DEFEITOS - madeira.ufpr.br · tecidos são procurados para fins decorativos; ... depositados nos...
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Defeitos
• Anomalias da forma do tronco da árvore, da
sua seção transversal, como também da
estrutura e da cor do lenho que possam reduzir,
restringir ou mesmo anular a utilização da
madeira.
Defeitos na forma do tronco
• Qualquer desvio da forma ideal:
– Influências do local de crescimento (ação
conjunta do clima, condições do terreno,
temperatura, umidade, insolação, ventos,
espaçamento, etc.)
– Conseqüências da hereditariedade.
Defeitos na forma do tronco
• Conicidade
• Tortuosidade
• Bifurcação ou aforquilhamento
• Tronco sulcado
• Tronco com reforço basal
Conicidade
• Depende da espécie, idade da árvore, altura dotronco, etc.
• Peças serradas obtidas de troncos acentuadamentecônicos apresentam baixa resistência mecânica,especialmente à flexão pois grande parte do tecidofibroso é separado, diminuindo a coesão naturaldeste.
• Sob o ponto de vista econômico: > prejuízo naprodução de vigas
• Em geral, tem-se grande desperdício de madeira(costaneiras, aparas, lâminas defeituosas no início.
Tortuosidade
• Desvio permanente dos troncos da forma de umareta;
• Não permite aproveitamento do volume total dastoras;
• Peças de madeiras oriundas de troncos tortuososapresentarão grãs irregulares que comprometem aresistência mecânica, causam dificuldade noacabamento e provocam deformações de secagem.
• Principais causas: hereditariedade, condições decrescimento, inclinação do terreno, ação de ventosfortes, fototropismo.
Bifurcação ou Aforquilhamento
• Reduz o volume aproveitável das toras;
• Responsáveis: desenvolvimento de brotos apicaispróximos, perda repetida da gema terminal porroeduras, ataques de insetos, geadas tardias epredisposição natural a esta formação;
• Desenhos ornamentais especiais que surgem naszonas de bifurcação em decorrência do desvio dostecidos são procurados para fins decorativos;
• A região do bifurcamento é em regra sem qualquervalor. Mas determinadas espécies são procuradaspara a fabricação de faqueados com desenhos emforma de pirâmide.
Bifurcação ou Aforquilhamento
• Forquilha: quando se forma dois ou mais
troncos ao invés de um só.
– Medula múltipla: se o defeito ocorre junto ao
solo. Causado pelo desenvolvimento de vários
brotos próximos, por dano no caule ou
predisposição natural;
– Duplo tronco: árvores que crescem separado e
se fundem.
Tronco Sulcado
• Evidenciado com o envelhecimento da árvore;
• Caracterizado por anéis de crescimento formandolinhas fortemente onduladas;
• Redução material lenhoso aproveitável(desperdício na confecção de peças), redução doemprego da madeira bruta (p. ex. Desapropriadapara a fabricação de laminados de madeira)
• Produz desvios na direção da grã e oscilação damassa específica.
• Distintas características de contração provocamuma larga tendência para o aparecimento derachaduras e encanoamento.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Dos anéis de crescimento
• Largura irregular: ocorre quando existemvariações bruscas na área de plantio da árvore ounas condições climáticas, provocando alteraçõesna alimentação radicular;
• Deslocado: devido à ausência de séries de vasosem determinadas regiões do lenho, estas regiõescrescem menos que as adjacentes;
• Excêntrico: quando a medula não ocupa o centroda seção transversal do tronco; devido à força dovento ou gravidade, o forte insolação lateral;
• Ondulado: anéis de crescimento de formaondulada entre os raios medulares.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Bolsa de resina
– Pequenas bolsas planas, cheias de resina que
aparecem dentro de um anel de crescimento
anual.
– Obstruem os raios e interrompem o fluxo de
substâncias na formação do cerne
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Falso Cerne
– Apresenta-se em diferentes formas acompanhando
o cerne normal.
Coração vermelho
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Duplo Alburno
– Apresenta-se dentro do cerne normal em forma anular
com espessura ou largura média;
– Causado por danos produzidos no alburno primário
devido a uma estação exageradamente fria e como
conseqüência as células mortas do alburno perdem a
capacidade de transformar amido em substâncias de
tanino necessárias para a formação do cerne.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Nodosidade
– Nó é a porção basal de um ramo que se
encontra embebida no tronco ou peças de
madeira, provocando na sua vizinhança desvios
ou a descontinuidade dos tecidos lenhosos.
– Quanto à aderência pode ser vivo, morto ou
solto.
