Custos Na Área Pública Aplicacao Em Laboratorio de Analises Clinicas-PB
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Custos na Área Pública:
Aplicação em Laboratório deAnálises Clínicas
Carmem Haab Lutte CavalcanteMestre em Ciências Contábeis pela Unisinos.
Contadora. Coordenadora e professora do
Curso de Ciências Contábeis da FAI – Facul-
dade de Itapiranga-SC.
Luciani HassBacharel em Ciências Contábeis pela FAI –
Faculdade de Itapiranga-SC.
Oestudo teve como finalidade apurar os custos dos examesrealizados no Laboratório de Análises Clínicas do Municípiode Itapiranga-SC. A determinação dos reais custos demanutenção das atividades dos diversos setores públicos tende afacilitar a administração dos recursos e traz melhoramento dosserviços prestados à comunidade. Para levantamento dos dadosdo laboratório, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, documental e aentrevista livre. Para a análise dos custos, considerou-se o período de
1º a 30 de maio de 2009. Assim, primeiramente, foram identificadas asetapas do processo de análise dos exames. Posteriormente, apuraram-se a quantidade de exames realizados no laboratório, sendo tambémidentificados alguns exames que são enviados para fora do município.Fez-se então a identificação dos custos diretos e indiretos, obtendo-seos custos unitários dos exames e o custo total do período analisado.Também se fez uma comparação entre os custos apurados e o preçode venda praticado por laboratório particular, verificando-se uma vantagem na manutenção do laboratório municipal. Observou-secomo limitação do estudo a identificação dos custos com depreciação,pois os valores de alguns bens registrados no imobilizado seencontram defasados.
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uma demanda grande de recei-ta, e quais serviços ou ativida-des poderiam ser substituídasou melhoradas para não seremtão ociosas.
Dada a importância do con-trole de custos na área pública,o estudo pretendeu responderà seguinte questão-problema:Quais são os custos do Labo-ratório de Análises Clínicas doMunicípio de Itapiranga-SC?
Dessa forma, o estudo tevecomo objetivo determinar os
custos do Laboratório deAnálises Clínicas do Mu-nicípio de Itapiranga-SC. Para
tanto, foi utilizada a pesquisadocumental, quando da con-sulta a relatórios e a outros do-cumentos e da entrevista livre,que visou conhecer o processode análise dos exames. Tambémfoi utilizada a pesquisa biblio-gráfica, utilizando-se de livros ede outros materiais publicados.Os dados coletados e os custosapurados foram referentes aomês de maio de 2009.
Como principais resultados,podem ser citados os custos porexame e o custo total do período
analisado. Ainda demonstraram-
se as diferenças entre os preçospraticados por laboratório parti-cular e os custos encontrados.
Como aspecto limitador dapesquisa, teve-se a questão da
identificação dos custos comdepreciação, onde não cons-tavam valores atualizados dealguns bens. Outro fator quepode ser considerado com li-mitador foi o uso de rateios nocaso dos custos indiretos, con-siderando que sempre podemtrazer certa arbitrariedade.
2 Contabilidade de Custose Área Pública
2.1 Funções da Contabilidadede Custos
Conforme Martins (2003), aContabilidade de Custos nasceuda Contabilidade Financeira, a par-tir do momento em que surgiu anecessidade da avaliação de esto-ques nas indústrias, tarefa fácil naépoca das empresas mercantilistas.Santos (2005, p. 21) complementaque “a necessidade do controle fez
com que a apuração de custos ga-nhasse importância desde o iníciodo capitalismo, pois era por meioda Contabilidade de Custos que o
1. Introdução
Sabe-se que a Contabilidade deCustos surgiu, primeiramente, focan-do a indústria, isto é, nos custos indus-triais. No entanto, atualmente a Con-tabilidade de Custos pode ser aplicadaem qualquer tipo de empresa. As in-formações de custos são importantespara o controle e tomada de decisõesdas diversas organizações.
Na área pública; não são todosos órgãos que aplicam a Contabili-dade de Custos. Apesar de teremsurgidas leis exigindo o registrodos custos, muitas vezes, aindanão se faz a sua contabilização.
A Lei n.º 4.320/64 já fazia men-ção de tal exigência, a qual foireforçada pela Lei de Respon-sabilidade Fiscal n.º 101, quecoloca a necessidade de a ad-ministração pública manter umsistema de custos que permitaa avaliação e o acompanha-mento da gestão orçamentária,financeira e patrimonial.
A relevância do estudo e amotivação para a sua realiza-
ção, além da exigência legal,estão na importância do con-trole de custos para a tomadade decisões. Percebeu-se a ne-cessidade de informações de custos,considerando que o laboratório deanálises clínicas não mantém sistemade apuração e controle de custos.
