Daniel Menezes - Infestação

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Daniel Menezes

Infestao 2008, Danprewan Editora Edio de texto: Alexandre Emilio Silva Pires Reviso: Josemar de Souza Pinto Capa: Ronan Pereira Diagramao: Futura Consultoria editorial: Josemar de Souza Pinto As citaes bblicas foram extradas da Nova Verso Internacional [NVI], publicada pela Editora Vida, salvo indicao em contrrio.

CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Menezes, Daniel Arajo de, 1965- Infestao / Daniel Arajo de Menezes. - Rio de Janeiro: Danprewan, 194p. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7767-003-1 1. Guerra espiritual. 2. Possesso demonaca. I. Ttulo.

Digitalizao: E.banner Formatao: sssuca

AgradecimentosA Deus, pela inspirao e revelao das verdades eternas na minha vida. Ao pr. Josemar de Souza Pinto, pela confiana e desafio lanado ao autor para a exposio do tema. A Adelma, esposa querida, e aos meus filhos, caro e Bethnia, pela compreenso e fora durante o processo de redao deste livro!

Jesus lhe perguntou: "Qual o seu nome?" "Legio", respondeu ele; porque muitos demnios haviam entrado nele [...]. Saindo do homem, os demnios entraram nos porcos, e toda a manada atirou-se precipcio abaixo em direo ao lago e se afogou.- Lucas 8.30

... a nossa luta no contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contras as foras espirituais do mal nas regies celestiais.-Efsios 6.12

Eu vi Satans caindo do cu como relmpago. Eu lhes dei autoridade para pisarem sobre cobras e escorpies, e sobre todo o poder do inimigo; nada lhes far dano...-Lucas 10.18

Sumrio

Apresentao............................................................................................... 5 Introduo................................................................................................... 7 1. Vivendo no Meio da Infestao .............................................................. 9 2. Desmistificando o Senhor das Trevas ................................................. 12 3. O Acampamento Seguro .......................................................................28 4. Domesticao dos Espritos: Fora ou Poder? .................................... 42 5. O Preo da Desobedincia ................................................................... 56 6. Demarcao de Terreno: uma Estratgia Diablica ............................ 72 7. Partindo para a Luta ............................................................................84 Concluso................................................................................................. 111 Referncias Bibliogrficas ....................................................................... 113

ApresentaoRegistro o meu privilgio em receber to nobre convite para apresentar esta obra magnfica do meu amigo pr. Daniel Arajo de Menezes. Diga-se, de passagem, que, ao longo da minha caminhada crist, tenho lido e pesquisado vrias obras sobre as artimanhas e manifestaes de Satans, mas h muito no lia algo to real. a primeira vez que leio uma obra com esse ttulo, o que causar grandes mudanas na forma de pensar, analisar e resolver conflitos existenciais. Nada melhor o autor escrever sobre fatos reais. O pr. Daniel um apaixonado pela Bblia e um servo de Deus submisso. Professor de Bblia na Faculdade de Teologia e Filosofia Macaense, suas aulas so disputadssimas. Seus alunos ficam entusiasmados e contam os dias em que estaro novamente em sala de aula com o mestre. Quando relato sobre o autor, tudo o que posso dizer sobre ele e sobre a sua obra pouco diante do muito que Deus lhe tem revelado. o que relato sobre ele serve apenas para dar uma amostra de quem realmente ele ; para tanto, o que vir confirmar as minhas limitadas palavras o leitor viajar sobre as pginas deste livro. Ao narrar as suas experincias sobre infestao, a verdade que cai sobre ns "um certo arrepio" por ter a certeza da veracidade da atuao maligna, no apenas em uma pessoa ou em sua casa, mas em um lugar. Creio que o povo de Deus, ao ler esta obra, ter duas fases: uma antes e outra depois. No captulo 3, quando narra sobre a cegueira do prprio Satans usando uma pessoa que, ao sair da sua casa, havia jurado para a esposa que mataria o autor, podemos ver que Deus esteve em todo o tempo ao lado do seu servo, razo pela qual impediu que Satans executasse o seu terrvel intento. Convm ressaltar que s essa experincia j bastaria para os crentes serem ou se tornarem mais dependentes de Deus; portanto, quando h orao em um ministrio, esse ministrio cada vez mais desafiador. Um alerta do autor, no captulo 5, sobre a desobedincia, que resulta em pessoas sofrendo e pagando um alto preo. Somos avisados de que o servo de Deus deve obedecer ao seu lder espiritual, pois, caso contrrio, as conseqncias sero trgicas. Vale a pena, meu caro leitor, experimentar as delcias e desafios espirituais contidos neste livro. -nos mostrado de maneira bem clara e definida que todo crente disposto a ser identificado com o seu Senhor e Salvador Jesus Cristo depende de um bom equipamento para a batalha.

O pr. Daniel recebe, sem dvida alguma, uma das mais belas revelaes da parte de Deus. Para escrever o que ele escreveu tem de se tratar de algum que anda muito prximo de Deus. Enfrentar o que o autor enfrentou e permanecer de p, s para algum que nunca teve dvidas da razo de ser chamado para o ministrio de Jesus Cristo. Louvo a Deus por sua famlia: Adelma (esposa), caro e Bethnia (filhos), pois, para viver em um lugar infestado por espritos malignos e preservar sua vida sem mancha, preciso ter uma esposa santa e filhos consagrados a Deus. Sou testemunha e posso provar a paixo que essa famlia tem por Deus. Que Deus o abenoe. Boa leitura!Rev. Acio Pinto Duarte Doutor em Ministrio Pastoral pelo Seminrio Hagai, vice-presidente da Conveno Batista Fluminense e presidente da Ordem dos Pastores Batistas Fluminenses. Diretor da Faculdade de Estudos Teolgicos Macaense e pastor da Quarta Igreja Batista de Maca RJ.

IntroduoGostaria, antes de tudo, de fazer minha apresentao. Sou pastor batista desde 1985, convicto do Pacto das Igrejas Batistas do Brasil e da Declarao Doutrinria da Conveno Batista Brasileira. meu desejo compartilhar neste livro a viso que recebi do Esprito Santo no somente durante importantes momentos de meu pastorado, mas, igualmente, de minha vida como cristo atuante em uma igreja batista. Relutei, a princpio, em realizar esta empreitada. Os relatos que aqui apresento so experincias pessoais e, como tais, provavelmente motivo de discordncia, concordncia, dvida ou debate por parte de alguns ministros, telogos, filsofos, cientistas, assim como de outros estudiosos, os mais diversos, do assunto que abordo. Todavia, fui levado a faz-lo por inspirao de Deus e pelo incentivo pessoal de um primo, pastor batista tambm, que, em visita a nossa cidade, aps ouvir relatos que lhe fiz de algumas de minhas vivncias, sugeriu-me coloc-los em forma de narrativa escrita, porquanto, entendia ele, poderia vir a ser de utilidade para a edificao da Igreja e de seus membros individualmente. Chamou-me ele a ateno, ainda, para fatos que haviam ocorrido, peculiares ao local onde eu estava atuando como ministro do evangelho. Revelava-se nesses fatos uma estratgia definida, de que faziam parte, sem dvida, seres espirituais, que estariam exercendo dominao naquele bairro. Nascido e criado em famlia propensa abertura a constantes ataques de Satans e seus demnios, cresci vendo minha av, que morava conosco, sendo constantemente possuda por uma entidade que se autodenominava "Criana"; mas uma "criana" muito m, que nos ameaava se no fizssemos o que exigia. Dias, meses, anos se passaram em que tivemos de aprender duramente a conviver com aquela situao, aparentemente semelhante a uma brincadeira da infncia, em que tnhamos de fazer o que "o mestre mandava", e, se no cumprssemos a ordem, seriamos punidos realizando uma tarefa. Todavia, a entidade que dominava minha av no nos obrigava a simplesmente realizar uma tarefa, mas, sim, ameaava, constante e seriamente, as nossas vidas. Cinco crianas frgeis, pois so quatro os irmos que tenho, eram assim mantidas cativas e oprimidas por tal demnio. Creio que essa verdade se repete, dia aps dia, em muitos lares, pelo mundo, atingindo pessoas to indefesas quanto ramos eu e meus

irmos diante daquela situao. E o que fazer para que esse sofrimento e essa opresso sejam dissipados? Assisti, no faz muito tempo, a um filme intitulado Possudos, uma fico, em que o ator Denzel Washington interpreta um detetive que tenta desvendar uma trama, cujos agentes no so detectveis, fazendo parte, portanto, do mundo espiritual. No quero me ater propriamente ao enredo do filme, mas maneira em que determinado ser migrava, com facilidade e tranqilidade, pelos corpos das pessoas e dos animais. Pense bem o leitor se isso no justamente uma condio imposta por Satans na vida de milhares e milhares de pessoas pelo mundo. O detetive pensava poder liquidar o demnio, no filme. Contudo, o que ele no sabia que os demnios no morrem; eles tm vida por toda a eternidade, enquanto assim for da vontade de Deus. De fato, eles no podem, fisicamente, morrer mas podem ser perfeitamente expulsos, afastados e neutralizados, em nome do Senhor Jesus Cristo! Por que o ttulo deste livro, Infestao?. Infestao, aqui, refere-se presena de seres belicosos, dotados de armas espirituais, que, durante meu ministrio, travaram uma grande batalha, na "ilha Dominao". Este, o nome fictcio que dei ao bairro onde ento exercia o meu pastorado. Procuro, nos relatos que se seguem, manter protegida, sob nomes fictcios, a identidade das pessoas que participaram de tais momentos de submisso ao poder daquelas entidades e livramento delas, por ser meu desejo manter a integridade e idoneidade de todos. Devemos conhecer nosso inimigo, pois estamos em uma batalha espiritual. Para tanto, precisamos do esprito de sentenas, assim, estabelecidas pelo prprio "autor" dos crimes. Isso no parece uma incoerncia? Aquele que pratica o mesmo que julga o crime praticado pelo prprio punho. Temos, pois, de rogar ao Senhor da seara que mande obreiros revestidos e, conseqentemente, comandados pelo Esprito Santo, para que possam investigar e resolver, com a melhor tica espiritual, tais acontecimentos caractersticos do mundo espiritual. Ainda est em tempo de o leitor, se preferir, parar de ler este livro, pois ele poder quebrar todos os preconceitos que ainda o mantm dentro de um mundo de incredulidade quanto a grandes e graves acontecimentos do mundo espiritual. A Bblia , e ser aqui, nosso Manual de Regra e F, e, portanto, as experincias que vivenciei estaro sendo respaldadas, atravs de todo o texto deste livro, pela Palavra de Deus.

