DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · Também é indispensável para haver a melhoria do...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
ÁREA: QUÍMICA
ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA
REFLEXÃO NECESSÁRIA PARA A MELHORIA DO ENSINO-
APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS QUÍMICOS.
Professora PDE: MIEKO NAKAGAWA BANNO
Orientadora: Profª Drª IRENE YUKIKO KIMURA
2009
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS-DPPE
PROGRAMAM DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL- PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
PROFESSOR PDE
TURMA 2009
Nome da professora PDE: Mieko Nakagawa Banno
Disciplina/Área: Química
IES: Universidade Estadual de Maringá
Orientadora: Profª Drª Irene Yukiko Kimura
Título da Produção Didático-Pedagógica: Alternativas Metodológicas no Ensino de
Química: uma reflexão necessária para a melhoria do ensino-aprendizagem dos conceitos
químicos.
JUSTIFICATIVA
Este caderno pedagógico tem como objetivo propor alternativas metodológicas para
tentar melhorar o ensino e a aprendizagem dos conceitos químicos no Ensino Médio,
estimulando o saber fazer, motivando os alunos no sentido de torná-los comprometidos
com o aprender.
A baixa qualidade educativa no ensino de química dos alunos que terminam a
educação básica, acrescida da falta de compreensão dos conteúdos e de conhecimento
mínimo dessa ciência, nos direciona a adotar novas posturas em relação à melhoria da
qualidade do ensino-aprendizagem. Em decorrência dessas mudanças é necessário adotar
novas formas de ensinar, gerando espaços para o uso de metodologias alternativas, cujas
contribuições seriam inegáveis. No entanto, em face da falta de capacitação e do receio de
mudanças, percebe-se que a maioria dos professores tem se omitido a tentar aplicar tais
procedimentos em sala de aula ou mesmo no laboratório.
A pergunta que se faz “qual a metodologia e quais as estratégias de ação que
devemos utilizar para superar os problemas do ensino de Química?”
Fazer uma crítica à metodologia expositiva utilizada pela maioria dos professores
seria muito oportuno, porém fazer mudanças metodológicas no processo de ensino-
aprendizagem não é uma tarefa fácil, visto que já foi criada uma cultura nas escolas, onde
o foco não é a aprendizagem e sim a nota de avaliação. Qualquer mudança sofre
resistência por parte dos alunos, pais, professores e do próprio sistema educacional.
Para facilitar a aprendizagem temos que utilizar procedimentos pedagógicos
diferenciados e, trabalhar os conceitos científicos numa abordagem contextualizada,
despertando o interesse pelo estudo e investigação, com a integração dos conhecimentos
teóricos com a ação prática.
Diante da situação de pouca aprendizagem, o professor é o elemento estratégico
nessa mudança de postura. Portanto, com a sua participação intensa e o seu
comprometimento com o processo de ensino-aprendizagem, acreditamos alcançar uma
educação de melhor qualidade.
OBJETIVO GERAL
Desenvolver a aprendizagem dos conteúdos de química, buscando construir e
integrar os conhecimentos teóricos com a prática, valorizando suas manifestações e
interesses.
TIPO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Caderno Pedagógico
Público-alvo
Professores de química e alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Duque de
Caxias localizado no município de Goioerê – Paraná.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA.................................................................................................. 7
2. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................7
3. QUÍMICA E MUDANÇAS PEDAGÓGICAS ......................................................................... 8
4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A MUDANÇA DOS SABERES CONCEITUAL ... 10
5. ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ..................................................................... 12
6. ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS NO ENSINO DE QUÍMICA. TEMA: SAIS .... 13
6.1 ALGUNS SAIS UTILIZADOS NO NOSSO DIA A DIA E SUAS FUNÇÕES........14
6.2. PROPRIEDADES DOS SAIS 18
6.3. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NAS TRANSFORMAÇÕES DOS SAIS 19
7. PLANO DE ATIVIDADES ..................................................................................................... 19
7.1. INVESTIGAÇÃO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS 19
8. ATIVIDADE EXPERIMENTAL INVESTIGATIVA .......................................................... 21
8.1. Atividade 1. Investigação do desprendimento de gás carbônico, através da reação do
vinagre com o bicarbonato de sódio. 21
8.1.1. Objetivos ........................................................................................................................ 21
8.1.2. Materiais e reagentes .................................................................................................... 21
8.1.3. Problematização ....................................................................................................... 21
8.1.4. Organização do conhecimento ................................................................................ 21
8.1.5. Aplicação do conhecimento .......................................................................................... 23
8.2. Atividade 2. Investigação da velocidade de reação no comprimido efervescente. 24
8.2.1. Objetivos ........................................................................................................................ 24
8.2.2. Materiais e reagentes .................................................................................................... 24
8.2.3. Problematização ............................................................................................................ 24
8.2.4. Organização do conhecimento .................................................................................. 25
8.2.5. Aplicação do conhecimento ....................................................................................... 25
8.3. Atividade 3. Investigação da dissolução de comprimidos efervescentes. 25
8.3.1. Objetivos ................................................................................................................... 25
8.3.2. Problematização ....................................................................................................... 25
8.3.3. Organização do conhecimento ..................................................................................... 26
8.3.4. Aplicação do conhecimento .......................................................................................... 26
8.4. Atividade 4. Investigação das transformações em três sistemas diferentes. 26
8.4.1. Objetivos ................................................................................................................... 26
8.4.2. Materiais e reagentes ............................................................................................... 26
8.4.3. Problematização ....................................................................................................... 26
8.4.4. Organização do conhecimento ................................................................................ 27
8.4.5. Aplicação do conhecimento ..................................................................................... 27
8.5. JOGO QUÍMICO SALINO 27
8.5.1. Objetivos ........................................................................................................................ 27
8.5.2. Organização .............................................................................................................. 27
8.6. JOGO DOS SAIS 29
8.6.1. Objetivo ..................................................................................................................... 29
8.6.2. Organização .............................................................................................................. 29
8.7. FORMAÇÃO DOS SAIS 29
8.8. ZIG-ZAG DOS ÍONS 30
8.8.1. Objetivo ..................................................................................................................... 30
8.8.2. Material ..................................................................................................................... 30
8.8.3. Regra do jogo ............................................................................................................ 31
8.8.4. Uso do material no ensino de química .................................................................... 31
8.9. DOMINÓ DOS SAIS 32
8.9.1. Objetivos ................................................................................................................... 32
8.9.2. Material ..................................................................................................................... 32
8.9.3. Regra do Jogo (4 participantes) .............................................................................. 32
8.10. DOMINÓ DE ÁCIDOS E BASES 33
8.10.1. Objetivo ..................................................................................................................... 33
8.10.2. Material ......................................................................................................................... 33
8.10.3. Regra do Jogo ............................................................................................................... 33
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35
7
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
Atualmente o maior desafio é sem dúvida a busca do conhecimento, que nos
conduzem a enfrentamentos e a utilização de práticas pedagógicas, além de nos
proporcionarem a reflexão, desconstrução e reconstrução das concepções científicas.
