para

transporte. O ideal para a segurança do transporte de substâncias e

artigos explosivos seria mais eficiente se os vários tipos fossem

transportados em separado. Quando tal prática não for possível, admite-se

o transporte, na mesma unidade do transporte, de explosivos de tipos

diferentes, desde que haja compatibilidade entre eles. Os produtos da

Classe 1 são considerados compatíveis se puderem ser transportados na

mesma unidade de transporte sem aumentar, de forma significativa, a

probabilidade de um acidente ou a magnitude de tal acidente.

Os produtos explosivos também são classificados em trezes Grupos de

Compatibilidade. Essas definições são mutuamente excludentes, exceto

para as substâncias e artigos que possam ser incluídos no Grupo S, como o

critério de inclusão neste grupo é empírico, a alocação de um produto a

este grupo está necessariamente vinculada aos ensaios utilizados para a

inclusão na subclasse 1.4.

Para fins de transporte, devem ser observados os seguintes princípios:

✓ Produtos incluídos nos Grupos de Compatibilidade A K e N;

✓ Produtos do mesmo grupo e subclasse podem ser transportados em

conjuntos;

✓ Produtos do mesmo grupo, mas de subclasses diferentes podem ser

transportados juntos, desde que o conjunto seja tratado como

pertencente à subclasse identificada por 1.5D transportados

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juntamente com os identificados por 1.2D. Este conjunto deve ser

tratado como se fosse do tipo 1.1D;

✓ Produtos pertencentes a grupos de compatibilidade diferentes não

devem ser transportados em conjunto, independentemente da

subclasse, exceto nos casos dos Grupos de Compatibilidade C, D, E

e S, conforme indicado a seguir;

✓ É admitido o transporte de produtos dos Grupos de Compatibilidade

C, D e E numa mesma unidade de carga ou de transporte, desde

que seja avaliado o risco do conjunto e este seja classificado na

subclasse e de grupo de compatibilidade adequados. Qualquer

combinação de artigos desses grupos de compatibilidade deve ser

alocada ao grupo E. Qualquer combinação de substâncias dos

Grupos de Compatibilidade C e D deve ser alocada ao grupo mais

adequado, levando-se em conta as características predominantes da

carga combinada. Essa classificação conjunta deve ser utilizada nos

rótulos de risco, etiquetas e painéis de segurança;

✓ Os produtos incluídos no Grupo N não devem, em geral, ser

transportados, com produtos de qualquer outro grupo de

compatibilidade, exceção feita ao grupo S. Entretanto, se vierem a

ser transportados com produtos dos grupos C, D e E, o conjunto

deve ser tratado como pertencente ao grupo D;

✓ Produtos incluídos no Grupo S podem ser transportados em conjunto

com explosivos de quaisquer outros grupos, exceto com os produtos

dos Grupos A e L; e

✓ Produtos incluídos no grupo L não devem ser transportados com

produtos de qualquer outro grupo. Além disso, só devem ser

transportados juntamente com o mesmo tipo de produto do próprio

Grupo L.

Classe 1 (06 subclasses)

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• Classe 2 - Gases (geral)

Gás é uma substância que:

a) A 50ºC tem uma pressão de vapor superior a 300KPa;

b) É completamente gasoso à temperatura de 20ºC, à pressão de

101,3KPa.

Os gases são apresentados para transporte sob diferentes aspectos físicos:

✓ Gás comprimido: é um gás que, exceto se em solução, quando

acondicionado para transporte, a temperatura de 20ºC é

completamente gasoso;

✓ Gás liquefeito: gás parcialmente líquido, quando embalado para

transporte, a temperatura de 20ºC;

✓ Gás liquefeito refrigerado: gás que, quando embalado para

transporte é parcialmente líquido devido a sua baixa temperatura; e

✓ Gás em solução: gás comprimido, apresentado para transporte

dissolvido num solvente.

Esta classe abrange os gases comprimidos, liquefeitos, liquefeitos

refrigerados ou em solução, as misturas de gases ou de um ou mais gases

com um ou mais vapores de substâncias de outras classes, artigos

carregados com um gás, hexafluoreto de telúrio e aerossóis.

A Classe 2 está dividida em três subclasses, com base no risco principal

que os gases apresentam durante o transporte:

✓ Subclasse 2.1- Gases inflamáveis: gases que a 20ºC e à pressão de

101,3KPa:

- São inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em

volume, com o ar; e

- Apresentam uma faixa de inflamabilidade com o ar de, no mínimo,

doze pontos percentuais, independentemente do limite inferior de

inflamabilidade.

✓ Subclasse 2.2- Gases não inflamáveis, não tóxicos: São gases que

transportados a uma pressão não inferior a 280KPa a 20ºC, ou como

líquidos refrigerados e que:

- São asfixiantes: gases que diluem ou substituem o oxigênio

normalmente existente na atmosfera;

- São oxidantes: gases que, em geral, por fornecerem oxigênio,

podem causar ou contribuir para a combustão de outro material

mais do que ar contribui; e

- Não se enquadram em outra subclasse.

✓ Subclasse 2.3- Gases tóxicos: Gases que a 20ºC ou menos com uma

pressão de 101,3 KPa:

- São sabidamente tão tóxicos ou corrosivos para pessoas, que

impõe risco à saúde; e

- Na ausência de dados adequados sobre a toxidade para os

humanos, se assume que é tóxico para eles.

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NOTA: Os gases que se enquadram nestes critérios por sua

corrosividade devem ser classificados como tóxicos, com um risco

subsidiário de corrosivo.

• Classe 3 – Líquidos inflamáveis - Líquidos

inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos, ou

líquidos contendo sólidos em solução ou

suspensão (como tintas, vernizes, lacas etc.,

excluídas as substâncias que tenham sido

classificadas de forma diferente, em função de

suas características perigosas) que produzem

vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,

5ºC, em teste de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em

teste vaso aberto, conforme normas brasileiras ou internacionalmente

aceita.

Na relação de produtos perigosos só foram incluídos os produtos em

estado quimicamente puro, cujos pontos de fulgor não excedem tais

limites. Por esse motivo, a relação de produtos perigosos deve ser utilizada

com cautela, pois produtos que, por motivos comerciais, contenham outras

substâncias ou impurezas podem não figurar na relação, mas apresentar

ponto de fulgor inferior ao do valor limite.

Classe 2 (03 subclasses)

Classse 3

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Número da ONU Líquido inflamável

1203 Gasolina

1170 Etanol

1202 Diesel

1223 Querosene

1230 Metanol

1201 Gasóleo

1090 Acetona

• Classe 4 - Sólidos inflamáveis/substâncias sujeitas a combustão

espontânea/substância que em contato com a água emitem gases

inflamáveis

Esta classe compreende:

✓ Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis: Sólidos que nas condições

encontradas no transporte são facilmente combustíveis, ou que, por

atrito, podem causar fogo ou contribuir para ele. Esta subclasse

inclui ainda explosivos insensibilizados que podem explodir se não

forem suficientemente diluídos e substâncias auto-reagentes ou

correlatas, que podem sofrer reação fortemente exotérmica.

✓ Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas à combustão espontânea:

Substância sujeita a aquecimento espontâneo nas condições normais

de transporte, ou que se aquecem em contato com o ar, sendo,

então, capazes de se inflamarem; são as substâncias pirofóricas e as

passíveis de auto aquecimento.

✓ Subclasse 4.3 - Substâncias que em contato com a água emitem

gases inflamáveis: Substâncias que, por reação com a água, podem

tornar-se espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis

em quantidades perigosas. Nestas Instruções, emprega-se também

a expressão “que reage com água” para designar as substâncias

desta Subclasse.

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Devido à diversidade das propriedades apresentadas pelos produtos

incluídos nessas subclasses, o estabelecimento de um critério único

de classificação para tais produtos é impraticável.

• Classe 5 - Substâncias oxidantes - Peróxidos orgânicos

Esta classe compreende:

✓ Subclasse 5.1- Substâncias Oxidantes:

substâncias líquidas ou sólidas que, embora não

sendo necessariamente combustíveis, podem,

em geral por liberação de oxigênio, causar a

combustão de outros materiais ou contribuir

para isto.

✓ Subclasse 5.2- Peróxidos Orgânicos:

substâncias orgânicas que contém a estrutura

bivalente -O-O- e podem ser consideradas

derivadas do peróxido de hidrogênio, onde um

ou ambos os átomos de hidrogênio foram

substituídos por radicais orgânicos. Peróxidos

orgânicos são substâncias termicamente

instáveis e podem sofrer uma decomposição

exotérmica auto-acelerável. Além disso, podem

apresentar uma ou mais das seguintes

propriedades: ser sujeitos a decomposição

explosiva; queimar rapidamente; ser sensíveis a choque ou a atrito;

reagir perigosamente com outras substâncias; causar danos aos

olhos.

• Classe 6 - Substâncias tóxicas (venenosas) - Sustâncias infectantes

Esta Classe abrange:

✓ Subclasse 6.1- Substâncias Venenosas: são as capazes de provocar

a morte, lesões graves, ou danos à saúde humana, se ingeridas,

inaladas ou se entrarem em contato com a pele. Os produtos da

Classe 4 (03 subclasses)

Classe 5.1 (Oxidante)

Classe 5.2 (Peróxido

orgânicos)

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subclasse 6.1, inclusive pesticidas, podem ser distribuídos em três

grupos de embalagem:

- Grupo I - Substâncias e preparações que apresentam um risco

muito elevado de envenenamento;

- Grupo II - Substâncias e preparações que apresentam sério risco

de envenenamento; e

- Grupo III - Substâncias e preparações que apresentam um risco de

envenenamento relativamente baixo.

✓ Subclasse 6.2- Substâncias Infecciosas: micro-organismo viáveis,

incluindo uma bactéria, vírus, parasita, fungo, ou um recombinante,

hídrico ou mutante, que provocam, ou há suspeita que possam

provocar doenças em seres humanos ou animais.

• Classe 7- Materiais radioativos - Para fins de

transporte, material radioativo é qualquer material

cuja atividade especifica seja superior a 70KBq/kg

(aproximadamente 2nCi/g). Neste contexto,

atividade especifica significa a atividade por unidade

de massa de um radionuclídeo ou, para um material

em que o radionuclídeo é essencialmente distribuído

de maneira uniforme, a atividade por unidade de

massa do material.

Para efeito de classificação dos materiais

radioativos, incluindo aqueles considerados como rejeito radioativo,

consultar a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). As normas

relativas ao transporte desses materiais (CNEN-NE-5.01) estabelecem

requisitos de radioproteção e segurança, a fim de que seja garantido um

nível adequado de controle da eventual exposição de pessoas, bens e meio

ambiente à radiação ionizante.

(02 subclasses)

Classe 7

(Radioativo)

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• Classe 8- Produtos corrosivos - São

substâncias que, por ação química, causam

severos danos quando em contato com tecidos

vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou

mesmo destroem outras cargas ou o veículo; elas

podem, também, apresentar outros riscos.

A alocação das substâncias aos grupos de

embalagem da Classe 8 foi feita

experimentalmente, levando-se em conta outros

fatores tais como risco a inalação de vapores e

reatividade com água (inclusive a formação de

produtos perigosos decorrentes de decomposição). A classificação de

substâncias novas, inclusive misturas, pode ser avaliada pelo intervalo de

tempo necessário para provocar visível necrose em pele intacta de

animais. Segundo esse critério, os produtos desta classe podem ser

distribuídos em três grupos de embalagem:

✓ Grupo I - Substâncias muito perigosas: provocam visível necrose da

pele após um período de contato de até três minutos;

✓ Grupo II - Substâncias que apresentam risco médio: provocam

visível necrose da pele após período de contato superior a três

minutos, mas não maior do que 60 minutos; e

✓ Grupo III - Substâncias de menor risco, incluindo:

- As que provocam visível necrose da pele num período de contato

superior a 60 minutos, mas não maior que quatro horas; e

- Aquelas que, mesmo não provocando visível necrose em pele

humana, apresentam uma taxa de corrosão sobre superfície de aço

ou de alumínio superior a 6,25mm por ano, a uma temperatura de

ensaio de 55ºC.

• Classe 9 – Substâncias perigosas diversas - Incluem-se nesta classe

as substancias e artigos que durante o transporte apresentam um risco

não abrangido por quaisquer das outras classes.

Classificação de Misturas e Soluções - Uma

mistura ou solução contendo uma substância

perigosa identificada pelo nome na Relação de

Produtos Perigosos e uma ou mais substâncias

não-perigosas deve submeter-se às exigências

estabelecidas para a substância perigosa,

adequando-se a embalagem ao estado físico da

mistura ou solução. Este procedimento apenas

não se aplica quando:

✓ A mistura ou solução estiver identificada

pelo nome da Relação de Produtos

Perigosos;

Classe 9 (substâncias

perigosas diversas)

Classe 8 (Corrosivo)

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Diamante de HOMMEL

✓ A designação contida na Relação de Produtos Perigosos indicar

especificamente que se aplica apenas a substância pura;

✓ A classe de risco, o estado físico ou o grupo de embalagem da

mistura ou solução forem diferentes do relativo à substância

perigosa;

✓ Houver alteração significativa nas medidas de atendimentos as

emergências.

