DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE,...

54
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Luiz Alberto Garcia de Oliveira Orientador: Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes GOIÂNIA 2011

Transcript of DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE,...

Page 1: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO A MBIENTAL

Luiz Alberto Garcia de Oliveira

Orientador: Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes

GOIÂNIA

2011

Page 2: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

ii

LUIZ ALBERTO GARCIA DE OLIVEIRA

DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL

Seminário apresentado junto à

Disciplina Seminários Aplicados do

Programa de Pós-graduação em

Ciência Animal da Escola Veterinária

da Universidade Federal de Goiás.

Nível: Doutorado

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de Pesquisa:

Metabolismo nutricional, alimentação e

forragicultura na produção animal

Orientador:

Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes – UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Miguel Joaquim Dias – UFG

Profa.Dra. Alessandra Gimenez Mascarenhas - UFG

GOIÂNIA

2011

Page 3: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

iii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 10

2.1. Volume de dejetos produzidos pelos diversos sistemas de produção ............... 13

2.2. Dejetos suínos ................................................................................................... 13

2.2.1. Composição e características dos dejetos suínos .......................................... 15

2.2.2. Estimativa do volume de dejetos .................................................................... 18

2.2.3. Armazenagem dos dejetos .............................................................................. 20

2.2.4. Tratamento de dejetos..................................................................................... 25

2.2.4.1. Tratamento físico .......................................................................................... 25

2.2.4.2. Tratamento biológico .................................................................................... 25

2.2.5. Quantidade a aplicar no solo ........................................................................... 26

2.2.6. Contaminação do solo ..................................................................................... 27

2.2.7. Distribuição de dejetos .................................................................................... 28

2.2.8. Utilização dos dejetos..................................................................................... 29

2.3. Prejuízo dos dejetos ao meio ambiente............................................................. 33

2.3.1. Oportunidades e potencial dos dejetos ........................................................... 34

2.4. A utilização dos dejetos suínos como fertilizante do solo e o seu impacto

ambiental ...................................................................................................... 37

2.4.1. Contaminação do solo ..................................................................................... 37

2.4.2. Contaminação das águas superficiais e subterrâneas .................................... 38

2.4.3. Os dejetos de suínos têm sido utilizados como fertilizante do solo. .................... 39

2.4.4. Limite, dosagem, e tempo de aplicação dos dejetos suínos. .......................... 39

2.4.5. Resultados da adubação com dejetos e biofertilizante de Suínos .................. 39

2.4.6. Benefício/Custo dos sistemas de produção com utilização de dejetos de

suínos ........................................................................................................... 42

2.4.7. Resultados na recuperação de pastagens com dejetos de suínos ................. 43

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 47

4. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 48

Page 4: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 As principais regiões produtoras de carne suína e de aves no Brasil

em porcentagem 12

Figura 2 Lagoa de dejetos (EMBRAPA, 2010) 23

Figura 3 Estequeira (EMBRAPA, 2010) 23

Figura 4 Bioesterqueira em perspectiva com detalhes dos dispositivos de

entrada e saída e da parede divisória da câmara de digestão

(EMBRAPA, 2010) 24

Figura 5 Biodigestor Indiano (EMBRAPA 2010) 24

Figura 6 Compostagem de Dejetos Suínos (EMBRAPA 2010) 26

Figura 7 Lagoas de estabilização (EMBRAPA 2010) 26

Figura 8 Fontes de emissão mundial 34

Figura 9 Modelo de biodigestor adotado pela certificadora AgCert, em planta

baixa (A) e construído (B) 37

Figura 10 Produção média de milho fertilizado com dejetos líquidos de suínos

durante o período de 2001/2005. Rio Verde, GO (2005) 40

Figura 11 Produção média de soja fertilizada com dejetos líquidos de suínos

durante o período de 2001/2005. Rio Verde, GO (2005) 40

Figura 12 Mombaça fertilizado com dejetos suínos, durante quatro anos. Rio Verde,

GO (2004) 41

Figura 13 Produção de matéria seca de Tifton-85 fertirrigado com dejetos de suínos.

Drumond (2003). 42

Figura 14 Estudo comparativo de custo da aplicação anual de 40m3 ha-1 de dejeto

líquido de suínos, realizada com tanque mecanizado e aspersão.

EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995). 43

Figura 15 Produções de matéria seca e proteína, em kg/ha de Brachiaria

brizantha cv. Marandu, fertilizada com doses crescente de dejetos de

suínos. Gioânia, GO. BARNABÉ et al. (2001) 46

Figura 16 Ganho diário de peso, em gramas por cabeça, de bovinos de corte,

em sistema de pastoreio rotacionado, em pastagem de braquiarão

fertilizado com dejetos de suínos, durante os períodos de 10/00 a

06/01 e de 02 a 06/01. Rio Verde, GO (2001). 46

Page 5: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

v

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Efetivo do rebanho de ave e suíno em cada região do Brasil. 11

TABELA 2 Volume de dejetos produzidos pelos diversos sistemas de criação 13

TABELA 3 Composição química média dos dejetos suínos obtida na Unidade do

Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa, Concórdia – SC 15

TABELA 4 Proporção entre N e P consumido e excretado em suínos. 16

TABELA 5 Volume de dejetos produzidos, de acordo com o tipo de granja e

diferentes graus de desperdício de água 19

TABELA 6 Produção média de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos 19

TABELA 7 Produção diária de dejetos de suínos de acordo com o sistema de

produção (Litros/dia) 20

TABELA 8 Índice de eficiência de liberação dos nutrientes aplicados na forma

orgânica para a mineral, em cultivos sucessivos nos estados de SC e RS 27

TABELA 9 Concentração média de N, P2O5 e K2O e teor médio de matéria

seca de alguns materiais orgânicos de origem animal 27

TABELA 10 Tabela de conversão para dejetos de suínos 31

TABELA 11 Equivalente em adubos mineral de 30 m3 de chorume 32

TABELA 12 Composição dos biofertilizantes de uma granja, sem adição de

agentes de biorremediação (2005) 35

TABELA 13 Composição dos biofertilizantes de uma granja, com adição de

agentes de biorremediação (2005) 36

TABELA 14 Produção de matéria seca (PMS) acumulada no período de 14 de

janeiro a 23 de abril de 2000, do capim Brachiaria brizantha cv.

Marandu. Goiânia, GO 44

Page 6: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

vi

TABELA 15 Teores médios em % na MS de proteína bruta (PB), de fibra em

detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ácido (FDA), e de

hemicelulose (HC) no capim Brachiaria brizantha cv. Marandu no

período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO 44

TABELA 16 Teores médios (em % na MS) de cálcio, de magnésio, de fósforo e

de potássio do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu, no período

de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO 45

Page 7: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, a atividade do setor Suinícola detêm grande importância

econômica e social. Há consenso perante a sociedade de que as atividades que

abrangem estes setores devam adotar postura de respeito à qualidade do meio

ambiente e da vida, em virtude da produção de grandes quantidades de dejetos

suínos, que devido à falta de tratamento adequado, ganhou status de potencial

poluidor dos mananciais hídricos.

Segundo KONZEN & ALVARENGA (2007), os sistemas agropecuários

dão origem a vários tipos de resíduos orgânicos, que quando corretamente

manejados e utilizados, revertem-se em fornecedores de nutrientes para a produção

de alimentos e melhoradores das condições do solo.

Com base nas análises dos resíduos das camas de suínos com pH = 8,2

e concentração de sólidos na taxa de 78% na proporção de Kg m-3 ou Kg t-1

encontrou valores de 29,6 de Nitrogênio (N) Total, 40,0 Fósforo (P), 37,5 (K) de

Potássio e a concentração de NPK 107,1.

Quando inadequadamente manuseados e tratados, constituem fonte de

contaminação e agressão ao meio ambiente. Para desencadear uma produção

econômica, tanto de grãos quanto de pastagens, pressupõe a oferta de nutrientes

aos vegetais que não seja o solo, cuja quantidade e qualidade na obtenção destes

materiais geram a produtividade que se pretende. Estas fontes são os adubos

químicos e fertilizantes orgânicos, que podem ser usados de maneira exclusiva ou

associados.

O aproveitamento integral e racional de todos os recursos disponíveis

dentro da propriedade rural, com a introdução de novos componentes tecnológicos,

aumenta a estabilidade dos sistemas de produção existentes, bem como maximiza a

eficiência dos mesmos, reduzindo custos e melhorando a produtividade. A

associação dos diversos componentes em sistemas integrados, que preservem o

meio ambiente, estabelece o princípio da reciclagem, ou seja, o resíduo de um

passa a ser insumo de outro sistema produtivo.

O nutriente contido nos dejetos tem alto valor agregado, sobretudo

quando considerada a alta que os preços dos fertilizantes químicos têm sofrido nos

últimos anos. Estes nutrientes, entretanto, trazem muitas vantagens e agregam valor

Page 8: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

8

aos resíduos, melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo (KUNZ

et al., 2005).

Neste contexto, a implantação de projetos de produção de suínos deve

obedecer ao equilíbrio entre passivos e ativos ambientais decorrentes dos sistemas

de produção, de modo que a sustentabilidade seja alcançada em todos os elos da

cadeia produtiva.

O passivo ambiental define-se como qualquer obrigação da empresa

relativa aos danos ambientais causados por ela, o que na prática corresponde aos

custos referentes ao tratamento de áreas contaminadas, aos resíduos, à poluição de

rios, erosão, dentre outros, que são advindos da não observância da legislação

ambiental vigente. Em contrapartida, ativo ambiental são que a empresa possui

como áreas de preservação permanente, nascentes, reflorestamento, cobertura de

resíduos com resíduos de culturas ou vegetação viva, dentre outros que a empresa

possui (NEVES, 2006).

De acordo com KONZEN (2003) emprego de dejetos devem ser planejado

em função das características do solo e do clima, exigência das culturas,

declividade, taxa e época de aplicação, formas e equipamentos de aplicação.

Indubitavelmente faz-se necessário o fomento às pesquisas e manejo técnico no

sentido de eliminar estas fontes de contaminação ambiental, dando uma destinação

econômica, rentável e sustentável a estes.

Uma das diversas alternativas para o uso dos dejetos está na

recuperação de solo e das pastagens degradadas, com aplicações na implantação

de novas pastagens bem como na manutenção e melhoria das antigas,

possibilitando que as forragens manifestem seu potencial produtivo e bromatológico,

em solos corrigidos física e quimicamente pela ação da decomposição dos dejetos

aplicados (MORAES et al., 2006).

A necessidade de planejamento ambiental é algo aceito hoje em dia no

meio empresarial e já atinge o meio rural. Neste sentido, os profissionais que atuam

na atividade devem se capacitar para planejar o uso de recursos naturais e situar as

atividades, tanto na propriedade rural como na região (área e ecossistema) em

pontos que a capacidade suporte seja suficiente para a atividade.

Isto exige controle dos efluentes emitidos: adequação das instalações,

sistemas de reciclagem e/ou tratamento. Além do planejamento, especial atenção

deve ser dada à operação dos sistemas de manejo de resíduos, pois é comum

Page 9: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

9

encontrarmos sistemas que operam em péssimas condições ou até paralisados, não

contribuindo em nada para a melhoria de qualidade ambiental.

A produção de suínos moderna deve ser encarada como um processo de

transformação biológica que apresenta como principais “entradas”, além dos

animais, o alimento, a água, o ar de ventilação e, em muitas situações, energia para

equipamentos e controle climático. Os fatores de “saída” são: animais vivos, ar de

ventilação, os dejetos e os animais mortos, além de diversos materiais considerados

lixo. Especificamente o ar de ventilação, os dejetos e os animais mortos afetam, de

forma mais direta, adversamente o ambiente.

Na produção de suínos observa-se que o manejo imposto e a

intensificação da produção, favorece a geração de maiores quantidades de resíduos

(dejetos e animais mortos) em pequenos espaços, devendo ser considerada a

concentração dos resíduos na propriedade e na região em que se situa a

propriedade, pois em ambientes com baixa capacidade suporte nos afastamos do

conceito de reciclagem dos resíduos no local e nos aproximamos do conceito de

transportes a longas distâncias, com consequente aumento de custos.

