DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · xadrez .A prática do xadrez no computador , não é só o...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

TÍTULO

Xadrez Como Ferramenta Pedagógica na Educação

NOME

Nelson José Gomes

PDE - 2009

Xadrez Como Ferramenta Pedagógica na Educação

SUMÁRIO

I- Histórico de Xadrez

II- Xadrez no Brasil

III- Confederação

IV- Resumo- Xadrez como Ferramenta Pedagógica

V- Abstract- Chess as a Pedagogical Tool

VI- Introdução

VII- Criatividade x Lógica

VIII- O xadrez, características

IX- Valores educacionais do Xadrez

X- O Jogo de Xadrez é Benéfico Para o ser Humano

XI- Benefícios e Xadrez

XII- Gráficos

XIII- Conclusão

XIV- Referências Bibliográficas

Histórico De Xadrez

Um jogo significativo que sofreu várias mudanças até os dias de hoje,desde a sua criação, evoluindo e conquis tando milhões de adeptos pelo mundo.

No século XV Gutemberg fez a impressão de livros de xadrez, possibilitando sua disseminação pelo continente, democratizando o jogo, ou seja, facilitando o acesso à todos os interessados. Esta foi a primeira democratização dentro do continente. A segunda democratização se deu na Europa, no início do século XX. A URSS adotou o xadrez como complemento da educação, se tornando uma hegemonia neste esporte até nos dias de hoje. A terceira democratização se deu com a revolução dos computadores e o advento da internet, na segunda metade do século XX. A partir daí, na busca de construir máquinas inteligentes, ciências como a psicologia e outros, apresentaram estudos que aceleraram o aumento de enxadristas no mundo. Foi criada a inteligência artificial que nada mais é que um programa inserido nos computadores, possibilitando a derrota de um dos maiores enxadristas do mundo, Gasparov. Hoje nos países da Europa e principalmente no leste europeu, o xadrez faz parte do currículo escolar em todo o ensino básico, haja visto o nível de ensino nestes países . A evolução da prática de Xadrez até 500, Período Primitivo, até 1600, Período Antigo, e período moderno até os dias de hoje.

Referencial Do Xadrez

Entre tantas referências que se faz do xadrez, todas semelhantes quanto ao seu aparecimento, uma delas me despertou mais interesse. Segundo a pesquisa do professor João Victor Guilherme, que fala do chaturanga, que é tido com precursor do xadrez. É dividido o jogo em quatro exércitos, por tanto, quatro reis (Raja) e as outras peças com outras denominações. Por volta do século XVIII foi que o xadrez realmente se expandiu por toda a Europa e de forma definitiva como se joga nos dias de hoje. O nome do jogo em português é xadrez ,em inglês é Chess ,em espanhol é ajedrez, em alemão, shac e em francês é echecs. Dentro da evolução deste esporte uma mudança sutil, a de parecer exército, na sua criação e se transformar em côrte como nos dias de hoje.

Xadrez e a Coroa Portuguesa

No século XIX, veio junto com a coroa portuguesa como meio de diversão na viagem e nas rodas sociais da época, e posteriormente se espalhou de maneira mais lenta do que na Europa até pelas dificuldades naturais. No Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro se encontra um jogo de peças, trabalhada em marfim

com características da época primitiva . Em 1850 foi publicado o primeiro livro de xadrez , com o título, “O Perfeito Jogador de Xadrez” do desembargador Henrique Veloso D'oliveira. Em 1877 foi fundado o primeiro clube de Xadrez do país , no Rio de Janeiro, tendo como diretoria : Artur Napoleão(pianista), Caldas Viana(Visconde de Pirapetinga) e Machado de Assis (Escritor), hoje tão divulgado nas escolas, não sabendo quem realmente foi este grande homem do Brasil.

Xadrez no Brasil

O Brasil é um celeiro de extraordinários jogadores de xadrez, notáveis pelos resultados, títulos em campeonatos mundiais, independentes da efetivação de projetos de estado para a educação e não projetos políticos como de costume, que é passageiro e não resultam em melhoria social ou educacional.