A determinação dos reais custosde manutenção das atividades dosdiversos setores públicos facilita aadministração dos recursos e, con-sequentemente, traz melhoramento
dos serviços prestados à comunida-de. Porém, a falta de controle doscustos dos serviços prestados oucontratados pelas entidades públicasacarreta, em muitos casos, desperdí-cios de recursos. A existência de umsistema de custos é uma importanteferramenta de gestão, pois, por essesistema, o gestor público teria comosaber quais atividades ou serviçosprestados estariam consumindo
“A determinação dos reaiscustos de manutenção dasatividades dos diversos
setores públicos facilita aadministração dos recursose, consequentemente, traz
melhoramento dos serviçosprestados à comunidade.”
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comerciante tinha res-posta se estava lucrandocom seu negócio, poisbastava confrontar asreceitas com as despesasdo mesmo período”.
A utilização da Con-
tabilidade de Custos está
se ampliando a cada
dia. Empresas de vários
ramos, tais como insti-
tuições financeiras, em-
presas comerciais, em-
presas de prestação de
serviços, onde o efeito de
um sistema de custos era
irrelevante, passaram a
utilizá-lo para controle etomada de decisão (HAUS-
SMANN, 2001).
Dessa forma, para Martins(2003), a Contabilidade de Custostem duas funções relevantes: o auxí-lio ao controle e a ajuda às tomadasde decisões. No controle, sua missãoé fornecer dados para o estabeleci-mento de padrões, orçamentos eoutras previsões e depois acompa-nhar o efetivo acontecimento para
comparação com os valores anterio-res definidos. Na decisão, seu papelconsiste na alimentação de informa-ções sobre valores relevantes quedizem respeito às consequências decurto e longo prazos. Assim, a Con-tabilidade de Custos, nos últimostempos, passou de auxiliar na avalia-ção de estoques e lucros globais parauma importante arma de controle edecisões gerenciais.
Para que esse controle aconteça,Santos (2005, p. 23) cita: “qualquer
atividade que manipule valores evolumes necessita de controle decusto, que nada mais é do que averdadeira contabilidade”.
2.2 Classificação de custos Pode-se citar a classificação dos
custos em diretos, indiretos, fixose variáveis:
Custos diretos – Os custos di-retos “são todos os custos que se
consegue identificar com as obras,de modo mais econômico e lógico”(LEONE, 2009, p 59). Para Hauss-mann (2001, p 117), o custo direto“é aquele gasto que pode ser quan-tificado de imediato em termos fí-sicos e monetários em relação aoproduto fabricado”.
Crepaldi (1999) também citaque os custos diretos são repre-sentados pelos materiais diretos epela mão de obra direta. O autortraz o conceito de material diretocomo sendo o custo dos materiaisque são empregados diretamentena elaboração dos produtos e setornando parte deles. Dessa forma,
são materiais diretos a matéria-pri-ma, material secundário e embala-gens. Já a mão de obra, Crepaldi(1999) conceitua como o custogerado pelo trabalho humano queé usado para a transformação domaterial direto em produto acaba-do, que pode ser diretamente iden-tificado ao produto.
Custos indiretos – ConformeLeone (2009, p.59), “são todos osoutros custos que dependem do
emprego de recursos, de taxas derateio, de parâmetros para o débitoàs obras”. Ressalta-se que rateio éa alocação dos custos indiretos aosprodutos que estão sendo fabrica-dos (CREPALDI, 1999).
Ainda sobre os custos indiretos,Santos (2005) complementa que
são custos comuns comomão de obra e materiaisnecessários para a pro-dução de forma indireta.Não são claramente iden-
tificados com unidades,serviços, processos ouprodutos específicos.
Custos fixos – “Sãoos que independem damovimentação maior oumenor da produção ouda distribuição e sempresão indiretos: deprecia-ção, amortização, seguro,remuneração do pessoal
da administração, guardas, etc.”(MANDARINO, 1975, p. 24).
Custos variáveis – Para Mar-tins (2003), o custo variável é pro-porcional ao nível da atividade. Um
exemplo é o consumo dos materiaisdiretos por mês, que depende dire-tamente do volume de produção.Portanto, quanto maior a quan-tidade produzida, maiorserá o custo variável.
2.3 Sistemas de custos Segundo Haussmann
(2001), qualquer que sejao sistema de custos a seradotado, antes de sua
implantação é necessá-rio avaliar qual a sua realutilidade e se o custo deimplantação é suportávelpela empresa.
