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    Da pessoa

    Introduo

    bem conhecida a definio da pessoa, de Bocio: persona estnaturae rationalisindividua substantia 1. Pessoa aqui se refere aoindivduo humano , portanto ao ser dohomem .

    A respeito dessa definio, Toms de Aquino diz ser e a ap ic!e tambm "s tr#s pessoas da $ant%ssima Trindade, contanto que se entendarationalis comointellectualise individua comoincommunicabilis 2. &essa perspecti!a a definio soaria: persona estnaturae intellectuali incommunicabilis substantia ' . (essoa aqui se refere "s pessoas da$ant%ssima Trindade, Pai, Filho e Esprito Santo. (ortanto ao ser de Deus num sentidotodo prprio , a ser e)p icitado mais tarde, no fim do comentrio.

    A se*uir, tentemos comentar a 1+ con!ersao espiritua-

    do estre /c0hart, intitu ado:Como deve o homem manter-se em Paz, uando n!o se encontra em penoso labore"terno, ue Cristo e muitos santos tiveram# como o homem,$ent!o% & deve se'uir a

    Deus . $2 que o que se*ue como comentrio tem pouco a !er comcoment(rio , pois oseu modo de proceder em !rios e)cursos, a modo de hip2teses, di!a*ar para dentrode pressuposi3es, presumi!e mente pr45acentes sob os termos usados pe a definioacima mencionada da pessoa, e ento a partir da i tentar er a 1+ con!ersao espirituade /c0hart, ou!indo a resson6ncia de fundo, onto 2*ica, das suas e)orta3es espirituais4morais, di*amos 7nticas.

    as, per*unta4se de imediato, diante desse te)to de /c0hart: o que tem a !er esse te)to

    com a definio de pessoa de Bocio e de $to. Tomas8 A imp ic6ncia desse te)to com adefinio de pessoa, embora /c0hart no use pa a!ra pessoa no te)to em questo, est presumi!e mente 5ustificada pe o fato de /c0hart e)ortar com repetida e acentuadainsist#ncia que cada um dos se*uidores de 9risto de!e se*ui4 o a seu modo , no modo

    prprio de cada um. Aquio modo prprio se refereao prprio de cada um de n2s, asaber, ao que h de mais substancia ; em mim, " Toms de Aquino,S. theol. ?a, q. >@,a.', ad -.

    ' (essoa subst6ncia incomunic!e da natureza inte ectua .

    - *eden der +nter eisun' con!ersa3es instruti!as , traduzido em estre /c0hart, livro da DivinaConsola !o e outros te"tos seletos , Cozes, (etr2po is 1@@1, comoConversa /es espirituais.

    D Es te)tos a emes de /c0hart so em a emo medie!a 0ittelhochdeutsch que na edio moderna desuas obras foram !ertidos em a emo atua . As aspas F...G indicam que a s pa a!ra s a i cercada foiacrescentada, ou para suprir acunas ou para me horar a f u#ncia atua da in*ua*em, por ocasio dessa!erso.

    Hie sich der ensch in Irieden ha te, Jenn er sich nicht in Kusserer Lhsa findet, Jie 9hristus und!ie e Mei i*e sie *ehabt habenN Jie er Oott FdannG nachfo *en so .

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    &essa 1+ 9on!ersao, /c0hart descre!e frustrao e des6nimo usuais das pessoas,se*uidoras de 9risto, quando se descobrem med%ocres, ao se compararem com / e ecom os santos, seus disc%pu os e)traordinrios. / se*ue o te)to:

    Texto

    (or isso, essas pessoas, quando no $e*uimento se acham de es to des!iados, se consideramon*e de Peus, a quem e as no poderiam se*uir.

    &in*um, 5amais, de!e fazer ta autoa!a iaoQ E homem de modo a *um de!e se consideraron*e de Peus, nem por causa de quebraduras, nem por causa de fraquezas, nem por nada, se5a o

    que for. / por mais que tenham os teus *randes trans*ress3es, te arrastado a !a*uear on*e dePeus, tu de!es, aco her a Peus como pr2)imo a ti. /, h um *rande ma nisso de o Momemdes ocar a Peus para on*e de siN pois, se5a que o homem ande on*e ou perto de Peus: Peus 5amais !ai para on*e, e e permanece com const6ncia bem perto e se no puder ficar dentro, e ese co a " porta e de a no se afasta.

    Assim tambm com o ri*or do $e*uimento. Ebser!a em que pode consistir nesse caso o teu

    $e*uimento. Tu de!es conhecer, de!es ter percebido em que tu s e)ortado por Peus de maneiraa mais forteN pois, de nenhum modo os homens so chamados a Peus em um caminho, como diz$o (au o F1 9or. +,>- . / tu, se achas que o teu caminho, o mais pr2)imo no corre sobremuitas obras e)teriores e sobre *rande penosa abuta ou pri!a3es R nas quais, nesse caminho,tambm como ta no se co oca tanto acento, a no ser que para isso o homem propriamenteimpe ido por Peus, e que tenha a fora, para rea izar ta coisa retamente sem o distSrbio erranteda tua interioridade 4, se, pois tu, portanto, de tudo isso, nada encontras em ti, ento este5astota mente em paz e nisso no te dei)es importar muito.

    Tu poderias sem dS!ida dizer: $e no h nisso import6ncia, por que ento assim o fizeramnossos antepassados, muitos santos8

    Assim, pondera, pois: &osso $enhor hes deu esse modo, e tambm a fora, para assim a*ir, a ponto de e es manterem esse modo at o fim e 5ustamente a i, nisso e e encontrou suacomp ac#ncia 5unto de esN a i, nisso que e es de!iam a canar o que o me hor de si. (ois,Peus no atou a sa !ao dos homens a certo modo especia . E que um modo tem, isto, no otem o outro modoN o poder de rea izao, porm, Peus proporcionou a todos os modos bons, eno ne*ado a nenhum modo bom, pois um bem no contra o outro. / por isso a *ente de!ia perceber por si, que no se a*e retamente, se, ao !er ocasiona mente um homem bom ou de eou!ir fa ar, o a!a iar como inteiramente perdido, por no se*uir o modo da *ente. $e no a*rada" *ente o seu modo, ento no se e!a em conta o seu bom modo nem sua boa disposio. ?stono 5ustoQ &o modo das pessoas de!e4se atentar mais a isso que e es possuem uma boainteno, e que no desprezam o modo de nin*um. &o pode cada um particu ar ter somente ummodo, e no podem todos os homens ter somente um modo, nem pode um homem ter todos osmodos nem cada modo de um homem.

