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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS
DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO A MBIENTAL
Luiz Alberto Garcia de Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes
GOIÂNIA
2011
ii
LUIZ ALBERTO GARCIA DE OLIVEIRA
DEJETOS SUINOS: QUALIDADE, UTILIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL
Seminário apresentado junto à
Disciplina Seminários Aplicados do
Programa de Pós-graduação em
Ciência Animal da Escola Veterinária
da Universidade Federal de Goiás.
Nível: Doutorado
Área de Concentração:
Produção Animal
Linha de Pesquisa:
Metabolismo nutricional, alimentação e
forragicultura na produção animal
Orientador:
Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes – UFG
Comitê de Orientação:
Prof. Dr. Miguel Joaquim Dias – UFG
Profa.Dra. Alessandra Gimenez Mascarenhas - UFG
GOIÂNIA
2011
iii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 10
2.1. Volume de dejetos produzidos pelos diversos sistemas de produção ............... 13
2.2. Dejetos suínos ................................................................................................... 13
2.2.1. Composição e características dos dejetos suínos .......................................... 15
2.2.2. Estimativa do volume de dejetos .................................................................... 18
2.2.3. Armazenagem dos dejetos .............................................................................. 20
2.2.4. Tratamento de dejetos..................................................................................... 25
2.2.4.1. Tratamento físico .......................................................................................... 25
2.2.4.2. Tratamento biológico .................................................................................... 25
2.2.5. Quantidade a aplicar no solo ........................................................................... 26
2.2.6. Contaminação do solo ..................................................................................... 27
2.2.7. Distribuição de dejetos .................................................................................... 28
2.2.8. Utilização dos dejetos..................................................................................... 29
2.3. Prejuízo dos dejetos ao meio ambiente............................................................. 33
2.3.1. Oportunidades e potencial dos dejetos ........................................................... 34
2.4. A utilização dos dejetos suínos como fertilizante do solo e o seu impacto
ambiental ...................................................................................................... 37
2.4.1. Contaminação do solo ..................................................................................... 37
2.4.2. Contaminação das águas superficiais e subterrâneas .................................... 38
2.4.3. Os dejetos de suínos têm sido utilizados como fertilizante do solo. .................... 39
2.4.4. Limite, dosagem, e tempo de aplicação dos dejetos suínos. .......................... 39
2.4.5. Resultados da adubação com dejetos e biofertilizante de Suínos .................. 39
2.4.6. Benefício/Custo dos sistemas de produção com utilização de dejetos de
suínos ........................................................................................................... 42
2.4.7. Resultados na recuperação de pastagens com dejetos de suínos ................. 43
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 47
4. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 48
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 As principais regiões produtoras de carne suína e de aves no Brasil
em porcentagem 12
Figura 2 Lagoa de dejetos (EMBRAPA, 2010) 23
Figura 3 Estequeira (EMBRAPA, 2010) 23
Figura 4 Bioesterqueira em perspectiva com detalhes dos dispositivos de
entrada e saída e da parede divisória da câmara de digestão
(EMBRAPA, 2010) 24
Figura 5 Biodigestor Indiano (EMBRAPA 2010) 24
Figura 6 Compostagem de Dejetos Suínos (EMBRAPA 2010) 26
Figura 7 Lagoas de estabilização (EMBRAPA 2010) 26
Figura 8 Fontes de emissão mundial 34
Figura 9 Modelo de biodigestor adotado pela certificadora AgCert, em planta
baixa (A) e construído (B) 37
Figura 10 Produção média de milho fertilizado com dejetos líquidos de suínos
durante o período de 2001/2005. Rio Verde, GO (2005) 40
Figura 11 Produção média de soja fertilizada com dejetos líquidos de suínos
durante o período de 2001/2005. Rio Verde, GO (2005) 40
Figura 12 Mombaça fertilizado com dejetos suínos, durante quatro anos. Rio Verde,
GO (2004) 41
Figura 13 Produção de matéria seca de Tifton-85 fertirrigado com dejetos de suínos.
Drumond (2003). 42
Figura 14 Estudo comparativo de custo da aplicação anual de 40m3 ha-1 de dejeto
líquido de suínos, realizada com tanque mecanizado e aspersão.
EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995). 43
Figura 15 Produções de matéria seca e proteína, em kg/ha de Brachiaria
brizantha cv. Marandu, fertilizada com doses crescente de dejetos de
suínos. Gioânia, GO. BARNABÉ et al. (2001) 46
Figura 16 Ganho diário de peso, em gramas por cabeça, de bovinos de corte,
em sistema de pastoreio rotacionado, em pastagem de braquiarão
fertilizado com dejetos de suínos, durante os períodos de 10/00 a
06/01 e de 02 a 06/01. Rio Verde, GO (2001). 46
v
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Efetivo do rebanho de ave e suíno em cada região do Brasil. 11
TABELA 2 Volume de dejetos produzidos pelos diversos sistemas de criação 13
TABELA 3 Composição química média dos dejetos suínos obtida na Unidade do
Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa, Concórdia – SC 15
TABELA 4 Proporção entre N e P consumido e excretado em suínos. 16
TABELA 5 Volume de dejetos produzidos, de acordo com o tipo de granja e
diferentes graus de desperdício de água 19
TABELA 6 Produção média de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos 19
TABELA 7 Produção diária de dejetos de suínos de acordo com o sistema de
produção (Litros/dia) 20
TABELA 8 Índice de eficiência de liberação dos nutrientes aplicados na forma
orgânica para a mineral, em cultivos sucessivos nos estados de SC e RS 27
TABELA 9 Concentração média de N, P2O5 e K2O e teor médio de matéria
seca de alguns materiais orgânicos de origem animal 27
TABELA 10 Tabela de conversão para dejetos de suínos 31
TABELA 11 Equivalente em adubos mineral de 30 m3 de chorume 32
TABELA 12 Composição dos biofertilizantes de uma granja, sem adição de
agentes de biorremediação (2005) 35
TABELA 13 Composição dos biofertilizantes de uma granja, com adição de
agentes de biorremediação (2005) 36
TABELA 14 Produção de matéria seca (PMS) acumulada no período de 14 de
janeiro a 23 de abril de 2000, do capim Brachiaria brizantha cv.
Marandu. Goiânia, GO 44
vi
TABELA 15 Teores médios em % na MS de proteína bruta (PB), de fibra em
detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ácido (FDA), e de
hemicelulose (HC) no capim Brachiaria brizantha cv. Marandu no
período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO 44
TABELA 16 Teores médios (em % na MS) de cálcio, de magnésio, de fósforo e
de potássio do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu, no período
de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO 45
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a atividade do setor Suinícola detêm grande importância
econômica e social. Há consenso perante a sociedade de que as atividades que
abrangem estes setores devam adotar postura de respeito à qualidade do meio
ambiente e da vida, em virtude da produção de grandes quantidades de dejetos
suínos, que devido à falta de tratamento adequado, ganhou status de potencial
poluidor dos mananciais hídricos.
Segundo KONZEN & ALVARENGA (2007), os sistemas agropecuários
dão origem a vários tipos de resíduos orgânicos, que quando corretamente
manejados e utilizados, revertem-se em fornecedores de nutrientes para a produção
de alimentos e melhoradores das condições do solo.
Com base nas análises dos resíduos das camas de suínos com pH = 8,2
e concentração de sólidos na taxa de 78% na proporção de Kg m-3 ou Kg t-1
encontrou valores de 29,6 de Nitrogênio (N) Total, 40,0 Fósforo (P), 37,5 (K) de
Potássio e a concentração de NPK 107,1.
Quando inadequadamente manuseados e tratados, constituem fonte de
contaminação e agressão ao meio ambiente. Para desencadear uma produção
econômica, tanto de grãos quanto de pastagens, pressupõe a oferta de nutrientes
aos vegetais que não seja o solo, cuja quantidade e qualidade na obtenção destes
materiais geram a produtividade que se pretende. Estas fontes são os adubos
químicos e fertilizantes orgânicos, que podem ser usados de maneira exclusiva ou
associados.
O aproveitamento integral e racional de todos os recursos disponíveis
dentro da propriedade rural, com a introdução de novos componentes tecnológicos,
aumenta a estabilidade dos sistemas de produção existentes, bem como maximiza a
eficiência dos mesmos, reduzindo custos e melhorando a produtividade. A
associação dos diversos componentes em sistemas integrados, que preservem o
meio ambiente, estabelece o princípio da reciclagem, ou seja, o resíduo de um
passa a ser insumo de outro sistema produtivo.
O nutriente contido nos dejetos tem alto valor agregado, sobretudo
quando considerada a alta que os preços dos fertilizantes químicos têm sofrido nos
últimos anos. Estes nutrientes, entretanto, trazem muitas vantagens e agregam valor
8
aos resíduos, melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo (KUNZ
et al., 2005).