Conforme Slomski(2008), a forma de atri-buição de custos a umproduto ou serviço define-secomo método de custeio. O autorcoloca que na Contabilidade Pública,por ser orçamentária, o consumo de
recursos é registrado como despesa,seja corrente ou de capital. O mes-mo autor complementa que, no mo-mento que as entidades quiseremproceder ao cálculo do custo, seránecessário identificar o consumo dosativos para se proceder à mensura-ção dos custos da produção dos pro-dutos ou serviços produzidos. Comessa identificação, a entidade deverádecidir pelo sistema de custeio a serutilizado para o cálculo do custo.
A seguir, são demonstrados os
sistemas de custeio por absorção e osistema de custeio direto ou variável.Também é apresentado o sistema decusteio baseado em atividades.
2.3.1 Custeio direto ou variável
Para Haussmann (2001), no cus-teio direto ou variável, somente oscustos variáveis são apropriados aosprodutos, sendo os custos fixos trans-feridos diretamente para o resultado.
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De acordo com Martins (2003),o custeio variável propicia mais rapi-damente informações vitais para aempresa e o resultado medido dentrode seu critério parece ser mais infor-mativo, por abandonar os custos fixose tratá-los contabilmente como se fos-sem despesas. O autor salienta que osprincípios contábeis aceitos atualmen-te não admitem o uso de demonstra-ções de resultados e de balanços ava-liados à base de custeio variável, porisso esse critério não é reconhecidopelos contadores, auditores inde-pendentes e pelo fisco.
Quando se consideramtambém os custos fixos, onde
são distribuídos aos produ-tos por meio de critérios derateios, existe o problema, se-gundo Crepaldi (1999), de quea maioria dos rateios é feitapela utilização de fatores quena realidade não vinculam cadacusto a cada produto. O autorcita que, em termos de avalia-ção de estoques, o rateio émais ou menos lógico.No entanto, para a
tomada de decisões,o rateio mais atra-palha do que ajuda.Isso porque a mo-dificação de critériosde rateio pode fazerum produto não rentávelpassar a ser rentável e o valordos custos fixos a ser distribuídosa cada produto depende, além doscritérios de rateio, do volume deprodução. Dessa forma, segundoo mesmo autor, qualquer decisão
com base no custo dos produtosou serviços também deve levar emconsideração o volume de produ-ção. Por essas razões e pela suautilidade na tomada de decisões, ocusto variável ou direto é cada vezmais utilizado (CREPALDI, 1999).
2.3.2 Custeio por absorção
O custeio por absorção “é ométodo derivado da aplicação dos
princípios fundamentais decontabilidade e é, no Brasil,adotado pela legislação co-mercial e pela legislação fiscal”(CREPALDI, 1999, p.147).
Conforme cita Santos(2005), a Contabilidade deCustos pelo método de cus-teamento por absorção acon-tece quando se atribui aoproduto também partedo custo fixo. Para omesmo autor, o mé-
todo consiste naapropriação detodos os custosde produção aos
produtos elaboradosde forma direta e indireta,sendo que a metodologia usadaé considerada básica para ava-liação de estoques pela contabi-lidade societária. Santos (2005),ainda, cita que como instrumen-to gerencial de tomada de de-
cisão, o método é falho, poistem como premissa básica
os rateios dos custos fi-xos, que, apesar deaparentarem lógicos,podem levar a aloca-ções enganosas.
De acordo comSlomski (2008), para
escolher o fator a serutilizado para o rateio
dos custos indiretos, deveráser observado qual o maior itemde custo direto. Por exemplo, se formão de obra, o fator será hora/ho-mem; se for energia elétrica, seráquilowatt/hora; se for máquinas e
equipamentos, será hora/máquina.Dessa maneira, o autor cita queserá possível encontrar a taxa deaplicação dos custos indiretos defabricação de produtos ou serviçosa ser alocada (SLOMSKI, 2008).
2.3.3 Custeio baseado em
atividades
O método ABC, conforme Naka-gawa apud Haussmann (2001, p
126), “é o modelo de análise decustos que tem por objetivo con-tribuir para gestão do processode mudanças necessárias para aempresa se tornar competitiva anível global”.
Segundo Martins (2003, p.87), “o custeio baseado em ati-vidades é um método de custeio
que procura reduzir sensivel-mente as distorções provo-
cadas pelo rateio arbitrá-rio dos custos indiretos”.
O sistema de custeiobaseado em atividadereconhece as diferenças
existentes entre os produ-
tos decorrentes da diversi-dade dos volumes de produção edos tamanhos de cada produto edo grau de utilização de cada umadas atividades ligadas ao processode fabricação dos produtos (NAKA-GAWA, 2000).
Segundo Slomski (2008), no mé-todo de custeio baseado em ativida-des, não são os produtos ou ser-viços que consomem recursose, sim, as atividades, ou seja,
as ações produzidas para suasproduções que consomem osrecursos disponibilizados pelasociedade à entidade pública.
