CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA CLÍNICA

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  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    ESCOLA DE SADE PBLICA DO CEAR

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

    EDUARDO FROTA OLIVEIRA

    PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MDICOS:

    NOES DE BOAS PRTICAS DE GERENCIAMENTO DE

    EQUIPAMENTOS E ACREDITAO HOSPITALAR

    FORTALEZA2009

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    EDUARDO FROTA OLIVEIRA

    PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MDICOS:

    NOES DE BOAS PRTICAS DE GERENCIAMENTO DE

    EQUIPAMENTOS E ACREDITAO HOSPITALAR

    Monografia submetida Escola de SadePblica do Cear como parte dos requisitospara a concluso do Curso de Especializaoem Engenharia Clnica.

    Orientadora:

    Dra. Lria Rosane Holsbach

    FORTALEZA2009

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    EDUARDO FROTA OLIVEIRA

    PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MDICOS:

    NOES DE BOAS PRTICAS DE GERENCIAMENTO DE

    EQUIPAMENTOS E ACREDITAO HOSPITALAR

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICAESCOLA DE SADE PBLICA DO CEAR

    Aprovado em 28/02/2009

    Banca Examinadora:

    Prof. Dra. Lria Rosane HolsbachSanta Casa de Misericrdia de Porto Alegre

    _________________________________________

    Prof. Dra. Mnica Castelo Guimares Albuquerque

    Universidade Federal do Cear

    _________________________________________

    Prof. Msc. Vldia Barbosa Sobreira

    Universidade de Fortaleza

    _________________________________________

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    DEDICATRIA

    Aos colegas e amigos concludentes do primeiro curso de Especializao em

    Engenharia Clnica do Estado do Cear.

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    AGRADECIMENTOS

    minha famlia e namorada pelo eterno apoio e incentivo.

    A todos os colaboradores da Escola de Sade Pblica do Cear e aos colegas

    alunos do curso que tornaram possvel a realizao deste curso no Estado do Cear,

    em especial Dra. Lria Holsbach pelo incentivo turma e pelo incessante

    empenho em disseminar a Engenharia Clnica no pas.

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    RESUMO

    Com o objetivo de garantir a rastreabilidade, qualidade, eficcia e segurana

    em servios de sade envolvendo a tecnologia biomdica, o Ministrio da Sade,

    por meio da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, vem buscando uma maneira

    de nortear os estabelecimentos assistenciais de sade quanto ao gerenciamento

    dos equipamentos mdico-hospitalares e poder passar a exigir que sejam

    atendidos requisitos gerais de Boas Prticas para o gerenciamento de equipamentos

    de sade em servios de sade. Este trabalho apresenta os principais conceitos

    relacionados ao gerenciamento da tecnologia mdico-hospitalar, bem como os

    requisitos mnimos relacionados s atividades destinadas gesto do parque

    tecnolgico de equipamentos mdico-hospitalares, necessrios para a acreditao

    hospitalar e os requisitos gerais de boas prticas para o gerenciamento de

    equipamentos de sade em servios de sade. Para atender os requisitos

    apresentados, este trabalho apresenta as etapas de elaborao de um programa de

    gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares com base na norma tcnica

    ANSI/AAMI EQ56:1999, onde buscou-se atender os itens de orientao para

    acreditao hospitalar da Organizao Nacional de Acreditao bem como atender

    os requisitos mnimos s boas prticas de gerenciamento de produtos para a sade

    apresentados no anexo III do regulamento tcnico da minuta de RDC presente na

    consulta pblica n70 de 2007 da Anvisa.

    Palavras-chave: Engenharia Clnica. Programa de Gerenciamento. BoasPrticas.

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    ABSTRACT

    With the objective of guarantee the tracking efficiency, quality, efficiency and

    security in the health care organizations involving the biomedical technology, the

    Ministry of Health, with the National Agency of Sanitary Surveillance (Anvisa), is

    searching a way to direct the health care organizations about medical equipment

    management and will can start to demand that general requirements of good

    practices to the medical equipment management in health care organizations. This

    work presents the main related concepts to the medical technology management, as

    well the related minimum requirements to the activities destined to the management

    of the technological park of medical equipments necessary for the hospital

    Accreditation and the general requirements of good practices to the medical

    equipment management in health care organizations. To fulfill the presented

    requirements, this work presents the stages of elaboration for a medical equipment

    management program on the basis of the technical standard ANSI/AAMI EQ56:1999,

    where searched to fulfill the orientation items to hospital accreditation of the National

    Organization of Accreditation (ONA) as well to fulfill the minimum requirements to the

    good practices to health products management presented in annex III of the technical

    regulation in the RDC draft present in the public consultation n 70 of 2007 of the

    Anvisa.

    Keywords:Clinical Engineering. Management Program. Good Practices.

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Anvisa Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

    MS Ministrio da Sade

    RDC Resoluo de Diretoria Colegiada

    EAS Estabelecimento Assistencial de Sade

    ONA Organizao Nacional de Acreditao

    PGEMH Programa de Gerenciamento de Equipamentos Mdico-Hospitalares

    AAMI Association for the Advancement of Medical Instrumentation

    ANSI American National Standards Institute

    CP Consulta Pblica

    GTMH Gerenciamento da Tecnologia Mdico-Hospitalar

    ACCE American College of Clinical Engineering

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    SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................... 101.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 151.2 OBJETIVOGERAL ............................................................................................ 151.3 OBJETIVOSESPECFICOS .............................................................................. 161.4 ESTRUTURA ..................................................................................................... 162 REVISO DA LITERATURA .............................................................. 182.1 GERENCIAMENTO DA TECNOLOGIA MDICO-HOSPITALAR E A

    ENGENHARIACLNICA .................................................................................... 182.2 OENGENHEIROCLNICO ................................................................................ 192.3 BOASPRTICASDEGERENCIAMENTODEEQUIPAMENTOSMDICO-

    HOSPITALARESEAANVISA ........................................................................... 202.4 ACREDITAOHOSPITALAREAONA .......................................................... 212.5 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MDICO-

    HOSPITALARES ............................................................................................... 23

    3 METODOLOGIA ................................................................................. 25

    4 ANLISE DOS DADOS ...................................................................... 264.1 REQUISITOS DE BOAS PRTICAS PARA O GERENCIAMENTO DE

    EQUIPAMENTOSDESADE ........................................................................... 264.1.1 Organizao .................................................................................................. 264.1.2 Infra-estrutura ............................................................................................... 274.1.3 Gesto da Informao .................................................................................. 274.1.4 Planejamento e seleo ............................................................................... 274.1.5 Aquisio ....................................................................................................... 284.1.6 Recebimento ................................................................................................. 284.1.7 Inventrio e Registro histrico .................................................................... 294.1.8 Armazenamento ............................................................................................ 304.1.9 Transferncia de equipamentos de sade ................................................. 304.1.10 Instalao dos equipamentos de sade ..................................................... 304.1.11Uso ................................................................................................................. 314.1.12 Interveno tcnica ...................................................................................... 314.1.13Descarte ......................................................................................................... 324.1.14Eventos adversos e ou queixas tcnicas associveis a equipamentos . 324.2 REQUISITOSPARAACREDITAOHOSPITALARONA ............................... 324.2.1 Itens de Orientao para o Nvel 1 da Acreditao ................................... 334.2.2 Itens de Orientao para o Nvel 2 da Acreditao ................................... 344.3 RECOMENDAESDANORMATCNICAANSI/AAMIEQ56:1999 ............... 344.3.1 Escopo da Norma ......................................................................................... 35

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    4.3.2 Inventrio ....................................................................................................... 354.3.3 Procedimentos de Inspeo e Teste de Equipamento.............................. 374.3.4 Procedimentos de Manuteno Corretiva .................................................. 384.3.5 Treinamento de agente de servios ............................................................ 384.3.6 Teste de aceitao ........................................................................................ 394.3.7 Manuteno Preventiva ................................................................................ 404.3.8 Gesto de Pessoal ........................................................................................ 404.3.9 Infra-estrutura ............................................................................................... 414.3.10Recursos financeiros ................................................................................... 424.3.11Ferramentas disponveis ............................................................................. 424.3.12Avaliao e planejamento ............................................................................ 434.3.13Seleo de equipamento .............................................................................. 444.3.14Obsolescncia de equipamento .................................................................. 444.3.15Comunicao entre agente e prestador de servios ................................ 454.3.16Comunicao entre prestador de servios e servio de sade ............... 454.3.17 Investigao de evento adverso e anlise de falhas ................................ 465 RESULTADOS .................................................................................... 485.1 PROPOSTADEPROGRAMADEGERENCIAMENTODEEQUIPAMENTOS

    MDICO-HOSPITALARES ................................................................................ 485.2 ESCOPO ........................................................................................................... 495.3 REFERNCIASNORMATIVAS ......................................................................... 495.4 EQUIPE RESPONSVEL PELA ELABORAO E IMPLEMENTAO DO

    PROGRAMA ...................................................................................................... 495.5 EQUIPE RESPONSVEL PELO GERENCIAMENTO E EXECUO DAS

    MANUTENES ............................................................................................... 505.5.1 Descrio da equipe ..................................................................................... 505.5.2 Treinamento da equipe ................................................................................ 515.6 INFRA-ESTRUTURA ......................................................................................... 515.7 EQUIPAMENTOSEMATERIAISNECESSRIOS ............................................ 515.8 INVENTRIO ..................................................................................................... 525.8.1 Incluso no inventrio e cadastro do equipamento .................................. 525.8.2 Cdigo de identificao ............................................................................... 535.9 AQUISIODEEQUIPAMENTO ...................................................................... 535.9.1 Qualificao de fornecedores ..................................................................... 545.9.2 Planejamento e seleo ............................................................................... 545.9.3 Recebimento ................................................................................................. 555.9.4 Teste de aceitao e Instalao .................................................................. 555.10MANUTENOCORRETIVA,MANUTENOPREVENTIVAEREGISTRO

    HISTRICO ....................................................................................................... 565.11OBSOLESCNCIADEEQUIPAMENTO ........................................................... 565.12EVENTOSADVERSOS ..................................................................................... 576 CONCLUSO ..................................................................................... 58REFERNCIAS ...................................................................................... 59

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    101 INTRODUO

    O desenvolvimento tecnolgico da indstria de produtos e equipamentos

    mdico-hospitalares tem sido induzido pela demanda do setor de sade por novas

    tecnologias que permitam a melhoria da qualidade de vida da populao. Verifica-se

    uma grande integrao de tecnologias de vrias reas de conhecimento com o

    objetivo de desenvolver equipamentos e produtos mdicos que possam contribuir

    com a qualidade da assistncia sade. Este desenvolvimento tecnolgico no setor

    de sade tem permitido um grande aumento da quantidade e da variedade de

    equipamentos mdicos presentes nos estabelecimentos assistenciais de sade

    (ANTUNES et al., 2002).

