CURSO LIDERANÇA - M-VI - TEOLOGIA PRATICA DO PRESBITERATO

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    PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANADE CASA CAIADA

    CURSO DE TREINAMENTO PARA PRESBTEROS, DICONOSE LDERES

    Mdulo VI

    TEOLOGIA PRTICA DO PRESBITERATO

    SUMRIO

    Bases bblicas para a funo presbiteral.O ministrio de ser presbtero.Requisitos para o presbiterato.Ampliando a viso presbiteral.

    Competncias a serem Construdas

    Depois de realizar este estudo, voc dever terconstrudo as seguintes competncias:

    Competncia-chave: analisar e avaliar a funopresbiteral.

    Competncias-secundrias:

    1 Conhecer as bases bblicas para a funopresbiteral.

    2 Conhecer a funo presbiteral.3 Descrever os requisitos para ser presbtero.4 Analisar as possibilidades do ministrio

    presbiteral.

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    Introduo

    A palavra presbtero significa pessoa madura, experimentada ou idosa. O termo jera conhecido e utilizado pelos judeus nas sinagogas, bem antes da sua adoo pela igrejano sentido daquele que assumia a liderana espiritual. Faz-se necessrio deixar bem claroque ser um presbtero no apenas o resultado de cursos ou de experincias vivenciadas.

    Ser presbtero conseqncia de um chamado divino, assim como o dicono tambm o .Alm disso, preciso tambm diferenciar a pessoa do presbtero do ministrio presbiteral.Para o primeiro, as marcas so de carter, dons espirituais e maturidade em tudo. Para afuno, as Escrituras apresentam responsabilidades pastorais e de governo da igreja. sobos ngulos do presbtero e do ofcio de ser presbtero que iremos abordar a teologia prticado ministrio presbiteral.

    1. Bases Bblicas para a Funo Presbiteral

    Vamos iniciar nossa abordagem focalizando o ensino bblico sobre o ofcio, ou seja, asorientaes divinas sobre a funo ministerial do presbtero. De acordo com a Bblia o

    presbtero um dos pastores da igreja (I Pe 4.1-2). O prprio apstolo Pedro seconsiderava presbtero e explicitou o que ele esperava da tarefa presbiteral: pastorear aigreja de Deus.

    A primeira meno no NT de presbteros aparece como resultado do surgimento denovas igrejas e a necessidade de se estabelecer a sua liderana (At 14.23). Como igrejasto novas poderiam apresentar homens maduros na f e nas verdades j reveladas? Isto foipossvel porque a estratgia missionria de Paulo e Barnab foi a de pregar o evangelhonas sinagogas judaicas. Ali, os seus freqentadores eram ensinados sobre o contedo da Leie sobre os ensinos dos Salmos e Profetas do AT. Por causa disso, homens maduros eestudiosos das Escrituras (o AT), ao serem convertidos com a pregao do evangelho deJesus, podiam construir com facilidade as ligaes entre Cristo e o Messias prometido noAntigo Testamento. Assim, a base doutrinria j estava quase pronta e, com um pouco

    mais de instruo, alguns deles puderam ser reconhecidos para a funo presbiteral.Mas, foi aps a volta da primeira viagem missionria de Paulo e Barnab que

    aconteceu a reunio de presbteros de mais de uma igreja, formando um prottipo do queposteriormente veio a ser chamado de presbitrio (I Tm 4.14), para decidir sobre questesdoutrinrias, no caso a circunciso ou no dos gentios (At 15.1-2,6,22-23). A decisotomada passou a ser observada pelas demais igrejas (At 16.4). Este relato nos mostra queos presbteros tinham a responsabilidade de zelar pela s doutrina.