Para a utilização do cus-teio baseado em atividades,Martins (2003) cita algunspassos. O primeiro é a iden-tificação das atividades re-levantes na empresa e osdirecionadores de custos. Osdirecionadores demonstrama relação entre os custos
e as atividades e, dessaforma, servem paracusteá-las. A se-gunda etapa é aatribuição doscustos as ativi-dades por meiodos direciona-dores. O autorressalta que oscustos de uma
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atividade são compreendidospelos recursos necessários parasua execução, incluindo salá-rios, encargos sociais, mate-riais, energia, instalações, etc.
Martins (2003) cita que aatribuição desses custos apu-rados deve ser bem criteriosa,seguindo a ordem de priorida-de de alocação direta, rastrea-mento e rateio. A alocação di-reta é feita quando existe umaidentificação clara, direta e ob- jetiva de certos itens de cus-tos com certas atividades,podendo ocorrer comsalários, deprecia-
ção, viagens, ma-terial de consu-mo, entre outros.Já o rastreamen-to é “uma aloca-ção com base naidentificação darelação de causa eefeito entre a ocorrên-cia da atividade e a geraçãode custos. Essa relação é expressaatravés de direcionadores de cus-
tos de recursos” (MARTINS, 2003,p. 94). Em último caso, é utilizadoo rateio, mas somente quando nãohá mais outra possibilidade.
Conforme Martins (2003, p. 9),“uma vez identificadas as atividadesrelevantes, seus direcionadores derecursos e respectivos custos, a pró-xima etapa é custear os produtos”.Ainda para o autor, nessa etapa énecessário fazer o levantamento daqualidade e da quantidade de ocor-rência dos direcionadores de ativi-
dades por período e por produto.Como último passo, com a utiliza-ção dos direcionadores de ativida-des, os custos das atividades sãoenviados aos produtos.
Nas entidades públicas, segun-do Slomski (2008), o custeio base-ado em atividades é o que mais seaplica na administração direta, jáque é costume nessas instituiçõesa definição de atividades, uma vez
que o orçamento público é es-truturado em programas, pro- jetos e atividades.
2.4 A necessidade de custos naárea pública
De acordo com Slomski(2008), como consequênciada evolução da sociedade e osurgimento da terceirização eprivatização das coisas públi-cas, está surgindo a necessi-dade de os gestores das enti-dades públicas conhecerem
os custos de suas enti-dades. Conforme os
autores, assim será
possível tomardecisões, como,por exemplo, en-tre produzir oucomprar produ-tos ou serviços,
entre produzir outerceirizar ou ainda
privatizar serviços.Conhecer os custos per-
mite ao gestor saber quanto custaproduzir cada um dos bens e serviços
disponibilizados, dando assim parao gestor fundamentos para decisões(MAUSS, SOUZA, 2008). Os mesmosautores falam dos objetivos da Con-tabilidade de Custos, que, na áreagovernamental, deve se atentar parao artigo 50 da Lei de Responsabilida-de Fiscal. Tal artigo coloca a neces-sidade da administração em manterum sistema de custos que permitaa avaliação e o acompanhamentoda gestão orçamentária, financeirae patrimonial.
Conforme Araújo e Arruda(2004), o surgimento da Lei deResponsabilidade Fiscal foi fatoimportante para a ContabilidadePública. Ela traz em seu art. 1°normas de finanças públicasvoltadas para a responsa-bilidade na gestão fiscaldo estado, que pressupõea ação planejada e trans-parente a fim de prevenir
riscos e corrigir desvios capazes deafetar o equilíbrio das contas públi-cas, que são registradas pela con-tabilidade, sendo esse equilíbrioobtido mediante o cumprimento demetas de resultado entre receitas edespesas e a obediência a limites econdições no que tange a:
Renuncia de receita;Despesas com pessoal, com se-guridade social e outras;Dívida consolidada e mobiliária,operações de crédito, inclusivepor antecipação de receita;Concessão de garantia;Inscrição em restos a pagar (ARAÚ-
JO e ARRUDA, 2004, p. 43).
Para Mauss e Souza (2008), aadministração pública necessitade uma Contabilidade de Custospara poder oferecer parâmetros emecanismos para fundamentar emensurar o resultado das atividadespúblicas. Ou seja, um instrumentoque facilite a tomada de decisões,o controle gerencial e a transparên-cia do serviço público. Os mesmos
autores colocam que isso se faz im-portante, principalmente, no quediz respeito às constantes contra-tações de serviços terceirizados. Éfundamental que a administraçãosaiba quais desses serviços podemser prestados pela entidade e quaispoderão ser terceirizados.
