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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACOM FACULDADE DE COMPUTAÇÃO BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Daneyson Moreira Guabiraba REPOSITÓRIO DIGITAL PARA MONOGRAFIAS DA FACULDADE DE COMPUTAÇÃO DE MARABÁ Marabá- Pará 2014

Transcript of Daneyson Moreira Guabiraba REPOSITÓRIO DIGITAL PARA ... · 3 ANÁLISE DE FERRAMENTAS PARA A...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS

FACOM – FACULDADE DE COMPUTAÇÃO

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Daneyson Moreira Guabiraba

REPOSITÓRIO DIGITAL PARA MONOGRAFIAS DA FACULDADE DE

COMPUTAÇÃO DE MARABÁ

Marabá- Pará

2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS

FACOM – FACULDADE DE COMPUTAÇÃO

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Daneyson Moreira Guabiraba

REPOSITÓRIO DIGITAL PARA MONOGRAFIAS DA FACULDADE DE

COMPUTAÇÃO DE MARABÁ

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado

para obtenção do grau de Bacharel em

Sistemas de Informação.

Orientadora: Prof. Msc. Cássia Maria

Carneiro Kahwage.

Marabá- Pará

2014

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(Biblioteca Josineide Tavares, Marabá-PA) _______________________________________________________________________________

Guarabira, Daneyson Moreira.

Repositório digital para monografias da faculdade de computação de

marabá / Daneyson Moreira Guarabira; Orientador, Cássia Maria Carneiro

Kahwage. – 2014.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Universidade Federal do

Pará, Faculdade de Computação, 2014.

1. Tecnologia da informação. 2. Repositórios institucionais. Bibliotecas

digitais. 3. Preservação digital. I. Título.

CDD - 22 ed.: 001.5

_______________________________________________________________________________

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS

FACOM – FACULDADE DE COMPUTAÇÃO

BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Daneyson Moreira Guabiraba

REPOSITÓRIO DIGITAL PARA MONOGRAFIAS DA FACULDADE DE

COMPUTAÇÃO DE MARABÁ

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas

de Informação.

Data da defesa:

Conceito:

Banca Examinadora

____________________________________________________

Prof. Msc. Cássia Maria Carneiro Kahwage.

Faculdade de Computação/UFPA - Orientador

____________________________________________________

Prof. Msc. Josué Leal Moura Dantas

Faculdade de Computação/UNIFESSPA - Membro

____________________________________________________

Prof. José Santos

Faculdade de Computação/UNIFESSPA - Membro

V

DEDICATÓRIA

Agradeço primeiramente a Deus, por tudo que tem feito em

minha vida. Aos meus pais, pelo esforço e apoio prestados

incondicionalmente, minha família pelo carinho e força que me

deram e a todos meus amigos por fazerem parte da minha vida e

sempre estarem ao meu lado em todos os momentos.

VI

SUMÁRIO

Resumo ................................................................................................................................................... IX

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 11

2 REPOSITORIOS E BIBLIOTECAS DIGITAIS ............................................................................................ 16

2.1 Histórico ...................................................................................................................................... 17

2.2 Padrões, Normas, Protocolos e Formatos para Bibliotecas Digitais. .......................................... 19

2.2.1 Padrões e Normas ................................................................................................................ 20

2.2.2 Protocolos ............................................................................................................................ 21

2.2.3 Formato ................................................................................................................................ 22

2.2.4 Coleções ............................................................................................................................... 22

2.3 Metadados .............................................................................................................................. 22

2.4 Padrões de Metadados ........................................................................................................... 23

2.4.1 Dublin Core ........................................................................................................................... 24

2.5 Interoperabilidade ................................................................................................................... 25

2.6 Indexação ................................................................................................................................ 26

2.6.1 Processo de Indexação ......................................................................................................... 27

2.6.2 Normatização do processo ................................................................................................... 28

3 ANÁLISE DE FERRAMENTAS PARA A CONSTRUÇÃO DO REPOSITÓRIO DIGITAL ................................ 31

3.1 Análise das Ferramentas ......................................................................................................... 31

4 DSPACE ............................................................................................................................................... 35

4.1 Repositório mais utilizado no mundo ..................................................................................... 36

4.2 Funcionamento e Estrutura do DSpace ................................................................................... 38

4.3 Configuração e Customização ................................................................................................. 43

4.3.1 Arquivo de configuração dspace.cfg .................................................................................... 44

4.3.2 Principais Parâmetros para Configuração e Customização DSpace ..................................... 45

4.3.3 Customizando as mensagens de E-mails .............................................................................. 46

4.3.4 Alteração das Interfaces de Usuário .................................................................................... 46

4.5 Considerações ......................................................................................................................... 47

5 REPOSITÓRIO DIGITAL DA FACOM MARABÁ ..................................................................................... 47

5.1 Análise ..................................................................................................................................... 47

5.1.1 Objetivos do repositório....................................................................................................... 47

5.1.2 Escopo do conteúdo do repositório ..................................................................................... 48

VII

5.1.3 Modelagem de dados ........................................................................................................... 48

5.1.4 Público alvo .......................................................................................................................... 48

5.2 O Projeto ................................................................................................................................. 48

5.2.1 Detalhamento do Conteúdo ................................................................................................. 49

5.2.2 Repositório ........................................................................................................................... 49

5.2.3 Busca .................................................................................................................................... 49

5.2.4 Navegação pelos Arquivos ................................................................................................... 52

5.2.5 Área de Administrador ......................................................................................................... 52

5.3 Projeto de Layout .................................................................................................................... 53

5.4 Estrutura Navegacional ........................................................................................................... 54

5.4.1 Visitante ............................................................................................................................... 54

5.4.2 Participante .......................................................................................................................... 55

5.4.3 Administrador ...................................................................................................................... 55

5.5 Detalhamento das Páginas do RD FACOM .............................................................................. 56

5.6 Dificuldades Encontradas ........................................................................................................ 63

6 Considerações Finais .......................................................................................................................... 65

6.1 Trabalhos Futuros........................................................................................................................ 66

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 67

VIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Softwares mais utilizados em RIs no Mundo .......................................................................... 37

Figura 2 Uso do DSpace no Brasil .......................................................................................................... 37

Figura 3 Funcionamento do DSpace ..................................................................................................... 38

Figura 4 Apresentação básica dos metadados de um item no DSpace. ............................................... 41

Figura 5 Pesquisa realizada no DSpace da FGV. .................................................................................... 41

Figura 6 Interface de busca do DSpace. ................................................................................................ 42

Figura 7 Página da Busca Avançada. ..................................................................................................... 51

Figura 8 Metadados Padrão de Busca Avançada. ................................................................................. 52

Figura 9 Índices de Visualização de Busca Simples. .............................................................................. 52

Figura 10 Projeto do Layout RD FACOM. .............................................................................................. 54

Figura 11 Estrutura Navegacional para Usuário Visitante. ................................................................... 55

Figura 12 Estrutura Navegacional para Usuário Participante. .............................................................. 55

Figura 13 Estrutura Navegacional para Usuário Administrador. .......................................................... 56

Figura 14 Página Inicial do Repositório Digital da FACOM. ................................................................... 57

Figura 15 Página Comunidade e Coleções. ........................................................................................... 57

Figura 16 Página que exibi o menu Administrador. .............................................................................. 58

Figura 17 Página da Área Pessoal. ......................................................................................................... 58

Figura 18 Processo de Submissão da primeira página da etapa Descrever. ......................................... 59

Figura 19 Processo de Submissão da segunda página da etapa Descrever. ......................................... 59

Figura 20 Processo de Submissão da terceira página da etapa Descrever. .......................................... 60

Figura 21 Processo de Submissão da primeira página da etapa Carregar. ........................................... 60

Figura 22 Processo de Submissão da segunda página da etapa Carregar. ........................................... 61

Figura 23 Processo de Submissão da segunda página da etapa Carregar. ........................................... 61

Figura 24 Processo de Submissão da página de Verificação de Metadados. ........................................ 62

Figura 25 Processo de Submissão da Página de Licença. ...................................................................... 63

Figura 26 Processo de Submissão da Página de Confirmação do Depósito. ......................................... 63

IX

Resumo

Grande parte das Instituições de Ensino Superior utiliza meios computacionais para geração

de conteúdo acadêmico de forma digital, porém maior parte desta produção acadêmica não

esta disponível na web com acesso liberado a qualquer pessoa que tenha interesse em buscar

estas informações, pois muitas vezes as Instituições não utilizam formas automatizadas para

disponibilizar este conteúdo ao público interessado. Este trabalho apresenta como objetivo

central construir um Repositório Digital de Monografias para a Faculdade de Computação do

campus Marabá. Contendo como objetivos específicos a construção de uma ferramenta capaz

de conservar, divulgar e apresentar todo conteúdo acadêmico utilizando softwares livres. A

caminhada metodológica teve como principal base de análise a metodologia qualitativa e

envolveu além de pesquisas bibliográficas e análise de ferramentas. Os resultados da pesquisa

indicam que a ferramenta DSpace entre as analisadas é a melhor para atender a demanda desta

comunidade. Infelizmente, também constatamos a dificuldade em seu processo de instalação.

Porém, não obstante essa triste constatação, a pesquisa mostra, a partir deste estudo, que o uso

de Repositórios Digitais na gestão de documentos acadêmicos é possível, eficiente e pode ser

realizada com baixo custo.

Palavras Chaves: Preservação Digital, Direito Autoral, Repositório Institucional.

X

ABSTRACT

Much of Institutions of Higher Education uses computational means for generating academic

content in digital form , but most of this academic production is not available on the web with

free access to anyone who has an interest in seeking this information because often the

institutions do not use automated ways to deliver this content to the public. This work has as

its central objective to build a Digital Repository Monographs for the College of Computing

at Marabá campus. Containing specific objectives are building a tool to conserve, promote

and present all academic content using free software. The methodological hike was mainly

based on the qualitative analysis methodology and involved addition of bibliographic research

and analysis tools. The survey results indicate that among the analyzed DSpace tool is the best

to meet the demand of this community. Unfortunately, we also find difficulty in your

installation process. However, despite this sad fact , research shows , from this study that the

use of Digital Repositories in the management of academic documents is possible, efficient

and can be performed with low cost .

KEYWORDS: Digital Preservation, Copyright, Institutional Repository.

11

1 INTRODUÇÃO

Com a grande utilização de meios computacionais para a elaboração de produção

cientifica, a internet tem se tornado uma das maiores fontes de pesquisas para a elaboração de

trabalhos acadêmicos, desta forma, criando uma enorme necessidade de divulgação e acesso

de conteúdo técnico e cientifico de qualidade para colaboração de forma consistente na

pesquisa acadêmica. É comum que as publicações cientificas sejam disponibilizadas em

revistas cientificas com acesso através da internet, porém mesmo publicações em revistas, ou

trabalhos acadêmicos de qualidade que não sejam publicados na web tem seu acesso restrito

ao publico em geral (bibliotecas que exigem cadastro de aluno/funcionário da universidade

para acesso ao acervo e revistas científicas que só podem ser acessadas por assinantes, por

exemplo). Em geral dificultando a propagação e conservação do conhecimento produzido pela

comunidade científica.

Observa-se neste cenário que existe uma demanda de conservação e indexação de

trabalhos científicos, relatórios e materiais de multimídia, documento estes de valores

inestimado tanto para a comunidade cientifica nacional quanto internacional.

Uma solução bastante utilizada por instituições acadêmicas e cientificas seria a

construção de um repositório de conteúdo de monografias, artigos, periódicos e arquivos

multimídia, no qual possibilite ser realizada a gestão, preservação e compartilhamento destes

documentos digitais de forma automática.

Sabe-se que para preservar os documentos e patrimônio digital nacional, precisa-se

construir uma rede de repositórios capazes de demonstrar confiabilidade para preservar esse

conteúdo (Thomaz e Soares, 2004).

