Curso de liturgia pe.João Reus

258
PE. JOÃO BATISTA REUS, S. J. PROFESSOR DO SEMINÁRIO CENTRAL DE SAO LEOPOLDO, R. G. S. CURSO DE LITURGIA SEGUNDA EDIÇÃO REVISTA E AUMENTADA 1944 IEDITORA VOZES Ltda., PETRÓPOL IS, R. J. Pkib bE JANE -Mg --- SAD "PAULO

Transcript of Curso de liturgia pe.João Reus

Page 1: Curso de liturgia pe.João Reus

PE. JOÃO BATISTA REUS, S. J.PROFESSOR DO SEMINÁRIO CENTRAL DE SAO LEOPOLDO, R. G. S.

CURSO DE LITURGIASEGUNDA EDIÇÃO

REVISTA E AUMENTADA

1944IEDITORA VOZES Ltda., PETRÓPOL IS, R. J.

Pkib bE JANE -Mg --- SAD "PAULO

Page 2: Curso de liturgia pe.João Reus

E' um grato dever

consignar neste lugar a amabilidade

IMPRIMI POTESTPÓRTO ALEGRE, DIE 28. MAII1943. P. VALTER HOFER, S. J.PR/EP. PROV. BRAS. MERID.

Do Excelentíssimo Senhor Núncio Apostólico

D. BENTO ALOISI MASELLA

que, a pedido, sem demora, se declarou pronto para

coadjuvar a correta elaboração desta edição.

Digne-se, pois, o benevolente protetor da ciência aceitar

os protestos de gratidão doIMPRIMATURPOR COMISSÃO ESPECIAL DOEXMO. E REVMO. SR . BISPODE NITERÓI, D. JOSft PEREI-RA ALVES. PETRÓPOLIS, 10DE JUNHO DE 1944. FREIÁTICO EYNG, O. F. M.

obscuro AUTOR.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Page 3: Curso de liturgia pe.João Reus

PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

O Curso de Liturgia pretende introduzir nos vastos cam-pos da ciência litúrgica. Por motivos principalmente peda-gógicos, restringe-se ao mais necessário. Uma ou outra veztraz a matéria em 'ordem prática, para evitar repetições.Destina-se a servir de livro de texto nas preleções litúrgicase de livro de consulta para os amigos da Liturgia.

PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO

Mais depressa do que se podia esperar se esgotou aprimeira edição do "Curso de Liturgia", certamente graçasà benevolência com que foi acolhida pelo colendo Episco-pado e venerandos Colegas. Nesta nova edição ainda maisdo que na primeira, se explica a origem, .o progresso, osignificado dos ritos e fórmulas. Pois diz S. João Crisós-tomo: "Muitos celebram as festas e as conhecem pelo nome,mas ignoram-lhes a origem histórica e ocasional. Mereceisto a censura de proceder muito vergonhoso e ridículo."

Acrescentaram-se os decretos do Concílio Plenário Bra-sileiro, a explicação das Ordens maiores e menores, os dia-gramas das funções da Semana Santa e da Missa pontificalpor ocasião da Visita pastoral, as festas da Epifania e Na-tividade de Maria Santissima, etc.

Foi promulgada a encíclica Mystici Corporis Christi erecebida com sincera gratidão. No texto da nova edição dêsteCurso, a encíclica foi mencionada e aproveitada.

Queira o Sagrado Coração de Jesus abençoar tambémesta edição para glória de sua Vida eucarística e santifi-cação de seus amados sacerdotes e fiéis.

São Leopoldo, Seminário Central, festa do Natal de NossoSenhor, de 1942.

Pe. J. B. R e u s, S. J.

Bibliografia

Aertnys, CSSR, Compendium Liturgice, Taurini 1936.Amberger, Pastoral.De Amicis, Consuetudines in functionibus liturgicis, Roma: 1916.Appeltern, Manuale liturgicum, Mechlin e 1901, 2 t.Ascárate, And:, La flor de la Liturgia, Buenos Aires, 1935.Augsten, Dr. Ludger, Das Jahr des Herrn in der Zeit, Berlin, Ger-

mania 1937.Bacuez, Das Brevier, Kirchh. Mainz 1891.Barin, Luigi, Catechismo Liturgico, 4.° ed., Rovigo 1921, 3 t.Garin, Aloisius, In novissimas Rubricas Missalis Romani, Rhodigii

1920.Item, Commentarium ad canones ins liturgicum spectantes, Rhodigii

1922.Baronius, Annales eccl., Veneza 1601; . 12 t.Barreiros, Man. de Aguiar, Elementos de arqueologia, 2.° ed., Bra-

ga 1931.Bauer, Dr. Georg, Die Ausstattung des Gotteshauses and das Dogma,

Linz a D. 1922.Bauemer, Suit., Geschichte des Breviers, Freib. H. 1895.Belethus, Joann, Rationale divinorum of ficiorum, Lugduni 1565.Benedicti XIV, Opera omnia, Prati 1839.Bona, Cardinalis, Op. omnia, Antw. 1677.Bootsma, OFM., Tractatus de off. div. et Missa, Herder 1928.Bopp, Liturgische Erziehung, Herder 1929.Braun, Jos., S. J., Liturgisches Handlexikon, Regensb. Pustet 1924.Item, Handbuch der Paramentik, Herder 1912.Brehm, Franc., Conspectus pro officio div., ed. 5.°, Ratisbonm 1914.Item, Neuerungen im Missale, Reg. 1920.Item, Synopsis, Ratisb. 1920.Bickell, Dr. Gustav, Messe and Pascha, 1872.Brigthman, Liturgies eastern and western, Oxford 1896.Brors, S. J., Gloria in excelsis Deo, Kevelaer 1922.Burckardus, Joan., Ordo Missce, Ephem. Lit. 1924.Cwremoniale Episcoporum.Cardoso, Ant. F., Sentido dos ritos da missa, Pôrto 1878. Chardron.Carpo, Biblioteca litargica, 1885.Carta Pastoral de 1915.Cerimonial das principais funções pontificais, celebradas nas cate-

drais que não têm cabido, 3.' ed., 1924, Rib. Preto.Cerimônias da Visita Pastoral, Editôra Vozes Ltda., 1937.Cid, Luís Alberto, Cerimonial dos Párocos, Pôrto 1912.Constituições primeiras do Arcebispado da Baía de 1707, S. Paulo

1853.Coronata, Math. a, OMC., De locis et temporibus sacris, Marietti

1022.)ictionnaire de droit can. 1937, Paris, Letousey et ane.)ictionnaire de Theologie catholique, Paris 1903-1929.)ictionnaire d'Archeologie chr. et Liturgie.)ecreta authentica C. S. R.)e Herdt, Sacrce Liturgice praxis, Lovanii 1863.)uchesne, Liber pontificalis, Paris 1886. 2 tt.)urandi, Gul., Rationale divinorum officiorum, Lugduni 1565.?isenhofer, Dr. Lud., Kath. Liturgik, Herder 1926.Icm, Handbuch der Kath. Liturgik, Herder 1932, 2 t.

Page 4: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia Bibliografia 9

Ecos Marianos de Aparecida, 1938.Ephemerides Liturgica°.Erker, Jos., Enchiridion Liturgicum, 2.' ed., Labaci 1900.Eusebii, Opera omnia, Migne 1857.Falise, Liturgie pratique, Paris 1900.Favrin, Praxis sol. funct. Episcoporum, Pustet 1906.Ferreres, I. S. I., El Breviario y las Nuevas Rubricas, Madrid 1914.Festugière, M., Qu'est-ce que la Liturgic, Paris, Gabalda 1914.Fluck, Dr. Jac., Kath. Liturgik, Regensb. 1855, 2 t.François, Aug., O. S. B., Partificação Ativa na Missa, Mosteiro S.

Bento, Rio 1938.Franz, A., Die Kirchlichen Benediktionen im Mettelalter, Freib. H.

1909.Item, Die Messe inn deutschen Mittelalter, Frib. 1902.Gatterer, Mich. S. J., Praxis celebrandi, Oeniponte 1926.Item, Annus liturgicus, 1925.Gennari, Questions de Liturgie, Paris 1912. 2 t. Lethielleux.Gerahardy, Ratschlaege, 2. A., Schoeningh, Pad. 1913.Gihr, Dr. Nic., Die Sequenzem des róm. Messbuches, Herder 1887.Item, Das h. Messopfer, 5. A., Herder 1892.Item, Prim and Kemplet, Herder 1907.Grimaud, A Minha Missa, Tradução M. M. I. M., Editôra Vozes

Ltda.., 2.a edição, 1944.Grisar, Hartm. S. J., Das Missale im Lichte roemischer Stadtgeschichte,

Herder 1925.Guardini, Vom Geist d. Liturgie, 3. A., Herder 1918.Gueranger, Das Kirchenjahr, 2. A., Mainz 1888.Hartmann, Repertorium Rituum.Haugg, Donatus, Vom Geheitnnis der hl. Messe, Muenchen, Kõsel

1936.Hausherr, M. S. J., Compendium Cceremoniarum, Friburgi 1887.Hexges, Greg. OFM., Ausstattungskunst inn Gotteshause, Bauwelt-

Verlag, Berlin 1933.Hildebrand, Dietrich von, Liturgie and Persoenlichtkeit, Salzburg

1934.Hoeflinger, Christ, Manuale Rituum, Manz, Ratisb. 1876.Holzmeister, Urb. S. J., Chronologia Vitce Christi, Rom, Instil.

Bibl. 1933.Instrução de Cerimônias, Pôrto, Cruz Coutinho 1888.Jacob, G., Die Kunst im Dienste der Kirche, Landshut 1857.Johner, Domin., Neue Schule des gregorianischen Gesangs, Re-

gensburg, Pustet 1929.Jungmann, Dr. los. S. J., Die Stellung Christi im liturgischen Gebet,

Monster, Aschend. 1925.Jürgensmeier, Der mystische Leib Christi, Paderb. 1934.Kern, Jos. S. J., De sacramento Extrema: Unctionis, Pustet, Ratisb.

1907.Kieffer, Dr. Georg., Rubrizistik, 8. A., Schôningh, Paderb. 1935.Koessing, J. Die h. Messe, 2. A., Manz, Regensburg 1856.Kramp, S. J. . Messliturgie u. Gottesreich, Herder 1921, 3 t.Item, Bete mil der Kirche, Munster, Regensberger 1936.Item, Introitus, Munster, Regensb. 1937.Kraus, Real-Enciclópcedie der christlichen Altertümer, Herder 1882.Lamping, S. OFM., Menschen die zur Kirche kamen, Koesel, Munchen

1935.Lefebvre, Gasp. OSB., Liturgia, Pôrto 1922.

Lemos, Ritual do Arcebispado da Baía, Baia 1863.Lexikon fur Theologie and Kirche, Herder 1930-1937. (LThK)Liguori, S. Alfonso, De cceremoniis missce, ed. Schober CSSR,

Ratisb. 1882.Liturgia de Natal, Páscoa, Pentecostes, Mosteiro de S. Bento, Rio

de Janeiro 1935.Luebke, Geschichte der Architektur, Leipzig 1855.Mach-Ferreres, Tesoro del sacerdote, Barcelona 1920.Many, De missa, Paris 1903. Letouzey et ane.Marques, Sim. S. J., Brasilia Pontificia, Olyssipone 1758.Martinucci, Pio, Manuale Sacrarum Cceremoniarum, ed. alt., Rome

1879, 4 t.Maurel, S. J., Guide p. de Liturgie Rom., Paris 1868.Meagher, The festal year, 8.a ed., New York 1903.Memoriale Rituum, 1920.Migne, P. lat.Item, Liturgie, Encyc. theol., t. 8.Missa (a santa) dialogada, Editôra Vozes Ltda., 1936.Mohren, Expositio S. Missa, Aug. Trevir. 1847.Muller, Joh. Bapt., Zeremonienbüchlein, 15. A., Herder 1934.Nickel, Marcus, Die hl. Zeiten and Feste, Mainz 1836, 2 t.Nilles, Nic., Kalendarium Ecclesice orientalis et occidentalis, Oeni-

ponte 1897.Octavarium Romanum, 1902.Oficio da Semana Santa com explicações em língua vernácula, São

Paulo, Livraria Salesiana 1931.Oppenheim, Phil. OSB., Introductio in litteraturam liturgicam, Ma-

rietti 1937.Parsch-Keckeisen OSB, No Mistério do Cristo, Mosteiro de S. B.,

Baía 1941.Paulys, Real-Enciclopcedie der Klassischen Altertumswissenschaft,

1894-1935.Piacenza, Sacra Liturgia, Rome 1909.Item, Divino afflatu, Romm 1912.Item, In tres tahellas, Rome 1912.Item, In novissimas rubricas, Rome 1915.Item, Regulce pro recitando divino officio, 1917.Piller, Manuale Liturgice Romance, 2.° ed., Freiburg i. S. 1894.Pires, Heliodoro, A Poesia da Igreja no Ocidente, S. Paulo 1934.Pontes, A., Manual do Sacristão, Salesianos, Niterói 1936.Pruemmer, Karl S. J., Der Christi. Glaube and die altheidnische

Welt, Hegner, Leipzig 1935.Probst, Fred., Verwaltung der hochheiligen Eucharistie, Tuebingen

1853.Item, Brevier and Breviergebet, Tueb. 1854.Item, Kirchliche Benediktionen, Tueb. 1857.Item, Liturgic der "3 ersten christl. Jahrhunderte, Tueb. 1870.Item, Lehre and Gebet in den 3 ersten christl. Jahrhunderten, Tueb.

1873.Item, Die aeltesten roemischen Sakramentarien, Miinster, Aschend.

1892.Item, Die abendlaendische Messe, Munster, Aschend. 1896.Huels, Dr. Pet., Liturgik des hl. Messopfers, Munster, Schoeningh

1915.Regatillo, S. J., Cuestiones canonical, Santander 1928, 2 t.

Page 5: Curso de liturgia pe.João Reus

§

§

§§

§

§

10 R e u s, Curso de Liturgia

Rinaldi-Bucci, De insignibus episcoporum commentaria, Ratisb.Pustet, 1891.

Rower, Fr. Basilio OFM., Dicionário litúrgico, ditôra Vozes Ltda.,2." ed., 1936.

Ruperti Tuitiensis, De divinis officiis, 1565.Santini, Lidvino S. J., A Santa Missa, Editôra Vozes Ltda., 1941.Sarmento, Franc., Diretório Sacro, 2.a ed., Lisboa 1794:Schaefer, Dr. Bernard, Liturgische Studien, Pustet, Regensb. 1912,

4t.Schermann, Th., A'egyptische Abendmahlsliturgien des 1. jahrh.,

Paderb. Schoningh. 1912.Schmid-Doering, Der christliche Altar, Paderborn, Schoeningh 1928.Schmid, Eugen, Die neuen Kirchenmusikalischen Vorschriften, Re-

gensb. 1919.Schmitz, Dr. P., Die Kirche in ihren ,gottesdienstlichen Handlungen,

Freiburg 1856.Schubert, Dr., Grundzüge der Liturgik, Graz 1913.Schuech, Pastoral.Silva, Manuel E. Altenfelder, Brasileiros Heróis da Fé.Sola, S. J., Curso prático de Liturgia, Santander 1922.Solans, Dr. Joaq., Manual liturgico, 11.' ed., Barcelona 1913.Stapper, Dr. Rich., Katholische Liturgik, Munster, Aschend. 1931.Stella, Franc., Institutiones liturgicce, Roma 1895.Stelzl, Jos., Die Zeremonien der Kirche in Wort and Bild, Klagenfurt

1909.Strac„k and Billerbeck, Kommentar zurra neuen Testament ails Talmud

and Midrasch, 1922. 5 t.Thalhofer, Dr. Valentin, Handbuch der Kath. Liturgik, 1890-1894.Tirozzi, Collectio Qucestionum Ritualium, Roma 1917.Vagaggini, J. O. S. B., As riquezas do Missal, Baía 1941.Vandeur, Eug., La sainte messe, 7. ed., Maredsous 1914.Vavasseur, Antunes, Cerimonial Romano, Lisboa 1884.Vavasseur-Haegy, Manuel de liturgie, Paris, Lecoffre 1932.Vigourel, Cours synthetique de Liturgie, Paris 1906.V. S., Le sacre Ceremonie della messa privata, Marietti, Torino 1878.Wernz-Vidal, Jus can., 1927-1934.Wijten, Hilário O. Praem., Meu livro de liturgia, Editôra Vozes Ltda.,

1938.Wintersig, Liturgie and Frauenseele, Herder 1925.Zaccaria, Franc. Ant., Bibliotheca ritualis, 2 t., Romm 1788.Zualdi, C eremoniale Missce privatae, Roma; 1922.

Abreviaçõesd.: decreto.C. B.: Concilium plenarium brasiliense, 1939.C. E.: Cm remoniale Episcoporum.C. P.: Carta Pastoral Coletiva, de 1915.A. M.: Additiones et Variationes in Missali.A. B.: Additiones et Variationes in Breviario.Can.: Canon Codicis juris canonici.C: Celebrante.D: Diácono.S: Subdiácono.MM: Ministri sacri.REB.: Revista Ecclesiástica Brasileira.

ÍNDICE ANALÍTICO

Prefácio Pág

Bibliografia 7Indice

Introdução à Liturgia

6

§ 1. Natureza da Liturgia§ 2. Origem § 3. Objeto § 4. Sujeito .

5. Excelência .6. Atos litúrgicos7. Funções públicas e privadas8. Rito, cerimônia, rubrica9. Fim das cerimônias

10. Diferença entre Liturgia e as outras ciências teológicas11. As fontes da Liturgia12. O desenvolvimento13. As Liturgias orientais . . ........._ 14. As Liturgias ocidentais15. A Liturgia romana 16. A legislação litúrgica em vigor 17. Os livros litúrgicos vigentes18. Pureza do rito19. Obrigação das rubricas20. Os decretos da S. Congregação dos Ritos 21. Resumo histórico da Liturgia

I PARTE.

LITURGIA GERAL§ 22. 0 espírito litrúgico

CAPITULO I.

AS SANTAS PALAVRAS23. Origem das línguas litúrgicas24. A vantagem da língua latina na Liturgia 25. Preces 26. Lições27. Composições litúrgicas em versos28. Aclamações 29. Doxologia .30. Música sacra

CAPITULO II.

OS SANTOS SINAIS

Art. I. Atitudes§ 31. Posições do corpo§ 32. Posições de partes do corpo

Art. II. Elementos materiais

68

11

1819202225252627293031333536394042424344

45

4647485354575959

6163

§ 33. A água§ 34. 0 pão

67

Page 6: Curso de liturgia pe.João Reus

12 R e u s, Curso de LiturgiaÍndice Analítico 13

• §.

Pág.

35. 0 pão sacrifical 6936. 0 vinho 7037. A luz . 7038. 0 incenso •7239. 0 óleo . 7340. A cinza . 7441. 0 sal . . 7542. Sêda, linho, lã, cera 75

CAPITULO III.

OS SANTOS LUGARES43. Os santos lugares na antiguidade cristã 7844. Nomes e espécies de edificios litúrgicos 7945. Os estilos mais importantes 8046. 0 cemitério . . . 8147. 0 altar . 8248. Os acessórios do altar . 8449. Divisão dos altares . . 8650: Ornamentos do altar . 8751. Côro e nave . 9752. Os sinos . 10053. O vestuário litúrgico em geral 10254. As côres litúrgicas . 10355. A bênção dos paramentos 10456. 0 trato dos paramentos . 10557. O simbolismo das vestes. litúrgicas 10658. As principais vestes litúrgicas . 10659. As vestes prelaticias e papais 11260. Os vasos litúrgicos . . 113

CAPITULO IV.

O TEMPO SACRO61. O ano eclesiástico em geral 11762. A semana . 11963. Divisão dos domingos . 12064. Os dias da semana . 12265. Divisão das férias . 12466. As quatro têmporas . 125

Art. I. O ciclo do67.0 advento . 12768. A festa do natal . 12969. A oitava do natal . 13470. A festa da epifania . 13571. A purificação de Maria SS. 13972. A bênção das velas, da cinza e dos ramos em geral 14073. A bênção das velas . 141

Art. II. O. ciclo pascal74. 0 tempo antequaresmal . 14575. A bênção da cinza 14676. A quaresma . 147

Pág.

§ ' 77. 0 tempo da paixão . 148§ 78. 0 domingo de ramos . 150§ 79. 0 tríduo sacro. Prescrições e advertências 155§ 80. As trevas . 157§ 81. O rito das trevas . 158§ 82. A quinta-feira santa . 159§ 83. A sexta-feira santa . 167§ 84. O sábado santo . . 180§ 85. A festa da páscoa . 196§ 86. As rogações maiores e menores 198§ 87. A ascensão de Jesus Cristo 200§ 88. A festa de pentecostes . 201.§ . 89. As festas principais dêste tempo . 202

Art. Ill. 0 ciclo de Cristo Rei90. Existência dêste ciclo e festas principais 20391. Outras festas dêste ciclo. Devoções populares 207

CAPITULO V.

O CÔMPUTO PASCAL§ 92. O áureo número . . 214§ 93. Epacta e lua nova . 216§ 94. Os 30 números epactais 218§ 95. Letra dominical . 219§ 96. Cômputo da páscoa e das outras festas móveis 222

II PARTE.

LITURGIA ESPECIAL

I secção.

O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

CAPITULO I.

A EXPLICAÇÃO DA MISSA§ 97. O santo sacrifício em geral . 225§ 98. A primeira missa no cenáculo . 226§ 99. O rito da missa no decurso dos séculos 226§ 100. A preparação do ministro do sacrifício 229

Art. I. A missa dos catecúmenos§ 101. 0 acesso ao altar . 230§ 102: As leituras litúrgicas . 234

Art. II. A missa dos fiéis§ 103. 0 ofertório . 239§ 104. 0 prefácio e o cânon . 244§ 105. 0 cânon . 247§ 106. As orações antes da consagração . 251§ 107. A consagração 253§ 108. As orações do cânon depois da consagração 254

natal

Page 7: Curso de liturgia pe.João Reus

14 R e u s, Curso de Liturgia

Art. III. Missa dos fiéis: A comunhãoPág.

109. A preparação para a comunhão. Pater noster. Embolismo 258110. A fração do pão. A paz 259111. A recepção da sta. comunhão. As preces anexas- - 261112. Depois da comunhão 262

CAPÍTULO II.

AS RUBRICAS DA MISSA

Art. 1. Regras gerais ,§ 113. Classificação das missas . . 267§ 114. As partes mutáveis da missa 269§ 115. Número e divisão das orações 270§ 116. As orações prescritas 271§ 117. As orações imperadas . . 273§ 118. As orações facultativas e a ordem das orações 276§ 119. Epístola, sequência, evangelho, credo . 278§ 120. Prefácio e Communicantes 280

§ 121. O último evangelho 281

Art. II. As missas votivas

§ 124. A missa nupcial . § 125. As missas votivas solenes

§'122.§ 123.

§ 126. A missa solene da oração das XL horas § 127. A missa votiva nos congressos eucarísticos § 128. A missa votiva de Jesus Sumo e Eterno Sacerdote

§ 130. A missa votiva na bênção solene de oratório público 299§ 131. A missa votiva no dia das missões e nos congressos

§ 129. A missa votiva solene do S. Coração de Jesus 298

As missas votivas em geral 284

As missas votivas privadas . ............_......... 288

missionários . . . 300

290 292 .

295296296

§ 132. A missa votiva na solenidade: . da beatificação ou ca-nonização 300

§ 133. Missa votiva ccecutientis .. 301§ 134. A solenidade universal externa conservada no domingo 304§ 135. A missa votiva da- solenidade: .particular . exterior tras-

ladada para o domingo . 305§ 136. A missa votiva em lugar da festa impedida 307§ 137. A missa votiva de festa extraordinariamente concorrida 307§ 138. As missas votivas de festas siïnplificadas" :...... :308§ 139. As missas de festas ' mencionadas no ofício :e no mar-

tirológio . .308§ 140. A missa da 'festa `ou dá féria à livre escolha.... 309§ ` 141. A missa na igreja alheia .. 310 .

Art. ÍIÍ. As missas dos defuntos

§ 142. Noções e rubricas `'gerás 311§. `143. Comemoração de todos -os . fiéis defuntos..::,; . <" 31 .4§` 144. A missa exequial " . ...... 315§' 145. Missas privadas de réquie por ocasião de exéquias 316§ 146. A missa do 3.°, 7.° e 30°x_ dia e de aniversario ... 317§ 147. A missa depois de receber o anúncio da morte :: 320

148." A• missa 'quotidiãha de .réquie 320.

Índice' Analítico 15

CAPITULO HI.

AS CERIMÔNIAS DA MISSA

Art. I. As cerimônias gerais

§ 149. Posição do corpo§ 150. Posições de partes do corpo

Art. II. As cerimônias da missa privada§ 151. 0 rito da missa comum rezada 325§ 152. Cerimônias próprias da missa de réquie 358§ 153. Cerimônias dos capelães da missa de bispo 359§ 154. Missa rezada em presença de bispo diocesano 361§ 155. Missa rezada diante do SS. Sacramento exposto 363

Art...1..11.. As cerimônias. da missa solene

I. Diácono e subdiácono§ 156. Observações . 365§ 157. As funções de diácono e subdiácono 367

II. O celebrante§ 158. As cerimônias do celebrante na missa solene 382§ 159. As cerimônias da missa nova com presbítero assistente 392§ 160. A missa cantada diante do Santíssimo exposto 395§ 161. A missa cantada com assistente . 397§ 162. A missa cantada com ajudantes . 398§ 163. Ofício do mestre de cerimônias na missa solene 400§ 164. A missa solene de réquie . 403

II secção.

O OFÍCIO DIVINO§ 165. Origem e desenvolvimento do ofício divino 408§ 166. Obrigação do ofício divino . 413§ 167. Recitação do oficio divino . 417§ 168. Método prático do ofício divino 422§ 169. Divisão dos ofícios 425§ 170. Ocorrência e concorrência 429§ 171. As comemorações . . 440§ 172. Os hinos 443§ 173. 0 ofício de defuntos . 444§ 174. As festas particulares da dedicação, do título e do

patrono . 446§ 175. As vésperas ordinárias cantadas . 450

III secção.

OS SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS

§ 176. 0 batismo 451§ 177. A administração da s. comunhão fora da missa 456§ 178. A comunhão dos enfermos 458§ 179. A bênção do Santíssimo 463

Pág.

322323

Page 8: Curso de liturgia pe.João Reus

16 R e u s, Curso de Liturgia

Pág.sem assistente 469 469 470 471 474abreviadas 476 477 478

As ordens menores . 482As ordens maiores . 486O sacramento do matrimônio . 492Bênção da mulher depois do parto 494Noções gerais sôbre as bênçãos (Sacramentais) 494A visita pastoral . 496A missa pontifical por ocasião da visita pastoral 498Missa solene com assistência do bispo revestido de ro-quete e mozeta . . 506

CURSO DE LITURGIA

INTRODUÇÃO

1. No principio dos seus_ Exercicios_.Esp11Lüais, S. Ináciode Loiola define com poucas palavras o dever do homempara com o seu Criador. "O homem foi criaã _p_para...louvaa Ucus, Nosso - Senhor, prestar-Lhe reverência e servi-Loe, fazendo isto, salvar a sua alm--rá. A— outras coisas na terrafoi zr criadas or causa do homem e parallyrartqar rïiconsecução do fim, para o _qual foi criado

Estas palavras são unia introdução adequada à Liturgiasacra. Pois o homem, criatura de Deus que é, depende dêlecompletamente; a sua dependência deve-a reconhecer e ma-nifestar. Pela reverência interior reconhece a soberania deDeus sôbre a sua alma, fazendo, por exemplo, os atos defé, esperança e caridade; é o culto ,interior. Pelo louvor eserviço manifesta os sentimentos de sujeição por meio desinais sensíveis; é o culto exterior.

O homem não está sozinho na terra; há "outras coisas,criadas por causa déle." Estas outras coisas são, em pri-meiro lugar, os outros homens, vivos e mortos; em segundolugar as criaturas irracionais, vivas e inanimadas. Devemauxiliá-lo na consecução do seu fim; devem, portanto, emação comum com ele, servir a divina Majestade. Este ser-viço comum de tôdas as criaturas é serviço de Deus, é Li-turgia, na acepção mais lata, embora imprópria, porquantoinclui todos os deveres do homem.

Nesta disciplina, porém, tornamos a palavra Liturgia noseu sentido próprio, significando um dever especial, o cultodireto do Criador, cujos atos abrangemos com o nome deVirtude de Religião.

§ 1. NATUREZA DA LITURGIA

2. 1. Definição nominal A palavra Liturgia significava:1) na antiguidade, uma função profana, pública, não re-munerada, p. e., a função de juiz, de festeiro de jogos pú-blicos, de diretor de teatro, de armador de navio, mesmode operário público. Pois a palavra Liturgia deriva-se dele. iton = do povo; e érgon = a obra, o ministério; e denotaqualquer ministério exercido em nome ou em favor da co-

Curso de Liturgia — 2

§ 180.§ 181.§ 182.§ 183.§ 184.§ 185.§ 186.§ 187.§ 188.§ 189.§ 190.§ 191.§ 192.§ 193.§ 194.§ W5.

A bênção do SantíssimoA exposição privadaA penitênciaA extrema unçãoAs exéquiasCerimonial das encomendapõesAs exéquias de criançasO sacramento das ordens

Page 9: Curso de liturgia pe.João Reus

18 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 19

munidade. 2) em o novo testamento, um encargo público,embora profano, na comunidade religiosa. Assim o cuidadodos pobres na cristandade de Corinto tem êste nome, 2 Cor9, 12: "ministerium huius officii". 3) uma função públicasacra da Igreja: a pregação da palavra divina, as oraçõesdos clérigos, principalmente o sacrifício. Já no antigo tes-tamento o serviço dos sacerdotes e levitas no santuário sechama Liturgia (Ex 28, 39), em o novo testamento o ser-viço sacro de Zacarias é Liturgia (Lc 1, 23) ; principalmenteJesus Cristo é chamado leitourgos. (Heb 8, 2.) Os SantosPadres muitas vêzes falam da Liturgia sacra, entendendotodo o serviço sacro do clero. 4) o sacrifício do novo tes-tamento. Nas constituições apostólicas (c. 380) a missa échamada Liturgia. Desde o século 9.° os gregos usavamêste têrmo para designar a missa.3. II. Definição essencial. Esta é formada do gênero pró-ximo e da diferença específica. Tal é a seguinte definição:Liturgia é o culto da Igreja. "Culto" é a noção genérica,pois culto pode significar uma série de atos (obj. mat.),ou uma homenagem prestada (efeito do culto), ou a in-clinação interior para esta homenagem. Na definição entra"culto" no primeiro sentido.

"Igreja" é a noção específica, pois o culto da Igrejanão é culto só interior, mas também exterior; não é cultoindividual e privado, mas social e público; não é arbitrárioe natural, mas prescrito e oficial. Estes têrmos: exterior,público e oficial estão incluídos na noção de "Igreja", quenecessariamente tem estas qualidades. (Cf. Hansens, Gre-gorianum, 1927, p. 204-228; Coelho I; Eph. Lit. 1927, p.405-412.)

2. ORIGEM DA LITURGIA4. Do que fica dito, se vê a veneranda origem da Litur-gia católica.

1. As partes essenciais da missa foram instituidas pelopróprio Jesus Cristo, quando, na véspera da sua sagrada.paixão, disse a primeira missa na presença dos apóstolos.O Padre Nosso, parte integrante de tôdas as Liturgias, foiensinado por Êle. Os santos sacramentos, quanto à formaessencial, foram todos instituídos por Nosso Senhor.5. 2. Estas partes essenciais, no decurso do tempo, foramcercadas de cerimônias, ora simples, ora majestosas, tôdas,

porém, convenientes; e de preces adequadas. O que primiti-vamente foi uso legitimo, posteriormente foi sancionado pelaIgreja em virtude do poder legislativo outorgado a Pedro eseus sucessores: "O que ligares sôbre a terra, será ligadono céu; o que desligares sôbre a terra, será desligado tam-bém no céu." (Mt 16, 19.)

A Liturgia é, por conseguinte, de origem divina, partediretamente e parte indiretamente; deve ser tratada commuito respeito.

§ 3. OBJETO DA LITURGIA

6. As ações litúrgicas são múltiplas; apesar disto formamconjunto bem ordenado. Esta unidade interior em tôdas asmanifestações e ramificações do culto tem o fundamento noobjeto a que se referem, e no sujeito que as põe em prática.

1. 0 objeto primário da Liturgia sacra é Deus. (Eisen-hofer I, 6; Gatterer, Annus liturgicus, p. 7; Vigourel, Courssynthet., p. 4.) A Êle só compete adoração, a Êle só seoferece o sacrifício da missa.

Ora à SS. Trindade, ora a Deus Padre, ora a DeusFilho, ora ao Espírito Santo é que se presta o culto explici-lamente. Pela doxologia: "Glória ao Padre, e ao Filho e aoEspírito Santo", é glorificada muitas vêzes durante o dia aSS. Trindade. Nas orações da missa, a petição as mais dasvêzes se dirige a Deus Padre: Omnipotens sempiterneDeus... A Deus Filho são consagradas as festas mais so-lenes do ano eclesiástico: natal, páscoa, corpo de Deus eoutras. O Espírito Santo invoca-se frequentemente, p. ex.,no ofertório da missa: Veni sanctificator... Este é o cultolatrêutico (de "latria" = adoração).

7. 2. Objeto secundário é: a) o culto dos Santos, e prin-cipalmente de Maria SS.: aquêle chama-se culto de dulia oude veneração, êste, culto de hiperdulia ou de veneração tôdaespecial. b) o culto dos objetos que têm relação com JesusCristo e sua obra de redenção. Tais são, p. ex., as relíquiasdo santo Lenho, as relíquias e imagens dos santos. E' oculto relativo (cân. 1255). c) o culto de pessoas ainda vi-vas e de coisas sagradas. Ante o bispo, p. ex., se fazemgenuflexões, ante o sacerdote, inclinações. De incensaçãosru, julgados dignos não só os clérigos, mas também leigos

2*

Page 10: Curso de liturgia pe.João Reus

Introdução 2120 R e u s, Curso de Liturgia

eminentes e todo o povo. Esta honra concede-se por motivosreligiosos e refere-se, em última análise, a Deus.

S. Inácio de Antioquia (Ep. ad Trail. 3, 1) ensina: Todos de-vem honrar os diáconos como a Jesus Cristo, e também ao bispo,que é a imagem do Pai, e aos sacerdotes, como ao senado de Deus.A escritura sagrada diz: Sois... um povo santo. (1 Ped 2, 9.)

8. 3. Assim se explica o culto das coisas sagradas, p. ex.:o ósculo do evangeliário, das velas, dos ramos bentos. Es-tas honras entendem-se prestadas ao símbolo de Jesus Cristo(evangeliário), ou a Cristo santificador que distribui suasgraças pelos objetos bentos. 4. Os sacramentos em geral,as orações, os exorcismos são culto de Deus, porque noseu uso se glorifica a misericórdia, a bondade e a onipo-tência de Deus. Por conseguinte é Deus o único objeto daLiturgia.

4. SUJEITO DA LITURGIA

p. I. 0 primeiro sujeito da Liturgia é .Jesus Cristo. E' oministro principal; sua morte na cruz foi o sacrifício, quedevia conciliar a humanidade - pecadora coin Deus, e Êlemesmo foi o sacerdote, o liturgo, que se ofereceu a seu Paiceleste.

'Este sacerdócio ainda continua no céu; pois "sendoJesus eterno; tem um sacerdócio eterno." (Heb 7, 24.)

Na terra Êle é o liturgo principal na missa. Pois o con-cílio tridentino (sessão 22, c. I) declara: "E' o mesmo queagora se sacrifica pelo ministério dos sacerdotes e que seofereceu. na cruz."

Lie é o liturgo principal na administração dos sacra-mentos. Célebres são as palavras de S. Agostinho (Tract. 6in Jo n. 7) : "Se Pedro batiza, é Este (Cristo) que batiza;se Paulo batiza, é Este que batiza; se Judas batiza, é Esteque batiza." O mesmo vale dos outros sacramentos.

Jesus Cristo é o liturgo principal nos vários atos doculto, na oração pública, nos sacramentais, ainda que nãotenham sido instituídos por Êle, Instituiu-os a Igreja, auto-rizada por Êle e unida a Êle como à Cabeça.

10. 2. 0 liturgo secundário é o sacerdote, que recebe opoder no sacramento da ordem. Atua não s(5' em nome deJesus Cristo, mas também em nome da Igreja, como seurepresentante legitimo. Suas orações litúrgicas têm por issovalor independente da sua santidade pessoal, baseado nosméritos da Igreja, que "é amada por Cristo." (Ef 5, 25.)

I1. 3. Liturgo secundário, ao menos de alguma maneira,í cada um dos fiéis, incorporados pelo caráter batismal emJesus Cristo, único Sacerdote. São "sacerdotes (S. Thorn.III, 63, 5: Character sacramentalis est qumdam participatiosacerdotii Christi in fidelibus. Jürgensmeier, Der mystischeLeib Christi, p. 289. Gatterer, Ann. lit. p. 8) de Deus e deCristo." (Apoc 20, 6.) 0 fiei, portanto, não só assiste àmissa, mas oferece-a. Não pode chamar a vítima do céuconto o sacerdote, mas pode oferecer a Deus a vítima, tor-nada presente, como o seu sacrifício, em união com o sa-cerdote sacrificador, em dependência dêle e unido a tôdaa Igreja, Corpo Místico de Jesus Cristo. Pois o sacrifícioeucarístico é o sacrifício de todo o Corpo Místico de Jesus.

"TOda , a reunião dos santos é o sacrifício universal oferecidoa Deus pelo sumo Sacerdote. Também Ele se ofereceu por nós,na paixão, para que fôssemOs o corpo de Cabeça tão digna...Este é o sacrifício dos cristãos: muitos um corpo em Cristo. E aIgreja repete esta verdade, muitas vêzes pelo sacramento do altar,conhecido aos fiéis, onde é evidente que, na matéria que oferece,ela mesma é oferecida." (S. Ag., De civ. Dei, 1. 10, c. 6.) Portantoo fiel cristão é sacerdote e vítima com Nosso Senhor.

12. 4. Esta verdade católica do Corpo Místico de JesusCristo é a base teológica do movimento litúrgico, cujo fimprincipal é ensinar aos fiéis a cooperar rio sacrificio do altaro mais ativamente possível. Pois o fruto chamado geral seráIanto maior para os fiéis, quanto mais ativa fôr a sua co-operação.

Esta pode ser exercida:1. pela intenção implícita (habitual), em virtude do fato da in-

corporação no Corpo Místico, ou por outra, de pertencer à Igrejacatólica; é isto o suficiente para tomar, parte de alguma maneirano fruto da missa.

2. pela intenção explícita passada que, uma vez feita e nãorevogada (chamada virtual), é eficaz para apropriar à alma ofruto de uma ou mais missas, p. e., de um dia inteiro.

3. pela intenção atual, a mais frutuosa, assistindo realmente aosanto sacrifício. Esta assistência, e por conseguinte também o fruto,difere conforme o grau da atividade espiritual ou corporal de cadaon. Quanto maior fôr a atenção e devoção, tanto maior será oI rufo. Se alguém contribui para à celebração da missa, cantandooil desempenhando qualquer função, p. ex., de ajudante, ministro,lerá aumento do fruto correspondente ao grau do seu ofício e tra-balho. (Coelho I, p. 162.)

Maior ainda é o fruto especial que compete àquela pessoa, porquem é oferecido o santo sacrifício; e o fruto especialíssimo, quepertence ao celebrante.

Page 11: Curso de liturgia pe.João Reus

22 R e u s, Curso de Liturgia Introdução 23

§ 5. A EXCELÊNCIA DA LITURGIA

A Liturgia católica é de excelência grandiosa.13. 1. E' magnífica glorificação de Deus. Tôdas as per-feições divinas são objeto do seu culto; contínuas são asexpressões de agradecimento, louvor, de homenagem. A Igre-ja imita os santos do céu (Apoc 4, 11) ; dando honra eglória ao Altíssimo, associa-se a êles (prefácio da missa);chama ao serviço dÊle tôdas as criaturas, tôdas as ciências,tôdas as artes.

14. 2. E' fonte da fé católica, pois nela a Igreja depôsparte da tradição católica. O papa Celestino diz que "a leide rezar estabelece a lei de crer". Por isso das palavrasusadas nas fórmulas das orações e hinos se pode deduzira fé católica. Assim S. Agostinho prova pelo rito do ba-tismo que todos nascem com o pecado original. (De pecc.merit. 1. 1, c. 34.)

Na bula sôbre a Imaculada Conceição, entre os argumentos queprovam esta verdade, aduz o papa Pio IX também a Liturgia: "Aprópria Igreja manifestamente insinuou esta doutrina (da Imacula-da Conceição), quando não duvidou de propor a Conceição da Vir-gem SS. ao culto e à veneração pública dos fiéis. Com êste fatoilustre propôs a Conceição da Virgem SS. como maravilhosa e com-pletamente santa e veneranda, já que a igreja só celebra as suasfestas de coisas santas." (Eph. Lit. 1935, p. 369 sqq, onde, par-tindo da Liturgia, se prova a divindade e humanidade de Cristo,sua dignidade de Rei, Redentor, Sacerdote, Medianeiro.)

15. 3. A Liturgia é meio de santificação. A perfeição é,antes de tudo, o efeito da graça divina: "Sem mim nadapodeis fazer." (Jo 15, 5.) Os sacramentos, orações e sa-cramentais são as fontes inexauríveis da graça santificantee atual. Na Liturgia se acha a fôrça para tornar a almapura, para combater e desarraigar os vícios e os defeitosmorais.

A Liturgia é escola de tôdas as virtudes pela leitura con-tínua da sagrada escritura, da vida dos santos, pela memó-ria da vida, morte, e triunfo de Cristo Redentor, e dos exem-plos do seu Coração divino, no ciclo das festas do ano li-túrgico. A alma aprende a amar a cruz, a cultivar a vidainterior, a professar publicamente a fé, a desprezar o res-peito humano, a evitar as fraudes do mundo e do demônio,a chegar à íntima familiaridade com Deus. (Piacenza, Lit.p. 5; Coelho, p. 168-191; Hildebrand: Liturgie und Per -.

sônlichkeit.)

16. 0 papa Sisto V exalta os efeitos da Liturgia, dizendo:"Os santos ritos e cerimônias de que a Igreja, ensinada peloEspírito Santo em virtude da tradição e do regime desde osapóstolos, usa na administração dos sacramentos, nos ofí-cios divinos, em tôda veneração de Deus e dos santos, con-têm abundante instrução para o povo cristão e profissão daverdadeira fé; chamam a attenção para a majestade dascoisas santas, levantam o espírito dos fiéis à meditação dascoisas mais sublimes e inflamam-no com o ardor da de-voção."

17. 0 célebre poeta francês Paulo Claudel era livre pensador, masconverteu-se (1890). Descreve as emoções da alma que sentiu as-sistindo à missa, na igreja de Notre Dame, em Paris, anos antesda sua conversão: "Passava os meus domingos em Notre Damee também durante a semana tenho ido lá, quantas vêzes me foipossível. Naquele tempo era ainda tão ignorante em religião comoI,lvez se possa ser no budismo. E então desenrolou-se diante dosmeus olhos o sagrado drama com uma grandiosidade que sobre-pujou tôda a minha imaginação. Ah! isto verdadeiramente não foimais a pobre língua dos devocionários. Foi a poesia mais profundae grandiosa, foram os gestos mais sublimes que jamais foram per-mitidos a um ser humano. Não me podia saciar olhando o espe-laculo da santa missa, e cada um dos movimentos do sacerdote segravou profundamente no meu espirito e no meu coração. A lei-lura do ofício dos defuntos, da liturgia do natal, o espetáculo dasemana santa, o canto celestial do Exsultet, a cujo lado os sonsriais entusiásticos de Píndaro e Sófocles me pareciam insulsos,ludo isto me arrebatou de alegria, gratidão, arrependimento e ado-ração." (Lamping, OFM., p. 228.)

18. 4. A excelência da Liturgia foi intensivamente salien-tada pelo movimento litúrgico moderno. O seu precursor foiGueranger com o seu "Ano Litúrgico" (1841) . O movi-mento litúrgico atual tem a sua origem na reforma da mú-sica sacra por Pio X (1903). Se o povo toma parte nocanto litúrgico, é natural exigir que entenda as palavrasdo texto. E se assiste à missa solene, é lógico adverti-lo quecompareça á missa rezada e outros atos litúrgicos.

O movimento litúrgico quer, portanto, proporcionar ao povo apossibilidade de entender melhor a Liturgia e, pelos ensinamentosnela contidos, contribuir para a reforma e perfeição da vida cristã.Consegue êste fim teórica e praticamente. A teoria compreendeas instruções sôbre a liturgia dos sacramentos e sacramentais, aspráticas litúrgicas, semanas e revistas litúrgicas, a arte litúrgica, atradução dos textos litúrgicos. A prática é de maior importância.Abrange a assistência à missa, a celebração das missas solenes ecantadas e o canto do povo, o uso piedoso dos sacramentos e sa-cr;unentais, as procissões, exposições do Santíssimo, a vida comos tempos litúrgicos, as devoções públicas e privadas correspon-dentes aos tempos litúrgicos. Tudo isto é louvável e próprio para

Page 12: Curso de liturgia pe.João Reus

remediar a ignorância de não poucos que não sabem distinguir amissa da bênção eucarística. O movimento litúrgico promove es-pecialmente a missa dialogada.

19. 5. Missa dialogada chama-se o santo sacrifício cele-brado não só com assistência mais ou menos passiva dopovo, mas com a assistência decididamente ativa. O sacer-dote reza no altar e o povo responde. E' diálogo.

Esta forma de celebrar a missa tem o seu sólido fundamento naqualidade da missa como ação litúrgica comum do sacerdote e do povoe na verdade do Corpo Místico de Jesus Cristo. Rege-se pelas rubricasdo missal e pelos decretos da S. Congregação dos Ritos.

1. Na missa rezada os fiéis podem responder junto com o ministro(ajudante) aquelas fórmulas, pelas quais o celebrante se dirige aopovo. Não existe rubrica que o proíba.

2. Sem licença do Bispo é permitido aos fiéis responder junto como ministro ao Confiteor (Rit. cel. III, 9, 10), Kyrie (IV, 2) e Orate fra-tres (VII, 7). Por isso podem os fiéis rezar em latim o Confiteor como ajudante para a comunhão, dentro e fora da missa.

3. Só com licença do Bispo, especial para cada comunidade (in sin-gulis casibus, S. C. R. 30 nov. 1935), é permitido aos fiéis responder. aoC junto com o ministro, em tôdas as partes em que o ministro respon-de, p. ex., Deo gratias; Laus tibi, Christe; etc.20. 4. Sem a dita licença especial do Bispo não se permite recitar juntocom o sacerdote o Glória, o Credo, o Sanctus, o Benedictus, o AgnusDei. (S. C. R., 30 de nov., 1935.) Nem o Glória, .nem. o Credo, nem salmoalgum, ao menos no século IX, foi cantado pelo povo. E não se podeprovar que mais tarde os fiéis tivessem o direito de dizer na missa re-zada, junto com o C, aquelas partes que podiam cantar na missa so-lene. As partes que na missa solene são cantadas pelo côro e pelo povo,por lei constante da Igreja, foram confiadas na missa rezada exclusi-vamente ao sacerdote.

5. E' contra a tradição constante e antiquíssima o povo recitar emcomum com o sacerdote o Pater noster. (S. Greg. Mag., ep. 12.)

6. Outras fórmulas, p. e., Domine non sum dignus, não foram per-mitidas ao povo.

7. E' proibido que se diga a missa sem ajudante varão, e que opovo responda em seu lugar. (Can. 813.)

8. E' proibido que os fiéis leiam em voz alta as secretas, o cânon,e as palavras santas da consagração. Estas partes devem ser rezadaspelo sacerdote, em voz baixa, com exceção de poucas palavras. O quese não concede ao C, não se pode conceder ao povo. (d. 4375.)21. 9. Supõe-se sempre que o celebrante consinta em se dizer a missadialogada. Em diversos decretos a S. Congregação dos Ritos declara:nem tudo o que é licito é também oportuno, por causa dos inconvenien-tes que facilmente resultam, pela perturbação que podem sofrer os sa-cerdotes com detrimento da ação santa e das rubricas (d. 4375), e istoainda mais na recitação em comum do Glória, Credo, etc. (30 de nov.1935.)

22 10. Impropriamente chamam missa dialogada àquelaem que um leitor reza as partes do sacerdote ou parte deoração litúrgica e o povo responde ou continua os oraçõescomeçadas. Também para êste método vale a proibição denão ler em voz alta as secretas e o cânon. (d. 4375; Perió-dica 1936, p. 57*, Eph. Lit. 1934, p. 121.) A S. C. R. nãofavorece a missa dialogada. Por isso diz o C. B. (n. 199) :"§ 1. Segundo a mente da S. Sé convém guardar a praxe co-mum, conforme a qual a reunião dos fiéis, que assistem àmissa, não responda em comum ao celebrante. § 2. Nem sepode aprovar o uso, que leiam em voz alta a secreta, ocânon e mesmo as palavras da consagração."

Por Pio XII (Encic. 29-6-943) foi condenado o litur-gismo deprimente que tira o valor da oração privada, minao amor à Igreja que é venerável também nos seus representantes, descura da devoção ,a Maria Santissima, descuida-seda honra divina de Jesus Cristo, e exagera o mistério do Cor-po Místico de Cristo, querendo identificar o homem comCristo, ao passo que êste mistério é "a união da fé em Cris-to e na Igreja e pela Igreja."

§ 6. ATOS LITÚRGICOS

23. Para que um ato de culto seja litúrgico ou público, duascondições são necessárias (cân. 1256; Vermeersch, Epit.i!lr. c. II, p. 309; Gatt. A. lit., p. 14) : 1) que o ato se façaem 'nome da Igreja, i. é, que se usem as fórmulas prescritasnos livros litúrgicos; pois obrigando a Igreja a uni ritoprescrito, outorga também a autorização para fazê-lo legi-timamente. 2) que seja realizado por pessoas legitimamentedeputadas para tais atos, ou realizado com atos por insti-tuição da Igreja só permitidos no culto de Deus e dos san-.tos e bem-aventurados.

Atos ,litúrgicos são não só a missa e administração dossacramentos, mas também o ofício divino, a exposição doSS: Sacramento; as procissões da candelária, do domingode ramos, do corpo de Deus, das rogações.

24. Se falta uma destas condições, o ato é extralitúrgico.A procissão do encontro, da ressurreição, de Nosso Senhormorto, na sexta-feira santa, são atos extralitúrgicos, poisque a forma não está prescrita nos pormenores pelo ritual.A recitação do rosário, sem exposição do SS. Sacramento,é ato extralitúrgico, embora a presida ministro legítimo.Se o rosário é seguido da exposição do SS. Sacramento, aparte litúrgica principia pelo Tantum ergo; pois só a bênçãoeucarística tem forma prescrita pela Igreja.

Esta diferença é de importância na aplicação das normas legais. AS. C. R. exige a observância dos decretos principalmente nos atos li-túrgicos; nos atos - extralitúrgicos cede muito ao costume e a discriçãodo.1 ordinários. Assim, p. ex., é permitido o uso do órgão na quintae sexta-feira santa as devoções extralitúrgicas, mas se proibe paraacompanhar as lamentações .e outras partes litúrgicas. (d. 3804 ad 2;4044 ad 1.)

§ 7. FUNÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS

'25. 1. Quanto ao ministro e ao rito, tôdas as funções li-túrgicas são públicas. Pois para êste efeito basta que o

Introdução 2524 R e u s, Curso de Liturgia

Page 13: Curso de liturgia pe.João Reus

Introdução 2726 R e u s, Curso de Liturgia

ministro seja legítimo representante de uma comunidade, i.é, da Igreja. Isto se realiza nas funções litúrgicas, já queJesus Cristo, em cujo nome o liturgo oficia, representa tôdaa Igreja; Ele é a Cabeça da Igreja e a Igreja seu CorpoMístico. Por isso qualquer missa é função pública.26. Quanto ao lugar e à presença do povo, as funções sãopúblicas ou privadas. Chamam-se públicas, quando se rea-lizam em lugar público e na presença do povo ou de comu-nidade. Neste sentido são missas públicas a missa conven-tual (na acepção rigorosa do têrmo) e a paroquial, dando-se o nome de missa privada às outras. As funções chamam-se solenes, quando celebradas com maior número de mi-nistros e aumento de pompa em cantos, luzes, incenso, pa-ramentos, bandeiras.

§ 8. RITO, CERIMÔNIA, RUBRICA

Algumas noções que ocorrem frequentemente, necessi-tam de explicação.27. 1. 0 rito (da palavra latina "ritus" = modo costuma-do) significa a forma exterior dos atos litúrgicos. Designa:1) a liturgia total de uma igreja, p. ex., o rito romano (cân,733) ; 2) função litúrgica total: p. ex., o rito de entérro;no ritual se usa a palavra "ordo": Ordo exsequiarum, Ordobaptismi parvulorum; 3) função litúrgica particular, p. ex.,o rito de incensação.28. 2. Cerimônia é de derivação incerta.

Valério Máximo (1, I, 10; vivia no tempo de Augusto e Tibé-rio; Pauly, t. 3, p. 1281; Coelho I, p. 75; Bona, Psalmod. c. 19§ 3, propõe a derivação de raiz latina car = fazer, de ccerus =santo, de Cereris munia, de carere, S. Agostinho) deriva a palavrado nome da cidade de Care, na Etrúria. Devido à invasão dos gau-leses no ano 390, as virgens vestais e os objetos confiados aosflâmines foram transferidos para esta cidade, a fim de estaremseguros. Os atos cultuais destas corporações (de flâmines e ves-tais) foram designados com o nome de cerimônias. Esta explicaçãotem a vantagem de ser a mais antiga, menos arbitrária e com fun-damento num fato histórico = ccere-munia = regra ou rito de C2ere.(Maldonad S. J., Merati, Zaccaria.)

Significa: a) o mesmo que rito; assim se fala do ceri-monial dos bispos, de mestre de cerimônias; b) ações aciden-tais; cân. 733: "In sacramentis conficiendis... acurate ser-ventur ritos et cceremonice." Portanto rito difere de ceri-mônia. "Ritus designat partes principaliores modi offerendisacrificium et conficiendi vel ministrandi sacramenta, prae-

cipue adhibendas formulas et orationes; czeremoniae suntpotius secundaria observanda, maxime comitantes gestus."(Vermeersch, Epit. jur. can. II, n. 18.)

O Concílio Tridentino (s. 22, c. 5) dava o nome de ce-rimônia também a "bênçãos, luzes, incenso, paramentos eoutras coisas semelhantes."

29. 3. Rubrica significa as leis litúrgicas, que regem osritos e cerimônias.

As rubricas têm o nome de tinta rubra, com que eram escritas eimpressas. O têrmo, usado primeiro no direito civil e canônico para in-dicar os titulos e o resumo das leis, passou para o uso litúrgico; e afi-nal as rubricas, mesmo impressas com tinta preta, conservaram o nome.

São gerais, quando comuns a muitas cerimônias; espe-ciais, quando são próprias de uma só. (Rubricas gerais nomissal e no breviário.)

§ 9. FIM DAS CERIMÔNIAS

30. Comentando as declarações do Concilio Tridentino (S.22, c. 4 et 5) e do papa Sisto (Bula Immensa, 1588) naocasião de instituir a S. C. dos Ritos, podemos dizer que ofim das cerimônias é:

1. Estético, pois as cerimônias servem para "realçar amajestade" do ato. A estima do povo cresce na razão diretada pompa exterior de uma solenidade (inauguração de aca-demia, de estátua, chegada duma personagem de destaque;entrada de Jesus em Jerusalém, último juízo). Este fimobtém-se pelo número' elevado de ministros, pela preciosi-dade dos paramentos, etc.

31. 2. Latrêutico, para exprimir a adoração: "para queo espírito do povo se levante para Deus", praticando osatos de fé, esperança e caridade, e adoração. Tais cerimô-nias são a genuflexão, a inclinação da cabeça ao nome deJesus, à elevação da santa hóstia, o estender dos braços, olevantar das mãos na oração.

32. 3. Simbólico. Há cerimônias que não foram introduzi-das pela Igreja para ter significação simbólica. Já Durandusobserva (Durandus, Rationale; prooem. n.° 17) : "Cumprebem notar que existe na recitação do divino ofício bom nú-mero de costumes, que não foram instituidos expressamentepara ter significação moral ou mística. Mas, como se vê, al-guns por causa da necessidade, outros por causa da opor-tunidade, outros por causa da sua conveniência, alguns por

Page 14: Curso de liturgia pe.João Reus

28 R e u s, Curso de LiturgiaIntrodução 29

causa da maior solenidade dos mesmos ofícios, pouco apouco se introduziram."33. Esta circunstância foi exagerada por alguns; rejeita-ram qualquer explicação simbólica dàs cerimônias. (Vertt 1708.) Mas logo outros declararam que tal afirmação con-tradiz a doutrina sôbre os sacramentos, onde a matéria in-dica o efeito.

A explicação simbólica deve-se admitir. O uso dos sim-bolos condiz com a natureza humana que, com auxílio dascoisas perceptíveis aos sentidos, mais facilmente compreen-de certas verdades; co rn a sagrada escritura (os muitos sim-bolos do rito no antigo testamento) ; com o costume cristão(peixe, cordeiro) e da própria Igreja: pela mistura da águacorn o vinho "é simbolizada a união do povo cristão cornCristo, sua Cabeça" (Trid. s. 22 de sacr. missa c. 7); com adoutrina de S. Tomás (III, q. 83 a. 5).

Um dos mais conhecidos símbolos da escritura é a videira. NossoSenhor tornou-a por símbolo de sua íntima união com a Igreja, facilitandoassim a compreensão dêste mistério. Pois os israelitas bem o conheciamcomo simbolo do povo de Deus, pelas palavras dos profetas (Oséias 10, 1),e mais ainda pela videira monumental que Herodes I tinha mandadocolocar na entrada do templo de Jerusalém. Obra de arte e beleza única,estendia-se acima e em redor da porta gigantesca de 70 côvados (c. 35 m)de altura, guarnecendo-a completamente. Os ramos, as gavinhas e asfôlhas eram de ouro puro; os cachos de uva tinham o tamanho de homem,os bagos eram pedras preciosas. Judeus ricos e patriotas aumentaram-na corn novas uvas, novas fõlhas, e novos bagos. O valor talvez era demuitos bilhões de cruzeiros. De noite resplandecia iluminada corn pro-fusão; era o orgulho da nação.

Com razão diz Durandus (prosem. n.° 1) : "Tudo quan-to se acha nos ofícios da Igreja, nos seus objetos e orna-mentos, está cheio de sinais e mistérios e transborda de do-çura celeste, contanto que haja quern reflita atentamente."34. Estes sinais ou símbolos são morais ou místicos.

a) Os morais indicam verdade relativa à moral, p. ex.,as vestiduras sacras, cuja. significação é indicada nas ora-ções prescritas para benzê-las ou vesti-las.

b) Os místicos indicam coisa' fora da que é indicadapelo texto ou pela ação, p. ex., a mistura de água e vinhosimbolizam a união da natureza humana com a natureza di-vina em Jesus Cristo, e a união do povo çristão com Cristo.

35. Este simbolismo estende-se a todos os objetos do culto.No rito da ordenação dos subdiáconos a Igreja diz: "O al-tar da santa Igreja é Cristo, como S. João no seu apocalipseafirma ter visto um altar de ouro colocado, perante o trono,no qual e pelo qual as ofertas dos fiéis são consagradas a

Deus Padre. As toalhas e corporais são Os membros de Cris-to, os fiéis..."

36. Onde não há explicação oficial, permitem-se explica-ções privadas prudentes. Isto vale especialmente da missa.Já no fim do século VII, pela primeira vez foi explicada co-mo representação da vida, paixão e glorificação de NossoSenhor. (Expos. br. Antiqu liturgia gall., Eisenh. I, 120.)

10. DIFERENÇA ENTRE LITURGIAE AS OUTRAS CIÊNCIAS TEOLÓGICAS

37. I. A Liturgia é ciência. Possui objeto próprio: Deus(publice colendus) que deve ser venerado publicamente.Prova as suas asserções por razões externas e internas de-rivadas dos princípios revelados: Deus deve ser veneradopublicamente, mormente pelo santo sacrifício e pelos sa-cramentos.

Por conclusões metódicas codifica seu sistema doutrinal.

38. II. A Liturgia é ciência teológica, Muitas verdadestratadas na Liturgia, embora não em tôda a extensão, sãotiradas da revelação divina e pertencem como dogmas àmatéria da fé católica: as verdades relativas ao SS. Sacra-mento, ao santo sacrifício, aos sacramentos, à virtude dareligião. (Mt 4, 10.) Estas verdades dogmáticas são a basesólida da Liturgia, realçam com a sua luz a importância delae influem na sua execução.

2. Por isso também teólogos (S. Tomás, III q. 83 a. 5e seus comentadores) tratam da Liturgia em suas obras do-gmáticas. Em tôdas as obras de teologia moral há tratadossôbre a Liturgia da missa e dos sacramentos. Numerosas(Eisenhofer, 118-140) são, p. ex., as explicações da missa,obras sem dúvida litúrgicas, que desde mil anos foram es-critas em forma dogmático-ascética, por conseguinte teo-lógica.

3. Os principais livros do culto público, missal, bre-viário e ritual, não são livros de direito canônico. 4

4. Os ritos mais essenciais, usados na Liturgia do santosacrifício e dos sacramentos, foram instituídos pelo divinoRedentor. Todos os outros ritos principais se podem consi-derar como ampliação daqueles. (Vigourel, p. IV.)39. 5. Devem-se distinguir bem Liturgia e direito litúrgico. Só este úl-timo pertence ao direito canônico, que se ocupa exclusivamente do fôroexterno. (Cán. 2.) A Liturgia não só trata das leis eclesiásticas, mas

Page 15: Curso de liturgia pe.João Reus

Introdução 3130 R e u s, Curso de Liturgia

também de outras matérias, do conhecimento dos ritos em si mesmos edas causas históricas ou simbólicas que os motivaram, e sempre visandoo culto, que é essencialmente externo e interno. Várias rubricas exigemque a cerimônia se faça "reverenter", com reverência; esta, porém, é es-sencialmente interior. (Thom. 2, 2, q. 84, a. 2: "Quia in omnibus actibuslatrim id quod est exterius ref ertur ad id quod est interius sicut adprincipalius, idea ipsa exterior adoratio fit propter interiorem.") OConcílio Tridentino (s. 22, c. 4) designa como fruto da Liturgia "queo espírito dos fiéis seja levantado para Deus" : coisa interior. Por issotambém canonistas avisam que a Liturgia e o direito litúrgico são boi-sas diferentes. (Vermeersch, Ep. jur. II, p. 310.)

Na Liturgia a matéria mais essencial é portanto teológica e esta as-segura-lhe o nome de ciência teológica.

40. Da teologia dogmática e moraldifere a Liturgia porseu fim. A teologia dogmática trata de Deus como objetodo conhecimento; a Liturgia considera-O como objeto doculto público. A teologia moral ocupa-se da liceidade ou ili-ceidade dos atos humanos; a Liturgia, da sua correta exe-cução, enquanto prescritos no culto público. Por conseguin-te: a Liturgia, como disciplina teológica, é a parte da teo-logia que trata dos atos humanos, enquanto são meios parao culto público de Deus e para a consecução do fim último.

§ 11. AS FONTES DA LITURGIA41. 1. Dos três primeiros séculos não possuímos notíciascertas de livros litúrgicos completos. Salva a substância dorito, o liturgo tinha grande liberdade. Certo, porém, é queao menos algumas orações litúrgicas foram escritas e con-servadas já no II século; pois Orígenes menciona oraçõeslitúrgicas que provavelmente tirou de escritos litúrgicos.

42. 2. Dos séculos posteriores existem livros litúrgicos: 1)Os sacramentários, que continham os textos sacros para amissa e poucos outros ritos. Os principais são: o Gelasia-num (séc. V), o Leonianum (séc. VI), o Gregorianum (séc.VII). 2) Antiphonarium, com os cantos para o côro. 3)Lectionarium, com as lições do Evangelho e das epístolas.4) Libellus Missce, com o cânon da missa. 5) Mais tarde,desde o século IX, o missale plenum, ao modo do missal mo-derno. 6) Ordo, livro das rubricas. 7) Psalterium, livro dossalmos.

43: 3. Depois da reforma tridentina o número dos livroslitúrgicos aumentou: Missale, Breviarium Romanum, Ritua-le, Martyrologium, Pontificate Romanum, Ceeremoniale Epi-scoporum; Memoriale Rituum, no ano de 1625, prescrito. sópara Roma, mas por Pio VII (Vermeersch, Ep. iur. can. II,p. 311), no ano de 1825, promulgado para tôda a Igreja;

Octavarium, Instructio Clementina para a adoração de 40horas, Kyriale seu Ordinarium Missa:. (1905), Graduate(1907), Officium pro defunctis (1909), Cantorinus (1911),Antiphonale diurnum (1912), Propria officiorum et missa-rum alicuius di oecesis, Ordinis seu Congregationis , Religio-sm, Collectio Decretorum Sacrm Rituum Congregationis(1911, d. 4266 ad 9).

§ 12. O DESENVOLVIMENTO DA LITURGIA

44. 1. A Liturgia divina. No antigo testamento todo o cul-to do povo de Israel foi ordenado por lei divina. Os deveresmúltiplos dos sacerdotes israelitas, bem como o modo deoferecer os vários sacrifícios, foram minuciosamente reve-lados por Deus a Moisés, que os fixou no livro Levítico.

A Igreja do novo testamento devia abranger todos ospovos do mundo, tão distantes, tão diferentes em costumes.Um novo culto público tornou-se indispensável. O Legisla-dor divino criou-o e estatuiu para a nova Liturgia, que con-siste mormente na missa, umas poucas leis, encarregandoa sua Igreja de alargá-las com cerimônias convenientes, soba direção do Espírito Santo. As partes essenciais da missa,a forma essencial dos sacramentos, o Padre Nosso formamos elementos da Liturgia divina.

45. 2. A Liturgia apostólica. Os apóstolos contentaram-sea princípio com os poucos ritos divinos e acompanharam-nos com as orações e algumas cerimônias, qué conheciamdo templo. 0 próprio Salvador tinha empregado antigos enovos ritos; pois tinha preparado a primeira consagraçãoeucarística com o rito da páscoa antiga. Esta ordem con-servou-se nas duas partes da missa: a missa dos catecúme-nos e a missa dos fiéis. Na primeira havia orações e leiturada sagrada Escritura, na segunda a consagração; divisãoesta que se encontra desde o princípio do cristianismo.

46. Os apóstolos usaram o seu direito litúrgico. S. Paulo,p. ex., ordenou que as mulheres viessem para a reunião dosfiéis de cabeça velada. (1 Cor 11.)

Quais dos ritos hodiernos foram introduzidos pelos apóstolos,não podemos definir com certeza. Sabemos, porém, que os após-tolos receberam do divino Redentor a ordem: "Depois de dozeanos, sai para o mundo, a fim de que ninguém diga: não ouvimosnada." (Post duodecint annos egredimini, ne quis dicat: non audi-vimus. Clemens Alex. Strom 6, 5, 43; Apollonius em Eusébio, Histór.Eccl. 5, 18, 14; outro autor fala de 7 anos.) A cronologia bíblica,

Page 16: Curso de liturgia pe.João Reus

'1•¡ I W 32 R e u s, Curso de Liturgia I ntrodução 33

baseada também em outros cálculos, chegou quase ao mesmo nú-mero de 12 a 13 anos. (Pirot, Dict. d. 1. bible 1928, Suppi. I, p.1294-1295.) Sem dúvida, durante êstes 12 anos em Jerusalém, todosos apóstolos celebraram os santos mistérios, e a Liturgia, em geralda mesma maneira. Por isto é muito provável que os ritos comunsa tidas as Liturgias tenham por autores os apóstolos.

47. Também foi sempre tradição da igreja que na Liturgia hápartes instituídas por êies. S. Basílio (t 379) diz que os ritos li-túrgicos, usados por tôda parte e cujo autor é desconhecido, di-manam da autoridade dos apóstolos. Portanto, a leitura cia escri-tura sagrada, o Sursurn corda e as outras saudações e respostas an-tes do prefácio, o cânon, foram introduzidos por eles.

48. Quando se disse a primeira missa pelos apóstolos, nãosabemos. Mas é provável que fôsse no próprio dia de Pen-tecostes; pois a missa é a parte essencial do culto da Igreja,que neste dia principiou a desempenhar as funções sagradas.(Bellarm., De cultu Sanctor. III, c. 11.) A Igreja costumavadar logo aos batizados a s. comunhão. Maria SS. desejavatanto receber Jesus Cristo nas espécies sacramentais. S. To-más diz: celebramos a instituição do SS. Sacramento espe-cialmente naquele tempo, em que o Espirito Santo ensinouos corações dos discípulos a conhecer perfeitamente os mis-térios dêste sacramento. Pois também no mesmo tempo foique os fiéis começaram a receber êste sacramento. (S. To-más, Opúsc. 57, II die infra oct. Corp. Chr.)

Bento XIV (Inst. 21. n. 13; Festa Dom. c. 11, n. 42)cita o opinião do cardeal Bona, de que antes de pentecostesnão se podia propriamente dizer a missa; pois não convinhaoferecer o novo sacrifício, enquanto o sacerdócio ainda nãofôra transferido. Concorda com isto a escritura sagrada.Pois diz que os apóstolos antes da vinda do Espírito Santoperseveraram unânimes em oração (At 1, 14), sem mencio-nar a comunhão do pão, por não haver ainda missa. Tendorecebido o Espírito Santo, continuaram na "comunhão dafração do pão". (At 2, 42.) Pois então havia missa e co-munhão.

49. 3. A Liturgia primeva eclesiástica. Os apóstolos lega-ram aos seus sucessores o poder sôbre a Liturgia e o cui-dado dela. Fixá-la inteiramente foi impossível por causadas perseguições e do segrêdo severo relativo aos santos mis-térios. Os cristãos, quase sempre acossados pelos satélitesdos tiranos, não queriam deixar cair nas mãos dos pagãosum livro completo dos seus ritos santos.

Mais tarde, conformando-se com os costumes do povorespectivo, os bispos adotaram também cerimônias, já co-nhecidas, contanto que não fôssem contrárias à doutrina cris-tã, ou próprias do paganismo.

Esta formação deu-se, antes de tudo, nos grandes cen-tros de civilização. Pois sabemos que os apóstolos procura-vam de preferência cidades importantes: Antioquia, Corinto,Éfeso, Roma. Os seus sucessores fizeram o mesmo. Em re-dor das suas cidades episcopais fundaram outras comuni-dades religiosas, dependentes do centro também quanto à Li-turgia. Pois eram sacerdotes da metrópole que plantavam anova vinha do Senhor. Pouco a pouco, formou-se uma Litur-gia comum a muitos lugares e finalmente a uma região in-teira.

50. Como êste processo natural se efetuasse igualmente noOriente e no Ocidente, originaram-se várias Liturgias, con-sentâneas nos ritos essenciais, diferindo, porém, nas cerimô-nias acidentais. As modificações tinham a origem nos esfor-ços de paralisar a influência dos costumes pagãos e, maistarde ao menos, na influência de príncipes, de mosteiros, dehomens insignes ou de piedade privada. Principiou esta for-inação em maior escala depois de terminar a perseguição pagãpelo edito de Milão em 313; mas o poder dos bispos foi cadavez mais restringido, até que, finalmente, o direito litúrgicofoi reservado aos concílios provinciais. (Conc. tolet. 633,cân. 12.)

Já que o desenvolvimento percorreu as mesmas fasesnas Igrejas orientais e ocidentais, devemos distinguir Litur-gias orientais e ocidentais.

§ 13. AS LITURGIAS ORIENTAIS

51. As Liturgias orientais podem-se reduzir a dois grupos,que tomam sua denominação dos centros principais: Jeru-salém e Alexandria.

I. O primeiro é o grupo da Liturgia de Jerusalém.

. 1. A Liturgia chamada de S. Tiago. E', sem dúvida,fundamentalmente obra do primeiro bispo de Jerusalém. Podeser considerada tipo das Liturgias 'orientais. (KõssingKaulen, s. v. Kirchenlexikon.)

Curso de Liturgia — 3

Page 17: Curso de liturgia pe.João Reus

34 R e u s, Curso de Liturgia

52. 2. A Liturgia antioquena. Conhecemo-la só por algu-mas observações de S. João Crisóstomo. Antioquena é tam-bém a Liturgia clementina conservada no livro 8.° das "Consti-tuições apostólicas", que são, quanto à redação, obra de teó-logo antioqueno feita cêrca de 380. Esta desapareceu.

53. 3. A Liturgia jacobítica. Em versão siríaca está em usonas igrejas dos monofisitas chamados jacobitas, conforme onome do autor do cisma, Jacó Baradai (1- 578). Contam-seperto de 50 "Liturgias" de menos importância criadas porêles. A Liturgia normal é permitida aos "unidos" com Roma.

54. 4. A Liturgia dos maronitas traz o nome de S. Marão(j cêrca de 423). Tem muitos elementos da Igreja romana:é `em língua siríaca antiga.

5. A Liturgia armênia, com elementos gregos e mesmoromanos, introduzidos na época das cruzadas.

6. A Liturgia nestoriana, em Curdistão, na Pérsia, emlíngua siríaca.

7. A Liturgia caldéia, i. é, o rito dos nestorianos unidosno século 16 com Roma, na Síria, Pérsia, Iraque; tem ele-mentos romanos.

8. A Liturgia siro-malabárica, igual à Liturgia nestoria-na. A Liturgia dos "unidos" tem elementos romanos.

55. 9. A Liturgia bizantina, semelhante na sua ordem à deS. Tiago (Kóssing, Kaulen no Kirchenlexikon, s. v. Liturgie),usa três fórmulas atribuídas a três santos: uma a S. GregórioMagno, outra, breve e mais antiga, a S. João Crisóstomo, aúltima a S. Basílio, mais extensa e modificada por êste santo.Estas duas últimas existem em língua grega entre os gre-gos, entre os russos em russo, entre os sérvios, rutenos ebúlgaros em eslavo antigo, entre os geórgios em geórgio,entre os romenos em romeno.

Além da Liturgia bizantina, também a romana foi traduzida emeslavo antigo por S. Cirilo e está ainda em uso. Em algumas dio-ceses é permitido escrever os livros litúrgicos, sem mudar o texto,em, glagólico, forma antiga e por isso muito estimada das letras es-lavas. Na última edição do missal eslavo (1927) só o cânon é im-presso em letras glagolíticas, o resto do missal em letras latinas:

Como se vê, a Liturgia bizantina conquistou grande par-te do Oriente. Outrora em vigor na Itália meridional e Si-cília, hoje está restringida a poucas dioceses.

Introdução 35

II. O segundo grupo é o de Alexandria, no Egito.

56. 1. A Liturgia egípcia, atribuída a S. Marcos, fundadorda Igreja de Alexandria; é em língua grega. Desapareceudebaixo da influência do patriarcado de Constantinopla. Aúnica em vigor desde então foi a bizantina. A antiga Litur-gia de S. Marcos ainda é usada sob o nome de Liturgia deS. Cirilo, traduzida para várias línguas, inclusive a arábica(Melchitas) .

2. A Liturgia cóptica é de S. Cirilo (= S. Marcos) emlíngua saídica e boáirica, dois dialetos da língua egípcia.

57. 3. A Liturgia etiópica é o monumento mais antigo deLiturgia fixa. Foi escrita no III século com o nome deapostoliké parádosis (tradição apostólica) e é atribuída a S.-lipólito. Estava muito espalhada no Oriente, mas conser-vou-se só em versão cóptica, e é usada na Etiópia na línguaantiga geez sob o nome de "Liturgia dos santos apóstolos";é a Liturgia normal, ao lado da qual existem cêrca de 10

utras.§ 14. AS LITURGIAS OCIDENTAIS

58. As Liturgias ocidentais usam a lingua latina. Somentealgumas dioceses da Iugoslávia têm a Liturgia romana emversão eslávica antiga, impressa com letra especial, a gla-golítica.

A respeito da origem das Liturgias ocidentais escreve oMapa Inocêncio I (¿ 419) numa carta: "E' manifesto queninguém em tôda a Itália, Gália, Espanha, África e ilhas ad-jacentes fundou igrejas, senão as que o apóstolo Pedro ouseus sucessores estabeleceram como bispos. Daí se seguequc êstes têm de guardar o que guarda a Igreja romana, daqual, sem dúvida, tiram sua origem." (Eisenhofer, p. 31-39;(ìatterer. Ann. lit. p. 31.)

59. 1. A Liturgia galicana, hoje fora de uso, estava muitoespalhada antes de Carlos Magno. Chama-se galicana porCausa de seu emprêgo geral na França (Gália). Assemelha-se(.ni vários pontos às Liturgias orientais; na sua essência,porém, parece rito romano. O s . elementos gregos explicam-semormente pela influência da Liturgia de Milão. Foi abolidal,o r Carlos Magno.

Conforme relata Durandus (V, c. 2, n. 5), coagiu todos osclérigos com ameaças e suplicios a observar a Liturgia gregoriana(romana) e a queima r os livros da Liturgia ambrosiana (galicana).

3.

Page 18: Curso de liturgia pe.João Reus

36 R e u s, Curso de Liturgia

Razão principal teria sido que a Liturgia ambrosiana instituía muitascoisas segundo o rito grego. O papa Adriano I ordenou que a Li-turgia romana fôsse observada por tôda parte. Esta notícia cor-responde à situação política. Tanto o papa como Carlos Magno que-riam diminuir a influência grega no Ocidente. Por isso Carlos exigiaque os sacerdotes fôssem examinados, para ver se sabiam de core entendiam as orações da missa segundo o missal romano. (Conc.Aq. 802; Hefele K. G_ Ill , p. 744.)

60. 2. A Liturgia ambrosiana, denominada de S. Ambrósio,bispo de Milão, parece também de origem romana com ele-mentos gregos. Estes explicam-se pela presença e influênciados gregos em Milão; foi esta cidade por algum tempo re-sidência imperial e sé de um bispo ariano, Auxêncio, na-tural da Capadócia (séc. IV).

Eugênio IV mandou ao cardeal Branda de Castiglione que in-troduzisse em Milão a Liturgia romana. Mas o povo, muito apegadoa seu rito costumado, exasperou-se tanto que o cardeal viu-se obri-gado a fugir às pressas. Ainda é vigente na diocese, de Milão e nal-gumas dúzias de paróquias das dioceses de Bergamo, Novara, e doCantão Ticino (Suíça).

61. 3. A Liturgia mocarábica tem o seu nome dos moçára-bes (assim se chamaram os cristãos debaixo do domínio dosárabes na Espanha). A sua Liturgia estava em vigor no rei-no dos visigodos. Está infiltrada de elementos galicanos.

Temendo os papas pela pureza e união da doutrina católica,procuraram introduzir o rito romano. Grande foi a resistência. Gre-gório VII, auxiliado pelos príncipes dos reinos cristãos, conseguiuvencê-la. O rito romano foi admitido com grande pompa pela pri-meira vez no convento de S. João de la Pena, no dia 20 de marçode 1071, na presença do legado pontifício Hugo Cândido, do reiD. Sancho Ramirez, dos bispos e de tôda a côrte. A Liturgia moça-rábica conservou-se somente no reino arábico de Granada. Com aconquista desta cidade parecia extinta. Mas o cardeal Ximenes man-dou imprimir um missal e um breviário moçárabe e fundou um co-légio de sacerdotes encarregados de celebrar numa capela da ca-tedral de Toledo missa e - ofício em rito moçárabe. Fundação se-melhante foi feita por Rodrigo de Talavera na catedral de Sala-manca. Em Toledo existem ainda duas paróquias moçárabes: a dasSs. Justa e Rufina e a de S. Marcos.

Algumas outras Liturgias conhecemos só em fragmentos, ex., a céltica na Gália, a africana na África do Norte.

§ 15. A LITURGIA ROMANA

62. Como o rito romano, essencialmente, foi sempre o mes-mo, assim o rito de todo o Ocidente foi, essencialmente, co-mo parece, sempre o romano.

No desenvolvimento do rito romano podemos distinguirvárias épocas 'de duração aproximada. Esta sistematização

não pretende marcar uma interrupção do processo historica-mente contínuo, mas facilitar a sua compreensão.

I. A Liturgia romana meio fixa e meio improvisada (c.100-400). Dos primeiros séculos não possuímos nenhum li-vro litúrgico do rito romano. A chamada "Tradição apostó-lica" exarada, como se afirma, em Roma por S. Hipólito, notempo do papa Calisto (217-222), existe, como foi dito, naversão cóptica. E', porém, incerto, se representa o texto of i-cial da Igreja romana. Mas pode-se supor que, ao menos,não se afasta muito dela; do contrário teria ofendido os seuspartidários. Este rito é brevissimo. Principia pelo Sursumcorda com prefácio, segue-se uma oração de ação de graçaspela redenção (eucaristia), consagração, Linde et memores,epiclese, comunhão. 0 resto do serviço divino estava entre-gue ao arbítrio do bispo, contanto que não deixasse a ex-plicação da sagrada escritura, a oração pelas várias classesdos fiéis, a devida preparação da matéria para o sacrifíçio.S. Justino mártir (t 167) diz que o bispo agradece o domeucarístico "ainda por bastante tempo, na medida da suaforça." (Eisenhofer, p. 58. 1. Apol. c. 65, c. 67.) Liturgiassemelhantes existiam no século IV, em Antioquia na Síria,"As Constituições Apostólicas" 1. 8; no Egito o eucológio(missal) do santo abade Serapião de Tmuis (t c. 360).

63. II. A Liturgia romana tôda fixa (c. 400-700) . E' aépoca dos sacramentários. O sacramentário era livro litúr-gico, usado até ao século 13, que continha principalmente ocânon e as orações mutáveis do ofício; para as lições e can-los era necessário outro livro.

1. 0 primeiro é o sacramentário leonino, em grande par-te obra do papa Leão I (440-461). 175 textos desta coleçãolilúrgica ainda se acham em nosso missal; falta, porém, ocânon.

2. 0 gelasiano, na opinião dos célebres liturgistas Tom-luasi e Muratori, foi redigido no séc. V, provavelmente pelopapa Gelásio (492-496) mesmo.

3. 0 gregoriano, que é a base do nosso missal romanomoderno. S. Gregório Magno (t 604) compôs um sacramen-lário, que, porém, se perdeu; o exemplar completo mais an-ligo é do ano 812. Aboliu a multiplicidade de ofícios, pres-creveu, em lugar das duas, só uma oração cada dia, reduziuoK 54 prefácios do gelasiano 'a 10 e acrescentou alguns ofí-

Introdução 37

Page 19: Curso de liturgia pe.João Reus

38 R e u s, Curso ,ide Liturgia Introdução 39

cios. Dêstes sacramentários se segue que a Liturgia da mis-sa, ao menos desde o século VII, tem sido sempre, com pou-cas exceções, a mesma.

64. III. A Liturgia romana generalizada (c. 700-1500). 0papa S. Gregório mandou em 597 para a Inglaterra o mongebeneditino S. Agostinho com 40 companheiros. Implantarama Liturgia romana naqueles reinos, impedindo a propagaçãoda Liturgia céltica, trazida pelos monges irlandeses (Coelho,I, 224). Da Inglaterra a Liturgia romana passa com os mis-sionários inglêses, S. Vilibrordo e outros, para a Frísia; comS. Ansgário, para a Dinamarca e Suécia, com S. Bonifácio,para a Alemanha e o país dos francos, onde, protegida porPepino e Carlos Magno, suplantou a Liturgia galicana, acei-tando, porém, alguns elementos galicanos. Esta Liturgia dacôrte tornou-se geral em todos os países do reino dos francose também em Roma. Nos reinos da península ibérica, a Li-turgia romana foi propagada mormente pelos beneditinosde Cluni, que contribuíram para a supressão da Liturgiamoçárabe.65. IV. A Liturgia romana única (desde 1500). Os sacra-mentários só continham as fórmulas para a missa solene. Asmissas privadas, muitas vêzes, particularmente no concíliode Treves (1310), proibidas, generalizaram-se; novas fes-tas foram introduzidas e os papas deixaram liberdade nasmatérias não contidas no sacramentário romano. Assim, pou-co a pouco se formou grande diferença na Liturgia de vá-rios países e dioceses. Ao concílio de Trento foram dirigidospedidos no sentido de reformar também a Liturgia e reduzi-laà unidade. Em consequência disso o papa Pio V publicou onovo breviário (1568) e o novo missal (1570) para tôda aIgreja. Sisto V (1588) instituiu a Congregação dos Ritos, en-carregada de fiscalizar e desenvolver o rito romano, de ma-neira que novos abusos não se pudessem arraigar tão facil-mente. As (c. 80) dioceses da França que tinham abandona-do a reforma piana e editado livros litúrgicos próprios, noséculo XIX adotaram a reforma de Pio V. Existe, assim,unidade na Igreja romana.

66. V. Reforma de Pio X. Êste papa introduziu o antigocostume de recitar no breviário, cada semana, todo o salté-rio, sem tornar o ofício mais comprido e sem dimi-nuir o culto dos santos. (Edição de 1914.) No missal, os

domingos, e principalmente as férias maiores da quaresma,ocuparam uma posição mais própria, para favorecer o es-pírito do ano eclesiástico. (Edição típica de 1920.)

67. Liturgias romanas antepianas. Pio V tinha abolido sóos missais e os breviários que não tinham em seu favor apro-vação pontifícia ou costume superior a 200 anos. Por issoconservaram-se algumas Liturgias antigas no Ocidente:

1. 0 rito monástico dos beneditinos e das ordens da mesmaregra.

2. 0 rito cisterciense dos monges de Cister, reformados peloabade Cláudio Vaussin em 1641; é bastante diferente do rito romano.

3. 0 rito carmelitano ou hierosolimitano, empregado pelos car-melitas observantes.

4. 0 rito dominicano, muito semelhante ao carmelitano; é pró-prio dos dominicanos.

5. 0 rito cartusiano, que não difere muito do romano; é pró-prio dos cartuxos.

6. 0 rito premonstratense, próprio dos cônegos regulares pre-monstratenses.

7. 0 rito da diocese de Braga, próprio da arquidiocese de Bra-ga, em Portugal.

8. 0 rito da diocese de Lião, na França; é quase todo romano.Todos êstes ritos têm missal próprio, breviário próprio, ritual

e cerimonial, com exceção do rito monástico, que tem só breviáriopróprio, e do rito de Lião, que tem só missal próprio. (Piacenza,Liturg., p. 10.)

A Liturgia ambrosiana e a moçárabica já foram mencionadas.

§ 16. A LEGISLAÇÃO LITÚRGICA EM VIGOR

68. I. O direito supremo de legislar sôbre a Liturgia per-tence ao sumo pontífice. "Unicamente à Sé Apostólica com-pete ordenar a sacra Liturgia e aprovar livros litúrgicos."(Cân. 1257.) Êste direito não lhe foi conferido pelos bispos,mas é direito divino, essencial ao sumo poder do papa. (Gat-lerei Ann. p. 45.)

Os bispos e outros prelados têm a obrigação de exe-cutar os decretos do papa (cân. 1260) e conservar o cultonas suas dioceses.

II. A S. C. dos Ritos foi instituída para vigiar os ritose as cerimônias de tôda a igreja latina. Para os ritos dasigrejas orientais é competente a Congregação para a igrejaoriental, cujo presidente é o papa pessoalmente. .

69. III. Leis litúrgicas podem-se originar também pelo cos-Mine legítimo. Há costume (contra, prceter et secundum lel'em) contrário à lei, fora da lei, conforme a lei.

Page 20: Curso de liturgia pe.João Reus

40 R e u s, Curso de Liturgia

1. Tem caráter obrigatório um costume litúrgico, atémesmo contrário às rubricas, contanto que seja razoável elegitimamente prescrito. Para a missa, porém,. vale o cânon(818), em que "qualquer costume contrário" às rubricas ficaexpressamente "reprovado". Todavia há exceções. E' costu-me vigente e tacitamente tolerado, mas contrário à rubrica,p. ex., vestir a alva sem ter pôsto a sobrepeliz; não minis-trar a purificação aos fiéis que comungam. Expressamentetolerado é o uso, p. ex., de não acender uma terceira velaà elevação.

2. Com mais facilidade é possível um costume fora dalei e conforme à lei.

IV. 1. Se houver abusos numa diocese (d. 2621, ad 1), éo prelado que tem de corrigi-los e não os sacerdotes.

2. Conforme as respostas da S. C. R., o prelado cuidaráde instruir (d. 3333 ad 2) o povo quanto a tais abusos, eintroduzirá pouco a pouco o rito legítimo; evite-se o escân-dalo do povo. (d. 3579 ad 1 et alibi.)

§ 17. OS LIVROS LITÚRGICOS VIGENTES70. Os prelados do Concílio Tridentino deixaram ao sumopontífice o cuidado de reformar os livros litúrgicos. Os li-vros litúrgicos editados por Pio V e seus sucessores já . fo-ram brevemente indicados no capítulo que trata das fonteslitúrgicas.

I. O Breviário romano de 1568. Publica-se em 2 ediçõesou em um tomo grande (Totem) ou em quatro volumes pe-quenos. A ordem nas duas edições é igual. (Ver n. 828.)

71. II. O missal. A ordem em geral é a mesma do breviário.1. Proprium de tempore. Compreende as missas assina-

ladas para os domingos e férias maiores.Entre as cerimônias do sábado santo e a festa da res-

surreição se acha o ordo e cânon da missa.2. Proprium sanctorum.3. Commune sanctorum.4. Várias missas votivas e orações.5. Missa defunctorum.6. Benedictiones.7. Missre pro aliquibus locis.8. Proprium dicecesanum, ou regionale.

Introdução 41

De todos os livros litúrgicos o missal é o primeiro e o maisvenerável, representando Nosso Senhor, cujas palavras contém, hon-rado com incenso e ósculo, levado • em procissão, monumento da tra-dição multi-secular católica, jóia literária de perfeita beleza, livrooficial da Espôsa de Cristo no ato mais santo do culto, adornadapor isso na piedosa idade média com ricas miniaturas e ornamentosem profusão e sempre de novo editado, enriquecido com devotas eartísticas ilustrações e vinhetas.

Imprimiu-se pela primeira vez em Milão em 1474. A primeiraedição oficial data de 1570, a última típica de 1920.

III. Martyrologium romanum, em 1584 por Gregório XIII.

IV. Pontificate romanum, em 1596.V: C eremoniale episcoporum, em 1600.

O cerimonial dos bispos obriga em consciência: a) tôdas asigrejas latinas sem exceção alguma. Bento XIII (Bulla Licet alias1727) : "(Caremoniale) in universali Ecclesia ab omnibus et sin-gulis personis, ad quas spectat et in futurum spectabit, perpetuo ob-servandum esse, in virtute sanctat obedientim pr cipimus et man-damus"; b) portanto também as igrejas latinas com próprio missale breviário; c) nomeadamente as igrejas catedrais e colegiadas eas pessoas a elas adscritas, nas suas funções litúrgicas; d) todosos sacerdotes no que lhes diz respeito. Inocêncio X (Bulla Etsi alias,1750) : "Quascunque personas, qux sacerdotalia munera exercere,aut alia quoecunque in ipso ceeremoniali contenta facere, ant exsequidebent, ad ea peragenda et prstanda juxfa hujus C eremonialis for-mam et prascriptum teneri."

Quais sejam estas prescrições se deve deduzir do teor e dofim das rubricas ou das declarações da .S. R. C. Costumes louváveissão permitidos. (Cf. as bulas de Clemente VIII, Bento XIV de igualvigor, à frente da edição típica do cerimonial de. 1886; os muitosdecretos da S. R. C. Wernz-Vidal, Ins can., 1934, t. IV, n. 336.)

VI. Rituale romanum, em 1614. 0 ritual é obrigatóriopara as dioceses que, seguindo a exortação de Paulo V, oadotaram, ou foram fundadas depois da publicação do ritual.

Contudo permite-se usar o ritual romano também na-quelas dioceses que possuem ritual próprio prescrito pelobispo diocesano. (d. 3792 ad 9.)

72. VII. Memoriale Rituum. Editado por Bento XIII, tradu-t ido na C. P., reeditado por Bento XV em 1920, regula, paraas igrejas que não dispõem de muito clero, as funções dafesta de nossa Senhora da Candelária, da quarta-feira decinza e da semana santa. Foi prescrito para as igrejas pa-^ uquiais de Roma. Contudo a S. R. C. consultada, costumai csponder que nas igrejas paroquiais se deve observar oMrnioriale Rituum. Igrejas não paroquiais (d. 4049 ad 1)precisam para as funções da Semana Santa: 1) se as fun-çôes se podem executar conforme as rubricas do missal (dia-

Page 21: Curso de liturgia pe.João Reus

Introdução 4342 R e u s, Curso de Liturgia

cono, subdiácono), da licença do bispo; 2) se querem usaro Memoriale Rituum (sem diácono, subdiácono), a licençada Santa Sé. (Mem. Rita p. 8.)

VIII. Os livros de canto eclesiástico já foram enume-rados.

IX. O Octavarium Romanum contém as lições •do 2.° e3.° noturno para o ofício de mistérios e santos, cuja oitavase celebra em igreja particular. O seu uso é permitido, po-rém não prescrito.73. X. Instructio Clementina aprovada por Clemente XIIem 1735. 1) Foi prescrita para as igrejas de Roma; trata daexposição solene do SS. Sacramento durante 40 horas. 2)E' diretiva para as igrejas fora de Roma; é louvável obser-vá-la. (d. 2403: instructionem extra urbem non obligare.)

§ 18. PUREZA DO RITO

74. 1. Para impedir a impressão de livros litúrgicos menosexatos, existem leis eclesiásticas rigorosas.

A primeira edição, fiscalizada pela S. R. C., se chamatípica. E' fornecida ou por uma tipografia autorizada ou, nosúltimos tempos, pela tipografia Vaticana. As outras edições(justatípicas), organizadas pelas várias casas editôras, pre-cisam só da aprovação do bispo competente, dada depoisde se verificara exata conformidade com a edição típica.

2. As emendas novas dos livros litúrgicos, prescritas pelaS. R. C., devem ser inseridas nas edições futuras. As ediçõesantigas (Urbano VIII, in Bulla Missali inserta) podem serusadas até serem imprestáveis, se não fôr disposto o contrá-rio como se fêz para as edições antigas do cantochão. Pois,quando apareceu a edição Vaticana típica do Gradual (1907),Pio X (d. 4203) determinou: "Cetera editiones, ad tempustantummodo tolerat, nullo iam in futurum dure gaudeant,quo typicw substitui possint."

§ 19. OBRIGAÇÃO DAS RUBRICAS

75. A distinção entre rubricas preceptivas e diretivas é ad-mitida pelos autores como sententia communis, apesar dasafirmações de alguns liturgistas em contrário. Diz, p. ex.,Lehmkuhl (II, 238): "As rubricas que regulam o que antese depois da missa se deve fazer, provavelmente não devemser consideradas como preceptivas, mas somente como di-

retivas, i. é, infringi-las não é propriamente pecado, masparece menos conveniente, a não ser que haja razão justapara agir doutra maneira ou se cumpra equivalentemente arubrica. (S. Alf. n. 399.) 0 que acumulam nos últimos tem-pos para a interpretação mais rigorosa não é novo, e foi jáponderado pelos antigos autores e contudo não julgado con-cludente."

Às rubricas de defectibus chamam diretivas.

§ 20. OS DECRETOS DA S. CONGREGAÇÃODOS RITOS

76. Condições. Para que os decretos da S. C. dos Ritos te-nham fôrça obrigatória, devem ser autênticos, I. é, assina-dos pelo prefeito e secretário (ou substituto) da S. C. R. emunidos com o seu sêlo. Em caso de necessidade é suficientea assinatura do prefeito ou secretário (ou substituto).

2. Divisão. Os decretos são gerais ou particulares.

Os decretos gerais (Decreta generalia) obrigam, con-forme a matéria, ou tôda a Igreja ou uma ordem, ou umpaís inteiro. Vêm sob o título "Decretum generale" ou "Ur-bis et Orbis", ou trazem a cláusula "Ubique servari man-davit".

Os decretos particulares ou concedem uma graça ou tra-tam de costume ou de cerimônia particular: Os da primeiraclasse valem só para a pessoa agraciada. Os da segundaclasse obrigam a pessoa que consultou, ao menos em geral.Pois per accidens obrigam tôda a Igreja, se, pela respostaparticular, somente se aplica uma lei universal certa, ou seo decreto particular contém a interpretação compreensivade lei geral.

Embora um decreto particular não imponha obrigação,sempre é permitido considerá-lo em outro lugar como nor-ma diretiva de proceder.

3. Recurso à Santa Sé. Evite-se o recurso frequente àS. C. R. Querer cortar tôdas as questões com o argumentoda autoridade, diz o cardeal Gennari, é arruinar a ciência,que. consiste precisamente em deduzir dos princípios as con-sequências e aplicá-los a casos concretos; é restringir a li-lu rdade de ação. Por isso recorra-se à Santa Sé o mais rara-mente possível e somente para as questões que se não po-

Page 22: Curso de liturgia pe.João Reus

44 R e u s, Curso de Liturgia

dem resolver pelos princípios gerais e cuja solução os com-petentes buscam em vão. (Coelho, I, p. 70.)

A própria Congregação (d. 2591 ad 6) avisa: "Se hou-ver dúvidas, pode-se achar solução em casos particulares."E sancionou a regra: "Os decretos da S. C. R., embora se-jam pedidos por instâncias particulares, contudo servem denorma e exemplo nos mesmos e semelhantes casos na Igrejauniversal." (d. 3945.)

§ 21. RESUMO HISTÓRICO DA LITURGIA

77. 1. Desde o princípio do cristianismo foi necessário ex-plicar os santos mistérios. Possuímos ainda tais explicações,p. ex., de S. Cirilo de Jerusalém (f 386), de S. Ambrósio(j- 397).

Um dos mais preciosos documentos dos primeiros 'sé-culos deixou-nos Etéria, religiosa da Aquitânia, parenta dafamília imperial. Descreve (380-390) a sua viagem para aterra santa e os atos litúrgicos a que assistiu.

2. Na idade média desenvolveu-se a explicação simbó-lica da Liturgia. Dos muitos autores, sejam mencionados osmais afamados: S. Isidoro de Sevilha (t 636), De eccle-siasticis officiis; o diácono Amalário de Metz (t 850?), Deecclesiasticis officiis; Bernoldo de Constância (t 1100),Micrdlogas; Honorius de, Augustoduno (t 1152), Gemmaanima; Beleth (t 1165), Explicatio divinorum of ficiorum;Inocêncio III (-j- 1216), De sacro altaris mysterio; Durandus(bispo de Mendes, f 1296), Rationale divinorum officiorum,cuja obra alcançou muitas edições.

Albertus Magnus (t 1280), Opus de mysteriis missce; éo precursor da explicação histórica moderna.

3. Depois da reforma protestante, e em oposição a ela,apareceram numerosas obras e. coleções litúrgicas: Marténe,Muratori, Assemani, Bento XIV, Gueranger são alguns dosnomes mais célebres. A literatura moderna é riquíssima.Braun, S. J. (Liturg. Handlexikon, 1924), enumera cêrca de340 obras litúrgicas de autores católicos, não contando asobras de autores não católicos que não são poucas.

I PARTE.

LITURGIA GERALS 22. 0 ESPIRITO LITÚRGICO

78. Antes de tratar cientificamente da Liturgia, com divi-sões e enumerações, é bom dar alguns esclarecimentos sobreo espírito litúrgico, de que é mister imbuir-se para avaliá-ladevidamente.

O espírito litúrgico que consiste em estudar, estimar, ex-plicar, promover e defender a Liturgia, tem a base mormenteem certos princípios gerais. Podem resumir-se em quatro:

1. A. Liturgia é obra do Espírito Santo. Di-lo Sisto V:Sacri ritos et ca?remonice, quibus Ecclesia a Spiritu Sanctoedocta ex apostolica traditione et disciplina utitur." (BulaImmensa, 1588.) Consequência: respeito.

2. A Liturgia é serviço eucarístico; pois o centro da li-turgia é a Eucaristia. Diz o cardeal Bona (De reb. lit. 1. 2,c. 14, § 5) : "Este era o espírito religioso dos nossos ante-passados, que tôdas as funções sagradas eclesiásticas, a ad-ministração dos sacramentos e quaisquer bênçãos se reali-zassem durante a missa. Pois a última perfeição e consuma-ção de tudo é a _Eucaristia, da qual recebem a sua força,energia e santidade." Consequência: Amor.

3. A Liturgia é a casa de ouro, de perfeita harmonia.Numa casa há inúmeros objetos, que ninguém considera avul-sos, mas pertencentes ao edifício na sua perfeição. Assim,as múltiplas partes da Liturgia são outros tantos ornamen-tos da construção total da Liturgia. Consequência: Estimaprofunda. Poetas, p. ex., Dante, Calderon, mesmo os pro-testantes Schiller e 'Goethe se inspiraram na sua beleza paracomposições de alto vôo. E' a glória da Igreja, objeto deinveja dos acatólicos.

4. A Liturgia é a vontade concretizada da Espôsa deCristo, a Igreja, formando o cerimonial da corte do Rei deeterna majestade. Ora, "devemo-nos conformar com a Igre-ja", como ensina S. Inácio nas suas regras, "ut cum Ecclesiasentiamus". (Aprovadas por Paulo III, 1548.) Consequên-cia: acatamento.

Page 23: Curso de liturgia pe.João Reus

I

46 R e u s, Curso de Liturgia

5. Divisão: Na Liturgia há vários elementos comuns afunções litúrgicas diferentes. Não convém tratar deles repe-tidas vezes. Por isso formam o objeto da Liturgia geral.

Partindo da definição dada, é preciso falar de pessoase ações. Tratamos, portanto: 1) das santas palavras, pro-nunciadas pelas pessoas; 2) dos santos sinais; 3) dos santoslugares, onde se usam as ações e palavras; 4) dos santostempos que modificam as ações e palavras.

CAPITULO L

AS SANTAS PALAVRAS

§ 23. ORIGEM DAS LÍNGUAS LITÚRGICAS

79. 1. No princípio da Igreja nenhuma língua fôra proibi-da para a Liturgia nem por Nosso Senhor nem pelos após-tolos. Jesus Cristo celebrou a missa no cenáculo provavel-mente em língua aramaica, que era o idioma popular. Osapóstolos ter-Lhe-do seguido o exemplo.

2. Contacto com os pagãos. Logo que se iniciou a evan-gelização dos pagãos, as duas línguas mais faladas, a latinae a grega, foram admitidas na Liturgia. Assim, as três lín-guas, em que estava escrito o título da santa cruz, hebraica(aramaica), grega e latina, serviram à Liturgia.

3. Contacto com os conquistadores. No decurso dos sé-culos houve mudanças nacionais consideráveis. No Ocidentea migração dos povos causou a mistura de vários idiomas.A Igreja não podia continuamente mudar a sua língua li-túrgica em favor de línguas nascentes. No Oriente o isla-mismo, com sua língua arábica, sufocou quase completamen-te as línguas nacionais. De mais a mais, os povos, que acei-tavam a religião cristã, em geral não possuíam os têrmos ne-cessários para exprimir os mistérios sublimes do cristianis-mo. A Igreja devia, portanto, guardar a sua língua litúrgicaprópria, que uma vez para sempre tinha escolhido.

80. 4. As línguas romanas. Em Roma, nos três primeirosséculos, a Liturgia era celebrada em grego. Há várias cir-cunstâncias justificadoras desta asserção: 1) a língua ofi-cial na administração romana era a grega; 2) os cristãosem Roma entendiam o grego, pois a epístola aos romanosfoi escrita em grego; 3) os papas e os escritores cristãos em

I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 47

Roma, p. ex., S.' Justino, Taciano, escreveram em grego; aLiturgia, de S. Hipólito de Roma está redigida em grego;4) ainda hoje na missa papal solene o evangelho e a epístolase cantam em grego e latim. Esta cerimônia, no princípio,era necessária por causa dos fiéis que só entendiam o grego.Depois foi conservada para significar que a Igreja católicaabrange todos os povos. Restos da língua grega há em vá-rias partes da Liturgia, p. ex., Kyrie, ágios o theós.

81. 5. Mas também a lingua latina estava em uso prova-velmente já no primeiro século. Pois a itala, tradução latinacia bíblia feita em meados ou princípio do II século, ser-via para as leituras sagradas nas reuniões eclesiásticas. Alíngua da versão, porém, não era a clássica, que se evitavapor Iembrar o paganismo, mas sim a língua vulgar.

Além das duas línguas mencionadas admitiram-se a si-riaca, arábica, cóptica, etiópica, arménia, eslávica, romani-ca. Esta última é a única língua viva; tõdas as outras sãolínguas mortas. (Gasparri, Euchar., II, n.° 852; Wernz-VidalIV n. 397.)

§ 24. A VANTAGEM DA LÍNGUA LATINANA LITURGIA

82. A língua litúrgica latina é: 1 uma lingua venerável.Pois é o produto do desenvolvimento histórico e secular, con-sagrada pelo uso multi-secular.

2. Uma lingua estável. A Igreja conserva-a por saberque as suas palavras são a expressão fiel da fé católica. Talcerteza não teria com traduções continuamente reformadas eadaptadas à língua viva. Os gregos, apesar de separadosda Igreja romana, guardaram a sua fé quase completamentedevido em grande parte à sua Liturgia antiga.

3. Língua fixa. A língua latina é muito aperfeiçoada,com têrmos próprios, formados pela legislação romana.

4. Língua misteriosa e santa. E' convicção geral que,para um ato tão santo como a missa, a língua quotidianaé menos conveniente. Os hereges, faltos de respeito de Deus,introduzem logo a língua vulgar na Liturgia. Seguindo oexemplo do Concílio Tridentino, Alexandre VII (1661) nemsequer permitiu a tradução do missal em francês. Hoje istose concede; mas nega-se a licença de usar a língua vulgarna Liturgia, principalmente da missa. Existe o perigo de

Page 24: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 49

serem abusadas pelo povo baixo as palavras que contêm osdivinos mistérios.

5. Língua unitiva. A diversidade das línguas separa oshomens, a língua comum une-os. A língua latina une as igre-jas particulares entre si e com Roma.

6. Lingua civilizadora. Todos os membros do clero de-vem aprender latim, e por isso podem aproveitar para a suaformação esmerada os autores clássicos antigos e a doutri-na profunda dos santos padres da Igreja.

7. Língua internacional. Não só o clero entende a língualatina, mas também leigos a cultivam e empregam, p. ex.,na ciência médica, física e mesmo no comércio (catálogo)e a preferem às línguas artificiais (esperanto).

83. 8. Mas, dizem, o povo não entende nada da missa. Res-ponde-se: A missa é uma ação, não um curso de instruçãoreligiosa. No Calvário não havia explicações. O altar é umCalvário. Todo cristão sabe o que significa: imolar-se.

Além disso, o Concílio Tridentino (sess. 22) encarregaos sacerdotes "que frequentemente expliquem alguma coisado que se lê na missa". Mas "etsi missa magnam contineatpopuli fidelis eruditionem, non tamen expedire visum est Pa-tribus, ut vulgari passim lingua celebraretur."

§ 25. PRECES

Para o culto público, além da língua comum, são tam-bém necessárias fórmulas comuns. Há muitas. Mencionemosaqui as mais gerais:

84. 1. Padre Nosso. E' a oração mais santa, mais sublime,mais essencial, mais geral e mais substanciosa de tôdas asorações. 1) E' privilégio dos batizados; somente êles po-diam rezá-lo publicamente nas reuniões dos fiéis; faziam-nopela primeira vez logo depois do batismo. Daí o uso de re-zá-lo na administração dêste sacramento. Emprega-se tam-bém em outros sacramentos e bênçãos. 2) E' dever dos ba-tizados; já a "doutrina dos doze apóstolos" prescrevia queos cristãos o rezassem três vêzes por dia. 3) E' parte inte-grante de tôdas as Liturgias da missa.

Quanto os cristãos estimavam o Padre Nosso e sua dignidadede filhos de Deus, vê-se do criptograma achado por tõda parte, daInglaterra até o Egito e a Pérsia, e mesmo em Pompéia, destruídano ano 79, doze anos depois da morte de São Pedro. Por muito

tempo resistiu a todos os esforços de decifrá-lo. Tem a formaseguinte:

E' ao mesmo tempo símbolo da fé, sinal da cruz e princípio doPadre Nosso.

1. Símbolo da fé. Significa: Deus criador (Sator) é o Senhor(tenet) do céu (rotas = sol) e da terra (arepo = arado) e de tudoo que nela há (opera).

2. Substitui o crucifixo, tão odiado pelos pagãos, pela letra Te pela figura

3. Significa o Padre Nosso, quando se distribuem as letras doseguinte modo:

O

A e O no fim dos braços da cruz significam Alfa e Omega,i, é, Nosso Senhor Jesus Cristo, que se chama Alfa e Omega, oprimeiro e o último, princípio e fim.

A explicação dada é a que mais se justifica.

85. 2. Ave Maria. 1) Origem: compõe-se das palavras doarcanjo S. Gabriel e de Santa Isabel dirigidas a Maria San-tíssima. Desta forma já se empregava na Liturgia de S. Tia=lu, depois da consagração. Na Liturgia latina aparece nosi'culo IX na qualidade de ofertório do 4.° domingo do ad-vento, lugar que ainda hoje ocupa. A palavra "Jesus" ou"Jesus Cristo" foi acrescentada no fim do século XIV; a pe-liçno Santa Maria, no século XV. Pio V prescreveu a fór-uiiila atual. 2) Uso: faz parte da Liturgia na recitação do

('nrr+u de Liturgia — 4

ROTASO PERATENETAREPOS A TOR

TE

TENETET

A

PATER

A .PATERNOSTER .0OSTER

48 R e u s, Curso de Liturgia

Page 25: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 51

breviário, nas orações pelos moribundos e no exorcismosolene.

86. 3. Símbolo dos apóstolos. 1) Uso: emprega-se no ofí-cio divino, no rito do batismo e da ordem, no exorcismo so-lene. 2) Etimologia: deriva-se da palavra grega symbállo:componho. Era costume grego que, fazendo dois amizade,quebrassem um caco de vaso em duas partes, ficando cadaum com uma parte. Ao encontrarem-se mais tarde, podiamverificar a amizade, compondo as duas partes. Assim, pelosímbolo, se conhece o amigo de Deus, o verdadeiro cristão.3) Apostólico: comparando as variações conhecidas do sim-bolo, chega-se forçosamente à conclusão que remonta aotempo dos apóstolos. 4) História: os catecúmenos recebiamo símbolo oralmente algum tempo antes do batismo (tra-ditio), e deviam rezá-lo no ato do batismo (redditio). Ossantos padres recomendavam a recitação do símbolo comogrande proteção contr a' o demônio e as tentações. S. Agos-tinho diz: Recite-se ao menos duas vêzes por dia. Daí o ritode rezá-lo na prima e nas completas.

O símbolo Quicumque contém em breves frases a doutri-na da fé na SS. Trindade e na incarnação de Jesus Cristo.

Chama-se símbolo atanasiano há séculos. Porém é certo que S. Ataná-sio não é o seu autor. Quem o seja, não consta. Remonta até o séculoV ou VI e é recitado no ofício da festa da SS. Trindade desde o sé-culo IX, e no exorcismo contra o demônio. Na reforma de Pio X seconservou o antigo nome por respeito à antiguidade do nome e em abo-no do "pai e regra da fé ortodoxa", como os SS. Padres chamaram a S.Atanásio. (Piacenza, Regulaa, p. 134.) Por antonomásia, atanasiano é omesmo que católico.

87. 4. Orações. 1) A brevidade é própria da Liturgia roma-na; manifesta-se especialmente nas orações, que em tôdas aspartes da Liturgia ocorrem. 0 que, p. ex., outras Liturgiasdizem em dez linhas, a romana exprime em três. 2) Estru-tura. Em geral nas orações se distinguem três partes: ainvocação (Deus), o motivo (qui. beatum Joseph spon-sum. . .), a petição (presta). 3) 0 convite para a oraçãoé Oremus; di rige-se aos fiéis. Às vêzes, p. ex., nos dias depenitência, acrescenta-se: Flectamus genua..., "de joelhos".Ao ouvir Levate, "levantai-vos", todos se levantam. 4) Apessoa invocada: a maior parte das orações dirige-se a DeusPadre. Há outras, relativamente poucas, que se dirigem aDeus Filho; na Liturgia galicana êste modo não era raro.Ao Espírito Santo não se dirige nenhuma (Eisenhofer, I,205; Jungmann, p. 102), na forma de Coleta.

A maior parte das orações dirige-se a Deus Padre: a) porqueNosso Senhor nos ensinou a rezar: Padre Nosso (Mt 6); b) porqueEle é o nosso medianeiro (Jo 6). Por isso é muito conveniente sedirija à primeira Pessoa. Há outras relativamente poucas que sedirigem a Deus Filho. Na Liturgia galicana êste modo de oraçãonão era raro; esta Liturgia estava em vigor na Gália, Burgúndia eLombardia, regiões estas muito empestadas pelos arianos. Contra êlesse professava a fé na divindade de Jesus Cristo, dirigindo as ora-ções' à segunda Pessoa "para que se não cresse que só o Pai pu-desse ser invocado. com palavras expressas." (Bellarm., de Missa11, cap. 16.)

Ao Espírito Santo não se dirige nenhuma oração, i. é, coleta.(Durand., IV, c. 15, n. 11; Eisenh., I, 205; Iungmann, 102.) "Pois oEspírito Santo é o Dom e ao dom não se pede o dom, mas antesao seu doador: portanto se pede ao Pai e ao Filho e a Eles sedirige a petição como aos doadores, e não ao Espírito Santo, o qualé o Dom e de ambos procede igualmente." (Durand, loco cit.)

88. 5) A conclusão: E' longa ou breve: se na oração semencionar o Filho divino a conclusão é Per eundem ... ouQui tecum. Se, como Pessoa, é mencionado o Espírito Santo ,

conclui-se: in unitate eiusdem. A conclusão breve é, p. ex.,Per Christum dominum nostrum; Qui vivis et regnas in sce-cula sceculorum. Usa-se em geral fora da missa e do ofíciodivino, quando se não prescreve o contrário.

Oremus diz-se na missa, se há duas ou mais orações,antes da primeira e antes da segunda, mas não das outras.

A conclusão reza-se depois da primeira e mais urna vezdepois da última oração; as exceções estão notadas no missal.

89. 5. As orações de forma eucarística (ação de graças).I) Estrutura. São estas orações as mais festivas. A introdu-ção é igual ao princípio do prefácio da missa. Compõe-se emgeral de dúas partes: da ação de graças e da petição; estadifere conforme a ocasião. 2) Uso. Empregam-se nos mo-mentos mais solenes, p. ex., na ordenação de diácono, depresbítero, na sagração de bispo, na coroação de uma rai-nha, na bênção dos ramos, da água batismal, do círio pas-cal, na consagração de igrejas e altares. 3) História. São

cm parte muito antigas. 0 Leonino já consigna tais oraçõesurl colação de ordens maiores. Modêlo delas é a oração eu-carística da missa; prova disso é o fato de serem na Liturgiados coptos e nestorianos estas orações interrompidas peloSanctus, como na missa.

90. 6. Ladainhas. 1) Etimologia: Ladainha, litania, deriva-:;1' da palavra grega litania = oração. Já no século IV signi-Iicava oração de ceráter de penitência, (Propitius esto, Par-

50 R e u s, Curso de Liturgia

4+

Page 26: Curso de liturgia pe.João Reus

52 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. h Santas Palavras 53

N

ce nobis, repetição do Kyrie) e passou a ter, desde o séc.VI, o sentido de procissão, em que estas invocações se repe-tiam. Intercalaram-se depois nas repetições do Kyrie breves .

invocações e petições, em forma de oração revezada. 2) His-tória. Orações em forma de ladainhas eram conhecidas entreos pagãos e israelitas (SI 135), no Oriente cristão do sé-culo IV (Ektenias). No Ocidente a ladainha mais antiga e,por séculos, a única, modêlo para tôdas as outras, é a la-dainha de todos os santos, do século VI. Somente no sé-culo XVI, apareceu a ladainha lauretana. Nos últimos tem-pos foram aprovadas para o uso litúrgico a ladainha do S.Coração de Jesus, do SS. Nome de Jesus, de S. José.

A repetição das invocações nas rogações e no sábado santo tem asua origem na litania septena, quina, terna da idade média, nas quaisas invocações se repetiam sete, cinco ou três vezes. A forma abreviada,usada no sábado santo e da vigília de pentecostes, é proibida fora destesdois dias. ' (d. 2709 ad 1.)

91. 7. Exorcismos. 1) Etimologia. Deriva-se da palavragrega exorkizo-= fazer jurar alguém, adjurar (Caifás). Masno tempo dos apóstolos se empregou também no sentido de"expulsar". (At 19, 13.) 2) Origem. Jesus Cristo deu aosapóstolos o poder de expulsar os demônios. (Mt 10, 1.) 3)Diferença entre oração e exorcismo. O exorcismo efetua-senão só com orações e bênçãos, mas especialmente por umaordem categórica dirigida ao demônio. (Exi ab eo, immundeSpiritus.) 4) Espécies. a) O pequeno exorcismo do batismo,que já ocorre no III século; e da bênção da água e dos san-tos óleos na quinta-feira santa, usado já no Gelasiano. b)O grande exorcismo, prescrito no Ritual, para livrar os pos-sessos do poder do demônio, é conhecido desde o século VIII;chama-se também solene. Seu uso depende da licença dobispo; mas também é lícito e eficaz o exorcismo privado,p. ex., - pelo uso do SS. Nome de Jesus. (Noldin, theol. mor.,ed. 18, n.° 54.)

92. 8. Preces. Tais se chamam especialmente alguns versi-culos que, às vêzes, se dizem antes da oração, principiandopelo Kyrie eleison ou pelo Pater foster. (Rubr. Gen. 34, 1.)São antiquíssimas, talvez apostólicas. Pois S. Paulo (1 Tim2, 1) diz: Insisto antes em que se façam preces, orações,funções religiosas e ações de graças por todos os homens,pelos reis e por tôdas as autoridades. S. Ambrósio, S. Agos-tinho, S. João Crisóstomo são unânimes em ver neste texto

da sagrada escritura a prescrição apostólica das precespúblicas pelas autoridades. (Piacenza, Lit., p. 446.)

No versículo: Domine, salvam fac regem, a palavra rex signi-fica o príncipe, qualquer que seja, ou o presidente do território.Esta interpretação é conforme ao vocábulo rex e a história do ver-sículo. Pois o texto do breviário de Pio V Dómine, salvam fac re-gem nostrum N., foi mais tarde reformado para o texto moderno.E' sinal de que a súplica se faz por tôdas as pessoas constituídasem autoridade quase real. A intenção de cada uma das precesé clara pelo teor das palavras. O versículo Convertere Domine usque-quo tinha outrora a rubrica: Pro pcenitentibus.

As preces dominicais rezam-se na prima e nas comple-tas dos ofícios semiduplo e simples e das férias comuns;não se dizem durante as oitavas, ou quando é comemoradoofício duplo. Chamam-se, dominicais, porque no antigo .bre-viário eram inseridas na prima do domingo.

As preces feriais dizem-se nas laudes, horas e vésperasdas vigílias comuns (Rubr. Gen. 34) e nas férias maiores,portanto no tempo do advento, da quaresma, da paixão, nasquatro têmporas de setembro, na segunda-feira das rogações.Não se omitem nas férias privilegiadas, em que é comemo-rado ofício duplo ou de oitava (A. B. VIII, n.° 3), que secelebra por antigo privilégio. (d. 3362.)

93. 9. 0 sufrágio do novo breviário foi introduzido por PioX, que substituiu as várias comemorações de outrora poruma única. Fora do tempo do advento, da paixão e da pás-coa, deve ser rezado sempre nas laudes e vésperas, excetoos duplex e dias infra octavam, embora só comemorados.Omite-se o sufrágio nos tempos mencionados, para concen-trar tôda a atenção em Nosso Senhor: Tu solus Sanctus,Tu solus Dominus, Tu solus Altissimus; por isso no tempoda páscoa se reza a comemoração da cruz. Remontam ossufrágios antigos até ao tempo de Gregório Magno. (Cf.n." 844.)

§. 26. LIÇÕES

94.. 1. Lições grandes. Ocorrem na missa dos catecúmenose nas matinas. -

Na missa dos catecúmenos, as lições são treze no sába-do santo, sete na vigília de pentecostes e no sábado dasquatro têmporas, três nas quartas-feiras das quatro têmpo-ras, na quarta-feira depois do 4.° domingo da quaresma, naquinta e, sexta-feira da semana santa; nos outros dias, duas:epistola e evangelho.

Page 27: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 55

Nas matinas há nove lições nos ofícios duplos e semi-duplos; três nos ofícios da festa e oitava de páscoa e pen-tecostes, das festas simples e da féria.

2. Lição breve. E' leitura curta substituindo em primao capítulo da regra que se lia na reunião quotidiana (capí-tulo) dos monges e cônegos; nas completas, uma leitura edi-ficante feita entre as vésperas e as completas.

3. Capitula. E' leitura de poucas linhas da escritura sa-grada nas laudes, horas pequenas, vésperas e completas, semindicação do livro de que foi tirado, e sem bênção; corres-ponde às lições maiores das matinas.

§ 27. COMPOSIÇÕES LITÚRGICAS EM VERSOS95. Composições em versos são os salmos, hinos e cânti-cos. (Col 3, 16.) Segundo a opinião de vários s. padres adiferença entre os salmos e cânticos é só exterior: os sal-mos eram cantados com acompanhamento de instrumentos demúsica, os cânticos sem êles. (Vigouroux, D. Bibl.) Para obreviário, a diferença consiste em que os salmos são tiradosdo saltério, os cânticos da escritura sagrada fora do saltério,os hinos são de autores não inspirados. (LThK.)

I. Os salmos. São os 150 cantos do livro dos Salmos doantigo testamento, e desde os tempos apostólicos usados na

Liturgia cristã.1. Na missa entram só os salmos: ludica me, e uma

parte do si. 25: Lavabo. Os salmos do intróito, ofertório,gradual, trato e comunhão foram reduzidos a uns versículos.

2. No ofício divino são hoje como sempre o centro, emredor do qual tudo está agrupado. A distribuição dos salmospelos vários dias tem divergido muito; uns recitavam todosos dias todos os salmos, outros distribuíam-nos em dois dias.No rito ambrosiano estão distribuídos em duas semanas; norito romano, a exemplo de S. Bento, numa semana.

•3. Nos sacramentais são empregados em número maior:

na consagração de igreja, de altar, na bênção de cemitério.Outrossim se recitam nas procissões, no exorcismo.

96. II. Cânticos. São cantos bíblicos no ofício divino, ex-traídos da sagrada escritura. Na Liturgia romana um dêles,o canto dos três jovens na fornalha ardente, faz parte damissa nos sábados das quatro têmporas.

Os três cânticos do novo testamento: Magnificat (Lc 1,46), Benedictus (Lc 1, 68), Nunc dimittis (Lc 2, 29) rece-beram lugar de destaque no fim das laudes, vésperas e com-pletas. Os do antigo testamento são equiparados aos salmose têm nas laudes o 4.° lugar.

97. III. Hinos. 1. Etimologia. Deriva-se da palavra gregai'mnos = canto de louvor. Designa, em sentido lato qualquercanto de louvor, de ação de graças, de petição, seja em ver-sos seja em prosa, p. ex., Te Deum, Gloria, Sanctus, sal-mos, cânticos; no sentido restrito, os cantos do ofício divino.

2. História. No Oriente os hinos entraram na Liturgiana segunda metade do século IV; no Ocidente, por influênciade S. Ambrósio e S. Bento. Em Roma foram recebidos só noséculo XIII.

3. Uso. Nenhum hino é recitado nas matinas da festa(la epifania, nos três últimos dias da semana santa, na festada páscoa com a oitava, nem no ofício dos defuntos. To-dos os outros ofícios em cada hora têm um hino: em ma-finas e horas menores antes dos salmos, nas outras depoisdos salmos.

O Te Deum é hino de júbilo efusivo, de gratidão solene e depopularidade geral. Historicamente consta que S. Ambrósio e S.Agostinho não são os seus autores. O hino formou-se a pouco epouco e recebeu a forma de hoje mui provavelmente do bispo S. Ni-cetas de Remesana (Bela Palanca, aldeia na Jugoslávia), c. 414. Pois;is palavras da glorificação do Padre eterno encontram-se em parteno século III, do Filho no século IV, e foram acrescentadas por S.Ambrósio. As súplicas com exceção do versículo: Dignare, Domi-ne... são tirados dos salmos, na tradução da Vulgata. E' muitofrequente no breviário e para ação de graças.

Regra geral para o breviário: 1) recita-se nos domingos e festas enus férias de côr branca no tempo pascal; 2) omite-se nos oficios decôr roxa e nas férias de côr verde.

Portanto se reza: a) em tôdas as festas, exceto a dos Inocentes, secal num dia de semana ou não é de l.a classe; b) nos domingos depoisda epifania e pentecostes; c) nas férias do tempo pascal, exceto a fériamegunda das rogaçôes. Em outros oficios não se reza.

98. IV. Sequências. 1) Origem. Sequência '(de sequor.seguir) significava a continuação em neumas longas da úl-1 i r ia nota do aleluia do Gradual, chamado jubilas alleluia-liras. Por se t. de difícil execução, organizou-se um textosilr'Ihico, correspondente às notas e que se chamou sequência.As vezes faltava a simetria do texto, de maneira que êstepouco se diferençava da prosa; por isso davam à sequênciao nome de prosa. Finalmente se criaram sequências inde-Iu midentes do aleluia, com melodias próprias, que , ocuparam

54 R e u s, Curso de Liturgia

Page 28: Curso de liturgia pe.João Reus

1 56 R e u s, Curso de Liturgia

o ,lugar costï.lmado depois do gradual. 2) Uso. Das muitassequências da idade média, Pio V conservou cinco: Victimcepaschali (Páscoa; autor Wipo, capelão de Conrado II); VeniSancte Spiritus (Pentecostes; autor: Langton, Arcebispo deCantuário, -1- 1288, o que consta de documento publicado ene1913); Lauda Sion (Corpo de Deus, autor: S. Tomás deAquino) ; Stabat Mater (Nossa Senhora das Dores, autor:provavelmente S. Boaventura); Dies irce (réquiem, autor:Tomás de Celano, OFM, j- 1255).

99. V. Trato. 1) Natureza. Trato se chama um texto com-posto de poucos versos, que substitui às vêzes o aleluia dogradual (setuagésima) ou a êste mesmo (quatro têmpo-ras); nem sempre tem caráter de penitência (Jubilate, Quin-quagésima). 2) Etimologia. Dizem uns 'que êste texto sechama tractus, porque era cantado sem alternação, a seguir,de um trago. Alguns modernos recorrem a melodia semelhan-te da música grega antiga e dizem que é "continuação"(tractus) do Gradual.

100. VI. Responsório. 1) Origem. O responsório era primi-tivamente a resposta do côro a um salmo recitado por umou mais cantores, que tinham um papel predominante. 2)Uso. No ofício o responsório é um canto que se segue à re-citação das lições nas matinas e à capitula nas horas me-nores e nas completas (responsório breve). Compõe-se doresponso (parte repetida) e do verso. Já era conhecido noséculo IV.

101. VII. Versículos. Antífona. 1. Versículo é um texto com-posto de verso com resposta. Serve, p. ex., de introdução àsorações, às horas, ao prefácio. Dêles se formam as preces.

2. Antífona. 1) Origem. Deriva-se do grego e significa:contra-voz, eco; designava o modo de salmodiar em 2 coros.2) Uso. Hoje, a antífona se chama um texto curto antes edepois de cada salmo do ofício, que indica a melodia dosalmo e exprime sua idéia principal, ou tem relação como mistério da festa respectiva.

Antífonas de O' são as sete antifonas assinaladas às vésperas dos seteúltimos dias antes da vigília da festa de natal. Começam todas por O'.Nelas a Igreja exprime 'o desejo pelo nascimento do Salvador. Delas temo nome o Festa de Nossa Senhora de O', no dia 18 de dezembro, cha-mada também Festa de Nossa Senhora do Parto. Há quem opine que tema sua origem na festa da anunciação, antigamente celebrada em algunsIugares neste dia e depois transferida.

I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 57

3. Antífonas marianas. Antigamente, depois das horas ca-nônicas, se rezava o ofício pequeno em honra da VirgemMaria. Talvez êste costume tenha dado o ensejo para se re-zar no fim do ofício divino as antífonas marianas. O nú-mero 4 é devido aos antigos liturgistas. (P. ex., Seleto ç.55; Durandus VI, c. 1.) Imitando as 4 estações do ano civil,distinguiram o tempo do natal, da paixão, da ressurreiçãode Nosso Senhor e da peregrinação da Igreja neste mundo.

Para o inverno com a festa do natal, é marcada a antífonaAlma redemptoris Mater. Autor é provavelmente Hermanus Con-tractus (Germano, o entrevado), monge de Reichenau, ¡ 1054. Re-za-se desde o comêço do advento até à festa da purificação (2 defevereiro).

Para a primavera, destina-se Ave, regina coloram. Por isso éque se fala tanto da luz, que, depois das trevas do inverno, de novoaparece mais esplêndida; da beleza, porque então nascem as flo-res. O nexo com o tempo da paixão, em que esta antífona se recita,é só exterior. Nada se diz dos sofrimentos de Nosso Senhor. Oautor é desconhecido. (Séc. 12?)

A primavera popular principiava em fevereiro (Hofstaetter-PetersSachwlirterbuch, 1930, I, p. 588), como provam usos e adágios populares.Com razão a antifona começa a ser recitada nas vésperas que seguema procissão da luz e da primavera. Servia no século XII como antífonana festa da Assunção de Nossa Senhora (Eisenh.), mas os pensamentossão muito semelhantes aos da antifona "Adorna thalamum" que é doséculo VIII. (Cf. n. 288.)

Ao verão corresponde Regina' cceli lcetare. Ao menos pelo fimdo tempo pascal já se sente o calor do verão, embora não do ve-rão astronômico. A antífona remonta ao menos até ao século 12.

No outono, tempo da peregrinação neste vale de lágrimas, sereza a Salve, Regina. O autor muito provavelmente é HermanusContractus. As palavras o clemens, o pia, etc., já eram conhecidasantes do tempo de S. Bernardo, e não se podem atribuir a umainspiráção momentânea dêle.

Estas antifonas distinguem-se pela beleza da linguageme da melodia, pelo arrôjo dos pensamentos, pelo afeto da con-fiança filial. São homenagem jubilosa dos filhos desterradosà mãe celestial e amorosa.

Quem na recitação privada, por motivos razoáveis, rezao ofício sem interrupção, acrescenta a antífona mariana nofim das completas. Quem o separa, diz a antífona no fim daslaudes, ou se acrescentar outras horas, no fim da últimahora e das completas. (Rubrica; d. 4384 ad 2.)

§ 28. ACLAMAÇÕES

102. Aclamações são uma expressão de homenagem, devoto, como, p. ex., no fim da consagração episcopal (Admuitos annos). Aqui entendemos as fórmulas breves, comque o povo acompanha as funções do celebrante.

Page 29: Curso de liturgia pe.João Reus

58 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 59

L Dominus vobiscum. E' a saudação litúrgica romana.Os bispos, nos dias em que há Glória, dizem: Pax vobis,depois do Kyrie da missa.

1) Origem. Dominus vobiscum era saudação comum dopovo israelita. (Rute 2, 4.) Pax vobis disse Nosso Senhor.(Jo 20, 19.) 2) Resposta: Et cum spiritu too usa S. Paulo.(2 Tim 4, 22.) Em si estas palavras significam: "Contigo".Mas João Crisóstomo já entende pela palavra "espírito" oEspírito Santo, que pela ordenação é comunicado ao sacer-dote. A Igreja favorece esta explicação; pois podem usaresta saudação só aqueles que, pela imposição das mãos dobispo, receberam o Espírito Santo. 3) O efeito desta sauda-ção é, para o povo, a comunicação das graças divinas. Ocelebrante dever-se-ia lembrar de pedir a renovação dasgraças sacerdotais recebidas na ordenação. 4) No ofício dostrês últimos dias da semana santa não se emprega esta sau-dação, para exprimir o horror da saudação com que Judastraiu o amabilíssimo Redentor. (Durandus, VI, c. 72, n. 6.)103. II. Amen. 1) Origem. E' palavra hebraica, que signi-fica no antigo e novo testamento "em verdade", "assim seja",exprimindo aprovação, confirmação e consentimento. 2) His-tória. Estava muito em uso no culto -israelítico. Nosso Se-nhor e os apóstolos frequentemente se serviram dele. Eraafirmação da fé, se antigamente o cristão, recebendo a co-munhão da mão do sacerdote que dizia: Corpo de Cristo,respondia: Amém. O mesmo sentido tem Amen no fim dosímbolo dos apóstolos.

No oficio não se acrescenta ao Padre Nosso, se este se diz todo emvoz alta (Preces das laudes e vésperas), ou quando se entoa em vozalta: Pater noster... e se termina com: Et ne nos. Acrescenta-se, po-rém, ao Padre Nosso prescrito no princípio e no fim das horas, que

ase reza todo em voz baixa.

104. III. Aleluia. 1) Origem. Deriva-se de Halél, louvor oulouvar; halelú, louvai; halelú-iavé, louvai a Deus. Por con-seguinte é ato de amor de Deus. Passou do culto israelíticopara o culto cristão. Representa um grito de alegria no co-meço de muitos salmos, no Apocalipse (19, 1-7), mesmo navida privada dos primeiros cristãos. 2) Uso. Emprega-se namissa, principalmente depois da epístola, no ofício muitasvezes, profusamente no tempo da páscoa. 3) Proibição: porisso é sinal de penitência e de luto a supressão do aleluia.Na setuagésima, omite-se desde as primeiras vésperas. DizDurandus: "No sábado alguns o suprimem na sexta, outros

em a Noa, outros nas vésperas, outros nas matinas do do-mingo, outros na prima; melhor, porém, se omite nas véspe-ras." (Durandus. VI, c. 23, n. 18.)

IV. Deo gratias. Ocorre este texto na epístola de S.Paulo. (1 Cor 1,5, 52.) Como fórmula de agradecimento es-tava em uso já no segundo século. E' expressão de gratidãopelas graças recebidas na missa, depois do Ite, missa est;pelo benefício da palavra divina depois da epístola, das li-ções e do último evangelho.

V. Ad muitos annos. Esta aclamação ocorre no fim dasagração de um bispo.

Com estas palavras, repetidas três vêzes, o bispo recém-consa-grado deseja muitos anos de vida ao bispo consagrante. E' ato dehomenagem e de gratidão. Com semelhantes aclamações foram hon-rados os papas e imperadores.

§ 29. DOXOLOGIA

105. 1) Origem. Doxologia é termo composto das palavrasgregas doxa (glória) e logos (língua) e significa qualquerfórmula para glorificar a Deus uno, trino, ou a Deus Padre,ou ao Pai e Filho. Há muitas na escritura sagrada e na Li-turgia. 2) Espécies. a) Doxologia maior, ou o Glória damissa; b) doxologia menor: Gloria Patri et Filio et SpirituiSancto, chamada doxologia trinitária. 3) História. Já se en-

contra o Gloria Patri no século II. Insistiram os católicos emequiparar as três Pessoas divinas por "e", para excluir aheresia dos arianos. 4) A segunda parte: Sicut erat, já foi

usada no século IV. 5) Uso. Diz-se no fim d e todos os sal-mos no ofício; não, porém, nos três últimos dias da semanasanta, "porque na paixão de Cristo se escondeu a glória de('ricto." (Durandus VI, c. 72, n. 5.)

§ 30. MÚSICA SACRA

106. 1. A música sacra abrange também o canto responso-r ial e antif anal. Já tratamos do responsório e da antífona.Resta ainda falar da música litúrgica em geral, do cantochão.

2. Etimologia. Cantochão é hoje o mesmo que canto gre-l;oriano. Chão é a palavra latina planus = plano, liso, nãointerrompido; pois o cantochão não tem compasso e se com-pïle de notas iguais em valor.

3. Excelência. 1) E' a expressão exata do texto litúrgi-co, e por isso verdadeira oração. (Eugen Schmid, Die neuen

Page 30: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. I: Santas Palavras 6160 R e u s, Curso de Liturgia

musikalischen Vorschriften, p. 25.) 2) E' obra de arte per-feita, de riqueza excepcional em motivos musicais e tem,quando se trata de canto sem acompanhamento, o primeirolugar. 3) Pio X diz (d. 4121) : "As qualidades que devepossuir o canto litúrgico: santidade, excelência de forma euniversalidade, encontram-se no mais alto grau no canto gre-goriano, que é por conseguinte o canto próprio da Igrejaromana, o único que ela herdou dos antigos padres, que con-servou ciosamente... que propôs diretamente, como seu, aosfiéis. Por estas razões o canto gregoriano foi consideradosempre modélo acabado da música sacra, podendo-se esta-belecer com todo o direito a seguinte lei geral: Uma com-posição é tanto mais sagrada e litúrgica para a Igreja, quan-to mais se aproxima, pelo andamento, pela inspiração e pelogosto, da melodia gregoriana; e é tanto menos digna dotemplo, quanto mais se afasta déste supremo modêlo." 4)Autoridades contemporâneas, que conhecem a música mo-derna, competentes, portanto, para dar um parecer decisivo,falam muito a favor do cantochão.

Mozart dizia que sacrificaria com gosto todo o seu renome, se pu-desse dizer-se compositor do 'prefácio gregoriano.

Jean Jacques Rousseau, célebre incrédulo, ocupou-se muito com amúsica, na qual achou por vêzes o único meio de ganhar a vida. Assimdisse: "Deve-se ter, não digo só nenhuma piedade, mas, absolutamente,nenhum gesto, para preferir nas igrejas a música ao cantochão. O cantogregoriano é muito preferível a esta música mole, teatral, tosca e chataque em algumas igrejas lhe substituem sem guardar seriedade, nem gosto,nem decoro, nem o respeito devido ao lugar que, déste modo, fica pro-fanado."

Halevy, afamado compositor de óperas, discípulo de Cherubini, diz:"Como podem os sacerdotes católicos, possuidores do canto gregoriano,a mais linda melodia religiosa que existe no mundo, permitir nas suasigrejas a pobreza da nossa música moderna?"

Quase da mesma forma fala o célebre compositor de óperas, LuisSpohr, afirmando que não pode compreender como os "católicos permi-tem estragar a música sacra, porquanto no canto gregoriano possuemmúsica eclesiástica genuína e verdadeira."

O festejado compositor musical Ambros declara: "O canto gregorianoé o estilo especifico da Igreja, e, se. alguém quer, o único que indu-bitavelmente é eclesiástico. Está na Igreja, formou-se para as necessida-des da Igreja e, aquela força especial que em cada música reside, e nãofoi feita mas forma-se (p. ex., no canto popular), também é própria'dêle. Como parte integrante da liturgia possui seu valor inestimável paratodos os tempos."

Uma revista musical de Berlim, "Echo", diz que "no canto gregoriano,a par da maior singeleza e unidade, reina a maior variedade. Textoe melodia forma uma só coisa, resolvendo perfeitamente o problema demanifestar os sentimentos do coração pelos sons, e conservando paratodo o verdadeiro perito musical o seu valor intrínseco, que é incompa-rável."

Berlioz, j' 1869, igualmente célebre como critico e compositor, autorde um "Requiem" que não tem igual em majestade, e por isso entendidode profissão, diz que nada na música se pode comparar com o efeitodo canto gregoriano "Dies irm".

O célebre compositor de Operas Gounod gostava de falar das perfei-ções do canto gregorianb, do qual era grande 'admirador. (Krutschek,die Kirchenmusik, p. 97. 0 Seminário, 1929, p. 86.)

4. História. O cantochão remonta até aos primeiros tem-pos cristãos; pois Nosso Senhor cantou na última ceia os sal-mos costumados. A primeira Igreja tomou da sinagoga or;uilo do templo, o qual foi enriquecido por elementos gregos. .

5. Obrigação. O cantochão é obrigatório na Liturgia,n;l forma restaurada. (Lei de Pio X e Pio XI. O Seminá-I io, 1933, p. 148.) •

6. Pio X admite também em segundo e. terceiro lugar.o polifonia clássica no culto, bem como a música mais mo-drrna, contanto que esta, ofereça composições de tal serie-(t;ide e gravidade, que sejam dignas da Liturgia sacra.

Não se permita clue as bandas de música entrem na igreja; elura dela, guardem completo silêncio no tempo da consagração.(C. B. n. 364, § 2.)

CAPITULO II.

OS SANTOS SINAIS

Artigo I. Atitudes

§ 31. PÕSIÇÕES DO CORPO

107. Não há dúvida que a atitude exterior do corpo influi.,Abre a atitude interior e que, aproveitando a alma o seui'urpo, procura imprimir-lhe posição tradutora dos seus pen-samentos.

1. De pé, 1) Significação: Ficar em pé revela reverên-cia, prontidão, alacridade, afeição, confiança, alegria: Se es-lais de pé em oração (Mc 11, 25), em sinal de reverência.Aarão está de pé diante de Deus e serve-O• (Dt 18, 5), emrazão do ministério sacerdotal e sua dignidade. Aarão es-lava de pé entre os mortos e vivos (Nm 16, 45), servindode intercessor. Os ministros estavam de pé ao serviço do rei.(Est 7, 9.) 2) Uso. 0 celebrante está de pé no sacrifício ena maior parte das funções sacerdotais, como intercessor emedianeiro. O povo está de pé para ouvir o evangelho (pron-tidão, alegria) e rezar o Credo; também durante o tempo(Ia páscoa e no domingo, que é renovação semanal da res-surreição; e no ofício aos cânticos Benedictus e Magnificat,por serem partes do evangelho. (Durandus V, c. 4, n. 28.)3) Barrete. De pé, em desempenho de uma função litúrgica,nunca se põe o barrete, com exceção do sermão. Por isso,durante a missa solene é litúrgico primeiro sentar-se, depois

Page 31: Curso de liturgia pe.João Reus

a

62 R e u s, Curso de Liturgia

cobrir a cabeça, ou vice-versa tirar primeiro o barrete, de-pois levantar-se. Tirar o barrete é a primeira coisa que sefaz, ao chegar ao altar, pôr o barrete a última, ao sair doaltar.. Para se cobrir ou descobrir, serve-se da mão direita,pega-se no barrete pelo lado direito, e põe-se na cabeça, demodo que a ponta dobrada fique do lado esquerdo. (Bal-deschi, Martinucci.)

108. 2. Genuflexão. I) Explicação. Permanecer de joelhosdurante a oração é símbolo de adoração, de humildade e deangústia, de penitência. A genuflexão é simples ou dupla.2) A genuflexão ordinária ou simples faz-se dobrando o joe-lho direito, sem inclinação da cabeça nem do corpo, sem de-mora, tocando o chão próximo ao calcanhar esquerdo. Sen-do prescrita ao pronunciar muitas palavras, p. ex., Et in-carnatus est, a genuflexão se faz devagar.

a) Os que estão revestidos de paramentos fazem a genuflexãosôbre os degraus, exceto à chegada e à retirada do espaço docôro (d. 2682 ad 49; 4198 ad 3); os ministros inferiores dobramsempre o joelho até o chão.

b) Sauda-se por uma genuflexão simples a 'cruz do altar nasfunções litúrgicas (in actu functionis tantum, d. 3792 ad 11), a cruzda procissão durante a absolvição dos defuntos com exceção docelebrante, bispo, cônego.

c) Nunca se dobra um só joelho, quando não se tem de le-vantar imediatamente.

d) Só o celebrante faz a genuflexão pondo as nãos sôbre oaltar, e fá-lo sempre assim.

109. 3) A genuflexão dupla faz-se pondo em terra, pri-meiro o joelho direito, depois o esquerdo, segue-se inclina-ção medíocre do corpo e, por fim, levantar-se. (d. 4179 ad 1.)

Faz-se diante do SS. Sacramento exposto ao entrar eao sair do espaço do côro; ou, para mudar os paramentos,passando-se do meio do altar para a credência ou de lá vol-tando ao meio do altar. (d. 2682 ad 49.) Fora disso, usa-se a genuflexão simples.

3. Prostração. Fazer prostração quer dizer lançar-se debruços no chão. E' considerada como sinal de humildade,da dor mais profunda, da súplica de maior instância. Estêveem uso na antiguidade; Nosso Senhor (Mt 26, 39) "caiusóbre a sua face". No .rito romano é cerimônia rara, p. ex.,no principio das funções da sexta-feira santa, na missa dosábado santo e vigília de pentecostes, na colação das or-dens maiores.

I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 63

110. 4. Assentar-se. 1) Significação. Sentar-se em soleni-dades é sinal de dignidade, mas também de condescendên-cia dos prelados; compete às autoridades eclesiásticas e ci-vis. 2) 0 bispo está sentado no ato do batismo solene, daconfirmação e da ordenação; desde os primeiros séculos obispo tinha a sua cadeira na Abside da igreja. 3) 0 sacer-dote está assentado na administração do sacramento da pe-nitência como juiz, no rito de absolver da excomunhão forada confissão, na missa solene durante o kyrie, glória, se-quência, credo.

§ 32. POSIÇÕES DE PARTES DO CORPO

111. I. A inclinação. 1) Etimologia. Deriva-se da palavralatina inclinare = dobrar, diminuir, abater, humilhar. 2) In-terpretando as expressões do missal, do cerimonial dos bis-pos e os decretos da S. Congregação dos Ritos, p. ex.: ali-rluantulum inclinatus, inclinatus, pro f undies inclinatus, caputinclinat, os autores distinguem três classes:

a) a inclinação prof unda do corpo, inclinando-se os om-bros de tal forma que as mãos em cruz possam facilmentelocar os joelhos;

b) a inclinação mediocre ou média do corpo, de sorteque, ficando em pé, se possa ver a ponta dos pés; estandode joelhos, faça-se uma inclinação profunda da cabeça cominclinação dos ombros (d. 4179 ad 1) ;

c) a inclinação da cabeça, subdividindo-se em três clas-ses: a profunda, ao nome de Jesus, Gloria Pain, Oremus: ésinal de adoração; a média, ao nome de Maria: é hiperdulia,devida à aide de Deus; a mínima, ao nome de um santo oudo papa reinante: é símbolo de veneração e respeito.

3) Uso. a) A inclinação profunda da cabeça faz-se à

cruz do altar (no evangelho ao livro) ; na exposição do SS.Sacramento e depois da consagração a inclinação da cabeçatine faz ao SS. Sacramento, também no evangelho (d. 3875ad 4). b) A inclinação da cabeça, devida ao nome de Mariae dos santos, faz-se em geral ao livro, isto é, ao nome nêlee•o nlido. Se, porém, a imagem principal (não lateral) repre-%Ilia a Virgem SS. ou o santo respectivo, a inclinação faz-ne a esta imagem. (d. 3767 ad 25.)

;in alguns lugares a rubrica não menciona a inclinação devidanu SS. Nome de Jesus: Rit. cel. t. VII n. 4 (Ofertório); t. X n.

Page 32: Curso de liturgia pe.João Reus

1 64 R e u s, Curso de Liturgia

2 e 6 (fração da hóstia e comunhão do sacerdote); Rituale t. IVc. 2 n. 5 (comunhão dos fiéis). Daí alguns autores derivam a regra,que o sacerdote pode omitir a inclinação ao SS. Nome de Jesus,quando está ocupado com outra cerimônia. A S. R. C. prescreveu (d.2850 ad 1) a inclinação num dêstes casos, na comunhão do sacer-dote. (t. X n. 6.) Por isso outros autores prescrevem a inclinaçãoem todos os casos mencionados. Referem-se além disso ao C. E.(1. II c. VIII n. 46) que diz: cum profert nomen leso , vel Mariceinclinat se."

112. c) Ao nome de Maria e do papa faz-se inclinação emtôdas as missas, também nas de réquie, sempre que ocorre-rem; ao nome dos outros santos, quando se diz a missa dê-les ou comemoração propriamente dita (d. 2572 ad 20; nãona oração A cunctis, nem ao nome de Cosme e Damião naoração ferial da quinta-feira depois do 3.° domingo da qua-resma), e isto sempre que ocorrer, menos no título da epís-tola e do evangelho. (d. 3767 ad 25.) Vale isso tambémpara as missas votivas e da vigília (d. 4281 ad 2), porémnão de réquie. Ainda que a comemoração de um santo, du-rante a oitava da sua festa se deva omitir por causa daocorrência de uma festa de 2. a cl., contudo, ao nome dosanto, se faz inclinação (d. 4116 ad 1) ; é uma espécie decomemoração. Se, porém, a festa de um santo se omite, tam-bém a inclinação ao seu nome se deixa. Ocorrendo váriosnomes, faz-se inclinação prolongada.

d) Não se faz inclinação se o nome não designar o santo se-não no sentido acomodatício; por conseguinte, não se faz ao nomede Jesus na 3.a antífona das vésperas do SS. Nome de Jesus, nemao nome de Maria no evangelho e na comunhão da festa da assun-ção da Virgem (d. 2872 ad 6), nem ao nome de José na epístolada festa do seu patrocínio; tão pouco ao nome Trinitas, SpiritusSanctus, S. Angelorum; o antigo n. 40 do d. Tuden. (d. 2572), emque a inclinação ao nome da SS. Trindade se chamou conveniente,foi abrogado pelos Decr. authent. (Schober, Missa S. Alf., p. 42.)e) Ao nome do bispo faz-se inclinação na oração do aniversário daeleição e sagração, se êle assiste à missa. (d. 2049 ad 3. Solans 1 n.167, que cita S. Afonso, Merati, Cavalieri, Baldeschi, etc.)

113. f) Se se está •de joelhos, não se faz inclinação da ca-beça (p. ex., ao nome de Jesus, Gloria Patri) a não ser queesteja prescrita, p. ex., ao Et incarnatus est na missa solene(d. 4179). E' uso romano,, fazer inclinação ao Tantum ergoaté veneremur cernui inclusive, para que a posição do corpocombine com as palavras do hino. (Gardellini, Clement.24, n. 9.)

114. II. Os olhos. Levantar os olhos é recorrer a Deusque está nas alturas, confiar nËle: A vós que estais no céu,

I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 65

levantei os olhos. (S1 122, 1.) Baixá-los é sinal de humilda-de: o publicano não ousava levantar os olhos (Lc 18, 13) ;Nosso Senhor levantou os olhos. (Jo 11, 41.)

115. III. O ósculo litfir;ico. 1. Significação. a) Em gerali símbolo e expressão da caridade sobrenatural, de venera-ção e reverência. (Jesus e Simão, Lc 7, 45.) b) na Liturgia,significa caridade fraterna na missa antes da comunhão ena ordenação sacerdotal. c) veneração denota o Osculo doaltar consagrado que representa Jesus Cristo, do evangeliá-rio (Laus tibi, Christe, símbolo de Cristo), da patena, dacruz na sexta-feira santa, das velas, dos ramos. d) é sinalde reverência o Osculo na mão do bispo ou sacerdote, nasfunções litúrgicas; e) revela gratidão o Osculo na mão, quan-d o se recebe alguma coisa do bispo ou sacerdote. f) o cos-'nine de beijar o pé do papa deriva-se provavelmente do cos-tume das nações orientais. Inocêncio III explica (1. II, c. 27)"tit summo pontifici summam exhibeant reverentiam et eumithus ostendant vicarium esse, cujus pedes osculabaturnuttier."

2. Uso. a) Recebendo um objeto, beija-se primeiro a mãodaquele de quem se recebe, depois o objeto recebido; ofe-recendo-se alguma coisa, beija-se primeiro esta, depois aindo do celebrante.

b) Ao receber a vela ou o ramo bento, beijam-se pri-meiro êstes objetos bentos, depois a mão do celebrante, porcausa da veneração devida a êles em consequência da bênção.

c) Os ósculos do incenso e do barrete omitem-se empresença do SS. Sacramento exposto.

116. IV. As mãos. 1: Estender e elevar as mãos. a) Origem.i';ste gesto de oração é geral em tôdas as nações. E' ex-pressão da alma aflita ou necessitada ou jubilosa, que sedirige a Deus, para pedir alguma coisa, confiar nË1e, agra-decer-Lhe. Por isso também os cristãos o conservaram. Nascatacumbas ainda existem pessoas representadas com êste

csto, as chamadas Orantes. Os cristãos viam nesta atitudea imitação de Nosso Senhor, que morreu na cruz com oshraços abertos.

b) Uso. No rito romano se emprega durante a missanas partes mais antigas: orações, prefácio, cânon; na con-4agração da igreja, do altar e outras funções pontificais.

Curran de Liturgia — 5

Page 33: Curso de liturgia pe.João Reus

66 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 67

Mas, no oficio e na administração dos sacramentos e sacra-mentais, foi suplantado pelo gesto das mãos postas.

c) História. Na idade média o sacerdote, depois da con-sagração, estendia os braços horizontalmente, representandoassim a imagem de Jesus Cristo crucificado. Os dominica-nos, os cartuxos e a igreja de. Lião ainda conservam esta ati-tude. Um vestígio dela se conserva no rito romano no usode cruzar os polegares.

2. Pôr as mãos. a) Origem. Êste gesto era desconhecidona Liturgia até ao século VIII. Na vida pública, p. ex., naAlemanha, era sinal de homenagem e sujeição. O vass al oprometia fidelidade ao rei pondo as mãos juntas nas mãosdêle. Já no século 12 êste modo de rezar era geral.

b) Uso. Êste gesto liturgicamente se faz, juntando asduas mãos estendidas e cruzando os polegares diante do pei-to. O outro modo de juntar as mãos com os dedos entrela-çados não é litúrgico.

117. 3. Imposição das mãos. a) Origem. Usava-se no an-tigo testamento; em o novo, Nosso Senhor muitas vêzes seservia desta cerimônia. b) Significação. Em geral denota co-municação de graças. aa) E' rito visível do sacramento daconfirmação e da ordem. bb) E' sacramental, comunicandoconfôrto espiritual e corporal, no rito da visita aos doentes(Ritual). cc) E' exorcismo no rito do batismo e do exor-cismo solene. dd) E' símbolo da oblação de si mesmo e dopovo em união com o sacrifício de Nosso Senhor no Hancigitur.

4. Bater no peito. a) E' símbolo da consciência culpa-da; já era conhecido pelos israelitas. (Lc 18, 3.) b) Usa-sena missa, ao Confiteor, Nobis quoque, Agnus Dei, Dominenon sum dignos; fora da missa, nas ladainhas e ao Confi-teor. Faz-se corn a mão direita, quer estendida, quer meioaberta, sem ruído.118. 5. Sinal da cruz. a) Origem. Desde os primeiros tem-pos cristãos os fiéis usaram o sinal da cruz, o qual, segundoTertuliano, remonta aos apóstolos e foi provavelmente ins-tituída por Nosso Senhor. (Suarez in 3 q. 58, art. 4, disp.51, sect. 2; Lapide, Ben. XIV.) Êle conta que os cristãos em-pregavam a cada passo o sinal da cruz. b) Modo de fazê-lo.No principio, provavelmente com referência ao Apocalipse(7, 2 e 9, 4), faziam a cruz com um dedo` da mão direita.

.;dIire a fronte, no século IV sôbre a fronte e a bôca, no sé-culo XII, na fronte, na bôca e no peito. Faz-se agora (per-signar-se) com a polpa (e não com a unha) do polegar. Agrande cruz (desde a idade .média) faz-se passando a mãoestendida (Rubr. Miss.) da fronte ao peito no meio, e doombro esquerdo ao ombro direito.

Maldonado, natural da Espanha, diz que os três sinais da cruzNe fizeram por causa dos arianos, outrora muito numerosos naqueleais. Os católicos quiseram declarar por todos os modos, que não(rani arianos; por isso fizeram o mesmo sinal da cruz três vêzes,professando desta forma a igualdade das três pessoas divinas. (7_ac-caria II, 2 disp. II § XIV.)

119. c) Uso. A pequena cruz emprega-se na recitação doevangelho, no rito do batismo, no exorcismo e em tôdas asunções. A grande cruz faz-se em tôdas as bênçãos e fre-quentemente na missa; na missa solene 53 vêzes.

A fórmula trinitária que acompanha a cruz remonta atéidade média (c. século VI). Nas funções litúrgicas empre-

I;;i-se relativamente raras vêzes e só, se não são prescritasmi ras palavras.

d) Significação. E' sacramental e comunica a graça deDeus e proteção contra os perigos, doenças e o demônio.

símbolo da fé na SS. Trindade e na redenção. Depois d a .consagração da missa, relembra que no sacrifício da missase renova o sacrifício da cruz. Portanto, não é, nem podeser ato de benzer a Nosso Senhor presente na santa hóstia(ver n. 511). A cruz sôbre o evangeliário diz que a fontedo evangelho é o crucificado.

O povo faz o sinal da cruz também, pronunciando oliloria Patri. Com tôda a razão. Pois é fórmula trinitária econclusão de parte da oração, imitando a cruz no fina dosHinos glória e credo.

Artigo II. Elementos materiaisNa bênção real distinguimos a bênção e o objeto capaz

mia bênção, ou o elemento. De alguns elementos materiaislevemos tratar.

§ 33. A ÁGUA

120. 1. Uso. A água usa-se na Liturgia para obter a águaI);ilismal, a água benta e a água gregoriana (na consagraçãoda igreja),' para misturá-la com o vinho no ofertório damissa e para diferentes purificações.

Pro

Page 34: Curso de liturgia pe.João Reus

1 68 R e u s, Curso de Liturgia

2. Significação. a) Em geral a água é o símbolo da pu-reza interior e moral. b) A respeito da mistura da água edo vinho na missa, diz o catecismo romano (P. II, c. 4, q.15) : "A igreja de Deus sempre misturou água com vinho 1.porque Nosso Senhor o fêz, como se prova pela autoridadedos concílios e pelo testemunho de S. Cipriano; 2. porquepor esta mistura Se renova a lembrança do sangue e da águaque saíram do seu lado; 3. porque "as águas", como se lêno Apocalipse (17, 5), designam os povos; por isso a águaacrescentada ao vinho significa a união do povo fiel comCristo, a Cabeça."

3. História. Purificações religiosas havia-as entre os pa-gãos e israelitas. Os cristãos adotaram êste rito. Costuma-vain lavar as mãos tôdas as vêzes que rezavam. Para êstefim serviam as fontes existentes no átrio das basílicas.

4. A água benta é sacramental e comunica às pessoase aos objetos aspergidos proteção contra os espíritos infer-nais e auxílio divino à alma. Era conhecida no Oriente jáno século IV, no Ocidente no século V.

A experiência dos santos confirma a veracidade das palavras da igre-ja. S. Teresa de Avila (Vida c. 31) diz da água benta: "Muitas vêzesfiz a experiência de não haver nada de que fogem mais os maus es-píritos sem voltar. Fogem também da cruz, mas voltam logo. O poderda água benta deve ser grande." Em outro lugar (Cartas I, 33) diz: "E'preciso aspergi-la em redor de si."

A mesma experiência fêz a beata A. M. Taigi. Apareceu à porta desua casa um cardeal. Confundida por tal honra, levanta-se, beija-lhe amão e pede-lhe a bênção. O cardeal dá-lhe conselhos, p. ex. de mudarde vida, de desistir das suas austeras penitências, de gozar a vida comoos outros. A beata reconheceu o demónio, benzeu-se e atirou água bentacontra o tal purpurado, que desapareceu com tôda a pressa.

§ 34. 0 PÃO121. 1. História. No antigo testamento o pão era matériade sacrifício, já antes do culto mosaico. Pois Melquisedequeofereceu o sacrifício de pão e vinho, o qual foi tipo do pãoeucarístico.

O pão litúrgico no culto cristão, antigamente, era ofe-recido pelos fiéis. Tinha a forma de bolos chatos, redondos,triangulares, ou anulares. As hóstias em forma de moedasforam introduzidas no século XI. (Braun, s. v.)

2. Significação. O pão representa: a) tôda a vida hu-mana; a vida corporal, por ser o alimento principal; a vidaespiritual, por ser o produto da inteligência e da vontade;b) a união do fiel com Jesus Cristo e dos fiéis entre si, porser confeccionado de muitos grãos moídos, que todos for-mam um único pão.

I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 69

3. No Ocidente o pão era ázimo, i. é, feito sem fermen-to, ao menos desde o séc. VIII e, desde então está prescritopela lei eclesiástica. (Cân. 816.) No Oriente é lícito só ofermentado. (Cf. n. 490.)