O xadrez chega ao Brasil, provavelmente com o deslocamento da coroa portuguesa ao novo país. De lá para cá houve uma evolução considerada muito boa, mas não como um projeto de estado, mas por uma evolução natural das atividades enxadrísticas ocorridas, primeiro em alguns pontos do país e depois em larga escala em todo o território nacional. Como projeto ainda não se efetivou em grande escala; alguns projetos e em poucas escolas é que foram implantados e é de grande sucesso, acredito que se as divulgações fossem maiores, talvez a repercussão fosse maior e com isso novos projetos se envolveriam na implantação do xadrez como ferramenta pedagógica na educação. Teríamos então outra situação no País em relação à educação, que poderia estar num patamar mais elevado em termos de conhecimento e aprendizagem. Talvez a discussão estivesse mais em torno de como o Brasil está avançado no campo educacional, como dizemos da Coreia do Sul e outros países que fizeram do xadrez uma estratégia educacional importante para se atingir metas dentro de um país.

Grandes nomes se destacaram no Brasil, embora desconhecidos da maioria da população, apenas no meio enxadrístico é que são lembrados e até venerados. São eles: Em 1927, primeiro campeão brasileiro, Souza Mendes, primeira campeã, Dora Rúbio, somente a partir de 1960 que entra para a galeria dos grandes enxadristas como Rafael Leitão entre outros, Henrique Mecking entre outros. Muitos nomes importantes jogaram xadrez pelo simples prazer de jogar e as vezes disputavam torneios locais como o escritor Machado de Assis.

Xadrez no Paraná

Há 27 anos, o nosso estado tem um trabalho voltado para o xadrez escolar, não de forma consistente, mas de forma genérica, como preenchimento de

tempo livre, alguns projetos em contra turno, não como disciplina curricular, o que mostraria comprometimento com o xadrez e a educação, integrados para a melhoria da aprendizagem, ainda assim o Paraná colheu ao longo destes anos muitos frutos com as competições internas e externas, colocando o Paraná em uma posição de destaque nacional, tanto no xadrez como na educação. No xadrez, grandes nomes: Jaime Sunye de renome nacional e internacional e outros que engrossam a lista de grandes jogadores do Paraná.

Temos certeza, depois de exaustiva pesquisa que uma vez adotada a aplicação do xadrez como disciplina estremos dando um passo gigantesco em direção às melhorias da aprendizagem do nosso alunado.

Confederação

A primeira confederação foi fundada em 1924, que além dos campeonatos, serviu para a difusão do xadrez em todo o território nacional. Com iniciativas isolada, o xadrez foi divulgado, mas não inserido de fato nas escolas, como em vários países, que é uma prática antiga, Romênia e por toda Europa era obrigatório a prática do xadrez escolar. Então o que falta para a sua implantação? Falta de interesse político, ou do real valor do xadrez para a aprendizagem na educação? Para ver o valor do xadrez como ferramenta pedagógica, basta olhar com atenção os registros escolares, com relação às notas obtidas pelos alunos enxadristas e não enxadristas e comparar. Nos registros históricos, podemos ver Machado De Assis, que era um excelente enxadrista. Além de escritor era jogador assíduo, divulgou o esporte por onde andou, através do clube que era sócio e diretor. Outros nomes também fizeram parte da galeria de jogadores pelo Brasil, como : músicos, artistas, condes, condessas e por aí vai, reforçando a tese do benefício que o xadrez traz para o ensino. Que na época era praticado por uma elite nacional. Com a difusão de outras modalidades esportivas, o xadrez foi ficando de lado, tanto no âmbito social, como no âmbito escolar. Em 1925 foi iniciado os primeiros campeonatos regionais e o primeiro campeonato brasileiro, vencido pelo Dr João Mendes De Souza, do Distrito Federal (RJ) . Em 1935 foi implantado nas escolas brasileiras, não em forma de lei e até por falta de profissionais, não vingou o projeto e portanto não evoluiu. Esta iniciativa ocorreu em Jaboticabal, interior de São Paulo e sob a influência de Sílvio Tucci .Em 1967 a mestra nacional conduziu uma campanha com sucesso para difusão do xadrez nas escolas em Araraquara, São Paulo.

