Curso de Vigilância em Saúde na Atenção Básica · dade de vigilância da saúde que tenha ......

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E D U C A N D O E D U C A N D O E D U C A N D O E D U C A N D O Curso de Vigilância em Saúde na Atenção Básica Guia de aprendizagem para formação de mobilizadores

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Curso de Vigilância em Saúde na Atenção BásicaGuia de aprendizagem para formação de mobilizadores

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Curso de Vigilância em Saúde na Atenção BásicaGuia de aprendizagem para formação de mobilizadores

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZPaulo Ernani Gadelha

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Hermano Albuquerque de Castro

Laboratório de Monitoramento Epidemiológico de Grandes Empreendimentos do Departamento de Endemias Samuel Pessoa da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Luciano Medeiros de Toledo

Laboratório de Educação P rof issional em Informações e Registros em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio

Sérgio Munck Machado

ORGANIZADORASBianca Borges da Silva Leandro

Daiana Silveira da SilvaIsabel Domingos Martinez dos Santos

AUTORESBianca Borges da Silva Leandro

Daiana Silveira da SilvaAlexandre San Pedro Siqueira

Felippe CezarioGerusa Gibson

Harielle dos SantosHelen Paredes

Isabel Domingos Martinez dos SantosJefferson Pereira

Jussara Raphael AngeloKaren Goncalves

Lais de Almeida Relvas BrandtRaquel Maria Torres

Reinaldo Lopes

REVISORES (em ordem alfabética)Ana Cristina Reis

Heitor Levy Ferreira PraçaLuciano Medeiros de Toledo Paulo Chagastelles Sabroza

Sérgio Ramos

APOIO ADMINISTRATIVORicardo Carvalhal

DESIGN GRÁFICO Ronieri Aguiar

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Curso de Vigilância em Saúde na Atenção BásicaGuia de aprendizagem para formação de mobilizadores

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©Todos os direitos de reprodução são reservados à Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Será permitida a reprodução parcial ou total desta publicação, desde que citada a fonte. Edição, distribuição e informações: ISBN: 978-85-9511-0800-3

Ficha catalográfica elaborada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca.

Equipe de Produção de Material:

Bianca Borges da Silva LeandroHeitor Levy Ferreira PraçaIsabel Domingos Martinez dos SantosRonieri Gomes da S. de Aguiar

Catalogação na fonte:Instituto de Comunicação e Informação Científica e TecnológicaBiblioteca de Saúde Pública

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Sobre o curso

Inicialmente, é importante entender que a vigilância em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda é um projeto inconcluso, marcado pelas crises recentes de abrangência nacional, como também pelo sentimento difuso de aumento das incertezas e vulnerabilidades socioespaciais.

Historicamente, a saúde brasileira tem avanços impor-tantes da vigilância em saúde pautados em lógicas dis-tintas: vigilância vinculada aos programas de controle de doenças e agravos; vigilâncias dos fatores de riscos epidemiológicos e ambientais; vigilâncias relacionadas à segurança; vigilância de doenças emergentes e ree-mergentes e vigilância de acidentes e emergências em saúde. Entretanto, o trabalho da vigilância em saúde pautado no “fazer mais da mesma coisa, sempre que possível um pouco melhor”, enquanto necessário, pa-rece não ser mais suf iciente. Hoje, no SUS, surge, como desaf io, a necessidade de se pensar em uma modali-dade de vigilância da saúde que tenha como ponto de partida os problemas coletivos de saúde.

Nessa lógica, deve-se pensar a vigilância da saúde e sua interação com a Atenção Básica com vistas a for-talecer uma vigilância que aconteça no cotidiano do território local. Aliado a isso, é necessário o avanço de uma proposta de vigilância para o controle público, com base em informações locais contextualizadas no território e no processo histórico, pautada na nature-za de múltiplas fontes de dados e informações e que dê voz à população e aos prof issionais de saúde que atuam no nível local, na “ponta” dos serviços de saúde.

Tendo por base esses desafios é que foi pensado este material didático que compõem a estratégia formativa deste curso de vigilância em saúde com ênfase na Aten-ção Básica. Não são respostas que seguem, mas diversas questões e ref lexões que nos fazem repensar o papel da vigilância da saúde para o fortalecimento do SUS e para as melhorias das condições de vida da população.

Paulo Sabroza e Luciano Toledo

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Sumário

Apresentação .................................................................................. 7

Concepção Pedagógica .................................................................. 7

Sujeitos da Aprendizagem............................................................. 8

Dinâmica do Curso e avaliação..................................................... 8

Unidade de Aprendizagem 1 ........................................................ 11 Vigilância em saúde: O que é?

Unidade de Aprendizagem 2 ....................................................... 21Identificação de problemas de saúde

Unidade de Aprendizagem 3 ....................................................... 35Construção dos planos de ação

Unidade de Aprendizagem 4 ....................................................... 40Formação de mobilizadores

Nosso pequeno glossário ............................................................. 51

Apêndice I ...................................................................................... 54

Referências bibliográficas .......................................................... 64

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Desde 2008, o Laboratório de Monitoramento Epide-miológico de Grandes Empreendimentos (LabMep/ENSP/FIOCRUZ), desenvolve projetos de pesquisa e monitoramento epidemiológico em áreas de influ-ência de empreendimentos de grande porte e com impactos socioeconômicos e ambientais. Entre as atividades desenvolvidas pelo LabMep, destaca -se a qualificação contínua dos profissionais das Secreta-rias de Saúde dos municípios monitorados. Ao longo desta trajetória, foram realizados cursos de capaci-tação em temáticas específicas, um curso de Espe-cialização em Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento Social e um curso de Mestrado Profissional em Vigilância em Saúde, com a formação de duas turmas.

As experiências pregressas do grupo apontam para a necessidade de realizar uma capacitação específica dos profissionais que atuam nas ações de Vigilância em Saúde, em especial, no âmbito da Atenção Básica.

Essas experiências ressaltaram a importância do de-senvolvimento do trabalho em parceria com os muni-cípios para o reconhecimento de áreas e populações mais vulneráveis. Dessa forma, surgiu a proposta de um curso de curta duração, de caráter introdutório, voltado para as ações de vigilância em saúde.

A possibilidade de desenvolvimento desse curso ocorreu através de um edital publicado pela Secre-taria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) para iniciativas educacionais aplicadas à vigilância em saúde com vistas a contribuir com o fortalecimento das ações de Vigilância em Saúde no âmbito do SUS. A proposta de curso aprovada no ano de 2014, iniciou sua execução no ano de 2015 e, tem como previsão, o seu término em 2017.

Este curso de capacitação de Vigilância em Saúde, alinhando teoria e prática, pretende promover a for-mação de lideranças técnicas municipais integrando os diferentes setores envolvidos na vigilância em saúde de forma a fomentar a discussão e proposição de soluções para os complexos problemas de saúde do atual contexto sanitário.

A partir dessa orientação, o curso prevê momentos pre-senciais e virtuais destinados à problematização da rea-lidade e à construção de vínculos entre os participantes.

Assim, você, como trabalhador da saúde vinculado à Atenção Básica ou a Vigilância em Saúde, é convidado a construir uma grande roda, para refletir sobre o seu papel, a sua realidade e as suas práticas profissionais.

A concepção pedagógica do curso é baseada no desenvolvimento conjunto entre teoria e prá-tica, integrando o cotidiano à construção dos saberes, além de considerar os conhecimentos adquiridos, a cultura e as experiências de vida dos prof issionais (BRASIL, 2009). Desenvolve--se sob a estrutura de ‘unidades de aprendiza-gem’, entendidas como:

“os conteúdos e as estratégias peda-gógicas que se articulam de forma a propiciar a ref lexão crítica e a apli-cação da teoria na prática cotidiana do estudante e o desenvolvimento de habilidades específicas, tendo por fio condutor o processo de aprendizagem no contexto social dos alunos, sua vivência, motivação e necessidades, de tal forma que o processo de trabalho do aluno passa a ser parte integrante do processo pedagógico” (ENSP, 2013).

Dessa forma, esta proposta é guiada pe-los seguintes pressupostos:

1) Articulação entre teoria e prática, que pos-sibilite a aprendizagem e a capacidade de de-sencadear e/ou aperfeiçoar o desempenho dos prof issionais;

2) Construção de um processo coletivo do co-nhecimento e criação de um espaço aberto e plural para ref lexão e debate de questões liga-das à Vigilância em Saúde e à Atenção Básica;

3) Valorização do saber acumulado por meio da experiência de vida do profissional.

Apresentação

Concepção Pedagógica

SEJA BEM VINDO(A)!

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Educando... em aprendizagem conjunta

Durante o desenvolvimento deste curso, você será convidado a interagir com os seus com-panheiros de turma em um processo de cons-trução coletiva. A interação entre os membros da turma será muito importante, e, para essa interação, o saber ouvir e a cooperação serão capacidades a serem desenvolvidas.

Educador- Tutor

O tutor irá desempenhar um papel funda-mental na mediação entre o material didáti-co oferecido pelo curso e o contexto concreto no qual o educando desenvolve sua relação de construção do conhecimento. Os tutores acompanharão os momentos presenciais de aula e farão acompanhamento à distância atra-vés da Plataforma Online de Aprendizagem. O tutor coloca -se à disposição do educando para, junto com ele, retraduzir os conteúdos

Educador -Docente

O docente possui experiência e formação na área de Vigilância em Saúde. Ele irá fornecer e trocar informações que possibilitem ao edu-cando ref letir sobre os principais conteúdos do curso. Ele estará presente em todos os mo-mentos presenciais para vincular os concei-tos de todas as Unidades de Aprendizagem do curso à vivência e prática do educando. Cada turma terá um docente-educador envol-vido com ela durante todo o curso.

Sujeitos da Aprendizagem

Dinâmica do Curso e Avaliação

da maneira mais próxima possível das expe-riências concretas deste, de seus acúmulos teóricos e práticos e dos desaf ios com que se defronta em seu cotidiano. O tutor atua como facilitador da aprendizagem. Cada turma terá dois tutores.

Como mencionamos, o curso contará com momentos presenciais e a distância. Os momentos presenciais acontecerão em formato de con-centração contando com a presença do docente e do tutor. Teremos quatro unidades de aprendizagem apresentadas na Tabela 1.

Toda unidade de aprendizagem terá momento presencial, momento para acompanhamento do tutor e momento para atividades individuais. A carga horária de cada uma das atividades é apresentada na Tabela 2.

Para dar continuidade ao processo de aprendizagem, serão realizadas atividades em nossa comunidade virtual. Nela, você poderá sistema-tizar e consolidar conhecimentos e práticas com a ajuda de seu tutor e colegas de turma, resolver problemas criativamente e desfrutar da liberdade de co -criação. Além disso, nela também estarão disponibili-zados os materiais didáticos, cronogramas, avisos, fóruns, guias etc.

O acompanhamento virtual do processo ensino -aprendizagem será de-senvolvido com base no monitoramento semanal das seguintes fun-cionalidades, conforme combinado previamente com o seu educador e tutor: participação nos fóruns e chats, acessos à biblioteca, postagem de atividades e material didático. O monitoramento da utilização da Co-munidade Virtual será feito pelos tutores e docentes. No primeiro dia de aula, você receberá um tutorial explicando como usar a Plataforma Virtual. Dúvidas e dif iculdades de acesso devem ser comunicadas aos tutores. Os tutores terão até 48 horas para responder sua dúvida.

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Tabela 1. Identif icação das Unidades de Aprendizagem

Tabela 2. Disposição da carga horária do curso

Unidade de Aprendizagem

Unidade de Aprendizagem

Vigilância em Saúde: O que é?

Identif icação de problemas de saúde

Construção dos planos de ação

Formação de mobilizadores

UA - 1

UA - 1 16 horas 8 horas

4 horas

- x - - x -

4 horas

8 horas 32 horas

48 horas

24 horas

16 horas

16 horas

16 horas 20 horas 12 horas

16 horas

64 horas 32 horas 24 horas 120 horas

UA - 2

UA - 2

UA - 3

UA - 3

UA - 4

UA - 4

TOTAL

Nome

Momento docente

Momento tutor

Momento individual

Total

Sobre os trabalhosPara cada Unidade de Aprendizagem haverá um trabalho específ ico a ser feito. A forma de acompanhamento de cada atividade será apresenta-da e pactuada nas unidades de aprendizagem com os docentes e tutores. Na Tabela 3 há um resumo das atividades que serão solicitadas. Fique atento aos prazos e não deixe para a última hora.