Pela tradição da Igreja sabemos que Jesus Cristo prescreveupara a consagração pão de trigo sem determinar o modo da pre-paração. Por isso tanto o pão ázimo como o fermentado é matériaválida. (Conc. Flor.) Nos primeiros séculos parece que se usavaum e outro indistintamente. Desde o séc. VIII-XI, a igreja orientalprescreveu o pão fermentado, interpretando neste sentido as pala-vras de S. João (13, 1) que Jesus `antes da festa da páscoa" insti-tuiu o SS. Sacramento; por conseguinte tinha pão fermentado. Aigreja ocidental prescreveu o pão ázimo, porque os três outros evan-gelistas dizem que N. Senhor instituiu a S. Eucaristia "no pri-meiro dia dos ázimos". Em todo caso os quatro evangelistas falamdo mesmo dia da semana.

Uma das soluções desta diferença aparente é a seguinte: Quando apáscoa israelitica caia no sábado, o cordeiro pascal se devia matar aopôr do sol (Deut. 16, 6) da sexta-feira. Mas esta hora já era sábado,em que não era licito trabalhar, p. ex. matar os cordeiros. Por issoera permitido antecipar 'a matança dos cordeiros para o "pôr do sol"da quinta-feira e comer o cordeiro ou na sexta-feira, ou antecipadamentena quinta-feira. Nesta solução da ceia antecipada é fácil conciliar os evan-gelistas. A "festa da páscoa" de S. João começou ao "pôr do sol" dasexta-feira. "Antes da festa" é portanto o "pôr do sol" da quinta-feira.O primeiro dia dos ázimos dos outros evangelistas era a mesma quinta-feira. Por conseguinte todos os evangelistas designam o mesmo dia paraa instituição do SS. Sacramento (Holzmeister, chronologia), e a inter-pretação dos gregos é "completamente falsa". (Leo IX M L 143 p. 775.)Esta convicção do papa é doutrina comum no ocidente, mas não é dogma(Calmet, dissert. in noviss. pascha) que o pão na última ceia foi ázimo.

§ 35. 0 PÃO SACRIFICAL

122. 1. Matéria válida para a preparação das hóstias é só afarinha de trigo assim como vem do moinho. Não importa,se contém partes da casca dos grãos. Matéria inválida seriaa massa da qual pela lavagem feita ou pela água corrente,on junto com a manipulação, se tira o glúten e outras par-les do grão e resta só o amido. Pois o pão assim prepara-do não é de farinha no sentido comum. Da mesma maneirao glúten não é matéria válida pela mesma razão.

2. A preparação do pão para a Eucaristia outrora era às vêzesli mito solene e inspirada na fé viva. No convento dos monges be-malitinos de Hirsau, quatro religiosos coziam as hóstias, sendo trêsdeles diáconos ou sacerdotes revestidos de alva. (Eisenh. lI, p. 132.)Muitos sacerdotes seculares preparavam as hóstias pessoalmente.Puis êste serviço só se pode entregar a pessoas conscienciosas ebem instruídas, para que, por ignorância ou mal entendida arte,ntio se forneça pão inválido.

123. Tempo útil para as hóstiàs. São seguras as seguintesregras :

1. Regra. As hóstias a consagrar devem ser recentes(cila. 1272), i. é, cozidas quanto muito vinte dias antes. E'

Page 35: Curso de liturgia pe.João Reus

70 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral: Cap. II: Santos Sinais 71

sentença comum (Cappello) e de S. Carlos Borromeu, cita-do nos Decr. auth., t. IV, p. 280.

II. Regra. Hóstias consagradas devem-se renovar fre-quentemente (cân. 1272), i. é, depois de oito, quanto muitoquinze dias, se o lugar e o tempo não forem úmidos.

HI. Regra. Entre a cozedura da hóstia e a sua distri-buição na s. comunhão não devem passar mais de 30 dias.

§ 36. O VINHO124. 1. História. O vinho era estimado por tôdas as naçõescultas como alimento, remédio e matéria de sacrifício.

Na parábola do bom samaritano, o vinho misturado com óleo éo remédio para as chagas e contusões do infeliz viajante. O reiMelquisedeque ofereceu no seu sacrifício além do pão também vi-nho. Na Liturgia do antigo testamento era inseparável dos sacri-fícios pacíficos e holocaustos (1,5 — 3 litros); mas não havia umsacrifício só de vinho. Na ceia pascal não podia faltar.

2. Na Liturgia do novo testamento, a) foi introduzidopelo divino Redentor. E' matéria essencial do sacrifício eu-carístico, e era oferecido antigamente pelos fiéis; b) é umdos elementos (água, sal, vinho e cinza) de que se compõea água gregoriana prescrita na consagração das igrejas ealtares; c) é benzido na festa de S. João Evangelista e emmuitos lugares distribuído aos fiéis com as. palavras: "Bebeo amor de S. João."

3. Significarão. a) Tem as mesmas significações que opão, representando tôda a vida humana e a união dos fiéiscom Jesus Cristo e entre si, por ser composto de sumo demuitos bagos; b) no ofertório significa o SS. Sangue que N.Senhor derramou da chaga do seu lado; c) simboliza a na-tureza divina unida à humana simbolizada pela água na mis-tura de água e vinho; d) simboliza a divindade de Jesus Cris-to, pela bênção unida com a igreja material e espiritual naconsagração da igreja (Durandus I. c. 7, n.° 9);" e) sim-boliza o amor divino (Cant. 8, 2).

§ 37. A LUZ125. 1. História. Tôdas as nações fizeram uso da luz noexercício do culto. 1) Os persas adoravam o fogo e a luz.Os gregos e os romanos conservavam-na nos seus templos.,2) Os israelitas mantinham no átrio do templo de Jerusalémo •fogo perpétuo (Lv 6, 6) sôbre o altar do holocausto e,no interior dó santuário, o castiçal de 7 braços. (Êx 25, 31.)

Os primeiros cristãos empregavam a luz a) por necessidade,porquanto o serviço divino se celebrava de noite ou nas ca-I.icumbas; b) por razões estéticas: a profusão da luz dá àtesta mais realce, iluminando e enfeitando; c) por razões .

,.nnbólicas: a luz simboliza, Deus na sua essência, que "éluz" (1 Jo'1, 5), santidade, majestade e fonte de vida; " o .Deus incarnado, "a verdadeira luz" (Ja . 1, 9), a sua presença!cal na missa e na exposição do Santíssimo; a sua presençaNautificadora no canto solene do evangelho, na administraçãodos sacramentais, na liturgia do côro; a sua presença glori-licadora na veneração dos santos e no rito do. entêrro: "cla-litigue-os na eterna luz." (Ver n. 378.)

126. 2. Uso. Na Liturgia aparece a luz na forma a)" derela acesa durante o sacrifício da missa. Acender velas emhonra dos deuses era também costume pagão. Por isso, VigiIAncio (Hier. adv. Viv. c. 4) critica os cristãos, que a modoelos pagãos acendiam velas na igreja; mas foi refutado por '

S. Jerônimo. As velas eram postas acesas ou diante, ou atrás,ou acima, nunca sôbre o altar. Este modo de as pôr sôbre oaltar só foi introduzido no século XI. No batismo, na cola-,In das ordens menores e maiores, nos funerais, nas pro-ksões, na exposição do SS. Sacramento e em muitas outras

I unções litúrgicas, a vela está prescrita. b) Vela de elevação.( Rub. gen. tit. 20.) Indica aos fiéis a presença de NossoSenhor no aliar; usa-se ainda na Espanha, na França e noMexico. c) Círio pascal; dêle se fala em outro lugar (n.:178). d) A lâmpada do SS. Sacramento, como tal usadadesde o século XIII, prescrita pelo sínodo de Worcester em

240.E' símbolo da presença de Jesus Cristo no altar e símbolo da cari-

d nde dos fiéis para com o seu Redentor amantíssimo: "ut lampas ho-minlbus [ex ecclesia] recedentibus cultus aliquam et amoris professio-nemhibere per;at." (Synod. Vienn. Lac.. V. 163.)

127. Luz elétrica. A luz elétrica ou de gás não é permitidaFiltre as velas estritamente litúrgicas no altar, nem em lu-l;ar das lâmpadas ou vela s. que devem arder diante do SS.Sacramento ou das relíquias dos santos. Nem é lícito colocarI:illrpadas elétricas na parte interior do trono (nicho) da ex-posição, para que os fiéis possam ver melhor a s. hóstia.

Para outras partes da igreja, e em outros casos, a ilu-minação elétrica é permitida conforme o prudente arbítrio dordinário, contanto que se guarde em tudo a gravidade de-

Page 36: Curso de liturgia pe.João Reus

72 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 73

vida à santidade do lugar e- à dignidade da sagrada Liturgia.(d. 4322.)

Por conseguinte, lâmpadas elétricas de diferentes côresnão estão proibidas para as imagens de Nosso Senhor noaltar ou para o ornamento exterior do tabernáculo na expo-sição do Santíssimo (d. 4210), mas sim para as imagens enichos de santos no altar ou para as banquetas, onde estãoos castiçais. (d. 4322.)

§ 38. INCENSO

128. 1. História. O incenso é uma resina aromática distiladaem lágrimas por uma árvore da família das terebintáceas(boswellia serrata). Pode-se dizer que todo o mundo, pelomenos o mundo culto, conhecia o incenso para o uso domés-tico e religioso. a) Os pagãos. Na vida dos mártires se falanão raras vêzes da tentativa dos pagãos de seduzir os cris-tãos para a apostasia, pelo incenso queimado aos ídolos. h)Os israelitas por preceito divino deviam oferecer o sacrifíciode incenso sôbre o altar de ouro no interior do templo. (Lv2, 2.) c) Os cristãos, para evitar a suspeita de idolatria,no princípio não empregavam o incenso na Liturgia, massim na vida profana. Desde o século IV foi usado como per-fume para os lugares litúrgicos. Era costume profano quei-mar incenso diante de pessoas de autoridade. Dêstes costu-mes se deriva o rito de incensar pessoas litúrgicas, altarese objetos.

129. 2. Uso. Hoje o incenso é queimado na missa solene,na bênção com o SS. Sacramento, nas procissões, na bênçãodo altar, de velas, de cinza, de ramos, nos funerais. O in-censo ao Benedictus e Magnificat explica-se por serem êstescânticos partes do evangelho, o qual exige incenso. 5 grãosde incenso são colocados no círio pascal (5 chagas)9l► trêsgrãos no sepulcro das relíquias do altar (aroma da santi-dade).

3. Significação. O ato de incensar exprime a) adoraçãodireta diante do SS. Sacramento; b) adoração indireta diantecio altar, do'evangeliário; da cruz, do s. lenho da cruz, porserem objetos especialmente relacionados com o Redentor,por sua natureza, ou pela consagração; c) veneração diantedas imagens dos santos; d) reverência, quando feito a pes-soas ou ao corpo inânime dos fiéis; e) comunicação de pa-

reza (também ao altar manchado por assim dizer pelas dis-trações e outras faltas dos ministros), de santidade (Accen-dat... ignern amoris... ), de auxílio às almas como espéciede oração dirigida a Deus e oferta em favor delas, de prote-cão contra as influências do demônio; f) símbolo da oraçãoque sobe como fumaça aromática ao trono do Altíssimo. Oincenso nunca serve exclusivamente para aumentar a sole-nidade:

O incenso não se benze, quando só o SS. Sacramento éincensado, pois que o Autor da santidade não é capaz depurificação.

§ 39. 0 OLEO

130. 1. História. O óleo litúrgico é óleo de oliveira. Serviano antigo testamento para a consagração do altar, de sacer-dotes, profetas, reis, e fazia parte dos sacrifícios. Em o novolestamento é mencionado como meio de honrar o hóspede(Lc 7, 46) e pessoas de estima (Maria Madalena), de curardoentes (Mc 6, 13). lá as Liturgias antigas contêm fórmu-las para benzer o óleo.

2. Uso. No rito moderno distinguem-se três espécies deóleos santos: o óleo:dos:enfermos., (oleum infirmorum, O. I.),

óleo dos catecúmenos (Oleum catechumenorum, O. C.;Sanctum Oleum, S. O.; Oleum exorcizatum, O. E.; Oleumpuerorum, O. P.) e o crisma (Sanctum chrisma, S. C.) 0crisma é óleo misturado com bálsamo. Os dois outros sãoóleo puro.

131. As cerimônias solenissimas da consagração dos óleos,durante a missa pontifical na quinta-feira santa, remontamri idade média.

a) O óleo dos enfermos constitui a matéria do sacra-mento dos santos óleos ou extrema unção; nome êste queconvém evitar entre nós. Pois há pessoas que se assustamrio ouvir "Extrema" e rejeitam a "Extrema Unção"; aceitam,porém, os "santos óleos". Dá saúde corporal e espiritual econstitui a unção real para o trono eterno. (Kern, de extr.

) id .)b) O óleo dos catecúmenos servia na antiguidade cristã,

rocio o crisma, para a unção dos catecúmenos. Chamava-seóleo do exorcismo, porque devia proteger o catecúmeno con-I ri o demônio. Por isto, no rito do batismo a unção com êsteóleo se faz 'antes do batismo. Na idade média era empre-

Page 37: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 7574 R e u s, Curso de Liturgia

gado para as unções nas ordenações, nas coroações de reisna consagração das igrejas.

132, c) O crisma remonta, como o óleo dos catecúmenos,ao principio do terceiro século e se chamava "óleo de açãode graças". E' matéria do sacramento da confirmação. Signi-fica a santificação pelo Espirito Santo e sua presença naalma. Por isso a unção com o crisma se faz depois do ba-tismo. E' empregado para benzer a água batismal, para àconsagração dos bispos, das igrejas, dos altares, dos cálices,dos sinos.

Antigamente os fiéis podiam guardar e empregar o óleo dos enfer-mos. Hoje isto não é lícito. Mas, em compensação, no Ritual, há umafórmula para benzer óleo destinado ao uso dos fiéis.

§ 40. A CINZA

133. 1. História. Já no antigo testamento a cinza era sinalde penitência. Implorando os israelitas o auxílio divino con-tra Holofernes, puseram "cinza sôbre a cabeça". (Jdt 4, 16.)"Ai de ti, Córozaim . Tiro e Sidônia teriam feito penitên-cia em saco e cinza." (Mt 11, 21.) A cinza de vaca vermelhaera empregada para preparar "a água da expiação". Quemtocara num cadáver e ficara assim impuro, se tornava puropela , aspersão com esta água. (Nm 19, 5; Heb 9, 13.)

2. Significação.ic_ação. Contendo a cinza elementos cáusticospurificadores, simboliza o efeito purificador da penitência eda dor. Lembra que o homem volta à cinza e à terra, torna-ohumilde, indicando a sua origem humilde.

134. 3. Uso. a) Na quarta-feira de cinzas, impõe-se cinzabenta na cabeça dos fiéis, para se lembrarem da humildadecom que devemos fazer penitência.

Esta cerimônia empregava-se antigamente para os penitentespúblicos. Quando a penitência pública caiu em desuso, sujeitavam-se, ao menos desde o século X, sacerdotes e fiéis a êste ato dehumildade. No ano de 1091, a imposição de cinza foi prescrita porUrbano II (Braun, s. v.) para todos. E' sacramental.

b) A cinza entra na composição da água gregorianausada na consagração das igrejas. Nesta ocasião se fazematravés do corpo da igreja duas faixas de cinza espalhadaao modo de cruz grega, em que o bispo escreve as, letras gre-gas e latinas do alfabeto: Este rito significa que Jesus Cristotomou posse do santuário.

§ 41. 0 SAL135. 1. História. Nos sacrifícios pagãos romanos punha-seseuipre na vítima farinha grossa misturada com sal, a sanctamola, como diz Horácio. O sal, tipo da estabilidade (Lv 2,13) impede o estrago da comida e dá-lhe sabor. (Col 4, 6.)I'ur isso era ajuntado' ao sacrifício como expressão do de-sejo de agradar a Deus. Nos sacrifícios mosaicos o sal eraomitas vêzes empregado. 0 profeta Eliseu (4 Rs 2, 19)lurnou potável a água ruim pelo sal que nela deitou e con-Ieriu fertilidade para a terra, onde foi pôsto.

2. Uso. a) No rito do batismo alguns grãos de sal sepõem na bôca do catecúmeno com as palavras: Accipe sal.apientice; propitiatio sit tibi in vivam ceternam. O sal signi-f ica, portanto, a sabedoria, a graça da fé, que leva o ca-lecúmeno para a vida •eterna. b) E' elemento constitutivoda água benta e gregoriana. Tem, portanto, fôrça para puri-1 ficar e santificar.

42. SÊDA, LINHO, LÃ, CERA136. I. Sêcla é a matéria mais preciosa para os paramen-lus. Mas deve ser natural, não artificial. Está prescrita para:I) os paramentos da missa (d. 3779 ad 1 e 2, o qual proíbelinho Iã e algodão) ou mais exato para a casula (d. 2769V. ad 3) ; estola, manipulo e bôlsa costuma-se fazer tambémde sêda, mas prescrito não é; 2) o véu do cálix (Rit. cel. I.,1 ) , provavelmente para dispensar o saco de pano de linho emtine se levava o cálice para o altar (Eph. lit. 1924. Burkardp. 6) ; 3) o fôrro do tabernáculo, se não está dourado o inte-rior (d. 3254 ad 7) ; ,4) o véu do subdiácono na missa so-1 ue (C. E. I, 10 n. 5) e do ministro de mitra (C. E. I, 11.n. 6); 5) .o véu da âmbula '(Rit. IV, 1 n. 5); 6) o véu (bôl-tia) da píxide para a comunhão dos doentes (Rit. IV, 4 n,12); 7) o véu para o vaso do óleo dos enfermos (Rit. V,2 n. 2). Ver n. 288.

Permitida é sêda para o cordão. (d. 2067 ad 7.)137. IL Linho ou cânhamo. O pano de linho é fabricadodas fibras da planta de linho. Sendo mais caro do que o dealgodão, prepara-se um tecido mais barato de algodão e li-nho proibido porém para a pala, corporal, alva, amito -e as1u,ilhas do altar. (d. 2600.)

E' prescrito pano de linho puro ou cânhamo para o cor- ,

poral e a pala (Rit. ce l. I, 1), sanguinho, alva, amito, toalhas

Page 38: Curso de liturgia pe.João Reus

76 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. II: Santos Sinais 77

do altar (d. 2600) toalha para a credência (Rit. cel. II. 5; C.E. i c. 12 n. 19); no Brasil para o manustérgio e o cordão(C. P. n. 797. A. L. n. 904.)

E' conveniente para a sobrepeliz, roquete, toalhas paraa comunhão. (A. L. n. 904.)

E' permitido para o cordão (d. 2067 ad 7) e conopeu(d. 3035 ad 10).

E' proibido para a casula. (d. 2769 V. ad 3.) Para omanipulo, estola, dalmática, tunicela e pluvial não há pres-crições quanto à matéria do pano. Conveniente é sêda. Ver n.219; 162; 165.

Engomar os corporais é permitido. (d. 3767.) (Fat-tinger p. 148 e sq.)

III. Lã. Os paramentos (sacra paramenta) feitos depano de lã são proibidos. (d. 3035.) 0 cordão de lã é per-mitido. (d. 3118.) Ver n. 217. Pode ser da côr dos para-mentos. (d. 2194 ad 3.)

O rigor nestas prescrições baseia-se no antigo costume da Igre-ja e nas profundas significações ligadas a estas matérias. "Quantoaos sagrados paramentos e alfaias conserve-se o que desde o prin-cipio da Igreja foi introduzido por causa das significações reais emísticas." (d. 2600.)

138. IV. Cera. 1. A matéria, ver n. 933. 0 círio pascal e asduas velas exigidas para a missa devem ser na maior partede cera. (d. 4147.)

Para o círio pascal esta porcentagem é necessária paraevitar a contradição entre a cera do círio e as palavras doExsultet: "Nutre-se de cera líquida... produzida pela abe-lha mãe." Para as velas da missa, o ato mais santo da re-ligião, assim como a S. R. C. exige dos metais o preciosoouro e dos tecidos a preciosa sêda, assim também das ma-térias de iluminação, a mais estimada, a cera. Por isso foiproibido para a missa o uso de sebo (d. 3063), de estearina(d. 4257), de gás (d. 4097), e da luz elétrica (d. 3859).Sebo está excluído do uso litúrgico, estearina é permitidafora do altar, luz elétrica no altar só para a iluminação. (Vern. 124.)

2. 0 simbolismo. A cera no uso litúrgico simboliza opuríssimo corpo de Jesus Cristo, nascido da Virgem Mãe, co-mo a cera virgem provém das abelhas virgens ("apis matereduxit", Exsultet). Simboliza o sacrifício do cristão que, vi-vendo para N. Senhor se consome na chama da caridade di-

viva. A luz elétrica não contém tão perfeitamente esta signi-ficação. No círio pascal e na vela em geral a mecha significaa alma, a cera o corpo, a chama a divindade do Redentor.(Uurandus VI. c. 80, n. 3.)

139. Experiências para provar a genuinidade destas mate-rias sem substâncias químicas.

1. Sêda. Fios de sêda pura e lã encrespam-se na chamac formam no fim uma bolinha. As fibras vegetais (algodão,linho) ardem como mecha ou fio de linho. Seda e lã cheirama chifre ou cabelo queimado. Sendo misturada sêda ou lãcom fibras vegetais, a bolinha fica em brasa por algum tem-po por causa às fibras vegetais ainda não queimadas.

Sendo a sêda artificial mais pesada, o fio não formaMolinha, mas queima-se quase em forma de fio por causaTis matérias misturadas.

2. Pano de linho, molhado com azeite puro e esfregadorim pouco, torna-se transparente; pano de algodão fica imu-I vel.

3. Cera. Quando se passa o dedo sôbre cera pura, tem-w a impressão de tocar numa peça de cautchu e o dedon^io deslisa facilmente sôbre a superfície. Cera pura amas-sada pega no dedo; mas se fôr parafina e estearina, tem-sea impressão de gordura. Cera pura dificilmente se pode .cor-lar; estearina com maior facilidade. Quando ao tocar na par-le superior de uma vela acesa a margem fica pegada no dedo,

cera é genuína; quando se quebra, há mistura com para-fina ou estearina.

Para saber se há sebo, faz-se uma parte da vela empedaços do tamanho de lentilhas, aquece-se em água puraali) o grau de calor necessário para derreter o sebo suficien-le para poder amassar a cera. Se houver sebo, aparece nasuperfície da água em gotas, bem visíveis depois de tornar-se iria a água.

CAPITULO Ill.

OS SANTOS LUGARES

Ao número dos santos lugares pertencem os edifícios elugares destinados às funções litúrgicas, pela bênção ou con-!;agração, com todos os utensílios. Estes são a igreja, o al-tar, as alfaias e paramentos, e o cemitério.

Page 39: Curso de liturgia pe.João Reus

78 R eu s, Curso de Liturgia

§ 43. OS SANTOS LUGARES NA ANTIGUIDADE CRISTA

140. 1. 0 cenáculo. O primeiro santo lugar no sentido men-cionado nem foi o suntuoso templo de Jerusalém, nem al-guma das 400 sinagogas desta cidade, mis uma casa priva-da, o cenáculo. O próprio Deus humanado o santificou pelasua presença e pelo seu sacrifício, que ali ofereceu e instituiu.

2. Casas particulares. a) Os apóstolos imitaram a Nos-so Senhor por necessidade. Em Jerusalém, reuniam-se oscristãos convertidos do judaísmo no templo, no pórtico deSalomão, onde faziam as suas orações em comum. Mas o sa-crifício da missa e a comunhão realizavam-se nas "casas"(At 2, 46), em casas particulares. Eram muitas, por causados milhares de fiéis.

b) Em outras cidades procederam os apóstolos da mes-ma forma. Em Trôade os novos cristãos se reuniram para"partir o pão" eucarístico no "terceiro cenáculo", num andarsuperior. (At 20, 9.) Foi na casa particular de cristãoabastado.

3. Casas especiais: Orígenes (In Mt 2) conta que, naperseguição de Maximino Thrax (235-238), foram destruidasas igrejas dos cristãos. Portanto havia igrejas.

141. Em Roma os ricos patrícios puseram à disposição doscristãos os seus palácios. Estas novas igrejas conservavamo nome do proprietário, p. ex., Titulus Equitii. Só mais tardeas igrejas receberam o nome de santos. Segundo Optato deMileve, já antes de Constantino existiam 40 igrejas em Roma.

As catacumbas não eram o lugar das reuniões ordinárias doscristãos, nem mesmo durante as perseguições. Cabiam pouco maisou menos umas 150 pessoas em cada uma delas. Eram, portanto,muito pequenas para os milhares de cristãos romanos. Só de vezem quando havia missa nas catacumbas, p. ex., nos aniversários dadeposição dos mártires ou de fiéis. Fora disto, reuniam-se nas igre-jas. Com a liberdade do culto católico desenvolveram-se também osedifícios litúrgicos, as "casas de Deus".

Os edifícios do culto tornam-se santos pela bênção litúrgica, ou abênção com as orações prescritas (benedictio) ou a sagração com as un-ções (consecratio, Cân. 1165). No principio da Igreja se oferecia o santosacrifício em qualquer lugar decente. A primeira sagração de um templo,de que temos notícia, é a da catedral de Tiro (314), mencionada pelohistoriador Eusébio. (L. Th. K. V, 1054.)

Nas igrejas consagradas, no aniversário da consagração, devem arder,a começar pelas vésperas, doze velas, diante das cruzes da unção, pelodia inteiro e só néle. (d. 3876, ad 6.) As velas são sustentadas pelos cas-tiçais dos apóstolos, chamados assim porque simbolizam os doze após-tolos. Se as cruzes não existem mais, devem-se pintar de novo em sinalda consagração feita. " (d. 3545.)'

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 79

§ 44. NOMES DOS EDIFÍCIOS LITÚRGICOSE SUAS ESPÉCIES

142. 1. Igreja (italiano: chiesa; francês: église; alemão:lí irche, da palavra grega kyriaké = casa do Senhor; inglês:church) da ,palavra latina ecclesia, e grega ekklesía. E' ol "ermo mais usado entre o povo, na Liturgia e no direito, ca-nônico. A palavra grega ekklesia (de kalein = chamar) naantiguidade clássica significa a assembléia do povo, em onovo testamento: a) a totalidade dos que foram chamadospor Deus à salvação em Jesus Cristo (1 Cor 10, 32); b)Irma parte da, Igreja geral, p. ex., da cidade de Roma (RomI, 7) ; c) o lugar, onde se reúnem os membros da Igreja.

2. Basilica, existe desde o princípio do século IV. Poisj5 Constantino empregou êste nome.

Deriva-se da palavra grega basiliké, a casa régia, e designavaqualquer edifício magnífico. E porque Jesus Cristo é "o rei dosséculos", os cristãos chamaram as casas de Deus, basílicas, casasdo (basileus) rei divino. Nos tempos modernos basílica designa umaigreja espaçosa ou de estilo próprio ou dotada de privilégios es-peciais.

3. Catedral. Deriva-se de cathedra, trono do bispo. De-signa hoje a igreja episcopal de qualquer forma.

143. 4. Oratório, derivado de orare (rezar), é um nomemuito próprio da casa de Deus. Casa de oração chamavaJesus Cristo o templo de Jerusalém. (Mt 21, 30.) Antiga-mente designava uma igreja, às vêzes também, um oratórioprivado. O concílio de Laodicéia, p. ex. (c. 380), proibiu aosbispos e sacerdotes celebrar o santo sacrifício nos oratórios .privados. Em Roma e Constantinopla não existia uma proi-bição absoluta. Muitos oratórios privados havia na Gálianos sec. V e VI.

No direito canónico, o têrmo: oratório é restringido a um edifíciolitúrgico diferente da igreja. (Cãn. 1188, ti 2.) Distinguem-se oratorios pú-blicos, semipúblicos e privados. Nos oratórios semipú.blicos podem-se ce-lebrar tódas as funções eclesiásticas, se não obstarem as rubricas ou oOrdinário tiver excetuado algumas. (Cân. 1193.)

144. 5. Capela é diminutivo de capa = manto pequeno. De-signava especialmente a capa pequena de S. Martinho deTours que estava em poder dos reis merovíngios, considera-da como a mais preciosa relíquia e conservada num oratóriopequeno. Por isto êste oratório foi chamado capela. O nomepassou para outros oratórios. No Brasil é quase sinônimo de'oratório: público e semipúblico.

Page 40: Curso de liturgia pe.João Reus

80 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 81

6. Martyrium. Esta palavra designava o sepulcro de ummártir; depois a igreja construída sôbre êle.

7. Memória. Servia êste têrmo para designar a inscriçãosepulcral; depois passou para o sepulcro e ao edifício cons-truído sôbre êle. Justifica-se também pelo fato de que noaltar estão incluídas relíquias de mártires, cuja lembrança(memória) se faz em tôdas as missas celebradas naquelealtar.

8. Confessio (derivada de confiteor: confessar, porqueos mártires morreram pela confissão da fé) é o mesmo quemartyrium. Designa principalmente os sepulcros nas basíli-cas maiores de Roma, p. ex., S. Pedro no Vaticano.

§ 45. OS ESTILOS MAIS IMPORTANTES

145. Os vários elementos necessários para o culto divinoexterior são os mesmos em todos os tempos e em todos oslugares. Mas o modo de agrupá-los é diferente segundo aépoca, a índole do povo e a formação religiosa e artísticada população. Distinguem-se 4 estilos principais: o estiloantigo-cristão ou de basílicas, o romano, o ogival, o éstiloda renascença.

1. O estilo das basílicas tem cinco caracteres distintivos:1 ) o adro; 2) a quadra oblonga no interior; 3) várias na-ves; 4) abside; 5) teto ou madeiramento aparente. Por milanos as igrejas mais importantes foram construídas nesteestilo exclusivamente.

O adro (atrium; Lemos, Enciclopédia, s. v.) colocado diante daentrada, tem à volta uma galeria. No meio está urna pia (poço),onde se faz a purificação antes de se entrar no edifício litúrgico.Neste adro tinham de ficar os penitentes. Ao fundo do adro estáum largo pórtico (narthex) com batistérios e tendo 3 ou 5 portascorrespondentes às 3 ou 5 naves do interior. A fachada eleva-seacima do pórtico em forma de frontão (triângulo ou curva) e comjanelas. O interior é dividido em 3 ou 5 naves por colunatas. Otelhado era um teto ou madeiramento aparente. Ao fundo da ba-silicã há um hemiciclo com meia cúpola. Este hemiciclo tem a ca-deira do bispo e é guarnecido de bancos destinados ao clero (pres-byterium). Na frente do hemiciclo está o altar, colocado por cintade uma cripta (Martyrium, confessio) onde estão as relíquias do san-to. O altar é encimado por um baldaquino (ciborium). Diante doaltar está reservado um certo espaço, separado da nave por umabalaustrada e formando o côro. Nas grandes "basílicas há uma navetransversal ou transepto que limita as naves principais. Então anave do meio termina em frente do transepto por um arco colos-sal, chamado "arco triunfal". Por fora a basílica é muito singela,o interior, porém, riquíssimo.

146. 2. 0 estilo romano tem três caracteres distintivos: 1)a decomposição e aliviamento dos suportes; 2) a constitui-ção das abóbadas; 3) a tôrre.

O estilo romano ficou com a forma essencial da basílica e mo-dificou coisas acessórias. A arquitrave que une duas colunas é trans-formada em arco, arquivolta. O estilo romano possui várias miude-zas cristãs por sua natureza: a planta mostra a forma da cruz,porque o transepto nunca falta; a cripta, ao menos nas igrejas maio-res, com altar e o corpo de um santo. A tôrre está unida ao edi-fício pela arquitetura, ao passo que na basilica não há ou estáseparada. As maiores igrejas possuem duas ou quatro tôrres eurna cópola. Em oposição à basílica, também o exterior mostradecoração arquitetônica. Especialmente a porta principal está enci-mada por uma janela redonda (rosaça) riquíssima, que significaprovavelmente "a rosa mística", Maria Santíssima.

Não raras vêzes havia junto ao adro um corredor chamadocruzeiro, porque passava por ali a procissão de aspersão com águabenta, precedida da cruz procissional.

3. Os caracteres distintivos do estilo ogival ou gótico:I) o arco quebrado; 2) o arcobotante; 3) a abóbada de ner-vuras. Ogiva é uma figura formada pelo cruzamento de doisarcos iguais que se cortam na parte superior. Estilo ogivalé o estilo caracterizado pelo emprego sistemático da ogiva.Foi chamado gótico na Itália, numa época em que tudo ogele vinha do norte era considerado bárbaro e rude.

Desenvolveu-se pouco a pouco devido à necessidade de aumen-lar as dimensões das igrejas, sem abandonar o plano das basílicas,e de remediar a instabilidade da abóbada romana nas suas quedasrepetidas, resultantes da falta de estabilidade. As criptas desapa-recem, o côro é mais baixo e não raras vêzes rodeado de muitascapelas.

Há várias épocas. A arte gótica na sua perfeição é muito pró-pria para o culto divino pela predominância da linha vertical sôbrea horizontal, pelo arrôjo das formas e a riqueza dos ornatos.

4. Os caracteres do estilo da renascença são: 1) Pre-domínio da linha horizontal e com ela grandes arquitraves,frisos e cornijas; 2) colunas de formas antigas; 3) abóba-das redondas com profusão de obras de estuque; 4) cúpolascilíndricas; 5) frontões triangulares ou de segmentos circula-res; 6) exclusão da linha reta: nas janelas, tôrres (S. Pe-dro, Roma).

Todos os estilos são tolerados pela Igreja, contanto queguardem "as leis da arte sacra". (Cân. 1279.)

§ 46. 0 CEMITÉRIO

147. Santo lugar é também o cemitério: 1) pela bênçãosolene do bispo; 2) pela presença dos restos mortais de

Curso de Liturgia — 6

Page 41: Curso de liturgia pe.João Reus

muitos santos que gozam da visão beatifica ou ao menosestão certos de alcançá-la.

a) Cemitério deriva-se da palavra grega koimeterion= lugar de descanso, ou dormitório, de koimasthai = dor-mir. E' nome usado só pelos cristãos. Pois Nosso Senhorchamou de sono a morte natural, tão temida pelos pagãos.Lembra, portanto, a vida futura.

No princípio do cristianismo os fiéis eram sepultados nos ja-zigos da família ou no cemitério público. Mas já nos primeiros tem-pos havia cemitérios cristãos, e Tertuliano (De anima, c. 52) usaesta palavra. Em Roma os cristãos eram sepultados em geral nascatacumbas; fora de Roma, em geral nos cemitérios. Mas ocorremexceções. Desde o século IV se admitiram sepulturas nas igrejasou próximo das igrejas. Agora só os bispos, abades, cardiais, pre-lados nullius e pessoas da família real podem ser sepultados naigreja. (Cân. 1205.)

b) O nome polvandrum acha-se no rito da bênção docemitério. Deriva-se de pollys = muitos e anér = homem.Designa o lugar onde muitos homens são sepultados.

c) O têrmo "mausoléu" no sentido do cemitério ocorreno rito da reconciliação do cemitério. Deriva-se do monu-mento do rei Mausolo da Cária (376-352 a. C.), admirávelpela beleza, uma das "sete maravilhas do mundo".

Em alguns lugares era costume dos fiéis visitar no do-mingo, em procissão, o cemitério colocado próximo da igre-ja. (Vigourel, p. 65.)

d) Nada obsta a que lâmpadas também elétricas ardam sôbre os tú-mulos, ou êstes estejam enfeitados com flores, contanto que não sejamprejudicadas as pias orações, que principalmente aproveitam aos fiéisdefuntos. (C. B. n. 338, § 4.)

§ 47. 0 ALTAR

148. Um lugar santo é o altar cristão. Chamavam-nosanctus, divinos, regalis, tremendus. S. João Crisóstomo:admirabilis. S. Gregório Nisseno ensina que o altar é tãosanto que nem todos, mas só os sacerdotes, e êstes só comreverência, o podem tocar. Beijavam-no. Os imperadoresTeodósio e Valentiniano proibiram trazer armas nas igrejase junto dos altares. Leigos e mormente mulheres não se po-diam aproximar déle. Desde o século IV o altar tinha o pri-vilégio de asilo.

1. 0 altar fora do cristianismo. Se os cristãos contraba-lançaram a influência sedutora das festas pagãs pela influên-cia benéfica das festas cristãs nos mesmos dias, é mais pro-

vúvel que os altares pagãos não deixassem de influir nodesenvolvimento ao altar cristão.

119. a) O altar pagão. Houve altares, desde o princípio. L. gênero humano. Os pagãos construíram altares aos seus(leuses, às virtudes personificadas e deificadas, a homens eno Deus desconhecido (At 17, 23), às vêzes de grande ai-lura: o altar de Zeus olímpico de cêrca de 30 m. Em gerale rn 11 1 feitos de pedra, como se vê no grande número dêlesexcavados em Pompéia, em forma de coluna com um, dois,Iles degraus erigidos por tôda parte; alguns eram portáteis.

Lram consagrados, como Macróbio relata, com solenidade. Acendiamfogo santo, incenso, aspergiam-no, faziam sacrifícios pomposos e or-

Mnnizava.m jogos. As vézes eram cercados de grades de ferro e possuíam.privilégio de asilo em favor de escravos, vencidos e até mesmo de cri-

minosos.

I1)0. b) O altar israelitico no deserto, feito por ordem deI bus, era de madeira de cedro, cheio de terra. Estava noilrin do santuário. No interior achava-se o altar do incenso,dt• madeira de acácia dourada. (Êx 29, 36.) Tinha o privi-le io de asilo. (3 Rs 1, 50.) No templo de Salomão haviati n i altar de metal de 20X20 côvados e 5 côvados de al-lura; no templo herodiano o altar media 40X40 côvados eI! ) côvados de altura (talvez 26X26 m e 9 de altura).

151.1. 2. 0 altar cristão. Allure = altar deriva-se de altoelevado, porque o altar sempre estava elevado acima do

I Im o.a) O altar-mesa. 1) 0 altar de Jesus Cristo, em que ce-

lebrou a primeira missa, foi a mesa do cenáculo. E' um,illrir completamente novo. Em culto algum o altar do sa-t I lieu) servia de mesa aos sacerdotes e aos que tomavamI1,11lc no culto. O altar e a mesa dos convivas sempre es-I,(v;ini separados. Nosso Senhor criou, portanto, novo tipoddi. altar. ale mesmo escolheu a forma especial, a mesa san-ha. (,ltlis indicar que o novo testamento não tem nada como antigo testamento neste particular. Ensinou que o sacri-I leio do novo testamento é sempre ceia celestial.

1 r 2. 2) 0 altar no primevo cristianismo. Era também mesa.!;;to Paulo fala da "mesa do Senhor". (1 Cor 10, 21.) Masel a Mesa simples, de madeira, sem consagração especial.Puis S. Cipriano menciona que na presença dos sacerdotes."doi pasto o altar". (Ep. 45, 2.) Portanto antes não estava."S;llila mesa" se chamava o altar, mormente no Oriente, e

82 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 83

n*

Page 42: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 85

84 R e u s, Curso de Liturgia a) O cibório. 1) Etimologia. Não é certa. Alguns deri-vain êste têrmo da palavra grega kyborion = a casca de umI ti to egipcíaco, que servia às vêzes de vaso para beber; ou-li os, da palavra grega kibotos, diminutivo kibotarion pe-( luena arca. 2) Cibório (ciborium, umbraculum, Braun, p.25) é um dossel, sustentado em geral por colunas, construídopor cima do altar; tem várias formas: de cúpola, pirâmide,It'lliado. Pode ser de madeira ou de pedra. E' muito pró-prio do altar, onde está o trono de Deus. Tanto no Oriente■ onlo no Ocidente remonta ao século IV, mas nunca foi geral.

155. b) O baldaquino. 1) Etimologia. Deriva-se de Bagdá,cidade de onde vieram os estofos preciosos de sêda (balda-quini). 2) 0 baldaquino (ccclum, pallium, pannus) substi-loiu, desde o século XII, ao cibório. E' um dossel de formau langular, de madeira ou de tela, estendida sôbre o altar,Iisa por um lado na parede, ou de forma cônica, suspensodo luto da igreja. O Cceremoniale Episcoporum (I, 12, n. 13)diz que cada altar-mor deve ter cibório ou baldaquino. Masesta determinação não se observa fora da Itália em quasenrnlnun lugar e até na Itália só em bem poucas igrejas.

156. c) O retábulo. 1) Etimologia. Retábulo deriva-se deielro = atrás e tabula = quadro feito de madeira plana. 2)(► retábulo é construção feita de pedra ou de madeira, co-lorada na parte posterior do altar. Apresenta ou un -la ima-

t n^ ou série de imagens e levanta-se a altura considerável.;1) Origem. Tem sua origem no fato de terem sido transfe-i idas para a parte superior do altar as imagens que desden antiguidade enfeitavam a parede atrás do altar. Em igrejaspolires ou em altares provisórios é substituído pelo retro-li é, uma colgadura ou um tapête mais ou menosd ito.

157. d) Os degraus. Se o altar é baixo, basta um degrau,rluuuado supedâneo (suppedaneum, predella); se é alto,t o:;liuna-se pôr vários degraus.

No Oriente o altar reão tem degraus. No Ocidente o usodos degraus do altar era desconhecido ou pouco frequenteall' ao século X. No decurso do tempo tornou-se quase ge-i ii. Deram ao altar-mor 2, 3 ou mais degraus, ao altar la-Iti;11 ao menos um. Para qualquer altar está prescrito aoHumos uni degrau. (d. 1265 ad 4; Decr. t. V p. 395.) 0

ainda hoje o único altar da igreja grega tem êste nome: In'hagia trapeza = a santa mesa. Ainda hoje o altar pap al na

• basílica de Latrão em Roma é de madeira. Mas a opinião (tuque S. Pedro se serviu déle (Breviário, 9 Nov. lect. 6) nãotem fundamento sólido; é de origem mais recente. (Braunp. 20.)

Houve muito cedo altares de pedra. Pois São João Crisóstomo (ho m .20 in 2 Cor n. 3) diz: "Este altar é por sua natureza só pedra, foi, irém, santificado recebendo o corpo de Cristo." Só no século VI aparenno primeiro preceito eclesiástico de fazer o altar de pedra.

153. b) O altar-arca. Depois de Constantino a veneraçãodos mártires floresceu muito. Onde havia corpo de mártir,construíam-se altares sôbre o seu túmulo. Na falta de corpopunham relíquias de um santo no altar feito em forma dearca côncava, retangular. As vêzes era fechado (Braun, s.v.) por uma porta, às vêzes uma abertura pequena permitiacontemplar as relíquias. (Coelho II, `215.)

O rito de incluir relíquias de mártires no altar provavelmentenão deriva de suposto costume antigo de dizer a missa sôbre 11túmulo dos mártires nas catacumbas. Tem o seu fundamento na escritura sagrada (Apoc c. 9): Vidi subtus altare animas interfectorumpropter verbum Dei, e na relação e mística analogia entre NossoSenhor, Cabeça dos mártires e seus membros. Morreram por tae,morto na cruz, por isso descansem debaixo dÊle, morto mistica-mente no altar. (d. 2777 S. Aug.)

c) O altar-bloco. Enchendo a arca com material cria-ram o altar em forma de bloco maciço, igual em largura ecomprimento à mesa do altar. Conhecido já na cristandadeantiga, tornou-se cada vez mais geral, e é hoje o mais usado.

d) O altar-sarcófago é uma espécie de altar-bloco, cujocorpo tem a forma de um sarcófago. Foi empregado no tem-po da-renascença, que preferiu as linhas ondeadas.

§ 48. OS ACESSÓRIOS DO ALTAR

154. Partes essenciais do altar cristão são: o suporto(stipes), a mesa (mensa) e o sepulcro. Unicamente a estaspartes se refere a legislação eclesiástica. Os altares sejamde mármore ou pedra, não porém de madeira sem licençaescrita do ordinário do lugar; e a pedra de ara seja colocadaconvenientemente (C. B. n. 326), p. ex., não muito renteà borda do altar nem muito afastada dela.

A arte e piedade cristã não se limitavam ao mais indis-pensável; criaram ornamentos para realçar o santo lugar doaltar.

Page 43: Curso de liturgia pe.João Reus

86 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 87

C. B. exige para o altar-mor ao menos três degraus, paraos outros ao menos um. (C. B. n. 326 § 2.) No antigo tes-tamento o altar não podia ter degraus. (Ex 20, 26.)

§ 49. DIVISÃO DOS ALTARES158. Há no rito romano, liturgicamente, quanto à estabili-dade, três espécies de altares: fixos, quase-fixos e portáteis.

1. 0 altar fixo (C. P. 786) deve ser "sagrado pelo bis-po", feito de uma mesa de pedra inteiriça, unida com cal oucimento à sua base também de pedra, ou muro de alvenaria,aderente ao pavimento ou parede. Em todo o caso as colanas, que sustentam a mesa, devem ser de pedra natural. ( )altar fixo (cân. 1201) deve ser dedicado a um mistério oua um santo, não pode ser dedicado a um bem-aventurado,sem indulto papal.

159. 2. 0 altar quase-fixo é "altar semelhante ao fixo,construído de madeira ou de outra matéria, aderente á pa-rede, a unia coluna, ou ao pavimento, tendo embutida nomeio da mesa uma pedra de ara igualmente sagrada." Litur-gicamente, o altar quase-fixo não é altar fixo, mas só altarportátil. Mas pelo direito canônico se distingue dêste e seassemelha ao al tar fixo: a) a ereção do altar quase-fixo re-quer a licença do bispo; b) pode e deveria ter um título comoo altar fixo (cân. 1201) ; c) êste título só pode ser mudadocom licença do bispo; d) pode ter anexo o privilegiam al-taris e uma fundação.

160. 3. 0 altar portátil ou pedra de ara (altare portatile,petra sacra, ara) é formado de uma pedra natural, inteiri-ça, bastante grande para que nela se possam colocar a hóstiae o cálix. (Cân. 1198, § 3.)

Os altares portáteis são mencionados pela primeira vezno princípio do século VI, são porém mais antigos, porquantose fala dêles como de objeto conhecido. Era formado demadeira ou pedra, sem relíquias, às vêzes de tão pouca ex-tensão que só parte pequena da hóstia e do cálix nêle cabia.

161. 4. Quanto ao uso, o altar se chama: a) altar-mor (al-tare maius, principale), ou lateral (altare minus, laterale);b) altar paroquial (altare parochiale), do povo (altare laico-rum) em oposição ao altar no côro dos monges ou dos cô-negos.

Privilegiado se chama o altar: 1) em que, se pode dizer certa missavotiva em dias proibidos pelas rubricas, p. ex., a de Nossa Senhora numsantuário dela; 2) em que o celebrante pelo santo sacrifício pode aplicartuna indulgáncia plenária a um defunto. Por altar privilegiado sim-plesmente sempre se entende o privilegiado em favor das almas.

O C. B. declara que o altar-mor das igrejas catedrais e paro-ilniais é altar privilegiado todos os dias e para sempre, contanto quetão haja outro. Êste altar tenha a inscrição: Altare privilegiatumquotidianum perpetuum. (Cân. 918, § 1; C. B. n. 250.)

Antigamente havia em cada igreja um só altar. Mas já Constan-tino erigiu, dizem, na igreja de Latrão, sete altares. Na idade mé-dia aumentou o número dos altares, de sorte que, na catedral deMagdeburgo, p. ex., se contavam 48 altares. Pio VI defendia a plu-ralidade dos altares na mesma igreja contra o sínodo de Pistóia(Ucnzinger, n.° 1531), que desejava só um altar em cada casa de)cus, estigmatizando esta tentativa como "temerária e injuriosa"

para a Igreja.

162. 5. Simbolismo do altar. O altar é símbolo a) de Je-sus Cristo. A Igreja manda dizer no rito do subdiaconatonos ordinandos: "0 altar da Santa Igreja é Cristo mesmo.Atesta isto S. João, dizendo no seu Apocalipse, ter visto umaltar de ouro erigido diante do trono, no qual e pelo qual;Is ofertas dos fiéis são consagradas a Deus Padre."

b) do coração humano. "Pelo altar entende-se o nossocoração, que está no meio do corpo como o altar está nomeio cia igreja. A respeito dêste altar manda o Senhor: Só-1 re o meu altar arderá sempre o fogo. O fogo é a caridadee esta sempre arderá em nosso coração." (Durandus I, c.

n.° 14.) Outros dizem que o altar é o símbolo do presépio(Crisost. ho rn . s. Philog. n. 3) ou da cruz. (S. Tomás III,q. 83, a. 1.)

§ 50. ORNAMENTOS DO ALTAR

163. I. As toalhas do altar. O altar cristão, ao menos du-ante as funções litúrgicas, está sempre coberto de toalhas

brancas (mappa, tobalea) por causa de asseio, decência ereverência devida ao SS. Sangue que por acaso se derrame.Pertencem aos paramentos mais antigos, mencionados expres-samente no século IV. Primeiro foi julgada necessária sóunia, mais tarde os sinodos exigiram duas, e mesmo cinco.(Braun, die lit. Param. 186.) 0 missal de Pio V (Rub. Gen.XX) prescreve três toalhas de cânhamo - ou de linho branco.As duas inferiores, que podem ser substituídas por uma do-brada, cobrem tôda a mesa; a de ,„cima deve chegar à terrados dois lados do altar. (d. 4029, ad 1.) Devem ser ben-zidas pelo bispo.

Page 44: Curso de liturgia pe.João Reus

1. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 8988 R e u s, Curso de Liturgia

Para proteger as toalhas e enfeitar o. altar fora da missa eexposição do SS. Sacramento, tem-se o costume de cobri-lo comum véu ou guarda-pó. O elenco dos utensílios sacros (C. P. p.706, n. 39) enumera: "Duas cobertas para cada altar." A côr e omaterial são de livre escolha.

164. II. O corporal é o pano sagrado destinado a recebero corpo sacramentado de Jesus Cristo. Simboliza o santosudário. E', sem dúvida, o mais antigo de todos os para-mentos. No século IX era tão grande que dois diáconos es-tavam encarregados de estendê-lo no altar. Uma das ex-tremidades servia para cobrir o cálix. Os cartuxos aindaguardam êste rito. Na Igreja universal, porém, cobriram ocálix primeiro com um ,corporal dobrado, que depois foisubstituído pela pala.

Convém bordar uma cruz pequena rente à orla do corporal do ladodo celebrante (não no meio do quadrado anterior). Assim, se evita Ora sagrada hóstia em diferentes lados e o perigo de se perderem commais facilidade partículas sagradas. Tamanho: 50 cm de cada lado pou-co mais ou menos.

III. A pala (de palliare = esconder, cobrir, pala = cor-tina) feita de pano de linho, serve para cobrir o cálix. Con-fecciona-se ou de várias camadas de linho bem engomadas,para ficar têsa, ou de duas peças de linho cosidas em for-ma de bôlsa, tendo no meio um cartão, ou de um cartão co-berto, em baixo, de linho, e em cima, de sêda de qualquercôr, nunca, porém, preta; também pode ter bordados, menosos sinais de morte. (d. 3832, ad 4.) Deve ser benta. Tama-nho: 15X18 cm, pouco mais ou menos.

IV. O sanguinho ou purificador é peça de linho (d. 3455ad 2) de area de 45X50 cm de comprimento e 30 de largura,com o qual o sacerdote, depois da comunhão, purifica o cá-lix, a patena, sendo preciso, a bôca e os dedos. Pode ternas duas extremidades renda ou bordados. Dobra-se em trêspartes, ficando a bainha por baixo, quando se coloca sôbreo cálix. Não é bento.

Sempre foi uso limpar e enxugar o cálix. Um pano especial para istose encontra já no século XI. Mas o uso de levá-lo para o altar só ,segeneralizou na reforma do missal por Pio V.

165. V. O simbolismo. Desde o século V as toalhas do al-tar foram consideradas símbolo dos lençóis, em que foi amor-talhado o corpo sagrado de Jesus Cristo. Durandus (IV c.29) dá explicações minuciosas sôbre o corporal e a pala.Segundo êle, significam: v1) os panos sepulcrais de Cristo.De propósito, diz ele, foi determinado que o santo sacrifícionão se ofereça em sêda ou pano tinto, luas em linho puro,

Como o corpo de Jesus Cristo foi amortalhado em pano purode linho; 2) a Igreja, que é o corpo de Jesus Cristo e aqual por muitos sofrimentos é conduzida à alvura da vidaelerna; 3) o mesmo Jesus Cristo: como a hóstia fica unidaao corporal e deposta sôbre o altar, assim a carne de JesusCristo unida à divindade é pregada na cruz; 4) 0 cor-poral, por causa da sua côr branca, indica a pureza da al-ma, a qual é sempre indispensável a quem quer comungar.

No rito da ordenação do subdiácono a Igreja diz: aspalas e os corporais do altar são os membros de Cristo, asaber os fiéis, dos quais o Senhor se cerca como de vestespreciosas.

166. VI. Frontal (de frontale, ornamento da fronte). An-tigamente o altar se elevava no meio do côro, de sorte quea conveniência exigia que se cobrisse o suporte de todos oslados (pallium, antependium). Mais tarde, quando o altarfoi encostado à parede da ábside, era bastante enfeitar olado anterior. E' êste o destino do frontal.

Confecionava-se de ricos estofos, de panos pintados e borda-dos, posteriormente de prata, de metal dourado com obras de fili-I,rana e ornamentos artísticos.

Quando e onde nos tempos modernos o próprio suporte do al-Iar foi transformado numa jóia de arte e de bom gôsto, dispensa-va-se o frontal, o que ainda se pode observar. (Manuale Lit. Victorde App. p. 58: muitos autores citados.)

A sua côr deve corresponder, se fôr possível, à côr litúr-gica do dia. (Rub. gen. XX.)

167. VII. A cruz do altar. E' uma cruz com a imagem deJesus crucificado (crux cum imagine SS. Crucifixi, C. E.12, 11), que se deve colocar durante a missa no altar eelevar acima dos castiçais. (C. E. 12, 11.) Pode ser substi-tuída por um crucifixo grande no retábulo ou parede detrásdo altar. (d. 1270 ad 2.) Em todo caso a cruz deve seri'isivel ao Celebrante e ao povo. (Decr. tom. 5, p. 133; 2621ad 7.) 0 Decreto de 20 de dez. de 1659, que declarava su-ficiente a cruz sem a imagem de Jesus Cristo, foi revogado.

Não pode ser colocada no lugar onde se expõe o SS.Sacramento na custódia, nem no corporal que serve para aexposição (cl. 3567 ad 3), nem no trono de degraus, nemacima do altar (super Altari, C. B. - n. 327, § 1), nem dian-te da porta do sacrário; porém sôbre o sacrário. (d. 4136ad 2; C. B. 1. c.)

Page 45: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 9190 R e u s, Curso de Liturgia

168. No Oriente a cruz do altar era conhecida desde o sé-culo VI; no Ocidente, desde o século XI. No século XII foicostume em Roma pôr a cruz processional, nos dias de es-tação, sôbre o altar. No século XIII seguiu-se o preceito deInocêncio III de colocar a cruz entre dois castiçais (De sacr.alt. myst. II, 21); este preceito foi renovado no missal (Rub.Gen. XX) por Pio V.

A cruz tem por fim designar o altar como o lugar dosacrifício perpétuo de Jesus Cristo, lembrar a identidade dosacrifício da cruz e da missa, e avivar nos corações a cari-dade para com o amoroso Redentor.

169. VIII. A sacra (tabella secretarum), abreviação de sa-cra consecrationis formula, é quadro pequeno com as pala-vras da santa consagração em tipo grande, e algumas ou-tras orações. Serve para auxiliar a memória do celebrante.

Na idade média era desconhecida. O uso da sacra domeio começou pela metade do século XVI, das duas outrassacras, que no missal não são prescritas, mas exigidas pelocostume, no século XVII. Os bispos usam em lugar delasum livro próprio, Canon 1'✓lissce.170. IX. Estante e almofada. Entre os requisitos do altar,o missal (R. Gen. XX) menciona a almofada (cussinus, pul-vinum.) Servia para resguardar as capas artísticas dos sa-crarnentários e missais, como também para facilitar a lei-tura. Desde o século XIII foi empregada para o missal emgeral. O C. E. permite substituir a almofada por uma es-tante, a qual já era usada no século XIII. (Braun, Lit.Handl., s. v.)

Cobrir a pequena estante para o missal com véu, não é proibidonem prescrito. (Cf. Mem. Rit. Sab. S. "uma almofada branca parao missal, quando não se usa uma estante".) Serve porém paraadôrno do altar.

171. X. Os relicários, imagens e flores. 1. 0 culto das re-líquias dos mártires remonta até aos primeiros tempos docristianismo. No século V também as relíquias dos confesso-res eram veneradas. Relicários preciosíssimos são testemu-nhas deste culto. Pela sua beleza eram muito próprios paraenfeitar a igreja. Desde o século IX foram postos sôbre oaltar. O cerimonial dos bispos (C. E. 1. 1, c. 12, n. 12) re-comenda que nas solenidades se coloquem, entre os castiçais,relicários ou imagens de prata ou de outra matéria, de ta-manho conveniente.

E' louvável expor nas igrejas para a veneração as ima-gens de Jesus Cristo e dos santos. Mas para que sirvam aomesmo tempo de adôrno e de instrução religiosa devem cor-responder às prescrições litúrgicas.

Nas igrejas, mesmo nas isentas, sem licença escrita do ordi-nário do lugar não é permitido colocar estátuas novas ou insólitas,quadros pintados, inscrições e quaisquer monumentos ou introduzirobra nova. Mais que uma estátua ou imagem do mesmo santo sobo mesmo título não se permita na mesma igreja nem no mesmoaltar, embora com diverso título. (C. B. n. 397.)

Imagens de papel são proibidas nas igrejas, mas se permitemoleografias coladas em tela. (C. B. 398.) Os donativos ou oblaçõesvotivas tenham o seu lugar na igreja, mas doravante só se aceitemaquêles em forma de coração. (C. B. 401.)

Nas grandes festas a decoração da igreja seja mode-rada e vistosa. Panos de menos preço e flores de papel sãoproibidas. (C. B. n. 356.)

Nas igrejas se podem admitir distintivos ou bandeiras que não per-tençam a associações manifestamente contrárias à religião católica ou comestatutos reprovados, e quando os distintivos ou bandeiras não mostrememblema por si proibido ou reprovado. (C. B. n. 374, § 2.)172. 2. 0 costume de enfeitar as igrejas com plantas e flores já foilouvado por S. Jerônimo e S. Paulin de Nola. S. Agostinho (De Civ.Dei, 22, 8) menciona flores que adornavam um altar. O C. E. recomendaas flores para adôrno dos altares (I, 12, 12), em primeiro lugar floresnaturais, só em segundo lugar flores de sêda.

O C. B. (n. 328) diz: Enfeitem-se os altares com as relíquiasdos santos e flores, as quais, porém, não se coloquem diante daporta do tabernáculo ou em cima da mesa do altar. As flores sejam,se fôr possível, naturais e frescas ou ao menos de sêda ou artís-ticas; nunca, porém, de papel ou celulóide, as quais são proibidasabsolutamente.

173. 3. 0 C. E. distingue 3 modos •litúrgicos de adornar:o modo festivo, o menos festivo e o simples.

A. O modo festivo (C. E. I, 12, 11) consiste no empre-go de castiçais de prata ou de metal dourado mais altosdo que nos dias comuns, de relicários, imagens, flores etapetes.

B. O modo simples (C. E. II, 11, 1 simplex) não ad-mite ornato festivo, nem imagem, mas só a cruz e os casti-çais. E' de obrigação:

a) para a missa de réquie solene. (C. E. II, 11, 1.)

b) para dias em que há ofício de ea no tempo do ad-vento, da quaresma e da paixão (C. E. II, 20, 3; Victor deApp. p. 59; Martinucci, 1. 2, n. 1, sine vasis floreis; Mem.Rit. tit. 2. c. 1, n.° 1 absque vasis florum), com exceçãodos domingos Gaudete e Lcetare, em que o ornato dos al-tares é permitido.

Page 46: Curso de liturgia pe.João Reus

92 R e u s, Curso de Liturgia

174. C. O modo menos festivo (C. E. II, 20, 2, simplicior),sendo distinto do modo simples, que explicitamente excluias flores, este modo evidentemente as permite. Tal modode adornar é usado nos dias de ofício festivo ritus dupliciset semiduplicis (Martinucci, 1. 2, c. 6, art. 1, n. 3) do ad-vento e da quaresma. Pois, segundo C. E., o advento e aquaresma empregam o modus simplicior. (C. E. II, 20, 2.)

O mesmo vale para a semana da paixão. Pois Martinucci diz: "ap-paratus exterior congruat cum festo, a não ser que seja dia de luto,p. ex., domingo da paixão" (1. 2, c. 1, n. 6). 0 Memoriale Rituum exige(Dom. Palmar. c. 1. n. 3): "Rami Palmarum, loco florum"; supõe, porconseguinte, que nos dias anteriores da paixão se punham flores nosaltares, ao menos, havendo uma festa.

Cappello diz que "não é proibido" (vetitum non est) enfeitar, mesmono tempo da quaresma, os altares com flores, mas não convém. Poisé tempo "de tristeza e de penitência." (Theol. mor. I, n. 778.)

Por ocasião da primeira comunhão das crianças, as flores se per-mitem também nos dias de ea (tempore Quadragesimai, d. 3448 ad 1).Diante da porta do tabernáculo não se pode colocar um vaso com floresou coisa semelhante, mas este deve-se pôr em lugar mais baixo. (d.2067 ad 10; cf. n. 932.)

O altar da exposição do SS. Sacramento sempre se en-feita com flores (Rubrica F. V. Cxna Dni), mesmo para abênção.

175. 4. Tôdas as cruzes e imagens de Nosso Senhor JesusCristo e dos santos devem estar cobertas com véu roxo, véuda paixão, desde as primeiras vésperas do domingo da pai-xão. (C. E. II, 20, 3; Miss. Sabb. ante Dom. Pass.; cl.1275 ad 3.)

Entendem-se as imagens sôbre os altares. Pois, à pergunta:"an non solum Cruces et imagines Salvatoris, sed etiam omnes ima-gines Sanctorum, que super altaribus reperiuntur, tegi debent?", res-pondeu a S. R. Congregação: Debent tegi omnes imagines. Esteinciso: omnes imagines é a resposta à pergunta e compreende só"imagines Salvatoris et omnes imagines Sanctorum super altari-bus". Não modificando nada, a S. Congregação dos Ritos aprova arestrição: super altaribus. Portanto, não está prescrito que se cu-bram com véu as imagens fora do altar.176. Nem parece segundo o espírito da Igreja, respeitadora da belezaclássica, meter as imagens dos santos fora do altar, em sacos roxos, sen-do impossível outro modo de velá-las. Na catedral de S. Pedro em Romaas imagens dos santos em a nave não são cobertas com véu.

No mês de março, em honra de S. José, a Sua estátuaque está fora do altar, pode ficar descoberta e os altares po-dem ser ornados com flores. (d. 3448 ad 11.) Portanto, épermitido colocar uma imagem de S. José numa espécie dealtar semelhante ao que se costuma erigir em honra de Ma-ria Santissima no mês de maio, e enfeitá-lo com flores. Commaior razão outras imagens fora do altar e menos visíveispodem ficar sem véu.

I. Liturgia Geral. Cap. Ill: Santos Lugares 93

As imagens da via sacra não se precisa cobrir. (d.3638 ad 2.)

177. 5. 0 uso das imagens. a) As imagens dos santos po-dem ser veneradas por tôda parte; as imagens dos bem-aventurados, onde a sua missa é permitida ou houver in-dulto; as imagens dos servos de Deus ainda não beatifica-dos só podem ser representadas nas paredes e janelas forado altar e sem emblema de santidade. (d. 3835; 1156; 1130.)E' proibido representar o Espírito Santo em forma humanaquer com o Pai e Filho quer separada. (S. Off. 14.3.1928.Eph. lit. 1928 p. 197.)

178. b) O altar fixo não exige a imagem do orago. (d.2752 ad 5; 7.) Se, porém, alguma se põe, deve ser a doorago. (d. 4191 ad 4.) Uma imagem na janela não serve deimagem de altar; por isso não recebe inclinação durante amissa, se ocorrer o nome do santo nela representado. Asimagens dos santos e as relíquias colocadas entre os casti-çais devem ser incensadas na missa e nas vésperas. (d.2375 ad 3.) Nunca podem ser postas no trono da exposição(d. 3589) sôbre o tabernáculo, de sorte que este sirva depeanha (d. 2613 ad 6), nem ser levadas na procissão doSS. Sacramento. (d. 3878; 3997.) No mesmo altar haja umasó imagem principal; outra secundária é apenas tolerada.(C. B. n. 327, § 2.)

179. XI. O tabernáculo (= tenda, morada) é espécie dearmário para guardar o SS. Sacramento. O seu desenvolvi-mento foi muito lento e passou por diferentes fases.

1. Sem tabernáculo. Nos primeiros tempos, os cristãoseram muito fervorosos e comungavam todos durante a mis-sa. O que restava do pão eucarístico era distribuído entreas crianças. Além disso os fiéis podiam levar o SS. Sacra-mento para casa e guardá-lo (Tertull. Ad uxor. 2, 5) e co-mungar. O tabernáculo na Igreja não era necessário.

2. Tabernáculo fora da igreja num quarto contíguo. a)

Na igreja oriental. Nas constituições apostólicas (IV-V sec.)foi determinado que as hóstias consagradas restantes fôssemguardadas no pastofório. Era isto um quarto (sacristia)ou um nicho (armário).

180. b) No ocidente este lugar se chamava sacrarium ou

Secretariam (= lugar para esconder, depôr os vasos sagra-

Page 47: Curso de liturgia pe.João Reus

94 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. Ill: Santos Lugares 95

dos e os paramentos; VII ord. rom.) Ainda no século XVIvigorava o costume de guardar assim o SS. Sacramento.

3. Tabernáculo dentro da igreja, mas fora do altar. a)Na primeira metade do século XII, guardava-se o SS. Sa-cramento num armário encaixado na parede ou num nicho.Continuou este uso até ao século XVII.

b) Na época do estilo ogival, mormente nos séculosXIV-XVI, construiam-se torrezinhas muito artísticas, às vezesbastante altas, do lado do evangelho, para conservar o SS.Sacramento. Ainda no século XIX vigorava este costume.

181. 4. 0 tabernáculo sôbre o altar. a) Nos séculos IX eX colocava-se em alguns lugares unia espécie de tabernáculosôbre o altar, em que se guardava o viático para os enfermos.

b) Nesta época reinava, em França e na Inglaterraprincipalmente, o costume de conservar o SS. Sacramentonum vaso suspenso por cima do altar. Em algumas igrejaspermaneceu este método até aos séculos XVIII e XIX. Aindaestá em vigor, com licença da S. Congregação dos Ritos, emAmiens.

c) A este vaso deram à forma de uma pomba, que pen-dia do cibório ou de um suporte semelhante ao báculo epis-copal. No interior cabiam só poucas hóstias. Além dissonão estavam bem fechados.

182. d) Bem fechado. O 4.° concilio de Latrão (1215) pres-creveu que a S. Eucaristia fôsse bem guardada debaixo dechave. Não exigiu, porém, que o tabernáculo fôsse inamovível.

e) O ritual romano (1614) determinou que o taberná-culo fôsse colocado sôbre o altar, insinuando que ficasseinamovível. Este modo de conservar o SS. Sacramento nãoera novo. Na catedral de Colônia existe um altar do séculoXIV com o tabernáculo fixo; é o mais antigo.

183. f) A recente legislação (cân. 1269) prescreve que aS. Eucaristia seja guardada num tabernáculo, fabricado comprimor, de todos os lados solidamente fechado, inamovívelcolocado no meio do altar, decentemente coberto (cân. 1269,§ 2), com o conopéu. (Rit. IV, 1, n.° 6.) Conopéu (mos-quiteiro) significa a coberta do tabernáculo em forma detenda.Muitas vezes se reduz a uma cortina (pavilhão, res-peito) diante da porta do tabernáculo. O seu uso é obriga-tório 1) apesar do costume contrário (d. 4137); 2) apesar

da preciosidade do tabernáculo (d. 3520) ; 3) apesar dacortina interior que é somente tolerada sob a condição deque o tabernáculo esteja coberto pelo pavilhão. (d. 3150.)

O conopéu pode ser feito de pano de algodão, lã, ou cânhamo,cie côr sempre branca ou conveniente ao tempo e à festa, exceto acôr preta (d. 1615), que se substitui pela côr roxa nas exéquias.(d. 3035, ad 10.) Mas no altar em que está exposto o SS. Sacra-mento deve ser branco. (d. 1615, ad 7, 8, 9; 2673.) Não se devetolerar pôr na porta do tabernáculo em lugar do conopéu um ante-paro de metal, de pano bordado ou oleografia com símbolos dasagrada Eucaristia ou santo nome de Jesus, ou imagem de MariaSantissima. (Decret. t. V. p. 481; C. B., n. 384, § 1.) Deve serfeito de pano tecido, sendo proibida a renda e obra de croché.(S. R. C., 11 de julho de 1940.)

E' proibido fazer os tabernáculos por detrás do altar.(C. B. n. 327, § 3.) 0 interior seja forrado de seda brancaou melhor de lâminas. (C. B. n. 384, § 1.)

A chave seja de ouro ou prata, se fôr possível (C. B.n. 212, § 1), e guardada conforme as seguintes normas pres-critas pela Santa Se (A. A. S., 1938, p. 98-107) :

aa) O sacerdote encarregado de guardar a chave do tabernáculo estáobrigado a isto sob pecado grave. Tem estrita obrigação de nunca deixara chave do tabernáculo no altar ou na porta do tabernáculo nem mesmodurante o tempo das funções litúrgicas. Findas estas a chave ou é guar-dada pelo reitor da igreja em casa ou Ne a leva sempre consigo, evi-tando, porém, o perigo de perdê-la; ou é colocada na sacristia num lugarseguro e oculto, fechado com outra chave, a qual deve ser guardada comoPoi dito. Se ele se ausenta, deve confiar a guarda da chave a outro sa-cerdòte. Se a 'chave fica na sacristia'; debaixo de outra chave, pode en-tregar esta última ao sacristão durante' a ausência.

bb) Nos conventos das religiosas a chave não pode ser guardada den-tro da clausura (inter septa), mas o deve ser na sacristia num lugarseguro, sólido e oculto, fechado com duas chaves. Uma delas é guar-dada pela superiora da comunidade ou pela irmã que faz as vezes dela,e outra por uma irmã, p. " ex., a sacristã, de sorte que seja necessárioo concurso das duas para abrir o lugar mencionado.

cc) Nos oratórios de seminários, colégios, hospitais, etc., o diretor,no fôr sacerdote, deve guardar a chave do tabernaculo. Se não fbr sa-cerdote, o diretor espiritual ou o capelão deve guardá-la com cuidado,Mara que não venha a cair nas mãos de outras ressoas.

dd) Nos oratórios privados a guarda da chave se entrega à família.(I bispo pode dispor de outra maneira.

es) TÔdas as vezes que houver roubo sacrílego, em que a S. Euca-ristia fôr violada, o bispo deve meter em processo o pároco ou o sacer-dote secular ou regular, ainda mesmo que seja isento, encarregado daI;narda da SS. Eucaristia e mandar as atas para a S. Congregação e pro-por o castigo talvez merecido.

II) Responsável é sempre o sacerdote encarregado e não .se admiten desculpa de que outro sacerdote foi negligente. Pois ele é que dáocasião para o sacrilégio por sua culpa.

184. XII. As balaustradas do côro. São conhecidas desderi século IV. Têm por fim: 1) "Separar o presbitério do cor-po da igreja". (C. P., p. 708, n.° 13.) E' o lugar reservadoml clero (d. 157; 175 et alia); 2) designar o recinto do:illar como santuário; 3) separar o santuário do lugar dopovo; 4) impedir o transtôrno das funções sagradas; 5)

Page 48: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 9796 R e u s, Curso de Liturgia

indicar que oferecer o sacrifício eucarístico é privilégio re-servado aos sacerdotes.

O feitio e a altura têm sido nas várias épocas muito diferen-tes. Agora a balaustrada serve também de mesa da comunhão part!o povo. A toalha com que está coberta "representa a sagrada mesa".(C. P., p. 55, n.° 225.) Os objetos e alfaias indispensáveis enu-mera a C. P., p. 683.

Convém (C. P., n.° 813) que haja nas sacristias umatabela com os nomes do titular, do prelado diocesano e aoração imperada.

Titularis EcclesiEpiscopusIniperata

185. XIII. Castiçais. Os castiçais, destinados para susten-tar velas de cera, eram usados na antiguidade e pelos cristãosdos primeiros séculos. Na vida do papa Silvestre conta-seque o imperador Constantino ofereceu sete candelabros du'bronze para o serviço do altar. Colocavam-se no pavimentoao lado do altar e eram sustentados por acólitos. Até o séc.IX não se tem notícias de castiçais postos no altar.

Podem ser iguais, embora segundo o C. E. (i, c. 12, n. 1 i )não devem ser iguais, decrescendo em altura desde a cruz para osdois lados; pois parece que neste caso o preceito do C. E. não sedeve tomar rigorosamente, diz a S. R. C. .(d. 3035 ad 7; t. V. p•56.) Não precisam estar na mesa do altar, mas podem ficar nabanqueta. (d. 3759 ad 2.) Não podem ser substituídos por casti-cais de sete braços a modo do castiçal mosaico (d. 3137 ad 4), nempor dois, postos dos dois lados na parede (d. 3137 ad 1), nem co-bertos de um pano ou tecido no tempo da missa e dos ofícios. (d.3059 ad 11.) Ao evangelho os acólitos não podem usar tochas eutvez de castiçais. (d. 3333 I, 2.)

• O seu número prescrito é diferente conforme o númerodas velas prescritas para a função litúrgica. São dois, quatroou seis. O sétimo deve-se acrescentar, quando o bispo dio-cesano celebrar a missa pontifical. Na missa estritamenteprivada devem ser duas velas nem podem ser mais para ocelebrante inferior ao bispo. (d. 2984.)

Podem-se acender mais de duas: 1) na missa do bis-po; 2) na missa conventual (d. 3065); 3) nas missas paro-quiais ou semelhantes nos dias de festa e quando se tratade missas celebradas em lugar de missa solene ou cantada,por ocasião de real ou costumada festividade, p. ex., a mis-sa da comunidade nas casas religiosas. (Cappello I, n: 740;

774.) Missa paroquial neste caso é qualquer missa que sediz para o povo satisfazer a sua obrigação nos domingos efestas. (Cappello 1. c.)

Nas missas cantadas de réquie se devem acender aomenos quatro velas. (d. 3029 ad 7.)

Para as missas solenes com ministros sacros são pres-critas seis velas (C. E. I, c. 12, n. 11), mas não é proibidopôr mais. Diante das imagens ou relíquias de santos, queItã no altar, se pode empregar número maior de velas porserem acesas por causa do culto e não do celebrante. (Zual-tli, Solans.)

§ 51. CORO E NAVE

186. 1. Côro ou presbitério (de presbyter = sacerdote) éespaço próximo do altar, em geral mais elevado que a

nave da igreja. E' separado da nave pela balaustrada. Nascatedrais e outras grandes igrejas, presbitério é o nomedo espaço do altar, destinado às funções sagradas; côro de-signa o recinto destinado ao clero que recita o ofício divino.'I ent duas ou mais linhas de bancos de madeira, dispostosno mesmo ou em diferente nível, munidos de divisões, ca-,k'iras (stalla). O assento levantado apresenta uma saliên-! ire (misericórdia), que serve de apoio ao que está de pé.

187. 2. Vários móveis devem guarnecer o côro. a)1 credência (abacus), mesa do lado da epístola des-

linnda aos objetos necessários às funções litúrgicas. "So-Incnle para as missas solenes (C. E. I, 12, 19) costuma-seol,ri -la com uma toalha branca que desça até ao chão e a

envolva ao redor."b) O banco (scamnum), do lado da epístola, bastante

longo, em que se assentam o celebrante e os 2 ministros.Deve ser coberto por um estôfo conveniente, p. ex., da côrdos paramentos (C. E. I, 12, 22); encôsto permitido. (Cf.(1. 4165 ad 4.)

188. c) Tamboretes ou mochos (scabella) são assentos

w lu t'ncôsto. A forma não está prescrita. Servem em vez dobateu. "Banco ou tamboretes para se sentarem os ministros!cn;rodos nas missas cantadas." (C. P., p. 705, n.° 31.)I'.o;t us ministros não paramentados é mais conveniente oI(,ut!•o.

I'ill w. — 7

Page 49: Curso de liturgia pe.João Reus

98 R e u s, Curso de Liturgia

d) O trono episcopal. Sobe-se para a cadeira episcopalpor 3 degraus.

e) O faldistório, um assento de braços, sem espaldar, deque o prelado se serve, fora do trono, para se assentar onajoelhar.

189. 3. A nave da igreja está destinada aos fiéis. Ela re-gra geral os homens ocupam o lado da epístola e as mulhe-res o lado do Evangelho. Assim é uso desde a antiguidadecristã como o testemunha o "Testamento de N. S. JesusCristo" (sec. V, Braun, Handl., p. 202), e assim o desejaa Igreja. (Cân. 1262, § 1.)

Os bispos do Brasil querem (C. P. n.° 781) "que haja nos tem-plos completa separação de homens e mulheres, sendo convenientepara isso a colocação de uma grade, alguns metros acima da entra-da principal da igreja, e em tOda a sua largura. Assim disposto ointerior da igreja, os homens ficarão acima do arco cruzeiro, eabaixo dessa grade, e as mulheres entre essa grade e o arco cru-zeiro, em tôda a largura do templo."

190. a) O púlpito é o lugar destinado à pregação. Antiga-mente os bispos pregavam do seu trono. Mas no século IVusavam para a explicação da doutrina cristã o ambão (deanabainein = subir),_ uma tribuna pequena contígua à ba-laustrada do côro. Mais tarde o colocaram em a nave daigrej a.

O púlpito fixo remonta até aos últimos tempos da idade mé-dia (Braun, Lit. Hand.) e era construído exclusivamente para a pre-gação, ao passo que o ambão era reservado para o canto da epís-tola e do evangelho.

Em muitas igrejas, mormente nas catedrais, há dois púlpitos,para que o pregador possa ser visto do celebrante, seja êle bispoou simples sacerdote.

"O pavimento do púlpito regularmente não deve exceder a doismetros acima do pavimento da igreja." (C. P., n.° 805, ad 1.)

191. b) Pia batismal. Antigamente existiam igrejas desti-nadas ao batismo. No meio estava a fonte batismal (fonsbaptismalis, piscina), um tanque de alvenaria, para o qualse descia por degraus. Ali se fazia o batismo por imersão.

Quando o batismo dos adultos se tornou mais raro, usa-vam-se bacias que se chamavam também fontes batismais(tons baptismalis). Desde o século XII se começou a colo-cá-la num suporte e a dar-lhe a forma mais agradável decálix. E' a pia batismal moderna. Mas nem a forma nem omaterial está prescrito pela lei universal, contanto que o ma-terial seja sólido. (Rit. Rom. tit. II, n. 46.)

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 99

192. 0 batistério seja fechado e cercado de grades, muni-do de fechadura e chave. Quando comodamente pode ser,seja nêle pintada ou colocada uma imagem de Jesus CristoMatizado por S. João Batista e tenha uma pia de mármore bemfechada, de sorte que poeira ou outras imundícias não pos-saul penetrar no interior. (C. B. n. 178, § 1.)

193. c) Piscina ou sacrarium. 1) C. P. n.° 803. "Em tôdasas igrejas deve haver uma piscina ou sacrarium, construídaIai detrás do altar ou na sacristia ou outro lugar cômodo.

Para isso abra-se na terra uma grande cova ou poço com pa-o des de alvenaria e um orifício fechado com uma pedra ou tampode madeira ou de ferro, fácil de abrir. Ai se lança tudo d que asrnhricas do ritual e do missal mandam deitar na piscina, como ascinzas dos santos óleos, dos ornamentos e vestes sacras queimados,I algodão e o miolo de pão que houverem servido para limpar a s .unções dos santos óleos e os dedos dos sacerdotes, a água batismal,

benta antigas, a água com que se houverem purificado os corI+nrais, os sanguinhos, etc. Na piscina não se deita nada de pro-I;um . (C. P. L. A., n.° 894.)" Se os objetos queimados, por serem.luuilus, não cabem nela, é preciso pô-los em outro Iugar benzidanu onde não há perigo de profanação. (Mach-Ferr. II p. 166.)

194. 2) História. Antigamente (Braun, Lit. Handl. sacra-rium, piscina) estava próximo do altar, de sorte que a águada ablução na missa, era logo lá despejada. Aí o sacerdoteirlvrl va as mãos e o cálix. Compunha-se de poço feito na ter-a, comunicando por um cano com uma bacia adaptada aomoo na altura de um metro mais ou menos acima do pavi-menlll. Ainda hoje se pode construir assim colocando a bar,( i:l na sacristia.

111.5. 3) No rito da ordenação do subdiácono a piscina se`(°Mana baptisterium, porque muitas vêzes está construída no 'lul;rl r elo batismo.

1) I)urandus (Rat. 1. 1, e. 1, n.° 39) diz: "Perto do altar, quemlgullica Cristo, põe-se a piscina ou bacia para lavar, isto é, aIninerieórdia de Cristo, em que se lavam as mãos pelo batismo eIu bl penitência."

1416. d) A pia de água benta é conhecida ao menos desdeti idade média.

I) sem usu provavelmente se deriva da cerimônia de aspergir o povoawl!' benta nos domingos. 1 ste costume intensificou-se mormente no

¡do VII.I. Lara ter a aspersão da água benta também nos dias de se-'mom, -E,I, e uiva-se um vaso com água benta à disposição do povo. Destarte

nl l nu; ;uella fruir a bênção da água benta, tomando-a com o sinal dani.e II'r, Y. P., n. 804.)

107, e) 0 confessionário, na forma de hoje, foi introduzi-depois do Concílio Tridentino. 1) Nos séculos anteriores

Page 50: Curso de liturgia pe.João Reus

100 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. Ill: Santos Lugares 101

o confessor se assentava num banco diante do qual o peni-tente se ajoelhava no chão. 0 lugar não estava prescrito;de preferência, porém, era diante do altar. Esta forma pri-mitiva foi modificada, colocando-se entre o confessor e openitente uma tábua, depois uma grade.

2) 0 confessionário deve ser munido de grade fixa ouralo pouco perfurado entre o penitente e o confessor (cân.909, § 2), também para os homens salvo o cân. 910, § 2.(C. B. n. 245, § 1.)

As confissões de mulheres podem-se ouvir de manhã depois dasAve-Marias, contanto que a igreja e confessionário sejam bastanteiluminados. De tarde depois das Ave-Marias não se ouçam confissõesde mulheres salvo nas missões e grandes concursos com as cautelasoportunas. (C. B., n. 242.)

As confissões das mulheres surdas, com as cautelas necessárias,ouçam-se num lugar anexo à igreja e patente, onde haja um con-fessionário segundo o modêlo prescrito. (C. B. n. 244.)

O confessionário do lado do penitente tenha uma imagem doCrucifixo e seja colocado em lugar patente e visível. (C. B. n.245, § 2.)

Os monges serviam-se dêles para marcar a hora. Foipor meio dos monges que se espalharam os sinos. No sé-culo VI já os achamos como objetos litúrgicos; encontra-vam-se também sinos com cordas. 200 anos depois o seuuso tornou-se geral.

No Oriente, de onde provavelmente se propagou para o Ocidente,o sino era menos conhecido. Em seu lugar se empregava o siman-

tron, tábua em que se batia com um martelo. Coisa semelhantepossuimos, nos últimos dias da Semana Santa, na matraca. E' uminstrumento de madeira, composto de tabuazinha e martelo movediçoque, agitado, serve para dar sinais.

c) Os sinos foram fabricados, primeiro reunindo-se cha-pas de metal, mais tarde pela fundição.

200. Na missa a campainha se deve tocar duas vêzes: aoSanctus e à elevação (Missal). Mas é costume tocá-la noprincípio da consagração (d. 4377), em muitas igrejas aoofertório, ao Domine, non sum dignas, e à pequena elevação.

A campainha não se pode tocar na missa com o Santíssimoexposto, nem em outras missas durante a exposição. (d. 3157 ad10; 3448 ad 2.)

201. d) Sôbre a finalidade do sino escreve Durandus (1. 1. c., 4, n. 1) :"Toca-se o sino, para que os fiéis sejam convocados para o prêmio; cres-ça nêles a fé viva; sejam protegidos os frutos, as almas e o corpo dosfiéis, afastado o exército dos adversários e tôdas as ciladas dos inimi-gos; sejam mitigados o fragor do granizo, a procela dos turbilhões, oímpeto das tempestades e dos raios; os terríveis trovões e as ventaniasacabem, os espíritos das tormentas e os poderes do ar sejam derriba-dos... Tudo isto se acha na bênção dos sinos."

Os sinos bentos não podem ser empregados para o uso exclu-sivamente profano, exceto por necessidade ou com licença do Ordi-nário ou por costume legítimo. (Can. 1169, § 4; S. C. Conc. 28.3.31requisita tempestive et habita proprü Ordinarii licentia.) "Sempreque o bispo vai a qualquer igreja ou por ela passa, repicam ossinos." (P. C. 704, n.° 54; d. 3888 ad 1.)

0 dobre fúnebre não se tolera nos domingos e outras festas, nasquais é proibida a missa cantada de réquie absente cadavere, nasigrejas onde, na ausência dêle, por costume se celebra o ofício dosdefuntos ou á absolvição dos defuntos. .(C. B. n. 324, § 3.)

202. 0 Pálio (baldaquino, sobrecéu) é pano oblongo, sus-tentado por varas para ser levado a mão. Está prescritopara a procissão com o Santíssimo e com o Santo Lenho(relíquia da S. Cruz), e para o bispo, quando é recebidosolenemente.

A umbela é um pálio pequeno, um baldaquino, seme-lhante aos chapéu do sol, de côr branca, debaixo do qualo sacerdote leva o SS.. Sacramento em certas ocasiões.

§ 52. OS SINOS1/98, 1. Etimologia. Sino deriva-se de signum (= sinal),

, Porquanto com êle se dava o sinal para os Ofícios da igreja.Chamaram-no também campana = campa e o diminutivo decampainha, por ser célebre o b ronze da Campagna, de queeram fabricados. O termo "rola" não tem nada com a ci-dade de Nola, mas deriva-se da raiz céltica noll = soar.

2. História. a) No antigo testamento a veste do sumosacerdote era guarnecida de campainhas, por ordem de Deus.

Os chineses, babilônios, gregos e romanos conheciam a campa e acampainha e se serviam delas para o uso doméstico como hoje. Em Ate-nas os sacerdotes da Prosérpina chamavam o povo com campainhas parao sacrifício em honra dela.

199. b) Depois das perseguições os cristãos empregaram,entre outros instrumentos, também os sinos para convocar osfiéis. Em prova disso Bona (R. lit., I, e. 22) e Barônio (An-nales, an. 58, n. 104) alegam o costume geral dos pagãosde chamar com a campa os operários para o trabalho, o pú-blico para os banhos, de acordar os escravos de manhã. Por-tanto deviam ser grandes essas campas e locadas em lugarelevado. O imperador Augusto mandou pôr sinos no altodo templo de Júpiter no Capitólio. Os sacerdotes judaicosdavam de uma alta tôrre o sinal para começar o sábado.OS cristãos terão aproveitado êsse uso geral.

Page 51: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia102I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 103

§ 53. 0 VESTUÁRIO LITÚRGICO EM GERAL203. Origem e desenvolvimento das vestes litúrgicas.

I. Vestuário comum I-IV século. Nos primeiros séculoso vestuário dos sacerdotes nas funções sacras era o prof a-no. Pois a) Jesus Cristo não deu nenhuma prescrição deusar vestes especiais nas funções litúrgicas. Êle mesmo dis-se a primeira missa no cenáculo sem mudar de vestes; b)os apóstolos O imitaram. Nem quiseram tomar os ricos pa-ramentos do culto mosaico, provavelmente avisados pelofundador da Igreja. Pois nunca houve tentativa de introdu-zir vestes sacras judaicas. O Concílio Tridentino parece in-dicar êste fato, dizendo (Trid. s. 22, c. 5) : A Igreja instituiusegundo a doutrina e disciplina apostólica cerimônias e men-ciona também as vestes; c) a autoridade eclesiástica nãocriou por uma única lei o vestuário litúrgico; pois conhe-cemos a época aproximada da origem dos vários paramen-tos; d) prescreveu, porém, desde muito cedo um vestuáriode cerimônia de forma profana. Pois os cânones de Hipólito(Duchesne Orígenes 545) exigem do bispo, dos sacerdotes,dos diáconos e dos leitores "vestes brancas, mais belas doque as do povo" para as funções litúrgicas; e) a lei natu-ral impõe a obrigação de tratar as coisas santas com res-peito. Bem conhecidas eram as leis severas do antigo tes-tamento quanto a êste particular, as cerimônias na côrte im-perial e nos sacrifícios em honra dos ídolos. E' esta consi-deração a fonte primária do vestuário litúrgico do novo tes-tamento.

204. II. O vestuário litúrgico do IV-VIII século. (Braun,Lit. Handl. Kleidung.) Nesta época efetuou-se a) a diferen-ça entre a veste profana e a veste litúrgica. Pois a modaabandonou a antiga túnica ampla e preferiu as vestes cur-tas. A Igreja, porém, guardou o vestuário majestoso de ou-trora e o desenvolveu, acrescentando distintivos;

b) entre a veste clerical (Sínodo de Agde em 506) ea litúrgica (sínodo de Narbonne em 589);

c) entre as vestes dos diferentes graus hierárquicos;d) o modo de vestir os paramentos por cima das vestes

profanas;e) o costume de benzer o vestuário litúrgico.

205. III. O vestuário vigente do VIII-XX século. 1. Mudan-ças. a) Poucos paramentos foram acrescentados aos já exis-

tentes, p. ex., o pluvial (a capa de asperges), a sobrepelize alguns paramentos pontificais. b) Mudou-se o feitio e aclassificação determinada quanto ao uso litúrgico.

2. Classificação. Comuns a todos os clérigos são: a so-brepeliz, o amito, a alva com cordão, a capa de asperges, obarrete e o solidéu. Todos os outros paramentos são pró-prios só dos clérigos de ordens maiores e , usados principal-mente na missa.

206. IV. As vestes eclesiásticas (C. P., n.° 1309-1319) sãoas seguintes: batina preta, cabeção fechado pela parte pos-terior, capa romana, faixa preta com franjas, sobretudo ecle-siático, chapéu eclesiástico, voltinha lisa, sendo proibidoo colarinho secular.

Aos clérigos, que por causa de viagem se servem decavalo, permite-se veste eclesiástica de côr preta ou de ou-Ira côr conforme o juízo do Ordinário do lugar, a qual che-gue ao menos até ao joelho. Os sacerdotes, que vão admi-nistrar os sacramentos em casas particulares rurais, podemadministra-los vestindo tal veste e usando a sobrepeliz e aestola como de costume.

Traje civil só é permitido nas regiões onde é proibidovestir a batina. (C. B. n. 19, § 3.)

§ 54. AS CORES LITÚRGICAS

207. 1. Desenvolvimento. O cânon das côres litúrgicas nãose conhecia na antiguidade cristã, porquanto nesta época aveste litúrgica era branca, conforme o uso geral profano.Nem se deriva das côres litúrgicas do antigo testamento.Pois não existiam vestes litúrgicas de côr predominante, massó vestes guarnecidas de ornamentos de várias côres.

Os primeiros vestígios de um cânon das côres litúrgicas acham-se no tempo dos carolingios. Essencialmente, está fixo desde o sé-culo XII, abrangendo em Roma o branco, o vermelho, o verde e opreto como côres primárias; o escarlate, o amarelo, o roxo, comosecundárias. Mas havia . muita confusão nas côres e no seu em-prégo. Pio V suprimiu as côres secundárias e estabeleceu para aIgreja universal o cânon das cinco côres primárias: branco, ver-inelho, verde, roxo e preto, admitindo a côr de rosa em dois dias:(luudete e Lwtare. (Rub. Gen. 18, 1.)

208. 2. Origem e simbolismo. A origem das côres litúrgi-cas deve-se procurar no simbolismo, que naquele tempo(700-900) estava muito em voga. Quiseram exprimir o ca-ráter das festas ou épocas por côres convenientes, deixan-

Page 52: Curso de liturgia pe.João Reus

104 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 105

do-se guiar pelo senso comum. O branco é símbolo da pu-reza,reza, da graça santificante, da alma pura, da alegria. ( )vermelho simboliza o fogo, o sangue, por conseguinte oamor divino e o martírio. 0 verde é a côr da esperança davida (domingos). O roxo significa a penitência, lembrandoas contusões de cor roxa. O preto é símbolo de luto.

Das côres dos paramentos trata o missal por miado nasrubricas (Rub. Gen. 18, 19). Além disso, nos capítulos se-guintes, indicar-se-ão as côres prescritas para as váriasfúnções.

209. 3. Restrições. Outras côres são proibidas, p. ex., acôr amarela ou de ouro. (d. 3779 ad 3; 3191 ad 4.) Telade ouro puro substitui as côres branca, vermelha e verde(d. 3646 ad 2); tela de prata, a côr branca.

Permitem-se todos os matizes de uma côr, contanto que a côr clarm- -mente possa distinguir-se. Os paramentos de várias côres, em que ne-nhuma delas predomina, são proibidos. (d. 2769, V, 2.) Nos ornamentos,porém, p. ex., de flores, arabescos, outras côres se permitem. Nos para-mentos pretos não podem ser postos emblemas fúnebres (caveiras, ossos'cruzados, cruzes brancas (d. 4174 ad 1); pois onde está Cristo, aí estáa vida e a ressurreição.

§ 55. A BÊNÇÃO DOS PARAMENTOS210. 1) A bênção do vestuário litúrgico é mencionada pelaprimeira vez pela metade do século IX. Era reservada aobispo.

2) Objetos da bênção. Devem ser benzidos: a) indu-menta sacerdotatia (indumentária sacerdotal; Rit. Rom. VIII,20). Por êste nome se entendem, conforme o Pontifical Ro-mano: a casula, a estola da missa e qualquer outra, o ma-nípulo, a alva, o amito, o cordão; b) a pala, o corporal (c.22), as toalhas do altar (c. 21) ; o tabernáculo, a píxide paralevar o SS. Sacramento aos enfermos, a âmbula, a custódiae a lúnula com a fórmula Rit. VIII, 23; d. 4035, ad 4.

Devem ser sagrados o cálix e a patena.b) Podem ser benzidas: a capa de asperges, a dalmáti-

ca, a tunicela, a sobrepeliz. O simples uso de paramentosnão lhes confere a bênção. (Cân. 1148, § 2; d. 3162 ad 7.)

O sanguinho, o véu do cálix e a bôlsa não são bentos.(d. 2572 ad 12.)

A pala pode-se benzer sem o corporal. A fórmula dabênção se deve recitar como está no Ritual quer seja umapala ou mais que uma, seja com o corporal ou sem êle. (d.'3524 ad 3.)

211. 3) Sujeito da bênção. a) Podem consagrar o cálixe a patena os bispos e os sacerdotes delegados para issopela Santa Sé; fora disso a sagração é inválida. (Cân.

1147, 1.)b) Podem benzer as vestes litúrgicas (cân. 1304) :1. Além dos bispos e cardeais, todos os párocos para

as igrejas e oratórios situados no território da sua fregue-sia; os reitores das igrejas para as suas igrejas.

2. Os sacerdotes delegados pelo ordinário do lugar den-tro dos limites da delegação e da jurisdição do delegaste.

3. Os superiores religiosos e sacerdotes da mesma ordemdelegados por êles, para as suas igrejas e oratórios própriose para as igrejas das religiosas sujeitas a êles.

Se um sacerdote desse uma bênção reservada sem de-legação, a bênção seria ilícita, mas válida (can. 1147, § 3).O sacerdote delegado não pode tomar as fórmulas do Pon-tifical, mas só as do Ritual, e estas sem mudança (d.3524 ad, 2).

§ 56. TRATO DOS PARAMENTOS

212. 1. As vestes litúrgicas perdem a bênção (cân. 1305)a) se sofrerem tais lesões e mudanças que percam a formaprimitiva e já não sejam julgadas aptas para o seu uso (p.cx., 1. desfazendo as costuras, de sorte que deixem de exis-tir na forma em que foram bentas; 2. renovando-as pelametade. Braun, Lit. Handl. p. 101; 315; Solans-CasanuevaI ri.° 90; Kieffer, p. 138, se o cordão se rompe de sorte quenenhuma parte serve para cingir-se o C. Mach-Ferr. I p.398.) O fôrro renovado de uma veste litúrgica não exigenova bênção.

b) Se tiverem sido empregadas para usos inconvenientesou se tiverem sido postas à venda pública.

213. 2. Os vasos que contêm o SS. Sacramento ou, de-pois de usados, ainda não tiverem sido purificados, só po-dem ser tocados pelos sacerdotes e diáconos revestidos li-lu rgicamente, e devem ficar colocados sôbre o corporal.

Tocar no sanguinho, pala, corporal usados na missa eainda não lavados e no cálix é permitido só aos clérigos eas pessoas encarregadas da guarda dêles, por conseguintelanibém a dois ou mais sacristães auxiliares (ab i.is) adidos

ao sacristão-mor, p. ex., nos colégios. Urna obrigação sob

Page 53: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 107106 R e u s, Curso de Liturgia

pecado para os leigos, de não tocar nestas coisas sagradas,não está contida no cânon, a não ser no caso de desprêzo ouescândalo. (Cappello I n. 804.)

Os sanguinhos, palas e corporais, empregados na missa,não podem ser entregues a leigos nem sequer a religiosospara serem lavados, antes de serem abluídos por um clérigode ordens maiores; a água desta primeira ablução deite-sena piscina ou, se a não houver, no fogo. (Cân. 1306.)

§ 57. O SIMBOLISMO DAS VESTES LITÚRGICAS

214. 1. Muito cedo começaram a achar nas vestes sagradassignificações simbólicas. Os primeiros vestígios remontamao século VII. Originaram-se pouco a pouco quatro expli-cações simbólicas do vestuário litúrgico: nos séculos VIII-XII a explicação moral; no século XII a dogmática e ale-górica; no século XIII a histórico-representativa.

2. Fala-se de explicação moral, quando se vê nas vestessimbolizadas as virtudes, que mais devem ornar o sacerdo-te e que são indicadas nas orações que acompanham o atode vesti-las: o amito, a fortaleza; a alva, a mundicia daalma; o cordão, a castidade; o manípulo, a compunção e aslágrimas de penitência; a estola, a fé, a esperança e a hu-mildade; a casula, a caridade.

3. A alegórica considera as vestes litúrgicas como armasdo sacerdote: O amito simboliza o capacete; a alva, a cou-raça; o cordão, o arco e a flecha; a estola, a lança; o ma-nípulo, a clava de combate; a casula, o escudo. (Cf. Eph.Lit. 1933, p. 368.)

4. A explicação histórica lembra as vestiduras de NossoSenhor na paixão: o amito, o véu com que velaram a santaface; a alva, o vestido branco de escárneo; o cordão, as cor-das; o manípulo, o flagelo; a estola, o manto de púrpura oua cruz; a casula, a cruz.

5. A explicação dogmática, a que menos se cultivou,considera os vários mistérios da vida e morte de Nosso Se-nhor Jesus Cristo e suas relações com a Igreja. (Braun, Lit.Handl., p. 334.)

§ 58. AS PRINCIPAIS VESTES LITÚRGICAS215. Amito (amictus, humerale) era o nome de um panousado pelos romanos, que cobria o pescoço e os ombros.Faz parte do vestuário litúrgico desde o século VIII. Desde

o século XI introduziu-se o costume de pô-lo sôbre a ca-beca e depois vestir a casula, descê-lo e adaptá-lo em re-dor do pescoço. Nos séculos XV-XVIII perdeu-se êste costu-me, que ainda se conserva apenas em algumas ordens reli-giosas, p. ex., de S. Francisco, S. Bento, S. Domingos.

Agora tem forma retangular (não quadrado) feito depano de linho, com a cruz no meio da orla entre as extre-midades (Cappello I n. 807) (accipiens circa extremitatesosculatur illud in medio ubi est Crux, Rit. miss. I, 3). E'usado debaixo da alva.

216. 2. A alva (alba se. tunica, tunica linea) é a tunica .

lalaris (camisia) do vestuário profano romano. Deve serfeita de linho puro ou cânhamo (d. 2600), ampla e tão com-prida (c. 1,70 m) que, arregaçada, desça até ao tornozelo.As mangas (50-60 cm) e a orla podem ser bordadas ou en-feitadas de rendas (desde o século XVI).

A alva é proibida aos leigos, mesmo regulares (d. 1111 ad 6) ;aos sacerdotes, usando a estola sôbre ela para presidir aos ofícios(d. 1777 ad 3), a não ser que precedam ou sigam imediatamente àmissa (d. 3574 ad 3); para expor e repor o SS. Sacramento (d.:1697 ad 12); para as procissões e é prescrita a sobrepeliz debaixodas casulas, dalmáticas e tunicelas (d. 1619 ad 9; C. E. I, 15 n.6); é permitida, como também a casula, dalmática e 'tunicela, naprocissão do Corpo de Deus (d. 2362 ad 1; C. E. II, 33 ri. 5) ;rstá prescrita não só para o diácono e subdiácono, mas tambémpara o celebrante na bênção com o SS. Sacramento. (d. 3799 ad 1.)

217. 3. 0 cordão deriva-se do cordão ou cinto romano,que servia para colher a túnica comprida. Pode ser brancoo tu da côr dos paramentos, fabricado de linho ou séda oula (d. 2067; 3118; 2194), 3,50-4 m de comprimento, se fôrduplo.

São proibidos na América Latina os cordões de algodão (C.P. p. 683), ou em forma de faixa. "Visto que pelo cordão são sim-bolizadas as cordas e os açoites, com que Cristo Nosso Senhorloi atado e flagelado, reprovamos completamente os cordões feitosde pano mais ou menos enfeitado, assemelhando-se antes a um cin-In ou a uma faixa. Podem, porém, ser tolerados tais cordões já emlimo até que sejam imprestáveis. d. 4048." (Conc. Am. Lat. ti. 905.)

218. 4. A sobrepeliz (superpelliceum, por ser vestida sôbre,1 peliça de agasalho no inverno), era túnica talar comprida( Ir clérigos, devido ao seu fim, com mangas largas. Aparece.1 primeira vez no século XI. No século XIV começaram anrurta- la. Cota é o nome da sobrepeliz na Itália. (Braun,

I.il. Ilandl., p. 329; Instr. Clem., § XI, n. 8.)

Page 54: Curso de liturgia pe.João Reus

108 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 109

Existem várias formas; nenhuma foi reprovada. Comprimento c. 1 mincluidas as rendas. As mangas, contando desde a abertura para o pes-coço, 64 cm. E' permitida a cantores leigos. (d. 3248 ad 4.)

Distingue-se do roquete (raiz alemã Rock), que tem as mangas es-treitas. riste é insígnia prelaticia e não pode substituir a sobrepeliz naadministração dos sacramentos e sacramentais. (d. 3784 ,ad 2.)

219. "Os acoitos, alvas, sanguinhos, corporais, palas, ma-nustérgios, toalhas de altar e cíngulos devem ser de linho,e convém que sejam mudados frequentemente para serviremsempre limpos." d. 2600. (C. P., n. 797, Conc. A. L. n. 904.)

Convém que sejam de linho também as sobrepelizes, ro-quetes, mapas para a s. comunhão e outros mapas. (Conc.A. L. n. 904.)

220. 5. 0 manipulo (manipulas, mapula = paninho) eraoutrora o lenço para o uso costumado. Com o tempo se tor-nou o lenço de cerimônia, levado na mão e empregado peloscônsules e pretores romanos para dar o sinal do princípiodas carreiras no circo e para transmitir ordens. Para dirigiras assembléias litúrgicas, também o pontífice romano o usou,de sorte que foi um distintivo dêle e de clérigos, a quemêle o concedeu. Pouco a pouco tornou-se uma faixa.

E' hoje uma faixa cie uni metro de comprimento e 5-10cm de largura, as extremidades pendentes mais largas. Põe-se sôbre o braço esquerdo, sendo segurado por fitas ou pelaestreiteza da abertura para o braço. Só no século XVIII sefizeram os manípulos desformes com as extremidades em for-ma de pá. E' prescrita uma cruz no meio.

O manípulo nunca se põe quando se usa a capa de as-perges. (Rub. Gen. XIX, 4.)

221. 6. A estola (stola, orariam). 1) No princípio a estolaprovavelmente era uma tira de tecido de linho ou lã desti-nada a resguardar o pescoço. No Oriente aparece como fai-xa no século IV; já como distintivo, no Ocidente no séculoVI. Antigamente era muito comprida, agora é de 1,20-1,25 m,5-10 cm de largura com três cruzes. Na missa o bispo a trazsempre suspensa no pescoço e a deixa cair direita por diante.O sacerdote a tem da mesma maneira sôbre a sobrepeliz,mas cruzada no peito sôbre a alva; o diácono, a tiracolo.

2) O uso da estola é obrigatório: 1) na missa; 2) na ad-ministração dos sacramentos (salvo a pénitência, Rit. Rom.1, 1; 7) e sacramentais; 3) para o oficiante num entêrro ounuma procissão; 4) para pregar, se é costume (d. 3157 ad6); é proibida, porém, para o sermão fúnebre (d. 2888); 5)

quando o sacerdote ou o diácono toca 'num vaso sagradocom o SS. Sacramento; 6) quando êles recebem a sagradacomunhão (côr branca ou outra) (d. 3499; Rit. IV c. 2 n. 4;Decr. t. V p. 149). Na comunhão privada os diáconos devem(debent) trazer a sobrepeliz e a estola a tiracolo. Mas oRitual não exige a sobrepeliz.

A estola do pregador seja da côr do ofício do dia cor-respondente (d. 3764 ad 13).

222. 3) O uso da estola é permitido: 1) ao oficiante noofício dos defuntos (d. 3029 ad 4 e 5); 2) aos sacerdotesque, como diretores de confrarias (sodalitatum, d. 2763;

con f raternitatum, d. 2653) acompanham uma procissão ouum entêrro; sendo, porém, proibido aos párocos (d. 2769,VI, 2) e diretores de pias uniões (piaram associationum, d.3191 ad 2), p. ex., apostolado da oração; 3) aos sacerdotese diáconos, que assistem à adoração do SS. Sacramento pu-hlicamente exposto (d. 2709 ad 2) ; 4) para assistir a umsacerdote durante a missa nova (d. 3515 ad 7).

223. 7. A dalmática (veste oriunda da Dalmácia) é urnaI única comprida com mangas longas e largas, adornada deduas bandas de côr (de púrpura) verticais na parte ante-rior e posterior, era no século II, em Roma, o vestido ex-

terior das classes nobres. Parece que já no século IV foiadotada para o uso litúrgico. No princípio, de côr branca,era insígnia distintiva do papa e dos seus diáconos, poucoa pouco também fora de Roma foi introduzida pelos bispose diáconos. Nos séculos IX e X começaram a encurtá-la; noséculo XI, a introduzir dalmáticas de côr. Ao lado foram gol-peadas e até as mangas rocadas.

224. 8. A tunicela (tunicella) era antigamente uma túnicacomprida como a dalmática,' mas distinguia-se dela por sermenos ampla, com mangas estreitas e sem bandas. (Braun,Lit. Handl., p. 357.) Desenvolveu-se do mesmo modo que adalmática, da qual hoje não se diferencia. Somente para aIiinicela do subdiácono na missa pontifical o C. E. prescrevemangas um pouco mais compridas e mais estreitas do quep; ura as dalmáticas. (C. E. I, 10, 1.)

225. 9. A casula (casula, planeta). 1) História. A casuladeriva a sua origem da antiga paenala, um manto de panoenl mangas, em forma de sino ou tenda (casula = casa pe-

Page 55: Curso de liturgia pe.João Reus

110 R e u s, Curso de Liturgia

quena) que cobria todo o corpo, com uma abertura no meio,por onde se enfia a cabeça, um poncho redondo. Chamava-se também planeta (do verbo grego planao = errar, girar),porque as fímbrias eram flutuantes e se acomodavam sôbreos braços (Durandus III c. 7 n. 1), ou como diz S. CarlosBorromeu, por causa da sua amplitude. (Instr. 3. Conc.Mediol.)

Cedo foi recebida entre as vestes litúrgicas, comum atodos os clérigos até ao século IX-X. O diácono vestia a ca-sula nos dias de penitência, dobrada para dentro na frente(planeta plicata), do evangelho até à comunhão enroladanuma faixa que repousava no ombro esquerdo. Assim asmãos ficavam livres para as funções. Hoje põe o estolãonos dias enumerados nas Rub. Gen. XIX, 6.

A casula não era, portanto, paramento exclusivamenteda missa. Só quando por volta do ano 1000 começaram ausar a capa de asperges para muitas funções litúrgicas, éque a casula ficou reservada para a missa.

No século XIII começaram a diminui-la acima dos bra-ços, de sorte que recebeu a forma de escapulário. Esta ca-sula simplificada na época do estilo baroco tornou-se mo-derna. Não é lícito, sem licença da S. -Se, introduzir ou em-pregar casulas de feitios não conforme à casula romana.(d. 4398.)

226. 2) Modificações. Os ornamentos das casrtlas não es-tão prescritos e por isso são diferentes. a) Na Itália põe-seuma peça transversal entre o bastão vertical anterior e aabertura no meio da casula, que desce em forma de trapézioaté ao peito. Assim, origina-se uma cruz semelhante à letraT (crux commissa). Na parte posterior aplica-se uni bastãocom enfeites.

b) Na Espanha só se usam bastões, sendo a parte pos-terior alargada de 45 cm em cima para 60-65 cm em baixo.

c) Além dos Alpes, a casula tem na parte anterior unibastão, na parte posterior uma cruz retangular, antigamenteem forma de cruz imissa. A respeito do tamanho da casularomana simples não existe nenhuma prescrição. O compri-mento convém ser de 1,05-1,15 cm e a largura de 65-67 cnr.

227. A casula descrita nos livros litúrgicos é a casula amplade que fala o Cceremoniale (1. II, c. 8, n. 19) : Episcopus indui-tur planeta, qucn hinc inde super brachia aptatur et revolvitur

I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 111

oiligenter, ne illum impediat: "O bispo é revestido da ca-sula, que em ambos os lados se acomoda sôbre os braçose se retorce diligentemente para não impedi-lo." Para severificarem as expressões "acomodar" e "retorcer", forçosoé, como a experiência ensina, supôr unia largura igual à dachamada casula gótica. Do contrário é impossível retorcê-la,porquanto não existe matéria para ser retorcida ou possaimpedir o celebrante. E' a chamada casula de S. CarlosBorromeu, de 1,50 de comprimento, 1,50 de largo. (Gerardy.)

A casula romana ampla não é a gótica do d. 4398, nor nãoterminar em pontos ogivais, nem está compreendida no d. 4398. Pois,segundo este decreto, a casula gótica foi abandonada desde ostempos do concílio tridentino; ora a ampla foi prescrita por Cle-mente VIII no C. E. de 1600, depois do concílio tridentino "para• uso comum dos bispos" (Bulla Cum novissimis), e por outrospontífices seguintes. Segundo Wernz-Vidal (lus can. 1934, t. IV,n. 429) esta casula é conforme ao uso romano: nem esta lei litúr-gica das bulas veio a ser expressamente corrigida (can. 2). 0 povogosta das casulas amplas.

O C. B., aprovado por Pio XII, trata da casula no d. 408 e temo dispositivo seguinte: "Na confecção e no emprego dos paramen-los para o sacrifício da missa e as funções sagradas, não é per-mitido, sem consultar a S. Sé, afastar-se do uso aceito pela igreja."

Devido a esta alusão ao d. 4398 da S. R. C., feita pelo C. B.,e a outros decretos mais recentes, as casulas góticas já não sepodem confeccionar sem licença da S. Sé. Mas considerando o cos-tume da S. Sé em casos semelhantes e a licença dada nesta matériacm caso particular (P. S. M. 22.4.1939) e em conformidade com ad. 3945 da S. R. C. aprovando a regra que "os decretos tem o al-cance de servirem de norma e exemplo nos mesmos casos e emcasos semelhantes na Igreja universal", é solidamente provável quesem mais se possa considerar dada a licença necessária para apro-veitar os paramentos já usados até serem imprestáveis.

228. 3) A matéria para a casula é a sêda. (Rit. miss. I,1. "velo serico"; d. 3628.) Permite-se meia sêda. (Tecido deseda e algodão; d. 3543.) São proibidos tecidos de musseli-na (d. 1287) e percale (linho e algodão; d. 2769, V, 3), deIll (d. 3779 ad 1) ou com fios de vidro. Permitem-se orna-mentos pintados ou bordados (d. 3576) e imagens pintadascm tela de linho ou algodão e aplicadas aos paramentos deseda. (d. 3628.) Antigamente, às vêzes, usavam-se casulasde lã, algodão, linho, couro (séc. XVIII), de palha para amissa da noite santa.

4) A casula se usa: 1. Para a missa; 2. conserva-se para;i pregação durante a missa; 3. para a exposição privada esolene do SS. Sacramento; 4. para a bênção na exposiçãoprivada com a âmbula (d. 3833 ad 3); 5. para a celebração

Page 56: Curso de liturgia pe.João Reus

112 R e u s, Curso de Liturgia

do casamento, se a missa se seguir imediatamente (d. 3158ad 3) ; 6. pode-se vestir sôbre a sobrepeliz para impôr asmãos aos diáconos na administração do presbiterato (Pont.Rom.); 7. na procissão de corpo de Deus.229. 10. O Pluvial (capa de asperges, pluviale) derivada(Braun, Lit. HandI.) da capa clerical e monástica dos sé-culos VIII e IX, é um manto aberto com capuz, para se pro-teger contra o frio e a chuva (pluviale). O capuz desde oséculo XI era só um ornamento, o que aumentou no séculoXVII até à metade da veste.

O pluvial, a veste litúrgica do clero, prescrita ou permi-tida em muitas funções, é proibida aos leigos. (d. 3248 ad 1.)

11. O véu de ombros encontra-se no século VIII. E' opano, com que o subdiácono ou acólito (patenarius) envolviaos vasos sagrados. Não é veste nem precisa da bênção. Aossacerdotes é proibido o gremial. (d. 3268, ad 4.)

230. 12. 0 barrete (biretum). Origem. Os primeiros ves-tígios do barrete aparecem pelo ano de 1000. Era um gorrohemisférico ou cilíndrico. As palas levantadas se usavamdesde o fim do século XV. 0 barrete de 4 palas levantadas,insignia dos laureados, é proibida para as funções sacras (d.2877 ad 1) no rito romano; é permitido pelo costume fran-cês, alemão e inglês.

O barrete não é ornamento litúrgico (d. 2877). E' proibido: 1.ao pregador, estando exposto o SS. Sacramento; 2. ao oficiante oucelebrante exercendo (p. ex., bênção, Libera) urna função sacra qual-quer (Rit. Rom. t. VIII, c. 1, n.° 7); 3. durante o oficio na recitaçãodo Padre Nosso, absolutio, benedictio, dos cânticos e do símboloQuicumque.

E' prescrito 1) para o celebrante que vai para o altar ou voltadêle, sendo ao chegar a primeira cerimônia tirar o barrete, e aovoltar a última pôr o barrete; 2) só os clérigos paramentados, aomenos com estola, podem levar o barrete pôsto, passando pelaigreja (d. 2184 ad 3, ratione habita paramentorum); 3) nenhuniclérigo, fora do oficiante, pode levá-lo nas procissões, p. ex., dasRogações, sendo lícito, porém, o solidéu; 4) ninguém pode levá-lona procissão teofórica, sendo proibido também o solidéu. (d. 2769,VI, 1; 2.)

§ 59. AS VESTES PRELATICIAS E PAPAIS231. As vestes prelaticias são: 1. o roquete; 2. a murça,pequena capa com capuz; 3. a capa magna, um manto comcauda muito comprida; 4. o mantelete, espécie de pequenomanto para uso fora da diocese; 5. a cruz peitoral, que en-cerra relíquias de mártires; 6. o anel no dedo anular (4.°

1 I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 113

dedo) da mão direita. Mas só os cardeais, bispos, abades eprotonotários apostólicos tem o direito de usá-lo nas funçõeslitúrgicas. (d. 3821.) 7. o solidéu e o barrete roxo.

2. As vestes pontificais: 1. as meias de cerimônia, que obispo calça sôbre as meias ordinárias; 2. as sandálias de sêdada côr litúrgica; 3. as luvas; 4. a mitra; 5. o báculo; 6. ogremial, que se põe sôbre os joelhos do bispo sentado, namissa pontifical; 7. o pálio para o arcebispo.

3. As vestes papais, além das vestes pontificais, são: 1.a falda, espécie de saia de sêda branca; 2. o subcíngulo, es-pécie de manípulo; 3. o fanon de sêda branca sôbre a ca-sula; 4. a tiara; 5. o anel de pescador.

§ 60. OS VASOS LITÚRGICOS

232. 1. O santo cálix (Calix sanctus. Ordo rom. III n. 16).I?ntre os vasos litúrgicos o mais antigo e mais santo é ocálix. Desde o dia, em que Nosso Senhor .o usou pela pri-meira vez para o sacrifício da missa, sempre foi empregadono santo sacrifício, excluindo-se qualquer outro vaso. Porisso os antigos (liturgia galicana) chamaram a quinta-feirasanta natalis calicis, quia tune calix a profano uso ad sacrum('hristo auctore translatus est.

1) Matéria. a) No decorrer dos séculos tem havido cáli-ces de madeira, mármore, barro, bronze, chifre, âmbar, vidro,marfim, estanho, chumbo, cobre, prata e ouro. b) Nos pri-meiros séculos os cálices de vidro eram frequentes, por se-rein baratos. Pois refere S. Irineu (Adv. haer. 1, 13) que opovo podia distinguir de longe a côr do vinho consagradopelo herege Marco. Porém neste. tempo existiam já cálices de

u .o, os quais no século V se tornaram bastante frequentes,:in lado de outros de matéria barata. O sínodo de Tibur (895)proibiu oferecer o santo sacrifício em cálices de madeira. c)A lei eclesiástica exige para o cálix ouro e prata, ou ao me-nos a copa de prata dourada no interior (Rub. Miss. II, 1n. 1). Por motivo de pobreza ou outra necessidade, admite-selanibém o estanho (Rub. Miss. III, 10, 1) e bronze de alu-uiinio. (Pius IX, 9. 12. 1866; Cappello, de sacr. n.° 798.)

233. 2) A forma. a) essencial. Certas partes não faltamvoi nenhum cálix: a copa, que contém o SS. Sangue, o nópara se pegar e o pé.

(;urso de Liturgia - 8

Page 57: Curso de liturgia pe.João Reus

114 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 115

b) a forma acidental. Antigamente, até ao século XIII,havia cálices com asas, ao lado de outros sem asas. Esta for-ma era a mais usada. Com as várias épocas da arquiteturamudou a construção do cálix. A forma romana tem a copahemisférica, a gótica a copa cônica ou semelhante a umapera, o baroco tem a forma bojuda.

c) já no século II e III distinguia-se bem o cálix profa-no do cálix litúrgico, o qual era enfeitado com imagens (bompastor), pintadas, esmaltadas e gravadas, e pedras preciosas.234. 3) Uso. Distinguiam-se: a) calix sanctus, stationa-rius para a missa; b) o calix maior ou ministerialis, em queestava o SS. Sangue para a comunhão dos fiéis; c) o calixoffertorii ou scyphus, em que os acólitos reuniam o vinhooferecido pelos fiéis; d) o calix baptismalis, em que se mi-nistrava leite e mel para o batizados (daí o Introito Fer. IIIpost. Pascha: "Introduxit vos Dominus in terram fluentemlac et mel, all."); e) o calix viaticus, para a viagem; f) o cálixpara a sepultura dos bispos e sacerdotes, de ordinário deestanho, chumbo, madeira, cera, mas também de ouro.235. 4) Complementos do cálix. a) A caninha (fistula),com que os fiéis bebiam o SS. Sangue do cálix; ainda é usa-da na missa papal solene.

b) A patena (grego: patané = bacia) é inseparável docálix; é tão antiga como o cálix e da mesma matéria queêle. Antigamente era muito maior, porque as hóstias erammaiores e se deviam partir sôbre ela. Conhece-se uma patenade 25-30 libras (c. 12 k).236. 5) Consagração e execração. O cálix da missa deveser consagrado pelo bispo, como é costume desde o VI-Vilséculo. Um cálix, empregado bona fide para a celebração d a .missa, não fica por isso consagrado. (Cân. 1147, § 1.) 0cálix é execrado: 1. se perdeu a primitiva forma; 2. se foiaproveitado para fins indecorosos ou posto à venda. (Cân.1305, § 1; 2.)

Execrado é o cálix que tem uma fenda no fundo, quefoi quebrado em duas partes, a não ser que tenha sido cons-truído para desarmar. Sendo gastada a douradura é obriga-ção grave dourá-lo de novo, mas a nova consagração omite-se.237. 6) Simbolismo. O cálix com a patena é o símbolo dosepulcro do divino Redentor (Pontif. Rom.) Daí a cerimô-nia, aliás inexplicável, que se faz na quinta-feira santa: a

hóstia que deve ser conservada para a sexta-feira santa sepile no cálix, cobre-se com a pala e coloca-se por cima all;llena. Primeiro se põe a pala, que significa o lençol en-volvendo o santo corpo do Senhor, depois a patena, i. é, apedra do sepulcro.

O cálix de ouro representa (Durandus I c. 3 n.° 45) os tesourostic sabedoria escondidos em Jesus Cristo, e por isso também o amor1liviuo: diligentes me diligo (Prov. 8, 17), e o amor do Coração di-vino. A abertura do cálix simboliza a chaga aberta neste santo Co-i ufão, do qual sai o divino sangue que se bebe, ut ditem diligentesme. (Prov. 8, 21.)

A patena significa a cruz (Durandus IV, c. 30, n.° 25), emtine repousa o corpo de Nosso Senhor. A cruz que se costuma)'raivar rente a uma das bordas, além de ter um fim prático, lem-llra acertadamente este mistério da paixão.

238. 7) Construção e conservação do cálix. 1) 0 artífice11.111 plena liberdade nos seus desenhos. Existe, porém, umdecreto S. R. C. (30.7.1922) prescrevendo "que os novosc;'íl ices não se afastem da forma usual, por causa do perigode derramar o SS. Sangue e causar admiração." (d. 4371.)

2) Para servir bem ao celebrante, o cálix tenha: a) uma altura nãouil'erlor a 17 cm (altura conveniente) nem superior a 22 cm por causa.lo equilíbrio; b) a copa nem muito larga nem muito bojuda em baixoe estreita em ..cima, nem com bordos muito grossos, mas sim finos, nem/ e ia guarnecido com ornamentos até quase à borda; c) o nó não tenhae1. etas cortantes, nem seja semeado de pontas agudas; sendo furado éX111'1(..11 a limpeza. c) o pé seja largo, pesado, munido de uma cruz, paraluillear o lugar da copa, por onde se bebeu o SS. Sangue; d) a patena

iwtls cômoda tendo a forma de um segmento esférico e uma cruz parawil e1. o lado por onde pegá-la sem perigo de se perderem partículas eu-nrleticas; e) o seu diâmetro exceda o da copa de 4 cm, sôbre-saindo por

d uls cm sobre a copa; f) evite-se a umidade que estraga a douradurados vasos sagrados, limpando-os bem e conservando-os num estojo oul nno mole; g) não se usem meios fortes para limpá-los. O melhor édlrool em pano de lã com sabão ordinário ou benzina ou sumo de tomate.

230. 2. A píxide (ciborium, pyxis, tabernaculum) ou âm-hul;l (ampulla) na forma moderna existe desde o séculoti I I I. 1) História. Nos séculos anteriores usava-se para con-.,ervar o SS. Sacramento uma cápsula redonda com tampa'leila de metal, marfim ou madeira. Daí o nome. Cibório (ci-borium) derivam uns de cibus, porque êste vaso contém aomida celestial, outros de ciborium ou baldaquino que co-

in ia o altar e em que muitas vêzes estava suspenso o vaso1.11111 0 SS. Sacramento. (Capello 2 , de sacr. n.° 395.)

2) Matéria. Conforme o Ritual (IV, I, 5) e o Cân. 1270pixide deve ser feita de matéria sólida e decente (sólida

Ilecentique inateria). a) Não se diz qual seja esta matéria.l'l n lvém que seja de ouro, prata, ou, se de estanho, cobre,1;1'j;í dourada por dentro. (C. B. 212 § 2.) Não existe, po-réis, nenhuma obrigação a êste respeito, porquanto nem o

II*

Page 58: Curso de liturgia pe.João Reus

116 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. III: Santos Lugares 117

direito canônico, nem outra lei litúrgica qualquer o prescreve.(Cappello 1. c.)

A Carta Pastoral 1915; n.° 215, diz: "O SS. Sacramento se con-serve em âmbula de ouro ou de prata, dourada ao menos no in-terior da copa, coberta sempre com o véu de sêda apropriado, omais rico que fôr possível e repousando sôbre um corporal, em ta-bernáculo ou sacrário decente. Matéria decente não é nem ferro,nem chumbo, nem bronze, nem marfim. O vidro nem é matériadecente, nem sólida." (d. 3511.)240. b) Deve ser fechada com a tampa coberta por um véude sêda branca (Rit. I. c.) Por isso não é suficiente cobri-lacom a pala ou corporal senão por necessidade ou por brevetempo.

c) Deve ser benta (Rit. Miss. II, 3) pelo bispo ou sa-cerdote delegado. Contudo S. Afonso (n. 385) chama prová-vel a opinião dos doutores que negam a necessidade da bên-ção, de sorte que, praticamente, um sacerdote que usasseuma píxide não benta (secluso contemptu) excluindo o casode desprezo, não cometeria pecado. No tabernáculo, a pi-xide deve ser colocada sôbre o corporal, conforme o costu-me. De verdadeira obrigação não consta (Cappello 1. c. n."396 sqq. C. P. supra). Deve ser benta com a mesma fórmulaa pixide para levar a comunhão aos doentes. (Fórmula:tabernaculum Rit. VIII, c. 23.)241. 3. Custódia (monstrantia, tabernaculum,- ostensorium).a) A custódia foi introduzida no século XIV por ocasião dafesta de Corpo de Deus. Além disso no século XV come-çou-se a fazer a exposição do SS. Sacramento no altar paraa adoração pública.

No princípio levava-se o SS. Sacramento na procissão fechadona pixide, costume guardado por falta de custódia em alguns lu-gares até ao século XVII. Para tornar visível a S. Hóstia, aprovei-tavam-se os relicários em forma de tôrres, feitas para a exposiçãodas relíquias; mais tarde deu-se a êstes vasos de exposição a formade altar, de sol radiante ou de uma outra forma artística. Prescrilué só que a custódia seja munida "de uma cruz" (d. 2957).

A Carta Pastoral (1915, App. VI, p. 466) prescreve: A custódia ouostensório, em cuja sumidade deve haver cruz, há de ser de metal sólido,dourado ou prateado, o mais rico possível, com raios em redor do lugarda sagrada Hóstia, deixando-a bem visível (d. 2957).

242. b) A luneta, em que se põe a S. Hóstia na custódia,deve ser de ouro ou de prata dourada, benta pelo bispo ou porum sacerdote expressamente delegado. Pode ter a forma deum crescente, com uma abertura, em que entra a S. Hóstia;ou de lua ou circunferência, com dois cristais bem transpa-rentes, separados completamente por um circulo de ouro ou

de prata dourada, sôbre o qual descansa a S. Hóstia; poisou, vidros não devem tocar nela. (d. 3974. C. P. L. A., n.° 373.)243. c) para consagrar a hóstia grande, embora esteja bemvisível entre os vidros, deve-se abrir a luneta (d. 3524 adli ) . Mas não deixaria de ser válida a consagração, se o sa-cerdote se esquecesse de a abrir.

Para conservar a Hóstia grande que deve ser removida de oitorno oito dias (C. E. I, VI, 2. C. P. L. A. n.° 370), há vários mo-dos: se a custódia couber no sacrário, lá poderá ficar (De Herdt);iu não couber, o que parece ser o mais ordinário, coloca-se só aInmeta no sacrário. Se a luneta tem vidros, é simplesmente colocadadiedro do sacrário (d. 3974). Sendo um crescente, é melhor guardaresla Hóstia com o crescente numa âmbula especial.

244. 4. As galhetas são mencionadas pela primeira vez nofú•culo V em statutà ecclesice antiqua. (Denzinger n.° 153.154.) Lá se prescreve que o subdiácono receba urna galhetacone água, o acólito urna galheta vazia para levar o vinhopara a missa: "Urceolum vacuum ad suggerendum vinum incucharistiam sanguinis Christi".

Esta fórmula, acrescentando só: vinum "et aquam", é aindaunida, embora o bispo entregue ao novo acólito uma galheta só.Como se explica essa dissonância? O acólito mais tarde foi en-arregado de levar também a água para o altar, e por isso a forma

lui mudada em vinum et aguara. A rubrica, porém, não foi mu-

dada e prescreve ainda hoje: entregar uma só galheta ao ordenando.I I'ontif.)

As galhetas devem ser de vidro (Rit. Miss. XX). Tolera-o costume de se servir de galhetas de ouro e prata. (d.

.1149.) Prescrito é o prato em que são colocadas as galhetas.

CAPITULO IV.

O TEMPO SACRO

§ 61. 0 ANO ECLESIÁSTICO EM GERAL

245. Servir a Deus não é só obrigação do indivíduo, masIanibém da comunidade. A veneração comum, porém, da di-vina Majestade supõe nos membros desta comunidade o co-nhecimento de uma hora fixa para o culto, e de um tempodeterminado para certas funções cultuais. A esta exigênciacorresponde o ano eclesiástico.

1. Definição. Materialmente o ano eclesiástico é uma su-cessão de 365 ou 366 dias. E' formado à semelhança do anocivil, composto de 52 ou 53 semanas.

Page 59: Curso de liturgia pe.João Reus

118 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 119

Liturgicamente, em sentido lato, designa os 52 domin-gos, cada qual com a sua semana (p. ex., Fer. 2 infra Dom.8 post Pent.) e com as festas ocorrentes. Nesta acepçãotambém o antigo testamento possuía ano litúrgico. Mas onovo testamento tem algo mais: a significação mística.

Misticamente, o ano eclesiástico é a repetição da vidade Cristo, baseada na celebração dos mistérios principais dodivino Redentor.

Portanto, o ano litúrgico em sentido estrito é o anosolar repetindo a vida de Jesus Cristo pelos tempos santos.246. 2. História. O ponto de partida do ano litúrgico seacha no santo sacrifício da missa, em que "a obra da nossaredenção se celebra". Pois nele se renovam as obras princi-pais desta redenção: a paixão, a ressurreição e a glorificação.

A formação do ano litúrgico, na qualidade de tempo sacro, de-ve-se atribuir à comemoração da obra da redenção em dias deter-minados. Tais eram os domingos e as festas de páscoa e pente-costes. Cada domingo (dies dominica) é dia de Nosso Senhor elembra a sua ressurreição. Déste feito todo o ano litúrgico possuium caráter cristocêntrico e eucarístico. Aperfeiçoou-se pelo aumen-to sucessivo das festas; no século VII-VIII tinha a forma de hoje.Testemunha-o o sacramentário gregoriano, discrepando só no fatode contar 5 domingos do advento em lugar de 4. O jejum antes d,ipáscoa havia já no II século, o qual pouco a pouco se estendeu.

247, 3. 0 costume de principiar o ano litúrgico com o ad-vento começou no século XI, ocasionado quiçá pelos livroslitúrgicos. Pois os antigos sacramentários trazem em primei-ro lugar as missas do natal. Para tornar o uso dêstes livrosmais cômodo, foi conveniente pôr as missas do advento an-tes da festa do natal. Assim fizeram em parte no século X,generalizando-se o costume no século XII. Tendo principia-do o livro litúrgico com as missas do advento, a consequên-cia foi dar início também ao ano eclesiástico pelo advento.Foi o que fizeram os liturgistas, entre eles já Beletho.

Na idade média havia vários modos de começar o ano: no dia donatal (25 de dezembro), 1." de janeiro, 1.0 de março, 25 de março, sá-bado santo, páscoa.

Apesar de existirem os elementos do ano litúrgico, o nome "ano ecle-siástico" ocorre pela primeira vez em 1589.

248. 4. A divisão do ano litúrgico em 3 ciclos é ainda maisnova do que o princípio dele com o advento. O ciclo do natale o da páscoa são geralmente admitidos; não o é, porém,igualmente o ciclo de pentecostes. Afirmam alguns que nenipela história nem pela matéria se pode justificar este últi-mo. Mas deve-se distinguir. Se se toma o terceiro ciclo signi-

Iicando a terceira parte do ano eclesiástico sob o nome de"pentecostes", então êste terceiro ciclo é inadmissível, porn;io ter nada com pentecostes, a não ser o nome dos domin-gos. Se, porém, se estabelece o terceiro ciclo com o nome de"Cristo Rei", então há razões suficientes para o admitir.(n. 425.)

§ 62. A SEMANA

O DOMINGO

249. A semana cristã é a continuação da semana israelíti-cu. Mas o sábado, como dia do culto divino, foi substituídoHo domingo.

1. Os primeiros cristãos estavam acostumados a guardarsábado, o último dia da semana. Depois de acabar êste dia

( mais ou menos às 6 horas da tarde), celebravam o santomistério da missa e comunhão no primeiro dia da semana.Assim sabemos que S. Paulo reuniu os cristãos de Trôadepara partir o pão eucarístico una sabbati, "no primeiro diadepois do sábado". Ela Corinto (1 Cor 16, 2) os cristãos sereuniram pela primeira vez per unam sabbati. No Apocalipsede S. João (1, 10) este dia pela primeira vez é chamado:dia do Senhor (dies dominica, domingo).

Em breve o domingo foi recebido pelo uso geral, a pon-to de ficarem as seitas mais antigas, p. ex., os ebionitas, como domingo ao lado do sábado, ao qual deram preferência.

O domingo foi chamado também dies solis, o dia do sol,pois que Jesus Cristo é o verdadeiro sol de justiça e santidade.

250. 2. A Igreja tem o poder de substituir o sábado pelodomingo. Pois Jesus Cristo aboliu as leis cerimoniais do an-tigo testamento pela sua morte. Por isso, avisa S. Paulo oscristãos perseguidos por não observarem as leis cerimoniaisjudaicas (Col 2, 16) que não se importassem com as festasda lua nova ou do sábado. Pois tudo isso era figura dofuturo, que se achava cumprido em Jesus Cristo e por con-seguinte não tinha mais fôrça obrigatória.

251. 3. Motivos para celebrar o domingo. 1) A ressurreiçãode Jesus Cristo no primeiro dia da semana, mistério funda-mental da fé cristã. Por isso nos domingos se recita o S1117, que traz as palavras da antífona pascoal: "Heec diesquam fecit dominus: exsultemus et lwtemur in ea." O Se-nhor mesmo aplicou estas palavras à sua ressurreição (Mt

Page 60: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

21, 42) : "Nunquam legistis in scripturis: a domino factumest istud et est mirabile in oculis nostris?" São Pedro aludeao mesmo salmo. (At 4, 1 1; 1 Ped 2, 7.) Por isso, as anti-fonas das Laudes e Horas menores vêm acompanhadas deI ou 3 aleluias como no tempo pascal; não se jejua nem sereza de joelhos, p. ex., as antífonas marianas, o anjo doSenhor. S. Agostinho explica êste costume, dizendo (Ep.55, 28) : Stantes oramus, quod est signum resurrectionis.

2) 0 dia da criação do mundo. Lembrança disso há nasvésperas: Lucis Creator optime.

3) 0 dia dá descida do Espírito Santo. Por isso o do-mingo era "o dia da Liturgia" e o tipo de tôdas as festas,que durante o ano eclesiástico se celebravam com vigília edescanso dominical. (Piacenza, Reg. p. 29.)252. Sendo comemoradas assim as três Pessoas divinas nodomingo, foi ele considerado como dedicado à SS. Trin-dade. Fala deste santo mistério o hino das matinas: "Primodie quo Trinitas Beata mundum condidit"; o responsório 8com o Sanctus, Sanctus, Sanctus, o símbolo Quicumque, oprefácio da SS. Trindade.

Mas o domingo não foi igualmente por tôda parte consideradoprimeiro dia da semana. Em vários países era o último dia dasemana, porquanto esta começava pela segunda-feira.

Pela legislação eclesiástica e civil o domingo se tornou dia dedescanso no sentido cristão desde o século IV. Assistir à missanos domingos tornou-se obrigação para todos os adultos desde oprincípio do século IV. (Sínodo de Elvira, 306.)

§ 63. DIVISÃO DOS DOMINGOS253. 1. Classes.. No missal, p. ex., o primeiro domingo doadvento traz a rubrica: I classis. Semiduplex. E' uma con-tradição aparente. Pois os domingos são classificados se-gundo a dignidade (p. ex., I classis) e o rito (p. ex., semi-duplex) .

a) Quanto ao rito, todos os domingos são semiduplexcom exceção de 3: Dominica paschalis, Dominica iri Albis,Dominica Pentecostes.

b) Quanto à dignidade, distinguem-se maiores e me-nores ou comuns (per annum).

c) Os domingos maiores dividem-se em 2 classes con-forme o seu respectivo privilégio de preferência.

aa. Os domingos da primeira classe são preferidos naocorrência (portanto não nas vésperas) a tôdas as festas.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 121

Suo 10: o 1.° domingo do advento, os 4 domingos da quaresma e os 4 seguintes até ao domingo da pascoela, e pen-lecostes. As festas incidentes devem ser transferidas.

254. bb. Os domingos da segunda classe são preferidos a.Iridas as festas menos às de primeira classe. São 6: o 2.°,a.° e 4.° do advento, os três antecedentes à quaresma: se-luagesima, sexagésima e quinquagésima.

2. Privilégios. Todos os domingos têm os seguintes pri-

i'iligios: a) Nêles nenhuma festa pode ser fixada para sem-pre. Exceções: festa da S. Família, da SS. Trindade, deCristo Rei ou de outra festa por dispensa rara da S. C. dosDitos. b) Nenhuma festa pode ser transferida para um do-

ming0. c) Nenhum ofício de domingo se omite totalmente;quando impedido deve ser comemorado no ofício e na missacom seu prefácio próprio, ao menos por via de regra, e amissa impedida deve ser rezada na semana seguinte, con-furine regras especiais.

3. Número. Nos livros litúrgicos -sã-o indicados 53 do-mingos e 53 ofícios de domingos. Se A é letra dominical ou(no ano bissexto) é uma delas (A g, bA), i. é, quando o 1.de janeiro cai num domingo, ou, no ano bissexto no sábado,lodos os 30 ofícios depois de pentecostes (24 mais 6 da epi-í,ila) têm o seu domingo, do contrário só 29, e um ofício

antecipado no sábado com os direitos de domingo. Pois,neste caso, são só 52 domingos.

255. 4. Vacantes são os domingos sem ofício e sem co-memoração. Ocorrem, às vêzes, entre o dia 25 de dezembroe 13 de janeiro e são ocupados por festas.

Vagos (móveis) se chamam o 3. 0 , 4. 0 , 5.° e 6.° domingodepois da epifania, porque não são fixados num lugar certo,sendo celebrados, ora depois da epifania, ora depois depentecostes.

256. 5. 0 primeiro domingo do mês é, na acepção civil, aquêle quecai no dia primeiro do mês ou vem logo depois dêle. Êste cômputoí necessário, quando se trata de fixar uma festa num domingo de-terminado ou de ganhar indulgências concedidas para certo domingodo mês.

No cômputo propriamente eclesiástico o primeiro domingo domês é aquêle que cai no dia primeiro ou que vem mais perto 'dêle.Se o dia primeiro do mês cai numa segunda ou têrça ou quarta-leira ;

o primeiro domingo é aquêle que precede êstes dias; se cainos outros dias, é o domingo seguinte. Faz exceção o primeiro do-

120

Page 61: Curso de liturgia pe.João Reus

122 R e u s, Curso de Liturgia

mingo do advento que é determinado em relação à festa de S. An-dré. (30 de nov.) Este cômputo decide o princípio das lições das. escritura no ofício divino.

§ 64. OS DIAS DA SEMANA257. 1. Nomes. O nosso domingo era chamado pelos israe-litas primeiro dia depois do sábado (una = prima sabbati),os dias seguintes eram designados cone o número ordinal.Este modo foi recebido pela Igreja, mas modificado quantoao primeiro e último dia, que tomaram o nome de domingoe sábado. Além disso a Igreja acrescentou ao número ordi-nal o termo feria, falando da Feria secunda, Feria tertia.Quis significar que os clérigos devem deixar o cuidado dasoutras coisas para "feriar" só para Deus. (In festo S. Sil-vestri, 31 dec.)

Os pagãos falavam do dies soils, lunce, martis, mercurü,jovis, veneris et saturni, termos às vêzes empregados tam-bém pelos s. padres dos primeiros séculos.

258. 2. Dias principais. São os dias que, ainda hoje, noano eclesiástico -têm uma posição especial na quaresma e nasquatro têmporas: a quarta-feira, a sexta-feira e o sábado.

A sexta-feira, tanto no Oriente como no Ocidente, foiconsagrada à paixão de Jesus Cristo. Foi neste dia que oSenhor foi pregado na cruz para satisfazer por nossos pe-cados. Em sinal de luto e penitência guardava-se nele o jejum.

A quarta-feira lembra a traição de Judas, que neste diavendeu o divino Redentor por 30 siclos. Esta circunstânciamotivou o jejum de penitência na quarta-feira.

O sábado era celebrado no Ocidente do mesmo modoque no Oriente. No Ocidente encontramos pelo fim do séculoIII o uso de jejuar no sábado. Provavelmente tem a sua ori-gem no fervor dos cristãos que estenderam o jejum da sexta-feira até ao sábado (superponere jejunium).

Nestes três dias mencionados nem em Alexandria nemem Roma havia missa. Eram dias de estação (statio), diasalitúrgicos.

Provavelmente feria só é a tradução do hebraico sabba-tum, descanso. Pois S. Jerônimo (Ad Gal. II, 4; ML 26 p.378) chama a quarta-feira cristã quartam sabbati.259. 3. O sábado, ao menos desde o fim do século X , éconsagrado à Maria Santíssima.

I. Liturgia Geral. Cap. IV:, Tempo Sacro 123

Durandus (IV, c. 1, n.° 30-35) alega os motivos seguintes, quecom reserva merecem ser mencionados. 1. Achava-se numa igrejade Constantinopla uma imagem da Virgem SS., diante da qualpendia uma cortina que a cobria tôda. Esta cortina desaparecia nasexta-feira depois das vésperas sem alguem a tocar, só por um mi-lagre (?) de Deus, para que a imagem pudesse ser vista totalmentepelo povo. Depois das vésperas do sábado a cortina cobria outravez a imagem e ficava assim até à sexta-feira seguinte. Por causadêste milagre determinou-se cantar sempre neste dia em honra daSS. Virgem. 2. Quando o Senhor estava morto e os discípulos deses-peraram da ressurreição, naquele sábado só nela ficou tôda a fé.?la estava certa de que Cristo era filho de Deus e havia de ressurgir

no terceiro dia. 3. 0 sábado é a porta do domingo, portanto a portado céu, cujo símbolo é o domingo. Ora, Maria é a porta do céu.Por isto a festejamos no dia que precede o domingo. 4. A solenidadedo filho (sexta-feira) deve seguir-se imediatamente a solenidade damãe. 5. Convém que no sábado, em que Deus descansou da suaobra, haja alguma solenidade.

Quanto à 1.a razão é preciso notar que uma crença popular eingênua pode ser a causa próxima de uma devoção fundada emmotivos sólidos. A 2." razão dificilmente se compõe com a promessade que S. Pedro nunca havia de vacilar na fé. Bento XIV (de fest.c. 5, n. 8) diz: "Nem todos os teólogos defendem a sentença de(pie os apóstolos perderam a fé, a qual era firme só na VirgemSS. Pois Pedro, negando a Cristo, não cometeu outra falta além deler mêdo de confessar a Cristo aberta e livremente. A sua almacontudo estava isenta de qualquer êrro. Nem Cristo teria encomen-dado sua mãe caríssima a S. João, se êle tivesse perdido a fé." (Sua-rez, de fide disp. 9. sect. 3.) O mesmo papa (de fest. B. M. V.I. I! c. 18 n. 2) escreve: Belarmino observa que Madalena estavaabrasada de grande fogo de caridade como se vê de Jo. c. 19 e20. Ora, a caridade não se pode separar da fé. Até acrescenta: Pa-rece ser perigoso dizer que só na Virgem SS. ficou a verdadeiralé. Desta maneira a Igreja teria perecido. Pois uma pessoa nãopode ser chamada Igreja, porquanto a Igreja é um povo e o reinode Cristo. (Bellarm. t. II. controvers. 1. '3, de eccl. mil . c. 17.)

A 4. a razão será a decisiva. Começou-se a jejuar na sex-l a-leira e continuou-se em honra da mãe. Stabat iuxta crucemfesu Mater eius. (Jo 19, 25.)

No Liber sacramentorurn do séc. VIII para cada dia dar;cniana está assinalada uma missa votiva própria. Pois nãolt:tvendo muitas festas de santos não era possível evitar a

'petição da missa do domingo. Para aliviar a devoção pelamu dança das fórmulas da missa e para achar auxilio nasnecessidades por missas especiais formou-se o costume, fi-xado mais tarde por Pio V, de consagrar os dias da semanaau culto de Deus trino e dos santos segundo a dignidade in-dicada na ladainha de todos os santos: Deus, Maria, José

Apóstolos..0 domingo está consagrado à SS. Trindade, com preferência

considerada na unidade da essência divina.

Page 62: Curso de liturgia pe.João Reus

124 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro125

A segunda-feira, sendo Maria SS. venerada no sábado, dedi-cou-se à SS. Trindade, considerada expressamente na trindade dasPessoas divinas, a têrça-feira aos anjos, que têm o terceiro lugar,a quarta-feira aos apóstolos que ocupam o quarto lugar no céu.Com o conhecimento mais profundo da dignidade de São José su-perior à dos apóstolos, a êle se deu o quarto lugar, logo depoisdos anjos, e a sua missa votiva (1883) foi marcada também paraa quarta-feira. A quinta-feira sempre esteve dedicada à SS. Euca-ristia, a sexta-feira à cruz, o sábado a Maria SS.

A missa do Espírito Santo se reservou para a quinta-feira, diaêste, em que se realizou a ascensão de Jesus Cristo, de que de-pendia essencialmente a abertura da porta celestial e por conseguintea descida triunfal do Espírito Santo. (lo 16, 7, Proof. de Sp. S.) Asegunda-feira é o dia das almas.

O ensejo desta instituição parece ser uma suposta revelação divinaem que se afirma ter outorgado Nosso Senhor aos condenados repouso•de seus tormentos todos os domingos em honra de sua ressurreição. Anotícia se acha no apocalipse apócrifo de São Paulo do séc. IV e tornou-se opinião muito espalhada. Com o correr dos séculos o privilégio doscondenados foi transferido para as almas do purgatório. Assim São PedroDamião, seguindo, como ele diz, "a piedosa opinião de homens ilustres",ensina que as almas do purgatório no domingo estão livres dos sofrimentos 'mas devem voltar para as penas na segunda-feira. Por isso é mister so-corrê-las neste dia. A Igreja, com a sua solicitude maternal, sem adotaresta opinião, prescreve, quando não obstam as rubricas, a oração "Fidelium"pelos defuntos e permite a missa conventual de réquie na segunda-feira.(Franz:Messe i. d. Mittel pág. 144 MI. 145 pág. 564; 427; Durand IV, 1n. 29.) 0 fundamento dogmático decisivo para a Igreja é a comunhão dossantos. No domingo se comemora a Igreja triunfante, logo depois r u isegunda-feira a Igreja padecente, à maneira da festa de Todos os Santose do dia de finados.

festa, embora simplex, o ofício da féria termina com a noa,e as vésperas são da festa seguinte, sem comemoração daféria. Ocorre um simplex ou simplificado numa féria maior,as vésperas do dia anterior são da féria, como no saltério,com comemoração do simplex ou simplificado. Pois não serezam as vésperas de um ofício, que na sua maior parte ésimplificado. Pars maior trahit minorem.

259. 3. Composição do ofício feriai. Invitatório, hino, os 9 salmose antifonas (omitido o versículo do 1. 0, 2.° noturno) e o versículodo 3." noturno da féria respectiva. Lições e responsórios do própriodo tempo; no fim da 3. 0 lição no tempo da páscoa — Te Deum, oqual fora dêste tempo e na segunda-feira das rogações se omite.

Nas laudes se rezam nas férias menores as antifonas e salmosda 1.0 série; no advento, no tempo entre a setuagésima até à se-mana santa, nas vigílias comuns (exceto a vigília da ascensão), nasquatro têmporas, da 2. 0 série.

260. A capitula da féria respectiva. A oração, se não houver pró-pria, é a do domingo precedente. O sufrágio, fora do advento edo tempo da paixão (no tempo pascal commemoratio crucis), senão houver comemoração de um duplex, de uma oitava, ou de umoitavo dia simplex, item na sexta-feira depois da oitava da ascen-são e na vigília de pentecostes.

As preces feriais recitam-se no advento, na quaresma até à se-mana santa, inclusive, nas quatro têmporas, mesmo se se fizer a co-memoração de uma oitava, de um duplex ou semiduplex (A. B.VIII, 3).

264. 4. A prima é rezada como está indicado no ordinário e saltério.a) Se nas laudes se tomou a 2. 0 série, a prima tem além dos 3

salmos costumados um quarto salmo, a saber, o primeiro da 1.°série de laudes, que havia sido omitido e substituído pelo Miserere.

b) A capítula é: Pacem; só nos dias de domingo antecipadoc do tempo pascal: Regi.

c) Se houver preces feriais nas laudes, há-os também na pri-ma; se não, há dominicais.

5. Têrça, sexta, noa como no ordinário e saltério. Preces fe-riais, se houver na prima.

6. Vésperas como no ordinário, saltério, e próprio do tempo.Sufrágio e preces feriais como nas laudes.

7. Completas como no ordinário e saltério. Precés como na prima.

66. AS QUATRO TÊMPORAS

265. 1. Nome. Quatro têmporas ou só têmporas se chamama quarta-feira, a sexta-feira e o sábado das 4 semanas se-guintes: primeira da quaresma, primeira de pentecostes, ter-ceira de setembro e terceira de dezembro; nestas semanashá jejum.

2. Origem. Influíram provavelmente vários elementos.Conforme uns autores as quatro têmporas são o vestígio daantiga semana cristã com 3 dias de jejum; conforme outros,

§ 65. DIVISÃO DAS FÊRIAS260. 1. Segundo a dignidade, as férias dividem-se em fé-rias maiores e menores. Maiores são as férias do advento,da quaresma, das quatro têmporas de setembro, da segunda-feira das Rogações.

As férias maiores são privilegiadas ou não privilegiadas.As privilegiadas são 7: A quarta-feira das cinzas e os 6 diasda semana santa (S. R. C. 1.0 nov. 1931). São preferidasa tôdas as festas.

As férias maiores não privilegiadas são preferidas so-mente às festas simples e vigílias, mas são comemoradas nosofícios de 9 lições.

Menores ou per annum são tôdas as férias fora das fé-rias maiores. Não tem comemoração, quando se celebra ou-tro ofício.

261. 2. Ofício. A féria menor não tem I vésperas, principia,portanto, pelas matinas e termina com as vésperas e com-pletas do dia.

Precede um simplex, as vésperas são da féria respecti-va, porquanto o simplex não tem II vésperas. Segue-se urna

Page 63: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 127126 R e u s, Curso de Liturgia

foram instituidas para santificar o início das 4 estações doano. Mais provável é que sejam resultado de várias reflexões.

a) A idéia de jejum algumas vêzes por ano acha-se naescritura sagrada do antigo testamento. Estes textos são ci-tados nas lições dos sábados das têmporas de setembro. Oprofeta Zacarias (8, 19) menciona quatro épocas de jejumpara Israel. O papa Leão Magno (Sermo 92; 79; 12) ensinaque as têmporas fora da quaresma foram instituidas pelosapóstolos.

266. b) Foi em Roma que primeiro se celebravam as 3têmporas do verão, outono e inverno. O número 3 se explicapor certas festas pagas que ocorriam três vêzes por ano,feriae sementinae (inverno), feriae messis (verão), feriaevindemiales (outono). As têmporas contrabalançavam os ex-cessos dos idólatras. Assim se explica o fato, um tanto es-tranho, de que o Oriente não conhece as têmporas. O LiberPontificalis diz que o papa Calisto (t 233) instituiu estas3 têmporas.

c) S. Leão Magno menciona pela primeira vez as quatrotêmporas relacionando-as com as 4 estações do ano. Deviamser santificadas pelo jejum.

(I ) O papa (iielásio (t 496) acrescentou as ordenaçõessacerdotais que ainda hoje se fazem nestes dias. (Cân.1006, § 2.) De Roma, as têmporas se propagaram para tô-das as igrejas de rito romano. A sua época só foi fixada porUrbano II (1095).

Como foi costume antigo cristão jejuar antes das ordenações (At 13,2), a Igreja, guardando este costume, conferia as ordens nos dias de je-jum. Segundo Durandus (II c. 1 n. 34) as quatro têmporas são as pri-micias do tempo, porque representam cada vez o inicio de uma novaestação do ano. Os clérigos são as primicias do povo cristão, porquantoestão em lugar dos levitas, os quais Deus reservou para si em troca dosfilhos primogênitos de cada família. Por isso convém, que as primiciasdo povo cristão sejam consagradas a Deus junto com as primícias dotempo, as quatro têmporas.

267. 3. A Liturgia das têmporas tem na quarta-feira duasepístolas. A razão histórica é o antigo costume romano e deoutras Liturgias de ler duas lições antes do evangelho.

Beletho (c. 90) e Durando (VI, c. 8 n. 2) explicam as duas lições coma antiga regra de que, no sábado depois de urna quarta-feira com duas li-ções na missa, se podem ordenar sacerdotes, e isto seis vezes por ano.Na quarta-feira os candidatos eram examinados e por isso na missa seacrescentava uma lição relativa ao sacerdócio, para significar que os or-denandos devem ser versados no antigo e novo tesatmento para poderInstruir o povo.

Nos sábados das têmporas se lêem seis lições, mas provavel-mente antes eram doze, como ainda no sábado santo, por causa doescrutínio dos catecúmenos antes do batismo. A quinta lição é sem-

pre a chamada lectio de camino ignis do profeta Daniel. A sua signi-ficação é profunda. Como os três jovens passaram pela prova dofogo, assim os candidatos ao sacerdócio devem passar pelas provasexigidas pela Igreja, conforme a lei apostólica: Probentur primamet sic ministrent. (1 Tim 3, 10; Durando VI, c. 10, n. 3.) Depoi s .

dela antigamente se realizavam tôdas as ordenações, ao passo quehoje são distribuídas pelas várias lições.

Artigo I. Ciclo de natal

§ 67. 0 ADVENTO

268. 1. Prioridade dos ciclos. A formação do ano litúrgicoteve início pelas festas de páscoa e pentecostes.

Só mais tarde acrescentou-se o ciclo do natal, o qualconsideramos em primeiro lugar.

2. Natureza do ciclo do natal. O ciclo principia pelo ad-vento (= vinda), que abrange 4 semanas de preparação. Asfestas centrais dêste ciclo são o dia de natal de N. S. JesusCristo e a epifania. A epifania é mais antiga e liturgicamentesuperior (2i. ordinis), o natal, porém, (3i. ordinis) tem aprioridade nos mistérios do Redentor e dá o nome ao ciclo.Objeto dêste ciclo é a aparição de Cristo na gruta, na cir-cuncisão, perante os magos, perante os discípulos em Caná , .

perante o povo no Jordão, perante Simeão no templo, peranteos doutores (Dom. inf. oct. Ep.)

269. 3. História do advento. Na Espanha, já o sínodo deSaragossa (380) prescreveu 3 semanas de preparação paraa epifania, em que se celebrava outrora o natal de Cristo.Em Tours, o bispo Perpétuo (t 491) ordenou 6 semanas depreparação para o natal em 25 de dezembro. Em Roma,o advento é mencionado no Gelasiano (fins do século V).Os domingos do advento foram por muito tempo em algunslugares 5, ainda hoje no rito ambrosiano são 6, em Roma4 desde o V século. O rito grego não conhece o advento,mas sim um jejum de 40 dias.

O advento começa no domingo próximo à festa de Santo André. (30de nov.) Se a festa ocorre na primeira metade da semana, o advento co-meça na festa ou no domingo precedente, do contrário, no seguinte.

A razão mística porque Santo André introduz o ano eclesiástico é oseu empenho de conduzir seu irmão Pedro a Nosso Senhor.

A razão natural é o cálculo das 4 semanas do advento. Pois êstenão pode começar em 26 de novembro, porque seriam mais que 4 sema-nas (29 dias), nem em 4 de dezembro, porque seriam menos que 4 se-manas até a festa de Natal. Só o dia 30 de novembro regula o cálculolitúrgico entre 27-11 e 3-12.

270. 4. Caráter do advento. 1) E' o tempo da preparaçãopara o aniversário da vinda do Salvador, causa de novas gra-

Page 64: Curso de liturgia pe.João Reus

ças. Pois só a esta se pode aplicar o invitatório nas véspe-ras de 24 de dezembro: Hodie scietis, guia veniet Dominuset mane videbitis gloriam ejus, repetido várias vêzes; a an -.tífona: Crastina die delebitur iniquitas terra?; em 21 de de=zembro, a antifona: Quinta die veniet ad vos Dominus.

Esta idéia manifesta da vinda do Redentor inspira tôda a Li-turgia do advento. No 1.0 domingo do advento, o Senhor está lon-ge. A antifona das primeiras vésperas é: Nomen Domini venit delongínquo; Aspiciens a longe (1.° Resp.); Prope est regnum Dei.(Evang.)

No 2.° domingo: O desejo da Igreja é mais ardente, quaseimpaciente: Jerusalem, cito veniet salas tua, quare mcerore consu-meris. (1.° Resp.) Tu es, qui venturas es. (Evang.)

No 3. 0 domingo Gaudete: Prope est iam Dominus. (Invit.) Ale-grai-vos. Pois o Senhor já está perto. Gaudete, Dominus enim propeest. (Capit.) Medias vestrum stetit. (Evang.)` No 4.° domingo: Pulchriores sunt oculi eius vino et dentes eiuslacte candidiores (2.° Resp.); Videbit omnis caro salutare Dei.(Evang.) Depois os textos do dia 21-24 de dezembro.

271. 2) 0 advento é o tempo de preparação para a segun-da vinda de Jesus Cristo como muitos textos o provam, massó em segundo lugar. Os hinos nas matinas, laudes e véspe-ras mencionam primeiro o nascimento de Jesus, em segundolugar o último juízo, do mesmo modo a oração da vigília.

3) Na Liturgia se encontram continuamente os dois ele-mentos: da penitência e da alegria.

a) Os sinais de penitência: no ofício do tempo, não secanta Te Deum; rezam-se as preces feriais; missa sem Gló-ria com paramentos roxos, sem órgão, ornato simples doaltar; o diácono e o subdiácono não usam dalmática nem tu-nicela (vestimenta la?titice; Pontif.); em lugar delas se usao estolão para o diácono nas igrejas maiores e as igrejas pa-roquiais, quanto a êste efeito, são igrejas maiores (d. 3352ad 7) ; nas outras o diácono e subdiácono vestem só alva,estola e manípulo. (Miss. rubr. XIX, 6, 7.)

b) Os sinais de alegria são: sempre aleluia; o vivo de-sejo do Redentor nas antífonas ad laudes nos domingos ena última semana; as antífonas O ad vésperas; no domingoGaudete, em que os paramentos podem ser côr de rosa, épermitido o órgão e o uso da dalmática e da tunicela.

4) As regras litúrgicas mencionadas obrigam só nas fun-ções litúrgicas do tempo, não obrigam porém nem nas festasnem nas funções extra-litúrgicas, p. ex., devoções e bênção.

272. 5. 0 advento é símbolo do tempo antes do nascimentode Jesus Cristo. Os suspiros: Rorate, ca?li, desuper et nubespluant Iustum (Is 45, 8) e numerosas aspirações distribuídaspor Was as partes do ofício e da missa claramente o provam.