No Paraná, a federação foi fundada em 1997 e organiza o xadrez no estado. O mestre internacional, Jaime Sunyé Neto apresentou o Projeto Criança em 1980 para a prefeitura de Curitiba, que hoje é sucesso absoluto em mais de

cinquenta escolas. Curitiba é reverenciada em todo o território nacional, tanto na educação como no campo enxadrístico. Houve algumas tentativas anos mais tarde na difusão do xadrez no interior do estado, mas por falta de vontade política, conhecimento e principalmente profissionais ,o projeto não andou o esperado . Hoje com a internet nas escolas de todo o estado é um bom momento para se pensar na proliferação desta prática saudável que é o xadrez. Com esta possibilidade palpável da prática virtual ,aliado aos estudos do xadrez,podemos alçar voos mais altos com relação à difusão mais intensa do xadrez .A prática do xadrez no computador , não é só o jogo que está em ação, mas o manuseio da máquina e mais, o controle do tempo, a rapidez no teclar a conversa com o adversário, anotações algébricas, observações do tempo de jogo, conhecimento da nova ortografia, e por fim, a prática de uso em rede .

Resumo

Xadrez como Ferramenta Pedagógica

O xadrez nos mostram que a sua prática é de fundamental importância na sociedade como forma de distração e entretenimento, sem que observemos o seu real valor. Na educação, apesar de antiga a ideia que o xadrez melhora o cognitivo do aluno, as pesquisas são muito restritas e não avançam como deveriam. Todas as dificuldades dos alunos sempre se esbarra num problema, a concentração, dificultando a sua aprendizagem ao longo de vida escolar. Não podemos assistir a tudo isso e ficar de braços cruzados sem agir em favor do aluno, temos que pensar e fazer algo para que possamos acabar ou amenizar com esta falha educacional existente. O xadrez é considerado como uma atividade, onde as soluções, tentativas, ataques, defesa, estratégias, criatividade, são resolvidas ou amenizadas com o pensamento dirigido para inúmeras tarefas simultâneas , obrigando o aluno se concentrar e colocar o raciocínio a seu favor, para vencer ou empatar e nunca perder. Com este espírito guerreiro é que o aluno vivencia durante o jogo de xadrez. Utilizar o xadrez como uma ferramenta multidisciplinar é extremamente tentador para que consigamos melhorar ainda mais a aprendizagem do aluno, com a continuidade da aplicação deste projeto, não ficando apenas no período de pesquisa. O xadrez tem as características de arte e ciência, se encontra nas

composições de aberturas, meio de jogo, e final de jogo, que são fases subdivididas de uma mesma tarefa, sair, atacar e chegar ao final, usando de estratégias, criatividades, táticas e raciocínio para o mate.

Melhorar a concentração, capacidade de raciocínio, estratégia, tomada de decisões e conclusões acertadas, são algumas das qualidades a serem melhoradas com o projeto ao longo da aplicação e sua continuidade dentro de nossa proposta de trabalho na educação física. O ser humano tem a capacidade de simbolizar a experiência, o nosso pensamento não é limitado ao real e ao presente. Sempre antecipamos o futuro e prever as consequências de determinadas atividades, isto é praticidade. No xadrez está muito presente esta habilidade, analisando sempre a jogada seguinte para surpreender o oponente, que as vezes nem sempre acontece, porque em contra partida o adversário também está fazendo o mesmo, e aí reside o maior tesouro do xadrez, pensar com eficiência.

Chess Abstracts as a Pedagogical

Tool

Chess shows us that its practice is of fundamental importance in society as a form of recreation and entertainment but we are not observing its true value. In education, despite the ancient idea that chess improves learner's cognitive, research is very limited and they are not progressing as they should. All the difficulties of the students always run into a problem: the concentration, making difficult the learning throughout their school life. We cannot just watch all of that and stand by without acting on the behalf of the students, we must think and do something to stop or mitigate this gap in education. Chess is considered activity, in which the solutions, attempts, attacks, defense, strategy, creativity are solved

or mitigated with the mere thought of the many simultaneous tasks, forcing the student to concentrate and put the reasoning in his/her favor to win or draw, and never lose. This fighting spirit is what the student experiences during the game of chess. Using chess as a multidisciplinary tool is extremely tempting for us so we can enhance learning, hence the importance of continuing the implementation of this project, and not only during the research period. Chess has the characteristics of art and science; they are in the compositions of opening, middle and end of the game, which are subdivided stages of the same task, going out, attack and get to the end, using strategies, creativity, reasoning and tactics to checkmate. Improving concentration, reasoning ability, strategy, decision making and getting to the right conclusions, are among the qualities to be improved with the project during the implementation and continuity in our work proposal in physical education. The human being has the ability to symbolize experience; our thinking is not limited to real and present. We anticipate the future and foresee the consequence of certain activities is what we call convenience. In chess this skill is very present, always analyzing the next play to surprise the opponent, which does not always happen, because in contrast to it, the opponent is also trying to do the same, and there lies the greatest treasure of chess, thinking efficiently.

