Curso Livre Formação Musical.. Sintese histórica.Sessão1

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ESMAE – Curso Livre de Formação Musical (2009) – Sessão 1

Síntese histórica 

“Os mestres de música devem familiarizar as almas das crianças com o ritmo e

a harmonia, de modo a crescerem em gentileza, em graça e harmonia para setornarem úteis em palavras e acções” (Platão)

1290 – D. Dinis cria o Estudo Geral de Lisboa – 1.ª universidade do reino – queoferecia, para além de outros, o ensino da música.

1835 – Criado o Conservatório de Música de Lisboa

1878 – O ensino e prática coral foi integrado no currículo das escolas primárias(vigorou até 1968, tendo como grande impulsionador o Padre Tomás Borba,visava cultivar “as glórias de Portugal e a exaltação do sentimento patrióco)

1919 – Reforma Viana da Mota (António Arroio, José Viana da Mota, AlexandreRey Colaço, Ângelo Lambertini e Luís de Freitas Branco).

O Dec. n.º 5546 de 9 de Maio de 1919:

-

três graus de ensino (elementar, complementar e superior)- incluía disciplinas de cultural geral (História Geral, Geografia,

Línguas e Literatura Francesa, Português e Italiano)- Ciências Musicais – História da Música, Acústica e Estética

Musical- Solfejo deixa de ser rezado para ser exclusivamente entoado.

1930 – Decreto 18881 “o essencial não é ensinar muito, mas ensinar bem”(Ministro da Instrução Pública – Gustavo Cordeiro Ramos)

- reforma de cariz economicista

- considera os cursos demasiados extensos e excesso dedisciplinas literárias- restringe a frequência do Conservatório- estabelece a necessidade de criar escolas elementares

preparatórias do ensino de música

1936 – Decreto 23577- Solfejo passa para 3 anos - “o ensino do solfejo passa a ser

ministrado em três anos, ensinando-se nos dois primeiros o solfejo entoado esendo o terceiro ano especalmente consagrado à leitura rítmica e ao ditado

musical”

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1966 – Proposta de reforma da secção de música apresentada peloConservatório Nacional

- Solfejo passa para 5 anos

1971 – Reforma de Veiga Simão- “Experiência pedagógica”- actualização e alargamento do modelo anterior- novas disciplinas: direcção, musicologia, coro, orquestra e

música de câmara- novos programas, que ainda hoje continuam a vigorar ou a

servir como modelo- Deveria ter caducado três anos depois, mas vigorou até 1998- Institui a primeira escola de formação de professores do

ensino artístico (Escola Superior de Educação pela Arte)

1983 – Reforma de 1983- cursos gerais e secundários complementares- Educação musical – 6 anos substitui o anterior solfejo- institui o ensino superior artístico (institutos politécnicos)

1985 – Despacho que estabelece a conversão dos planos de estudosanteriores (solfejo - 3 anos e educação musical – 6 anos) para os 8graus de Formação Musical

1986 – Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE)- determina-se o carácter universal, obrigatório e gratuito do

ensino básico- é objectivo do ensino básico “promover a educação artística de

modo a sensibilizar para as diversas formas de expressãoestética”

- “em escolas especializadas de ensino básico podem serreforçadas componentes de ensino artístico, sem prejuízo daformação básica”

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Educação /Formação Musical 

Uma panorâmica dos objectivos gerais  

Escola Superior de Educação pela Arte (1971): 

“Contactar com o som e as suas fontes, abordar a música de uma forma

não convencional, explorar o corpo como instrumento verbal e vocal,

expressar-se/comunicar individualmente e em grupo, utilizar o meio ambiente

como parte integrante da produção musical, fornecer técnicas que permitissem

utilizar ou recriar o material pedagógico tradicional, preparar o educador para

aceitar e desenvolver formas de comunicação sonora. Cantar em comum obras

de várias épocas, monódicas e polifónicas. Ajudar o educador a descobrir, na

prática, o prazer e a importância de fazer música vocal em conjunto e

individualmente, promovendo técnicas vocais e de direcção coral, acção de

coro infantil. Utilizar como bases de fundamentação da área, a educação

estética, as artes comparadas, a audição musical activa e projectos de

pesquisa e investigação.”

