De Paula e Brandão 2012 - Sobre Vogais Médias Em Posição Postônica Não Final Na Fala Popular...

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Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 47, n. 3, p. 275-282, jul./set. 2012 LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE Os conteúdos deste periódico de acesso aberto estão licenciados sob os termos da Licença Creave Commons Atribuição-UsoNãoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported. Sobre vogais médias em posição postônica não final na fala popular do Rio de Janeiro On mid vowels in non-final posttonic position in the popular speech of Rio de Janeiro Alessandra De Paula Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro-RJ – Brasil Silvia Figueiredo Brandão Universidade Federal do Rio de Janeiro/CNPq – Rio de Janeiro-RJ – Brasil Resumo: Este estudo focaliza as vogais médias em posição postônica não final na fala popular do Estado do Rio de Janeiro. A análise, que é realizada em duas etapas, tem por objetivo determinar os fatores sociais e linguísticos que norteiam o alteamento dessas vogais. A primeira etapa é desenvolvida segundo os pressupostos da sociolinguística variacionista e com base em um corpus de fala espontânea representativo das regiões Norte e Noroeste. A segunda, apoia-se em dados selecionados de cartas de dois atlas fonéticos que recobrem dezesseis comunidades de diferentes áreas do Estado. Os resultados das análises demonstram que, na fala espontânea, o alteamento das duas vogais médias é quase categórico, enquanto, na fala monitorada, decresce a frequência do alteamento da vogal posterior e predomina a variante média da vogal anterior. Palavras chave: Vogais médias; Posição postônica; Alteamento; Rio de Janeiro Abstract: This study focuses on mid vowels in non-final posttonic position in the popular speech of Rio de Janeiro State. The analysis, which is performed in two stages, aims to determine the social and linguistic factors that guide the raising of these vowels. The first step is developed according to the assumptions of variationist sociolinguistics and based on a sample of spontaneous speech representative of the North and Northwest regions. The second relies on data selected from phonetic maps of two atlases that cover sixteen communities in different areas of the State. The analysis results show that, in spontaneous speech, the raising of the two mid vowels is almost categorical, while, in monitored speech, decreases the frequency of the back vowel raising and predominates the mid variant of the front vowel. Keywords: Mid vowels; Posttonic position; Raising; Rio de Janeiro 1 Introdução O sistema vocálico do Português do Brasil vem, sistematicamente, sendo objeto de estudos em diferentes perspectivas teóricas, quer no que se refere ao seu funcionamento nas diferentes pautas acentuais, quer no que toca, em especial, aos processos que atingem as vogais médias. É grande o número de trabalhos que as focalizam em contexto pretônico, diferentemente do que ocorre em relação ao contexto postônico não- final, analisado sobretudo no âmbito dos dialetos do Sul (VIEIRA, 1994, 2002, 2009), na fala de Belo Horizonte (RIBEIRO, 2007), no Noroeste paulista (RAMOS, 2009) e na do Rio de Janeiro por De Paula (2009, 2010, entre seis outros) e Brandão; Santos (2008, 2009). Há diferentes interpretações para a determinação do quadro das vogais na posição postônica não final. Nas perspectivas de Câmara Jr. (1977) e Wetzels (1992), em decorrência de neutralização que atingiria, de um lado, as médias anteriores, de outro, as médias e altas posteriores, ocorreriam quatro segmentos – /i e a u/; já para Bisol (2003), nessa posição, ora se implementariam as cinco – /i e a o u/ – ora as três – /i a u/ – vogais decorrentes das neutralizações que ocorrem, respectivamente, em contexto pretônico e postônico final. No presente estudo, busca-se retomar a análise das vogais médias em contexto postônico não final na fala do Rio de Janeiro, tendo como foco a variedade popular, com base em amostras de perfis sócio e geolinguístico que não abarcam a capital do Estado. No entanto, para uma melhor

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  • Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 47, n. 3, p. 275-282, jul./set. 2012

    LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE LETRAS DE HOJE

    Os contedos deste peridico de acesso aberto esto licenciados sob os termos da Licena Creative Commons Atribuio-UsoNoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported.