A Faculdade de Computação (FACOM) do Campus de Marabá da UFPA, desde 2005,

recebe os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) em formato digital, mas infelizmente

ficam armazenados em um armário que tem acesso restrito, os estudantes podem levar obras

impressas para consultar, porem não existe nenhum tipo de controle ou consulta de trabalhos

ou artigos publicados por professores e alunos da própria faculdade. No caso dos TCCs, como

existe um exemplar de cada obra, esta pode ser somente emprestada por um aluno de cada

vez, isso quando existe alguém disponível para realizar o empréstimo, que no caso de nossa

faculdade depende do horário de atendimento do diretor da faculdade ou do bolsista

12

responsável pelo serviço de atendimento da Faculdade. Além disso, o fato de se o aluno

perder a obra, a faculdade ficará sem o exemplar impresso. Então apenas um número muito

pequeno de estudantes consegue realizar esta consulta. Diante desta problemática, este

trabalho propõe uma solução para gestão, conservação, integridade dos documentos e

publicação do conteúdo digital produzido pela FACOM, através da implantação de um

repositório digital.

Com a implantação de uma ferramenta de gerenciamento de conteúdo - um repositório

digital (biblioteca digital) de TCC e artigos da FACOM, pretendemos facilitar o acesso a

produção cientifica desta comunidade.

O empréstimo como é feito atualmente possui inúmeras desvantagens:

1. Dificuldade de saber que volumes foram emprestados e para quem ( pois o

controle de empréstimo e efetuado de forma rudimentar através de um caderno

controle de protocolo);

2. Que volumes estão em atraso;

3. Empréstimo da única cópia impressa, se não houver devolução perde-se o

trabalho todo ( pois, muitos dos não tem copia digital);

4. Falta de controle do número de acesso aos trabalhos.

Muitos alunos não conhecem os trabalhos produzidos na FACOM, não somente por

falta de divulgação, mas também pela falta de mecanismo de busca com indexação que

facilite a pesquisa por informações. Dificultando o aproveitamento dos assuntos e a

continuidade das pesquisas realizadas dentro da Faculdade.

Um repositório digital define-se por ser constituído por documentos digitalizados ou

eletrônicos, que através da rede de computadores permitem o acesso a distancia,

possibilitando a uma organização selecionar, organizar e distribuir a informação, conservando

a integridade dos documentos.

Segundo Coelho C. (2006) discorre que um repositório institucional deve integrar o

conceito Acesso Livre (Open Access) com o intuito de livre disponibilização de conteúdo de

caráter acadêmico ou cientifico na rede de computadores, proporcionando que a qualquer

utilizador do sistema possa ler, e descarregar, copiar, distribuir além de possibilitar a

referencia de trabalhos através de endereço eletrônico (link).

13

Vivencia-se nos dias atuais uma acelerada evolução tecnológica, tendo na rede de

computadores um dos maiores meios de comunicação e disseminação de conteúdo,

possibilitando levar para as pessoas uma grande facilidade ao acesso de material cientifico

produzido por pesquisadores, porém, ainda existem barreiras como a limitação ou mesmo a

falta de ferramentas adequadas para a publicação destes documentos, impedindo que alguns

conteúdos possam ser consultados e organizados de maneira automática.

Todo pesquisador, sendo professor ou aluno, convive com a difícil tarefa de encontrar

o que realmente irá satisfazer suas necessidades informacionais em meio a todo conhecimento

já produzido.

Apesar da existência de meios para se obter tais conhecimentos, já que todo

pesquisador conectado a internet tem acesso a várias fontes bibliográficas, como bibliotecas,

CD-roms, bases de dados online, sites, periódicos eletrônicos, etc. Entretanto, esta área ainda

carece da utilização de sistemas de recuperação da informação por um grande número de

instituições e/ou faculdades que ainda insistem em realizar este tipo de atividade de forma

manual.

Grande parte das universidades brasileiras já faz a utilização de ferramentas para a

publicação de produção, tendo como exemplo no Brasil a Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), também temos a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

(UNIRIO), e no exterior temos o Institute for Scientific Information (ISI) e o Citeseer, que

têm trabalhado com este mesmo intuito.

Essa realidade abre uma porta para vários trabalhos, como este, que tem como

premissa a idéia de privilegiar o conhecimento que serve de base ao que é produzido em

comunidades científicas pequenas.

Existem inúmeras vantagens na criação de uma biblioteca digital para a comunidade

acadêmica da FACOM, entre elas a possibilidade de disponibilizar tais trabalhos na rede de

computadores, assim possibilitando que eles possam ser mais citados. Essa disponibilização

beneficia os pesquisadores acadêmicos, fazendo com que sua produtividade aumente.

Foram estudadas algumas alternativas de ferramentas disponíveis para o

gerenciamento e manutenção de bibliotecas digitais, como por exemplo, as ferramentas

EPrints e Greenstonex, ao final da análise de ferramentas optamos por utilizar o Dspace

(DSpace, 2007).

14

O DSpace é um projeto feito em parceira entre uma das principais instituições de

pesquisas tecnológicas, o Massachusetts Institute of Technology (MIT, 2007) e uma das

maiores empresas do setor de tecnologia, a Hewlett-Packard (HP, 2007). Entre os fatores que

foram levados em consideração para a escolha da ferramenta, é que segundo estatísticas da

Registryof Open Access Repositories (ROAR, 2007), o DSpace já é a ferramenta mais

utilizada para bibliotecas digitais no mundo, superando inclusive ferramentas mais antigas

como o E-Prints (EPrints, 2007). Além disso, o DSpace é a ferramenta que possui a

comunidade de colaboradores com o maior número em atividade entre os participantes

cadastrados (309, contra 145 do E-Prints, no ano de 2007 ), o que prova que a ferramenta vem

tendo grande aceitação e sendo objeto de muitas pesquisas.

Além disso, o DSpace é um software gratuito, e que se apóia em aplicações periféricas

também gratuitas (como bancos de dados e servidores web). Portanto, é uma solução

completa para a implantação de um repositório digital sem qualquer custo de licenciamento de

software.

Outra vantagem do DSpace é a possibilidade de personalização ou customização da

interface, ou seja, o conteúdo visual das páginas web do repositório digital pode ser editado

para melhor se adaptar as necessidades da comunidade em qual ele será utilizado. Mais um

fator importante na escolha do Dspace como ferramenta para a biblioteca digital da FACOM é

o fato dele ser adepto da iniciativa de arquivos livres, a Open Archives Iniciative (OAI, 2007).

.

Diante dessa situação, a presente pesquisa tem como objetivo central efetuar estudos

para a implantação de um repositório digital de monografias, artigos e periódicos da

Faculdade de Computação de Marabá utilizando a ferramenta DSPACE onde serão abordadas

questões como políticas de autorização, a interface visual, e utilização de metadados para

submissão e consulta de recursos digitais.

Além de contribuir como uma fonte literária útil para descrever as etapas de

construção do um repositório Institucional, que poderá ser utilizada como referência por

futuros projetos e também:

1. Apresentar o planejamento e viabilidade de implantação de uma ferramenta de

gestão de conteúdo;

15

2. Implantação de uma biblioteca digital utilizando a ferramenta DSpace, bem

como controle de acesso e recursos para gerenciamento de conteúdo;

3. Customizar a interface visual;

4. Utilização de metadados para submissão e consulta de recursos digitais.

O trabalho esta estruturado da seguinte forma para um melhor entendimento: além

desta introdução, o capitulo 2 trata sobre biblioteca digital com seus conceitos, históricos,

padrões, normas, protocolos e formatos, metadados e interoperabilidade; o capitulo 3

apresenta a análise de ferramentas para a construção de um Repositório Digital aonde foi

detalhado o processo de seleção da ferramenta utilizada no repositório da FACOM, já no

capitulo 4 trata sobre a ferramenta escolhida Dspace, o capitulo 5 mostra o Repositório Digital

para Monografias da Faculdade de Computação de Marabá e por fim o capitulo 6 trata sobre

as considerações finais do trabalho.

16

2 REPOSITORIOS E BIBLIOTECAS DIGITAIS

Para muitos pesquisadores os conceitos de Repositório Digital e Biblioteca Digital

estão intimamente ligados, pois apresentam definições quase que semelhantes.

Um Repositório Digital (RD) é um sistema de armazenamento para objetos digitais

como: artigos, livros, imagens e etc., com a capacidade de manter, gerenciar e prover o acesso

rápido e dinâmico ao seu conteúdo por longo período de tempo.

Para Harnad (2007), os repositórios institucionais servem para: o auto-arquivamento

da produção científica institucional; o gerenciamento da coleção digital institucional; prover

material para o Ensino à Distância; viabilizar a publicação eletrônica; e preservar o conteúdo

digital Institucional.

Para este trabalho será utilizado o repositório Institucional (RI) o qual se define como:

sistemas de informação que, armazenam, preservam, divulgam e oferecem o acesso a

produção cientifica de instituições e comunidades em formato digital, possibilitando que seu

conteúdo seja acessado por diversos usuários.

Já o conceito de biblioteca digital é bem vasto, transpondo sua real concepção, pois

nos dias atuais podem ser encontradas diferentes definições. Para uma melhor compreensão,

podemos considerar as bibliotecas físicas que são compostas por acervos físicos como livros,

revistas, jornais e etc. Já as bibliotecas digitais podem conter todos estes itens citados

anteriormente, mas com particularidades muito interessantes, já que o acesso ao seu acervo

uma vez pode ser feito de qualquer lugar do mundo, bastando apenas ter acesso ao seu site da

biblioteca digital, se o mesmo estiver hospedado em servidor web, mas uma das definições

que engloba a visão de diversos pesquisadores é:

"... O conceito de biblioteca digital não é apenas o equivalente a uma coleção

digitalizada com ferramentas de gerenciamento de informação. É sim um ambiente

para reunir acervos, serviços e pessoas de apoio ao ciclo completo ao vivo de

criação, disseminação, uso e preservação de dados, informações e conhecimento."

(Digital Library Initiative Phase, 2002, p.3)

A citação anterior descreve uma biblioteca digital envolvendo um conjunto funcional

de arquivos, ferramentas e pessoas, para a disseminação e preservação da informação e

conhecimento.

Leiner (1988) cita tipos diferentes de objetos na composição de uma biblioteca digital,

como por exemplo:

17

"Uma biblioteca digital é a coleção de serviços e de objetos de informação,

com organização, estrutura e apresentação que suportam o relacionamento dos

utilizadores com os objetos de informação, disponíveis direta ou indiretamente via

meio eletrônico digital." (Leiner, 1988, p.5).

Nas bibliotecas digitais eliminam-se as barreiras físicas e a distância entre seus

usuários e a informação, fatores que sempre limitaram o domínio das bibliotecas físicas,

porém, estas bibliotecas podem sofrer de outros tipos de limitações, como indisponibilidade.

Mesmo com a desvantagem da indisponibilidade, as vantagens como a facilidade e rapidez de

acesso ao conteúdo desejado através de mecanismos de busca e indexação, advindas da

disponibilização de informações através de bibliotecas digitais, se sobrepõem a

indisponibilidade.

A internet é o meio por excelência para transmissão da informação para as bibliotecas

digitais e reunindo diferentes aspectos, entre eles: grande capacidade de armazenamento de

arquivos, facilidade na transmissão da informação solicitada e a ubiquidade.

Como discorrido anteriormente os conceitos de Biblioteca e RD, tem basicamente o

mesmo sentido, por que o termo RD relaciona-se como um derivado de Biblioteca Digital. Se

tornando assim apenas um termo para melhor representação de sistemas de armazenamento de

conteúdos de Instituições.

Partindo deste conceito, todos os estudos estão relacionados ao histórico, normas,

padrões, protocolos e formatos de bibliotecas digitais.

2.1 Histórico

Para um melhor entendimento do conceito de biblioteca digital serão descritos alguns

fatos e acontecimentos históricos para melhor entender sobre o seu desenvolvimento. As

bibliotecas digitais têm sua historia ligada intimamente com a evolução da tecnologia e de

tratamento e transmissão de dados.

Silva et al (2004) quando faz uma reflexão sobre bibliotecas digitais de Vannevar

Bush, considerado o precursor da idéia de biblioteca digital ocorrida a partir de sua

preocupação com o crescimento da produção e registro da informação, seu armazenamento e

principalmente a sua consulta, em 1945 Bush apresentou um dispositivo que daria inicio aos

repositórios de informação, o Memex – Memory Extension, um dispositivo no formato de uma

mesa com diversas gavetas onde o indivíduo seria capaz de armazenar seus livros, registros,

anotações, e informações com acesso rápido e fácil aos arquivos. O mecanismo foi projetado

18

com um teclado aonde o usuário poderia digitar algo/assunto que desejasse saber, após este

passo era só confirmar apertando um determinado botão que em seguida seria apresentado

páginas contendo o assunto desejado em uma tela, possibilitando de modo que todas as

informações pudessem ser consultadas com extrema velocidade e flexibilidade (Silva et al

2004 apud Bush, 1945).

