Custos e Formação do Preço - aula 02

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Custos e Formação do Preço - aula 02

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1AULA 02 - TERMINOLOGIA CONTÁBIL

AULA 02TERMINOLOGIA CONTÁBIL

CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

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TERMINOLOGIA CONTÁBIL

O objetivo é uniformizar o entendimento de determinados termos técnicos que serão utilizados ao longo do Curso, nesta disciplina, e também na atividade profissional de cada um.

• GASTOS: Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos - normalmente dinheiro. Alguns gastos temporariamente serão classificados como investimentos e, à medida que forem sendo consumidos, passarão a ser classificados como custos ou despesas.

O gasto se concretiza quando do pagamento ou recebimento de ativos, custos e despesas, ou os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser propriedade da empresa.

• gasto com mão-de-obra (salários encargos) = aquisição de serviços;

• gasto com aquisição de mercadorias;

• gasto com aquisição de matérias-primas;

• gasto com aquisição de máquinas e equipamentos;

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• DESEMBOLSO: Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço independente de quando o produto ou serviço será ou forem consumidos.

Ressaltamos que a contabilidade registra os fatos de acordo com o princípio da competência. Em função desse princípio, entende-se que o registro de receitas e despesas deve ser feito de acordo com a real ocorrência, independentemente de sua quitação. Por exemplo, utilizamos 40 horas de mão-de-obra no mês de junho que somente foram quitadas em julho. Contabilmente, o lançamento do gasto deve ser feito em junho. Já o desembolso financeiro ou a quitação será registrado no mês de julho. Pode ocorrer concomitantemente ao gasto - pagamento à vista - ou depois deste - pagamento a prazo.

Os desembolsos podem ser INVESTIMENTOS, CUSTOS ou DESPESAS.

• INVESTIMENTOS: Gasto efetuado em ativos, como bem ou serviço, que serão imobilizados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Serão gradativamente incorporados aos custos e despesas através da depreciação.

• aquisição de móveis e utensílios;

• aquisição de imóveis;

• despesas pré-operacionais;

• aquisição de matérias-primas;

• aquisição de parque industrial, etc.

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DESPESA OU CUSTO

Duas terminologias mais utilizadas de forma indistinta, mas, contabilmente, podem ser entendidas diferentemente. A despesa é um gasto ocorrido em um determinado período que é lançado pela contabilidade nesse mesmo período, para fins de apuração do resultado da empresa e obtenção de receitas. Assim, a despesa é lançada diretamente na demonstração de resultados de um período e significa, no momento de sua ocorrência, uma redução da riqueza da empresa.

Custo, para fins contábeis, está ligado à aquisição de mercadorias para estoque (no caso de empresas comerciais) ou insumos para fabricação de produtos (no caso de empresas industriais). Enquanto permanece em estoque, seja como mercadorias ou materiais, seja como produto acabado ou em processo, o valor desembolsado ou incorrido para obtenção dessas mercadorias e insumos não é despesa e sim investimento.

• CUSTO: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços; são todos os gastos relativos à atividade de produção.

• salário pessoal de produção;

• matéria-prima utilizada no processo produtivo;

• combustíveis e lubrificantes;

• aluguéis e seguros de prédios da fábrica;

• depreciação dos equipamentos de produção;

• gastos com manutenção, etc.

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Muitos autores consideram as matérias-primas, enquanto nos estoques, não utilizadas no processo produtivo como um INVESTIMENTO, estando registrada numa conta do Ativo Circulante; no momento em que é requisitada pelo setor de produção, é baixada na conta do Ativo e passa a ser considerada um CUSTO.

• DESPESAS: Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.

Em termos práticos, não é tarefa fácil distinguir CUSTOS e DESPESAS. Podemos adotar uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto, são CUSTOS; a partir daí, são DESPESAS.

Gastos com embalagens são CUSTOS se realizados no âmbito do processo produtivo - produto vendido embalado; são DESPESAS se realizado após a produção - produto pode ser vendido com ou sem embalagem.

Todos os custos que estão incorporados nos produtos acabados, que são fabricados pela empresa industrial, são reconhecidos como DESPESAS no momento em que os produtos são vendidos.

• salários e encargos do pessoal de vendas;

• salários e encargos da administração;

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• energia elétrica consumida nos escritórios;

• telefonemas;

• combustíveis, refeições do pessoal administrativo;

• aluguéis dos escritórios, etc.

A matéria-prima, no momento da compra, representa um INVESTIMENTO. Passa a ser considerada CUSTO no momento de sua utilização na produção e torna-se DESPESA quando o produto fabricado é vendido. Já a matéria-prima incorporada nos produtos acabados em estoques, pelo fato de estes serem ativados, volta a ser INVESTIMENTO.

Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes de aquisição de Insumos para a produção, são sempre considerados DESPESAS.

Em outras palavras, o custo se transforma em despesa quando o bem ou o serviço, que estava estocado, sai da empresa e é entregue ao cliente. Portanto, a saída do produto ou do serviço é uma perda para a empresa, uma despesa, e afeta a riqueza dos sócios.

Quando ocorre entrega de um produto ou um serviço, a empresa o faz em condições normais, e se receber um valor superior ao custo, obteve lucro, se for inferior incorreu em prejuízo.

• PREJUÍZO: É o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto de transações de um período, o resultado negativo da soma das receitas menos as despesas do período em questão, ou seja, as despesas suplantaram as receitas desse período.

Analisando isoladamente, uma transação também pode ocasionar um prejuízo. Podemos apurar um prejuízo em uma venda, um prejuízo em uma aplicação financeira, um prejuízo em uma compra (quando, por exemplo, compararmos com um preço melhor alternativo), etc.

De qualquer forma, o mais comum é associar a terminologia prejuízo ao resultado negativo (o inverso do lucro) para o conjunto das transações de um período, apurado na demonstração de resultados.

• PERDA: É um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou

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da atividade produtiva normal da empresa. No 1º caso, são considerados da mesma natureza que as DESPESAS e são computados diretamente no resultado do período. No 2º caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, integram o CUSTO de produção do período.

A distinção mais difícil e mais importante é entre CUSTOS e DESPESAS. Se um gasto é considerado DESPESA, ele afeta diretamente o resultado do exercício. Se considerado CUSTO, só afetará o resultado a parcela do gasto que corresponder aos produtos vendidos. A parcela correspondente aos produtos em estoques ficará ativada, ou seja, registrada como estoques de produtos acabados na indústria e estoque de mercadorias da atividade comercial.

• Perdas: Vendaval, incêndio, algum ato involuntário.

• Desembolsos: Pagamento referente à aquisição de um bem ou um serviço, podendo este ser uma despesa, um custo ou um investimento.

• Custos: Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. Ex. compra de matéria prima, compra de mercadorias.

• Despesas: Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Ex. pagamento de salários da secretária do diretor geral.

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• Investimentos: Desembolso para aquisição de máquinas e equipamentos.

• Gastos: Gasto com aquisição de mercadorias, gasto com aquisição de matérias-primas, gasto com aquisição de máquinas e equipamentos.

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS

Os diversos tipos de gastos da empresa são de diversas naturezas e atendem a vários processos de transformação desses recursos em produtos e serviços finais. Uma adequada gestão empresarial e de custos exige um estudo pormenorizado de todos os gastos que ocorrem na empresa. Essas informações, na medida do possível, devem ser classificadas segundo suas principais naturezas e objetivos.

Para uma boa gestão de custos, não podemos tratar os custos de forma única. Faz-se necessário adotar um processo de classificação visando a agrupar os custos com a natureza e objetivos semelhantes em determinadas classes, facilitando a administração, a apuração, a análise e a tomada de decisão.

Os sistemas, formas e metodologias aplicadas no controle da gestão de custos podem ser agrupados em função: da forma de imputação (associação) dos custos aos produtos; de acordo com a variação dos custos; em relação ao volume de produtos fabricados; em relação aos controles exercidos sobre os custos (controladoria); em relação a alguma situação específica particular de cada empresa (decisões especiais) e em função da análise do comportamento passado registrados pela contabilidade.

Em relação à forma de imputação (associação) dos custos aos produtos produzidos, podem ser classificados de acordo com a aplicabilidade:

• Diretos ou Primários: São aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos que podem ser identificados como os materiais diretos, mão-de-obra direta, usados na fabricação. Tem a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Exemplos: madeira para fabricar móveis, os salários dos operários etc.;

• Indiretos: Necessitam de cálculos aproximações, isto é, algum tipo de critério para distribuí-lo aos produtos, chamado de rateio. Exemplos: supervisão de diversas linhas de produção (mão de obra indireta), seguros e aluguéis da fábrica.

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• De Transformação: Também denominados custos de conversão ou custos de agregação, consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. Exemplos: mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação.

As classificações de custos podem variar de empresa para empresa. Como exemplo tradicional, temos os gastos com energia elétrica, que são quase sempre classificados como variáveis, pois o aumento dos volumes de produção está associado ao aumento nos níveis consumo de energia elétrica.

Os conceitos e definições que usaremos para classificar os custos são de caráter técnico contábil, alheio ao sentido que os economistas dão aos mesmos.

Como Custos, entendemos:

“... a soma dos valores, de bens e serviços consumidos e aplicados para obter um novo bem ou serviço”.

