DEGRADAÇÃO DA HIDROCLOROTIAZIDA POR PROCESSO UV/H O · 2019. 1. 31. · peixes (Mckeon et al,...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
DEGRADAÇÃO DA HIDROCLOROTIAZIDA POR PROCESSO UV/H2O2
BÁRBARA ALMEIDA DE LIMA
NATAL – Junho
2018
Bárbara Almeida de Lima
DEGRADAÇÃO DA HIDROCLOROTIAZIDA POR PROCESSO UV/H2O2
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado junto a
coordenação do curso de Engenharia Ambiental da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos
básico para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Douglas do Nascimento Silva
Coorientador: Profa. Ma. Larissa Caroline Saraiva Ferreira
Natal - Junho
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Lima, Bárbara Almeida de.
Degradação da Hidroclorotiazida por processo UV/H2O2 / Bárbara Almeida de Lima. - 2018.
38 f.: il.
Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil,
Curso de Engenharia Ambiental. Natal, RN, 2018.
Orientador: Prof. Dr. Douglas do Nascimento Silva.
Coorientadora: Profª. Ma. Larissa Caroline Saraiva Ferreira.
1. Poluentes emergentes - Monografia. 2. Fármacos -
Monografia. 3. Processos avançados - Monografia. 4.
Descontaminação - Monografia. I. Silva, Douglas do Nascimento.
II. Ferreira, Larissa Caroline Saraiva. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 504.5
Elaborado por FERNANDA DE MEDEIROS FERREIRA AQUINO - CRB-15/316
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, sem ele nenhum objetivo é alcançado com glória, tudo no tempo Dele,
tudo da melhor maneira para se acontecer.
Á minha mãe e irmã que sempre me deram todo apoio e sempre estiveram ao meu lado nos
melhores e piores momentos, além de uma gigante paciência com os estresses de um último
semestre, e até não apenas só o último.
Ao meu companheiro, Artur, que sempre se mostrou solícito comigo nos momentos de
naufrágio e me ajudou a me reerguer independente de quaisquer que fossem os obstáculos.
Obrigado pelo companheirismo, auxilio, paciência, disposição para me acompanhar nas
minhas jornadas e por abrir mão junto comigo de várias coisas.
Aos meus orientadores nesta jornada, Professor Douglas e Professora Larissa, que sempre
estiveram a minha disposição, sem vocês esse TCC não sairia. Obrigado por todo auxilio!
Aos meus companheiros de laboratório, Fernando, Erika e Kaanda, por todos os momentos
vividos no NUPEG, especialmente a Fernando, que aguentou todos os meus desesperos, me
acalmava e encontrava soluções para os problemas, obrigado!
Não podendo esquecer também dos meus amigos do curso, que sempre me incentivaram com
suas brincadeiras, mas sem vocês eu mesma não acreditaria em mim, obrigado a todos, Igor,
Andreza, Filipe G., Mariliza, André, Raul, David.
Aos meus amigos em geral, gostaria de agradecer pela compreensão do sumiço. Para chegar-
mos a um objetivo precisamos abdicar de certas coisas, precisamos elencar prioridades e com
isso deixamos algumas coisas de lado, não por não serem importantes, mas por um motivo
maior em que as pessoas que nos amam de verdade estarão torcendo por nossas vitórias,
mesmo que pra isso algumas coisas mudem.
Aos meus Chefes do Estágio, João e Tiago, por toda compreensão para a conclusão do curso,
muito obrigada!
RESUMO
Os mananciais utilizados no abastecimento estão cada vez mais poluídos com substâncias que
as Estações de Tratamento de Esgoto convencionais não tratam. Umas das substâncias
problemáticas são os poluentes emergentes que podem afetar o sistema endócrino de seres
vivos, podendo ocorrer a feminização de peixes, quando consumidos em períodos de
desenvolvimento da espécie. Os poluentes emergentes (PE) não são degradados com
tratamentos convencionais. Para que os mesmos sejam degradados ou reduzidos a uma forma
mais biodegradável é necessário a utilização de processos avançados de oxidação (POAs),
biorreatores de membrana ou aumentar o tempo de retenção do lodo ativado. Neste trabalho
abordaremos a utilização de um POA, em escala laboratorial, para degradar o PE
Hidroclorotiazida (HCT), pelo processo UV / peróxido de hidrogênio, processo de oxidação
que utiliza peróxido de hidrogênio e luz UV para degradar o poluente. A degradação do HCT
foi bastante significativa, com resultados bem expressivos onde conseguiu-se eliminar todo
poluente em boa parte dos experimentos e no restante conseguiu-se atingir mais de 90% de
degradação. Assim, esse trabalho mostra que o POA utilizado é eficaz no tratamento de águas
residuais com este fármaco.
PALAVRAS CHAVE: Fármacos. Processos avançados. Descontaminação. Poluentes
emergentes. POA.
ABSTRACT
One of the environmental problems are related to the quality of water and for how much time
we will still have adequate water for human consumption. Our sources are increasingly pol-
luted with substances that STSs can’t treat with their treatment models. Some of the problem-
atic substances are the emergent pollutants that can affect the endocrine system of living be-
ings, and the feminization of fish may occur when consumed during periods of development
of the species. Emergent pollutants (EP) aren't degraded with conventional treatments. For it
to be degraded or reduced to a more biodegradable form it is necessary to use advanced oxi-
dation processes - AOP, membrane bioreactors or increase the time of the activated sludge. In
this article we will discuss the use of AOPs, in a bench scale, to degrade EP hydrochlorothia-
zide (HCT) by the UV / hydrogen peroxide process, oxidation process using hydrogen perox-
ide and UV light to degrade the pollutant. The degradation of HCT was quite significant, with
very significant results, it was possible to eliminate all the pollutants in most of the experi-
ments and in the rest it was possible to reach more than 90% of degradation. Thus, this work
shows that the AOP used is quite effective in the treatment of wastewater with this drug.