    Apesar dos benefcios do avano tecnolgico no setor, o desenvolvimento de

    novos produtos e tecnologias mdico-hospitalar tem sido uma preocupao do

    governo e do mercado consumidor em relao sua qualidade. Esta preocupao

    tem exigido uma atuao de rgos do governo para garantir a exigncia dos

    requisitos mnimos de segurana e confiabilidade dos equipamentos.A Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa), que tem por finalidade

    promover a proteo da sade da populao por intermdio do controle sanitrio da

    produo e da comercializao de produtos e servios submetidos vigilncia

    sanitria, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a

    eles relacionados, tem tido uma importante atuao para garantir a qualidade dos

    equipamentos mdicos comercializados no pas, atuando tanto na pr-

    comercializao como tambm na ps-comercializao de produtos para a sade(BRASIL, 2003).

    Na etapa de pr-comercializao, partindo da premissa de que no Brasil

    nenhum produto mdico pode ser industrializado, exposto venda ou entregue ao

    consumo da populao antes de registrado no Ministrio da Sade (MS), a Anvisa

    realiza direta e indiretamente uma srie de anlises em relao ao produto e ao seu

    fabricante, com o intuito de garantir a qualidade do produto, a qualidade do processo

    de fabricao e o controle dos fatores de risco sade do consumidor (BRASIL,2003).

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    11Os equipamentos biomdicos, assim como todos os produtos parasade, s podem ser comercializados no Brasil aps registro noMinistrio da Sade. Esta obrigatoriedade visa garantir que osprodutos destinados aos cuidados de sade e sujeitos legislaosanitria, somente sejam disponibilizados para a sociedade parautilizao e/ou consumo, aps o cumprimento das exignciassanitrias legais. Estes critrios visam disciplinar o mercado,assegurando populao produtos seguros e eficazes para o uso aque se propem e que possuam identidade, atividade, qualidade,pureza e inocuidade necessrias. (BRASIL, 2008).

    A fim de obter o registro, alterao, revalidao ou cancelamento doregistro, o fabricante, ou importador de produtos para sade, deveapresentar Anvisa os documentos relacionados no Regulamentoanexo Resoluo de Diretoria Colegiada (RDC) n. 185/2001. Oregistro constitui a primeira avaliao das novas tecnologias para asade no Brasil e segue a metodologia estruturada na legislao,com as variaes adequadas s especificidades do produto, normas,parmetros e padres para os testes especficos. (BRASIL, 2008).

    No entanto, a avaliao da pr-comercializao pode no ser suficiente para

    garantir a qualidade e segurana com a utilizao de determinado equipamento

    mdico comercializado, pois, uma vez que o produto entra no mercado, diversos

    problemas inesperados podem surgir. Alm disso, alguns questionamentos

    relacionados qualidade e segurana com a utilizao do produto em sereshumanos no podem ser respondidos com convico, at que o produto esteja no

    mercado por um perodo significativo. Para reduzir a ocorrncia de problemas com

    um equipamento disponvel no mercado, a Anvisa realiza estudos, anlise e

    investigaes de informaes a respeito do desempenho de um produto durante a

    fase de ps-comercializao (BRASIL, 2003).

    A vigilncia ps-comercializao entendida como a vigilncia deeventos adversos e de queixas tcnicas de produtos sob vigilnciasanitria, sendo evento adverso entendido como um efeito nodesejado, em humanos, decorrente do uso de produtos sobvigilnciasanitria e queixa tcnica como uma queixa de suspeita dealterao/irregularidade de um produto relacionada a aspectostcnicos ou legais, e que poder ou no causar dano sadeindividual e coletiva. (BRASIL, 2008).

    No mbito da vigilncia ps-comercializao de produtos para asade, conhecida como Tecnovigilncia, evento adverso um dano sade ocasionado a um usurio ou a um paciente que ocorredurante o uso rotineiro de um produto, tendo a sua utilizao sidorealizada nas condies e parmetros prescritos pelo fabricante noprocesso de registro deste produto, na ANVISA/MS. (BRASIL, 2008).

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    12Tambm entende-se por Tecnovigilncia o Sistema de Vigilncia quevisa acompanhar a ocorrncia de eventos adversos, desvios daqualidade e irregularidades associados ao uso de produtos para asade na fase de ps-comercializao, com vistas a recomendar asmedidas que garantam a proteo e promoo da sade dapopulao brasileira. (BRASIL, 2008).

    Por se tratar de produtos que, para funcionar com eficincia para o qual foi

    projetado, assim como o atendimento de requisitos de segurana e confiabilidade do

    equipamento mdico comercializado, deve-se atentar para a importncia de

    procedimentos a serem seguidos pelos operadores e todos os outros profissionais

    envolvidos com sua utilizao. Vale ressaltar que a qualidade e a eficincia de

    procedimentos envolvendo equipamentos biomdicos dependem tambm domanuseio e do gerenciamento adequado destas tecnologias na instituio. Assim,

    muito importante que os profissionais tenham conscincia dos riscos envolvendo a

    utilizao dos equipamentos e que, para isso, tenham conhecimento sobre sua

    operao e princpio de funcionamento.

    Para garantir a segurana de usurios e pacientes durante a utilizao de

    equipamentos mdico-hospitalares em um estabelecimento assistencial de sade

    (EAS), necessria que seja realizada a gesto de toda a tecnologia biomdica

    presente na instituio. A grande variedade de equipamentos mdico-hospitalares, o

    surgimento de novas tecnologias, e todos os custos financeiros e riscos envolvidos,

    justificam a importncia do gerenciamento dos equipamentos mdico-hospitalares.

    As exigncias e necessidades em atender aos padres de qualidade dos

    servios prestados no Hospital tm levado seus administradores a pensar na gesto

    da tecnologia biomdica como estratgia na gesto hospitalar. Verifica-se uma

    crescente busca das instituies hospitalares para adequar a organizao de modo

    a atender a padres previamente definidos de qualidade na assistncia prestada

    visando qualificao em nveis de acreditao hospitalar (ANTUNES et al., 2002).

    Muitos EAS esto aderindo a programas da qualidade e de acreditao com o

    objetivo de se diferenciar no mercado e assim conquistar maior fatia de clientes,

    convnios e mdicos. (BRASIL, 2008).

    No Brasil, a Organizao Nacional de Acreditao (ONA) padroniza em nveis

    as organizaes prestadoras de servios de sade, tendo como referncia as

    Normas do Sistema Brasileiro de Acreditao e o Manual Brasileiro de Acreditao

    (ONA, 2009). Para isso, a ONA publicou o Manual Brasileiro de Acreditao de

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    13Organizaes Prestadoras de Servios de Sade, onde estabelece requisitos a

    serem atendidos pelos EAS que pretendem ser acreditadas em um dos nveis de

    acreditao.

    Para a gesto de equipamentos e tecnologia mdico-hospitalar o manual

    apresenta itens de orientao para que sejam atendidos requisitos mnimos

    relacionados s atividades destinadas gesto do parque tecnolgico da

    organizao durante todo o seu ciclo de vida. O documento contempla o

    planejamento, a aquisio, o recebimento, o teste de aceitao, a capacitao, a

    operao, a manuteno e a desativao dos equipamentos mdico-hospitalares

    (ONA, 2006). Para atender aos requisitos relacionados s atividades destinadas

    gesto do parque tecnolgico geralmente as instituies recorrem a empresasterceirizadas prestadoras de servios de consultoria em engenharia clnica ou

    aproveitam a oportunidade para estruturar uma equipe prpria de Engenharia Clnica

    para a realizao dos servios de gesto equipamentos e tecnologia mdico-

    hospitalar.

    Assim como os requisitos mnimos presente no Manual Brasileiro de

    Acreditao da ONA relacionados s atividades destinadas gesto do parque

    tecnolgico da organizao, um conceito importante e que busca objetivos comuns o de boas prticas de gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares.

    O estabelecimento de padres e recomendaes de boas prticas de

    gerenciamento de equipamentos mdicos realizado a partir do estabelecimento de

    elementos essenciais relacionados gesto da tecnologia biomdica, podendo

    servir como um modelo para engenheiros clnicos (DYRO, 2004).

    Com o objetivo de garantir a rastreabilidade, qualidade, eficcia e segurana

    em servios de sade envolvendo a tecnologia biomdica, o MS, por meio daAnvisa, tem buscado uma maneira de nortear os EAS quanto ao gerenciamento dos

    equipamentos mdico-hospitalares e poder passar a exigir que sejam atendidos

    requisitos gerais de boas prticas para o gerenciamento de equipamentos de sade

    em servios de sade, a partir da definio de requisitos mnimos exigidos s boas

    prticas para o gerenciamento de produtos para sade em servios de sade

    (BRASIL, 2007).