1 Vivendo no Meio da InfestaoO SENHOR disse a Moiss: Estenda a mo para o cu, e trevas cobriro o Egito, trevas tais que podero ser apalpadas. Moiss estendeu a mo para o cu, e por trs dias houve apenas densas trevas em todo o Egito. Ningum pde ver ningum, nem sair do seu lugar durante trs dias. Todavia, todos os israelitas tinham luz nos locais em que habitavam-xodo 10.21-23

Os ares daquele bairro eram to densos que quase dava para cortar com uma faca, mas uma faca muito bem afiada do contrrio, corria-se o risco de no conseguir cort-los to facilmente. Esta seria, na verdade, a descrio mais exata do ambiente que compunha aquele local. Muita gente entrava e saa dali sem se dar conta do que estava acontecendo nas regies celestes ali representadas. E, no entanto, no era preciso ser um especialista para notar que existia algo de diferente no ar, quando se cruzava o limite daquele bairro. o cu era azul, mas no havia como contemplar a beleza do firmamento o ar como que sufocava e deprimia. E isso no se devia ao fato de ser um local de pessoas de baixa renda, mas, sim, de um lugar sob o jugo de foras csmicas. As brigas eram constantes e em demasia, sem contar os assassinatos, que periodicamente aconteciam, sem que isso causasse desespero ou estranheza aos moradores. No h necessidade de definir como era a moralidade dos seus habitantes, nem falar do vasto uso de drogas, que ali imperavam, garantindo a manuteno de um verdadeiro reino, independentemente de quem fosse o rei. Era essa, sem dvida, a realidade que me esperava quando ali cheguei para pastorear uma igreja. Uma igreja cujos membros no tinham conhecimento do inimigo e, conseqentemente, das artimanhas por ele estabelecidas. J no primeiro momento, convidei um grupo da igreja, com a qual trabalhara no perodo do seminrio, para realizarmos uma evangelizao de impacto. Qual no foi minha surpresa quando uma das "ovelhas", no momento em que orvamos para sair batalha, apresentou-se possuda de um esprito, que no era o do Deus que habita em ns, o Esprito Santo. Durante alguns minutos, pudemos resistir quela entidade e proclamar a libertao que h em Cristo Jesus. Contudo, o que me

chamou a ateno foi o fato de no poucos membros terem afirmado que a experincia no passava de um ataque de histeria, que j se tornara constante, uma rotina, na vida daquela senhora... Se um membro da igreja desconhece realmente do que se trata, j uma situao delicada para o pastor; mas como definir a dimenso e implicao dessa questo se, porventura, a igreja toda, praticamente, no acredita na existncia e manifestao de agentes csmicos do mal? Desde cedo, percebi que teria dois problemas: lutar contra inimigos no contados e abrir, pela orientao do Esprito Santo, a viso daquela igreja quanto existncia dos seres que proliferavam na vida dos que residiam naquele bairro. Pastor, no dia em que eu acreditar nessas representaes, quero que o Senhor Deus me tire deste mundo. Pois eu sou batista!... Essas palavras foram proferidas por um dos diconos, que no cria na manifestao, talvez nem mesmo na existncia de Satans e de seus anjos. No estvamos, porm, de modo algum, diante de um desvio doutrinrio, mas, sim, de um fato espiritual, cujo agente principal era o Prncipe das Trevas, Satans. Havia uma deciso a se tomar: ou fechar os olhos, ou encarar a situao. O que fazer? Como soldado de Cristo e consciente da minha funo, optei pela segunda, sem romper com a minha denominao e igreja local, mas, sim, sendo um batista por convico e, ao mesmo tempo, servo por submisso. A partir da, j sabia o que fazer: resistir ao Diabo, pois ele tinha de bater em retirada diante do poder de Cristo Jesus. No foi essa minha primeira experincia com as hostes da maldade, pois minha infncia foi marcada por um misticismo muito grande. Lembro-me das idas a um centro esprita e a um centro de macumba. Neste ltimo, algumas coisas me chamaram a ateno e me intrigaram. Creio que toda criana normal dotada de um senso emprico de curiosidade e investigao, pois, para a criana, todos os acontecimentos carecem de uma explicao plausvel. Era uma sexta-feira, e quando l chegamos j havia um grupo muito grande de pessoas espera da consulta com "exu caveira", este o nome designado para aquela entidade do mal. Enquanto aguardvamos, eu corria, como criana, de um lado para o outro. Foi quando, de repente, houve um silncio sepulcral: estava chegando o pai-de-santo que receberia a entidade a que consultariam as pessoas presentes. A incorporao aconteceu diante dos meus olhos, e foi ento que ele entrou em um quarto, cuja escurido dominava. Mas era uma escurido diferente, pois o natural seria que a luz mais forte penetrasse o cmodo cuja luz era menos intensa; como ali no havia luz, era de esperar que a luz do terreiro invadisse aquele quarto, contudo no

foi isso o que aconteceu. Durante todo aquele "trabalho", observei que em nenhum momento a luz penetrara o recinto onde se encontrava a entidade. Fiquei cismado, pensando comigo mesmo sobre o porqu daquilo. Meus questionamentos eram muitos, e todos sem uma resposta convincente. Embora essa prtica de ir ao terreiro de macumba no fosse comum, era o bastante para trazer ainda mais a runa para o nosso lar. No havia paz, amor, unidade diante de situaes terrveis como a de tentativa de assassinato de minha me por parte do meu pai. E me perguntava, porm, como poderia ser isso se tudo o que a entidade pedia era feito! O tempo passou e, com ele, o envolvimento de alguns dos meus irmos com o "baixo espiritismo". Meu irmo de idade imediata acima da minha, sendo eu o caula de cinco filhos, passara no concurso para a Polcia Militar. Como eu, ele sempre teve problemas com as impresses digitais. Precisava superar esse problema para ser em definitivo incorporado ao batalho da PM, mas todas as vezes que tentara no obtivera xito. Foi quando, mais uma vez, decidiu recorrer macumba. Em um dos mais conceituados terreiros da Baixada Fluminense, procurou algum meio de ver seu problema solucionado. L, mandaramno mergulhar as mos em um pote cheio de sangue de animais sacrificados, pois, afirmavam, a partir daquele momento as suas digitais apareceriam, e ele seria, ento, contratado. Lembro-me que a nica coisa que ele recebeu foi um cheiro de carnia, que o acompanhou por semanas a fio, mas a prometida soluo no aconteceu. Pude perceber, ento, que Satans d pouco ou nada e cobra muito; promete o que no pode cumprir. Esse insucesso, alis, deveria abrir os olhos de meu irmo, mas no foi isso o que aconteceu... Naquele bairro onde eu estava agora exercendo o meu ministrio, pude ento entender o porqu de tantas coisas acontecerem comigo e de como Deus me livrara de cada uma delas. Ento, o que deveria fazer? Nada! Pois muito cedo entendi que somos apenas instrumentos nas mos de Deus, barro nas mos do Oleiro, ovelhas aguardando o comando do Pastor. Escolhi, portanto, depender das estratgias de Deus para aquele local. E qual era a estratgia de Deus? A mesma de sempre: fazer o nome de Seu Filho crido e exaltado. Pude, ento, entender que a minha infncia e adolescncia tinham sido um estgio para o ministrio que o Senhor me reservara para aquela localidade. Existiam, de fato, seres csmicos do mal aprisionando e oprimindo as pessoas que ali residiam, e o Senhor Deus me escolhera, justamente, para exercer o ministrio de libertao dos cansados, oprimidos e cativos do mal.

2 Desmistificando o Senhor das TrevasOs mitos exteriorizam os contedos do inconsciente coletivo. Nossa tarefa, entretanto, a de apresentar Satans no como um mito, mas como um ser pessoal, que tem como grande objetivo levar o homem a supervaloriz-lo ou pregar a sua no-existncia. Satans no um ser criado por um grupo de religiosos que no tinha o que fazer. Ele de fato existe e deve ser conhecido, para que saibamos como sua forma de atuao e tentativa de impedir que o homem cumpra a misso para a qual foi criado: glorificar Jesus Cristo como Senhor e Rei do Universo!

Natureza e Manifestaes dos Espritos no Antigo e Novo TestamentosA Bblia nos mostra que o mal no surgiu por acaso. O surgimento do mal no est relacionado a nenhuma lei da fatalidade, porquanto tudo o que existe obra das mos de Deus e tende para a exaltao desse mesmo Deus eterno. Joo, o "discpulo amado", em sua primeira epstola, nos fala de um ser espiritual que, juntamente com outros seres espirituais, se rebelou e escolheu o caminho do mal e da oposio a Deus. "Aquele que pratica o pecado do Diabo, porque o Diabo vem pecando desde o princpio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo" (1 Jo 3.8). Afirma J. I. Packer: A Bblia [...] claramente tenciona que creiamos na existncia de um diabo e de uma hoste de seguidores satnicos, dotados de uma maldade simplesmente inimaginvel mais cruis, mais maliciosos, mais orgulhosos, mais zombadores, mais pervertidos, mais destrutivos, mais repugnantes, mais imundos, mais desprezveis do que qualquer coisa que a mente humana possa conceber.1 A referncia sobre a queda e a existncia de Satans e os demnios que com ele atuam, no entanto, bastante obscura, ou quase no existe no Antigo Testamento. Quando abordada a queda de Lcifer, ao1

PACKER. J. I. Vocbulos de Deus. So Paulo: Fiel, 1994, p. 79-80.

captulo 14 de Isaas que temos de recorrer para dali inferirmos, pois o texto no fala diretamente a respeito de Lcifer, mas sobre a soberba dos reis da Babilnia e de Tiro, sugerindo, mas no afirmando, a razo por que Lcifer teria cado. Do mesmo modo, sua queda dada a entender em Ezequiel: voc era o modelo da perfeio, cheio de sabedoria e de perfeita beleza. Voc estava no den, no jardim de Deus [...]. Voc foi ungido como um querubim guardio, pois para isso eu o designei. Voc estava no monte Santo de Deus [...]. Voc era inculpvel em seus caminhos desde o dia em que foi criado at que se achou maldade em voc (Ez 28.12-15). A soberba e a inveja apresentadas nessas palavras resumem duas das possveis causas e conseqncias da queda de Lcifer. Satans um anjo, um dos filhos de Deus. "Certo dia os anjos vieram apresentar-se ao SENHOR, e Satans tambm veio como eles [...]. Num outro dia os anjos vieram apresentar-se ao SENHOR, e Satans tambm veio com eles para apresentar-se" (J 1.6; 2.1). Mas o que o difere dos demais anjos que ele um anjo cado, o principal dos anjos que caram ou pecaram: "Pois Deus no poupou os anjos que pecaram, mas os lanou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juzo" (2 Pe 2.4). Em conseqncia de seu ato pecaminoso, perdeu o estado original, sendo banido do local de sua morada, as manses celestiais: "E, quanto aos anjos que no conservaram suas posies de autoridade, mas abandonaram sua prpria morada, ele os tem guardado em trevas, presos com correntes eternas para o juzo do grande Dia" (Jd 6). Tendo sido a inveja a Deus, como se presume, uma das causas de sua queda, Lcifer no poderia deixar de assumir nada menos que a condio de prncipe das potestades do ar: "Vocs estavam mortos em suas transgresses e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o prncipe do poder do ar, o esprito que agora est atuando nos que vivem na desobedincia" (Ef 2.1,2). Ele tem, assim, o comando das foras espirituais do mal, nas regies celestiais, a que se refere Paulo: "Pois a nossa luta no contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as foras espirituais do mal nas regies celestiais" (Ef 6.12). Todavia, Satans ainda capaz de se transfigurar naquele tipo de anjo que um dia foi: "Isto no de admirar, pois o prprio Satans se disfara de anjo de luz" (2 Co 11.14) , e isso, evidentemente, com o objetivo de enganar e seduzir o homem. Na Palavra de Deus, nosso inimigo comparado, no raro, a diversos tipos de animais, tais como, pela sua ferocidade para com o homem, o leo. Adverte 1 Pedro 5.8: "Estejam alertas e vigiem. O Diabo,