KEY WORDS: UV/ H2O2. Hydrochlorothiazide. Degradation. Emerging pollutants. POA.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema do funcionamento do HPLC …………………......................................16
Figura 2 – Fórmula estrutural do HCT ………………………………………..………...........17
Figura 3 – Diferentes caminhos dos fármacos no meio ambiente ………………..................19
Figura 4 – Esquema do Reator Utilizado ……………………………………….....................25
Figura 5 – Esquema do Processo dos experimentos ……………………………....................26
Figura 6 – Ajuste de curvas do Experimento 1 da Etapa 1 .....................................................29
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Vantagens e desvantagens do POA/ H2O2 ………………...................................15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Cálculo da solução inibidora ………………………………..................................22
Tabela 2 – Curva de calibração do HCT no HPLC ..................................................................23
Tabela 3 – Equações da cinética da reação …...........……………………………..................24
Tabela 4 - Planejamento experimental da etapa 2 …………………………………...............25
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Resultado dos experimentos da Etapa 1 ...............................................................27
Gráfico 2 – Cinética da degradação dos experimentos 1 ao 5 da Etapa 2 ...............................30
Gráfico 3 – Cinética da degradação dos experimentos 6 ao 10 da Etapa 2 .............................30
Gráfico 4 – Cinética da degradação dos experimentos 1, 2, 5, 9 e 10 da Etapa 2 ...................31
LISTA DE SIGLAS
ANA – Agência Nacional de Águas
DBO – Demanda bioquímica de oxigênio
CRQ – Conselho Regional de Química
DE – Desregulador Endócrino
ETA – Estação de Tratamento de Efluentes ( português de portugal)
ETE – Estação de Tratamento de Efluentes
FE – Fase estacionária do HPLC
FM – Fase móvel do HPLC
H2O2 – Peróxido de Hidrogênio
HCT – Hidroclorotiazida
HPLC - High performance liquid chromatography - Cromatografia líquida de alta eficiência.
IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry
nm – Nanomêtro
NUPEG - Núcleo de Ensino e Pesquisa em Petróleo e Gás da UFRN
PE – Poluente Emergente
pH – Potencial Hidrogeniônico
PPM – Partículas por milhão
POA – Processo Oxidativo Avançado
SCB - Sistema de Classificação Biofarmacêutica
TGI – Trato gastro intestinal
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UV – Luz Ultravioleta
VTG – Vitelogenina
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................11
2. REVISÃO DE LITERATURA ..........................................................................................14
2.1. PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO .................................................................14
2.2. PROCESSO UV/ H2O2 ...............................................................................................15
2.3. ANÁLISE DE MONITORAMENTO – MÉTODO HPLC .......................................16
2.4. HIDROCLOROTIAZIDA ..........................................................................................17
2.5. FÁRMACOS E SAÚDE .............................................................................................18
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ..............................................................................22
3.1. OBJETO DE ESTUDO ..............................................................................................22
3.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .....................................................................23
3.2.1. PRIMEIRA ETAPA .....................................................................................23
3.2.2. CINÉTICA DA REAÇÃO ............................................................................24
3.2.3. SEGUNDA ETAPA .....................................................................................24
3.2.4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .......................................................25
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .....................................................................................27
4.1. ETAPA 1 .....................................................................................................................27
4.2. CINÉTICA DA REAÇÃO .........................................................................................28
4.3. ETAPA 2 .....................................................................................................................29
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................33
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................................34
11
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, tem sido observado crescente tendência em pesquisas voltadas para o
estudo da presença de poluentes emergentes nos corpos aquáticos e no sistema público de
abastecimento de água, principalmente na classe dos fármacos. Esse interesse é justificado
não somente pela quantidade que esses compostos tem sido consumidos e excretados, mas
principalmente, pelas consequências advindas ao meio ambiente e a saúde pública da
população.
Estudos mostram que uma das consequências para o corpo aquático são a feminização de
peixes (Mckeon et al, 1995) e resistência bacteriológica e antibiótica nos seres vivos
(Jorgensen et al, 1998; Gimeno et al, 1998).
O aumento da presença dos fármacos no meio ambiente é consequência do uso de
medicamentos pela população no tratamento de doenças, que ainda é mais acentuado com a
automedicação que aumenta o consumo desordenado e sem orientação médica, e contribui
para a presença excessiva desses compostos nos corpos aquáticos. Atualmente, cerca de 11
milhões de substâncias químicas são conhecidas, dentre elas, mais de 4.000 são produtos
farmacêuticos utilizados em cerca de 10.000 especialidades diferentes (GIGER, 2002). O
consumo em países desenvolvidos assusta, a Alemanha, por exemplo, têm superado desde
2001 a quantidade de 100 toneladas por ano de fármaco, esse sendo apenas os valores
registrados por vendas lícitas (TERNES et al, 2002).
O consumo excessivo de medicamentos alimenta a superprodução das indústrias
farmacêuticas, que fabricam e vendem quantidades alarmantes de medicamentos. No Brasil,
por exemplo, existiam no ano de 2015 456 indústrias farmacêuticas e 105.227 farmácias
comerciais, hospitalares, de manipulação e públicas, de acordo com o Conselho Federal de
Farmácia (2015). O Brasil se encontra em 6º posição entre os maiores mercados
consumidores de medicamentos no cenário mundial (CFF, 2016).
Dentre os diversos tipos de fármacos, destaca-se a Hidroclorotiazida (HCT), fármaco
antiipertensivo de grande consumo, que se encontra de 12 compostos prioritários para estudos
no período de 2015 a 2020 HOCHSTRAT (2015). este fármaco se encontra na lista de 12
compostos prioritários para estudos no período de 2015 a 2020. Estudos que analisam a
presença de fármacos em rios, obtiveram concentrações elevadas de HCT entre 24 fármacos
estudados (VALCÁRCEL, et al., 2011).