Key-words: Chess, Concentration, Learning

Introdução

Este trabalho de pesquisa sobre as questões problemáticas da educação, no tocante a aprendizagem nos revela o quanto o ensino precisa de revolucionar seus métodos e adequação geral nos conteúdos aplicados em todas as disciplinas de salas de aula. Nos últimos anos os professores não tem extraído

das crianças o máximo de rendimento em retenção,aprendizagem e resolução de questões textuais de qualquer ordem, parece que falta uma peça, nada se encaixa com a aplicabilidade de um número exacerbado de conteúdos, onde o aluno se perde e não consegue resolver sozinho as tarefas, nem na escola e muito menos em casa, devido ao capital cultural familiar muito baixo ou desatualizado. Outro ponto que impede o rendimento da criança na escola é a sociabilização que o aluno vive no seu bairro, na sua comunidade, muito diferente da sociabilização escolar, onde aparecem as regras, os códigos linguísticos, as maneiras mais cultas de se comunicar e tudo isso não se encaixa com o seu modo de viver e o embate está formado: de um lado o professor, a equipe pedagógica e direção, do outro está a família e o aluno que não se desenvolveu nas disciplinas ou em algumas. O que fazer com este problema histórico na educação? Sem contar que ao longo dos anos este problema social grave se transformou em violência, fora e dentro da escola.

A velocidade com que o conhecimento pode ser transmitido através do mundo modificou as noções tradicionais de tempo e espaço, tendo a necessidade de se dominar e de se conquistar novas habilidades intelectuais, e de se agir e pensar com maior criatividade. Os desafios atuais exigem que nossos jovens desenvolvam habilidades intelectuais fundamentais, como reter e recordar informações, desenvolver o pensamento lógico organizado, buscar soluções eficientes para problemas e tomar decisões efetivas. De acordo com Oech(1988;1994) o jovem de hoje com a soma destas habilidades essenciais, por certo atuarão com eficiência na escola, na comunidade e mundo atual.

Criatividade

x

Lógica

Dentre os conceitos criatividade e lógica, nem sempre são levados a sério no processo educacional, quanto a sua aplicação, a lógica não inova, é repetitiva,

as vezes chato para o aluno, cansativo para o professor que não entende como o aluno não percebe a lógica dos fatos apresentados, esquecendo que para o aluno entender a lógica, primeiro tem que compreender o enunciado.

Quanto a criatividade, bem esta riqueza humana, não é aproveitada, ou pelo menos em parte pelo professorado, que muitas vezes, poda o aluno no meio da resposta à uma determinada questão e assim se sucede inúmeras vezes, até que a criatividade morre no meio do caminho e o aluno não concretiza o seu aprendizado.

Pensamento Lógico

Lógica (do grego clássico logus) significa palavra, ideia. Uma ciência de índole matemática e ligada à filosofia também. Na matemática os resultados serão sempre lógicos, na filosofia, um instrumento do bem pensar ou do pensar correto, portanto a lógica é algo previsível, não é surpreendente e o acontecimento é pré-determinado pelo pensamento, e os fatos somente fluem mediante a lógica, sem ela tal resultado não aparece.

Fazendo um paralelo com a educação, podemos dizer que aprender somente com a lógica dos fatos, não evoluímos quanto a aprendizagem, perguntas sem respostas e inúmeros textos sem serem compreendidos.

Pensamento Criativo

Segundo(Stein,1974) é processo que resulta em um produto novo e aceito pela maioria, considerando como útil para a sociedade. Podemos dizer que a criatividade é autônoma e pessoal na criação de uma nova forma ou de respostas a serem dadas ou formuladas. A criatividade é de uma sensibilidade aos problemas e lacunas deixadas pela lógica no conhecimento, preenchendo este espaço, corrigindo esta deficiência e a desarmonia do pensar, identificar as dificuldades, buscar as soluções, formulando hipóteses das deficiências, testar estas hipóteses e, finalmente mostrar os resultados(Torrance, 1965).