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Tabela 3. Atividades de avaliação do processo de aprendizagem

A nota f inal será calculada da seguinte forma:

Unidade de Aprendizagem

UA - 1 Nota 1Estudo

Dirigido

1

1,5

1,5Nota 3

Nota 2 Plano de Ação Local

Estudo Dirigido

Teatralização

Realização das atividades e trabalhos em sala de aula

4

Nota 4

Nota 5

UA - 2

UA - 3

UA - 4

Todas UAs

Nota Tipo de avaliação Peso

2

Nota f inal= [(Nota 1 x 1,5) + (Nota 2 x 4) + (Nota 3 x 1,5) + (Nota 4 x 1) + (Nota 5 x 2)]

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Espaço para anotações

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UNIDADE DE APREDIZAGEM

Vigilância em Saúde:O que é?

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“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da músi-

ca não começaria com partituras, notas e pautas.

Ouviríamos, juntos, as melodias mais gostosas e lhe

contaria sobre os instrumentos que fazem a música.

Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma

me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bo-

linhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as

bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferra-

mentas para a produção da beleza musical. A expe-

riênca da beleza tem de vir antes”.

(Rubem Alves)

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Nessa unidade de aprendizagem…Serão trabalhados os principais aspectos teóricos-conceituais da Vigilância em Saúde e sua relação com a Atenção Básica. A presente unidade de estudo visa uma ref lexão crítica da realidade vivida para a sua transformação. Nos momentos à distância, serão priorizadas leituras específicas, avaliadas em forma de estudo dirigido. Para o acompanhamento da realização do estudo dirigido haverá o suporte de tutores com acompanhamento semanal.

OBJETIVOS DA UA-1:

Discutir os principais conceitos de vigilância em saúde a partir da articulação entre teoria e prática;

Problematizar a organização de uma vigilância em âmbito municipal, em dialogo com a organização da vigilância em nível estadual e nacional;

Discutir a prática prof issional e a divisão das vigilâncias no processo de trabalho.

Econômica

Ambiental

ConsciênciaConduta

BiológicaCondições

de vidaCondições

de vida

Fonte: Adaptado de Castellanos, 1990

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“O município de Oswaldo Cruz possui um serviço de vigilância em saúde caracterizado como padrão- ouro. Possui profissionais capacitados, recursos materiais e apoio

logístico para a realização das investigações de campo.Já o município de Arouca está passando por muitas trocas de secretários municipais

de saúde que vem levando a uma desestruturação de diversos serviços, inclusive a vigilância em saúde, com demissão de profissionais, cortes salariais, perda de

materiais... Esse cenário vem dificultando a realização das atividades programadas.”

No decorrer do nosso material de apoio, conheceremos um pouco dos munici-pios de Oswaldo Cruz Arouca. A pequena história acima se refere a duas reali-dades bem diferentes. Você pode ter se identif icado com alguma delas. Apesar das realidades distintas, os dois municípios têm serviço de vigilância e realizam ações de vigilância. Mas, af inal... O que é Vigilância?

Forme grupo de 5 alunos e, em grupo, responda a seguinte provocação:

Provocação 1: O que é, para você, vigilância em saúde? A partir da sua ex-periência, relate um exemplo real do trabalho com vigilância em saúde (se possível, em formato de crônica)

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PLENÁRIAApós a discussão e sistematização, cada grupo irá apresentar sua def inição em e exemplo concreto plenária.

Dentre as definições e conceitos discutidos em sala de aula, o que mais chamou sua atenção? Escreva abaixo suas ref lexões.

Em uma rápida busca no dicionário, você verá que o conceito da vigilância está relacionado com “ato ou efeito de vigiar”, “observação”, “atenção”, “precaução” e “controle”.

No campo da saúde, a vigilância tem objetos históricos que guiaram as suas práticas, são eles: as populações, os lugares, os corpos e o processo de produção das doenças. Cada um desses objetos estava diretamente rela-cionado ao contexto histórico e social e aos conceitos de saúde e doença de cada época e lugar, como também com os mecanismos para se tentar impedir a disseminação de doenças. Michel Foucault, em seu texto “O Nascimento da Medicina Social”, mostra como em cada so-ciedade a vigilância atuava de acordo com os interesses da época.

Algumas práticas e ações da vigilância em saú-de que utilizamos hoje existem desde a Era Romana e a Idade Média, sendo consideradas práticas históricas, são elas, por exemplo: o re-gistro compulsório de doenças e agravos, a in-vestigação de doentes e a quarentena.

ENTENDENDO UM POUCO OS CONCEITOS DA VIGILÂNCIA AO LONGO DO TEMPO... 1

Desde meados do século XVIII até início do sé-culo XX, o conceito de vigilância esteve forte-mente relacionado com o controle focal, in-vestigação e monitoramento epidemiológico das doenças transmissíveis. À época, essas enfermidades eram definidas como prioritárias pelos governantes que desejavam expandir ati-vidades econômicas e, para isso, tinham que in-terromper processos epidêmicos que levassem a morte da população e ao caos nas cidades.

É a partir do século XX que esse conceito começa a se modificar, influenciado, fortemente, pela pró-pria dinâmica econômica que estava acontecendo. É nesse período que se começa a observar o for-talecimento do Estado e o seu papel fundamen-tal nos planejamentos econômico e social. Nesse contexto, a vigilância passa a ser entendida como responsabilidade do Estado, sendo desenvolvidos programas de controle de doenças verticais, ins-titucionais e permanentes, como, por exemplo, o da tuberculose, hanseníase e malária. Além disso, começam a ser criados sistemas de informação de registro contínuo para o monitoramento de agra-vos e identificação de epidemias.

1 Resumo elaborado por Bianca Borges a partir da prova- aula realizada em 2015 para ingresso no concurso público da EPSJV/FIOCRUZ

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A partir da década de 1960, a vigilância é to-mada como um instrumento para a Campanha de Erradicação da Varíola em todo o mundo. É nessa mesma década que a Organização Mun-dial da Saúde atribui o qualitativo “epidemio-lógica” ao termo vigilância. Em 1968, na 21ª Assembleia Mundial da Saúde, há uma ampla discussão sobre a ampliação da vigilância no campo da saúde, sendo recomendado a sua utilização não só para monitorar as doenças transmissíveis, mas também as não transmis-síveis e os fatores de risco.

Desde o f inal do século XX, início do século XXI e, até hoje, em um período denominado por Milton Santos como Capitalismo-técnico-científ ico -informacional, observa -se o uso in-tensivo da informação e o avanços das tecno-logias da informática, regulando laços sociais e afetando diversos setores sociais, incluindo a saúde e as práticas de vigilância. Hoje, nota-se uma predominância do sistema f inanceiro e proximidade das relações local global:

“o mundo está no lugar e o lugar está no mun-do”. Nesse contexto, acrescido do processo de municipalização da saúde no Brasil, vivenciado a partir de meados dos anos 1990, as ações de vigilância em saúde passam a ser descentrali-zadas com valorização da produção e divulga-ção de informações permanentes e atualizadas sobre as condições de saúde locais e globais para gestores e população. Há um deslocamen-to das ações focadas nas doenças transmissí-veis, para os agravos crônicos não transmissí-veis, vigilância ambiental e vigilância da saúde do trabalhador, como também para o enfrenta-mento das doenças emergentes e reemergentes (AIDS, H1N1, cólera etc). A biotecnologia, bios-segurança e cooperação internacional passam a ser estratégias importantes da vigilância em saúde. É, nesse contexto, que se começa a dis-cutir uma vigilância mais local, próxima da rea-lidade vivida pelas pessoas e comunidades, em diálogo constante com o território.

POR QUE FALAR DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA? 2

² Adaptação do Verbete, escrito por Bianca Borges e Paulo Sabroza, sobre Vigilância da Saúde na Atenção Básica do Curso de Especialização em Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento Social (ENSP/FIOCRUZ)(2015)

Apesar de diversos avanços para as condições de vida da população brasileira obtidos com a criação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, o contexto atual é de fragmentação do campo das vigilâncias o que ocorre tanto nas dimensões conceitual e organizacional, como nas práticas nos diferentes níveis do sistema de saúde. Viu- se, por exemplo, uma especializa-ção excessiva da vigilância em nível nacional e a tentativa, mal sucedida, de tentar reproduzi --la em âmbito local. (Porto e sabroza, p.4, s/d) .Soma -se a isso, a complexidade do processo saúde -doença , o aumento da vulnerabilida-de socioambiental , como também a necessi-dade crescente de descentralização e reorga-nização dos serviços e das práticas de saúde no nível local que vem mostrando a relevância de se operacionalizar outra modalidade de vi-gilância, diferente daquela que é usualmente praticada. Uma vigilância que esteja centrada “nas condições de vida e saúde e seus deter-minantes, nos territórios locais onde se dá a produção das vulnerabilidades e dos pro-

blemas de saúde, mas sempre considerando os processos regionais e globais que as inte-gram”. (Porto e Sabroza p.4, s/d). Para a operacionalização dessa proposta, o espaço da Atenção Básica, em especial, o da Estratégia de Saúde da Família (ESF), surge como ideal, af inal “a ESF pode assumir pos-tura ativa de intervenção em saúde, pois se assenta sobre a visão ampliada do processo saúde- doença, ultrapassando concepções mar-cadas pelo viés biologizante e curativo. Sob esse aspecto, ela possui os elementos concei-tuais capazes de superar o processo de medi-calização e redirecionar a atenção à saúde da população numa dimensão ética e pautada em relações de cuidado, por meio do estabeleci-mento de vínculos com a família e a comunida-de” (Oliveira e Casanova, 2009, p.933). Alguns princípios que permitem articular a vigilância com as práticas desenvolvidas na Atenção Bá-sica são: a territorialidade, a integração de saberes, a intersetorialidade e a atuação junto com a comunidade.

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Espaço para anotações

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“No município de Oswaldo Cruz, há uma subsecretaria de vigilância em saúde ligada diretamente ao secretário municipal de saúde e na qual estão presentes a vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica com coordenadores específicos. Já no município de Arouca, a organização é um pouco diferente, não existe uma

subsecretaria de vigilância em saúde e as vigilâncias não estão ‘articuladas’ oficialmente. A vigilância epidemiológica é a mais antiga no município e vem

fazendo um esforço para dialogar com os Programas da Atenção Básica, objeti-vando a realização de trabalhos conjuntos. A vigilância ambiental foi recente-

mente criada e a vigilância sanitária estava subordinada à secretaria municipal de saneamento básico e, agora, está migrando para o setor saúde.”

A partir da exposição da organização desses municípios, respondam à Provocação 2 em grupo.

Provocação 2:

• Como está organizada a vigilância em saúde no seu município? Monte um organograma e localize -se.

• Quais são os nós críticos que você observa na organização dessa vigilância em saúde?

• Como vocês proporiam uma maior integração das vigilâncias?

• Na prática concreta, como são realizadas as atividades de vigilância no nível local? Faça um f luxograma.

PLE-NÁRIA

Após a discussão e sistematização da Provocação 2, apresente os resultados para todos.

LEITURA DIRIGIDA

Agora, durante a aula presencial, você terá terá um espaço de tempo reservado para a leitura do seguinte texto:

• Vigilância em Saúde – Márcia Boccatto: (UNASUS)http://www.escoladesaude.pr.gov.br/arquivos/File/unidade11_vigilancia_em_saude_aula_30AGOSTO.pdf

PLENÁRIA

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MOMENTO EXPOSITIVO DO DOCENTE

Nesse momento você, seus colegas, educador e tutor assistirão juntos a um ví-deo sobre vigilância em saúde da Universidade Aberta do Brasil, chamado Gestão da Vigilância em Saúde, disponível no endereço eletrônico: https://www.youtube.com/watch?v=BLZwH4UEcpY

Em seguida, o docente fará uma apresentação sobre a organização da vigilância em saúde em âmbito nacional e municipal. A apresentação da aula está disponibi-lizada na Comunidade Virtual.Fique a vontade para apresentar suas dúvidas e trazer questionamentos e coloca-ções suscitadas pela leitura dirigida que foi realizada em nossa sessão anterior.

Espaço para anotações

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COMEÇANDO A PENSAR NA UNIDADE DE APRENDIZAGEM 2

TRABALHO PARA O MOMENTO À DISTÂNCIA

Textos a serem lidos para a realização do Estudo Dirigido:

Para você, o que é problema de saúde? Cite três problemas que você gostaria de atuar a partir da sua realidade.