DIAMANTE DE HOMMEL

Uma outra simbologia bastante aplicada em vários países, no entanto sem

obrigatoriedade, é o método do diamante de HOMMEL.

Diferentemente das placas de identificação, o diamante de HOMMEL não informa

qual é a substância química, mas indica todos os riscos envolvendo o produto químico

em questão.

✓ Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos;

✓ Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente;

✓ Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente;

✓ Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição; e

✓ Produtos que não queimam.

• AZUL - PERIGO PARA SAÚDE, onde os riscos são os seguintes:

✓ Exposição muito curta pode causar morte ou sérios danos residuais.

(Ex. Cianeto de hidrogênio, Fosgênio);

✓ Exposição curta pode causar sérios danos residuais temporários ou

permanentes. (Ex.Amônia, Ácido sulfúrico);

✓ Exposição prolongada ou persistente, mas não crônica, pode causar

incapacidade temporária com possíveis danos residuais. (Ex. Éter

etílico, Clorofórmio);

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P á g i n a | 219

✓ Exposição pode causar irritação, mas apenas danos residuais leves.

(Ex. Acetona, Cloreto de Sódio); e

✓ Não apresenta riscos à saúde, não são necessárias precauções.

(Ex. Água, Propilenoglicol).

• VERMELHO – INFLAMABILIDADE, onde os riscos são os seguintes:

✓ Irá rapidamente vaporizar-se sob condições normais de pressão e

temperatura, ou quando disperso no ar irá inflamar-se

instantaneamente. Ponto de fulgor abaixo de 23°C (73°F) (Ex.Éter

etílico);

✓ Líquidos e sólidos que podem inflamar-se sob praticamente todas as

condições de temperatura ambiente. Ponto de fulgor abaixo de 23°C

(73°F) e com ponto de ebulição por volta ou acima de 38°C (100°F)

ou com ponto de fulgor entre 23°C (73°F) e 38°C (100°F)

(Ex.Etanol, Benzeno);

✓ Precisa ser moderadamente aquecido ou exposto a uma temperatura

ambiente relativamente alta antes que alguma ignição possa

ocorrer. Ponto de fulgor entre 38°C (100°F) e 93°C (200°F)

(Ex. Diesel);

✓ Precisa ser aquecido sob confinamento antes que alguma ignição

possa ocorrer. Ponto de fulgor por volta de 93°C (200°F) (Ex. Óleo

Mineral); e

✓ Não irá pegar fogo. (Ex. Água, Hélio).

• AMARELO - REATIVIDADE, onde os riscos são os seguintes:

✓ Instantaneamente capaz de detonar-se ou decompor-se de forma

explosiva sob condições normais de temperatura e pressão.

(Ex. Nitroglicerina, Trinitrotolueno);

✓ Capaz de detonar-se ou decompor-se de forma explosiva mas

requer uma forte fonte de ignição, deve ser aquecido sob

confinamento, reage de forma explosiva com água, ou irá explodir

sob impacto. (Ex. Nitrato de amônio, Nitrometano);

✓ Sofre alteração química violenta sob temperaturas e pressões

elevadas, reage violentamente com água, ou pode formar misturas

explosivas com água. (Ex. Sódio, Ácido sulfúrico);

✓ Normalmente estável, mas pode tornar-se instável sob temperaturas

e pressões elevadas. (Ex.Propano)

✓ Normalmente estável, mesmo sob condições de exposição ao fogo, e

não é reativo com água. (Ex. Água, Hélio)

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• BRANCO - RISCOS ESPECIAIS, onde os riscos são os seguintes:

✓ OX - Oxidante (Ex. Perclorato de potássio);

✓ W - Reage com água de maneira incomum ou perigosa. (Ex. Sódio);

✓ SA - Gás asfixiante simples (Ex. Hélio, Nitrogênio); e

✓ Evite o uso de água.

• Símbolos não padronizados:

✓ COR - Substância corrosiva; Ácido forte ou base (Ex. Soda cáustica

Ácido sulfúrico) Ou, para ser mais especifico: ACID - Acido forte

ou ALK - Base forte;

✓ CYL ou CRYO - Criogênico (Ex. Nitrogênio líquido);

✓ POI - Veneno (Ex. Naftalina);

✓ BIO ou - Risco biológico (Ex. Lixo hospitalar); e

✓ RAD ou - Radioativo (Ex. Lixo atômico).

Uma observação muito importante a ser colocada quanto à utilização do

Diamante de HOMMEL é que o mesmo não indica qual é a substância química em

questão, mas apenas os riscos envolvidos; ou seja, quando considerado apenas o

Diamante de HOMMEL sem outras formas de identificação este método de classificação

não é completo.

Identificação com diamante de HOMMEL

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CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS .

Resíduos, para efeitos de transporte, são substâncias, soluções, misturas ou

artigos que contêm, ou estão contaminados por, um ou mais produtos sujeitos as

disposições deste Regulamento e suas Instruções Complementares, para os quais não

seja prevista utilização direta, mas que são transportados para fins de despejo,

incineração ou qualquer outro processo de disposição final.

Um resíduo que contenha um único componente considerado produto perigoso,

ou dois ou mais componentes que se enquadrem numa mesma classe ou subclasse,

deve ser classificado de acordo com os critérios aplicáveis a classe ou subclasse

correspondente ao componente ou componentes perigosos.

MATERIAIS PERIGOSOS UTILIZADOS EM OPERAÇÕES NORMAIS

Os produtos que são usados para o uso operacional, por exemplo, produtos

químicos para limpeza, tratamentos de água representam um perigo para a saúde se

houver uma ameaça de derramamento de incêndio.

A legislação requer que todos os produtos que representem um risco a saúde,

tenha uma FISPQ disponível para fácil referência sobre o manuseio em segurança em

uso normal e em situações de incêndio / derramamento. A identificação destes produtos

pode envolver outros meios tais como o uso de etiquetas. A FISPQ é feita de acordo

com a NBR14725 e contém uma série de informações para quem vai trabalhar com

produtos químicos, manuseá-los ou transportá-los.

Diagrama

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P á g i n a | 222

A FISPQ foi criada para fornecer informações

sobre vários aspectos dos produtos químicos

(substância ou preparados) quanto à proteção, à

segurança, à saúde e meio ambiente.

Em alguns países, essa ficha é chamada

Material Safety Data Sheets, MSDS.

A identificação da carga afetada pode ser

feita de vários modos: manifestos de carga e

planos de contêineres são os primeiros meios para

estabelecer as informações corretas.

Haverá uma lista da FISPQ para cada

produto químico mantido nas empresas. A lista será de fácil acesso por todo pessoal

para consulta prévia antes do manuseio e uso em emergências. A FISPQ está disponível

na enfermaria, sacaria, paiol de tintas e almoxarifado.

Placas de aviso de perigo, números ONU e FISPQ de materiais usados em cargas

regularmente transportadas são pontos úteis de referência. O número ONU é um

número de 4 dígitos único para cada produto. Se o número ONU não estiver disponível,

então o índice alfabético pode ser usado para fazer cruzamento de dados. A tabela irá

dar informações com relação ao empacotamento e limitações de transporte usado pelo

remetente.

O guia médico de primeiros socorros fornece um ponto de referência para

tratamentos médicos relevantes. A principal fonte de informação será encontrada na

forma de fluxograma que seguido, cobrirá em ordem de prioridade, os pontos principais

quando examinar as condições da vítima, em relação ao contato com o produto

perigoso, por exemplo, “Houve contato com a pele?” Se houver o fluxograma irá se

referir a tabela 8 para dar o tratamento correto.

Conteúdo de informação da FISQP:

1. Identificação do produto e da empresa

2. Composição e informação sobre os ingredientes

3. Identificação de perigos

4. Medidas de primeiros-socorros

5. Medidas de combate a incêndio

6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento

7. Manuseio e armazenamento

8. Controle de exposição e proteção individual

9. Propriedades físico-químicas

10. Estabilidade e reatividade

11. Informações toxicológicas

12. Informações ecológicas

13. Considerações sobre tratamento e disposição

14. Informações sobre transporte

15. Regulamentações

16. Outras informações

FISPQ

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AÇÕES PRINCIPAIS PARA CONTROLAR UM DERRAMAMENTO OU

INCÊNDIO

Os recipientes poderão não ser facilmente manuseados enquanto são

transportados. No entanto, podem ser tomadas providências para reduzir os efeitos até

serem desembarcadas com segurança. Se diante de um derramamento ou incêndio o

risco até chegada da equipe de produtos perigosos for considerado muito grande, uma

resposta especializada a essa emergência será necessária.

As implicações de contatos acidentais com materiais perigosos podem ser graves,

portanto um controle sobre a área de risco afetada é necessário. Estabelecer a zona de

controle deve ser a primeira ação, obviamente em um local adequado. A demarcação

clara da área suja com uma barreira física se necessário para fazer valer os controles

irá evitar a contaminação de pessoal não afetado.

Uma vez que a área segura tenha sido indicada, a seleção do equipamento de

proteção individual será o próximo passo. Somente o pessoal que possua capacitação

para atender a emergência e com o EPI com nível apropriado de proteção individual,

será permitido na área “suja”, lembrando que as maiorias das roupas químicas não são

resistentes ao fogo. A seleção correta pode ser feita usando informações do guia ou da

FISPQ.

As roupas químicas oferecem proteção limitada: Portanto as equipes devem lutar

para limitar sua exposição. A descontaminação das equipes deve ser ajustada antes de

entrar, no caso de a equipe ter que sair da área rapidamente.

Assegure que todas as medidas de precaução sejam tomadas, por exemplo, área

de isolamento, controle das fontes de ignição, uso da água, meio correto de extinção se

houver risco de incêndio etc. A população deverá ser alertada sobre a natureza da

emergência para que a equipe tenha boa conscientização dos perigos.

A equipe de resposta deve se mover com cautela, limitando a exposição e

protegendo as roupas de danos acidentais. Em um local confinado um bom meio de

fuga deve ser mantido em todas as circunstâncias.

Confirme o status da situação através de um relatório inicial para o comando

antes de qualquer atendimento. A atualização dessas informações também é muito

importante, pois enquanto que os responsáveis pelo controle de emergência

inspecionam o produto envolvido, poderão certificar de que se trata de um produto

vazando diferente daquele que se pensou inicialmente.

O efetivo controle do acidente dependerá daquilo que for encontrado pela equipe

e das orientações fornecidas pelo plano de emergência, pelo guia e pela FISPQ.

Nenhuma ação deverá fazer com que o produto contamine uma área ainda maior, como

por exemplo, o uso descontrolado da água. Os métodos para lidar com o vazamento

envolvem não somente a água como também o uso de absorventes. Outro ponto a

considerar em relação ao uso da água é que a equipe poderá ter a necessidade de

grandes quantidades de água a ser aplicada para diluir e lavar o produto.

Quando o incidente estiver sob controle, a descontaminação da equipe de

respostas será a próxima preocupação do comando. As roupas da equipe devem ser

descartadas ou limpas suficientemente para permitir que possam ser retiradas em

segurança, evitando mais exposição dos resíduos que ainda estejam na roupa.

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Rotulagem de produtos

químicos (GHS)

O controle cuidadoso e uma perfeita conscientização de todos os envolvidos são

necessários para a devida limpeza da área afetada e equipamento utilizados na

operação.

Os feridos também poderão passar por um processo de descontaminação antes

que uma equipe médica despreparada dê o tratamento.

O SISTEMA GLOBALMENTE HARMONIZADO (GHS) PARA

CLASSIFICAÇÃO E ROTULAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS

O que é o GHS?

Uma abordagem simples e coerente para

definição e Classificação de riscos de produtos

químicos e para Comunicação de informações,

através de Rótulos e Fichas de Informações de

segurança.

Fornece a infraestrutura básica para o

estabelecimento de programas nacionais de

Segurança Química.

Com a publicação em 2009 da norma ABNT

NBR 14725:2009 partes 1,2,3 e 4, a partir de

fevereiro de 2011 os produtos constituídos de

substâncias puras já devem ser obrigatoriamente

classificados, rotulados e providos de FISPQ de

acordo com o GHS. Os produtos constituídos por

misturas (a grande maioria), podem

voluntariamente adotar o GHS, que será

obrigatório a partir de junho de 2015.

Conclusão

O desenvolvimento do GHS tem sido um processo difícil e de longo prazo. O

trabalho que foi concluído exigiu muita discussão e compromissos (acordos).

A implementação também exigirá um esforço e cooperação a longo prazo entre

os países, organismos internacionais e outras partes envolvidas, incluindo

representantes da indústria e dos trabalhadores.