Conforme Mauss e Souza (2008,p. 2), “mesmo com a legislaçãodirecionando a obrigação da uti-lização das informações de cus-tos nas administrações, isso não
tem ocorrido”. Um dos motivos,segundo os mesmos autores, éa escassez de literatura voltada àárea de custos públicos. Os autorescitam que, apesar de a legislação
exigir implantação de um sis-tema que faça o controlesobre os custos incorridose que possa oferecer in-formações concretas queauxiliem na tomada de
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decisões aos administradores, amesma legislação não determinacomo e nem de que forma pos-sa se fazer a implantação de umsistema de custos. Dessa forma, os
autores complementam que existea previsão legal de que a apura-ção dos custos deve ser utilizadapelas entidades públicas, masnão existe uma normatizaçãoespecífica sobre como deveser processada.
Por fim, “as enti-dades públicas sãolegalmente obriga-
das a apurar o seuresultado econômico
e disponibilizar tais infor-mações aos órgãos fiscalizado-res e para a sociedade comoum todo. Esse é o desafio dacontabilidade e do gestor pú-blico: organizar-se de formaa permitir a evidenciarãodesse resultado” (MAUSSE SOUZA, 2008, p. 3).
3 Metodologia
A pesquisa secaracteriza, quantoa sua finalidade,como aplicada.Esse tipo de pes-
quisa, conforme Gil(1999), tem por obje-
tivo buscar conhecimen-tos para a aplicação imediata,visando solucionar problemasencontrados na realidade. A pes-quisa realizada teve por objetivogerar conhecimentos, visando
responder ao problema pro-posto, isto é, a identificaçãodos custos do laboratório deanálises clínicas.
Quanto aos proce-dimentos técnicos uti-lizados, a pesquisa secaracteriza como biblio-gráfica e também comodocumental. A pesquisa bi-bliográfica é desenvolvida a partir
de materiais já elaboradose publicados, como livrose artigos científicos. Já apesquisa documental utilizamateriais que ainda não re-
ceberam tratamento analí-tico (GIL, 2009).
Os dados foram co-letados em relatóriosdisponibilizados pelolaboratório de análi-ses clínicas. Tambémforam coletados da-dos disponibiliza-dos por outros se-tores da prefeitura
municipal, tais como
setor de pessoal e setorde compras. Ainda, foram levanta-dos dados por meio de entrevistalivre aplicada aos funcionários dolaboratório. A entrevista livre tevecomo objetivo conhecer o processode análise dos exames, facilitando oalcance do objetivo do estudo. Osdados coletados foram referentesao mês de maio de 2009.
A partir dos dados coletados e or-ganizados, realizaram-se cálculos, vi-
sando identificar o custo total e unitáriodos exames realizados no laboratório.
4 Determinação e Análisedos Custos do Laboratório
Para o estudo realizado, foi to-mado como base o mês demaio de 2009. Verificando-seas tabelas encaminhadas men-salmente através da secretariamunicipal da saúde para oMinistério da Saúde, foi cons-
tatado que, no mês de maiode 2009, foram realizados3.654 exames, dos quais3.472 realizados no la-boratório do municípioe 182 encaminhadospara fora de domicílio.
Os exames que sãoencaminhados para
fora de domicílio sãoapenas coletados no laboratório
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local. Após a coleta, são encaminha-dos para análise de seus resultadosem outros laboratórios, sendo essesconveniados com esferas estaduaise federais.
4.1 Determinação dos custosA seguir são demonstrados os
custos coletados no Laboratório deAnálises Clínicas do Município deItapiranga-SC. Primeiramente, es-tão demonstrados os custos sepa-rados em materiais diretos, mão deobra e custos indiretos e, após, oscustos totais do período e unitários
por exame. Para a apuração doscustos foram usadas quatro casasapós a vírgula para se chegar a umresultado mais preciso, conside-rando que são valores baixos paracada item analisado.
4.1.1 Custos com materiais diretos
Os custos com materiais diretosdos exames realizados no laborató-rio foram coletados no laboratório,com o auxílio dos profissionais quelá trabalham.
Na Tabela 1, estão relacionadosos materiais utilizados conforme o
tipo de exame realizado e seus res-pectivos valores:
Verificou-se que, durante o pe-ríodo analisado, foram coletados eencaminhados para fora de domicílio
materiais para a realização de exa-mes de PSA, TSH, T3 e T4. Portanto,para esses exames ocorrem custoscom materiais diretos, os quais estãodescritos na Tabela 2.
Além dos custos com materiaisdiretos, o município ainda tem o cus-to para encaminhar os exames paraanálise. Esses valores são descontadosda conta de repasses do município.
