DC 19/03/2012

28
ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 5 8 5 HOJE Dia de sol com algumas nuvens. Máxima 27º C. Mínima 13º C. AMANHÃ Sol com algumas nuvens. Não chove. Máxima 28º C. Mínima 15º C. Ano 87 - Nº 23.585 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h40 www.dcomercio.com.br São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 HOJE: CARTILHA DE E-COMMERCE DO PROCON. A cartilha do Procon está nas páginas 21 e 22, frente e verso. Basta seguir a orientação para as dobras para formar a sua. Ela contém informações e dicas que previnem problemas para lojistas virtuais e consumidores. Negócios com alta tecnologia "A discussão agora é a integração entre comércio físico e virtual", diz Nelson Kheirallah, vice-presidente da ACSP, diante da nova relação com o consumidor – com tablets, smartphones... Pág. 13 Vendedor cai em desuso para a geração Google Lojas se armam de Wi-Fi e telas para clientes que vão às compras sabendo o que querem e comparam preços pelo celular. Pág. 23 Stuart Iset/NYT Romário: vamos passar vergonha Cético, deputado critica governo, Fifa, e diz que Brasil não fará a maior Copa de todos os tempos. Pág. 28 Wilton Junior/AE Novo vazamento. E a Chevron pode ser expulsa. Página 5 Vocês sabem com quem estão jogando? Parece ter sido este o espírito dos craques vencedores do Tricolor, ontem, ao enfrentarem o Peixe. Pág. 25. Esporte Luis Fabiano, matador do São Paulo, ao sofrer pênalti. Tricolor 3 a 2 e segundo lugar no Paulistão. Miguel Schincariol/AE O centrão está virando notívago Algumas lojas e vários bares do Centro Velho descobriram o consumidor que espera o rush do Metrô passar para comprar ou se divertir. Pág. 10 Chico Ferreira/Luz Fim de semana na Síria: 3 atentados e 29 mortos. Enquanto manifestantes protestavam contra Assad na av. Paulista (acima), carro-bomba matava duas pessoas em Aleppo, 2ª maior cidade síria. Pág.9 AFP Nacho Doce/Reuters Beduínos levam e devolvem brasileiras As turistas foram sequestradas ao pé do Monte Sinai. Pág. 9

description

Diário do Comércio

Transcript of DC 19/03/2012

Page 1: DC 19/03/2012

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23585HOJE

Dia de sol com algumas nuvens.Máxima 27º C. Mínima 13º C.

AMANHÃSol com algumas nuvens. Não chove.

Máxima 28º C. Mínima 15º C.

Ano 87 - Nº 23.585 Jornal do empreendedorR$ 1,40

Conclusão: 23h40 www.dcomercio.com.br São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012

HOJE: CARTILHADE E-COMMERCEDO PROCON.A cartilha do Procon está nas páginas 21 e 22,frente e verso. Basta seguir a orientação paraas dobras para formar a sua. Ela contéminformações e dicas que previnem problemaspara lojistas virtuais e consumidores.

Negócios com alta tecnologia"A discussão agora é a integração entre comércio físico e virtual",diz Nelson Kheirallah, vice-presidente da ACSP, diante da novarelação com o consumidor – com tablets, smartphones... Pág. 13

Vendedor cai emdesuso para a

geração GoogleLojas se armam de Wi-Fi e telas para clientes

que vão às compras sabendo o que querem ecomparam preços pelo celular. Pág. 23

Stua

rt Ise

t/N

YT

Romár io:va m o spassar

ve r g o n h a C é t i co,

deputado criticagoverno, Fifa, e

diz que Brasilnão fará a maior

Copa de todosos tempos.

Pág. 28

Wilton Junior/AE

Novo vazamento.E a Chevron pode

ser expulsa.Página 5

Vocês sabem com quem estão jogando?Parece ter sido este o espírito dos craques vencedores do Tricolor, ontem, ao enfrentarem o Peixe. Pág. 25. Espor te

Luis Fabiano,matador doSão Paulo, aosofrer pênalti.Tricolor 3 a 2 esegundo lugarno Paulistão.

Mig

uel S

chin

cario

l/A

E

O centrão está virando notívagoAlgumas lojas e vários bares do Centro Velho descobriram o consumidorque espera o rush do Metrô passar para comprar ou se divertir. Pág. 10

Chico Ferreira/Luz

Fim de semanana Síria:3 atentados e29 mortos.Enquanto manifestantes protestavamcontra Assad na av. Paulista (acima),carro-bomba matava duas pessoas emAleppo, 2ª maior cidade síria. Pág. 9A

FP

Nac

ho D

oce/

Reut

ers

Beduínos levam edevolvem brasileirasAs turistas foram sequestradas ao pé do Monte Sinai. P á g. 9

Page 2: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 20122 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroClaudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

Ed i to r - Ch e fe : José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]) Chefia de Reportagem: Teresinha Leite Matos ([email protected])Editor de Reportagem: José Maria dos Santos ([email protected]) Editores Seniores: Bob Jungmann ([email protected]), Carlos deOliveira ([email protected]), chicolelis ([email protected]), Estela Cangerana ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Luiz Antonio Maciel ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]) Editor deFotografia: Alex Ribeiro Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Fernando Porto ([email protected]), Ricardo Ribas([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]) Subeditores: Marcus Lopes e Rejane Aguiar Redatores: Adriana David, DarleneDelello, Eliana Haberli e Evelyn Schulke Repórteres Especiais: Fernando Gabeira, Kleber Gutierrez ([email protected]), . Repór teres:Anderson Cavalcante ([email protected]), André de Almeida, Fátima Lourenço, Ivan Ventura, Karina Lignelli, Kelly Ferreira, Kety Shapazian,Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Mário Tonocchi, Paula Cunha, Rafael Nardini, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibelli, Rita Alves, SandraManfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Vera Gomes e Wladimir Miranda.

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911, São PauloPABX (011) 3244-3737 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046, (011) 3244-3123

HOME PAGE http://www.acsp.com.br E-MAIL a c s p @ a c s p. co m . b r

Gerente Executiva e de Publicidade Sonia Oliveira ([email protected])Gerente de Operações Valter Pereira de Souza ([email protected])Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Folhapress, Efe e Reute r s I m p re s s ã o OESP GRÁFICA S/AAs s i n at u ra s Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60

FALE CONOSCOE-mail para Cartas: [email protected] E-mail para Pautas: e d i to r @ d co m e rc i o. co m . b r

E-mail para Imagens : d co m e rc i o @ a c s p. co m . b r E-mail para Assinantes: circulac [email protected] Legal: 3244-3175. Fax 3244-3123 E-mail: l e g a l d c @ d co m e rc i o. co m . b r

Publicidade Comercial: 3244-3197, 3244-3983, Fax 3244-3894Central de Relacionamento e Assinaturas: 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355

opiniãoObviamente, no terreno das possibilidades, tudo pode acontecer – ou não.

Delfim Netto

A CIÊNCIA DO AMOR

DELFIM

NETTO

As previsões dependem daqualidade das estimativas

usadas nos modelos, do tipo derelações colocadas e da própriacrença dos analistas sobre

a capacidade do governo.

Quem não consegue se-quer prever qual vaiser a taxa de inflaçãono Brasil em setembro

deste ano será capaz de acertar aprevisão da inflação em dezembrode 2013? Após a redução da taxabásica de juros em 0.75 ponto per-centual, na última reunião do Co-pom, dia 7 último, foram publica-das várias análises de economis-tas projetando aumento da infla-ção para o ano que vem em relaçãoao índice de 2012.

Obviamente, no terreno daspossibilidades, tudo pode aconte-cer – ou não. As previsões depen-dem da qualidade das estimativasutilizadas nos modelos, do tipo derelações que se colocam neles e daprópria crença dos analistas sobrea capacidade do governo de res-ponder aos problemas.

Hipóteses mais radicais partemda ideia que o governo vai aguardarde braços cruzados o retorno da in-flação. Isso significa acreditar que ogoverno está morto, o que não com-bina com realidade... O governo pa-rece vivo e passando bem.

Ao comentar as reações do go-verno brasileiro à crise financeiramundial, tenho insistido em mos-trar que o presidente do Banco Cen-tral, Alexandre Tombini, está muitomais antenado ̀ a confusão do "esta-do da arte" da política monetária eaos problemas internos e externos

da economia do que os seus críticosno mercado financeiro.

A maioria deles se comporta co-mo os autores daquela propagandaque vem pregada em árvores ouamarradas em postes, garantindoque uma "Ciência do Amor" podeprever o destino romântico das pes-soas: basta que paguem a consulta edepois esperem o resultado.

Se acertar a previsão, em de-zembro de 2013 o "cientista" podecomemorar: "Eu sabia..." E se er-rar, ninguém vai falar no assunto.Nessa matéria, a crise financeira

de 2007/2009 desvendou algu-mas situações incríveis, levandoos economistas de todo o mundo arefletir sobre as razões que impe-diram a maioria dos profissionaisdo ramo a prever a catástrofe quese desenhava há algum tempo.

Três anos depois da eclosão dacrise, economistas do Fundo Mo-netário Internacional convocaramuma conferência que chegou a al-gumas conclusões interessantes.

Vale a pena lembrar a observa-ção deles, em um texto ao final doencontro, de que "mesmo os mo-

delos mais sofisticados, apoia-dos em artilharia matemática pe-sada, não reproduzem a comple-xidade da vida econômica, poisdeixam de fora a possibilidadeda acumulação de pequenos pro-blemas que podem levar a umadescontinuidade instantânea docircuito econômico."

A inda segundo o texto doseconomistas, há "sériassuspeitas de que as clás-

sicas crises de credito que acom-panham a economia de mercadosão produzidas pela própria psi-cologia humana, de forma quenão importa o que façamos elasestarão sempre conosco." Contu-do, afirma, as dúvidas com rela-ção à politica macroeconômica"não são justificativas para oabandono das boas praticas degovernança dos estados".

Conclui o texto que é importan-te reafirmar "a necessidade decriar-se uma absoluta coordena-ção entre as politicas monetária efiscal, acompanhada dos incenti-vos corretos aos agentes, de umaboa regulação dos mercados e docompleto respeito às identidadesda contabilidade nacional."

ANTÔNIO DELFIM NE T TO É

P RO F E S S O R E M É R I TO DA F E A - U S P,EX-M I N I S T RO DA FA Z E N DA , DA

AG R I C U LT U R A E DO PL A N E JA M E N TO

PAULO

SAAB

É HORA DE DILMADIZER A QUE VEIO

O que foi feitopela presidentenesse tempode governo,em termospolíticos eeconômicosnão basta diantedas demandase necessidadesdo nosso País.

Os fatos falam por si, eeis o que dizem:

- A economia brasileiracresceu 2,7%, enquanto amédia mundial foi 2,8%.Desempenho pífio para tantaempáfia;

-Uma dezena de ministrostrocados em pouco mais deum ano de governo, a maioriapor acusações de corrupção;

-A indústria brasileiraameaçada pela ausência depolítica de estímulo embenefício das importações;

-A base aliada dogoverno em profunda crise,fisiológica e não política, nonegócio da troca de apoio porcargos públicos, certamente,que lidam com grandessomas de dinheiro;

-Crise no relacionamentocom a FIFA pelo monumentalatraso nas obras para aCopa do Mundo de 2014;

Esta relação poderiaser estendida. Para seentender, todavia, a situação,já basta por aqui.

Está na hora de apresidente Dilma dizer a queveio, além de ter sido eleitapelo prestígio semfundamento prático doex-presidente Lula. Sim, éverdade: no início deu novacor à administração ao noslivrar do falatório populistae incansável de Lula e colocouum pouco de composturano exercício do poder.

Isso, contudo, comojá se constata, não basta paradar ao País um governo àaltura de suas exigênciase necessidades.

Na verdade, os doisgovernos anteriores de

Lula e a continuidade dealguns hábitos, na gestãoDilma, tornam o própriogoverno refém do que há depior da chamada classepolítica do País. Some-se aisso, a paralisia de iniciativase ações, a ausência deprogramas efetivos – quenão sejam propagandasambulantes como os PACsda vida e as bolsas esmolas– e nada de concreto estásendo pensado e feitopelo crescimento efetivoda qualidade de vida,da economia, da vidapolítica nacional.

Um governo com menosde um ano e meio, parecendojá perdido em meio a tantosdesencontros ( fora asameaças de greves por setorespúblicos e os resultados daatividade econômica) lançavárias preocupaçõessobre o horizonte futuro.

É simplesmente umaafronta à mínima decênciaouvir "líderes" de partidos dabase aliada vociferar natelevisão que vão abandonaro governo Dilma, e, portanto,não mais votar a favor doque o governo pedir, porqueo Planalto não cumpre as

promessas de indicarmembros desses partidospara cargos importantes naadministração federal.

Isso é feito, na vidapolítica da era PT com umanaturalidade impressionante.Quer dizer que se o governonão der cargos quepermitam aos partidos dealgum modo de auferirbenefícios (imagina-se quaissejam) deles decorrentes,não mais receberá apoiocego, incondicional?

Uma barafunda.Como era de se esperar, as

notícias falam cada vez maisdas irritações da presidente,de seu gênio forte, do medoque inspira em ministros ecolaborares, e cada vez menosde situações concretas demelhoria geral do Brasil,embora a propaganda oficialmassacre com desinformaçãoautolaudatór ia.

E como já disse umexperiente jornalista(certamente fora de seumicrofone, ou perderia oemprego pelo volume deverbas oficiais que sustentama mídia pátria): não é oBrasil que está crescendo, aEuropa e os Estados Unidos éque estão caindo. E nemassim conseguimos um PIBna média mundial. Ficamosatrás até da Indonésia.

Abstraindo-nos dissotudo por um minuto,

ainda temos que suportar, nóspaulistas, a obsessão do PT ede seus aliados em conquistaro governo bandeirantee a prefeitura paulistana.As bases aliadas, claro, deolhos (e de boca) bemabertos. Afinal, falamos dosegundo e do terceiromaiores orçamentos do Brasil.

Alguém duvidado motivo de tanto desejo?

Como nosso povoé bondoso, ingênuo, e comonossos políticos e governantessão puros...

E a presidente? Quandodirá a que veio, de verdade?Só para efeitos partidários, depoder, de recursos públicosdesviados (por "aliados eex-ministros") é muito pouco.

PAU LO SAAB

É J O R N A L I S TA E E S C R I TO R

Divulgação

Prever a inflação

futura é como a

promessa das

videntes,propagandeadas

nos postes, de

resolver os

problemas

amorosos das

pessoas

Page 3: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião SUCESSO DOS LIVROS ELETRÔNICOS NÃO SIGNIFICA O FIM DOS LIVROS IMPRESSOS.

UMBERTO

ECO

Eu tinha esperanças deque hoje a discussão játivesse acabado, mas odebate sobre os e-bo-

oks substituindo os livros tradi-cionais continua – especialmen-te se os contratos de publicaçãode livros destinados a Kindle,iPad e outras ferramentas de lei-tura são um prelúdio da mortedefinitiva dos livros e livrarias.Os jornais dedicaram páginas in-teiras de sua cobertura de cultu-ra a essa questão.

Lembro de um jornal diário quedeu muito espaço a uma foto dos"buquinistas", ou vendedores delivros (antigos ou usados), nasmargens do Sena, em Paris, e afir-mava que esses comerciantes es-tão destinados a desaparecer. Evi-dentemente o redator esqueceu-se de considerar que, se as editorasrealmente pararem de imprimir li-vros, com certeza surgirá um prós-pero mercado para volumes anti-gos, e bancas como as de Paris – oúnico local onde seria possível en-contrar livros do ano passado – ga-nhariam uma nova vida.

De certa maneira, esse debatecomeçou há mais de 30 anos, como início da difusão do computadorpessoal. Mas o advento do e-rea-der motivou novas preocupações.Por fim, o roteirista Jean-ClaudeCarrière e eu ficamos cansados deresponder individualmente a to-das essas observações fatalistas epublicamos uma longa conversacom o título provocativo Não Con-tem com o Fim do Livro.

Apoiar a ideia de um futuro lon-go para o livro não significa negarque algumas obras de referênciasão mais fáceis de transportar emum tablet ou que pessoas com hi-permetropia acham mais fácil lerjornal em um aparelho eletrônicoque lhes permite aumentar o ta-manho da letra à vontade, ou quenossas crianças poderiam evitardores na coluna se não carregas-sem mochilas escolares terrivel-mente pesadas.

Tampouco eu iria afirmar que aversão em papel de Guerra e Paz éuniversalmente mais agradávelpara ler na praia do que a eletrônica– pessoalmente, estou convencidode que é, mas os gostos variam eminha única esperança é que osque têm gostos diferentes não en-frentem uma eventual falta deenergia. Mas já temos prova de que

Exageros sobre amorte do livro

os livros terão uma vida longa, naforma de volumes que foram im-pressos há mais de 500 anos e aindaestão em ótima condição, bem co-mo os pergaminhos, que têm so-brevivido há 2 mil anos.

Por outro lado, não temos nenhu-ma prova de que algum meio eletrô-nico vá durar da mesma maneira.Em um período de 30 anos, o dis-quete flexível foi substituído porum disco menor com uma armaçãorígida, que por sua vez foi substituí-

do pelo CD, que foi substituído pelopen drive. Atualmente, nenhumcomputador é fabricado para lerum disquete flexível dos anos 80, eassim não sabemos se o que foi es-crito em algum disco vai durar 25anos, sem falar de 500. Melhor guar-dar nossas memórias no papel!

Além disso, há uma grande di-ferença entre a experiência de se-gurar e folhear um livro e a de co-piar um arquivo de pen drive. Ouentre olhar um livro que você leu

há muitos anos, descobrir os tre-chos que sublinhou e as observa-ções que fez nas margens – umaexperiência que o transporta e lhepermite reviver velhas emoções –e ler a mesma obra em uma tela decomputador, na fonte Times NewRoman de 12 pontos.

Até se admitirmos que os quesentem prazer em tais coisas "an-tigas" são uma minoria entre os se-te bilhões de habitantes do planeta(e aumentando), sempre haverá

entusiastas para manter um prós-pero mercado de livros. E se al-guns livros descartáveis – os best-sellers para ler no trem, horáriosdos trens ou antologias de piadas– desaparecerem das livrarias esobreviverem apenas nos e-rea-ders, melhor assim. Pensem emtodo o papel poupado.

Anos atrás me queixei do fatoque em todas as antigas e som-brias livrarias do passado, qual-quer um que entrasse para olhar

os livros era confrontado por umcavalheiro severo que exigia sa-ber o que procurávamos. O des-concertado cliente, intimidado,provavelmente se retirava deimediato. Achei mais encoraja-dor visitar as novas livrarias-ca-tedrais, nas quais uma pessoapode se sentar durante horas efolhear tudo o que quiser.

M as agora, se os e-rea-ders vão absorver todomercado disponível

de livros, essas livrarias do passa-do talvez sirvam para algo: pode-riam, por exemplo, se converterem lugares onde os aficionadosiriam para encontrar o tipo de li-vro que não se descarta.

Finalmente, devemos lembrarque, ao longo do tempo, houvenumerosos exemplos de inova-ções populares que ameaçaramsubstituir seus antecessores –mas não conseguiram. A forja degota não substituiu o martelo. Afotografia não decretou a morteda pintura (quando muito, tal-vez, tenha desencorajado as pai-sagens e os retratos e encorajado aarte abstrata). O cinema não cau-sou a morte da fotografia, a tele-visão não matou o cinema e ostrens coexistem perfeitamentecom os automóveis e os aviões.

Assim talvez tenhamos umadiarquia: ler em papel e ler nas te-las – o que, com acesso suficiente,poderia levar a um aumento as-tronômico no número de pessoasque aprendem a ler. E isso, comcerteza, é um avanço.

HU M B E RTO ECO É E S C R I TO R ,AU TO R DE “ BAU D O L I N O ”, “O NOME

DA ROSA” E "O CEMITÉRIO DE

PR AG A ", ENTRE O U T RO S .TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

Acrise nos EUA e na Europatem levado analistas detodo o mundo a voltar

seus olhos para o Brasil comdoçura. Um país gigantesco, umademocracia, paraíso dediversidade e convivência entrediferenças, motivado porprosperidade econômica eestabilidade política. Mas será queessas pessoas sabem realmentecomo é viver por aqui? Não vamosdiscutir ou listar as apregoadas"conquistas" brasileiras da últimadécada: essa tarefa vem sendobem executada pela imprensa,daqui e de fora. Vamos parar uminstante para pensar em comosão mesmo as coisas para quemvive, trabalha e investe no Brasil.

O trabalhador de uma grandecidade por certo despertaalgumas horas antes de iniciarsua jornada: se usa carro para selocomover, passará por toda sortede obstáculos causados pela totalausência de planejamentourbano, enfrentando vias malcuidadas e tráfego intenso.Estacionar seu veículo (pelo qualpagou o dobro do que pagaria emoutro país e que precisa manterlegalizado recolhendo pesadastaxas anuais) é outro desafio caroe desgastante. Convém precaver-se nos intervalos com assaltantesarmados em semáforos. Semovimenta-se por transportecoletivo, pagará caro por umserviço precário e demorado.

No trabalho, enfrentaráburocracia sempre que forobrigado a lidar com regras enormatizações técnicas impostaspor governos nas três esferas,movimentando-se num labirinto

entre tributos escorchantes,fiscalização contraditória e muitasvezes corrupta, uma teia dearmadilhas para que possa sercobrado e multado (o queaumenta a arrecadação dosgovernos, a verdadeira razão deexistir do Estado no Brasil).

Se for um empreendedor, essatortura será multiplicada no

mínimo pelo número defuncionários que contratar.Inventar e manter um negócio noBrasil é sujeitar-se ao riscopermanente de infringir algumaregra governamental confusa,obscura e injusta, que poderáocasionar a qualquer momentouma demanda judicial deconsequências imprevisíveis.

Se quiser comunicar-se comparceiros comerciais, dependeráde serviços de péssima qualidade,que crescem em número declientes mas não eminfraestrutura ou avançotecnológico: celulares falham otempo todo; linhas fixas sãocaríssimas e fornecidas em geralpor monopólios; a internet de altavelocidade é instável e seu preçouma piada de mau gosto.

Ao circular na cidade, o cidadãonão poderá ignorar outra ameaça:

a violência. As cidades brasileirassão mal policiadas e hápossibilidades quase infinitasde ser atingido por algumaagressão a qualquer momento. Asruas estão cheias de criminosos,sem contar os menores de idadee os consumidores de drogaspesadas, espalhados pelasesquinas. Tente desviar do crack eda maconha rolando solta naporta de casa e das escolas!

Viver no Brasil é tambémconviver e de alguma forma

conformar-se com injustiçasinstitucionais e sociais de todaespécie: bairros pobres sem asmínimas condições de vida dignae governantes entram e saemsem cuidar do básico necessárioàs populações. A rede de esgotosnão atende a grande parte dosbrasileiros; escolas públicas sãodepósitos de crianças que saem

sem saber ler ou escrever;hospitais públicos matam poromissão ou incapacidademilhares de doentes brasileirostodos os anos e não há prisõessuficientes para todos oscriminosos que devem serretirados do convívio social e asque existem, por sua vez, sãoindignas e desumanas.

E os políticos? A corrupção éprática disseminada e muitas

vezes aceita como natural naesfera pública. Parlamentaresenvolvidos em escândalos saeme voltam ao poder, como se nadahouvesse acontecido. Bilhõesdesviados somem para sempre.Autoridades da justiça advogam-se privilégios inenarráveis, em vezde dar fim ao inaceitável estadode coisas. A população assiste demãos atadas a uma elite política eburocrática viver de privilégios.

Eleição após eleição, não háperspectiva de melhora. Osvelhos nomes das oligarquiaspartidárias revezam-se emlegendas esvaziadas depropostas ou ideologias.

Quer fugir do caos urbano emdireção ao aprazível interior?Cuidado: as estradas são malcuidadas, perigosas e infestadasde criminosos. Leve todo odinheiro que tiver, pois ospedágios são caros e repetem-sesem critério aparente.

Pense bem antes de trocar acidade pela vida rural. Se

adquirir terras, cuidado com omovimento de extrema esquerdaconhecido por MST (Movimentodos Sem Terra): eles poderãoinvadir e depredar suapropriedade e depois partirãopara fazer o mesmo napropriedade vizinha. Não contecom a sensibilidade dosgovernos nessa batalhas: amaioria esmagadora dos partidostem, de uma forma ou de outra,alguma ligação com omovimento, e será difícil expulsaros invasores depois que eles seassentarem (lembre que,diferentemente deles, vocênão pode usar de violência parafazer valer o seu direito).

De volta à cidade, e em buscade um novo emprego? Prepare-se:quando se diz que os brasileirosvalorizam as relações pessoais,não considere uma banalidade;aqui o networking é tudo. Issosignifica que será quaseimpossível conseguir emprego ourealizar algum negócio sem lançarmão de relações pessoais ou dealgum tipo de apadrinhamento.

Curiosamente, apesar do"boom econômico", milhares

de brasileiros continuamenfrentando a humilhação dadeportação, todos os anos, nasdesesperadas tentativas de sairdo País. E não obstante ocrescimento das empresasprivadas, jamais tantos brasileirosdesejaram e lutaram por umemprego público, com"estabilidade" e sempossibilidade de demissão.

Nada disso, entretanto, pareceproblematizar o Brasil para quemassiste ao espetáculo tupiniquimdo lado de fora. Por trás dodiscurso disseminado dedesenvolvimento de BRICs, umlaivo notável de anti-imperialismopermeia as redações de jornais euniversidades no mundo todo.

Enquanto estrangeiros eiludidos acordam nas nuvensimaginando estar diante do "paísdo presente", brasileiros maisconscientes não pregam os olhos,temendo o Brasil real – aqueleque terão de enfrentar sempreque caírem da cama.

O AU TO R É M I C RO E M P R E S Á R I O

E CO LU N I S TA DO SITE

W W W.MIDIAAMAIS.CO M .BR

O BRASILVALE COMOMODELO?

PAULO DINIZ

ZAMBONI

Ayr

ton

Vign

ola/

Folh

apre

ss

Page 4: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 20124 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

CHARGE DO DIA

Outros tempos333 Nas últimas semanas, o senador (PTB-AL) e ex-presidente Fernando Collor de Mellotem lembrado muito de seus primeiros mesesno Planalto, quando achava que poderiagovernar sem a participação do Congresso namáquina administrativa (ministérios, secretari-

as, estatais e outros postos-chave). Na época – e do lado de foraporque não participava do governo – o famoso Paulo CésarFarias, o PC, fazia as mesmas advertências que, hoje, Collor faz aDilma Rousseff. A frase que usava numa camiseta – O tempo é osenhor da razão – vem sempre à cabeça de Collor. Detalhe: aosmais chegados, acha que Dilma é tão cabeça dura quanto ele foi.

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 O chamado núcleo doce(quem inventou o rótulo foi IdeliSalavatti, que não gostava daexpressão núcleo duro) ganhoumais duas mulheres: além da

titular das Relações Institucionais e de Gleisi Hoffmann, da CasaCivil, formam no primeiro time das mulheres da presidente, MiriamBelchior, do Planejamento e Helena Chagas, da Comunicação Social.O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, ganhou algumespaço, é poderoso, só que não tem sintonia fina com Dilma. Do ladode fora, mesmo debaixo de chuvas e trovoadas, a Chefe do Governopermanece prestigiando Ana de Holanda (Cultura), Maria do Rosário(Direitos Humanos) e a recém-nomeada Eleonora Menicucci que,já ao tomar posse e detonar os militares, criou sério problemapara Dilma. Esse é o chamado Estado-Maior da presidente.

Mulheres noEstado-Maior

333 O musical Tim Maia – ValeTudo, baseado no livro deNelson Motta, com direçãode João Fonseca, é o novosucesso da temporada de São

Paulo, no Teatro Procópio Ferreira, com o público aplaudin-do de pé Tiago Abravanel (primeira foto à esquerda, com amãe Cíntia Abravanel), na pele do cantor e compositor.Na estréia, para convidados, entre tantos, estavam lá, dasegunda foto à esquerda para direita, Val Marchiori (avisan-do que “está fechada para balanço”), Mônica Serra, MarisaOrth (em temporada com A Família Adams) e Nani People.

Tim Maianopalco

Jóias doDeserto

333 Thereza Collor (à esquer-da) é uma apaixonada porpeças étnicas de regiõesdesérticas (Saara, Arábia,Himalaia, Ásia Central e Thar),

e resolveu expor mais de dois mil acessórios colecionados einspirados na cultura dessas áreas na galeria de arte do Sesi, noCentro Cultural Fiesp, em São Paulo. A mostra chama-se Jóias doDeserto, está dividida em cinco núcleos, com braceletes, colares,bolsas, tapetes, tornozeleiras, adornos de cabeça e muitos mais.Na inauguração, entre tantos, Naji Nahas (centro) e Bárbara Paz(direita), ainda em temporada em São Paulo com a peça Hell.

O resultado do meu afastamento do Legislativo redundou no meuimpeachment.

IN OUTh

h

Guarda-chuva colorido. Guarda-chuva clássico.

MAIS: tinha fila no banheiro,não havia ar condicionado eum festival de baratas paradesespero e gritinhosdas estrelinhas globais.

MISTURA FINA

Guerranosilicone333 Enquanto a empresaSilimed exporta para os EstadosUnidos, por solicitação dasclínicas de cirurgia plásticade lá, implante mamários noformato gota, a alemã Polytechcresceu 400% em seu primeiroano de funcionamento no Brasil.A empresa oferece 588 modelosde implantes mamários, comsoluções individualizadas paracada paciente. Mais: a mesmaPolytech está exportando paraa Coréia do Sul, depois de seraprovada pelo órgão reguladorde medicamentos de lá, tão rígidoquando o FDA americano.Coreanas, como chinesas ejaponesas, de uma maneira geral,não são muito abençoadas pelanatureza no busto e à derrière.