    Para definir os requisitos mnimos exigidos s boas prticas para o

    gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares a Anvisa define

    gerenciamento de equipamentos de sade como um conjunto de aes que visam a

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    14garantia da qualidade, assegurando que os equipamentos de sade submetidos ao

    plano de gerenciamento sejam adquiridos, instalados, mantidos, utilizados e

    controlados com padres de conformidade apropriados (BRASIL, 2007).

    Para realizar o gerenciamento adequado recomendado que o

    estabelecimento possua um documento especificamente elaborado para suas

    caractersticas por profissionais qualificados que aponte e descreva critrios

    estabelecidos para a gesto de equipamentos mdicos. Este documento, conhecido

    com programa de gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares (PGEMH)

    ou plano de gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares deve apontar e

    descrever os critrios estabelecidos para planejamento, seleo, aquisio,

    recebimento, inventrio, registro histrico, armazenamento, transferncia, instalao,uso, interveno tcnica, descarte e avaliao e investigao de eventos adversos e

    ou queixas tcnicas associveis a equipamento de sade, bem como, a

    organizao, estrutura fsica e gesto de informaes relacionadas ao

    gerenciamento de equipamentos de sade em servios de sade (BRASIL, 2007).

    Para orientar a elaborao de um programa de gerenciamento de

    equipamentos mdico-hospitalares foi publicado em 1999 pela Association for the

    Advancement of Medical Instrumentation(AAMI) e aprovada pela American NationalStandards Institute(ANSI) a norma tcnica ANSI/AAMI EQ56:1999 (Recommended

    practice for a medical equipment management program), que recomenda e

    especifica critrios mnimos para um programa de gerenciamento elaborado para

    minimizar certos riscos associados com a utilizao de equipamentos mdicos em

    servios de sade. As recomendaes so direcionadas estrutura do programa, os

    documentos requeridos, recursos humanos e recursos necessrios para garantir a

    qualidade em sua gesto (AAMI, 1999).Portanto, para adequar as atividades de gerenciamento de equipamentos

    mdicos em um EAS e atender os itens de orientao para acreditao hospitalar da

    ONA bem como atender os requisitos mnimos s boas prticas de gerenciamento

    de produtos para a sade apresentados no anexo III do regulamento tcnico da

    minuta de RDC constante na Consulta Pblica (CP) n70 de 2007 da Anvisa,

    importante que seja elaborado um programa de gerenciamento de equipamentos

    mdico-hospitalares com base nas diretrizes apresentadas na norma tcnica

    ANSI/AAMI EQ56:1999.

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    151.1 JUSTIFICATIVA

    A variedade de equipamentos mdico-hospitalares, o surgimento de novas

    tecnologias, a segurana de pacientes e usurios de equipamentos e o custo

    envolvido, justificam a importncia do gerenciamento dos equipamentos mdico-

    hospitalares por uma equipe multidisciplinar qualificada e bem dimensionada. Neste

    contexto, torna-se necessrio a elaborao de materiais que esclaream a

    importncia dos assuntos tratados neste trabalho, de forma a entender a importncia

    da qualidade dos servios de engenharia clnica.

    A carncia de literatura especfica abordando o tema de gerenciamento deequipamentos mdico-hospitalares e implantao de servios de engenharia clnica

    tem sido uma dificuldade encontrada por profissionais que pretendem gerenciar a

    tecnologia biomdica de um EAS. Assim como a carncia de manuais e roteiros

    abordando o tema, verifica-se tambm a carncia de profissionais especialistas em

    engenharia clnica/biomdica no pas, bem como a pouca habilidade tcnica ou

    gerencial de outros profissionais em gerenciar estes servios.

    O desenvolvimento de um PGEMH bem elaborado propicia um ganho dequalidade considervel relacionado gesto da tecnologia biomdica na instituio,

    pois trata da descrio de atividades a serem executadas visando garantir qualidade

    e eficincia dos recursos disponveis.

    1.2 OBJETIVO GERAL

    O objetivo do estudo apresentar aos profissionais responsveis pela gesto

    da tecnologia biomdica de uma unidade de sade as etapas necessrias para

    planejamento e execuo dos servios, de modo a descrever as atividades a serem

    executadas pela equipe de engenharia clnica, atendendo aos requisitos de boas

    prticas para o gerenciamento dos equipamentos mdico-hospitalares.

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    161.3 OBJETIVOS ESPECFICOS

    1 - Elaborar um programa de gerenciamento de equipamentos mdico-

    hospitalares, de forma a adequar o EAS acreditao hospitalar e s boas

    prticas de gerenciamento de produtos para a sade em servios de sade.

    2 - Apresentar o programa de gerenciamento com os passos a serem dados e

    identificar os pontos importantes encontrados pelo profissional de

    engenharia clnica durante a elaborao de um programa de gerenciamento

    de equipamentos mdico-hospitalares.

    1.4 ESTRUTURA

    O trabalho foi dividido em seis captulos. No primeiro captulo foi apresentada a

    introduo sobre o trabalho elaborado, introduzindo conceitos que foramdesenvolvidos nos captulos seguintes. Neste captulo tambm foram apresentados

    os objetivos, a justificativa e a estrutura do trabalho.

    No segundo captulo foi realizada uma reviso da literatura sobre o

    gerenciamento da tecnologia mdico-hospitalar e a engenharia clnica. Neste

    captulo foi introduzido o conceito de boas prticas de gerenciamento de

    equipamentos mdicos e foi abordado o tema acreditao hospitalar, sendo tambm

    abordado o tema programa de gerenciamento de equipamentos mdicos.No terceiro captulo foi apresentada a metodologia utilizada.

    No quarto captulo foram abordadas com mais detalhes as boas prticas de

    gerenciamento de equipamentos mdicos em servios de sade e a acreditao

    hospitalar para a gesto de equipamentos e tecnologia mdico-hospitalar, visando

    apresentar os critrios e requisitos mnimos para garantir a rastreabilidade,

    qualidade, eficcia e segurana em servios de sade envolvendo a tecnologia

    biomdica. Alm dos requisitos apresentados, foram introduzidas as recomendaes

    da Norma Tcnica ANSI/AAMI EQ56:1999 para elaborao de um programa de

    gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares.

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    17No quinto captulo foi elaborado um programa de gerenciamento de

    equipamentos mdico-hospitalares para um estabelecimento assistencial de sade,

    apresentando as etapas e tpicos a serem planejados e executados, abordando os

    requisitos de boas prticas de gerenciamento de equipamentos mdicos e

    acreditao hospitalar.

    No sexto e ltimo captulo foi apresentada a concluso referente ao trabalho.

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    182 REVISO DA LITERATURA

    2.1 GERENCIAMENTO DA TECNOLOGIA MDICO-HOSPITALAR E A

    ENGENHARIA CLNICA

    O gerenciamento da tecnologia mdico-hospitalar (GTMH) definido como um

    processo sistemtico no qual profissionais especificamente qualificados, geralmente

    engenheiros clnicos (com suas habilidades nicas para visualizar e identificar

    diferentes solues para determinados problemas e situaes), em parceria com

    outros gestores do hospital formando uma equipe multidisciplinar, planejam e

    gerenciam a tecnologia mdico-hospitalar para garantir a prestao de servios de

    melhor qualidade com o menor custo (DYRO, 2004).

    As atividades de GTMH em termos clssicos comeam com o planejamento

    estratgico (programa de gerenciamento de equipamentos mdicos), seguidos da

    avaliao de tecnologias, do processo de incorporao de tecnologia e concluindo

    com o gerenciamento dos servios de manuteno (DYRO, 2004).

    O GTMH uma atividade da engenharia clnica responsvel pela avaliao,

    aquisio, utilizao, controle de recursos e garantia de qualidade envolvendo

    equipamentos mdico-hospitalares (BRONZINO, 2006).

    Os processos tpicos que a Engenharia Clnica desenvolve noambiente hospitalar incluem: avaliar as necessidades para melhoraros cuidados ao paciente e adequar essas melhorias scaractersticas do hospital; verificar a conformidade aos requisitos deefetividade e segurana; aplicar, desenvolver ou modificartecnologias existentes para adequar s demandas correntes, sempreinteragindo com outros profissionais, como por exemplo, aenfermagem, o profissional da limpeza, o mdico, o aluno, o pacientee a administrao do Estabelecimento de Assistncia a Sade.(BRASIL, 2008).

    Embora hospitais de tamanhos e caractersticas diferentes considerem

    diferentes aes estratgicas, todos eles necessitam monitorar e gerenciar comeficincia a utilizao dos seus recursos limitados. Um gerenciamento adequado da

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    19tecnologia e dos equipamentos mdicos ir garantir um equilbrio entre as

    necessidades e os recursos tecnolgicos disponveis (BRONZINO, 2006).

    2.2 O ENGENHEIRO CLNICO

    Um ponto importante relacionado gesto de equipamentos mdicos est

    relacionado especialidade dos profissionais que desempenham estas atividades.

    Segundo Dyro (2004), uma grande parte dos problemas enfrentados por

    profissionais de sade so de extremo interesse para os engenheiros, pois elesenvolvem a concepo e aplicao prtica de sistemas e equipamentos mdicos

    processos que so fundamentais para a prtica da engenharia.

    Neste contexto, o profissional responsvel e capacitado para gerenciar a

    tecnologia biomdica presente em um servio de sade o engenheiro clnico, pois

    este um profissional com conhecimento cientfico e tecnolgico de engenharia e

    possui conhecimento e experincia no ambiente hospitalar em suporte s atividades

    clnicas.

    Segundo definio do American College of Clinical Engineering(ACCE), o engenheiro clnico aquele profissional que aplica edesenvolve os conhecimentos de engenharia e prticas gerenciais stecnologias de sade, para proporcionar uma melhoria nos cuidadosdispensados ao paciente (ACCE, 2009). Neste contexto, aengenharia clnica pode ser compreendida atravs da definio dafuno do profissional que a exerce (ANTUNES et al., 2002).