Tabela 1: Identificação dos custos com materiais diretos dosexames
Exame Material diretoValor por quantidade de
exames – R$
Valor unitário
– R$
Hemograma
Isotônica R$83,00 p/ 1000 exames 0,0830
Óleo imersão R$9,90 p/ 2000 exames 0,0049
Celmlise R$55,00 p/ 530 exames 0,1038
Total 0,1917
Triglicerídeos Triglecerídeos R$79,98 p/ 100 exames 0,7998
Ureia Ureia enzimática R$28,96 p/ 250 exames 0,1158
Mucoproteínas Mucoproteínas R$20,00 p/ 25 exames 0,8000
Beta HCG R$21,00 p 20 exames 1,0500
Urina
Tiras reagentes R$35,00 p 100 exames 0,3500
Lamínulas R$3,5 p 100 exames 0,0350
Coletor 0,2100
Total 0,5950
Colesterol Kit colesterol R$41,00 p/ 100 exames 0,4100
Ácido úrico Acido úrico R$39,00 p/ 100 exames 0,3900
Aslo Aso látex R$44,90 p/ 100 exames 0,4490
Fator reumatoide Fator reumatoide R$29,90 p 100 exames 0,2990
Proteína c reativa Pcr látex R$31,90 p/ 100 exames 0,3190
TGO Transaminases R$20 p/ 200 exames 0,1000
TGP Transaminases R$20,00 p/ 200 exames 0,1000
Tipagem sanguínea R$64,80 p/ 200 exames 0,3240
TAP Soluplastim R$89,90 p 100 exames 0,8990
Glicose Glicose R$61,00 p/ 500 exames 0,1220
Fosfatase a Fosfatase alcalina R$28,00 p/ 100 exames 0,2800
VDRL Kit VDRL R$18,50 p/ 40 exames 0,4625
Creatinina Creatinina R$25,50 p/ 100 exames 0,2550
Secreção vaginal SWAB 0,1000
Bilirrubinas Reagente 0,4500
TIG 0,4000
Sedimento corado 0,2000
B.K. 0,2000
E.P.F. Lamínulas R$3,50 p/100 0,0350
V.H.S. 0,0100
KTTP 0,6000
Contagem plaquetas 0,0000
Sangue oculto fezes R$155,00 p/ 50 exames 3,1000
Tabela 2: Identificação dos custosdiretos dos exames que vão para
fora.
Exame Material Quantidade R$
PSA
Adaptador 1 un. 0,0625
Tubo de ensaio 1 un. 0,5100
Tampa p/ tubo 1 un. 0,0500
Agulha 1 un. 0,4400
Total 1,0625
TSH
Adaptador 1 un. 0,0625
Tubo de ensaio 1 un. 0,5100
Tampa p/ tubo 1 un. 0,0500
Agulha 1 un. 0,4400Total 1,0625
T3
Adaptador 1 un. 0,0625
Tubo de ensaio 1 un. 0,5100
Tampa p/ tubo 1 un. 0,0500
Agulha 1 un. 0,4400
Total 1,0625
T4
Adaptador 1 un.
Tubo de ensaio 1 un. 0,5100
Tampa p/ tubo 1 un. 0,0500
Agulha 1 un. 0,4400
Total 1,0625
Tabela 3: Identificação dos custos dire-tos dos exames que vão para fora.
Exame Material
PSA 16,42
TSH 7,79
T3 7,57
T4 7,62
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de obra com a técnica em enferma-gem e a auxiliar de serviços gerais foi
distribuído pelo total de coletas paraexame realizadas, que foi de 3.654.
Na Tabela 6, estão demonstradosos valores já distribuídos e totaliza-dos por exame:
Dessa forma, chegou-se ao custocom mão de obra por exame realizado.
4.1.4 Outros custos
Além dos custos já citados, ob-servaram-se outros custos indiretos,os quais estão descritos e distribuí-
dos a seguir.
4.1.4.1 Custos com água
Os custos com a água foram cole-tados no setor de águas da prefeituramunicipal, fornecidos por funcionáriodo setor, que fez a identificação doscustos pela tabela padrão. É impor-tante salientar que o laboratório nãotem compromisso com o pagamentoda água utilizada. No entanto, o con-sumo existe e, logo, é um custo quedeve ser considerado.
Dessa forma, foi identificado ovalor de R$37,85, o qual foi distri-buído pela quantidade de examesdo período, chegando-se ao valor deR$0,0109 por exame.
4.1.4.2 Depreciação
Os dados sobre os bens foram le-vantados no setor de patrimônio domunicípio, fornecidos pelo servidorresponsável pelo setor. No que se
refere à depreciação das máquinase equipamentos, com a aplicação da
taxa de 10% ao ano, chegou-se aototal de R$207,6256 por mês.
Os equipamentos que fazemparte do computador do labora-tório receberam a taxa de 20% aoano. Nesse caso, encontrou-se ovalor de R$42,1972 ao mês.
No que se refere aos móveise utensílios, aplicou-se a taxa de10%, sendo encontrado o valor deR$63,3834 para o mês analisado.