12
A forma como os fármacos atingem o sistema de esgoto e os corpos aquáticos se dá através de
excreção, isso porque eles são metabolizados ao serem consumidos, por órgãos como fígado,
rins, glândulas suprarrenais e pulmões e então são excretados na composição original ou
modificados. (SARMAH et al., 2006). Também podem chegar ao sistema de esgotamento da
cidade pelo descarte incorreto dos medicamentos vencidos.
As ações de alguns destes compostos sobre a biota acarretam disfunções reprodutivas e
estudos apontam que também podem ser indutores de cânceres. Em relação aos seres
humanos, embora ainda não tenham sido estabelecidas relações de causa e efeito conclusivas,
várias pesquisas indicam a possibilidade de que a maior incidência de distúrbios como
defeitos de nascimento, alterações comportamentais e neurológicas, deficiência imunológica,
puberdade acelerada, qualidade do sêmen e cânceres tenham relação com poluentes
emergentes com ação desreguladora endócrina (REIS FILHO et al, 2007).
Por causa dos problemas que os fármacos podem gerar no meio ambiente e aos seres vivos, há
uma necessidade de que as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) tratem o esgoto
doméstico de forma que reduzam as concentrações após o tratamento. A metodologia
convencional utilizada no tratamento das ETEs é meramente biológica, que não é capaz de
eliminar por completo os fármacos que chegam às estações de tratamento de esgotos urbanos.
(SAAE, 2006). A análise de efluente tratado de uma planta de tratamento de efluentes na
Espanha quantificou a presença de metoprolol, propanolol, carbamazepina, ácido salicílico,
benzafibrato, ibuprofeno, acetoaminofeno, diclofenaco, naproxen e ácido clofíbrico na faixa
de concentração entre 0,01-0,69 µg L-1, isso mostrou que o processo convencional utilizado
pela ETE não foi eficaz para eliminar esses fármacos (PEDROUZO et al, 2007).
Na legislação brasileira são encontradas resoluções como a 357 de 2005, a 430 de 2011 do
CONAMA e a Portaria 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde, que tratam das condições e
padrões de lançamento de efluentes e das concentrações máximas permitidas de compostos no
ambiente. Em nenhuma dessas legislações encontram-se padrões que regulam concentrações
máximas dos fármacos, tanto no manancial, como no esgoto a ser lançado e também na água
potável a ser consumida.
O Brasil apresenta um cenário parecido, segundo a ANA (2017), 70% dos municípios
brasileiros possuem remoção máxima de 30% da carga orgânica gerada e 56% dos municípios
possuem vazão suficiente para diluir a carga orgânica. A dificuldade no tratamento está
relacionada a quantidade de carga orgânica produzida. Yang (2011) através de estudos
13
comprovou a má eficiência dos tratamentos convencionais de ETEs, encontrando
concentrações de fármacos nos mananciais receptores do efluente.
Para o tratamento adequado dos poluentes emergentes é necessário que as ETEs possuam em
sua composição um tratamento específico e ideal para reduzir a concentração do fármaco.
Para atingir esse nível de tratamento de efluente, deve-se utilizar processos de tratamentos
avançados, como por exemplo os processos avançados de oxidação, biorreatores de
membrana ou aumentar o tempo do lodo ativado, mas os compostos ainda assim
permaneceriam no lodo (URASE E KIKUTA, 2005; SIRES et al., 2007; CARBALLA et al.,
2007). Dentre eles, os POAs se destacam pela grande eficiência na degradação de compostos
orgânicos tóxicos e persistentes, sem a necessidade de recorrer à utilização de outros
oxidantes químicos de maior potencial de contaminação (PIRKANNIEMI E SILLANPÄÄ,
2002; FREITAS et al., 2008).
Dentre os diversos métodos de POA destaca-se o processo UV/H2O2, procedimento simples
que utiliza, de modo geral, apenas um reator, radiação UV e o oxidante forte para degradar
contaminantes, como o peróxido de hidrogênio, que possui baixo custo no mercado e solúvel
em água.
Sendo assim, o presente trabalho analisou, em escala laboratorial, a remoção do fármaco
Hidroclorotiazida (HCT), de uma solução aquosa, utilizando reator de baixo custo e o
processo oxidativo avançado (POA), UV- H2O2 .
14
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
Os processos oxidativos avançados (POA) têm sido descritos como alternativa para a remoção
de poluentes persistentes e de efluentes com elevada carga orgânica, quando os tratamentos
convencionais não alcançam a eficiência necessária (AMORIM et al, 2009). Os POA se
baseiam em processos físico-químicos capazes de produzir alterações profundas na estrutura
química dos poluentes, e são definidos como processos envolvendo a geração e uso de agentes
oxidantes fortes, principalmente radicais hidroxila (HO•) (TARR, 2003).
Os radicais hidroxila são espécies extremamente reativas e pouco seletivas (MELLO et al,
2009). Esses radicais atacam moléculas orgânicas pela abstração de um átomo de hidrogênio
ou pela adição às duplas ligações, ofertando melhor rendimento ao processo. O mecanismo
mais aceito para a degradação de um composto orgânico genérico (R) pelo radical hidroxila
pode ser representado de acordo com as Equações 1 a 4.
HO• + RH → H2 O + R• (1)
R• + H2 O2 → ROH + HO• (2)
R• + O2 → ROO• (3)
ROO• + RH → ROOH + R• (4)
Esses radicais podem ser produzidos utilizando-se agentes oxidantes como o ozônio, o
peróxido de hidrogênio, além da radiação UV, ou de combinações como O3/H2O2, O3/UV,
H2O2/UV, O3/H2O2/UV, e da combinação de peróxido de hidrogênio com íons ferrosos no
chamado Reagente de Fenton (AZBAR et al, 2004).