Objetivou-se, investigar e discutir a qualidade e utilização dos dejetos

suínos de forma a minimizar os impactos ambientais, recuperar o potencial

produtivo, abrangendo diversos estudos da sustentabilidade de sistemas de

produção de grãos e pastagens, com uso de fertilização e fertirrigação.

Page 10: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

2. REVISÃO DA LITERATURA

De acordo United States Department of Agriculture (USDA, 2010),

Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne Suína (ABIEC, 2010),

Food and Agriculture Organization (FAO, 2010) e Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA, 2010), a produção mundial de carne no mundo

equivale em Milhões de Toneladas (Mil/T), cerca de 71,7 Mil/T de carne de

frango, 100,3 T de carne suína e 57,1 de carne bovina. Já no Brasil são

consumidos em torno de 7,8; 2,5 e 7,2 entre carne avícola, suína e bovina

respectivamente, totalizando 17,5 Mil/T.

Segundo levantamentos de dados obtidos pela Associação Brasileira

de Indústrias Processadoras e Exportadoras de Carne Suína (ABIPECS, 2009)

revelam que o Brasil é o 4° produtor mundial de car ne suína, representando um

montante de 3,190 Mil/T cuja oferta de suínos para abate estava em torno de

33,8 milhões de cabeças. O consumo nacional de suíno corresponde a 14 kg per

capta/ano.

A Tabela 1 abaixo apresenta o efetivo rebanho suíno no ano de

2008/2009 em cada região do Brasil, e, consequentemente na Figura 1 é possível

visualizar as porcentagens equivalentes de cada região da federação.

Page 11: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

11

TABELA 1- Efetivo do rebanho de suínos em cada região do Brasil.

PRINCIPAIS PRODUTORES Efetivo de Rebanhos 2008/2009 em Milhões de Cabeças

Grandes Regiões e Unidades da Federação SUÍNO

BRASIL 35.977.047

REGIÃO SUL 17.798.250 Paraná 4.631.600 Santa Catarina 7.846.398 Rio Grande do Sul 5.320.252 REGIÃO SUDESTE 6.435.425 São Paulo 1.691.356 Minas Gerais 4.322.210 Rio de Janeiro 150.305 Espírito Santo 271.554 REGIÃO CENTRO-OESTE 4.298.518 Mato Grosso do Sul 957.697 Mato Grosso 1.620.061 Distrito Federal 119.000 Goiás 1.592.760 REGIÃO NORDESTE 6.227.467 Bahia 1.835.017 Pernambuco 509.547 Paraíba 143.795 Maranhão 1.436.181 Piauí 1.150.329 Ceará 1.152.598 REGIÃO NORTE 1.226.387 Pará 761.403 Rondônia 207.477 Tocantins 257.507

Fonte: Adaptado de ABIPECS (2009), UBABEF (2009).

Estudos do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)

apontam que em 2018/2019, as exportações de carne suína representarão 21% do

comércio mundial de carne. De acordo com este forte crescimento observa-se uma

constante transformação nos sistemas produtivos com a profissionalização dos

processos.

As principais regiões produtoras de carne suína segundo IBGE (2008),

são Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (Figura 1).

Page 12: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

12

Figura 1 - Principais regiões produtoras de carne suína no Brasil em porcentagem.

Fonte: Adaptado de IBGE, Diretoria de Pesquisas, Pesquisa da Pecuária Municipal (IBGE,2008)

Sob o ponto de vista ambiental, a preocupação recai sobre o grande

volume de resíduos provenientes desta atividade, que necessitam de uma

destinação viável, econômica e sustentável (MIELE & MACHADO, 2006).

A título de exemplo, somente o estado de Goiás é detentor de

aproximadamente 58 mil matrizes em produção, gerando em torno de 3,2 milhões de

m3 de dejetos. Independente da maneira como são considerados, os dejetos de

suínos, eles apresentam alto poder poluente, especialmente para os recursos

hídricos, em termos de demanda bioquímica de oxigênio.

Os dejetos de uma granja de suínos, têm grande potencial de mercado da

redução certificada de emissão (RCEs – créditos de carbono), além de

apresentarem elevado potencial econômico e produtivo, com mínima agressão

49.5%

17,9%

17,3%

11,9%

3,4%

Page 13: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

13

ambiental, desde que adotadas as alternativas tecnológicas adequadas para a

concretização dessa meta (KONZEN, 2006).

2.1. Volume de dejetos produzidos pelos diversos sis temas de produção

As alternativas de utilização dos dejetos de suínos são as integrações

com produção de grãos e forragens para bovinos de corte e de leite. Para sua

utilização, se torna necessário conhecer o volume e a composição dos dejetos

produzidos em diversos sistemas de criação (Tabela 2).

TABELA 2. Volume de dejetos produzidos em diversos sistemas de criação.

SUÍNOS Quantidade de Dejetos Animais Período de geração

Ciclo completo 140 a 150 L Matriz Dia

Núcleo de leitões 35 a 40 L Matriz Dia

Terminação (25-110 kg) 12 a 15 L Suíno Dia

Sobre cama (reprodução) 9 a 10 ton. Matriz Ano

Suíno cama (25-110 kg) 1,14 a 1,30 ton. Suíno Ano

Fonte: OLIVEIRA (1993), CAMPOS (1997), KONZEN (2000).

Conforme a Tabela 2, o montante de dejeto suíno acumulado de

acordo com um número de 33,8 milhões de cabeças, em um sistema de

terminação (25-110 kg) onde cada animal produziria 15 L de dejeto por dia, seria

de aproximadamente 507 mil/m3 de dejeto.

Portanto, o desenvolvimento das pesquisas integradas nos diferentes ramos

das ciências agrárias e dos recursos naturais indicará as melhores alternativas da

integração das atividades de criação intensiva de suínos, com produção de grande

quantidade de dejetos poluentes. O enfoque para seu aproveitamento na atividade

agropecuária do ponto de vista agronômico, econômico e ambiental será dentro da

perspectiva que contemple a sustentabilidade agrícola regional KONZEN (2000).

2.2. Dejetos suínos

Para entender melhor a complexa questão dos dejetos suínos e buscar

alternativas tecnológicas para resolvê-la destaca-se a reciclagem agrícola, a qual

Page 14: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

14

permite que os elementos minerais e a matéria orgânica contidos nos dejetos

excretados pelos animais retornem ao solo em prol da produção vegetal. Desta forma,

os nutrientes trarão benefícios às propriedades químicas, físicas e biológicas do solo,

ao mesmo tempo em que o problema é minimizado (SCHMIDT FILHO, 2006).

De acordo com PERDOMO et al. (1999), a poluição em decorrência do

manejo inadequado dos dejetos suínos aumenta em importância diariamente, quer

seja pela maior visão ambiental do setor produtivo de carne suína, quer seja pelo

aumento das exigências dos órgãos fiscalizadores e da sociedade em geral.

Essa combinação de fatores tem provocado grande demanda junto aos

técnicos no sentido de viabilizar soluções tecnológicas adequadas ao manejo e

disposição dos dejetos de suínos, que sejam compatíveis com as condições

econômicas dos produtores, que atendam as exigências legais e que possam ser de

fácil operacionalização (DIESEL et al., 2002).

Segundo MIRANDA et al. (1999), a capacidade poluente dos dejetos

suínos, em termos comparativos, é muito superior a de outras espécies, inclusive a

do ser humano. Em média, a produção de dejeto por suíno, equivale a 3,5 pessoas.

Nesta mesma linha de raciocínio, entretanto, uma granja que possui um montante de

2000 animais em terminação equivale em poder poluente, segundo esse conceito,

ao índice populacional de uma pequena cidade de 7000 habitantes.

Com o acúmulo constante de dejetos, a produção suinícola gera também a

concentração de odores desagradáveis proveniente dos dejetos (LUCAS et al., 1999).

Os consumidores de carne suína do mercado interno e, especialmente,

do mercado externo, vem se conscientizando e exigindo produtos de qualidade,

preços competitivos e preferindo produtos oriundos de sistemas de produção não

poluidores do ambiente. Esse aspecto passou a exercer crescente pressão para a

reciclagem dos dejetos de suínos, dentro de padrões sustentáveis sob o ponto de

vista sanitário, econômico e ambiental (PALHARES et al., 2002).

Segundo KONZEN et al. (2002), o suíno aproveita entre 40 – 60% da ração

fornecida, visto que o restante é eliminado pelas dejeções. Isto comprova, portanto, que

estes materiais mantêm alta concentração de nutrientes, tornando-se acessíveis para

aproveitamento em potencial do sistema produtivo dentro da propriedade.

A utilização de dejetos de suínos como fertilizante para as plantas exigem

conhecimentos específicos para cada situação e altos investimentos em

armazenagem, transporte e distribuição (OLIVEIRA, 2002). Embora sejam

Page 15: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

15

conhecidas diversas alternativas para a reciclagem dos dejetos, a sua utilização

como fertilizante do solo é a mais adotada por ser de mais fácil operação nas

propriedades rurais (SEGANFREDO, 2005).

A adequação da utilização dos dejetos suínos aumenta a estabilidade dos

sistemas de produção existentes com a introdução de tecnologias inovadoras,

melhora a produtividade reduzindo custos, em que o resíduo do sistema é o insumo

do setor produtivo agrícola e, por último, visa abranger de maneira compensatória os

diversos sistemas integrados de produção (SEGANFREDO, 2005).

2.2.1. Composição e características dos dejetos suínos

Ainda segundo KONZEN (1983) os dejetos suínos são formados por fezes,

urina, resíduos de ração, pêlos, água dos bebedouros e de higienização, e outros

materiais advindos da criação. O dejeto propriamente dito, por sua vez, é constituído

pelas fezes dos animais que, normalmente, podem apresentar grandes variações em

seus componentes, dependendo do sistema implantado na granja, assim como da

quantidade de água e nutrientes presentes em sua composição a idade dos animais, o

tipo de armazenamento e estocagem e o tipo de alimentação (Tabela 3) (OLIVEIRA

& PARIZOTTO, 1994).

TABELA 3. Composição química média dos dejetos suínos obtida na Unidade do

Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa, Concórdia – SC,

Variável Mínimo (mg/L) Máximo (mg/L) Média (mg/L)

Sólidos totais 12.690,0 49.432,0 22.399,0

Sólidos voláteis 8.429,0 39.024,0 16.368,8

Sólidos fixos 4.268,0 10.408,0 6.010,2

Nitrogênio total 1.660,0 3.710,0 2.374,3

Fósforo total 320,0 1.180,0 577,8

Potássio total 260,0 1.140,0 535,7

Fonte: SILVA (1996).

Os dejetos líquidos dos suínos contém matéria orgânica, nitrogênio (N),

fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), sódio (Na), magnésio (Mg), manganês (Mn),

ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu) e outros elementos incluídos nas dietas dos

animais (DIESEL et al., 2002). Em geral os dejetos líquidos de suínos apresentam

Page 16: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

16

baixos teores de matéria orgânica (PERDOMO & LIMA, 1998). Segundo PERDOMO

et al. (1999) as amostras com baixo teor de matéria seca, ou seja, tem baixa

concentração de nutrientes o que de fato diminui seu valor fertilizante.

De acordo com SILVA (1996) para determinar a qualidade de um efluente,

devem-se estabelecer parâmetros de controle, confiáveis e significativos. No caso

dos dejetos suínos alguns parâmetros utilizados são: como Sólidos Totais (ST - mg/L):

que compreendem o conteúdo da matéria sólida contida nos dejetos e que permanece

após a retirada da umidade; Sólidos Voláteis (SV - mg/L): caracterizam a fração de

material orgânico; Sólidos Fixos (SF – mg/L): Indicam o teor de sólidos minerais;

Nutrientes: São os elementos que agregam valor agronômico ao dejeto.

