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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Secretaria de Estado da Educação

Superintendência da Educação

Departamento de Políticas e Programas Educacionais

Coordenação Estadual do PDE

Universidade Estadual de Maringá

CLEIDE DE FATIMA DALA PEDRA CADAN

O CIRCO DA ESCOLA: UM ESPETÁCULO REALIZADO

POR ALUNOS

CIANORTE-PR.

2010

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CLEIDE DE FATIMA DALA PEDDRA CADAN

Caderno Pedagógico

O CIRCO DA ESCOLA: UM ESPETÁCULO REALIZADO

POR ALUNOS.

Material Didático apresentado para o Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE.

Secretaria de Estado da Educação.

Orientadora: Prof. Dr. Ieda Parra Barbosa Rinaldi

CIANORTE, PR 2010

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................... 04 UNIDADE I O CIRCO............................................................................................... 07 História do circo..................................................................................... 09 O circo no Brasil.................................................................................... 11 Um novo circo........................................................................................ 13 Escola, educação física, ginástica e circo............................................. 14 UNIDADE II GINÁSTICA........................................................................................... 17 Ginástica acrobática (movimentos de solo)........................................... 19 Ginástica geral ou ginástica para todos................................................. 27 Ginástica rítmica.................................................................................... 32 Ginástica rítmica com arco.................................................................... 35 Ginástica rítmica com bola.................................................................... 36 Ginástica rítmica com corda.................................................................. 37 Ginástica rítmica com fita...................................................................... 39 UNIDADE III MALABARISMO E EQUILIBRIO.......................................................... 42 Malabarismo com bolinhas.................................................................... 44 Malabarismo com arcos......................................................................... 46 Malabarismo com swing........................................................................ 49 Malabarismo com claves....................................................................... 52 Malabarismo com devil stick ( bastão chinês)....................................... 54 Malabarismo com diabolo...................................................................... 56 Equilíbrio............................................................................................... 59 Equilíbrio (pé na lata e perna de pau).................................................. 60 Equilíbrio (rolo americano).................................................................... 63 UNIDADE IV TEATRO................................................................................................ 65 Jogo de ator........................................................................................... 66 Palhaço.................................................................................................. 70 Dança.................................................................................................... 76

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INTRODUÇÃO

Na atualidade muitos estudiosos da área da educação física escolar, como:

Soares (1994); Bratch (1999); Castelani Filho (1994), têm se debruçado em buscar

romper com sua dimensão meramente motriz, defendendo a importância de que no

espaço escolar sejam tratadas as diversas dimensões dos conhecimentos da

educação física, quais sejam histórica, cultural, social, estética, técnico instrumental

e outras (RINALDI, 2004).

As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná trazem como

conhecimentos/conteúdos estruturantes da educação física, os jogos e brincadeiras,

as lutas, os esportes, as danças e as ginásticas que serão foco de nosso estudo.

Acrescentam ainda que, estes conteúdos devem ser trabalhados de forma articulada

com a cultura corporal e a ludicidade, pois os elementos articuladores ampliam a

compreensão das práticas corporais, proporcionando diversas intervenções

pedagógicas relacionadas aos problemas que surgem no contexto escolar.

Sendo a escola lugar de transmissão e produção de saberes, conhecimentos

e cultura, a presença das práticas circenses no trato com a ginástica geral no

contexto escolar, particularmente na educação física, deve ser orientada a fim de

trazer novos significados ao corpo, à expressão e cultura corporal, que constituem

parte do patrimônio cultural da humanidade.

Assim, entendemos que práticas circenses no contexto da ginástica geral

devam ser tratadas pela educação física como um saber pertencente à cultura

corporal, de maneira que possamos promover a compreensão, valorização e

apropriação desta manifestação artística, por meio de uma abordagem que também

possibilite, a cada aluno, a descoberta de suas possibilidades corporais e

expressivas.

Segundo Goyaz (2003), quando se tem o circo como tema gerador, é

possível trabalhar de forma criativa com os elementos ginásticos. Pois os elementos

básicos da ginástica têm atividades semelhantes aos do circo, e podem ser

explorados ludicamente, estruturando-se de forma agradável e excitante, dando

espaço para o aluno criar e recriar seus movimentos.

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As práticas circenses como parte da ginástica geral podem contribuir com o

trato da ginástica na educação física escolar, servindo como uma alternativa

motivadora para as aulas. Isto porque, as atividades circenses envolvem e encantam

crianças, adolescentes, jovens e adultos, constituindo assim um diferencial que pode

ser incorporado aos conteúdos da educação física. Como nos lembra Bracht (1992),

o movimento a ser tratado pela educação física, como disciplina escolar, é aquele

que carrega determinado sentido/significado conferido por um contexto histórico-

cultural. Parafraseando o autor, por ser dotada de sentido e significado é que as

práticas circenses no conteúdo da ginástica geral pode se justificar no contexto

escolar, sobretudo por ser parte da cultura corporal.

Dessa forma, construiremos nosso estudo relacionado com as propostas

educacionais, a partir das práticas circenses por meio da ginástica geral que podem

ser tratadas na educação física proporcionando vivências diversificadas, de forma

que contribuam para o desenvolvimento e formação integral do educando e também

como buscar subsídios para os professores compreenderem e trabalharem este

conteúdo nas aulas. Assim, é uma possibilidade de se fazer presente na escola e

vinculando-a a educação física que tem como papel imprescindível a transmissão

dos conhecimentos relativos à cultura corporal.

Com este trabalho pretende-se contribuir para que os alunos possam

experimentar as práticas circenses no contexto da ginástica geral, nas aulas de

educação física, buscando na interdisciplinaridade uma linguagem que transporte o

aluno ao núcleo de criação do circo, podendo ele experimentar com vivacidade a

íntima relação entre movimento, corpo, expressão e arte.

As práticas circenses são um importante meio de inclusão social para

crianças e adolescentes, as quais podem, nas suas horas vagas, se ocuparem com

uma atividade benéfica, não sendo influenciadas pela violência que está presente

hoje em nossas vidas, além de promover o desenvolvimento da disciplina e bons

hábitos, contribui para sua formação, crescimento e auto-estima, podendo melhorar

também a sua qualidade de vida.

Constituem uma alternativa motivadora e lúdica para se explorar os

conteúdos da ginástica geral de maneira diversificada, ampla e expressiva. Dar um

novo significado às aula, é um exercício que requer amplas possibilidades de

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intervenção, para superar a dimensão meramente motriz e imprimir uma dimensão

histórica, cultural e social, cuja idéia ultrapassa a visão de que corpo se restringe ao

biológico, ao mensurável.

Resolvemos produzir este caderno pedagógico por meio de pesquisa

bibliográfica, com o propósito de enriquecer ainda mais o processo ensino-

aprendizagem, estimular a participação, e também dar sustentação teórica aos

professores que atuam na rede estadual trabalharem a ginástica geral com práticas

circenses em suas aulas.

REFERÊNCIAS

BARBOSA-RINALDI, I. P. A ginástica como área de conhecimento na formação

profissional em educação física: encaminhamentos para uma estrutura

curricular. Campinas, SP (s/n), 2004. Tese (doutorado em educação física)

Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas.

BRACHT, V. Educação física e aprendizagem social. Editora Magister. Porto

Alegre, 1992.

__________. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.

Caderno CEBES, v.19 n48. Campinas, 1999.

CASTELANI FILHO, L. Educação física no Brasil: história que não se conta. 4ed.

Campinas: Papirus, 1994.

GOYAZ, M. As possibilidades e limites da ginástica no campo do lazer.

Campinas: [s.n], 2003. Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade

Estadual de Campinas.

SOARES, C. L. Educação física: raízes européias e Brasil. Campinas, SP:

autores associados, 1994.

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UNIDADE I – O CIRCO

DUAS AULAS

Aula nº 1e 2

Conteúdo: Introdução a fundamentação teórica do ”Circo”

Objetivos:

- Conhecer a origem do circo (mundo e Brasil);

- Conceituar o circo com relação ao aluno;

- Conhecer as práticas circenses possíveis de serem trabalhadas no contexto

escolar.

Material utilizado:

- quadro negro; giz; questionário; papel; caneta; bexiga.

ATIVIDADE I

Será feito uma dinâmica na qual o professor questionará os alunos sobre qual

conhecimento que eles têm sobre circo, identificando a cultura primeira dos alunos

sobre circo, pois segundo Gasparin (2002 p. 25) neste momento os alunos "são

desafiados a mostrar todo o conhecimento que possuem sobre os itens em questão,

fazendo um levantamento sobre a vivência prática, cotidiana do educando com

relação ao conteúdo a ser ministrado". O professor irá distribuir um pedaço de papel

para cada aluno e pedirá para os mesmos responderem às seguintes perguntas:

1. Qual sua definição de circo?

2. Você já assistiu algum espetáculo de circo? Onde?

3. No circo existem apresentações de vários números. Você conhece algum? Qual?

4. Quais as práticas circenses que você gostaria de conhecer, possível dentro do

contexto escolar?

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Depois de responderem, o professor irá distribuir uma bexiga para cada aluno e

pedirá para que eles dobrem o papel com suas respostas (sem identificar).

Coloquem o papel dentro da bexiga e encham a bexiga.

ATIVIDADE II

Iniciando as atividades com as bexigas:

1. Tentar manter a bexiga no ar, tocando com as mãos deslocando-se nas

direções orientadas pelo professor (direita, esquerda, frente, trás...);

2. Idem ao exercício anterior soprando a bexiga, sem deixá-la cair;

3. Dois a dois trocando de bexiga com toque e deslocando-se;

4. Três a três, quatro a quatro, vai aumentando o grupo até formar um único

grupo (no qual as bexigas irão se misturar);

5. Centralizar todos os alunos, de modo que eles fiquem perto uns dos outros, e

estourem todas as bexigas.

O professor irá pedir para cada aluno pegar qualquer papelzinho do chão, e

sentarem formando um grande círculo, na medida em que o professor faz a

pergunta. Ex. qual a definição de circo? Todos lêem a resposta, um de cada vez

(não sabem quem escreveu, pode não ser o seu papelzinho).

O professor deverá registrar as informações apresentadas pelos alunos e fazer um

comentário, uma síntese dos seus conhecimentos, deixando livre para um feedback.

ATIVIDADE III

Após responderem as perguntas serão entregues alguns conteúdos em relação ao

circo. Os alunos farão equipes para socializarem, discutirem, refletirem sobre as

respostas das questões anteriores, acrescentando conhecimento e informações

obtidas com a ajuda dos textos literários.

Também deverão fazer um paralelo com o circo antigo e o circo atual, bem como

quais as atividades possíveis de serem trabalhadas dentro do contexto escolar.

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TAREFA

O professor pedirá para os alunos perguntarem para seus familiares como era o

circo na época deles.

CURIOSIDADE

Você sabia? Comemora-se em 27 de março o Dia do Circo. É uma homenagem ao

palhaço Piolin que nasceu nesta data, no ano de 1897.

TEXTO I

HISTÓRIA DO CIRCO

Segundo Castro (1997), existem registros que as artes circenses surgiram

na China, há cerca de 5.000 anos, onde foram descobertas pinturas em que

aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Esses movimentos faziam parte

dos exercícios dos guerreiros, de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força. Aos

poucos, a essas qualidades se somou a graça, a beleza e a harmonia.

Conta-se ainda que no ano 108 a. C aconteceu uma enorme celebração

para dar as boas-vindas a estrangeiros recém-chegados em terras chinesas. Na

festa, houve apresentações geniais de acrobacias. A partir de então, o imperador

ordenou que sempre se realizassem eventos dessa ordem. Uma vez ao ano, pelo

menos.

Também no Egito, há registros de pinturas de malabaristas, equilibristas. Na

Índia, o contorcionismo e o salto fazem parte integrante dos espetáculos sagrados.

Na Grécia, o contorcionismo era uma modalidade olímpica, enquanto os sátiros

faziam a população ceder aos risos, essa seria uma espécie de precursor dos

palhaços.

Por volta do ano 70 a. C, surgiu o Circo Máximo de Roma. O que chamava

mais atenção do público eram os cavalos. Mas foi destruído totalmente por um

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devastador incêndio, causando grande comoção. Tempos depois, no ano a. C,

construíram no mesmo lugar o Coliseu, com capacidade para 87 mil pessoas. No

local, havia apresentações de engolidores de fogo, gladiadores e espécies exóticas

de animais, ANDRADE (2006).

Com a perseguição aos seguidores de Cristo, entre os anos 54 e 68 d.C,

esses lugares passaram a ser usados para demonstração de força: os cristãos eram

lançados aos leões para serem devorados diante do público, o que diminuiu o

interesse pelas artes circenses.

Os artistas procuraram, então, as praças, feiras ou entradas de igrejas para

apresentarem às pessoas seus malabarismo e mágicas. "[...] ela (a feira) foi o lugar

onde a arte circense permaneceu, de Roma a Philip Astley" (CASTRO, 1997, p.17).

Esses circos, agrupados em pequenas companhias, rodavam vilas, cidades e

castelos, em busca de público e de sustento.