    O engenheiro clnico possui tanto capacidade tcnica como ferramentasgerenciais necessrias para o gerenciamento bem sucedido da tecnologia

    biomdica. Pelo fato do desenvolvimento de novas tecnologias ter uma importncia

    relevante na melhoria da assistncia mdica oferecida, o gerenciamento da

    tecnologia continuar sendo um elemento necessrio em servios de sade, tanto

    do ponto de vista da qualidade na assistncia como do ponto de vista financeiro

    DYRO (2004).

    Os engenheiros clnicos executam servios de engenharia e de gesto,fornecendo um suporte equipe de profissionais da rea mdica. Entre as

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    20atribuies do engenheiro clnico em um EAS citadas por Bronzino (2006), podemos

    destacar:

    - Planejamento e controle dos processos de instalao, operao, manuteno

    e desativao equipamentos mdicos;

    - Avaliao da relao custo-benefcio para incorporao de novas tecnologias

    mdicas;

    - Controle de inventrio de equipamentos;

    - Gerenciamento da manuteno de equipamentos mdicos;

    - Gerenciamento de contratos de manuteno de equipamentos mdicos;

    - Desenvolvimento e implementao de documentos, registros e protocolos

    exigidos por agncias reguladoras e para acreditao hospitalar;- Elaborao de programa de gerenciamento de equipamentos mdico-

    hospitalares.

    2.3 BOAS PRTICAS DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MDICO-

    HOSPITALARES E A ANVISA

    Para se gerenciar os equipamentos mdicos em um EAS de forma mais

    eficiente, alm do elemento essencial que o gerenciamento da manuteno,

    necessrio que o gerenciamento seja realizado considerando todas as etapas do

    ciclo de vida do equipamento. Isto necessrio, pois evidente que muitos

    problemas envolvendo a manuteno podem ser minimizados se diferentes aspectos

    forem considerados nas fases iniciais de planejamento e aquisio da tecnologia.Portanto, um caminho a ser seguido para se gerenciar equipamentos mdicos com

    mais efetividade, a partir do atendimento aos requisitos de boas prticas de

    gerenciamento que consideram o gerenciamento em diferentes aspectos durante

    todo o ciclo de vida de um equipamento mdico (DYRO, 2004).

    Com o objetivo de garantir a rastreabilidade, qualidade, eficcia e segurana

    em servios de sade envolvendo a tecnologia biomdica, o Ministrio da Sade

    poder passar a exigir que sejam atendidos requisitos gerais de boas prticas para o

    gerenciamento de equipamentos de sade em servios de sade, onde o

    descumprimento das determinaes sobre as boas prticas para o gerenciamento

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    21dos equipamentos mdicos poder ser configurado infrao de natureza sanitria,

    sujeitando o infrator a processo e penalidades previstos em Lei.

    Em 2007 a Anvisa colocou em Consulta Pblica (CP n70, de 11 de julho de

    2007), uma minuta de RDC, que define os requisitos mnimos exigidos s boas

    prticas para o gerenciamento de medicamentos, insumos farmacuticos, produtos

    para sade, de higiene e saneantes em servios de sade. Em seu anexo III o

    documento trata especificamente sobre o gerenciamento de equipamentos mdicos

    em servios de sade, com mbito de atuao ambulatorial, hospitalar e domiciliar, e

    empresas que prestam servios de gerenciamento de equipamentos de sade e ou

    executam atividades de apoio tcnico e logstico nos servios. O documento

    determina o cumprimento das boas prticas para o gerenciamento de produtos parasade em servios de sade, onde os estabelecimentos devem elaborar e implantar

    plano de gerenciamento contemplando o gerenciamento de equipamentos em

    servios de sade.

    O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos

    fsicos, dos recursos materiais e da capacitao dos recursos humanos envolvidos.

    O plano de gerenciamento deve visar manuteno da qualidade, eficcia,

    segurana e rastreabilidade dos produtos para sade, incluindo o uso e osprofissionais envolvidos no processo (BRASIL, 2007).

    Os requisitos mnimos exigidos s boas prticas para o gerenciamento de

    produtos para sade descritos na CP n70 de 2007 da Anvisa sero apresentados e

    tratados no captulo 4 deste trabalho.

    2.4 ACREDITAO HOSPITALAR E A ONA

    Como uma forma de avaliar e atestar a qualidade dos servios de um EAS, a

    acreditao hospitalar surge com o propsito de garantir a qualidade dos servios

    prestados atravs de padres pr-determinados. A acreditao hospitalar no Brasil

    definida pela ONA como um sistema de avaliao e certificao da qualidade de

    servios de sade, voluntrio, peridico e reservado. No entanto, no

    caracterizada como uma forma de fiscalizao, mas sim como um programa de

    educao continuada, onde a adeso representa a responsabilidade e o

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    22compromisso de toda uma organizao com a garantia de qualidade dos servios

    prestados (ONA, 2009).

    O Manual Brasileiro de Acreditao de organizaes prestadoras de servios

    de sade publicado pela ONA estabelece requisitos a serem atendidos pelos EAS

    que pretendem ser acreditadas em um dos trs nveis de acreditao. No manual

    so apresentados requisitos especficos para a gesto de equipamentos e

    tecnologia mdico-hospitalar.

    Para a gesto de equipamentos e tecnologia mdico-hospitalar da instituio o

    manual da ONA apresenta itens de orientao para que sejam atendidos requisitos

    mnimos relacionados s atividades destinadas gesto do parque tecnolgico da

    organizao durante todo o seu ciclo de vida.Na verso 2006 do manual das organizaes prestadoras de servios de sade

    do Manual Brasileiro de Acreditao da ONA, o MA 5 trata das atividades de apoio

    tcnico, agrupando todos os componentes, atividades e servios que se relacionam

    aos processos de apoio tcnico da organizao. Como subseo do MA 5, o MA 5/2

    trata especificamente da gesto de equipamentos e tecnologia mdico-hospitalar.

    Como escopo da gesto de equipamentos e tecnologia mdico-hospitalar esto

    as atividades destinadas gesto do parque tecnolgico da organizao durantetodo o seu ciclo de vida, contemplando o planejamento, a aquisio, o recebimento,

    o teste de aceitao, a capacitao, a operao, a manuteno e a desativao dos

    equipamentos mdico-hospitalares.

    O MA 5/2 do manual da ONA, apresenta itens de orientao para servios de

    sade que pretendem o nvel 1 da acreditao e itens de orientao para os que

    pretendem o nvel 2 da acreditao.

    Os itens de orientao manual das organizaes prestadoras de servios desade do Manual Brasileiro de Acreditao da ONA relacionados gesto de

    equipamentos e tecnologia mdico-hospitalar sero apresentados e tratados no

    captulo 4 deste trabalho.

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    232.5 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS MDICO-

    HOSPITALARES

    O equipamento mdico uma parte essencial para assistncia sade. A

    manuteno de equipamentos considerada um componente de diversos elementos

    essenciais que constituem o gerenciamento de equipamentos. O gerenciamento de

    manuteno de equipamentos apropriado vital para assegurar-se de que o

    equipamento mdico esteja seguro para seu uso pretendido, que o equipamento

    tenha sua vida til prolongada, e que os custos totais com o equipamento sejam

    reduzidos. Inserir a manuteno dentro da estrutura de um PGEMH facilitar odesenvolvimento e a continuao de um programa de manuteno, podendo servir

    como um guia para os profissionais da engenharia clnica (DYRO, 2004). Alm

    disso, um programa de gerenciamento de equipamentos requerido por

    organizaes acreditadoras e por agncias reguladoras (AAMI, 1999).

    Com o objetivo de minimizar determinados riscos associados com a utilizao

    de equipamentos mdico-hospitalares em servios de sade a AAMI publicou a

    norma tcnica ANSI/AAMI EQ56:1999, que especifica caractersticas mnimas paraum programa de gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares, sendo um

    documento de extrema utilidade a todos os profissionais envolvidos com o

    gerenciamento de equipamentos (AAMI, 1999).

    A norma ANSI/AAMI EQ56:1999 aborda a estrutura do programa de

    gerenciamento, a documentao que deve ser produzida para o programa, bem

    como a equipe de profissionais e os recursos alocados para a manuteno do

    equipamento mdico. O documento identifica os principais elementos de umprograma de gesto equipamento, define os componentes mnimos de um programa

    e estabelece um padro de como estes elementos devem ser incorporados ao

    programa de um hospital.

    Muitos programas existentes atendem e at excedem as recomendaes da

    norma. Portanto, espera-se que estas recomendaes ajudem a fornecer um

    entendimento mais claro das expectativas mnimas de um programa de

    gerenciamento de equipamentos mdicos e dos recursos necessrios para atingir

    essas expectativas (AAMI, 1999).

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    24Conforme apresentado anteriormente, o programa de gerenciamento de

    equipamentos mdico-hospitalares requerido pela ONA para a acreditao

    hospitalar e poder ser requerido pela Anvisa para atender aos requisitos mnimos

    exigidos s boas prticas de gerenciamento de produtos para sade em servios de

    sade.

    As prticas recomendadas para o programa de gerenciamento de

    equipamentos mdicos presentes na norma tcnica ANSI/AAMI EQ56:1999 sero

    apresentadas e tratadas no captulo 4 deste trabalho.

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    253 METODOLOGIA

    O estudo apresentado neste trabalho caracterizou-se como sendo uma

    pesquisa descritiva sobre requisitos de boas prticas de gerenciamento de

    equipamentos mdicos para um EAS de modo a orientar os profissionais

    responsveis pela gesto da tecnologia biomdica a elaborar um programa de

    gerenciamento de equipamentos mdicos adequado a uma instituio. Com esta

    pesquisa pretende-se mostrar as etapas de elaborao de um programa de

    gerenciamento da tecnologia biomdica, apresentando os tpicos de importncia a

    serem abordados para se executar com qualidade os servios de engenharia clnica

    em um EAS.