Para a educação é primordial ser criativo para contornar as dificuldades impostas pela compreensão dos textos e enunciados, que dificultam as respostas, sejam elas lógicas ou não. Dentro deste pensamento dizemos que o ensino na contra mão da educação, ensinam a lógica e esquecem ou não valorizam a criatividade, que exige bem mais no ato de pensar, concentrar, analisar e resolver. Na escola o pensamento lógico está presente em todos os níveis e disciplinas e as dificuldades só aumentam, o interesse diminui, pouca aprendizagem e pior,começam as evasões escolares, principalmente no terceiro bimestre.

Com todos estes pontos negativos, desinteresse, pouca aprendizagem, repetência se aproximando, o aluno e muitos pais concordam que é melhor recomeçar no próximo ano e com a sucessão dos fatos pode encerrar os seus estudos muito cedo, as vezes não conclui nem o fundamental, ou mal inicia o ensino médio.

Criatividade x Lógica

A escola as vezes com muito esforço e participação de pais e professores, comprometido com a educação, tem conseguido algum resultado em relação às melhorias de relacionamento comportamental e de notas boas, como por exemplo o IDEB, de 4,2 para 4,6, antecipando a previsão que era para 2011.

Um país que tem 5.565 municípios e somente cinco(5) deles com índices satisfatórios, na realidade isto não significa muita coisa em termos de avanço educacional. Nos levam a crer que a educação ainda é precária, exigindo muito mais investimento no setor. Quando existem escolas de latas e ainda sim estas conseguem bons índices, isto são méritos exclusivos de professores heróis na educação e não por parte dos governantes, embora com raras exceções, o estado investe no aluno e no professor, como no Paraná.

O pensamento criativo vai justamente de encontro com estas necessidades em resolver todas estas questões educativas tão questionadas nos índices anteriores. Se a lógica de notas baixas é fruto da má aprendizagem, nada melhor que quebrar esta sequência de lógicas com muita criatividade e o xadrez veio para dar conta desta importante tarefa, dar novo impulso neste processo decadente lógico. O xadrez requer e trabalha várias habilidades cognitivas: estratégia, criatividade, concentração, análise, tomada de decisões, controle de tempo e resolução, deixando de lado a velha metodologia dos decorebas que se instalou ao longo de muitos anos e com as mudanças globais se tornaram vitais ser criativos no trabalho, na escola, na vida. Novos caminhos para a educação estão aí para serem explorados e o xadrez se apresenta como um dos melhores como projeto escolar para as melhorias educacionais.

Não há necessidade de abandonar completamente a lógica, mas é preciso investir em criatividade para um crescimento integral do aluno. Sairmos do mundo contemplativo e partir para um mundo prático que exige a criatividade .

No campo educacional as ferramentas usadas são justamente o pensar, que para criar é preciso de muita concentração domínio desta habilidade vital para a educação, sem o pensamento nada sai, não se aprende, portanto vamos estimular o pensamento criativo; promover a flexibilidade intelectual, fazendo com que os alunos manipulem ideias e conceitos para a sua própria melhoria de notas. No xadrez há suportes emocionais e afetivos que faz o aluno aprender a lidar com o fracasso, frustração e sair deles ileso, sem traumas e partir para uma outra solução que não seja a lógica.

Xadrez

E o xadrez se encaixa perfeitamente nesta nova fase da criança, porque ensina o mais importante na solução dos problemas que é: o olhar, pensar, analisar, entender a realidade que o cerca e que está posta ali para ser resolvida. As peças não tem valor absoluto, deve ser movimentadas de maneira que os seus valores dobrem, tornado aquele movimento uma jogada com eficácia. Deve monitorar as suas peças e ado adversário para implementar a sua estratégia de ação, ter a percepção de reversibilidade do pensamento que ordena o jogo. Se algo não está de acordo, uma situação não favorável, é preciso uma contra partida para everter o quadro indesejável.

As crianças que fracassam em matemática por exemplo, o motivo é por não entenderem o enunciado do problema, não sabem analisar a questão, porque aprendem por fórmulas de memória e quando encontram textos diferentes do que aprendeu não encontram as respostas corretas com o pedido.

Característica do Jogo Xadrez

(a)Ficar concentrado o maior tempo possível e sentado em uma cadeira.

(b)Fornece maior número de possibilidades e movimentos para resolver um problema.

(c)Movimentar as peças depois de exaustiva análise do jogo/problema e depois fazer o lance.

(d)Após encontrar o lance bom, procurar outro melhor, encontrando o melhor, continua a análise até encontrar o lance perfeito.