    Para colaborar com a idia de que as funes do presbiterato devem ser exercidas deforma plural e colegiada em uma mesma igreja local, h o registro da reunio do apstoloPaulo com os presbteros da igreja de feso (At 20.17), com os presbteros da igreja deJerusalm (At 21.18), e h a instruo clarssima de Paulo a Tito, seu pastor auxiliar, para

    constituir presbteros em cada cidade (Tt 1.5). O apstolo Paulo tambm utiliza a palavrabispo para fazer referncia ao ministrio presbiteral, nesse uso o seu significado o desuperintendente, algum que administra. Considerando que a funo presbiteral agrupacuidado pastoral e doutrinrio, ensino das Escrituras, orao (Tg 5.14), disciplina e governoda igreja (Tt 5.17; I Tm 3.4-5), fica fcil concluir que a funo presbiteral coluna daigreja.

    No caso da Igreja Presbiteriana, foi adotada a argumentao de Calvino que, mesmopossuindo ainda um gosto de clero e confronto com a doutrina do sacerdcio de todos ossantos, ensinava uma diferenciao entre o ofcio pastoral e o ofcio presbiteral. Vale apena relembrar que Calvino, o seu livro Ordenanas Eclesisticas, admitia quatro ofcios naIgreja: os pastores para a rea doutrinria e pregao da Palavra de Deus; os mestres oudoutores para o estudo e ensino das Escrituras; os presbteros para a disciplina e cuidado

    da membresia da igreja; e os diconos para o cuidado para com os pobres. Para ele, oministrio pastoral era resultado de ordenao especfica do presbitrio (I TM 4.14), sendoo pastor mais dedicado pregao da Palavra, ao ensino da doutrina e orao. J o

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    ministrio presbiteral era desempenhado pelos leigos e outorgado pelo reconhecimentoda igreja local (At 14.23; Tt 1.5), e restringia-se ao governo e disciplina da igreja. Destaforma a Igreja Presbiteriana do Brasil abraou o modelo eclesistico calvinista trazidopelos missionrios norte-americanos e estabeleceu dois tipos de presbteros: PresbterosRegentes e Presbteros Docentes. A funo dos primeiros a de governo e cuidado com aigreja e a dos docentes, o pastorado e a pregao.

    bem da verdade, essa diferenciao no encontra suporte nas Sagradas Escrituras,todavia no pode ser classificada como ilegtima ou anti-bblica, mas deve consideradacomo uma convenincia administrativa. O telogo reformado John Sitema, no seu livroCorao de Pastor publicado pela prpria IPB, defende a posio de que todos ospresbteros da igreja so pastores. Pode haver diferenciao em funes adicionais, masno no pastorado.

    O Manual Presbiteriano da Igreja Presbiteriana do Brasil ao detalhar asresponsabilidades do presbtero docente (pastor) e do presbtero regente no conseguefazer uma distino clara. Examine o que diz o manual.

    Art. 30 - O Ministro do Evangelho o oficial consagrado pela igreja local,representada no Presbitrio, para dedicar-se especialmente pregao da Palavra de

    Deus, administrar os sacramentos, edificar os crentes e participar, com osPresbteros regentes, do governo e da disciplina da comunidade. E no artigo 36explicita suas atribuies:

    So atribuies do Ministro que pastoreia igreja:a) Orar com o rebanho e por este;b) Apascent-lo na doutrina crist;c) Exercer suas funes com zelo;d) Orientar e supervisionar as atividades da igreja, a fim de tornar eficiente a vida

    espiritual do povo de Deus;e) Prestar assistncia pastoral;f) Instruir os nefitos, dedicar ateno infncia e mocidade, bem como aos

    necessitados, aflitos enfermos e desviados.

    Quanto aos presbteros regentes o mesmo manual estabelece:

    Art. 50 - O Presbtero Regente o representante imediato do povo, por este eleito eordenado pelo Conselho, para, juntamente com o Pastor, exercer o governo e adisciplina e zelar pelos interesses da igreja a que pertencer, bem como pelos de todacomunidade, quando para isso eleito e designado. Quanto s funes que compete aopresbtero regente.

    Art. 51 - Compete ao Presbtero:a) Levar ao conhecimento do Conselho as faltas que no puder corrigir por meio de

    admoestaes particulares;b) Auxiliar o pastor no trabalho de visitas;c) Instruir os nefitos, consolar os aflitos e cuidar da infncia e da juventude.d) Orar com os crentes e por eles;e) Informar o pastor dos casos de doenas e aflies;f) Distribuir os elementos da Santa Ceia;g) Tomar parte na ordenao de ministros e oficiais;h) Representar o Conselho no Presbitrio, este no Snodo e no Supremo Conclio.