    A pesquisa resultou na identificao dos requisitos mnimos exigidos s boas

    prticas de gerenciamento de produtos para a sade descritos na minuta de RDC da

    Anvisa que foi posta em consulta pblica em 2007 e na identificao dos requisitos

    da acreditao hospitalar da ONA para a gesto de equipamentos e tecnologia

    mdico-hospitalar. Para elaborar o programa de gerenciamento de forma a atender

    os requisitos de boas prticas de gerenciamento, este trabalho apresentou as

    diretrizes da norma tcnica ANSI/AAMI EQ56:1999 para elaborao de um programa

    de gerenciamento de equipamentos mdicos.

    Este trabalho mostra ento as etapas de elaborao de um programa de

    gerenciamento da tecnologia biomdica, apresentando os tpicos de importncia a

    serem abordados para se executar os servios de engenharia clnica em um EAS.

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    264 ANLISE DOS DADOS

    4.1 REQUISITOS DE BOAS PRTICAS PARA O GERENCIAMENTO DE

    EQUIPAMENTOS DE SADE

    Como requisitos de boas prticas para o gerenciamento de equipamentos

    mdico-hospitalares desenvolvidos neste trabalho ser considerado o anexo III da

    CP n70 da Anvisa, de 11 de julho de 2007, relativas minuta da RDC, que define

    os requisitos mnimos exigidos s boas prticas para o gerenciamento de produtos

    para sade em servios de sade. Neste anexo so estabelecidos os requisitos

    gerais de boas prticas para o gerenciamento de equipamentos de sade em

    servios de sade, de modo a garantir a rastreabilidade, qualidade, eficcia e

    segurana. Os requisitos mnimos exigidos esto dispostos conforme distribuio

    dos itens a seguir.

    4.1.1 Organizao

    O servio de sade deve ter como responsvel pelo plano de gerenciamento

    de equipamentos de sade um profissional de nvel superior legalmente habilitado,

    com registro no respectivo conselho de classe. No entanto, as atividades degerenciamento de atividades apoio tcnico e logstico podem ser terceirizadas.

    O servio de sade deve documentar a estrutura organizacional, documentar

    as atribuies e responsabilidades dos profissionais envolvidos nas atividades de

    gerenciamento e implementar um programa de educao continuada para estes

    profissionais.

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    274.1.2 Infra-estrutura

    A infra-estrutura fsica para a realizao das atividades de gerenciamento de

    equipamentos de sade deve ser dimensionada e compatvel com as atividades

    desenvolvidas, conforme os requisitos contidos neste regulamento tcnico e na

    RDC/Anvisa n 50, de 21/02/2002. As reas destinadas interveno tcnica nos

    equipamentos de sade devem ser mantidas em bom estado de conservao,

    higiene e limpeza e possuir instalaes eltricas, iluminao e sistemas de

    climatizao necessrios conservao dos equipamentos de sade e as atividades

    desenvolvidas, de acordo com a recomendao do fabricante.

    4.1.3 Gesto da Informao

    O servio de sade deve possuir protocolos e procedimentos padronizados

    segundo critrios estabelecidos por uma equipe multiprofissional de nvel superior,estando atualizados, registrados e acessveis aos profissionais envolvidos nas

    atividades de gerenciamento.

    O servio de sade deve armazenar e disponibilizar informaes geradas

    acerca dos equipamentos e os procedimentos e protocolos utilizados, devendo ser

    arquivado por um prazo mnimo de cinco anos. A documentao do equipamento

    deve incluir os documentos acompanhantes do equipamento e estar disponvel

    vigilncia sanitria, quando solicitado.

    4.1.4 Planejamento e seleo

    O servio de sade deve manter procedimentos escritos e registro das

    atividades de planejamento e seleo, contemplando a demanda, a infra-estrutura

    fsica necessria ou o tempo necessrio para sua adequao e os recursos

    humanos e materiais necessrios utilizao do equipamento de sade,

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    28observando, no mnimo, a regularizao dos equipamentos e seus fornecedores

    junto autoridade sanitria competente.

    4.1.5 Aquisio

    O servio de sade deve manter procedimentos escritos e registros das

    atividades de aquisio, observando que somente pode ser adquirido equipamento

    mdico-assistencial regularizado junto ao rgo sanitrio competente e oriundo de

    fornecedor regularizado junto ao rgo competente. O servio de sade deveestabelecer, documentar e implementar critrios para qualificao de fornecedores

    de servios e de equipamentos de sade, de forma que apenas devem adquirir

    equipamentos de fornecedores por ele qualificados.

    4.1.6 Recebimento

    O recebimento inicia com a chegada do equipamento ao servio, inclusive

    transferidos, e finaliza documentando todo o processo com a emisso do laudo do

    teste de aceitao. O recebimento deve ser realizado por pessoa treinada, em

    conformidade com os procedimentos escritos.

    Os testes de aceitao devem seguir procedimentos estabelecidos e

    documentados entre o fornecedor e o servio de sade, incluindo atividades quegarantam a segurana e o desempenho do equipamento. O servio de sade pode

    terceirizar, ou ainda, estabelecer acordo formal com o fornecedor do equipamento,

    para a execuo do teste de aceitao.

    Deve fazer parte do teste de aceitao: um parecer tcnico atestando a

    segurana e o desempenho essencial do equipamento de sade; o

    comissionamento da respectiva infra-estrutura, quando necessrio ao funcionamento

    dos equipamentos de sade. O nome, nmero de srie e o fabricante dos

    equipamentos de sade devem estar discriminados na nota fiscal, guia de remessa

    ou documento equivalente e ser conferido no momento do recebimento.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    29Qualquer pendncia ou no conformidade implicar na no aceitao do

    equipamento de sade pelo servio de sade, devendo ser esta devidamente

    registrada e, se for o caso, notificada autoridade sanitria competente.

    4.1.7 Inventrio e Registro histrico

    O servio de sade deve realizar inventrio contendo os dados cadastrais de

    cada equipamento de sade com as seguintes informaes: nome tcnico do

    equipamento; nome e modelo comercial do equipamento; fabricante doequipamento; nmero de srie; cdigo de identificao individual do equipamento,

    criado pelo servio de sade; partes e acessrios do equipamento; data de

    aceitao do equipamento, a data em que o equipamento entrou em funcionamento

    e a data em que o equipamento foi desativado no servio; e dados de regularizao

    do equipamento junto ao rgo sanitrio competente. O inventrio deve ser

    atualizado a cada nova aquisio ou desativao do equipamento no servio de

    sade.Devem estar listados no inventrio os equipamentos de sade de propriedade

    do servio de sade, os cedidos de forma exclusiva ao servio de sade por meio de

    contratos e convnios legalmente reconhecidos e os de pesquisa. Fora estes

    descritos, para todos os equipamentos o servio de sade deve manter o registro do

    uso destes equipamentos e estabelecer uma poltica, documentada, para a

    utilizao dos mesmos de forma a garantir a rastreabilidade, segurana e as

    responsabilidades das partes envolvidas.O servio de sade deve manter um registro histrico para cada equipamento

    de sade, contendo alm das informaes constantes do inventrio as seguintes

    informaes: identificao do departamento/unidade ao qual pertence o

    equipamento dentro do servio de sade, incluindo informaes de transferncia,

    quando houver; profissional designado como responsvel pelo equipamento em

    cada departamento/unidade; histrico de falhas do equipamento; histrico

    documentado dos problemas e incidentes relacionados a eventos adversos

    causados ou potencialmente causados por falhas do equipamento; documentao

    de intervenes tcnicas do equipamento de sade.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    304.1.8 Armazenamento

    O servio de sade deve manter procedimentos escritos e registros das

    atividades de armazenamento, onde todos os equipamentos de sade, partes,

    acessrios e seus respectivos insumos devem ser armazenados conforme

    especificado pelo fabricante, pela legislao vigente e sob condies que garantam

    a manuteno da identidade, integridade, qualidade, segurana, eficcia e

    rastreabilidade dos mesmos.

    Devem ser estabelecidos e implementados critrios de segregao para

    impedir o uso de equipamentos de sade, partes e acessrios que ainda notenham sido aprovados no recebimento, estejam sob manuteno, impedidos de

    uso, para descarte ou para devoluo, devendo estar identificados quanto a sua

    situao e destino.

    4.1.9 Transferncia de equipamentos de sade

    O processo de transferncia de equipamentos de sade deve ser feito de

    forma a manter a integridade, segurana, rastreabilidade e desempenho, onde o

    servio de sade deve manter procedimentos escritos e registro documentado das

    transferncias de equipamentos.

    Quando a transferncia ocorrer entre unidades/departamentos de um mesmo

    servio de sade ser necessria a modificao do registro histrico de forma acontemplar a realocao do equipamento de sade, o respectivo responsvel.

    4.1.10 Instalao dos equipamentos de sade

    O servio de sade deve manter procedimentos escritos e registro das

    atividades de instalao do equipamento, onde todos os equipamentos, partes e

    acessrios devem ser instalados conforme especificado pelo fabricante, pela

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    31legislao vigente e sob condies que garantam a manuteno da identidade,

    integridade, qualidade, segurana, eficcia e rastreabilidade dos mesmos, onde a

    instalao de equipamento deve ser realizada por pessoa comprovadamente

    treinada para manuseio, instalao e uso do mesmo.

    Os equipamentos segregados que ainda no tenham sido aprovados no

    recebimento, estejam sob manuteno, impedidos de uso, para descarte ou para

    devoluo, no podem ser instalados no servio de sade, mesmo que

    temporariamente.

    Devem ser estabelecidos e implementados critrios de segregao para

    impedir o uso de equipamentos de sade, partes e acessrios instalados que ainda

    no tenham sido aprovados no teste de aceitao.