Em 1945, Bush já previa uma explosão informacional impulsionada pelo surgimento

das novas tecnologias de informação para a criação de espaços. O que foi confirmado mais

tarde, a partir da década de 70 com o surgimento da quarta geração de computadores com

tecnologias que possibilitaram a utilização dos recursos eletrônicos que favoreceram o

aprimoramento e a agilidade do processo de transferência de informação. Assim

potencializando os recursos para acesso, disseminação, cooperação e difusão do

conhecimento, principalmente no âmbito acadêmico.

Com o avanço tecnológico, as bibliotecas convencionais começaram a fazer uso

de tecnologia utilizando computadores para melhorar os seus serviços básicos, entre eles, a

catalogação e organização de seu acervo, e controle de empréstimos. Com a proliferação do

acesso a informação, estas instituições passaram a poder ter suas bases de dados organizadas,

facilitando assim o acesso à informação disponível.

No século XX, o mundo da informação digital passou por grandes transformações com

o surgimento de inúmeros projetos que somaram o que hoje é chamado de biblioteca digital,

um bom exemplo disto está nas bibliotecas das Universidades de Columbia e de Yale, que

colocaram em prática, em suas bibliotecas o acervo digitalizado dando inicio a um dos

primeiros projetos de disponibilidade de arquivos digitais para acesso ao público,

concretizando o que antes para os pesquisadores, usuários e bibliotecários eram somente

ideias e que hoje se torna uma realidade vivenciada pelo mundo inteiro.

Desde 2004, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) vem

trabalhando na sensibilização da comunidade cientifica quanto à importância do acesso livre

ao conhecimento cientifico. O lançamento do manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre

a informação Cientifica em 2005 e o primeiro desdobramento político no Brasil de um

movimento internacional amplo de apoio ao livre acesso a informação cientifica (Simone et

al.2009 apud Syão, 2007).

No Brasil existiram diversas iniciativas para o desenvolvimento de bibliotecas digitais,

como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO).

19

A BVS é resultado da evolução da cooperação técnica em informação em ciências da

saúde conduzida pela BIREME/OPAS/OMS desde sua criação em 1967. Inicialmente, este

modelo de cooperação técnica foi pautado pelas funções essenciais de uma biblioteca

biomédica regional, promovendo o fortalecimento e uso compartilhado de coleções e serviços

entre bibliotecas. No final da década de 70 este modelo se expandiu, agregando-se à

biblioteca a função de centro de informação e indexação. No Brasil a BVS teve seu inicio em

1999 com introdução de projetos, e no ano de 2000 foi estabelecido um Termo de Cooperação

(TC12) para a Implantação do projeto da ‘Biblioteca Virtual em Saúde para as áreas de Saúde

do Adolescente e Saúde Pública’, firmada entre o Ministério da Saúde do Brasil e a

Representação Organização Panamericana da Saúde (OPAS) no Brasil

(BIREME/OPAS/OMS, 2010).

Já a SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada

de periódicos científicos brasileiros, surgindo a partir de um projeto de pesquisa da Fundação

de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP) em parceria com a Bireme - Centro Latino-

Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. Em 2002, o Projeto conta com

o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tendo

como objetivo o desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação,

armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico

(SciELO 2010).

No Brasil o inicio das implantações de bibliotecas digitais através da ferramenta

DSpace teve seu ápice por volta de 2007 quando o Ibict começou a disseminar conteúdo e

implantar a ferramenta em instituições governamentais brasileiras.

2.2 Padrões, Normas, Protocolos e Formatos para Bibliotecas

Digitais.

Uma biblioteca digital não é somente um deposito ou uma coleção de informações em

formato digital, mas sim um repositório passível de consulta, alteração para diversos tipos e

formatos como livro digital, fotos, mapas, músicas, e vídeos, a biblioteca digital também não

é apenas uma tecnologia, mas sim um conjunto de tecnologias que não podem ser avaliadas

isoladamente.

O conceito de biblioteca digital deve ser imaginado como um sistema aberto, com

múltiplas interligações e múltiplos subsistemas, aonde ocorre o envolvimento do ambiente

20

organizacional, onde estão envolvidos profissionais de diversas áreas, estes que se tornam

muitas das vezes usuários e são claramente definidos para a segurança do sistema, tecnologia

de informação, procedimentos, padrões e protocolos. Para a Digital Library Federation (DLF)

torna notória essa inter-relação quando se define bibliotecas digitais como:

“... organizações que proporcionam os recursos, incluindo pessoal especializado,

para selecionar, estruturar, oferecer acesso intelectual, interpretar, distribuir,

preservar a integridade e assegurar persistência através do tempo de coleções de

objetos digitais, de forma que eles estejam prontamente disponíveis para uma

comunidade alvo definida ou um conjunto de comunidades”. (Sayão 2007 apud DLF

2002, p.3)

Para Sayão (2007) as normas, padrões, formatos e protocolos cumprem um papel de

fundamental importância, pois estabelecem as regras pelas quais os arquivos são descritos,

identificados e preservados, seus dados são armazenados e os sistemas aos quais estão

inseridos se comunicam. Mas para que sempre haja comunicação entre essas bibliotecas,

devem ser levadas em consideração as regras que viabilizam os processos das bibliotecas

digitais abertas e interoperáveis, a seguir serão descritos os conceitos de padrões, normas e

protocolos, e outros termos básicos utilizados nesta área de estudo.

2.2.1 Padrões e Normas

Padrões são um conjunto de regras, conceitos e sugestões para certo objeto, produto ou

sistemas, seja igual ou compatível com determinados requisitos, mas com a prerrogativa de

que ele não seja obrigatório ou decisivo para a elaboração de alguns objetos.

Para a International Organization for Standardization (ISO) um padrão é um

"documento aprovado por um organismo reconhecido que provê, pelo uso comum e

repetitivo, regras, diretrizes ou características de produtos, processos ou serviços cuja

obediência não é obrigatória" (ISO, 2006, p.2).

Os padrões proprietários são aqueles desenvolvidos por empresas privadas com o

objetivo de assegurar ou ampliar as suas participações no mercado, e os padrões abertos são

publicados e estão disponíveis para uso livre. Ambos os tipos podem se transformar em um

padrão “de fato”, isto é, um conjunto de regras ou especificações que são adotados largamente

e voluntariamente pelo mercado e que se tornem normativos.

21

Também pode ser encontrados padrões “de direito”, que são aqueles defendidos por

organizações oficiais de normalização, em âmbito internacional, como a ISO, ou em âmbito

nacional como a National Information Standard Organization (NISO) nos Estados Unidos e

Associação Brasileira de Normas (ABNT) no Brasil.

Todas estas organizações têm como objetivo tentar padronizar a representação,

manipulação ou a transmissão de algum item ou objeto de informação de forma que dois ou

mais diferentes sistemas possam “compreender” um objeto ou arquivo de informação. Desta

maneira possibilitando a interoperabilidade entre sistemas de informação (Sayão, 2007 apud

Noerr, 2003).

Os padrões têm um papel de grande importância nas bibliotecas digitais, pois traz uma

maior confiabilidade, aceitação para os sistemas e usuários, garantindo que todos os

repositórios possam se comunicar de forma transparente entre si através de suas ontologias,

assim garantindo a interoperabilidade.

Semelhante a um padrão, as normas são formas definidas com o conceito de formular

um documento onde seu conteúdo são especificações técnicas ou outros critérios elaborados

para serem utilizados como uma regra, diretriz, ou definição tornando seu uso obrigatório. As

normas têm como objetivo simplificar a vida das pessoas e aumentar a confiabilidade e a

efetividade de muitos produtos e serviços utilizados.

2.2.2 Protocolos

Para os Repositórios Digitais os protocolos têm uma enorme importância, pois partem

deles o papel de intermediar a comunicação entre sistemas, possibilitando que plataformas

diferentes possam se comunicar entre si sem que haja perda de conteúdo.

O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identificando-se diretamente

com o próprio procedimento, também significa um trâmite a ser seguido para alcançar

determinado objetivo, já para a computação, protocolo é um ajuste ou padrão que controla e

possibilita uma conexão, comunicação, transferência de dados entre dois sistemas

computacionais independente de hardware e software. Em outras palavras protocolos são as

regras que controlam a comunicação.

22

2.2.3 Formato

Os formatos possibilitam a interpretação dos objetos digitais contidos no repositório

por determinado software capaz de interpretá-lo, em outras palavras poderiam ser considerado

como forma de línguas distintas.

São as várias estruturas na qual uma informação digital pode ser armazenada. O

formato de um arquivo é um algoritmo expresso por um software para codificação de dados,

bem como informações sobre um dado estruturado, layout e sua compressão. Hoje em dia

existem centenas de formatos de arquivos, mas somente poucos são considerados essenciais

para as atividades de uma biblioteca digital como pdf. e Doc.(Sayão, 2007 apud Haigh, 1998).

2.2.4 Coleções

Para os repositórios as coleções são agrupamentos de determinados objetos ou

arquivos, no qual pode ser determinado por interesses ou gênero de seu conteúdo, facilitando

assim a organização de seus arquivos.

Uma coleção pode ser definida como um conjunto de objetos com o mesmo tipo, onde

os mesmos podem ser agrupados de forma similar.

As bibliotecas digitais têm capacidade de armazenamento para diversos tipos de objeto

digital ou informação que possa ser codificada como uma seqüência de bits. Estes objetos ou

informações são comumente versões digitalizadas de mídia convencional, como por exemplo,

imagens, gravação de sons, textos, músicas, especificações, projetos, e entre outros.

2.3 Metadados

Metadados são responsáveis por fornecerem a identidade de um determinado arquivo e

podem ser as informações sobre dados, ou dados capazes de descrever outros dados, têm a

responsabilidade de fornecer um significado real ou aceitável para uma representação de um

objeto digital. Os metadados armazenam as informações de indexação de um objeto digital,

são informações, como tipo, nome do arquivo, autor e etc., que servirão para catalogação e

posterior recuperação do objeto.

Para o armazenamento de arquivo no repositório digital, precisa-se fornecer uma

interface para cadastramento do mesmo. Esta interface deve conter certos padrões para

catalogação dos metadados dos arquivos. Neste sentido é grande a importância de metadados

para a descrição do arquivo, possibilitando a localização, armazenamento e reutilização dos

mesmos.

23

Para Hasegawa e Aires (2007), os metadados têm sua utilização para a identificação de

recursos, no auxílio da filtragem de uma busca, com a finalidade de facilitar a recuperação de

um registro. Benacchio e Vaz (2008) discorrem que os metadados podem ser usados para

descrever objetos ou tornar clara sua existência. Então os metadados disponibilizam,

delineiam, encontram e ajudam na concepção dos dados, possibilitando a transformação de

informação em conhecimento.

Metadados podem ser usados em diversas aplicações, pois aceitam o desenvolvimento

de aplicações inovadoras e podem ser utilizados em diferentes campos, tais como: Sistemas

de Informação Geográfica, Educação à Distância, Bibliotecas Digitais, entre outros que

tenham a necessidades de catalogar, buscar e recuperar objetos digitais.

A utilização mais comum é em áreas que precisam buscar e recuperar objetos digitais

como imagens, textos e vídeos, onde os metadados adotam uma ação muito importante, já que

permitem a descrição da imagem, texto ou vídeo, assim possibilitando novas formas de buscar

e recuperar as informações.

Segundo Benacchio e Vaz (2008), os objetos digitais devem conter quando descritos

por metadados, um contexto de informações sobre o domínio de negócio, informações sobre

áreas, informações sobre sistemas, banco de dados, modelagem ou sobre qualquer ambiente

determinado pelo proprietário do registro. Pois um esquema de metadados é um conjunto de

atributos definidos para atender um determinado fim.

Com a descoberta de problemas no armazenamento e recuperação de informações por

conta da ausência de padronização e falta de compatibilidade de estrutura de dados entre as

Bibliotecas Digitais (pois cada uma estabelecia um padrão próprio) dificultando desta maneira

a integração de dados entre elas, diversos esquemas foram criados com diferentes propósitos,

desta forma surgiram os padrões de metadados que serão abordados na próxima sessão.