Neste contexto, a implantação de projetos de produção de suínos deve
obedecer ao equilíbrio entre passivos e ativos ambientais decorrentes dos sistemas
de produção, de modo que a sustentabilidade seja alcançada em todos os elos da
cadeia produtiva.
O passivo ambiental define-se como qualquer obrigação da empresa
relativa aos danos ambientais causados por ela, o que na prática corresponde aos
custos referentes ao tratamento de áreas contaminadas, aos resíduos, à poluição de
rios, erosão, dentre outros, que são advindos da não observância da legislação
ambiental vigente. Em contrapartida, ativo ambiental são que a empresa possui
como áreas de preservação permanente, nascentes, reflorestamento, cobertura de
resíduos com resíduos de culturas ou vegetação viva, dentre outros que a empresa
possui (NEVES, 2006).
De acordo com KONZEN (2003) emprego de dejetos devem ser planejado
em função das características do solo e do clima, exigência das culturas,
declividade, taxa e época de aplicação, formas e equipamentos de aplicação.
Indubitavelmente faz-se necessário o fomento às pesquisas e manejo técnico no
sentido de eliminar estas fontes de contaminação ambiental, dando uma destinação
econômica, rentável e sustentável a estes.
Uma das diversas alternativas para o uso dos dejetos está na
recuperação de solo e das pastagens degradadas, com aplicações na implantação
de novas pastagens bem como na manutenção e melhoria das antigas,
possibilitando que as forragens manifestem seu potencial produtivo e bromatológico,
em solos corrigidos física e quimicamente pela ação da decomposição dos dejetos
aplicados (MORAES et al., 2006).
A necessidade de planejamento ambiental é algo aceito hoje em dia no
meio empresarial e já atinge o meio rural. Neste sentido, os profissionais que atuam
na atividade devem se capacitar para planejar o uso de recursos naturais e situar as
atividades, tanto na propriedade rural como na região (área e ecossistema) em
pontos que a capacidade suporte seja suficiente para a atividade.
Isto exige controle dos efluentes emitidos: adequação das instalações,
sistemas de reciclagem e/ou tratamento. Além do planejamento, especial atenção
deve ser dada à operação dos sistemas de manejo de resíduos, pois é comum
9
encontrarmos sistemas que operam em péssimas condições ou até paralisados, não
contribuindo em nada para a melhoria de qualidade ambiental.
A produção de suínos moderna deve ser encarada como um processo de
transformação biológica que apresenta como principais “entradas”, além dos
animais, o alimento, a água, o ar de ventilação e, em muitas situações, energia para
equipamentos e controle climático. Os fatores de “saída” são: animais vivos, ar de
ventilação, os dejetos e os animais mortos, além de diversos materiais considerados
lixo. Especificamente o ar de ventilação, os dejetos e os animais mortos afetam, de
forma mais direta, adversamente o ambiente.
Na produção de suínos observa-se que o manejo imposto e a
intensificação da produção, favorece a geração de maiores quantidades de resíduos
(dejetos e animais mortos) em pequenos espaços, devendo ser considerada a
concentração dos resíduos na propriedade e na região em que se situa a
propriedade, pois em ambientes com baixa capacidade suporte nos afastamos do
conceito de reciclagem dos resíduos no local e nos aproximamos do conceito de
transportes a longas distâncias, com consequente aumento de custos.
Objetivou-se, investigar e discutir a qualidade e utilização dos dejetos
suínos de forma a minimizar os impactos ambientais, recuperar o potencial
produtivo, abrangendo diversos estudos da sustentabilidade de sistemas de
produção de grãos e pastagens, com uso de fertilização e fertirrigação.
2. REVISÃO DA LITERATURA
De acordo United States Department of Agriculture (USDA, 2010),
Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne Suína (ABIEC, 2010),
Food and Agriculture Organization (FAO, 2010) e Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA, 2010), a produção mundial de carne no mundo
equivale em Milhões de Toneladas (Mil/T), cerca de 71,7 Mil/T de carne de
frango, 100,3 T de carne suína e 57,1 de carne bovina. Já no Brasil são
consumidos em torno de 7,8; 2,5 e 7,2 entre carne avícola, suína e bovina
respectivamente, totalizando 17,5 Mil/T.
Segundo levantamentos de dados obtidos pela Associação Brasileira
de Indústrias Processadoras e Exportadoras de Carne Suína (ABIPECS, 2009)
revelam que o Brasil é o 4° produtor mundial de car ne suína, representando um
montante de 3,190 Mil/T cuja oferta de suínos para abate estava em torno de
33,8 milhões de cabeças. O consumo nacional de suíno corresponde a 14 kg per
capta/ano.
A Tabela 1 abaixo apresenta o efetivo rebanho suíno no ano de
2008/2009 em cada região do Brasil, e, consequentemente na Figura 1 é possível
visualizar as porcentagens equivalentes de cada região da federação.
11
TABELA 1- Efetivo do rebanho de suínos em cada região do Brasil.
PRINCIPAIS PRODUTORES Efetivo de Rebanhos 2008/2009 em Milhões de Cabeças
Grandes Regiões e Unidades da Federação SUÍNO
BRASIL 35.977.047
REGIÃO SUL 17.798.250 Paraná 4.631.600 Santa Catarina 7.846.398 Rio Grande do Sul 5.320.252 REGIÃO SUDESTE 6.435.425 São Paulo 1.691.356 Minas Gerais 4.322.210 Rio de Janeiro 150.305 Espírito Santo 271.554 REGIÃO CENTRO-OESTE 4.298.518 Mato Grosso do Sul 957.697 Mato Grosso 1.620.061 Distrito Federal 119.000 Goiás 1.592.760 REGIÃO NORDESTE 6.227.467 Bahia 1.835.017 Pernambuco 509.547 Paraíba 143.795 Maranhão 1.436.181 Piauí 1.150.329 Ceará 1.152.598 REGIÃO NORTE 1.226.387 Pará 761.403 Rondônia 207.477 Tocantins 257.507
Fonte: Adaptado de ABIPECS (2009), UBABEF (2009).
Estudos do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)
apontam que em 2018/2019, as exportações de carne suína representarão 21% do
comércio mundial de carne. De acordo com este forte crescimento observa-se uma
constante transformação nos sistemas produtivos com a profissionalização dos
processos.
As principais regiões produtoras de carne suína segundo IBGE (2008),
são Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (Figura 1).
12
Figura 1 - Principais regiões produtoras de carne suína no Brasil em porcentagem.
Fonte: Adaptado de IBGE, Diretoria de Pesquisas, Pesquisa da Pecuária Municipal (IBGE,2008)
Sob o ponto de vista ambiental, a preocupação recai sobre o grande
volume de resíduos provenientes desta atividade, que necessitam de uma
destinação viável, econômica e sustentável (MIELE & MACHADO, 2006).
A título de exemplo, somente o estado de Goiás é detentor de
aproximadamente 58 mil matrizes em produção, gerando em torno de 3,2 milhões de
m3 de dejetos. Independente da maneira como são considerados, os dejetos de
suínos, eles apresentam alto poder poluente, especialmente para os recursos
hídricos, em termos de demanda bioquímica de oxigênio.
Os dejetos de uma granja de suínos, têm grande potencial de mercado da
redução certificada de emissão (RCEs – créditos de carbono), além de
apresentarem elevado potencial econômico e produtivo, com mínima agressão
49.5%
17,9%
17,3%
11,9%
3,4%
13
ambiental, desde que adotadas as alternativas tecnológicas adequadas para a
concretização dessa meta (KONZEN, 2006).
2.1. Volume de dejetos produzidos pelos diversos sis temas de produção
As alternativas de utilização dos dejetos de suínos são as integrações
com produção de grãos e forragens para bovinos de corte e de leite. Para sua
utilização, se torna necessário conhecer o volume e a composição dos dejetos
produzidos em diversos sistemas de criação (Tabela 2).
TABELA 2. Volume de dejetos produzidos em diversos sistemas de criação.
SUÍNOS Quantidade de Dejetos Animais Período de geração
Ciclo completo 140 a 150 L Matriz Dia
Núcleo de leitões 35 a 40 L Matriz Dia
Terminação (25-110 kg) 12 a 15 L Suíno Dia
Sobre cama (reprodução) 9 a 10 ton. Matriz Ano
Suíno cama (25-110 kg) 1,14 a 1,30 ton. Suíno Ano
Fonte: OLIVEIRA (1993), CAMPOS (1997), KONZEN (2000).
Conforme a Tabela 2, o montante de dejeto suíno acumulado de
acordo com um número de 33,8 milhões de cabeças, em um sistema de
terminação (25-110 kg) onde cada animal produziria 15 L de dejeto por dia, seria
de aproximadamente 507 mil/m3 de dejeto.
Portanto, o desenvolvimento das pesquisas integradas nos diferentes ramos
das ciências agrárias e dos recursos naturais indicará as melhores alternativas da
integração das atividades de criação intensiva de suínos, com produção de grande
quantidade de dejetos poluentes. O enfoque para seu aproveitamento na atividade
agropecuária do ponto de vista agronômico, econômico e ambiental será dentro da
perspectiva que contemple a sustentabilidade agrícola regional KONZEN (2000).