A escola é o local do conhecimento produzido, reelaborado, socializado
dialeticamente na busca de novas sínteses construídas de acordo com a realidade.
Este tema trata de alternativas metodológicas que irão dar apoio e subsídios aos
professores, no intuito de tornar as suas aulas mais interessantes, propiciando respostas
aos desafios educacionais contemporâneos que pairam sobre nossas ações e que precisam
ser analisadas, bem como refletidas para as necessárias intervenções e superações.
Constitui-se numa ação de formação continuada com vistas a fundamentar as
práticas pedagógicas. Tem como desafio subsidiar teórico-metodologicamente o professor
de química por meio de atividades como a experimentação, atividades lúdicas e jogos
químicos.
As estratégias de ação são caminhos que precisam ser discutidas, sendo a sala de
aula, o espaço onde esses procedimentos deverão ser aplicados com os conteúdos
elencados de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica (SEED,
2008).
A todos os professores uma excelente leitura e aprofundamento acerca das
diferentes práticas pedagógicas e como encaminhá-las em sala de aula.
2. INTRODUÇÃO
Apresentamos o tema dando ênfase a experimentação problematizadora e as
atividades lúdicas, para que os professores de química possam estar utilizando em salas de
aula no seu dia-a-dia, proporcionando aos alunos de uma maneira mais motivadora a
aprendizagem dos conceitos químicos.
Entendemos que a compreensão da realidade na qual estamos inseridos é
fundamental. Pois é por meio do conhecimento, que nos damos conta de que os
questionamentos químicos do dia-a-dia possam permitir entendermos o que acontece ao
nosso redor.
8
A necessidade de trazermos esse tema aos professores se justifica pelo intuito maior
de proporcionar o acesso a essas estratégias de ação, objetivando a melhoria da qualidade
de ensino e ao mesmo tempo sanar as dificuldades dos alunos na compreensão de alguns
conceitos.
Queremos com isto proporcionar mais um suporte para que os professores possam
refletir e construir o conhecimento, através da interpretação e reinterpretação de fatos
experimentais, observações, fazendo-o entender, refletir e interpretar fatos do nosso
cotidiano.
3. QUÍMICA E MUDANÇAS PEDAGÓGICAS
A química é uma ciência que estuda as transformações e os materiais da natureza e,
procura dar explicações para tudo que está ao nosso redor, permitindo entender e interpretar
fatos do nosso cotidiano.
Acreditamos numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e
reconstrução de significados de conceitos científicos nas atividades em sala de aula
(MALDANER, 2003).
Existem diferentes maneiras de se ensinar química para torná-la uma ciência de fácil
compreensão. A grande maioria dos professores trabalha com a metodologia tradicional,
centrada na simples transmissão do conhecimento, onde o professor é a figura que “sabe
tudo” e sua função é passar conteúdos e, as suas aulas são sempre expositivas com o uso
exclusivo dos livros didáticos.
O aluno por sua vez é treinado para memorizar e repetir os conteúdos que lhes foram
transmitidos. As experiências de vida e o senso comum não são levados em consideração.
Os alunos simplesmente decoram as fórmulas, os conceitos e esquece rapidamente tudo o
que lhes foram ensinados.
O professor além de ser um mediador deve também ser um pesquisador, que coloca
os alunos frente a situações problematizadoras, a partir das quais eles construirão o próprio
conhecimento.
Existem professores rígidos e inflexíveis, que trabalham pensando somente em
vencer os conteúdos e esquecem a necessidade de ajudar os alunos a desenvolverem a
9
criticidade, a construírem o seu próprio conhecimento e, a conhecerem o meio em que
vivem e nele interferirem (SEED, 2008).
A conscientização do professor de mudar essa prática, no entanto não é uma tarefa
fácil. Pois, muitos não abrem mão do que fazem e acreditam que a ciência química é um
conjunto de verdades, descobertas por cientistas químicos e, que saber química é memorizar
e saber repetir essas verdades.
A própria formação do professor não contribui para essas mudanças. Há necessidade
de que haja professores motivados, conscientes e dispostos a mudar as suas práticas
pedagógicas e, proporcionar aos seus alunos um desenvolvimento mais qualificado
(MALDANER, 2003).
Não é somente essa a causa da necessidade de mudança das práticas pedagógicas.
Também é indispensável para haver a melhoria do ensino de Química, que professores
sejam valorizados e tenham melhores condições de trabalho e de vida.
No entanto, é de fundamental importância que as metodologias tradicionais sejam
repensadas pelos professores, mesmo nas precárias condições de trabalho em que se
encontram. Essas mudanças exigem dos mesmos a adaptação ao novo, mas também
criatividade, iniciativa, competência para avaliar o produto do seu trabalho e para tomar
medidas visando melhorar a qualidade de ensino e domínio dos conteúdos.
Entretanto, o conhecimento químico da sala de aula está muito distante da
necessidade real de um cidadão. Uma vez que os conteúdos ministrados aos alunos estão
dissociados das relações existenciais do cotidiano (SCHNETZLER, 1980) e, “os objetivos,
conteúdos e estratégias do ensino de química atual estão dissociados das necessidades
requeridas para um curso voltado para a formação da cidadania” (SANTOS, 1992).
