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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETÁRIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE POLITICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PDE/2010

MARIA APARECIDA DONIZETI DE SOUZA

Orientadora: Prof.ª Drª Isabel A. Bilhão

LONDRINA

2010

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MARIA APARECIDA DONIZETI DE SOUZA

PROPAGANDA E CONSUMO DA TV NO SÉCULO XXI: UMA INTERVENÇÃO

PEDAGÓGICA COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

Orientadora: Prof.ª Drª. Isabel A. Bilhão

LONDRINA

2010

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Maria Aparecida Donizeti de Souza

Área PDE: História

Conteúdo Estruturante: História,, Conhecimento e Cultura Audiovisual

Conteúdo Básico: Cultura, TV, Propaganda, Consumo.

NRE: Londrina

Professor Orientador IES: Prof.ª Drª. Isabel A. Bilhão

IES vinculada: Universidade Estadual de Londrina – UEL

Escola de Implementação: Colégio Estadual Tsuru Oguido – Londrina

Público objeto da intervenção: 3º ano Ensino Médio

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VISÃO GERAL DA UNIDADE DIDÁTICA

Esta unidade propõe atividades como leitura de textos, apresentação e análise

de vídeos, elaboração e montagem de um telejornal, debates e atividades específicas que

permitam aos estudantes, pensar a televisão e cultura de massa de modo crítico em relação aos

acontecimentos sociais.

A idéia é procurar compreender se existe, e em que medida ocorre, a

interferência na forma de agir das pessoas e a influência do que é supérfluo ou não na TV. Em

que medida essas influências podem levar os jovens ao consumismo, e até que ponto interfere

em suas vidas, na sua visão de mundo, e se tais influências os levam a distanciarem-se cada vez

mais dos problemas da sociedade na qual estão inseridos, ou os influencia a conhecê-los e

dominar mais informações para explorar suas potencialidades, em estabelecer relações, em

questionar afirmações problemáticas. Ou seja, a TV tanto pode ser vista como veículos de

alienação quanto como meio de difusão de denúncias, formação e mobilização. Pretende-se

desse modo superar o senso comum e possibilitar ao estudante compreender melhor esse

mundo de tantas variáveis e fazê-lo perceber-se como partícipe e integrante desse processo.

Embora não seja assimilada pelo receptor em sua acepção literal a mídia

transmite determinados “significados preferenciais” em detrimento de outros e pode interferir

mesmo que parcialmente nos valores, projetos, opiniões e ações dos indivíduos, conforme seus

repertórios socioculturais.

Na televisão, a vida, o presente, os problemas afetivos é abordada de maneira

impactante e sedutora. Busca-se uma audiência imediata, fiel e universal, e para tanto, são

explorados as emoções, fantasias, desejos, medos e aperfeiçoam continuamente estratégias e

fórmulas de sedução e dependência. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário,

aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas e nos realities-show.

Objetivo da Unidade Didática

Analisar a importância da influência da mídia televisiva em relação ao

comportamento juvenil e a percepção dos estudantes do Ensino Médio acerca da propaganda e

do consumo na TV; estabelecer relações entre a TV e a transmissão de informação e seu

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significado na Educação; discutir a linguagem da TV em seus diferentes aspectos; abordar os

valores ligados à necessidade e ao consumo, transmitidos pela TV.

Com que estratégias pode-se analisar os motivos que levam os estudantes a se

interessarem pela programação televisiva, e como se pode compreender os mecanismos

utilizados por esse veículo para a difusão de valores, pensamentos e informações?

Construindo a Unidade Didática

Para a maioria das propostas curriculares, o ensino de História visa contribuir

para a formação de um “cidadão crítico”, sendo esta disciplina vista como importante para que

o estudante adquira uma postura crítica em relação à sociedade em que vive. As introduções

dos textos oficiais reiteram com insistência que o ensino de História, ao estudar as sociedades

passadas, tem como objetivo básico fazer o estudante compreender o tempo presente e

perceber-se como agente social no sentido de “sentir-se sujeito histórico” capaz de transformar

a realidade, portanto, espera-se da História uma contribuição relevante na formação de um

determinado tipo de cidadão, contribuindo para a construção de uma sociedade democrática.

Nesta perspectiva, o ensino da História deve estar atento para as mudanças

advindas dessa nova realidade, possibilitando ao educando ser capaz de compreender, de ser

crítico, de poder ler o que se passa no mundo, qualificando-se como ser consciente e preparado

para as novas relações sociais contemporâneas.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Alguns procedimentos de preparação para otimizar o uso da TV em sala de

aula foram elaborados e baseados nas sugestões, principalmente, de Marco Napolitano, além

de José Arbex e Joan Ferrés.

Algumas considerações são necessárias para garantir que as atividades

propostas se desenvolvam de forma dinâmica, assim, deverão ser desenvolvidas em um

processo de construção participativo, envolvendo: leitura, análise, discussão, construção de

trabalho em grupo, apresentação de vídeos, utilização de máquina fotográfica, computador,

filmadora e TV Pendrive.

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ATIVIDADE I PROPAGANDA SUBLIMINAR

Investigação da “cultura televisual” do grupo de estudantes, através da APLICAÇÃO DE QUESTÕES subjetivas

Responda...

1) Quantos aparelhos de TV tem na sua casa? 2) Quantas horas por dia você assiste TV? 3) Qual o período do dia em que você mais assiste TV? 4) Qual o tipo de programa que você assiste diariamente? 5) Qual seu programa preferido? 6) O que você mais gosta na TV? 7) O que você menos gosta na TV? 8) Você possui TV a cabo/satélite? 9) Você possui aparelho de DVD? 10) Você possui computador/internet?