6. 0 uso do presépio, antigamente muito espalhado noBrasil, merece ser preferido ao da árvore de natal, que é or-nada também pelos incrédulos e pagãos modernos.

7. Entre os sinais de alegria deve-se contar o culto es-pecial da SS. Virgem, devido a ela como mãe do MeninoDeus. Nos responsórios e antífonas é ela muitas vêzes men-cionada; a oração de Beata está prescrita como comemoraçãocomum, e em muitos lugares cantam-se as missas: Rorate.Durante o tempo do advento ocorrem duas festas solenescom suas oitavas.273. a. Imaculada Conceição, a 8 de dezembro, em honrade Maria, concebida sem pecado.

Os primeiros vestígios desta festa encontram-se no Oriente emmeados do século VIII, no Ocidente no século IX; em Nápoles, naInglaterra pelo ano 1100 já se encontra com o nome de "Conceiçãoda B. V. Maria". Espalhou-se rapidamente. Sixto V, O. F. M. aintroduziu no calendário romano, Clemente IX (t 1670) acrescen-tou a oitava, Pio IX com imenso júbilo de todos os fiéis definiuem 1854 o dogma da Imaculada Conceição e elevou a festa a diasanto de guarda.274. b. Nossa Senhora de Guadalupe, no México, padroeirada América Latina, a 12 de dezembro; antigamente a 26 defevereiro.

Em 1531 Maria SS. apareceu a um índio mexicano, João Diogo,e o encarregou de pedir ao bispo que mandasse construir um san-tuário em honra dela. Como o prelado desejasse uma prova da ve-racidade da mensagem, Maria Santíssima apareceu a Diogo outravez, entregando-lhe rosas lindissimas, apesar do inverno, tempoem que não havia flores. Na capa, em que as levou ao bispo, apa-receu pintada a imagem da Mãe de Deus tal qual Diogo a tinhavisto. Foi prova suficiente para se reconhecer que a mensagem eragenuína. Erigiu-se uni templo magnífico.

§ 68. FESTA DO NATALDe beleza e encanto admirável são as festas da igreja e

merecem ser tratadas com esmerado cuidado. Com razão dizS. João Crisóstomo (In s. bapt. Salvat. MG 49 p. 365) : "Mui-tos celebram as festas e conhecem os seus nomes, mas ig-noram a sua origem histórica e ocasional. Merece isto a cen-sura de proceder muito vergonhoso e ridículo."

1. 0 centro do ciclo do natal é a festa do nascimentode N. S. Jesus Cristo junto com a epifania, na qual antiga-

Curso de Liturgia — 9

128 R e u s, Curso de LiturgiaI. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 129

Page 65: Curso de liturgia pe.João Reus

130 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 131

mente, por algum tempo, foi comemorado o dia natalício doRedentor.

275. Nenhuma festa do natal era conhecida nos 3 primeirosséculos. Concluímos êste fato do silêncio dos escritores da-queles tempos, que, enumerando os dias da festa, mencionamsó o domingo, a páscoa e o pentecostes, p. ex., Tertulianoe Orígenes. Este último até afirma que somente os ímpios,como os Faraós e Herodes, celebravam o dia do seu nasci-mento. O concílio de Nicéia não faz menção da festa donatal. Eusébio também não fala dela. Arnóbio (pela voltade 300, Advers. gentes I c. 34; ML 5 p. 758) ria-se dos pa-gãos, porque celebravam o nascimento dos deuses. Em talatmosfera a festa do natal era impossível.

2. Pela primeira vez é mencionada no dia 25 de de-zembro no ano de 354 em Roma, no catálogo das festas, cha-mado: Depositio Martyrum, com a rubrica "VIII Kal. Ianua-rü natus Christus in Betleem ludem." Mas, há razões sufi-cientes para supor que já no ano de 336 a festa foi cele-brada neste dia. De Roma ela se estendeu rapidamente pelaItália, região de Antioquia, Capadócia, Constantinopla, Je-rusalém, Egito e Armênia.

276. 3. A data de 25 de dezembro não é o dia natalício deJesus Cristo, como todos o admitem. Clemente de Alexandria(Strom. I, 145) refere que uns o celebravam no dia 19 ou20 de abril, outros em 20 de maio; outros preferiam o dia28 de março ou a festa da epifania. Em Roma foi fixadopara o dia 25 de dezembro. Quais fôssem as razões de es-colher êste dia, não as sabemos.

a) Explicação levítica. Alguns autores quiseram apro- .veitar o s. evangelho, Lc 1, 5. 8. Ali se diz que Zacarias er a.da tribo de. Abia. As 24 tribos revezavam-se no serviço dotemplo numa ordem constante. Partindo, portanto, ou doprincípio do serviço sacerdotal no novo templo ou do fin'na destruição de Jerusalém e atribuindo á tribo Joiaribe, porcertas razões, o primeiro lugar, calcula-se o tempo do nas-cimento de Nosso Senhor. Mas em vão. Pois todo o cálculocarece de fundamentos sólidos.

b) A explicação simbólica. Foi outrora opinião que Nos-so Senhor morreu no dia 25 de março. Conforme o simbo-lismo dos números deveria também ser concebido no dia 25de março e por conseguinte nascer no dia 25 de dezembro.

Deve-se respeitar a habilidade de combinação do autor. Masnão se entende como uma idéia artificial possa produzir umalesta litúrgica. Nem a base é sólida.

277. c) A explicação histórica. Foi indicada já por Petavius(t 1652), e é sentença comum. Consiste na substituição dafesta pagã do sol natural pela festa cristã do Sol divino,Jesus Cristo.

A base certa desta explicação é a festa pagã do sol in-vencível (solis invicti). Atesta-nos esta festa: a) o calendáriode Filócalo do ano 354 com a rubrica: "VIII Kal. Jan.N (atalis) invicti (Solis)." b) o calendário do astrólogoAntioco do ano c. 200; c) as festas celebradas no fim doano pelo imperador Juliano em honra do Sol invictos. d)desta festa fala S. Agostinho (s. 190 in Nat. D.), mui pro-vavelmente, dizendo: "Celebremos êste dia não como os in-fiéis por causa dêste sol, mas por causa daquele que fêzêste sol."278. Esta festa pagã, dedicada a Mitras, deus benfazejo, deus daluz, foi substituída pela festa cristã do natal de Nosso Senhor. Con-forme a lenda pagã êste deus da luz, sol invictos, nasceu à meianoite de 24 para 25 de dezembro, saindo de uma pedra. Foi ado-rado pelos pastôres (circunstância provavelmente tirada do sto. evan-gelho). Adulto, venceu o touro inimigo, e, por causa disto, era odeus preferido pelos soldados (Dict. Arch. Mitras) e celebrado prin-cipalmente pelos imperadores no fim do século III. O próprio Cons-tantino, ainda pagão, mandou cunhar uma moeda com a inscrição:Soli invicto comiti (Pauly, Mitras), indicando que os imperadoresse consideravam como deuses. 0 culto de Mitras era geral em todoo império romano desde a Inglaterra até à África e à Pérsia, comoprovam os numerosos santuários de Mitras encontrados nas excava-ções. 0 progresso do cristianismo, o seu triunfo sob o domínio deum imperador cristão era incompatível com o sincretismo cultivadopor muitas pessoas até então. Urgia uma decisão. Abolir a festado sot invictos, que era festa do imperador, era impossível.

Portanto, os cristãos a transformaram numa festa litérgica,método êste que foi também aplicado em outras festas. Ficaram como dia, eliminaram 'o Mitras e consagraram a festa ao nascimentode Nosso Senhor, no qual se verificam eminentemente tildas as qua-lidades atraentes, que os pagãos atribuíam ao seu ídolo Mitras.Pois ,Jesus Cristo é a verdadeira luz dos crentes, o Sol de justiça,nasceu da Virgem e foi adorado pelos pastôres.

279. Também contribuiu para esta substituição a figura do peque-no Mitras. Um altar pagão achado recentemente em Treves repre-senta o nascimento dêste deus da luz. E' surpreendente a sua se-melhança com o Menino Jesus, como se vê pela comparação dafigura de Mitras com o do Menino Jesus, obra moderna. Tôdas es-tas circunstâncias lembravam ò Menino Deus. As autoridades acha-ram nisto um estímulo para proceder à mudança, os cristãos, con-vertidos do paganismo, não tinham dificuldade em aceitá-la. Pois

Page 66: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 133

O nascimento do Mitras de umapedra. A sua figura infantil lem-bra o Divino Infante. Restaurado.

Para comparação:O Menino Deus: arte moderna.

Altar de Mitras achado em Treves.A mão direita do menino toca nozodíaco. A esquerda sustenta o

globo terrestre, que êle deveiluminar.

Custódia do Segundo Con-gresso Eucarístico Nacio-nal, em Minas Gerais: deprata dourada, de 2 m 8 cm

de altura.

132 R e u s, Curso de Liturgia

o dia 25 de dezembro conservava-se para o nascimento de Deus, nãojá de um Deus imaginário, mas do Deus vivo. Assim o dia 25de dezembro não só não perdeu nada do seu brilho, mas foi en-riquecido com nova glória. (Holzmeister, Cronologia, p. 39.)

A festa cristã foi o golpe de morte para Mitras, cujo culto de-caiu rapidamente, e um novo triunfo do Menino Jesus, tão combatidopelos idólatras de Mitras. O mérito desta reforma cabe ao papaSilvestre (314-335). Pois com boa razão se afirma que a festa donatal já existia no ano de 336. (Dict. d'arch. XII p. 912.) JúlioI reinou de 337-352. Por conseguinte não foi êle que introduziuesta festa, mas Silvestre, homem enérgico e reformador da Liturgia.

A lenda de Mitras tem o seu fundamento no solstício doinverno, a partir do qual o sol outra vez se levanta no he-misfério do norte. Chamar isto nascimento também é con-forme ao nosso modo de falar: nasce o sol todos os dias.

280. 4. Privilégios. 1) A recitação solene do martirológio.2) As três missas já em uso antes do século VI. Têm elasa sua origem em circunstâncias locais de Roma (Braun s. v.)e simbolizam, conforme explicação posterior, o nascimento deJesus Cristo do Pai, o seu nascimento temporal da Mãe, onascimento místico nas almas. Por causa das 3 missas (Li-turgias) o dia do natal é dia polilitúrgico.

A primeira missa (a "missa do galo" porque é rezadaquando o galo canta pela primeira vez) não pode começarantes de meia-noite. Deve ser missa paroquial (cân. 821, §2), portanto não privada, mas celebrada com assistência dosparoquianos. Nas casas religiosas e pias, um sacerdote podedizer as três missas (1. c. 3) com as portas abertas a pessoasestranhas, segundo a interpretação de vários autores. (REB,1942, p. 1002.) Durante (intra missam) tôdas as missas sepode distribuir a comunhão. (C. B. 224; Pont. C. Cod.16.III.36.)

A segunda missa antigamente era rezada na igreja deS. Anastácia. Pio V a substituiu por uma missa em honra deJesus Cristo, mas prescreveu a comemoração da santa.

O sacerdote que diz só uma missa, tome a primeira, secelebra de noite; a segunda, se de manhã; a terceira, se de-pois de nascer do sol. (d. 3354.)

A missa do galo foi introduzida provavelmente paraigualar a festa de natal à solenidade da páscoa com vigíliae missa noturna. Talvez influísse o costume de Jerusalém.Não remontará além do séc. IV.

Page 67: Curso de liturgia pe.João Reus

134 R e u s, Curso de LiturgiaI. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 135

§ 69. A OITAVA DO NATAL,

281. 1. A oitava do natal admite a celebração de festas desantos: de S. Estêvão, S. João Evangelista, Ss. Inocentes, S.Tomás Becket, S. Silvestre. Fora de S. Tomás (I- 1170) ne-nhum é celebrado no dia histórico da sua morte. As festas,porém, são antigas: as de S. Estêvão e S. João do séc. IV,a dos Inocentes do séc. V, a de S. Silvestre ao menos doséc. VII, talvez mesmo do séc. V ou IV.

As razões por que a éstes santos foram reservados os dias ime-diatos ao natal de Cristo, eram, como parece, litúrgicas. A festa donatal é o inicio e o fundamento das outras festas solenes, diz S. JoãoCrisóstomo. Por isso pareceu conveniente que fôsse destacada poruma coroa de santos, dos mais célebres, dignos representantes daIgreja. Realmente, S. Gregório Nisseno (t 394) contemporâneo daintrodução da festa do natal a 25 de dezembro no Oriente, mencio-na no dia 26 S. Estêvão, a 27 S. Pedro, João e Tiago, como repre-sentantes de todos os apóstolos, a 28 S. Paulo, logo os mais in-signes santos da primitiva igreja. As únicas testemunhas da antigasérie são S. João e S. Estêvão, talvez, diz Beletho (c. 70), porquenestes dias foi consagrada urna igreja em honra dêles. Durandus (VII,c. 42, n. 2) aduz razões místicas. Seguindo a S. Bernardo, chama aS. Estêvão, S. João e aos Ss. Inocentes companheiros de Cristo. Odivino Redentor, diz êle, quer ser acompanhado de mártires de tôdaespécie: um mártir de desejo, S. João; outros só de fato, os Ino-centes; quia non loquendo, sed moriendo Christum confessi stint(Brev.); e um mártir de desejo e de fato: S. Estêvão.

O dia 31 de dezembro é consagrado ao papa S. S ilvestre, pro-vavelmente porque prescreveu o dia 25 de dezembro para a festa denatal e mereceu assim ser comemorado durante a oitava. Mas asua festa não é feriada, porque a aplicação da missa pelo povo nãoloi prescrita pela Igreja em honra de S. Silvestre, mas em agrade-cimento dos benefícios recebidos durante o ano que finda.

282. 2. A festa dos Inocentes tem caráter de luto, indicadopelos paramentos roxos, porque não entraram no céu e simno limbo. Mas já Durandus rejeita esta explicação. (VII,e. 42, n. 11.) Adverte que S. João Batista também não en-trou logo na glória e, contudo, a festa dêle tem côr branca,Gloria e Te Deram. Por conseguinte, à razão verdadeira deveser outra. E' o luto das mães aflitas. "Vox in Rama auditaest, ploratus et ululatus multus" (Evangelho do dia). Nooitavo dia, porém, ou se cair no domingo ou fôr do rito deprimeira classe, a festa é celebrada com os sinais de alegriae côr vermelha. Pois o domingo é dia de ressurreição e o nú-niero oito símbolo da perfeição, obtida pela glorificação ce-lestial e ' a futura ressurreição. (Beletho c. 70.)283. 3. A circuncisão de Nosso Senhor, a 1.° de janeiro. Nooitavo dia depois do nascimento, o Menino Deus foi circurn-cidado. A festa encontra-se primeiro na Gália (567), naEspanha, no séc. VII, em Roma, não antes do séc. IX, sendocelebrado só o oitavo dia de natal.

Foi irrtroduida: 1) contra os abusos dos saturnais, festas licen-ciosas pagãs. E' mencionada no sínodo de Tours (567) ; 2) parasantificar o comêço do ano civil por uma festa cristã, substituindo-seo ídolo Jano (fama), deus da entrada do novo ano, por Jesus Cristo,a única "porta" (ianua) da felicidade; 3) para encerrar a oitavade natal; 4) para honrar a Maria Santissima, dever de gratidão, por-que nos deu o Redentor do mundo. Das Liturgias orientais, a grega,siríaca e jacobitica logo no dia 26 de dez. celebram a festa de Nos-sa Senhora. (Nilles, Kal. man. 1, 366; 466; II, 700; Stim. d. Z.1904, p. 554.) No calendário romano ainda no séc. XII, além da mis-sa da oitava, neste dia havia uma em honra da Mãe de Deus. (Be-letho, c. 71.) Está é a razão por que o ofício atual se compõe deelementos das festas da oitava, da circuncisão e de Maria Santíssima.

Na circuncisão o Menino recebeu o nome. Por isso, a festa doSS. Nome de Jesus, concedida em 1530 aos Franciscanos e prescritaem 1721 para a Igreja universal, celebra-se no domingo que cai nodia 2, 3 ou 4 de janeiro, conforme as rubricas.

§ 70. A FESTA DA EPIFANIA

284. 1. A epifania (apparitio; Dia de Reis) é urna festacoletiva dos três milagres: "hoje a estrêla conduziu os magosao presépio, hoje nas bodas a água se tornou vinho, hojeCristo quis ser batizado por João no Jordão para nos salvar."

CAPELA DE N. S. DA PIEDADE,EM P®RTO ALEGRA

Arte moderna: as linhas conver-gentes e fechadas em cima queremprender o olhar e dirigi-lo para

o Altar e o SS. Sacramento.

Page 68: Curso de liturgia pe.João Reus

136 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro137

(Ant. de Magnif.) Jesus, portanto, apareceu como Deus aosmagos pagãos, aos apóstolos em Caná e ao povo israelitano Jordão.

2. No Oriente. Epifania era a festa do nascimento deJesus Cristo, mas só depois do ano 300 (Holzmeister, p_ 40),e do seu batismo. Depois foi acrescentado o milagre de Caná.No Ocidente também se comemorava neste dia o nascimentodo Redentor, ao menos em um ou outro lugar, não em Roma.As palavras do prefácio e do communicantes da epifania: insubstantia nostrce mortalitatis apparuit ou corporalis apparuit,não provam que em Roma a epifania era a festa do nasci-mento de Jesus Cristo, nem pela suposta antiguidade, porserem relativamente recentes, nem pela prioridade da com-posição, por serem em parte tomadas da festa do natal e su-porem a existência desta festa. (LThK X, 777.) Mas, desdeque o dia 25 de dezembro foi admitido como dia fixo donatal, o objeto principal da epifania é a adoração do MeninoDeus pelos magos e a vocação dos pagãos á Igreja. O diada festa é a data de 6 de janeiro, tanto no Oriente como noOcidente. Tem o seu fundamento na tradição dos basilidia-nos, seita gnóstica do princípio do II século. Que esta tra-dição mereça tôda a confiança, não é certo. .Ao menos tôdaa Igreja grega aceitou-a como verdadeira. (Holzmeister,Chron., p. 104.) A vigília aparece pelos fins tio século VII,a oitava no século VIII.

Epifania era um têrmo conhecido entre os pagãos e si-gnificava a aparição do deus Apolo. Como têrmo cristão

, (Diet. d'Arch. V, 199), epifania (ta epifania, neutr. pl.) étêrmo técnico e significa na teologia grega a incarnação doFilho de Deus, junto com o nascimento.

A comemoração dos três mistérios da festa: adoraçãodos magos, bodas de Cana e o batismo de Jesus Cristo tal-vez seria ocasionada por costumes e festas dos pagãos, entreos quais os cristãos viviam. Celebravam-se neste dia. Mas acomemoração cristã não é cópia delas nem tem a mesmaraiz que elas.

a) Adoração dos magos. Está em relação com a festa do nascimentode Jesus Cristo. A festa do natal no Oriente provavelmente está ocasio-nada pela festa pagã do equinócio do inverno, na qual os pagãos celebravamo nascimento do dens pagão Mon (sol), já multo tempo antes de Cristo.Disso nos fala Epifánio (séc. IV) dizendo que em a noite de 5 para 6de janeiro, segundo o calendário juliano, os pagãos levavam uma criançapelo interior do templo com a exclamação: "a virgem deu à luz o aion."Um outro escritor posterior (cuja notícia foi confirmada, Diet. d'Arch.XII, p. 912) diz que isto se fazia no dia 24 para 25 de dezembro e que segritava: "cresce a luz". A solução da diferença das duas datas está no fe-

nõmeno astronômico da precessãq do sol. O ponto equinocial se mudadevagar continuamente. Em Alexandria atenderam na mudança e celebra-vam o nascimento do aion no dia 25 de dezembro. Nos outros lugares nãosabiam nada da mudança do equinócio e continuavam a festejar o dia6 de janeiro, ou melhor a noite de 5 para 6 de janeiro. Havia portantono dia 6 de janeiro uma festa pagã do nascimento de um deus, cujo nomevariava: Aion, Dionisio, Osiris, Dusares. Para contrabalançar esta festapagã os cristãos do Oriente celebravam a festa do Natal de Jesus Cristo,ass só depois do ano 300 mais ou menos. Quando em Roma a festa donatal foi fixada para o dia 25 de dezembro e a data romana era ob-servada também no Oriente, para a festa da epifania restou do mistériode Belém só a adoração dos magos, e com êles a vocação dos gentiospara o reino do Messias.

b) As bodas de Caná. No dia 5 para 6 de janeiro, conforme Epifâniorelata, o povo pagão em muitos lugares celebrava a festa do nascimentodo deus Dionisio. Era crença geral que neste dia a água tirada de fon-tes se transformava em vinho. Os sacerdotes pagãos por maquinismos ar-Iificiais sabiam imitar tais transformações. Em várias igrejas do Oriente,os fiéis neste dia tiravam água de poços e fontes, e mais tarde de rios,atribuindo-lhe fórças milagrosas, conservando os costumes populares e su-gestionados pelos pagãos. Para sobrepujar a festa pagã, aproveitar a idéiada água feita vinho e desviar a fantasia popular dos ídolos para o Reden-tor, a igreja celebrou o milagre histórico de Caná, em que se tirou água(le uma fonte e se converteu em vinho. Assim se explica o segundo ele-mento da Epifania.

c) Batismo de Cristo no Jordão. A Epifania, celebrada no dia 6 deJaneiro era a festa da aparição de Jesus Cristo ein carne pelo nascimentocorporal. Mas esta palavra significa também a aparição na glória, comoaquela no batismo do Jordão, em que Cle revelou o seu nascimento eter-no do Pai celeste. A idéia da água e do rio por outros motivos tambémno ligara a esta festa. Os basilidianos celebravam neste dia exclusiva-mente o batismo no Jordão. E assim se explica o terceiro mistério daresta cristã da Epifania.

Em Jerusalém se explicava a reunião dos dois mistérios do nasci-mento e do batismo de Jesus Cristo no mesmo dia, pelas palavras da sa-orada escritura, que no momento do batismo o Redentor "começou a en-trar no seu 30." ano de idade" (Lc 3, 23); celebrou portanto aproxima-damente o aniversário do seu nascimento. (Diet. d'arch. V p. 199.)

Qual dêstes três elementos foi o primeiro a ocasionar a festa não écerto. Provavelmente foi o batismo, corno parece constar pelo uso dosbasilidianos. O segundo elemento foi o nascimento de Cristo; o qual substi-I utu o nascimento de Aion. O terceiro elemento foi a adoração dos ma-Itos, ocasionada pela fixação do natal para o dia 25 de dezembro na igrejaromana. (Stimm d. Z. 1939, p. 207-225.)

285. 3. Por que se omite nas Matinas: Domine, labia mea,o invitatório e o hino e se começa logo pelo salmo do 1.°Nlotlirno? Durandus (VI c. 16, n.° 8-9) responde que em al-gumas igrejas se tem êste costume, para indicar a prontidão,com que os pagãos vieram, quando a estrêla apareceu. O in-vitatório não se diz, porque os pagãos não foram convida-dos , por um profeta falante, mas por uma estrêla aluda, en-vergonhando os que ouvem pregadores e são vagarosos paracrer e adorar Nosso Senhor.

Esta interpretação é mística. A razão histórica pareceser o costume antigo de que fala Amalário de Metz: "nostraregio in pr es senti officio solita est unum omittere de consue-Io more id est invitatórium. Invitatorius est psalmus Veniteexultemos Domino." (ML 105 c. 21 p. 1275.) Omitir no iní-cio o sl. Venite é antigo costume galicano e remonta com ali turgia galicana até ao séc. V ou IV.

Page 69: Curso de liturgia pe.João Reus

L Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 139138 R e u s, Curso de Liturgia

'Ih

A antiguidade dêste costume é comprovada: a) pelo modo an-tigo da construção do oficio, prescrevendo os sl. 94, 95, 96 com nú-meros seguidos; b) pelas diferentes traduções do sl. Venite, usadasuma por S. Bento no início do ofício, outra no terceiro noturno an-tes de S. Bento tomada do saltério galicano; c) pela colocação dosl. Venite no início do ofício, só- prescrita por S. Bento e não an-tes; d) pela forma do ofício da oitava com o sl. Venite no início,introduzido no século VIII; e) pelo teor do invitatório festivo doofício do dia 6 de janeiro: Venite adoremus eum guia ipse est Do-minus Deus nosier próprio para uma festa em que se veneram osdois mistérios do natal e da epifania, como existia na Gália no séc.IV, ao passo que nos ofícios posteriores se distinguem as duas fes-tas: Christus natus est nobis; Christus apparuit nobis. O oficio dodia 6 de janeiro é o único de estrutura antiga conservado na Igreja.O invitatório é próprio déle e guarda ainda o nome: "antífona", deque fala S. Bento na sua regra, usando "antífona" em lugar deinvitatório!

O sl. 94 com o invitatório era cantado no terceiro noturno provavel-mente por causa do povo, que na festa da epifania assistia ao ofício no-turno (Ordo rom. XI; ML 78 p. 1035), mas só do terceiro noturno em dian-te. Assim o sl. 94 servia de convite solene ao povo para tomar parte nasfunções sagradas. Semelhante costume se conserva até hoje na festa denatal nas regiões de influência galicana. Canta-se o "Venite exsultemus"e o terceiro noturno e segue-se a missa de galo. Ern algumas regiões naepifania o sl. "Venite" não se rezava no 7. 0 lugar no início do terceiro no-turno, mas no fim do segundo, no 8.. lugar. (Beletho c. 73.) E' posiçãoincompreensível para um salmo tão solene de convite, mas muito naturalconsiderando a entrada sucessiva do povo na igreja no fim do segundonoturno, a fim de assistir ao terceiro noturno e às demais funções. Osalmo de convite satisfaz neste caso perfeitamente ao seu fim.

O número dos magos nos antigos autores varia entre 3e 12. Mas desde Leão Magno o número 3 é tradicional. Osnomes aparecem no séc. XI e são pura invenção.

286. 4. Funções especiais da epifania são a publicação so-lene das festas móveis, prescrita no Crer. Episcoporum e an-tigamente necessária por causa da dificuldade de calcular ádata da páscoa; e algumas bênçãos de água (lembrança dobatismo), de ouro, incenso, mirra e giz, e a incensação dascasas.

Os párocos todos os anos na festa da epifania anunciemao povo as festas móveis segundo a fórmula publicada nafolhinha brasileira. (C. B. n. 360 § 1.)

Nesta mesma festa ou em outra determinada pelo ordi-nário do lugar, os curas d'almas, depois do sermão sôbre afidelidade em guardar o grande dom da fé, recitem juntocom o povo em língua vulgar o símbolo apostólico e renovemos votos batismais. Todos os domingos e nas outras festasde guarda, antes da missa poraquial Ou antes da catequesedos adultos, recitem junto com o povo com voz clara e dis-tinta os atos de fé, esperança e caridade e de contrição.(C. B. n. 472.)

287. 5. Desde 1921, a festa da Sagrada Família, instituídapnr Leão XIII, foi prescrita para o domingo 'na oitava daepifania. A festa tem importância muito atual por ser a f a.-niília cristã ameaçada de ruiva pelo bolchevismo.

§ 71. PURIFICAÇÃO DE MARIA SS.

288. 1. 40 dias depois do natal, em 2 de fevereiro, cele-bra-se a festa da purificação de Maria. (Nossa Senhora dasCandeias, da Luz, lumen gentium, dos Navegantes stella ma-ris, da Candelária.) E' festa do Senhor por ser a comemo-ração da apresentação do Menino Jesus no templo, de en-contro corn o santo velho Simeão. (Occursus Domini, ypa-panté.) Os seus primeiros vestígios remontam até ao IV sé-culo. Em Jerusalém foi festa solenissima, igual à páscoa, comprocissão, sermão e missa (Etéria). Em Constantinopla foiintroduzida antes de 518, em Roma, no século VI-VII.

2. Em Roma a procissão substituiu uma procissão pagãde lustração: amburbale (in ambitu urbis), um fato, que an-I igos autores afirmam. "Quam solemnitatem transtulimus inllr,norem Beata Virginis." (Serm. Corb. X séc.) Mais recen-It é a distribuição das velas. A procissão fazia-se antiga-mente com paramentos pretos, agora com paramentos roxos,r não se transfere para outro dia , caso a festa da purifi-cação deva ser celebrada mais tarde.

A razão mais profunda da introdução desta festa é provavelmen-te um antigo costume romano baseado nos Sentimentos de piedadee uiêdo. Pois sendo fevereiro o último mês de então estava consa-grado ao culto dos mortos com a festa de parentalia. (Pauly VI,2056 sq.) Portanto honravam os mortos, mas também como autoresde males os temiam. Para se defender contra os males, a morte eo influxo de poderes invisíveis, as doenças, mormente a peste, aesterilidade (Geiásio I, 492-496; ep. contra Androm. ML 59, p. 110),irra preciso purificar-se. Por ser êste mês destinado à purificação,foi chamado februarius, nome êste derivado de februare, que signi-fica purificar. A purificação se fazia todos os anos nos lupercalianu dia 15 de fevereiro e no amburbalia, no princípio dêste mês. Noslapercalia os sacerdotes pagãos e outros indivíduos passavam pelacidade batendo nas pessoas com quem se encontravam, homens emulheres para expelir o "mal". Nos amburbalia os participantes (Pau-ly, I, p. 1817) levavam fachos ardentes, aproveitando o poder puri-Iicador do fogo e da luz. No fundo o dia da purificação foi umalesta sanitária popular da primavera. (Cf. n. 101.)

Quando os cristãos começaram a celebrar o natal.de Jesus Cristo,I) costume pagão da purificação devia chamar a sua atenção para apurificação da ilibada Mãe de Deus, êste mistério tão simpático, quecoincidiu com a festa pagã e era muito própria para substituí-la.l'elebraram-na no dia 14, depois no dia 2 de fevereiro já que se cc-

Page 70: Curso de liturgia pe.João Reus

140 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro141

lebrava o natal no dia 6 de janeiro, ou 25 de dezembro. O costumepagão romano facilmente se tornou conhecido no Oriente pelos mui-tos romanos que lá se achavam como magistrados, soldados ou ro-meiros e podia assim ocasionar a festa da purificação. Para os cris-tãos o mal se condensou no demônio e no pecado, que se deve ex-pulsar pela penitência. 'Este é o fundamento provável da procissãoda penitência em Roma. No Oriente a procissão tomou um caráterfestivo. A festa portanto parece ter subsituido uma festa pagã. Quan-do se celebrou a festa da purificação de Maria Virgem no dia 2 defevereiro, o dia dos parentalia era livre para a festa de S. Pedro,que substituiu esta festa pagã. (Cf. 438.)

Na vida de S. Teodósio (see. VI) conta-se que no tempo do imperadorMarciano (450-457) a matrona romana Hiquélia deu a idéia de se levaremna procissão do dia 2 de fevereiro velas acesas em comemoração das pala-vras de Simeão: "luz para a iluminação dos gentios." (Stapper, Lit. p.300.) Esta notícia parece confirmar a explicação acima dada sôbre a ori-gem da festa. Pois foi uma 'romana que teve a idéia das velas acesas,provavelmente porque tinha visto a mesma coisa em Roma. Gueranger citaem favor desta explicação (III, p. 519) Bento XIV, Menard, Rocca,Henschenius.

5. Ao incenso diz-se a fórmula costumada: Ab illo be-nedicaris, borrifa-se com as palavras: Asperges me Dominehyssopo et mundabor, lavabis me et super nivem dealbabor,sent salmo nem Gloria Patri (Miss. et Rit.) A aspersão e aincensação em tôdas as circunstâncias semelhantes se fazem(.nl forma de cruz, i. é, primeiro no meio, depois do ladoda mão esquerda, e por fim da direita.

6. No altar acendem-se mais de duas velas.

7. As funções solenes com D e S, conforme o missal e oner. Ep., são obrigatórias nas igrejas catedrais, colegiadas,paroquiais ou filiais que têm o número suficiente de mi-nistros sacros. Nas igrejas paroquiais, onde êstes faltam,usa-se o cerimonial simples: com clérigos ou ajudantes. (d.2970 ad 5; 4049 ad 1.) Valem estas disposições tambémpara o tríduo sacro da semana santa.

291. 8. Para as igrejas não paroquiais, deve-se distinguirentre as bênçãos e as funções da semana santa. As ditas bên-çãos são lícitas sem licenças especiais por tôda parte (d.2123 ad 5), com cerimonial solene, se houver D e S (d.3697 ad 17) ; do contrário, com cerimonial simples. As fun-ções da semana santa com cerimonial solene pôde permiti-laso bispo (e para as ordens religiosas provavelmente o su-perior maior) sob duas condições: 1. que na igreja se con-serve o SS. Sacramento; 2. que as funções não coincidamcom as funções paroquiais e assim os fiéis possam assistiras funções na matriz. (Ver n. 323, 5.)

As funções da semana santa com cerimonial simples nasigrejas não paroquiais exigem um indulto da S. Congregaçãodos Ritos. (d. 4049 ad 1.)

9. 0 canto nas funções coin cerimonial simples é per-nütido, de sorte que a paixão se possa ler e a parte depois(Ie Munda cor cantar no tom do evangelho. (d. 4031 ad 2.)A mesma liberdade se tem em outras partes das funções,contanto que haja ao menos dois cantores aptos. (Mem. Rit.)

§ 73. A BÊNÇÃO DAS VELAS

292. 1. Preparativos. a) Junto do altar, do lado da epistola,mesa com as velas. Sendo preciso, os leigos podem ter nasiiãos as velas a benzer. No altar, se fôr possível, não sepiïeui flores, senão depois da procissão.

§ 72. A BÊNÇÃO DAS VELAS, DA CINZAE DOS RAMOS EM GERAL

289. Observações.1. Nestas três funções deve dar a bênção o mesmo sa-

cerdote que celebra a missa (d. 2783 ad 2), com exceçãodo bispo. O cruciferário revestido de tunicela ou casula do-brada, conforme a cerimônia, deve ser diferente do subdiá-cono da missa, e deve levar a cruz no dia da Purificação,domingo de Ramos, quinta e sexta-feira santa. No dia definados leva-o o subdiácono da missa. (d. 2642 ad 1.)

2. Paramentos: a) para o cel. amito, alva, cordão, es-tola roxa (cruzada por cima da alva), pluvial roxo, se hou-ver (e não casula), sem manípulo (Rub. Miss. XIX, n. 4) ;b) para o D e o S amito, alva, sem manípulo; para o diá-cono estola roxa, sem dalmática nem tunicela, mas in eccle-siis maioribus (p. ex., igrejas catedrais e colegiadas) planetaplicata (i. e, uma casula com a extremidade dobrada naparte anterior).

3. 0 C conserva sempre as mãos juntas ao Dominus vo-biscum, ©remus, orações, fazendo inclinação à cruz nas pa-lavras que a exigem. Quando a rubrica o mandar, faz o si-nal da cruz sôbre os objetos a benzer, pousando a mão es,querda sôbre o altar.

290. 4. Se as funções se fazem com canto, tôdas as oraçõesterminadas com conclusão longa têm o tonos ferialis, as deconclusão curta têm o de versículo.

Page 71: Curso de liturgia pe.João Reus

142 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro143

b) Sôbre a credência, fora do que é necessário para amissa, põe-se água benta com hissope, bacia, jarro com águae toalha para o C.

c) Na sacristia, os paramentos supra-indicados.

A BÊNÇÃO SOLENE

293. 1. 0 C, ao aceno do M. d. C., precedido dos ministrosou entre êles (neste caso seguram o pluvial), vai ao altar.Depois da genuflexão, o D e o S sobem com o C para oaltar. O C beija o altar no meio e vai para diante do mis-sal. O D e o S colocam-se à direita e à esquerda do C. E'este o seu lugar em tôdas as funções. Quando o C levantaa mão para benzer, o D ergue-lhe o pluvial.

Terminada a quinta oração, o D ministra o incenso, oqual o C põe no turibulo e benze segundo o costume. O Doferece ao C o hissope com os devidos ósculos. O C aspergeas velas e, tendo recebido o turibulo, as incensa.

Se o C fizer uma breve instrução sôbre o rito desta bên-ção, poderá sentar-se num mocho no supedâneo do lado doevangelho.

Sentido da cerimônia. O clero e o povo toma devotamente a velapara associar-se à procissão em honra de Deus e de Maria, VirgemMãe, para receber as chamas da caridade, o fogo do Espírito Santo,o próprio Cristo Rei (suscipe regem Christum) no símbolo da luz, ea saúde do corpo e da alma pela misericórdia divina e a inter-cessão da Mãe de Deus. (Orat. in bened. candel.)

294. 2. Distribuição. O C e os MM vão ao meio do altar e,sem inclinação ao altar, voltam-se para o povo. O D en-trega a vela destinada ao C ao mais digno do clero, o quala beija e, de pé, sem beijar a mão, sem estola (d. 2148 ad5) a entrega ao C, que fica de pé e beija a vela. O C aentrega ao D e recebe do D uma outra que entrega ao dignior.Êste a recebe (se não fôr cônego) ajoelhado no bordo dosupedâneo, beijando primeiro a vela, depois a mão do C.(d. 2148 ad 5.)

O D não pode entregar a vela ao C. Não estando por-tanto presente fora dos MM outro sacerdote, o D pousa avela apagada em cima do altar. O C, de joelhos no meio doaltar, a tira, beija e entrega ao D.

Em seguida 'recebem as velas os MM, ajoelhados nobordo do supedâneo, beijando primeiro a vela, depois a mãodo C. Entregam a vela aos AAc e sobem para os seus luga-

res, onde o D passa as velas ao C, e o S, à direita, sustentao pluvial. A distribuição principia sempre do lado da epístola.

295. Para receber as velas os clérigos vêm dois a dois(Cu'r. Ep. II, 17 n.° 2; 3), ajoelham-se no bordo do supe-d;lnco, beijando primeiro a vela, depois a mão do C. O povorecebe as velas na balaustrada do mesmo modo. As velaspedem ser distribuídas acesas ou apagadas.

Assim que o C recebe 'a vela, os cantores entoam a an-Il funa: Lumen, etc., que é continuada pelo côro. Depois dadistribuição o C lava as mãos no supedâneo, se distribuiuas velas só no altar; se não, diante dos degraus no lado daepístola. Os MM erguem o pluvial. O C sobe entre o D e o

vai para o lado da epístola e reza a antífona e a oração

Se fôr depois da setuagésima, mas não num domingo,MM, tomando a posição da oração por detrás do C can-

Irnu Electamus; Levate.2%. 3. Procissão. Ainda no lado da epístola (d. 4198 adI ), u C põe o incenso no turíbulo. O S vai receber a cruz daprocissão (o crucifixo olha para onde o S olha) e coloca-seno meio dos AAc em frente do altar. O D entrega a vela ace-r+n au C com ósculos, pega na sua, pousa a mão esquerdauu peito, volta-se para o povo e canta no tom de versículo:Procedamos in pace. 0 côro responde: In nomine Christi,imen. O C e o D descem ao fundo dos degraus, fazem ge-

nu flexão e põem o barrete. A procissão põe-se eni marcha.N;i frente vai o ,turiferário, em seguida o S acompanhado deleis Ac corn castiçais, o clero, no último lugar o ' C e o D

i [m é preciso elevar a fimbria do pluvial). Durante a pro-i,,são cantam-se as antífonas do missal.

297. Ao voltar a procissão o D entrega a sua vela ao Mes-Ire de cerimônias, recebe a ,do C e a entrega ao M. de C.

S entretanto coloca a cruz no seu lugar e põe-se à es-giiercla do C. Todos genufletem, põem o barrete e vão para;■ ,. n cristia ou,. feita a genuflexão no degrau, para o banco.

Depois do canto da epístola, o clero e os fiéis acehdem.1. tinas velas. Logo que o C tem feito o sinal da cruz, àsp,ilavras: Sequentia, etc., recebe a vela com os devidos Os-culas. Depois do evangelho todos apagam as velas. Acendem-n;iti de novo ao Sanctus e as conservam acesas até depoisda comunhão, porém só se a missa é da purificação.

Page 72: Curso de liturgia pe.João Reus

144 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 145

CERIMONIAL SIMPLES298. 1. A bênção das velas. O C, paramentado (n. 292),sobe ao altar, beija-o no meio, vai ao missal e lê as oraçõesMdas, conservando sempre, também ao Oremus, as mãosjuntas, e corn as inclinações respectivas à cruz. Enquanto amão direita benze, a esquerda pousa no altar. Ao pôr o in-censo reza-se: Ab illo, etc., à aspersão: Asperges, etc., semsalmo.

Depois de incensar, o C vai ao meio e, de joelhos, tomaa vela colocada no altar por um ajudante, beija-a e entrega-aao ajudante, ou se estiver presente um sacerdote, recebe-adêle, beija-a e entrega-a ao ajudante. Se os cantores entoam:Lumen, etc., o C distribui as velas. Se não houver cantores,o C, depois de entregar a sua vela, vai ao missal e recita aantífona e o salmo. A distribuição efetua-se como no ceri-monial solene. Antes de ir à balaustrada, faz inclinação àcruz. Depois de ter lavado as mãos no supedâneo, se distri-buiu as velas, só no altar; se não, diante dos degraus, re-cita: Exsurge, etc. Flectamus genua, etc., só se diz, quandoo dia 2 de fevereiro incidir num dia da semana depois dasetuagésima.

299. 2. A procissão. Incenso não há. O C (Mem. Rit. novo)recebe no lado da epístola a vela, vira-se para o povo e dizou canta: Procedamus in pace; respondem os ajudantes: Innomine Christi. Amen. Na frente vai a cruz, depois o C ten-do feito genuflexão no plano, rezando as antífonas respecti-vas, corn o barrete pôsto. Todos, menos o Ac que vai coma cruz, têm velas acesas, levando-as sempre na mão exte-rior, portanto, quem vai à esquerda, na esquerda. A pro-cissão pode-se fazer dentro ou fora da igreja.

Depois da procissão, o C faz genuflexão ao altar eajoelhado no degrau inferior termina as antífonas, entregaa vela ao ajudante e vai vestir-se para a missa. Põem-seas flores no altar.

Durante a missa, os ajudantes têm as velas acesas aoevangelho e ao Sanctus até à comunhão, porém só se amissa é da purificação.

Para a bênção de S. Brás (3 de fev.), as velas devem-se ben-zer segundo o Ritual Romano (Bened. non reserv. n. 7); a fór-mula prescrita é: Per intercessionem Beati Blasü Episcopi et Mar-tyris liberei te Deus a mato gutturis et a quolibet alio mato. In

f;ornine I'atris et Filü 1- et Spiritus Sancti. Amen.' (d. 4387 ad 2.)

A estiola é incarnada.I'ode-se dar também no próximo domingo seguinte, não só de-

Iloln da missa, mas durante todo o dia, corn ou sem velas acesas.

(S. R. C. Brunen. 3-3-1936.)nogtndo alguns autores (Falise, Kieffer, Müller-Umberg) as procissões

m) ilin 2 de fev. e no domingo de ramos em rigor não estão prescritas nasiaropti, onde não há obrigação de côro. Com isto concorda a decisão da

I H. C. (d. 26 ad 9) que tal procissão se possa omitir em circunstâncias

Ilonzer as velas comuns não está prescrito. Podem-se benzer na fes-In ,In. purificação ou fora deste dia com a fórmula do ritual.

Artigo II. O ciclo pascal

§ 74. 0 TEMPO ANTEQUARESMAL

300. 0 mais antigo ciclo do ano eclesiástico é o ciclo pas-

r:ll. O seu centro é a festa da páscoa. Começa no domingo

do setuagésima e termina no sábado depois de pentecostes.

I 1 tempo antes da páscoa tem o caráter de penitência, que';e mostra gradualmente, cada vez corn mais rigor. Começamodestamente nos três domingos antequaresmais, aumentau;l quaresma, cresce no tempo da paixão, torna-se mais in-lellso no domingo de ramos e alcança o auge no tríduo sa-cio da semana santa.

I. O tempo antequaresmal abrange os domingos da se-Inagésima, sexagésima e quinquagésima. Setuagésima é pro-I1I i:unente o dia setuagésimo; mas designa também tôda aépoca de 70 dias. Dominica in septuagesima (Missal) signi-lea o primeiro domingo na época de 70 dias. No rito gregor+tio realmente 10 semanas, portanto 70 dias de preparaçãopara a festa da ressurreição. Na Igreja romana o nome nãocorresponde ao número, pois que são só 63 dias até à pás-eun. Talvez o nome setuagésima tenha sido adotado doOriente ou tenha sido formado por analogia corn quadra-

gésima, primeiro quinquagésima, depois sexagésima e se-luagésima, para designar o respectivo aumento de urna ou

lluns ou três semanas de jejum. Estes três domingos já exis-

Ilruu no século VI.

301. 2. Neste tempo a penitência é moderada. Só o canto

dl' aleluia emudece como também o Te Deum e o Gloria da

missa. A leitura do ofício tira-se do primeiro livro da sa-

l; r :l(la escritura, porque o pecado de Adão tornou necessárioo Redentor e porque em março principiava o ano civil, ao

qual se acomodava a Igreja.

Coro() de Liturgia — 10

Page 73: Curso de liturgia pe.João Reus

302. 3. Durante o tempo antequaresmal multiplicam-se osdivertimentos de carnaval, muitas vêzes ofensivos à religião.Para reparar ao divino Coração de Jesus as muitas injúrias,é permitido celebrar um triduo eucaristico no domingo daquinquagésima e nos dois dias seguintes, ou nos domingosda setuagésima ou sexagésima e dias seguintes. Quem visitaro SS. Sacramento nesta ocasião, comungar e rezar na in-tenção do papa, pode ganhar uma indulgência plenária.(Bened. XIV.)

4. A quarta-feira de cinzas. Nome e história. O nometem o seu fundamento na bênção da cinza, feita de ramosdo ano anterior. A distribuição da cinza tem a sua origemno antigo rito de impor neste dia cinza aos penitentes pú-blicos. Tornou-se, poréns, geral para todos os fiéis desde ofim do século XI, e é uma lembrança da humildade e damorte. Começa neste dia o jejum eclesiástico da quaresma.(Fer. IV in capite jejunii.)

§ 75. BÊNÇÃO DA CINZA303. 1. Na bênção da cinza, que deve ser sêca, e não mis-turada com qualquer líquido (d. 130), procede-se em geralcomo na bênção das velas (n. 289). 0 C recita de pé a an-tífona Exaudi nos. Vai ao meio do altar e voltado para opovo recebe de pé a cinza do dignior do clero, que se põe nosegundo degrau. Se não estiver nenhum sacerdote, o C vol-ta-se para o altar e de pé (Missale novum) impõe-se a cin-za a si mesmo, sem nada dizer. Depois recita a antífona Im-mutemur, etc., e impõe a cinza aos outros, dizendo: Memen-to honro, quia pulvis es et in pulverem reverteris. Para issoa deixa cair sôbre a cabeça, aos clérigos sôbre a coroa, àsmulheres no cabelo que aparece na fronte perto do véu, àsreligiosas sôbre o véu, de nenhuma maneira na testa. (Sar-mento, p. 15.) (As razões são: 1. A cruz pintada na testaocasiona facilmente, riso (experientia teste); 2. o contactomediato não diminui a eficácia do sacramento da ordem, nemda água benta, portanto nem da cinza). No fim lava asmãos. (Cf. Kieffer, Solans.)

Outro sacerdote revestido de sobrepeliz e estola podealudas' o C a impor a cinza.

Além do modo solene e simples da bênção das cinzas, é permi-tido, conforme a sentença comum dos autores, o modo privado, porconsal,iiinf'e sem se fazer a bênção necessariamente no altar. A dis-

10)11'10o das cinzas já bentas depois de qualquer missa ou no do-mingo seguinte é uma como aprovação dêsse modo privado.

O sacerdote começa neste caso pelo Dominus vob., reza as 4oraçfies do Missal e borrifa as cinzas com água benta, omitindono antífonas e o incenso. (Solans II, n. 515, que cita Cavaglieri, Te-lruno, Falise e Appeltern.) Pode impô-la a si mesmo. Sôbre o lugarI. os paramentos os autores não prescrevem nada, Mas por causarlr'sla bênção particular não se pode omitir a bênção solene nas .viajas, em que é obrigatória. (Solans, De Herdt.)

Depois cia missa privada qualquer sacerdote, revestido dos sanInn l ra,ramentos, pode distribuir as cinzas aos fiéis, porém não im-por a si mesmo (d. 2704, 5.)

2. A cinza pode ser distribuída também no primeiro do-mingo da quaresma depois da missa ou independentementedcl;, nas Igrejas paroquiais e (com licença do ordinário,para cada caso) nos oratórios das pias uniões, capelas ru-rais, ou outras, em que haja retiro para operários, sob duascondições: 1.° que na quarta-feira de cinzas se cumpra todoo rito da bênção e imposição da cinza; 2.° que a cinza dis-Irilmida no domingo seja tomada da mesma cinza, empre-

L;ad;l naquele dia (d. 4373; 4387 ad 1).

§ 76. A QUARESMA 4

301. I. A quaresma (dia quadragésimo) significa, primei-Io, rl 1'till, a d(' 40 dias; depois, a época de 40 dias desde a+ln;m 1;1- feira de cinza alé ao meio dia do sábado santo.

Orlgrin. A quaresma, segundo a doutrina dos santosl(,I ll s, foi inl+liluída pela Igreja para imitar o exemplo do10111 ^ lt lento r , quo Jejnou dl) (liar, no deserto. Começava .^11111'.11ll('111(' II(( pi ÌIn('I l (( ( Iolllllllf(( da gllaresllnl, cuja secretaI(n,l ( l.11d,l ;I Iellllll, n i,,I (11";o-ln, dizendo: Sacrificium qua-ti,n Urllll ',rrlr'rrrnllr'r immol(rrrrus, (I(lllo , puré111, nos4,nlu, - , n n( a(' I1'jll;1, no MétlI1(1 VII acreeenlaranl-se 4

U l u l mlpl( I,n l( afa nem de •It) (Iï;u; de Jc'jllnl. Assim

1. lrnn l (Int(I IlI,l l lncipjmo 11,1 t thitI I .feira dc' cinza.

41 jlrr► rlrr r/111!e , rr1,1 i n+ l e,u I p(n p:Ip;l I,ea(( Magno' I I. I )11m) - I " (`elel(I mu u da sagrada pai-

I, ,',ullei(.I(( cool pml(r,l (I,I ;11111.1 e (lo corpo; 2.° fa-^ , p, nll('llt`la p('l;la (ulp.r ('lll onlml Ienlpuu cometidas; 3.°

ol u ; e; (Ie piedade, I " ,lll.lil :,mi re si ;1 misericórdia(II( n(,I, ,,vivas .1 ('oIlll.nl(,a e ',nova' til 11 Ilollleln interior.{I)h. 3. A I)rr ,para Uri rios ealr'eaincuu,s p; rr;l ,o batismo era,Inlif',;unenle costume l;('1;11, N;I (Inall:l feira depois do quar-Io domingo da quaresma reeelli; m m o símbolo (Credo in

146 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 147

In+

Page 74: Curso de liturgia pe.João Reus

148 R e u s, Curso de Liturgia JI. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 149°

Deum) para decorá-lo. O evangelho dêste dia alude ao an-tigo costume. Conta como o cego curado por Jesus Cristoprofessou a sua fé com a mesma palavra: Credo, Domine.

O quarto domingo Lcetare tem o seu nome da alegriaela Igreja por causa dos muitos filhos (Epístola: Multi filii;evangelho: 5000 homens nutridos, pela Igreja) que lhe nas-cerão no sábado santo pelo santo sacramento do , batismo.A casula côr de rosa permitida neste domingo tira a suaorigem provavelmente da bênção da "rosa de ouro" em Roma.

A reconciliação dos penitentes públicos se fazia na quin-ta-feira santa. Na segunda, quarta e sexta-feira de tôda aquaresma estavam obrigados a penitência mais rigorosa.Por isso se reza ainda nestes dias o trato: Domine non se-eundum peccata nostra, com genuflexão.306. 4. Um costume particular de Roma eram as estações(statio). Significa esta palavra: a). o serviço de sentinelamilitar; b) a reunião litúrgica dos c ristãos, que se consi-deravam como soldados de Cristo; c) desde o século IV oculto .divino solene celebrado com assistência das freguesiasromarias. O clero reunia-se numa igreja determinada (col-lecta) e ia em procissão, cantando ladainhas, para a Igrejada estação. Estas procissões serviam para aumentar umasolenidade, p. ex., na páscoa; mas, as mais das vêzes, ti-nham o caráter de penitência, como na quaresma ou nas qua-tro têmporas. O papa Gregório Magno mandou marcar nosacramentário (hoje missal) os dias e lugares das estações.

5. Leis litúrgicas: a) da quarta-feira de cinza até àquarta-feira da semana santa nas missas de féria diz-seOratio super populum, do modo seguinte: Terminadas asorações do Postcommunio, o C diz pela terceira vez: Ore-mos, como de costume; depois, sem se endireitar, conser-vando as mãos postas e a inclinação profunda à cruz: Hu- ,

miliate capita vestra Deo; em seguida, terminada a incli-nação, a oração com as mãos estendidas. (Rit. celeb. t.XI, n. 2.)

b) as outras regras litúrgicas como no advento (n. 271).

§ 74. 0 TEMPO DA PAIXÃO307. 1. 0 tempo da paixão abrange as duas semanas pre-cedentes à festa da páscoa, a semana da paixão e a semanasanta. E' que nestes dias a Igreja chama a atenção dos fiéis

intensivamente sôbre os sofrimentos da Vítima divina. Porisso, no sábado antes do domingo da paixão, manda cobriras cruzes e imagens dos santos no altar; suprime no oficiodo tempo o Gloria Patri ao Venite, nos responsórios, ao in-tróito e lavabo na missa, omite o sl. Judica, a comemoraçãoA conctis, para não desviar a atenção dos fiéis da obra daredenção.

Esta 'simplificação do rito parece ter o seu fundamentono antigo rito, menos desenvolvido, exprime, porém, visivel-nle nte o luto da Espôsa de Cristo sofredor.

o tempo da paixão começa duas semanas antes da festa pas-cal, porque duas semanas antes da páscoa israelítica principiou ai+ngrada paixão de Cristo pelo decreto de morte lançado contra Ële,exequível em qualquer momento. Esta sentença injusta era conse-quência do milagre da ressurreição de Lázaro, ocorrida duas se-maims antes da páscoa, no primeiro dia do mês de nisã, na festade novilimio.

A data aproximadamente consta pela fuga de Nosso Senhor de Betânia101)11)0 necessário para voltar ali. Sem (lar ensejo de executar o decreto

an np,ni nario, partiu Nosso Senhor no domingo para Efrém (Jo 11, 54),^', km ao norte de Jerusalém (1 dia), ali permaneceu com os seus

diIu'íi urlo$ por alguns (3-4) dias; desceu depois para Jericó, onde curouo repto 13art9meu (Mc 10, 32), converteu Zaqueu (Lc 19, 1), em cuja casane hoopedou (2-3 dias) e pregou ao povo. Subiu em seguida com os ro-nn'lroil pela estrada que conduzia para Jerusalém (1 dia) e no sábadoenl (Nye em Betll.nia (6 dias antes da páscoa. Mt 26, 6, Perk, sinopse 1934,Ir, 1h.*) 1'cie conseguinte o dia do milagre foi o primeiro dia de nisã.

A Ilida 6 confirmada pela noticia do evangelho de que a páscoa es-luva Ilr'xnnn, e muitos subiram a Jerusalém para se santificar. (Jo 11,hr., Uhd11 r,crinalnin exigia as vêzes oito dias (Nm 6, 10) e no dia 10,wmnn ilolntnp;o elo ramos, jti se preparavam os cordeiros. (Cf. Rupert.I'nll. rlr el'I', I. r, o. 7 • )

( ii;i, êmll• primeiro din de nisã caía 15 dias antes da páscoai5rn1'lllila e no c,dend;lrio julir n io 6 a sexta-feira antes do domingorire paixfi11. Nela r1 Igreja n u inda rezar o evangelho de Lázaro res-unl°Iludo, molhando ru ndo; a I•nlrada do tempo da paixão. Pois in-

1111uindud do 'Whi 11. on prhicipl•4 Ilariseus no sábado de manhã re-molion n ii iii !, 111u1u•Ih11 e resolveram n (norte de Jesus. (Jo 11,i I No pilde (buli dia meniorrivu'l !1 Igreja entristecida começa o

orii Illtr) 11'111 I upnn11 IIIVIIIIi, til/1'111111 I I lil'dir socorro: Eripe meIlo un lar o ir hrrmlae mobs, IF I'irrr tnlr/nu ill/U' nu'. (Vermic.)

No 1111n111m» Il i poisao rl Igrel: lenilrrn a I, 1 ida do IRedenlor,111115 1011111111111n nnl Ioh' di rnrrilrr igillul nennil 111111 no ses antes.

A Inj:Ir1,; hinllilli ' ; i' Menrl11na d rl Ipuuu n Illnm depois de ocorrida,

no Is do Ielln Ili; pnlnii11 A Igreln quer i n )Ilvar o Into e não re-

'urive; ; u ; 1 ren 1 I1111o1Oy11115 .

nlw, A rerhalirrlu IIe I'elu; u. Moilfe F1; do altar deriva do costu-me, nnitglunl'uir ol)nervnlln no r,iieoi do IIn,itioinla, de cobrir ou111,11 dn igrela Indo u ipn• a1'Ivl,l de ol'n,itO (ISelllllo c. 85.) Se-r nud11 o ;i r ll ^ no' penmar do Illrilll' media I• dn Liturgia, u igreja ma-lewd deve luunlr p;o°te Iirl peillie'ni ln da Igrej:i, I'si>Ôsa de Cristo.Ilranlu do :Ala r otio "ia, I111/1 . 11 rrlirliriom, evangi'li:o'ios." (BelethoI. lr' i.) i'or couli;'giiìnle n mil/ era considlr'r:Ida como objeto de or-moo I como lal col o ri:,. "til') eohl'rltl ni' h e ( ' levar pela igreja."

II. c.) I ii) viii da erut e dam 11nlris nll:uris passou-se por ser maisoniodo e mais expressivo, no vi'n do altar inleiro e depois de todo

Page 75: Curso de liturgia pe.João Reus

150 R e u s, Curso de Liturgia

o côro, a parte mais enfeitada do santuário.- Neste caso tomou onome de véu quaresmal (velum quadragesimale) e recordava aosfiéis a obrigação de jejuar (pano de fome). Impedia aos fiéis a vistado "Santo dos Santos", equiparando-os de algum modo aos peni-tentes públicos, os quais na quarta-feira de cinzas deviam sair daigreja. O costume, de algumas igrejas, de cobrir as cruzes e as al-faias no domingo da paixão, por causa das palavras do evange-lho: "Jesus escondeu-se", tornou-se geral.

A cerimônia parece ser de origem galicana. Era conhe-cida na Gália já no séc. VII,, na Itália por volta de 1000.Tôda a sua significação profunda mística só a recebeu noséc. XI pelo lugar predominante no próprio altar, ao passoque antes tinha sido colocada diante ou atrás do altar ouem outro lugar. A cruz velada no altar representa o grandemistério de que Nosso Senhor, escondendo-se dos seus ini-migos, escondeu a sua divindade por nosso amor. Com esteheroísmo inflama o coração nobre a amar o Redentor tãoamoroso, que foi capaz de tamanha humilhação para alcan-çar aos filhos adotivos de Deus a glorificação no céu.

Em muitas igrejas brasileiras existe o costume develar todo o altar com pano roxo, o qual se descerra ao Gló-ria no sábado santo. (Cf. n. 175.)

§ 78. DOMINGO DE RAMOS309. 1. A Semana Santa. O Domingo de ramos (Dominicain palrais), chamado assim por causa da bênção dos ramose das palmas antes da missa principal, é o início da Se-mana Santa (hebdomada sancta, maior). Nela se celebramos mistérios do amor do Santo dos Santos (V-F. S), da dordo Santo dos Santos (VI-F. S.) e da Glória do Santo dosSantos (Sab. S.). Por isso, compete-lhe uma dignidade li-túrgica maior do que às precedentes (hebdomada maior).No Domingo, na Terça, Quarta e Sexta-feira iê-se a his-tória da Paixão segundo um dos 4 evangelistas.

A unção em Betznia, realizada no sábado, foi assinalada paraa segunda-feira da semana santa.

Pois no sábado, dia alitúrgico, não havia missa. Além dissoa unção pertence à história da paixão como se vê na de S. Mateuse S. Marcos. Ora, para se poder ler todos os dias da semana santaum trecho da paixão, dividiu-se a de S. João, cuja primeira parterelata o mistério da unção ocorrido seis dias antes da páscoa. Ogasto enorme com o unguento contado neste evangelho bem expli-ca o crime hediondo do avarento traidor dois dias depois.

1. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 151

BÊNÇÃO DOS RAMOS .

310. 2. Os ramos bentos, aliás um sacramental para o usodos fiéis, servem para a procissão que representa a entradaIriunfal de Cristo Rei em Jerusalém, 6 dias antes de suanorte. Etéria a menciona no século IV, ao passo que a bên-ção remonta ao século VII ou VIII. E' muito solene, apre-sentando a forma de uma "missa sicca". Termina por umrito dramático. Uma parte dos cantores está no interior daI greja, representando os coros angélicos, a outra parte, forado santuário, pede entrada livre para Cristo que triunfoupela cruz. O subdiácono com a extremidade da cruz batena porta que se abre para deixar entrar a procissão, i. e,as almas remidas por Jesus Cristo, vencedor.

CERIMONIAL SOLENE

311. 1. Preparativos. Junto do altar, no lado da epístola,uma mesa coberta com uma toalha branca, em que se põemos ramos e palmas.

Sôbre a credência, além do necessário para a missa,põe-se uma bacia com jarro e toalha.

Encostada à parede, a cruz processional coberta comImi véu roxo. Prende-se-lhe uma fita roxa (para a palma).

Paramentos. O C veste a alva, estola roxa, pluvial semmanípulo. O D e o S, nas igrejas pequenas, vestem só alva1 Miss. t. XIX, n.° 6), sem manípulo (Mem. Rit.), o D tomai estola. Em igrejas maiores ambos vestem a casula (p ia-

orla plicata) dobrada.

312. 2. A função. a) A bênção dos ramos. No texto nada'n muda, embora os ramos não sejam de oliveira nem dep:1lulas. Faz-se a aspersão segundo o costume.

0 C sobe ao altar, ladeado pelo D e S, beija o altar nomoio e vai para o lado da epístola. 0 D põe-se à sua di-teila, o S, à esquerda. Durante a primeira oração, o S des-r,• seira genuflexão para a lição; se tem a planeta plicata111:1-a então; recebe o epistolário, faz genuflexão no meio..obre o degrau, antes e depois da lição, beija, de joelhos,.1 iuíio cio C, entrega o livro, veste a planeta plicata, se a11..1, e põe-se à esquerda do C. Então o D deixa o C, tira.1 casula, se a tinha, toma o estolão, recebe o evangeliário

pise no meio do altar; sem genuflexão vai para a di-tecia do C, ministra o incenso (Benedicite, Pater rev.) e le-

Page 76: Curso de liturgia pe.João Reus

152 153R e u s, Curso de Liturgia

vanta a extremidade do pluvial. Depois o S desce para omeio do plano diante do degrau inferior, o D ajoelhadoreza Monda, toma o evangeliário e ajoelha-se, tendo o altarà esquerda. O C volta-se pela esquerda e dá a bênção. OD faz genuflexão junto com o S sôbre o degrau, incensao evangeliário e canta o evangelho. O S dá o evangeliárioa beijar ao C e o D o incensa, faz genuflexão sôbre o de-grau, depõe o estolão, se o tem, põe a casula e vai para adireita do C, o S para a esquerda. O D levanta a extre-midade do pluvial, quando o C faz o sinal da cruz. O Ccom as mãos juntas canta o prefácio, inclinando-se paraa cruz ao Sanctus, que recita juntamente com o D e o S.313. b) Para distribuir as palmas, o S põe-se à direita doC, sustentando o pluvial, o D à esquerda, entregando aspalmas. Eles recebem-nas depois daquele que entregou apalma ao C, como se disse na bênção das velas. A distribui-ção ao povo faz-se da mesma maneira que a distribuição dasvelas (n. 294). No fim, o C lava as mãos e canta a últimaoração ladeado do D e S.

314. c) A procissão. O C põe o incenso no turíbulo e obenze no lado da epístola. A procissão faz-se como na bên-ção das velas. (n. 296.)

3. A missa. Deve ser celebrada por quem benzeu os ra-mos, se o C não• fôr bispo. Se o S canta as palavras: Ionomine Jesu, faz genuflexão e levanta-se logo, todos os ou-tros se ajoelham com ambos os joelhos até à palavra: Infer-norunz (Ca:r. Ep.), também o C, o qual, porém, ao ler estaspalavras, não se ajoelha. (d. 4057 ad 6.)

315. Canto da Paixão. Os três diáconos ou os três sacer-dotes revestem-se de alva, manípulo e estola roxa (e nãoestolão). Durante o trato saem da sacristia. Vai à frente oMestre de cerimônias, seguem, um após outro, (é melhorsem barrete) a) o cronista; b) o solista; c) o Cristo. (C. E.)

Ao entrarem no côro põem-se a par, ficando o cronistaà direita, o solista à esquerda do Cristo, fazem genuflexãoao altar sem saudar o C, e colocam-se na mesma ordemdiante das estantes postas no lugar, onde se costuma cantaro Evangelho. Têm as mãos juntas.

Ao aproximarem-se os DD,, o C, o D e o S, que talvezestivessem sentados durante o t to, vão para o altar pelo

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

aiiiinho mais curto para o lado da epístola, sem genufle-xao e colocam-se como no intróito. O D entrega com osdevidos ósculos o ramo ao C. O D, o S e todo o côro, excetoos I.)D da paixão, pegam também nos ramos. Durante apaixão todos ficam de pé. (C. E.; d. 2184 ad 2.)

316. 0 cronista, sem incenso, sem fazer o sinal da cruz,começa o canto da paixão. O côro dos cantores pode cantara "turba" (d. 4044 ad 2), mas não o pode um côro de re-ligiosas. (d. 2169.)

O C começa a paixão ao mesmo tempo que os DD,voltado um pouco para os DD (C. E. II, 26, n.° 25) e lê

at6 à pars Evangelii (sem ajoelhar ao: emisit spir.) Então

volta-se com os MM completamente para os DD da paixão,o 1) no degrau, o S no plano, a par. Ao nome de JesusIazem inclinação à cruz. Ao emisit spiritum todos se ajoe-

Ili:un no lugar onde estão, os 3 DD voltados para os livros,Iodos os 'outros, também o C, oDeoS para a cruz. 0cronista é. o primeiro a levantar-se e todos logo fazem omesmo.

Terminada a paixão, os DD voltam na mesma ordemPor que vieram. O C, oDeoS entregam os ramos. 0 Sleva o missal para o lado do evangelho. O D põe o estolão,.u. o usa, leva o evangeliário para o altar, ministra o in-

censo, reza o "Monda cor", pede a bênção e canta o evange-lho. O S sustenta o livro, os acólitos não levam os castiçais.Não há Dominus vobiscum, nem Sequentia, nem sinal dacruz, mas incensação do livro. 0 C, voltado para o D, pegatlo ramo e o entrega no fim, beija o s. texto (Per evange-

lica dicta) e é incensado. Todos depõem os ramos.

317. Se não houver 3 DD para cantar a paixão:a) o C com oDeoS (contanto que êste se tenha or-

denado diácono) podem fazê-lo. O C canta o Cristo ao altar

n.. lado do evangelho, também na sexta-feira santa (d. 3804.id 3), com casula, lendo em voz baixa os textos não pro-Ieridos por êle. (d. 4198 ad 5.) 0 D, sem casula, com es-

lula e não com estolão, o S sem casula e com estola, nolugar costumado fazem de cronista e solista.

O costume de cantar a paixão o subdiácono que não

'cm a ordem do diaconado, foi estigmatizada como abusos

consuetudo scandalosa. (d. 1588 ad 8.)

Page 77: Curso de liturgia pe.João Reus

154 .

R e ti s, Curso de Liturgia

O C, antes de ler partem Evangelii, vai ao meio, rezaManda cor, Jube Domine, volta ao livro e recita o evange-lho, estando o S ao lado dêle. O D leva o passionário parao altar, etc., como acima foi dito.318. b) Se houver um D, canta a paixão ou com o C eo D ou com o D e o S. Mas, neste caso, o C lê a paixão dolado da epístola.

c) Se não há cantores da paixão, na missa cantada oC lê-a em voz alta do lado do evangelho, com exceção dasexta-feira santa.

Não é permitido ao organista, mesmo se é clérigo minorista ousubdiácono cantar o texto evangélico da paixão (d. 3110 ad 10),nem ao celebrante, cantar a paixão com leigos no lugar do cro-nista e da sinagoga (d. 4031 ad 3), nem se podem apagar as ve-las durante a paixão. (d. 3583 ad 4.) Às monjas é proibido cantara parte da turba e o bispo pode proibi-lo sob pena de suspen-são. (d. 2169 ad 1; Decr. t. V p. 207.)

CERIMONIAL SIMPLES319. 1. Bênção dos ramos. Ver as observações n.° 289-290. a) O C não tem manípulo (Mem. Rit. novum). A frentevai um acólito com água benta, .o C segue acompanhado dedois Ac. Depois da aspersão da água costumada, o C sobeao altar, beija-o e lê do lado da epístola tudo, principiandopor Hosanna.

b) Cerimônias especiais. 1) Ao ler a lição, o C põe asmãos sôbre o missal. Respondem: Deo gratias. Recita: Col-legerunt ou In Monte. Havendo cantores, o C lê o respon-sório que êles cantam. 2) Lê ou canta o evangelho do ladoda epístola, como na missa: o C, inclinado para a cruz, rezaManda cor, Jube domine, Dominus vobiscum, Sequentia S.Evangelii, faz o sinal da cruz, beija o livro (Per evangelicadicta), o ajudante responde: Laus tibi. 3) Rezam-se as ora-ções. 4) Lendo o prefácio, tem as mãos juntas (Mem. Rit.n. 10), faz inclinação ao Sanctus e o sinal da cruz ao Be-nedictus qui venit.320. 2. Distribuição dos ramos. Depois da última oração,o C vai ao meio do altar. Havendo uni outro sacerdote, oC se volta para o povo e recebe dêste sacerdote o ramo;ambos beijam só o ramo (não mão). Se não houver ou-tro sacerdote, o Mestre de cerir ônias (ajudante), depoisdas orações, põe o ramo do C e dos acólitos sôbre o altar.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 155

O C vai ao meio, pega no ramo- de cima do altar, beija-o,entrega-o ao M. de C. ou ao acólito. Vai ao livro, lê as an-iifonas, se o côro não as canta e distribui os ramos. Todosos clérigos, inclusive o sacerdote, que entregou o ramo ao

recebem o ramo ajoelhados no supedâneo, beijam primei-ro o ramo, depois a mão do C. (Miss.) Os acólitos susten-tam o pluvial. A distribuição faz-se do mesmo modo que adas velas (n. 294). Depois o C lava as mãos do lado daepistola, no plano, e, subindo dêste lado, reza a últimaoração. Na cruz processional se prende um ramo.

321. 3. A procissão faz-se como na bênção das velas. Àfrente vai o acólito com a cruz, seguem-se os cantores queHouver, depois o C, o qual desce do altar, genuflete no pla-no, põe o barrete e segue ladeado de dois acólitos. Durante

procissão o C tem na direita o ramo, na esquerda o livro,eni que lê as antífonas junto com os acólitos. Sendo pos-sivel a procissão sai da igreja. No fim, o acólito que levaa cruz, pára diante da porta e canta-se ou recita-se: Gloria

Luas, principiando os que estão dentro da igreja. Ditas asestrofes, o cruciferário bate com a extremidade da hasteur,^ porta. Esta se abre, êle entra, o C segue e reza com osacólitos: Ingrediente Domino, se o côro não o canta. Tendoleito genuflexão ao altar, depõe o ramo, vai para junto dacredência ou à sacristia e põe manípulo e casula. A respeitoda omissão da procissão cf. n. 299.

Começa a missa. A paixão se recita dó lado do evangelho.

Canta-se: Altera, etc., como aliás também depois doManda cor, Jube domine. O C não pega no ramo durante.1 paixão. Os acólitos podem fazê-lo. No fim respondem:l,arrs tibi, etc. O C beija o livro, dizendo: Per Evangelicaf

dieta. O mesmo se faz na têrça e quarta-feira. Na sexta-leira o rito é outro. O último evangelho é de S. João.(Mem. Rit.)

O TRÍDUJD SACRO EM GERAL

§ 79. PRESCRIÇÕES E ADVERTÊNCIAS

322. 1. 0 tríduo sacro ou pascal deve celebrar-se nas igre-jas paroquiais segundo as rubricas do missal.

2. Nas igrejas paroquiais, em que não houver ministrosusos, observa-se o Memoriale Rituum.

Page 78: Curso de liturgia pe.João Reus

156 R e u s, Curso de Liturgia

3. Se faltar até o número suficiente dos ajudantes, po-de-se, com licença do bispo, licença que se renova todos osanos, na quinta-feira santa dizer uma missa rezada (semconsagração de uma segunda hóstia e sem procissão). Nestecaso é lícito guardar o SS. Sacramento no tabernáculo, atéà noite, para que os fiéis possam fazer adoração como sefôsse diante do s. sepulcro. Mas no sábado santo tôdas asigrejas matrizes devem observar o Memoriale Rituum. (d.2970 ad 5.)

4. As funções da quinta e sexta-feira santas são inse-paráveis. Quem celebra uma, deve celebrar a outra. Só nasigrejas não paroquiais pode omitir-se a do sábado santo.(d. 4049 ad 1.)

323. 5. No oratório de regulares ou, não o havendo, naigreja com as portas fechadas, (d. 4049 ad 2; 2799 ad 1)o superior ou outro sacerdote pode rezar unia missa naquinta-feira santa e dar a comunhão. Outras missas privadassão proibidas nestes três dias. (d. 3366.)

Nas igrejas e oratórios, nos quais não se conserva o SS. Sa-cramento neste dia nenhuma missa se pode dizer. (d. 1120.)

Segundo autores graves na quinta-feira santa nas igrejas e ora-tórios de religiosos de ambos os sexos com votos simples, dos se-minários, hospitais e colégios, etc., se pode cantar a missa solenesem licença do bispo. Se não se pode celebrar com diácono e sub-diácono é preciso indulto apostólico para poder usar o MemorialeRituum. Mas é provável que também sem indulto, por direito decostume, se possa usar o Memoriale Rituum quando a missa solenenão se pode celebrar por falta de ministros. (cf. n. 4.)

E' igualmente provável que nos oratórios de irmãs, hospitais, co-légios, sem licença do bispo, por direito de costume, se possa dizerurna missa, se não pode haver uma missa cantada por falta de mi-nistros. (Cappello, Theol. mor. I, 784.)

6. Não está proibido distribuir a sta. comunhão antesda missa solene na quinta-feira santa nem ouvir confissõesna sexta-feira santa. (d. 3383.)

7. No sábado santo pode-se distribuir a sta. comunhãodurante a missa solene ou logo depois. (Cán. 867, § 3.)

Estas palavras, diz Cappello (Theol. mor. I, n. 433), "se devementender de modo que, entre a missa solene e a distribuição das. comunhão, é necessária e bastante uma união moral. Esta uniãonão falta, embora não o celebrante, mas uni outro sacerdote distri-bua a s. comunhão ou se desde o fim da missa solene passaramapenas poucos minutos, p. ex., 10 ou 15."

De per si (per se) só se pode distrib r a s. comunhão naque-las igrejas e oratórios, em que houve a fr tção solene e não emoutros, embora nêles se guarde o SS. Sacra ento também nos úl-1iu:us dias da semana santa.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 157

"A proibição de distribuir a s. comunhão, se fôr removido qual-liner escândalo ou desprêzo, só obriga sub levi, de modo que qual-quer razão, mesmo leve, desculpa. Às vêzes, não será nenhum pe-.ido, p. ex., se se distribuir uma só vez, e a portas fechadas." (Eph.

111, 1919 p. 295; Mueller-Umberg.)

8. Os clérigos todos (exceto o C, cônegos e bispos)',eulpre, durante todo o ano, devem fazer genuflexão à cruzn,in funções litúrgicas (in actu functionis tantum), por con-nehuinte também no tríduo sacro: p. ex., os clérigos que'entram para assistir às trevas e saem, os que passam de.,obrepeliz pelo altar-mor para a adoração do SS. Sacra-mento no altar lateral. (C. E. I, 18, n.° 3; d. 4193; 3792

.1(1 11.)9. Desde o princípio da adoração da cruz na sexta-feira

;:alta até à noa do sábado santo inclusive (i. é, a bênção

d.. fogo exclusive) todos sem exceção alguma: O C, cônegose bispos devem fazer genuflexão à cruz do altar, mas só

nos funções litúrgicas. (d. 3049 ad 5.)

§ 80. AS TREVAS

324. 1. 0 ofício de trevas ou as trevas (matutina tenebra-

r um) é o ofício das matinas e laudes dos três últimos diast1;1 semana santa. O nome deriva-se 1. das trevas naturais(lc meia noite ou ao anoitecer, horas estas destinadas à re-citação do ofício, lembrando as palavras de Cristo presonas trevas da noite Lc 22, 53: hcec est hora vestra et potestas

lenebrarum. 2. das trevas litúrgicas, apagando-se tôdas as lu-

zes na igreja, exceto uma. 3. das trevas simbólicas da pai-xaio. E' o ofício do luto comovedor da Espôsa de Cristo, daI1;reja, pelo Espôso divino. Por isso faltam: o invitatório so-

lei.‘, os hinos, o Gloria Patri; o acompanhamento musical

(d. 4265), o Te Deum. Tôdas as antífonas, os salmos, aslições tratam do divino Sofredor. As três primeiras liçõessio tiradas das lamentações de Jeremias e formulam na bôcada Igreja a dor íntima sôbre os ultrajes assacados ao Filhode Deus e sôbre a impenitência histórica e inetafórica (a;dela) de Jerusalém.

Ilistoricamente o ofício divino dêstes três dias conser-

von a sua forma arcaica.( ) luto desusado, que começa na quarta-feira da semana santa

leal por razão o golpe mortal infligido ao Espôso da Igreja pelasncrilega traição de Judas ocorrida neste dia. Horrorizada pelavenda do Filho de Deus aos seus inimigos, a Igreja toma luto pe-unlo neste dia.

Page 79: Curso de liturgia pe.João Reus

158 R e us , Curso de Liturgia I. Liturgia Geral Cap. IV: Tempo Sacro 159

Foi na quarta-feira que Judas traiu o Senhor. Desde os primeirosséculos os cristãos jejuavam na quarta-feira. (Didaqué, c. 8.) 0 motivo foi,como parece, a lembrança da paixão de Nosso Senhor. Pois Tertuliano (deiei. c. 13) diz que a igreja jejua nos dias, em que o Esposo divino étirado dela e que se jejua na quarta-feira e sexta-feira até à hora nona,porque morreu Nosso Senhor naquela hora. (1. c. c. 10.) S. Agostinho(ep. 36 ad Casul. c. 13 ML33 p. 150) explicando as palavras Mt 26, 2-4, dizque a reunião dos príncipes dos sacerdotes no palácio de Caifás em quese tomou a resolução de matar ao Senhor, se fêz na quarta-feira e quepor causa disso, como parece, a igreja jejua neste dia, alegou portantoa tradição. Na hora da deliberação os judeus ainda não sabiam comorealizar o seu plano. Só depois Judas ofereceu os seus serviços. Porconseguinte a traição ocorreu na quarta-feira. (Corn. a Lap. in Mt 9,15; Prat, Jesus Christ 1938 II p. 265; Rup. Tuit. V c. 13 e outros.)

§ 81. 0 RITO DAS TREVAS325. 1. Preparativos. No altar põe-se a cruz com véu roxoe seis velas de cera amarela. Se é possível, retira-se o San-tíssimo do altar, deixa-se aberto o tabernáculo. No lugarem que se costuma cantar a epístola, põe-se o candelabrotriangular (galo das trevas) com 15 velas de cera amarela;no meio do côro uma estante nua para o livro das lamentações.

Explicação mística. As velas inferiores do triângulo apa-gadas pouco a pouco significam os discípulos, que poucoa pouco abandonaram a Cristo durante a paixão. A vela bran-ca escondida e outra vez visível significa Nosso Senhor,cuja vida foi apagada pela morte por três dias, mas nãocompletamente; pois ressurgiu. O ruído no fim das trevassignifica o terremoto e a perturbação dos inimigos.

A razão histórica do rito de apagar pouco a pouco as velas dotenebrário provavelmente é a imitação do costume do circo, decolocar um Ovo de madeira na chamada espinha depois de cadagiro dos carros, para constar o seu número. (Grisar, Missale, p. 100.)Semelhantemente se apagava uma vela depois de cada salmo, paraconstar quantos foram recitados. Remonta portanto êste rito prova-velmente ao tempo, em que ainda não havia ofícios metodicamenteorganizadas (cf. Bãurner p. 127) ou quando havia, conforme aestação do ano, mudança no número de salmos. (Eisenh. II, p. 506.)326. 2. Rito. 0 oficiante, revestido de sobrepeliz, com bar-rete pôsto, sem estola, precedido de alguns Ac, vai ao altare faz genuflexão. (d. 3792 ad 11, se não é cônego.) Reci-tado o Aperi de joelhos, vai ad sedilia e diz de pé Pater,Ave e Credo. A um sinal do oficiante os cantores ou cléri-gos entoam a primeira antífona e todos se benzem. Entoamo salmo, todos se sentam e se cobrem. Levantam-se para oPater e sentam-se para as lições. Os versiculos são recitadospelos cantores e não pelo oficiante.

Quem tem de entoar ou de ler algurla coisa, fá-lo de pé,se o contrário não fôr prescrito: Para as lições, cada cantor

v;li à estante e faz genuflexão à chegada e à saída. Enquantoler, põe as mãos sobre a estante. A lição nona nestas ma-lïrl;ls não é o oficiante que a Iê.

No fim de cada salmo, um Ac apaga uma das velas doì;ingulo, começando pela inferior do lado do evangelho;

depois do segundo, apaga a vela inferior do lado da episto-la; ao terceiro salmo apaga a segunda vela do lado doevangelho, etc.:127. Ao começar o Benedictus, todos se levantam e se ben-

rl nl porque são palavras do s. evangelho. Ao verso: Utsine timore um Ac apaga a última vela do lado do evange-lii ), depois a correspondente do lado da epístola e assim.111ernadamente. Ao mesmo tempo apagam-se tôdas as luzes.ela igreja, exceto a do SS. Sacramento.

Durante a antífona depois do Benedictus, um Ac tira

:l vela acesa do vértice do triângulo, vai ao altar do lado-I;1 epístola e sustenta-a com a mão direita, apoiando-a na

i xxIremidade do altar. Entretanto o oficiante vai ao altar e

^uueça: Christus factos est. Apenas se dizem ou cantam aspalavras, o Ac esconde a vela atrás do altar ou atrás de:qualquer objeto.321I. Entretanto o côro de joelhos reza o Miserere, "flebili

voce", i. é, um pouco mais alto do que o Pater rezado em

v oz. baixa. Êste tom sério condiz com o rito do luto litúrgico.No mesmo tom o oficiante acrescenta a oração Respice, de

lei M ios, com pequena inclinação da cabeça até Qui tecem(pie completa em voz baixa.

Terminada a oração, o Mestre de Cerimônias e os ou-I rus fazem algum estrépito batendo moderadamente com amoo no banco ou livro até que o Ac volte com a vela acesa1 a coloque no triângulo. O ruído cessa e o oficiante vai .

para' a sacristia.

§ 82. A QUINTA-FEIRA SANTA

329. A quinta-feira santa (Crena Doniini, natalis calicis, Endoen-1;1114) era observada já no século IV. Etéria refere que em Jeru-umlíenl, ao anoitecer, celebrava-se a instituição da S, Eucaristia e(In r;ulte a noite rezava-se no horto das oliveiras.

As cerimônias dêste dia são: 1. A missa solene em comemora-■11 da instituição do SS. Sacramento. 2. A comunlião geral dos.n ,'rciutes, lembrando a última Ceia. 3. A procissão solene coneSS. Sacramento para o sepulcro. 4. A denudação dos altares.1) mandato. 6. Nas catedrais a bênção solene dos s. óleos. 7.

^ nliganlente a reconciliação dos penitentes públicos.

Page 80: Curso de liturgia pe.João Reus

160 R e u s, Curso de Liturgia

A alegria por causa da presença do divino Esposo na igreja,a qual se manifesta nos paramentos preciosos, no Glória com orepique dos sinos, na procissão, é misturada com luto, que se ex-prime pelo silêncio do órgão, dos sinos e das campainhas, substi-tuidas pela matraca, pela comemoração repetida da traição deJudas na missa e no ofício, pela denudação do altar, a qual significaa denudação de Jesus na cruz.

I. Cerimonial solene330. 1. Preparativos. 1) O altar enfeitado com velas bran-cas, flores e véu da cruz branco, pôsto convenientementepor cima do roxo, porque depois da denudação do altardeve ser removido e substituído pelo roxo. (d. 2524 ad 4;Memor. Rit. Cen. D.)

N4 G ° 2) Na credência põe-se tudo o que é necessário para amissa solene. Na patena do cálix da missa, põem-se duashóstias. Prepara-se outro cálix (amplior et pulchrior ceteris.C. E.), com patena, pala, véu branco, urna fita branca desêda, toalha e patena da comunhão, estolas para os sacer-dotes, véu de ombros, pluvial, matraca. Ao lado está a cruzprocessional coberta com um véu roxo.331. 3)' 0 sepulcro deve preparar-se dentro da igreja (infraecclesiam, C. E.) numa capela (ou num altar, mas não noaltar-mor, d. 4077 ad 10), adornada com tôda a beleza eprofusamente iluminada. (C. E., Miss.) No altar estão seiscastiçais com velas (C. E.), no meio um tabernáculo ouuma cápsula em forma de uma urna com um corporal para •a s. hóstia grande. Não se põe cruz, mas outro corporalsôbre o altar.

0 s. sepulcro provavelmente tem a sua origem no costume daidade média de guardar (seputtare) as hóstias não distribuídas nacomunhão do povo na sexta-feira santa numa espécie de sepulcro.Em outros lugares guardavam um crucifixo desta maneira. 0 usotolerado em algumas dioceses de expor o . SS. Sacramento na cus-tódia no sepulcro é muito recente (1577?) e proibido para outrasdioceses. (d. 3939 ad 2.)

332. 4) Na sacristia preparam-se os paramentos para amissa solene: amito, alva, cordão e tunicela branca para osubdiácono da cruz (se não houver, um clérigo, de sobre-peliz, leva a cruz), dois turíbulos, estolas roxas para o i)e S na denudação dos altares, e o pálio.

5) Um lugar conveniente para guardar a píxide (S. Re-serva, i. é, as hóstias reservadas para a comunhão do povo),sendo possível, fora da igreja, em qu as funções se cele-bram, e só se não houver, no taber óculo pequeno (Medi.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 161

klit. IV, 1) ou na sacristia ou num quarto seguro e decenteda casa paroquial, reservado especialmente para êste fim,con1 o tabernáculo fechado e a lâmpada ardendo. (Instr.S. C. Sacram. 26.3.29.)

333. 2. Missa. Omite-se o sl Judica, o Gloria Patri ao in-Iróito e Lavabo. (Rub. Miss. ante Dom. Pass.) Entoandoo Gloria, tocam o órgão, os sinos e as campainhas e emude-cem até à entoação do Gloria, no sábado santo; o órgãocontinua a tocar até ao fim do hino. (d. 3515 ad 4.) Até ao/1 graus Dei observa-se o rito da missa solene. Communican-les, 1-lanc igitur, (,fui pridie são próprios. Consagram-se duaslióstias e as partículas necessárias.334. Agnus Dei. Não se dá a paz. O D e S ficam no seulugar. 2 Ac entregam as estolas aos sacerdotes, dois outrossustentam a toalha da comunhão. Depois do Agnus Dei(C. E.; Mem. Rit.) o Mestre de cerimônias ou o S traz osegundo cálix com pertences e o coloca do lado da epís-lola. Tendo o C tomado o SS. Sangue, o D cobre o cálix damissa com a pala e descobre o segundo cálix; o C, D, Sgenufletem. O C põe a hóstia grande dentro do cálix que oI) sustenta em cima do corporal e depois o coloca nêle. 0

oDeoS genufletem. O C purifica o lugar, onde estavahóstia grande, depois a patena sobre o cálix da missa,

o qual o D cobre com a pala. 0 C, oDeoS genufletem.I) C e o S dão lugar ao D que vai ao meio, põe em cimado 2.° cálix a pala e em cima dela a patena invertida, es-Iende por cima o véu, põe êste cálix no meio, perto do ta-bernáculo, e o cálix da missa ainda no corporal uni poucodo lado da epístola e concerta o 2.° cálix sem atar o véu.

:135. Distribuição da s. comunhão. O D 'pega na pixide

e abre-a. Genufletem os três. O S fica no seu lugar, o Ddesce ao plano do lado da epístola e canta o confiteor. Dis-Iribui-se a s. comunhão (n. 774). E' proibido (d. 3975 ad0) cantar na missa solene durante a distribuição da comu-iilião em língua vernácula. Tendo o D fechado a píxide noI.tbernáculo, muda o lugar com o S (genufletem à saída

ri chegada). O C purifica a patena da comunhão e pros-.iegue o rito costumado. A missa continua como se fossediante do SS. exposto.

Ao último evangelho o C faz o sinal da cruz, mas nãono altar (Miss.) Ao Et verbum caro facturo est genuflete

0.'0. ,le Liturgia — 11

Page 81: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

ao SS. no meio. Distribuem-se as velas ao clero. O crucife-rárib vem, faz genuflexão dupla e toma a cruz.336. 3. A procissão. Terminado o último evangelho o Ccom o D e o S faz no meio genuflexão simples ao San-tíssimo, desce ao plano, saindo um pouco do meio, fazemgenuflexão dupla e vão ad sedilia (Mem Rit.) O D e o Stiram os manípulos, o C tira também a casula e veste opluvial branco. Os Ac tomam os castiçais da credência, o Spega na cruz e vai colocar-se com os dois Ac à entrada docôro, voltado para o altar. O C, ladeado de D e S, vai aoaltar. Os três fazem genuflexão dupla no plano e ajoelham-se no degrau inferior, fazendo curta adoração (Mem. Rif.).Fazem pequena inclinação e levantam-se. O C põe incensoem dois turíbulos, sem bênção e sem Osculo, e incensa oSantíssimo como de costume. Recebe o véu de ombros. Os3 sobem ao 2.° degrau. O C e o S ajoelham-se no bordodo supedâneo. 0 D sobe, genuflete e ata o cálix com a fita(Mem. Rit.). Pega no cálix, segura-o com a mão esquerdapelo pé, com a direita pela copa e entrega-o de pé ao Cajoelhado. O C pega nêle corn a mão esquerda pelo nó e põea direita em cima da patena. O D cobre-lhe as mãos comas extremidades do véu, genuflete, levantam-se corn êle tam-bém o C e o S e sobem ao supedâneo. O C volta-se parao povo, o D vai à direita, o S à esquerda. Todos no côro,exceto o cruciferário e os Ac com os castiçais, fazem ge-.nuflexão dupla e põem-se em marcha. À frente vai a cruz,seguem-se os cantores, começando o hino: Pange lingua,o clero corn a vela na mão exterior, os dois turiferários, nãoandando para trás, mas voltados um pouco para o San-tíssimo e balouçando lentamente os turíbulos fumegantes (d.2368), em último lugar, o C com o Santíssimo ladeadode D e S, que levantam as extremidades do pluvial. Forado presbitério o C vai debaixo do pálio. A procissão nãosai da igreja, mas pode seguir pelo caminho mais longopara o sepulcro.

337. E' conveniente que o C recite (Mem. Rit.) durante aprocissão corn o D e o S em voz meio alta o hino Pangelingua e outros hinos e salmos. O côro canta até Tantumergo exclusivamente, principiando, se fôr preciso pelo Nobisdatas (Mem. Rit.). Também o povo s Ihes pode associar.Ao chegar ao s. sepulcro o cruciferá e os Ac colocam-se

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 163

no lugar mais afastado, de sorte que na volta para a sa-cristia estejam no primeiro lugar, e viram-se para o San-Ilssimo. Os mais dignos do clero ficam mais perto do altar,us cantores formam duas alas. O C vai com o Santíssimoaté diante do degrau inferior, o D ajoelha-se no plano comus dois joelhos, inclina-se um pouco e recebe — a mãodireita infra cupam, a esquerda ad pedem, — de joelhos,do C, de pé, o Santíssimo, levanta-se, espera até que o Cenufleta e põe o Santíssimo ou no altar (Miss.) ou logo

nn tabernáculo ou cápsula, sem fechar, genuflete, desce e.ijoclha-se à direita do C ajoelhado. O côro canta Tantum

ergo e Genitori. O C põe incenso num turíbulo e incensacomo sempre. Não se canta o versículo nem a oração. O Dsobe, genufiete, põe o SS. Sacramento no tabernáculo (oucápsula, ou fecha imediatamente), genuflete, fecha e ajoelha-se de novo ao lado do C e fazem curta oração. As velas,exceto as dos dois Ac, se apagam, quando o tabernáculoestiver fechado e o hino acabado.

338. Todos se levantam ao sinal do Mestre de Cerimônias,fazem genuflexão dupla, o C, o D e o S recebem o barrete, .

I' n procissão retira-se para a sacristia (o clero para o côro)pelo caminho mais curto: à frente a cruz, depois, os turife-r'irios, etc. Cobrem-se depois de sair da presença do SS.Sacramento. Passando pelo altar-mor, todos genufletem, o

caso o Santíssimo já não estiver mais no tabernáculo, fazinclinação profunda. 0 SS. Sacramento no s. sepulcro é ve-rrerado como na exposição solene. Por isso, exige-se ado-

ração contínua (Mem. Rit.) e genuflexão dupla.Às vêzes será preciso fechar o SS. Sacramento num ta-

bernáculo mais seguro durante a noite. Neste caso, na ma-

nhií seguinte, transporta-se o SS. Sacramento outra vez paras. sepulcro e continua a adoração.

AS VÉSPERAS

339. Rezam-se as vésperas (não se cantam) depois daprocissão, deixando-se as velas acesas. 0 mais digno doclero ou o C da missa reza: Christus foctus est, etc.

TRANSLADAÇÃO DA PIXIDE

340. No lugar, para onde se transporta a pixide, estejatinma lâmpada acesa e um corporal no altar. Logo depois

162

Page 82: Curso de liturgia pe.João Reus

164 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 165

da procissão ou. se não estorva, durante as vésperas, umsacerdote (ou D) revestido de sobrepeliz e estola branca,acompanhado de um Ac com a umbela e de dois com tochasvai ao altar, genuflete no plano, sobe, abre o tabernáculo,tira a píxide, ajoelha-se no degrau do supedâneo, toma ovéu de ombros, sobe, pega na pixide, com a mão esquerdavelada, põe em cima a mão direita também velada e trans-porta-a para o lugar preparado. Chegado lá põe a pixideno corporal, genuflete, de joelhos no degrau do supedâneo,tira o véu de ombros, sobe e põe a píxide no fabernáculo(ou, se não houver lugar, atrás do cálix que está com ahóstia grande), genuflete, fecha, desce, reza de joelhos umabreve oiação, genuflete (se o SS. está exposto, com doisjoelhos) e volta. (Mem. Rit.) Colocar a píxide no altar dosepulcro é só permitido em caso de necessidade. (d. 4049ad 4.)

DENUDAÇÃO DOS ALTARES

341. Depois das vésperas as velas ficam acesas. O clerofica no côro e procede-se à denudação dos altares. O C,oDeoS com alva, o C e o D com estola roxa, vão co-bertos para o altar, precedidos de Ac. Ao chegarem, todosgenufletem. O C faz inclinação e de pé no plano entoa emvoz alta a antífona: Diviserunt sibi, que o côro continua,recitando depois o Deus, Deus meus, mais ou menos de-vagar, segundo o número de altares que houver para de-nudar, e no fim a antífona (Mem. Rit.). O salmo não serepete. Se não houver clero, o C, oDeoS rezam o salmoe a antífona em voz alta, segurando o S o livro. Tendoentoado o C a antífona, o C com oDeoS sobe ao supe-dâneo e tira uma a uma as toalhas do altar, ajudado peloD e o S. Os Ac põem-nas, dobradas, na credência, tiram asflores, o frontal, etc. Ficam só a cruz com véu roxo (n.330) e as velas. Se isto não se pode fazer logo cômoda-mente, faça-se depois e denude-se durante a cerimônia aomenos a maior parte da mesa do altar. (Mem. Rit.)

O C, oDeoS fazem reverência ao altar, põem osbarretes e dirigem-se para outros altares, continuando e aca-bando o salmo, e voltam ao altar-mo y, onde repetem a antí-fona e se retiram para a sacristia.

Se os altares forem muitos, outros sacerdotes, revesti-dos de sobrepeliz e estola roxa, podem denudar os altaresliterais, recitando o mesmo salmo. (d. 2959 ad 3.)

Depois, tira-se a água benta das pias até o sábado san-Io, se é costume. (d. 2682 ad 54.)

O MANDATO .

312. A última das funções próprias da quinta-feira santao mandato, nome tomado da palavra inicial da primeira

rulüfona: Mandatum novum, chamada também lava-pés, por-que se lavam os pés a 13 homens pobres. Ja S. Agostinhoronliecia esta cerimônia, realizada, porém, em outro dia.I )r ;de o século VII foi celebrada na quinta-feira santa na.,spanha, desde o século IX em Roma.

O mandato é obrigatório nas catedrais (d. 624). UmIt igo não pode fazê-la na igreja, nem fora da igreja comttr► cerimônias litúrgicas. Não está prescrito que o C devaser o mesmo sacerdote que celebrou a missa. (d. 3317;Miss.) A cerimônia faz-se à hora conveniente na igreja, emIul;ar afastado do s. sepulcro ou na sacristia ou numa salacontígua. à igreja.

343. Na sacristia prepara-se o amito, alva, estola e pluvialcoxo para o C, amito, alva, manípulo, tunicela e dalmáticaI n :Incas para os MM, turíbulo e castiçais com velas. No,ill,ir haverá ao menos duas velas acesas. A cruz com véu,o xo, frontal roxo, d missal do lado da epístola. Na credên-cl;i põe-se o evangeliário, uma toalha grande para o C setingir, jarro com água e toalha para o C lavar as mãos,ilu;is bacias e dois jarros com água tépida. Do lado doevangelho está` um banco comprido para os treze pobres.

O C, ladeado do D e S, dirige-se para o altar, desco-bre-se, todos fazem a devida reverência ao altar e sobem.to supedâneo. O D ministra o incenso, more souto, reza

Manda cor, pede a bênção e canta o evangelho observando;r; rubricas das missas solenes. No fim "do evangelho o Cbeija o livro (Per evangelica dicta), é incensado pelo D ele (lo lado da epístola as antífonas, se não forem cantadas.

Depois, do lado da epístola, o C despe o pluvial e cin-r,e se com a toalha ajudado dos MM que deixam o maní-pnl ) . Se houver cantores, começam a cantar as antífonasnli ao fim. O C, oDeoS dirigem-se ao primeiro dos po-

Page 83: Curso de liturgia pe.João Reus

166 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 167

bres e se ajoelham, se fôr preciso. O S sustenta o pé direitodo pobre um pouco levantado. O Ac coloca a bacia sob opé, outro Ac com o jarro derrama um pouco de água sôbreo peito do pé. 0 C lava o pé, o D apresenta uma toalhaao C, que com ela enxuga o pé e o beija, dá uma esmolaque tira de uma alva apresentada a ele pelo D ou por umAc. O mesmo ato de humildade se faz com os outros pobres.344. Terminado o lava-pés, o C dirige-se com os MM paraa credência e lava as mãos. Os MM fazem o mesmo, se fôrpreciso, ajudam o C a tirar a toalha e pôr o pluvial e põemos manípulos. Os três dirigem-se para o altar, sobem e vãoao lado da epístola. O C, voltado para o missal e com asmãos juntas, canta: Pater noster, continuando em voz baixa.Ajunta em tom feriai: Et ne nos e os versículos, terminandocom a oração. Retiram-se como vieram.

Se houver sermão, pode pregar-se depois do evangelhoou depois da oração. O púlpito não terá ornamento algum.

Nas igrejas menores o C faz tudo, ajudado pelo sa-cristão e pelos Ac.

II. Cerimonial simples da quinta-feira santa345. Executam-se tôdas as funções segundo o cerimonialsolene com as seguintes particularidades.

1. Missa. Depois do Pax domini um Ac põe o cálix comos pertences no altar, pegando no cálix com um véu. O Cpoderia também fazer ' o mesmo antes da missa. Depois dacomunhão o C põe a hóstia no cálix, como foi dito.

Se houver só um cálix, o C, depois de purificar o cálixda missa, põe nêle a hóstia. Caso achar uma partícula nocorporal, poderá p■-la no cálix.

2. Procissão. O C veste o pluvial branco. Se não hou-ver, poderá continuar com alva e estola, sem manípulo.

Um turíbulo é suficiente. Sendo possível, empregam-sedois.

346. Se não houver cantores, o C começa a cantar ou re-citar em voz alta, o hino: Pange lingua, e vai debaixo dopálio para o s. sepulcro.

Na procissão vai à frente o crucifer "rio acompanhado,sendo possível, por dois Ac com velas pois vem o turife-rário incensando o SS. Sacramento, e o C debaixo do pálio.

Tendo fechado o tabernáculo do s. sepulcro, o C voltaao altar-mor e transporta a pixide, acompanhado de dois Accoin velas, para o lugar destinado. Volta à sacristia, tomarl estola roxa e vai denudar os altares, recitando: Diviserunt,com sI 21. Pode rezar as vésperas ou antes da denudaçãodos altares ou depois em particular.

§ 83. A SEXTA-FEIRA SANTA

Caráter e história da sexta-feira santa:I47. 1. Caráter. A sexta-feira santa (Fer. VI in paras-ceve) é consagrada à comemoração da santa morte deJesus Cristo, Esposo da Igreja. Tudo neste dia exprime

Into da igreja: a cor preta dos paramentos, o altar de-nadado, sem luzes no princípio, a cerimônia da prostraçãodos ministros da igreja diante do altar, a omissão do Do-minus vobiscum, a falta de instrumentos de música.

2. Historicamente estas cerimônias hoje tão comovedo-ras representam a forma primitiva da missa comum. Já Du-randus alude a êste fato. (VI. c. 77. n. 1.) 0 nono parásl e've (preparação) significava para os israelitas a ,sexta-eira de cada semana, em que se devia preparar tudo paraI sábado, até mesmo a comida.

A Liturgia da sexta-feira santa mostra três partes visi-velmente distintas: a Liturgia primeva de orações e leituras;a adoração da cruz e a missa dos pressantificados.

:148. 1. A adoração da cruz, descrita por Etéria no século IV,propagou-se de Jerusalém para o Ocidente e aparece emRoam no século VII. Tem o seu auge no Ecce lignum Crueis.

A missa dos pressantificados é uma comunhão solene.Formou-se à maneira da Liturgia nos dias alitúrgicos muito

uso no Oriente.'l. A origem da missa dos pressantificados (hóstias consagradas num

doe filas anteriores) remonta, no Oriente, ao menos até ao sínodo de Lao-illrfJn (314). Durante a quaresma, exceto nos sábados, domingos e festa'In Anunciação, não havia missa. Celebrava-se, porém, o oficio dos pres-unilll'lcados que se compunha de orações e comunhão.

Ii m Roma durante tida a quaresma havia missa e os fiéis comungavammomele tempo todos os dias. S. Jerónimo (Ep. 50 ad Pamm.) escreve"oxinlIr em Roma o costume de os fiéis sempre receberem o corpo de'Oslo". Mas na sexta-feira santa nunca se celebrava o santo sacrifício.

Como, porém. o povo desejasse receber nesse dia, tão santo, a sagrada eu-nnWNtia, e não existisse rito próprio da distribuição da sagrada eucaristiarara da missa, o Clero resolveu a dificuldade imitando o ofício gregoilnH pressantificados. Finda a paixão e as orações, o diácono trazia o San-IiMMhno para o altar, "0 sacerdote, depois de beijar e adorar a cruz, dizian Padre Nosso e o Libera. Em seguida todos adoravam a santa cruz e co-unmisavrtinn," (Gelasiano, ML, 74, p. 1103.) Esta comunhão geral em Roma,nm breve foi abolida, mas conservou-se em algumas regiões até ao sé-

Page 84: Curso de liturgia pe.João Reus

163168 R e u,s, Curso de Lifurgia

cubo XVI. (Bona, R. lit. I, c. 15. Eisen. I. p. 530.) 0 missal só prescrevoa comunhão para o C, com exclusão de todos os outros.

3. Explicação das cerimônias. Desenvolveram-se pouco a pouco e sãode alta e piedosa significação.

1) A prostração do celebrante no principio das cerimônias era antiga-mente muito frequente e de uso geral.

2) 0 altar não está ornado, porque antigamente os diáconos ou outrosministros armavam o altar só no comêço das funções litúrgicas. Não ardeluz, porque só na idade média punham os castiçais no altar.

3) Põe-se só uma toalha no altar, porque o, canto corpo de Jesus Cristofoi envolvido num sudário grande, ou, seguindo a explicação histórica,porque não se consagra o SS. Sangue, que poderia ser derramado.

4) A leitura de um trecho da sagrada escritura feita pelo leitor no co-meço da função litúrgica era costume na antiga igreja. A escolha do profeta Oséias tem a sua razão nas palavras: "depois de dois dias vivificar-nos-á e no terceiro dia ressuscitar-dosa", indicando a sagrada paixão pelaqual a humanidade, caída e morta para o céu, recebeu nova vida, e a res-surreição de Jesus Cristo.

5) 0 celebrante não diz: Dominus vobiscum, porque o único Sacerdote,Jesus Cristo, foi morto . e não pode mais falar, e não está mais conosco.

6) Cantam-se duas lições: uma dos profetas, porque a paixão de Cristofoi predita pelos profetas. A outra, a epístola, é da lei mosaica, porquea paixão do divino Redentor foi prefigurada pelos patriarcas: por Abelno cordeiro imolado, por Abraão no cabrito sacrificado.

7) A lição da lei mosaica, cantada pelo subdiácono, está em segundolugar, apesar de ser mais antiga do que a dos profetas, para que a pai-xão, a qual logo segue, seja continuação e explicação da lei mosaica.Pois ela trata do cordeiro pascal, tipo do verdadeiro Cordeiro de Deuse da sua morte na cruz.

8) Canta-se a paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de S. João,porque êle é o quarto evangelista e porque, ficando debaixo da cruz,foi testemunha ocular da crucificação." Por isso convém que seja ouvidoneste dia.

9) As orações pelas diversas classes de necessitados antigamente serezavam em tôdas as missas. Neste dia as nove orações têm umasignificação especial. Pois lembram o divino Sofredor, que pregado nacruz, rezou por três longas horas até à hora nona, em que morreu. "Per-fidi Judni não significa "pérfidos judeus", no sentido de traidores, asim, "incrédulos judeus". Pois a igreja não quer ofender a ninguém. Osconfessores, mencionados depois dos ostiários, são os cantores. (Confiterl

louvar. Diet. d'Arch. confessor.)10) 0 celebrante não genuflete na oração pelos judeus, porquanto êlem

por escárneo fizeram genuflexão diante de Jesus, e a igreja não queracompanhá-los, nem exteriormente.11) E' denudada a cruz lembrando que os judeus incréduIos denude-

ram o Filho de Deus. Esta impressionante cerimônia se faz em três atompara significar três atos principais de irrisão cruel da Vitima da sanhajudaica.

O primeiro foi quando, no átrio do sumo sacerdote, cobriram a santaface de Nosso Senhor, e lhe deram bofetadas. Por isso a primeira veznão se descobre a santa face do Crucifixo.

O segundo foi, quando o Rei da glória, coroado de espinhos, foi es-carnecido pelos soldados com genuflexão e as palavras: `Ave, rei domJudeus." Por isso na segunda vez se mostra a santa cabeça e a santaface do Rei do universo.

O terceiro foi quando o Filho do Todo-poderoso, despojado dos seusvestidos, estava crucificado e foi insultado com a blasfêmia: "Ah! tu po-des destruir o templo e outra vez o. edificar; salva-te! Por isso, na tcr-ceira vez o crucifixo se mostra todo descoberto.

12) A cerimônia da adoração da cruz, coberta com um pano roxo oupreto, tem a sua, origem na veneração da verdadeira cruz conservada cmJerusalém, fechada num armário de prata dourado. teste foi aberto napresença do bispo, do clero e do povo. Agora a cruz é descoberta no mofodo altar. O canto: Ecce lignum Crucis é usado desde o século IX-X.

13) A cruz ,se colocava numa mesa coberta com um pano branco. Osfiéis veneram-na, tocam-na com a fronte e os olhos; não o podiam fazercom a mão nem com a bôca. Pois um devoto arrancou com os donle'suma relíquia da santa cruz. Agora a imagem d Crucificado é colocadasôbre um pano roxo estendido nos degraus do atar ou do côro.

14) 0 celebrante venera a cruz, descalço. E a cerimônia foi introditzida em Roma, onde o papa e os seus ministros acompanhavam descalçosa procissão ,na tarde deste dia. Pois a veneração da verdadeira cruz calJerusalém achou imitação em Roma. As cerimônias se fizeram com tunarelíquia da santa cruz ou a imagem do crucificado.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

16) O povo venera "a cruz. Em Jerusalém esta cerimônia levava 3 horasdn rnnle as quais o povo era instruído do antigo -e novo testamento e ocu-tutdo com hinos e orações. Os impropérios são de origem galicana.

16) Nos séculos XI-XIII a missa dos pressantificados pouco a poucorol -so assemelhando à missa eucarística pelo acréscimo de incensação, ele,iiiçltu e orações.

17) O Santíssimo Sacramento é levado para o altar em procissão. JáIr nacramentário gelasiano a menciona. Também o povo recebia a sagrada

,niiiuhão. Mas em Roma este costume foi abolido. (Séc. IX-X.)IR) O celebrante diz: In spiritu humilitatis... et sic fiat sacrificium.

Nesta oração a palavra "sacrificium significa hoje o sacrifício espiritual11 . penitência. (S1 50.) Por isso, o celebrante pode dizer: "Orate fratres...til mouro sacrificium (de penitentia)..." Mas o povo não pode responder:Woadplat... de manibus tuis, por quanto estas palavras significam o sa-nllPalo sacramental, o qual não se oferece.'

19) 0 celebrante não diz: Pax Domini, nem a primeira oração antes1141 cntnunhão, porque não se dá a paz no dia em que Nosso Senhor foiI apa1ldo pelos judeus inimigos com o grito: "Não temos rei."

10) 0 celebrante não reza: Hwc commixtio, nem a segunda antes da„n uinhão, nem Quid retribuam, Corpus tuum, Placeat, porque nestas ora-wo se menciona ou o SS. Sangue, que não está no altar, ou o sacrifíciour, iietico, que não se oferece.

:;I) Logo depois das funções litúrgicas se tiram os ornamentos dou n n r. ãsse era o costume dos 'primeiros séculos. (Cf. Durandus VI c. 77.)

I. Cerimonial solene

PREPARATIVOS

349. 3. No altar, sem ornamento, sem toalhas, sem sacras,'.i'l l estante, sem tapete, põem-se seis castiçais (não de pra-1.1, C. E.) com velas de cera amarela, apagadas. No meiol'nllli uma cruz com o crucifixo coberto com véu roxo ou pre-lu (Mem. Rit.), facilmente amovível. A mesma cruz, que seiI(!;ci•)bre, deve servir para a adoração. O tabernáculo estánu. No segundo degrau do altar ou no supedâneo põem-seti Os almofadas roxas ou ao menos escuras. A completa nu-

dez do altar representa melhor do que qualquer pompa fu-u ral o espírito dêste dia de abandono e de amargura.

3f)0. 4. Na credência, coberta com toalha branca, a qualu,1rl deve cair nem para a frente nem para os lados (C. E.),pCie-se uma toalha do altar, que, dobrada ao comprido, caiapara os lados e, estendida pela largura, também um poucoleira a frente (Mem. Rit.), a estante do Missal nua, o epis-I^^Icírio, o véu preto para o cálix com bôlsa e corporal, o,a;ullr,uinho, um vaso com água para purificar os dedos, oul.Inllstérgio, as galhetas, os castiçais com velas apagadas,II II;l salva para as oblações, a matraca. Salvas não se usam.( Mein. Rit.)

Perto da credência põe-se a cruz da procissão cobertar onn um véu roxo, um tapête grande roxo, uma almofadal i lx;l cone um véu branco bordado de seda roxa. (Mem. Rit.)

Page 85: Curso de liturgia pe.João Reus

170 R e u s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 171

No lado da epístola se põem assentos (tamboretes) semornamento, no lado do evangelho três estantes nuas para osdiáconos da paixão.

5. Na capela do s. sepulcro (ou monumento) põe-se achave do tabernáculo ou da urna, o véu de ombros branco,as velas brancas para a procissão e o pálio. O corporalestende-se em cima do altar.

6. Na sacristia preparam-se os paramentos pretos e,para o C: manípulo, estola, casula; para o D: manípulo,estola e, se a usa, a casula plicata; para o S: manípulo e,se a usa, a casula plicata; para os três diáconos da Paixão:alva, manípulo, estola comum; para o S da cruz: alva e,se a usa, a casula plicata (não manípulo). Se o cruciferá-rio não é S, veste a sobrepeliz. Dois turíbulos.

RITOPRIMEIRA PARTE. LEITURAS E ORAÇÕES

351. 7. Advertências. 1. Omitem-se todos os ósculos dosobjetos e das mãos (d. 4193 ad 3). 2. Não se responde DeoGratias depois das leituras nem Laus tibi, Christe depois dapaixão. 3. 0 C não genuflete ao Flectamus gemia. 4. Nãose benzem nem a água, nem o incenso, nem os MM.

8. À frente vai o turiferário sem turíbulo, depois doisacólitos sem castiçais, o C e os MM um após outro coberto s .com o barrete, ao lado do C o M. de cerimônias. Se têmde passar pelo santo sepulcro, todos fazem genuflexão du-pla (o C, o D e o S tiram antes o barrete). Tendo chegadoao altar-mor o C e os MM descobrem-se e sem prévia re-verência o C, o D e o S ajoelham-se ou no primeiro de-grau ou no plano e deitam-se com todo o corpo no segundoou terceiro degrau, apoiando a cabeça em cima da almo-fada e rezando durante o tempo necessário para o Miserere.Todos os outros ajoelham-se à direita e à esquerda, nãono meio.

352. 9. Os Ac, logo depois da prostração, vão à credência,trazem a toalha do altar e a estendem dobrada ao compridosôbre a parte posterior da mesa do altar, de sorte que aparte anterior fique descoberta. Voltam para o seu lugar.0 M. de C. coloca a estante no altar do lado da epístolae abre o missal.

353. 10. Depois da breve oração levantam-se todos, osAcc tiram as almofadas. O C e os MM sobem ao altar, oC beija o altar e vai ao missal. 0 D e o S colocam-se comopara o intróito. Quando o C começa a ler a profecia, umclérigo pega no epistolário, vai ao meio diante do altar,genuflete, vai ao lugar onde se canta a epístola (Rubr.), ecanta a profecia em tom de lição, fecha o epistolário, ge-nuflete no meio, põe o epistolário na credência e volta parau seu lugar.

11. Depois do trato, o D e o S põem-se atrás do C emlila, o C canta Oremus inclinando-se à cruz, estendendo epondo as mãos como de costume. O D canta Flectamus ge-um e faz genuflexão. Todos, genufletem, menos o C. Após11111 instante o S se levanta e canta Levate. Todos se levan-1.u11. O C ajunta a oração com as mãos estendidas. O S( lira a casula) recebe do M. de C. o livro e canta a epis-1^^1;1 como de costume, não beija , a mão do C, entrega olivro (veste a casula) e coloca-se à direita do D.

Ao terminar o trato, os três DD que cantam a paixãomiram no côro corno no domingo de ramos.

Durante a paixão todos ficam de pé. (C. E.; d. 2184111 2.)

D

354. 12. 0 C lê a paixão no lado da epístola, recita semyalr do lugar, inclinando-se para a cruz, Manda cor (sem/uby, Domine) e lê o "evangelho", depois vira-se para os)1). Terminada a paixão até ao "evangelho" o C vira-se

p.1ra o missal, o D da missa vai à credência (tira a casulaplicata e põe o estolão), leva o evangeliário para o altare u põe no meio. O S e os Acc colocam-se no meio diantedos degraus como nas outras vêzes. O D reza Manda cor( ',c111 Jube, Domne) ajoelhado no bordo do supedâneo, le-v.inla-se, pega no evangeliário, sem pedir a bênção, genuflete411111 o S e canta o evangelho Post hcec, no lugar costumado1. :;em sinal da cruz, sem velas e sem incenso. O C no seulul;ar vira-se para o D, sem beijar o livro. 0 S fecha-o e on l rega. O D e o S genufletem no meio e põem-se ern fila

11r as do C. Se houver sermão, este deve-se fazer então.( Mein. Rit.)

'll'►b. 13. Se o C canta a paixão com o D e o S:"Terminado o trato o C faz inclinação no meio e vai ao

1,1110 elo evangelho, onde está (é conveniente) uma segunda

Page 86: Curso de liturgia pe.João Reus

172 R e ú s, Curso de Liturgia I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 173

estante com o passionário. O que o C não canta, lê em vozbaixa. (d. 4198 ad 5.)

14. 0 D eoS (tiram, se trazem, a casula plicata), fa-zem genuflexão no meio e vão para o lado do evangelho noplano (como no domingo de ramos...).

15. Terminada a paixão até "ao evangelho", o C vaiao meio do altar, reza Manda cor, volta ao lado do evan-gelho, lê o evangelho com voz baixa e vai para o lado daepístola.

356. 16. 0 D (trazendo o evangeliário) e o S vão aomeio do altar e genufletem. 0 S vai para o lado do C eresponde. O D põe o livro no altar, reza ajoelhado ao bordodo supedâneo o Manda cor, sem Jube Domne, toma o li-vro e desce para o plano, onde faz genuflexão com o S ecanta o evangelho como foi dito.357. 17. Após o evangelho o C vai para o lado da epís-tola. O D eoS põem-se atrás dêle em fila. O C, cantandoas monitiones e, também, ao Oremos, conserva as mãosjuntas sem fazer inclinação. Porém, ao Oremos antes dasorações estende e junta as mãos e faz inclinação à cruz. 0D canta Flectamus, etc., o S Levate, o C não genuflete ecanta a oração em tom ferial corn as mãos estendidas.

A- oração pelo papa não se canta, sede vacante. A ora-ção pelo imperador, i. ë, imperador romano, agora sempre seomite, nem pode ser rezada pelo chefe do Estado.

SEGUNDA PARTE. A ADORAÇÃO DA CRUZ358. 18. A adoração da cruz, feita devidamente, é de umabeleza impressionante e majestosa, lembrando não só a cruzdo calvário, mas também a das nuvens do céu; é a humil-de homenagem da humanidade remida ao seu divino Redentor.

Evite-se tudo o que possa estorvar esta solene cerimô-nia. Durante a última oração os Ac estendem o tapête paraa cruz no lugar conveniente diante do altar, põem em cimaa almofada e por cima, ao comprido, o véu branco.

19. Depois das orações o C, o D eoS (êste à frente)sem fazer reverência á cruz, por não estarem no meio d uhaltar, vão diretamente para os assentos. O C tira a casula(o S a casula plicata), mas conservam o manípulo até ;1adoração da cruz. (Mem. Rit.) 0 C vai colocar-se no cantoposterior do lado da epístola, no plano, o S à sua esqueri.la,

;nabos voltados para o povo. O D sobe diretamente ao su-Iuui(lâneo, genuflete no meio, pega "cheio de reverência" nacruz (C. E.) e, levando-a com as duas mãos, com o cruci-lixo coberto voltado para os fiéis, desce pelos degraus an-h riores, entrega-a ao C e põe-se à direita dêle. Um Ac sus-truta diante do C o missal (ou livro) aberto.

359. 20. 0 C sustenta a cruz com a esquerda, descobre.nixiliado pelos MM a parte superior da cruz até à travessa(rasque ad transversum exclusive. Mem. Rit.), de sorte que

cabeça não se veja, eleva a cruz com ambas as mãos, es-I;indo a travessa na altura dos olhos e entoa o Ecce lignom,

depois com o D e o S in quo. (Sendo preciso dois canto-

es poderiam colocar-se ao lado do D e do S, ajudando ocanto.) 0 C toma um tom baixo, porque tem de cantar aindaduas vêzes num tom mais elevado. Quando o C começa acantar, todos os presentes se levantam e ao Venice adoremoslados genufletem com dois joelhos. (C. E.) O Ac fecha olivro e põe-se também de joelhos. 0 C é o único que ficade pé.

360. Acabado o Adoremos, todos se levantam. 0 C, ladea-

do do D e do S, sobe ao supedâneo, ao lugar em que seiria o intróito da missa, de modo que, sendo possível, tarn-hl'ni o S esteja no supedâneo. 0 C descobre o braço direito1 , a cabeça do crucifixo (Mem. Rit.), levanta a cruz mais.dto e canta num tom mais elevado: Ecce. O resto como an-

I^ .. No meio o C tira o véu inteiramente, entrega-o, levantacruz ainda mais alto e canta num tom mais elevado: Ecce.

)pois de Adoremos todos, inclusive o D e o 5, ficam deioelhos. O C só (Miss.) sustentando a cruz corn ambas aslimos, "cheio de reverência e devoção", terminado o últimol'voile adoremos, e não antes, leva a cruz, descendo forad. meio pelo lado do evangelho, para o lugar determinado,njuellia-se e a põe em cima do véu branco estendido sôbre,i almofada. Levanta-se e faz genuflexão simples. Ao mes-mo tempo com o C, todos se levantam e ficam de pé. En-

quanto o C faz genuflexão em baixo, o D eoS no supedã-tiro genufletem também corn êle e vão para os assentos,

ompanhando o C, que vem chegando.

361. 21. 0 C, o D eoS tiram o manípulo, assentam-se emi os sapatos (de entrada baixa, se fôr possivel). Para

Page 87: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 175174 R e u s, Curso de Liturgia

o D e o S é só costume. (d. 2769 X ad 5.) O C sozinho(Miss.), sem Mestre de cerimônias, sem barrete, com asmáos juntas, vai à cruz, ajoelha-se com os dois joelhos (semfazer genuflexão antes da adoração. C. E. Mis.) três vêzesem distância conveniente, inclinando a cabeça e rezando, p.ex., Adoramus te Christe et benedicimus tibi, quia per san-eiam crucem team redernisti inundem. A terceira vez vai atéjunto da cruz, adora e beija o crucifixo (é conveniente bei-jar só os pés), depõe uma esmola na salva, se fôr costume,levanta-se, faz genuflexão simples (d. 3855 ad 10) e vai parao assento. Calça os sapatos, lava as mãos, se fôr preciso,põe o manípulo e a casula, senta-se e põe o barrete,362. 22. Logo que o C vai adorar a cruz, o côro começaos impropérios. Os MM ficam de pé, sem barrete. Tendovoltado o C, os MM, o D à direita do S, vão adorar a cruz,observando as mesmas distâncias e o mesmo modo que o C.O D beija primeiro os pés do crucifixo, levantam-se, porém,juntos, fazem a ?;genuflexão simples, vão para os assentos,caçam os sapatos, põem o manípulo (o S, se a usa, a ca-sula plicata), sentam-se e cobrem-se. Um Ac ajoelhado dian-te do C sustenta o missal aberto. O C e os MM recitamalternadamente os impropérios ou em parte ou todos (Miss.)conforme durar a adoração, ao menos aquêles que o côrocanta. (d. 4198 ad 5.)

363. 23. Depois dos MM, os membros do clero vão adorara cruz. Somente o Bispo da diocese vai em primeiro lugar ,.antes mesmo do C. (d. 2246.) Os clérigos vão dois a dois,em igual distância, fazem tríplice adoração, beijam os pésdo crucifixo e dão a esmola, onde fôr costume. Depois vãoos homens adorar, em último lugar as mulheres.

Havendo muito povo, um sacerdote de sobrepeliz e estola pretaleva uma ou duas cruzes para lugares preparados, uma para oshomens, outra para as mulheres. E' conveniente que um acólito fi-que ajoelhado perto da cruz (Mem. Rit.), por motivo de reverênciae para impedir irreverências.

24. Depois do descobrimento da cruz, um Ac descobrea cruz processional e o sacristão as cruzes dos altares la-terais, mas não as imagens. O cruciferário vai, pelo fim daadoração, para o côro.

364. Estando para acabar a adoração, um Ac acende aa;velas do altar e da credência. (C. E.) Os dois Ac desdobradaa toalha do altar, enquanto o M. de C. tira a estante cool

o missal. Um Ac põe o vaso com água. O D levanta-se,vai à credência, pega na bôlsa e no sanguinho, faz reve-rência ao C, sobe, se a cruz está nos degraus do altar, pelolado da epístola ao altar e genuflete à cruz. Estende o cor-

poral e põe o sanguinho no lugar costumado. Ao mesmolanmpo, o M. de C. fazendo genuflexão à cruz, leva o missalpara o lado do evangelho e o coloca aberto e voltado para

meio. O D e o M. de C. fazem juntos a genuflexão à cruze voltam para os seus lugares pelo caminho mais curto. OI) senta-se e se cobre.

365. 25. Concluida a adoração, o D descobre=se, levanta-se(corn êle o S, que, porém, fica no seu lugar) e vai à cruz(;acompanhado pelo M. de C. se fôr preciso), faz genuflexãocom uni joelho só, toma a cruz corn as duas mãos e a levareverentemente (Miss., C. E.) para o altar, coloca-a no meio,reuuflete e volta pelo caminho mais curto para o C. Aooit smo tempo que o D se ajoelha e torna a cruz, o C e to-dos os outros se ajoelham nosseus lugares, até a cruz teradilo posta no seu lugar. (C. E.) Enquanto o D leva a cruzp.ir a o altar, ninguém entra no côro ou sai dêle. O C e osMM sentam-se. Retira-se tudo o que serviu para a adoração.

Desde êste momento, todos, inclusive o C, fazem ge-aaaa(Iexão à cruz. Só então entram os Ac com turibulo e na-vein e os ceroferários com tochas, não havendo clero para;acompanhar o SS. Sacramento corn velas.

TERCEIRA PARTE. A PROCISSÃO

:166. 26. 0 C, o D e o S de barrete pôsto, vão à frentedo altar. O cruciferário acompanhado de dois Ac corn cas-tiçais, põe-se atrás deles. Todos, exceto o cruciferário e és-Irs dois Ac, genufletem. (O C, o D e o S tiram o barrete)

a procissão põe-se em marcha para o s. sepulcro: à frentea cruz e os dois acólitos, segue-se o clero, o S, o D, o C

um após outro com o barrete pôsto.Toma-se o caminho mais curto. Ao chegarem, o crucife-

l arfo e os dois acólitos põem-se à entrada do s. sepulcro,outros vão mais perto do altar e ajoelham-se com os '

doïs joelhos. O C, o D e o S descobrem-se à entrada dacapada do s. sepulcro, (o M. de C. cuide dos barretes que^;,ao precisos depois no altar-mor), fazem genuflexão dupla,awellaaaia-se no degrau inferior e oram alguns instantes (C.

Page 88: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 177

QUARTA PARTE. A MISSA DOS PRESSANTIFICADOS

31i8. O C, o D e o S sobem ao supedâneo e genufletem.ti passa para a direita do D, onde genuflete conforme a

III,I ;1 geral.

R e o s, Curso de Liturgia

E.) Entretanto distribuem-se as velas acesas, a não ser quehaja só ceroferários com tochas.

O D sobe ao supedâneo, genuflete, abre o tabernáculo(a cápsula), sem tirar o SS. Sacramento, genuflete e desceao plano. 0 C põe incenso nos dois turíbulos e incensa comum dêles o SS. Sacramento. 0 M. de C. põe o véu de om-bros no C, os três sobem, o C e o S até ao degrau superior,onde se ajoelham; o D, no supedâneo, genuflete, de modoque não volte as costas ao C, tira o cálix, segurando-o coina mão direita pela copa e com a esquerda pelo pé, entrega-oao C, ajoelhado (C. E.) e cobre o cálix 'e as mãos com asextremidades do véu. O C pega no cálix com a mão esquer-da pelo nó, e põe a direita encima da patena que cobre ocálix, levanta-se depois da genuflexão do D ao SS. Sacra-mento e volta-se para o povo. Os MM mudam de lugar,passando o D para a direita do C e o S para a esquerda.Ao voltar-se o C para o povo, todos, menos o cruciferárioe os dois Ac, fazem genuflexão dupla. Os cantores come-çam o hino: Vexilla reais, que o C reza em voz baixa. (Mein.Rit.)

367. 27. A procissão marcha para o altar-mor pelo cami-nho mais curto (Mem. Rit.), à frente a cruz, a seguir oscantores, o clero, os ceroferários (8-10), dois turiferários, oC ladeado dos MM debaixo do pálio fora da capela do s.sepulcro. Ao chegar, o cruciferário põe a cruz ao lado dácredência e vai para a sacristia. Os Ac vão para a credên-cia e ajoelham-se sem os castiçais. Todos os outros se ajoe-lham e só se levantam depois de o C tomar na missa dospressantificados o vinho com a partícula do SS. Sacramen-to, apagam as velas e ficam de pé até ao fim. Ao chegaro C ao altar, o D junto do degrau inferior ajoelha-se noplano e recebe de joelhos o cálix da mão do C de pé, levan-ta-se e, depois de genufletir o C, vai colocá-lo no altar,desata a fita e, sem nova genuflexão, estende o véu do cálixcomo se costuma fazer no princípio da missa, genuflete edesce à direita do C, que já tirou o véu de ombros. O C põeincenso num turíbulo, sem bênção, como de costume, fican-do o S à esquerda do D. O C incensa o Santíssimo. 0 I)e o S elevam a casula. 0 segundo turiferário retira-se paraa sacristia.

Elenco das cerimônias

VI:cindo o fim prático de facilitar as cerimônias ao C, na Missa selimem distinguir as trás partes costumadas, cada uma com três orações.Innlawa desiguais, e a oração final.I, Ofertório 1. Incensação: incensum istud; b. Dirigatur; c. Ascendat

2.In spiritu humilitatis (oração do Ofertório)3.Orate, fratres (Convite aos fiéis)

II. Elevação 1. Pater noster (canta)2.Amen (voz baixa)3.Libera (voz alta) eleva a s. hóstia

III. íi oununhão 1. Perceptio (inclinado) .2.Panem ccelestem; Dmne non (patena)3.Corpus Dmni nostri (cruz) comunga.

IV: Flm Uma oração: Quod ore sumpsimus (ação de graças).

28. Antes da Elevação. Os Ac trazem as galhetas. O D

dencohre o cálix; o M. de C. leva o véu para a credência.

4) I) lira a patena e a pala, apresenta a patena com ambas as

un os ao C, o qual faz escorregar a s. hóstia para cima dela

e coloca o cálix em cima do corporal. Se por acaso tiverII'.ido na s. hóstia, purifica os dedos no vaso preparado

11,11,1 isto. O D entrega a patena ao C, o qual põe a s. hóstia.

l oi meio da patena na parte anterior do corporal sem sinal1,1 cruz, e a patena, por não estar ainda purificada, em

II111;1 elo corporal do lado da epístola. O D pega no cálix, ' (III pousá-lo no altar e sem limpá-lo, deita nêle o vi-

uho, o S a água (sem bênção e sem oração). Depois de

r,niregar as galhetas, o S genuflete e passa para a esquerda

I I.I C, onde genuflete outra vez. O D entrega o cálix, sem

Ino ilicá-lo, sem ósculo, ao C, o qual, sem o sinal da cruz,o plle em cima do corpora l. 0 D cobre-o com a pala.

369. O C põe o incenso, sem o benzer, no turíbulo (semI,I•nnllexão, sem ósculo), genuflete com os MM, incensa a11;1. hóstia e o cálix, rezando Incenstun istud, genuflete (não

Inrl nsa outra vez o SS. Sacramento de joelhos), incensa a

I I IV, dizendo: Dirigatur Domine (Mem. Rit.), genuflete, in-

I ^• ur,;1 o altar e genuflete passando pelo meio. Entrega o tu-Ilhulo, dizendo: Accendat, mas não é incensado. Desce aoIll,nni sem voltar as costas ao SS. Sacramento, vira-se pelauual esquerda para o povo e lava as mãos sem Lavabo inter.

4) I > e o S põem-se como para as orações da missa. O Cv11 para o meio do altar, acompanhado pelo D no segundodcriati e pelo S no plano. No meio os três genufletem. O

I q u -Iw do Liturgia — 12

176

Page 89: Curso de liturgia pe.João Reus

178 R e u s, Curso de Liturgia

C diz ligeiramente inclinado (mediocriter inclinatus), apoian-do no altar as mãos juntas, submissa, sed intelligibili voce(C. E.) : In spiritu humilitatis. Depois beija o altar, genufle-te, vira-se para o povo, retirando-se um pouco para o ladodo evangelho, e diz Orate fratres, continuando o resto cruvoz baixa, voltando-se para o altar sem acabar o círculoe genuflete. Não se responde Suscipiat.370. 29. Elevação. O, D vai para a esquerda do C, genii-flete ao principio do Pater noster e põe-se atrás do, C. Estecanta com as mãos juntas Oremus, etc., com as mãos esten-didas Pater noster, responde em voz baixa Amém, continuaem voz alta no tom feriai, sem nenhuma inflexão de voz,com as mãos estendidas Libera nos, sem fazer o sinal dacruz com a patena. O côro responde Amen. Antes de ter-minar o Libera, o D e o S ajoelham-se no bordo do supe-dâneo. O C genuflete, põe a patena debaixo da s. hóstia,toma a patena com a mão esquerda, com a direita a hóstiae a eleva em cima do corporal, até ser vista pelo povo, en-quanto a esquerda com a patena pousa no altar. (C. E.)Não se sustenta a casula, nem se incensa, mas pode-se dnro sinal com a matraca.

Quando o C desce a s. hóstia, o D e o S levantam--see sobem para a direita e para a esquerda do C, sem geneflexão. O D descobre o cálix, o C deita a patena no corporale parte imediatamente, sem genufletir depois da elevação , .em cima do cálix a "s. hóstia em três partes, e depõe unirparte no cálix como de costume, mas sem sinal da cruz esem oração. (C. E.) O D cobre o cálix, os três fazem ge-nuflexão. O C deve conservar juntos o polegar e o indica-dor como depois da consagração. O Agnus Dei e o Paxomitem-se.371. 30. Comunhão. O C reza só a oração 'Perceptivo cor-poris. O D e o S mudam de lugar e fazem genuflexão coino C. O C diz em voz baixa "com grande humildade e re-verência" (C. E.) : Panem ccelestem, Domine non sum di-gnus, etc., e comunga como de costume. O D descobre ocálix, os três genufletem. 0 C recolhe as partículas e deita-as no cálix. Depois põe a patena no corporal (Mem. Rit.),pega com as duas mãos (a esquerda no pé) no cálix e tomao vinho com a S. Parcela sem oração e sem sinal da cruz,O S derrama vinho e água sôbre os dedos dêle. 0 C não

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 179

+ii/ Corpus tuum, enxuga os dedos, bebe a ablução e dizdepois Quod ore sumpsimus, mediocremente inclinado. E'e,i1,1 a última oração.372. 0 D fecha o missal, vai para o lado da epístola, fa-iendo a genuflexão ao passar no meio, ao mesmo tempoline o S, que passa com a pala para o lado do evangelho,Ip,u,r cobrir o cálix, ou, se o D tinha no princípio a casulaplicata, vai à credência e a retoma, volta ao meio, genufletee sobe à direita do C, o qual espera com as mãos juntas.) C e os MM descem ao plano, fazem a genuflexão, cobrem-

e voltam para a sacristia.As velas deixam-se acesas para as vésperas que se di-

/cni como na quinta-feira santa. O altar depois das cerimô-nï;c; denudado (por Ac).

Terminada a missa dos pressantificados devem-se re-Ilr;ir os ornamentos do altar e do s. sepulcro. (d. 4081 ad 6.)

II. Cerimonial simples

l.a PARTE. AS LEITURAS E ORAÇÕES

W 13. 1. Omitem-se os preparativos para os MM. Quantot o canto cf. o n. 291.

2. 0 C faz a prostração. (Cf. n.° 109.) Reza ou cantae orações e leituras do missal. Dizendo Flectamus genua, .

ienuflexão e o ajudante responde L ,evate. Nas orações

1. de Flectamus genua o C levanta as mãos e estende-

:um juntá-las primeiro. Recita a paixão tôda e também .

"evangelho" com Munda cor, do lado da epístola. Se,

i+o+l ur , quer cantar o "evangelho", deve rezar no meio Man-

ila cor e cantar do lado do evangelho.:3. Se houver sermão, far-se-á depois da paixão.

2." PARTE. ADORAÇÃO DA CRUZ:174 1. Estende-se o tapête para a cruz perto do fim das

2. 0 C vai pelo caminho mais curto, sem fazer reve-++ ncia, à credência ou ao assento e tira a casula. Volta do-1 i a pelo caminho mais longo (Mem. Rit.) pega na cruz

descobre-a como foi dito, cantando ou rezando Ecce

to , mini. A adoração faz-se como` se disse. 0 C, depois deAdorado, toma o manípulo (não a casula; Mem. Rit.) e

os impropérios com os Ac, sentado, com o barrete pôs-

Page 90: Curso de liturgia pe.João Reus

180 R e u s, Curso de Liturgia

to. Perto do fim da adoração leva-se o missal para o ladodo evangelho, a bôlsa, uni vaso com água para o altar. (1C leva a cruz para o altar e toma outra vez a casula prel;i,

3. A procissão vai pelo caminho mais curto. O hinoVexilla Regis é cantado ou rezado.

3.° PARTE. MISSA DOS PRESSANTIFICADOS375. Esta missa faz-se como foi dito; faz-se também a in-censação da s. hóstia e do cálix. As vésperas não são obri-gatórias.

Se a píxide estava no tabernáculo ou ria urna, é precisolevá-la para uma capela afastada, como foi dito.

§ 8. 0 SÁBADO SANTO376. I. A índole do sábado santo (Sabb. Sanctum) é du-pla: a índole própria e a índole adventícia. a) A índoleprópria é a comemoração do descanso de Jesus Cristo nosepulcro. Por isso cantam-se ainda as lamentações, não sediz missa própria (dia alitúrgico) e guarda-se o jejum. Pmprivilégio, não existe êste costume no Brasil. b) A índoleadventícia é a antecipação das cerimônias da noite pascal,as quais já no século X foram celebradas na tarde e ante-cipadas na manhã, quando se tinha introduzido o costum e.de antecipar as vésperas de manhã..377. 2. História. a) Diante da porta da igreja dá-se abênção do fogo, tirado de uma pedra. O fogo significa o Es-pirito Santo, enviado por Jesus Cristo, a pedra angular.

A bênção é de origem galicana, introduzida provavel-mente para eliminar o culto pagão do fogo.

b) O novo fogo bento é levado solenemente pelo .diá-cono para dentro da igreja, onde tôdas as luzes estão apa-gadas. As palavras do diácono Lumen Christi significamque Jesus Cristo é a única luz do mundo. E' uma cerimôniacomovedora.

378. c) A bênção do círio pascal. Era já conhecida nosprimeiros séculos. Tem a sua origem na iluminação usadana noite da páscoa. O círio simboliza Jesus Cristo ressus- .citado e é por isso acendido durante o tempo pascal. O Ex-sultet (prceconium pascale, anunciação da páscoa) é o an-tigo lucernário da vigília pascal. O nome de lucernário foidado às orações que se diziam na reunião litúrgica ao aeon-

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 181

derem-se as luzes ao anoitecer. A origem e o nome prceco-

uiuni indicam que esta cerimônia não é uma bênção. Devemser benzidos cada ano só os cinco grãos de incenso, quesimbolizam as cinco santas chagas conservadas por NossoSenhor ressuscitado. O mesmo círio pode servir em vários;nos.

A função de acender as luzes era bastante demorada por causa1M grande número das lâmpadas, que deviam ser pequenas, a fimde evitar o mau cheiro causado por chamas grandes. Para ocuparntr fiéis durante êste serviço litúrgico, o diácono cantava o louvor daW. (Cf. Pauly, lucerna.) A função essencial da cerimônia, que hojene chama bênção, é portanto o ato de acender o cirio pascal e asIm,es da igreja. As palavras acompanham esta cerimônia. Mistica-mente êste ato simboliza o mistério essencial da festa, a ressurrei-çiao de Nosso Senhor.

379. d. A preparação para o batismo pela leitura das pro-tecias, que tratam da grande graça do batismo. Agora sãodoze, antigamente o número variava entre quatro e quatorze.

e. A bênção da pia batismal, cerimônia antiga, usada

no século quarto.

380. f. A Missa. Ao Gloria repicam os sinos e descobrem-

me as imagens. Depois da epístola o C entoa solenementepela primeira vez o aleluia. Falta na missa o intróito, o ofer-

lr`uin, o Agnus Dei, o Pax e o Communio. Para explicar es-omissões propõem-se várias razões. A razão histórica se-

tn que as partes mencionadas, na época da origem destaliturgia, ainda não estavam em uso. E como não se diziarinnrr nobis pacem, também não se dava a paz.

As vésperas foram acrescentadas, quando a solenidadeelo sábado santo se antecipava para a hora das vésperas.ISi,um breves, para que os neófitos não devessem esperar atédepois das vésperas compridas. (Durandus, VI, c. 85.)

:18I . 3. Prescrições. a) A missa privada é proibida. Sendo

Irei imitida por privilégio, começa pelo si. ludica, não tem in-

Irr'rilo. (d. 2616 ad 2; 2970 ad 4.)h) A função do sábado santo é obrigatória em tôdas as

ilr,rejns catedrais, colegiadas, conventuais e paroquiais, e comlerdos os ritos; a bênção da pia batismal só nas igrejas pa-' rulitiais e filiais, onde há pia batismal.

c) O mesmo sacerdote (exceto se fôr Bispo), que dá^rn bênçãos, deve celebrar a missa. Os MM devem ser os mes-mos. 0 diácono do Exsultet, porém, em caso excepcional

Page 91: Curso de liturgia pe.João Reus

183,R e u s, Curso de Liturgia

poderia ser diferente do diácono da missa. (Decr. auth.IV, 243.)

d) A s. comunhão pode-se distribuir durante a missaou logo depois. (Cân. 867, § 3.) Cf. n. 323.

1.a SECÇÃO. Cerimonial solene1. PREPARATIVOS

382. 1. Na igreja. a) No altar-mor põem-se a cruz sentvéu (as imagens veladas), seis castiçais com velas de cerabranca (que se acendem só antes da missa), três toalhas,a estante nua ou coberta com um véu roxo, o missal aberto,dois frontais, um branco por baixo, um roxo por cima. b)Junto do altar, em geral do lado do evangelho ou em outrolugar conforme a necessidade (C. E.), põe-se um grandecandelabro com o círio pascal.

O círio pode ser artisticamente pintado com uma cruz ou comimagens. Deve ter cinco buracos em forma de cruz para os cincogrãos de incenso. Não é necessário renovar todos os anos o círio,mas se devem pôr novos grãos de incenso. Estes grãos devem serde incenso, não de cera só. Os grãos de incenso usados podemservir nas funções litúrgicas. A cruz do círio deve estar voltadapara o C durante a bênção, e depois da bênção, para o povo. (d,4198 ad 7.) E' conveniente embeber o pavio do círio com quero-sene, para que o D possa acendê-lo ligeiro. Para a serpentina(arando, cana) põe-se um suporte.

No lugar, onde se costuma cantar o evangelho, haveráuma estante para o Exsultet, "adornada belamente" (Meu;.Rit.) com véu rico, comprido, pendente. Também os outrosaltares são enfeitados modestamente "como nos domingosda quaresma." (C. E. II, 27, 2.)383, c) Na credência, coberta com uma toalha branca,põe-se tudo o que é necessário para a missa solene, assacras (não no altar), o livro com o Exsultet, se houverbênção da pia batismal, os castiçais para os Ac. A casularoxa e o manípulo para o C e os manípulos para o D e Spõem-se nos assentos (banco).384. 2. Fora da igreja, ou "na sacristia ou em outro lugardecente" (C. E.) põe-se o fogareiro. O fogo é preparadopelo sacristão antes do começo das funções, com a faiscatirada da pederneira por meio de isca e fuzil. Junto estáuma tenaz ou uma colher para deitar brasas na caçoila doturíbulo, uma vela pequena (ou lanterna). Na mesa coberta

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

+^nt toalha branca estão o manípulo, a estola e a dalmática

I na icas para o D e a estante com o missal aberto. Encostadai mesa põe-se a serpentina (sendo possível uma vara en-R ilada) de c. 2 m de comprimento (cf. Bento XIV) tendo

HA extremidade três velas brancas (C. E. Mem. Rit.) ou con-

I u me o costume antigo a serpentina, i. é, uma vela grossa

,Ie (lote se ramificam três velas. (Bento XIV, de fest. 1. 1.

VIII. 52.)c) nome serpentina acha a sua explicação numa nota histórica

I I )urandus (VI, 89, n. 12). Em algumas igrejas vai à frente da,,cissão dos neófitos para o batistério uma efígie de serpentenobre uma vara. Sôbre a cabeça torcida da serpente põe-se uma vela

r asa no novo lume, em que se acende o círio pascal e tôdas as.0d ras velas da igreja. Segundo êle, esta efígie lembra Jesus Cristo

ucilicado e a sua santa paixão, pela qual ficamos curados dasli q as do pecado.

385. 3. Na sacristia, preparam-se os paramentos brancos

!Lira a missa, a cruz processional, o turíbulo, a água benta,cinco grãos de incenso numa salva; a estola e o pluvial

How para o C (se não houver pluvial roxo, o C vai comestola, mas sem casula), a estola roxa, para o D, paraS só a alva e o cordão. Para o D e o S, se usarem, a Ca-

A ola plicada, que usam: o D 1. desde o princípio até de-

l i( is da bênção do fogo; 2. depois do Exsultet até antes da

I oolainha de todos os santos; o S: desde o principio até an-

Ir^; da ladainha.386. 4. Para a bênção da pia batismal a pia deve ser bem

limpa e cheia de água límpida. Se houver muito povo queolmeira receber água benta, é preferivel deitar a água numvaro grande. Dêste vaso tira-se a água para encher a piahdlisinal. Junto da pia põe-se uma mesa, coberta com uma

Irrolha branca e em cima dela uma bacia, um jarro com água,

uu; pratinho com miolo de pão, uma toalha para o C .lavarmãos, os vasos com o crisma e óleo dos catecúmenos, o

non,^;al aberto, uma toalha para enxugar o círio, a caldeirinha

+ uo água e o hissope, uma estola roxa para um sacerdote

Loser a aspersão do povo, um vaso para levar água benta

para as pias da igreja.

2. A BÊNÇÃO DO FOGO

381, 0 D entrega e recebe outra vez os objetos com ou;lo: o turíbulo, o hissope, o barrete, etc.

1. A procissão põe-se em marcha para a porta da igre-

I:i. Vão à frente a par, três Ac, um com água benta no meio,

182

Page 92: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 185

184 R e u s, Curso de Liturgia

o turiferário à direita, um com os grãos de incenso à esquer-da. Atrás vai o S, sem manípulo, sozinho, (pois não hâ Aocom castiçais) com a cruz processional. Segue-se o clerosem barrete e, atrás dêle o C, com o D à sua esquerda, re-vestido de alva e estola, sem manípulo, ambos cobertos,Diante do altar-mor todos fazem genuflexão, exceto o S, quenão faz reverência, e o C, que (sendo rezada a Noa) tirao barrete e faz inclinação profunda de cabeça.

Tendo chegado à porta da igreja, o S coloca-se junk)da porta, voltado com a cruz para o C. Em frente da cruz,o C põe-se diante do missal. O D vai à direita do C e entregaos barretes ao M. de C. ou ao Ac. O M. de C. coloca-se :lesquerda do C, os Ac à direita do D. O C, sem cantar, ben-ze o fogo com três orações, depois, com uma oração, os grãosdo incenso (Mem. Rit.), que o Ac apresenta na salva. 0 I)responde. Durante esta oração Veniat, o turiferário põe bra-sas do fogo bento no turíbulo. Depois desta oração o C põeo incenso (D: Benedicite P. rev., C: ab illo ben., traçando a

Diagrama das funções principais do Sábado SantoAbreviações: C, celebrante; D, diácono; S, Subdiácono; M, mestro

de 'cerimônias; a, acólito.

1. Bênção do Fogo. Dizem-se 4 orações. Ac põe brasas bentas no.turibulo; C põe incenso: Ab illo benedicaris... ; borrifa: As-perges me...; incensa.

2. Procissão. D com paramentos brancos e serpentina. C põeoutra vez incenso no turíbulo: Ab illo benedicaris; barrete,marcha.

3. Lumen Christi. D pára, acende vela, genuflete, todos de joe-lho, o C descoberto. D canta Lumen Christi, levantam-se todos.e respondem: Deo grafias. O mesmo se repete no meio ciaigreja e diante do altar-mor.

4. Jube, Donne. Chegados ao altar, todos (menos S e A) genu-fletem, C inclina-se, sobe, beija o altar e vai para o lado daEpístola.

5. Exsultet. D incensa o livro, canta. Ao "imperia" põe os cincogrãos, ao "accendit" acende o círio; ao "eduxit" pára, Acacende lâmpada do SS. e todas as luzes da igreja.

6. Paramentos. D e S genufletem no meio, C sem inclinação, vilepara os assentos, casula e manípulos.

7. Profecias. C, D e S sobem pelos degraus laterais, semicírculo.Depois da profecia em fila. Flectamus genua. Levate.

8. Batistério. C, D e S sem inclinação à Cruz vão para os as-sentos, depõem manípulos. C toma pluvial roxo.

9. Saida. Todos, exceto os Ac com Cruz, castiçais e círio, ge-nufletem, C faz inclinação.

Page 93: Curso de liturgia pe.João Reus

cruz). 0 C asperge os grãos e o fogo ou juntamente trêsvêzes ou em separado três vêzes, rezando em voz baixa umavez: Asperges me, sem Miserere, Gloria Patri. Depois os in-censa do mesmo modo.

3. A PROCISSÃO388. 0 D tira (a casula plicata, se a tem) a estola roxae veste o manípulo, a estola e a dalmática de côr branca.Ao menos o S então não precisa tomar o manípulo roxo.(C. E. II, 27, n. 12; Autores). Um Ac acende a vela (dalanterna), no fogo benzido, por meio de um cavaco enxo-f rado ou de um fósforo. O C põe incenso no turíbulo do mes-ino modo que antes (para a procissão e o Exsultet) e põeo barrete. 0 D pega na serpentina. O sacristão leva a estolaroxa e o barrete do D para o altar. A frente vai o turiferá-rio. À direita dêle vai o Ac do incenso. Segue-se o S com

cruz, depois do D, ao lado dêle um Ac com a vela acesa1 na lanterna), atrás o C, coberto, à sua esquerda o M. de C.

389. Tendo entrado o C na igreja, o D pára, inclina a ser-pentina, acende urna das velas, endireita a serpentina e ajoe-Ill;r-se com dois ou um só joelho. Todos se ajoelham do

In, Procissão. À frente Ac com círio, segue Ac com cruz, C, De S de barrete pôsto. Canta-se Sicut cervus.

II. Pia batismal. Cruz voltada para o C. C canta as orações eprefácio com as mãos juntas. Cerimônias no missal.Aspersão do povo. D entrega hissope ao C. C asperge-se e aoscircunstantes. Segue a aspersão do povo.

11. Santos óleos. C derrama em forma de cruz, mistura. Limpaas mãos. Batizados, se houver.

I Ladainha começa e é duplicada. Voltam ao altar-mor. Devidareverência, para assentos, C tira pluvial, voltam ao altar. Cinclina-se, D e S .genufletem.

VI, Prostração. Ao "Peccatores" todos se levantam, fazem reverên-cia e vão para a sacristia.

lil Missa de rito solene. Judica. Sobem. Segue incensação, não háIntróito.

11 Aleluia. C canta, depois de ter dado a bênção ao S.I ii Nüo há Credo, nem ofertório. S leva cálix cone bôlsa para o

trll rrr.Ill Não há Agnus Dei nem paz. Depois de Commixtio, D passa

l o ira esquerda, S sobe à direita.!n. Vésperas. C, depois da ablução, canta: Alleluia. Laudate. D e S

senricirculo. "Vespere" com D e S; depois fila..:I M:i nificat. C põe incenso, incensa o altar, rezando o Magni-

ficnl com D e S. D incensa o C e S. Repetem "Vespere", põem-In. em Pila.

186 R e u s, Curso de LiturgiaI. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 187

Page 94: Curso de liturgia pe.João Reus

189188 R e u s, Curso de Liturgia

mesmo modo, exceto o S, que leva a cruz. O C tira o bar-rete antes de ajoelhar. 0 D canta Lumen Christi. Termina-das estas palavras (C. E.) todos se levantam e respondemDeo gratias. No meio da igreja canta-se outra vez LumenChristi, diante do altar-mor pela terceira vez, em tom cadavez mais elevado, depois de acesa a segunda e terceira vela.O Ac apaga a sua vela, o D entrega a serpentina.

390. Diante do altar observa-se a seguinte distribuição doslugares: O turiferário e à direita dêle o S com a cruz colocam-se no lado do evangelho. O Ac com a serpentina e à direitadêle o Ac com os grãos de incenso no lado do epístola, nomeio o C e à direita dêle o D.

Turiferário-cruz-celebrante-diácono-serpentina-grãos.O D recebe o barrete do C e o entrega ao M. de C. To-

dos genufletem exceto o S e o Ac da serpentina. O C fazsó inclinação, sobe, beija o altar, vai para o lado da epístola,e fica ali voltado para o altar. Não se põe mais incenso noturíbulo. O D toma (recebe) o livro com o Exsultet, genu-flete no meio e, sem rezar Munda cor, sobe, ajoelha-se nosupedâneo, pedindo ao C Jube domne... o C diz: Dominassit in corde tuo et in labüs tuis, ut digne et competenter an-nunties suum Pascale prceconium. In nomine P. f et F. clSp. S. Amen, traça o sinal da cruz mas não dá a mão ajar. O D levanta-se, desce, virando-se pela sua esquerda epõe-se à direita do S. Todos genufletem, exceto o S e o Accom a serpentina e dirigem-se para o lugar, em que se cantao Exsultet, à frente o turiferário, à esquerda dêle o Ac doincenso, depois o S, à esquerda dêle o Ac da serpentina, porfim o D, à esquerda dêle o M. de C.

4. EXSULTET391. 1. Chegando ao lugar, o D põe-se diante da estante,à direita dêle o S com a cruz (esta, por exceção, voltadapara o C) e o turiferário; à esquerda o Ac da serpentina,depois o Ac do incenso, todos numa linha, voltados para omesmo lado que o D. O clero e o povo levantam-se comopara o evangelho. O C vira-se para o D, logo que êste co-meça a cantar.

392. 2. 0 D abre o livro, incensa-o como ao evangelhoe começa• o Exsultet. O turiferário leva o turíbulo para asacristia e volta para a direita do S.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

Ac do incenso-serpentina-D-S -turiferário

Depois do curvat imperia, o D com o Ac de incenso eacompanhado do M. de C. vai para junto do círio e cravanêle os cinco grãos de incenso nos buracos preparados pelaordem indicada no missal. Voltam para os seus lugares. O

Ac põe na credência a salva vazia e traz a vela pequena.

'fendo cantado rutilans ignis accendit, _ o D, acompanhado

do Ac da serpentina, aproxima-se do círio e o acende comurna das velas ou diretamente ou por meio da vela peque-na. O Ac põe a serpentina no suporte preparado junto do

eirio pascal, onde fica só até ao fim da missa do sábadosanto (d. 2873 ad 5) e volta para a esquerda do D. Tendo

cantado apis mater eduxit, o D pára um instante. Um Acacende a lâmpada do Ss. Sacramento. O sacristão acende

as outras. Deve ser nomeado o papa e o bispo diocesano

( também pelos regulares). O inciso Respice até per eundem

Omite-se. (d. 3103 ad 3.)Concluído o precônio, o D fecha o livro. 0 entrega

;i cruz a um Ac, o D e o S vão diante do altar, genufletem

no degrau inferior e dirigem-se para os assentos. Ao mes-iuo tempo vai para ali o C, sem fazer reverência à cruz, tirao pluvial e veste a casula e o manípulo de côr roxa. O S

I( aia o manípulo roxo, o D o manipulo e a estola (casulaplicada) roxa. Põe-se a estante para as profecias no meio

.L. curo. Um Ac vira a cruz do círio para o povo.

5. AS PROFECIAS

:193. O C, o D e o S sobem ao altar pelos degraus late-

' ais (sem fazer uma reverência) e colocam-se como paraintróito da missa. Depois de cada profecia (ou depois do

Ir ;ilo, se houver), o D e o S colocam-se como para as ora-(»us da missa, pondo-se, em seguida, outra vez como para

intróito. O C lê as profecias com as mãos pousadas no

livro. Não se responde Deo gratias.Nas orações o C estende e fecha as mãos como de cos-

tume. Flectamus, gema como foi dito na sexta-feira santa.

i M. de C. vai convidar o primeiro cantor com uma incli-

n.0 io de cabeça. Este tira o barrete, vem cone o M. de C.I,m a a estante, genuflete, pousa as mãos na margem inferior

. o livro e canta a profecia devotamente, mas também has-

I,uil^ ligeiro (Mer.), logo que o C começar a lê-la. Tendo

Page 95: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

acabado, o leitor espera que se diga Flectamus gema, ajoe-lha-se com todos e volta para o seu lugar. O M. de C. con-duz logo o segundo cantor para a estante, etc. Em algunslugares costumam cantar as profecias até o C acabar a lei-tura da profecia respectiva. A S. R. C. não aprovou êstecostume da igreja catedral chilena. (d. 3104 ad 8.)

6. A BE.NÇAO DA PIA BATISMAL394. Durante a última oração acendem-se os castiçais dosAc na credência. No fim da última oração o C, o D e o S,sem fazer reverência à cruz, vão pelo caminho mais curtoaos assentos. O C tira a casula e o manípulo e veste o plu-vial roxo. O D e o S tiram o manípulo. Depois os três vãoao pé do altar. Atrás do C está o Ac (não o S) com a cruz,acompanhado de dois Ac com castiçais, atrás da cruz o Accom o círio. Todos, exceto os Ac com o círio, com a cruze com os castiçais, genufletem, o C tira o barrete e faz in-clinação de cabeça. A procissão põe-se em marcha. À frentevai o Ac com o círio, segue a cruz, o clero, o C ladeadodos MM, que sustentam a extremidade do pluvial. SO o C, oDeoS põem o barrete. Durante a procissão canta-se o tra-to Sicut cervos.

395. Depois de chegar ao batistério, o C, o D e o S 1iram o barrete. O Ac com a cruz está voltado para o C la-deado dos MM, a pia batismal entre a cruz e- o C. O Accom o círio está ao lado do D. O C diz as orações no missal,pôsto na estante ou sustentado por um Ac. As orações can-tam-se no tom feria], com as mãos juntas, do mesmo modoo prefácio. As ceremônias se fazem corno o missal indica.O D apresenta sempre a toalha para o C enxugar as mãos.O D e o S sustentam as extremidades do pluvial nas orações. As cruzes ao Benedico te não se fazem dentro,. maspor cima da água. Depois de ferebatur, o C deita algumasgotas de água para fora da pia para os quatro pontos car-diais: oriente, ocidente, norte, sul. O círio pascal, depois demergulhado na água, enxuga-se com uma toalha.396. Segue-se a aspersão do povo com água benta. UniAc tira água benta e a deita na caldeirinha. O D entregacorn Osculo o hissope ao C, o qual se asperge a si mesmo(Mem. Rit.), depois os circunstantes. A aspersão do povopode fazê-la um sacerdote revestido de sobrepeliz e estola

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

roxa. Ao mesmo tempo um Ac leva água benta para as pias

da igreja.