Tais transformações ainda que estejam em estado embrionário colocam novos
desafios aos educadores, que é o de transformar o processo de ensino-aprendizagem,
enfatizando a capacidade de observar, criar, coletar e utilizar as informações e, sobretudo
pensar criticamente as condições sociais em que atuam.
Hoje, os grupos de estudos atuando com a formação continuada tentam através da
reflexão/investigação modificar suas práticas atuais, proporcionadas pelas leituras e as falas
de todos os membros do grupo.
Nessas falas é discutida a aprendizagem dos alunos, os princípios teóricos relativos à
natureza da ciência química e pedagógica, organização de um programa de ensino,
situações de sala de aula e conteúdos pedagógicos de Química.
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Esse espaço de estudo ofertado pela SEED tem contribuído para que o professor
reflita sobre suas práticas e pense num ensino de Química mais consistente, criando
situações de aprendizagem, onde o conhecimento químico seja construído e reconstruído.
4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A MUDANÇA DOS SABERES
CONCEITUAL
A grande maioria dos professores trabalha com uma metodologia cristalizada e
centrada na simples transmissão dos conhecimentos, onde o professor é a figura que
somente passa os conteúdos, sem ter a mínima preocupação se o aluno está ou não
aprendendo. O aluno somente memoriza e nas avaliações repetem os conteúdos, as
fórmulas, as nomenclaturas, sem entender que todos os conceitos químicos estão
acontecendo ao seu redor e, que seus conhecimentos prévios não estão sendo considerados e
nem reformulados.
Essa concepção de ensino tem sido modificada por diversos educadores, tais como
MALDANER (1992) e DELIZOICOV (1990) que propuseram uma renovação no ensino de
química. Conforme a proposta de DELIZOICOV (1990), a metodologia da problematização
seria uma alternativa para ser utilizada, pois trata de maneira dialógica e contextualizada o
conhecimento científico a partir do senso comum.
Essa metodologia consiste de três momentos chamados de Momentos Pedagógicos:
O Primeiro Momento é o da Problematização Inicial. Nessa etapa são apresentadas
questões ou situações problemas para discussão com os alunos. Mais do que uma motivação
para introduzir um conteúdo específico, a problematização inicial visa a ligação desse
conteúdo com situações reais em que os alunos conhecem e presenciam, mas que não
conseguem interpretar completamente ou corretamente, porque provavelmente não dispõem
de conhecimentos científicos suficientes (DELIZOICOV & ANGOTTI, 1990). O Segundo
Momento é o da Organização do Conhecimento. Neste momento pedagógico “os
conhecimentos necessários para a compreensão do tema central e da problematização inicial
serão sistematicamente estudados, sob a orientação do professor” (DELIZOICOV &
ANGOTTI, 1990). O Terceiro Momento Pedagógico é o da Aplicação do Conhecimento.
“Destina-se sobretudo a abordar sistematicamente o conhecimento que vem sendo
incorporado pelo aluno para analisar e interpretar tanto as situações iniciais que
determinaram o seu estudo, como outras situações que não estejam diretamente ligadas ao
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motivo inicial, mas que são explicadas pelo mesmo conhecimento” (DELIZOICOV &
ANGOTTI,1990).
Para David Ausubel (1968) “o aspecto principal no processo de ensino é que a
aprendizagem seja significativa. Isto é, o material a ser aprendido preciso fazer algum
sentido para o aluno. Isto acontece quando a nova informação “ancora-se” nos conceitos
relevantes já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz”.
Essa prática favorece um maior envolvimento no processo e aprendizagem do
conhecimento científico e, uma maior interação com situações concretas do cotidiano.
Na inter-relação professor-aluno através do diálogo propiciam o desenvolvimento do
espírito crítico, da cooperação, da troca de idéias, tornando-os mais criativos e formando
cidadãos capazes de enfrentar e resolver situações do dia-a-dia.
Na preocupação de encontrar formas alternativas de abordar os conceitos químicos,
a aplicação de jogos químicos na aprendizagem possibilitará aos alunos desenvolver
diversas potencialidades tais como a criatividade, o prazer em estudar, a interação entre
professor-aluno e aluno-aluno, a cooperação, entre outras. Os alunos serão despertados por
um aprendizado mais prático em detrimento de um conteúdo puro e simples ministrado nas
aulas tradicionais.
Nessa perspectiva “o jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo
didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de
informações” (KISHIMOTO, 1996).
O professor passa a ser um mediador, oportunizando aos alunos momentos de
expressão, criação e de troca de informações e, na busca de soluções irá conseguir construir
seu próprio conhecimento.
O jogo passa a ser uma oportunidade de entrosamento entre aluno-professor como
forma de enriquecimento e motivação para a aprendizagem. É uma atividade em que se
reconstroem as relações sociais e, embora seja aplicado com uma grande variedade de
temas, todo ele contribui por princípio ao mesmo conteúdo: a atividade do homem e as
relações sociais entre as pessoas (ELKONIN, 1998).
Segundo Piaget (1994, p.23) os jogos funcionam como uma oportunidade de
conviver com regras, e este convívio não se limita à aceitação e a obediência, mas também
leva a criação de uma normatização.
A proposta de inserir os jogos químicos no Ensino de Química demonstra a
preocupação, bem como a necessidade de encontrar formas alternativas de abordar os
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conceitos científicos. Da mesma maneira “a adoção de jogos lúdicos oferecerá
oportunidades para aquisição e fundamentação de conceitos, informações e troca de
conhecimentos” (CHATEAU, 1987).
Essa metodologia além de ser muito eficiente permite a construção do conhecimento
através do pensar, da cooperação, da criatividade, do espírito de equipe e pela busca de
novas informações, assim superando as suas dificuldades.
5. ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO
Percebemos que muitos alunos saem do Ensino Médio sem ter o conhecimento
mínimo sobre os conceitos químicos e a sua relação com o dia-a-dia.