    Sobre vogais mdias em posio postnica no final na fala popular do Rio de Janeiro

    On mid vowels in non-final posttonic position in the popular speech of Rio de Janeiro

    Alessandra De PaulaUniversidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro-RJ Brasil

    Silvia Figueiredo BrandoUniversidade Federal do Rio de Janeiro/CNPq Rio de Janeiro-RJ Brasil

    Resumo: Este estudo focaliza as vogais mdias em posio postnica no final na fala popular do Estado do Rio de Janeiro. A anlise, que realizada em duas etapas, tem por objetivo determinar os fatores sociais e lingusticos que norteiam o alteamento dessas vogais. A primeira etapa desenvolvida segundo os pressupostos da sociolingustica variacionista e com base em um corpus de fala espontnea representativo das regies Norte e Noroeste. A segunda, apoia-se em dados selecionados de cartas de dois atlas fonticos que recobrem dezesseis comunidades de diferentes reas do Estado. Os resultados das anlises demonstram que, na fala espontnea, o alteamento das duas vogais mdias quase categrico, enquanto, na fala monitorada, decresce a frequncia do alteamento da vogal posterior e predomina a variante mdia da vogal anterior. Palavras chave: Vogais mdias; Posio postnica; Alteamento; Rio de Janeiro

    Abstract: This study focuses on mid vowels in non-final posttonic position in the popular speech of Rio de Janeiro State. The analysis, which is performed in two stages, aims to determine the social and linguistic factors that guide the raising of these vowels. The first step is developed according to the assumptions of variationist sociolinguistics and based on a sample of spontaneous speech representative of the North and Northwest regions. The second relies on data selected from phonetic maps of two atlases that cover sixteen communities in different areas of the State. The analysis results show that, in spontaneous speech, the raising of the two mid vowels is almost categorical, while, in monitored speech, decreases the frequency of the back vowel raising and predominates the mid variant of the front vowel.Keywords: Mid vowels; Posttonic position; Raising; Rio de Janeiro

    1 Introduo

    O sistema voclico do Portugus do Brasil vem, sistematicamente, sendo objeto de estudos em diferentes perspectivas tericas, quer no que se refere ao seu funcionamento nas diferentes pautas acentuais, quer no que toca, em especial, aos processos que atingem as vogais mdias. grande o nmero de trabalhos que as focalizam em contexto pretnico, diferentemente do que ocorre em relao ao contexto postnico no-final, analisado sobretudo no mbito dos dialetos do Sul (VIEIRA, 1994, 2002, 2009), na fala de Belo Horizonte (RIBEIRO, 2007), no Noroeste paulista (RAMOS, 2009) e na do Rio de Janeiro por De Paula (2009, 2010, entre seis outros) e Brando; Santos (2008, 2009).

    H diferentes interpretaes para a determinao do quadro das vogais na posio postnica no final. Nas perspectivas de Cmara Jr. (1977) e Wetzels (1992), em decorrncia de neutralizao que atingiria, de um lado, as mdias anteriores, de outro, as mdias e altas posteriores, ocorreriam quatro segmentos /i e a u/; j para Bisol (2003), nessa posio, ora se implementariam as cinco /i e a o u/ ora as trs /i a u/ vogais decorrentes das neutralizaes que ocorrem, respectivamente, em contexto pretnico e postnico final.

    No presente estudo, busca-se retomar a anlise das vogais mdias em contexto postnico no final na fala do Rio de Janeiro, tendo como foco a variedade popular, com base em amostras de perfis scio e geolingustico que no abarcam a capital do Estado. No entanto, para uma melhor

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    compreenso do fenmeno em territrio fluminense e, ainda, para fins comparativos, apresenta-se, no item 3, uma sntese dos resultados das anlises empreendidas na rea carioca.

    2 Suporte terico, metodologia e perfildosinformantes

    A variao no mbito das mdias no finais foi observada por meio de diferentes tipos de anlise, tendo em vista que a dificuldade na obteno de dados determinou a utilizao de amostras diversificadas, organizadas segundo diferentes enfoques metodolgicos.

    Levaram-se em conta: (a) 60 entrevistas do tipo DID do corpus APERJ (Atlas Etnolingustico dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro); (b) 7 cartas fonticas do Atlas Fontico do entorno da Baa de Guanabara AFeBG (LIMA, 2006) e do MicroAtlas Fontico do Estado do Rio de Janeiro Micro-AFERJ (ALMEIDA, 2008), que obedecem a critrios metodolgicos comuns, inclusive no que respeita ao questionrio aplicado.

