Aphis gossypii Glover, 1877 (Hemiptera: Aphididae) em três ...
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Secas e epidemias: o contexto da mortalidade em Natal e Fortaleza (1870-1878)
DAYANE JULIA CARVALHO DIAS1
Introdução
A população brasileira do passado, como outras populações tradicionais,
apresentava altas taxas de natalidade e de mortalidade. Em 1840, tanto as taxas de
mortalidade como a natalidade apresentavam-se elevadas e em ritmo estável; a partir de
1872, iniciou-se, embora lento, um leve declínio da taxa de mortalidade (NADALIN,
2004). Neste período anterior ao início do processo de Transição Demográfica2,
denominado de pré-transicional, predominavam os óbitos causados por doenças
infectocontagiosas3 (NOTESTEIN, 1945; OMRAN, 1971). Para além das características
mais gerais da transição demográfica e epidemiológica, é válido afirmar que cada
província brasileira apresentava particularidades – sejam elas sociais, econômicas,
políticas e/ou ambientais – que explicavam determinadas dinâmicas populacionais. No
caso das províncias do norte (hoje, denominado Nordeste) as secas eram agravantes da
situação, ao aumentar os riscos de disseminação das doenças epidêmicas, afetando o
crescimento populacional e ocasionando alta mortalidade entre a população.
Diante disto, este artigo tem por objetivo analisar e comparar as características da
mortalidade da população na freguesia de Nossa Senhora da Apresentação (Natal) e na
1 UNICAMP, Doutoranda em Demografia, apoio Capes. 2 O processo de transição demográfica inicia-se com o período pré-transição, com a incidência de altas
taxas de mortalidade e natalidade; seguido pela primeira fase, quando ocorre com o início do declínio da
mortalidade mas com a natalidade ainda alta, o que acarreta o grande crescimento vegetativo da população;
na segunda fase, além da queda da mortalidade também ocorre a queda da natalidade, consequentemente
há baixo crescimento populacional; por fim, a terceira fase é aquela em que os níveis de natalidade e de
mortalidade tendem a ser estabilizar e o crescimento populacional apresenta-se lento, nulo ou até negativo,
a depender do ritmo da transição (NOTESTEIN, 1945; BRITO et al, 2007). 3 Etapa que antecede a chamada Teoria da Transição Epidemiológica, caracterizado pela mudança de um
perfil de alta mortalidade por doenças infecciosas para um outro perfil de predominância de óbitos por
doenças cardiovasculares, neoplasias, causas externas e outras doenças crônico-degenerativas (OMRAN,
1971).
2
freguesia de São José (Fortaleza), entre 1870 a junho de 18784 e sua relação com os anos
de secas. No período em destaque ocorreu a chamada Grande Seca, entre 1877 e 1789,
que será o foco de nossa análise.
As fontes são os registros paroquiais de óbitos e, a partir deles, propõe-se realizar
um exercício metodológico para avaliar as possibilidades do estudo da mortalidade e das
condições da saúde pública de Fortaleza e Natal. Os óbitos serão analisados por: ano,
idade, sexo e causa.
Durante o século XIX, o Ceará foi assolado por secas nos anos de 1804, 1809,
1816-7, 1824-5, 1830, 1844-5 (VIEIRA JUNIOR, 2002) 1877-9 e 1889. Para o Rio
Grande do Norte há menções da existência de secas nos anos de 1824, 1845 e 1877-9
(POMBO, 1922, LYRA, 2008). A mais destruidora foi a de 1877-79 em todas as
Províncias do Norte (POMBO, 1922), embora no Ceará o fenômeno tenha ocorrido de
forma mais intensa (NOZOE, BASSANEZI e SAMARA, 2003). Nesse sentido, as
doenças infectocontagiosas e as secas definiam a dinâmica populacional do Ceará e do
Rio Grande do Norte. Nadalin (2004) definiu essa dinâmica como regime demográfico
das secas do sertão nordestino, articulado às economias de subsistência e à criação de
gado, caracterizado pela intensa mobilidade gerada pelas fomes em épocas de secas.
