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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ – UENP

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ANA MARIA DE AMORIM

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: UNIDADE DIDÁTICA

CORNÉLIO PROCÓPIO

2010

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ANA MARIA DE AMORIM

O PODER DA PALAVRA

Produção Didático-Pedagógica apresentada ao

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

da Secretaria de Estado da Educação do Paraná –

SEED.

Área de conhecimento: Língua Portuguesa

Orientadora: Prof.ª Ma. Maria Aparecida de Fátima

Miguel

Cornélio Procópio

2010

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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Ana Maria de Amorim

Área: Língua Portuguesa

Núcleo Regional de Educação: Cornélio Procópio

Professora Orientadora: Prof. Ma. Maria Aparecida de Fátima Miguel

IES vinculada: Universidade Estadual do Norte do Paraná- UENP

Escola de Implementação: Colégio Estadual André Seugling – Ensino Básico e

Profissionalizante

Público objeto de intervenção: Alunos do 3º ano do Ensino Médio

Área de Estudo do Professor PDE: Gêneros do Discurso e Ensino de Língua Portuguesa

Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática

CORNÉLIO PROCÓPIO

2010

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SUMÁRIO:

1 O PODER DA PALAVRA .....................................................................................................5

2 CANÇÕES E POEMAS .........................................................................................................6

3 AS IMAGENS TAMBÉM FALAM .....................................................................................12

4 GÊNEROS DO COTIDIANO ..............................................................................................14

5 LENDO UM CONTO ...........................................................................................................17

6 HORA DE ESCREVER ........................................................................................................23

7 AMPLIANDO OS HORIZONTES ......................................................................................27

8 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................28

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UNIDADE DIDÁTICA

A – O poder da palavra

Nesta Unidade Didática estudaremos alguns gêneros textuais. O que queremos que

você observe é que apesar de tratar de um mesmo assunto, os textos vão se apresentar em

diversos gêneros textuais de acordo com a finalidade de cada um deles.

Tema: O Poder da Palavra

Vivemos em um mundo feito de palavras. Ditas, escritas, desenhadas. Ouvidas ou

silenciadas. Pronunciadas por mim, por você, por nós, por muitas vozes. Você já imaginou o

mundo sem a palavra escrita? Como seria? E você, consegue ler e entender o mundo a sua

volta? Pode ouvir todas as vozes presentes nas falas e nos textos que o cercam? Consegue se

fazer entender através da escrita ? Em que momentos da sua vida você usa a leitura ou a

escrita?

A- Vamos ver e ouvir o poema de Ferreira Gullar, Muitas vozes:

Vídeo disponível em WWW.youtube.com/watch?v=xtqdU-Jdl90 . O vídeo será apresentado

na TV Pendrive.

1. DISCUSSÃO ORAL:

a) O que você entende pela 1ª e 2ª estrofes?

b) O que quer dizer “O meu poema tem muitas vozes”?

c) Nós podemos dar nossas opiniões através de uma canção ou um poema?

O PODER DAS PALAVRAS

A palavra exerce um poder de fascínio. Podemos manipulá-la e utilizá-la de mil

maneiras. Ela pode ser usada para o bem ou para o mal. Para alegrar, encorajar, afirmar,

consolar. Mas pode ser usada para entristecer, desencorajar, humilhar. As palavras utilizadas

em uma poesia, uma canção, um livro, um sermão, um discurso não são neutras. Elas

possuem um objetivo, um alvo a ser atingido. A pessoa que sabe falar detém um grande poder

sobre as demais.

Você concorda com o conceito acima? Já ouviu alguém usar de poder através da palavra?

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B – CANÇÕES E POEMAS

B- Ouça agora a canção Palavras repetidas de Gabriel O pensador:

(Poderá ser utilizada a TV Pendrive ou um aparelho de som).

Palavras Repetidas Gabriel Pensador Composição: Gabriel O Pensador “A Terra tá soterrada de violência”

Disponível em: <http//www.letras.terra.com.br>G>

1-DISCUSSÃO ORAL:

a)Você “ouviu” muitas vozes na letra da canção?

b)Quais são as vozes que querem se fazer ouvir na letra da canção?

d)A força dessa canção tem a ver com o “poder da palavra”?

c)Você percebeu um diálogo do texto com outros textos? Quais?

2. PESQUISA

Leia a seguinte frase que aparece na Bíblia, na carta aos Coríntios, cap. I, vers. 13:

“sem amor eu nada seria, ainda que eu falasse a língua dos anjos”.

Anjos foi substituída por quais palavras na letra da música “Palavras Repetidas”?

Procure no dicionário os seus significados e explique que novos sentidos essas palavras deram

à frase.

C.Audição da música IRACEMA de Demônios da Garoa:

(Poderá ser utilizada a TV Pendrive ou um aparelho de som).

Iracema Demônios da Garoa Composição: Adoniran Barbosa “iracema, eu nunca mais te vi”

Disponível em:<http://www.letras.terra.com.br>D>

1.DISCUSSÃO ORAL:

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a)Pedir que os alunos relatem a diferença de estilos entre a primeira canção ouvida e a

segunda.

b)Identificar traços de oralidades nas duas canções.

c)Na história dessa canção, a palavra do namorado teve poder? Justifique sua resposta.