397. 0 C derrama agora na água da pia os santos óleos

rosno é indicado no missal. Convém tomar cuidado 1. de der-

i; n uar muito pouco óleo; 2. derramar em forma de cruz; 3.

com os dois vasos juntos, também em forma de cruz porTrês vêzes. Depois o C com a mão direita mistura os ss.õicos e limpa as mãos com miolo de pão ou algodão ou li-mão. 0 D ministra a toalha.

Se os ss. óleos novos, benzidos na quinta-feira última,

nïio chegaram, mas em breve são esperados, omitem-se aserimônias da infusão dos ss. óleos. Depois um sacerdote,

r evestido de sobrepeliz e estola roxa, privadamente derrama-

„; na pia corn o cerimonial do missal. Se, porém, os ss.Oleos não vêm em breve ou se houver necessidade de admi-iiislrar o batismo, então o C derrame na pia óleos do anoprecedente e empregue novos óleos na vigília de pentecostes.

(d. 2773; 3879.)

:11IR„ Depois da bênção da pia batismal ou depois do ba-liHuo, se houver, volta a procissão ao altar-mor. Já antesd e ela chegar para o altar dois cantores começam a ladai-nli+. (cl. 3108 ad 10.) 0 côro responde "repetindo tôdas asp;ti ivras dos dois cantores" (Miss.) O C e os MM, feita adevida reverência ao altar, corno ao sair para o batistério,v i para os assentos (tiram a casula plicada), o C tira o

l^luvi;il, mas não a estola. Vão para diante do altar, o C faz .

Inclinação, os MM genufleteme e os três fazem prostração, .

poiis; nclo a cabeça nas almofadas colocadas por um acólito.

i outros põem-se de joelhos. Os cantores acabam de joe

IIi (C. E.) o resto da ladainha. Ao Peccatores, o C, o D

S e todos os Ac levantam-se, fazem a devida reverência,

yio para a sacristia e revestem-se de paramentos brancos.n;icristão (ou Ac) põe as flores entre os castiçais, tira as

1ilíu dadas, acende as vL1as, põe no altar as sacras e a es-Lode coberta com um véu branco e tira o frontal roxo.

309. Se não houver bênção da pia batismal o C, o D e ovão pelo caminho mais curto para os assentos. O C tira

c,uln e -o manípulo, o D e o S o manipulo (casula pli-,„Ii ). Depois vão para diante do altar corno foi dito supra.

190 191

Page 96: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

7. A MISSA400. Quando os cantores chegam ao Agnus Dei e, se f iarpreciso, "cum pausa convenienti" (C. E.), o C e os MM, pre.cedidos dos Ac vão para o altar. Começa a missa e só en-tão canta-se o Kyrie. A missa tem o rito de missa solene,se não fôr indicada uma exceção: Judica, incenso, Kyrie, maNnão há intróito.

Após a entoação do Gloria, tocam as campainhas, re-picam os sinos (nas igrejas não paroquiais somente depoiNde tocarem os sinos da igreja principal (d. 2123), toca oórgão, descobrem-se as imagens e as estátuas (Nov. l^ult,Miss.), se não fôr possível, depois da missa. (d. 2965 ad2.) Concluída a epístola, o C dá a bênção ao S e só ent,incanta aleluia três vêzes em tom cada vez mais elevado.Como nas vésperas de setuagésima o aleluia morreu paraos ofícios litúrgicos, assim no sábado santo é ressuscitadocom júbilo efusivo durante o santo sacrifício. Lê o trato,o evangelho e põe incenso no turíbulo como de costume .As incensações se fazem corno sempre. Ao evangelho os !1 c'colocam-se ao lado do S, sem castiçais.

Não se diz Credo, mas Dominas vobiscum e Oremits,sem ofertório. O S leva para o altar o cálix com a bôlsa .O Communicantes e o Plane igitur têm texto próprio. Naose diz Agnus Dei, nem se dá a paz; o S por isso não sobe .Depois de Hcec commixtio, o D cobre o cálix, genuflete coneo C passa- para a esquerda dêle. Ao mesmo tempo o S gonuflete e sobe para a direita. O C diz as três orações autes da comunhão.401. Quando nesta Missa se distribui a sagraria cotounhão, põe-se a píxide com as hóstias no altar antes do olor --tório. A consagração faz-se como de costume. Pode-se tam-bém trazer a pixide, guardada em lugar fora da igreja, c+mias cerimônias prescritas, i. é, umbela e tochas.

Tendo o C tomado o SS. Sangue, o S cobre o cálix,o D e o S genufletem e trocam os lugares. Os três ge-nufletem. O D coloca a píxide mais para a frente e tira oopérculo. Os três genufletem outra vez.402. Se em outra ocasião a píxide estiver no sacrário, o Ce o S retiram-se do meio, o D abre o sacrário e genuflete;com êle genufletem o C e o S (com um joelho só). O I)tira a píxide, fecha o sacrário e abre a píxide. O C volta

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 193

p ,,r;i o meio, os três genufletem. O D retira-se para o pla

n . . du lado da epístola, volta-se pela esquerda para o C e.nil:i ou recita em voz alta, segundo o costume, um pouco

livado (aliquantulum inclinatus, C. E.) o Confiteor. Na

ioT■i.;:1 de réquie o Confiteor deve-se recitar. (d. 4104 ad 2.) Iica no seu lugar. O C genuflete, diz em voz alta o

/Una./ eattir. Se o D e o S comungam, respondem Amen ao

Itt+lult;cntiam, genufletem, o S em cima, o D no degrau in-

tl.ror, e ajoelham-se no bordo do supedâneo e recebem aoniunhão em primeiro lugar, antes mesmo dos sacerdo-

Io-;. (C. E.) Levantam-se e sobem, o D para a direita, o S

pa r a a esquerda do C. Durante a distribuição da s. comu-

m l,,i„ o D pode pôr (não é obrigação, cf. d. 1572; 1210)

a patena da missa debaixo do mento dos comungantes, ou. ler, devem usar a patena da comunhão.

() S acompanha o C com as mãos juntas. O D e o SRodeai também durante a distribuição da s. comunhão ficarsi lu' no supedâneo, com as mãos juntas, voltados para octllïu. Isto até é preferível, se, além do C, um segundo sa-i i dole ajuda a distribuir a s. comunhão, para que os MM

estorvem a ação do segundo sacerdote e para que nãodescuidem da reverência devida a Nosso Senhor sacra-

mentado. Distribuída a s. comunhão, o D passa para o lado

da epistola, o S para o lado do evangelho. Tendo chegado

tu o-;upedâneo, os três genufletem, o C e o S retiram-se para -o Lido cio evangelho, o D põe a patena no corporal, cobreri pixide, abre o sacrário, põe a píxide no sacrário, genu-

lis le, e com êle o C e o S, fecha o sacrário, troca com o

is lugar (genuflexão no meio) e assiste ao livro como de

ie;tome.

192

8. AS VÉSPERAS

403. Após a sumpção do SS. Sangue ou após a distribui-

^,,io da s. comunhão o côro entoa o aleluia e a seguir o sal-

oio Laudate. O C, depois de ter tomado as abluções, vai ao

Lido da epístola e reza em voz baixa (submissa voce) a an-

(doua e o salmo Laudate.'Os MM estão como para o intrói-

to. O turiferário prepara o turíbulo. O C entoa Vespere

uulcm, o côro continua e o C recita o mesmo em voz baixa

^un o D e o S. Depois põem-se em fila. Quando os canto-

ri começam o Magnificat, benzem-se e vão para o meio doaltar. O C põe incenso no turíbulo e incensa como ao intrói-

+'nrto. do Liturgia -- 13

Page 97: Curso de liturgia pe.João Reus

ïi

194 R e u s, Curso de Liturgia

to. O D (ao lado do S) incensa o C e o S, o qual se lr% .no lugar que ocupa ao intróito, e é no seu lugar, como aintróito, incensado pelo turiferário. O C recita o Magnifier,'alternadamente com os MM ou durante a incensação ou es-tando diante do missal, e repete Vespere. Terminada a anil-fona, os MM põem-se como para as orações. Depois v iao meio do altar. O C canta Dominus vobiscum, etc.

Finda a missa, o SS. Sacramento guardado fora da igre-ja é transportado para o altar-mor por um sacerdote acom-panhado de dois Ac com tochas e um Ac com a umbela.

404. 0 círio pascal acende-se (Mem. Rit. VI, § 7, n. 6 ,durante as missas e as vésperas cantadas: 1. no domingo,na segunda e têrça-feira e no sábado da páscoa; 2. em to-dos os domingos (e, se houver costume, também em outrosdias e festas) do tempo pascal, e até ao evangelho da as-censão, inclusive. Depois do evangelho, apaga-se o círio, oqual, acabada a - missa, é removido do candelabro; 3. nondias mencionados pode-se acender também nas missas rezadas que substituem as missas cantadas (missa paroquial,da comunidade religiosà); 4. não se acende nas missas gnese celebram com paramentos pretos ou roxos (nas roga-ções, d. 235 ad 11); 5. não é lícito acendê-lo na bênção 1.SS. Sacramento (d. 3479 ad 3), mas pode ficar a arder, vea bênção seguir à missa ou às vésperas (d. 4383 ad I )6. acende-se também, quando as missas ou vésperas se can•ta rn diante do SS. Sacramento exposto (I. c.) ; 7. usa-se 1111bênção da pia batismal na vigília de pentecostes, mas .nüodurante a missa. (d. 4048 ad 10.)

2. a SECÇÃO. Cerimonial simples

405. 1. Ao sair da sacristia: 1. vai um Ac com as mãosjuntas (ou com os grãos do incenso); 2. o cruciferário;o C no meio de dois Ac, um com o turibulo e outro com aágua benta.

2. Ao Exsultet o C, tendo despido os paramentos roxose põsto a estola a tiracolo, o manípulo e a dalmática de cÕrbranca, põe o incenso no turíbulo. Na procissão vai à frenteo Ac com os grãos de incenso, à esquerda dêle o turiferário,em seguida o cruciferário, por fim, sem barrete, o C com ,rserpentina, à esquerda dêle o Ac com a vela (lanterna). ()C canta Lumen Christi, como foi dito. Tendo chegado ao al-

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 195

entrega a serpentina, recebe o missal. Sustentando-od ,ude cio peito, ajoelha-se no degrau inferior do altar e diz:

Domine, benedicere. Dominus sit in corde meo et inI,rl^Jis roeis, ut digne et competenter annuntiem scum Pas-lrrrle prceconium. Amen. Todos ocupam os seus lugares co-

1111 1 no cerimonial solene. O sacristão traz para a sacristi a .paramentos roxos deixados no adro da igreja.

106. 3. Para ler as profecias o C põe os paramentos roxoso.; sacristia ou junto ao assento; vai ao altar, faz inclinaçãolri olunda da cabeça, sobe, beija o altar e lê em voz alta as

Tecias. Genuflete ao Flectamus gentia.4. Para a bênção da pia batismal vai à frente o Ac com

ei rio pascal, segue-se o cruciferário, por fim o C, reves-Ildo do pluvial (não da casula) e coberto, rezando o trato;irnl cervos. O resto faz-se como no cerimonial solene.

,1117. 5. A ladainha é cantada pelos cantores, se houver;oureçam-na ao sair do batistério. As invocações são repe-

lidas. O C, tendo chegado ao altar, faz inclinação profunda,dot;pe o pluvial e prostra-se nos degraus do altar, pousan-do n cabeça na almofada posta por um Ac. Ao Peccatores,

l evsurta-se, vai para a sacristia e veste os paramentos bran-H s, Ao Kyrie dos cantores vai para o altar. Se não há bên-rn da pia batismal, o C, depois das profecias, vai, sem fa-,'r reverência ao altar, pelo caminho mais curto à credêncialira a casula e o manípulo. Enquanto o C vai para diante

do altar, os cantores começam a ladainha.Se não houver cantores, o C começa a ladainha ao sair

.lu batistério. Tendo chegado ao altar, despe o pluvial (Mem.l'ìl.) e ajoelha-se num genuflexório colocado diante do meiodi) altar e lê ou canta a ladainha do missal, se não houveliOnção da pia; se houve, continua a ladainha começada. AsInvocações repetem-se. O C continua até ao Christe exaudi

me;, inclusivamente, levanta-se e paramenta-se para a mis-4.1. Depois do Peccatores o sacristão principia a fazer as mu-

dui^as no altar.1118. 6. Na missa, o C, depois de beijar o altar, põe in-enso tio turibulo (se houver privilégio) como de costume,

ieia o Kyrie e entoa o Gloria.7. Para as vésperas o C, se houver cantores, reza três

vozes aleluia e depois, alternadamente com os Ac, se fôr pos-

Page 98: Curso de liturgia pe.João Reus

196 R e u s, Curso de Liturgia

sível, o salmo Laudate. Ao Magnificat entoa a antífona, iehouver cantores, se não, a recita. Depois incensa o altar (sehouver privilégio).

8. Para dar a comunhão o C ou consagra partículas durante a missa ou, logo depois da missa, de sobrepeliz e cr,tola, vai buscar a píxide com o cerimonial prescrito (unl-bela, duas tochas).

9. A bênção das casas no sábado santo é direito privativo do pároco. (Cân. 462 ad 6.) Rit. VIII, 4.

§ 85. FESTA DA PÁSCOA409. 1. Caráter. A festa da páscoa é a festa da alegria,a festa das festas (Solemnitas solemnitatum). Os motivowdesta alegria são: a ressurreição de Jesus Cristo, milagreestupendo e fundamento da fé cristã, a entrada franqueadano céu e a vitória sôbre a morte, o pecado e o inferno.

2. Nomes. Estes benefícios estão indicados pelo nonn'páscoa. Pois páscoa deriva-se da palavra hebraica pesaeh

passagem, porque o anjo exterminador no Egito passoupelas portas dos israelitas sem os prejudicar. Jesus Crislopassou da morte para a vida gloriosa. Os cristãos passammuitas vêzes da morte da alma para a vida da graça, cumprindo o dever da desobriga pascal. Os catecúmenos que,neste dia, costumam receber o batismo, passam da escravidão do demônio para a liberdade de filhos de Deus e demembros do Corpo Místico de Jesus Cristo glorificado.410. 3. Meios de alegria. A alegria pascal manifesta-se umiitas vêzes em divertimentos populares (Durandus, VI, 86, 9),que se conservaram em alguns lugares até hoje. Na Liiim rgia manifesta-se pelo aleluia muitas vêzes repetido no oilcio e na missa, mormente na sequência jubilosa e melodiado Ite, missa est, na riqueza dos paramentos, na, pompa noserviço divino.

Durante a oitava nas missas fala-se dos neófitos e da graçado batismo. O intróito da missa na segunda-feira lembra uni cou+tume muito antigo. Nos primeiros séculos (Tertull., Hier.) logodepois do batismo os neófitos recebiam mel e leite como símbolos,da sua infância mística. Dêste rito falou S. Inês, quando disse: "recebi da sua bôca mel e leite." (Bona, Lit. I, c. 16.) Segundo outros esta cerimônia se observou (Durandus, VI, 86, n. 7), I,arrwsimbolizar que os neófitos entram na verdadeira terra da promissão, onde há mel e leite em abundância.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 197

411. 4. Particularidades. O ofício tem só um noturno; não

1^ ni hinos, nem capitula. Em subsituição reza-se sempre:Iloer dies quam fecit Dominus; exsultemus et lcetemur in ea.(SI 117, 24.)

Costumam-se benzer ovos, pão, carne, mormente docordeiro pascal, desde o século VII. Durante tôda a quares-ma devia-se guardar a abstinência da carne e dos ovos er tardar o jejum. Para impedir excesso no dia da páscoa, .

col que cessava a lei de jejum e abstinência, a Igreja tornouï r,lc alimentos, pela bênção, mais respeitáveis e fontes de}.raça.

412. 5. Páscoa anótina. Antigamente os neófitos celebra-v.uu o aniversário do batismo recebido. Era a páscoa anó-in,a. Devotos cristãos fazem o mesmo, de preferência nale,,la da SS. Trindade ou do ano bom. (C. P., p. 385.)

6. 0 ofício da oitava da páscoa termina no sábado( abbatum in albis, sc. deponendis). R. Gen. VII, 2. Tôda

iï Liturgia: a epístola (Deponentes), o ofertório, etc., mostralane os neófitos, geralmente neste dia, depunham as vesteshrancas. O mesmo diz Durand. VI, 86. 16; VI, 95. Contudolia via exceções.413. Com o domingo da pascoela (Dominica in Albis sc.

,Iepositis) começa o tempo pascal, que é a continuação daitlegria pascal, com regras especiais para o ofício e a missa,untadas neste dia no breviário e no missal.

Este domingo tem no missal o titulo: In octava Paschce.A inscrição contradiz à rubrica (VII, 2) e parece ser de datamais recente. (Probst, Sacr. § 51.) Contudo explica-se su-Il,ientemente pela octava regeneratorum vel neophytorum,de clue fala S. Agostinho. (Serm. in mont. Ep. 55.) Seria,1 oitava do batismo recebido.

No tempo pascal: a) Não há jejum. Antigamente nem11.1 vigília de pentecostes se guardava o jejum e as quatrolemporas eram celebradas depois de terminar o tempo pas-( al. Mas pouco a pouco foi introduzido na Liturgia gali-,oia, e tornou-se lei universal.

b) As orações Regina cceli, Angelus Domini, dizem-se

d, pé, o que é digno de louvor.414. c) O aleluia não se acrescenta às antifonas . e ver-, irulos 'fora do ofício prescrito (d. 1334 ad 6; 3764 adH), p. ex., Ora pro nobis, depois da ladainha de Nossa

Page 99: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

Senhora; Benedicamus Patrem, depois de Te Deum; EllüllfSpiritum tuum; Officium parvum Beata? Marine Virginis,

d) Acrescenta-se o aleluia à antífona obrigatória na dia-.tribuição da s. comunhão antes, depois e fora da missa: ()sacrum convivium, Panem de ccelo. Omite-se, porém, eslt'aleluia, se a função se faz antes ou depois da missa de ré-quie. (d. 3465, 3576 ad 11.)

O tempo pascal quanto à missa (post missam) e ao oflcio no côro (post nonam) termina com a missa e noa <Iusábado; mas quanto a outras funções litúrgicas depois domissa, estas duas rubricas não dizem nada e deve-se consultar outra fonte. Para a bênção eucarística, distribuiç oda s. comunhão, bênção da mesa, o rito pascal termina Iiïnsomente com o inicio das vésperas seguintes (Rub. gele. I,3). E' êste o sentido óbvio das rubricas e a norma prescritapara a recitação de Regina cceli (Leo XIII, 1896) e o alelufa no Panem de calo (S. R. C. 16. V. 939.) Cf. Eph.1937, p. 50, animadversio.

§ 86. AS ROGAÇÕES415. 1. Noção. Ladainha (litanice da palavra grega tilaneyein = pedir) significa: a) a repetição de certas invocacões de Deus ou dos santos; b) uma reunião de pessoas, qiuem comum rezam estas invocações, uma procissão.

As procissões ordinárias são as efetuadas em dias determinardos durante o ano conforme os livros litúrgicos ou costumes ditaIgrejas; extraordinárias, as anunciadas para outros dias por gorromotivo público. (Cân. 1290, § 2.°) '

São públicas, quando são destinadas a tôda a população tn n indentro como fora da igreja; são particulares, quando próprias di

,uma igreja ou de uma ordem ou irmandade.Conforme as Rubricas do Missal na igreja universal as min

nárias são nove, sempre anexas à missa; a das velas, dos m inon,das cerimônias da quinta e sexta-feira santas, de São Marcos, (I n arogações antes da festa da Ascensão de Nosso Senhor, e do Cor_po de Deus. São regidas pelas rubricas do missal e ritual.

O C. B. contém algumas prescrições próprias. Fora das procissões iUnuilude costume, não se podem introduzir novas sem licença escrita do OrdiOrludo lugar. (C. B. n. 404.)As procissões não se prolonguem demasiado e fora das da semana dn

Paixão e da sexta-feira santa, nenhuma além de uma hora depois ilupôr do sol. Durante a procissão repiquem festivamente os sinos das Igrojas e os fiéis procurem enfeitar as janelas das casas, pelas quais pitama santa procissão, mormente com o SS. Sacramento. (C. B. n, 4051,)

Os que carregam nas sacras procissões as estátuas de Maria SS. o iluqsantos vistam o saco ou outro hábito aprovado pelo Ordinário do lunnr.Não é permitido levar num cavalo ou carro ou outro veículo reliqulnn unestátuas de santos e mormente o SS. Sacramento. O pálio só se p ol ioempregar para cobrir o SS. Sacramento ou o Lenho da verdadeira ecoaiou o bispo conforme as rubricas. (C. B. n. 406.)

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

2. História. Entre estas procissões salientam-se as ladai-nlias maiores no dia de S. Marcos e as ladainhas menoresni tríduo antes da ascensão, as rogações. A procissão nodia 25 de abril substituiu uma procissão pagã (robigalia)1.:I ra alcançar a proteção dos frutos e das searas contra alei rugem. Chama-se maior por ser celebrada com maior so-

lenidade. (V sec.) A procissão celebrava-se neste dia antesde ser assinalada para êle a festa de S. Marcos, e não temu tihum nexo com ela. Por isso, sendo transferida a festa

doo S. Marcos, contudo a procissão se celebra no dia 25 deIl lril.ou, caso ocorra a páscoa nesta data, no dia 27 de abril.

416. As rogações chamam-se ladainhas menores por se-tem menos solenes. Zeloso propagador delas foi S. Mamerto(l i' Vienne. Pois no ano 470, por ocasião de calamidadesl uíhlicas, más colheitas, guerra, êle recorreu a êste meio deconseguir a misericórdia de Deus. A êle, porém, estas pro-

cissões não devem sua origem, por existirem antes dêle.3. Prescrições: I. As ladainhas maiores e menores são

obrigatórias para as igrejas paroquiais. (C. P., n.° 828; Cân.1294.) 0 cerimonial acha-se no ritual. Nas igrejas e capelasdas ordens religiosas são permitidas dentro do territóriocircunvizinho da casa, porém não fora dêle (Cân. 462, n.°7) nas igrejas filiais, com licença do pároco. Se houver pro-rissfio e na falta de cantores só o povo responde: Ora pro

itoóis, deve-se dizer a missa das rogações. (S. R. C. 1935hum. ad 4. Eph. Lit. 1939 p. 138.)

417. II. A comemoração das rogações (Prcesta) é obriga-Iórin a) em tôdas as missas privadas, exceto as de réquie,I,uohém nas missas solenes ou cantadas, se não houver umamissa das rogações, cantada ou conventual (Missal).

III. Se houver procissão: A) uma missa é sempre das

t v uLações. Se há só um sacerdote, a missa única é das roga-ç;i u 's com comemoração do ofício do dia. Se, porém, o ofício

(`é de l. a classe, a missa é da festa cor comemoração dasrogações com uma só conclusão.

B) Se houver mais de uma missa: 1. numa festa de 1.a

ntt 2.'' classe, tôdas as mistas devem ser desta festa.2. Se o ofício é inferior ao de 1.a ou 2.a classe, na se-

g,nnda-feira das rogações a missa é da festa ocorrente comntuetnoração das rogações, ou das rogações corn comemo-

i n io da festa. Missas votivas e de réquie rezadas são proi

198 199

Page 100: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

bidas; 3. na têrça-feira a missa é da festa, embora simplex,com comemoração das rogações ou, se ocorre o ofício d

^,

féria, a missa das rogações (sem Gloria). Missas votivas 0de réquie são permitidas; 4. na quarta-feira a missa é dafesta ou da vigília, sempre com comemoração das rogações,Missas votivas de réquie rezadas não são permitidas.418. IV. Se não houver procissão, observam-se as regrasacima, III, B. Em todos os casos mencionados toma-se a2.a e a 3. a oração, se houver, conforme a rubrica indicadano missal.

A missa das rogações tem o prefácio pascal com as palavras in hoc potissimum, mesmo na semana pascal, mas inhac potissimum die, se a oitava pascal deve ser comentorada; Benedicamus Domino (sem aleluia na semana pascal);não tem Gloria nem Credo (nem no domingo).419. 5. No caso, em que num dos dias das ladainhas, alénida missa das rogações, é cantada uma outra missa, deve-seatender às comemorações. Se, p. ex., no dia de S. Marco!,se canta a missa da festa e das rogações, na missa da festase omite a comemoração das rogações, e na missa das rugações a comemoração da festa. Na missa das rogaçõescantam-se as 2 orações pro tempore assinaladas (Concede,etc.) O prefácio da festa é dos apóstolos, o da missa damrogações é a da páscoa. Se, porém, além da missa cantadadas rogações se diz só uma missa rezada do ofício ocorrerte, também na missa das rogações se dizem tôdas as co:,memorações especiais. (d. 4372 ad 3.) Cf. n. 561.

6. A ladainha de todos os santos é prescrita para todosos que estão obrigados ao ofício divino e não pode ser r u itecipada (Rub. 7, ps. pan.), porque não se pode antecipara procissão, da qual é parte essencial..As invocações lotada procissão não são duplicadas. (d. 3011 ad 2.)

§ 87. A ASCENSÃO DE JESUS CRISTO420, 1. História. A festa da ascensão pertence às mais an-tigas da igreja. Eusébio (I- 339) chama-a um dia solelils-simo. A vigília é do século IV, a oitava existia em algunslugares já no século X. Em muitos lugares a ascensão deJesus Cristo é simbolicamente representada, p. ex., pelo s;cerdote; que levanta a estátua de Nosso Senhor, colocacl;i

1. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 201

no altar, cantando três vêzes: Ascendo ad Patrem mneunt

et Patrem vestrum, Alleluia. Hoje é simbolizada pelo ritobastante recente de apagar o círio pascal depois do evangelho.

2. Particularidades. A festa da ascensão tem um ofício1,16prio, diverso do ofício pascal, Communicantes próprio. Asestas dos santos ocorrentes durante a oitava seguem o rito

pascal, mas tem na missa o Communicantes da ascensão.Com as 2as. vésperas da ascensão principia a prepara-

yo para a festa de pentecostes. A antifona: Mitte promissuml'alris in nos, Spiritum veritatis, repete-se durante a oitava.

A ; u ilífona do domingo Cum venerit Paraclitus repete-se de-pois da oitava até à festa de pentecostes. Por isso, DurandusI VI, 86, 16) chama êste tempo septimana exspectationis, ee ;fio XIII prescreveu a novena do Espírito Santo, que prin-

clpia na sexta-feira depois da ascensão. A sexta-feira e on;irado antes de pentecdstes tem o ofício da ascensão. Poisdo contrário não teriam invitatório nem responsórios..(I M etho, c. 80.)

-121. A vigília de pentecostes tem grande semelhança com

vigília da páscoa.E' dia de batismo solene, que antigamente era conferido

rn., noite antes da festa de pentecostes. Mas no III século;oilecipou-se a solenidade para a tarde e passou pouco a.ponen para a manhã. Assim se explica que o ofício não con-

ern com a missa.A bênçãó da pia batismal com tôdas as cerimônias nas

igrejas paroquiais é obrigatória também na vigília de pen-le ostes. (d. 3331; 2878.) Cf. n. 289.

§ 88. A FESTA DE PENTECOSTES

42'2. 1. Nome. Pentecostes (Pentekoste = quinquagésimoI lia) era no antigo testamento a festa das primícias da co-Iheiia, 50 dias depois da páscoa. Em o novo testamento éa rememoração da descida do Espirito Santo sôbre a igrejareunida no cenáculo, da primeira pregação do evangelho111111 a sua colheita de almas e da fundação da Igreja. Poisne!;te dia prinéipiou a obrigação do batismo: -Chama-se tam-beni páscoa (festa) do Espírito Santo ou Pascoa rosatum,

por causa das rosas, que se costumam espargir por ocasiãod, c, solenidades e as quais simbolizam as línguas de fogo

is dons do Espírito Santo enviados sôbre a igreja.

200

Page 101: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 203202 R e u s, Curso de Liturgia

Os judeus contemporâneos de Jesus Cristo, Filo e Flávio Josefnnada mencionam da comemoração da legislação no monte Sinaineste dia, nem outros judeus anteriores. (Verb. D. 1940 pág. 134.)Lles são a fonte mais segura.

Os festejos em louvor do Divino Espírito foram celebrados pela pri-meira vez por ordem da "rainha santa" de Portugal, D. Isabel. 0.27.1-1336.) A fim de conseguir a paz política com o reino de Aragão, e a paidoméstica entre o seu espôso, o rei D. Dinis e seu filho, D. Afonso, ro.correu ao Espirito S anto. Consagrou-Lhe o país, ofereceu-Lhe a sua coroa preciosíssima e a levou em solene procissão por suas próprias milaApara a igreja e distribuiu muitas esmolas. Tendo alcançado a paz, or.denou que todos os anos se repetissem as mesmas solenidades. Esta santaherança se guardou, mas é mister guardar também o espírito de devoçlio,que inspirou a santa rainha êste ato solene de gratidão.

2. Particularidades. 1. 0 ofício tem três salmos: o pri-meiro, sl. 47, descreve a vinda do Espírito Santo (in spirit!!vehementi); o segundo, sl. 67, a pregação do evangelho(confirma hoc Deus); o terceiro, sl. 103, que trata da cria-ção do mundo, a'fundação da igreja, dêste novo mundo(Emitte Spiritum tuum et creabuntur).

2. A missa tema belíssima sequência Veni Sancte Spiri-tus, o Communicantes e Hanc igitur próprios.

3. Celebram-se as quatro têmporas, porque antigamenteo tempo de páscoa terminava na festa de pentecostes. Agoraconclui com a oitava de pentecostes, na noa do sábado,

§ 89. AS FESTAS PRINCIPAIS DÊSTE TEMPO

423. Entre as festas, que neste tempo sacro ocorrem, se-jam mencionadas as seguintes:

1. A festa de São José, a 19 de março, dia do seu trân-sito. A veneração de São José é mais antiga no Oriente doque no Ocidente, mas não havia festa própria na igreja gre•-ga. No Ocidente a veneração começa por volta de 850, afesta por volta de 1270. Em 1470 a festa foi inserida inbreviário romano, em 1621 elevada a festa de guarda.

2. A festa da Anunciação de Nossa Senhora, a 25 di'março, antigamente chamada também Conceição de Cristo,e por isso outrora festa de Nosso Senhor. Era celebradaem Roma já antes de Gregório Magno. Desde o sec. VIIIé geral no Ocidente. No Oriente é conhecida por volta d430.424. 3. A solenidade de S. José, assinalada por Pio X paraa quarta-feira depois do 2.° domingo depois da páscoa,introduzida por Pio IX em 1849. Contribui muito para au-mentar a confiança no poderoso protetor da igreja e dafamília.

4. A invenção da s. cruz, a 3 de maio, antigamente fes-1,1 de guarda. Foi celebrada no Ocidente no século VII, a1,41a da exaltação no século VIII. A igreja oriental conhece

uma festa da s. cruz, celebrada no dia 14 de setembro,(pie seria segundo ela o verdadeiro dia da invenção daN, cruz.

Artigo III. Ciclo de Cristo Rei

90. EXISTÊNCIA DÊSTE CICLO E AS FESTASPRINCIPAIS

I;'"►. Os liturgistas em geral não admitem um terceiro ciclo,lu alio eclesiástico. Contudo há bastantes razões para esta-helecé-lo e chamá-lo ciclo de Cristo Rei. Estender o cicloI.;1r;1 aI até o fim do ano é contra a Liturgia. (Post missame i shirat tempos paschale. Sab. post Pent.)

I. Já os antigos liturgistas dividiam o ano eclesiástico,ulhora sem usar êste nome, em 4 partes, correspondentes,. quatro estações do ano civil. Durandus (VI c. 1) diz que

I partes do ano são designadas por quatro ações dec,lo que são o nascimento, a paixão, a ressurreição e a

11 rada para o juízo. Este tempo da chegada é chamadoI.+rlll,énl tempo da peregrinação e corresponde ao tempo quev;u desde a oitava de pentecostes até ao advento. Por conse-t uinle, Durandus conhece 4 ciclos do ano eclesiástico: o do11;11;11, o qual chamamos ciclo do advento, os da paixão ew,i;lirreição, os quais eram reunidos pelos liturgistas para110 mar o ciclo pascal, e o da vinda para o juizo. Como Jesust , !,to vem para o juízo como Rei, temos a idéia de Cristolf,•i I rara o último ciclo já indicada por Durandus (t 1296).1 ► 1nl'sn o diz Beletho ($ 1164) c. 55.

II. Além disso, o têrmo "ciclo" por sua significação11,1l1tral não exige uma festa central com preparação e con-lln11,iyio, circunstância essa que sem 'razão convincente seNIOr(l. Supõe só um movimento contínuo (ciclo lunar) e

uma idéia dominante (ciclo épico). E' isto que há no cicloIle Cristo Rei.

A idéia de Cristo Rei no terceiro ciclo é dominante.I. Isto se segue da posição dominante do último domin-

,,, & pois de pentecostes, em cujo evangelho se acham as pa-ila erit et adventus Filü hominis, palavras estas, que

Page 102: Curso de liturgia pe.João Reus

204 R e u s, Curso de Liturgia•

deram aos antigos liturgistas o motivo de denominar o ter ,

ceiro ciclo o ciclo da vinda de Nosso Senhor. Pois, qual-quer que seja o número dos domingos depois de pentecostes,o domingo com o mencionado evangelho sempre ocupa o tíl-timo lugar. Portanto os domingos precedentes são subordi-nados ao último corno os meios ao fim.

2. 0 mesmo se segue da idéia da peregrinação que, con-forme Durandus e Beletho, é a idéia dominante do tempoentre o pentecostes e o advento. Peregrinação é aproximaçaoa urn térmo, que neste caso é Jesus Cristo Rei, supõe por-tanto a idéia de Cristo Rei.

3. Os domingos depois de pentecostes contêm a idéia deCristo Rei, mais que em outros ciclos. Nosso Senhor é Rei dncéu (Dom. 2; 3; 5; 7; 8; 14; 17; 19; 21; 22; 26; 27; 28) ;b) Rei da natureza (Dom. 4; 6; 11; 13; 15; 16; 20; 2a;24; 25); c) Rei da graça (Dom. 10; 18); d) Rei legislador(Dom. 1; 12); e) Rei dos tempos (Dom. 9). 0 mesmo netose pode dizer dos domingos, p. ex., da quaresma, cujo finté preparar os fiéis para a páscoa.

427. 4. As lições do ofício divino, logo depois de pentecostes, se tiram dos livros dos reis. Os reis de Israel cramas figuras de C risto Rei, ao menos pela sua dignidade real..Por isso os Santos Padres nos seus sermões sôbre êstes livros costumam referir-se a Cristo Rei. (Dom. 5, S. GregárioMagno; Dom. 8; 9. S. Agostinho.) Por onze semanas, por-tanto, a igreja chama a atenção dos fiéis para Cristo Rel.Durandus fala disso várias vêzes. (Cf. 115; 116-119; 121.)

5. As festas principais dêste ciclo manifestam a idéia dt'Cristo Rei. A festa do Corpo de Deus com oitava teto noofício o invitatório: "Adoremos a Cristo Rei, que reina sóbre as nações"; na sequência: "nesta mesa do novo Rei ... " ,A festa do Sagrado Coração de Jesus com oitava supô'por toda parte a dignidade real de Nosso Senhor e a declara abertamente no ato de desagravo e no da consagraçfn,Também outras festas falam de Cristo Rei: "Adoremos C risto Rei, por nós crucificado" (invenção da s. cruz, a 3 demaio); "adoremos Cristo Rei exaltado por nós na cr u z"(Exaltação da cruz, a 14 de setembro); "adoremos Cristo,o sumo Rei da glória" (Transfiguração, a 6 de agosto);"adoremos o Senhor, o Rei dos reis (Todos os Santos, a I."de novembro). Cristo Rei está rodeado de sua côrte real:

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 205

11 excelsa rainha Maria Santíssima (Assunção, a 15 de agôs-I( t) , o grande precursor São João Batista, o príncipe SãoMiguel (29 de set.), os príncipes São Pedro e São Paulo.

'128. 6. A chave da abóbada no edifício litúrgico do anoeclesiástico foi posta por Pio XI, quando instituiu a festade Cristo Rei para o último domingo do mês de outubro,quase "tio fim do ano litúrgico". Assim o terceiro ciclo temunta festa, em redor da qual se agrupam os domingos e aslt" tas dêste tempo. Torna-se igual aos outros ciclos. Comoo ciclo do natal tem duas festas principais, o natal e a dosi tis, o ciclo pascal, as festas da páscoa e de pentecostes,

o terceiro ciclo tem no princípio a festa do Corpo deI bus e no fim a festa de Cristo Rei, superior à festa do

t `ot po de Deus pela idéia formal de Cristo Rei.

'129. 7. Estabelecendo-se o ciclo de Cristo Rei o ano ecle-NIústico não se apresenta mutilado, só com dois ciclos e umi1n íidice sem nome, mas perfeito e verdadeiramente cristo-t coil -

lio; oferece em Cristo Rei uma idéia de grande atra-,,,to e valor educativo para ativar as forças da alma, mor-1111'111c da vontade juvenil.

Deve-se, portanto, admitir o terceiro ciclo do ano ecle-'el,islico, o ciclo de Cristo Rei, por motivos históricos, litúrgi-ro”;, estéticos e pedagógicos. (Eph. Lit. 1938 p. 142-146.)

130. As festas principais. 1. A primeira festa dêste ciclo

a lesta da SS. Trindade. Foi celebrada no século X pelo •Iteipo de Liege, recebida em muitas dioceses e afinal pres-t t llrt para toda a igreja no ano de 1334. E' verdade que;t SS. Trindade em todos os domingos, e mesmo em todoso!; dias é comemorada. Por isso Alexandre II não concedeuq festa. Contudo êste mistério santíssimo exigia urna festa111 irgica especial.431. 2. A festa do Corpo de Dens é uma das mais solenes

de toil () o ano eclesiástico.história: A ocasião para introduzi-la foi uma visão de

S. Juliana, O. S. A., do convento de Mont-Cornillon pertode Liege ( -j- 12581.

ti n ire os sacerdotes, a quem ela comunicou o fato, achava-seIfn I'nutaleon, o qual, no ano de 1261, foi eleito Papa sob omime Urbano IV e introduziu a festa para toda a igreja °noruut tIr 1264. A procissão acrescentou-se mais tarde. O oficio foiteiltcitlo por S. Tomás de Aquino. Devia-se celebrar na primeiraillUnl,t leira depois do tempo da páscoa. Pois na quinta-feira santa,

Page 103: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

dia da instituição do SS. Sacramento, não se po de comemorã-lodevidamente. A traição de Judas e o aleluia da alegria não se cou cbinam bem.

432. Cerimonial. A s. hóstia para a procissão é consagradana missa, que precede a procissão, e depois da comunhãoé posta na custódia, que fica sôbre o corporal. Contudo sepoderia usar na procissão também uma s. hóstia consagradapara a exposição (De Herdt). A missa continua com as ccrimônias da missa com o SS. exposto.

Finda a missa, o C tira a casula e o manípulo e toma opluvial, os MM tiram o manípulo. 0 C põe incenso em doisturíbulos e com um dêles incensa o SS. Sacramento, recebeo véu de ombros, sobe ao supedâneo, onde o D lhe entregacom as devidas reverências a custódia, de modo que a s.hóstia fique voltada para o D. Ao sair não dá a bênção,Está prescrito o pálio.

433. Prescrições. a) A procissão do Corpo de Deus é obri-gatória nas igrejas paroquiais (Cân. 1293); b) o C damissa (exceto se fôr bispo) deve levar o SS. Sacrameiilodurante tôda a procissão (d. 2792); c) o C durante a pro-cissão recita hinos e salmos ( C. E.) com os MM; d) podemse fazer duas, três ou quatro estações (d. 3448 ad 10; 3488ad 2) numa igreja ou diante dos altares preparados. Nestecaso incensa-se o SS. Sacramento e pode-se dar a bênçãocom o Santíssimo depois do canto do Tanturn ergo, Genital,Panem, etc. (d. 3086); e) é proibido ao clero e ao côro dosmúsicos nas procissões com o SS. Sacramento, como cmgeral perante o SS. Sacramento exposto, ; cantar os cânticoslitúrgicos em língua vernácula. (d. 3975 ad V.) Se os crioticos prescritos pela Liturgia não bastam, podem repetir-seou ajuntar-se-lhes outros apropriados (Rit. IX, 4, 4); f) opovo acompanha a procissão cantando cânticos em línguavernácula (d. 3573 ad 3; 4121 n.° 21) ou rezando devota-mente (Rit. IX, 1, 4); g) devem repicar os sinos das igre-jas e casas religiosas, diante das quais passa a procissão.(d. 2530.)

434. h) Nas procissões do SS. Sacramento não podem irmeninos ou meninas representando mistérios, santos, figu-ras do antigo testamento, levando instrumentos da sagradapaixão (d. 1361; 2879; 1731), "pois que êstes objetos peleisua natureza desviam a atenção da adoração do SS. Sacra

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

incuto único fim da procissão". Contudo o ordinário do lu-'ar pode permitir que vão crianças vestidas de anjos, a es-p lhar flores, levar turíbulo com. incenso pôsto. (d. 3324;:1035.) C. P. 15, n. 834; 837.115. i) As bandas de música, se houver nas procissões,não entrem na igreja e durante o trajeto executem' sinfoniassacras e interrompam a música, para que o clero com oInovo cante os salmos e hinos prescritos. Não se convidemDruidas de música, que dão ocasião de profanar as festas

r(.ligiosas.Nas procissões e outras funções toleram-se só os el a-

na.

dos anjos com vestidos compridos. (d. 4121 n. 21; C. B.

u 407.)Precedência. Os lugares de maior honra são os mais

próximos do SS. Sacramento. A ordem por miúdo veja-se

l'. P. n.° 833; Cân. 701; 491; 478; 408.Se a procissão de Corpo de Deus é transferida para o

domingo durante a oitava (Cân. 1291), a missa não poderoer de Corpo de Deus, mas deve ser do domingo ou da fes-la ocorrente com comemoração do SS. Sacramento. (d.

.Y552 ad 4.)I:16. A exposição do SS. Sacramento na missa rezada e;mirada e nas vésperas, durante a oitava de Corpo de Deus,concedida pelo direito canônico (cân. 1274) a tôdas as

o:rc',ias, onde se conserva o SS. Sacramento. Os oratóriospoldicos e semipúblicos precisam da licença do Ordináriopira esta exposição. (Cappello 1 p. 287.) A bênção eucaris-tien dada durante esta oitava de manhã não impede outrale tarde, sem as vésperas.

91. OUTRAS FESTAS DESTE‘ CICLO)

437. 1. A festa do' Sagrado Coração de Jesus. Desde osprimeiros séculos da igreja os santos padres, os santos dou-tores da igreja e muitos santos veneraram o amor do divinoI' edentor e chamaram a chaga aberta no lado de Jesus Cris-to Ionte de graças. Na idade média, o S. Coração de Jesuslo1 venerado em muitíssimos lugares..

S. João Eudes foi o _primeiro que iniciou o culto litúrgicoolor; Sagrados Corações de Jesus e Maria ( -j- 1680). Mas,liara introduzir o culto mais perfeito, Deus mesmo escolheura S. Maria Margarida Alacoque (t 1690). Nosso Senhor

207206

Page 104: Curso de liturgia pe.João Reus

208 R e u s, Curso de Liturgia

apareceu-lhe e exigiu que se empenhasse, juntamente coolos religiosos da Companhia de Jesus, em propagar a devocão do seu divino Coração, e em conseguir uma nova festalitúrgica destinada a desagravá-lo das ofensas assacadasao seu divino Coração, e prestar-lhe o culto devido (1674),Clemente XIII (1765) concedeu a festa, Pio IX (1856) a es-tendeu a toda a Igreja, Pio XI a elevou ao rito de 1. a classycom oitava privilegiada (1928) e prescreveu uma nova 1'ór

,

mula de desagravo. As 12 promessas' do divino Coração s oregistadas pelos bispos brasileiros na Carta Pastoral de1915 com a recomendação de propagar a veneração do Sa

-

grado Coração de Jesus.Estas 12 graças preciosas prometidas são "o fruto" da

árvore mística (Jesus Cristo) de que fala o intróito da leissa de santa Alacoque: "Eu assentei-me debaixo da soinht ldaquele, a quem tanto tinha desejado e o seu fruto é d. uca meu paladar." (Cânt. 2, 2.) A Santa escreve (carta 132):"Este divino Coração é como uma bela árvore carregada d efrutos salutares."438. 2. A festa de S. foão Batista é muito antiga, cuniuafirma S. Agostinho (Sermo 292), mas posterior à festa dnnatal de Nosso Senhor, do qual depende a fixação do dial.(24 de junho — 25 de dezembro.)

3. A festa de S. Pedro e S. Paulo, uma das mais ;lati•gas, foi celebrada em Roma desde a primeira metade do século IV, e fora de Roma desde a segunda metade. O dia 20de junho, conforme a tradição local romana, é a data domartírio. A festa da cadeira de S. Pedro a 18 de janeiro i" acomemoração da tomada de posse da Sé Romana por S,Pedro. A festa de S. Pedro em Antioquia a 22 de fevereirosubstituiu uma festa pagã e comemora o fato de ter o principe dos apóstolos tomado posse da Sé de Antioquia.

4. A festa do Preciosíssimo Sangue foi instituída poiPio IX e elevada ao rito de 1." classe por Pio XI em conucmoração do 19.° centenário da morte do divino Redentor.

5. A festa da visitação de S. Maria, foi introduzida noséculo 13, talvez em substituição de uma festa grega eclrbrada no dia 12 de julho que comemorou o fato de ser d epositada a veste de Nossa Senhora na igreja de Blachernae,subúrbio de Constantinopla. A ordem Franciscana a iestejnujá no século XIII. Bonifácio IX a introduziu na igreja romana.

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro 209 '

(ì. A festa da transfiguração de Jesus Cristo (a 6 denl;Osto) foi celebrada no oriente já no século V. Provavel-mettle foi a festa da dedicação das basílicas no monte Ta-hu. Foi instituída para a igreja universal por Calisto III( I ,1 h7) em agradecimento pela vitória de Hunyadi sôbre

turcos.139. 7. A festa da assunção de Maria Santíssima é a maisnolcne das festas marianas. O objeto dela é a assunção danane tie Deus ao céu com alma e corpo. Uma festa mariananu dia 15 de agosto, segundo a tradição arniênia, foi insti-Illlda no princípio do século IV, substituindo a festa de umad r ivia pagã. Mas esta festa não celebrava a assunção daVII rem Mãe. Em Roma celebrava-se esta festa sob o nomede rlormitio (descanso), no século VII, em outros lugares11 1 1 V e VI século. A doutrina da igreja que Maria Santis-dlnl;l foi elevada ao céu com o corpo não se baseia na an-liptiidade da festa, mas em razões teológicas.

8. A festa da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Apa-Icelda (7 de setembro), foi concedida por Leão XIII, o ()H

-e I próprio por Pio X.I leve a sua origem às muitas graças alcançadas pela veneração

I Ii rima estátua de Maria Santíssima Imaculada, achada no principio•.1 ,

ulo XVIII, num rio, em Itaguaçu, Estado de S. Paulo. A êsteI- do ( Ie ser salva a imagem de dentro do rio, alude a epístola, fa-I,iudo do "rio" do Apocalipse (c. 12; 14), que "devia levar ,a mu-Ilici celeste", Maria Santissima, a qual, porém, foi salva: a sualintirem pelos pescadores do Itaguaçu, a sua alma pela Imaculada

uurciçiío. Do seu santuário em Aparecida, elevado a Basílica Me-

llo', ,i bondosa Mãe continua a derramar rios de graças sobre os!cith Iillios do Brasil.

A missa pode ser rezada como missa votiva.Festa titular das igrejas, que têm por título uma festa

de Maria Santissima sem o nome de um mistério, do qualti .l;l urna festa especial (p. ex., Nossa Senhora da Boa

VLIp,t'ul) é a festa da Assunção. (d. 2529 ad 1; 2.)

1111. 9. A festa da natividade de Maria SS. celebrava-se ao(nonos desde o séc. VII na igreja oriental, como atesta um

n:'io de S. André de Creta (t 720). No mesmo séc. VIIalr;lia em Roma (vida do Papa Sérgio -j- 701) vinda do►rlonte. E' pouco posterior à festa da assunção, mas anterior

A lesta (la conceição imaculada. Provavelmente já se cele-hi iva no séc. V. Pois o sacramentário gelasiano a traz (ML/-1 p . 1176), riem se pode provar que foi interpolada poste-(lu l io'nte.

^ur " .I.. I Aturgia — 14

Page 105: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro211I210 R e u s, Curso de Liturgia

Esta data é confirmada de algum modo pela notícia de ser S,Maurílio, Bispo de Angers (J-, 453) o autor da festa. Êle a lcrinintroduzido a pedido expresso de Nossa Senhora. Mas a lenda doque ela lhe aparecera nos campos de Marillais (Gueranger, lia,chenjahr XIV p. 163) só seria o reflexo popular das controvérslisncristológicas, que acharam o seu fim no concílio de Êfeso (431) riprovavelmente deram ensejo à festa, primeiro em Roma, depois parinfluência romana, na Gália. No séc. VI é mencionada em Cnnntantinopla e tornou-se universal no séc. Xl.

Originou-se provavelmente pela festa da natividade de São Jollne de Nosso Senhor. 'Se o arauto do Salvador tem a sua festa, coramais razão a pode exigir a Mãe de Deus. Procurando-se o mémdia convenientes escolheu-se o dia 8 de setembro. Baseia-se eaiadata provavelmente na vida apócrifa de Nossa Senhora: evangelm u rde nativitate Rance (ML 30 p. 298), uma tradução modificada dnevangelho apócrifo de Pseudo-Mateus, atribuído ao séc. VII (I'irnl,Dict. de I. Bibl., suppl. 1928 I, p. 483), com melhor fundameulo lotséc. V ou IV. (Leclercq, Diet. d'Arch. X, p. 2040.) Esta fonte coolsque São Joaquim, até então sob a maldição de não ter filhos, Calpara Jerusalém com Ana, sua espôsa, a fim de assistir à festa dodedicação do templo. Nesta ocasião um anjo lhe teria anunciadoo nascimento de uma filha, cujo nome deveria ser Maria.

Ora, a festa da dedicação do templo (encaenia) se celchnivano dia 25 do mês de casleve. (1 Mac 4, 52.) Este se estendia dunmeados do mês de novembro até meados de dezembro. Coam nmeio do mês caía, quando muito, no dia 14, pode-se considerar udia 14 de novembro corno princípio do mês casleve. Até o dirt íIIIsão 17 dias que com mais 8 do mês seguinte dá 25, data da dcdicação do templo. Êste dia 8 de dezembro, consideradas tôdas ancircunstâncias, parecia ser o dia mais justificado para a festo dnconceição de Maria SS. Ao dia 8 de dezembro corresponde o din8 de setembro, festa da natividade da Mãe de Deus. (Summa anusN I p. 213.) E', porém, permitido começar o mês de casleve tantllémno dia 15 pe novembro. Neste caso o 25.° dia coincide com o Alar9 de dezembro, data esta em que foi celebrada a festa da cooceição, no Oriente.

10. Em honra de Nossa Senhora das Dores há duas feritas que se distinguem exteriormente pelo caráter do 1•n11roda ocorrência. Uma se celebra no tempo do luto litúrl,lco,na semana da Paixão, em honra de Nossa Senhora da I'iedade, em veneração do amor materno compassivo; a mili;r,fora do tempo de luto, mas em companhia de uma festada Paixão, a exaltação da santa cruz (14 de set.), em Iroura da intrépida Rainha dos Mártires e do seu amor divino,conformado com a vontade do seu Filho. (d. 824.) A tronada Mãe compassiva, com o Filho morto no regaço, é nlainantiga (Colônia 1413) • e a imagem correspondente, malapopular. A segunda festa (Servitas 1668) provavelmente rolconcedida para lhe dar uma oitava, que está proibida nnquaresma.

I. A festa de S. Miguel, a 29 de setembro, é a come-moração da consagração da igreja de S. Miguel em Roma.l) culto de S. Miguel e dos santos anjos é antiquíssimo.

12. A festa de Nossa Senhora do Rosário (a 7 de outu-bro) loi instituída por Pio V sob o nome de festa de NossaSenliora da Vitória. Devia lembrar a vitória sôbre a frotaturca em Lepanto pelo auxílio de Maria Santíssima. Gre-gório XIII, fixou-a para o primeiro domingo de outubro sobo nome de Nossa Senhora do Rosário (1573), Clemente XI.r estendeu para tôda a Igreja em agradecimento pela vitó-r ia sôbre os turcos em Peterwardein, 1716.

E' preceito universal (d. 3666) celebrar o mês do ro-!;ário. Não foi derrogado pelo cân. 6 § 6, por não ser leidisciplinar, mas litúrgica. (Cân. 2.)

4'111. 13. A festa de Jesus Cristo Rei no último domingo

de outubro foi concedida à Igreja em 1925 por Pio XI,;t f ini de chamar a atenção do mundo inteiro para a digni-d;ulc real do divino Redentor e seu direito de soberano deMudas as nações, para o seu "reino de verdade e justiça, de;iridade e de paz." (Prefácio.) Nesta festa, além da con-

sagração, está prescrita a ladainha do S. Coração de Jesus.(d. 4402 ad 2.)

14. A festa de Todos os Santos é muito antiga em al-I',ttivas igrejas do Oriente. Em Roma, Bonifácio IV (609) con-.:igrou o Pânteon em honra de Maria Santíssima e de todos

mártires. Gregório IV (827-844) introduziu a festa de'idos os Santos.

15. 0 dia de finados (2 de novembro) tem a sua origemuni Cluni, no século X, antes mesmo do S. Abade Odilon.:rn Roma foi celebrado só no século XIV.

Os fiéis podem ganhar uma indulgência plenária toties quotiesno dia 2 de nov. tôdas as vêzes que visitarem uma igreja públicaoa um oratório público ou semipúblico. (S. Off. 25.6.14; A. A. S.1914 p. 378.) Condições: confissão, comunhão e em cada visita 6Padre-Nossos, 6 Ave-Marias, 6 Gloria Patri. As visitas podem-selazer desde o meio dia do dia 1.° de nov. até à meia noite do dia..! de nov.

Se o dia, de finados é transferido para o dia 3 de nov., tambéma indulgência plenária toties quoties é transferida. (S. Off. 13 dedez. de 1916; A. A. S. 1917 p. 179.) A indulgência plenária totiesquoties, anexa ao dia 2 de nov. pode-se ganhar também no domingoseguinte. (S. Pwnit. 2 ian. 1939.)

16. A festa da consagração da igreja (dedicatio eccie

siri') é uma festa do Senhor (festum Doinini). E' muito an-

Page 106: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia212M

tiga. A festa da dedicação da Catedral é celebrada peloclero de tôda a diocese, as festas da dedicação da igrejrlde Latrão (9 nov.), da catedral de S. Pedro (Vaticano) ude S. Paulo (18 nov.) são obrigatórias em tôda a igreja.Pois a igreja Lateranense, contígua à multicentenária residência do Papa, é a basílica patriarcal de Roma e como tala igreja mãe de tôda a cristandade. As duas últimas basí-licas possuem os santos corpos de S. Pedro e de S. Paulo,

As devoções populares

442. De duas maneiras o povo cristão satisfaz a sua obri-gação de servir a Deus com orações, associando-se à liturgiada Igreja ou escolhendo entre as práticas de piedade asmais convenientes ao seu estado de vida e à necessidade eeinclinação pessoal.

Convém que os fiéis se acostumem a assistir à missatambém nos dias de semana, que acompanhem devotamen teas orações do sacerdote (C. B. n. 355, § 1, 2), rezando, enquanto possível, as orações litúrgicas numa boa tradução, ououvindo com atenção as orações recitadas em voz alta ju izpessoa competente. As secretas e o cânon da missa ritopodem ser lidas em voz alta. O povo tome parte no cuidogregoriano dos hinos e cânticos e outras partes que Iliecompetem. (C. B. n. 366, § 2.)

Se por falta de sacerdotes em algum lugar nos domingos e festas de guarda não houver missa, os fiéis reunam-sena capela ou outro lugar pio à hora mais própria, para ora=ções em comum e leitura piedosa apropriada. (C. B. n. 354.)Durante o dia as portas da igreja fiquem abertas, mormentenas igrejas paroquiais, de acôrdo com as normas prescritaspelo ordinário do lugar. (C. B. n. 323, § 5.) Entrando 11;1igreja adorem os fiéis em primeiro lugar a Nosso SenhorJesus Cristo na Eucaristia, depois venerem as relíquias eimagens dos santos. (C. B. n. 372.)

Nos domingos e festas de guarda dá-se a bênção eu-carística.

Procure-se com todo o empenho promover o culto daSS. Eucaristia, especialmente: a) pela procissão solene doCorpo de Deus; b) pela exposição anual das 40 horas; e)pela solene exposição do SS. Sacramento, principalmenteno terceiro domingo de cada mês; d) nos triduos eucaristia

I. Liturgia Geral. Cap. IV: Tempo Sacro

mormente na sexta-feira, sábado e primeiro domingodepois da festa do Corpo de Deus; e) na bênção vespertina .

do SS. Sacramento com píxide, ou visita ao SS. Sacramen-

to acompanhada por algumas orações; f) na hora santa se-nn.nial ou ao menos mensal; g) nos triduos celebrados parapi ()mover a comunhão frequente; h) nos congressos euca

socos; i) na adoração perpétua.Procure-se promover o culto do Sagrado Coração de

(•sus (C. B. n. 385), principalmente: a) pelo pio exercício

do mês de junho ou janeiro, ou com licença do bispo, deoutro mês; b) pela missa e comunhão reparadora na primei-i a sexta-feira de cada mês; c) pela renovação anual, se fôrpossivel, da consagração das familias; e) pelas associaçõesdo Sagrado Coração , de Jesus; f) pela entronização do Sa-l;rado Coração de Jesus nas famílias.

Anualmente na festa do Sagrado Coração de Jesus e deCristo Rei renove-se solenemente o ato de reparação e daconsagração do gênero humano. (C. B. n. 386.)

Em tôdas as igrejas paroquiais se faça a via sacra nasHextas-feiras ou nos domingos principalmente no tempo daquaresma. (C. B. n. 387.)

Empenhem-se os párocos para que tenham a imagemtis• Jesus Cristo crucificado tôdas as casas dos fiéis e que .

.ida vez mais se use a pia prática de saudar-se mutua-in c i te com as palavras: Louvado seja Jesus Cristo. (C. B.

u. 388.)413. Muito se recomenda a devoção a Maria Santíssima,Mate de Deus.

Nos meses de maio e outubro recite-se o têrço com ahê ição do SS. Sacramento, principalmente nas igrejas cate-duds e paroquiais. (C. B. n. 390.) Recomenda-se muito re-iar o têrço à tardinha nas igrejas paroquiais. Conserve-se e(promova-se sempre mais a pia prática de rezar diariamenteo terço nas famílias. (C. B. n. 391.)

Muito se recomenda a devoção a São José, castíssimoFspôso de Maria Santíssima e Patrono da Igreja universal,i Sagrada Família, : aos santos Anjos, principalmente aoAnjo da Guarda e aos Santos, especialmente o Santo Prote-tor. (C. B. n. 395; 396.)

Convidem-se os fiéis a celebrar cada ano o dia doPapa e o aniversário de sua eleição e coroação com orações

213

Page 107: Curso de liturgia pe.João Reus

1. Liturgia Geral, Cap. V: Cômputo Pascal 215

r00 19 ' cairá no ano de 1595. Depois volta-se ' à unidade,de sorte que no ano, de 1596 o número áureo seja outra vez1, em 1597, 2, etc.; como mostra a figura 1.

214 R e u s, Curso de Liturgia

especiais e S. Comunhão, oferecida na intenção dêle. (C.B. n. 34. 35.) Faca-se o mesmo pelo bispo diocesano noaniversário de sua eleição ou sagração. (C. B. n. 44.)

No último dia do ano cante-se o Te Deum em tôdas asigrejas catedrais e paroquiais em ação de graças e com oSS. exposto. (C. B. n. 389.)

Organizem-se romarias para os santuários mais fre-quentados, principalmente de Maria Santíssima, especialmente sob o título de Aparecida. (C. B. n. 393, § 2.)

Recomenda-se o piedoso costume dos fiéis, de ir rezarpelos defuntos no cemitério, nas festas e mormente no diados finados, contanto que isso não se faça nas horas dassagradas funções ou catequeses na igreja. (C. B. n. 336,§ 2.) Pelo dobre fúnebre do sino anuncie-se ao povo qur.'algum fiel morreu e que se reze por êle. (C. B. n. 338, § I.)

Recomenda-se a pia prática de consagrar o mês de no-vembro às almas, de recitar ou cantar o salmo De profundis e os responsos pelos defuntos, de velar um defunto unesmo de noite, recitando-se o têrço de Nossa Senhora e ou-tras orações e evitando qualquer abuso. (C. B. n. _ 339, § 3.)

Muitíssimo se louva o ato heróico de caridade em fs--vor, das almas do purgatório. (C. B. n. 339., § 2.) App.LIV, p. (324).

CAPITULO V.

O CÔMPUTO PASCAL

§ 92. O. NÚMERO ÁUREO

444. As regras dos livros litúrgicos (Missal e : Breviário)a respeito do cômputo pascal, por elementares que sejais,precisam de alguma explicação.

Três elementos são necessários para achar a data dafesta da páscoa: 1. o número áureo; 2. a epacta, para achara lua cheia, depois do equinócio no dia 21 de março; 3. aletra dominical, para determinar o domingo respectivo.

1. 0 ciclo de 19 anos do numero áureo

Ciclo do número áureo é a revolução- do número de 19anos de 1 até 19, . decorrida a qual ; volta-se à unidade. P.ex., para o ano de 1577 o número do ciclo de 19 anos, cli;^^mado áureo, é 1. No seguinte ano 1578 é 2, e assim pordiante, acrescentando-se sempre 1, até 19. Êste número

1'ì77 1578 15791 2 3

Ciclo de 19 AN

Fig.i 0 ciclo lunar

102 C+C105 lunares^nteiros

Fiq.2 Cálculo do número áureo2. Método breve para achar o número áureo

de qualquer ano

445. Acrescenta-se ao número do ano em questão anuidade 1, pois que o ciclo lunar principia um ano antesda era cristã. Divide-se a soma por 19. 0 resto será oniimcro áureo daquele ano. Se não houver, o número áureo

, .(1 .1 19. A„fórmula matemática é:a (ano em questão) + 1.

19 (ciclo lunar)

Exemplo: Procura-se o número áureo de 1939.

1939 1-- 1 1940

N — 1021940

Resto 2Êste resultado quer dizer: o ano de 1940 contém 102

ciclos lunares inteiros, que perfazem 1938 , anos, ,e .o resto

de 2 anos. Para completar 1940 faltam 2 anos. Estes 2 anos

10 rtencem ao ciclo seguinte. (Fig. 2.) 1939. tem o primeiro

1535 1598 •. 1615 AnonumeroÁureo

N (número áureo) —

19

Page 108: Curso de liturgia pe.João Reus

I. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal 217 216 R e u s, Curso de Liturgia

lugar do ciclo, 1940 tem o segundo lugar neste ciclo, onpor outra: o número áureo de 1939 da era cristã é 2. Pois oano de 1940 do ciclo lunar é igual ao ano de 1939 da eracristã, subtraindo de 1940 a unidade acrescentada no prin-cipio do cálculo.

O número áureo significa que o ano de 1939 tem asmesmas fases da lua que o 2.° ano do ciclo lunar, coisa aliasconhecida por observação direta. Pois Meton, um astrôno-mo de Atenas (432 a. C.), observou que, decorridos 19 anos,as fases da lua caem no mesmo dia. Marcadas uma vez asfases da lua de cada um dêstes 19 anos, era bastante indi-car o número do ano do ciclo. Este número foi chamadoáureo, porque foi escrito com letras de ouro na praça públicade Atenas. Dêste número áureo se servia também a Igrejaantes da correção gregoriana, para o cômputo pascal. E',porém, algo inexato; mas serve para o cálculo pascal coraoutra base.

§ 93. EPACTA E LUA NOVA

446. As fases da lua podem-se achar também por cálculo,por meio das epactas. Epacta deriva-se do grego epagein

01.Ano Nov DEZ. 365

lunar 1f? rrlês mês 354 4- Eaac31a6 Ano socar Nov. Dez•

lunar ' 12° nes 354

3 Ano solar Nov Dez. 365•

lunar 12'111 +13'mês embolismico+Eplll1 x11 ++2 X11 3x11

Fi g . 3 rormaçdo das Epactasacrescentar. Pois a epacta não é nada mais do que o nú-

mero de dias que se devem acrescentar ao ano lunar de 354dias, para igualar ao ano solar comum de 365 dias. Assima epacta do primeiro ano há de ser onze, porque se devem

365

Epac?a XXI

acrescentar 11 dias ao ano lunar para alcançar o númerode dias do ano solar 365; e assim no ano seguinte as luasnovas ocorrem onze dias mais cedo do que no ano anterior.

Daí se segue que a epacta do segundo ano é 22, poisque, neste ano, novamente o ano solar excede ao lunar por11 dias, os quais somados aos 11 dias do primeiro ano per-fazem 22 dias. A epacta do 3.° ano há de ser 3. Pois se no-vamente se, acrescentarem 11 dias aos 22, obter-se-á o nú-

inero 33. Se deste número se subtrairem 30 dias, i. é, o pe-ríodo de uma lunação embolísmica (Fig. 3), restarão 3, e

assim por diante.

447. Assim, portanto, progridem as épocas por um aumen-to ininterrupto de 11 dias, subtraindo-se, porém, 30 diasiôdas as vêzes que fôr possível.

Só quando se tiver chegado à última epacta, correspon-dente ao número áureo 19, i. é, à epacta XXIX, somam-se12, de sorte .que, tendo subtraído 30 do número 41, nova-

mente se obtém a epacta 11, como ao princípio.A razão é esta: 19 anos solares = 19X365-+-4=6939

dias. 19 anos lunares comuns com 4 anos bissextos =19 X354+4=6730 dias. Paraigualar os anos lunares aosanos solares devem-se acrescentar (6939-6730) ., 209 diasreduzidos a meses (209=-30=6, com o resto 29) (lá 6 mesesde 30 dias e 1 mês de 29 dias: Por conseguinte o últimomês embolísmico deve ter °29 dias. Para chegar outra vez

it epacta 11 no primeiro ano do ciclo seguinte, (leve-seacrescentar 12. Fig. 4. Este fenômeno da equação da lua

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Num. Aureolua nova

m• m ) ymj^ m, mNF^ Ç

viIX

Flg.4 Epactas e mês ernbolismlco

^cvmttII

® `81

á iou w ^y w o

ooxx ó ° °o XVlll^XXI[I' XXVI

T T 1°

y4 lua novaIV VII

Page 109: Curso de liturgia pe.João Reus

218 R e u s, Curso de Liturgia

designa-se pelo têrmo: saltus lance. A lua deu um snllopara o dia anterior, salta do dia 29 para o dia 1, onii=tindo o dia 30.

Contam-se 19 epactas e outros tantos números áureosantes da correção gregoriana, como se vê na tabela da Fig. 5,

Fig. 5. TABELA DAS EPACTAS ANTES DA CORREÇÃO

1 2 3 4 5. 6 7 8 9IX XXII IÏI XIV XXV VI XVII XXVIII IX

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19XX I XII XXIII IV XV XXVI VII XVIII XXIX

§ 94. OS 30 NÚMEROS EPACTAIS

448. Sendo, porém, que o ciclo de 19 anos do númeroáureo vem a ser imperfeito, porque as luas novas depois (l e19 anos não tornam exatamente ao mesmo lugar, (caemhora e meia mais cedo), também será imperfeito êste ciclode 19 epactas. Pelo que êsse ciclo foi emendado de modoque, para o tempo posterior em lugar do número áureo dns19 epactas mencionadas, recorreremos a 30 números epactais,sucedendo-se de 1 até 30, embora .a última epacta ou sejaa trigésima da série, não seja designada por um número,mas sim por um asterisco *, pois que nenhuma epacta podeser 30.

Em diversos tempos, porém, dente estas 30 epactas cor-respondem ao 19 números áureos 19 epactas diversas, seiopre como o , exige a igualação do ano solar com o lunar,Estas 19 epactas progridem como anteriormente à razão d umesmo número 11, somando-se sempre 12 àquela epacla,que corresponde ao número áureo 19, para que se obtenhaa seguinte epacta correspondente ao número áureo 1. AFig. 6 ilustra isto.

(Fig. 6.) TABELA DAS EPACTAS 1582-1700

6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16XXVI VII XVIII XXIX X XXI II XIII XXIV V XVI

17 18 19 1 2 3 4 5XXVII VIII XIX I XII XXIII IV XV

I. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal 219

449. Portanto, se quisermos encontrar a ,epacta de, qual-quer ano dado, devemos procurar o número áureo dêste ano

na linha superior daquela tabela, que corresponde ao tem-po que abrange o ano em questão. Debaixo do número áuoeo encontramos a epacta correspondente ou o asterisco *.

1 ► o de, portanto, se achar no calendário perpétuo do missaloii do breviário aquela epacta ou o asterisco *, nesse diacairá a lua nova. As tabelas são diferentes para diferentes

séciiios.

( Fig. 7.) TABELA DAS EPACTAS 1900-2200

1 2 3 4 5 6 7 8 9

XXIX X XXI' II XIII XXIV V XVI XXVII

10 11 12 XI XVIII XIX XII III XIV 25 VI XVII

Exemplo: No ano de 1916 o número áureo é 17 e aepacta 25, escrita não com algarismo romano, como as de-mais epactas, mas com algarismo vulgar "(arábico). Por-

(.ito, onde quer que no ano de 1916 se encontre no calen-dário perpétuo a epacta 25, ali haverá lua nova, i. é, 6 deguieiro, 4 de fev., 6 de março, etc. Pois, tôdas as vêzes que

epacta 25 corresponde a números áureos Maiores de 11,

I. é, os últimos 8 (12-19), deve-se tomar no calendário aepacta 25, escrita com algarismo arábico. Quando, porém,.1 epacta corresponde a números menores de que 12 (1-11inclusive), deve-se tomar a epacta romana XXV. Isto só,nontece na epacta 25, e nunca nas outras e serve para es-

tabelecer mais exatamente a correspondência entre os anos

muares e os solares. Por êste motivo foram notadas duasepactas a saber XXV e XXIV em 6 lugares do calendário.

§ 95. LETRA DOMINICAL

Tio. Nos livros litúrgicos são assinaladas aos 7 primeirosdias do ano as 7 primeiras letras do alfabeto, latino, que

repetem na mesma ordem durante todo o ano. Cada dia41,1 semana tem a sua letra. Aquela que corresponde ao do-

mi n go se chama letra dominical. Se o ano começa no do-

mingo, a letra dominical é A, se na segunda-feira, é g.

Page 110: Curso de liturgia pe.João Reus

Ag

cá,

c ( b ccb

f ^e

b g

b ( A

e

_ .

dA

e d

bA

A i g

d

220 R e u s, Curso de Liturgia

TABELA DAS LETRAS DOMINICAIS, 1582-1700

Nos anos bissextos há duas letras dominicais, a primeiraaté o dia 25 de fevereiro exclusivamente, a segunda desdeêste dia até o fim do ano.451. Para achar a letra dominical, pode-se empregar o m(&••todo da contagem indicada nos livros litúrgicos.

Serve também a fórmula seguinte (Merati) :a (ano) +a+5

4D = resto de

7anterior à correção gregoriana e

a—+a--n4

D = resto de 7

correção gregoriana.

Nesta última fórmula "n" é um número conforme aoperíodo a que pertence o ano em questão.

Desde 1583 até 1699 n = 51700 „ 1799 n = 61800 „ 1899 n = 71900 „ 1999 n = 8

e assim por diante.

Segundo esta fórmula o resto da divisão indicada, sehouver, e se não houver, o divisor 7 indica a letra dominicalconforme à série seguinte:

GFEDCBA1 2 3 4 5 6 7

1. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal 221

Exemplo: Procura-se a letra dominical de 1939.Substituindo na fórmula os valores, tem-se

1939I)— + 1939-8

4 484 (o resto 3 despreza-

72415

I 1931 = — 345, sem resto. Por conseguinte7

divisor 7 indica a letra dominical = A.

Com o auxilio da letra dominical pode-se determinar o

al i.' da semana, em que caiu certo dia do mês, p. ex., 10 de01111++ de 1868. A letra dominical é D. Procura-se D no ca-I+'n+lário no mês de julho. Designa o domingo da semanani que cai o dia 10, i. é, a sexta-feira.

A fórmula mais simples para achar a data da páscoa.1 (Ic Gauss, professor de astronomia na universidade de

^r`^iling en.Divide-se o ano, cuja páscoa se procura sucessivamen-

Ir por 19, por 4 e por 7 e sejam os restos a, b, c.Divide-se 19 a±m por 30 e o resto seja d.Divide-se 2 b+4 c+6 d+n por 7 e o resto seja e.Feito isto, como o limite inferior, em que pode ocor-

1, páscoa, é 22 de março, teremos:Dia da páscoa = 22+d+e (de março).Dia da páscoa = d+e-9 (de abril) com duas exce-

+++•!; indicadas na nota.Os números "m" e "n" são diferentes para cada sé-

ido do calendário gregoriano.Para o calendário juliano m=15; n=6, sempre.I'rira o calendário gregoriano:

o• 1582-1699 m 422 n=2 De 1900-1999 m=24 n=5

1700-1799 m=23 n=3 De 2000-2099 m=24 n=5

Dr 1800-1899 m=23 n=4 De 2100-2199 m=24 n=6,

Iau geral m=15±S—S—S; n=S—S-3 tirando-se 7

3 4 4he lôr possível. O valor de S é um número formado pelaspiinieiras cifras do ano. P. ex.: de 1950, S=19.

, própria para o tempo

para o tempo posterior A

7

Page 111: Curso de liturgia pe.João Reus

222

R. e u s, Curso de Liturgia

Nota. Se a páscoa conforme estas fórmulas caísse nudia 26 de abril; deve-se tirar 7 e resultará o dia 19 de Ïil)rll

Se o cálculo dá o dia 25 de abril sendo simultâneamenled=28 e=6 e a maior que 10, deve-se tirar 7, e a pasco.inão será no dia 25, mas no dia 18 de abril. Até ao ano 31)01)(três mil) êste caso só ocorrerá três vêzes: 1954; 2040,2106. (Diet. de droit can. II, p. 1249; Kirchenl. IX, I) ,1133; Sola p. 47.)

§ 96. CÔMPUTO DA PÁSCOAE DAS OUTRAS FESTAS MÓVEIS

452 Por decreto do concílio de Nicéia (a. 325), o dia citopáscoa, do qual dependem as demais festas móveis, devaser celebrado no domingo depois da primeira lua cheia daprimavera, que principia (equinócio) em 21 de março. Condoa lua cheia da primavera cada ano cai em dia diferente,embora sempre entre os dias 21 de março e 18 de abril, t,por outra parte o domingo também cada ano cai em dindiferente do mês, por não constar o ano de um número exa-to de semanas, segue-se que a páscoa, que é a festa móvelprincipal, cada ano cai em dia diferente entre 22 de marcoe 25 de abril. Agnus non sequitur Marcum, sem per Renr kdictum.

453. Se se achara epacta (que designa a lua nova!) dequalquer ano, e se a partir desta epacta marcada entre o clia8 de março inclusivamente e o :dia 25 de abril inclusivanceule(pois a lua cheia desta epacta ou cai no equinócio da primavera, ï. é, no dia 21 de março, ou então no que mais proximamente se lhe segue) se contarem 14 dias para diante,o primeiro domingo que se segue a êsse décimo quarto di;i(para que não coincidamos com os judeus, se por por acasoo dia da lua cheia caísse em domingo) há de ser o dia dcpáscoa.

1.° exemplo. No ano 1605 a epacta é X e a letra dominical b. A dita epacta no período de 8 de março a 5 deabril compete ao dia 21 de março. Se a partir dêste dia nelusive contamos 14 dias para baixo, acharemos a lua (lie ,ccaindo a 3 de abril que é domingo, visto que esta data traza letra dominical b. Para que não coincidamos com rc datapascal dos judeus, que celebram a páscoa no dia da Irar

I. Liturgia Geral. Cap. V: Cômputo Pascal

c heia, devemos tomar a tetra dominical b, que se segue àlu,c cheia, a saber, 10 de abril. E assim a páscoa de 1605eIehrar-se-á aos 10 de abril.

2.° exemplo. No ano ide 1604 a epacta é XXIX 'e a letra

dominical dupla dc, pois que o dito ano é bissexto. Se, ap;u I í r da epacta XXIX, que está na mesma linha com o dia

I c Ie abril e compreendida entre 8 de março e 5 de abril,c I amos 14 dias, virá a lua cheia a cair em 14 de abril.

I porque então vigora a letra dominical posterior, i. é, a

tini depois da lua cheia ocorre pela primeira vez a 18 de

il m l, a páscoa de 1604 celebrar-se-á a 18 de abril.

454. Tendo-se a data da páscoa é fácil achar as demais

Iestas móveis.I ullingo da setuagésima 63 dias antes da páscoa.

quinquag. (Cara.) ; 49>, 99

Quarta-feira de cinzas 45

H uning° da paixão 14 „. 79

I )Ilniingo de ramos 7 99 99

I to llingo da pascoela 7 „ depois

1',clrocínio de S. José 17

Ascensão do Senhor 39I'entecostes 49

Corpo de Deus 60

8. Coração de Jesus 68 99 99

O primeiro domingo do advento é aquêle que fôr maispegado à festa de S. André, i. é, entre o dia 27 de novem-

hro inclusive e o dia 3 de dezembro inclusive.Os romanos dividiam o mês em 3 partes. Chamavam ao

primeiro dia Calendce (de kalein, chamar, publicar, porque

neste dia eram publicadas as festas religiosas) ; ao dia 13

hlus (de iduar, dividir in du (as partes) porque divide o

ncs ao meio); ao dia 4 Nona?, porque é o nono dia antes

dos idos.

455. Reforma do calendário. Já Clavius S. J. (t 1612), um

dos organizadores da reforma Gregoriana, recomendou a fi-

xação do dia da páscoa, independente da iva. A reformamoderna quer principalmente a fixação da páscoa para umprazo curto determinado ou, 1-7 ou` 8-15 de abril, e os mesesmais ou menos iguais. A. Liga das Nações eni 1922 encar-regou-se de promover a reforma com o auxílio da Santa

223

99

99

,,

9 9

99

99

99

99

99

99

99

99

99

99 99

99 99

9 9

Page 112: Curso de liturgia pe.João Reus

224 R e u s, Curso de Liturgia

Sé. Como, porém, as autoridades nacionais e religiosas con-sultadas divergissem muito na sua atitude, havendo até remposta negativa, a Santa Sé declarou que esta questão erareligiosa e que só um concílio ecumênico havia de ocuparse do problema (1924). No ano de 1937 a Liga das N;lções contudo quis alcançar a aprovação do seu novo calen-dário, para introduzi-lo no ano de 1939. Mas, dos 69 go-vernos convidados para dar o seu parecer, 37 nem respon-deram e só 10 declararam-se mais ou menos de acôrdo,A questão continua aberta e reservada ao concílio futuro.

Custódia do Congresso Eucaristicode São Paulo (1942).

Representa o SS. Sacramentocorno "Fonte da vida".

Valor 2 milhões de cruzeiros.

II PARTE.

LITURGIA ESPECIALI. SECÇÃO. O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

CAPITULO 1. A EXPLICAÇÃO DA MISSA

97. 0 SANTO SACRIFÍCIO EM GERAL

456. Partindo da definição da Liturgia, "culto da igreja",ciência litúrgica tem de tratar dos modos principais, pe-

lo; duais a Igreja presta à divina majestade o culto devido:o sacrifício, o ofício, os sacramentos e sacramentais.

I. Nomes do sacrifício da missa. Diferentes eram a prin-rIpio no cristianismo os nomes do sacrifício do novo testa-mento. Acham-se 1. fração do pão (fractio ranis, At 2, 42) ;

ceia do Senhor (Crena dominica 1 Cor 11, 20) ; 3. euca-ristia (eucharistia ou eulogia, ação de graças), porque Nos-rio Senhor agradeceu antes da consagração; 4. sacrifício; 5.mistério (Clem. Alex.); 6. oblação (prosfora, anafora); 7.

t utela (synaxis), porque a celebração do sacrifício era oponto central da solenidade cristã; 8. dominicum ou domi-nica solemnia; 9. sacramento; 10. liturgia.

457. 2. Desde os primeiros tempos da idade média, naIgreja ocidental o têrmo "missa" designava o sacrifício novo.rsle nome a) não se deriva do hebraico missat (oblatio)n enl do grego (myein = celebrar um rito oculto), mas daIingua latina; b) não é particípio de mittere, de sorte quesignificasse hóstia enviada, oferecida à divindade (Inocên-clo HI), mas c) é substantivo, igual a missio, dimissio. AIrase missa est, que significa: "é despedida, podeis-vos re-tirar", passou, como parece, do uso profano para o uso li-II'orgico. Era empregada para concluir qualquer reunião li-tl'u gica, de sorte que se falava da missa matutina e vesper-tina (as vésperas). Pois designava o ato da dimissão, otini da oração (Etéria), o rito da dimissão com a oraçãoIin,il ou a cerimônia terminada. Mas afinal ficou reservadahora o santo sacrifício. Tanto mais que o santo sacrifíciocomeçava por assim dizer por um: Ite, Missa est. Pois osialeclimenos eram despedidos antes da missa dos fiéis, eer;l;l terminava outra vez por: Ite, Missa est. Neste sentidovxclusivo encontra-se a frase no século VI, e tornou-se geral.

forrou do Liturgia — 15

Page 113: Curso de liturgia pe.João Reus

226 R e u s, Curso de Liturgia

§ 98. A PRIMEIRA MISSA NO CENÁCULO

458. Jesus Cristo tinha vindo para cumprir as profecinndo antigo testamento. Tôdas as cerimônias do culto judaicoeram figuras das verdades do novo testamento. Especialmente os sacrifícios deviam prefigurar o novo sacrifíciopor sua suntuosidade e seu esplendor representar o infinïl^^valor do novo. Na festa dos tabernáculos eram sacrificado!.30 animais: 13 touros, 2 carneiros, 14 cordeiros e 1 bode,e isto por seis dias, diminuindo o número dos touros de tunaunidade por dia. Na páscoa, o número dos animais sacriiic;1dos no templo era menor, 11 animais por dia, duranteoitava; mas tôdas as famílias tinham de matar uni cordeio ^pascal. Esta matança era um verdadeiro sacrifício (DI Ili,2), que, como os outros sacrifícios, só se podia fazer einJerusalém. Centenas de milhares de cordeiros eram assimoferecidos à divina Majestade, um sacrifício gigantesco.. F I;`ivio Josefo refere que no seu tempo, por volta do ano ki ldepois de C., se contaram 265.000 cordeiros pascais. A (slesacrifício solene Jesus Cristo ligou o novo sacrifício, indïcando já pelas circunstâncias, que sobrepuja em valor todlmos sacrifícios antigos.

459. Os evangelistas não mencionam o rito da ceia jud;úr,,por ser sem interêsse para os cristãos. Mas relatam a função do novo sacrifício, da primeira missa: Lc 22, 19. MI26, 27. Jesus "tomou o pão e, dando graças, o partiu e dasse: recebei e comei, êste é o meu corpo. E tomando o c'illdeu graças e lhes deu, dizendo: bebei dêle todos, p o rq ueêste é o meu sangue do novo testamento. E tendo terminadoo hino saíram." Temos, por conseguinte, nestas palavr;u; dintrodução da consagração pelo canto de salmos e pelação (eucharistésas) com louvores de Deus, e a dupla consagração com comunhão. O sacrifício concluiu com o cnnlude salmos. Foi ,esta a primeira missa; o cenáculo, a Io imeira igreja cristã; a mesa, o primeiro altar.

§ 99. 0 RITO DA MISSA NO DECURSODOS SÉCULOS

460. Jesus Cristo disse aos apóstolos: "Fazei isto em tumória de mim" (Lc 22, 19), ordenando-os sacerdotes e ;indo-lhes o poder de celebrar a missa. Como os apóstolos drr

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 227

empenharam êste encargo, não o sabemos. Algumas obser-v. çúi s foram feitas na história da Liturgia, n. 45.

I. A missa de São Justino. As primeiras notícias certasI,ov;siuimo-las de São Justino mártir (t 165). Enumera oselialientos da missa, e parece indicar que êste esqueleto daI Murgia da primeira metade do século II era comum na

ela. As partes são: 1. Leitura do antigo e novo testa-mento; 2. homília do celebrante; 3. oração dos fiéis; 4. ós-e n lo da paz; 5. preparação de pão e de vinho; 6. a oraçãou, mística correspondente ao prefácio, ao cânon e à con-mração; 7. Amém do povo; 8. comunhão do povo.

A primeira parte desta missa mostra claramente a sua deli-vnçao do culto judaico. Pois nas sinagogas havia sempre leiturailn lei e dos profetas. De mais a mais, talvez a oração eucarística,I n ale prefácio e cânon, seja uma modificação de orações israelíticas,nn n mente das que se costumavam rezar antes e depois da ceia. Asmudanças exigidas pela religião cristã, para realçar o caráter daml,-nin como sacrifício, facilmente se podiam inserir. A probabili-,Inde aumenta com o fato de se realizar o sacrifício eucarístico de-puin das ceias , comuns chamadas ágapes (agape = a caridade), or-liunizadas para fomentar a mútua caridade entre os cristãos. Estas' tas foram abolidas mais tarde. Ver n. 508; 509.

.11II1. 2. A Liturgia das constituições apostólicas. E' ,obra

tini compilador de Antioquia, atribuída por êle a São Cle-mente e por isso chamada também Liturgia clementina.

Segue o esquema da Liturgia de São Justino. A oração dos fiéisn 1) é mais extensa e compreende os catecúmenos, energúmenos,I! wmenos (os admitidos à iluminação = batismo) .e penitentes

despedida déles (Missa pcenitentium). A oração eucarística (n.menciona o prefácio, o Sanctus, as palavras da instituição, a

,u;u n nese, a epiclese, e o memento. No fim traz a ação de graçase, orações da despedida.

A epiclese é uma oração intercalada depois da consapela qual o Espírito Santo é chamado sôbre as obla-

y oes. As palavras em forma de invocação explicam o que emver Jade já se realizou na consagração. Mas os gregos cismá-li^ desde o século 12, atribuem à epiclese fôrça coesa-, i,ilí,ria. Esta doutrina foi repelida pela Igreja (Trid, s.kX Ill, c. 1) e é contra a tradição antiga da própria Igrejaurlenlal.

462. 3. A Liturgia de São Serapião de Thínuis no Egitot ^ e. 362), no seu ritual Euchologium. Depois da consagra-1_90 n celebrante chama o Logos sôbre o pão e o vinho con-haltrados. A ordem das várias partes é diferente. Não é umanll^^sa inteira, mas só uma anáfora.

Page 114: Curso de liturgia pe.João Reus

228 R e u s,. Curso de Liturgia

A anáfora (anaf ora = cerimônia de mandar a oblaçlitrpara cima) é a parte essencialmente constitutiva dos rifouorientais. Compreende em geral o prefácio e o cânon atécomunhão. Muitas Liturgias orientais não são outra eoiynsenão uma anáfora. As partes, que faltam, devem-se tomarde outra missa inteira.

4. Da Liturgia de S. Hipólito: "tradição apostólica" jAse tratou no n. 57.

463. 5. A Liturgia de São João Crisóstomo é de grande intportância, porquanto ainda hoje vigora em língua grega, ea•lávica e arábica.

Desde o século VI introduziram-se no rito desta missa algunimsmudanças. 1. 0 iconostásion (eikonostasis); uma parede que semi' tio lugar dos sacerdotes do lugar dos leigos, ornada com imagtusvde santos. Necessárias são, ao menos, duas, a de Cristo Redenlnrdo lado da epístola e a de Maria Santíssima com o Menino Jesu it ,do lado do evangelho. Três portas conduzem para o interior, Amédia se chama porta santa ou real e por ela passa só o diáconoe o sacerdote. 2. Atrás do iconostásion do lado da epístola eslfi ndiaconicon (= sacristia aberta) e do lado do evangelho o próleshv(credência), onde se realiza a preparação dos elementos do sa c rlfício, a proscomidia (proskomide), debaixo de orações e cerintõubmisteriosas. 3. 0 altar está coberto pelo antiminsion, uma espéclttde corporal de sêda com relíquias de santos, para lembrar a comunhão dos santos. 4. Entrada pequena. Começa a missa dos cal+'cúmenos com uma espécie de ladainha, a ektenia. Antes das lelturas, os celebrantes (sempre ao menos um diácono) saem pelaiporta lateral com o evangeliário, símbolo de Cristo, e entram pebaporta média. 5. Entrada grande. No princípio da missa dos I iéin,o sacerdote com o cálix, o diácono com a hóstia preparada, às vézesacompanhados de todo o clero, saem pela porta lateral e entrampela porta média. 6. Segue-se o credo, o prefácio, a consagraçtiocantada, a epiclese, Pater noster, a mistura da partícula da S. Ilóstia com o preciosissimo Sangue, a cerimônia oriental de o diáconoderramar água quente, "o calor", no preciosissimo Sangue, símbolodo Espírito Santo, e a comunhão.464. 6. A Liturgia moçarábica, nas suas cerimônias principais. 'I,Antes de revestir os paramentos, o celebrante, ajoelhado dianledelas, reza 4 Ave-Marias. 2. Ao pé do altar reza primeiro uniaAve Maria, depois versículos em honra de Jesus Cristo e do I?spirito Santo. O resto é semelhante ao rito romano. 3. Tendo subidoao al tar saúda a cruz, estende o corporal e prepara o cálix e tihóstia. 4. Intróito. 5. Ao ofertório usa outro missal, Missale olle-rentium. 6. Depois do ofertório vem o ósculo da paz, o Sanctuse a consagração. 7. Segue-se o Credo,' que o celebrante recita como povo como profissão de fé, tendo na mão a S. Hóstia, sôbre ,+cálix. 8. Divisão da S. Hóstia em 9 partes. 9. Memento dos vivos,10. Pater noster. 11. Memento dos mortos. 12. Comunhão. 13. Fialugar de. lie, Missa est, diz o celebrante: Solemnia completa sunlin nomine D. N. Jesu Christi.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 229

7. Do que foi explicado se segue que, considerando odrenvolvimento histórico, a divisão em missa dos catecúme-nos; (missa preliminar) e missa dos fiéis é a mais justificada.A Iiut de explicar a missa com mais facilidade, dividiram-na

autores em 4 ou 7 partes. A divisão usada nos catecismos

r'ns: ofertório, consagração e comunhão é justificada. Masr' preciso lembrar ao povo que quem assiste no domingo

no ofertório, à consagração e à comunhão, comete peca-do grave, porquanto a parte antes do ofertório, e parte de-pois da comunhão constituem matéria grave.

§ 100. A PREPARAÇÃO DO MINISTRO

DO SACRIFÍCIO

40. Sendo a missa o sacrifício mais santo, "o sacrifícioti emendo" (Conc. Trid. de observandis... in Missa) por

,lusa da imolação mística do próprio Filho de Deus, é mis-ler preparar-se o sacerdote para êste ato. 1. A preparaçãol emota negativa abrange a imunidade de pecado grave, de+usura eclesiástica, e de irregularidade. A positiva exige a

++^,tção. Em primeiro lugar como meio mais eficaz de nutrirdevoção do celebrante está o ofício litúrgico, matinas e

Insides. Deveria ser rara exceção, motivada por ocupaçãonrsdiávél, o dizer-se a missa sem ter absolvido o breviário.

2. A preparação próxima deveria incluir a meditação(+ i u,utto possível de meia hora) . " 3. Em todo caso não se

uotita a preparação contida nos livros litúrgicos. Não haveránsilra melhor.

Orações preparatórias acham-se em tôdas as Liturgias orien-Inln. A Liturgia romana não prescreve uma preparação olicial. Nemu qnc traz o missal é obrigatória. Os seus vestígios remontam aonr+alo IX. Foi inserida no missal por Pio V.

4. A preparação do miss al , que consiste eni procurar a161 emula' da missa e as orações prescritas (in sacristia...Itt'rquirit Missam, perlegit et signacula ordinal, Rit. cel. I, 1)

s' faz na sacristia e não no altar. 5. A loção das mãos,desde o século IX. 6. A preparação do cálix, conveniente-n u 'ule feita pelo celebrante. 7. O ato de vestir ps paramen-tos com as orações próprias, para despertar os sentimentosd+' devoção pelas razões místicas aduzidas.

'166. Para acender as velas começa-se do lado da epístola' ne la que está próxima à cruz, e continua-se na mesma or-

Page 115: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia -

dem. Para apagá-las observa-se a ordem inversa. Começasdo lado do evangelho pela que está mais afastada da cruz

Ordem para acender as velas6 5 4j— 1 2 3

Ordem para apagar as velas1 2 3 -j• 6 5 4 (d. 4198 ad 9,)

ARTIGO I. A Missa dos catecúmenos467. Sôbre o fim das cerimônias em geral já se falou30). Tudo vale especialmente da missa. 1. Em primeiro Iligar deve-se considerar a explicação histórica. 2. A explicaicão mística é justificada. Pois a missa representa tidaobra da redenção (Secr. Dom. 9 post. Pent.: quoties lruimihostice commemoratio celebrator, opus nostrce redempliou/,uexercetur. O mesmo ensina Inocêncio III (de sacr. M.), S.Francisco de Sales; S. Tomás de Aquino (Th. III q. 83 ti.5), S. Boaventura. (Exp. Miss.)

§ 101. 0 ACESSO AO ALTAR468. 1. Depois da preparação, o celebrante vai para o altar, precedido de um acólito, que representa, nas missas rezadas, a antiga procissão do clero ao serviço do celebrantenas solenidades. Tendo colocado o cálix no altar, o colebrante desce para diante do degrau inferior e principia coaro sinal da cruz. Pois a missa é a renovação do sacrifício ,Jaicruz, oferecido à SS. Trindade.

Três vêzes se benze o celebrante no princípio da ruissnantes da antifona: Introibo, ao dizer Adjutorium nostrum eao ler o intróito. Pois em diversas épocas deu-se início rlmissa, ao menos à solene, de modo diferente, i. é, por esl:IHdiversas partes.

No intróito das missas de réquie o celebrante faz o s1nal da cruz sôbre o livro como quem benze uma pessoa(Miss.), indicando que os frutos da missa são aplicados ,tIwalmas do purgatório.

469. 2. 0 salmo Judica exprime o desejo que o celebrantetem (introibo ad altare) da santificação e íntima união coarJesus Cristo (emitte Lucem toam) e o Espírito Santo (I'eritatem tuam), por meio da renovação da vida espiritual fiai

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 231

perfeita (iuventutem meam). Sendo êste salmo um canto

de jríbilo (lcetificat) e elemento recente (XI século), é na-lural que não se admita nos dias de luto, i. é, nas missas(le réquie e quiçá também no tempo da paixão. Mistica-(m nte exprime o desejo do Salvador no antigo testamento.

170. 3. 0 Con f iteor é a parte mais antiga e essencial daoração ao pé do altar. E' na sua origem urna das muitasapologias antigamente em voga e disseminadas por tôdasn; partes da missa. Apologia (do grego apolegein = defen-der) é uma oração com uma acusação geral dos pecadose o pedido do perdão. Quem a reza, defende-se, desculpa-seperante Deus por causa da ousadia de celebrar o tremendosacrifício. Quanto à substância, o nosso confiteor já se en-

contra no século XI.Os versiculos Deus, tu conversos são a introdução para

• oração Au f er.Tendo subido ao supedâneo o C beija o altar, ato de

evercncia para com o eterno Pontífice Jesus Cristo e asscu,las relíquias do altar. Antigamente beijava-se o evange-liario ou a cruz _do cânon.

171. 4. Na missa solene, depois do Osculo do altar, o ce-lebrante incensa o altar. Esta cerimônia tem por fim: 1. san-I ï f ficar o altar, trono de Cristo Rei, renovando a incensação,olene no ato da consagração do altar pelo bispo; 2. rea^luar a santidade (sancta sanctorum) dêste lugar; 3. sim-bolizar as orações do povo oferecidas a Deus. Santificadoo altar, santificado deve ser o celebrante, e por isso recebe

incensação, que ao mesmo tempo é uma homenagem aoministro, vigário de Cristo. Provavelmente o uso do incensoprescrito no antigo testamento influiu sôbre a introdução daincensação na missa. Na Liturgia romana ela ocorre nestelugar no século XI I. Em alguns lugares existia nos séculos

X-XI.

472. 5. 0 celebrante lê o intróito (entrada), que se corn-põe da antífona, do primeiro versículo de um salmo e de(iloria Patri. Antigamente o salmo cantava-se durante a en-trada do Papa, a qual levava bastante tempo. Depois decada versículo repetia-se a antifona. A repetição aindaexiste. Desde o século XI-XII cantava-se um versículo eacrescentava-se a repetição da antífona.

230

Page 116: Curso de liturgia pe.João Reus

232 R eu s, Curso de Liturgia

O Gloria Patri, expressão de alegria, omite-se nas iid

sas de réquie e do tempo da paixão. O canto do inlróilonão pode começar antes de ter chegado o C ao altar. 1+i.2424 ád 7.)

473. 6. 0 intróito, como parte da missa, atribuído ao 1':rptiCelestino (t 432), é a introdução no espírito da missa onda festa. Tem o caráter de programa e de convite.

E' programa, pois que expõe sucintamente os rnolivosda festa ou o mistério principal ou a virtude caracterísllcado santo do dia. E' convite, porque exorta à alegria, à dor,à humildade, à emulação, à compaixão conforme o espiritoda missa.

Sirva de exemplo o intróito da missa em honra do SagradoCoração de Jesus. "Os pensamentos do seu Coração permanecerde geração em geração, para livrar da morte as suas almas e pm rtas sustentar na sua fome." "Exultai, ó justos no Senhor; aos relohconvém que o louvem." 0 programa é o preito devido ao amor iluSagrado Coração de Jesus. Pois 81e é infinito (de geração ern l;eração) e fonte dos dons mais preciosos, livrando as almas da muite eterna pela cruz, alimentando-as pela S. Eucaristia.

O convite está contido na exortação de prestar êste preito beloamor que se manifesta no louvor. Pois louvar é querer bem a rrlguém. O intróito em geral é tirado da escritura sagrada.

Por ser antigamente o intróito o princípio da missa, alguns domingos foram denominados pelo início do intróitodomingo Gaudete (3. D. Adv.), domingo Lcetare (4. I).Quad.), sábado Sitientes (Sab. post. D. 4. Quadr.). Falase das missas de Requiem, Rorate.

7. 0 intróito de 87 missas do próprio do tempo é , precedido do nome da igreja em que outrora (i. é, até ao exíliodos Papas em Avinhão, 1304) o Papa, na maior parte dasvêzes, tendo presidido a uma procissão composta do cleroe do povo, parou (stationem fecit), a fim de celebrar a s.missa.

474. 8. 0 intróito, na idade média, não raras vêzes foi rupliado pelos tropos. Tropo (tropus, fárcia) é a amplifica,ção de um texto litúrgico por uma melodia e um texto próprio. O intróito, o Kyrie, o Sanctus, o Agnus Dei desta ma-neira foram parafraseados. Os textos foram eliminados domissal por Pio V, algumas melodias, porém, existem aindano Gradual. O intróito do natal:, Puer natos est nobis et 'Ft "lios datus est nobis, etc., tomou " êste tropo: Quem sine ma-tre Pater genuit, hodie sine matre-Puer natus est nobis, etc.

II, Liturgia Especial. A S. Missa: Cap. I: Explicação 233

I`Inham importância para o desenvolvimento da música pro-tiura.4/h. 9. 0 Kyrie. O celebrante e o povo, inteirados, pelo

Inlr( ito, da idéia dominante do dia, tornam a implorar amisericórdia divina. 0 Kyrie é o resto de uma ladainha, ado-indrr no decurso do século IV pela Liturgia romana, das Li-lur1',ias orientais. No intuito de abreviar o rito deixaram-se

nM invocações, de sorte que o Kyrie tornou-se parte inde-

iu adente. No Ocidente acrescentou-se Christe eleison. O nú-

rui ro dos Kyrie, antes ao arbítrio do celebrante, desde o sé-ii I IX foi reduzido a 9, atribuindo-se 3 invocações a cada

I'rssa Divina.'176. 10. 0 Gloria (Doxologia maior, hymnus angelicus).1 )epois de ter implorado a misericórdia divina no Kyrie,

r elebrante, cheio de confiança de tê-la recebido, levantapiãos jubiloso e entoa o Gloria.

Dirige-se aos anjos e aos homens com o intuito de glo-rificar a misericórdia e benignidade de Deus, que nos en-vl^rn tal Redentor, tal Sacerdote, tal Vítima.

1 ste hino acha-se em tôdas as Liturgias, embora comnu mThcações. Tem a sua origem no Oriente. As constituiçõesF1I+mrstólicas (séc. IV) contêm um texto quase igual ao nos-

mine remonta, em parte ao menos, até ao III século. O1,. x l i (lo missal é do século IX. Em Roma, o Gloria se can-.irva na missa de natal "antes do século VI. Reservado pri-noiro aos bispos, depois (até o séc. IX) concedido aos sa-r erdotes na missa da ordenação e da vigília pascal, no se-I III( Xi ficou livre de quaisquer restrições.

Sendo o Gloria um hino de júbilo, omite-se principal-motte nas missas de réquie, das férias e do tempo de pe-liilencia.177. 11. A Oração (Coleta = collectio, collecta). Depoisir ler recebido de Jesus Cristo a paz pelo ósculo do altar,

elebrante comunica-a ao povo, dizendo: Dominus vo-bisciim (o bispo diz: A paz seja convosco), saudação. esta,(Inc se repete 7 vêzes durante o sacrifício. O povo deseja-Ilrr• a mesma graça. Assim o .celebrante, com o coraçãolodo de confiança, convida para a oração comum: Oremus.

nome oficial da prece que se segue é oração. Mas cha-ucun-na também coleta (Rit. cel. XI, 1). Historicamente ar nldla significava 1. em Roma a reunião dos fiéis (Collectio

Page 117: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

fidelium) na igreja, de que saía a procissão nos dias daestação; 2. a oração que o celebrante rezava pelos fiéis i iunidos (Oratio super plebem collectam); 3. misticameiilcexplica-se a coleta pelo ofício que tem o sacerdote de reeiIher (colligit) as orações dos fiéis e de oferecê-las reunida(collectas) a Deus. (Collectio orationum); 4. nas novas rubricas (A. M. VI, 4) a coleta significa a oração imperadapelo bispo.

Índole da oração. A oração (coleta) tem o caráter daideclaração e petição.

E' unia declaração, pois que exprime os sentimentos degratidão pelos benefícios outorgados à Igreja, ou ao saul ('festejado. E' petição, porque pede novas graças. E' tonaposta pela Igreja.

A oração da missa do Sagrado Coração de Jesus mostra (slorelementos. `Deus que vos dignais dispensar-nos misericordiosamenl,lpelo Coração de Vosso Filho ferido pelos nossos pecados os inI nitos tesouros do Vosso amor; concedei-nos, Vo-lo suplicamos qnr,tributando-Lhe o devoto obséquio da nossa piedade, Lhe ofereçamos também o dever de condigna satisfação."

E' uma declaração dos sentimentos de gratidão pela miscrichrdia e os tesouros celestiais do divino Coração dispensados aos I,mens. E' petição, porque pede as graças de amor e reparação, prr )prias desta festa.

478. Em Roma, até ao século XII-XIII, a missa tinha uniaoração, em outros lugares 2-5. Alegava-se, como motivo donúmero 5, a significação do número ímpar em geral, considerado como número de perfeição, como número puro e s;anto, por não ser divisível e não admitir dualidade. No cri,;tianismo encerra os mistérios mais profundos e amáveis. IInúmero 3 lembra o inefável mistério da SS. Trindade, oDeus trino, o número cinco as santas chagas de Jesus Cristo, o Deus encarnado e Redentor; o número 7 os dons doEspírito Santo, o Deus Santificador e as sete petições d„Padre Nosso, que compreendem tôdas as necessidades liaimanas. (Durandus, IV, c.‘14, n. 15.) Por isso, a Igreja, namissa, não admite mais de 7 orações e prescreve, como regra geral, o número ímpar de oràções nas missas de rib„inferior a duplex.

§ 102. AS LEITURAS LITÚRGICAS479. 1. A leitura litúrgica em geral: 1. Muito tempo antes de Jesus Cristo, nas reuniões do culto liam-se, segundocerta ordem, os livros da escritura sagrada nos sábados e

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 235

nas festas. 2. Os cristãos conservavam tão santo costumee acrescentavam os livros do novo testamento. (Col 4, 16;l Tess 5, 27.) 3. Nas vigílias liam-se 12 lições, que subsis-Icm ainda nas funções do sábado santo. São Gregório redu-ziu as lições à metade, a 6. Assim a vigília de pentecostes

¡cm 6 lições. Nos outros dias as lições da vigília foram;ajuntadas às lições da missa, as quais algumas vêzes aindahoje se notam, porquanto precedem o Dominus vobiscum

e, em geral, tem Flectamus genua, p. ex., nas quatro têm-

poras de setembro.

480. Com poucas exceções, em cada missa há duas leitu-ras, pelas quais Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote, Profetae Pastor, fala aos corações das suas ovelhas, a fim de pre-pará-los para 'o sacrifício.

Na epistola fala pela bôca dos seus ministros, dos pro-tetas e apóstolos, no evangelho fala pessoalmente. Por isso

a evangelho vem depois da epístola e o celebrante prepara-w' para anunciá-lo pela humilde oração Munda cor meum.Na missa cantada, só o diácono é que pode cantar o evan-gelho com grande pompa: ò subdiácono não o pode fazer.

Os trechos, pericopas (perikopai =_-secções) eram de-terminados nas festas principais pelo bispo, a fim de teremrelação especial com o mistério celebrado, nos outros dias, ram tomados dos livros inspirados em lição contínua, co-ano ainda é uso na igreja oriental. Em geral, nota-se a ten=aléncia, e nas missas recentes é lei invariável, para relacionar;as duas leituras entre si e com a idéia principal da missa,de sorte que uma prepare, explique, aperfeiçoe a outra. As-im na missa do Sagrado Coração de Jesus, a epístola

descreve o amor do divino Coração, o evangelho prova oabismo dêste amor no Coração traspassado pela lança cruel.

481. 2. A epístola. A primeira leitura é a epístola, tiradados livros santos, afora os s. evangelhos. E' chamada epís-lol;a, porque, mormente nos domingos, portanto nos dias emque o povo assiste à missa, a leitura é tirada de uma das,pistolas do novo testamento e começa pelo título: epistolaleu ali N. Apostola. Por isso também foi chamada apostolas.As leituras de outros livros sagrados principiam pelo título:Lodio. Responde-se: Deo gratias, para agradecer a Deus

;as doutrinas ouvidas; na missa cantada não é o cOro que,

cantando Deo gratias, responde,#mas o acólito, sem canto.

234

Page 118: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

Pois antigamente a epístola não era cantada. Recitá-la é re-comendado (satius est d. 3350) ao celebrante, quando fun-ciona sem clérigo ao menos tonsurado, que possa cantá-la.Uma proibição para o C, de cantá-la, não há neste decreto.

Terminada a epístola, o subdiácono restitui o lectioná-rio ao celebrante, o qual põe a mão no livro, para indicarque o recebe, e benze o subdiácono para despedi-lo. E' estaa explicação natural. O celebrante, durante a leitura da epís-tola, põe a mão no livro, porque supre o subdiácono, quesegura o livro na mão no ato de ler a epístola.

Razão mística. O S vai para o C no fim da epístola, porque oantigo testamento, representado pela epístola, tem o seu fim emJesus Cristo. O D vai no principio do evangelho, porque Jesus Cris-to é a fonte do evangelho.

O S recebe a bênção depois de beijar a mão do C e restituir-lhe o livro, porque a bênção é o salário do operário pago peladoutrina anunciada ao povo e o salário se paga no fim da obra,O D, como arauto, recebe a bênção antes de começar o canto doevangelho, para anunciá-lo com autoridade. (cf. Durandus IV c. 17.)Beija a mão do C, a fim de significar a sua prontidão para obe-decer: "Eis, manda-me." (Is 6, 8; Durandus IV, 24.)482. 3. Depois da epístola o celebrante lê um trecho, quese chama gradual (Graduate, se. Responsurn) ou trato oualeluia com versículo ou sequência, que se devem rezar ,orajuntos, ora separados. Pois as várias leituras, desde os tem-pos antigos, foram interrompidas por salmos responsoriais,de sorte que a cada versículo do côro o povo respondiacom o mesmo estribilho. Um exemplo disto oferece o tratono 1.° dom. da quaresma. Cada versículo está precedido dosinal Yr, e é cantado pelo côro. O estribilho, i. é, o pri-meiro versículo, não está notado com o sinal 4

- , porquantoé sempre o mesmo. Talvez o gradual tenha sido reduzidoà sua forma atual de um responso e um versículo no sé-culo IV. Tem por fim lembrar e aprofundar a idéia prin-cipal da missa, aliás conhecida pelo intróito, a oração e aepístola.

483. 0 nome gradual deriva-se do uso de cantá-Io não naplataforma do púlpito ou ambão, mas num degrau (gradas),Por ser solo e respondido pelo côro, a sua melodia é riquís-sima e melismaticamente o ponto culminante musical damissa dos catecúmenos, exprimindo em inspirações jubilosasa alegria e a gratidão da Igreja. Muitas vêzes é reforçadopelo júbilo do aleluia e completamente substituído no tempo

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 237

pascal pelo aleluia grande. As muitas notas do aleluia, se-gundo São Boaventura (expos. Miss. c. 2), significam a bem-aventurança inefável e interminável (gaudium sanctorum in

ccelis interminabile et ineffabile).O gradual, o aleluia e o trato são elementos indepen-

dentes e separáveis. Eram antigamente separados por umaleitura, que ainda existe nas quatro têmporas. Trato, se-quência, ver n. 98 e 99.

484. 4. 0 evangelho. 0 evangelho, mormente na missacantada, é o ponto litúrgico culminante da missa dos cate-cúmenos e por isso cercado de urna pompa verdadeiramentereal. Pois a Igreja vê no evangelho o próprio Filho deDeus, Rei da glória.

O diácono coloca o evangeliário no altar, como paraindicar que a palavra do Verbo divino, contida no .livro, éidêntica ao Verbo incarnado, representado pelo altar. Pre-para-se (não assim o subdiácono) para o desempenho desua missão pela humilde oração Munda cor, porque o evan-gelho é sacrossanto e a sua pregação é de suma impor-tância. Sobe ao altar e tira o evangeliário de cima dêle,recebendo-o como da mão de Jesus Cristo mesmo, que o es-colheu diácono. Ao depois busca a autorização do repre-sentante visível de Cristo, pedindo ao celebrante a bênção(lue lhe é dada para que dignamente (digne), i. é, com co-

ração puro, e competentemente (et competenter), i. é, au-

torizado, anuncie o evangelho. 0 celebrante põe a mão sôbreo evangeliário como para entregá-lo ao diácono. Organiza-se a procissão. À frente vão os acólitos com velas ao mododa cerimônia da côrte imperial romana, que prescreveu fôsseo imperador precedido de círios ardentes, para indicar amajestade do soberano. Segue o clero.

'185. 0 diácono canta completamente (C. E. 11, 8, 44) vol-lado para o norte, símbolo do frio (Jer 1, 14) e do mau.Pois o evangelho é um exorcismo, afugentando o influxo dodemônio sôbre as almas. Tôda a assembléia levanta-se emsinal de reverência e obediência às palavras divinas. O diá-cono saúda o povo e anuncia o evangelho respectivo. 0 côroresponde com palavras jubilosas Gloria tibi, Domine, comoaclamando-O a Ele, que pessoalmente se digna falar aosseus amados fiéis. O diácono faz o sinal da cruz sôbre ounido texto e persigna-se e o povo corn êle, porque todos

236

Page 119: Curso de liturgia pe.João Reus

238 R e u s; Curso de Liturgia

professam o evangelho da cruz por pensamentos, palavrase obras. O diácono incensa o evangeliário, símbolo de Cristo,dando "glória", i. 'é, homenagem a Deus. No fim, em sinalde assentimento, o celebrante beija o santo texto, dizendo:"Pelas palavras do evangelho sejam perdoados os nossospecados." Pois as palavras divinas destroem pecados, ope-rando a conversão dos pecadores, esclarecendo a inteligên-cia, fortalecendo a vontade por meio de ameaças e prêmioseternos, convidando para amar a Jesus Cristo pela descriçãoda sua santa Pessoa e de suas obras, dispondo a alma paraa penitência e para a vida perfeita. Por isso, depois do evan-gelho explicam-se as palavras divinas (can. 1344, 1) "con-sueta homilia, prcesertim intra Missarn". Expor as palavrasda sagrada escritura foi uso na sinagoga, e, em todos osséculos, costume da Igreja. Antes da homília fazem-se osanúncios relativos à freguesia. Também esta praxe é antiga.S. Agostinho, p. ex., convidou os fiéis para a celebração doaniversário da sagração do bispo diocesano. (Serm. 3.)

A explicação verdadeira da posição do diácono ao cantar o evangelhoacha-se indicada na rubrica (Rit, cel. VI n. 5) Contra altare versus pa-pulum. Pois o lado direito é o mais honroso. Por isso nas antigas hasilicas os homens ocupavam os lugares à direita de quem entra no tensplo, que nas igrejas orientais o lado do sul. O altar estava As vêzes d^tal maneira que as fileiras dos fiéis se prolongavam além dos lados doaltar. O C olhava para o oeste, para a nave. Quando pregava, dirigia-MOao auditório mais respeitável, aos homens, logo à direita. Por isso tarn-bém o evangelho foi cantado pelo diácono voltado à direita para os ho •mens (versus populum), mas em direção ao altar (contra altare), pusconseguinte em posição oblíqua. Se, porém, o altar estava encostado h,parede e o diácono cantando o evangelho tomava o seu lugar costumado,olhava para o norte. Esta posição do altar e por conseguinte do diáconofoi a mais usada e pouco a pouco, junto com a exposição mística, tor-nou-se exclusiva para o sacerdote celebrante. E' esta a explicação histórica,

Na redação desta rubrica muito provavelmente Serviu de modelo a bn,-silica de São Pedro, em que se acham, tanto em a nova. como na antiga,as circunstâncias locais mencionadas, conforme a missa se canta no al-tar papal ou no altar comum da cátedra encostada à parede. O C. E. (IIc. 8 n. 44) supõe êste caso prescrevendo que o diácono, cantando o evan-gelho, olha, não para o povo que lá não existe mas "exatamente para rtparte direita, que figura o norte." Pois na realidade esta parte de SILOPedro está situada no sul, como atesta a planta locai. A rubrica do C. li.é diferente da do Missal, mas o lado é o mesmo. O diácono cantando 0evangelho olha um pouco obliquamente ou exatamente para a direltit,a qual pela autoridade do C. E. sempre e o lado do norte.

486. 5. 0 Credo ,. Profissão da fé pelo Credo nos primei-ros séculos' só se fazia no batismo. Quando, porém, se le-vantaram as heresias, mormente no Oriente, introduziu-secomo medida de defesa a recitação do símbolo niceno-cons.-tantinopolitano na missa (V sec.). 0 concilio de Nicéia (325)tinha declarado a divindade do Filho, o de Constantinopla, ado Espirito Santo (381). 0 concílio de Calcedônia (451)prescreveu o Credo, que contém claramente êstes dogmas.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 239

I1.nl se cantava, então, nem se canta ainda hoje. No Oci-dt'nle fazia parte da Liturgia moçarábica (589). Nos se-i ilus VIII e IX achamo-lo na Gália e na Alemanha. A insIrinri;ls do imperador S. Henrique II, em 1014, foi admitidon,l Liturgia romana. Roma não o aceitara, porque "a Igreja

lhana nunca tinha sido manchada pela heresia", resposta

',I;I dada aos clérigos do imperador.O fim do Credo é o assentimento solene às doutrinas ,

olv idas no evangelho e na homilia, e a preparação paramistérios da fé a realizar-se na missa dos fiéis.

'187. Reza-se o Credo naquelas festas "de que se faz al-w sina menção do símbolo", era a regra antiga; portanto, nosdomingos, festas do Senhor, de Maria Santíssima, dos ss.anjos (creatorem cceli), dos apóstolos, dos doutôres que;Iprofundaram a fé, dos padroeiros da- igreja (sanctam ec-elt'.siam, saltem principalium Sanctorum), da dedicação das

Ifft'jas (festurn Domini), de S. Maria Madalena (apostola

o postolorum), de S. José, pai nutrício de Jesus. Não se reza

u;l festa de São João Batista. Durandus (IV, c. 25, n. 13)observa que em algumas igrejas esta festa tinha Credo et

to m incompetentes, porquanto êle é profeta (locutus est per

¡tr trphetcxs), é apóstolo (homo missus a Deo), e o nasci-meino de Jesus Cristo foi mencionado no nascimento de São

Nem seria exato dizer-se que êle é um santo do an-lil{u testamento e que por isso não tem Credo. Os motivosIrara recitar o Credo podem se resumir em três palavras:ollrslerium, doctrina, celebritas (solemnitas). (Guet, Carpo.)

Enquanto o côro canta passas et sepultas est, o diaono leva o corporal para o altar, pois que o corporal, em

que o pousa o ss. corpo de Jesus eucarístico, lembra o len -

t ol em que foi envolvido o sacrossanto Corpo de Nosso;i1'lllior morto.

ARTIGO II. A Missa dos fiéis

103. 0 OFERTÓRIO

488. A missa dos catecúmenos é a preparação para a se-I',nnda parte da missa, a mais importante, a missa chamadados fiéis, porque os catecúmenos eram despedidos antestlt. início do sacrifício incruento e ficavam só os fiéis. Nela

celebrante fala raras vêzes em voz alta e guarda silêncioluislico, dirigindo-se de preferência à Majestade divina.

Page 120: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

1. A missa dos fiéis começa pelo ofertório. A palavra"ofertório" tem três sentidos: Primeiro significa o oferecimento das oblatas, que o povo fazia antigamente; segundo,tôdas as cerimônias e orações desde o Orernus até ao prefácio; terceiro, a antífona (Bened. XIV). O celebrante didge-se ao povo com a saudação: Dominus vobiscum, e lotaconvida a orar: Oremus. Mas não se segue a oração. Antiga-mente neste lugar os fiéis faziam orações pelas várias neces-sidades da igreja à maneira das orações da sexta-feira san-ta, as quais, porém, depois se omitiram. Se, apesar disso,a Igreja mantém o Oremus no seu lugar, tem ótimas razões,indicadas já por antigos liturgistas. O ofertório na sua lotalidade é uma oração ou por palavras ou por ações sacrillcais. Pelo Oremus a igreja convida os fiéis 1. a unirem-se,rezando e acompanhando as ações litúrgicas, ao celebrante,que reza e atua em nome do povo; 2. a rezarem por si, a lintde crerem a fé professada no símbolo e serem constanlesnela; 3. a oferecerem-se em holocausto. (Durandus I V,c. 27, ii. 7.)

489. 2. Segue-se o ofertório, uma antífona que resta doantigo salmo, cantado durante as oblações do povo. I'olsna antiguidade a contribuição para o sacrifício não eslavaentregue ao arbítrio dos fiéis, mas era dever inculcado cotoinsistência. Além do pão e do vinho deviam oferecer outrosobjetos indispensáveis ao culto e à sustentação do clero r'dos pobres. A partir do século XII as oblações, que consistiam em objetos, foram substituídas por ofertas em dinheiro,Uma lembrança do antigo uso é a oblação das velas nas ordenações do clero, e de esmolas postas numa mesa pert ()do altar, por ocasião das missas de réquie.

Porque o recebimento das ofertas levava muito tempo,também o canto do salmo devia-se prolongar. E' esta a dizão por que na missa de réquie, que guardou o caráter anfigo, o ofertório é tão grande.

As oferendas visíveis dos fiéis significam a oblação invisível espiritual de si mesmos, que é indispensável para lotnar-lhes frutuosa a assistência ao santo sacrifício.490. 3. 0 pão oferecido (oblata, mais tarde hostia, por serdestinada à consagração) a partir do século VIII exclusiva-mente é pão ázimo na Igreja ocidental. Antes déste tempoem geral era pão comum, feito, porém, de trigo e pupa

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 241

Eido de modo especial. O sínodo de Toledo (693) repre-r'ndeu os sacerdotes que usavam para a missa o seu pãominam, mas não diz que é matéria inválida. Com o uso do

p,to ázimo originou-se o uso das hóstias grandes e daspequenas em forma de moeda. A preparação do pão euca-rlslico outrora era reservada aos clérigos. ,

4. A anti f ona muda conforme o ano eclesiástico ou aII':,la. Especial menção merece o ofertório da missa de ré-(oil'. As palavras: inferno, tártaro, lago profundo, Bento

V (de sacrif. 1. 2. c. 9) entende-as como referindo-se aopurgatório. Belarmino e outros as entendem como referindo- .tie ao inferno, e dizem que a igreja se transporta para juntodo Moribundo, pedindo a Deus que não o deixe cair no in-II'i no. Em todo o caso, êste ofertório não contém nada deme no s exato.

I'ara resolver a dificuldade contida nas palavras dêste ofertório, seanvn distinguir o sentido, que elas têm como parte da missa, e a origemItiMlArira, que atribuem a elas.

a) Sentido. A igreja não ensina neste ofertório que uma alma conde-114,dn, possa ser salva do inferno, nem jamais ensinou isto, nem mesmo11110 primeirosimeiros tempos, quando inseriu esta oração na Liturgia, nem ad-

Ittu jamais mudança ou dilação da sentença definitiva da condenação outiolvagão depois da rnorte. Sempre foi a coluna da verdade.iOs rntemente as palavras dêste ofertório mal interpretadas deram en-

Opjo ir negar a eternidade das penas do inferno. Contra êste abuso, autoresre naio;q (Pesch, Bartmann, Atzberger, etc.) entendem as palavras: infer-ne, I,lrl,aro, etc., do inferno, para dar a solução católica. Seguem a dou-I,Inn. rir, Belarmino (de purg. 1. 2 c. 5) e Suarez, que diz (De pmnit. disp.pl nnnt. 5. n. 12) o seguinte: Nestas orações a Igreja reza pelos defuntos.lu,r,,Fçlua o dia da morte dêles, quando as almas ainda são unidas com onoa carpo e incertas da sua morte eterna ou da sua salvação. Então aIl4rnjn, pede que sejam preservadas do inferno. Embora esta oração sePnyr depois da morte de alguém, contudo Deus, prevendo-a, podia dar ooanulo necessário para evitar o inferno.

Iri Modo de falar. Este pode-se explicar pela analogia com têrmos se-,rr ,

iinulLny na Liturgia. A Igreja, não raras vezes, se transporta ao pas-^^^,'ir, p. ex., ao tempo dos profetas, rezando no advento: "ó Senhor, vindeI n n ,r nos remir", apesar de terem passado já muitos séculos depois da

ndo . dMe. No oficio reza pelo defunto: "a quem hoje chamastes dêste11,11in,lu", apesar de terem passado vários dias depois da morte.

el Origem. Autores recentes o explicam pela "passagem das almas"(11'11 n pazraiso, impedida por demónios e monstros, de que antigamenteïnlnvnnl lendas. Na escolha das palavras estranhas do ofertório talvez es-

influíssem, mas não na doutrina da igreja.A solução mais óbvia e mais plausível se obtém, vendo neste ofertório

lima nnl Iga oração pelos moribundos ou para o momento` da morte, queInrerinrr parva a missa corn pouca mudança. (Cf. Bened.• XIV, de missa 1. II,

li, n. 'I; Merati, Grancolas.) Prova disso é um caso semelhante, que■in , ln nn ncha no ritual romano.

A mil ¡Nina: Subvenite sancti Dei, occurrite angeii... está prescrita para„ n n on n •nln da morte, mas também para o dia do entêrro (Bit. t. V. c. 8,

I. VI, C. 3, n. 3), em que então a Igreja se transporta ao momento,In uun'in, O mesmo faz, dizendo: A porta inferi, erue Domine animam eius.

4111, 5. O oferecimento dos elementos. para o sacrifício. OIllo romano antigo antes do cânon tinha só uma oração, aii'I rela. A partir do século ÍX, devido à devoção privada,tlp;lt,•rl'nl no ofertório muitas orações especiais. As oraçõesIrtt'iIrrilas no rito atual corn os gestos respectivos remontam

1 'ui nn ran ill nrgla -- 16

240

Page 121: Curso de liturgia pe.João Reus

242 R e u s, Curso de Liturgia

ao século IX-XI. Formam o chamado cânon menor, abrasgendo desde Suscipe até Suscipe Sancta Trinitas. As paltivras das orações do cânon menor se referem textualmenloaos elementos materiais: pão e vinho. Mas atribuem-se-IhiHqualidades e efeitos (pro nostra totiusque mundi salute) yll psó convém propriamente ao sacrifício eucarístico, as qu;littqualidades se afirmam antecipadamente dos elementos ultlteriais, i. é, do pão e do vinho.492. 6. 0 Suscipe. O celebrante toma na mão a patena coma hóstia e, cheio de confiança, levanta os olhos para a Majestade divina, representada visivelmente pela cruz e logoabaixando-os humildemente, reza o Suscipe. Depois 'traçacom a patena e a hóstia uma cruz sôbre o altar, quase exrl-tamente sôbre a cruz feita na consagração do altar, e colocaa hóstia nesta cruz, preparando por assim dizer a imolaçáoda Santa Vítima. (Cf. Durandus IV c. 29 n. 3; 17.) A patena põe-se sob a extremidade do corporal. Na missa soIene o subdiácono a conserva envolvida no véu de onlbroM.Remonta êste rito ao costume antigo 'de reservar uma hásl itlconsagrada para ser deitada no cálix -no dia seguinte. Noprincípio da missa um acólito punha a sagrada hóstia nnaltar e a tirava ao ofertório para maior comodidade di rtministros. Assim se explica a reverência que se tem ao gotodar a patena.

Misticamente a patena escondida debaixo do corporal siguifirnos discípulos que fugiram na paixão de Cristo. A parte da paleimnão escondida significa a Virgem Santíssima que não fugiu. (I Inrandus IV c. 30 n. 29.)493. Ao vinho junta-se a água. O vinho simboliza a divindade, a água a humanidade. A mistura dos dois eleuirlitos significa o mistério da incarnação, o mistério do Cot pi tMístico de Jesus Cristo e a íntima união co rn Ele na s. comunhão. A água simboliza também a água que saiu do Sagrado Coração trespassado do Senhor. A água benze-se taltos de ser misturada com o vinho, porque significa o povo ,que neste mundo não pode ser sem pecado. (Durandus I. I°.n. 21.) Não se benze na missa de réquie, porque esta nos-sa se diz principalmente pelas almas, que já não l mmlenlpecar e não precisam desta bênção. A oração Deus qui II;ILiturgia do natal do século IV. (Leonianum.)494. Na oblação do cálix, o celebrante levanta os olhouao alto e os conserva nesta posição em sinal de confiança e

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. 1: Explicação 243

porque a última palavra ascendat exige êste gesto. (Cf. n.°(i98.) Na missa solene o diácono sustenta o braço do cele-brante ou o pé do cálix, porque antigamente era o diáconoyue punha o cálix no altar, rezando ele ou o celebrante Of-Ierimus. Outros alegam o pêso do grande cálix, outrora emuso. Mas nas antigas fontes não se acha esta explicação.

495. A oração In Spiritu humilitatis lembra o forno ar-dente (Dan 3, 39. 40), em que, corno num altar flamejante,os três jovens, com as mesmas palavras, ofereceram o seupróprio coração humilde e contrito em holocausto. Assim ocelebrante e os fiéis, representados nos elementos materiais,destinados ao sacrifício, oferecem ao Pai celeste as suas ora-çeies, a sua vontade em holocausto nas chamas da caridade.

logo se levantando, num gesto de desejo ardente, com asnitios e os olhos ao alto, o - celebrante pede ao Espírito SantoI'rrti Sancti f icator), ao fogo divino, que desça sôbre o sa-

I Iltício e que o prepare pela sua bênção para a consagração.

496. 7. A incensação. Na missa solene segue-se a incenu;içáo, a qual se faz desde o século IX. O incenso como queenvolve as oblatas num fogo visível, santificando-as e tor-n;uldo-as aceitáveis a divina Majestade, e depois comunicaIt mesma santidade ao altar e a todos os fiéis, enquantoNA() capazes de recebê-la. O celebrante explicitamente pede:"Acenda em nós o Senhor o fogo do seu amor e a chamadtl sua caridade." E como que para mostrar que esta súplicasem efeito, o diácono, pela incensação, comunica-lhe e de-pois aos fiéis o amor e a caridade divinas.

A oração Per intercessionern pedindo a São Miguel a sua po-ilernrul intercessão junto ao trono de Deus, encontra-se nos missais

I^ nc séculos XI-XII, com o nome de São Miguel, e muitas vêzesI, u nlií•m o de São Gabriel.

411'1. Segue a ablução das mãos, a qual é necessária de-da incensação; outrora era necessária principalmente

,lI pois de receber as ofertas do povo. Na missa privada élnlìlnia simbólica. Pois a rubrica exige a ablução só da s .

pollltls de 2 dedos, para indicar que se devem evitar também■Ih I;Aias insignificantes no serviço de Deus. Reza-se o sal-

mi' 2b: Lavarei as minhas mãos.-11)8. 8. 0 Suscipe Sancta Trinitas. Depois de voltar aomelo do altar, o celebrante, lançando para a cruz um olharde continuo, humildemente inclinado, principia a oração

lo+

Page 122: Curso de liturgia pe.João Reus

244 R e u s, Curso de Liturgia

Suscipe, que pelo miúdo enumera os vários fins do s. sacra•fício: a glorificação do divino Redentor, de Maria Santassl•ma e dos santos, mormente dos santos, cujas relíquias esttinno altar (istorum) e a salvação das almas.499. A Secreta. Com as' palavras Orate fratres, outrora dirigidas só ao clero, o celebrante convida os fiéis a rezoupor êle e com ele, lembrando que a missa é também o sacri-fício deles (meum ac vestrum sacrificium). Sem dizer Orr-mas, o celebrante acrescenta a secreta, antigamente a futicaoração no ofertório sôbre as oblatas. Uns, seguindo os an-tigos liturgistas, derivam a secreta de secreto, porque é re-zada em voz baixa, a coleta, porém, em voz alta; outrosde secerno, separar, porque se reza sôbre os elementos dosacrifício, separados dos destinados a outro fim ou porque se rezava depois de separarem-se os catecúmenos daassembléia litúrgica.

§ 104. 0 PREFÁCIO E O CANONA palavra Cânon, como parte da Missa, tem duas significações. N„

uso comum, significa as orações do Te igitur até ao Padre Nosso. As robritas do missal (Rub. gen. 12, 6) autorizam este costume, que se t in i,guardar para evitar confusão. (Durand., IV e. 36; Bell., de missa 1. 6, c. 311e 27; Bento XIV, de missa, c. 19.) Mas este conceito não é o único, can a ,estes e muitos outros autores concedem. O mais antigo, mais exato ede maior autoridade inclui o Padre Nosso e a Comunhão. Pois nesi 'sentido é preferido pela autoridade eclesiástica: a) no Ordo Miss■' , h■missal romano; b) no concílio Tridentino (s. 22 de sacr. misses can. 1)í t,quando diz que com voz baixa se profere uma parte do Cânon e as p alavras da consagração, admitindo portanto uma parte do cânon que moprofere com voz alta; c) por Pio XII na encíclica "Mystici Corporis ChriIti"(1943) onde refuta a asserção de que nenhuma oração do cânon se dlt'l%t+a Jesus Cristo, alegando as orações antes da comunhão. (Agnus D01,)Neste sentido, embora com outros nomes, remonta ao tempo antes doGregório que pôs o Padre Nosso fora do cânon comum. (1. VII op. (Ill,)Segundo S. Agostinho (ep. 149, 16) o Padre Nosso se recitava depolb dafração do pão, de sorte que o cânon incluiu esta parte da Missa.

500. 0 prefácio e o cânon formam uma única oração so-lene, a oração eucarística, no decurso da qual se efetua :1

ação propriamente sacrifical, a consagração. Por isso dlrlmaram-na outrora ação, actio. Outros explicam o têrnloactio por gratiarum actio, ou por contração de Sacrum agere, sacrificar.

A oração eucarística primitiva com Amen só no fim do cannn,pouco a pouco foi interrompida por várias orações intercaladas outes e depois da consagração, cada uma com a conclusão: Amon.Assim não é mais uma única oração. Mas é um cânon mais perleilu,Pois estas preces acrescentadas pelos vivos e defuntos constitut'nlum aperfeiçoamento indubitável. Em nenhum lugar, segundo o pensar piedoso dos fiéis, tem mais eficácia do que bem perto cia consagração, pela qual o Rei desce para o altar. Por isso diz BeninXIV muito acertadamente (de sacr. miss. II c. 12, n. 6): "0 tonounada perde da sua autoridade pela circunstância de ser composto

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I. Explicação 245

por mais de um autor. Pois também o livro dos salmos é jóia delivro, embora tenha muitos autores."O missal chama prefácio a parte que contém a ação de

graças e o louvor da divina Majestade; a segunda parte,desde o século VI, chama-se cânon, i. é, regra ou regula-incuto invariável para a ação sacrifical. Esta oração eucarís-lica solene acha-se em todos os ritos, remonta por conseguin-le S primitiva igreja.501. Atualmente canta-se só o prefácio e o Sanctus. Mas

outrora também o cânon era cantado de simili voce ac me-lu tlia como o prefácio, diz um ordo do século VII. No se-culo IX já era costume rezar o cânon em voz baixa. Durandns alega como motivo (IV, c. 35, n. 6) o recolhimento docelebrante facilmente estorvado pelo canto, o cansaço do sa-et'rdote pelo canto cada vez mais prolongado pelo acréscimo

he novas orações e o perigo de profanação das santas pala-vras, que, sendo sempre ouvidas, se repetiam nas ruas ç emocasiões pouco decentes. Além disso o cânon foi chamado"oração própria dos sacerdotes". Por isso o celebrante aprofere em voz baixa, excluindo assim o chamado sacerdó-cio geral dos hereges. Seria este o motivo por que o con-cilio de Trento prescreve expressamente a recitação do câ-non em voz baixa, contra os inovadores, contrários ao sa-et rdócio especial católico. (Sess. 22, can. 9.)

502. 2. 0 prefácio (prcefatio, coniestatio, immolatio) é aintrodução solene ao cânon, a ação sacrifical. g' um hinoI • louvor e de ação de graças pelos benefícios gerais e, em

t t 1 los tempos e festas, pelos benefícios especiais recebidosde Deus. E' uma das orações mais antigas e mais belas, mor-inente pela melodia que faz vibrar o coração de alegria erpm indescritíveis.503. Para esta beleza musical contribui muito a beleza h-

10r'Iria, em que se esmeram as orações da igreja em geral,.1 . , u nais pertence também o prefácio. Os seus autoresi•o .uu os antigos oradores, que mais brilharam pela cuidadosa

olha e feliz coordenação das palavras, conseguindo as-^,nll nm andamento rítmico da frase, Chamado cursus. Dis-

Itlli',uenl-se a) o curso métrico, que consiste na coordenação

uli'Ir iea das sílabas; b) o curso rítmico, em que a harmonia

del I rase resulta da simetria dos seus membros de compri-m u tilo quase igual, sem atender à prosódia, e empregando1411 dalilos e espondeus. Exemplos disto são, segundo Pia-

Page 123: Curso de liturgia pe.João Reus

246 Re u s, Curso de Liturgia

cenza (Liturgia, p. 139) as orações de Pio V, S. Inácio duLoiola, S. Francisco Xavier.

504. De beleza rara é o prefácio da festa do Sagrado Coraçãode Jesus.

11. Qui Unigénitum túum in Crúce pendéntem1. láncea militis transfigi voluisti

(o dátilo moderado pelo espondeu, como convém à introduçãodo dogma).

2. út apértum cór(é frase lapidar; indica o fato principal; por isso está em es-pondeus. A última sílaba é constituída por uma palavra inteirae ao mesmo tempo é a palavra principal. A frase pára brusca-mente, quase pintando o golpe da lança.)

((3. Divince largitatis sacrarium(é a larga chaga aberta)

4. Torréntes nóbis fúnderet miseratiónis et gráfica(brotam os jorros de sangue como uma torrente)

4. Et quód amóre nóstri flagráre núnquam déstitit(vêem-se as chamas uma depois da outra elevarem-se ao 'alto)3. Piis esset requies(o descanso)

5. Et pceniténtibus patéret salútis refúgium.(5 dátilos rítmicos. Vêem-se correndo os pecadores a esta fontede salvação.)

505. 3. Antigamente o número dos prefácios era muitogrande. O sacramentário Leonino conta 267, o missal atual15. A igreja oriental conhece só dois: das anáforas de S.Crisóstomo e de S. Basílio.

Por mais de 1300 anos, desde S. Gregório Magno, a igreja ro-mana, fora do prefácio comum, tinha 9 prefácios: para o natal, aepifania, a quaresma, o tempo da paixão, a páscoa, a ascensão, opentecostes, a SS. Trindade e os apóstolos, desde 1095 a de MariaSantíssima. Somente em 1919 Bento XV acrescentou o dos defun-tos. Três outros vieram depois.

A introdução ao prefácio já é usada na chamada "Tra-dição apostólica" de S. Hipólito (200-230). Dominus cumomnibus vobis — Cum spiritu too. Sursum corda, — Ha-bemus ad Dominam. Gratias agamus Domino. — Dignumet justum. O Sursum corda é um convite expressivo paraatender especialmente à vinda do Senhor na consagração,parte essencial da reunião litúrgica. Vide a. 508.

506. No fim dos prefácios menciona-se sempre o córo dosanjos. Desta maneira passa-se ao Sanctus, hino angélico,em uso na sinagoga e adotado pela igreja. Acha-se em qua-se tôdas as liturgias. Lembra a majestade de Jesus Cristo,que em breve há de comparecer no altar.

O Hosana com o Benedictus foi introduzido na Litur-gia provavelmente em Jerusalém, onde pela primeira vez cone

II. Liturgia Especial. A S. Misa. Cap. I: Explicação 247

Mites têrmos aclamaram a Nosso Senhor. Hosana quer di

ir r : dá salvação. Foi expressão de aclamação. Tôda a frase

,luer dizer: Glória a quem está nas alturas. Benvindo o quevens chegando em nome do Senhor. Glória Àquele que está

n;is alturas, mas que em breve estará aqui.

11117. O Sanctus primitivamente era cantado pelo povo. PorIsso não estranha serem as melodias, p. ex., da missa dertquie, que se conservaram intactas, muito simples. Tocam-

;10 Sanctus as campainhas, tanto para avisar ao povo douiouiento santo da consagração como em sinal de alegria pelavinda do Rei da Glória. Para saudar o Deus eucaristico nasmissas solenes 2-4 acólitos ficam ajoelhados com as velas11cesas até depois da consagração, se houver distribuição daN. comunhão, até depois desta função. O Benedictus canta-

depois da consagraçãq como saudação jubilosa.

§ 105. 0 CÂNON

rom. 1. Origem do cânon. 0 mais antigo texto completo

di, c;ïnon de hoje é do século VII (Missal de Bobbio e ou-I 1, n;) . As tentativas de muitos liturgistas nos últimos de-

, inios de reconstruir um primitivo cânon diferente do atual,11•10 conseguiram resultado reconhecido por todos. Declarou-

ntinal (1939) que depois "dos caminhos falsos de inves-i l ação científica especial" a melhor solução é a sustenta-

lo do cânon na sua forma atual, mais ou menos conforme:niiiga tradição. Contribuiu para êste resultado bastante se-,

]alu o a recente comparação da missa romana com documenion orientais, publicada pelo patriarca sírio Rhamani (1929).

Quanto às partes essenciais portanto o cânon é herançavenerável. Abstraindo do memento pelos defuntos e das duasllydno-; dos santos, sofreu somente uma amplificação de pou.1., palavras, registradas pelo Libem pontificalis do séc. V

VI. Com esta limitação remonta mais ao menos até ao tempod.. I';ipa Cornélio (t 250). (Baumstark, Eph. lit. Anal. 1939,

p. 204-243.) O communicantes e o Nobis quoque peccato-

i ibits foram acrescentados no pontificado do Papa Símaco4) o memento dos defuntos, no de Inocêncio (t 417) .

M,m , nem isso é certo; provavelmente também estas partesaílo mais antigas. (Cf. Eisenh. II, p. 166.) Portanto as ora-

',nrt;: Quinn oblationem; Qui pridie quam pateretur, Un cle

Page 124: Curso de liturgia pe.João Reus

248 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 249

et memores, Supra qua, Supplices (Pseudo-Ambrósio, di'Sacram. IV, 5) com bastante certeza remontam até ao séc. III.

Ainda mais. São apostólicas. Sôbre a lacuna entre o si'culo III e o tempo dos apóstolos diz Belarmino, crítico coinpetente (Controv. de miss. II, c. 22) :

"Se as orações mencionadas por Pseudo-Ambrósio livessem sido compostas por um papa, com certeza um lusloriador o teria referido. Se não deixaram de mencionar qui ntacrescentou algumas partes insignificantes, muito menos Itcriam calado o nome de quem compôs quase todo o cânon .Resta portanto que o cânon é de antiguidade imemorávelchegou até nós como muitas outras coisas, pela tradiçâo,de mão em mão. Os nomes dos apóstolos e mártires pourla pouco foram acrescentados."

Especialmente duas têm sinais de orações apostólicas:Unde et memores, por corresponder à ordem de Jesus Cris-to: Hoc facile in meara commemorationem, e por se achoem tôdas as liturgias; a outra Supra quce, por causa da cxpressão Patriarchce nostri Abrahce, sinal de origem israelílicn,

Esta "conjetura", como Belarmino chama estas un iderações torna-se fato fundado pelas provas positivas qut'se tem para a oração: Quarn oblationem. Ela conténs resumido em cinco palavrps o capitulo segundo de Malaquiascom a profecia sôbre a missa. Esta mesma profecia adia - tu'em 4 anáforas dos dois primeiros séculos, a alexandrina,antioquena, dedaquética e de São Justino. A oração ()tram •oblationem portanto remonta até ao tempo dos apóstolos.

A anáfora alexandrina, provavelmente do séc. XII, contém :I prafecia mencionada claramente. Por ser muito amplificada depende deoutra mais curta, provavelmente da romana. Isto concorda coou iinotícia de São Jerônimo (De script. eccles.; 25 April) que SimMarcos, discípulo de São Pedro, foi de Roma para Alexandria, ondefundou uma igreja. A anáfora de São Justino (100-165) cota a pi nfecia mencionada está contida no seu diálogo com Trífon. (c. 41,)Torna-se visível pela justaposição dêste texto com a anáfora ;doxandrina. E' tirada da Liturgia romana, pois que S. Justino mllillprovavelmente descreve a Liturgia, romana. A anáfora antioynenrldeve ter possuído a profecia em questão, porque S. Inácio de Autioquia usa na sua carta aos filipenses a expressão: Glarificros'nomen, que pelo contexto significa a anáfora. Pois glorificare nomen é expressão da p ro fecia de Malaquias e sinônimo do sacriilt•Inda missa. Neste sentido S. Justino usa esta frase várias vézes, (I )inl,c. Trif. c. 41; c. 117.)

A didaqué traz a profecia de Malaquias num inciso (c. 14) qnt'provavelmente inclui a anáfora daquele tempo. (c. 80.) Pois suo

roce enumerar as partes principais da missa, de sorte que a pro-Ioria tem o seu lugar precisamente antes da consagração.

A história eclesiástica refere que S. Pedro estêve em Antioquiadepois em Roma. A didaqué segundo alguns autores foi escrita

rin Jerusalém, contém portanto provavelmente a anáfora de S. Pe-dro. Assim as anáforas de tôdas as cidades, onde S. Pedro . tinhan nua sede apostólica, encerram a profecia de Malaquias e com fun-d am ento se atribuem ao Príncipe dos Apóstolos.

S. Justino diz (Dial. c. Trif. c. 110) : "Nós cristãos conhe-t olhos o culto de Deus pela disciplina (Nonos) e doutrina (logos)lu avinda de Jerusalém pelos apóstolos de Jesus." À disciplina cer-1lmente pertence a Liturgia. Portanto êle atribui a sua anáfora ouanon aos apóstolos. O papa Vigílio em 538 afirma com funda-

nu•nlo a origem do cânon ex apostolica traditione.A notícia de S. Gregório que um letrado redigiu algo do cânon,.

lot aproveitada para provar que "tôdas as coisas são possíveis"1I'robst, Lit. d. 3 t. p. 356) e é por isso cientificamente sem valor.

As palavras Mysterium fidei provavelmente são palavras de Je-nnm Cristo e foram inseridas na fórmula da consagração pelo pró-prio S. Pedro, que as usou já antes de haver .evangelho escrito.

Pois não há nenhum documento com que se possa provar que.donde o tempo dos apóstolos houvesse qualquer mudança nas pa-1 ivras da consagração. (Cf. Carpo., bibl. lit. 1877 p. 97.) Pode-seprovar que algumas partes do cânon foram acrescentadas ou peloIrar do texto ou por notícias históricas. Mas não existe vestígio deuni,: mudança destas palavras.

Io es te os primeiros tempos os cristãos mostraram-se aferrados às ceri-wrmlu,n da Liturgia. Por exemplo, para decidir se a oração no sábado de-vl mo• recitada de pé ou de joelhos, as igrejas chamaram um conselho deInn u,nn de confiança. (Tert. de or. 23.) Os gnósticos eram vituperados por-ilm , uwtvam novas liçães. (Tert. de prmscr. c. 51.) Qualquer inovação era .lu olnl,ln., (Tert. de ieiun., c. 13.) Por isso não se pode admitir que umanlulnnrtr principal como é a de inserir palavras novas, p. ex., mysterium11.161, tia fórmula da consagração de todos conhecida, por serem proferidasrni voz alta, se tivesse feito às escondidas ou por devoção particular. A,•on,lnlu ra que o diácono avisava os fiéis com as palavras mysterium fideiuno 11 4 ❑ fundamento histórico, nem a outra de que estas palavras estejam-ni Int•;at. de uma epiclese omitida, Noldin (Theol. mor. III, p. 140) diz:

lut teterni et mysterium fidei a Domino per apostolos ad ecclesiamI , . 1141 n `rr.Int."1100. Além disso hã alguns vestígios do cânon apostólico em frases con-

s l,orttneas. Omitindo o paralelo de Bickell entre a ceia pascal e a .1111111 cristã (cf. Coelho II, p. 65), que tomou por base a Liturgia ele-:,,, , nl lua, hoje não mais julgada genuine, existem na Liturgia israelitica

nlluM textos que merecem ser confrontados com os textos do cânon deII II , Fornecem uma confirmação da sua antiguidade. Estas fórmulas!!(( MI ytt11N por todos os israelitas acham-se na mixna, a saber, nos tratadosItt rglun;i, (Berachot, Pesachim, Schacharith, Torifta), que são atribuídosno tnntpo do divino Salvador. (Bickell, Messe und Pascha, p. 56; 71.) OsIlgtulos conheciam-nas e usavam-nas, como é de supor, e adotaram-nas

I,nrn, 'n, !lesa, pela qual chegaram até nós.h Iro sancula; in smcula smculorum, foi conclusão de orações na sina-

„1ua, (Berachot,)Il, Arncn, respondia-se no fim das muitas bénçãos breves. (Berachot.)II, 1) IIpo do nosso prefácio, antigamente sempre cantado, correspondeppintn 117 do halel no modo como devia ser cantado na ceia pascal

I"opdn111nil. No início usava-se a forma dialogada em quatro versículosI 4) miai em nosso prefácio.

o'lnnt:onfiternini Domino quoniam bonus. Fy. Quoniam in snculum mi-

i l tt elus.Y', I h ve) nunc Israel quoniam bonus. F,'. Quoniam in seculum.. .%: 1 nrna nunc dornus Aaron quoniam bonus. li. Quoniam...■ 1lienui nunc qui timent Dominam, F,', Quoniam..."

1 , 1 , 11 1 , 11 versículos, guardando-se o antigo número de quatro, foram subs-I llnldon I1loa seguintes: . Per onia smcula snculorum. Br. Amen.

IIo11,11141 , ) m

Page 125: Curso de liturgia pe.João Reus

250 R u s, Curso de Liturgia

V. Dominus vobiscum (Berachot), fórmula Rute 2, 4; Gál 6, 18.V. Sin-sum corda e gratias agamus provavelmente são derivados dog

palavras de Nosso Senhor (Jo 11, 45) na ressurreição de Lázaro: "Ele.vatis sursum oculis dixit: Pater, gratias ago tibi" e do seguinte:)IT. Gratias tibi agimus, Iavé, Deus noster. (Berachot.)

4. Vere dignum et iustum est, etc.... no começo do prefácio é for•mula da sinagoga: "Debemus gratias agere, benedicere, laudare". (Peso.chim, haggada.) A frase Omnipotens aeterne Deus, é o resumo das pa-lavras com que os apóstolos •unanimiter" rezaram: "Domine; tu es giiífecisti cElum et terra, maria et omnia quE in eis aunt." (At 4, 24,) Po-diam proferi-las "unanimemente", por serem palavras conhecidas, solo•nes (cf. Co'rn. a Lap.; Knab.), quiçá da anáfora.

No halel vers. 5-24 vêm enumerados os beneficios de Deus; no corpodo nosso prefácio são substituídos pelos do novo testamento.

O salmo 117 quase no fim tinha outra parte dialogada (v. 25-27) :"yr. Domine, salvum fac (:hosannah). Ijz. O Domine bene prosperara,yT. Benedictus qui venit. 1z In nomine Domini.Benedicimus vobis. R. De domo Domini. Deus Dominus et illuxll

nobis." (Pesachim). Corresponde em nosso prefácio: hosanna in excelsis,benedictus qui venit in nomine Domine. Hosanna in excelsis. Fórmula so.melhante: Schacharith. Hosannah (Torifta).

5. Sanctus, sanctus, sanctus est Dominus Sabaoth, omnis terra pleasest gloria eius. é oração da sinagoga (Schacharith) tirada da sagrada ewcritura (Is 6, 3.) S. Clemente (Cor c. 34) discípulo e segundo sucessor aloS. Pedro, escreve: "Santo, santo, santo é o Senhor Sabaote. Teda a crl;t-cão está cheia da sua glória. Também nós, reunidos em um lugar, citecomum queremos levantar a voz." São, provavelmente palavras da anáforade São Pedro.

6. As orações pelos vivos são mencionadas na sagrada, escritura, mostambém no Schacharith.

Pelos defuntos os israelitas costumavam rezar nos sábados ou outrosdias: "Recorde-se Deus das almas de meu pai, de minha mãe, enumerandoos parentes que passaram para "a sua eternidade." (Schacharith.) O mownucânon diz: memento Domine famulorum famularumque tuarum qui nosprwcesserunt.. .

Aquelas fórmulas que sem dúvida são de origem judaica, provam a In-fluência dos ritos da sinagoga sôbre algumas fórmulas da missa e suaorigem apostólica. Outra origem esta excluída. Pois os primeiros bispose sacerdotes eram judeus e as fórmulas usavam-se em tôdas as igrejas,também dos cristãos que nunca, haviam tido contacto com os judeus, cicioconhecido os ritos judaicos, nem os teriam adotado como coisa vinda doseus inimigos figadais, os judeus. São portanto de origem apostólica.

Provavelmente pouco tempo depois de Pentecostes havia fórmulas eserl-tas (Probst) determinando o rito da missa em linhas gerais. Isto exige afraqueza da memória de homens de idade avançada, a multidão dos sacer-dotes, aos quais a autoridade devia dar normas certas para excluir a ar-bitrariedade em demasia e assegurar a necessária fiscalização dos rito s"essenciais. Com razão diz Muratori (Piacenza Lit. p. 3): "Se as preces prlarcipais da missa são uniformes em todo o mundo, quem pode acreditar aluoisto foi, possível sem escritos?"... Contudo se concedia ampla liberdade noworações, a qual levou no decurso dos tempos a diferentes Liturgias.

Quanto à dependência do cânon romano, de Liturgias não romaaro.o,deve-se dizer que semelhanças com Liturgias não-romanas são inegáveis,Mas a comparação com as mais antigas Liturgias permite a conclusão dnque o cânon romano quanto aos elementos mais constitutivos é único oindependente - de outros. (R. E. B. 1941, p. 802.)

510. 3. As cruzes do cânon. No princípio do cânon atualestá a imagem de Jesus Cristo crucificado. Esta cruz des-envolveu-se dos ornamentos do T, primeira letra do iníciodo Te igitur. Esta imagem faz desaparecer um tanto o nexoentre o prefácio e o cânon , mas tem a grande vantagem d1'recordar ao celebrante o sacrifício cruento que se renova noaltar. As cruzes insertas no texto das ora ções antes da consa-gração têm o fim de santificar cada vez mais os elementosdo sacrifício; depois da consagração servem "ad corntue-morandum virtutem crucis et modum passionis Christi" (S.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: .Explicação 251

'I bolo. III, 83 a. 5), i. é, são símbolos da morte de Cristoproduzem santificação nos seus membros místicos_

fiII, As palavras "virtude da cruz" de S. Tomás entendem-se melhor comse, ref!exiies seguintes: Traçar o sinal da cruz é benzer. Benzer quer dif w r te, al.ifica'r. Mas a bênção é ato complexo. Intelectualmente pode sersioeun,posto em três atos simples: primeiro, separação da matéria dos ob-Irl ■w profanos; segundo: comunicação da santidade; terceiro: oferecimentot. nnl rega a Deus para sempre. As cruzes antes da consagração agem no.,■, cindo sentido, depois da consagração, no segundo e terceiro sentido;

portanto, uma renovação do oferecimento da Vítima. O mesmo fêz'iv, do Calvário (personificada como no hino da paixão), ofereceu a

,p, um Vítima a Deus. Comunicam também santidade, não ao corpo sacra-,,,. e i n 1, mas ao Corpo Místico de Cristo. Em qualquer hipótese lembram

—rle do Redentor, fonte de tôda a santidade.oferecimento em forma de cruz existia já no antigo testamento.

cindo os rabinos, o sacrifício pesto nos braços dos sacerdotes (dx 29,11 ara movidoo em forma de cruz, do oriente para o ocidente, do nortern n sul. Portanto, êste gesto cruciforme é cerimônia do oferecimento.1pIn checa o sacerdote não sustenta a Vitima na mão, mas tem-na diante

de nl, o que dá no mesmo. .

06. AS ORAÇÕES ANTES DA CONSAGRAÇÃO

b12. 1. Te igitur. Compenetrado da infinita majestade di-vinn n celebrante rezou: Sanctus, Sanctus, Sanctus. Agorah'v.ulla as mãos ao céu, inclina-se profundamente e conti-Iiii&i: "Por isso, porque sois tão santo e majestoso, (a Vós) .. .lttl;llnlos... que abençoeis êstes dons, êstes presentes, êstes,it r iíicios..." Uma e mesma dádiva é dom do Doador, triIsolo ao Soberano, sacrifício para o serviço de Deus. Con-II.IIIIIII neste sacrifício e sendo medianeiro entre Deus e omundo, o celebrante intercede pelo papa (costume'e lei an -il.,.' 1, Dela Igreja e pelos cultores, da fé. Este último térmo

II,^ll'nnva os benfeitores da Igreja, mormente o imperadorItlr. u llino. Hoje compreende a quantos ajudam a propagaçãoI:I Igreja por palavras e ações.

.ILs. 2. 0 Memento dos vivos. Às preces gerais pela Igrejau gIIe a oração pelas pessoas que o celebrante intenciona

Icei ctnil•ndar a Deus em particular. Outrora eram lidos emvtli alia os nomes dos benfeitores inscritos nos dipticos (duasIdl)1linll;is munidas de dobradiças e que se podiam fechar).l It, :;f•colo VIII eram lidos em voz baixa para o celebrante,nrli l tarde colocados no altar e finalmente desapareceramun Ili'culo XII-XIII.

"Vi't" alas palavras: pro quibus tibi offerimus vet qui tibi offe-r lul1, não tem significação disjuntiva no sentido que ao C se dei-

n II escolha de rezar ou uma ou outra parte da frase, nem é si-mil ,I,• interpolação, nem se pode escrever à maneira de rubricat ,uu Bule vermelha, mas tem sentido copulativo como tambémnil Ii ont clássica latina. Significa portanto "et", e o teor da fraseé "la•lu4' quais Vos oferecemos e os quais Vos oferecem", a saber

Page 126: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

pela sua assistência, intenção, ministério, contribuição, esmola. (Ileneto XIV de s. sacr. m. II, 12 n. 12-13.)

514. 3. 0 Communicantes (= tomando parte na comunhãodos Santos). Para tornar as suas orações mais eficazes, ocelebrante e o povo alegam, na sua qualidade de membrosdo Corpo Místico de Jesus Cristo, a sua íntima união enfiosi e cone os santos glorificados. Em primeiro lugar é noncionada a rainha dos mártires, Maria Santíssima. Pois sfrmártires são enumerados, porque o culto dos confessores naquela época ainda não estava em uso. Depois dos santosapóstolos vêm os três primeiros papas: Lino, ,Çleto e Ce.mente. Xisto (forma grega; era grego de nascimento)Sisto II (f 258), célebre pelos versos do papa Dâmaso, e oseu diácono. O papa Cornélio (Jr 253) é o amigo de ('ipriano, bispo de Cartago. Lourenço é o diácono de Sisto II .Crisógono (-j+ 304) tinha instruído na fé S. Anastásia. Joane Paulo foram vitimados por Juliano apóstata (f 362) . C'usme e Damião eram dois médicos árabes celebérrimos pnlsuas curas milagrosas. (f 297.) Todos tinham igrejas (1HRoma. Em muitas dioceses se inseriram muitos santos próprios, p. ex., em Ruão 23.

A oração Communicantes outrora estava escrita fora docânon. A rubrica: infra accionem indicava que se devia rrzar durante o cânon.

515. 4. Hanc igitur. Animado pela enumeração dos saídose pela esperança no seu auxílio, o celebrante renova o senpedido: Portanto, aceitai esta oferta (servitutis = servoruoituorum, celebrantis et del i) dos Vossos servos e de todosos fiéis (familice tuce), dai-nos a paz, livrai-nos do infernoe alistai-nos em o número dos eleitos (uma alusão aos diplicos, que tinham também o nome de líber vila). Ao Hei neigitur o celebrante põe as mãos sôbre as oblatas, gesto datoindica o caráter expiatório do santo sacrifício, muito usadono antigo testamento. Significa também que o C oferecesua pessoa a Deus, para adorá-Lo, implorá-Lo e agradecer-Lhe. Apesar de ser representada esta cerimônia numa cenaeucarística do III século, foi introduzida na missa só noséculo XV.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 253

§ 107. A CONSAGRAÇÃO

"111. As palavras que se seguem ao Hanc igitur são as

mais antigas e essenciais, porque incluem o ato sacrifica) do',moo e Eterno Sacerdote Jesus Cristo.

I. O Quam oblationem: Quam (= et hanc) oblationem está em

in-to gramatical e lógico com a oração Hanc igitur, reassumindo aidéia e forma, pela quíntupla gradação, uma transição belíssimamajestoso ato da- consagração. A Espôsa de Cristo pede que

I irs se digne tornar as oblatas 1. bentas (com palavras); 2.dasn por contrato); m 4po

racionai , pautal); 3. legitimas (ideais, consoante

r i 1 P'razão divina e humana a respeito do verdadeiro sacrifício); 5. acei-

Ilivris pela infinita majestade de Deus (dignas de serem aceitas,ndfveis). As oblatas são consideradas em estado cada vez mais

prrleito, até que se tornem corpo e sangue do Senhor. ,

h17. Qual poderia ser a-fonte destas cinco palavras mis-li'riosas? A resposta dá-nos a célebre profecia de MalaquiassAbre o sacrifício da missa (1, 6-14).

V. 6-7. Deus se queixa dos sacrifícios antigos polutos. AIl I rja pede que as oblatas se tornem imunes de tôda mancha —

brnrrlictam, bentas.V. 8-9. Deus repele do seu altar os animais cegos e imprestá-

veis, excluídos da lista dos animais aprovados. -- A Igreja suplicagnr as oblatas sejam incluídas na lista dos sacrifícios admitidos

udscriptam, recebidas. -V. 10. Deus não aprova (non est mihi voluntas in vobis) nem

rntilica os sacrifícios antigos. — A Igreja roga que as oblatás se-

aprovadas — ratam, recebidas por contrato.V. 11. Deus não quer mais sacrifícios restringidos a um só

povo (in omni loco) porque não correspondem ao ideal do verda-rleiro sacrifício. — A Igreja insta que as oblatas se tornem o sa-l - C llcio ideal — rationabiletn, consoante o conceito divino do sa-C I ilcio.