    Os dados de fala espontnea, oriundos das entrevistas do tipo DID, a princpio, foram formatados para anlise segundo a perspectiva sociolingustica variacionista (LABOV, 1972, 1994, 2001), com o apoio do Programa Goldvarb-X e com base no controle de duas variveis extralingusticas (escolaridade e faixa etria) e sete estru- turais: contextos antecedente e subsequente, natureza das vogais antecedente e subsequente, classe da palavra, posi- o na raiz ou fora dela, classificao lexical (relativa ao ca- rter mais ou menos usual do vocbulo). Consideraram-se, em separado, as vogais mdias anterior e posterior, mas con- trolaram-se, em ambos os casos, as mesmas variveis. No entanto, como se verificar no item 5.1, os resultados glo- bais obtidos acabaram por inviabilizar a realizao da an- lise multivariada de carter binrio (alteamento X manu- teno). J os dados advindos dos atlas lingusticos foram analisados apenas com base em ndices percentuais, obser- vando-se, inclusive, cada vocbulo de forma pontual.

    Os 60 informantes do corpus APERJ so do sexo masculino, analfabetos ou escolarizados at a quarta srie do ensino fundamental, naturais das regies Norte e Noroeste do Estado, distribuindo-se por trs faixas etrias (18-35; 36-55; 56-75 anos). Os 24 do AFeBG e os 72 do MicroAFERJ, com nvel fundamental de escolaridade (at a quinta srie), distribuem-se por sexo e pelas referidas faixas etrias.

    Uma questo que perpassa o conjunto de dados aqui considerado e o torna heterogneo diz respeito aos estilos de fala nele representados e ao monitoramento do discurso. Considera-se que, nos inquritos do tipo DID, o falante esteja menos preocupado com a elocuo, encontrando-se resultados mais prximos da fala cotidiana. J nas

    entrevistas com que se obtiveram os dados dos atlas, o indivduo estaria mais atento ao seu discurso, pois a aplicao de questionrio imprimiria um carter mais formal situao de fala, o que poderia concorrer para inibir o cancelamento e/ou o alteamento da vogal.

    Labov (1972) afirma que o linguista, ao levantar dados, deve atentar, entre outros aspectos, (i) alternncia de estilo de acordo com a mudana do contexto de fala, (ii) ao monitoramento do discurso, (iii) busca pelo vernculo, obtido quando o falante est pouco atento sua fala e (iv) formalidade do discurso, que, em maior ou menor grau, nunca est completamente neutralizada na entrevista sociolingustica. Para ele, o pesquisador deve preocupar-se com a inevitvel interferncia de injunes estilsticas quando da anlise dos fatores que condicionam uma determinada variante, de modo a no falsear a realidade lingustica.

    Labov estabelece, a princpio, uma diviso bsica entre fala casual (casual speech) e fala monitorada (careful speech), referente ao contexto formal. A fala monitorada o contexto discursivo predominante na entrevista formal e refere-se situao em que o informante est atento a sua elocuo, ao contrrio da fala casual, que dificilmente encontrada pelo linguista no levantamento de dados controlados. Labov inclui a situao de entrevista no mbito da fala monitorada, encontrada quando o falante est respondendo s perguntas que reconhece como pertencentes entrevista. Nesse caso, no entanto, pode ser encontrada tambm a fala espontnea, que corresponde aos momentos da entrevista em que o falante se encontra to envolvido emocionalmente com o contedo de seu relato que investe uma ateno mnima forma como est falando. Como diz Labov (1972: 111), a fala espontnea se refere ao padro usado na fala excitada, carregada de emoo, quando os constrangimentos de uma situao in- formal so abandonados. Assim, o contexto formal apre- senta dois estilos diferentes o monitorado e o espont- neo , enquanto o contexto informal apresenta sempre o estilo casual. Segundo o autor, a fala espontnea aparece frequentemente no decorrer da entrevista e pode ser consi- derada um correlato da fala usual em contextos formais.

    A diversidade dos corpora interessante na medida em que torna possvel comparar o comportamento lingustico de indivduos com caractersticas sociais semelhantes em tipos de discurso diversos, mais ou menos formais. Enquanto os dados dos atlas fornecem o estilo de fala monitorada, as entrevistas do tipo DID do APERJ permitem a observao da fala espontnea.

    3 Consideraes preliminares

    As proparoxtonas, o menor grupo acentual em Portugus, constituem, de acordo com Arajo et al. (2007:

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    37-38) um conjunto de 18.413 vocbulos, o que representa 12,20% das 150.875 palavras por eles consideradas. Nesse conjunto, apenas 20,2% equivalem a vocbulos com postnicas no-finais mdias, conforme ndices percentuais tambm por eles fornecidos (op. cit.: 57-58):

    /i/ /e/ /a/ /o/ /u/65,5% 9,7% 10,9% 10,5% 3,6%

    Assim, este trabalho diz respeito, em tese, a um universo de 3.719,42 vocbulos, dos quais, a grande maioria muito pouco frequente na fala espontnea. Para confirmar essa baixa produtividade, realizou-se um levantamento com base na referida listagem de proparoxtonas1, escolhendo-se aleatoriamente as iniciadas por N, P e U e, entre elas, selecionando as que faziam parte do vocabulrio ativo e passivo das autoras, chegando-se ao resultado exposto na Tabela 1. Em suma, das 218 proparoxtonas apuradas com e 216 com , apenas, respectivamente, vinte (9,1%) e vinte e uma (9,7%) seriam usuais/semiusuais.