Sugestão de Leitura: “Noções gerais sobre cultura”. In: LINTON, Ralph. O homem: uma introdução à antropologia, p. 331-332.

Objetivo da Atividade

Conhecer a cultura televisual dos estudantes. Com o resultado da pesquisa, o

professor poderá analisar a percepção dos mesmos com os conteúdos visuais, a possibilidade de

existir manipulação subliminar, assim como a influência do que pode ser supérfluo na TV.

Dinâmica da Atividade

As questões devem ser entregues aos estudantes na sala de aula e, após

respondidas, devolvidas ao professor, no final da aula.

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O professor pode trazer o questionário impresso em papel sulfite ou escrever no quadro negro, para os estudantes copiarem em uma folha de papel destacada do caderno;

Antes de responderem o professor pode fazer uma introdução do assunto, explicando aos estudantes como serão utilizadas as respostas;

Pode-se adiantar toda a trajetória das atividades, situando os estudantes sobre os temas a serem abordados e sua importância no contexto escolar.

Tempo de duração da atividade = 1 encontro

LEITURA E ANÁLISE DO TEXTO “Propaganda Subliminar Multimídia: O estado da técnica” publicado no Observatório da Imprensa na TV, disponível no endereço eletrônico http://www.tvebrasil.com.br, e IMAGENS

Propaganda Subliminar Multimídia: O Estado da Técnica Muitas vezes vemos em filmes do cinema ou da televisão os personagens falando de lavagem cerebral, guerra psicológica, desinformação, hipnotismo e mensagens subliminares. A primeira vez em que vi uma explicação dos poderes da tecnologia de comunicação subliminar foi num episódio da série policial "Columbo". Depois, vi filmes como "They Live", do Carpenter, só tratando da manipulação subliminar, até chegar ao "Arquivo X", no episódio "Senha", no qual são abordados os subliminares governamentais. Não é que foi chocante quando descobri que não era paranóia ou fantasia delirante, que as tais mensagens subliminares existiam mesmo e são empregadas para ensinar idiomas enquanto o estudante dorme, para vender produtos e até eleger Presidentes da República, e que subliminar era tema de sérias e caras pesquisas universitárias em todo o mundo?! Por definição, subliminares são as mensagens que nos são enviadas dissimuladamente, ocultas, abaixo dos limites da nossa percepção consciente (medidos pela Ergonomia) e que vão influenciar nossas escolhas, atitudes, motivar a tomada de decisões posteriores. Subliminares são mensagens que entram na nossa mente de contrabando, como um vírus de computador que fica inerte, latente, e só é ativado na hora certa. A Teoria Subliminar remonta ao filósofo grego Demócrito (400 a.C.) e é descrita por Aristóteles, Montaigne, pelo físico brasileiro Mário Schenberg, pelo filósofo das Novas Tecnologias, Vílem Flusser. Os efeitos dos estímulos sensoriais imperceptíveis conscientemente vêm sendo medidos pela Psicologia Experimental, até que, em 1919, o Dr. Otto Poetzle (ex-discípulo de Freud) prova que as sugestões pós-hipnóticas têm o mesmo resultado prático dos estímulos subliminares para alterar o comportamento humano. Estas pesquisas saem da universidade para afetar a nós, cidadãos-eleitores-consumidores, em 1959, quando o publicitário Jim Vicary coloca um taquicoscópio (projetor de slides, nome cuja origem vem de táquios = velozes, como o estroboscópio anteriormente criado) no filme "Picnic", estrelado por Kim Novak, projetando frases (como "drink Coke") numa velocidade de 1/3000 de segundo, imperceptíveis pela consciência, aumentando assim as vendas do refrigerante. Tal experimento foi denominado Experimento Vicarista. Nos anos 70, a tecnologia subliminar é adaptada à mídia televisão em um frame (1/30 de segundo) no jogo infantil "Kusher Du", obtendo ótimos resultados.

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A partir de então, capaz de revistas, fotos de anúncios publicitários e propaganda eleitoral passam a empregar indiscriminadamente subliminares...até serem denunciados por um Ph.D canadense, o psicólogo Wilson Brian Key, em uma série de livros corajosos e polêmicos, apoiados pelo criador do termo "Aldeia Global", o teórico de Comunicação McLuhan, que prefaciava suas obras. Fisiologicamente, o olho humano tem umas células chamadas bastonetes, que formam a visão periférica (chamada de fundo, pela psicologia da Gestalt), e outras chamadas cones, que constituem a fóvea, nosso foco de visão consciente (figura, na Gestalt). Tudo o que é percebido pelo consciente-foco-fóvea-cones-figura... é o subliminar-inconsciente-bastonetes-fundo! O mesmo princípio aplica-se ao ouvido: o fundo musical, que dá o "clima" de anúncio publicitário ou filme de terror, é subliminar enquanto você estiver focalizando atento a fala e os gestos do ator-personagem. Houve até um jingle brasileiro feito para os automóveis Chevrolet cujo ritmo melódico era em um ciclo de 72 batidas por minuto, o que provocava, subliminarmente, memórias inconscientes no ouvinte do ritmo cardíaco da mãe o amamentando, persuadindo-o a amar e sentir-se protegido pelo automóvel-mamãe. Este jingle fazia o consumidor regredir a um estágio psicológico infantil, chantageando-o a comprar e criando o desejo pelo carro anunciado, de modo a fazê-lo sentir-se culpado por não poder comprá-lo. É possível que tal fato provocasse danos psíquicos perceptíveis ao consumidor e conseqüências sociais imprevisíveis. Hoje, as telenovelas usam o merchandising, inserindo os produtos (motos, sorvetes, sandálias, bancos, perfumes, roupas, etc.) na narrativa de modo aparentemente inocente e inofensivo. Mas estas aparições são muito mais caras que as inserções comerciais normais - caras por terem efeitos maiores e melhores sobre o consumidor. Por outro lado, grandes empresas colocam vírus nos computadores que fazem piscar na tela (efeito flicker) frases como "trabalhe mais rápido" para aumentar a produtividade dos empregados. Também supermercados instalam som ambiente com as frases "sou honesto" e "roubar é errado" a fim de reduzir os índices de furtos entre os clientes, e bancos agem de forma semelhante para estimular aplicações financeiras. Por outro lado, na área da saúde, mensagens subliminares inseridas em filmes podem auxiliar no tratamento de fobias, manias e compulsões, como medo de avião, roer unhas, bulimia e anorexia etc..e dentistas usam frases relaxantes nos consultórios. Já no campo educacional, há registros de emprego no auxílio de idiomas, como nos populares cursos nos quais fitas tocam no travesseiro e “aprende-se dormindo” com sinais subliminares sonoros. E aquele “Merchandising” que mostra produtos nas telenovelas brasileiras é conscientemente empregado como subliminar. Sabendo disto tudo, eu fiquei meio descrente do potencial humano em resistir a toda esta massificação, a essa lavagem cerebral, guerra psicológica subliminar que nos bombardeia por todas as mídias: do cinema e TV às revistas e outdoors, passando pelos computadores, vitrines de lojas e palanques políticos. Diante disto, fiz então pós-graduação na USP e tive nota dez com distinção ao provar o perigo da propaganda subliminar, denunciando o risco psico-social desta tecnologia da Comunicação que ignora nossa vontade, nossa cidadania e liberdade de escolha.