    2. O Ministrio de Ser Presbtero

    O segundo ngulo de abordagem teolgica diz respeito ao ministrio pessoal do

    presbtero na igreja. Na IPB, esse ministrio tem sua amplitude de ao na igreja local, nopresbitrio, no snodo e no supremo conclio. Neste estudo focalizaremos apenas a aopresbiteral na igreja local. Para entendermos bem essa atuao, vamos ordenar nossa

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    exposio em trs aspectos: (1) O presbtero como homem de Deus; (2) O presbtero comomodelo na igreja; (3) O presbtero como mestre, lder e pastor.

    2.1 O presbtero como homem de Deus

    O cuidado e o governo da igreja devem ser sempre entendidos como uma concessode Jesus a alguns de seus servos. A Bblia ensina que Cristo Senhor e Cabea da igreja etambm o seu supremo Pastor (I Pe 5.4), logo ser presbtero ser comissionado peloprprio Deus para servir a igreja como Cristo serve. Tal realidade nos mostra a importnciade ser presbtero, pois implica em uma firme e prxima vida de comunho com o EspritoSanto. Assim, o presbiterato jamais poder ser o resultado de uma eleio, onde a igrejad o cargo a um de seus membros destacados. Em primeirssimo lugar, ser presbtero uma ao soberana de Deus que decide chamar e conferir autoridade a alguns de seusservos para conduzir a igreja. Essa vocao reconhecida pela igreja, pela prtica edesempenho do que se , de forma anloga ao diaconato (I Tm 3.4,10).

    2.2 O presbtero como modelo na igreja

    Qualquer estudante atento do Novo Testamento poder verificar com facilidade queJesus se apresentou como o modelo a ser imitado e que os apstolos, entendendo bem esseprincpio, viveram e pregaram isso nas igrejas, colocando-se eles mesmos tambm comomodelos de imitao (I Co 4.16; Fl 3.17; Hb 6.12). Quando o apstolo Paulo escreveu aopresbtero Timteo, o encorajou a tornar-se padro dos crentes na palavra, no amor, naf e na pureza (I Tm 4.12). A palavra traduzida por padro tem o significado de tipo(semelhante ao das antigas mquinas de datilografia), de onde se originou a palavratipografia. Note que a idia de duplicao padronizada a partir de um modelo fica bemcaracterizada. O presbtero um homem de Deus chamado para ser modelo em tudo paraigreja. bem verdade que a presena do pecado no foi eliminada, realidade que faz dequalquer presbtero uma pessoa imperfeita. O presbtero um modelo falho! Porm, no admissvel que o presbtero possua uma vida onde pecados no so vencidos ou acontecemcom freqncia. Por ser um homem de Deus, por ser conhecedor das Escrituras, por serfsica e espiritualmente experimentado nas situaes da vida, por ser um homem deorao, o presbtero deve ser um modelo desejado. Na igreja e fora da igreja, ele deve seruma referncia de esposo, de pai, de amigo, de orao, de f, de amor, de humildade e depureza.

    2.3 O presbtero como mestre, lder e pastor

    Ser presbtero de uma igreja implica em interagir com ela em diversas reas,entretanto, pelo menos as reas do ensino, da liderana e do pastorado so inegociveis e

    se apresentam como pertinentes a todos os presbteros. O presbtero como mestre tem aresponsabilidade de procurar formar o carter de Cristo na vida dos crentes (Gl 4.19). Essaao no se limita a uma sala de aula ou ministrao de um curso. Ser mestre deve serentendido como um orientador para a vida crist sadia, significa estar perto do crente,instru-lo na doutrina, disciplin-lo, encoraj-lo, orient-lo e at puni-lo quando se fizernecessrio. O ensino cristo resultado do exerccio do dom espiritual (Rm 12.7) e podeocorrer em nvel individual ou coletivo.A segunda rea de ao comum a da liderana que se exerce atravs do governo daigreja. Isto implica em responsabilidade para participar das decises conciliares que terorepercusso para toda igreja. Para tal necessrio que o presbtero seja um homem deiniciativa e de viso1, que saiba discernir a realidade da sua igreja e seja capaz de proporsolues que agradem a Deus. Trazendo de volta o conceito de que o ser presbtero uma

    1George Barna, no seu livro Transformando a viso em ao, define viso como uma clara imagem

    de um futuro prefervel, proporcionado por Deus aos seus servos escolhidos, com base em umaacurada compreenso da vontade de Deus, do prprio eu e das circunstncias.