O aproveitamento dos nutrientes presentes na dieta é realizado com pouca

eficiência por parte do suíno, o que compõem as médias na utilização do nitrogênio de

29%, de fósforo de 28% e do potássio de apenas 6% (OLIVEIRA, 2001).

Segundo o National Research Council (NRC, 1989) em torno de 45 a 60%

do nitrogênio, 50 a 80% do fósforo e cálcio, aproximadamente 70 a 95% do cobre,

zinco, potássio, sódio, magnésio, manganês e ferro consumidos são excretados

pelos suínos. Na Tabela 4 estão apresentados valores médios de excreção do

nitrogênio e do fósforo, em porcentagem, do total ingerido por suínos e pode ser

observado que em média dois terços de todo o nitrogênio e fósforo ingerido pelos

suínos são excretados (KONZEN, 2003).

TABELA 4. Proporção entre N e P consumido e excretado em suínos.

Categoria Taxa de excreta (como % do consumo)

N P

Suínos crescimento/terminação 71 67

Porcas em Lactação (excluindo os leitões) 81 67

Leitões (até 25 kg de Peso Vivo) 55 58

Fonte: KONZEN (2003).

Como crescente aumento dos custos de produção das lavouras

comerciais, a viabilização da atividade se dá com o aumento da produtividade e

racionalização do uso de insumos. Nessa situação, o chorume produzido e bem

armazenado na propriedade tem potencial como fertilizante para substituir total ou

parcialmente, os adubos minerais comerciais (MENEZES et al., 2007).

Page 17: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

17

O nitrogênio (N) é o nutriente que exige maiores cuidados, pois além de

limitar o desenvolvimento da maioria das culturas, é o mais sujeito a transformações

biológicas e perdas, seja na armazenagem ou no solo (SCHERER, 1998).

Entretanto, as perdas de N quando se utiliza chorume depende de algumas

estruturas, tais como estrutura do solo, com ou sem incorporação e Capacidade de

Troca de Cátions do solo (CTC) (RUMJANEK et al., 2004).

A redução da produção de dejeções animais por meio do aumento da

eficiência de utilização dos nutrientes da dieta, de forma a minimizar as perdas durante

sua passagem pelo organismo. Durante o período de crescimento e terminação (25 a

100 Kg), um suíno consome de 5 a 6 Kg de nitrogênio e perde 2/3 dessa quantidade,

sendo 1,1 a 1,3 Kg pelas fezes e 2,4 a 2,7 Kg pela urina (PERDOMO et al., 1998).

Quanto mais elevado for o nível de nitrogênio da dieta maior será a quantidade

excretada na urina, relatam LUDKE & LUDKE (2003).

Apesar da volatilização do N, não deve haver preocupação em relação à

limitação do emprego de biofertilizantes, visto que os próprios sais solúveis,

principalmente de K, Na e outros, contidos na solução, reduzem as perdas a níveis

inferiores aos comparados com a uréia comercial (ANDRASKI et al., 2000).

Quase a totalidade do K do dejeto provém da urina, como sais solúveis, e

apesar de não sofrer perdas por volatilização como o N, pode sofrer grandes perdas

por lixiviação em solos arenosos e escorrimento superficial em solos impermeáveis e

compactados.

O K está presente, em grande parte na urina dos animais, é altamente

solúvel em água e prontamente disponível, pois se encontra totalmente na forma

mineral. Devem-se evitar perdas de K solúvel por vazamentos nas esterqueiras, pois

pode fluir juntamente com a água (MOREIRA et al., 2003).

O P é encontrado essencialmente nas fezes e provém do P celular, das

células de descamação e P dos microrganismos. Parte do P contido nos dejetos é

solubilizado e aproveitado pelas plantas e o restante fica armazenado no solo

podendo formar compostos estáveis como fosfato de cálcio e fosfato de ferro. Tais

reações dependerão das condições do solo, como: pH, teor de argila, matéria

orgânica, entre outros (PERDOMO et al., 1998).

As quantidades de P vegetal, presentes na maioria das dietas seriam, em

geral, suficientes para atender as funções essenciais dos suínos, não fosse sua

baixa disponibilidade, variando de 15 a 50%. Tal fato ocorre porque o fósforo está

Page 18: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

18

presente em grande parte nos alimentos na forma de fitato, que é praticamente

indigerível e eliminado nas fezes.

Ainda segundo PERDOMO et al. (1998) há necessidade de haver uma

suplementação proveniente de fontes mais assimiláveis a fim de que possa atender

as exigências nutricionais do animal. Desse modo, se o suíno é alimentado com

quantidades de P acima do requerido, o excesso também será eliminado pelos

dejetos.

O P está presente mais na forma de compostos orgânicos, enquanto a

urina contém apenas traços do elemento. No dejeto manejado de forma líquida há

necessidade de homogeneização da biomassa, porque o P pode ser fixado no fundo

das lagoas e esterqueiras (SCHERER et al., 1994).

Segundo CERETTA et al. (2005), a quantidade de N presente nos dejetos

de forma líquida pode ser de duas a sete vezes maior que o P contido nesse tipo de

dejeto. Esses dois constituintes, N e P, do dejeto são importantes sob o ponto de

vista econômico e ambiental.

Os principais constituintes dos dejetos suínos que afetam as águas

superficiais, lençol freático e mananciais hídricos são a matéria orgânica, nutrientes,

bactérias fecais e sedimentos. Além destes fatores, as emissões de gases

originados pelos dejetos podem causar entre outros agravantes, prejuízos nas vias

respiratórias do homem e animais, bem como, a formação de chuva ácida por meio

de descargas de amônia na atmosfera, além de contribuírem para o aquecimento

global da terra (LUCAS et al., 1999).

2.2.2. Estimativa do volume de dejetos

Entre os métodos existentes para estimar o volume, destacam-se as

tabelas 5, 6 e 7 de composição que relacionam a quantidade de elementos emitida

por unidade de volume, fase e manejo. De maneira geral, as tabelas necessitam ser

ajustadas em função das diferenças peculiares existentes em cada sistema

produtivo de suínos.

De acordo com PERDOMO et al. (2003) tais diferenças estão

relacionadas com o material genético, clima da região, nutrição, manejo e higiene. O

ideal seria que cada propriedade realizasse análises laboratoriais para a

Page 19: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

19

determinação da composição real de seus dejetos, ao invés de adquirir dados

referentes a outros sistemas produtivos.

Para facilitar a execução de projetos de fertirrigação, foi desenvolvida

uma recomendação prática, em que a quantidade de dejetos é estimada de acordo

com o sistema produtivo utilizado pelo produtor e com o grau de desperdício da

água na granja (Tabela 5).

TABELA 5. Volume de dejetos produzidos, de acordo com o tipo de granja e

diferentes graus de desperdício de água.

Tipo de Granja Nível de diluição

Pouca Média Muita

Ciclo Completo (L/Matriz) 100 150 200

UPL (L/Matriz) 60 90 120

UT (L/animal) 7,5 11,2 15

Fonte: PERDOMO et al. (1999).

A quantidade total de dejeto produzida por um suíno varia de acordo com o

seu desenvolvimento ponderal, ou seja, relativo ao peso corporal, mas apresenta

valores em torno de 8,5 a 4,9% em relação a seu peso vivo/dia, para a faixa de peso

de 15 a 100 kg, e tem relação direta com o peso vivo do animal (JELINEK, 1977).

Cada suíno adulto produz em média 7- 8 litros de dejetos líquidos/dia ou 0,21 - 0,24

m3 de dejetos por mês. Na Tabela 6 é mostrada a produção de dejeto por categoria

subdividida em três composições (OLIVEIRA, 1993).

TABELA 6. Produção média de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos.

Categoria Dejeto (kg/dia)

Dejeto + Urina (kg/dia)

Dejetos Líquidos (litros/dia)

Suínos (25 – 100 kg) 2,30 4,90 7,00

Porca gestação 3,60 11,00 16,00

Porca lactação + leitões 6,40 18,00 27,00

Cachaço 3,00 6,00 9,00

Leitões na creche 0,35 0,95 1,40

Média 2,35 5,80 8,50

Fonte: OLIVEIRA (1993).

Page 20: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

20

O volume de dejetos líquidos produzido por dia de acordo com o ciclo de

produção de suínos pode ser estimado de acordo com KONZEN (2003) e OLIVEIRA

(2003) (Tabela 7):

TABELA 7. Produção diária de dejetos de suínos de acordo com o sistema de

produção (Litros/dia).

Tipo de Sistema de Produção Produção Diária de Deje tos (Litros/dia)

Ciclo Completo (CC) 85,0

Unidade de Produção de Leitões (UPL) 45,0

Unidade de Crescimento e Terminação (UCT) 7,0

Fonte: OLIVEIRA (1993; 2003); DARTORA et al. (1998a);

Ciclo Completo (CC) é a unidade de produção em que existem todas as

fases do ciclo produtivo de suínos do nascimento a engorda. Unidade de Produção

de Leitões (UPL) é a unidade de produção em que se realiza a fase do ciclo produtivo

que compreende os reprodutores, o nascimento dos leitões (maternidade) e

crescimento inicial (Creche, peso de 6 a 25 kg) e Unidade de Crescimento e

Terminação (UCT) é a unidade de produção de suínos com peso compreendido dos

25 aos 100 kg (podendo em alguns casos chegar aos 120 kg) (OLIVEIRA1993).

Estimativas inadequadas são responsáveis pelo aumento do custo de

armazenagem, de transporte e de distribuição de dejetos para os criadores que o

utilizam como fertilizante. Além do mais, erros grosseiros na estimativa do volume

diário, na vazão/hora e na concentração de elementos comprometem a eficiência de

recuperação de nutrientes, de remoção de poluentes e patógenos pelos sistemas de

tratamento (PERDOMO et al., 2003).

2.2.3. Armazenagem dos dejetos

Segundo TRAMONTINI (1999) a estratégia da armazenagem e

distribuição como controle da poluição não tem sido totalmente correta, pois revela

distanciamento da realidade, a necessidade e o interesse de produtores.

Quando o assunto é armazenamento dos dejetos produzidos nas granjas, a

maioria das vezes é confundida com o conceito de tratamento desses dejetos, embora

haja algumas formas de armazenar que não promovem qualquer ação neste sentido.

Page 21: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

21

A armazenagem consiste em colocar os dejetos em depósitos adequados

por determinado tempo, com objetivo de fermentar a biomassa e reduzir a

concentração de patógenos dos mesmos (Figura 2) (PERDOMO et al., 2003).

Por não ser um sistema de tratamento, fica aquém dos parâmetros

exigidos pela legislação ambiental pertinente, para posteriormente ser lançado em

corpos receptores (rios, lagos), e, consequentemente sua utilização como

fertilizante, que requer alguns cuidados intrínsecos.

Entre as alternativas possíveis de utilização para o armazenamento dos

dejetos, as mais utilizadas são: esterqueira, bioesterqueiras, biodigestores.

Esterqueira um simples depósito que tem por objetivo captar o volume

de dejetos líquidos produzidos num sistema de criação, semelhante a um tanque

(Figura 3), em que haver o tempo mínimo de retenção de 120 dias. A carga de

abastecimento é diária, permanecendo o material em fermentação até a retirada

(DARTORA et al., 1998b).

A vantagem deste sistema está na facilidade de construção o que permite

maior facilidade de fermentação do dejeto e, consequentemente, seu melhor

aproveitamento como fertilizante. Por outro lado, nesse processo não ocorre à

separação de fases e o dejeto fica mais concentrado(CHRISTMANN, 1994).

Bioesterqueiras consiste na adaptação da esterqueira convencional para

melhorar a eficiência no tratamento do dejeto, com o aumento do tempo de retenção

do mesmo. Surgiu a partir dos biodigestores, pois a câmara de fermentação é

semelhante a um biodigestor, porém sem campânula para coleta ao biogás

produzido durante a biodigestão (CHRISTMANN, 1994).

