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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NOS

TERCEIROS E QUARTOS CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E NO ENSINO

MÉDIO

Adjair José Desplanches1

Emerson Joucoski2

Resumo

O Jogo como material de ensino e aprendizagem da matemática é de fundamental

importância para a educação matemática, pois é um material que ao ser distribuído

aos alunos lhes permite dar um salto na compreensão dos conceitos matemáticos.

Ele torna as atividades escolares mais atraentes e estimula o raciocínio dos alunos.

Porém, é importante que esse uso tenha objetivos bem definidos. O trabalho com

jogos matemáticos pode ser utilizado em qualquer momento, mas deve-se ter bem

claro, quando, como e qual tipo de jogo é apropriado para o momento.

Palavras chaves: Educação matemática, jogos, conceitos matemáticos.

ABSTRACT

The game as material for teaching and learning of mathematics is of fundamental

importance to mathematics education because it is a material to be distributed to

students allows them to take a leap in the understanding of mathematical concepts. It

makes the school activities more attractive and stimulates students'thinking.

However, it is important that such use has clearly defined objectives. Working with

mathematical games can be used anytime, but must be clear when, how and what

kind of game is appropriate for the moment.

Key words: mathematics education; games; mathematical concepts.

_________________________

1 Professor da Rede Pública do Estado do Paraná. Licenciada em Matemática pela UNIJUI e Especialista em Matemática UTP. 2 Professor orientador – Mestre em Ciências, Universidade Federal do Paraná(UFPR), Setor Litoral.

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INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta o relato de uma experiência, com alguns materiais

manipuláveis envolvendo jogos no processo de ensino e aprendizagem da

matemática com o estudo da trigonometria e com o estudo da geometria espacial,

realizados com alunos do segundo ano do ensino médio, na aplicação do Projeto de

Intervenção Pedagógica, trabalho do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (anexo 01). O

Projeto foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná e sua

aplicação se deu no Colégio Estadual Papa João Paulo I, município de Curitiba,

Paraná, no ano de 2010.

JUSTIFICATIVA

O desinteresse e a dificuldade de aprendizagem dos alunos em relação aos

conteúdos de matemática devido a metodologias não instigantes nos levaram a

pensar na aplicação do jogo, objeto desse estudo, como material de ensino e

aprendizagem da matemática nos terceiros e quartos ciclos do ensino fundamental e

no ensino médio para propiciar o interesse e amenizar os problemas no ensino de

matemática.

O fato de considerar a matemática como área do conhecimento exata,

pronta e acabada contrapõe-se à concepção de educação onde o conhecimento é

entendido como produção social. Entendo que o homem em suas relações sociais,

para atender às suas necessidades está sempre em constante transformação, o

mesmo deve acontecer com o ensino da matemática que é produzido nas relações

dos homens entre si e com a natureza.

No Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná constata-se

que:

A escola não tem dado conta de socializar o conhecimento, ou seja, não tem cumprido a função básica. Essa constatação assume características mais acentuadas em relação ao conhecimento matemático, já que não consideram incorretas as estatísticas que mostram que ela é a disciplina que mais reprova os alunos no primeiro grau. (Paraná 1992, p.63)

Essa constatação nos leva a considerar que o sucesso do ensino da

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matemática também depende de como os docentes estão trabalhando os conteúdos.

O professor deve se preocupar em suprir toda ansiedade do educando, pois a

defasagem entre o que o docente tem para transmitir e o que o estudante espera

receber gera um desinteresse que interfere de maneira significativa no aprendizado.

Os jogos, se convenientemente planejados, são recursos pedagógicos

eficazes para a construção do conhecimento matemático. Referimo-nos àqueles que

implicam conhecimentos matemáticos.

De acordo com Kishimoto (1992), em seu apanhado histórico do uso de jogos no contexto social, o jogo veio a ganhar um valor crescente na década de 60, com aparecimento de museus, com concepções mais dinâmicas: onde nesses espaços, as crianças podem manipular brinquedos. Este processo de valorização chegou no início da década de 80, com o aumento da produção científica a respeito de jogos e o aparecimento das “brinquedotecas”. (KISHIMOTO apud BRITO 2005, p.129).