Objetivo da Atividade

Proporcionar aos estudantes, embasamento teórico sobre em que consiste a

propaganda subliminar, seu alcance e conseqüências de seu uso.

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SAIBA MAIS...

Dinâmica da Atividade

Em grupo de até 5 integrantes, os estudantes vão comentar a questão em

debate, relacionando com as experiências pessoais de cada um, frente as experiências do seu

dia-a-dia.

o professor separa os grupos aleatoriamente, em número de 5 (cinco) integrantes para que possam debater, entre eles, a questão da propaganda subliminar multimídia;

após debaterem e notarem suas opiniões, o professor pede para um integrante de cada grupo exponha a opinião dos cinco;

o professor vai anotando no quadro negro as idéias convergentes e as opiniões contrapostas;

faz-se um fechamento das opiniões, com as considerações finais do professor.

Sugestão de atividades: Pedir para os estudantes acessarem a internet e, depois de observar fixamente por 30 segundos o ponto preto na imagem da bandeira brasileira disponível no endereço eletrônico disponível em http://img18.imageshack.us/.../5301/bandeirasublimi.jpg, olhar logo em seguida para uma folha branca de papel, perguntar o que eles percebem? As propagandas da marca Benetton produzidas pelo publicitário Oliviero Toscani despertaram muita polêmica por abordar temas sociais, políticos e religiosos. Pode-se pedir aos estudantes que visualizem a imagem de 1994, disponível no endereço eletrônico http://img18.imageshack.us/.../5301/bandeirasublimi.jpg, a qual alerta para a disseminação da AIDS por povos de todo o mundo, para verificar se percebem a mensagem implícita na imagem.

Tempo de duração da atividade = 1 encontro

PROPAGANDA IDEOLÓGICA Hitler usa a persuasão ideológica para atingir

a massa. “O essencial da propaganda era atingir o

coração das massas, compreender seu mundo maniqueístas e representar seus

sentimentos”. Wagner Pinheiro Pereira . p. 257

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ANÁLISE DE VÍDEO E IMAGENS

O texto de Pérsio Santos de Oliveira “Na família high-tec, todo mundo é uma

ilha”, pode ser utilizado para introduzir o assunto a ser discutido em sala.

Na família high-tec, todo mundo é uma ilha As pessoas estão vivendo “ilhadas” dentro de suas próprias famílias. Superequipadas, as casas de classe média se tornam aglomerados de pequenos habitats high-tec. Muitas casas já aboliram a mesa de jantar – considerada “objeto obsoleto” - , têm uma TV para cada membro da família e um telefone por cômodo. A dona da casa, ou empregada, não prepara mais um jantar, mas uma espécie de bandejão caseiro: várias bandejas de composições diferentes que são esquentadas no microondas à medida que cada um chega em casa. Nas classes sociais mais abastadas está surgindo uma nova forma de relacionamento familiar. Pesquisas sociais mostram que nas famílias abonadas, que têm condições de manter, por exemplo, vários aparelhos de TV, os filhos assistem a um mesmo programa de TV, mas cada um em seu quarto. Às vezes, eles se encontram no corredor e comentam uma cena da novela. Por outro lado, esse isolamento dentro da família acaba atenuando ou camuflando os conflitos de gerações: as pessoas não se encontram e, sem contato não há briga. Por outro lado, esse isolamento dá mais liberdade aos jovens, que acabam retardando a saída de casa. Antes, para as pessoas se sentirem livres, tinham que sair de casa. Agora podem conseguir seu espaço dentro de casa. O estudante de medicina Humberto José Rovarth Marques diz ter um relacionamento “ótimo” com suas irmãs, que vem no máximo duas vezes por semana. “o problema são os horários escalonados. Às vezes chego tarde e percebo que minha irmã está ouvindo som no quarto dela”, conta. O quarto de minha irmã é equipado com vídeo-cassete, TV, som e telefone. Humberto volta da faculdade às 19:00hs. “Esquento o prato que minha irmã deixou no microondas, vou para o quarto assistir a ‘os dinossauros’ que deixo gravando de manhã. O bom desse esquema, é que quando a família se reúne existe uma troca maior de carinho”, acredita. O seu pai, o administrador Lyon de Ega Marques, diz que essa independência é necessária para “as crianças”. Mas lamenta: “às vezes tenho a impressão de que moramos em uma pensão”.