LULA CONTRA333 Em dezembro, numa longaconversa, a presidente Dilmahaviaconsultadooex-presidenteLulasobresuavontadedetrocaras lideranças do Governo naCâmara e no Senado, emboraainda não tivesse posiçãofechada sobre quem seriamos substitutos. O ex-chefe doGovernofoiradicalmentecontra:achava que, especialmenteno começo de um exercício,esse tipo de mudança acabaprovocando seqüelas e outrassurpresas. Na época, até surgiuonomedeArlindoChinaglia–eLulatorceuonariz.Agora,Lulalavou as mãos.

Como classe C é a novafixação da Globo, anovela Avenida Brasil foilançada na quadra daAcadêmicos da Rocinha.

Fotos: Paula Lima

«

Festival de pensões333 Se Ronaldo Nazário realmente está pensando em se separar deBia Anthony, com quem vive desde 2007 e que é mãe de suas filhasSophia e Maria Alice, aumentará sensivelmente seu volume depensões. No caso de Bia e as filhas, a dinheirama seria mais do quegorda: estão juntos há cinco anos e nesse tempo, Ronaldo ganhoumuito dinheiro e comprou imóveis novos. Ele já paga pensão a MileneDomingues por conta do filho Ronald e igualmente a Michele Umezo,mãe de Alex (o ex-craque gosta muito dele), do qual reconheceu apaternidade. Só que ainda não comprou o apartamento que prometeua Michele: mãe e filho moram num super-flat em São Paulo.

Máquinamilionária333 O custo total do pessoalda União aumentou de R$ 75bilhões em 2002 para R$ 183,3bilhões em 2010 (dois períodosdo governo Lula), significandoum incremento de 144,4%. Noano passado, o custo do pessoalda União subiu para R$ 197,4bilhões, mais 7,69%. Em 2011,o rendimento médio/mês compessoal ativo da União (1,22milhão de servidores) foi de R$7,9 mil per capita, enquanto amédia/mês dos trabalhadoresformais da iniciativa privada foide R$ 1,65 mil (79,32% menor).Mais: rendimento médio/mês compessoal aposentado e pensionistada União (um milhão deservidores) foi de R$ 6,54 mil,enquanto o pessoal do INSS (24,8milhões de beneficiários) ficoucom R$ 828,40 (87,34% menor).

TONIA, 90ANOS333 Uma das grandes atrizesda história do teatro e docinema brasileiro, ToniaCarrero, completa este ano,em agosto, 90 anos de idade e70 de carreira. Tonia foi umdas divas do showbiz nacionalnos tempos da Cia. Tonia-Celi-Autran e dos filmes da VeraCruz. Hoje, vive reclusa emseu apartamento no Leblon,recebe algumas visitas e sóconsegue se locomover emcadeira de rodas. Detalhe:está mais lúcida do que nunca– e muito atualizada.

Bruxa é bruxa333 Com o super-aumento decirurgias plásticas no Brasil (700mil no ano passado, sendo20% em homens), cresce ovolume de insatisfeitas, queacreditavam que, através de ummágico bisturi, conseguiriampular do bloco das bruxas para odas princesas. E como isso nãoacontece só por cirurgia, muitasapelam para a justiça, em buscade reparação. Agora, porunanimidade, o STJ decidiu queum cirurgião plástico não podeser condenado simplesmenteporque a paciente não ficoubonita depois de uma operaçãopara fins estéticos. A Corte,contudo, deixou claro quecabe ao profissional explicarantes tudo, muito direitinho,ou seja, até onde o bisturi vaie que resultados pode obter.

TIRIRICA2012333 A cúpula da PR agoradecidiu encomendar umapesquisa para medir qual opercentual de intenções devoto que Tiririca, deputadofederal, poderia ter casoconcorresse mesmo à prefeitu-ra de São Paulo. O ex-palhaço játem até apostado com amigose mesmo parlamentares deBrasília que aparecerá melhorcolocado do que FernandoHaddad, mais ou menosnum patamar próximo deCelso Russomano e GabrielChalita. O PR, com a pesqui-sa, quer mesmo é avaliar opotencial do estrago queele poderia fazer, criandodiferentes chances deacordos a serem feitos.

333 A PRESIDENTE DilmaRousseff decidiu empurrar parafrente – e sem data marcada – aformação e o início das ativida-des da Comissão da Verdade.Quer reduzir o cheiro de pólvorano ar. E também avisou adireção do PDT que só decidirásobre o futuro ocupante doMinistério do Trabalho no final demarço, quando voltar da Índia.

333 O BARÍTONO brasileiroPaulo Szot, que levou o Tonyem 2008 por sua atuação nomusical South Pacific, repetea dose: acaba de ser indicadopara o prêmio Olivier, daInglaterra, como melhor atorna versão britânica do mesmomusical. Mais: no ano quevem, Paulo Szot vai estrearcomo protagonista na Scalade Milhão.

333 NA SEMANA passada, JoséDirceu, que acaba de completar66 anos, ganhou um jantar doembaixador Maximilien SanchezArveláiz, da Venezuela, na sedede representação em Brasília.Estavam lá o embaixador deCuba no Brasil, Carlos RafaelZamorra Rodrigues, FernandoMorais, Marco Aurélio Garcia epoucos mais, além da mulher dohomenageado, Evanise Santos.

333 LUIZINHO Drummond, umdos reis do bicho, padrinho daImperatriz Leopoldinense, queestá preso, teve sintomas deinfarto na semana passada, noRio: foi internado, medicado eliberado depois de 24 horas.Anísio Abraão David, da Beija-Flor, continua hospitalizado eTurcão, 86 anos, que cuidavado Estácio de Sá, será manti-do em prisão domiciliar. Estácom Alzheimer e já em estadoavançado.

333 O JORNAL do SBT deverátrocar de âncoras: CarlosNascimento voltaria à bancada eRosana Jatobá, recém-saída daGlobo, poderia ser contratadapara ser sua parceira. Hoje,Nascimento permanece aguar-dando, de madrugada, o filme doSBT terminar para entrar como seu Jornal do SBT – Noite.

FERNANDO COLLOR DE MELLO // senador (PTB-AL), aconselhan-do Dilma Rousseff a dialogar com o Congresso.

Page 5: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

A avaliação é deque não há anistia

para um crime quecontinua no tempo e,portanto, ele pode edeve ser investigado.A alta comissária adjunta

das Nações Unidas paraDireitos Humanos,

Kyung-wha Kang, sobre ocaso Curió.

A decisão doMPF é

tecnicamenteirrepreensível epatriótica.

Wadih Damous,presidente da Ordem

dos Advogados doBrasil (OAB) do

Rio de Janeiro, sobreo caso Curió.

O coronel Curió está protegido pela Lei deAnistia. A tentativa de reabrir casos de

militares é uma forma de revanchismo de cunhoideológico.Marco Antonio Felício, general da reserva, ao condenar a

decisão do MPF de denunciar o coronel da reserva doExército Sebastião Curió Rodrigues de Moura.

Não é um trabalho de revanchismo, é umtrabalho de amadurecimento e de reflexão

conjunta.Alexandre Camanho, presidente da Associação Nacional

dos Procuradores da República, sobre as denúncias doMPF contra agentes públicos por crimes de sequestro e

desaparecimento de pessoas de 1964 a 1985.

O que posso afirmar é que meu cliente éum homem íntegro, com 77 anos e uma

vida honrada.Adelino Tucunduva, advogado do militar

da reserva Sebastião Curió.

FOR ACh ev ro ninter rompeexploração depetróleo no Rio

D E N T ROLei da Anistia voltaà apreciação doSupremo nestasemana

política

O MinistérioPúblico Federal é

um órgão autônomo enão me pronuncio sobreo que diz.

Celso Amorim, ministroda Defesa. Ele já havia

declarado que, com a Lei daAnistia em vigor, nãohavia possibilidade de

reabrir processos de crimescometidos por militares.

É claro que sou favorável à abertura deinvestigação. Acredito que o MPF está

fazendo o seu papel.Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria

do Rosário, sobre a decisão do Ministério PúblicoFederal (MPF) de denunciar,

na Justiça de Marabá, noPará, o coronel da reserva

Sebastião Curió, pelo crimede sequestro qualificado de

cinco pessoas naGuerrilha do Araguaia

(1967-1974).

José

Cru

z/A

Br

Tudo indica que haverá uma ação, e esta irápara o Supremo. Na minha avaliação, a Lei

da Anistia liquidou tudo isso.Ives Gandra Martins, jurista,ao acrescentar que o STF já se

posicionou sobre o assunto:"As possibilidades de eles

tentarem reabrir oprocesso dessa forma

são praticamentenenhuma".

New

ton

Sant

os/H

ype

A sociedade brasileira marcha tranquilana busca do seu resgate histórico,

na busca da verdade.José Eduardo Cardozo, ministro da

Justiça, sobre possibilidade dereabrir processos de crimes

cometidos por militares.

André Coelho/AOG

É uma questão jurídicanova que terá de ser

analisada, e eu acredito quevai chegar ao STF.

Roberto Gurgel, procurador-geral da República, sobre o

destino do caso Curió.

Wils

on P

edro

sa/A

E

And

re D

usek

/AE

Militares criticamo manifestode colegas

Um grupo de militares dareserva lançou um mani-

festo em resposta ao documen-to feito pelos colegas que criti-cava as ministras Maria do Ro-sário (Direitos Humanos) eEleonora Menicucci (Mulhe-res), ambas favoráveis à revo-gação da Lei da Anistia.

Articulado pelos capitães demar e guerra Luiz Carlos deSouza e Fernando Santa Rosa,o documento obteve apoio demilitares como o brigadeiroRui Moreira Lima, que, aos 93anos, herói da 2ª Guerra.

Lima evita críticas ao presi-dente de seu clube - o da Aero-náutica -, o brigadeiro CarlosAlmeida Batista. "Ele é umcompanheiro nobre e deve terassinado em solidariedade aosdemais." Mas diz apoiar a Co-missão da Verdade. "Ela é ne-cessária não para punir, maspara dar satisfação ao mundo eaos brasileiros sobre atos depessoas que, pela prática datortura, descumpriram nor-mas e os mais altos valores mi-litares", diz Lima. (AE)

Divulgação

Ameaça: procurador alerta que empresa não pode deixar de fechar poço que vaza.

Chevron pode serproibida no Brasil

Depois de impedir executivos de deixar o País, MPFameça interditar petroleira e até efetuar prisões.

Anistia: STF reabre julgamento na 5ªMinistros retomam o debate sobre a amplitude irrestrita da lei, que é contestada pelo MPF e pela OAB.

Adiscussão sobre o al-cance da Lei de Anis-tia deverá ser reaber-

ta na semana que vem no STF(Supremo Tribunal Federal).As informações são da Agên-cia Brasil.

Está na pauta de quinta-feiraum recurso interposto pelaOAB (Ordem dos Advogadosdo Brasil) contra decisão dacorte que, em 2010, confirmoua concessão ampla, geral e ir-restrita da anistia àqueles quehaviam crimes políticos no pe-ríodo do regime militar.

Segundo a OAB, as NaçõesUnidas e o Tribunal Penal In-ternacional entendem que oscrimes contra a humanidadecometidos por autoridades es-tatais não podem ser anistia-dos por leis nacionais, o queanularia a validade da decisãodo Supremo.

A OAB também argumen-tou que o STF não se manifes-tou sobre a aplicação da Lei deAnistia a crimes continuados,como o sequestro.

"Em regra, [esses crimes] sóadmitem a contagem de pres-crição a partir de sua consu-mação -em face de sua nature-za permanente", alega a enti-dade, no recurso.

A tese que contesta a prescri-ção de crimes como o seques-tro também foi usada esta se-mana em uma ação do Minis-tério Público Federal contra ooficial da reserva SebastiãoCurió, conhecido como Coro-nel Curió. Cinco procuradoresacionaram a Justiça Federal noPará para processar o militaralegando sua participação nosequestro de cinco pessoas du-rante a Guerrilha do Araguaia,na década de 1970.

Coronel Curió: acusação rejeitada pela Vara Federal de Marabá.

Depois de ter seusexecutivos e fun-cionários impedi-dos de sair do País,

as empresas petroleiras Che-vron e Transocean tambémserão denunciadas pelo Mi-nistério Público Federal, po-dendo ser multadas e até in-terditadas, isto é, proibidasde operar no Brasil.

A informação foi dada on-tem pelo procurador da Repú-blica em Campos (RJ) EduardoSantos de Oliveira. Ele aguar-da informações do inquéritoda Polícia Federal, da AgênciaNacional do Petróleo (ANP) edo Ibama para oferecer denún-cia criminal à Justiça Federalaté o fim da semana.

Oliveira solicitou esclareci-mentos à ANP sobre outroponto que pode agravar as pe-nas da Chevron. O MPF diz tersido informado pela agênciade que a Chevron solicitara aparalisação e não a suspensãodas atividades no Brasil. "AChevron não pode sair sem fi-nalizar o abandono (fecha-mento) do poço. Quero enten-der a dimensão do pedido.Uma série de atitudes da em-presa demonstram seu despre-zo pelo acidente e os danoscausados", disse ao Estado

Em novembro passado,quando ocorreu o primeiro va-zamento do poço da Chevronno Campo de Frade, na Baciade Campos, a ANP já havia de-terminado a suspensão das ati-vidades de perfuração da em-presa em território nacional,até que fossem esclarecidas ascausas do problema e restabe-lecidas as condições de segu-rança na área.

Anteontem, um dia após no-va mancha de óleo ser avista-da, a Chevron Brasil afirmouem nota que já havia suspendi-do temporariamente a produ-ção no local. A petroleira tam-bém informou que vai fazerum amplo estudo técnico para

entender melhor a estruturageológica do Campo do Frade.A produção da petroleira ali éde 61,5 mil barris diários.

Segundo o procurador, aempresa deveria gerir a crisegerada pelos vazamentos, mastem apenas tentado minimizar

os problemas com respostasevasivas. Na acusação que en-viará à Justiça Federal, o MPFpode requerer até mesmo a pri-são preventiva dos acusados.As penas por crime ambientale falsidade ideológica podempassar de 18 anos. (AE)

O argumento do MPF foi re-jeitado pela Vara Federal deMarabá em decisão divulgadana sexta. Para o juiz João CesarOtoni de Matos, o MinistérioPúblico tentou esquivar-se daLei da Anistia ao propor a ação.

Ao comentar o caso esta sema-na, o procurador-geral da Re-pública, Roberto Gurgel, pre-feriu não comentar a iniciativados procuradores e previu queo debate sobre a nova tese ter-minaria no STF. ( F o l h a p re s s )

Dida Sampaio/AE - 05.06.09

Page 6: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 20126 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Dia: 20 de março de 2012, terça-feiraHorário: 10 horas

Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar - Centro - SP

Reunião aberta ao público

Reunião do Conselhode Política Urbana - CPU

(informações, debates e busca de soluções)

TEMA:

“Auto de Licença de Funcionamento Condicionado”

PALESTRANTES:

Ronaldo CamargoSecretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras

Vereador José Police NetoPresidente da Câmara Municipal de São Paulo

Os resultados sobre privatização mostram que a sociedade brasileira não se liberou dos dogmas da privatizaçãoMarcos Cintrapolítica

Brasileiro quer partido de centroEntre outros desejos, o cidadão gostaria de ter um partido liberal que defenda o cumprimento de contratos e a propriedade privada, constata pesquisa do PSD.

Uma pesquisa nacio-nal realizada peloPartido Social De-mocrático (PSD),

fundado pelo prefeito de SãoPaulo Gilberto Kassab, mostraque os eleitores preferem umpartido de centro que seja libe-ral na defesa da livre iniciativae das liberdades individuais,além de defender o cumpri-mento dos contratos e a pro-priedade privada.

O levantamento – que ouviu3.000 pessoas na pesquisaquantitativa e 180 na qualitati-va, em 46 cidades de 18 estadosno final de 2011 – tambémaponta para um partido social-democrático que defenda ascondições mínimas de bem-es-tar dos pobres e moderno narelação com os eleitores.

De acordo com GuilhermeAfif Domingos, vice-governa-dor de São Paulo e presidentedo Espaço Democrático – fun-dação de estudos e dissemina-ção política do PSD, que orga-nizou o estudo –, "os brasilei-ros, apesar de não aceitarem aformação de um novo partidopolítico no Brasil, buscam onovo na representação políti-ca. É uma pesquisa que norteiao partido, para ocupar o espa-ço", disse Afif no lançamentoda pesquisa em São Paulo, nasede do PSD.

Guilherme Afif lembrouainda que o posicionamentoideológico do brasileiro se vol-ta para o centro. A pesquisaaponta que a maior parte dosbrasileiros (30%) se diz de cen-tro-direita, enquanto 28% sãode centro e 24%, de centro-es-querda. Segundo o presidentedo Espaço Democrático, há noBrasil um "conservadorismomarcado principalmente peloapego à família".

Vida pública – A pesquisamostra ainda que 58% dos en-trevistados não querem a cria-ção de mais partidos, masabrem espaço para a criação denovos, desde que defendam alei e a ordem (81%), e cuidemdos interesses de todos (61%) enão apenas dos mais pobres.(Veja outros resultados da pesqui-sa no quadro nesta página.)

O coordenador do Conselhode Administração Pública doEspaço Democrático e secretá-rio de Desenvolvimento Eco-nômico e do Trabalho da cida-de de São Paulo, Marcos Cin-tra, observa que "os resultadossobre privatização citados aci-ma, se confrontados, mostramque a sociedade brasileira ain-da não se liberou totalmentedos dogmas da privatização".

"Esses resultados ajudam a en-tender a diferença entre o que aelite pensa e o que a sociedadepratica de fato", disse. "Isso tal-vez explique porque eu e o Afifencontramos tantas dificulda-des em nosso trabalho, apesarda existência de investidoressequiosos para aplicar recur-sos no Brasil", afirmou Cintra.

Vida privada – No âmbitopessoal, a pesquisa do EspaçoDemocrático revelou diversasfacetas do brasileiro. Para a vi-da profissional, 62% queremabrir negócio próprio, enquan-to 26% desejam emprego pú-blico e 7%, emprego privado.Outros 54% consideram o pa-gamento dos impostos no Bra-sil ruim ou péssimo, 30% con-sideram regular e 12%, ótimo.

A maioria (52%), no entanto,discorda em reduzir a jornadade trabalho sem corte de salá-rios, mesmo que haja desem-prego. Outros 43% concordamcom o corte. Quanto à restriçãoà entrada de estrangeiros noPaís, 56% acham que o gover-no deve restringir; e outros39%, não. Já 64% acham que ogoverno deve restringir a en-trada de produtos estrangeirosno País, em apoio à economiabrasileira; e outros 31%, não.

Apesar de nãoaceitarem novopartido político,os brasileirosbuscam o novona representaçãopolítica.

GUILHERME AFIF DOMINGOS

Guilherme Afif: "Há, no Brasil, um conservadorismo marcado principalmente pelo apego à família".

Cintra: "Resultados ajudam a entender o que o povo pensa e pratica".

A pesquisa, ainda no âmbi-to da vida pública, revela queapesar de os brasileiros acre-ditarem que as empresas pri-vadas são mais eficientes nagestão (50%), outra metadedos entrevistados não concor-da com a privatização de em-presas estatais.

Fotos: L. C. Leite/Luz – 2/3/2012

Mário Tonocchi

Nova acusação contraAgaciel: grilagem de terra

Depois de lotear cargoscomissionados no Se-nado, o ex-diretor-ge-

ral Agaciel Maia (PTC-DF)ressurgiu na Câmara Legisla-tiva envolvido em um esque-ma de grilagem de terras. In-vestigações da Polícia Civil edo Ministério Público (MP) doDistrito Federal apuram atua-ção do deputado distrital,protagonista do escândalodos atos secretos no Senado,como mandante de invasõesem São Sebastião, região ad-ministrativa a 26 quilômetrosdo Palácio do Planalto e baseeleitoral do parlamentar.

Depoimentos de invasoresde um terreno público mos-tram que Agaciel é suspeitode incitar as ocupações. NaCâmara Legislativa, o depu-tado distrital apresentou pro-jeto de lei para regularizaráreas invadidas, inclusiveaquelas em que foram cons-truídos condomínios de luxo.Legalizadas, elas são fonte delucro milionário para empre-sas do setor imobiliário.

As informações foram obti-das durante uma operação, noinício deste ano, que prendeu38 pessoas. As áreas invadi-das, de propriedade da Com-

panhia Imobiliária de Brasília(Terracap), já estavam sendodemarcadas com estacas e bar-racas. Vizinho a condomíniosde luxo, São Sebastião trans-formou-se num caldeirão deinvasões por causa do grandepotencial imobiliário.

A regularização fundiária éuma das questões centrais pa-ra os governantes de Brasília.A especulação, associada à re-duzida oferta de imóveis noPlano Piloto, provocou ao lon-go das últimas três décadasuma onda de invasões nos ar-redores. Sem base legal, e mui-tas vezes com a conivência de

agentes públicos, os grileirostransformaram áreas ruraisem condomínios e venderamlotes públicos em lucrativasoperações financeiras.

A região de São Sebastião écomandada por Janine Rodri-gues Barbosa, indicada porAgaciel, que também conven-ceu o governador AgneloQueiroz (PT) a criar a Secretariade Condomínios, só para tratarde regularização de terras. Pormeio de sua assessoria, Agacielalegou não ter sido citado emnenhuma investigação e queseu nome pode estar sendo usa-do ilegalmente. (AE)

Depois de lotear cargos no Senado, deputado teria incitado ocupação de lotes

Agaciel: autor de projeto que defende regularizar áreas invadidas

Roberto Stuckert Filho - 02.03.09

Page 7: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Data: 20 de março de 2012, terça-feiraHorário: 14h30 às 16 horasLocal: Plenária da Associação Comercial de São Paulo

Rua Boa Vista, 51 - 9º andarPalestrante: Gioia Matilde Alba Tumbiolo Tosi Coordenadora Regional em São Paulo do Programa Nacional de Educação Fiscal - PNEFCoordenação: Dra. Marília de Castro

Coordenadora Geral do Conselho do Terceiro SetorInscrições gratuitas e informações: Telefone (11) 3244-3405e-mail: [email protected]ção: Associação Comercial de São Paulo - ACSPApoio Institucional: Diário do Comércio

CONVITEA Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - Facesp, a Associação Comercial de

São Paulo - ACSP, em parceria com a Receita Federal, convidam Vossa Senhoria para participar da palestra:

Novas regras do Imposto de Rendae o FUMCAD

Divulgação da nova legislação sobre a destinação de parceria do Imposto de Renda para os Fundos de

Direitos da Criança e do Adolescente

A criminalidade não é só uma questão de políciaLuiz Flávio Borges D'Ursopolítica

D'Urso: PTB quercrescer no cenário político.O presidente da OAB-SP quer usar sua experiência na entidade e como advogado para administrar a capital

Oadvogado cri-mina l i s ta eprofessor deDireito LuizFlávio BorgesD ' U r s o é o

pré-candidato do PTB à eleiçãopara a prefeitura paulistana, emoutubro. Com intenso desem-penho em movimentos sociais eassociações de classe, em espe-cial na Ordem dos Advogadosdo Brasil, seção São Paulo, daqual é presidente há nove anos,D'Urso mudou o foco de atua-ção ao aceitar convite da cúpulapetebista paulista: filiou-se à le-genda para concorrer à sucessãodo prefeito Gilberto Kassab.

Envolvido no esforço dopartido de ampliar a presençano cenário político, D'Urso vêchances de vitória, já que, se-gundo avalia, seu perfil atendea uma exigência do eleitorado,no momento: a presença de no-mes novos e limpos na disputaeleitoral. Leia a seguir, a ínte-gra da entrevista.

Diário do Comércio – O PTBsempre disputou as eleições emSão Paulo aliado ao PSDB. Porque decidiu disputar a prefeituracom candidato próprio?

Luiz Flávio Borges D'Urso –Em 16 anos, nas eleições, o PTBsempre indicou o candidato avice nas alianças que formoucom o PSDB. Diante de uma sé-rie de fatores novos e de umapressão das bases petebistas, acúpula partidária decidiu tercandidatura própria na eleiçãoà prefeitura. A direção esta-dual da sigla, em especial opresidente, deputado CamposMachado, pediu que eu me fi-liasse ao partido, para ser essecandidato. Aceitei o convite.Na capital e no interior, a le-genda está lançando mais de500 candidatos a prefeito e de-zenas de milhares de candida-tos a vereador.

D'Urso – Sem dúvida. Esse éo desafio. O palco é novo, pararealizar o mesmo trabalho am-pliado. Na Ordem, defende-mos, organizamos e disciplina-mos a advocacia. Mas o legisla-dor estabeleceu para a OAB epara a advocacia atribuições decidadania, como a defesa do Es-tado Democrático de Direito, adefesa dos Direitos Humanos, arápida aplicação da Justiça. To-do nosso trabalho de política as-sociativa sempre caminhou emum crescendo, com forte viésem favor da cidadania. Antes deaceitar o convite para ser candi-dato a prefeito pelo PTB, ouviminha família e muita gente.Ninguém me desestimulou aaceitá-lo. Aceitei e estamosconstruindo um projeto políticopara governar a cidade, que embreve começará a ser apresenta-do ao eleitorado paulistano.

DC – Quais são os pontosprincipais desse projeto?

D'Urso – No momento, esta-mos elaborando o projeto. Porisso, agora, podemos falar su-perficialmente das propostas.Participa do projeto um grupogrande de profissionais de vá-rias áreas e setores profissio-nais. São pessoas que conhecemprofundamente os vários temasque envolvem o dia a dia da ci-dade de São Paulo. Esses temastêm de ser enfrentados em umprojeto de governo, como habi-tação, transporte, educação,saúde e outros. Adianto que ne-nhum candidato pode chegarao ponto de achar que vai solu-cionar todos os problemas deuma cidade como São Paulo,em quatro ou oito anos. Se o fi-zer, estará mentindo e, assim,até faltando com um comporta-mento ético. Mas há uma pers-pectiva muito positiva de mini-mizá-los. Enfim, dá para fazer emelhorar muita coisa.

DC – O que será proposto paramelhorar a saúde da cidade?

D'Urso – O problema de saú-de não é só da capital de SãoPaulo, pois existe em todas as ci-dades do País. É inegável quenosso sistema de saúde precisareceber um impacto. Aqui nacapital, as filas são imensas e in-termináveis nas unidades desaúde. Estamos repensando es-sa estrutura e vamos apresentarpropostas para que o atendi-mento ambulatorial nos postosde saúde se intensifique. A tristerealidade é que não há vagas pa-

ra todos na rede hospitalar, nemna pública nem na privada. Oque fazer de imediato? Estuda-mos como fazer com que hajaum atendimento de melhorqualidade no posto de saúde,para evitar o quanto possível ainternação hospitalar. Em nossogrupo de saúde, entraram doismédicos de renome, não filia-dos ao partido, e que conhecembem o setor. Um é o Raul Cutait;o outro, o David Uip. A expe-riência e a visão de ambos sobreo setor serão importantes paranosso projeto político.

DC – E quanto à educação?D 'U rs o – Sem dúvida apre-

sentaremos propostas para fa-zer a educação evoluir. Comopré-candidato, nas reuniões eencontros que fiz até agoracom a população, em todas aszonas da cidade, há um pontocomum. Mais do que reivindi-car mais vagas em escolas pú-blicas, os moradores recla-mam da falta de creches, paraque as mulheres e as famíliaspossam deixar as crianças emlocais seguros e, assim, podertrabalhar. Essa reivindicação ébem mais intensa na periferia.Vamos propor mais investi-

dios. No doutoramento, tam-bém na USP, tratei de penas al-ternativas. E fiz o pós-doutora-do na Espanha, em Toledo,quando estudei a lavagem dedinheiro e o crime organizado.A criminalidade repousa numasérie de facetas, assenta-se emuma base social, é um desafioimenso e tem de ser atacada demodo multidisciplinar. Não ésó uma questão de polícia. Noque diz respeito à prefeitura,uma fiscalização adequada nosestabelecimentos públicos comatividade suspeita, sem dúvidarepresenta uma contribuiçãoimportante. E numa cidade co-mo São Paulo podemos dar umpasso importante: fazer comque a Guarda Civil Metropoli-

tana possa ter competênciapara atuar em segurança públi-ca, em sintonia com a PolíciaMilitar. Ambas precisam atuarem prevenção.

DC – É possível melhorar otransporte na capital?

D 'U rs o – De tudo que eu vi,em lugar nenhum do mundo onó do transporte foi resolvidocom transporte privado. Em to-dos os lugares do mundo, hou-ve melhoria quando o transpor-te público recebeu investimen-tos maciços e por longos perío-dos. O transporte vai melhorarcom mais investimentos emtrens urbanos e metrô. Vamosmelhorar e aprimorar os corre-dores de ônibus e contribuir pa-

ra que aumentem os recursospara trem e metrô.

DC – Com quais partidos o PTBpretende se aliar na disputa?

D' Urso – Acredito que asalianças são indispensáveis naeleição, especialmente quan-do falamos de candidaturamajoritária; e o tempo de mídiaé fundamental para que a men-sagem político-eleitoral sejabem transmitida. Quem coor-dena as alianças, tem conheci-mento e competência para issoé o presidente estadual do par-tido, Campos Machado. Nóstemos um alinhamento com oPartido Trabalhista Cristão, oPTC, do Ciro Moura, e com ou-tros partidos. O Campos temdialogado com essas legendas.Com o PTC já fechamos alian-ça. Temos outras em vista, quedevem ser fechadas em breve.