    Tabela 1 Vocbulos com postnicas no-finais mdias em trs subconjuntos do lxico

    LetraVocbulos com postnicas no finais mdias/

    N total de proparoxtonas

    Integrantes do voc. ativo/passivoN 49/468

    10%45/468 9,6%

    ndega, nspera, nmeronecrpole, numerlogo, nutrlogo

    P 146/1.656 8,81%

    147/1.656 8,87%

    plpebra, pndega(o), parmetro, parassntese, parntese, permetro, pssego, petrolfero, pluvimetro, polissndeto, pstero, presbtero, prolfero, prspero, prtese, pberePaleontlogo, palndromo, parbola, parapsiclogo, proco, paroxtono(a), pcora, pedlogo, pentgono, prola, petrlogo, podlogo, polgono, plvora, prlogo, proparoxtono(a), prpolis, psiclogo

    U 23/164 14%

    24/164 14,6%

    bere, lcera, mero, terouflogo, unssono, unvoco

    Entre as proparoxtonas, h vrios compostos for- mados por duas ou mais bases eruditas, de origem grega e latina. Apesar de o sentido da maior parte delas ser facilmente descodificado por um falante com bom nvel de escolaridade, no so usuais na fala espontnea em funo de pertencerem linguagem tcnica e/ou cientfica. Esto nesse caso vocbulos como paleoetnlogo, necrgeno, a que se somam termos por vezes circunscritos modalidade escrita. Arajo et al. (2007: 54), comparando a distribuio da frequncia de uso de cada tipo de tonicidade com a frequncia global das palavras em portugus, mostram

    que as proparoxtonas podem ser classificadas, em sua maioria, como raras (47,5%) e incomuns (24,8%), estando os 27,8% restantes distribudos entre as comuns (16,4%) e as frequentes (11,4%).

    Justifica-se, assim, a constituio da amostra de perfil sociolingustico, em que, a despeito dos 60 inquritos utilizados, se computaram somente 278 dados de /e/ e 697 de /o/. Concorrem, ainda, para a idiossincrasia do corpus, a alta produtividade de alguns vocbulos, como poca, rvore e nmero e a tendncia ao cancelamento da vogal quando a estrutura fonottica do vocbulo faculta a ressilabificao, como servem de exemplo a.b.bo.ra a.bo.bra e vs.pe.ra ves.pra.

    1

    4 Breve notcia sobre as postnicas mdiasnafalacarioca

    Para a observao do alteamento na fala da cidade do Rio de Janeiro, De Paula (2010) realizou anlises variacionistas com base em amostras organizadas com dados selecionados de 18 inquritos do projeto NURC e 25 do projeto PEUL, computando, no mbito da fala culta, 88 ocorrncias referentes vogal anterior e 93 posterior e, no mbito da fala popular, respectivamente, 40 e 218.

    Enquanto a vogal posterior teve maior alteamento em ambas as variedades (fala culta: 83,9%; fala popular: 100%), a vogal anterior mostrou comportamento diferenciado: na fala culta, predominou a variante mdia (77,3%), na popular, a alta (99%).

    Apesar do pequeno nmero de dados como j se disse, inerente baixa produtividade da varivel em pauta na fala espontnea pode-se deduzir que o sistema de trs elementos voclicos /i a u/ se encontra implementado entre os falantes de nveis fundamental e mdio de instruo da capital.

    Quanto fala culta, o alteamento da posterior parece estar em fase final de implementao, ao passo que o da anterior, ainda com baixssimo input (.18) obedece a restries relativas ao sexo do falante (mulher: p.r. .68; homem: p.r. .33) e classificao lexical dos vocbulos (usuais: p.r. .47; pouco usuais: p.r. .68). Essa variedade de fala aproxima-se do que foi proposto por Cmara Jr. Como se sabe, o linguista teve como referncia para seus estudos especialmente a fala culta carioca da dcada de 1940 (sua tese foi defendida em 1949)2, o que permite relacionar diretamente os resultados aqui apresen- tados sua descrio do quadro voclico postnico no final.