2.4 Padrões de Metadados

Com a utilização dos padrões para definir, catalogar, disciplinar e descrever um objeto

digital que permite a padronização e aumento da qualidade da documentação dos objetos e da

reutilização dos mesmos. Objetos estes que podem ser arquivos digitais como artigos, jornais,

revistas, monografia, entre outros. Os padrões de metadados contem diferentes níveis de

especificidade, estrutura e complexidade. Tendo como seu principal objetivo de delinear,

identificar e definir um objeto digital com a premissa de modelar e filtrar, tornando assim seu

24

acesso fácil com termos e condições para o uso, autenticação e a validação, preservação e

interoperabilidade.

Para a utilização em bibliotecas digitais existem diversos padrões de metadados, entre

eles temos IEEE 1484.12.1 Learning Objects Matedata (LOM) desenvolvido pelo IEEE

Learning Technology Standards Committee (LTSC) Working Group, o esquema LOM é uma

das abordagens de metadados mais próspera atualmente para delinear recursos educacionais

como objetos de aprendizagem. Também existe o padrão Dublin Core (DC) este com maior

utilização entre os repositórios institucionais, este padrão será tratado com mais detalhes por

ser usado neste projeto.

2.4.1 Dublin Core

O padrão Dublin Core, é composto por 15 elementos planejados para facilitar a

descrição de recursos eletrônicos. Este padrão tem como destaque características como

simplicidade na descrição dos recursos, entendimento semântico universal (dos elementos),

escopo internacional e extensibilidade, o que admite a adequação às necessidades adicionais

de descrição (Alves & Sousa 2007 apud Souza et al 2000).

O Dublin Core tem uma grande aceitação internacionalmente por várias instituições de

renome. No Brasil, a exemplo do que vem acontecendo em vários países, instituições

envolvidas na geração, recuperação e uso de objetos digitais, como é o caso da Embrapa, que

faz uso de ferramentas como repositório digital para que seus usuários tenham acesso

facilitado a documentos digitais como manuais, periódicos, entre outros. Proporcionando

assim um acesso rápido e fácil a todos que necessitam de informações e documentos

fornecidos por esta entidade.

O Dublin Core pode ser utilizado em uma página HTML (Hypertext Markup

Language) que faça a utilização da linguagem XML (eXtensible Markup Language). Adota a

sintaxe do RDF (Resource Description Framework), possui um conjunto de 15 elementos

básicos (Alves e Sousa, 2007 apud CORE METADATA INITIATIVE, 2004). A seguir no

Quadro 1 elaborado por Alves e Sousa (2007), será apresentado os 15 elementos básicos que

podem ser implementados livremente para atender as necessidades de cada usuário, e ainda é

um formato padrão adotado para efetuar a interoperabilidade entre outros formatos.

Quadro 1 - Elementos metadados Dublin Core.

Elementos Descrição

Título Nome dado ao recurso

25

Criador Entidade originalmente responsável pela criação do conteúdo do

recurso

Assunto Tema do conteúdo do recurso. Pode ser expresso em palavras-

chaves e/ou categoria. Recomenda-se o uso de vocabulários

controlados

Descrição Relato do conteúdo do recurso. Exemplos: texto livre, sumário e

resumo

Publicador Entidade responsável por tornar o recurso disponível

Colaborador Entidade responsável pela contribuição intelectual ao conteúdo

do recurso

Data Data associada a um evento ou ciclo de vida do recurso

Tipo Natureza ou gênero do conteúdo do recurso. Exemplos: texto,

imagem, som, dados, software

Formato Manifestação física ou digital do recurso. Exemplos: html, pdf,

ppt, gif, xls

Identificador Referência não-ambígua (localizador) para o recurso dentro de

dado contexto

Fonte Referência a um recurso do qual o presente é derivado

Idioma Língua do conteúdo intelectual do recurso

Relação Referência para um recurso relacionado

Cobertura Extensão ou escopo do conteúdo do recurso que pode ser

temporal e espacial

Direitos autorais Informação sobre os direitos assegurados dentro e sobre o

recurso

Fonte: Alves e Sousa (2007).

2.5 Interoperabilidade

Com a necessidade de garantir a interoperabilidade e integração entre os vários

sistemas de informação é inquestionável, a criação de repositórios de dados e serviços

comuns/partilhados exige a implantação de soluções que aceitem a integração ativa e segura

entre diferentes sistemas. Assim a interoperabilidade é determinada como o método através do

qual se garante que diferentes sistemas, procedimentos e a própria cultura de uma organização

sejam maximizados, permitindo a recuperação e utilização constante da informação (Sayão,

2007).

A definição de objetos digitais com uso de metadados permite que eles sejam

compreendidos por aplicações, sendo estes essenciais à interoperabilidade entre aplicações e

ao compartilhamento de dados e entre sistemas.

A habilidade de bases de dados trocarem e compartilharem documentos, consultas e

serviços, usando diferentes plataformas de hardware e software, estrutura de dados e

interfaces, é chamada de interoperabilidade ou independência de dados. Através deste

processo de troca e compartilhamento, são realizadas interações entre sistemas. Contudo, as

26

informações devem estar organizadas com eficiência para que essas interações ocorram. É

esta a característica básica para o sucesso dessas interações, outras características importantes

para a interoperabilidade é a consistência, a qual é conseguida mais facilmente através do uso

de padrões (Alves e Sousa, 2007).

As bibliotecas digitais apresentam-se como soluções, que podem valorizar

substancialmente o processo de arquivamento, conservação, manipulação e divulgação dos

arquivos digitais, e que podem sanar as necessidades da FACOM de Marabá. Tais como:

1. Conservação digital do seu acervo histórico e cientifico.

2. Divulgação na web de seus trabalhos científicos e pesquisas, proporcionando

um maior conhecimento de seus feitos.

3. Facilitação para acesso e manipulação dos trabalhos científicos realizados pela

FACOM.

4. Tornando a busca e acesso rápido, facilitando a divulgação de toda produção

científica desta faculdade.

A biblioteca digital também tem como função de organizar e interpretar as

informações que serão armazenadas para que assim seja construído o conhecimento. As

bibliotecas digitais podem trabalhar de maneira bem atrativa, a partir de seu acervo. Com os

mais variados tipos de objetos digitais.

2.6 Indexação

A indexação é a atividade que trabalha com o tratamento temático da informação

sobre documentos ou arquivos. Tendo como finalidade a extração de termos que represente os

documentos com o objetivo de melhor representá-los quando for solicitada a recuperação do

mesmo.

Segundo a Norma 12.676 da ABNT (1992, p. 2) “o ato de identificar e descrever o

conteúdo de um documento com termos representativos dos seus assuntos e que constituem

uma linguagem de indexação”. Já para a norma 5693 da ISO (1985, p. 2) “a indexação é vista

como a representação do conteúdo dos documentos por meio de símbolos especiais, que

retirados do texto original, quer escolhidos numa linguagem de informação ou de indexação”.

Segundo Silva e Fujita (2004) a historia da indexação teve como principio o crescente

número de publicações.

27

A literatura da área registra que a história da indexação tem início com a história da

bibliografia e que a indexação teve maior atenção a partir do surgimento das

publicações periódicas. Esse fato fez com que surgisse a necessidade de elaboração

de uma técnica para organização por assunto do conteúdo desse tipo de publicação

(Silva; Fujita, 2004, p. 140).

A indexação então é uma técnica muito antiga onde seu propósito é analisar

documentos, mas o aumento de obras técnicas e científicas de um modo geral, fez com que

surgissem mecanismos de controle, pois a indexação é a parte mais importante em uma

análise documentaria. Possibilitando assim, com que o indexador determine o assunto de tal

documento pela leitura e análise conceitual do mesmo.

Neste cenário existem dois sujeitos, um é o bibliotecário onde ele é tido como o leitor,

e outro é o indexador que é o responsável pela leitura e análise técnica antes da indexação de

um documento.

Assim este indexador é responsável pelas informações colhidas e catalogadas para o

processo de indexação de conteúdo nos Repositórios Digitais, possibilitando um melhor

resultado no processo de busca de objetos contidos no acervo.

2.6.1 Processo de Indexação

Este processo ocorre partir da leitura e análise do documento onde o indexador irá

utilizar os conceitos extraídos no processo de análise para depois passá-los aos termos de

instrumentos de indexação, onde se têm os tesouros que é uma lista de cabeçalhos de assuntos

e esquemas de classificação.

Para o processo de indexação existem duas fases: uma analítica, onde é realizada a

compreensão do texto em si como um todo e onde ocorre a identificação e seleção dos

conceitos utilizados para a indexação, e a fase de tradução, onde serão representados os

conceitos ou argumentos retirados do texto na fase analítica em termos de uma linguagem de

indexação.

Segundo Fujita (2003) apud Vickery, (1980) o processo de indexação comporta ainda

mais um estágio, o de sumarização entre o analítico e a tradução. Essa diferença de etapas ou

estágios é explicada pelo fato de que Vickery desdobrou o estágio analítico em dois, o de

análise e o de sumarização, que pode ser entendido como síntese. A seguir as etapas do

processo de sumarização proposto por Vickery (1980):

1. Determinação do assunto: onde serão estabelecidos os conceitos de um

documento.

28

2. Reprodução dos conceitos em termos de linguagem de indexação: é a tradução

para os conceitos dos termos da linguagem de indexação.

2.6.2 Normatização do processo

Para a indexação de documentos gráficos e não-gráficos existe uma seleção de

conceitos no qual o melhor representará os objetivos das informações contidas no documento

como detalhes sobre tipos e modelos e dados contidos neles.

Neste cenário sem normas se fazia necessário algum tipo de padrão, pois até então não

havia um modelo definido, até 1981 quando houve a publicação dos “Princípios da

indexação” pelo World Information System for Science and Technology, originando assim na

primeira norma para análise, identificação de assuntos e seleção de termos de indexação,

publicada pela ISO (1985) sob número 5693 com o título traduzido “Documentação -

métodos de análise de documentos, determinando assuntos e selecionando termos de

indexação” (Documentation - methods for examining documents, determining their subjects,

and selecting indexingterms), se tornando uma ferramenta normativa para os indexadores

seguirem. Após um período de sete anos a ABNT publicou a tradução dessa mesma norma

com o número 12.676, intitulada de "Métodos para análise de documentos - determinação de

seus assuntos e seleção de termos de indexação". A Norma 12.676 da ABNT (1992, p. 2),

recomenda para o processo de indexação, seja feito em três fases ou estágios:

1. Exame do documento e estabelecimento do assunto de seu conteúdo;

2. Identificação dos conceitos presentes no assunto;

3. Tradução desses conceitos nos termos de uma linguagem de indexação.

No primeiro item a norma 12.676 explica que é de grande importância a leitura total

do documento, mas em alguns casos isso é impraticável ao indexador, assim oferecendo a

oportunidade de apenas analisar o documento a partir de partes como título, resumo, sumário,

entre outros, mas com um exame detalhado para que nada possa passar despercebidos sobre as

partes analisadas.

Segundo a Norma 12.676 da ABNT (1992, p. 2), “para uma melhor compreensão do

documento seria melhor uma leitura que garanta que nenhuma informação seja perdida ou

negligenciada para isso o indexador deve considerar os seguintes requisitos”:

a) Titulo e Subtítulo;

29

b) Resumo se houver;

c) Sumário;

d) Introdução;

e) Ilustrações, diagramas, tabelas e seus títulos explicativos;

f) Palavras ou grupo de palavras em destaque (sublinhadas, impressas em tipos

diferentes, etc.);

g) Referencias bibliográficas.

Estes requisitos são referentes à indexação de arquivos impressos como artigos,

monografias, relatórios e etc., para arquivos não impressos o indexador deve utilizar outros

requisitos como:

a) Qual o assunto que se trata o documento;

b) Como se define o assunto em termos e teorias, hipóteses e etc.;

c) O documento trata do agente dessa ação, operação, processo, etc.;

d) O assunto contém uma ação, uma operação, um processo.

Estes são alguns dos requisitos sugeridos pela norma 12.676 da ABNT (1992, p. 2)

para a indexação de documentos não impressos. E após esta recomendação não especifica

quais documentos contém estes elementos, por existir uma grande gama de documentos com

tipos e formatos diferentes fora do padrão normal como vídeos, charge e outros elementos

visuais, porem não impressos e ainda adverte por uma nota de rodapé que o indexador não

deve utilizar estes elementos isoladamente, pois o processo de indexação pode ficar

incompleto, faltando dados que para alguns usuários poderiam ser indispensáveis.