2.INTERPRETAÇÃO DOS TEXTOS:

a)Você conhece o músico Gabriel o Pensador? E o conjunto musical Demônios da Garoa?

GABRIEL O PENSADOR é o nome artístico de Gabriel Contino. É um dos maiores nomes

do rap e pop brasileiro, faz letras de crítica social e moral. Gravou seu primeiro disco em

1993. A canção “ Palavras Repetidas” é uma recriação da canção “Pais e Filhos” da banda

Legião Urbana.

Fonte: Wikipédia Livre

DEMÔNIOS DA GAROA é um grupo musical brasileiro, da cidade de São Paulo, com mais

de 60 anos de existência. Seu grande intérprete e compositor é Adoniran Barbosa. Entre seus

sucessos estão “Iracema”, “Trem das onze”, “Saudosa maloca”, “O samba do Arnesto” e

muitas outras canções.

Fonte Wikipédia Livre

b)Agora que você já conhece um pouco dos músicos, procure imaginar qual o contexto de

criação da canção Palavras Repetidas e da canção Iracema.

c)As duas canções falam de morte. A abordagem que elas fazem desse assunto é semelhante?

Explique.

d)Como o músico Gabriel O Pensador se posiciona diante das questões sociais?

D.Leia os poemas Um silêncio de Adélia Prado e O grande desastre aéreo de ontem de Jorge

de Lima

O poema “Um silêncio” de Adélia Prado pode ser encontrado no livro POESIA REUNIDA

disponível na Biblioteca da escola.

(Adélia Prado, Poesia reunida. 6. ed. São Paulo: Editora Siciliano,1991. p. 160.)

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O grande desastre aéreo de ontem

Jorge de Lima

“Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice.”

Disponível em:http://www.revista.agulha.nom.jorge.html

1. INTERPRETAÇÃO DOS TEXTOS:

a) Embora não esteja escrito de forma explícita, você conseguiu entender o que aconteceu no

primeiro texto? Descreva em duas ou três frases o que ocorreu no poema.

b) O segundo texto descreve um desastre aéreo. Ele poderia ser considerado uma notícia? Que

elementos faltam a ele para que seja considerado uma notícia? Você o identificou como

poema na primeira leitura? O que dificultou a identificação do gênero desse texto?

c) Você considerou estranhos os assuntos dos textos por se tratarem de poemas? De que

assuntos você acha que os poemas, geralmente, tratam?

O QUE É LITERATURA?

Os textos que você leu são considerados textos literários e para esses textos não há

conteúdos exclusivos ou conteúdos que não possam ser tratados. O que diferencia um texto

literário de um texto não literário é o seu objetivo. Os textos não-literários têm uma função

utilitária (informar, convencer, documentar, explicar, etc.), enquanto o texto literário tem uma

função estética, ou seja, provocar sentimentos, despertar a atenção para outros significados

que não os estabelecidos no plano do conteúdo. No texto literário, não importa apenas o que

se diz, mas como se diz e também o que não se diz. O autor do texto literário procura recriar

certos conteúdos e faz isso se utilizando de vários recursos: ritmos, sonoridades, conotações,

plurissignificações das palavras, distribuição das sequências, inversão dos fatos e outros

tantos recursos. (Fonte: Platão & Fiorin, Para Entender o texto. 16. Ed. São Paulo: Editora

Ática. 2006.).

2. PRODUÇÃO DE TEXTOS

a) Reescreva os dois textos, lidos anteriormente, em forma de notícia. Imagine como um

jornal teria anunciado esses acontecimentos. Não se esqueça que o objetivo da notícia é

informar, por isso, a linguagem deve ser clara, concisa e objetiva.

b) Após escrever os textos faça as seguintes observações:

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1. Seu texto responde às seguintes questões: o quê(fato), quem(personagens), quando(tempo),

onde(lugar), como e por quê?

2. Você deu um título para sua notícia?

3. A linguagem empregada é impessoal e segue a variedade padrão?

E. Agora que você já sabe as diferenças entre um texto literário e não literário, leia mais esses

poemas:

As mortes sucessivas

Adélia Prado

“Quando minha irmã morreu eu chorei muito”

Esse poema encontra-se no livro POESIA REUNIDA disponível na Biblioteca da escola.

(Adélia Prado, Poesia reunida. 6. ed. São Paulo: Editora Siciliano, 1991. p. 131.).

Ismália

Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...

E no desvario seu,

Na torre pões-se a cantar...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu

As asas para voar...

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu

Ruflaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar...

(Emília Amaral/Mauro Ferreira, Novas Palavras. São Paulo: FTD. 2000.)

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POESIA BRASILEIRA

Os poemas que você leu pertencem a momentos diferentes da poesia brasileira. O

primeiro “As mortes sucessivas” pertence à poetisa mineira Adélia Prado, que é poeta da

contemporaneidade e aborda temas do cotidiano em seus poemas. A poesia contemporânea

brasileira apresenta tendências variadas e recebe influências desde os modernistas de 22 até os

concretistas da década de 50.