    1 Agradecemos a Arajo et al. por nos terem, gentilmente, fornecido a listagem de proparoxtonas por eles organizada.

    2 A informao consta da Nota Prvia em Cmara Jr. (1953).

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    5 Anlise dos dados

    5.1Combasenaamostradeperfil sociolingustico

    Computaram-se, na amostra de fala espontnea, 975 dados suscetveis de apresentarem vogal mdia postnica no final subjacente, 278 referentes a /e/ e 697 a /o/. Como se observa pela Tabela 2, em ambos os casos, o percentual de cancelamento da vogal por vezes acompanhado tambm da sncope do onset da slaba seguinte (rvore arvre ~ arve) mais representativo do que o percentual de ocorrncia da variante mdia. Alm disso, o cancelamento menor quando se trata da vogal anterior.

    Tabela 2 ndices da variao das vogais mdias em contexto postnico no final na amostra de fala espontnea (APERJ)

    Corpus de fala espontnea (APERJ)

    VarianteAnterior Posterior

    Oco Perc. Exemplo Oco Perc. ExemploAlta 229 82,4% num[]ro 537 77,1% rv[u]re

    Mdia 16 5,8% num[]ro 25 3,59% arv[o]reCancelamento 33 11,9% numo 135 19,4% arveTotais 278 100% 697 100%

    Por outro lado, os ndices de 11,9% e 19,4% de can- celamento representam um fenmeno comum na fala popular, o qual enquadra os proparoxtonos no padro acentual paroxtono o mais comum em portugus.

    Confrontando-se apenas os casos de concretizao, verifica-se que predomina a elevao das vogais mdias (c.f. Tabela 3).

    Tabela 3 ndices referentes concretizao das vogais mdias em contexto postnico no final na fala espontnea (corpus APERJ)

    Amostra de fala espontnea (APERJ)

    Anterior Posterior[i] [e] [u] [o]

    229/24593,5%

    16/2456,5%

    537/56295,5%

    25/5624,5%

    O altssimo ndice de alteamento, processo prati- camente categrico, inviabilizou o sucesso de quaisquer das rodadas realizadas com o Programa Goldvarb-X, o que demonstra estar o processo de alamento das mdias em via de total implementao na fala espontnea da variedade popular.

    Embora a anlise multivariada no tenha sido pos- svel, podem-se tecer algumas observaes quanto ao comportamento dos dados em relao a algumas das variveis controladas.

    Quanto classe do vocbulo, os substantivos comuns representam quase a totalidade dos dados: foram encon-

    tradas apenas quatro ocorrncias de adjetivos (agrcola, carnvoro, duas vezes, e autnomo) e uma de substantivo prprio (Terespolis), no mbito de /o/; j no mbito de /e/, contabilizou-se apenas um dado de adjetivo (indgena).

    A observao dos percentuais referentes ao comportamento das faixas etrias (Tabela 4) demonstra que o alteamento de /e/ e /o/ na fala espontnea do Norte e do Noroeste do Estado tem carter estvel, semelhana da situao de /e/ observada por De Paula (2010) na fala culta, variedade em que a variante mdia ainda preservada, sendo, inclusive, a predominante.

    Tabela 4 Varivel faixa etria na amostra de fala espontnea (APERJ)

    Varivel faixa etria

    FatorVogal Anterior Vogal Posterior[i] [e] [u] [o]

    Faixa 133/36 3/36 179/193 14/19391,7% 8,3% 92,7% 7,3%

    Faixa 2129/137 8/137 265/269 4/26994,2% 5,8% 98,5% 1,5%

    Faixa 367/72 5/72 93/100 7/10093,1% 6,9% 93% 7%

    Total229/245 16/245 537/562 25/56293,5% 6,5% 95,6% 4,4%

    Os resultados referentes varivel escolaridade evi- denciam convergncia entre o comportamento dos falantes analfabetos e o dos escolarizados at a quarta srie, no que diz respeito s duas vogais. Os percentuais de alteamento so semelhantes, por volta de 95%, tanto para /e/ quanto para /o/.