Conforme afirma Brito

Os jogos estão presentes nas diversas culturas e são muito pouco explorados no contexto do sistema educacional. No entanto, os trabalhos realizados por: Macedo (1995), Kishimoto (1995), Carneiro (1995), Jesus (1997), Jesus e Fernandes (1998), Jesus (1999) e outros têm mostrado que os jogos constituem um suporte metodológico importante, pois através deles, os alunos podem criar, pesquisar, “brincar” e “jogar” com a matemática. (Brito 2005, p.130),

Para Elaine Assoline na apresentação do livro “90 Ideias de Jogos e

Atividades para sala de aula“

“[...] práticas pedagógicas pautadas por situações lúdicas, indiscutivelmente, afetam, sensibilizam, emocionam e trazem enorme prazer e alegria às crianças, promovendo, assim, o desenvolvimento afetivo, cognitivo, social, psicomotor e linguístico do educando. (Gomes 2008, p.9).

A idéia básica da autora é provocar os educadores a conduzir suas práticas

pedagógicas a uma posição de um profissional capaz de se entender como agente

facilitador do desenvolvimento da linguagem, de diferentes processos de raciocínio,

que leva o educando a defender pontos de vista e aprender a ser crítico e confiante

em si mesmo de forma prazerosa e aprendizagem significativa, uma metodologia

indispensável no ensino aprendizagem de matemática.

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Segundo Celso Antunes no prefácio do livro “Série jogando: O valor

educacional dos jogos“

Atualmente, não há mais dúvidas e aceita-se como verdade absolutamente incontestável que a capacidade animal em jogar delineia suas oportunidades maiores de sobrevivência e que as sociedades humanas mais aptas e mais progressistas são as que mais rapidamente souberam incorporar o ato de jogar à sua rotina de viver. (Dohme 2007, p.8).

Durante uma atividade de jogo, os alunos são eles mesmos, demonstram a

maneira como reagem e interage em situações da vida real, o que pode ser utilizado

pelo professor em discussões posteriores. Em trabalhos de formação de equipes e

que envolvam sentimentos emocionais, o resultado é maravilhoso.

Referindo-se ao lúdico, através de jogos como um veículo de transmissão da

mensagem educacional, Dohme afirma:

Juntar às regras e ao atrativo das brincadeiras os conteúdos teóricos que desejamos transmitir é quase uma arte, que pode e precisa ser ensinada. E a ludoeducação é isto, a forma eficiente de entrelaçar uma atividade agradável e motivadora com conteúdo educacional que desejamos ou necessitamos transmitir. (Dohme 2007, p.15).

Albigenor & Rose falando das vantagens dos jogos ao citarem que eles

geram aprendizagem, afirmam:

Um jogo de treinamento bem estruturado e corretamente aplicado proporciona resultados muito ricos, em termos de assimilação de conceitos. Afinal são pessoas diferentes participando: a ATIVA (que sente a necessidade de se envolver para aprender), a REFEXIVA (só assimila quando pensa longamente sobre a experiência, depois), a TEÓRICA (que está sempre buscando os aspectos cognitivos e a fundamentação teórica, mesmo durante o processo vivencial) e a do tipo PRAGMÁTICA (seu objetivo é descobrir como aplicar o que aprendeu). (Militão 2009, p.26-27, grifo do autor).

O jogo deve ser educativo e permitir a aprendizagem de conceitos

matemáticos e culturais. Nesse contexto, ele será conteúdo assumido com a

finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas, possibilitando ao

aluno condição de planejar ação para atingir determinados objetivos e de poder

avaliar a eficácia nos resultados obtidos.

Conforme afirma Moura “O jogo, na educação matemática, passa a ter o

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caráter de material de ensino quando considerado promotor de aprendizagem”

(Kishimoto 2005, p.80).

A importância do jogo está nas possibilidades de aproximar o aluno do

conhecimento científico, levando-o a vivenciar “virtualmente” situações de solução

de problemas que o aproximem da realidade muitas vezes vividas por ele ou por

outras pessoas.

Analisando todo esse contexto, vejo que é necessário que o professor

busque metodologias que inovem suas aulas para motivar seus alunos, com o intuito

deles participarem e tornarem parte ativa na aprendizagem.