Há por outro lado, quem considere e mesmo denomine Custos como despesas, aplicações ou consumos.

O que efetivamente interessa é que o custo é, e deve ser tratado, em termos financeiros e físicos, relegando a um segundo plano o problema de abordagem econômica.

Partindo desse raciocínio, “Contabilidade de Custos é um conjunto de procedimentos empregados para a determinação do custo de um produto e das várias atividades relacionadas à sua fabricação e venda para auxiliar o planejamento e a mensuração de desempenho” (LEONE, 1982, p.43).

Podemos então dizer que: Custos de fabricação de um bem ou serviço é o somatório de todos os insumos de capitais, bens ou serviços, empregados na produção desse bem.

Com as definições já mencionadas, poderíamos elaborar outras tantas, para quaisquer áreas, tais como: “Custos de Distribuição, Custos de Vendas, Custos de Pessoal de Apoio”, etc.

A classificação dos custos, ampla e genericamente, pode ser efetuada de forma relativamente simples, como a apresentada a seguir. Para efeitos didáticos, objetivando facilitar a sua aplicação prática, vale ressaltar que não é a única forma; muitas outras poderão ser estruturadas de acordo com a aplicabilidade que se pretende:

Classificação dos Custos:

• Origem Geral

• Agente Consumidor

• Funções

• Forma de Imputação ao Produto

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• Espécie

• Grau de Ocupação da Empresa

• Posicionamento na Contabilidade Financeira

Essa classificação não é a única e, ressaltamos, são típicas de determinados sistemas contábeis e, para sua melhor compreensão, detalharemos:

Origem Geral:

• Custos do trabalho humano

• Custos dos capitais utilizados

• Custos dos materiais utilizados

• Custos tributários

• Custos com depreciações

• Outros

Agente Consumidor:

• Custos seccionais

• Custos de centros de custos

• Custos divisionais

• Custos dos produtos

• Outros

Funções:

• Custos de fabricação

• Custos de administração

• Custos de vendas

• Custos com propaganda e publicidade

• Outros

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Forma de Imputação do Produto:

• Custos Diretos

• Custos Indiretos

Espécie:

• Custos com a mão-de-obra

• Custos com materiais

• Custos com a previdência social

• Custos com combustíveis

• Custos com serviços de terceiros

• Custos com comissões

• Custos com comunicação

• Outros

Grau de Ocupação na Empresa:

• Custos Fixos

• Custos Variáveis

• Custos Progressivos

• Custos Degressivos

• Custos Constantes

Posicionamento na Contabilidade Financeira:

• Custos registrados na Contabilidade Financeira.

• Custos Calculatórios.

Esta classificação poderá ser estendida e detalhada em função da empresa ou do analista de custos, ao implantar um sistema de custeamento. Assim, ainda exemplificando, o Sistema de Custeamento Direto considera os custos fixos como periódicos e os subclassifica como regulares e programados.

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O que nos interessa de perto, na realidade, é conhecer os custos, quanto às suas relações com o grau de ocupação na empresa. Para resumir sua classificação, dada a simplicidade com que aborda o problema e, partindo da matéria-prima, mão-de-obra e gastos gerais, os custos são por eles classificados em:

• Diretos

• Indiretos

• Fixos

• Variáveis

OBJETO DO CUSTO

Definimos como objeto de custo o elemento do qual se deseja ter o custo específico apurado, ou seja, objeto de custo é o elemento que será mensurado monetariamente, com a finalidade de se obter o custo unitário ou total desse elemento. Um objeto de custo pode ser um produto, um serviço, uma mercadoria, uma atividade, um departamento, uma divisão, um processo, um recurso, entre outros.

Tradicionalmente, os objetos de custo dos quais mais se deseja mensurar de forma específica são os produtos e serviços produzidos e vendidos pelas empresas. Estes são elementos fundamentais para a obtenção da rentabilidade de um produto ou de uma determinada empresa e, portanto, a determinação de seus custos é tarefa a gestão financeira empresarial.

COMPORTAMENTO DO CUSTO

A evolução do valor dos custos (fixos e variáveis) em relação ao volume denomina-se comportamento de custo. Tomamos como referência o volume de produção (ou vendas) e verificamos como os custos aumentam ou diminuem em relação a esse volume.

Se o valor do custo cresce ou diminui acompanhando o volume em quantidade, esse custo tem característica de variabilidade, ou seja, é um custo variável. Por outro lado, se o custo não varia com a alteração do volume para mais ou para menos, esse custo tem a característica fixa, portanto, classifica-se como custo fixo.