o inimigo de vocs, anda ao redor como leo, rugindo e procurando a quem possa devorar". Paulo, por sua vez, nos lembra, citando o salmista, que somos entregues diariamente morte: "Como est escrito: Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro" (Rm 8.36). O comentarista bblico dr. Russel Shedd afirma: "O contexto histrico, no qual os primeiros leitores de 1 Pedro se encontravam, sugere a perseguio promovida pelo Diabo. Ele se aproveita do pavor da morte e das torturas para pressionar os seguidores do 'Leo de Jud' (Ap 5.5), fazendo-os desistir".2 Contudo, o animal com que o Diabo mais marcantemente representado na Bblia a serpente, por causa de sua astcia, induzindo o homem, constante e sutilmente, a uma vida de rebelio para com Deus: "Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor tinha feito..." (Gn 3.1). "E sair para enganar as naes que esto nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu nmero como a areia do mar" (Ap 20.8). Tambm representado por outro animal, este mitolgico, apresentado na Palavra como forma diversa da mesma serpente o drago , por causa do seu flamejante dio para com Deus e Sua criao: "Ele prendeu o drago, a antiga serpente, que o Diabo, Satans, e o acorrentou por mil anos" (Ap 20.2). Por outro lado, a cor vermelha com que o Diabo costuma ser representado quer, provavelmente, significar sua natureza assassina: "Vocs pertencem ao pai de vocs, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princpio e no se apegou verdade, pois no h verdade nele. Quando mente, fala a sua prpria lngua, pois mentiroso e pai da mentira" (Jo 8.44). Pelo fato de Satans odiar a Deus, somos tambm por ele odiados, porquanto somos criaturas de um Deus que amor. Joo, no livro de Apocalipse 12.4, narra: "Sua cauda arrastou consigo um tero das estrelas do cu, lanando-as na terra. O drago colocou-se diante da mulher que estava para dar luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse". Ao falar de "um tero das estrelas do cu", que foi arrastado pela cauda do drago, ou Satans, pode estar se referindo o Apocalipse a uma hierarquia de foras inteligentes, desencarnadas, que Paulo denomina "principados" (archai), "potestades" (exousiai), poder (dunatnis), "domnio" (kuriotes) "muito acima de todo governo e autoridade, poder e domnio, e de todo nome que se possa mencionar, no apenas nesta era, mas tambm na que h de vir" (Ef 1.21); "dominadores deste mundo de trevas" (kosmokratoras) e "foras espirituais do mal" (pneumatika tes poneriass" (Ef 6.12).

2

SHEDD, Russel. O mundo, a carne e o Diabo. So Paulo: Edies Vida Nova, 1991, p. 90.

H, enfim, espritos malignos soltos, submissos s ordens do maioral, Satans. Esses seres infestam lugares e coisas com o propsito de promover discrdias, guerras, mortes, etc. por onde passam. Paulo procura ento, por meio desse texto, demonstrar que h uma unidade e propsitos preestabelecidos nesse reino das trevas. Lembremo-nos de que Jesus afirma que o reino dividido entre si no subsiste. Mas o reino de Satans subsiste. E por que subsiste? Justamente por existir unidade nos intentos malficos. Quando os competidores de qualquer esporte vo se enfrentar, a primeira providncia a tomar conhecer o adversrio e a forma como ele atua. So horas e horas despendidas para saber quais foram as estratgias usadas pelo adversrio em diferentes confrontos. No termina a, pois o tcnico estabelecer como vencer o adversrio, procurando corrigir os pontos fracos de sua equipe e aperfeioar aqueles que so considerados fortes. O conhecimento total do nosso adversrio, de acordo com os princpios bblicos, igualmente de vital importncia, se desejamos ser vitoriosos no campo de batalha. Paulo v tanta necessidade em se conhecer o inimigo que, por conhec-lo, apresenta uma armadura para esse confronto eterno: "Finalmente, fortaleam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo" (Ef 6.10,11). Sem essa armadura, j sairemos com deficincia para o campo de batalha, e a vitria na esfera espiritual estar comprometida.

O Estudo da Morte e a Doutrina de SatansSe uma pessoa ou uma coletividade vive somente para o aqui e agora, todo o seu entendimento da vida aps a morte estar seriamente comprometido. A idia que o povo de Israel tinha a respeito da morte estabeleceu um ensinamento equivocado, gerando uma teologia fraca e descontextualizada da verdade sobre o reino das trevas e suas implicaes na vida do homem. O judeu, o homem do Antigo Testamento, no vivia tanto em funo da morte, mas, sim, em sua permanncia aqui na Terra. As bnos de Deus eram medidas, por ele, com base nos anos vividos (e bem vividos) na carne. Da, considerar a morte como um mal, em oposio vida, para ele sinnimo de bem: "Vejam que hoje ponho diante de vocs vida e prosperidade, ou morte e destruio" (Dt 30.15). A morte era considerada, sobretudo, uma grande amargura de esprito que atingia todo ser humano, independentemente de sua classe social, raa ou instruo: "Ento Samuel disse: Traga-me Agague, o rei

dos amalequitas. Agague veio confiante, pensando: Com certeza j passou a amargura da morte" (1 Sm 15.32); era considerada um terror: "O meu corao est acelerado; os pavores da morte me assaltam (Sl 55.4). Esta viso ofuscou o conhecimento da vida aps a morte e, conseqentemente, a noo da existncia do inferno, de Satans e seus aliados. Conforme afirma J. I. Packer: No h muito no Antigo Testamento acerca do Diabo, embora sempre aparea ali como o adversrio do povo de Deus, procurando exclu-los do favor divino, ou por conduzilos a atitudes e aes irreligiosas (desobedincia, Gn 3; presuno, 1 Cr 21.1; blasfmia e desespero, J 1.6 - 2.10), ou por caluni-los diante de Deus (J 1.9ss; 2.3ss; Zc 3.1,2; cf. a descrio de Satans como "o acusador de nossos irmos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus" (Ap 12.10).3 No Antigo Testamento, bem verdade, encontramos os patriarcas e profetas procurando evitar a realidade da morte, crendo no sheol,onde, muito embora Deus, Jav, o Todo-Poderoso, no estivesse ausente "Se eu subir aos cus, l ests; se eu fizer a minha cama na sepultura, tambm l ests" (Sl 139.8) , no poderiam desfrutar, no entanto, da comunho doce e ntima com o Senhor tal como haviam desfrutado na Terra: "Acaso mostras as tuas maravilhas aos mortos? Acaso os mortos se levantam e te louvam? Ser que o teu amor anunciado no tmulo, e a tua fidelidade, no Abismo da Morte [sheol]! Acaso so conhecidas as tuas maravilhas na regio das trevas, e os teus feitos de justia, na terra do esquecimento?" (Sl 88.10,12); "Os mortos no louvam o SENHOR, tampouco nenhum dos que descem ao silncio" (Sl 115.17); "Pois os vivos sabem que morrero, mas os mortos nada sabem; para eles no haver mais recompensa, e j no se tem lembrana deles [...]. O que as suas mos tiverem que fazer, que o faam com toda a sua fora, pois na sepultura, para onde voc vai, no h atividade nem planejamento, no h conhecimento nem sabedoria"(Ec 9.5,10); "Pois a sepultura no pode louvar-te, a morte no pode cantar o teu louvor. Aqueles que descem cova no podem esperar pela tua fidelidade" (Is 38.18). O termo sheol tambm chamado abadom ("perecendo"), ou hadal ("cessao"). traduzido literalmente como "ser oco"; portanto, aqueles que para l fossem se tornariam refaim "sombras". Ficariam entorpecidos, silenciosos. Para o judeu, o sheol lugar de esquecimento:3

PACKER, J. I., Vocbulos de Deus, p. 80.

"Acaso so conhecidas as tuas maravilhas na regio das trevas, e os teus feitos de justia na terra do esquecimento?" (Sl 88.12) e no de conscincia plena , ao contrrio do que lemos na parbola de Lucas 16.19-31, em que Jesus d nfase ao desespero que envolve a vida do rico no Hades. Dela, podemos concluir que no inferno o pecador se lembrar de todas as oportunidades que teve quando um cristo lhe falou do grande amor de Deus, mediante Cristo Jesus: "No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima e viu Abrao de longe, com Lzaro ao seu lado" (v. 23). Viver por toda a eternidade se culpando por no ter acreditado na existncia do inferno poder ser o grande drama do indivduo que estar vivendo nesse lugar de sofrimento e conscincia plenos: "Mas Abrao respondeu: 'Filho, lembre-se de que durante a sua vida voc recebeu coisas boas, enquanto que Lzaro recebeu coisas ms. Agora, porm, ele est sendo consolado aqui e voc est em sofrimento'" (v. 25).

Onde Moram os Demnios?Encontramos no Antigo Testamento a crena de que os demnios habitavam os lugares desrticos e se limitavam a estes. Observe-se que a idia bsica do homem judeu, antes do advento de Cristo Jesus, era a de que os demnios seriam seres ticos, que respeitavam os limites das cidades. Prova disso est no uso do bode expiatrio, que servia como objeto de "descarrego" dos pecados. Para onde era enviado aquele bode? Ento colocar as duas mos sobre a cabea do bode vivo e confessar todas as iniqidades e rebelies dos israelitas, todos os seus pecados, e os por sobre a cabea do bode. Em seguida enviar o bode para o deserto aos cuidados de um homem designado para isso. O bode levar consigo todas as iniqidades deles para um lugar solitrio. E o homem soltar o bode no deserto (Lv 16.21,22). Sim, para o deserto, pois era para ali, para "o reino dos demnios", que ele deveria levar os pecados, no ritual da expiao. Jesus tambm nos diz que, quando um esprito imundo ou demnio sai de um homem, passa por lugares desrticos procurando descanso e, no o encontrando, ao voltar, encontra a "casa" varrida e em ordem; ento vai buscar e traz consigo outros sete demnios piores, que entram e passam a viver no homem, cujo "estado final torna-se pior do que o primeiro" (Lc 11.24-26). Jesus valeu-se evidentemente da idia do deserto com o intuito nico de levar Seus ouvintes a entenderem Seu ensinamento com base em uma crena ento reinante. O que nos deve chamar mais a ateno aqui, no entanto, o fato de que no Antigo Testamento a obra e a pessoa de Satans no so