O segundo, “Ismália”, pertence ao poeta do período simbolista Alphonsus de

Guimaraens, que tem como temas recorrentes em seus poemas a morte, a religião, a natureza

e a arte.

O Simbolismo foi um movimento artístico que surgiu no final do século XIX e

representou uma reação à onda de cientificismo e materialismo que dominou a sociedade

industrial européia na segunda metade do século XIX. O Simbolismo representa,

principalmente, a reação do subjetivismo contra a objetividade cientifica, do misticismo

contra o materialismo e para exprimir o mundo interior buscou uma linguagem que fosse

capaz de sugerir a realidade e não retratá-la objetivamente. Por isso, faz uso de símbolos,

imagens, metáforas, sinestesias e recursos sonoros.

Fonte: William Roberto Cereja/Thereza Cochar Magalhães, Literatura Brasileira. 2. ed. São

Paulo: Atual Editora. 2002.).

1. INTERPRETAÇÃO DOS TEXTOS

1.1. Releia os poemas e responda:

a) No primeiro poema, qual é o tema apresentado?

b) Como se sente o eu-lírico, no poema “As mortes sucessivas”, diante das mortes que se

apresentaram em sua vida? O sentimento sempre foi o mesmo? Justifique.

c) Há uso de linguagem figurada no primeiro poema? Identifique uma e explique-a.

d) O poema “Ismália” é construído com base em antíteses que demonstram os desejos

contraditórios de Ismália, que se dividem entre a realidade espiritual e a realidade concreta.

Identifique dois pares de antíteses no poema.

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e) O poema “Ismália” estabelece relação entre corpo e alma, matéria e espírito. Identifique

elementos que representam a realidade espiritual e a realidade concreta.

f) Você consegue identificar, também no primeiro poema, elementos da realidade espiritual e

da realidade concreta. Quais?

ANTÍTESE

Antítese é uma figura de linguagem que consiste na oposição de pares de palavras ou

expressões com sentidos contraditórios nos versos de um poema.

FIGURAS DE LINGUAGEM

Figuras de linguagem são formas de expressão que consistem no emprego de palavras

com sentido figurado. São recursos utilizados para tornar mais expressivo o que se quer dizer

ou para ampliar ou criar significados diferentes. Além da antítese há muitas outras figuras de

linguagem como a metáfora, comparação, metonímia, paradoxo, prosopopéia, hipérbole,

eufemismo e muitas outras. Procure saber o significado de algumas dessas figuras de

linguagem pesquisando em um livro de Literatura.

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C – AS IMAGENS TAMBÉM FALAM

1. OBSERVE OS QUADROS A SEGUIR:

Eles pertencem aos pintores Paul Gaughin e Van Gogh, ambos pertencem ao período

pós- impressionista, mas apresentam traços do Simbolismo em suas pinturas. O final do

século XIX e início do século XX foram marcados por vários movimentos artísticos. Alguns

deles são Impressionismo, Expressionismo, Futurismo, Dadaísmo, Cubismo, Surrealismo.

Muitos artistas experimentaram mais de uma dessas técnicas e movimentos. Se você quiser

saber mais sobre esses movimentos artísticos, pesquise as Vanguardas Artísticas Européias.

Descrição:

Esta tela de Paul Gaughin, intitulada Nevermore"(nunca mais), é uma alusão ao poema "O corvo", de Edgar Allan Poe, autor admirado e cultuado pelos simbolistas.Há a predominância do verde, as mulheres conversando e a presença do corvo, que parecem insinuar o infortúnio da jovem no leito. Palavras-chave: Paul Gaughin, alusão, corvo, simbolista, infortúnio.

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Noite "Van Gogh"

A obra do autor é marcada pelo rigor da forma e pela temática permeada pelo pessimismo e idéias sombrias. O poeta morreu jovem, aos 30 anos, em novembro de 1914.

2. REFLETINDO

O que você achou dos quadros? Eles reproduzem fielmente uma realidade ou apenas a

insinuam através das imagens? Observe as figuras em primeiro plano e depois observe os

detalhes. Que sentimentos cada uma das partes observadas consegue despertar? E o conjunto

da obra? Qual dos dois quadros você achou mais interessante? Por quê?

3. PESQUISA

O que é a morte? Por que esse assunto é um tabu para a nossa sociedade? Faça uma

pesquisa que responda o que é a morte do ponto de vista científico e do ponto de vista

filosófico.

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D – GÊNEROS DO COTIDIANO

F.O texto que vamos ler a seguir é uma reportagem. Você consegue estabelecer diferenças

entre reportagem e notícia?

Moradores protestam contra morte de meninas

Com faixas e cartazes, dezenas de pessoas caminharam até a linha férrea, onde

duas garotas foram atropeladas

Marian Trigueiros

Reportagem local

Cambé – O slogan “A gente nunca para”, estampado nos trens da América Latina Logística

(ALL), pareceu ironia diante do que aconteceu no dia 3, em Cambé (Norte). Depois da morte

de duas meninas atropeladas por um trem da empresa, quando atravessavam a linha férrea ao

voltar da escola, a cidade praticamente parou ontem para a realização de uma manifestação.