O nosso trabalho da Unidade de Aprendizagem 1 será feito na Comunidade Virtual e acompanhado pelos tutores. Você fará um estudo dirigido utilizando a ferramenta “Fórum”. Toda semana você responderá a uma pergunta liberada e mediada pelo seu tutor, ou seja, você terá uma semana para responder a questão, respeitando as suas exigências e disponibilidade para participação. Será um processo coletivo, pois seus co-legas conjuntamente com você, irão ref letir sobre todas as questões disponibilizadas.

Não deixe a resolução de suas tarefas para o último momento.

1. PAIM, Jairnilson Silva; ALMEIDA- FILHO, Naomar de. Análise da situação de saúde: o que são necessida-des e problemas de saúde? IN: PAIM, Jairnilson Silva; ALMEIDA -FILHO, Naomar de. Saúde Coletiva: teoria e prática. 1ª Ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2014. (pp. 29 -39)

2. SABROZA, Paulo. PORTO, Marcelo Firpo. Texto Síntese sobre Vigilância: Uma proposta de capacitação em vigilância das condições de vida e saúde para o SUS: oportunidades e desaf ios. (s/d)

3. Verbete “Vigilância de Base Territorial Local” do curso de especialização em Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento Social da ENSP/FIOCRUZ(2015) – Paulo Sabroza e Bianca Borges

Anote suas respostas em uma papel e entregue ao docente e tutor

Você receberá esses três textos impressos e elestambém estarão disponíveis na Comunidade Virtual

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OUTRAS LEITURAS SUGERIDAS

FILMES INDICADOS

AVALIAÇÃO DA UNIDADE DE APRENDIZAGEM 1 PELOS ESTUDANTES

MONKEN M. BATISTELLA C.. Vigilância em Saúde. Dicionário da Educação Prof issional em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio.. Disponível em:http://www.epsjv.f iocruz.br/dicionario/verbetes/vigsau.html SABROZA, P.C. Vigilância em Saúde. (S/d). Disponível em:http://www.abrasco.org.br/grupos/arquivos/20060718160725.pdf

Diretrizes para a integração da Atenção Básica e Vigilância em Saúde (documento preliminar do Ministério da Saúde): https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/3317.pdf

• O Físico (Philipp Stölzl, 2014)• O Amor nos tempos do cólera (Mike Newell, 2007)• Políticas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde (2013) – Disponível no Youtube

• O Homem Elefante (David Linch, 1980)• Herança social (Vídeo Saúde e SVS IMS, 2016) Disponível no Youtube

• Saúde em trânsito (Vídeo Saúde e SVS IMS, 2016) Disponível no Youtube

• Espototricose (Vídeo Saúde e SVS IMS, 2016) Disponível no Youtube

Prezado(a) educando(a),

Nesse momento, você receberá do educador e do tutor um questionário para avaliar esta unidade de aprendizagem. O objetivo é conhecer sua opinião e ava-liar a qualidade deste curso, visando à melhoria do processo educativo.

Sua opinião é anônima e muito importante para o desenvolvimento do curso. Por favor, não deixe nenhum item em branco.

Agradecemos sua participação! Nos vemos na Unidade de Aprendizagem 2!

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UNIDADE DE APREDIZAGEM

Identif icação de problemas

de saúde

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Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não

vejo! - só estava era entretido na ideia dos lugares

de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente

quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na

outra banda é num ponto mais embaixo, bem diverso

do que o primeiro se pensou (…) o real não está na

saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é

no meio da travessia…”

(João Guimarães Rosa, 1956: 26-52)

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Nessa unidade de aprendizagem…Serão realizadas oficinas em subgrupos, com a seleção prévia de situações-problemas, de-senvolvidas em conjunto (docentes, tutores e estudantes), onde os vocês serão estimulados a desenvolver a construção de uma pauta de problemas de relevância às ações de Vigilân-cia em Saúde e a pensarem em propostas de ação. Será realizada também uma caminhada transversal. A proposta é estimular o debate para articulação entre as ações de Vigilância em Saúde e Atenção Básica. Para o momento a distância, os estudantes, divididos em dupla e/ou trio, irão receber um roteiro para que, com base em sua realidade, possam elaborar uma proposta de intervenção local.

OBJETIVOS DA UA-2:

Discutir possibilidades de intervenção da vigilância em saúde na Atenção Básica para lidar com problemas de saúde.

Vivenciar possibilidades metodológicas de diagnosticar o território, identif icando potenciali-dades e desafios.

Estimular o debate para articulação entre as ações de Vigilância em Saúde e Atenção Básica

Charge do Cartunista Mayrink, retirada do livro "Os males humorados" (2014)

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“Apesar de o município de Arouca ser bem menor que o de Oswaldo Cruz, ambos estão percebendo o aumento da violência e a dificuldade

de contê-la. Violências tanto por conta do aumento das agressões como também dos acidentes de trânsito. Além disso, recentemente, foram

notificados, no município de Oswaldo Cruz, possíveis casos de Zika e Chikungunya que vem levando a vigilância em saúde a rever o controle

do Aedes Aegypti que já vinha tendo um controle satisfatório.Em Arouca, o Ministério Público está iniciando uma investigação

por conta das crescentes mortes maternas, além da secretaria de saúde ter que responder a essa questão, também está descentralizando o seu

programa de tuberculose para as unidades básicas de saúde”.

No continuar da nossa história sobre os municípios de Oswaldo Cruz e Arouca percebemos que alguns dos problemas vivenciados são parecidos.

Ref letindo sobre isso, neste momento, vocês deverão se dividir em 4 grupos. Cada um dos grupos irá receber uma situação problema e deverá abordá- la a partir do roteiro a seguir:

1. Quais são os problemas da situação? Na percepção de vocês, qual o princi-pal problema no cenário apresentado? (Identif icar o problema que desenca-deou o desfecho da situação)

2. Quais são os determinantes sociais desse problema?

3. Em que pontos dessa situação a vigilância e a saúde da família poderiam ter atuado?

4. Se vocês tivessem que contornar essa situação, quais ações/intervenções poderiam ser feitas em cada um desses pontos?

5. Como vocês acompanhariam essas ações/intervenções?

PLE-NÁRIA

Após a discussão e sistematização do grupo apresente os resultados para todos.

MOMENTO EXPOSITIVO DO DOCENTE

Após a nossa plenária sobre a situação problema, o docente fará uma apresenta-ção sobre os modelos assistenciais e a vigilância da saúde.

PLENÁRIA

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Situações- problema

SITUAÇÃO PROBLEMA 1

No mês de Janeiro de 2014, o Sr. José da Silva, depois de três dias com mui-ta febre, procurou a Unidade Básica de Saúde próxima a sua casa, relatan-do fortes dores abdominais, dif iculda-de respiratória e manchas vermelhas pelo corpo. José se adiantou logo em ir ao médico, pois notou que muitos dos seus vizinhos estavam com sin-tomas parecidos. Pensou que poderia ser algo sério.

Ao ser atendido, a médica do PSF rapi-damente suspeitou da possibilidade de um quadro de dengue grave em função da manifestação dos sintomas apre-sentados e da situação epidemiológica da localidade que José morava, que vi-nha apresentado um número crescente de casos da doença, com alguns regis-tros de óbitos. Para a médica do PSF já se tratava de um surto no município. Diante disso, a médica lhe administrou soro com um remédio para as dores, indicou que José f icasse de repouso, bebesse bastante líquido e sugeriu que se ele piorasse, procurasse a UPA do município de Tupi, pois o caso dele estava f icando grave e o PSF não po-dia fazer muita coisa. A médica do PSF queria conversar com a equipe do pos-to ou alguém da secretaria municipal de saúde sobre a situação de sua área, mas, ainda não foi possível.

José mora no bairro Venâncio do mu-nicípio de Tupi, com, aproximadamente, 1.000 domicílios/casas. Segundo o sis-tema de informação do PSF, desses do-micílios/casas, só 20% possuem abaste-cimento de água ligado à rede pública, sendo o restante, servido por poço; 30% têm seu lixo coletado por serviço de limpeza pública, o restante é quei-mado, jogado em rios ou largado nas ruas e vias da região. Apenas 10% estão conectados à rede geral de esgoto. Os moradores da região já f izeram diver-sas reivindicações pedindo melhorias nas condições sanitárias da localidade junto à prefeitura, mas nada mudou.

Os netos do Sr José brincam em uma rua sem asfalto (como quase todas as ruas do bairro) ao lado de um valão que sempre que chove, deixa a rua cheia de água. Ana, a esposa do Sr José, reclama da quantidade de mosquitos no bairro. Às vezes, ela compra repelente para passar nas crianças, mas nem sem-pre, pois dif icilmente sobra verba no orçamento doméstico para esse tipo de gasto. Além disso, a falta d’água na região vem se tornando constante, fa-zendo com que diversas famílias, in-cluindo a do Sr José, armazenem água dentro de casa.

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Situações- problema

SITUAÇÃO PROBLEMA 2

Ana Amélia é moradora do município de Tupi. Desde a infância reside em uma área periférica que apresenta bastan-tes problemas de infraestrutura, ser-viços e segurança pública. Ela tem 27 anos e mora com o companheiro, que está desempregado, e uma f ilha de cin-co anos, na casa de seus sogros, com mais duas cunhadas e três sobrinhos.

Quando percebeu que estava grávida, foi marcar uma consulta no posto de saúde do outro bairro, pois o do seu está em reforma há anos e, por isso, to-das as gestantes desta área fazem pré- natal em outro local. Além disso, o bair-ro não é coberto por equipes de Saúde da Família.

Já estava então com quase 18 semanas de gestação quando iniciou o pré -natal. Foram realizados exames de rotina e quando Ana Amélia recebeu os resul-tados, estava com síf ilis com tempo de evolução desconhecido. O médico prescreveu tratamento para a gestante

e seu parceiro e explicou a ela os pro-blemas que seu bebê poderia apresen-tar em função de uma possível síf ilis congênita caso não seguissem o trata-mento corretamente. Ana foi rigorosa em seu tratamento, mas seu parceiro não teve o mesmo cuidado. Já na oca-sião da primeira consulta foram tam-bém identif icadas alterações na pres-são arterial de Ana Amélia, o médico aconselhou uma dieta apropriada para o controle deste problema.

Ana Amélia está indo agora para sua terceira consulta, na 28ª semana de gestação. Realizará novo exame para síf ilis e outros exames de rotina. Des-ta vez foi verif icado que a dieta não foi suficiente para o controle da pressão e Ana está hipertensa, porém o posto não dispunha do medicamento para o início do tratamento prescrito. O funcionário do posto recomendou a Ana que aguar-dasse a chegada do remédio, enquanto seguia normalmente com os cuidados rotineiros para a sua gestação.

Espaço para anotações

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Situações- problema

Em 2008, foi anunciado pelo governo brasileiro que o município de Jacy, lo-calizado na região sudeste do Brasil, re-ceberia um dos maiores investimentos econômicos do país, a implantação de um grande Complexo Industrial Side-rúrgico, que possibilitaria dinamizar a economia da região e seria responsável pela geração de milhares de empregos diretos e indiretos.

Como esperado, a implantação deste grande empreendimento aqueceu a eco-nomia do município, o que por sua vez, atraiu um grande f luxo migratório de diversas regiões do país em busca de melhores condições de vida. Entretan-to, cerca de 5 anos depois do inicio das obras, em decorrência de uma grave crise politica e econômica que assola o país, o Governo Brasileiro interrompeu as obras e desistiu de dar continuidade à implantação do Pólo Siderúrgico.

Este novo cenário provocou grande im-pacto no município com a demissão, em massa, de trabalhadores da construção civil, fechamento de estabelecimentos comerciais e hotéis que haviam se ins-talado no município para dar suporte à implantação do empreendimento.

As consequências da interrupção das obras são diversas. Contudo, na saúde, os impactos são visíveis quando se ana-lisa a violência no município. Segundo o Instituto de Segurança Pública, no últi-

mo ano, houve um aumento em 30% na ocorrência de lesão corporal e 65% da violência contra a mulher no município de Jacy. Situações como a da Dona Ma-ria da Silva, que iremos descrever abai-xo, têm sido cada dia mais frequentes.