(Adaptado de Folha de S. Paulo, 5.10.1996)

VÍDEOS

A leitura de vídeo e imagens significa introduzir novas linguagens, outro modo

de pensar e perceber aos daquelas atividades escrita e falada.

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Propaganda da margarina Doriana e Qualy – Publicidade baseada na vida real http://www.youtube.com/watch?v=h4H3ICBRXzY&feature=related (0,33min) www.youtube.com/watch?v=mSILQUssTOk (0,32min)A propaganda representa a vida familiar ideal em diferentes épocas, há medida em que ocorrem mudanças na sociedade, muda-se também, os cenários da propaganda.

Cerveja Devassa http://www.youtube.com/watch?v=0CXpf-4ArM8 (1:01min) analisar os valores pela qual este comercial foi proibido (conar) Boneca – linguagem do vídeo (sociedade e preconceito) http://www.youtube.com/watch?v=L5Qn3OJk_Z4 (1,08min) Identificação do discurso legitimado pelo branco. Crianças não alfabetizadas mas que já sabem demonstrar o preconceito, falam o que o adulto quer ouvir. Celebração de relações sociais anti-democráticas.

Criança - alma do negócio http://www.youtube.com/watch?v=rW-ii0Qh9JQ (4:58min)Documentário que trata de publicidade, consumo e infância.

Folha de São Paulo – Hitler – (legitimação de competência) http://www.youtube.com/watch?v=FLda5jlX59c&feature=related (1:04min) Propaganda que menciona ações e imagem de um governante extremamente competente e atento ao desenvolvimento de sua nação, porém, sem nenhuma preocupação com a veracidade histórica.

El mejor anuncio de Europa (camisinha) http://www.youtube.com/watch?v=mycGMDz2knA (0,45min) Polêmica da propaganda: falta de limite, se não o tem, melhor não tê-los.

...SAIBA MAIS

“O ser humano guarda informações em âmbito cognitivo ou consciente, mas também em âmbito inconsciente ou subliminar. Esses

níveis de percepção atuam depois de forma autônoma às vezes um opondo-se ao outro.

Em qualquer caso, também as mensagens subliminares podem induzir a condutas e

valores”

Joan Ferres (1996. p. 70)

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Sugestões aos professores:

Filme “O rei leão” O filme trata das questões de XENOFOBIA Texto “Hitler” K. H. Janssen. Hitler e seus adeptos. In: História do século XX. São Paulo, Abril, 1974. v. III, p. 1430-1 visualizado no livro de “PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História & vida: da idade moderna à atualidade. v. 4, 11. ed. São Paulo: Ática, 1997.

IMAGENS

Endereço eletrônico http://1.bp.blogspot.com/.../s400/benetton4.jpg. Interpretação da imagem – o BEM e o MAL, a criança loura é saudável, sorridente, com luz, a negra é triste e sem luz. Traz uma reflexão sobre o preconceito, racismo e problemas sociais do mundo. A imagem produzida por Oliviero Toscani se depara nas temáticas realistas e a intencionalidade dos impactos polêmicos que causam na sociedade em todo o mundo. É propaganda que levanta polêmicas sociais, imagem que choca, incomoda. A marca tornou-se conhecida mundialmente não pelas roupas, mas pela polêmica relacionada a ela.

No endereço eletrônico http://img18.imageshack.us/.../5301/bandeirasublimi.jpg, a mulher parece estar dentro do copo com a roupa que tem as mesmas cores da bebida. A idéia dessa propaganda subliminar dá a idéia da exploração da imagem da mulher, presente em quase todas as propagandas.

O slogan da empresa de tabaco remete para o mundo próprio da marca adotada pela empresa. No comercial do endereço eletrônico http://www.youtube.com/watch?v=LHy7RXJ7W8Y (1:59min) o homem representa o cowboy, passa a idéia de masculinidade, vigor natural e poder. A partir de 1988 a publicidade do tabaco passa a ser proibida por Lei. A propaganda se faz implícita, entra em cena apenas a natureza e a música já conhecida por todos como símbolo da marca, conforme visualizado no endereço http://www.youtube.com/watch?v=1uea1OCiy1Q (2:09min). No ano 2000 a propaganda do tabaco, implícita e explícita, é proibida em todos os meios de comunicação. Passam a fazer uso de propaganda subliminar segundo informação veiculada no endereço eletrônico http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0EMI136763-16370.html. O professor pode pedir aos estudantes uma pesquisa sobre os males provocados pelo uso do tabaco.

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Objetivo da Atividade

Educar o olhar acerca das imagens e informações que são oportunizadas

através do vídeo de propagandas, motivando os estudantes para novos temas relacionados a

limites, valores e socialização. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos estudantes para

aprofundar o assunto.

Dinâmica da Atividade

Os estudantes podem ser reunidos para assistir os vídeos, na sala de aula, e em grupos de até cinco integrantes.

O professor pede aos estudantes para identificarem a mensagem que o vídeo pretende passar;

Os estudantes são questionados se perceberam a existência de propaganda subliminar e em que momento;

O professor pode questionar se os estudantes perceberam a presença de racismo e preconceito;

Questionar se a propaganda leva à felicidade e à liberdade da forma como são apresentadas;

Estimular a percepção dos valores morais e éticos embutidos nas mensagens da propaganda causadora de polêmica;

O professor poderá problematizar a intenção dos conteúdos das mensagens propagandistas se realmente são elementos altamente persuasivo;

Na propaganda da empresa automobilística seria possível enxergar uma propaganda de tabaco? Questionar porque o Ministério Público abriu inquérito contra esse tipo de publicidade;

É possível afirmar que a propaganda interfere no comportamento humano?