V. 12-14. Deus, movido por santo zêlo, lança a maldição (Ma-

lrrlirins dolosus) sôbre os sacrifícios imundos, inaceitáveis á tremen-da Majestade divina. A Igreja roga que as suas oblatas sejam acei-Iirveis.lIH. Acresce que esta profecia precede à realização na consagra-çuo: (fui pridie... E logo depois da consagração são menciona-dos três profecias figurativas da S. Eucaristia: Abel, Abraão eMelgnisedeque. Seria quase para estranhar se a profecia de Mala-rinlas não se achasse no cânon. Estas cinco palavras são, portanto,n resumo da profecia de Malaquias, a sua-cristalização genial.

!)119. O Quam oblationem. Esta oração pode ser chamadar epiclese do Ocidente. As últimas palavras: "Vosso Filhodilelissimo, Nosso Senhor Jesus Cristo" profere-as o ceie--b levantando os braços abertos para o céu, juntandor; mãos e abaixando-as como que para abraçar a Vítimadivina que desce ao altar.

252

Page 127: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

520. 2. 0 Qui pridie. Recitou o celebrante as orações precedentes em nome da Igreja e em nome de Jesus Cristo. Agora fala nêle Jesus Cristo pessoalmente, como diz S. Ambrósio (De myst. c. 9) : Ipse Christus clamat: Hoc est corpus meum. Pois o celebrante faz e diz o mesmo que diz efaz o Redentor divino. Toma na mão o pão e o cálix, henze-os e profere as palavras da consagração não em terceira,mas em primeira pessoa.

A narração histórica da instituição e as palavras ddconsagração não são iguais em todos os seus pormenoresnem nos evangelhos nem em tôdas as Liturgias. Na Litnngia romana foram acrescentadas algumas palavras que enninam o que Nosso Senhor provavelmente fêz: p. ex., gratio.%agens benedixit; in sanctas ac venerabiles manus suas; elevatis oculis in ccelum ad te Deum Patrem suam omnipotentem. Profundamente inclinado, o celebrante .profere as santas palavras da consagração, adorando imediatamente a VItinia divina presente sob as santas espécies.

521. 3. A atual elevação das santas espécies, para sereneadoradas, foi introduzida pouco a pouco pelos fins do séculoXII. Por muito tempo só a santa hóstia se elevava e eraadorada pelo povo com a inclinação da cabeça; na primemmetade do século XIV, também o cálix começou a ser venerado do mesmo modo. A genuflexão em sinal de adoraçãoé conhecida desde o princípio do século XVI. A grande ele-•vação, mesmo durante a consagração, generalizou-se taraibém pelo motivo de tornar a consagração centro visível damissa. A incensação do SS. Sacramento durante a eleva-ção apareceu no século XIII, e generalizou-se nos século:,XIV e XV.

§ 105. AS ORAÇÕES DO CÂNONDEPOIS DA CONSAGRAÇÃO

522. 1. O Unde et memores (anamnese = recordação)."Fazei isto em memória de mim" são as palavras do Se-nhor. O celebrante em nome do clero (servi tui) e dos fiéis(plebs tua) cumpre esta vontade divina de três modos, pelarecordação verbal, real e simbólica.

Com palavras repassadas de gratidão enaltece duranteo sacrifício incruento em primeiro lugar o mistério do sacri-fício cruento, a saber, a sagrada paixão e depois também

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 255

ri g lorificação do Redentor. Anuncia, como quer S. Paulo( I Cor 11, 26), "a morte do Senhor". Antigamente, as vê-/es, se acrescentavam os mistérios da incarnação, do nasci-nienl° ou do segundo advento. Porém havia sempre reação

i I ra êstes acréscimos menos aptos.A recordação real já se efetuou na consagração. Con-

ludo o celebrante torna a fazê-la oferecendo em sacrifício av'lima pura, a vítima santa, a vítima imaculada, o pão santo,

cálix da salvação. A recordação simbólica pode-se verias cinco cruzes que acompanham as últimas palavras elembram a morte na cruz e as cinco santas chagas.

523. 2. O Supra quce. De novo o celebrante pede a Deusque se digne aceitar êste sacrifício, "com rosto propício es e re no" corno aceitou os sacrifícios prefigurativos antigos de

Abel, que ofereceu um cordeiro, de Abraão, que ofereceu oueii Pilho, e de Melquisedeque, que ofereceu pão e vinho, eque se digne conceder aos suplicantes as virtudes da inocên-cia, da fé firme e da santidade, com que êstes três santosvarões agradaram a Deus e se ofereceram em holocausto.

124. 3. 0 Supplices. Não contente com a própria santi-daide, o sacerdote, humildemente inclinado, pede que um anjoI e v e a oferta á presença da divina Majestade e que os fiéis,jn'lo santo sacrifício, sejam "cheios de tôda a bênção ce-lahte e graça". A estas palavras o celebrante se benze, comopara tomar parte nesta bênção divina.

O anjo de que aqui se fala é um, ou, em sentido cole-tivo, o côro dos espíritos celestes. Pois a êles, conforme aievelacão (Apoc 8, 3), compete êste serviço sublime. Algunslull;am que êste anjo seja Jesus Cristo, "o anjo do testa-

- ito nto" (Mal 3, 1). Mas as Liturgias orientais falam dos;uijos em geral. Outros vêem no anjo o Espírito Santo. Maserla explicação é hipótese duvidosa.

525. 4. 0 Memento dos mortos. Tendo rezado na oraçãopoecedente pelos vivos, o celebrante lembra-se etiam, tam

lo in, das almas no purgatório. E' esta recordação o restoda leitura dos dípticos antigos. Mas reza só pelos que, com

caráter do batismo (signo fidei), ene paz. com Deus e

,vim a Igreja (in somno pacis), passaram para a eternida-

de. "fendo recomendado à divina misericórdia as pessoas de-il;nadas nomeadamente, suplica também por todos os fiéis.

254

Page 128: Curso de liturgia pe.João Reus

256 R e u s, Curso de Liturgia

A Igreja como boa mãe não esquece nem o mais desconhc-cidó dos seus filhos.

526. Durante o Memento o celebrante olha para a S. hás-tia como num gesto natural de se dirigir a Deus presente, cmotivado pelo fato de serem os fiéis "in Christ° quiescen-tes". Ao Per eundem Christum, inclina a cabeça, o único lu-gar na Liturgia, em que se prescreve a inclinação ao nounde Cristo.

Para explicá-la deram-se várias soluções. A inclinação se prescreve: 1. por um êrro de redação; 2. por causa da palavra prece-dente deprecamur, que indica veneração; 3. por causa do. Nobisquoque peccatoribus que se segue; 4. por causa do SS. Sacra.mento, para o qual olha o C. São opiniões mais ou menos isola-das, e que não explicam a inclinação as palavras Per Christ. D. N.;5. A sentença bastante comum admite um mistério. (Qúarti, Cava •-lieri, Vavasseur, De Herdt, Gihr.) Já Amalário (de eccl. off. III,25, Eisenhofer) e o Micrólogo lembram que a inclinação ao Sup-plices significa a morte de Nosso Senhor. A idéia da morte aleNosso Senhor significada pela inclinação era, portanto, conhecida,Contudo Burcardo no seu Ordo .Misse° não trata da nossa inclina-ção. (Eph....L. 1924, Burkard i. o. m. p. 28.) Por conseguinte I'i iV, que aproveitou o Ordo de Burcardo, exigiu a inclinação por prrpria iniciativa. E o único motivo provável é o mistério da mortede Nosso Senhor e da sua descida aos infernos, para livrar as almas. A inclinação venera com gratidão êste ato de amor infinitodo divino Coração, e significa a prontidão do celebrante de ac onn-panhar 'Nosso Senhor na morte e na salvação das almas.527. 5. 0 Nobis quoque peccatoribus. O celebrante pedepara si e para o clero o que acaba de desejar às almas dopurgatório. Com muita humildade e batendo no peito se pieclara satisfeito com uma parte pequena (partem aliquamda glória dos santos, confiando só na misericórdia divin i(non °estimator meriti sed venice largitor). Pelas palavrascum tuis sanctis Apostolis et martyribus a oração continha asérie dos santos do Communicantes. Segundo Batifol (Leçoncsur la Messe 229 sq) o papa Símaco deu-lhe a última redação. João, i. é, João Batista; que êste João é o 13alisl;lé certo pela Liturgia de S. Tiago: "S. João, o profeta malgilifico, precursor e Batista." Liturgistas orientais conte devoque a palavra "mártires" do cânon romano se pode aplicar uao Batista (Inn. III P. L. 894; Sicardo P. L. 133; Durandus IV c. 46 n. 7. S. Aug. in P 5. 148 chama-o mártir);Alexandre I 119; Marcelino, saêerdote romano -(- 304; I'y-dro, exorcista romano -1- 304; Felicidade e Perpétua, dirigimulheres de Cartago (j- 202), cuja festa se celebrava eniRoma já pelos anos 330-350, fato comprovado pelo anli;

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 257

ilcndfrio romano. Segundo alguns, Felicidade seria a ma-

romana (23 de nov.). Agueda ( -r 251) e Luzia (-I. 304)sicilianas; Inês, virgem romana de 13 anos (t 304);

T ília (t 203?); Anastásia, mártir, sepultada em Roma.

t1' 8. (i. O Per quem hcec omitia. A explicação mais simplesmais sublime do texto atual vê nesta oração uma glorifi-

r;i+, ; io do Verbo divino. "Pelo qual", refere-se à terminaçãod.1 oração precedente: "Por Cristo Senhor Nosso", que não

nrJui com "Amém". Deus criou pelo Verbo divino o pão,

vinho e a água (hcec omnia) e ainda cria conservando-os

( ;, m per creas), santifica (pela consagração), fá-los alimen-

lo vivo e vivificante (vivificas), comunica a bênção essen-, lail, i. é, a união 'intima de Cristo com os seus membrosuilaalicus (benedicis; Bellarm. II. c. 26 de Missa), e os dis-

h ilnii (prcestas nobis). E' um hino de louvor ao poder e à

liberalidade de Cristo eucarísticaQuanto à origem e ao sentido primitivo, a hipótese mais

1^^ ,vr'ivel vê nesta fórmula uma bênção ou a conclusão deurna bênção de frutos e outros objetos de uso humano e li-iiugico. Provas encontram-se nos antigos sacramentários eno.; orientais. A bênção dos santos óleos na quinta-

1 , 11a santa ainda subsiste. As cruzes faziam-se sôbre os ob-I, tos. A bênção nupcial provavelmente dada aqui, foi trans

i, ida para o fim do Padre Nosso.

roi1. 7. 0 Per ipsum. Por Jesus Cristo, pelo qual tudo foi

I, alo, com Jesus Cristo, que tudo conserva, em Jesus CristoRom 11, 36), a quem tudo foi subordinado, e que é, poronseguinte, a hóstia mais sublime, presta-se a Deus o culto

uni:; sublime, "tôda a honra e glória". 0 celebrante aconi-polu ia estas palavras com cruzes: três sôbre o cálix que con-icin o SS. Sangue, fora do cálix uma a Deus Padre que

n l n'gou o seu Filho à morte na cruz, uma ao Espírito San-to que preparou a Vítima divina na incarnação. Às palavras,minis honor et gloria, elevam-se a hóstia e o cálix ao alto.

llniil;arnente só havia esta única elevação, que agora tem„ inane de "elevação menor". Assim termina o cânon be-Ilnniula.uuente, com uma solene profissão de fé na SS. Trin-,lade, e a solene conclusão: Per omitia scecula sceculorum.'

Imo).ui r In Liturgia — 17

Page 129: Curso de liturgia pe.João Reus

258 R e u s, Curso de Liturgia

ARTIGO III. Missa dos. fiéis. A Comunhão

§ 109. A PREPARAÇÃO PARA A COMUNHÃO.0 PATER NOSTER. O EMBOLISMO

530. Em tôdas as Liturgias, depois da consagração, quoé o ato sacrifical, vem a participação dos fiéis no sacrificaat,a comunhão. Também no antigo testamento o povo toniav4parte em certos sacrifícios pela ceia no templo.

1. 0 Pater foster. As preces desta parte são oraçõ Nde preparação e de ação de graças. Os frutos da s. coinll■nhão dependem da fé, da humildade, da confiança, do tlu

, 'sejo, da caridade de quem se aproxima da santa mesa. Parqdespertar êstes atos a Igreja prescreve orações própriaspara êste fim, em primeiro lugar o Padre Nosso. 0 pilaeucarístico é objeto de desejo na quarta petição, segundoo testemunho comum dos Santos Padres. A petição: Perdoai-nos as nossas dividas, ' tem grande eficácia para plir1ficar a alma e para perdoar os pecados. Também os oulrutmatos mencionados se acham na "Oração do Senhor".

O Padre Nosso, como parte da Liturgia, é indicado puiS. Justino (sec. II), S. Cirilo de Jerusalém, S. Jerônimo, S.Agostinho, no fim do IV e no comêço do V século.531. Na Liturgia grega e na galicana o Padre Nosso eracantado pelo povo. No rito romano o povo responde corala última petição para dar a entender que o celebrante agiuem nome do povo inteiro. O Amen no fim do Padre Nossoacrescenta-se desde a idade média. E' o celebrante quem odiz, confirmando a petição proferida pelos fiéis e as pellções precedentes.

O lugar de honra logo depois do cânon foi-lhe assinalado por Gregório Magno. Nas outras Liturgias, corno ontrora na romana, o Padre Nosso devia-se recitar depois dafração da s. hóstia.

532, 2. 0 Embolismo. A última petição do Pate»: "livral•.nos do mal", é amplificada pelo embolismo (= acresciim.i),0 celebrante ora, para alcançara paz interior e exterior,invocando Maria SS., S. Pedro, S. Paulo e S. André. Antigamente podia-se ajuntar o nome de qualquer santo. 0 nome de S. André, dizem, foi inserido por devoção especialde S. Gregório.

ll. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 259

O Libera provavelmente é uma oração antiga e foi na.rIlação do rito da missa adaptada ao Padre Nosso.

§ 110. A 'FRAÇÃO DO PÃO. A PAZ

N33. 1. A fração do pão. O subdiácono entrega a patenam• diácono, que a dá ao celebrante. Êste benze-se com a1 o ilena e a beija reverentemente, dizendo: da propitius pa-rim. A patena é o vaso em que repousa o SS. Sacramento.I'oniando "continens pro contento", a patena representa o1S. Sacramento. Venerando a patena, o celebrante honra aNosso Senhor e recebe dEle e por Ele a paz que pede, eon1 a paz as virtudes sem as quais ela não existe: caridade,

Inunildade, confiança e outras. Sem dúvida, é esta urna boa

pi ep. ração para a sagrada comunhão'. Antigamente dava-seIoro o ósculo da paz.

Dizendo: per Dominum nostrum f esum Christum e con-lu.ssando crer que em cada parte da s. hóstia está o Filhorh. Deus presente, parte-a e põe uma metade na patena,onlinuando: gui tecum vivit et regnat; tira da outra metade

u n ia parte pequena e ajunta-a à que está na patena dizen-do: in unitáte Spiritus Sancti, confessando a perfeita igual-dLide cm poder e glória das três Pessoas divinas. .E' uma

doxologia muito própria para o momento da fração do pãoviicaristico.

Traçando com a partícula três cruzes sôbre o cálix, diz:pox l)omini sit semper vobiscum; indica que da cruz e da

eucaristia brota a paz. Deitando esta partícula no vinho con-

nnl;r ado com as palavras: Hcec commixtio et consecratio, etc.,

em oficia a unidade do SS. Sacramento apesar das duas es-pecies. Estas cerimônias atuais são convenientes e de pro-luuda significação, escolhidas pela Igreja entre as muitastine estavam em uso.to34. 2. A fração do pão era c erimônia muito demorada,(unis que se deviam romper os pães para a comunhão doMovo. Nos primeiros séculos, fazia-se isto eni silêncio. Nolit%culo VII começou-se a cantar o Agnus Dei durante êste

1 iio.As palavras "Faça-se a mistura e consagração corpo e san-

gm. file Nosso S. J. Cristo" admitem quatro explicações: a) a fra-

', 'ul,il;irrr, pela figura de duplo substantivo em lugar de substantivom ildlvo. Mistura e consagração, etc., é o mesmo que mistura

i, orpo'e sangue consagrado. Assim se reza esta fórmula no rito

Page 130: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

ambrosiano. b) . a explicação relativa, pela consagração sacrament:IIjá feita. O sentido seria neste caso: a mistura e a consagração sa-cramental do corpo e sangue seja uni remédio para nós; etc.... c) ;aexplicação simbólica ou mística, que remonta até ao principio doséc. V. Belarmino (de Missa II. c. 27) propõe-na do modo seguinte.Esta "consagração" não é outra coisa senão uma espécie de novasignificação sacramental. Na consagração sacramental as espéciesdivididas representam a morte de Cristo; nesta consagração simb(i-lica as espécies reunidas representam a reunião da alma com o cor-po de Cristo na ressurreição. Esta explicação é a mais profundae a mais devota. d) Explicação histórica. A mistura, usada em tôdnHas Liturgias, tem a sua origem histórica provavelmente no costumeda sancta e do fermentam. "Sancta" era uma partícula consagrada,:que se conservava para o sacrifício seguinte para indicar a unibudos sacrifícios. Pois não se oferece, como no antigo testamento,hoje um cordeiro, amanhã um touro, mas sempre o mesmo cordeiradivino: unam offerens hostiam. (Heb 10, 12.) "Fermentum" era uni;(hóstia consagrada pelo Papa e enviada às igrejas de Roma paraindicar a união delas com a Sé Apostólica. A partícula de pão fer-mentado, que facilmente endurece, devia-se amolecer, deitando-a nuPreciosissimo Sangue. A cerimônia se conservou quando já n,,mais se usavam êstes dois costumes.

.535. 3. 0 Agnus Dei foi introduzido pelo Papa Sérgio(j- 701) que, oriundo de família síria, conheceu a Liturgiaoriental com o seu canto à fração do pão. Assim se explicapor que na missa do sábado santo falta o Agnus Dei. Poisnela se guarda o rito antigo sem Agnus Dei. Esta invoca-cão é repetida três vêzes desde o século IX. Na terceira re-petição todo o povo pede a paz: dona nobis pacem, na missasolene.

536. De novo o celebrante pede a paz na oração: "Dom!-ne... pacem relinquo vobis" para tôda a Igreja. Na missasolene beija o altar, para indicar que a verdadeira paz tensa sua fonte unicamente em Jesus Cristo. Depois comunica-aao diácono com as palavras: pax tecum, e êste ao subdifa-cono e ao clero. Sempre se responde: Et cum spirituporque é o espírito do celebrante, que passa adiante.

A paz antigamente se dava aos fiéis no principio d;1missa. Mas foi transferida para antes da comunhão cou(ouma excelente preparação para ela. Nas missas de réquic a

.

paz não se dá, porquanto neste caso a paz e a graça daiDeus se aplicam em primeiro lugar às almas do purgatório,

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 261

§ 111. A RECEPÇÃO DA S. COMUNHÃO.AS PRECES ANEXAS

r►37. I. As duas orações: Domine Jesu Christe Fili Dei, e

l'e reeptio são a preparação pessoal do celebrante, em uso•;de o século IX, intróduzidas por devoção particular.'imeira o celebrante pede perdão dos pecados e perseve-

(,(n,, :( até à morte; na segunda a graça de ser preservado da(onun(hão sacrílega e a graça• de receber os frutos da co-

nnu(laão digna.2. 0 celebrante adora Nosso Senhor sacramentado e,

( brio de confiança, diz: "Receberei o pão do céu e invocareinome do Senhor", repetindo três vêzes as palavras do cen-

Inri,io: Domine, non sum dignas. Depois dá a si mesmo ah(n^ão eucarística com as palavras: Corpus Domini N. I. C.

I ic:lodiat, e comunga. Agradece intimamente a graça rece-bida: quid retribuam Domino. Lembrando-se da ordem do

('nhor: "fazei isto em memória de mim", continua dandon prova de amor: Calicem salutaris accipiam. Depois dá ahi mesmo a bênção eucarística com as palavras: Sanguis

I1„mini N. J. C. custodiat, e comunga reverentemente. •

3. 0 momento mais solene da missa em geral é a vinda(I. Senhor para o altar na consagração. O momento maisholinc para uma pessoa particular é o da comunhão. O Se-

1111 ,1r, que desceu do trono celestial, fica no trono do altar só

pi oleos minutos, para entrar depois no coração dos seus es-

( ',Miklos e ai colocar para sempre o seu trono de misericórdia.

li38. A comunhão espiritual dá ao menos uma parte dos1(((los da comunhão sacramental. No rito galicano, depois doI 'al er nosier dava-se a bênção aos que não comungavam.Meles também recebiam as eulogias, pães bentos não con-

iiitgrados, os quais ainda se usam nos ritos orientais e emtailriuuas regiões do Ocidente (certos lugares da Suíça e nadiocese de Lião).

4. A fé nos ensina que Jesus Cristo está presente naIicula mais insignificante do pão e vinho consagrados.

I'or isso a Igreja prescreve a purificação do corporal, da pa-feua e do cálix. O cálix e a bôca do celebrante purificam-semin vinho, os dedos com vinho 'e água. Durante estas ceri-uinni;(s recitam-se as orações: Quod óre•sumpsimus, e Cor-

•l,re; anum Domine quod sumpsi; estas orações outrora eram

pi iv:(d;(s. A forma no plural Sumpsimus explica-se pelo fato

260

Page 131: Curso de liturgia pe.João Reus

262 R e u s, Curso de Liturgia

de ser esta oração a póscomunhão da quinta-feira na sema-na da paixão. Também Corpus tuum foi uma póscomunhãode origem galicana. O rito da ablução formou-se aos poucosna idade média.539. 5. Depois de o celebrante ter tomado o SS. Sangue,o côro entoa ,a comunhão (= antiphona ad Communionenr),que é diferente conforme as festas e os tempos eclesiásticos,Lembra esta rubrica (Communio) que durante a comunhãodo povo se cantava um salmo inteiro, de preferência o sal-mo 33: Benedicam Dominum in omni tempore, com a antifona: Gustate et videte quoniam suavis est Dominus. Quandomais tarde somente o celebrante comungava, omitiam-se osversos e cantava-se só a antífona. Na Liturgia romana, só acomunhão da missa de réquie conserva ainda um verso. ícelebrante recita a comunhão depois da ablução dos ded os,

§ 112. DEPOIS DA COMUNHÃO540. 1. Em tôdas as Liturgias, depois da comunhão, eslftprescrita uma oração para agradecer o dom recebido. E' ;apóscomunhão. Verdade é que ela no rito romano raras vêzesrelativamente contém uma ação de graças formal. Assima póscomunhão no 3.° domingo da quaresma: A cunctis .. .reatibus é indicada como secreta da missa do sábado dasemana da paixão. Em geral a Igreja pede que os frutos dacomunhão ou do s. sacrifício sejam aplicados aos fiéis. Eslainstância inclui a gratidão, porquanto só se deseja o c h iese avalia com sentimentos de gratidão. Em lugar de Post•communio, esta oração tinha no sacramentário gregoriano adenominação: ad complendum: oração final. Nas Liturgiasantigas, p. ex., das constituições apostólicas, a ação de gra-ças é muito solene.541. 2. Nas férias da quaresma, depois do Postcommunioreza-se a oratio super populum, que tem o caráter de noaúltima bênção para o povo. O diácono anuncia-a pelo con-vite: Humiliate capita 'vestra Deo. Atualmente só está pros-crita durante a quaresma. Mas nos livros antigos adi ra-seem muitos domingos, até em várias festas solenes: nalal,epifania,pentecostes. O rito moderno tem a sua origem nasabreviações necessárias e no desenvolvimento da bênção final,542. 3. A despedida. A assembléia litúrgica, desde os irrapos antigos, era dissolvida por ordem do bispo: Três fór nua

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 263

Ias se usam: 1. Ite, Missa est. Retirai-vos; pois é hora dadespedida. E' usada desde o século VI e VII. Diz-se nas mis-

sus que têm Gloria. Parece que outrora estava reservada,

onao o Gloria, aos bispos. 2. Benedicamus Domino, diz-se

,,,ias missas sem Gloria. Esta fórmula já no século XI era

olieise geral. 3. Requiescant in pace, nas missas de réquie:

pelo ano de 1200 era costume geral dizê-la.Enquanto o diácono canta Ite, Missa est, o celebrante

il(a virado para o povo, porque o celebrante propriamentequem despede os fiéis; o diácono fá-lo só por autorização

dele. Benedicamus Domino e Requiescant in pace são ora-

c,a^es que os celebrantes proferem voltados para o altar. (d.

''1172 ad 22.)

M3. 4. O Placeat. Com o lie, Missa est a solenidade está

Ic minada. O Placeat, a bênção e o último evangelho são

nlil:unentos recentes, fixados por Pio V.No Placeat (desde o século IX) o celebrante suplica

,, I )eus, humildemente inclinado, que aceite o sacrificio ofere-,du. Ern seguida levanta os olhos e ergue as mãos ao alto,

.1., chiais estende e "fecha" (Rubr.), gestos êstes que indicamfonte divina da bênção e o desejo de recebê-la. Depois o

rrlebrante comunica êstes bens celestiais aos fiéis, dizendo:Henedicat vos omnipotens Deus, Pater et Filius et Spiritus

cnrctus, traçando ao mesmo tempo uma vez o sinal da cruz.Pai é a causa da salvação pela graça e pela predestina-

lo, o Filho pelo seu sacrifício e o Espírito Santo pela nova

11;100 e santificação. (1 Ped ..1, 2.) Os prelados fazem três

ro uses, um privilégio que lhes foi reservado por Pio V. PoismIigamente também os simples sacerdotes davam a tríplice

benção,Conforme as palavras proferidas pelo sacerdote, é Deus

aaae amo quem dá a bênção. Concorda esta verdade com a or-

,Iom dada a Moisés: Invocarão os sacerdotes o meu narne..obre todos os filhos de Israel, e eu lhes darei o bênção.-

( Mna 6, 27.) Ausentando-se da terra, Nosso Senhor deu abenção aos apóstolos (At 1), comunicando-lhes a sua .prote-

c,ï10 e o seu auxílio especial. Por isso também o cristão,c onlortado pela bênção nà-missa, volta para as suas lidas

dou n 'sticas com novo ânimo.

rr14. 5. 0 último evangelho de São João é a parte mais

r ' ,cente da missa. Encontra-se no século XIII, tornou-se ge

Page 132: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

ral no século XV. Motivos para recitá-lo no fim da mis,siseriam: a) a grande confiança que o povo tinha e tem nélupor causa da sua eficácia, para proteger contra os delnb.nios e as suas infestações. Pois é um exorcismo (Rit. XI,c. 2, n. 3), usado também nas famílias. Em caso de trovorul;iviolenta, acende-se uma veia e reza-se o evangelho de SfìuJoão, contra os demônios. Por isto explica-se o desejo ,loyfiéis que êste exorcismo se rezasse no fim da missa, pariproteger os frutos da agricultura. b) a devoção do odre.brante. Pois é uma ação de graças muito própria, pela pro.fissão de fé na divindade de Jesus Cristo; pelas palavras: Inpropria venit et sui earn non receperunt, inciso êste que cx.prime a humildade do celebrante, em cujo coração NossoSenhor entrou; pelas palavras: Et Verbum caro facturo es!,cuja recitação depois da comunhão estava prescrita porsais medievais. -

Na quarta viagem para a América Cristóvão Colombo foi s irpreendido por uma tromba-marinha. Este espetáculo nunca vispelos marinheiros, de tal modo aterrou-os com o seu estridor e uibilo medonho, pelo seu avanço precipitado para o navio e o prrigo de vida iminente, que soltaram gritos espantosos. Colonibumandou acender nos faróis os círios bentos, cingiu a espada e abrildo o livro dos evangelhos leu alguns versiculos de S. João. l'nxunda espada e ordenou em nome de Jesus Cristo à procela se alam,tasse, e traçou no ar o sinal da cruz. A tromba parou, mudou ,I,.direcão e desapareceu nos confins do oceano. (Delanare, C. Colombo p. 257.)

545. 6. 0 costume de recitar, em certos dias, um evangellludiferente do de São João, é muito recente. Teria a sua origem a) talvez na Missa sicca que alguns sacerdotes, em diacom dois formulários de missa, diziam em segundo lugar;b) na intenção de comemorar o ofício impedido não só lu+wlas orações, mas também pelo evangelho, numa das parlei)principais dos elementos móveis da missa.546. 8. Trium puerorurn. Depois de terminar a missa ocelebrante, apesar de não haver obrigação sob pecado (l ubrica ante Antiphonam Trium puerorum no novo missal A.A. S. 1938, p. 294: "Si Sacerdos recitet Canticum"), rezaráo cântico Benedicite com as orações anexas. Já no séculoXI êste cântico servia de ação de graças depois da plissa,A terceira das orações, em honra de São Lourenço, deve asua inserção provavelmente ao costume que o Papa bali;ide dizer a missa na capela do palácio de Latrão, cujo p;idroeiro era S. Lourenço. O celebrante pede a graça ele ser

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I: Explicação 265

preservado do fogo da concupiscência como os três jovens eLourenço foram protegidos pela poderosa mão de Deus.

h17. 9. Defeitos na celebração da s. missa. O missal (De

,l r f cctibus, no fim das Rubricas) trata minuciosamente dosdefeitos acêrca da hóstia, do vinho, da forma e das cerimô-nias. Merece especial atenção o defeito relativo à matéria,I„ vinho, que facilmente pode perturbar o C.

1. Se o C só depois da comunhão do cálix advertir quevinho é azêdo ou corrompido, misturado por descuido do

;icristão com muita água ou álcool puro, deita êste líquidomuni vaso, toma nova hóstia, manda vir vinho ou, quando

vinho era defeituoso, outro vinho (mas não da venda),pïie-no no cálix com água, como no ofertório, oferece hóstia

cálix, ao menos mentalmente (III, 4), 'e os consagra, co-

ineçando pelas palavras: Qui pridie. Omite tôdas as reve-1 i'licias e comunga apesar de não estar mais em jejum. Se,porem, há perigo que as pessoas presentes se escandalizem,

C. põe só vinho com água, oferece, consagra, principiando

por Simili modo.0 líquido defeituoso ou o torna depois da comunhão ou

I, iln na piscina, supondo-se sempre que se tirou a partícula

pequena.1418. 2. Se o cálix cair depois da consagração, o C procure,•colher com a patena quanto puder do SS. Sangue. Se fôr

,lu;uitidade suficiente para "bebê-lo", continua a missa, la-v;uido depois três vêzes (Rubr. n. 12) as partes molhadas

¡Lis toalhas e o altar, desagravando a Nosso Senhor sacra-menlado desta falta. A. água da ablução deite-se no sacrário.

3. Se fôr impossível recolher a matéria necessária parabeber, proceda-se como no n.° 1.

Cada uma destas consagrações está prescrita sob pe-cado grave (S. Alf. e todos os teólogos). Pois a dupla con-nngração pertence por preceito divino ao rito essencial do

u. sacrifício. Só se fôsse impossível obter nova matéria e setivesse esperar mais de hora para receber a nova matéria,

C deveria acabar a missa, sem suprir o defeito. (Os mo-r distas.)5 ,19. 4. Se o celebrante não se lembra de ter dito aquilo

flue na consagração se costuma dizer, não se perturbe porInlo.. Se, porém, com certeza soubesse que omitiu a formada consagração ou uma parte dela, repita a forma e conti-

264

Page 133: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

nue, onde parou. Se duvidasse com grande probabilidadeque omitiu alguma coisa essencial, repita a forma ao menoscom tácita condição. Se, porém, é coisa não necessária paraa consagração, não a repita mas continue. (De def. V, 2,)

5. "Se (depois da ablução) se encontrar uma hóstia in-teira consagrada, o C guarde-a com as outras no taberná-culo. Se isto é impossível, deixe-a bem coberta no altar sô-bre o corporal para o sacerdote seguinte, que ali celebrar.Êste a tomará junto com a hóstia que há de consagrar. Senem uma nem outra coisa é possível, guarde-a decentementeno cálix ou na patena, até que seja reposta no tabernáculoou seja consumida por outro. Se não tiver possibilidade deguardá-la decentemente, pode consumi-la êle mesmo." (Dedef. VII, 3.)

Cappello (theol. I, p. 327, n. 7) acrescenta: Para que osacerdote, sem estar em jejum, possa tomar tal hóstia, exíge-se que depois da última missa falte um lugar decente, ondese guarde a santa hóstia e, ao mesmo tempo, que não pos-sa ser transportada sem maior incômodo (sine graviore in-commodo) para outro lugar.

Queimar o SS. Sacramento ou dissolvê-Lo na água parrase desfazer dEle, é sacrilégio. "Comei", e não: "destruí",é a lei divina.

Depois de ter acabado a consagração na missa, o C cmnenhum caso pode proferir em separado as palavras da con-sagração sôbre o cibório trazido; pois isto seria com unisacrilégio efetuar o essencial da missa pelasegunda vez eimperfeitamente. (Cân, 817; Cappello, I, n. -37.) Se fôr necessário dar a comunhão, é preciso trazer as hóstias de ou-tra igreja ou declarar a impossibilidade de comungar. Se,porém, há perigo de raiva, blasfêmias, escândalo, é melhorpresumir a licença, e binar. Pois dizer mais uma missa u loestá proibido por lei divina. (Vermeersch, theol. mor. I I Ip. 272.)

A hóstia ou vinho oferecido a Deus no ofertório e pa rqualquer motivo não usado na missa, deve ser conservadapelo sacerdote depois da ablução se não fôr matéria inv_ ,

própria. (De def. X, 9.)G. Se ocorrerem outros defeitos, que o C no momento não s;ailm

remediar, procure logo no missal o título: De Defectibtis.

11. Liturgia Especial. A` S. Missa. 'Cap. II: Rubricas 267

CAPITULO 1I.

-AS RUBRICAS DA MISSA

ARTIGO I. Regras Gerais

§ 113. CLASSIFICAÇÃO DAS MISSAS

550. A santa missa essencialmente é sempre a mesma; aci-dentalmente, porém, sofre mudanças.

1. Quanto à solenidade, no missal só - se distingue (A.M, V, 1) : missa cantada, solene e privada, conforme o apa-rato de ministros sacros e cerimônias.

a) Missa cantada (Missa cantata, cum cantu) no sen-

l ido litúrgico é "a que o celebrante canta sem diácono e sub-di:rcono" (M. rit. cel. VI, 8), missa de deão ou guardião;

mio é, porém, a missa rezada acompanhada de canto.

b) Missa solene é a mesma missa cantada com minis-

!' sacros e canto do celebrante.c) Missa privada é a missa sem canto do celebrante.Quando a rubrica (por ex., 7 de out.) ou o ordo pres-

creve que alguma comemoração se deve rezar na missa pri-vada, por missa privada se entende a missa sem canto do

on a missa não conventual. (A. M. V, 1.) Portanto taiscuuremorações não se podem omitir na, missa pontifical de or-

denação rezada na festa de um santo (d. 3642, ad 3), nemaia missa paroquial. (d. 3957 ad 3.)

d) Missa pontifical é a missa celebrada pelos bispos oudignitários privilegiados revestidos dos paramentos pontifi-cais. Pode ser solene ou rezada.

2. Quanto à assistência distinguem-se missa pública e

- pi ivada.a) A missa privada é a missa celebrada sem assistência

do povo ou por devoção particular.

b) Missa pública é a missa celebrada com assistênciaI. povo ou de urna comunidade. Tais são - as conventuais e

(ua roquiais.551. Missa paroquial pode-se entender em sentido lato e

v eslrito. Em sentido lato é a que se diz com assistência dos

l,;a roquianos nos domingos e festas. Pois o d. 3887 supõeque missa paroquial também sem aplicação pelo povo:

in sentido restrito significa a que se diz coar aplicação pelopovo (d. 3887). Pode-se celebrar com alguma solenidade, p.

266

Page 134: Curso de liturgia pe.João Reus

268 R e u s, Curso de Liturgia

ex., cantada, ou quando rezada, celebrada com dois ajudantes (d. 3059 ad 7) e mais .velas. (L. c. ad 9.) Em gr-ral deve ser conforme ao ofício do dia. (d. 4269 ad 8.)

Mas são permitidas também as missas votivas (A. M. II, n. I I;d. 4372, ad 8), p. ex., do patrono, titular, dedicação, trasladad:uipara o domingo; não, porém, a de Jesus Cristo Sumo Sacerdote(11.111.36), nas igrejas onde houver só um sacerdote, se urge amissa p .roquial, nem a missa votiva do S. Coração de Jesus. (d.4093 ad 2.) Neste caso diz-se a missa do dia com oração da mistovotiva com urna conclusão, tudo conforme as regras para a misfit!votiva solene. (Eph. Lit. 1938, p. 6.) Cf. 729.

552. Chama-se missa conventual a que junto com a salino-dia das horas canônicas forma, como parte integrante, o MIcio divino celebrado no côro das igrejas catedrais, colegia.das e conventos. (cân. 413, § 2.) Logo não é a missa cele-bradabrada com assistência de 'uma irmandade ou do povo nosentido popular.

Por isso insere-se no ofício divino de modo diferenic;a) depois da têrça nos dias de duplex, semiduplex, e nos do-mingos (também nos antecipados), na vigília da epifaniae do natal, se tem ocorrência com o domingo, nos dias durante as oitavas; b) depois da sexta nos dias de simplex nodia da missa do domingo que fôra adiada, na féria menore na vigília da ascensão; c) depois da noa na féria maior(advento, quaresma, etc.), nas demais vigílias com jejuns;no dia de finados; no dia de missa votiva solene; d) depoisde prima no dia de missa de réquie fora do dia de finados.(Rub. gen. XV, 2-5.)

Esta missa de per si deve ser can ada todos os dias(cân. 413, § 1. 2); nas casas religiosas ode ser celebradasem canto. (Cân. 610, § 2.) Deve ser apli ada pelos bcnfeitores. (Cân. 417, § 1.)

Em geral deve ser conforme ao ofício do dia, pois ( iv.'faz parte do ofício divino. Contudo há várias exceções enn.meradas nas novas rubricas. (A. M. tit. I.)

A missa conventual, ainda mesmo rezada, tem os pri-vilégios de missa cantada: a) na missa de duplex de 2."classe não é comemorado o simplex; b) não se dizem as IrésAve-Marias depois da missa; c) podem-se acender mais deduas velas e pode haver dois ajudantes de missa.553. 3. Quanto ao oficio, há missa conforme e missa nãoconforme ao ofício. a) Conforme ao ofício é a ' missi dodia: de uma festa, domingo, féria ou vigília. Não confor-

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 269

pies ao ofício são as missas 'votivas e de réquie (exceto nodia de finados).

4. Quanto ao rito, as missas são de rito duplex, semi-

duplex e simplex.5. Missa campal é a missa celebrada ao ar livre. Só é permitida

roia licença do Bispo (cân. 822 § 4; C. B. 202 § 3) por necessidaderni casos extraordinários, e não para solenizar festas profanas. Poisr Tradição antiquíssima e universal, ensinada pelos SS. Padres, que olugar destinado para a missa é a igreja (S. C. dos Sacr. 26-7-1924.)Se o Bispo outorgar a licença deve-se observar o modo prescrito.IS. R. C. 26-3-1929, A. A. S.)

"Para evitar que sejam dispersados fragmentos da santa hóstia,mister providenciar que o altar em que se dirá a missa esteja

i tilterto por tábuas em três lados, ou que se estenda sôbre o altarul na tenda, que desça em três lados em forma de edifício, pelog u:ll o altar esteja ao abrigo dos ventos, ou de outro modo que

trresponda à reverência a mistério tão sublime."

§ 114. AS PARTES MUTÁVEIS DA MISSA

1i54. 1. 0 salmo Judica não se reza nas missas de réquie

nuni nas das férias do tempo da paixão, mas está prescritoneste tempo nas missas festivas e votivas.

2. 0 intróito omite-se na mis sa do sábado santo e da

vil !lia de pentecostes, sendo precedida das profecias. Notempo da páscoa acrescentam-se dois aleluias ao intróito, se

raio houver. ® Gloria Patri omite-se, se se tiver omitido o

;elmo Judica.3. 0 Glória sempre se diz:. 1. Se no ofício se disse o

I'r Deum; 2. portanto também nos domingos antecipadosdepois da epifania e de pentecostes; 3. nas missas adiadas,iliiaindo se dizem dentro de uma oitava privilegiada e den-tio do tempo pascal; 4. nas férias do tempo pascal, excetoa segunda-feira das rogações; 5. nas festas, exceto na dosSs. Inocentes se não cair no domingo ou não fôr de rito deI." classe. No oitavo dia se diz o Glória. (Rubr. in festo.),A côr nas missas votivas é encarnada; 6. na quinta-feirasanta, e no sábado santo: 7. na missa votiva de Nossa Se-nhora no sábado; 8. nas missas dos anjos ou de um anjo.Aliais as missas votivas privadas não têm Glória.

4. 0 Glória nunca se diz nas missas celebradas comparamentos roxos ou pretos. Quando há Glória, também se

diz /te, Missa est. Se não há Glória, diz-se Benedicamus

Ilumino, voltado para o altar.

Page 135: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

§ 115.' NÚMERO E DIVISÃO DAS ORAÇÕES

555. Em geral pode-se dizer que o número das oraçõescresce, decrescendo o rito.

1. As missas de rito duplex, por via de, regra, têm umaoração (Secreta, póscomunhão) .prescrita.

2. As missas de rito semiduplex têm . de ordinário trtworações prescritas, nem admitem mais.

3. As missas de rito simplex têm de ordinário três orações prescritas e permitem nos dias de rito simplex comumnas missas rezadas, cinco ou sete (o número é sempre MIpar) orações. Nas férias privilegiadas nenhuma oração sepode acrescentar. (A. M. VI, 6.)

4. Êste número regular das orações é às vêzes modifi-cado por comemorações ocorrentes ou coletas imperadas,556. 5. Exceções. a) Uma oração se 'diz no domingo deramos e nas vigílias do natal (fora do domingo) e de pentecostes. b) Duas orações se dizem de ordinário, nos doniingos durante uma oitava, nas missas desde o domingo rrliao sábado da páscóa (A. M. VI, 1), na oitava de pentecostes, e no dia durante uma oitava comum, para o qual fôraadiada a missa do domingo impedido (S. R. C. Bruner,3.3.1936) e provavelmente em qualquer missa de domingoadiada (Eph. Lit. 1937; I. P. p. 165); c) em tôdas as uniasas, em que se faz a comemoração dum duplex (A. M. VI,1). Se, portanto, na missa do domingo ou de uma fériacomemorado um duplex, devem-se rezar, de ordinário, dims 'orações, uma do domingo ou da féria, oura do duplex. Senuma missa de féria ou votiva privada s comemora uuisemiduplex, não lícito tornar mais orações ad libitum. Nasmissas do tempo da paixão com duas orações prescritas po-de-se completar o número de cinco ou sete à livre escolha.(Cf. n. 3.)

Na missa de uma festa duplex em geral há tantas orações, quantas há nas laudes.

Algumas exceções: Na missa cantada (n. 550) ou conventual(n. 552) omite-se a) nas festas de l.' classe a comemoração deum oitavo dia comum, uma festa duplex ou semiduplex (as festas dnSenhor não se omitem); b) nas festas de 2." classe a comemorai ïode oitavo dia simplex ou de festa simplex. Estas comemoraçães iicvem-se dizer na missa rezada. (A.- M. V, 1.)

6. Mais de três orações se dizem nas missas' coin cw.memorações de festas, oitavas; ou da oração Fidelium ou iirr

11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 271

Imperada. Neste caso não se observa a lei do número ímparruis missas de simplex.

7, As orações dividem-se a) em orações ordinárias pres-rril;is; b) extraordinárias prescritas ou imperadas (564);

extraordinárias livres ou facultativas (572).

§ 116. AS ORAÇÕES PRESCRITAS

N57. 1. Há três espécies de orações prescritas: a oração dochamada assim porque se diz em tôdas as horas, as co-

memorações de festas, oitavas, etc., e a oração do tempo(pro diversitate temporum assignata).

a) Para comemorar uma féria das quatro têmporas,.Ire tem mais orações, toma-se a primeira que está logo de-pois do intróito. Corresponde à oração do ofício (oraçãoII,o dia).

I)) Comemorações especiais ou orações especiais cha-rcun-se as orações de festas, férias, vigílias ocorrentes. Na .missa, de ordinário, fazem-se as comemorações prescritas

laudes.l)58. As orações do tempo destinadas a completar o núme-r prescrito de 3 (ou 2) orações nas missas de semiduplex

c simplex estão marcadas na folhinha (Ordo) da diocese,

r. ui forme o tempo (A. M. VI) : advento, quaresma, oitavas,vigílias. Se, por conseguinte, com duas comemorações dePostas ocorrentes o número de 3 orações está completo, oucoin uma comemoração da festa ocorrente o número de 2,;is orações do tempo se omitem. Se houver só uma comemo-ração de festa ocorrente, ,a primeira oração do tempo é re-:ida em terceiro lugar e a segunda oração do tempo se

„unite.Se a festa de S. Hermenegildo (13 abr.) cai no tempo

da páscoa, as orações do tempo são duas: Concede e Eccle-

siw; se no tempo da paixão, a 2.a oração é da féria, a ter-

ceira (que seria a 1.a do tempo) se omite.3. Se na folhinha está marcada a oração Concede (no

(empo da Páscoa, etc.) entende-se Concede nos f'amulos tuos,da missa votiva de Nossa Senhora, não a primeira das - "ora-

1 ones diversa" Concede ,qucesumus.

559. 4. Na oração A cunctis a) qualquer sacerdote deve in-serir sempre à letra N o nome do santo titular da igreja oucapela pública em que, actu, ,diz a missa não do patrono do

270

Page 136: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

lugar. (Rubr. Dom: 3._ p. Ep.; Eph. Lit. 1931 p. 413.) Se aigreja ou capela é dedicada a uma Pessoa divina, Cristo Rei,Nosso Senhor do Bonfim, ou a um mistério, p. ex., da SS.Trindade, omite-se o titular. Deixa-se igualmente, quandose diz a missa do titular ou se faz comemoração dele ouo seu nome ocorre na oração A cunctis. Neste caso omi-tem-se as palavras: atque beato N, e o nome, p. ex., de S.José ou de S. Pedro e S. Paulo.

Nos seminários, conventos e hospitais insere-se o titu-lar da capela pública anexa, se houver; não havendo, o titu-lar da capela principal do estabelecimento, caso seja bentasolenemente. Se falta esta bênção, não se insere nenhumnome. a

b) Os regulares (d. 3758) podem nomear além do ti-tular e depois dele, se ambos os santos são confessores, onome do seu santo fundador, e isto em qualquer parte, por-que este privilégio é pessoal.

c) Se houver dois ou mais titulares igualmente princi-pais, inserem-se todos.

d) Os santos são nomeados conforme a ordem da la-dainha de todos os santos, portanto, os anjos antes de S.João Batista.

560. 5. A rubrica: tertia oratio ad libitum (dicenda) nnosignifica que seja livre dizer ou não dizer a terceira ora-ção, mas que se deve rezar unia terceira oração. Esta, po-rém, é de livre escolha entre as orationes diverscn ou de ninamissa, que pode ser dita como missa votiva. Não se podetomar a oração de um santo já mencionado nq A cunctis, p.ex., de Nossa Senhora, nem a oração Defende depois de Acunctis (d. 3767 ad 24), nem uma oração já prescrita, p. ex.,Fidelium ou a imperada prescrita pela igreja (pro episcopu,papa) mas sim a imperada prescrita pelo ordinário, coin aqual se satisfaz aos dois preceitos. (A. M. V1, 4.)561. 6. Distribuição das orações. Se numa igreja no mes-mo dia não só a missa do dia foi repetida (caso em quese não muda nada) mas houver diferentes missas do oficio(p. ex., da festa e da féria), ou diferentes missas votivas(exceto as missas de réquie) cantadas ou conventuais, guar-da-se a diferença possível. Por isso:

1. Nenhuma das duas (ou mais) missas cantadas é co-memorada na outra, nem a primeira na segunda, nem a se-

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 273

funda na primeira. Cada uma fica com as suas partes pró-prias, com o seu Credo, com seu prefácio próprio se tiver,i 'umn picantes, último evangelho.

h62. 2. Quanto às comemorações há 3 casos:

a) Primeiro caso. Canta-se a missa do dia. Neste casonH comemorações são cantadas na missa do dia. A outra mis-an cantada toma as orações da respectiva missa votiva.

h) Segundo caso. Se a missa do dia se omite e são can-liidas só missas votivas, na primeira destas se acrescentamnr+ comemorações e nas seguintes as orações do tempo, pró-prias das missas votivas respectivas.

c) Terceiro caso. Se as rubricas permitem neste dia mis-naas diversas (de vigília, de féria, uma festa duplex ou se-

midu,plex), as comemorações são distribuídas conforme a in-

lole das missas cantadas: a vigília é comemorada na missaela féria e vice-versa, a oitava na missa da festa.

M. 3. Se as orações do tempo são necessárias para com-plelar o número prescrito, na missa de uma vigília, ou deunia oitava, ou na missa que tenha comemorações destas,dirciu-se as orações prescritas para a vigília e para a oita-

va: Concede, etc.; nas missas restantes as orações do tem-

po, p. ex., A cunctis.4. Em tôdas estas missas diz-se a imperada conforme

As rubricas.

§ 117. AS ORAÇÕES IMPERADAS

564 Orações imperadas são orações prescritas fora do ofí-cio do dia ou pelo bispo diocesano ou por decretos geraisou pelas rubricas (orationes votivce late dictce). No dia, emque são prescritas, se devem dizer tanto nas missas rezadasomro nas missas cantadas e solenes. Nas missas de réquie

iria é permitida nenhuma oração por vivos, portanto nem aimperada (Rubr. gen. VII, 6) que não é por defuntos. (Cf.li. 570.) geral:

1. A imperada prescrita pelo ordinário. 1. Em b;i) estas imperadas nunca podem ser mais de duas; b) aimperada nunca se junta sob uma conclusão à oração dodia, mas é rezada ou cantada sub distincta c-onclusione ou

acrescentada às comemorações ou orações do tempo, se hou-ver; c) pode substituir a prescrita tertia oratio ad libitum.

Se a rubrica prescreve Ecclesice vel pro Papa e a imperada

Cum> de Liturgia — 18

272

Page 137: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

fôr também pro Papa, com a única oração pro Papa cumprase o duplo preceito. Se a imperada é Ecclesice, reza-se sóesta. Se a rubrica prescreve Ecclesice e a imperada fôr proPapa, devem-se rezar as duas orações.565. 2. Distinguem-se a imperada simples e pro re gravl,A imperada simples omite-se:

1) nas festas de 1.a e 2. a classe;2) nos domingos de 1. a e 2. a classe (advento, setuagi.

sima até ao domingo depois de páscoa, inclusive) ;3) Nas férias privilegiadas (Quarta-feira de cinza, se

mana santa) e nas vigílias privilegiadas (natal, epifania,pentecostes);

4) Nas oitavas privilegiadas (natal, epifania, páscoaascensão, pentecostes, Corpo de Deus, S. Coração de Jesus);

5) nas missas votivas solenes;6) quando já há quatro orações rezadas iuxta ru i r]cas, p. ex., pro gratiarrrm actione, acrescentada à primeiros

sob uma sé conclusão; ou Fidelium, do SS. Sacramento, proPapa, Episcopo (d. 4294 ad 3) ou pro seipso sacerdote depois de 3 outras prescritas. Sendo prescritas duas imperadas, devem-se rezar as duas (d. 4288 ad 5), ainda mesiunnuma missa com 3 orações;

7) nas missas dos defuntos.

566. 8) No caso de identidade. A imperada pro pace mul-te-se na missa de S. Irineu, porquanto tem a secreta e pós-comunhão da missa pro Pace (d. 3164). A imperada proPapa, prescrita pelo bispo, omite-se nos aniversários riaeleição e consagração do bispo (d. 321 ad 1), por ser amesma.

567. 3. A imperada prescrita pelo ordinário e por êle de-clarada pro re gravi, omite-se somente a) nas vigílias de natal e pentecostes; b) no domingo de ramos; c) em tôdas asfestas de I. a classe. Acrescentam-se portanto também nasmissas votivas solenes sub distincta conclusione e nas mis-sas, que já têm 4 orações.

As imperadas prescritas pelo bispo com os termos ex-plícitos pro re gravi etiam in duplicibus classis omitem. .se nos dias de natal, epifania, quinta-feira santa, sábadosanto, páscoa, ascensão, pentecostes, SS. Trindade, Corpode Deus, S. Coração de Jesus, Cristo Rei.

II. Liturgia Especial. A. S: Missa. Cap. II: Rubricas 275

Se houver mais de uma imperada, guarda-se a ordemdignidade, portanto a pro re gravi se põe antes da ordi-

t.iiia. Se as duas são pro re gravi ou ordinárias, guarda-se

r urdem das ladainhas, das missas votivas diversas e das

ui ações diversas, como estão no missal. (A. M. VI n. 5.)

'W I. II. A oração do SS. Sacramento. 1. omite-se a) nasnllssas de réquie; b) nas missas de mistério idêntico: S. Co-rtlç,lo, Preciosissimo Sangue, S. Cruz, SS. Redentor, poischie são memoria passionis (d. 3924 ad 4); c) na exposi

din privada (d. 4120 ad 7) ;2. deve-se acrescentar em tôdas as missas (de misté-

^Irr não idêntico), que a) no altar da exposição são rezadas

«II cardadas antes de uma exposição mais prolongada semInterrupção das funções ou durante uma exposição curta ou

anais prolongada; b) nos outros altares é rezada ou cantada

r,r'r, quando a exposição é prolongada, i. é, continua depois

(IA última missa ou função litúrgica pelo espaço de um a.

li rr n mais ou menos ou na exposição das XL Horas; não,porém, numa exposição curta, p. ex., para Te Deum, ou

pira dar a bênção eucarística; c) diz-se depois das oraçõesIriescritas, mas antes da imperada, mesmo quando esta é do1.tipirito Santo.

hltll. III. A oração pro Fidei Propagatione como imperada

pio re gravi no domingo antes da festa de Cristo Rei. (A.

A S. 1927, p. 23.)IV. A oração pro Papa no dia da eleição e coroação do

Ripa e a oração pro Episcopo (da missa: in anniversario

eleelionis Ep.) no dia da eleição ou trasladação e da consa-

L i. rçiiu. (Add. M. II, 4, 5.)

6'1O. V. A oração Fidelium pelos defuntos está prescrita1.11111)é in nas missas privadas (não só conventuais) e misn'. votivas privadas 1) fora do mês de novembro, do ad-

v e nlu, da quaresma, do tempo pascal, no primeiro dia do

,,'s cm que se reza o ofício da féria (de ea) e não ocorrer

uui dia das quatro têmporas, uma vigília ou a missa adia-(1.1 du domingo; 2) fora da quaresma e -do tempo pascal,rrrr .Nognnda-feira de cada semana, em que se rezar o ofício

rl.r l (ria e não ocorrer uma vigília ou a missa adiada dodomingo; 3) ocupa sempre o penúltimo lugar entre lôdasria orações inclusive as ajuntadas livremente.

274

IA+

Page 138: Curso de liturgia pe.João Reus

'276 R e u s, Curso de Liturgia

P. ex., numa missa votiva com 3 orações: 1. or. vot.; 2. olh=cio; 3. or. do tempo; 4. Fid.; 5. pro seipso. Se houver 2 imperil.,das: 1. or. vot.; 2. of.; 3. or. do tempo; 4. Imper.; 5. Fid.; 6. Imper.;4) não é admitida para completar o número prescrito de 3 orsções, mas é contada para omitir a imperada, p. ex., numa férlit;1. de féria; 2. A cunctis; 3. Fid.; 4. ad libitum; a imperada cai porserem 4 orações. Se fôsse uma imperada "pro re gravi", seria: I,de féria; 2. A cunctis; 3. ad libitum; 4. Fid.; 5. Imper. 5) deve-aodizer também na presença do SS. Sacramento exposto. (d. 4327ad 2.)

Se o primeiro dia do mês em questão coincidir com urna segunda-felru'das mencionadas, a oração Fidelium satisfaz ao duplo preceito. A imporsda pro defuncto episeopo: "Deus qui inter apostolicos", no aniversário dodia de morte, prescrita pelo C. B. c. 47 § 2, conforme à regra geral paroa coleta dos defuntos (A. M. VI, 4) está proibida nas missas: 1) em queestá proibida a imperada simples (n. 565) ; 2) celebradas de oficio dupla'ou semiduplex ou com comemoração de um dêstes dois; 3) de tempopascal, que não são de réquie; 4) de réquie que não admitem três oraçee s

Esta imperada ou coleta se deve dizer a) no penúltimo lugar oulrr•as orações prescritas ou permitidas nas missas que não são ris regnlu(A. M. VI, 6) ; b) em terceiro lugar nas missas de réquie. Pois dovoocupar o lugar depois das orações prescritas e antes de Fidelium on dosorações que o C talvez quisesse acrescentar. (Rub. gen. 5, 4.)

Se o C na missa cotidiana de réquie quisesse acrescentar urna voltvsteria as orações: 1) Deus qui inter apost.; 2) Deus venim; 3) Imperurelepro defuncto (n. 6) (Da nobis. Domine" (n. 575-560) ; 4) Votiva; 5) Fidrlüun

Pana explicar a regra do penúltimo lugar para a oração pelos donu ttos, Durando (IV, c. 15, n. 16) alega o axioma tirado do antigo dlrall0canônico: Finis ad usum debet retorqueri principium: o fim deve Harcoerente com seu início, mencionado também por Inocêncio III. (M L, 2r/,p. 815.) A coerência e a harmonia exigem êste lugar. Pelos vivos se ' rwmqna primeira oração, pelos vivos se deve orar na última. Deus anui, e,ordem. Além disso a inclusão entre as orações pelos vivos significa ai eeridade que abraça os defuntos com os sufrágios e baseia-se no dol;nru .A exclusão da oração por vivos na missa por defuntos indica quo oisvivos não podem ser socorridos pelos defuntos (Rubr. general. VII, n, 6re tem o seu fundamento no uso da Igreja.

571. VI. 'Por ter alguma semelhança com as orações supraseja mencionada a oração pro seipso sacerdote (entre anorationes diversce n. 20) no dia aniversário da própria or-denação sacerdotal.

1. E' permitida, não prescrita; 2. deve-se contar dum dia fixo domês, não de um dia móvel, p. ex., têrça-feira da páscoa; 3. se o anlveu'M4,rio cai nas vigílias de natal e pentecostes, no domi go de ramos totnuma festa de 1.. classe, a oração é proibida, mas po ser tranel'orldu

para o dia livre seguinte mais próximo; 4. é proibida na isca do defuntos; 5. reza-se depois das orações prescritas pelas rubricas, porlrrntrrdepois da oração do SS. Sacramento, mas antes da imperada. TA na td alemédia se celebrava êste "dia natalício" com preferência ao "dia rudullcio genuíno" do nascimento corporal. (Bona.)

§ 118. AS ORAÇÕES FACULTATIVASE ORDEM DAS ORAÇÕES

572. 1. Em tôdas as missas privadas e missas votivas Ilri -

vadas rezadas num dia de rito simplex, o celebrante podeacrescentar às orações prescritas outras de escolha livre(orationes votivce stricte dictce) ou entre as orationes dl-versce ou de uma missa aliás permitida como missa voliv/Iou, fora do tempo pascal, pelos defuntos.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 277

a) Estes dias são as vigílias comuns e Was as férias,

t ' coto as privilegiadas (Quarta-feira de cinza, semana san-I,1), festas de rito simplex, S. Maria in Sabbato.

b) Não são permitidas nas missas cantadas nem nas:missas votivas rezadas numa festa semiduplex, nem nas mis-

nclm de féria ou vigília, em que se deve fazer a comemora-i,,ol de uma festa duplex ou semiduplex.

c) Estas orações dizem-se depois de tôdas as outras , .

inclusive a imperada.r•'13. d) O número total das orações deve ser ímpar e nun-1'I exceder sete. Se, portanto, a rubrica prescreve 3 orações,101 tuitem-se 2 ou 4 outras. Se prescreve 4, são permitidas

I rui 3; p. ex., no dia 31 de outubro, vigília de todos osr,,nllos: 1. Vig.; 2. Spir. S. 3. Concede; portanto, permitem-,,e 2 ou 4 orações facultativas; se a quarta é imperada, sóI ou 3.

e) A oração por defuntos, que se quer inserir, deve-seIll`^r sempre no penúltimo lugar. Pode ser rezada tambémuuuta missa não aplicada por defuntos ou quando está pres-

rrilu Omnipotens, pro vivis et defunctis.

!'14. 2. Ordem das orações. Com a primeira conclusão fica

a I a oração do dia; b) em algumas missas, a rubrica pres-ereve uma segunda oração para ser rezada junto com aIrrïnleira sem novo Oremus, com uma só conclusão: a ora

l ;lrr pro gratiarum actione; pro ordinandis; ou em missas

do dia, que subsituem missas votivas impedidas: de SS.

Sacramento, S. Corde, pro sponsis.Com a segunda conclusão ficam: 1. as comemorações

de um ofício ocorrente; 2. as orações do tempo; 3. as ora-erres imperadas (votivas prescritas) : a) do SS. Sacramento,Irrlro depois das prescritas pelas rubricas; b) pro Papa,l'piscopo; c) pro Fidei Propagatione; d) pro gratiarum ac-

lionc', quando está prescrita numa missa de tempore; e) pro

,,eipso sacerdote; f) Fidelium; g) Imperada; 4. as oraçõesvrllivras facultativas. Nestas guarda-se a ordem das ladai-laluts (SS. Cor antes do Spirit. S.), das missas votivas di-

versas e orationes diversce.Com a terceira conclusão fica oratio super populum nas

Ini ;:;ns de féria durante o tempo da quaresma e paixão de-

aí' . ala póscomunhão.

Page 139: Curso de liturgia pe.João Reus

278 R e u s, Curso de Liturgia

575. 3. Mudanças. Em geral nas orações nada se pode rnndar, sem consultar a S. R. C. (d. 2572 ad 10; 17.)

Somente no caso de identidade, aplica-se a regra (Ruhr,Gen. Miss. VII, 8) : Quando se diz mais de uma oração, duma delas fôr idêntica com outra, que se segue, a segundaoração idêntica deve-se substituir por outra diferente tiradado comum ou do próprio dos santos. O mesmo se faz nassecretas e póscomunhões. P. ex., durante a oitava de S. Isabel (19 de nov.) ocorre a festa de S. Cecilia (22 de nov.)com a póscomunhão Satiasti Domine. Neste caso a póscomunhão de S. Isabel, do mesmo teor, tira-se do Comm.non Virg. I: Auxilientur, omitindo-se Martyre tua. Se a segunda oração idêntica é imperada, omite-se.

§ 119. EPÍSTOLA, SEQUÊNCIA, EVANGELHO, CREDO576. 1. A epístola e o evangelho de uma missa de Cornrnnni podem-se trocar com a epístola e o evangelho de outramissa do mesmo Commune, ou com as epístolas e evangelhos acrescentados a êste Commune, contanto que não esteiaprescrita uma missa própria ou uma epístola ou evangelhopróprio. P. ex., na festa de S. Antonino (10 maio) em Iiigar da epístola Ecce Sacerdos pode-se tomar Pluris frrr•Irsunt ou Omnis Pontifex ou Mernentote prcepositorum. (Ruh ,spec. ante Com. unius Mart.) As missas de réquie não têuiêste privilégio.577. 2. A sequência das missas de páscoa, pentecostes,"Corpo de Deus, Nossa Senhora das Dores a) é obrigatóriaem tôdas as missas cantadas e conventuais,Nque se dizemna oitava destas festas. (A. M. VII, 2.) Por consegninh.não se diz, se a missa não é a da oitava. A missa caulad;ido domingo durante a oitava de Corpo de Deus; p. ex., nãotem a sequência, nem a missa cantada de S. Luís Gonzaga,onde êle é padroeiro da igreja, nem a missa votiva Terribl-lis na consagração de uma igreja durante a oitava da p,ís-coa. b) nas missas rezadas, i. é obrigatória na oitava dapáscoa e de pentecostes; Lauda Sion e Stabat Mater só u;ifesta e no oitavo dia; 2. pode ser rezada ou omitida durantea oitava do Corpo de Deus e das Dores; c) nas missas vutivas do SS. Sacramento e das Dores a sequência é proibida.(d. 2550 ad 2; 1490 ad 2.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 278

li 18. 3. Credo. I. Reza-se 1. em razão da missa, conforme

A wigla "DAPAR credit": D = Dominus (Trinitas), Domi-

Domina, Doctor; —/Ill (I, Dedicado, A = Angelus, Aposto-.

l„v , Maria Magdalena, apostolorum apostola; — PA Patro-

rnc; (Titularis): São José como padroeiro da igreja, os pa-

,Irociros principais do lugar e da igreja, os fundadores e asteclas titulares das ordens e congregações, embora estas nãolenhain ofício coral e não estejam obrigadas ao oficio divino.

`i. R. C. 23 Dec. 1933.) Na festa durante a oitava do ti-lular da igreja catedral o Credo é obrigatório em tôdas as¡i, rejas da diocese (S. R. C. 6-5-1940; Eph. L. p. 13); —I; Relíquia, se na igreja respectiva se guarda uma relíquia

irrignis. (Cân. 1281 § 2.)As festas secundárias dos doutores, padroeiros princi-

pais, titulares e fundadores têm Credo, se a festa é ao me-

nos de rito duplex. — Se a festa tem Credo, também a oi-

lava o tem, mesmo num dia, em que a oitava não é come-111o1 ada, p. ex., na festa de S. Ana a 26 de julho, durante;t oitava de S. Tiago (se é padroeiro). A oitava simplex

li do tem Credo.2. Em razão da comemoração, têm Credo as missas de

t do semiduplex ou duplex, em que é mencionada uma festa

roni Credo; p. ex., se a festa de S. Apolônia (9 fev.) é ce-I+•hrada numa igreja e comemorado S. Cirilo, a missa de S.

Apolônia tem Credo.

579. II. O Credo não é recitado conforme a sigla "MUCS

non credit". M = Martyr; U Virgo, Vidua; C = Confes-

sor; S = Simplex. Simplex nunca tem Credo (A. M. VII, 3),p. ex., a missa de uma féria da quaresma com comemoraçãoda •lesta de um doutor da igreja. Tais missas são as mis-

s;is de férias, de vigílias comuns, de B. M. in Sabbato, de

tini santo de rito simplex, de domingo impedido e que foiadiada com ofício de féria. Se, porém, tal missa adiada caidentro de uma oitava privilegiada para a Igreja universal,

I(•ni Credo.As missas de MUC,

Recebem, porém, o Credorias de PAR (Padroeiro,u n ia missa de DAPAR.

por via de regra, não têm Credo.a) quando lhes compete como mis-

Relíq.) ; b) quando é comemorada

Page 140: Curso de liturgia pe.João Reus

280 R e u s, Curso de Liturgia

§ 120. PREFÁCIO E COMMUNICANTES580. 1. A regra geral (A. M. VIII) prescreve que em cadamissa se diga:

a) O prefácio próprio, se o tiver (Apostolorum, M. pot .de SS. Corde, de Beata, Requiem);b) se não tiver, o prefácio próprio da missa ou do ofi

cio comemorado em primeiro lugar;c) na falta dêste, o próprio da oitava comum, embora

não comemorada por ocorrência de rito alto (2.a classe) ciafesta celebrada;d) se faltar êste, o próprio de tempore (Quaresma, pai-xão, pentecostes) ;e) se êste faltar, o prefácio comum.

O canto do prefácio obedece à regra seguinte do Missal: (Rubr. ani.

'preef. in Nat. Dom.): Os prefácios com canto solene são prescritos unetódas as missas de um ofício de rito duplex ou semiduplex e nas 0115

sas votivas solenes. Nunca se usam nas missas de rito simples ou minmissas votivas privadas. Uma comemoração ou uma oitava com prefácio

próprio comunica à missa o direito ao texto do prefácio e não ao cantosolene, a não ser que o tal canto deva competir à missa a celebrar.581. 2. Na missa do domingo diz-se:

a) per annum, o prefácio da SS. Trindade, inclusive no domingOantecipado; sendo próprio dele precede aos prefácios próprios de uno)festa, oitava (N. Senhora no advento), ainda mesmo uma oitava co de N. Senhor (Transfiguração);

b) no tempo da quaresma, paixão e páscoa, o prefácio dotempo.

c) dentro das oitavas privilegiadas de natal, epifania, ascensiio,Corpo de Deus, S. Coração de Jesus, o prefácio da oitava; se rloitava não é comemorada, da SS. Trindade;582. 3. Nas missas de féria diz-se:

a) o prefácio do tempo, embora a festa comemoradatenha próprio (d. 4289 ad 4), p. ex., a missa tecia--sexta-fei r;lda paixão tem o prefácio da cruz, e não de Nossa Senhora,cuja festa é comemorada;

b) senão, o prefácio comum, inclusive nas missas adiadas do domingo;

c) nas missas do tempo do advento nunca se diz o prefácio de Nossa Senhora; p. ex., na quarta-feira das quatrotêmporas, apesar da comemoração de Beata, diz-se o prefácio comum, no domingo, o da SS. Trindade.583. 4. Particularidades: a) o prefácio de natal diz-se temtôdas as missas ocorrentes dentro da oitava do natal, se f)`ircomemorada;

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 281

b) O prefácio dos Apóstolos está prescrito na missa dos

,.)ralos papas. (Rubr. spec. in missa, S. R. C., 9-I-42.) Masn:i,l se pode dizer, se a comemoração do santo papa é pre-, r lida de outra comemoração com direito a prefácio pró

Por exemplo: a missa de S. Casimiro (4 de março)ra comemoração do santo papa S. Lúcio, na quaresma

n., admite o prefácio dos apóstolos, porque a comemoração,L) féria da quaresma precede e tem o seu prefácio próprio,I,I quaresma. •

Além do prefácio, os santos papas todos têm as orações da missa: Si■111W15 com poucas exceções. Conservam a sua primeira oração própria:li Marcelo (16 de janeiro); S. Pio V (5 de maio); S. Celestino (19 denu,l o ); S. Gregório VII, (25 de maio). Conservam as três orações pró-

)ulaw; S. Gregório I - (12 de março); S. Calisto (14 de outubro). S. Cle-

.,+n U, (23 de novembro) conserva também o intróito próprio e epistola;,i ria. Os doutores da Ígreja têm Credo.

c) nas festas da dedicação da Igreja ou em outra festa

I, I Senhor sem prefácio próprio deve-se rezar um dos 9 pre-1,'l^ ios do Senhor (natal, epifania, paixão, páscoa, ascensão,pentecostes, Trindade, S. Coração de Jesus, Cristo Rei) seoral iléles ocorrer (p. ex., se a dedicação cai na oitava do

Coração, o prefácio SS. Cordis), se não, o prefácio con oun, que é próprio desta festa. Nunca se diz o prefácioele Beata, de um santo, da quaresma.

584. 5. Duas missas cantadas. Se em uma e mesma igrejano mesmo dia são cantadas duas ou mais missas diferentes,

prefácio de uma festa, de uma oitava comum, da sexta-f, ira depois da oitava da ascensão, do natal, do dia 2 a 4de janeiro, do tempo pascal, nas férias comuns do tempopascal, diz-se só em uma das missas cantadas, a saber namissa própria, se se disser, senão na missa do ofício do dia,+)n se esta não fôr cantada, na primeira das missas canta-das, ou conventual, em que é comemorada a festa ou a oi-lava. (A. M. V. n. 5.) As outras missas têm o seu próprio, selu,uver, ou o comum. (Cf. n. 561.)

6. 0 Communicantes próprio de algumas festas diz-se., n)pre durante tôda a oitava, inclusive nas missas com pre-

;leio próprio, se a oitava é comemorada, mas nunca foradela. (Cf. rub. spec. in festo S. Jo. Ap. et post prwfat.)

§ 121. 0 ÚLTIMO EVANGELHO

585. No fim da missa é recitado geralmente o evangelhode S. João. Mas às vêzes é substituído pelo evangelho pró-pi ice de uma missa ou de um ofício comemorado. (A. M. IX.)

Page 141: Curso de liturgia pe.João Reus

282 R e us, Curso de Liturgia

As missas são do tempo e de santos.I. Missas do próprio do tempo. 1. Se numa missa é co.,

memorado a) um domingo, inclusive os antecipados; b) uniaféria maior com missa própria (quaresma, paixão, qualmtêmporas, segunda-feira das rogações — porém não os on-tros dias das rogações); c) qualquer vigília; d) oitavo diada epifania com evangelho próprio; e) um dia dentro drioitava da páscoa e pentecostes (casos possíveis em missasvotivas solenes) deve-se também recitar o evangelho própriodêstes dias no fim da missa.

O evangelho do ofício do domingo de ramos, que trecitado na bênção dos ramos, deve-se lêr no fim de tôdasas missas não precedidas desta bênção.

2. Se ocorrerem duas destas comemorações, p. ex., a) deuma féria e de uma vigília, diz-se o último evangelho pró-prio da primeira comemoração; b) na missa de féria daquaresma, paixão, das quatro têmporas, diz-se o evangelhode uma vigília ocorrente no fim, e viceversa.586, II. Missas de mistérios e santos. Se não houver último evangelho de domingo, féria ou vigília, diz-se o evange-lho da missa ocorrente de um mistério ou de um santo, clur'tenha evangelho estritamente próprio, não só apropriado,isto é, o mistério ou a pessoa, cuja festa se celebra, deveestar mencionada neste evangelho. Se ocorrem duas festascom evangelho próprio, diz-se o evangelho próprio da co-memorada em primeiro lugar. (A. M. IX, n. 3.) Tais ntis.sas com evangelhos próprios são as seguintes:

a) do Senhor, exceto a missa da dedicação da Igrejacom o evangelho Ingressos Jesus;

b) de Nossa Senhora, exceto a missa da Assunção coroo evangelho Intravit Jesus;

c) dos santos anjos e arcanjos;d) de S. João Batista e de S. José;e) dos doze apóstolos (o duodécimo é Matias, e nino

S. Paulo), da oitava de S. Pedro e S. Paulo Mihi auten,(d. 4372 ad 16) ;f) dos santos: Inocentes, Maria Madalena, Marta, a

missa da comemoração de todos os santos sumos pontífice~ .(d. 4369.)

587. III. Missas votivas: a) tôdas as que vêm no missalem primeiro lugar assinaladas para cada dia da semana c

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 283

t missa de Nosso Senhor, Sumo e Eterno Sacerdote' (11-3-

1h), porém não as missas votivas ad diversa (d. 4369) ; b)

missas votivas das festas sob n.° II, contanto que sejam

vetmitidas como votivas.Note-se que nestes casos se trata sempre da comemoração de

uni oficio ou de uma missa e não de uma oração tirada de uma des-iru+ missas. Pois, além da oração, a missa contém outras partesnml;íveis, que se podem comunicar a outra missa: Credo, Prefácio,

Muir igitur, evangelho. Se alguém duma destas missas só tira a

or ação e a reza numa outra missa, para completar o número ter-io das orações prescritas ou por devoção, não deve nem pode

loniar o prefácio ou o último evangelho próprio da missa, de que

Ilrou esta oração de livre escolha. A oração então não ocupa o in-

oRr da missa impedida. (d. 4382.)Um caso de missa comemorada ocorre na missa votiva solene

impedida. No dia 8 de dezembro, p. ex., se deve dizer a missa vo-liv;i do SS. Sacramento. A festa da Imaculada Conceição é de rito¡It' I." classe e exclui a missa votiva solene. Mas permite-se a missahílorme. A oração da missa do SS. Sacramento, que está entre asmissas votivas semanais, se reza com a oração da festa com uma■ ouclusão, e o último evangelho é da missa do SS. Sacramento. Poisn oração está em lugar da missa impedida.

Se alguém numa missa com a terceira oração ad libitum acres-

( anta como terceira oração a do SS. Sacramento, não pode tomarmpm o prefácio nem o último evangelho da missa do SS. Sacramento,

ni t que neste caso só tomou a oração, a qual no sentido da ru-

1 6ra não ocupa o lugar da missa do SS. Sacramento. Por isso aimperada de Venerabilt prescrita nas missas celebradas diante do

S. Sacramento exposto, não permite ler o prefácio e o evangelhoilu missa do SS. Sacramento. (d. 4382.)

r► *i. IV. Omite-se o evangelho próprio em caso de iden-(ldade, ainda mesmo que só o princípio seja idêntico ao evan-

tn•Ihu da missa:1. na quarta-feira das têmporas do advento, se ocor-

i er o oitavo dia da festa da Imaculada Conceição;

2. quando a vigília do natal cai no 4.° domingo do

advento;3. na missa de um domingo impedido adiada para um

lia da semana; ou se uma festa com evangelho próprio é co

memorada dentro da sua oitava, pois que foi dita na festa;

4. nas festas que caírem no domingo que ocorre de 2

ti 4 de janeiro inclusive; o domingo é comemorado, mas o

sett evangelho não se lê no fim.

Page 142: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

ARTIGO II. As missas votivas

§ 122. AS MISSAS VOTIVAS EM GERAL

589. 1. Noção. Em todos os tempos litúrgicos e festas aIgreja recomenda a Deus os interêsses dos fiéis. Mas há cir-cunstâncias especiais e devoções individuais, que exigem damãe solícita dos fiéis medidas extraordinárias. Para satisfa-zer aos "votos" do celebrante e do povo, concede as missaschamadas "votivas",missas extra ordinem of ficü. (Rub.Gen.)

2. Divisão. As missas votivas dividem-se a) em missa;votivas propriamente ditas (stricte dictce), que em nada sïoconformes ao ofício, e impropriamente ditas (late ditta?, mlinstar), que não são conformes ao ofício, noas têm algumarelação com um ofício recitado (p. ex., de um santo). Asmissas de réquie são missas votivas. (Deer. t. V p. 304 add. 2802.)

b) as missas estritamente votivas dividem-se em sole-nes, correspondentes ao rito de 1.a classe, e privadas, cor-respondentes ao simplex.590. 3. Normas na escolha das missas votivas.

A. Normas positivas. Como missa votiva podem-se dizer:a) as missas votivas ordenadas para cada dia da se-mono e ad diversa;b) as missas do missal com a rubrica no gradual: inMissis votivis, etc. A rubrica: post Septuagesimam, etc. nïo

permite a missa votiva privada;c) missas de alguns mistérios: SS. Nome de Jesus, S.

Coração de Jesus, sagrada família, Preciosíssm Sangue,Cristo Rei, Cristo Sumo Sacerdote; no Brasil: Coração 1?llcarístico de Jesus. A missa votiva da sagrada família (do-mingo na oitava da epifania) tem o prefácio da epifania.As orações do tempo são as de Nossa Senhora: de SpirilnSancto e Ecclesice. Communicantes comum.591. d) de Nossa Senhora: as marcadas para o sábado.Além destas existem só duas para a Igreja universal: da lmaculada Conceição e das sete dores de Nossa Senhora, seiosequência da sexta-feira da paixão (Nota ad calcem Miss,de Pass. Fer. VI); no Brasil: Nossa Senhora Aparecida ('lde setembro); Nossa Senhora Medianeira (31 de maio; S.R. C. 1940; Cor III, 40) ; na América Latina: Nossa Se-

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 285

nhora de Guadalupe (12 de dez.); Nossa Senhora da Pe-lririr para a diocese do Espirito Santo; Puríssimo Coração deMaria Santíssima e de outros títulos: somente se há privi-N•gio especial de dizer missas votivas dêstes títulos. (d.

:1922, V.)c) dos s. anjos: a missa votiva de todos os anjos, que

acha marcada para a têrça-feira; a missa dos anjos daI;uarda (2 de out.), de S. Gabriel (24 de março), de S.P.rfael (24 de out.), S. Miguel (29 de set.), no tempo pascal,

r 8 de maio. (Rub. spec. in f estis.) Tôdas têm Glória, Ite,

Missa est.f) dos santos canonizados, cujo nome se acha no marti-

rológio romano, ou no próprio da diocese ou da ordem.Bento XIV (De beatif. I c. 38, n. 2) aprova as explicações de

uni autor, que distingue o martirológio ou catálogo material, i. é, o

livro com os nomes dos santos, e o mental, i. é, o número dos san-urt, "o qual existindo, no coração e na mente da Igreja", é o ver-

dadeiro catálogo dos santos.A canonização é ou formal ou equipolente ou implícita. A cano-

n' ação formal e equipolente é irrevogável, a implícita revogável.A 'canonização ainda não dá o direito (Bento XIV, De Beatif. I c.iii, 6-7), de dizer a missa e o ofício dêste santo, mas só inclui adeclaração que não há impedimento para conceder ofício e missau ru sua honra. Para o culto lícito é ainda necessário o decreto daexecução da bula (d. 488 ad 1) em que vem publicado o teor doodeio e da missa prescrita e o elogio a inserir no martirológio. Poisors santos canonizados devem ser inscritos nêle. (d. 1651.)

A missa votiva pode-se dizer dos santos:a) canonizados formal ou equipolentemente, inscritos no marti-

olplgio romano material. (Missal in calce miss. de passione), ou

no apêndice aprovado (A. M. IV, 5);h) dos outros santos inscritos no martirológio romano material,

por serem canonizados implícita, mas não irrevogavelmente. Poisa Igreja os põe em o número dos santos, permite expressamente

culto com missa (A. M. IV, 5) e os propõe aos fiéis poru au lêlo de virtude. (d. 843 ad 2.)

c) dos canonizados não-inscritos no martirológio romano ouu ni u apêndice aprovado, não se pode dizer a missa votiva, porqueloll.' o decreto da execução, anexo ao qual vem publicada a inscri-ç,lo no martirológio romano com o elogio do santo. A missa permi-II'la para o tríduo da canonização é missa votiva solene extra-ordiniiria, nem tem ofício anexo nem elogio nem sempre é defini-Ilv,r e já por isso não substitui o decreto da execução.592. Como missa votiva de um santo toma-se a missa vo-tiva apontada para êste fim; se a não houver, a•missa da(rala, mudando-se o que fôr preciso. As palavras natalis,

jeslivitas, solemnitas são substituídas por commemoratio, .

anerrwria. Hodie, annua, suprimem-se. O intróito Gaudea-

nuts, o trato, o gradual são substituídos pelo Comum cor-

284

Page 143: Curso de liturgia pe.João Reus

286 R e u s, Curso de Liturgia

respondente, conforme o tempo litúrgico. Os aleluias acres.centados ao intróito, ofertório e comunhão para o tempopascal são omitidos, porém não o são os outros; p. ex., oofertório da missa votiva da Imaculada Conceição guarda oseu aleluia e só o perde depois de setuagésima.

A missa própria de um santo no apêndice do missal sópode ser rezada como missa votiva por aqueles sacerdotes,que podem dizê-la na festa do santo. Se o santo não tivermissa própria, toma-se a missa do Comum correspondente.593. g) A missa votiva de São José não é a do Transitas,a 19 de março, mas a própria entre as missas votivas dasemana (IV f.), igual à missa do patrocínio de São José;se ocorre A cunctis, omite-se nela o nome de S. José. Amissa festiva de São João Batista (24 de jun.) está pres-crita para missa votiva, tomando-se as orações da vigília.594. h) Como missa de ação de graças está marcada a mis-sa votiva da SS. Trindade ou do Espirito Santo ou de Nos-sa Senhora ou de um santo canonizado, inserido no martiro-lógio romano, ajuntando-se, também nas missas privadas,com uma só conclusão, as orações de ação de graças. (Ruhr.spec. Miss.) Se, portanto, a oração pro gratiarum action('fôr prescrita na missa de um domingo ou de uma féria, érezada sub distincta conclusione.

Como missa votiva ad petendam pluviam ou por ou-tra necessidade, para a qual não há missa própria, está pres-crita a missa pro quacumque necessitate com a oração adpetendam pluviam ou outra qualquer com uma só conclu-são. (d. 3605, IV.)

595. B. Normas negativas. Como missas votiv,s não po-dem ser celebradas:

a) as missas de domingos, férias e vigílias;b) das festas, que não têm a rubrica: in missis votivis,

etc.;c) as missas dos bem-aventurados, se não houver pri-

vilégio especial;d) as missas votivas em honra do mesmo santo ou do

mesmo mistério, que é celebrado ou comemorado na missado dia, seja esta a missa da vigília ou de festa idêntica oudurante uma oitava, mesmo simplex. Neste caso omite-semissa votiva e celebra-se em seu lugar a missa da vigília ouda festa idêntica ou da oitava.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 287

Se um festeiro tivesse conseguido a licença para umalulnsa votiva solene em honra de Nossa Senhora da Concei-r,ao no dia 14 de agôsto, vigília da Assunção, dever-se-ia;orlar a missa da vigília com uma única oração, Credo,

ni;rs sem Glória.

N1lí. Se esta missa se cantasse no domingo durante a oi-I,iv:i simplex da natividade de Nossa Senhora (8 de set.)dever-se-ia tomar a missa desta festa com comemoração doil^uuingo Glória, Credo, último, evangelho do domingo, eeni outras orações. Se a missa tivesse caído num sábado,

enr que se rezou o ofício de Beata in Sabb., a missa seriadé^le ofício, sem comemoração da Imaculada e sem outrasorações, com Glória e Credo.

11117. e) Para cantar missa solene em honra do SagradoCoração de Jesus na sexta-feira depois da oitava da ascen-n.To deve-se tomar a missa do domingo precedente, que temu ofertório da festa e outros textos alusivos à ascensão deNosso Senhor, com Glória, Credo, prefácio da ascensão e'unununicantes comum.

Com estas missas se satisfaz a qualquer obrigação "de

p receito e de missa fundada". (d. 3922, V.)A missa votiva não está proibida por causa da missa

paroquial, porquanto pode ser aplicada pro populo (d. 4372

rid 8), com poucas exceções. (Cf. n. 551.)

C►llti. Qualquer missa votiva é proibida nas igrejas que têmsó missa no dia 2 de fevereiro, quando há bênção das

velas, no dia 25 de abril e nos 3 dias das rogações, se hou-ver procissão. A missa no aniversário da consagração dobispo não se pode dizer como missa votiva privada.

!i99. 4. A côr nas missas votivas corresponde ao mistériosanto, de que se celebra a missa. Especialmente cumpre

melar: a missa nupcial tem côr branca; do Espirito Santo, da..;unta cruz, pro eligendo Summo Pontifice, encarnada (Rubr.

Missa.); da paixão e de tôdas as missas votivas ad diversa,partir da missa pela propagação da fé, roxa; das missas

votivas, eventualmente concedidas, das festas dos instrumentos da paixão, encarnada.

Page 144: Curso de liturgia pe.João Reus

288 R e u s, Curso de Liturgia

§ 123. AS MISSAS VOTIVAS PRIVADAS

600. 1. Em geral deseja a Igreja que a missa seja confor-me ao ofício rezado. (Rub. Gen. IV, 3.) Motivos para uniamissa votiva são a) o pedido dos fiéis nas suas várias necessidades; b) a devoção particular do celebrante. Temrito de simplex.

Não depende da licença do ordinário, nem de ceriumnial prescrito: pode ser rezada, cantada sem ministros uucom êles.

2. Dias que permitem as missas votivas privadas:a) nos ofícios de rito semiduplex;b) durante as oitavas comuns;c) na sexta-feira depois da oitava da ascensão;d) em todos os ofícios de rito simplex (Festas e lé-

rias), se não ocorrer um dia proibido.

601. 3. Dias que não permitem as missas votivas privadasrezadas ou cantadas (se a cantada se permite, nota-se caiparêntese) :

a) todos os ofícios de rito duplex;b) todos os domingos, também os antecipados;c) dias em que é celebrada a missa do domingo, qut.

foi impedida e adiada (cantada permite-se);d) durante as sete oitavas privilegiadas;e) nas vigílias privilegiadas;f) nas vigílias comuns, embora só comemoradas (can-tada permite-se) ;

g) nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinzas, semana santa);h) nas férias da quaresma, a partir do diá de cinzas, t

da paixão, das têmporas, no advento do dia 17 a 23 de dezembro inclusive (cantada permite-se) ;

i) na segunda-feira das rogações; na têrça=feiramente, se houver procissão e uma só missa (a missa caul,ida é proibida nos 3 dias das rogações, se houver procissãoe uma só missa) ;

j) nos oitavos dias de rito simplex, embora só sejamcomemorados (cantada permite-se).602. 4. Nos dias que permitem missas votivas cantadas,podem-se dizer missas com Glória de qualquer ofício comemorado em laudes ou de mistério ou santo mencionado

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 289

morte, trasladação, patrocínio) naquele dia, que vem no

nt.n lirológio ou no próprio. (M. A. IV, 5.)

003. 5. Ritual. Além das condições indicadas em o n.° 590,

ric,, é preciso guardar as normas seguintes:

a) O Gloria in excelsis omite-se em tôdas as missasvotivas privadas; mas se diz sempre em dois casos: a) nanllssa dos anjos; b) em qualquer missa de Nossa Senhoraun sábado.

b) Nunca tem Credo, por ser de rito simplex (MUCS),unernto se uma comemoração o exigisse; p. ex., a missa vo-Ilv;i do S. Coração de Jesus durante a oitava da solenidadedc S. José num semiduplex não tem Credo nem Glória; 2. a

oração de S. José; 3 Concede.Se durante uma oitava privilegiada 3.' ordinis (Ascensão, S.

('ornçiïo de Jesus); ou comum (S. José, Imaculada Conceição), ouinwstno simplex numa festa semiduplex ocorrente, se quer dizer missavullva da oitava, esta missa é considerada festiva. Tem Glória, eNa n testa tem Credo, também Credo. Se fôsse oitava simplex, não

larin Credo. Se, p. ex., a festa de S. Margarida (10 de junho) cainn oitava do S. Coração de Jesus, a missa votiva do S. CoraçãoIvla t ilória e Credo, 2." oração da festa; 3. 4 Concede. (d. 4374.)

001. c) As orações nas missas votivas privadas num dia

d e olicio semiduplex ou simplex devem ser ao menos três,

h.'. na missa cantada no tempo da paixão é que são duas.

A primeira é da missa votiva.A segunda é do ofício rezado. Se este é, p. ex., de féria

uniu (de ea, verde), tomam-se as orações do domingo pre-

i il a l e. Se, porém, o ofício da igreja, em que se celebra, édiferente do ofício rezado, devem-se dizer as orações pres-i itãs nesta igreja.

A terceira é, ou a comemoração eventualmente ocor-

male de oitava ou de simplex, etc.; ou, se não houver co-

i n titoração, para completar o número 3, a primeira oraçãodo tempo. Algumas missas votivas têm segunda oração pró-Itrl;t: na missa do SS. Sacramento, da sagrada família e sua

oitava (Rubr. in festo), de Nossa Senhora e de todos osmuitos, a 2." oração é do Espírito Santo. Também na missavotiva da SS. Trindade durante a oitava de Nossa Senhora

1.'‘ oração é do Espírito Santo, apesar de ser mencionadaIeiceira Pessoa divina na missa. (d. 3764 ad 12.) Se, po-

t t•iti, a missa é do Espírito Santo, a terceira oração é Ecclesice.

^' II ;ill til' I iturt; l ut — 19

Page 145: Curso de liturgia pe.João Reus

290 R e u s, Curso de Liturgia

Estão prescritas mais de três orações, se houver váriascomemorações no ofício, ou a oração Fidelium (em penúltimolugar) ou uma ou duas imperadas.605. São permitidas mais de três orações na missa priva-da rezada, que se diz num dia de ofício simplex. Neste casoo número deve ser ímpar, 5 ou 7.

Num dia de ofício semiduplex não se pode acrescenl;uoração alguma às orações prescritas pelo ofício.

Se a missa votiva se celebrar por privilégio num diade ofício duplex ou de duplex simplificado, dizem-se as co --

memorações prescritas sem acrescentar oração (A. M. VI,1) do tempo.

5. A sequência omite-se.606. 6. 0 prefácio segue as regras do n. 580. Diz-se oprefácio próprio da missa, se o tiver, ou da primeira come-moração ou da oitava ou do tempo ou o comum.

7. Benedicamus Domino. Só quando há Glória é que sediz Ite, Missa esta .

8. 0 último evangelho é de S. João. Se, porém, há comemoração de féria, que tem missa própria, de vigília oudo ofício de santo mencionado nos s. evangelhos, o úlliniuevangelho é dêstes ofícios.

§ 124. A MISSA NUPCIAL607. 1. A missa nupcial (pro sponsis) é missa votiva pri-vada, embora seja c'antada e celebrada com diácono e sub-diácono e com a bênção solene dos nubentes (depois do Pa-dre Nosso e Benedicamus Domino).608. 2. Condições. Para ser lícita esta missa, é indispensável:

a) seja num dia fora da quaresma e do advento, i. e,desde a quarta-feira de cinzas, até ao domingo da páscoa in-clusive e desde o primeiro domingo do advento até o dia donatal inclusive (tempo fechado). Mas também neste tempoé lícita, se o ordinário permitir a bênção nupcial solene,

Por especial indulto da Santa Sé para tôda a AmericaLatina, os vigários e os sacerdotes, que assistem legiliiu,amente ao casamento, podem dar a bênção nupcial solene wuqualquer tempo do ano e por conseguinte dizer a missa niipcial; observando as rubricas. (Cf. U. 4, h.)

11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 291

b) a presença de ambos os esposos, mesmo se a missa1Ar Transferida para outro dia;

c) professem a religião católica ambos os nubentes;d) que nem o espôso nem a espôsa tenha recebido a

Iu1 nç:ão nupcial;-pode-se, porém, guardar o costume, se hou-ver, dc dar a bênção, quando só o espôso a recebeu (A. M.II, 2);

c) que o celebrante seja autorizado ou pela lei (can.

41. , § 4) ou por delegação (can. 1101 § 2), para dar ab^'ução.t09. 3. A missa nupcial pode-se ler ou cantar em qual-goer dia, exceto:

a) nos domingos e festas de preceito, mesmo nas su-pi incidas; é permitida no domingo antecipado (Brun. 1935;

pia. Lit. 1939 p. 136).h) nos dias de duplex de 1.a e 2.a classe;

c) nas oitavas privilegiadas de epifania, páscoa, pen-tpc:ustes e corpo de Deus;

d) nas vigilias de natal, epifania e pentecostes;e) nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinza, se-

ma na santa);f) no dia de finados;g) no dia 2 de fevereiro, das rogações maiores e me-

nores, se houver bênção das velas ou procissão e só urna

4. Missa biforme, i. é, a missa festiva em lugar da missavotiva. Nestes dias (exceto o dia de finados) diz-se a mis-10 (Io (lia e ajunta-se à primeira oração a comemoração damissa pro sponsis com uma única conclusão. Não se omite

u^ ulunna das orações prescritas, se houver. A bênção soleneda se da mesma maneira que na missa nupcial, i. é, depois .

Padre Nosso e antes da última bênção.

1110. 5. Ritual a) A missa nupcial é missa votiva privadade rito simplex. Não tem Glória nem Credo, tem três ora-,,nes. Se houver comemoração de um duplex, omitem-se as

(1„ açfies do tempo.b) Os matrimônios mistos nunca podem ser'benzidos.c) A bênção nupcial pode ser dada a cônjuges já casa-

dos há muito tempo. A Igreja deseja que, sendo impossívelno dia do casamento, seja dada em outra ocasião; mas sem-pre os dois cônjuges devem estar presentes a. missa.

Page 146: Curso de liturgia pe.João Reus

d) Não é preciso que os dois cônjuges comunguemnesta missa.

e) Quando se dá a bênção nupcial a muitos cônjugesna mesma missa, nada se muda, nem nas orações nem nascerimônias. (S. R. C. Brunen. 3-3-1936.)

f) O celebrante não está obrigado a aplicar a missapelos nubentes, se não recebe a espórtula costumada.

g) Se os nubentes já receberam a bênção solene, nause pode dizer a missa nupcial, a qual é inseparável da brincão nupcial. Mas pode-se celebrar a missa do dia ou uniavotiva, se o rito o permitir, a qual, porém, não tem nenlunn

ai privilégio.h) Por indulto decenal (o último é de 30-4-1939) d;i

S. Sé para tôda a América Latina, os vigários e sacerdotem,que assistem legitimamente ao casamento, podem dar a hr^nção nupcial em qualquer tempo do ano, sive intra Mis•tirn,,,'segundo a fórmula do missal, conforme às rubricas, sive e.rIra Missam, usando neste caso a fórmula do ritual romano,(Appendix. De Matrimonio, n. I. Psalm. 127 etc. A. A. S.1929 p. 556.)

i) Por especial indulto apostólico e com autorização duordinário do lugar no território da província eclesiástica drPôrto Alegre, i. é, em todo o estado atual do Rio Grandedo Sul, também se pode dar a bênção nupcial segundo ;cfórmula do missal extra Missam.

j) Se houver além da missa nupcial cantada outra mimsa cantada, devem-se observar, quanto às comemorações, nuprefácio e ao último evangelho, as regras indica das. (n. 561.)

§ 125. AS MISSAS VOTIVAS SOLENES611. 1. Condições. Chama-se solene a missa (A. M. II, 3)celebrada:

a) por uma causa grave e ao mesmo tempo pi'ibllc ,c,i. é, de importância para uma comunidade ou ao menuupara a sua maior parte;

b) por ordem ou com consentimento do ordinário dolugar, o qual consentimento deve ser pedido para cada ver

c) cantada;d) com concurso dos fiéis.Causas suficientes são os benefícios para nina con u ucl

dade: a paz, chuva, bom tempo, guerra, epidemia, sai o te

292 R e u s, Curso de LiturgiaII. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 293

do Lapa, do bispo, do rei, ação de graças por benefício re-rc•indo, missa inaugural ou final (d. 3804 ad V) do anolelivo do seminário.

Causas não suficientes são: uma fundação ou um le-

gado, vestição de hábito, profissão (d. 1714 ad 5), missa

neva de sacerdote, jubileu, missa pro sponsis (d. 2582),

in ngo de irmandade (d. 3922 II. IV). Tem o rito de 1 .

lasse.1112. Note-se, porém, que é sentença comum entre os mo-i alistas (p. ex., Suarez, Lugo, Sporer, Laymann, S. Afonso),que a qualidade da missa é prescrita sub levi. Por conse-ruinte, havendo causa razoável, é lícita qualquer missa vo-liv;c, contanto que se evite o escândalo e não se faça a mu-dança por desprêzo da lei. Haveria desprêzo da lei e por-I, u clo pecado grave, se alguém frequentemente dissesse taismissas votivas.

"Por isso, por costume já autorizado, um neo-sacerdoteque diz a sua missa nova, pode mudar a missa do dia' porucolivo de devoção ou de solenidade; do mesmo modo o sa-

1 i•r dote pode dizer a missa de réquie no dia aniversário danwrie do seu pai ou da sua mãe. E assim também em ou-i os casos." (Cappello, I n. 830.)

Em tais missas podem-se rezar o Glória e o Credo pelomesmo motivo. Quanto às orações veja -se n. 4.

613. 2. Dias em que se permitem: A missa votiva solene épu•rcnitida todos os dias, exceto (mais ou menos 45 dias) :

a) nos domingos de l. a classe: o primeiro do advento,os de tôda a quaresma (Paix. Ram.) e o dia da pascoela;

h) nas vigílias privilegiadas de natal e pentecostes;c) nas férias privilegiadas: quarta-feira de cinza, se-

ncana santa;d) nos dias de duplex de l. a classe;e) no dia de finados;f) nas igrejas onde houver só uma missa, se neste dia

hoover bênção das velas (2 de fev.) ou procissão nos diasde rogações: 25 de abril e 3 dias antes da ascensão.

3. Missa biforme. Nestes dias substitui-se, a missa voti-va pela missa do dia, a cuja primeira oração se ajunta aoração da missa votiva com uma única conclusão. Fazem-se só as comemorações, que teria a missa votiva solene, seInsse celebrada. Se, p. ex., no primeiro domingo da quares-

Page 147: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

ma se benze solenemente uma capela em honra de S. LulaGonzaga, a missa votiva deste santo é proibida. Mas a ora-ção de S. Luís acrescenta-se à oração do domingo com umnúnica conclusão e as duas orações do tempo A cunctis e Onr-nipotens se omitem.

Mas até esta missa biforme é proibida: a) em tôdas anfestas primárias de Nosso Senhor na Igreja. universal: natal, epifania, páscoa, pentecostes (não o é, porém, na 11 eIII feira), ascensão, SS. Trindade, corpo de Deus, S. Cora-cão de Jesus, Cristo Rei; b) nos três últimos dias da seriana santa; c) no dia de finados; d) no dia, em que ocorreio ofício de idêntico mistério ou santo.614. 4. Ritual. a) O Glória sempre se diz, ;'exceto quandoé celebrada com paramentos roxos;

b) O Credo sempre;c) Orações: em geral só uma, conforme as rubricas

dos duplex de 1. a classe. Portanto deve-se comemorar subconclusione distinta (A. M. V. 3) :

1. cada ofício de 2.a classe;2. o domingo maior (2.a classe);3. cada festa do Senhor, que não fôr de l. a ou 2.a elas=

se, p. ex., exaltação da s. cruz (duplo maior);4.. cada dominica minor, mesmo a antecipada, porém

não a missa que foi adiada;5. a vigília privilegiada da epifania;6. a oitava privilegiada;7. a feria maior (advento, quaresma, etc.);8. os dias das rogações maiores e menores;9. a imperada de venerabili sub distincta conclusione,

se houver exposição do SS. Sacramento;10. a imperada, se fôr pro re gravi, p. ex., anidersitrio

da eleição ou consagração do bispo.Não é comemorado o ofício de um santo dé rito inferior

a 2. a classe que em tal dia ocorre.

615. d) O prefácio .é ou próprio ou do ofício comemoradoou da oitava ou do tempo (p. ex., pascal) ou o comniii. 0

• Communicantes se diz nas oitavas respectivas, embora uprefácio seja diferente.

e) O último . evangelho, cf. n. 586.f) O canto é em tom festivo na missa votiva solene, na

missa votiva privada, p. ex., pro sponsis, in tono fericrli.

II. Liturgia Especial. A $. Missa. Cap. II: Rubricas 295

§ 126. MISSA VOTIVA SOLENE DA ORAÇÃODAS XL HORAS

1116. 1. A oração das 40 horas fazia-se no princípio semexposição do SS. Sacramento. Para aumentar a sua eficá-CIA e solenidade concederam-se vários privilégios. Distin-L;uem-se duas espécies de oração das XL horas: a) a pri-meira, com adoração estritamente continua. Segundo a ins-('Kilo de Clemente XI, cujas normas são preceptivas paraPonta, diretivas fora de Roma, celebra-se por 40 horas con-Ilnuas, sem se interromper de noite; b) a segunda com ado-i,iç io moralmente contínua, interrompida em certas horas.Neste caso as 40 horas inteiras são distribuídas por trêsdias, como Pio X concedeu. (22 de jan. 1914.)

2. Somente a oração das XL horas estritamente Con-livas goza do privilégio da missa votiva solene. No pri-meiro e terceiro dia é permitida (em Roma é prescrita) amissa votiva do • SS. Sacramento, no segundo dia a missapro pace, a qual se deve celebrar num altar lateral por cau-si dos paramentos roxos. O bispo pode conceder, eni seuIugar, outra missa votiva solene. Estas missas seguem asimirras gerais das missas votivas solenes. (n. 611.)

1117. 3. Esta missa é proibida portanto: num domingo deI," classe, num duplex de 1. a classe, nas vigílias de natal epentecostes, nas férias privilegiadas,, no dia de finados. (A.M. I, 3.) Neste caso canta-se a missa biforme, a missa dodin com comemoração do SS. Sacramento com uma única

inclusão, prefácio do natal, se a missa do dia não temIni',Iario, último evangelho do SS. Sacramento, a não ser quer deva ler o do domingo, duma féria ou vigília. Se, porém,

morrer urna festa ou a comemoração de mistério idêntico(Corpo de Deus, S. Cor. J., paixão, cruz, s. sangue), canta-r„• en, lugar da missa votiva do SS. Sacramento a missa cor-i espondente ao oficio ou à comemoração sem mencionar oSS. Sacramento.

4. No dia de finados a missa da exposição canta-sedelu,is da missa de réquie e a da reposição antes do réquie.(c, 4351.)

Nas missas privadas durante esta exposição diz-se a

Imperada de venerabili sub distincta conclusione conforme

:e, rubricas. No dia de finados .tôdas são de réquie e comI,.Iiruucutos roxos, por causa da exposição. (d. 4331.)

294

Page 148: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

A oração piana de XL horas tem indulgência plenáriao privilégio do altar para tôdas as missas como a clemcutina, mas não tem missa votiva solene. Cumpram-se as iu::truções que houver do ordinário.

§ 127. A MISSA VOTIVA NOS CONGRESSOSEUCARISTICOS

618. Não só os congressos eucarísticos internacionais, ma'também os regionais, diocesanos, paroquiais (7-3-1924) têmos seguintes privilégios:

1. Durante êste congresso, num dia assinalado ou apro-vado pelo ordinário do lugar, pode-se cantar missa solenedo SS. Sacramento (veja-se o n. 616), com bênção papal,a qual, porém, não é concedida nos paroquiais ou de vica-riato forâneo.

2. Todos os sacerdotes, que tomam parte no congresso,podem dizer a missa votiva do SS. Sacramento at pro regravi, durante êste congresso e no lugar onde se realiza, cota-forme às rubricas.

3. Se durante o congresso há exposição e adoração no-turna, pode-se rezar missa à meia-noite e distribuir a s. co• •

munhão. Acabada esta missa ou passada uma hora depoisde meia-noite, os sacerdotes presentes à adoração podemcelebrar a missa. Mas além disso o C. B. n. 201 § 2 proscreve: "Com licença escrita do ordinário do lugar se podedizer a missa à meia-noite nos congressos eucarísticos e ou••tras solenidades extraordinárias, sob as condições prescritas."

4. Durante esta adoração noturna todos os clérigosobrigados ao ofício divino e todos os religiosos podem reci-tar o ofício do SS. Sacramento em lugar do seu of •lopróprio.

5. Os ordinários podem, se houverem por hem, concedera faculdade de binar, mesmo nos dias da semana, aos sa-cerdotes, que devem substituir a sacerdotes ausentes.

§ 128. A MISSA VOTIVA DE JESUS CRISTOSUMO E ETERNO SACERDOTE

619. Para promover o pio exercício de rezar pela santifi-cação do clero, Pio XI (20 dec. 1935 e 11 mart.; 25 nov,1936) concedeu um privilégio especial.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. I•I: Rubricas 297

I. A missa votiva de Jesus Cristo Sumo Sacerdote pode

per celebrada como missa votiva privada, nos dias ene que

1h) permitir missas votivas privadas.

2. Mas pode ser celebrada uma vez por mês como missa

votiva solene (d. 2 jan. 1937), sob as condições seguintes:

a) na primeira quinta-feira ou, com aprovação do bispo,no primeiro sábado do mês. E' o "dia dos sacerdotes." (Dies

oeerdotalis. S. Paenit. 12-4-1939. Eph. Lit. 1937. I. P. 69.)',cm privilégio especial, concedido até agora somente aosbli lios da Alemanha, esta missa votiva solene não se podedllxcr no sábado depois da primeira sexta-feira do mês, se

OsIe [Or o segundo sábado. (d. 8. Jan. 1937; Eph. Lit. 1937

p ii4.)b) exercícios especiais de piedade pela -santificação do

rire) com aprovação do ordinário respectivo;

c) êstes exercícios devem-se fazer de manhã;

d) e que a missa seja uma só, cantada ou rezada.

020. Está missa é proibida:

a) nos dias de duplex de l. a e 2.a classe;

b) em qualquer vigília, festa e oitava do Senhor, masIIAo durante a oitava da dedicação da Igreja (Line. S. C. R.18-2-37) ;

c) no dia de finados;d) quando urge a missa conventual ou paroquial;e) nos dias 2, 3 e 4 de janeiro deve-se dizer a missa

l'ner natas, da oitava de natal.

3. Missa biforme. Quando esta missa é impedida por

d,rlrlex de 1.a ou 2.a classe, pode-se dizer em seu lugar anii'+sa do dia com comemoração da missa votiva com umailiiic'a conclusão. Essa comemoração está proibida nas fes-Ins de Nosso Senhor e suas oitavas.

4. Ritual. Valem as regras da missa votiva solene. Esta

nii'itin tern Glória e Credo e tem as comemorações, obriga-h)i ias na missa votiva solene, prefácio, último evangelhoouforme às rubricas (n. 611). Podem-se omitir as 3 Ave-

Mn his na missa festiva ou biforme. (Eph. Lit. 1939, p. 29-1;1.) Ctir branca.

296

Page 149: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

129. A MISSA VOTIVA SOLENEDO S. CORAÇÃO DE JESUS

621. Privilégio universal. Para promover os exercícios depiedade na primeira sexta-feira do mês em honra do Sagra-do Coração de Jesus, Leão XIII concedeu (d. 3712), paratôdas as igrejas e oratórios, uma missa votiva solene cantadaou mesmo rezada. A missa Cogitationes é prescrita. (adhi-beri iussit. Pio XI 20-1-1929.)

1. Condições: a) Só na primeira sexta-feira; noutro dianão é permitida;

b) aprovação do ordinário do . lugar;c) exercícios especiais de piedade em honra do divino

Coração, p. ex., ladainha do S. Coração de Jesus, ato de reparação, etc.

d) êstes exercícios devem fazer-se de manhã;e) e que a missa seja uma só.2. Nunca se pode dizer no dia de finados. (A. M. I1, 3.)3. Nos duplex de 1.a classe, e na oitava de pentecostes

é proibida. Neste caso celebra-se a missa biforme. Celebra-se a missa do dia e acrescenta-se, se não fôr festa de NossoSenhor, a oração da missa votiva com uma única conclusão,reza-se o prefácio do S. Coração de Jesus, se a festa nãotiver próprio, e diz-se no fim o evangelho da missa votiva.622. 4. E' proibida a missa votiva nas festas de Jesus Cris-to Nosso Senhor: circuncisão e oitava, se tiver, vigília d:(epifania, 2 de fevereiro (Apresentação de Jesus, d. 4093 :ad3), invenção da s. cruz, corpo de Deus, transfiguração e oitava, se tiver. Diz-se sem comemorar o S. Coração de Jesusa missa do dia, que tem os privilégios da missa votiva so-lene. Durante a oitava da dedicação da Igreja a missa doS. Coração é permitida. Pois dedicatio ecclesice é festaSenhor, mas não de Cristo Nosso Senhor.

5. Na sexta-feira depois da oitava da ascensão (d.4366) diz-se a missa do dia, que é a missa do domingo du -rante a oitava da ascensão, quer seja rezado o ofício da l(ria, quer seja só comemorado. Não há comemoração do S.Coração nem outra qualquer, se não fôr de festa de 2.a claa-se ou de outras prescritas nas missas votivas solenes (n. 614),

6. Nos dias 2, 3, 4 de janeiro diz-se a missa Puer na-tus est. (30 dec.) Se, porém, houver oitava da circuncisão(p. ex., em Cuiabá), diz-se a missa da oitava. (d. 4386 ad 2.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 299

Ii23. 4. Ritual. Glória, Credo e uma oração. Não tem co-

u ncmoração do ofício do dia, se não fôr de 2." classe ou

tf r ia maior (advento, quaresma A. M. IV, 3), nem impera-

di;i, senão pro re gravi, mas sempre das prescritas para as

i u issas solenes (n. 614) . 0 mesmo vale das missas suprarnrnneradas, que substituem a missa votiva solene do S. Co-

ação de Jesus. Diz-se o último evangelho próprio, se hou-ver (n. 585). Na missa do S. Coração de Jesus omite-se aimperada do SS. Sacramento por ser mistério idêntico. (d.

3924.)5. Privilégio pessoal. Os sócios do Fcedus sanctitatis

sacerdotalis (Centro: Seminário de S. Leopoldo) têm o pri-

vilégio pessoal da missa votiva solene do S. Coração de Je-

wus e podem dizê-la em qualquer parte sem outras condições,

unas servatis rubricis.6. Depois da missa votiva solene do S. Coração de Je-

sus ou de qualquer outra, que se diga em seu lugar ou com

a sua comemoração, podem-se omitir as preces prescritas

por Leão XIII.7. Privilégio particular concedido a uma corporação

(ordem religiosa) sem obrigação a exercícios de piedade.A missa da primeira sexta-feira é permitida só nas igre-

jas e oratórios próprios; tem Glória e Credo. Não é per-nilida nas festas de primeira e segunda classe; nas de

Nos-

,

.0 Senhor; nas férias, vigílias e oitavas privilegiadas; no

dia de finados e no tempo da quaresma, servatis de cetero

rubricis. Por conseguinte esta missa é missa votiva privada,coin as comemorações prescritas para o rito duplex, sem o

privilégio de ser substituida nos dias proibidos pela missado ofício e sem o direito de se omitir as três Ave-Marias.

§ 130. A MISSA VOTIVA NA BÊNÇÃO SOLENEDE ORATÓRIO PÚBLICO

624. 1. A benção dá-se com autorização do ordinário dolugar (cân. 1157), segundo o ritual romano. (Tit. VIII

cap. 27.)2. Terminada a bênção, diz-se a missa votiva solene (d. 3605

ad H) do mistério ou do santo, em cuja honra foi' benzida, con-

l u rrue às regras das missas solenes (n. 611): sem comemoração dooilcio, se não fôr de 2.a classe ou domingo ou féria maior, sem im-perada, se não fôr pro re gravi. Se o ofício impedir a missa so!cue, diz-se a missa do dia com comemoração do titular

sub una

onelusione; o mais, conforme às rubricas.

298

Page 150: Curso de liturgia pe.João Reus

300 R e u s, Curso de Liturgia

3. Deve-se redigir urna certidão em duas vias da bênção dada;uma manda-se à cúria episcopal, a outra fica no arquivo do ora-tório. (Cân. 1158.)

§ 131. A MISSA VOTIVA NO DIA DAS MISSÕESE NOS CONGRESSOS MISSIONÁRIOS

625. I. 0 dia das missões. 1. 0 Papa Pio XI, para pro-mover entre o clero o espírito missionário, concedeu (22mart. 1922, d. 4379) que todos os sacerdotes, uma vez porano, pudessem dizer a missa votiva pela propagação da réem dia marcado pelo ordinário do lugar para tôda a dio-

411 1, cese, em tôdas as igrejas e oratórios, mesmo nos privados.Contudo a missa não está prescrita.

2. Ritual. Tem côr roxa, Credo, mas não tem Glória. Deveni-se rezar as comemorações, que se dizem nos dias de duplex maior .Omitem-se as orações do tempo.

3. Missa biforme. Se ocorrer domingo maior, duplex de l." ou2." classe, a oitava de 1." ou 2.° ordem, féria e vigília privilegiadas,a missa votiva é proibida, mas pode-se ajuntar a sua oração à oração da missa com uma única conclusão.

Esta comemoração não é permitida nem no dia de finados,nem nas festas primárias de. Nosso Senhor para a Igreja universa l,

II. Congresso missionário. Um decreto da S. R. C. de 14 deabr. de 1926 n. 5 permite, que por ocasião de festas missionáriase congressos missionários se possa celebrar a missa votiva solenepela propagação da fé, mesmo nos dias de rito duplex maior e noadomingos menores.

Ritual: Côr roxa, Credo, sem Glória; omitem-se as orações dotempo e as comemorações. O domingo, porém, será comemorado;neste caso o prefácio é o do domingo, se não fôr o comum; o Ul-timo evangelho é o do domingo, se houver, conforme as rubricar,

§ 132. MISSA VOTIVA NA SOLENIDAI1 EDA BEATIFICAÇÃO OU CANONIZAÇÃO

626. I. A solenidade pode durar 3 ou 8 dias e se pode ce-lebrar no decurso de um ano a partir do dia da beatificou canonização.

2. Tôdas as missas são do novo beato ou santo, cuitlGlória, Credo e último evangelho de S. João, se não houverevangelho próprio. (n. 585.)

II. A missa cantada tem só uma oração, se fora delahouver outra missa do ofício do dia, cantada ou rezada. Senão houver missa do dia, a missa do novo beato ou santotem as comemorações que se fazem nas festas de rito de1.3 classe. (n. 614.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 301

2. A missa rezada tem tôdas as comemorações ocorren-

Irs, mas sem as orações do tempo (p. ex., A cunctis) e sem

imperada, se não fôr pro re gravi.

3. 0 prefácio segue as regras gerais (n. 580) e os de-

elos. Se fora da missa da so lenida ded São

se reza ou Bartolomeuá tia

unta missa do ofício do dia, p.missa cantada do beato ou santo se toma o prefácio comum.

1127. III. E' proibida a missa cantada nas festas e nos do-

mingos de 1.a classe, e nas férias, vigílias e oitavas privile-

giadas, que excluem êstes ofícios de l.a classe.Estes dias são: 0 1.° domingo do advento, todos os dom. da

quaresma e o dom. de pascoela, as festas de 1." classe, a quarta-leira de cinzas, e todos os dias da semana santa, as vigílias donatal e de pentecostes, o dia de finados, as oitavas da páscoa ede pentecostes e os oitavos dias da epifania e do corpo de Deus.

2. E' proibida a missa rezada nas festas e nos domingos declasse e nas férias, vigílias e oitavas que não admitem festas

rle 2. 0 classe. Estes dias são: a vigília da epifania e as oitavas da

*pifania e do corpo de Deus.3. Missa biforme: Nestes dias impedidos dizem-se as missas do

flcio dêstes dias com a oração do bem-aventurado ou santo comtuia conclusão.

4. E mesmo esta comemoração se deve omitir, se ocorrer uma

lesta primária de 1. 0 classe de Nosso Senhor, exceto a segunda

I: a terça-feira da páscoa e de pentecostes.IV. A missa conventual não se pode omitir.

6211. V. Embora sejam impedidas tôdas as missas ou só as missaseiadas, contudo as 2.as vésperas do beato ou santo se podem can-

lar solenemente sem comemoração alguma. Porém os clérigos, querumsislem a estas vésperas, não satisfazem com isso ao seu dever de

rrcilar o ofício.11211. VI. Outras funções eclesiásticas, com consentimento do ordi-

nário (de Ordinarii consenso) são permitidas, p. ex., sermão natrtissa ou de tarde, orações em honra do santo ou beato, mormenten hõnção do SS. Sacramento. No último dia da solenidade não pode

jrrllar o "Te Deum" com os versículos Benedicamus Patrem... Be-trrdiclus es... Domine exaudi... Dominus vobiscum

e a oração

liras, ettius misericordice... com a sua conclusão própria, antes

do Tantr m ergo e a oração do SS. Sacramento.VII. Pode-se ganhar uma indulgência plenária. Condições: con-

I inrüo, comunhão, visita à igreja, em que se celebra a solenidade enrnçi;es na intenção do papa. (d. 4394.)

§ 133. MISSA VOTIVA CIECUTIENTIS

1. Observações preliminares

1130, 1. Se o sacerdote (d. 4363; Rit. Rom. Appendix S. R.

C. 25-11-1936) ou só por algum tempo ou para sempre so-h(' da vista, de tal maneira que só possa ler tipos muito pre-tos, pode obter da Santa Sé ou do seu bispo autorizado, a

Page 151: Curso de liturgia pe.João Reus

302 R e ti s, Curso de Liturgia

dispensa para dizer a missa de Nossa Senhora ou a missaquotidiana de réquie.

2. As condições prescritas no indulto obrigam em cons-ciência.

3. Se no privilégio se diz: "contanto que o celebrantenão seja inteiramente cego", caso se torne completamentecego, deve abster-se de celebrar até novo indulto. Obtidoêste, o sacerdote cego está obrigado sob pecado grave (subgravi,tenetur) a servir-se da assistência de outro sacerdote,embora esta obrigação não tenha sido expressamente aposta no indulto.

2. Regras para a missa votiva de Nossa Senhora:A. Que missa se deve dizer?1. à quinta, durante todo o ano, sempre de côr branca

(1936; d. 3146 ad 2) ;2. as quatro precedentes são-lhe permitidas, se as pu-

der ler.

631. B. Quando deve dizer a missa de Nossa Senhora?1. Pode dizê-la durante todo o ano;2. Deve dizê-la nos dias em que as missas quotidia-

nas dos defuntos estão proibidas. Quando as missas doudefuntos se permitem, pode dizer uma ou outra.

3. Nos três últimos dias da semana santa deixará conepletamente de celebrar.

4. Em o natal pode dizer três missas.632. C. Que ritual se deve observar?

I. Se a missa de Nossa Senhora se celebrar como votivasolene pro re grava et publica simul causa, o indultário dizsempre só uma oração, Glória, Credo, prefácio no tom so-lene, dte , Missa est, e evangelho de S. João, embora outro^%celebrantes tenham mais orações.

II. Em todos os outros casos deve dizer:1. 0 Glória a) se o calendário tem Glória;b) no jubileu da própria ordenação sacerdotal;c) dentro das oitavas, mesmo nas de rito simplex cise

Nossa Senhora;d) no sábado.2. Orações:a) a 2.a e a 3. a não se dizem, quando as orações pro

diversitate temporum são excluídas pelo rito da missa nc;crcada no calendário da igreja, em que se diz ' a missa.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 303

Não se dizem, p. ex., se há duplex, comemoração de um

duplex simplificado, rito de uma só oração como no domin-ro dos ramos. Quando há só uma oração pro diversitate

lenrporum como no tempo da paixão ou durante as oitavascia páscoa e de pentecostes só se diz a do Espírito Santo.

b) três nos outros casos, a saber a 2.a do Espírito San-

to; a 3.a pela Igreja ou pelo papa.Se, p. ex., no 2.° dom. post Epiph. se devem comemorar

duas festas de rito simplex, na missa se devem rezar a doFspirito Santo e pela Igreja ou papa, porque o rito do do-mingo é semiduplex e as festas de rito simplex não excluem .

por sua natureza as orações do tempo.

033. 3. O Credo:

a) se a missa do dia o tem;

b) no jubileu da própria ordenação sacerdotal.

4. No prefácio diz-se et te in veneratione, mas nas fes-

tas e durante as oitavas, mesmo de rito simplex, toma-se o

prefácio da festa (in festivitate, Assumptione, etc.)

5. 0 último evangelho é sempre o de São João.

6. Nos oratórios privados o indultário segue o seu pró-prio calendário; o mesmo vale para a missa dos defuntos.

Rubricas sôbre a missa dos defuntos.1. Em lugar da missa de Nossa Senhora o indultário

Iode rezar ou cantar a missa quotidiana dos defuntos, se o;cic'ndário a permite.

2. No dia de finados pode dizer três missas, semprecom a mesma oração Fidelium. Quanto ao estipêndio deve

observar as prescrições de Bento XV.

034. 3. Diz-se uma só oração tôdas as vêzes que a missaciuulidiana se reza ou canta em lugar de uma de defuntos

runs uma só oração; do contrário, ao menos três. A pri-nccïri e a segunda podem variar conforme à intenção e apli

c ,içi n da missa.4. Nunca está obrigado a dizer a sequência Dies irai.

Mas, se a missa fôr cantada, o côro não pode omiti-la, em-

Nu a o indultário a não leia.

Page 152: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

§' 134. A SOLENIDADE UNIVERSAL EXTERIORCONSERVADA NO DOMINGO

635. Antes das mudanças introduzidas pelo decreto de 28de outubro de 1913, algumas festas costumavam-se cele-brar no domingo, de sorte que alguns domingos receberamo nome das festas nêles celebradas. Para satisfazer à de

-

voção do povo cristão, foi concedido que certas festas fixa-das em dias da semana pudessem ter a solenidade exteriorno domingo seguinte. (A. M. IV, 1; d. 4372 ad 8. 9; (I .4308, I, 2.) A solenidade exterior exige ao menos a missacantada. (Eph. Lit. 1929, p. 112.)

A solenidade exterior supõe essencialmente a missa cantada pelo I'.Isto exige a) essência da missa solene (Rubr. gen. 16, 3); b) o conceito de solenidade litúrgica que nos livros litúrgicos nunca designa néa pompa extra-litúrgica, sem a missa; c) os decretos que sempre faleida missa com canto do C especialmente, d. 2915, ad 2-3735, ad 1-D IV.p. 464: "a missa das solenidades transferidas necessariamente deve ser 1 . 1111tada". Eph. lit. 1929, p. 111-114: "A missa solene ou o ato litúrgico (h)dia constitui em sentido litúrgico a solenidade na sua totalidade, H■nrespeito à pompa ou ao aparato exterior."

Sendo a trasladação sem missa cantada pelo C inválida, por falta (Inrealização da condição essencial, as indulgências anexas a ela não e'ganham (cân. 922) nem é lícito rezar a missa da festa transferida.

1. Duplex de 1.a classe. Se a solenidade exterior de linlduplex de l.a classe é transferida para o domingo seguiate, p. ex., a festa do patrocínio de S. José, a festa da Madre de Deus na diocese de Pôrto Alegre:

a) tôdas as missas cantadas e rezadas podem (mas nii,,devem) ser da festa. O mesmo vale da festa do ss. rosário(cf. infra), embora seja duplex de 2.a classe, cuja solemdade exterior sempre se deve celebrar no primeiro donlinl;ode outubro;

b) as comemorações, o prefácio, o último evangelhoseguem as regras estabelecidas para as missas votivas so-lenes (n. 614). Segundo estas regras não é comemoradt/,ofício de um santo de rito inferior a 2. a classe, que deveriaser comemorado, se a solenidade, sem ser transferida, ocor-resse no próprio domingo. (d. 4372 ad 9.)

Se, porém, a solenidade exterior se celebra no dia dasemana, não pode ser festejada outra vez no domingo se-guinte.

636. 2. Duplex de 2. 4 classe. Se a solenidade exte rior (l ,

um duplex de 2." classe é transferida para o domingo ye-,guinte:

a) é permitida uma só missa, cantada ou rezada;

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 305

I)) tôdas as comemorações ocorrentes são obrigatórias,

I.urrto o dia infra octavam communem. As comemorações do

nil;lvo dia simplex e de uma festa simplex omitem-se na mis-cantada. As mesmas prescrições valem para a festa dorosário.

Se, p. ex., a festa exterior de Nossa Senhora das Dores.(ulligamente no 3.° domingo de set.) é transferida parai, domingo 19 de set., a 2.a or. é do domingo, a 3." or. de

Januário, o último evangelho do domingo.

3. Missa biforme. E' proibida a trasladação da soleni-

d a de exterior de festas de 1." e 2.a classe para um domingo

nl+Iior ou para um domingo ocupado por uma festa de l. a

rl,i ;sc. Neste caso a oração da solenidade exterior ajunta-se

A primeira oração do dia com uma única conclusão. Mas

nrnl mesmo esta comemoração se permite, se no domingoocorrer festa primária da Igreja universal, p. ex., festa da

'Trindade.Se, p. ex., a festa da Madre de Deus, titular da cate-

li ii de Pôrto Alegre, fixada para o sábado antes do pri-meiro domingo de maio, cair no sábado da páscoa, a festa

Ir; n isferida para a semana seguinte. A solenidade exterior,apc.;:ir da trasladação da festa, poderia ser celebrada nodomingo. Mas neste caso é impedida pelo domingo maior

in ulbis. A missa por conseguinte é do domingo com come-nioração da solenidade exterior com uma única conclusão

i , as comemorações permitidas pela missa votiva solene (n.

(1 14 ), Ultimo evangelho de beata.

135. A MISSA VOTIVA DA SOLENIDADEPARTICULAR EXTERIOR TRASLADADA

PARA O DOMINGO

037. 1. Solenidade particular em oposição à universal de-

all;na a festa de uma parte da Igreja. (A. M. IV, 3.) Sãopi Ivilcgiadas as festas: 1. do patrono principal de um lu-

I;.I r, de uni país, de um instituto; 2. do titular da própria

il'.I via (SS. Sacramento, Menino Deus, um santo, etc.); 3.

d,I dedicação da própria Igreja (no Brasil "1.° junho); 4.

do titular de uma ordem ou congregação (p. ex., Nossa Se-

uh m a do Carmo para os carmelitas); 5. do santo fundador( S 'Teresa para as carmelitas).

I'ur no lift 11turgia - 20

304

Page 153: Curso de liturgia pe.João Reus

306 R e u s, Curso de Liturgia

Nas igrejas, oratórios públicos e semipúblicos, em (IIIa solenidade exterior destas festas é transferida para o do.mingo dentro da oitava, pode haver duas missas da solem.dade transferida, uma cantada, a outra rezada. Esta solei¡.dade exterior não pode ser antecipada nem transferida pauum domingo fora da oitava desta festa.

O aniversário da dedicação da igreja catedral deve-HPcelebrar em tôda a diocese no próprio dia do aniversárioda dedicação. (S. R. C. 21-2-40.)

2. Ritual. E' comemorado o domingo, o duplex dc 2,"classe, a oitava e a vigília privilegiada, as rogações, tanlbém do dia 25 de abril, a imperada pro re gravi.

3. Missa biforme. A trasladação é proibida, se o domingo fôr maior, ou ocorrer um duplex de L a classe, o dia 2de fevereiro ou 25 de abril, havendo só uma missa, e con-tudo as funções dêstes dias. Neste caso nas duas missas per-mitidas ajunta-se a oração da festa trasladada à primcirnoração do dia com uma única conclusão.

Até mesmo esta comemoração está proibida, se ocorreiuma festa primária do Senhor celebrada na Igreja universal.

638. 4. A categoria destas festas pertencem, no Brasil;Nossa Senhora Aparecida (7 de set.), Santa Rosa (30 dcag.), São Pedro de Alcântara (19 de out.), Nossa Seula^^rr1de Guadalupe (12 de dez.). Se, p. ex., a festa de NossaSenhora Aparecida cair num dia da semana, a trasladaçãoé possível para o domingo seguinte. As orações são: 1. Ap;irecida; 2. Dom.; 3. Imperada pro re gravi, se houver. A.+festas de rito duplex omitem-se: o prefácio é de Nossa Srnhora, o último evangelho do domingo. Se neste donrin;,ncair a festa da natividade de Maria Santissima, a missa rl.iAparecida é proibida, sendo substituída pela missa da nauvidade de Nossa Senhora com as orações acima ind' a(IrlN,639. 5. Um privilégio especial tem a solenidade exterior do S. ('nração de Jesus, trasladada com licença do ordinário do lugaro domingo seguinte ou qualquer dia do ano. Tôdas as missas pudem ser celebradas do S. Coração. Devem-se comemorar: o domingo, um duplex de 2.' classe, imperada pro re gravi. O ríllìinuevangelho é do domingo.

Se ocorrer neste domingo um duplex de l.a classe, acrescenlnse à oração do dia a comemoração do S. Coração de Jesus cumuma única conclusão; a 2.' oração é do domingo e dêle o i'ill innrevangelho. (d. 3960; 4384 ad 1.) Se a solenidade exterior fôr I r u ir)ferida para outro dia, aplicam-se as regras da missa votiva sulenr .(n. 614.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 307

6111. 6. Um privilégio semelhante tem a festa de S. Luís Gonzaga

(,'l dc jun.).a) O dia da solenidade exterior pode ser designado para cada

Il¿rej;, ou oratório (d. 3918) pelo ordinário do lugar.b) E' proibida a solenidade nas festas de 1." classe e nos do-

uringos de La classe. Só missas cantadas se permitem nos dias de

rhrllex de 2a classe, nos domingos de 2.' classe, nas férias, vigílias

pilavas privilegiadas. Nos outros dias permitem-se também mis-441114 rezadas. Tôdas as missas podem ser de S. Luís, exceto a missaparu loja! e a conventual. Mas, nestes dois casos, como também nos.Alou proibidos, a missa será biforme: a oração de S. Luis ajunta-se

,,ração do dia com uma única conclusão. -e) Se a festa de S. Luís no calendário fôr de 2:' classe, omi-

11 n+ se as comemorações de oitava comum, de oitavo dia simplex

de festa simplex e a imperada comum.Se a festa fôr de rito duplex, omitem-se só as orações do tem-

po O último evangelho é do domingo, .se por acaso houver. (Ver

u12.)

§ 136. A MISSA VOTIVA EM LUGAR DA FESTAIMPEDIDA

n 1 I. As vêzes acontece que a festa do patrono principal

(H. 635), do titular, da dedicação da própria Igreja, do tilidar ou santo fundador de uma ordem ou congregação éiurpedida acidentalmente. Para satisfazer à piedade dos fiéis

no dia próprio, permite-se uma missa cantada da festa im-u'dida conforme às regras para as missas votivas solenes,lr. ex., nas oitavas de páscoa e pentecostes.

Sc a festa de São Francisco de Paula (2 de abril), titular da

,itr v lr,rl, ocorrer na quinta-feira da oitava da páscoa, a festa éIrruu{ferida para a semana seguinte; contudo pode-se cantar missanulrne da festa corn comemoração e último evangelho dêste dia.',r n festa ocorrer na segunda-feira da semana santa, a missa votiva

pi ()Hilda. Mas pode-se ajuntar a oração do santo à oração do diauur lima única conclusão. Não tem Glória, nem Credo, nem

co-

ação alguma. (A. M. IV, 1.)

§ 137. A MISSA VOTIVA DE UMA FESTAEXTRAORDINARIAMENTE CONCORRIDA

6'12. 1. Além das cinco festas particulares s penes,celebram comvrles outras festas (A. M. IV, 2), que

I; I atole concurso de povo. E' condição para a missa votiva

r rrnrursrrs extraordinarius. (d. 2769, VIII, 4.) Ao ordináriolugar compete, se fôr preciso, julgar se o concurso de

Imo dos anos anteriores corresponde à exigência da rubrica.'Prata-se: a) de festa, que por ocorrência acidental deve ser

I+rnmlrrida, comemorada ou omitida; b) de um mistério, de umurrrrlr, nu beato, que naquele dia é mencionado no martirológio ou

rui

Page 154: Curso de liturgia pe.João Reus

308 R e u s, Curso de Liturgia

no apêndice aprovado para a respectiva igreja; c) o rito desl;nfestas pode ser de l.a ou 2.a classe, duplex, semiduplex e simplex,mesmo se não se rezar o oficio dêles.

3. Ritual. Tal missa se diz com as comemorações ocorrenl( 4permitidas pelo duplex de l.a ou 2.a classe, se no calendário tenseste rito; se não, com rito duplex e tôdas as comemorações ocorren-tes. Tôdas estas missas têm Glória e Credo.

4. Só é permitida missa cantada, nos dias que não excluemas missas votivas solenes. (n. 611.)

§ 138. AS MISSAS VOTIVAS DE FESTASSIMPLIFICADAS

643. 1. Se, por causa da ocorrência de duas festas, unl;1é simplificada para sempre ou acidentalmente, pode-se (lizer ou cantar a missa da festa impedida com comemoraçro

,da missa do dia e das outras orações ocorrentes; Glãri;le Credo, se tiver.

2. Esta missa é proibida, se ocorrer um duplex de I.'e 2.a classe, um domingo, ainda mesmo que seja antecipado,uma oitava privilegiada de 1. a ou 2. a ordem, um oitavo di;lde 3.a ordem, uma féria ou vigília privilegiada. (A. M. IV, 4.)

Ocorre, p. ex., no dia 15 de julho, a festa dos 40 Már-tires do Brasil com a festa simplificada de S. Henrique. Po-de-se dizer ou cantar a missa de S. Henrique (semiduplex)com a comemoração dos bem-aventurados Mártires; omite-sta 3.a oração do tempo.

§ 139. AS MISSAS DE FESTAS MENCIONADASNO OFICIO OU MARTIROLÓGIO

644. 1. Podem-se também dizer ou cantar (A. M. IV, 5)com rito festivo missas privadas de qualquer ofício come-morado em landes, ou de um mistério, santo, bem-aventa-

/rado mencionado naquele dia no martirológio ou no apé rt^dice aprovado para a respectiva igreja.

2. São proibidas, se ocorrer um duplex, um domingo, aiudnmesmo que seja antecipado ou a missa adiada do domingo impe-dido, urna féria da quaresma, das quatro têmporas, da segunda-feirrtdas rogações, uma oitava privilegiada, uma vigília qualquer.

3. Ritual. Não ,6 preciso o concurso do povo. Tem o rito (inuma festa simplex com Glória e tôdas as comemorações ocorren-tes, mas nunca Credo.

11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 309'

§ 140. MISSA DA FESTA OU DA F1RIAÀ LIVRE ESCOLHA

1145. 1. Para que as missas, p. ex., da quaresma, tão anti-I,c, piedosas e belas não fôssem prejudicadas pelas festas, ,

l ereheram um privilégio especial. (A. M. I n. 1. 3. 6.)Em tôdas as férias da quaresma até domingo de ra-

'nos exclusive, nas férias das quatro têmporas fora da oita-va de pentecostes, nas vigílias comuns, na segunda-feirad;r; rogações, por conseguinte nas férias maiores com missa

própria e nos dias infra octavam communem, pode-se dizer

teu cantar a missa da festa ou da féria ou da vigília. Senela féria e uma vigília ocorrerem no mesmo dia, o cele-Irr:lnte pode escolher ou a missa da féria ou a da vigília,

11u a da festa.Por ser contrário às novas rubricas (VI, 4 e 6) de 1920 e ao d. de

18 7-1920 que as aprova contrariis quibuscumque non obstantibus, está

slu•o1çada a licença concedida pelo d. de 12-6-1912 de dizer a oração pelosdeluntos nas missas das férias maiores com comemoração de festa duplex.Moll. Lit. 1933, p. 387 e outros: cân. 22.)

2. São proibidas as missas da féria e da vigília, se ocor-

1i•r uni duplex de 1.a ou 2.a classe ou um dia dentro da

oitava da epifania ou do corpo de Deus.3. Ritual. As missas da féria e da vigília são de rito

Nimplex sem Glória nem Credo, mesmo se a festa come-morada tiver Credo. O prefácio é do tempo respectivo euco da festa, se ela tiver próprio. Nas missas feriais do ad-vento, em que há comemoração de beata, nunca se diz o

prefácio de beata.

1146. 4. Missa adiada. A missa do domingo não se omite1.lrilnlente. Impedida no domingo por uma festa de rito mais;1110, é adiada para o primeiro dia, em que se diz o ofício■1;1 féria (de ea) que não tem missa própria.

Se não ocorrer tal dia, a missa do domingo é adiadapára os dias e na ordem seguinte: 1. Festa simplex; 2. Nos-

Senhora no sábado; 3. oitavo dia simplex; 4. primeiro

dia infra octavam communem; neste caso goza do mesmo

pr ivilégio que o próprio domingo, portanto não admite ter-

( eira oração do tempo (Brunen. 3. 3. 36. IX Eph. Lit.

P)37,)37, p. 131) ; 5. primeiro dia dentro de unia oitava privi-

Irl:;inda na Igreja universal, contanto que seja o domingo

ornrrente durante a mesma oitava. Neste dia as missas pri-v:id;1s podem-se dizer ou cantar do ofício do dia com acomemoração do domingo, ou do domingo com a comemora-

Page 155: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

cão do ofício do dia, ajuntando-se sempre as comemoraçõesocorrentes. A missa votiva rezada e a de réquie são proi-bidas.

647. Esta missa que foi adiada 1. tem Glória em dois ca-sos: a) se ocorrer no tempo pascal; b) se a missa do do-mingo depois da epifania deve ser rezada fora da oitava, nodia 19 de janeiro, e a missa do domingo depois da ascensão é rezada na sexta-feira depois da oitava; 2. tem Glóriae Credo, se as missas adiadas do domingo depois do natal,epifania, ascensão, S. Coração de Jesus são celebradas den-tro da oitava; do contrário não os tem.

Nos dias da semana, no advento, depois da epifania,páscoa e pentecostes diz-se a missa do domingo precedente,exceto nas férias com missa própria. No advento e no tem-po a partir da setuagésima até à quarta-feira de cinzas re-za-se só o gradual. O aleluia com o verso e o trato se orni-tem. (Rubr. spec.)

§ 141. A MISSA EM IGREJA ALHEIA648. 1. E' proibido (A. M. IV, 6) ao celebrante em igrejaalheia usar as cerimônias alheias, próprias de uma ordemou de um rito; deve guardar as fórmulas do ordinário damissa do seu rito próprio.

2. E' permitida a missa própria do celebrante, se o ca-lendário da igreja alheia permite missas votivas privadas.Neste caso o celebrante pode dizer: a) a sua missa, mesmose fôsse de um bem-aventurado, cuja missa aliás é proibidafora da igreja indultária. Mas deve dizê-la como está noseu calendário próprio (d. 3892 ad 5), com Glória e"Credo,se houver, sem a imperada prescrita na igreja alheia; b) amissa do calendário da igreja alheia; c) uma missa votivaou de réquie, se o calendário alheio a permitir, embora oseu ofício próprio seja de rito de l.a classe.

3. Nos outros casos está prescrita a missa conforme o Ca-lendário da igreja alheia, e com todo o seu rito: Credo,orações, imperada, sem comemoração do ofício do celebran-te, embora de 1.a classe.649. 4. Esta missa é obrigatória: a) para todos os sacadotes do clero secular e regular. Somente os bispos têm odireito (cân. 349 § 1) de dizer em qualquer parte a missaconforme ao seu calendário próprio; b) em tôdas as igrejas

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 311

e oratórios públicos e semipúblicos principais, p. ex., dosHospitais, seminários, colégios, cárceres, comunidades reli-glosas, instituições pias. Num seminário dirigido por reli-giosos, há dois oratórios principais: um dos seminaristas,o outro dos religiosos; c) numa igreja ou oratório público

ui semipúblico entregue pelo bispo a uma ordem religiosa,

(Inc( para sempre, quer por tempo indefinido, com o ene'u'};o de administrá-lo, o calendário dos religiosos é `'obri-gaiOrio para todos os sacerdotes. (d. 4150.)

5. Fora desta lei estão os oratórios privados e os secun-

dandos nas instituições pias mencionadas. (d. 4248 ad 3.)

Niles o celebrante pode seguir o seu próprio calendário oupreferir o da igreja alheia, porquanto as rubricas não pres-crevem nada a êste respeito. (A. M. IV n. 6.) O mesmo seobserva quando a missa se diz em altar portátil. Porém,oeste caso a imperada da diocese é sempre obrigatória. A ca-pela fixa de um navio é considerada oratório público, qual-quer outro altar é tido por altar portátil. (d. 4069 ad 5.)

6. Se uma igreja tiver o privilégio de missa votiva quaseliiolidiana em honra de um mistério ou de um santo ali ve-

n e nado, observem-se as restrições e a regra geral, de que asoiações do tempo se omitem, quando fôr comemorado um

du',Iex.

ARTIGO III. As missas pelos defuntos

§ 142. NOÇÕES E RUBRICAS GERAIS

160. 1. As missas de réquie são as missas votivas (n. 589)

iii li antigas. Tertuliano ('r 220) menciona a missa do ani-

v,ars.'irio, S. Cipriano (t 258), a missa exequial, S. Ambróhiu (-1- 397), o terceiro, sétimo, trigésimo e quadragésimo

din . O nono dia, celebrado em alguns lugares, se conservouaia meada (novenário) depois da morte do Sumo Pontífice.No sacramentário gelasiano há missas para o dia do entêr-

„ para o 3.°, 7.0 , 30.°, e para o aniversário.A escolha destes dias tem o seu fundamento na ressur-

^oiç,io de Nosso Senhor e libertação das almas, três dias de-pois da sua morte; no descanso de Deus no sétimo dia, mo-delo do descanso eterno das almas; no luto por Moisés, que

oii :10 dias; no costume humano e na caridade cristã de

ais esquecer o aniversário da morte de um ente querido.

310

Page 156: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

Durandus (VII, c. 35, n. 11 sq.) relata que em alguns lugares se celebravam o 50.°, 60.°, 100.° dia.

As missas de réquie dizem-se em honra da SS. Trilldade, Deus uno.

Recomenda-se tomar a, missa pro defunctis quando fôr licita: a) por-que a Igreja o deseja e concede tantos privilégios; b) porque o S. or,20-2-1913, declarou que para o privilégio do altar nao é necessário dizermissa pro defunctis, "id tamen laudabiliter fieri, cum fleet ac decet, ple-tatis gratia erga defunctum". (Brehm, Neuerung, p. 224.) "Missa de ro).quiem magis prodest defunctis ex parte orationum. Sed hoc potest corapensari per maiorem devotionem celebrantis!'vel eius qui <facit eam cab

, -brare vel per intercessionem sancti in cujus veneratione missa celebratm'."(S. Thomas in Sent. IV, d. 45, q. 2, a. 3, q. 1 ad 5.)

2. Numero das missas. Antigamente havia avultado nú-mero de fórmulas de missas pelos defuntos. 0 novo missalenumera seis: 3 no dia 2 de novembro, 3 no commune Mi.s-sarum pro defunctis, as quais às vêzes diferem só nas ora-ções. A última é a missa quotidiana. As outras 5 se chamammissas privilegiadas, porque: a) podem ser celebradas CIIIdias aliás proibidos; b) têm uma só oração; c) sempre Diesira?.651. 3. Uso. A primeira do dia 2 de novembro é prescrita:

a) no dia da comemoração de todos os fiéis defuntos,Se uma das três missas dêste dia é cantada, para ela usa-siaesta fórmula, dando-se a licença de dizer duas outras mis•

.

sas em primeiro lugar. (Rubr. spec. 2 nov.) Se um sacerdoll'administra duas igrejas e no dia de finados canta uma reis-sa em cada uma delas, deve tomar para as missas cantadasduas vêzes a primeira fórmula. (S. C. R. Brunen. 3-3-1936.)

b) na missa exequial, do 3.°, 7.0, 30.° dia, no aniversá-rio da morte do papa e de todos os sacerdotes;

A primeira fórmula está reservada as missas privilegiadas pelos nucerdotes e a comemoração de todos os defuntos por causa da epist uln:"Ecce mysterium vobis dito". Pois a Igreja abstrai do sentido literal (lutexto, e usa o vocábulo "mistério" no sentido de "mistério de Ione(1 Cor 4, 1), cuja dispensação está confiada aos sacerdotes. Além disto cinpalavras do Evangelho desta missa foram dirigidas aos sacerdotes noTemplo. (Jo 5, 33.)

c) na missa do aniversário de todos os defuntos de Illordem ou congregação;

d) fora dos dias privilegiados é prescrita a última fór-mula: Missa quotidiana, também pelos sacerdotes.

e) segundo ; o novo missal não se podem trocar nem l4missas, nem as epístolas, e nem os evangelhos.652. 4. E' proibida qualquer missa de réquie:

a) nas igrejas, em que há exposição pública do SS.Sacramento, em qualquer altar (A. M. III n. 12), exceto no

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 313

dia de finados, em que se podem dizer missas rezadas deréquie nos altares laterais, com paramentos roxos. (d. 4331

ad IV.)Se a exposição é privada, e nem é permanente, nem por

cansa pública, a missa de réquie é permitida nos altareslaterais, não o é, porém, no altar da exposição, no qualIrunbém é proibida qualquer outra missa;

b) nas igrejas, em que há um a, só missa, quando hou-

ver obrigação: 1. de aplicar pro populo; 2. de dar a bênção

';olcne das velas, da cinza, dos ramos, da água, de presidirprocissão; 3. nas rogações. (A. M. III, 12.)

6513. 5. Se não houver obrigação explícita de dizer umaplissa de réquie, o celebrante satisfaz ao seu compromissode celebrar uma missa pelos defuntos, com a missa do dia

ou com uma missa votiva. (d. 4031 ad 4.) Para ganhar() privilégio do altar com indulgência plenária não se exige

vi n is missa de réquie.

6. Ritual. a) A missa de réquie tem sempre prefácio

próprio, Communicantes comum, Requiescant in pace no plu-

r a l, o último evangelho de São João e nunca a imperada

(le venerabili;b) nas festas dos santos, cujos nomes são mencionados

nu canon ou em outra parte, não se faz a inclinação da

cabeça;c) as orações das missas estão assinaladas. Somente

pelos papas, bispos, sacerdotes se toma a oração respectiva

ex diversis;d) a sequência é obrigatória: 1. em tôdas as missas

coai uma oração; 2. em tôdas as missas cantadas com unia

on tilats orações;e) nas missas cantadas o órgão pode acompanhar o

Manto, porém cala-se, terminado o canto.

f) o sermão fúnebre, se houver, far-se-á depois da mis-sa e antes da absolvição. O pregador não veste nem a so-

ll ( cpeliz nem a estola. (C. E. II, 11, n. 10; d. 2888.)

g) Nas exéquias militares o féretro pode-se envolvercoral a bandeira nacional, contanto que se faça sem des-pic'zo da igreja e da sacra Liturgia. (S. Of. 11-3-1909;

I'. n. 867.)

312

Page 157: Curso de liturgia pe.João Reus

314 II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 315

c)As intenções das missas não se podem diferir para

Outro dia. cimeira fór-d) Se houver missa exequial, e

com uma únicaulula e acrescenta-se a oração pro f imito

O co ia uniforme única

conclusão. (A. M. III, 4.) A razão é "a g

solene" (Bened. XV) que exige as mesmas fórmulas por

tilda parte e por isso a missa biforme. Nas missas não exe-

iluiais não se pode acrescentar nenhuma oração.

4. Privilégios especiais. a) Tôdas as missas têm a indulgência ara

do altar privilegiado. b) A indulgência plenár iaToti s quot ie ,em a

tQdos em tôdas as igrejas e oratórios públicos,

res daspública as partir das 12 h r da festa de todostosasantosu(ou do

piasdomingo

4),

comunhão at

Tcadanvista 6 Padre-Nossos, 6 A e^ Maria,, 61s016-

ria ao Padre.

R e u s, Curso de Liturgia

h) O féretro de urna virgem não se pode cobrir coinum pano branco em sinal de virgindade. (d. 3035 ad 11C. B. 342 § 1.)

i) O uso de flores na eça se pode permitir; não, po-rém, a exposição da imagem do defunto, nem de corpo pre-sente nem na eça; o uso contrário seja eliminado. (d. 3898.)Cf, n. 964.

k) A cruz se coloca à cabeceira do féretro ou da eçadepois da missa e não durante a missa e o ofício dos de-funtos. (d. 3535 ad 6.) 0 C não deve estar de barrete pôsto,quando põe o incenso no turíbulo. (d. 3580 ad 2.) Cf. 964.

§ 143. COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉISDEFUNTOS

654. 1. História. a) Teve inicio a comemoração anuária.de todos os fiéis defuntos no mosteiro de Cluni, no séculoX (Eisenh.); cf. n. 443. A Igreja romana aceitou êste ani-versário e assinalou para ele o dia depois da festa de to-dos os santos, 2 de novembro.

b) A pluralidade das missas deve-se a Júlio III e a Paulo III, qu oconcederam aos sacerdotes seculares do antigo reino de Aragão o privi-légio ainda em vigor, de dizer por estipêndio no dia 2 de novembro duiuümissas, e aos regulares três missas. Bento XIV, em 1748, estendeu o prl-vilégio da, celebração de três missas a tida a Espanha e a Portugal,permitindo uma só missa por estipêndio. Bento XV, pela constitui, ij,"Incruentum" em 1915 (d. 4331), concedeu que todos os sacerdot esdo mundo pudessem celebrar três missas. Para que o fervor alapiedade do clero e do povo na comemoração de todos os fiéis defuntos fôsse unânime, o efeito das orações mais eficaz e a Liturgia uniformoe solene, prescreveu que êste dia tenha os privilégios das festas de 'I.'classe e não possa ser transferido senão para o dia 3 de novembro, se odia 2 de nov. coincidir com o domingo. (d. 4341.)

2. Ritual. a) Quem disser só urna missa, deve tomar ;tprimeira, e pode aceitar por ela espórtula; b) quem cele-brar duas vêzes, deve tomar a primeira e a segunda dastrês. Pôr uma das duas pode aceitar estipêndio, a outradeve dizer por tôdas as almas do purgatório; c) para a

.

missa cantada está prescrita a primeira fórmula, podenilo-se antecipar a segunda e a terceira missa. Cf. n. 651.655. 3. Condições: a) Por uma das três missas pode-sereceber estipêndio. Das duas outras urna deve-se dizer portôdas as almas do purgatório, a outra pela intenção do papa,a saber: socorrer ás almas abandonadas ou prejudicadaspelas omissões das fundações pias.

b) Pelas duas missas, que se devem dizer sem estipen-dio, pode-se aceitar uma gratificação ratione tituli extrin-seci, p. ex., viagem, hora adiantada do dia. (Cáo. 824 § 2.)

§ 144. A MISSA EXEQUIAL

056. 1. 0 funeral (f únus) compreende (Ritual VI. c. 1 n.

,l) "todo o rito das exéquias esdtás preso to mor Exetluiarurn

.aprovados", portanto o qurdo.

(Rit. VI, 3.) A parte principal é o ofício (n. 4) e a

i isca pro die obitus. (n. 6. 7.) 0 dies obitus abrange todo

0 tempo entre a morte e o entêrro.2. Privilégio:

A missa exequial pode ser cantada todos

„; dias, mesmo nas festas de rito duplex e nos domingos com

,all,iunas restrições. (Rit. Rom. VI c . S , n. 8.)

fôr, estar3. Condições. a) o cadáver deve, p

presente na igreja do funeral; mas também ão pode

estar cau-

a ide por causa razoável, p. , pcontágio; ou já sepultado, sem limitação de um prazo fixo.

b) Só uma única missa pro die obitus tem êste privi-

c)Deve ser cantada; por pobres ou por indulto ou or-lí'l;'io.

to As dioceses do Brasil, também pode ser rezada. (A.

M. III, 4.)057. 4. Está proibida:

a) nos casos mencionados em o n.

i,!r2: exposição, funções litúrgicas em certos dias; •

h) nos dias de duplex primário de I.° classelarn Igrejadomingos

universal: natal, epifania, tríduo da semana santa,llh páscoa e 'pentecostes, (mas não na segue d -fei ão de

SS. Trindade, corpo de Deus, çli'r^ri •tcua), anuncia ão, assim-¡ a^iiuh, Cristo Rei, Imaculada Conceição, ç

Page 158: Curso de liturgia pe.João Reus

316R e u s, Curso deII. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II:

Rubricas ` 317é Lturgia

ção, S. Miguel, S. João Batista, S. José e o seu 'patrocínio,S. Pedro e S. Paulo, todos os santos;

c) nas festas da dedicação e do titular da igreja emque se fazem as exéquias, do patrono principal do lugar;

d) nos institutos religiosos nas festas do titular onsanto fundador da ordem ou congregação;

e) se a solenidade exterior de uma destas festas (c ed) fôr transferida para o domingo seguinte, a missa de dieobitus só é proibida no domingo;

f) se a missa exequial fôr impedida por uma das festasenumeradas (b, c, d), pode ser transferida para o dia maispróximo, não impedido por uma destas festas.

g) no dia de finados.658. 5. Ritual. a) Pelo papa, pelos bispos e pelos sacer-dotes toma-se a primeira missa do dia de finados, com arespectiva oração ex diversis (cf. n. 655 d) ;

b) nos outros casos a missa e a oração de die obitus;c) sempre se diz a sequência;d) o Libera é obrigatório na missa exequial. Depois de

outras missas de réquie é permitido; depois da missa do dia,só quando independente dela (d. 4183), p. ex,, rezando as3 Ave-Marias e exceto as festas de 1. a classe. (d. 3780 ad 8.)

§ 145. MISSAS PRIVADAS DE RÉQUIEPOR OCASIÃO DAS EXÉQUIAS

659. 1. Condição. Além da missa exeqúial solene, permi-tem-se na mesma ocasião quantas missas privadas de dieobitus se quiserem. (Missas concomitantes.) Mas é condi-ção indispensável que sejam aplicadas pelo respectivo de-funto. Podem ser também cantadas.

2. São proibidas nos dias em que o são as missas do3.° dia, etc. (n. 661.)

3. Quanto ao lugar deve-se advertir que estas misst.privadas por ocasião do entêrro se podem dizer:

a) nas igrejas e oratórios públicos, onde se celebra ofuneral solenemente, só neste dia;

b) nos oratórios semipúblicos que fazem as vêzes deigreja ou oratórios públicos, onde por falta de igreja ou ora-tório público se celebra o funeral, num único dia a escolherdesde o dia da morte até o dia do entêrro. Acontece isto, porexemplo, nas casas religiosas, seminários, hospitais, etc., on--

de o oratório principal, ordinária mas não necessariamentetirais espaçoso, faz as vêzes da igreja. Não se exige a missa(•xequial cantada, nem a presença física do cadáver (se tea -(.:1 comum dos autores, p. ex., Coelho, Aertnys,lever, Mueller-Umberg, Sola) ; e contudo tôdas as missas

se podem dizer pelo defunto de cujo entêrro se trata. Supõe-

ne que nestes oratórios não há missa exequial cantada. Poishouver, tem-se o caso precedente e não se pode mais es-

col li er o dia das missas privadas.c) nos oratórios semipúblicos, que não fazem as vêzes

(Ie igreja ou oratório público, em geral menos espaçosos, e

ttns oratórios estritamente privados da casa do defunto, con-

I.urlo que o cadáver esteja fisicamente presente na casa, em

(ow estão eretos os ditos oratórios, em todos os dias, desdeo dia da morte até ao do entêrro. (A. M. III, 5.)

lilïll. 4. Ritual a) E' o mesmo que no n. 658.

b) Se as missas de réquie são rezadas ou cantadas

lu(r defunto ainda não sepultado, nos dias que permitem

missas quotidianas de réquie, cantadas ou rezadas, é obrril-

i;alória a missa pro die obitus com uma oração, em qual-

quer igreja ou oratório (d. 4372 ad IV);

c)estando, porém, o defunto já sepultado e transfe-

Lindo-se a missa de exéquias, as missas de réquie com uma

oração só são permitidas na igreja e no dia em que houver

a missa exequial. (I. c. ad V.)

§ 146. A MISSA DO 3. 0 , 7;0 , 30.° DIA E DE ANIVERSÁRIO

li6l, Aniversário de um defunto significa o dia da morte,

title ocorre não só depois do primeiro ano, mas em cada ano.Para poder dizer-se estas missas privilegiadas (n. 650),

observem-se as seguintes condições:1. Condições: a) o dia da missa deve corresponder ao

dia designado;b) os dias podem-se contar a partir da morte ou do

entêrro, exclusive ou inclusive;c) a missa deve ser celebrada pelo respectivo defunto;

d) só é permitida uma única missa; ,

e) se é impedida no dia marcado, não pode "ser rezada

cot outro dia. Mas pode ser cantada no dia mais próximo

,,,ilecipado ou seguinte não impedido por ofício igual.A missa de aniversário, p. ex., Cujo dia ocorre na semana da Páscoa,

Poda raw antecipada e cantada no sábado, ou sendo bete impedido, na sex-

Page 159: Curso de liturgia pe.João Reus

318 R e u s, Curso de Liturgia

ta-feira antes do domingo de ramos; ou pode ser transferida. Provavemente pode ser rezada para os pobres (religiosos), pois que a equidadesocial, a caridade para com os defuntos, e a solicitude da Igreja parecom as almas, são motivos para se admitir a missa rezada em lugar docantada, tanto nos dias privilegiados como nas exéquias. (Ordo S. I. Gal-lis.) A condição da rubrica (A. M. III, 6): "quando se pode antecipa)",só se refere a missa depois de receber a notícia da morte, por ser liepossível antecipá-la.

662. 2. São proibidas: a) nos dias, em que está proibidaa missa exequial (n. 652) ;

b) nos domingos e festas de preceito, embora suprimi-das, mas permitidas no domingo antecipado (Brun. 1935;.Eph. Lit. 1939 p. 136) ;

c) no dia de finados;d) nos dias de duplex de 1.a e 2.a classe, embora trans-

feridos;e) nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinza e se-

mana santa);f) nas oitavas privilegiadas;g) nas vigílias privilegiadas: de natal, epifania, pen-

tecostes.3. Ritual. a) Para os sacerdotes, etc., como em o n. 658.b) para os outros: no 3.°, 7.°, 30.° dia a missa pro die

obitus com as orações que se acham no fim desta fórmula;no aniversário, a missa de aniversário;

c) nos dias, que permitem missas privadas de réquic,esta missa privilegiada é permitida a . todos os celebrantes.