Programas do ensino primário (Ministério da Educação – 1975)

“Partindo de meios expressivos elementares, pelo ritmo, pelo som, pelo

gesto, a rubrica Movimento, Música, Drama, propõe-se contribuir para um

equilíbrio bio-psico-social da criança, ao mesmo tempo que a vai sensibilizando

para valores estéticos e artísticos.”

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França (1977) – instituiu-se a disciplina de Formação Musical 

- o ensino apoia-se em música de repertório e não apenas em

manuais especializados

- disciplina privilegiada para uma síntese activa de fenómenos

de audição, prática colectiva e leitura

- a análise musical, com vista a uma melhor compreensão das

obras musicais deve estar presente desde o início da

aprendizagem musical

- abertura a repertórios diversos; necessidade de descobrir o

potencial pedagógico, de modo a enriquecer a experiência

estética da audição

Objectivos gerais da Educação Musical (segundo Eugénia Rangel e Isabel Carneiro – 1985): 

- Desenvolvimento dos domínios cognitivo, sensível, motor e

afectivo das crianças portuguesas.

- A música como facilitadora da integração das crianças na vida

em sociedade.

- A música como factor de preservação e enriquecimento do

património cultural.

- A música como elemento enriquecedor do desenvolvimento

estético dos alunos portugueses.

- A música como potencial disciplina para o desenvolvimento da

criatividade, através da progressão na expressão de

sensações, sentimentos e conhecimentos.

- A música como auxiliadora na supressão de dificuldades

específicas de outras disciplinas, como por exemplo a leitura,a escrita e o cálculo.

- A ligação da música ao aproveitamento escolar global,

promovendo uma aquisição mais fácil e motivadora de

conceitos abstractos e complexos.

- Desenvolver a ligação da música a outras disciplinas ao nível

da motivação e trabalho interdisciplinar.

- O papel da música no Ensino Especial como auxiliadora no

processo de aprendizagem das crianças deficientes.

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Orientações programáticas do ensino da Música no 1.º Ciclo do Ensino Básico (2006): 

“O desenvolvimento da literacia musical constitui-se como o grande objectivo

do ensino da música no 1.º ciclo do ensino básico. A literacia musical, além de

significar uma compreensão musical determinada pelo conhecimento de

música, sobre música e através da música, engloba também competências de

leitura e escrita musicais e organiza-se em torno de um conjunto diversificado

de dimensões assentes nos seguintes pressupostos da aprendizagem musical:1. As crianças têm potencial para desenvolver as suas capacidades

musicais.

2. As crianças trazem para o ambiente de aprendizagem musical os

seus interesses e capacidades e os seus próprios contextos sócio-

culturais.

3. Mesmo as crianças mais pequenas são capazes de desenvolver o

pensamento crítico através da música.

4. As crianças devem realizar actividades musicais utilizando materiais

e repertório de qualidade.

5. As crianças aprendem melhor em ambientes físicos e sociais

agradáveis e no contacto interpares.

6. As experiências diversificadas de aprendizagem são fundamentais

para servirem as necessidades de desenvolvimento individual das

crianças.

7. As crianças necessitam de modelos eficazes de adultos.”

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Princípios pedagógicos 

Émile Jacques-Dalcroze (1865 - 1950)

“Ser capaz de dizer eu sinto, em vez de eu sei”

Zoltán Kodály (1882 – 1967)

“A música é para todos”

Edgar Willems (1890 – 1978)

“Pode-se viver sem música, mas vive-se muito pior”

Carl Orff (1895 – 1982)

“O problema da criança não é saber música, mas fazê-la, vivê-la

e viver com ela”

Edwin Gordon (1927 -)

“Há coisas que não se ensinam, aprendem-se”

Murray Schafer (1933 - )

“Não há professores e alunos, só comunidades em aprendizagem

conjunta”

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O que é ensinar/educar? 

“O professor é apenas o húmus da terra. Quanto mais ensina, mais entra em

contacto com a vida e com os seus resultados positivos. Tudo considerado,

pergunto-me às vezes se o professor não será o verdadeiro estudante e o

grande beneficiário.” (Nadia Boulanger)

“Quando ensino, lanço as sementes. Espero para ver quem as apanha...

aqueles que as apanham, aqueles que lhes dão uso, são os que sobrevivem.”

(Nadia Boulanger)

“Ensinar com seriedade é lidar no que existe de mais vital num ser humano. Os

bons professores são os que alimentam a chama nascente na alma do aluno.”

(George Steiner)