Conforme Torres (1998), o primeiro circo europeu moderno, que é a

estrutura do circo como o conhecemos hoje, teve sua origem em Londres, na

Inglaterra. Trata-se do Astley´s Amphitheatre, inaugurado em 1770, pelo oficial

inglês da Cavalaria Britânica, Philip Astley.

O anfiteatro tinha um picadeiro com uma arquibancada próxima e sua

atração principal era um espetáculo com cavalos. O oficial percebeu, no entanto,

que só aquela atração, de cunho militar não segurava o público e passou a

incrementá-la incluindo personagens que integrasse o palco juntamente com os

artistas. Eram estes, malabaristas, acrobatas, equilibristas e palhaços. O palhaço do

lugar era um soldado, que entrava montado ao contrário e fazia mil peripécias. O

sucesso foi tanto, que adaptaram novas situações tornando-se esta a base do circo

moderno.

Segundo Andrade (2006), após a estréia desse tipo de espetáculo Charles

Hughes também cavaleiro criou uma das primeiras companhias de espetáculos do

mundo em 1780, que se chamou Royal Circus, e pela primeira vez esse tipo de

espetáculo e espaço aparecia com o nome de "circo". O sucesso de sua

companhia foi responsável por esse nome ficar popular e ser conhecido até os dias

de hoje.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. C. S. O espaço cênico circense. Dissertação de mestrado.

Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes, USP: São

Paulo, 2006.

CASTRO, A. V. O circo conta sua história. Museu dos Teatros - FUNARJ, Rio de

Janeiro, 1997.

GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crtica. Campinas, SP:

Autores Associados, 2002.

TORRES, A. O circo no Brasil. Rio de Janeiro. FUNARTE. Editora Atrações, 1998.

TEXTO II

O CIRCO NO BRASIL

No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em

nossa terra, uma vez que, na Europa do século XVIII, eles eram perseguidos. Aqui

andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitava as

festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seus talentos

ilusionistas. Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto de cada localidade e

o que não agradava imediatamente era tirado do programa. Tendo em vista que “[...]

sempre houve ligação dos ciganos com o circo” (CASTRO apud TORRES 1998, p.

20).

Mas o circo com sua característica itinerante aparece trazendo a “tradição” da

transmissão oral dos seus saberes. No Brasil “a partir do início do século XIX, na América

do Sul, registra-se a chegada de famílias européias compostas por circenses e

saltimbancos” (SILVA, 2003.p.25).

Instalando-se nas grandes periferias das cidades, visava às classes

populares, não se preocupando com os espaços e equipamentos e sim com o

elemento humano, suas destrezas, habilidades e criatividade. Tinha no palhaço o

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seu principal personagem, que do sucesso dessa figura dependia geralmente, o

sucesso do circo.

O palhaço brasileiro, por sua vez tem características próprias. Ao contrário

do europeu, que se comunicava mais pela mímica. O brasileiro era falante,

malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos. O

público europeu ia ao circo apreciar a arte e no Brasil as maiores atrações eram o

trapézio, animais selvagens e ferozes.

Segundo Castro (2010), atualmente existem mais de 2.000 circos

espalhados pelo Brasil, que enfrentam os problemas como terrenos caros, existindo

ainda cidades que não permitem a montagem de circos por considerarem como

“forasteiros”.

REFERÊNCIAS

CASTRO, A. V. O circo conta sua história. Museu dos Teatros – FUNARJ, RJ,

1997.

SILVA, Ermínia. O circo era uma escola única e permanente. In Rede de Circo do

Mundo Brasil: uma proposta metodológica em rede. Rio de Janeiro: FASE,

2003.p.25.

TORRES, A. O Circo no Brasil. Rio de Janeiro. FUNARTE Editora Atrações, 1998.

VIVEIROS DE CASTRO, A. Testos da pesquisa. Disponíveis em:

http://www.arcadocircodovelho.com.br/. Acesso em 8 julho, 2010.

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TEXTO III

UM NOVO CIRCO

O "circo dos tradicionais" tinha como base a família que era a sustentação

do circo. A transmissão do saber de geração a geração é uma característica que o

circo herdou dos artistas ambulantes e saltimbancos. O que se aprendia era

suficiente para ensinar a preparar os números, além de treinar as crianças e adultos

para executá-los. Eram responsáveis por tudo, desde a infra-estrutura e montagem

do circo, até o espetáculo. No ensinar e no aprender estava a chave que garantia a

continuidade do circo, estruturado em torno da família.

Atualmente, paralelamente aos circos itinerantes e tradicionais que ainda

são presente na maioria dos "Circos" do Brasil, Europa e mundo, surge o circo novo

também chamado de circo contemporâneo. Estas companhias não têm picadeiro,

nem lona, nem arquibancadas e se apresentam, na maioria das vezes, em teatros

ou casas de espetáculo, embora possam utilizar qualquer espaço.

O circo contemporâneo é aquele em que a arte circense também se aprende

em escolas. Fenômeno conseqüente das mudanças de valores na sociedade e suas

novas necessidades, pois grande parte dos profissionais de circo colocou seus filhos

para estudar e fazer um curso universitário, fazendo com que as novas gerações

trabalhem mais na administração ao invés de se dedicarem apenas à arte circense.

No Brasil, a primeira escola de circo foi criada em São Paulo, em 1977 com

o nome de Piolin (que é também o nome de um grande palhaço brasileiro),

funcionava no estádio do Pacaembu.

No Rio de Janeiro, surge em 1982 a Escola Nacional de Circo, abrindo

oportunidades para jovens de todas as classes e vindos de diferentes regiões do

país. Eles aprendem as novas técnicas circenses, uma vez formados, montam seus

próprios grupos ou vão trabalhar no exterior.

O aparecimento da escola proporciona o enriquecimento da arte a partir de

outros elementos culturais, é uma mistura de música, dança, teatro com novas

modalidades circenses (malabarismo, acrobacia, equilibrismo, contorcionismo, e

outras). Nesse sentido, os espetáculos passaram de um conjunto de apresentações

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variadas para um show. Desde então os artistas passam a ser também

atores e surgiu a performance de um artista, não bastando ser hábil mas tem que

ter algo a contar, e para isso este novo modelo requer artistas polivalente.

Isso acontece com qualquer tipo de arte. De acordo com as novas gerações,

com a época, ocorrem mudanças, para alguns muitas, para outros menos. Segundo

Castro (2010), dessa tendência, surgiu o Cirque du Soleil, que, após ganhar verba

milionária do governo canadense, virou uma espécie de Real Madrid do circo, com

mais de 700 artistas "galácticos", contratados em vários países. Para assistir a uma

apresentação do Soleil, é preciso comprar o ingresso com meses de antecedência.

REFERÊNCIAS

CASTRO, A. V. O circo conta sua história. Museu dos Teatros – FUNARJ, RJ,

1997.

VIVEIROS DE CASTRO, A. Testos da pesquisa. Disponíveis em:

http://www.arcadocircodovelho.com.br/. Acesso em 8 julho, 2010.

TEXTO IV

ESCOLA, EDUCAÇÃO FÍSICA, GINÁSTICA E CIRCO

Como já aconteceu com outras atividades, como o esporte, a pintura e a

dança, o circo deixou de ser uma atividade unicamente profissional (corpo

espetáculo - um meio de trabalho). Atualmente observamos muitas pessoas

praticando as atividades circenses como forma de lazer-recreação, com fins

educativos e sociais (BORTOLETO; MACHADO, 2003).

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Portanto, a arte do circo ajudará a enriquecer ainda mais esse legado

cultural a ser ensinado e a formação humana de forma global, algo defendido por

PÉREZ GALHARDO ( 2002).

Segundo Claro e Prodócimo (2010), a arte circense deve ser trabalhada na

escola principalmente como um saber relativo à cultura corporal, de maneira

contextualizada e vinculada aos seus sentidos e significados, de maneira que

possamos promover a compreensão, valorização e apropriação desta manifestação

artística.

A arte circense no contexto da ginástica por ser uma expressão da cultura

corporal, pode ser explorada pela educação física, tanto como um conteúdo em si,

como um instrumento pedagógico, pois possibilita muitos aprendizados, que

envolvem as habilidades motoras e artísticas até a discussão em torno de

preconceitos e valores. Essa arte extrapola o mundo do circo, a perna de pau

circense, uma técnica utilizada por artistas circenses, para citar um exemplo, está

presente no carnaval pernambucano, nas propagandas de rua e em espetáculos de

teatro.

É necessário entender a relação existente entre lazer e escolas de circo, as

oportunidades geradas por esses espaços para desenvolver o caráter humano, a

criatividade e autonomia por meio de vivências que podem levar ao desenvolvimento

de relações pessoais.

Existem vários fatores que justificam que existe um núcleo comum das

ações motoras (movimentos): o circo, a ginástica, a dança e o teatro como partes da

cultura corporal. Segundo Bortoleto (2000), todas podem ser consideradas como

artes corporais, que cada uma delas possui várias modalidades diferentes, que seus

diferentes modelos técnicos se fundamentam nos conhecimentos empíricos e

científicos acumulados historicamente, e que seus movimentos funcionam

basicamente segundo os princípios físicos descritos pelas teorias da física clássica

(mecânica newtoniana). Isso significa argumentar que possuem uma base motora

comum (domínio corporal e de objetos), e que fundamentalmente estão vivendo

atualmente uma semelhante busca pela complementação da técnica por meio do

incremento da expressão e da interpretação.

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REFERÊNCIAS

BORTOLETO, M. A. C. O caráter objetivo e o subjetivo da ginástica artística.

Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física,

Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.

BORTOLETO, M. A. C.; MACHADO, G. A. Reflexões sobre o circo e a educação

física. In: Revista Corpo consciência, Santo André, n.12, p.41-69, 2003.

PEREZ GALLARDO, J. S. Discussões preliminares sobre os objetivos de

formação humana e de capacitação para a Educação Física Escolar, do

berçário até a quarta série do ensino fundamental. Tese (Livre-Docência) –

faculdade de Educação física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,

2002.

CLARO, Thiago Sales e PRODÓCIMO, Elaine. A arte circense como conteúdo da

educação física escolar. Disponível em http:// www.prp.rei.unicamp.br/. Acessado

em 10 de junho de 2010.

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UNIDADE II – GINÁSTICA

Atualmente, a ginástica, como conteúdo de ensino, praticamente não existe

mais na escola, aula de educação física tem sinônimo de esporte, mais ainda

sinônimo de “jogar bola” (AYOUB, 2004). Contudo, o reconhecimento da ginástica

como um dos conteúdos da educação física escolar como um conhecimento a ser

tratado na escola, é autêntico, pois segundo (SOARES et al. 1992, p.77),

a ginástica é caracterizada como sendo uma forma particular de exercitação onde, com ou sem o uso de aparelhos, abre-se à possibilidade de atividades que provocam valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianças, em particular, e do homem, em geral.

Nesse sentido, defendemos que no processo de ensino-aprendizagem das

aulas de educação física é preciso considerar o desenvolvimento integral do aluno

num sentido amplo, de forma a prepará-lo para participar ativamente na

construção/transformação da sociedade. E, a ginástica como conteúdo desenvolvido

no âmbito escolar, seria uma forma de educar, além de possibilitar a formação

humana, tornando o aluno crítico. A proposta de planejamento do professor deve

partir de problemas sociais existentes na comunidade e na sociedade, a partir da

realidade existente na escola, transformados em conteúdos a serem tratados por

meio da pedagogia histórico-crítica, que tem como pressuposto fundamental

trabalhar em busca de responder os interesses da classe trabalhadora.

Para que ocorra uma transformação no âmbito escolar é necessário mudar

as referências sobre as quais a educação física historicamente se estabeleceu.

Nesse sentido, o conteúdo estruturante ginástica possibilitará ao professor o

encaminhamento de uma interação com o conhecimento, com vistas a uma

formação crítica em torno das formas de pensar e agir sobre o corpo em nosso

sistema de organização social.

Ampliando esse olhar, é importante entender que a área de conhecimento

da ginástica compreende uma gama de possibilidades, quais sejam as ginásticas de

condicionamento físico, ginásticas de conscientização corporal, ginásticas

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competitivas, ginásticas fisioterápicas e ginásticas demonstrativas que tem como

representante a ginástica geral (SOUZA, 1997). Dentre as manifestações ginásticas,

tomamos por foco para nosso estudo, a ginástica geral que é uma prática presente

na contemporaneidade e potencialmente interessante ao trabalho escolar, pois nela

estão presentes movimentos de todas as manifestações gímnicas competitivas

(ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática, ginástica entre outras),

das danças, das lutas, dos esportes, bem como das artes circenses.

OBJETIVOS:

- Contextualizar ginástica;

- Perceber e refletir a relação do conteúdo da ginástica com circo;

- Aprender a cair e não se machucar;

- Proporcionar maior controle muscular e equilíbrio;

- Adquirir confiança em si próprio e no outro nas atividades de equilíbrio;

- Buscar a construção de elementos cênicos básicos possíveis no circo;

- Oportunizar por meio de leitura de textos e demonstrações práticas as

manifestações gímmicas e suas principais características.