Os POAS podem ser considerados economicamente e ecologicamente inadequados para tratar
águas residuais que possuam alta concentração de constituintes orgânicos, porque o consumo
de oxidantes aumenta com o aumento da quantidade de matéria orgânica. Entretanto, estes
processos podem ser usados para transformar os constituintes orgânicos recalcitrantes do
efluente em compostos mais biodegradáveis (GULYAS, 1997).
15
2.2. PROCESSO UV / H2O2
O processo UV / H2O2 usa o peróxido de hidrogênio como oxidante, que se converte em
radicais hidroxilas na presença ou não de luz UV. É considerado um oxidante versátil, sendo
superior ao cloro, ao dióxido de cloro e ao permanganato de potássio (MATTOS et al., 2003).
Ainda segundo MATTOS et al (2003) o peróxido ainda pode ser utilizado como agente
oxidante (H2O2 + 2H+ +2e
- > 2 H2O; 1,77 V) ou agente redutor (H2O2 + 20H > O2 + H2O +
2e- ; -O,15V).
O radical hidroxila pode ser eficientemente gerado a partir de sistemas que envolvem
peróxido de hidrogênio (H2O2) e radiação ultravioleta (UV), como mostrado na Equação 5
(TIBURTIUS & PERALTA-ZAMORA, 2004).
A produção do radical hidroxil envolve a cisão homolítica da molécula de peróxido, o que
ocorre com a quebra de uma ligação sigma de elevada energia (MORAIS, 2005).
H2O2 + hv (254 nm) → 2 ∙0H (5)
A formação do radical HO∙ ocorre devido à oxidação direta peróxido através da irradiação
UV, mostrado na equação 6, 7 e 8 (SOUZA et al., 2010).
H2O2 + hv → 2HO∙(6)
H2O2 + O2- → HO∙ + HO
- + O2 (7)
RH + HO∙ → H2O + R∙ → produtos oxidados (8)
As vantagens e desvantagens desse POA estão descritas no Quadro 1.
Quadro 1 – vantagens e desvantagens do POA UV/ H2O2
Vantagens Desvantagens
Solubilidade do peróxido em
água.Custo do processo
Geração de dois radicais OH- po
molécula de peróxido fotolisada
o peróxido funciona como um
capturador de radicais hidroxil
estabilidade térmica
Procedimentos de operação
simples
Inexistência de problemas de
tranferência de massa
taxa de oxidação química do
poluente é limitada pela taxa
de formação dos radicais
hidroxil
16
Fonte: FIOREZE et al, 2014
O emprego do H2O2 combinado com radiação ultravioleta resulta numa reação indireta, muito
poderosa por causa do potencial de oxidação do radical hidroxila (E0= +2,80 V) que é mais
elevado que o do peróxido de hidrogênio molecular (E0 = +1,78 V), podendo assim,
promover uma oxidação mais enérgica (BRITO & SILVA, 2012).
Um dos fatores mais negativos do peróxido de hidrogênio é o fato de que o mesmo pode agir
como capturador de radicais HO∙, mostrado na Equação 9 (SOUZA et al., 2010),
comprometendo a degradação.
H2O2 + HO∙ → H2O + HO- (9)
2.3. ANÁLISE DE MONITORAMENTO – MÉTODO HPLC
O monitoramento do processo pode ser realizado pela contagem de carbono no sistema pelo
analisador de carbono orgânico total, pela cromatografia líquida ou pela cromatografia gasosa.
O método da Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) funciona de forma que a
amostra é dissolvida em um solvente e introduzida na coluna cromatográfica preenchida com
a fase estacionária (FE), o solvente (FM) é bombeado com vazão constante e desloca os
componentes da mistura através da coluna. Esses se distribuem entre as duas fases de acordo
com suas afinidades e as substâncias com maior afinidade com a FE movem-se mais
lentamente. Já as substâncias com pouca afinidade com a FE movem-se mais rapidamente.
Então, ao sair da coluna, os componentes passam por um detector que emite um sinal elétrico
o qual é registrado, constituindo um cromatograma. (CRQ – IV, 2010) Um esquema do
funcionamento do HPLC é mostrado na Figura 1.
Figura 1 – Esquema do Funcionamento do HPLC .
Fonte: CRQ – IV, 2010
O processo de análise é validado por outros autores que também utilizaram da Cromatografia
líquida em suas análises, como Mello et al (2009), Vazques – Roig et al (2010), entre outros
que validam os resultados encontrados para a degradação por meio UV/H2O2.
17
A cromatografia gasosa se difere da líquida, pois a cromatografia gasosa separa os compostos
pela temperatura de ebulição dos mesmo.
2.4. HIDROCLOROTIAZIDA (HCT)
A composição deste medicamento em comprimidos de 50 mg é de hidroclorotiazida e
excipientes como amido, dióxido de silício, celulose micro cristalina, estearato de magnésio e
talco. O medicamento é utilizado para o tratamento da pressão alta, quer isoladamente ou em
associação com outros fármacos anti-hipertensivos. Pode ser ainda utilizado no tratamento
dos inchaços associados com insuficiência cardíaca congestiva (condição em que o coração é
incapaz de bombear sangue suficiente para satisfazer as necessidades do corpo), cirrose
hepática (condição ocasionada por certas doenças crônicas do fígado que destroem suas
células) e com a terapia por corticosteroides ou estrógenos (hormônios). Também é eficaz no
inchaço relacionado a várias formas de disfunção renal, como síndrome nefrótica (condição
caracterizada por presença de proteína na urina), glomerulonefrite aguda (inflamação dos
glomérulos dos rins) e insuficiência renal crônica (condição nas quais os rins apresentam
atividade abaixo dos níveis normais). (BRAINFARMA)
Figura 2 – Fórmula estrutural do HCT
Fonte: KONZEN et al, 2003
A HCT (Figura 2) possui a nomenclatura IUPAC (sistemática) 9-cloro-5,5-dioxo-5^6-tia-2,4-
diazabiciclo[4.4.0]deca-6,8,10-triene-8-sulfonamida, sua fórmula molecular é representada
por C7H8ClN3O4S2 e peso molecular igual a 297,75g/mol (ANVISA, 2010)
A HCT é um pó cristalino branco, praticamente inodoro, com sabor levemente amargo. O
fármaco é levemente solúvel em água, facilmente solúvel em álcool etílico e metílico, solúvel
em acetona, livremente solúvel em dimetilformamida, em n-butilamina, e em soluções de
hidróxidos alcalinos. É praticamente insolúvel em éter, em clorofórmio e em ácidos minerais
diluídos (Farmacopéia brasileira, 2010; MCEVOY, 2001).