Segundo a ABNT, após o exame do documento a norma 12.676 indica o estágio de

identificação de conceitos. Este estágio é definido como:

[...] uma abordagem sistemática para identificar aqueles conceitos que são os

elementos essenciais na descrição do assunto. Os serviços de indexação devem

elaborar listas dos aspectos que forem identificados como importantes na área

coberta pelo índice. (ABNT, 1992, p. 2).

Já após o exame do documento, a norma discorre sobre a tradução dos conceitos para a

linguagem de indexação, assim se referindo à utilização dos descritores cabíveis na linguagem

de indexação utilizada e também mostram que para os termos que representem novos

conceitos devem-se utilizar dicionários e enciclopédias de autoridades reconhecidas em cada

30

área e utilização de tesauros que é conhecido como dicionário de ideias afins, especialmente

os elaborados pelas ISO 2788 ou a ISO 5964.

O processo de indexação tem um grande papel para o processo de catalogação de

objetos e arquivos digitais no repositório, pois é através dos termos extraídos no processo de

indexação que é possível a correta descrição de cada item.

Fazendo assim com que todo documento no repositório seja devidamente

representado, catalogado, armazenado, e buscado quando necessário, pois a partir do processo

de indexação que são extraídos os metadados dos objetos do sistema.

Neste capítulo, foram expostos os conceitos referentes à biblioteca digital a partir das

normas, padrões, conceitos e tipos de dados com objetivo de expor os fundamentos

necessários para implantação de ferramentas de gestão de biblioteca digital e mostrando qual

o papel, padrões e a importância dos metadados para o processo de indexação, o qual mostra a

normatização e os processos a serem seguidos para indexação de arquivos. Pois para o

processo de arquivamento dos objetos na biblioteca digital devem ser utilizados os dados

colhidos através dos processos de indexação utilizando os padrões de metadados. O próximo

capítulo falará sobre a escolha da ferramenta para o repositório digital.

31

3 ANÁLISE DE FERRAMENTAS PARA A

CONSTRUÇÃO DO REPOSITÓRIO DIGITAL

As ferramentas analisadas são open source (código aberto) que possuem interface web

e são software livres, características estas de grande valor para este projeto.

Existem requisitos de software que são indispensáveis para o Repositório Digital

proposto de acordo com as necessidades funcionais da FACOM, deste modo os requisitos

funcionais foram analisados individualmente, já os requisitos apenas desejáveis, foram

analisados e comentados durante as descrições de cada ferramenta.

Serão levados em conta os seguintes aspectos para análise e descrição das ferramentas:

Documentação existente;

Formatos de arquivos suportados;

Opção de navegação pelas coleções existentes;

Estrutura do repositório;

Processo de submissão de arquivos:

Interação com o usuário;

Opções e métodos de busca;

Processo de inclusão dos metadados dos arquivos;

Métodos de importação e exportação de metadados;

Protocolos de comunicação e interoperabilidade suportados;

Histórico de desenvolvimento e uso do software.

3.1 Análise das Ferramentas

As ferramentas escolhidas para análise foram EPrints, DSpace e Greenstone, estes

software foram escolhidos após análise da documentação e pesquisa por trabalhos

relacionados. Foi demonstrado que todos eles têm os requisitos para suprir as necessidades de

um Repositório Digital, funções que de fato atingem o objetivo que este trabalho se propõe.

32

No Quadro 2 mostra a lista de requisitos necessários para que o sistema atenda as

necessidades de um Repositório Digital para a FACOM baseado nos trabalhos de Romani e

Fusco (2009), Jing e Birgit (2003) e Castagne (2013) nos quais é relatado que um repositório

institucional deve levar em consideração tais requisitos como obrigatórios para melhor

atender uma comunidade acadêmica.

Os requisitos abordados serão de grande importância para a seleção do software, pois

sem alguns destes requisitos o software deverá ser eliminado automaticamente, portanto o não

cumprimento integral dos requisitos obrigatórios elevará a probabilidade de que seu uso

implicará em problemas, tanto na fase de desenvolvimento quanto para os usuários finais do

sistema.

Quadro 2: Análise de Requisitos Obrigatórios para um Repositório Digital

Requisitos Obrigatórios Softwares

EPrints DSpace Greenstone

Software livre A A A

Interface web A A A

Utilização simples e intuitiva A A A

Permite submissão pelo próprio autor A A N/A

Permite inclusão de mais de um formato por

obra A A A

Possibilita navegação pelos campos, autor,

título e data A A A

Permite busca por titulo, autor ou palavra

chave A A A

A inclusão de metadados segue padrão

internacional A A A

Documentação existente e satisfatória A A A

Possui interação com o usuário através de

email ou informações no repositório A A N/A

Permite importação e exportação de obras e

metadados A A A

Permite criações de coleções distintas A A A

Legenda A = Atende requisito N/A = Não atende requisito

Fonte: Adaptado de Romani e Fusco (2009), Jing e Birgit (2003) e Castagne (2013)

Já no Quadro 3 é mostrado os requisitos desejáveis mas não obrigatórios para os

softwares analisados, apesar destes requisitos não serem obrigatórios exercem um peso

importante sobre a escolha para um Repositório Digital.

33

Quadro 3: Análise de Requisitos não obrigatórios para um Repositório Digital

Requisitos Não Obrigatórios Softwares

EPrints DSpace Greenstone

Não precisa de plug-ins instalados na

maquina do usuário A A A

Possui comportamento distinto para coleções

distintas A A N/A

Interface agradável e pessoalizável de acordo

com as necessidades A A A

Possui hierarquia entre coleções do

repositório A A A

Possui busca avançada utilizando elementos

de metadados A A N/A

Possui mecanismo de workflow básico A A N/A

Permite uso de identificadores persistentes A A N/A

Permite gerar relatórios de estatísticas de

utilização A A N/A

Permite exportação de coleções ou parte

deles para usuários N/A A A

Permite configuração de uso de vocabulário

controlado N/A A N/A

Legenda A = Atende requisito N/A = Não atende requisito

Fonte: Adaptado de Romani e Fusco (2009), Jing e Birgit (2003) e Castagne (2013)

Depois da análise dos softwares, dos conceitos de metadados, interoperabilidade e

também análise dos requisitos e necessidades do sistema proposto, ficaram definidos alguns

padrões e características necessárias ao repositório da FACOM, e partindo destas premissas

ocorreu à definição de qual ferramenta seria utilizada para o desenvolvimento do mesmo.

Para o padrão de metadados, foi escolhido para descrição dos arquivos do repositório o

Dublin Core por causa dos seguintes motivos:

O seu nível de detalhamento dos metadados dos arquivos submetidos ao

repositório não precisam ser demasiadamente aprofundados;

A sua utilização é simples e intuitiva, facilitando o entendimento do usuário;

O seu padrão para a troca de informação e capacidade de interoperabilidade

prevista pela OAI (NSDL, 2005).

O software Greenstone foi eliminado devido ao fato de não atender todos os requisitos

tidos como obrigatórios para o repositório mostrado na Tabela 1. Além de não cumprir os

requisitos, outro fator também favoreceu a sua eliminação, foi sua interface para o

administrador do sistema não ser iniciada em browser e sua submissão de arquivos só podem

ser iniciados pelo administrador, não atendendo a idéia proposta para o repositório.

34

Com isso restaram o EPrints e o DSpace como candidatos para o desenvolvimento do

repositório, uma vez que atenderam todos os requisitos obrigatórios, o EPrints possui como

vantagem o seu mecanismo de busca unificado básica/avançada e a existência de muitas

opções de interação com usuários.

Porém o DSPace possui grande diferencial devido sua constante evolução e o

freqüente melhoramento do sistema. Além da utilização de identificadores persistentes, sua

ampla documentação e uma vasta comunidade de desenvolvedores e de instituições e

empresas que o utilizam em quantidade superior a qualquer outro sistema hoje em dia.

Todos esses pontos fortes do DSpace favoreceram sua escolha para o processo de

desenvolvimento do Repositório Digital da FACOM.

35

4 DSPACE

O Dspace - DSpace Institutional Digital Repository System onde o DS representa

Digital Space, em português Espaço Digital – Sistema de Repositório Institucional Digital. O

DSpace é uma sistema desenvolvido pelo MIT em companhia com a HP para formação de

Repositórios Digitais formando assim uma base de dados para instituição/empresa na qual

esteja implantado. Atualmente é um software open-source baseado no modelo de licença GPL

(General Public License, em português, Licença Pública Geral).

Segundo sua Documentação (2012), o DSpace tem como objetivo de capturar,

distribuir e preservar produtos digitais de pesquisa. O sistema admite armazenar, indexar e

recuperar arquivos digitais como relatórios, artigos, teses, vídeos e outros tipos de arquivos

digitais em diversos formatos. Os arquivos podem ser acessados a partir de uma interface

web.

Como também afirmam Lews e Yates (2008) o DSpace captura, distribui e também

preserva objetos digitais. Sendo uma plataforma que possibilita a captura de itens em qualquer

formato digital como texto, vídeo, áudio e dados, e os distribui por meio web indexando o

trabalho, permitindo que possam ser buscados e recuperados por usuários do sistema,

proporcionando a preservação em longo prazo de seu conteúdo.

Os autores também relatam que o sistema possui três objetivos principais, sendo os

seguintes:

Facilitar a captura e inserção de materiais, incluindo os metadados sobre os

arquivos;

Facilitar o acesso aos arquivos, tanto por listas quanto por buscas;

Facilitar a preservação dos arquivos a longo prazo.

O DSpace encontra-se atualmente na versão 1.8.2 que foi lançada em 2012, a sua

primeira versão 1.0 foi apresentada em novembro de 2002 e a partir deste, todos os anos são

lançadas atualizações sendo em 2003 a versão 1.1, em 2004 a versão 1.2, em 2005 a versão

1.3 e assim até os dias atuais.

Para que haja seu correto funcionamento, devem-se ter os requisitos básicos de

softwares:

36

Sistema Operacional: Windows ou Unix;

Servidor Web: Apache Tomcat 6 X ou superior novo;

Banco de Dados: PostgreSQL 8 X ou superior, Oracle 9 ou superior;

Adicionais: Apache Ant 1.8 X ou superior, Java SDK 1.7 ou superior e Apache

Marven 2.0.8 ou superior.

Atualmente é a ferramenta mais utilizada para a construção de Repositórios Digitais,

segundo informações do ROAR - Registry of Open Access Repositories

(http://roar.eprints.org/index.php) site este responsável por indexar todos os repositórios

existentes, tendo a responsabilidade de fornecer informações sobre dados, números e gráficos

sobre a utilização dos mesmos. Hoje o Dspace tem sua maior aplicação em universidades,

partindo da idéia de preservar e compartilhar produção cientifica.

4.1 Repositório mais utilizado no mundo

Em meio aos softwares utilizados em repositórios por instituições pelo mundo com a

finalidade de fornecer acesso a arquivos digitais, o DSpace tem se destacado dentre os

softwares utilizados em RIs. Esta afirmação pode ser comprovada através de dados obtidos

através do site ROAR, mantido por Tim Brody da University of Southampton, que mostra a

grande aceitação de acordo com o gráfico da figura 1.

37

FIGURA 1 SOFTWARES MAIS UTILIZADOS EM RIS NO MUNDO Fonte: ROAR, 2012.

Segundo as estatísticas do ROAR, o software DSpace é o mas utilizado no mundo com

mais de 48% de utilização em Ris, como observamos no gráfico da figura 1. No Brasil não é

diferente, como podemos observar no gráfico da figura 2, pois o seu uso chega a mais de 50%

mostrando assim sua grande aceitação pelos utilizadores brasileiros.

FIGURA 2 USO DO DSPACE NO BRASIL

Fonte: ROAR, 2012

38

Apesar de pouco mais de 115 instituições estarem registradas no ROAR, a aceitação

do DSpace em RIs é bem significativa, porem a grande utilização pode ser explicada tendo

em vista o rápido crescimento desta ferramenta, importante para as Instituições de Ensino

Superior e Institutos de Pesquisa.

Segundo o site do IBICT (2012) o DSpace é um software de código aberto que admite

que qualquer pessoa faça sua instalação em qualquer tipo de organização ou empresa. Os

usuários também podem fazer alterações/modificações no sistema para que ele fique de

acordo com as necessidades e padrões da instituição em que ele foi implantado, a fim de

facilitar a sua utilização.