    9ada qua *uarde o seu bom modo e todos FoutrosG modos a i dentro e empu)e no seu modotodo o bem e todos os modos. Troca do modo faz o modo e o humor inst!eis. E que um modote pode dar, isto podes tambm a canar no outro modo, enquanto e e bom e ou!!e e temsomente a Peus em !ista. A m disso, no todos os homens podem se*uir um caminho. Assim o tambm com o $e*uimento do ri*oroso teor de !ida daque es santos. Pe!es certamente amarta modo, e e e te pode a*radar, sem que tu precises se*ui4 o.

    as, tu poderias dizer: &osso $enhor esus 9risto tinha sempre o supremo modoN ao quade!emos se*uir constantemente por causa da retido.

    ?sto certamente bem !erdade. A &osso $enhor de!emos se*uir como con!m e, no entanto,no em cada modo. / e, &osso $enhor 5e5uou -U dias, 5amais, porm, de!e4se empreender emse*ui4 o nisso. 9risto fez muitas obras na inteno de que de!amos se*ui4 o, espiritua e nocorpora mente.

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    parte, por isso do ser abso uto, e e s2 pode parti cipar. $e co ocarmos Peus em cima ecriatura em bai)o, temos: Pe cima para bai)o, na ordem descendente:Comunicatio . Pe bai)o para cima, na ordem ascendente: Participatio. &o entanto, se aqui Peus tudo en2s nem sequer parte; como um ente em si fora de Peus, ta !ez hou!esse uma Snica possibi idade de criatura ser, em sendo como / e, doao abso uta de si inteira e

    tota mente no receber. ?sto si*nificaria que participar do ser de Peus no outra coisado que ser pura e simp esmente nada a no ser apenas pura recepo, a ta ponto de aquino ha!er um su5eito que recebe, mas apenas oreceber . as um ta receber seria entono a *o fora de Peus mas sim um momento da pr2pria doao abso uta de si que Peus.

    ______________________________________________________________________

    Excurso 1 : /nquanto ermos esse n. 1+ das *eden der +nter eisun' comoconversas de umaorientao espiritua , no sur*em prob emas especu ati!o4onto 2*icos. (ois, ho5e entendemos oespiritual como %ndice da rea da re*io do ente sub5eti!o4interior, portanto no h questo daordem do ser no aspecto denominado ora tico, ora espiritua ista, ora psico 2*ico4mora . &essesentido de con!ersas espirituais, a instruo de /c0hart seriam conse hos piedoso4prticos paraorientar o comportamento de seus disc%pu os. as, o pensamento medie!a se re*e por um princ%pio onto 2*ico que diz:natura se uitur esse . A natureza, i. , a !i*#ncia, a din6mica de umente se*ue aesse , i. , ao ser. (rimeiro ser, e a partir do ser, se d a atuao, a din6mica do ser, i., a natureza. 9om outras pa a!ras,esse e natura dizem o mesmo, mas uma !ez, foca izado noseu ser e outra !ez, na sua atuao essencia . ?sto si*nifica que em S tima inst6ncia, o que !a ee)aminar a ordem do ser, em todas as atua3es, ati!idades, re acionamentos etc. do homem,se5am e es essenciais ou acidentaisN o que de!e ser !isto o ser como a priori, i. , em primeiro

    u*ar, no simp esmente como o primeiro instante de uma compreenso, mas sim como ohorizonte da captao do todo da paisa*em da rea idade, a partir e dentro da qua se do asmanifesta3es do homem, se5a a respeito de si, se5a a respeito dos entes que no so e e. 9omoutras pa a!ras, a compreenso rea dessa con!ersao espiritua n. 1+ de /c0hart depende de, e 5 pressup3e a pr4compreenso do ser que pr45az como o fundo da acima mencionada proibioincisi!a, na qua /c0hart no nos permite a!a iar o ser do re acionamento entre Peus e criatura,introduzindo na compreenso dessa part%cu a con5unti!a e; dist6ncia de separao. A questo portanto especu ati!o4onto 2*ico, diz respeito ao ser do re acionamento Peus4e4criatura, a saberao ser Peus, ao ser criatura e ser re ao Peus4e4criatura. / ento, co ocados primeiramentenessa perspecti!a;, que de!er%amos a se*uir e)aminar a per*unta: o que afina pessoa, pensado na definio de Bocio e ap icada "s pessoas da $$. Trindade por $to. Toms.

    &a sua instruo espiritua e)orta /c0hart o homem a 5amais fazer uma auto4a!a iao, na quae e se considere on*e de Peus. / isso por nada, se5a o que for a causa desse distanciamento. (oiso homem se a!a iar on*e de Peus no outra coisa do que:deslocar a Deus para lon'e de si#

    pois, se3a ue o homem ande lon'e ou perto de Deus4 Deus 3amais vai para lon'e, ele permanece com const1ncia bem perto e se n!o puder )icar dentro, ele se cola 5 porta e dela n!o se a)asta. Peus, se*undo /c0hart no seu ser pr2prio pro"imidade , e de ta modo pro)imidadeque / e se co a, todo inteiro ao Momem, se5a e e como for, o que for, se a!a ie e a!a ie a Peus a partir e dentro desse seu se a!a iar, como e o que for. Peus ser, de imediato, primariamente,antes de tudo, ader#ncia, pro)imidade, imediatez de ser 5unto, com, no ser do Momem. Peusassim ser4em do Momem. /ssa co ocao de /c0hart contm em si a afirmao de que / e ab4so uto no seu ser, i., / e mesmo, so to, i!re na sua identidade, de ta sorte que toda aa!a iao que no !enha a partir de e mesmo, e no permanea ne e mesmo, no se5a id#nticacom e e mesmo, no faz 5us ao seu ser. 9om outras pa a!ras e e desprendido de todas asmedi3es, medidas, a!a ia3es, de toda e qua quer mediao que !enham de fora de e mesmo./ssa ab4so uta iberdade de ser e e mesmo se chama 6b'eschiedenheit , traduzido comoPesprendimento, tematizando4se a p enitude de so tura, o no4redutibi idade a nenhumarea idade que no se5atout court / e mesmo na p enitude da iberdade de ser. Peus na suaPeidade. Peidade pois o ser de Peus. Pe uma ta co ocao de /c0hart se tira precipitada e

    usua mente a conc uso de que da Peidade nada sabemos, nada queremos, nada sentimos, nadatemos, resumindo:nada podemos ser . /m /c0hart essa formu ao ne*ati!a, parece acenar auma abso uta afirmao que anterior " afirmao e ne*ao entendidas como a5uizamento e