(e)Combinação de lances e estratégia dos mesmos com ataques e defesas.

(f)Partindo de uma posição inicial, tendo como princípio a igualdade para os dois, conduzir de forma combinada, direcionando para uma conclusão do mate.

(f)O resultado indica quem tinha o melhor plano, os melhores lances.

(g)Escolha de possibilidades sem ajuda externa, análise e conclusão pessoal.

(h)Movimentos de sequência lógica. Um lance futuro tem que ter uma relação com o lance anterior.

Implicações nos Aspectos Educacionais

(a)Desenvolvimento do auto controle psicofísico

(b)Avaliação da estrutura do problema e suas variantes.

(c)Maior capacidade de pensar com abrangência e com mais profundidade na questão a ser resolvida não só no xadrez.

(d)Melhor aproveitamento do tempo disponível, vivacidade, criatividade e progressão nas questões resolvidas ou para serem solucionadas.

(e)Absorção de estratégias, imaginação e solução, estímulo ao desafio.

(f)Tomada de decisões, aventura no campo desconhecido(a teoria).

(g)Exercício do pensamento lógico, e do contraditório.

(h)Autonomia no fazer sem ajuda na questão/problema.

(i)Fluidez de raciocínio nas finalizações do problema

Na arte de pensar o xadrez tem um princípio fundamental: a criatividade, o raciocínio e as conclusões. Sem pensar não se joga xadrez e menos ainda se estiver que resolver uma situação desfavorável para a jogada seguinte. Sem a criatividade as resoluções se tornam muito mais difícil de serem concluídas.

Um jogo com imensas possibilidades de movimentos faz com que a criança estimule cada vez mais o ato de pensar, uma vez que somente assim é que se aprende a jogar e por conseguinte solucionar outros problemas educacionais atuais, como o desinteresse pelos estudos e as vezes até pela escola, dificultando a sua aprendizagem.

O xadrez tem como atividade central a exploração de vários os sentidos, desde a visão, o tato, a audição, que quanto mais aguçados melhor para o jogo e para a vida. As emoções também não ficam de fora são fundamentais para o autocontrole e continuação do jogo com tranquilidade. O prazer de vencer é algo sublime em contra partida também se aprende a perder, porque durante o jogo temos que perder alguma peça para subtrair outra peça mais importante do adversário, e poder enfraquecer a jogada do oponente em seguida.

Os trabalhos numéricos do xadrez: uma relação direta com a matemática, com a história também de suma importância, como eram os povos da antiguidade que jogavam este fascinante jogo, a geografia, os países que mais se joga, onde é obrigatório no ensino básico. Literatura, a poesia do jogo em forma de versos e contos, portanto uma relação direta com a educação.

Quem se beneficia do xadrez: o aluno, porque desenvolve suas habilidades intelectuais, emocionais e sociabilização, a família que passa a se orgulhar do filho(a), a escola que melhora a sua qualidade de ensino, enfim todos ganham, o país ganha e com pouco investimento.

Valor Educacional do Xadrez

Em princípio devemos entender que o xadrez tem seus movimentos limitados, dificultando uma ação involuntária, se isto acontecer, caracteriza como um lance fraco, portanto toda a ação tem que ser observada para depois executar o movimento. Os primeiros jogos da criança são chamados de jogos de exercícios, utilizando o seu próprio corpo como objeto de movimento, sem finalidades utilitárias, portanto movimento involuntário do ponto de vista do jogo, não há um fim em si mesmo.

Dentro da transição dos jogos de exercícios para os jogos simbólicos marca o início: da observação, da representação exterior e a reprodução do esquema sensório motor, onde se inicia outra mudança para o período concreto. Podemos dizer que nesta fase o jogo simbólico é o exercício da imaginação. No período de operações concretas, mais ou menos aos sete anos, a criança, pelas novas aquisições, pode aprender e obedecer às normas do jogo e ela terá de abandonar o jogo involuntário e a arbitrariedade que governava seus jogos para se adaptar à um código, podendo ser criada por si ou por outras pessoas, mas que deverá acatar limites, porque a violação de regras lhe trará prejuízos ou castigo

Isto ajudará a criança a aceitar o ponto de vista do próximo, a limitar sua própria liberdade em detrimento do outro, a ceder, compreender, discutir e concluir a sua análise dos fatos. Quando se pratica em grupos a experiência enriquece ainda mais, já que a sociabilidade está presente nesta modalidade e é agregada à criança e aí surge as primeiras ideias morais e a consciência de grupo. Passa a partir dos jogos a se comprometer mais, a ter uma postura diferente, não o faz mais por passa tempo e passa a se dedicar mais à competitividade saudável, pois acabara de entrar para o mundo das regras, onde o domínio do novo jogo dá prazer e além disso traz novos valores educacionais que estão presentes nas regras e neste novo domínio.