abordadas de forma clara e especfica, ficando este ser como que camuflado em suas aes sempre malvolas. Raciocinavam os judeus, provavelmente, que, j que os demnios no moravam nem entravam nas cidades, quem residisse nas cidades no seria alvo das investidas do Diabo nem desses demais seres to perniciosos. Muito embora no nos seja possvel visualizar Satans e os demnios em sua forma natural, pois que so espritos, vivemos rodeados por essas criaturas. Como j mencionamos, "Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocs, anda ao redor como um leo, rugindo e procurando a quem possa devorar" (1 Pe 5.8). Voc deseja conhecer Satans? Tenho certeza de que, antes mesmo de analisar esta pergunta, responder com um "no". No entanto, s existe uma maneira de se "desconhecer" Satans e toda a sua horda: viver uma vida desleixada; pois aquele que se dedicar a uma vida de orao, santificao, leitura da Palavra, evangelizao, est escrito, padecer perseguies: "De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus sero perseguidos" (2 Tm 3.12). A palavra grega kosmokratoras era usada pelos antigos na astrologia para os planetas que, segundo se pensava, controlavam o destino da humanidade. Encontra-se em hinos rficos em homenagem a Zeus,4 nos escritos rabnicos para Nabucodonosor e outros monarcas pagos e em vrias inscries antigas para o imperador romano. Todos esses usos exemplificam a noo de um domnio de alcance mundial. Gostaria, ento, de pensar com voc sobre onde seria a morada dos espritos. Pedro declara, a respeito dos anjos que pecaram, terem sido lanados no inferno (tartarosas, uma priso): "Pois Deus no poupou os anjos que pecaram, mas os lanou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juzo" (2 Pe 2.4) talvez o mesmo local definido por Joo, no Apocalipse, como "Abismo": "... vi uma estrela que havia cado do cu sobre a terra. A estrela foi dada a chave do poo do Abismo. Quando ela abriu o Abismo, subiu dele fumaa como a de uma gigantesca fornalha. O sol e o cu escureceram com a fumaa que saa do Abismo" (Ap 9.1,2). Ali, segundo a mesma narrativa, encontram-se alguns demnios, que sero libertos ao toque da quinta trombeta, no final dos tempos. Contudo, onde se encontram os demais demnios? Nas chamadas "regies celestiais". Pois, como diz Paulo, "a nossa luta [] contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as foras espirituais do mal nas regies celestiais" (Ef 6.12). PauloZeus deus supremo na mitologia grega. Para os gregos, o mundo e os seres humanos eram sustentados e governados por muitos deuses, os quais estavam, todos, submetidos a esse ser predominante, que habitava o monte Olimpo, na Grcia, juntamente com os demais deuses.4

nos apresenta um grupamento de seres extremamente ferozes, maldosos e poderosos, que nos tentam impedir de nos apossarmos das nossas bnos. O cristo precisa entender que, mediante a orao, ele pode se apossar de bnos espirituais j liberadas pelo nosso bondoso Deus: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abenoou com todas as bnos espirituais nas regies celestiais em Cristo" (Ef 1.3). O termo "orao" geralmente considerado como significando petio. Apesar de essa no ser propriamente uma definio errada, , no entanto, bastante limitada. A orao essencialmente uma adorao e uma comunho dos fiis com Deus. Uma das condies da orao vitoriosa que precisamos nos aproximar de Deus com corao sincero: "Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um corao sincero e com plena convico de f, tendo os coraes aspergidos para nos purificar de uma conscincia culpada, e tendo os nossos corpos lavados com gua pura" (Hb 10.22). Trata-se de uma relao em que os adoradores reconhecem humildemente sua total dependncia do Criador e Sustentador do Universo. A orao no tem outra finalidade seno a de o prprio Deus ser honrado. Deus requer de nossa parte que reconheamos que Ele , de fato, o Altssimo, o Sublime, que habita a eternidade, e no que sejamos arrogantes e rebeldes, conforme Ele mesmo diz, a respeito do ser humano pecador, pela boca do profeta: "Por causa da sua cobia perversa fiquei indignado e o feri; fiquei irado e escondi o meu rosto. Mas ele continuou extraviado, seguindo os caminhos que escolheu" (Is 57.17). Deus requer, enfim, que reconheamos o Seu domnio universal. Ora, uma vez que Deus a fonte ou a origem de toda bno espiritual de que desfrutamos, tudo far Satans para nos separar da nossa nica Fonte de bnos, induzindo- nos ao mal. Em Efsios 1, Paulo afirma que Deus nos tem abenoado "com todas as bnos espirituais nas regies celestiais em Cristo" (v. 3); que nos escolheu nEle "antes da criao do mundo, para sermos santos e irrepreensveis em sua presena" (v. 4); e que nos predestinou em amor "para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propsito da sua vontade" (v. 5), "para o louvor da sua gloriosa graa, a qual nos deu gratuitamente no Amado" (v. 6), e o propsito de combatermos o bom combate, ou seja, lutarmos contra as obras do inimigo no, como diz Paulo, contra seres humanos, mas, sim, contra os principados e potestades que operam nas regies celestiais (Ef 6.12).

Ao nos apossarmos das nossas bnos, estamos, ao mesmo tempo, decretando a derrota das aes malvolas de Satans. Nossas plidas intercesses, todavia, parecem mais reflexos paradoxais das lutas e batalhas espirituais de Epafras e de Paulo (Cl 2.2; 4.12). O termo grego traduzido por "luta", "conflito", o mesmo que deu origem palavra "agonizar". Ele usado no Novo Testamento para descrever algum que trabalha duramente at a exausto (Cl 1.29), ou que compete, no esporte, por um prmio valioso (1 Co 9.25), assim como o guerreiro que trava "o bom combate", lutando por sua vida (1 Tm 6.12), ou aquele que combate para livrar seu maior amigo da morte ou de um perigo (Jo 18.36). Destas e outras consideraes, torna-se claro que a verdadeira orao um exerccio cansativo, extenuante, que exige de ns, portanto, a maior dedicao e a mais rigorosa concentrao e disciplina mental.

Infestao no UniversoNos objetos, nos animais, nas casas, etc.

Quando falamos de infestao, queremos dizer que os demnios, num sentido mais amplo, esto em toda parte. Isso no significa, no entanto, que os demnios so onipresentes: eles esto em todos os lugares por causa do seu grande nmero. Mas, num sentido mais limitado, referimo-nos, neste livro, a lugares e situaes peculiares que se tornaram o foco de uma investida mais incisiva e palco de atuao mais especfica desses seres espirituais. Parece que h lugares ou ambientes especficos onde os demnios tm alguma predileo em freqentar e atuar. Isso, certamente, pela maior influncia que podero exercer. H os que habitam cemitrios, cmaras municipais, assemblias legislativas, tribunais, rgos executivos dos governos, penitencirias, fbricas, parques, casas, pessoas e, pasme, at igrejas! No h lugar que esteja isento da sua atuao. Alguns cristos, que no querem se comprometer com as verdades espirituais, negam a possibilidade de os demnios com parecerem aos cultos com a finalidade de impedir que as pessoas creiam no poder transformador de Cristo Jesus. O prprio Jesus, no entanto, afirma que, seja no culto, seja em qualquer lugar ou momento em que o evangelho esteja sendo pregado, o inimigo capaz de retirar a mensagem do corao do homem: "Quando algum ouve a mensagem do Reino e no a entende, o Maligno vem e lhe arranca o que foi semeado em seu corao. Este o que foi semeado beira do caminho" Neuza Itioka analisa essa situao dando-nos algumas sugestes:

No meio do povo animista existe uma forte crena de que certos espritos se assenhoreiam de determinadas pores da terra; s vezes, de um territrio, ou de uma casa, ou de uma propriedade, e fazem deles o seu lugar de habitao. curioso notar que "o gadareno" escolheu viver em tmulos (Mc 5.2,3). Devemos observar que ainda hoje muitas das feitiarias e trabalhos assim chamados espirituais exigem que um dos seus elementos seja terra de tmulos e de cemitrios. Parece de fato existir lugares onde os demnios preferem repousar ou morar.5 Lembro-me de que, certa vez, compramos um carro, de uma pessoa da qual somente mais tarde viemos a conhecer o envolvimento com demnios. Aparentemente, era um carro muito bem conservado, mas escondia alguma coisa muito estranha. Todas as vezes que saamos nele, as situaes mais inusitadas aconteciam comigo e minha famlia. Era como se houvesse uma atrao para que estivssemos indo rumo a brigas com outras pessoas (que, pela graa de Deus, nunca aconteceram), ou perigo de morte nas estradas, sem contar o aperto que eu sentia: era como se eu estivesse dividindo aquele carro com milhares de pessoas. Muito embora esses acontecimentos se repetissem, meus olhos estavam como que vendados para o que de fato poderia estar ocorrendo. Em um dos retiros de esposas de pastores, houve uma proposta para que os familiares fossem l buscar a "rainha do lar". Pois bem, aps o culto de domingo pela manh, coloquei as crianas no carro e parti em direo ao local especificado. A viagem transcorria bem, at o momento em que fiquei diante de uma situao aterradora. Considero-me um motorista muito previdente e, quando estava realizando uma ultrapassagem de um caminho, o motorista deste, no diria de propsito, mas orientado por um demnio, me impediu que o ultrapassasse; quanto mais eu acelerava, mais ele tambm o fazia. Quando tentei diminuir a velocidade e voltar mo certa, j havia um carro colado no caminho. Para que aquele momento ficasse ainda mais tenebroso, vinham muitos carros em sentido contrrio. Clamei pela misericrdia do Senhor, me coloquei no acostamento na contramo, e fui cambiando e desacelerando. Quando a pista estava livre, conduzi o veculo at o acostamento da minha mo. Ento, declarei a libertao daquele veculo! Na autoridade do Senhor, fiz uma orao de guerra e, a partir da, nunca mais vivenciei aquelas situaes e sentimentos!

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ITIOKA, Neuza. Os deuses da umbanda: o baixo espiritismo, implicaes teolgicas e pastorais. So Paulo: ABU, 1988, p. 98-9.

Somente tempos depois, fiquei sabendo da implicao daquela famlia que me vendera o carro com uma vida de domnio de demnios. Podemos concluir, portanto, que qualquer lugar que no seja o cu, morada de Deus, local com a possibilidade de que haja uma infestao.Na mente do homem