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    a!a iao sobre ob5eto chamado Peus. /ssa afirmao; enuncia: dizer que da Peidade nadasabemos, nada queremos, nada sentimos, nada temos, resumindo:nada podemos ser si*nificasimp esmente: nada precisamos fazer de tudo isso, a no ser apenas dei)ar ser Peus no seu ser,na sua ab4so uta iberdade do seu Pesprendimento. Aquinada podemos ser si*nifica:receber i., aco her a Peus no seu ser, na iberdade da sua Peidade: E por mais ue tenham os teus

    'randes trans'ress/es, te arrastado a va'uear lon'e de Deus, tu deves, acolher a Deus como

    pr"imo a ti ;. E pi!7 da questo aqui como entender essereceber onto o*icamente. &o pensamento medie!a esse puro receber se chamanada enquantoe" nihilo sui et subiecti , nadade si e de substrato sub5acente. a pura matria4prima enquanto potentia oboedientialis : pura possibi idade de receber. ?sto si*nifica que essa pot#ncia uma possibi idade de receber, cu5a possibi idade por sua !ez recebida, de ta sorte que o receber aqui est impre*nado darecepti!idade cada !ez no!a e reno!ada, de receber o receber da recepti!idade. (ortanto, puroreceber aqui no a no contradio 2*ica forma de uma neutra idade escancarada a modo deum !cuo indiferente, sem nenhuma disponibi idade, mas a so tura tota mente i!re nadisposio de aco her, cada !ez mais d2ci , imensa, profunda e ori*inariamente, tudo, cada !ez, eem tudo se dei)ar ser obediente, cordia . /sse ser4assim4nada o ser da criatura. no homem eatra!s de e que !em " fa a esse modo de ser do ente na sua tota idade. nesse sentido que diz/c0hart ao homem:7u deves acolher a Deus como pr"imo de ti. as ento o que su*ere:

    pr"imo de ti 8 /m refer#ncia a essaimediata pro"imidade de Peus, na recepo do homem,

    /c0hart !enti a o pensamento:o 8omem deve ser assim nada, como uando ainda n!o era. $esubstituirmos a pa a!ranada por possibilidade de receber o receber da receptividade , podemosdizer:o 8omem deve ser assim receptivo, como uando ainda n!o era. /sse estado do ser; dito numa e)presso de!ociona 4espiritua ista: Estar desde a eternidade na mente de Deus. /ssae!ocao traz o modo de ser da me, *estante que concebe, cuida, dei)a ser a !ida, dando heforma, tirando de si o materia ;, de sorte que o ser que sur*e, cresce e se consuma fi ho, i. ,obra m)ima da doao de si do ser da me. $2 que no caso da fi iao humana, a me no podedar a e)ist#ncia, nem se dar tota e abso utamente a si mesma, pois sempre dessa *estao resu taum dois indi!%duo, cada qua com a sua e)ist#ncia. $e doar tota e abso utamente e receber essadoao tota e abso utamente poss%!e somente se o ente que se d e o ente que recebe so, oume hor, um, na i'ualdade absoluta na coincid9ncia total , de ta modo que odar-se o recebere o receber o dar-se. (ara que ta operao se d#, o ente que se d e o ente que recebe, a m deser um, de!e ser a p enitude do ser, de ta modo que oue dado e o ue recebido omesmo ,cada !ez na din6mica da concreo do dar4 se e se receber. /sse ente que ser simp esmente,como ta , a m, fora, ao ado do qua no h ser,o ente que ipsum esse se chama Peus e a suadin6mica abissa de possibi idade da p enitude de ser, so to, i!re ne a mesma se chama em/c0hart Deidade , cu5o processo se e)pressa na assim chamada process!o trina das pessoasdivinas : (ai4Ii ho4/sp%rito $anto, que em /c0hart aparece mais centrada na assim chamada

    Filia !o , i., nascimento do Ii ho do (ai, e do sur*imento do (ai no Ii ho como mStua !i*#nciado dar4se e do receber4se na cordia idade ab4so uta da p enitude na a e*ria de ser. Trata4se poisda ab4so uta !i*#ncia da mStuacomunica !o , operada na intimidade de Peus, cu5o rebento; soas pessoas di!inas.

    Es termoscommunicatio e participatio so termos usados pe o pensamento medie!a para !iabi izar o re acionamento Peus4criatura, sa !a*uardando a abso uta a teridade de

    Peus, a suaaseidade N o reconhecimento do apriori de que o seu ser a p enitude do ser,de ta modo que

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    $e*undo a obser!ao de $to. Tomas, mencionada no in%cio desse comentrio adefinio de Bocio persona estnaturae rationalis individua substantia , ap icada "s pessoas di!inas, pode ser modificada pe a su*esto de $to Tomas em: persona estnaturae intellectualis incommunicabilis substantia. /m Bocio: subst6nciaindividua serefere "s criaturas. /m $anto Tomas: subst6nciaincomunic(vel se refere a Peus, no

    enquanto natureza, mas enquanto pessoa. /)aminemos bre!emente em que consiste aindi!idua idade do indi!%duo e da sua indi!iduao, e em que consiste aincomunicabi idade da pessoa di!ina e da sua processo. (ois aqui no termo pessoaaparece a conotao da indi!isibi idade1U e incomunicabi idade,11 como nitidez da perfi ao da subst6ncia enquantoens in se , de ta modo que nessa definio da pessoa,se acentua mais a dist6ncia do que a pro)imidade no re acionamento Peus e criatura.

    Excurso 2 : (ara que aqui possamos !er a diferena entre substantia individua e subst1ntiaincommunicabilis necessrio e!itar tr#s equ%!ocos. E primeiro de identificar oindivduo do pensamento medie!a como um momento pontua izado de fun3es de um con5unto, dentro dosistema das ci#ncias naturais f%sico4matemticas, onde o sentido do ser a i operante reduz todo equa quer rea idade " rea izao da c assificao *enera izante funciona , quantitati!o f%sico4matemtico. E se*undo , a partir do primeiro equ%!oco, pensar que a ordenao medie!a douni!erso em intensifica3es do ser nas *radua3es;, ou me hor, nas ordens de esferas deentifica3es, portanto a ordenao do uni!erso em *#nero, espcie e indi!%duo a modo dadefinio essencia da r!ore porfiriana, no outra coisa do que uma moda idade antiquada dac assificao *enera izante, funciona , quantitati!o f%sico4matemtico, sem perceber que se tratade dois modos de / o terceiro , 5 dentro

    sur*ir, somente se, no se ti!er suficiente sensibi idade onto 2*ica, i., senso de diferenciao pe osentido do ser operante na fa a do re acionamento Peus e criatura. $e o sentido do ser a i operante o doser na acepo do ser f%sico4coisa quantitati!o, ento o re acionamento entre Peus como todo o ser, o serabso uto e a criatura como ser em parte, resu ta na re ao de coisa e coisa, cu5a diferena apenas dequantificao, o todo e um ado e do outro ado o em parte, ou o todo e o em pedao. A is, numa taco ocao do re ao entre Peus e criatura, no se d de modo a *um uma re ao, muito menosre acionamento, pois tanto Peus como criatura so reduzidos " coisa, de ta sorte que aqui nem se quer sed o toque Assim, co ocam4se pedra, p anta, anima e homem como entes subst6ncias , um ao ado do outro, emdiferentes con5untos, como *#nero, espcie, cada qua contendo os indi!%duos correspondentes docon5unto, anando sobre os diferentes con5untos uma 2*ica de di!iso, em cu5a razo c assificat2ria, oconteSdo como ta apenas funciona como e emento de de imitao quantitati!a da ordenao em maior oumenor e)tenso 2*ica, a modo de con5unto de funciona idade a modo quantitati!o f%sico4matemtico.9om isso se mistura dois modos bem diferentes de c assificao, de sorte que no se est nem na