Estimular o estudante a pensar sobre o sentido que a mensagem da propaganda lhes imprime, em termos de atitudes e comportamentos de consumo;

O professor poderá encerrar com suas considerações finais sobre a atividade.

Tempo de duração da atividade = 1 encontro

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ATIVIDADE II JORNALISMO

LEITURA E ANÁLISE DO TEXTO “A guerra da bósnia” publicado no livro “O poder da TV”, escrito pelo jornalista José Arbex em 2008

A Guerra da Bósnia... Em 1988, tive a oportunidade de cobrir, como enviado especial do jornal Folha de S. Paulo, a retirada do Exército Vermelho (da antiga União Soviética) do Afeganistão. Ali presenciei uma cena que me marcaria para sempre. Guerrilheiros muçulmanos me contaram que, durante as festas religiosas, eles se reuniram com toda a família, incluindo os primos que pertenciam a facções inimigas da guerrilha. Juntos, eles dançavam, bebiam e comiam, no melhor dos espíritos. Encerradas as cerimônias, cada um de novo pegaria em armas e a luta fratricida recomeçaria, até a próxima trégua. A guerra na Bósnia, nesse sentido, coloca em movimento um mecanismo idêntico. [...] Não importa retomar a história da Bósnia, mas discutir a forma concentrada pelos meios de comunicação de massa para cobrir uma guerra civil extremamente complicada e cheia de problemas conceituais e éticos. Historicamente, o professor da Universidade de Howard, Nicolas Stavrou, observou que: 90% das histórias sobre a guerra civil foram escritas em Sarajevo (capital da Bósnia) e apenas 5% em Belgrado (Sérvia). Isso obviamente determina que as reportagens tenham uma tendência a refletir os pontos de vista da maioria muçulmana de Sarajevo, mesmo que isso aconteça apenas porque as informações colhidas pelos jornalistas nesse quadro serão, provavelmente, fornecidas por fontes hostis aos sérvios. Os sérvios são descritos na maioria das reportagens como “resquícios da vontade de poder do Império otomano” (que tinha sede em Istambul e ocupou os Bálcãs até o final da Primeira Guerra, em 1918, quando foi desmantelado pelos impérios britânico e francês). Os oficiais sérvios são “generais ex-comunistas ortodoxos”. Os sérvios são “orientais”, “bizantinos” e “ortodoxos”, ao passo que os croatas são “ocidentais”, “nacionalistas”, “ocidentalizados”, “ricos” e também os que mais desenvolveram o estilo ocidental de Estado democrático. Nada poderia ser mais eloqüente do que essas adjetivações. O primeiro traço comum a todas elas – e certamente o mais importante – é o fato de descreverem a Sérvia como o “lado de lá” em relação ao Ocidente. Esse “lado de lá” é sugerido das mais diversas formas: ou porque os sérvios alimentam, supostamente, os mesmos desejos imperiais dos turcos-otomanos, que durante três séculos foram uma ameaça aos valores religiosos e culturais da Europa cristã; ou pela suposta identificação dos generais sérvios com o antigo regime comunista, cujo potencial ameaçador ainda está muito fresco na memória de todos; ou pela tradição religiosa da Sérvia (cristã ortodoxa, um cisma da Igreja católica devidamente lembrado pelo termo “bizantino”). Pior ainda para os sérvios é o fato de seu país ficar numa das regiões mais orientais da Europa, sendo seu alfabeto o cirílico, que tem dupla inconveniência de ser igual ao dos russos e incompreensível aos ocidentais. Esse conjunto de características faz da Sérvia um enigma, mais do que a Croácia ou a nação muçulmana. Curiosamente, não são os muçulmanos, mas sim os sérvios, que carregam a pecha de herdeiros do Império Otomano. A razão para isso é simples: os muçulmanos tiveram o azar histórico de abraçar a religião “errada”, ao passo que os sérvios tiveram em suas mãos a opção de seguir o caminho “correto”, mas optaram pelo cisma. Pode haver crime maior? [...] Mais do que refletir qualquer interesse geopolítico ou militar específico, os sérvios são maus, por serem culpados de uma “herança maldita”. Tiveram o azar de existir numa zona de sombra, mal iluminada pelos holofotes da cultura ocidental [...].

A cobertura telejornalística de qualquer evento impõe, necessariamente, a seleção de um lado “bom” e um lado “mau”, de tal forma que a estrutura da narrativa seja adequada à de uma novela. [...] os meios de comunicação de massa criaram, de fato, uma fábula política na Bósnia, uma peça de ficção em que há o lado “bom” e o lado “mau” da guerra. O lado “mau” é representado pelos sérvios, por razões de natureza religiosa e histórico-cultural. Qualquer leitor ou telespectador medianamente