Por essa razão resolvi fazer um estudo bibliográfico dando ênfase no uso de

jogos na educação matemática como material de ensino e aprendizagem e

salientando que é de fundamental importância o jogo nela. Pois, através dele o aluno

explora o meio, as pessoas e os objetos que estão ao seu redor, aprende a

coordenar as suas ações com as de outra pessoa, a planejar e a considerar os

meios necessários para alcançar seus objetivos. E também, torna as atividades

escolares mais atraentes e estimula a interpretação de texto (regra do jogo) e o

raciocínio dos alunos.

O sucesso do ensino da matemática depende de como os docentes estão

trabalhando com os conteúdos. O professor tem que buscar novas metodologias que

inovem suas aulas para motivar seus alunos, para que ele possa tomar parte ativa

na aprendizagem.

Segundo Smole:

O trabalho com jogos nas aulas de matemática, quando bem planejada e orientada, auxilia o desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização, as quais são estreitamente relacionadas ao assim chamado raciocínio lógico. (Smole et.al.2008a, p.9, grifo do autor).

As atividades propostas pelo professor de matemática devem viabilizar e

explorar os múltiplos caminhos que levam o educando ao estímulo, despertando o

desenvolvimento de diversos domínios, competências e estratégias de forma lúdica,

criativa e facilmente adaptável às diversas situações, viabilizado o processo de

ensino e aprendizagem.

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Não devemos pensar no jogo no ensino da matemática como uma atividade

esporádica, feita apenas para tornar as aulas mais divertidas ou diferentes.

Devemos pensar no jogo como bem mais do que isso. A utilização dos jogos

relaciona-se com a aprendizagem, como uma opção e instrumento metodológico

para a construção de conhecimento matemático, e, portanto, com a resolução de

problemas.

Smole et.al. (2008b, p.27), ao falar que os jogos estão relacionados com a

própria construção de conhecimento matemático, afirmam: “Para nós o jogo nas

aulas de matemática é uma atividade, séria, que exige planejamento cuidadoso,

avaliação constante das ações didáticas e das aprendizagens dos alunos.”

No ensino da matemática as atividades com jogos geralmente são propostas

com finalidades específicas, mas que na prática, os diversos aspectos se mesclam

se interage e acontece simultaneamente. Uma atividade proposta para mobilizar

determinado aspecto apenas o enfatiza, mas não deixa de desenvolver outros.

Nesse trabalho, destaca-se a importância de se ter objetivos bem definidos

no uso de jogos nas aulas. Bem como saber, quando, como e qual tipo de jogo é

apropriado para o momento. Ao apresentar um jogo matemático aos alunos o

professor deverá predefinir quais conceitos podem ser trabalhados.

METODOLOGIA

O projeto teve como foco principal avaliar a eficácia da utilização dos jogos

matemáticos como uma metodologia em sala de aula. O trabalho foi desenvolvido

em duas turmas de 2o ano do ensino médio, no Colégio Estadual Papa João Paulo I,

em Curitiba - PR. A escolha das turmas se deu tendo em vista que no colégio o

ensino médio é oferecido no sistema de bloco, sendo que para o segundo semestre

de 2010, período em que foi aplicado o projeto as turmas que estavam cursando

matemática eram as turmas do 2o ano, das quais fui docente neste período letivo. Os

jogos utilizados foram “Batalha Naval circular” (SMOLE, 2008b, pág.31), “Batalha

Trigonométrica” (SMOLE, 2008b, pág.35), “Jogo dos Poliedros” (SMOLE, 2008b,

pág.47) e “Cara a Cara de Polidros” (SMOLE, 2008b, pág.53). Os conteúdos

envolvidos e explorados nestes jogos foram a trigonometria e a geometria espacial.

Para início dos trabalhos com jogos, foi feito uma pesquisa através de um

questionário (anexo 02) aplicado aos alunos envolvidos no projeto para verificar o

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nível de ocorrência da metodologia com jogos nas aulas de matemática.

A pesquisa feita inicialmente através do instrumento de coleta de dados teve

como objetivo a busca de dados e fontes de informações, quanto à prática da

aplicação de jogos nas aulas de matemática, bem como aumentar a experiência e o

conhecimento sobre a metodologia através de jogos nas aulas de matemática e

também serviu como ponto de partida para a implementação do projeto.