Então, já é do nosso conhecimento que os gastos compreendem os custos (área industrial) e as despesas (área administrativa, comercial e financeira). Assim, podemos tanto ter custos e despesas fixas, como custos e despesas variáveis. A sua classificação como custos fixos ou variáveis toma como referência o volume de produção. Denominamos despesas fixas ou variáveis quando se toma como referência o volume de venda.

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De acordo com a decisão que pode ou não afetar os custos, podemos ter custos:

• Controláveis: Quando podem ser controlados dentro de uma escala hierárquica predefinida. Existe uma pessoa que poderá ser responsabilizada por eventuais desvios não previstos;

• Não Controláveis: Quando fogem ao controle do responsável, por exemplo, rateio do aluguel.

Dentro deste enfoque e dependendo da situação analisada, os custos podem ser agrupados em diferentes categorias, em função da necessidade de tomada de decisões especiais:

• Incrementais: Também denominados diferenciais ou marginais, são custos incorridos adicionalmente em função de uma decisão tomada;

• De Oportunidade: Benefício em decorrência da escolha de outra alternativa;

• Evitáveis: Custos que serão eliminados se a empresa deixar de executar alguma atividade;

• Inevitáveis: Independentemente da decisão a ser tomada, os custos continuarão existindo;

• Empatados: Também denominados custos afundados ou enterrados. Por já terem sido incorridos e sacramentados no passado, não devem influir em decisões futuras, por serem irrelevantes e irrecuperáveis.

Relativamente à base monetária empregada na análise ou estimativa de custos, estes podem ser:

• Históricos: Custos em valores da época originais em que ocorreu a compra, de acordo com a Nota Fiscal;

• Históricos Corrigidos: Custos históricos atualizados monetariamente, trazidos

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para o valor presente;

• Correntes: Ou custos de reposição, o valor necessário para repor o item;

• Estimados: previsão de custos para o futuro;

• Padrão: Custo estimado tomando-se por base determinados parâmetros.Presumindo-se maior eficiência técnica e financeira, corresponde a um valor ideal a ser alcançado pela empresa;

• Objetivo ou Meta: Também denominado target cost. Representam metas de valores a serem obtidos em negociações no futuro.

Os custos podem também ser classificados quanto à responsabilidade. Nesse caso, os custos são alocados em componentes organizacionais com decisões hierárquicas diferenciadas.

CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS

A classificação mais utilizada é uma das mais antigas. Está sempre relacionada ao objeto de custo, se diretos ou indiretos. em relação ao produto ou serviço que está sendo produzido.

CUSTOS DIRETOS

São os que podem ser fisicamente identificados e imediatamente apropriados a um só produto ou a um só serviço. Podemos medir objetivamente o seu consumo no produto, verificar e estabelecer uma ligação direta e visual no produto, sendo possível medir objetivamente sua participação no produto final.

Os principais custos diretos na grande maioria das atividades industriais podem ser:

MATERIAIS DIRETOS:

Representa as matérias-primas, os componentes, os materiais auxiliares e os

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materiais de embalagem que fazem parte da estrutura do produto. Os materiais de embalagem são visíveis no produto final. O mesmo pode não ocorrer com todas as matérias-primas e os materiais auxiliares, uma vez que, dependendo do produto e do processo de fabricação, eles podem assumir características diferentes no produto final após serem processados e até mesmo desaparecer durante o processamento.

A referência para classificar os materiais diretos é a sua identificação na estrutura do produto, a lista de materiais que compõem cada produto final especificado. A elaboração da composição do produto, quais são os materiais necessários para fazer o produto e serem nele incorporados é o procedimento mais utilizado para a identificação dos materiais diretos que compõem o produto. Em alguns casos, a classificação fica difícil de ser aplicada, como no consumo de energia elétrica: pode ser classificada como material direto, porque faz parte da estrutura do produto, mas não podemos identificá-la visualmente. Sabemos da sua aplicação no produto pelo projeto do mesmo, que irá nos informar o detalhamento do seu processo de fabricação, em quais máquinas e equipamentos será manipulado.

MÃO DE OBRA DIRETA:

Representa o valor pago dos salários e encargos sociais com o pessoal envolvido diretamente na produção dos produtos finais da empresa e que manipulam, diretamente ou por meio de equipamentos, todos os materiais diretos e o produto final, até a sua conclusão em condições de venda.

• tem contato direto com o processo de fabricação dos produtos finais, desde a manipulação das matérias-primas até a montagem e a expedição dos produtos acabados;

• opera os equipamentos dos processos necessários à elaboração dos produtos finais.

O principal identificador da mão-de-obra direta é a possibilidade de mensurar os esforços de cada trabalhador, seja em processos diretos envolvendo o produto, seja em processos envolvendo os equipamentos de transformação dos materiais em produtos finais. A forma mais utilizada é a quantidade de tempo despendida nos processos (dias, horas, minutos, segundos). Porém, podemos utilizar médias envolvendo a manipulação das matérias-primas ou mesmo as quantidades de produtos finais. O que faz a ligação da mão-de-obra direta ao produto final são os processos de fabricação em que todas as fases (tarefas, processos, atividades) são necessárias para elaborar os produtos.