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interessado na cobertura da guerra na Bósnia já terá visto cenas terríveis em que os sérvios promovem a “purificação étnica”, prendendo seus inimigos (croatas e mulçumanos) em tenebrosos campos de concentração. Ali, a maioria dos milhares de prisioneiros é submetida a condições humilhantes e penosas. Falta comida, não há instalações sanitárias adequadas, as pessoas passam frio. Tudo isso, quando não são submetidas a tortura e a estupros.[...] o que causa muita estranheza é o fato de que, aparentemente, apenas os sérvios cometam todo tipo de atrocidades, ao passo que croatas e muçulmanos são descritos quase como vítimas. Os telespectadores são permanentemente convidados a se identificar com croatas e muçulmanos, na mesma proporção em que são levados a reconhecer nos sérvios o lado escuro e bárbaro da guerra. Mas as coisas não são bem assim. Uma apuração mais cuidadosa da guerra indica que, ao contrário, não há lado “bom” [...] mesmo a mais absurda violência, quando vista repetidas vezes, torna-se banal [...] é importante assinalar que todos os lados da guerra praticam a violência e, nesse sentido, os meios de comunicação de massa, em particular a televisão, transmitem imagens deturpadas e parciais do que de fato estaria acontecendo no campo de batalha. [...] A opinião pública parece reagir de forma absolutamente passiva a esse bombardeamento de imagens preconceituosas, corroborando a sombria descrição feita por Jean Baudrillard a respeito da sociedade de massas. As versões sobre a “maldade” dos sérvios são disseminadas e propagadas ao infinito, sem que surja no horizonte nenhuma possibilidade séria de problematização dessa questão [...]. [...] muitas vezes, os jornalistas que cobrem a guerra tentam ser honestos e fiéis aos fatos, mas ainda assim suas reportagens são alteradas pelos editores de jornais para os quais trabalham [...] os meios de comunicação de massa podem continuar vendendo sua mercadoria-informação a um público tranqüilizado pela certeza de conhecer os lados da guerra e de que sabe se situar em face das partes em luta. Um público que não quer pensar sobre o assunto mais do que o estritamente tolerável pelo conforto e que se contenta com explicações banais. A televisão, principalmente, mantém assim o seu poder absoluto de enunciar convincentemente a “verdade” dos fatos, mantendo-se como uma espécie de anestesia social que absorve a energia social, devolvendo-as sob a forma de imagens para uma massa amorfa de consumidores [...].

Objetivo da Atividade

Proporcionar ao educando, informação sobre a maneira como o jornalismo é

trabalhado na televisão em seu aspecto ético e manipulador; análise crítica da notícia.

Dinâmica da Atividade

Em grupo de até 5 integrantes, os estudantes devem ler e discutir o texto: O professor pede aos estudantes que escreva qual a sua percepção pessoal

do conteúdo histórico; Os estudantes devem apontar se perceberam a existência ou não de ética

profissional e ética dos meios de comunicação; O professor pode criar um debate sobre a alienação do telespectador

mencionada no texto, problematizando essa afirmativa; Os estudantes devem opinar se realmente há ausência de reflexão crítica

por parte dos telespectadores; O professor pode encerrar essa atividade, abordando a manipulação

explícita e implícita no telejornalismo brasileiro.

Tempo de duração da atividade = 2 encontros

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Analise do FILME “O quarto poder”, de autoria de Costa-Gravas, título original “Mad City”, gênero: drama, publicado nos EUA em 1997, (115min)

Sinopse: Max Brackett já foi um repórter da TV americana, mas agora vive no anonimato. Ao entrevistar a diretora de um museu, ele depara coma história que pode mudar o rumo de sua carreira. Dentro do museu, o ex-segurança, Sam Baily, exige seu emprego de volta. Armado até os dentes, Ele dispara um tiro acidental e, a partir daí, sua situação fica ainda mais complicada. Desesperado, Sam acaba fazendo a diretora do Museu e um grupo de crianças de reféns. Essa história é a oportunidade que o repórter tem de mostrar ao mundo que ainda está em forma.

Fonte: http://www.adorocinema.com

Objetivo da Atividade

Abordar como os telejornais influenciam a lógica da produção da notícia, com

o intuito único de manipulação.

Dinâmica da Atividade

Os estudantes se dividem em grupo de 5 integrantes; O professor destaca as cenas mais importantes e as comenta junto com os

estudantes; O professor pode posicionar-se, depois dos estudantes, trabalhando

sempre dois planos: o ideal e o real, o que deveria ser (modelo ideal) e o que costuma ser (modelo real);

Analisar junto com os estudantes, os aspectos positivos do filme, aspectos negativos, idéias principais apresentadas;

Verificar o que os estudantes mudariam neste filme; O professor e os estudantes destacam as coincidências e divergências de

opiniões; O professor faz as considerações finais.

SAIBA MAIS...

A cultura “passa” ou “acontece” cada vez mais por meio da mídia, há algum tempo as pessoas iriam ouvir falar que as

Torres Gêmeas caíram se algum historiador escrevesse a respeito, hoje com a tecnologia a TV transmite

acontecimento em tempo real. O fato é tido como verdade porque passou na TV. Portanto em um primeiro momento é a

imagem que faz com que os fatos sejam verdades. “O peso adquirido pela imagem nas culturas ocidentais é tão grande que ela acaba se transformando em geradora da realidade.” Joan Ferrés.

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Importante!

O jovem lê o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Lê, vendo. A imagem é tida como verdade!

Elaboração de um TELEJORNAL com notícia apresentada de forma impessoal. Apresentar o mesmo jornal de forma sensacionalista

Apresentar a notícia da seguinte forma:

1. notícia apresentada de forma IIMMPPEESSSSOOAALL 2. a mesma notícia apresentada de forma SSEENNSSAACCIIOONNAALLIISSTTAA

Objetivo da Atividade

Abordar a percepção da notícia; relacionar a assimilação da notícia ao

repertório individual e às variáveis sociológicas e ideológicas que interferem no processo.