O instrumento de coleta de dados foi aplicado em duas etapas: Em um

primeiro momento foi aplicado um teste piloto para 50% da população pesquisada, o

qual serviu para análise da efetiva eficácia do instrumento de pesquisa. Comprovada

a eficácia do instrumento não sendo preciso fazer adequações das questões, foi

aplicado para todos 60 alunos envolvidos no projeto, 100% da população

pesquisada.

O primeiro jogo aplicado foi a “Batalha Naval Circular” que explora a

localização de alvos em um círculo orientado, utilizando como coordenadas raios e

ângulos. Os alunos receberam as regras do jogo e os tabuleiros já prontos, e foram

convidados a se organizarem em duplas. Após a leitura das regras do jogo pelas

respectivas duplas e efetuarem algumas jogadas, sem a intervenção do professor,

foram incentivados a apresentar registros escritos das jogadas, para além dos

conceitos matemáticos já descritos, uma posterior comparação da interpretação das

regras com a intervenção do professor.

O segundo jogo aplicado foi a “Batalha Trigonométrica” que traz uma

ampliação em relação ao jogo anterior, pois, para realizá-lo, o aluno necessita

localizar os alvos em um círculo trigonométrico, utilizando coordenadas relacionadas

às funções seno, cosseno e tangente. Além disso, favorece o cálculo mental e

possibilita a memorização de valores usuais dessas funções.

O terceiro jogo aplicado foi o “Jogo dos Poliedros” o qual permite que os

alunos desenvolvam a leitura e a interpretação de símbolos e códigos em diferentes

representações (a linguagem geométrica) e que classifiquem os sólidos geométricos

em poliedros, prismas ou pirâmides, a partir da observação da representação do

sólido, do reconhecimento das suas propriedades, da sua planificação e do seu

respectivo nome.

O quarto e ultimo jogo foi o “Cara a Cara de Poliedros” enfatizou a

identificação dos poliedros por meio de seus nomes, relacionando-os às

propriedades geométricas que envolvem propriedades relativas a faces, vértices e

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arestas.

As atividades envolvendo os jogos aconteceram no próprio ambiente de sala

de aula, sendo que nos dois primeiros jogos os alunos foram convidados a formarem

duplas e jogarem um contra o outro, nos dois últimos, eles foram convidados a

formarem duas duplas e jogarem uma dupla contra a outra.

Após a realização de cada jogo, foram feitas diversas explorações

contemplando situações de jogadas, também foram exploradas algumas situações

problemas a partir dos jogos, possibilitando assim fazer uma avaliação tanto em

relação ao próprio movimento dos jogos quanto em relação aos seus objetivos

matemáticos.

RESULTADOS

O trabalho com jogos matemáticos mostrou-se bastante eficaz, pois permitiu

que muitos alunos realizassem as atividades envolvendo a trigonometria e a

geometria espacial com mais segurança e habilidade.

A pesquisa feita inicialmente através do instrumento de coleta de dados

serviu para traçarmos um perfil dos alunos envolvidos no projeto, tendo sido

observado que 35 eram do sexo feminino e 25 do sexo masculino, residiam em 6

bairros distintos, 33% já tinham sido reprovados pelo menos uma vez, 86,7% nunca

tinham feito alguma atividade nas aulas de matemática com materiais concretos,

60% nunca tinha ouvido se quer falar de jogos nas aulas de matemática e 86,7%

nunca tinha realizado alguma atividade nas aulas de matemática envolvendo jogos.

Nas avaliações feitas com as atividades envolvendo o uso de jogos em sala

durante as aulas de Matemática, 90% dos alunos envolvidos no projeto tiveram um

aproveitamento superior ou igual ao mínimo de 6,0 (seis vírgula zero) de média, que

é o mínimo exigido para a aprovação, sendo possível perceber que os alunos

apresentavam uma satisfação e conhecimento ao resolverem as avaliações.

ANALISE DOS RESULTADOS

Os dados do instrumento de coleta nos chamaram a atenção o grande

percentual de alunos que nunca tinham feito alguma atividade nas aulas de

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matemática com materiais concretos, coincidindo com a não realização de

atividades envolvendo jogos nas aulas de matemática.