Esta construção é composta pela câmara de retenção e um depósito. A

câmara de digestão possui uma parede divisória. O outro compartimento é o

depósito de biofertilizante, proveniente da digestão anaeróbia (Figura 4)

(CHRISTMANN, 1994)..

A câmara de digestão possui tempo de retenção teórico de 45 dias e o

depósito de fertilizante, entre 90 e 120 dias totalizando de 135 a 165 dias de tempo

de detenção do dejeto. Assim, o tempo de retenção é maior que na esterqueira,

melhorando, portanto, a eficiência do curtimento do dejeto (CHRISTMANN, 1994).

O depósito deve ser dimensionado pelo período mínimo de 120 dias de

estocagem. O material a ser utilizado para fertilização nas áreas de lavouras é

aquele localizado no depósito.

Page 22: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

22

Este sistema reduz a carga orgânica do dejeto, bem como melhora a

qualidade do dejeto a ser distribuído na lavoura, porém, possui custo elevado.

Biodigestores são câmaras que realizam a fermentação anaeróbia da

matéria orgânica produzindo biogás e biofertilizante que consiste na transformação

de compostos complexos em substâncias mais simples, como metano e dióxido de

carbono, resultado da ação combinada de diferentes microorganismos que atuam na

ausência de oxigênio (CAZARRÉ, 2001).

Existem dois tipos principais de biodigestores, o de batelada e o contínuo.

No Brasil o modelo contínuo indiano (Figura 5) foi o mais difundido pela sua

simplicidade e funcionalidade. Os dejetos de suínos possuem bom potencial

energético em termos de produção de biogás, tendo em vista, que mais de 70% dos

sólidos totais são constituídos pelos sólidos voláteis, que são o substrato dos

microrganismos produtores de biogás.

O biogás liberado pela atividade de fermentação anaeróbia do dejeto tem

elevado poder energético e sua composição varia de acordo com a biomassa. No

meio rural, pode atender quase que totalmente às necessidades energéticas

básicas, tais como: cozimento, iluminação e geração de energia elétrica para

diversos fins (CAZARRÉ, 2001).

Como vantagem, proporciona o fornecimento de combustível no meio

rural através do biogás e adubo através do biofertilizante, assim como a valorização

dos dejetos para uso agronômico, redução do poder poluente e do nível de

patógenos e exigência de menor tempo de retenção hidráulica e de área em

comparação com outros sistemas anaeróbios (TEIXEIRA, 1985).

Em contrapartida, o processo de fermentação anaeróbia é lento porque

depende das bactérias metanogênicas cuja velocidade de crescimento é lenta, o

qual se reflete em tempo longo de retenção dos sólidos e necessita de

homogeneização dos dejetos para garantir a eficiência do sistema.

Page 23: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

23

Figura 2. Lagoa de dejetos

Fonte: EMBRAPA, 2010

Figura 3. Estequeira

Fonte:EMBRAPA, 2010

Page 24: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

24

Figura 4. Bioesterqueira em perspectiva com detalhes dos dispositivos de entrada e saída e da parede divisória da câmara de digestão. Fonte: EMBRAPA, 2010.

F

Figura 5. Biodigestor Indiano

Fonte: EMBRAPA, 2010

Page 25: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

25

2.2.4. Tratamento de dejetos

Vários são os processos de tratamento para os dejetos provenientes da

criação de suínos. O processo de escolha a ser adotado dependerá de fatores

como: características do dejeto produzido e do local em que se encontra a criação,

sistema operacional da granja e recursos financeiros. O mais importante é que

deverá atender a legislação ambiental vigente.

De acordo com KUNZ (2002) os principais problemas ambientais

causados pela falta de tratamento dos dejetos de suínos ocorrem devido à alta carga

orgânica e de nutrientes (nitrogênio e fósforo), bem como a adição de metais

pesados nas dietas desses animais. A concentração dos componentes pode variar

largamente em função do sistema de manejo adotado e da quantidade de água e

nutrientes em sua composição.

As principais técnicas de tratamento de dejetos costumam combinar

processos físicos e biológicos de tratamentos.

2.2.4.1. Tratamento físico

O dejeto passa por um ou mais processos físicos, quando ocorre a

separação das fases sólida e líquida. Como tratamento físico tem-se a separação de

fases, que pode ser efetuada por processo de decantação, centrifugação,

peneiramento e/ou prensagem, e a desidratação da parte líquida por vento, ar

forçado ou ar aquecido. A separação entre as fases sólidas e líquidas poderá

minimizar os custos de implantação do tratamento (KUNZ, 2002).

2.2.4.2. Tratamento biológico

Ocorre a degradação biológica do dejeto por microorganismos aeróbios e

anaeróbios, resultando em material estável e isento de organismos patogênicos. Nos

dejetos com características sólidas é possível fazer o tratamento biológico através

dos processos de compostagem (Figura 6), enquanto em dejetos líquidos podem-se

executar os processos de lagoas de estabilização (Figura 7) KUNZ (2002).

Sugere-se, portanto, a separação das frações sólidas e líquidas dos

dejetos, com aproveitamento da primeira como fertilizante e tratamento da fração

líquida.

Page 26: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

26

Figura 6. Compostagem de Dejetos Suínos.

Fonte: EMBRAPA, 2010.

Figura 7. Lagoas de estabilização.

Fonte: EMBRAPA, 2010.

2.2.5. Quantidade a aplicar no solo

Segundo OLIVEIRA et al. (1993) a quantidade de dejetos a ser aplicada

depende do valor fertilizante, do resultado da análise do solo e das exigências da

cultura a ser implantada. Para se evitar a adição de alguns nutrientes em quantidades

superiores as exigidas, o cálculo deverá ser realizado, tomando por base o nutriente

cuja quantidade seja satisfeita com a menor dose do adubo orgânico. Deve-se utilizar a

seguinte fórmula para adubos sólidos: X= A X B / 100 X C X 100 X D onde:

Page 27: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

27

X = Quantidade de nutrientes (kg/ha)

A = Quantidade de produto a aplicar (kg/ha)

B = Teor de matéria seca do produto (%)

C = Concentração do nutriente na matéria seca (%), vide Tabela 8.

D = Índice de eficiência na liberação dos nutrientes, vide Tabela 9.

Fórmula para adubos líquidos: X= A X B X C onde :

A = Quantidade de nutriente a aplicar (kg/ha)

B = Concentração do nutriente no produto (kg/m3)

C = Índice de eficiência na liberação dos nutrientes, conforme observados

nas tabelas 8 e 9.

TABELA 8. Índice de eficiência de liberação dos nutrientes aplicados na forma orgânica para mineral, em cultivos sucessivos nos estados de SC e RS.

Nutrientes Índice de Eficiência

1º Cultivo 2º Cultivo 3º Cultivo

N 0,5 0,2 -

P2O5 0,6 0,2 -

K2O 1,0 - -

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO: (1995). TABELA 9. Concentração média de N, P2O5 e K2O e teor médio de matéria seca

de alguns materiais orgânicos de origem animal.

Material Orgânico N P 2O5 K2O Matéria Seca

%mm*

Dejeto sólido de suínos 2,1 2,8 2,9 25

Kg/m 3 de chorume

Dejeto líquido de suínos 4,5 4,0 1,6 6

* Concentração calculada com base em material isento de água, mm = Relação massa/massa

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO (1995).

2.2.6. Contaminação do solo

A poluição ambiental ocasionada pelo uso de dejetos de suínos como

fertilizante do solo motivou a implantação de medidas restritivas rígidas quanto a sua

aplicação, na tentativa de recuperação do solo e, acima de tudo, na preservação dos

mananciais hídricos (OLIVEIRA et al., 2003).

Page 28: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

28

Conforme SEGANFREDO (2000), para que se possa preservar a qualidade

do solo, alguns fatores devem ser levados em conta, como o tempo de aplicação

desses dejetos ao solo, a forma com que serão distribuídos, se líquida ou sólida, e

ainda a concentração dos nutrientes presentes no dejeto, uma vez que ela determinará

a dose a ser aplicada, bem como a necessidade ou não de fertilizantes químicos.

A aplicação de excessivas quantidades de dejetos ao solo,

frequentemente considerada, como uma maneira “prática e econômica” de se aliviar

da deposição de tais resíduos das instalações (SEGANFREDO, 2000), pode

ocasionar uma deposição de nutrientes no solo que, por sua vez, poderão resultar

em prejuízos econômicos diretos aos agricultores.

Há também a contaminação do solo que decorre da aplicação de

elevadas cargas de dejetos, ou quando os reservatórios de dejetos são feitos em

lagoas sem revestimento impermeabilizante, em solos de alta capacidade de

infiltração e/ou lençol freático próximo da superfície. Ocorrendo um desses eventos,

pode haver a contaminação de águas subterrâneas e superficiais (SIMIONI, 2001).

Além de alterar as características químicas, físicas e biológicas do solo,

pode provocar uma importante diminuição da diversidade de microrganismos e da

variedade de plantas, além da queda na produtividade de cereais e pastagens,

toxicidade a animais e plantas e depreciação de produtos (SEGANFREDO, 2004).

A única forma de se evitar o desequilíbrio do solo, e os danos ambientais,

advindos do excesso de nutrientes provenientes dos dejetos aplicados por longos

períodos ao solo é limitar a sua quantidade somente às quantidades extraídas pelas

plantas (ponto crítico) (KUNZ, 2009).

2.2.7. Distribuição de dejetos

Os métodos de distribuição do dejeto e as dosagens dependem de como

o produtor utiliza o dejeto: como recurso produto descartável. Se o dejeto estiver

sendo utilizado como recurso o produtor deve conhecer os níveis de fertilidade do

solo, as necessidades das culturas, o conteúdo dos nutrientes do dejeto, e as

possíveis perdas decorrentes da época e do método de aplicação (KUNZ, 2009).

Page 29: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

29

Os sistemas mais usados são respectivamente: o conjunto trator e

tanque distribuidor, conjunto de aspersão com canhão e aspersão via pivot

central(KUNZ, 2009).

Para evitar perdas de nutrientes dos dejetos após a aplicação, por

escorrimento da água da chuva ou por volatilização, a distribuição dos dejetos deve

ser feita nos horários de menor insolação, com incorporação ou não ao solo e, de

preferência, o mais próximo possível ao período de plantio da cultura(KUNZ, 2009).

O sistema de distribuição de dejetos por aspersão consiste de uma

bomba, similar àquelas usadas no veículo tanque; tubulação de PVC, alumínio ou

aço zincado; tripé de elevação e canhão hidráulico. O dejeto é bombeado até o

bocal de um aspersor tipo canhão, de onde é aspergido sobre a área de interesse.

O chorume pode ser aplicado no sulco, nas linhas de plantio ou em

cobertura total. Em termos de praticidade e maior rendimento, o uso de

esparramador acoplado à tomada de força do trator para aplicação em área total é

mais vantajoso e é a forma mais empregada (KUNZ, 2009).

2.2.8. Utilização dos dejetos

O sistema intensivo de criação de suínos confinados origina grandes

quantidades de dejetos, os quais necessitam de destinação específica. Dentre as

alternativas possíveis, aquela de maior receptividade pelos agricultores tem sido a

utilização como fertilizante(SEGANFREDO, 2000).

Com a grande expansão do plantio direto, é cada vez maior o número de

propriedades rurais em que o dejeto líquido de suínos é aplicado diretamente sobre

a palha das plantas de cobertura, antecedendo a implantação das culturas

comerciais (ALMEIDA et al., 1999).

Os dejetos de suínos têm sido utilizados como fertilizantes do solo porque

possuem elementos químicos que, ao serem adicionados ao solo, poderão ser

absorvidos pelas plantas, da mesma forma que aqueles dos fertilizantes químicos

(SEGANFREDO, 2000).

Segundo KONZEN (1997), a utilização dos dejetos suínos numa

propriedade agrícola permite o desenvolvimento de sistemas integrados de

produção que podem corresponder ao somatório de alternativas produtivas que

diversificam as fontes de renda, promovendo maior estabilidade econômica e social.