2.2. Dejetos suínos
Para entender melhor a complexa questão dos dejetos suínos e buscar
alternativas tecnológicas para resolvê-la destaca-se a reciclagem agrícola, a qual
14
permite que os elementos minerais e a matéria orgânica contidos nos dejetos
excretados pelos animais retornem ao solo em prol da produção vegetal. Desta forma,
os nutrientes trarão benefícios às propriedades químicas, físicas e biológicas do solo,
ao mesmo tempo em que o problema é minimizado (SCHMIDT FILHO, 2006).
De acordo com PERDOMO et al. (1999), a poluição em decorrência do
manejo inadequado dos dejetos suínos aumenta em importância diariamente, quer
seja pela maior visão ambiental do setor produtivo de carne suína, quer seja pelo
aumento das exigências dos órgãos fiscalizadores e da sociedade em geral.
Essa combinação de fatores tem provocado grande demanda junto aos
técnicos no sentido de viabilizar soluções tecnológicas adequadas ao manejo e
disposição dos dejetos de suínos, que sejam compatíveis com as condições
econômicas dos produtores, que atendam as exigências legais e que possam ser de
fácil operacionalização (DIESEL et al., 2002).
Segundo MIRANDA et al. (1999), a capacidade poluente dos dejetos
suínos, em termos comparativos, é muito superior a de outras espécies, inclusive a
do ser humano. Em média, a produção de dejeto por suíno, equivale a 3,5 pessoas.
Nesta mesma linha de raciocínio, entretanto, uma granja que possui um montante de
2000 animais em terminação equivale em poder poluente, segundo esse conceito,
ao índice populacional de uma pequena cidade de 7000 habitantes.
Com o acúmulo constante de dejetos, a produção suinícola gera também a
concentração de odores desagradáveis proveniente dos dejetos (LUCAS et al., 1999).
Os consumidores de carne suína do mercado interno e, especialmente,
do mercado externo, vem se conscientizando e exigindo produtos de qualidade,
preços competitivos e preferindo produtos oriundos de sistemas de produção não
poluidores do ambiente. Esse aspecto passou a exercer crescente pressão para a
reciclagem dos dejetos de suínos, dentro de padrões sustentáveis sob o ponto de
vista sanitário, econômico e ambiental (PALHARES et al., 2002).
Segundo KONZEN et al. (2002), o suíno aproveita entre 40 – 60% da ração
fornecida, visto que o restante é eliminado pelas dejeções. Isto comprova, portanto, que
estes materiais mantêm alta concentração de nutrientes, tornando-se acessíveis para
aproveitamento em potencial do sistema produtivo dentro da propriedade.
A utilização de dejetos de suínos como fertilizante para as plantas exigem
conhecimentos específicos para cada situação e altos investimentos em
armazenagem, transporte e distribuição (OLIVEIRA, 2002). Embora sejam
15
conhecidas diversas alternativas para a reciclagem dos dejetos, a sua utilização
como fertilizante do solo é a mais adotada por ser de mais fácil operação nas
propriedades rurais (SEGANFREDO, 2005).
A adequação da utilização dos dejetos suínos aumenta a estabilidade dos
sistemas de produção existentes com a introdução de tecnologias inovadoras,
melhora a produtividade reduzindo custos, em que o resíduo do sistema é o insumo
do setor produtivo agrícola e, por último, visa abranger de maneira compensatória os
diversos sistemas integrados de produção (SEGANFREDO, 2005).
2.2.1. Composição e características dos dejetos suínos
Ainda segundo KONZEN (1983) os dejetos suínos são formados por fezes,
urina, resíduos de ração, pêlos, água dos bebedouros e de higienização, e outros
materiais advindos da criação. O dejeto propriamente dito, por sua vez, é constituído
pelas fezes dos animais que, normalmente, podem apresentar grandes variações em
seus componentes, dependendo do sistema implantado na granja, assim como da
quantidade de água e nutrientes presentes em sua composição a idade dos animais, o
tipo de armazenamento e estocagem e o tipo de alimentação (Tabela 3) (OLIVEIRA
& PARIZOTTO, 1994).
TABELA 3. Composição química média dos dejetos suínos obtida na Unidade do
Sistema de Tratamento de Dejetos da Embrapa, Concórdia – SC,
Variável Mínimo (mg/L) Máximo (mg/L) Média (mg/L)
Sólidos totais 12.690,0 49.432,0 22.399,0
Sólidos voláteis 8.429,0 39.024,0 16.368,8
Sólidos fixos 4.268,0 10.408,0 6.010,2
Nitrogênio total 1.660,0 3.710,0 2.374,3
Fósforo total 320,0 1.180,0 577,8
Potássio total 260,0 1.140,0 535,7
Fonte: SILVA (1996).
Os dejetos líquidos dos suínos contém matéria orgânica, nitrogênio (N),
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), sódio (Na), magnésio (Mg), manganês (Mn),
ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu) e outros elementos incluídos nas dietas dos
animais (DIESEL et al., 2002). Em geral os dejetos líquidos de suínos apresentam
16
baixos teores de matéria orgânica (PERDOMO & LIMA, 1998). Segundo PERDOMO
et al. (1999) as amostras com baixo teor de matéria seca, ou seja, tem baixa
concentração de nutrientes o que de fato diminui seu valor fertilizante.
De acordo com SILVA (1996) para determinar a qualidade de um efluente,
devem-se estabelecer parâmetros de controle, confiáveis e significativos. No caso
dos dejetos suínos alguns parâmetros utilizados são: como Sólidos Totais (ST - mg/L):
que compreendem o conteúdo da matéria sólida contida nos dejetos e que permanece
após a retirada da umidade; Sólidos Voláteis (SV - mg/L): caracterizam a fração de
material orgânico; Sólidos Fixos (SF – mg/L): Indicam o teor de sólidos minerais;
Nutrientes: São os elementos que agregam valor agronômico ao dejeto.
O aproveitamento dos nutrientes presentes na dieta é realizado com pouca
eficiência por parte do suíno, o que compõem as médias na utilização do nitrogênio de
29%, de fósforo de 28% e do potássio de apenas 6% (OLIVEIRA, 2001).
Segundo o National Research Council (NRC, 1989) em torno de 45 a 60%
do nitrogênio, 50 a 80% do fósforo e cálcio, aproximadamente 70 a 95% do cobre,
zinco, potássio, sódio, magnésio, manganês e ferro consumidos são excretados
pelos suínos. Na Tabela 4 estão apresentados valores médios de excreção do
nitrogênio e do fósforo, em porcentagem, do total ingerido por suínos e pode ser
observado que em média dois terços de todo o nitrogênio e fósforo ingerido pelos
suínos são excretados (KONZEN, 2003).
TABELA 4. Proporção entre N e P consumido e excretado em suínos.
Categoria Taxa de excreta (como % do consumo)
N P
Suínos crescimento/terminação 71 67
Porcas em Lactação (excluindo os leitões) 81 67
Leitões (até 25 kg de Peso Vivo) 55 58
Fonte: KONZEN (2003).
Como crescente aumento dos custos de produção das lavouras
comerciais, a viabilização da atividade se dá com o aumento da produtividade e
racionalização do uso de insumos. Nessa situação, o chorume produzido e bem
armazenado na propriedade tem potencial como fertilizante para substituir total ou
parcialmente, os adubos minerais comerciais (MENEZES et al., 2007).
17
O nitrogênio (N) é o nutriente que exige maiores cuidados, pois além de
limitar o desenvolvimento da maioria das culturas, é o mais sujeito a transformações
biológicas e perdas, seja na armazenagem ou no solo (SCHERER, 1998).
Entretanto, as perdas de N quando se utiliza chorume depende de algumas
estruturas, tais como estrutura do solo, com ou sem incorporação e Capacidade de
Troca de Cátions do solo (CTC) (RUMJANEK et al., 2004).
A redução da produção de dejeções animais por meio do aumento da
eficiência de utilização dos nutrientes da dieta, de forma a minimizar as perdas durante
sua passagem pelo organismo. Durante o período de crescimento e terminação (25 a
100 Kg), um suíno consome de 5 a 6 Kg de nitrogênio e perde 2/3 dessa quantidade,
sendo 1,1 a 1,3 Kg pelas fezes e 2,4 a 2,7 Kg pela urina (PERDOMO et al., 1998).
Quanto mais elevado for o nível de nitrogênio da dieta maior será a quantidade
excretada na urina, relatam LUDKE & LUDKE (2003).
Apesar da volatilização do N, não deve haver preocupação em relação à
limitação do emprego de biofertilizantes, visto que os próprios sais solúveis,
principalmente de K, Na e outros, contidos na solução, reduzem as perdas a níveis
inferiores aos comparados com a uréia comercial (ANDRASKI et al., 2000).