A hipótese proposta por Sergio Nadalin ancora-se no pressuposto de que cada
sociedade, dependendo de suas características, pode apresentar regimes demográficos
distintos5. Para discutir a ideia de coexistência de vários regimes demográficos no
passado brasileiro, Nadalin (2004) parte da proposição inicial, lançada por Maria Luíza
Marcílio que, ao estudar a população brasileira no século XIX, admitia a existência de
quatro diferentes sistemas demográficos: 1) Sistema demográfico das economias de
subsistência; 2) Das economias das plantations; 3) Das populações escravas; e 4) Das
4 A proposta inicial do artigo era realizar uma análise dos registros óbitos até o ano de 1880. Mas devido a
enorme quantidade dos óbitos em 1877 e 1878 (período da grande seca) não foi possível a finalização da
catalogação de todos os registros até a data deste evento. A catalogação continuará até 1890. 5 Por sistema ou regime demográfico, entende-se: ‘um conjunto de relações e de mecanismos que estão na
base da organização social, quer da reprodução biológica de uma população, quer da reprodução do
conjunto de relações mediante as quais se regula a apropriação social (e a distribuição) dos meios de vida
dessa população’ (ROWLAND, 1997, p. 14 APUD CUNHA, 2014).
3
áreas urbanas. Vinte anos depois da proposição inicial de Marcílio, Nadalin amplia a
proposta e considera uma maior diversidade de realidades regionais dos regimes
demográficos: 1)Regime demográfico paulista; 2) das plantations; 3) da escravidão; 4) da
“elite”; 5) das sociedades campeiras; 6) das economias de subsistência; 7) das drogas do
sertão; 8) das secas do sertão; 9) das economias urbanas.
O autor fazia a proposta tendo em conta a ideia de que esses diversos regimes
demográficos teriam vigorado no Brasil, desde o período colonial até, certamente, a
metade do século XIX. Mas as secas continuaram acontecendo, assim como a
disseminação de doenças epidêmicas, deste modo, tem-se como hipótese que a dinâmica
populacional não tenha variado de forma significativa na segunda metade do século XIX.
Portanto, assume-se que o regime demográfico das secas continuou ocorrendo nas
Províncias do Norte depois de 1850.
1. Doenças epidêmicas e medidas sanitaristas
O impacto causado pelas doenças epidêmicas gerou uma abertura e incentivo para
a implantação de políticas destinadas à melhoria da Saúde Pública no Brasil. Nesse
sentido, não somente em Natal e Fortaleza, mas em todo o Brasil, partir da segunda
metade do século XIX, foram implantadas medidas de intervenção da manutenção da
salubridade pública e limpeza, devido ao aparecimento das epidemias de cólera, febre
amarela e varíola (WITTER, 2007; CHALHOUB, 1996; COSTA, 1979). A disseminação
das doenças epidêmicas entre as províncias exigiu do Estado um posicionamento de
combate as epidemias com a criação de políticas que incialmente começaram no Rio de
Janeiro (sede do Governo Central) e depois estendeu-se para o restante do País. Neste
período, foram criadas faculdades de medicina e órgãos responsáveis por cuidar dos
aspectos de saúde pública da Corte e demais províncias brasileiras (ARAUJO, 2015)
No caso de Fortaleza e Natal, as secas foram agravantes da situação (BARBOSA,
2009; NOZOE, BASSANEZI e SAMARA, 2003; POMBO, 1922). Em Fortaleza, a
varíola se manifestou de forma mais intensa em 1878, em decorrência também da grande
seca que atingiu a região. A febre amarela apareceu em 1851 e a cólera em 1862
(BARBOSA, 2009). Em Natal, não se tem registro de um surto de varíola, mas ela é
4
existente na região desde os tempos coloniais. A febre amarela atingiu o Rio Grande do
Norte em 1850, Natal foi uma das áreas mais atingidas (CASCUDO, 1984). A cólera-
morbo apareceu na província em 1856 (CASCUDO, 1984, p. 278; CASCUDO, 1999, p.
206; POMBO, 1922, p. 344).
Desde a seca de 1844-5 as políticas públicas pensadas para enfrentar os períodos
de estiagens eram idealizadas não somente em nível provincial, mas atendia as
recomendações diretamente da Corte. As medidas eram de caráter preventivo, com a
construção de açudes, avaliação das condições das lagoas, riachos e córregos, assim como
a qualidade do abastecimento de água. Mas também emergencial em momentos de surtos
epidêmicos, com a criação das “Comissões Sanitárias”, para o fornecimento de remédios
e gêneros alimentícios, e o envio de médicos para as localidades atingidas por alguma
doença (BARBOSA, 2009; CARDOSO, 2014).