Page 30: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

30

SCHERER et al. (1994) relatam que o dejeto de suínos quando utilizado

de forma equilibrada, constitui-se em fertilizante capaz de substituir totalmente a

adubação química das culturas com vantagem.

Algumas pesquisas alertam para o fato que, apesar do dejeto no curto

prazo influenciar positivamente na produtividade das culturas, esta utilização é

problemática no médio prazo, uma vez que existe desequilíbrio entre a composição

química dos dejetos e a quantidade requerida pelas plantas o que poderá resultar em

acúmulo de nutrientes no solo e, consequentemente, ao ambiente (KONZEN, 2003).

A utilização dos dejetos de suínos como fertilizantes orgânicos também

pode contribuir para a contaminação dos recursos hídricos se as quantidades

aplicadas forem superiores à capacidade do solo e das plantas em absorverem os

nutrientes presentes nesses resíduos. Dessa forma, poderá haver contaminação das

águas superficiais pelo escorrimento superficial quando a capacidade de infiltração

da água no solo for baixa e a contaminação das águas subterrâneas quando a

infiltração da água no solo for elevada (POTE et al., 2001).

Assim, deve-se assegurar que as quantidades retiradas pelas plantas

sejam repostas pelas de adubações orgânicas ou químicas e que as quantidades de

nutrientes adicionadas não sejam maiores do que aquelas possíveis de serem

absorvidas pelas plantas(POTE et al., 2001).

Segundo OLIVEIRA (1993) é importante conhecer as características

físicas e químicas dos dejetos para facilitar a recomendação técnica na utilização

dos dejetos orgânicos, tais como: matéria seca, ph e densidade.

A matéria seca indica o grau de diluição do dejeto e o valor fertilizante

deste, uma vez que a concentração de nutrientes por unidade de volume é inversa

ao seu conteúdo de água e carbono. Os valores de matéria seca são muito variáveis

mesmo dentro de um mesmo tipo de criação. Estas variações são devidas ao tipo de

alimentação, idade dos animais, local de coleta OLIVEIRA (1993).

O pH dos dejetos fermentados deve ser superior a 6,5, principalmente

quando o material for colocado em cobertura nas pastagens ou culturas anuais

OLIVEIRA (1993).

A densidade indica de maneira bastante prática através do densímetro ou

aerômetro, as estimativas dos teores de matéria seca e NPK nos dejetos de animais.

A concentração de NPK nos dejetos animais está relacionada com a qualidade dos

Page 31: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

31

alimentos consumidos pelos mesmos e o tamanho do animal, medido em peso vivo

OLIVEIRA (1993).

O ideal é que fossem coletadas amostras dos dejetos nas

esterqueiras e enviadas para análises químicas e físicas nos laboratórios. No

entanto, como esta tem um custo elevado, um dos métodos indicados para ser

utilizado a campo é o uso do densímetro, que permite a determinação da

densidade, sendo possível com isto, estimar a composição em nutrientes e

calcular a dose adequada a ser aplicada para uma determinada cultura.

Primeiramente, misturam-se os dejetos na esterqueira, agitando-os

por alguns minutos, até perfeita homogeneização. Em seguida, com um

recipiente adequado, retira-se uma amostra para determinação da densidade.

Para realizar a leitura, mergulha-se o densímetro no recipiente, observa-se até

onde ele imerge e registra-se o valor obtido. Com o valor da densidade,

consulta-se a tabela de conversão, obtendo-se às características químicas dos

dejetos analisados OLIVEIRA (1993) (Tabela 10).

TABELA 10. Tabela de conversão para dejetos de suínos

Densidade (kg/m 3)

MS (%)

N (kg/m 3)

P2O5

(kg/m 3) K2O

(kg/m 3) Quantidade de Dejetos a aplicar para

lavoura de milho (m 3/ha)

De 50 a 100 sc/ha Mais de 100 sc/ha

M.O. (%) 2,6 – 3,5

M.O. (%) 3,6 – 4,5

M.O. (%) 2,6 – 3,5

M.O. (%) 3,6 – 4,5

1002 - 0.68 0.22 0.63 162 132 206 176

1004 0.27 0.98 0.52 0.75 112 92 143 122

1006 0.72 1.29 0.83 0.88 85 70 109 93

1008 1.17 1.60 1.14 1.00 69 56 88 75

1010 1.63 1.91 1.45 1.13 58 47 73 63

1012 2.09 2.12 1.75 1.25 52 42 66 57

1014 2.54 2.52 2.06 1.38 44 36 56 48

1016 3.00 2.83 2.37 1.50 39 32 49 42

1018 3.46 3.13 2.68 1.63 35 29 45 38

1020 3.91 3.44 2.99 1.75 32 26 41 35

1022 4.37 .375 3.29 1.88 29 24 37 32

1024 4.82 4.06 3.60 2.00 27 22 34 30

Fonte: OLIVEIRA (1993).

Page 32: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

32

Conforme mencionado na Tabela 11, a aplicação de 30 m3/ha de dejeto

de suíno com 4% de matéria seca corresponde a praticamente 215 kg/ha de sulfato

de amônio, 570 kg/ha de superfosfato simples e mais de 134 kg/ha de cloreto de

potássio (OLIVEIRA & PARIZOTTO, 1994).

TABELA 11. Equivalente em adubos minerais de 30 m3 de chorume

Elemento Chorume (%) Chorume (Kg) Equivalente em ad ubo comercial (kg)

N 3,58 42,96 215 de sulfato de amônio

P2O5 9,50 114,00 570 de superfosfato simples

K2O 6,72 80,64 134 de cloreto de potássio

Fonte: OLIVEIRA & PARIZOTTO (1994).

Os dejetos de suínos podem ser utilizados na fertilização das lavouras,

trazendo ganhos econômicos ao produtor rural, sem comprometer a qualidade do

solo e do meio ambiente. Para isso, é fundamental a elaboração de um plano

técnico de manejo e de adubação, considerando a composição química dos dejetos,

a área a ser utilizada, a fertilidade e o tipo de solo e as exigências da cultura a ser

implantada (PERDOMO, 2001).

Os primeiros trabalhos com fertirrigação utilizando dejetos suínos

(KONZEN, 2003) tiveram como base a fertirrigação química de pastagens em Goiás,

e foram realizados em pastagens de capim Tanzânia, Mombaça e Braquiarão em

Mato Grosso do Sul, em 1997. Com irrigação via pivôs, na dose de 150 m3 ha-1 por

ano, as produções médias por dois anos consecutivos de fertirrigação, alcançaram 6

toneladas de matéria seca ha-1 por mês, chegando até 8 toneladas em algumas

áreas. À medida que os ciclos de fertirrigação foram avançando, a capacidade de

suporte de 1,2 UA original em 1997, alcançou o patamar de 8,5 UA em 2003.

A partir de pesquisas de adubação de Brachiaria brizantha cv, Marandu

com dejetos suínos, BARNABÉ et al. (2001) mostram um incremento de 156% na

produção de matéria seca e 230% na proteína na dose de 150 m3 ha-1.

Os produtores que dispõem de área agrícola suficiente para aproveitar os

resíduos gerados na propriedade, devem optar pelo sistema de armazenamento,

com tempo de retenção recomendado pela fiscalização ambiental (cerca de 120

dias), um eficiente sistema de transporte e distribuição e um plano de aplicação

Page 33: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

33

seguro que reduza o impacto ambiental. O manejo na forma líquida exige maior

cuidado e investimento em estrutura e equipamento referentes aos armazenamento,

a distribuição, transporte e ao transporte) BARNABÉ et al. (2001).

Para se evitar perdas de nutrientes dos dejetos na aplicação em dias

chuvosos (por escorrimento da água) ou por volatilização, a distribuição deve ser

feita nos horários de menor insolação, com imediata incorporação no solo e, de

preferência, o mais próximo do plantio da cultura BARNABÉ et al. (2001).

Para se evitar a adição de nutrientes em quantidades superiores às

exigidas por determinadas culturas e, muitas vezes, até superiores à capacidade de

retenção do solo, recomenda-se aplicar a dose de resíduo orgânico, tomando-se por

base o nutriente, cuja quantidade será satisfeita com a menor dose BARNABÉ et al.

(2001).

Qualquer que seja a forma de aplicação dos dejetos animais no solo,

como fertilizantes, os órgãos de fiscalização e proteção ambiental recomendam

faze-lo após o tempo de retenção hidráulico de 120 dias, visando a estabilização e

redução do seu poder poluente (PERDOMO et al., 1998).

2.3. Prejuízo dos dejetos ao meio ambiente

Há consenso generalizado de que o setor da suinocultura deve adotar

uma postura de respeito à qualidade do meio ambiente e de vida. Dentro dessa

concepção, a implantação de projetos de produção deve obedecer às normas de

equilíbrio entre os passivos e ativos ambientais decorrentes dos sistemas de

produção KONZEN & ALVARENGA (2007).

A título de exemplo, somente o estado de Goiás é detentor de

aproximadamente 58 mil matrizes em produção, gerando em torno de 3,2 milhões de

m3 de dejetos. Os dejetos de suínos apresentam alto poder poluente, especialmente

para os recursos hídricos, em termos de demanda bioquímica de oxigênio (

KONZEN,2006).

Os dejetos de uma granja de suínos têm grande potencial de mercado da

redução certificada de emissão (RCEs – créditos de carbono), além de

apresentarem elevado potencial econômico e produtivo, com um mínimo de

agressão ambiental, desde que adotadas as alternativas tecnológicas adequadas

para a concretização dessa meta (KONZEN,2006).

Page 34: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

34

2.3.1. Oportunidades e potencial dos dejetos

A preocupação com as mudanças climáticas e com o aquecimento global

que vêm ocorrendo é expressa no tratado de Kyoto( 1997), o qual autoriza mecanismos

de intervenção na redução de emissão dos gases de efeito estufa, denominado de

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, destinado a países desenvolvidos e em

desenvolvimento, que é o caso do Brasil (Figura 8). O MDL obedece a alguns critérios,

entre os quais podem ser citados: contribuir para o objetivo primordial da ONU; a

contribuição para o desenvolvimento sustentável do país e a demonstração de

adicionalidade (KONZEN,2006).

Os dados de emissão demonstram que a agropecuária brasileira tem

enorme potencial para auxiliar na solução dos problemas mundiais causados pelos

gases de efeito estufa.

A concentração da suinocultura nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste

Brasileiro e o confinamento praticamente total evidenciaram sérios riscos ambientais

no tocante ao sistema usual de manejo dos dejetos em lagoas abertas. As lagoas de

manejo dos dejetos produzem grande volume de metano (CH4), que é lançado na

atmosfera. Sabe-se que o metano é vinte uma vezes mais agressivo à atmosfera do

que o gás carbônico (dióxido decarbono) ( KONZEN,2006).

Figura 8. Fontes de emissão mundiais. Fonte: US EPA

A suinocultura goiana, com 57.800 matrizes em produção, tem potencial

para a produção de metano da ordem de 31.600 mil m3 por ano, que, convertidos em

dióxido de carbono (CO2), representam 462.700 mil toneladas métricas de gás

carbônico lançados na atmosfera. A captura do metano em biodigestores e sua

Page 35: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

35

utilização reduzem a emissão de gás carbônico para 46,27 mil toneladas métricas

(um décimo) e gera em torno de 346.800 créditos de carbono (RCEs) por ano,

somando um montante de U$ 2.427.000, dos quais uma parte amortiza os

investimentos dos biodigestores e outra financia a tecnologia das mudanças nas

práticas de manejo e utilização dos dejetos.

A produção de 31.600 mil m3 de metano potencializa a geração de 25.600

mil kW/ano, representando um valor de R$ 115,00 por matriz, ou a utilização de

combustível em motores, para biofertilização, representando 197.000 hectares

adubados/ano ( KONZEN,2006).