    Tabela 5 Varivel escolaridade na amostra de fala espontnea (APERJ)

    Varivel escolaridade

    FatorVogal Anterior Vogal Posterior[i] [e] [u] [o]

    Analfabeto120/127 7/127 195/199 4/19994,5% 5,5% 98% 2%

    Primrio109/118 9/118 342/363 21/36392,4% 7,6% 94,2% 5,8%

    Total229/245 16/245 537/562 25/56293,5% 6,5% 95,6% 4,4%

    Uma das variveis avaliadas neste e em outros estudos de De Paula sobre as mdias no contexto ps-voclico classificao lexical tinha por objetivo verificar se palavras mais usuais na fala corrente estariam mais sujeitas ao alteamento. Para tanto, definiram-se quatro fatores: termos usuais, termos pouco usuais, termos reconhecveis (e/ou tcnicos) e termos restritos ou em desuso e/ou tcnicos no reconhecveis (para os critrios e o suporte bibliogrfico que presidiu a essa classificao, consultar De Paula, 2010).

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    Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 47, n. 3, p. 275-282, jul./set. 2012

    Rotularam-se como termos (a) usuais, aqueles pertencentes ao vocabulrio ativo de todos os falantes, cultos ou no; tais palavras so aprendidas no convvio familiar e ocorrem com alta frequncia na fala; (b) pouco usuais, palavras que configuram o vocabulrio passivo dos falantes, aquele adquirido no contexto escolar ou no contato com o texto escrito; considera-se que tais palavras figuram na lngua falada, mas so mais frequentes na fala culta do que na popular; (c) reconhecveis, vocbulos cujos sentidos, apesar de serem facilmente descodificados por um falante com alto nvel de escolaridade, no so usuais na fala espontnea em funo de pertencerem linguagem tcnica e/ou cientfica; conquanto tambm integrem o vocabulrio passivo, essas palavras dificilmente figuram na fala cotidiana; (d) restritos, termos considerados totalmente fora de uso ou circunscritos a textos absolutamente tcnicos, como o caso de palavras como abrtega, balanfora, enacosgono, linfafrese, loxdroma, palbotro, radiastrnomo e sincrocclotron.

    Conforme se esperava, verificou-se um ndice de alteamento mais baixo em termos considerados no usuais do que em termos usuais, principalmente no que se refere vogal anterior. Embora tenham sido encontrados poucos termos pertencentes ao vocabulrio passivo dos falantes nas entrevistas do APERJ, o que tambm se esperava (apenas 24, em 78 entrevistas de aproximadamente uma hora de durao cada), a realizao de alguns deles com a vogal mdia (2 em 4, no mbito de /e/; 3 em 20, no mbito de /o/) sugere que a baixa ocorrncia da vogal mdia neste corpus possa ter algum condicionamento formal/lexical na fala popular.

    Tabela 6 Varivel classificao lexical na fala espon- tnea (APERJ)

    Varivel classificao lexical

    FatorVogal Anterior Vogal Posterior[i] [e] [u] [o]

    Usual227/241 14/241 520/542 22/54294,2% 5,8% 95,9% 4,1%

    No usual

    2/4 2/4 17/20 3/2050% 50% 85% 15%

    Total229/245 16/245 537/562 25/56293,5% 6,5% 95,6% 4,4%

    5.2Combasenasamostrasdeperfil geolingustico

    As sete cartas fonticas do AFeBG e do MicroAFERJ levadas em conta neste estudo referem-se aos vocbulos ccegas, nmero, tero com vogal /e/ subjacente e rvore, abbora, fsforo e prola com vogal /o/ subjacente. Como j foi dito, esses dois corpora foram constitudos segundo critrios metodolgicos comuns e,

    como se esperava, um confronto preliminar demonstrou que existe um comportamento convergente entre os dois, como se expe na Tabela 7, que rene os dados de ambos os atlas. Do total de ocorrncias, subtraram-se os 17 casos de alterao da vogal mdia.

    Tabela 7 ndices gerais referentes variao das vogais mdias em contexto postnico no final em amostra selecionada de cartas do MicroAFERJ e do AFeBG

    Amostra selecionada do MicroAFERJ e do AFeBG

    VarianteAnterior Posterior

    Oco Perc. Exemplo Oco Perc. ExemploAlta 23 9% cc[i]ga 189 54% pr[u]laMdia 156 60% cc[e]ga 47 13% pr[o]laCancelamento 82 31% cosca 118 33% [pera]Totais 261 100% 354 100%

    Os dados apresentam grande discrepncia quando comparados aos resultados obtidos com a amostra de fala espontnea (APERJ). Os ndices de cancelamento passaram de 11,9% e 19,4% para as vogais anteriores e posteriores, respectivamente (c.f. Tabela 2) para 31% e 33%, conforme a Tabela 7. Alm disso, a frequncia da mdia chegou a superar a do alteamento no mbito da vogal anterior, alcanando a marca dos 60%.