Entre 1850 e 1860 em virtude do crescimento econômico possibilitado pela
exportação do algodão no Ceará e no Rio Grande do Norte e, sobretudo, devido ao
impacto causado pelas doenças e secas, intervenções sanitaristas foram iniciadas. Natal,
embora menos desenvolvida economicamente, também foi influenciada por este cenário
de criação de medidas sanitaristas para manter a salubridade e higienização do espaço
público. Foram construídos o cemitério público do Alecrim e o Hospital da Caridade em
1856. Além da construção de obras, também eram realizadas a limpeza das ruas e fontes
de água nas duas capitais. Em Fortaleza iniciou-se o processo de remodelação e
aformoseamento da cidade com intervenções e reformas sanitárias. Durante esse período,
Fortaleza havia se tornado o principal centro político, social, comercial e financeiro do
Ceará (PONTE, 1999, p. 75). Em Fortaleza, foram construídos a Santa Casa de
Misericórdia (1861) e o Lazareto da Lagoa Funda (1857). Este último mais afastado da
área urbana para o tratamento de vítimas de doenças infectocontagiosas. (PONTE, 1999,
p. 77). Em 1866 o cemitério São Casimiro, então localizado na área urbana central de
Fortaleza foi transferido para longe da capital, com um novo nome: o cemitério São João
Batista (PONTE, 1999, p. 80). Tal cemitério é o local de sepultamento que aparece nos
registros paroquiais de óbitos aqui discutidos.
5
Neste período, a prática de isolamento de doentes e de criação ou transferências
de edifícios públicos para áreas distantes do núcleo urbano foi comum no Brasil e no
mundo. Parte do aparato médico sanitarista à época acreditava que as doenças
infectocontagiosas teriam origem nos miasmas6. Desta forma, os matadouros, mercados,
hospitais, lazaretos e cemitérios foram construídos ou transferidos para locais afastados
do núcleo urbano (JORGE, 2007).
2. A grande seca de 1877-1879 e a migração
Durante a segunda metade do século XIX, as províncias do Norte – Ceará, Rio
Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Pernambuco e Bahia – foram atingidas pela grande seca
de 1877 a 1879. Embora, seja a província do Ceará a que mais sofreu com o impacto da
seca7. Segundo o relatório do presidente de província Silva Prado (1889) nas províncias
da Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí ‘o flagelo não chegou a produzir o terror que
ocasionaram na do Ceará as consideráveis perdas de gado e deperecimento da lavoura,
obrigando a população a abandonar os seus lares e sahir pelo littoral’ (RELATÓRIO,
1889 a, p. 93 APUD NOZOE, BASSANEZI e SAMARA, 2003).
Em consequência desta seca, o Ceará presenciou um significativo crescimento das
emigrações. A Amazônia e a províncias do Sul foram os principais destinos dos cearenses.
Amazônia por ter sido um local atrativo devido as oportunidades de trabalho geradas pela
produção da borracha (CARDOSO, 2014; TEOPHILO, 1922). Calcula-se que, entre 1869
e 1900, 300.902 pessoas deixaram o Ceará. Destes, 255.526 (85%) foram para a
Amazônia e 45.376 para o Sul do Brasil (GIRÃO, 1947, p. 393, APUD NOZOE,
BASSANEZI e SAMARA, 2003). As secas paralisavam a economia rural, dificultando o
abastecimento das cidades e do campo, o que provocava fome e desemprego entre a
6 A teoria biológica miasmática, formulada por Thomas Sydenham e Giovanni Maria durante o século
XVII, afirma que o contágio das doenças acontecia por meio da inalação de miasmas, caracterizada por
odores fétidos provenientes de matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis freáticos contaminados. 7 No Ceará o impacto da seca foi tão forte que a província recebeu recursos de províncias vizinhas que
também estavam passando pelo mesmo fenômeno. Como é o caso da província de Pernambuco que
‘remeteu em 6 de abril de 1877 uma quantia de 464$000 para as vítimas da seca pela comissão acadêmica
do Recife’ (TEOPHILO, 1922, p. 84).