DC – Analistas preveem quehaverá uma polarização entre PTe PSDB em São Paulo. Como osenhor avalia essa previsão?

D'U rso – Em primeiro lu-gar, não vejo polarização. Oque há é uma ocupação de es-paço na mídia por pré-candi-datos com histórias e apoiosque causam interesse. Veja ocaso do Serra, que ocupou umgrande espaço na mídia emrazão da sua indecisão – se en-traria ou não na disputa. E elejá foi prefeito, governador,ministro e deputado. O Had-dad não tem nenhuma ex-pressão para ocupar espaçona mídia por si só. O espaçoque ocupa hoje é por conta deser candidato do PT, e ser o es-colhido do Lula. Com a apro-ximação da data da eleição,acredito que todos os candi-datos terão espaço para exporideias e programas para a ci-dade. No meu caso, quero tera condição de criar atrativosque possam me pôr numacondição de equiparação detempo de mídia com o do Ser-ra e o do Haddad, por exem-plo. Se a lei não me garantir is-so, que meu nome, meu traba-lho, minha condição, minhahonradez, minha disposiçãode trabalhar e meus sonhospossam abrir esse espaço.Muitos candidatos no Brasilcomeçaram com um, dois,três por cento nas pesquisasde intenção de voto, como é omeu caso, neste momento. Emuitos foram eleitos, supe-rando adversários que t i-nham 30%, 40% e mais de 50%das intenções de voto.

Guilherme Calderazzo

A população passoua exigir que asdisputas eleitoraistenham candidatosnovos e comhistóricos de vidabaseados na ética

Podemos fazer comque a Guarda CivilMetropolitanapossa tercompetência paraatuar em sintoniacom a PM

mentos em creches. O caminhoé construí-las com rapidez.

DC – E como melhorara segurança da cidade?

D'Urs o – Eu sou advogadocriminalista. Na minha históriaeu tive contato com alguns seto-res de segurança muito impor-tantes. Assessorei o primeirosecretário de AdministraçãoPenitenciária, presidi o Conse-lho de Política Criminal e Peni-tenciária de São Paulo, fuimembro do Conselho Nacionalde Política Criminal e Peniten-ciária do Ministério da Justiça, eintegrei o Conselho Nacionalde Segurança Pública, órgão doSenado Federal. Na minha áreade estudos, como professor, mi-nha tese de mestrado na USP foisobre a privatização de presí-

DC – Quais são os fatores novosque estimulam o PTB a lançartantos candidatos?

D'Urso– Um deles é a conjun-tura. Para as disputas, o mo-mento é muito favorável à apre-sentação de nomes novos aoeleitorado. Alguns políticos ti-veram essa percepção. Em nos-so caso, quem a teve foi CamposMachado. Em relação ao PT, foio ex-presidente Lula, que foibuscar o Fernando Haddad, umnome novo nas eleições. Em ra-zão da sucessão de escândalospolíticos, a população, inclusivea da capital, passou a exigir queas disputas eleitorais tenhamcandidatos novos e com históri-cos de vida baseados na ética,seriedade, honestidade e lutacontra a corrupção. Veja bem:não adianta trazer nome novo,mas com ficha suja. O momentoé propício para trazer esses no-mes novos e limpos. Temos ex-pressão no Estado de São Pauloe no País. Mas queremos crescere ampliar nossa presença no ce-nário político. No que diz res-peito a mim, aceitei o convitepara ser candidato a prefeito pe-lo desafio que isso representacomo um novo palco para con-tinuar a fazer o que sempre fiz.

DC – O senhor preside há noveanos uma entidade de classe, aOAB-SP. A política partidáriaanima o senhor?

Fotos: L. C. Leite/Luz

Luiz Flávio Borges D'Urso afirma que a conjuntura atual é favorável à apresentação de nomes novos para disputar as eleições

Page 8: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 20128 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Seminário sobre energias alternativas(energia solar, eólica e biodiesel)

perspectivas para o aproveitamento em nosso País

dia 26 de março - segunda-feiraLocal: Edifício-sede da Associação Comercial de São Paulo - ACSP

Rua Boa Vista, 51 - 9º andar - Sala PlenáriaCentro - São Paulo - SP

CoordenaçãoDr. Luiz Gonzaga Bertelli - Vice-Presidente da

Associação Comercial de São Paulo, Conselheiroe Diretor da FIESP/CIESP e Coordenador do Conselho de Infraestrutura

Realização: Associação Comercial de São Paulo - ACSPApoio Institucional: Diário do Comércio - DC

PROGRAMAÇÃO 8h30 Recepção, entrega de material informativo e café da manhã.

9h Abertura Pronunciamento do Dr. Rogério Pinto Coelho Amato Presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - FACESP e da Associação Comercial de São Paulo - ACSP

9h15 Pronunciamento do Dr. Altino Ventura Filho Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME)

9h45 Pronunciamento do Engº Daniel Sarmento de Freitas Coordenador dos Projetos de Energia Fotovoltaica do Grupo NEOENERGIA

10h15 Pronunciamento da Dra. Élbia Mello Presidente Executiva da ABEEólica - Associação Brasileira de Energia Eólica

10h45 Pronunciamento do Dr. Marcelo Mesquita Gestor do DASOL - Departamento Nacional de Aquecimento Solar da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento - ABRAVA

11h15 Pronunciamento do Dr. Erasmo Carlos Battistella Diretor Presidente da BSBIOS Energia Renovável

11h45 Conclusão e encerramento

Confi rme sua presença (inscrições gratuitas)Fone: (11) 3244-3310 / Fax: (11) 3244-3932 - E-mail: [email protected]

A desordem ideológica pode justificar o desapego do brasileiro aos partidos políticosHumberto Dantas, cientista político.política

Aliança,a fórmula certa

para atingiro poder.

Partidos se aliam e formam coligações para eleger seus candidatos

Com o período eleito-ral como o atual, noqual os partidos sepreparam para dis-

putar prefeituras e câmarasmunicipais, também come-çam os entendimentos para ascoligações, ou seja, aliançasformais a fim de ter mais chan-ces de chegar ao poder.

Essas negociações têm porobjetivo o primeiro turno dasdisputas, e também o segundo,quando há essa possibilidade,e os exemplos estão em todosos municípios, inclusive emSão Paulo, com sinais de parti-cipação e apoio dos governosfederal, estadual e municipal.

As alianças partidário-elei-torais são formadas por váriasrazões. Nelas, predominam osaspectos ideológicos ou pro-gramáticos, os tradicionais –como as coligações entre oPSDB e o DEM, ou o PT e oPCdoB, em São Paulo – e ospragmáticos. "O pragmatismonas alianças é o formato maisverificado e criticado em nossoPaís. Ocorre pelo cálculo pon-tual que os partidos estabele-cem para angariar vantagensem caso de vitória ou em ou-tras esferas de poder numa da-da eleição", diz o cientista po-lítico Humberto Dantas.

Segundo ele, o pragmatismonas coligações é comum nomundo, "mas em nosso País, adesordem ideológica e a faltade uma lógica temporal po-dem ser justificadas pelo desa-pego dos brasileiros aos parti-dos políticos".

Já o cientista político CelsoRoma diz que uma coligação

mobiliza um número maior defiliados e militantes em buscade votos para um candidato,consegue arrecadar mais re-cursos para financiar a campa-nha eleitoral e aumenta o tem-po de exposição do candidatono horário de propaganda elei-toral, entre outras vantagens.

"Em eleições municipais,com a coligação, os grandespartidos aumentam a probabi-lidade de vitória de seu candi-dato a prefeito, enquanto ospequenos partidos têm chan-ces maiores de vencer o quo-

ideológicas. Quem aceita esseapoio está pensando em ques-tões como o lançamento de umnúmero maior de candidatosnas eleições proporcionais, umtempo maior no horário gra-tuito de TV e rádio, trocas emoutras cidades, espaço em ou-tros governos e recursos hu-manos e financeiros".

Segundo Dantas, tambémexistem cidades em que gran-des líderes políticos "com-pram", ou detêm para si, o con-trole de um grande número departidos, fazendo com que es-sas organizações joguem a seufavor nas eleições locais.

Seja como for, segundo oscientistas, as alianças entrepartidos devem ser formadasem torno de pontos comuns deum projeto político.

"No caso de São Paulo, se ospartidos forem coerentes,PSDB, DEM e PSD devemcompetir juntos pela Prefeitu-ra de São Paulo, já que estãounidos no governo local há oi-to anos. Além disso, têm o mes-mo projeto para a cidade", dizRoma. E acrescenta que, damesma forma, o PT deve bus-car uma coligação com parti-dos da base de sustentação dogoverno federal, incluindo oPSB e, eventualmente, em umsegundo turno, o PCdoB.

Mas, de acordo com Dantas,tudo é possível na formação deuma coligação. No caso da ci-dade de São Paulo, segundoele, há um cenário mais ampa-rado por questões nacionais eestaduais graças ao caráter es-tratégico do eleitorado paulis-tano, que é de mais de 7 mi-

lhões de pessoas – mais de 5%do eleitorado do País. A cidadetem também o terceiro maiororçamento do País – o primeiroé o governo federal e o segun-do, o Estado de São Paulo.

"Diante disso, nem tudo de-veria ser esperado no que dizrespeito às coligações, apesarde causar espanto a possibili-dade levantada de junção en-tre PSD e PT, o que mostra quetudo pode ocorrer."

G ov e rn o s – Os governosatuam para beneficiar a forma-ção e a vitória das coligaçõesnas quais seus partidos estãoenvolvidos. Há vários exem-plos. Entre os mais recentes, apresidente Dilma acaba de le-var para o Ministério da Pesca osenador Marcelo Crivella(PRB). Foi uma forma de abrirespaço para seu partido, o PT,se aliar ao PRB, na capital pau-lista, senão no 1º, ao menos no2º turno da eleição da capital.Para se aproximar do PDT e secoligar a esse partido na eleiçãopaulistana, também em um dosturnos eleitorais, o governadorAlckmin , do PSDB, nomeoupara a Secretaria do Emprego eTrabalho, na sexta-feira, o pe-detista Carlos Andreu Ortiz.

Já o prefeito Gilberto Kas-sab, do PSD, deixou à disposi-ção do PSDB seis secretários deseu governo em condições, se-

gundo ele, de serem candida-tos a vice-prefeito em eventualchapa chefiada por um tucanocomo candidato a prefeito.

No momento, dez partidostêm pré-candidatos à prefeitu-ra paulistana. O PSDB tem JoséSerra, José Aníbal e RicardoTrípoli. O PT tem FernandoHaddad; o PMDB, GabrielChalita; o PDT, Paulo Pereirada Silva; o PTB, Luiz FlávioBorges D'Urso; o PRB, CelsoRussomano; o PC do B, Neti-nho de Paula; o PPS, SoninhaFrancine; o DEM, RodrigoGarcia; e o PRTB, Levy Fidelix.Todos negociam alianças paraa eleição de outubro.

Segundo Roma, em relação

às coligações na capital, à es-querda encontra-se isolado opetista Fernando Haddad,com perspectiva de atrair ospartidos da base aliada do go-verno Dilma ou de partidospequenos.

Te ndê nci as – Caso seja ocandidato a prefeito pelo PRB,Celso Russomano, segundoDantas, estará em um partidode direita e terá um discursomais conservador. "Veio do PP,a legenda de Maluf. Em um 1ºturno eleitoral, certamente eleroubaria votos de Serra." ParaDantas, Serra e Russomanoatraem um eleitorado associa-do às heranças de políticos co-mo Jânio, Maluf, Pitta, Kassabe o próprio Serra em 2004.

Já Chalita, segundo ele, éum ponto de interrogação nacompetição, se concorrer peloPMDB. "Serra tentará isolá-lona disputa, nacionalizando aeleição e apelando para umclima de antipetismo queexiste mas oscila muito na ci-dade de São Paulo."

Segundo Dantas, "se isola-da, a posição de Chalita será se-melhante à vivida por Alck-min em 2000 e 2008, quandonão conseguiu entrar na brigaentre o PT e a direita mais con-servadora, apesar de ter con-quistado votação razoável, so-bretudo em 2000".

Celso Roma: "Com a coligação, os grandes partidos aumentam a possibilidade de vitória de seu candidato".

Dantas: "Pragmatismo".

Newton Santos/Hype – 30/10/2007

Patricia Cruz/Luz – 28/9/2010

Guilherme Calderazzo

Quem ofereceapoio querbenefícios ou ofaz por razõeshistóricas ouprogramáticase ideológicas.

HUMBER TO DA N TA S

ciente eleitoral e, desta forma,conseguir eleger vereadores."

O Brasil tem hoje 29 partidospolíticos legalizados. Em elei-ções, apenas alguns têm opor-tunidades reais de vitória. Porisso, legendas com poucaspossibilidades de vencer a dis-puta preferem apoiar e nego-ciar vantagens com aquelasque apresentam mais perspec-tivas de ganhar o pleito.

Nesse caso, diz Dantas,"quem oferece apoio quer be-nefícios ou o faz por razões his-tóricas ou programáticas e

Antonio Manoel Amorim: "O TSE tem reservado um terço do tempo para todos os candidatos".

L. C. Leite/Luz

Tempo dividido para divulgação

Apropaganda políticano rádio e natelevisão estimula a

formação de aliançaspolítico-eleitorais entrepartidos.

Na disputa, o tempo dedivulgação nesses meios decomunicação é definido deacordo com o número dedeputados federais dassiglas que formam acoligação.

Quanto mais legendas naaliança, mais tempo terápara expor candidatos eprogramas para as cidades.

O Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) divulgaresoluções em toda eleição,mas ainda não apresentou

nenhuma para a disputadeste ano.

Definido o tempo e a horade propaganda política nosmeios eletrônicos, ospartidos e as coligaçõesreúnem-se com os dirigentesdas televisões e dos rádios eestabelecem qual será otempo de cada um nohorário eleitoral.

De acordo com a lei, temdireito a esse tempo no rádioe na televisão o partido ou acoligação que tiverrepresentação na Câmarados Deputados.

No entanto, "o TSE temadotado interpretação maisbranda, reservando umterço desse tempo para

todos os candidatos, tendoou não os partidos delesrepresentação na CâmaraFederal", explica oadvogado Antonio ManoelAmorim, especialista emDireito Eleitoral.

"É a forma de garantir odireito de todos divulgaremsuas ideias", complementaele.

Segundo Amorim, osoutros dois terços do temposão devidamente divididosapenas entre os candidatosou coligações cujassiglas têm representantes naCâmara dos Deputados, deacordo com onúmero de deputados decada uma. (GC)

Page 9: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3ABERTURA DE LICITAÇÕESEncontram-se abertos no Gabinete, os seguintes pregões:PREGÃO ELETRÔNICO 004/2012-SMS.G, processo 2011-0.337.970-0,destinado ao registro de preços para FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOSMANIPULADOS II, para a Divisão Técnica de Suprimentos - SMS.3/GrupoTécnico de Compras/Área Técnica de Medicamentos, do tipo menor preço.A sessão pública de pregão ocorrerá a partir das 09 horas e 30 minutos do dia11 de abril de 2012, a cargo da 5ª Comissão Permanente de Licitaçõesda Secretaria Municipal da Saúde.PREGÃO PRESENCIAL 345/2011-SMS.G, processo 2011-0.095.105-5, destinado àcontratação de EMPRESA ESPECIALIZADA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DEVIGILÂNCIA/SEGURANÇA PATRIMONIAL DESARMADA, para a Coordenação deVigilância em Saúde, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá apartir das 10 horas do dia 17 de abril de 2012, a cargo da 5ª Comissão Permanentede Licitações da Secretaria Municipal da Saúde.RETIRADA DE EDITAISOs editais dos pregões acima poderão ser consultados e/ou obtidos nos endereços:http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br; www.comprasnet.gov.br,quando pregão eletrônico; ou, no gabinete da Secretaria Municipal daSaúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque - São Paulo/SP -CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografiado edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO ELETRÔNICOOs documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresasinteressadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema,www.comprasnet.gov.br, até a data de abertura, conforme especificado no edital.DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIALOs documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo aspropostas comerciais e os documentos de habilitação das empresasinteressadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momentoda abertura da sessão pública de pregão.

SECRETARIA DA SAÚDE

RÚSSIAPolícia prende 100opositores em atocontra VladimirPutin em Moscou

ESTADOS UNIDOSMitt Romneyvence primáriarepublic anaem Porto Riconternacional

Fim desemana

explosivona SíriaCarro-bomba atinge coração econômico

do país, matando duas pessoas.

No terceiro atentado na Síriaem dois dias, um carro-bombaexplodiu ontem em Aleppo, asegunda maior cidade do país,matando um policial e um civile ferindo ao menos 30, segun-do informações do governo. Oatentado aconteceu no mo-mento em que equipes da Or-ganização das Nações Unidas(ONU) se preparam para umamissão humanitária lideradapelo governo e para uma visitapara monitorar uma operaçãovisando acabar com o derra-mamento de sangue.

A explosão ocorreu entre doisedifícios residenciais em umbairro de maioria cristã de Alep-po, o coração econômico da Sí-ria, e eleva para 29 o número demortos por atentados no fim desemana (acima, à dir.).

A agência estatal de notíciasSana indicou também que a ex-plosão aconteceu entre umaigreja e dois colégios, causan-do desmoronamento da facha-da de um prédio e danos mate-riais a construções próximas.

O Observatório Sírio para osDireitos Humanos declarouque a explosão visava a atingirescritórios de segurança políti-ca na cidade.

O atentado ocorrido ontemrepresenta o quinto carro-bom-ba que atinge uma grande cida-

de da Síria, desde que a revoltacontra o presidente Bashar al-Assad começou há um ano.

No sábado, um duplo aten-tado na capital, Damasco, atin-giu edifícios das forças de se-gurança do regime, matando27 e ferindo ao menos 140.

O governo responsabiliza"grupo terror is tas" pelasações, mas ninguém assumiu aresponsabilidade pelos ata-ques. Os opositores acusam oregime de promover atenta-dos em dois bastiões do presi-dente sírio para ganhar simpa-tia interna.

In ter fe rên cia - A imprensasíria acusou ontem a ArábiaSaudita e o Catar de serem osresponsáveis pelos atentadosde sábado. Os dois países pedi-ram à comunidade internacio-nal armar a oposição ao regimede Assad.

O jornal oficial As Saura cha-mou o rei saudita, Abdullahbin Abdul Aziz al Saud, e oemir catariano, Hamad binKhalifa Al Thani, de envolvi-mento com o terrorismo.

"Esses atentados procuramcastigar o povo sírio por sua po-sição patriótica, perturbar amissão de (o enviado da ONU eda Liga Árabe à Síria, Kofi) An-nan e impedir que se encontreuma saída política à crise", afir-

mou editorial da publicação.A equipe de Kofi Annan, ex-

secretário-geral da ONU, che-ga a Damasco hoje, informouum porta-voz.

Confrontos - Na capital síria,agentes de segurança reprimi-ram duramente uma marcha,de acordo com ativistas.

Convocada pela oposiçãomoderada e até então toleradapelo governo, a passeata pediao fim da violência e foi atacadaquando passou a pedir a quedado presidente Assad.

Mohamed Sayyed, líder daoposicionista CoordenaçãoNacional para a Mudança De-mocrática, foi preso.

No país inteiro, ao menos 29pessoas, incluindo quatrocrianças, morreram em con-frontos no fim de semana. Oscombates foram mais intensosno noroeste do país, na provín-cia de Deir Ezzor.

Fuga - Mais 200 refugiadossírios chegaram à Turquia, ele-vando para cerca de 16 mil o nú-

mero das pessoas que cruza-ram a fronteira para escapar darepressão do governo, infor-mou a agência de notícias turcaAnatólia ontem.

Os refugiados, inclusive mu-lheres e crianças, saíram da pro-víncia de Idlib, no norte da Síria– onde soldados atacaram rebel-des – , no sábado, e chegaram àprovíncia turca de Hatay.

Eles têm ficado em seis cam-pos ao longo da fronteira, dissea agência. Outros dois campos,com capacidade para 33 milpessoas, estão sendo prepara-dos nas províncias de Kilis eSanliurfa, na Turquia.

Ontem, o Ministério da Saú-de turco disse que vai prepararum hospital de campo paratratar os refugiados em Is-lahiye, perto da fronteira síria,e que ficará pronto nos próxi-mos dias.

Em Istambul, cerca de milmanifestantes protestaram con-tra o que chamam de massacresdo governo sírio. (Agências)

Brasileiras sequestradas porbeduínos no deserto egípcio

Duas turistas brasileiras fo-ram sequestradas juntamentecom seu guia egípcio ontem, nosul da Península do Sinai, no les-te do Egito (na foto, triângulo aoc e n t ro ), por um bando de beduí-nos armados. Elas foram liber-tadas ilesas, horas depois, semque fosse cumprida qualquerexigência dos sequestradores,informaram fontes oficiais cita-das pela agência egípcia Mena.

De acordo com a embaixadado Brasil no Cairo – que asidentificou como Sarah Lima eZélia Magalhães de Melo –,elas estavam em um grupo decerca 45 turistas brasileirosque seguia para o mosteiro deSanta Catarina, situado no so-

pé do monte Sinai.O chefe de segurança da Pe-

nínsula do Sinai, MahmoudHefnawi, disse que seis homensarmados e encapuzados seaproximaram do ônibus de tu-rismo, levaram as brasileiras eseu guia, e deixaram os outrospassageiros seguirem viagem.

O embaixador do Brasil noEgito, Marco Antonio Brandão,disse que a polícia chegou rapi-damente ao local, mas o bandojá havia fugido com os reféns.

Sarah e Zélia seriam menoresde idade. Uma delas é filha deum pastor que estava no grupo.Os demais turistas foram leva-dos a um hotel próximo domosteiro e estão em segurança.

De acordo com o Itamaraty, asmeninas foram libertadas embom estado de saúde e levadasao mesmo hotel.

Segundo fontes oficiais, as tu-ristas brasileiras e o homemegípcio foram postos em liber-dade após a mediação de líderesdas tribos beduínas da região.

Já o porta-voz da coalizão detribos do sul do Sinai, Yuma Sa-lim Barakat, disse que os xequestribais se deslocaram ao localimediatamente após conhecer anotícia, e afirmou que as tribosrejeitam este tipo de sequestrosde turistas, que afetam a vidados moradores da região.

Este é o terceiro episódio desequestro no Sinai em menos de

dois meses, depois que beduí-nos retiveram em fevereiro trêsturistas sul-coreanos e outrosdois turistas norte-americanos.

Nos dois casos, os seques-tros duraram apenas algumashoras, e foram concluídos de-pois que os beduínos exigirama libertação de companheirosdetidos por delitos como assal-to a banco e tráfico de ópio.

No último ano, o Sinai virouum grande problema de segu-rança para os militares que go-vernam o Egito. Os beduínoshá muito se queixam de discri-minação, e a queda de HosniMubarak criou um vácuo depoder que eles usam para au-mentar a pressão. (Agências)

São Paulo contra a repressão

As manifestações contra a repressãona Síria chegaram ao Brasil. Em São

Paulo, um grupo de 250 pessoas,segundo a Polícia Militar, protestou

ontem à tarde na avenida Paulista. Oprotesto provocou lentidão na região.

Voe El Al.Agora protegido

contra mísseist e r ro r i s t a s .

Diante da crescente tensãocom o Irã, aeronaves civis is-raelenses terão a partir de ago-ra um sistema de defesa paraprotegê-las de um eventualataque terrorista, informou ojornal The Times of Israel.

Durante o período de testes,o sistema foi capaz de desviarmísseis direcionados aosaviões, informou o Canal 2 daTV israelense. Inicialmente, osistema de defesa será instala-do nas aeronaves de passagei-

ros, incluindo as da El Al, quevoam em rotas consideradas"sensíveis", disse a emissora.

Segundo o jornal, o sistemade defesa é considerado neces-sário por causa das ameaças doHamas, na Faixa de Gaza, e doHezbollah, no Líbano. Alémdisso, centenas de mísseis te-riam sido contrabandeadaspara o Sinai egípcio. Há relatosde que mísseis roubados de ar-senais líbios também teriamchegado a Gaza.

Jacques Descloitres/NASA

Sana/AFP

Nacho Doce/Reuters

Cem dias da nova CristinaA presidente Cristina Kirch-

ner completa hoje os primeiros100 dias do novo governo comsinais de desgaste e contradi-ções de um modelo econômicoque não freou a inflação nem li-

mitou os gastos públicos.Para Fabián Perechodnik, da

consultoria Poliarquia, a avalia-ção futura do governo depen-derá do impacto das medidaseconômicas nos eleitores. (EFE)

Reuters - 14/03/11

Page 10: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201210 DIÁRIO DO COMÉRCIO

REVITALIZ AÇÃOProcesso de revitalização do Centro

Histórico estimula a aberturae o funcionamento de bares e lojas

no período após às 18h.cidades

Vida noturna renasce no Centro VelhoBares e lojas "esticam" o expediente do paulistano que frequenta ou trabalha na região até altas horas da noite. Mas a segurança ainda é um problema a ser combatido.

Há c e rc a d e s e i sanos, LindomarSampaio Queiroz,de 37 anos, trocou

a função de garçom na agitadavida noturna de um bar na VilaMadalena, na zona oeste, pelotrabalho incerto de gerente naCachaçaria do Rancho, um barna região da Praça da Repúbli-ca e que promove animados"happy-hours" diários até porvolta de meia-noite.

No início, sobravam dúvi-das a Queiroz, especialmenteem relação à quantidade declientes no local. Na primeirasexta-feira, a surpresa: cerca de200 pessoas, a maioria estu-dantes de universidades insta-ladas na região, lotaram as me-sas. Atualmente, o bar contacom uma média de 400 clientesrotativos às sextas-feiras. "Operfil não era muito diferenteda Vila Madalena. A mudançavaleu a pena", disse Queiroz.

O sucesso da cachaçaria nãoexibe apenas o sucesso de umestabelecimento comercial,mas evidencia o resgate da vi-da noturna no Centro de SãoPaulo. E o movimento não seresume aos botecos. Muitas lo-jas de roupas e sapatos conti-nuam abertas além do tradi-cional expediente das 18h.

Dados da Secretaria Munici-pal de Coordenação das Sub-prefeituras revela o aumento dointeresse dos empresários pelaabertura de novos negócios noCentro, embora não faça distin-ção entre os tipos de comércio.

Em 2008, a Prefeitura emitiuapenas 91 alvarás em toda a ci-dade. Nenhum deles no Cen-tro Velho. Com o fim de algu-mas burocracias e a informati-zação do sistema pelo poderpúblico, o número de emissões

deu um salto. Em 2011, foramemitidos 3.110 licenças em to-da a capital paulista – 245 so-mente na região da subprefei-tura da Sé.

"O Centro voltou a chamar aatenção, inclusive à noite", disseAlfonso Orlandi Neto, supervi-sor de uso e ocupação do solo daSecretaria Municipal de Coor-denação das Subprefeituras.Mas foi a burocracia que dimi-nuiu ou há algum outro moti-vo? Os comerciantes creditamesse resgate da vida noturna aosrecentes (embora ainda tími-dos) movimentos de revitaliza-ção da região central, principal-mente no Centro Velho - que in-clui a área da Sé.

Um bom exemplo é o entor-no do Largo do Café. Só aliexistem três bares. Há umquarto, na Rua Álvares Pen-teado, que passou por uma re-cente reforma e foi reaberto hápoucos meses. Às sextas-fei-ras, os estabelecimentos apre-sentam um movimento de fre-gueses capaz de fazer inveja amuito bar na Vila Madalena.

Perto dali, o Salve Jorge, cujaproposta foi "importada" daVila Madalena, desembarcouno Centro há alguns anos eaposta em shows ao vivo paraconsolidar o seu espaço no dis-putado mercado do "happyhour" do Centro Velho. A mú-sica também é a receita de al-guns botecos na Rua Direita.Nessa região, a pedida é o sam-ba ou até o sertanejo.

Os bares do Centro têm co-mo público alvo funcionáriospúblicos, dos bancos e da Bo-vespa, além dos estudantesdas universidades presentesna região, incluindo a Faculda-de de Direito da USP.

Roupas - Ao lado dos bares,o Centro Velho exibe fôlego pa-ra um funcionamento muitoalém do fim do expediente pa-

ra outros tipos de estabeleci-mentos comerciais. Normal-mente, eles fecham às 20h, masnão é raro encontrar lojas quefecham apenas às 22h.

A gerente da loja de roupasfemininas Joy, Valéria Torres,afirma que a filosofia da loja éatender até o último cliente."No ano passado, já fecháva-mos às 22h. Tem cliente queaparece depois das 20h e quercomprar. Nesse caso, não éruim. Afinal, nós queremosvender", disse Valéria.

Em outras lojas, a abertura ànoite ainda esbarra em outrasquestões, entre elas a seguran-ça. Mas há outra explicação: ovolume de vendas ainda émaior no intervalo entre omeio-dia e 14 horas, que coinci-de com o horário do almoço).

"(A hora do almoço) repre-

senta 70%, 80% das minhasvendas. O horário noturno nãopassa de 10%, mas pode ser porcausa do medo do Centro ànoite ou a necessidade de irembora para casa o mais rápi-do possível", disse FranciscoMota, proprietário de uma lojaespecializada em guarda-chu-vas, a Elite São Bento.