18
É um fármaco diurético da classe dos tiazídicos. São chamados diuréticos os fármacos que
induzem ao aumento do fluxo urinário. Estes agentes são inibidores do transporte iônico,
diminuindo a reabsorção de Na+ em diferentes locais do néfron. Como resultado, o Na + e
outros íons como o Cl- , permanecem no filtrado em quantidades maiores que as habituais,
levando de modo passivo, água consigo, para manter o equilíbrio osmótico. (Mycek et al.,
1998).
A HCT é absorvido razoavelmente rápido pelo trato gastrintestinal (TGI) e começa a produzir
diurese em cerca de 1 hora (Berndt e Stitzel, 1996). Apresenta uma biodisponibilidade de 65 a
70% e estima-se que a HCT age no organismo durante 5 à 15 horas. Parece estar
preferencialmente ligada às células vermelhas sanguíneas, sendo excretada, em sua maioria
inalterada pela urina. A velocidade e a extensão com que a hidroclorotiazida é absorvida pelo
TGI depende da formulação administrada. Cerca de 61% do fármaco é eliminado pelo
organismo dentro de 24 horas (MCEVOY, 2001).
De acordo com o Sistema de Classificação Biofarmacêuticas (SCB) a HCT faz parte da classe
IV (Löbengerg e Amidon, 2000), ou seja, é um fármaco com baixa solubilidade e baixa
permeabilidade, tornando-se desafiador para as ETEs, pois os fármacos da classe IV são
aqueles que potencialmente apresentam problemas de absorção quando administrados por via
oral (Amidon et al., 1995).
2.5. FÁRMACOS E SAÚDE
Estudos realizados por UEDA et al, 2009, por meio de entrevista, mostram que 88,6% da
população descartam os fármacos no lixo doméstico, outros 9,2% o descarta por meio do
esgoto doméstico e 2,2% fazem esta destinação de outro modo. A consciência da população
quanto ao descarte desse tipo de resíduo sólido é fraca, o descarte no esgoto doméstico faz
com que os fármacos cheguem até o manancial e o descarte no lixo doméstico leva-os aos
aterros ou lixões onde os processos são a decomposição do lixo com liberação de gases dessa
composição ou a incineração, a Figura 3 ilustra como os fármacos consumidos podem chegar
nos mananciais.
19
Figura 3- Diferentes caminhos de fármacos no meio ambiente
Fonte: BILA e DEZOTTI, 2003.
Ainda não há estudos do comportamento de um fármaco nos aterros, mas hipoteticamente, o
fármaco pode sair por meio de gás ou se misturar ao chorume, indo à estação de tratamento do
aterro, quando se tem, permanecendo no meio ambiente. A incineração é um caso
preocupante, pois promove a queima de embalagens e frascos e pode promover a emissão de
dioxinas, caso não haja o controle correto da combustão (UEDA et al, 2009).
Segundo Ueda et al, 2009 entre 50 – 90 % de uma dosagem de fármaco é excretada pelo
organismo sem alterações e persiste no ambiente. Segundo Bila e Dezotti (2003)
investigações sobre a contaminação de diferentes ambientes aquáticos por fármacos residuais
revelam que esses contaminantes estão presentes em faixas de concentrações de µg/L e ηg/L.
Os fármacos foram detectados em todo mundo, tais como, antibióticos, hormônios,
anestésicos, antilipêmicos, meios de contraste de raios-X, antinflamatórios, entre outros,
foram detectados no esgoto doméstico, em águas superficiais e de subsolo. (STUMPF et al,
1999; TERNES, 1998; HISCH et al, 1999) Nas pesquisas de Stumpf et al (1999) a
concentração média nos efluentes das ETEs, dos fármacos estudados foram na faixa de 0,1 a
1,0 µg/L, nos rios as concentrações encontradas foram de 0,02 e 0,04 µg/L.
Segundo Bila e Dezotti (2003) os fármacos podem surtir efeito em quaisquer organismos e em
quaisquer níveis hierárquicos da biota, célula, órgãos, organismo, população, ecossistema.
20
Alguns autores falam sobre a resistência de microrganismos causados pela ação dos fármacos
no meio ambiente. Jorgensen et al (1998) em estudos mostrou indícios de que por meio da
exposição a fármacos em baixas concentrações ocorre a resistência a antibióticos. Miranda et
al (1998) investigou a resistência da espécie Aeromonas isoladas em ambientes aquáticos,
onde comprovou a obtenção da resistência com os antibióticos testados. A Escherichia coli
foi testada por Mckeon et al (1995), onde comprovou-se que a mesma adquiriu resistência a
16 antibióticos.
Estudos realizados por Irwin et al (2001) mostrou que as tartarugas fêmeas, da espécie
Chrysemys picta, quando expostas a estrogênio apresentam altos níveis de Vitelogenina
(VTG) no Plasma, que por consequência pode alterar o sistema reprodutivo, alterando a
produção de ovos.
Os efeitos dos fármacos em plantas e solo foi estudada por Migliore et al (1995), onde avaliou
os efeitos de antibióticos em três espécies de plantas e avaliou alteração no desenvolvimento,
crescimento e bioacumulação das plantas. Os fatores observados por Migliore foram a
modificação da microbiota do solo, onde observou-se o desenvolvimento de resistência
bacteriana e inibição do mecanismo natural do solo de remover pesticidas e xonobióticos.