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    concesso de Cristo, deve-se estar bem claro que o presbtero no recebeu autoridadepara decidir o que ele acha que certo e utilizar apenas os recursos da sua prpriaconscincia. Como lder presbiteral, ele um representante de Cristo reconhecido pelaigreja para expressar a vontade divina, logo as decises de liderana devem sempre buscaro melhor para Cristo. inegocivel a necessidade de todas as decises estaremplenamente em acordo com os princpios bblicos. Para ser um bom lder o presbtero deveconhecer a vontade de Deus (Rm 12.1-2), deve conhecer a realidade da sua igreja e do seutempo, deve conhecer bem a Bblia (II Tm 2.15), deve ser capaz de colaborar com asoluo e deve ser servo de todos (Mc 10.43-44).

    A terceira rea de ao esperada de todos os presbteros o ministrio pastoral eesta no mais importante que as outras duas. O presbtero um servo da igreja que foicapacitado pelo Esprito Santo com certos dons espirituais para cuidar da vida espiritual daigreja. Como j vimos, Jesus o modelo pastoral a ser copiado. Todo e qualquerpresbtero deve ter em Cristo o seu modelo de ao pastoral. Essa atuao pastoral leva opresbtero a negar-se a si mesmo em prol do ajudar e cuidar dos problemas e dificuldadesdos membros da igreja. Ser pastor exige sensibilidade dor e s angstia alheias, exigegraa para tratar a culpa, exige sabedoria para exortar. Todavia, essas aes no so um

    peso, um fardo ou apenas um dever da funo. Ser presbtero ser pastor, assim com se homem, pai ou esposo, atividade desempenhada com o prazer de ser.

    3. Requisitos para o Presbiterato

    A Bblia explicita com detalhes os requisitos para um cristo que deseja servir comopresbtero. Como j vimos no mdulo de Teologia da Vocao, o simples desejar no omeio pelo qual se confirma uma vocao, mas apenas um bom indcio. Segundo o apstoloPaulo, ser presbtero um excelente ministrio (I Tm 3.1), entretanto h altos requisitosprvios, tanto de valores espirituais, quanto de atitudes vivenciais para algum que desejadesempenhar a funo. Examinando as instrues paulinas a Timteo e a Tito, verificamosque os requisitos estabelecidos nessas duas cartas so muitos e bem rigorosos. Parafacilitar a compreenso, acrescentamos um breve comentrio a cada um deles e exclumosas exigncias repetidas no texto de Tito. medida que voc ler esses 26 requisitos bblicospara ser presbtero, aproveite para colocar-se diante do espelho divino e avaliar a vocmesmo.

    Texto Requisitos ComentriosI Timteo

    3:1-111. Ningum possa culpar

    de nadaVida que apresenta coerncia com o ensino bblico.

    2. Ter somente umaesposa

    Amor e fidelidade conjugal.

    3. Ser moderado Controle de si mesmo, no explosivo.

    4. Prudente

    No precipitado, nem propagandista de si

    mesmo.5. Simples Humilde, no procura seu prprio destaque oureconhecimento pblico do que faz.

    6. Hospitaleiro Acolhe bem as pessoas e tem a sua casa abertapara ajudar e hospedar.7. Capacidade para

    ensinarDom de ensino experimentado e pronto paraedificar pessoas na Palavra.