Acreditamos que, para tentar resolver esse problema, muitas propostas que levam o
aluno para uma alfabetização científica têm sido sugeridas. Porém, muito pouco se muda,
porque os professores se deparam com muitos obstáculos ao chegar à sala de aula, tais
como o pequeno número de aulas na grade curricular, turmas numerosas, inexistência de
agentes de execução (profissionais que colaboram no preparo de materiais e reagentes
químicos), ausência de laboratórios e de materiais suficientes para todas as turmas da
escola. Assim, dificultando o trabalho do professor, que acaba desistindo e voltando às suas
aulas para um ensino pautado somente no livro didático, expositivas, sem relacionar a teoria
com a prática, impedindo o aluno de refletir, criar, propor hipóteses e de transferir o
conhecimento para as soluções de problemas.
A formação dos professores de Química influi na maneira de trabalhar os conteúdos,
uma vez que, formados dentro de uma metodologia tradicional, além da falha nos domínios
dos conteúdos, apresentam resistência às novas formas de ensinar.
Não podemos ignorar as propostas de ensino, que orientam a construção do
conhecimento, levando em consideração as concepções prévias dos alunos, através das
situações problemáticas, das pesquisas e das abordagens vinculadas à realidade local
reconstroem o conhecimento através das atividades (MORTIMER, 1994).
Nessa perspectiva, a relação entre a teoria e a prática é muito importante que o
professor dê oportunidade para o aluno argumentar, discutir, expor as suas idéias sobre os
fenômenos estudados e, refletir para que através do diálogo possa reformular os seus
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conhecimentos empíricos. Também, para que tudo isso aconteça, é primordial que o
professor domine os conteúdos específicos.
Acreditamos que, saber qual o conteúdo que vai ser ensinado não é somente dominar
os conteúdos do livro didático, mas também saber preparar as suas aulas, suas atividades,
interagir com os alunos e contribuir para as suas mudanças comportamentais, fornecendo
subsídios teóricos e metodológicos.
6. ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS NO ENSINO DE QUÍMICA. TEMA:
SAIS
Quando perguntamos o que é sal, todos já pensam em pequeninos sólidos com
sabor salgado e que serve principalmente para dar gosto aos alimentos. Quimicamente
falando, sal é todo composto que possui um ou mais ânions diferentes da hidroxila (OH1-
)
ou oxigênio (O2) e pelo menos um cátion diferente do hidrogênio (H+). Pode ser formado a
partir de reações de neutralização entre ácidos e bases. Assim, dizemos que um ácido (H+)
neutraliza uma base (OH-). Por exemplo, a partir da reação do ácido clorídrico com o
hidróxido de sódio obtém-se o cloreto de sódio mais a água. Essa reação pode ser
representada pela equação:
HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)
Após a mistura, o béquer conterá uma solução com íons Na+
(provenientes da base,
NaOH) e Cl- (provenientes do ácido, HCl). Se aquecermos o frasco até toda a água
evaporar, obteremos um sólido formado por esses íons.
O cloreto de sódio (NaCl) é o principal componente do sal de cozinha.
Esquematicamente, os íons Na+ e Cl
- estão unidos em forma de um cristal cúbico como a
figura abaixo:
Fonte: Banno,2010.
Figura 01. Aglomerado de íons Na+ e Cl
-.
14
Todos os cátions Na+ e ânions Cl
- formam o conhecido retículo cristalino.
O NaCl ao se dissolver na água quebra o retículo cristalino e os íons ficam livres.
No Brasil, o sal de cozinha é extraído geralmente das salinas, onde o sal proveniente
das jazidas é evaporado para o consumo. Em solução conduz a corrente elétrica.
Fonte: Banno,2010.
Figura 02. Circuito elétrico.
Então, de que maneira é produzido o sal?
Para demonstrar a obtenção do sal, o vídeo “De onde vem” mostra como é obtido o
sal.
6.1. ALGUNS SAIS UTILIZADOS NO NOSSO DIA-A-DIA E SUAS FUNÇÕES
Segundo Santos e Mol (2007) os principais sais utilizados no nosso cotidiano são:
CLORETO DE SÓDIO (NaCl)
É o sal de cozinha. Além de ser usado para salgar a comida, também tem larga
aplicação na conservação dos alimentos (carne-seca, bacalhau, peixes, etc.), na composição
do soro fisiológico, e como matéria-prima para a produção de gás cloro (Cl2), de soda
cáustica (NaOH) e de hipoclorito de sódio (NaClO).
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 03. Sal de cozinha, bacalhau e soda cáustica.
BICARBONATO DE SÓDIO (NaHCO3)
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É utilizado para a produção do gás carbônico, em extintores de incêndios, fermentos
e como antiácido estomacal.
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 04. Sal de bicarbonato de sódio, biscoito e extintor de incêndio.
FLUORETO DE SÓDIO (NaF)
É componente de vários cremes dentais e enxugadores bucais, pois tem a
propriedade de inibir a perda de minerais dos dentes, tornando-os mais resistentes às
bactérias causadoras das cáries.
Fonte: Banno, 2010 e domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 05. Sal de fluoreto de sódio e pasta de dente.
HIPOCLORITO DE SÓDIO (NaClO)
É utilizado para branqueamento das roupas brancas, papéis, no tratamento da água
por ser anti-séptico e eliminador de gostos e odores, desinfetantes de piscinas e caixas
d’água, casas, hospitais, etc. É uma importante arma doméstica contra os microorganismos.
Em quantidades apropriadas pode ser adicionado à água para lavagem de vegetais.
Para combater o mosquito da DENGUE, o uso constante do hipoclorito de sódio,
tem sido muito importante para o combate e a proliferação da doença.
16
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 06. Hipoclorito de sódio.
NITRATO DE POTÁSSIO (KNO3)
É usado como fertilizante e empregado como conservante na fabricação de carnes
embutidas para preservar as características do alimento e sua cor original tais como, no
presunto, mortadela e salames.
Fonte: Banno, 2010 e domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 07. Sal de nitrato de potássio, carnes embutidas e lavoura.
SULFATO DE MAGNÉSIO (MgSO4)
É conhecido como sal amargo e, utilizado como laxante, na fabricação de tintas e
sabões.
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 08. Sabões, laxante e tintas.