Folmar et al (2000) associa doenças como câncer de mama, testicular e de próstata, ovários
policísticos e redução da fertilidade masculina, com a presença de fármacos na água,
dependendo da dose e do tempo de exposição.
O Comitê Científico da Toxicidade, Ecotoxicidade e Ambiente concluiu que, para a saúde
humana, há relação entre alguns desreguladores endócrinos e doenças, como o câncer de
testículo, de mama e de próstata, o declínio das taxas de espermatozoides, deformidades dos
órgãos reprodutivos e disfunção da tiroide.
Resta-nos então pensar sobre as regulamentações da exposição de fármacos no meio
ambiente. Boa parte do descarte incorreto ocorre por meio da ação da população, mostrando
que há falta de conscientização e falta de divulgação dos órgãos competentes do descarte
correto.
De acordo com a ANA (2017) do total de municípios do Brasil, 70% não possuem uma
estação de tratamento de esgotos. Dados do IBGE (2008) mostram que de 5 564 estações de
tratamento, apenas 129 possui outros tipos de tratamentos que não sejam os convencionais. E
ainda assim, as Indústrias farmacêuticas não são obrigadas, por leis, a receber o descarte de
21
fármacos, bem como os lojistas e distribuidoras (UEDA et al, 2009), deixando a deriva a
disposição desse resíduo.
22
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Os materiais utilizados foram um béquer (1L); uma lâmpada fluorescente (OSRAM HQL
de 400 W E 40, 55,0 lm/W), e um agitador magnético.
Os Reagentes utilizados foram: Hidroclorotiazida; H2O2 (> 29%, W/V) e Ácido sulfúrico
concentrado (H2SO4 P.A., Merck) para ajustar o pH. Para a preparação da solução
inibidora foi utilizado iodeto de potássio (KI, Merck; 0,1M), sulfito de sódio (Na2SO3,
Merck; 0,1M) e hidróxido de sódio (NaOH, Merck; 0,1M)
3.1. OBJETO DE ESTUDO
Para a elaboração do trabalho utilizou-se a Hidroclorotiazida, medicamento adquirido
por manipulação farmacêutica. Para todos os experimentos utilizou-se uma concentração
de 20 ppm da HCT ( 0,01g) diluída em água destilada.
Os Cálculos estequiométricos para a HCT, sendo utilizado 20 PPM do mesmo, obteve
como resultado que será necessário 1,8137 mmol de H2O2, equivalente a 61,44mg de
H2O2 por litro.
Para calcular a quantidade de cada reagente utilizado na solução inibidora foi utilizada a
fórmula de molaridade, como mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Cálculo da Solução Inibidora.
Reagentes Mols m (g)
KI 166 16,6
Na2SO3 126 12,6
NaOH 40 4
Volume (L) = 1
Molaridade (mol/L) = 0,1
M = m/MM*V m = M*MM*V
MASSA MOLAR (g/mol)
Fórmulas utilizadas
Fonte: Elaborada pelo autor
A análise da concentração do HCT foi realizada por meio de cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE, ou HPLC) que consistem num método analítico que tem por objetivo a
separação de distintas espécies químicas presentes numa amostra. (Chust, 1990). Para a
utilização do HPLC, foi preparado uma solução de 70% acetronitrila e 30% água como fase
23
móvel para o processo, para que o contaminante seja arrastado na análise do HPLC,
aumentando a concentração e assim obtermos melhores picos no resultado do HPLC.
Para que se quantifique a concentração do HCT no HPLC e que todo o processo ocorra bem, é
necessário fazer uma curva de calibração para o equipamento, foram utilizados 100 ppm do
HCT, resultando em 25 mg e um balão de 250 mL. A curva de calibração gerada a partir da
área cromatográfica obtida por esta solução está representada na Tabela 2.
Tabela 2 – Curva de calibração do HCT no HPLC
[HCTIAZIDA] ppm Diluição mL (Balão: 10 mL) Área cromatograma
1 30 7,5 324582
2 20 5 297316
3 10 2,5 165424
4 8 2 88097
5 6 1,5 74974
6 4 1 58126
7 2 0,5 26937
8 1 0,25
Fonte: Elaborada pelo autor
O experimento ocorreu no laboratório do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Petróleo e Gás –
NUPEG.
3.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O experimento foi realizado em duas etapas, na primeira foi observado o comportamento
cinético da degradação do HCT em meio aquoso, para aplicar a melhor degradação nos
experimentos subsequentes. A segunda etapa aborda a influência da concentração de peróxido
de hidrogênio na degradação do HCT. Em todos as etapas, foi fixado a concentração de HCT
em 20 ppm. As quantidades de reagentes utilizadas nos experimentos foram dimensionadas
utilizando como base o volume de 500 mL de solução final.
3.2.1. PRIMEIRA ETAPA
A primeira etapa consistiu em analisar o comportamento cinético da degradação do HCT e a
melhor metodologia de adição o H2O2, com a concentração de HCT fixa em 20 ppm. Foram
realizados 4 experimentos com duração de 60 minutos variando a forma de adicionar o H2O2.
O peróxido de hidrogênio foi adicionado de três formas diferentes, em uma única etapa no
primeiro experimento, sendo adicionado as 10 mL do H2O2 no tempo zero, em duas etapas no
segundo experimento, onde foi adicionado 5mL do H2O2 no tempo zero e as 5mL restante do
24
H2O2 no tempo de 60 minutos, e foi adicionado em três etapas no terceiro experimento, sendo
3,33 mL adicionados no tempo zero, 40 minutos e em 80 minutos.
3.2.2. CINÉTICA DA REAÇÃO
A cinética química é o estudo do comportamento temporal das reações químicas ou seja o
estudo da velocidade (taxas) na qual as reações químicas ocorrem e assim podemos
compreender como as reações químicas ocorrem (BROWN, 2005). Após a Etapa 1 é
importante montar a curva da degradação para posteriores dimensionamentos e para
entendermos como a degradação ocorre em escala temporal, as equações que regem as ordens
da cinética da reação são demonstradas na Tabela 3 abaixo.