Para calcular os custos dos produtos, temos a necessidade de medir o esforço

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dos funcionários diretos, dedicados aos diversos processos para obter o produto final. Conhecendo os esforços necessários medidos em tempo de processamento, temos condições de avaliar a sua capacidade de produção, seja em termos de mão-de-obra, seja em termos dos equipamentos operados pela mão-de-obra direta. Entendemos por capacidade de produção a quantidade máxima de produtos que a empresa pode produzir de determinado produto final.

Outros gastos também podem ser classificados como diretos, desde que tenham uma ligação direta, identificável e específica a um determinado a um único produto.

Resumidamente, os atributos que definem um custo direto em relação ao produto final são a possibilidade de: verificação, medição, identificação clara, visualização da relação do insumo com o produto final, especificidade ao produto, entre outros.

CUSTOS INDIRETOS

Todos os gastos que não podem ser identificados no produto ou não tenham ligação direta são classificados como indiretos. São os gastos que não podem ser alocados direta ou objetivamente aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional e, para serem atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, necessitam de critérios de distribuição (rateio alocação, ou apropriação são termos utilizados). Existem autores que os denominam de custos comuns, podendo ser fixos e variáveis. Sua principal característica básica é ser de caráter genérico e não específicos a produtos finais.

A sua relação com os produtos finais existe, porém de forma indireta; um exemplo de custo indireto são os gastos com as gerências ou diretorias da fábrica, pois essas pessoas trabalham para todos os produtos da empresa e não especificamente para um determinado produto. Para alocar esses gastos a cada um dos produtos da empresa, há a necessidade de se elaborar um critério de distribuição, com alguma base numérica ou percentual, que normalmente é denominado rateio.

Podemos também ter materiais indiretos comprados e requisitados para utilização no processo fabril sem fazerem parte do produto, ou seja, não constam da estrutura do produto. São materiais necessários para auxiliar o processo produtivo, tanto para utilização pelo pessoal envolvido nos processos e atividades industriais, como para os equipamentos utilizados nos processos diretos e nas atividades indiretas.

Os principais materiais indiretos consumidos e/ou utilizados são:

• Materiais consumidos para conservação e manutenção dos equipamentos (materiais de limpeza, conservação, peças de reposição etc.);

• Materiais consumidos para conservação e manutenção dos imóveis (tintas, pequenas reformas etc.);

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• Materiais consumidos para utilização dos equipamentos (combustíveis, lubrificantes etc.);

• Materiais consumidos para auxílio às operações dos equipamentos (moldes, modelos, dispositivos, ferramentas, produtos químicos para adequação da temperatura das operações e equipamentos etc.). Materiais indiretos consumidos utilizados pelo pessoal envolvido nas operações e atividades industriais são:

• Materiais de expediente (papéis, materiais de escritório etc.);

• Materiais para higiene e segurança do trabalho (óculos de segurança, capacetes, materiais higiênicos, materiais de limpeza para as operações etc.).

MÃO DE OBRA INDIRETA

Como mão-de-obra indireta, classificamos todos os gastos com os demais funcionários não considerados diretos. Em linhas gerais, a mão-de-obra indireta compreende:

• O pessoal de chefia da mão-de-obra direta, incluindo seus assessores e secretárias. Qualquer funcionário que, mesmo lotado em um departamento produtivo, não trabalhe diretamente com o produto final nem manipule materiais ou equipamentos dos processos;

• Todo o pessoal dos demais setores de apoio às atividades da fábrica.

A mão-de-obra indireta caracteriza-se por não ser utilizada exclusivamente de um único produto, mas por ser utilizada para as atividades de apoio a produção como um todo, para todas as atividades de produção necessárias a todos os produtos fabricados indistintamente. Mesmo que, eventualmente, os esforços estejam sendo direcionados a determinado produto, não há um processo repetitivo de esforço a um produto. O pessoal indireto trabalha para as atividades dos setores e departamentos de apoio à produção e não diretamente aos produtos finais.

Portanto, são os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas. Para serem divididos e apropriados, em diferentes produtos ou diferentes serviços, alguns parâmetros devem ser utilizados para a estimativa ou critério de rateio aos produtos estabelecidos. Na maioria dos casos, isso é feito, subjetivamente, pelo analista de custos.

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GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO

Os demais gastos incorridos pelas indústrias, excetuando-se os classifica¬dos como mão-de-obra e materiais, recebem uma classificação genérica de gastos gerais de fabricação (também denominados custos ou despesas gerais de fabricação).