Sam ba – Na região da RuaSete de Abril, o pós-expedien-te é regado a muito samba deraiz. Ali há diversos bares desamba e que conquistam nãoapenas os estudantes, mas fun-cionários de empresas de tele-marketing, cuja presença naárea é maciça.

"O melhor samba é o da Setede Abril, pois reúne muita gen-te", disse a estudante JoelinaBarbosa dos Santos, acompa-nhada da irmã Joelma.

No entanto, quando o assun-to é casa noturna, a região doBaixo Augusta ainda concen-tra o maior número de casasnoturnas. Ali, bares de rock co-meçam a ocupar uma regiãoque era dominada pelas casasde prostituição. O surgimentodesses bares coincide com a re-vitalização da Praça Roose-velt, que deve ficar pronta nosegundo semestre deste ano.

Lotação – O diretor-executi-vo da Associação Viva o Cen-tro, Marco Antonio Ramos deAlmeida, confirma a tendên-cia de aumento da vida notur-na e afirma que um dos moti-vos é superlotação nos trens ounos meios de transportes.

"No triângulo histórico, hámais bares e restaurantes.Muitas das pessoas que fre-quentam esses lugares não

querem enfrentar o pico dometrô, entre 18h e 19h. Elas fi-cam para o happy-hour", disseAlmeida, que notou ainda ou-tra mudança no comporta-mento do comércio: "Eles estãoabrindo nos finais de semana,o que não ocorria".

Orlandi Neto, da Prefeitura,afirma que há um crescimentoda vida noturna nas regiões daRua Augusta e da Avenida Ipi-ranga, próximo ao Edifício Co-pan, além da Avenida São João.

"Começou há quatro anosessa procura. Esperamos que oalvará condicionado (que se-para a atividade comercial doimóvel) e sua emissão pela in-ternet possam aumentar a pro-cura por imóveis comerciaisno Centro. E quem sabe a Luznão entre nesse processo embreve?", disse Orlandi Neto.

Movimento embares instaladosna GaleriaMetrópole, naregião da Praça daRepública: happy-hour virouinstituição.

Ivan Ventura

Valéria Torres, gerente de uma loja de roupas: filosofia do estabelecimento é atender até o último cliente. Francisco Mota, comerciante: movimento de clientes à noite ainda é fraco, por causa da sensação de insegurança

Muitas lojasficam abertasdurante operíodonoturno, mas omaiormovimentoainda é nohorário doalmoço.

Fotos de Chico Ferreira/Luz

Page 11: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

Queremos colocar o Rio à frente de todas as cidades do mundo em termos de operações da vida diária e reação a emergências.Eduardo Paescidades

No Rio, uma inteligênciapor trás das câmeras

Por US$ 14 milhões, a prefeitura do Rio comprouprojeto da IBM capaz de transformar a cidade emum modelo de gerenciamento municipal alimentadopor dados. Trata-se de um trabalho da unidade"Smarter Cities", alimentado por imagens que vêmde estações de metrô e grandes cruzamentos,além de um sistema meteorológico sofisticado.

Funcionários municipaisu s a n d o m a c a c õ e sbrancos trabalham emsilêncio diante de uma

parede gigante de telas – umaespécie de Rio virtual, transmiti-do em tempo real. As imagensvêm de estações de metrô egrandes cruzamentos. Um siste-ma meteorológico sofisticadoprevê a chuva na cidade. Nummapa, piscam os locais de aci-dentes de carro, quedas de ener-gia e outros problemas.

A ordem e precisão parecemdeslocadas nesta despreocupa-da cidade brasileira, porém, oque está acontecendo aqui re-flete um experimento audacio-so e potencialmente lucrativoque pode modelar o futuro decidades ao redor do mundo.

Cidade Inteligente – E steprédio é o Centro de Operaçõesdo Rio e o sistema foi projetadopela IBM, a pedido do prefeitoEduardo Paes, após os desliza-mentos mortais de dois anosatrás. Não existenada do gêneron a s o u t r a sgrandes cida-des do mundo.A IBM criou cen-tros de dados si-milares em ou-tros lugares pa-ra agências oudepar tamentosde polícia, masn u n c a h a v i aconstruído umsistema englo-bando uma ci-dade que inte-gra dados dec e r c a d e 3 0agências, todas num único lugar.Este é o resultado do trabalho daunidade Smarter Citiesda IBM e, setudo transcorrer conforme plane-jado, pode assentar a base paraum negócio multibilionário.

Neste dia, Guru Banavar estavana sala de controle, assistindo àcena. "Já vi infraestrutura melhorem departamentos individuais deoutras cidades, mas nunca essenível de integração", disse Bana-var, diretor técnico global para osetor público da IBM.

Desafio – Para a empresa, oRio é uma prova severa. Em2050, quase 75 por cento da po-pulação mundial deverá morarem cidades. Muitas áreas metro-politanas já usam sistemas decoleta de dados, como sensores,câmeras de vídeo e aparelhos deGPS. Só que o progresso na ca-pacidade computacional e aná-lise de dados possibilitam queempresas como a IBM reúnam osdados e, usando algoritmoscomputadorizados, identifi-quem padrões e tendências. Ba-

navar o chama de "software deco m p re e n s ã o " .

Comandar uma grande cida-de tão variada quanto o Rio, fazparecer fácil controlar muitasempresas. Não surpreende queo mercado para suprir cidadescom sistemas "inteligentes" de-va chegar a US$ 57 bilhões em2014, segundo a IDC Govern-ment Insights, empresa de pes-quisa de mercado.

Concorrência – A IBM querum pouco disso. Ela está avan-çando sobre o mercado de go-vernos municipais como partede um plano para aumentar a re-ceita anual para US$ 150 bilhõesou mais, disse Banavar. Em 2011,a renda da companhia chegouperto dos US$ 107 bilhões.

O centro de operações do Rio,inaugurado no fim de 2010, fazparte de um esforço para ganharparticipação num mercado comconcorrentes mais consagradoscomo a Cisco Systems.

Contudo, mesmo para umaempresa como a IBM, o Rio é um

grande desafio.Urbe horizon-tal espalhadaentre monta-nhas e o Ocea-no Atlântico,ela é, a um sótempo, uma ci-dade próspera,uma localidadepraiana, um pa-raíso, um infer-no, um centrode pesquisa eum canteiro deo b ra s.

As condiçõesc o m p l e x a s

criam uma espécie de estufa pa-ra a IBM expandir o setor voltadoa governos municipais. Se a em-presa conseguir transformar oRio numa cidade inteligente, po-de transformar qualquer lugar.

"A inteligência se resume a in-formação. Assim que você tiver ainformação, compreendê-la esouber o que fazer com ela, játem meio caminho andado ru-mo à inteligência."

Aos 45 anos, Banavar é o em-baixador extraoficial do Smar terCi t i e s . Ele viaja pelo mundo, ou-ve as emergências dos prefeitose supervisiona as equipes da IBMcuja função é produzir as solu-ções. Desde o começo, em 2010,o Smarter Cities já se envolveuem milhares de projetos.

Chuva – O catalisador para ocentro de operações foi uma chu-va de verão torrencial que desa-bou sobre a cidade há quase doisanos. Ao redor das 4h daquelamanhã, Paes começou a receberrelatórios alarmantes. Houve des-lizamentos em algumas favelas e

várias outras corriam o risco.Aconteceram enxurradas. Carrose caminhões foram pegos pelaágua que subia. Contudo, o Rionão tinha um local predetermina-do de onde o prefeito pudessemonitorar a situação e supervisio-nar a resposta.

Assim, ele improvisou. Paes ha-via residido em Connecticutquando adolescente e se lembra-va de que algumas cidades ame-ricanas declaravam dias de nevepara poder limpar as ruas. Duran-te a madrugada, ele começou a li-gar para as estações de TV, de rá-dio e jornais, declarando estadode emergência e pedindo para aspessoas não saírem de casa.

Na cidade, 68 pessoas morre-ram em resultado das enchentese deslizamentos, mas a conta-gem poderia ser maior se, naspalavras do prefeito, ele não ti-vesse lançado o aviso.

Paes decidiu que o Rio pode-ria ter coisa melhor.

Empreiteira – A IBM encarou odesafio como uma empreiteira,gerenciando o projeto e delegan-do parte do trabalho. Empresaslocais se encarregaram da cons-trução e das telecomunicações. ACisco entrou com a infraestruturade rede e o sistema de videocon-ferência que liga o centro de ope-rações à casa do prefeito. As telasdigitais são da Samsung.

A IBM incorporou o hardware,software, parte analítica e pesqui-sa. Ela criou manuais para que osfuncionários do centro pudessemclassificar os problemas em qua-tro categorias: eventos, inciden-tes, emergências e crises. Porexemplo, uma festa barulhenta éum evento. Pessoas brigando nu-ma festa são um incidente. Umafesta que se transforma em tu-multo é uma emergência. Se mor-rer alguém no tumulto, é uma cri-se. Os manuais também estabele-cem procedimentos passo a pas-

so sobre como os departamentosdevem cuidar de situações urgen-tes, como inundações e desliza-mento de rochas.

Integração –A IBM tambéminstalou uma plataforma vir-tual de operações que funcio-na como uma central na inter-net, integrando informaçõesque chegam por telefone, rá-dio, e-mail e SMS. Quando osfuncionários municipais en-tram no sistema, podem, porexemplo, inserir dados sobreum acidente ou ver quantasambulâncias foram despacha-das. Eles também podem anali-sar informações históricas paradeterminar, por exemplo, ondeacidentes de trânsito costu-mam acontecer. Além disso, aIBM desenvolveu um sistemade previsão de enchentes paraa cidade. Guru Banavar chegouaté a recomendar que o prefei-to do Rio criasse o cargo de di-retor de operações para super-visionar a sala de controle: oprefeito concordou.

Segundo Paes, o projeto custoucerca de US$ 14 milhões. Se tudofuncionar como planejado, elepoderia transformar a cidade ma-ravilhosa em modelo de geren-ciamento municipal alimentadopor dados. "Queremos colocar o

Rio à frente de todas as cidades domundo em termos de operaçõesda vida diária e reação a emergên-cias", disse o prefeito. Para ele,contudo, o desafio será deixar a ci-dade mais eficiente sem diluir aenergia que faz do Rio o que é."Não queremos ser Lausannenem Zurique."

Temores – O centro de opera-ções recebeu muita publicida-de no Brasil e no exterior. E, ape-sar disso, muitos moradoresnunca tenham ouvido falar deleou, caso tenham, não têm certe-za do que o órgão faz. Alguns sepreocupam que ele beneficiarámais os bairros abastados doque as favelas. Outros tememque toda essa vigilância tenha opotencial de reprimir a liberda-de ou invadir a privacidade. Umterceiro grupo vê o centro comoum tapa-buraco que não resol-ve os problemas subjacentes dei n f ra e s t ru t u ra .

Porém, a IBM espera que pre-feitos do mundo inteiro te-nham inveja do Rio. Pensandonisso, a empresa acabou de lan-çar o Centro de Operações Inte-ligente, que mescla diversossistemas criados para o Rionum único produto.

* The New York Times NewsSer vice/Syndicate

André Vieira

Chuvas de 2010levaram à criação do Centro de

Operações. Guru Banavar,diretor técnico da IBM (dir.)

Natasha Singer *

Paes, durante entrevista sobre os estragos da chuva, em 2010

Novo sistema pode prever chuvas e possibilidades de enchentes

Márcia Foletto/AOG - 27/05/2010

Alessandro Costa/AE - 06/04/2010

Sergio Moraes/Reuters - 06/04/2010

Alexandre Brum/Agência O Dia/AE - 06/04/2010

Com o novo sistema, ideia é prevenir problemas como os de 2010

Page 12: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201212 DIÁRIO DO COMÉRCIO

facespregionais

A eroportoatrai bonsnegócios

A futura ampliação de Viracopos levainvestimentos comerciais e industriais

para a Região Metropolitana de Campinas,formada por 19 municípios.

Fotos: Divulgação

Projetos doLoteamentoIndustrial eEmpresarialBandeirantes(à esquerda) edo ParqueEmpresarialCampinas(abaixo, àesquerda).No primeiro,mais de 50%das unidadesjá foramvendidas;no segundo,foram cincodas oito torresplanejadas.

Marcos Peron/Virtual Photo/Arquivo/DC Ricardo Lima/Virtual Photo/Arquivo/DC

Viracopos: estão previstosampliações da pista e do

estacionamento e um novoterminal de passageiros.

À direita, vista deCampinas e terreno do

loteamento Bandeirantes.

André de Almeida

Arecente privatiza-ção do Aeroportode Viracopos e a fu-tura ampliação de

suas instalações trazem pers-pectivas otimistas de cresci-mento para a Região Metropo-litana de Campinas (RMC),composta por 19 municípios.De olho no desenvolvimentolocal e no potencial de negó-cios, novos complexos comer-ciais e industriais estão se ins-talando na área, uma das maisimportantes do Estado de SãoPaulo, onde já há renomadasuniversidades e centros de tec-nologia e pesquisa.

Um dos empreendimentosque chega à região é o Lotea-mento Industrial e Empresa-rial Bandeirantes, que está sen-do construído pela Petre emum terreno de 366 mil metrosquadrados na rodovia Campi-nas-Monte Mor. Segundo oempresário e sócio do novo pó-lo, Luiz Roberto Trevisani, o lo-cal foi escolhido por ser estra-tégico: a apenas 4,5 quilôme-tros da rodovia dos Bandeiran-tes, 15 quilômetros do centrode Campinas e 22 quilômetrosdo Aeroporto de Viracopos.

"Mais de 50% das unidades jáforam vendidas para empresasdas áreas de logística, alimen-tos, tecnologia, gráfica e meta-lurgia", diz. Segundo ele, umdos principais atrativos é, semdúvida, a proximidade com Vi-racopos "que, futuramente setornará um dos mais importan-tes terminais de passageiros doBrasil", afirma Trevisani.

Concessão – Localizado a 20quilômetros do centro de Cam-pinas, Viracopos, o segundomaior terminal aéreo de cargasdo País, agora é administradopelo Consórcio Aeroportos Bra-sil, que ganhou o leilão de con-cessão pelos próximos 30 anos.

O valor pago foi de R$ 3,8 bi-lhões. Pelo contrato, o consór-cio Aeroportos Brasil deveráinvestir no local em torno deR$ 10,8 bilhões nesse período.

Até a Copa de 2014, mais es-pecificamente, serão investi-dos cerca de R$ 900 milhões.Grande parte do valor será re-vertido para obras de amplia-ção da pista e para a constru-ção do pátio de manobras, doestacionamento para 4,5 milveículos e de um novo termi-nal de passageiros, entre ou-tras intervenções. "Havendodisponibilidade de terrenos,faremos, no futuro, novos in-vestimentos na região, que

desperta o interesse de gruposempresariais", diz Trevisani.

Parque – Outra empresa queaposta no potencial da RMC é aPratec. Ao lado de parceiros, aempresa es tá inves t indoR$ 50 milhões na construção eimplantação do Parque Empre-sarial Campinas, que ocuparáuma área de 22 mil metros qua-drados no entroncamento dasrodovias Dom Pedro I e Dr.Adhemar Pereira de Barros, queliga Campinas a Mogi Mirim.Com previsão de entrega parajulho, o empreendimento teráoito torres comerciais, lajes cor-porativas, heliponto, auditório,salas de reunião e restaurante.

Para o diretor da Pratec,Marcelo Vinholes Ferreira, aproximidade com o Aeroportode Viracopos – em torno de 30quilômetros – foi fundamentalpara a concepção do projeto."O crescimento da aviação re-gional, com a Azul, e as pers-pectivas de modernização e

ampliação do aeroporto foramlevados em consideração pe-las empresas na hora de fecharos contratos", afirma.

Segundo ele, o próprio heli-ponto foi planejado visandoestabelecer uma integraçãomaior com o aeroporto. "Cincodas oito torres do empreendi-mento já foram comercializa-das", garante Ferreira.

Crescimento – De acordocom dados da Associação Co-mercial e Industrial de Campi-nas (Acic), 5.542 estabeleci-mentos se instalaram na RMCno ano passado: 228 indús-trias, 932 da área da construçãocivil, 3.768 do setor de serviçose 614 empreendimentos co-

merciais. Para este ano, a esti-mativa é de crescimento de3,5%. "A privatização de Vira-copos está colaborando paratornar a região uma das maisatrativas, principalmente paraempresas de base tecnológi-ca", diz Adriana Flosi, presi-dente da Acic.

Muitos municípios quecompõem a RMC oferecem pa-ra as empresas que se instalamisenção de taxas e impostos,como o Imposto Predial e Ter-ritorial Urbano (IPTU) pelo pe-ríodo de cinco anos e o Impostosobre a Transmissão de BensImóveis (ITBI), relativo à aqui-sição do terreno e isenção doImposto Sobre Serviços (ISS)

incidente sobre a construção eretorno do investimento.

Na opinião da dirigente,Campinas é a cidade que maisse beneficia desse processo decrescimento da região. "Porpossuir melhor infraestrutu-ra de hospedagem, por exem-plo, o município acaba cha-mando a atenção de executi-vos que, mesmo trabalhandoem outras cidades, optam por

morar em Campinas. Com is-so, o movimento cresce no co-mércio e no segmento de ser-viços local ", explica.

"As estimativas de cresci-mento só não são melhores de-vido à insegurança jurídicaprovocada pela atual situaçãopolítica da cidade", finalizaAdriana. No próximo dia 10 deabril, Campinas terá a primei-ra eleição indireta de sua histó-

ria em virtude da cassação doprefeito Hélio de Oliveira San-tos (PDT) e de seu sucessor, De-métrio Vilagra (PT), envolvi-dos em corrupção.

Por causa disso, a CâmaraMunicipal deverá escolher, pe-lo voto indireto de seus mem-bros, o candidato que comple-tará o 'mandato-tampão' deprefeito até as eleições munici-pais, no final do ano.

Selo de qualidade

Guarulhos, cidade da Grande São Paulo,agora tem 14 centros automotivoscertificados com o Selo de Qualidade

Grag, resultado do trabalho desenvolvido pelosempresários que integram o Núcleo deReparadores Automotivos (Grag).

O selo de qualidade faz parte de uma série deações que serão implementadas pelosempresários que integram o núcleo por meio doprograma Empreender Competitivo, apoiadopela Facesp, Associação Comercial e Empresarial(ACE) da cidade e Sebrae, e que prevê oinvestimento de mais de R$ 150 mil. Os centrosautomotivos esperam aumentar o faturamento eo número de postos de trabalho em 10% e acarteira de clientes em 15%, atraindoespecialmente o público feminino.

Câmara conciliadora

Os conciliadores e mediadores que fazemparte da Câmara de Conciliação,Mediação e Arbitragem de Marília irão

participar de uma série de atividades naAssociação Comercial e Industrial de Marília(Acim). O objetivo é proporcionar aoscomerciantes locais agilidade nosprocedimentos jurídicos. A intenção é treinar os30 mediadores e conciliadores que estão àdisposição da unidade de atendimento.

Entre os temas que serão abordados estãodireitos e garantias fundamentais do cidadãofocados em arbitragem e direito do consumidore superendividamento. "São treinamentos queirão apurar o comportamento dos mediadores econciliadores na audiência", disse José AugustoGomes, superintendente da Acim.

Abaixo-assinado

AAssociação Comercial e Industrial deAmericana (Acia) apoia e pede aoscomerciantes que participem da

campanha da Associação Brasileira da IndústriaTêxtil e de Confecção (Abit) Moda Brasileira: Euuso, Eu assino!. O objetivo é conseguir assinaturasde mais de 1% do eleitorado brasileiro, que serãoenviadas ao Congresso Nacional solicitando queseja estudado um regime de redução da cargatributária sobre os produtos têxteis.

O abaixo-assinado virtual e informações sobreo 'Importômetro' – painel que contabiliza onúmero de importações de têxteis e deconfeccionados e o número de empregos quedeixam de ser gerados no país em virtude dosprodutos importados – estão disponíveis no sitew w w. a b i t . o rg. b r / e m p re g a b ra s i l .

SCPC de Taubaté

Taubaté registrou aumento de 1,7% nainadimplência em fevereiro, emcomparação com janeiro, segundo relatório

divulgado pela Associação Comercial e Industrialde Taubaté (Acit). Ao todo, o sistema do ServiçoCentral de Proteção ao Crédito (SCPC) aponta 749pessoas protestadas a mais do que em janeiro.Sandra Teixeira, presidente da ACIT, atribuiu oligeiro aumento na inadimplência ao crescimentodo consumo no final do ano. " Algunsconsumidores acabam exagerando nas comprasde Natal e atrasam as parcelas de janeiro", disse.

O número de ocorrências apresentou umaelevação inferior ao de consumidores protestados,registrando um aumento de 1,1%. Esse fator indicaque a média de parcelas protestadas porconsumidor inadimplente tem diminuído.

OS NÚMEROSDados da associação comercial da

cidade apontam que 5542estabelecimentos se instalaram na Região

Metropolitana de Campinas em 2012.

Page 13: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

ac spdi s t r i t ai s

GIrAgendas da Associação

e das distritais

Feira da Saúdeserá em 10 de abril

Está quase tudo prontopara a 12ª edição daFeira da Saúde, que

acontece no dia 10 de abril,uma segunda-feira, das 8h às17h, no Pátio do Colégio, noCentro da capital. Depois dereunião entre osorganizadores da feira, nasemana passada, foidivulgado que já estãoconfirmadas 48 barracas.Serão oferecidosgratuitamente à populaçãoexames e esclarecimentossobre diversas doenças.

Médicos e voluntários daárea da saúde estarão deplantão para orientar sobrealimentação saudável, fazer

exames de glicemia,eletrocardiograma, teste dehepatite, espirometria (testepulmonar), prevenção deAVC e muito mais.

A feira é uma realizaçãoda Associação Comercial deSão Paulo (ACSP) em parceriacom a Prefeitura. O eventoconta com a participaçãode empresas como oInstituto Embelleze,Companhia de SaneamentoBásico do Estado de SãoPaulo (Sabesp), Secretaria daJustiça, Federação dasAssociações Comerciais doEstado de São Paulo(Facesp), UniversidadeCruzeiro do Sul, entre outras.

O varejo com os olhos no futuroPalestra na Distrital Lapa mostra que smartphones, tablets e redes sociais estão cada vez mais perto do comércio. Empresários e vendedores precisam se preparar.

Divulgação

Shannon Stapleton/Reuters/Arquivo/DC Jo Yong-Hak/Reuters/Arquivo/DC

A palestra'As últimas

tendências dovarejo global'mostrou que ocomércio tem

de estar prontopara as

mudanças quechegarão comos dispositivos

móveis

Chi

co F

erre

ira/L

uz/A

rqui

vo/D

C

O varejo não terá simples lojasfísicas. Será um multicanal de

interação com os consumidores.

Pablo de Sousa/Luz/Arquivo/DC

Não se trata davelha discussãosobre o futuro daslojas, mas dadiscussão daintegração entre ocomércio físico evirtual.

NELSON KHEIR ALLAH,VICE-PRESIDENTE E

CO O R D E N A D O R DO CONSELHO

DE VAREJO DA AC S P

Marcos Mendes/Luz/Arquivo/DC

DimitrieGheorghiu,superintendente da

Distrital Lapa da ACSP

André de Almeida

Atecnologia está,cada vez mais, in-serida no varejo,seja no comércio

virtual ou na utilização deequipamentos como tablets esmartphones, dentro ou forados pontos de venda, auxi-liando na interação entre con-sumidores e estabelecimen-tos. As redes sociais tambémnão podem mais ser ignora-das. Quando bem trabalha-das, transformam-se em umimportante instrumento decomunicação dirigida e debaixo custo, se comparada àmídia tradicional.

Estes avanços, e outros pon-tos, foram expostos e debati-dos na palestra As últimas ten-dências do varejo global, realiza-da pelo vice-presidente e coor-denador do Conse lho deVarejo da Associação Comer-cial de São Paulo (ACSP), Nel-son Kheirallah, na Distrital La-pa. "A questão do multicanalpassará ainda por diversasmudanças, mas não há comoignorá-la. Não se trata mais davelha discussão sobre o futurodas lojas físicas, mas sim dadiscussão do modelo de inte-gração entre o comércio físico evirtual, o que exigirá umaequipe de vendas bem prepa-rada e capacitada", afirma.

Lúdico – De acordo comKheirallah, que integrou a co-mitiva que foi à National RetailFederation (NRF), a maiorconvenção de varejo mundial,

em Nova York, os aspectos lú-dicos do processo de compra,estimulados pelas soluçõestecnológicas dentro das lojas,estão sendo cada vez mais va-lorizados, impactando no am-biente do estabelecimento, naexposição atrativa dos produ-tos e na postura da equipe devendas.

"A maneira como se compratraz um grande impacto na sa-tisfação ao cliente, gerandouma experiência positiva deconsumo. O foco do negócio,dessa forma, deve ser orienta-do para a interação com o con-sumidor e seu encantamento,em vez do foco tradicional, ex-clusivo em produto e preço",diz o vice-presidente

Outra questão levantada é aimportância de atender o con-sumidor como e quando ele qui-ser, oferecendo opções de com-

pra que vão além do comérciofísico e on-line. "O pagamentocom smartphone está começan-do e vai demandar grandes in-vestimentos, mas é uma ten-dência para o futuro", garante.

Retorno – "Os investimen-tos na área devem ser consi-derados com um retorno alongo prazo e medidos, emum primeiro momento, maispela interação com os consu-midores do que pelas vendasrealizadas", afirma Kheiral-lah. O mesmo acontece comas redes sociais que, emboraainda não sejam representati-vas em termos de negóciosrealizados, são uma ferra-menta para manter viva a me-mória da loja e para criar fatosque motivem a visitação aoponto de venda.

Os tablets também podemser utilizados como forma de

interação com os consumido-res. A penetração desses pro-dutos, segundo Kheirallah,tende a se consolidar rapida-mente. "Os programas de-vem ser lúdicos e o processode compra, de fácil acesso.Como essas inovações tec-nológicas estão mudandoa forma de as pessoas serelacionarem, devem serconsideradas na estraté-gia do varejo."

Com a introdução dasnovas ferramentas tec-nológicas, o varejo, ca-da vez mais, deixaráde ser formado porsimples lojas físicas (ou cadeiade lojas) para se constituir emum multicanal de interaçãocom os consumidores. O am-biente da loja, assim, deve sedistanciar cada vez mais dasimples exposição de pro-dutos e buscar o lado lúdi-co da compra.

Equipe – Com as novastendências para o varejo,o grande desafio para ospróximos anos, na opi-nião de Kheirallah, écapacitar as equipesde vendas. "Além daquestão estrutural dafalta de mão de obra capacita-da, há ainda a questão cultu-ral de que o trabalho no varejoé a porta de entrada no merca-do profissional e, como tal, al-go temporário ou passageiro.Dessa forma, não há investi-mento em capacitação, já quea equipe não se fixa no traba-lho, muito em função dos bai-xos rendimentos", afirma.

No entanto, Kheirallah re-força que as mudanças queestão se consolidando no va-rejo em função das inovaçõestecnológicas apontam para oaumento da importância da

equipe de vendas. Isso acon-tece muito em razão de sua in-fluência na experiência decompras e no faturamento.

Capacitação – O superinten-dente da Distrital Lapa daACSP, Dimitrie Gheorghiu,lembrou que a entidade, pormeio do Projeto Empreender,colabora na tarefa de capacitara mão de obra local, formada,em sua grande maioria, portrabalhadores do comércio eprestadores de serviços.

"O varejo na região da Lapasegue mais ou menos as carac-terísticas do setor em todo oPaís. Sem dúvida, um dosmaiores desafios, principal-mente para os pequenos esta-belecimentos, é capacitar suasequipes de vendas. Continua-remos atuando nesse sentidopor meio do fortalecimento doProjeto Empreender, entre ou-tras iniciativas", conclui.

Hoje� Libaneses – O vice-presidente da ACSP LuizRoberto Gonçalvesrecepciona um grupo deinvestidores libaneses. Às 11h,rua Boa Vista, 51/11º andar,salas Tadashi.� Co m u s – O conselheiro daACSP José Candido Sennacoordena a reuniãoextraordinária do Comitê deUsuários dos Portos eAeroportos do Estado de SãoPaulo (Comus), comapresentação dos trabalhos

de São Paulo Texas Desk,focados em sistemaslogísticos entre empresas deambos os estados. Às 17h, ruaBoa Vista, 51/11º andar, salasTadashi 1 a 3.

Amanhã� CPU – Reunião do Conselhode Política Urbana (CPU) naACSP com palestra dosecretário municipal deCoordenação dasSubprefeituras, RonaldoCamargo, e o presidente daCâmara Municipal de SãoPaulo, vereador José PoliceNeto. Às 10h, rua Boa Vista,51/9º andar, plenária.� L apa – Às 9h, palestraapresentada pelo secretáriomunicipal da Pessoa comDeficiência e MobilidadeReduzida Municipal, MarcosBelizário, sobre

acessibilidade e inclusão.Rua Pio XI, 418.� IR – A Facesp, a ACSP e aReceita Federal promovem apalestra Novas regras doImposto de Renda e oFu m ca d , para a divulgaçãoda nova legislação sobre adestinação de parceria doImposto de Renda para osFundos de Direitos daCriança e do Adolescente. Às14h30, na sede da ACSP ruaBoa Vista, 51/9º andar,plenár ia� Pe n h a – Às 14h30, 1ªreunião para a organização daTarde da Beleza 2012. Às18h30, 1ª reunião para aorganização do evento daMaçonaria Penhense. Às19h30, reunião da AssociaçãoViva Penha. Avenida GabrielaMistral, 199.