4. Gozam do mesmo privilégio:663. I. A missa única e cantada dos aniversários no sentido lain.Tais são as missas:

a) fundadas para um dia fora do dia do aniversário, da mor-te ou do entêrro;

b) por todos os defuntos de uma associação, ccetus (ordem,congregação, irmandade, cabido) ;

c) o dia pode ser escolhido à vontade cada ano (d. 4372 ad 7);d) por sacerdotes toma-se a primeira missa com a oração

Deus qui inter; por uma associação, a mesma missa com a oraçãoex diversis; por outros, a missa in anniversario.

II. A missa cantada durante oito dias, a partir do dia de fina-dos, 2-9 ou 3-10 de novembro. Estas missas não podem ser truit/feridas nem antecipadas.664. III. A missa de réquie celebrada no dia da trasladação de iintcadáver para outro lugar (d. 4370), excluindo-se, porém, a fórtunlapro die obitus.

IV. As missas autorizadas por determinação geral ou particular,na igreja, oratório público e principal e em cada capela legitima-mente ereta no cemitério.

Este privilégio não é concedido:a) a outras igrejas ou capelas fora do cemitério, em que re-

pousa o cadáver de um defunto, embora esteja em distância l(.p,l-tima do altar;

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 319

b)às' igrejas, oratórios públicos e capelas de cemitério em

que outrora foram sepultados cadáveres, mas que estão abando-nados por qualquer motivo;

c)às igrejas cercadas de cemitério, a que está Ìá

anexa a obri-

gação do ofício coral ou cura de almas (A. M oI II, 8); ou não,

d) a missa tem uma ou três orações, co

celebrada de die obitus, 3.0 , 7.°, 30.°, aniversário.

1165. V. As missas na câmara ardente, que o causaordinário

e r lugárpo de permitir em um caso extraordinário e p Justavel, e que não podem ser mais de três. Sao casos e tr oudin rios :a Morte de bispo residencial ou titular (q mou insignecese), de pessoa da família do chefe da nação, de p por seus méritos e benefícios para

com a Igreja ouse Estado , pelas

nwnificentíssimas esmolas aos pobres,roa que possui tal privilégio, contanto que

as exéquias prescritas se

celebrem na igreja. (A. A. S. 1926, p.VI. As missas por defuntos duas

u três vêze depo r osema ar,lios dias rito duplex, por

mas o qualal

se pode usar, embora durante a semana ocorram dias

ahe rito inferior; além disso pode-se cantar d. ad m e missa de

r(•aluie no mesmo dia e na mesma igreja.

666. VII. As missas gregorianas não gozam de privilégio

lilúrgico (C. P. n. 515), mas de privilégio, por assim dizer,

mipetratório. GGregórioI. Origem. As missas gregorianas têm o nome do papa re g

Magno (t 604), que, mandando dizer 30 missas pelo monge Justo,livrou a sua alma do purgatório. Este fato e outros semelhanteslocam o motivo para esperar da poderosa intercessão de S. Gre-gório a libertação de uma alma por meio de 30 missas. A S. Congre-gação (A. S. S. XVI. p. 509) declarou que a confiança dos fiéis naeficácia das missas gregorianas para livrar uma alma do purgató-

in é piedosa e razoável, e o costume de celebrar estas missas é

,provado pela Igreja.

067. 2. Ritual. a) Está prescrito que tôdas as missas sejam rezadas:

1.° por uma única alma, ao menos é mais seguro (Theol. Q.

1 139 P. 295) ;2.° por 30 dias contínuos. A interrupção nos úliimos

dias orna

,,,•inana santa, em que as missas privadas são proibidas,

seu efeito. (Bened. XIV.as missas sejam rezadas . pelo mes-

0) Não é preciso que todas rivile iado, nemmo sacerdote, nem no mesmo alta, nem

a emmi

altar réq leg nosd ias

rei honra de S. Gregório, nem que seja

, 1 ,,,• a permitem. 254.) Pore) Está proibido

admiitir que se acrescente uma intenção} qualquer]r+xnnãoseperi nla'.nção feita pela alma interessada.

(I) As missas gregorianas podem-se dizer, mais ;le uma vez

por nmi alma. Pois não conhecemos os juízos de Deus.t'.) Quando o sacerdote por engano

o our doença11

interrompeu

o série das 30 missas parece que não á preciso recorrer

repetir as

ulinuas já rezadas. Mas num caso prático é pliê. (Cippello, I, n. 769.)

Page 160: Curso de liturgia pe.João Reus

320 R e u s, Curso de Liturgia

§ 147. A MISSA DEPOIS DE RECEBER O ANUNCIODA MORTE

668. 1. Privilégios: a) toma-se a missa de obitus com untasoração;

b) pode-se dizer esta missa no dia mais oportuno depois do anúncio da morte de uma pessoa. Portanto, não t'necessário tomar o primeiro dia livre pelas rubricas, mas po-de-se escolher outro não impedido.

2. Condições. a) Só uma missa é privilegiada;b) cantada ou rezada;c) nas igrejas e oratórios públicos e semipúblicos prin-

cipais; missas rezadas em qualquer oratório (d. 4372 ad 4) ;d) que não seja no lugar, em que se celebra a missa

das exéquias, para não prejudicar os direitos paroquiais;e) nenhuma distância local está indicada, contanto que

se verifique post acceptum nuntium, portanto, que não seja,p. ex., na mesma casa religiosa.

3. Ritual. a) Pelo papa e pelos demais sacerdotes, contoem o n.° 658;

b) nos outros casos pro die obitus, sem mudar coisaalguma (d. 3764 ad 4);

c) se, porém, no dia "mais oportuno" são permitidasmissas privadas de réquie, as missas de die obitus podemser celebradas em qualquer número (d. 4372 ad 6);

d) a sequência é obrigatória.4. Estas missas são proibidas nos dias n. 662.

§ 148. A MISSA QUOTIDIANA DE RÉQUIE669. I. A missa quotidiana de réquie cantada é proibida;

I. nas festas de rito duplex;2. nos domingos, ainda mesmo antecipados ou, quanto

ao ofício, transferidos;3. nas férias privilegiadas (quarta-feira de cinza,

mana santa) ;4. nas vigílias privilegiadas (natal, epifania, pen tecostes) ;5. nas oitavas privilegiadas;6. nas rogações, antes da ascensão, se houver unia só

missa e procissão;7. se houver obrigação para a missa paroquial ou ex-

posição do SS. Sacramento. (n. 652.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. II: Rubricas 321

II. A missa rezada é proibida nos dias mencionados 1-7;

além disso:8. durante a quaresma; permite-se, contido, no pri-

meiro dia livre de cada semana, i. é, em que ocorrer um..emiduplex ou ofício de uma féria não privilegiada segundo

4) calendário da igreja, em que se diz a missa;9. nas quatro têmporas e vigílias comuns;

10. na segunda-feira das rogações;

11. no dia, em que se celebra a missa adiada do do-mingo;

12. nos oitavos dias de rito simplex, embora só come-

morados;13. nas férias de 17-23 de dezembro.

670. III. Ritual. 1. Sempre se dizem ao menos três ora-4•úcs, porém nas missas cantadas não mais de três;

a) se a missa se celebrar pelos defuntos em geral, asIrr's orações da missa quotidiana e na ordem em que estãomarcadas;

h) se a missa se disser por um ou mais defuntos deter-nunados (são os 17 enumerados nas orações diversas pelosdefuntos: sacerdote de qualquer grau, pai, mãe, irmão, pa-I )•une, benfeitor, um ou alguns determinados defuntos, ost,rlulltados no cemitério. Rub. gen. V, 4), a primeira ora-),ao se diz por êstes defuntos, a segunda ad libittun, a ter-

) iras Fidelium;c) se a missa se disser por um ou mais defuntos não

)I) terminados, a primeira oração é: Deus venice largitor,

•■•i;onda ad libitum, a terceira Fidelium;

d) o nome do defunto, sendo conhecido, deve-se inserir

& lu)is de N. Se a oração se disser por defunto e defunta1. souberem os nomes, diz-se: animabus famulorum too-

tom N. et N.; não sendo conhecidos os nomes: animabus

l.tunili et famulce tace. (d. 4074 ad 7.)

671. 2. Nas missas quotidianas rezadas podem-se ajuntaruulras orações, contanto que o número total seja ímpar,mau passe de sete e a última oração seja Fidelium. (A. M.III, 10.) Nas missas cantadas não se pode acrescentar ou-

I),) oração.3. A sequência é obrigatória: a) nas missas com uma

))r) oração; b) nas missas cantadas (d. 3956), e sempre tôda.

h u 1111 III , I,tt.urgia - 21

Page 161: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

4. A rubrica dos missais antigos, segundo a qual sopodem trocar as epistolas e evangelhos, foi abolida. Cad:;fórmula deve-se tomar como está no missal.

5. E' lícito, se fôr preciso, mudar nas orações a fórmulamasculina em feminina,-o plural em singular e viceversa.

CAPITULO 111.

AS CERIMÔNIAS DA MISSA

ARTIGO I. As cerimônias gerais

§ 149. POSIÇÃO DO CORPO672. Das posições litúrgicas em geral falou-se em o107, quando se tratou dos santos sinais. Para reunir numquadro completo tôdas as cerimônias da missa, é preferívelresumir as atitudes prescritas especialmente para a missa.

1. Posição erguida. Na missa o C funciona erguido(stans erectus dicit..., etc.), apoiado sôbre os dois pésunidos nos calcanhares, sem encostar o corpo nem roçarcom os paramentos no altar. Nunca se volta para o povosem ter terminado a inclinação ou genuflexão, que acabade fazer. Se subir ao supedâneo do altar, é indiferente piarprimeiro o pé direito ou o esquerdo sôbre o primeiro d egrau. Quando fôr de um para o outro lado do altar, vai coino rosto voltado inteiramente para o lado para onde se di-rige. O lado direito do altar é o lado do evangelho. (C. F.II c. VIII, 44.)673. 2. A inclinação profunda do corpo faz-se:

a) durante a missa; ao confiteor, monda cor, te igilnraté à palavra petimus; supplices te rogamus;

b) fora da missa, se o SS. Sacramento não estiver noaltar: ao aproximar-se e afastar-se do altar (Rub. nov.)- e antes de começar a missa.

3. A inclinação medíocre faz-se:a) desde o Deus tu conversos até ao Oremos, inclusive;b) ao Oramus te Domine até quorum reliquice;c) durante a oração In spiritu humilitatis;d) durante o Suscipe, Sancta Trinitas;e) ao Sanctus até Benedictus, exclusivamente;f) durante as três orações antes da Comunhão;

g) Domine non sum dignas;h) à sumpção da S. Hóstia.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 323

§ 150. POSIÇÃO DE PARTES DO CORPO

1. Inclinação da cabeça

674. A inclinação profunda é feita pelo celebrante:

1. na sacristia, antes de ir dizer a missa, à cruz ou à

imagem;2. no altar, antes de se voltar para descer os degraus

HO princípio da missa, e no fim da missa, antes de descerpara as orações e para se retirar;

3. à cruz ou ao SS. Sacramento exposto (d. 4198 ad12), quando muda o missal ou passa para o lado oposto;

4. à cruz ou ao SS. Sacramento exposto, tôdas as vê

sus que disser Oremus ou Gloria Patri;5. à cruz ou ao SS. Sacramento exposto, ao pronunciar

o SS. Nome de Jesus, a não ser que já esteja inclinado;unas, se fôr durante o evangelho, inclina-se ao santo texto,

; u i Santíssimo (d. 3875 ad 4), se houver exposição;6. no Gloria in excelsis, às palavras: Deo - adoramus

I t. - gratias agimus tibi (só a estas palavras) - Suscipe

tieprecationem nostrarn;675. 7. no Credo, às palavras: Deum, - lesam Christum

simul adoratur;8. às palavras Deo nostro no gratias agamus, antes do

p re Iacio,9. no Memento pelos vivos. No Memento dos defuntos

i'st'o prescrito que olhe para a s. hóstia;10. durante as duas consagrações a) dizendo gratias

aí ens; b) proferindo as palavras da consagração;

11. ao per eundem Christum, depois do Memento pelos

Infinitos, não, porém, ao Nobis quoque peccatoribus;

12. durante os três Agnus Dei;13. durante o Placeat (Rit. cel. 12, n. 1) ;

14. à palavra Deus, na bênção Benedicat vos;

15. na sacristia, à cruz.

2. Os olhos

676. 1. O C conserva os olhos baixos: a) indo para o a1-

lar e voltando dêle; b) dizendo, voltado para o pOvo, Do-

minus vohiscum, Orate fratres, na bênção final.

2. Quando a rubrica exige elevatio oculorum ad cce-

lnui, ad Deum, o C deve olhar para a cruz (cl. 2960 ad 3)

322

P'4

Page 162: Curso de liturgia pe.João Reus

325324 R e u s, Curso de Liturgia

ou para o SS. Sacramento, se estiver exposto. Se a criese achar num lugar muito alto, é suficiente olhar para cirna

3. Deve elevar os olhos 11 vêzes:a) principiando o Munda cor;b) começando o Suscipe, sancte Pater;c) durante a oração O f f erimus tibi;d) dizendo o Veni sanctificator, etc.;e) começando o Suscipe Sancta Trinitas;f) pronunciando o Deo nastro no gratias agamus do

prefácio;g) antes de principiar Te igitur;h) ao elevatis oculis, antes da consagração;i) durante tôda a elevação da s. hóstia e do cálix;j) dizendo Benedicat vos, na bênção final.4. Conserva os olhos fixos no SS. Sacramento 3 vêzes:a) durante o Memento pelos defuntos;b) durante o Pater foster rezado;c) durante as três orações antes da comunhão.

3. As mãos

677. 1. Regra fundamental: o C nunca passa com a bor-da das mãos e as extremidades dos dedos além das partesdo corpo que atinge, fazendo o sinal da cruz, exceto naselevações na consagração.

2. Junta as mãos tôdas as vêzes que tem de benzer al-guma coisa, a não ser que a mão esquerda esteja ocupada,p. ex., segurando o cálix na bênção da água no ofertório.(Rit. cel. VII, n. 4.) Põe a esquerda no altar, se tenn demover só a direita, p. ex., ao fazer o sinal da cruz sôbre omissal no intróito da missa dos defuntos, ou no último ev an-gelho In principio, ou ao tomar o cálix na comunhão. Porconseguinte põe a direita no altar, se a esquerda vira a fô-lha do missal. As duas mãos, quando desocupadas, pousasôbre o altar ou sôbre o corporal até ao punho exclusive,e não só as pontas dos dedos.

673. 3. Tôdas as vêzes que, rezando uma oração no meiodo altar, faz inclinação do corpo ou só de cabeça, apoiaas mãos juntas no altar, de modo que as pontas dos dedosmínimos toquem na frente do altar, exceto ao Munda cor,Sanctus, Agnus Dei, Domine non sum dignos.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

4. Eleva e junta as mãos e as desce juntas

ao recitar oi

Glória, o Credo, o Veni sanctificator, o Ji

tui, D. N. Jesu Chr., o Benedicat vos e antes do Te igitur.

5. As cruzes devem ser formadas por linhas retas,

eobliquo,por linhas curvas, no mesmo plano plano

se traçado tamanho dos objetos, q

benzem. mQuando prescrito

sôbre o cálix só e sôbre a s. hóstia só, nem está pnem proibido fazê-las de alturas diferentes.

4. A voz

679. 1. O C durante a missa reza emvosalta ou em v z

no O rate fratres,baixa. (Rub. Gen. XVI 2.)proibido Sanctus, Nobis

ceiro tom, a voz média, elo contra-Nobis(/roque , peccatoribus, Domine non sum Dignos, p

it.rio até tem algum fundamento em certas expressões os Ra-

cel. A voz alta não deve ser tão clamorosa,

que

que eventualmente dizem a missa na mesma igreja,

fiquem perturbados. (Rubr.) A voz baixa develoeramoen-

cada de tal modo, que não possa

tes, mas somente pelo celebrante.

2. Devem-se rezar de cor ao menos: 1.

as orações4. a o

pé®do altar; 2. o Munda cor; 3. as orações 6. o ; trêsinicio do Lavabo e do Te igitur; 5. o Supplices;

orações antes da comunhão; 7. as orações durante a co-

oumhão' apesar de não ser ilícito,3. Rezar tôda a missa de cor, p o

Contudo é perigoso, pois que já várias vêzes se tem

prmin idoconsagração, passando o C, por distração,

do

para o segundo Memento.

ARTIGO II. As cerimônias da missa privada

§ 151. 0 _ RITO DA MISSA COMUM REZADA

I. A preparação do celebrante

680. 1. 0 método mais claro de dizer a missa se acha nomissal. O sacerdote que vai celebrar a missa, tendo-se con-tcr,sado, se o julgar necessário, e depois de -ter rezado ao

niunos matinas e laudes, entregue-se durante algum tempoA oração e recite, conforme o tempo lhe permitir, os salmosc as orações inseridas no missal. Esta prceparatio adis-

,, am, limo é obrigatória, mas é muito recomendável.

Page 163: Curso de liturgia pe.João Reus

326 R e u s, Curso de Liturgia

810.) Vai para a sacristia, consulta o calendário, procuraa missa, se ainda não o tiver feito antes, percorre a missae põe as fitas nos lugares respectivos. Lava as mãos di -.zendo Da Domine, etc. Prepara o cálix, põe sôbre a copao sanguinho, por cima a patena com a hóstia inteira, depoisde a ter limpado levemente de fragmentos, se fôr preciso.Cobre a hóstia com a pala de linho, depois com o véu desêda, o qual deve cobrir inteiramente a parte anterior docálix. (d. 1379.) Sôbre o véu põe a bôlsa com o corporal,de modo que a abertura da bôlsa fique voltada para o lado,por onde pega no cálix. Não é permitido colocar coisas pro-fanas sôbre a bôlsa, p. ex., óculos, lenço. (d. 2118.) 0 cor-poral, dividido em 9 quadrados, dobre-se de modo que pri-meiro a parte anterior, depois a posterior se dobre sôbre ocentro, o quadrado da direita sôbre o do meio e o da es-querda sôbre o da direita; e, dobrado desta maneira, meta-sena bôlsa.

A colherinha pode ficar durante o tempo das missas noaltar, colocada perto da sacra do lavabo, ou então o C apõe sôbre o sanguinho no cálix, para não prejudicar a dou-radura pelo contacto.

681. 2. Depois o C, revestido de batina tão comprida quechegue ao calcanhar (cân. 811, § 1), começa a revestir-se.Pega no amito pelas duas extremidades, beija-o na cruz nomeio da borda (Cappello), põe-no sôbre a cabeça, dizendoImpone Domine, etc., deixa-o cair para o pescoço, cobrea gola da batina, cruza as fitas sôbre o peito, passa-as pordebaixo dos braços, cruza-as de novo sôbre as costas e ata-as sôbre o peito. Depois veste a alva, sem a beijar, enfian-do a cabeça, depois o braço direito e esquerdo, arregaça-,,por diante e pelos lados, adapta-a ao corpo e cinge-se pas-sando o cordão, apresentado pelo ministro, por cima ( /parte arregaçada e aperta-a com um nó. 0 ministro ajus-ta-a de modo que cubra a batina em redor e fique elevadada terra à altura de um dedo pouco mais ou menos. (Ruhr.)

Toma o manípulo, beija-o na cruz e o põe no braçoesquerdo, geralmente abaixo do cotovelo. Apanha a estolacom ambas as mãos, beija-a na cruz e a põe no pescoço,sem a atirar pelas costas (Bened. XIV), cruza-a sôbre opeito, passando a parte direita sôbre a esquerda, e prende

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

327

as extremidades com as duas ex remid dessddoucordão.es-

te finalmente a casula (sembeijar)

cordões, se houver.II. Ida para o altar

682. 1. 0 celebrante põe o barrete, pega no cálix pelo nócom a mão esquerda, leva-o à altura _do peito, de sorte queo braço forme um ângulo reto, pousando a 0o

direita s-

tendida sôbre a bôlsa, faz, com o barrete p °

nação profunda de cabeça à cruz, menos profunda, se me,

vez da cruz estiver a imagem de um santo, (se é

também a um sacerdote paramentado). Dirige-se com pas-

r;o grave para o altar, conservando corpoaguadireito

benta Sebentabaixos. Ao sair da sacristia pode tomarsacristia estiver por detrás do altar,sai pel da a o ola v ngelho e entra depois da missa pelo

3029 ad 12.) r683. 2. Passando diante

rof do

daaltar-mor,

comma rcabeça;ase esfiver aoo barrete, inclinação p enuflexão. Se estiver ex-SS. Sacramento no tabernáculo, gmosto: 1. ajoelha-se com os dois joelhos;

levanta-se; 6o 6.barrete;

3. ,inclina a cabeça; 4. cobre-se; VIaadiante com o barrete pôsto. (Gard. Innstrre aement., §§ VIo,n. 10.) Se passar diante de um altar,

põe-se de joelhos do mesmo modo e não se levanta antes de

. o C ter deposto o SS. no altar. (Rit. cel. II,

n. 1 o SS. Sa-não tiver o cálix, tira o barrete logo quecranmento e só o põe, quando sair da sua presença. Quando,para distribuir a s. comunhão, se rezam as palavras

;l l ttnis Dei, etc., fica ajoelhado até depois do terceiro Do eusine non,

etc. Se já se distribui a s. comunhão, põe-se

como adiante do SS. Sacramento exposto. Estando,

porém, a píxide sôbre o altar, o SS. é adorado com g

graçãoI lexão munhão

cPa°andonoa C diante de umaltar lateral, comunhão.

durante a missa

cai pine a missa estiver entre a consagração e •a comunhão,Ieuniilete, se o tiver advertido sem indagar. (d. 4135 ad 2.)

3. Tendo chegado junto doridegrauae do degrau d alta r se

h ouver duas séries de degraus, entrega o barrete aoda

l o inteira série, o C pára, descobre-se, gministro, e faz inclinação profunda do corpo à cruz; se o

Page 164: Curso de liturgia pe.João Reus

SS. Sacramento estiver no sacrário, genuflete no plano. Sobe}ao meio do altar, põe, sem inclinação, o cálix para o ladodo evangelho, pega na bôlsa e tira o corporal com a m,ïodireita, encosta a bôlsa à banqueta para o lado do evangclho junto da sacra do meio. Desdobra o corporal complelamente (d. 3448 ad 12), primeiro para a esquerda e para adireita, depois para o lado da cruz e por fim para a fren le .E' bom estar o corporal um pouco apartado da borda doaltar.

684. 4. Depois pega o cálix pelo nó com a mão esquerda,e, segurando o véu com a direita, coloca-o sôbre o corporalno quadrado do meio ou a uma distância da extremidadesuficiente para que não possa tocar no véu com a cabeça,quando beija o altar. Adapta o véu de modo que cubra o 1'ndo cálix. (d. 1379.) Depois, sem inclinação, (a qual só estaprescrita ao passar pelo meio e ao descer do meio para dian-te do degrau inferior) com as mãos postas, vai ao lado daepístola, abre o missal (e não o ajudante, d. 2572 ad 5)e volta para o meio do altar. Faz inclinação à cruz e desce,voltando as costas à cruz, em conformidade com a posiçãoque toma ao Dominus vobiscum e Orate fratres, que se dizemno meio do altar diante da cruz.

5. 0 C tem as mãos postas, de modo que as palmas dasmãos estejam unidas, os dedos estendidos e juntos, o pole-gar direito cruzado sôbre o polegar esquerdo. Os cotovelosestejam levemente encostados ao corpo e as mãos diante dupeito, na altura do coração.

Pára no plano (se houver duas séries de degraus podeficar diante da primeira ou do supedâneo, d. 1265 ad 4)diante do degrau inferior.

III. Comêço da missa685. 1. 0 C vira-se para o altar pela esquerda, faz incli-nação profunda à cruz ou, se estiver o SS. Sacramento nosacrário, genuflexão simples no degrau inferior (d. 2682 ad47), faz em seguida o sinal da cruz pondo a mão esquerdaabaixo do peito, passando a mão direita da fronte ao peito,dizendo em voz alta In nomine Patris, etc. Depois reza aantifona Introibo e o salmo ludica (sigla JEC = ludica;Emitte; Confitebor), faz inclinação profunda da cabeça aoGloria Patri, e sinal da cruz ao Adjutorium nostrum; ao con-

ii. Liturgia Especial. A S. Missa. Ca p_lI[ : Cerimônias 329

liteor em que não se pode inserir emonome

particular g e-ja (d. 2142) nem outro nome

indulto modo que d.

2297), faz inclinação profunda do corpo (de

Ao mas

culpa põe

em cruz possam facilmente tocar os joelhos).

não aõe a mão estendida abaixo do peito e bate

toca) no peito três vêzes com a mão didireita to uem Con-

vada, de sorte que o indicador e o polegarar q

serva-se inclinado, até que o ministro tenhaeodido Mi -sereatur, e êle mesmo Amen. Depois do Con f sp

tro, diz Misereatur, Indulgentiam com o sinal da cruz.

686. Na missa estritamente privada só deve haver um aju-

dante conforme os decretos.s Quandode festast e quando

as Pa-

roquiais ou semelhantes no

ta de missas s ãobder ern

costumada missa

celcelebridade e solen -

tada, por oca d. 3059 ad 7; Decr. 1.lade, pode haver dois ajudantes.

O mesmo decreto (l. c. ad 9 combinado com o resp. adp. 279.)

7) vale para o número das velas. Só nas

ocasmeido enciodaraenedas e nos dias indicados (1. c. n. 7) p por donseguintemais de duas velas para a missa rezada; pnão é permitido acender 4a^el^d

podem-se acender. mais missaBispo e na missa conventual p ex , a mu aavelas. (d. 3065.) Costumada celebridade 6,lo . n. a mi 4•da comunidade nas casas religlúals

ppsa que se diz paraM issa paroquial neste caso é

qualquer missapovo satisfazer a sua obrigação nos domingos e festas.

(Cappello 1. c.)187. 2. Às orações seguintes:

Deus tu conversos até ao

l )remus, inclusivamente, o C está mediocremente

nOrnanus,,I, , modo que possa ver as pontas dos pés.estende e junta as mãos. Só então se endireita e sobe ao

Altar rezando em voz baixa Aufer a nobis e medindo os p a

s-ra s, de sorte que, chegado junto do altar, possa asn Oramos te, Domine, coin inclinação

med ocre.Colocadedosni5os juntas no altar, de maneira que as

pontas

uriuimos toquem na frente do altar e os outros

utro dreno é e jamddos descansem em cima do altar; os

rezados. Esta posição observa-se nos casos semelhantes. coloca

Ao dizer quorum reliquice hic sunt, palmas

sôbredas

niaos até aos punhos exclusive, e não só os dedos,

328 R e u s, Curso de Liturgia

Page 165: Curso de liturgia pe.João Reus

331

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. Ill: Cerimônias

330 R e u s, Curso de Liturgia

altar, dos dois lados do corporal, ou se êste fôr muito gran-de,. sôbre o corporal, beija-o, pondo, se fôr preciso, o pé direito uni pouco para trás. Dêste modo procede sempre aobeijar o altar. Somente depois da consagração o polegar eo indicador não se separam mais e as mãos ficam dentro doâmbito do corporal, tocando-se . só com o dedo mínimo.

688. 3. Depois do Osculo, o C ergue-se, junta as mãos e,terminando à oração, vai, com o ombro esquerdo voltadopara o altar, ao lado da epístola, vira-se para o mis_ sal e,fazendo o sinal da cruz, lê o intróito em voz Alta e conti-nuando com as mãos juntas. Ao Gloria Patri faz inclinaçãoprofunda à cruz, sem levantar os olhos, virando um poucoos ombros juntamente com a cabeça. Assim se fazem tôdasas inclinações no altar. Se o SS. Nome de Jesus ou de umsanto ocorrer, enquanto se faz a cruz, omite-se a inclinaçãoou se faz a cruz antes de pronunciar os ditos nomes.

Depois do intróito vai ao meio do altar, tendo registadoa oração a ser rezada, se estiver em uma página diferen te.Isso vale por regra: Nunca o C se afaste do missal servi

Diagrama das cerimônias principais da s. Missa

1. Princípio: genuflexão ao SS. Sacramento.2. Não para o lado.3. Confiteor: mãos diante do peito.4. Não diante dos joelhos.5. Inclinado até Oremus, inclusive.6. Os dedos mínimos tocam na frente.7. As mãos, não só as pontas dos dedos no Altar.8. Na missa de Réquie a esquerda no Altar.9. Gloria: estende; in exc.: eleva as m.; Deo: inclina a cabeça.

10. Dom. v.: a ponta dos dedos não acima dos ombros.11. Nem além da largura dos ombros: errado.12. Oremus: mãos como no Dominus vobiscum.13. Epístola: as mãos sôbre o livro.14. Munda cor: inclinação profunda.15. Sequentia S. Evang.: cruz no Missal.16. Secundam Ioann. cruz na fronte.17. Credo: estende; in un. eleva as m.; Deum: inclina a cabeça.18. Genufl. até pomo factus est, inclusive.19. Ofertório: patena até o peito só.20. Eleva os olhos e baixa-os para a Hóstia.21. Oferece o cálice; os olhos para a cruz.22. In spiritu hum: inclinação medíocre.23. Lava as pontas do polegar e do indicador.24. Orate fratres.

Page 166: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia332

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 333

ter registado as orações que devem ser rezadas depois. Diz,alternadamente, com o ministro, o Kyrie, com as mãos juntas,689. Depois do último Kyrie, estende as mãos na largurado tronco e eleva-as até ao pulso à altura dos ombros semlevantar os olhos. À palavra Deo faz inclinação profunda dacabeça e junta as mãos outra vez diante do peito. E' conve-niente fazer o gesto em três tempos: 1. estende as mãos —Gloria; 2. eleva — junta-as — in excelsis; 3. baixa-as e fazinclinação — Deo. Continua com as mãos juntas o hino, f a-zendo inclinação profunda da cabeça ao dizer: Adoramoste - gratias agimos tibi — suscipe deprecationem nostram— Jesu Christe. Ao cum Sancto Spiritu, faz o sinalda cruz.

IV. As orações

690. 1. Depois do Glória, ou se não houver Glória, logodepois do Kyrie, sem juntar as mãos (d. 2682 ad 29), o Cbeija o altar, ergue-se e com os olhos postos no pavimentoa dois metros de distância mais ou menos, volta-se pela di-reita para o povo, estende as mãos diante do peito na lar-gura do tronco sem levanta-las, paralelas entre si, sem afas-tar os cotovelos do corpo e diz em voz alta Dominus vobis-

25. Cânon: estende e eleva as mãos e os olhos.MI. Te igitur: inclinação profunda.27. Memento: levanta as mãos até o rosto.28. Hanc igitur.29. Dilect. Filii: eleva as mãos, não os olhos.10. Cotovelos sôbre o Altar: Hoc est.II. Mostra a S. Hóstia ao povo.12. Hic est enim.13. Eleva o cálice sem dizer nada.i4. In unitate Spiritus Sancti.In. Pax Domini sit.

Agnus Dei; inclina a cabeça.I7. Nas três orações inclinação medíocre.R. Domine non sum: inclinação medíocre.19. Comunga com os cotovelos no Altar.40. Pega no cálice abaixo do nó.4I. Põe a patena debaixo do queixo.42. Apresenta o cálice sôbre o Altar.43. Não fora do Altar.44. Ablução sôbre o Altar.45. l'laceat: inclina a cabeça.41ì. Benedicat: eleva as mãos e os olhos.47. I'ater et Filius.48. Et verbum: genuflexão oblíqua.

Page 167: Curso de liturgia pe.João Reus

J

334 R e u s, Curso de Liturgia

cum, junta as mãos e vai para a esquerda. Ao Oremos an•tes da primeira e segunda oração, se houver, porém não andtes das seguintes, estende as mãos diante do peito e junta.as, fazendo ao mesmo tempo uma inclinação profunda à cruz,Esta inclinação pode-se fazer ou enquanto as mãos se estendem ou enquanto se juntam, tal qual se faz ao dizer aconclusão Per Dominam N. J. Christum, exprimindo o mes-mo afeto de petição devota.

Depois de Oremos estende outra vez as mãos e comas palmas paralelas uma à outra e as pontas dos dedos ,1altura dos ombros recita as orações. Junta as mãos ao dizerPer Dominum, etc., inclinando a cabeça à cruz ao proferirJesus, e assim as conserva até ao fim (Rubr.). Se a concluisão é Qui tecum ou Qui vivis, junta-as ao dizer in unitate,6911, 2. Só depois de terminar a conclusão é que separa asmãos e vira a fôlha, se houver outra oração. Ao pronunciaros nomes de Maria, do santo, de que se diz a missa ou acomemoração, do papa e do bispo, se estiver presente (d.2049 ad 3), faz-se a inclinação de cabeça conveniente.

a) Per euudern Dominam diz-se quando se menciona asegunda Pessoa divina de qualquer forma, p. ex., Dei Geni--trix; in unitate eiusdem Spiritus Sancti, se fér mencionadoo Espírito .Santo. A conclusão concorda sempre, se houvermais orações, com a última.

b) Nas quatro têmporas e outros dias com mais orações e leituras depois do Kyrie, o C, sem fazer inclinação,volta logo para o livro e diz Oremos, Flectamus gentia, es-tendendo e juntando as mãos e logo põe as mãos sôbre oaltar, faz genuflexão simples diante do livro, levanta-se,enquanto o ministro responde levate, e recita a oração. Nastêmporas de pentecostes não se diz Flectamus gentia. 1)",

pois da quinta profecia nos sábados das têmpornão seresponde Deo gratias. Tendo concluído as profeciàs, o Cvolta ao meio, beija o altar, diz Dominas vobiscum e con-tinua a missa como de costume.

V. Desde a epístola até ao ofertório

692. 1. Depois das orações, o C lê em voz alta a epistola,pondo as duas mãos sôbre o livro ou sôbre o altar, de niOdoque as palmas toquem ou, se quiser, sustentem o missal. Auterminar adverte o ministro, abaixando a voz, ou nielliur

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. IIl: Cerimônias 335

•ainda, levantando um pouco a mão esquerda, para que êle

responda Deo gratias, e continua na mesma posição o gra-

dual, aleluia, trato e sequência, se os houver de dizer. Sendopreciso fazer genuflexão durante a epístola, o C põe ambas

as mãos sôbre o altar, dobra o joelho para o livro e levanta-W logo. Em seguida vai ao meio do altar, levanta os olhos

;i cruz (d. 2960 ad 3; é esta a primeira vez na missa), faz

inclinação' profunda do corpo sem apoiar as mãos no altar,

e diz em voz baixa Manda cor, Jube Domine e não Domne

como diz o D. Depois vai para o lado do evangelho, viran-

do o ombro direito para o altar, volta-se para o missal trans-portado pelo ministro. Se o C deve mudá-lo, passando pelomeio do altar, faz inclinação profunda da cabeça e não ge-uutlexão (d. 3975 ad 2) e tendo colocado o missal no ladodo evangelho, volta ao meio para dizer

Manda cor.

1693. 2. Coloca o livro obliquamente e volta-se com o rostopara o ângulo posterior do altar (d. 3792 ad 5). Com aspiãos juntas diz em voz alta Dominus vobiscum. Ao Sequen-

lia S. Evangelii, faz com o polegar direito o sinal da cruzsôbre o princípio do evangelho ("textura Evangelii" C. E.II, 8, 41), conservando os dedos estendidos e pousando aanão esquerda estendida sôbre o missal. (d. 2572 ad 11.)Põe a mão esquerda sôbre o peito e faz com a polpa (e não

0n11 a unha) do polegar direito o sinal da cruz na testa, na

bilca e no peito, e lê corn as mãos juntas o evangelho. No

fim o ministro responde Laos tibi. O C eleva uni pouco o

missal sem a estante, beija o principio do evange'o, dizen-

do em voz baixa: Per evangelica dicta. Tôdas as inclinações

genuflexões, que por acaso ocorram, fá-las-á ao livro. De-pois aproxima a estante do corporal e vai para o meio do

:illar.694. 3. Se houver Credo, reza-o; em voz alta. E' conve-

niente fazer o gesto em três tempos: 1. estende as mãos —

Credo; 2. eleva-as e junta-as — in untun; baixa-as e inclina

cabeça — Deurn, A mesma inclinação fará ao Jesum Chris-

tirru. As palavras Et incarnatus est até honro factos faz arenuflexão devagar, tocando corn o joelho no chão ao dizer

faeins est. Ao simul adoratur, faz inclinação; 'ao et vitarn

rrnlnri sceculi, o sinal da cruz. Terminado o, Credo, sem

^nolnr as mãos (d. 2682 ad 29), estende-as sôbre o altar ei,,.ijn-o, ergue-se, volta-se pela direita para o povo, diz em

jaminiiimmiermaintiiimomm

Page 168: Curso de liturgia pe.João Reus

336 R e u s, Curso de Liturgia

voz alta Dominus vobiscum e volta-se pelo mesmo lado parao altar. De novo, separando e juntando as mãos e inclinandoa cabeça, diz em voz alta Oremus, e com as mãos juntas,em voz alta o ofertório.ertório.

VI. O ofertório

695. 1. Depois do ofertório descobre o cálix e não o ajo-dante, mesmo se fôr sacerdote. (d. 2572 ad 6.) Levantandocom ambas as mãos as - extremidades posteriores do véu, co-loca-o dobrado junto do corporal para o lado da epístolaou dá-o a dobrar ao ministro, se fôr costume. Pousa a mãoesquerda sôbre o altar, e põe o cálix com a mão direitapara o lado da epístola, tira a pala e põe-na ou sôbre o véudo cálix ou junto do corporal ou a encosta à sacra, pega apatena entre o dedo polegar e os outros dedos da mão di-reita e da mesma forma com os da mão esquerda, de modoque os dedos mínimos e os punhos se toquem debaixo dapatena, levanta-a à altura do peito, com os cotovelos encos-tados ao corpo e recita o Suscipe. A esta palavra eleva osolhos à cruz e fixa-os logo na hóstia em sinal de humildade(indignos famulus). Depois da oração separa os dedos minimos e, sustentando a patena com os polegares e indicadores, baixa-a ao mesmo tempo até quatro dedos de distânciapouco mais ou menos do corporal. Traça com ela uma cruzno quadrado anterior do meio do corporal e do tamanhodesta parte, para a qual deixa escorregar a hóstia. Evile-s&colocar a hóstia sôbre a dobra do corporal, porquanto é di-fícil tirar de lá fragmentos consagrados. A mão direita põea patena debaixo do corporal de modo que fique meio co-berta.

696. 2. Se fôr preciso consagrar algumas partículas (I ()12), o C põe-nas sôbre a patena, oferece-as comaósliagrande e, feita a cruz com a patena, coloca-as entre o )cálixe a hóstia ou à esquerda dela. Se o número das partículasfôr grande, o C mande pô-las no altar numa píxide ou crílixcoberto com a pala. Coloca-as ao lado ou atrás do cálix damissa, fazendo a intenção de as oferecer e consagrar j(mla-mente com a hóstia do sacrifício, descobre a píxide, reza oSuscipe e cobre a píxide. O pavilhão

. só se põe nela, quandocontém hóstias consagradas e só quando, depois da cowl!nhão, se guarda no sacrário.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. "Ill: Cerimônias 337

Também a luneta, que contém incluída entre dois cris-tais a hóstia grande para ser consagrada, deve abrir-se noolertório e na consagração. (d. 3524.) Num caso urgente

(' pode aceitar partículas para consagrar depois do Sanctuslides da consagração, oferecendo-as mentalmente.

A respeito das partículas separadas da hóstia e gotinhas nalino.(lc interior do cálix, o modo mais seguro consiste em fazer aIlllencilo de não oferecer nem consagrar mais do que as que estãounidas com a matéria do sacrifício. Nem se faça caso do médo dequebrar o jejum consumindo alguma coisa não consagrada; namrwr;Yis videtur tune prcecavenda irreverentia sacramenta quam lcesioleinnii. (S. Alf.; Lehmkuhl; Ferreres; De Herdt.) Esta intenção pode-ni lazer uma vez para sempre. (Noldin 7. ed. III, 137.)

(197. 3. 0 C vai para o lado da epístola. Para evitar que:1 haste se torne curva, segura o cálix com a mão esquerda,

modo que a haste esteja entre o indicador e o médio e otoado da copa descanse na palma da mão, mete o indicadorA. o médio dentro do cálix sôbre o sanguinho dobrado, até ao

I n n do, comprime com o polegar direito o sanguinho contra

l horda exterior e dá uma volta ao cálix. Aperta depois coma abro esquerda uma das extremidades do sanguinho do-Inado contra o nó do cálix e estende a outra sôbre o pé do

1l i x e o altar, para apanhar gotas, que eventualmente caí-(ias galhetas. Toma a galheta do vinho e deita com cui-

dado uma quantidade conveniente no cálix. Segurando o cá-its do mesmo modo, faz o sinal da cruz sôbre a galheta da:Il;na, dizendo em voz baixa: Deus qui, derrama devagar,

:111 palavras huius aquce et vini mysterium, com a colherinha

(41. 3064 ad 4) ou sem ela, algumas gotas ou uma só dell n;l no vinho, e limpa com o sanguinho as gotas (d. 2572;111 14; muito louvável), que por acaso aderirem à parede

Interior do cálix. Tendo chegado às palavras Jesus. Christus,

ou pára um momento e faz inclinação 4 cruz e continua, ou

I niba a ação e continua depois de Jesus Christus, fazendo

inclinação devida.4m9 . 4. Em seguida aproxima, se fôr preciso, com a mãoc;;;gllcrda o cálix do corporal, cobre inteiramente com o san-

(,ni n ho dobrado a patena, de modo que as extremidades fi-

qiu uti voltadas para a cruz, ou leva-o colocado -sôbre os de-

dor; da mão direita para o meio do altar e estende-o sôbre;1 patena. Tendo a mão esquerda sôbre o altar, fora do cor-

po o! a1, pega o cálix pelo nó, põe a mão esquerda no bordo

t. pé, de modo que o bordo superior da copa fique à al-

i 'III F111 do r.ltui ia — 22

Page 169: Curso de liturgia pe.João Reus

338 R e u s, Curso de Liturgia

tuia, dos olhos, rezando em voz baixa O f f erimus tibi com osolhos elevados para a cruz, em sinal de confiança (tuanrdeprecantes clementiam, cum odore suavitatis, cf. n. 494),Concluída esta oração, desce o cálix e faz com êle uma cru/sôbre o quadrado central, igual à que fizera com a patenae o põe neste quadrado. Cobre-o com a pala, conservandosempre em tal caso a mão esquerda pousada sôbre o pé docálix.

699. Apoiando as mãos (como ao Dramas te) sôbre o al-tar, com inclinação medíocre de corpo, reza em voz baixa Inspiritu humilitatis. Depois de terminar, endireita-se, elevaos olhos, estende as mãos, levanta-as à altura dos ombros(como no Glória), junta-as diante do peito, como em geralse faz antes de benzer alguma coisa, e acompanha êste ges-to, sem fazer inclinação da cabeça, com as palavras Vealsanctificator, pousa a mão esquerda sôbre o altar, e às pala-vras benedic, etc., faz com a mão direita o sinal da cruz sô-bre o cálix e a hóstia ao mesmo tempo.

5. A bênção dos objetos no altar, segundo Miss. Ri1.cel. III, 5, se faz sempre do modo seguinte: o C junta asmãos, pousa a mão esquerda (se estiver desocupada; não ofaz, p. ex., na bênção da água) sôbre o altar e tendo o dedomínimo da mão direita voltado para o objeto (p. ex., parao cálix e a hóstia), traça com a mão uma linha reta desdeo meio da pala, na sua direção, até sôbre a hóstia, e sembaixar a mão, uma segunda linha de um canto da pala aooutro ao longo do bordo anterior, e junta depois as mãos,sem reconduzir a mão direita ao meio da pala. As bênçãosse devem fazer devagar, não apressadamente, para guar-dar a dignidade litúrgica.

6. Com as mãos juntas vai para o lado da epístola,onde, viradas as palmas das mãos para baixo, lavprin-cipiando o Lavabo inter, etc., as extremidades do poli gar edo indicador de ambas as mãos, conservando os outros de-dos separados, e enxuga-os com o manustérgio. E' proibi-do o lavabo (bacia e jarro) grande nas missas não ponli-ficais. (d. 4100 ad 4.) Volta-se para o altar, e, feita aoGloria Patri inclinação profunda à cruz, acaba o Sicut eral,enquanto se dirige para o meio do altar. Ali eleva os olhosà cruz, abaixa-os logo e, com as mãos juntas postas sôbreo altar, inclinando-se mediocremente, diz em voz baixa

IL Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 33g

Suscipe S. Trinitas. No fim beija o altar, endireita-se, junta

.IS mãos e volta-se pela direita para o povo, com os olhosPostos no pavimento. Estendendo e juntando as mãos diz,ui meia voz as palavras Orate fratres, continuando em voz

baixa ut meum, etc., e acabando o círculo. Voltado para o

;(liar, ajunta à resposta do ministro, em voz baixa, Amen.

Sem dizer Oremus, observando as cerimônias como nasorações, acrescenta a secreta. Se não houver senão uma, não,(eaha a conclusão, mas pára depois das palavras Spiritus

Sancti Deus. Se não houver mais de uma secreta, termina a

primeira dizendo êle mesmo em voz baixa Amen.

700. Antes das palavras da última conclusão Per omnia

su cula, etc., exclusive, procura com a mão esquerda no mis- ,

sal o prefácio, põe as mãos estendidas sôbre o altar, de ume outro lado do corporal, e diz em voz alta: Per omnia,

Dominus, etc. Ao Sursum corda, levanta as mãos estendidas

sem elevar os olhos e conserva-os como à Coleta. Ao Ora-

lias agamus, ajunta-as em linha horizontal, ao Deo nostra

ollia para a cruz e logo inclina a cabeça em linha vertical,,formando as duas linhas uma cruz. Terminada a resposta

I >ignum est, etc., estende outra vez as mãos como antes e

recita em voz alta o prefácio. Ao Sanctus junta as mãos eas pôr sôbre o altar, mediocremente inclinado diz com

vmt moderada Sanctus, etc. Ao Benedictus, ergue-se e faz

(( sinal da cruz, enquanto continua a oração sem juntar as

ui;ios no fim.

VII. Do cornêço do cânon até depois da consagração

701. Depois do sinal da cruz o C abre o cânon com a mãoescinerda, estando a direita pousada sôbre o altar, junta as

menos na missa solene, pois que o C as junta ao Ho-

sanuur, estende-as, eleva-as um pouco (de modo que as pon-Ias dos dedos não ultrapassem a altura da fronte) e aomesmo tempo os olhos, baixa-os logo devotamente, juntaÏ(,, mãos, inclina-se profundamente, pousa as mãos juntas,,abre o altar e começa em voz baixa o Te igitur, etc., es-,oido inclinado. (d. 2572 ad 19. Outra explicação inadmis-

s M . Cf. Decr. t. V p. 482 "standum est rubricce.") Depois

,L( palavra petimus, beija o altar e continua ' li accepta, etc.,

(miluanto se endireita, junta as mãos e benze, conservando a

',;U n ia da mão perpendicular e não horizontal (d. 1275 ad

vQw

Page 170: Curso de liturgia pe.João Reus

340

R e u s, Curso de Liturgia

4) e os dedos unidos e estendidos (d. 1711 ad 6), o cálixe a hóstia conjuntamente três vêzes, dizendo: hcec dona,.hcec munera, hcec sancta sacrificia illibata. Em seguida pros-segue o cânon em voz baixa com as mãos estendidas diantedo peito. Ao nome do papa, inclina a cabeça. (d. 2915 ad5.) Ao Antistite nostro, diz o nome do bispo da diocese, cruque se diz a missa, sem inclinar a cabeça. (n. 112.) 0 bis-po ordinário celebrando em diocese alheia no cânon devenomear-se a si mesmo. (d. 3764 ad 19.)

702. 0 nome de vigário apostólico ou prefeito apostólicosó pode ser mencionado com indulto da S. Sé. Se a Sé epis-copal estiver vaga ou se se celebra em Roma ou num lugarque tem somente um vigário ou prefeito apostólico com ju-risdição episcopal, omitem-se as palavras Antistite nostro.O nome de um bispo só será mencionado depois de tomarposse da diocese. O bispo administrador de uma diocese nãoé mencionado no cânon nem comemorado no dia da sua elei-ção ou consagração. (d. 2774 ad 5.)703, 2. Ao dizer Memento Domine, eleva e ajunta as mãospondo-as à altura do rosto ou do peito (Rubr.), (descre-vendo com as pontas dos indicadores os dois lados de uristriângulo cujo vértice não deve subir acima da bôca). Per-manece alguns instantes nesta posição, com a cabeça umpouco inclinada, fazendo comemoração dos fiéis vivos, pelosquais quer rezar. Pode nomeá-los oral ou mentalmente ouantecipadamente, determinando antes da missa os vivos (oumortos) pelos quais quer rezar, e dizendo ou pensando, aoMemento: pelos quais tenciono rezar. O Memento não ex-ceda a duração de um Padre Nosso, conforme o uso.

3. Depois do Memento o C continua et omnium, etc. Apalavra Marice, faz inclinação da cabeça para o livro, i. 6,para o nome escrito no livro (d. 3767 ad 25), e se a ima-gem de Nossa Senhora estiver no lugar principal\ do altar,para ela. Ao SS. Nome de Jesus, faz inclinação de cabeça rlcruz. Se no cânon nomear um santo, cuja festa se celebraou comemora (d. 2572 ad 20), inclina a cabeça para o livro,Ao dizer per eundem, junta as mãos e as estende ao Hancigitur sôbre o cálix e a hóstia, de modo que os polegares secruzem, o direito sôbre o esquerdo, acima das mãos (d. 1275ad 5), e os outros dedos juntos e estendidos cheguem aomeio da pala, sem a tocar.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 341

Dizendo Per Christum, junta as mãos, recita Quam obla-

lïonem e benze três vêzes, às palavras benedictam - ad-seriptam — ratain — o cálix e a hóstia simultâneamente.Prolonga a terceira cruz de modo que possa pronunciar ra-tionabilem acceptabilemque facere digneris, faz o quarto si

nril da cruz sôbre a hóstia do tamanho dela, dizendo ut no-

bis corpus, o quinto sôbre o cálix, do tamanho da pala, con-Impando et sanguis. Estas cruzes podem-se fazer ou na mes-nia altura ou baixando a mão até à altura do nó do cálixna bênção da hóstia. Depois levanta e junta as mãos (comono Glória) diante do peito, dizendo fiat dilectissimi, etc., in-clinando a cabeça ao dizer les t' Christi.

Se há partículas para consagrar, descobre a âmbula..Coloca-a sôbre a pedra de ara, se esta é pequena, afastan-do um pouco para o lado o cálix da missa. Depois da con-! ;tgração fecha a píxide e a remove do centro do corporal.I h'vc-se proibir o abuso (abusum esse interdicendum) de co-ineçar, logo depois da consagração, a distribuição da s. co-i iiuhão com hóstias consagradas na mesma missa. (d.t ,i48 ad 7.)

104. 4. Antes de principiar Qui pridie pode passar leve-mpie as polpas dos polegares e indicadores sôbre o corpo-enl nos quadrados anteriores, e começa Qui pridie. Pega comu polegar e o indicador da mão direita na hóstia, apoiando^t indicador da mão esquerda sôbre a borda oposta e diziu eepit panem, etc. Ajunta o polegar e o indicador da mãorrttlucrda sustentando-a a uma distância de quatro dedos do„rpural, em todo caso não apoiando a mão no corporal,

perra não macular o lugar onde depois há de colocar o SS.-Sacramento. Os outros dedos da mão direita se encosta m .

n nv, da esquerda, por detrás da hóstia. Elevando os olhos aoct`ai diz et elevatis, etc., faz inclinação profunda ao tibi gra-

!!as agens, e sustentando a hóstia com a mão esquerda, fazo minai da cruz com a mão direita sôbre ela, dizendo be-

cifvti.ril, tornando a pegar na hóstia com a mão direita, con-dizendo fregit, etc., até amues.

705. 5. Apóia o antebraço (cotovelo) sôbre a parte ante-t^r do altar (na mesma posição que na comunhão: Rit. cel.X, 4 eubitis super altare positis) recuando uni pouco, se fôrpt rtì ;o , e diz secreta, distinta, continuada e reverentementeoil I+;lavras da consagração: distintamente, porquanto a pro-

Page 171: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

núncia perceptível é necessária para a forma do Sacramento;reverentemente, i. é, sem esfôrço da cabeça ou da bôca, serviaspiração forçada pela ânsia. Ergue-se imediatamente e con-servando entre os dedos a s. hóstia sôbre o corporal, apóiaos pulsos sôbre a parte anterior do altar, adora com genu-flexão a s. hóstia, endireita-se sem demora e seguindo coneos olhos o SS. Sacramento, eleva-o em linha vertical sôbreo corporal tão alto quanto comodamente possa (Rubr.) emostra-o ao povo para a adoração. Desce a s. hóstia e, conea mão direita só, coloca-a no mesmo lugar, donde a tirara,pousando a borda do dedo mínimo esquerdo no corporal, demodo que o indicador e o polegar fiquem levantados dentrodo quadrado da s. hóstia, sempre unidos e na mesma posi-ção até à ablução, a não ser quando tem de tocar a s. hóstia.Logo que esteja livre a mão direita, põe-na igualmente nooutro lado do quadrado.

706. 6. Tendo pôsto a s. hóstia sôbre o corporal, o C ado-ra-a, fazendo de novo genuflexão seguindo a regra, segundoa qual se faz sempre a genuflexão antes e depois de tocaro SS. Sacramento. Ergue-se, pousa o dedo médio e o anularda mão esquerda no pé do cálix, tira a pala, limpa sôbre acopa os dedos de qualquer fragmento, esfregando-os um na-dinha, o que observará sempre depois de tocar a s. hóstia. E ntretanto, diz Simili modo postquam ccenatum est, e rezandoaccipiens, etc., pega com as mãos no cálix pelo nó, a di-reita acima da esquerda, de modo que o cálix esteja entre osdois dedos unidos e os três livres, eleva-o um pouco, pousa-0logo, inclina a cabeça para a s. hóstia, dizendo item tiblgratias agens. Ao benedixit, sustentando o cálix pelo uo'tcom a mão esquerda, traça com a mão direita o sinal dacruz sôbre o cálix, põe a mão direita, como antes, no cálixdizendo deditque discipulis, etc., a esquerda no pé do ç;ïlix,o polegar e o indicador em cima, os outros dedos em baixo.Tendo acabado ex eo omines, apóia os antebraços no aliarcomo na primeira consagração, sem encostar a mão esquerdano corporal, faz inclinação profunda da cabeça e, Sc. 161preciso, do. corpo. Inclinado sôbre o cálix, em linha vertical,pronuncia em voz baixa, distinta, continuada e revereulemente as palavras santas da consagração. Nada impedelê-las na sacra ou, como os bispos, no cânon, contanto olhese guarde sempre profunda devoção.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 343

Ex negligenti pronuntiatione sine prava mente, `cal x mpn rec"est"in "es", "corpus" in "copos", "meum' in `meu", "" sanguinis" in "sanguis" etc. non reddit invalidam nec dubiam con-rtecrationem, quamquam si vere incuria committitur, id a venialip eccato excusari nequit. (S. Alf. n. 244; Lehmkuhl II n. 128; Sca-vivi, Ferreres.)707. Terminadas as palavras in remissionem peccatorum,

continuando Hcec quotiescumque, etc., endireita-se, colocao cálix e depois as mãos sôbre o corporal e adora reve-rentemente a Jesus sacramentado. Endireita-se, põe a mãodireita no nó do cálix, a esquerda no pé e eleva-o em li-nha vertical e devagar, para a adoração do povo, tão altoquanto cômodamente fôr possível (o pé do cálix deve che-

t ar à altura da testa), seguindo-o com os olhos. Depoisdesce-o devagar, põe-no reverentemente sôbre o corporalno lugar que ocupava antes e cobre-o com a pala, apoian-do a mão esquerda (dedos médio, anular e mínimo) no pé

I() cálix. Torna a fazer genuflexão.

VIII. O cânon depois da consagração até ao Pater noster

708. 1. Feita a adoração, o C, de pé, com as mãos esten-didas diante do peito e os polegares e indicadores juntos,continua em voz baixa Unde et memores (anamnese). Di-

zendo de tais donis ac datis, junta as mãos e, pondo a es-querda sôbre o corporal, traça com a direita três cruzes sô-Itre a s. hóstia e o cálix simultâneamente, dizendo Hostiam

luram, etc., depois na mesma altura ou à altura do nó dot r'dix uma vez sôbre a s. hóstia só ao Panem sanctum, e uma

vez sôbre o cálix só, ao Calicem salutis.Estende as mãos diante do peito (sem juntá-las antes)

e continua Supra quce. Ao Supplices te rogamus, faz pro-

I'nnda inclinação do corpo, retraindo-se um pouco se fôr mis-

I er, e. pondo as mãos juntas sôbre o altar (não sôbre o cor-

poral) e separando-as, beija o altar, dizendo ex hac altaris

porticipatione, endireita-se, junta as mãos, põe a mão es-querda sôbre o corporal e com a direita faz o sinal da cruz',ellire a s. hóstia dizendo corpus e sôbre o cálix, dizendo

urrgoinem. Coloca a mão esquerda abaixo do peito, tendoo cuidado de que o polegar e o indicador não togwrem a ca-sina, e faz o sinal da cruz sôbre si mesmo, dizendo omni

benedictione (tocando na testa), ccelesti (no peito), et gratia

(no ombro esquerdo), repleamur (no ombro direito). Ao Per

cornier ', junta as mãos.

342

Page 172: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

709. 2. Ao Memento etiam, o C estende as mãos e sem leiem consideração as letras N..et N., resto do antigo codame de ler os nomes dos defuntos, ao in somno pacis juntaas mãos e, descrevendo os dois lados de um triângulo cujovértice está na altura da bôca, levanta as extremidades dosdedos à altura do lábio inferior. Com os olhos fitos na s.hóstia faz comemoração dos defuntos como fêz dos vivos .Depois estende as mãos e prossegue Ipsis Domine. Ao Pereundem Christum, junta as mãos e inclina a cabeça (a únicavez em tôda a Liturgia que o C faz inclinação à palavraChristum, porque neste lugar encerra um mistério, a sabeique Nosso Senhor, inclinando em sinal de obediência a ca.beça, aceitou a morte e a descida aos infernos e trouxe asalmas "luz e paz"; factus obediens usque ad mortem), cl.n. 526.

Pousa a mão esquerda sôbre o corporal e batendo nopeito com a direita, diz em voz moderada Nobis quoque pec-catoribus. Em voz baixa e com as mãos estendidas, con li-nua famulis tuis. Ao Per Christum D. N., junta as mhos, dizPer quem... bona creas, coloca a mão esquerda sôbre o cor-poral e faz com a direita três cruzes sôbre a s. hóstia e ocálix simultâneamente, dizendo: sanctificas, vivificas, hem ,

-dicis et prcestas nobis. Descobre o cálix, faz genuflexão,pega reverentemente na s. hóstia com o polegar e o hull-cador da mão direita e, pondo a esquerda no nó do cálix,faz com ela três vêzes o sinal da cruz de um lado da bordado cálix ao outro, pronunciando as palavras santas: Peripsum et cum ipso et in ipso, depois à mesma altura duresvêzes entre o cálix e o peito, partindo da` borda do cálix edizendo: est tibi Deo Patri omnipotenti in unitate SpiritusSancti. Sustentando com a direita a s. hóstia sôbre o c,ilix,com a esquerda eleva o cálix com a s. hóstia um pouco (iialtura de cinco dedos) e diz omnis honor et gloí )ia. Logodesce o cálix com a s. hóstia, coloca a s. pôs

-Ca sôbre ocorporal, limpa o polegar e o indicador sôbre o cálix e jun-ta-os de novo, cobre o cálix, sustentando-o pelo pé cone amão esquerda e, fazendo genuflexão, adora o SS. Sacramento,

IX. Desde o Pater foster até depois da comunhão710. 1. Conservando as mãos pousadas sôbre o corporal,diz em voz alta Per omnia, etc., depois Oremnus, jt uit.ui doas mãos e inclinando a cabeça ao SS. Sacramento, Quaiulo

II. Liturgia Especial. A S. Missa: Cap. III: Cerimônias 345

começa o Pater noster, estende as mãos, fixa os olhos noSS. Sacramento e continua nesta posição até depois de o

ministro ter dito Sed libera nos a maio. Em voz baixa (se-

crete, diz o cânon) responde Amen. Sem juntar as mãos,'

lira com a mão direita a patena um pouco para fora do cor-poral, limpa-a com o sanguinho, sem separar o polegar e oindicador, servindo-se também, se fôr preciso, da mão es-querda. Põe o sanguinho no lugar que antes ocupava, pegaa patena entre o indicador e o médio e sustenta-a de pépousada no altar junto do corporal com a parte côncavavoltada para o cálix. A mão esquerda está sôbre o corporal.

711. 2. Reza em voz baixa o embolismo Libera nos. À pa-

lavra Maria, inclina a cabeça para o livro, num . altar deNossa Senhora à sua imagem. Depois das palavras et omni-

bus Sanctis, põe a mão esquerda abaixo do peito (torax),

benze-se com a patena, rezando da propitius (tocando a tes-

ta), pacem (peito), in diebus (ombro esquerdo), nostris

(ombro direito). Beija a patena; é conveniente que seja na

horda superior, na cruz ou imagem se houver (cf. d. 1711ad 5), calca ligeiramente a borda esquerda da . s. hóstia e,

rezando ut ope misericordice tuce, etc., acomoda-a com o in-dicador esquerdo sôbre a patena, que coloca um pouco parao lado da epistola, fora do lugar, onde estava a s. hóstiapara que não se percam por acaso fragmentos da s. hóstia.Descobre o cálix, faz genuflexão, toma a s. hóstia com opolegar e o indicador da mão direita, segura-a com o po-legar e o indicador das duas mãos sôbre o cálix, divide-acverentemente pelo meio de alto a baixo, sem violência,

para não dispersar fragmentos, rezando em voz baixa Per

eundem D. N. J. Ch. e inclinando a cabeça ao dizer Jesus.

(Cl. d. 2850 ad 1.) Coloca a metade, que tem na mão di-reita, na patena e separa da outra metade com a mão di-reiia unia partícula na parte inferior (d. 1275 ad 6), di-

,endo: Qui tecum vivit et regnat. Põe a parte maior, que

b in na mão esquerda, ao lado da outra , metade, de modo(lie a s. hóstia conserve a forma redonda, dizendo in uni-

lute, etc. Colocar a última metade um pouco sôbre a outra,

(inale não estorva a forma redonda, mas facilita a cerimônia

de pegá-la. Leva a mão esquerda ao nó do cálix, e tendo

l partícula em cima do cálix, diz em VOZ alta: Per omnia

.arc ulrr sceeculorum. Depois traça com a santa partícula três

344

Page 173: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

cruzes, devagar, de um ao outro bordo, rezando Pax Do-mini — sit semper — vobiscum. Depois de ter respondidoo ministro Et cum, etc., o C deixa cair a partícula, rezandoem voz baixa: Hcec commixtio, etc.; ao SS. Nome de Jesusfaz inclinação (a rubrica não a menciona). Purifica ligei-ramente os dedos sôbre o cálix, põe a mão esquerda em ci-ma do pé do cálix, cobre-o e adora o SS. Sacramento, fa-zendo genuflexão.

712. 3. Depois junta as mãos e inclinando a cabeça (ca-pite inclinato, Rit. eel.) ao SS. Sacramento, diz em voz altatrês vêzes Agnus Dei qui tollis peccata mundi. Acrescenta,a primeira e a segunda vez, miserere nobis; a terceira vez,dona nobis pacem, batendo cada vez no peito, enquantoprofere as três últimas palavras e pousando a mão esquerdasôbre o corporal. Não está prescrito levar cada vez a mãodireita até ao corporal e depois até ao peito. Em seguidapõe as mãos juntas sôbre o altar (não sôbre o corporal d.2572 ad 21), de modo que as extremidades dos dedos nií-nimos topem na frente do altar, inclina-se mediocremente e,corn os olhos fitos no SS. Sacramento, diz em voz baixa astrês orações prescritas, para antes da comunhão. Acabadasestas orações, faz genuflexão, dizendo ao levantar-se: Pa-nem ccelestem, etc. Leva com o indicador da mão esquerdaa s. hóstia para a borda da patena, apanha-a pela parlesuperior com o e o indicador da mão direita e apõe entre o polegar e o indicador da mão esquerda, de mo-do que ela conserve a forma redonda, e introduz a patenaentre o indicador e o médio da mão esquerda debaixo das. hóstia. Sustentando a s. hóstia com a mão esquerda so-bre a patena entre o cálix e o peito, sem apoiar a mão ouo braço sôbre o altar, sem se voltar para o lado, inclina-semediocremente, bate três vêzes no peito, dizendo cada erem voz moderada: Domine non sum dignas. Continu^nivoz baixa: ut intres, etc., conservando, entretanto, a m odireita sôbre o peito.

Não se pode negar que as cerimônias do missal neste ponto s il oum pouco difíceis, como a experiência ensina, mormente quando oborda da patena é baixa, circunstância essa que é frequente. Muitosautores procuram facilitá-las. Introduzem uma nova cerimônia, dl-.zendo que a patena com a santa hóstia se ponha encostada s Oreo pé do cálix, para se poder pegar mais facilmente a s. hóstia. Mosêsse modo traz outro inconveniente.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 347

O missal indica um segundo modo fácil de tomar a s. hóstiano urão: fácil, porque permite apanhar a patena com as duas mãos

evita as dificuldades.A rubrica na sexta-feira santa prescreve que o celebrante "tome

a patena com o corpo de Cristo". Neste caso o C toma com as

di v os mãos a patena com o SS. Sacramento do corporal, segura-a en-I re o dedo indicador e o médio da mão esquerda, toma reverente-niexite da patena as duas partes da hóstia com o polegar e o indi-cador da mão direita e as põe entre o polegar , e o indicador da

a too esquerda. Depois continua como diz o Rit. eel.ifste segundo modo é lícito: a) porque está no próprio missal;

I,) segue ó missal ao pé da letra; c) não acrescenta nada às ru-bricas; d) o próprio Rit. eel., X, n. 7, supre as rubricas do Rit.eel. por uma rubrica da quinta-feira santa (Serventur quce in feria

V Ca , nce Domini prcescribuntur); e) Pio V, provavelmente, nãoquis omitir êste modo prático de tomar na mão a s. hóstia ensi-nado pelo célebre Burcardo (Eph. Lit. 1924. Ordo p. 31) e o pôsnos rubricas da sexta-feira santa. Por isso muitos sacerdotes pre-ferem-no ao modo indicado nas rubricas do Rit. eel.

713. 4. 0 C endireita-se, segura com a mão direita, pela

parte superior, as duas metades da s. hóstia. Com a mão,esquerda pega pela borda exterior e a meia altura a meta-de da qual tirou a partícula. Coloca em cima a outra me-

Lute e segura-a com o polegar da mão esquerda. Pega nes- .

Ias duas metades pela extremidade inferior corn a mão di-

reìta e faz com elas o sinal da cruz sôbre si mesmo, i. é,,liante de si (bênção eucarística) por cima da patena, que

lent na mão esquerda diante do peito. A cruz não deve ex-eeder a patena, por causa dos fragmentos que eventualmentecaem. Ao mesmo tempo diz em voz baixa, fazendo inclina-

m da cabeça (d. 2850 ad 1), e formando a linha verticalSS. Nome de Jesu: Corpus Domini, etc. Apóia os ante-

In aços sôbre o altar, inclina-se mediocremente, põe a s. hós-lia, com reverência, na língua, conservando-a afastada docéu da bôca até estar umedecida. Depois põe a patena sô-

lire o corporal, purifica ligeiramente os dedos sôbre a p-

lena, endireita-se, junta as mãos á altura dos lábios (ante

saciem, Rit. eel.) e fica alguns instantes meditando no bene-

I leio indizível, comumente, dizem, o tempo de um Padre

Nosso.714. 5. Depois abaixa as mãos, põe a esquerda sôbre abase do cálix e, dizendo: Quid retribuam Dominó pro om-

nibus qum retribuit mihi, descobre o cálix, faz genuflexão,lama a patena com a mão direita e, se houver nela algumapalIicula, fá-la cair no cálix, depois olha o corporal e re-olhe com a patena os fragmentos que poderiam ter ficado,

346

Page 174: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

passando-a algumas vêzes (2-4 vêzes; Ercker, Müller, Zual-di, Kieffer, Aertnys, Solans), devagar, sôbre o lugar, cmque pousava a s. hóstia. Quem raspa repetidas vêzes o cor-poral, recolhe fios, pedacinhos de amido, etc. Deitando taiscoisas no SS. Sangue, falta à reverência devida. Em seguidaeleva a patena (em posição horizontal) sôbre o cálix, incli-na-a, passa a polpa do indicador esquerdo uma ou duas vê-zes sôbre a borda esquerda da patena, na largura de ' unicentímetro, de maneira que esta parte fique limpa de fra-gmentos. Pega então com a mão esquerda por esta parte,limpa a patena e purifica-a com a polpa do polegar e doindicador da mão direita, atenta, mas não ansiosamente, semdar volta à patena, fazendo cair os fragmentos, se houver,no cálix, tomando o cuidado de que não caiam fora do cá-lix, e limpa enfim também os dedos, esfregando-os levernentc.

715. 6. Enquanto limpa a patena (segundo o cânon Missa)ou depois de tê-la purificado (Rit. cel.) diz o C: Cal eemsalutaris, etc. Põe a mão esquerda com a patena no corporal,pega com a direita o cálix por baixo do nó e faz com eleuma cruz diante de si, rezando: Sanguis Domini, etc. Di-zendo Jesu, inclina a cabeça (d. 2850 ad 1), traçando aomesmo tempo a linha vertical da cruz. Bebe em seguida oSS. Sangue com a partícula, sustentando a patena por bai-xo do queixo e da copa e impedindo que gotas do SS. Sa-cramento caiam casualmente no chão. A Rubrica não pres-creve que o SS. Sangue se beba de um só hausto, mas in-sinua que não se retire o cálix dos lábios senão depois deter tornado todo o SS. Sangue. Nem se afaste o cálix brus-camente dos lábios, porque assim gotinhas do SS. Sanguese desprendem da bôca e caem na patena. Se houver umagota na patena, o C tome-a lambendo. (De def. X, 12.) Sea partícula ficar pegada ao cálix, pode trazê-la á borda docálix com o indicador ou tomá-la com a ablução

; "Si qu',in prima Missa diei nativitatis sumpserit moscam vel parti-culam cera✓ , que inciderat in calicem vel guttulas vini caliciinterius inhwrentes, etsi non consecratas, potest adhuc aliamMissam celebrara. Id quód sumitur simul cum sacris spc-cicbus non frangit ieiunium, quod ecclesia humano modo ser-vandum pra?cipit., (Noldin, III, n. 151.)

O mesmo se diz a respeito de tudo quanto se recolhecom a patena na purificação do corporal, embora haja algu-

I1. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 349

nia coisa misturada não consagrada. A Igreja neste caso dis-pensa, se fôr preciso, pela prescrição litúrgica, de purificaro corporal. (Vermeersch, Theol. mor. III p. 337, 2. ed.)

Pousar o cálix no altar e demorar na meditação comodepois de tomar a s. hóstia é contra a rubrica. A S. R. C.perguntada: Se o sacerdote depois da sumpção do Precio-s;issinao Sangue deve demorar um pouco na adoração como

se faz depois da sumpção da sagrada hóstia, respondeu:"Observem-se as rubricas." Ora a rubrica depois da sum-pção do SS. Sangue logo manda dizer: Quod ore, e não dá

lugar à meditação. (d. 2850 ad 2.) Que este é o sentido ge-

uu ino da resposta a S. R. C. declarou (Decret. , t. V p. 90)

dizendo: "0 C depois da sumpção do SS. Sangue não devedemorar na meditação do SS. Sacramento." A meditação ésubstituida pela oração Quod ore sumpsimus: Contudo, antes

de começar a falar, é bom esperar um instante, para que

• nino se desprendam da língua gotinhas do SS. Sangue.

716. 7. Comunhão dos fiéis. Logo depois da sumpção do

SS. Sangue distribui-se a s. comunhão.a) O Ritual (tit. IV, c. 2, n. 11) diz "que dentro da

missa a comunhão do povo deve-se realizar logo depois dacomunhão do sacerdote, a não ser que às vêzes se deva disI rihuir imediatamente antes ou logo depois da missa privada

por motivo razoável." (Tit. IV, , c. 1, n. 13-14.) Cada sa-

cerdote pode dar a comunhão antes e depois da sua missa. privada e fora da missa. Cân. 853: Qualquer batizado, a^lucm não é proibido pelo direito canônico, deve ser admi-lido à s. comunhão, a qual só se pode negar aos publica-niente indignos. (Tit. IV, c. 1, n. 8.)

b) Não se abra o sacrário antes da sumpção do SS.Sangue, para que não haja perigo de derribar o cálix.

c) O pavilhão só se põe na píxide, em que se consagra-

l :un partículas, depois da comunhão do C. Em seguida, con-servando juntos os dedos polegares e indicadores, abre o,sacrário, faz genuflexão, coloca a píxide no sacrário, faz ge-nuflexão e fecha a porta. Se uma píxide ficou vazia, emboracontendo fragmentos miúdos, não se põe mais 'o pavilhãonela, porquanto o pavilhão indica . a presença de partículas

consagradas.717. d) Se há comunhão e as sagradas particulas estão nosacrário, o C depois da sumpção do SS. Sangue põe o cálix

348

Page 175: Curso de liturgia pe.João Reus

350R e u s, Curso de Liturgia

um pouco para o lado, mas ainda dentro do corporal, co-bre-o com a pala, tira a píxide do` sacrário e a descobre, sem-pre com as devidas genuflexões. Depois de o ajudante terrezado o confiteor, o C genuflete, volta-se para o povo comas mãos juntas e reza, sempre no plural, mesmo se fôr sóuma pessoa a comungar: Misereatur vestri, etc., traçando osinal da cruz sôbre o povo ao Indulgentiam, etc. Volta-separa o altar, genuflete, pega com a mão esquerda a píxide,toma uma partícula com o indicador e o polegar da mãodireita, tendo os outros três dedos dobrados sôbre a palmada mão ou estendidos e a píxide na altura do coração, elevaa s. hóstia um pouco sôbre a píxide, volta-se para o povoe reza, sem levantar ou descer a s. hóstia, em voz alta: EcceAgnus Dei, etc., e depois três vêzes, Domine, non sum dignus,ut Mires sub tectunz meunz, etc., tudo em voz alta.718. Começando do lado da epístola, distribui a s. comu-nhão, usando a patena da comunhão, a qual está prescrita.Pois a S. C. dos Sacramentos prescreveu (A. A. S. 4 denovembro 1929) que, além da toalha para a s. comunhão,deve se usar um prato de metal dourado ou de prata. Osfiéis colocam esta patena debaixo do queixo e entregam-naao vizinho sem virá-la, para que os fragmentos desprendi-dos casualmente da s. hóstia sôbre a patena, não caiam nochão. E' lícito que um ajudante acompanhe o C segurandoa patena debaixo do queixo de quem comunga. (S. C. R. adCard. Monac. 23-1-1931.) E' proibido que o próprio C se-gure a patena, por meio de uma asa, debaixo do queixode quem comunga. (S. C. R. 1854 in Lucionens. ad 12;Eph. Lit. 1930, p. 73.) Cf. C. B. n. 212.

Fazendo cada vez com a s. hóstia o sinal da cruz sôbrea píxide e dizendo Corpus Domini N. Jesu (inclina a cabeça)Christi, etc., põe a s. partícula na língua do comungante.

Aos sacerdotes e outros clérigos faculte-se (priebeatur, e nãoadministretur) a comunhão no altar, ajoelhados nos degraus -o i se-parados dos leigos dentro das grades do altar, sendo cômodamente

possível. (Ritual, t. IV c. 2 n. 4.)Esta rubrica estende-se também a pessoas leigas de não vulgardignidade, a qual liturgicamente se deve atender per se (reis) ouacidentalmente (esposos na missa nupcial). Estas comungam antes

dos clérigos, ao menos dos de ordens menores (d. 4328); governadores,' altos magistrados, depois do clero (d.. 3024; 2753 ad 6); oajudante leigo da missa, embora sem batina (d. 4271 ad 1), p o rcausa da sua função, antes de monjas ou outras pessoas (d, 1071);mas êste, se fôr clérigo, é o primeiro dos da sua ordem (d. 1328).

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias351

Na missa solene o diácono e subdiácono comungam antes de todos

(C. E. I. c. 9 n. 6), embora haja sacerdotes.Os leigos religiosos podem comungar no altar em último lugar

por ocupar dignidade não vulgar. Pois o estado religioso juridica-mente ' é muito semelhante ao estado clerical, tendo as comuns obri-gações e importantes privilégios clericais. (Cân. 592; 614.) Os lei-gos seculares comungam na balaustrada. Esta ordem dos comun-goates existe desde os primeiros séculos.

Mas não é licito aos leigos assistir à missa .ou bênção ou ser-mão no presbitério ou ali rezar. (d. 1258; 1838; 3388.)

Uma obrigação sob pecado de receber, ou permitir ou proibira comunhão no altar não se pode provar (C. E. II c. 29 n. 4). Ossacerdotes e diáconos comungam com a estola (côr branca ou outra).

Finda a distribuição da s. comunhão, o C volta para o

altar, sem recitar O Sacrum convivium, coloca a pixide nocorporal, genuflete, cobre a pixide e coloca-a no sacrário. Sea comunhão foi distribuída durante a missa, o C purifica apatena da comunhão sôbre o cálix da missa; se fora da mis-sa, sôbre a píxide. Porém só se põem na pixide ou no cálixpartículas que, sem dúvida, são fragmentos da s. hóstia; coi-sas duvidosas colocam-se no vaso com água. (Vermeersch.)

719. 8. Purificação da píxide. O método que dá mais pro-babilidade de guardar tôda a reverência para o SS. Sacra-mento sem demorar muito é o seguinte: 1. Corn a mão es-

giierda o C segura a pixide colocada sôbre o corporal ouinclinada para a direita; 2. passa, apertando bem, a polpaelas duas ou três falanges do indicador direito pela metadedo interior da píxide, uma vez em linha semicircular, depoisdando volta à pixide com a mão esquerda, pela outra me-tade, e limpa assim a parte superior da píxide, esfrega o

dedo e olha rapidamente, se ainda ficou algum fragmentotut 'parte superior; 3. reúne com a ponta do indicador nobundo os fragmentos principais da parte inferior da píxide,

uniu só lugar, e toma-os com a ponta do dedo (cf. Ga-vautus, Corsetti) ; 4. recebe vinho na píxide e lava com a

ponta do dedo d parte inferior da píxide de modo que todosos fragmentos fiquem molhados e desprendidos do interior

da copa (cf. De Herdt, Quarti); 5. enxuga um pouco o in-dicador, passando-o duas ou três vêzes sôbre a borda dapixide ou no sanguinho, gira a píxide à volta, de modo queo liquido se mova e deita-o no cálix da missa; toma estaprimeira ablução, dizendo: Quad ore; 6. põe os indicadores

polegares das duas mãos sôbre a pixide e com os outrosdedos segura-a pelo exterior e toma a segunda ablução, di-

Page 176: Curso de liturgia pe.João Reus

352 R e u s, Curso de Liturgia

zendo: Corpus tuum, move o líquido ao redor, deita-o nocálix da missa, e bebe-o.

Segundo outros, o C logo recebe o vinho na píxide, mo-ve-o ao redor, deita-o no cálix e bebe-o. Depois, no ladoda epístola, recebe vinho e água na píxide, passa, o indica-dor molhado sôbre' a parte superior do interior da copa e en-xuga o dedo no sanguinho. Depois procede como no métodoanterior.

Se a píxide, é, pequena, é mais conveniente purificá-la,fazendo cair os fragmentos no cálix da missa, em que an-tes se deitou o vinho da primeira ablução.

Para a purificação da píxide grande nos leprosários a S. R. C. 19-2-1909 prescreveu o modo seguinte. No altar prepare-se um pequeno vasocom água e estõpa ou algodão, nële se derrame a purificação da pixido,feita como de costume e se deite na piscina quanto antes, i. é, sem guar-dá-la neste vaso por mais tempo. (A. A. S. 1909 p. 289.) 0 mesmo valenas mesmas circunstancias para a patena da comunhão.

720. Quando se renova a hóstia grande, purifica-se tam-bém a luneta sôbre o cálix da missa, depois de ter tomadoa s. hóstia antiga, sem sinal da cruz. Se a luneta não sepode abrir, pode-se usar um pauzinho, que depois se deitana piscina.

Se o C consagrou partículas na missa sôbre o corporale distribui-as logo, depois da sumpção do SS. Sangue ge-nuflete e "põe as partículas sôbre a patena, genuflete e con-tinua comb foi dito. Acabada a distribuição, purifica o cor-poral e prossegue na missa.

Se houver só uma pixide e foram consagradas partículasno corporal ou num cálix de missa, purifica-se a píxide, queficou vazia, segundo o primeiro método n. 1-5. Recebe-se vi-nho na píxide; em vez de tomar logo a primeira ablução, faz-se deitar mais uma vez vinho na píxide, o qual se deita nocálix. Limpa-se a píxide com o sanguinho, põem-se as s.partículas na mesma, fecha-se a píxide, purifica-se oc( r-poral ou cálix das partículas, deitando os fragmentos naablução, que se toma. Coloca-se a píxide no sacrário, genu-flete-se, fecha-se o sacrário e continua-se a missa.

Se alguém se contenta com o segundo método, recebevinho na píxide, inove-o ao redor, deita-o no cálix cia mis-sa, enxuga logo a píxide com o polegar e indicador fecha-dos, põe as s. partículas nela, fecha-a, põe o pavilhão, puri-fica o corporal, onde estavam as partículas, toma a abluçãocomo se disse acima.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. Ill: Cerimônias 353

Tôdas as vêzes que se renovam as s. partículas, as anti-

gas devem-se distribuir ou consumir. (Cân. 1275; Rit. IV,

e. I, n. 7.) E' errado, quando se renova a hóstia grande,

partir a antiga em partículas e conservá-las na pixide. Cf.

C. B. n. 213.

lias de finados e bde a natal,o e os rritual no apêndice De

nosEu-

(lias dehuristia.

gse o sacerdote disser

a) Na primeira e se unda missa,outra missa, depois da sumpção do SS. Sangue, o C nãopurifica nem enxuga o cálix (nem a bôca); as mõesno dizbre o corporal e cobre-o com a pala. Junta

no meio do altar Quod ore sumpsimus. Depois lava os e os

dos num vasinho com água, dizendo: o sangumhou depois a pa-

enxuga. Tira a pala do cálix, põe com a hóstia e o véu, porém não a bôlsa: Omite a ge-

nuflexão diante do cálix, embora nêle fiquem algumas gotas

do SS. Sangue. (d. 1772 ad 7.) No fim fecha o missal e

abre-o no principio da missa seguinte.722. Ao ofertório da segunda e terceira missa tira o véu epõe o cálix um pouco para o lado da epístola, mas não fora

do corporal. Tendo terminado o oferecimento da hóstia, não

purifica o cálix, mas, elevando-o um pouco sôbre o corporal,

deita nêle o vinho e a água com cuidado (não limpar as go-

las no interior do cálix), e oferece-o como de costume.b) Se a segunda missa se diz depois de algum inter-

valo de tempo, o C pode deixar o cálix no altar, sem ser pu-

licado, ou colocá-lo no sacrário ou levá-lo para a sacristia,

pondo-o sôbre um corporal. Na missa seguinte leva-o parao altar, colocando-o sôbre o corporal já estendido de ante-

nião.723. c) Quem diz a missa seguinte numa igreja distante,Ionia na primeira missa o SS. Sangue com o maior cuidadoe observa o que está prescrito para a binação. Terminadoo Ultimo evangelho ou depois das 3 Ave-Marias, se as hou-ver, no meio do altar, descobre o calix e tma

ladogotas do

SS. Sangue, que por acaso houver, pelo;,ates tinha bebido. Isto de nenhuma maneira se podedixar,

por ser lei divina. Sem limpar a bôca ou o cálix, deita

unia quantidade de água ao menos i por que

doSSS. Sangue,

„sov e-a ao redor e deita-a, pelo

I 111) do Liturgia — 23 . .

Page 177: Curso de liturgia pe.João Reus

354 l? e u s, Curso de Liturgia I1. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. Ill: Cerimônias 355

umidade do mesmo penda um pouco sôbre a borda paralura, aperta esta parte exterior com o polegar e introduzcoin os dedos o ,sanguinho até ao fundo, aperta bem o po-legar e os dedos na copa\e dá uma volta ao cálix. Repete ooicsino com a outra metade do sanguinho ainda enxuta enuin instante o cálix está limpo e enxuto por fora e pord entro. Põe o sanguinho ao comprido ou de outro modosôbre o cálix, depois a colherinha, com a esquerda põe a.patena sôbre o sanguinho, com a direita a pala sôbre a pa-tena. Coloca o cálix para o lado do evangelho, fora docorporal. Dobra o corporal, pondo a parte anterior sôbre

média, a posterior sôbre a anterior, o quadrado da direitasôbre o do meio, o quadrado da esquerda sôbre o da direita.

Toma com a mão esquerda (ou direita) a bôlsa e mete nelao corporal, de modo que a abertura do corporal fique domesmo lado que a abertura da bôlsa. Põe com as dúas mãoso véu sôbre o cálix, de modo que cubra também o pé intei-ramente, e em cima a bôlsa com a abertura para o sacrário.Pega com a mão esquerda o cálix pelo nó, pousa a direitasôbre a bôlsa e coloca o cálix no meio do altar, onde estava .

no princípio da missa.

X. Desde a . comunhão até ao fim da missa

726. 1. Tendo preparado o cálix, o C vai com as mãosjuntas ao lado da epístola e lê no missal, que o ajudante

' mudou, sem poder procurar o Communio (d. 3448 ad 14), em

voz alta o Communio, volta ao meio do altar, beija-o e, vol-Iando-se pela direita para o povo, diz: Dominus vobiscum. Vai

ao missal e recita o Postcommunio da mesma maneira, e namesma ordem em que disse as coletas e em número igual aodas coletas. Se tiver de ler pelo missal o último evangelho, dei-xa-o aberto" e o ajudante o muda. Se não, fecha-o, sem rui-do, de modo que a parte, que se abre, fique voltada paraa cruz. Vai com as mãos juntas para o meio do altar, beija-o,volta-se para o povo, dizendo: Dominus vobiscum, e com as

mãos juntas: Ite, Missa est. Se, porém, não houve Glória,

não diz Ite, Missa est, mas, tendo respondido o ajudante:

Et cum, etc., volta-se para o altar e, ereto, com as mãosjuntas, diz: Benedicamus Domino ou Requiescant in pace.Coloca as mãos juntas sôbre o altar corno de costume, e com

Sangue, num vaso preparado. Depois enxuga o cálix coino sanguinho, cobre-o como de costume e retira-se. Para amissa seguinte pode usar ou êste ou outro cálix. A água,que serviu para purificar o cálix, pode deitá-la no dia seguin-te no cálix, para torná-la com a segunda ablução ou lançá-lana piscina ou levá-la consigo para tomá-la na sua últimamissa.724. 10. Depois da sumpção ou da comunhão dos fiéis, sehouve, o C diz em voz baixa: Quod ore sumpsimus, etc., eapresenta o cálix por cima do altar (Rit. cel.), ao ajudante,para receber o vinho, pousando a mão esquerda com a pa-tena sôbre o corporal. Partículas de vinho consagrado quese acham no cálix, se devem tomar junto com a ablução e nãoem separado. (d. 4077 ad 4; observem-se as rubricas.) To-ma o vinho pelo mesmo lado por que bebeu o SS. Sanguee da mesma maneira, i. é, sustentando a patena debaixo dacopa do cálix. A cruz, que se costuma gravar no pé do cá-lix, tem por fim indicar o lugar por onde se bebeu o SS.Sangue. Deixa a patena sôbre o corporal, pega a copa docálix com os três últimos dedos de ambas as anãos, põe osindicadores e polegares sôbre o cálix e vai, conforme o cos-tume geral, levando assim o cálix para o lado da epístola.Sustentando-o por cima do altar (Mem. Rit. IV, c. 2, n. 19)recebe o vinho e a água sôbre os polegares e indicadores,põe o cálix sôbre o altar e enxuga os dedos com o san;'i.ui-nho, dizendo durante estas ações a oração: Corpus tuum,etc. Conclui a prece ou do lado da epístola ou vindo parao meio do altar. Voltado para a cruz, põe o sanguinho sô-bre a mão esquerda entre o polegar e o indicador, depoisesta mão sôbre o corporal e' pega com a direita o cálix pelonó e move-o ao redor para reunir as gotas. Levando o cálixà bôca, põe o sanguinho com a mão esquerda debaixo déle,toma a ablução, limpa os lábios com o sanguinho e n^nusao cálix no corporal:

Para evitar as manchas feias do sanguinho, quando se usa vi-nho tinto, é lícito tomar para a segunda ablução só água. (S. Ali.De euch. n. 408.)725. Para evitar que a haste se torne curva, segura o cálixcom a mão esquerda, de modo que a haste esteja entre oindicador e o médio, e o fundo da copa descanse na palni;ida mão. Põe uma das metades do sanguinho, sem desdobrá-lo completamente, sôbre a bôca do cálix, de sorte que a ex-

^3*

Page 178: Curso de liturgia pe.João Reus

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 357'

missa "laudabiliter observatur et assumitur." (Culmen. 23-3-1929.) Em seguida retira-se para agradecer a dita inefávelde hospedar na sua alma o Deus do amor, cujo nome é."Caritas".

728. 2. Preces de Leão XIII. 1. Imediatamente depois do ,

íntimo evangelho (d. 3682) devem-se recitar com o povoas orações prescritas por Leão XIII em 1884, Pio X em1904; Bento XV em 1915. Pio X aconselhou acrescentar(1904) a jaculatória facultativa em honra do S. Coração'de Jesus. Se, porém, se rezar o rosário, e finda a missa,a oração ou o canto ou a ladainha demorar ainda algum.Imp°, o C pode rezar as orações com o ajudante. (Brunen.,.'1. Dec. 1900.) 0 C desce (é conveniente voltar antes aomeio do altar e fazer a inclinação à cruz) para o primeiroou para o degrau inferior (d. 3637 ad 8), sem levar o cálix.

Podem-se rezar também em língua vernácula. (Cân. 934 § 2.)S. R. C. 5 Mart. 1904 ad 5 Utin.: Pode-se usar o idioma vernáculoias preces prescritas pelos sumos pontífices para o fim da missa?Il.: Affirmative, contanto que a versão seja fiel e aprovada peloordinário (A. A. S. t. 36 p. 569), isto é, por qualquer um no sen-tido do Cân. 934 § 2. Cf. C. B. n. 355 § 3.

729. 2. Estas orações podem-se omitir: a) nas missas con-ventuais rezadas (d. 3697 ad 7), na missa privilegiada doS. Coração de Jesus, na primeira sexta-feira do mês (d.I'1,7 1 ad 2), ainda mesmo quando impedida pela missa dodia (d. 4366), e na missa privilegiada de Jesus Cristo SumoSacerdote na primeira quinta-feira ou no primeiro sábadodo mês, pela mesma razão.

b) Nas missas cum aliqua solemnitate (d. 4305) porocasião da primeira comunhão, de urna comunhão geral,, dai on firmação, ordenação, missa nupcial, missa nova de umneopresbítero, vestição de hábito, profissão, jubileu sacer-dol:^l ou de profissão, bênção das velas, dos ramos, na mis-

paroquial, não cantada. (d. 3957 ad 3.) Se, porém, é re-t ola, não pública, mas privadamente (n. 550), não se po-dem omitir. (Gatterer, Praxis n. 57.)

c) Na missa seguida de uma santa função (sacra fun-

ello ), sem que o C se retire do altar, p. ex., bênção euca-rintien. Por causa da distribuição da s. comunhão ou de ou-lia Inação pequena (deer. t. V, p. 394), estas preces não

podenn omitir. (d. 3682; 4305; Peloten. 25 novembro19;12.)

356 R e u s, Curso de Liturgia

a cabeça inclinada, seguindo Rit. cel. (inclinado segundo oUrdo Missce), reza em voz baixa: Placeat, etc.

Depois beija o altar, endireita-se, eleva os olhos e asmãos pousadas no altar para a cruz, e junta-as, dizendoem voz alta e fazendo a Deus inclinação profunda da ca-beça: Benedicat vos omnipotens Deus. Volta-se de mãospostas, com os olhos baixos, pela direita para o povo e dácom uma única cruz a bênção. Põe a mão esquerda estendi-da abaixo do peito, levanta a mão direita, verticalmente es-tendida, até à testa e baixa-a, dizendo: Pater et Filius, atéao peito, eleva-a ao ombro esquerdo e passa-a ao ombro di-reito, dizendo et Spiritus Sanctus.

727. Continuando o circulo vai para o lado do evangelhoe orientado obliquamente (d. 3792 ad 5), diz em voz alta:Dominus vobiscum. Ao Initium ou Sequentia S. Evangelii,etc., faz o sinal da cruz sôbre o altar ou o missal, depoispersigna-se. Fazendo o sinal da cruz sôbre o altar, põe amão esquerda sôbre o altar; fazendo-a sôbre o livro, a mãoesquerda está sôbre o livro; persignando-se, a mão esquerdaestá abaixo do peito. Com as mãos juntas, lê o último evan-gelho. Se houver uma genuflexão, pousa as mãos sôbre o al-tar e genuflete voltado obliquamente, levanta-se e junta asmãos. Não beija o texto do último evangelho e, tendo fe-chado o missal com a parte, que se abre, para a cruz, vaiao meio do altar, pega, pelo lado da cruz, o cálix com amão esquerda, põe a direita sôbre a bôlsa, faz inclinaçãoda cabeça à cruz e desce pelo meio ao fundo do degrau in-ferior, volta-se para o altar e faz genuflexão no plano, senó altar estiver o SS. Sacramento; senão, inclinação profun-da do corpo, segundo o novo missal. Feita a reverência re-cebe e põe o barrete e volta para a sacristia pelo lado ' da,epístola, se a sacristia estiver atrás do altar, rezando as ora-ções Benedicite, embora, conforme a sentença cotnium, nãosejam obrigatórias. "Omittere Ps. Benedicite, etc. nulln iiest peccatum." (Cappello I, n. 819.)

Na sacristia faz, com o barrete pôsto, inclinação da ca-beça à cruz (se é costume, também a um sacerdote para-mentado), põe o cálix no seu lugar, tira o barrete, depoisos paramentos pela ordem inversa àquela por que os vestiu:casula, estola, manípulo, alva, amito. Beija a.estola, o nui-nípulo e o amito. O costume de lavar as mãos depois da

Page 179: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

d) Quando se segue um exercício de piedade (piamexercitimn) de alguma importância: Podem-se omitir, aomenos até a decisão definitiva da S. R. C.: a) quando . de-pois da missa se segue o Te Deum (é função não pequenae o C não se afasta do altar); b) quando se diz a ladainhade Nossa Senhora no mês de outubro e a novena do Espí-rito Santo (por serem orações prescritas pela Igreja); c)quando o bispo prescreve orações (por serem mais própriasda diocese e para não multiplicar as orações). Cf. Eph. Lit.1939, p. 106. As seguintes orações que se costumam rezarpelos defuntos: de profundis, os atos de fé, esperança e ca-ridade, uma jaculatória e a oração pro defunctis, no seuconjunto, não constituem um exercício de piedade suficientepara deixar as preces leoninas (d. 3805), provavelmente porserem orações privadas.

3. No dia de finados e de natal o C só as deve recitarcada vez que se retira do altar. (d. 3705; 3855 ad 7.)

4. Podem-se dizer depois das preces leoninas outrasorações com consentimento do bispo. (d. 3175 ad 7.)

§ 152. CERIMÔNIAS PRÓPRIAS DAS MISSASDE RËQUIE

730. 1. Omite-se o salmo Indica; depois de Introibo, seguelogo Adjutorium nostrum.

2. Ao intróito o C traça o sinal da cruz sôbre o missalcomo para benzer alguém (Rubr.), pousando por isso a mãoesquerda no altar, e não no livro (d. 2572 ad 11; 25). 0Gloria Patri omite-se.

3. Diz Munda cor, porém não tube Domine, etc. Omiteno fim do evangelho o Osculo do livro e Per evangélica dicta.(d. 2956 ad 10.) O ajudante responde Laus tibi, Chrisle.

No ofertório diz: Deus qui humance, mas não\ benzeágua, nem reza o Gloria Patri, nem o Requiem cetertnam, nofim do Lavabo.

5. Ao Agnus Dei, diz, sem bater no peito, com as nlTiosjuntas diante do peito e a cabeça profundamente inclinada,em vez de miserere nobis, as palavras: dona eis requiem;em vez de dona nobis pacem, acrescenta: dona eis requiemsempiternam.

6. Omite a primeira oração Domine qui dixisti e 0 óvmculo da paz.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias359

731. 7. Em lugar de Ite, Missa est, diz, ereto, voltado para

o altar: Requiescant in pace, sempre no plural. (d. 1611.)

8. Diz Placeat, beija 'o altar e vai, sem dar a bênção,lura o lado do evangelho e reza: In principio.

9. Aos nomes dos santos no cânon omite a inclinaçãoda cabeça, que em outras missas se deveria fazer; mas osnomes de Maria e do papa sempre exigem a inclinação de-vida.

10. Se houver imediatamente antes ou depois da missade réquie distribuição da s. comunhão, não se dá a bênçãodepois da comunhão, nem se acrescenta aleluia ao O sa-

crum, ao versículo e responsório, no tempo pascal.

§ 153. CERIMONIAS DOS CAPELÃES NA MISSADE UM BISPO

732. 1. Preparativos. Coloca-se o genuflexório diante do

altar ou em outro lugar, se êste fôr mais próprio, com al-mofadas; na credência, o cânon, a palmatória (bugia, casti-çal), o cálix preparado, o lavabo (jarro, bacia e toalha gran-de), se for possível uma salva para a cruz peitoral, bande-jas para o barrete e a mozeta, perto da porta a caldeirinhacoin água benta. O missal está aberto no altar.

No meio do. altar estão os paramentos: a casula, porcima a estola, o cordão, a alva, o acoito e tudo nesta ordem.

2. E' conveniente (C. E. I. c. 29, n. 2) que dois clérigos in sa-

i•ris assistam ao B; Se minoristas fazem as vêzes dos capelães, de-vem guardar as restrições prescritas. (d. 4181.) Dois acólitos cui-dam das galhetas, etc., dois outros das tochas durante o cânon, seI'Qr possível. Cf. n. 745; 802; 803.

3. Observações: a) O cerimonial dos bispos só indica as ceri-mônias dos capelães em linhas gerais, deixando liberdade para adistribuição das várias funções; em geral têm os encargos dos mi-nistros sacros na missa solene.

h) A palmatória, sendo preciso, pode ser colocada no Altar,:trás do missal. As sacras retiram-se, se houver cânon.

c) Primeiro beija-se o objeto, que se entrega ao bispo, e sódepois o anel.

733. Os capelães e acólitos, de sobrepeliz, vão buscar o B.Ao entrar na igreja, o dignior entrega o hissope com os de-vidos ósculos, de joelhos, se não fôr cônego.

1?piscopus1. Genuflexus Capelão I (lado da Epist.) se-

gura a palmatória.C II o cânon.

358

Page 180: Curso de liturgia pe.João Reus

12. Lavabo

11. Credo

360

10. Aufer

9. Indulgentiam

8. Paratus

4. Assumit biretum

5. Lavat manus

6. Biretum deponit7. Paramenta

2. Ad altare3. Deponit crucem,

R e u s, Curso de Liturgia

etcC II leva o cânon para o altar.

. Um acólito apresenta a taça, ou-tro a bandeja para a mozeta.

Um acólito traz o barrete numabandeja.

Acólito ministra a água. de joe-lhos, C I a toalha.

Acólito apresenta a bandeja.C I entrega os paramentos, C II

veste o B; beija os paramen-tos, se fôr costume, mas nãono lugar, em que o B os os-cula. A cruz entrega-se antesda estola.

C II guarda o manípulo; todosse põem de joelhos; no con-fíteor diz-se Tibi (Te) Pater,e não Reverendissime.

C II levanta-se, beija o manípu-lo e o põe no braço do B,beija o anel.

CIeC II sobem com o B aoaltar e ficam ao seu lado, C Icom a palmatória, se não uniacólito a sustenta; C II muda .as fôlhas do missal e mudao missal. C I fica junto domissal depois do evangelho.

C II leva o cálix coberto coneo seu véu (d. 4181 ad 5; C.E. 1. I, c. XXIX, 2) para al-tar, evitando "o abuso cle le-vá-lo sem véu"; estende o cor-poral, entrega a patena Connósculo; pede a bênção daágua, dizendo: Bened. Pal.Reverendissime.

Um acólito ministra a ágnn (h.joelhos, C II a toalha. C l loma o anel, se fôr preciso.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 361

13. Ante praefationem C II retira o missal da estantee põe o cânon; tira o solidéu

e o põe numa bandeja.

14. Post praefationem C II não põe a estola (d. 3367).Se o B distribui o s. comu-nhão, C II toma a estola paratirar a âmbula do sacrário e atira depois da, comunhão. (Os ,dois acólitos estão com to-chas desde o Sanctus até de-pois da comunhão.)

15. Qui pridie C I e C II de joelhos na bordado supedâneo.

16.Post sumptionem SS. C Ipõe o ao bispo,o, , CIIdeita

17. Post ablutionem, lotio C I põe o cânon no meio do altare o missal na estante. C II lim-pa o cálix, cobre-o com o véue o leva para a credência.

Um acólito apresenta a água,C I a toalha.

18. Trina benedictio C Ie borda I põem-se

m-se de ejoelhos

na19. Paramenta Põem-se no altar.

20. Gratiarum actio Os capelães assistem como noprincípio ao B, acompanham-no até à porta da igreja ouaté à sua habitação. C I apre-senta o hissope para a águabenta.

Se há um só capelão, êste deve desempenhar tôdas asunções do melhor modo que pode.

§ 154. MISSA REZADA EM PRESENÇADO BISPO DIOCESANO

734. I. Se o bispo assiste à missa in nigris, (sem mozeta)

u mina diocese alheia, diz-se a missa como de costume,

I,ricndo porém, o C, com o barrete pôsto, inclinação pro-

^inid:i antes e depois da missa ao bispo.II. O B. assiste à missa com roquete e mozeta no ge-

niiIlexório diante do altar.

Page 181: Curso de liturgia pe.João Reus

362

F

R e u s, Curso de Liturgia

1. E' conveniente que o C vá ao altar antes da chegadado B. Põe o cálix no meio como de costume, abre o mis-sal e, tendo feito inclinação à cruz, desce do lado do evan-gelho até ao plano e aguarda o B. Ao sinal dêle para co-meçar, faz reverência ao altar, depois profunda reverênciaao B, e começa a missa como de costume.

Se, porém, o C vai ao altar depois de chegar o B, fazreverência ao altar, inclinação profunda ao B, sobe ao al-tar e prossegue como acima.

2. Se o B assiste à missa no lado do evangelho, o Ccomeça a missa no meio, diante do altar.735. 3. Ao confiteor, voltando-se para o B, diz Tibi Pater,Te Pater (d. 86 ad 5); o acólito faz inclinação ao C e nãoao B.

4. Depois de Oremus antes de Aufer a nobis, o C fazinclinação ao B e continua a missa.

5. Depois do evangelho, o C não beija o santo texto.Um acólito apresenta, sem fazer reverência, o missal ao B,que, depois do Osculo, diz: Per Evangelica. (Rit. cel. VI n.2.) Ao retirar-se, o acólito faz genuflexão simples.

736. 6. Ao ofertório, o C é que benze a água e não o B.(C. E. I, c. 30, n. 3.)

7. Depois do Agnus Dei e da primeira oração para acomunhão o C beija o altar, com as mãos juntadas beijao porta-paz (ou crucifixo) apresentado por um clérigo, pôs-to de joelhos, e diz: Pax tecum. O clérigo responde: Elcum, etc. (Rit. cel. 10 n. 3.) 0 C continua a missa. 0 clé-rigo apresenta, sem fazer reverência, o porta-paz ao B, di-zendo: Pax tecum e retira-se fazendo genuflexão simples.

8. Depois de dizer Benedicat vos ornnipotens Deus, vol-tado para o povo, faz inclinação profunda ao B e traç osinal da cruz para a parte, onde o B não está. (Rit. e .12 n. 3.)

9. Tendo findado o último evangelho, o C pode deixaro cálix sôbre o altar, desce para o lado, onde começou amissa, faz reverência ao altar, depois profunda inclinaçãoao B e retira-se.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 363

155. A MISSA REZADA DIANTE DO SS. SACRA-MENTO EXPOSTO

1. Observações gerais

737. 1. A missa diante do Santíssimo exposto é permitidaii;i festa e durante a oitava de corpo de Deus (cân. 1274,

l), nas igrejas e oratórios que têm o direito de conservaro SS. Sacramento.

2. Em outros tempos não é permitida senão por neces-sidade, por razão grave ou por especial indulto. (d. 3448.ad 1; 4353.) Por conseguinte, não é permitida a) na festado S. Coração de Jesus, por estar fora da oitava do corpode Deus; b) nas primeiras sextas-feiras do mês em honrado S. Coração de Jesus. O celebrante que diz a missa (edistribui a s. comunhão) no altar da exposição, neste dia,"procede mal e infringe as regras da igreja" (d. 3505 ad3); c) nunca se pode cantar ou dizer a missa diante do SS.Sacramento velado ou exposto na pixide, seja fora seja den-tro do tabernáculo (S. C. R. 27 jul. 1927); d) nunca podehaver missa pelos defuntos com paramentos pretos, ou ro-xos, senão no dia 2 de novembro (d. 3177) ; e) a licençade expor o SS. Sacramento não inclui a licença de dizer amissa no altar da exposição. Esta só pode começar depoisda missa, ou então a missa deve dizer-se .em outro altar.(d. 1406.)

3. A cruz pode ficar no altar ou não, conforme o cos-

Mine. Relíquias de santos não podem ser colocadas no altarda exposição. (d. 2365 ad 1.)738, 4. Tôdas as elevações de olhos, as inclinações ao SS.Nome de Jesus, inclusive no evangelho, as genuflexões (p.ex., Et verbum caro jactam est) se fazem pará o Santíssi-mo. (d. 3875 ad 4.) Ao Flectamus genua, genuflete-se para

0 livro. (d. 2859.)5. Nunca é lícito virar as costas ao Santíssimo. (d. 2682

ad 48; ne terga venal Sacramento, Miss. in Cana Dom.)I'or isso o C retira-se um pouco para o lado do evangelhoao descer os degraus; ao dizer Dominus vobiscum deve es-I,ir voltado para o povo, como também ao dizer Orate Fra-

lres, e ao dar a bênção, sem terminar o círculo.6. Se o Santíssimo está exposto, o C deve fazer genu-

Ilexão dupla no plano ao chegar ao altar a primeira vez, eao retirar-se no fim da missa, quer para o banco, quer para

Page 182: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

a sacristia. Faz genuflexão simples no degrau inferior emtodos os outros casos que exigem genuflexão.. (d. 2682ad 47.)

7. O C genuflete no supedâneo tôdas as vêzes que che-gar ao meio do altar, sair do meio do altar ou passar dian-te do meio do altar. A primeira coisa que faz ao chegarao meio do altar, e a última antes de sair do meio do altaré a genuflexão. (Miss. Can. Dom.)

8. A coleta de venerabili, vide n. 568.

2. Cerimonial

739. 1. Se o C tem de expor o Santíssimo, incensa-o comode costume e faz genuflexão simples no degrau inferior, co-mo sempre no altar do SS. Sacramento.

2. Se o Santíssimo está exposto, logo que chegar à suapresença, tira o barrete, entrega-ó ao ajudante ou susten-ta-o com a mão direita pousada na bôlsa com o lado abertovoltado para si. Chegado ao altar faz genuflexão dupla cominclinação medíocre (cabeça e ombros) no plano. Sobe aoaltar, coloca o cálix no altar sem genuflexão (d. 4027), ar-ruma o cálix, ' genuflete, abre o missal, genuflete, desce sain-do do meio, genuflete no degrau inferior e começa a missa.

3. Sobe ao supedâneo sem fazer genuflexão; genuflete(Me in . Rit. Parasceve), Oramus te, genuflete antes de pas-sar para o lado da epístola. Observa a regra n. 738 n. 7. Agenuflexão é a primeira coisa que faz ao chegar; a últimaao sair do meio do altar: assim, p. ex., ao Dominus vo-biscum, faz genuflexão antes de sair do meio do altar (alatere Evangelii, Can. Dom.), i. é, antes de se voltar parao povo, e depois de chegar ao meio, i. é, depois de se vol-tar para o altar, indo logo para o lado da epístola; ao Manamda cor genuflete ao chegar ao meio, e depois de Munda, aosair do meio do altar para o lado do evangelho.

740. 4. Ao Lavabo, desce ao plano pelos degraus laterais,volta-se pelo seu lado esquerdo (descrevendo três quartosde círculo) para o povo, lava as mãos, sobe ao supedâneo,termina o salmo e vai para o meio do altar, onde genufle-te. (Mem. Rit. Parasceve.) Poderia lavar as mãos tanwbénidescendo do supedâneo para o segundo degrau. (d. 2682ad 48.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 365

5. Depois da primeira ablução coloca o cálix no altar,genuflete, vai com o cálix ao lado da epístola para a se-

gunda ablução, volta, genuflete.6. Depois de ler a comunhão volta ao meio e genuflete

antes e depois de beijar o altar ao Dominus vobiscum; faz

o mesmo ao Ite, Missa est. Set,ttiver de dizer Benedicamus

Domino, volta-se para o altar, genuflete e diz estas palavras.

741. 7. Para dar a bênção beija o altar, diz Benedicat vos

ouuiipotens Deus. A palavra Deus não faz inclinação, masgenuflete e, saindo do meio, volta-se para o povo obliqua-mente, dá a bênção e, sem terminar o circulo nem voltar aomeio para a genuflexão, vai para o lado do evangelho. Tra-ça o sinal da cruz não no altar, mas na sacra ou no missal.( Miss. Can. Dom.) Cf. Gardelini Instr. Clem. XXX.

8. Se no fim da missa se der a bênção eucarística, o C,depois da ablução, pode deixar estendido o corporal no altar.

9. Para dar a bênção, está prescrito tomar o pluvial e ovéuu de ombro. (d. 3697 ad 12; 3764 ad 8.)

ARTIGO Ill. As cerimôniàs da missa solene

I. Diácono e subdiácono

§ 156. OBSERVAÇÕES

742. A. Preparativos: na sacristia: para o C preparam-seos; paramentos da missa; para o diácono: o manípulo, a es-Iola e a dalmática; para o subdiácono: o manípulo e a tu-nicela; para os acólitos: dois castiçais com velas, o turíbulo(, a naveta; para os ceroferários: 4 tochas. (8 tochas para,i missa pontifical.)

No altar acendem-se 6 velas; na estante está o missalegistado e aberto.

Na credência, coberta com uma toalha branca, que pen-d e até ao chão, estão: o cálix preparado, as galhetas com11 manustérgio, o evangeliário, o epistolário, as campainhas,11 véu de ombros estendido sôbre todos êstes objetos.. E',puniu, permitido colocar o cálix preparado ,no altar desde

princípio da missa. (Rit. cel. VII, n. 9.)No presbitério, do lado da epístola, põe-se um banco

pari o C e os MM, o qual pode ter encôsto, mas não bra-oH, Deve ser coberto de pano de côr conveniente. Pode ser

nubr+liliiído por mochos ou tamboretes. Pode estar sôbre um

364

saw

Page 183: Curso de liturgia pe.João Reus

366 R e u s, Curso de Liturgia

estrado pouco elevado. Os acólitos sentam-se em bancossimples.

Não se pode celebrar a missa solene só com diácono esubdiácono, se não há ministro. (d. 3104 ad 2.)

743. B. Regras gerais para os ministros; sagrados.I. Genuflexões. 1. se b '.. C fizer genuflexão simples ou

dupla, os MM (Rub. Miss. XVII n. 4) também a fazem, seestiverem ao lado do C. Portanto o subd. estando com apatena atrás do C, não se ajoelha, nem durante a incensa-ção do SS. Sacramento (d. 2474) nem quando sustenta oevangeliário.

2. Antes da consagração e depois da comunhão faze m .

genuflexão ao SS. Sacramento no sacrário ou à cruz no al-tar, se não houver sacrário, no meio;

a) quando chegam ao meio, vindo dum lugar distantedo altar, p. ex., lugar da epístola, do evangelho, dos assen-tos, mas não do lado do altar, nem do supedâneo; o subd.ao ofertório, depois de ter descido com a patena, genufleteno plano, porque veio da credência passando pelo supedâneopara o meio do altar;

b) quando passam diante do meio do altar, p. ex., com.

o livro;c) quando saem do meio do altar para ir a um lugar

distante do altar, mas não para o lado ou para o supedâneo. (d. 4027.)

3. Depois da consagração e durante a missa na pre-sença do SS. exposto os MM fazem genuflexão simples:

a) ao partir e ao chegar, quando vão dum lado do al-tar para o outro, p. ex., mudando o missal (iuxta-iuxta);

b) ao partir só, quando sobem ao supedâneo ou descemdo supedâneo (terminus a quo);

c) no meio, ao chegar do lado ao meio ou ao retirar-se\do meio (accedit vel reçedit a media altaris, Miss. V. F. S.)

Há algumas modificações, de que se tratará na missacoram SS. exposito. (n. 798.)744. II. As inclinações e sinais da cruz, fazem coino C, quando êste canta ou reza em voz alta (ci. 4057 ad5); mas o subd., sustentando a patena, não faz sinal dacruz ao Benedictus. Ao Nobis quoque e Domine non simdignos, podem bater no peito, mas obrigação não há. (d.3535 ad 3.)

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 367

III. Conservam as mãos juntas diante do peito, quandoestão desocupadas. Sentados pousam as mãos estendidassObre os joelhos.

745. IV. Um clérigo minorista ou ao menos tonsurado, ex

rationabili causa, pode exercer as funções de subd. Mas: 1.,não leve o manípulo; 2. antes cio ofertório não limpe o cálix,nem infunda água (o que será feito pelo D) ; 3. não toqueno cálix infra actionem, i. é, desde a consagração, nem tirenem ponha a pala; 4. depois da ablução não limpe o cálix(o C deve fazê-lo), arrume-o, porém, como de costume, po-ulla o véu, a bôlsa e leve-o para a credência. (d. 4181 ad 2.)

Na missa do bispo, se não houver ministro sagrado, oclérigo pode substituir o capelão, mas deve guardar as res-I Tições indicadas; além disso, não pode entregar a patenaou o cálix ao C. (1. c. ad 4.)

Um ministro não tonsurado pode servir na missa rezada do bispo,mas neste caso só poderá cuidar do missal, mudar as fôlhas e segurarn. palmatória. O C mesmo deve colocar o cálix no altar no principio, ar-rumá-lo e levá-lo para a sacristia (1. c. ad 7) ou encarregar disso ooacristão. (Cân. 1306, ; 1.)

Os MM sacros paramentados durante a missa solene privadamente naopodem recitar as horas canônicas. (d. 3201 ad 9.)

§ 157. AS FUNÇÕES DO DIACONO E SUBDIÁCONO

1. Na sacristia o diác. e subd. lavam as mãos dizendo

laudabiliter, o D: inclue me Domine, indumento salutis ethestimento lcetitice, et dalmatica iustitiae circurnda me sem-per; o S: Tunica iucunditatis et indumento lcetitice induat metominus. Põem o barrete quando o C o faz. Ao sinal do

M de C, descobrem-se, fazem inclinação da cabeça à cruz.■• ao C, põem o barrete e vão, cosi as mãos postas, adiantedo C, o D atrás do S. Se fôr costume, descobrem-se com amão direita à porta da sacristia, passam o barrete para a es-querda, o M. de C. apresenta a água benta ao S, o D ao C,benzem-se, cobrem-se e vão adiante.

2. Ao chegar ao altar, o D fica do lado direito, o S;iu lado esquerdo do C, descobrem-se. 0 C dá o barrete aoI), que o recebe beijando-lhe a mão e depois o barrete e en-Irega-o junto com o seu ao M. de C., o S ao acólito. En-quanto o C faz a inclinação ou a genuflexão; os MM fazem

nillre genuflexão simples no plano, quer seja no altar do';S. Sacramento, quer num altar lateral.

747. 3. Orações ao pe do altar. Os MM respondem às ora-ções do C, fazem ao mesmo tempo que êle o sinal da cruz,

Page 184: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

a inclinação ao Gloria Patri e ao Misereatur tui, voltadosum pouco para o C, rezam com inclinação profunda do cor-po o confiteor, voltando-se um pouco para o C ao Tibi (Te)Pater. Levantam-se depois de ter respondido Amen ao Mi-sereatur do C. Ao Deus tu conversus até Oremus, inclusive,inclinam-se mediocremente e sobem com o C ao altar.

Todos os ministros inferiores põem-se de joelhos du-rante estas orações e fazem as inclinações como nas missascomuns. Depois se levantam e ficam de pé até ao S-anctus.748. 4. Incensação. O D toma a naveta das mãos do turi-ferário, abre-a e diz, um pouco inclinado (Miss.): Benedi-cite Pater reverencie (reverendissime, se fôr bispo), ofere-cendo a colherinha ao C com os ósculos devidos. Apresentaa naveta com as duas mãos, aproximando-a do turibulo. OS está um pouco atrás do C à sua direita. Depois que o Cpôs o incenso no turíbulo, o D recebe a colherinha, beijan-do a mão e depois a colher e entrega a naveta. Pega o tu-ribulo e, sustentando-o com a mão direita pela parte su-perior das cadeias e com a esquerda por baixo, beija o dis-co do turíbulo e a mão direita do C. Entrega o turíbulo,pondo na mão esquerda do C o disco e na mão direita aparte inferior das cadeias entre a sua mão e o opérculo.Quando o C faz a devida reverência à cruz, os MM fazemgenuflexão, e acompanham no supedâneo ou no primeirodegrau o C durante a incensação, ficando um pouco atrás.O diác. com a mão esquerda, o subd. com a direita elevama casula, de preferência junto dos ombros. Evitem andarde lado. Fazem genuflexão tôdas as vêzes que a C fizerreverência à cruz ou ao SS. Sacramento. Quando terminaa incensação, o subd. desce ao fundo dos degraus, o diác.ao segundo degrau do lado da epístola, e recebe do C oturibulo, beijando-lhe a mão direita e depois o disco doturíbulo. Pega com a mão direita na parte inferior das ca-deias abaixo da mão direita do C e em seguida com amão esquerda na parte superior das cadeias, abaixo damão esquerda do C. Volta-se pela sua direita e desce ao pla-no. 0 subd. põe-se à esquerda do diác. e êste incensa o Ccom três ductos duplos, i. é, de dois ictos, fazendo incli-nação medíocre antes e depois, juntamente com o subd.749. 0 modo de incensar é o seguinte. Quem faz a in-censação coloca a mão esquerda com o disco do turíbulo no

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 369

peito (C. E. I, 23, n. 8), a mão direita, i. é, os dedos, nascadeias junto do opérculo, levanta o turibulo até à mão di-reita chegar à altura do peito (um ductus) e conduz a mãocom o turibulo pendente em direção à pessoa ou ao objetoa ser incensado, retrai a mão e move-a outra vez para afrente (dois ictus) sem mover o corpo ou a cabeça. Este

gesto (ducto duplo) se repete três vêzes, sempre de modoque o turíbulo, quando retraído, esteja debaixo do braço,que o .suporta (C. E. 1. c.). Arremessar o turíbulo para o.dto ou para a frente é contra as rubricas.

750. 0 ducto duplo (1 ducto com 2 ictos) compete a) aoSS. Sacramento, à cruz, às imagens dos santos, às relíquias,

evangeliário antes do canto do evangelho; b) a tôdas aspessoas do côro ou do altar incensadas individualmente. Odueto simples (1 icto) usa-se, quando são incensadas maispessoas juntas; na incensação do altar, bênção das velas, dacinza, dos ramos. (d. 4057 ad 2.)

São incensados individualmente a) pelo diác. os cô-negos, com dois ductos duplos e em primeiro lugar, depoiso subd.; outros sacerdotes com um ducto simples; b) peloIuriferário o diác. com dois ductos duplos, depois o M. de C.coin um ducto duplo, fazendo-se inclinações antes e depois;

São incensados juntos pelo turiferário a) os dois acó-litos com 1 ducto simples; b) os outros clérigos juntos, comI rés ductos simples: no meio, à esquerda e à direita; c) oMovo no meio diante da entrada no côro com três ductossimples.

751. Introito. O diác. sobe ao segundo degrau; coloca-se

r1 direita do C, um pouco atrás; o subd. à direita do diác.no plano, de sorte que C, D e S formem um semicírculo.Fazem com o C o sinal da cruz e as inclinações e respon-

d eut ao Kyrie. Se não houver M. de C., o diác. está ao lado

do C indicando o intróito. Para indicar e para mudar as16l11as, usa-se a mão que está mais afastada do C, sendo

costas da mão voltadas para o texto. Depois do Kyrie o

diác. coloca-se no segundo degrau atrás do C, o subd. noplano atrás do diác. e vão, o diác. pelo segundo degrau, o

su l d. no plano, para o meio, sem fazer genuflexão.

752. Gloria. Quando o C entoar o Glória, o diác. e o subd.

fazem com êle, à palavra Deo, inclinação da cabeça, sobem,o diác. devagarinho esperando pelo subd., sem genuflexão,

(:nrt+o de Liturgia — 24

368

Page 185: Curso de liturgia pe.João Reus

370 R e u s, Curso de Liturgia

o diác. à direita, o subd. à esquerda do C. Rezam com êleo Glória, fazem as inclinações e no fim, ao mesmo tempo, osinal da cruz. Se por acaso seguravam a sacra, coloquem-na no seu lugar antes do sinal da cruz.

Se o C se quiser sentar, o diác. e o subd. fazem genu-flexão simples sem pôr as mãos sôbre o altar, voltam-sepela direita e vão, o diác. atrás do subd., ou ambos ao ladodo C, pelo caminho mais curto para a banqueta. Acomo-dam, se fôr preciso, a parte posterior da casula do C. Osubd. pega no seu barrete e o sustenta com as duas mãosdiante do peito. O diác. entrega o barrete ao C, beijando obarrete, depois a mão. O diác. recebe o seu barrete, os MMfazem-se inclinação mútua (ou, onde é costume, ao C d.3434 ad 5), sentam-se, cobrem-se e pousam as mãos es-tendidas sôbre os paramentos por cima dos joelhos. Desco-brem-se ao Adoramos te, etc., apóiam o barrete sôbre o joe-lho e fazem inclinação com o C. No fim, ao sinal do M. deC. descobrem-se, levantam-se e entregam os barretes. 0 diác.faz inclinação ao C, recebe o barrete dêle com os ósculos(primeiro a mão) e entrega-o. Acomodam a parte posteriorda casula, enquanto o C se levanta. Formando sempre unialinha vão per longiorem viam para o meio altar e fazemgenuflexão no degrau inferior. Colocam-se atrás do C, o diác.no segundo degrau, o subd. no plano.

Se o C não vai à banqueta, os MM, depois de terminadoo Glória, podem ficar ao lado do C, fazendo com êle as in-clinações, etc., e vão no fim, ou logo depois da recitaçãodo Glória, sem reverências, o diác. para o segundo degrau,o subd. para o plano atrás do C.753. Orações. Depois de o C ter cantado Dominus vohis-cum, os MM em fila, i. é, o diác. atrás do C, o subd. atrásdo diác., acompanham o C ao lado da epístola, fazem corrn^êle as reverências, inclinando a cabeça à cruz, ao Oremitse .Jesus, à palavra de Maria, do santo do dia e do papa, do'bispo diocesano, se estiver presente. (n. 112.) Se não hou-ver M. de C., o diác. vai ao missal, indica as orações e vol-ta para o seu lugar atrás do C. Se, porém, houver M. de C.,o diác., ao Amen da última oração, põe-se à direita do C,indica-lhe a epístola, volta as fôlhas e responde Deo gra-tias. Quando o C tiver recitado o gradual, etc., o diác. retira-se para o ângulo posterior do altar, voltado para o povo ou

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 371

para a retaguarda do C, para dar lugar ao subd. com o li-vro. Se não houver M. de C., o diác. pode receber o evan-geliário logo depois da bênção do subd.

754. Epistola. Quando o C estiver a concluir a última ora-ção, o subd. recebe do M. de C. ou do acólito o epistolário,,fazendo uma inclinação mínima de cabeça. Põe a mão es-

querda sôbre o ângulo inferior do lado da abertura, a di-

reita no outro ângulo inferior e encosta a extremidade su-perior ao peito. Quando o C tiver pronunciado as palavraslesom Christom, às quais faz inclinação, vai ao meio doaltar, acompanhado pelo M. de C. ou pelo acólito, genufleteno degrau inferior, volta ao lado da epístola para um lugaruni pouco afastado do altar, ou para o ambão, se houver.Voltado para o altar canta a epístola, sustentando o livrocoin as mãos (C. E. II, 8, n. 40) ou pousando-o numa es-Iante. Neste caso põe as mãos sôbre o livro. Fará inclinaçãoou genuflexão às palavras, que a exigem. No fim fecha olivro, pega-o como antes, vai aõ meio do altar, genuflete nodegrau inferior e segue pelo plano para o lado da epístola,sobe, ajoelha-se no bordo do supedâneo, inclina o livro para

o C, beija-lhe a mão e, inclinando a cabeça, recebe a bênção..

Sc o C ainda não tiver terminado a epístola, o subd. esperano plano, de pé. Depois da bênção levanta-se, entrega o li-

vro ao M. de C., ou, se fôr costume, ao diác., pega a es-Iante com o missal, desce pela esquerda ao plano, genufleteno degrau inferior, sobe e coloca o missal no altar. No se-l;undo degrau espera o C com as mãos juntas, responde, per-

signa-se, indica o texto do evangelho, muda as fôlhas e fazinclinações como o C e diz no fim: Laus tibi, Christe. Sobe

ao supedâneo e aproxima o missal do meio do altar.

755. 0 diác., depois da bênção do subd., se volta para o

l.a do do evangelho e espera que o C comece a ler o evange-lho. Persigna-se cóm êle (d. 4057 ad 5), volta-se para a

s querda e desce para o plano. Recebe o evangeliário do M.

de C. ou do acólito, pondo a mão direita sob o ângulo in-f e rior do lado do dorso, a esquerda no ângulo opósto, en-

co sta o livro ao peito, retribui com uma só inclinação à sau-dação do M. de C. e vai ao meio do altar. Genuflete no de-I;rau inferior, sobe e põe o evangeliário no meio do altar.(d. 4077 ad 3.) Sem fazer inclinações com o C, espera comas mãos juntas até que êle venha para pôr o incenso no

W4+

Page 186: Curso de liturgia pe.João Reus

372 R e u s, Curso de Liturgia

turíbulo. O diác. apresenta a naveta, o subd. está à direitado C como ao intróito. O diác. entrega a naveta, não tomao turíbulo, mas," voltando-se pela esquerda, desce ao se-gundo degrau, ajoelha-se com os dois joelhos na borda dosupedâneo e, inclinando profundamente a cabeça, diz emvoz baixa: Munda cor, etc. Sobe ao supedâneo, pega o evan-geliário como antes, ajoelha-se no bordo do supedâneo (Rub.Miss.) e diz: Iube, domne benedicere, inclinando o livro parao C e beijando a mão dêle pousada sôbre o livro. Não fazsinal da cruz nem diz Amen. Durante tôda esta cerimônia odiác. conserva a cabeça inclinada. (C. E.) Levanta-se, fazinclinação ao C e, sem genuflexão, desce pela esquerda parao plano à direita do subd., o qual desceu logo depois doincenso.

756. Evangelho. Ao sinal do M. de C., os MM genufle-tem no degrau inferior e vão para o lugar, onde se cantao evangelho, os ministros inferiores na frente, o diác. à di-reita do subd. (Rit. cel. VI, 5.) Tendo o altar à direita eo povo à esquerda, como os DD no canto da paixão (C.E. II. 8, 44), e virando o subd. as costas ao lado direito(n. 485), o diác. põe o livro aberto sôbre as palmas dasmãos do subd. virado para êle, de modo que a extremi-dade superior do livro fique sôbre a fronte do subd., desorte que possa mudar as fôlhas. Se houver uma estante,põe o livro sôbre ela e o subd. pousa nela as mãos. Odiác. canta com as mãos juntas: Dominus vobiscum. !ipalavra Sequentia (Initium), faz o sinal da cruz sôbre asprimeiras palavras do santo texto, pousando a mão es-querda estendida sôbre o livro, depois sôbre a testa (san-di), os lábios (Evangelic) e o peito (secundum), colo-cando a mão esquerda abaixo do peito. Volta-se um pou-co pela direita, recebe o turíbulo, faz inclinação de cabe-ça ao livro e incensa-o com três ductos duplos no meio (àdireita e à esquerda do livro), à sua (diác.) esquerda e àsua direita, i. é, em forma de cruz. Faz outra vez inclina-ção e canta o evangelho, com as mãos juntas. Fará as in-clinações e genuflexões para o livro, o M. de C. e o furl-ferário fazem-nas com êle, o subd. e os acólitos ficamimóveis. No fim responde o M. de C. Laus tibi Christe. Osubd. coloca o livro sôbre o braço esquerdo, o diác. indicao princípio do evangelho, retira-se um pouco para deixar

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 373

lassar o subd. e volta-se para o altar. O:subd. leva o evan-geliário, pousado sôbre o braço esquerdo, diretamente ao

('

sem genuflexão nem inclinação, por reverência ao san-

Ik) texto. Com a mão direita indica o princípio do evange-lho e levanta o livro com as duas mãos para o C o bei-

1.1r. Não se diz Laus tibi Christe. Fecha o livro, apóia-o

sôbre o peito, faz inclinação ao C, desce pelos degraus(Inase do lado da epístola ao piano, entrega o livro com ainclinação costumada e volta-se para o diác. Este incensao C com três ductos duplos, fazendo a reverência antes e

depois, entrega o turibulo aoife r genuflete. O subd aio

l amente para o segniesmo tempo coloca-se atrás dêle no plano e genuflete

rum êle. (Outro método: o D vai atrás do S ao altar, fazgenuflexão no degrau inferior, incensa e sobe logo, ao se-

guudo degrau.)

'757. Sermão. Se houver sermão e o pregador fôr outrosacerdote, depois da incensação o diác. sobe à direita, o'uibd. à esquerda do C, fazem genuflexão e vão para aIrinqueta como ao Glória. Se o C fôr pregador, o diác. eo subd. fazem genuflexão, retiram-se para o banco, sen-lain-se e cobrem-se. Se o C pregar no púlpito, os MM so-beni ao supedâneo, acompanham o C ao banco e ajudam-

n o a tirar a casula e o manípulo. Depois sentam-se e co-brcni-se. No fim acompanham o C ao altar.

758. Credo. À palavra Deum, os MM em fila fazem in-clinação e sobem, o diác. esperando um pouco pelo subd.,

!iru^ genuflexão, para a direita e para a esquerda do C.Revam com êle o Credo, fazendo as inclinações

às ãpala -vrtis fesum Christum e simul adoratur, a gõ

?l incarnatus est tão demoradamente que ao homo factus

st toquem com o joelho no chão (usque ad "factus est"

inclusive, Rit. -cel.), e no fim o sinal da cruz. Feita a re-.vel encia ao altar, vão para a banqueta como ao Glória..

759. Quando o côro cantar Et incarnatus est, descobrem-

s e fazem inclinação. Depois do sepultus est o dic. leva

„ corporal, que simboliza o S. sudário, vara o altar. (n.1b2.) O C põe o barrete, o diác. e o subd. levantam-se.

subd. fica de pé, segurando o barrete com as duas

l im;ios. O diác. volta-se pela esquerda, deixa o barrete sô-1,re o banco, junta as mãos, faz inclinação ao C, vai à

Page 187: Curso de liturgia pe.João Reus

374 R e u s, Curso de Liturgia

credência e recebe a .bôlsa das mãos do M. de C. corainclinação antes e depois. Leva a bôlsa elevada horizon-talmente à altura dos olhos (ad oculos usque elevatamC. E. I, 9, n. 3), com a abertura voltada para si, sem seracompanhado. Em alguns lugares o diác. leva a bôlsacom a abertura para cima, inclinada um pouco para si.Ao passar diante do C faz inclinação medíocre; vai aomeio do altar, genuflete no degrau inferior, sobe, tira ocorporal da bôlsa com a mão direita, coloca a bôlsa en-costada à banqueta do lado do evangelho, com a abertura,se fôr possível, voltada para a cruz. Desdobra o corporale aproxima dêle a estante. Junta as mãos, genuflete nomeio e desce pela direita, vai para o banco, faz inclinaçãoao C, toma o barrete. O diác. e o subd. saúdam-se, sen-tam-se e cobrem-se. No fim, ao sinal do M. de C., vãopara o altar como ao Glória.760. Se o C não vai para o banco, o diác. e o subd. du-rante o canto ficam ao lado ou atrás dêle. Durante o Elincarnatus est, o diác. e o subd., sem fazer inclinação, des-cem ao segundo degrau e ajoelham-se no supedâneo, _fa-zendo inclinação da cabeça. . O C .e o S sobem ao supe-dâneo. O diác. vai diretamente à credência, traz a bôlsacomo foi dito e coloca-se atrás do C, ou à direita dêle nosupedâneo, se o subd. fica à esquerda.

Se o cálix já estiver no altar desde o princípio damissa, o diác. depois de Et incarnatus est ou não vai àcredência, descobrindo o cálix e desdobrando o corporal,quando estiver ao lado do C, - ou depois de Et incar-natus est vai da banqueta, fazendo inclinação ao C, di-retamente para o altar, põe o cálix ao lado da epístola,tira o corporal' da bôlsa, estende-o, coloca o cálix outravez no meio e volta para o banco.761. Se não houver Credo, o subd. leva o cálix desco-berto (Rit. cel. VII, 7) coin a bôlsa para o altar. Se, po-rém, o cálix desde o princípio estiver no altar, ao Ore-mos, os MM fazem inclinação da cabeça e sobem ao su-pedâneo, o diác. à direita do C, o subd. à direita do diác.762. Ofertório. Ao Oremos o diác. faz inclinação e sobeao supedâneo à direita do C. O subd. genuflete no de-grau inferior, vai à credência, descobre o cálix, voltadopara a credência toma o véu de ombros, pega com a es-

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 375

querda o cálix pelo nó e cobre-o com a extremidade di-

reita do vde•degraus laterais,

direitareverênestendida por

cas,ao supedâneo.b^, pelos degí 1 diác. afasta a extremidade do véu de ombros.

763. Se houver uma âmbula com partículas para consa-

i;i ar, o subd. leva-a junto com o cálix para o altar. Sen-do isto difícil, o M. de C. ou o sacristão o fará. O diác.

Are-a, e levanta-a um pouco (C. E. II, 29, 2) com a mão

direita durante o Suscipe do C, sem acompanhar a ora -

ç io, tendo a mão esquerda pousada no peito. Depois co-bre-a e põe-na atrás do cálix do lado da epístola. O pa-

vilhão só se põe antes de colocá-la no tabernáculo.

O diác. tira a pala do cálix, pega a patena com anião direita no lado correspondente a parte superior dahóstia, com a esquerda na borda oposta, beija a borda dapatena e oferece-a ao C, beijando a mão do C e tomandociiidado para que o seu braço não passe sôbre o do C.I'iilretanto o subd. limpa o cálix (Miss.), fazendo-o des-

c:irisar na palma da mão esquerda como foi dito no n.697, entrega • ao diác. o cálix pousado no altar, com o.ainguinho estendido sôbre o pé, e depois a galheta do vi-iilio. O diác. pega o cálix pelo nó, segurando o sangui-nlio, depois a galheta e derrama vinho até o C dar sinal

p;ira parar. (C. inspiciente, C. E.) O subd. apresenta a

I,' illieta da água ao C, dizendo: Benedicite, Pater reve-gotas

e deita lentamente no ,cálix algumas botas com a

rollierinha, se quiser. Entrega as , galhetas ao acólito. O-

diác. limpa as gotas no interior do cálix, se fôr preciso,(,on o indicador envolvido na extremidade do sanguinho,lfiie o sanguinho junto do corporal e oferece o cálix ao C,per;ando com a mão direita na copa pelo lado posterior,,un a esquerda no pé pelo lado oposto, de sorte que o Cpossa tomá-lo pelo nó e pelo pé. Beija o pé do cálix e a,iiá'o do C, tendo o cuidado de sustentar o cálix vertical-umute e de não passar o braço esquerdo sôbre o do C.

I' oe os dedos da mão direita sob o pé do cálix ou sus-

hula com êles o braço do C, tendo a mão esquerda es-lendida sôbre o peito. Elevando os. olhos à 'cruz, reza com

,ale e i,i voz submissa: Of ferimus tibi Domine, Calicem sa-lu/u is, tinam deprecantes clementiam, ut in conspectu di-vunnv nïaiestatis tose pro. nostra et totius mundi salute cum

Page 188: Curso de liturgia pe.João Reus

377R e u s, Curso de Liturgia

odore suavitatis ascendat. Amen. Depois cobre o cálixcom a pala.

Se o cálix estiver no altar desde o princípio da missa,o subd. vai à direita do diác. e faz como foi dito. Tendoentregue as galhetas, recebe o véu de ombros da mão doacólito, o qual leva o véu do cálix para a credência.

764. Durante a oblação do cálix, o subd. está com as mãosjuntas. Depois recebe do diác. com a mão direita a patenacom a face côncava voltada para o peito, e cobre-a êle mes-mo (C. E. I, X, n. 6) com a extremidade direita (l. c. II,III, n. 63) do véu de ombros, ou espera que o diác. a cubra.(Rit. cel.) Apoia a mão esquerda abaixo do peito, a pate-na coberta sôbre o peito, e sem fazer inclinação ou genu-flexão, desce pela esquerda para o meio, faz genuflexão nodegrau inferior e aí fica imóvel (C. E. 1. c.) com a pa-tena elevada ao menos um pouco acima do peito (elevatamdizem Miss. e C.Fer. 1. c.), apoiando o braço direito na mãoesquerda. Quando anda, ajoelha, responde ao Orate fratresou é incensado, baixa a patena até ao peito.

Durante a incensação do altar, o subd. não faz genu-flexão, mas faz inclinação antes e depois de ser incensado.765. Incensação. O diác. oferece a naveta como ao intrói-to. Enquanto o C incensa as oblatas, o diác., sem fazer ge-nuflexão, pousa a mão direita sôbre o pé do cálix e levantaum pouco com a esquerda a casula junto do ombro. Colocao cálix mais perto da parte posterior do corporal, do ladoda epístola. Faz genuflexão antes e depois de o C incensara cruz e põe o cálix outra vez no meio do corporal. Acom-panha o C durante a incensação do altar e incensa-o no fim.Depois vai para a direita do subd. e incensa-o com doisductos duplos, fazendo inclinação antes e depois. Entregao turíbulo ao turiferário e sobe, sem genuflexão, ao segundodegrau atrás do C. O turiferário o incensa com dois ductosduplos, retribuindo a saudação antes e depois. Volta-se parao altar sem genuflexão.

766. Ao Orate fratres o diác. e o subd. respondem, seniinclinar a cabeça, mas o subd. baixa a patena.

Prefácio. Durante o prefácio o diác. está atrás do C. Senão houver M. de C., vai ao livro, indicando ao C a secreta

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias

o prefácio e, se não tiver áqe Cd r a ôlha

, volta logo

Iara o segundo degrau

767. Sanctus. Quase no fim do prefácio o diác. e o subd.,seiu fazer reverência, sobem para a direita e para a esquer-da do C e, fazendo inclinação medíocre e em voz submissa,

rezam com o C: Sanctus, sanctus, sanctus, Dominus Deus,

Sabaoth. Pleni sunt cccli et terra gloria tua. Hosanna in ex-relsis. Benedictus qui venit in nomine Domini; Hosanna in

excelsis. Endireitam-se os dois e o diác. benze-se ao Be-

nedictus e vai, fazendo genuflexão no meio sôbre o degrau,.

I„ra a esquerda do C, onde cuida do livro. 0 subd. ao Be-

neilictus endireita-se sem se benzer e sem fazer genuflexão„

volta ao seu lugar no 'plano. Durante o Memento o diác.rclira-se um pouco para a retaguarda.

768. Consagração. Ao Quam oblationem, o diác. desce para

segundo degrau, faz genuflexão e coloca-se à direita doI', no supedâneo ou no segundo degrau. (Rit. cel. VIII, 8.)

houver uma pixide para consagrar, põe-na diante do C,., I(•scobre-a e ajoelha-se no bordo do supedâneo.

diác:'Quando- o C se inclinar para a consagração, o

ajoelha-se à direita do C no bordo do supedâneo, o subd.

u^ , degrau inferior. O diác., durante as duas elevações, pd

(a i, li do durante a consagração, levanta a extremidade da

nula com a mão esquerda. Durante a elevação o diác. ele-o

.Mlul. olham para a s. hóstia. Quando o C, depois

v tç;io da s. hóstia, se levantar, também o diác. se levanta,

ob re a píxide, se houver, torna a colocá-la no seu lugar,

h„,' a pala do cálix e põe-na sôbre o altar e, sem fazer ge-, nflcxão, ajoelha-se na borda do supedâneo. Quando o Celevar o cálix e o descer, o diác. levanta-se, põe a pala no

x, faz genuflexão com o C e passa para a esquerda, semtelmflexão no meio, genuflete outra vez e assiste ao C co

w , antes da consagração. Quando o C e o diác. se erguem

dn l ; (•. ouflexão depois da segunda elevação, o subd. ergue-seIanibém e continua com a patena elevada. Ao Memento, o

dl'ir , retira-se para a retaguarda.

7611. Os ministros inferiores. a) Todos estão

de joelhos des-

d, o Sanctus; levantam-se com o diác. e subd., depois da.„ii,;,il;ração, e ficam de pé, inclusive durante a comunhão,

le ri hénç.ão, exceto na missa de comunhão, missa de réquie

376

Page 189: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

e missa de féria nos dias de jejum; b) o turiferário incensaa s. hóstia e o cálix com três ductos duplos, quando o Cgenuflete, à elevação e quando faz a segunda genuflexão;ajoelha-se para êste fim no degrau inferior do lado da epís-tola e faz inclinação antes e depois da incensação; c) aoprefácio, os ceroferários vêm ajoelhar-se diante do altar esaem logo depois da consagração, mesmo na missa com oSantíssimo exposto. Nas missas de féria e nas missas, emque se distribui a s. comunhão, continuam ajoelhados atédepois da comunhão.

Para o diác. e subd. valem então as regras para asgenuflexões diante do SS. Sacramento exposto, como seencontram no n. 743.

Ao Supplices, o diác. não se inclina, nem se benze aoomni benedictione, mas pode bater no peito ao Nobis quoque.

Ao Per quam hcec, o diác. genuflete e passa para adireita: do C. Descobre o cálix, quando o C põe a mão nopé do cálix e genuflete com êle. Ao per ipsum, etc., seguracom os dois dedos da mão direita o pé do cálix (C. E. I, IX,n. 5), cobre o cálix e genuflete com o C. Volta para o seulugar atrás do C (C. E. 1. c.) ou fica até que o C comecea cantar Pater noster (Miss.), genuflete e desce para o seulugar.770. Pater noster. As palavras et dimitte nobis, o diác. e osubd. genufletem e sobem para a direita do C. O diác. re-cebe do subd. a patena, limpa-a com o sanguinho e susten-ta-a em ambas as mãos com o sanguinho junto do corporal.Beija a parte convexa da patena e a mão do C, o qual pegaa patena. O subd. entrega o véu de ombros, genuflete e descepara o seu lugar atrás do C, sem fazer genuflexão nem mes-mo quando o C e o diác. genufletem antes da fração da s.hóstia. Terminado o Pater nosier, o diác. responde logo Sedlibera nos a maio, para que o C possa continuar a missa,descobre o cálix, responde logo depois de Pax Domini, etc.,Et cum spiritu tuo, e cobre o cálix.771. Agnus Dei. Quando o C cantar Pax Domini, o subd.genuflete no degrau inferior e sobe para a esquerda do C,fazendo genuflexão com êle e o diác. e rezando com ambosem voz submissa: Agnus Dei, etc., tendo a cabeça inclinadaao SS . Sacramento e batendo no peito às palavras: Misc-rere nobis, Dona nobis pacem. (d. 3535 ad 3.) Genullete

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias379

enquanto o diác. se ajoelha ao lado do C, e desce para oa;eu lugar atrás do C, sem aí fazer genuflexão. O diác. le-vanta-se ao terminar o C a oração Domine... pacem meam,beija com êle o altar, sem apoiar as mãos no altar.. Faz in-clinação de cabeça ao C, coloca as palmas das mãos sobos braços do C, aproximando a sua face esquerda da face

esquerda do C (invicem appropinquantibus, Miss.) , e res-

ponde: Et cum spiritu tuo. Junta as mãos, faz inclinação decabeça, genuflete ao SS. Sacramento e desce ao piano. Osubd., sem genuflexão, volta-se para o diác. e faz inclina-ção. O diác. sem o saudar, põe as palmas das mãos sobreos ombros do subd., o subd. as suas debaixo dos braços do

diác., o qual diz Pax tecum, aproximando a face esquerda da

face esquerda do subd. .Êste responde Et cum spiritu tuo.

J untam` as mãos, fazem inclinação, voltám-se para o altar eIenufletem no degrau inferior. O diác. sobe para a esquerda

do C, o subd. atrás dêle para a direita do C, e ai não fa-sem genuflexão senão coin o C antes de Domine non sum

d ign1S.772. 0 modo de dar a paz obedece às seguintes regras

Miss.; C r. Ep.), 1. Quem dá a paz, não faz inclinação;roles, mas só depois, exceto o C. 2. Quem recebe a paz,cio de fazer inclinação antes e depois. 3. Quem dá a paz,lufe as mãos juntas aos ombros do outro. 4. Quem recebe:I paz, põe as palmas das mãos debaixo 'dos braços do ou-

tro, sinistris geeis siei invicem appropinquantibus. 5. Pax

lecom. Resposta: Et cum spiritu too, mesmo se o que dá

T raz não fôr diác. Pois é o espírito do C, que se corou-uii a. 6. Os leigos não podem receber a paz por abraço nem

ron^ anta patena (d. 269; 416),. mas só pelo porta-paz bei-

¡a l o por quem dá e por quem recebe acpro, dirige-se dire-

Sc o subd. tem de levar a pazlamente para o lado do mais digno do clero. Dá a êle a paz,la tendo inclinação só depois de a ter dado. Passa para onutro lado do côro, fazendo genuflexão simples diante doaltar, e dá a paz ao primeiro dignitário.. Volta ao altar,p,eniiflete no degrau inferior e sobe para a çlircita do C.

773. Comunhão. Ao Domine non sum dignics, o diác. e o

'utlol. fazem inclinação medíocre ao SS. Sacramento, e po-

de nu Pater no peito. (d. 4057 ad 5.) Inclinam-se profunda-

u n tule para o altar (Miss. h. l.), enquanto o C toma a s.

378

Page 190: Curso de liturgia pe.João Reus

380 R e u s, Curso de Liturgia

hóstia e o s. sangue. Ao sinal do C, o subd. descobre o cálix.Se não houver comunhão, recebe do acólito a galheta dovinho e deita vinho no cálix, sem fazer reverências. Tomadepois a galheta da água, se não recebeu as duas galhetasjuntas, e lança, sem sair do lugar, vinho e água sôbre osdedos do C, entrega as galhetas, põe o sanguinho sôbre osdedos do C e vai para o lado do evangelho.

774. Comunhão dos fiéis. Se houver distribuição da s. co-munhão, o subd. cobre o cálix logo depois do C tomar o s.sangue. O diác. e o subd. genufletem e trocam os lugares,genufletem com o C. O diác. coloca a píxide, se já está nocorporal, para a frente, descobre-a e genuflete com o C e osubd. Se a píxide estiver no sacrário, o C e o subd., semfazer genuflexão, retiram-se para o lado do evangelho, odiác. coloca, se fôr preciso, o cálix fora do meio do corporal,abre o tabernáculo, genuflete, e com êle o C e o subd., osquais, porém., não fazem genuflexão dupla. Extrai a píxi-de, fecha o tabernáculo e descobre a âmbula. O C voltapara o meio do altar e genuflete com o diác. e o subd. Odiác. vai colocar-se no plano do lado da epístola e, voltadopara o C e fazendo ligeira inclinação (aliquantulum incli-natus C. E.), canta ou recita em voz alta, segundo o cos-tume (d. 4104 ad 2), o confiteor. Na missa cantada de ré-quie o confiteor se deve recitar. (1. c.) O subd. fica à es-querda do C com as mãos postas. O C faz genuflexão e dizem voz alta: Misereatur, Ecce Agnus Dei, Domine, etc. Seos MM querem comungar, o diác. vai para diante do altar,genuflete e sobe para se ajoelhar no supedâneo, à direita.do subd. Comungam primeiro, levantam-se, genufletem epassam o diác. para a direita, o subd. para a esquerda doC. Durante a comunhão, o diác. pode pôr a patena da mis-sa debaixo do queixo do comungante, ao passo que o subd.acompanha o C com as mãos postas. Também podem, du-rante a comunhão, permanecer de pé no supedâneo com asmãos postas. Neste caso se deve usar a patena da comunhão.

775. Distribuída a s. comunhão, os MM trocam os luga-res: O diác: vai para a direita, o subd. para a esquerda doC. Se a âmbula deve ser purificada, o C se encarrega delimpá-la, o subd. enxuga-a. Se fôr necessária a reposiçãoda âmbula, o diác. genuflete com o C e o subd., põe a pa-tena ao lado esquerdo, cobre a píxide e põe-na, sem fazer

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 381

R,nuflexão, no tabernáculo. Genuflete com o C e o subd.,ficha o sacrário, troca o lugar com o subd., fazendo beIlexão no meio e assiste ao livro como de costume.

776. Abluções. Durante a segunda ablução o diác. procuranu missal a antífona da comunhão, muda o livro para lado

a epístola ao mesmo tempo que o subd. leva a pala para

u lado do evangelho. No meio do altar genufletem. O diác.p ie o missal sôbre o altar, desce ao segundo degrau, indica

au C a antífona, coloca-se atrás dêle, vai com o C ao meio

do altar sem fazer genuflexão, volta com êle para o lado

d;i epístola, e fica atrás dêle. Se não houver M. de C., o diác.,e.siste ao livro. Volta com o C para o meio do altar.

Quando nas missas feriais da quaresma se diz a ora-

1 ïu super populutn, o diác., depois de catadoHumiliate

tuus, volta-se pela esquerda para o povo e can

eupita vestra Deo, e vira-se de novo para o altar.

777. Logo que o C, depois da segunda ablução, tiver colo-

i o cálix e o sanguinho sôbre o altar, o subd. tira o cor-

al com o cálix, a patena e o sanguinho para o

meiolado

doevangelho, para não estorvar o C, que

tar e diz Dominus vobiscum. Limpa o cálix, põe por cima o

r,;inliiinho, a patena, a pala, o véu do cálix, entregue portwi acólito, e a bôlsa. Pega com a mão esquerda o cálixpelu nó, põe a direita sôbre a bôlsa e desce ao plano, b

ti He no degrau inferior" e põe o cálix na credência,de mo-

du que o véu cubra o pé do cálix. Vai depois colocar-se

,,Iras doo lado

dado da epistola;la; com genuflexão,se Cestiveem snvcrenl nonic ïu do altar.7766. Ao Ite, Missa est, o diác., quando o côro responde

Ft cum spiritu tuo, volta-se para o povo, retirando-se uni

p„owu para o lado do evangelho ou ficando no mesmo lu-tir, scrn fazer reverência. Se tiver de cantar

Benedicamus

I )un iinu, permanece voltado para o altar. Quando se diz

I tencilicamcts Domino, também o C deve proferir estas pa-

1 ivras, c o subd. responde logo Deo gratias.

lbnção. Depois do Ite, Missa est, o subil. sobe para o

lado do diác. (se fôr preciso, muda o missal,fazendo ge-

niillcxiiu no meio do altar). Os dois se ajoelham no bordo

du !;upedâneo, benzem-se com profunda inclinação da ca-hi t a, enquanto o C dá a bênção, e levantam-se. O subd.

Page 191: Curso de liturgia pe.João Reus

382 R e u s, Curso de Liturgia

sobe, sem genuflexão, para a esquerda do C, o diác. vai aosupedâneo e voltado para o C, ` sem responder, assiste aoúltimo evangelho. Persigna-se no princípio do evangelho, egenuflete com o C. O subd., segurando a sacra à altura dorosto do C, responde, mas não genuflete- com o C, porquan-to segura a sacra. Se o evangelho se lê no missal, persigna-se e genuflete com o- C e no fim fecha o livro com a aber-tura voltada para o meio do altar. Sobe ao supedâneo paraa esquerda do C. Os três fazem inclinação à cruz, descem(o diác. pela esquerda), genufletem no plano, e recebemos barretes. O diác. entrega o barrete ao C, beijando o bar-rete e a mão do C. Cobrem-se e vão, o diác. atrás do subd.,com as mãos postas para a sacristia.

Na sacristia o subd., se fôr preciso, retira-se um poucopara a esquerda, deixa passar o diác. e o C e coloca-se àesquerda do C, o diác. à direita, descobrem-se, fazem in-clinação à cruz e tiram os paramentos.

II. O Celebrante

§ 158. AS CERIMÔNIAS DO CELEBRANTENA MISSA SOLENE

779. 1. Na sacristia. Revestido dos paramentos espera co-berto. Ao sinal do M. de C., descobre-se, saúda a cruz eos Ministros (MM) de um e outro lado coin uma inclinaçãode cabeça, cobre-se e vai atrás do D para o altar, tomando,se fôr costume, água benta apresentada pelo D, segurandoo barrete na mão esquerda.

2. Chegado ao altar, descobre-se, entrega o barrete aoD, faz genuflexão no plano, se o SS. Sacramento estiverno sacrário, ou inclinação profunda do corpo à cruz. Come-ça logo a missa. As palavras vobis fratres e vos fratres, vol-ta-se uni pouco para o D e S, conservando-se inclinado.780. 3. Incensação. Tendo terminado Oramos te, volta-sepela direita para o lado da epístola, coloca a mão esquerdasôbre o peito ou sôbre o altar, recebe a colher das mãos doD, tira três vêzes incenso da naveta e põe-no no turíbulo,dizendo em voz submissa: Ab illo benedicaris in cuiashonorem — cremaberis. Amen. Põe as mãos : e benze o in-censo sem dizer nada, pousando a mão esquerda sôbre oaltar. (Rit. cel. III, n. 5.) Voltado para o altar recebe do

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III Cerimônias 383

I) o turibulo. Pega com a mão esquerda no disco e pousa-ano peito, com a mão direita, ou melhor, com o polegar, oIndicador e o médio, pega nas cadeias junto do opérculo..N;io se dizem orações nesta primeira incensação.781. Depois o C faz genuflexão simples, se o SS. Sacra-mento estiver no sacrário (Rit. cel. IV, 6), apoiando a mão

,..;,luerda sôbre o altar, se não, inclinação de cabeça à cruz.

ncensa I. a cruz com três ductos duplos (n. 750), faz a re-

ve l encia devida, e, sem sair do meio, incensa as imagens e

relíquias, que houver no altar: a imagem do Menino Jesus

to) tempo de natal, com três ductos duplos (d. 3288), a de

Nossa. Senhora ou de santos que estiverem entre os casti-

,; i lis, com dois ductos duplos (d. 4057 ad 2), as relíquiasullinticas do lado do evangelho, seja qual fôr o seu nú-m ru, coin um dueto duplo, e, feita a reverência devida, doIIIewO modo as relíquias do lado da epístola. Não faz revel ência nem às imagens nem às relíquias.782. Logo depois de incensar as relíquias e sem fazer novaevciência, ou se não houver imagens nem relíquias, incen-

r,;, ;I cruz e, feita a devida reverência, incensa o altar com+Ilielos simples. Observe-se o que foi dito no n. 749 a resmelo do modo de incensar. A incensação dever-se-ia fazer

tilinilo cm redor do altar, e incensando-o de todos os lados.

4 1111■1 isto é impossível, substitui-se a incensação da parte

I,,,,,leriur do altar conduzindo o turíbulo em direção daquela.11,I1It . A incensação, portanto, não se faz aos castiçais. (Cf.

I',. I, 12, n. 11,)O C incensa: II. a parte posterior do altar do lado da

ep1!dola com três ductos simples, dando três passos e mo-vendo :i cada passo o turibulo; III. o lado exterior da epísii,l t primeiro em baixo depois ern cima; IV. a parte - plana

,t„ :Iliar ao lado da epístola com três ductos, e três passos;

1, 1>, no meio do altar a reverência devida e incensa, V. a

NI posterior do altar do lado do evangelho com três1111111e,, dando 3 passos; VI. o lado exterior do lado do evan-

1 i Ilu^ ein baixo e em cima; VII. ficando parado: a partepI.uI,I do altar do lado do evangelho com três ductos; VIII.,Moldo Três passos, o lado anterior do altar do lado do evan, , Iii IX. feita a reverência devida no meio, a parte ante-

11„r doo altar do lado da epístola com três ductos, dando

Page 192: Curso de liturgia pe.João Reus

384 R e u s, Curso de Liturgia ll. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 385

três passos. Entrega o turíbulo ao D e é por êle incensado,fazendo inclinação minima antes e depois.

783. 4. Introito. Volta-se para o missal e lê em voz sub-missa o intróito e depois o Kyrie com os MM. Pelo fim docanto do Kyrie, ou logo depois de recitar o Kyrie, vai para omeio do altar, espera cone as mãos postas o fim do canto eentoa o Glória, elevando as mãos como de costume. Esperaum instante que os MM estejam ao seu lado e recita comeles o hino, mas não alternadamente. (d. 3248 ad 5.)

5. Se quiser sentar-se, a um sinal do M. de C. faz incli-nação à cruz ou genuflexão ao SS. Sacramento e vai pelocaminho mais curto (degraus laterais) para o banco, emque se senta antes de se sentarem os MM. Recebe do D obarrete, cobre-se e põe •as mãos estendidas por cima da ca-sula junto dos joelhos. Descobre-se, põe o barrete junto dojoelho e faz inclinação, enquanto o côro canta Adoramoste, Gratias agimos tibi, leso Christe, Suscipe deprecationemnostram. Se o côro repete estas palavras, não se repete a

Diagrama das principais funções da Missa solene

C, celebrante; D, diácono; S. subdiácono; M, mestre de cerimônias;a, acólito; g, genuflexão; gip, genuflectit in plano; gig, genuflectit

in gradu.

1. C entrega o barrete. Gip. Introibo.. Sobe, sem g. C beijao altar.

2. Põe-se incenso no turíbulo. C incensa o altar.3. 0 C é incensado.4. Posição no Intróito.5. Posição nas orações e antes do Glória.6. G no supedâneo. Descem pelos degraus laterais. Se descem

pela frente, g no degrau inferior. Voltam sempre pela frente.7. M dá o livro ao S. Ambos vão para o meio. Gig. S volta

para seu lugar, canta a Epístola, vai para o meio e gig.8. S vai para o C, g na borda do supedâneo, beija a mão.

Bênção, entrega o livro ao M ou D.9. S muda o Missal. Gig. D fica no seu lugar.

10. C lê o Evang. Ao sinal da cruz D desce e recebe o livro doM; gig no níeio, põe o livro no altar; espera ao lado daEpístola.

11. C põe incenso, S desce. D Munda na borda do supedâneo;toma o livro, pede bênção, beija a mão de C, vai ao ladodo S; gig.

12. Posição antes e durante o Evangelho..13. S leva o livro ao C, inclina-se, desce. D incensa o C.14. D e S vão para seus lugares; gig. Credo como o Gloria;

depois de Et sepultus est, D leva bursa para o altar.

'UMo do Liturgia — 25

Page 193: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia386II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 387

I'vcrência. Pelo fim, p. ex., depois do último Jesu Christe,levantam-se, primeiro os MM, o C entrega o barrete (d.1563 ad 1) ao D, levanta-se e vai entre o D e o S parao I rente do altar, faz a inclinação ou genuflexão no degraur subo ao supedâneo. Beija o altar e canta Dominus vo-,I.o uut.

Se o C não se senta, fica no altar com as mãos postasfazendo as inclinações.