Viver piamente, em Cristo e para Cristo, requer que voc aceite a nova direo que Ele deseja dar aos seus pensamentos. Ele ir orient-los para que os seus pensamentos O agradem, e no a voc mesmo. Foi esta a concluso que Paulo chegou e procurou compartilhar com os cristos de Roma, Corinto, feso e Colossos: "No se amoldem ao padro deste mundo, mas transformem-se pela renovao da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2); "Destrumos argumentos e toda pretenso que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torn-lo obediente a Cristo" (2 Co 10.5); "Quanto antiga maneira de viver, vocs foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justia e em santidade provenientes da verdade" (Ef 4.22-24); "Portanto, j que vocs ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que so do alto, onde Cristo est assentado direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e no nas coisas terrenas" (Cl 3.1,2). H um motivo pelo qual Jesus nos conclama a dedicarmos todo o nosso pensamento ao Deus que criou todas as coisas: para que estejamos livres de sentimentos tais como: o dio: "Quem odeia seu irmo assassino, e vocs sabem que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo" (1 Jo 3.15); o ressentimento e a amargura: "Livrem-se de toda amargura, indignao e ira, gritaria e calnia, bem como toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo" (Ef 4.31,32); o egosmo: "Nada faam por ambio egosta, ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide no somente dos seus interesses, mas tambm dos interesses dos outros (Fp 2.3,4); o cime e a inveja: "... dio, discrdia, cimes, ira, egosmo, dissenses, faces e inveja [...]. Eu os advirto, como antes j os adverti: aqueles que praticam essas coisas no herdaro o reino de Deus" (Gl 5.20,21);

a ira: "Meus amados irmos, tenham isto em mente: sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem no produz a justia de Deus" (Tg 1.19,20); a ansiedade: "No andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela orao e splicas, e com ao de graas, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardar o corao e a mente de vocs em Cristo Jesus" (Fp 4.6,7); o medo: "No amor no h medo; ao contrrio, o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supe castigo. Aquele que tem medo no est aperfeioado no amor" (1 Jo 4.18); a lascvia: "Vocs ouviram o que foi dito: No adulterars. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desej-la, j cometeu adultrio com ela no seu corao" (Mt 5.27,28); a dvida: "Se algum de vocs tem falta de sabedoria, pea-a a Deus [...]. Pea-a, porm, com f, sem duvidar, pois aquele que duvida semelhante onda do mar, levada e agitada pelo vento. No pense tal pessoa que receber coisa alguma do Senhor, pois tem mente dividida e instvel em tudo o que faz" (Tg 1.5-8); o engano: "Quem odeia disfara as suas intenes com os lbios, mas no corao abriga a falsidade" (Pv 26.24). A renovao de sua mente, conforme nos afirma categoricamente Paulo, o processo pelo qual seus pensamentos e sua vontade iro se tornar mais e mais semelhantes aos de Cristo. Tornar o pensamento e a vontade semelhantes aos de Cristo requer uma vida de sacrifcio, pois constantemente o nosso eu deseja ter primazia em nossas aes dirias: "Portanto, irmos, rogo-lhes pelas misericrdias de Deus que se ofeream em sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus; este o culto racional de vocs" (Rm 12.1). O apelo de Paulo o de que nos ofereamos "em sacrifcio vivo" por ser o nosso Deus o Deus dos vivos. A palavra "portanto" d a entender que o ato de dedicao total uma conseqncia de tudo quanto foi dito antes. A prpria vida, no mais o ritual, , agora, o modo de se expressar o verdadeiro sacrifcio do povo de Deus. A renovao de nossa mente se revela por meio de uma resposta cada vez mais fiel e obediente Palavra de Deus. Esta obedincia s Escrituras Sagradas oferece o desenvolvimento necessrio nossa mente para que se torne semelhante de Cristo. "Mas o alimento slido para os adultos, os quais, pelo exerccio constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal" (Hb 5.14); "Portanto, j que vocs ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que so do alto, onde Cristo est assentado direita de Deus. Mantenham o pensamento nas

coisas do alto, e no nas coisas terrenas" (Cl 3.1,2). Para tanto, torna- se necessrio, quanto Palavra que nos ofertada por Deus, ouvir - "Conseqentemente, a f vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem ouvida mediante a palavra de Cristo" (Rm 1017); ler - "At a minha chegada, dedique-se leitura pblica da Escritura, exortao e ao ensino" (1 Tm 4.13); "Feliz aquele que l as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela est escrito, porque o tempo est prximo" (Ap 1.3); estudar - "Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que no tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade" (2 Tm 2.15); memorizar - "Guardei no corao a tua palavra para no pecar contra ti" (Sl 119.11); meditar - No deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que voc cumpra fielmente tudo que nele est escrito. S ento os seus caminhos prosperaro e voc ser bem-sucedido"(Js 1.8); "Como feliz aquele que [...] sua satisfao est na lei do SENHOR, e nessa lei medita dia e noite" (Sl 1.1,2). Isso nos h de assegurar que a Palavra de Deus habite ricamente em nossa vida, tal como almeja o apstolo: "Habite ricamente em vocs a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cnticos espirituais com gratido a Deus em seu corao" (Cl 3.16). Com a mesma intensidade, voc dever exercitar na prtica a Palavra em todas as reas de sua vida que necessitem de mudana em Cristo. Conseqentemente, seu esprito e sua mente se renovaro semelhana de Cristo Jesus. O homem sem Cristo pensa, acerca das coisas espirituais, somente com a razo; mas as coisas de Deus, na verdade, se discernem espiritualmente: "Quem no tem o Esprito no aceita as coisas que vm do Esprito de Deus, pois lhe so loucura; e no capaz de entend-las, porque elas so discernidas espiritualmente. Mas quem espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por ningum discernido; pois 'quem conheceu a mente do Senhor para que possa instru-lo?' Ns, porm, temos a mente de Cristo" (1 Co 2.14-16). A primeira coisa que Satans fez foi seqestrar a capacidade do homem de pensar por conta prpria (Gn 3). Houve uma induo. Por induo, devemos entender o argumento capaz de levar uma pessoa a pensar como queremos que pense. Por que Satans no pode roubar a mente do cristo? Quando Paulo nos afirma que temos a mente de Cristo, garante-nos que isso s possvel pelo fato de estarmos crucificados com o Senhor: "Fui

crucificado com Cristo. Assim, j no sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela f no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gl 2.20). O salmista diz ao Senhor que guardou Sua palavra no corao, "para no pecar contra ti" (Sl 119.11). O que isso significa? Que o homem espiritual pensa com o corao. Quando lemos acerca de Deus falando a Josu, em Josu 1.8: "No deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que voc cumpra fielmente tudo o que nele est escrito. S ento os seus caminhos prosperaro e voc ser bemsucedido" , verificamos que o SENHOR o aconselhou a guardar a Lei no corao e ainda meditar nela dia e noite. Como o corao simboliza o todo do homem, e o cristo tem o corao, ou seja, seu todo, entregue e submisso a Deus, ele pode vir a ser induzido, como foi Pedro, temporariamente, mas no roubado, como o gadareno. Satans rouba o raciocnio do homem, e o homem no consegue pensar por conta prpria, mas, sim, motivado e induzido por foras (ou seres) que o impulsionam rebeldia para com Deus, o que constitui o prprio pecado. No somente quando um indivduo est possesso que se encontra sob o domnio do ladro; isso acontece todas as vezes que ocorre ausncia de domnio do Esprito Santo. J pude presenciar e ser usado por Deus como interventor em diversas manifestaes demonacas, e todas elas, quando encerradas pelo poder que h no nome de Cristo, demonstraram que aquele que fora dominado no se lembrava do acontecido. E diariamente conversamos com pessoas cuja mente no consegue perceber o seu estado pecaminoso nem lembrar de acontecimentos que as separaram de Deus. Aquilo que diferencia o homem dos animais, ou seja, sua capacidade de pensar, tambm o que o coloca em relacionamento ntimo com Deus. Paulo nos chama a pensar de uma forma que em tudo agrademos a Deus: "Finalmente, irmos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amvel, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas" (Fp 4.8). Estar voc disposto a viver desta maneira?Em toda a alma do homem

Paulo o nosso telogo por excelncia. Isso pelo fato de ter usado amplamente termos em voga em sua poca, emprestando-lhes, mediante a revelao de Deus, um novo significado, e transform-los em verdades perceptveis ao cristianismo. Ele nos fala sobre dicotomia e tricotomia. Do que o homem formado? Corpo (soma) e esprito (pneuma)? Ou corpo (soma), alma (psych) e esprito (pneuma)? Diz ele, em sua primeira carta aos Tessalonicenses 5.23: "Que o prprio Deus da paz os

santifique inteiramente. Que todo o esprito, a alma e o corpo de vocs sejam preservados irrepreensveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo", abordando, assim, a diviso trplice do homem em esprito, alma e corpo. A alma simboliza aquilo que mantm o homem cheio de vida, de vontade e emoo. a base da existncia do homem, conforme escreve Paulo em 1 Corntios 15.44: " semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se h corpo natural, h tambm corpo espiritual". Ele segue, aqui, usando duas expresses tcnicas para descrever e ao mesmo tempo contrastar aquilo que compe o primeiro homem, Ado. Afirma que Ado foi criado soma psychikon corpo natural , mas, com o advento da ressurreio, o "ltimo Ado" seria somapneumatikon corpo espiritual. Sendo a alma a base da existncia humana, podemos deduzir que Jesus, ao afirmar que devemos amar a Deus de toda a nossa alma, quer dizer que a adorao comea aqui e agora. Se o homem no dedicar sua alma celebrao do nome de Jesus, como poder existir nele a fonte que jorra para a vida eterna? A terapia psiquitrica mais eficiente do mundo apropriar-se da promessa de Jesus: "Venham a mim todos os que esto cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" ou seja, a paz (Mt 11.28). O rei Davi uma prova viva da terapia espiritual para a alma, aplicada pelo Esprito Santo, quando diz: "Em verdes pastagens me faz repousar..." (Sl 23.2). Isto descansar em paz. Mas Davi continua: "... e me conduz a guas tranqilas; restaura-me o vigor" (23.2,3). Isso significa receber novas foras e encher-se de paz. Mesmo que os homens busquem a paz sem cessar, nunca a acharo enquanto no chegarem a esta simples concluso: Cristo a Paz que a alma tanto anseia. O clebre filsofo grego Plato (429-347 a.C.) preconizava que a alma poderia ser privada do corpo, no entrando plenamente no gozo da sua existncia prpria antes de ser separada dele, e que ela era imortal. O corpo era, assim, para ele, uma espcie de "vestimenta, ou at de "priso", da alma. Discpulo de outro famoso filsofo, Scrates (470-399 a. C.), Plato se baseou nas idias deste para elaborar sua doutrina, ou teoria, chamada da reminiscncia. Trata-se de um conjunto de hipteses pelas quais Plato supunha que poderia haver em toda pessoa uma vida terrena anterior atual existncia. Este ensino pode ter contribudo, de certo modo, para a crena esprita da reencarnao, crena essa que, como sabemos, no possui legitimamente qualquer respaldo bblico. Diz a teoria socrtica/platnica que, na existncia anterior, a alma possuiria uma cincia perfeita, contemplando as idias puras, e que, na vida atual, o ser humano, ao se instruir e educar, nada mais faria do que lembrar, de modo vago e nebuloso, daquilo que um dia contemplou.

De todo modo, para Scrates, a alma seria o instrumento que nos garantiria o conhecimento das coisas existentes, tanto nesta vida, ou mundo fsico, quanto no alm, ou mundo metafsico.6 O que, porm, realmente nos interessa o que aborda e ensina Jesus quanto a esse assunto. O Senhor fala sobre a alma em Lucas 17.33, quando afirma: "Quem tentar conservar a sua vida a perder, e quem perder a sua vida a preservar". Ele ressalta que a vida verdadeira encontrada por meio de sacrifcio, tal como seria Sua prpria misso aqui na Terra: a de oferecer Sua prpria vida para nossa salvao: "... como o Filho do homem, que no veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.28). Esse doar-se produz vida plena, em abundncia, ou seja, vida de altssima qualidade "O ladro [Satans] vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente" (Jo 10.10) , vida que altera e eleva totalmente o anterior estado de alma do homem decado. Podemos afirmar que a psych abrange a totalidade da vida do homem, com a qual se preocupa e da qual tem cuidado constante. Todavia, ainda que o homem fique preocupado quanto sua vida, sua alma, jamais poder acrescentar o que quer que seja a ela sem Deus: "Quem de vocs, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja sua vida?" (Mt 6.27). o prprio Senhor e Mestre Jesus quem nos chama a buscar o Reino de Deus e Sua justia em primeiro lugar, para que todas as demais coisas nos sejam, ento, acrescentadas, nas diversas reas do nosso viver (Mt6.33).

