Declaracão de Voto vereadores PS: Relatório e Contas de 2014
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Transcript of Declaracão de Voto vereadores PS: Relatório e Contas de 2014
Gabinete da Vereação do Partido Socialista na Câmara Municipal do
Seixal
Declaração de Voto sobre o Relatório de Prestação de Contas 2014
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Vereadores: Eduardo Rodrigues; Elisabete Adrião; Samuel Cruz Pág. 1
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O relatório da prestação de contas 2014 reflete o resultado da atividade Municipal e
consequentemente espelha o trabalho que o Executivo executou com os dinheiros
públicos postos á sua disposição neste ano á frente dos destinos da Câmara do Seixal.
Dando continuidade ao trabalho que o Partido Socialista tem vindo a desenvolver neste
órgão e de uma forma construtiva perante a difícil conjuntura económico-social
apresentamos a nossa avaliação, perante a evidência que se verifica um esforço, mas
também uma obrigação legal do Executivo no sentido de corrigir a deficitária situação
financeira dos últimos anos na Câmara Municipal do Seixal.
Da análise ao Relatório de Gestão e a Prestação de Contas relativos ao exercício de 2014
evidenciamos alguns aspetos que merecem a nossa preocupação e que importa elencar.
Destaque especial ao facto de ser percetível que a CMS não se conseguiu assumir neste
exercício como motor do desenvolvimento económico do Concelho, na medida em que se
verifica que a execução em Investimento foi insignificante representado pouco mais de
4% da receita total, num montante de 3.3 milhões de euros. Manifestamente insuficiente.
Justiça seja feita, e sem dúvida que este documento reflete uma evolução qualitativa na
apresentação da prestação de contas, pese embora se perceba que continua a usar
subterfúgios financeiros, por forma a conseguir abater e resolver as muitas formas usadas
em exercícios anteriores para tentar embelezar o resultado do pesado fardo do
endividamento de executivos anteriores, tentando-nos fazer crer numa gestão exemplar,
mas que não deixa de ser algo enganosa.
Pese embora se verifique uma evolução positiva do ponto de vista financeiro e da
prestação de contas, evidenciador do esforço do executivo CDU para corrigir o enorme
endividamento. A verdade é também que, o Executivo foi obrigado a inverter a sua forma
de gestão por força da legislativa dos últimos Governos e que agora começa a colher
frutos.
No entanto é nossa obrigação no sentido de contribuir para a boa gestão dos dinheiros
públicos verter nesta declaração a nossa posição critica e as recomendações que
consideramos ser pertinentes:
Gabinete da Vereação do Partido Socialista na Câmara Municipal do
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No serviço da divida constata-se que o montante total dos dois anos é semelhante
cifrando-se em cerca de 5,5 Milhões de euros. No entanto o resultado da sua utilização é
bem diferente. Em 2013 cerca de 5.1 Milhões de euros foram utilizados para amortizar
divida e só 400 mil euros foram para juros. Já no ano 2014 mais de 2 milhões de euros
foram para pagar juros e só 3.5 Milhões foram utilizados em amortizações.
Em matéria de Balanço verificam-se inconformidades não explicadas. Em 2014 no
Imobilizado em Curso inscreveu-se um montante de 6 milhões de euros, contra os 5
milhões de 2013 o que pressupõem um incremento de 1 milhão de euros. Sendo que, o
investimento foi de 3.2 Milhões de euros, mais os 5 milhões de 2013, era esperado pelo
menos 8.3 milhões em Imobilizado em Curso e tal não se verifica. Razão pela qual temos
que questionar que inconformidades estão inscritas nesta rubrica, ou que explicação é
dada para o resultado.
Em matéria de empréstimos concedidos verifica-se a inscrição de 170 mil euros, montante
já inscrito em 2013. Os empréstimos concedidos devem ser saldados, e tal não se
verificou nem em 2013 nem em 2014. Que empréstimo se trata e por que razão não foi
recebido ate agora?
Na conta de clientes, contribuintes de cobrança duvidosa inscreve-se cerca de 39 milhões
de euros, ninguém terá duvidas que este é um valor extremamente elevado, verifica-se
também que já se encontram caucionadas provisões do mesmo montante. Perante esta
evidência o PS recomenda a devida analise da divida, bem como que se retire
definitivamente os montantes que se conclua terem caducado efetivamente.
Ainda e em matéria de dívidas de clientes de cobrança duvidosa, é preocupante o facto
de se ter chegado a tão elevado montante. O Executivo alterou esta política? Que
medidas foram tomadas para que a situação não se repita ou não venha a aumentar nos
próximos anos?
Nas dívidas de terceiros, verifica-se que a divida da Camara à ADSE em 1 de Janeiro era
de cerca de 11.9 milhões de euros, qual a divida atual?