Gastos gerais de fabricação são todos os demais gastos necessários ao desenvolvimento das atividades industriais, decorrentes das necessidades de trabalho das pessoas nos processos produtivos e de apoio à produção, bem como dos equipamentos e demais fatores de produção. Cada empresa tem suas especificidades de gastos e faz a classificação dentro de um maior ou menor grau de detalhamento e interesse gerencial. Na maioria das empresas, os principais gastos gerais de fabricação também são denominados, genericamente, despesas. Esta classificação pode variar de empresa para empresa:

• Serviços prestados por terceiros não constantes do processo de fabricação (serviços de manutenção, assessorias, consultorias, traduções, auditorias etc.)

• Treinamentos e cursos

• Aluguéis de imóveis e equipamentos industriais

• Arrendamento mercantil (Ieasing) de imóveis e equipamentos industriais

• Despesas de viagens, refeições, estadias, passagens aéreas

• Fretes e carretos, transporte interno

• Publicações e anúncios

• Compras e serviços de cópias, jornais, revistas, livros, etc.

• Comunicações (telefones, correios, despachos)

• Despesas legais

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• Contratos de assistência técnica e licenciamentos (royalties), transferências de tecnologia

• Energia elétrica, água e esgoto

GASTOS DIRETOS E INDIRETOS

Jamais podemos esquecer-nos da referência aos produtos e serviços finais. Alguns autores consideram todos os gastos como indiretos. Porém, temos que admitir que alguns gastos são específicos de alguns produtos e, portanto, podem e devem ser classificados como diretos a esses produtos.

Como exemplos de gastos de fabricação ligados diretamente aos produtos e serviços, temos:

• Serviços de engenharia e consultoria específicos para determinados produtos;

• Contratos de licenciamento, royalties e transferência de tecnologia de determinados produtos;

• Aluguéis e leasing de equipamentos específicos para a fabricação apenas de determinados produtos.

Entretanto, não há dúvidas de que a maior parte dos gastos tem características de custos indiretos, pois atendem a todos os produtos e serviços finais da empresa. Só não podemos deixar de lado aqueles gastos específicos de cada produto, eles devem ser classificados como diretos a esses produtos.

Um respeitável número de autores tende a classificar os gastos com depreciação, amortização e exaustão como gastos indiretos de fabricação. No entanto, dentro do atual ambiente tecnológico disponível e utilizado pelas empresas, há grandes possibilidades de se classificar uma boa parte da depreciação como custo direto.

Isso ocorrerá sempre que houver a possibilidade de mensuração clara e identificação de qualquer custo como direto. Em outras palavras, a possibilidade de classificação da depreciação como direta está basicamente ligada aos equipamentos industriais de produção, pois a depreciação de prédios, veículos e móveis tende a ser de utilização genérica a todos os produtos. Os fatores que possibilitam a classificação da deprecia¬ção como custos diretos são:

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• Os equipamentos utilizados exclusivamente para determinados pro¬dutos ou para a operação de matérias-primas e componentes de determinados produtos: sua depreciação deverá ser considerada como custo direto desse produto.

• Os diversos equipamentos utilizados, quando podemos obter uma medição acurada do tempo gasto para todos os produtos, identificando o tempo despendido na transformação das matérias-primas e dos componentes de cada produto. Com a precisão dessa medição, a depreciação dos equipamentos poderá ser atribuída aos diversos produtos de forma direta, transformando a depreciação periódica (de um mês) em depreciação por produto, na proporção das horas utilizadas dos equipamentos para cada produto.

A possibilidade de tratamento da depreciação como custo direto decorre das condições das modernas tecnologias empregadas nas empresas em que os equipamentos são comandados eletronicamente (controladores programáveis, comandos numéricos computadorizados etc.). Nesses ambientes automatizados, que vão desde simples máquinas computadorizadas até células flexíveis de manufatura e robótica, os processos de fabricação são comandados por programas de computador e os comandos eletrônicos dos equipamentos trabalham exatamente nos tempos esperados.

Nessas condições, a medição do tempo despendido por produto torna-se fácil, automática e precisa. Dentro dessa possibilidade, a depreciação, que normalmente é tratada como um custo/gasto periódico, passa a ser tratada como um custo/gasto do produto, e sua con¬tabilização pode ser em razão das horas utilizadas e não mais pela passagem do tempo.

As depreciações dos demais ativos permanentes utilizados pela área industrial são classificadas como indireta, pois estes itens tendem a ser utilizados de forma genérica para todas as atividades e não especificamente para os produtos.