Quase a totalidade do K do dejeto provém da urina, como sais solúveis, e
apesar de não sofrer perdas por volatilização como o N, pode sofrer grandes perdas
por lixiviação em solos arenosos e escorrimento superficial em solos impermeáveis e
compactados.
O K está presente, em grande parte na urina dos animais, é altamente
solúvel em água e prontamente disponível, pois se encontra totalmente na forma
mineral. Devem-se evitar perdas de K solúvel por vazamentos nas esterqueiras, pois
pode fluir juntamente com a água (MOREIRA et al., 2003).
O P é encontrado essencialmente nas fezes e provém do P celular, das
células de descamação e P dos microrganismos. Parte do P contido nos dejetos é
solubilizado e aproveitado pelas plantas e o restante fica armazenado no solo
podendo formar compostos estáveis como fosfato de cálcio e fosfato de ferro. Tais
reações dependerão das condições do solo, como: pH, teor de argila, matéria
orgânica, entre outros (PERDOMO et al., 1998).
As quantidades de P vegetal, presentes na maioria das dietas seriam, em
geral, suficientes para atender as funções essenciais dos suínos, não fosse sua
baixa disponibilidade, variando de 15 a 50%. Tal fato ocorre porque o fósforo está
18
presente em grande parte nos alimentos na forma de fitato, que é praticamente
indigerível e eliminado nas fezes.
Ainda segundo PERDOMO et al. (1998) há necessidade de haver uma
suplementação proveniente de fontes mais assimiláveis a fim de que possa atender
as exigências nutricionais do animal. Desse modo, se o suíno é alimentado com
quantidades de P acima do requerido, o excesso também será eliminado pelos
dejetos.
O P está presente mais na forma de compostos orgânicos, enquanto a
urina contém apenas traços do elemento. No dejeto manejado de forma líquida há
necessidade de homogeneização da biomassa, porque o P pode ser fixado no fundo
das lagoas e esterqueiras (SCHERER et al., 1994).
Segundo CERETTA et al. (2005), a quantidade de N presente nos dejetos
de forma líquida pode ser de duas a sete vezes maior que o P contido nesse tipo de
dejeto. Esses dois constituintes, N e P, do dejeto são importantes sob o ponto de
vista econômico e ambiental.
Os principais constituintes dos dejetos suínos que afetam as águas
superficiais, lençol freático e mananciais hídricos são a matéria orgânica, nutrientes,
bactérias fecais e sedimentos. Além destes fatores, as emissões de gases
originados pelos dejetos podem causar entre outros agravantes, prejuízos nas vias
respiratórias do homem e animais, bem como, a formação de chuva ácida por meio
de descargas de amônia na atmosfera, além de contribuírem para o aquecimento
global da terra (LUCAS et al., 1999).
2.2.2. Estimativa do volume de dejetos
Entre os métodos existentes para estimar o volume, destacam-se as
tabelas 5, 6 e 7 de composição que relacionam a quantidade de elementos emitida
por unidade de volume, fase e manejo. De maneira geral, as tabelas necessitam ser
ajustadas em função das diferenças peculiares existentes em cada sistema
produtivo de suínos.
De acordo com PERDOMO et al. (2003) tais diferenças estão
relacionadas com o material genético, clima da região, nutrição, manejo e higiene. O
ideal seria que cada propriedade realizasse análises laboratoriais para a
19
determinação da composição real de seus dejetos, ao invés de adquirir dados
referentes a outros sistemas produtivos.
Para facilitar a execução de projetos de fertirrigação, foi desenvolvida
uma recomendação prática, em que a quantidade de dejetos é estimada de acordo
com o sistema produtivo utilizado pelo produtor e com o grau de desperdício da
água na granja (Tabela 5).
TABELA 5. Volume de dejetos produzidos, de acordo com o tipo de granja e
diferentes graus de desperdício de água.
Tipo de Granja Nível de diluição
Pouca Média Muita
Ciclo Completo (L/Matriz) 100 150 200
UPL (L/Matriz) 60 90 120
UT (L/animal) 7,5 11,2 15
Fonte: PERDOMO et al. (1999).
A quantidade total de dejeto produzida por um suíno varia de acordo com o
seu desenvolvimento ponderal, ou seja, relativo ao peso corporal, mas apresenta
valores em torno de 8,5 a 4,9% em relação a seu peso vivo/dia, para a faixa de peso
de 15 a 100 kg, e tem relação direta com o peso vivo do animal (JELINEK, 1977).
Cada suíno adulto produz em média 7- 8 litros de dejetos líquidos/dia ou 0,21 - 0,24
m3 de dejetos por mês. Na Tabela 6 é mostrada a produção de dejeto por categoria
subdividida em três composições (OLIVEIRA, 1993).
TABELA 6. Produção média de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos.
Categoria Dejeto (kg/dia)
Dejeto + Urina (kg/dia)
Dejetos Líquidos (litros/dia)
Suínos (25 – 100 kg) 2,30 4,90 7,00
Porca gestação 3,60 11,00 16,00
Porca lactação + leitões 6,40 18,00 27,00
Cachaço 3,00 6,00 9,00
Leitões na creche 0,35 0,95 1,40
Média 2,35 5,80 8,50
Fonte: OLIVEIRA (1993).
20
O volume de dejetos líquidos produzido por dia de acordo com o ciclo de
produção de suínos pode ser estimado de acordo com KONZEN (2003) e OLIVEIRA
(2003) (Tabela 7):
TABELA 7. Produção diária de dejetos de suínos de acordo com o sistema de
produção (Litros/dia).
Tipo de Sistema de Produção Produção Diária de Deje tos (Litros/dia)
Ciclo Completo (CC) 85,0
Unidade de Produção de Leitões (UPL) 45,0
Unidade de Crescimento e Terminação (UCT) 7,0
Fonte: OLIVEIRA (1993; 2003); DARTORA et al. (1998a);
Ciclo Completo (CC) é a unidade de produção em que existem todas as
fases do ciclo produtivo de suínos do nascimento a engorda. Unidade de Produção
de Leitões (UPL) é a unidade de produção em que se realiza a fase do ciclo produtivo
que compreende os reprodutores, o nascimento dos leitões (maternidade) e
crescimento inicial (Creche, peso de 6 a 25 kg) e Unidade de Crescimento e
Terminação (UCT) é a unidade de produção de suínos com peso compreendido dos
25 aos 100 kg (podendo em alguns casos chegar aos 120 kg) (OLIVEIRA1993).
Estimativas inadequadas são responsáveis pelo aumento do custo de
armazenagem, de transporte e de distribuição de dejetos para os criadores que o
utilizam como fertilizante. Além do mais, erros grosseiros na estimativa do volume
diário, na vazão/hora e na concentração de elementos comprometem a eficiência de
recuperação de nutrientes, de remoção de poluentes e patógenos pelos sistemas de
tratamento (PERDOMO et al., 2003).
2.2.3. Armazenagem dos dejetos
Segundo TRAMONTINI (1999) a estratégia da armazenagem e
distribuição como controle da poluição não tem sido totalmente correta, pois revela
distanciamento da realidade, a necessidade e o interesse de produtores.
Quando o assunto é armazenamento dos dejetos produzidos nas granjas, a
maioria das vezes é confundida com o conceito de tratamento desses dejetos, embora
haja algumas formas de armazenar que não promovem qualquer ação neste sentido.
21
A armazenagem consiste em colocar os dejetos em depósitos adequados
por determinado tempo, com objetivo de fermentar a biomassa e reduzir a
concentração de patógenos dos mesmos (Figura 2) (PERDOMO et al., 2003).
Por não ser um sistema de tratamento, fica aquém dos parâmetros
exigidos pela legislação ambiental pertinente, para posteriormente ser lançado em
corpos receptores (rios, lagos), e, consequentemente sua utilização como
fertilizante, que requer alguns cuidados intrínsecos.
Entre as alternativas possíveis de utilização para o armazenamento dos
dejetos, as mais utilizadas são: esterqueira, bioesterqueiras, biodigestores.
Esterqueira um simples depósito que tem por objetivo captar o volume
de dejetos líquidos produzidos num sistema de criação, semelhante a um tanque
(Figura 3), em que haver o tempo mínimo de retenção de 120 dias. A carga de
abastecimento é diária, permanecendo o material em fermentação até a retirada
(DARTORA et al., 1998b).
A vantagem deste sistema está na facilidade de construção o que permite
maior facilidade de fermentação do dejeto e, consequentemente, seu melhor
aproveitamento como fertilizante. Por outro lado, nesse processo não ocorre à
separação de fases e o dejeto fica mais concentrado(CHRISTMANN, 1994).
Bioesterqueiras consiste na adaptação da esterqueira convencional para
melhorar a eficiência no tratamento do dejeto, com o aumento do tempo de retenção
do mesmo. Surgiu a partir dos biodigestores, pois a câmara de fermentação é
semelhante a um biodigestor, porém sem campânula para coleta ao biogás
produzido durante a biodigestão (CHRISTMANN, 1994).