Maria da Silva é faxineira, tem 30 anos, é casada com o pedreiro José da Silva e mãe de 2 f ilhos. A família veio do Nor-te do Brasil assim que soube da cons-trução do Pólo Siderúrgico. O Sr. José da Silva trabalhou na construção do Complexo Industrial Siderúrgico des-de o inicio das obras, entretanto, no inicio deste ano foi demitido e ainda não conseguiu se inserir novamente no mercado de trabalho. O seguro desem-prego já acabou e, agora, a família tem se mantido apenas com o dinheiro das faxinas de Maria e com a cesta básica que recebe da igreja. Já pensaram em voltar para sua terra natal, mas, não tem mais recursos f inanceiros para pagar as passagens. Brigas diárias têm ocorrido pela falta de dinheiro para manter o sustento da família. José da Silva tem apresentado um quadro de depressão e ansiedade, começou a be-ber diariamente e, quando está alcooli-zado, agride a mulher e os f ilhos.

Essa semana, depois de chegar bêba-do em casa, José da Silva espancou a mulher e o f ilho mais novo, ambos fo-ram atendidos na emergência e passam bem, mas, temem voltar para casa.

SITUAÇÃO PROBLEMA 3

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Situações- problema

O município de Tupi (com saneamen-to, infraestrutura e transporte precá-rios), conta apenas com a existência de um posto de saúde da família (PSF) com três equipes para seus 35 mil ha-bitantes e não possui espaços adequa-dos para prática de atividades físicas. Esse município é caracterizado econo-micamente pela venda de produtos ar-tesanais e agrícolas, apesar de possuir mais traços urbanos do que rurais. Percebeu -se, ao longo dos anos, o cres-cimento populacional, a abertura de novos postos de trabalho e um boom imobiliário neste local. Desta forma notou -se o aumento do custo de vida na região.

Uma família nordestina formada por Jurema (54 anos, viúva, boleira e pes-nionista) e seu filho Alexandre (16 anos, estudante do Ensino Médio) mudou -se do Nordeste para Tupi e aí vivem há 5 anos. Imersa no cenário de inf lação alta e de aumento do custo de vida (cesta básica, energia elétrica, aluguel etc), Jurema começou a vender seus deli-ciosos bolos na rodoviária principal da região para complementar a renda da

família. Ela acorda às 4 horas da ma-nhã para chegar na rodoviária às 5:30 e começar a trabalhar. Como o mercado informal é imprevisível e nem todos os dias têm -se uma boa venda, há sobras de bolo ao final do dia. Porém a merca-doria que não é vendida na rodoviária, é consumida diariamente por ela e seu filho em casa.

Além disso, Jurema é hipertensa e diante da rotina diária não consegue fazer o acompanhamento de seu tra-tamento no PSF da região. Ela vai ao supermercado de três a quatro vezes na semana para comprar os materiais necessários para a preparação dos bo-los; encara longas f ilas e um ambiente muito cheio e estressante na maioria das vezes. Ao chegar em casa, apesar do cansaço, ainda encontra forças para preparar os bolos com a ajuda de seu f ilho. Por vezes, Alexandre conta ape-nas com a alimentação que recebe na escola e o consumo dos bolos feitos pela mãe. Ele começou a desenvolver um quadro de sobrepeso e problemas de saúde nutricionais.

SITUAÇÃO PROBLEMA 4

Espaço para anotações

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“Para compreender melhor a realidade sócio -sanitária de seus municípios, as equipes de vigilância em saúde de Oswaldo Cruz e Arouca resolveram utilizar uma meto-dologia, denominada de “Travessia” que conheceram na

reunião do estado. A ideia das equipes era ir para o terri-tório, olhando- o de uma forma diferente, tentando captar e perceber aquilo que muitas vezes, ao analisar os dados

secundários, fica invisível...”

Tomando como exemplo a estratégia da Travessia, ou Caminhada Transversal, realizada pela equipe de vigilância dos municípios de Arouca e Oswaldo Cruz, vamos realizar uma atividade similar, guiada pelos educadores.

• Organizando a Travessia •Para a organização de nossa atividade, tomaremos como base o passo a passo listado abaixo:

Passo 1: Elaborando um mapa do local.

Passo 2: Escolhendo o percurso da caminhada.

Passo 3: Avaliando o roteiro para caminhada.

Conhecendo um pouco sobre mapas...

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O que você já ouviu falar sobre mapas? Provavelmente, você já deve ter sido apresentado ao mapa do seu município, do seu estado, do nosso país e do mundo. Mas, para que servem os mapas? Eles não devem ser entendidos como uma imagem colorida bem elaborada. Em nossa concepção, os mapas de-vem ser entendidos como instrumentos que nos permitem compreender a realidade, ou seja, eles são representações do Espaço.

Os mapas como instrumentos de representação do Espa-ço e das relações nele existentes devem ser concebidos de forma que não precisem ser “lidos” e sim entendidos. Uma boa representação gráf ica do Espaço deve passar sua mensagem de maneira rápida e quase que intuitiva.

Para a elaboração e entendimento de um mapa há alguns elementos cartográf icos que devem ser conhecidos: título, orientação , legenda , escala cartográf ica, grid de coorde-nadas e fonte . O título revela o assunto do mapa, deve ser apreensível e claro. A orientação indica a direção e localização do mapa, representada, normalmente, pela rosa dos ventos ou alguma imagem apontada para o norte. A le-genda deve explicar os elementos e símbolos presentes no mapa. A escala cartográfica informa a relação entre o ta-manho real e a redução feita no mapa. Os grid de coordena-da fornecem pontos de referência precisos no espaço pelos quais podemos deduzir a localização de qualquer ponto no mapa. Por fim, a fonte deve indicar de onde foram retirados os dados para a confecção do mapa.

De acordo com Eduardo Galeano, os mapas também são objetos que podem limitar a expressão e liberdade de um povo. Segundo esse autor, usualmente, no mapa- múndi que é ensinado “a Europa é mais extensa do que a América Latina embora, na verdade, a América Latina tenha o dobro da superfície da Europa”. Além disso, esse mesmo autor realça que “a geograf ia tradicional rouba o espaço, assim como a economia imperial rouba a riqueza, a história of i-cial rouba a memória e a cultura formal rouba a palavra”.Por conta disso, é importante de nos apropriarmos da car-tograf ia enquanto técnica para a elaboração dos nossos próprios mapas e utilizá- los como guias para o processo de trabalho da Vigilância em Saúde e da Atenção Básica.

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ROTEIRO DA TRAVESSIA

Durante a caminhada pelo território, observe e ref lita sobre os seguintes aspectos (faça as anotações necessárias):

1. Infraestrutura:Saneamento, rede elétrica, estradas, ruas,

pontos de ônibus, organização das moradias.

5. Aspectos da Paisagem : Relevo, recursos hídricos, solos, vegetação

(dimensão física do território).

3. Lugares de Convivência: Praças, salões, campo de futebol, bar, centro

cultural, locais de festas.

7. Diálogo com a comunidade (caso ocorra).

2. Equipamentos Coletivos (Instituições): Igrejas, escolas, associações comunitárias,

rádio, posto de saúde etc.

6. Aspectos críticos visíveis (problemas percebidos pelos estudantes).

4. Economia : Atividades econômicas visíveis, tipo de esta-

belecimento, presença de comércio informal...

8. Outras observações

Esse roteiro de observação não deve ser entendido como uma amarra e nem um modelo de apresentação de resultado da Travessia, mas sim um instru-mento disparador das observações. Esses aspectos não são engessados, na realidade, todos estão juntos. Uma situação vivenciada pode conter todas essas dimensões… Pense nisso!

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Espaço para anotações da Travessia...

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LEITURA DIRIGIDA

Para ajudar na discussão das observações da travessia, sugere-se a leitura do seguinte texto:

“Sistematização, Juntando cacos,

Construindo vitrais...” (Adelia Prado, Cacos para um Vitral, 1991)

A sistematização das informações: uma atividade necessária⁸

A coleta de informações para compreender de-terminada situação é uma atividade presen-te tanto na academia quanto nos serviços de saúde. De acordo com Moraes (2014), a infor-mação expressa uma percepção, sendo a repre-sentação de algo para determinado sujeito que possui determinada visão de mundo. Por conta disso, tende a ser uma descrição limitada, pois uma descrição, por melhor que seja, não repre-senta a totalidade de um fato ou situação real. Nesse sentido, Moraes (2014) defende que o co-nhecimento nunca está pronto e acabado, está em constante processo de construções e rup-turas relacionadas com as diferentes visões de mundo envolvidas.

Discutir “visão de mundo” é algo necessário, na medida em que aquilo que se vê depende da his-tória de vida de quem olha. Os indivíduos não estão soltos no tempo e no espaço, possuem uma trajetória que faz com que selecionem o que é, ou não, mais importante. Por conta dis-so, “a descrição da mesma situação varia em função de quem a realiza, do modo como vê o mundo e de sua inserção na sociedade” (Mora-es, 2013, p.650).

Por conta desse caráter mutável e singular das informações, a ação de sistematizar surge como estratégica para se tentar compreender melhor determinada situação. De acordo com o dicionário, sistematizar significa: “Ordenar (elementos) em um sistema; colocar (alguma coisa) em ordem ou de acordo com um sistema:” ; “Sintetizar (circunstâncias, fatos, pontos de vista etc.) a uma ideologia ou doutrina” ; “Fa-zer com que f ique sistemático; colocar em or-dem; tornar- se coerente; ordenado”.

E, quando falamos de sistematizar informa-ções, estamos nos referenciando tanto a dados quantitativos e qualitativos, uma vez que são distintas formas de perceber o mundo, mas também são complementares. De acordo com Fumagalli et al (2000):

“A sistematização é um conceito que vem sen-do cunhando para designar uma forma me-todológica de elaboração do conhecimento. Assim, sistematização é mais do que organi-zação de dados, é um conjunto de práticas e conceitos que propiciam a ref lexão e a reela-boração do pensamento, a partir do conheci-mento da realidade”.

Souza (1997) frisa que a atividade sistemati-zadora possibilita aos sujeitos se apropriarem de sua própria experiência pela construção do sentido de sua vivência.Na elaboração de uma sistematização, tanto o indivíduo quanto o grupo passam por um pro-cesso de mudança. Além disso, a sistematiza-ção leva a momentos de pactuações, negocia-ção e diálogos na medida em que se crie um ambiente, conforme aponta Oscar Jara, autor de referência nesse tema, no qual as distintas interpretações sejam discutidas, compartilha-das e confrontadas.Sistematizar é mais do que unir informações e dados, é necessário que a equipe envolvida em um processo de sistematização seja crítica e esteja disposta a rever e ref letir suas práticas e ideias. Inclusive, as ferramentas e os méto-dos utilizados durante a sistematização devem ser pactuados por todos.

⁸ Elaborado por Bianca Borges

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A sistematização, através da problematização, é um momento no qual devem ser encontradas saídas de superação para as situações limites,

tentando- se construir, como diria Paulo Freire, o “iné-dito viável”. A sistematização tem que ter uma síntese concreta para que sirva de memória do processo.

Elaborando o Painel Temático da Travessia

Para a discussão da Travessia e síntese das informações, será realizada uma roda de conversa que terá como principal instrumento um Painel Temático, construí-do pela turma, educador e tutores. O seu educador irá iniciar esse processo.

Discussão sobre os resultados do painel temático

COMEÇANDO A PENSAR NA UNIDADE DE APRENDIZAGEM 3

TRABALHO PARA O MOMENTO A DISTÂNCIA

Na Unidade de Aprendizagem 1, pedimos para vocês listarem três problemas que vivenciam no seu cotidiano do trabalho e sobre os quais gostariam de intervir. Trouxemos todos os problemas listados pela turma e, neste momento, precisamos que vocês, em dupla ou trio, escolham um para se debruçar.

Nesta unidade de aprendizagem, o trabalho será a descrição de um pro-blema da realidade prática do aluno. Os estudantes, divididos em dupla e/ou trio, irão receber um roteiro(disponível ao f inal deste material didático) para que, com base em sua realidade, possam elaborar uma proposta inicial de ação local.

Iremos disponibilizar textos de apoio que auxiliem os grupos e funda-mentem a construção do trabalho. Haverá também o acompanhamento semanal do tutor para guiar as questões propostas pelo roteiro.

Lembre- se que ao selecionar um problema é importante compreender a dinâmica social, política e econômica do mesmo, sem a qual a ação a ser elaborada pode se tornar frágil e sem eficácia. Veja a seguinte ref lexão:

PLE-NÁRIA

PLENÁRIA

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ROTEIRO PARA O TRABALHO DO MÓDULOO roteiro disponível para a realização do trabalho está

disponibilizado ao final de sua apostila. Ele será lido em sala de aula, não deixe de tirar suas dúvidas.