'MI 6. Orações e epístola. Canta as coletas e lê em vozvox submissa a epístola, gradual e sequência até ao Mondaror. Sc tiver de se ajoelhar, a alguma palavra da epístola,

rrldual ou trato, omite as genuflexões durante a leitura, masI,'I Ias, quando forem cantadas pelo subd. ou pelo côro. Ao'.'^ I ^;iculo Veni Sancte Spiritus na festa de pentecostes ou_.u.l missa votiva solene do Espirito Santo, o C deve permain cer ajoelhado. Por isso os cantores devem ser avisadosl uar: começarem á cantar êste versículo em momento opor-Irmo. O S canta a epístola e muda o missal. 0 C vai para .

I "i: Ao Oremus, D inclina-se e sobe. S gig e traz o cálice ao al-Iar, recebe a patena, desce, gig e fica de pé.

I H. C põe incenso. D incensa C e S, vai para seu lugar sem g eé incensado. Posição em fila até ao Sanctus.

17, Sanctus. S desce. D vai para o lado do Evangelho, gig na_IIIC10.

10. Ao Quam oblationem D desce, gig à direita do C. QuandoC se inclina todos genufletem. Consagração.

lu. Quando C faz 2.° g, D sobe e tira pala. C desce o cálice, .I) sobe e põe pala, g com C, vai para o livro e g. S de pé.

'211, Ao Per quem, D g, vai para o lado da Epístola e g comC; ao Pater Noster D g e vai para seu lugar.

;!I, M, Dimitte, D e S gig e sobem. S entrega a patena, véu,.g e desce. D entrega a patena ao C.

'22. Ao Pax Domini, S gig e sobe. Agnus Dei. G - e volta paraHen lugar.

'21 I )cpois do Agnus Dei D se ajoelha ao lado do . C. Pax. G emci mr, desce.

I I'ax. Gig, sobem, trocam; depois da ablução, D muda o li-vro, S a pala. Gig.I I mostra as orações. S leva o cálice para. a credi.ncia, gig;vai atrás do D sem g (se D está no meio gig).11e, Missa est. D pouco para a esquerda, depois vira-se para.I direita. G, S à esquerda, bênção.I; I I inio evangelho. S apresenta sacra. D no supedâneo, umIam () fora do meio.lodos cus três no supedâneo inclinação ad libitum. Descem, gip,luurrctc, sacristia.

Page 194: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

o meio do altar, o D sobe para a direita dêle, tendo pou-sado o missal no altar, vai para a esquerda dêle. Os trêsdescem ao segundo degrau e ajoelham-se no supedâneo. En-tão começam os cantores Veni Sancte. (Martinucci in festoPentecostes, n. 6; d. 4057 ad 6.) Terminado o canto dêsteversículo, levantam-se, o C reza Munda cor, o D vai parao lado da epístola, o S para o missal. Quando o S, depoisida epístola, vem pedir a bênção, o C volta-se para êle coinas mãos postas, coloca a mão esquerda no peito ou no al-tar, a direita sôbre a parte superior do epistolário. O S beijaa mão. Depois (não antes) o C abençoa-o sem dizer nadae vai para o meio do altar.785. 7. Evangelho. O C reza Munda cor, tube Domine, etc.,-e lê o evangelho como de costume. No fim não beija o mis-sal nem diz Per evangelica dicta. Se ocorrem palavras, queexigem genuflexão (natal, epifania), omite-a, quando lê oevangelho, fá-la quando êste se canta. O que vale do evan-gelho não vale do Credo. Ao Et incarnatús est o C gene-flete ao recitar estas palavras, e quando se cantam no côro,descobre-se com inclinação, se estiver sentado; nas festas denatal e anunciação põe-se de joelhos. (d. 1421, ad 3.) 0 sa-cerdote que, durante estas palavras, estiver de caminho paraa missa privada ou para a sacristia, não genuflete. (l. c.)

Tendo terminado o evangelho, o C vai para o meio doaltar, põe incenso no turíbulo como no intróito, volta-se parao altar e espera o D. Vira-se para êle e diz em voz sub-missa: Dominus sit in corde tuo et in labiis tuis, at digneet competenter annunties Evangelium suum, in nomine Patriset Filii J et Spiritus Sancti. Amen; pondo a mão esquerdasôbre o peito, dá a bênção ao D e pousa à mão direita no .evangeliário. O D beija-a. 0 C vira-se para a cruz. Quandoos MM se ajoelham no degrau inferior, o C, sem fazer re-\verência, retira-se para o lado da epístola e ali fica vol-tado para o altar. Depois do Dominus vobiscum do D, vol-'ta-se para êle, faz o sinal da cruz ao Sequentia S. Evang.Quando ocorre o SS. Nome de Jesus faz inclinação profundada cabeça à cruz, aos nomes dos santos, ao evangeliário.Genuflete, se fôr preciso, para o altar, apoiando nêle as mãos.Pega com ambas as mãos o evangeliário que o S traz, beija-o,dizendo Per Evangelica dicta, etc. E' incensado pelo D, faz

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. Ill: Cerimônias 389+

Iilcira inclinação de cabeça antes e depois e vai para o ,

ineio do altar.

7186. 8. Sermão. 1. Se é o C quem prega, pode fazê-lo noAltar, sentado num mocho, ou no púlpito. Neste caso tira a..v,nla e o manípulo. Se está presente um bispo, o pregador

.1(ompanhado do M. de C. ajoelha-se diante do bispo revestido da estola. Tê-la na mão, não é conforme ao C. E. queex ige que o sacerdote venha revestido como de costume. (C.F, I c. XXII n. 2; Coelho III p. 193.) Beija o anel, diz lube

i Dio nne benedicere. Recebe a bênção do bispo, levanta-se,,Liz reverência e vai para o púlpito. O C que não é bispo,n;lu pode benzer o pregador. (d. 3434 ad 8.) As orações

fúnebres fazem-se depois da missa antes do Libera. O pre-

gador não leva sobrepeliz nem estola.2. Se outro sacerdote fôr o pregador, o C depois do

evangelho vai ao meio do altar, o D e o S vão ao lado dêle,os três fazem genuflexão ao SS. Sacramento e vão para olimico, onde escutam de pé o evangelho lido ao povo; o ser-niïio ouvem sentados e cobertos. Se fôr costume que o pre-gmlor peça a bênção, o C diz: Dominus sit in corde tuo et

in labiis tuis, at digne ac competenter annunties verba sanctasua. In nomine Patris et Filii J - et Spiritus Sancti. Amen. (d.

:4334.) Se não houver sermão, o C entoa o Credo.

787. 9. Credo. Recita-o como o Glória. Vai para o banco,descobre-se, faz inclinação às palavras: Jesum Christum; Et

mcarnatus est até humo factus est inclusivamente; simul ado-

ialwr. Nas três missas do natal e na da anunciação ajoe-Ih;un-se no bordo do supedâneo e fazem inclinação (d. 2915.id ti), se ainda estiverem no altar, se não, no degrau infe-

ior do lado da epístola. Volta para o altar como no Gló-

i ia, Quando não se vai à banqueta, o C e os MM em qual-gner missa cantada ajoelham-se no bordo do supedâneo.( Miss. Rub. XVII, n. 3.)

10. Ofertório. Depois de Dominus vobiscum e Oremos

Ir t in voz submissa o ofertório e espera com as. mãos pos-

1 Recebe do D a patena, faz oblação 'e coloca a patenao corporal. (C. E. II, VIII, n. 61.) Pousa a mão es-

querda no altar, benze a água, dizendo o Deus qui huma-

no., etc., e continua com as mãos juntas. Recebe o cálix eir/:1 Of f erimus com o D. Pousa a mão esquerda sôbre o pé

388

Page 195: Curso de liturgia pe.João Reus

4. elev 5. man 6. , mear

¡ 1 ec I•i

-20. in_21 ,verb 22.ma1 23.ad exc-24_ezc25inpec^

15•1a(büs . sacr

1. Dirlgatur Dom.

2. Oratio mear 3. Sicut inc. in c. tuo

• Ilullillll 1►,IIIIIIIÌi isIIlNllllllll ollUltËgIUUIl IImimi

14. cite 18. ost 12. et

16. ^eis / 10 9 one DPm I3 vesp17 ut lg.decl 19 cor m 1 an m c

390 R e u s, Curso de Liturgia

do cálix, enquanto o D cobre o cálix (sempre assim). RezaIn spiritu humilitatis e Veni sanctificator.788. Incenso. Sem sair do meio, volta-se para o lado daepístola e põe incenso no turíbulo, dizendo: Per intercessio-nem beati Michaelis Archangeli — stantis a dextris altarisincensi — et oninium electorurn suorum; põe a mão esquerdasôbre o altar e benze o incenso incensum istud dignetur Do-minus benefdicere; põe as mãos e continua et in odoremsuavitatis accipere per C. D. N. Amen. Recebe o turíbulo e,sem fazer reverência alguma, incensa as oblatas. Traça trêsvêzes o sinal da cruz com o turíbulo, simultâneamente sôbreo cálix e a hóstia, da mesma forma que se faz, quando sebenze com a mão, dizendo & primeira incensação: Incensumistud; à segunda, a te benedictum; à terceira, ascendat adte Domine. Depois descreve três círculos ao redor das obla-tas, duas vêzes do seu lado direito para o esquerdo, i. é,para o lado do evangelho, dizendo ao primeiro, Et descen-dat super nos; ao segundo, misericordia; .e ao terceiro, doseu lado esquerdo para o direito (no sentido dos ponteirosdo relógio) tua.789. Em seguida, feita a genuflexão ao. SS. Sacramento(ou inclinação à cruz) incensa o altar da mesma maneiraque no intróito. Quando começa a incensar a cruz deveproferir as palavras Dirigatur Domine, etc. (d. 3215:) Asoutras palavras, pode (não é obrigatório) distribuí-las domodo seguinte: I. cruz, 3 ductos duplos; 1. Dirigatur Do-mine; 2. oratio mea; 3. sicut incensum in conspectu tuo.Imagens de santos, 2 ductos duplos; relíquias, um ducto du-plo, mas sem dizer nada. Os outros ductos são simples. II.Parte posterior do lado da epístola, 1. elevatio; 2. manuma;;3. mearum; III. lado exterior 1 sacrificium 2 vespertinum;IV. parte plana da mesa 1 Pone Domine 2 custodiam 3 orïmeo; V. parte posterior do lado do evangelho 1 et 2 ostium3 circumstantiue; VI. lado exterior 1 tabus 2 meis; VII. par-te plana da mesa 1 at non 2 declinet 3 cor meum; VIII. par-te anterior 1 in 2 verba 3 malitice; IX. parte anterior dolado da epístola 1 ad excusandus 2 excusationes 3 in pecca-tis. Entrega o turíbulo ao D, dizendo: Accendat in nobisDominus ignem sui amoris et flammam ceternce caritatis.Amen. E' incensado como no intróito, lava a mão tôda, umpouco manchada pela fumaça do incenso, e não só as ex-

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Can III: Cerimônias 391

Incensação do altar, ao ofertório

Imuidades dos dedos. Continua a missa como de ordinário,

;rota o prefácio, o Pater noster, não muda as fôlhas, não

pm! nem tira a pala, mas põe a mão esquerda no pé do;'alia'para avisar o D. Pode começar o canto 'do prefácio,

rnihora a incensação do povo Ao esteja acabada.

/911. A elevação só se deve fazer, quando tiver terminado

o canto do Sanctus e não antes. (d. 4364.) Reza o Agnus

Dei coin os MM. Terminada a primeira oração, beija o al-bor, e, sem fazer genuflexão nem inclinação ao D, nem an-lies nem depois, volta-se para o D, põe as mãos sôbre os

Page 196: Curso de liturgia pe.João Reus

392 R e u s, Curso de Liturgia

ombros dêle, aproxima a sua face esquerda da face esquerdadêle e diz Pax tecum. Espera com as mãos juntas que o Dfaça inclinação de cabeça e continua a rezar.

791. 11. Abluções e conclusão. Depois da segunda ablu-ção, que recebe sem sair do meio do altar, coloca o cálixno corporal e vai para o lado da epístola para ler a comu-nhão. Espera aí até concluir o canto. Canta Dominus vo-biscum e as orações. Depois do último Dorninus vobiscumfica voltado para o povo, sem dizer nada, enquanto o Dcanta Ite, Missa est. Se houver de dizer Benedicamus Do-mino, volta-se antes para o altar e diz em voz baixa Bene-dicamus Domino. (d. 2572 ad 22.) 0 S responde Deo gra-tias. E' conveniente que também o órgão se cale, para quea bênção seja ouvida pelos fiéis. Recita o último evangelhoem voz submissa, vai ao meio do altar, desce (comumentetendo feito inclinação com a cabeça) ao plano com os MM,faz no plano genuflexão ao SS. Sacramento ou inclinaçãoprofunda do corpo, cobre-se e vai para a sacristia. Águabenta não se usa. Faz reverência à cruz e aos MM e tira Osparamentos.

§ 159. AS CERIMÔNIAS DA MISSA NOVACOM PRESBÍTERO ASSISTENTE

I. Observações792. 1. A missa com presbítero assistente (P. A.) reves-tido de pluvial é permitida 1) sola honoris aut solemnitatiscausa aos bispos e prelados privilegiados (cân. 812); 2) asacerdotes, em consequência de costume imemorável (d.3564) ; 3) non sola solemnitatis causa, aos neopresbíterospara a missa nova solene. (d. 3564 ad 2; 3515 ad 7; 4257ad 1; C. P., p. 648.)

2. Ao P. A. na missa não pontifical são proibidas algu-mas funções: a) a aspersão do povo antes da missa, reser-vada ao celebrante; b) apresentar a naveta ao pôr o incen-so no turíbulo; c) incensar o C, oficio do D. O seu encargoprincipal é assistir ao livro e impedir descuidos por meiode palavra submissa e aceno modesto. (C. E. I, 7 n. 3.)

793. Quanto à missa nova rezada a C. B. estatui o se-guinte: a) podem-se acender 6 velas; b) um sacerdote ves-tido de sobrepeliz e estola sem pluvial pode servir de assis-

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerímônias_ 393

tente; c) desde o Sanctus até à comunhão podem ser acesas

e sustentadas por acólitos outras velas; d) antes de come-

r a missa o neopresbítero ajoelha-se no ínfimo degrau e

c;uita-se Veni Creator, Emitte Spir.; e o C acrescenta a ora-

çno Deus qui corda. Portanto não é necessário que o neo-

I,resbítero entoe Veni Creator nem Emitte Spiritum, nem que

cante a oração; pode recitá-la; e) o P. A.' ficará à direita,I„ C, de joelhos desde o princípio até ao intróito, depois(•ni pé, exceto durante a elevação e a bênção; f) ao Lavabo

padrinhos, também na missa rezada, podem apresentar apara, purificar as mãos do C (d. 4257 ad 1) ; g) ter-

minada a missa, canta-se o Te Deum com seus versículos e

oração; h) depois o neo-sacerdote abençoa o povo do modo

Meguinte:Oremos. Deus, qui caritatis dona per gratiam sancti Spi-

ritus tuorum fidelium cordibus in f undisti: da famulis et f a-nurlabus tuis, pro quibus tuam deprecainur clementiam, sa-lnlynr mentis et corporis; ut te tota virtute diligant, et qucelibi plaeita sunt, tota dilectione perficiant. Per Christum D. N.

Depois: Benedictio Dei omnipotentis, Patris et Filii f

el Spiritus Sancti descendat super vos et maneat semper.

Amen. (C. B. App. XLIX p. (211).)Para dar a bênção a uma pessoa poderia dizer: Per im-

,,osilionem manuum mearum benedictio Dei omnipotentis Pa-Iris et Filii f et Spiritus Sancti descendat super te et maneat

semper. Amen.

H. Funções do presbítero assistente na missa solene

Veja-se n. I, Observações

14. 1. Ida. O P. A. vai para o altar à esquerda do C (d. .

1(118 ad 2), coloca-se à direita do C e recebe . o barretedt le. Na missa nova todos os quatro se ajoelham no de-

rui inferiorinferior e canta-se Veni Creator, Emitte, Deus qui.

2. Principio. Ao pé do altar, o P. A. está em pé à direitaC, o D e ó S à esquerda, e assim sobem ao supedâneo.

3. Incenso. 0 D passa logo para a direita do C, o P.

A. para o lado do missal, o qual êle tira durante a incen-

,.nç;io.4. Intróito. Indica ao C o intróito, depois as orações, a

I,ír^lirlst.

Page 197: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

5. Ao Glória está à direita do D, vai atrás dêle para abanqueta, senta-se à direita dêle num mocho próprio e fazas reverências com os outros. Volta para o altar atrás doD, faz à direita dêle a genuflexão, vai para o lado do mis-sal e responde Deo gratias.

6. Muda o missal passando entre o C e o D, assiste nodegrau ao evangelho e aproxima o livro do meio do altar.

7. Ao incenso está à esquerda do S e durante o canto doevangelho no primeiro degrau do lado do evangelho, volta-do para o D e fazendo as reverências com o C.795. 8. Ao Credo está à direita do D, como no Glória. Nãofaz reverência, quando o D leva a bôlsa para o altar. Aovoltar para o - altar, vai na frente do S, faz genuflexão à es-querda dêle e sobe ao supedâneo.

9. Durante a incensação do altar sustenta o livro e de-pois da incensação do C, com as mãos postas, recebe do I)a incensação de dois ductos duplos, com reverência antese depois.

10. Ao Sanctus retira-se um poueo, para dar lugar ao S.Durante a consagração ajoelha-se à esquerda do C no bor-do do supedâneo. Volta para o seu lugar e faz as genu-flexões com o C.

11. Ao Agnus Dei retira-se um pouco para, dar lugarao S e logo passa para a direita do C para receber a paze dá-la ao D no segundo degrau, genuflete e volta parajunto do missal.

12. Faz inclinação ao Domine non sum dignos e asumpção das santas espécies.

796. 13. Se o C distribuir a comunhão, o P. A. estará ?sua direita colocando a patena debaixo do queixo do co-mungante (P. C. 15), ou pode retirar-se para o primeirodegrau ao lado do evangelho e ficar aí com as mãos pos-tas. Neste caso se usa a patena da comunhão.

14. Depois da ablução. muda o missal e indica as ora-ções.

15. Cantado o Ite, Missa est, vai ao lado do evangelho,levando o missal, se não se lê o evangelho de S. João; ajoe-lha-se no supedâneo durante a bênção e assiste ao evangelho,

16. Concluído o evangelho, o P. A. vai para a direitado C, desce com êle ao plano, e entrega o barrete, se nãohouver Te Deum.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 395

17. Terminada a missa, estando todos de pé diante do,iltar, o C entoa o Te Deum (d. 3764 ad 7) com os versí-ulos e orações com conclusão breve, ficando com os pa-

ramentos da missa, embora êstes sejam roxos. (1. c.)

§ 160. A MISSA CANTADA DIANTEDO SANTÍSSIMO EXPOSTO

I. Observações gerais797. 1. Observem-se as advertências (n.° 737) a respeitoda liceidade e as regras litúrgicas gerais.

2. Além disso omitem-se tôdas as saudações ao côro e*lodos os ósculos honoris causa ao entregar e receber o bar-He, a colher, o turíbulo, o hissope. Não se omitem as re-

verências ratione,ritus, p. ex., as inclinações nas incensações,

na paz, os ósculos da patena e da mão do C, item do cálix,do evangeliário.

3. E' permitido sentar-se diante do SS., se não causare4càndalo ou irreverência '(d. 3408 ad 3), nunca, porém, éIloilo cobrir-se. (d. 488 ad 4.) Para o clero nas funçõeseclesiásticas (d. 3442 ad 3), seria conveniente nunca sentar-tie, por causa do respeito ao SS. Sacramento. (C. E. II, 33,n, 33.) Se houver sermão, o Santíssimo deve cobrir-se commu véu (d. 3728 ad 2), mas apesar disso o pregador não¡l ode pôr o barrete. (d. 2769 ad 2.) 0 clero pode cobrir-se;

porém, louvável, que fique sentado sem barrete. (d.;!!)52 ad 1.)

IL Cerimonial

798. 1. Quando o Santíssimo está exposto, todos, ao avis-

I'i lo, se descobrem, entregam os barretes, fazem genufle-xao dupla e começam a missa sem nova reverência. Se oSantíssimo se expõe antes da missa, o C no princípio damissa faz genuflexão no degrau inferior. (d. 2682 ad 49.)

2. Ao Au f er a nobis, o C e os MM sobem e fazem ge-nuflexão no supedâneo (e não em baixo).

3. Para pôr o incenso no turíbulo o C e o S, sem faze-

i^ni genuflexão (d. 4194 ad 5), retiram-se rem pouco parao Lido do evangelho, depois, sem genuflexão o C e os MM

descx•ni para o primeiro degrau, ajbelham-se no bordo do,iupedr1neo, o D entrega o turíbulo sem ósculos, o C incensar u iu três ductos duplos, fazendo antes e depois inclinação

394

Page 198: Curso de liturgia pe.João Reus

396 R e u s, Curso de Liturgia

medíocre. Sobem, genufletem, incensa-se o altar, porém nãoa cruz, se ela ficar sôbre o altar. Terminada a incensação,o C desce do supedâneo ao primeiro degrau ou ao plano,volta-se pela sua esquerda para o povo e é incensado. (d.2682 ad 48.)799. 4. Depois do Kyrie todos vão ao meio do altar, ge-nufletem em fila, e, sendo entoado o Glória, os MM outravez genufletem, para subir para o lado do C.

5. 0 S beija a mão do C depois da epístola. O C 10o evangelho na posição costumada, faz, porém, a inclinaçãoao SS. Nome de Jesus, para o Santíssimo. Não genufletenem antes nem depois de pôr o incenso no turíbulo,- e dedar a bênção ao,D. O D, levando o livro para o altar, sógenuflete no degrau inferior (d. 4027). Tendo rezado Man-da cor, sobe sem genufletir, toma o livro, põe-se de joelhos,levanta-se, faz inclinação, genuflete e desce. Depois doevangelho o S leva o livro ao C, sem genuflexão, como deordinário.800. 6. 0 S,levando o cálix rara o altar, genuflete nodegrau inferior do lado da epístola e não no supedâneo;quando desce com a patena para o plano, genuflete no su-pedâneo e não no plano. (d. 4194 ad 6.) Durante a incen-sação do Santíssimo não se ajoelha, mas permanece imóvel.(d. 2474.) Genuflete, porém, no degrau inferior antes e de-pois de ser incensado.

O D, levando a bôlsa para o altar, genuflete no degrauinferior, e não no supedâneo, e não retira o cálix do meio docorporal por não ser necessário.

7. Depois da incensação das oblatas, o C desce sem ge-nuflexão ao primeiro degrau, ajoelha-se no bordo do supe-dâneo e incensa o Santíssimo como no intróito, dizendo:Dirigatur Domine — oratio mea — sicut incensum in con-spectu tuo; sobe, genuflete e incensa o altar como de ordi-nário; depois desce ao plano para ser incensado como nointróito.

8. Antes e depois de incensar o S, o D genuflete coneêle no degrau inferior, sobe, é incensado e genuflete.

Observem-se as regras do número 743.

801. 9. Antes de receber a paz, o S não genuflete. Tendoarrumado o cálix , genuflete, toma o cálix, desce, genufleteno degrau inferior e leva o cálix para a credência. Voll;t

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 397

para o altar e põe-se atrás do D, sem genuflexão, se êleainda estiver no lado da epístola. (d. 4172 ad 4.)

10. Para a ablução o C não sai do meio do altar, nemlaz genuflexão.

11.0 D genuflete antes e depois de Ite, Missa est.

12. A bênção dá-se como na missa privada. (n. 741.)

1) C beija o altar: À palavra Deus, faz genuflexão e, meiovoltado para o povo, dá a bênção; não termina o círculoe, sem voltar ao meio, vai dizer o evangelho, traçando a cruztia sacra e genufletindo para o Santíssimo.

161. MISSA CANTADA COM ASSISTENTESEM PLUVIAL

ti112. 1. Este rito é semelhante ao cerimonial dos capelãesna missa do bispo. E' permitido (Rit. cel. VIII, n. 8; d.:5377 ad 1) para a missa cantada, porém não para a rezada.(d. 2572 ad 6.) A incensação não é permitida, se não há

privilégio.a) Se o assistente não tem tonsura, pode assistir ao

missal, mudar as fOlhas e indicar as orações. O C deve le-var o cálix para o altar e arrumá-lo depois da ablução. Talass. poderia desempenhar também as funções do primeiroacólito, mudar o missal, apresentar a naveta e as galhetas,incensar o C e o Santíssimo durante a elevação.

b) Se o assistente tem tonsura, pode fazer tudo o quet';ibe ao ass. mencionado sob a). Além disso pode levar o,llix para a credência no princípio, ao ofertório levá-lo paraaltar, e tirar e dobrar o véu; depois da ablução arrumar

I) cálix purificado pelo C e levá-lo para a credência. NãoBode limpar o cálix ao ofertório, nem deitar vinho e água,uenm entregar a hóstia e o cálix ao C, nem pôr e tirar a palado c(rlix (d. 4181 ad 4); pode cantar a epístola, mas no

l uu não beija a mão do C. (Rit. cel. VI, n. 8.)c) Se o ass. é subdiácono, pode desempenhar as fun-

çÚes mencionadas sob a) e b), além disso- purificar o cálixao ofertório, deitar água no cálix, dizendo: Benedicite, Pa-

ler renerende, pôr e tirar a pala do cálix, inclusive duranteo cslnon, depois da comunhão limpar o cálix, arrumar e le-v/i lo para a credência. (d. 3377 ad 1.)

Page 199: Curso de liturgia pe.João Reus

398 R e u s, Curso de Liturgia

d) Se o ass. é diácono, pode também infundir o vinho,entregar a hóstia e o cálix ao ofertório e a patena ao Li-bera nos.803. 2. 0 ass. neste caso desempenha as funções do diá-cono, subdiácono e presbítero assistente. Revestido de so-brepeliz, sem estola (d. 3367), avança adiante do C ao sairda sacristia. Depois da consagração não põe estola. AoConfiteor está de joelhos. Assiste ao incenso (se houver porprivilégio). Ao Gloria está à direita do C, assentado nummocho próprio, se o C se senta. Indica as orações, toma oepistolário, vai ao meio do altar, genuflete e canta a epís-tola, sem beijar a mão do C (assiste ao incenso, entrega oturíbulo). Assiste ao evangelho no primeiro degrau (e in-censa o C).

Ao Credo fica à esquerda do C. Ao ofertório traz ocálix coberto, estende o corporal e ministra ao C (incensao C e é incensado pelo Ac.). Assiste ao missal. Durante aconsagração ajoelha-se na borda do supedâneo atrás do Ce cobre e descobre o cálix. Volta ao livro e passa para adireita, para tirar a pala ao Preestas nobis antes do Paternoster. Fica ali até depois da ablução. Volta para o lado doevangelho para purificar o cálix e o leva para a credência.Indica as orações, ajoelha-se para a bênção e assiste ao úl-timo evangelho. Vai para a direita do C, desce com êle aoplano, entrega o barrete e volta para a sacristia.

§ 162. A MISSA CANTADA COM AJUDANTES'804. 1. Em muitas freguesias só um ou dois sacerdotesestão encarregados das funções litúrgicas. Neste caso é im-possível a missa solene, a qual não se pode celebrar só coolo diácono (d. 3697 ad 10), mas pode ser substituída pelamissa cantada sem MM sacros (missa de guardião).

2. Observa-se o rito da missa rezada com algumas mo-dificações. O cálix pode ser pôsto sôbre o altar antes damissa pelo sacristão ou pelo C ou é levado para o altarcomo de ordinário. O missal põe-se aberto e registado. Po-dem-se acender 4 ou 6 velas.805. 3. Em muitas igrejas é costume fazer o Asperges.

a) O Asperges nos domingos só é prescrito antes damissa conventual cantada (d. 4051 ad 1) com ou sem MMsacros, nas outras igrejas é permitido. Mas sempre é o C

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 399'

aluem o deve fazer. (d 3039 ad 5.) A bênção da água é efe-Iuada na sacristia antes da missa pelo C, revestido de alva

estola da côr do dia. (Miss. ordo ad fac. aq.) Para ou-Iro sacerdote ou em outro tempo está prescrita a sobrepelize a estola roxa. (Rit. VIII, c. 2.) A aspersão do altar omi-le-se, se o Santíssimo está exposto nêle. (d. 3639 ad 2.)

b) Modo de aspergir. O C pode aspergir o povo dabalaustrada (mesa da comunhão) no meio, à esquerda (ladoda epístola C. E. II, 8, n. 44) e à direita (lado do evan-l^^ lho), ou percorrera igreja. (d. 2013 ad 4; 3114 ad 2.)

I40fi. c) Para aspergir, o C revestido de alva; estola cru-iada diante do peito (d. 1637 ad 3) e pluvial da côr do ofi-io ou, se não houver pluvial, de alva e estola sem maní-

pulo e casula, vai ao altar, genuflete diante do SS. Sacra-mento, ajoelha-se no degrau inferior, recebe o hissope, enli ra o Asperges me, ou, no tempo pascal, Vidi aguam, asper-pp ao mesmo tempo o altar no meio, à direita (Ev.) e ài querda, depois a si mesmo, tocando com o hissope na suaI m mte. Levanta-se, asperge os MM, se houver, genuflete noululo e asperge o povo rezando Miserere, no tempo pascal

i 'om f iffemini com Gloria Patri e repetição da antifona. Nodomingo da paixão e de ramos omite-se o Gloria Patri. So-mente ao bispo diocesano (d. 893 ad 3) se apresenta o his-„pe, para- êle tomar água benta (d. 3055) e depois as-

l^^ rgir o C.807. d) Tendo voltado ao altar, genuflete no plano e del.. canta os versículos e a oração. Genuflete no degrau, vai

;10 lado da epístola, toma o manípulo e a casula, volta aoi llar, genuflete no degrau inferior e começa a missa.

4) Ao vobis (vos) fratres no Confiteor não se volta para

IIS acólitos. Diz Kyrie no meio ou no lado da epístola. (Seli oiver privilégio, faz-se incensação do altar.) Durante. oh frio, Gloria, Prosa, Credo pode sentar-se. (d. 3026.) Se fi-

,ir no altar, põe as mãos diante do peito.5. Observa as regras da missa solene. Canta o que se

r;inla na missa solene, mas a epístola (que também pode

i ecilar em voz alta d. 3350) e p evangelho no' lugar, em

que se costuma ler.

til►t3. 6. Desde o Sanctus até depois da elevação do cálix,alp,nns ajudantes podem sustentar tochas (Rit. cel. VIII,,t l ; conhorine as regras gerais para os ceroferários:

Page 200: Curso de liturgia pe.João Reus

400 R e u s, Curso de Liturgia

a) na missa rezada nos dias solenes e na missa paruquial são permitidos dois ceroferários (d. 3059, ad 8);

b) na missa cantada: dois, quando muito quatro (Ril.cel. VIII, n. 8);

c) na missa solene de réquie: dois, quando muito qua-tro (Rit. cel. VIII, n. 8);

d) na missa solene: quatro, ao menos dois. Pelo d,1681 ad 2 está proibido também às primeiras dignidadesdas igrejas catedrais, mandar empregar seis tochas na nas-sa solene, qualquer que seja o costume contrário.

e) na missa pontifical: ao menos quatro, regularmenteseis, quando muito oito (C. E. 1. II, c. 8, n. 68);

f) para a bênção com o Santíssimo não se concede ultmero maior de tochas, como é natural e consta do C.(1. II, c. 33, n. 7.)809. 7. Depois da confissão, o turiferário sobe ao altar e oC põe o incenso no turíbulo. Durante a incensação o turife-rário tira o missal do altar, os acólitos sustentam a casula.Terminada a incensação do altar, o turiferário incensa o l'do mesmo modo que o diácono na missa solene. Depois dnepístola, o turiferário sobe para o incenso, desce ao plano,genuflete no meio e vai pelo plano para o lado do evangelho. Sobe e entrega o turíbulo ao C e incensa-o depois doevangelho. Ao ofertório o turiferário faz o mesmo que I't\zao intróito, incensa o C e pode incensar os acólitos e apovo. Durante a elevação incensa o Santíssimo; um acólilapõe o incenso.

§ 163. OFÏCIO DO MESTRE DE CERIMÔNIASNA MISSA SOLENE E DO CORO

810. 1. 0 M. de C. veste a sobrepeliz e assiste ao cele-brante e aos MM. Dá os sinais para as cerimônias por ìIIclinação de cabeça e por acenos modestos. Não tear lug;nmarcado. Observa as regras dos ministros inferiores; poristo genuflete sempre no plano e não no degrau do altar,

2. Prepara os objetos necessários para a missa solene:o turíbulo e .a naveta, as tochas; na credência, o evangeliit-rio, as galhetas, a campa; no altar, o missal aberto.

3. Na sacristia dá o sinal da partida, faz inclinação Rcruz e vai à frente do subdiácono, dando à porta da sacristia, se fôr costume, a êle e ao diácono a água benta.

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 401

4. Ao chegar ao altar, recebe logo os barretes sem Os-villas, dá o sinal para a reverência devida, coloca os barre-ies na banqueta, e ajoelha-se no plano do lado da epístola,vullado para o lado do evangelho. Acompanha os MM nasinclinações e respostas.

5. A palavra Oremos, levanta-se e sobe com os MM ao.aipcdâneo, dá a naveta ao D e a entrega depois ao aju-dante. Pega no missal, desce ao plano e, depois da incen-sação desta parte do altar, coloca o missal sôbre o altar,sent genuflexão. Ficando no primeiro degrau indica ao C ointróito e assiste sempre, se fôr possível, ao livro. Aí ficadurante o Kyrie e o Gloria. Terminado o Glória, faz sinalpara o C e os MM irem sentar-se; vão pelo caminho mais4 urto. As palavras Adoramos te, Gratias agimus tibi, tesot 'hriste, Suscipe deprecationem nostram, faz inclinação der;lbeça ao C e depois para a cruz do altar e, cantadas aspalavras, ao C. As palavras Cum sancto Spiritu, faz sinal,tu C para'se levantar, genuflete no plano e assiste ao livro,iuudando as fôlhas, etc.

itl V. 6. Tendo indicado a última oração, vai à credência,l'l;a o evangeliário com a direita na abertura e o entregalu S, fazendo inclinação de cabeça antes e depois. Genu-Ilele no plano à esquerda do S, o qual genuflete no degraulnterior. Assiste à leitura da epístola, fazendo inclinação

genuflexão com o S, se houver.7. Volta com êle para o altar, genuflete e acompanha-o

(ira a bênção, recebe o evangeliário do S com as inclina-u 's devidas e entrega-o ao D do mesmo modo. Terminado

o evangelho do C, genuflete no plano e sobe ao supedâneo,ode se há de pôr incenso no turíbulo. Sem genuflexão des--

e vai atrás dos acólitos para o meio, diante do altar,Bloca-se na segunda fileira atrás do D, genuflete com os

u I ros e fica à direita do D, a quem entrega o turíbulo eiste ao canto do evangelho. As inclinações e genufle-

,, que ocorrem, fá-las à cruz do altar e convida assimo (' a fazer o mesmo.1112. 8. Terminado o evangelho, passa para o lado da epís-lola e recebe o evangeliário, que depõe na credência. Sehouver sermão, acompanha o pregador ao púlpito e senta-sedepois à direita do D. Durante o Credo, fica no primeiro de-

r;ul do lado da epístola. Vai sentar-se com os outros e faz

'urn') (III Liturgia — 26

Page 201: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de. Liturgia

sinal para o C e os MM se descobrirem às palavras fesumChristum. Às palavras Et incarnatus est, ajoelha-se no seulugar cone os dois joelhos (d. 3029 ad 3), ao passo que oC e os MM de ordinário se descobrem. Acompanha o D àcredência, entrega-lhe a bôlsa, mas deixa-o ir .só ao altar.Às palavras Et vitam venturi, faz sinal ao C, acompanhao C e os MM ao altar e fica à direita do S.

9. Ao ofertório acompanha o S à credência, põe-lhe ovéu de ombros e acompanha-o ao altar, ficando no primei-ro degrau e ajudando. Tendo descido o S com a patena,assiste ao incenso. Enquanto o C incensa a cruz, passa parao lado do evangelho, pega o missal, desce ao plano e, de-pois de incensado o lado do evangelho, torna a pôr o mis-sal no altar e assiste ao livro. E' incensado pelo turiferário.

10. Pelo fim do prefácio faz sinal aos MM para subir eretira-se um pouco para dar lugar ao S. Ao Te igitur pas-sa para o lado da epístola, põe incenso no turibulo, semdizer nada, ajoelha-se no degrau inferior e incensa o SS.Sacramento, com três ductos duplos a cada elevação.

11. Levanta-se e coloca-se à esquerda do S. Depoisde IVobis quoque peccatoribus, quando o D passa para adireita do C, o M. de C. genuflete no plano, sobe e assist'ao missal até ao Agnus Dei. Ao Et dimitte nobis, faz sinalaos MM para subirem para a direita do C. Ao Pax Dorian!dá lugar ao S, genuflete e desce com êle ao plano. Acorrapanha-o para dar a paz ao côro. Voltado ao altar, zrernlflete no plano e recebe a paz do S pondo as mãos sob oscotovelos do S. Dá a paz ao turiferário e aos acólitos.

12. Tendo o D mudado o missal, o M. de C. assiste aolivro e o fecha, a não ser que o S o mude para o últimoevangelho. Desce e recebe a bênção, ajoelhado no degrauinferior. Depois do último evangelho, dirige os ministros inferiores, entrega os barretes, dá o sinal para a reverênciacomum, volta para a sacristia à frente do S e ajuda .a de-por os paramentos.

O côro813. Entrada. Entram os clérigos dois a dois com passo grave,porte modesto, com o barrete na mão diante do peito. Feita a ge.nuflexão ao altar, saúdam-se reciprocamente e vão, cada nm porseu lado, ocupar o seu lugar respectivo, ficando em pé até qmtodos tenham chegado.

De pé. Estarão de pé desde o fim das orações iniciais até queo C tenha terminado os quíries com os ministros. Podem sentar-se:

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. IIl: Cerimônias 403

durante a incensação (d. 3631, ad 1); desde que o C entoa o Gló-In alé que se tenha sentado; durante as orações; desde que o D

Inicia o evangelho até ter o C concluído o Credo; ao Dominus vob.

r Orenuts do ofertório; durante a incensação do côro; ao prefácioe Sanctus; desde que se conclui a elevação até a sumpção do Pre-riusissimo Sangue; às orações depois da comunhão até o fim damissa.

Genuftexas. Ajoelham-se: desde o início da missa até concluírem-ns orações preparatórias; desde o Sanctus até terminar a ele-

.1, ao; às palavras Flectamus genua, Aditiva nos, In nomine leso

no ' inclusive; ao Veni Sancte

Incarnatus do Credo nas misapentecostes;

de na-Ial e anunciação. Nas missas de réquie, férias do advento, qua-

ana, têmporas (exceto as de pentecostes), vigílias, com ou semmnn1, menos nas da páscoa, pentecostes e natal... se ajoelham

J ..Ie o Sanctus até ao Pax Domini inclusive do C. (d. 3624 ad 11.)Porém não se ajoelham à elevação das missas rezadas na igreja , .nas quais não se deve tocar a campainha. Fora destas ocasiões fi-raul sentados. Se não estão de pé nem ajoelhados, ficam sempredr cabeça coberta.

O barrete se tira 1. ao fazer uma inclinação, 2. ao levantar-se,I. quando são saudados por um dos ministros ou por outro que .

eiiira ou sai do côro, 4. ao sinal da elevação num altar vizinho.Inclinação da cabeça ao Gloria Patri até sicut erat inclusive;

cri lôdas' as inclinações prescritas na missa; ao receber a bênção,nulos os prelados e cônegos nas suas igrejas.

Ninguém sai do côro sem necessidade. Se alguém precisar sair,vrí ao meio do côro, faça genuflexão, inclinação ao côro, come-çando pelo lado do evangelho ou do oficiante se houver.

Quem entra, depois de começado o ofício, faça genuflexão, reze .

11111 instante, faça as inclinações e vá ao seu lugar.Sc têm de sair juntos, sairá um de cada lado, reunindo-se no

11110 e fazendo genuflexão dois a dois.Ninguém deve entrar ou sair do côro enquanto o C diz as ora-

l» ics do intróito on canta as orações, ou diz o evangelho, o Gloria

I'rtlri e alguma das orações às quais todos devem ajoelhar-se, oufinar de pé, conforme as atitudes do côro. (Mach-Ferreres I, p.'ui); Baldeschi, p. 98.)

§ 164. A MISSA SOLENE DE RÉQUIE

I. Observações gerais

1414. 1. Na missa solene devem observar-se as regras paraI missa privada de réquie. (Miss. Rit. cel. XIII.) a) Omite-

se' u salmo ludica. b) ao intróito o C .pousa a mão esquerdasstlbre o altar (d. 2572 ad 25), e não sôbre o missal, e faza sinal da cruz sôbre o missal (i. 6, sôbre os defuntos) en.irr sôbre si. c) Reza-se Manda cor, noas omite-se lube Do-

mina benedicere, Dominus sit, etc., o Osculo do livro e Per

el'rmgelica dicta. d) Reza-se Deus (pui bruna ate, mas omi-

le- se o sinal da cruz e o Gloria Patri no Lavabo. e) Diz-se

,ll;rms Dei mas com as palavras dona eis requiem duas vê-

402

Page 202: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

zes e a terceira vez dona eis requiem sempiternam, sem ba-ter no peito. f) Omite-se a primeira oração Domine JesuChriste e a bênção final. g) Diz-se sempre no plural Re-quiescant in pace.

815. 2. Na missa cantada incensa-se a) uma só vez o al-tar: ao ofertório; b) só uma pessoa, o C ao ofertório (se nãoestiver o bispo); nenhuma vez os MM beijam a mão ouqualquer objeto, nem a patena, nem o cálix; d) nenhumavez recebem a bênção.

3. No altar não se põem flares nem relíquias, nem cas-tiçais preciosos, mas simples, e velas amarelas, se fôr possí-vel. (C. E.) O frontal será preto; no altar do SS. Sacra-mento, porém, será roxo (d. 3201 ad 10), bem como o co-nopeu. (d. 3035 ad 10.)

4. Guardam-se as cerimônias da missa solene com al-gumas modificações.

II. Cerimonial

816. 1. Depois da confissão, os MM não sobem ao altar(Bald., Vavass.), mas colocam-se em fila atrás do C, ge-nufletem e vão com êle para o lado da epístola. No princí-pio das orações o M. de C. entrega o epistolário ao S.

2. Depois da epístola, o S genuflete no degrau inferiordo altar e entrega o livro.

3. Durante a sequentia Dies irce que se deve cantar in-teira (d. 3051 ad 1; 2959 ad 2), o C pode sentar-se antesde ler o evangelho ou depois. No primeiro caso, o C e osI-IPal vão para a banqueta sem fazer reverência à cruz. Nofim da sequência (Oro supplex) voltam para o altar. O Ureza Munda cor e o S muda o missal para o lado do evan-gelho, o D recebe o evangeliário no plano, coloca-o sôbreo altar, reza ajoelhado na borda do supedâneo Manda cor,sobe, pega o livro, faz inclinação ao C sem pedir a bênçrio,desce e genuflete à direita do S, que desceu logo depois doevangelho.

Se o C quiser sentar-se depois do evangelho, reza oMunda cor, lê o evangelho; o D põe o livro no altar; o Smuda o missal, o C e os MM genufletem no supedâneo e vaiopelo caminho mais curto para os assentos. Pelo fim da se-quência o D se levanta, reza Munda cor, ajoelhado no de-grau inferior, sobe para tirar o evangeliário. Entretanlo oS vai ao meio diante do altar e o C sobe pelos degraus do

11. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 405

Lido da epístola para assistir ao canto do evangelho. Se ol' não se sentar, reza o Munda cor, o S muda o missal e oI) põe o livro sôbre o altar. Depois do evangelho o C e osMM ficam no supedâneo e fazem inclinação ao SS. Nomede Jesus na sequência. O D reza Munda cor.

N17. 4. 0 evangelho canta-se sem incensação nem do livronutu do C; os acólitos não sustentam os castiçais. O S nãoleva o livro ao C, mas fecha-o e entrega. Os MM põem-secm fila atrás do C e genufletem.

5. Ao ofertório o S genuflete, não descobre o cálix,aias leva-o coberto com o véu do cálix para o altar. O Dt slende o corporal, e o S tira o véu do cálix e entrega-oio M. de C. ou a um acólito, não pede a bênção, nem leva

'I o pC , enqenquanto põem censo

lado do evangelho,turibulo

assistedepois assiste à

incensação do C ao lado do D. Os acólitos ministram águaNo C. O D e o S põem-se em fila atrás do C, vão com êleaio meio do altar e genufletem. Ambos respondem Suscipiat,

w nn inclinação de cabeça. Se houver costume, o D minis-

Ira a água, o S o manustérgio. Depois põem-se em fila,Irás do C.

1318. 6. Ao Sanctus o D e o S sobem para a direita e paraa esquerda do C. O S depois desce para o plano, o D as-misie ao missal. Os acólitos trazem as tochas e ficam ajoe-lhados até depois da sumpção db SS. Sangue.

7. Quando o D se põe de joelhos antes da consagra-ç;;io, o S genuflete no degrau inferior e vai para o lado daepistola. Recebe o turibulo, em que o M. de C. pôs o incen-so (C. E. 11, 11, n. 18), ajoelha-se no degrau inferior, in-censa o SS. Sacramento em cada elevação com três duetosduplos, fazendo inclinação de cabeça antes e depois. Levan-ia- se e sem genuflexão (d. 4027 ad 2) vai para o meio doMiar, genuflete e fica de pé até ao Pax Domini, sem fazer

renuflexão com o C.8. Ao Dimitte nobis, o D genuflete e vai para a direita

do C, o S genuflete ao Pax domini e sobe,para a esquerda

Io C. Recitam com o C Agnus Dei sem bater no peito e mu-ddni de lugar, fazendo genuflexão ao partir e ao chegar.Nau se dá a paz. No fim o D, voltado para o al tar, canta

Requiescant in pace. 0 C também recita estas palavras.(d. 2572 ad 22.)

404

Page 203: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

III..Absolvição dos defuntos819. 1. Observações: a) A absolvição dos defuntos só estáprescrita (d. 3748 ad 1) num caso, depois da missa de en-terro, cantada ou rezada (d. 4215), quer no dia do enterroquer em outro dia, quer o cadáver esteja fisicamente presentequer só moralmente. Pois é parte do rito das exéquias.

Absolvição se chama esta oração, porque é uma súplica dirigidaa Deus no intuito de conceder ao defunto a remissão das penas tem-porais. Tem também o nome de Libera pela primeira palavra da ce-rimônia, ou de Responso, porque o Libera é o nono responsóriodo oficio dos defuntos.

O cadáver é considerado moralmente presente, quandoestá fisicamente ausente por proibição da autoridade civil onpor doença contagiosa, e ainda não está sepultado ou nãoestá sepultado há mais de dois dias depois da morte. (d.3767 ad 26.) Logo, a presença moral dura só três dias. Ocadáve r de um sacerdote ou, durante êstes três dias, sua eça,coloca-se com os pés para o povo, como dizendo Dominusvobiscum; fora destes dias a eça se coloca com os pés parao altar. (d. 4034 ad 3.) 0 cadáver de um leigo ou sua eçatem sempre a mesma posição com os pés para o altar.

b) A absolvição deve ser dada pelo C com os MM. Sóo bispo pode dá-la sem ter dito a missa. (d. 3029 ad 10.)As três Ave-Marias devem-se omitir.

c) Em tôdas as outras missas pretas pode-se dar onomitir a absolvição, se no houver compromisso especial.(d. 1322 ad 6; 3369 ad 3.)

d) Logo depois das missas rezadas do dia (não pretas)por um defunto, a absolvição está proibida. (d. 3014 ad 1.)

e) E', porém, permitida depois da missa não preta, sefôr dada independentemente da missa, p. ex., depois dastrês Ave-Marias.

f) O sacerdote revestido de sobrepeliz e sem estola(Deer. t. V p. 431; d. 2951 ad 2) pode dá-la a qualquerhora em qualquer dia, exceto nas festas de primeira classe.(d. 3780 ad 8.)

g) Deve ser dada sôbre o cadaver ou sôbre a eça ousôbre um pano preto. (d. 3535 ad 5; C. E 11, 11, n. 10.)820. 2. A absolvição de corpo presente. O cerimonial éigual ao da absolvição de corpo não presente (dia 3; 7; 30,etc.), com duas diferenças. a) Na absolvição de corpo pre-sente reza-se Non intres, que nunca é mudado. (Rit. VI, :3,

II. Liturgia Especial. A S. Missa. Cap. III: Cerimônias 407

n. 8.) b) Se o cadáver fôr de um sacerdote, o C fica aospés dêle, portanto, entre o cadáver e o povo, a cruz entreo cadáver e o altar.

82I. 3. A absolvição com eça (corpo ausente) . a) Termi-nado o último evangelho, o C e os MM vão à banqueta.11 C tira a casula e o manípulo e toma o pluvial preto, osMM tiram o manípulo. Se, porém, faltar o pluvial preto,I,uuhérn os MM vão de alva. Ninguém põe o barrete senãoo C e o D. O S leva a cruz processional, cujo crucifixoestá voltado para a frente (d. 1538 ad 1), para onde olhao quc a leva. Coloca-se sempre defronte do C, à cabeceirado cadáver ou da eça. O C põe-se sempre aos pés do c a-dáver ou da eça entre o altar e a eça, quando se trata de

íon leigo, entre a eça e o povo, quando se trata do cadáver

de um sacerdote moralmente presente (cf. supra), retirado

^uu pouco para o lado da epístola, para não virar as costas

ao altar.b) O C e o D descobrem-se. O C reza Non intres, se o

.mdáver está presente física ou moralmente. Se não, come-;i a ler o Libera, cantado pelo côro. Pelo fim do canto or passa para a direita do C, para pôr incenso no turíbulo,

dizendo: Benedicite, Pater reverende. O C diz: Ab illo bene-

dicaris, etc., e sem dizer nada benze o incenso. Osculo não

Itã. O C canta Pater noster. Enquanto todos rezam secreta-

write, o D pega na fímbria do pluvial e com a direita noliksope. O C e o D passam pelo meio diante do altar e ge-

ni fletem (ou fazem inclinação). O D entrega o hissope e oC asperge o cadáver três vêzes do lado esquerdo do defunto(lado do evangelho no leigo, da epístola, num sacerdote),

Irí s vêzes do lado direito. (Rubrica.) Faz inclinação pro-Innda à cruz processional e o D genuflete, quando passam

d e um para o outro lado.822. Do mesmo modo incensa o cadáver ou a eça com trêsductos simples. O C não fica parado (circumiens Rubr.),

para aspergir e incensar. Depois canta a oração com a con-

( liisão breve. Cantando Requiem cternam, faz o sinal da

cr u z sôbre o cadáver ou sôbre a eça. O C (Rubr.) acres-

mula Requiescat ou Requiescant in pace, etc. Voltam para

a sacristia, rezando por todos os defuntos o De profundis,elc. Oiuite-se este salmo com as orações, se a absolvição16r ciada para todos os defuntos no dia de finados. Se não

406

Page 204: Curso de liturgia pe.João Reus

400R e u's, Curso de Liturgia

há MM sacros, acólitos ajudam nestas cerimônias. Se aabsolvição se dá sôbre o pano preto, observam-se as mes-mas cerimônias. (C. E. XI, 1, n. 10.)

II SECÇAO.

O OFICIO DIVINO

165. ORIGEM E DESENVOLVIMENTODO OFICIO DIVINO

823. I. Nome. 1. Ofício divino é o nome autorizado pelobreviário (Bula) e pelos decretos. Chama-se ofício, porci nne•a Igreja com a sua recitação cumpre o seu dever para coroa divina Majestade. E' divino: a) pela dignidade. Só Dens.se pode louvar dignamente. Pois só Ele se conhece perfei-tamente e só Ele pode enaltecer as suas perfeições, como fei

.

nos salmos. Cantar essas palavras é obra divina pela intação de Deus.

b) Pelo fim. O ofício divino tem de louvar a Deus,honrando direta ou indiretamente as obras de Deus; a cria-ção, a redenção, os santos.

c) Pela origem. Grande parte, mais ou menos, oito crunove décimos, do ofício divino são a palavra divina revelada.

2. Divina salmodia, filha da salmodia (Urbano VIM),que se canta continuamente diante do trono de Deus.

3. Cursos, porque, quem reza o ofício divino, percorreas estações quotidianas, o caminho indicado para louvai

. aDeus.4. Preces horarum, porque se rezam em várias horas,5. Hora canonicce, porque está prescrito, pelos cânones.6. Coleta, por causa da oração em comum.7. Missa, porque antigamente depois das horas canfiui-

cas o Clero era despedido com Ite, Missa est. Coisa serro -,lhante existe ainda no Benedicamus Domine, usado na riiis-sa e no breviário.

8. O nome breviário deriva-se de uma fôlha de rezai,em que se achava apontada brevemente a ordem do ofício,cujas partes se deviam tirar dos diferentes livros do (Ali.(Ordo, Folhinha.) Costumava-se pô-la no comêço do saltério. Passou a significar o livro, que continha reunido lodo,o ofício abreviado.

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

1424. II. Origem. O ofício divino, quanto às partes essen-ciais, não tem origem nas ordens religiosas; é mais antigo

do que elas.1. Forma rudimentar, no antigo testamento, desde 400

anos pouco mais ou menos antes de Cristo. Os israelitasenhiam-se para a oração pública comum. No templo, emJerusalém, os representantes do povo deviam reunir-se quatrovezes por dia, para tomar parte na oração e na leitura dae,-;tritura sagrada. A hora terceira, sexta e nona eram ob-.ervadas por particulares, como consta dos Atos 2, 15, etc.

'd 54, 19: Vespere, mane, meridie.

2. Forma incompleta (até c. 300 depois de Cristo) daprimeva era cristã. Acrescentou-se a oração pública notur-na. Pois era tradição israelitica, conforme nos diz S. Jerôninlo, que o Messias havia de vir na noite da páscoa. Os cris-laos adotaram esta tradição e a aplicaram à segunda vindade Nosso Senhor. Por isso passavam a noite da páscoa em

oração comum. Sendo o domingo a renovação da festa dapáscoa, estenderam a vigília também para êste dia. A pri-

meira notícia dêste costume nos foi transmitida por Plíniolimior. Escreveu ao imperador Trajano (111 ou 113)-que

cristãos se reuniam depois' de meia noite (ante lacem).

Também Tertuliano menciona este costume. Essa vigíliacorresponde às matinas. Mas, por ser difícil vigiar frequenh utente durante tôda a noite, contentaram-se com fazer ora-oes em comum na madrugada e no principio da noite e M-

il oduziram assim as vésperas. Tinham portanto cinco horas

dr oração comum: além das matinas, as laudes,.terça, sexta,.

iloa e vésperas.

Mb. 3. Forma completa (300-430 pouco mais ou menos).

N decurso do século IV, os monges e ascetas cultivaram a

r ;içio pública em comum, rezando-a todos os dias. A êles

rir deve `a origem de duas horas canônicas, a prima, intro

dnr,ida em Belém (382), e as completas, rezadas já no prin-,Ipio do século V. Portanto, desde o tempo de S. Agostinho

i^l^nr tôdas as horas canônicas de hoje. O clero secularrivalizava a com os monges na recitação solene do ofício

div ino, S. Ambrósio acrescentava hinos, os quais só mais

1,11 de foram recebidos no ofício divino.

1. forma romana (cursus romam,rs, 450-1200 pouco

r w ,i', ou menos). O ofício eclesiástico, rezado em comum

408

Page 205: Curso de liturgia pe.João Reus

411410 R e u s, Curso de Liturg a

por monges e clérigos seculares, talvez já no século V, setinha desdobrado em duas formas, a romana do clero se-cular, e a monástica. O costume de rezar o ofício divinotornou-se agora lei para os clérigos seculares.826. 5. Forma abreviada ou breviário (no século XIII).As várias partes do ofício divino no côro deviam-se tirar devários livros volumosos. Os clérigos que, por causa da suaocupação no estudo e na cura das almas, não podiam assis-tir ao côro, precisavam de um livro, que reunisse as liçõese as antífonas. E' o breviário, autorizado provavelmente porInocêncio III, e propagado mormente pela ordem de S.Francisco.

6. Forma reformada (1568). a) O breviário reformadodo cardeal Quinones foi proibido (1558), por se afastardemais da antiga forma romana. b) O breviário romano res-tituído (1568) foi editado por Pio V. c) O breviário refor-mado provisoriamente por Pio X é o mais perfeito. Trou-xe alívio não pequeno ao clero e facilita a recitação sema-nal de todo o saltério, sem prejudicar as festas dos santos(1911).

A. reforma definitiva depende da edição crítica da sa-grada escritura, das homílias e da vida dos santos. (S. R. C.25-3-1914.)

7. Origem das horas têrça, sexta, noa.1. 0 dia completo. Tôda a humanidade adotou, não o dia da luz de 12

horas, mas o dia completo de 24 horas, contado de manhã a manhã. llseu'' coméço, porém, não era o mesmo por tôda a parte. Em geral, fazia-s,começar o dia ao nascer do sol. Os isrealitas principiavam-no com o perdo sol. Este modo de contar foi adotado pela Igreja e conservado para ondomingos e festas, as quais são celebradas das primeiras às segundasvésperas. Em Roma os sacerdotes pagãos e depois dêles os jurisconsultosadotaram o espaço de meia-noite a meia-noite. A igreja o usa para ojejum eucarístico.

2. Divisão do dia civil . A maior parte dos povos dividiu o dia em váriaspartes. Para o dia do sol a divisão principal estava marcada pelo nasourdo sol, pelo zênite e pelo pôr do sol. Acresceu a hora do mercado ciii:a manhã e o meio-dia, e a hora- da reunião popular ou de outros neg6,cios públicos entre o meio-dia e as vésperas. Quando se descobriu o gnomoou relógio do sol, a divisão do dia ocasionada pelos negócios mais In-signes foi substituída pela divisão matemática em 12 horas. Coincidiu unascer do sol com a primeira, o tempo do mercado com a terceira, o zr■nite do sol com a sesta, o tempo da reunião pública com a nona, o pordo sol com a duodécima hora.

Para a noite estava em usou divisão ocasionada pelo dilúculo, o cru-púsculo, a alta-noite e o canto do galo. Com o relógio a noite foi dlvl-dida em quatro vêzes trés horas, ou quatro vigílias, nome éste derivadado serviço militar.

3. 0 conhecimento da hora do dia. Os cidadãos abastados possuíamgnomo ou relógio de água. Para o povo a autoridade pública mandavaanunciar a terceira, sexta e nona hora por sinais de trombeta. As outfaMhoras não precisavam de sinais.

4. As horas de oração. E' muito natural que os servos de Deus apro-veitassem êstes sinais públicos para se lembrarem de seus deveres rnll'giosos. Atesta-o Tertuliano (De ieiun. c. 10), dizendo que os cristãos uM•colheram para cumpri-los "as horas mais :insignes no labutar humano, pn•

I. Liturgia Especial. Ofício Divino

loii quais se divide o dia, se interrompem os negócios, e que são anun-

rlodas por sinais públicos." rescreveram ao: clero certos atos .reli-As autoridades eclesiásticas P

^ ^uru a poucos as horas civis emnhorasn canônicas: ar térça,marsextaassim

a

nant. Fácil era assinalar a hora conveniente à prima, às vésperas e às

completas.6.

Na idade média a terça, a sexta e a noa eram também a hora des-

I Unida à missa. Ce), nosa dias dea jejum Çdepo s da noa (15 h)j eA missasa. terçard

conservou-se u).

Nu ita, -o sábad santo,Par vigiiia de pentecostes, es dias:os dias na-

Oes, Quando a recitação das horas menores foi transferida para a ma- horas

r nluônictambém a missa

(n. 552). No foiara o de urna das

privilégiotrés cal,

n missa do galo ivilégio- semelhanteapa a os países, Pio XII (1-12-1940)

causac oncupeu um pdoo ataques aéreos noturnos a missa de meia-noite era impossível

:

827. III. A excelência do oficio divino é extraordinária. a)

i'.' obra do Espírito Santo, que dirige a Igreja; b) é fruto

dos esforços de quase todos os papas; c) é o resultado doIl:ihalho de muitos homens santos e ilustres, entre os quaisquase todos os doutôres da Igreja; d) é o jardim das maisInflas flores celestiais, dos santos heróicos, cuja vida ilu-

mina e inflama; e) é fonte de fôrças e vigor espiritual pelos,II(•tos e aspirações, que inspira; f) está cheio de vida pu

H nle, pois que se aperfeiçoa cada vez mais; g) é a voz da

I,',I uìsa de Cristo que, imitando o eterno Santo, Santo, Santo,re'ga'le, dia e noite sem cessar o louvor divino.

M28. IV. Estrutura do brevir_ário. O ofício divino compõe-se

do , ; salmos, da escritura sagrada, do ensino da Igreja e dos

i$ autos padres, da vida dos santos e das orações da Igreja.

iates elementos estão distribuídos nas cinco partes princi-

pals do breviário.a) A primeira parte, Ordinarium divini O f f icü, é o es-

quema geral do ofício. E' o guia para os clérigos, mormen-

I, I,;lra os que ainda não o sabem rezar. Contém circunstan-

e'lml: u nente, ou ao menos indicadas, todas as partes, que sedu've'lll recitar, tôdas as rubricas concernentes a elas e a or-

el e nl a seguir. Nelas se acham o salmo Venite exsultennis,

li absolvições, as bênçãos, o Te Deum, o Benedictus, o Ma-

lwlficat, as antífonas marianas, que nas edições recentes

«i'ni cm fôlhas separadas.b) A segunda parte traz o saltério, , distribuído pelos

.ele dias da semana. E' o livro dos cânticos de Nosso Se-

Illlur, feitos e cantados por Ele.

1421). c) A terceira parte é o Proprium de tempore, coor-

dt'n n clo segundo a ordem das semanas do ano liturgico, co-

Page 206: Curso de liturgia pe.João Reus

412 R e u s, Curso de Liturgia

meçando pelo primeiro domingo do advento. Nesta parte seacham as festas móveis mais solenes e as festas fixas, queocorrem desde o dia 24 de dezembro até 13 de janeiro in-clusive, e as lições da escritura sagrada. Dos 72 livros le"em-se 56, ao menos o seu início.

d) A quarta parte é o Proprium Sanctorum, que segueas datas do mês desde o dia 26 de novembro e abrange a s .

vidas dos santos.e) A quinta parte, o Commune Sanctorum, contém aque

las partes do ofício dos santos, que são comuns a diversas.

classes de festas de santos.f) Depois vem um suplemento com várias orações, se-gue-se o próprio da diocese, da ordem e da província.

DISPOSIÇÃO DO BREVIÁRIO

Ordinari um

diviniOff icii

Dia

Psalte-rium

Semana

Propri-umde

tempore

Domingos

Propri-um

Sanctor-um

Festas .

Com-mune

Sanctor-um

Fórmulas

Suple-mento

Propri-um

Dicecesis

V. Distingue-se o ofício noturno, ou matinas, e o ofí-cio diurno, que se compõe das sete horas. Laudes, véspe-ras e completas são horas maiores, não só pela extensãomaterial, mas, mormente, porque são recitadas com mais so-lenidade no côro. As outras são chamadas horas menores.

VI. Estranho pode parecer o uso da igreja de celebrar o comêço de uma.festa no dia précedente, pelas primeiras vésperas. Mas os motivos pa-

tenteiam quão justificada é esta instituição. Podem-se indicar os seguintes:1. A reverência interior devida às festas, que se manifesta pela-dill-gente preparação.2. A estima da tradição antiga do povo escolhido. Vigorava a lei (Lv

23, 32): "Celebrareis os vossos sabados das vésperas até as vésperas." Estalei tornou-se costume entre os cristãos e contribui para intensificar a.preparação exterior. (Stella, Inst. p. 192; Carpo, Bibi. p. 225.)

3. A moderação discreta da Liturgia noturna fatigante, antecipando-seas vésperas, que eram a primeira parte das vigílias, com Matinas e Lau-des. (Eisenhofer, II, p. 485.)

As primeiras vésperas são consideradas mais festivas do que as segundasa) pelos privilégios maiores na concorrência; b) pela organização do

ofício, sendo as segundas em geral a repetição das primeiras ou tomulluido oficio comum; c) pela sua história; nas segundas antigamente sérecitavam os salmos da féria, e a festa quase se considerava acabada; ii tpela assistência; o papa costumava assistir a elas e os bispos as prefornm,conforme o C. E. (1. II c. 1, Carpo II, 115.)

As vésperas têm o Magnificai por serem a mais solene das horns emque ocorrem cânticos e por ser o cântico de Maria SS. o mais sublimados três cânticos do evangelho. (Carpo, II, n. 115.),

11. Liturgia Especial. Ofício Divino

166. OBRIGAÇÃO DO OFICIO DIVINO

H:10. 1. Para satisfazer a sua obrigação, o clérigo deve re-;lr o ofício divino em latim, segundo o breviário romano e

conforme seu próprio calendário. (Bulla Quod 1568.)

al Um religioso, eleito bispo, deve deixar o breviárioIl;I sua ordem e rezar o breviário romano conforme o ordo

;l sua diocese. O mesmo fazem os seus capelães, que de-veenl seguir o bispo na recitação do ofício. (d. 181.)

b) Os breviários não conformes ao romano podem ser( conservados, se estavam em uso há mais de 200 anos. Po-& in, porém, ser substituídos pelo romano, se o bispo ou o',ulterior religioso o prescreve com maioria dos votos doscapitulares. Mas não se pode voltar ao breviário anterior,unta vez que foi substituído.

H31. c) Os clérigos seculares pertencentes à terceira ordem(le S. Francisco e não obrigados ao côro, na recitação dooIício podem usar o calendário e o breviário da ordem de

Francisco. Os clérigos canônicamente adscritos a uma

irieja devem seguir o calendário diocesano nas festas doI);Ilrono principal, do titular, da dedicação da igreja própria,c tla catedral, e nos dias, em que devem aplicar pro pa-

ttnln. Os ofícios concorrentes do calendário franciscano se-

'u0ln as regras da simplificação, comemoração e traslada-(„(u. (d. 4132.) Na missa seguem o calendário da igreja, emmim celebram o santo sacrifício.

2. Os calendários (fasti liturgici) usavam-se já nos pri-

lueiros séculos. O calendário mais antigo que Oconhecemos arsI oi composto por Filocalo pelo ano 336 ( )

otm ilerno é a) universal, que contém os ofícios de tôda a

Il;reja; b) particular, que contém os ofícios do calendáriouniversal e os ofícios particulares de uma diocese, ordem

ll convento.

H32. 3. Quanto aos religiosos, as normas são as seguintes:

;I ) As ordens regulares devem possuir um calendário pró-pritt, que é obrigatório para as monjas e Irmãs da mesmahr(leni. -

h) As congregações ou institutos de ambos os sexos

Iltrovados pela Santa Sé e debaixo de um único superiorrI•r;ll também devem possuir um calendário próprio, se são

11Irrigados à recitação do ofício divino.

413

Page 207: Curso de liturgia pe.João Reus

414 R e u s, Curso de Liturgia

c) As congregações e institutos aprovados pelo ordi-nário ou pela Sé Apostólica, mas não incluídos no parágrafoprecedente, devem usar o calendário diocesano sem mudan-ça, acrescentando, porém, os ofícios, que lhes forem espe-cialmente concedidos.

cl) As ordens, congregações e institutos com calendá-rio próprio devem celebrar sem oitava (A. B. IX n. 3) só oofício da dedicação e do titular da igreja catedral e as fes-tas solenes dos patronos principais, não, porém, os ofícios,que foram concedidos a um reino ou a uma diocese. Devemusar o ofício e a missa concedidos ao clero secular, se nãotiverem um ofício próprio (d. 4312), ou usarem um breviáriodiferente do romano (d. 3084 ad 2) ou forem explicitamen-te excetuados. (d. 3041 ad 3.)

e) O calendário próprio é obrigatório quanto ao ofício,à missa e .à cor dos paramentos, mesmo quando parece maisprovável que erre. Mas se fôr êrro evidente, deve-se corri-gir. (d. 4031 ad 5; d. 2747 ad 6. 7.)

f) Os ofícios concedidos em algum lugar com a cláusula: fieri posse,recitari posse, etc., são obrigatórios desde que foram aceitados; e nãofacultativos. (d. 4042 ad 4.)

Se o patrono ou titular de uma igreja catedral é um santo com oita.vnsimples na igreja universal (p. ex. S. Lourenço), os regulares, tendo co-lebrado a festa com rito de primeira classe, observam a oitava simples,(d. 4324.)

833. 4. A obrigação do calendário é diferente para as vá-rias classes de clérigos.

1. Os clérigos adscritos a uma igrejaco devem rezar o ofício desta igreja porsive quando ausentes da própria diocesep. ex., o bispo da sua diocese, o párocoprebendado da sua igreja.

a) Os bispos podem rezar o ofício de uma festa parti-cular do lugar, em que se acham em visita ou por outromotivo qualquer (d. 827).

b) Os capelães fixos, i. é , adscritos às capelas dos Ir-mãos das escolas cristãs, devem celebrar a festa de S. Joaode la Salle com ofício e missa própria, não assim os outrossacerdotes que, além do seu próprio encargo, administramtais capelas. (d. 4106.)834. 2. Os regulares, com obrigação do coro, devem rezarpor tôda parte o ofício da sua própria casa religiosa. (CF.n. 7.) Acrescentam os ofícios locais: dedicação e titular daigreja catedral e as festas dos patronos principais da ciclo,.

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

de, diocese, província, nação. (A. B. IX n. 3; d. 4312 ad.1.) Os patronos para todo o Brasil são: Nossa Senhora Apa-

r ecida (7 de set.), de Guadalupe (12 de dez.), S. Pedro deAlcântara (19 de out.), S. Rosa de Lima (30 de agosto).I .nl cada diocese deve-se acrescentar a festa dos patronos,p. cx., Florianópolis, S. Catarina, patrona da diocese; Fuga

l )omini, titular da catedral; Porto Alegre: Madre de Deus,lilular da catedral; S. Pedro, patrono da diocese.

Se a catedral tem dois titulares em dois dias diversos,regulares estão obrigados aos dois ofícios (d. 3289 ad

I ) sem oitava.3. Os clérigos seculares não adscritos a urna igreja (p.

cx., professôres de ginásios municipais, sacerdotes que sódizem a missa na capela de religiosas) rezam o ofício dadiocese, acrescentando os ofícios locais: patrono da cidade.

835. 4. Os professores e clérigos do seminário rezam o off-

cin da igreja ou capela do seminário que foi benzida sole-nemente. (d. 2980.) Acrescentam portanto ao calendário dio-cesano a dedicação, se houver, o titular da igreja ou capelado seminário e o patrono do lugar (cidade), se houver. Se

íl capela não está benta solenemente, seguem o calendáriodiocesano (como n. 3).

5. Os seminaristas dirigidos por religiosos seguem o,lendário da própria diocese ou da sua ordem, acrescen-

iaudo os ofícios locais. (o. 2; d. 4312 ad 4.)

h136. 6. Os clérigos não adscritos a uma igreja, que se.reliam fora da pátria ou da diocese por causa de viagemon de estudos, podem-se conformar com o ofício do lugar,an que moram. (d. 2682 ad 46.) Se preferem o seu próprio

calendário, estão obrigados às festas locais da diocese, ema1uc moram atualmente. (d. 4352 ad 4.)

P. ex., os clérigos pelotenses no Seminário Central deLeopoldo podem rezar o ofício da arquidiocese de Pôrto

Alegre e satisfazem assim a todas as obrigações. Têm, po-i t ill, a liberdade de recitar o ofício da diocese de Pelotas.Mas neste caso, devem rezar também a festa do titular dae;al. dral de Pôrto Alegre, Nossa Senhora Madre de Deus,no sábado antes do primeiro domingo de maio. A festa dadedicação da catedral da diocese, aliás também obrigatóriatia arquidiocese de Pôrto Alegre, não se celebra, porque ai.;ala'dral ainda não está consagrada. O patrono desta dio-

por título canôni-•tida parte, inclu-(d. 1599 ad 2),da sua matriz, o

415

Page 208: Curso de liturgia pe.João Reus

cese, S. Pedro, 29 de junho, tem a festa e o ofício de 1."classe na Igreja universa l. Os clérigos Palotinos e da Con-gregação da Sagrada Família rezam o ofício do seu calen-dário com suas festas especiais (p. ex., Regina Apostoloruni),mas acrescentam as festas locais (n. 2), portanto da Ma-dre de Deus (dedicação, patrono). Para a missa valem asregras da missa em igreja alheia.

837. 7. Os regulares corn obrigação do côro, fora da suacasa, seguem o calendário do convento em que se hospedam(d. 3436 ad 2), se assistirem ao côro; se não, o do con-vento de que saíram. (d. 3919 ad 13.) Se estão fora doconvento, seguem o calendário da província; se em viagem,o do convento donde saíram. (d. 2801 ad 1.)

8. Os regulares não obrigados ao côro podem confor-mar-se com o calendário da casa religiosa da sua ordem,em que moram. _(d. 2682 ad 46.)

838. 9. 0 pcfroco, encarregado provisoriamente da admi-nistração- de outra freguesia, reza só o oficio da própria fre-guesia, e não o da administrada. Os coadjutores do vigário,se não estão - adscritos a uma igreja filial, rezam o ofícioda dedicação e do titular da matriz com oitava, mas a mis-sa destas duas festas só na matriz tem rito mais alto, nascapelas tern rito sem oitava. (d. 3780 ad 3.) Os párocos,adscritos a duas paróquias, estão obrigados a celebrar o ofi-cio dos titulares das duas igrejas com oitava. (S. R. C.27-4-1929.) Os missionários encarregados das funções paro-quiais em muitos lugares distantes, rezam só a festa do ti-tular da sede paroquial. (d. 3571 ad 2.)

839. 10. Por privilégio, os sacerdotes e outros clérigos s e-culares ou regulares ou prebendados, que em qualquer lugar

fazem o retiro espiritual, dirigido por um religioso da Com-panhia de Jesus, podem seguir o calendário da casa da Com-panhia de Jesus (Deer. auth. V, p. 97), onde fazem o re-tiro, se recitam o ofício em comum. (d. 3955.)

840. 11. Por indulto, os sacerdotes seculares da OrdemTerceira de S. Francisco, embora adscritos canônicamente auma igreja, mas não obrigados ao côro, na recitação pri-vada das horas canônicas podem conformar-se com o ca-lendário dos Frades Menores, com exceção das festas lo-cais. (n. 2; d. 4132 ad 2; 3.) Na sua igreja, porém, devem

dizer a missa conforme o calendário da igreja. (cf. n. 648.)1,►nal é êste?

a) Se a igreja está entregue a sacerdotes seculares, namissa é obrigatório o calendário diocesano. Se a adminis-Iração da igreja, isto é, (d. 4150) o direito para as fun-ções sacras, pregação, administração dos sacramentos, foieniregue para sempre ou para tempo indefinido a uma fa-milia religiosa, nas missas é obrigatório o calendário dosI eligiosos (d. 4252). Se foi entregue só a uma pessoa pri-v,Ida, embora pertencente a uma família religiosa, a igrejaoIlserva o seu calendário anterior. (d. 4051 ad 3.) Um re-

lirioso, que substitui o pároco durante a viagem dêle, não1 de considerar a . igreja entregue à família religiosa.

I)) Nas igrejas ou oratórios de monjas, administradospor sacerdotes seculares ou religiosos de outra ordem, deve-

observar o calendário das monjas, se elas rezam o ofícion.. côro. (d. 3927.)

till. 12. Regras gerais para a recitação do ofício divino:

I. O f f icium pro O f f icio, se alguém, por engano, recitou

uni oficio não marcado no calendário.

2. Error corrigitur, ubi deprehenditur. Quem repara o

ur ro antes de terminar, pode ou continuar o ofício come-1aido ou dizer o resto conforme o ofício do dia.

3. Quem rezou um ofício em lugar de outro, no diaimrcado para o ofício já rezado, pode recitar ou o omitidoiu repetir o ofício do dia.

4. Quem por própria vontade rezar um ofício em lugarde outro prescrito, satisfaz a obrigação, mas comete pecadovenial, se não tiver motivo razoável. (Ferreres, Comp. n. 578.)

§ 167. RECITAÇÃO DO OFÏCIO DIVINO

H42. Regra para os salmos. Na recitação do ofício divino,:epundo o rito romano, para cada dia e para cada hora ca-n nica se devem tomar os salmos do dia ocorrente da sema-

n,i, conforme a distribuição no saltério. Há, porém, algumasnl )(Iilicações.

Para o ofício do domingo deve-se notar:a) Nas primeiras vésperas rezam-se as antífonas e os

n.dnlos do sábado; no advento as antífonas são das landes(I o domingo, os salmos do sábado; tudo o mais é do sábado;

4' II I011 Liturgia — 27

II. Liturgia Especial. Ofício Divino 417416 R e u s, Curso de Liturgia

Page 209: Curso de liturgia pe.João Reus

418 R e u s, Curso de Liturgia

sufrágio (fora do advento e do tempo da paixão), se nãoocorrer um duplex ou uma oitava.

b) Completas do sábado, preces inclusive no adventoe no tempo da paixão, se não ocorrer um duplex ou umaoitava.

c) Nas laudes, a série II se reza nos domingos desdea setuagésima até domingo de ramos. Sufrágio como nasvésperas.

d) A prima tem três salmos: Confitemini, Beati, Re-tribue; desde a setuagésima nas laudes rezam-se Misereremei e Confitemini, omitindo Dominus regnavit e Jubilate,Por isso na prima, em lugar de Confitemini, rezam-se osdois salmos Dominus regnavit e Jubilate.

e) O símbolo Quicumque reza-se nos domingos de côrverde depois da epifania e pentecostes, e omite-se, se ocor-rer um duplex ou uma oitava. Tudo o mais como indica obreviário.

843. 2. Regra especial para as festas, de preferência comsalmos assinalados. Tôdas as festas de nove lições de Nos-so Senhor, de Maria Santíssima, S. João Batista, S. José,apóstolos, evangelistas, tôdas as festas de rito duplex dC1. a e 2.a classe de outros santos, as vigílias da epifania epentecostes, do domingo durante as oitavas e as oitavas in-teiras de Nosso Senhor, celebradas na Igreja universal, asexta-feira depois da oitava da ascensão, têm o oficio con-forme as rubricas especiais, prescritas no breviário, ou nopróprio da diocese ou do instituto: os salmos para as Iau-des, horas e completas sempre se tomam do domingo correrestá no saltério. Porém, para as matinas e para as vésperasdizem-se como no comum, se não houver salmos especiais as-sinalados. Também na vigília do natal de Nosso Senhor,nos três últimos dias da semana santa, no dia de finados,dizem-se os salmos assinalados no próprio lugar.344. 3. Regras para as outras festas e oitavas com salmosde féria. Em tôdas as outras festas de rito duplex, maiór oumenor, o semiduplex ou simplex e tôdas as oitavas não ex-cetuadas em o n.° 2, sempre se dizem os salmos com as an-tífonas, para Was as horas, e versículos para as matinascomo no saltério do dia ocorrente; tudo o mais, e as anli-fonas para o Magnificat e Benedictus como no próprio oucomum. Se, porém, alguma festa de rito duplex ou semiduplex

II. Liturgia Especial. Oficio Divino

tern antífonas especialmente assinaladas numa das horasmaiores, conservá-las-á na dita hora, junto com os salmose, nas matinas, também junto com os versículos; nas ou-tras horas, os salmos e as antífonas se dizem da féria ocor-rente.

A festa de S. Martinho (13 de novembro) tem antífonaspróprias nas laudes. Rezam-se os salmos do domingo comoestá indicado no breviário. Mas nas horas menores dizem-seas antifonas e salmos da féria.

Nos ofícios inferiores ao rito duplex nas laudes e nas

vésperas reza-se o sufrágio, na prima e nas completas aspreces dominicais, como está indicado no Ordinarium. Osufrágio e as preces omitem-se durante as oitavas privilegia-das e comuns, nas oitavas de rito simplex só no oitavo dia,

tôdas as vêzes que houver a comemoração de um ofícioduplex. No tempo do advento e da paixão omite-se o su-trágio, mas não se omitem as preces feriais nas férias, e m .

gire é comemorado urn ofício duplex ou de oitava. (A. B.VIII, n. 3; cf. n. 92, 93.)

845. 4. Regra quanto as lições. a) Em todos os ofícios denove lições dizem-se no 1.° noturno sempre as lições daescritura sagrada ocorrente conforme às rubricas; os res-ponsórios tornam-se da féria ocorrente, a não ser que não;e devam resumir ou antecipar as lições de algum domingoimpedido, as quais sempre se dizem com os seus responsórios; ou não se deva pôr pela primeira vez os responsóriosda segunda-feira depois da epifania ou depois da oitava d e .pentecostes, ou finalmente não ocorre uma das oitavas deNosso Senhor para a Igreja universal, em que sempre se deveia tomar os responsórios da oitava.

b) Lições nas festas de preferência e em outros casos..Nas festas de Nosso Senhor, Nossa Senhora, dos anjos, S.loão Batista, S. José, apóstolos, evangelistas, cm tôdas aslestas de rito duplex de 1.0 e 2. a classe e em outras festas

(pie têm responsórios próprios, e em quaisquer ofícios, queli nt lições próprias ou ocorrem em férias desprovidas de liou s da escritura sagrada, as lições e os responsórios tomam-rie tomam-ri do comum, conforme às rubricas. Dentro das oitavas, po-rém, tomam-se os responsórios da festa, se não houver pró-pr ios da mesma oitava. Se nas festas ou nos ofícios que têmli^iies próprias, se houver de pôr, conforme às rubricas, as

4lg

VI*

Page 210: Curso de liturgia pe.João Reus

421R e u s, Curso de Liturgia

lições de um inicio da escritura ocorrente, estas se lêem comos responsórios próprios da festa, se os tiver; se não, detempore, como se disse acima, nunca, porém, corn os respon-sórios do comum ou da oitava, que não seja de tempore.

1) Os Initia da escritura sagrada são transferidos ou resumidos,quando impedidos por um ofício que não tem lições da escrituraocorrente. (Rub. gen. 26, 6.) Mas nem os Initia nem as outras liçõessão transferidos para outra semana nem para a quinta, sexta-feirae sábado quando pertencem à semana seguinte abreviada. (L. c. 26, 8.)

2) 0 initium impedido no domingo ou em outro dia é transferidopara o primeiro dia seguinte da semana com lições da escriturasagrada. Se neste dia também há um initium rezam-se os dois: 1.°do domingo; 2.° e 3.° do dia, com os responsórios do domingo.Se êste segundo estiver também impedido une-se o initium do do-mingo com os dois India seguintes com os responsórios do domin-go. Mais que três.lnitia não se podem reunir. Os responsórios dasférias não se transferem e são da féria corrente, exceto as duasmencionadas (4b).

3) Um initium para o qual durante a semana não há festa comescritura ocorrente, põe-se numa festa com lições de communi assi-naladas ou próprias em sentido lato (por ex. 18 de setembro). Porisso neste caso perdem a sua lição própria os ofícios na seguinteordem: 1) o setniduplex com lições do comum; 2) o duplex comlições do comum; 3) o semidaplex com lições próprias, em sentidolato (por ex. 17 de setembro) ; 4) o duplo com lições próprias emsentido lato; 5) o menos nobre na ocorrência; 6) o fixado em diadum initium; 7) o posterior no calendário. (d. 4262, ad 1.) Como sedisse, os responsórios nestes sete casos são da festa, se os tempróprios (por ex. ascensão) ; senão, do tempo (Add. Br. I, 4) ;nunca, porém, do comum. Pois êstes, não raras vêzes, não combi-nam com as lições do tempo e se repetem frequentemente ao pas-so que os belos responsórios do tempo ficariam olvidados. (Pia-cenza, Lit. p. 112.)

Os ofícios de primeira e segunda classe e as festas com liçõesestritamente próprias (por ex. 8 de maio) e históricas, não admitemum In/tium. (d. 4289, ad 8.) Se fôr preciso omitir Initia, deixam-seos últimos na ordem do livro sagrado. (4262, ad 1.)

4) Se na semana da quinquagésima, das rogações, das têmporasde setembro e dezembro, uma ou duas lições da escritura sagradaforem impedidas e houver ofícios, que tirem as suas lições da escri-tura sagrada, as lições impedidas são transferidas para êstes diassem lições assinaladas, adiando-as ou antecipando-as. Os responsó-rios não são transferidos. (Rub. especial.) Se houver tais lições an-tes e depois do ofício de 9 lições e se podem colocar as lições sóde um dia, as lições do dia antecedente têm a preferência. (d.4289.) Se houver mais ofícios, colocam-se as lições conforme a suaordem no livro sagrado. Se houver mais lições do que ofícios, omi-tem-se as que primeiro forem impedidas. (Rub. in f. II post Quinq.)Nos restantes se guarda a ordem.

5) As lições do segundo Not. durante a oitava são do oitavárioromano (d. 2735, ad 1) ; faltando êste, do comum. (Rub. no comêçodo Prop. sanct.; Add Br. I, 7.) Se também êste faltar, como acon-tece nas festas do Senhor, tomar-se-ão da festa. (d. 3876, ad 9.)No oitavo dia e para as festas do Senhor são da festa, se não hou-ver próprios. (Rub. no comêço do Prop. Sanct.) As lições do 3 Not.

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

são sempre da festa, se não houver outra homília para o evangelhoda festa (Rub.) do comum ou do oitavário. (Add. loc. cit.) A nonalição de ofício, comemorado omite-se nas festas de primeira classe,nas domingos, também antecipados ou transferidos, na vigília dePentecostes e durante a oitava do Corpo de Deus; também quandoa nona lição se deve tomar da homilia de uma féria ou vigília oua lição de outro ofício comemorado mais nobre (Rub. spec. ante lect.contr.) e nos ofícios de 3 lições. (R. gen. 9, 10.)

Pode-se omitir ou reunir com a oitava lição a nona lição do ofí-cio do dia que deve ceder o seu lugar à nona lição do ofício come-morado. (Rub. gen. 26, 3.) Se a nona lição é da homília de um:ofício comemorado é permitido recitar uma ou três lições reunidas(Rub. gen. 26, 3) na vida dos santos as lições históricas reunidas(Rub. gen. 9, 10; d. 2735, ad 2), ou as lições resumidas, as quaisporém, no côro se devem usar, se o ordinário o mandar. (Rub.spec. 4323.) Alguns ofícios têm rubrica obrigatória de reunir aoitava e nona lição.

846. 5. Paradigma do ofício de rito duplex e semidaplexromans. Nas rnatinas o invitatório, hino, lições corn os res-ponsórios de 2.° e 3.° noturno, próprios ou do comum; asantífonas, salmos e versículos dos três noturnos, e as liçõescom os responsórios do 1.° noturno são da féria ocorrente.

Nas laudes e nas vésperas as antífonas com os salmosseio da féria; capítula, hino, versículo e antífona do Bene-

tlicttts e do Magnificai com a oração do próprio ou do co-

mum.Nas horas menores e nas completas, as antífonas corn

os salmos sempre se dizem da féria ocorrente. Na prima diz-

se para a lição breve a capitula da noa do próprio ou docomum. Na têrça, sexta, e noa, a capitula, o responsóriobreve e a oração tomam-se igualmente do próprio ou docomum.

847. 6. Paradigma do oficio de S. Maria in Sabbato e das

lestas de rito simplex. Para as matinas, o invitatório e o hinotiram-se do mesmo ofício ou festa; os salmos com as suas;antífonas e o versículo da féria ocorrente; a primeira e asegunda lição com os seus responsórios da féria; a terceiralição do ofício ou da festa; para as laudes e vésperas, as;antífonas com os salmos sempre da féria; a capitula, o hino,

versículo e antífona do Benedictus ou do Magni f icat comra oração do próprio ou do comum. Para as mais horas tudose diz corno nas festas de rito duplex ou semidaplex.

A absolvição é do dia corrente; as bênçãos para as f es-

t as do rito simplex são: 1. Ille nos; 2. Cuias festum coli-

mns; 3. Ad societatem. No ofício de Nossa Senhora in Sab-

420

Page 211: Curso de liturgia pe.João Reus

422 423R e u s, Curso de Liturgia

bato são próprias. As lições: 1. a e 2.a da escritura com osresponsórios de tempore; a 3. a de Nossa Senhora, tirada domês respectivo. Se êste ofício ocorrer durante a oitava danatividade de Maria Santíssima, a 3." lição está no fim dodia oito de setembro.848. 7. Paradigma do oficio de tôdas as oitavas. Estas se-guem o rito dos dias de duplex, semiduplex, simplex, con-forme a qualidade do seu rito. Tudo o que é próprio ou sedeve tomar do comum, tira-se do próprio dia da festa, a nãoser que a oitava tenha partes próprias. As lições, porém,do segundo e terceiro noturno durante as oitavas, que nãotêm próprias, tiram-se do oitavário ou do comum, conformeàs rubricas; mas quando não houver lições de homília sôbreo evangelho da festa, tanto durante a oitava como no oitavodia, as lições dizem-se como na festa.

8. Nos ofícios de rito simplex, os nove salmos são re-citados sem interrupção. Em todos os ofícios de rito simplex,os salmos das matinas, divididas no saltério em três notur-nos, são recitados sem interrupção com as suas nove antí-fonas, fora do tempo pascal; no tempo pascal, com uma sóantífona, até ao terceiro versículo inclusive; o primeiro e se-gundo versículo omitem-se. O ofício da féria ou vigília.(Cf. n. 260.)

§ 168. MÉTODO PRÁTICO DO OFICIO DIVINO

849. 0 modelo seguinte é quase totalmente tirado do or-dinário do ofício divino no princípio do breviário. Ensinapasso por passo a recitação do ofício.

Deve-se guardar o costume de benzer-se ao Deus in adiutorium nocomêço de tôdas as horas (e não depois de Sancta Maria na prima nemnas preces feriais), ao Adiutorium nostrum antes do Confiteor (e nãodepois da lição breve), ao Indulgentiam etc. depois do Confiteor, à bênçãono fim da prima (Dominus nos benedicat) e das completas (Pater et Filiuset Sp. S.), ao Magnificat, Benedictus, Nunc dimittis. Faz-se sinal da cruznos lábios ao Domine labia mea, ou no peito ao Converte nos. (d. 3156,3127; Rubr. 13, 1; 15, 2.) Fazer as cruzes, inclinações e genuflexões forado côro não é obrigação (Gury-Ferreres II n. 80; S. Alf., 1. 4, n. 179), por-quanto os decretos ou só falam do côro ou de louvável costume. Masestas cerimônias contribuem para a devota recitação do ofício divino.Fazer as cruzes ao Aperi e Divinum Auxilium é costume particular.

1. Matinas. Aperi ¡ (sinal da cruz sôbre os lábios; adlibitum), Pater, Ave, Credo em voz baixa. Dizendo em vozalta: Domine labia, faz-se f o sinal da cruz sôbre os lábios(Rub. Gen. 13, n. 1), Deus in 'adjutorium (benze-se), GloriaPatri (inclina a cabeça), Alleluia ou Laus tibi. Invitatório,salmo Venite, hino, noturnos com antífonas, versículo, res-

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

ponsório. Pater, em voz baixa. Et ne nos. Sed libera nos,

sem Amen (quando se reza todo o Pater em voz baixa, acres-

centa-se Amen). Absolvição; no princípio de cada lição lube

!)omine (e não Domne), se fora do côro, bênção, terminada

com Tu autem. Responsórios (o terceiro, às vêzes o segun-

do, com Gloria Patei, sem sicut erat). Te Deum depois da

nitima lição. Este não se diz, quando está prescrito o ter-ceiro (nas férias) ou o nono responsório. (n. 262.) O se-

gundo e terceiro noturnos rezam-se do mesmo modo. Se nãose seguem as laudes, acrescenta-se Dominus vobiscum (o

subdiácono Domine exaudi, sempre assim), oração Dominusvobiscum, Benedicamus Domino, Fidelium animce. Pater, em

voz baixa.No tempo da paixão, o invitatório no fim de Venite é re-

petido duas vêzes inteiramente. Na recitação comum, distri-bui-se do modo seguinte: Côro: Hodie si vocem D. audieri-

lis, Nolite obd. corda vestra. Corista: Hodie si vocem D,.

aadlieritis. Côro: Nolite obd. corda vestra. (d. 1917.) Os no-I i rnos podem-se separar por interrupção de três horas; pormotivo justo, ainda por mais tempo.

850. 2. Laudes. Se não são separadas das matinas, nadase reza. Podem sempre ser separadas. Se forem separadas,devem-se rezar Pater, Ave, Deus in ad j., Gloria Patri, Alle-

luia (Laus). As cinco (no tempo pascal uma) antífonas comos seus salmos, capítula, hino, versículo, responsório, anti-lona ao Benedictus (cf. n. 107), antífona repetida, preces

(As vêzes), Dominus vob., oração, comemoração, se houver,

sufrágio, se houver (no tempo pascal, de Cruce) nos ofícios

inferiores a rito duplex, Dominus vob., Benedicamus, Fide-

liam. Querendo-se terminar aqui, acrescenta-se Pater, Domi-

n us det, antífona mariana. Se se segue outra hora, a antífonaiu;mana reza-se depois da última hora (Rub. gen. XXXVI,n, 2) ; se com causa razoável não se faz nenhuma interrupção,só uma vez no fim das completas. (d. 4382 ad 2.)

851. 3. Prima. Pater, Ave, Credo, Deus in adjutorium, Glo-

ria Patei, Alleluia (Laus), hino, antífona (a primeira das

Inndes ou do saltério) até ao asterisco. Três salmos (se nasLindes se empregar a série II, na prima se acrescenta um( w ;irto salmo, a saber o primeiro da série I das landes, omi-

li^lu por causa do salmo Miserere). Símbolo Atanasiano

((,lrricumque) nos domingos verdes, se não ocorre festa de

Page 212: Curso de liturgia pe.João Reus

425R e u s, Curso de Liturgia

rito duplex ou oitava, e na festa da SS. Trindade. Repete-sea antífona. Capítula, Regi (nas férias, Pacem), responsóriobreve, versículo, preces dominicais ou feriais, Dominus vo-biscum, Oremos, Domine Deus, Dominus vobiscum, Benedi-camas Domino (no côro lê-se o martirológio). Pretiosa.Sancta Maria. Deus in adj., três vêzes em sinal da cruz,Gloria Patri, Kyrie, Pater (em voz baixa), Et ne nos, Respi-ce in servos. Gloria Patri, Oremos, Dirigere, tube Domine,(Domne), Dies et actus, Pjz. Amen, lição breve (nas festas,a capitula da noa), Tu autem. 13z. Deo gratias. Adiutorium(benzer-se). Benedicite, Deus. Dominus nos (benzer-se),Amen. Pater noster (se não se segue outra hora).

4) Têrça, sexta, noa. Pater, Ave, Deus in adiutorium,Gloria Patri, Alleluia (Laus), hino, antífona até ao asterisco(se não há próprias, dizem-se a segunda, terceira, e quintadas laudes, Rub. gen. XXI, 4). Três salmos, antífona inteira.Capítula, Deo gratias, responsório breve, preces feriais (seas houver para as laudes) Dominus vobiscum, BenedicamusDomino. Fidelium. Pater noster (se não se segue outra hora).852. 5. Vésperas. Pater, Ave, Deus in adiutorium, GloriaPatri, Alleluia (Laus). Cinco salmos com as suas antífonascomo nas laudes, capitula, hino, versículo, responsório, an-Mona ao Magnificat. Repete-se a antífona. Preces feriais, sehouver, (veja-se a rubrica no Ordinarium), Dominus vo-biscum, oração própria, comemorações, se houver, sufrágio,Dominus vobiscum, oração, Dominus vobiscum, Benedica-mus Domino, Fidelium Animce. Pater noster (em voz bai-xa), se não se seguirem as completas.

6. Completas. Não se diz Pater, nem Ave. Jobe Domine(Domne, no côro). Noctem quietam. Fratres, sobrii, Ijz. Deogratias. Adiutorium nostrum (Cruz). Pater, em voz baixa,Confiteor, Misereatur, Indulgentiam (Cruz). Converte nos(sinal da cruz sôbre o peito, d. 3156), Deus in adiutorium(Cruz), Gloria Patri, Alleluia (Laus). Antífona até ao as-terisco, salmos, antífona, hino, capitula, responsório breve,antífona Salva nos. Nunc dimittis, antífona inteira, preces,se houver, Dominus vobiscum, oração, Dominus vobiscum,Benedicamas Domino. Benedicat (Cruz) et custodiat. Anti-fona mariana. Divinum auxiliam (Cruz). Pater, Ave, Credo.Facultativo: Sacrosanctce, de joelhos, se não houver impedi-mento. Pater, Ave (em voz baixa).

11. Liturgia. Especial. Oficio Divino

Se depois das completas se seguirem imediatamente asmatinas, deve-se dizer duas vêzes: Pater, Ave, Credo, uma

vez para terminar o ofício precedente, e outra vez para co-meçar o ofício seguinte.

Na recitação privada as cruzes não são obrigatórias.Quando um ou dois rezam o ofício e, no côro das religiosas,as palavras do confíteor: vobis, vos Fratres, devem ser omi-

iidas e o confiteor deve ser rezado uma só vez e por todosjuntos (Rubr. spec.). Depois continuam: Misereatur nostri...

As religiosas não podem dizer: Tibi Mater, vobis Sorores.

(d. 1334 ad 4.)

§ 169. DIVISÃO DOS OFÍCIOS

853. A. Quanto ao tempo, os ofícios são festivos ou do tem-po. (Rub. gen. 1-8.) Os ofícios festivos são ou da testa ou(la vigilia ou da oitava, que é a continuação da festa. Osofícios do tempo são ou Of ficia de ea (sc. Dominica vel Fe-

ria) ou de eo (sc. Sabbato), destinados ao culto da Ma-

jestade divina em geral.

I. As festas foram instituídas em honra de uma pessoa,p. ex., Nosso Senhor, Nossa Senhora ou das Pessoas divi-nas. Foram ocasionadas pela veneração dos mistérios da re-denção, por necessidade da Igreja (Patrocínio de S. José),por revelação privada (S. Coração de Jesus), pela impie-dade dos inimigos de Deus (Cristo Rei).

As primeiras festas dos santos eram os aniversários na-talícios dos mártires, nos dias em que nasceram triunfantespara o céu, por uma morte gloriosa. A primeira festa de con-fessor não- mártir no Oriente foi o natalício de S. Basílio eS. Atanásio (século IV), no Ocidente o natalício de S. Mar-linho, bispo de Tours. Às vêzes o natalício de uni santo estáocupado por outra festa e deve ser transferido para outro

dia que se chama quase-natalício. As festas dividem-se:

854. a) Em festas universais, para tôda , a Igreja, e locais

(particulares, próprias) para uma região ou, cidade.

b) Em festas móveis: a festa da páscoa, e tôdas as que

dela dependem, e imóveis ou fixas (25 de dezembro).

c) Em festas chovi et fori: do côro, quando são cele-

bradas só com o oficio e a missa; fori, se há obrigação de

ouvir a missa e abster-se dos trabalhos servis.

424

Page 213: Curso de liturgia pe.João Reus

II. Liturgia Especial. Ofício Divino 427

de Nossa Senhora do Carmo, do patrocínio de S. FranciscoXavier. O dia natalício de um santo é sempre festa primária.

g) Em festas prescritas e concedidas. Concedem-se cer-

tas festas a pedido com as cláusulas recitari posse. Mas de-

pois de serem aceitas pelos superiores, sunt prceceptiva (d.

4042 ad 4) para todos os súditos.

857. II. A vigília. A vigília entre os primeiros cristãos eraa reunião noturna (n. 824) antes das festas principais. Temo seu nome do costume, que tinham os soldados, de dividira noite em quatro partes, de três horas cada uma, chamadasvigílias. Os cristãos, soldados de Cristo, adotaram êste têr-ino. Mais tarde, no século XI, quando o fervor dos cristãosarrefeceu, as orações recitadas na vigília noturna foram an-tecipadas, e o nome de vigília atribuiu-se ao dia antecedenteà festa. Dividem-se em vigílias privilegiadas (natal, pente-costes, epifania) e não privilegiadas.

858. III. 3. Oitavas. a) Antigamente as festas eram cele-bradas de duas maneiras. Algumas eram continuadas porsete dias ao modo do antigo testamento, como ainda hoje asoitavas de páscoa e pentecostes se celebram, e terminam nosábado seguinte. Outras festas gozaram de oitava abreviada.Celebrava-se o primeiro e o oitavo dia; dos dias intermediá-rios não se fazia menção. O exemplo único até Pio X, era

:i festa de S. Inês secundo (28 de jan.), que até ao séc. VIIIera a festa do nascimento corporal da santa e mais tardefoi transformada no oitavo dia da festa natalícia (21 de jan.).(Oregorianum 1937, p. 161.)

859. b) Desde o séc. XIII costuma-se celebrar a oitava poroito dias. Os dias entre a festa e o último dia, oitavo dia,chamam-se dies infra octavarn. Desde Pio X temos 3 espé-cies de oitavas: a primeira, por sete dias (páscoa e pente-costes) ; a segunda, por oito dias; a terceira, a oitava simples, corn dois dias celebrados, o primeiro e o último. (Na-Iividade de Maria Santissima, S. Estêvão, S. João Evange-lista, Inocentes, S. Lourenço.)

860. c) As. oitavas da Igreja universal dividem-se em pri-vilegiadas e comuns. As privilegiadas são sete e formamtrês classes: 1. primi ordinis, que na ocorrência se prefe

rem a Was as festas: as oitavas da páscoa e pentecostes.2. Secundi ordinis, que nos dias da oitava admitem só

lestas de primeira classe: epifania e corpo de Deus.

R e u s, Curso de Liturgia

d) Em festas cam utroque prcecepto, se é celebrada inchoro et foro; ou, conforme outra explicação: quando estáprescrita assistência à missa e omissão do trabalho proibido;festas cum uno prcecepto, somente celebrada no côro; ou,conforme outra explicação: quando está prescrita a assistên-cia à missa, porém não abstenção do trabalho servil.

855. A antiga festa de guarda da quinta-feira santa atésexta-feira santa, confirmada no Brasil pelo breve de PioIX, 11 de junho de 1852, foi abolida pelo cân. 1247, e adeclaração da Com. Pontifícia (A. A. S. 1918, p. .170):

"Utrum Festa, que non enumerantur in Can. 1247 § I,ipso facto ipsaque lege nullibi sint amplius de pracepto,etiamsi in aliqua natione, dioecesi aut loco antea fuerint deprwcepto ex particularr lege vel consuetudine etiam cente-naria loci aut ex,speciali concessione S. Sedis?" Respondeu:17-2-18: Affirmative, ita ut in iis diebus non amplias urgeatduplex obligatio audiendi Missam et abstinendi ab operibusservilibus. (C. B. 351 § 1.)856. Os dias santos de guarda da Igreja universal são: 1.Circuncisão do Senhor (1.° de jan.) ; 2. Epifania (6 de jan.) ;3. Ascensão do Senhor; 4. Corpo de Deus; 5. Natal (25 dedez.); 6. Assunção de Nossa Senhora (15 de ag.); 7. Ima-culada Conceição de Maria Santissima (8 de dez.); 8. S._José (19 de março, abolido para o Brasil, exceto no Cearae na diocese de Garanhuns); 9. S. Pedro e S. Paulo (29de junho); 10. Todos os Santos (1.° de nov.)

e) Em festas solenes e não solenes. A festa chama-sesolene, quando celebrada como dia feriado ou com oitava.Festa feriada é festa, que tem atualmente ou tinha outrora(feriatio suppressa) anexa a obrigação de assistir à missae omitir o trabalho servil ou que tem ainda anexa só a obri-gação de ouvir a missa (feriatio reducta). O direito de pre-ferência concedido às festas feriadas compete também à fes-ta do S. Coração de Jesus, solenidade de S. José e S. Joa-quim (cf. Festa feriata no Brev.) e dos patronos principaislocais.

f) Em festas primárias e secundárias, quanto à impor-tância atribuída pela Igreja às festas. As festas secundáriasem geral se referem a um objeto já venerado em outra festa.Assim são secundárias as festas do Preciosíssimo Sangue,

426

Page 214: Curso de liturgia pe.João Reus

429428 R e u s, Curso de Liturgia

3. tertii ordinis, que admitem as festas de segunda clas-se: natal, ascensão de Nosso Senhor e S. Coração de Jesus.Estas oitavas têm ofício, ou ao menos comemoração em ti) .das as outras festas.

As oitavas comuns admitem os ofícios de rito duplex esemiduplex. As oitavas de rito simplex só se celebram no oitavo dia, têm neste dia preferência sobre as festas de ritosimplex e não permitem missas votivas comuns.

IV. O rito dos dias infra Octavam é semiduplex secun-dário. (d. 3886 ad 1.) Os ofícios acham-se no breviário, pa-ra oitavas particulares no Octavarium Romanum.

861. B. Quanto ao rito, os ofícios dividem-se em ofícios derito duplex, semiduplex e simplex. A origem desta classifi-cação não se conhece com certeza. Sabe-se, porém, que nassolenidades maiores se recitava o ofício da festa e o dotempo (duplex). Em festas menos solenes recitava-se um sóofício (simplex) com comemoração da festa, ou acrescenta-va-se ao ofício do tempo uma parte, talvez a metade do oi'i--cio festivo (semiduplex). Assim se entende por que os do, •

mingos nunca são de rito duplex. Pois só nas festas se diziamdois ofícios. Outros derivam esta denominação das antífo-nas, que se dizem por inteiro ou duas vêzes (duplex) ou sóuma vez (simplex); outros, das vésperas, duas vêzes no dirplex, uma vez no simplex. Semiduplex teria de cada rito deduplex e simplex alguma parte. E' preferível a explicaçãohistórica.

c) Quanto ao número das lições, distinguem-se ofíciosde três e nove lições. Os ofícios da páscoa e pentecostes tos de rito simplex têm três lições. Os outros ofícios têm novelições.

862. d) Quanto à conformidade com o calendário, disiinguem-se os ofícios ocorrentes e os ofícios votivos, que anti-gamente por privilégio se podiam rezar em lugar dos ofcciosde féria. Os ofícios votivos, concedidos por Leão X111, paraabreviar a recitação do breviário, foram proibidos por PioX em 1912, por serem' os novos ofícios de féria mais breves.

Os ofícios do tempo: domingos e férias. (n. 253sqq; 842.)

II. Liturgia Especial Ofício Divino

§ 170. OCORRÊNCIA E CONCORRÊNCIA

863. 1. Ocorrência. Para indicar queua 1 m festa se celeb ra

em dia determinado, diz-se, gcm tal dia; p. ex., a festa do Sagrado Coração de Jesus ocor-re na sexta-feira depois da oitava

acontececorpo

que noDemesmomediaTania no dia 6 de janeiro.' Ora, qocorrem vários ofícios. E' isto que se chama ocorrência dediferentes festas. Coincidem como dois círculos concêntricos.

864. II. Concorrência. Quando duas festas ou dois ofíciosse celebram em dois dias consecutivos, acontece que as se-gundas vésperas do anterior se encontram com as primeirasvésperas do posterior, são semelhantes a dois círculos, quese cortam. Para resolver as questões da ocorrência e con-corrência de modo fácil, o breviário oferece duas tabelas:Si occurrit eodem die Quando concurrit.

Em caso de ocorrência só um ofício é celebradó, os ou-tros são comemorados ou suprimidos ou transladados. Emcaso de concorrência, um ofício é recitado, os outros come-morados ou suprimidos. Qual seja o ofício a recitar é

deter-

minado pelas regras sobre a preferência. (A. B. II; IV .

O dia, em que um santo entrou na glória, se chama

dia próprio ou natalício (dies propria, natalitia). diferente

razões graves, a Santa Sé determinar outro cl

dia, tambn e

do dia da morte, para uma festa,dia próprio ou quase-natalício. Se o dia próprio estiverocupado e o ordinário determinar para sempre o primeiro

dia livre seguinte, conforme as leis da ocorrência,

ê te di a ,inscrito no calendário, é o dia assinalado (diesO dia, para o qual o calendarista transfere uma festa im-pedida em um ano, tem o nome de dia de transferência

(dies

iranslata, d. 3811 ad 5) .E' proibido celebrar com rito litúrgico ou outro modo de sole-

nidade sacra o nascimento temporal ou a comemoração centenáriado dia de batismo de um santo ou beato nem mesmo no

dia da

sua morte ou em outro dia assinalado à sua memória. (d. 3816;

3832 ad 1.)

865. II. Regras de preferência que valem para

a ocorrênciaa trasladaçãoa concorrência

Page 215: Curso de liturgia pe.João Reus

430 431R e u s, Curso de Liturgia

1. As festas primárias (cf. Duce tabellce) de primeiraclasse da Igreja universal são preferidas a qualquer festaparticular, têm portanto sempre o primeiro lugar.

2. As festas da dedicação e do titular da igreja própria(também da catedral d. 3863 ad 2-3; 4249 ad 3), do patro-no principal do lugar, do titular e do fundador de uma or-dem ou congregação, ocupam o segundo lugar e são prefe-ridas a tôdas as outras festas, exceto as festas primárias deprimeira classe da Igreja, universal.

Por exemplo: A festa da dedicação da catedral se prefere aotitular da catedral (p. ex. S. Eugênio), o patrono principal do lu-gar (p. ex. S. Antônio) ao titular. Mas a testa de S. Pedro, titularda catedral (29 de junho) se prefere à dedicação da catedral, porser festa de primeira classe da Igreja universal. A festa da dedi-cação de uma igreja particular (matriz) não se prefere ao patronoda diocese (p. ex. S. Rafael), o titular de uma igreja particular (S.Felix) não ao patrono do pais (S. Rosa). Pois a festa do patronoé feriada.

866, 3. Para determinar qual festa em caso de ocorrênciae concorrência deve ser preferida, são decisivas as seguintesnormas:

a) o rito mais alto, a não ser que ocorra um domingo,uma das férias, vigílias, ou oitavas privilegiadas.

O rito é mais Alto, quando o ofício pertence a classemais alta: duplex 1. classis é mais alto do que duplex 2. clas-sis. Há porém privilégios. Os domingos em geral são derito semiduplex (dom. menores). Mas há outros domingos(maiores) e outros ofícios que, apesar de rito inferior, têmo privilégio de ser preferidos a outros ofícios de ritomais alto. (Cf. Notas: Duce tabellce). Os domingos, vigílias,férias, as oitavas de primeira classe, o oitavo dia do natal(Circuncisão), de Epifania e de Corpo de Deus, o dia definados são preferidos às festas de primeira classe. Os do-mingos de segunda classe, os dias 2-6 das 'oitavas de Epi-fania e de Corpo de Deus (semiduplex secundário) são pre-feridos às festas de segunda classe. Os domingos menorese o oitavo dia das festas de primeira classe são preferidosàs festas de rito de duplex mains e minus (exceção das fes-tas de Nosso Senhor) e são suplantados só pelas festas deprimeira "e segunda classe.

Mas qualquer festa de Nosso Senhor é preferida ao do-mingo ocorrente, que será comemorado com 9.a lição, tisvésperas e nas laudes (p. ex. exaltação da santa cruz). ()

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

oitavo dia não é preferido. (A. B. IV. n. 2.) No dia 18 denovembro ocorre o oitavo dia da festa de S. Mena, patrono daminha igreja. Se o dia 18 é dia da semana, a festa da de-dicação das basílicas de S. Pedro e S. Paulo deve ser sim-plificada para sempre. Mas da dedicação se pode dizer amissa com comemoração do oitavo dia. Se, porém, o dia 18é domingo, é substituído pela festa da dedicação, festa deNosso Senhor, e não é simplificado. Na missa há comemo-ração do domingo e do oitavo dia simplificado.

b) a solenidade maior. Se duas festas são de rito igual,tem solenidade maior e é preferida a que se celebra (diassantos de guarda) ou antigamente se celebrava (festas fe-riadas) com obrigação de assistir à missa e de abster-se detrabalho servil, ou ao menos de ouvir a missa (feriatio etiamin foro reducta eel sublata) ou com oitava. O concurso dopovo neste caso não é considerado como solenidade litúrgica.

c) a categoria de festa primária ou secundária. (Duce

tabellce, cf. n. 856.) Mas é preciso notar que unia festa se-cundária acidentalmente pode tornar-se primária. P. ex. afesta da maternidade divina de Maria Santissima é secundá-ria. Numa igreja, porém, dedicada à Madre de Deus, é pri-mária, porque a festa do titular sempre é primária.

Se duas festas tem rito e solenidades iguais, será pre-ferida a que é primária; a secundária deve-se transferir oucomemorar.

d) a dignidade pessoal nesta ordem: festas do Senhor,de Maria Santíssima, dos Anjos, de S. João Batista, de S.José, dos apóstolos, dos evangelistas.

Se o rito, a solenidade e a categoria são iguais, tempreferência a festa que é mais digna; a outra deve-se trans-ferir, se é de primeira ou segunda classe; se é de rito infe-rior, será simplificada ou omitida conforme as rubricas. Adignidade é indicada pela ordem estabelecida na rubrica. Naocorrência, transladação e comemoração (não na concorrên-cia) deve-se considerar também a propriedade. Pergunta-sese a festa de igreja particular se pode e deve preferir a uniafesta da Igreja universal.

Antes de tudo é preciso notar:1. que um ofício particular nunca pode suplantar os ofí-

cios privilegiados da Igreja universal: domingos, festas, vi-gílias, oitavas privilegiadas e as festas de primeira classe da

Page 216: Curso de liturgia pe.João Reus

432 R e o s, Curso de Liturgia 11. Liturgia. Especial. Ofício Divino 433

Igreja universal, pois que "são próprias de cada lugar."(A. B. II, 2.)

2. que os ofícios particulares da dedicação, do titularda igreja própria do patrono principal do lugar, do titulo esanto fundador de uma ordem ou congregação só podem sersuplantados pelos ofícios privilegiados mencionados sol)o n. 1.

Estabelecidas estas preferências intangíveis e tratando-se de ofício, em que o rito, a solenidade, a categoria e di-gnidade são iguais, é preferida a festa da igreja particular,por ser mais própria. E' própria do lugar, além da festa dadedicação, do título, do patrono principal do lugar, tambéma do patrono secundário e do santo, de que se conserva naigreja uma relíquia insigne ou com que tem relação especial(nascimento, morte, episcopado, sacerdócio, govêrno, tra-balhos insignes, milagres.)

3. Em primeiro lugar é celebrado o ofício da igreja parti-cular (paroquial etc.), em segundo lugar 'o da ordem, emterceiro lugar o da diocese, em quarto lugar o da nação, en)quinto lugar o da Igreja universal. (d. 2319 ad 1; 3919ad 16.)

Na minha igreja é titular S. Regina (7 de setembro). A festacoincide com a da Aparecida. As duas festas são iguais no rito, nacategoria, mas não na solenidade e dignidade das pessoas, sendo afesta da Aparecida feriada como da Padroeira. A festa da titulardeve ser transferida para o primeiro dia livre conforme as rubricas,apesar de ser mais própria.

f) preceito da Igreja. As festas meramente indultivasnão são próprias. (A. B. II, 2.) Portanto as festas prescritaspela Igreja tem preferência.

4. As oitavas preferem-se do mesmo modo que as fes-tas, a que pertencem.

a) Urna festa atualmente feriada não é preferida a uniaferiada suprimida com oitava. b) Uma festa com feriatioreducta ou sublata não é mais solene do que urna festa coneoitava, mas sem ser feriada. c) Uma festa feriada com oi-tava na Igreja universal é preferida a uma festa feriada coinoitava numa igreja particular, como a festa de Todos osSantos se prefere à de Cristo Rei, onde é titular da igreja.d) A oitava universal não é igual a uma particular quantoà solenidade e por isso a preferência não se pode derivar docaráter da dignidade pessoal, que se menciona em o núme-ro seguinte da rubrica. Pois as oitavas entre si são preferi-

das pela mesma lei que as festas ás quais pertencem. (S.R. C. 14-3-1936.) Na comemoração a de Todos os Santosprecede a de Cristo Rei.

Coincidem (3 de maio) a festa da Santa Cruz, de primeira clas-se com oitava no Brasil, e a da titular da catedral em H., NossaSenhora no sábado determinado. Transfere-se a festa da S. Cruz.Pois não é festa primária de primeira classe na Igreja universal,não é titulo; por conseguinte a sua oitava quanto à solenidadenão é igual à de Nossa Senhora, que tem preferência (A. B. II), enão se pode recorrer à dignidade pessoal (no 4.° lugar).

867. Aplicando-se as regras da preferência à trasladaçãodas festas, é mister advertir que há duas espécies de trasla-dação: perpétua e acidental. A trasladação é perpétua, quan-do uma festa coincidiria sempre com outra e por isso umase deve transferir; é acidental, quando o encontro só se dáde vez em quando.

Normas gerais para a trasladação:Nenhuma festa da Igreja universal pode ser transferida

perpétua ou acidentalmente, exceto as de primeira e segundaclasse. Por conseguinte comemorações não são transferidascom a festa, mas rezadas no seu dia ou, se fôr impossível,omitidas.

Nenhuma das trasladações, nem a perpétua nem a aci-dental, está mais reservada a qualquer autoridade, quandose efetua conforme as rubricas. (d. 899; 1755; 2384 ad 1;annotatio ad 2602 tom. 4.° p. 194: Cum assignatio faciendasit iuxta dispositionem iuris, otiosum est qucerere a quo fa-cienda esset.)

Nenhum ofício se pode antecipar (d. 2746 ad 1) comexceção das vigílias e domingos, sem indulto especial daS. R. C. Somente as festas são transferidas e não os ofíciosdo tempo com exceção do domingo na oitava do natal.

Dia livre, sem restrição, para admitir uma festa impe-dida é o que não está assinalado por nenhum santo, nemmesmo um trasladado. (d. 3248 ad 6.)

Se por exemplo a festa de S. Egídio (1 de setembro)própria da minha diocese com rito duplex, é impedida per-petuamente na minha igreja pela festa do titular, e nos dias3 e 4 de setembro há duas festas de rito duplex assinala-das, e só no dia 6 há uma féria, a festa diocesana se devetransferir para o dia 6. (d. 4264.)

Curso de Liturgia — 28

Page 217: Curso de liturgia pe.João Reus

434 R e u s, Curso de Liturgia

Dias impedidos são todos os domingos, tôdas as festasde primeira e segunda classe e todos os dias que impedemuma festa de primeira ou segunda classe, p. ex., a semanasanta. (A. B. V, 2.) 0 dia de finados exclui tôdas as festasde qualquer classe. (A. B. IV, 6.)

Festas impedidas perpetuamente

868. Tôdas as festas com privilégio de trasladação e im-pedidas perpetuamente se devem transferir para o primeirodia livre segundo as rubricas. (A. B. V n. 2, 6.) Este dianão pode ser mudado sem novo privilégio da S. R. C. Umatransferência contra as rubricas, feitas mesmo pelo bispo, éinválida (d. 899; 2602 ad 1-2) e deve ser revalidada. Sem;privilégio especial não se pode elevar o rito de uma festa,nem inscrevê-la no calendário próprio, nem suprimi-la. (Can.1257; d. 4266; 3365; 1755.)

Se o dia de que se transferiu uma festa se torna livre,a festa transferida volta para o seu próprio dia anterior.Mas deve ser livre perpetuamente (d. 2963), e não aciden-talmente.

Assim a festa de S. Francisco de Jerônimo, assinalada ao dia11 de maio, por causa da festa da Aparecida, foi transferida parao dia 14 de maio, por ser própria de uma ordem religiosa. Quandoa festa da Aparecida foi transferida para o dia 7 de setembro, afesta de S. Francisco voltou ao dia 11 de maio sem recurso à S. R.C. Numa diocese N. no dia 2 de novembro se celebrava a festa do

`patrono S. Justo. Como Bento XV proibiu qualquer festa neste dia,a festa do patrono foi transferida perpetuamente para o dia 3.Quando a comemoração dos defuntos ocorre no domingo e é trans-ferida para o dia 3, a festa de S. Justo não volta para o dia 2,mas é transferida para o dia 4 de novembro (d. 3919 ad 1; 2501ad 8), por ser o dia 2 de novembro livre acidentalmente.

As festas de rito duplex (maior ou menor) ou semi-duplex da Igreja universal, quando impedidas perpetuamen-te em qualquer lugar e não sendo próprias, não são transfe-ridas, mas simplificadas, i. é, comemoradas com antífona,versículo, oração e nona lição da testa simplificada. (Rubr.spec. ante lect. contract; Rubr. gen. X, 6; XXVI, 3.) São,porém, suprimidas, sem comemoração, nas festas primáriasde primeira classe do Senhor na Igreja universal. (P. ex.,Ascensão.) Nas outras festas de primeira classe (p. ex., S.João Batista) a festa ocorrente, em geral, é comemorada sónas laudes, sem nona lição. (A. B. VII n. 1.)

Por exemplo a festa de S. Henrique da Igreja universal ocor-re no dia 15 de julho; é impedida pela festa própria dos Mártires

II. Liturgia Especial. Oficio Divino

do Brasil e é simplificada para sempre. A festa simplex de S. Félixe Adauto (30 de agosto) ocorrendo na festa de S. Rosa, de pri-meira classe para a América Latina, é omitida para sempre.

Se, porém, tal festa é própria de uma nação, diocese , .ordem religiosa ou igreja particular e é impedida perpetua-mente em tôda a nação, diocese, ordem religiosa ou igrejaparticular, transfere-se para o primeiro dia seguinte (A. B.V n. 1) livre de qualquer ofício duplex, de festa semiduplex,de vigílias privilegiadas e de oitavas de segunda ordem. (No-tanda n. 7.) Uma festa simplex neste caso é suplantada e sócomemorada. Por exemplO a festa dos beatos mártires Mar-

cos e Companheiros, própria de uma ordem, impedida pelafesta da Aparecida no dia 7 de setembro deve-se transferirpara o dia 11 de setembro, festa simplex, por ser o primeirodia livre no calendário desta ordem.

Festas impedidas acidentalmente

869. As festas de primeira e (et) segunda classe (A. B.IV, n. 3) impedidas acidentalmente devem-se transferir parao dia seguinte mais próximo, livre de outra festa de primeiraou (vel!) segunda classe. A partícula disjuntiva vel exigeque na transladação as festas de primeira e segunda classetenham direitos separados desiguais. Exige portanto que parauma festa de primeira classe ainda seja considerado livre odia que para urna festa de segunda classe já está impedido.Por conseguinte as festas de primeira classe só são impe-didas por uma festa de primeira classe ou ofício privilegiadoque exclui as festas de primeira classe; e não, p. ex., porfestas de segunda classe. As festas de segunda classe sãoimpedidas por um dia com festa de primeira ou segundaclasse ou oficio de igual grau litúrgico. A transladação por-tanto se faz in primam diem similiter non impeditain (Ruhr.gen. X, n. 2), ou por outra, para o dia que tenha um ofícioinferior ao transladado (d. 3850), de acordo com as regrasde preferência.

Se na minha igreja a festa de S. Pedro Canísio é de segundaclasse e se deve transferir por qualquer ocorrência para o dia 3 demaio, festa da Santa Cruz, de segunda classe na Igreja universal , .

a festa de S. Pedro, sendo ocupado o dia por uma festa de igualrito, deve-se transferir para o dia 4 de maio, se não for domingo.Se, porém, S. Pedro Canísio é titular da minha igreja, a sua festa,sendo de primeira classe com oitava, transfere-se para o dia 3 demaio, e a da Santa Cruz para o dia 4 de maio, se não fôr domingo;e, se o fôr, para o dia 5 de maio.

28

435

Page 218: Curso de liturgia pe.João Reus

436 R e u s, Curso de Liturgia

Cl dia oitavo (A. B. IV, n. 8) de uma festa acidental-mente impedida, não se translada, mas é celebrado no seudia ou omitido conforme as rubricas. Excetua-se a oitavado SS. Nome de Jesus e da Sagrada Família, que corre acontar do dia da festa.

870. Oitavas inteiras não são transferidas sem privilégioespecial. Quando uma festa com oitava (A. B. V, n. 6) éimpedida, é translada a festa, mas não o oitavo dia. Porexemplo, se o dia 2 de abril, festa do patrono da diocese H.(S. Francisco de Paula) ocorrer na quarta-feira da semanapascal, a festa é transferida para a segunda-feira da semanaseguinte, 7 de abril, se fôr dia livre; mas o oitavo dia é ce-lebrado no dia 9 de abril. Pois a oitava corre do dia 2 emdiante e omitem-se os cinco dias precedentes. Se o dia 2ocorre no sábado santo, a festa será transferida para segun-da-feira, 12 de abril, mas não terá oitava neste ano (Rubr.gen. X, n. 1), porque o oitavo dia, 9 de abril, ocorre na se-mana pascal. E' cortada uma oitava que em parte coincidecom uma época em que as oitavas são proibidas. A oitavade S. Lúcia, 13 de dezembro, titular da catedral de X, ter-mina a 16 de dezembro. (Cf. n. 895.)

Se unia festa de qualquer rito ocorre durante a oitavacomum da mesma santa pessoa, ou no oitavo dia também sim-plex, o ofício é da festa com o rito e os privilégios que com-petem á oitava, a não ser que tenha um rito mais alto. Porexemplo, ocorre na oitava da assunção de Nossa Senhoraa festa do Puríssimo Coração de Maria, duplex maius. Oofício é da festa, sem comemoração da oitava. Se uma fes-ta ocorre durante a oitava privilegiada da mesma pessoa ouno oitavo dia o ofício é do mais nobre e se omite ou acres-centa a comemoração do outro. Por exemplo ocorre du-rante a oitava privilegiada do S. Coração de Jesus, a festado Preciosíssimo Sangue, de 1. a classe. O ofício é do Pre-ciosíssirno Sangue, sem comemoração da oitava, por ser omesmo mistério. (A. B. IV, n. 7.)

871. Quando se devem transferir mais que uma festa del. a e 2.a classe por ocorrerem no mesmo dia ou na mesmaoitava ou época privilegiada, observa-se a norma estabele-cida nas regras da preferência.

Em 1.° lugar serão transferidas as festas da Igreja uni-versal de l.a classe, depois as festas particulares da dedica-

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

ção, titular, patrono, fundador, conforme as leis de prefe-rência, embora a festa a transladar em 1.° lugar, seja dedata posterior. Festum quod est magis sollemne prius transfe-ratur. (Rubr. gen. X, n. 7.) Seguem as festas de 2." classe,de acôrdo com as leis de preferência. Quando nestas regrasnão se acha solução, as festas são transferidas conforme adata em que ocorrem no calendário. (Rubr. gen. X, n. 7.)

Se as festas de S. José e da Anunciação de Maria SS. .

se devem transladar, a da Anunciação se põe no 1.° dia apto,embora ocorra (em 25 de março) mais tarde. Se na minhaigreja a festa de S. Pedro Canísio (27 de abril) e de S. Jor-ge (23 de abril) são de segunda classe e se devem transfe-rir, coloca-se 1.° a festa de S. Jorge, depois a de S. PedroCanísio; pois são iguais em todos os sinais de preferência,indicados pela rubrica. Decide portanto a data. As qualida-des de mártir e doutor na Igreja não são títulos de prefe-rência na transladação. Na segunda-feira depois do 1.° do-mingo de páscoa, sé celebra a festa de Nossa Senhora daPenha, titular da diocese N. No mesmo dia ocorre a festatransladada da Anunciação de Maria. E' preferida a Anun-ciação, festa da Igreja universal e colocada na segunda-feira;a festa diocesana particular deve ceder e é transferida paratêrça-feira, se estiver desimpedida.

Novas festas prescritas pela Igreja às vêzes coincidemcom dias ocupados por festas em calendários particulares.Para tal caso valem as regras seguintes, propostas no d.3811, em combinação com as novas rubricas:

1.° Só festas de 1.a e 2.a classe, e as próprias de ritoduplex ou semiduplex são, se fôr preciso, transferidas; asoutras simplificadas ou omitidas.

2.° Nas festas com privilégio de transladação, a prefe-rência depende também da qualidade histórica, a saber, seo dia em questão é natalício, quase-natalício ou assinalado.(Cf. n. 864.)

a) Se as duas festas no dia da nova festa estão no dianatalício do santo ou quase-natalício, transfere-se a nova, anão ser que uma delas mereça ser preferida segundo as re-gras de preferência.

b) Se uma festa está no dia natalício, a outra no diaquase-natalício, a 1.a é preferida, a não ser que a segundan►ereça preferida de acôrdo com as regras de preferência.

437

Page 219: Curso de liturgia pe.João Reus

439438 R e u s, Curso de Liturgia

c) Se uma festa está no dia natalício ou quase-natalí-cio, a outra no dia assinalado, a segunda é transferida.

d) Se as duas festas estão no dia assinalado, a novatransfere-se.

TABELLA CONCURRENTUE

Quando concurritvommica 1 4

1212

022

4 1 4j 4214142 414

4 4 4 3 3 0Duplex I classis 44 4

414 4 53

44Duplex II classis 4 5

Dies Octava privilegiata 14 4 4 414 4 4 4 3 3 4Dies Octava communis 4 4 41414 4 4 5 3 1 3Duplex mauls 4 4 4 4 1 4 4 5 3 3 1 3Duplex minus 14

4

4400

4

0

C

E,

C

a5

C

41415

010130

C

G

áPrs¿ 'r'

r14m'

414

ci

3

n.

,4 •

5333T3

C

2'55'c•

333-

C

2 :

2.c•.

3311

3 1-f-

33Semiduplex 14

Dies infra Octavam privilegiatam 1 3 3 3 3Dies infra Octavam communem 14 3

CC

C

ac°,ym

1

^:CCC

'

5-

1

C

2•"Cm4 .•

3

5C

E•2

C(/q53.

,a

a=F

1 Totum de sequenti, nihil ,de

pra:cedenti. C

2 Totum de pr ecedenti, nihilde sequenti. <G

3 Totum de sequenti, comme- amora tio de pra:cedenti. co

ó1 Totum de pr ecedenti, com-

memoratio de sequenti. --a,=;'

5 Totum de nobiliori, comme-moratio de alio; in paritate,a capitulo de sequenti, com-memoratio de pra cedenti.

m 'E .mo•°

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

TABELLA OCCURRENTIIE

Si occurrat eodem die

Duplex I clas.'101113 113131313 313161518 6---3 3 16

Duplex II clas.101313 1131613171-8-11.1 6 8 6 6 3 6 4

Dies Oct. com. 101313 313 1 4 31-3-17 17 4Duplex maius 101313 3 1 3J 3 1 3 7 1 4 4 41410

41 44

.2 4-1-4-1T171 1-7r^

Duplex minus 3 3 3 1 4 3 1 7 1 4. 1 4 4 4 17-1 1 4^ 4 ^i4

Semiduplex 0 ! 33 3 3 3 1 4 7 1 4 1 4 1 4 1 4 1 4 1 4 1 4iS 0 I C_^`

Dies infr. Oct. com. 0 1 3 1 3 7 1 4 1 4 4 1 4 1 4 1 4 44-4-71-2 1 211-4--01-4-4.0 1 4 1 4l4Vigilia

011_2_31 2 41414 4141414^ 14 41212101010

Dies Oct. simplex 1 0 4 41414 4141414 0 4121-0-1-4-1414

Simplex 1 4 1 4 1 4 41 4 1 4 4 1 41 4 1 4 4 4 1 2:171 4 1 4 1

1 Officium de 1 n C n C G C C7 C C C C C ^ " C C Cc ro o 0 0nihil de 2. ^" ^ . m

P H x C2 Officium de 2, . O C - -ãÇ ^C x x

-t ('

nihil de 1. `^ ^" P N

< C °a< G x p.) <-: C 5 .-

3 Officium de N n n p,,' oo1, commemo o o c• ^. " w cn

S < < o n ? Úratio de 2. a w <o x 2 G C4 Officium de on --= 5' __ q;

2, commemo o < °Q°? ó 0 rnratio de 1. r• a ~ ws^ - 4

5 Off icium de 1, 5 ^• 2 ' CA 'átranslatio de

fl: c• =

çL"FD-m

7 Officium de wnobiliori, com- omemoratio de oalio.

2 ,

6 Officium de 2,translatio de1.

2 (sequens) officium

Na série vertical estão coordenados os ofícios que podem terconcorrência nas segundas vésperas. Por isso faltam os ofícios dafesta simplex e de B. Maria in Sab., pois que nunca podem ter se-gundas vésperas. Na série horizontal se acham os ofícios que po-dem ter concorrência nas primeiras vésperas. (Piacenza, In nov.rubr. p. 182.)

8 Officium denobiliori,translatio dealio. I I

2. Officium

Page 220: Curso de liturgia pe.João Reus

r

R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Ofício Divino 441440

§ 171. AS COMEMORAÇÕES872. I. Normas das comemorações. 1. 0 domingo, inclusiveo antecipado, é sempre comemorado nas duas vésperas e naslaudes e, além disso, com nona lição; mas o domingo ante-cipado não tem comemoração nas segundas vésperas.

2. A vigília da epifania é comemorada como um do-mingo.

3. As oitavas privilegiadas do mesmo modo.4. As férias maiores sempre são comemoradas, mas de

modo diverso: a) as férias do advento nas laudes e vés-peras; nas quatro têmporas além disso com nona lição; b)as férias da quaresma nas laudes e vésperas e com nonalição; c) as férias das quatro têmporas de setembro e dasegunda-feira das rogações nas laudes e com nona lição.873. 5. 0 oitavo dia comum e as festas de rito duplex esemiduplex omitem-se nas festas primárias de primeira clas-se da Igreja universal; nas outras festas de primeira classefaz-se a comemoração dêles nas laudes. Nos outros ofíciossão comemorados nas vésperas e laudes. Os dias infra octa-vam omitem-se nos dias de rito duplex de primeira e segun-da classe.

6. As vigílias são comemoradas nas laudes e com nonalição. Se a vigília ocorre nas férias maiores, omite-se a co-memoração no ofício, mas na missa é comemorada. Nas fé-rias do advento, que não têm missa própria, diz-se a mis-sa da vigília com comemoração da féria.874. 7. 0 oitavo dia simplex e a festa simplex omitem-senos dias de rito duplex de 1. a classe. Nos dias de rito duplexde 2.a classe tern comemoração nas laudes, a festa de ritosimplex (e não o oitavo dia simplex) com nona lição histó-rica ou estritamente própria; nos outros ofícios, nas vésperase laudes é comemorado, a festa com nona lição como nasfestas de 2. a classe.

Da festa por acaso simplificada de todos os Ss. SumosPontífices S. R. E. não se diz lição nona. (Brun. 1935; Epli.Lit. 1939, p. 136.)

8. As férias comuns (per annum) não têm comemo-ração.

9. 0 ofício do dia seguinte sempre é comemorado, ex-ceto as festas de rito simplex e dias infra octavam conrum-

nem nas festas de primeira e segunda classe. (Cf. Rub.gen. IX.)

875. 10. A nona lição no oficio de tempore (Dom., Fer., .

Vig.) é a, primeira lição do evangelho respectivo ou as trêslições reunidas. (Rub. gen. IX, n. 9.)

876. II. Ordem das comemorações. a) Em primeiro lugarvêm as comemorações inseparáveis do ofício, como de S.Paulo nas festas de S. Pedro e viceversa.

b) Exceto esse caso particular é comemorado primeiro,

o ofício em concorrência (precedente ou seguinte).c) Depois se segue a comemoração: 1. de cada do-

mingo e da vigília da epifania e, antes do domingo comu m .

e da vigília, a de qualquer ofício de Nosso Senhor.

2. do dia infra octavam da epifania ou de corpo de Deus;

3. do oitavo dia duplex maior;4. do duplex maior;5. do duplex minor;6: do semiduplex;7. do dia infra octavam de natal, ascensão e Sagrado

Coração de Jesus;8. do dia infra octavam comum;

9. da sexta-feira depois da oitava da ascensão;10. da féria maior;11. da vigília;12. do oitavo dia simplex;13. do simplex. (A. B. VII, 5.)

877. III. Modo de fazer as comemorações. 1. As comemo-rações nas vésperas e nas laudes se fazem pela antífona con-veniente, versículo e oração. Se a antífona e o versículo secompõem de palavras idênticas às usadas na mesma horacanônica, devem ser substituídas pela maneira indicada nasrubricas gerais e nos decretos.

878. 2. Quando se deve fazer só uma comemoração do mes-mo comum (p. ex. Commune confessorunt non pontif.), de-vem-se observar as regras seguintes (Rub. gen. IX, n. 8) :

a) Tratando-se da° comemoração de um simplex, to-

mam-se nas vésperas a antífona e o versículo das laudes, naslaudes das primeiras vésperas.

b) Tratando-se da comemoração de uma festa simpli-ficada, que deve ser comemorada nas duas vésperas, reza

Page 221: Curso de liturgia pe.João Reus

442 R e u s, Curso de Liturgia

se nas primeiras vésperas a antífona e o versículo das se-gundas vésperas; nas laudes, a antífona e o versículo dasprimeiras vésperas. Se por causa da concorrência a festa sim-plificada tiver só uma comemoração nas vésperas, é come-morada como o simplex (supra a).

c) Se nas segundas vésperas da festa de urna santadeve-se fazer a comemoração de Nossa Senhora in Sabbato,toma-se o versículo Benedicta, das laudes.

d) Sendo as orações idênticas, a festa comemorada tiraa oração do comum respectivo.

879. 3. Quando ocorrerem 3 ou quatro comemorações domesmo comum, p. ex., 4 Mártires, o d. 4042 dá a regra se-guinte:

Nas primeiras Vésperas:II. Ant. et V. de 1. Vésperas (é o Mártir do Ofício).2. Ant. et V. de 2. Vesp.3. Ant. de Laud., V. do

2. Not. os Mártires comemorados.4. Ant. et V. do 3 Not.Nas Laudes:1. Ant. et V. de Laud.2. Ant. et V. de 1 Vésp.3. Ant. de 2. Vésp., V. do 2 Not.4. Ant. et V. do 3 Not.Nas segundas Vésperas:1. Ant. et V. de 2 Vésp.2. Ant. et V. de 1 Vésp.3. Ant. de Laud., Vers. do 2 Not.4. Ant. et V. do 3 Not. .

4. Se nas vésperas de uma santa virgem houver come-moração de outra virgem, para esta deve-se tomar a antí-fona das laudes.

5. A comemoração de uma oitava nas vésperas deve-setirar das primeiras vésperas, se concorrer no dia seguinte oofício de die infra oct. ou do oitavo dia, isto é, quando sediz um dêstes dois ofícios. Se, porém, no dia seguinte a oi-tava é só comemorada, isto é, quando é simplificada e não.se diz o ofício dela, a antífona e o versículo são das segun-das vésperas. (d. 3843.)

880. 6. Em caso de identidade de dois ofícios na ocorrên-cia reza-se o mais digno e omite-se a comemoração do ou-

II. Liturgia Especial. Oficio Divino 443

tro, a não ser que se trate de mistérios diversos do Senhor.O mesmo se faz na concorrência. Se são iguais em dignidade,as vésperas são do ofício precedente sem comemoração doseguinte. (Notanda n. 8.)

Idênticos são os ofícios de Nossa Senhora e os do mes-mo santo. No oficio da sagrada família omite-se a come-moração de Maria Santíssima ou de S. José. (d. 3929 ad 2;4042 ad 3.) P. ex., na igreja, cujo titular é a sagrada famí-lia, inclusive durante a oitava da epifania, a terceira' ora-

ção não pode ser de Beata, mas do Espírito Santo.Idênticos são os mistérios do Santíssimo Sacramento, da

paixão, do Preciosíssimo Sangue, do Sagrado Coração deJesus, da santa cruz, do SS. Redentor (d. 3712), de natal.(d. 4385.)

§ 172. HINOS

881. 1. Quando no mesmo dia ocorrerem vários ofícios,que têm conclusão (doxologia) própria dos hinos, ou versí-culo próprio em prima, a conclusão e o versículo tomam-sedo ofício recitado e a conclusão diz-se em todos os hinosdo mesmo metro. Esta mudança da conclusão só se faz nasfestas de Nosso Senhor e de Nossa Senhora e não nas deum santo.

2. Se o ofício, que é celebrado, não tem doxologia pró-pria, diz-se a doxologia própria do ofício comemorado.

3. Se houver vários ofícios comemorados com doxolo-gia própria, a doxologia de uma festa prefere-se à da oita-va, a doxologia da oitava à do tempo.

4. A doxologia omite-se, se nas vésperas não houvercomemoração da festa ou oitava simplex ou de Beata in

Sabbato.5. Nos ofícios do tempo do advento, os hinos nunca

têm a doxologia Jesa tibi sit, nem nó domingo durante a oi-tava da Imaculada Conceição, e em prima nunca se diz Qui

natas es. O versículo Qui venturas es in mandam, é obri-

gatório em todos os ofícios, inclusive de santos.

882. 6. No hino Iste confessor, o terceiro verso se muda

(m. t. v. - mutatur tertius versus), quando a festa do con-fessor ou as primeiras vésperas (ao menos o capítulo) nãose celebra no aniversário da morte. Durante a oitava o hinoé rezado como na festa. Quando a festa fÕr impedida nodia próprio e transferida para um dia durante a oitava, o

Page 222: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

hino reza-se como se tivesse sido celebrada a festa no diapróprio. (d. 2365 ad 3.)

883. 7. Se uma festa tiver três hinos próprios e estiver im-pedido o primeiro das vésperas, êste será recitado nas ma-tinas, o hino das matinas nas laudes, o hino das laudes nassegundas vésperas. Se as segundas vésperas também foremimpedidas, o hino das primeiras vésperas junta-se ao dasmatinas, contanto que sejam históricos, do mesmo metro (d.2682 ad 43) e não reproduzam as mesmas idéias. Esta mu-dança não se faz durante a oitava. (d. 4078 ad 1.) Se ohino próprio não é estritamente necessário para a integri-dade da história, é preferido aos hinos do comum, como sedisse acima, mas a sua junção a outro hino só é permitidana recitação privada, não é prescrita (d. 4262 ad 4) ; é proi-bida no côro.

§ 173. OFICIO DOS DEFUNTOS884. 1. No dia de finados o ofício de defuntos é recitadocom rito duplex como está no breviário no dia 2 de nov.

2. 0 ofício de defuntos é duplex também no dia doentêrro, no 3.°, 7.0, 30.°, no aniversário e num dia depois dereceber a notícia da morte de alguém, e tôdas as vêzes quefôr recitado solenemente. (Rubr.)

3. 0 invitatório se diz no ofício de três noturnos, sen-do o rito duplex ou serniduplex ou com um noturno, se orito fôr duplex. (Rubr. gen. XIX. Rit. VI.)

4. Fora do dia de finados podem-se dizer um ou trêsnoturnos. No dia do entêrro se reza sempre o primeiro no-turno, em outros dias se diz o primeiro noturno no domin-go, na segunda e quinta-feira, o segundo noturno na têrçae sexta-feira, o terceiro na quarta-feira e no sábado. (Rit.VI, c. 4.)

5. 0 salmo Lauda nas vésperas e o salmo De profundasnão se dizem no ofício do dia do entêrro, nem em outrosdias com rito duplex. (Rit. VI, c. 4.)885. 6. Cerimonial no dia de entêrro. Se o cadáver entrana igreja, os cantores entoam Subvenite. No ofício de defun-tos, o celebrante não entoa antífonas, nem lê lições, mas dizsomente a oração com os versículos que a precedem e selhe seguem.

II. Liturgia Especial. Ofício Divino 445

1. No princípio todos, estão de pé. Para o celebrante eos acólitos preparam-se mochos do lado da epístola.

2. Neste caso, no princípio das vésperas não se dizPater, Ave.

3. Cada cantor entoa e repete a sua antífona, de pé.

4. Depois de se ter rezado a primeira antífona e o pri-meiro verso até ao asterisco, todos se sentam.

5. Tendo-se entoado a antífona ao Magnificat, todos se

levantam.6. 0 celebrante diz: Pater noster; todos se ajoelham;

Et ne nos. Oremus: Só o celebrante se levanta e diz a ora-ção; Requiem; Requiescant.

886. 7. Neste caso, no princípio das matinas, omite-se Pa-

ler, Ave, Credo.8. Os cantores entoam o invitatório, todos de pé. Ao

Venite adoremos, todos se ajoelham com os dois joelhos. (d.1322 ad 13.)

9. Diz-se o primeiro noturno (no 2.° e 3.° noturnos, omesmo cerimonial). Tendo-se recitado a primeira antífonae o primeiro verso até ao' asterisco, todos se sentam, até quese tenha dito o versículo com o responsório no fim do pri-meiro noturno. O Pater noster antes das lições não é entoa-do, mas sim rezado em voz baixa, ficando todos de joelhos.

10. Durante as lições e responsórios todos estão asses-tados até à antífona ao Benedictus, inclusive. As lições sãorecitadas pelos clérigos mais jovens.

11. Ao Benedictus todos se levantam.

12. Quando o celebrante entoar Pater noster, todos se

ajoelham.13. Das orações tona-se urna qualquer conveniente. Na

oração Absolve depois das laudes, acrescenta-se ao nome apalavra Sacerdotis, se o falecido foi sacerdote. (Rit. VI,

c. 3, n. 5.)14. 0 celebrante funciona no ofício sem estola, mas pode

também pô-la.7. Se depois de urna missa com eça houver exposição

do SS. Sacramento, sendo possível, retira-se a eça ou aomenos apaga n-se as velas em redor dela. (d. 3582 ad 2.)

444

Page 223: Curso de liturgia pe.João Reus

447446 R e u s, Curso de Liturgia

§ 174. AS FESTAS PARTICULARES DA DEDICAÇÃO,DO TITULAR E DO PATRONO

I. Obrigação de celebrar estas festas887. 1. A festa da dedicação da igreja, seja catedral, aba-cial, paroquial, ou de uma ordem religiosa, é sempre primá-ria e festa do Senhor.

2. A festa do titular da igreja ou do patrono do lugar(cidade, diocese ou nação) é primária. Titular de urna igrejasignifica a Pessoa divina (Cristo Rei, Espírito Santo) ou omistério (Santíssima Trindade, SS. Sacramento) ou o santo,a quern a igreja está dedicada, de quem tem o nome. (d.3048.) 0 titular é designado na consagração ou bênção so-lene da igreja e não pode ser mudado sem indulto da SantaSé. O mesmo vale do titular de um altar fixo. (Cân. 1201, § 3.)888. Muitas vêzes chamam o titular da igreja também pa-trono. Mas o patrono é sempre um santo, nunca Pessoa di-vina. O padroeiro de um lugar é o santo, que um lugar, umacidade, uma nação escolheu para intercessor junto de Deus.(d. 3048.)

889. 3. As festas particulares da diocese: a) a dedicaçãoda igreja catedral; b) o título da catedral; c) o patronoprincipal da diocese, são celebradas com rito de 1.a classe,com oitava comum, por todos os clérigos in sacris nela resi-dentes, sem oitava pelos religiosos, que possuem um ordopróprio.

4. As festas particulares da igreja própria (matriz, doseminário, do hospital), da dedicação, se estiver sagrada,do titulo, se ao menos é benta solenemente, será celebradacom rito de 1. a classe e oitava comum, por todo o clero ads-crito à paróquia (pároco, pró-pároco, coadjutores), ou ^ligreja (reitores, professores internos, alunos do seminário,reitores dos hospitais, etc., nomeados pelo ordinário). (CP., n. 727-739.)

5. A festa particular do padroeiro principal do lugar,em que residirem, contanto que êsse padroeiro seja eleitocanônicamente, será celebrada por todos os clérigos in sacriscom rito de L. a classe e oitava comum (d. 4312 ad 4), semoitava pelo clero regular, que tem ordo próprio.

6. Os religiosos celebram a festa do seu fundador e dotitular da ordem com ofício de l.a classe e oitava comum.

II. Liturgia Especial. Ofício Divino

II. Coordenação do ofício

890. 0 ordo traz só as oitavas das dioceses. As outras oi-lavas particulares devem ser organizadas pelo respectivo sa-cerdote com auxilio das tabelas de concorrência e ocorrên-cia e das indicações seguintes:

1. Estas três festas particulares de uma igreja, oratórioou lugar são celebradas com ofício e missa no próprio dia.Só são transferidas, se ocorrem 'com uma festa primária daIgreja universal ou com urna oitava privilegiada 1.i ordinis.(Pásc., Pent.) A festa de S. Luís Gonzaga, titulo da matriz,ocorrendo durante a oitava de corpo de Deus, é celebradano dia 21 de junho. Pois esta oitava é 2.z ordinis. (Cf. Ta-bela n. 3: Officium: de S. Luis, comem.: Corpo de Deus.)

Nas primeiras vésperas não há comemoração senão dodomingo ou de uma féria maior ou oitava privilegiada oude festa precedente de 1." ou 2. a classe.

O ofício da festa da dedicação está indicado no bre-viário: Commune Dedicationis. O ofício do título e padroei-ro do lugar ou é próprio (S. Cecilia) ou se tira do comum.(S. Luis Gonzaga: Commune Confessoris non Pont.)

891. As lições 'do 1.° not. ou são próprias, indicadas no diado santo, ou do comum, e não da escritura ocorrente.

As lições do 2.° not. são do breviário. Se há só umalição do santo, esta se reza em primeiro lugar, e as duas ou-tras tiram-se do 2.° not. do comum, mudando os responsó-rios. As lições do 3.° not. escolhem-se conforme o evange=lho indicado na missa (d. 2839 ad 6.) Se ocorrer um do-mingo ou uma féria maior, dêles se diz a última (9) lição.

892. Nas laudes e na missa é comemorado o domingo, fé-ria maior, oitava privilegiada. Se no ofício houve 9." lição,na missa há último evangelho.

Além dêstes ofícios devem ser comemorados o duplex e

o semiduplex ocorrente nas laudes e na missa não cantada.

A missa é própria ou tomada do comum e tern Credodurante a oitava. O prefácio é comum ou próprio, p. ex.,do Sag. Coração de Jesus, e reza-se todos os dias, se nãoocorrer uma festa com prefácio próprio (p. ex., dos apósto-los). No domingo toma-se o prefácio da SS. Trindade. (Cf.n. 580.)

Page 224: Curso de liturgia pe.João Reus

448 R e u s, Curso de Liturgia

Nas segundas vésperas é comemorado somente um du-plex, semiduplex, domingo, féria maior e oitava privilegiada.893. 2. Os dias durante a oitava são de rito semiduplex se-cundário (d. 3886), cedem portanto a festas de rito duplexe semiduplex primários. Se ocorrer uma festa duplex e semi-duplex, a oitava só é comemorada antes de urna féria ou deum simplex. No domingo só e comemorada a oitava, semsufrágio no ofício e sem terceira oração na missa, se nãohouver uma festa simplex ou simplificada. Se ocorrer umsimplex ou uma féria (de ea), entra o dia infra oct. semi-duplex e o simplex é comemorado. Os salmos são da féria.Na missa da oitava haverá ao menos três orações: 1. daoitava; 2. de Beata; 3. Ecclesice vel pro Papa. Se o títuloé Maria Santíssima, a 2.°' oração é de Spiritu Sancto.

Se houver uma oração idêntica, muda-se (cf. n. 575).A comemoração da oitava no ofício faz-se corn a an-

tífona e o versículo das 2.as vésperas. E', porém, das primei-ras, quando depois de um duplex ou semiduplex segue o ofí-cio da oitava. Não há nenhuma comemoração da oitava numafesta de 2. a classe. (Cf. n. 879.)894. 3. O oitavo dia é duplex maior e segue as regras co-muns. E' comemorado (sem 9." lição) nos domingos e fes-tas de 1.a e 2.a classe. Nas festas de 1. a classe só tem come-moração nas laudes e missas rezadas. Se ocorrer a festa numdomingo ou outro dia, em que principiou a leitura de umnovo livro da escritura sagrada, esta lição deve ser transfe-rida, conforme às rubricas, para o primeiro dia seguinte,em que há lição da escritura ocorrente. A missa do domingoimpedida pela festa deve ser adiada para um dia da semanalivre de duplex e semiduplex primário.895. 4. As oitavas das festas particulares acabam:

a) no dia 17 de dez. e começam outra vez no dia 26(d. 4311 ad 2);

b) desde a quarta-feira de cinza até domingo de pas-coela;

c) desde a vigília de pentecostes até à festa da SS.Trindade.

5. 0 patrono principal com companheiros. Se o patro-no principal, o titular, um santo, cuja festa é própria dolugar (A. B. II, n. 2) corn o rito de 1. a ou 2.a classe, estáinscrito no calendário, unido com outros santos com quem

1I. Liturgia Especial. Ofício Divino

tem parentesco ou afinidade, todos se devem celebrar como rito de 1." classe e não se podem separar. Por exemplò,se S. Julião (18 de julho) é patrono da minha igreja, 'tam-bém sua mãe, S. Sinforosa e seus irmãos terão o rito de 1."

classe. O nome de Juliano e os pormenores da sua vida põem-se em primeiro lugar.

Se os santos são reunidos só por ocasião, porque mor-reram no mesmo dia, são separados os sócios e celebradoscorn o rito competente. Se os sócios no calendário têm tam-bém o rito de 1." ou 2." classe, a sua festa será transferidacom o seu rito para o próximo dia livre; se têm qualquer ou-tro rito, são comemorados ou omitidos conforme as rubricas.

São Tadeu é titular da minha igreja e está no calendário juntocom S. Simão com rito de 2." classe. Não há parentesco. S. Tadeué celebrado com rito _de 1." classe, a festa de S. Simão transferidapara o dia próximo livre, conforme as rubricas, com o seu rito de2." classe.

Na catedral de N. os titulares são S. Tiago, apóstolo, e S. Cris-tóvão, mártir (25 de julho). São unidos só por ocasião. Por issoS. Tiago é celebrado com rito de 1." classe, S. Cristóvão com ritode 1." classe transferido para o próximo dia livre, conforme as ru-bricas (d. 4122) quer dizer, para o dia 26, e a festa de S. Anatransferida para o dia 27, se não for domingo.

Se S. Sebastião (20 de janeiro) é titular, a festa dêle é de l.aclasse. O companheiro, S. Fabião, de rito duplex, é comemorado sónas laudes e missas rezadas e a vida dêle omitida no breviário.

Se S. Pedro (29 de junho) é patrono, na missa e no ofícionada se muda. Se S. Paulo é patrono, a sua festa no dia 30 dejunho é de 1." classe e a sua oitava termina no dia 6 de julho, por-que a oitava é comum aos dois apóstolos. (d. 3114 ad 1.)

Na minha igreja há uma relíquia insigne de S. Crisanto, de ritosimplex no calendário. A sua festa é elevada ao rito duplex maius,com credo, junto com a da sua esposa, Daria (25 de outubro).

Há uma relíquia insigne de S. Isaque, mártir de ordem religiosa.A festa celebra-se com rito de 2." classe. (d. 4317 ad 1.) Se a re-líquia é de beato, a festa é de rito duplex maius. (1. c.)

O patrono secundário. Se o patrono ou santo próprio dolugar (relíquia, etc.) que deve ser celebrado com rito deduplex ou semiduplex, está escrito no calendário com rito

de simplex, a festa do santo é elevada ao rito concedido atal festa, e os companheiros são comemorados como com-pete ao simplex. Se, porém, êstes santos são consanguineosou companheiros de martírio no mesmo lugar e dia e pelamesma causa, todos são celebrados com o rito de que gozao santo próprio do lugar. Se êle está inscrito no calendáriocom os outros santos com o rito duplex ou semiduplex, to-dos são celebrados com o rito que compete ao próprio do

Curso de Liturgia - 29

449

Page 225: Curso de liturgia pe.João Reus

450 R e u s, Curso de, Liturgia t II. Liturgia Especial. Ofício Divino 451

lugar. Mas nestes casos o nome e os pormenores da sua vidasão separados e mencionados no primeiro lugar. (A. B.IX n. 5.)

Note-se que s e. trata de santos companheiros inscritosno calendário e não no martirológio. Pois os companheirosinscritos no martirológio não têm ofício nem direito a ofício.(Piacenza, in nov. rub. p. 136.)

§ 175. AS VÉSPERAS ORDINÁRIAS CANTADAS896. 0 ofício divino solene só é obrigatório por direito co-mum nas igrejas catedrais e colegiadas, em outras igrejaspor lei particular, se houver.

Onde não há obrigação do côro, as vésperas cantadaspara o povo não precisam ser conformes ao ofício do dia,mas podem ser de outro ofício, p. ex., do SS. Sacramento,de Nossa Senhora. Os clérigos, obrigados ao ofício, devemrecitar privadamente as vésperas do dia. (d. 3624 ad 12.)

2. Paramentos. O C veste a sobrepeliz e o pluvial dacôr do dia. Se as vésperas são a cap. de seq., a côr é doofício seguinte. O C não põe estola. (d. 2956 ad 5.) Mas,se depois das vésperas há bênção eucarística, já nas vés-peras põe estola. Quando o C veste o pluvial, deve incensaro altar, se não veste, não é lícito incensá-lo. (d. 3844 ad 2.)Se o Santíssimo não está exposto no altar da função, podeser incensado também o altar do santo, cuja festa ocorre(d. 3547), ou desde o altar a sua imagem, colocada pertodo altar, ou a imagem do Menino Jesus no presépio no altarlateral. Se o Santíssimo está exposto, outros altares não po-dem ser incensados. (d. 2390 ad 6.)

3. Inclinações. O C tira o barrete e faz inclinação aoSS. Nome de Jesus, de Maria, e do santo, de quem se rezao ofício ou a 'comemoração, ao Gloria Patri, ao Sit nomenDomini benedictum do salmo Laudate pueri. Faz a inclinaçãopara o livro, quando está assentado, à cruz do altar, quandoestá de pé.

897. 4. Princípio. Chegado ao altar, genuflete no plano,ajoelha-se no degrau inferior e reza Aperi. Genuflete no de-grau, põe o barrete e vai para o banco. De pé reza Pater eAve, entoa o Deus in adjutorium, fazendo sôbre si o sinal dacruz e entoa a primeira antífona. As outras são entoadaspelos cantores, que, em caso de necessidade, podem cantar

também a primeira. Depois de ser entoado o primeiro salmo, todos se sentam até ao fim da última antífona.

898. 5. Capitula. O C, de pé, canta a capítula e entoa o'hino. O versículo e o responsório são cantados pelo côro, aantífona ao Magnificat pelo C. Entoada a antifona, o C sen-ta-se, levanta-se ao primeiro verso. do Magnificat,icat, fazendo, osinal da cruz, e vai para o altar. Tendo entoado, de pé, ohino Ave Maris Stella, Veni Creator Spiritus, Tantum ergo,ajoelha-se, sem fazer antes genuflexão no degrau, do lado"da epístola e permanece de joelhos durante tôda a estrofe(d. 1583 ad 7) e volta para o banco, onde entoa a antífona.ao Magnificat.

899. 6. Incensação do altar. O C genuflete no degrau infe-

rior, sobe, beija o altar, põe incenso no turíbulo e incensa:'o altar como antes do intróito da missa. Entrega o turíbuloao M. de C. ou ao turiferário, vai ao meio do altar, faz in-clinação de cabeça à cruz, desce ao plano, genuflete e voltapara o banco, onde é ,incensado. com três ductos duplos..Depois da repetição da antífona, o C canta Dom_ vob. e a'.oração. Se houver comemorações, os cantores cantam a an-

tífona e o versículo, o C canta a oração. Depois o C: Dom..vobisc., os cantores: Benedicdmus Domino, o C: Fideliumanirnce.

Depois vai para o altar, reza, de pé, Pater noster em

voz baixa, diz Dominus det..., o côro canta a antifona ma-riana própria do tempo de pé ou de joelhos conforme às ru-bricas, o C, de pé, o versículo e a oração e com voz medío-cre: Divinum auxilium. (C. E. II, c. 3 sqq.) A antífona ma-riana não é obrigatória, onde não há obrigação do côro. (d. ..

3574 ad 1.)IIi SECÇÃO.

OS SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS

§ 176. 0 BATISMO

900. I. Preparativos. 1. São necessários: Oleo dos catecúime-nos, santo crisma, sal, concha para derramar a água sôbrea cabeça do batizando, bacia para recolher a água servidado batismo, se não escoa imediatamente para a piscina, sen-(lo proibido deixar cair a água na pia batismal; o algodãopara limpar os lugares ungidos, duas estolas de côr brancae roxa, ou uma dupla (d. 3086 ad 7), miolo de pão ou al-

29''

Page 226: Curso de liturgia pe.João Reus

godao para o sacerdote limpar os dedos , véu bronco on capa,ou toalha para impô-lo na cabeça da criança, vela de cera„=que se -entrega ao padrinho, e livro dos batizados..`901. 2. 0 batismo deve ser conferido sokenemnerrte,, i. é,. cum'tôdas as cerimônias do ritual. (Cân. 737, § 2;..) 0 hatisma'privado (água de socorro) só é licito ern. perigo de Horta.ç.(:cân.'- 9) e exige, se é conferido por ïam sacerdoteou (M-Tono, as cerimônias, que seguem o bati'snrro no ritual.. As cLe-rimônias omitidas devem ser supridas q, a , to, amte na i ;reja. (Cân. 759.)