    8. No chegado ao vinho Domnio prprio, no permitindo que a bebida lhecontrole.

    9. No briguentoNo provocador de brigas e sabe lidaradequadamente com as situaes de confronto semusar a violncia.

    10. Pacfico Busca produzir a paz nos relacionamentos. amigoe sua companhia agradvel.

    11. Calmo Firme propsito de evitar conflitos e destruio derelacionamentos pessoais ou de outros.12. No deve amar o Desprendimento de bens materiais e facilidade

    para dar.

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    dinheiro13. Ser um bom chefe de

    sua famliaDedicao ao lar, assumindo a responsabilidade deser o lder provedor e orientador.

    14. Deve saber educar osfilhos

    Participao efetiva na formao do carter cristodos filhos.

    15. No convertido h

    pouco tempo

    Possui tempo de vida crist suficiente para

    produzir vivncia e ser experimentado na f.16. Ser respeitado pelos de

    fora da igrejaBom testemunho e boa reputao atestada pelosno cristos onde mora, trabalha e vive.

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    Texto Requisito Comentrios

    Tito1:5-9

    17. No deve ser orgulhoso Desprovido da busca pela fama ou destaque.

    18. No deve ter mau gnio Sabe controlar a sua ira e aprendeu a tolerarerros.

    19. No deve ser ganancioso No estabelece para si o alvo de buscar mais emuitas riquezas.

    20. Amigo do bem Tem o corao sensvel para ajudar e pratica obem como estilo de vida.

    21. Justo No admite a injustia e sempre se posiciona aolado da verdade.

    22. Dedicado a Deus Demonstra santidade, presteza no servir e responsvel nas responsabilidades que assume.23. Disciplinado Sabe impor a si mesmo alvos, regras e limites.24. Deve se manter firme na

    MensagemConhecimento e fidelidade s verdades dasEscrituras.

    25. Capacidade para animar osoutros

    Dom espiritual de encorajamento que servepara ajudar os crentes a desenvolverem a vidacrist.

    26. Capacidade para mostrar oerro

    Sabe intervir na vida de uma pessoa que peca,

    conduzindo-a ao arrependimento e restaurao.

    Depois de ler todos esses itens e avaliar-se a si mesmo, voc pode ser fortementetentando a pensar: no sou este homem. Tal constatao pode ser verdade, mastambm pode ser um engano, motivado pelo estgio do seu desenvolvimento cristo atual.Se voc no consegue se v diante Deus como uma pessoa que o Esprito Santo lhecapacitar a alcanar cada um desses requisitos, muito provvel que voc no tenha umavocao presbiteral. O modelo exigido pela Bblia para um presbtero no umaimpossibilidade, mas um alvo a ser perseguido por quem foi chamado, e isso se conseguecom dedicao de tempo, estudo das Escrituras, orao, prtica supervisionada e aindispensvel comunho com o Esprito Santo.

    O presbtero uma pessoa que progrediu no processo de transformao prpriaatravs do estudo, obedincia s Escrituras e de experincias pessoais. Ele o exemploque pode ensinar outros a ser como ele. Para facilitar a melhor compreenso do que sebusca construir, apresentamos seis tipos diferentes de competncias, que espelham omodelo para quem almeja ser e servir como presbtero:

    (1) Competncia intuitiva. Esse tipo de competncia caracterizado pelosseguintes fatores:a. Capacidade de ver alm de seu tempo e de seu espao;b. Esforo em buscar sempre alternativas novas e diferenciadas para o seu

    trabalho, no se contentando em executar o planejamento elaborado;c. Habilidade para ousar e inovar nas atividades, mas mantendo sempre o

    equilbrio e o compromisso com os princpios bblicos;d. Comprometimento com um trabalho de elevada qualidade, pois a excelnciaagrada a Deus.

    (2) Competncia intelectiva. Caracteriza-se pelos seguintes pontos:a. Capacidade de expressar pensamentos e fazer julgamentos como resultado

    do uso da sabedoria divina;b. Grande capacidade de refletir e de incitar esse hbito aos membros;c. Habilidade em privilegiar as atividades que conduzem reflexo e anlise

    antes de tomar decises;d. Capacidade em organizar idias;e. Demonstrar vontade de aprender de forma continuada;

    f. Habilidade de tomar decises firmes e claras;g. Ter uma mente aberta para o agir do Esprito Santo.