Esta construção é composta pela câmara de retenção e um depósito. A
câmara de digestão possui uma parede divisória. O outro compartimento é o
depósito de biofertilizante, proveniente da digestão anaeróbia (Figura 4)
(CHRISTMANN, 1994)..
A câmara de digestão possui tempo de retenção teórico de 45 dias e o
depósito de fertilizante, entre 90 e 120 dias totalizando de 135 a 165 dias de tempo
de detenção do dejeto. Assim, o tempo de retenção é maior que na esterqueira,
melhorando, portanto, a eficiência do curtimento do dejeto (CHRISTMANN, 1994).
O depósito deve ser dimensionado pelo período mínimo de 120 dias de
estocagem. O material a ser utilizado para fertilização nas áreas de lavouras é
aquele localizado no depósito.
22
Este sistema reduz a carga orgânica do dejeto, bem como melhora a
qualidade do dejeto a ser distribuído na lavoura, porém, possui custo elevado.
Biodigestores são câmaras que realizam a fermentação anaeróbia da
matéria orgânica produzindo biogás e biofertilizante que consiste na transformação
de compostos complexos em substâncias mais simples, como metano e dióxido de
carbono, resultado da ação combinada de diferentes microorganismos que atuam na
ausência de oxigênio (CAZARRÉ, 2001).
Existem dois tipos principais de biodigestores, o de batelada e o contínuo.
No Brasil o modelo contínuo indiano (Figura 5) foi o mais difundido pela sua
simplicidade e funcionalidade. Os dejetos de suínos possuem bom potencial
energético em termos de produção de biogás, tendo em vista, que mais de 70% dos
sólidos totais são constituídos pelos sólidos voláteis, que são o substrato dos
microrganismos produtores de biogás.
O biogás liberado pela atividade de fermentação anaeróbia do dejeto tem
elevado poder energético e sua composição varia de acordo com a biomassa. No
meio rural, pode atender quase que totalmente às necessidades energéticas
básicas, tais como: cozimento, iluminação e geração de energia elétrica para
diversos fins (CAZARRÉ, 2001).
Como vantagem, proporciona o fornecimento de combustível no meio
rural através do biogás e adubo através do biofertilizante, assim como a valorização
dos dejetos para uso agronômico, redução do poder poluente e do nível de
patógenos e exigência de menor tempo de retenção hidráulica e de área em
comparação com outros sistemas anaeróbios (TEIXEIRA, 1985).
Em contrapartida, o processo de fermentação anaeróbia é lento porque
depende das bactérias metanogênicas cuja velocidade de crescimento é lenta, o
qual se reflete em tempo longo de retenção dos sólidos e necessita de
homogeneização dos dejetos para garantir a eficiência do sistema.
23
Figura 2. Lagoa de dejetos
Fonte: EMBRAPA, 2010
Figura 3. Estequeira
Fonte:EMBRAPA, 2010
24
Figura 4. Bioesterqueira em perspectiva com detalhes dos dispositivos de entrada e saída e da parede divisória da câmara de digestão. Fonte: EMBRAPA, 2010.
F
Figura 5. Biodigestor Indiano
Fonte: EMBRAPA, 2010
25
2.2.4. Tratamento de dejetos
Vários são os processos de tratamento para os dejetos provenientes da
criação de suínos. O processo de escolha a ser adotado dependerá de fatores
como: características do dejeto produzido e do local em que se encontra a criação,
sistema operacional da granja e recursos financeiros. O mais importante é que
deverá atender a legislação ambiental vigente.
De acordo com KUNZ (2002) os principais problemas ambientais
causados pela falta de tratamento dos dejetos de suínos ocorrem devido à alta carga
orgânica e de nutrientes (nitrogênio e fósforo), bem como a adição de metais
pesados nas dietas desses animais. A concentração dos componentes pode variar
largamente em função do sistema de manejo adotado e da quantidade de água e
nutrientes em sua composição.
As principais técnicas de tratamento de dejetos costumam combinar
processos físicos e biológicos de tratamentos.
2.2.4.1. Tratamento físico
O dejeto passa por um ou mais processos físicos, quando ocorre a
separação das fases sólida e líquida. Como tratamento físico tem-se a separação de
fases, que pode ser efetuada por processo de decantação, centrifugação,
peneiramento e/ou prensagem, e a desidratação da parte líquida por vento, ar
forçado ou ar aquecido. A separação entre as fases sólidas e líquidas poderá
minimizar os custos de implantação do tratamento (KUNZ, 2002).
2.2.4.2. Tratamento biológico
Ocorre a degradação biológica do dejeto por microorganismos aeróbios e
anaeróbios, resultando em material estável e isento de organismos patogênicos. Nos
dejetos com características sólidas é possível fazer o tratamento biológico através
dos processos de compostagem (Figura 6), enquanto em dejetos líquidos podem-se
executar os processos de lagoas de estabilização (Figura 7) KUNZ (2002).
Sugere-se, portanto, a separação das frações sólidas e líquidas dos
dejetos, com aproveitamento da primeira como fertilizante e tratamento da fração
líquida.
26
Figura 6. Compostagem de Dejetos Suínos.
Fonte: EMBRAPA, 2010.
Figura 7. Lagoas de estabilização.
Fonte: EMBRAPA, 2010.
2.2.5. Quantidade a aplicar no solo
Segundo OLIVEIRA et al. (1993) a quantidade de dejetos a ser aplicada
depende do valor fertilizante, do resultado da análise do solo e das exigências da
cultura a ser implantada. Para se evitar a adição de alguns nutrientes em quantidades
superiores as exigidas, o cálculo deverá ser realizado, tomando por base o nutriente
cuja quantidade seja satisfeita com a menor dose do adubo orgânico. Deve-se utilizar a
seguinte fórmula para adubos sólidos: X= A X B / 100 X C X 100 X D onde:
27
X = Quantidade de nutrientes (kg/ha)
A = Quantidade de produto a aplicar (kg/ha)
B = Teor de matéria seca do produto (%)
C = Concentração do nutriente na matéria seca (%), vide Tabela 8.
D = Índice de eficiência na liberação dos nutrientes, vide Tabela 9.
Fórmula para adubos líquidos: X= A X B X C onde :
A = Quantidade de nutriente a aplicar (kg/ha)
B = Concentração do nutriente no produto (kg/m3)
C = Índice de eficiência na liberação dos nutrientes, conforme observados
nas tabelas 8 e 9.
TABELA 8. Índice de eficiência de liberação dos nutrientes aplicados na forma orgânica para mineral, em cultivos sucessivos nos estados de SC e RS.
Nutrientes Índice de Eficiência
1º Cultivo 2º Cultivo 3º Cultivo
N 0,5 0,2 -
P2O5 0,6 0,2 -
K2O 1,0 - -
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO: (1995). TABELA 9. Concentração média de N, P2O5 e K2O e teor médio de matéria seca
de alguns materiais orgânicos de origem animal.
Material Orgânico N P 2O5 K2O Matéria Seca
%mm*
Dejeto sólido de suínos 2,1 2,8 2,9 25
Kg/m 3 de chorume
Dejeto líquido de suínos 4,5 4,0 1,6 6
* Concentração calculada com base em material isento de água, mm = Relação massa/massa
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO (1995).
2.2.6. Contaminação do solo
A poluição ambiental ocasionada pelo uso de dejetos de suínos como
fertilizante do solo motivou a implantação de medidas restritivas rígidas quanto a sua
aplicação, na tentativa de recuperação do solo e, acima de tudo, na preservação dos
mananciais hídricos (OLIVEIRA et al., 2003).
28
Conforme SEGANFREDO (2000), para que se possa preservar a qualidade
do solo, alguns fatores devem ser levados em conta, como o tempo de aplicação
desses dejetos ao solo, a forma com que serão distribuídos, se líquida ou sólida, e
ainda a concentração dos nutrientes presentes no dejeto, uma vez que ela determinará
a dose a ser aplicada, bem como a necessidade ou não de fertilizantes químicos.
A aplicação de excessivas quantidades de dejetos ao solo,
frequentemente considerada, como uma maneira “prática e econômica” de se aliviar
da deposição de tais resíduos das instalações (SEGANFREDO, 2000), pode
ocasionar uma deposição de nutrientes no solo que, por sua vez, poderão resultar
em prejuízos econômicos diretos aos agricultores.
Há também a contaminação do solo que decorre da aplicação de
elevadas cargas de dejetos, ou quando os reservatórios de dejetos são feitos em
lagoas sem revestimento impermeabilizante, em solos de alta capacidade de
infiltração e/ou lençol freático próximo da superfície. Ocorrendo um desses eventos,
pode haver a contaminação de águas subterrâneas e superficiais (SIMIONI, 2001).
Além de alterar as características químicas, físicas e biológicas do solo,
pode provocar uma importante diminuição da diversidade de microrganismos e da
variedade de plantas, além da queda na produtividade de cereais e pastagens,
toxicidade a animais e plantas e depreciação de produtos (SEGANFREDO, 2004).