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    da ordenao medie!a a modo da r!ore porfiriana, entender a pa a!ra substantia da e)presso substantia individua e a pa a!ra substantia da e)presso substantia incommunicabilis como sefosse un%!ocas. 9om outras pa a!ras, esquecer que a ordenao a modo de (orf%rio, somente dizrespeito "s substancias compostas, e que nas assim chamadas subst6ncias simp es a intensidadedo ser que qua ifica o ente em questo entende o indi!%duo, no como um caso da rea izao daespcie, e esta do *#nero, mas como uni!ersa , cu5a densidade faz coincidir espcie indi!%duo;

    com espcie, de ta modo que essa uni!ersa idade sin*u ar caracterizar a ordem dos entes nomateriais;.

    /)aminemos bre!emente na ordenao dos entes denominados substancias compostas1' , em queconsiste e o que si*nifica aindividua !o . Xepetindo, a ordenao das esferas dos entes,subst6ncias compostas, se esca a, iniciando de bai)o em:

    1 a subst1ncia dos entes simp esmente ocorrentes ou no !i!os coisas f%sico4materiais f%sicas, p. e). pedra, meta etc.: Yesp cie %nfima subst1ncia que tambm '9nero para a esp ciesuperior pr2)imavivente e o seu modo de ser:ocorrer N > a subst1ncia dos entesvivos coisas!e*etais, p. e). p antas: Yesp cie vivente e ao mesmo tempo '9nero para esp cie superior pr2)imo animal e o seu modo:viver :vivere; . Aqui se inc ui deal'um modo a subst6ncia dosentes sensveis coisas animais, p. e). *atos, pssaros Yesp cie animal e ao mesmo tempo

    '9nero para espcie superior pr2)imohomem e o seu modo: Y !i!enciar ou sentirN ' a subst1ncia dos entesracionais coisas humanas, p. e). homens, mu heres, crianas etc. Yesp ciesupremo homem e o seu modo: Yconhecer . &as tr#s moda idades de N subst6ncia raciona ' , o termo subst1ncia pareceser un%!oco, mas se bem e)aminado em cada n%!e na esca ao da ordenao, diferenteessencia mente. &a passa*em de um n%!e para outra, no se d apenas umacr scimo de umaqua idade diferencia espec%fico, a uma subst6ncia4b oco, fi)a, mas se d uma transmutaosubstancia qua ificati!o no ser, a modo de subsuno; da ordem inferior pe a superior. M a ina esca ao das ordena3es em diferentes n%!eis ascendentes e descendentes um mo!imento dadin6mica de qua ificao do ser.1- Assim, a subst6ncia4coisa da espcie4%nfima, ocorra como*#nero na espcie superior4!i!ente, para ser qua ificado por diferena espec%fica4!i!ente, emborana descrio da sua composio; soe como a5untamento de uma especificao a um *enrico,

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    est a i no como uma c asse mais *era em !ista de uma especificao mais de imitado docampo de e)tenso *era , mas sim de um mo!imento de *#nesis da% o termo *#nero donde brota, cresce e se consuma uma tota idade pr2pria na sua perfi ao. &esse sentido o termoespcie pode e de!e ser ido aqui como intensidade da presena como perfi do seu esp endor

    esp endor da face, be eza . (ortanto a 2*ica; da esca ao no c assificao do mais *era para mais espec%fico e ento terminar no indi!%duo como o e)tremo de de imitao ou !ice !ersa,

    do indi!%duo para mais *era , e do *era espec%fico para o *era o mais e)tenso na abran*#ncia,com o m%nimo de conteSdo. (ortanto, na esca ao da ordenao das esferas das subst6nciascompostas a modo porfiriana, no pensamento medie!a , trata4se de um mo!imento deessencia izao que continua na ordenao das esferas das subst6ncias simp es at cu minar no/nte, que em si e a partir de si simp esmente a p enitude do ser, denominado Peus. Trata4se, pois do mo!imento da concreo din6mica da imensido, profundidade e da !ita idade,denominado pe os medie!ais de Ebra m)ima da 9riao.

    Pentro dessa perspecti!a o que si*nifica substantia individua , o indi!%duo8

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    !ice4!ersa bem diferente ao do 'eral ou comum para com oindividual ou particular. Trata4sede outro teor de ser. Aqui preciso ser !ista a diferena do teor de ser.

    (ara compreender com maior preciso o que si*nifica propriamente a indi!idua idadeou indi!isibi idade da subst6ncia humana como pessoa e incomunicabi idade da

    subst6ncia, una em natureza e trina em pessoa, e ento per*untar o que tem a !er tudoisso com imediatez da pro)imidade de Peus com a criatura, necessrio ter em !ista adiferena do teor do ser, portanto o sentido do ser operante em cada n%!e daintensificao do ser na esca ada da ordenao dos entes no seu ser. Aqui, quanto maise e!ada for o n%!e do teor do ser na dimenso a que pertence um ente, tanto maior oteor da imensido, profundidade e iberdade do seu ser, que aparece na densidade,en!er*adura e na qua ificao do modo de ser de uma tota idade; denominada por/c0hart de Wm, cu5a !i*#ncia ocu ta uniti!a se des!e a na din6mica do interc6mbio dastr#s pessoas di!inas, acima desi*nadas deincomunic(veis. /sse modo de ser; daintensificao no ser se chamauniversalidade . Wni4!ersa si*nifica !ertido, !irado,con!er*ido ao Wm ou Wno, e desi*na a intensidade do ser, e no *enera idade em

    oposio a particu arizao.Ex curso !: Tentemos !er; o uni!ersa , " mo de um te)to que descre!e como um arteso

    !iu; a obra perfeita, antes de e a estar diante de e como rea izao da rea idade. E te)to do pensador chin#s 9huan*4tzu, e se intitu a: entalhador de 0adeira , na traduo de Tomas

    erton.1V

    =ihn', o mestre entalhador, )ez uma arma !o para sinos,>De madeira preciosa.?uando terminou,> 7odos ue a uilo viram )icaram surpresos. Disseram >?ue devia serobra dos espritos.> Prncipe de @u disse ao mestre entalhador4>A?ual o seu

    se'redoB .