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TANNERY, Paul. Plato, vida, obra, doutrina. Trad. Jorge Paleikat. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Globo, 1954.

3 O Acampamento SeguroO salmista sabia que somente debaixo das potentes mos de Deus ele estaria seguro dos constantes ataques do inimigo ("Aquele que habita no abrigo do Altssimo e descansa sombra do Todo-poderoso [...]. Ele o cobrir com as suas penas, e sob as suas asas [... ] encontrar refugio; a fidelidade dele ser o seu escudo protetor" Sl 91.1,4). Somente quando entendemos esta verdade que estamos aptos a desempenhar nossa funo de atalaias, neste mundo sem vida. Kierkegaard analisa a afirmao de Jesus quando se refere a Lzaro, seu amigo: "... esta enfermidade no para morte..." (Joo XI, 4) e, contudo, Lzaro morreu; mas como os discpulos no compreendessem a continuao: "Lzaro, o nosso amigo, dorme, mas eu vou acord-lo do seu sono", Cristo disse-lhes sem ambigidade: "Lzaro est morto" (XI, 14). Lzaro, portanto, est morto, e contudo a sua doena no era mortal, mas o fato que est morto, sem que tenha estado mortalmente doente [...]. Desde o instante em que Cristo se aproxima do tmulo e exclama: "Lzaro, levanta-te e caminha!" (XI, 43), j estamos seguros de que essa doena no mortal. Que benefcio haveria, para Lzaro, em ter ressuscitado, para depois acabar por morrer! Que benefcio, sem a existncia daquele que a Ressurreio e a Vida, para qualquer homem que em Ele creia! No, no por causa da ressurreio de Lzaro que essa doena no mortal, mas por Ele existir, por Ele. Visto que na linguagem humana a morte o fim de tudo e, como costume dizer-se, enquanto h vida h esperana. Mas, para o cristo, a morte de modo nenhum o fim de tudo, ela implica, para ns, infinitamente mais esperana do que a vida comporta, mesmo que transbordante de sade e de fora.7

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KIERKEGAARD, Sdren. Desespero: a doena mortal. Trad. Ana Keil. Porto, Portugal: Rs-Editora, p. 5-6.

Reflitamos, pois: mesmo que Cristo no tivesse "acordado" Lzaro, nem por isso seria menos verdade que, em Cristo, a doena, a prpria morte, no mortal! Vida e morte sempre foram temas fundamentais nos relatos bblicos. Este tema pela primeira vez expresso por Deus ao ordenar a Ado: "Mas no coma da rvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente voc morrer" (Gn 2.17); e finaliza em Apocalipse convidando: "... e quem quiser, beba de graa da gua da vida" (Ap 22.17). Aps a Queda, a morte se tornou um fato na existncia humana, ou seja, homens morrem em todas as partes e variedades de circunstncias. Analisemos a idia que os homens do Antigo Testamento tinham acerca da morte, pois esse pensamento que iria influenciar os homens do Novo Testamento. Jesus o Senhor dos vivos: "Ele a cabea do corpo, que a igreja; o princpio e o primognito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia" (Cl 1.18). Em oposio aos preceitos do homem do Antigo Testamento, Jesus vem ressaltar que a morte no a cessao de tudo, como pensavam os judeus. Jesus no compactua com este estado de esprito por ser Ele prprio O que venceu a morte: "Quando, porm, o que corruptvel se revestir de incorruptibilidade, e o que mortal, de imortalidade, ento se cumprir a palavra que est escrita: 'A morte foi destruda pela vitria' [...]. Mas graas a Deus, que nos d a vitria por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 15.54,57). Da mesma forma que Ana, me do profeta Samuel, possua a certeza de que a chave da morte est nas mos de Deus (1 Sm 2.6), eu tambm pude experimentar o grande livramento que somente o Deus todo-poderoso pode garantir. H "tempo de nascer e tempo de morrer", assim como "tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou" (Ec 3.2), e estas so verdades que esto sob o poder de Deus. Jesus, ao morrer, decretou o domnio da chave da morte. Foi com Sua morte que a morte da morte foi decretada. Paulo clama: "Onde est, morte, a sua vitria? Onde est, morte, o seu aguilho? O aguilho da morte o pecado, e a fora do pecado a Lei. Mas graas a Deus, que nos d a vitria por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 15.55-57). Jesus nos adverte, ainda: "No tenham medo dos que matam o corpo, mas no podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno" (Mt 10.28). Aquele que tem o poder de matar o corpo e tambm envi-lo para o interno, juntamente com a alma, somente Deus. O inimigo um assassino. Algumas vezes, tentar investir contra ns, mas lembre-se: no temos por que tem-lo. Deus por ns. Debaixo das Suas asas, estaremos seguros. Sua fidelidade ser o nosso escudo.

Jorge, o "Encantador"Fui procurado certa vez por uma irm, membro de nossa igreja, que estava muito impressionada com o que me narrou, pois participara, embora indiretamente, de um acontecimento extraordinrio em sua casa. Certo homem, que passarei a chamar de Jorge, fora indagado, pelo esposo dessa irm, se conhecia algum ou algum veneno capaz de matar lagartas, que j tinham se tornado uma praga em um p de caj-manga do seu quintal. Por no saber como resolver tal problema, o esposo da irm decidira pedir orientao a quem quer que fosse e, como Jorge era um homem muito entrosado na comunidade, perguntou-lhe se sabia de algum remdio que resolvesse o problema. Jorge prontamente pediu que ele trouxesse uma panela com gua e, depois de algumas rezas, lanou a gua para cima; quando a gua tocou o cho, formou com ela uma bola com todas as lagartas. Em outra ocasio, todavia, fui chamado s pressas pela esposa desse mesmo Jorge, pois ele estava muito violento e quebrando tudo em casa. Antes de me dirigir quela casa, ela me relatou o que sempre acontecera com ele e por que fora aposentado como louco. Todas as vezes que era tomado por aquela crise de loucura, ningum conseguia cont-lo, nem mesmo quatro bombeiros, que, uma vez, saram machucados ao tentar imobiliz-lo, em virtude de seu estado insano e agressivo. Aps isso, recebera a aposentadoria, com a qualificao mdica de loucura, motivo pelo qual as pessoas do bairro o temiam, sobretudo por ser sua violncia acobertada pela proteo e relevncia dos seus atos por parte das autoridades da rea de Sade. Ao chegar ao porto, no entanto, eu j sabia, interiormente, do que se tratava: aquele era um quadro tpico de possesso. Perdi a noo de tempo e espao. Momentos antes, quando sara de casa, tinha visto a rua movimentada, com carros passando e pessoas que entravam e saam normalmente de suas casas; mas, naquele instante, todas essas coisas eram passadas e pertenciam ao mundo material: eu agora estava nas asas da eternidade, no importando mais o tempo, o lugar, nem o que estava acontecendo fora daquele porto. Antes mesmo que eu abrisse o porto e Jorge me visse, j ouvi uma voz aterrorizante, que vinha da sala de visitas, me ameaando: Seu desgraado! Por que voc veio? Ento, fugir ou enfrentar? Esse era o dilema que inflamava o meu corao! Por que eu estava ali? Ao abrir a porta, avistei uma cena que nunca vira antes. No foi iluso: era real! Ele estava correndo pelas

paredes e, quando me avistou, parou no canto das paredes que davam para a porta da entrada e, mais uma vez, disse: Vou te matar! Parou na parede, como se estivesse agarrado por cola, fixou o olhar em mim e se arremessou na minha direo. Sem pensar em mais coisa alguma, bradei: Voc est amarrado! Houve repentina calmaria e, em nome de Cristo Jesus, repreendi aquele demnio, que nem mesmo os quatro bombeiros, mediante fora humana, tinham conseguido dominar. Enquanto repreendia aquela entidade, ela dizia que estava ali porque naquele local tudo lhe era favorvel. De fato, no estava mentindo, pois aquela famlia morava, literalmente, em cima do lixo. Toda sorte de porcaria estava depositada naquele quintal e dentro da casa. No se conseguia ver um local limpo e livre de sujeira. Todos os familiares se conformavam com aquela pobreza de esprito e opresso imputadas pelos espritos que dominavam aquele local. Aquela situao me levou a fazer um paralelo com o endemoninhado gadareno (Mc 5.1-20), que morava no cemitrio e vivia atormentando e agredindo as pessoas da regio em que habitava. As pessoas, desesperadas, no sabiam mais o que fazer, porquanto, se nas poucas horas de tranqilidade, conseguiam amarr-lo com grilhes e cadeias, ele em seguida os quebrava como se fossem fios de teia de aranha. Quando viu Jesus, a legio de demnios que possua o homem perguntou o que Jesus tinha que ver com eles. Jesus travou conversa com os demnios, pois, em cada situao de possesso, o Senhor procurava nos revelar as verdades do mundo onde acontecem as batalhas espirituais. Quando os demnios deixaram aquele homem, este conseguiu conversar e saber o que estava acontecendo; portanto, sua mente j no estava mais dominada. Ocorrera sua libertao, que s possvel em Cristo Jesus.Cegando o inimigo

Os meses se passaram e, com eles, a lembrana daquele episdio aterrorizador. Mas, ao contrrio do gadareno, a libertao de Jorge no se dera totalmente; pelo contrrio, suas atitudes iam de mal a pior em casa e na comunidade que eu chamei de "ilha Dominao". O relato anterior, porm, foi feito para que voc possa entender o livramento realizado por Deus quando Jorge, possudo, me procurou para atentar contra a minha vida.

Eu estava em minha casa, descansando, naquela tarde. Havia voltado de uma visita pastoral e pretendia resolver algumas pendncias antes do findar do dia. Foi quando aquele homem entrou no quintal da igreja, onde estava localizada a casa pastoral. Como era seu costume fazer isso, embora no como muita freqncia, decidi ir ao seu encontro para saber o que o trazia ali. Logo me causou estranheza o fato de ele no haver respondido ao meu cumprimento e s perguntas quanto ao motivo de estar entrando e o que desejava. Empunhava ele um faco, e eu no conseguia entender o que Jorge estava fazendo com aquele objeto; se iria, e de que modo, us-lo ali na igreja: Boa tarde, Jorge! comecei, cumprimentando-o, amavelmente. Ele no me respondeu, nem mesmo parecia notar minha presena. Durante alguns minutos, ficou olhando o quintal da igreja. Mais uma vez, dirigi-lhe a palavra, e ento ele, sem me responder, saiu e foi embora. Confesso que no entendi, mas, por ter uma firme confiana na soberania de Deus e de que nenhuma coisa acontece na minha vida sem Sua permisso (Rm 8.28), descansei no Senhor. Aquela experincia foi to incomum que cheguei at a comentar com minha esposa. No demorou, e a esposa de Jorge foi igreja. Queria saber como eu me sara daquela situao, para ela tremendamente embaraosa. Assim que chegou, foi me bombardeando com muitas perguntas, que para mim no faziam o menor sentido, pois eu no sabia realmente do que ela estava falando, do porqu de tantas perguntas. Foi quando consegui acalm-la e saber toda a verdade. Ela me contou, ento, que seu esposo, naquela tarde, ficara possudo de uma entidade e que esta havia declarado que me mataria. Pude louvar a Deus, pois o meu inimigo fora cegado. A entidade, quando Jorge chegou de volta em sua casa, para honra e glria do nome do nosso Deus, declarou esposa de Jorge que s no me matou porque no me encontrara! No entanto, eu estivera ali, bem diante dele, e ele no conseguia me enxergar! Ele estava com uma arma na mo, mas no podia us-la porquanto as armas de Deus, de que dispomos, so espirituais e mais poderosas. O escudo da f estava me protegendo daquela investida mortal. "Alm disso, usem o escudo da f, com o qual vocs podero apagar todas as setas inflamadas do Maligno", diz Paulo (Ef 6.16).A Estratgia da Tentao um Artifcio Usado pelo Maligno