Dinâmica da Atividade

Selecionar uma das notícias do “Programa Tempo Quente” que tenha ido ao ar na semana em que essa atividade for realizada;

Comparar o tratamento dado à uma notícia pelo jornal e pelo noticiário da televisão;

Para a aula seguinte, cada grupo de estudantes deve trazer um cartaz, articulando textos próprios, gravuras ou fotos recortadas, reproduzindo os temas que eles julgam mais importantes assistidos no programa. Os estudantes devem justificar sua seleção e seu enfoque;

Deve ser observado, a partir da participação dos estudantes, se eles se envolvem emotivamente na história por mecanismos de: identificação, nível de interesse na notícia. Quantos possuem um nível máximo de interesse e quantos são de segundo ou terceiro nível de interesse? Como foi conquistado esse interesse? Graças a espetacularidade? Ao exotismo? A proximidade demográfica? Devido ao grau de ação? Narração das notícias, buscando a dramatização, as situações conflituosas, ou busca de efeitos especiais como mecanismos de gratificação sensorial e emocional; projeção: colocando seus próprios sentimentos (de ódio, medo, desejo, receio, compaixão);

Levar o estudante a pensar porque esse tipo de programa faz tanto sucesso;

Para encerrar essa atividade, o professor pode questionar os estudantes sobre a ausência de profundidade ou complexidade que não foi repassada

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pela notícia e até que ponto esses recursos dificultam o tratamento das informações.

...SAIBA MAIS

Para compreensão do conceito de INTERPRETAÇÃO, estes objetos podem ser facilmente distinguidos: 1) Informar que

um determinado país resolveu lançar um plano de paz no Oriente Médio – é a Notícia; 2) Explicar ou mostrar por que

este mesmo país resolveu interferir na questão e as relações que sua atitude provocou – é a Interpretação; 3) Analisar e

concluir que qualquer interferência deste mesmo país no assunto, à revelia da ONU, deve ser rejeitada liminarmente –

é a opinião. Jesus Barbosa de Souza .p.21

Tempo de duração da atividade = 4 encontros

ATIVIDADE III CONSUMO

LEITURA E ANÁLISE DO TEXTO “O outro lado da novela” publicado no jornal "O DIÁRIO" (BARRETOS/SP), em 09 de abril de 2010

O OUTRO LADO DAS NOVELAS As novelas televisivas fazem parte do cotidiano dos brasileiros desde meados do século XX e surgiram em um momento histórico paralelo a era do rádio nos “anos dourados”. A história da televisão no Brasil poderia ser considerada um tanto “cômica” em sua origem, pois, durante o governo do Presidente Dutra (1946-1951) houve um incentivo às importações de tecnologias e foi neste momento que muitos brasileiros passaram a adquirir suas televisões. Mas, embora o consumo da televisão crescesse, não existia ainda nenhuma emissora televisiva na época, o que não permitia o total aproveitamento do aparelho. Somente em 1950 que surgiu a TV Tupi e os brasileiros então passaram de fato “assistir televisão”. Com suas novelas, a TV Tupi fez muito sucesso no Brasil e, a partir daí, as novelas passaram a exercer forte influência na mentalidade dos brasileiros, tanto no poder de lançar tendências sociais quanto no poder de polemizar certos assuntos. Nesse sentido, todo este poderio pode gerar conseqüências graves na sociedade, como exemplo, a inversão de certos valores de convivência social. Em outras palavras, uma novela, se não bem interpretada, pode levar o expectador à alienação da

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realidade, fazendo com que ele se baseie em uma espécie de “senso comum do momento” e atue como uma pessoa sem personalidade própria. Por outro lado, as novelas podem apresentar seus aspectos positivos e de muita serventia à sociedade, se vista como um objeto a ser costumeiramente criticado pelo expectador. Á isto podemos propor as “novelas de época”, as quais obviamente não retratam de forma fiel a realidade do passado, mesmo porque suas propostas costumam ser baseadas em romances e não em história como ciência, mas podem apresentar características únicas das épocas as quais permitem-nos visões parciais sobre o passado que jamais teríamos chance de conhecer. Podemos citar, então, o caso da novela Sinhá Moça, exibida pela Rede Globo, onde, se se notar as “entrelinhas” da novela, percebemos características especiais da época. Por exemplo, o cenário da arquitetura colonial, as vestimentas francesas, o transporte ferroviário, a linguagem do português arcaico, a luta pela República e Abolição, a marginalização do capitão do mato e a brava resistência dos negros em suas fugas. Enfim, são detalhes que a simples História ensinada na escola possibilita a crítica e o cartão de entrada para o conhecimento de um mundo televisivo a ser explorado por suas próprias visões e sensações. Portanto, as novelas podem apresentar, no sentido negativo da palavra, um mero “modismo” alienante se forem vistas com olhos que se recusam a criticá-las e obedecerem certas tendências que são propositalmente manipuladoras. Pensemos então que, cada um de nós podemos ser historiadores dos fatos e compor nossa própria interpretação contribuindo para a criticidade da televisão, um meio de comunicação tão importante e que podemos trazer para o nosso lado como um compromisso social.

Objetivo da Atividade

Discutir como as pessoas consomem a televisão enquanto produto ideológico.

Dinâmica da Atividade

O professor pode abordar o aspecto positivo da televisão: Questionar os estudantes como a televisão pode ser utilizada como

instrumento de mobilização; Analisar como os programas atingem a emoção do telespectador; Abordar a relevância da informação construtiva; Verificar se é possível afirmar que assistindo novelas os telespectadores se

identificam com situações e circunstâncias que muitas vezes são associadas à realidade, o que facilita a adoção de modelos de comportamento, confundindo as pessoas sobre o que é real e ilusão.