ESTOCAGEM

Os locais de estocagem de produtos químicos deverão possuir placas de

sinalização de acordo com a norma e contendo as mesmas informações descritas nas

etiquetas de identificação e também atender as seguintes condições:

✓ Piso impermeável, sem rachaduras ou juntas;

✓ Afastado de drenos e ralos interligados a drenagem pluvial e a rede

de esgotos sanitários;

✓ Sistema de contenção de vazamentos; e

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✓ Produtos dispostos em pallets ou estantes para poder detectar

vazamentos e estocados somente nos locais relacionados no

inventário.

FICHA DE EMERGÊNCIA

Ficha de emergência É um documento de porte obrigatório para o transporte de

produtos perigosos, conforme prevê o art. 22 do RTPP (regulamento para o transporte

de produtos perigosos) aprovado pelo Dec. 96.044/88 e é prevista ainda na Resolução

420/04 da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Em Alguns locais como a

ponte Rio – Niterói , é proibido trafegar a qualquer horário com produto perigoso.

Ficha de emergência

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P á g i n a | 226

SINALIZAÇÃO

✓ A sinalização deve ser feita de

material durável de acordo com

as condições previstas do

ambiente e do tempo de

exposição estimado;

✓ A cor e forma da sinalização

devem estar de acordo com os

requisitos regulamentares (NR-

26 Sinalização de Segurança);

✓ As letras devem ser grandes, de

alta visibilidade e facilmente vistas em locais escuros ou com pouca

luz; e

✓ Os sinais de aviso / informação são exigidos nos locais de

estocagem e manuseio.

ROTULAGEM

Os produtos químicos em uso, estocados na

área ou nos almoxarifados devem possuir rótulos

(etiquetas) com sua identificação.

A etiqueta é uma forma eficaz de alertar os

empregados sobre riscos potenciais à saúde, meio

ambiente e incêndio associado a um determinado

produto.

Antes de manusearmos qualquer produto

químico, devemos ler e entender o conteúdo de sua

etiqueta.

MOVIMENTANDO TAMBORES COM SEGURANÇA

✓ A movimentação de tambores cheios não deverá ser realizada

manualmente;

✓ Nunca incline manualmente um tambor cheio desconsiderando seu

centro de gravidade;

✓ Ele poderá tombar no chão ou voltar à posição original

abruptamente, causando acidentes; e

✓ É proibido rodar ou rolar no piso tambores cheios.

Sinalização

Tambores com rotulagem

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AS AÇÕES E RESPOSTAS ÀS EMERGÊNCIAS E DESASTRES

QUÍMICOS

As ações visando prevenção, preparação e resposta às emergências e desastres

químicos são de responsabilidade de todas as instituições.

O conhecimento de cada instituição sobre suas funções possibilitará um trabalho

coordenado, sem protagonismos, nem invasão nas responsabilidades das demais. Cada

um deve fazer o que lhe é correspondido. Essa deve ser a maneira de trabalhar nas

emergências químicas para garantir o sucesso das ações.

As funções de uma instituição mudam conforme:

✓ O alcance geográfico: nacional, regional, local ou internacional; e

✓ O tipo de atividade que desempenha: gerencial, reguladora,

assistencial, preventiva, acadêmica, informativa ou financeira.

As responsabilidades de cada participante ou instituição na prevenção,

preparação e resposta a um acidente químico têm sido definidas por:

✓ PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) por

meio do processo APELL (Alerta e preparação para emergência em

nível local) que define o papel das autoridades, nacionais e locais, da

indústria e da comunidade;

✓ OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico)

que dá ênfase ao papel das autoridades públicas, dos trabalhadores

e da empresa; e

✓ OMS (Organização Mundial da Saúde) por meio do Programa

Internacional de Segurança de Substâncias Químicas (IPCS), que

apresenta as funções do setor saúde nas suas diferentes instâncias.

Nesta apresentação são incluídas as principais funções descritas por instância ou

entidade a qual pertence.

Movimentação de tambores

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Responsabilidades e funções

• Das autoridades públicas - Motivar a todos os setores da sociedade

sobre a importância das ações de prevenção, preparação e resposta às

emergências e aos desastres químicos:

✓ Estabelecer objetivos de segurança e garantir que sejam atingidos;

✓ Definir uma estrutura de controle clara e coerente;

✓ Monitorar a segurança em instalações perigosas;

✓ Incentivar a pesquisa e a elaboração de relatórios de emergências e

desastres bem como gerar e implementar os meios que facilitem seu

desenvolvimento;

✓ Estabelecer procedimentos apropriados para avaliação dos impactos

ambientais das instalações perigosas a serem construídas;

✓ Defender o "direito da comunidade ao conhecimento" para garantir

acesso à informação apropriada sobre as instalações perigosas ao

público que possa ser potencialmente afetado;

✓ Criar programas de preparação para as emergências, incluindo a

realização de exercícios simulados;

✓ Propiciar o desenvolvimento, a implementação, o teste e a

atualização de planos de emergência em coordenação e com a

participação de todos os envolvidos, incluindo administradores de

instalações perigosas, funcionários e comunidades vizinhas;

✓ Garantir que os sistemas de alarme de emergências e desastres

estejam disponíveis para avisar à comunidade que venha a ser

afetada; e

✓ Facilitar e promover a disseminação de informação e troca de

experiências associadas à prevenção, preparação e resposta às

emergências e aos desastres químicos.

Para cumprir estas responsabilidades as autoridades públicas, em âmbito

nacional e local, devem contar com uma equipe técnica devidamente

capacitada e com recursos adequados.

As responsabilidades anteriormente referidas correspondem às autoridades

públicas, incluindo as autoridades de saúde em âmbito nacional, estadual e

municipal. No entanto, há algumas responsabilidades que são específicas

das autoridades públicas de saúde, como:

✓ Gerar planos de resposta a incidentes químicos para o setor saúde,

incluindo terrorismo químico, bem como definir suas funções dentro

destes planos;

✓ Normalizar os elementos básicos do Plano de Resposta, como:

- Determinar as funções de todas as partes envolvidas na resposta

às emergências e aos desastres;

- Identificar possíveis situações de emergência;

- Realizar o inventário dos perigos;

- Identificar os recursos necessários;

- Garantir a disponibilidade e provisão de antídotos;

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- Examinar as necessidades de comunicação;

- Avaliar as necessidades de informação: bibliotecas básicas;

- Usar os centros de informação toxicológica e centros de resposta

química nas emergências;

- Identificar os laboratórios toxicológicos;

- Criar um sistema de notificação de casos de emergências;

- Fornecer locais alternativos para o atendimento às vítimas;

- Desenvolver sistemas para recepção e triagem (gestão) de um

grande número de vítimas;

- Estabelecer um sistema de alerta para os profissionais da saúde;

- Desenvolver e implementar programas de capacitação aos

profissionais da saúde, incluindo os exercícios simulados;

- Estabelecer um sistema de comunicação com o público;

- Fomentar pesquisas;

- Criar mecanismos de cooperação internacional; e

- Fomentar os programas de conscientização e preparação local,

por exemplo, mediante a aplicação do processo APELL (Alerta e

preparação para emergências em nível local) do PNUMA ou outras

atividades similares.

• Dos administradores de instalações perigosas

✓ Promover a administração “segura” de qualquer substância perigosa

que seja produzida, através do ciclo de vida total da substância,

consistente com o princípio de "acompanhamento do produto";

✓ Função principal: Projetar, construir e operar uma instalação

perigosa de maneira segura, desenvolver os meios para realizá-lo e

incorporar a proteção da saúde e do ambiente como parte integral

das atividades econômicas da empresa;

✓ Visar atingir a meta do número mínimo de acidentes: "acidente

zero";

✓ Garantir que os perigos sejam identificados, classificados e que os

meios para minimizá-los ou eliminá-los sejam estabelecidos;

✓ Garantir que os procedimentos sobre segurança das operações

sejam documentados;

✓ Garantir que todos os empregados, incluindo aqueles com contratos

temporários, recebam capacitação apropriada para desempenhar

suas tarefas;

✓ Implementar medidas de segurança, evitar ou minimizar o uso de

substâncias potencialmente perigosas, substituir substâncias mais

tóxicas por menos tóxicas, simplificar processos, minimizar as

exposições, etc;

✓ Assegurar a qualidade durante a construção da instalação perigosa;

✓ Garantir a transferência de informação;

✓ Garantir a disponibilidade de equipamentos de proteção individual;

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✓ Supervisar e garantir a adequação das áreas de armazenamento de

substâncias perigosas;

✓ Monitorar regularmente a segurança destas instalações;

✓ Prover, em coordenação com as autoridades públicas, informações

apropriadas sobre as ações que devem ser adotadas em caso de

emergência e desastres;

✓ Desenvolver, implementar, testar e atualizar os planos de

emergência;

✓ Identificar e avaliar as emergências e desastres químicos que podem

ocorrer na instalação e suas possíveis consequências;

✓ Garantir sistemas para detecção rápida de um acidente ou ameaça

de acidente no local, bem como para a notificação imediata às

equipes de resposta às emergências químicas; e

✓ Pesquisar os incidentes significativos para identificar suas causas e

iniciar ações para corrigir qualquer deficiência tecnológica ou de

procedimento.

• Dos empregados - Realizar o seu trabalho de maneira segura e contribuir

ativamente no desenvolvimento de políticas e práticas de segurança.

• Das agências de ajuda financeira

✓ Ajudar a reduzir a probabilidade de ocorrências de emergências e

desastres com substâncias potencialmente perigosas bem como

oferecer assistência técnica, educação e capacitação para o

desenvolvimento da capacidade e infraestrutura institucional;

✓ Selecionar as propostas de ajuda, adequadamente;

✓ Monitorar e acompanhar os projetos para garantir que os

requerimentos essenciais de segurança sejam cumpridos; e

✓ Prover ajuda financeira para desenvolver políticas e procedimentos

que minimizem os riscos de emergências e desastres em instalações

perigosas.

Muitas das responsabilidades, mesmo quando recaem com mais ênfase

sobre uma determinada entidade, requerem o trabalho coordenado de um

bom número de instituições. Alguns exemplos que justificam esta

afirmação podem ser:

✓ A realização de inventários de perigos. Nesse caso pode ser

solicitada a participação das autoridades locais, dos órgãos de meio

ambiente, dos responsáveis pela medicina preventiva, da polícia

civil, do corpo de bombeiros, dos hospitais, dos centros de controle

de emergências, da defesa civil, das autoridades militares e da

indústria, entre outros;

✓ Os programas de conscientização e preparação local, por exemplo, a

aplicação do processo APELL (Alerta e preparação para emergências

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em nível local) do PNUMA, que requer o trabalho conjunto do

governo, da indústria e da comunidade; e

✓ A capacitação profissional, por meio de exercícios simulados, que

retratem a realidade local, contando com a participação de todos os

setores envolvidos.

• Dos organismos internacionais - A Conferência das Nações Unidas para

o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) celebrada no Rio de

Janeiro, Brasil, em junho de 1992, adotou a Agenda 21. No capítulo 19,

dedicado exclusivamente às substâncias químicas, foi reconhecida a

necessidade de fomentar a cooperação internacional eficiente com relação

à prevenção, preparação e resposta às emergências químicas.

Além disso, foi enfatizada a necessidade de que os organismos

internacionais, tais como a Organização Mundial da Saúde/Organização

Pan-Americana da Saúde (OMS/OPAS), Organização de Cooperação e

Desenvolvimento Econômico (OCDE), Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente (PNUMA), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e

outros, reúnam esforços no sentido de melhorar a preparação dos países

para enfrentar as emergências e os desastres químicos. Esses esforços têm

a finalidade de:

✓ Fornecer uma base científica, avaliada internacionalmente, para que

os países possam desenvolver suas próprias medidas de segurança

química e fortalecer sua capacidade para prevenir e gerenciar os

efeitos danosos dos produtos químicos bem como gerenciar os

aspectos do setor saúde nas emergências químicas;

✓ Desenvolver princípios, procedimentos e guias para prevenção e

resposta às emergências químicas;

✓ Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que

facilitem o acesso rápido à informação sobre substâncias químicas e

gestão de emergências;

✓ Estabelecer programas de capacitação e meios que facilitem as

ações de prevenção, preparação e resposta em todos os níveis;

✓ Elaborar listagem (inventário) de centros de resposta às

emergências e de profissionais com experiência no tema;

✓ Incentivar a padronização na elaboração e apresentação de

relatórios e pesquisas sobre emergências e desastres químicos; e

✓ Estimular o intercâmbio de informação entre países.

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EMERGÊNCIAS E DESASTRES

Impactos das Emergências Químicas

O problema atual da grande quantidade de substâncias químicas que são

manipuladas, transportadas, armazenadas e usadas pelo homem é que expõem os

países aos impactos à saúde, ao ambiente e às propriedades quando envolvidos em

emergências e desastres.