A única forma de se evitar o desequilíbrio do solo, e os danos ambientais,
advindos do excesso de nutrientes provenientes dos dejetos aplicados por longos
períodos ao solo é limitar a sua quantidade somente às quantidades extraídas pelas
plantas (ponto crítico) (KUNZ, 2009).
2.2.7. Distribuição de dejetos
Os métodos de distribuição do dejeto e as dosagens dependem de como
o produtor utiliza o dejeto: como recurso produto descartável. Se o dejeto estiver
sendo utilizado como recurso o produtor deve conhecer os níveis de fertilidade do
solo, as necessidades das culturas, o conteúdo dos nutrientes do dejeto, e as
possíveis perdas decorrentes da época e do método de aplicação (KUNZ, 2009).
29
Os sistemas mais usados são respectivamente: o conjunto trator e
tanque distribuidor, conjunto de aspersão com canhão e aspersão via pivot
central(KUNZ, 2009).
Para evitar perdas de nutrientes dos dejetos após a aplicação, por
escorrimento da água da chuva ou por volatilização, a distribuição dos dejetos deve
ser feita nos horários de menor insolação, com incorporação ou não ao solo e, de
preferência, o mais próximo possível ao período de plantio da cultura(KUNZ, 2009).
O sistema de distribuição de dejetos por aspersão consiste de uma
bomba, similar àquelas usadas no veículo tanque; tubulação de PVC, alumínio ou
aço zincado; tripé de elevação e canhão hidráulico. O dejeto é bombeado até o
bocal de um aspersor tipo canhão, de onde é aspergido sobre a área de interesse.
O chorume pode ser aplicado no sulco, nas linhas de plantio ou em
cobertura total. Em termos de praticidade e maior rendimento, o uso de
esparramador acoplado à tomada de força do trator para aplicação em área total é
mais vantajoso e é a forma mais empregada (KUNZ, 2009).
2.2.8. Utilização dos dejetos
O sistema intensivo de criação de suínos confinados origina grandes
quantidades de dejetos, os quais necessitam de destinação específica. Dentre as
alternativas possíveis, aquela de maior receptividade pelos agricultores tem sido a
utilização como fertilizante(SEGANFREDO, 2000).
Com a grande expansão do plantio direto, é cada vez maior o número de
propriedades rurais em que o dejeto líquido de suínos é aplicado diretamente sobre
a palha das plantas de cobertura, antecedendo a implantação das culturas
comerciais (ALMEIDA et al., 1999).
Os dejetos de suínos têm sido utilizados como fertilizantes do solo porque
possuem elementos químicos que, ao serem adicionados ao solo, poderão ser
absorvidos pelas plantas, da mesma forma que aqueles dos fertilizantes químicos
(SEGANFREDO, 2000).
Segundo KONZEN (1997), a utilização dos dejetos suínos numa
propriedade agrícola permite o desenvolvimento de sistemas integrados de
produção que podem corresponder ao somatório de alternativas produtivas que
diversificam as fontes de renda, promovendo maior estabilidade econômica e social.
30
SCHERER et al. (1994) relatam que o dejeto de suínos quando utilizado
de forma equilibrada, constitui-se em fertilizante capaz de substituir totalmente a
adubação química das culturas com vantagem.
Algumas pesquisas alertam para o fato que, apesar do dejeto no curto
prazo influenciar positivamente na produtividade das culturas, esta utilização é
problemática no médio prazo, uma vez que existe desequilíbrio entre a composição
química dos dejetos e a quantidade requerida pelas plantas o que poderá resultar em
acúmulo de nutrientes no solo e, consequentemente, ao ambiente (KONZEN, 2003).
A utilização dos dejetos de suínos como fertilizantes orgânicos também
pode contribuir para a contaminação dos recursos hídricos se as quantidades
aplicadas forem superiores à capacidade do solo e das plantas em absorverem os
nutrientes presentes nesses resíduos. Dessa forma, poderá haver contaminação das
águas superficiais pelo escorrimento superficial quando a capacidade de infiltração
da água no solo for baixa e a contaminação das águas subterrâneas quando a
infiltração da água no solo for elevada (POTE et al., 2001).
Assim, deve-se assegurar que as quantidades retiradas pelas plantas
sejam repostas pelas de adubações orgânicas ou químicas e que as quantidades de
nutrientes adicionadas não sejam maiores do que aquelas possíveis de serem
absorvidas pelas plantas(POTE et al., 2001).
Segundo OLIVEIRA (1993) é importante conhecer as características
físicas e químicas dos dejetos para facilitar a recomendação técnica na utilização
dos dejetos orgânicos, tais como: matéria seca, ph e densidade.
A matéria seca indica o grau de diluição do dejeto e o valor fertilizante
deste, uma vez que a concentração de nutrientes por unidade de volume é inversa
ao seu conteúdo de água e carbono. Os valores de matéria seca são muito variáveis
mesmo dentro de um mesmo tipo de criação. Estas variações são devidas ao tipo de
alimentação, idade dos animais, local de coleta OLIVEIRA (1993).
O pH dos dejetos fermentados deve ser superior a 6,5, principalmente
quando o material for colocado em cobertura nas pastagens ou culturas anuais
OLIVEIRA (1993).
A densidade indica de maneira bastante prática através do densímetro ou
aerômetro, as estimativas dos teores de matéria seca e NPK nos dejetos de animais.
A concentração de NPK nos dejetos animais está relacionada com a qualidade dos
31
alimentos consumidos pelos mesmos e o tamanho do animal, medido em peso vivo
OLIVEIRA (1993).
O ideal é que fossem coletadas amostras dos dejetos nas
esterqueiras e enviadas para análises químicas e físicas nos laboratórios. No
entanto, como esta tem um custo elevado, um dos métodos indicados para ser
utilizado a campo é o uso do densímetro, que permite a determinação da
densidade, sendo possível com isto, estimar a composição em nutrientes e
calcular a dose adequada a ser aplicada para uma determinada cultura.
Primeiramente, misturam-se os dejetos na esterqueira, agitando-os
por alguns minutos, até perfeita homogeneização. Em seguida, com um
recipiente adequado, retira-se uma amostra para determinação da densidade.
Para realizar a leitura, mergulha-se o densímetro no recipiente, observa-se até
onde ele imerge e registra-se o valor obtido. Com o valor da densidade,
consulta-se a tabela de conversão, obtendo-se às características químicas dos
dejetos analisados OLIVEIRA (1993) (Tabela 10).
TABELA 10. Tabela de conversão para dejetos de suínos
Densidade (kg/m 3)
MS (%)
N (kg/m 3)
P2O5
(kg/m 3) K2O
(kg/m 3) Quantidade de Dejetos a aplicar para
lavoura de milho (m 3/ha)
De 50 a 100 sc/ha Mais de 100 sc/ha
M.O. (%) 2,6 – 3,5
M.O. (%) 3,6 – 4,5
M.O. (%) 2,6 – 3,5
M.O. (%) 3,6 – 4,5
1002 - 0.68 0.22 0.63 162 132 206 176
1004 0.27 0.98 0.52 0.75 112 92 143 122
1006 0.72 1.29 0.83 0.88 85 70 109 93
1008 1.17 1.60 1.14 1.00 69 56 88 75
1010 1.63 1.91 1.45 1.13 58 47 73 63
1012 2.09 2.12 1.75 1.25 52 42 66 57
1014 2.54 2.52 2.06 1.38 44 36 56 48
1016 3.00 2.83 2.37 1.50 39 32 49 42
1018 3.46 3.13 2.68 1.63 35 29 45 38
1020 3.91 3.44 2.99 1.75 32 26 41 35
1022 4.37 .375 3.29 1.88 29 24 37 32
1024 4.82 4.06 3.60 2.00 27 22 34 30
Fonte: OLIVEIRA (1993).
32
Conforme mencionado na Tabela 11, a aplicação de 30 m3/ha de dejeto
de suíno com 4% de matéria seca corresponde a praticamente 215 kg/ha de sulfato
de amônio, 570 kg/ha de superfosfato simples e mais de 134 kg/ha de cloreto de
potássio (OLIVEIRA & PARIZOTTO, 1994).
TABELA 11. Equivalente em adubos minerais de 30 m3 de chorume
Elemento Chorume (%) Chorume (Kg) Equivalente em ad ubo comercial (kg)
N 3,58 42,96 215 de sulfato de amônio
P2O5 9,50 114,00 570 de superfosfato simples
K2O 6,72 80,64 134 de cloreto de potássio
Fonte: OLIVEIRA & PARIZOTTO (1994).
Os dejetos de suínos podem ser utilizados na fertilização das lavouras,
trazendo ganhos econômicos ao produtor rural, sem comprometer a qualidade do
solo e do meio ambiente. Para isso, é fundamental a elaboração de um plano
técnico de manejo e de adubação, considerando a composição química dos dejetos,
a área a ser utilizada, a fertilidade e o tipo de solo e as exigências da cultura a ser
implantada (PERDOMO, 2001).