4.2 Funcionamento e Estrutura do DSpace

A seguir, a Figura 3 representa a estrutura de funcionamento do Dspace com seus

processos de submissão, gerenciamento e preservação, até que o arquivo digital possa chegar

ao usuário final.

FIGURA 3 FUNCIONAMENTO DO DSPACE

Fonte: DSpace.org (2009).

1. Com a sua interface baseada na web, tornam-se simples a criação e inserção de

novos itens depositados no repositório de arquivos. O DSpace foi desenvolvido

para manipular arquivos em qualquer formato, desde um simples documento

de texto até elementos de fotos e vídeos digitais.

39

2. Os arquivos de dados também chamados de “bitstreams” são organizados

dentro de conjuntos relacionados. Cada bitstream possui um formato técnico e

uma informação técnica. Esta informação técnica é armazenada juntamente

com os bitstreams para que depois eles possam ser recuperados.

3. Um item é o “átomo do arquivo”, que consiste em agrupar conteúdos

relacionados e descrições associadas (metadados). Cada item, através de seus

metadados expostos, é indexado para a busca e navegação. Os itens são

organizados dentro de coleções de objetos logicamente relacionados.

4. Uma comunidade é o mais alto nível de hierarquia encontrado no DSpace. Ela

corresponde às partes das organizações como os departamentos, laboratórios,

centros de pesquisas ou escolas.

5. Com a arquitetura modular do DSpace permite a criação de um repositório

amplo, multidisciplinar, que possa ser expandido além das fronteiras

institucionais.

6. O DSpace está empenhado em ir além do arquivo preservado de maneira

confiável, oferecendo preservação funcional onde os arquivos são mantidos

acessíveis através de várias tecnologias prováveis ao longo do tempo como

formatos, mídias e modelos distintos.

7. A interface para o usuário final suporta navegação e busca de arquivos. Uma

vez que um item é localizado, ele é exibido caso seja um arquivo cujo formato

é nativo para da web, enquanto outros formatos podem ser baixados e abertos

por um programa de aplicação adequado.

O Software se encontra atualmente disponível no endereço http://www.dspace.org/ no

qual pode ser feito o donwload e após sua instalação o DSpace apresentara a seguinte

estrutura hierárquica facilitando o seu funcionamento:

a) Comunidades: São grupos (ex. pesquisas ou extensões) ou usuários (ex.

professores), os quais podem pesquisar ou submeter conteúdo para alimentar a

base de dados;

b) Coleções: É o agrupamento de obras semelhantes ou relacionadas, pertencentes

a uma determinada comunidade como teses, trabalhos, artigos e apostilas;

40

c) Itens: são as obras ou objetos digitais contidos no repositório, é o que o

usuário normalmente está procurando. Apresentam identificadores persistentes;

d) Bitstreams: Arquivos de computador que compõem cada item usado para

descrever os dados a serem carregados.

O DSpace é organizado em torno de comunidades com uma hierarquia onde cada

comunidade possui coleções que são compostas de itens onde esses são compostos por um ou

mais objetos que podem ser de diferentes formatos, chamados bitstrems.

Os itens contidos no Dspace estão relacionados com metadados, como título, autor,

data em que o documento foi aceito em caso de artigos, palavras chave, resumo, tamanho em

bytes de cada bitstream, entre outras informações. Estes dados podem ter sua exibição de

forma completa ou resumida.

O software no processo de submissão apresenta características de workflow, onde são

inseridos os metadados do arquivo para a submissão possa ser analisada pelo administrador

do sistema que poderá aceitar ou não a submissão de um documento à base de dados, o

processo de submissão será melhor detalhado no item 5.5 (Detalhamento das Páginas do

Repositório).

Já no processo de busca de um arquivo, ele pode ser feito por busca simples ou busca

avançada na qual pode ser feito por titulo, autor, data ou gênero, e quando o arquivo é

encontrado, será apresentado algumas informações como autor, resumo e o identificador

persistente, em outras palavras, um endereço web baseado no sistema Handle

(http://www.handle.net) isso irá garantir que aquele item será sempre encontrado através do

endereço eletrônico apresentado na Figura 4.

41

FIGURA 4 APRESENTAÇÃO BÁSICA DOS METADADOS DE UM ITEM NO DSPACE.

Notasse que a figura 4 apresenta os metadados básicos de cada item do repositório. E

logo no topo da imagem contendo como sua primeira informação, o identificador persistente,

o qual pode ser utilizado quando for referenciar o objeto digital ao qual foi pesquisado no

repositório. Entretanto o identificador e todas as outras informações podem variar de

localização na página, como pode ser observado a seguir na Figura 5 dependendo apenas da

customização da ferramenta, como por exemplo, implementado pela FGV (Fundação Getúlio

Vargas).

FIGURA 5 PESQUISA REALIZADA NO DSPACE DA FGV.

Fonte: Biblioteca Digital FGV, 2012.

Como na tela de busca o usuário pode pesquisar por diversas maneiras, entre elas

digitando termos no campo busca ou escolhendo navegar pelas comunidades e suas

respectivas coleções ou ainda navegar por título, autor ou data. Se o usuário desejar, pode se

42

cadastrar para receber por e-mail as novidades de cada coleção sempre que ocorrer alterações

de itens adicionados ou alterados.

O software também apresenta um bom domínio na administração com controle de

acesso às áreas livres a qualquer usuário e áreas restritas. Permitindo acesso apenas a usuários

autorizados, poderem submeter itens ao acervo.

Considerando a importância do acervo, a submissão de um item pode ser livre ou

passar por avaliação de mediadores que podem autorizar ou rejeitar a submissão de um item

no acervo. Quanto à busca, como já citado, pode ser feita através de navegação pelas

comunidades/acervos, títulos, autores e data, ou apenas digitando termos para uma busca geral

ou apenas dentro dos acervos de determinada comunidade. Na Figura 6 é mostrada a interface

de busca do DSpace.

FIGURA 6 INTERFACE DE BUSCA DO DSPACE. Fonte: Santos (2006).

A seguir uma breve descrição das opções da interface de busca como apresentada na

Figura 6, onde algumas opções não sofrem alteração independente da página apresentada:

1. Área reservada para efetuar busca geral em toda a base de dados DSpace,

contendo a baixo a busca avançada que permite especificar em que campos

43

buscar. Além disso, permite que se procurem por palavras-chave que, no

contexto do DSpace significa busca em texto integral, além dos metadados;

2. Esta área permite uma fácil navegação pelas comunidades e seus acervos, ou

por títulos, autores ou data;

3. Nome da comunidade acessada (comunidade a qual o usuário realizara a sua

busca);

4. Área para que o usuário possa efetuar seu cadastro de e-mail para receber

notificações sobre novidades do acervo da comunidade;

5. Acesso a área em que os usuários (apenas os autorizados) podem efetuar a

submissão de arquivos digitais para um acervo da comunidade;

6. Área reservada a buscas específicas somente na comunidade selecionada. Se o

usuário optar por navegar nesta área, só serão exibidos os itens pertencentes à

comunidade selecionada;

7. Área para apresentação de submissões mais recentes ao acervo.

Com uma interface simples e funcional (Figuras 4, 5 e 6) o usuário tem acesso a cada

função que está facilmente visível, e é intuitivo. Com um layout agradável, aparentemente não

representando dificuldade na interação do usuário final.

4.3 Configuração e Customização

Nesta sessão veremos algumas das configurações e customizações para adequar o

DSpace há necessidade da FACOM, para que possa atender com eficiência os objetivos

citados anteriormente, tendo como destaque a conservação, divulgação e armazenamento do

acervo produzido pela comunidade acadêmica do curso de Bacharelado em Sistemas de

Informação do campus Marabá.

Antes teremos que ver os significados de configuração e customização para um melhor

entendimento de suas importâncias no projeto.

Configuração é a ação que um sistema de uso genérico sofre para que o mesmo atenda

os objetivos escolhidos para uma determinada aplicação.

Customização é modificar algo com objetivo de fazer com que sirva melhor as

condições/especificações de alguém/grupo.

44

Como pode ser observado, são dois conceitos intimamente ligados com os mesmos

objetivos, de fazer com que o sistema (DSpace) seja adaptado para melhor atender as

necessidades dos usuários da FACOM.

O DSpace é um sistemas com uma grande flexibilidade, contendo diversas opções de

ajustes para melhor atender as necessidades da Instituição que será implantado o RI. Para

efetuar as configurações, deve-se editar o arquivo dspace.cfg onde contém todos os

parâmetros que configuram o sistema, que permitem habilitar, desabilitar ou até modificar

funcionalidades do sistema.

A ferramenta possibilita fazer modificação das páginas JSPs1 (Java Server Pages).

Elas podem ser modificadas e sobrescritas no diretório fonte utilizado na instalação, mas

nestes casos é sempre aconselhado fazer backup (cópia de segurança) para que desta forma,

caso haja necessidade de recriar a aplicação, as modificações feitas poderão ser mantidas.

4.3.1 Arquivo de configuração dspace.cfg

Como já mencionado acima, a forma primária de configuração do DSpace é editar o

arquivo dspace.cfg que é encontrado em: [diretório raiz do repositório]/config (para

repositórios já instalado) ou [diretório fonte da instalação]/config (para arquivos de

instalação).

Este arquivo pode ser editado na etapa de instalação ou na customização da

ferramenta, o dspace.cfg tem em seu conteúdo informações sobre a instalação e

funcionamento, como por exemplo as informações indispensáveis para o funcionamento em

rede, identificações de conteúdo e habilitação de multi-linguagem, entre outras informações.

Em seu estado original se faz uma excelente fonte de informação sobre a ferramenta, pois

contem vários comentários explicativos sobre os parâmetros, eles podem ser identificados por

iniciarem com ‘#’, todos os parâmetros de configuração estão agrupados por funcionalidades

com separação por linhas. Seu formato de configuração tem o seguinte padrão.

Parâmetro de configuração = valor do parâmetro de configuração:

db.name = postgres

1 JSP é uma linguagem de script com especificação aberta que tem como objetivo primário a geração de

conteúdo dinâmico para páginas da Internet. Podemos ao invés de utilizar HTML para desenvolver páginas

Web estáticas e sem funcionalidade, utilizar o JSP para criar dinamismo.

45

4.3.2 Principais Parâmetros para Configuração e Customização DSpace

Nesta seção listaremos os principais parâmetros que devem ser alterados para sua

instalação e correto funcionamento para atender as necessidades da FACOM Marabá.

# DSpaceinstallationdirectory

dspace.dir = ${default.dspace.dir} indica o diretório raiz da instalação do Dspace.

# DSpace host name - should match base URL.

dspace.hostname = localhost Nome do servidor que conterá o repositório.

# DSpace base host URL.

dspace.baseUrl = http://localhost:8080 URL principal pela qual o repositório será acessado.

# Nameofthe site

dspace.name = DSpace FACOM Nome do repositório, identifica o repositório em várias

ferramentas, entre elas, e-mails.

# Default language for metadatavalues

default.language = en_US, pt, Linguagem padrão para valores de metadados.

# OR requires one or more search terms to be present

search.operator = OR Escolha do operador lógico de busca, requer um ou mais termos de

busca para estar presente.

# Maximum size of uploaded files in bytes, negative setting will result in no limit being set

512Mb

upload.max = 536870912 Configuração do tamanho máximo do arquivo a ser postado.

### i18n -Locales / Language ####

default.locale = en, pt Habilita a seleção da linguagem do usuário.

webui.supported.locales = en, pt Habilita a seleção da linguagem do sistema.

Por se tratar de uma lista de parâmetros muito extensa só será apresentada estes itens

que contêm grande valor para a instalação do sistema da FACOM, mas o restante pode ser

encontrado na pasta de instalação do sistema no arquivo de nome dspace.cfg.

46

4.3.3 Customizando as mensagens de E-mails

O DSpace pode enviar automaticamente mensagens aos usuários, informando uma

nova tarefa ou um alerta sobre um novo documento. As mensagens contidas nos e-mails

precisam ser alteradas para a linguagem padrão que se deseja e também informar algumas

opções de contato para os usuários, como por exemplo, o numero do telefone do responsável

pelo sistema. Elas estão no diretório [diretório raiz do repositório]/config/emails. E cada

arquivo contém um email onde o nome do arquivo identifica a função. A seguir temos a

apresentação de uma mensagem já customizada.