    =hin' respondeu4ASou apenas oper(rio4> !o tenho se'redos. 8( s isso4>?uandocomecei a pensar no trabalho ue me ordenaste>Prote'i meu esprito, n!o odesperdicei>Em ninharias, ue n!o vinham ao caso.

    e3uei, a )im de p r >0eu cora !o em repouso.>Depois de 3e3uar tr9s dias,>Es ueci-medo lucro e do sucesso.>Depois de cinco dias>Es ueci-me do louvor e dascrticas.>Depois de sete dias>Es ueci-me do meu corpo>Com todos os seus membros.

    A esta poca, todo pensamento de Gossa 6lteza>E da corte se evanescera.>7udo a uiloue me distraa do trabalho>Desaparecera.>Eu me recolhera ao Hnico pensamento>Da

    arma !o do sino.

    ADepois, )ui 5 )loresta>Ger as (rvores em sua prpria condi !o natural.>?uando a

    (rvore certa apareceu a meus olhos,>6 arma !o do sino tamb m apareceu,nitidamente,>Sem ual uer dHvida.>7udo o ue tinha a )azer era esticar a mal>Ecome ar.

    Se eu n!o houvesse encontrado essa determinada (rvore> !o haveria>?ual uerarma !o para o sino.

    1V erton Tomas, 6 via de Chuan' 7zu ,.- edio, (etr2po is 1@V-, Cozes., p.1DV41 U. 9huan*4Tzusi*nifica estre 9huan*. $eu nome 9huan* 9hou. (ouco se sabe da sua !ida. um dos maiores pensadores chineses do Tao%smo, do scu o ???Z?C antes de 9risto. &atura de $un*, !i!eu pouco depoisde #n*4Tzu. $eus escritos esto reunidos no i!ro intitu adoChuan'-7zu, nei, ai pIien /scritasinternas e e)ternas de 9huan*4Tzu . A Tradio atribui a autoria denei pIien a 9huan*4Tzu e deai-pIien aseus disc%pu os. 9f. Ieiffe , /u*en.Jeschichte der chinesischen @iteratur . Parmstadt: Hissenschaft icheBuch*ese schaft, 1@D@, p. -+.

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    A ue aconteceuB>0eu prprio pensamento uni)icado>Encontrou o potencialescondido na madeira#> Deste encontro ao vivo sur'iu a obra>?ue voc9 atribuiu aosespritos [?[. 1U .

    Todo o fazer do arteso eradesprender-se de tudo quanto no era apenas a pura disposio dedei)ar ser. Assim tornou4se %mpida e pura transpar#ncia de receber. /sse !azio, essa suspenso,

    p ena de aco hida o pensamento . &essa aberta do receber se d o que os medie!ais chama!amde 0at ria ou potentia 1@ a r!ore certa e simu taneamente )orma ou actus o aparecer daarmao do sino nitidamente>U. 0at ria e )orma e potentia e actus na sua simu taneidade modo de e)pressar a din6mica 1 &esse sentido, uni!ersa si*nifica itera mente !irado,concentrado na aco hida do uno: uni4!erso. A espcie, o eidos, o uni!ersa como perfi aocompacta, concreta e coerente do ser todo no seu assentamento, na sua insist#ncia naautopresena do ser, o que o medie!a chama!a de substantia. /ssa subsist#ncia na p enitudede ser que era captada comocoisa indi!is%!e , indi!idua. Assim, indi!idua , indi!is%!e no tem pr2pria e primariamente a conotao de at7mico, tomo, fechado em si, portanto tambmincomunic!e , mas sim da consumao da p enitude do todo no seu ser. Assim entendido oindi!%duo, para o medie!a , o uni4!ersa e o indi!idua coincidem, dizem o mesmo. (ara noconfundir esse modo de ser uno, !irado, concentrado no uno do todo, portanto do indi!%duo,como particular oposto ao 'eral da nossa c assificao hodierna usua , usemos para esse tipo pr2prio do indi!idua o termo sin'ular. Assim, o uni!ersa e o sin*u ar coincidem.

    Acima na nota 1D dissemos que no uni!erso medie!a distin*uimos a re*io dassubst6ncias compostas e a re*io das subst6ncias simp es. $e caracterizarmos adin6mica da esca ao ascendente dessas ordena3es, como crescimento naintensificao do ser, percebemos que aqui, os termos intensificao, intensidade no podem ser com ri*or entendidos como sin7nimos de aumento quantitati!o, *raduao, potencia izao ener*tica ou esca ada de fora. as como entender o aumento, a

    intensificao de outro modo8 9ostumamos responder: tratas4se no de quantidade, massim de qua idade do ser. 9omo, porm, entender o aumento, a *raduao, a esca ada dequa idade8 poss%!e co ocar as qua idades a modo de uma esca ao de aumento ou dediminuio a modo quantitati!o8 \ua idades no constituem cada qua uma tota idadede ta modo que no poss%!e fa ar de aumento *radua de uma qua idade para umaoutra8 Aumento ou diminuio s2 poss%!e , no entre as qua idades, passando4se deuma para a outra *radua mente, mas apenas h aumento ou diminuio dentro de umamesma qua idade, no no sentido de quantificao, mas no sentido de impidez,c aridade e pureza do qui ate de qua idade em tornar4se e a mesma, sem mistura comuma outra dimenso que no se5a a de a. \uando na ordenao das esferas do ser douni!erso medie!a fa amos de intensificao ou aumento do ser, de!emos entender

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    qua ificao. /, no entanto, embora no entre aqui a quantificao, h constanteonipresente em todas as esca as, qua itati!amente diferentes do ser, a *o como !i*#nciaou presena que caracteriza um modo todo pr2prio de identidade e diferena, tratado naesco stica medie!a sob a denominao da questo daunivocitas et analo'ia entis.