    As tabelas a seguir indicam os percentuais encontrados em cada atlas.

    Tabela 8 ndices referentes variao das vogais mdias em contexto postnico no final em amostra selecionada de cartas do MicroAFERJ

    Amostra selecionada do MicroAFERJ

    VarianteAnterior Posterior

    Oco Perc. Oco Perc.Alta 14 7,1% 150 55,4%Mdia 125 63,1% 32 11,9%Cancelamento 59 29,8% 89 32,8Totais 198 100% 271 100%

    Tabela 9 ndices referentes variao das vogais mdias em contexto postnico no final em amostra selecionada de cartas do AFeBG

    Amostra selecionada do AFeBG

    VarianteAnterior Posterior

    Oco Perc. Oco Perc.Alta 9 14,3% 39 47%Mdia 31 49,2% 15 18,1%Cancelamento 23 36,5% 29 34,9Totais 63 100% 83 100%

    Um ndice mais significativo de manuteno da mdia era esperado e confirmou a hiptese de que o monitoramento da fala inibiria o alteamento da vogal. Mas ainda assim, no se esperava que a representatividade da

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    Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 47, n. 3, p. 275-282, jul./set. 2012

    vogal mdia fosse to mais expressiva que a da alta, como ocorreu no mbito de /e/. O ndice de manuteno para essa vogal (60%) aproxima-se muito mais dos resultados referentes fala culta no corpus NURC, 77,3% do que dos encontrados para falantes com o mesmo grau de escolaridade (6,5%). Isso corrobora a hiptese de que as variantes mdias, fortemente relacionadas lngua padro, por figurarem com frequncia na fala culta, na fala popular ocorreriam apenas em situaes com algum grau de formalidade.

    Por outro lado, o aumento do cancelamento que, a princpio, parece ir contra a hiptese levantada, explicado pela constituio lexical do corpus. No momento da elaborao do questionrio geolingustico, os pesquisadores procuram observar, entre outros, os processos de apagamento que ocorrem nos vocbulos proparoxtonos e que os encaixam no padro acentual paroxtono. Por isso, ele composto, em sua maioria, por itens com estrutura fonottica que favorece a reduo silbica, o que ser detalhado no prximo item, em observao pontual do lxico encontrado.

    A exemplo do que se fez em relao fala espontnea, retiraram-se do total dos dados os casos de cancelamento a fim de se verificar a variao na concretizao da vogal:

    Tabela 10 ndices referentes concretizao das vogais mdias em contexto postnico no final por tipo de amostra geolingustica

    AmostraAnterior Posterior

    [i] [e] [u] [o]

    MicroAFERJ 14/13910%125/139

    90%150/182

    82%32/18218%

    AFeBG 9/4022%31/4078%

    39/5472%

    15/5428%

    importante sublinhar que o quadro das vogais posteriores mais aproximado do de entrevistas do tipo DID do que o das anteriores. Nos dados dos atlas, a posterior ainda manteve um maior percentual de alteamento (95,5% na fala espontnea (APERJ) e 82% e 72%, no MicroAFERJ/AFeBG). Nos atlas, no que se refere vogal anterior, a manuteno da mdia mostrou-se fortemente predominante sobre o alteamento (90% e 78%), o que corrobora a ideia de que a vogal anterior, em contexto postnico no final, mais resistente reduo fonolgica, embora tambm seja por ela atingida.

    O universo de apenas sete vocbulos permite realizar uma anlise pontual das sete cartas, observando com clareza cada item e, assim, buscando determinar de forma mais precisa os condicionamentos lexicais e fonotticos da variao no mbito das vogais mdias.

    Dos sete vocbulos estudados (cf. Tabela 11), seis apresentam, em sua estrutura fonottica, condies para a reduo das slabas postnicas. A queda da vogal permite

    ressilabao tanto pela formao de um onset complexo nas palavras tero (utro), rvore (arvre), abbora (abobra) e fsforo (fosfro) quanto pela transposio do tepe e da fricativa sibilante, que abrem slaba nos termos prola e ccegas, para a coda silbica anterior: perla e cosca.