CARBONATO DE CÁLCIO (CaCO3)
É usado na fabricação de cimento, de vidro comum, em pastas de dentes como
abrasivo, fertilizante auxiliando no crescimento das plantas e juntamente com a cal diminui
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a acidez do solo, favorecendo a fixação do nitrogênio pelos vegetais. É muito encontrado na
natureza como calcário e mármore.
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 9. Mármore e copo de vidro
SULFATO DE CÁLCIO (CaSO4)
É empregado na fabricação de giz, porcelana e gesso. É encontrado na natureza
como anidrina (desidratada) e gipsita (hidratada).
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 10. Pedaços de giz, porcelana e gesso.
FOSFATO DE CÁLCIO (Ca3(PO4)2)
Fornece fósforo aos vegetais e faz parte da composição química dos ossos. É
utilizado na produção do ácido fosfórico, fertilizantes e como suplemento nutricional.
Fonte: Banno, 2010 e domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 11. Sal de fosfato de cálcio e mão.
NITRATO DE AMÔNIO (NH4NO3)
É utilizado como fertilizante com fácil absorção das plantas, também usados em
herbicidas, inseticidas, fertilizantes e explosivos.
18
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 12. Sal de nitrato de amônio e bomba.
CARBONATO DE SÓDIO (Na2CO3)
Possui grande aplicabilidade na produção de vidro comum, na fabricação de sabões
e detergentes, remédios, corantes e papel.
Fonte: Banno, 2010 e domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 13. Sal de carbonato de cálcio, detergente, papel, remédios e corantes.
6.2. PROPRIEDADES DOS SAIS
Os sais são substâncias formadas pela união da reação de um ácido com uma base,
mais a água. São substâncias iônicas formadas por cátions e ânions. A maioria dos sais é
sólida em temperatura ambiente, embora alguns sejam amorfos, tais como o BeF2 e o
Cu2C2.
Os sais cristalinos são formados através de diferentes processos, tais como a
evaporação (cristais de NaCl), ou pelo resfriamento de material fundido (rochas
vulcânicas), ou pela condensação de vapores (neve).
As forças de atração entre os íons fazem com que cada sal se dissocie de maneira
diferente. A maioria dos sais é solúvel em contato com a água, embora existam aqueles que
são poucos solúveis. Portanto, a solubilidade é uma propriedade muito importante porque
ela varia de sal para sal.
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6.3. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NAS TRANSFORMAÇÕES DOS SAIS
As transformações químicas ocorrem a todo o momento ao nosso redor. Algumas
dessas mudanças ocorrem rapidamente, tais como a transformação do leite em coalhada e o
alimento que se estraga. Enquanto, que outras são mais lentas, tais como o crescimento de
uma planta e o apodrecimento de um melão. Enfim, essas mudanças irão consumir os
reagentes e formar novos produtos.
Há diferentes variáveis que podem influenciar acelerando essas mudanças, tal como
a temperatura. As relações entre a temperatura e a velocidade de reações químicas afetas
muitas situações do nosso cotidiano.
7. PLANO DE ATIVIDADES
Nesta proposta procuramos adotar experimentos problematizadores e a utilização de
jogos químicos sobre Sais, com intuito de que os alunos possam usar seus novos
conhecimentos e reconstruir suas concepções prévias. Para isso, utilizaremos como
estratégia de ação a experimentação problematizadora com base nos três momentos
pedagógicos de Delizoicov: problematização inicial, organização do conhecimento e
aplicação do conhecimento, juntamente com os jogos químicos como ferramentas para o
desenvolvimento da concentração, autoconfiança, criatividade, troca de conhecimentos e
propiciando as interações interpessoais.
7.1. INVESTIGAÇÃO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Nesse primeiro momento será realizada uma sondagem a respeito dos
conhecimentos prévios dos alunos, com aplicação de um questionário sobre sais, cuja
abordagem será o seu uso no nosso cotidiano. As substâncias tais como o cloreto de sódio,
que é o sal de cozinha; o bicarbonato de sódio utilizado em alguns fermentos químicos; o
fluoreto de sódio que é o componente de vários cremes dentais e têm a propriedade de inibir
a perda de minerais dos dentes tornando-as mais resistentes às bactérias causadoras de
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cáries; o hipoclorito de sódio utilizado no branqueamento de produtos têxteis e papéis, no
tratamento da água por ser anti-séptico e eliminador de gostos e odores indesejáveis; o
sulfato de magnésio usado na fabricação de sabões, tintas, laxante tal como o sal amargo ou
sal de Epsom; o carbonato de sódio encontrado na natureza como anidrina e gipsita,
empregado na fabricação de giz, porcelana e gesso e, tantos outros. A relação estabelecida
pelos alunos acerca dos vários compostos salinos e o seu cotidiano demonstrará o
aprendizado mais eficaz a respeito de suas características e propriedades químicas.
Num segundo momento em sala de aula serão distribuídas aos grupos de alunos, as
diferentes situações problematizadoras, tais como:
O que acontece quando um ácido se junta com uma base?
Por que substâncias formadas por íons positivos e negativos apresentam
comportamento neutro, tal como o caso do cloreto de sódio e outros sais?
Por que a água salgada conduz a corrente elétrica?
Quais são as características de um sal?
Será que todos os sais se dissolvem da mesma forma?
O que provoca a dor de estômago? O que devemos ingerir para minimizar e
neutralizar esse efeito?
Por que em dias de chuva, o sal de cozinha fica úmido? O que fazer para retirar
e/ou evitar esta umidade?
Por que o sal iodado é indispensável na nossa alimentação?
Quais os distúrbios que podem apresentar as pessoas que não ingerem iodo no
seu dia a dia?
O excesso de sal no nosso organismo pode provocar alguma doença? Qual? O
que fazer para evitar ou minimizar os seus efeitos?
O bacalhau é salgado para a sua conservação. De que maneira pode eliminar
rapidamente o sal deste peixe para usá-lo nas mais diferentes receitas?