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    (3) Competncia prtica. identificada pelos seguintes elementos:a. Habilidade na organizao de atividades;b. Capacidade em realizar planejamento abrangente de todas as atividades;c. Habilidade em selecionar o que bom e aplic-lo s atividades, objetivando

    melhores resultados;d. Demonstrar desembarao, pontualidade e senso de responsabilidade.e. Possuir sinceridade, tolerncia, compreenso, altrusmo e abnegao.

    (4) Competncia emocional. Apresenta-se atravs dos seguintes fatores:a. Habilidade em trabalhar o conhecimento na base do autoconhecimento;b. Habitualidade em saber controlar e lidar as suas emoes;c. Capacidade de externar suas idias com sentimento na medida certa;d. Habilidade em conduzir o conhecimento para as reas mais prximas vida;e. Possuir habilidade, tato e simpatia no seu agir;

    (5) Competncia moral. Mostra-se atravs dos seguintes pontos:a. Possuir padres morais compatveis com a Bblia;b. Demonstrar integridade, imparcialidade, justia, respeito, lealdade e zelo;

    c. Possuir dignidade e pureza;d. Ter disposio para servir e dar sem pensar em recompensas;e. Ser inflexvel diante do que correto.

    (6) Competncia espiritual. Demonstra-se mediante os seguintes aspectos:a. Vivenciar Jesus Cristo como o Senhor de tudo;b. Ter senso vvido da realidade da presena de Deus em sua vida;c. Vivenciar dependncia do Esprito Santo;d. Capacidade de desenvolver, com humildade, vitria sobre o egosmo, o

    mundanismo e o pecado;e. Possuir convices slidas e genunas a respeito das doutrinas bsicas da

    Bblia;f. Ter e demonstrar um bom conhecimento das verdades bblicas;g. Possuir interesse profundo e ardente pela salvao e bem estar espiritual

    das pessoas;h. Ser dedicado orao;i. Habitualidade e gosto em estudar a Bblia e moldar-se a ela;j. Possuir amor profundo e sincero a Deus e s pessoas;k. Demonstrar desejo de progredir e exercitar a f.

    4. Ampliando a Viso Presbiteral

    Para ampliar o leque de aes que o ministrio presbiteral pode atuar, julgamos

    oportuno apresentar cinco outras reas alm do ensino, da liderana e do pastorado. Nocremos que apenas oito reas so o limite das atividades presbiterais, portanto o nossointuito expandir os horizontes e fazer vislumbrar mais longe. Considerando que nossopropsito no esgotar todas as possibilidades de ao, essas reas agora apresentadasbrevemente podem e devem servir de trampolim para outras aes.

    (1) Participar da pregao Pregao anncio pblico da Palavra expondo asverdades bblicas de modo convincente e edificante. A boa pregao requer odom espiritual de Palavra de Profecia, o treinamento nos princpios deinterpretao e anlise das Escrituras, bem como o aprendizado de algumastcnicas que organizam e aperfeioam a pregao.

    (2) Disponibilizar aconselhamento cristo H crentes que carecem de umaorientao mais continuada e especfica em determinadas situaes. Oaconselhamento exige o dom espiritual de Exortao e Palavra de Sabedoria,pois aconselhar no dar uma opinio pessoal, mas apresentar o princpio

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    bblico certo, no momento certo para a pessoa certa. O presbtero que sededica a aconselhar, alm dos dons, necessitar desenvolver: tcnicas deaproximao das pessoas, aprender a ouvir, demonstrar confiabilidade e inspirarsegurana e esperana.

    (3) Administrao eclesistica medida que uma igreja local cresce as suas

    atividades se multiplicam e se especializam. Administrar a igreja no implicaapenas em uma capacitao acadmica, mesmo sendo requerida a prtica deatividades organizacionais de planejamento, controle e execuo. Na igreja,alm das habilidades tcnicas de administrao, h o requisito do dom deAdministrao ou de Governo. Segundo Paulo, um presbtero que se dedica aogoverno da igreja e o faz bem, deve ser merecedor de pagamento em dobro (ITm 5.17).