Como depreciação indireta, podemos classificar:

• Prédios industriais;

• Instalações industriais;

• Máquinas e equipamentos industriais de utilização genérica;

• Móveis e utensílios dos setores industriais diretos e de apoio à produção;

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• Veículos e equipamentos de transporte e movimentação de materiais a serviço da área industrial;

• Equipamentos de computação das atividades diretas e de apoio à produção, entre outros.

CUSTOS FIXOS

São os valores consumidos ou aplicados independentemente do fato de a empresa estar ou não produzindo, ou estar produzindo maior ou menor quantidade de bens e serviços. Portanto, um custo é considerado fixo quando o seu valor não se altera com as mudanças, para mais ou para menos, do volume produzido ou vendido dos produtos finais.

Apesar de existir a possibilidade de classificarmos uma série de gastos como custos fixos, é importante destacar que qualquer custo está sujeito a mudanças. Porém, os custos que tendem a manterem-se constantes em determinadas alterações do volume das atividades operacionais são tidos como custos fixos. De um modo geral, são custos e despesas necessários para manter um nível mínimo de atividade operacional, por isso são também denominados custos da capacidade instalada.

Os custos são fixos dentro de um intervalo relevante de produção ou de venda e podem variar se os aumentos ou diminuições de volume forem significativos. Apesar de serem conceitualmente fixos podemos observar aumentos ou diminuições em função da capacidade ou do intervalo de produção.

O conceito de custo fixo é aplicado àqueles custos cujos valores não variam dentro do período analisado. Os valores gastos a título de tais custos serão sempre os mesmos, não importando o volume produção ou vendas.

É importante ressaltar que o que prevalece é o conceito de que o custo é fixo, pois é possível que um custo tenha todas as características de custo fixo e o seu valor se altere de período a período. Mas essa alteração de valor não pode ser na proporção das quantidades produzidas ou vendidas; caso contrário, ele seria considerado variável.

Por exemplo, o custo dos aluguéis tem todas as características de custo fixo. Porém, nada impede que na renovação do contrato de locação este custo venha a se alterar, para cima e para baixo. O valor alterado não é decorrente de variação do volume produzido ou vendido, mas sim decorrente de negociação específica. Mesmo assim, este custo deve ser considerado fixo. É importante ressaltar tais dados de ordem operacional, pois isso altera os cálculos que se utilizam desses valores, como o ponto de equilíbrio, que será evidenciado em tópico posterior.

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22 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

CUSTOS VARIÁVEIS

São os que variam proporcionalmente com a produção e/ou vendas. São, pois, valores aplicados que têm o seu crescimento ou decréscimo dependente do volume produzido e/ou vendido.

São assim chamados os custos e despesas cujo montante, em unidades monetárias, varia na proporção direta das variações do nível de atividade a que se relacionam. Tomando sempre como referencial o volume de produção ou vendas, os custos variáveis são aqueles que, em cada alteração da quantidade produzida ou vendida, terão uma variação direta e proporcional em seu valor. Se a quantidade produzida aumentar, o custo aumentará na mesma proporção. Se a quantidade diminuir, o custo diminuirá na mesma proporção. Por exemplo, se a quantidade tiver um aumento de 20% e o custo aumentar também em 20%, será considerado um custo variável. Por outro lado, se a quantidade tiver uma redução de 20% e o custo diminuir em 20%, será também considerado um custo variável.

Uma característica importante do custo variável é que, não havendo produção, o gasto é igual à zero. A empresa começa a incorrer em custo variável a partir da produção da primeira unidade e vai aumentando proporcionalmente à medida que aumenta número de unidades produzidas e diminui proporcionalmente à medida que a quantidade produzida diminui.

A análise comportamental clássica da variabilidade dos custos é em relação ao volume de produção, para os custos industriais, tomando-se como base a quantidade de produto final produzido, para fazer a análise da variação do custo. Esta é a visão clássica do custo variável e o exemplo mais significativo e de fácil entendimento é o consumo de materiais da estrutura do produto.

Ainda dentro deste contexto, podemos, eventualmente, incorrer em custo ou gasto que pode não ser fixo em relação à quantidade de produto final produzido ou vendido e pode ter o comportamento de um custo semivariável. Porém, relacionado a outra atividade, o custo pode vir a ser considerado variável em relação a essa atividade. Em outras palavras, pode-se fazer uma análise de comportamento de um gasto também com outra variável dependente, que não seja a quantidade de produção ou venda.

Este conceito de custo variável em relação a determinada atividade tem sido utilizado para uma melhor alocação dos custos e despesas indiretas, sendo denominado custo ABC - custeio baseado em atividades - (activity based costing). Como exemplo, o gasto com a CPMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira) pode ser classificado como semivariável em relação às vendas, mas é totalmente variável em relação à movimentação financeira.