Após a discussão e reflexão, os alunos terão condições para expressarem os seus
pontos de vista, de acordo com os seus conhecimentos prévios e alcançarem à solução de
problemas, através de um conhecimento mais sistematizado. Nessa fase, o professor irá
sistematizar os conhecimentos complementando as informações.
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8. ATIVIDADE EXPERIMENTAL INVESTIGATIVA
8.1. Atividade 1. Investigação do desprendimento de gás carbônico, através da
reação do vinagre com o bicarbonato de sódio.
8.1.1. Objetivos
Observar as características iniciais dos reagentes e dos produtos formados
quando dissolver o bicarbonato de sódio no vinagre.
Observar e anotar qual o gás desprendido na reação.
Discutir sobre os malefícios e benefícios desse gás na nossa vida e na natureza.
Quais outras formas de obter esse gás?
Quais outras aplicações possíveis para esse gás?
8.1.2. Materiais e reagentes
Béquer, bastão de vidro, vela e fósforo.
Vinagre e bicarbonato de sódio.
8.1.3. Problematização
Colocar no béquer uma pequena quantidade de vinagre. Em seguida, adicionar o
bicarbonato de sódio. Questionar:
O que acontecerá com o bicarbonato de sódio quando estiver se dissolvendo
no vinagre?
Ouvir as hipóteses dos alunos e discutir se:
A hipótese dos alunos foi comprovada?
Por que isso ocorreu dessa maneira?
O que realmente ocorreu?
8.1.4. Organização do conhecimento
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Após as explicações dos alunos sobre o fenômeno, fazer a leitura e discutir o texto
seguinte para reorganizar as idéias.
COMO ATUA O FERMENTO?
O carbonato ácido de sódio ou bicarbonato de sódio (NaHCO3) é uma substância
branca em pó. Emprega-se na cozinha, em medicina e na fabricação de fermento inglês.
O fermento inglês é usado em bolos, biscoitos e outros alimentos. A razão de seu
uso é fornecer bolhas de gás para fazer a “massa” crescer, podendo ser substituído por
carbonato ácido de sódio e leite azedo combinado. Em ambos os casos, a reação que
envolve a ação do ácido sobre hidrogenocarbonato de sódio forma-se dióxido de carbono.
Fonte: domínio público, acesso em 18/06/2010.
Figura 14. Bolo e biscoitos.
Quando se emprega leite azedo, o ácido que age é o ácido láctico (HC3H5O3)
conforme a reação:
NaHCO3(s) + HC3H5O3(l) → NaC3H5O3(s) + H2O(l) + CO2(g)
O produto sólido formado é o lactato de sódio (NaC3H5O3). Já o fermento em pó
consiste de uma mistura de hidrogenocarbonato de sódio, hidrogenotartarato de potássio
(KHC4H4O6, comumente chamado cremor tártaro) e amido, cuja função deste último é
impedir que o vapor d’água existente no ar aglutine o pó. A reação que ocorre quando se
adiciona a água ao fermento em pó é dada pela equação:
NaHCO3(s) + KHC4H4O6(l) → NaKC4H4O6(s) + H2O(l) + CO2(g)
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O produto formado tartarato de sódio e potássio (NaKC4H4O6) é chamado
comumente de “sal de Rochelle”. Há outros tipos de fermento em pó tais como di-
hidrogenofosfato de cálcio, Ca(H2PO4)2; diidrogenofosfato de sódio, NaH2PO4 e sulfato de
sódio e alumínio, NaAl(SO4)2, que podem ser empregados como o constituinte ácido. A
última substância mencionada é ácida, como resultado de hidrólise do sal de alumínio.
O agente usado na fermentação do pão comum é um microorganismo chamado
levedura, ou simplesmente fermento. Esse microorganismo produz uma enzima (catalisador
orgânico) que converte açúcar em álcool e dióxido de carbono:
C6H12O6(s) → 2 C2H5OH(l) + 2 CO2(g)
A fórmula C6H12O6 da equação representa a glicose, um açúcar simples.
Fonte: Banno,2010.
Figura 15. Estrutura espacial da glicose.
8.1.4.1. Questões para discussão
Quando foi adicionado o bicarbonato de sódio ao leite azedo, qual foi o gás
liberado? É o mesmo do experimento anterior?
Será que acontecerá o mesmo, se colocar fermento em pó na água?
Você saberia explicar porque o pão cresce?
8.1.5. Aplicação do conhecimento
Após a discussão, os alunos terão condições de relacionar de acordo com as suas
experiências individuais, os conhecimentos adquiridos ao seu cotidiano, tal como o uso do
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gás carbônico nos extintores de incêndio; nos refrigerantes; no bicarbonato de sódio; em
bolos e pães entre outras inúmeras aplicações.
8.2. Atividade 2. Investigação da velocidade de reação no comprimido efervescente.
8.2.1. Objetivos
Observar a velocidade de dissolução dos comprimidos.
Comparar os resultados obtidos em cada grupo de alunos.
8.2.2. Materiais e reagentes
3 béqueres
Comprimidos efervescentes, água em temperatura ambiente, morna e quente.
8.2.3. Problematização
Colocar os comprimidos na água em temperatura ambiente, morna e quente e,
questionar:
Fonte: Banno, 2010.
Figura 16. Copos de água na temperatura ambiente, morna e quente.
Qual o fenômeno que deve existir para que uma reação possa ocorrer rapidamente
ou lentamente?
Você poderia interferir retardando ou acelerando esses processos?
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Em qual dos béqueres a dissolução é mais rápida?
O tamanho dos comprimidos influi na velocidade da reação?
Por que os alimentos são colocados na geladeira?
O que acontece com as moléculas dos comprimidos em água dentro dos
béqueres?
Numa churrasqueira, por que devemos abanar o carvão para aumentar a brasa?
8.2.4. Organização do conhecimento
Leitura do livro didático público da SEED, cap. 9, p. 125.
Pesquisa sobre Sais e Catalisadores em livros e Internet.
8.2.5. Aplicação do conhecimento
Relacionar a diminuição e o aumento da temperatura com os fenômenos do dia-a-
dia, exemplificando o que ocorre na panela de pressão e na geladeira.