Quinta� Ce nt ro – Às 18h30, 18ºreunião ordinária de DiretoriaExecutiva e Conselho Diretorcom a palestra Ed u ca ç ã oFinanceira & Qualidade deVi d a , com ReinaldoDomingos. Confirmações:3208-5753 ou pelo [email protected]. RuaGalvão Bueno, 83.� Pe n h a – Às 19h30, 14ªreunião ordinária e Premiaçãodo Natal Iluminado. Av.Gabriela Mistral, 199.

Sexta� Noro este – Às 14h30, oConselho da Mulher promovea palestra Terapia do Riso. RuaLuis Braille, 8.� B u t a nt ã – Às 19h30,solenidade de premiação doConcurso Natal Iluminado2011. Rua Alvarenga, 591.

E S CO L H AO consumidordeve poder seratendido como equando quiser.

OPÇÕESAs opções decompra têm de iralém do comérciofísico e on-line.

Page 14: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201214 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

L o goLogowww.dcomercio.com.br

E M C A R T A Z

F ISCALIZAÇÃO

Novas regras para uso do jet ski

C RIME

Uma mulher, 93 RGs.Uma mulher foi detida na

madrugada de ontem portandomais de cem carteiras de identidadeem Santana do Parnaíba, na GrandeSão Paulo. Ela tinha 93 cédulas deRG com sua foto e nomes diferentes,além de outras 20 com a foto domarido. Maria Augusta dos SantosSousa foi presa quando tentava fugirde um bar após a polícia serchamada por conta de disparos dearma de fogo.

Na delegacia, a polícia encontrouos documentos, que tinham sidoexpedidos em todos os Estadosbrasileiro, menos o Maranhão.

Mostra 'A(e)rea Paulista' exibecoleção de 20 cartazes de Carla Caffé.Complexo Cultural Funarte. Alameda

Nothmann, 1058. Grátis.

B RINQUEDOS

Guerra de bolinhasThe Air Strike Catapult

arremessa bolinhas de espuma,que não machucam, peloambiente. Para crianças dequalquer idade que quiseremfazer guerra na sala de casa ouno escritório.

http://bit.ly/yHCLXJ

Fo rm i g a sfazendo pose

O fotógrafo russo AndreyPavlov criou uma série deimagens em que apresentaformigas em cenários e posesinusitadas. A técnica consisteem horas de paciência e estudopara obter imagens detalhadasdos insetos. Depois, com a ajudado Photoshop ele agrega algunsobjetos à cena original.

http://bit.ly/yDOj9J

U SP

S u p e rc o m p u t a d o r :2.304 processadores.

A Universidade de São Pauloadquiriu e começa a colocar emfuncionamento neste mês umsupercomputador consideradoum dos cinco mais rápidos dopaís. O equipamento foicomprado com apoio daFundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo e tem2.304 processadores. A máquina,cerca de cem vezes mais rápidaque o computador mais potenteda universidade, consegue fazer20 trilhões de cálculos porsegundo e será usada pelospesquisadores do Instituto deAstronomia, Geofísica e CiênciasAtmosféricas da USP e do Núcleode Astrofísica Teórica daUniversidade Cruzeiro do Sul,entidade parceira do projeto.

E SCULTURA

Humanose n re d a d o s

O artista Derek Kinzett criaesculturas de figuras humanasutilizando apenas arames. Ascriações, em geral expostas ao arlivre, ganharam uma exposiçãona Abadia de Lacock, emWiltshire, Inglaterra. Veja outrasde suas criações no site.

http://bit.ly/zu2I2f

A TROPELAMENTO

Filho de Eike mata ciclistaOfilho mais velho do

empresário Eike Ba-tista, Thor, 20, atro-pelou e matou um ci-

clista na noite de sábado, no Riode Janeiro. O ajudante de cami-nhoneiro Wanderson Pereira daSilva, 30, foi atingido pelo carrodo rapaz, um Mercedes SLRMcLaren Roadster, de R$ 2,7 mi-

lhões, quando trafegava na ro-dovia Washington Luís, na Bai-xada Fluminense. Thor socorreuSilva e chamou a ambulância.

Em nota, a assessoria do gru-po EBX, de Eike Batista, afir-mou que o ciclista "atravessavainadvertidamente" a rodovia.Já a tia e mãe de criação de Wan-derson, Maria Vicentina Perei-

ra, disse que o rapaz costumavafazer o trajeto há anos e trafega-va pelo acostamento.

Os testes de bafômetro deThor e do carona deram nega-tivo. Thor, que estaria na velo-cidade permitida, será indicia-do por homicídio culposo,quando não há intenção dematar. (F o l h a p re s s )

Roosevelt Cassio/Reuters

BATMAN DE TAUBATÉ - O militar aposentado Andy Trevisan, 50, o "Batman de

Taubaté", participou da primeira Ação pela Paz na cidade, no sábado. O evento faz parte

de uma estratégia para reduzir a violência em bairros do município, no interior do estado.

O prefeito de São Paulo, GilbertoKassab, assinou ontem umdocumento, em parceria com o 8ºDistrito Naval, para intensificar afiscalização de motos aquáticas.De acordo com o Protocolo deIntenções, a Capitania dos Portosde São Paulo treinará agentesmunicipais e guardas civismetropolitanos para auxiliar nocombate a acidentes.

Outra novidade é que a partir de

agora uma pessoa que quiserpilotar uma embarcação terá defazer um teste prático – antesapenas o teste teórico eraobrigatório. (AE)

Cura em lata

E se remédios fossem vendidos nas máquinas de refrigerante?Robert Gauldin teve a ideia e já criou até as latinhas.

http://bit.ly/zbYKXR

Arquitetura do absurdoO site holandês Brekend

fez uma seleção das obrasarquitetônicas mais estranhasencontradas pelo mundo. São

20 construções que desafiam aslinhas tradicionais, a lógica da

arquitetura, as leis da gravidadeou simplesmente os padrõesa que estamos acostumados.

São prédios de cabeça parabaixo, em formatos bizarros ouengraçados. O site não informa

onde estão localizados osedifícios. Veja outrasconstruções no site.

http://bit.ly/xbfF9w

SÃO

PAU

LO

Page 15: DC 19/03/2012

CAIXA 115

O seu consultor financeiro

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012

economia

Um I N V E ST I M E N TOdiferente: terapia

P RO F IS SIO N A L .Coaching costuma trazer resultados mais rápidos que a psicoterapiatradicional, mas é bom preparar o bolso. O custo da sessão chega a R$ 1 mil.

Descobri queperdia tempo

sendoe m p re s á r i o ,vendi minha

parte nasociedade e me

tornei consultore coordenador

na FGV.NELSON LERNER BA RT H

Newton Santos/Hype

RE JA N E TA M OTO

Não está feliz com os ru-mos da carreira profis-sional e quer um inves-timento que permita

uma mudança para melhor? Umcanal que vem sendo cada vezmais usado para isso é o trabalhode coaching, que funciona comouma terapia aplicada à carreiraprofissional – com resultadosmais rápidos em relação à psico-terapia tradicional. Para o enge-nheiro eletrônico Nelson LernerBarth, de 53 anos, o investimen-to em coaching rendeu uma mu-dança profissional radical. Eledeixou de ser dono de uma pe-quena empresa do ramo desoftwares para ser coordenadordos cursos de graduação em Ad-ministração da Fundação Getú-lio Vargas (FGV).

"Durante a crise de 2008 co-mecei a pensar em mudar minhavida. Comecei um trabalho decoaching que durou dois meses.Neste período descobri que per-dia tempo sendo empresário,vendi minha parte na sociedadee me tornei consultor, estatísticoe coordenador na FGV", afirma oe n g e n h e i ro.

Barth já tinha feito terapia emoutros momentos da vida, masnunca havia pensado em fazeralgo semelhante para discutirseu papel profissional. E tam-bém não imaginava que deixariao ramo de softwares, no qual ha-via trabalhado por 29 anos, em-bora sua paixão sempre tivessesido os números.

O engenheiro diz que não

lembra o quanto investiu nosdois meses de coaching, apenasque não foi uma quantia peque-na. "Mas tive retorno deste in-vestimento. Hoje me consideromais estável financeiramente,mais real izado e tranquilo.Quando tinha a empresa, rece-bia mais em um mês e menos nooutro. Agora posso controlarmeu rendimento e, se precisar,dar mais aulas e cursos executi-vos", conta.

A u m e n toda procura

O sócio-diretor e responsávelpela área de coaching da consul-toria de desenvolvimento orga-nizacional Across, Geraldo Gia-niselo, diz que o preconceitoque antes existia entre executi-vos para buscar este tipo de aju-da diminuiu e a procura por coa-ching aumentou mais de 400%na empresa, nos últimos doisanos. "A busca individual au-mentou de três a quatro vezes,embora o volume de empresasque contratam esse serviço paraseus funcionários ainda sejamais representativo em termosde volume", afirma.

Gianiselo diz que na Across oprocesso de coaching tem dura-ção de dez sessões, de uma horae meia a duas horas cada. Inicial-mente elas podem ser semanaise, depois, quinzenais ou men-sais, para que o profissional te-nha tempo de refletir sobre asquestões colocadas pelo coach

(pessoa que dá o coaching).A diferença entre o trabalho

individual e o voltado para gru-pos de colaboradores de umaempresa é que o primeiro temum olhar analítico e mais amplo,enquanto o segundo é umacompanhamento e comple-mentação. "Às vezes um profis-sional chega com um objetivo e,após ser questionado, descobreoutras coisas. Tive uma clienteque, na primeira sessão, diziaquerer mudar de carreira, masdescobriu que o drama que viviaestava ligado à cultura da orga-

O TRABALHO PASSO A PASSOO presidente do InstitutoBrasileiro de Coaching(IBC), José RobertoMarques, diz que ocoaching é um processoque tem início, meio e fim,no qual o coach(profissional que dá ocoaching) se transformaem um personal trainer dehabilidades, como se fosseum HD externo do cliente.

"Todo o trabalho édefinido entre o coach e ocliente. O primeiro apoia osegundo a atingir umresultado em curto, médioe longo prazos. É função docoach compartilhar ashabilidades ecompetências de seucliente, fazer umreconhecimento e umconvite para que ele supere

as adversidades", afirma. Oobjetivo, conta, é liberar opotencial do cliente.

O que diferencia ocoaching da terapiaconvencional, segundoMarques, é o tempo paraalcançar o resultadodesejado, de, no máximo,90 dias de encontrossemanais. "É um processopautado em perguntas

poderosas, na qual aessência está na respostado cliente e não no coach.Muitas vezes as questõespassam pela vida pessoal, arelação consigo mesmo,com a família e noambiente de trabalho."

Além de ser maisacelerado, o coachingtambém é uma terapiapautada no tempo

presente com vistas aofuturo. Na terapiaconvencional, muitas vezeso caminho é inverso, dopresente para o passado.Marques explica que opassado é discutido notrabalho de coaching sim,mas sempre com aproposta de olhar com oconhecimento que ocliente tem hoje.

Geralmente, a ideia éfornecer umainterpretação melhor epositiva dos fatos vividos.

Segundo ele, váriastécnicas de coachingpodem ser aplicadas, comoo generativo (de médiaduração), remediativo(curta duração) e oevolutivo (mais profundo ede longa duração).

nização, inóspita para ela. Passa-mos a discutir como lidar comum cenário mais político e o tra-balho de coaching foi para umadireção diferente do que elaimaginava quando começou",conta Gianiselo.

A maioria dos coachings temformação em psicologia ou umavivência organizacional signifi-cativa. O custo de uma sessão naAcross, por hora, gira em tornode R$ 500 a R$ 1 mil e podem serfeitos pacotes fechados.

O presidente do Instituto Bra-sileiro de Coaching (IBC), José

Roberto Marques, diz que, de-pendendo do tempo de expe-riência de um coach, o custo dasessão pode ser até menor, a par-tir de R$ 100 por hora.

Nas empresas que contratamo coaching, o objetivo muitasvezes é melhorar a comunicaçãoe o relacionamento de seus fun-cionários. "Sempre pergunto everifico que é um problema derelacionamento de baixo paracima e de cima para baixo. As or-ganizações que me procuramtêm metas de aumentar o fatu-ramento de 10% para 20% com

este trabalho", revela Marques.Nesse campo, o processo é feitoem grupos de 15 a 30 pessoas e,em alguns casos, há atendimen-tos individuais. Quando issoocorre, o período é mais longo,em torno de seis meses, com en-contros quinzenais. "Já aconte-ceu de eu ser contratado por umCEO para fazer o processo decoaching com seus diretores e,no fim, acabei fazendo com elesem que percebesse, porque ofoco era ele e não os colaborado-res. O resultado foi que todos naempresa ganharam", diz.

Page 16: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201216 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

���������� �

���������������� �������� ��� �������������� ������������������ ����������������������������������������� �!������ "��������� ����#$�������������%&%��'(��)&�*�������� �$��'+���,�*-

������������������������������ ��������������������� �������� ��.�/"����0������$����-���������1������ ������� "����������������������)�$ �-����2345������������������������������! ���������� ��#-

6��������������������������� ���������7������1������ ������������������(�������������89����$����� �"�'���!$������������� ����������������*������������������89����!#$��� �"����:+!-

��������������������0���������������� ������������������1�����������������������������������-�;��������������������� ����!��!������ ������������,���������� � $����� �����������!��!�����������<������������� �&�'(���,�*-�'��*

���������

������=��(9=

�����2���>�����

������2���>�����

������2���>�����

������2�:;9

������2���>�����

������������������������������� ��� ��

������� ������?=>@�'�* $�!& $�!# $�!%?A=(3�'�* #�% #�,) #�,#B�������7��� ��%$ ��%$ ��%$'��C89�����������<�*3����B����9� � &�$� &�$� &���'������C���������<�*:<����� <��������������D� � ),�&� ),��� ),�!�'����=?2E*=?2�'�������������* )�)� )�)� )�)�=���/"���������� � !�%� !�%% !�!%'������������*2� ��/������� �'89���� �F��* �&��� �&��� �&���?�����-�;����������:�����'89����* $$��� $$��� $$���E=�����?������2����'=?2*

������2���>�����

?������?2�G($�?2�G?9;?>6!?�� ?;;?�?��?���?���

!"#!$%#&��'�$&"()!$&')��$%#&�!"%"$�!�&

:� �������� :� ���������;��?���H���������� ���

*� ������+�������,�&,,��� �F��

, ������������+����%,%-!#&

)����������B� �����6�B� ������H�=�@I29�6�

=��������=�J� ��=�@?��D�8������=�=��������6�6AG�=���� ��6�

!"*�'-!)�"-&'./�&'�-%0%'#������1"$!%

2��3��,� ����

/�������������) ���3��/�) �����!��!/��������������������'42� �/5��� ���� �##/5�� ������,#�'�������������� � ������K���������!���*

6�����������-������7 ������ ����

-������7 ���2�3�8������7 �3�����

-������7 ���2�3�8������53�����

-���'����-��������5��9����

-�����. ����:�+2��;<-.:2=

/�)>/5���>/5��

/2$

$����������� ���?�

� ���������������������@��������A���<��B=

������@�����

$�����������3��������������,%-, #&-$%%!!-%#)!-))$�-� &�- )%)$-�)#!-��%&)�

��-!$�)-##%

�����?4<B=(������!,���)(���$��! )���(��%#(��)&(��)#(���$(���

%?C��������+���������������?4<B=

��$#���&��)#��#����,

���?4<�D=!#�)$#��&�) �,�!$�!��%���

)����������?C���!@�����<��B=

$��&#�$%#�)

)����)��������<���D= �����

�� ����� %

!�)%$ ���!�,#!� $%#

�������%&&��%)

!�)%#&���!�,)!� $,)

)�����@�����2�L��� ��6�A �=��������6�

()� $()� )()�)#

�����2���>����� ��;������9�������

=������ �������D���������.����� ���/F���������������F��������������������M��������������������������������������

�� ��(��� �����������E�������F��F@������ ��� ����'��*�)!##() !&�'��������������)�����*

J����/"����� ��������N��(�>��B

#�������>���������� � ���+��G�

$&"-�!6/!HI&'&$!%:�!)2&'-&#���"#%'�+ ���������+���>���� ������A�����>����@��G������� ���

�����+�����A�����

'�����J�3����������J5��3���

!�������������2�����3����

�����3=@9

������������5�����

��� �������

�����23452�����

���������!@�������B

"����������#%"�9�!� $"���&�!,

!@�������K��������������*����?4�� � ����<��B=

2��H&'�%:/L/�:M����������5��?4��B

�����������7 ������ + ��

�������5AJ��?2A;��:�������5�����:>

��B�������K��������/���� K���K� ����������������

���!$���%$�!����!�!$�!�$��!������$������

��B�������K��������/���� ���K� ����������������

���$�&�%$OOOOOO

/������2���4��$������ �������; ���!!��&7���5������ ���!!�!#

'�����J�3�������,!!����'K��C�!*

���������<�D=@�1��-,)%���:���-,)%��!���!-#$)�$�:��!-#$)�$����)-!%��) :��)-!%��)&���#-� %�,$@�������#-� %�,$

#�� ?C���������@��G�����������������,#�$,��������������P�����"�� �����<��������������K����� ����������������D� ��P��������/"���=�����0����9�� ����-,)%��������������������������KQ��� ����,$������������P��������/F�����������0�����������-

#�� ?4<�D=������!!�% )�,� �$$!��$%$,�$)

%�3N ��<B=O%�$�$

!!�$!%�$

��-N���(� ���Q���!��!

�������������@ �?4<�D=��1��-�%#� ,����-�%#� %����-&$ �������-&$ ������)-&�,�!�

��3N ��������G������!"''<B=

&��

��3N ��<B= �����

�!;�������;��������

�����<�D=#)��% #,&�&#

�3���<�D=#&�%,%#�,#

2���������5����O��������������,!!�'���, �#!*

E�������������������������+���+������!���'�<�����������!#�#�P��Q����������% )�!#*

'�����J5��3������)��!!������� �������1��#��������� ��������Q ����������������������1����,� � ����!!���������� �������1��#��������� ��������Q ����������������������1����&�$��$

?=>@?�=>?A=(3?A=(:??=>(5���?==

?A=(3?A=(:??=>@?=>(5���

5�����:?5������������������3� ������������5������������@/F���?��������������@/F�����������@/F���53=(5AB95��������<������(�;B5�=�����0��������������

7����&���& ���%(,�� ���%,�!�,%�$�#!&�$����!

����&���& ���%(,�� ���%,�!�,%�$�#!&�$����!

���������� &�!�$)�!�&%%��)($��#(&��)(�)��&(,����!�#%

��B��9�������31����=��2�����2���� 2�����>;5R92>?��D�8�����9����9��������

����A����������

$� %$�!),�))$�#�$�&&,�%,$�#�$�&&

�G�N ���������

&�$# �)% �&) �!$&�& �&$�!�)�&�&&

��B���

������������������������.����K�����

���������+��

!&�!!%�#!%�)!,�)!#�#!,��

����+��������

�� �&��%�%��)�&���������$��&��

�N ���?4��@���

�,���$�#�$���)� �)�$�#�%

��B���

������������������������.����K�����

�G�N ���������

� %�$� ,�%� )� � �#� ��� $�&

��A���������

#&�,#&�%$!�!# �,# �!$��)

�N ���?4��@���

)��%!&�,!&�,! �$! ��! �#

��B

C���&C�����C�����C����!C����)C����#C����$C���

-�

���$ !���)&#���!&����$)#���%,)��� % ���&&����$�&

-�������

����!%%�%�����&,&,�����##& ����!$#!!����)#,,&����)& &!����#)�!)����!#%�

-6�

��%! ,��,&&%��, &!��%!) ��%#, ��%, #��%%&%��%!!!

���#)��)!��$)��#���)&��%,

����$!��$%��$���#)��,����!

��;��$���$�(���!(���,��,�(���%

7����$,��$���!$��)���,,(��#,

�������!��&����&��)%��$&(��#,

�������$� #$�#%)�#))�) #�,���%!

5����#$��)&(���,���%(���%O

7�����$�����$�����,$����$ �

5�����#$)���#!&���,!!���$)�

������)#)���)) ���$ #���#,�

��� ��% �� ���#&�� ($�!���. (��!�K�� ����)��� #�)#

� ��$���! ��$!! ) ��$!$&# ��$�� $ ��$�� , ��$!!$% ��$�)! ��$��!

��������������������������� <��B=������

6��-N�����������/"���������!&��)����)��1����������S������������

& ��$! ��� ��$� %�� ��$����! ��$����) ��$�&��# ��$!�$�$ ��$)���, ��$�%�

�% ��$�%�� ��$����& ��$���!� ��$!#%!� ��$$�&!! ��$%)$!) ��$$$,!# ��$ ,!

!$ ��$$%$!, ��$$%$!% ��$ ),! ��$ �&!& O)� O)� O

CAIXA 1O seu consultor financeiro

economia

AG E N DA BOLSA REAGEa eventos pontuais

Apesar dos indícios deque passaria a semanana defensiva devido àagenda forte – núme-

ros que desapontaram na ba-lança comercial chinesa, a Gré-cia no radar, a reunião do Fede-ral Reserve (Fed), nos EUA–, aBM&FBovespa encerrou a sex-ta-feira em queda pelo terceirodia consecutivo. Mesmo assim,conseguiu acumular alta na se-mana e fechou em 1,47%.

A falta de notícias relevantesimpediram a bolsa, que operouem torno de zero ao longo dasexta-feira, de tomar um rumomais forte. O vencimento de op-ções sobre ações domésticas,que ocorre hoje, trouxe volatili-

dade aos negócios na parte damanhã, mas perdeu força na se-gunda etapa do dia. O Ibovespacaiu 0,1 por cento, a 67.684 pon-tos. O giro financeiro do pregãoficou em R$ 6,97 bilhões.

O tom negativo no final da se-mana passada foi imposto pelapublicação da ata do Comitê dePolítica Monetária (Copom). Aindicação do Banco Central deque a taxa básica de juros – a Se-

lic – cairá para, no máximo, 9%ao ano, minando expectativasde que o afrouxamento mone-tário se estenderia até 8,5%. Odescarte de um novo aumentode combustível, também publi-cado na ata, foi outro fator queazedou o humor dos investido-res. O diretor técnico da ApogeoInvestimentos, Paulo bitten-court, afirmou que o Ibovespacontinuará a reagir a eventos

pontuais, com perspectiva de semanter no nível de 65 mil e 68mil pontos por um bom tempo.

Dados mistos divulgados namanhã de sexta pelos EUA tam-bém pesaram para a instabilida-de dos mercados acionários. Lá,o índice de sentimento do con-sumidor Reuters/Universidadede Michigan, de meados demarço, caiu para 74,3, ante pre-visão de alta para 76. Também

foram anunciados números dainflação ao consumidor e daprodução industrial do país,que ficou estável em fevereiro,afirmou o Federal Reserve (Fed),após ter subido 0,4% em janei-ro, de acordo com leitura revisa-da da estimativa anterior de es-tabilidade. Os economistas ti-nham previsto uma alta de 0,4%da produção em fevereiro.

"As bolsas lá fora tambémnão ficaram firmes. Os indicado-res vieram um pouco abaixo,mas não tiveram muita influên-cia por não reverterem o quadrode recuperação da economianorte-americana", destacou oeconomista-chefe da Sul Amé-rica, Newton Rosa. (Ag ê n c i a s )

19 S e g u n d a - fe i ra

Divulgação do IGP-M do 2ºdecêndio. Pesquisa da

Fundação Getúlio Vargas.

22 Q u i n t a - fe i ra

IBGE realiza a publicaçãodos dados do IPCA-15,

relativos ao mês de março

23 S ext a - fe i ra

Apresentação da PesquisaMensal de Comércio doIBGE referente a janeiro

Page 17: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

6mil empresários

foram comunicadosque têm emitido

NF-e paradestinatários com

irregular idadesno Cadesp.

De janeiro até 15 de março de 2012, o Indicador de Registro deInadimplentes (IRI) cresceu 11,6%, ante igual período do ano passado.economia

Vendas registram levecrescimento no ano

Compras de itens da linha marrom a prazo foram os destaques no acumulado do ano até o dia 15 de março

As vendas do varejopaulistano seguemcrescendo nesteinício de ano, mas

em ritmo moderado, na com-paração com igual período de2011. É o que aponta a préviada movimentação do setor noprimeiro trimestre, divulgadaontem pela Associação Co-mercial de São Paulo (ACSP),com dados acumulados desdejaneiro até a primeira quinze-na de março.

Ao longo desses 75 dias, o In-dicador de Movimento do Co-mércio a Prazo (IMC/SCPC)cresceu 3%, ante igual períodode 2011, impulsionado espe-cialmente pelas aquisições deprodutos da linha marrom. Jáas transações à vista, dimen-sionadas pelo Indicador deM o v i m e n t o d e C h e q u e s(ICH/SCPC Cheque), forambeneficiadas pela antecipaçãodas liquidações, especialmen-te de roupas e sapatos, contabi-lizando crescimento de 3,6%,na mesma base de compara-ção. O balanço da associação,elaborado pelo seu Instituto deEconomia Gastão Vidigal(IEGV), se baseia em amostrade dados de clientes da BoaVista Serviços (BVS), adminis-tradora do Serviço Central deProteção ao Crédito (SCPC).

F u t u r o – "Os juros já recua-ram para um dígito e devemcair para perto dos patamaresdas mínimas taxas históricas.Isso deverá provocar uma re-cuperação gradual das vendasao longo dos próximos meses",analisou o presidente da Fede-ração das Associações Comer-ciais de São Paulo (Facesp) e daACSP, Rogério Amato.

O economista do IEGV, Emí-lio Alfieri, explica que os nú-meros acumulados nos pri-meiros 75 dias de 2012 já neu-tralizam o efeito calendário dabase de comparação anualiza-da 2012/2011, prejudicada pe-

la realização do Carnaval emmeses diferentes nos respecti-vos anos. "Os números sãouma prévia do trimestre, mas amovimentação do varejo deveser acompanhada até o final demarço, para que possamos teruma avaliação mais segura."

Os resultados das vendasacumuladas em 2012, comen-tou Alfieri, já eram esperados.Ele justificou que a queda dataxa básica de juros (Selic) ain-da não causou impacto no mo-vimento do comércio paulista-no. Além disso, acrescentou, abase de comparação (com ven-das dos primeiros meses de2011) ainda era forte.

O economista também ana-lisou que o benefício de quedada alíquota do Imposto sobreProdutos Industrializados(IPI), concedido pelo governopara algumas linhas de produ-tos, não tende a trazer impacto

tão marcante sobre as vendas."O maior efeito aconteceu naprimeira vez (da concessão dobenefício), com grande volumede vendas. Mas quem já com-prou sua geladeira, não com-prará outra agora", afirmou.

Na comparação da primeiraquinzena de março, ante igualperíodo de fevereiro de 2012,as quedas acentuadas (confirano quadro) fogem à sazonalida-de mais comum do período.Para Alfieri, isso se se deve à

antecipação das liquidações."Mas até o final do mês, o qua-dro deverá se reverter em posi-tivo, porque março tem 31dias, com mais dias úteis quefevereiro", lembrou.

Dívidas – A inadimplência,de acordo com o balanço daACSP, ainda não preocupa,porque os indicadores de de-semprego continuam baixos,"facilitando as renegociaçõescom prazos mais longos parapagamento". Alfieri comentou

que além disso é comum o au-mento dos registros de carnêsem atraso em março e abril, co-mo um reflexo das compras deNatal e acúmulo de despesasno início deste ano.

No acumulado de 2012 (dejaneiro até 15 de março), o Indi-cador de Registro de Inadim-plentes (IRI) cresceu 11,6%, an-te igual período do ano passa-do e o Indicador de Recupera-ção de Crédito (IRC), 10,1%, namesma base de comparação.

NF-e: consulta noCadesp é relevante.

Passa a ser de extremaimportância que oemitente da Nota

Fiscal eletrônica (NF-e) – ofabricante/fornecedor –consulte a situação em queo destinatário dodocumento fiscal – ocomprador – se encontrano Cadastro deContribuintes do Impostosobre a Circulação deMercadorias e Serviços(ICMS) de São Paulo, ochamado Cadesp. A partirde abril, a Secretariaestadual da Fazenda deSão Paulo (Sefaz-SP)recusará a nota fiscaleletrônica de emitentesque venderem paradestinatários cominscrição suspensa, inativa,nula ou baixada nocadastro, salvo algumasexce ç õ e s.

Exce ç õ e s – As exceçõessão as seguintes: quando odestinatário constar com ainscrição suspensa noCadesp pelo fato de existirprocesso em tramitaçãopara baixa da inscriçãoestadual; em razão deinatividade presumidapassível de cassação; ouem razão de se estaraguardando registro junto

à Agência Nacional doPetróleo (ANP) ouDepartamento Nacional deProdução Mineral (DNPM).

Outra exceção seconfigura quando ainscrição do destinatárioconstar como baixada porter havido encerramentoda inscrição cadastral noEstado de São Paulodevido ao enquadramentodo contribuinte em regimeespecial de inscrição única.

Consulta – O acesso aosdados do Cadesp é feitopelo endereço eletrônicoh t t p s : / / w w w. ca d e s p. f a ze n d a .s p. g ov. b r . Para realizar aconsulta, é preciso ter onúmero do Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica(CNPJ), ou o da InscriçãoEstadual (IE), ou então, oNúmero de Identificaçãono Registro de Empresas(Nire) do destinatário doqual se deseja obter asinformações cadastrais.

A possibilidade derecusa da nota fiscaleletrônica pelo fisco é umadeterminação do ConselhoNacional de PolíticaFazendária (Confaz),normatizada pelo AjusteSinief 10/2011, publicadoem 30 de setembro do anop a s s a d o.