Um dos elementos que marca o êxito das atividades de resposta a uma

emergência e que reduz o seu impacto consiste em poder contar com os meios

adequados para garantir uma informação rápida, eficiente e de qualidade. Dois tipos de

Centros realizam esta função: os Centros de Resposta Química e os Centros de

Informação e Assessoria Toxicológica.

A América Latina é uma das regiões mais afetadas pelas substancias químicas

devido ao uso frequente, à quantidade em que são usadas e também porque,

paralelamente à introdução destas substâncias, não são desenvolvidos mecanismos

efetivos de prevenção, preparação e resposta às emergências que podem surgir. Além

do mais, nossos países possuem limitados recursos para desenvolver os dois tipos de

centros anteriormente referidos.

Os Centros de Resposta a Emergências Químicas

São centros que geralmente funcionam às 24 horas do dia durante os 365 dias do

ano, com pessoas de profissões diferentes como químicos, biólogos, engenheiros e

bombeiros, entre outros. Cumprem funções diferentes, como:

✓ Assessorar os primeiros na resposta (bombeiros, policiais, defesa

civil) nas ações iniciais: delimitação das áreas (quente, morna e

fria), como apagar um incêndio, atender um vazamento, evacuar a

população, etc.

✓ Participar com outras instituições na elaboração dos planos de

resposta.

✓ Organizar atividades de capacitação, incluindo exercícios simulados.

✓ Realizar e promover a notificação de incidentes químicos.

✓ Participar em redes de troca de informação.

✓ Documentar as lições aprendidas.

Na América Latina e no Caribe, o número de centros de resposta química é

limitado. Poucos países têm este serviço, como Argentina, Brasil, Colômbia, Chile,

México e Venezuela.

Os Centros de Informação e Assessoramento Toxicológico (CIAT)

Os CIAT (Centros de Informação e Assessoramento Toxicológico) estão incluídos

nas instituições que participam no setor da saúde nas ações dos países para prevenir,

diagnosticar e tratar as intoxicações agudas e crônicas produzidas por substâncias

químicas. Estes centros são unidades especializadas, que devem funcionar às 24 horas

do dia durante os 365 dias do ano e, bem implementados, devido à informação que

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geram, são uma ajuda importante para os tomadores de decisão e para a resposta às

emergências químicas.

A Organização Mundial da Saúde através do seu Programa Internacional de

Segurança Química (IPCS/OPM) tem desenvolvido Diretrizes:

http://www.intox.org/databank/documents/supplem/supp/sup3s.html, que servem

como guia para o desenvolvimento dos centros toxicológicos e que são seguidas pela

maioria dos países.

Na América Latina e no Caribe, há 139 CIAT ou instituições associadas, com

números desiguais entre os países dependendo da sua extensão territorial e número de

habitantes. Alguns países têm mais de um centro: Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba,

Chile, Equador, México, Peru e Venezuela. Outros países têm apenas um centro: Bolívia,

Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Suriname e Uruguai.

Tanto a nível regional quanto dentro de um mesmo país, os CIAT têm diferentes graus

de desenvolvimento, tanto de infraestrutura quanto de recursos materiais e humanos. A

Biblioteca Virtual de Toxicologia, desenvolvida pela Organização Pan-Americana da

Saúde com o apoio de profissionais da América Latina e do Caribe, contém um diretório

de CIAT: http://www.bvsde.paho.org/bvstox/e/guiamarilla/guiamarilla.php.

Os profissionais dos centros provêm de diferentes disciplinas, mas a maioria

deles são médicos com formação em toxicologia, farmacêuticos, químicos, bioquímicos,

biólogos, farmacólogos, etc.

A localização dos centros também varia. Eles geralmente encontram-se em

hospitais e universidades, mais também existem centros instalados a nível de

Ministérios de Saúde e da indústria.

Os serviços fornecidos pelos centros geralmente estão associados à:

✓ Informação e assessoramento toxicológico (esta atividade é

realizada via telefone, através do correio eletrônico, postal e

também por contato pessoal);

✓ Ações de prevenção (os centros desenvolvem ou participam em

programas de vigilância tóxica, desenvolvem materiais educativos

dirigidos à comunidade, oferecem informação às agências

reguladoras para a interdição ou substituição de produtos químicos,

entre outros);

✓ Capacitação tanto a nível de pré-graduação quanto de pós-

graduação;

✓ Pesquisa;

✓ Atenção toxicológica especializada (existem centros que têm

serviços de atenção ou fornecem serviços hospitalares); e

✓ Análises toxicológicas de amostras biológicas (este serviço é

fornecido pelos centros que têm laboratórios de Toxicologia).

Ainda que estas sejam as funções clássicas dos CIAT, nos últimos tempos

podemos observar que os centros têm evoluído para outras funções no sentido de

apoiar as ações que são realizadas a nível internacional para prevenir o impacto das

substâncias químicas na saúde e no ambiente. É o caso do acompanhamento realizado

pelos centros das atividades dos convênios internacionais, como a Convenção de

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Basiléia sobre o controle dos movimentos transfronteiriços dos resíduos perigosos e a

sua eliminação, adotado pela Conferencia de Plenipotenciários no dia 22 de março de

1989 (http://www.basel.int/text/textspan.php) e a Convenção de Estocolmo

sobre Contaminantes Orgânicos Persistentes

http://www.pops.int/documents/convtext/convtext_sp.pdf e também o

assessoramento para a prevenção, preparação e resposta aos acidentes químicos, nos

sistemas de vigilância de intoxicações implementados pelos Ministérios de Saúde, no

registro de substâncias químicas, nos estudos de avaliação de riscos, entre outros.

• Porque os CIAT são importantes nas emergências químicas?

✓ Porque têm uma cultura de funcionamento 24 horas durante os

365 dias do ano, o que faz com que sempre haja pessoal

disponível que, além de fornecer os serviços de assessoria, possa

acionar o sistema de alarme às instituições que participarão na

resposta;

✓ Porque têm pessoal capacitado no tema de substâncias químicas

(toxicólogos clínicos, analíticos, ambientais, ocupacionais, biólogos,

químicos, bioquímicos, psicólogos, etc.). Assim, o pessoal pode

trabalhar em: a elaboração de protocolos de atenção de pacientes

contaminados, a aplicação dos protocolos de triagem para

substâncias químicas específicas, a elaboração de recomendações

para evitar riscos de contaminação secundária, entre outras;

✓ Porque têm acesso a fontes de informação confiáveis e

atualizadas, com capacidade para interpretar os dados;

✓ Pelo seu lugar de localização, geralmente um hospital, onde se

podem receber as vítimas da emergência para que recebam atenção

médica especializada;

✓ Porque têm bancos de antídotos. O alto custo dos antídotos

impossibilita sua disponibilidade em todos os hospitais de um país.

No entanto, os centros toxicológicos geralmente têm um banco de

antídotos e no mínimo um estoque de emergência que pode ser

disponibilizado no caso de acontecer um acidente químico;

✓ Por ter em sua estrutura um laboratório toxicológico. Ainda que

nem todos os centros disponham de laboratório de toxicologia,

quando existir, o laboratório pode, em caso de emergências,

colaborar na identificação do material perigoso envolvido, facilitando

a gestão das vítimas de intoxicação e das ações realizadas nos

meios ambientais afetados;

✓ Pela cultura de executar atividades de educação comunitária e

capacitação de profissionais;

✓ Pela sua capacidade de articular com outras instituições e de

trabalhar em equipe; e

✓ Pela sua participação em ações de vigilância, o que é importante

para a atuação pós-desastre.

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Além destas ações, que são inerentes ao trabalho realizado diariamente por um

centro de informação, assessoramento e atenção toxicológica, há outras atividades

onde o centro pode participar como parte de grupos multidisciplinares, por exemplo:

✓ A elaboração dos planos de resposta;

✓ A preparação de inventários de instalações perigosas;

✓ A participação em exercícios simulados, como meio de testar planos

e de capacitar a todos os envolvidos na emergência; e

✓ O projeto e implementação de registros nacionais de relatórios de

emergências.

Para concluir, gostaríamos de mencionar que mesmo quando na Região existam

múltiplas experiências de trabalho dos CIAT nas ações de prevenção, preparação e

resposta às emergências químicas, também existem múltiplos desafios, como são:

✓ Que as autoridades de saúde considerem os CIAT como parte da

cadeia do setor nas ações de prevenção, preparação e resposta;

✓ Que os próprios centros da Região integrem este tema como uma

função importante a ser realizada e que sejam eliminados os

paradigmas preexistentes de que essa função cabe unicamente à

Defesa Civil ou ao Corpo de Bombeiros;

✓ A necessidade de recursos financeiros e humanos;

✓ Um trabalho mais integrado entre os Centros de Resposta Química e

os CIAT; e

✓ Que sejam desenvolvidos exercícios simulados com a participação de

todas as instituições envolvidas na resposta, incluindo os CIAT e os

centros de Resposta Química.

EMERGÊNCIAS QUÍMICAS: INTRODUÇÃO AO TEMA

Desastre é um evento que causa uma séria interrupção na rotina de uma

comunidade, ou de uma população, ocasiona um grande número de mortes, perdas e

impactos materiais, econômicos e ambientais, no qual a capacidade de resposta de

uma localidade afetada, empregando recursos próprios, é extrapolada.

Com frequência se descreve um desastre como o resultado da combinação da

exposição à uma ameaça, das condições de vulnerabilidade presentes e capacidade ou

meios insuficientes para reduzir ou enfrentar as possíveis consequências negativas. O

impacto dos desastres pode incluir mortes, lesões, enfermidades e outros efeitos

negativos no bem estar físico, mental e social humano, bem como danos à

propriedade, à destruição de bens, à perda de serviços, transtornos sociais e

econômicos e degradação ambiental. Esta é a definição da Estratégia Internacional

para la Reducción de Desastres de las Naciones Unidas (UNISDR) de 2009.

A resposta às emergências químicas também pode ser beneficiada pela

atuação de dois tipos de centros: Centros de Resposta Química e CIAT,

cuja atuação coordenada oferece suporte aos participantes da resposta.

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Outro conceito importante refere-se ao termo acidente químico definido pela

OPAS – Organização Panamericana da Saúde como uma sequência de eventos fortuitos

e não planejados, que resulta na liberação de uma ou mais substâncias químicas

perigosas para a saúde humana e/ou ao meio ambiente, a curto ou longo prazo. As

emergências químicas podem ser geradas a partir de eventos naturais ou, mais

frequentemente, a partir de eventos tecnológicos:

• Origem Natural - Ocorrência causada por fenômeno da natureza, cuja

maioria dos casos independe das intervenções do homem. Incluem-se

nesta categoria os terremotos, maremotos, furacões, etc.

• Origem Tecnológica - Ocorrência gerada por atividade desenvolvida

pelo homem, tais como os acidentes nucleares, vazamentos durante a

manipulação ou transporte de substâncias químicas, etc.

Embora estes dois tipos de ocorrências sejam independentes quanto às suas

origens (causas), em determinadas situações pode haver uma certa relação entre as

mesmas, como por exemplo uma forte tormenta que acarrete danos numa instalação

industrial. Neste caso, além dos danos diretos causados pelo fenômeno natural, pode-

se ter outras implicações decorrentes dos impactos causados nas instalações da

empresa atingida

Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir

para a ocorrência dos acidentes naturais, como por exemplo o uso e ocupação do solo

de forma desordenada pode vir a acelerar processos de deslizamentos de terra.

No entanto, os acidentes de origem natural, em sua grande maioria são de difícil

prevenção, razão pela qual diversos países do mundo, principalmente aqueles onde tais

fenômenos são mais constantes, têm investido em sistemas para o atendimento à

estas situações.

Já no caso dos acidentes de origem tecnológica, pode-se afirmar que a grande

maioria dos casos é previsível, razão pela qual há que se trabalhar principalmente na

prevenção destes episódios, sem esquecer obviamente da preparação e intervenção

quando da ocorrência dos mesmos.

Para efeito deste curso os termos: emergências químicas, acidentes químicos,

incidentes químicos e acidentes com produtos perigosos são equivalentes

As emergências químicas geram diversas consequências danosas à sociedade,

destacando-se:

✓ Perda de vidas humanas;

✓ Impactos ambientais;

✓ Danos à saúde da comunidade;

✓ Prejuízos econômicos;

✓ Danos psicológicos à população; e

✓ Desgaste da imagem da indústria e do governo.

Assim, para o adequado gerenciamento dos riscos associados às emergências

químicas, aplica-se perfeitamente o conceito de que o risco pode e deve ser diminuído

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e controlado atuando-se tanto na "probabilidade" da ocorrência de um evento

indesejado, como nas "consequências" geradas por este evento.