Tempo de duração da atividade = 1 encontro

Análise do FILME “Mera Coincidência” dirigido por Barry Levinson, título original “Wag the Dog”. Baseado no livro “American Hero” escrito por Larry Beinhart. Gênero: Drama, origem: EUA/1997, (97min)

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Sinopse: Menos de duas semanas para eleição e o presidente dos Estados Unidos, candidato a um segundo mandato, envolveu-se em um escândalo que pode acabar com sua carreira política. Antes que o pior possa acontecer, entra em cena Conrad Brean, um homem com habilidade de manipular imprensa e principalmente, a opinião pública. Com a ajuda de Stanley Motts, um famoso produtor de Hollywood, Brean cria a perfeita distração: uma guerra de mentira. Afinal, “nada é melhor que um bom e velho conflito internacional para salvar um Presidente.. mesmo que tudo seja uma farsa”.

Fonte: http://www.adorocinema.com

Objetivo da Atividade

Trabalhar a “desconstrução do material televisual”.

Dinâmica da Atividade

O professor pode analisar as seguintes situações, manuscritas pelos estudantes, separados em grupos de 5 integrantes:

mecanismos de técnica e linguagem, que permitem a criação de um programa de TV;

se os estudantes conseguem perceber o perfil de quem consome esse produto?

qual a mensagem que a propaganda está querendo transmitir? o produto proporciona tudo o que a propaganda diz que ele propõe?; verificar se os estudantes são capazes de identificar os comerciais que não

promovem a distorção da real necessidade do produto que está sendo anunciado.

Após a exibição do filme em classe ou como atividade extra-escolar, o professor pode organizar um debate em sala de aula contemplando os seguintes pontos:

como a TV “fabrica” a realidade; como separar o que é realidade daquilo que a TV “fabrica”; quais os interesses que estão por trás desta “fabricação” da realidade; quais exemplos semelhantes àqueles mostrados nos filmes podem ser

encontrados na TV brasileira?

Sugestão de atividade: Os estudantes podem analisar também, diferentes comerciais de um mesmo tipo de produto (por ex. cerveja), em busca de características que se repitam, desde o perfil sociocultural das pessoas que o consomem, até as diversas situações e personagens do próprio comercial.

Tempo de duração da atividade = 2 encontros

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SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO

Após a realização de todas as atividades, pode ser aplicada uma entrevista em

sala, com a presença de todos os estudantes, participantes da intervenção, para verificar a

percepção dos mesmos sobre a propaganda e consumo da TV após as atividades das quais

participaram, sendo-lhes apresentadas as imagens das atividades realizadas em sala para uma

análise crítica, conforme roteiro a seguir:

Tempo de duração da atividade = 1 encontro REFERÊNCIAS

ARBEX, José. A guerra da bósnia. In:ARBEX, José. O poder da TV. São Paulo: Scipione, 2008. CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Midiologia subliminar: propaganda subliminar multimídia - o estado da técnica ao raiar do ano 2000. Observatório da imprensa na TV. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/obstv/obstv05082000.htm. Acesso em: 18/6/2010. CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Betrand, 1990. FERRÉS, Joan. Televisão e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. KELLNER, Douglas. A cultura da mídia e o triunfo do espetáculo. Líbero, São Paulo, v. 06, nº. 11, p. 4-15, 2003. MACHADO, Arlindo. A arte do Vídeo. São Paulo, Brasiliense, 1988. MORAN, José Manuel. Leituras dos Meios de Comunicação. São Paulo, Ed. Pancast, 1993. __________________. Como ver Televisão. São Paulo, Ed. Paulinas, 1991. FDE - FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Multimeios aplicados à educação: uma leitura crítica. Cadernos Idéias, n. 9, São Paulo, FDE, 1990.

1) O que você entende por cultura? 2) Você acredita que a cultura pode influenciar as opiniões dos telespectadores? 3) Você considera a imagem uma ferramenta midiática capaz de influenciar as atitudes, gostos e as decisões das pessoas? 4) Você acredita que a TV é formadora de opinião? 5) Para você, a TV sobreviveria sem a existência da propaganda? 6) Em quais momentos você percebeu a existência de propaganda subliminar na TV? 7) Qual sua opinião sobre o poder da TV como cultura de massa? 8) Historicamente, como você vê a influência da TV daqui a 10 anos? 9) A TV no contexto escolar pode contribuir no seu processo de aprendizagem? 10) O que você sentiria se chegasse em casa hoje e soubesse que não teria mais acesso à TV?

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BABIN, Pierre e KOPULOUMDJIAN, Marie-France. Os novos modos de compreender; a geração do audiovisual e do computador. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989. FERRÉS, Joan. Vídeo e Educação. 2a ed., Porto Alegre: Artes Médicas (atualmente Artmed), 1996. ____________. Televisão e Educação. São Paulo: Artes Médicas (Artmed), 1996. MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1988. MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal. 2a ed. São Paulo: Paulinas, 2000. MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 7ª ed., Campinas: Papirus, 2003. MORAN, José Manoel. O vídeo na sala de aula. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm. Acesso em: 18/06/2010. Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995. MORAN, José Manoel. Desafios da televisão e do vídeo à escola. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.htm. PENTEADO, Heloisa Dupas. Televisão e escola: conflito ou cooperação?. São Paulo: Cortez, 1991. SOUZA, Jésus Barbosa. Meios de Comunicação de Massa: jornal, Televisão e Radio. Coleção Ponto de Apoio, São Paulo: Scipione, 1996. PEREIRA, Wagner Pinheiro. “ O Triunfo do Reich dos Mil Anos: Cinema e Propaganda Política na Alemanha Nazista ( 1933 – 1945) “. In: CAPELATO, Maria Helena et alli . Cinema e História. São Paulo: Alameda, 2007. PP.255 – 269 )