    Pei)ando para mais tarde a questo da identidade da onipresena do ser em todas asesferas dos entes na sua diferena qua itati!a, cada !ez como ser de cada esfera,obser!amos como o re acionamento do uni!ersa e do sin*u ar nas esferas do ser dare*io das subst6ncias compostas. &a esfera das subst6ncias materiais4f%sicas, p. e).temos o uni!ersaa pedra. E indi!%duo esta pedra. Aqui, nesse n%!e da intensidade doser, a pedra s2 se torna presente, somentecomoesta pedra. (ortantoa pedra eesta pedra no so duas coisas, uma ao ado, dentro, a cima ou a bai)o da outra. 6 pedra4e4esta 4pedra o mesmo. &o entanto, a coincid#ncia aqui se d como repetio>> datentati!a sempre reno!ada de es*otar a intensidade uni4!ersa como esta, aque aindi!idua idade. &esse n%!e do ser, no indi!iduo a pre*n6ncia da uni4!ersa idade seapresenta mais rarefeita. /ssa rarefao o que aparece como adi)eren a espec)icadessa esfera na ' A superioridade numrica da repetio aqui indica a rarefao da intensidade da presena do ser. Eume hor, dito de outro modo, a rarefao da pre*n6ncia do ser que aparece no maior ou menor possibi idade numrica de repetio constitui as diferenas das esferas na ordenao da re*io dassubst6ncias compostas.

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    simp esmente uni4!erso ou uni4!ersa , o que equi!a e a dizer simp esmente sin*u ar,Snico, cada !ez. Aqui, o ente o em4sendo4cada !eztotalidede ,>- todo um mundo ab4so uto na unicidade, no uno da sua propriedade, Snica, p ena, consumada.

    Xecordemos aqui a definio de Bocio da pessoa: naturae rationalis individua

    substantia. / a sua ap icao "s pessoas da $ant%ssima Trindade na formu ao su*erida por $anto Tomas : personanaturae intellectualis incommunicabilis subst1ncia. /dentro da perspecti!a do que !iemos fa ando nos /)4cursos, per*untemos comode!emos entender aindivisibilidade e a incomunicabilidade.

    Wsua mente entendemos o carter pr2prio do indi!%duo indi!is%!e . / entendemos o pr4fi)o in como n!o , como ne*ao. Assimn!o-divisvel ou n!o-dividido insinua umarepresentao de a *o compacto a modo de um b oco duro, dif%ci ou imposs%!e de ser partido. /ssa compactidade su*ere a dificu dade ou impossibi idade de partilhar , de darao outro a *o de si, portanto den!o-communic(vel , de incomunicabi idade. /ssaima*em de compactidade quantitati!a coisa pro5etada p. e). numa obra de arte,

    quando dizemos: essa obra indi!is%!e , no reproduz%!e , no se pode repetir, sin*u ar. / cometemos aqui o equ%!oco de pensar que o caracter%stico da intensidade e pre*n6ncia da tota idade a compactidade4b oco, esquecendo4se de que um b ocoquantitati!o materia 5amais indi!is%!e , pois por mais que se atomize um b ocosempre poss%!e ser di!idido infinitesima mente.

    As co oca3es acima feitas nos /)4cursos, porm, nos mostra que quanto mais se crescena intensidade do ser, di*amos,

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    tanto onticamente. Assim,racional e intelectual primeira e primariamente si*nifica oespec)ico , o prprio ser do homem , aqui o que perfaz a diferena essencia , i. ,substancia da sua natureza, i. , da sua nasci!idade ori*inria. 9omo ta , nesse sentidoonto 2*ico sob o termoraz!o ou intelecto esto subsumidas as tr#s facu dades dohomem de conhecer razo ou inte i*#ncia , de querer !ontade , de sentir

    sentimento>D

    . ^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^

    Ex curso #: &o pensamento medie!a a definio do homem animale rationa e, animaraciona . *atio, *acional , aqui, primariamente, no tem tanto a !er com a nossa razo na acepodo raciona ismo;, mas muito mais comGerbum , que traduo do @'os e /us *re*os. /animale no se refere aobruto , ao bicho , mas sim a animus , a din6mica !ita do !i!entesens%!e . 6nimale rationale na rea idade a traduo atina da determinao do ser do homem,em *re*o,tL z/on l'on chon : o !i!ente atinente a 2*os. ?sto si*nifica: a !i*#ncia, a animao,cu5a !ita idade ser pertena, atin#ncia fie e obediente a _2*os o que perfaz a ess#ncia, o ente,ou me hor oem-sendo chamado Momem.> / _2*os aqui entendido mais na acepo arcaica dea3untamento, acolhida, colheita. 2M /ssa si*nificao de co heita, aco hida aparece na conotaoe)istente no termo a emoGernun)t , no a emo medie!a de /c0hartGernNn)ticheit , cu5osi*nificado !em do !erbovernhemen que mais do que tomar, a*arrar D (or isso o destaque que se d aqui na definio da pessoa, danatureza racional e intelectual no temmuito a !er com raciona ismo ou inte ectua ismo, muito menos com cartesianismoQ;,, mas com umdeterminado n%!e da intensidade do ser. (or isso em !ez de questionar se aqui se trata da prioridade dointe ecto ou da !ontade ou do corao, fosse ta !ez mais Sti per*untar: nesse n%!e da intensidade do serdenominadonatureza humana aqui 6nimo raciona ou inte ectua Y 2*os, n3us como seria onticamenteo que denominamos na psico o*ia popu ar de razo, !ontade e sentimento como facu dades da a ma.

    > /sse ser do homem se formu a onticamente como: o !i!ente que tem a in*ua*em. _in*ua*em aqui notanto meio de comunicao, mas mais ori*inariamente a pot#ncia da din6mica criadora em trazer " fa a, "

    concreo o ec odir do mundo.>+ 9f., @ 'ein , a raizle' 4: a5untar, co her.

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    !ertica ascendente de imp icao entificante que partindo da V, coisa,!ira !ida, depois 6nimo4sensibi idade e a ma, e por fim 6nimo4raciona , e naraciona idade, se adentra para dentro da re*io @

    . ?sto si*nifica que o Momem seestende no seu ser desde a matria4prima at Peus, no apenas somenteat , mas muitomais, a saber para dentro do abismo do ser de Peus, para dentro do abismo da !ida%ntima, para dentro da interioridade de Peus que nos !em de encontro i. , se des!e acomo a din6mica da estruturao do eni*ma das tr#s pessoas e umanatureza de Peus, portanto do istrio da santa unidade4trina. ?sto si*nifica por sua !ez que no Momem, pe o Momem e atra!s do Momem que !em " uz a !i*#ncia da p enitude do ser que setorna presena em Peus4Momem4Wni!erso, denominada pe os medie!ais de Epusma)imum: 9reatio, obra m)ima da 9riao. $e porm o Momem per4faz o espao

    i!re, a aberta que perpassa desde a rea idade e rea izao %nfima at para dentro dasuprema e para a m da suprema rea izao da rea idade, ne e podemos encontrar um fiocondutor que perpassa toda a 9riao e adentra o abismo da interioridade do ser dePeus. /sse fio condutor se chamanatura rationalis e quando se subsumido paradentro da interioridade do ser de Peus se transforma emnatura intellectualis , termosusados pe a definio da pessoa em Bocio e da sua ap icao "s pessoas da unidadetrina de Peus. &o e)tremo %nfimo desse fio condutor encontramos a matria prima quese denomina potentia oboedientialis . / no V A saber, matria4prima como nada @ 9f. uma e)presso como a da obra de $o Boa!en*ura:

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    medie!a , o bin7mio receber4dar, uma !ez referido a Peus e ao seu opus ma)imum, a9riao, est intimamente i*ada a Ii iao di!ina e esta ao &ascimento do Ii hoWni*#nito do (ai, portanto, " processo das pessoas di!inas. / o que procede do (ai eIi ho se chama /sp%rito $anto, que caracterizado como 6mor . &essa Tradiomedie!a 9riao si*nifica no fundo Ii iao, e Ii iao si*nificacomunh!o no 6mor .

    Assim, se*uindo a usua Tradio crist, tambm /c0hart define a ess#ncia, o 6ma*o!iscera de Peus, a deidade, como amor. ` termo usado no a emo medie!a de /c0hart para @iebe amor 0inne . A pa a!ra 0inne possui parentesco com *re*o Ysentido , g recordar4se , com atim memini embrar4se , mens mente ,monere admoestar . A raiz indo*erm6nicamen que est em todas essas pa a!rassi*nifica pensar. (ensar, aqui, estar suspenso, so to4disposto na espera, de !i!ocorao. &essa acepo do termo pensar como a iberdade de disposio da cordia 5o!ia idade, inne conota o ter presente !i!a e amorosamente na mente'U, sem cessar,recordar, i. , a!i!ar de no!o no e do 6ma*o do ser a cordia idade amorosa. 9eia %ntima,recordando e comemorando um encontro amoroso se diz em a emo 0inne trinOen

    beber a inne'1 . Eri*inariamente, 0inne desi'nava amor misericordioso, de dili'entecuidado, i. , o amor de predile !o e benevol9ncia interpessoal de tu para tu. Assim

    inne era uma pa a!ra boa para indicar a intimidade do nobre enamoramento em totadoao ardente de corpo e a ma no encontro entre Momem e u her: o amor esponsa . /da i inne comeou a ser usada na m%stica; dos ca!a eiros medie!ais do scu o1>Z1', para indicar o prot2tipo da pai)o nobre de dedicao no amor de um ca!a eiro paracom a mu her amada, a sua dama. /ra o mais intenso m2!e de busca para um ca!a eiromedie!a a incenti!4 o a rea izar atos her2icos a ser!io e para a honra da sua senhora,a quem doa!a a !ida e o ser como " sua Xainha e $enhora.'> A partir dessa acepoca!a heiresca do amor, a pa a!ra 0inne entra no uso da %stica medie!a crist, numaacepo ainda mais radica izada de doao, nobreza, intimidade e pai)o e finura comoJottesminne '' e se tornou a ton6ncia de fundo da assim chamada rautmQstiO a m%sticaesponsa '- .

    (ortanto, o carter comum e unitrio do fio condutor que perpassa todo o uni!ersomedie!a assina ada h pouco comoreceber de!e ser compreendido tota mente nasonoridade do toque, da percusso da; rea idade; disso que /c0hart denomina de

    0inne. 6ssim a 0inne , o amor misericordioso, de dili'ente cuidado, i. , o amor de predile !o e benevol9ncia inter-pessoal de encontro, tu a tu , a 0isericrdia medium ,onde se de!e entender o qu# e o como da

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    /c0hart, principa mente quando e e fa a do inter4re acinamento intra4trinitrio, nonascimento do Ii ho, do (ai. Pei)emo4 as assim, pois faz#4 as ressoar, no tanto psico o*icamente, mas

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    receber. as na medida em que se sobe na esca ao da intensidade do ser, a passi!idade passa na subst6ncia !i!ente, e depois de a na subst6ncia anima , do apenas odar, ' o receber o receber e o dar. /sse S timo receber que receber o receber e recebero dar num modo de receber que se afunda cada !ez mais para dentro do ponto de fu*ado mo!imento centripeta e centrifu*a da espira !em " fa a como do princ%pio, doabismo de onde e dentro do qua se articu am os tr#s momentos acima mencionados,emcu5a din6mica faz sa tar de cada instante e cada est6ncia do mo!imento espira ec osode um modo de ser, cada !ez p ena, intacta, na medida p ena da intensidade do ser a que pertence. E ponto de fu*a desse mo!imento espira na direo ascendente de e para

    dentro do abismo da recepo se d na din6mica do mo!imento como o fator uniti!o detodos os pontos desse mo!imento como Wniti!o, como Wm.

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    /c0hart fa a a mim que eio seu te)to, na > pessoa sin*u ar: tu. ?sto si*nifica que o queaqui dito possui uma *rande pro)imidade comi*o, de ta sorte que se me torna umde!er, uma tarefa o que a i me dito, a saber, conhecer e perceber em que consiste nomeu caso o meu $e*uimento e descobrir o como, o meu modo em que sou chamado porPeus de modo o mais pr2)imo e o mais forte. (ois Peus no chama a nin*um de um

    modo *era , no h um caminho *era , mas sim para cada um e cada !ez o seu um,Snico ou sin*u ar caminho. /sse caminho cada !ez o modo pr2prio que dado a cadaum como o seu caminho o mais pr2)imo. (ortanto, o que me importa, i., o que meconduz para a rea idade de mim mesmo o como, o modo meu pr2prio, onde Peusme toca, na imediatez e pro)imidade, a ponto de e e, se e e no pode entrar porque euno o dei)o, fica co ado " porta, " espera da primeira chance de estar mais 5unto demim. A paz eu s2 a tenho, nesse modo meu pr2prio, pois s2 que eu tenho o toque dePeus e eu sou eu mesmo na !erdade, de ta modo que se eu a me5o coisas maiores paramim, ou sinto4me obri*ado a buscar determinadas medidas superiores, de!o somentee)aminar se sou propriamente impelido por Deus, e ue tenha a )or a, para realizar talcoisa retamente sem o distHrbio errante da minha interioridade 'D.