Já para a depreciação do bem
imóvel, isto é, o prédio onde sesitua o laboratório de análise clí-nicas do município, avaliado em
R$105.817,49, se aplicou a taxa de4% ao ano. Dessa forma, para o pe-
ríodo analisado de um mês, encon-traram-se R$352,72.
A distribuição dos custos comdepreciação teve como base o nú-mero de exames realizados. Ressalta-se que os exames que são enviadospara fora de domicílio não recebe-ram a depreciação referente a ma-quinas e equipamentos.
Portanto, considerou-se comocusto de depreciação R$0,1858por cada coleta realizada. Já os
exames enviados para fora de do-mícilio recebem R$0,1138 de custode depreciação.
Tabela 7: Distribuição do custo com depreciação
DepreciaçãoDepreciação
R$Quantidadede Exames
Valor exameLaboratório
R$
ValorExames p/
fora R$
Máquinas e equipamentos 207,6256 3.472 0,0598 -
Máquinas e equip. energéticos 42,1972 3.472 0,0122 -
Móveis e utensílios 63,3834 3.654 0,0173 0,0173
Imóveis 352,7200 3.654 0,0965 0,0965
Total 665,9262 - 0,1858 0,1138
Tabela 8: Identificação da energia elétricaconsumida no laboratório municipal
Custos Valor totalTotal deExames
Valorunitário
Máquinas e equipamentos 207,6256 3.472 0,0598
Máquinas e equip. energéticos 42,1972 3.472 0,0122
Móveis e utensílios 63,3834 3.654 0,0173
Imóveis 352,7200 3.654 0,0965
Total 665,9262 - 0,1858
“É importante salientar que o laboratório não temcompromisso com o pagamento da água utilizada. Noentanto, o consumo existe e, logo, é um custo que deve
ser considerado.”
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4.1.4.3 Energia elétrica e telefone
Os custos com energia elétricaforam coletados para um período de30 dias. Para tanto, observaram-seas contas faturadas no mês de maioe junho, já que a leitura é feita até odia 10 de cada mês. Esse custo foidistribuído aos exames realizados nolaboratório, sendo excluídos os exa-mes enviados para fora de domicílio.A exclusão desses exames é pelo fatode que a maior parte da energia uti-lizada, conforme constatado, é refe-rente o uso das máquinas para análi-se dos exames no laboratório.
Tabela 17: Identificação do total de c ustos do laboratóriomunicipal
Exame Custo unitárioQuantidade exames
realizadosCusto total do mês
Hemograma 5,6253 448 2.520,1440
Triglecerídeos 4,5279 296 1.340,2610
Ureia 3,8439 249 957,1334
Mucoproteínas 4,5281 07 31,6967
Beta HCG 4,7781 30 143,3433
Urina 4,3231 381 1.647,1050
Colesterol 4,1381 304 1.257,9850
Ácido úrico 4,1181 118 485,9369
Aslo 4,1771 61 254,8037
Fator reumatoide 4,0264 55 221,4510
Proteína C 4,0471 79 319,7216
TGO 3,8281 45 172,2649
TGP 3,8281 45 172,2649
Tipagem 5,7576 56 322,4268
TAP 6,3326 69 436,9508
Glicose 3,8501 382 1.470,7420
Fosfatase A 4,0081 24 96,1946
VDRL 4,1906 82 343,6300
Creatinina 3,9831 240 955,9463
Secreção vaginal fresco 3,8281 15 57,4216
Secreção vaginal (bact.) 3,8281 16 61,2497
Bilirrubinas 4,1781 17 71,0278
TIG 4,1281 23 94,9465
Sedimento corado 3,9281 115 451,7326
B.K. 3,9281 03 11,7843
E.P.F. 5,4686 100 546,8621
V.H.S. 5,4436 96 522,5876
KTTP 6,0336 50 301,6810
Contagem plaquetas 5,4336 64 347,7517
Sangue oculto fezes 8,5336 2 17,0672
PSA 18,0249 128 2.307,1870
TSH 9,3948 29 272,4521
T3 9,1748 09 82,5741
T4 9,2248 16 147,5984
TOTAL 3654 18.443,92
No que se refere ao valor do te-lefone, identificado em R$89,52, foidistribuído pelo total de coletas rea-lizadas. Isso se justifica pelo fato deser utilizado o telefone para conta-tos referentes ao envio dos exames aserem analisados fora do município.
4.1.5 Custo unitário dos exames e
total do período
Somando-se todos os custosencontrados com materiais diretos,materiais indiretos, mão de obra,depreciação, energia elétrica, verifi-caram-se os seguintes valores:
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Portanto, conforme a Tabela 17,os custos totais no Laboratório de
Análises Clínicas do Município deItapiranga-SC, no mês de maio de2009, foram de R$18.443,92.