6
população, aumentando os riscos de epidemias e a frequência de mortes. Diante desse
contexto econômico-demográfico, muitas pessoas migraram para outras regiões do
Brasil, em busca de oportunidades de trabalho e possibilidades de acesso ou posse da terra
(NOZOE, BASSANEZI e SAMARA, 2003).
As emigrações também aconteceram a nível interno. As cidades de Fortaleza,
Maranguape, Baturité, Aracaty e as vilas de Pacatuba e Mecejana, e a povoação de
Arronches foram os locais mais procurados pelos retirantes (TEOPHILO, 1922, p. 111).
Acrescenta-se a Vila do Crato que tinha maior resistência a seca devido ao grande número
de nascentes de água. Por sua vez, nas regiões do Sertão, onde a economia era,
principalmente, baseada na pecuária e na agricultura, o impacto da seca foi maior,
causando morte, fome e deslocamento (VIEIRA JUNIOR, 2002). Para os retirantes, as
migrações eram uma estratégia de sobrevivência em decorrência da falta de água e de
alimentos (VIEIRA JUNIOR, 2002).
Fortaleza foi a cidade que mais recebeu retirantes vindos do interior da província.
Cerca de 100 mil retirantes, com uma população a época em torno de 30 mil habitantes
(PONTE, 1999, p. 84). Foi construído no imaginário popular que na Capital da província
havia dinheiro e trabalho para os retirantes com recursos vindos da Corte do Rio de
Janeiro. Desta forma, Fortaleza foi retratada como uma espécie de Terra Prometida,
conforme relatado: ‘Animados com esta esperança, diariamente partiam, de todos os
pontos, inúmeras caravanas em procura da Terra Prometida’ (TEOPHILO, 1922, p. 97).
No entanto, quando os retirantes chegavam à capital famintos e doentes eram recebidos
em abarracamentos nos subúrbios da cidade, locais com higiene precário e em troca de
auxílio eram resignados ao trabalho duro. Para piorar a situação, epidemias de febre
amarela e varíola surgiram no mesmo período.
As comissões de socorros públicos além da distribuição de alimentos remédios,
encaminhavam os retirantes para o trabalho (CARDOSO, 2014). Um exemplo disto, foi
a criação do projeto Pompeu Sinimbú, proposto pelo senador Tomás Pompeu de Souza
Brasil e implantado em 1878 consistia em conceber auxílio do governo ao retirante, desde
que ele pudesse se dispor ao trabalho para realizar obras públicas. Era uma forma de
7
promover o progresso material da província por meio da construção e reforma de pontes,
estradas, prédios públicos, praças, escolas, cemitérios, igrejas e contornar o problema das
estiagens com a construção de açudes (SOUZA, 2015). O mesmo projeto também foi
implantado no Rio Grande do Norte. A Colônia Agrícola de Sinimbú foi fundada em 1878
a cerca de 27 km da capital da província, na vila de Ceará-Mirim. Recebeu cerca de 6.600
retirantes da seca de 1877, em busca de moradia e cuidados médicos, por meio do trabalho
(POMBO, 1922; BRITO, 2015). A criação do projeto foi uma forma de tirar proveito dos
socorros públicos que o governo por lei era obrigado a prestar à população, além de aliviar
as tensões ocasionadas pela presença em larga escala de retirantes nas capitais (SOUZA,
2015; BRITO, 2015).
Embora com menos intensidade do que em Fortaleza a província do Rio Grande
do Norte também sofreu com a seca. A província do Rio Grande do Norte alcançou um
estado de verdadeira penúria (LYRA, 2008, p. 304). Nos interiores, quase todos os lugares
foram alvos: ‘as populações abandonam os sítios do interior procurando as cidades e
villas’ (POMBO, 1922, p. 352).
Diante do exposto, é nítido que ambas as capitais não estavam preparadas
financeiramente e estruturalmente para uma seca dessa magnitude. O enorme contingente
populacional, a proliferação das doenças epidêmicas, os problemas urbanos e sanitários,
e a falta de alimentos e água levaram ao aumento da mortalidade a níveis drásticos. Desta
forma, no próximo item, a partir dos registros de óbitos será analisado o tamanho do
impacto causado pela seca e pelas doenças na mortalidade da população. Será analisado
o quantitativo de óbitos por sexo e idade de 1870 a 1878 e as principais causas de óbitos
que permitirá traçar um perfil das doenças que mais atingiram a população vítima da
grande seca.