Podemos dizer que o valor educativo, que está presente no lúdico são inúmeros. Vários psicólogos dizem que os primeiros anos de vida do homem é de fundamental importância tendo como atividade central o jogo. A criança que ingressa na escola encontra novas situações e portanto exige dela adaptação de novas regras e regimentos, é como se fosse um novo jogo.

O Jogo de Xadrez é Benéfico

Para o Ser Humano

Entre tantas vantagens já estudadas, e sempre que se buscar mais pesquisas, encontraremos mais indícios e resultados de cunho benéfico para as pessoas praticantes do jogo de xadrez, que tem dimensões restritas em um tabuleiro, mas com resultados de muitas variantes e cálculos extremamente complexas, auxiliando no trabalho do (SNC) sistema nervoso central, a desenvolver, fixar e melhorar a durabilidade das informações ao longo do tempo, reter os conhecimentos, adquiridos durante a vida escolar.

A primeira ligação do xadrez educacional era com a matemática, depois apareceram outras variantes que liga com a própria história do ser humano, com a geografia, que está relacionado com os países que iniciaram o xadrez, mesmo de forma rudimentar. Além destas ligações, podemos destacar as relações com as emoções, que são profundas e quando positivas, também reflete na saúde, mesmo quando se perde uma partida.

O público beneficiados pelo jogo de xadrez vai desde a idade escolar até aos mais idosos. Na escola auxilia na aprendizagem, melhorando as notas, atitudes comportamentais, sociabilidade e prazer pessoal. Melhora o desenvolvimento de diferentes faculdades mentais, intensifica a acuidade mental nos adultos e preserva por mais tempo a agilidade mental nos idosos, além de reter e conservar viva na memória as informações de qualquer ordem.

O xadrez torna as pessoas mais criativas, devido a sua própria dinâmica de jogo, que são estratégias e táticas na sua essência, tornando o praticante mais empreendedor no jogo e na vida. Uma riquíssima fonte de prazer e um meio, onde se encontra elementos essenciais para as mais admiráveis concepções artísticas, um campo, no qual, a imaginação voa livremente, produzindo com encanto e beleza ideias tão sutis e originais

O xadrez, uma rara atividade, onde nós podemos explorar ao fundo nossas emoções e atingir estados de prazer tão sublimes, tão intensos, que podem ser comparados e igualados com sensações proporcionadas pelo amor e pela música, que atingem a alma e nos elevam a autoestima e ao êxtase emocional inimaginável pela maioria.

“No xadrez não há derrotados

tem os que vencem e os que

aprendem a vencer”

Nota do professor PDE Nelson José Gomes

Benefícios e Xadrez

Por esta forma saudável de exercício para a mente e competição para o homem, dentro do jogo de xadrez, é que foi a razão da expansão desta atividade pelo mundo, de um simples jogo indiano, segundo algumas indicações, para um apaixonante esporte nos dias de hoje.

De certo a fonte mais antiga, sem dúvida é uma pintura que mostra dois indianos disputando um jogo parecido como xadrez, 3000 anos antes de Cristo. Não há comprovação de quem realmente começou, ou inventou o xadrez, o fato é que um dia alguém criou este maravilhoso jogo. Se partirmos do princípio de que a matéria vem primeiro do que as ideias, concluímos que o xadrez foi inventado a partir de uma necessidade da época, necessidade de alguém ou de um povo, e aí entra a lenda da criação do xadrez já propagada por inúmeros pesquisadores, o que não está fora, em relação aos materialistas de plantão, casam as teorias de maneira perfeita.

As lendas batem com as teorias materialistas e desfaz o princípio das criações pelo mundo das ideias, um mundo imaginativo, não prático, o faz de conta e não o que faz a conta, portanto acredito que o xadrez foi criado a partir de uma necessidade terápica, do que como um jogo, embora fosse uma forma de jogo

muito rústico. Hoje praticado em larga escala no mundo todo, não mais por terapia, embora funcione como tal, mas por prazer e competição ou como ferramenta educacional, como em muitos países, que é obrigatório nas salas de aulas como disciplina curricular da escola, exemplo: Romênia.