REFERÊNCIAS

AYOUB, E. Ginástica Geral e Educação Física Escolar. Campinas, SP: Editora da

Unicamp, 2004.

SOARES, ET.al., Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez,

1992.

SOUZA, E. P. M. Ginástica geral: uma área do conhecimento da educação

física. Campinas, SP: [s.n.], 1997. Tese (Doutorado em Educação Física) Faculdade

de Educação Física da Universidade Estadual Campinas, Campinas.

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GINÁSTICA ACROBÁTICA (MOVIMENTOS DE SOLO)

Os movimentos de acrobacia são os pioneiros entre as modalidades

circenses e não se tem certeza quanto a sua origem. Alguns estudos dão indícios de

que essa técnica começou na China, onde foram encontradas pinturas de cinco mil

anos atrás, onde estão retratados acrobatas, contorcionistas e equilibristas.

(PORTAL DIAADIA EDUCAÇÃO 2010).

As artes, em geral, existem desde que o homem começou a se expressar

fisicamente. Desde a Antiguidade, com as manifestações religiosas, isso estava

muito conectado com a dança, o ser humano começa a dançar e a explorara as

possibilidades do corpo. Existem figuras da Antiguidade que mostram pessoas

saltando, fazendo parada de mãos.

Segundo Bortoleto (2008), a acrobacia começa pelo homem em busca do

domínio da natureza a partir do domínio do seu próprio corpo, tornando semelhante

com a história da própria natureza, que permite realizar tarefas para sua própria

sobrevivência.

Assim, pois, a acrobacia pode ser considerada uma das modalidades

artísticas mais antigas, sendo retratada, desenvolvida e utilizada pelas principais

civilizações antigas (Grega, Egípcia, Chinesa, Mongol, Indiana, etc.) (BORTOLETO

2008, p.18). Com o passar dos tempos cada civilização construiu uma maneira de

realizar e admirar sua própria acrobacia.

É uma atividade feita sobre o solo e permite o desenvolvimento do domínio

corporal, da flexibilidade, da velocidade, do equilíbrio e principalmente da

autoconfiança (TEIXEIRA 1996, p.264).

Sua arte, muito cobiçada exatamente pelo excesso de ousadia, é constantemente associada a uma idéia que propõe um mundo ás avessas, um mundo ao contrário. Um mundo redondo como o circo. Neste lugar, tudo gira: as pessoas, os objetos (SOARES, 2001, p.39).

O acrobata reúne em torno de si pessoas que desejam vê-lo em suas

coreografias feitas no ar, pessoas que desejam olhar seus feitos solidários

construídos em sua solidão (SOARES, 2001, p.33).

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A ginástica acrobática tem como características a apresentação em par e

grupo, também a execução de exercícios de força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade

e coordenação. Isso requer um alto grau de confiança e cooperação entre os seus

participantes. È uma atividade bonita tanto para homens como mulheres, um

espetáculo que engloba muitos movimentos de solo em suas séries, movimentos

rítmicos que ligam os exercícios dinâmicos, estáticos e individuais (PORTAL

DIAADIA EDUCAÇÃO 2010).

São artistas, que buscam o alto, o baixo e o vazio, por meio dos saltos,

rolamentos, cambalhotas, piruetas, causando impacto, encantamento, e

despertando até medo. Eles são completamente diferentes, pois não podemos

prever o que realizarão durante suas apresentações, vivenciamos assim momentos

de surpresas.

A superfície firme do solo representa um benefício, na medida em que o

desvio de determinadas partes do corpo é impedido. Além dos movimentos

acrobáticos de solo serem ensinados com o mínimo de material, sua possibilidade

de relação com o mundo circense a justifica enquanto necessária para o

aprendizado durante as aulas.

As acrobacias de solo respeitam o repertório motor possível com a ginástica,

portanto, usamos como base alguns elementos ginásticos como recurso para o

ensino desses movimentos. São eles: rolamentos para frente e para trás; vela;

avião; roda e parada de mão.

Estes movimentos acrobáticos de solo aparecem em quase todas as

práticas trabalhadas nestas unidades, eles constituem um componente

indispensável para a prática e o aprendizado das técnicas de acrobacias no circo.

Herdado da ginástica, tal fundamentos no circo possibilita ao praticante, ao contrário

do que acontece com os demais aparelhos possíveis no circo, movimentar-se em

espaços amplos e em todas as direções. Isso aumenta as possibilidades em nível

expressivo, além de que abre portas para experiências diversas com o corpo.

A partir da sua prática, pode-se desenvolver uma gama de capacidades

motoras, e oferece um efeito revigorante quando executados com uma intensidade

suficiente. Podemos argumentar que atualmente tanto os esportes, as artes

circenses e inclusive a dança, estão oferecendo trabalhos cada vez mais acrobáticos

e complexos neste sentido. Para que esse processo de comunicação seja eficaz, se

21

faz necessário que o professor não apenas domine o conteúdo a ser transmitido,

mas também conheça as características do aluno, quais os limites e possibilidades

de assimilação desses conteúdos.

REFERÊNCIAS

BOTOLETO, M. A. C. Introdução à pedagogia das atividades circenses. Jundiaí,

SP: Fontoura, 2008.

BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da ginástica. Livro do professor e do aluno.

(2ª Ed.). São Paulo: Ícone, 2006.

SOARES, C. L. Acrobacia e acrobatas: anotações para um estudo do corpo. In:

BRUHNS, H. T. GUITIERREZ, G. L. (Orgs) Representações do lúdico: II ciclo de

debates “lazer e motricidade”. Campinas, SP: Autores Associados. Comissão de

Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Unicamp, 2001.

PORTAL EDUCACIONAL DO ESTADO DO PARANÁ/Secretaria de Estado da

Educação do Paraná. www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acessado em 10 de junho de

2010.

TEIXEIRA, R. T. S. A ginástica desportiva nas universidades públicas do

Paraná: Um estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade

Metodista de Piracicaba, SP, 1996.

DUAS AULAS

Objetivos específicos:

- Vivenciar os movimentos da ginástica geral.

- Melhorar a flexibilidade e agilidade do corpo.

Material utilizado

- tatames ou colchonetes; um pedaço de pano ou papel.

22

Aula nº 1

O professor conversará com os alunos sobre a ginástica e fará um alongamento de

aproximadamente de 10 min. Pedirá aos alunos que demonstrem em cada elemento

o que eles conhecem e depois demonstrará como executar cada um.

1. ROLAMENTO PARA FRENTE

Como executar

a) Correndo em qualquer direção, segurando com pedaço de pano ou papel no

peito com o queixo.

b) Agachado, saltitando várias vezes, segurando o pano ou papel com o queixo.

c) Ainda agachado, com os braços estendidos em frente do corpo, inicie o

movimento desequilibrando o corpo para frente. Apóie as mãos colchão eleve

os quadris.

d) O aluno agachado na posição correta para o rolamento, isto na ponta dos

pés, procure não separar as penas; queixo encostado no peito; as palmas das

mãos no colchão, abertura igual ao do ombro, executar o rolamento para

frente.

e) Para fazer perfeitamente mantenha o corpo como uma bola. Só as costas

devem tocar o colchão. Não estique as pernas.

f) Executar o rolamento para frente sem apoio ou ajuda.

23

2. ROLAMENTO PARA TRÁS

Como executar

a) Balanço de costas grupado (segurando as pernas flexionadas)

b) Rolamento para trás sem uma superfície inclinada.

c) Sentados, braços estendidos para frente, apoiar os braços atrás no solo,

executar o rolamento para trás, com o queixo apoiado no peito. (Obs.: pernas

flexionadas)

d) Fique agachado de costas para o colchão, apoiando-se na ponta dos pés, os

braços flexionados e as mãos sobre os ombros.

e) Desequilibre o corpo para trás encostando os quadris no colchão. Encolha as

pernas. Assim, seu corpo ficará como uma bola.

f) Assim que suas costas tocarem o colchão, coloque também as palmas das

mãos sobre ele. Não esqueça de manter o corpo como uma bola e de colocar

as mãos no colchão.

g) Quando os quadris estiverem no alto, você deve usar os braços para auxiliar

o movimento. Assim evita-se que a cabeça toque o colchão.

h) Em pé, braços estendidos à frente do corpo na altura do ombro e,

gradativamente vai flexionando. As pernas e as mãos são colocadas na

largura dos ombros ao lado da cabeça, e os dedos apontam para os ombros e

executam o rolamento, terminando na posição inicial.

24

3. VELA

Como executar

a) Alunos de decúbito dorsal elevar lentamente as pernas estendidas até encostar

os pés atrás da cabeça, e volta à posição inicial.

b) Idem ao exercício (a) antes de voltar à posição inicial apoiar cotovelos no solo e

as mãos na cintura elevando as pernas na vertical.

c) Dois a dois, aluno A e B, o aluno A parte da posição deitado executa a vela com

ajuda da coluna B.

d) Partindo da posição sentada, executar a vela sem auxílio.

e) Partindo da posição de pé, idem a anterior.

Aula nº 2

4. AVIÃO

Como executar

a) Correndo pela quadra ao som das palmas do professor, para e executa o

avião.

b) Dois a dois correndo, ao sinal do professor um aluno deverá servir de apoio

25

segurando na mão do outro para executar o avião partindo da posição de pé.

c) Correndo sobre uma risca, saltar e girar no ar caindo em sentido contrário e

executar o avião sem mexer o pé de apoio.

5. RODA

Como executar

a) Fique de frente para o colchão, corra, estenda os braços para cima e, ao

mesmo tempo, avance a perna esquerda para frente. Não deixe de elevar os

braços para cima.

b) Apóie-se na perna esquerda, incline-se para frente e vire o corpo de lado.

Levante a perna direita.

c) Apóie-se a mão esquerda no colchão, lance a perna direita para cima e em

seguida lance a esquerda. Imediatamente apóie a mão direita no colchão.

Não flexione os braços.

d) Continue o giro com as pernas separadas. Não deixe de elevar as pernas

verticalmente.

e) Desequilibre o corpo para a direita. Não deixe que o corpo se desequilibre

para frente ou para trás. Mantenha as pernas separadas.

f) Toque o solo com a perna direita e ao mesmo tempo tire a mão esquerda do

colchão.

26

g) Coloque-se em pé, aproveitando a velocidade do giro. Mantenha as pernas e

os braços separados formando a figura de um X.

Obs.: Treinar saindo com a perna direita à frente.

6. PARADA DE MÃO ( TRÊS APOIOS)

Como executar

a) Fique agachado de frente para o colchão, apoiando-se na ponta dos pés e

com os braços estendidos para frente.

b) Ajoelhe-se e apóie as mãos no colchão ao lado dos joelhos e o terço anterior

da cabeça no colchão formando o desenho aproximado de um triangulo

eqüilátero.

c) Em três apoios, tentar equilibrar-se apoiando os joelhos nos cotovelos

(elefantinho)

d) Parada de três apoios um triângulo com apoio da cabeça e mãos.

Com auxílio de um companheiro, procurar estender as pernas e ficar em três

apoios.

e) Executar a parada de três apoios sem auxilio, procurar manter o equilíbrio

esticando o quadril e pernas, se caírem para trás, apoiar o queixo no peito e

voltar.

f) Parada e mão braços esticados.

g) Subida rápida a parada de mãos, com auxílio de dois companheiros.

27

h) Com utilização de um colchão colocado de pé contra a parede, subida rápida

a parada de mão (entrada de frente e de costas).

i) Subida à parada de mãos, com auxílio de um companheiro, rolamento para

frente.

j) Parada de mão após uma pequena corrida de aproximação subida a parada

de mãos e rolamento para frente.

Fonte das ilustrações: BREGOLATO, 2006. p.152,153,154,155.

TAREFA

Formar equipes de quatro alunos, montar uma série com os elementos que

conheceram.

CURIOSIDADE

Somente em 1936 é que foi introduzida nos Jogos Olímpicos a ginástica de solo,

pois anteriormente só havia a participação da ginástica com aparelho.

GINÁSTICA GERAL OU GINÁSTICA PARA TODOS

Segundo alguns autores como Ayoub (2003), Barbosa (1999) e Bertoline

(2005) acreditam que a ginástica geral, apresenta-se como sendo a ideal para o

trabalho com a ginástica na escola. Pois a mesma tem como características: o

acolhimento dos gestos de diferentes ginásticas, da dança, do teatro, da capoeira,

dos elementos circenses e de outros elementos da cultura corporal, com ou sem

utilização de materiais.

Entretanto, na atualidade, afirma Barbosa-Rinaldi (2004) que, por motivos

diversos, a ginástica não tem sido trabalhada na escola. Esse conhecimento é

pouco desenvolvido devido à falta de conhecimento e também pelos esportes

coletivos estarem culturalmente estabelecidos. O professor não pode esquecer que

a ginástica da escola não é igual de treinamento, ela deverá ser adaptada para

trabalhar de forma lúdica como sugerem as Diretrizes Curriculares da Educação

básica do Estado do Paraná. Quando o professor for ensinar alguma técnica ao

28

aluno, lembrar que pode construir junto com ele outras maneiras de realizar os

movimentos. Além do mais, deve permitir a participação de todos e o respeito aos

limites individuais e coletivos.