    Tabela 11 ndices referentes s sete cartas dos corpora geolingusticos

    MicroAFERJAnterior [i] [e]

    ccegas 14/6444%11/6417%

    39/6439%

    nmero 0/650%62/6595%

    3/655%

    tero 0/698%52/6975%

    17/6917%

    Total 14/198 125/198 59/198

    Posterior [u] [o]

    rvore 37/6855%9/6813%

    22/6832%

    abbora 26/7037%13/7019%

    31/7044%

    fsforo 35/6851%8/6812%

    25/6837%

    prola 52/6580%2/653%

    11/6517%

    Total 150/271 32/271 89/271AFEBG

    Anterior [i] [e]

    ccegas 2/219,5%2/219,5%

    17/2181%

    nmero 6/2227%14/2264%

    2/229%

    tero 1/205%15/2075%

    4/2020%

    Total 9/63 31/63 23/63

    Posterior [u] [o]

    rvore 4/1921%8/1942%

    7/1937%

    abbora 9/2340%4/2317%

    10/2343%

    fsforo 11/2446%1/244%

    12/2450%

    prola 15/1788%2/1712%

    0/170%

    Total 39/83 15/83 29/83

    No mbito de /o/, a palavra com menor ndice de cancelamento, prola (17% e 0%), teve um compor- tamento diferente das demais. A vogal alta esteve re- presentada em 80% e 88% dos casos, enquanto a mdia restringiu-se a apenas 3% e 0% das ocorrncias, mostrando que, nesse contexto, predomina o sistema de trs fonemas voclicos.

    Com relao a /e/, a palavra nmero apresentou ndice de cancelamento abaixo de 10%. Uma vez mantida a vogal anterior, nesse item lexical, a realizao como mdia chegou a 95% e 64% nas amostras do MicroAFERJ e AFeBG, respectivamente. Lembra-se, entretanto, que esta

  • Sobre vogais mdias em posio postnica ... 281

    Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 47, n. 3, p. 275-282, jul./set. 2012

    proparoxtona tambm pode ter sua estrutura reduzida de outras formas, como pelo apagamento da vogal postnica no final e da consoante no ataque da slaba subsequente, (numo), pela queda completa da slaba postnica no final, (nuro), ou ainda de outras formas menos comuns, como a tambm encontrada nos atlas (num). J a segunda palavra com menos apagamento de /e/ tero, com ndices de 17% e 20% apresentou apenas um caso de alteamento (uma em 68 ocorrncias): a vogal mdia foi preservada em 75% dos casos, nos dois atlas.

    6 Consideraesfinais

    A utilizao de diferentes amostras mostrou-se relevante, uma vez que permitiu avaliar, com maior acuidade, como se comportam as vogais mdias em contexto postnico no final na fala popular do Rio de Janeiro. Verifica-se que o alteamento atua de forma assimtrica: no mbito de /o/, sua implementao evidente em qualquer situao comunicativa; no mbito de /e/ refreado pela maior formalidade do discurso.

    Tambm a comparao dos resultados desta anlise com os obtidos em estudos anteriores sobre a fala popular e culta da capital do Estado (c.f. item 4), fornece evidncias, a um tempo convergentes e divergentes, quanto atuao do alteamento: (a) nas regies Norte e Noroeste, na fala popular, em situao de fala espontnea, apesar da alta frequncia desse processo, ainda se observam casos de concretizao das variantes [e] e [o], diferentemente do que ocorre na capital, em que o alteamento, tanto da vogal anterior quanto da posterior, categrico; (b) o comportamento da vogal mdia anterior na fala popular monitorada de diferentes regies do Estado coincide com o que se observa na fala culta carioca no monitorada, em que a variante [e] predomina largamente sobre a alta.

    Isso sugere que, na cidade do Rio de Janeiro, nesse contexto, se implementariam trs vogais /i u a/ na variedade popular e quatro /i e a u/ , na culta, em situao de fala espontnea. J nas demais reas do Estado, se estaria configurando um quadro bastante favorvel ao uso do subsistema de trs vogais, s inibido, principalmente no que tange vogal anterior, quando o falante monitora seu discurso, o que se representa a seguir.

    Quadro 1 Vogais em contexto postnico no final segundo variedade/estilo na fala do Rio de Janeiro

    Cidade do Rio de Janeiro Demais regies do Estado

    Variedade culta Variedade popular Variedade popular

    - monitorada - monitorada - monitorada + monitorada/i e a u/ /i a u/ /i a u/ /i e a u/

    Tais constataes, naturalmente, requerem estudo mais aprofundado que no s leve em conta situaes

    discursivas mais monitoradas tambm no mbito da fala carioca, mas ainda focalize, de forma mais detalhada, implicaes de natureza lexical, aqui apenas esboadas por meio do controle da varivel classificao lexical.

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    Recebido: 28/2/2012Aprovado: 30/4/2012Contato: [email protected] [email protected]