    4.1.11 Uso

    O servio de sade deve estabelecer e implementar procedimentos para

    garantir a rastreabilidade de uso do equipamento mdico-assistencial. Osequipamentos somente devem ser utilizados para a finalidade de uso determinada

    pelo fabricante e por pessoal comprovadamente treinado e, antes do uso, o

    profissional do servio de sade deve avaliar as condies do equipamento e em

    caso de no conformidade o mesmo no pode ser utilizado.

    4.1.12 Interveno tcnica

    O servio de sade deve desenvolver e implementar procedimentos para

    inspeo, teste, manuteno, ajuste e calibrao nos equipamentos de sade,

    devendo estabelecer e implementar procedimentos para assegurar a rastreabilidade

    metrolgica do equipamento.

    O responsvel pelas atividades de gerenciamento deve definir a periodicidade

    das manutenes preventivas para cada equipamento, em conformidade com as

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    32especificaes do fabricante, legislao vigente, atendendo as necessidades

    operacionais do servio de sade.

    As intervenes tcnicas devem ser efetuadas somente por profissional

    comprovadamente treinado, devendo ser documentadas no registro histrico,

    contendo o nome do executor. Devem ser estabelecidos e implementados critrios

    de segregao para impedir o uso de equipamentos de sade, partes e acessrios

    submetidos interveno tcnica que ainda no tenham sido aprovados no teste de

    aceitao.

    4.1.13 Descarte

    O servio de sade deve implantar um plano de gerenciamento de resduos

    de servios de sade, atendendo aos requisitos da RDC/Anvisa n 306, de

    07/12/2004. Para o descarte de equipamentos emissores de radiaes ionizantes

    devem ser observados ainda os requisitos contidos em legislao especfica vigente.

    4.1.14 Eventos adversos e ou queixas tcnicas associveis a equipamentos

    O servio de sade deve documentar as suspeitas e ocorrncias de eventos

    adversos e/ou queixas tcnicas em funo do uso de equipamentos.

    4.2 REQUISITOS PARA ACREDITAO HOSPITALAR ONA

    De acordo com o manual brasileiro de acreditao da ONA, para serem

    padronizadas de acordo com o nvel 1, as organizaes devem atender aos

    requisitos formais, tcnicos e de estrutura para a sua atividade, conforme legislao

    correspondente; dispor de responsvel tcnico habilitado e/ou capacitado para a

    conduo do servio; e identificar riscos especficos e os gerenciar com foco na

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    33segurana. De acordo com o padro para o nvel 2 do manual, alm de atender ao

    padro do nvel 1, as organizaes devem gerenciar os processos e suas interaes

    sistematicamente; estabelecer sistemtica da medio e avaliao dos processos;

    possuir programa de educao e treinamento continuado, voltado pata a melhoria de

    processos.

    Os itens de orientao do manual da ONA para a gesto de equipamentos e

    tecnologia mdico-hospitalar esto descritos abaixo, listando os itens de orientao

    referente ao nvel 1 e, alm destes, os itens referentes ao nvel 2.

    4.2.1 Itens de Orientao para o Nvel 1 da Acreditao

    - Responsabilidade tcnica conforme legislao;

    - Corpo funcional, habilitado e/ou capacitado, dimensionado adequadamente

    s necessidades do servio;

    - Condies estruturais e operacionais que atendem aos requisitos de

    segurana;- Gerenciamento dos contratos e avaliao do desempenho dos servios

    terceirizados para atender aos requisitos de segurana;

    - Procedimentos para especificao, recebimento, instalao, operao,

    manuteno e descontinuidade (desativao) de equipamentos;

    - Instalaes eltricas conforme normas vigentes;

    - Equipamentos mdico-hospitalares conforme normas vigentes;

    - Inventrio de equipamentos;- Calibrao, testes de segurana eltrica e desempenho de equipamentos;

    - Sistemtica de manuteno preventiva e corretiva das instalaes e dos

    equipamentos;

    - Identificao, gerenciamento e controle de riscos sanitrios, ambientais,

    ocupacionais e relacionados responsabilidade civil, infeces e

    biossegurana.

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    344.2.2 Itens de Orientao para o Nvel 2 da Acreditao

    - Identificao, definio, padronizao e documentao dos processos;

    - Identificao de fornecedores e clientes e sua interao sistemtica;

    - Estabelecimento dos procedimentos;

    - Documentao (procedimentos e registros) atualizada, disponvel e aplicada;

    - Definio de indicadores para os processos identificados;

    - Medio e avaliao dos resultados dos processos;

    - Programa de educao e treinamento continuado com evidncias de melhoria

    e impacto nos processos;- Grupos de trabalho para a melhoria de processos e interao institucional.

    4.3 RECOMENDAES DA NORMA TCNICA ANSI/AAMI EQ56:1999

    A norma tcnica ANSI/AMMI EQ56:1999, que trata das diretrizes para aelaborao e implementao de um programa de gerenciamento de equipamentos

    mdicos, dividida em vrias seces, onde cada uma aborda um aspecto diferente

    do gerenciamento de equipamentos mdicos.

    As questes abordadas no documento incluem a concepo e implementao

    do programa, incluindo o inventrio de equipamentos e a elaborao de

    procedimentos, treinamento dos membros da equipe envolvida, testes de

    recebimento e aceitao, inspees programadas, pessoal, espao fsico, recursosfinanceiros, ferramentas, avaliao e planejamento, especificao de equipamentos,

    remoo do equipamento do setor, comunicao, investigao de eventos adversos

    e segurana de equipamentos mdicos.

    Os requisitos especificados pela norma tcnica ANSI/AMMI EQ56:1999 para a

    elaborao do programa de gerenciamento de equipamentos mdicos esto

    apresentadas a seguir.

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    354.3.1 Escopo da Norma

    Esta norma especifica caractersticas mnimas necessrias para implantao

    e implementao de um programa de gerenciamento de equipamentos mdico-

    hospitalares em servios de sade.

    As prticas recomendadas nesta norma no abrangem os treinamentos

    necessrios para usurios e nem abrange a avaliao da competncia dos usurios

    dos equipamentos includos no programa de gerenciamento de equipamentos.

    As recomendaes desta norma centram-se na aquisio e manuteno de

    equipamentos mdicos, mas tambm consideram que estes outros requisitos dagesto de equipamentos formam um programa de gerenciamento completo. Na

    maioria dos servios de sade, no entanto, engenheiros clnicos esto diretamente

    envolvidos na aquisio equipamentos e manuteno, enquanto a responsabilidade

    por outras atividades tais como o treinamento de usurios dos equipamentos

    delegado a outras pessoas dentro da organizao de sade.

    Pelo fato dos servios de sade prestados serem de responsabilidade da

    organizao de sade, os critrios desta norma aplicam-se aos funcionrios prpriosda organizao bem como os funcionrios de servios terceirizados.

    4.3.2 Inventrio

    Todo equipamento mdico adquirido deve passar por uma rotina de avaliaopara definir sua incluso ou no no programa de gerenciamento, onde esta

    avaliao deve ser documentada e avaliada conforme os critrios estabelecidos no

    programa.

    Para definir se o equipamento deve ou no fazer parte do programa, o

    documento deve descrever critrios como: a funo do equipamento, informando se

    equipamento de diagnstico, de terapia ou de apoio mdico-hospitalar (suporte a

    procedimentos diagnsticos, teraputicos ou cirrgicos); os riscos fsicos associados

    com a utilizao do equipamento, em condies normais e em condies anormais

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    36de uso; os requisitos de manuteno do equipamento; e o histrico de falhas e

    eventos adversos relacionados com o equipamento.

    Quando houver alteraes nos critrios, o histrico de todas as alteraes

    deve ser registrado, bem como os itens excludos e includos no inventrio devido

    cada alterao. Quando a mudana do critrio gerar a incluso de itens no

    inventrio, a organizao deve apresentar os passos tomados para localizar os itens

    includos no inventrio.

    O inventrio deve conter pelo menos as seguintes informaes para cada

    equipamento:

    - cdigo de identificao nico (utilizado para acessar outros dados do

    equipamento);- fabricante do equipamento;

    - modelo do equipamento;

    - nmero de srie do equipamento;

    - uma descrio do equipamento;

    - a localizao do equipamento;

    - identificao do departamento (centro de custo) a que pertence o

    equipamento;- identificao do responsvel pelo equipamento;

    - data de aceitao do equipamento (ms e ano);

    - proprietrio do equipamento (equipamento de propriedade da organizao;

    de outras organizaes, como equipamentos alugados, emprestados ou em

    comodatos; de colaboradores e prestadores de servios; em demonstrao;

    ou equipamento prprio de paciente).

    Qualquer informao adicional no inventrio que a organizao considera que

    poderia ser til para a gesto adequada do equipamento pode ser mantido no

    inventrio.

    Quando solicitado, a organizao deve ser capaz de gerar e imprimir uma

    lista completa atualizada de todos os equipamentos do inventrio.

    A preciso do inventrio deve ser mantida para que todos os equipamentos

    presentes no programa possam ser rastreados pela organizao de sade aps sua

    aquisio. Aps o equipamento ser posto em servio, todas as adies ao inventrio

    devem ser realizadas em at 15 dias e todas as alteraes nos registros j

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    37existentes no inventrio devem ser feitas dentro de 60 dias a contar da data da

    mudana.

    A cada ano deve ser realizada uma auditoria para verificar a preciso do

    inventrio. A auditoria deve ser capaz de verificar a veracidade das informaes

    registradas no inventrio, bem como verificar a incluso de todos os equipamentos

    utilizados no servio de sade que atendam aos critrios de incluso.

    Para a auditoria do inventrio, a organizao de sade deve estabelecer e

    documentar os padres para garantir a preciso do inventrio. Caso a auditoria

    verifique que essas normas no tm sido cumpridas, a organizao deve tomar

    medidas para corrigir as eventuais deficincias identificadas.

    Para realizar a auditoria do inventrio, pode ser utilizado um plano deamostragem que deve ser validado e documentado.