A ginástica geral desenvolvida de forma adequada poderá ser prazerosa

para a prática de exercícios. Assim como desenvolver nos alunos a persistência, a

segurança e a confiança em si mesmo, aumentando a flexibilidade, a coordenação,

a destreza e a força, proporcionando-lhes uma melhoria na qualidade de vida.

No entendimento de PÉREZ GALHARDO e SOUZA (1995, p. 292) a

ginástica geral é definida como:

Uma manifestação da cultura corporal, que reúne as diferentes interpretações da ginástica (Natural, Construída, Artística, Rítmica, Desportiva, Aeróbica, etc.) integrando-as com outras formas de expressão corporal (Dança, Folclore, Jogos, Teatro, Mímica, etc.), de forma livre e criativa, de acordo com as características do grupo social e contribuindo para o aumento da interação social entre os participantes.

A ginástica geral é uma prática atual e potencialmente interessante, pois é

uma das poucas que permite uma formação corporal ampla e não especializada. É

apontada como ginástica para todos sem finalidade competitiva, orientada para o

lazer, demonstração e espetáculo.

Segundo Ayoub (2001), aprender ginástica geral na escola significa,

portanto, vivenciar, estudar, compreender, confrontar, interpretar, problematizar,

compartilhar, aprender inúmeras interpretações da ginástica para, com base nesse

conhecer, buscar novos significados e criar novas possibilidades. Podemos assim,

defender a ginástica como conteúdo a ser trabalhado nas aulas de educação física.

QUATRO AULAS

Objetivos:

- Desenvolver a autoconfiança ao descobrir várias possibilidades de apoio;

- Trabalhar com conceitos de cooperação;

29

- Desenvolver alguns conceitos e atividades básicas de ginástica acrobática, por

meio da prática de pirâmides em duplas;

- Vivenciar e construir alguns movimentos da ginástica geral;

- Vivenciar e criar figuras acrobáticas em grupo, a partir da visualização de matrizes;

- Formar figuras simples por meio do trabalho em coletivo buscando desenvolver o

espírito de grupo.

Material utilizado:

- Tatames ou colchonetes, aparelhos de CD´s; desenho de figuras; papel e caneta.

Aula nº 3

O professor pedirá para os alunos formarem um grande círculo e fará um

alongamento de aproximadamente 10 min. Em seguida que os alunos caminhem no

ritmo da música, quando esta para de tocar, os alunos devem cumprir com algumas

tarefas solicitadas pelo professor, tais como utilizar somente estas partes do corpo

como apoio:

Sozinho:

O aluno deverá ficar com apenas um pé no chão; depois duas mãos e um pé;

somente com ás nádega no chão; nádega e duas mãos; dois pés e duas mãos; dois

pés e dois antebraços; um pé e uma mão.

Duplas:

De costas no chão; costa e dois pés; nádega e duas mãos; dois pés e uma mão; três

pés e duas mãos; dois pés e dois antebraços; um pé e uma mão; dois pés e duas

mãos; dois pés e uma mão; um pé e duas mãos; dois pés e as duas mãos.

Trios:

Colocar quatro mãos e dois pés no chão; costas e dois pés; um pé e costa e duas

mãos; dois joelhos dois pés e duas mãos.

30

Quartetos:

Colocar quatro mãos e quatro pés no chão; seis pernas e quatro mãos; três apoios

nas costas e um pé; seis mãos e um pé.

Aula nº 4

O professor irá demonstrar cada uma das figuras, que deve ser lançada como um

desafio e auxiliar a mostrar o que deverá ser executado. Esta atividade deve seguir

uma seqüência crescente de dificuldade seguindo os esquemas abaixo:

Aula nº 5

O professor irá dividir os alunos em grupos, e para cada grupo distribuir as seguintes

matrizes:

Variações: deitada, ajoelhada, em pé etc.

31

Depois cada grupo, deverá explorar estas matrizes, criando poses novas, ou mesmo

aprendendo poses que um participante do grupo já saiba.

É importante ressaltar a integração do grupo, pois sempre que uma das pessoas

estiver como volante (base) as demais estarão de prontidão no auxílio da

montagem.

Aula nº 6

1. O professor irá pedir que cada aluno escreva as partes do corpo em papéis

(como por exemplo: bumbum no bumbum, cabeça nas costas, mão na barriga,

ombro na mão, pé na barriga, mão na nuca, pé no pé, joelho na coxa, etc.), estes

deverão ser dobrados e colocados em uma caixa ou sacola.

2. Para iniciar a atividade, deverá ser escolhido um participante que será o

homem base ou primeiro participante.

3. O segundo participante irá retirar um papel, por exemplo: “joelho na barriga”,

ele deverá colocar o seu joelho na barriga do primeiro participante ou o aluno que foi

escolhido como base com o papel no meio, sem deixá-lo cair.

4. O terceiro participante retira outro papel, como por exemplo mão na nuca, vai

até o segundo e coloca a mão na nuca com o papel no meio e assim

sucessivamente, até se formar uma grande figura com todos os participantes.

Fonte das ilustrações: monografia VOLPINI, 2006. p. 77-79.

TAREFA

No final deve-se apresentar uma pequena coreografia ou esquete utilizando-se das

poses vivenciadas durante a prática, lembrando que esta criação é livre e que o

estímulo é o de recriar as poses dando um novo significado para elas.

32

REFERÊNCIAS

AYOUB, E. A ginástica geral no contexto escolar. In: Fórum Internacional de

Ginástica Geral, Campinas, 2001.

_________. Ginástica geral e a educação física escolar. Campinas, SP. Editora

Unicamp, 2003.

BARBOSA-RINALDI, I. P. A ginástica como área de conhecimento na formação

profissional em educação física: encaminhamentos para uma estrutura

curricular. Campinas, SP (s/n), 2004. Tese (doutorado em educação física)

Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas.

_____________________. A ginástica nos cursos de Licenciatura em Educação

Física do Estado do Paraná. Campinas, SP: [s.n.], 1999. Dissertação (Mestrado em

Educação Física) Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de

Campinas.

BERTOLINI, C. M. Ginástica geral na escola: uma proposta pedagógica

desenvolvida na rede estadual de ensino. Campinas, SP [s.n.], 2005. Dissertação

(Mestrado) Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas.

PEREZ GALHARDO, J. S., SOUZA, E. P. M. A proposta de ginástica geral do

grupo ginástico Unicamp. In: COLETÂNEA: textos e sínteses do I e II Encontro de

Ginástica Geral. Campinas: Gráfica Central da Unicamp, 1995.

VOLPINI, A. R. Ginástica Geral na Escola a partir da proposta do grupo de GG

do DEF/UEM. Monografia apresentada ao curso de Educação Física da

Universidade Estadual de Maringá, como requisito parcial para obtenção do título de

licenciatura em Educação Física. 2006.

GINÁSTICA RÍTMICA

A ginástica rítmica começou a ser praticada desde o final da primeira guerra

mundial, mas não possuía regras especificas nem um nome determinado. Segundo

Barbosa-Rinaldi (2009) recebeu ao longo do tempo vários nomes como: Ginástica

Moderna (1963), Ginástica Rítmica Moderna (1972), depois passou para Ginástica

33

Rítmica Desportiva em 1975, somente a partir de 1997 a FIG, resolveu denominar

como apenas GR.

No Brasil a professora Ilona Peuker, da Hungria quando chegou ao Rio de

Janeiro na década de 1950, tornou-se a principal divulgadora da ginástica. Ministrou

vários cursos e aulas de ginástica. Formou o Grupo Unido de ginastas (GUG), que

foi indicado para representar o Brasil em várias Gymnaestradas (BIZZOCCHI,

GUIMARÃES, 1985).

A ginástica rítmica é uma ramificação da ginástica que possui infinitas

possibilidades de movimentos corporais combinados e realizados em harmonia com

a música e coordenados com o manejo dos aparelhos próprios desta modalidade,

arco, bola, maça, corda e fita. Praticada por mulheres, pode ser iniciada em média

aos seis anos e não há idade limite para finalizar a prática, na qual se encontra

competições individuais ou em conjunto. Seus eventos são realizados sempre sobre

um tablado e seu tempo de realização varia entre 1 minuto e 30 segundos para as

provas individuais, e 2 minutos e 30 segundos para as provas coletivas.

A ginástica rítmica desenvolve harmonia, graça e beleza em movimentos

criativos, traduzidos em expressões pessoais por meio da combinação musical e

técnica, que transmite, acima de tudo satisfação estética aos que a assistem.

É conceituada como a busca do belo, uma explosão de talento e

criatividade, em que a expressão corporal e o virtuosismo técnico se desenvolvem

juntos, formando um conjunto harmonioso de movimento (LAFFRANCHI, 2000 p.3).

Atualmente a ginástica rítmica apresenta-se não apenas pelo seu caráter

esportivo como a conhecemos, ela caracteriza-se como uma prática corporal, que se

destaca pela sua elegância e beleza dos movimentos, com sua graça, leveza e

plasticidade de sua origem somada a uma prática circense que enfatiza a

flexibilidade, chamada de contorcionismo, também pelas suas relações com a

dança, conferindo-lhe uma dimensão artística.

Podemos perceber que existem aproximações entre a ginástica, ginástica

rítmica, circo e contorcionismo, e que ao longo de suas histórias vimos que a

ginástica e o circo são duas práticas que apesar do tempo, da negação e de suas

diferentes sistematizações continuam interligadas. O contorcionismo também se

aproxima da ginástica rítmica em suas práticas, apesar de objetivos diferentes,

34

juntas proporcionam o espetáculo que podemos presenciar atualmente com as

ginastas bem flexíveis.

A Ginástica Rítmica é uma modalidade que busca desenvolver o movimento

corporal de forma expressiva, realizados fluentemente em harmonia com à música,

com objetivo de ensinar e desenvolver com naturalidade, junto com as capacidades

físicas e o controle emocional (KOREN 2004, p.83).

Ela está sempre em harmonia coma a música e coordenada com o manejo

dos aparelhos próprios desta modalidade, que são a corda, o arco, a bola, as maças

e a fita. No contexto da ginástica geral, pode ser de caráter demonstrativo, estando

assim livre do limites de participantes, materiais específicos ou elementos

coreográficos pré-determinados.

QUATRO AULAS

Objetivos:

- Conhecer os elementos da ginástica rítmica.

- Aprender a manusear os aparelhos da ginástica rítmica.

- Montar uma série com os elementos da ginástica rítmica.

Material utilizado:

- Arco, bola, corda e fita.

Quando o professor estiver ensinando a técnica de manejo dos aparelhos é

importante que trabalhe o equilíbrio da mão direita e mão esquerda com a bola, a

corda, o arco e a fita. Também lembrando que as medidas oficiais dos aparelhos

podem ser adaptadas quando se trabalha com crianças em fase de iniciação.

O professor irá demonstrar durante as aulas os aparelhos de ginástica

rítmica, deixar que os alunos explorem da maneira com quiser. Depois fará uma

introdução em relação ao elemento que será trabalhado e algumas sugestões de

movimentos com o aparelho. Como exemplo a música escravo de Jô, que pode ser

trabalhada com todos os aparelhos da GR

35

Aula nº 7

ARCO

HISTÓRIA

De acordo com Bizzocchi, Guimarães (1985), os arcos aparecem pela

primeira vez, nos Jogos Olímpicos, numa coreografia, criada pelo ginasta Henrich

Medau, em 1936, formando o símbolo dos Jogos Olímpicos. No entanto, só em

1967, a Federação Internacional de Ginástica, autoriza a utilização dos arcos no

Campeonato mundial, realizado na cidade de Copenhague na Dinamarca.

Tornando-se obrigatório até os dias de hoje nos campeonatos de Ginástica Rítmica

(BARBOSA-RINALDI 2009, p. 18).

Não existe um exercício corporal predominante para este aparelho. Deve

haver um equilíbrio entre os exercícios apresentados: salto, equilíbrio, pivots,

flexibilidade e ondas. Os movimentos efetuados com os arcos podem ser com uma

ou duas mãos. O arco é seguro entre o polegar e o indicador. Nunca deve ser

«agarrado» com muita força, mas sim, de uma forma solta. Pode pegar o arco de

forma normal, inversa, interior ou exterior. O arco pode ser trabalhado no plano,

frontal, sagital ou horizontal.

Como confeccionar O arco pode ser feito de

madeira ou plástico, possui entre 80 e 90 cm de diâmetro interno e para crianças

pode ser entre 60 a 75 cm e com um peso mínimo de 300 gramas. Deve ser rígido,

sem se dobrar. A cor é indiferente, no entanto, não são permitidas cor de ouro, de

prata e de bronze.

36

Fonte das ilustrações: BREGOLATO (2006,p.190,191).

ATIVIDADE

- Executar os rolamentos do arco sobre o corpo;

- Executar os rolamentos do arco sobre o solo;

- Fazer rotação com o arco em volta de uma mão ou de uma parte do corpo;

- Fazer rotação com o arco em volta de um eixo do arco: em apoio sobre o solo,

sobre uma parte;

- Fazer rotação do corpo ou em suspensão;

- Lançar o arco e pegar com uma mão;

- Passar através ou por cima do arco;

- Fazer manejo com balanceios, circunduções e movimentos em oito.