A eficácia do trabalho com jogos matemáticos comprovou-se ao longo do

nosso trabalho em sala de aula, ao perceber como os alunos se envolveram na

realização das atividades propostas, dando-lhes maior segurança e habilidades nas

realizações das operações tanto no estudo da trigonometria como no estudo da

geometria espacial, realizados com alunos do segundo ano do ensino médio.

O trabalho com jogos nas aulas de matemática auxiliaram tanto para

aprimorar como na fixação dos conteúdos trabalhados, visto que para serem

competitivos, os alunos teriam que demonstrar bons conhecimentos dos conteúdos

envolvidos no jogo em questão.

Os alunos demonstraram o que aprenderam de diferentes maneiras, tais

como:

1. Criando problemas a partir do jogo para outros colegas resolverem (anexo 06);

2. Escrevendo dicas de como ser bem sucedido nesse jogo (anexos 04 e 05).

Após a aplicação de cada jogo, foi nítido o envolvimento do aluno, o quanto

se encontrou com o projeto e, especialmente, a evolução na aprendizagem

matemática de todos.

Durante as atividades com jogos percebemos que o comportamento dos

alunos melhorou, destacando-se o espírito de colaboração, o aprender a coordenar

as suas ações com as de outra pessoa, a planejar e a considerar os meios

necessários para alcançar seus objetivos. E também, torna as atividades escolares

mais atraentes e estimula a interpretação de texto (regra do jogo) e o raciocínio dos

alunos.

A eficácia do trabalho com jogos nas aulas de matemática se resume muito

bem no relato de um dos alunos envolvido no projeto (anexo 03) “...O jogo é muito

bom pois o jogador desenvolve a aprendizagem de uma forma mais divertida...”.

Os resultados demonstraram que o uso de jogos nas aulas com objetivos

bem definidos. Sabendo-se quando, como e qual tipo de jogo é apropriado para o

momento, todos ganham. Ganha o professor considerando que o jogo é um trabalho

em grupos que podem ser atendidos, em diferentes momentos avaliando seu aluno

durante as atividades e ganha o aluno que aprenderá mais matemática, no mesmo

tempo em que desenvolve outras habilidades que lhe serão úteis por toda a vida e

não apenas para a matemática.

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Quanto ao uso de jogos como recurso para o ensino e aprendizagem da

Matemática pode-se afirmar que os jogos permitiram que os educando

desenvolvessem o raciocínio. Além disso, muitas das falhas de aprendizagem,

verificadas no desenrolar das jogadas, puderam ser prontamente sanadas com a

intervenção do professor. Percebemos também uma melhoria no comportamento

dos alunos, bem como a visível motivação em realizar as atividades, demonstrando

interesse pelas aulas de matemática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em relação às atividades com jogos, pode-se afirmar que durante uma

jogada e outra os alunos se revelam, demonstrado a maneira como reagem e

interagem em situações reais, fornecendo ao professor subsídios para discussões

posteriores. Em trabalhos em grupos envolvendo o emocional do aluno, o resultado

é inquestionável.

O trabalho com o lúdico nas aulas de matemática, se bem planejado e

orientado, permite o desenvolvimento de habilidades como observação, análise,

levantamento de hipóteses, reflexão, tomada de decisão, estreitando o aprimorando

do raciocínio lógico.

Quando o professor propõe uma atividade lúdica, ou seja, uma metodologia

diferenciada, ele está aumentando as chances de atingir seus objetivos e os

resultados tendem a serem mais positivos, ainda mais se o seu trabalho for

conduzido de forma com que o estudante construa e abstraia seus conceitos ao

manipular materiais que auxiliam a sua compreensão, contribuindo assim de forma

significativa para a assimilação dos conteúdos, permitindo a eles a construção de

seu próprio conhecimento e por isso, devemos sempre lançar mão desse dispositivo.

Concluindo posso afirmar que o lúdico proporciona o aprendizado do aluno

se introduzido com metodologia adequada, que as atividades sejam dinâmicas e

desafiadoras, e que exijam participação ativa do aluno. E o papel do professor é o de

ser investigador do modo de pensar do aluno, para ajudá-lo a compreender os

conteúdos escolares e a superar dificuldades.

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REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Maria Verônica Rezende de. Matemática através de jogos 3a série. São Paulo: Atual, 1994.