3. Registros paroquiais de óbitos: uma análise do padrão etário e por sexo da
mortalidade
O Império português instituiu os assentos eclesiásticos de batismos, matrimônios
e óbitos entre as suas colônias a partir do Concílio de Trento (1545-1563) como meio de
8
controle, conhecimento da população e expansão do poder do reino de Portugal. Para a
adaptação das normas eclesiásticas à realidade colonial brasileira foi promulgada as
Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia em 1707. A partir dela, ficou definido
as normas para a elaboração dos assentos eclesiásticos. Aos registros de óbitos foi
determinado que seguissem a seguinte estrutura:
Aos tantos dias de tal mez, e de tal anno falleceo da vida presente N. Sacerdote Diacono,
ou Subdiacono; ou N. marido, ou mulher de N. ou viuvo, ou viúva de N., ou filho, ou
filha de N., do lugar de N., freguez desta, ou de tal Igreja, ou forasteiro, de idade de tantos
annos, (se commodamente se puder saber) com todos, ou tal Sacramento, ou sem elles: foi sepultado nesta, ou em tal Igreja: fez testamento, em que deixou se dissessem tantas
Missas por sua alma, e que se fizessem tantos Officios; ou morreo ab intestado, ou era
notoriamente pobre, e por tanto lhe fez o enterro sem lhe levar esmola (CONSTITUIÇÕES PRIMEIRAS DO ARCEBISPADO DA BAHIA, 1707, p. 292).
Mas geralmente essas recomendações não eram seguidas à risca pelos padres, que
na maioria dos casos, apresentavam características próprias de redação, o que poderia
impactar na qualidade dos dados. A variação da qualidade das informações está
diretamente relacionada ao padre responsável pela escrita dos documentos paroquiais
(SCOTT e SCOTT, 2013). No que se refere aos registros de Natal e Fortaleza, houve
diferença na cobertura da declaração de idade entre os dados de Natal e Fortaleza. A
maioria dos registros de Natal não apresentaram informações da idade do falecido,
enquanto Fortaleza não houve esse problema. Na demografia, as variáveis de sexo e idade
são de extrema importância, pois a partir delas é possível realizar estimativas e calcular
indicadores demográficos que identifiquem padrões de mortalidade.
No período de 1870 e 1878, Natal apresentou um total de 1776 óbitos registrados
nos documentos eclesiásticos. Enquanto Fortaleza, de 1870 a junho de 1878 apresentou
um total de 12579 óbitos. Em ambas as capitais, a mortalidade aumentou no período da
grande seca a partir de 1877 (Tabela 1).
Tabela 1 – óbitos por ano, Natal e Fortaleza, 1870-06/1878
9
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação (Natal),
disponível na Cúria Metropolitana de Natal; e registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José
(Fortaleza), disponível online > https://www.familysearch.org<.
Esses dados quando analisados por idade e sexo permite identificar segmentos da
população que mais sofriam os impactos causados pelas condições sanitários, doenças
infectocontagiosas e a seca, característicos do contexto de mortalidade no período. Porém,
havia diferença da qualidade dos dados entre as duas capitais, conforme já afirmado. A
maioria dos registros de óbitos de Natal não apresentou informações de idade (Gráfico
1). Desta forma, a estrutura etária dos óbitos desta cidade não foi analisada para cada ano,
como foi realizado com Fortaleza.
A estrutura etária dos óbitos de 1870 e 1872 em Fortaleza seguiu certo padrão. O
número de óbitos não ultrapassou de 400 para os dois anos. Destaca-se a predominância
da mortalidade das crianças com menos de 1 ano e uma diferença do número de óbitos de
mulheres em relação ao de homens no grupo etário de 30 a 34 anos, provavelmente em
decorrência de problemas no parto ou problemas nos dados (Gráfico 2).