Aula nº 8

BOLA

HISTÓRIA

Conforme Peregort, Delgado (1998), o manuseio da bola como brinquedo

infantil é usado desde a época dos gregos e romanos. Mas segundo Bizzocchi,

Gimarães (1985) é que a bola passou a ser um aparelho comum no início dos anos

1920 nas escolas de ginástica da Europa. Existem duas versões em relação ao

surgimento do instrumento bola nas atividades de ginástica, primeiramente que ela

foi utilizada o Instituto Real de Ginástica na Suécia e a outra que foi introduzida nos

exercícios de ginástica pelo Henrich Medau (BARBOSA-RINALDI 2009, p. 24)

No aparelho bola o exercício corporal predominante é a flexibilidade e

ondas. A bola deve ser equilibrada sobre a mão com os dedos naturalmente unidos.

Se a bola for "agarrada" é considerada como estática, não valendo como grupo

técnico do aparelho.

37

Como confeccionar A bola feita de plástico ou

borracha tem um diâmetro externo entre 18 e 20 cm para crianças pode ser reduzida

entre 14 e 16 cm e pesa pelo menos 40 gramas no mínino e a cor pode ser livre.

Fonte das ilustrações: BREGOLATO, 2006, p.190,191.

ATIVIDADE

- Rolamentos livres sobre o corpo e sobre o solo;

- Quicar a bola com uma mão e duas mãos;

- Lançar e receber a bola com diferentes partes do corpo;

- Fazer manejo com balanceios, circunduções e movimento em oito;

- Fazer a rotação da bola ao redor de seu próprio eixo;

- Equilibrar a bola na mão ou em outra parte do corpo;

- Trocar a bola de mão da direita para esquerda sem perder o contato.

Aula nº 9

CORDA

HISTÓRIA

Brincar com a corda é uma atividade lúdica antiga. Segundo alguns autores,

entre os quais Peregort, Delgado (1998) e Marins (1999), trazem que a corda foi um

dos primeiros aparelhos da ginástica rítmica. Sendo um instrumento muito eficaz

para trabalhar a condição física, e permite-nos melhor qualidade físicas tais como a

resistência, a força inferior (pernas) e a coordenação motora. Segundo Bizzocchi,

38

Guimarães (1985) e Llobet (1998), este aparelho aparece pela primeira vez em

Copenhague, na Dinamarca no III Campeonato do Mundo de Ginástica Rítmica

Desportiva em 1967 (BARBOSA-RINALDI 2009, p.8).

O exercício predominante deste aparelho é o salto. A corda pode ser

segurada aberta, dobrada em dois, em três ou em quatro (pelas mãos ou por uma

mão), no entanto a técnica principal é o trabalho da corda aberta, segura pelas duas

mãos nas extremidades durante os saltos e as dificuldades. Diferentes tipos de

pegar a corda: livre ou aberta, corda fechada ou dobrada.

Como confeccionar: a corda pode ser feita de qualquer

material sintético ou de sisal, sem punhos, com nós nas pontas. Seu comprimento

deve ser de acordo com o tamanho, à altura da ginasta, isto é, quando pisada ao

meio, as pontas devem chegar aos ombros, mantendo os braços esticados.

Fonte das ilustrações: BREGOLATO (2006,p.190,191).

ATIVIDADE

- Saltitar no lugar para frente, para trás e para a esquerda e para a direita (procurar

evitar que a corda toque o chão ou os membros inferiores;

- Agora em progressão;

- Lançar e receber a corda: aberta e dobrada; agarrada por uma ou duas mãos;

- Fazer manejo com balanceio (balançar a corda);

- Fazer circunduções (movimento de braço, movimentos amplos);

- Fazer o movimento em oito;

39

- Executar saltos e saltitos por dentro da corda em todas as direções: para frente,

para trás, para esquerda e para a direita, girando, etc.

Aula nº 10

FITA

HISTÓRIA

A fita é um dos aparelhos mais bonito da ginástica rítmica, pelo visual

colorido e o efeito de movimentos durante sua execução. Segundo Bizzocchi,

Guimarães (1985), Peregort, Delgado (1998), e Llobet (1998), ela foi introduzida

como elemento obrigatório no Campeonato Mundial em Cuba no ano de 1980

(BARBOSA-RINALDI 2009, p.40).

Os espirais e as serpentinas devem ser executados com os braços

estendidos, utilizando a articulação do pulso. Os movimentos de maior amplitude

como as circunduções e os movimentos em oito devem também ter os braços

estendidos com a utilização da articulação do ombro.

Como confeccionar

A fita pode ser de cetim ou de seda e seu peso não deve ultrapassar 35mg, ter a

largura entre 4 e 6 cm e 6 metros de comprimento. A vareta, também chamada de

estilete, que segura a fita é usualmente feita de madeira, bambu, plástico ou fibra de

vidro, mede 1cm de diâmetro e entre 50 e 60 cm de comprimento.

Fonte das ilustrações: BREGOLATO, (2006,p.190,191).

40

DICA

Material alternativo, substituir por papel crepom a fita e a vareta por jornal revestido

com fita crepe.

ATIVIDADE

- Manejar a fita executando balanceios, circunduções e movimentos em oito;

- Lançamentos com boomerang;

- Passagem através ou sobre o desenho da fita com todo o corpo ou uma parte.

TAREFA

O professor irá dividir a turma em grupos, solicitando que montem uma série

coreográfica com os aparelhos que os alunos conheceram ( arco, bola, corda e fita).

Em seguida, apresentarão para os demais.

REFERÊNCIAS

BARBOSA-RINALDI, I. P. et.al. Ginástica rítmica: aspectos histórico-culturais e

técnico-metodológicos dos aparelhos. Maringá: Eduem, 2009.

BARBOSA-RINALDI, I. P. et.al. Ginástica rítmica: história, características,

elementos corporais e música. Maringá: Eduem, 2009.

BIZZOCCHI, L. A. G.; GUIMARÃES, M. D. S. Manual de ginástica rítmica

desportiva. São Paulo: Leme Empresa Editorial, v.1, 1985.

BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da ginástica. Livro do professor e do aluno.

(2ª Ed.). São Paulo: Ícone, 2006.

41

KOREN, S. B. R. A ginástica vivenciada na escola e analisada na perspectiva da

criança. Campinas, SP: [s.n], 2004. Dissertação de Mestrado em Educação Física,

UNICAMP.

LAFFRANCHI, Bárbara. Treinamento desportivo aplicado à ginástica rítmica.

Londrina, PR: UNOPAR, 2001.

LLOBET, A. C. Gimnasia rítmica deportiva: teoria e prática. Barcelona: Paidotribo,

1998.

PEREGORT, A. B. DELGADO, C. D. 1000 ejercicios y juegos de gimnasia rítmica

deportiva. Barcelona-España: Paidotribo, 1998.

PORTAL EDUCACIONAL DO ESTADO DO PARANÁ/Secretaria de Estado da

Educação do Paraná. www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acessado em 08 junho de

2010.

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UNIDADE IIi – MALABARISMO/EQUILÍBRIO

MALABARISMO

O malabarismo vem sendo conhecido há séculos como a arte do

entretenimento, anterior ao teatro e cinemas modernos assim como os músicos, que

desde épocas remotas, como os trovadores, viajaram levando cultura e diversão a

muitos.

É a arte de manipular objetos com destreza, é uma das mais típicas que

acompanha o circo desde os tempos remotos. Por ser uma atividade de

característica lúdica ela faz com que o aluno volte a reviver sua infância e os

personagens que compõe a brincadeira infantil. Os elementos coordenativos são

altamente desenvolvidos, assim como o ritmo, visão periférica, e lateralidade.

Conhecemos hoje como a arte de entretenimento e como um espetáculo.

É impossível saber que impulso moveu o primeiro malabarista a praticar o

malabarismo. Mas pode-se saber que, de imediato, foi considerado pelo homem

como algo muito bonito de ver. Mas não é fácil de manusear, é necessário

dedicação e prática e ter habilidade.

A representação mais antiga que conhecemos da prática do malabar, comumente denominamos “malabares”, antes mesmo de receber tal definição, encontra-se no Egito na décima quinta tumba de Beni Hassan, príncipe do Império Médio entre 1994 e 1781 a.C. de acordo com Gomes (2000), há imagens de figuras malabarísticas decorando objetos os quais simulam a destreza de mulheres egípcias utilizando-se de várias bolas (BORTOLETO 2008, p.39).

Podemos afirmar que malabares além de diversão é também uma terapia,

porque mexe com o corpo, mente. Trabalha diferentes partes do organismo de forma

lúdica. Quando você esta praticando esquece tudo, não tem tempo para pensar em

nada, quem pratica trabalha a concentração, atenção, lateralidade, coordenação

motora, respiração, reflexos, etc.

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A diversidade dos malabares é tanta que podemos trazer que o número de

combinações possíveis para colocar em ação esta pratica é infinita e depende

exclusivamente do malabarista da sua vontade de provar novas tarefas.

Embora existam muitos tipos de malabarismo, ele geralmente consiste em

manter objetos no ar, lançando e executando manobras e truques. Lembrando que

cada pessoa tem sua maneira de lançar, agarrar e sua forma e seu tempo de

aprender.

Vamos ver quais as possibilidades de ação com a criação de materiais

alternativos e o aprendizado das técnicas de malabares com cada um dos materiais

utilizados (bola; clave; arco; diabolo; swing; devil stik).

O professor junto com os alunos ensinará todo o processo de construção de

alguns dos materiais utilizados. Depois pedirá aos alunos que demonstrem em cada

elemento o que eles conhecem e em seguida demonstrará como executar passo a

passo durante as aulas.

OBJETIVOS:

- Demonstrar e conhecer a diversidade das técnicas circenses/malabaristicas;

-Divulgar a importância dos malabares na formação educacional (motora e

cognitiva);

- Praticar a fabricação de alguns instrumentos malabaristicos básicos a partir de

material reciclado ou de baixo custo;

- Conhecer um pouco metodologias e processos de ensino das técnicas básicas de

malabares;

- Buscar a construção de elementos cênicos básicos possíveis no circo.

REFERÊNCIAS

BORTOLETO, M. A. C. Introdução à pedagogia das atividades circenses. Jundiaí

SP: Fontoura, 2008.

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DOZE AULAS

Aula nº 1

MALABARISMO (BOLAS)

Material utilizado

- 15 Bexigas; Painço (300 gr.);Copinho de plástico, Funil ( garrafa pet) e Tesoura.

Como confeccionar

1. Corte uma garrafa pet, fazendo um funil;

2. Coloque aproximadamente 100 gramas de painço (comida de periquito), na

outra garrafa, utilizando o funil;

3. Prenda uma bexiga na boca da garrafa, fazendo com que o ar e o painço,

seja transferido para a bexiga;

4. Retire todo o ar da bexiga e amarre-a e corte perto do nó;

5. Recobrir a bexiga com 3 ou 4 bexigas, uma sobre a outra. Para facilitar a

colocação das bexigas, se recomenda cortar o pescoço das mesmas. Por

outro lado é importante que cada bexiga esteja orientada (a boca) de forma

oposta a anterior, assim uma tapará o espaço deixado pela outra, e o painço

não escapará.

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Aula nº 2

MALABARISMO ( BOLAS)

Material utilizado

- bolas de malabares.

Como manusear

Exercício com uma bola: lance de uma mão para a outra, na altura dos olhos,

fazendo um arco, não um círculo. Depois de ter realizado com certa facilidade,

passaremos para a fase seguinte;

Exercício com duas bolas: jogue a 1ª bola que esta na sua mão direita em um arco

na altura dos olhos e quando ela estiver no ponto mais alto, lance a 2ª;

Exercício com três bolas: Agora começa a dificultar, pois realizaremos com três

bolas: a 1ª e a 3ª estão na mão direita a 2ª, na esquerda.Lance a 2ª quando a 1ª

chegar ao ponto mais alto, quando a 2ª chegar ao alto, lance a 3ª.

http://www.wikipedia.org.brmalabarismo

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DICAS

- No início sentimos que temos que andar para frente a cada lançamento e

recepção. Tente então jogar de frente a uma parede ou na frente da cama o que não

deixa o corpo avançar, criando uma maior elasticidade no tronco, nos braços e não

mãos.

- As bolinhas em quatro cores, durante o movimento nas mãos, com bastante

velocidade, criam a ilusão de serem esferas de uma cor só! A velocidade do

movimento faz esta ilusão de ótica parecer maior ou menor e também a esfera pode

parecer variar de cor.

CURIOSIDADE

Os malabares de lançamento mais comum são bolinhas, que normalmente são

apresentadas em 3 bolinhas. O recorde de bolinhas, lançadas em cascata, foram 13.

O feito foi realizado por Peter boné no dia 7 de novembro de 2005.

Aula nº 3

MALABARISMO (ARCO)

Material utilizado

- 2 papelões de um mínimo de 36x36cm; Fita isolante; Cola; Compasso.