Na década de 80, as ações relacionadas com os acidentes industriais se

intensificaram, principalmente depois dos casos de Chernobyl, Cidade do México e

Bhopal, quando começaram a ser desenvolvidos diferentes programas contemplando

não somente os aspectos preventivos, mas também os de intervenção nas

emergências. Dentre estes programas pode-se destacar The Emergency Planning and

Community Right-to-Know Act; CAER - Community Awareness and Emergency

Response; APELL - Awareness and Preparedness for Emergency at Local Level e

International Metropolis Committee or Major Hazards, entre outros.

Serão apresentadas a seguir algumas linhas básicas para a identificação e

avaliação de riscos e para prevenção de emergências químicas, bem como para a

adoção de medidas, rápidas e eficientes, quando da ocorrência destes episódios.

Identificação e avaliação de riscos

O primeiro passo, tanto para a prevenção, como para uma intervenção eficiente,

deve ser a identificação e avaliação dos riscos a que uma região está exposta, de modo

que ações possam ser desenvolvidas para a redução destes riscos, seu gerenciamento

e planejamento de intervenções emergenciais.

No caso das emergências químicas deve-se desenvolver os trabalhos seguindo a

sequência abaixo, a qual obviamente pode ser adaptada às condições específicas de uma

determinada região:

✓ Levantamento estatístico de emergências químicas ocorridas na

região em estudo;

✓ Levantamento das atividades que manipulam substâncias químicas:

- indústria;

- comércio;

- terminais; e

- sistemas de transportes: rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo,

fluvial e por dutos.

✓ Caracterização das substâncias e respectivas quantidades;

✓ Identificação dos riscos e das possíveis consequências

causadas por eventuais emergências envolvendo as atividades e

produtos identificados; e

✓ Implantação de medidas para a redução dos acidentes e

gerenciamento de riscos.

Estas atividades, além de propiciarem resultados do ponto de vista preventivo

(redução e gerenciamento dos riscos), fornecerá informações de fundamental

importância para o planejamento de um sistema para atendimentos às emergências

químicas na região.

Dependendo da região a ser estudada, esta etapa pode ser bastante demorada e

complexa, razão pela qual é importante a criação de um Grupo de Trabalho,

envolvendo todos os segmentos da sociedade envolvidos com o assunto, de forma que

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os trabalhos possam ser agilizados e contemplem, de forma detalhada, os itens

anteriormente mencionados.

Planejamento de um sistema para atendimento a emergências químicas

Da mesma forma que na etapa anterior, o planejamento de um sistema para

atendimento às emergências químicas deve ser desenvolvido por grupo de trabalho

multidisciplinar que contemple os diversos segmentos da sociedade envolvidos com o

assunto, razão pela qual o grupo deve contar com especialistas das diferentes áreas

envolvidas.

Antes do início dos trabalhos para a elaboração de um sistema para o

atendimento às emergências químicas deverão ser identificados os diferentes sistemas

de emergência existentes na região, ou seja:

✓ Corpo de Bombeiros;

✓ Polícia;

✓ Meio ambiente; e

✓ Assistência médica; etc.

O sistema de emergência a ser elaborado e implantado deve contemplar as

peculiaridades da região e dos órgãos participantes; assim, deve-se procurar

aproveitar ao máximo as estruturas já existentes, adaptando-se quando necessário.

O sistema para atendimento a emergências químicas deve contemplar os

seguintes aspectos:

• Recursos Humanos - Especialistas nas diferentes áreas envolvidas

(defesa civil, médicos, meio ambiente, segurança, etc) e disponibilidade

de materiais e equipamentos em quantidades suficientes para atender às

possíveis emergências químicas previamente estudadas.

• Sistema de Comunicação - Definido o sistema para acionamento dos

órgãos, de acordo com o tipo e porte do acidente, deve-se implantar, ou

mesmo adaptar os sistemas existentes, de modo que, quando do

acionamento, também durante o atendimento aos acidentes, possam ser

estabelecidas as comunicações necessárias de forma rápida e com a

confiabilidade necessária.

O sistema de comunicação deve contemplar telefones (linhas discadas,

privadas e celulares), rádios e fac-símiles, entre outros.

• Rotinas Operacionais - Para cada uma das possíveis ocorrências

estudadas deverão ser definidas rotinas de procedimentos para atuar a

partir da definição de uma organização hierárquica durante a emergência,

bem como as funções a serem desempenhadas pelos diferentes órgãos

participantes e os recursos a serem mobilizados.

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• Treinamentos - A implantação do sistema de atendimento deverá ser

precedida por treinamentos de diferentes tipos e em diversos níveis para

todos os integrantes, dentre os quais pode-se destacar:

✓ treinamento de coordenadores;

✓ treinamento dos que atendem à emergência;

✓ treinamento de jornalistas; e

✓ treinamento da comunidade.

• Manutenção do Sistema - Periodicamente o sistema deverá ser

reavaliado, atualizado e aperfeiçoado, com base nas experiências vividas,

de forma que o mesmo mantenha o nível desejado do ponto de vista de

eficiência ao longo do tempo. Da mesma forma, é importante lembrar que

a realização de treinamentos periódicos contribui de forma significativa

para a manutenção de um sistema eficiente, razão pela qual deve-se

prever programas periódicos para a realização destes eventos.

• Considerações Gerais - Não se pode ignorar a possibilidade da

ocorrência de emergências químicas. No entanto, deve-se procurar reduzi-

las ao máximo, mediante o desenvolvimento das ações preventivas

adequadas.

Da mesma forma, é necessário o desencadeamento de ações corretivas

eficazes para a redução dos impactos causados ao meio ambiente, quando

da ocorrência dos acidentes.

Com base no anteriormente exposto, pode-se dizer que o gerenciamento

de emergências químicas passa por duas etapas distintas, para cada qual

cabem ações diferenciadas, conforme mostrado no quadro a seguir.

PREVENÇÃO

• IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

• AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DE SUAS CONSEQUÊNCIAS

• REDUÇÃO DOS RISCOS

• PLANO DE EMERGÊNCIA

• TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO

INTERVENÇÃO

• AVALIAÇÃO DO ACIDENTE

• ACIONAMENTO

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• MOBILIZAÇÃO

• ASSISTÊNCIA EMERGENCIAL

• RECUPERAÇÃO

• Prevenção - A prevenção às emergências químicas, bem como a

minimização dos seus impactos, só poderá ser realizada de forma eficaz

por meio da elaboração de um sistema adequado, que deverá ser

permanentemente atualizado e aperfeiçoado, tendo sempre como

objetivos:

✓ Preservar a vida humana;

✓ Evitar impactos significativos ao meio ambiente; e

✓ Evitar ou minimizar as perdas materiais.

Normalmente, seguintes as entidades ou setores atuam nas emergências

químicas: Defesa Civil, setor saúde, órgão de meio ambiente, Polícia,

Corpo de Bombeiros, prefeituras, órgão de trânsito e empresa poluidora.

Nas situações emergenciais deve-se procurar agir de forma coordenada

com a participação de todos os envolvidos, razão pela qual o

estabelecimento de planos específicos, associados a treinamentos

regulares, são importantes para o sucesso destas operações.

Essa forma coordenada de ação integrada normalmente contempla a

coordenação da Defesa Civil (ou de outra instituição que faça o seu

papel), à qual compete atuar com órgão facilitador para a mobilização de

recursos humanos e materiais. Em sendo assim, a resposta a uma

emergência química certamente será mais rápida e eficaz, diminuindo os

impactos socioambientais dos acidentes.

GERENCIAMENTO DE RISCO

Os estudos de análise de risco são considerados como importantes “ferramentas”

de gerenciamento, tanto sob o ponto de vista ambiental, como de segurança de

processo, uma vez que esses estudos fornecem, entre outros, os seguintes resultados:

✓ Conhecimento detalhado da instalação e de seus perigos;

✓ Avaliação dos possíveis danos às instalações, aos trabalhadores, à

população externa e ao meio ambiente; e

✓ Subsídios para a implementação de medidas para a redução e

gerenciamento dos riscos existentes na instalação.

Redução do Risco

Considerando que o risco é uma função da frequência de ocorrência dos

possíveis acidentes e dos danos (consequências) gerados por esses eventos

indesejados, a redução do risco numa instalação ou atividade perigosa pode ser

conseguida através da implementação de medidas, sobretudo físicas, que visem

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reduzir as frequências de ocorrência dos acidentes, bem como as suas respectivas

consequências, anterior ao acontecimento do evento.

• Processo de redução do risco

✓ Redução de frequências;

✓ Redução de consequências; e

✓ Redução do risco.

As ações voltadas para a Redução das Frequências de ocorrência de acidentes

normalmente envolvem melhorias tecnológicas nas instalações ou medidas relacionadas

com a confiabilidade de equipamentos. São exemplos de medidas preventivas:

• Melhoria da qualidade do sistema:

✓ Aumento da confiabilidade individual dos componentes; e

✓ Aperfeiçoamento da configuração do sistema.

• Aumento da disponibilidade dos sistemas de segurança:

✓ Revisão da frequência de inspeções nos equipamentos vitais,

essenciais e ordinários. As ações pertinentes à redução de

consequências só terão efeito na redução do risco se tomadas antes

do acontecimento do evento, como por exemplo, a redução do

inventário ou a troca da substância perigosa por outra de menor

poder.

As medidas relacionadas com a Redução de Consequências após o

acontecimento, não possuem totalmente um caráter preventivo, já que visam

minimizar os danos decorrentes de eventuais acidentes. A seguir estão apresentados

alguns exemplos dessas medidas:

• Redução de impactos

✓ Medidas para a contenção de vazamentos (diques e bacias de

contenção, sistemas de drenagem fechados, etc);

✓ L imitação dos danos resultantes de incêndios e explosões:

- eliminação de locais de confinamento de gases e vapores;

- sistemas de revestimento;

- sistemas de prevenção e combate ao fogo;

- reforço de estruturas;

- alteração da disposição de equipamentos e unidades

(distanciamento);

✓ Medidas de proteção da população exposta; e

✓ Plano de ação de emergência.

Programas de Gerenciamento de Risco (PGR)

Internacionalmente, o termo gerenciamento de risco é utilizado para

caracterizar o processo de identificação, avaliação e controle de risco. Porém, de modo

geral, o gerenciamento de risco pode ser definido como sendo a formulação e a

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implantação de medidas e procedimentos, técnicos e administrativos, que têm por

objetivo prevenir e controlar o risco, bem como manter uma instalação operando

dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de sua vida útil.

Assim, toda e qualquer empresa que desenvolva atividades que possam

acarretar em acidentes maiores devem estabelecer um Programa de Gerenciamento de

Risco (PGR).

Diversas instituições, como o American Petroleum Institute (API), a

Environmental Protection Agency (EPA) e a Occupational, Safety & Health

Administration (OSHA), têm implementado normas e procedimentos para o

desenvolvimento de programas de gerenciamento de risco em instalações consideradas

perigosas. Todos esses programas são muito semelhantes e têm por objetivo principal

prevenir a ocorrência de acidentes maiores.

O PGR deve antes de tudo, contar com o apoio da alta direção da empresa, uma

vez que deve fazer parte da política prevencionista da mesma, na qual todos os seus

funcionários devem ter as suas atribuições e responsabilidades muito bem definidas.

Assim, o PGR deve ter, entre outras, as seguintes características:

✓ Conter informações detalhadas dos perigos inerentes às

instalações e atividades da empresa; e

✓ Ser capaz de fornecer aos responsáveis pela sua implementação, os

dados e as informações necessárias para adoção das medidas para

o controle e gerenciamento do risco.

Como todo programa de grande porte a ser implementado numa empresa, o

PGR deve ser dimensionado de forma a atender os seguintes requisitos:

✓ A lcance gradativo dos objetivos propostos;

✓ F lexibilidade para se adaptar a alterações e imprevistos;

✓ Não deve, na medida do possível, influir de forma negativa na

atividade principal da empresa; e

✓ Integração entre as diversas unidades da empresa para que as

metas e objetivos traçados possam ser alcançados.

Assim, o sucesso no desenvolvimento e na implantação de um PGR está

intimamente ligado aos seguintes aspectos:

✓ apoio;

✓ documentação;

✓ conscientização;

✓ integração; e

✓ controle.

Independentemente dos aspectos relacionados com a prevenção de acidentes, o

PGR deve estar também devidamente integrado à política e estratégia financeira e

administrativa da empresa, uma vez que dos estudos de análise de risco podem ser

extraídos importantes subsídios para a política de seguros da empresa; pois,

identificados e quantificados os possíveis acidentes e seus respectivos danos e

perdas, torna-se possível a definição dos riscos a serem retidos pela própria empresa,

bem como aqueles que devem ser transferidos para seguros específicos.

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Embora as ações previstas no PGR devam contemplar todas as operações e

equipamentos, o programa deve considerar os aspectos críticos identificados no

estudo de análise de risco, de forma que sejam priorizadas as ações de gerenciamento

do risco, a partir de critérios estabelecidos com base nos cenários acidentais de maior

relevância.