8.3. Atividade 3. Investigação da dissolução de comprimidos efervescentes.
8.3.1. Objetivos
Observar a dissolução dos comprimidos nos béqueres.
Comparar a dissolução dos comprimidos de tamanhos diferentes.
8.3.2. Problematização
Dissolver os comprimidos de tamanhos diferentes. Em seguida questionar:
Em qual das três misturas a reação ocorreu com maior rapidez?
Como é possível explicar os fenômenos ocorridos e observados no
experimento?
Qual mistura que atua mais rapidamente no organismo humano?
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Para quais fins ingerimos os comprimidos efervescentes?
8.3.3. Organização do conhecimento
Leitura em livros didáticos - Química e Sociedade (SANTOS e MÖL, 2007) e
Química Geral - vol.1(FELTRE, 2004).
Pesquisa na Internet
8.3.4. Aplicação do conhecimento
Transferir os conhecimentos sistematizados para as situações do dia-a-dia, tais como
o uso dos medicamentos triturados e líquidos.
8.4. Atividade 4. Investigação das transformações em três sistemas diferentes.
8.4.1. Objetivos
Observar as transformações ocorridas nos copos 1, 2 e 3.
Identificar a produção de gases nos copos 1, 2 e 3.
8.4.2. Materiais e reagentes
Três copos.
Água, refrigerante, sal de cozinha, açúcar e comprimido efervescente.
8.4.3. Problematização
Após adicionar uma colher (chá) de sal, açúcar e o comprimido efervescente ao copo
1, 2 e 3, respectivamente, questionar:
Que diferenças podem ser reconhecidas entre os sistemas 1, 2 e 3?
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O gás liberado nos sistemas 2 e 3 já existiam em cada um dos sistemas
iniciais?
Nos sistemas observados, houve produção de novo material? Em caso
afirmativo, como se pode evidenciar esse fato? (MORTIMER, 1994).
8.4.4. Organização do conhecimento
Trabalhar os conteúdos sobre reações químicas, delimitando melhor o papel das
evidências na identificação das mesmas.
8.4.5. Aplicação do conhecimento
Os conhecimentos adquiridos serão aplicados no cotidiano dos alunos. Ao
analisarem as características dos materiais antes e depois da transformação, de modo a
evidenciar a ocorrência ou não das reações químicas.
8.5. JOGO QUÍMICO SALINO
8.5.1. Objetivos
Proporcionar uma aprendizagem significativa, através de jogos com questões e
respostas sobre o conteúdo: SAIS.
Exercitar o raciocínio e a lógica.
8.5.2. Organização
Este jogo poderá ter no máximo 2 participantes. Para iniciar deverão jogar o
dado e quem tirar o maior número será o iniciante, que jogará novamente o dado e irá
caminhar o número de casas conforme o número obtido. Se o aluno parar na casa em que
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tiver um ponto de interrogação deverá responder a pergunta. Se acertar caminha uma casa,
se errar ficará no mesmo lugar. Quem chegar primeiro será o vencedor.
As perguntas se relacionam com o conteúdo SAIS:
1) Qual a influência dos sais em nossas vidas?
2) Dê exemplos de sais encontrados na natureza.
3) Quais os sais que utilizamos no nosso dia-a-dia?
4) Dê o nome do sal Ca3(PO4)2.
5) Dentre os sais: CuSO4, Na2CO3 e NaCl, qual deles não produz efeito sobre o papel
tornassol?
6) As soluções aquosas e bem diluídas de bicarbonato de sódio e carbonato de sódio
são: a) básica e ácida ou b) básica e básica.
7) Qual o composto que se forma quando um ácido reage com uma base?
8) Qual o sal que contém o elemento que evita o aparecimento do bócio?
9) Quando um sal pode ser classificado como normal?
10) Qual o nome de um dos componentes do soro fisiológico?
11) Onde é usado o NaClO?
12) Para que serve o NaF?
13) Qual o nome do sal que é usado como contraste em radiografias de estômago?
14) Qual a diferença entre sais oxigenados e não –oxigenados?
15) Quais as propriedades dos sais?
16) Qual o gás que produz o bicarbonato de sódio quando aquecido?
17) Equacione a reação entre o H2SO4 e o NaOH, e dê o nome do sal formado.
18) Para que serve o cloreto de sódio?
19) O que um sal deve ter para eu seja classificado como sal ácido?
20) O que um sal deve ter para que ele seja classificado como sal básico?
Fonte: Banno, 2010.
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Figura 17. Jogo Químico Salino.
8.6. JOGO DOS SAIS
8.6.1. Objetivo
Conhecer as características de um sal, suas propriedades, tipos e funções.
8.6.2. Organização
É um jogo que aborda sobre conteúdos de sais. Contêm 20 cartas que são divididas
igualmente entre os participantes. Cada jogador compra uma carta das mãos do outro
participante e tenta responder a questão proposta na carta. O tempo será cronometrado. Se
acertar caminhará para a casa seguinte, e se errar terá que pagar um mico, rodando a roleta.
Quem chegar primeiro ao topo da escala ganhará o jogo. Os alunos poderão jogar em
equipes ou isoladamente.
Este jogo é muito divertido e propicia uma aprendizagem mais prazerosa e
motivadora, pois ocorre com a participação coletiva.
Fonte: Banno, 2010.
Figura 18. Jogo dos Sais.
8.7. FORMAÇÃO DOS SAIS
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O jogo consiste em formar SAIS, através da união de cátions com os ânions. Serão
distribuídos para cada grupo, kits contendo cartelas com os nomes dos sais e vários cátions
e ânions feitos em EVA. As cartelas misturadas estarão reunidas com os nomes de cada sal
voltadas para cima. Cada aluno, sequencialmente terá que formar o sal unindo os cátions
com os respectivos ânions. Caso o aluno não acerte a fórmula estrutural do sal, passa a vez
e a cartela é misturada a outras cartelas. Caso haja acerto, o aluno retira e fica com a cartela
para ele. O ganhador será aquele que tiver mais cartela.
Fonte: Banno, 2010.
Figura 19. Formação de Sais.