Quanto mais remoto for os costumes de um país, encontraremos povos praticando algum tipo de jogos semelhantes aos de hoje ou parecidos e o mais variado possível. É evidente que na antiguidade não haveria recursos e matéria para tais criações como os de hoje. Não inventariam um xadrez com estes materiais sintéticos, relógios, primeiro de madeira e hoje os digitais. Em outras modalidades esportivas aconteceu o mesmo, houve uma evolução de regras e materiais para este fim.

Na época o que a mente humana poderia criar e ser produzido foi feito, sempre a partir da matéria em mãos e a necessidade para a criação, com a tecnologia vigente, onde hoje em dia as facilidades de criação é muito mais ampla. Vejamos algumas: voleibol de quadra/voleibol de areia, futebol de campo/futebol de areia, peteca/badmington, Bodoque/para pistolas de precisão no tiro ao alvo etc.

Mesmo na antiguidade o xadrez já era admirado pela sua complexidade que desafiava todos os praticantes e que não tinha lá tantas opções de lazer também, embora não tira o mérito que o xadrez conquistou na época e continua conquistando até hoje pela sua dinamicidade de movimentos, estratégias, criatividade e prazer nos praticantes de forma saudável para homens e mulheres.

Conclusão

O presente trabalho teve a finalidade de encontrar subsídios para colocar o xadrez como uma ferramenta de utilidade fundamental na educação para que os alunos(as) pudessem desenvolver ainda mais suas capacidades de aprendizagem. No entanto o tempo de aplicação foi muito pouco para se ter uma afirmação mais positivista em relação aos seus benefícios educacionais, porém, mesmo com pouco tempo de trabalho pude observar que os alunos participantes melhoraram sua concentração, maior capacidade de raciocínio, maior sociabilidade, espírito colaborativo e uma significativa melhora nas respostas educacionais, tanto em notas como em outras atividades propostas pelas disciplinas do curso.

Com relação às notas a quantidade de alunos também não é suficiente para fazermos uma afirmação mais positiva dos benefícios do xadrez neste campo

numérico. Observando os boletins do 2º trimestre, comparando com os do 3º trimestre de 2010, vimos que houve uma significativa melhora, embora o tempo de aplicação foi muito reduzido, portanto um número bem reduzido acresceram suas notas; outros mantiveram a média e por fim alguns decresceram as suas notas.

Entre as disciplinas consultadas, português manteve com pouca alteração nas três séries aplicada, numa das séries houve baixa evolução,5ª (a), mas já nas outras duas, (c) e (d), uma ligeira melhora. A matemática foi a disciplina que se observou as melhoras no rendimento da aprendizagem. As três séries obtivemos melhoras, embora considero muito pouca para dizer que realmente o xadrez resolveria os problemas educacionais no tocante a aprendizagem. O que podemos afirmar é que realmente as melhoras se fazem com as aplicações mais longas e de preferência definitiva. Se com pouco tempo de trabalho houve uma pequena melhora, com certeza, com maior tempo de aplicabilidade as melhoras se sucederiam com mais frequência, não só nestas duas disciplinas, mas em outras também, portanto auxiliando a aprendizagem como um todo no campo educacional e na vida por excelência.

Deste projeto surgiram alunos(as) que desenvolveram muito bem, que fixamos como treinamento permanente do colégio. Novos alunos entraram e estamos dando continuidade em contra turno para o ensino fundamental as atividades inerentes ao xadrez e os benefícios começam a se multiplicar nas questões educacionais em todos os propósitos do sistema de ensino regular.

Fazemos com prazer e carinho para estas crianças que precisam de um caminho bem orientado para vencerem na escola e na vida.

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7,3

8

8,6

9,6 9,7 9,8

7,8

10

7,2

8,7

10 10

7,9

6,2

9,2

5

APROVEITAMENTO MODELO

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

5,5

6

6,5

7

7,5

8

8,5

9

9,5

10

9,1

8,1

8,6

10 10

9,49,6

9,8

7,4

8,6

8,2

7,3

6,7

8,6

9,5

6,9

7,77,5

10

7,2

8,7

10 10

7,9

6,2

9,2

5

APROVEITAMENTO MODELO

Referências Bibliográficas

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