E sclarecimentos – Elavale para todas as fazendasestaduais. Para o casoespecífico do estado deSão Paulo, osesclarecimentos à respeitoda medida constam doComunicado CAT n° 6, de27 fevereiro de 2012,publicado no Diário Oficialdo Estado de 28 defeve re i ro.

A medida passaria a valera partir do início deste mês,no entanto, a pedido daAssociação Comercial deSão Paulo (ACSP) e daFederação das AssociaçõesComerciais do Estado deSão Paulo (Facesp), ela foi

prorrogada para o início domês de abril para havermais tempo de osempresários sea d e q u a re m .

Comunic ação – ASecretaria da Fazenda doEstado de São Paulotambém vemcomunicando empresáriosque têm emitido notafiscal eletrônica paradestinatários comirregularidades no Cadesp.De acordo com a secretariapaulista, mais de 6 milempreendedores já foraminfor mados.

SSSEEERRRVVVIIIÇÇÇOOO

* As obrigações dos emitentese destinatários da NF-e

constam da Portaria CAT- 162,de 29/12/2008, publicada no

Diário Oficial do Estado de30/12/2008.

* Situações que levam ocontribuinte a ter a inscrição

suspensa, inativa, nula oubaixada no Cadesp constam

dos artigos 31 e 31a doRegulamento do ICMS, que

pode ser encontrado no site daSecretaria da Fazenda paulista( h t t p : / / w w w. f a ze n d a . s p. g ov. b r ) ,

no link 'legislação'.

Renato Carbonari Ibelli

Os negócios à vista no comércio paulistano foram aumentados em razão da antecipação das liquidações, especialmente de roupas e calçados.

Newton Santos/Hype

Fátima Lourenço

Page 18: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201218 DIÁRIO DO COMÉRCIO

A Prefeitura de São Paulo deve um total de R$ 11, 2 bilhões em precatórios.economia

Na era digital, arrumarpapelada inspira negócios.O setor de gestão de documentos cresce a taxa de25% ao ano no País. Empresas estão cada vez maisprecisando guardar os papéis em ordem.

Divulgação

Sílvia Pimentel

Aalta carga burocrá-tica no Brasil temalavancado os ne-gócios do setor de

gestão de documentos. Deacordo com a Associação Bra-sileira das Empresas de Geren-ciamento de Documentos(ABGD), o segmento vemapresentando taxas de cresci-mento acima de 25% ao ano.

Em 2011, as companhias queatuam neste mercado fatura-ram R$ 1,2 bilhão. "Funcioná-rios podem perder até duas ho-ras diárias procurando docu-mentos extraviados nos de-partamentos da empresa",disse o presidente da ABGD,Eduardo Coppola, que tam-bém preside a Keepers Brasil.

Pesquisas da associaçãomostram que, nas empresascom arquivos desorganizados,os seus gestores perdem qua-tro semanas por ano procuran-do informações. Outro dadopreocupante é que as grandesorganizações perdem um do-cumento a cada 12 segundos. Euma estatística que pesa nocaixa das empresas : é deUS$ 120 o custo para a recria-ção de um documento impor-tado que fora perdido.

Não sem razão, aumenta aprocura das companhias doPaís, especialmente das maio-res empresas, pelos serviços deguarda, digitalização e organi-zação da papelada. "Hoje, asempresas passaram a ver osserviços de gestão documentalcomo um investimento e nãomais como custo", ressaltouEduardo Coppola.

Para o diretor da Acervo,Juan Cacio Peixoto, hoje existeuma grande preocupação dasempresas com autuações dosfiscos estadual, municipal e fe-deral. "Uma empresa desorga-nizada ainda corre o risco depagar uma conta em duplici-dade por não encontrar o com-provante de pagamento", aler-tou. No mercado desde 1993, aAcervo tem 65 clientes de vá-rios segmentos. Para o serviçode guarda de documentos, nacarteira de clientes, predomi-nam as micro e pequenas em-presas. Isso porque elas nãotêm a mesma capacidade de in-vestimento em espaço físico,como as grandes.

TJ retém precatórios, diz Costa.Secretário de Finanças da Capital, Mauro Ricardo Costa, acusa Tribunal de Justiça pela falta de pagamento.

Zé Carlos Barretta/Hype

Renato Carbonari Ibelli

Osecretário de Fi-nanças da Capitalpaulista, Mauro Ri-cardo Costa, acu-

sou o Tribunal de Justiça de SãoPaulo (TJ-SP) de reter os repas-ses municipais para pagamen-to de precatórios. Segundo ele,desde 2009 a Prefeitura deposi-ta 2,55% do orçamento para es-se fim – como previsto pelaEmenda 62 –, mas desde entãoos desembolsos não são feitospelo judiciário. Ao todo, Costaestima que R$ 2,5 bilhões a R$ 3bilhões estejam parados emcontas do TJ. O secretário fez oscomentários em reunião plená-ria da Associação Comercial deSão Paulo (ACSP).

Precatórios são pagamentosfeitos pelo poder público apósordem judicial. Em geral são dí-vidas de municípios, estados eUnião junto de servidores ouvítimas de ações de desapro-priação. Por determinação daConstituição as dívidas não po-dem ser pagas diretamente aoscredores pelos entes públicos.Os valores precisam ser deposi-tados em juízo e os desembol-sos feitos pelos Tribunais deJustiça. "Mas falta agilidade aoTJ e os pagamentos não estãosendo feitos", disse Costa.

O secretário municipal deFinanças ironizou a lentidãodo Judiciário. "Não pagarprecatórios hoje só gera recei-ta ao Banco do Brasil, que de-ve estar aplicando os montan-tes que depositamos em re-cursos que rendem pela Se-lic", disse o secretário.

Os credores da Prefeitura jáhaviam denunciado a demorado TJ-SP em liberar os recursos.Em matéria publicada pelo jor-nal O Estado de São Paulo no iní-cio deste mês, os credores afir-mam que o TJ teria interesse emretardar os pagamentos. Eles sebaseiam no parágrafo 3 do arti-go 8.º da Resolução 123 do Con-selho Nacional de Justiça (CNJ)que prevê que "os rendimentosauferidos em função do convê-nio devem ser rateados entre ostribunais, na mesma proporçãodo volume monetário dos pre-catórios que possuam".

Procurado pelo Diário doC o m é rci o , o desembargadorVenício Salles, responsável pe-la área de precatórios do TJ-SP,apontou como principal moti-

vo da demora para liberaçãodos recursos um convênio malfeito com a Prefeitura de SãoPaulo. Pelo convênio, o TJ éque fazia os cálculos dos valo-res dos precatórios resultantesde acordos entre credores e po-der municipal. Os valores en-contrados tinham ainda devoltar à Prefeitura para ganharvista e só depois retornavamao tribunal que então fazia osdesembolsos.

"Era uma burocracia desne-cessária que fez com que os de-pósitos se acumulassem", disseSalles. Segundo o desembarga-dor, esse convênio foi desfeito.Os cálculos agora são feitos pelaPrefeitura, cabendo ao TJ ape-nas a liberação dos montantes.

Salles disse também que o va-

lor dos precató-rios da Prefeiturapaulista que ain-da estão deposita-dos em contas doTJ-SP é de R$ 1,5bilhão. O desem-bargador reco-nhece que, apesarde as liberaçõesdos recursos ago-ra serem feitascom mais agilida-de, ela ainda nãoacontece no ritmoque deveria. "Te-mos falta de recur-sos humanos. Pre-cisaríamos de pe-lo menos mais 30funcionários noquadro para darmais velocidadea o s d e s e m b o l-sos", disse Salles.

O p i n i ã o p ú-blica – Com relação à denúnciados credores, o desembargadordisse que a Resolução do CNJrealmente traz o dispositivo ci-tado, mas que não saberia infor-mar se os rendimentos das apli-cações estariam sendo rateadasentre os tribunais. "Quando oCNJ implantou esse dispositi-vo fui contra, já prevendo comoa opinião pública lidaria com aquestão, visto que já imaginá-vamos que teríamos problemasna velocidade com que os de-sembolsos seriam feitos. O quequeremos é que os credoresconsigam o que lhes é de direi-to. Os Tribunais têm seus orça-mentos para mantê-los", disseSalles. A Prefeitura de São Pau-lo deve um total de R$ 11, 2 bi-lhões em precatórios.

Contr ole – O diretor daAcervo informou que, atual-mente, tem notado maior inte-resse das médias empresas nagestão de documentos. "Elascomeçam a crescer, perdem ocontrole com a papelada e ga-nham a consciência de que nãoadianta cuidar só do setor de

contas a pagar ou a receber eque a desorganização podetrazer graves prejuízos finan-ceiros", disse.

Para o diretor comercial daPrado Chaves, uma das mais

antigas do mercado, Elias Ca-neiro Vasquez, os preços co-brados pelos serviços de orga-nização de documentos ten-dem a cair porque cada vezmais as empresas descobremas vantagens de manter a pa-pelada em ordem.

Hoje, de acordo com ele, ocusto mínimo para o serviço deguarda é de R$ 450 por mês.

Recursos humanos – Os de-partamentos de contabilida-de, de recursos humanos e ju-

rídico são os que mais necessi-tam dos serviços oferecidospelas empresas do mercado."O custo da não localização dealguns documentos solicita-dos pela fiscalização da Recei-ta ou Justiça do Trabalho é in-calculável, dependendo domontante questionado", afir-mou Vasquez.

E mesmo em tempos do Sis-tema Público de EscrituraçãoDigital (Sped) – o projeto daReceita Federal instituído em2007, que exige, primeiro dasgrandes companhias, a conta-bilidade em formato digital –esse mercado tem espaço paracrescer. "No futuro, vai au-mentar o interesse pela guardae organização de mídias e ou-tros documentos eletrônicos,como ocorre no momento comos papéis", concluiu.

Hoje, as empresaspassaram a ver osserviços de gestãodocumental comoum investimentonecessário enão mais comoum custo.

ED UA R D O COPPOL A, PRESIDENTE

DA ASSOCIAÇÃO BR ASILEIR A DAS

EMPRESAS DE GE R E N C I A M E N TO

DE DO C U M E N TO S (ABGD)

Não pagar precatórios só gerareceita ao Banco do Brasil, quedeve estar aplicando os montantes.

MAUR O RIC ARDO, SECRETÁRIO

Page 19: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 ECONOMIA/LEGAIS - 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ainda há muitas incertezas em relação à economia mundial.Andrew Power, consultor do BIDeconomia

BID: AL crescerá 3,6%.Desaceleração na China e novos problemas na zona do euro são as ameaças mais citadas na reunião anual

Orisco de uma desa-celeração econô-mica mais acentua-da na China apare-

ce como a nova ameaça ao cres-cimento da América Latina em2012, além de uma eventualdeterioração da crise da zonado euro, revela estudo divul-gado ontem pelo Banco Intera-mericano de Desenvolvimen-to (BID), durante reuniãoanual da instituição em Mon-tevidéu, no Uruguai. A freadada economia chinesa prejudi-caria exportadores de metais,como Chile e Peru, e tambémos de commodities agrícolas,como Brasil e Argentina.

"Depois do potencial impac-to de uma piora na crise da zo-na do euro, a China passou aser o segundo risco mais sérioao crescimento da América La-tina", disse o principal consul-tor do departamento de pes-

quisa do BID e coordenador doestudo, Andrew Powell.

Segundo ele, o trabalhomantém como cenário baseum crescimento de 3,6% para aAmérica Latina em 2012. Brasile México cresceriam em tornodessa média regional. Nessecontexto, a Europa evitariauma crise, a China desacelera-ria sua economia apenas mo-deradamente e os Estados Uni-dos não resvalariam para umanova recessão.

"Há, contudo, mais riscosnegativos para esse cenário ba-se e que podem trazer para bai-xo a estimativa para a econo-mia da região. Ainda há mui-tas incertezas em relação à eco-nomia mundial", ressaltouPowell. Segundo ele, a Europaestá longe de ter resolvido osproblemas da dívida sobera-na, mesmo após a Grécia terconcluído a operação de troca

da sua dívida, o que abriu o ca-minho para a liberação dos de-sembolsos programados paraa ajuda financeira.

No caso da China, o cenáriobase ainda embute projeção decrescimento de 8,5% para oProduto Interno Bruto (PIB) de2012, acelerando para 9,1% em2015. A projeção, entretanto, éanterior ao anúncio recente dogoverno chinês, da meta decrescimento de 7,5%.

Há vários cenários traçadospelos economistas do BID.Powell ressalvou que mesmono mais pessimista, há moti-vos para otimismo em relaçãoà América Latina. "Os paísesda região estão mais resilientesa choques externos, pois têmmais ferramentas para lidarcom uma nova desaceleraçãoda economia mundial", disse.

Entre os fatores positivosque permitem à América Lati-

na atravessar uma nova turbu-lência da economia mundial,Powell cita a melhora do ba-lanço de pagamentos, com re-dução da dívida externa e au-mento das reservas internacio-nais, e o uso de políticas mone-tárias mais sofisticadas, comomedidas macroprudenciais.Entre as vulnerabilidades es-tão o fluxo de capital externo,especialmente o de perfil maisespeculativo; e a presençamais acentuada, em algunspaíses latinos, de ativos e patri-mônio de bancos europeusmais expostos à crise da dívidasoberana

Segundo o estudo do BID, oBrasil está no grupo mais res-trito de países, em que a capa-cidade de fazer uso de uma po-lítica fiscal para estimular aeconomia é quase a mesma doperíodo mais agudo da crise fi-nanceira de 2008. (AE)

Brasil apoia criação defundo de US$ 8 bilhões

OBrasil apoiará acriação, pelo BancoInteramericano de

Desenvolvimento (BID), deum fundo de US$ 8 bilhõespara socorrer os paíseslatino-americanos atingidospela crise financeira atual oupor desastres naturais,informou ontem a ministrado Planejamento, MiriamBelchior, logo após umencontro de representantesdos países membros nareunião anual do BID.

O presidente do banco,Luis Alberto Moreno,apresentará hoje a propostade criação do fundo aosrepresentantes oficiais dospaíses, na sessão plenária doúltimo dia da reunião anual.Entre as condições para queum país possa recorrer aofundo, consta que ele terá deseguir um receituário de

política econômica do FundoMonetário Internacional(FMI). O Brasil, segundoMiriam, discorda dessacondição para a liberaçãodos empréstimos.

"O BID não pode fazerjuízo de valor a respeito daspolíticas de cada país",destacou a ministra, paraquem esse critério "jámostrou que não funciona".

O fundo destinará linha deUS$ 6 bilhões para políticasanticíclicas em países quevenham a pedir ajuda paracombater os efeitos de umaeventual deterioração dacrise na zona do euro. Osrestantes US$ 2 bilhões serãodestinados paraempréstimos a países quesofram desastres naturais. "OBrasil vê essa proposta dofundo com bastantesimpatia", disse Miriam. (AE)

Page 20: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201220 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O resultado de fevereiro deve devolver parte da queda de janeiro.Rafael Bacciotti, da consultoria Tendênciaseconomia

Indústria vê luz no fim do túnelAlguns segmentos, que pesaram na queda de janeiro, não puxarão indicadores de fevereiro para baixo. Mas resultado ainda será menor do que o do ano passado.

Aprodução indus-t r ia l deve apre-sentar recupera-ção em fevereiro

após a acentuada queda emjaneiro, de 2,1% ante dezem-bro, avaliam analistas. De-pois de uma semana inteirade notícias negativas sobre aprodução industr ia l e asameaças de desindustrializa-ção, analistas agora enxer-gam alguma luz no fim do tú-nel. Com base em indicadoresantecedentes da economia,como produção de veículos,fluxo de veículos pesados econsumo de energia elétrica,eles acreditam que o resulta-do de fevereiro deve ficarpouco acima de zero.

Mas, na comparação com fe-vereiro de 2011, a indústria ain-da deve apresentar o sexto re-sultado negativo consecutivo.No último deles, em janeiro, aqueda foi de 3,4% ante igualmês de 2011.

Caminhões – Para os ana-listas, boa parte do desempe-nho negativo da indústria emjaneiro pode ser explicada pe-lo fraco resultado dos setoresd e c a m i n h õ e s e m i n é r i ode ferro. No caso dos cami-nhões, as montadoras deramférias coletivas aos funcioná-rios para adaptar as linhas deprodução ao novo motor Eu-ro 5, tecnologia que é menospoluente e cuja aplicação foidefinida a partir de 1º de ja-neiro deste ano.

Se os caminhões fossem reti-rados do cálculo da produçãoindustrial, haveria alta de 0,3%em janeiro ante dezembro, deacordo com o economista Ra-fael Bistaffa, da consultoriaRosenberg & Associados, que,para obter esse número, ex-

cluiu o setor da série a partir dejaneiro de 2010. "Acho que osusto foi excessivo. Foi umamudança pontual que não de-ve se repetir nos próximos me-ses", afirmou o economista.

Os últimos números da An-favea já mostram a retomadada produção de caminhões.Em fevereiro, foram produzi-dos 11.974 unidades, ante3.438 em janeiro e 18.341 emdezembro de 2011. "Além daqueda em janeiro devido à mu-dança de tecnologia, as monta-doras anteciparam a produçãoque deveria ser feita em janei-ro, para dezembro", afirmou.

Minério – A indústria extra-tiva mineral, cuja produção te-ve queda de 8,4% em janeiroante dezembro, sofreu o im-pacto da queda da produçãode minério de ferro, afetadapelas chuvas do início do anoem Minas Gerais. Mas, de acor-do com Bistaffa, as exporta-ções do setor mostram algumamelhora. Segundo dados daSecretaria de Comércio Exte-rior (Secex), as vendas exter-nas de minério de ferro já reto-maram parte do ímpeto em fe-v e r e i r o , c o m v e n d a s d eU S $ 2 , 1 8 7 b i l h õ e s , a n t eUS$ 1,834 bilhão em janeiro –

ainda inferiores, porém, aosUS$ 2,538 bilhões de janeiro doano passado e aos US$ 2,734 bi-lhões de fevereiro de 2011.

Recuperação– Apesar de si-nais ainda incipientes, algunsanalistas esperam recupera-ção do indicador nos resulta-dos de fevereiro. Para o analis-ta Rafael Bacciotti, da Tendên-cias, a produção industrial de-ve aumentar 0,7% em relação ajaneiro e, na comparação comfevereiro de 2011, a queda che-garia a 5,7%. "O resultado defevereiro deve devolver parteda queda de janeiro", afirmou.

Bacciottti pondera que boa

parte dos indicadores antece-dentes considerados registra-rá queda em fevereiro sobre omês anterior. Segundo dadosdessazonalizados pela consul-toria, a produção de veículoscaiu 0,5%; o fluxo de veículospesados diminuiu 0,8%; e asvendas de papelão onduladoforam reduzidas em 0,9%.Apenas o consumo de energiaaumentou 4,3% no período.

Outros dados dessazonali-zados pela LCA vão na mesmadireção. A produção de veícu-los caiu 5,9% em fevereiro antejaneiro, as vendas de papelãoondulado perderam 0,9% e o

fluxo de veículos pesados tevequeda de 0,8%. Apenas o con-sumo de energia elétrica tevealta de 2,9%.

"Trabalhamos com uma gra-dual recuperação da indústria,que deve ser estimulada pelasmedidas do governo já em fe-vereiro, ainda que o cenárionão tenha sinais claros de re-versão", afirmou Bacciottti."Os indicadores antecedentesque temos ainda são fracos,mas talvez eles não estejamcaptando uma possível rever-são da indústria extrativa, cu-jos dados ainda não saíram",admitiu. (AE)

Boa parte dodesempenhonegativo daindústria emjaneiro podeser explicadapelo fracoresultado dossetores decaminhões e deminério.

Críticas à taxade nacionalizaçãona telefoniamóvel

Aestratégia do governo fe-deral de obrigar que 10%

da tecnologia usada nos pro-dutos de telecomunicações se-jam nacionais está sendo ques-tionada por autoridades nor-te-americanas e europeias.

A norma estará no edital doleilão de faixas de telefoniamóvel que vão de 450 me-gahertz a 2,5 Gigahertz. Po-rém, autoridades dos EstadosUnidos e da Europa acreditamque a medida fere regras daOrganização Mundial do Co-mércio (OMC), dizem ameri-canos e europeus.

"Recebi uma carta da NeelieKroes, que é comissária daUnião Europeia, questionan-do isso, mas já estamos prepa-rando a resposta", informou oministro Paulo Bernardo (Co-municações) na semana passa-da, após participar de audiên-cia pública no Senado.

Segundo ele, houve tambémuma série de indagações daembaixada dos EUA. "O queestamos fazendo está tranqui-lo em relação às normas daOMC. Todos sabem que a polí-tica do governo é prestigiar aprodução nacional", afirmou.

O presidente da AgênciaNacional de Telecomunica-ções (Anatel ), João Batista Re-zende, informou que o assuntojá foi tratado em outros fóruns.Para ele, o País está "dentro dasregras corretas".

"Os Estados Unidos achamque isso envolve uma questãode protecionismo. Mas a ques-tão está associada à rádio fre-quência, que é um bem públi-co, e achamos que não estamosinfringindo nenhuma regra daOMC", disse. "A Anatel segui-rá uma política, do ponto devista industrial, de fomentartecnologia nacional e propiciarmercado para o setor de teleco-municações, que representa7% do Produto Interno Bruto",acrescentou. (F o l h a p re s s )

Recall vaiexibir a foto dop ro d u t odefeituoso

As campanhas de mídiapara a convocação de re-

call no Brasil terão de conter afoto do respectivo produto. Aexigência faz parte das novasmedidas voltadas à defesa doconsumidor. Elas foram anun-ciadas pelo Ministério da Justi-ça e detalhadas em portariapublicada no "Diário Oficial"da última sexta-feira.

De acordo com o diretor defiscalização do Procon-SP, Re-nan Ferraciolli, o estímulo vi-sual é importante para que oconsumidor saiba se é afetadoou não pela convocação.

"Como estamos no mercadode consumo cada vez maiscomplexo, com mais produtos,o consumidor às vezes não fazessa associação imediata, setem ou não o produto", diz.

As mudanças apresentadaspelo ministério incluem umsistema de recall informatiza-do, que permitirá aos consu-midores receber por e-mail osavisos sobre as trocas de pro-dutos defeituosos.

Outra novidade é que ascompanhias que abrirem pro-cesso de chamamento fora doPaís, mas que também comer-cializem o produto no Brasil,passam a ter de informar aoministério se o problema po-derá afetar as unidades vendi-das aos brasileiros – o que nãoocorre atualmente.

A portaria ainda exige maiorclareza sobre as implicaçõesdo defeito identificado no pro-duto. A norma é resultado doesforço das entidades de defe-sa do consumidor, para evitarmensagens confusas, com usode eufemismos.

"Nos EUA, por exemplo,eles dizem 'podendo ocasio-nar a morte'. Aqui no Brasil,eles dizem "podendo compro-meter de forma séria a saúdedo consumidor'. Não eram di-retos", afirma o diretor do Pro-con -SP. (F o l h a p re s s )

Mudança na poupança só no ano que vem

Ogoverno só deve mexernas regras da caderneta depoupança em 2013, após

as eleições municipais deste ano,quando os juros pagos pela dívidapública poderão descer abaixo de9%. Hoje, estão em 9,75%.

Assunto impopular, a remune-ração da poupança poderá se tor-nar um percentual fixo da taxa bá-sica de juros do governo, a Selic, –por exemplo, entre 60% e 80%.

Esse percentual, hoje, seria algoentre 5,85% a 7,8% ao ano. Mas, coma Selic caindo para 8% ao ano, a pou-pança renderia entre 4,8% e 6,4%.

O percentual ainda não foi defi-nido pelo governo, que tambémestaria estudando a introdução davalidade da mudança nas regras só

para as novas aplicações. Nesse ca-so, quem depositar antes da mu-dança teria garantida a aplicaçãodas taxas e regras anteriores.

Com juros mínimos de 6,17%mais Taxa Referencial (TR) estabe-lecidos em lei, a poupança já rendeigual ou mais do que os fundos deinvestimento do tipo DI, com taxade administração de 1,5% se o in-vestidor resgatar a aplicação emmenos de seis meses e pagar Impos-to de Renda na alíquota de 22,5%.

Quando os juros caírem para 9%,o que deve acontecer já em abril, sóos fundos com taxa de administra-ção de 1% conseguirão empatar como rendimento da poupança.

A leitura do governo é que asituação só ficará insustentável

quando os juros descerem a 8,5%.Com essa taxa, a maioria dos fun-dos DI vendidos pelos bancosde varejo perderá para a poupan-ç a , l e v a n d o a u m a m i g r a ç ã odos investidores.

O governo, porém, depende dosfundos de investimento para ven-der títulos da dívida pública.

Resistência – A urgência em re-solver o problema, que sofre forteresistência no Congresso, dimi-nuiu depois da divulgação da atada mais recente reunião do Comitêde Política Monetária (Copom) doBanco Central.

O documento deixou claro que oatual ciclo de redução nos juros seráencerrado quando a taxa atingir 9%.(F o l h a p re s s )

Estoques deverão aumentarAqueda de estoques de

alguns setores daindústria, que

precisarão ser repostos,corrobora a expectativa deanalistas econômicos de quea produção deve apresentarrecuperação em fevereiroem relação a janeiro. Oeconomista Thovan Tucakov,da LCA Consultores, esperaum crescimento de 1,5% nacomparação com janeiro euma queda de 4% nacomparação interanual.Segundo ele, dados daFundação Getúlio Vargas(FGV) já mostram quealguns setores estãoequacionando os estoqueselevados. "Há uma melhoragradual na confiança dosempresários em razãodisso", afirmou.

A parcela dos industriaisque considerou o nível deestoques excessivo emfevereiro foi de 7,5% no setorde bens de consumo, inferiorà média de 2011, que foi de8,6%. Da mesma forma, nosetor de bens intermediários,a parcela de empresários

avaliando seus estoquescomo excessivos foi de 3,1%em fevereiro, ante umamédia de 4,9% no anop a s s a d o.

Ainda há problemas,porém, em setores como ode material de construção,com 13,8% dos industriaisconsiderando os estoquesexcessivos em fevereiro,ante uma média de 12,9%em 2011 e de 7,7% em 2010.Também há problemassemelhantes em bens decapital, em que 11,2%consideraram seus estoquesexcessivos em fevereiro emrelação aos 5,3% em médiado ano passado.

Mesmo com a reposiçãode estoques, os dadosindicam um primeirotrimestre fraco para aindústria, explicou Tucakov,que cita, além da demandadoméstica arrefecida, a taxade câmbio e a competiçãocom os importados."Enquanto os paísesdesenvolvidos nãoengatarem uma recuperaçãomais forte, vão continuar

remetendo sua produçãopara os emergentes. Esse éo grande problema daindústria", afirmou.

Pe s s i m i s m o – Já oeconomista-chefe da MBAssociados, Sergio Vale, émais pessimista e afirma quea falta de competitividade daindústria brasileira éestrutural. Ele prevê que aprodução industrial emfevereiro caia 7,7% emrelação ao mesmo mês de2011. "No ano, me pareceque ficará difícil entregar os

2,5% que estávamosesperando. Será precisouma grande reação nosegundo semestre para issoacontecer", disse. Segundoele, devido ao carnaval, queneste ano caiu em fevereiro,a queda da produçãoindustrial será ainda maiorque a de janeiro.

Nem para março, asindicações voltam a serpositivas. Segundo Vale, asprimeiras estimativasapontam queda de 3,7%ante igual mês de 2011. (AE)

Divulgação

Cresceu o otimismo dos empresários em relação à reposição

Andrei Bonamin/ LUZ

Page 21: DC 19/03/2012

4PROCON PARCEIROPROCON PARCEIRO 5

Des

taqu

e a

pági

na e

dob

re-a

em

qua

tro,

dei

xand

o a

capa

par

a a

frent

e. E

m se

guid

a, co

rte

a pa

rte

de b

aixo

, con

form

e in

dica

do p

elo

dese

nho

da te

sour

a

111

Publicidade

Legal

C O M É RCIOE L E T R Ô N IC O

A Internet representa,hoje, um dos meios mais utilizados

para a produção e troca de informações epara comercialização de produtos e serviços. O

Comércio Eletrônico ocupa cada vez mais espaço na vida dosconsumidores e dos fornecedores, e a relação que se estabelece nessa

modalidade tem características particulares que merecem atenção. Nestapublicação, o PROCON-SP traz informações e dicas que visam contribuir para a

prevenção dos principais problemas ligados à comercialização de produtos e serviçosem geral e pelo comércio virtual, em particular, quanto aos direitos do consu m i d o r.

Entrega do produto ou serviçoO prazo de entrega do produto ou execução do serviço deve ser

especificado clara e corretamente, bem como todos os custos envolvidos,como valor do frete (se houver) e taxas sobre produtos importados. Nos casosem que o produto não é entregue diretamente aos consumidores, devendo, porexemplo, ser retirado em determinada agência do correio, mediantepagamento de taxa, o consumidor deve ser informado dessa condição.

Todos os produtos devem ser entregues com a Nota Fiscal, na qual serãodiscriminados os produtos adquiridos, os valores de frete e impostos.

Ate n ç ã oNo Estado de São Paulo, o

fornecedor é obrigado a dar

a opção ao consumidor de

escolher data e turno da

entrega do produto

adquirido (Lei Estadual

1 3. 74 7/ 0 9 ) .