    4.3.3 Procedimentos de Inspeo e Teste de Equipamento

    A organizao de sade deve desenvolver ou adotar, e implementarprocedimentos escritos de inspeo e teste de equipamentos, descrevendo as

    atividades que sero realizadas durante a inspeo de um equipamento, incluindo

    um documento de registro da execuo e concluso do procedimento e uma

    estimativa de tempo necessrio para realizar o procedimento.

    Este requisito permite que a organizao de sade possa identificar as suas

    prprias necessidades para a programao de testes ou inspees de

    equipamentos. Entende-se que a implementao de procedimentos escritos detestes e inspees de equipamentos mdicos seja um grande passo no sentido de

    assegurar que os agentes dos servios saibam o que esperado deles e assegurar

    que os procedimentos sejam seguidos uniformemente por todos os agentes dos

    servios que realizam este mesmo procedimento.

    Os procedimentos devero levar em considerao os riscos reais associados

    ao equipamento. A organizao de sade dever identificar os passos que far parte

    de seus procedimentos de inspeo e testes, sendo sua responsabilidade justificar a

    necessidade de tais medidas como parte do programa de gesto do equipamento.

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    384.3.4 Procedimentos de Manuteno Corretiva

    A organizao de sade deve desenvolver ou adotar procedimentos escritos

    que descrevam as atividades que devem ser realizadas pelo agente de servio

    durante uma manuteno corretiva, incluindo as diretrizes utilizadas para seleo de

    peas de substituio.

    Em algumas ocasies, durante uma manuteno corretiva de um

    equipamento mdico pode ser necessrio substituir peas defeituosas. importante

    que o agente de servio certifique-se de que a pea nova substituda ir funcionar

    corretamente. Em alguns casos, algumas peas utilizadas em equipamentosmdicos, por mais simples que paream, podem ser consideradas crticas para

    estabelecer o funcionamento adequado e seguro do equipamento.

    Os procedimentos devero descrever a documentao usada para registrar

    todas as informaes consideradas relevantes sobre a manuteno corretiva, quem

    receber cpia desta documentao e onde esta documentao ser arquivada.

    Os procedimentos devero descrever como o usurio do equipamento deve

    solicitar o servio de manuteno corretiva para cada equipamento e o horrio emque este servio est disponvel, bem como descrever o que os usurios dos

    equipamentos devem fazer durante uma emergncia ou parada programada de

    equipamentos crticos.

    4.3.5 Treinamento de agente de servios

    A organizao de sade deve documentar o treinamento recebido por cada

    agente de servios e elaborar um mtodo para avaliar as necessidades de

    treinamento de cada profissional que exera atividades de manuteno de

    equipamentos.

    Como todas as outras partes destas prticas recomendadas, estas

    recomendaes se aplicam tanto aos agentes de servios prprios do servio de

    sade como profissionais terceirizados.

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    39Cada prestador de servios de manuteno deve prover o treinamento

    necessrio para cada agente para garantir que ele esteja apto para executar o seu

    trabalho. Cada prestador de servios dever disponibilizar a cada agente pelo

    menos 72 horas de treinamento a cada trs anos e, no caso de novos agentes de

    servios, deve-se prover pelo menos 36 horas de treinamento durante o primeiro

    ano.

    A responsabilidade de cumprir estas recomendaes recai sobre todos os

    prestadores de servios, tanto os funcionrios prprios como os terceirizados. Para

    fornecer o treinamento, a seleo dos treinamentos a serem fornecidos fica a critrio

    do prestador do servio e do servio de sade, com base nas suas necessidades e

    nas necessidades do agente de servios.

    4.3.6 Teste de aceitao

    A organizao de sade deve desenvolver e implementar um sistema de

    controle para garantir que, antes da utilizao inicial, todos os equipamentosincludos no programa de gerenciamento de equipamentos sejam submetidos a

    procedimentos de teste de aceitao realizado por um agente de servios

    capacitado e designado para realizar estes procedimentos.

    Os procedimentos devero ser elaborados e implementados para evitar a

    utilizao dos equipamentos mdicos que ainda no tenham sido submetidos aos

    testes de aceitao. Os procedimentos podero incluir a separao em reas

    distintas para os equipamentos mdicos que ainda no foram submetidos a teste deaceitao, podendo tambm receber uma identificao adicional adequada.

    Os testes de aceitao devem seguir procedimentos estabelecidos pelo

    servio de sade, de forma que os testes sejam suficientes para fornecer uma

    garantia razovel de que o equipamento est funcionando adequadamente antes de

    sua primeira utilizao, onde este procedimento deve ser documentado e registrado.

    A organizao de sade deve desenvolver e implementar procedimentos para

    garantir a comunicao entre o agente de servio e todos os outros departamentos e

    indivduos que a organizao decida que devem ser informados sobre o status do

    teste de aceitao do equipamento.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    404.3.7 Manuteno Preventiva

    A organizao de sade deve desenvolver e implementar procedimentos para

    definir os intervalos entre a realizao das manutenes preventivas para todos os

    equipamentos inseridos no programa de gerenciamento, com o objetivo de identificar

    os perigos potenciais envolvendo a utilizao do equipamento, causados por

    desgaste no equipamento que no esto visveis ou defeitos que no tenham sido

    informados pelo usurio do equipamento. O procedimento deve documentar as

    metas da manuteno preventiva e demonstrar como os intervalos definidos esto

    de acordo com estas metas.A execuo da manuteno preventiva em um equipamento mdico de ser

    realizada de acordo com os procedimentos de manuteno descritos no programa

    de gerenciamento. O resultado da manuteno preventiva deve ser documentado,

    contendo registro do procedimento realizado.

    A identificao de falhas e problemas com um equipamento deve ser

    registrada para que estas informaes sejam utilizadas como parmetro para

    justificar ou modificar os intervalos entre a realizao de manutenes preventivaspara este tipo de equipamento.

    4.3.8 Gesto de Pessoal

    Todos os requisitos apresentados so aplicveis a todos os prestadores deservios, quer sejam funcionrios prprios do servio de sade ou funcionrio de

    empresas terceirizadas. A organizao de sade deve obter documentao dos

    prestadores de servios externos para demonstrar que o prestador de servios pode

    fornecer agentes de servio com capacidade tcnica para cumprir os servios

    contratados e com quantidade suficiente para atender a demanda de servio da

    organizao.

    Cada agente de servio que faa parte do programa de gerenciamento deve

    ser devidamente treinado, possuir formao e experincia compatvel e estar

    habilitado ou licenciado para executar as tarefas a ele atribudas.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    41A equipe de profissionais envolvida com o programa de gerenciamento de

    equipamentos deve ser suficientemente dimensionada para executar as atividades

    pertinentes. A equipe deve ser dimensionada para que seja possvel executar todas

    as atividades descritas no programa, devendo ter pessoal disponvel para realizar

    todas as manutenes corretivas e preventivas, com base na dimenso do inventrio

    de equipamentos, na quantidade de procedimentos de manuteno preventiva

    programados e no tempo estimado para realiz-los.

    A necessidade de outros profissionais para realizar atividades auxiliares de

    apoio tambm deve ser dimensionada.

    4.3.9 Infra-estrutura

    Para executar as atividades atribudas ao prestador de servios, a infra-

    estrutura fsica deve ser dimensionada e compatvel com as atividades

    desenvolvidas, contendo espao fsico suficiente para a realizao dos

    procedimentos de manuteno, reas para executar as atividades administrativas,rea para armazenar os equipamentos que aguardam por manuteno, espao para

    armazenar um estoque de peas de reposio e espao para armazenar a

    documentao e registros.

    Para dimensionar uma rea apropriada para a realizao das atividades de

    manuteno, em geral estima-se que uma rea de 11 m2por agente de servio

    uma rea mnima razovel para executar as atividades descritas. No entanto, esta

    estimativa de 11 m

    2

    por agente de servio no considerado uma exigncia, poiscada organizao de sade pode abordar a questo do espao fsico necessrio

    para a realizao dos servios de forma diferente.

    Um espao adequado deve estar disponvel para armazenar equipamentos

    que no esto disponveis para uso, tais como equipamentos que esto aguardando

    a execuo de testes de aceitao ou equipamentos que esto sob investigao

    devido ocorrncia de um evento adverso.

    A infra-estrutura deve dispor de instalaes apropriadas para execuo dos

    servios de manuteno, devendo possuir instalaes que permita aos agentes de

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    42servios a lavagem das mos, pois alguns servios podem expor estes profissionais

    a agentes infecciosos potenciais ou outros contatos perigosos.

    As instalaes do ambiente de trabalho devem possuir uma rea adequada

    para realizar a limpeza e desinfeco dos equipamentos e acessrios.

    A ventilao e climatizao do ambiente de trabalho devem atender a todos

    os requisitos de normas e legislao vigente para permitir uma boa renovao de ar,

    pois algumas atividades de manuteno podem exigir do agente de servios o

    manuseio com produtos qumicos txicos no ambiente de trabalho.

    4.3.10 Recursos financeiros

    A organizao de sade deve conhecer os custos necessrios para a

    prestao de todos os servios realizados associados s atividades descritas no

    programa de gerenciamento de equipamentos mdico-hospitalares.

    A organizao deve estabelecer um oramento que prev o fornecimento de

    recursos financeiros suficiente para cobrir esses custos previstos.

    4.3.11 Ferramentas disponveis

    Cada fornecedor deve garantir a disponibilidade de todas as ferramentas

    necessrias para que seus agentes de servios possam realizar as atividadesdescritas nos procedimentos de manuteno e teste de aceitao.

    Para identificar as ferramentas necessrias, o prestador de servios dever

    considerar a necessidade de:

    - ferramentas manuais bsicas, tais como chaves de fenda e alicates;

    - ferramentas maiores, tais como furadeiras e martelos;

    - equipamentos de teste bsico, como um voltmetro e um analisador de fuga

    de corrente eltrica;

    - equipamentos de teste especficos, como um analisador de unidade eletro

    cirrgica;

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    43- todos os equipamentos de proteo individual e equipamentos de proteo

    coletivos necessrios e em conformidade com as normas regulamentadoras

    dos rgos governamentais.