LEITURAS BASE PARA O TRABALHO

Livro de Planejamento em Saúde do ProFORMAR - EPSJV (disponível no site)

TEIXEIRA, Carmen Fontes; PAIM, Jairnilson Silva; VILASBÔAS, Ana Luiza. SUS, modelos assistenciais e vigilância da saúde / Unif ied Health System, as-sistance models and health surveillance Inf. epidemiol. SUS ;7(2):7 28, abr. jun. 1998. ilus. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/iesus/v7n2/v7n2a02.pdfBiblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_saude_SUS.pdf

FILMES INDICADOS

AVALIAÇÃO DA UNIDADE DE APRENDIZAGEM 2 PELOS ESTUDANTES

• Ilha das Flores (Jorge Furtado, 1989)

• SUS – Planejamento estratégico:

https://www.youtube.com/watch?v=R_xyzpgqk5Q

Prezado(a) aluno(a),

Nesse momento, você receberá um questionário para avaliar esta unidade de aprendi-zagem. O objetivo é conhecer sua opinião e avaliar a qualidade deste curso, visando à melhoria do processo educativo.

Sua opinião é anônima e muito importante para o desenvolvimento do curso. Por favor, não deixe algum item em branco.

Agradecemos sua participação!

Nos vemos na Unidade de Aprendizagem 3.

“A travessia no município de Boa Esperança identif icou o saneamento básico como o principal determinante dos problemas de saúde

diagnosticados no território. Consequentemente, é natural que uma eventual proposta de ação deva levar em conta isso. Entretanto, o

saneamento não é realizado no município de Boa Esperança ou então ocorre de madeira desigual... Como fazer para conquistá- lo? Sem

a compreensão da complexidade econômica, social e política desse determinante a ação torna- se frágil e quase sem efetividade”

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UNIDADE DE APREDIZAGEM

Construção dos Planos de Ação

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“Existe um único lugar

Onde o ontem e o hoje

Se encontram

E se reconhecem

E se abraçam,

E esse lugar é amanhã”

(Eduardo Galeano)

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Nessa unidade de aprendizagem…Você e seus colegas irão apresentar o trabalho referente a UA-2. Esse trabalho foi feito com base na sua realidade municipal: a caracterização de um problema eleito, sua territorializa-ção, análise da situação de saúde e a elaboração de estratégias para intervenção baseadas nas ações de Vigilância em Saúde. No momento à distância, serão realizadas leituras espe-cíficas e estudos dirigidos introduzindo a discussão sobre o processo de educação perma-nente e formação de mobilizadores.

OBJETIVOS DA UA-3:

Apresentar os trabalhos da UA-2, feitos com base na realidade de cada município.

Ref letir sobre as ações da vigilância da saúde no nível local.

Problematizar o processo de construção de pautas e elabora-ção de agendas no nível local.

Fonte: https://pt.123rf.com/

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“Dentre os diversos problemas que ocuparam a pauta da vigilância no muni-cípio de Arouca, o coordenador da vigilância e o secretário de saúde resolve-ram priorizar, na agenda, a questão das mortes maternas, elaborando para isso um pequeno plano de ação. Mas essa escolha não foi baseada apenas em indicadores, também aconteceram diversas reivindicações por parte da asso-

ciação de moradores e de um grupo de mulheres do município. O município de Oswaldo Cruz fez o mesmo movimento de elaboração de um plano de ação, sen-do que foi priorizada a questão da Zika e Chikungunya, principalmente por se tratarem de doenças emergentes. Esses planos de ação foram apresentados para a secretaria estadual de saúde no mês passado. Nessa reunião, os repre-sentantes de ambos os municípios se encontraram e trocaram experiências...”

APRESENTANDO OS TRABALHOS

Esse momento será destinado para que cada grupo possa apresentar o seu plano de ação. Vocês terão 20 minutos para a apresentação.

Rodada de apresentação dos trabalhosPLE-NÁRIA

PLENÁRIA

LEITURA

Para conhecer outra experiência de atuação da vigilância na Estraté-gia de Saúde da Família, faça a leitura do seguinte texto:

Estratégia Intersetorial para o Controle da Dengue em Belo Horizonte (Minas Gerais), Brasil: http://www.revistas.usp.br/sausoc/art icle/view/29758/31637

Você receberá esse texto impresso ao final do dia. Ele também estará disponível na Comunidade Virtual.

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MOMENTO DO EDUCADOR

MOMENTO DA TEATRALIZAÇÃO

Antes do educador iniciar esse momento expositivo, pedimos que você leia os seguintes textos:

• Verbete: Construção de pautas e elaboração de agendas

Chegamos ao f inal da unidade de aprendizagem 3. Durante essa unidade houve a apresentação de diversos problemas da realidade municipal. Sendo assim, a partir dos principais conceitos e experiências apreendidos no decorrer do curso desenvolvam uma peça teatral, apontando:

• Um problema (selecionem a partir das apresentações feitas pelos grupos);

• O processo de vigilância necessário a ser feito para lidar com a questão.

• A interação entre os prof issionais das vigilâncias e da Atenção Básica;

• A interação com a população e • A elaboração de agenda com possíveis ações.

• Sejam criativos e se apropriem dos conceitostrabalhados durante o curso.

Deverá ser construída uma única peça com toda a turma. A peça poderá ter duração de até 30 minutos.

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TRABALHO PARA O MOMENTO A DISTÂNCIA

Chegamos a mais um estudo dirigido! Lembramos que o estudo dirigido será feito na Comunidade Virtual e acompanhado pelos tutores. Parabe-nizamos seu esforço e dedicação. Estamos quase na reta f inal do nosso curso, por isto, não perca o foco. Este estudo será um pouco diferente, pois você será convidado a realizar uma atividade em grupo. Trabalhar em equipe é ótimo para unir visões e ideias diferentes, além de apren-der a ouvir e respeitar a opinião do outro, visto que o aprendizado é um processo dinâmico e necessita da participação ativa de cada um.

Para a realização do estudo dirigido, será utilizada a ferramenta “Fó-rum” na Comunidade Virtual. As questões serão liberadas semanalmen-te e mediadas pelo seu tutor. Para responder as questões você terá uma semana para cada uma.

Não deixe a resolução de suas tarefas para o último momento.

Bons estudos!

LEITURAS BASE PARA O TRABALHO

Verbete: Educação Permanente em Saúde (Ricardo Ceccim e Alcindo Ferla):http://www.epsjv.f iocruz.br/dicionario/ver betes/edupersau.html

Elogio ao aprendizado (Bertolt Brecht):http://www.cecac.org.br/Brecht_elogio_d o_aprendizado.html

FILMES INDICADOS

AVALIAÇÃO DA UNIDADE DE APRENDIZAGEM 3 PELOS ESTUDANTES

• Contágio (Steven Soderbergh, 2011)

• O óleo de Lorenzo (George Miller, 1992)

Prezado(a) aluno(a),

Nesse momento, você receberá um questionário para avaliar esta unidade de aprendi-zagem. O objetivo é conhecer sua opinião e avaliar a qualidade deste curso, visando à melhoria do processo educativo.

Sua opinião é anônima e muito importante para o desenvolvimento do curso. Por favor, não deixe perguntas em branco.

Agradecemos sua participação! Nos vemos na Unidade de Aprendizagem 4.

Você receberá esses textos impressos ao final do dia. Eles também estarão disponíveis na Comunidade Virtual.

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UNIDADE DE APREDIZAGEM

Formação de mobilizadores

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“Mestre não é quem sempre ensina,

mas quem de repente aprende.”

(Guimarães Rosa)

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Nessa unidade de aprendizagem…O foco central será a interação dos estudantes, objetivando sua posterior atuação como mobilizadores da proposta do curso em suas realidades intramunicipais. A unidade contará com a realização de dinâmicas e trabalhos em grupos para a disponibilização das tecno-logias educacionais que foram utilizadas com vistas a tornar os municípios autônomos na formação dos profissionais que atuam na ponta do serviço.

OBJETIVOS DA UA-4:

• Discutir os princípios da Educação Permanente em Saúde.

• Apresentar e discutir os princípiosda Educação Popular e suas possibilidades de aplicação na área da saúde.

• Mobilizar os estudantes para a continuidade da formação em suas realidades municipais.

• Ref letir sobre a interação entre a educação em saúde e a vigilância da saúde na Atenção Básica.

Fonte: paulofreirecampinas.blogspot.com.br

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“As responsáveis pelo setor de Educação Permanente em Saúde dos municípios de Arouca e Oswaldo Cruz se encontraram em uma reunião do

estado. Durante a reunião, conversaram sobre alguns pontos em comum que observam em seus municípios. Concordaram que é muito difícil a população se cuidar do ‘jeito certo’. Os profissionais explicam o ‘jeito certo’ e as pessoas

continuam fazendo errado... Por outro lado, mesmo elas fazendo diversas capacitações para os profissionais de saúde, parece que nada muda...”

Na conversa entre as coordenadoras dos setores de educação permanente em saúde dos municípios de Oswaldo Cruz e Arouca nota-se a presença do modelo de educação hegemônico, mar-cada pela centralidade do saber, onde um sabe e o outro aprende. Durante a nossa vida, diversas vezes nos depara-mos com esse modelo formativo, princi-palmente dentro das escolas. Contudo, na área da saúde, na qual defendemos

uma concepção de saúde mais ampliada e também onde lutamos pela autonomia das pessoas em relação ao seu processo de cuidado, será que é esse tipo de edu-cação que devemos defender e realizar?

Neste momento, vamos recuperar o es-tudo dirigido que vocês elaboraram no último mês para podermos discutir co-letivamente sobre Educação Permanen-te em Saúde.

MOMENTO EXPOSITIVO DO EDUCADOR

Após a discussão coletiva do estudo dirigido, o seu educador fará uma apresentação dos principais aspectos da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde.

Alguns pontos sobre a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde...¹⁰

10 Resumo elaborado a partir da publicação do Ministério da Saúde de 2009 da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde.

Nesse texto, serão elucidadas algumas pers-pectivas sobre a Educação Permanente em Saúde, de acordo com a Política Nacional. An-tes, é importante frisar que a Política Nacio-nal de Educação Permanente em Saúde foi im-plementada, pelo Ministério da Saúde, através de Portaria n°1.996 de 20 de Agosto de 2007, tendo como uma de suas bases o artigo 200, da Constituição Federal de 1988 que, em seu inciso III, atribui ao SUS a competência de or-denar a formação na área da Saúde. Sendo as-sim, as questões da educação na saúde passam a fazer parte do rol de atribuições f inalísticas do sistema de saúde.

Diferenciando Educação Permanente em Saúde de Capacitação

Um primeiro ponto a salientar é que qualquer capacitação (ações intencionais e planejadas que visam fortalecer conhecimentos, habilida-des, atitudes e práticas) deve ser realizada e pensada a partir do contexto político-institu-cional que envolve a formação. Entretanto, a Educação Permanente em Saúde (EPS) não se reduz a realização de cursos e capacitações. A EPS deve gerar estratégias de mudanças nos processos institucionais e no modelo de aten-

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ção à saúde, f inalidades que nem sempre uma capacitação almeja ou que precisam ocorrer através da capacitação. Por vezes, essas mu-danças não precisam está associadas a pro-cessos formativos. Assim como, é importante compreender que um processo educativo, após realizado, não irá modif icar a realidade em um passe e mágica.

O referencial da EPS também aponta para a necessidade de superação dos “produtos en-latados”, ou seja, programas de formação des-contextualizados das necessidades e proble-mas locais.

“Todo processo de educação per-manente requer elaboração, de-senho e execução a partir de uma análise estratégica e da cultura institucional dos serviços de saúde em que se insere” (p.40)

Educação Continuada e Educação Permanente em Saúde

A Política Nacional traz uma diferenciação im-portante entre Educação Continuada e Educa-ção Permanente. Você saberia qual é essa dife-rença? Vamos à explicação.

A Educação Continuada representaria a conti-nuidade do modelo escolar, com enfoque discipli-nar e didático. Pensada na lógica dos currículos universitários onde uma formação deve vir após outra, reproduzindo uma distância entre a prá-tica e o saber. Na saúde, distancia-se dos pro-blemas concretos dos serviços. Por fim, é uma estratégia que classicamente é centrada em ca-tegorias profissionais específicas, desconside-rando a perspectiva da equipe multiprofissional.

Já a Educação Permanente, representa uma mudança na concepção e nas práticas de for-mação dos trabalhadores dos serviços de saúde. Ela incorpora o ensino e o aprendizado à vida cotidiana dos serviços. A prática profissional é fonte de conhecimento e de problematização, re-f letindo sobre o próprio fazer do profissional, entendendo “quem aprende” não como receptor, mas como um ator ref lexivo, construtor do co-nhecimento e de alternativas de ação e de mu-dança. Nessa lógica, aborda-se a equipe como

estrutura de interação, evitando a fragmentação disciplinar e ampliam-se os espaços educativos para fora da sala de aula.