Como confeccionar

01. Marque os círculos exteriores e interiores em cada papelão. Com um raio de

16 e 12 cm respectivamente, utilizando um compasso;

02. Recortamos;

03. Agora cole os dois aros para que adquiram resistência;

04. Na borda exterior passe uma volta de fita isolante;

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05. Cubra o aro todo com fita isolante;

06. E, finalmente, decore como preferir.

Fonte das ilustrações: www.ensaimadamalabar.com

Aula nº 4

MALABARISMO (ARCOS)

Material utilizado

- arcos.

Como manusear

Exercícios com um arco:

-Explorar as mais diferentes maneiras de lançar e pegar o arco, os mais diferentes

ritmos e tempos de lançamento.

- Lançar e pegar com a mesma mão.

- Lançar e pegar com a outra mão.

- Lançar bem alto.

- Dois a dois um lançando um para ao outro.

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- Buscar equilibrar o arco, nas partes do corpo (mãos, dedos, braço, etc.), sem que a

postura corporal seja incômoda ou que provoque problemas para visualizar a

situação (o espaço, o público, os companheiros, etc.)

Exercícios com dois arcos:

- Com um arco em cada mão, lançar e pegar com a mesma mão.

- Com um arco em cada mão, arremesse o da mão direita para a esquerda, quando

este estiver voltando do ponto mais alto, lançar o arco da mão esquerda para a

direita (movimento cruzado completo).

- Manter o treino com dois arcos até desenvolver ritmicidade nos movimentos

(colocar uma musica nesta etapa).

Exercício com três arcos:

- Iniciar com o lançamento da mão direita para a esquerda e esta da esquerda para

a direita, fazer o movimento cruzado de apenas um arco, mantendo os outros em

suas respectivas mãos.

Movimento cruzado completo com três arcos:

- Iniciar com a mão que apresenta dois arcos, lançar o primeiro da direita para a

esquerda, quando este estiver voltando do ponto mais alto, lançar o arco da mão

esquerda para a mão direita e na seqüência quando estiver voltando do ponto mais

alto, lançar o terceiro arco que está na mão direita para a esquerda.

- Tente fazer três movimentações bem coordenadas e assim quatro movimentos e

na seqüência cinco, seis e sete. Por fim tentar o movimento contínuo durante uma

música ou contagem mais longa.

Jogo em parceria:

- Com quatro arcos, dois alunos, fazer arremessos sempre da mão direita para a

mão direita do parceiro e da esquerda para a mão esquerda do parceiro (Movimento

cruzado em parceria).

- Com quatro arcos, dois alunos, fazer arremessos sempre da mão direita para a

esquerda do parceiro e da esquerda para a mão direita do parceiro (movimento

paralelo em parceria).

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Com cinco arcos, dois para um jogador e três para o outro. Inicia com o jogador com

três arcos fazendo seu primeiro movimento paralelo (mão direita para mão

esquerda).

DICA

Esta atividade pode ser realizada também com claves e bolinhas ou ainda esses

malabares misturados.

Aula nº 5

MALABARISMO (SWING)

Material utilizado

- Fita de cetim (4 metros); Corda bem fina; Bolas de malabares (painço e bexiga);

Duas argolas de chaveiro; Tecido de naylon (1metro); Tecido preto para encapar as

bolas; Presilhas (duas).

Como confeccionar

01. Primeiro fazemos as bolinhas de malabares ( com painço e bexigas).

02. Costura a fita de naylon, deixando um espaço para passar as argolinhas.

03. Prende a cordinha nas argolas de chaveiro.

04. Corta o tecido e costura as fitas de cetim, prendendo na costura.

05. Encapar com tecido as bolinhas e prende com as presilhas a outra

extremidade das cordinhas.

06. É isso aí! Temos um swing em meia hora!

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Aula nº 6

MALABARISMO (SWING)

Material utilizado:

- swing.

Como manusear:

Lateral para frente: a bolinha gira lateralmente à posição do corpo, passando

primeiro em frente ao corpo, depois por trás.

Lateral inverso: a bolinha gira lateralmente à posição do corpo, passando primeiro

por trás, sentido contrário ao lateral para frente.

Treinar o movimento do exercício anterior com as duas mãos em sentidos iguais e

diferentes.

Lateral frontal (ou inverso) sincronizado: iniciar o movimento frontal ou inverso

com as duas mãos ao mesmo tempo.

Lateral frontal (ou inverso) alternado: iniciar o movimento primeiro com a mão

direita e depois com a esquerda, lançando a bolinha a frente ( frontal) ou para trás(

inverso) em tempos, intervalos diferentes.

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Oito ou infinito lateral (wave-onda): iniciar com apenas uma mão o movimento

lateral frontal. Segurando com a mão direita gire uma vez a frente do corpo e na

volta deste giro passe a bolinha por sua lateral esquerda, retornando-a em seguida

em frente ao corpo e depois à lateral direita. Dar continuidade ao movimento, fazer o

mesmo com a mão esquerda.

Treinar depois com as duas mãos. Lembrando que neste caso inicia-se com um

movimento lateral frontal alternado e então dá-e continuidade com as ondas.

Cruzado frontal (oito lateral cruzado): com as duas mãos iniciar com o movimento

lateral frontal sincronizado (mãos direita e esquerda ao mesmo tempo) e então fazer

um X no ar frente do corpo. As bolinhas farão o retorno para o 2º giro passando

pelos ombros opostos ao das mãos que seguram o swing, seguindo à frente do

corpo novamente (2º X no ar) voltando às laterais ao qual iniciavam. Repetir esse

mecanismo várias vezes.

Giro frontal: girar a bolinha à frente do corpo, como o ponteiro de um relógio em

sentido horário e anti-horário.

Borboleta frontal: (butterfly): iniciar com os braços esticados lateralmente o

movimento lateral frontal sincronizado. Aos poucos ir aproximando os braços

esticados a frente do corpo mantendo o movimento até que este se torne um

movimento de giro frontal com a mão direita no sentido anti-horário e a mão

esquerda no sentido horário. Mantenha o movimento sincronizado, para que surja

frontalmente a imagem de uma borboleta batendo as asas.

DICA

O swing foi apresentado uma grande diversidade de movimentações elaboradas e

criadas com a ritmicidade da música. È interessante se soltar, dançar e “swingar”

com boas músicas.

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Aula nº 7

MALABARISMO (CLAVES)

Material utilizado

- Cabo de vassoura (três pedaços de 45 cm); Três garrafas de plástico de 600 ml (

cortar o fundo); Fita isolante; Papel EVA ( preto e colorido).

Como confeccionar

01. O primeiro passo é cortar o fundo das garrafas

02. Pegar a garrafa e aquecer no fogo a boca

03. Introduzimos o cabo de vassoura (45 cm) na boca da garrafa até a onde foi

cortado.

04. Colocar a bolinha de painço no fundo da garrafa, sendo que fique apoiada no

cabo da vassoura

05. Prender a bolinha na garrafa com a fita isolante até ficar firme.

06. Encapar o cabo com folha de EVA do gosto.

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Aula nº 8

MALABARISMO (CLAVES)

Material utilizado

- claves

Como manusear

Exercício com uma clave: lançar a clave para que ela gire uma vez no ar; lançar e

pegar com a mesma mão; lançar e pegar com a outra mão (movimento cruzado).

Manter o treino com uma clave até equilibrar o movimento entre a mão esquerda e

direita.

Exercício com duas claves: com uma clave em cada mão, lançar e pegar com a

mesma mão; com uma clave em cada mão, arremessar a clave da mão direita para

a esquerda, quando esta estiver no alto, arremessar a clave da mão esquerda para

a direita (movimento cruzado completo).

Manter o treino com duas claves até desenvolver uma certa ritmicidade nos

movimentos ( uma contagem ou musica é interessante)

Exercício com três claves: Duas claves na mão direita e uma na esquerda. Iniciar

o arremesso com a mão direita de apenas uma clave, fazer o movimento cruzado

mantendo uma clave em cada mão e somente uma no ar.

Movimento cruzado completo com três claves: Iniciar com a mão que apresenta

duas claves. Arremessar a primeira da mão direita para esquerda, quando esta

estiver no alto, lançar a clave da esquerda para direita, dar continuidade ao

movimento.

Tente fazer três movimentações bem coordenadas. Depois quatro movimentações,

seguem cinco, seis, sete e então o movimento contínuo durante uma música.

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CURIOSIDADE

Cláudia, que é a única mulher no mundo a jogar 7 claves, conta que para chegar o

grande dia de se apresentar, eles têm que treinar e ensaiar exaustivamente por, no

mínimo, 4 anos! Tudo para uma apresentação perfeita!!

Aula nº 09

MALABARISMO (DEVIL STICK OU BASTÃO CHINÊS)

Material utilizado:

- Sarrafo de 2,5cm X 1 cm;Um bastão de 60 cm; dois bastões de 35 cm; Câmara de

bicicleta.

Como confeccionar

01. Comece cortando a câmara. Se for fina corte só por um lado, se for mais

grossa, corte em dois para que resultem em duas tiras não muito largas. O

ideal é tirar a válvula para que não incomode na hora de manusear o

instrumento.

02. Agora forre as três varinhas com a câmara, mas antes tire o pozinho que elas

têm para que não fique escorregadio. Agora encape as varinhas até o final.

Faça o acabamento das extremidades escondendo as pontas.

03. Para fazer as franjas será preciso duas tiras de câmara de 10 cm de largura e

35 de comprimento. Corte as franjas até sobrar uns 2 cm sem cortar na

extremidade. Fica mais bonito com franjas cortadas com 3 ou 4 mm.

IMPORTANTE: o tamanho da franja é o que tira ou dá velocidade ao

aparelho. Quanto maior a franja, menor a velocidade.

04. Para terminar, enrole as franjas nas extremidades das varinhas e fixe-as com

uma tirinha da câmara

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05. Um último conselho: para que o instrumento tenha melhor aderência, passe

papel lixa nas três varinhas, ou um pano molhado com aguarrás. Faça o teste!

Fonte das ilustrações: www.ensaimadamalabar.com

Aula nº 10

MALABARISMO (DEVIL STICK OU BASTÃO CHINÊS)

Material utilizado:

- devil stick ( bastão chinês).

Como manusear

Ajoelhado

- Descanse o bastão entre uma baqueta e o chão a um ângulo. Erga o com a

baqueta. Obs.: erga diagonalmente.

- Parada que ergue e a vara mudará o seu centro para o outro lado. Pegue o bastão

com a baqueta oposto.

- Continue erguendo o bastão de um lado para outro. Você deve erguer o bastão,

não ficar batendo nele, para cima. Este movimento básico é chamado o tick-tack.

Em pé

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- De uma posição parada, esteja de segure o bastão com seu dedo polegar. Lance

para sua outra mão.

- Pegue a vara com a outra vara de mão e, com movimento de levantamento, lance

para outra novamente.

- Continue erguendo a vara de um lado para outro. Este movimento é o mesmo tick-

tack, só que você o faz em pé.

DICA:

Quanto mais alto você bater, mais rapidamente girará. A maioria dos SOS truques

são feitos acima da linha do centro.

Aula nº 11

DIABOLO

Material utilizado:

- Duas formas de pudim de plástico; um eixo traseiro de bicicleta com seu separador

de roda/rolamento (é o núcleo do diabolo) e suas porcas; arandelas metálicas, que

passem pelo eixo; corda para diabolo; duas barras de madeira de uns 35 cm e 12

mm de diâmetro.

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Como confeccionar

01. Com uma furadeira fazer um furo no fundo da forma, procurando que seja do

mesmo diâmetro do eixo, e o mais central possível, isso é importante.

02.Troque a broca e faça um furo na extremidade de cada varinha, servirá para

passar a corda e fazer o nó. A mediada das varinhas é de 35 cm.

03. A peça central, ou seja, o separador de rolamento/roda, antes mencionado, deve

ser colocado no centro do eixo.

04. Adicionar as arandelas para dar peso. Ele deve pesar entre 250 e 300 grs.

05. Este é o nó, e a corda deve medir aproximadamente a altura do solo até o ombro

sem contar as varinhas.

06. Encapar a extremidade da varinha onde a pessoas que for manusear.

Fonte das ilustrações: www.ensaimadamalabar.com

Obs: Este material deve ser confeccionado por um adulto por utilizar a furadeira.

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Aula nº 12

MALABARISMO (DIABOLO)

Material utilizado:

- diabolo.

Como manusear:

1. Posicione o diabolo na sua direita, comece a girar da direita para esquerda;

2. Quando o diabolo estiver na sua frente, no centro do seu corpo, tente levantá-

lo para cima com o pau direito (lembrando que os canhotos devem inverter estas

instruções);

3. Acelere a rotação (giratória) com rápidos movimentos do punho direito, dando

velocidade ao diabolo e deixe ele nivelado;

4. Abra os paus para lançar o diabolo. A recepção do diabolo se realiza com o

pau direito, e a descida com a mão direita;

5. O mais rápido possível acelere a rotação com movimentos da mão direita e

estabilize o diabolo.