Munidos de faixas e cartazes com pedidos de justiça, dezenas de amigos, familiares e

moradores de Cambé fizeram um protesto pela manhã. A caminhada da multidão começou em

frente à Prefeitura no Centro, passando por várias ruas até chegar ao local do acidente, no

Jardim Tupi. Emocionadas e revoltadas, as pessoas gritavam pelos nomes Renata Clemente

Viana, 11 anos, e Brenda Stábile, 12. Em meio ao grande apitaço pediam ainda a retirada da

estação de manobra do trem, que corta a cidade.

À frente da manifestação, o tio de uma das meninas disse que a população não vai mais

aceitar que outras crianças morram. “Se dentro de 15 dias não houver nenhuma solução, nós

vamos destruir essa linha”, disse Sérgio Rossi.

O pai de Renata, Josué Dutra Vieira, fez um pedido aos políticos para que a situação não

ocorra novamente. “Pelo amor de Deus, tirem essa linha daqui. Estou pedindo socorro, para

que outras famílias não passem pelo que a minha está passando”, desabafou. Ele alega que

ninguém da empresa ou da Prefeitura se manifestou até agora. “Não me ligaram sequer para

prestar solidariedade”.

Um trem se aproximou da estação durante o ato. Quando o veículo parou, alguns

manifestantes ameaçaram quebrar o trem e sentaram na linha, gritando frase como “passa por

cima”. Os ânimos foram acalmados com a presença da Polícia Militar.

O presidente da federação da Associação de Moradores de Cambé, Valdinei Timóteo

Rocha, disse que haverá uma reunião na próxima quarta-feira, na escola Olavo Bilac, onde as

meninas estudavam. “Será uma reunião técnica, para que os políticos, juntamente com

representante da ALL e moradores da cidade, discutam como iremos resolver esse problema

que se arrasta há anos.” Representantes da Prefeitura e da ALL não compareceram ao local.

Em entrevista à FOLHA na semana passada, o prefeito de Cambé, João Pavinato, disse que

há um projeto que prevê o rebaixamento de cinco quilômetros de trilhos. Ainda este mês o

município deve iniciar as obras da trincheira que será construída próxima ao colégio. A obra

está orçada em R$3,5 milhões.

(Reportagem da Folha de Londrina em 08 de novembro de 2009).

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1-RESPONDA:

a) Quais as vozes que se fizeram ouvir no texto?

b) Qual a intenção dessas vozes? Qual a intenção de parentes e amigos das meninas mortas ao

fazerem o protesto?

c) O protesto teria a mesma dimensão se não houvesse uma divulgação, no caso a

reportagem? Qual o poder da palavra do jornalista e do veículo (jornal) nesse caso?

d) Qual o seu julgamento sobre a ausência de representantes da Prefeitura e da Empresa de

transportes no local da manifestação?

e) Você percebe alguma relação entre a reportagem lida e os textos lidos anteriormente?

Percebeu que todos eles abordam a temática da morte? Faça uma análise de como a morte é

encarada em cada um dos textos e escreva um pequeno texto comentando as diversas

maneiras de encarar a morte.

REPORTAGEM e NOTÍCIA

A reportagem é um desdobramento da notícia. Enquanto a notícia é um texto enxuto,

conciso, concentrado em descrever um único fato ou acontecimento, a reportagem apresenta

uma investigação detalhada dos fatos, busca informações em maior profundidade e apresenta

opiniões dos envolvidos no fato ou de especialistas sobre o assunto.

Releia a reportagem e identifique os trechos em que aparecem as opiniões das pessoas

envolvidas nos fatos. Como essas opiniões aparecem no texto? Copie uma opinião que

apareça em discurso direto e outra que apareça em discurso indireto. Em sua opinião, qual o

tipo de discurso que mais chama a atenção do leitor?

ANALISANDO O TEXTO

Você deve ter observado que o texto, ao mesmo tempo, que noticia um fato, no caso a

manifestação organizada pelos moradores do bairro, também apresenta opiniões das pessoas

envolvidas e traz informações sobre o posicionamento (ou não posicionamento) das

autoridades a respeito do caso, por isso, não é simplesmente uma notícia.

Observe também como o texto foi organizado. No primeiro parágrafo, o autor resumiu

o fato que teria causado a manifestação. Essa introdução é necessária para informar ao leitor

sobre o assunto que será tratado. Nos parágrafos seguintes, ele conta como transcorreu a

manifestação e em discurso direto coloca as falas dos familiares das meninas. No penúltimo

parágrafo, ele se utiliza do discurso indireto para reproduzir a fala do presidente da

Associação de moradores.

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Que diferença de efeito emocional causa o uso do discurso direto ou do discurso

indireto. Por que o autor do texto usou discurso direto para as falas dos familiares das garotas

e discurso indireto para as falas dos outros envolvidos?