O objetivo principal do PGR é a prevenção e mitigação de eventuais ocorrências

de acidentes maiores, sendo que cada elemento que tenha alguma relação direta ou

indireta com as atividades desenvolvidas na empresa, deve ser gerenciado, seja este

elemento um funcionário, um material ou um equipamento. De um modo geral, o PGR

deve, para cada um desses elementos, definir:

✓ o que deve ser feito?

✓ como deve ser feito?

✓ quando deve ser feito?

✓ quem faz?

✓ quem verifica?

O escopo do PGR deve contemplar as seguintes áreas:

✓ informações de segurança de processo e documentação;

✓ manutenção e garantia da integridade;

✓ procedimentos operacionais;

✓ capacitação de recursos humanos;

✓ gerenciamento de modificações;

✓ revisão da análise de risco;

✓ investigação de acidentes; e

✓ auditorias.

• Informações de Segurança de Processo e Documentação -O

desconhecimento do processo certamente levará à uma identificação e

caracterização dos perigos de forma inadequada.

Portanto, é de grande importância o pleno domínio das operações

envolvidas na instalação em estudo e a definição de parâmetros críticos

do processo, dados estes oriundos do estudo de análise de risco que

devem nortear as ações de segurança para a planta industrial.

Outro ponto importante diz respeito à não-conformidade de

equipamentos; muitas instalações, embora construídas dentro de normas e

padrões rígidos requerem alterações na sua montagem, o que, em muitas

oportunidades, acabam acarretando não- conformidades muitas vezes não

percebidas ou documentadas.

Outra deficiência quase sempre observada é a manutenção de desenhos de

tubulações e instrumentação (P & IDs) desatualizados, o que faz com que,

quando da necessidade de consulta a esses documentos, decisões erradas

sejam tomadas, podendo, consequentemente, induzir situações perigosas.

O sucesso na implementação de um PGR está intimamente relacionado

com as informações disponíveis e a sua respectiva documentação. Existem

muitos benefícios relacionados com o gerenciamento adequado de

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informações e com a manutenção permanente de toda a documentação

pertinente a uma instalação, entre os quais pode-se destacar:

✓ Preservação dos registros de projeto e especificação de materiais

e equipamentos, assegurando assim a continuidade das operações

com toda sua documentação atualizada, além de facilitar o

planejamento e a execução de serviços de manutenção;

✓ Facilitação do entendimento e da reavaliação das operações

relacionadas ao processo;

✓ Subsidiar a avaliação de mudanças, visando o aperfeiçoamento

das instalações e operações;

✓ Manutenção de um registro atualizado de trocas de equipamentos,

serviços de manutenção e de acidentes ocorridos nas instalações; e

✓ P roteção da empresa contra reclamações injustificadas e

negligências.

Essas informações do processo e documentações devem contemplar,

entre outros, os seguintes tipos de dados:

✓ F ichas de segurança e características dos produtos envolvidos no

processo;

✓ P lantas locacionais, de equipamentos e fluxogramas de processos

atualizados;

✓ P rocedimentos operacionais, de segurança e de manutenção;

✓ Especificação técnica de todos os materiais e equipamentos;

✓ Normas e procedimentos operacionais;

✓ Critérios para a tomada de decisões no gerenciamento de risco;

✓ Registro de acidentes; e

✓ Elementos de proteção.

É de fundamental importância que a política operacional, de segurança e

meio ambiente de uma empresa esteja fundamentada em dispositivos

legais, normas e procedimentos, com o objetivo de:

✓ P romover uma uniformidade das ações por todas as áreas e

funcionários;

✓ Aprimorar continuamente as atividades, com base na experiência

adquirida ao longo do tempo;

✓ Promover o desenvolvimento de ações através de consenso entre os

envolvidos; e

✓ Dar uma sustentação legal às ações da empresa.

As normas e procedimentos adotados devem contemplar dispositivos

internos e externos. As normas e dispositivos legais externos, em geral,

contemplam os seguintes aspectos:

✓ L eis, normas e critérios ambientais;

✓ Segurança e higiene industrial; e

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✓ Normas técnicas de instituições nacionais e internacionais,

como por exemplo: Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), American Society Of Mechanical Engineers (ASME),

International Organization for Standardization (ISO), American

Petroleum Institute (API) e National Fire Protection Association

(NFPA), entre outras.

Com relação às normas e procedimentos internos, estas normalmente

contemplam os seguintes aspectos:

✓ Procedimentos operacionais;

✓ Segurança;

✓ Resposta a emergências;

✓ Especificações de projetos;

✓ Caracterização de substâncias químicas; e

✓ Procedimentos de manutenção.

• Procedimentos operacionais - Os procedimentos operacionais, embora

na maioria das instalações sejam elaborados com os novos projetos,

raramente são atualizados. Tendo em vista que os operadores são

treinados e acumulam experiência na realização das operações, essa

necessidade decresce ao longo do tempo. Os procedimentos operacionais

servem como importantes instrumentos de treinamento e reciclagem, e só

por esta razão merecem ser atualizados.

A OSHA, no documento 29 CFR 1910 (Process Safety of Highly Hazardous

Chemicals), menciona que os procedimentos operacionais devem ser

revisados tão frequentemente quanto necessários, de forma a assegurar o

reflexo nas práticas operacionais rotineiras.

• Revisão da análise de risco - Os dados e as informações que norteiam

um PGR advêm dos estudos de análise de risco. Porém, ao longo do

tempo, esses estudos devem ser revisados e atualizados, uma vez que os

processos, materiais e equipamentos, ou mesmo a vizinhança ao redor da

instalação, têm suas características alteradas.

Assim, periodicamente, ou sempre que julgado necessário, os estudos de

análise de risco devem ser revistos para propiciar os subsídios

necessários para a atualização e o aperfeiçoamento do PGR e do plano

de ação de emergência.

• Investigação de acidentes - Os acidentes maiores, ou mesmo

ocorrências anormais sem maiores consequências, devem ser

investigados, para que as ações corretivas possam ser implementadas,

além das conclusões do processo de investigação servirem de base para a

prevenção de eventos futuros.

É desejável que as empresas mantenham sistemas de registro de

ocorrências, onde as informações relativas a esses casos fiquem

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armazenadas, de forma que ao longo do tempo dados estatísticos das

causas dos acidentes, ações corretivas adotadas e alterações de projetos

ou de procedimentos operacionais subsidiem ações e projetos futuros.

As ações implementadas devem ser amplamente divulgadas para todos os

funcionários envolvidos com o sistema ou equipamento sinistrado, de

modo que as medidas adotadas possam efetivamente surtir os efeitos

preventivos desejados.

• Auditorias - Como todo programa de grande porte numa empresa, o PGR

também requer um sistema de auditoria como forma de acompanhamento

e verificação da sua implementação.

Não é rara a existência de empresas que não dão a devida importância à

realização de auditorias, tanto internas, quanto externas, em temas como

investigação de acidentes e normas de segurança.

Embora órgãos como a OSHA e o API recomendem a realização de

auditorias para programas deste tipo em períodos variando entre três e

cinco anos, é necessário que um programa de auditoria interna esteja em

curso para assegurar que a implementação de um PGR seja efetiva.

Esse programa interno, normalmente, inclui pessoas de outras áreas da

unidade da empresa, podendo também contar a assessoria de

especialistas de outras instituições.

Plano de Ação de Emergência

Independentemente das ações preventivas previstas no PGR, um Plano de Ação

de Emergência (PAE) deve ser elaborado e considerado como parte integrante do

processo de gerenciamento de risco.

O PAE deve se basear nos resultados obtidos no estudo de análise e avaliação de

risco, quando realizado, e na legislação vigente, devendo também contemplar os

seguintes aspectos:

✓ Introdução;

✓ Estrutura do plano;

✓ Descrição das instalações envolvidas;

✓ Cenários acidentais considerados;

✓ Área de abrangência e limitações do plano;

✓ Estrutura organizacional, contemplando as atribuições e

responsabilidades dos envolvidos; e

✓ Fluxograma de acionamento.

- Ações de resposta às situações emergenciais compatíveis com os

cenários acidentais considerados, de acordo com os impactos

esperados e avaliados no estudo de análise de riscos, considerando

procedimentos de avaliação, controle emergencial (combate a

incêndios, isolamento, evacuação, controle de vazamentos, etc.) e

ações de recuperação;

- Recursos humanos e materiais;

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- Divulgação, implantação, integração com outras instituições e

manutenção do plano;

- Tipos e cronogramas de exercícios teóricos e práticos, de acordo

com os diferentes cenários acidentais estimados; e

- Documentos anexos: plantas de localização da instalação e

layout, incluindo a vizinhança sob risco, listas de acionamento

(internas e externas), listas de equipamentos, sistemas de

comunicação e alternativos de energia elétrica, relatórios, etc.

DESCONTAMINAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Os técnicos que estejam envolvidos no atendimento a acidentes envolvendo

produtos químicos perigosos podem se contaminar de diversas maneiras, tais como:

✓ Pelo contato com vapores, gases, névoas ou material particulado;

✓ Por respingos da substância química envolvida no acidente;

✓ Pelo contato direto com poças da substância;

✓ Pelo contato com solo contaminado; e

✓ Quando da manipulação de instrumentos ou de equipamentos

contaminados.

As roupas de proteção química e os equipamentos de proteção respiratória

ajudam a prevenir a contaminação do usuário. Boas práticas de trabalho também

ajudam a reduzir a contaminação de roupas, instrumentos e equipamentos. No entanto,

mesmo seguindo estas regras de segurança, poderá ocorrer a contaminação.

A descontaminação é um processo que consiste na remoção física dos

contaminantes, ou na alteração de sua natureza química para substâncias inócuas.

De acordo com os Limites de Toxicidade, por meio dos seus valores de DL-50 –

Dose Letal 50 , conforme mencionado no Capítulo 3 e mostrado na Tabela 4,

apresentados adiante, existem distintos procedimentos de descontaminação, a saber:

✓ Procedimentos para substâncias químicas com baixa toxicidade;

✓ Procedimentos para substâncias químicas com média toxicidade; e

✓ Procedimentos para substâncias químicas com alta toxicidade.

Procedimentos para Descontaminação

O procedimento de descontaminação mais comum é aquele utilizado para as

substâncias com baixa toxicidade, sendo que este poderá ser realizado quando do

retorno dos trabalhos de campo.

Já, para as demais substâncias químicas, a descontaminação deverá ser iniciada

ainda no local da ocorrência, podendo, ou não, ser dada a sua continuidade quando do

retorno dos trabalhos em campo. Os procedimentos de descontaminação para produtos

químicos com alta toxicidade podem requerer, inclusive, a destruição total das roupas

de proteção e dos equipamentos utilizados. Nos procedimentos de descontaminação,

o mais importante é a minuciosidade e não a velocidade.

✓ Todos os membros da equipe encarregada de realizar os trabalhos

de descontaminação deverão utilizar roupas de proteção e

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equipamentos de proteção respiratória, no mínimo um nível de

proteção abaixo dos níveis de proteção adotados por quem estiver

sendo descontaminado.

✓ Caso a descontaminação não puder ser realizada no local da

ocorrência, as roupas de proteção e os equipamentos portáteis de

detecção que tenham sido utilizados por quem estiver sendo

descontaminado deverão ser colocados em invólucros plásticos, para

posterior descontaminação em local apropriado.

✓ Todas as ferramentas, materiais e equipamentos diversos que

tenham sido utilizados no atendimento e tenham tido sido

contaminados, também deverão ser colocados em invólucros

plásticos para posterior descontaminação em local apropriado.

• Descontaminação de Substâncias Químicas com Baixa Toxicidade

I) Lavar toda a roupa com uma Solução fraca de Fosfato Trissódico (1% a

2%);

II) Enxaguar com água limpa;

III) Lavar os cilindros, as máscaras e os acessórios dos equipamentos de

proteção respiratória com uma Solução fraca de Fosfato Trissódico (1%

a 2%), tendo-se o cuidado de enxaguar, porém sem esfregar, as áreas

ao redor das válvulas;

IV) Enxaguar, novamente, todas as partes dos equipamentos com água

limpa;

V) Lavar as mãos e o rosto com água e sabão;

VI) Não fumar, não comer, não beber, nem tocar o rosto, antes de haver

completado todas as atividades previstas nas etapas anteriores.

Na Tabela 1, são apresentadas substâncias químicas com baixa toxicidade,

para as quais os procedimentos de descontaminação descritos neste

capítulo são normalmente adequados.

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Tabela 1 – Substâncias químicas com baixa toxicidade

Acetato de Butila Cloreto de Vinila

Acetato de Butila Clorofórmio

Acetona Cloropentano

Ácido Adípico Dissulfeto de Carbono

Ácido Cloroisocianúrico Etanoglicol

Ácido Oleico Etilenoglicol

Ácido Oxálico Etilmetilcetona

Álcool Etílico Formaldeído

Álcool Metílico Gasolina

Amônia Glicerina

Benzeno Hexilacril Metiletiléterato de Etila

Benzoato de Butila Óleo Diesel

Butadieno Óleo Lubrificante

Ciclohexano Óleo Pesado

Cloreto de Amônio

• Descontaminação de Substâncias Químicas com Média Toxicidade -

Os procedimentos de descontaminação dessas substâncias podem ser

realizados:

✓ No local da ocorrência; e

✓ Em local apropriado.