    (4) Aes estratgicas de evangelizao Essa dedicao evangelizao nodeve ser confundida com a responsabilidade de pregar o evangelho que todos oscristos tm. O presbtero dedicado evangelizao um elaborador deestratgias que viabilizam oportunidades freqentes, maiores e eficazes para a

    divulgao da mensagem de salvao. Para isso, preciso a presena do dom deEvangelista (Ef 4.11). Ressaltamos que esse dom no exclusivo de presbteros,no livro de Atos o dicono Felipe apresentado como evangelista (At 8.5-6;21.8). Entretanto, sendo o presbtero evangelista, sua atuao como lderpossibilitar o surgimento de programas e oportunidades que potencializam aevangelizao na igreja, atingindo pessoas de perto ou longe.

    (5) Plantao de igrejas O apstolo Paulo foi um plantador de igrejas e tinha emsua companhia vrios presbteros que o auxiliavam nessa tarefa. Basta ler asreferncias que ele fazia a vrios nomes, tais como: Epafrodito (Fl 2.25), Tito (IICo 8.23), Onsimo (Fl 1.10-11; Cl 4.9), Epafras (Cl 1.17), Aristarco e Jnias (Rm16.7) e o prprio Timteo. A plantao de igreja um trabalho de pioneirismo,desbravador, que anuncia Cristo onde ele ainda no foi anunciado, agregando osconvertidos em igreja para discipulado e crescimento. Essa ao presbiteralpode ser exercitada tanto dentro do permetro urbano quanto longe da igrejalocal, pois o dom de apostolado (Ef 4.11) deve ser entendido como algumcapacitado pelo Esprito Santo e enviado para liderar ou colaborar com aplantao de novas igrejas.

    Concluso

    Quem deseja ser presbtero, excelente ministrio deseja! (I Tm 3.1). O ministriopresbiteral na igreja local se constitui numa verdadeira estrutura de sustentao. As aes

    dos presbteros devem sempre estar firmadas sobre o fundamento dos Apstolos e dosProfetas, sendo Cristo a pedra principal (Ef 2.20). Por essa razo era de se esperar que oscrentes, a quem o Esprito Santo vocaciona para essa funo, j estejam, ou esto noprocesso de firmemente estar, dentro de elevados padres de conduta e maturidadeespiritual. A funo presbiteral visa prover a igreja de todas as suas necessidades deorientao e cuidado pastoral, disciplina, encorajamento, administrao e ministrao dadoutrina. Sendo essas necessidades muitas e diversas, o ministrio presbiteral no exercido solitariamente, mas coletivamente, sendo o nmero deste o resultado da vocaodivina e no simplesmente da necessidade da igreja.

    Ser presbtero ser pastor, homem de Deus que cuida e se preocupa com a vida dosmembros e dos novos na f. Ser presbtero ser mestre-modelo que conhecedor epraticante das Escrituras. O presbtero professor que ensina as doutrinas bblicas peloexemplo e pelas palavras, educando os crentes individualmente ou coletivamente a seremimitadores de Cristo. Ser presbtero ser lder servidor, que se considera servo de todos e

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    como tal assume a responsabilidade que lhe foi confiada de governar com humildade eadministrar com probidade os negcios do Reino de Deus.

    Ningum nasce presbtero. O processo comea com um chamado, que pode serreconhecido e percebido pelo crente, e este procura desenvolver sua f, sua santidade,seus dons e talentos para, em tempo oportuno, servir. Um presbtero no constitudopelo voto da assemblia da igreja local, esta apenas apresenta publicamente o seureconhecimento do que na verdade j acontece com quem vocacionado e se preparoupara desempenhar o seu ministrio.

    Bibliografia

    BARNA, George. Transformando a viso em ao. So Paulo, SP: United Press, 2002.

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    Autores: Srgio Lyra e Rubem Ximenes.Elaborado em: 27/07/2007.ltima reviso: 04/08/2007.

    EVANGELIZAO ADORAO COMUNHO DISCIPULADO SERVIO 10