Assunto: Pedido de alteração de senha

Para alterar a senha de sua conta DSpace, por favor clique no link abaixo:

{0} este numero será substituído por palavras provenientes do sistema na hora do

envio.

Se você precisar de ajuda com a sua conta, por favor enviar

e-mail para [email protected] ou ligue para 094-9131-xxxx.

Equipe DSpace FACOM

4.3.4 Alteração das Interfaces de Usuário

Todas as interfaces são implementadas utilizando Servlets2 Java, as páginas são

desenvolvidas em JSP. A grande facilidade para desenvolvedores web é que JSP é bem

semelhante ao HTML, só que em código Java, e para muitos customizar a interface do

DSpace pode se tornar relativamente simples. Há possibilidade modificar o estilo das páginas

alterando a folha de estilos3 CascadingStyleSheets (CSS) e também pode-se alterar a

apresentação layout das páginas modificando os arquivos.

O CSS admite que várias alterações como fonte de letras e cores possam ser realizadas

facilmente. A apresentação da página está divida em quatro partes, tais como: cabeçalho,

rodapé, copo da pagina e barra de navegação, que são determinados pelos JSPs disponíveis

em: [dspace-fonte]/jsp/layout, neste diretório contem todos os arquivos que podem ser

2 Servlet é uma classe Java usada para ampliar as capacidades dos servidores que permitem o acesso a

aplicações por meio do modelo requisição-resposta.

Folhas de estilo consiste em agrupar num mesmo documento características de formatação associadas a

grupos de elementos. Basta definir por um nome um conjunto de definições e características de formatação, e

chamá-lo para o aplicar a um texto.3

47

alterados para melhor atender as necessidades da comunidade em que a ferramenta será

implantada.

4.5 Considerações

Neste capítulo foi apresentado ao leitor informações sobre o sistema escolhido para a

implantação do repositório na FACOM Marabá, assim possibilitando um melhor

entendimento sobre os aspectos de sua interface que será posteriormente melhor descrita no

capítulo 5 que se refere ao Repositório Digital da FACOM. Também houve a possibilidade de

entender o que é necessário para garantir um bom funcionamento do DSpace, mostrando suas

funcionalidades e sua estrutura, e ainda podemos conferir informações sobre a documentação

e os requisitos mínimos de configuração para a implantação do mesmo.

5 REPOSITÓRIO DIGITAL DA FACOM MARABÁ

Este capítulo apresentará o processo de desenvolvimento do Repositório Digital para

FACOM, explicando como o trabalho foi desenvolvido deste as etapas de análise e projeto,

explicando suas principais características, identificando o papel de cada usuário do sistema e

seus privilégios, e ao final apresentar as dificuldades encontradas durante a implementação

deste projeto.

Pois, o sistema já se encontra em funcionamento em fase de teste para que breve possa

ser entregue a FACOM, e assim designa um responsável para a administração do sistema

como adição de participantes e conteúdo, para que se tenha acesso ao sistema deve se utilizar

o ip da maquina no qual esta instalado o servidor atrás do http:// 192.168.1.153:8080/jspui.

5.1 Análise

A etapa de análise compreende identificar as funcionalidades, os objetivos do

repositório, público alvo, escopo do conteúdo e suas funcionalidades administrativas.

5.1.1 Objetivos do repositório

O repositório tem como objetivo a disseminação de trabalhos elaborados pela

comunidade do curso de sistemas de informação, através da utilização de um ambiente

específico para catalogação e inclusão de arquivos.

48

5.1.2 Escopo do conteúdo do repositório

O repositório contém estes recursos:

Campos de busca, a fim de pesquisar os objetos armazenados;

Estrutura de navegação pelos objetos alocados no repositório;

Ferramentas administrativas para gerenciar o repositório.

5.1.3 Modelagem de dados

O Repositório digital da FACOM representará seus dados de forma a refletir a

estrutura da Universidade podendo representar laboratórios ou grupo de pesquisas. O

Repositório é dividido em comunidades que representa a Faculdade, e que podem ainda ser

divididos em sub-comunidades que representam os Laboratórios e os Grupos de Pesquisas, e

por sua vez existem as coleções que representam os Trabalhos de Conclusão de Curso,

Artigos e Periódicos de cada sub-comunidade.

5.1.4 Público alvo

O público alvo é todo integrante da FACOM Marabá, tais como docentes, discentes,

técnicos e todos os demais interessados em pesquisas realizadas pela FACOM, podendo ser

integrantes ou não da UFPA. Para que o acesso seja público, o sistema possui três visões de

usuários distintos:

Usuário Visitante: todo usuário que não estiver logado no repositório sempre

será considerado como “usuário visitante” com os seguintes privilégios,

pesquisar, visualizar e salvar arquivos do Repositório.

Usuário Participante: deve está logado e não ser o administrador, ele possui os

privilégios para a submissão de objetos, além dos privilégios do usuário

visitante.

Usuário Administrador: irá ser o detentor de acesso livre e total para todas as

funções de todos os itens gerenciais do Repositório Digital da FACOM.

5.2 O Projeto O projeto é a etapa mais concisa no detalhamento do conteúdo, projeto de layout,

projeto navegacional, descrição das páginas e estrutura do repositório.

49

5.2.1 Detalhamento do Conteúdo

O conteúdo do Repositório Digital da FACOM especifica quanto ao tipo de

Repositório, Busca, Navegação pelos Arquivos e a área do Administrador.

5.2.2 Repositório

O Repositório Digital se adapta ao tipo temático, pois os arquivos armazenados nele

abordam conteúdos da área de informática (Sistemas de Informação), pois seu planejamento,

desenvolvimento e implantação foram executados apenas na FACOM, assim não envolvendo

outras faculdades no estágio inicial da sua implantação.

5.2.3 Busca

O RD contém dois tipos de buscas, sendo elas simples e avançada para que os

arquivos depositados possam ser encontrados com uma maior agilidade. O software DSpace

usa a estrutura de busca Lucene que faz parte de seu conjunto de programas. Lucene é escrito

em Java, sendo um software de código aberto da Apache. Assim o analisador Lucene tem sua

usabilidade na busca e indexação dos metadados do Repositório Digital. A pesquisa por

arquivos do RD podem ser realizadas em conjunto com alguns recursos que serão descritos a

seguir.

o Pesquisa Limitada: A busca pode ser mais limitada, pois em cada página da

comunidade e coleção, contendo seu próprio campo de busca, que procura

apenas por objetos que estão vinculados àquela comunidade ou coleção. Com a

opção de busca avançada possibilita o usuário a liberdade de escolher quais

metadados que a ferramenta deve pesquisar.

o Truncagem: Com a utilização de um asterisco (*) após a raiz de uma palavra

para conseguir os registros que contenham qualquer uma das palavras que

começam com essa raiz, por exemplo: Inst*, o resultado retorna todos os

arquivos que contenham a raiz, como por exemplo, as palavras instalação,

instituição, etc.

o Pesquisas de Frases: Para fazer buscas com diversas palavras em uma frase,

deve utilizar aspas (" " ), faz-se necessário. Por exemplo: “processo de

instalação do DSpace”.

50

o Palavras Desejadas: Para buscar arquivos com palavras específicas, deve usar

sempre o sinal de mais (+) antes da palavra que se deseja para que ela sempre

seja mostrada no resultado da busca. Por exemplo: + instalação + DSpace (as

duas obrigatórias) ou também pode ser instalação + DSpace, neste caso

instalação é opcional enquanto DSpace é obrigatória).

o Palavras Não Desejadas: Ao contrário do exemplo passado em palavras

desejadas, aqui faremos o uso do sinal menos (-) antes de uma palavra que não

deseja que não esteja presente nos resultados da busca.

o Sinais Diacríticos: O sistema não é sensível à utilização de sinais diacríticos

como acentos e cedilhas nas expressões de pesquisa. Por exemplo, ‘instalação’,

‘instalacão’ e ‘instalacao’, assim ele retorna os mesmos resultados para esta

pesquisa.

o Pesquisa Booleana: Os operadores booleanos como AND, OR ou NOT podem

ser utilizados para combinar termos. Os operadores devem ser inseridos com

letras maiúsculas:

a) AND (E) - Para localizar arquivos que contenham todas as palavras

combinadas com este operador, por exemplo: teses AND ensino.

Recupera todos os arquivos que contem as duas palavras "tese" e

"ensino".

b) OR (OU) - Para localizar arquivos que contenham qualquer uma das

palavras ou das frases combinadas com este operador, por exemplo:

tese OR ensino. Recupera todos os objetos que contenham a palavra

"tese" ou a palavra "ensino", ou ambas.

c) NOT (Não) - Para excluir os arquivos que contenham a palavra inserida

após o operador, por exemplo: tese NOT ensino. Recupera todos os

arquivos que tenha a palavra "tese" exceto aqueles que contem também

a palavra "ensino".

A Figura 7 mostra a página utilizada para busca avançada onde são utilizados os

operadores booleanos.

51

FIGURA 7 PÁGINA DA BUSCA AVANÇADA.

Na busca avançada foram utilizados os metadados padrão do RD para facilitar a busca

por diversos tipos de arquivos que podem ser armazenados no Repositório. A figura 8 destaca

o código do arquivo dspace.cfg os campos dos metadados ( Titulo, Autor, Idioma entre

outros) caso seja necessário esta ordem pode ser alterada para melhor adaptar as necessidades

da comunidade.

52

FIGURA 8 METADADOS PADRÃO DE BUSCA AVANÇADA.

5.2.4 Navegação pelos Arquivos

A navegação é outro recurso para a busca de arquivos no RD, mas neste caso sem a

interferência de motores de busca e como os arquivos estão organizados por uma estrutura de

hierarquia. A navegação esta estruturada seguindo comunidades, sub-comunidades e coleções

onde se encontram os arquivos de cada grupo de pesquisa da FACOM.

A consulta é feita através de um link na página inicial do RD, que permite a navegação

pela estrutura possibilitando a visualização dos arquivos de cada categoria. Existe a

possibilidade de se navegar por índice de autores, títulos e data de submissão dos arquivos. A

figura 9 mostra o índice de busca de uma comunidade.

FIGURA 9 ÍNDICES DE VISUALIZAÇÃO DE BUSCA SIMPLES.

5.2.5 Área de Administrador

O usuário administrador do RD tem os privilégios para gerenciar o conteúdo, tais

como:

53

Comunidades e Coleções: O conteúdo do Repositório está organizado de

acordo com as comunidades (faculdade), onde se encontra as sub-comunidades

que por sua vez representam os grupos de pesquisas, e neles estão contidas as

coleções contendo os arquivos produzidos pela comunidade acadêmica da

FACOM organizados de maneira que o sistema tenha maior flexibilidade para

adaptar as necessidades de cada comunidade, assim possibilitando o

administrador à:

o Decidir sobre as políticas, como por exemplo:

a. Quem pode colaborar com o conteúdo de cada coleção;

b. Quem pode ter acesso.

o Gerencia criação e edição de comunidades e coleções.

Cada comunidade tem uma página, e nela a sua lista de coleções.

Login: O registro no sistema pode ser solicitado por qualquer usuário, mas

como já visto, podendo ter suas funções limitadas como depósitos em

determinadas comunidades que requer autorização.

Controle de Acesso: O administrador controla a criação de novos usuários

participantes, grupos, adicionar usuários em grupos para determinadas funções,

edita políticas de acesso aos arquivos.

5.3 Projeto de Layout A interface é definida conforme o usuário acessa o site como participante, ou visitante

ou como administrador. A interface suporta busca e recuperação de arquivos, sendo que as

buscas podem ser feitas através de navegação ou pelo campo de busca. Mas o RD tem o seu

layout padrão dividido em cinco (5) partes, como pode ser observado na figura 10, sendo que

as três áreas 1, 2 e 4 aparecem na maioria das páginas do sistema. A área 1 contém a

identificação do sistema, a área 2 contém o campo de busca simples e os links de login,

navegação (comunidade e coleções, autor entre outros), e para o usuário administrador ficam

visíveis as opções gerencias. Na área 3 é usado para exibir o conteúdo das páginas, já na área

4 destina-se ao contato com os desenvolvedores do RD da FACOM e a área 5 destina-se a

54

divulgar os arquivos mas recentes do repositório além de um Really Simple Syndication

4(RSS) informativo.

FIGURA 10 PROJETO DO LAYOUT RD FACOM.