A Tabela 18 demonstra a partici-pação de cada custo na composiçãodo custo total do laboratório.
Como se observa, a mão deobra representa a maior parte doscustos do laboratório. Na prestaçãode serviços, é comum que os custosde mão de obra sejam superioresaos demais.
4.1.7 Comparação entre custo e
preço de venda
Visando comparar os custosencontrados com preçosde venda praticados, ob-teve-se o preço de seteexames em laboratórioparticular. A compara-ção está demonstradana Tabela 19:
Como se observa naTabela 19, o preço de ven-
da praticado é superior,em todos os exames ana-lisados, ao custo no labo-ratório municipal. O exa-me que apresenta maiordiferença entre o custo e opreço de venda é o Hemo-grama, sendo que o preçopraticado para ele é cercade 80% maior do que ocusto identificado no labo-
ratório municipal. Os demais examesapresentam diferenças menores, mas
também significativas.Nesse sentido, é vantajoso para
o município manter o laboratóriopróprio. Considera-se tal vantagemcaso houvesse, não tendo laborató-rio próprio, necessidade de enviar osexames para análises em laboratórioparticular. Uma vez enviados os exa-mes custeados pelo município paralaboratório particular, o dispêndio derecursos seria mais significativo.
Portanto, o laboratório próprio
representa um melhor uso dos re-cursos públicos quando comparadoao gasto que se teria em laborató-rios particulares.
5 Conclusão
A Contabilidade de Custos é umaimportante ferramenta na gestão dasorganizações, podendo ser utilizadaem qualquer tipo de empresa. Tantona área pública como na privada, asinformações geradas pelo controlede custos são importantes e, muitasvezes, decisivas.
Dada a importância do tema, oobjetivo do estudo foi determinaro custo dos exames do Laboratóriode Análises Clínicas do Município de
Itapiranga-SC, considerando a nãoexistência de um sistema de custos.Para tanto, foram coletados dados
Tabela 18: Demonstração dos custos no mês de maio
Água Energia e telefone Depreciação Material IndiretoMaterial
diretoMão de obra Total custos
37,8448 351,1494 665,7588 1.386,7170 3 .891,8760 12.110,57 18.443,92
1 % 2 % 4 % 7 % 21 % 65% 100%
Tabela 19: Comparação entre custo e preço de venda
ExameCusto no laboratório
público – R$Custo em laboratório
particular – R$Diferença
R$
Economia totalno período
– R$
Hemograma 5,62 30,00 24,40 10.922,24
Urina 4,32 5,00 10,70 4.069,08
Colesterol 4,13 10,00 5,88 1.784,48
Glicose 3,85 10,00 6,17 2.349,30
VDRL 4,19 10,00 5,83 476,42
Fezes 5,47 10,00 4,55 453,00
“ Nesse sentido, é vantajoso para o municípiomanter o laboratório próprio. Considera-se tal vantagem caso houvesse, não tendo laboratóriopróprio, necessidade de enviar os exames para
análises em laboratório particular.”
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em documentos do laboratório e porentrevista livre.
Observou-se, no estudo, que amaioria dos exames é realizada nolaboratório. Alguns exames são co-letados no laboratório e enviadospara fora de domicílio para a aná-lise. Nesse sentido, no mês analisa-do, foram realizados 3.654 coleta-das, sendo que 3.472 tiveram suasanálises efetuadas no laboratóriomunicipal e 182 amostras foramencaminhadas para análise em la-boratórios fora do município.
Foram identificados os custosdiretos e indiretos, visando obter ocusto unitário e total dos exames.
Verificaram-se custos com materiaisdiretos, mão de obra e outros cus-tos indiretos. Para a distribuição doscustos indiretos, foi utilizada comobase de rateio, a quantidade de exa-mes realizados.
Identificados todos os custos,chegou-se ao custo unitário de cadaexame. A partir dos custos unitá-rios, chegou-se ao custo total dosexames realizados no período demaio de 2009.
Também se fez uma compara-ção do custo unitário encontradocom o preço de venda em labora-tório particular. Como resultado,observou-se que, em todos os ca-sos, o preço praticado é superior aocusto identificado aos exames. Comisso, observa-se que o laboratóriopróprio representa um melhor usodos recursos públicos quando com-parado ao gasto que se teria em la-boratório particular.
Por fim, o conhecimento dos
custos nas atividades constitui umpoderoso instrumento de gestão.E a implantação da Contabilidadede Custos não serve somente paraverificar a viabilidade da manuten-ção dos serviços, mas para con-trolar o custo da prestação dessasatividades. Contribui, portanto, deforma significativa para o proces-so de tomada de decisões nas di-versas organizações.
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