Declaração de leitura amigos de Jó

9
Trabalho de Aconselhamento Pastoral Título: Os Três Amigos de Jó e Seus Discursos Professor: Pr. Nenê Aluno: Alexandre Ramos de Souza

Transcript of Declaração de leitura amigos de Jó

Trabalho de Aconselhamento Pastoral

Título:

Os Três Amigos de Jó e Seus Discursos

Professor: Pr. Nenê

Aluno: Alexandre Ramos de Souza

INTRODUÇÃO

O livro de Jó é ímpar dentro da literatura do A.T. Seu conteúdo e narração de estilo poético lhe dão um tom de didático entre todas as coisas.

Ele é único onde de fato há um diálogo entre Satanás (acusador) e o SENHOR. Isto não é visto em nenhuma outra ocorrência no A.T, em nenhum outro lugar no A.T. Satanás tem registrado seu discurso, as suas falas.

A nível de informação, vale dizer que o nome YHVH aparece neste livro 29 vezes em 22 versículos; destas ocorrências aparece uma única vez durante a aflição de Jó, isto é, Jó cita ao SENHOR por nome apenas em um único verso (12.9) em todo seu discurso e seus amigos nem mesmo uma única vez citam este Nome. Entre o capítulo 2 e o 38, o nome de Deus aparece uma única vez neste verso do capítulo 12

Nas ocorrências anteriores o nome de Deus aparece entre os capítulos 1 e 2, 17 vezes quando Este discursa com Satanás e depois quando o SENHOR aparece para Jó, 11 vezes entre os capítulos 38 e 42.

Em Jó é descoberto o segredo da aflição e infortúnio dos que obedecem a Deus, enquanto que em muitos casos os ímpios prosperam. O livro de Jó nos mostra que há uma batalha de caráter sendo travada. Satanás procurou retirar o amor voluntários de Suas criaturas, acusando-as de somente amarem ao SENHOR pelas bênçãos que recebem, e acusando a Deus de apenas ser amado por Seus filhos enquanto os alimenta e protege.

Se o serviço do homem e seu amor a Deus for causa de qualquer coisa direta ou programada de Deus no homem, então Satanás acertou em suas acusações contra Deus e contra o homem. Se o amor a Deus for influenciado diretamente por Deus então Satanás venceu em suas acusações.

Jó nos mostra que o amor e a obediência a Deus não é algo programado por Deus no Homem, mas é um reflexo do conhecimento deste mesmo Deus que possui o homem.

OS AMIGOS DE JÓ

Os amigos de Jó são Elifaz, Bildade e Zofar.

Elifaz provavelmente é o mesmo personagem de Gênesis 36.4, o qual é filho de Esaú e Ada.

Elifaz é Temanita, ou seja, ele é da terra de Temã."Estes [são] os príncipes dos filhos de Esaú: os filhos de

Elifaz, o primogênito de Esaú, o príncipe Temã, o príncipe Omar, o príncipe Zefô, o príncipe Quenaz." (Gn 36.15)"O príncipe Coré, o príncipe Gaetã, o príncipe Amaleque; estes são os príncipes de Elifaz na terra de Edom; estes [são] os filhos de Ada." (Gn 36.16)

Amaleque, o povo destruídosegundo o mandado do SENHOR, é descendente deste amigo de Jó.

Quanto ao segundo amigo de Jó que é Bildade, não ocorre outra vez seu nome em toda Escritura senão apenas no livro de Jó e sua terra natal “Sua” não ocorre outra vez. Este é o amigo de Jó menos identificável.

O terceiro amigo de Jó é Zofar. Este é outro nome que não ocorre na Escritura. Significa pardal.

OS AMIGOS DE JÓ

1º discurso de Elifaz - Elifaz responde à queixa de Jó de maneira até então encobertamente rude e acusativa.

Ele iniccia seu 1º discurso respondendo e lembrando a Jó de que quando a desgraça caiu sobre os outro, Jó lhes serviu de conselheiro. Na verdade, antes de louvar a Jó, Elifaz parece antes acusar a Jó de tolo por não aprender o que ele mesmo ansinava.

No verso 5.8 ele aconselha a Jó de buscar a Deus pois anteriormente disse que a desgraça não cai sobre o justo mas sobre o ímpio (4.7ss.). Encobertamente as acusações já começam contra Jó por parte de Elifaz.

Jó responde a Elifaz dizendo que não se queixaria de seu nascimento e não amaldiçoaria sua vida se não tivesse motivos paraa isso, assim como o jumento não zurra de fome quando tem limento (6.5).