    Os procedimentos devem ser estabelecidos e implementados para garantir a

    execuo da calibrao adequada de equipamentos de testes e analisadores que

    possam exigir calibrao peridica.

    4.3.12 Avaliao e planejamento

    A organizao de sade deve receber relatrios de indicadores de

    desempenho que permitam organizao verificar e avaliar o desempenho o

    programa de gerenciamento de equipamentos.

    Cada prestador de servios deve desenvolver um indicador que reflita o

    desempenho de execuo das manutenes preventivas. Cada prestador de

    servios tambm deve desenvolver um indicador que reflita o desempenho de

    execuo das manutenes corretivas.A organizao de sade deve ter um plano para corrigir as deficincias

    identificadas pelas mudanas nestes indicadores de desempenho e ser capaz de

    mostrar que o indicador utilizado pela organizao para melhorar o desempenho

    do programa de gerenciamento a partir da identificao e correo das deficincias.

    Cada fornecedor deve implementar um processo de melhoria de desempenho

    que:

    - destina-se a avaliar anualmente o desempenho da organizao;- seja utilizado para planejar todas as alteraes que so necessrias para

    melhoria do programa baseado nas informaes coletadas na avaliao.

    Como os indicadores so periodicamente monitorados, os seus valores iro

    variar. Se os indicadores mostram uma deficincia, a organizao de sade deve ter

    um plano para reagir a essa deficincia. Esses planos devem ser coerentes com o

    planejamento geral da organizao de sade para melhorar o desempenho

    processo. Alm disso, a melhoria de desempenho do programa de gerenciamento

    fornece um mtodo formal para mostrar que uma organizao pode responder

    positivamente s mudanas que se depara.

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    444.3.13 Seleo de equipamento

    A organizao de sade deve considerar sua experincia como base para a

    elaborao do programa de aquisio de novos equipamentos mdicos. O programa

    deve documentar o processo de seleo do equipamento para aquisio e

    demonstrar que a experincia da organizao de sade utilizada como parte deste

    processo de seleo.

    O processo de seleo para a aquisio de equipamentos deve ser

    documentado para assegurar que a organizao de sade seguiu o procedimento

    descrito. A documentao dever tambm demonstrar que a experincia adquiridaatravs do programa de gerenciamento de equipamentos est sendo efetivamente

    utilizado quando so adquiridos novos equipamentos.

    4.3.14 Obsolescncia de equipamento

    A organizao de sade deve estabelecer e implementar uma poltica para

    determinar a obsolescncia de um equipamento mdico-hospitalar, ou seja,

    determinar a retirada de servio de um equipamento que no mais seguro ou um

    equipamento que no mais adequado para a sua aplicao.

    Embora o principal objetivo em determinar a obsolescncia de um

    equipamento mdico seja garantir que um equipamento que no est mais seguro

    seja retirado de servio, a organizao de sade pode incluir outros critrios paradecidir sobre a oportunidade de substituir um equipamento mdico, tais como a

    depreciao do bem e o custo de substituio do equipamento.

    s vezes, mesmo que determinado equipamento no esteja sendo utilizado,

    um equipamento antigo pode ser colocado a disposio para uso como backup

    devido ao custo de aquisio de um equipamento novo. Neste caso, interessante

    que o equipamento seja mantido no programa de gerenciamento de equipamentos,

    mesmo quando a utilizao do equipamento seja pouco provvel.

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    454.3.15 Comunicao entre agente e prestador de servios

    Estes requisitos dizem respeito relao entre um prestador de servios,

    seus empregados e a organizao de sade. Aplica-se aos empregados do

    prestador de servios que realizam trabalhos em nome da organizao de sade em

    um perodo regular (pelo menos uma vez por trimestre). No se destina a ser um

    requisito para comunicao entre prestador de servios e todos seus funcionrios.

    O prestador de servios deve comunicar aos seus empregados que prestam

    servio na organizao de sade os procedimentos operacionais utilizados na

    organizao de sade bem como no fornecedor de servios, devendo tambmcomunicar as alteraes destes procedimentos. Estes empregados do fornecedor de

    servios devem informar a gerncia do prestador de servios sobre quaisquer

    alteraes na organizao de sade que tm impacto sobre o prestador de servios.

    O prestador de servios deve realizar pelo menos uma reunio por ms com os

    agentes de servio para permitir estas trocas de informaes.

    4.3.16 Comunicao entre prestador de servios e servio de sade

    Administrao da organizao de sade deve fornecer ao prestador do

    servio as informaes em sua base de dados que podem colaborar com o

    programa de gerenciamento.

    O prestador de servios deve fornecer administrao do servio de sadeas informaes que dizem respeito ao andamento dos procedimentos de

    manuteno dos equipamentos da organizao de sade e s condies que

    indicam uma necessidade de treinamento adicional aos usurios de equipamentos.

    A organizao de sade e o prestador de servios devem estabelecer uma

    metodologia e a freqncia de elaborao e entrega dessas informaes em

    relatrios. O prestador de servios deve comunicar informaes relevantes sobre

    falhas de equipamentos e erros de usurios ao setor responsvel da organizao de

    sade, como o escritrio da qualidade, comisso de controle e infeco hospitalar ou

    o gerente de risco, dependendo do caso.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    46O conhecimento sobre a programao do procedimento de manuteno

    preventiva de equipamentos importante para os usurios de modo que eles

    possam colaborar em tentar deixar o equipamento disponvel quando as inspees

    forem devidas.

    Muitos problemas envolvendo equipamentos so resultados do uso

    inadequado do equipamento. Como o prestador de servios pode verificar que

    alguns problemas so resultados de erros do usurio, o prestador de servios

    dever informar estes erros aos usurios para que eles possam tomar providncias

    para obter o treinamento adequado.

    4.3.17 Investigao de evento adverso e anlise de falhas

    A organizao de sade deve designar uma pessoa devidamente qualificada

    para participar da investigao de um evento adverso ocorrido relacionado com o

    mau funcionamento ou utilizao indevida dos equipamentos mdicos. As

    informaes sobre essas falhas devem ser partilhadas com outras pessoas daorganizao de sade envolvidas no processo de investigao (como exemplo:

    gerente de riscos e os profissionais responsveis pelo processo de seleo para

    aquisio de equipamentos mdicos).

    Quando ocorre um incidente relacionado com um equipamento mdico, o

    equipamento e quaisquer acessrios (incluindo descartveis) em uso no momento

    do incidente devero ser recolhidos, identificados e retirados de servio.

    A organizao de sade deve desenvolver e implementar polticas para aremoo dos equipamentos de servio, os quais tenham sido envolvidos na

    ocorrncia de um evento adverso, at que o incidente seja devidamente investigado.

    Equipamentos envolvidos em um incidente, juntamente com quaisquer acessrios

    utilizado no momento do evento, devem ser devidamente protegidos contra

    adulterao at o fim do processo de investigao. O departamento jurdico da

    organizao de sade responsvel por analisar o consentimento de liberao para

    o fabricante realizar o reparo do equipamento, para comunicar a qualquer parte

    envolvida na investigao do incidente bem como a liberao do equipamento para

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    47retornar a utilizao normal. Quando necessrio, as intervenes no equipamento

    devem ser feitas para evitar uma nova ocorrncia de incidentes.

    Os eventos adversos relacionados com equipamentos mdicos podem indicar

    uma deficincia nos processos da organizao de sade ou do prestador de

    servios. Se a deficincia for identificada, devem ser tomadas medidas apropriadas

    para corrigir essa deficincia, e assim evitar que novos incidentes ocorram devido a

    um problema j ocorrido e identificado.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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    485 RESULTADOS

    5.1 PROPOSTA DE PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE EQUIPAMENTOS

    MDICO-HOSPITALARES

    A partir dos requisitos detalhados e tratados no captulo anterior referentes s

    boas prticas de gerenciamento de equipamentos e referentes acreditao

    hospitalar, e a partir da apresentao dos itens de orientao para elaborao de um

    programa de gerenciamento, possvel elaborar um programa de gerenciamento de

    acordo com as recomendaes apresentadas, de forma a atender os itens de

    orientao para acreditao hospitalar e atender os requisitos mnimos s boas

    prticas de gerenciamento.

    O programa de gerenciamento de equipamentos elaborado aqui tem com base

    a norma tcnica ANSI/AAMI EQ56:1999 apresentada anteriormente, buscando

    atender os itens de orientao para acreditao hospitalar da ONA bem como

    atender os requisitos mnimos s boas prticas de gerenciamento de produtos para

    a sade apresentados no anexo III do regulamento tcnico da minuta de RDC

    constante na CP n70 de 2007 da Anvisa.

    Fazendo uma anlise dos tpicos tratados no captulo anterior, verificamos que

    alguns requisitos de boas prticas de gerenciamento de produtos para a sade e da

    acreditao hospitalar possuem relao com alguns itens recomendados para

    elaborar o PGEMH. Portanto, para que o PGEMH a ser elaborado atenda aosrequisitos de boas prticas de gerenciamento de produtos para a sade e da

    acreditao hospitalar necessrio abordar os itens do PGEMH de modo que este

    tambm atenda aos requisitos a eles relacionados.

    Nas prximas sees deste captulo est descrito o PGEMH elaborado. Por ter

    o objetivo de apenas apresentar um modelo bsico de PGEMH, o dimensionamento

    da equipe no foi apresentado, onde apenas foi descrito um exemplo de equipe para

    um EAS. Da mesma forma, por no ser objetivo especfico deste trabalho, no foramelaborados aqui os procedimentos de manuteno preventiva e corretiva.

  • 7/22/2019 CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA CLNICA

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