No último parágrafo o jornalista diz que o Prefeito da cidade de Cambé deu uma

entrevista à FOLHA na semana passada. Você percebeu que a notícia da morte das meninas

gerou outros textos como a Entrevista citada pelo jornalista e a Reportagem que acabamos de

ler? Essa é a dinâmica da comunicação. Um texto sempre gera outros textos.

Os meios de comunicação como jornais escritos e televisivos, revistas, internet tem o

“poder da palavra”? Como o poder é utilizado por esses meios de comunicação? Comente.

2-PRODUÇÃO DE TEXTO

Escreva a notícia que deve ter originado a reportagem. Não se esqueça de utilizar uma

linguagem clara, objetiva e responder as questões principais de uma notícia: o quê, quem,

quando, onde, por quê? Também não se esqueça de dar um título para o seu texto.

3_DIÁLOGOS ENTRE GÊNEROS TEXTUAIS

Deverão ser trazidos para a sala de aula, jornais de uma semana para que os alunos

leiam notícias e reportagens e observem que as notícias geraram reportagens, crônicas,

editoriais, cartas dos leitores e charges. Observar que cada gênero textual apresentado no

jornal tem uma determinada função: informar, analisar, discutir, criticar, divertir, etc. Com

esse trabalho, o aluno poderá perceber a dinâmica da comunicação e como um ato de

comunicação gera outro e que essa comunicação pode se apresentar em forma de diversos

gêneros textuais de acordo com os objetivos e funções de cada texto.

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E – LENDO UM CONTO

Leia o conto o MONSTRO DE RODAS de Antonio Alcântara Machado. Antes de ler, preste

atenção ao título. O que ele lhe sugere?

O MONSTRO DE RODAS

O Nino apareceu na porta.

Teve um arrepio. Levantou a gola do paletó.

__ Ei, Pepino! Escuta só o frio!

Na sala discutiam agora a hora do enterro. A Aída achava que de tarde ficava melhor. Era mais bonito. Com o filho dormindo no colo Dona Mariângela achava também. A fumaça do cachimbo do marido ia dançar bem em cima do caixão.

__Ai, Nossa Senhora! Ai, Nossa Senhora!

Dona Nunzia descabelada enfiava o lenço na boca.

__ Ai, Nossa Senhora! Ai, Nossa Senhora!

Sentada no chão a mulata oferecia o copo de água de flor de laranja.

__Leva ela pra dentro!

__ Não! Eu não quero! Eu... não... quero!...

Mas o marido e o irmão a arrancaram da cadeira e ela foi gritando para o quarto. Enxugaram-se lágrimas de dó.

__ Coitada da Dona Nunzia!

A negra de sandália sem meia principiou a segunda volta do terço.

__Ave Maria, cheia de graça, o Senhor...

Carrocinhas de padeiro derrapavam nos paralelepípedos da Rua Sousa Lima. Passavam cestas para a feira do Largo do Arouche. Garoava na madrugada roxa.

__ ... da nossa morte. Amém. Padre Nosso que estais no Céu...

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O soldado espiou da porta. Seu Chiarini começou a roncar muito forte. Um bocejo. Dois bocejos. Três. Quatro.

__ ... de todo o mal. Amém.

A Aída levantou-se e foi espantar as moscas do rosto do anjinho.

Cinco. Seis.

O violão e a flauta recolhendo da farra emudeceram respeitosamente na calçada.

Na sala de jantar Pepino bebia cerveja em companhia do Américo Zamponi (Salão Palestra Itália - Engraxa-se na perfeição a 200 réis) e o Tibúrcio (__ O Tibúrcio... __ O mulato? __ Quem mais há de ser?).

__ Quero só ver daqui a pouco a noticia do Fanfulla. Deve cascar o almofadinha.

__ Xi, Pepino! Você é ainda muito criança. Tu é ingênuo, rapaz. Não conhece a podridão da nossa imprensa. Que o quê, meu nego. Filho de rico manda nesta terra que nem a Light. Pode matar sem medo. É ou não é, Seu Zamponi?

Seu Américo Zamponi soltou um palavrão, cuspiu, soltou outro palavrão, bebeu, soltou mais outro palavrão, cuspiu.

__ É isso mesmo, Seu Zamponi, é isso mesmo!

O caixãozinho cor-de-rosa com listas prateadas (Dona Nunzia gritava) surgiu diante dos olhos assanhados da vizinhança reunida na calçada (a molecada pulava) nas mãos da Aída, da Josefina, da Margarida e da Linda.

__ Não precisa ir depressa para as moças não ficarem escangalhadas.

A Josefina na mão livre sustentava um ramo de flores. Do outro lado a Linda tinha a sombrinha verde, aberta. Vestidos engomados, armados, um branco, um amarelo, um creme, um azul. O enterro seguiu.

O pessoal feminino da reserva carregava dálias e palmas-de-são-josé. E na calçada os homens caminhavam descobertos.

O Nino quis fechar com o Pepino uma aposta de quinhentão.

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__ A gente vai contando os trouxas que tiram o chapéu até a gente chegar no Araçá. Mais de cinqüenta você ganha. Menos, eu.