Nó
• Nó vivo: corresponde a época em que o ramoesteve fisiologicamente ativo, havendo perfeitacontinuidade de seus tecidos lenhosos com os dotronco;
• Nó morto: corresponde a um galho que morreu edeixou de participar do movimento do tronco; nãohá continuidade estrutural e a sua fixação dependeapenas da compressão periférica exercida pelocrescimento diametral do fuste;
• Nó solto: nó circular com grande parte dos tecidosjá mortos que, devido à falta de aderência aostecidos adjacentes e diferenças no comportamentode contração cai no momento da secagem.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Defeitos Grã
• Crescimento espiralado: é aquele que não ocorre paralelamente ao eixo do tronco, mas em sentido espiral.
• Grã ondulada ou crespa: trajeto ondulado dos tecidos, desvio do crescimento normal em diâmetro como resultado da posição inclinada das células cambiais na superfície tangencial.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Lenho de reação: árvores que se desenvolvem sob
o efeito de esforços externos contínuos formam
dois tipos especiais de lenho, provavelmente
devido a um estímulo assimétrico de hormônios de
crescimento, visando compensar o esforço
imposto.
• Lenho de tração – folhosas
• Lenho de compressão – coníferas
Lenho compressão - coníferas
• Caracteriza-se macroscopicamente pela presençade crescimento excêntrico, transição quaseindistinta entre LI e LT, devido ao fato das célulasdo LI apresentarem paredes mais espessas que onormal, aparência sem brilho e cor mais forte queo tecido são.
• Microscopicamente os traqueóides revelam umcontorno arredondado, deixando entre eles espaçosintercelulares. Em seção longitudinal observam-serachaduras obíquas em suas paredes, que afetam aresistência mecânica.
Lenho compressão - coníferas
• Lenho com excessiva dureza, elevado conteúdo delignina e baixo de celulose, orientação espiraladada estrutura fibrilar submicroscópica e ausência dacamada S3 da parede celular.
• Principais conseqüências: comportamentodesigual, elevada instabilidade dimensional,madeira quebradiças, baixas qualidades detrabalhabilidade; propensão a empenamentos nasecagem; maior resistência à compressão axial eperpendicular.
Lenho de Tração - Folhosas
• Geralmente associado ao crescimento excêntrico,mas bem mais difícil de ser constatadomacroscopicamente;
• Normalmente apresenta uma coloração distinta,mais clara do que o lenho normal e a superfícieapresenta-se sedosa.
• Microscopicamente fibras com espessamentoanormal de suas paredes internas, conhecidas porfibras gelatinosas, que o caracterizam e conferemà madeira um brilho especial. As paredes possuemelevado conteúdo de celulose, enquanto lignina équase ausente.
Lenho de Tração - Folhosas
• Conseqüências:
– difícil trabalhabilidade, pois as superfícies das peçasapresentam-se ásperas, oferecem dificuldades na aplicaçãode pregos, etc.;
– grande instabilidade dimensional com tendência aoaparecimento de colapso;
– valor comprometido pela coloração anormal;
– elevada resistência a esforços de tração e baixa resistência àcompressão e flexão;
– surgimento de compensados empenados, corrugados erachados;
– dificuldades nas operações de cozimento para fabricação depapel originando produto de baixa qualidade.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Lenho de cicatrização
– Aparece na região de ferimentos, locais onde o câmbio em
uma área menor ou maior havia morrido;
– O calo cicatricial ocorre pelo fato do câmbio intacto
desenvolver-se em forma de uma protuberância calosa;
– Comportamento diferente do lenho normal no que diz
respeito à estabilidade dimensional, tendência à
deformações e torceduras, difícil trabalhabilidade.
– Na região da injúria é possível o surgimento de numerosos
outros defeitos secundários: descoloração, englobamentos,
alterações estruturais, ataques de fungos e insetos.
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Inclusões minerais
– Substâncias minerais em forma diluída são retiradas do
solo pela árvore e podem se transformar em ligações
insolúveis, como o oxalato de cálcio e silicato, nos
capilares submicroscópicos da parede celular ou serem
depositados nos lumes das células;
– São consideradas defeitos quando levam a uma
petrificação;
– Dificultam a trabalhabilidade, provocando um rápido
desgaste das ferramentas;
Defeitos na Estrutura Anatômica
• Fendas
– Fendas por contração: formam-se em grande quantidade na
superfície das madeiras, geralmente no abate;
– Fendas do cerne, da medula e raios: vão desde a medula até a
casca, se formam nos extremos do tronco pouco após o abate em
conseqüência de uma contração desigual;
– Fendas de frio: devidas às tensões que surgem da ocorrência de
estações frias intensas, as camadas externas do tronco se esfriam
muito e contraem mais que as camadas internas;
–
Fendas
– Fendas por formação de anéis de crescimento de
largura irregular: originam-se de variações
bruscas na área de plantio ou nas condições
climáticas, provocando alterações na alimentação
radicular;
– Fendas de insolação: originam-se em
conseqüência de contrações muito elevadas
durante o verão intenso e seco, quando as reservas
de água do tronco atingem o limite crítico.