Descontaminação no Local da Ocorrência

I) Lavar as roupas de proteção e os equipamentos de proteção

respiratória com água limpa;

II) Após a lavagem, remover as roupas de proteção e os equipamentos de

proteção respiratória e colocá-los em invólucros plásticos, para o

transporte;

III) Não fumar, não comer, não beber nem tocar o rosto, antes de haver

completado todas as atividades previstas nas etapas anteriores.

✓ Todos os membros da equipe encarregada de realizar os trabalhos

de descontaminação deverão utilizar roupas de proteção e

equipamentos de proteção respiratória, no mínimo um nível de

proteção abaixo dos níveis de proteção adotados por quem estiver

sendo descontaminado.

✓ Caso a descontaminação não puder ser realizada no local da

ocorrência, as roupas e os equipamentos portáteis de detecção, que

tenham sido utilizados por quem estiver sendo descontaminado,

deverão ser colocados em invólucros plásticos para posterior

descontaminação em local apropriado.

✓ Todas as ferramentas, materiais e equipamentos diversos que

tenham sido utilizados no atendimento e tenham tido qualquer

contato com a substância química, também deverão ser colocados

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em invólucros plásticos para posterior descontaminação em local

apropriado.

Descontaminação em Local Apropriado

I) Lavar e esfregar todos os equipamentos de proteção individual, tais

como luvas, botas e roupas de proteção;

II) Enxaguá-los com água limpa;

III) Lavar e esfregar os equipamentos de proteção respiratória;

IV) Enxaguá-los com água limpa;

V) Remover e lavar todas as roupas que tenham sido utilizadas sob as

roupas de proteção;

VI) Banhar-se com água e sabão, esfregando bem todo o corpo;

VII) Ter especial cuidado para as áreas ao redor da boca e das fossas

nasais e debaixo das unhas;

VIII) Não fumar, não beber, não comer, não tocar o rosto nem urinar,

antes de haver completado todas as atividades previstas nas etapas

anteriores.

Na Tabela 2, são apresentados exemplos de substâncias químicas com

média toxicidade, para as quais os procedimentos de descontaminação

descritos neste capítulo são normalmente adequados.

Tabela 2 – Substâncias químicas com média toxicidade

1,1,2 – Tricloroetano Cumeno Nitrometano

1,4 – Dioxano Dicloreto de Etileno Oleum

Acetaldeído Diisoprorilamina Óxido de Etileno

Ácido Clorídrico Etilamina Paraldeído

Ácido Perclórico Etilenoimina Pentaclorofenol

Acrilato de Etila Flúor Pentassulfeto de Fósforo

Acroleína Fluoreto de Hidrogênio Peróxido de Hidrogênio

Álcool Alílico Fosfina Piridina

Anilina Hidreto de Lítio Praguicidas, líquidos e sólidos

Brometo de Metila Hidrossulfito de Sódio Sulfato de Dietila

Bromo Hidróxido de Sódio Sulfato de Dimetila

Cianeto de Mercúrio Isopropilamina Sulfeto de Dimetila

Ciclohexanol Lítio Sulfeto de Hidrogênio

Ciclohexano Metilamina Sulfeto de Potássio

Ciclopentano Metilnaftaleno Tetracarbonila de Níquel

Clorato de Potássio Metilparation Toluidina

Cloreto de Bromo Nitrato de Estrôncio Trisulfato de Arsênio

Cloreto de Etila Nitrato de Sódio Vinil-Éter

Cloreto de Metila Nitrobenzeno Xilidina

Cloro Nitrofenol Zinco Dietílico

Cloronitrobenzano Nitroglicerina

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• Descontaminação de Substâncias Químicas com Alta Toxicidade -

Os procedimentos de descontaminação dessas substâncias podem ser

realizados:

✓ No local da ocorrência; e

✓ Em local apropriado.

Descontaminação no Local da Ocorrência

I) Lavar as roupas de proteção e os equipamentos de proteção

respiratória com água limpa;

II) Após a lavagem, remover as roupas de proteção e os equipamentos de

proteção respiratória e colocá-los em invólucros plásticos para o

transporte;

III) Não fumar, não comer, não beber nem tocar o rosto, antes de haver

completado todas as atividades previstas nas etapas anteriores.

Descontaminação em Local Apropriado

I) Lavar e esfregar todos os equipamentos de proteção individual, tais

como luvas, botas e roupas de proteção;

II) Enxaguá-los com água limpa;

III) Lavar e esfregar os equipamentos de proteção respiratória;

IV) Enxaguá-los com água limpa;

V) Remover e lavar todas as roupas que tenham sido utilizadas sob as

roupas de proteção;

VI) Banhar-se com água e sabão, esfregando bem todo o corpo;

VII) Ter especial cuidado para as áreas ao redor da boca, das fossas

nasais e debaixo das unhas;

VIII) Não fumar, não beber, não comer, não tocar o rosto nem urinar,

antes de haver completado todas as atividades previstas nas etapas

anteriores; e

IX) Procurar atendimento médico, informando-o sobre o produto envolvido

não corrência.

Ao chegar ao local de trabalho, todos os invólucros plásticos contendo os

materiais contaminados deverão ser colocados em uma área isolada e ao

ar livre, para impedir o contato de outras pessoas com os mesmos.

Na Tabela 3, são apresentados exemplos de substâncias químicas com alta

toxicidade, para as quais os procedimentos de descontaminação descritos

neste capítulo são normalmente adequados.

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Tabela 3 – Substâncias químicas com alta toxicidade

Acrilonitrila Adiponitrila

Aldrin Alilamina

Arsina Cianeto de Hidrogênio

Cianogênio Cloropicrina

di-Brometo de Etileno 2,4 – Diisocianato de Tolueno

Dioxina Fósforo

Fosgênio Metilhidrazina

Nitrato de Urânio penta-Borano

penta-Sulfeto de Antimônio tetra-Etileno de Chumbo

tetra-Metileno de Chumbo tetra-Óxido de Nitrogênio

RECOMENDAÇÕES

Nos casos em que houver a necessidade de ser realizada a substituição dos

cilindros de ar, as pessoas encarregadas de substituir os cilindros e de descontaminá-

los, deverão usar roupa de proteção e equipamento de proteção respiratória, devendo

ser realizadas as seguintes etapas:

✓ Lavar o cilindro de ar com água limpa, antes do mesmo ser

removido; e

✓ Colocar o cilindro removido e lavado em um invólucro plástico para o

transporte e a sua posterior descontaminação em local apropriado.

Outro aspecto importante, diz respeito à descontaminação de equipamentos que

tenham sido utilizados nos atendimentos envolvendo substâncias químicas.

Sempre que for possível, deverão ser adotadas ações apropriadas, de modo a

prevenir a contaminação dos equipamentos portáteis de detecção e de coleta de

amostras.

Os equipamentos portáteis de detecção, normalmente, não são contaminados, a

menos que recebam respingos das substâncias químicas; porém, uma vez

contaminados, torna-se muito difícil limpá-los, sem danificá-los. Qualquer instrumento

delicado que não possa ser facilmente descontaminado deve ser protegido durante o

seu uso. Os equipamentos, então, podem ser envolvidos em sacos plásticos, dotados de

algumas pequenas aberturas, de forma a permitir a ventilação do equipamento e

facilitar a realização das medições necessárias.

Os equipamentos e materiais de madeira são difíceis de descontaminar, uma vez

que os mesmos absorvem substâncias químicas. Dessa forma, os mesmos deverão ser

mantidos no local e manuseados por técnicos que estejam utilizando equipamentos de

proteção individual adequados. Ao final do atendimento, esses equipamentos e

materiais de madeira deverão ser descartados.

Os veículos utilizados nos atendimentos, tais como caminhões, pás-carregadeiras

e outros equipamentos pesados são de difícil descontaminação. Normalmente, os

métodos de descontaminação mais utilizados consistem, basicamente, em se lavar o

veículo com água pressurizada ou esfregar as áreas acessíveis com uma solução de

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detergente e água sob pressão. Especial cuidado deverá ser dado aos pneus, às esteiras

e às pás dos veículos. As pessoas encarregadas da descontaminação desses

equipamentos deverão estar adequadamente protegidas, pois o método de

descontaminação empregado pode gerar misturas e aerossóis contaminantes.

As soluções de lavagem e de limpeza deverão ser armazenadas, por exemplo, em

uma bacia grande ou em uma piscina pequena. Posteriormente, essas soluções deverão

ser transferidas para tambores, os quais, por sua vez, deverão ser rotulados

adequadamente e enviados para tratamento ou disposição final adequada.

Quanto às substâncias químicas que não se encontram listadas nos

procedimentos aqui apresentados, as mesmas poderão ser classificadas quanto à sua

toxicidade, por meio do seu valor de DL50 - Dose Letal 50, a qual representa a dose

capaz de matar 50% da espécie testada, a saber:

✓ Substâncias químicas de alta toxicidade: aquelas substâncias

químicas cujo DL 50 Oral seja menor que 50 mg/kg ;

✓ Substâncias químicas de média toxicidade: aquelas substâncias

químicas cujo DL50 Oral seja de 50 mg/kg a 5 g/kg ;

✓ Substâncias químicas de baixa toxicidade: aquelas substâncias

químicas cujo DL50 Oral seja maior que 5 g/kg .

Na Tabela 4 são apresentadas Faixas de DL50 Oral, para ratos, e Faixas de

Dose Letal Provável, para o homem.

Tabela 4 – Faixas de “DL 50 oral, para ratos” e de “dose letal

provável, para o homem”

DL oral, para ratos (mg/kg) Dose Letal Provável, para o

homem

< 1 Algumas gotas

De 1 a 50 Uma colher de chá

De 50 a 500 30 g ou 30 ml

De 500 a 5.000 500 g ou 500 ml

De 5.000 a 15.000 1 kg ou 1 litro

> 15.000 > 1 kg ou l litro

Fonte: Prof. Dr. Anthony Wong

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DESCONTAMINAÇÃO EM CAMPO

Os procedimentos de descontaminação em campo dependem dos seguintes

fatores:

✓ Planejamento inicial;

✓ Proteção para a equipe de descontaminação;

✓ Extensão da descontaminação;

✓ Eficácia da descontaminação;

✓ Equipamentos;

✓ Soluções para descontaminação; e

✓ Estabelecimento de procedimentos.

Planejamento Inicial

No plano de descontaminação inicial assume-se que todas as pessoas e

equipamentos que deixaram o local do acidente encontram-se extremamente

contaminados. O sistema de trabalho é, então, estabelecido para a descontaminação,

por meio da lavagem e limpeza, pelo menos uma vez, de todas as roupas de proteção

que tenham sido utilizadas na operação.

Para tal, é estabelecido um corredor, denominado Corredor de Redução de

Contaminação e também conhecido por CRC, cuja extensão dependerá do número de

estações que forem necessárias para a completa descontaminação dos envolvidos,

número esse que variará de acordo com os tipos de roupa de proteção que foram

utilizadas e com o espaço disponível no local.

Os trabalhos iniciam-se na primeira estação, com a descontaminação do

equipamento de proteção que estiver mais contaminado – geralmente, são as luvas e as

botas – e avançam até a última estação, com a descontaminação do equipamento que

estiver menos contaminado.

Desta forma, a contaminação vai diminuindo à medida que a pessoa se

movimenta de uma estação para a outra mais à frente, sendo que cada procedimento

requer uma estação própria.

Corredor de Redução de Contaminação

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Dentro do CRC, todas as áreas distintas, de descontaminação dos técnicos, dos

equipamentos portáteis de detecção, das roupas removidas e demais equipamentos e

materiais, devem ser demarcadas com placas, indicando os procedimentos a serem

realizados em cada uma das estações e também para orientação da equipe a ser

descontaminada, sendo que o espaçamento entre cada uma das estações de

descontaminação deve ser, no mínimo, de 1 metro.

O plano inicial de descontaminação poderá ser modificado eliminando-se estações

que forem desnecessárias, ou mesmo, poderá ser adaptado para as condições locais.

Por exemplo, o plano inicial requer a lavagem e a limpeza completa das roupas de

proteção, no entanto, se forem utilizadas luvas, botas e roupas de proteção, todas

descartáveis, as etapas de lavagem e de limpeza desses materiais poderão ser

omitidas. Assim, todas as ações que são realizadas no CRC são limitadas pelas ações

que devem ser executadas em cada estação.