Os primeiros trabalhos com fertirrigação utilizando dejetos suínos
(KONZEN, 2003) tiveram como base a fertirrigação química de pastagens em Goiás,
e foram realizados em pastagens de capim Tanzânia, Mombaça e Braquiarão em
Mato Grosso do Sul, em 1997. Com irrigação via pivôs, na dose de 150 m3 ha-1 por
ano, as produções médias por dois anos consecutivos de fertirrigação, alcançaram 6
toneladas de matéria seca ha-1 por mês, chegando até 8 toneladas em algumas
áreas. À medida que os ciclos de fertirrigação foram avançando, a capacidade de
suporte de 1,2 UA original em 1997, alcançou o patamar de 8,5 UA em 2003.
A partir de pesquisas de adubação de Brachiaria brizantha cv, Marandu
com dejetos suínos, BARNABÉ et al. (2001) mostram um incremento de 156% na
produção de matéria seca e 230% na proteína na dose de 150 m3 ha-1.
Os produtores que dispõem de área agrícola suficiente para aproveitar os
resíduos gerados na propriedade, devem optar pelo sistema de armazenamento,
com tempo de retenção recomendado pela fiscalização ambiental (cerca de 120
dias), um eficiente sistema de transporte e distribuição e um plano de aplicação
33
seguro que reduza o impacto ambiental. O manejo na forma líquida exige maior
cuidado e investimento em estrutura e equipamento referentes aos armazenamento,
a distribuição, transporte e ao transporte) BARNABÉ et al. (2001).
Para se evitar perdas de nutrientes dos dejetos na aplicação em dias
chuvosos (por escorrimento da água) ou por volatilização, a distribuição deve ser
feita nos horários de menor insolação, com imediata incorporação no solo e, de
preferência, o mais próximo do plantio da cultura BARNABÉ et al. (2001).
Para se evitar a adição de nutrientes em quantidades superiores às
exigidas por determinadas culturas e, muitas vezes, até superiores à capacidade de
retenção do solo, recomenda-se aplicar a dose de resíduo orgânico, tomando-se por
base o nutriente, cuja quantidade será satisfeita com a menor dose BARNABÉ et al.
(2001).
Qualquer que seja a forma de aplicação dos dejetos animais no solo,
como fertilizantes, os órgãos de fiscalização e proteção ambiental recomendam
faze-lo após o tempo de retenção hidráulico de 120 dias, visando a estabilização e
redução do seu poder poluente (PERDOMO et al., 1998).
2.3. Prejuízo dos dejetos ao meio ambiente
Há consenso generalizado de que o setor da suinocultura deve adotar
uma postura de respeito à qualidade do meio ambiente e de vida. Dentro dessa
concepção, a implantação de projetos de produção deve obedecer às normas de
equilíbrio entre os passivos e ativos ambientais decorrentes dos sistemas de
produção KONZEN & ALVARENGA (2007).
A título de exemplo, somente o estado de Goiás é detentor de
aproximadamente 58 mil matrizes em produção, gerando em torno de 3,2 milhões de
m3 de dejetos. Os dejetos de suínos apresentam alto poder poluente, especialmente
para os recursos hídricos, em termos de demanda bioquímica de oxigênio (
KONZEN,2006).
Os dejetos de uma granja de suínos têm grande potencial de mercado da
redução certificada de emissão (RCEs – créditos de carbono), além de
apresentarem elevado potencial econômico e produtivo, com um mínimo de
agressão ambiental, desde que adotadas as alternativas tecnológicas adequadas
para a concretização dessa meta (KONZEN,2006).
34
2.3.1. Oportunidades e potencial dos dejetos
A preocupação com as mudanças climáticas e com o aquecimento global
que vêm ocorrendo é expressa no tratado de Kyoto( 1997), o qual autoriza mecanismos
de intervenção na redução de emissão dos gases de efeito estufa, denominado de
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL, destinado a países desenvolvidos e em
desenvolvimento, que é o caso do Brasil (Figura 8). O MDL obedece a alguns critérios,
entre os quais podem ser citados: contribuir para o objetivo primordial da ONU; a
contribuição para o desenvolvimento sustentável do país e a demonstração de
adicionalidade (KONZEN,2006).
Os dados de emissão demonstram que a agropecuária brasileira tem
enorme potencial para auxiliar na solução dos problemas mundiais causados pelos
gases de efeito estufa.
A concentração da suinocultura nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste
Brasileiro e o confinamento praticamente total evidenciaram sérios riscos ambientais
no tocante ao sistema usual de manejo dos dejetos em lagoas abertas. As lagoas de
manejo dos dejetos produzem grande volume de metano (CH4), que é lançado na
atmosfera. Sabe-se que o metano é vinte uma vezes mais agressivo à atmosfera do
que o gás carbônico (dióxido decarbono) ( KONZEN,2006).
Figura 8. Fontes de emissão mundiais. Fonte: US EPA
A suinocultura goiana, com 57.800 matrizes em produção, tem potencial
para a produção de metano da ordem de 31.600 mil m3 por ano, que, convertidos em
dióxido de carbono (CO2), representam 462.700 mil toneladas métricas de gás
carbônico lançados na atmosfera. A captura do metano em biodigestores e sua
35
utilização reduzem a emissão de gás carbônico para 46,27 mil toneladas métricas
(um décimo) e gera em torno de 346.800 créditos de carbono (RCEs) por ano,
somando um montante de U$ 2.427.000, dos quais uma parte amortiza os
investimentos dos biodigestores e outra financia a tecnologia das mudanças nas
práticas de manejo e utilização dos dejetos.
A produção de 31.600 mil m3 de metano potencializa a geração de 25.600
mil kW/ano, representando um valor de R$ 115,00 por matriz, ou a utilização de
combustível em motores, para biofertilização, representando 197.000 hectares
adubados/ano ( KONZEN,2006).
O potencial da suinocultura, em função de sua estruturação no Brasil,
chamou a atenção da AgCert Soluções Ambientais, a primeira empresa a promover
investimentos em tecnologia de biodigestores, os quais, com a captura e a utilização
do metano, geram créditos das Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) ou
Créditos de Carbono), para o financiamento de implantação da tecnologia e as
mudanças na prática de manejo e tratamento dos dejetos de suínos (KONZEN,2006).
O tratamento dos dejetos em biodigestores reduz a carga orgânica em
84%, podendo atingir até 96%, quando auxiliados por agentes de biorremediação
(bactérias). Além da carga orgânica, observaram-se, nas mesmas avaliações,
reduções de fósforo total (40%), cobre total (40%) e zinco total (22%). Com a adição
de agentes de biorremediação, as reduções atingiram 91, 96 e 97%,
respectivamente, para fósforo, cobre e zinco (Tabelas 12 e 13).
TABELA 12. Composição dos biofertilizantes de uma granja, sem adição de agentes
de biorremediação (2005).
Composição Antes Depois Redução (%)
(mg/litro)
DBO5 8.586 1.861 78
DQO 16.062 2.586 84
Fósforo 265 134 49
Cobre 4.48 2.67 40
Zinco 6.24 4.82 22
pH 6.86 7.03
Fonte: SANEAR, Belo Horizonte, MG (2005).
36
TABELA 13. Composição dos biofertilizantes de uma granja, com adição de agentes
de biorremediação (2005).
Composição Antes Depois Redução (%)
(mg/litro)
DBO5 11.177 414 96
DQO 19.986 775 96
Fósforo 407 34 91
Cobre 11.56 0.46 96
Zinco 14.85 0.44 97
pH 6.69 8.03 -
Fonte: SANEAR, Belo Horizonte, MG (2005).
Para o adequado dimensionamento dos sistemas de biodigestores, é
necessário conhecer o volume dos dejetos produzidos pelos diversos sistemas ou
núcleos de produção. ( KONZEN,2006). Na gestação, cada fêmea alojada produz
em torno de 16 litros de dejetos por dia. Já na maternidade, essa quantidade se
eleva para 27 litros de dejetos por fêmea/dia. Na creche, os leitões produzem 1,4
litro/animal/dia. Na fase de crescimento e terminação, esse valor varia de 13 a 15
litros por suíno/dia (KONZEN,2006). O dimensionamento da estrutura de
armazenamento e a subsequente estabilização consideram, para ciclo completo de
150 a 170 litros por fêmea no plantel e para o núcleo de produção de leitões, o
volume de dejetos por matriz no plantel de 35 a 40 litros/dia. Os projetos de
construção dos biodigestores obedecem a algumas etapas e critérios. O
dimensionamento para as regiões Sudeste e Centro-Oeste baseia-se no tempo de
retenção hidráulica (28 dias) e nas quantidades de dejetos produzidas por fase
(KONZEN, 2006).
Os projetos dos biodigestores aprovados pela ONU e implantados pela
certificadora AgCert obedecem a um modelo estabelecido em parceria com a
Sansuy, Iengep e USP-Jaboticabal (Figura 9 - A e B).