Um pouco do modelo escolar na área da saúde e a proposta da Educação Permanente em Saúde

A maioria das formações, não só na área da saú-de, pauta-se na "transmissão do conhecimento" dentro da lógica do “modelo escolar” onde há um especialista detentor do saber que transmite o conhecimento para o aluno de forma direta. Este, por sua vez, incorpora tudo que foi trans-mitido ao seu processo de trabalho. Nesse mo-delo, privilegia-se o espaço da sala de aula como o espaço no qual ocorre toda a aprendizagem. Após conhecimentos transmitidos, espera-se que as mudanças ocorram rapidamente na re-alidade.

A concepção da Educação Permanente em Saú-de, traz algumas críticas a esse modelo. A pri-meira delas é que “ainda que em alguns casos se alcance aprendizagens individuais por meio da capacitação, elas nem sempre se traduzem em aprendizagem organizacional. Isto é, não se transferem para a ação coletiva”(BRASIL, 2009, p.42). Além disso, a EPS entende que o local de trabalho é propício para o aprendizado, nesse sentido, os momentos de sala de aula devem ser entendidos como “momentos de retroalimenta-ção para a análise da prática e o desenvolvimen-to de novas ações”. (BRASIL, 2009, p.45), ou seja, a sala de aula é uma parte do processo de ensi-no-aprendizagem.

Como já dito, a EPS privilegia o conhecimento prático dentro do contexto político e institucio-nal no qual ele acontece, pois

“para se produzir mudanças nas práticas e, sobretudo, para modi-f icar práticas institucionalizadas nos serviços de saúde, é necessário privilegiar o conhecimento prático em suas ações educativas e favo-recer a ref lexão compartilhada e sistemática” (BRASIL, 2009, p.49)

Por conta disso, para se desenvolver uma for-ma de ensino-aprendizagem que extrapole o

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modelo escolar, é necessário revisar:

• “o próprio conceito de trabalho enquanto espaço não neu-tro, com regras de jogo instaladas historicamente, exercen-do inf luência sobre as condutas de maneira implícita e ex-plícita;

• os próprios sujeitos, considerando que as regras a modi-f icar estão incorporadas em seus modos de pensar, susten-tando hábitos de trabalho de grande estabilidade no tempo.” (BRASIL, 2009, p.51)

A EPS privilegia a construção do conhecimento a partir das dúvidas e dos questionamentos das práticas vigentes:

“Trata-se de promover a autonomia e responsabilização das equipes de trabalho, a partir do diagnóstico e da busca de soluções compartilhadas, incluindo, como seria esperado, o acesso a novos conhecimentos e competências culturais, in-dissoluvelmente ligados às mudanças na ação e no contexto real das práticas.” (BRASIL, 2009, p.52)

É importante destacar que mudanças institucionais e no modelo de atenção à saúde não acontecem de um dia para o outro, a pessoa for-mada, sozinha, não irá trazer todas as melhorias para os processos de mudança que são necessários.Por f im, a Política Nacional também destaca a necessidade de registrar as iniciativas realizadas e, sempre que possível, avaliá-las.

Neste curso, adotamos a perspectiva de Paulo Freire e a sua iniciativa da Educa-ção Popular como orientação pedagógica. Em seu texto “Pacientes Impacientes” são listados cinco princípios fundamentais para se unir teoria e prática:

1° Saber ouvir;

2° Desmontar a visão mágica;

3° Aprender/estar com o outro;

4° Assumir a ingenuidade dos educandos(as); e

5° Viver pacientemente impaciente.

Conhecendo um pouco da Educação Popular e suas possibilidades na saúde.

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Ref letindo sobre isso, neste momento, vocês deverão se dividir em 5 grupos. Cada um dos grupos f icará responsável por um dos princípios listados anterior-mente e um pequeno texto a ele relacionado. A partir da leitura desse pequeno texto, da discussão do grupo e das experiências de cada um, vocês devem res-ponder as seguintes questões:

a) O que signif ica esse princípio de/para Paulo Freire? (Explique para a turma)

b) Sendo educador na área da saúde, como você o utilizaria?

c) Apresente uma situação concreta de algum membro do grupo naqual este princípio foi, ou não, vivenciado. (Leitura do Mundo)

APRESENTANDO AS PERCEPÇÕES DO GRUPO

Esse momento será destinado para que cada grupo possa apresentar a síntese de sua discussão. Vocês terão 10minutos para a apresentação.

Rodada de apresentação da síntese dos gruposPLE-NÁRIAPLENÁRIA

Uma das discussões que queremos fortalecer nesta Unidade de Aprendizagem refere- se às possibilidades de interações e iniciativas entre a Educação em Saú-de e a Vigilância em Saúde, principalmente no contexto da Atenção Básica. Por conta disso, uma das atividades a serem realizadas nesta Unidade de Aprendiza-gem é uma mesa de debate, para favorecer essas aproximações, com convidades que possuem experiências desenvolvidas nesse sentido.

A seguir, disponibilizamos um espaço livre para que você possa anotar suas re-f lexões e dúvidas.

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Espaço para anotações da Mesa de Debate sobre Educação e Vigilância da Saúde...

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Espaço para anotações da Mesa de Debate sobre Educação e Vigilância da Saúde...

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OUTRAS LEITURAS SUGERIDAS

• Caderno de Educação Popular e Saúde (Ministério da Saúde); http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popu-lar_saude_p1.pdf

• A educação popular na Atenção Básica à saúde no município: em busca da integralidade: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141 4-32832004000200006&scrip-t=sci_arttext

• Crônicas de uma Dra Borboleta: (Re)Inventando a Saúde pelo Afeto: http://www.redeunida.org.br/editora/bibli oteca-digital/serie-arte-po-pular-cultura-e- poesia/cronicas-de-uma-dra-borboleta-re- inventan-do-a-saude-pelo-afeto-pdf/view

• Biograf ia em verso para a Rede Unida: http://www.redeunida.org.br/editora/biblioteca-digital/serie-arte-popu-lar-cultura-e-poesia/biograf ia-em-verso-para-a-rede-unida-1

• Cantigas e Músicas Populares (2013): http://pt.slideshare.net/grimbow/cantigas- populares

FILMES INDICADOS

AVALIAÇÃO DA UNIDADE DE APRENDIZAGEM 4 PELOS ESTUDANTES

• Educação Popular em Saúde - Nas Asas da Arte:

https://www.youtube.com/watch?v=7uIYq grH7c8

• Quando sinto que já sei (2014):

https://www.youtube.com/watch?v=HX6P 6P3x1Qg

• Paulo Freire – Contemporâneo (2006):

https://www.youtube.com/watch?v=EzjY0 x37E88

• Sociedade dos poetas mortos (1989)

Prezado(a) aluno(a),

Nesse momento, você receberá um questionário para avaliar esta unidade de aprendi-zagem. O objetivo é conhecer sua opinião e avaliar a qualidade deste curso, visando à melhoria do processo educativo.

Sua opinião é anônima e muito importante para o desenvolvimento do curso. Por favor, não deixe algum item em branco.

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Obrigada pela participação no curso!

Chegamos ao f im dessa jornada. O curso de formação continuada em Vigilância em Saúde com ênfase na Atenção Básica f inaliza-se, mas, esperamos que esta proposta, as ref lexões e as iniciativas possam continu-ar acontecendo em seu município.

Compreendemos que a discussão sobre Vigilância em Saúde e Atenção Básica é muito maior do que os temas elencados neste curso. Trouxemos aqui possibilidades de ref lexões e interações. A prática cotidiana do traba-lho em saúde nessas duas áreas é o que mostra concre-tamente as possibilidades de trabalho integrado.

Como aponta Bertolt Brechet: “Aprenda, homem no asilo! Aprenda, homem na prisão! Aprenda, mulher na cozinha! Aprenda, ancião!”. Nesse movimento, comple-mentamos Aprenda, prof issional de Saúde, “você tem que assumir o comando”.

Lembremos que por trás dos números, observações e análises há pessoas que buscam uma saúde pública de qualidade. Que os nossos esforços de formação em saúde possam ter como horizonte a luta política pela garantia e melhora do Sistema Único de Saúde e para a efetivação da saúde enquanto direito social de todos e todas nós.

“Não se envergonhe de perguntar, camarada!

Não se deixe convencer

Veja com seus olhos!

O que não sabe por conta própria

Não sabe.

Verif ique a conta

É você que vai pagar.

Ponha o dedo sobre cada item

Pergunte: O que é isso?

Você tem que assumir o comando.”

Bertolt Brecht

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Nosso pequeno glossário

Atenção Básica

Cuidado

Estratégia Saúde da Família

Investigação em Saúde Pública no nível local

Endemia, Epidemia e Surto

Reconhecida como um dos pontos de atenção à saú-de do Sistema Único de Saúde é responsável pela organização das redes de atenção à saúde. Pode ser compreendida como “um conjunto de ações de saú-de, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pes-soas e nos determinantes e condicionantes de saú-de das coletividades.” (PNAB, 2011, p.19)

“Cuidar, de forma geral, signif ica atenção, zelo, res-ponsabilidade. É uma ação fundamental para os la-ços afetivos que ligam uma família e/ou uma comu-nidade. Podemos considerar que o cuidado também é marcado por características sociais e históricas, uma vez que é a partir do que entendemos por saú-de e por doença que organizamos nossas práticas de cuidado.Processos de adormecimento e práticas de cuidado sempre estiveram presentes nas comunidades hu-manas. As formas como são entendidos, no entanto, variaram no tempo e no espaço de acordo com as forças de vida e cultura de cada comunidade.” (Des-poli e Lopes, 2016). Ao se pensar sobre o “cuidado”, as pessoas, geralmente, lembram -se de algo indi-vidualizado ou assistencial, mas, além do cuidado individual, que é uma prática importante, é relevan-te se ter uma concepção ampla de cuidado ao se discutir Vigilância em Saúde na Atenção Básica, tais como o cuidado com espaço e território e com os grupos em situação de vulnerabilidade social.

No Brasil, a Estratégia Saúde da Família (ESF) foi escolhida como modelo prioritário para a expansão da Atenção Básica e, pelo decreto 7.508/2011, é re-forçado o seu papel de reordenadora do sistema de saúde, conformando as redes de atenção à saúde e superando o modelo biomédico assistencialista. A ESF se debruça sobre a relação indivíduo e família, sua equipe mínima é formada por: agente comunitá-

De acordo com o dicionário, investigação signif ica “indagação ou pesquisa que se faz buscando algo”. Na saúde pública, a complexidade das situações do processo saúde-doença demandam informações complementares àquelas já disponíveis no nossos registros e nas fontes oficiais de informação. Nes-se sentido, a investigação em Saúde Pública pode ser entendida como “a aplicação dos princípios e métodos da pesquisa epidemiológica para o estudo de problemas de saúde inesperados” (surtos, epi-demias, casos inusitados etc), “para os quais é de-mandada uma resposta imediata e uma intervenção oportuna na população.” A demanda por uma res-posta imediata signif ica dizer que a investigação deve ocorrer no território onde ocorre o problema, tentando, pelo menos, compreender as seguintes questões: pessoa (Quem adoece?); tempo (Quando adoece?) e lugar (Onde adoece?).

Epidemia, endemia e surto são palavras bastante utilizadas no cotidiano do trabalho nas secretarias municipais de saúde. Apesar de algumas vezes se-rem utilizadas como sinônimos, não são, sendo im-portante saber as diferenças. O surto ocorre quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em um local específ ico, por exemplo, surto de diarreia nas escolas que, após controlado, tende a ser minimizado.A endemia signif ica o surgimen-to contínuo de casos de uma doença em uma área restrita, por exemplo, a malária na região amazô-nica, casos já esperados e constantes. Já epidemia, signif ica um grande aumento de uma determinada doença que não era esperado e em um curto espaço de tempo e que pode se espalhar, rapidamente, para outras regiões, por exemplo, a dengue do município do Rio de Janeiro.

Referência: Política Nacional de Atenção Básica

(Portaria 2.488/2011)

Referência: DESPOLI, Grassele; LOPES, Márcia Cavalcan-

ti Raposo. O Cuidado em Saúde. IN: Bornstein, Bornstein

[et al]. Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular

em Saúde: textos de apoio. Rio de Janeiro: EPSJV, 2016.