Gráfico 1 – óbitos por idade e sexo, Natal, 1870-1878
Ano Absoluto % Absoluto %
1870 112 6,31 399 3,17
1871 76 4,28 348 2,77
1872 102 5,74 721 5,73
1873 43 2,42 674 5,36
1874 128 7,21 616 4,90
1875 132 7,43 788 6,26
1876 139 7,83 644 5,12
1877 189 10,64 2169 17,24
1878 855 48,14 6220 49,45
Total 1.776 12.579
Natal Fortaleza
10
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação (Natal),
disponível na Cúria Metropolitana de Natal.
Gráfico 2 – óbitos por idade e sexo, Fortaleza, 1870 e 1871
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José (Fortaleza), disponível online >
https://www.familysearch.org<.
600 500 400 300 200 100 0 100 200 300 400 500 600
< 0101 - 0405 - 0910 - 1415 - 1920 - 2425 - 2930 - 3435 - 3940 - 4445 - 4950 - 5455 - 5960 - 6465 - 6970 - 74
75 ou maisNão infor.
Óbitos em números absolutos
Gru
po
etá
rio
Homens Mulheres
150 100 50 0 50 100 150
< 0101 - 0405 - 0910 - 1415 - 1920 - 2425 - 2930 - 3435 - 3940 - 4445 - 4950 - 5455 - 5960 - 6465 - 6970 - 74
75 ou maisNão infor.
Óbitos em números absolutos
Gru
po
etá
rio
Homens Mulheres
11
A partir de 1872 houve um crescimento do número de óbitos e manteve-se um
padrão da quantidade de óbitos por ano até 1876, o volume não ultrapassou de 800. O
grupo de idade mais afetado com alta mortalidade continuou sendo o de crianças com
menos de 1 ano de idade, seguido pelo grupo etário de 0 a 4 (Gráfico 3 e 4). Esse alto
número de óbitos em crianças com menos de 1 ano e de 0 a 4 pode ser indicador de alta
mortalidade infantil e na infância. Estimativas que poderiam ser calculadas se tivéssemos
os dados dos nascidos vivos com menos de 1 ano. Mas de todo modo, são evidências
sobre as condições de vida da época, pois as crianças são as mais afetadas pelo péssimo
estado sanitário do ambiente e do pouco acesso a serviços de saúde e alimentação
adequada. Essas condições se tornam ainda mais precárias em épocas de secas, atingindo
outros grupos etários populacionais, tal como aconteceu em virtude da grande seca de
1877-1878, conforme discutido no próximo tópico.
Gráfico 3 – óbitos por idade e sexo, Fortaleza, 1872 e 1873
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José (Fortaleza), disponível online >
https://www.familysearch.org<.
250 200 150 100 50 0 50 100 150 200 250
< 0101 - 0405 - 0910 - 1415 - 1920 - 2425 - 2930 - 3435 - 3940 - 4445 - 4950 - 5455 - 5960 - 6465 - 6970 - 74
75 ou maisNão infor.
Óbitos em números absolutos
Gru
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etá
rio
Homens Mulheres
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Gráfico 4 – óbitos por idade e sexo, Fortaleza, 1874-1876
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José (Fortaleza), disponível online >
https://www.familysearch.org<.
4. A seca de 1877 e o impacto na mortalidade e no decréscimo populacional
Segundo o Recenseamento Geral do Império de 1872, Fortaleza tinha uma
população de 21.372 habitantes. No Recenseamento de 1890 a população era de 23.465
indivíduos. No período decorrido de 18 anos, entre um censo e outro, a população
praticamente não obteve crescimento. A explicação para essa cifra de população de 1890
tem origens na seca de 1877-79. Theophilo (1922) relatou:
350 300 250 200 150 100 50 0 50 100 150 200 250 300 350
< 0101 - 0405 - 0910 - 1415 - 1920 - 2425 - 2930 - 3435 - 3940 - 4445 - 4950 - 5455 - 5960 - 6465 - 6970 - 74
75 ou maisNão infor.
Óbitos em números absolutos
Gru
po
etá
rio
Homens Mulheres
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Segundo o recenciamento procedido em 30 de setembro (1878), havia uma população de
114.404 pessoas; e quarenta dias depois, em outubro, o arrolamento apresentava a cifra
de 108.656, havendo um decrescimento de 5.784! (THEOPHILO, 1922, P. 229).