3. Em casa o batismo solene nã:o, pode ser admiti straudb• fora de perigo de morte, a não ser ens caso extraordiitrarib,-com licença do ordinário do lugar e quando se. tatos de llugares notavelmente afastados da matriz: ou d`e oratória pú-blica.

A ninguém é permitido batizar solenemeritte antes denascer ou depois do pôr do sol„ a nãoser com licença do ordinário do lugar, ao menos presumido, num caso urgente e.imprevisto. (C. B. n. 180.)

''.:902. 4. Interrogatório prév&& Para evitar dificuldades re-pentinas; tomem-se as informações • necessárias. (R'it. t. l ifc. 1 n. 69) : 1. Se pertence a criança freguesia?' (Câni..738, § 2.) 2. Como se chama a criança? 3ï. Quando nasceu?4. Não se pergunte: "é filho legitimo?" Quase sempre a res-posta - será afirmativa, apesar do casamento: . sd civil dos pais,_Mas pergunte-se: - "Os pais são casados pela religião?" Quan-do se responde que sim, tem-se. a legitimidade da prole,

5. Foi batizado em casa? Quem fêz o batizado? Comofêz? Se foi leigo: há testemunhas de que a pessoa batizoucorretamente? (Cân. 742, ,§ 1.)

6. Nome dos pais. 7. Nome dos padrinhos. Se vierammais de dois, não é preciso declarar que é proibido ter maisde dois. Mas assente no livro os dois primeiros, para evitarsérias dificuldades. 8. Se são católicos.

903. 5. Se um dos padrinhos é incapaz para as funções depadrinho, sendo mação declarado, pecador público, casado sócivilmente, mulher vestida sem pudor, o sacerdote contente-se com a parte apta para isso. Se os dois são incapazes e,não se podem recusar sem grave incômodo, nem há tempopara consultar o ordinário, o sacerdote batiza a criança Como

se os padrinhos estivessem ausentes e não escreva os no-mes dêles no livro dos batizados. (C. B. n. 175.)

Neste caso se batiza praticamente sem padrinhos legais e aspessoas que tocam na criança no ato do batismo não contraem pa-rentesco espiritual com a criança batizada. Por isso os seus nomes•são omitidos na ata do batismo.

Não é preciso fazer perguntas odiosas, para descobrir os defei-tos mencionados nos padrinhos, porque a lei trata de deficiênciasnotórias e públicas. Mas sempre é necessário perguntar se os padri-nhos são católicos. Pois, se o não forem, não podem ser padrinhos.Repeli-los, causa facilmente a apostasia de tôda a família. Por issose deve agir conforme foi dito. Se um é católico, sirva êste de padri-nho e o nome dêle se escreva no livro de batizados. Se os dois sãohereges e não é possível achar pessoa católica apta, consideram-secomo não presentes, faz-se o batismo com o aux il io material destaspessoas, mas os nomes dêles não se assentam no livro dos batiza-dos. "E' melhor batizar sem padrinho, se não houver outro meio."(S. Off. 12-12-1860, A. S. S. XXVI, p. 448.) 0 vigário não deixard .

de avisar os pais em ocasião oportuna que em tal caso procederammuito mal.

904. 6. 0 pároco atenderá para que ao batizando seja im-posto um nome cristão. Se, porém, o não conseguir, acres-centará ao nome dado pelos pais o nome de algum santoe inscreverá ambos os nomes no livro dos batizados. (Cân.761.) Nem é preciso pedir a licença dos padrinhos. 0 direitocanônico dá a autorização necessária. (P. C., n. 182.)

Mas muitos nomes são abreviação de nome de Santos. P. ex.,Ramão, Raimundus; Geni, Eugenius; Ceci, Ccecilia; Rucieri, Rizieri,Rogerius; Finoca, Fini, Fifi, Joseph; Bibi, Bibiana; Amélia, Mili,/Emilius; Colita, Nicolaus; Cotica, Clotildis; Guiomar, N. S. Guiado Mar; Lia, Jdlia; Lola, Dolores, M. SS.; Olga, Olegarius; Ado,Adolphus; Gilles, Aquilles; Oberon, Albericus; Alice, Elisabeth; Asta,Anastasia; Nina, Antonius; Arno, Arnoldus; Bela, Beta, Beleta, Lili,Elizabeth; Gita, Brigitta; Dina, Bernardinus; Ela, Helena; Zita, Fe-licitas; Enzio, Henricus; Armando, Hermannus; Hona, Helena; Neli,Cornelius; Laura, Laurentius; Cuno, Konradus; Vico, Ludovicus;Mia, Mizzi, Mimi, Maruca, Maria; Mina, Minha, Vilma, Elmo, Gu-lielmus; Udo, Otto; Raul, Ralf, 'Rudd, Rudolphus; Ulla, Ursula;Vali, Valeria; Vera, Veronica.905. 7. 0 rito do batismo dos párvulos pode-se usar {comos meninos até à idade de 14 anos. (C. P., n. 166.) Masos párocos não batizem os maiores de 7 anos; sem que se-jam previamente instruidos na doutrina, sem que saibam aomenos os principais mistérios da religião e tenham as disposi-ções necessárias. (C. P., n. 163.) 0 batismo solene celebra-se sempre nas matrizes ou igrejas que tenham provisão depia batismal. (I. c. n. 165.) E' permitido repetir as per-guntas em lingua vulgar, contanto que primeiro sejam feitascm latim. (Conc. P.' A. L. n. 500.) 0 bispo pode permitir

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 4532,452 R e u s, Curso de Liturgia

Page 227: Curso de liturgia pe.João Reus

454 R e ti s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 455

que se faça o rito pro parvulis por uma causa grave e ra-zoável (cân. 755, § 2), no batismo de adultos, mas nãoprivada.

906. II. Rito do batismo. 1. 0 ministro do batismo, sembarrete (Rit.), começa as cerimônias à porta da igreja.

2. Ter exsufflet: sopra três vêzes sôbre o rosto, nãoem forma de cruz, mas como para apagar uma chama.

3. Ao accipe signum, traça com o polegar o sinal dacruz na fronte e no peito sôbre os vestidos.

4. Ao Oninipotens sempiterne, põe a mão direita sôbrea cabeça do neófito, tocando-o levemente por um momentoe conserva a mão estendida durante a oração.

5. Toma um pouco de sal bento entre o polegar e 'oindicador e mete-o na bôca da criança: accipe sal...

6. Dizendo o exorcismo, traça três vêzes o sinal da cruzsôbre a criança e, ao Et hoc signum, na testa da criança:

7. Ao IEternum ac justissimam, impõe a mão como foidito em o n. 4.

8. N., ingr'edere (se são mais de uma criança: ingre-dimini), impõe a ponta esquerda (Rit. n. 10) da estola nopeito ou na cabeça da primeira criança; as outras seguem-na.

907. 9. Em caminho para a pia batismal reza em latimCredo e Pater; os padrinhos podem rezá-lo em língua vul-gar. (d. 3535 ad 10.)

10. Antes de entrar no batistério, com as costas voltadaspara a grade, diz Exorcizo te.

11. A insalivação faz-se com o polegar, e não com oindicador (Rit., n. 13); a forma de cruz não está prescrita.

12. A unção coin óleo dos catecúmenos faz-se fora dobatistério a) no peito e nas cotas entre as espáduas; b) emforma de cruz, duas vêzes; c) com o polegar da mão direita;d) dizendo uma só vez: Ego te linio; e) limpando com al-godão as partes ungidas logo depois de cada unção.

13. Tira a estola roxa e põe a branca.14. Entra no batistério seguido dos padrinhos.

908. 15. A madrinha ou o padrinho sustenta a criança ho-rizontalmente sôbre a pia batismal com o rosto voltado parao ministro, de sorte que a água corra sôbre a testa. Os doispadrinhos toquem na criança durante o batismo.

16. Na forma do batismo deve dizer-se no princípio oname (foannes, ego. ), no fim omite-se Amen. (d. 3014ad 3.)

17. E' preferível que os padrinhos enxuguem a cabeçada criança.

18. Se houver dúvida se o batismo foi válido, diz-se:N. (Pntre ...) si non es baptizatus, ego .. .

19. A unção com o crisma faz-se no vértice, em formade cruz, e não na testa. Limpa-se com algodão o lugar un-gido.

20. 0 véu branco põe-se sôbre a cabeça, e não sôbre opeito.

21. Acende-se a vela e entrega-se ao padrinho.22. Limpam-se os dedos com sal ou algodão, que se

deita na piscina.909. 23. No batismo de muitas crianças, as cerimônias de-vem fazer-se sôbre cada uma delas, as orações, porém, s e .rezam no plural sôbre tôdas. No ritual as cerimônias res-pectivas têm a rubrica Singulariter singulis. A oração Omni-

potens (n. 5) e .4'ternam (n. 9) primeiro impõe-se a mão acada urna e depois, conservando a mão estendida sôbre tôdas,reza-se a oração. Recomenda-se muito que o piedoso cos-

tume de consagrar as crianças batizadas a Maria Santíssi-ma, se conserve e se introduza, onde não houver. A fór-mula está no App. XXV. (C. B. n. 174.)

24. 0 modo de receber a abjuração de acatólicos, verC. B. Ap. XXIV, p. (86).

Caso de se deparar um acatólico moribundo. E' preciso 1) veri-ficar, sendo possível diante de testemunhas, o desejo do moribundode abraçar a fé católica, por êle manifestado ao sacerdote ou a ou-tra pessoa. 2) verificar a validade do batismo recebido, se o tempoo permitir. 3) excitar o moribundo a fazer, sendo possível, o atode fé nos principais mistérios da religião. (C. B. n: 170, § 3.°: DeusCriador, Trino, Céu, inferno, Jesus Cristo feito-homem, Cruz, Ma-ria, Mãe Imaculada,_ Igreja Católica.) 4) Ato de contrição. (p. ex.,"Meu Jesus, misericórdia!") 5) Imediatamente conferir o batismosob condição ou absolutamente, se constar que nunca foi batizado,omitindo-se, as cerimônias que precedem o batismo. As que seguempodem se fazer, se houver tempo. 6) Ouve-se o , melhor possível aconfissão e dá-se a absolvição, sob condição, das censuras e peca-dos. A faculdade de absolver um moribundo têm todos os sacerdo-tes. 7) Sendo possível, o moribundo seja instruído e receba o viático.8) Extrema-unção, bastando para recebê-la a intenção interpreta-tiva. (C. B., p. (97).)

Page 228: Curso de liturgia pe.João Reus

456 R e u s, Curso de Liturgia

§ 177. ADMINISTRAÇÃO DA S. COMUNHÃOFORA DA MISSA

910. 1. O ministro ordinário da s. comunhão é o sacerdote,o ministro extraordinário é o diácono autorizado pelo otdi-nário ou pelo pároco, por causa grave. (Cân. 845, § 2.)/Nofim do rito o diácono pode e deve dar a bênção com a mão.(Pont. Com . 13-7-30.) Podem também dar, em caso d ne-cessidade, a si mesmos a comunhão.

2. Comunhão fora da missa é chamada também a quese distribui imediatamente antes ou depois da missa privada.(Rit. IV, 2, n. 13.) A comunhão não se pode distribuir nasmissas celebradas no altar da exposição nem dentro nemfora da missa, a não ser que haja necessidade ou causa graveou um indulto especial, nem mesmo se houver costume. (d.3448 ad 1; 3482.) Isto vale também para as igrejas paro-quiais rurais. Mas neste caso se pode armar urn altar comtabernáculo amovível para alguns dias, colocar bancos emredor e distribuir a s. comunhão. (cl. 3525 ad 2; 3576 ad6; Decr. t. V p. 708.)

E' para desejar que os fiéis comunguem durante a s.missa, ou logo depois da comunhão do celebrante. (C. B. n.223, § 3.) Isto contudo não favorece o rigor demasiado emdificultar a comunhão fora da missa.

3. O sacerdote veste a sobrepeliz e a estola branca ouda côr do ofício do dia, no dia de finados branca ou roxa.Ao receber a s. comunhão os sacerdotes e diáconos usam es-tola branca ou da côr da do celebrante. (Rit. IV, 2, n. 4.)911. 4. Depois de lavar as mãos, precedido do ajudante,vai ao altar com as mãos postas ou levando o corporal nabôlsa (d. 2850 ad 3), nunca sem a bôlsa. (d. 2146.) A palasó não é suficiente para esta função. (d. 2392 ad 4.)

5. O ajudante reza o confiteor. O sacerdote não poderezá-lo a não ser que falte absolutamente urn ajudante idô-neo. (d. 3488 ad 3.) Neste caso o sacerdote reza-o ou in-clinado como no princípio da missa ou enquanto desdobrao corporal e abre o sacrário. (Solans ed. 11, n. 215, diz queêste modo é costume geral na Espanha.)912. 6. Sempre se usa Misereatur vestri, embora só urnapessoa comungue. (Na comunhão de um doente: mis. tui.)Tôda a fórmula de Domine non... deve-se proferir em vozalta, e não só as três primeiras palavras. Dizendo: Ecce

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 457

Agnus Dei, não levanta a s. hóstia para abaixá-la, mas sus-tentando-a levantada acima da âmbula, diz devotamente, semfazer pausa nas palavras: Domine, non sum...

7. 0 sinal da cruz com a s. hóstia prescrito antes depô-la na língua do comungante, pode ser pequeno. Ao SS.Nome de Jesus inclina-se a cabeça. A patena da comunhãoestá prescrita. (S. C. de sacram., 26-3-1929; cf. n. 718.)

913. 8. Quando todos comungaram, o sacerdote, levandona mão direita a patena da comunhão, volta para o altar semdizer nada, coloca a píxide sôbre o altar, genuflete, e sódepois disso começa a rezar: O sacrum conviviam..., lim-pando a patena sôbre a píxide, fecha a píxide, lava (antesda reposição) e enxuga os dedos, que tocaram o SS. Sa-

cramento e, sem genuflexão, coloca a âmbulk no taberná-culo, genuflete, fecha o sacrário.

914. 9. Durante estas cerimônias, o sacerdote reza: O sa-

crum... com o versículo e a oração. No tempo pascal e naoitava de corpo de Deus acrescenta-se (fora da missa deréquie) aleluia à antífona, versículo, e responsório. No tem-po pascal em lugar de: Deus qui nobis, reza-se: Spiritum

nobis... Póscomunhão do sábado santo. As duas oraçõestêm conclusão longa.915. 10. Tendo o sacerdote fechado o sacrário, dá logo abênção. Quando a função fôr antes da missa, coloca primeiroo cálix no corporal, dá a bênção e abre o missal. A bênção_deve-se dar sempre, mesmo quando se distribui a s. comu-nhão antes da missa e se sabe que os fiéis ficam até ao fim.(d. 4257 ad 7.) Omite-se antes e depois da missa de réquie.Usa-se a fórmula: Benedictio Dei omnipotentis, etc., sem ós-culo do altar; mas elevando os olhos, o C levanta as mãose faz inclinação da cabeça à cruz.

11. Quando não se pode evitar a distribuição da s. comunhão diante do Santíssimo exposto, tome-se cuidado denão voltar as costas a Nosso Senhor, durante as orações aoaltar.916. 12. Se fôr preciso que outro sacerdote durante a mis-sa distribua a s. comunhão no altar-mor aT ò celebrante,depois do Sanctus até depois da comunhão, retira-se umpouco para o lado do livro, sem fazer genuflexão; b) estan-do ocupado com outras partes da missa, ao Ecce agnus Deie o tríplice Domine non... põe-se de joelhos. Depois pros-

Page 229: Curso de liturgia pe.João Reus

458 R u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 459

2. Lava as mãos, acende duas velas, veste a sobrepelize a estola branca, leva o corporal na bôlsa para o altar, es-tende o corporal, abre a píxide pequena colocada antes noaltar e põe-na sôbre o corporal, abre o sacrário, genuflete,tira a âmbula, abre-a, genuflete, deita na píxide pequena ass. partículas necessárias, genuflete, fecha a píxide pequenae a âmbula, lava os dedos, coloca a âmbula no sacrário, ge-nuflete, fecha, tira e guarda a chave, coloca a píxide dentrode um corporal e assim envolvida na bôlsa com o sanguinho.

2. Tira a estola e a sobrepeliz, que leva consigo na ma-linha, apaga as velas. Nunca se toca no Santíssimo, sem tera estola no pescoço, não basta tê-la na mão ou no bôlsodo manto. Toma, portanto, a estola, depois a píxide, cujacorda põe em redor do pescoço, veste o sobretudo, que co-bre a estola e a píxide, e acompanhado de um fiel católico(C. B. n. 217) com a malinha põe-se a caminho, rezandoMiserere mei, etc., e outros hinos e salmos.

917. 3. Se a comunhão não precisa ser oculta, depois deter colocado a píxide dentro da bôlsa, põe-se de joelhos naborda do supedâneo, toma o véu de ombros, se não o tiverjá desde o princípio, levanta-se, genuflete, toma a bôlsa, põea corda em redor do pescoço, segura com as mãos as duasextremidades inferiores da bôlsa e põe-se a caminho, re-zando Miserere, etc. Um clérigo com lanterna acompanha-o,e toca a campainha "sem interrupção." (Rit.)

918. 4. Uma atenção especial requer-se, quando o sacer-dote anda a cavalo. Nunca se atreva a guardar a píxide pe-quena no bólso da batina. Além de ser inconveniente e con-tra as rubricas, corre o perigo de perder o SS. Sacramento,portanto de uma grave irreverência. Ponha a corda da píxi-de em redor do pescoço e segure também a estola, ao me-nos por um alfinête, que junte as duas extremidades. Porreverência ao SS. Sacramento prive-se de conversar com ocompanheiro e adore humildemente a Majestade divina, quetraz sôbre o seu peito.923. 5. Entrando no quarto do doente, diz: Pax huic do-mui, etc. Põe a bôlsa com a pixide na mesa' preparada. Senada está preparado, coloca na mesa a cruz, a água benta,duas velas, que acende, e por fim a bôlsa. Não abre a pi-xide. Manda vir água com uma colher das de sopa. Veste asobrepeliz e a estola, genuflete, borrifa o doente e o quarto

segue a missa, sem atender às demais cerimônias do outrosacerdote; c) êste por sua vez coloca o 'SS. Sacramento na-quele lado do altar, em que estorvar menos. Deve observartôdas as cerimônias desde o confíteor até à bênção dadapor êle.

917. 13. Imediatamente antes e depois da missa cantada econventual, o sacerdote com os paramentos da missa nãopode distribuir a s. comunhão. (d. 4177 ad 3.)

14. Para a emissão e renovação dos votos de religio-sos dentro da missa, observa-se o rito seguinte. (d. 3836.)

O C encarregado de receber os votos, toma o SS. San-gue, diz depois do confiteor: Misereatur, Indulgentiam,Ecce..., etc.; sustenta na mão a s. hóstia e volta-se paraos que fazem profissão. Cada um dêles lê por stta vez a suaprofissão e, terminada esta, recebe logo a s. comunhão.918. Na renovação dos votos, o C, voltado para o altar esustentando o s. hóstia na mão, espera até que os que reno-vam tenham proferido a fórmula dos votos. Estes, a não serque sejam poucos ou as constituições prescrevam outro mo-do, todos juntos proferem a fórmula dos votos e depoiscomungam.

178. A COMUNHÃO DOS ENFERMOS919. 1. Conforme o Cânon 847 o viático seja levado publi-camente, se não urge a necessidade ou uma justa e razoávelrazão aconselha outra coisa a juízo do Ordinário do lugar.Quando o viático é Levado publicamente, seja observado ocostume louvável de cantar em caminho os benditos e, senão houver, seja introduzido prudentemente. (C. B. n. 214.)

Principalmente a comunhão pascal seja levada aos en-fermos com a maior solenidade possível. (C. B. n. 214.)O viático privadamente pode ser levado, sendo preciso, a`cavalo, em carro de estrada de ferro, em automóvel, não,porém, em bicicleta a não ser em lugares afastados, em casode urgência e por falta de outro veículo. (C. B. n. 217.)920. 2. Comunhão privada ou oculta. 1. Para sacramentarum doente, o sacerdote prepara numa malinha todo o ne-cessário para as santas funções: a cruz, duas velas, águabenta, água batismal, santos óleos com algodão, campainha,se fôr possível, ritual.

Page 230: Curso de liturgia pe.João Reus

11. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 461

no lugar fora da igreja, onde se guarda o SS. Sacramento.(d. 2383.)

O C. B. n. 214 determina que o sacerdote anuncie aosfiéis as indulgências concedidas aos que acompanham o viá-tico. (Ver C. B. p. (172).)

926. 9. Numa casa religiosa o sacerdote que administra as. comunhão tira a âmbula do sacrário (como n. 3), tomao véu, e, precedido de um acólito com lâmpada, leva o San-tíssimo ao quarto do doente, volta à"igreja, reza as oraçõesprescritas e dá a bênção.

927. 10. Num hospital católico em geral não se permite aadministração oculta da s. comunhão. As condições enume-radas no ritual (n. 27), que a justificam, são só duas: a)viagem longa; b)_ impossibilidade de tornar a trazer para aigreja o Santíssimo com a reverência devida. Nem uma nemoutra destas razões existe em tal lugar. Procede-se comoem on. 9.928. 11. Se a enfermaria está tão perto da capela, que osdoentes possam ver o altar ou ao menos ouvir o sacerdote,pode-se administrar a s. comunhão fora e dentro da missacomo de costume. Reza-se no altar: Misereaur, Ecce, Do-

mine non... Acompanhado de dois acólitos com velas acesasleva o SS. Sacramento debaixo da umbela aos doentes. (d.2672; 3322.) Se a comunhão se der fora da missa, é precisorezar O sacrum conviviam... e dar com a mão a bênção.

12. Se os doentes estão em outro andar ou em outraala, deve-se seguir o rito comum: preparar uma mesa, etc.

929. 13. Se os doentes estão em quartos diferentes da mes-ma casa ou do mesmo hospital, basta que o sacerdote oudiácono reze só no primeiro quarto tôdas as orações antesda comunhão dos enfermos no plural, nos outros quartos digasó: Misereatur..., Indulgentiam... Ecce... uma vez Do-mine non sum... Accipe frater. ou Corpus Domini...No último quarto acrescente: Dominus vobisc., etc., e dá,se houver uma s. hóstia consagrada, a bênção eucarística.Tendo voltado para a Capela, reza as outras orações pres-critas. (S. R. C. 9 jan. 1929.)930. 14. Não se restringe só aos doentes o direito de re-ceber o Santíssimo Sacramento em casa; têm-no todos osque se acham impossibilitados de o receber na igreja (Conc.

460 R e u s, Curso de Liturgia

com água benta, dizendo: Asperges me, etc., o primeiroverso do Miserere, Gloria Patri e repete a antífona. Volta-separa o Santíssimo, genuflete, reza de pé as orações do ri-tual e prepara o doente, se fôr preciso.

6. Abre a píxide, genuflete e, voltado para o doente, diz:Misereatur tui ou vestri, se são mais de um, Ecce Agnus, Do-mine non sum, palavras essas, que, conforme o ritual (n. 19),também o doente deve dizer em voz baixa, ao menos umavez. Depois: Corpus Domini... ou Accipe frater viaticum.. .924. 7. Coloca a píxide, depois de a ter purificado breve-mente com o indicador, na mesa, lava os dedos na água,com que encheu a colher e dá esta água ao doente. Estemétodo é preferível, se não houver circunstâncias que o im-peçam. O novo ritual não o prescreve mais, mas também nãoo proíbe. Indica que a ablução, feita num cálix de água,dada ocasião, se deite na piscina ou, se esta faltar, no fogo.(Rit. n. 22.) Neste caso tome-se pouca água, porque as fa-mílias pobres não dispõem de grande fogo. Depois o sa-cerdote, voltado para a cruz, reza Dom. vobisc. e a oraçãoe dá a bênção com a mão, dizendo Benedictio Dei Omni-potentis, etc.

925. 8. Se ainda guarda uma partícula (o que, fora danecessidade da comunhão privada, é prescrito, Rit. n. 23),depois da oração mencionada, toma o véu de ombros, genu-flete, põe a píxide na bôlsa e dá a bênção ao doente semdizer nada. O ajudante toca a campainha. Se isto não épossível, o sacerdote avise ao doente, que vai receber a bên-ção eucarística. Do contrário ela passa despercebida. Voltapara a igreja, rezando o salmo Laudate Dom. e outras ora-ções. Na igreja coloca o SS. Sacramento no altar, genufle-te, reza de pé: Panem de ccelo (no tempo pascal e na oitavade corpo de Deus com aleluia), Dominus vob. (sem Domineexaudi) e a oração com conclusão breve. Onde é costume,meio voltado para o povo anuncia as indulgências dizendo,p. ex.: "Todos que acompanharam o Santíssimo, ganham asindulgências concedidas por êste ato de devoção." Genu-flete e dá a bênção com o SS. Sacramento sem dizer nada.A píxide com as s. hóstias é colocada no tabernáculo e puri-ficada na missa seguinte. Na sexta-feira santa a bênçãocom o SS. Sacramento é dada no quarto do doente, mas não

Page 231: Curso de liturgia pe.João Reus

462 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 463

Plenar. L. Am. n. 523; C. P., n. 241) : a mãe que não podedeixar o filho doente, a enfermeira que não pode sair doisolamento, os débeis e velhos que não podem ir à igreja,podem comungar em casa. (Cf. S. C. de Sacra m. 5 jan.1928: A. A. S. 1928, p. 79.)

15. Os doentes que há um mês se encontram de cama,sem certa esperança de'. convalescer em breve, a conselho deseu confessor podem comungar uma ou duas vêzes por se-mana, embora antes tenham tomado algum remédio ou al-guma coisa em forma de bebida. Doentes são também osfracos por velhice ou debilidade; os que não podem ficar decama; aquêles que por algumas horas podem deixar a camae até poderiam comungar numa igreja vizinha. (Vermeersch.)O mês a contar é de 30 dias; Cappello permite 26,, 27 dias.Duas vêzes permitir mais, seria pecado mortal para o con-fessor. Mas o doente pode usar do privilégio, ainda quandonos outros dias, apesar da dificuldade, comunga em jejum.Em forma de bebida: por exemplo, caldo de carne, café, lei-te, mesmo misturado com pão ralado ou sêmola, ôvo diluídoou cozido levissimamente; não ôvo duro. (Vermeersch, Theol.mor. III, p. 338.)

16. "Nos lugares rurais, tôdas as vêzes que se levar a s. .

comunhão aos enfermos, pode-se distribuir também a ou-tros fiéis fora da igreja em lugar santo ou decente ou ho-nesto, com licença do ordinário do lugar, a que deve ser ou-torgada em cada caso e só para uma vez." (C. B. n. 227, §,2.) Se num caso imprevisto não se pode pedir a licença,é Iícito presumi-la.

17. No caso de o doente vomitar depois da comunhão, Vermeersch_ dá,a instrução seguinte. Se a sagrada hóstia aparece não corrompida e odoente por nojo não a toma, é mister conservá-la em lugar- sagrado,até que esteja corrompida e deitá-la no sacrário. Para acelerar a cor-'rupção, não parece proibido acrescentar certa quantidade de água. Se,embora não apareçam, ainda se possam achar no vômito espécies sacra-mentais, "queime-se o vômito e a cinza se de'te no sacrário." (Rubr. dadefect. X, n. 14.) Theol. mor. III, p. 349. Consegue-se separar a hóstia dovômito, acrescentando-se numa bacia água suficiente. Para queimar ovômito, é- indispensável absorvê-lo em algodão ou outra matéria inflamável.Se as espécies aparecem espumosas, é sinal de corrupção; não são maisespécies de pão. Se passou tanto tempo depois do acidente, que não podehaver espécies sacramentais no vômito, não é preciso queimá-lo. O sacer-dote, a quem acontecer tal acidente na missa, não deve nem pode maisconsagrar. (Falise, Lugo.) A tosse ou o. vômito depois da sumpção do SS.Sangue apanha-se prudentemente com o cálix, tossindo -para dentro dacopa.

Ubach dá outra solução. Se as espécies sagradas aparecerem inteiras,sejam consumidas devotamente sem ser necessário que a pessoa que astoma esteja em jejum; deve, porém, estar em estado de graça. Po's ómais conveniente consumi-las do que deixar que se corrompam. (Theol.mor. II, n. 1759.) Neste caso separa-se com uma colher a adorável hóstia,não corrompida, do vômito, deita-se numa bacia com bastante água paralimpá-la, põe-se com a mão ou de outro modo num copo de água limpa

e bebe-se tudo. Desaparece, desta maneira, o nojo, como consta da ex-periência. E' uma comunhão com tôdas as graças sacramentais (Ver-

para s com Nossoeuch., 12,

Senhor sacramentado. Não se éste ato de amor

presença de

sacerdote.

179. BÊNÇÃO DO SANTÍSSIMO

Observações

931. 1. Da bênção eucarística na administração da s. co-munhão e na procissão de corpo de Deus deriva-se a bên-ção do SS. Sacramento. Mas o nome propriamente só indicao ato final de todo êste ,

exercício, que compreende ao mes-mo tempo a exposição do SS. Sacramento, os cânticos e ora-ções, a bênção e a reposição. Distingue-se a exposição pú-blica e a privada.

932. 2. A exposição pública, mais ou menos solene, é aque se faz com a custódia colocada no trono, no qual nuncase pode pôr a pixide. Se por algum motivo a custódia ficarsôbre o altar diante do sacrário, exige-se um trono portátilcom dossel, em que se põe somente um corporal (maquineta, Tabor).

3. Retiram-se as sacras (d. 3130 ad 3), se fôr fora damissa. Não se pode pôr diante do sacrário: nem cruz, nemluzes, nem flores, nem relíquias. (C. P., App. VI, n. 63; d.2067.) A côr do conopeu é branca. (Cf. n. 183.)

933. 4. Para a exposição solene (por bastante tempo, al-gumas horas) estão prescritas ao menos 12 velas. (d. 3480.)Depende do bispo decidir se as igrejas pobres se podemcontentar com seis velas. (d. 4257 ad 4.) .Na exposição me-

nos solene são permitidas 6 velas. (d. 1992, Vermeersch,Th. mor. III p. 364.) Basta que estas velas na maior ou emparte notável sejam de cera. Somente o cirio pascal, o círioque se imerge na água batismal e as duas velas da missadevem ser na maior parte de cera. (d. 4147.) Velas de es-

tearina não se podem empregar sôbre o altar nem mesmojunto com velas de cera (d. 4257 ad 5); só se podem- cul-pregar fora do altar. A custódia colocada no altar deve es-tar coberta com véu branco antes e depois da exposição.(d. 4268 ad 7.)

934. 5. No ato da exposição nenhum canto está prescrito.(d. 3110 ad 14.) Deve-se incensar duas vêzes (d. 4202 ad1) o Santíssimo, no ato da exposição e ao Genitori, embora

entre a exposição e o Tantum ergo não se digam orações;

Page 232: Curso de liturgia pe.João Reus

464 R e u s, Curso de LiturgiaII. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 465

neste caso não se põe incenso no turíbulo outra vez. (1. c.)No fim da exposição deve-se dar a bênção (d. 3713) depoisdo canto do Tantum ergo e Genitori. Estas estrofes não sepodem separar cantando uma na exposição e outra na re-posição. (d. 4213 ad 2.)

Tantum ergo e Genitori com o versículo Panem de 'cce-lo e a oração devem ser cantados (cantari debent) antes dabênção com o SS. Sacramento. (Decr. t. V p. 481; d. 3513.)A oração pelo papa, prescrita pelo C. B. n. 33 § 3 canta-se ou ao menos reza-se antes do Tantum ergo. (Ver n. 943.)

Na bênção do Santíssimo, que se faz no oitavo dia decorpo de Deus de tarde, não se acrescenta mais aleluia aoversículo Panem de ccelo, porque já se dizem as vésperas dafesta do S. Coração de Jesus. (Brun. 16-5-39; Eph. Lit.1839 p. 106.)

6. Fora da exposição soleníssima de XL Horas, nãoestá prescrito velar as imagens no altar da exposição. (Gar-dellini in Instr. Clem., § III, n. 7.)935. 7. São permitidos cantos na lingua vulgar diante doSS. Sacramento. (d. 3124 ad 7.) Porém, o Te Deem e ou-tras preces litúrgicas devem ser cantadas pelo côro só emlíngua latina. (d. 3537 ad 3.) 0 Te Deum (exceto: Te ergoque?sumos), Magnificat, Benedictus, Regina cceli cantam-sede pé. Mas os ceroferários não se levantam. (d. 4224.)936. 8. A função propriamente litúrgica é a bênção euca-rística desde o Tantum ergo até à cruz formada com a cus-tódia inclusivamente. Por isso não é permitido interrompê-lapor qualquer oração ou canto. (d. 2791 ad 2.)

9. Para a exposição basta que o sacerdote esteja re-vestido de sobrepeliz e estola, porém nunca basta estar sócom alva, cíngulo e estola. (d. 3697 ad 12.) Para dar a bên-ção eucarística é preciso vestir o pluvial. (1. c.)937. 10. Inclinações diante do Santíssimo exposto: 1. Quemestá ajoelhado, não faz inclinação profunda de cabeça oudo corpo, mas só inclinação medíocre da cabeça e módicados ombros. 2. Quando o diácono faz genuflexão ao abrire fechar o tabernáculo, os outros podem fazer inclinação me-díocre, se fôr costume. 3. Ao levantar-se para cantar (stansdicat Oremus Rit. IX, 5, 5) Oremos e Deus qui e ao ajoe-lhar-se depois, não se faz inclinação. 4. Nem o diácono nemo assistente, se houver, faz inclinação antes de se levantar

para subir ao altar ou depois de descer. 5. Antes de se le-vantar para, pôr incenso no turíbulo, faz-se inclinação me-díocre. 6. Só os que estão em pé fazem as inclinações ocor-rentes durante as orações, p. ex., Oremus ou ao SS. Nomede Jesus. 7. Quando o acólito se levanta para ir à credênciae trazer o véu de ombros, não faz nenhuma reverência. Masse passar pelo meio, faz genuflexão simples. (d. 4179 ad 1-4.)

A bênção com o SS. Sacramento não seja muito frequente. (d.800; 1329.) Contudo se pode dar mais que uma vez na mesma igre-ja e no mesmo dia com licença do bispo (d. 3438, ad 5) por oca-sião de pias congregações, ou por devoção; mas não durante aexposição das 40 horas. (d. 3448 ad 3.) E' permitida durante aoitava de corpo de Deus, guardando-se as prescrições. (Ver núm.436.) Durante o mês de outubro, p. ex., nas freguesias rurais, pode-se dar a bênção eucaristica solene costumada, devidamente conce-dida pela autoridade competente, de manhã, finda a última missa.Urna segunda de tarde está autorizada pelo d. 3666, prescrevendo-acom a recitação do rosário e da ladainha lauretana (d. 3650 ad 5;Deer. t. V. p. 436), quando estas orações não se rezaram durantea missa.

L A bênção solene

938. 1. 0 C veste a sobrepeliz, a estola e o pluvial. Se estáacompanhado de diácono e subdiácono deve vestir a alva e opluvial. (d. 3799 ad 1.) O manípulo não se põe.

2. Os paramentos são sempre brancos. Se a bênção fôrlogo, depois da missa ou das vésperas, os paramentos têma côr do ofício. (Encarnado, verde, roxo, d. 3559.) 0 véude ombros é sempre branco. (d. 2562.)

1. 0 DIACONO OU ASSISTENTE

939. 0 D lava as mãos, veste a sobrepeliz, põe, se é sa-cerdote, a estola no braço esquerdo; se não é sacerdote, podevestir a estola. Ordinariamente o assistente não põe barrete.Vão para o altar, o C atrás do assistente ou dos MM ouos MM acompanham o C segurando a orla do pluvial. Tendochegado diante do altar, entregam os barretes e genufletemno plano. O C e os MM ajoelham-se para adorar o SS. Sa-cramento ("orat aliquantulum". Rubr. missal. parasceve, Bal-deschi, Vavasseur-Haegy), fazendo pequena inclinação. Oassistente, sendo sacerdote, põe a estola com ou sem Osculo.(d. 2990 ad 1.) Sem fazer inclinação, sobe ao altar, esten-de o corporal, abre o tabernáculo, genuflete com as mãospostas, retirando-se um pouco para o lado por causa do C,pega a cápsula com a s. hóstia, fecha o sacrário, põe a cus-

Curso de Liturgia - 30

Page 233: Curso de liturgia pe.João Reus

466 R e u s, Curso de Liturgia

tódia sôbre o corporal, tirando o véu, se não o fêz antes, tiraa s. hóstia da cápsula, põe-na na custódia, fecha a custódiae coloca a cápsula ou no sacrário ou no corporal, o que nãoé preciso se a s. hóstia está incluída entre dois cristais; de-pois coloca a custódia no meio do corporal, faz genuflexãosimples (d. 4141 ad 7), retirando-se um pouco para o lado,coloca a custódia no trono e genuflete. Se, para chegar aotrono, fôr necessário sair do altar, é acompanhado de doisacólitos com tochas e de outro com a umbela. Se a cápsulaestiver em outro altar, vai lá, cobre a cápsula com o véue volta ao altar da exposição acompanhado de acólitos corotochas e umbela. (Em caso de necessidade bastará urna vela;C. P., Ap. VI, n. 35.) Colocada a custódia no trono, genu-flete e desce pela esquerda. Sendo sacerdote, tira a estola.Se tocar na s. hóstia, lava os dedos.

No apêndice do C. B., p. (334), indica-se o modo de proceder na ex-posição do SS. conservado em vasos litúrgicos diferentes.

§ L. Se a sagrada hóstia estiver na luneta, depois de estender o cor-poral, tira o véu da custódia, e o entrega ao cerimoniário para o dobrare levar para a credência. Abre o sacrário, faz genuflexão, tira a lunetae a adapta à custódia, que põe no meio do corporal.

§ 2.. Se, porém, estiver -o crescente em âmbula própria, estendido ocorporal, e desvendada a custódia, abre o sacrário, genuf_ete, extrai e des-cobre a âmbula, faz nova genuflexão e põe o crescente na custódia.

§ 3.° Se estiver na pixide da sagrada reserva, aberto o sacrário, ge-nuflete, tira-a e descobre, faz nova genuflexão, toma a sagrada hóstia epõe no crescente ou luneta que adapta à custódia, encerra a pixide nosacrário e coloca a custódia no meio do corporal.940. Todos os que se devem levantar, quando se põe in-censo no turíbuló, fazem inclinação medíocre do corpo. O Cvolta-se para o lado da epístola; à- sua direita está o D coma naveta, à direita do D o turiferário. O D entrega a colheri-nha sem ósculo, enquanto o S sustenta o pluvial. O C nãobenze o incenso, ajoelha-se, enquanto o D recebe o turibulodo acólito e passa-o ao C, pondo a parte superior das cor-rentes na mão esquerda, e a parte inferior na mão -direitaale, faz inclinação com ele, sustenta o pluvial durante aincensação, recebe o -turíbulo e entrega-o ao turiferário.941. Entrega depois o livro ao C, mostra a oração sem selevantar e recebe o livro. Ao Tantum ergo, até Veneremurcerniu, faz inclinação mediocre do corpo; ao Genitori mi-nistra o incenso e entrega depois a oração do Santíssimo.O assistente, sendo sacerdote, põe a estola, recebe o livro doC, levanta-se sem inclinação, sobe, genuflete um pouco re-tirado para o lado. Desce a custódia do trono, pondo-a noaltar ou não. Pois os dois modos satisfazem ao d. 3975 ad4: 0 - D toma a custódia; de onde, não se diz. Entrega-a ao

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 1(i7

C de modo que êste possa pegá-la pelo nó e pelo pá, vi-rando o lado anterior da custódia para si, põe as extremi-dades do véu sôbre as mãos dêle, se fôr preciso, genuflete,põe-se-de joelhos na borda do supedâneo, faz inclinação me-

diocre do corpo durante a bênção, sobe, recebe a custódiasem virá-la e coloca-a no corporal. Genuflete, desce, entre-ga a oração Deus seja bendito. E' êste o uso romano. (1. c.)

Conforme o C. E., o D coloca a custódia sôbre o cor-poral e o C mesmo tira-a do altar.942. Terminados os louvores, o D sobe, abre a 'cápsula edepois a custódia, coloca a s. hóstia na cápsula, _ fecha-a epõe a custódia fora do corporal coberta com o véu (d. 4268),abre o sacrário sem genuflexão, coloca lá a cápsula, faz ge-nuflexão retirando-se um pouco para o lado, fecha o taber-náculo, dobra o corporal e põe-no em a bôlsa, que encostana banqueta, (não no meio, C. P. Ap. VI., ri. 64). Sem in-clinação desce pela esquerda (o assistente, sendo sacerdote,tira a estola), genuflete in plano com -o C e o S, entrega obarrete - ao C, beijando primeiro o barrete e depois a mão,põe o barrete e vai diante do C para a sacristia, onde fazinclinação à cruz e ao C.

O subdiácono assiste ao incenso à direita do C, susten-tando o pluvial, ajoelha-se com o C e faz inclinação me-díocre do corpo. De joelhos canta com o D o versículo, se ocôro não o fizer. Se o C se levanta para urna oração, fica dejoelhos como o D. Ajuda o C, para tornar o véu de ombros,sobe com o C até ao primeiro degrau, ajoelha-se, quando oC genuflete no supedâneo e faz inclinação durante a bênção.Desce, recebe o barrete e volta para a sacristia ou à es-querda do C ou na frente do D como no princípio.

2. • 0 CELEBRANTE943. Chegado ao altar genuflete e ajoelha-se no degrau in-ferior.. 0 D expõe o Santíssimo, desce e se ajoelha também.O C com os MM faz inclinação medíocre, levanta-se e retira-se um pouco para o lado do evangelho (C. E.), pie o in-censo, sem o benzer, no turibulo, ajoelha-se, recebe o turí-bulo, incensa com 3 ductos duplos o Santíssimo, fazendoinclinação mediocre antes e depois.

Quando se deve cantar urna oração, o versículo é en-toado ou pelo C ou pelos cantores (C. E.) ou, se fôr costume,

30*

Page 234: Curso de liturgia pe.João Reus

468 R e u s, Curso de Liturgia

pelos MM. Quem canta o versículo fica ajoelhado. (d. 2008.)Para a oração só o C se levanta sem inclinação, canta depé (ver n. 937) Oremus com inclinação, depois a oração eajoelha-se sem inclinação. As orações têm sempre conclusãobreve. Quando o côro canta a antífona rnariana correspon-dente ao tempo litúrgico, o C deve tomar a oração respectiva.(d. 3530 ad 1.)

Antes do Tantum ergo, canta-se ou ao menos reza-se (C. B. n. 33, § 3.0 ) :

Oremus pro Pontifice nóstro N. (Rit. rom. Lit. Sanct.)I. Dominus conservet eum et vivificet eum et beatum faciat eum in

terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius.

OREMUSDeus, omnium fidelium Pastor et Rector, famulum tuum N., quem pas-

torem Ecclesite tua presse voluisti, propitius respice: da ei, quasumus,verbo et exemplo, quibus prmest, proficere, ut ad vitam, una cum gregesibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum Dominum nostrum.. Amen.

Esta oração é obrigatória só na bênção solene. Segue isto dapalavra canatur, cerimônia prescrita só na bênção solene, e da conse-quência inaceitável, se obrigasse em tôdas as bênçãos eucaristicas.(Cân. 1274, § 2.°)

944. As palavras. Tantum ergo até Veneremur cernui faz-seinclinação medíocre. (Gardellini, Instr. Clem., § 24, n. 10.Cf. n. 113.) Põe-se incenso no turíbulo ou logo depois deVeneremur cernui ou ao Genitori. Canta-se o versículo e aoração. O C recebe o véu de ombros ''ajudado pelo D e S,sobe ao supedâneo, faz genuflexão simples ao Santíssimoe recebe, de pé, com ambas as mãos envôltas nas extremi-dades do véu de ombros, a custódia da mão do D, que ge-nuflete. Volta-se para o povo e dá a bênção, traçando coma custódia o sinal da cruz: eleva lentamente a custódia, i. é,a s. hóstia até à altura dos olhos, desce-a até ao peito, tornaa elevá-la até à altura do rosto, leva-a em linha reta parao seu lado esquerdo até em frente do ombro, depois em li-nha reta até em frente do seu ombro direito, volta-se paraa esquerda e entrega a custódia ao D. O turiferário podeincensar o SS. Sacramento. (d. 3108 ad 6.) Toca-se a cam-painha, até o C ter acabado a bênção. O C faz genuflexãosimples e desce uni pouco pelo lado do evangelho, para nãovirar as costas a Nosso Senhor, ajoelha-se e entrega o véude ombros. Reza o Deus seja bendito, Deus e Senhor nosso.Depois da reposição, quando o D desce, o C se levanta, fazgenuflexão no plano com o D e S, põe o barrete e voltapara a sacristia.

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 469

§ 180. A BENÇÃO DO SANTÍSSIMO SEM ASSISTENTE

945. 1. 0 C pode fazer a exposição revestido de sobrepelize estola. Para dar a bênção está prescrito o pluvial. (d.3697 ad 12.)

2. 0 C, chegado ao altar, depois de breve adoração,sobe ao supedâneo e expõe o Santíssimo como foi dito em on. 939, desce pela direita um pouco pelo lado do evangelho,para não virar as costas a Nosso Senhor. As orações can-tam-se como foi dito.

3. Para dar a bênção depois da oração do Santíssimo,recebe o véu de ombros, sobe sem inclinação ao supedâneo,faz genuflexão simples, desce a custódia do trono, coloca-ano corporal, pega-a com as mãos envôltas nas extremidadesdo véu de ombros com a esquerda pelo pé,' com a direitapelo nó. Traça a cruz ou levando a custódia para a esquer-da e para a direita e voltando-se pela esquerda para o al-tar (C. E. II, 33, 27, que deixa liberdade; d. 1563 ad 2),ou levando a custódia para a esquerda e para a direita econcluindo o círculo (Bauldry 1. c.), voltando-se pela di-reita para o altar. Coloca a custódia sôbre o corporal, descesem virar as costas ao Santíssimo, entrega o véu de om-bros, reza o Deus seja, etc., e faz a reposição como foi ditonas cerimônias do D. (n. 942.)

§ 181. A EXPOSIÇÃO PRIVADA

946. 1. A exposição privada, i. é, na píxide, pode-se fazernas igrejas ou oratórios, em que seja permitido conservar as. eucaristia (cân. 1274, § 1) por qualquer causa particularrazoável e sem licença do bispo. Não é motivo suficientepara abrir o tabernáculo e fazer adoração, a devoção par-ticular de um sacerdote. (d. 3832 ad 2.)

2. 0 C veste a sobrepeliz e a estola., Não há obrigaçãode usar o pluvial nem de fazer incensação. (d. 4202 ad 1.)Se esta exposição se fizer no fim da missa, o C conserva Osparamentos da missa, mas tira o manípulo. Nunca, . porém,pode usar paramentos pretos. (d. 3949 ad 8.) 0 véu deombros deve ser sempre branco. (d. 3833,ad 3; 2562.)

E' proibido tirar a pixide do sacrário para colocá-la sobo baldaquino ou no trono (d. 4096 ad 7).947. 3. Rito. O C. veste a sobrepeliz e a estola branca. Chegado ao altargenuflete no plano, ajoelha-se sobre o degrau inferior o após brevissimaoração, levanta-se, sobe ao altar, toma da bolsa o corporal e o estendecompletamente, abre o sacrário e faz genuflexão. Põe a píxide, se f6r

Page 235: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

preciso, à porta do sacrário, afastando o pavilhão e segurando para umlado a cortina interior do sacrário, se houver, mas sem tirar o pavilhãoda píxide. (C. P. Ap. VI, n...112.)

Genuflete e sem voltar as costas ao SS. desce e se ajoelha sôbre odegrau inferior. Não faz inclinação, porque não se levanta para pôr in-censo no t uríbulo.

4. Ditas tôdas orações que se pretendem recitar, o C. reza Tantumergo; Genitori, Panem de cmlo... (alleluia).

De pé (stans) diz: Oremus. Deus, qui nobis... com a cláusula curta:Qui vivis et regnas in siecula smculorum.

Acabada a oração, ajoelha-se, recebe o véu de ombros, levanta-se, semse inclinar, de mãos postas sobe ao altar, faz genuflexão, tira a pixidee coloca no corporal, fecha o sacrário, compõe as extremidades (as duas:d. 3780 ad 1.) do véu sôbre a pixide e tomando-a nas mãos, vira-se parao povo e dá a bênção como foi dito em o na 945. Coloca a píxide sôbreo corporal para tirar o véu de ombros e põe-na logo no sacrário. (d.3650 ad 1.) Faz genuflexão e desce sem voltar as costas ao SS. Ajoelhadono degrau inferior, sem fazer inclinação. deixa o véu de ombros e rezaos louvores alternativamente com os fiéis. (C. P. Ap. VI, n. 113.) Sobeao altar, genuflete, fecha o sacrário, dobra o corporal e o põe na bôlsa,desce, genuflete e volta para a sacristia.

948. E' permitido levar o SS. Sacramento para outro altare fazer lá a exposição à porta do sacrário. Mas é preferívelrezar, p. ex., a novena no altar do santo respectivo e depoispassar para o altar do SS. Sacramento e dar a bênção. (Eph.Lit. 1928, p. 430.)

5. 0 santo lenho. Para a exposição pública, a relíquiaautêntica do santo lenho não pode ser . colocada diante(d. 2906) nem em cima do tabernáculo com o SS. Sacra-mento. (d. 2740 ad 1.) Põe-se do lado do evangelho ounum altar lateral, e, se houver missa no altar, entre os cas-tiçais. (d. 2887 ad 4.) Devem arder no altar ao menos duasvelas. (d. 2067 acl 9.) E' venerada com genuflexão simplespelos que passam diante dela (d. 2390), e incensada pelooficiante de pé (d. 2324) com três ductos duplos. Pode serbeijada pelos fiéis. (d. 2704.) No fim da exposição o ofi-ciante deve dar a bênção com a relíquia do santo lenho (d.2324"ad 1), mas não faz genuflexão ao pegá-la. Genufleteao chegar ao altar e ao retirar-se. (d. 2722 ad 1.)

§ 182. A PENITÊNCIA

949. 1. Se o costume o .exigir, o sacerdote veste a sobre-peliz e a estola roxa. (Rit. IHI, c. 1, n. 10.)

O C. B. determina: para ouvir confissões na igreja osacerdote revista-se de sobrepeliz e estola; fora da igrejapode usar só a estola roxa. (C. B. n. 233, § 1.°)

2. Para dar a absolvição o sacerdote põe as mãos ediz: Misereatur tui; depois com a mão direita estendida evoltada para o penitente: Indulgentiam. Não está prescritono ritual que a palma da mão seja voltada para o peniten-te. Satisfaz-se à rubrica imitando a imposição da mão sôbre

11. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 471

a cabeça do penitente. Nesta posição continua: Dominus

noster, etc.

950. 3. Para a absolvição da excomunhão no fôro internobasta a fórmula prescrita pelo superior. NO fôro externo

toma-se a fórmula prescrita pelo superior. Se nada se pres-crever ou se exigir in forma Ecclesice communi, segue-se o

ritual ao pé da letra.

951. 4. Às vêzes há penitentes que pedem "a bênção deS. Francisco". E' esta a absolvição geral para os terceirosfranciscanos seculares. Há duas fórmulas, a pública e a pri-vada. Para dar a pública, o sacerdote revestido de sobrepelize estola roxa (Rit. rom. VIII, c. 33 segunda) vai ao altar.Ajoelhado no degrau inferior reza as primeiras orações. Du-rante o confíteor sobe ao supedâneo e voltado para o povodiz: Misereatur vestri, etc. No confessionário o confessor co-

meça pelas palavras: Dominus nester e continua até ao fimno singular. Se, porém, as circunstâncias não permitirem di-zer a fórmula inteira, o confessor diz: Auctoritate a SummisPonti f icibus mihi concessa plenariam omnium peccatorumtuorum indulgentiam tibi impertior. In nomine Patris f et

Filii et Spiritus Sancti. Amen. (Rit. Rom. Ap.) Desta fór-mula breve diz o "Manual da Ordem Terceira de S. Fr. deAssis", Petrópolis, 1942, p. 216: Todos os confessores têmo poder para conferir esta indulgência na forma privada.

§ 183. A EXTREMA UNÇÃO

952. 1. Preparativos. a) Se a extrema unção se administralogo depois do viático, o sacerdote deixa a estola branca etoma a roxa. b) Em outros casos irá com as vestes ordiná-rias ao doente, levando ao peito numa saquinha de sêdaroxa, suspensa do pescoço, o vaso com o santo óleo, massempre separado do vaso da s. eucaristia. c) Em casa doenfêrmo se prepara uma mesa, coberta com urna toalha

branca, uma cruz, vela de cera e num pratinho (pires) seisbolas de algodão, miolo de pão ou sal, água e toalha parao sacerdote lavar as mãos. Em geral o próprio sacerdoteleve os objetos mais necessários numa malinha.

953. 2. Cerimonial. O sacerdote reza tôdas as orações vol-tado para o doente. 1. Ao entrar no quarto do enfêrmo: Pax

huic domui, etc. 2. Põe o santo óleo na mesa c acende a vela.3. Veste a sobrepeliz e estola roxa. 4. Dá a cruz a beijar

470

Page 236: Curso de liturgia pe.João Reus

472 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 473

godão entre os dedos. Um diácono assistente poderia limpar

os lugares ungidos.957. 6. Depois das unções, o sacerdote esfrega o polegarcom miolo de pão ou sal e lava as mãos. As bolinhas de al-godão, o sal, o pão usado são deitados na piscina ou no fogo.

7. Quando o sacerdote tem de administrar êste a bei-

mento a mais enfermos no mesmo lugar, o crucifixo

jar a cada um, diz tôdas as orações antes e depois das un-ções, no plural; faz, porém, as unções separadamente.

8. Se o enfêrmo morrer antes do fim das unções, o sa-

cerdote ou interrompe a administração doreza

as orações da encomendação da alma ou, melhor,as unções condicionalmente: Si adhuc vivis per istam... Omi-

te, porém, as orações depois dad o doènte já parece mor-

Se o sacerdote só chega quandoto, dê a absolvição sob condição e faça a unção com os s.óleos até mesmo urina hora e meia depois de ter expirado,cuidando de evitar a admiração das `pessoas presentes. (C.

B. n. 257.)9. Quando se dá a absolvição in articulo mortis (in-

dulgência plenária) logo depois da santa unção, deve-se re-

zar o con f iteor, embora talvez já se tenha rezado duas vêzes

na mesma ocasião. Pax huic domui e Asperges me omitem-se.

958. Para ganhar a indulgência plenária, além do estado

da graça, é indispensável: que aceita a morte da mão

a) a declaração do doente, q

de Deus; ao, do SS. Nome deb) a invocação, ao menos no

culatória: "Meti Jesus, mi-Jesus, fazendo repetir, p. ex ., a jaculatória:

O sacerdote procure com palavras prudentesconseguir do enfêrmo êstes atos necessários.

959. Bento XIV na Constituição Pia Mater (5 abr. 1747)

diz: "0 ritual romano impõe aos sacerdotes rr d n d r 1-

por ao doente o que ^ deve fazer, para que

gência plenária, (proponant, quid (fideles) ad eam, conse-

quendarr} agere debeant). Prescrevemos aos sacerdotes que

de todos os modos procurem mover os moribundos a novos(embora tivessem já antes) atos de contrição e a

formular

afetos de íntima caridade para com Deus, principalmente, po-rém, para aceitarem a morte da mão de Deus coin resignaçãoe boa vontade. Pois impomos e prescrevemos aos tais mori-

ao doente. 5. Asperge-o em forma de cruz, asperge tambémquarto e os assistentes, dizendo: Asperges me, Domine, his-

sopo et mundabor: lavabis me et super nivem dealbabor, semo verso Miserere mei e sem Gloria Patri, sem alleluia notempo pascal. (d. 2089 ad 7.) 6. Segue a confissão, se fôrpreciso. 7. Explica, se fôr possível, brevemente a eficácia doSacramento. Evite a expressão: extrema unção e fale dasanta unção ou do s. óleo, para não assustar o enfêrmo ig-norante.954. 3. 0 conf iteor sempre se deve rezar, embora já tenhasido recitado na comunhão. Ao dizer: In nomine Patris. ..

exstinguatur... o sacerdote estende a mão direita sôbre acabeça do enfêrmo e conserva-a nesta posição durante tôda .a oração, exceto os sinais da cruz. (Rubr.)955. 4. 0 direito canônico (cân. 947) diz: a) Em caso denecessidade basta uma unção num sentido ou melhor nafronte com a fórmula breve prescrita: Per istam sanctamUnctionem indulgeat tibi Dominus quidquid deliquisti. Amen.(Rit. V, c. 1, n. 21.) Se o enfêrmo sobreviver, devem-se su-prir as orações e unções omitidas. b) A unção dos rins sem-pre se omite. c) A unção dos pés pode-se omitir por qual-quer motivo razoável. d) Fora de caso de necessidade graveo sacerdote tem de fazer a unção com a mão e sem instru-mento. Ern caso de doença contagiosa preparam-se seis pau-zinhos (fósforos) (d. 3051 ad 2) ; uma extremidade dêlesestará envolvida em um pouco de algodão. Para cada un-ção toma-se um novo pauzinho, cuja ponta se molha como s. óleo, que desta maneira se conserva limpo.956. 5. As funções se fazem em forma de cruz, enquantose profere a fórmula distribuindo-se na unção dos órgãos dupios as palavras pelas duas unções sem terminar a fórmulaantes da unção. Guarda-se a, ordem prescrita pelo ritual.

A unção dos olhos faz-se sôbre as pálpebras fechadas,a dos ouvidos sôbre o lóbulo ou extremidade inferior da ore-lha, a do nariz, sôbre as duas narinas ou sôbre a parte su-perior, a da bôca sôbre os lábios fechados, a das mãos naspalmas, nas costas das mãos para os sacerdotes, a dos pésno peito ou na planta. Com a bolinha de algodão, que tementre o indicador e o médio limpa logo o lugar ungido, aomenos na unção dos ouvidos. A cada unção o sacerdote ume-dece o polegar no s. óleo e toma uma nova bolinha de al-

Page 237: Curso de liturgia pe.João Reus

474 R e u s, Curso de Liturgia

bundos mormente esta obra, pela qual se preparem e dis-ponham para alcançar o fruto da indulgência plenária."

A invocação do SS. Nome de Jesus foi prescrita maistarde.

O ritual diz que esta indulgência se pode dar tambéma pessoas sem sentidos, mas não a impenitentes. Basta, nes-te caso, o estado de graça. Podem recebê-la também ascrianças, que tenham atingido o uso da razão. (Beringer.)

O Cân. 468, § 2 dá ao sacerdote, que assiste ao mori-bundo, a faculdade de conceder esta indulgência plenária eacrescenta o aviso de não omiti-la. Pode-se e costuma-sedar a indulgência plenária junto com a extrema unção. Maso doente só a ganha no momento da morte.

§ 184. AS EXÉQUIAS

960. 1. As exéquias em sentido lato compreendem tôdasas cerimônias até ao entêrro; em sentido restrito, o ofíciodos defuntos com ou sem a missa exequial. Da missa jáse tratou no n. 656. As cerimônias antes e depois da mis-sa, das -quais nada se pode deixar sem autorização dá Con-gregação dos Ritos, são as seguintes segundo o ritual ro-mano. Os ritos de igrejas particulares, se houver, devem-serespeitar .

Os enterros não se façam antes do nascer ou depois do pôr do sol; eenquanto fôr possível não nos dias de maior solenidade. (C. B., n. 341, 1.)Para acompanhar o cadáver, o pároco reveste-se de sobrepeliz e estolaou também de pluvial. (Rit.) Pode conservar estes paramentos para can-,tar o Noturno e o ofício antes da missa no dia 3. 0, 7.° e 30.. aniversárioe outros dias. (d. 3029, ad 4 e 5.) Nas exéquias celebradas fora da missanão se podem admitir o D e S com paramentos sacros. (d. 3066, ad 2.)

Nenhum clérigo pode pegar em caixão de leigos (Rit. VI, c. 1, n. 17;cân. 1233, $ 4) nem de sacerdote. (d. 3110, ad 15.) A interpretação au-têntica dêste decreto, dada pela S. R. C., acha-se nos Deer. aut. tomo V,p. 203: Feretrum defuncti sacerdotis veI fimbrias panni mortuarii in fu-neribus deferre non - licet ecelesiasticis, presertim canonicis" e exclui quais-quer clérigos com ou sem veste litúrgica, e qualquer serviço. (Eisenhofer,Lit. II p. 439; Solans, II. p. 252; Mach-Ferreres,- I, p. 463,) Só o féretrodos bispos tem o privilégio de ser levado por sacerdotes. (d. 1021; C. E.II, 38, n. 24.) -

2. O C, precedido da cruz processional, de um acólitocom água benta, e acompanhado de outros (Rubr.) de bar-rete pôsto, se fôr fora da igreja, dirige-se para a casa mor-tuária, acompanhado do povo. Tendo chegado à casa res-pectiva, descobre-se e asperge o cadáver. Depois diz em vozalta, mas sem canto (d. 4095 ad 1), as palavras: Si iniqui-tates e o salmo, não alternando com os assistentes. Termi-nada a_última antífona cobre-se e entoa: Exsultabunt e oscantores começam o Miserere. Se não houver cantores, o C

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 475

reza o -salmo indo na frente do cadáver. Não atrás, paroco

prcecedente : feretrum, Rit.)961 „3. Ao entrar na igreja, descobre-se e os cantores en-

toam Subvenite. Terminado êste responsório, segue-se o ofí-cio dos defuntos. Se o oficio não se seguir imediatamente, o

C reza Kyrie, Pater noster, versiculos, Absolve... Requiem.. .

No dia do entêrro - devem-se rezar três noturnos, se não fôr

impossível por motivos razoáveis, -p. ex., falta de tempo

(temporis angustia) ou necessidade -de fazer outro entêrro.

(Rit. VI c. 3 n. 16; d. 3110 ad 16.)

962. 4. Terminada a missa com absolvição, o corpo é con-duzido para o cemitério; o - C vai á frente do cadáver nempode segui-lo. (d. 3804 ad 10.) Se fôr preciso benzer o se-pulcro, o turiferário vai .à frente da cruz, com o turibulo.Fora disto, não é necessário levá-lo. Os cantores entoam,ou logo, ou em caminho: In paradisum.

963. 5. No cemitério, o cadáver é colocado junto do se-pulcro e, se fôr preciso, o C benze o sepulcro com a fórmu-

la: Deus cuins... Se o sepulcro serve só para um, deve-seempregar o singular. (Rit.) Põe incenso no turibulo, dizendo:

ab illo benedicaris, etc., e benzendo-o, asperge e incensa

o corpo e o sepulcro. O C está aos pés do cadáver e a cruz

à cabeceira do féretro;6. Depois o C entoa: Ego sum e os cantores começam

o Benedictus. No fim canta-se a antífona,, por inteiro. O C

canta Kyrie . . Pater nosier e continuando-o em voz baixa,asperge o corpo; é conveniente fazê-lo no meio, A esquerda

e à direita do C. Depois reza os versículos e a oração do

ritual, no fim: Requiem ceternaln, etc., traçando o sinal da

cruz sôbre o féretro. O côro canta (ou o C recita) Re-

quiescat... (singular). O C: Anima eius, etc.

964. 7. 0 C põe o barrete e regressa à igreja rezando:

Si iniquitates, etc., com o salmo: De profundis, na sacristia:

Kyrie, etc., como no ritual. A Igreja, solicita dos seus lithos,manda rezar por todos os defuntos ainda retidos no purga-tório. Por isso se usa o plural nestas orações.

Se a igreja é longe, é mais conveniente rezar estas ora-ções, enquanto se enterra o. cadáver, ato de caridade, a queos amigos costumam assistir e-contribuir deitando mu pouco

de terra sôbre o caixão.

Page 238: Curso de liturgia pe.João Reus

476 R e u s, Curso de Liturgia

8. Nos enterros e exéquias é proibido expor as ima-gens dos defuntos na eça ou à porta da igreja. E' abusocobrir o féretro de pessoa solteira com pano branco ou de'outra côr em sinal da virgindade. As crianças que ainda nãochegaram ao uso da razão, sejam enterradas com o rito dascrianças. (C. B. n. 342 § 1-2.)

9. E' proibido aos sacerdotes, fazer sermões fúnebres nocemitério, se não os apresentaram antes ao ordinário do lu-gar e em cada caso receberam a licença. Podem, porém, nes-ta ocasião dirigir aos fiéis algumas palavras de exortação,se o ordinário do lugar não estabeleceu outra coisa. E' proi-bido aos leigos fazer na igreja panegíricos dos defuntos.(C. B. n. 346.)

§ 185. CERIMONIAL DAS ENCOMENDAÇÕESABREVIADAS

965. Quando por causa grave, aprovada pelo ordinário dolugar, o cadáver, contra a lei eclesiástica (cân. 1215), nãopode ser transportado para a igreja, observa-se a instruçãoda S. C. dos Ritos, dada em 28 de fev. de 1920 ao Exmo.Sr. Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, na qual se dis-tinguem três casos.

I. Encomendação só, em casa, sem ofício e sem missa..1. Omite-se a forma solene da encomendação, fazen-

do-a a) sem pluvial; b) sem incensação; c) sem dar voltaem tôrno do .caixão.

2. Omite-se a condução do cadáver à igreja, e por issotambém o canto marcado para a procissão: Exsultabunt,Miserere.

3. Omite-se o Kyrie com a oração Absolve, porque seomite o ofício dos defuntos.

4. Tôdas as outras orações, até Anima eius inclusive,rezam-se na casa mortuária, também: Ego sum. Se, po-rém, o sacerdote fôr acompanhai- o cadáver ao cemitério,depois de recitada a antífona: In paradisum, dará sinal parao transporte do cadáver e reza: Ego sum, no cemitério. Sefôr preciso benze antes a sepultura. (Cf. n. 962; 963.)966. II. Encomendação em casa, com ofício e missa naigreja, mais tarde (no mesmo dia ou no dia seguinte).

1. Omite-se a forma solene e Exsultabunt, Miserere.(Cf. n. I.)

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 477

2. Omite-se em casa: Non intres, Libera, até: In para-

disum, exclusive, pois que estas orações se rezam na igreja.

3. Depois de terminado em casa o responsório: In pa-

radisum, o cadáver é levado para o cemitério. O Ego sumnão está prescrito, para não inverter a ordem do rito semmotivo. Se, porém, o sacerdote acompanhar o corpo à se-pultura, também rezará, ai, Ego sum.

4. As outras orações rezam-se na casa mortuária: Siiniquitates, Subvenite, Kyrie com Absolve, In paradisum.967. III. Encomendação em casa, com ofício e missa naigreja, imediatamente.

1. Omite-se a forma solene, o Exsultabunt, Miserere.(Cf. n. I.)

2. Omite-se o Kyrie com a oração Absolve, porque o

ofício se concluirá logo na igreja.

3. Omite-se: Non intres e Libera, pois que estas ora-

ções se dirão logo na missa.4. Depois de terminar na casa mortuária: In paradi-

sum, o cadáver será transportado para o cemitério. O Ego

sum não se reza, a não ser que o sacerdote acompanhe ocorpo ao cemitério. (Como em o n. II, 3.)

5. As outras orações se dizem: Si iniquitates, Subve-nite, In paradisum.

§ 186. AS EXÉQUIAS DAS CRIANÇAS

968. 1. 0 sacerdote chamado para encomendar uma crian-ça, se não fôr o pároco, perguntará se a criança era batizadae quem a batizou e como. Pois as crianças não batizadasvalidamente devem ser enterradas sem as honras da sepul-tura eclesiástica e fora do lugar sagrado. (Cân. 1239,§ 1; 1241.)

2. As exéquias das crianças que ainda não atingiram ouso da razão, fazem-se com rito festivo por causa da ino-cência batismal. O sacerdote veste sobrepeliz e estola branca,mesmo na semana santa. Rezam-se as orações indicadas noritual.

3. Os salmos Beati, etc., indicados para a procissãopodem-se omitir, quando se pede só encomendação em casaou na igreja. Nos últimos 3 dias da semana santa nos sal-mos pode-se omitir Gloria Patri. (d. 1589 ad 4.)

Page 239: Curso de liturgia pe.João Reus

478 R e u s, Curso de Liturgia

Quando se pede uma missa, diz-se ou canta-se a missado dia ou, se forem permitidas as missas votivas privadas,a missa dos anjos ou qualquer outra. (d. 3481 ad 2.) Nãoexiste missa privilegiada para as exéquias de crianças. Amissa diz-se não pela criança, mas na intenção dos paisou em ação de graças.

§ 187. 0 SACRAMENTO DAS ORDENS

I. As ordens

969. Nosso Senhor instituiu a sua Igreja com perfeita or-ganização hierárquica. O govêrno dos leigos e a adminis-tração do culto é confiado ao clero (cân. 945) pelas san-tas Ordens. Ordem, em geral, compreende as Ordens maio-res do Subdiaconado, Diaconado e Presbiterado, e as Or-dens menores de Ostiariado, Leitorado, Exorcistado e Aco-litado, além disso a prima tonsura.

As ordens maiores se chamam ordens sacras, porquefacultam maior participação no sacrifício do que as ordensmenores. O presbiterado concede a consagração, o diaconadoa distribuição, o subdiaconado a preparação próxima da S.Eucaristia.

Da mesma maneira as ordens menores se agrupam emredor da S. Eucaristia como do seu centro. O ostiário abree fecha a porta exterior, proibindo aos maus e permitindoaos bons a participação no altar eucarístico. O exorcista pre-para o interior da alma para a recepção da S. Eucaristia,conjurando o demônio e sua influência. O leitor facilita acompreensão do santo mistério do altar pela leitura ade-quada. O acólito acende a luz, ilumina o povo de Deus peloseu digno comportamento, servindo à missa e levando água

.

e vinho para o altar. (Albertus Mag. in IV sent. dist. 24.)

II. A Prima Tonsura970. Verdade é que também leigos desempenham algumasfunções das ordens menores. Mas pelo direito divino ús fun-ções Iitúrgicas são confiadas a um estado próprio, o estadoclerical. A introdução nêle é a prima tonsura, pela qual oeleito se torna membro do clero de uma diocese com pri-vilégios e deveres, determinados pelo direito canônico.

Não é uma ordem propriamente dita, mas uma consa-gração ao serviço divino e a condição necessária para as

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 479 '

ordens. Segundo o direito moderno, inclui o propósito deser sacerdote. (Cân. 973.) Por isso o estado clerical nãoestá ao alcance de qualquer pessoa.

Validamente só é ordenado o varão batizado. (Cân. 968.)" Lid-tamente é ordenado quem possui as qualidades exigidas pelos câ-nones. 1. Deve ter recebido o Sacramento da Confirmação; 2. mos-trado procedimento correspondente às ordens que recebe; 3. a ida-de canônica, a saber para o subdiaconado 21 anos, para o diaco-nado 22 anos, parvo presbiterado 24 anos completos (cân. 975); 4.a devida ciência. Por um exame prévio (cân. 996) deve constarque o ordenando conhece a ordem a ser conferida e as obrigaçõescom ela conexas. A prima tonsura não se confere antes de ter ocandidato começado o curso teológico; o subdiaconado confere-seno fim do terceiro ano, o diaconado no princípio, o presbiteradono meio do quarto ano de teologia (cân. 976) ; 5. a recepção da s .

ordens precedentes; pois não é permitido saltar uma ordem, persalturn (can. 977) ; 6. os interstícios. O acólito pelo tempo de umano, o subdiácono e diácono por três meses devem desempenharas funções da sua ordem antes de receber outra. O bispo pode dis-pensar e determinar o interstício das ordens menores. Em separadose deve conferir a tonsura, cada uma das ordens maiores e as qua-tro menores em dois dias diferentes (cân. 978), sendo livre a dis-tribuição; 7. o título canônico para as ordens maiores. (Cân. 974.)Os Clérigos das ordens maiores devem possuir recursos suficientespara a vida digna de um clérigo; 8. os exercícios espirituais, os quaisnão se omitem nem antes de receber a prima tonsura. Pois quemnão estima a tonsura, nem estimará o estado clerical, nem com-preende as cerimônias solenes, cheias de solicitude e caridade, deensinamentos e paternais admoestações, com as quais a Igreja re-cebe os seus ministros em o número dos seus filhos eleitos. Correperigo de desconhecer a reverência que a Igreja presta aos clé-rigos e de menosprezar o ofício que lhe confia a Igreja. Essasrazões valem muito mais para as ordens propriamente ditas. Porisso os candidatos se devem retirar durante alguns dias da convi-vência dos outros e se entregar aos exercícios de piedade, aptos a

• despertar a preparação conveniente às ordens.

971. Mas ainda outras qualidades a Igreja exige dos seusministros. Devem ser dignos da veneração elos fiéis no ex-

terior e na vida anterior, devem ser livres de defeitos queprejudicam o decôro do culto divino. Tais defeitos chamam-se irregularidades. A irregularidade é impedimento perpétuocontraído por delito ou por defeito, e só pode rser relevadopor dispensa papal.

São julgados impróprios para o estado clerical os quesão irregulares por defeito: 1. Os filhos ilegilimos, a nãoser que sejam legitimados ou professos de votos solenes. 2.Os defeituosos. 3. Os que são epilépticos ou loucos ou pos-sessos pelo demônio ou o foram. 4. Os bigamos ; que su-cessivamente contraíram mais de um matrimônio legítimo.5. Os infames pelo direito. (Cân. 2230; 2328; 2356; 2357;

Page 240: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

2359.) 6. 0 juiz que proferiu sentença de morte. 7. 0 algozpor ofício e os auxiliares voluntários e imediatos na exe-cução da pena capital.

São julgados impróprios os que são irregulares por de-lito: 1. Os apóstatas, hereges, cismáticos. 2. Os fautores daheresia, deixando-se batizar por um herege a não ser emcaso de extrema necessidade. 3. Quem contraiu matrimônio,mesmo civil, apesar de ordem sacra ou votos, .mesmo sim-ples e temporários, ou com mulher que fêz tais votos ou écasada. 4. Quem cometeu homicídio voluntário, ou abôrtocom efeito subsequente, ou cooperou para êle. 5. Quem mu-tilou a si ou a outro, ou tentou suicídio. 6. 0 clérigo queexerce a profissão de cirurgião que lhe é proibida, e causaassim a morte de alguém. 7. Quem exerce atos de unia or-dem, reservados a ordens sacras que não recebeu ou cujoexercício lhe é proibido.

As Obrigações do Clérigo(Can. 124-144. Vermeersch Ep. n. 100.)

972. A recepção formal no estado clerical se efetua pelaprima tonsura feita pelo bispo, e a vestição com a sobrepe-liz, que não é outra coisa senão uma alva curta. Ambas ascerimônias são acompanhadas com orações e admoestações,que evidenciam a grandeza da graça concedida por Deus aoclérigo. "Ninguém se arroga a honra." (Heb 5, 4.) 0 aban-dono dos cabelos compridos, que outrora eram o distintivodo homem livre, manifesta o motivo sublime dêste sacrifício,o amor de Deus (pro aurore divino). Êste amor vê-se nadeclaração solene do candidato: "0 Senhor é a minha partena herança e no cálix. Tu restituir-me-ás a minha herança."Escolheu a Deus mesmo como herança sua, herança riquíssi-ma, mas por poucos conhecida e procurada. A sobrepelizsignifica o abandono do ignominioso traje secular (ignomi-niam sa?cularis habitus), e com êle do espírito secular e aaquisição do novo homem, da santidade onímoda.

Para conservar e promover o espírito clerical, a Igreja pres-creve meios adequados nos santos cânones. 1. Vida mais santa.(Can. 124.) 2. Exercícios de piedade. (Can. 125: confissão frequen-te, meditação quotidiana, visita ao SS. Sacramento, rosário, exa-me de consciência; Cân. 126: retiro ao menos de três em três anos.)3. Obediência ao bispo. (Cân. 127.) 4. Continuação do estudo dateologia, exames anuais ao menos por três anos, conferências. (Cân.129-131.) 5. Celibato. Aos clérigos de ordens maiores é proibido o

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 481

enlace nupcial; pecando contra a castidade comete sacrilégio. Osclérigos de ordens menores pelo enlace perdem o estado clerical.Não tenham na sua casa mulheres, das quais possa haver suspeita,nem visitem tais pessoas. Não obedecendo neste particular às ordensdo bispo, podem incorrer na suspensão. (Can. 2176; 2177.) 6. Hábitoclerical .e tonsura. (Can. 136.) Clérigos minoristas no caso de con-travenção e avisados da sua obrigação pelo bispo, depois de ummês perdem o privilégio do estado clerical. 7. Não andem armadossem motivo justo, mormente de modo visível. (Can. 138.) 8. Evi-tem negócios seculares, ofícios indecorosos, jogos de azar, os alea-tórios. A caça aparatosa é proibida; a simples não seja frequente.Sem nécessidade ou outro motivo justo aprovado pelo bispo nãoentrem nas vendas ou em casas semelhantes. 9. São-lhes proibidosespetáculos, bailes impróprios ao decôro clerical (can. 140), a profissão de médico sem indulto apostólico, o ofício de tabelião e ad-vogado, de administrador de dinheiro e de fiador, de comerciante,de militar por livre vontade.

Privilégios

973. Na admonição final o bispo declara que de ora emdiante gozam dos privilégios clericais, que não os percampor sua culpa e que procurem agradar a Deus pelo hábitomodesto e sua vida de piedade.

Os privilégios são grandes: 1. A capacidade de receber jurisdi-ção eclesiástica, benefícios e pensões eclesiásticas. (Can. 118.) 2.Regalias: um lugar especial na Igreja, no presbistério; o hábito es-pecial proibido aos leigos e clérigos indignos. (Can. 213; 683.) 3.Privilégio canônico. E' o privilégio concedido pelo can. 15 do 2.° Con-cílio de Latrão em 1139, fulminando a excomunhão contra qual-quer pessoa que assaca injúria física a um clérigo, por ex., espancar,rasgar a batina, encarcerar, fazer parar o cavalo ou o carro dêle.(Can. 119; 2343 § 4.) 4. O privilégio do fôro, em virtude do qualé proibido chamar um clérigo ao tribunal civil a não ser que istoseja concedido por um acôrdo com a S. Sé. (Can. 120.) 5. O pri-vilégio da imunidade. (Can. 121.) Os clérigos são livres do serviçomilitar e de encargos públicos civis, e nem podem renunciar a êssedireito. (Can. 123.) 6. 0 privilégio da competência. (Can. 122.)A clérigos que são coagidos a satisfazer aos credores, deve-se dei-xar a competente sustentação honesta.

Êstes privilégios perdem-se pela redução ao estado lei-go. O clérigo de ordens maiores é reduzido ao estado leigopor rescrito da S. Sé, ou por sentença do juiz eclesiásticono caso de coação ao estado _clerical ou pela degradação.(Can. 211.) Para ser readmitido precisa de licença da S. Sé.

0 clérigo de ordens menores volta ao estado leigo semmais formalidades pelas razões previstas na lei, ou por suavontade ou por decreto do bispo. Para ser readmitido é ne-cessária a licença do seu Ordinário.

Os clérigos reduzidos ao estado leigo perdem os ofí-cios, benefícios, direitos e privilégios dos clérigos nem po-

Curso de Liturgia -- 31

480

Page 241: Curso de liturgia pe.João Reus

482 R e u s, Curso de Liturgia

dem mais vestir a batina nem trazer a tonsura. Os clérigosde ordens maiores ficam obrigados ao celibato e breviário.(Cân. 213.)

§ 188. AS ORDENS MENORES

O Ostiariado

974. 0 ostiariado é a ordem pela qual é comunicado apoder especial de abrir e fechar as portas da igreja, de to-car os sinos e de abrir o livro ao pregador da palavra divina.

A necessidade de um porteiro existe em qualquer casapública. Por si, para êste serviço, pode ser escolhida qualquerpessoa fiel. Mas é costume que o quartel militar seja guar-dado por um militar, o edifício da polícia por um policia,o arsenal da marinha por um soldado marinheiro. E' por-tanto conveniente que a casa de Deus seja guardada por umhomem de Deus, por unia pessoa consagrada a Deus. E'êle que tem de admitir os fiéis e de excluir os indignos.

Assim no templo de Jerusalém Jojadá estabeleceu porteiros nasportas do Senhor, para não entrar nenhum imundo. (2 Par 23, 19.)Nosso Senhor fez as vêzes de porteiro quando deitou fora do tem-plo os negociantes compradores. E' Cie a Porta do céu, o Porteiroa quem estão entregues as chaves, com as quais Ele abre e nin-guém fecha, Ele fecha e ninguém abre. Porteiro foi S. Ambrósio,quando proibiu ao imperador Teodósio a entrada na igreja. Ain-da hoje não raro é necessário que o sacerdote faça as vêzes deporteiro, para impedir escândalos. Ao porteiro cabe por isso a fis-calização de tôda a igreja. (Fidelissima cura in domo Dei, Pont.)Todos os objetos se devem conservar bem cuidados e inteiros. Aêle está confiada de algum modo a guarda do SS. Sacramento, comsubordinação ao sacerdote. Ele é que cuida da lâmpada do sacrário.

975. Da instituição de ordem especial para as funções doostiário temos a primeira notícia pelo papa Cornelio na suacarta a Fábio de Antioquia (por volta de 251).

O ofício de tocar os sinos é mencionado no século XIII.E' serviço muito honroso convidar o povo cristão, "parainvocar o nome do Senhor" (Pont.), para adorar á JesusCristo na missa e oferecer à SS. 'Trindade, junto com o sa-cerdote, o sacrifício de louvor, de agradecimento, de expia -cão e de petição. Tocando os sinos, êle é o mediador dasbênçãos que se derramam pelos sons santos dos sinos san-tos sôbre a comunidade cristã, a proteção contra o demô-nio, alegria santa nas festas e o anúncio de um novo diapara a honra do Altíssimo.

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 483

Deve abrir e fechar a sacristia. Lá se guardam as al-faias da igreja, os paramentos e a roupa santa do altar.Está-lhe confiado o cuidado de conservar tudo em perfeitoestado, de cuidar das hóstias e do vinho que o acólito ousubdiácono tem de apresentar ao sacerdote.

Deve guardar os livros usados nas funções litúrgicas. .

Antigamente eram mais preciosos que hoje, escritos co m .

muita paciência e arte e encadernados ricamente.Mas tem um encargo ainda mais honroso. Deve abrir

o livro ao pregador. Pode portanto contribuir para a pre-gação do santo evangelho, concorrer para a glorificação deNosso Senhor, para a propagação da fé, para a salvação

das almas.

976. A matéria e a forma. A ordenação do ostiário se fazentregando-lhe o bispo as chaves, as quais constituem a ma-téria. A forma são as palavras do bispo proferidas neste ato:lembram-lhe como tem de dar conta a Deus pelas coisas quesão fechadas com estas chaves.

A virtude característica do ostiário é o zela pela casade Deus. Deve zelar pela casa material (igreja visível. Pont.),para que nada se perca dos objetos pertencentes à igreja. .

Maior cuidado deve empregar pela casa de Deus espiritual(casa invisível. Pont.), as almas, os corações dos fiéis, fe-chando-as ao demônio pelas palavras edificantes e exemplade piedade, e abrindo-os para Deus. (Pont. P.)

O Leitorado

977. 0 leitorado é a ordem pela qual é comunicado o es-pecial poder de ler a escritura sagrada ao que faz o ser-mão, de cantar as lições na missa e no santo ofício, e debenzer pão e todos os frutos novos. (Pont.; Cân. 1147, § 4.)

História. Entre as ordens menores o leitorado é o mais antigo.Acha-se mencionado nas fontes litúrgicas do século II. Foi santifi-cado pelo próprio Nosso Senhor, quando na sinagoga de Nazaré selevantou para pregar. Tomou na mão o texto da escritura sagradae leu com grande admiração dos nazaretanos um trecho das pro-fecias de Isaias. O que o Verbo Divino tinha falado pelo profeta,tornou a dizer o Verbo Humanado na sinagoga de Nazaré. O leitorsubstitui no seu ministério o Verbo Humanado, proferindo as pala-vras do Verbo Divino. Encargo muito honroso e útil às almas.

Tem a sua origem no cargo honorário de leigos instruidos, osquais, sem ordem eclesiástica, se revezavam nas leituras previstaspara as reuniões dos fiéis. Mas mostrou-se em breve que esta fun-ção devia ser confiada a pessoas determinadas para salvaguardar

31*

Page 242: Curso de liturgia pe.João Reus

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 485

(Cân. 1152.). E' ligado no exorcista minorista, o qual nãopode fazer uso do seu poder. E' reservado aos sacerdotesautorizados pelo bispo. (Cân. 1152.) A licença -é obrigatóriapara o exorcismo solene tal qual está no Ritual. Não é ne-cessária a licença para o exorcismo privado, que pode serbastante eficaz.

Nosso Senhor procedeu como exorcista, quando expul-sou sete demônios de Maria Madalena. (Durandus L. II c. 6.)

980. Matéria e forma. O poder desta ordem é conferidopelo bispo, que entrega o livro dos exorcismos: o ritual ouo missal. A esta matéria, da ordem o bispo acrescenta a for-

ma dizendo: "Aceitai êste livro, gravai as suas fórmulasem vossa memória e recebei o poder de impor as mãos sôbreos possessos, etc."

Admoesta portanto o bispo ao novo exorcista que tenhapresente na memória, quer a graça da ordenação e os de-veres dela resultantes, quer as palavras do exorcismo.

A virtude característica que o bispo pede a Deus parao exorcista é a mortificação, a virtude da fortaleza, a fôrçade imperar aos vícios, e 'a I ôrça de imperar aos demônios,mas em primeiro lugar o domínio sôbre si mesmo, de sermédico especialista das almas.

O Acolitado

931. Acólito quer dizer servidor, ministro. O primeiro mi-nistro do sacerdote é o diácono, o segundo o subdiácono.Mas a necessidade de mais auxiliares para o serviço do sub-diácono levou à criação de novos ministros, que receberam

o nome de acólitos.O acolitado é o mais alto grau das ordens menores. Pois anti-

gamente estavam os acólitos encarregados de segurar a sacola, emque os sacerdotes na fração das hóstias depositavam as sagradasespécies. Por isso na ordenação como distintivo da sua dignidaderecebiam a sacola das hóstias. Deviam segurar a hóstia destinadaà mistura com o SS. Sangue e lévá-la, ao menos em Roma, paraas igrejas urbanas. Rezavam os exorcismos sôbre os cateei'inrcuos,e até, em caso de necessidade, batizavam solenemente. Serviam deceroferários e estavam encarregados da luz nos altares e na rr igrejailuminada por muitas lâmpadas pequenas, porquanto as g'tcausavam mau cheiro. Se havia confirmação, acompanhavam o bispoe apresentavam o crisma. Cabia-lhes também a honra de levar águae vinho para 'o altar.

Nosso Senhor exerceu êsse ofício conforme as suas própriaspalavras: "Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não anda nastrevas, mas terá a luz da vida." (Durandus I. II c. '7 n. 5.)

R e u s, Curso de Liturgia

o devido andamento das cerimônias. Ler os manuscritos em quefaltavam os sinais de pontuação não era tão fácil. Foi portantoestabelecida uma ordem própria. Desde o século IV foram recebidosnela de preferência meninos que se preparavam para o sacerdócio.Por causa disso gozou de grande estima. As leituras passarampouco a pouco quase tôdas para as ordens maiores. Nas cerimôniassolenes estava o leitor encarregado de cantar as lições prescritas,função esta que ainda hoje exerce, por ex., na sexta-feira santa.

O poder de benzer pão e frutos novos era dado desdeo século IX-X. As fórmulas se acham no Ritual. (VIII c.15 e c. 17.) Não é bem conhecido o motivo por que o leitorfoi encarregado desta bênção. Talvez porque estava de pos-se dos livros que continham as fórmulas da bênção.978. A matéria do leitorado é o livro que contém a sa-grada escritura, por ex., o Missal, o Breviário, a Bíblia.Pela entrega do livro com a forma prescrita lhe são conf e-ridos os poderes mencionados. A forma são as palavras dobispo: "Recebei êste livro e séde leitores da palavra deDeus, etc."

A sua virtude característica é a santificação própriapela fé viva, manifestada na vida exemplar e celestial. Co-mo devem ler em lugar alto, a fim de poderem ser vistos eouvidos por todos, assim se devem esmerar em alto graupela virtude, a fim de edificar os fiéis pelos quais são vistose ouvidos.

Exorcistado979. Na exortação inicial o bispo indica os três poderescom os quais são encarregados os exorcistas, de expulsaros demônios, de mandar sair da igreja os não-comungantese de ministrar a água nas santas funções.

Antigamente os catecúmenos, os quais ainda não têm o direitode comungar e os excomungados, que perderam êsse direito, de-viam deixar a igreja antes de principiar a missa dos fiéis. O exor-cista dava os avisos necessários. Admitia os comungantes à mesaeucarística e mantinha a ordem. O ofício principal, porém, era im-por as mãos sôbre os possessos e também sôbre os catecúmenos,que se preparavam para o batismo. No decurso da colação desta or-dem se fala dêste poder exclusivamente.

No princípio do cristianismo o poder de expulsar os demôniosera carisma dado por Deus aos cristãos, tanto clérigos como lei-gos. Quando o exorcistado carismático foi desaparecendo pouco apouco, em meados do século terceiro foi instituída esta ordem cle-rical. O fato consta pela carta de Cornélio ao bispo Fábio de An-tioquia.

O ofício do exorcista é poder espiritual, pois deve ex-pulsar os espíritos maus. E' poder geral, porquanto podeusá-lo em favor de católicos, acatólicos e excomungados.

Page 243: Curso de liturgia pe.João Reus

486

R e u s, Curso de Liturgia

982. Dos múltiplos ofícios antigos a Igreja hoje conferesó uma parte aos acólitos: de servir de ceroferário, de acen-der . a luz na igreja e de apresentar o vinho e água na missa.

Por isso a matéria é dupla: o castiçal com uma velaapagada para acendê-la, e a galheta vazia para enchê-la.As formas são as palavras do bispo ao entregar os objetosda matéria.

Na oração final o bispo pede a Deus que conceda aosacólitos como virtude característica a piedade iluminadapela ciência. (A luz da ciência e o orvalho da piedade, Pont.)Não só levem a luz visível nas mãos, mas espalhem tambémuma luz invisível pela sua vida exemplar. Sejam pela suavida castíssima um vivo sacrifício, a fim de serem dignosde levar vinho e água para o sacrifício divino do altar.

§ 189. AS ORDENS MAIORES

O Subdiaconado983. 0 subdiaconado é a primeira das ordens maiores (can.950), pela qual a Igreja confere o poder de servir ao diá-

' cono na missa solene, de lhe oferecer o cálix e a patena, depreparar a água para o s. sacrifício, de cantar a epístola ede abluir as palas e os corporais.

Nosso Senhor exerceu êste oficio quando em Caná deGaliléia fêz vinho da água para o banquete nupcial e quan-do na última ceia lavou os pés dos discípulos. (DurandusI. II c. 8 n. 5.)

A matéria do subdiaconado provavelmente é dupla: ocálix vazio com a patena e o epistolário. A forma são aspalavras que o bispo profere entregando êsses objetos.

A origem do subdiaconado deve-se à necessidade de , auxiliarespara os sete diáconos, cujo número não se quis mudar. Por issoêsse auxiliar subalterno é chamado subdiácono, pois que o diáconoé o primeiro ministro. Foi instituído ainda no tempo dos apóstolos,"desde o princípio da Igreja." (Trid.)

Antigamente o subdiácono estava encarregado de ajudar o diá-cono, recebendo com êle as ofertas do povo e colocando no altaruma parte delas, suficiente para a comunhão dos fiéis. Devia guar-dar a porta das mulheres, ao passo que o diácono guardava a doshomens. Estava-lhe confiado o cuidado dos sepulcros dos mártires,das relíquias dos santos e das sagradas hóstias restantes da comu-nhão. Ocupava portanto uma posição muito honrosa de que aindahoje está investido.

Contudo é mais provável que esta ordem não é sacra-mento. Na Igreja grega é ordem menor. Na Igreja romana

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 487

só no século XIII (Inocêncio III) se começa a contá-la en-tre as ordens maiores.

Mas a importância que a Igreja liga a êste grau ecle-siástico pode-se inferir das obrigações impostas aos quetêm a honra de pertencer a êle. Cada dia (cân. 135) o sub-diácono deve rezar o oficio divino, e na Igreja romana deveguardar o celibato. (Cân. 132.)

984. A obrigação do celibato é igual à do voto solene decastidade e é impedimento dirimente do matrimônio. A vio-

lação desta lei é um sacrilégio (cân. 132 § 1), de sorte queo transgressor pelo pecado, quer interno quer externo, co-mete dois pecados, contra a castidade e contra o voto. Aosubdiácono que se atreve a contrair matrimônio, embora sócivil, a Igreja expulsa do número dos fiéis pela excomunhãoincorrida imediatamente sem sentença judicial (latce sen-tentice, Cân. 2388). A consequência é a perda de todos osofícios eclesiásticos infligida pela lei e a degradação, se nãose mendar. (Cân. 2388 § 1.)

As condições para o acólito receber o subdiaconado são, devidoà elevação do grau hierárquico, múltiplas: 1. A idade prescrita, 21anos completos. (Cân. 975.) 2. A ciência exigida (cân. 976): pelofim do terceiro curso de teologia. 3. A ausência de irregularidades.4. 0 título de ordenação. 5. 0 interstício de um ano desde a re-cepção do acolitado. 6. A colação da ordem na missa pontifical enos dias marcados: Quatro têmporas, Sábado Sitientes, Sábado San-to, e outros por privilégio. 7. 0 comportamento regulamentar ates-tado pelo reitor do seminario e pela comissão de disciplina. 8. Adeclaração escrita sôbre o sentido das obrigações do subdiaconado.9. A profissão de fé. (Cân. 1406.) 10. A publicação do nome doordenando na paróquia ale. (Cân. 998; 987.) 11. Os exercícios es-pirituais de seis dias. (Cân. 1001.)

A virtude característica do subdiácono é o espírito defé (in vera fide fundati, Pont.), considerando-se irrevogavel-mente destinado ao santo serviço do santo altar.

Os paramentos do subdiácono pela sua significação mís-tica ensinam as virtudes, que a Igreja nêle deseja. A alvasignifica a inocência da vida, o cíngulo a castidade, o aniitoa firmeza da fé; o manípulo a colheita das boas obras ad-quiridas pela vida austera e caridade pratica , de Deus, atunicela a alegria espiritual fundada na fé viva e caridadedivina.

O Diaconado

985. 0 diaconado é a ordem, pela qual se confere o es-pecial poder de ministrar no altar, batizar e pregar. (Pontif.)

Page 244: Curso de liturgia pe.João Reus

488 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais -1H!)

Nosso Senhor exerceu êste ofício, quando depois daúltima ceia pessoalmente distribuiu a sagrada comunhão aosapóstolos, quando pregou o evangelho e quando exortou àoração dizendo: "Vigiai e orai." (Durandus 1. II c. 9 n. 15.)

A matéria desta ordem é a imposição da mão (direita)do bispo por contacto físico (A. S. S. XXX; 158), e o evan-geliário. A forma é dupla: são as palavras proferidas naimposição da mão e entrega do evan'geliário.

E' certo que é um sacramento, embora não seja de fé.(Trid. s. 23. Cân. 6; Cân. 108.)

A origem do diaconado é devida à necessidade de te-rem os _apóstolos auxiliares na direção dos fiéis. (At c. 6.)E' de instituição divina.986. Os ofícios do diácono são ordinários e extra-ordinários.

1. . Os ofícios ordinários são os seguintes: a) servir aocelebrante de ministro na missa solene. b) Cantar o evan-gelho. c) Expor e repor o Santíssimo na exposição euca-rística. Não pode dar a bênção eucarística neste caso.

2. Os ofícios extraordinários são os seguintes: a) Batizar (cân.741) solenemente, mas não sem licença do bispo ou do pároco, aqual só se pode dar por razão justa, e em caso de necessidade sepode presumir. Não pode benzer o sal e a água. (d. 3684; Rit. II,2 n. 7; Cappello I; Eph. L. 1930.) b) Pregar com licença do bispo.(Cân. 1342 § I.) c) Distribuir a sagrada comunhão com licença dobispo ou do pároco, a qual só se pode dar por razão grave, eem caso de necessidade se pode presumir. (Cân. 845 § 2.) 0 diá-cono observa o rito prescrito no Ritual (IV c. 2; c. 4), pode e devedar no fins a bênção com a mão (Pont. Cont. 13-7-30), mas le-vando a estola a tiracolo. (Eph. L. 1924 p. 281.) Razão grave é anecessidade, a saber, se não houver sacerdote que possa dar a co-munhão, por ex., por estar ocupado com confissões (S. Aff. VI,257), por ser grande o número dos comungantes, que deveriam es-perar muito tempo e não haver sacerdotes bastantes. (Cappello I,329.) d) Levar o viático para doentes em circunstâncias iguais àsmencionadas. Neste caso dá a bênção eucarística como está prescritono Ritual. (Cân. 845 § 2.) e) Fazer o entêrro de adultos e crian-ças com tôdas as cerimônias do Ritual (VI c. 3. n. 19; c. 7 n. 5),com licença do bispo ou pároco, a qual só se pode dar por razãograve; mas em caso de necessidade se pode presumir. Poe a estolaa tiracolo. Não pode usar o pluvial (d. 2951 ad 10), pode porémbenzer o sepulcro. (d. 3074 ad 2.)

987. As condições para que o subdiácono possa ser orde-nado diácono são as seguintes: a) a idade de 22 anos; b)o interstício de três meses (cân. 978 § 2); c) a ciência pres-crita: depois de ter começado o quarto ano de teologia (cân.976) ; d) os exercícios espirituais de seis ou ao menos de

três dias (cân. 1001) ; e) a publicação do nome do orde-nando na paróquia dêle. (Cân. 998.)

A virtude característica do diácono é a pureza angélica.Pois são "cooperadores do corpo e sangue do Senhor", ecomo tais devem ser "sem mancha, imaculados, puros e cas-tos." (Pontif.)

Os paramentos do diácono pela sua significação místi-ca acentuam a virtude característica mencionada. A estolasignifica a candura da vida. Põe-se no ombro esquerdo emsinal de que o diácono deve servir. (S. Thom.) A dalmáticasignifica a justiça e alegria.

O Presbiterado

988. A palavra presbítero significa senior, não só em ida-de, mas muito mais por causa da doutrina, prudência e vidaexemplar. (Cat. Rom.) Chama-se sacerdote, a saber saber

Deo, porquanto é consagrado a Deus e deve tratar das coi-sas de Deus: sacrifício e oração.

O presbiterado é sacramento, instituído por Nosso Se-nhor Jesus Cristo. E' de fé. (Trid. 2, cân. 3.)

O ofício do sacerdote é descrito tias palavras do Pon-tifical: E' obrigação do sacerdote oferecer, benzer., presidir,pregar, batizar (o f f erre, benedicere, prceesse, prcedicare,baptizare.) a) Oferecer, a saber consagrar o corpo e san-gue de Nosso Senhor e distribui-lo aos fiéis. E' ministroordinário. (Cân. 846.) b) Benzer, dar as bênçãos constitu-tivas e invocativas, quê não são reservadas, e administrar ossacramentos, em que ocorrem bênçãos: penitência, santosóleos, Matrimônio. c) Presidir, a tôdas as funções eclesiás-ticas: procissões, enterros, devoções, associações, irmanda-des, obras de caridade. d) Pregar, mas não sem a missãocanônica '(cân. 1340), dar catequeses, fazer conferências. e)Batizar corno ministro ordinário.

Para que o diácono possa ser ordenado sacerdote, aIgreja exige: a) a idade d e. 24 anos; b) o interstício de aomenos três meses; c) a ciência prescrita: no meio do quar-,to ano de teologia (can. 976) ; d) os exercícios .espirituaisde seis ou ao menos de três dias (cân. 1001) ; e) a publi-

- cação do nome do ordenando na paróquia dêle, (Can. 998.)A matéria do presbiterado provavelmente (Bened. XIV;

S. Aft.) é a primeira imposição das mãos feita antes do

Page 245: Curso de liturgia pe.João Reus

R e u s, Curso de Liturgia

evangelho. Mas a segunda depois da comunhão não se podeomitir. b) Praticamente se exige a entrega dos instrumen-tos. c) A forma são as palavras que acompanham essas duascerimônias.

A virtude característica do sacerdote é a perfeita cari-dade de Deus e do próximo. (Gemina dilectio Dei et pro-ximi, Pontif.) Manifesta-se especialmente na obediência,que o sacerdote promete na hora feliz da ordenação ao seubispo ou ao seu superior.989. 0 rito das ordenações está indicado no pontifical ro-mano. Alguns decretos dão esclarecimentos sôbre pontosduvidosos.

1. Etiam quando unus in episcopali sacello ordinatur,palam interdicere debet Episcopus per unum ex suis: Nequis accedat irregularis. (d. 3006 ad 4.)

2. Si Ordinatio peragatur ab Ep. extraneo ex mandatoEp. Ordinarii, legetur semper mandatum de inhibitione disce-dendi nomine Ep. Ordinarii vel sede vacante nomine VicariiCapitularis hisce verbis: Remus Dominus NN. hulas dicece-seos, Sede vacante, Vicarius Capitularis depot atus sub ex-communicationis pcena prcecipit. (d. 3593.)990. 3. De Missa Ordinationis. In Sabbatis Quatuor Tem

-porum et in Sabbato infra Hebdomadam IV Quadragesimze,Missa, in qua Ordines conferantur, semper dicitur de Sab-bato; et in ea, si alia ibi non habeatur Missa cantata velconventualis, fit Commemoratio de Officio currenti, etiamDupl. I aut II classis, cum aliis Orationibus quw occurrant.(A. Miss. I. n. 5.)

4. In Sabbatis Quatuór Temporum Oratio pro ordinan-dis dicenda est sub una conclusione cum Oratione Missceliei id est quw dicitur primo loco post Kyrie. kDecr. aut.t. V. ad d. 3592, p. 345.)

5. Si Sabbato Sancto fiat Ordinatio, dicenda✓ stint Li-taniw in Missali assignati, additis que Ep. proferre debetsuper Ordinandos post V. ut omnibus fidelibus defunctis,etc., non de Pontificali. (d. 3731 ad 6.)

991. 6. Archidiaconus Tonsurandos invitare potest verbis:Accedant qui promovendi sunt ad Tonsuram. (d. 2682 ad 2.)

7. Tonsurandi una cum Ep. proferunt verba: Dominuspars, etc., dum tondentur. (d. 2682 ad 3.)

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 491

8. Archidiaconus suggeret Ordinatis, ut recedant dicens:

Ad loca vestra, vel similia. (d. 2682 ad 4.)

9. In Ordinatione Ostiariorum servetur in praxi Pontifi-cale, ut non una clavis tantum tradatur. (d. 4035 ad 3.)Archidiaconus per seipsum debet explere onus ducendi pro-motos ad Ostiariatum ad portam Ecclesi. (d. 1583 ad 4.)Non est stricte necessarium, ut Ostiarius claudat et aperiatfores Ecclesi2e . cum clavi (d. 2682 ad 5) vel pluses campa-nas pulset; sufficit una, immo sufficit tintinnabulum altaris,(d. 3315 ad 2 et 3.)

10. Codex tradendus Lectori est Missale vel Breviariumvel volumen Sacra Scripturw. (d. 3315 ad 5.)

11. Bugia non potest esse materia Ordinis Acolythorum.(d. 2194 ad 4.)

12. Amen in traditione vel materia vel sacrorum indu-mentorum dicendum est ab ipso Ordinando iuxta consue-tudinem. (d. 2682 ad 6.)

13. In Ordinatione Diaconi vet Subdiaconi loco libriEpistolarum vel Evangeliorum tradi potest Missale. (d.3315 ad 7.)

14. Amicturn impositum Ordinando ad Subdiaconatumdimittendum est super scapulas post impositionem. (d.2956 ad 2.)

15. Si Missa Ordinationis non fiat in cantu, Subdiaco-nus et Diaconus non cantant, sed legunt Epistolam et Evan-gelium, dum Episcopus legit (d. 2682 ad 9) neque Subdia-conus osculatur manum Episcopi, neque Diaconus, dictoManda cor, petit benedictionem. (d. 3006 ad 5.)

992. 16. In ordinatione presbyterorum Sacerdotes omnes(moraliter sumptum d. 2616 ad 6) adstantes, manus exten-dunt (vix f acta impositione utriusque manus (d. 3274 ad1) tantummodo ad Orationem Oremos, fratres carissimi.

(d. 3105 ad 1.)17. Tolerari potest usus, ut una tantum candela accen-

datur, que Episcopo offeratur a singulis Ordinatis (d. 2682ad 7) vet ab uno ex Ordinatis in quolibet Ordine. (2883 ad 4.)

18. Presbyteri ordinandi tenentur solum a Suscipe San-

cte Pater Missam inchoare cum Episcopo ordinante (d. 2404ad 1) et quidem genuflexi (1. c. 2) nec faciunt actionesquas Episcopus in Missa facit (1. c. 3), at legunt sinecantu, si ordinatio fit in cantu. (d. 2682 ad 11.)

Page 246: Curso de liturgia pe.João Reus

492 R e u s, Curso de Liturgia

19. In communicandis neo-presbyteris omittenda est for-mula Corpus Domnni, etc. (d. 3721 ad 1; 3274 ad 2.) Diaconiet Subdiaconi non ante sed post communionem Presbytero-rum. Confiteor debent dicere (d. 2682 ad 10) et etiam adOrdinatos in minoribus Episcopus debet dicere: Corpus...custodiat te. (t. V. p. 348 ad d. 2682 ad 16.)

20. Ordinati ad Presbyteratum debent dicere Evange-Hum in fine Missa una cum Episcopo ad suam sedem red-eunte. (d. 2682 ad 12.)

21. Pro Nocturno tails diei, quem Episcopus solet im-ponere Subdiaconibus et Diaconibus, intelligendus est No-cturnus ferialis vel Primus Festi aut Dominica in Psalterio,prout Ordinatio in Feria, Festo aut Dominica habita sit (d.4042 ad 1) et Episcopus ordinans habet ius iniungendi aliuma Nocturno diei, quo habet ordinationem (I. c. ad 2) sinePsalmo Venite exsultemus, sine Hymno et sine Lectionibus.(d. 4117.)

993. 22. Color paramentorum pro Ordinandis in sacris 'debet esse color ipsius Celebrantis in Missa, nisi aliud postu-lat necessitas. (d. 3832 ad 6.)

23. Missa Neo-Presbyteris iniuncta non possunt dici indiebus duplicibus minoribus sed in diebus a Rubrica per-missis. (d. 2802 ad 4.)

Si occurrat festum quo dicitur Missa de Spiritu Sanctoant de Beata, per missam festi officio conformem satisfitoneri celebrandi missam de Spiritu S. vel de Beata.

Valde suadendum est, ut Neo-sacerdotes tres missasistas applicent pro - ecciesia et pro fidelibus defunctis. (Nol-din, theol. mor. III, n. 479.) Sed certum est eos non teneriad hanc applicationem, et pro illis stipendium accipereposse.

§ 190. O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

994. 1. Qbserva-se o ritual prescrito. (C. P. Ap. XIV,p. 552.)

2. 0 noivo fica à direita da noiva.3. 0 sacerdote não fica no supedâneo, mas entre o al-

tar e os nubentes.4. A fórmula o Sr. F. quer receber, etc., com a res-

posta dos nubentes, é o consenso matrimonial. 0 ritual rum.

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 493

VII, c. 2, traz só esta fórmula. No ritual brasileiro segue-seunia segunda fórmtila: Eu, F. etc.

A bênção do anel para o dedo anular (4.° dedo) damão esquerda é obrigatória (cl. 3548), mesmo nas segun-das núpcias (d. 2743 ad 2), podendo ser o,-anel de qualquermetal mesmo de ínfimo valor. (d. 3548.) Embora os nu-bentes apresentem em geral dois anéis, a bênção do ritualvale somente para o anel da espôsa, conforme o texto daoração, que não se pode pôr no plural, a não ser que secelebre mais que um casamento ao mesmo tempo. (Rit. VII,

2 n. 5.)6. Os versiculos Confirma hoc, etc., não pertencem à

bênção do anel. (d. 3548.)995. 7. A fórmula solene da bênção nupcial, contida namissa nupcial, só se pode usar dentro da missa. Compõe-se -de duas orações: uma depois do Pater noster, outra depois

de Ite, Missa est, ou 13enedicamus Domino. Durante o Pa-

ter noster os esposos vão ajoelhar-se no degrau inferior doaltar. O C, antes de dizer Libera nos qucesumus depois do

Pater noster, dirige-se, genufletindo antes, para o lado daepístola e voltado para os esposos diz a oração: Propitiare,etc. O acólito pode sustentar o livro. Tendo terminado, osacerdote volta ao meio do altar e faz genuflexão. Depois

reza: Libera nos qucesumus, da missa. Pela segunda vez osesposos vão ajoelhar-se no degrau inferior do altar depois

de Ite, Missa est ou Benedicamus Domino.O C, antes do Placeat, no meio do altar, volta-se para

os esposos e diz: Deus Abraham, etc. Depois, conforme asrubricas, dirige aos esposos uma curta alocução sôbre osdeveres do estado, a qual, porém, segundo o cerimonial bra-sileiro, já deve ter sido feita no ato do casamento. Por isso,logo depois da oração, asperge os esposos com água benta,volta-se ao altar, continua: Placeat, etc., e dá a bênção.

Em todo o território do Estado do Rio Grande do Sulesta fórmula, por privilégio especial e com autorização doordinário do lugar, pode-se usar também fora da missa.Cf. n. 610.

8. Celebrando-se mais de uni matrimônio ao mesmotempo, o consenso e as palavras: Ego conjungo vos devem-se repetir para cada casal. As outras fórmulas e orações di-zem-se uma só vez, a bênção dos anéis neste caso se diz

Page 247: Curso de liturgia pe.João Reus

§ 191. BÊNÇÃO DA MULHER DEPOIS DO PARTO

996. 1. Não é lei eclesiástica, mas costume piedoso benzeras mães que vêm à igreja depois de terem dado à luz umfilho. As mulheres casadas só civilmente não têm direito aesta bênção, mas só as mulheres casadas religiosamente, aomenos no tempo, em que deram à luz (C. Cone. 18 jun.1859), embora antes a união não fôsse legítima. Onde jánão existe êste costume, procure-se instaurá-lo. (C. B. n. 315.)

2. Não se nega esta bênção, quando o filho morreu comou sem batismo (d. 3904) e neste caso nada se muda na s .palavras do ritual. (d. 3059 ad 17.)

3. Qualquer sacerdote a pode dar, certificando o supe-rior da igreja ou do oratório público respectivo.

4.. Para se dar a bênção, a mulher ' espera fora ou aomenos perto da porta, de joelhos com uma vela acesa.

5. O sacerdote asperge, reza as orações, entrega a ex-tremidade esquerda da estola à mulher e a introduz na igreja,.dizendo: Ingredere. Se são mais de uma, somente a primeirapega na estola com a mão direita. As outras seguem-na.

6. 0 altar, ao pé do qual a conduz, pode ser ou doSS. Sacramento ou de Nossa Senhora ou de outro santo.

7. No fim dá a bênção, aspergindo a mãe.E' muito conveniente que as mães se apresentem com

a prole, para imitar Maria Santíssima, apresentando-se notemplo com o Menino Jesus nos braços.

§ 192. NOÇÕES GERAIS SOBRE AS BÊNÇÃOS

no plural, a bênção solene das espôsas na missa, no sin-gular sem mudança alguma. (S. R. C. Brunen. 3-3-1936.)

9. Os matrimônios mistos celebram-se fora da igreja(na sacristia, casa canônica, cân. 1109, § 3) e sem nenhumrito sagrado. (Cân. 1102, § 2.) 0 bispo, porém, para evitarmaiores males, pode permitir uma ou outra cerimônia reli-giosa, mas nunca a missa nupcial. (1. c.)

Os párocos façam diligências para que os casamentos se cele-brem não de tarde maS de manhã e, quando possível fôr, juntocom a missa, bênção nupcial e comunhão dos esposos. (C. B. n. 304.)

997. 1. As bênçãos, com exceção das que exigem um lu-gar determinado, como, p. ex., a da mulher depois do parto,podem-se dar em qualquer lugar decente, com preferênciana igreja ou sacristia.

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacrameninis 411!)

2. Sempre que o sacerdote dá a bênção na igreja, vestee querendo mais sole-

sobrepeliz e estola (d. 3784 ad 1), q rivadamee-nidade, também o pluvial. Nas bênçãos

dadas p para gen-

te, fora da igreja, seria suficiente a estola, p•zer a água de S. Inácio por ocasião da visita aos do en es.

3. Conforme o ritual (VIII, c. 1, n. 6), a

ramentos é a do tempo do ano litúrgico, se não houverou aocôr marcada no ritual, ou a conveniente ao mist barrou nasanto, p. ex., vermelha na bênção de S. Brás,bênção de uma imagem de Nossa Senhora.

4.Ao benzer alguma coisa, o sacerdote tira o barrete e

fica de pé.5. E' proibido pôr sôbre o altar para

benzer um vibje-

to inconveniente (Rit. 1. c. n. 9), p. ex., pão,mas deve colocar-se em cima da credência ou de urna mesaou mandá-lo sustentar por um acólito.

6.Uma bênção reservada, dada por ministro incompe

tente, é ilícita, mas é válida. (Cân. 1147, § 3.) A convite osacerdote privadamente pode dar a bênção contra gafanho-

-

tos e outros animais daninhos. (d. 3801 ad 6.)

7. As bênçãos podem-se dar aos católicos, aos cata-

cúnlenos e até, se não obstar a proibição da igreja (p• sexcomungado publicamente), aos acatólicos, para que obte-nham a luz da fé e junto com ela a saúde corporal. (Cân.

1149.)8.

As bênçãos constitutivas e invocativas são inválidas

se não foi empregada a fórmula prescrita pela Igreja. Can.1148 § 2.) Se não houver fórmula conveniente, b alaIaz :o sinal da cruz sôbre o objeto, dizendo, ou não, p

Müller-In nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti. Ama pergindo r-Umberg, Carpo, Mach-Ferreres Ii p. 220),com água benta. Pode-se usar

Benedietlo ad omnia, no ri-

tual. Não é preciso acenderem-se velas a não ser que sé tra-

te das bênçãos solenes no altar, p. ex., a bênção da cinza.9. Não está prescrito que a aspersão com água benta

se faça em forma de cruz.A bênção das vestes sacerdotais, seja-se n. 2 10 .

Para benzer uma cruz erigida em lugar altinicença

nenti loco) para afastar as tempestades,x

exige a

do bispo. (d. 473.)

494 R e u s, Curso de Liturgia

Page 248: Curso de liturgia pe.João Reus

A bênção de cruzes novas (sem crucifixo) e imagens,expostas à veneração pública, é reservada ao bispo, quandose faz solenemente com canto, ministros (solemnis) e con-curso do povo, chamado para esta solenidade (cân. 1279 §4), ao ar livre (in eminenti loco; Regatillo). Particularmentee sem solenidade qualquer sacerdote com um ministro podefazer estas bênçãos bem como as das cruzes destinadas parao altar e as procissões, embora isto não seja necessário. (d.2143.)

Para expor à publica veneração as imagens e levá-lasem procissão, basta benzê-las particularmente, como a S.R. C. decidiu quanto às cruzes e a rubrica aponta. (Rit.VIII c. 24 e 25; d. 2143; Solans II n. 768.)

Para benzer uma cruz pequena com a imagem do cru-cifixo não se usa a fórmula da bênção de cruz nova, mas ada bênção das imagens de N. S. Jesus Cristo. (d. 3524 ad 4.)

10. Via sacra. 1. 0 único documento para a ereção válida davia sacra, é a faculdade recebida da S. Penitenciaria. Pedir a li-cença do ordinário é muito conveniente, se o lugar, onde se faza ereção, está sujeito à jurisdição do bispo.

2. Sem se recorrer a Roma, a pedido do interessado, os superio-res da ordem de São Francisco podem delegar a faculdade de erigira via sacra a um dos seus súditos, mas não a um sacerdote forada sua ordem.

3. 0 bispo tem a faculdade de erigir a via sacra, mas não podedelegá-la, a não ser que tenha privilégio especial.

4. Quanto à matéria, lugar, rito, vigoram as leis antigas. (S.Penitenciaria 12-3-38; REB 1941, p. 841; 1944, p. 57-81.)

§ 193. A VISITA PASTORAL998. O cerimonial solene da visita pastoral acha-se naC. P., p. 691. 0 resumo seguinte pode servir em caso denecessidade.

I. Preparativos.1. A igreja está ornada corno nos dias de maior sole-

nidade. No presbitério, ao lado do evangelho, arma-se o tro-no sôbre um estrado com três ou pelo menos um degrau.

2. Sôbre o altar-mor, do lado da epístola, pôr-se-á omissal e nêle deve estar marcada a oração do titular daigreja.

3. Em outra igreja ou numa casa decente se preparamacoito, alva, cíngulo, estola 'branca.

4. A porta da matriz estará preparado o turíbulo, a na-veta, e água benta, um crucifixo e à entrada da porta se es-

tenderá um tapête com almofada, se o bispo não beijou ocrucifixo em outra igreja.

II. Recepção.999. 1. Logo que se avistar o bispo, começam a repicaros sinos, o que nos demais dias sempre se observará emqualquer igreja, à qual o bispo vá ou pela qual passe.

2. E' recebido pelo pároco, revestido de sobrepeliz semestola, irmandades, colégios e povo. Tendo-se paramentado,o bispo vai em procissão sob o pálio à igreja que deve servisitada, a cuja porta o pároco entrega-lhe, de pé e desco-berto, o crucifixo para beijar e o hissope da água benta.Depois o mesmo pároco apresenta a naveta (Benedicite, Pa-ter reverendissime), outro sacerdote, se fôr possível, o turí-bulo. O bispo põe o incenso no turíbulo e, estando de pée coberto, é incensado com três ductos duplos pelo pároco,que fará antes e depois inclinação profunda.1000. 3. Concluída a turificação, o pároco entoa o TeDeam ou, se isto fôr impossível, canta, ao menos em tonasrectas, ou reza-se o responsório:

Ecce Sacerdos magnas, qui in diebus suis placuit Deo;* Ideo jure jurando fecit ilium Dominus crescere in plebemsuam.

"XT. Benedictionem omnium gentium dedit illi, et testamentum suam confirmavit super caput ejus. * Ideo. GloriaPatri. `e Ideo.

4. 0 bispo faz oração diante do SS. Sacramento, o pá-roco sobe ao supedâneo do lado da epístola e voltado parao bispo canta:

Y . Protector noster aspice Deus. id/. Et respice in fa-ciem Christi tui.

T . Salvam fac servum tuum. 13z. Deus meus, speran-tem in te.Mitte ei Domine, auxilium de Sancto. Pjz. Et deSion tuere ea rn .Nihil proficiat inimicus in eo. I. Et filias iniqui-tatis non apponat nocere ei.Domine exaudi orationem meara. }z. Et clamor meusad te veniat.

Y,T. Dominus vobiscum. Iii. E t cum spiritu tuo.Oremus. Deus, humilium visitator, qui eos paterna di-

lectione consolaris, prcetende societati nostrce gratiam loam;

Curso de Liturgia — 32

yyr

496 R e u s; Curso de Liturgia IL Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 497

Page 249: Curso de liturgia pe.João Reus

498 R e u s, Curso de Liturgia

ut per eos, in quibus habitas, tuum in nobis sentiamus ad-ventum. Per Christuna Dominum nostrum.

I. Amen.

5. Em seguida o bispo sobe ao altar, em que foram ace-sas ao menos seis velas, e abençoa solenemente o povo, senão prefere antes cantar a oração do santo padroeiro daigreja pelo missal ao lado da epistola.

Concluída a visita pastoral, o bispo, no dia em que sequiser retirar, vai de hábito comum à igreja, onde do .ladoda epístola, de pé diante do altar e para êle voltado, dizo salmo: De pro f undis, Pater foster, A porta inferi, etc.,Deus, cuins miseratione, etc.

E retira-se.

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 499'

assistentes e uma na frente do trono à direita, para o presbí-tero assistente.

Na sacristia se preparam os paramentos para D e sub-diácono (os manípulos se põem nas banquetas dos MM),.para o P assistente sobrepeliz, amito, pluvial, para os DDassistentes: sobrepeliz, amito, dalmáticas; para os outros:sobrepelizes.

Na capela do SS. Sacramento acendem-se seis velas epõe-se um genuflexório e um outro diante do altar-mor.

II. Advertências.

1002. 1. No trono se fazem as funções: 1. antes e depoisda missa, 2. durante a missa, desde o intróito inclusive atéo versículo do ofertório inclusive.

2. No trono servem os DD assistentes exceto quando obispo põe e depõe os paramentos. No altar servem o D e S,exceto a mitra servida pelo D assistente, depois da incensa-cão do altar. Quem põe a mitra, coloca-se na frente do bispo,e assenta primeiro a borda anterior da mesma na frontedo prelado.

3. (ienufletem todos (não os cônegos) diante do bispodiocesano, passando diante dêle, chegando ao trono e aoretirar-se. Os serviços fazem-se de joelhos; de pé só à lei-tura que o bispo faz de pé. Ósculos ao entregar um obje-to; genuflete o Ac também entregando o báculo.

4. 0 presbítero assistente cuida do anel, da toalha nolavabo, sustenta o livro enquanto o bispo canta no trono, e.só durante palavras cantadas; incensa o bispo depois doevangelho, . assiste ao livro no altar.

5. O porta-báculo sustenta o báculo, entrega-o com a,curva voltada para o povo tendo feito genuflexão, beijan-do o báculo e a mão. Recebe-o com as mesmas cerimôn'i s; beija primeiro a mão.

\ 6. 0 porta-mitra guarda as mitras, cobrindo a mão comum véu. A aurifrigiada, mais leve, se usa depois do Kyrierezado até o fim do Credo cantado; nos outros casos apreciosa.

7. 0 porta-gremial oferece de joelhos o gremial quan-do o bispó se assenta, entregando-o ao primeiro e receben-do-o do segundo D assistente..

§ 194. A MISSA PONTIFICAL POR OCASIÃODA VISITA PASTORAL

I. Preparação1001. Pessoas: o Presbítero Assistente (PA), dois D as-sistentes (DA), o D e o Subd. do altar, o Mestre de ceri-mônias, 2 acólitos para a credência, acólitos para o turíbulo,o livro, a palmatória, o báculo e o gremial.

O altar. O SS. Sacramento transporta-se para um altarou uma capela lateral; a lâmpada do SS. se estiver no meiodiante do altar, tire-se, para que não impeça a passagemdo bispo mitrado. Os paramentos se põem no meio do altar:1. em baixo, casula, 2. em cima dela, dalmática e tunicela, 3.estola, 4. cordão, 5. alva, 6. amito. O manípulo está guar-dado no evangeliário para o bispo diocesano; as mitras, apreciosa e a aurifrigiada (de sêda e ouro) estão ao ladodos paramentos. Sete velas.

Na credência: o cálix, galhetas, missal com o manípu-lo, para a epístola e evangelho, se não houver epistolário eevangeliário. Na credência entre o trono e o altar: o cânon,a bugia, o lavabo (jarro e bacia) com toalha grande (nãoa pequena da missa comum), salvas ou pratos de metal ouvidro, para o solidéu, anel, cruz episcopal, luvas, sandáliaspontificais; o báculo encostado à parede.

O trono de três degraus arma-se do lado do evange-lho. Coloca-se nêle uma cadeira de encôsto e braços, duascadeiras ou mochos à direita ea esquerda para os diáconos

32*

Page 250: Curso de liturgia pe.João Reus

Curso de Liturgia — 32**

500 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 501.

8. 0 porta-palmatória acompanha o porta-livro ou omissal. A palmatória pode ficar sôbre o altar.

9. 0 porta-livro está em pé ou de joelhos, conforme aposição do bispo.

III.As cerimônias

1003. 1. 0 bispo vai debaixo do pálio em procissão paraa igreja. Tocam os sinos. O pároco ou o mais digno do cle-ro entrega de joelhos o hissope ao bispo, o qual . aspergeos circunstantes. Canta-se Ecce sacerdos. Segue adoraçãodo SS. Sacramento. Todos de joelhos. Levantam-se, genu-fletem. No côro o bispo se ajoelha no genuflexório, todosgenufletem; depois vai para o trono. D e S à banqueta.

2. No trono o bispo reza a preparação (com os assis-tentes) para a missa no cânon, trazido pelo porta-livro acom-panhado do porta-palmatória. (Reverências.) O subdiáconoou outro traz as sandálias e cáligas pontificais e presta oserviço. Apresenta-se uma salva para o barrete, outra paraa cruz e outra maior para a mozeta. O lavabo, trazido pelos

Diagrama das cerimônias principais da Missa Pontifical

Abreviações: C, celebrante; D, diácono'; S, subdiácono; 1, primeiro as-sistente; 2, segundo assistente; P, presbítero assistente; a, acólito; g,

genuflexão; gig, genuflectit in gradu; M. mestre de cerimônias.

1. Preparação. Acólitos seguram cânon e bugia. 1 e 2 respondem,vão à sacristia; cânon é levado para o altar.

2. Paramentos. D e S vão ao trono e ajudam a paramentar o C.C lava as mãos. P tira o anel, apresenta toalha e põe o anel.Paramentos. Cruz antes da estola. Mitra, báculo.

3. Confiteor. Depois de Indulgentiam, S põe manípulo, ósculo.Sobem. P e D trocam os lugares, S apresenta evangelho. ,

4. Incenso. Benedicite, Pater Reverendissime. 1 cuida da mitra.P fica no plano. D incensa C. Báculo.

5. Intróito. Acólitos apresentam o missal e a bugia. Kyrie, tam-bém D e S. Mitra, barretes.

6. Glória. P apresenta o cânon, entregando-o logo ao acólito. De S também rezam o Glória. Orações; P segura o missal.

7. Epístola. S vai ao meio, depois canta, vai ao trono, g, beijaanel e volta ao seu lugar.

8. D leva o livro ao altar, beija o anel do C. Volta ao altar.Munda cor. P apresenta naveta, turibulo.

9. D vai com o livro para o C. lube Domne. Não beija o anel,volta para o altar ao lado do S.

10. Evangelho. C tem o báculo. S leva o livro para beijar. P in-censa o C.

11. Credo. P apresenta o cânon. D e S também rezam o Credo.Mitra. Cânon para o altar. D leva a bursa para o altar.

Page 251: Curso de liturgia pe.João Reus

502 R e u s, Curso de Liturgia

12 j 4. i-1- 19

CIZ

:

PC,•n,

óS

13 ( + 1P CD,3,d i _ ÷ 20

❑ 'A

14 , , 21

= - -a. PCDI

CD S - ...S

2 115 +P

22

2s1 CP,. .<,: i

â6

P ü2 -1

2 S 12317

PCP CD

__2 5 1

0

2 S 1

S18

— p CDS

2 1

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 503

acólitos, para lavar as mãos. Os ministros ajoelhados. O P'assistente cuida do anel e da toalha grande, os DA vão paraa sacristia. Trazem-se os paramentos. D e Subd. ajudam aobispo. Depois da alva põe-se a cruz, depois da dalmáticaas luvas. A parte dupla do pálio do arcebispo fica no om-bro esquerdo. O D e Subd. retiram-se para o seu banco epõem o manipulo. Entregam-se mitra e báculo, o C vaipara o altar.

3. Confiteor. O PA vai na frente, segue o bispo acom-panhado dos DD assistentes, os quais ficam parados umpouco atrás do bispo, quando êle pára. 0 PA está à direitado C, à esquerda dêle o D, o S, o M. de C. O D da missatira a mitra e o báculo. Genufletem todos os ministros. In-troibo. Depois de Indulgentiam, o Subd. levanta-se, toma omanipulo e com ósculo o põe no braço do C. Quando o Csobe, o PA e o D trocam os seus lugares. Os DA ficamnos seus lugares. No supedâneo o Subd. oferece no missalapresentado pelo M. de C. o evangelho do dia ao C parabeijar, o PA indica com a mão o comêço do texto e logodesce para o plano. O M. de C. leva o livro. O C põe oincenso no turibulo como nas outras missas solenes, dizen-

12. Lavabo. P tira o anel, apresenta toalha, luvas para a salva.Anel, mitra, báculo.

13. Ida para o altar. P vai para a esquerda do C.14. P, C e D sobem. S vai buscar o cálice. Bênção. Benedicite,

Pater Reverendissime.15. Incenso. P retira o missal e o sustenta.16. D incensa o C, P, 1, 2, S. Depois das secretas, o P tira o.

missal, põe o cânon. Solidéu.17. Sanctus. D sobe. S fica no seu lugar.18. Ao Quam oblationem, P e D põem-se de joelhos no degrau

superior atrás do C, levantam durante as duas elevações a ex-tremidade da casula. Depois da consagração o P sempre ge-nuflete com o C.

19. Ao Per quern, D sobe, g com o C; .ao Pater noster, I) genn-flete e volta para o seu lugar.

20.o .Dimitte D e S gig e sobem. S entrega a patena e desce devo.

21. Ab Pax Domini, S não sobe. Depois do Agnus Dei, P e I) tro-cam de lugar.

22. P se ajoelha. Beija o altar sem tocá-lo, recebe o pax, depois1 e 2, sem beijar o altar, nem. D e S beijam o aliar.

23. P e -D trocam, os lugares. D toma as galhetas, S fica no seulugar, P muda o missal. C lava as mãos. I) põe a mitra, Ptira o anel .e apresenta a toalha. S sobe e arruina o cálice queleva à credência, põe-se em fila atrás do C coin D. Ite. Bênção.

Page 252: Curso de liturgia pe.João Reus

504 R e u s, Curso de Liturgia II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais !05

do-se: Benedicite, Pater reverendissime. Depois da incensa-ção do altar o 1.° DA impõe a mitra preciosa ao C, o D in-censa-o. Báculo.

1004. 4. Intróito. O C volta para o trono na mesma ordem,D e S para o banco, ficam de pé ou se assentam como oC. Mitra e báculo entregam-se, apresenta-se o livro para ointróito, o D e Subd. rezam entre si os quíries, ao mesmotempo que o C toma a mitra aurifrigiada, gremial. Todosse sentam. No fim do quírie cantado, todos se levantam(gremial, mitra), o PA sustenta o cânon para entoar o Gló-ria e o entrega ao Ac para sustentar. Os DA e o D e Srezam o Glória nos seus lugares. Todos se sentam (mitra,gremial). Durante as orações o PA sustenta o livro trazidopelo Ac.

5. Para cantar a epístola o S vai ao altar, genufletediante do altar e do bispo, volta para o lugar costumado,canta a epístola, genuflete diante do altar, vai ao trono, ge-nuflete, de joelhos, beija a mão do bispo, genuflete, voltapara o banco. O bispo (livro, palmatória) lê a epístola e oresto até o evangelho inclusive.

6. Pelo fim do canto do côro, o D se levanta, leva oevangeliário (reverências para o bispo e altar) para o al-tar, vai (reverências) ao trono, de joelhos beija o anel dobispo e (reverências) volta para o altar, e ajoelhado no de-grau inferior reza o Manda cor. Entretanto o bispo põe in-censo no turíbulo (PA). O D vai buscar o evangeliário,leva-o ao trono (reverências), de joelhos diz: Iube, Domne,benedicere (fórmula imutável!), não beija a mão, volta paraa direita do S, todos genufletem diante do altar e do bispoe vão para o lugar costumado. O bispo (mitra, gremial)levanta-se e pega no báculo. Terminado o evangelho, o Sleva o livro ao bispo, para beijar e se retira com genuflexão.O PA incensa o bispo.

7. 0 PA sustenta o cânon para o bispo entoar o Credocorno no Glória. Depois da recitação todos se sentam (mi-tra, gremial). O M. de C. leva o cânon para o altar. Depoisdo Et honro factos est, o D leva a bôlsa para o alta: (reve-rências). Terminado o Credo cantado, todos se levantam(mitra, gremial). O bispo canta Dominus vob., Oremos e lêo ofertório apresentado pelo Ac, e senta-se para lavar asmãos. O DA põe ao bispo a mitra preciosa, gremial, o PA

cuida do anel. As luvas guardam-se numa salva apresenta-da por um Ac. Agua, toalha, báculo.

8. 0 bispo vai para o altar como no princípio da missa,mas o PA fica à esquerda do C, D e S à direita. Todos ge-nufletem, o C inclina-se e sobe corn o PA e D. 0 S traz ocálix para o altar. Seguem-se as cerimônias da missa so-lene. O D (não o S) limpa o cálix. (C. E.) O S diz: Be-nedicite, Pater reverendissime. O D apresenta a naveta paraimposição do incenso. O PA sustenta o missal durante a in-censação. O C, tendo recebido a mitra do DA, é incensadopelo D e lava as mãos; o PA cuida do anel e da toalha. OD incensa o PA, o 1.° e 2.° DA, o S. O sl. Lavabo o bispo

reza-o do cânon. Antes do Gloria Patri o 2.? DA tira-lhe a

mitra.9. Tendo o C concluído a última secreta, o M. de C. tira

o solidéu, o PA substitui o missal pelo cânon. Ao Sanctus

o S não sobe. A elevação o PA ajoelha-se no bordo do su-pedâneo, à esquerda do C. Volta para o seu lugar e faz asgenuflexões corn o C. Ao Agnus Dei o S não sobe (d. 3769ad 4) e o PA e D genufletem e trocam os lugares.

10. 0 PA beija o altar sem tocar e recebe o Pax, os DAnão beijam o altar nem o D e S. (d. 4015 ad 3.) 0 PA e Dtrocam os lugares; e o D, não o S, (d. 4015 ad 4) ministraas abluções. O S desce. Põe-se o solidéu ao C. 0 PA põeo cânon no meio do altar, o missal na estante e muda o li-vro. O S sobe para o lado do evangelho e arruma o cálix.O D põe e tira a mitra. O PA cuida do anel e da toalha,quando o C lava as mãos. O S põe-se em fila atrás do C,com o D.

11. Tendo o C dito o Placeat, o D põe-lhe a mitra pre-ciosa. Todos de joelhos. 0 C pega no báculo e dá a bên-ção, deixa depois a mitra, mas não o Menlo, diz Dom. vob.,Initium, .etc.... fazendo a cruz no al tar, recebe a mitra econ inua o evangelho ao ir para o trono: Mas antes todosfazen a devida reverência à cruz.

1 Voltam para o trono na mesma ordem que no prin-cípio. D e S retiram-se para seu banco, tiram o m anipulo evão ao trono (reverências) para despir o C dos paramentos eretiram-se para a sacristia. Os Ac trazem o canon e pal-matória para o C fazer ação de graças. O genuflexório estádiante do altar. No fim o bispo C, acompanhado dos sa-

Page 253: Curso de liturgia pe.João Reus

cerdotes, faz adoração do SS. e. na porta recebe o hissope,indo a cruz na frente.

1005. 13. Se o bispo fizer sermão, ficará em gera', no al-tar ou no trono. No fim. o D canta o Confiteor diante dobispo, um pouco inclinado, dizendo Tibi Pater e Te Pater,se não fôr cônego, faz genuflexão. (C. E. I. c. 39., Coelho.)O PA publica a indulgência, dizendo: "Sua Excelência Re-verendíssima, o Sr. D., por mercê de Deus e da Sé Apos-tólica, bispo desta santa igreja de... dá e concede a tôdasas pessoas aqui presentes 100 (200) dias de verdadeira in-dulgência na forma costumada da Igreja. Rogai portanto aDeus pelo feliz estado do Santíssimo Padre por Divina Pro-vidência Papa... de Sua Excia. Reverendíssima e da San-ta Madre Igreja." O bispo dá a bênção. Se o bispo não pre-ga, o pregador vai ao trono, revestido de estola; tê-la namão não é conforme ao C. E. que exige que o sacerdote ve-nha revestido como de costume (C. E. I., XXII, n. 2) e dejoelhos diz: lube, domne, benedicere, beija o anel e pede asindulgências: Indulgentias, Pater Reverendissime. O bisporesponde: Consuetas. (Cardeal 300, Arcebispo 200, Bispo100.) Um bispo estranho não pode dar indulgências. Depoisde cantado o Confiteor o pregador no púlpito lê a fórmulamencionada.

§ 195. MISSA SOLENE COM ASSISTÊNCIA DO BISPOREVESTIDO DE ROQUETE E MOZETA

1006. 1. A entrada do bispo na igreja é solene. (n. 554.)2. No côro está um genuflexório.3. 0 bispo está sem assistentes. (d. 86 ad 3; 3540.)

Não é permitido ao bispo sentar-se no trono com roquetee mozeta. (d. 3540.) Mas, como parece, êste decreto sóse refere à Catedral, onde há stalla.

4. A missa é celebrada como a missa solene comum . ,Mas o C e os MM ao chegar ao altar, fazem reverência aoaltar e depois ao bispo, o C com inclinação, os MM comgenuflexão. Colocam-se um pouco do lado da epístola, meiovoltados para o bispo. Ao Confiteor o C diz tibi Pater, tePater, inclinando-se para o bispo. (d. 86 ad 5.) Os MMinclinam-se só ao C.

5. 0 bispo não reza o Confiteor com o C ao pé do al-tar (d. 86 ad 4), nem benze o incenso, nem é incensado

antes do intróito (d. 3110 ad 21), nem depois do evange-lho, nem beija o evangelho, nem o S nem o D pedem abênção a êle. (d. 3110 ad 22.) 0 C é incensado com 2.ductos ao intróito e evangelho. (C. E. I. c. 23, n. 32.)

6. Ao ofertório o bispo nem benze a água (C. E. I. c.30, n. 3), nem o incenso. (d. 3110 ad 21.) 0 C é incensadoprimeiro, com 2 ductos (C. E. I. c. 23, n. 32), depois obispo com 3.

7. A paz é dada pelo D (d. 2089 ad 5), primeiro aobispo, depois ao S.

8. Depois do Placeat o C inclina-se ao bispo e dá abênção para o lado onde o bispo não está.

9. 0 C, D, S retiram-se, fazendo as reverências ao al-tar e ao bispo.

II. Liturgia Especial. Sacramentos e Sacramentais 507.506 R e u s, Curso de Liturgia

Page 254: Curso de liturgia pe.João Reus

INDICE ALFABÉTICO

Os números são marginais.

AAbsolvição sacramental 949; —

in articulo mortis 958; — dosdefuntos 819; sôbre o panopreto 822; — geral dos tercei-ros seculares 951

Aclamações 102Acolitado 981A cunctis 559Adiada, missa — a missa do

domingo impedida 646Ad libitum oratio 560Adscriptam 516Advento 268Agnus Dei 535Água na missa 493; 120; — ben-

ta 805; 120; de socorro 901Ajudante na missa 686Alacoque, S. Maria 437Alfaias da igreja 185Alheia, igreja — missa na 648Aleluia origem 104; — na setua-

gésima 301; no . gradual 482;no tempo pascal 414; 936

Alitúrgico 258; 376Altar, lugar 142; formas 151;

portátil 160, 649; mor 161;— fixo 159; o seu simbolismo162;privilegiado 161

Alva, matéria, uso 216; 681Ambrosiana, Liturgia 60Âmbula, matéria, forma 239; pu-

rificação 719Amen 103Acoito 215 ,Anáfora 462Anamnese 522Anúel 994; — dos prelados 231Aniversário da morte: missa 661;

— da ordenação sacerdotal 571Anunciação, Et incarnatus est

787Annotina 412Ano, comêço do 247; eclesiástico

245Antepianas, Liturgias 67Antífona 101; — Mariana 101Antipêndio 166Anúncio de morte: missa depois

do 668Aparecida 439; — ofício 834Apologia 470

Arcobotante 141Ascensão 420Asperges 805Aspersão de objetos 290Assentar-se 110Assistente na missa cantada 802;

— na missa nova 792Assunção de Maria Santíssima

441Atitude do corpo 107Atanasiano, símbolo 851Atos litúrgicos 23; — extralitúr-

gicos 24Áureo número 445Ave Maria 85; 728Ázimo 121

BBalaustrada 185Baldaquino 155Banda musical na procissão 435Barrete 230; não se põe 107Basilica 142Batina 206; — comprida 681Batismo solene 901; — priva-

do 911; -- dos párvulos 905Batistério 192Beatificação, missa votiva 626'Beijar um ,objeto 115Bem-aventurado: estátua do 177;

missa 648; 595; altar fixo 156Bênçãos em geral 997; — de

objetos 699; — reservada 211;-- dos paramentos 210; —na missa 543; — do neo-sa-cerdote 793; — do Santíssimo931; ---- Cerimonial solene 938;

das velas 292; -- da cinza303; dos ramos 310; -- nupcial6055; 610; 095; do anel 994;de um oral(,rio 624; da nm-Iher post parlum 996

Benedicile, depois da uiissn 727Binação 721Bispo: nome no canon 112; 701;

-- funções dos capelães 732;sermão nti sua presença

786; -- o seu breviário 833Braga 67Brás, bênção de S. 299Breviário 70; nome 826; — êrro

na recitação 841; -- durantea missa solene 745

Page 255: Curso de liturgia pe.João Reus

510 R e u s, Curso de Liturgia

Os números são marginais Os números são marginaisC

Cadáver: missa, quando trasla-dado 664 ,

Ccecutientis missa 630Creremoniale ep. n. 71Calendário próprio 830; 840Cálix: matéria, forma, consa-

gração 232; 236; 210Câmara ardente: missa na 664Campa 198Campainha 347Cânon 500; — a sua origem 508;

— é proibido lê-lo em vozalta 20

Canonização, missa votiva 626Cânticos 96Canto na exposição 934; — de

língua vulgar na exposição935; chão 106

Capa de asperges 229;mana 206

Capela 144Capítula 94Carlos Magno 59Carnaval 302Casamento 976Castiçais 185Casula 225Catacumbas 141Catecúmenos 305Cavalo, com o Santíssimo a 922Caveiras 209Ceóg , sacerdote ; veja Ccecutiens

Cemitério 147; missa no 664Cenáculo 140Cera, velas 933; matéria 138Cerimônia: significação 28; —

escôpo 30Cerimoniário (mestre de cerimô-

nias): funções 810Ceroferário 808Chave do tabernáculo 183Crisóstomo, Liturgia de S. 463Cibório — dossel 154Ciclos 248Ciclo de Cristo Rei 425; — pas-

cal 300Cinza 133; Quarta-feira de 303Circuncisão 283Círio pascal acende-se 404; 378Claude] 17Clementina, instrução 73; — Li-

turgia 461

Clérigo assiste ao celebrante namissa 802; — assume as fun-ções do subdiácono 745; —obrigações 972; — não car-rega o féretro 960

Coleta 477Colherinha 680Comemoração especial 557; --

normas 872; — dos defuntos654

Comemorações várias do mes-mo Comum 878

Comunhão: antífona 539; — namissa 716; — fora da missa910; — diante do Santíssimoexposto 910; — dos enfermos919; — no sábado santo 323;401; — dos fiéis na missa so-lene 774; 716; de pessoas nãodoentes em casa 930; no supe-dâneo do altar 718; — sacer-dotes e diáconos 221; 718

Communicantes, nomes dos san-tos 514; — próprio diz-se 584

Completas 852, 825Cômputo pascal 444Conceição Imaculada 273Concorrência 864Concorrida, festa 642Confessio — lugar nas Basílicas

romanas 138Confessionário 197Confiteor 470; — na distribuição '

da s. comunhão 911; 19Congregação dos Ritos 65; 68Congresso eucarístico: missa 618; missionários 625

Conopeu 183Consagração das hóstias 696;

das igrejas 341Constituições apostólicas 461Coração de Jesus 437; — missa

621; - Festa trasladada 639;— Prefácio de rara beleza 504

Cordão, matéria, forma 217Côres litúrgicas 207Caro, lugar na igreja 186; clero

813Corpo de Deus 431Corpo Místico 12Corporal 164; lavar 213Cortina interior do sacrário 184Costume 69Cota 218Credência 187

Credo 486; obrigatório 578Cristo Rei: liturgo 9; Cristo Rei

441; ciclo 425Cruz, sinal da 118; — do altar

167; — no altar da 'exposição737; — oculta 84; por cimado tabernáculo 167; — bênçãode uma cruz 997

Cruzes no cânon 510; — bran-cas 209

Criptograma 84Cursas 503Custódia 241

DDalmática 223Decretos da S. C. R. 76De cor, as orações que se devem

saber 679Dedicação, festa da 887Defeitos na missa 547Degrau do altar 157Defuntos, oração 645Denudação dos altares 341Deo gratias 104Devoções populares 442Diaconado 985Diácono, funções na missa so-

lene 746; — quando dá a co-munhão 910

Dialogada, missa 19Dias santos de guarda 856Dies ira; 816Dies natalicia 853; 864Diocesano Padroeiro 887Dirigatur Domine 788Domingo, origem 249; — pri-

meiro do mês 256Domingos, divisão 253; — va-

cantes 255Domingo de ramos 309Dominus vobiscum 102Dores, Nossa Senhora das Do-

es, missa 591; — festas 440D xologia maior et minor 105D cto na incensação 749

E

Edição típica 74Elevação 521Embolismo 532Emendas novas nos livros litúr-

gicos 74Encomendação 965

Enfermos em quartos diferentes929

Entêrro 960Epacta 446Epifania 284Epiclese 461; 519Epistola 481Erro do breviário 841Espírito S. 177Estações 306Estantes no altar 170Estearina, velas de 933Estêvão, S. 281Estilos litúrgicos 145Estola, matéria, uso 221; 210; —

diante do bispo 786Etéria 77Et incarnatus est, na missa so-

lene 787Eulogia 538Evangelho 484; — último 585Exéquias 960; — das crianças

968Exorcismo 91Exorcistado 979Exposição do SS. Sacramento:

Orações 568; — durante a oi-tava de corpo de Deus 436;

Genuflexões 737; — priva-da 946; — Canto 934

Exsultet 391Extralitúrgicos atos 24Extrema Unção 952

I'

Faixa, veste eclesiástica 206Faldistório 188'Família 2147Férias, divisão 260; missa a es-'

col h n nas férias 645; pri-vilegiada 572; 555

Periata, lesta 856Festas móveis 454; divisão 853;

particulares 889; • sun-püficadas 643

Fideliunt, oração 57(1Fiéis, são lilurgos IIFinados, dia de 869; 1354; 443Flectamns gentia 87; -- nas qua-

tro têmporas (illIFlores 171; — na missa de ré-

quie 815Fogo, bênção do 387Folhinha 558 = CalendárioFração do pão 533

indice Alfabético 511

Page 256: Curso de liturgia pe.João Reus

Índice Alfabético 513

Os números são marginais

Letra dominical 450Lição breve 94Lições 94Língua latina 81Línguas litúrgicas 79Linho 137Liturgia apostólica 45; bizanti-

na 55; egípcia 56; etiópica 57;galicana 59; primeva 49; ro-mana 62

Liturgias ocidentais 58; orien-tais 51

Liturgia, definição 2; origem 4;ciência teológica 37; 38; fon-tes 41; excelência 13

Litúrgico, espírito 78Litúrgico, autores 77; atos 23Livros litúrgicos 42; — vigen-

tes 70Luis Gonzaga, missa 640Lumen Christi 389Luneta 242; no ofertório 696Luvas pontificais 183Luz elétrica 127; velas 126

M

Maquineta (Tabor) 932Mandato 343Manípulo 220Mãos 677; — ablução das 497;

— elevar, pôr 116; — impor117; — sôbre o altar 108

Marcos, S., Procissão 415Maria, inclinação 112Martirológio, missa dos santos

mencionados no 644Matraca 199Matrimônio 994Mausoléu 347Memento vivorcun 513; defuneto-

rum 525Memoriale Rituum 72Meninas com símbolos de mis-

térios nas procissões 434Mestre de cerimônias 810Milão, edito 50Missa, primeira dos apóstolos 48;

de galo 280; sicca 310; —explicação, nome 456; — nocenáculo 458; de S. Justino460; — rezada na quinta-feirasanta 323; — cerimônias 680;coram SS. 737; — espéciesprivada, cantada 550; pa-roquial 551; 26; — votiva em

geral 589; votivas quais? 590;— de N. Senhora 591; —de S. José 593; — em açãode graças 594; votiva duranteuma oitava 596; 603; — se-manais 259; — campal. 553

— votiva privada 600; — proi-bida 598; 601; - côr 599; —ritual 603; — orações 605; —Prefácio 606; -- nupcial 607

— votiva solene 611; — votivanova 612; 792; — da oraçãode 40 horas 616; — nos con-gressos eucarísticos 618; —de J. Cristo Sacerdote 619; —do S. Coração 621; 597; —dos congressos missionários625; — ccecutientis 630; — emlugar de uma festa impedida641; — concorrida 642; — defesta simplificada 643; --men-cionada no ofício ou martiro-lógio 644; — da festa ou daféria 645; — na igreja alheia648; — no navio 649

— de Regale, fórmulas 650; —cerimônias próprias 730; —proibida 652; no dia de fina-dos 654; — exequial 656; —secundárias 659; do 3.°, 7.°,30." dia e aniversário 661; —no aniversário no sentido lato663; -- no cemitério 664; —depois do anúncio da morte668; na qua resma 669; 645; —pontif leal 1001

— em presença do bispo 734;diante do SS. Sacramento

exposto 737; 797; dos san-tos papas 583

- solene 742; - cantada coinassistente sem pluvial 802; ---coin ajudantes 8(14; ---- de Re-quic 814; ._..• vespertina 826

Missal 71Missões, Missa por ocasião do

congresso das (325Mitras 277Mocho 188Moribundo acatólico 909Morte, Missa depois do anúncio

da 668Moçarábica, Liturgia 61; 464Movimento litúrgico 18Mudanças nas orações 575

são marginaisIncensação ao ofertório 788

do altar 471; pelo cele-brante 780; escopo 471; .modo 749

Incensados não individualmente750

Incenso, significação 126Inclinação de cabeça 111; —

profunda do corpo 673; 674; ,:— ao nome do santo do dia112; — do bispo presente 112;— ao Per eundem 526; — dian-te do Santíssimo exposto 937 1

Indulgência plenária in articulomortis 958; toties quoties 441

Inícios dos livros sagrados 845Inglaterra64Inocentes 282in spiritu humilitatis 495Intróito da missa 472Iste Confessor 882lte Missa est 542Jesus Cristo, sumo sacerdote,

missa 619Jesus; inclinação 111José, S. 423ludica, Salmo 469

K

512 R e ti s, Curso de Liturgia

Os númerosFrancisco, III Ordem tem privi-

légio na recitação do breviário831; 840

Frontal 166Funções públicas, 25; — sole-

nes 26Funeral 656

GGalhetas 244Galo das trevas 325; missa de

280Gaudete, domingo 270Genuflexão 108; — à cruz 323;

com cálix 683; de doisjoelhos 109; na .exposiçãodo SS. 738

Glagólica 55Glória 105; 476; — diz-se 554Gloria Patri 105Gradual 482Ciregorianas, missas 666 ;Gregório Magno 63; 64Gregório VII 61Guadalupe 274; 834

HHanc igitur 515Hinos 97; 881Hipólito 57; 62; cânones de Hi-

pólito 203; 505Hodie si votem Dom. audieritis

849Horas litúrgicas, origem 826; —•

menores 851Hosanna 506Hospital, comunhão dos enfer-

mos 927Hóstia grande na luneta 241Hóstias, regras 123Humiliate capita 776; 306; 541

Identidade dos ofícios 880; dasorações 575; 878

Igreja, alheias quanto à missa648; nomes 142; —. bênção134; 624,

Imagem 171; de bem-aventura-dos 177; — do altar 178; —o seu culto 178; — na expo-sição de XL horas 934;bênção 997

Imperada 564Impropérios 362

Kyrie 475

Ladainha 90Ladainhas maiores e menores

415Ladainhas aprovadas 90Lado das mulheres 189Lado direito do altar 672Lcetar.e, Domingo 305Lamentações 324Lâmpada ;do. Santíssimo 123; —

no cemitério 147Lã 137Lavabo 732Lava-pés 342Lavar o corporal e o sangui-

nho 213Leão XIII, Orações depois da

missa 728Lectiones contractce 94Leetio nona 875Leitorado 977Lenho S. 202; — exposição e '.

veneração 948Leprosário 720

Page 257: Curso de liturgia pe.João Reus

515Indice Alfabético514 R e u s, Curso de Liturgia

Os números são marginais são marginaisRéquie, missa cotidiana 069;

do 3.°, 7.°, 30." dia e doaniversário 661; Cerimnninnpróprias 730; "-- Ofertório 41111

Responsório 100Retábulo 15(1Retrofrontal I Ii(iRito, significação 27; dial lldl

valos no Ilrilir♦n u l 9nh, i111;11 71∎ ol aches^o(Iaclr '!I))?i ;i 1.111iuNtlriu, Ir^rlln IIu 111, O?abrir ri , ,00 011, ;I Fln g01. ulrl l

Knr;riu 7' ,

Mulher, bênção da 996Música sacra 106Mysterium fidei 521

NNarthex 139Natal 275; — et incarnatus est

787; — três missas 280Natividade de N. Senhora 440Nave da igreja 189Navio, missa no navio 649Neo-sacerdote 792; Missa

612; — Assistente 792Nobis quoque 527 "Nocturnus talis diei 992Nome de bispo no cânon 701Nomes de santos no batismo 904Nona lição 875Non intres 820Número ímpar das orações 573

OOcorrências 863Octavarium 72O f f erimus 494Ofertório, Antífona 489Ofício divino, obrigação 830; —

facultativos 832; — ofício dosdefuntos 884

Ofícios, divisão 853; — locais834

Oitava, nome 858; — acabam895; — divisão 860; — dapáscoa 412

Óleo, espécies 130; — unção real131

Olhos 114; elevar etc. 676Olhos, Missa do sacerdote que

sofre dos 630Oração do dia 557; — do San-

tíssimo 568Orações, estrutura 87; — con-

clusão 88; - número e divisão555; — especiais 557; — damissa 477; — do tempo 558;— imperadas 564; — facultati-vas (de livre escolha) 572; —se houver mais de uma mis-sa cantada 562; — pelos de-funtos 645

Oratio ad libitum 560; — superpopulum 306; 541

Oratório, 143; bênção do 624Ordenação, oração no aniversá-

rio da 571; colação das ordens969 — 989

Oremus na missa 88Órgão na sexta-feira santa 24Osculo 8; significação 115; bei-

jar um objeto 115Ostiariado 974Ouro, tela de 209Ovos na páscoa 411

P

Padrinho ilegal 903Paixão, tempo da 307; canto da

315; 354Pala 164Pálio, baldaquino portátil 202;--

insignia episcopal 231Pão ázimo 490; litúrgico 121Papas santos 583Paramentos, bênção dos 210Parásceve 347Pároco, breviário 838Páscoa 409Pastofório 179Patena da missa 235; — da co-

munhão 718; 912Pater nosier 530; criptograma 84Patrono, nome 888; — do Brasil

834; com companheiros 895Pavilhão da píxide 716; — do

sacrário 183Paz 536; regras para dar a 772,Pentecostes, vigília 421; — fes-

ta 422Perícopa 480Per ipsum 529Per quem 528Pia batismal 191; bênção da 394;

— de água benta 196Pio X 66Piscina, fonte batismal 191;

poço para a água batismalservida etc. 191

Píxide, matéria 239; purificaçãoda 719

Placeat 543Pluvial 229Polifonia 106Polilitúrgico 280Pompéia 84Pontifical 1001Portátil, missa no altar 649Póscomunhão 540Posições do corpo 107Preces de Leão XIII 728; feriais,

dominicais 92; 844; 263Prefácio 500; 580

Os númerosPrefeito apostólico 702Preferência 866Pregador 786 •Prelaticias, vestes 231Pressantificados,,missa de 348Presbiterado 988Presbitério 185Presbítero assistente na missa

nova 792Presépio 272Procissão 415Profecias no sábado santo 303Privilégio do altar 653; 101; --"•-

dos clérigos 973Professôres, Breviário 835Prosa 98Prosérpina 198Prostração 109Públicas funções 25Púlpito 190Purificação da píxide 719Purificação, festa da 288;

bênção das velas 214

Q '

Quam oblationem 516Quarenta Horas, missa na ado-

ração de 616Quaresma 304Quarta-feira de cinza 302Quartos diferentes, enfermos em

929Quatro têmporas, origem 265;—

de pentecostes 422; -- come-moração 572

Qui natus es, no advento 881Qui pridie 520Qui venturus es 881Quicumque 851Quinquagésima 300Quinta-feira santa 329; — no

Brasil 855

R

Ramos, bênção dos 310; domin-go de 309

Reforma do breviário 826; — docalendário 455

Regem, Domine, Sal rum f ac 92Regulares, Breviário dos 837Reis, dia de 284Relicário 171; incensação 780Relíquias no altar 151Renovação dos votos 917

Sáhndu ="..s; ruurülrrndo ti MarIii ;^anll^uruu;l ;!^!I; I;nnlo37(ï

Sacra I(t!)Sacrarium-IafernaruluinSacr;uucntários 42; 63Sacristão 213Sacristia 185Sagração do cálix 210Sal 132Salmos 95Salmodia 823Sanctus 507Sanguinho 164Santíssimo exposto, Missa 797;- 737; Coleta (Imperada) da

, 568Santos, primeiras • festas 853Sêda 136Secreta 499Semana 257; — Santa 309; —

nas igrejas paroquiais 290; —•não paroquiais 291

Seminaristas, breviário 835Sentar-se na missa solene 783Setuagésima 300Sepulcro, Santo 331Sequência 98; — obrigatória 577Sena," da missa solene 757; na

presença do bispo 786; — fú-nebre (553; -- estola 221; (353;

qutuido o SS. exposto 797Serpeliliaa 384SétimO dia, missa de 6(51Sexagesinia 3011Sexta-feira santa 347

Page 258: Curso de liturgia pe.João Reus

516 R e u s, Curso de Liturgia

Os números são marginaisSimbolismo 77; — das cerimô-

nias 32Símbolo apostólico 86; — Qui-

cumque 86Simplificadas festas 643Sinos 198Sobrepeliz 218Solenidade exterior, essência; —

conservada 635; trasladada 637Subdiaconado 983Subdiácono não pode cantar a

paixão 317; — funções na mis-sa solene 746; — substituídopor um clérigo 745

Sufrágio 93Supplices 524Supra quce 523Suscipe 492Suscipe S. Trinitas 498

TTabernáculo 179Tamborete 188Tantum ergo, inclinação 944Te Deum no ofício 262; 97Te igitur 512Tela de ouro, prata 209Terceiros — Sacerdotes, breviá-

rio 840Thmuis, Liturgia de 462Título, nome 889Toalhas do altar 161Tocar no corporal etc. 213Toledo 61Tonsura 970Toties quoties 441Trato 99Tradição apostólica 57; 505; 62Trasladação de ofícios 865; —

de solenidade 635; 637Trevas 324, 325Tríduo sacro 322Trinitas, Prefácio 580Trium puerorum 546

Trono episcopal 188Tropos 474Tunicela 224Turíbulo, como entregá-lo 748

UÚltimo evangelho 544; pró-

prio 585Unde et memores 522Unção extrema 952

VVasos sagrados, tocar nos 213Vela da elevação 123Velar imagens 175Velas acender 466; — na expo-

sição solene 933; — na festada purificação 292; — na mis-sa 686

Veneremur cernui, Tantum ergoetc. inclinação 113

Veni Saneie Spiritus, na missasolene 784

Vésperas cantadas 896Vestes eclesiásticas 206; -- li-

túrgicas, simbolismo 214.; —litúrgicas execradas 212; —pontificais 231; — prelatícias231

Vestuário litúrgico 203Via sacra não se cobre com véu

roxo 176Viático 919Videira 33Vigário apostólico 702Vigília, nome 857Vinho 124Visita pastoral 998Vômito 930Votos religiosos, emissão e re-

novação dos 917Voz 679

XXimenes 61