Mas o Pepino não quis. E pegaram uma discussão sobre qual dos dois era o melhor: Friedenreich ou Feitiço.

__ Deixa eu carregar agora, Josefina?

__ Puxa, que fiteira! Só porque a gente está chegando na Avenida Angélica. Que mania de se mostrar, que você tem!

O grilo fez continência. Automóveis disparavam para o corso com mulheres de pernas cruzadas mostrando tudo. Chapéus cumprimentavam dos ônibus, dos bondes. Sinais-da-santa-cruz. Gente parada.

Na Praça Buenos Aires, Tibúrcio já havia arranjado três votos para as próximas eleições municipais.

__ Mamãe, mamãe! Venha ver um enterro, mamãe!

Aída voltou com a chave do caixão presa num lacinho de fita. Encontrou Dona Nunzia sentada na beira da cama olhando o retrato que a Gazeta publicara. Sozinha. Chorando.

__ Que linda que era ela!

__ Não vale a pena pensar mais nisso, Dona Nunzia...

O pai tinha ido conversar com o advogado.

Disponível em:< HTTP//WWW.dominiopublico.gov.br> Acesso em 28 de junho de 2010.

PARA O PROFESSOR:

Roda de leitura

A roda de leitura é uma atividade oral a ser desenvolvida em sala de aula, cujo

objetivo é que o professor ajude o aluno a compreender a narrativa do conto, que por vezes é

inatingível para ele. Com a sala em círculo, o professor inicia uma conversa informal com os

alunos sobre o conto. As perguntas do professor, algumas vezes, poderão parecer

insignificantes, mas são essenciais ao entendimento dos alunos em um texto como o

apresentado em que a linguagem apesar de ser de fácil entendimento e clara, não apresenta os

fatos de forma explícita.

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Discussão oral – Roda de leitura

1. Qual o acontecimento em torno do qual gira o conto?

2. Quem são os personagens? A que religião pertencem? O que sugere a religião dos

personagens?

3. Que palavras indicam que houve uma morte?

4. Como aconteceu essa morte? Quem morreu?

5. Quem foi o responsável pela morte? Que palavras indicam isso?

6. Que palavras ou imagens sugerem que a pessoa morta é uma criança?

7. Que expressões indicam que ela é do sexo feminino?

8. O que o título indica?

1. INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

1. Você percebeu que o autor trabalha as idéias sem expressá-las explicitamente. Liste cinco

idéias presentes dessa forma no texto e indique quais são as palavras ou frases que as

denunciam.

2. Quem eram as pessoas que se encontravam no velório? Como elas reagiram à morte da

criança?

3. Qual o significado da última frase do conto “O pai tinha ido conversar com o advogado”?

4. No diálogo da ala masculina, são feitas duas denúncias sociais. Quais são elas?

2. PESQUISA

Observe os nomes dos personagens e pesquise a que nacionalidade eles pertencem.

Em seguida, faça uma pesquisa sobre o livro Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio

Alcântara Machado e descubra a localidade, o grupo de pessoas e a época que, geralmente,

são retratados em seus contos.

3. REFLETINDO:

Você já dever ter percebido que os textos lidos, apesar de serem de gêneros textuais

diferentes, trazem um mesmo tema, a morte. Dentre os textos lidos quais os que mais se

aproximam quanto às circunstâncias em que ocorreram as mortes. Explique por quê?

Compare a reportagem “Moradores protestam contra morte de meninas” e o conto “O

monstro de rodas”. Além das circunstâncias em que ocorreram a morte das crianças, o que

mais há de comum entre os textos? Você acredita que as vozes que se fazem ouvir das pessoas

reais da reportagem e das personagens do conto são as mesmas? Qual o objetivo da

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reportagem? E do conto? A imprensa citada no conto e a imprensa real, no caso a Folha de

Londrina, tiveram a mesma atitude diante dos fatos ocorridos? Justifique sua resposta.

O QUE É UM CONTO?

Conto é uma narrativa ficcional curta que se caracteriza por ser condensada, isto é,

apresentar poucas personagens, poucas ações e tempo e espaço reduzidas. O conto apresenta

os seguintes elementos: narrador, personagens, espaço, tempo e enredo.

NARRADOR

O narrador pode se apresentar em 1ª ou 3ª pessoa. Quando a narrativa é feita em 1ª

pessoa, o narrador é também um personagem da história, quando ela é feita em 3ª pessoa, o

narrador é observador, ele não participa da história, apenas a relata. O narrador pode utilizar

três tipos de discurso para registrar as falas das personagens: o discurso direto, o discurso

indireto e o discurso indireto livre.

No DISCURSO DIRETO a fala das personagens é reproduzida fielmente.

No DISCURSO INDIRETO, o narrador reproduz a fala das personagens utilizando-se

da 3ª pessoa.

Já no DISCURSO INDIRETO LIVRE a fala ou pensamento do personagem funde-se

com o discurso do narrador.