O que funciona em qualquer momento de nossa vida conhecer a Bblia e as promessas que nela encontramos. Os deuses da heresia, ou seja, Satans com seu exrcito, caracterizam-se por usar apenas uma parte da Bblia e no considerar a sua totalidade como a expresso

completa de um Deus pessoal, que deu ao homem toda a Sua revelao mediante a Palavra escrita. Quando a serpente se dirige a Eva (Gn 3.1- 7), vale-se dessa forma hertica para desvi-la do propsito de Deus para a sua vida: Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou mulher: "Foi isso mesmo que Deus disse: 'No comam de nenhum fruto das rvores do jardim'?" Respondeu a mulher serpente: "Podemos comer do fruto das rvores do jardim, mas Deus disse: 'No comam do fruto da rvore que est no meio do jardim, nem toquem nele; do contrrio vocs morrero' ". Disse a serpente mulher: "Certamente no morrero! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abriro, e vocs, como Deus, sero conhecedores do bem e do mal". Quando a mulher viu que a rvore parecia agradvel ao paladar, era atraente aos olhos e, alm disso, desejvel para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu tambm. Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; ento juntaram folhas de figueira para cobrir-se. O pecado vem como resultado da tentao. A tentao um incentivo ou estmulo ao pecado. Muitas vezes, se pensa que a tentao apela somente quilo que mau no homem, que degradante e corrupto. Mas isso no verdade. Fiquemos espreita, pois Satans tambm pode nos seduzir naquilo que julgamos ser intocveis, ou seja, nas nossas fortalezas! A tentao de Eva, bem como a tentao de Jesus, assim nos ensinam. Gnesis 3.6 declara que o fruto proibido apelou para trs desejos da parte de Eva, cada um dos quais perfeitamente normal. O primeiro foi o apetite fsico,ou o desejo de alimento. Em seguida, a Palavra diz que Eva viu que a rvore era atraente aos olhos. Ela apelava ao senso esttico, ao belo. A seguir, apelou ao seu desejo de sabedoria. Assim, o Maligno tentou Eva apelando a trs dos seus desejos, perfeitamente normais em qualquer ser humano sadio. O desvio de Eva da reta linha do dever claramente assinalado na narrativa sagrada. Na expresso "quando a mulher viu que a rvore perecia agradvel ao paladar" (v. 6), percebe- se que ela julgou por si mesma o que era bom. Assim como Satans tentou e alcanou xito com Ado e Eva, procurou seduzir Jesus Cristo, valendo-se da Palavra de Deus, indevidamente usada. Mas vamos destacar alguns desvios apresentados em seu dilogo com Eva: "Foi isto mesmo que Deus disse: 'No comam de nenhum fruto das rvores do jardim'?" O erro consiste no fato de Satans ter afirmado que o casal no poderia comer de nenhum fruto do jardim. Vamos observar o que Deus de fato disse: "Coma livremente de qualquer rvore

do jardim..." (Gn 2.16). Deus, como sempre, foi muito longnimo com Ado e Eva, pois lhes deu a oportunidade de comer de todos os frutos, exceto o fruto de uma nica rvore a do bem e do mal. "Certamente no morrero" (3.4). Satans promete aquilo que ele no pode cumprir nem oferecer. Por duas razes: primeira "Do SENHOR a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem" (Sl 24.1); segunda O Diabo somente profere mentiras: "Ele foi homicida desde o princpio e no se apegou verdade, pois no h verdade nele. Quando mente, fala sua prpria lngua, pois mentiroso e pai da mentira" (Jo 8.44). Em contrapartida, tudo aquilo que Deus diz, sem exceo, Ele cumpre. Disse que Ado e Eva morreriam, e, de fato, todo homem e toda mulher passaram a morrer, e duas vezes: espiritual e fisicamente. Paulo frisa que em decorrncia do pecado de Ado, como mostram as Escrituras, o pecado entrou no mundo. O pecado fez naufragar e arruinou a vida que Deus tinha planejado para o homem. Tambm verdade que a morte resultaria na morte espiritual. Para Paulo, tanto a morte fsica quanto a morte espiritual so conseqncias do pecado. Surge aqui um questionamento: a que tipo de morte, ento, a passagem bblica pode estar se referindo? Quando Jesus diz: "... quem vive e cr em mim no morrer eternamente" (Jo 11.26), no est garantindo que o cristo no experimentar a morte fsica; antes, que ele experimentar a vida em abundncia, em oposio morte espiritual, causada pelo pecado. O cristo o nico que conhece a doena que produz a morte. O chamamento de Jesus, porm, d-nos a coragem que ignorada pelo homem natural, porquanto as coisas espirituais no so por este discernidas:Quem no tem o Esprito no aceita as coisas que vm do Esprito de Deus, pois lhe so loucura; e no capaz de entendlas, porque elas so discernidas espiritualmente. Mas quem espiritual discerne todas as coisas e ele mesmo por ningum discernido; pois "quem conheceu a mente do Senhor para que possa instru-lo?" Ns, porm, temos a mente de Cristo.-1 Co 2.16

Em alguns relatos, o termo "morte" caracteriza a morte fsica, e esta abordagem feita por Paulo ao escrever a sua primeira carta igreja de Corinto. Ele usa o captulo 15 para descrever como ser a ressurreio da morte fsica. Ainda no captulo 5 de Romanos, estabelece o domnio universal da morte, como conseqncia da desobedincia de Ado.

"... vocs, como Deus, sero conhecedores do bem e do mal" (Gn 3.5), disse a serpente, ainda, a Eva. Satans induzia assim o primeiro casal a cair no mesmo erro que ele cara: pensar que poderia ser igual a Deus! Este desejo gerou a morte espiritual de Lcifer, de seus anjos e do primeiro casal humano, conseqentemente de toda a humanidade. H muitas referncias bblicas acerca da morte como penalidade ao pecado. Deus disse a Ado: "... no dia em que dela comer, certamente voc morrer!" (Gn 2.17). Paulo confirma: "... o salrio do pecado a morte... " (Rm 6. 23). Falando acerca das coisas prprias da vida injusta, Paulo torna a afirmar: "O fim delas a morte!" (Rm 6.211 H ainda outra afirmao dele: a de que deixar-se levar pela carne (vida sem a direo de Deus) morte: "A mentalidade da carne morte, mas a mentalidade do Esprito vida e paz" (Rm 8.6). Tiago, por sua vez, afirma que o pecado gera a morte: "Ento esse desejo, tendo concebido, d luz o pecado, e o pecado, aps ter se consumado, gera a morte" (Tg 1.15). A felicidade humana consiste em aceitar o fato de que sua condio de criatura obra das mos de seu maravilhoso Criador. Quando se pensa a esse respeito, de fato inteiramente absurdo para um ser to ignorante quanto o homem esperar compreender por completo todo o complexo de propsitos que levam s experincias dadas por Deus. Se Satans, usando a Bblia de maneira distorcida, tentou o primeiro casal e at Jesus, evidente que tambm tentar nos iludir com a prpria Bblia. Tiago, pastor da igreja em Jerusalm, nos diz que a maior arma de defesa resistir: "Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugir de vocs" (Tg 4.7). Antes de resistir, no entanto, precisamos ter a certeza de que estamos sujeitos a Deus, vivendo de acordo com a Sua Palavra. Resistir uma ordem, e no um ponto facultativo. E o que resistir?. reconhecer a ao do inimigo em determinado caso e repreend-lo em nome do Senhor Jesus. No podemos resistir a Satans e sua horda com as nossas prprias foras, fiados em nosso prprio nome, pois facilmente seremos esmagados. Convm lembrar que Satans era anjo dos mais poderosos criados por Deus; e, quando ele cai u, seu poder no lhe foi totalmente retirado prova disso que ele capaz de mexer com determinadas foras do mundo fsico e at mesmo ter aparncia de anjo de luz, muito embora existam apenas trevas em sua existncia. O evangelista Lucas narra o dramtico momento em que Jesus expulso de Nazar.

Todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos quando ouviram isto. Levantaram-se, expulsaram-no da cidade e o levaram at o topo da colina sobre a qual fora construda a cidade, a fim de atir-lo precipcio abaixo. Mas Jesus passou por entre eles e retirou-se".-Lc 4.28-32

Conta-nos o evangelista, nos versculos precedentes, que Jesus Se apresentou, franca e oficialmente, como o prprio Messias descrito por Isaas, aps fazer em voz alta a leitura de revelao contida na palavra do profeta. Esta declarao causou verdadeira revolta no reino das trevas, pois Jesus no s Se autodenominava, mas tambm colocava e reivindicava todas as coisas debaixo da Sua autoridade, a partir daquele momento. Satans, juntamente com os demnios que infestavam aquela cidade, impeliu toda uma multido para atentar contra a vida de Jesus. O Senhor tinha lido no livro do profeta Isaas, e confirmava, que fora enviado para libertar os cativos e Satans no gostou nada disso. Precisava usar uma estratgia emergencial como lan-Lo do cume do monte em que a cidade estava edificada , pois, com a morte precoce de Jesus, todos os Seus planos redentivos seriam ento frustrados. Mas est escrito em Lucas: Jesus passou pelo meio deles e retirou-Se sem que os homens O vissem. Naquele momento, Deus Pai cegara cada um deles e todos os Seus inimigos. Paulo, citando um salmo, nos lembra que somos entregues morte o dia todo, todos os dias, sem que nem o saibamos: "Como est escrito: por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias..." (Rm 8.36); mas o mais fantstico saber que o Senhor nos protege de todas as armadilhas de Satans: "Ele [o Senhor] no permitir que voc tropece; o seu protetor se manter alerta [...]. O SENHOR o proteger de todo o mal, proteger a sua vida" (Sl 121.3,7). O inimigo no suportava quando Paulo "calava as botas" de preparo eficaz para a pregao do evangelho. "... tendo os ps calados com a prontido do evangelho da paz" (Ef 6.15). Paulo, quando desejou estar com os irmos de Tessalnica, por duas vezes foi impedido de visit-los. Sabe por qu? Porque a visita de Paulo levaria a verdadeira doutrina da paz no Senhor, conforto, exortao, amor, f, esperana e salvao queles irmos e quela cidade. Logo, o Diabo tratou de impedir aquelas viagens programadas do que teve o apstolo a revelao e o discernimento devidos. Diz ele aos tessalonicenses: "Quisemos visit-los. Eu mesmo, Paulo, o quis, e no apenas uma vez, mas duas; Satans, porm, nos impediu" (1 TS 2.18).