Gabinete da Vereação do Partido Socialista na Câmara Municipal do
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No balanço a conta 51, Património, qual a explicação para um aumento de cerca de 10
milhões de euros comparativamente com 2013?
Verifica-se também a inscrição de 2 milhões de euros na rubrica 292 provisões para
riscos e encargos (Estas situações são inscritas normalmente quando a instituição tem
processos contra si). A que se deve este montante?
Outra situação recorrente e que o PS já alertou o ano anterior e que evidencia jogos
contabilísticos para embelezar os resultados é aquela que se pode encontrar no mapa de
Demonstração de Resultados Extraordinários, onde temos correções relativas a
exercícios anteriores num montante de 5.7 milhões de euros. Já no ano anterior se tinha
verificado a inscrição de 5.3 milhões, o que nos leva a questionar! Que mais continua
escondido, e que voltará a ser reconhecido no exercício de 2015? Esta correção de valor
tão elevado não faz sentido a não ser que seja necessário corrigir anormalidades
cometidas deliberadamente em anos anteriores.
Esta necessidade corretiva aqui verificada é a prova provada que as contas do ano
anterior estavam erradas e o PS alertou há um ano atrás. Esta situação continua-nos a
deixar muitas reservas relativas à prestação das contas deste ano 2014.
Na receita fiscal, verifica-se o que já era expectável. A verba arrecadada referente ao IMI
aumentou 15.6%, muito acima do orçamentado. Também a Derrama apresentado um
resultado crescente de 129%. Importa ressalvar que o Partido Socialista apresentou nesta
Câmara uma redução do IMI e Derrama a fim de aliviar a fiscalidade dos munícipes,
situação que foi rejeitada pela maioria CDU.
Ainda, e numa breve análise final à estrutura da Despesa destacam-se efectivamente
indicadores completamente contrários ao que seria desejável e expectável numa
economia saudável e que se pretende que perdure:
• Indicador Execução de Investimentos/Receitas Totais fica-se pelos 4.18%, em 2013 foi
de 5,59% (diminuiu ainda mais).
• Indicador Execução de Investimentos /despesas de capital fica-se pelos 21,7%, em
2013 foi de 24,82% (diminuiu ainda mais).
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• Indicador Execução Investimentos /despesas totais fica-se pelos 4.42%. em 2013 foi de
5,65% (diminuiu ainda mais).
• Indicador das despesas com pessoal representa 44.04% das despesas totais,
montante extremamente elevado.
Importa ainda realçar que o grosso da despesa global foi executado nas rubricas de
recursos humanos e aquisição de bens e serviços. Itens que deverão merecer por parte
do Executivo uma atenção redobrada e ser vistos como uma questão estratégia de
restruturação no futuro.
Em conclusão, pese embora se verifique uma redução da Divida Global, continuamos
convictos que muito mais é necessário fazer de forma reduzir custos e canalizar o
excedente para investimento em despesas de capital.
Reforçamos que, a nossa posição evidenciada já em anos anteriores se mantém intacta e
vai no sentido de recomendar ao Executivo que urge encontrar soluções para um
desenvolvimento sustentável da economia local, porque neste campo nada tem sido feito
nos últimos anos.
Perante os factos e porque se o município tem dividas, também os munícipes as têm. E
mais tarde ou mais cedo viremos será o munícipe a pagá-las, quer pelo aumento de taxas
ou serviços, quer pelo aumento de impostos diretos.
O Partido Socialista tem sucessivamente apresentado aquando da apresentação dos
Orçamentos propostas que visam o alívio dos esforços das famílias nas contribuições
fiscais que revertem para a administração local e que dependem exclusivamente da
vontade da Câmara. Infelizmente a maioria CDU que governa a Câmara tem
sucessivamente recusado as nossas propostas, mesmo perante as evidências das
receitas dos Impostos diretos virem aumentando ano após ano e havendo espaço para
que o Executivo Comunista reduzir a incidência fiscal, especialmente em matéria de IMI.
Concluindo, reconhecemos o esforço e a obrigação legal do Executivo Comunista no
sentido de corrigir a situação deficitária da Câmara do Seixal, pese embora se verifique
Gabinete da Vereação do Partido Socialista na Câmara Municipal do
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que as contas de 2014 não refletem de forma verdadeira a real situação financeira do
Município.
E porque, se a verificar a existência de uma gestão virada simplesmente para a despesa
corrente sem qualquer indicador valorativo de investimento que alavanque o
desenvolvimento sustentável na economia regional, os Vereadores do Partido Socialista
não se revem na gestão e nas politicas incrementadas ao longo do ano 2014 as quais são
manifestamente insuficientes para a melhoria do bem-estar da população residente no
Seixal.
Seixal 16 de Abril de 2014.
Os Vereadores do Partido Socialista
Eduardo Rodrigues
Elisabete Adrião
Samuel Cruz