Tabela 3 – Equações da Cinética da Reação
Cinética Fórmula inicial Fórmula final
Ordem 0
Ordem 1
Ordem 2
Equações da Cinética da Reação
Fonte: Elaborada pelo autor
A degradação deve obedecer à cinética de reação. As cinéticas de reação são imprescindíveis
para dimensionamentos de reatores para posteriores estudos, sejam eles de escala laboratorial
ou não.
3.2.3. SEGUNDA ETAPA
A segunda etapa determinará a concentração ótima para o peróxido, utilizando as informações
obtidas da Etapa 1, onde foram definidas as condições otimizadas do processo. Nessa etapa,
variou-se a concentração de peróxido de hidrogênio utilizando os dados obtidos na Etapa 1 de
tempo de reação e da forma de adição do peróxido de hidrogênio. As concentrações do
peróxido utilizadas estão apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4 – Planejamento experimental da 2º etapa.
25
34
EXP. [H2O2] mM [H2O2] mg
1 0,9075 15,4275
2 1,815 30,855
3 2,7225 46,2825
4 3,63 61,71
5 4,5375 77,1375
6 5,445 92,565
7 6,3525 107,9925
8 7,26 123,42
9 8,1675 138,8475
10 9,075 154,275
PM H2O2 (g/mol) =
[C7H8N3ClO4S2] = 20 ppm
2ª ETAPA: CINÉTICA DE DETERMINAÇÃO
DE CONCENTRAÇÃO ÓTIMA PARA O
PERÓXIDO
Fonte: Elaborada pelo autor
3.2.4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para todas as etapas descritas no planejamento experimental adicionou-se ao reator (Figura 4)
o volume do efluente necessário para o experimento (500 mL) e em seguida corrige-se o pH
com H2SO4 concentrado para que o pH fique na faixa de 3,0 evitando assim a precipitação de
óxi-hidróxidos férricos. (Teixeira e Jardim, 2004)
Figura 4 – Esquema do reator Utilizado.
Fonte: Elaborada pelo autor
26
Após a correção do pH é ligado o agitador mecânico e retira-se a primeira alíquota (alíquota
0) e liga-se a fonte de radiação (Lâmpada UV). E então se adiciona o peróxido de hidrogênio
ao sistema, de acordo com o planejamento, acionando o tempo instantaneamente.
O experimento roda na Etapa 1 por 120 minutos, sendo retiradas as alíquotas nos tempos 0, 2,
5, 10, 20, 30, 45, 60, 75, 80, 105, 120 minutos. As alíquotas retiradas são colocadas em
béqueres onde já se encontram com a solução inibidora (1 mL), que agiu esgotando a reação
que ocorria no reator e decompôs o peróxido residual. As amostras retiradas passarão por um
processo de extração para concentrar três vezes mais a amostra e ter uma maior detecção dos
picos no HPLC. Um esquema é mostrado na Figura 5.
Figura 5 – Esquema do processo dos experimentos.
Fonte: Elaborada pelo autor
Os Experimentos seguintes a Etapa 1 tem a duração do melhor resultado encontrado na Etapa
1, com retiradas de alíquotas iguais a retirada da 1º etapa, equivalente ao tempo de degradação
utilizado.
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Etapa 1
Os resultados dos experimentos da Etapa 1 estão demonstrados no Gráfico 1, onde mostra a
degradação normalizada.
Gráfico 1 – Resultado dos Experimentos da Etapa 1.
Fonte: Elaborada pelo autor
As análises e comparações feitas a partir dos resultados apresentados chegaram a conclusão
que as melhores degradações ocorreram nos experimentos 1 e 2 desta etapa, por possuírem
uma velocidade de reação maior na etapa inicial do processo, degradando o composto mais
rapidamente. Os resultados apresentados nesses experimentos são muito próximos, chegando
a uma porcentagem de degradação do HCT de 99,13% para o experimento 1, 99,45% para o
experimento 2 e 99,23% para o experimento 3. A diferença encontrada nos experimentos 1 e 2
desta etapa é apenas a forma de adição do peróxido, pois são adicionados aos dois
experimentos a mesma concentração de peróxido.
Nota-se que o 1º experimento da primeira etapa teve uma degradação menor no início do
processo do que o segundo experimento. Isso ocorre porque, provavelmente, a concentração
de peróxido de hidrogênio era alta para a solução, pois foi adicionado todo o peróxido de uma
única vez, o que ocasionou a competição e o sequestro dos radicais hidroxilas no sistema.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 20 40 60 80 100 120
[HC
T]/
[HC
T]0
tempo (min)
Degradação de HCT x tempo
EXP 1
EXP 2
EXP 3
28
Então ao ser adicionado em duas etapas a concentração e a competição forma menores,
havendo uma maior degradação.
Considerando que a concentração de peróxido de hidrogênio utilizada na Etapa 1 é a
concentração máxima que foi utilizada na Etapa 2, é possível perceber que no segundo
experimento da etapa 1, ao adicionar metade da concentração, ocorre uma cinética normal até
a próxima adição, significando que não houve competição pelo radical hidroxila no sistema.
Como na segunda etapa a concentração de peróxido de hidrogênio será menor, em sua grande
maioria, não havendo competição.
Para a 2º Etapa determinou-se então que a adição de peróxido será de uma vez, como no
experimento 1 da 1º Etapa. O tempo do processo, por sua vez, será de 2 horas, pois o processo
de degradação com o máximo de peróxido ocorreu no limite de uma hora de reação na
primeira etapa, deixando estagnada a degradação. Suspeitou – se que em concentrações
menores de peróxido de hidrogênio que a utilizada na 1º Etapa a degradação levará mais de 1
hora para ocorrer, portanto, sendo a melhor opção para as análises que o processo ocorra por 2
horas.