CURIOSIDADE

O diabolo foi descoberto na China, é praticado a mais de 4000 anos. Foi chamado

de "Kouem-gen" durante a dinastia Han (206 a.C.),que significa "feito de bambu".Na

verdade, ainda hoje, na China existem diabolos feitos de bambu, com orifícios

laterais que o fazem assobiarem quanto roda.

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TAREFA

Quando os alunos aprenderem a seqüência básica, dominarem os malabares

procurarem realizar uma demonstração de suas habilidades para seus colegas. Usar

a criatividade é o mais importante.

EQUILIBRIO

O equilíbrio visa a ampliação do conteúdo motor e da consciência corporal

do indivíduo por meio de trabalhos em equilíbrios estáticos e dinâmicos,

individualmente ou em grupos. Tratando o ser humano em suas diversas áreas,

sendo elas avaliadas direta ou subjetivamente. Desenvolve habilidades como a

agilidade, coordenação motora e ritmo, podendo ser utilizada para a abordagem dos

mesmos, além de mexer com a afetividade dos alunos ao trabalhar a auto-estima e

capacidade de superação, socialização, confiança em si mesmo e nos colegas,

solidariedade e a cooperação.

Segundo Bortoleto (2003), o equilíbrio sobre o “pé de lata”, denominado por

ele de plataforma, é diferente de quando estamos com a planta dos pés no chão,

muda a orientação visual devido ao aumento da distância do solo, tamanho dos

passos, ângulo de visão, e causa instabilidade pela falta de informação que

recebemos do chão quando caminhamos normalmente, esta experiência causa uma

alteração em todo o sistema proprioceptivo. Isto causa insegurança e desequilibro

no início da atividade. Mas esta instabilidade pode ser superada com o desenvolver

dos exercícios.

Trata de um equilíbrio estável, realizado sobre latas (plataformas que

simulam as alterações da perna de pau), onde os participantes devem caminhar e

deslocar-se explorando todas as possibilidades possíveis. Evidentemente, como se

trata de um procedimento pedagógico, que serve de passo anterior à prática da

perna de pau, a superfície da lata em contato com o solo é grande suficientemente

para poder dar a estabilidade necessária ao praticante, algo que não ocorre com a

perna de pau.

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O rolo-americano consiste em um equilíbrio de natureza instável e dinâmica,

no qual o executante jamais conseguirá estabelecer um ponto fixo de equilíbrio e

suas ações devem estar constantemente regulando o equilíbrio corporal, consciente

de que o equilíbrio estático e estável nesta situação é impossível.

Os equilíbrios oferecem possibilidades de trabalho com diversos materiais (a

exemplo do pé-na-lata, da perna de pau, o rolo americano, além de algumas

técnicas de solo). O objetivo deste conteúdo, na prática, consiste na vivência destas

possibilidades.

REFERÊNCIAS

BORTOLETO, Marco Antônio. Perna de pau circense: o mundo sob outra

perspectiva. Revista motriz. Rio Claro, v.9, n.3, 2003.

OBJETIVOS:

- Adquirir confiança em si próprio e nos colegas, nas atividades de equilíbrio.

- Vivenciar os conteúdos de equilíbrio na prática.

- Desenvolver, a agilidade, coordenação motora e ritmo.

- Conseguir equilibrar sobre a perna de pau e andar com pé na lata.

- Buscar a construção de elementos cênicos básicos possíveis no circo.

DUAS AULAS

Aula nº 1

EQUILIBRIO (PÉ NA LATA E PERNA DE PAU)

Material necessário:

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- 2 latas de Nescau; Barbante para fazer as alças do pé na lata; um prego e um

martelo (para furar a lata); elástico suficiente para fixar os pés dos alunos nas latas

(resistente) e 1 par de perna de pau.

Como confeccionar

1. Fazer seis furos no fundo das latas (3 diametralmente opostos a outros 3)

2. Peça para os alunos que passem o barbante e o elástico pelos furos (para

cada lata serão necessários dois pares de elástico e um barbante com,

aproximadamente, 1,5 metros).

3. Os elásticos devem ser ajustados para prender o pé à lata como uma

sandália alta. E o barbante irá formar uma alça para ser segurada pelas

mãos.

4. Os nós deverão ficar do lado de dentro da lata, e para garantir que não irão

passar pelo furo, o barbante e o elástico podem ter as extremidades atadas

umas nas outras.

5. O professor deve cuidar para que todos os alunos amarrem os dois pares de

elástico de forma que a lata fique bem firme no pé, para garantir maior

segurança.

Como andar (pé na lata)

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Este é um equilíbrio estável, realizado sobre latas, onde os alunos devem caminhar

e deslocar-se explorando todas as possibilidades possíveis, é um procedimento

pedagógico, que serve para à prática da perna de pau, a superfície da lata em

contato com o solo é grande suficientemente para poder dar a estabilidade

necessária ao aluno, isso não ocorre com a perna de pau.

Os alunos devem calçar os “pés de lata” partindo da posição sentado, e num plano

mais alto que ela, seguindo o processo a baixo:

1° passo – subir no “pé de lata” com auxilio;

2° passo – subir no “pé de lata” sem auxilio;

3° passo – descer do “pé de lata” usando a cadeira;

4° passo – mudar o passo, com auxilio de um ou dois colegas;

5° passo – caminhar sozinho com a ajuda do barbante;

Sugestão: que a turma seja dividida em grupos de 3 alunos, e que cada aluno seja

auxiliados por outros dois, um de cada lado, para subir e descer do “pé de lata” e

começar a caminhar. Alguns terão maior facilidade que outros, mas é papel do

professor deixar claro que essa é uma atividade que apresenta um perigo e deve ser

realizada com cuidado e observando as capacidades individuais de cada um. É

importante incentivar a cooperação entre todos, por meio de exercícios realizados

em grupos de dois, três ou mais alunos.

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DICA

Ao iniciar esta atividade, o professor deve fazer uma breve introdução sobre a perna

de pau circense, e as habilidades que os artistas têm que trabalhar para dominar a

técnica de caminhar, abaixar, levantar, saltar e correr com pernas de pau.

No final da aula o professor deve sempre questionar quais foram as sensações que

os alunos tiveram ao subir na plataforma pela primeira vez, ao caminhar, etc.

CURIOSIDADE

Essa arte extrapola o mundo do circo, a perna de pau circense, uma técnica utilizada

por artistas circenses, para citar um exemplo, está presente no carnaval

pernambucano, nas propagandas de rua e em espetáculos de teatro.

Aula nº 2

EQUILIBRIO (ROLO AMERICANO)

Material necessário

- 1 lata de Nescau ou um pecado de PVC; uma prancha de madeira; cola; borracha

ou papel de veludo.

Como confeccionar

1. Cortar uma madeira (preferencialmente uma chapa de compensado ou

madeirite de 12 mm) com 30 x 60 cm.

2. Na parte inferior pregar uma tira de 5 x 30 cm com uma distância de 5 cm de

cada extremo (nos dois lados).

3. Na superfície inferior que sobre entre estas duas tiras colar algum material

que evite escorregar (papel de veludo ou borracha).

4. O rolo pode ser feito de plástico ou PVC, desde que sua grossura suporte o

peso do aluno sem deformar (alterar sua qualidade cilíndrica). O diâmetro

recomendado para o rolo é de 15 cm.

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Fonte da ilustração: loscircolos.com.br

Como manusear

a) Subir e descer do rola-rola;

b) Ficar em pé sobre a prancha com apoio nas mãos;

c) Ficar em pé sobre a prancha sem apoio nas mãos;

d) Mover os pés pela prancha, deslizando lateralmente, lentamente e

suavemente;

e) Agachar-se sobre a prancha com e sem apoio nas mãos;

f) Girar-se lateralmente até que os pés apontem para um dos lados da prancha;

g) Forçar que o cilindro se mova por toda a prancha, ou que a prancha se mova

lateralmente (forçar o desequilíbrio);

h) Realizar pequenos saltos com apoio (sempre tomando impulso com os dois

pés ao mesmo tempo).

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UNIDADE IV – TEATRO

O teatro nasceu por meio de manifestação/rituais aos deuses, foi se

aprimorando e cada vez mais enriquecendo. É considerada a arte que engloba todas

as demais. Através dele podemos utilizar a música como trilha sonora, a dança

como expressão corporal, as artes plásticas como cenário, etc.,

Alguns fazem teatro como uma terapia, por estudar a personagem que irá

interpretar, também como aquisição de cultura, pois antes de representar uma cena,

existe um estudo sobre o personagem e a cena. Deverá conhecer o personagem

que irá representar, seus costumes, seu andar, seus gestos, etc. Quanto mais

informações tiver sobre o personagem que irá, melhor conseguirá interpretá-la e,

certamente, melhor será recebida pelos espectadores.

Atualmente se percebe uma grande aceitação do teatro na sociedade, com

benefícios em vários setores, como o da educação. Quando se estuda e se pratica

essa arte na escola, há uma melhora na formação do aluno, já que se estuda o ser

humano.

Não podemos nos esquecer de que o teatro é um jogo de atores. E um bom

ator é um bom manipulador, tendo uma visão e uma maior consciência de quando,

como e por quem somos manipulados.

A arte cênica é uma forma de arte apresentada em um palco, este não se

restringe a lugares próprios, pode ser em qualquer local onde acontece uma

representação pode ser em praças, em ruas, estando ela presente no nosso

cotidiano. Neste aspecto, podemos argumentar que o artista não é apenas o que se

apresenta nos palcos dos teatros, mas a ação criativa pertence a qualquer lugar,

desde que se utiliza de um espaço para que ela se realize.

Segundo Lopes (2010), o teatro divide-se em cinco gêneros: Trágico,

Dramático, Cômico, Musical e Dança.

- Trágico imita a vida por meio de ações completas;

- Dramático descreve os conflitos humanos;

- Cômico apresenta o lado irônico e contraditório;

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- Musical é desenvolvido através de músicas, não importa se a história é cômica,

dramática ou trágica;

- Dança utiliza-se da música e das expressões propiciadas pela “mímica”.

REFERÊNCIAS

LOPES, Patrícia. Equipe Brasil Escola.

http://www.brasilescola.com/artes/danca.htm. Acessado em 02-07-2010.

TEATRO ( JOGO DE ATOR)

QUATRO AULAS

Objetivos:

- Desconstruir a imagem que temos;

- Adquirir conhecimento de como se comportar no palco;

- Demonstrar capacidade de concentração, improvisação.

Material utilizado

- aparelho de som e CD´s

- papel e caneta

Aula nº 1

ATIVIDADE I

O professor pedirá para os alunos formarem um grande círculo e fará algumas

perguntas. Exemplo:

- Quem já participou de teatro?

- O que fez como ator?

- Quando você conta piada pode rir?

- O que acontece com o coração quando subimos no palco?

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O professor registra cada resposta e faz um comentário e acrescenta que durante a

participação de uma apresentação, devemos conter ansiedade.

ATIVIDADE II

1- Alunos andando para todas as direções;

2- Onde tem espaço tem que cobrir;

3- Andando olhando para frente;

4- Deverão andar como uma pessoa com idade de 90 anos;

5- Agora pessoas com idade de 4 anos;

6- Imitar um bebê;

7- Acabaram de nascer, todos chorando;

O professor escolhe um aluno que irá representar uma enfermeira, que deve fazer

as crianças pararem de chorar.

Agora todos sentados vamos analisar: Exercícios de improvisação.

Como você pode interpretar um velho de 90 anos (ex. bengala, corcunda,

tremendo....)?

Uma criança de 4 anos ( andando, correndo, chorando....)?

Um bebê (não fala, chora , chupa dedo....)?

ATIVIDADE III

Ainda sentados como expectadores, um de cada vez irá desfilar, passando na

frente dos demais alunos. Que deverão descobrir o que você esta representando,

imitando. Por exemplo:

- Jogando amarelinha;

- Brincadeira esconde-esconde (contar de olhos fechados);

- Brincando de estilingue;

- Representando a personagem pantera cor de rosa;

- Tomando refrigerante.

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Aula nº 2

ATIVIDADE I

O professor pedirá para os alunos fiquem sentados formando um grande círculo e

fará algumas perguntas:

- Teatro expressa emoção? Você chora, ri etc.

- Quem tem que sentir emoção? O público.

- O Teatro ajuda no que?

1. Apresentação de (malabares, ginástica...)

2. Construir um personagem

3. Fazer de conta, com que o outro acredite

4. Brincar com os sentimentos

O professor relembra o que estudado na aula passada.

Como você pode interpretar um velho de 90 anos (bengala, corcundo, tremendo....).

Uma criança de 4 anos ( andando, correndo, chorando....).

Um bebê (não fala, chora , chupa dedo...)

No teatro temos que desconstruir esta imagem.

ATIVIDADE II

Dois a dois

1. O professor questiona você já brincou de massinha de modelar?

2. O aluno será o escultor e o outro será a massinha de modelar.

3. O aluno do lado esquerdo será o escultor, irá construir, moldar.

4. O aluno do lado direito será a massinha.

5. Lembrando que massinha não fala, não ri, não anda.

6. O escultor trocando de lugar, passa por todos até chegar no seu par.

7. Ele vai moldando do seu jeito por cada massinha que passa.

O professor acrescenta dizendo agora não pode ser em pé, todos sentados ou

deitados.