É preciso considerar o quantitativo de retirantes na cidade que aumentou o número
de população, segundo Theophilo (1922) a população de indigentes era de
aproximadamente 60.000. Mas o número de pessoas que saíram da província em direção
a região Sul e Norte foi alarmante. Segundo o mesmo autor: ‘pelo porto da Fortaleza,
sahiram durante o ano de 1878, 26.875 indigentes, sendo para o sul e 15.300 para o norte’
(THEOPHILO, 1922, p. 256). Desta forma, tais relatos são indícios de que a população
de Fortaleza não apresentou crescimento vegetativo entre 1872 e 1890 devido aos efeitos
da seca que ocasionou grande mortalidade como também impulsionou a emigração para
outras regiões do País.
Nesse sentido, é consenso na historiografia clássica do Ceará que a seca de 1877-
79 foi uma das mais desastrosas e ocasionou grande mortalidade. Porém, esse impacto
nunca foi analisado a partir da estrutura de idade e sexo. Pode-se perceber que o padrão
de mortalidade mudou em relação aos anos anteriores. O número de óbitos aumentou
drasticamente a partir de 1877 (2169 óbitos) e o grupo etário mais afetado passou a ser o
de 01 a 04 anos (Gráfico 5). Em 1878 apesar da análise corresponder há apenas 6 meses8,
o número de óbitos praticamente triplicou em relação ao registrado em 1877, chegando a
um volume de 6220 óbitos na freguesia de São José de Fortaleza (Gráfico 6). Este
aumento no número de óbitos na capital do Ceará ocorreu devido a dois fatores: a
emigração massiva de retirantes refugiados da seca; e a disseminação da febre amarela9.
Gráfico 5 – óbitos por idade e sexo, Fortaleza, 1877
8 A catalogação irá continuar até 1890 e será possível analisar de modo mais completo o comportamento
da mortalidade em período de crise, assim como também a mortalidade normal. 9 Além da febre amarela, no período há a disseminação da varíola que de acordo com Theophilo (1922)
aparece a partir de setembro de 1878.
14
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José (Fortaleza), disponível online >
https://www.familysearch.org<.
Gráfico 6 – óbitos por idade e sexo, Fortaleza, 01 a 06/1878
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José (Fortaleza), disponível online >
https://www.familysearch.org<.
500 300 100 100 300 500
< 0101 - 0405 - 0910 - 1415 - 1920 - 2425 - 2930 - 3435 - 3940 - 4445 - 4950 - 5455 - 5960 - 6465 - 6970 - 74
75 ou maisNão infor.
Óbitos em números absolutos
Gru
po
etá
rio
Homens 1877 Mulheres 1877
1.200 800 400 0 400 800 1.200
< 0101 - 0405 - 0910 - 1415 - 1920 - 2425 - 2930 - 3435 - 3940 - 4445 - 4950 - 5455 - 5960 - 6465 - 6970 - 74
75 ou maisNão infor.
Óbitos em números absolutos
Gru
po
etá
rio
Homens 1878 Mulheres 1878
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A análise da mortalidade por causas é um ótimo indicador para a compreensão das
condições de vida da população e a identificação de padrões de causas de óbitos. Essas
informações também variavam na qualidade e quantidade entre os dados de Natal e
Fortaleza. Nos anos de seca, 1877 e 1878, não houve declaração de causa de óbitos para
Natal, com exceção de apenas uma causa, a Fome. Já para Fortaleza, quase todos os
registros apresentaram a causa do óbito (Tabela 2).
Tabela 2 – As seis principais causas de óbitos, Fortaleza, 1877-1878
Fonte de dados: registros paroquiais de óbitos da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação (Natal),
disponível na Cúria Metropolitana de Natal; e registros paroquiais de óbitos da freguesia de São José
(Fortaleza), disponível online > https://www.familysearch.org<.
A Febre Amarela aparece como principal causa de óbito em 1877 e fica em
segundo no ano seguinte, sendo considerada como epidêmica pela grande quantidade de
óbitos. A Febre causa principal causa em 1878 abre margem para interpretações. O
aumento da temperatura é consequência da resposta do organismo a invasores,
normalmente vírus e bactérias, desta forma, trata-se de sinal de doença infecciosa. Além
disso, o termo Febre apresenta indícios de que possa ser abreviação de Febre Amarela.