Jó se mostra ao amigo e reafirma seu direito não somente de queixar-se quanto ainda de ser consolado por seus amigos (6.14ss.) ele os compara com um riacho temporário que se seca quando o buscam na necessidade, assim são os amigos de Jó.

Jó diz ainda que não suplicou nada a seus amigos, apenas se queixou e queria ser entendido. Ele não suplicou para ser liberto de tal situação (6.22) apenas para ser ensinado por seus amigos e destruído por Deus antes destas desgraças sobrevirem a ele.

Jó termina sua resposta a Elifaz dizendo que ele sabe reconhecer a desgraça quando a prova e que sabe discernir seu próprio estado.

2º Discurso de Elifaz – Elifaz começa seu 2º discurso mais claro, e diz que Jó escolheu a linguagem da impiedade, que está deixando de temer a Deus.

Elifaz acusa Jó de ser ímpio pois sua sorte é sorte de ímpio e ainda mais que Jó não aceita seu pecado segundo Elifaz, então se constitui em soberbo.

Jó responde dizendo que está na desgraça e às beiras da morte porém ainda mantém seu discurso e certeza de que não pecou (16.17).

3º Discurso de Elifaz – Elifaz inicia seu discurso dizendo que Deus não tem vantagem alguma em Jó obedecê-Lo ou nãao. Deus está apenas retribuindo, sem ódio ou de maneira particular, ao pecado de Jó (22.5).

Acusa a Jó de ter explorado o pobre, e recusado a ajudar os necessitados mesmo sendo rico! Por isso Elifaz fala que o que ocorre com Jó não é de maneira nenhuma surpresa ou motivo de admiração. (22.10).

Mais uma vez apelam para que Jó retorna a Deus e então poderá ser restituído. (22.23 e 30).

Jó responde dizendo que não se afastou de Deus e entesourou Suas palavras mais do que alimento (23.12).

1º Discurso de Bildade – Bildade começa repreendendo a Jó por este alegar que mesmo se tivesse pecado a ponto de receber tão grande paga, então Deus deveria perdoá-lo.

Bildade diz que se Deus visse pureza em Jó, este o socorreria (8.5,6). Bildade diz que assim como o papiro e as algas crescem na água e não sem elas, assim não se mantém também vivas mas morrem de imediato quando retiradas da água, assim é o estado de Jó, segundo Bildade, Jó sofre desgraças por ter se apartado de Deus. Sua sorte é sorte de ímpio e não de justo.

Jó concorda com Bildade em que os ímpios são castigados, mas insiste em que, mesmo se um homem for justo, não poderá competir com Deus num pleito. Deus é grande demais para qualquer humano.

Jó se declara inocente (9.21) e mesmo assim assume sua desgraça reconhecendo que Deus extermina se quiser a qualquer um e este não poderia questionar a atitude de Deus. Então Jó reafirma sua integridade, mas aceita que Deus o está destruindo mesmo ele sendo justo.

Jó diz ainda que a terra é entregue nas mãos do ímpio, estes governam, e Jó diz, se não é Deus quem os faz governar então quem é? (9.24).

Jó termina sua resposta a Bildade dizendo que já que nenhum homem pode estar contrário a vontade de Deus, então não há motivos para se esforçar ou lutar contra Deus (9.29, 30).

2º Discurso de Bildade – Bildade desfere um duro discurso contra Jó e o faz lembrar de que a doença come sua pele (18. 13), sua casa está destruída, Deus o condenará, estranhos habitarão em sua casa, seu nome e sua memória passarão e não se fará menção dele, não há descendentes de sua honra e seu nome será apagado.

Jó o repreende por sua maldade de mostrar a Jó e lembrar-lhe de sua desgraça (19.1). Eles continuam a lhe atormentar.

3º Discurso de Bildade – Bildade após Jó assegurar que os justos são livrados no final por Deus e que os ímpios punidos, diz que não há justos diante de Deus. Todos são como larvas e vermes.

Jó repreende a este discurso zombando com ironia e desprezo. O que em nossas traduções sãoperguntas, na verdade são afirmações de Jó acerca do discurso de Bildade.

1º Discurso de Zofar – Zofar a princípio é o mais diretamente rude contra Jó. Ele o acusa de tagarela e zombador. Ele diz que Deus está retribuindo a culpa de Jó mesnos ainda do que seria justo. (11.6).

Zofar declara a onisciência de Deus e diz que certamente Ele viu a iniquidade do coração de Jó, e seus pecados. Mas ele diz que ainda há esperança para Jó caso ele abandone seu pecado (11.12 a 15).

Jó responde a ele dizendo que também tem discernimento e que ainda não perdeu o juízo.