O potencial da suinocultura, em função de sua estruturação no Brasil,

chamou a atenção da AgCert Soluções Ambientais, a primeira empresa a promover

investimentos em tecnologia de biodigestores, os quais, com a captura e a utilização

do metano, geram créditos das Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) ou

Créditos de Carbono), para o financiamento de implantação da tecnologia e as

mudanças na prática de manejo e tratamento dos dejetos de suínos (KONZEN,2006).

O tratamento dos dejetos em biodigestores reduz a carga orgânica em

84%, podendo atingir até 96%, quando auxiliados por agentes de biorremediação

(bactérias). Além da carga orgânica, observaram-se, nas mesmas avaliações,

reduções de fósforo total (40%), cobre total (40%) e zinco total (22%). Com a adição

de agentes de biorremediação, as reduções atingiram 91, 96 e 97%,

respectivamente, para fósforo, cobre e zinco (Tabelas 12 e 13).

TABELA 12. Composição dos biofertilizantes de uma granja, sem adição de agentes

de biorremediação (2005).

Composição Antes Depois Redução (%)

(mg/litro)

DBO5 8.586 1.861 78

DQO 16.062 2.586 84

Fósforo 265 134 49

Cobre 4.48 2.67 40

Zinco 6.24 4.82 22

pH 6.86 7.03

Fonte: SANEAR, Belo Horizonte, MG (2005).

Page 36: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

36

TABELA 13. Composição dos biofertilizantes de uma granja, com adição de agentes

de biorremediação (2005).

Composição Antes Depois Redução (%)

(mg/litro)

DBO5 11.177 414 96

DQO 19.986 775 96

Fósforo 407 34 91

Cobre 11.56 0.46 96

Zinco 14.85 0.44 97

pH 6.69 8.03 -

Fonte: SANEAR, Belo Horizonte, MG (2005).

Para o adequado dimensionamento dos sistemas de biodigestores, é

necessário conhecer o volume dos dejetos produzidos pelos diversos sistemas ou

núcleos de produção. ( KONZEN,2006). Na gestação, cada fêmea alojada produz

em torno de 16 litros de dejetos por dia. Já na maternidade, essa quantidade se

eleva para 27 litros de dejetos por fêmea/dia. Na creche, os leitões produzem 1,4

litro/animal/dia. Na fase de crescimento e terminação, esse valor varia de 13 a 15

litros por suíno/dia (KONZEN,2006). O dimensionamento da estrutura de

armazenamento e a subsequente estabilização consideram, para ciclo completo de

150 a 170 litros por fêmea no plantel e para o núcleo de produção de leitões, o

volume de dejetos por matriz no plantel de 35 a 40 litros/dia. Os projetos de

construção dos biodigestores obedecem a algumas etapas e critérios. O

dimensionamento para as regiões Sudeste e Centro-Oeste baseia-se no tempo de

retenção hidráulica (28 dias) e nas quantidades de dejetos produzidas por fase

(KONZEN, 2006).

Os projetos dos biodigestores aprovados pela ONU e implantados pela

certificadora AgCert obedecem a um modelo estabelecido em parceria com a

Sansuy, Iengep e USP-Jaboticabal (Figura 9 - A e B).

Page 37: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

37

Figura 9. Modelo de biodigestor adotado pela certificadora AgCert em planta baixa

(A) e construído (B).

Fonte: Certificadora AgCert

2.4. A utilização dos dejetos suínos como fertilizan te do solo e seu impacto

ambiental

2.4.1. Contaminação do solo

A poluição ambiental causada pelo uso de dejetos de suínos como

fertilizante do solo motivou a implantação de medidas restritivas rígidas quanto a sua

aplicação, na tentativa de preservação e recuperação do solo e das águas de

superfície e de subsuperficie. Para tanto, conforme cita SEGANFREDO (2000) para

que se possa preservar a qualidade do solo, alguns fatores devem ser avaliados,

como o tempo de aplicação desses dejetos ao solo, a forma com que esses dejetos

serão lançados, se líquida ou sólida, e ainda a concentração dos nutrientes, uma vez

que ela determinará a dose a ser aplicada, bem como a necessidade ou não de

fertilizantes químicos.

A aplicação de grandes quantidades de dejetos ao solo, frequentemente

considerada, uma maneira “prática e econômica” de se remover tais resíduos das

instalações (SCHNUG 1994, citado por SEGANFREDO, 2000), pode provocar o

Page 38: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

38

acúmulo de nutrientes no solo que, por sua vez, poderão resultar em prejuízos

econômicos diretos aos agricultores. Há também a contaminação do solo que

decorre da aplicação de elevadas cargas de dejetos, ou quando os reservatórios de

dejetos são feitos em lagoas sem revestimento impermeabilizante, em solos de alta

capacidade de infiltração e/ou lençol freático próximo da superfície. Ocorrendo um

desses eventos, pode haver a contaminação de águas subterrâneas e superficiais

(OLIVEIRA et al., 1993, citado SIMIONI, 2001). Além de alterar as características

químicas, físicas e biológicas do solo, pode provocar importante diminuição da

diversidade de microrganismos e da variedade de plantas, além da queda na

produtividade de cereais e pastagens, toxicidade a animais e plantas e depreciação

de produtos (SEGANFREDO, 2004).

2.4.2. Contaminação das águas superficiais e subterrâneas

A poluição ambiental causada por dejetos de suínos é um problema muito

sério devido ao elevado número de contaminantes presentes nesses, causando uma

forte degradação do ar, do solo e principalmente dos recursos hídricos (águas

superficiais e subterrâneas).

A principal causa da poluição é o lançamento direto do dejeto nos cursos

d’água, que pode acarretar em uma redução do teor de oxigênio dissolvido na água,

disseminação de patógenos e contaminação das águas potáveis com amônia,

nitratos e outros elementos tóxicos (NOLASCO et al., 2005).

Os principais constituintes dos dejetos suínos que afetam as águas

superficiais são matéria orgânica, nutrientes, bactéria s fecais e sedimentos. Já os

que afetam águas subterrâneas são nitratos e bactérias (NOLASCO et al, 2005).

Conforme cita ASSIS (2004), o lançamento de grandes quantidades de

dejetos de suínos em rios e lagos pode causar sérios desequilíbrios ecológicos e

poluentes em função da relação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e da

carga orgânica integrante, ou seja, quanto maior a DBO, maior a carga orgânica

presente nas águas dos rios, lagos e aquíferos subterrâneos. A redução do poder

poluente a níveis aceitáveis, 60 mg/DBO/litro de dejetos, 15% de sólidos voláteis,

redução da taxa de coliformes a 1,0%, requer investimentos em sistemas de

tratamento de dejetos de suínos.

Page 39: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

39

2.4.3. Os dejetos de suínos têm sido utilizados com o fertilizante do solo.

Porque esses resíduos orgânicos contêm elementos químicos que, ao

serem adicionados ao solo, podem constituir nutrientes para o desenvolvimento das

plantas. Tais nutrientes, após sua mineralização no solo, têm a mesma função nas

plantas, que a dos fertilizantes químicos, ou seja; as plantas podem-se desenvolver

tanto utilizando os nutrientes que provêm dos dejetos, como dos fertilizantes

químicos (Comissão de Fertilidade do Solo RS/SC, 1995; BRANDJES et al., 1996).

2.4.4. Limite, dosagem e tempo de aplicação dos dej etos suínos.

São necessárias pesquisas de longo prazo, desenvolvidas dentro dos

critérios de sustentabilidade de sistema, para responder adequadamente à questão

acima formulada. Inicialmente, é imprescindível considerar, no entanto, que o

sistema solo/planta é incapaz de reciclar os dejetos de suínos, enquanto persistir o

desequilíbrio entre a sua composição química e as quantidades de nutrientes

requeridas pelas plantas. Além disso, tem-se a oportunidade de aprender com a

experiência acumulada em outros países, pois é bastante amplo o número de

registros de problemas havidos pelos mesmos motivos, especialmente na Holanda,

Alemanha, Bélgica e Dinamarca. Independentemente do tipo de solo e região

(FAGERIA, 1989), o ponto de partida para tornar auto-sustentáveis os sistemas

agrícolas adubados com dejetos de suínos é a diminuição da sua carga poluente,

destacando-se a quantidade de matéria orgânica e de nutrientes. Várias são as

alternativas para atingir tal objetivo, especialmente, a utilização de dietas melhor

balanceadas, melhor manejo do rebanho, medidas gerais de higiene e linhagens de

suínos com melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos (SEGANFREDO,1998).

2.4.5. Resultados da adubação com dejetos e biofert ilizante de Suínos

A produção de milho e soja foi desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo,

em Rio Verde, GO, em parceria com a Fundação de Ensino Superior de Rio Verde,

GO (Fesurv) e a Perdigão Agroindustrial S/A durante o período de 2000 a 2005.

Para a fertilização das áreas, foram utilizadas diversas doses, em aplicação

exclusiva e combinada com adubação química. A produtividade de milho com o uso

de doses crescentes de dejetos de suínos, em latossolo vermelho-amarelo de

cerrado, variou de 5.820 kg a 7.286 kg por hectare (Figura 10) ( KONZEN,2006).

Page 40: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

40

A dose de 50m3, exclusiva ou combinada com nitrogênio em cobertura,

produziu em torno de 7.000 kg de milho por hectare, equivalente à produtividade

média da região, utilizando-se alta tecnologia.

Figura 10. Produção média de milho fertilizado com dejetos líquidos de suínos durante o período de 2001/2005.

Fonte: Rio Verde, GO (2005).

A produtividade com doses de 100 e 200 m3 ha-1 foi semelhante à das doses

menores, com o agravante de oferecer riscos ao meio ambiente. O mesmo trabalho foi

realizado com a soja, também em sistema de plantio direto. A produtividade média variou

de 3.274 a 3.619 kg h-1. A produtividade média foi equivalente em todas as doses de

adubação, tanto químicas quanto com dejetos de suínos KONZEM(2006). (Figura 11).

Figura 11. Produção média de soja fertilizada com dejetos líquidos de suínos durante o período de 2001/2005.

Fonte Rio Verde, GO (2005).

Page 41: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

41

Os primeiros trabalhos de fertirrigação com dejetos de suínos tiveram

como base a fertirrigação química de pastagens, em Goiás, e foram realizados em

pastagens de capim tanzânia, mombaça e braquiarão em Brazilândia, Mato Grosso

do Sul, em 1997. A economia de fertilizante químico foi acima de 85%, em 2.000

hectares fertirrigados. A fertilização de pastagem de mombaça, em Rio Verde, GO,

no período de 2001 a 2004, propiciou a lotação de 6,5 a 7 U.A. por hectare, durante

o período de novembro de 2003 a junho de 2004 KONZEM(2006). (Figura 12)

Figura 12. Mombaça fertilizado com dejetos suínos, durante quatro anos.

Fonte: Rio Verde, GO (2004)

Além da fertirrigação em pastagens, as culturas de batata e do milho

foram desenvolvidas nas Granjas Cinco Estrelas e Folhados, em Patrocínio, MG. A

batata atingiu 66 toneladas por hectare, com economia de fertilizantes e defensivos.

A produtividade de milho, com utilização exclusiva de biofertilizante,

atingiu 9.684 kg h-1, ou seja, 161 sacos por hectare.

Estudo recente com fertirrigação de Tifton-85 possibilitou a produção de

5.928 kg ha-1 de matéria seca em períodos de corte a cada 35 dias DRUMOND

(2003) (Figura 13).

Page 42: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

42

Figura 13. Produção de matéria seca de Tifton-85 fertirrigado com dejetos de suínos.

Fonte: DRUMOND (2003).

2.4.6. Benefício/Custo dos sistemas de produção com utilização de dejetos de

suínos.

Em estudo de custos da aplicação de dejetos feito em Santa Catarina,

pela EPAGRI e EMBRAPA Suínos e Aves, compara os sistemas de aplicação com

tanque tratorizado e aspersão. São com,parados os dois sistemas, com a dose

anual de 40 m3 ha-1, em áreas que variaram de seis a 60 hectares (Figura 14).