Uma hipótese é que seja uma característica específica de escrita do padre, o qual
pretendeu economizar na escrita devido a grande quantidade de óbitos para serem
registrados por dia (Tabela 2).
A segunda maior causa de óbito em 1877 e a quarta em 1878 foi o Espasmo.
Atinge, primordialmente, crianças com menos de 1 ano de idade. Segundo o dicionário
colonial de Raphael Bluteau (1728) é o ‘mesmo que convulsão ou retração. Uma
Ordem DoençaNúmero
de óbitosDoença
Número de
óbitos
1 Febre amarela 900 Febre 3.572
2 Espasmo 360 Febre amarela 1.558
3 Diarrhea 175 Diarrhea 269
4 Hidropisia 101 Espasmo 190
5 Dentição 49 Beriberi 86
6 Fome 37 Hidropisia 79
1877 1878
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convulsão involuntária dos nervos’. De acordo com a descrição não é possível identificar
a doença que causou a morte, apenas o sintoma. O espasmo foi a causa de óbito
predominante entre 1870 a 1876. A terceira maior causa em 1877 e 1878 foi a Diarrhea.
Bluteau (1728) define como ‘doença, fluxo de ventre em que sai dele evacuação frequente
de matéria clara, água, mucosa, glutinosa, com espuma, biliosa, ou denegridados
intestinos, talvez com puxos’. A diarreia é um sintoma marcado por complicações
geralmente provocadas por intoxicação alimentar, causada pela ingestão de alimentos
contaminados; consumo de água contaminada; ou ainda, sinal de gastroenterite, infecção
intestinal (Tabela 2). A Hidropisia (também chamada de anasarca) é definida por Bluteau
(1728) como: ‘inchação, ou tumor preternatural do ventre, ou das pernas, ou do corpo
todo, causada de huma agoa intercutânea, quando não há boa fanguificação do fígado’.
Atualmente a doença se define como acumulação de líquido aquoso nas cavidades
naturais do corpo ou no tecido celular causada por distúrbios na circulação do sangue. A
definição de Dentição não consta nos dicionários coloniais. O Beribéri é uma doença
causada pela deficiência da vitamina B1 no organismo. E por fim, a Fome decorrente da
falta de alimentos (Tabela 2).
As causas de óbitos apresentadas condizem com o contexto de mortalidade
fortemente influenciado pela seca e pelas doenças epidêmicas, como a febre amarela e
mais tarde, a varíola. Outras causas se destacaram resultado do estado sanitário precário,
da ingestão de alimentos e água contaminadas, como é o caso da diarreia; pela falta de
alimentação adequada com a carência de certos nutrientes, o beribéri; e ainda a total falta
de alimentos que levou as pessoas a falecerem de fome.
Considerações finais
Pode-se concluir que este exercício teórico e metodológico de análise das fontes
dos registros paroquiais de óbitos possibilitou a ampliação do conhecimento sobre o
contexto de mortalidade nas capitais provinciais, Natal e Fortaleza. Foi possível uma
análise da estrutura de óbitos por idade e sexo, assim como também das principais causas
de óbitos em anos de seca. Posteriormente, pretende-se realizar o cruzamento com dados
17
de população dos recenseamentos de 1872 e 1890 e assim produzir estimativas de
mortalidade (Taxas específicas de mortalidade) e também a aplicação de métodos para a
correção do grau de cobertura dos óbitos. Como também a aplicação de métodos que
permitem calcular a intensidade das crises de mortalidade, assim como outras opções
metodológicos para o tratamento dos dados, levando em consideração que se trata de
dados defeituosos.
Desta forma, o presente artigo foi uma exploração do potencial e das limitações
deste tipo de fonte. Ficou evidente que os dados de Natal são mais defeituosos. De toda
forma, até o período analisado foi possível chegar a algumas conclusões sobre o contexto
de mortalidade vivenciado pelas duas sociedades. Primeiro, casa com o conceito de
período pré-transicional que vigorava a alta mortalidade com causas de óbitos
predominantemente por doenças infectocontagiosas. Acrescenta-se os terríveis efeitos da
seca ao considerar o grande número de emigrantes na capital que não estava preparada
estruturalmente, economicamente e sanitariamente para uma seca desta magnitude. Em
consequência disso, com muitos retirantes e a disseminação da febre amarela a
mortalidade aumentou de forma considerável.
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