O gasto com despesas de viagens dos compradores também pode ser semi-variável em relação à quantidade produzida, mas pode ser variável em relação à quantidade de compradores; o total gasto com despachantes de importação pode ser semi-variável em relação à quantidade produzida, mas variável em relação ao total de importações realizadas.

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23AULA 02 - TERMINOLOGIA CONTÁBIL

CUSTOS SEMIVARIÁVEIS

São custos que variam com o nível de produção, mas que tem uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. É o caso da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto, o chamado custo da demanda.

CUSTOS UNITÁRIOS

Os custos unitários (variáveis, fixos ou totais) são obtidos dividindo-se o custo total pelo número de unidades produzidas.

• Custos Unitários Fixos: Os custos fixos quando unitários são variáveis

• Custos Unitários Variáveis: Os Custos variáveis quando unitários são fixos.

Com certeza essa definição pode ter causado um grande desgosto, pois de tudo o que falamos até o presente momento é que os custos fixos são fixos e que os custos variáveis são proporcionais. Tudo isso é verdadeiro quando tratamos dos custos em termos totais, mas em termos unitários os custos variáveis são fixos e os fixos variam.

Como podemos observar no exemplo a seguir:

A B C D E

Produto Volume da Produção Unidades

Custos Variáveis

Unitários

Custos Fixos

Unitários

Custos

Totais

A 50 20,00 40,00 60,00A 100 20,00 20,00 40,00A 200 20,00 10,00 30,00

Analisando o comportamento dos custos, concluímos que:

a) os custos variáveis por unidades são fixos e

b) os custos fixos unitários tornam-se variáveis quando a produção aumenta sem que os custos fixos totais acompanhem estes aumentos.

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24 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

A B C D E F G

Produto Produção Unidades

Custo Fixo Total

Custo Variável Total

Custo Unitário Fixo

Custo Unitário Variável

Custo Unitário

TotalB 500 500 1.000 1,00 2,00 3,00B 750 500 1.500 0,67 2,00 2,67B 1.000 500 2.000 0,50 2,00 2,50

Como observamos, o custo total unitário varia com o volume da produção. No entanto, essa variação não obedece a uma proporcionalidade linear. É resultante da soma de uma quantidade fixa (custos variáveis por unidade) com outra quantidade variável (os custos fixos por unidade).

A única maneira lógica de se interpretar o comportamento dos custos de uma empresa é promovendo a sua classificação em fixos e variáveis, conforme conceituação dada.

Os objetos de custo dos quais mais se deseja mensurar de forma específica são os produtos e serviços produzidos e vendidos pelas empresas, uma vez que estes são elementos fundamentais para a obtenção da rentabilidade de um produto ou de uma determinada empresa. Portanto, a determinação de seus custos é tarefa da gestão financeira proativa e comprometida com o retorno dos capitais investidos pelos sócios/acionistas. Já a sua determinação inicia-se pela classificação mais adequada à atividade da empresa e a quais informações o administrador deseja obter para tomar suas decisões de forma mais precisa. Para tanto, é de suma importância a separação em custos fixos e variáveis totais e unitários.

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25AULA 02 - TERMINOLOGIA CONTÁBIL

Como frisamos, o estabelecimento correto dos custos dos produtos não é tarefa simples ou facilmente alcançada, principalmente, quando se está comprometido com os resultados da empresa como um todo. Eventualmente, podemos incorrer em custo ou gasto que pode não ser fixo em relação à quantidade de produto final produzido ou vendido e pode ter o comportamento de um custo semi-variável. Porém, relacionando com outra atividade, o custo pode vir a ser considerado variável em relação a essa atividade. Em outras palavras, pode-se fazer uma análise de comportamento de um gasto também com outra variável dependente, que não seja a quantidade de produção ou venda.

Um objeto de custo pode ser um produto, um serviço, uma mercadoria, uma atividade, um departamento, uma divisão, um processo, um recurso, entre outros. Tradicionalmente, os objetos de custo dos quais mais se deseja mensurar de forma específica são os produtos e serviços produzidos e vendidos pelas empresas. Estes são elementos fundamentais para a obtenção da rentabilidade de um produto ou de uma determinada empresa e, portanto, a determinação de seus custos é tarefa da gestão financeira empresarial. Porém, não podemos nos esquecer de que o grande determinador de preços é o mercado: o consumidor é que vai através da aceitação do produto avaliar o custo benefício.

O grande desafio está exatamente em como você classifica os custos incorridos pelo exercício da atividade empresarial. Exercite estes conceitos comparando os segmentos empresariais distintos, como uma Indústria, um comércio e uma atividade de serviços.

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26 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

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27AULA 02 - TERMINOLOGIA CONTÁBIL

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