Fazer alguma coisa, estátua. Ex: alguém fazendo balé, nadando, correndo.

Os escultores têm que tentar descobrir o que cada um significa.

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ATIVIDADE III

Alunos sentados em círculos. Um aluno deverá olhar para outro imitando alguma

coisa. Ex: macaco, fazendo gesto, dançando, passarinho... O outro tem que fazer o

mesmo trocando de lugar com ele. E assim até todos trocarem de lugar.

Aula nº 3

ATIVIDADE I

O professor pedirá para os alunos formarem equipes de 3 à 5 alunos.

Irá distribuir uma folha de papel e caneta, e solicitar para cada equipe escrever um

conjunto de quatro palavras.

Depois trocar a folha com as outras equipes.

Estas palavras deverão compor uma estória, elaborada por cada grupo dentro de

aproximadamente 5 minutos.

ATIVIDADE II

Voltar a folha com a estória escrita para a equipe que escreveu as palavras. Os

alunos deverão ler, ensaiar e representar para os demais.

O professor deverá comentar o que achou de cada apresentação.

Observando: concentração, capacidade de improvisação, posicionamento no palco e

reação do público.

Aula nº 4

ATIVIDADE I

O professor pedirá para os alunos andarem sem parar, preenchendo os espaços

vazios. Sem olhar para ninguém. Parou. Continua andando, ainda tem espaço vazio.

Agora alunos em fila, na diagonal. Um olhando para o outro, deverão trocar de lugar

(ir para a outra diagonal). Sem rir; fazer cara de sério; um olhar forte.

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Depois trocar novamente de lugar, só que fazendo um olhar de 1º tristeza, 2º alegria,

3º assustado.

ATIVIDADE III

Exercício de relaxamento, alongar.

Exercício de voz. Chama a outra pessoa do outro grupo. Escolher uma letra S siiiiiii.

Batendo língua no céu da boca letra Z ziiiiiiiiiiiiiii. Dizer moa moem oi môo mo (com a

mão no queixo).

Formar um círculo. Dois a dois de frente um para o outro, fazer de conta que tem

uma parede invisível, de vidro (movimentos exagerados) Ex.: soco, soco; faz que

abre a porta, imagina que tem uma portinha em baixo, passar bem apertado.

ATIVIDADE V

Alunos divididos em três, preparar uma estória de mímica. Exemplos: - Mostrar o

objeto. TV, faz que liga, volta senta. - Mostrar a corda, cabo de guerra, puxar até o

outro cair.- Mostrar a vassoura, depois varrer.

TEATRO ( PALHAÇO)

O termo palhaço se prende ao idioma italiano “palha”, tem a mesma

expressão que o revestimento do colchão de palha. E as roupas do palhaço eram

feitas do mesmo pano dos colchões, num tecido groso e listrado, bem fofa, para

parecer um colchão ambulante.

O oficio do palhaço reside na liberdade de permitir-se ser o que

verdadeiramente se é, e de fazer os outros espalharem-se e rirem de si mesmos na

confiança de estar rindo do palhaço. E isso, requer grande coragem. É um exercício

de generosidade e risco, às vezes difícil, penosa e dolorosa, mas sempre libertador,

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pois se provocar o riso é a base da profissão, ativar o pensamento e a ambição e o

fim.

O palhaço foi considerado símbolo do circo de século XIX, pois através de

suas roupas espalhafatosas, das atitudes atrapalhadas, da inversão de coisas e

partes do corpo ele fazia a platéia rir, assumindo assim, o riso, um caráter festivo.

O circo é, antes de tudo, um espetáculo visual. O palhaço faz tudo seriamente. Ele não precisa falar e sim fazer graciosos trejeitos. Sua mímica ingênua sempre consegue fazer rir. (Leonid G. Engibarov)

Na idade média aconteciam encontros para assistirem demonstração de

cavalos. Fazia muito frio e beber ajudava a passar o frio. Certa vez um soldado que

tinha por obrigação colocar as barreiras para os cavalos pularem, chegou mais cedo,

para esquentar do frio e ele bebeu além da conta. Pegou por engano a roupa de

outro soldado que era um número bem maior e foi colocar as barreiras diante de

todos, tropeçou e foi a maior gargalhada. Quando viu o capitão saiu correndo de

medo e tropeçou novamente caindo. O soldado esperou pela bronca, mais o capitão

ficou contente com o que tinha acontecido e convocou para que todos os dias ele

fizesse a mesma coisa: vestisse roupas largas, fugisse de medo, parecesse que

estava bêbado e pintasse o seu nariz de vermelho.

Foi assim por causa do frio e da bebida, que deixam o nariz vermelho, que

teria surgido o primeiro nariz de Palhaço (POSSOLO, 1998, p.6).

Atualmente, um palhaço é um ator, com o papel de divertir o público por

meio de comportamentos ridículos. Seu local de trabalho mais comum é o circo, mas

compreendemos que a arte não se restringe a lugares próprios, também pode

trabalhar em palcos, teatros, rodeios, televisão, sua ação criativa pertence a

qualquer lugar, desde que se utiliza de um espaço para que ela se realize.

Enquanto dura o tempo da representação, o palhaço transfere para a platéia

uma sensação de otimismo e esperança, revelando-se um ser que não se deixa

abater, mesmo quando todas as circunstâncias lhe parecem contrárias. Por mais

difíceis que tenham sido as experiências por ele vividas, ao final, antecipadamente,

temos a absoluta convicção de que para aquela risível criatura tudo acabará bem e

não lhe deixará uma única seqüela sequer. Nesse momento, a figura do palhaço

72

assemelha-se a uma entidade superior, que provoca o riso justamente pelo inusitado

do que lhe ocorre e pelo inesperado de suas reações diante das adversidades.

Muitos palhaços não são identificados pela sua aparência, usam maquiagem

e fantasias pesadas, sapatos grandes, roupas largas com tons berrantes, cores

brilhantes e com remendos, chapéus alegóricos, perucas ou penteados e cores

incomum e usa um falso nariz redondo de cor vermelha. Também caracterizado

pela capacidade de criar, a partir da sua sensibilidade, os componentes para uma

relação que efetive o contato estético entre o seu personagem e aqueles que o

assistem.

Ser palhaço é saber disfarçar a própria dor. É saber esconder que também é sofredor, porque se o palhaço está sofrendo, ninguém deve perceber, pois o palhaço nem tem o direito de sofrer. Roger Avanzi conhecido como palhaço Picolino

Sem o palhaço o circo não teria a menor graça, pois ele encanta as pessoas,

fazendo elas rirem com suas palhaçadas.

QUATRO AULAS

Objetivos:

- Conhecer alguns os tipos de palhaços

- Criar sua própria imagem de clown

- Aprender a maquiagem

Material utilizado:

Nariz vermelho; Maquiagem; Perucas; Óculos; Chapéu; Roupas de palhaço.

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Aula nº 5 e 6

ATIVIDADE I

O professor perguntará para os alunos se eles conhecem algum tipo de palhaço. Em

seguida apresentará alguns tipos e suas principais características. Depois irá sortear

cinco alunos que serão maquiados com as características dos palhaços estudados.

PALHAÇO CARA BRANCA

É considerado o mais elegante e

metido. Sua forma de apresentação é

cheia de números que exigem

habilidade treino. Quando assistimos

aos espetáculos, ele é o responsável

por atirar a torta e nunca recebe uma

na cara. Ele representa a lei, a ordem,

o mundo adulto, a repressão.

PALHAÇO MÍMICO

Esse palhaço tem uma característica

que os outros não têm. Ele nunca fala

e, para se comunicar, usa as mãos e o

corpo para contar histórias

engraçadas. A maquiagem termina na

linha do queixo, deixando o pescoço

descoberto.

PALHAÇO AUGUSTO

Este palhaço é o mais clássico. É

sempre vítima do palhaço de cara

branca e nunca faz nada direito. Veste

se com roupas largas, peruca, além de

maquiagem e nariz vermelho

PALHAÇO VAGABUNDO OU

ANDARILHO

O palhaço vagabundo foi inspirado em

moradores de ruas da Europa. Sua

maquiagem é uma barba falsa e usa

roupas rasgadas ou com remendos.

AUGUSTO EUROPEU OU CLOWN

Ficou popularizado por realizar

trabalhos em hospitais. Não usa

fantasia (só o nariz), mas escolhe

peças lúdicas, como macacão ou

suspensório. Para melhor visualização

desse palhaço, assista ao filme: Path

Adams – O Amor é Contagioso. (EUA,

1998). Direção: Tom Shadyac.

Fonte das ilustrações:Livro didático p.106,

2006.

75

TAREFA

A partir de uma pesquisa, na construção de uma série de ações (expressivas),

cada pessoa pode elaborar a sua imagem de clown. Assim, os alunos em

grupos deverão escolher um destes tipos de palhaço ou criar o seu,

procurando em outras fontes mais característica e trazer para próxima aula

para apresentar para os demais alunos.

Aula nº 7 e 8

ATIVIDADE

Existem palhaços de diversos tipos e categorias, dentre estes que foram

apresentados nas aulas anteriores (figura abaixo) com suas características e

mais algumas que foram pesquisadas. Os alunos em grupos deverão escolher

um dele e apresentar um teatro (número circense), para os demais alunos da

sala.

CURIOSIDADE

Os palhaços brasileiros que fizeram mais sucesso nos circos brasileiros foram:

Carequinha, Arrelia, Torresmo e Piolin.

REFERÊNCIAS

Livro de Didático Público. Educação Física. Ensino Médio. Secretaria de

Estado de Educação.Curitiba, PR. 2006.

POSSOLO, Hugo. Cara de palhaço, pinta de palhaço. Folha de São Paulo,

23 Maio, 1998. Folhinha, p.6.

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TEATRO (DANÇA)

A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na pré-

história, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando

mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros ritmos,

conjugando os passos com as mãos, através das palmas.

O surgimento das danças em grupo aconteceu por meio dos rituais

religiosos, onde as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o

sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram que as mesmas

surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.

Desde 1982, no dia 29 de abril comemora-se o dia internacional da

dança, instituído pela UNESCO em homenagem ao criador do balé moderno,

Jean-Georges Noverre.

A dança é a arte de mexer o corpo, por meio de uma cadência de

movimentos e rítmico criando uma harmonia própria. Não é somente através do

som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem

acontecer independentes do som que se ouve, e até mesmo sem ele.

Nas cortes do período renascentista, as danças voltaram a ter caráter

teatral, que estava se perdendo no tempo, pois ninguém a praticava com esse

propósito. Praticamente daí foi que surgiram o sapateado e o balé,

apresentados como espetáculos teatrais, onde passos, música, vestuário,

iluminação e cenário compõem sua estrutura.

REFERÊNCIAS

BARROS, Jussara. Graduada em Pedagogia. Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/artes/danca.htm. Acessado em 02-07-2010.

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DUAS AULAS

Objetivos:

- proporcionar ao aluno que reflita sobre a dança na escola;

- descobrir novas possibilidades de movimentos;

- desenvolver o rítmico individualmente e em grupo.

Material utilizado

- aparelho de som e CD´S

Aula nº 9 e 10

ATIVIDADE I

O professor pedirá para os alunos formarem um grande círculo e fará um

alongamento individualmente, depois em dupla. Em seguida pedirá para que:

1. Caminhe pelo espaço de olhos fechados, observando os batimentos do seu

coração, se está agitado ou calmo;

2. Continuar deslocando agora no ritmo da música, o professor irá variar o

ritmo das músicas, lenta, rápida, ritmos diferentes;

3. Agora em duplas, o mesmo exercício anterior, depois em trios.

4. Irão controlar os movimentos dos seus companheiros, como se fosse uma

marionete, explorando todos os espaços ao seu redor no rítmico da música.

ATIVIDADE II

Voltar a caminhar individualmente. Depois.

1. Caminhe pelo espaço imaginado que está carregando um saco de cimento e

de repente se transforma numa pena;

2. Fazer de conta que você esta sendo prensado por uma parede;

3. Agora virar um passarinho, depois um elefante;

4. Colocar o aluno em contraste leve e pesado (sugerir mais atividades);

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5. Propor que o aluno explore todo o espaço e direções e quando ouvir a

música, deverá identificar se ela apresenta movimentos leve (suave) ou pesado

(firme) e movimentar-se de acordo com o rítmico.

O professor irá selecionar uma música e dividir a turma em grupos e solicitar

que criem uma coreografia de acordo com as possibilidades de cada grupo.

TAREFA

Os alunos deverão fazer uma pesquisar sobre as danças populares, e trazer

alguma sugestão de dança que possa servir com requisito para uma

apresentação no circo.

Fonte da ilustração: www.colegiosinaruja.com.br/eventos, 2006.

“Enquanto houvEr criança havErá palhaço, haverá circo, então o circo nunca vai acabar,

porquE nunca vai faltar criança” ( Roger Avanzi , Palhaço Picolino)