Prazo dere f l ex ã o

O consumidor que compraum produto ou contrata umserviço pela Internet temdireito a se arrepender dacompra ou da contratação,sem a necessidade dejustificativa. O prazo para adesistência é de 07 (sete)dias, contados a partir dacontratação ou dorecebimento do produtoou serviço

Se houver desistênciada compra nesse prazo,o fornecedor devecancelar a venda edevolver aoconsumidor qualquerquantiaeventualmente paga.Também não deverepassar aoconsumidor asdespesas com adevolução doproduto (frete, porexe m p l o ) .

Saiba queO fornecedor não pode exigir que

a embalagem não seja violada, como

condição para aceitar a devolução.

Considerando que a venda virtual

não possibilita o contato do

consumidor com o produto

escolhido, muitas vezes é necessário

abrir a embalagem e manusear o

produto para saber se ele

corresponde às suas expectativas.

Política de TrocaÉ importante que a empresa disponibilize, em seu site,

informações detalhadas sobre sua política de troca, quedeve estar adequada às normas do Código de Defesa

do Consumidor. Se o consumidor for beminformado sobre a política da empresa e,

principalmente sobre seus direitos, achance de mal entendidos e

reclamações tende a diminuirba st a n te .

Responsabilidade no casode vício do produto ou serviço

No prazo de garantia legal – 90 dias para produtos ou serviçosduráveis e 30 dias para os não duráveis – todos os fornecedores(o fabricante, produtor, importador, distribuidor e ocomerciante, dentre outros) são solidariamente responsáveispelo vício que o produto ou serviço apresentar.

Para o caso de vício que seja visível de imediato, o prazo degarantia começa a valer a partir da entrega do produto ou daconclusão do serviço. Nos casos em que o vício só aparece com autilização do produto ou serviço, o prazo começa a contar apartir do momento em que o consumidor constata o problema.

É comum encontrarmos nos sites de lojas virtuais instruçõespara que o consumidor entre em contato diretamente com aassistência técnica ou com o fabricante em caso de problemascom o produto ou serviço. Essa tentativa do comerciante de seesquivar da responsabilidade não é admitida pelo Código deDefesa do Consumidor.

P á g. 2 1

Page 22: DC 19/03/2012

2 PROCON PARCEIRO6PROCON PARCEIROPROCON PARCEIRO 3

PROCON PARCEIRO 7

Imag

ens:

SXC

e F

reeD

igita

lPho

tos.

net

Segurança do Site e Política dePr i va c i d a d e

A empresa que se utiliza da Internet para comercializar seus produtos eserviços deve assegurar um ambiente virtual seguro, de modo a preservar aqualidade e segurança da transação eletrônica e a confidencialidade dos dadospessoais do consumidor.

Há no mercado profissionais especializados em segurança da informação, quepodem ajudar, mas o fundamental é investir na capacitação de todos osfuncionários para que zelem pelo cumprimento das regras de segurança adotadaspela empresa.

Identificação do fornecedorA identificação da empresa que pratica o comércio virtual deve ser correta,

clara e completa. Deve permitir que o consumidor encontre facilmente, no site ,informações como razão social, CNPJ, cadastro em órgãos competentes, endere ç o ,telefone e outras formas de contato, além do e-mail.

Oferta dos produtos e serviçosOs produtos e serviços devem ser oferecidos com informações corretas e claras

sobre as suas características, preço, garantia, dados do fabricante e eventuaisriscos que possam apresentar. A voltagem dos eletroeletrônicos, por exemplo, éinformação essencial, já que no Brasil ela não é fixa, variando de região para região.

Toda publicidade que contenha informações falsas sobre o produto ou serviço,ou que seja capaz de confundir o consumidor sobre suas características, pode serconsiderada publicidade enganosa. Também pode ser enganosa a publicidade quenão informa dados essenciais do bem que está sendo comercializado.

Ate n ç ã o O valor do produto ofertado na página inicial do site

do fornecedor deve ser idêntico ao valor informado

nas páginas seguintes e quando o produto édeslocado para o “carrinho de compras”.

Tudo que é ofertado deve ser cumprido.É direito do consumidor exigir que a oferta seja

cumprida exatamente como foi anunciada. E quando

isso não for possível, ele poderá optar pela troca doproduto ou do serviço anunciado por outro

equivalente, ou ainda, quando for o caso, cancelar a

compra ou o contrato e exigir a devolução do quepagou, devidamente corrigido.

A escolha será sempre do consumidor que poderá,

ainda, ingressar na Justiça pedindo indenização porperdas e danos (materiais e/ou morais) que

eventualmente tenha sofrido.

Entrega do contrato nas vendasvirtuais ou a distância

Desde 01/09/2011, todas as empresas que atuam no Estado de São Paulo sãoobrigadas a encaminhar ao consumidor, por escrito, até o décimo quinto dia útilapós a efetivação da contratação, os contratos firmados verbalmente por meio de

Call Center, Internet ou outras formas devenda a distância (Lei Estadual 14.516/11).

A entrega de uma via do contrato é deverdo fornecedor e um direito fundamental dosconsumidores. Não fornecer o contrato éprivar o consumidor de um de seus maispreciosos direitos: o direito à informação.Portanto, é também, de acordo com oCódigo de Defesa do Consumidor, umaprática abusiva e, logo, proibida epassível de sanções.

Le m b re - s eA relação contratual

entre fornecedores e

consumidores deve ser

sempre baseada na

harmonia, equilíbrio e

boa-fé.

Sites de Compra ColetivaO mercado de compras coletivas

cresce de forma gigantesca, e osfornecedores de produtos e serviçosvêm se utilizando dessa novamodalidade para divulgar seus produtose alavancar suas vendas.

O mecanismo é simples: os sites decompras coletivas reúnem ofertas deestabelecimentos comerciais, tais comorestaurantes, lojas de varejo, clínicas deestética, agências de turismo, teatro eoutros, anunciando descontos. Aativação da compra é condicionada aum número mínimo de consumidoresque aderem à oferta num prazo

determinado. Se não for atingido onúmero mínimo de participantes, aoferta será cancelada e o dinheirodevolvido ao consumidor. Se foratingido, efetiva-se a compra e oconsumidor recebe um cupom para aretirada do produto ou a utilização doserviço.

Os fornecedores associados aosportais de compras coletivas devemtomar alguns cuidados para nãodesrespeitar os direitos do consumidor:

Qualquer promoção deve ser

verdadeira, o que quer dizer que oconsumidor não deve ser levado aacreditar, por exemplo, que um produtoou serviço está sendo vendido com 80%de desconto de seu preço usual, quando,na verdade, o desconto é só de 10%.

O regulamento das promoções deveser claro e deve conter, no mínimo, asseguintes informações: especificaçõesdo produto ou serviço que está sendoofertado; validade da promoção; se hárestrição de dias e horários para autilização do cupom ou “voucher” e sehá necessidade de agendamento (nocaso de prestação de serviço) e quais as

condições de cancelamento.Deve, ainda, informar

claramente qual é o númeromínimo de participantespara validar a oferta equantas pessoas jáaderiram a ela.

O prazo dereflexão e odireito aoa r re p e n d i m e n to

também se aplicam às comprasc o l et i va s .

Sempre que o fornecedor nãocumprir a oferta (não entregar oproduto, não realizar o serviço ouentregar algo diferente do que foipedido) e o consumidor tiver pago suacompra através do cartão de crédito oude sites de intermediação depagamento, ele poderá solicitardiretamente a estes o cancelamento dacompra e o estorno do valor pago, casonão consiga ter acesso ao fornecedor.

Saiba queOs sites de compracoletiva também têmresponsabilidade pelosprodutos e serviços queanunciam.

Le m b re - s eA utilização do cupom

de desconto não autorizat rat a m e n todiferenciado doconsumidor em relaçãoaos outros clientes.

Para as promoçõesrealizadas porrestaurantes oulanchonetes, em sites decompra coletiva, opagamento da taxa deserviço dos restaurantes(ou “g o r j et a ”) continuasendo opcional. Oconsumidor decide sequer pagar ou não.

AT E N Ç Ã OA não observância das regrasacima constitui violação àlegislação e sujeita os infratores aprocesso administrativosancionatório, podendo culminarna aplicação de sanções descritasno Código de Defesa doConsumidor, como a multa.

Visite o site e o blog do Procon São Paulo e encontre estas e outrasinformações especialmente dedicadas à orientação de fornecedores

www.procon. sp.gov.brh t t p : / /e d u c a p ro c o n s p . b l o g s p ot . c o m /

P á g. 2 2

Page 23: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 23DIÁRIO DO COMÉRCIO

Tecnologia em vez de vendedoresLojas equipadas com TVs, iPads e tablets, para atender uma geração de consumidores criada com o Google e o comércio virtual, já são realidade.

Quando Nadia Ka-rim vai fazer com-pras, ela não espe-ra pelos vendedo-

res. Nadia guarda itens deaplicativos e sites no celularcomo se fosse uma lista decompras. E enquanto procu-ra numa loja – recentementena Sam Edelman, da Nords-trom – usa o telefone paraconferir os estilos em concor-rentes como a Macy's.

"Sinceramente, como façomuitas compras, às vezesacho que conheço as marcasmelhor do que alguns funcio-nários", disse Karim, 26 anos,analista da Intel em Phoenix,Estados Unidos.

Para uma geração de consu-midores criados com o Googlee o comércio virtual, a respos-ta a "precisa de ajuda?" é cadavez mais um sonoro "não",mesmo em varejistas como aNordstrom, que ganharam fa-ma com o atendimento ao con-sumidor. Porém, em vez de fi-car na defensiva, algumas lo-

jas e marcas estão aceitando amudança e criando novos to-ques pessoais que contam comaparelhos, e não vendedores.

A Bobbi Brown tem televi-sões de tela sensível para de-monstrar olhos esfumaçadosperfeitos, algo que antes eradomínio exclusivo dos ma-quiadores. A loja de calçadosde LeBron James, em Miami(EUA), tem 50 iPads para des-crever as mercadorias. A Ma-cy's está testando estações decosméticos nas quais tabletstrazem resenhas e dicas. E naC. Wonder, os compradoresusam um touchpad para perso-nalizar a iluminação e a músi-ca nos provadores (tambémexiste um botão caso, comoantigamente, precisem pediralguma ajuda).

O autosserviço, iniciadoanos atrás nos supermercados,progrediu ao ponto em que oscompradores podem passearpor lojas inteiras sem ter de fa-lar que só estão dando umaolhadinha.

Mais acessível – As empre-sas estão adotando tecnologiaporque ela ficou barata a pontode ser viável e porque a Applee outros fabricantes de tabletse telas sensíveis estão aumen-tando o trabalho de vendas. Aslojas também não querem searriscar a perder os clientesque não estão felizes em com-prar em casa, mas mesmo as-sim preferem recomendaçõesda Pinterest, resenhas da Zap-pos e feedback da Fashism ainteragir com alguém que estáatrás do balcão.

"Existe uma tendência aacreditar que se falar com al-guém, você vai perder tempoou ser convencido a compraralgo desnecessário", disse Ri-cardo Quintero, gerente-ge-ral mundial de desenvolvi-mento de mercado da Clini-que, que usa telas sensíveisnos balcões. "A tecnologia es-tá reduzindo a pressão."

No caso da Nordstrom, osclientes surpreenderam a loja.A Nordstrom lançou um apli-

Existe uma tendência a acreditar que se falar com alguém, você vai perder tempo ou ser convencido a comprar algo desnecessário.Ricardo Quintero, da Cliniqueeconomia

cativo no fim do ano passadoesperando que as pessoas outilizassem de forma remotapara comprar artigos enquan-to assistiam TV ou esperavamo trem. Além disso, no entanto,os consumidores usavam oaplicativo para comprar den-tro da Nordstrom em vez deabordar um vendedor.

"A maneira pela qual o clien-te está definindo o serviço e aforma como deseja que este sejaprestado estão mudando rapi-damente, em boa medida emfunção da tecnologia", afirmouErik Nordstrom, presidente delojas da Nordstrom. "Muitosconsumidores gostam de tocar,sentir e experimentar a merca-doria, sem abrir mão da infor-mação obtida online."

A Nordstrom instalou Wi-Fina maioria das lojas, em parteporque o aplicativo funciona-ria mais rápido, e está testandoestações de carregamento egrupos de iPads e computado-res em algumas unidades. Elanão limita o que as pessoas po-

dem fazer nos aparelhos daslojas, explicou Nordstrom."Queremos ter lojas relevan-tes, ser um lugar útil para aspessoas visitarem, quer este-jam comprando ou parandopara checar o e-mail."

Segundo analistas de varejo,a verdade é que empresas de to-dos os tipos não têm escolhaalém de acomodar os clientesacostumados a fazer pesquisasozinhos – e que preferem queseja assim. A arena multiusoQuicken Loans, de Cleveland,agora dá os visitantes dos cama-rotes um iPad para que estes pe-çam comida e bebida direta-mente com ele. Já o Aloft Hotels,divisão da Starwood, instaloutablets no lugar de recepções.

A troca dos vendedores portelas também tem críticos. Al-gumas pessoas se preocupamcom os empregos, embora as lo-jas digam que por ora não estãodemitindo funcionários parainstalar contrapartes digitais. ESherry Turkle, professora doInstituto de Tecnologia de Mas-

sachusetts, disse que os com-pradores perderam algo intrín-seco da experiência humana aoevitar os vendedores.

"A questão não é ter saudadedos velhos tempos, mas nosperguntar que tipo de socieda-de queremos", afirmou Turkle,autora de "Alone Together", li-vro sobre a relação das pessoascom a tecnologia. Para ela, coma tecnologia substituindo a in-teração humana, "fica excluídagrande parte da riqueza, dadesordem e das exigências deter de lidar com pessoas".

Karim, a consumidora dePhoenix, afirma não evitar to-dos os vendedores e, sim, quea tecnologia lhe deu a liberda-de de ser exigente. Por exem-plo, ela ainda gosta de baterpapo com as vendedoras demaquiagem e ouvir suges-tões pessoais.

"É legal ver as coisas pes-soalmente, tocar os tecidos, ex-perimentar os sapatos. É umaexperiência social."

*The New York Times

John Van Beekum/NYT

Stuart Isett/NYT Stuart Isett/NYT

Apesar de muitos consumidores gostarem de tocar, sentir e experimentar a mercadoria, informações a mais obtidas online também ajudam a decidir a compra.

Muitas lojas já adotaram a nova tendência como diferencial e oferecem tecnologia para auxiliar os consumidores a escolher os produtos, até porque ela ficou barata e se tornou viável.

Stephanie Clifford*

Page 24: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201224 DIÁRIO DO COMÉRCIO

A expectativa do Procon-SP com o ranking online é impelir as empresas a não querer estar nele.Paulo Arthur Góes, do Procon-SPeconomia

Como está dereclamação asua empresa?

Ranking online do Procon-SP e projeto de lei vãodeixar as empresas mais expostas

Div

ulga

ção

O rankingonline não serestringe àsreclamações

fundamentadas,mas a todos osatendimentos.

PAU LO AR THUR GÓES,DO PR OCON-SP

OProcon-SP, no Diado Consumidor,comemorado naquinta-feira, dia

15, anunciou que disponibili-zará diariamente em seu siteum ranking online divulgan-do em tempo real o nome das30 empresas que mais geramreclamações, assim como os ín-dices de solução e as principaisi r re g u l a r i d a d e s .

Os primeiros dados foramconsolidados a partir de 1º dejaneiro e todos os dias serãoatualizados. "O ranking onlinenão se restringe às reclamaçõesfundamentadas, mas a todosos atendimentos", acrescentaPaulo Arthur Góes, diretorexecutivo da instituição.

A expectativa do Procon-SPcom o ranking online, confor-me Góes, é impelir as empresasa não querer estar nele. "Issosignifica que elas terão de mu-dar seus processos de gestão deconflitos para evitar que o con-sumidor chegue à instituição."

A exposição negativa dasempresas em razão de recla-mações de consumidores podenão parar aí. Também na sema-na passada, o deputado esta-dual Fernando Capez apresen-tou na Assembleia Legislativao Projeto de Lei nº 81/2012,que, se convertido em lei, obri-gará as companhias "a fixar arelação das empresas reclama-das em local de fácil visualiza-ção ao consumidor e atualiza-da mensalmente". Quem des-cumprir a determinação serámultado de 10 a 100 Ufesps,"de acordo com a gravidade dainfração, a vantagem alcança-da e a condição econômica dofornecedor". O valor arrecada-do será revertido para o FundoEstadual de Defesa dos Inte-resses Difusos.

Conforme publicou o depu-tado em seu site, a sugestãodesse projeto de lei foi da dire-

Procons publicam cadastros

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo.E-mail: [email protected]

O QUEDIZ O CDC

Artigo 44Os órgãos públicos de

defesa do consumidormanterão cadastrosatualizados dere c l a m a ç õ e sfundamentadas contrafornecedores de produtose serviços, devendodivulgá-lo pública ea n u a l m e nte.

A divulgação indicará sea reclamação foi atendidaou não pelo fornecedor.

§ 1° É facultado o acessoàs informações láconstantes para orientaçãoe consulta por qualqueri nte re s s a d o.

§ 2° Aplicam-se a esteartigo, no que couber, asmesmas regras enunciadasno artigo anterior e as doparágrafo único do art. 22deste código.

Fique por dentro

ROTULAGEMA correta informação ao consumi-

dor, conforme o deputado FranciscoAraújo (PSD-RR), "é o princípio basi-lar da legislação de consumo". Paragarantir esse direito do consumidor,o deputado apresentou o Projeto deLei 3187/12, proibindo propagandacomercial que utilize imagens mera-mente ilustrativas, que não expres-sem com exatidão o produto ou ser-viço ofertado. A prática é equiparadaà publicidade enganosa.

Para o deputado, as imagens apre-sentadas tanto nas embalagensquanto nas peças publicitárias preci-sam atender ao princípio da corretadivulgação, para evitar que o consu-midor seja enganado. A proposta in-clui a medida no Código de Defesado Consumidor (CDC).

O PL será analisado pela Comissãode Constituição e Justiça e de Cida-dania (CCJ) e pelo Plenário.

Consumidor levouR$ 10 de indenização

Somente R$ 10 foi o que o 2ºJuizado Especial Cível de Ta-

guatinga estabeleceu de indeni-zação por dano moral a um con-sumidor que entrou com ação ju-dicial após disparar o alarme nasaída de uma loja. Conforme ojuiz Germano Crisóstomo Frazão,o incidente não justifica um valorm a i o r.

Em sua ação,o consumidora l e g o u q u eapós pagar asc o m p r a s , a odeixar o estabe-l e c i m e n t o, oalarme que nãofoi retirado so-ou duas vezes, oque lhe causou constrangimen-tos. O juiz considerou procedentea indenização por dano moral, fi-xando o valor em R$ 10.

Fonte: Tribunal de Justiça doDistrito Federal (TJDF)

SUSPENSÃOA B2W garantiu na Justiça o direito de não

cumprir as determinações do Procon-SP,divulgadas no Diário Oficial do Estado do últimodia 14, suspendendo as atividades dee-commerce por 72 horas a partir do dia 15dos sites Americanas.com, Submarino eShoptime. A empresa recorreu também multade R$ 1.744.320.

RECALL

FALSOS FISCAISTambém em

comemoração ao Dia doConsumidor, o Inmetrolançou filme no canal doInstituto no YouTubesobre a ação de falsosfiscais, na nova série" Co n s u m i d o rConsciente". O objetivoé conscientizar sobre aação de pessoas queusam o nome doInstituto para entrar emresidências e cobraraltos valores pela trocade produtoscertificados, como, porexemplo, reguladores emangueiras de gás decozinha. Esse tipo degolpe compromete asegurança do usuário e aimagem do Inmetro.

Em comemoraçãoao Dia Mundial doConsumidor (15 demarço), o ministro daJustiça, José EduardoCardozo, lançou oprimeiro sistemade alertas rápidos derecall da AméricaLatina. A partir deagora, a comunicação

das campanhasserá feita de formaeletrônic a,o que permitiráaos consumidoresse cadastrarem ereceberem emseus correiose l e t r ô n i co sinformações sobre osc h a m a m e nto s.

toria do Procon-SP e os objeti-vos são dar maior visibilidadeao ranking produzido pelaFundação há 20 anos e punir ascompanhias com pior atendi-mento. Para Capez, "a medidaé o primeiro passo para a cria-ção de um selo de responsabi-lidade que poderá concederbenefícios fiscais".

Danos – O ranking onlinedo Procon-SP mais a fixação decartazes com os nomes das em-presas reclamadas somam-seàs milhares de reclamaçõesque diariamente os consumi-dores postam em sites e nas re-des sociais. Vladimir Vallada-res, diretor da V2 Consulting,chama a atenção para as recla-mações que se tornam públi-cas e, consequentemente, in-controláveis, gerando danosimprevisíveis para as empre-sas. "Tanto as reclamações re-cebidas diretamente pela em-presa como as advindas doProcon podem ser administra-das pelas empresas de modo acontrolar os seus efeitos e des-dobramentos em níveis aceitá-veis para empresários e diri-gentes. As públicas, não",a c re s c e n t a .

Na visão dos empresários,explica Valladares, enquanto

uma reclamação é tratada dire-tamente com a empresa ou peloProcon, ela é vista somente co-mo um custo operacional. Algoindesejável, mas controlável eque acaba sendo absorvido noorçamento das empresas.

Na medida em que as coisasse tornam públicas e envolvemrisco de dano à marca, umasimples reclamação se tornapotencial redutora de receitasfuturas, o que é uma ideia as-sustadora para qualquer diri-gente que, via de regra, temmetas anuais crescentes de fa-turamento. "A estatística sem-pre foi uma parceira das em-presas no sentido de se plane-jar e controlar volume de recla-mações. No entanto, com asreclamações sendo publicadase multiplicadas em 'real time'por um infindável número deconsumidores podem fazercom que uma simples reclama-ção – de um simples consumi-dor, que comprou um produtopela primeira vez, consumidoreste que não estaria entre osmais importantes para a em-presa em função do históricode consumo – destrua umaimagem que exigiu investi-mentos altíssimos para a suaformação e consolidação."

Os Procons de quase todo o País pu-blicaram na semana passada osCadastros de Reclamações Fun-damentadas, seguindo as deter-

minações do artigo 44 do Código de Defesado Consumidor (CDC). Eles apresentam umraio-X do comportamento das empresas noano anterior e servem como ferramenta de in-formação tanto para quem compra quantopara quem vende. (Os números podem serconsultados nos sites de cada Procon).

Para o consumidor, os cadastros são um in-dicador de como a empresa trata uma recla-mação registrada no órgão público de defesado consumidor, e essa informação pode in-fluenciar na decisão de compra de outrocliente se este, na hora de adquirir produto ouserviço, resolver pesquisar o cadastro, dispo-nível nos sites dos Procons.

A divulgação do cadastro – que normal-mente dá muita mídia – é o momento de aempresa apresentar, de forma transparen-te, seu compromisso público de correçãodos conflitos. Para alguns consultores, o fa-to negativo de estar entre as reclamadaspode se transformar em uma ação positivasob os olhares do consumidor. Se no ano se-guinte esse compromisso for concretizadoem redução de reclamações registradas, ascompanhias deveriam usar essa informa-ção para mostrar ao seu cliente ou possível

cliente que têm buscado a redução de con-flitos, conquistando credibilidade, res-peito e demonstrando eficiência.

As empresas sempre dizem que seu pro-duto é bom, seu serviço é ótimo, seu atendi-mento é excelente etc, lembram esses con-sultores. Mas poderiam ser mais eficazes sedissessem tudo isso utilizando os relatórioselaborados pelos órgãos de defesa do consu-midor. Não seriam elas que estariam ressal-tando seus pontos positivos, mas o próprioconsumidor a partir do momento em quenão registrou reclamação nos Procons con-tra elas ou, se registrou, foi num númerobem pequeno.

Para Vladimir Valladares, da V2 Consul-ting, "o cadastro de reclamações do Proconainda é um referencial para a leitura da in-satisfação do consumidor, mas que vem per-dendo gradativamente a sua importânciana medida em que as redes sociais e outroscanais gratuitos de registro de reclamaçõesse mostram mais acessíveis e mais eficazespara que o consumidor consiga a resoluçãodo seu problema."

Conforme o consultor, isso não tem nada aver com a limitação de capacidade de aten-dimento pelo Procon, mas deriva do poderque as reclamações postadas na internet têmpara danificar a imagem de uma empresacom uma extensão inimaginável.

Page 25: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 25DIÁRIO DO COMÉRCIO

VOLTA POR CIMAVOLTA POR CIMA

L I B E RTA D O R E SCorinthians jogana quarta e Santosna quinta.Pág. 26

FÓRMULA 1Temporada começacom vitória deButton na Austrália.Pág. 27espor te

Ricardo Saibun/AE

Vitória por 3 a 2no clássico contrao Santos, deFucile, fazo São Paulo,do lateral Cortez,saltar para avice-liderança.Agora, o Tricolorestá na frente doCorinthians, dopróprio Santose atrás apenas dolíder Palmeiras

Por um momento, osão-paulino Lucaschegou a pensar empedir para ser substi-

tuído, cansado. Sorte da torci-da do São Paulo que ele mudoude ideia. Ao fazer o gol da vitó-ria sobre o Santos por 3 a 2, do-mingo, no Morumbi, o meiatransformou-se no herói dapartida. Ainda terminou com afaixa de capitão, passada porLuis Fabiano. ”Acho que vaidemorar para eu vesti-la denovo. Foi um dia muito felizpara mim”, comemorou o cra-que. “Mas essa faixa já tem do-no, é do Luis Fabiano e do Ro-gério Ceni. Uma responsabili-dade grande em usar.”

Foi mesmo uma grande vol-ta por cima do São Paulo, quevoltou a ganhar um clássico (oúltimo havia sido contra o pró-prio Santos, 4 a 1, pelo Brasilei-ro, em dezembro do ano passa-do) e do próprio Lucas. Ele dei-tou e rolou no Morumbi. Foiobjetivo na maioria das vezes,como o técnico Leão não secansa de pedir. E também abu-sou de alguns lances indivi-duais, que se mostraram efi-cientes. Foi de tanto correr quepor pouco Lucas não deixou ocampo antes do fim. “Penseiem sair, mas tirei forças de on-de nem tinha mais”, contou.“Estava muito cansado e tivede ir para o sacrifício.”

A força de vontade o corooucom o gol da vitória aos 41 mi-nutos do segundo tempo, que

quase não saiu. “Tive de con-sertar o passe errado que deipro Cortez porque joguei a bo-la muito atrás para ele. Mas es-tava na hora certa e conseguiajudar a equipe”, contou sobreo lance. “A emoção é muitogrande, fui mancando para co-

memorar. Tive de superar paraseguir em campo.”

O triunfo, diz Lucas, fará oSão Paulo crescer ainda maisna competição. “Dá mais con-fiança para o time. E quem du-vidada da gente já não duvidamais”, falou, lembrando não

haver nenhuma rusga entre elee Leão. “Meu ambiente aquisempre foi muito bom. Esta-mos unidos e mostramos issoem campo.”

Já o técnico teve motivos emdobro para ficar “muito satis-feito” com a vitória. A felicida-

de vem não apenas pelo fato deo time ter feito uma grandepartida (a sua melhor no ano),vencido um rival direto e en-cerrado a sina de não vencerclássicos . Mas também porqueLucas, bastante criticado porele uma semana antes, fez uma

partida memorável.“O São Paulo fez um jogo ex-

celente. Estou muito satisfeito.Satisfeito em como o time cor-reu, como o time se empenhou,como se abraçou depois dosgols, como o Lucas se empe-nhou”, disse o treinador. Dian-te de tantos elogios, sobrou crí-tica só à atuação do árbitroMarcelo Aparecido Ribeiro deSouza, por conta da expulsãode Rodrigo Caio, no começo dosegundo tempo. “Quem fezfalta primeiro foi o Neymar ne-le. O toque que ele deu foi me-nor do que o Lucas deu noNeymar, que nem falta foi etambém foi sem querer.”

O sexto gol de Luis Fabianoem três partidas, embora mar-cado de pênalti, também dá acerteza à torcida do São Paulode que o centroavante voltou.“Espero que este jogo seja ummarco e uma virada para vol-tarmos a conquistar títulosneste ano”, disse ele. “Vamosmanter a humildade e os pésno chão, mas acho que dessejeito o São Paulo é forte candi-dato a buscar o título.” Do ladodo Santos, o técnico MuricyRamalho também não deixoude comentar a excelente parti-da feita por Lucas e o compa-rou com Neymar. “São jogado-res que estão no Brasil ainda emostram que não precisa sairpara ser um grande jogador”,lembrou, cutucando ManoMenezes, técnico da Seleção,que estava no Morumbi.

Nelson Antoine/AE Nelson Antoine/AE Ricardo Nogueira/Folhapress

Casemiro, Luis Fabiano e Lucas fizeram os gols que deram ao São Paulo a vice-liderança do Campeonato Paulista e sua primeira vitória em clássicos neste ano: 3 a 2 no Santos, no Morumbi

Page 26: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201226 DIÁRIO DO COMÉRCIO

PELA LIDERANÇA

Só tenho que provar a mim mesmo que posso reconquistar a titularidade.”Emerson, do Corinthiansesporte

No clássico da rodada pelo

Campeonato Carioca, o

Botafogo fez 3 a 1 em um

time de reservas do Vasco,

com três gols de Fellyp e

G abriel (Felipe Bastos

descontou para o Vasco).

O Flamengo venceu o

Friburguense (1 a 0). No

sábado, o Fluminense

perdeu do Macaé (3 a 1).