8.8. ZIG-ZAG DOS ÍONS
8.8.1. Objetivo
Identificar os diferentes números de oxidação dos elementos químicos da
tabela periódica.
Exercitar o raciocínio e a lógica.
8.8.2. Material
1 cartela contendo os íons positivos e negativos dos elementos químicos da
tabela periódica distribuídos aleatoriamente em linhas horizontais.
1 cubo contendo carga +/- com variação de 1 a 6.
5 anéis.
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8.8.3. Regra do jogo
Cada participante inicia-se jogando o cubo.
Se a face obtida for uma carga positiva ou negativa variando de 1 a 6, então o
participante deverá localizar qual o íon que contém esta carga e iniciar a
jogada, colocando o anel na posição do íon correspondente na primeira linha
horizontal (PARTIDA).
Se a face obtida for uma carga positiva ou negativa variando de 1 a 6, porém
ausente na primeira linha horizontal (PARTIDA), passa a jogada.
Na sequência cada participante continua o jogo usando o cubo, assim a carga
obtida, o participante deverá localizar qual o íon pertencente e posicionar o
anel.
Caso não tenha o íon correspondente na linha horizontal seguinte, o
participante permanece com o anel na mesma posição.
O vencedor será aquele que primeiro alcançar a última linha horizontal
(CHEGADA).
8.8.4. Uso do material no ensino de química
O aluno através do jogo poderá desenvolver o raciocínio lógico, memorizando
o número de oxidação dos elementos químicos da tabela periódica.
O aluno poderá desenvolver novas regras para o uso do material de maneira a
propiciar o exercício abstrato de identificação dos diferentes tipos de íons para
a formação dos sais.
Fonte: Banno, 2010.
Figura 20. Zig-zag dos íons.
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8.9. DOMINÓ DOS SAIS
8.9.1. Objetivos
Praticar a nomenclatura e a fórmula molecular dos sais.
Identificar os sais existentes.
Exercitar o raciocínio e a lógica.
8.9.2. Material
28 peças de EVA no tamanho (4 cm de comprimento X 4 cm de largura).
8.9.3. Regra do Jogo (4 participantes)
Cada participante recebe 6 peças que mantêm escondidas dos olhos dos outros.
Estabelecer a ordem pelas quais os participantes farão as jogadas (Quem joga
primeiro, segundo, e assim por diante).
O iniciante do jogo poderá escolher qualquer peça para começar o jogo.
A partir de quem iniciou o jogo, cada participante na sequência colocará uma
peça que se encaixe em uma das “pontas” da cadeia que vai se formando (obs.:
cada fórmula molecular encaixará ao seu nome).
Se alguém na sua jogada não tiver a peça, vai ao “monte” e “compra” até
conseguir uma peça. Caso não exista tal peça, o participante “passa” sua vez
ao próximo participante.
Vence o jogo aquele participante que primeiro colocar todas as peças ou vence
aquele que tiver o sal de menor massa molecular.
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Fonte: Banno, 2010.
Figura 21. Dominó dos sais.
8.10. DOMINÓ DE ÁCIDOS E BASES
8.10.1. Objetivo
Praticar a nomenclatura e a fórmula molecular dos ácidos e bases.
Identificar os ácidos e bases existentes.
Exercitar o raciocínio e a lógica.
8.10.2. Material
28 peças de EVA no tamanho (8 cm de comprimento por 4 cm de largura).
8.10.3. Regra do Jogo
Cada participante recebe 6 peças que mantêm escondidas dos demais.
Estabelecer a ordem pelas quais os participantes farão as jogadas (Quem joga
primeiro, segundo e assim por diante).
O iniciante do jogo poderá escolher qualquer peça para começar o jogo.
A partir de quem iniciou o jogo, cada participante na sequência colocará uma
peça que se encaixe em uma das “pontas” da cadeia que vai se formando.
(Obs.: cada fórmula molecular encaixará ao seu nome.).
Se alguém na sua jogada não tiver a peça vai ao “monte” e “compra” até
conseguir uma peça. Caso não exista tal peça, o participante “passa” a vez ao
próximo participante.
Vence o jogo aquele participante que primeiro colocar todas as peças.
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Se o jogo ficar “travado”, isto é, não houver possibilidade de colocar peças,
vence aquele que tiver o ácido ou a base de menor massa molecular.
Com a aplicação desses jogos, os alunos desenvolverão o raciocínio lógico
praticando a nomenclatura e as fórmulas moleculares dos ácidos e bases, e poderão
desenvolver novas regras para o uso do material de maneira a propiciar o exercício de
identificação dos ácidos e bases.
Fonte: Banno, 2010.
Figura 22. Dominó de ácidos e bases.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUSUBEL, D. P. Educational psycology: a cognitive view. New York: Holt, Rinehart and
Winston, 1968.
CHATEAU, J. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.
ELKONIN, D. A Psicologia do Jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
FELTRE, R. Química Geral. 6ª ed. São Paulo: Moderna, v.1, 2004.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1999.
MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada dos professores de química:
professor/pesquisador. 2. Ijuí: Unijuí, 2003, p. 120.
MORTIMER, E. F. Construtivismo, mudança conceitual e ensino de ciências: para
onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. v.1, n.1, 1994.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Departamento do Ensino Médio. Diretrizes Curriculares da rede Pública de Educação
Básica do Estado do Paraná. Química. Curitiba: SEED/DEM, 2008.
PAULING, L. Química Geral. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1992, p.1.
PIAGET, J. O juízo Moral da Criança. Trad.: Elzon Lenardon. São Paulo: Summus, 1994.
SANTOS, W. L. P. dose SCHMETZLER,R.P. Educação em Química-Compromisso com
a cidadania. 3ª edição.Editora Unijuí, 2003.
SANTOS, W. L.; MÓL, G. S. Química e Sociedade. São Paulo: Editora Nova Geração,
2007.
SCHENETZLER, R. P. Um estudo sobre o tratamento do conhecimento químico em
livros didáticos brasileiros dirigidos ao ensino secundário. Química Nova. v.4, n.1,
1981.
DELIZOICOV,D.; ANGOTTI, J.A. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo:
Cortez, 1990.