Referência: FIGUEIREDO, Elisabeth Niglio de. Estratégia

de Saúde da Família e Núcleo de Apoio à Saúde da Famí-

lia: diretrizes e fundamentos. UNASUS: Especialização em

Saúde da Família: Módulo Político Gestor.

Disponível em: http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_

virtu al/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_5.pdf

Referência: UNASUS: Def inindo termos: endemia, epide-

mia, surto, surto de síndrome grupal e pandemia.

Disponível em:

https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/984

rio de saúde; enfermeiro e médico. Alguns modelos de ESF contam com a participação do dentista, auxiliar de saúde bucal, como também do agente de vigilância em saúde ou agente de controle de endemias.

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Referência: Organização Pan-Americana da Saúde.

Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle

de Enfermidades. Módulo 5: pesquisa epidemiológica de

campo – aplicação ao estudo de surtos / Organização Pan-

Americana da Saúde ; Ministério da Saúde. Brasília : Or-

ganização. 2010

Referência: STOTZ, Eduardo. Verbete: Intersetorialidade

– Curso de Especialização em Gestão da Atenção Básica e

Promoção do Desenvolvimento Social. 2015

Referência: SABROZA, Paulo Chagastelles. Concepções

sobre Saúde e Doença. 2005.

Referência: COSTA, Juvenal Soares Dias da; VICTORA,

Cesar G.. O que é “um problema de saúde pública”?. Rev.

bras. epidemiol., São Paulo , v. 9, n. 1, p. 144-146, Mar. 2006 .

Referência: STOTZ, Eduardo. Promoção da Saúde – Cur-

so de Especialização em Gestão da Atenção Básica e Pro-

moção do Desenvolvimento Social. 2015

Intersetorialidade

Problema de Saúde

Promoção da Saúde

Método qualitativo e quantitativo para a vigilância

Processo saúde-doença

“Trata-se de uma abordagem da promoção da saúde que se propõe a ir além da compensação individual de problemas cuja determinação se encontra na es-trutura social, principalmente na situação de classe. Contempla políticas e ações, tanto do Estado como da sociedade, por meio de diversas associações, em prol da vida saudável de indivíduos e coletividades. Contudo, na prática, tem prevalecido ações de ca-ráter intersetorial realizadas pelo Estado em seus diversos níveis de governo (municipal, estadual, fe-deral).” (STOTZ, 2015)

Problema de saúde pode ser definido como um “in-cômodo” que ocorre em diferentes âmbitos: indivi-dual, coletivo e social e que difere de acordo com a visão da pessoa e com a situação que está sendo vivida: o que é problema de saúde para uma pessoa em determinado tempo e lugar, pode não ser para outro. O problema de saúde é relativo, na medida em que algo é um problema de saúde quando alguém in-terage com ele. O problema de saúde também ref lete um desgaste biológico ou social. Em alguns casos, para melhor definir sua relevância recebe o quali-tativo “pública”, sendo denominado “problema de saúde pública”, como é o caso da morte materna.

O termo dicionarizado “promoção” tem o signif icado de dar impulso a; fomentar; originar; gerar (Ferrei-ra, 1986). No caso da saúde, signif ica fomentar as possibilidades da vida mais íntegra e com menos da-nos para indivíduos e coletividades. Para Czeresnia, Promoção da Saúde define-se de modo mais amplo que prevenção, pois se refere a medidas que “não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e o bem-estar gerais” (Leavell & Clarck, 1976: 19). As estratégias de promoção enfatizam a transformação das condições de vida e de trabalho que conformam a estrutura subjacente aos problemas de saúde, demandando uma abordagem intersetorial (Terris, 1990, apud Czeresnia, 1999). Também passaram a incluir a par-ticipação social como requisito do processo decisó-rio.” (STOTZ, 2015)

Método, de forma simples, pode ser entendido como as regras e etapas a serem seguidas para realizar determinada atividade. É o caminho que é trilhado para se chegar a determinado lugar ou alcançar um objetivo. Na investigação para a vigilância, podemos fazer uso tanto de método quantitativo, quanto qua-litativo. A quantitativa tem como base importante a estatística, descrevendo ou analisando uma situação ou um problema de saúde de forma numérica. Já o método qualitativo, foca-se na descrição para a com-preensão do signif icado do problema de saúde, usa como base os estudos das ciências sociais. Para a vi-gilância, esses dois métodos são importantes: saber mensurar determinado problema de saúde e também saber como se dá esse mesmo problema.

“Processo saúde-doença é um conceito central da proposta de epidemiologia social desenvolvida na América Latina a partir da década de 1970. Este con-ceito procura caracterizar a saúde e a doença como componentes integrados de modo dinâmico nas con-dições de vida das pessoas e dos diversos grupos sociais, sendo cada situação de saúde específ ica, individual ou coletiva, o resultado, em um dado mo-mento, de um conjunto de determinantes históricos, sociais, culturais e biológicos.” (SABROZA, 2005)

Na Estratégia de Saúde da Família, a investigação deve ocorrer de forma rotineira. Mesmo que seja so-mente um caso, é importante investigá-lo para des-cobrir se ele poderia ser evitado, por exemplo: mor-te materna, morte infantil, abandono de idoso, caso de sarampo etc. Por f im, é importante destacar que mesmo com a ajuda da tecnologia da informática, a investigação é um trabalho exclusivamente humano e, por isso, deve extrapolar a ideia de “investigar a população” para a de “investigar junto com a comu-nidade”.

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Referência: BORGES, Bianca; GONÇALVEZ, Karen. Verbe-

te: Sistema de Informação – Curso de Especialização em

Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento

Social. 2015

Referência: SANTOS, Milton. O Dinheiro e o Território.

GEOgraphia – Ano. 1 – No 1 – 1999.

Referência: SAN PEDRO, Alexandre; GONÇALVES, Karen.

Verbete Situação de Vida e Saúde do Curso de Especializa-

ção em Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvol-

vimento Social (ENSP/FIOCRUZ). 2015

Referência: CARVALHO, Sonia. Verbete Travessia do Cur-

so de Especialização em Gestão da Atenção Básica e Pro-

moção do Desenvolvimento Social (ENSP/FIOCRUZ). 2015

Referência: BORGES, Bianca. Verbete: Vigilância da Saú-

de (na Atenção Básica) – Curso de Especialização em Ges-

tão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento

Social. 2015

Situação de Vida e Saúde

Travessia

Vigilância da Saúde

TerritórioSistemas de Informação

“Se a doença é uma manifestação do indivíduo, a situação de saúde é uma manifestação do lugar. Com base nesta concepção, as análises de situação de saúde buscam descrever os perfis de saúde de gru-pos populacionais segundo suas condições de vida, dentro de uma lógica territorial onde se distribuem as populações humanas em seus contextos socioe-conômicos e culturais. Além de descrever o perfil de saúde, a análise de situação de saúde busca com-preender a inf luência dos determinantes sociais, ambientais e os relacionados ao serviço de saúde, identif icando oportunidades e limitações para inter-venção.” (San Pedro e Gonçalves, 2015)

“É uma ferramenta utilizada no processo do Diag-nóstico Rápido Participativo (DRP) para identif icar aspectos da realidade em que se vai atuar ou pes-quisar. Consiste em percorrer em grupo uma parte do território em estudo, através de uma “caminha-da transversal”, ou seja, ruas ou parte do terreno, trajetória essa definida em conjunto com a equipe (técnicos e moradores), e a partir de um roteiro de orientação para a caminhada.” (CARVALHO, 2015)

“A complexidade do processo saúde- doença, o au-mento da vulnerabilidade socioambiental, como tam-bém a necessidade crescente de descentralização e reorganização dos serviços e das práticas de saú-de no nível local que vem mostrando a necessidade crescente de se operacionalizar outra modalidade de vigilância, diferente daquela que é usualmente praticada. Uma vigilância que esteja centrada ‘nas condições de vida e aúde e seus determinantes, nos territórios locais onde se dá a produção das vulne-rabilidades e dos problemas de saúde, mas sempre considerando os processos regionais e globais que as integram’. A partir dessa inquietação surge a pro-posta da vigilância da saúde, que pode ser entendida como um modelo de atenção à saúde que busca a su-peração dos modelos de atenção hegemônicos (bio-médico e sanitarista) e da fragmentação do trabalho das vigilâncias, colaborando para a redefinição das práticas sanitárias” (Borges, 2015)

O território pode ser entendido como um recorte do espaço, inf luenciado pelo poder e pela história, delimitado por processos de superposição de inten-ções de diferentes atores e conf litos. Para enten-der o território é necessário compreender também o conhecimento da sociedade com ele envolvida, das razões que o mantém coeso e das relações de po-der presentes. O território está envolvido em uma construção social que reconhece as disputas, con-tradições e lutas pelo uso, apropriação e controle do espaço. O território é transitório e mutável, depende das relações e escalas temporais. Como exemplo po-de-se pensar na demarcação de territórios indíge-nas. (Curso de Agroecologia e Cooperativismo, 2015)

ração tecnológica e computacional, apesar de hoje, eles se apoiarem fortemente na computação e na in-formática. Os sistemas de informação possuem limi-tações, não conseguem apreender a realidade como um todo, porém, mesmo assim, são instrumentos importantes para a definição de problemas e riscos que afetam uma população e para o processo de ges-tão, avaliação e elaboração de agendas.” (BORGES e GONÇALVEZ, 2015)

“Os sistemas de informação podem ser entendidos como os vários elementos ligados à coleta, armaze-namento, processamento, análise e difusão das in-formações, incluindo desde os materiais de registro, tabelas, gráficos, relatórios, passando por todos os recursos necessários para transformar e analisar os dados. O sistema de informação não está, necessa-riamente, relacionado com a densidade e incorpo-

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APÊNDICE I

Roteiro para elaboração do Plano de Ação - Unidade de Aprendizagem 2 -

Prezado(a) aluno(a), chegamos ao f inal da segunda Unida-de de Aprendizagem do nosso curso na qual está prevista a realização do Plano de Ação de vocês. Para a realização dessa atividade, solicitamos que vocês se dividam em dupla ou trio (ninguém da turma poderá f icar sozinho) e, a partir de suas experiências pessoal e prof issional, escolham uma doença/agravo/problema de saúde de seu território, descre-vendo seus aspectos clínicos, causais, epidemiológicos, so-ciais e territoriais.

Apontem o que vocês fariam para reconhecer a ocorrência de casos dessa doença/agravo/problema de saúde. Além dis-so, quais ações de intervenção poderiam ser feitas para re-duzir esse problema/adoecimento? É possível desenvolver ações intersetoriais? Quais? E com quais parceiros?

Para a realização desse exercício, sugere-se o preenchi-mento das tabelas a seguir que sintetizam uma proposta de planejamento aplicado à vigilância em Saúde. Para a re-alização dessa atividade, vocês também terão o apoio das tutoras. Ressaltamos que este roteiro está sistematizado em 7 passos, seguindo esses passos, vocês terão mais faci-lidade para realizar a atividade.

Recordamos que o trabalho de cada dupla será apresentado na Unidade de Aprendizagem 3. Cada dupla terá de 15 a 20 mi-nutos para apresentar o seu Plano de Ação. Para a apresen-tação, solicitamos que sejam preparados slides, para a elabo-ração dos slides também pode seguir a lógica dos 7 passos.

Lembre-se,Trata-se de um roteiro

proposto, adapte o mesmo de acordo com a sua realidade.

Lembre-se,Não se esqueça de

relacionar o problema de saúde escolhido com a

Atenção Básica.

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Algumas reflexões sobre o planejar...Por que preciso planejar?

O planejamento não é uma ação que está distante do que faze-mos no nosso cotidiano, planejamos o tempo todo, planejamos quando acordamos, o que vamos fazer ou não, quando traba-lhamos, mesmo que não tenhamos muita clareza de que esta-mos planejando, todos nós planejamos! Para alcançarmos de-terminados objetivos, pensamos antes em como alcançá-los.

Vamos resgatar o vídeo que assistimos em sala de aula “SUS - Planejamento Estratégico”¹¹, nele podemos destacar a relevância de se entender todo o processo antes de plane-jarmos, para poder identif icar melhor onde está a causa que se deseja modif icar. Outro destaque importante do vídeo e que queremos frisar aqui: devemos planejar ações para os problemas que são passíveis de intervenção, ou seja, aque-les que podemos interferir individualmente ou com a ajuda e colaboração de outros colegas.