O estudo mostra que, até 24 hectares adubados, os custos de ambos se

equipararam. À medida que a área fertilizada cresceu, os custos da aspersão

decresceram 52,6% em relação ao tanque tratorizado.

Os sistemas de produção de milho com aplicação de dejetos de suínos

destacaram as relações de benefício/custo de 1,47 e 1, 48, respectivamente, para

50 m3 e 100 m3 ha-1. Entretanto, em condições circunstanciais, em que os volumes

de dejetos gerados pelo sistema criatório forem maiores do que os estabelecidos

para 50 e 100 m3 ha-1, o produtor poderá utilizar doses de até 150 m3 ha-1, obtendo,

ainda, resultados economicamente viáveis, incorrendo, no entanto, em riscos

ambientais. Esses dados mostram que, para cada real aplicado na produção de

milho com dejetos de suínos, retornou-se ao produtor R$ 1,47 e R$ 1,48 em valor da

produção, atingindo a rentabilidade de 47% e 48%, sem mensurar os efeitos

benéficos que a adubação orgânica opera no solo (EPAGRI E EMBRAPA Suínos e

Aves, 1995).

Page 43: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

43

Figura 14. Estudo comparativo de custo da aplicação anual de 40m3 ha-1 de dejeto

líquido de suínos, realizada com tanque mecanizado e aspersão.

Fonte: EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995).

2.4.7. Resultados na recuperação de pastagens com d ejetos de suínos

Uma pesquisa sobre adubação de Brachiaria brizantha cv. Marandu, com

doses crescentes de dejetos liquido de suínos (DLS) realizada por BARNABÉ et al.,

(2001) na Universidade de Goiás avaliaram a produção e a composição químico-

bromatológica da Brachiaria brizantha cv. Marandu fertilizada com DLS em relação à

adubação química, normalmente recomendada no período de janeiro a abril de 2000.

A produção de matéria seca (PMS) (kg/ha) (Tabela 14), os teores médios

de proteína bruta (PB), de fibra em detergente neutro (FDN), de fibra em detergente

ácido (FDA) e de hemicelulose (HC) (Tabela 15), além dos teores médios dos

macrominerais: P, K, Ca e Mg (Tabela 16), parâmetros avaliados.

Pelos resultados encontrados pode-se recomendar a aplicação de

150m3/ha de DLS para substituir a adubação química recomendada, mostrando um

incremento de 156% na produção de matéria seca por hectare e a qualidade da

proteína na matéria seca melhorou 230%. As produções de matéria seca e de

proteína bruta estão indicadas na Figura 15.

Page 44: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

44

TABELA 14. Produção de matéria seca (PMS) acumulada no período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000, do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu. Goiânia, GO

T1=sem qualquer adubação; T2=60 kg de N na forma de sulfato de amônio, 30 kg de P2O

5 na forma

de superfosfato simples e 37,5 de K2O na forma de cloreto de potássio; T3=166,5 kg de N, 51,5 kg de

P2O

5 e 41,5 kg de K

2O na forma de DLS; T4=333,0 kg de N, 103,0 kg de P

2O

5 e 83,0 kg de K

2O na

forma de DLS; T5=499,5 kg de N, 154,5 kg de P2O

5 e 124,5 kg de K

2O na forma de DLS. Médias

seguidas de letras diferentes, nas colunas, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05). Fonte. EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995). TABELA 15. Teores médios em % na MS de proteína bruta (PB), de fibra em

detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ácido (FDA), e de hemicelulose (HC) no capim Brachiaria brizantha cv. Marandu no período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO

Tratamento PB FDN FDA HC

T1 7,6 d 72,7 a 38,6 a 34,6 a

T2 8,4 bc 71,9 a 38,7 a 32,8 ab

T3 7,9 cd 71,7 a 38,8 a 33,0 ab

T4 8,9 b 69,8 a 37,7 ab 32,2 b

T5 9,8 a 69,5 a 36,9 b 32,9 ab

CV(%) 3,13 2,02 1,79 2,63

T1=sem qualquer adubação; T2=60 kg de N na forma de sulfato de amônio, 30 kg de P

2O

5 na forma

de superfosfato simples e 37,5 de K2O na forma de cloreto de potássio; T3=166,5 kg de N, 51,5 kg de

P2O

5 e 41,5 kg de K

2O na forma de DLS; T4=333,0 kg de N, 103,0 kg de P

2O

5 e 83,0 kg de K

2O na

forma de DLS; T5=499,5 kg de N, 154,5 kg de P2O

5 e 124,5 kg de K

2O na forma de DLS. Médias

seguidas de letras diferentes, nas colunas, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Fonte: KONZEN (2006)

Tratamentos PMS acumulada (kg/ha)

T1 2.495 d

T2 5.824 a

T3 3.541 c

T4 5.223 b

T5 6.390 a

CV(%) 5,67

Page 45: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

45

TABELA 16. Teores médios (em % na MS) de cálcio, de magnésio, de fósforo e de potássio do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu, no período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO

Tratamentos Cálcio Magnésio Fósforo Potássio

T1 0,54 c 0,51 c 0,19 a 0,76 c

T2 0,63 b 0,57 b 0,20 a 0,83 bc

T3 0,53 c 0,56 b 0,19 a 0,62 d

T4 0,63 b 0,58 ab 0,20 a 0,90 b

T5 0,68 a 0,59 a 0,21 a 0,99 a

CV(%) 3,48 1,52 6,20 4,34

T1=sem qualquer adubação; T2=60 kg de N na forma de sulfato de amônio, 30 kg de P

2O

5 na forma

de superfosfato simples e 37,5 de K2O na forma de cloreto de potássio; T3=166,5 kg de N, 51,5 kg de

P2O

5 e 41,5 kg de K

2O na forma de DLS; T4=333,0 kg de N, 103,0 kg de P

2O

5 e 83,0 kg de K

2O na

forma de DLS; T5=499,5 kg de N, 154,5 kg de P2O

5 e 124,5 kg de K

2O na forma de DLS. Médias

seguidas de letras diferentes, nas colunas, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Fonte: KONZEN (2006)

KONZEN (2006) acompanhando a adubação de 78 hectares de

braquiarão com 180 m3 ha-1 de dejetos de suínos, em fazenda localizada em Rio

Verde, Goiás, mostrou que, a partir do terceiro ano, foi possível manter uma lotação

de 5,5 cabeças por hectare, em sistema de pastoreio rotacionado, no período de

outubro de 2000 a junho de 2001 (183 dias). Os ganhos diários dos animais

variaram de 490 a 900 gramas por cabeça/dia, dependendo do lote, se cruzado ou

nelore puro (Figura 16).

Quando foi avaliado o período de fevereiro a junho de 2001, os ganhos

diários foram de 780 a 1.130 gramas por cabeça; considerado o período de

utilização do potencial máximo da pastagem. Durante o pastoreio, foi feita uma

suplementação de 1,2 kg de concentrado protéico/energético por animal.

Page 46: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

46

Figura 15. Produções de matéria seca e proteína, em kg/ha de Brachiaria

brizantha cv. Marandu, fertilizada com doses crescente de dejetos de

suínos. Goiânia, GO.

Fonte: BARNABÉ et al. (2001)

Figura 16. Ganho diário de peso, em gramas por cabeça, de bovinos de corte, em

sistema de pastoreio rotacionado, em pastagem de braquiarão

fertilizado com dejetos de suínos, durante os períodos de 10/00 a 06/01

e de 02 a 06/01. Rio Verde, GO (2001).

Fonte: KOZEN (2006)

Nel. x Guzerá

Page 47: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dejetos de suínos podem constituir fertilizantes eficientes na produção

de grãos e de forragem, desde que adequadamente estabilizados antes de sua

utilização.

Os benefícios econômicos dos sistemas de produção de grãos com a

utilização de dejetos de suínos superam seus respectivos custos.

As doses de dejetos de suínos devem sempre obedecer à reposição da

exportação de elementos pelas produções.

O sistema de distribuição dos dejetos animais por aspersão é mais

econômico do que o de tanques mecanizados.

As doses econômicas de dejetos de suínos para a produção de milho em

áreas de cerrado, em plantio direto, variam de 50 a 100 m3 ha-1, para a produtividade

de 6.700 a 8.400 kg/ha.

Os dejetos de suínos podem ser usados na fertilização de grãos e

pastagens, trazendo ganhos econômicos ao produtor rural, sem comprometer a

qualidade do solo e do meio ambiente.

A elaboração de um plano técnico de manejo e adubação, considerando a

composição química dos dejetos, a área a ser utilizada, a fertilidade e tipo do solo e

as exigências da cultura a ser implantada.

A adequação da utilização dos dejetos suínos aumenta a sustentabilidade

dos sistemas de produção existentes através da introdução de tecnologias

inovadoras e melhoria da produtividade reduzindo custos, onde o resíduo do sistema

é o insumo do setor produtivo agrícola, e também, visa abranger de maneira

compensatória os diversos sistemas integrados de produção.

Page 48: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

4. REFERÊNCIAS

1. ABIEC – Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne Suína . Relatório Anual 2009. Disponível em http://www.abiec.com.br. Acesso em 09/09/2010.

2. ABIPECS – Associação Brasileira de Indústrias Processadoras e

Exportadoras de Carne Suína . Relatório Anual 2009. Disponível em http://www.abipecs.com.br. Acesso em 17/09/2010.

3. ALMEIDA, A. C. R. de; AITA, C. A.; CHIAPINOTTO, I. C.; GIACOMINI, S. J.;

VENDRUSCOLO, E. R.; HUBNER, A. e FRIES, M. R. Dinâmica do N no solo com a aplicação de dejeto líquido de suínos sobre a palhada de aveia em pré-semeadura do milho. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26, 1999, Brasília. Anais... Brasília: SBCS. 1999.1 CD-ROM.

4. ANDRASKI, T. W.; BUNDY, L. G.; BRYE, K. R. Crop management an corn

nitrogen rate effects on nitrate leaching. Journal of Environmental Quality , v. 29, p. 1095-1103, abr./jun. 2000. .

5. BARNABÉ, M. C. Produção e composição bromatológica da Brachiaria

brizantha cv. Marandu adubada com dejetos de suínos. 2001. Tese (Mestrado) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiânia, Goiânia.

6. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Instrução

Normativa N° 15, de 17 de Julho de 2001. Disponível e m: http://www.agricultura.gov.br/ . Acesso em: 29/09/2010.

7. CAZARRÉ, M. M. Otimização de lagoas anaeróbias para o tratamento de dejetos de suínos. 2001. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia Sanitária Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

8. CERETTA, C. A. et al., Produtividade de grãos de milho, produção de

matéria seca e acúmulo de nitrogênio, fósforo e pot ássio na rotação aveia preta/milho/nabo forrageiro com aplicação de dejeto líquido de suínos. Santa Maria: Revista Ciência Rural, Departamento de Solos, v.35, n.6, p1287-1295, 2005.

9. CHRISTMANN, A. In. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Agricultura

e Abastecimento. Manual de uso, manejo e conservação do solo e da

Page 49: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

49

água: projeto de recuperação, conservação e manejo dos recursos naturais em microbacias hidrográficas. 2ª ed. Florianópolis: EPAGRI, 1994.

10. DARTORA, V.; PERDOMO, C. C.; TUMELEIRO, I. L. Manejo dos dejetos de

suínos , Boletim Técnico Informativo de Pesquisa, Embrapa Suínos e Aves / EMATER-RS. Impresso EMATER-RS, Porto Alegre, p. 41, 1998a.

11. DARTORA, V. et al. BIPERS. Manejo de dejetos de suínos . Concórdia:

EMBRAPA-CNPSA, v. 7, n. 11, mar. 1998b. (publicação semestral.) 12. DIESEL, R.; MIRANDA, C. R.; PERDOMO, C. C. Coletânea de tecnologias

sobre dejetos suínos . Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, p. 30, 2002. (Boletim informativo BIPERS).