L I B E RTA D O R E S

Corinthians e Santosvoltam a campo nomeio desta semana.Em jogo, a liderança

de seus grupos na Libertado-res. Na quarta-feira, no Pa-caembu, o Corinthians, segun-do colocado do Grupo 6 com 5pontos, recebe o Cruz Azul, doMéxico, líder com 7. Tem, por-tanto, a chance de ultrapassá-lo em caso de vitória. Na quar-ta passada, no México, os doistimes empataram por 0 a 0.

Na quinta, será a vez do San-tos, segundo colocado do equi-librado Grupo 1 pelos critériosde desempate, com 6 pontos esaldo de 3 gols (contra 5 do lí-der Inter e -3 do The Strongest,da Bolívia, terceiro colocado),enfrentar o Juan Aurich, na Vi-la Belmiro. Na quinta passada,no Peru, o Santos ganhou por 3a 1. Agora, em casa, contra o úl-timo colocado do grupo, tem achance de aumentar seu saldo,já sabendo o resultado do jogoentre The Strongest e Inter, quejogam na quarta, em La Paz.Entre outros brasileiros, o Vas-co, quarta, recebe o Libertad,do Paraguai, pelo Grupo 5.

Domingo, em Ribeirão Pre-to, pelo Paulista, o Corinthiansresolveu poupar todos os titu-lares para o jogo de quarta, pe-la Libertadores. “Um grupo detrabalho sempre depende dooutro”, prega o técnico Tite.“Claro que jogar uma Liberta-dores motiva.”

Já o Santos utilizou todos ostitulares que tinha à disposiçãona derrota de domingo por 3 a2, para o São Paulo, no Morum-bi. “A gente jogou porque ti-nha um compromisso pelafrente e é complicado não uti-lizar os melhores”, justificou otreinador santista.

Mauro Horita/AE

Na quarta, Corinthians, de Liedson, recebe o Cruz Azul-MEX. Na quinta, Santos, de Neymar, joga em casa com o Juan Aurich-PER

Corinthians cai paraterceiro mas comemora

Célio Messias/AE

Lateral-esquerdo reserva, Ramón festeja o empate em Ribeirão

COPA DO BRASIL

Pela classificaçãoLíder no Campeonato

Paulista (leia mais aolado), o Palmeiras joga

por um empate contra o Coru-ripe-AL, quarta-feira, para en-frentar o Horizonte-CE na se-gunda fase da Copa do Brasil.O jogo será no Estádio JaymeCintra, em Jundiaí, e só se rea-lizará porque na partida deida, na quarta-feira passada,em Maceió (AL), o Alviverdenão conseguiu fazer o segundogol, que eliminaria a necessi-dade do confronto: venceu porapenas 1 a 0.

O técnico Luiz Felipe Scolarijá avisou que, por enquanto,não quer saber do Corinthians,rival de domingo no Pacaem-bu, pelo Campeonato Paulista.O treinador pede foco total pa-ra o confronto contra o Coruri-pe, de Alagoas, na quarta. “Ojogo de quarta é o mais impor-tante para nós”, avisou. “Seperdermos o clássico não va-mos ser eliminados no Paulis-ta. Já se perdermos para o Co-ruripe estaremos fora da Copado Brasil”, comparou Felipão,que também disse esperaruma melhora do time em rela-

PELO BRASIL

PELO MUNDO

Diferença mantidaentre Milan e Juve

As vitórias de Milan e Juventus,fora de casa, no sábado,

mantiveram a diferença de quatropontos que separa a equipe de Milãoda de Turim na liderança doCampeonato Italiano. Jogando emParma, o Milan fez 2 a 0. Em Firenze, aJuventus goleou a Fiorentina: 5 a 0.

No domingo, a Lazio perdeu para oCatania por 1 a 0, fora de casa. Só nãoperdeu a terceira posição porqueUdinese (quinta colocada) e Napoli(quarto) empataram entre si, por2 a 2. A posição é importante porquegarante a repescagem da Copa dosCampeões da próxima temporada.

A Inter de Milão, eliminada dacompetição europeia peloOlympique de Marselha na terça-feira passada, está cada vez maislonge de conseguir vaga para algumtorneio continental na temporada2012/2013: ficou no 0 a 0 com aAtalanta, em casa, e é apenas asétima colocada .

Empate do Real emcasa anima Barcelona

Enfim caiu, de 10 para 8 pontos,a diferença entre Real Madrid e

Barcelona, líder e vice-líder doCampeonato Espanhol. Um gol defalta de Cazorla, já nos acréscimos,decretou o empate do Málaga por 1 a1, em pleno Estádio SantiagoBernabeu. O Real abriu o placar aindano primeiro tempo, com Benzema,mas depois parou. Kaká atuoudurante os 90 minutos e deu boasassistências, inclusive para CristianoRonaldo, que desperdiçou a chancede fazer o segundo gol.

O resultado dá novo ânimo nabusca do tetracampeonato aoBarcelona, que no sábado venceu oSevilla por 2 a 0, fora de casa, commais um golaço de Messi. Elerecebeu a bola perto da área, passoua bola por entre as pernas de umadversário e encobriu o goleiro parafechar o placar. Faltando onzerodadas para o final do campeonato,o Real Madrid tem 71 pontos. OBarcelona tem 63. O confronto entreos dois está marcado para o dia 22 deabril, no Camp Nou.

Manchester Unitedmantém ponta

Wagner Carmo/AE

No jogo de quarta contra o Coruripe-AL, em Jundiaí, Palmeiras de Valdivia precisa apenas de um empate

ção às últimas duas partidas,as vitórias apertadas por 1 a 0contra o próprio Coruripe, naCopa do Brasil, e por 2 a 1 com aPonte Preta, pelo Paulista, emque a equipe chegou a abrirvantagem por 2 a 0 mas depoisacabou se complicando.

“A gente vinha tendo equilí-brio em todos os jogos. Aí, con-tra o Coruripe, iniciamos nafrente e tivemos dificuldades.Contra a Ponte também. Masmuitas vezes surpreendemosno começo e o adversário seposta muito bem depois, não

dando mais chances pra gen-te”, avaliou Felipão. Tambémna quarta, pela Copa do Brasil,a Portuguesa recebe o Cuiabá-MT no Canindé, a Ponte jogacom o Sapucaiense-RS emCampinas e o Paulista vai aGoiânia, enfrentar o Goiás.

Em primeirono Paulista

Avitória de sábado por2 a 1 sobre a Ponte

Preta acabou valendo aoPalmeiras a liderança doPaulista. No domingo, oentão líder Corinthians,jogando com um time dereservas, não foi além doempate por 3 a 3 com oComercial, em RibeirãoPreto. Os gols do Palmei-ras no Pacaembu forammarcados pelo lateral-esquerdo Juninho, logoaos 2 minutos, e pelo vo-lante Marcos Assunção,de falta, aos 11. Ferrondescontou para a PontePreta ainda no primeirotempo, aos 37 minutos.“O meu começo de car-reira está sendo maravi-lhoso e espero que o anocontinue assim”, festejouJuninho. “Esse gol coroaminha adaptação aqui noc l u b e.”

Fim de semana de

goleadas no Campeonato

Gaúcho. No sábado,

o Internacional massacrou

o Juventude no Beira-Rio:

7 a 0, com dois gols de

Leandro Damião. No

domingo, foi a vez do

Grêmio fazer 4 a 1 no

Veranópolis, mesmo

jogando fora de casa.

�Wallace Teixeira/AE

Mauro Horita/AE

Pelo Campeonato Paulis-ta, o Corinthians preci-

sava da vitória para perma-necer na liderança, mas ficouno empate por 3 a 3 com o Co-mercial,domingo, em Ribei-rão Preto, e caiu para o tercei-ro lugar . O resultado, porém,acabou sendo comemoradopelo time de reservas (ne-nhum titular absoluto esteveem campo), pois a equipereagiu no final, após estarperdendo por 3 a 1 até os 44minutos do segundo tempo.

O primeiro tempo terminouempatado por 1 a 1, gols deElton, para o Comercial, aos

30, e Emerson, para o Corin-thians, de pênalti, aos 35 mi-nutos. Na segunda etapa, Fa-bão, aos 6, e Wellington, aos31, chegaram a fazer 3 a 1 pa-ra o Comercial, mas Gilsinho,aos 44, e Ramón, aos 47 mi-nutos, empataram.

O atacante Emerson foi oúnico a sobressair no testepromovido pelo técnico Tite.Autor de um dos gols, aindaacertou duas vezes o traves-são do goleiro Alex Santana.O desempenho do jogador,que se recuperou de lesão nopúbis, somado à má fase deLiedson e Jorge Henrique, o

credencia a uma vaga no timeque vai encarar o Cruz Azul,na quarta. “Tenho 33 anos e,enquanto achar que consigo,vou brigar para jogar. Tenhoque provar que posso. Não dá

para deixar de respeitar to-dos os outros jogadores, mastenho de provar que estoubem para recuperar a titulari-dade. E vou continuar traba-lhando para isso”, afirmou.

Wesley Santos/AE

Três dias após a eliminação naLiga Europa, diante do Athletic

Bilbao, o Manchester United acaboucom qualquer sinal de ressaca egoleou o Wolverhampton por 5 a 0,fora de casa, mantendo a liderançado Campeonato Inglês - que foiconsiderado pelo técnico AlexFerguson como prioridade após aeliminação na fase de grupos daLiga dos Campeões. O mexicanoChicharito Hernandez marcou duasvezes, e Evans, Valecia e Welbeckcompletaram o massacre, que levouo United a 70 pontos, quatro à frentedo rival Manchester City, que sóvolta a jogar na quarta-feira, diantedo Chelsea.

A partida do City, que tambémestá fora da Liga Europa, batidopeloo Sporting, foi adiada porque oChelsea tinha compromisso pelasquartas de final da Copa daInglaterra. E o time azul, embaladopela classificação para as quartas definal da Liga dos Campeões, com avitória por 4 a 1 sobre o Napoli, naprorrogação, não quis saber de zica egoleou o Leicester por 5 a 2. Odestaque foi o espanhol FernandoTorres, que marcou dois gols eespantou uma seca de cinco meses emais de 1.500 minutos em campo.

Page 27: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 2012 27DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMEÇOU À TODAEu e o Felipe nos enroscamos e não deu para evitar a batida. Foi acidente.”

Bruno Sennaesporte

Button venceu o empolgante GP da Austrália e Vettel foi segundo; brasileiros abandonaram após batida

OGP da Austráliaabriu a temporadada Fórmula 1 fa-zendo jus a todas

as expectativas dos fãs. Algu-mas mudanças e surpresas narelação de forças, boas dispu-tas por posição, acidentes paraanimar a madrugada de quemvia pela TV e, no fim, a vitóriajusta e merecida de Jenson But-ton, que assumiu a ponta logona primeira curva, ao superarseu companheiro Lewis Ha-milton, conduziu sua McLarencom a classe de sempre e nãodeixou mais a liderança esca-par. Como em 2009 e 2010, obritânico abriu a temporadano alto do pódio.

“Essa vitória prova comouma boa pré-temporada é im-portante. As horas extras quefizemos em cima do carro vale-

ram a pena, e ainda podemosmelhorar muito”, afirmouButton. A McLaren provou terum carro rápido e confiável,combinação que não haviafuncionado no começo dosdois últimos anos. “Não foi omeu dia. Estou desapontado,mas foi bom ver que temos umgrande carro não só no treino,mas também na corrida”, com-pletou Lewis Hamilton, quelargou na pole e chegou em ter-ceiro, ultrapassado tambémpor Sebastian Vettel.

O bicampeão provou na cor-rida que não é só um rostinhobonito ao volante de um carroespetacular. A Red Bull semostrou confiável na corrida,mas pouco veloz no treino, e oalemão largou apenas em sex-to. “Estou muito feliz, porqueo segundo lugar era o máximo

que poderíamos. São pontosimportantes e acho que o carrotem muito potencial para cres-cer nos treinos”, disse.

Na Ferrari, a corrida confir-mou algumas impressões doano passado e da pré-tempora-da: o carro de 2012 é instável epouco veloz; Fernando Alonsoé um fora de série, que conse-guiu saltar do 12º lugar na lar-gada para a quinta posição nacorrida; e Felipe Massa nãoconsegue se acertar. O brasilei-ro foi o 16º no treino classifica-tório, e, na corrida, depois deandar o tempo todo no meio dopelotão, abandonou após umacidente com Bruno Senna, nadisputa pela 14ª posição. “Eleviu a chance de tentar me pas-sar, fez o máximo que pôde,acabou passando um pouqui-nho do ponto. Não dá para di-zer que foi culpa dele, é um lan-ce de corrida”, avaliou.

Bruno também teve um fimde semana desanimador. Fi-cou atrás do companheiro deWilliams, Pastor Maldonado,no treino e em toda a corrida - ovenezuelano estava em sextona última volta, perto de tomaro quinto lugar de Alonso, maserrou e bateu. “Estou triste porele, seria ótimo para a equipe.Fiz uma ótima largada, mas al-guém me deu um toque e mevirou. Estragou a corrida, poistivemos que fazer um pitstop amais e mudar a estratégia.”

Quem estava feliz era KimiRaikkonen, que, em sua pri-meira corrida desde o fim de2009, largou em 17º, depois decometer um erro no treino, echegou em sétimo, compro-vando as expectativas de que aLotus pode dar trabalho. “Pa-rece que nunca fui embora.”

Thorsten Blackwood/AFP

OUTROS CAMPOSN ATA Ç Ã OSatiro Sodré/Agif/AE

Cielo ganhou cinco medalhas de ouro no Sul-Americano de Belém, e fez o melhor tempo do mundo no ano nos 50 m livre e nos 50 m borboleta

Ensaio de alto nívelCesar Cielo não cai na água à toa.

Se é final olímpica ou de torneiolocal, valendo medalha ou

prêmio em dinheiro, final em piscinaultramoderna ou num torneiomodesto, ele entra para ganhar. Elevoltou a mostrar isso neste fim desemana, em Belém, quando ganhouquatro medalhas de ouro noCampeonato Sul-Americano,encerrado neste domingo.

Não só ganhou, como mostrou aosrivais que está no caminho certo parabrigar por medalhas nos JogosOlímpicos de Londres, em julho. Emduas das provas que venceu, os 50 mlivre e os 50 m borboleta, ele marcou omelhor tempo do mundo em 2012.

Nos 50 m livre, Cielo marcou 21s85 edesbancou a marca de 21s94, quepertencia ao norte-americano NathanAdrian. Nos 50 m borboleta, obrasileiro anotou 23s26, um quarto desegundo a menos que o melhor tempoanterior, 23s51, do australiano Matt

Targett. Tempos que serviram comoaviso aos rivais: “Estou chegando”.

No sábado, último dia de provas napiscina, Cielo acusou o desgaste e nãoconseguiu bater o recorde datemporada nos 100 m livre, ainda que otempo de 48s70, o terceiro melhor doano, tenha sido seu recorde pessoal em2012. Ele cumpriu a meta de baixar os49s51 que anotou para vencer o GP deMissouri, nos Estados Unidos. À frentedele, apenas o australiano JamesMagnussen (48s05) e o norte-americanoMichel Phelps (48s49). De quebra,Cielo ainda participou dasvitórias nos revezamentos 4x100 mmedley e 4x100 m livre.

“Estou satisfeito com a competição.Foi bom e mostra que o trabalho estádando muito certo. Agora eu volto praSão Paulo pra continuar trabalhando.Espero chegar no Maria Lenk(em maio) com 99% das forças,vamos deixar os 100% para aOlimpíada”, analisou Cielo.

O Brasil, como de costume, sobrounas provas de natação, e fechou ocampeonato com 51 medalhas: 26 deouro, 19 de prata e seis de bronze), masnenhum nadador do País conseguiuatingir o índice olímpico. A maispróxima disso foi Graciele Hermann,com 25s31, quatro centésimos acima doíndice estipulado pela Fina (FederaçãoInternacional de Natação). O TroféuMaria Lenk será a última chance.

21s85foi a marca de Cielo nos50 m livre, prova na qualtentará o bicampeonatoolímpico nos Jogos de

Londres, em julho

Federer e Azarenka conquistam Indian Wells

Roger Federer e Victoria Azarenkaconquistaram neste domingo os

títulos de simples do Torneio deIndian Wells, na Califórnia (EUA).

Foi a quarta conquista do suíço nacompetição, o 19º título de umtorneio de Masters 1000, a segundaprincipal série do esporte, e o 73º dacarreira. Na final, ele bateu o norte-americano John Isner por 2 a 0,parciais de 7/6 (9/7) e 6/3, um diadepois de despachar Rafael Nadalnas semifinais - Isner passou porninguém menos que o atual número1 do mundo, Novak Djokovic.

“Fico feliz por lembrar meus títulosanteriores aqui, eram grandestempos”, disse Federer, campeão do

torneio em 2004, 2005 e 2006. “Foiuma grande experiência para mim. ,tive uma semana ótima e muitodivertida”, admitiu Isner, que deveaparecer hoje no top 10, pelaprimeira vez em sua carreira.

Entre as mulheres, Azarenkamostrou por que é a atual líder doranking e bateu a Maria Sharapovapor 2 a 0, parciais de 6/2 e 6/3. Foi aquarta vitória em quatro decisõescontra a tenista russa. “Tentei apenasfazer o meu melhor porque sei queMaria é uma guerreira”, afirmouAzarenka, que ganhou os quatrotorneios que disputou em 2012, com23 vitórias em 23 jogos. “É um sonhoque nunca imaginei realizar.”

Marílson é 9º na meia maratona de Nova York

Marílson dos Santos mostrou´neste domingo que está em

boa forma para os Jogos Olímpicosde Londres, ao terminar em nonolugar a meia maratona de Nova York,nos Estados Unidos. Ele completou opercurso em 1h01min26s, poucomenos de dois minutos atrás dovencedor, o queniano PeterCheruiyot Kirui, que conseguiu otempo de 59min39s.

Marílson admitiu que usou a provapara ganhar ritmo para a maratonaolímpica, e disse ter ficado satisfeitocom o resultado, já que estevesempre no pelotão da frente. Agora,o brasileiro volta a correr apenas nodia 22 de abril, quando disputará sua

primeira maratona do ano, emLondres - a tradicional prova terá umpercurso diferente do traçado queserá usado a Olimpíada.

“Eu queria fazer uma meiamaratona antes da primeiramaratona do ano, em Londres, emabril. Eu e o Adauto (D omingues,t é c n i co ) combinamos fazer umaprova em 1h01min e deu certo. Omeu principal objetivo é competir,estava precisando dessa sequênciade provas", declarou o corredor.“Estou confiante. Ainda estouenfrentando um volume muito altode treino. Com certeza vou estar maisrápido em junho, mais perto daOlimpíada”, concluiu.

Brasília e Bauru avançam na Liga das Américas

Na última chance, dois timesbrasileiros conseguiram a

classificação para a segunda fase daLiga das Américas: Brasília e Bauruficaram com os dois primeiroslugares no quadrangular disputadoem Bauru, de sexta até domingo.

O time da capital federal foi o líder,com três vitórias - fez 85 a 74 noduelo entre brasileiros, no sábado, eontem confirmou a conquista comum tranquilo placar de 91 a 61 sobreo Leones de Quilpue, do Chile. OBauru decidiu sua vaga nestedomingo, e, com o apoio datorcida, bateu o Quimsa, daArgentina, por 89 a 83, ficandocom a segunda posição.

Franca e Joinville já haviam sidoeliminados em disputas anteriores.Agora, os dois brasileiros se juntam adois times argentinos, ObrasSanitarias e Union de Formosa, alémde Pioneros de Quintana, do México;Bucaneros de La Guaira e Cocodrilosde Caracas, da Venezuela; eCapitanes de Arecibo, de Porto Rico.

Os times serão divididos em doisgrupos de quatro equipes, enovamente os dois primeirosavançam para a fase final, o "FinalFour", um novo quadrangular em quetodos se enfrentam. Os locais aindanão estão definidos, assim como asdatas da próxima fase. As finais serãode 20 a 22 de abril.

Page 28: DC 19/03/2012

sábado, domingo e segunda-feira, 17, 18 e 19 de março de 201228 -.ESPORTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

�Celso Unzelte

VOLTA INCERTA

Rogério Ceni jáfala em pararGoleiro diz que só renova contrato se estiver bem

almanaque

Todos os homensda CBD e da CBF

Nas fotos, os 17p re s i d e nte s

da FederaçãoBrasileira de Sports(FBS, até 1916),Co n fe d e ra ç ã oBrasileira deDesportos (CBD,1916 a 1979) e CBF(desde 1979): 1)Álvaro Zamith(1915 a 1916).2) Arnaldo Guinle(1916 a 1920).3) Ariovisto deAlmeida Rego(1920 a 1921). 4) José Eduardo de Macedo Soares (1921 a 1922). 5) Oswaldo Gomes (1922 a 1924).6) Wladimir Bernardes (1924). 7) Oscar Rodrigues da Costa (1924 a 1927). 8) Renato Pacheco (1927 a1933). 9) Álvaro Catão (1933 a 1936). 10) Luiz Aranha (1936 a 1943). 11) Rivadávia Correa Meyer(1943 a 1955). 12) Sylvio Correa (1955 a 1958). 13) João Havelange (1958 a 1975). 14) Heleno Nunes(1975 a 1980). 15) Giulite Coutinho (1980 a 1986). 16) Otávio Pinto Guimarães (1986 a 1989).17) Ricardo Teixeira (16/1/1989 a 11/3/2012).

Na segunda-feira passada,11 de março, Ricardo Teixeira

deixou o cargo de presidenteda Confederação Brasileira deFutebol (CBF). Em seu lugar,assumiu o vice-presidentemais velho, José Maria Marin.Ele é apenas o 18º homema comandar a entidade queem 2014, ano da realizaçãoda Copa do Mundo no Brasil,estará completando 100 anos deex i s t ê n c i a .

Morreram na semana

passada dois jogadores

que disputaram a Copa

do Mundo no Brasil em

1950. No domingo, 11,

aos 91 anos, o atacante

americano John Souza,

filho de portugueses que

defendeu os Estados

Unidos. Na sexta-feira, 16,

aos 85 anos, o também

atacante E stanislao

B asora, da Espanha.

23anos, um mês e 25 dias

à frente da CBF

permaneceu Ricardo

Teixeira, o recordista de

continuísmo nesses

quase 98 anos de história

da entidade.

Seu ex-sogro, João

Havelange, é o segundo

colocado neste ranking,

com exatos 17 anos.

COLAPSO EM CAMPOOlly Greenwood/AFP

Durante a partida contra o Tottenham pelas quartas definal da Copa da Inglaterra, o volante Fabrice Muamba, doBolton, sofre um colapso e cai no gramado. Nas duashoras seguintes, o coração do jogador foi massageadopelos médicos para continuar batendo. O jogo foisuspenso e Muamba foi internado no London ChestHospital. No domingo, o hospital informou que o jogador,Muamba, nascido na República Democrática do Congo,continua em "condição crítica e sob tratamento intensivo".

Sábado, 17, e domingo, 18

APÓS MORTE

Zidane põe fé em Ronaldo, Romário critica tudo

And

re D

usek

/AE

Artroscopia não tira Diego de Olimpíada

REPETECO

COPA DO MUNDO DE 2014

C U RTA S

www.dcomercio.com.br/esporte/

��

��

FIM DE JOGO

Coquetel molotov interrompe jogo entre Panathinaikos e Olympiacos

Aos 39 anos, Rivaldo marca 3 gols pelo Kabuscorp no Campeonato Angolano

Árbitro admite ser corintiano e complica jogo do Palmeiras B na Série A2

Vídeo em destaque - Decisão no Jo Ken Po - www.dcomercio.com.br

Reprodução/Arquivo Celso Unzelte

Werther Santana/AE

Na sexta-feira, durante osorteio dos confrontosdas quartas-de-final daLiga dos Campeões da

Europa, o francês Zinedine Zi-dane, saudou a presença doantigo parceiro Ronaldo no Co-mitê Organizador da Copa doMundo de 2014, mas mostrouque está por dentro das dificul-dades brasileiras para cumpriros prazos impostos pela Fifa:"Se for preciso, a França estápronta para receber a Copa",disse ao repórter Jamil Chade,da Agência Estado.

Na verdade, o francês nãoparece acreditar que o Brasildeixe escapar a oportunidadede sediar a Copa. Tanto que en-cheu a bola do antigo parceiro :"Ronaldo é a pessoa adequadapara levar esse projeto de 2014adiante. É alguém que conhecemuito bem o futebol e tem umaimagem importante no Brasil. Eé alguém que, para mim, sem-pre representou muito comopessoa e como jogador. Acredi-to que o Brasil e a organizaçãoescolheram a pessoa certa paraconduzir agora esse projeto deuma forma correta."

Por aqui, outro craque e tam-bém antigo parceiro de Ronaldonão parece tão convencido deque a empreitada será bem-su-cedida. O deputado R o m á ri o di -

vulgou ontem um documentocheio de críticas ao governo eaos organizadores da Copa:"Não vou me aprofundar muito,mas é uma pena, ouvir nas rá-dios, ver na TV, abrir os jornais eler que o governo federal se uniuà FIFA para que a Copa do Mun-do seja a maior de todos os tem-pos. Uma mentira descabida!Não será a melhor e nós vamospassar vergonha."

Irritado com o papel secun-dário destinado aos deputa-

dos, Romário estrilou: "Tem coi-sas que só acontecem no nossoPaís. O presidente da FIFA vemao Brasil e se encontra com apresidente Dilma. Até aí, perfei-to! Nesse encontro, estão pre-sentes Aldo Rebello, ministrodos Esportes, ok; Pelé, embai-xador honorário do Brasil paraa Copa do Mundo de 2014, ok;Ronaldo, conselheiro do Comi-tê Organizador Local, ok. Sóuma pergunta: qual dessaspessoas tem a ver com a Lei Ge-

ral da Copa?"Parece que Romário gostaria

de ter tabelado com Pelé e Ro-naldo no encontro que tanto oirritou: "O pior ainda está porvir, porque o governo deixaráque aconteçam as obras emer-genciais, as que não precisamde licitações. Ai vai acontecer omaior roubo da história do Bra-sil. Aí eu quero ver se as pessoasque apareceram sorrindo na fo-to durante a reunião de ontemvão querer aparecer."

Sebastien Feval/AFP

Mais de um mês e meioapós a cirurgia noombro direito,realizada no dia 27 de

janeiro, Rogério Ceni va iretomando aos poucos aconvivência com a bola.Depois de alguns diascorrendo em torno dogramado no CT do São Paulo, ogoleiro ensaiou toques echutes na sexta-feira, masainda sofre com dores, tem umlongo período de recuperaçãopela frente e só deve voltar ajogar no segundo semestre:"Quero ficar bom para ver seem julho, agosto, volto a atuare tenho condições de manterbom nível" - revelou o goleirosão-paulino ao jornal La n ce !neste fim de semana.

Na entrevista aos repórteresAlexandre Lozetti e GabrielSaraceni, o maior ídolo tricoloradmitiu, pela primeira vez,parar de jogar se nãoconseguir se recuperartotalmente até o fim do ano:"Se eu não estiver bem, jamais

vou querer ter renovadocontrato pelo que fiz nosúltimos 21 anos. Só renovo setiver condições de exercerminha função."

Rogério parece incomodadocom o ritmo lento darecuperação: "Tive trêsartroscopias no joelho, otornozelo era uma coisa óssea.O ombro é uma experiêncianova, não me lembro de outrocaso. Hoje, falta muitopara ficar bom. Não consigopegar minha filha no colo,nadar... É muita limitação físicapara quem é elétrico.Até hoje, durmo mal, tomoremédio para aliviar a dor."

O que tem feito sua alegria,reforçada pelos 3 a 2 de ontemsobre o Santos, é o atual timetricolor: "Arrisco dizer que o SãoPaulo vai chegar às finais daCopa do Brasil e do Paulista. De2005 a 2007, tínhamos um timeexcepcional, mas este é,disparado, o melhor elencodesde 2008, incluindo aquelehexacampeão brasileiro."

O ginasta Diego Hypolito ésubmetido a uma

artroscopia no joelho direito, emSão Paulo, para corrigir umapequena lesão no menisco, edeve voltar a treinar em 30 dias, atempo de se recuperar para aOlimpíada de Londres. O atletarelembra: "O curioso é que passeipelo mesmo tipo de cirurgia, nomesmo joelho e no mesmo mêsantes da Olimpíada de Pequim, e

fui finalista. Então, sei queposso me recuperar a tempode fazer uma boaapresentação em Londres".

O ginasta é uma dasprincipais esperanças do Brasilna Olimpíada que começa nodia 27 de julho. Ele estáclassificado nas provas de soloe do salto, mas ainda não sabese competirá no salto.

Sexta-feira, 16

Fábio Motta/AE

Guarani quer clássico fora de Campinas

O Guarani vai pedir àFederação Paulista que o

clássico com a Ponte Preta,marcado para sábado, sejatransferido para outra cidade. Opresidente Marcelo Mingoneacha que não há clima para que ojogo seja disputado no estádio daPonte após a morte do bugrinoAnderson Ferreira, de 28 anos,atingido com barras de ferro numconfronto entre torcedores naquinta-feira, quando as equipessub-15 e sub-17 dos dois clubesse enfrentaram no estádio Brincode Ouro. A Ponte venceu os jogos

por 2 a 1. A briga, fora do estádio,teria sido marcada pela internet.Após ser atingido, Anderson foilevado para o Hospital MárioGatti, onde morreu nestedomingo. O presidente da PontePreta, Márcio Della Volpe, quermanter o clássico em Campinas:"Se fizermos o jogo em outracidade, vamos transferir oproblema e é capaz de ter brigaem Campinas também, poiseles marcam pela internet.O estádio sempre foi o menordos problemas."

De quinta, 15, a domingo, 18