BATLLORI, Jorge. Jogos para treinar o cérebro. 10. ed. São Paulo: Madras, 2009. BRENELLI, Rosely Palermo. O jogo como espaço para pensar. São Paulo: Papirus, 1996.

BRITO, Márcia Regina F. de (Org). Psicologia da educação matemática. Florianópolis: Insular, 2005.

BROUGÈRE, Gilles. Jogo e educação. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

DOHME, Vania. Série jogando: o valor educacional dos jogos:jogos e dicas para empresas e instituições de educação. Rio de Janeiro: Vozes, 2007.

GOMES, Daisy Aparecida Correa; FERLIN, Ana Maria. 90 idéias de jogos e atividades para sala de aula. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

HELENA, Emília. O jogo na matemática. Disponível em: http://wwwdescobertamat.blogspot.com/2007/11/o-jogo-volumes-em-linha.html. Acesso em 11 mar. 2010

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 12 ed. SÃO Paulo: Cortez, 2009.

LOPES, Maria da Glória. Jogo na educação:criar, fazer, jogar. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MILITÃO, Albigenor; MILITÃO, Rose, Jogos dinâmicas & vivências grupais: como desenvover sua melhor “técnica” em atividades grupais. 11. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo básico para a escola pública do Paraná. Curitiba, 1992.

SMOLE, Katia Cirstina Stocco; DINIZ, Maria Ignez de Souza Vieira; MILANI, Estela. Cadernos do mathema: jogos de matemática de 6º a 9º ano ensino fundamental. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008a.

SMOLE, Katia Cirstina Stocco; DINIZ, Maria Ignez de Souza Vieira; PESSOA, Neide; ISHIHARA, Cristiane. Caderno do mathema: jogos de matemática de 1º a 3º ano ensino médio. Porto Alegre: Artmed, 2008b.

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ANEXOS Anexo 01

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL –

PDE/SEED-PR A Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, institui o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, como uma política educacional inovadora de Formação Continuada das professoras e professores da rede pública estadual. O PDE propõe um conjunto de atividades organicamente articuladas, definidas a partir das necessidades da Educação Básica, e que busca no Ensino Superior a contribuição solidária e compatível com o nível de qualidade desejado para a educação pública no Estado do Paraná. Idealizado durante a elaboração do Plano de Carreira do Magistério (Lei Complementar n. 103, de 15 de março de 2004), a partir das reuniões conjuntas entre os gestores da SEED e os representantes do Sindicato dos professores, o PDE toma forma e se concretiza neste ano de 2007, para produzir progressões na carreira e melhoria na qualidade da educação oferecida a milhares de crianças, jovens e adultos das escolas públicas do Paraná. O Programa, que prevê avanços na carreira e tempo livre para estudos, demonstra a justa preocupação com a formação permanente das educadoras e dos educadores e com o real aprendizado de nossos estudantes. Este programa de estudos terá duração de dois anos: no primeiro ano, o professor PDE será afastado de suas atividades em 100% e, no segundo ano, em 25%. Ao optar pela implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, um programa de Formação Continuada que não encontra modelos públicos similares, a educação paranaense, mais uma vez, mostra-se inovadora, coerente na perseguição à utopia da educação de fato universal, democrática, transformadora e de qualidade. A parceria com as Instituições Públicas de Ensino Superior do Paraná decorre da percepção de que a essência do Programa encontra ressonância na reflexão pedagógica crítica nelas produzida. Dessa forma, acreditamos que estamos construindo um Programa que ultrapassa os limites da ação proposta, pois viabiliza uma real integração entre a formação inicial e a formação continuada dos egressos de graduação, que poderá resultar em outras parcerias ainda mais promissoras. Esse novo modelo de Formação Continuada visa proporcionar ao professor PDE o retorno às atividades acadêmicas de sua área de formação inicial. Este será realizado, de forma presencial, nas Universidades públicas do Estado do Paraná, e, de forma semi-presencial, em permanente contato do professor PDE com os demais professores da rede pública estadual de ensino, apoiados com os suportes tecnológicos necessários ao desenvolvimento da atividade colaborativa. O professor PDE iniciará suas atividades nesse novo processo de Formação Continuada elaborando um Plano de Trabalho em conjunto com o professor orientador das IES. O Plano de Trabalho constitui uma proposta de intervenção na realidade escolar, a ser estruturada a partir de três grandes eixos: a proposta de estudo – que será desenvolvida ao longo de dois anos -, a elaboração de material(is) didático(s) – para uso nas escolas - , e a orientação de Grupo(s) de Trabalho em Rede – que envolve o conjunto dos professores da rede pública estadual. Este programa, de caráter inter-institucional, envolve a SEED, SETI, as cinco Instituições de Ensino Superior estaduais (UEL,UEM, UNICENTRO, UNIOESTE e UEPG) e as duas instituições federais (UFPR e UTFPR). O PDE destina-se a atender 44.400 professores da rede estadual de ensino de forma indireta, por meio dos Grupos de Trabalho em Rede, e, diretamente, 1.200 professores pertencentes ao Quadro Próprio do Magistério – QPM, Nível II, Classe 11, em pleno exercício de suas atividades, visando à sua promoção ao Nível III, conforme dispõe o Plano de Carreira dos Professores da Rede Pública de Ensino do Paraná (Lei Complementar n. 103, de 15 de março de 2004). O primeiro processo de seleção ao PDE ocorreu em 2006, com o objetivo de suprir as 1.200 vagas distribuídas em dezessete áreas curriculares, a saber: Português, Matemática, Geografia, História, Ciências, Educação Física, Educação Artística, Física, Química, Biologia, Filosofia, Sociologia, Pedagogia, Línguas Estrangeiras Modernas, Educação e Trabalho, Gestão Escolar e Educação Especial. Prevê-se processo seletivo anual, a partir de 2007, como forma de ampliar o