13. EMBRAPA SUINOS E AVES – Produção de Suínos e Aves . Disponível em:

http://www.cnpsa.embrapa.br/index.php/. Acesso em: 15/09/2010. 14. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solo. Manual de métodos de

análise de solo. 2.ed. Brasília: Embrapa Produção de informações; Rio de Janeiro: Embrapa Solo, p. 212, 1997.

15. EMBRAPA, 2007 Aspestos práticos no manejo dos dejetos de suínos e

aves. EMBRAPA/EPAGRI, 1995. 16. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solo. Manual de métodos de

análise de solo. 2.ed. Brasília: Embrapa Produção de informações; Rio de Janeiro: Embrapa Solo, p. 212, 1997.

17. EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995). 18. FAO – Food and Agriculture Organization . Essential documents, statistics,

maps and multimedia resources. Disponível em http://www.fao.org. Acesso em 18/09/2010.

19. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística . Censo Agropecuário

2008 Efetivo de suínos e aves por região. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ . Acesso em: 15/09/2010.

20. JELINEK, T. Collection, storage and transport os swine wasters . In:

TAIGANIDES, E.P. Animal wastes. Essex: England Applied Science, p. 165, 1977.

Page 50: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

50

21. KONZEN, E. A.; ALVARENGA, R. C. Cultura do milho. Fertilidade de solos. Adubação orgânica . In: EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. V Seminário técnico da cultura de milho. Videira, 2007.

22. KONZEN, E. A. Fertilização de lavoura e pastagem com dejetos de su ínos e cama de aves . EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. V Seminário técnico da cultura de milho, Videira, 2003.

23. KONZEN, E. A.; ALVARENGA, R. C. Cultura do milho. Fertilidade de solos.

Adubação orgânica . In: EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. V Seminário técnico da cultura de milho. Videira, 2007.

24. KONZEN, E. A. Viabilidade ambiental e econômica de dejetos de s uínos . Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2006. (Embrapa Milho e Sorgo. Documentos, 59).

25. KONZEN, E. A.; PEREIRA FILHO, I. A.; BAHIA FILHO, A. F. C.; PEREIRA, F. A. Manejo de dejeto líquido de suínos e sua utilização na adubação do milho. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1997. (EMBRAPA-CNPMS. Circular Técnica p. 31.

26. KONZEN, E. A.; BARROS, L. C. de. Lagoas de estabilização natural para

armazenamento de dejetos líquidos de suínos. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, p. 14, 1997. (Embrapa Milho e Sorgo. Documentos, 9).

27. KONZEN, E. A. Manejo e utilização de dejetos suínos . Concórdia:

EMBRAPA - CNPSA, p. 32, 1983. (EMBRAPA - CNPSA. Circular Técnica, 6).

28. KUNZ, A. Transformações da Produção Animal no Brasil e suas Consequências Ambientais. In: I SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE ANIMAIS, 2009, Florianópolis, SC. Anais... Concórdia: 2009.

29. KUNZ, A.; CHIUCHETTA, O.; MIELLE, M.; GIROTTO, A. F. Comparativo de

Custos de Implantação de Diferentes Tecnologias de Armazenagem/Tratamento e Distribuição de Dejetos de Suínos . Circular técnica, Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, v. 24, p. 16, 2005.

30. KUNZ, A. Tratamento de dejetos de suínos: desafios associados a

complexidade da matriz. In: WORKSHOP SOBRE TECNOLOGIAS PARA

Page 51: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

51

REMOÇÃO DE NUTRIENTES DE DEJETOS DE ORIGEM ANIMAL. 2005, Florianópolis. Anais... Florianópolis: EMBRAPA – CNPSA, 2005.

31. KUNZ, A. Uma abordagem para a questão do nitrogênio e maus o dores

em dejetos suínos. In: Coletânea de Seminários 2002. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, p. 98, 2002. (Embrapa Suínos e Aves. Documento, 82).

32. LUCAS, J.; SANTOS, T.M.B.; OLIVEIRA, R.A.; Possibilidade de uso de

dejetos no meio rural. In: WORKSHOP: MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS E A AGROPECUÁRIA BRASILEIRA, 1, 1999, Campinas. Memória. Embrapa Meio Ambiente, 1999 p. 42.

33. LUDKE, J. V.; LUDKE, M. C. M. M. Produção de suínos com ênfase na

preservação ambiental. 168 ed. São Paulo, parte 2 Manejo da nutrição. In: Suinocultura Industrial ,Porto Feliz, n. 3, Ano 25, p. 10 -12, 2003.

34. MENEZES, J.F.S.; KONZER, E.A.; SILVA, G.P.; SANTOS, S.C.G.; PIMENTA,

F.F.; LOPES, J.P.C.; ALVARENGA, R.C.; ANDRADE, C.L.T. Aproveitamento de dejetos de suínos na produção agrícola e monitor amento do impacto ambiental . Universidade de Rio Verde – GO, p. 46, 2007. (Boletim Técnico 6).

35. MIELE, M.; MACHADO, J. S. Levantamento sistemático da produção e

abate de suínos – LSPS. Série Documentos, Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, Santa Catarina. n. 104. p. 26, 2006.

36. MIRANDA. C.R.; ZARDO; A.; GOSMANN, H. Uso de dejetos na agricultura .

Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1999. 2p. (EMBRAPA - CNPSA. Instrução técnica para o suinocultor, 11).

37. MORAES, B. E. R.; MOURA, G. S. A.; PRADO, P. P.; BENEDETTI, E.

Potencialidades do uso de cama de frango na recuperação de pastagens degradadas de Brachiaria decumbens. Veterinária Noticias , Uberlândia. v. 12. n. 2. p. 127, 2006.

38. MOREIRA, I. C. L.; BASSO, C. J.; CERETTA, C. A.; GIROTTO, E.; TRENTIN, E. E.; POCOGESKI, E. Perdas de potássio, cálcio e magnésio por escoamento superficial com o uso de dejetos líquido s de suínos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 2003, Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto.

Page 52: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

52

39. NEVES, S. Ativos e Passivos Sócio–Ambientais . In: Instituto Serrano Neves – Entidade dedicada à estimulação e articulação da Educação Sócio–Ambiental para o desenvolvimento sustentável. p.63, 2006.

40. NRC – NATIONAL RESEARCH COUNCIL (U. S. A.) – Committee on the

Role of Alternative Farming Methods in Modern Produ ction Agriculture. Alternative Agriculture. 3a impr. 1991. Washington D. C.: National Academy Press, p. 448, 1989.

41. OLIVEIRA, E.; PARIZOTTO, M. L. V. Características e uso fertilizante do

dejeto de suíno . Londrina: IAPAR, p. 24, 1994. (IAPAR, Circular 83). 42. OLIVEIRA, P. A. V. Modelo matemático para estimar a evaporação d’água

contida nos dejetos, em sistemas criação de suínos sobre cama de maravalha e piso ripado, nas fases de crescimento e terminação. Journal of the Brazilian Society of Agricultural Engineering , v. 23, n. 3, p. 398-626, set/dez 2003.

43. OLIVEIRA, P. A. V. de. Sistema de produção de suínos em cama

sobreposta “deep bedding” . In: 9º Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, Gramado, 2001.

44. OLIVEIRA, P. A. V. Manual de manejo e utilização de dejetos de suínos.

Embrapa Suínos e Aves, Concórdia - SC. Documentos, 27, p. 188, 1993. 45. OLIVEIRA, P. A. V. Produção e manejo de dejetos de suínos. Concórdia:

PNMA II – Programa Nacional do Meio Ambiente, Documento Técnico n. 8, p. 79 – 90, 2002.

46. PALHARES, J. C. P.; JÚNIOR, W. B.; JACOB, A. D. et al., Impacto

Ambiental da Concentração de Suínos na Microbacia H idrográfica do Rio Fragosos. Concórdia: CNPSA/Embrapa. n. 307, 2002. Comunicado Técnico.

47. PERDOMO, C. C.; OLIVEIRA, P. A. V.; KUNZ, A. Metodologia sugerida

para estimar o volume e a carga de poluentes gerado s em um granja de suínos . Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, p. 6, 2003. (Embrapa Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 332).

48. PERDOMO, C. C; COSTA, R. R; MEDRI, V; MIRANDA, C. R.

Dimensionamento de sistema de tratamento e utilizaçã o de dejetos suínos. Concórdia: EMBRPA. Suínos e Aves, p.5, 1999. (EMBRAPA - Suínos e Aves. Comunicado Técnico, 234).

Page 53: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

53

49. PERDOMO, C. C.; LIMA, G. J. M. M. D.; NONES, K. Produção de suínos e

meio ambiente . In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA SUINOCULTURA, 9, 2001, Gramado. Anais... Gramado: [s.n.], p. 17, 2001.

50. PERDOMO, C. C.; LIMA, G. J. M. D. Considerações sobre a questão dos

dejetos e o meio ambiente . In:____ Suinocultura: produção, manejo e saúde do rebanho. Concórdia: CNPSA/EMBRAPA, p. 223-234, 1998.

51. POTE, D. H. et al. Water-quality effects of infiltration rate and manure

application rate for soils receiving swine manure., Journal Soil and Water Conservation, v. 56, n. 1, p. 32-37, 2001.

52. RUMJANEK, N. G.; XAVIER, G. R.; SEGANFREDO, M. Efeito dos dejetos

de suínos na diversidade da microbiota do solo . Seropédica: Embrapa Agrobiologia, p. 16, 2004. (Relatório de Projeto de Pesquisa).

53. SCHMIDT FILHO, E. Influência da aplicação de dejeto suínos integrada a

produção vegetal sobre o comportamento do fósforo e m quatro solos do Paraná. 141 f., 2006. (Tese Doutorado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2006.

54. SCHERER, E. E. Avaliação da eficiência do nitrogênio do dejeto líq uido

de suínos na cultura do milho. In: REUNIÃO SULBRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO: MANEJO SUSTENTÁVEL DO SOLO, 2, 1998, Santa Maria. Anais... Santa Maria: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo - Núcleo Regional Sul, p. 121-122, 1998.

55. SCHERER, E. E.; BALDISSERA, I. T.; ROSSO, A. de. Dia de campo sobre

manejo e utilização de dejetos suínos. Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, Informativo Técnico, 1994 ,p. 47,.

56. SEGANFREDO, M. A . A Questão ambiental na utilização de dejetos de

suínos como fertilizante do solo. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, p. 35, 2000. (Embrapa Suíno e Aves. Circular Técnica, 22).

57. SEGANFREDO, M. A. Equação de dejetos. 2005. Disponível em:

http://www.bichoonline.com.br/. Acesso: 08/09/ 2011. 58. SEGANFREDO, M. A. Dejetos animais – A dupla face benefícios e

prejuízos. Concórdia, 2004. Disponível em: http://www.cnpsa.embrapa.br. Acessado em 16 set 2011.

Page 54: DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL€¦ · DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários

54

59. SEGANFREDO, M.A. Efeito de dejetos de suínos sobre o nitrogênio tota l,

amônio e nitratos na superfície e subsuperfície do solo . In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO, 2., 1998., Santa Maria, RS. Anais..., Santa Maria: SBCS-NRS 1998.

60. SILVA, F.C.M. Tratamento dos dejetos suínos utilizando lagoas de a lta taxa de degradação em batelada. Florianópolis: UFSC, 115 f, 1996. (Dissertação Mestrado)

61. SIMIONI, J. Avaliação dos riscos ambientais pela acumulação de Cu e Zn

nos solos fertilizados com dejetos de suínos. Florianópolis, 139 f, 2001. (Dissertação Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrícolas Agrárias. Programa de Pós Graduação em Agroecossistemas.

62. TEIXEIRA , E. N. Adaptação de estruturas existentes (esterqueiras) e m

biodigestores. 1985. 285f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos e Agrícola) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

63. TRAMONTINI, P. Relatório do programa de expansão da suinocultura e controle da poluição . Concórdia: EMBRAPA - CNPSA, Relatório de Apresentação, 1999.

64. USDA – United States Department of Agriculture . Relatório Anual 2009.

Disponível em www.usda brazil.org.br/. Acesso em 10/09/2010.