5.4 Estrutura Navegacional Como já mencionado, a estrutura de navegação das páginas do RD é definida de

acordo com o usuário do sistema fornecendo assim a ele uma visão diferente a cada categoria

de usuário.

5.4.1 Visitante

O Visitante é aquele usuário que não precisa logar no sistema, é fornecido apenas

acesso as páginas de busca, navegação por comunidades e coleções, índices de visualização

como autores, títulos e data de submissão dos arquivos do Repositório e um cadastro para

receber notícias sobre a coleção desejada, como pode ser visto na Figura 11.

4 RSS é um padrão desenvolvido em linguagem XML que permite aos responsáveis por sites e blogs divulgarem

notícias ou novidades destes. Para isso, o link e o resumo daquela notícia (ou a notícia na íntegra) é

armazenado em um arquivo de extensão .xml, .rss ou .rdf

55

FIGURA 11 ESTRUTURA NAVEGACIONAL PARA USUÁRIO VISITANTE.

5.4.2 Participante

Para o usuário Participante é dado acesso a todas as páginas acessáveis pelo usuário

Visitante além de acesso à página ‘Logar’ (entrar no sistema) e submeter arquivos, como pode

ser visto na Figura 12.

FIGURA 12 ESTRUTURA NAVEGACIONAL PARA USUÁRIO PARTICIPANTE.

5.4.3 Administrador

Já o usuário com perfil de administrador do sistema além de acessar todas as páginas

que o Participante também acessa, as páginas gerencias do RD que permiti: Controle de

Acesso de usuários, Grupos de usuários, Políticas de autorizações, Registros dos metadados e

dos formatos de arquivos, Painel de Controle com informações sobre o sistema, além das

páginas para Editar e Remover arquivos, coleções, e comunidades, conforme a Figura 13.

56

FIGURA 13 ESTRUTURA NAVEGACIONAL PARA USUÁRIO ADMINISTRADOR.

5.5 Detalhamento das Páginas do RD FACOM Na página inicial é exibido como destaque um campo de busca para efetuar pesquisa

dos arquivos e links para as comunidades existentes no RD. Este campo de busca realiza

consulta em todas as comunidades e coleções. O menu localizado ao lado esquerdo é

constante em todas as páginas do sistema com exceção para usuários com privilégios de

administradores do Repositório, onde é encontrado os itens gerenciais. Este menu lateral

disponibiliza os links para navegação e visualização dos arquivos através das comunidades e

coleções, além de possibilitar a navegação por índices de autores, por título de arquivos e pela

data de submissão no repositório. A página inicial do RD FACOM pode ser vista na Figura

14.

57

FIGURA 14 PÁGINA INICIAL DO REPOSITÓRIO DIGITAL DA FACOM.

Já a página de comunidade e coleções conta com um campo de busca para a realização

de busca específica, ou seja, somente nas coleções que estão contidas na comunidade. As

coleções desta comunidade estão listadas abaixo do campo de busca, e na barra lateral do lado

direito é exibida a relação dos arquivos adicionados recentemente na comunidade. A página

da comunidade pode ser vista na Figura 15.

FIGURA 15 PÁGINA COMUNIDADE E COLEÇÕES.

Já para usuários logados com status de Administrador é disponibilizado no menu da

lateral esquerda do Repositório todas a ferramentas para o gerenciamento do mesmo, incluído

Controle de Acesso ao RD. A Figura 16 ilustra o menu de administração.

58

FIGURA 16 PÁGINA QUE EXIBI O MENU ADMINISTRADOR.

Para os usuários logados no sistema é disponibilizado também acesso ao link da área

pessoal no menu lateral esquerdo. Para acessar o perfil do usuário e suas submissões aceitas,

pendentes ou fazer novas submissões e ver seu alertas (Figura 17).

FIGURA 17 PÁGINA DA ÁREA PESSOAL.

Para Submissões de arquivo, o participante inicialmente deve clicar no botão iniciar

novo depósito, já em outra página deve selecionar a coleção ao qual o arquivo será incluído.

Após a seleção da coleção o usuário deve seguir por 7 (sete) etapas com 9 (nove) páginas, a

fim de preencher todos os metadados e finalmente realizar o upload do arquivo. A descrição

das setes etapas será realizada a seguir:

59

Etapa I - Descrever

Esta etapa é dividida em três páginas com preenchimento simples. Na primeira página

o usuário deve responder apenas marcando o item que se adéqüe a sua submissão, como pode

ser visto na Figura 18, em todas as etapas existe um botão para continuar e outro para cancelar

ou guardar o processo. Já na próxima página do processo Descrever é solicitado ao usuário

que preencha 5 (cinco) Metadados Essenciais, são eles: Autor (um ou mais), Título, Tipo de

arquivo, Idioma, como pode ser vista na Figura 19. Na última página desta etapa o usuário

deve preencher os campos de palavra chave, abstract, descrição e patrocinadores como

apresentado na Figura 20.

FIGURA 18 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA PRIMEIRA PÁGINA DA ETAPA DESCREVER.

FIGURA 19 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA SEGUNDA PÁGINA DA ETAPA DESCREVER.

60

FIGURA 20 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA TERCEIRA PÁGINA DA ETAPA DESCREVER.

Etapa II – Carregar

Esta etapa é composta por três páginas para o usuário poder realizar o upload do

arquivo clicando no botão “enviar arquivo”, de acordo com a Figura 21, e em seguida será

apresentada uma segunda página onde deve ser realizada a escolha da extensão/formato do

arquivo, como pode ser visto na Figura 22. Já na terceira página será mostrado os dados do

arquivo postado como formato escolhido e tamanho do arquivo. Esta etapa pode ser

visualizada na Figura 23.

FIGURA 21 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA PRIMEIRA PÁGINA DA ETAPA CARREGAR.

61

FIGURA 22 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA SEGUNDA PÁGINA DA ETAPA CARREGAR.

FIGURA 23 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA SEGUNDA PÁGINA DA ETAPA CARREGAR.

Etapa III – Revisar

Esta etapa proporciona ao usuário conferir os metadados preenchidos, e se for o caso

fazer correções de dados e informações do arquivo em estágio de upload. Esta etapa pode ser

visualizada na Figura 24.

62

FIGURA 24 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA PÁGINA DE VERIFICAÇÃO DE METADADOS.

Etapa IV – Licença

Nesta etapa o usuário pode aceitar a licença de direitos de uso dos arquivos do RD.

Para continuar o processo de submissão, o usuário deve marcar a opção de aceitar a licença

para finalizar o processo de submissão onde é apresentada a confirmação do armazenamento

do arquivo no Repositório, permitindo que o mesmo fique disponível para pesquisa. A etapa

de licença pode ser visualizada na Figura 25. A Figura 26 já apresenta a Confirmação do

processo.

63

FIGURA 25 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA PÁGINA DE LICENÇA.

FIGURA 26 PROCESSO DE SUBMISSÃO DA PÁGINA DE CONFIRMAÇÃO DO DEPÓSITO.

5.6 Dificuldades Encontradas

A instalação e configuração dos aplicativos que serviram de base para a implantação

do Repositório Digital da FACOM é relativamente simples, não oferecendo grandes

problemas para o administrador responsável, como pré-requisito é necessário ter

conhecimento em sistemas operacionais Linux, este escolhido para a implantação da

ferramenta. No DSpace o processo de criação das comunidades e coleções é tão ou mais

simples que o processo de instalação do sistema.

No período de realização deste trabalho os principais problemas técnicos derivaram de

erros e falta de detalhamento na documentação do aplicativo, já que fixemos uso de vários

64

tutoriais como diferentes versões de sistemas tanto do DSpace quanto de seus programas base

como banco de dados e servidor web, porem todos ligados na fase de instalação em si. A

maior dificuldade foi elaborar o contexto em que o repositório foi inserido, bem como definir

o nível de descrição desejado para os objetos digitais.

Mesmo com as dificuldades, só a partir de um levantamento preliminar foi possível

saber a necessidade por mudanças para melhor adaptar a ferramenta às demandas futuras da

comunidade acadêmica de Sistemas de Informação de Marabá, e finalmente escolher de forma

consciente um sistema que atendeu às necessidades da Faculdade no contexto da implantação

do Repositório Digital.

65

6 Considerações Finais

O presente trabalho contribuiu para o desenvolvimento de um Repositório Digital de

monografias e artigos para a Faculdade de Computação de Marabá. O Repositório está sendo

implantado na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Sua utilização

será realizada por pesquisadores, professores e alunos do curso de Bacharelado em Sistemas

de Informação do campus de Marabá, além de usuários externos à universidade que

compartilham interesses na área dos trabalhos abordados pelo RD.

No início do levantamento dos requisitos da Instituição e da análise inicial dos

aplicativos disponíveis para implantação de tal sistema, o autor chega à conclusão que há

software livre em quantidade e qualidade suficientes para atender diversos tipos de

Repositórios Digitais de Instituições de Ensino, os conhecidos Repositórios Institucionais.

Além disso, o projeto é adepto a filosofia do software livre e ao sistema operacional

GNU/Linux permitindo que a implantação do RI seja com custo zero de licenciamento de

software, a também a possibilidade de que novas funcionalidades sejam implementadas

através do desenvolvimento colaborativo das comunidades de usuários de cada software, seja

pela combinação de várias ferramentas existentes a fim de atingir determinado objetivo.

Já futuramente, ainda na fase de implantação efetiva do RI, serão estudadas as

estratégias com mais eficiência de backup para o devido cuidado com a conservação dos

arquivos do RD. Como em qualquer sistema que envolva informações importantes em caso de

falhas de hardware, software ou uma atualização na plataforma do Repositório, é de estrema

necessidade ter cópias de segurança do conteúdo da base de dados.

Os objetivos propostos no início deste trabalho foram plenamente alcançados. A partir

das atividades realizadas neste TCC, apresentam-se as recomendações quanto aos trabalhos

futuros.

O desenvolvimento do Repositório da FACOM ainda encontra-se na sua versão

inicial, sendo grandes as possibilidades de crescimento, melhorias e trabalhos futuros.

Quanto ao trabalho realizado neste projeto, percebeu-se que existe a ausência de uma

ferramenta como esta no campus de Marabá, dificultando assim a divulgação principalmente

sobre os projetos elaborados dentro da própria instituição. Dentre outras necessidades do

quadro atual está o compartilhamento cientifico entre alunos e faculdades, e definição de

políticas que garantam a Instituição um nível maior de segurança sobre o direito autoral e

propriedade intelectual.

66

Que seja adotada uma política de sensibilização de docentes e discentes é preciso que

estes sejam motivados de modo a dar visibilidade e credibilidade aos trabalhos produzidos na

UNIFESSPA como um todo. Desse modo, embora se reconheça a importância da divulgação

dos trabalhos de conclusão de cursos e artigos científicos produzidos da FACOM.

É possível desenvolver o sistema utilizado para que este possa funcionar com

autoarquivamento, aprimorar os campos relacionados à descrição dos assuntos dos

documentos através de vocabulários controlados ou tesauros, possibilitando a pesquisa dos

usuários a partir de linguagens controladas, aprimorando o layout do navegador, tornando-o

mais amigável, atrativo e interativo.

É importante lembrar que para se obter um ótimo resultado de todo projeto, e

particularmente daqueles que envolvem tecnologia, equipes multidisciplinares,

reconhecimentos especializados – como é o caso da criação do repositório da FACOM – é

fundamental que haja um grande envolvimento da comunidade que o idealiza, e sobretudo

continuidade.

6.1 Trabalhos Futuros

Muito se pode fazer para melhorar no projeto e como sugestão para possíveis trabalhos

futuros ao Repositório Digital, pode-se apontar:

1. Uma implementação em servidor específico para o RD, pois o mesmo se encontra

instalado em maquina compartilhada com grupo de pesquisa.

2. Designação de um grupo no qual terá de controlar, gerencia seu conteúdo.

3. Abordar aquisição de novos formatos de documentos tais como fotos e vídeos, para a

conservação e divulgação do histórico da FACOM.

4. Uma expansão de suas fronteiras abrangendo outras faculdades do campus.

É sempre importante lembrar que para o êxito de todo projeto, e particularmente

daqueles que envolvem tecnologia e conhecimentos especializados como é o caso da criação

do RD, é fundamental que haja um grande envolvimento da comunidade que o idealiza e

principalmente sua continuidade.

67

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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