Neste trabalho está sendo proposto, propositalmente, a ela-boração de planos de ação em conjunto de modo a termos mais de um olhar sobre a mesma situação. Lembrem-se que cada um sempre vê a situação de um determinado ângulo e, muitas vezes, os diferentes olhares são complementares e importantes para entendermos a situação como um todo. Recordem o organograma institucional que desenhamos em sala, cada um completou o desenho de acordo com o seu olhar e vivência pessoal.

Vamos ao nosso roteiro... A seguir, apresentaremos os pas-sos para realização do Plano de Ação (enquanto sugestão de como realizar este exercício). Destacamos que este roteiro teve como base o modelo utilizado por Ferreira (2015) para formações de técnicos de gestão em saúde:

Passo 1: Apresentando a dupla...

Neste momento, é importante que a dupla apresente o setor no qual estão vinculados, ou seja: De onde falamos enquan-to atores institucionais? Também é importante enquanto elemento da atividade apresentar ao responsável do setor a proposta de atividade e o compromisso com trabalho do curso e, em consequência, o compromisso de devolver a instituição o investimento público, af inal este curso é pago por toda a sociedade.

11 Link para assistir ao vídeo SUS - Planejamento Estratégico novamente: https://www.youtube.com/watch?v=R_xyzpgqk5Q

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Passo 2: Elencando problemas e priorizando o problema de saúde...

Escolha um problema de saúde que você e o seu colega considera que deve ser priorizado. Atente que identif icar e priorizar um problema nem sem-pre é tarefa fácil. Para a realização desse segundo passo, sugerimos que sejam realizadas técnicas como o Brainstorming (tempestade de ideias), ou trabalhar com tarjetas e falas livres que devem ser anotadas e sistematizadas depois. Lembre-se, nesse momento, criatividade e ouvir o que o outro tem a dizer é muito importante. É possível tam-bém ouvir as falas de outras pessoas dos setores para também saber o que elas tem a dizer, isso ajuda na priorização do problema. Todas as falas devem ser registradas sem nenhuma separação, apenas uma listagem. Ao f inal, faz-se a leitura e, caso seja necessário, agrupa-se aqueles que se re-petiram ou que dizem a mesma coisa. No momento da priorização, priorize problemas que podem ser alterados e sob os quais a dupla tem governabili-dade (autonomia) para atuar ou que pode contar com a parceria e colaboração de outros colegas de trabalho ou atores sociais. Sugerimos a utilização da Tabela 4 para organizar as ideias.

Passo 3: Descrevendo a situação de saúde do problema priorizado...

Com base nas perguntas abaixo descreva porque o problema foi selecionado:

• Por que o que foi escolhido deve ser considerado um pro-blema de saúde?

• Descreva seus aspectos clínicos, causais, epidemiológicos, sociais e territoriais. (caso caiba)¹².

• Quem são os mais afetados por esse problema de saúde?

• Qual a relação que este problema tem com a Atenção Básica?

Definindo alguns conceitos...

“PROBLEMA: pode ser enten-dido como uma discrepância entre uma situação real e uma situação ideal ou desejada – um “incômodo”. Porém, uma situa-ção só é problematizada quando um sujeito a define como inacei-tável e, ao mesmo tempo, como passível de ser transformada na direção desejada. Um ponto fundamental é a necessidade de que o problema seja definido e declarado como problema por um sujeito, disposto e capaz de enfrentá-lo.

SITUAÇÃO: Uma situação pode ser compreendida como um es-paço socialmente produzido, no qual “nós” (internos) desempe-nhamos um papel e intervimos nessa situação, da mesma forma que “outros” (externos). Enten-de-se que, num processo de pla-nejamento, a perspectiva daque-le que planeja é apenas uma das possíveis leituras da situação.

ATOR: Define-se como um co-letivo de pessoas ou, no seu ex-tremo, uma personalidade que, atuando numa determinada realidade, é capaz de transfor-má-la. Para tanto, é fundamen-tal que ele tenha controle sobre recursos relevantes, tenha uma organização minimamente es-tável e um projeto para intervir nesta realidade.”

Fonte: (FERREIRA, 2015)

12 Atenção: Algum grupo pode optar por escolher problemas de saúde que sejam f luxos de trabalhos que precisam ser revisto, nesse caso, não cabe descrição epidemiológica do tema escolhido, mas sim a descrição do f luxo de trabalho que se deseja mudar.

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Tabela 4. Listagem de problemas para priorização

PROBLEMA PRIORIZADO(escreva ao lado qual problema foi

priorizado pela dupla)

Problemas

Temos como conseguir

colaboração ou parceria para

atuar neste problema? (SIM

ou NÃO)

Temos governabilidade para modificar este problema? (SIM ou NÃO)

Este problema pode ser alterado? Como?

(SIM ou NÃO)

Passo 4: Elencando as causas do problema...

A principal questão que se coloca aqui é: Por que existe o problema? Quais são as causas de sua existência? Nesse sentido, considerando vocês como os atores principais do processo, elenquem todas as causas que vocês acreditam que estejam relacionados com esse problema, identif icando as causas que produziram o problema. Dizendo de outra forma: vamos identif icar que outros problemas produzem esse problema. Após listar todas as causas, a dupla deve es-colher quais serão aquelas que irão atacar, ou seja, aquelas que pensarão em ações a serem feitas. Para ajudar nesse exercício, sugerimos a utilização da tabela 5. Nessa tabela, deve descrever a causa, nas respostas das perguntas, colo-car 0 para NÃO e 1 para SIM.

Lembre-se,No vídeo “SUS

– Planejamento Estratégico”, o biólogo elencou todas as causas

que estavam relacionadas

com o problema em questão para

saber em qual delas iria atuar.

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PROBLEMA PRIORIZADO(descreva ao lado o problema priorizado)

Causa

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

TOTAL(somar os

pontos)

Esta causa gera outra

causa? (0-NÃO; 1- SIM)

Tem alguma ação

prática, que poderia alterar

esta causa? (0-NÃO; 1-

SIM)

Tenho capacidade de mobilização e articulação

para enfrentar o problema?

(0-NÃO; 1- SIM)

Se eliminar essa causa eu altero

significativam ente o meu problema?(0- NÃO; 1-SIM)

Tabela 5. Descrição das causas do problema priorizado

Passo 5: Escolhendo as causas para agir...

Avalie a Tabela 5 e escolha no mínimo duas causas para poder atuar. Não se esqueça de levar em consideração a governabi-lidade de vocês. Mas, quais causas devo priorizar? Indicamos que sejam priorizadas as causas com maior número de pontos contabilizados na coluna TOTAL, porém nada impede que o grupo priorize outra causa (menos pontuada) após uma dis-cussão que identifique como uma causa importante de atuar.

A partir das escolhas, vamos partir para a definição da si-tuação objetivo, ou seja, onde desejamos chegar. Para esse passo, sugerimos a utilização da Tabela 6, escrevendo a cau-sa selecionada na coluna “situação inicial” e, em seguida, coloque o que deseja alcançar na coluna “situação objetivo”.

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Fonte: (FERREIRA, 2015)

ATENÇÃO,Delineando a situação objetivo: Atenção! Objetivo é diferente de desejo. Aqui se deve construir um objetivo, algo possível de ser executado.

“O planejamento não deve ser apenas a expressão dos desejos de quem planeja - os objetivos e estratégias expressos no plano devem ser factíveis, do ponto de vista técnico, e viáveis, do ponto de vista político, guardando, portanto, relação com a realidade”. (Chorny)

Causa

3

Situação Objetivo (o que se deseja alcançar)

Situação Inicial (descrição da causa)

2

1

Tabela 6. Descrevendo a situação objetivo de cada causa

Definindo alguns conceitos...

“AÇÃO: Tudo que neces-sitamos fazer para atin-gir o resultado proposto;

META: O que se deseja atingir em um determi-nado período de tempo, ou seja, é a definição de quanto e quando será feito;

RESPONSÁVEL: Pessoa que nem sempre terá de realizar uma ação, mas será fundamental para que essa ação seja cumprida. O responsá-vel pela ação tem nome e sobrenome, não pode ser o grupo todo;

RECURSOS: Tudo de que necessitamos para realizar a ação. Não ape-

nas recursos financei-ros, mas custo, recursos de conhecimento, tempo em horas, infra-estrutu-ra (sala e material ne-cessário), recursos polí-ticos e de organização;

RESULTADO: São mu-danças descritíveis de determinada situação.

INDICADOR: Variável ou fator quantitativo ou qualitativo que estabe-lece um meio simples e confiável de medir a consecução dos objeti-vos, refletir as mudan-ças associadas a uma intervenção ou ajudar a avaliar o desempenho de um órgão.”

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Passo 6: Identificação das ações necessárias ao enfrentamento do problema...

Momento de se pensar: O que precisamos fazer para alte-rar essa causa e chegarmos à situação desejada? Nesse passo, vocês irão delinear para cada causa as ações a serem feitas para modificá-la. Não se esqueçam também de apontar os responsáveis para a realização das ações como também os recursos necessários. Para esta etapa, sugerimos o preenchi-mento da Tabela 7.

Passo 7: Análise de viabilidade das ações...

Muitas vezes desenhamos as ações que queremos realizar, mas não temos viabilidade política de conseguir realizá-las, pois, há atores envolvidos com o processo que não dão valor e nem tem interesse na realização de algumas ações. Dessa for-ma, surge a necessidade de avaliarmos a viabilidade política de cada ação. Ao lado da viabilidade política, não podemos dei-xar de realizar a análise de recursos, respondendo a seguinte questão: Eu tenho os recursos que indiquei no plano? Se não, tenho como acioná- los? Para a realização dessa etapa, sugerimos a Tabela 8.

Causa

3

Recursos necessáriosDescrição das ações ¹³

2

1

Tabela 7. Síntese das ações a serem realizadas

Responsável

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Por fim, após analisar a tabela 5, liste as ações que serão reali-zadas, descrevendo-as e delimitando o prazo para as mesmas acontecerem, ou seja, quando se pretende realizar cada ação. Para esta etapa, sugerimos o uso da tabela 9.

AÇÃO

Ação selecionada Descrição mais detalhada da ação selecionadaPrazo

e responsável

Problema Priorizado: escrever o problema

Esta ação é viável?

(SIM ou NÃO)

O que falta? Tenho como conseguir?

Os recursos necessários

estão disponíveis?

Há viabilidade política

(SIM ou NÃO)

Tabela 8. Realizando análise de viabilidade das

Tabela 9. Descrição das ações selecionadas

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Prezados alunos, neste trabalho, vamos parar na aná-lise de viabilidade do Plano, pois, no curso não iremos executar o plano. Contudo, ressaltamos que o acompa-nhamento e avaliação do plano são fundamentais para o planejamento. Ressaltamos que o momento de exe-cução, avaliação e prestação de contas das ações exe-cutadas/realizadas também devem ser feitas de modo coletivo e participativo, de modo que ocorram corre-ções necessárias ao planejamento, para que ele de fato altere a realidade do trabalho. Este é um processo con-tínuo e que necessita de um sistema de acompanha-mento, com prazos def inidos para apresentar seus re-sultados e avaliar suas ações.

O plano de ação não é algo estático no cotidiano da sua execução, novas situações vão surgindo, fazendo com que o mesmo seja modif icado. No trabalho cotidiano da vigilância, informação-decisão-ação são inseparáveis e esse mesmo raciocínio deve também estar atrelado à formulação de planos de ação: planeja- executa-avalia--corrigi, e, ao corrigir, planeja-se novamente. Se não f izermos a atualização do plano ele perde a serventia, vira camisa de força, restringindo a ação.

Como já dito, não teremos, neste curso, um momento para avaliar a execução do Plano de Ação, mas fecha-mos este trabalho da Unidade de Aprendizagem 2 com uma pequena história para nos fazer ref letir sobre o processo de avaliação:

Era uma vez...

Uma rainha que vivia em um grande castelo.Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia querendo avaliar sua beleza, ela perguntou ao espelho:- Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?O espelho olhou bem para ela e respondeu:- Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta as-sim tão simples. Hoje em dia, para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.

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Fonte: BATISTA, 2001)

Atônita, a rainha não sabe o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:- Como assim?- Veja bem, respondeu o espelho – Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com minha resposta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibope no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum crédito externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resulta-dos. E continuou o espelho:- Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me defina com que bases devo fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto?Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta; por outro lado, se utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar. Depois, ainda tem o seguinte – continuou o espelho: - Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análises continuadas? Posso utilizar alguma prova para verificar o grau dessa beleza? Utilizo a observação? Finalmente, concluiu o espelho: - Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a considerar...

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