DEBUXO

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Exhibition by André Graça Gomes. Curated by Mário Caeiro. Director of the FCT/UNL LIbrary, José Moura

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DEBUXO é a primeira exposição da Biblioteca FCT no Campus de Caparica, em 2011. Já numa tradição continuada, este espaço procura receber todos os anos propostas de novos criadores recém-formados nas Escolas de arte do País, com destaque para jovens oriundos da ESAD | Caldas da Rainha. Têm sido gratificantes as propostas e os desafios apresentados e sentimos que a Biblioteca tem contribuído para a afirmação destes artistas emergentes.DEBUXO é uma exposição de desenhos. Um turbilhão de imagens que o artista capta e preserva, consciente ou inconscientemente, e que a sua memória de algum modo seleccionou. Imagens inesperadas e diferentes, porque relacionadas com algo que marcou muito, quem sabe… Tal como acontece com qualquer um de nós.André Graça Gomes risca, com dureza e de um modo preciso, o espaço branco das grandes folhas de papel. O branco

Fernando J. Santana

Director FCT

José J. G. Moura

Director da Biblioteca FCT,

Campus Caparica

e preto, a força do risco imprimem imagens que vêm do recôndito e de espaços perdidos da mente. Vivências, ou experiências ou extrapolações ou distorções de uma realidade? Fotogramas? As imagens (cenas) desenvolvem-se quase como uma sequência de um projecto cinematográfico a lembrar Bergman, Tarkovsky ou um grito surdo e contundente de uma pintura de Munch. O visitante vai fazer o seu percurso e descobrir a sua leitura. É um facto que a arte, de uma forma geral, não se confina a temáticas e estilos prefigurados; ela permite que possamos explorar uma imagem a partir da importância que cada um lhe concede. E que uma só (uma mesma) imagem pode conceber um infindável número de significados, ser apresentada através de meios, formas e técnicas tão diversificadas, quanto surpreendentes. Como diz André Graça Gomes… somos antes de mais, fabricadores de imagens. E a memória (como a entendo), é Ela própria um repositório de imagens…É este Arquivo da Memória que é explorado, imagens/imagem que dizem respeito à existência directa, mas também à intuição. Imagens que, primeiro pessoais, se podem de imediato ‘universalizar’ na experiência visual de cada um. Até porque, todos nós, enquanto seres humanos, temos características perceptivas comuns, a diferença reside na forma como vivenciamos, valorizamos e armazenamos essas mesmas percepções. Cada ser humano é único.

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Os desenhos exibem uma escala de grandes dimensões e, num registo agressivo, demonstram a forma como as coisas são indefinidas na nossa mente. As obras assumem uma deriva nostálgica onde as personagens das cenas vagueiam algures entre a vida e a morte; a luz e a sombra; o preto e o branco. É através da intenção do artista que lhes é dado esse novo lugar: a obra de arte. Obra que se impõe a si própria o diálogo inteligente com o contexto arquitectónico (imagem e espaço), a circulação dos espectadores (o índice que é uma porta aberta para lado nenhum), a sua processualidade gráfica (‘explicada’ nos resquícios pisados da grafite). E depois, de forma magnífica, contém, afinal, nesta espécie de altar maneirista à imponderabilidade do humano – como num cenário – o drama de que todos somos parte expectante.

Há o acontecimento. Imagens na memória dos factos acontecidos no passado. Mas a memória altera e reconstrói permanentemente esses factos e as sucessivas novas memórias, e por conseguinte o próprio passado.O trabalho de André Graça Gomes promove uma reflexão sobre o tempo, a memória e o artista. Quando chega o momento do fazer, do acto artístico, as imagens sofrem uma reconstrução, e estabilizam-se sob a forma de uma “última imagem” que só provisoriamente culmina o processo: cada obra fecha e abre um ciclo de imagens, como que, de um filme do mundo, sob o crivo do pensamento artístico. Mais que uma suspensão gráfica do tempo, o trabalho de André Gomes permite-nos assim surpreender a própria interpretação dinâmica que a memória faz do real, num infinito desdobrar de camadas inter-relacionadas e inter-referenciais.

Mário Caeiro

Arquivo da Memória

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Nadir Afonso

Os desenhos…

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Os desenhos de André Graça Gomes emergem da complexificação dos traços do desenho que preenchem, uma vez que a harmonia da obra não está na perfeição das coisas mas nas leis que regem a sua composição.

A distinção entre a perfeição — qualidade física dos corpos — e a harmonia — qualidade geométrica dos espaços é essencial quando abordamos a obra de arte. Quando os estetas falam de beleza, no sentido mais correcto do termo, referem-se indistintamente quer à nossa noção de perfeição quer à nossa noção de harmonia. Por isso não se poderia afirmar se, por

exemplo, um retrato de mulher — que representa uma figura com um corpo deformado — é belo ou não é belo e isto porque ele pode ser ao mesmo tempo, harmonioso — as relações entre os espaços em si são determinadas por qualidades geométricas — e imperfeito — a disposição dos órgãos ou membros, tal como são aí representados.

A representação dos corpos e seus derivados sentimentos, qualidades imanentes do objecto, estão bem expressas nos desenhos de André. Esses atributos na sua diferente consistência reflectem-se na representação das figuras.

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13 de Agosto de 2010

André Graça Gomes nasceu a 23 de Junho de 1985, em Chaves.Licenciou-se em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR) em 2008. Desde então tem vindo a desenvolver trabalho em várias áreas de expressão visual; cenografia para teatro, vídeo, pintura e desenho, sendo as duas últimas o foco central do seu trabalho pessoal. Desde o final do curso, tem vindo a expor os seus trabalhos regularmente. Paralelamente, trabalha como colaborador para Nadir Afonso.

André Graça Gomes

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Biblioteca FCT/UNLJosé Moura, directorAna Alves Pereira, coordenadoraSílvia Reis, produção

ExposiçãoCuradoria, Mário CaeiroTexto em catálogo, Nadir Afonso Calendário:15 de Fevereiro de 2011, Inauguração14 de Abril de 2011, Finissage e palestra

Filme: Ricardo Reis

Imagens: Carlos Lampreiap. 15, Mário Sousapp. 6/7, 12/13, Ricardo Reis

Design Gráfico: Luís Silva

Horário: 15 de Fevereiro a 15 de Abril 20112.ª a 6.ª | 09:00h às 20:00

Informações:Divisão de Documentação e BibliotecaSecção AdministrativaFaculdade de Ciências e Tecnologia / UNLQuinta da Torre2829-516 Caparica Portugal

Tel: +351 21 294 78 29 Ext: 15701 Fax: +351 21 294 83 47Email: [email protected] URL: http://biblioteca.fct.unl.pt/Blog: http://bibliotecaunl.blogspot.com/

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BIBLIOTECA DA FCT/UNL CAMPUS DE CAPARICA15 FEVEREIRO A 15 ABRIL 2011