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ingresso no Programa. Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação Assessoria Técnica do Gabinete Marise Manoel / 3340-1548 Coordenação Estadual do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE Coordenadora Simone Bergmann / 3242-7899 / [email protected] Equipe Pedagógica Angela Aparecida Kubersky Claudete Maria F. Krainer Fátima Branco Godinho de Castro Maria Aparecida de Souza Bremer Otto Henrique Martins da Silva Sérgio Aguilar Silva

Fonte: http://www.pde.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/Informativos/Informativo_pde_01.pdf. Acesso em 02 jun. 2011

Anexo 02

COLÉGIO ESTADUAL PAPA JOÃO PAULO I – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Instrumento da coleta de dados

ORIENTEÇÃO PARA O PREENCHOIMENTO

Esta é uma pesquisa de conclusão do PDE. Sua participação é muito importante porque o

resultado deste trabalho irá nortear ações de promoção do trabalho seguro.....Leia atentamente

e marque a alternativa que melhor retrata sua realidade.

TURMA TURNO SÉRIE

Conhecendo você: Coloque apenas as iniciais do nome

Nome_________________

Bairro onde mora________________

Q01.Data de nascimento ____/______/______

Idade______________

Q02. Sexo

( )1.masculino ( )2.feminino

Q03Com quem você mora?

( )1.com os pais

( )2.com a mãe

( )3.com o pai

( )4.com avós

( )5.outros________________

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Conhecendo sua situação na escola: Favor preencher todas as linhas. Q04. Ultimamente como você tem se

comportado em relação a escola?

Nunca

(1)

Às vezes

(2)

Frequentemente

(3)

Sempre

(4)

Q04a. Você falta as aulas?

Q04b. Você chega atrasado (a) à escola

Q0c. Você sai da escola antes do final das

aulas?

Q05. Em qual série você está estudando?_______________________________

Q06. Você já foi reprovado (a) na escola?

( )1. Sim ( )2. Não

Se sim, por quantas vezes?________

Agora vamos falar das aulas de matemática que você já assistiu

Q07. Você fez alguma atividade nas aulas de matemática com materiais concretos?

( )1. Sim ( )2. Não

Se sim,

onde?______________________________________________________________________

__________

Se sim, descreva como foram essas

atividades:______________________________________________________

___________________________________________________________________________

_________________

Q08. Você já ouviu falar de jogos nas aulas de matemática?

( )1. Sim ( )2. Não

Se sim, onde?________

Q09. Você já realizou alguma atividade nas aulas de matemática envolvendo jogos?

( )1. Sim ( )2. Não

Se sim, por quantas vezes?________

Muito obrigado pela sua participação e colaboração!

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Anexo.03

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Anexo 04

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Anexo.05

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Anexo.06

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