PERSONAGEM

Quanto à função que desempenham na narrativa, os personagens podem ser:

.protagonista: Personagem central, sobre o qual recai o interesse da narrativa;

.antagonista: Elemento ou pessoa que cria o clima de tensão, opondo-se ao

protagonista.

.personagens secundárias: Personagens sem grande importância na narrativa, também

chamados de coadjuvantes.

Quanto à evolução, as personagens se apresentam como:

.planas: Não mudam no decorrer da narrativa.

.esféricas: Vão sendo definidas no decorrer da narrativa, evoluindo e, algumas vezes,

surpreendendo o leitor.

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TEMPO

Os fatos de uma narrativa relacionam-se com o tempo em três níveis: época em que se

passa a história, tempo cronológico e tempo psicológico. A época em que se passa a história

constitui-se no pano de fundo do enredo e pode coincidir com a época de sua publicação ou

não. Tempo cronológico é aquele em que os fatos transcorrem em sua ordem natural e tempo

psicológico é aquele em que o tempo é determinado pela imaginação ou pela memória do

narrador ou de um personagem. O tempo psicológico pode ser linear ou não.

ESPAÇO

Os espaços de uma narrativa podem se apresentar em dois níveis: o espaço físico ou

geográfico (cidade, país, rua, escola, cômodo de uma casa, jardim, etc.), e o espaço social

(ambiente) que situa as personagens na época, no grupo social e nas condições em que se

passa a história.

4.ANALISANDO O CONTO

a) Você conseguiu situar os fatos do conto em um espaço geográfico determinado? A leitura

exige que se faça inferências, isto é, que você transporte para o que está lendo, conhecimentos

extra-textuais. Pesquise e procure descobrir onde se localizam O Cemitério do Araçá, a

Avenida Angélica, a Praça Buenos Aires, a Rua Sousa Lima e Largo do Arouche. Depois da

pesquisa você terá condições de descobrir em que cidade se passa os acontecimentos do

conto.

b) Procure também situar a história num determinado espaço social. Em que época se passa a

história? A que grupo social pertencem os personagens? Qual o contexto da história? Quais

são os elementos do texto que apontam para essas conclusões? Você já havia ouvido uma

frase assim: “Ei, Pepino! Escuta só o frio!?” O que há de diferente com ela?

c) Você já ouviu falar em um poeta chamado Juó Bananére? Procure saber um pouco mais

sobre ele e traga alguns poemas para serem lidos na sala. Vamos relacionar os poemas de Juó

Bananére ao conto lido. Na internet você poderá encontrar muitas informações sobre o autor

mencionado.

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F – HORA DE ESCREVER

1. PRODUÇÃO DE TEXTO

A sala deverá se dividir em grupos para a produção de diferentes gêneros textuais.

Tomando como base o conto “O monstro de rodas”, cada grupo deverá escrever um tipo de

texto, que deverão ser os seguintes:

Notícia, reportagem, carta do leitor, editorial, crônica e poema. Não se esqueça que

cada gênero textual tem um determinado objetivo, uma determinada função e apresenta

características próprias. Portanto ao escolher o gênero textual, tenha em mente que objetivos

quer atingir. Deseja denunciar, provocar discussões, dar sua opinião, emocionar os leitores.

Para auxiliá-lo, você pode retomar os jornais já lidos em sala e voltar aos textos já estudados

nessa Unidade.

2. CRIANDO UM BLOG

Vamos exercer o PODER DA PALAVRA. Agora que vocês já perceberam que a

palavra tem poder é hora de usá-lo. Vamos criar um BLOG para a sala e postar nele os textos

que vocês produziram na atividade anterior. Utilizem a palavra à vontade, dando sua opinião

sobre os textos dos colegas, os assuntos abordados e suas opiniões.

BLOG DA TURMA

È HORA DE DAR NOSSA OPINIÃO!

Bom trabalho!

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3. LENDO IMAGENS:

Observe o quadro “Criança Morta” de Cândido Portinari e diga como ele se relaciona

aos textos lidos. Quais são os textos que se relacionam diretamente com o quadro? Por quê? O

que é mais forte o poder da palavra ou o poder da imagem?

4. DISCUTINDO O TEMA

Discuta com os seus colegas os tipos de mortes que ficaram evidenciadas nos textos

lidos. Algumas delas poderiam ser evitadas? De que maneira? Em nossa sociedade acontecem

muitas mortes desnecessárias? Quais são elas e como poderiam ser evitadas?

Em grupos, a sala deverá pesquisar e promover debates sobre as mortes causadas pela

violência, acidentes de trânsito, falta de atenção à saúde pública, procedimentos cirúrgicos

como a lipoaspiração e os suicídios. O resultado da pesquisa e das discussões poderá ir para o

blog em forma de textos de opinião, artigo e reportagens.

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5. DEBATE

Debate é a discussão de determinado tema ou assunto dentro de uma comunidade

específica. Ele pode ocorrer dentro de uma Universidade, em um programa de televisão, em

um ambiente de trabalho, em uma comunidade científica ou política. O assunto do debate

deve ser relevante para a comunidade na qual a discussão está ocorrendo. Podem participar do

debate pessoas com conhecimento do assunto e pessoas da comunidade interessadas no tema.