Satans impediu que Paulo chegasse cidade de Tessalnica por duas vezes; contudo, no foi capaz de impedir que a obra do Senhor prosperasse e contagiasse toda uma populao. No entanto, o empecilho criado por Satans no significa que estaremos sob o seu comando, porquanto somos salvaguardados no aprisco do acampamento seguro. Lembremo-nos a todo momento da proteo que nos garantida contra as investidas de Satans e que a finalidade da salvao o louvor da glria e da graa de Deus: "Para louvor da sua gloriosa graa, a qual nos deu gratuitamente no Amado" (Ef 1.6). Viver nesse acampamento seguro servir a um Deus que no divide Sua glria com quem quer que seja. Podemos, ento, aprender a lio de que somos salvos no apenas para recebermos e reivindicarmos a todo instante as bnos de Deus, mas tambm para participarmos ativamente da guerra espiritual, tendo o acampamento como local de onde fluem as ordenanas e estratgias para a culminncia do projeto de Deus para a nossa vida, a igreja e o mundo em que vivemos. Jesus nos diz que no ato da salvao somos feitos escravos, ou servos, dEle. E quando falamos de escravido, ou servido, o que entendemos sobre essa verdade? O homem somente poder se considerar livre se houver a libertao em Cristo e por Cristo: "E conhecero a verdade, e a verdade os libertar" (Jo 8.32). O Dicionrio internacional de teologia do Novo Testamento d a definio de escravido da seguinte maneira: A fim de apreciarmos as nuances de significado no NT, devemos averiguar, em primeiro lugar, qual a sua atitude para com a posio do escravo na sociedade, o que se pode fazer principalmente com as parbolas de Jesus. Ocasionalmente, escravos recebem uma posio de responsabilidade e comando (Mt 24:45). Mesmo assim, o escravo deve ao seu senhor obedincia exclusiva e absoluta (Mt 8:9). "Ningum pode servir a dois senhores" (Mt 6:24, Posses, art. mamotinas). Seu servio no lhe fez merecer nem lucros nem agradecimentos; estava apenas fazendo aquilo que lhe incumbia como escravo (Lc 17:7-10).Osenhorpodia exercer seu poder ilimitado sobre seu escravo para o bem (Mt 18:27), ou para castigo sem misericrdia se fosse culpado de alguma falta (Mt 18:34; 25:30). O NT resiste ao veredicto contemporneo sobre os escravos como classe inferior desprezvel, mediante o emprego, em primeiro lugar, de doulos nas parbolas de Jesus para descrever o relacionamento com Deus de todos os homens. Em todas as suas pginas, o NT no acha nada censurvel a 8 diviso da sociedade em senhor e servo, livre e cativo.

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Dicionrio Internacional de Teologia do Novo Testamento. 3. ed. Trad. Gordon Chown. So Paulo: Edies Vida Nova, 1989, p. 85.

No Reino de Deus, a independncia morte! Quem quiser viver fora do acampamento seguro estar merc das investidas daquele que tem como objetivo constante matar, roubar e destruir. Permanecer nesse Reino entrar na esfera do amor de Deus, que o componente da natureza e da essncia do prprio Deus. O amor a Deus e o amor ao prximo derivam do prprio amor de Deus: "Quem no ama no conhece a Deus, porque Deus amor [...]. Nisto consiste o amor: no em que ns tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciao pelos nossos pecados" (1 Jo 4.8,10). Observemos que os homens que se aprofundaram no relacionamento e propsitos de Deus estavam convictos de que eram escravos, ou servos, de Cristo, como foi o caso, entre outros, de Paulo ("Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apstolo, separado para o evangelho de Deus" Rm 1). Essa escravido no imposta, mas amorosa e espontaneamente aceita pelo servo do Senhor. Ovelha que anda fora do acampamento poder se tornar petisco de Satans. Concluo que a tentao que nos ser impingida pelo inimigo o ledo engano de pensarmos que h vida e segurana fora das potentes mos de Deus. Lembremo-nos de que a nossa segurana est proporcionalmente atrelada no ao lugar, mas com Quem estamos, o nosso general vitorioso, Jesus Cristo!

Os Filhos de Deus S Podem Ser Tocados com Permisso DivinaNossa vida no deve ser vista como uma colcha de retalhos, pois "sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propsito" (Rm 8.28). Podemos concluir, ento, dessa palavra, que devemos analisar todas as coisas como sendo uma possibilidade de conhecermos mais ainda as grandezas de Deus e nelas crescer. Digo isso porque, ao ser preservado do ataque covarde daquele demnio contra minha vida, pude lembrar do que Satans e suas hostes so capazes, mas, sobretudo, de que Deus muito mais capaz para nos guardar e proteger.O verdadeiro cristo no pode ficar possesso

Todas as noites de domingo, para mim, costumam ser as noites, de certo modo, mais cansativas. No que servir a Deus me canse, mas lutar durante todo o dia contra as artimanhas de Satans muitas vezes extenuante. Esse cansao, todavia, bastante diferente do imposto pelos

demnios queles sob seu domnio, e cabe aqui um testemunho dado pela dra. Neuza Itioka, que narramos a seguir: Pachita, mdium mexicana, era possuda por um esprito chamado Hermanito, que se dizia ser asteca com o nome Cuauhtemoc, cuja vida de misso de cura e de liderana fora interrompida quando foi morto pelos espanhis na invaso. Mas ela vivia constantemente doente e cansada. Quando perdeu os seus dois filhos, Hermanito disse-lhe que ela deveria sofrer, pois isto era seu sofrimento crmico. Seu marido a deixou, pois no podia suportar o estilo de vida que ela levava. Ela era literalmente escrava da necessidade da multido. Ficava continuamente doente. Hermanito nunca a ajudou; muito pelo contrrio, no lhe dava descanso.9 Em uma dessas noites, quando eu estava prestes a jantar e me preparando para o descanso, entrou na cozinha uma irm, desesperada. Por que ela estava naquela aflio? Havia uma situao de possesso, mas o que lhe causara espanto e desespero era o fato de um homem de Deus, muito srio na obra do Senhor, ter, por um momento, dado ouvidos a uma dos milhares de mentiras de um demnio, que possura uma jovem. Quando aquele irmo repreendeu e ordenou que o demnio sasse daquele corpo, este retrucou que sairia, mas em contrapartida entraria no corpo daquele que o repreendia. O que aconteceu? O homem de Deus acreditou e se acovardou. Fui ento at l e, quando cheguei, vi um servo de Deus amedrontado e precisando de ajuda urgente. Dirigi-me at aquela jovem possuda, que aparentemente estava dormindo. Entendo que, para ordenar a sada de um demnio, no necessrio gritar, mas ter a vida sob o comando de Deus. Tranqilamente, declarei-lhe que o momento de mentira e fingimento dele havia terminado. Foi quando ele gritou, dizendo: Voc descobriu a minha estratgia, mas eu no vou sair daqui. Fui convidado e por isso que estou aqui. Existe pacto de sangue, ouviu? Ela me pertence! Pude, no mesmo instante, perceber mais uma dos milhares de mentiras. Por que ele no iria sair? Jesus nos disse que certa casta de demnios no sai seno a poder de jejum e orao, mas eu tinha a plena convico de estar sob a vontade de Deus, e foi nesse poder que ali

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ITIOKA, Neuza, Os deuses da umbanda, p. 113.

chegara. No dando ouvidos, ordenei, portanto, que ele sasse, e o esprito deixou aquela vida, para honra e glria de Jesus. O erro daquele irmo foi acreditar que Satans ou os seus anjos podem tocar-nos, aos salvos, sem prvia autorizao de Deus. Mesmo que nos toquem, ainda assim Deus est no comando de nossa vida: "O Senhor disse a Satans: 'Pois bem, tudo que ele possui est nas suas mos; apenas no toque nele" (J 1.12). J foi tocado; contudo, existiria um motivo? Dentre as muitas razes, quero destacar apenas esta: para nos ensinar que Satans no onisciente. A oniscincia de Deus uma verdade cheia de consolao para o crente. Em tempos de aflio, ele diz com J: "Mas ele sabe meu caminho..." (23.10). Pode ser profundamente misterioso para mim, inteiramente incompreensvel para os meus amigos, mas "Ele sabe"! Em tempos de fadiga e fraqueza, os crentes podem assegurar-se de que Deus "... conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos p" (Sl 103.14). Em tempos de dvida e vacilao, eles apelam para este atributo, dizendo: "Sonda-me, Deus, e conhece o meu corao; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E v se h em mim algum caminho mau, e guia- me pelo caminho eterno" (Sl 139.23,24). Em tempos de triste fracasso, quando os nossos coraes foram trados por nossos atos; quando os nossos feitos repudiaram a nossa devoo, e nos feita a penetrante pergunta: "Amas-me?", dizemos, como o fez Pedro: "... Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo..." (Jo 21.17) . Deus onisciente. Ele sabe todas as coisas todas as coisas possveis, todas as coisas reais, todos os eventos, conhece todas as criaturas, todo o passado, presente e futuro. Conhece perfeitamente todos os pormenores da vida de todos os seres que h no cu, na Terra e no inferno. "... conhece o que jaz nas trevas..." (Dn 2.22). Nada escapa Sua ateno, nada pode ser escondido Dele, no h nada que Ele esquea. Bem podemos dizer com o salmista: "Tal cincia para mim maravilhosssima; to alta que no posso atingir" (Sl 139.6). Seu conhecimento perfeito. Ele jamais erra, nem muda, nem passa por alto coisa alguma. "E no h criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas esto nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar" (Hb 4.13). Sim, tal o Deus a quem temos de prestar contas! 10 Paulo nos afirma que fomos abenoados com toda sorte de bnos espirituais; no quaisquer tipos de bnos, mas todas as bnos espirituais. Isso vale dizer que espiritualmente somos mais do que vencedores por Cristo Jesus, nosso Senhor! Estamos conscientes de que o nosso inimigo espiritual, e, se as bnos so espirituais, logo somos imbatveis em qualquer confronto que tivermos com Satans, desde que estejamos em Cristo Jesus e as palavras dEle estejam em ns. Ainda que10

PINK, A. W. Os atributos de Deus. Trad. Odayr Olivetti. So Paulo: PES, 1985,p. 16-8.

o Maligno diga que vai nos destruir, sabemos que essa declarao faz parte de sua natureza de mentira desenfreada.

4 Domesticao dos Espritos: Fora ou Poder?Pelo fato de estarmos em uma batalha espiritual, as nossas armas s podero ter efeito se forem poderosas em Deus para desarticular as estratgias de Satans. Como podemos amarrar o homem valente? E depois de amarrado, como fazer para saquear a casa do valente (Lc 11.21,22)? Quer ver estas e outras perguntas sendo respondidas? Prossigamos ento neste objetivo, que muito temos ainda a aprender!

Ineficcia da Fora HumanaPor ocasio dos acontecimentos que narramos, eu ainda no possua carro, dependendo, portanto, do nibus para me deslocar. Um dia, quando, vindo das compras, deixava o nibus e entrava em casa, chegou a mim Bianca, toda ensangentada. Aquela viso me deixou completamente atordoado. No podia imaginar a razo de tanto sangue, ainda mais que ela estava, ento, com muita dificuldade para andar. Mal pude arriar as bolsas de compras, e Bianca me intim