Proteção para a Equipe de Descontaminação

Os equipamentos de proteção individual a serem utilizados pela equipe de

descontaminação dependem do nível de proteção requerido, o qual é determinado por

alguns fatores, tais como:

✓ Expectativa de contaminação dos técnicos;

✓ Contaminação visível dos técnicos;

✓ O tipo da substância química contaminante;

✓ Os riscos oferecidos pela substância química contaminante à pele e

ao sistema respiratório;

✓ Os materiais particulados e os vapores orgânicos e inorgânicos

presentes na área do CRC; e

✓ As concentrações desses gases e vapores.

Conforme já mencionado, a equipe encarregada de realizar os trabalhos de

descontaminação deverá utilizar roupas de proteção e equipamentos de proteção

respiratória, no mínimo, um nível de proteção abaixo dos níveis de proteção adotados

por quem estiver sendo descontaminado.

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Extensão da Descontaminação

Os procedimentos de descontaminação podem ser extensos, em razão dos

seguintes fatores:

✓ Modificação do plano inicial;

✓ Tipo da substância química contaminante;

✓ Intensidade da contaminação;

✓ Níveis de proteção requeridos e tipos das roupas utilizadas;

✓ Atividades realizadas;

✓ Áreas de contaminação nas roupas de proteção; e

✓ Motivos para se deixar o local do acidente.

• Modificação do Plano Inicial - O plano de descontaminação inicial deve,

obrigatoriamente, ser adaptado às condições encontradas no local do

acidente. Essas condições podem requerer mais ou menos

descontaminação que o inicialmente planejado e, também, dependerá de

uma série de fatores, alguns dos quais são destacados a seguir.

• Tipo da Substância Química Contaminante - A extensão da

descontaminação depende do efeito que a substância contaminante

apresenta para o corpo humano, sendo que os contaminantes não

apresentam o mesmo grau de toxicidade ou outro perigo associado.

✓ Nas situações onde exista a suspeita ou o conhecimento de que os

técnicos envolvidos no atendimento poderão ser contaminados, é

necessária a adoção de procedimentos para a sua completa

descontaminação. Se substâncias químicas menos perigosas

estiverem envolvidas, os procedimentos de descontaminação podem

ser adotados em um nível menor.

• Intensidade da Contaminação - A intensidade da contaminação das

roupas de proteção ou de outros objetos e equipamentos, normalmente, é

determinada visualmente. Se, na inspeção visual, for constatada uma

intensa contaminação, certamente uma descontaminação minuciosa será

Equipe de descontaminação

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necessária. Se uma grande quantidade de contaminante permanecer nas

roupas de proteção, por um longo período, o mesmo poderá infiltrar na

roupa, ou seja, permear no tecido ou mesmo danificá-lo.

• Níveis de Proteção Requeridos e Tipos das Roupas Utilizadas - Os

níveis de proteção e os tipos das roupas de proteção utilizadas

determinam, em um primeiro momento, o esquema da linha de

descontaminação. Cada nível de proteção requerido apresenta diferentes

problemas na descontaminação dos equipamentos.

• Atividades Realizadas - O trabalho que cada técnico executa no

atendimento determina o potencial de sua exposição às substâncias

químicas. Assim, as atividades indicam o esquema da linha de

descontaminação. Por exemplo, fotógrafos, coletores de amostras e

operadores de equipamentos, bem como outras pessoas que estejam

presentes na zona de exclusão executando tarefas que não os coloquem

em contato com os contaminantes, podem não necessitar de lavagem e

limpeza das suas roupas. Diferentes linhas de descontaminação podem ser

estabelecidas para as diferentes funções, bem como determinadas

estações podem ser omitidas no corredor de redução de descontaminação.

• Áreas de Contaminação nas Roupas de Proteção - A contaminação

das áreas superiores das roupas de proteção representa um risco maior,

uma vez que pode ocorrer a inalação de concentrações perigosas de

compostos orgânicos voláteis, tanto pelos técnicos que as utilizaram como

pela equipe que realiza a descontaminação.

• Motivos para se Deixar o Local do Acidente - Os diferentes motivos

para se deixar o local do acidente também determinam a necessidade e a

extensão da descontaminação. Por exemplo, um técnico que saiu da zona

de exclusão para receber ou entregar equipamentos portáteis de detecção,

ferramentas ou outros instrumentos e, de imediato, retornou àquele local,

pode não necessitar de descontaminação.

Já um técnico que saiu da zona de exclusão para substituir o cilindro de ar,

ou para trocar uma máscara ou um filtro de proteção, necessitará de

algum grau de descontaminação.

As idas e vindas individuais ao CRC para uma pausa nos trabalhos,

refeições ou ao término das atividades no final do dia, necessitam,

obrigatoriamente, de uma minuciosa descontaminação.

Eficácia da Descontaminação

Não existe nenhum método para, imediatamente, se determinar quão eficaz e

efetiva será a descontaminação. Alterações da cor, manchas, danos provocados pela

corrosão e a presença de substâncias químicas ainda aderidas à superfície de

equipamentos e de objetos, são indicativos de que os contaminantes não foram

totalmente removidos dos equipamentos em descontaminação.

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No entanto, a observação visual indica apenas a contaminação superficial e não a

permeação e a absorção pelas roupas, ferramentas e equipamentos, sendo que muitos

contaminantes não são facilmente notados. Um método simples para se determinar a

eficácia da descontaminação é o teste de limpeza, no qual, retalhos de tecidos e/ou de

papel são esfregados nos equipamentos e nos objetos suspeitos de estarem

contaminados e, a seguir, são analisados em laboratório.

Equipamentos

Os equipamentos, materiais e acessórios para descontaminação, geralmente, são

selecionados de acordo com a sua disponibilidade.

Outras considerações, tais como o fácil manuseio dos equipamentos, também

devem ser observadas. Por exemplo, escovas de cabo longo e escovas de cerdas macias

podem ser utilizadas na remoção dos contaminantes; baldes, regadores e borrifadores

com água podem ser utilizados para lavar e enxaguar os equipamentos. Piscinas

infantis podem ser utilizadas para receber as águas de lavagem; e, sacos plásticos e

sacos de lixo podem receber roupas e equipamentos contaminados.

Soluções para Descontaminação

Os equipamentos de proteção individual, as

ferramentas e os demais equipamentos contaminados,

normalmente são limpos e descontaminados com água

e/ou com um produto detergente e com escovas de

cabos longos e cerdas macias, enxaguando-se

posteriormente com água limpa. Uma vez que este

processo pode não ser completamente eficiente na

remoção de alguns contaminantes, em alguns casos, a

substância química contaminante pode reagir com a

água. Assim, uma boa opção é utilizar soluções

químicas, como descontaminante; porém, isso requer

que a substância contaminante seja identificada, sendo que a solução de

descontaminação apropriada deve, obrigatoriamente, ser selecionada e escolhida com a

ajuda de um profissional de Química.

Estabelecimento de Procedimentos

Uma vez que os procedimentos de descontaminação tenham sido estabelecidos,

todas as pessoas que necessitarem ser descontaminadas deverão receber instruções

precisas de como proceder em cada estação de descontaminação. É recomendável que

painéis sejam colocados em cada estação, informando as atividades que ali deverão ser

realizadas. O tempo para a descontaminação também deve ser estimado, com

antecedência. As pessoas que estejam utilizando máscaras autônomas devem deixar as

áreas de trabalho com ar suficiente nos cilindros, de forma a poderem chegar ao CRC e,

ali, passarem por todas as etapas de descontaminação.

Soluções

descontaminantes

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PROCEDIMENTOS DE DESCONTAMINAÇÃO EM CAMPO

Os procedimentos de descontaminação em campo devem ser adaptados às

condições encontradas no local do acidente e devem ser realizados, conforme previsto

no plano inicial estabelecido.

Procedimentos de Descontaminação

Conforme já mencionado, os encarregados dos trabalhos de descontaminação

deverão utilizar roupas de proteção e equipamentos de proteção respiratória, no

mínimo, um nível de proteção abaixo dos níveis de proteção adotados por quem estiver

sendo descontaminado.

Os procedimentos de descontaminação, basicamente, são os seguintes:

• Estação 1: Entrega e Separação dos Equipamentos Utilizados

✓ Procedimentos: receber os equipamentos utilizados, tais como

equipamentos de detecção ferramentas, materiais de coleta e

rádios, separá-los e depositá-los em invólucros plásticos.

✓ Equipamentos necessários: recipientes de vários tamanhos;

invólucros plásticos.

• Estação 2: Lavagem e Enxágue das Luvas Externas e das Botas

✓ Procedimentos: esfregar as botas e as luvas externas, com a

solução de descontaminação ou detergente com água; enxaguar

com água.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 80

litros a 110 litros; solução de descontaminação ou detergente; duas

ou três escovas de cabo longo; duas ou três escovas de cerdas

macias; água limpa.

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• Estação 3: Lavagem e Enxágue da Roupa de Proteção e do Conjunto

Autônomo

✓ Procedimentos: proteger as válvulas da máscara autônoma, para

evitar o seu contato com a água, embrulhando partes do conjunto

de proteção respiratória em um involucro plástico; lavar a roupa de

proteção e a máscara autônoma, esfregando-as, com escovas de

cabo longo ou escovas de cerdas macias; utilizar grande volume de

solução de descontaminação ou detergente com água; lavar o

cilindro de ar com esponjas ou panos; enxaguar com água.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 110

litros a 180 litros; solução de descontaminação ou detergente com

água; duas ou três escovas de cabo longo; duas ou três escovas de

cerdas macias; baldes pequenos; esponjas ou panos; água limpa.

• Estação 4: Remoção do Cilindro de Ar, Sem Retirar a Máscara de

Proteção

✓ Procedimentos: desconectar a traqueia e fechar o cilindro;

permanecer com a máscara fixada ao rosto; remover o restante do

equipamento e colocá-lo em um recipiente adequado.

✓ Equipamentos necessários: invólucros plásticos ou bacias

grandes.

• Estação 5: Remoção das Botas de Proteção

✓ Procedimentos: remover as botas e depositá-las em um invólucro

plástico.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 110

litros a 180 litros; invólucros plásticos; bancos.

• Estação 6: Remoção da Roupa de Proteção

✓ Procedimentos: remover a roupa de proteção e colocá-la em um

invólucro plástico.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 110

litros a 180 litros; invólucros plásticos; bancos.

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• Estação 7: Remoção das Luvas de Proteção Externas

✓ Procedimentos: remover as luvas externas e depositá-las em um

invólucro plástico.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 80

litros a 110 litros; invólucros plásticos.

• Estação 8: Lavagem, Enxágue e Remoção das Luvas de Proteção

Internas

✓ Procedimentos: lavar com a solução de descontaminação ou

detergente com água; repetir esta ação, tantas vezes quantas forem

necessárias; enxaguar com água limpa.

✓ Equipamentos necessários: bacia; solução de descontaminação

ou detergente com água; balde; mesa; invólucros plásticos; água

limpa.

• Estação 9: Remoção da Máscara de Proteção

✓ Procedimentos: remover a máscara de proteção e colocá-la em um

invólucro plástico; evitar o contato com o rosto da pessoa que

estiver sendo descontaminada.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 110

litros a 180 litros; invólucros plásticos.

• Estação 10: Remoção das Roupas Internas

✓ Procedimentos: remover as roupas internas e colocá-las em um

invólucro plástico; observar que essas roupas internas devem ser

removidas, o quanto antes possível, uma vez que existe a

possibilidade de que uma pequena quantidade da substância química

contaminante possa ter contaminado as roupas internas, durante a

remoção da roupa de proteção.

✓ Equipamentos necessários: recipientes com capacidade para 110

litros a 180 litros; invólucros plásticos.

• Estação 11: Lavagem do Corpo

✓ Procedimentos: tomar banho, caso os contaminantes envolvidos

forem altamente tóxicos, corrosivos ou capazes de serem absorvidos

pela pele; não sendo possível o banho completo, lavar as mãos, os

braços, o rosto, as pernas e os pés.

✓ Equipamentos necessários: água; sabão; chuveiro; balde ou

bacia; toalhas; bancos; mesa.

• Estação 12: Vestimento de Roupas Limpas e Calçados

✓ Procedimentos: vestir roupas limpas e calçados

✓ Equipamentos necessários: mesas; cadeiras; armários; roupas

limpas; calçados; considerar que um veículo, preferencialmente um

furgão, possa ser necessário para essa etapa.

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Vítimas do Acidente

Doença Ocupacional (Vitiligo)

ACIDENTES COM VÍTIMAS

(03/12/84 - Bhopal, Índia 4000 mortes, 200.000 intoxicados)

(Vitiligo Ocupacional causado pelo monobentil éter de hidroquinona - MBEH)

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(Dermatite alérgica de contato em pedreiro polissensiblizado a cromato,

aceleradores de borracha e tópicos (sulfa, furacin e prometazina).

Dermatite

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• ABNT/NBR 14.276:2006 - Brigada de Incêndio- Requisitos.

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• ABNT/NBR 15.219:2005 - Plano de Emergência Contra Incêndio.

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