Há algumas regras para que o debate ocorra de forma organizada e produtiva.

REGRAS PARA O DEBATE

Algumas regras importantes para o debate são a escolha do moderador, nº de inscritos

para participar, tempo total do debate e tempo para cada debatedor, direito de réplica e

tréplica.

O MODERADOR

A figura do moderador é importante pois será ele que irá mediar o debate entre os

participantes. Cabe ao moderador apresentar o tema a ser debatido e fazer considerações a

respeito de sua importância e também relembrar as regras previamente estabelecidas. Ele deve

também apresentar cada debatedor e marcar o tempo de discussão de cada um. O moderador

deve ainda interferir sempre que o tempo ou o assunto for extrapolado.

TEMPO

Todos os debatedores devem ter igualdade de tempo e de condições para expor suas

idéias. O tempo de 2 a 3 minutos normalmente é o suficiente para que cada participante

exponha suas idéias.

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DEBATEDORES

Os debatedores devem dominar o assunto a ser discutido. Aguardar a sua vez de falar e

expor suas idéias sem levá-las para o plano pessoal. Devem utilizar a variedade padrão formal

de acordo com o perfil dos participantes, evitando marcas de oralidade. Os debatedores

podem concordar ou discordar entre si. Um pode acrescentar idéias às opiniões dos outros ou

refutá-las. Se estiver nas regras, os debatedores poderão ter direito à réplica e à tréplica.

RÉPLICA

Resposta que um debatedor dá em reação ao discurso de outro.

TRÉPLICA

È a resposta a uma réplica.

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G – AMPLIANDO OS HORIZONTES

OUTRAS LEITURAS

Leitura dos contos “Antes do Baile Verde” de Ligya Fagundes Teles, “O peru de

Natal” de Mario de Andrade, “Os irmãos Dagobé” de Guimarães Rosa e A cartomante de

Machado de Assis.

Todos os alunos deverão ler os quatro contos em um prazo de uma semana. No dia

marcado, a professora realizará a Roda de Leitura com os alunos, com o objetivo de ajudá-los

a interpretar os contos e fazer as inferências necessárias ao seu entendimento.

Em grupos, os alunos farão a análise do ponto de vista estrutural (cada grupo analisará

um conto) e em dia marcado apresentarão para a sala.

Ainda dividida em grupos, a sala apresentará os contos em forma de teatro, resenha

crítica, jornal escrito, poema ou outra forma que achar adequada.

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REFERÊNCIAS:

AMARAL, Emília.; FERREIRA, Mauro. Novas Palavras. São Paulo: FTD, 2000.

ANDRADE, Mário de. Os Melhores Contos. 2. ed. São Paulo: Global, 1988.

ASSIS, Machado de. Contos. Coleção Grandes Leituras. São Paulo: FTD, 2002.

CEREJA, Willian Roberto.; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira. 2.ed. São

Paulo: Atual Editora, 2002.

FIORIN, José Luiz.; SAVIOLI, Francisco Platão. Para Entender o Texto: Leitura e

Redação.16. ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.

MACHADO, Antônio Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda – Laranja da China. 1

reimpressão. São Paulo: Editora Martin Claret, 2001.

PRADO, Adélia. Poesia Reunida. 6. ed. São Paulo: Editora Siciliano, 1991.

ROSA, João Guimarães. Primeiras Estórias. 1. ed. especial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

2005.

TELLES, Lygia Fagundes. Venha ver o pôr-do-sol: e outros contos.20.ed. São Paulo: Àtica,

2007.

TRIGUEIROS, Marian. Moradores protestam contra morte de meninas. FOLHA DE

LONDRINA. Londrina, 8 de novembro de 2009. Folha Geral, p.8.

REFERÊNCIAS DE SITES:

DEMÔNIOS, da Garoa. Iracema. Disponível em: HTTP://www.letras.terra.com.brD>. Acesso

em 20 de maio de 2010.

GABRIEL, o Pensador. Palavras repetidas. Disponível em:

HTTP://www.letras.terra.com.brG> .Acesso em 20 de maio de 2010.

GAUGHIN, Paul. Nevermore. Disponível em: HTTP://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br –TV

Multimídia. Acesso em 01 de junho de 2010.

GOGH, Van. Noite. Disponível em:HTTP://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. –TV

Multimídia. Acesso em 01 de junho de 2010.

GULLAR, Ferreira. Muitas vozes. Vídeo disponível em:

WWW.youtube.com/watch?v=xtqdU-Jdl90. Acesso em 23 de maio de 2010.

LIMA, Jorge de . O grande desastre aéreo de ontem. Disponível em

HTTP://www.revista.agulha.nom.jorge.html. Acesso em 10 de julho de 2010.

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MACHADO, Antônio Alcântara de. Brás, Bexiga e Barra Funda. Disponível em:<

HTTP://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em 28 de junho de 2010.

PORTINARI, Cândido. Criança morta. Disponível

em:HTTP://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br - TV Multimídia. Acesso em 01 de junho de

2010.