No capítulo 13 Jó responde a seus três amigos juntos, e diz que estes estão apenas cobrindo Jó de mentiras. Se ficassem calados seriam mais sábios do que expondo as palavras que disseram até aqui.

Jó passa agora não a se defender mas a acusar seus amigos de mentir proferidores de lixo (13.12)

2º Discurso de Zofar – Zofar acusa a Jô dizendo que tudo o que o ímpio pode acumular e provar ou plantar neste mundo ele terá que devolver. Este amigo de Jó lhe acusa de Cobiçoso e por isso tinha tantas casas (20. 19, 20). Este acontecimento com Jó é a prova de que assim era Jó em sua vida. No final de seu discurso Zofar diz que o céu revela a culpa do ímpio, um fogo aceso por míngüem o consome (20.29).

Quanto a este discurso, Jó não parece responder senão afirmando que os ímpios prosperam epossuem bens (21.7 a 12) e mais... eles vão à sepultura em paz (21.13). Jó diz que sua vida ditosa é seguida como exemplo por outros por isso (21.32, 33).

CONCLUSÃO

Os amigos de Jó erraram por não conhecerem toda a história acerca da desgraça de Jó. Devemos lembrar que ela partiu de Satanás e foi incitada por ele.

Não havia injustiça em Jó para causar tais desgraças em sua vida e nem falta de fé ou qualquer outra coisa, mas há um acusador que, no intuito de desmoralizar a Deus, diminuir a glória e amor que este recebe, acusou Jó de amar a Deus e Lhe obedecer apenas por interesse ou por causa do amor irrestrito de Deus.

Se os amigos de Jó soubessem do pano de fundo das calamidades de Jó, não o teriam acusado, e certamente se Jó o soubesse daria glória a Deus mais ainda do que Fez mesmo tendo passado por onde passou.

אפנהאנה Ána Efnê?

Para onde posso me voltar? אני רודף אחר חוקיך, מחד

Eu sigo Suas leis, por um lado (aní rodêf achár chokêcha, meichád)

מאידך תשוקתי אותי רודפת E por outro, minhas paixões me perseguem.

(meidách tshukatí otí rodéfet)בוש ונכלם אבוא בשעריך  

 Envergonhado, entrarei pelos seus portões (bush ve nechlâm avó be shearêiach) 

 והלילות הארוכים והבדידות ושנים 

E as noites longas, e a solidão e os anos (ve ha leilót ha-aukím, ha-bedidút ve ha-shaním)

והלב הזה שלא ידע מרגוע   E esse coração que não teve paz

(ve ha-lêv hazé she-ló idêa margoa)  עד שישקוט הים, עד שינוסו הצללים 

Até que o mar se acalme, até que as sombras desapareçam (ad she eshkót ha-iâm,ad she ianússu ha-tsilalím)

  לאן אלך, אנה אפנה, כשעיניך מביטות בי

Para onde irei, para onde me volto, quando os Seus olhos me olham? (leân elêch, ána efnê, kshê einêicha maitót bi)

איכה אברח, איך לא אפנהPara onde fugirei, como posso não me afastar?

(eichá evrách, eich ló efanê)בין אמת לאמת

Entre a verdade e a verdade (bin emét le emét)בין הלכה למעשה

Entre a Lei e a prática (bin alachá le ma'assé)בין הימים ההם לזמן הזה

Entre os tempos antigos e os modernos (bin ha iamím ha-hem la zman ha zé)

בין הנסתר לנגלהEntre os dias escondidos e os revelados

(bin ha-nistár la niglê)בין העולם הבא לעולם הזה

Entre o mundo por vir e este(bin ha olâm ha-bá, la olâm ha zé)

רודף אחר חוקיך, מאידך תשוקתי אותי שורפתEu sigo Suas leis, e por outro lado minhas paixões me queimam

(rodêf achár chokêcha, meidách tishukatí otí soréfet)עזה כמוות, איומה כנדגלות

Ferozes como a morte terrível como tropas com bandeiras(Azá kamavét aiumá ki nigdgalót)

הלילות הארוכים והבדידות והשניםAs longas noites, e a solidão e os anos

(ha leilót ha-arukím, ha bedidút ve ha-shaním) והלב הזה שלא ידע מרגוע

E este coração que ainda não conheceu a paz(ve ha-lêv ha zé she-lóidêa margôa) עד שישקוט הים, עד שינוסו הצללים

Até que o mar se acalme, até que as sombras desapareçam(ad she ieshkót ha-iâm ad she ianússu ha-tsilalím)

השיבניMe traga de volta!

(hashivêni)