4.2. CINÉTICA DA REAÇÃO
A comparação de curvas da cinética de reação é realizado para os resultados do experimento
1, já que foi utilizado a adição conforme o primeiro experimento da Etapa 1. Os ajustes são
mostrados na Figura 6.
29
Figura 6 – Ajuste de curvas do Experimento 1 da Etapa 1.
Fonte: Elaborada pelo autor
Comparando os gráficos da cinética das reações de ordem zero, de primeira e segunda ordem
para o experimento 1, observa-se que a curva de degradação que se ajustou melhor foi a curva
cinética de primeira ordem até 60 minutos, que é o tempo em que ocorre a degradação, após
os 60 minutos a curva de degradação é constante, e ajustada a curva de 60 minutos a curva de
degradação possui também um ótimo coeficiente de correlação de 0,9612, significando que a
degradação do HCT pelo processo de UV peróxido corresponde a equação de primeira ordem.
4.3. Etapa 2
Os resultados dos experimentos da Segunda Etapa estão apresentados no Gráfico 2, 3 e 4.
30
Gráfico 2 – Cinética de degradação dos experimentos 1 ao 5 da Etapa 2.
Fonte: Elaborado pelo autor
Gráfico 3 – Cinética de degradação dos experimentos 6 ao 10 da Etapa 2.
Fonte: Elaborado pelo autor
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50 60 70
[HC
T]/
[HC
T]0
Tempo (min)
Cinética de degradação
1° EXP
2° EXP
3° EXP
4° EXP
5° EXP
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50 60 70
[HC
T]/
[HC
T]0
Tempo (min)
Cinética de degradação
6° EXP
7° EXP
8° EXP
9° EXP
10° EXP
31
Gráfico 4 – Cinética de degradação dos experimentos 1, 2, 5, 9 e 10 da Etapa 2.
Fonte: Elaborado pelo autor
Ao analisarmos os gráficos 2, 3 e 4 pode-se observar que os primeiros experimentos, que
possuem uma menor quantidade de H2O2, a degradação da HCT ocorre mais devagar nos
primeiros minutos (na faixa de 2 – 20 minutos), resultando em menor degradação do
contaminante, mas após essa faixa de tempo seguem a degradação conforme os outros
experimentos com maior quantidade de H2O2. Os experimentos com a quantidade de peróxido
próximas a utilizada na Etapa 1, como o experimento 9 e 10, também tiveram a degradação do
contaminante menor nessa mesma faixa de tempo, mostrando mais uma vez que houve
competição pelo radical hidroxila na reação, mas também seguem, no restante do tempo de
reação, a degradação conforme os outros experimentos após esse tempo. Os experimentos
intermediários, experimentos 4, 5, 6, 7 e 8 obtiveram maior degradação nos primeiros minutos
de reação, isso mostra que a competição pelos radicais hidroxila não influenciou a
degradação.
Ao analisar os resultados da Etapa 2 pelo Gráfico 4, percebe-se que o experimento com a
melhor resposta de degradação é o experimento 5, pois a cinética foi mais acentuada,
chegando a 0 em 45 minutos, com 20 ppm de HCT e 77,14 mg de peróxido de hidrogênio.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50 60 70
[HC
T]/
[HC
T]0
Tempo (minutos)
Cinética de degradação
1° EXP
2° EXP
5° EXP
9° EXP
10° EXP
32
Observou-se que no processo de degradação da HCT ocorreu a formação de compostos
intermediários. A identificação destes compostos intermediários não foi possível, pois não
tinha-se disponível uma biblioteca específica para o estudo do mesmo pelo próprio HPLC e
não obtemos um equipamento para poder estudar esses compostos intermediários. Sabe-se
que a coluna cromatográfica utilizada é polar e os compostos intermediários formados
aparecem após o pico da HCT, significando que os compostos intermediários são polares.
33
5. CONCLUSÃO
Os experimentos da Etapa 1, onde avaliou-se a forma de adição do H2O2 e o tempo
necessário para a reação, mostram que a melhor forma de adição do oxidante foi a
administração de uma única vez. Mesmo ocorrendo a competição pelo radical hidroxila nos
primeiros minutos da reação, a competição inicial não afeta o processo e degradação neste
caso, oferecendo o mesmo resultado dos outros experimentos em que a adição ocorreu em
parcelas e garante a segurança do operador, uma vez que, ao abrir o reator para inserir o
peróxido de hidrogênio o mesmo se expõe a radiação da lâmpada UV.
A degradação na Etapa 2, que avaliou a melhor concentração de H2O2 a ser utilizada no
processo, é satisfatória e operou melhor do que esperado, pois a eficiência da degradação
superou as expectativas, pois ocorreu no tempo de 60 minutos ao invés de 120 minutos, como
era o esperado. Esta etapa foi fundamental para a o processo de degradação, pois pode-se
observar o melhor pico da degradação do HCT de forma que não haja competição do peroxido
com o contaminante.
Durante o processo da degradação do HCT houve a formação de compostos intermediários no
processo, que pode ser visualizada pelos picos do HPLC. Portanto, é necessário um estudo
mais aprofundado para descobrir quais são os compostos formados pela degradação do HCT.
A limitação desta pesquisa se dá ao fato de ser utilizado apenas um fármaco para o estudo e
nos corpos d’água encontramos concentrações de vários tipos de fármacos, além de outros
poluentes emergentes. Outra limitação se dá a comparativos quanto aos resultados
encontrados, visto que a HCT é um composto que não é estudado ainda.
Deve ser investigada a utilização de outros POAs para a degradação do mesmo, conferindo
assim qual a melhor metodologia de tratamento deste poluente emergente. Além da utilização
de efluentes reais para que seja realmente comprovado o benefício do método e a sua
utilização em Estações de Tratamento.
34
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