    A se*uir, respondendo a uma ob5eo, 7u poderias sem dHvida dizer4 Se n!o h( nissoimport1ncia, por ue ent!o assim o )izeram nossos antepassados, muitos santosB ,insiste na import6ncia decisi!a de o homem permanecer 5unto da interioridade de simesmo, usando a pa a!ramodo para desi*nar a subsist#ncia enuc eada, onde o ser dohomem se consuma numa perfi ao na nitidez e transpar#ncia da sua i*ua dade comPeus, portanto como pessoa. Piz pois /c0hart:

    Assim, pondera, pois: &osso $enhor hes deu esse modo, e tambm= a fora, para assim a*ir, a ponto de e es manterem esse modo at o fim e 5ustamente a i, nisso e e encontrou suacomp ac#ncia 5unto de esN a i, nisso que e es de!iam a canar o que o me hor de si. (ois,Peus no atou a sa !ao dos homens a certo modo especia . E que um modo tem, isto, no otem o outro modoN o poder de rea izao, porm, Peus proporcionou a todos os modos bons, eno ne*ado a nenhum modo bom, pois um bem no contra o outro. / por isso a *ente de!ia perceber por si, que no se a*e retamente, se, ao !er ocasiona mente um homem bom ou de eou!ir fa ar, o a!a iar como inteiramente perdido, por no se*uir o modo da *ente. $e no a*rada" *ente o seu modo, ento no se e!a em conta o seu bom modo nem sua boa disposio. ?stono 5ustoQ &o modo das pessoas de!e4se atentar mais a isso que e es possuem uma boainteno, e que no desprezam o modo de nin*um. &o pode cada um particu ar ter somente ummodo, e no podem todos os homens ter somente um modo, nem pode um homem ter todos osmodos nem cada modo de um homem.

    9ada qua *uarde o seu bom modo e todos FoutrosG modos a i dentro e empu)e no seu modotodo o bem e todos os modos. Troca do modo faz o modo e o humor inst!eis. E que um modo

    te pode dar, isto podes tambm a canar no outro modo, enquanto e e bom e ou!!e e temsomente a Peus em !ista. A m disso, no todos os homens podem se*uir um caminho. Assim o tambm com o $e*uimento do ri*oroso teor de !ida daque es santos. Pe!es certamente amarta modo, e e e te pode a*radar, sem que tu precises se*ui4 o.

    as, tu poderias dizer: &osso $enhor esus 9risto tinha sempre o supremo modoN ao quade!emos se*uir constantemente por causa da retido.

    ?sto certamente bem !erdade. A &osso $enhor de!emos se*uir como con!m e, no entanto,no em cada modo. / e, &osso $enhor 5e5uou -U dias, 5amais, porm, de!e4se empreender emse*ui4 o nisso. 9risto fez muitas obras na inteno de que de!amos se*ui4 o, espiritua e nocorpora mente.

    'D (az si*nifica ento estar assentado no modo pr2prio seu, recebido de Peus, e esse assentamento no que o seu pr2prio a interioridade.

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    (or isso, de!emos ser ap icados, para que o possamos no modo espiritua, pois, e e mais em !istao nosso amor do que as nossas obras. &2s de!emos cada !ez se*ui4 o no pr2prio modo. 9omo, pois8

    Euas: em todas as coisasQ 4 9omo e em que modo8 R Assim como eu 5 o disse muitas !ezes: euconsidero uma obra espiritua por muito me hor do que uma corpora .

    9omo8

    9risto 5e5uou -U dias. &isso o si*as, assim a ponto de obser!ares a que tu ests bem maisinc inado ou pronto: sobre isso de concentres e com acuidade fica de o ho em ti mesmo. uitas!ezes te con!m, te afastares disso mais e sem pr4ocupao, do que tu te pri!ares tota mente detodas as comidas. Assim, tambm te muitas !ezes mais dif%ci , si enciar uma pa a!ra do que seabster4se simp esmente de toda a fa a. / deste modo pesa muitas !ezes muito mais aceitar uma pequena pa a!ra de ofensa de pouca import6ncia do que ta !ez admitir um pesado *o pe, para aqua a *ente se tinha pre!enido, e nos "s !ezes mais dif%ci dei)ar a o pequeno do que a *o*rande, e eri*ir uma pequena obra do que uma, que se tem por *rande. Assim, pode o homem nasua fraqueza se*uir muito bem a &osso $enhor e no pode nem precisa se considerar afastado

    on*e de e.

    Concluso

    Iina izando essa on*a e esdrS)u a ref e)o4comentrio podemos definir a pessoacomo: o ser do Momem enquanto a nasci!idade recepti!a da disposio pura, *rata ecordia , e!ada " %mpida e bem assentada consumao de ser a pr2pria disponibi idaderecepti!a do Ii ho uni*#nito do (ai, no seu nascimento do (ai e no (ai e nessenascimento di!ino, o homem no seu ser pessoa nascer como fi ho no Ii ho e dei)arnascer crescer e consumar4se todo o uni!erso, cada ente na sua entificao, em mi h3ese mi h3es de possibi idades !arie*adas, de sorte que tudo se5a um na repercusso dotoque no modo4retraimento da Peidade de Peus, da 6b'eschiedenheit .

    / es*otados pe a a *azarra desse fa at2rio sobre pessoa e sua intimidade como abismode 6b'eschiedenheit de um Peus feito Momem e Momem feito Peus, possamos ou!irsobriedade simp es do pudor de uma fa a pa*; a cerca do seu princ%pio !ita a maisori*inria e e)ce ente:

    estre Tun* lJo per*untou a 9huan*: ostre4me onde pode o Tao ser encontrado;.Xespondeu 9huan* Tzu: &o h u*ar onde e e no possa ser encontrado;. E primeiro insistiu:

    ostre4me, pe o menos, a *um u*ar precioso onde o Tao possa ser encontrado;.

    /st na formi*a;, disse 9huan*. /st e e em a *um dos seres inferiores8;. /st na !e*etaodo p6ntano;. (ode !oc# prosse*uir na esca a das coisas8;. /st no pedao de taco;. / ondemais8;. /st no e)cremento;. 9om isto, Tun* lJo nada mais podia dizer.

    as 9huan* continuou: &enhuma de suas per*untas pertinente. $o como per*untas defiscais no mercado, contro ando o peso dos porcos, espetando4os nas suas partes mais tenras. (orque procurar o Tao e)aminando

  • 8/13/2019 Da pessoa 1

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    ficamos presos "s coisas de imitadas. E imite do i imitado chama4se p enitude;. E i imitado doimitado chama4se !azio;. E Tao a fonte de ambos. as no , em si, nem a p enitude, nem o

    !azio. E Tao produz tanto a reno!ao quanto o des*aste, mas no nem um, nem outro. E Taocon*re*a e destr2i. as no nem a Tota idade, nem o Ccuo;.

    as ta !ez, essa mesma toada asitica da imensido inomin!e que no nem imenso,nem !cuo, nem tota idade, nem se quer nada, entoada pe o som medie!a