37
Figura 9. Modelo de biodigestor adotado pela certificadora AgCert em planta baixa
(A) e construído (B).
Fonte: Certificadora AgCert
2.4. A utilização dos dejetos suínos como fertilizan te do solo e seu impacto
ambiental
2.4.1. Contaminação do solo
A poluição ambiental causada pelo uso de dejetos de suínos como
fertilizante do solo motivou a implantação de medidas restritivas rígidas quanto a sua
aplicação, na tentativa de preservação e recuperação do solo e das águas de
superfície e de subsuperficie. Para tanto, conforme cita SEGANFREDO (2000) para
que se possa preservar a qualidade do solo, alguns fatores devem ser avaliados,
como o tempo de aplicação desses dejetos ao solo, a forma com que esses dejetos
serão lançados, se líquida ou sólida, e ainda a concentração dos nutrientes, uma vez
que ela determinará a dose a ser aplicada, bem como a necessidade ou não de
fertilizantes químicos.
A aplicação de grandes quantidades de dejetos ao solo, frequentemente
considerada, uma maneira “prática e econômica” de se remover tais resíduos das
instalações (SCHNUG 1994, citado por SEGANFREDO, 2000), pode provocar o
38
acúmulo de nutrientes no solo que, por sua vez, poderão resultar em prejuízos
econômicos diretos aos agricultores. Há também a contaminação do solo que
decorre da aplicação de elevadas cargas de dejetos, ou quando os reservatórios de
dejetos são feitos em lagoas sem revestimento impermeabilizante, em solos de alta
capacidade de infiltração e/ou lençol freático próximo da superfície. Ocorrendo um
desses eventos, pode haver a contaminação de águas subterrâneas e superficiais
(OLIVEIRA et al., 1993, citado SIMIONI, 2001). Além de alterar as características
químicas, físicas e biológicas do solo, pode provocar importante diminuição da
diversidade de microrganismos e da variedade de plantas, além da queda na
produtividade de cereais e pastagens, toxicidade a animais e plantas e depreciação
de produtos (SEGANFREDO, 2004).
2.4.2. Contaminação das águas superficiais e subterrâneas
A poluição ambiental causada por dejetos de suínos é um problema muito
sério devido ao elevado número de contaminantes presentes nesses, causando uma
forte degradação do ar, do solo e principalmente dos recursos hídricos (águas
superficiais e subterrâneas).
A principal causa da poluição é o lançamento direto do dejeto nos cursos
d’água, que pode acarretar em uma redução do teor de oxigênio dissolvido na água,
disseminação de patógenos e contaminação das águas potáveis com amônia,
nitratos e outros elementos tóxicos (NOLASCO et al., 2005).
Os principais constituintes dos dejetos suínos que afetam as águas
superficiais são matéria orgânica, nutrientes, bactéria s fecais e sedimentos. Já os
que afetam águas subterrâneas são nitratos e bactérias (NOLASCO et al, 2005).
Conforme cita ASSIS (2004), o lançamento de grandes quantidades de
dejetos de suínos em rios e lagos pode causar sérios desequilíbrios ecológicos e
poluentes em função da relação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e da
carga orgânica integrante, ou seja, quanto maior a DBO, maior a carga orgânica
presente nas águas dos rios, lagos e aquíferos subterrâneos. A redução do poder
poluente a níveis aceitáveis, 60 mg/DBO/litro de dejetos, 15% de sólidos voláteis,
redução da taxa de coliformes a 1,0%, requer investimentos em sistemas de
tratamento de dejetos de suínos.
39
2.4.3. Os dejetos de suínos têm sido utilizados com o fertilizante do solo.
Porque esses resíduos orgânicos contêm elementos químicos que, ao
serem adicionados ao solo, podem constituir nutrientes para o desenvolvimento das
plantas. Tais nutrientes, após sua mineralização no solo, têm a mesma função nas
plantas, que a dos fertilizantes químicos, ou seja; as plantas podem-se desenvolver
tanto utilizando os nutrientes que provêm dos dejetos, como dos fertilizantes
químicos (Comissão de Fertilidade do Solo RS/SC, 1995; BRANDJES et al., 1996).
2.4.4. Limite, dosagem e tempo de aplicação dos dej etos suínos.
São necessárias pesquisas de longo prazo, desenvolvidas dentro dos
critérios de sustentabilidade de sistema, para responder adequadamente à questão
acima formulada. Inicialmente, é imprescindível considerar, no entanto, que o
sistema solo/planta é incapaz de reciclar os dejetos de suínos, enquanto persistir o
desequilíbrio entre a sua composição química e as quantidades de nutrientes
requeridas pelas plantas. Além disso, tem-se a oportunidade de aprender com a
experiência acumulada em outros países, pois é bastante amplo o número de
registros de problemas havidos pelos mesmos motivos, especialmente na Holanda,
Alemanha, Bélgica e Dinamarca. Independentemente do tipo de solo e região
(FAGERIA, 1989), o ponto de partida para tornar auto-sustentáveis os sistemas
agrícolas adubados com dejetos de suínos é a diminuição da sua carga poluente,
destacando-se a quantidade de matéria orgânica e de nutrientes. Várias são as
alternativas para atingir tal objetivo, especialmente, a utilização de dietas melhor
balanceadas, melhor manejo do rebanho, medidas gerais de higiene e linhagens de
suínos com melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos (SEGANFREDO,1998).
2.4.5. Resultados da adubação com dejetos e biofert ilizante de Suínos
A produção de milho e soja foi desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo,
em Rio Verde, GO, em parceria com a Fundação de Ensino Superior de Rio Verde,
GO (Fesurv) e a Perdigão Agroindustrial S/A durante o período de 2000 a 2005.
Para a fertilização das áreas, foram utilizadas diversas doses, em aplicação
exclusiva e combinada com adubação química. A produtividade de milho com o uso
de doses crescentes de dejetos de suínos, em latossolo vermelho-amarelo de
cerrado, variou de 5.820 kg a 7.286 kg por hectare (Figura 10) ( KONZEN,2006).
40
A dose de 50m3, exclusiva ou combinada com nitrogênio em cobertura,
produziu em torno de 7.000 kg de milho por hectare, equivalente à produtividade
média da região, utilizando-se alta tecnologia.
Figura 10. Produção média de milho fertilizado com dejetos líquidos de suínos durante o período de 2001/2005.
Fonte: Rio Verde, GO (2005).
A produtividade com doses de 100 e 200 m3 ha-1 foi semelhante à das doses
menores, com o agravante de oferecer riscos ao meio ambiente. O mesmo trabalho foi
realizado com a soja, também em sistema de plantio direto. A produtividade média variou
de 3.274 a 3.619 kg h-1. A produtividade média foi equivalente em todas as doses de
adubação, tanto químicas quanto com dejetos de suínos KONZEM(2006). (Figura 11).
Figura 11. Produção média de soja fertilizada com dejetos líquidos de suínos durante o período de 2001/2005.
Fonte Rio Verde, GO (2005).
41
Os primeiros trabalhos de fertirrigação com dejetos de suínos tiveram
como base a fertirrigação química de pastagens, em Goiás, e foram realizados em
pastagens de capim tanzânia, mombaça e braquiarão em Brazilândia, Mato Grosso
do Sul, em 1997. A economia de fertilizante químico foi acima de 85%, em 2.000
hectares fertirrigados. A fertilização de pastagem de mombaça, em Rio Verde, GO,
no período de 2001 a 2004, propiciou a lotação de 6,5 a 7 U.A. por hectare, durante
o período de novembro de 2003 a junho de 2004 KONZEM(2006). (Figura 12)
Figura 12. Mombaça fertilizado com dejetos suínos, durante quatro anos.
Fonte: Rio Verde, GO (2004)
Além da fertirrigação em pastagens, as culturas de batata e do milho
foram desenvolvidas nas Granjas Cinco Estrelas e Folhados, em Patrocínio, MG. A
batata atingiu 66 toneladas por hectare, com economia de fertilizantes e defensivos.
A produtividade de milho, com utilização exclusiva de biofertilizante,
atingiu 9.684 kg h-1, ou seja, 161 sacos por hectare.
Estudo recente com fertirrigação de Tifton-85 possibilitou a produção de
5.928 kg ha-1 de matéria seca em períodos de corte a cada 35 dias DRUMOND
(2003) (Figura 13).
42
Figura 13. Produção de matéria seca de Tifton-85 fertirrigado com dejetos de suínos.
Fonte: DRUMOND (2003).
2.4.6. Benefício/Custo dos sistemas de produção com utilização de dejetos de
suínos.
Em estudo de custos da aplicação de dejetos feito em Santa Catarina,
pela EPAGRI e EMBRAPA Suínos e Aves, compara os sistemas de aplicação com
tanque tratorizado e aspersão. São com,parados os dois sistemas, com a dose
anual de 40 m3 ha-1, em áreas que variaram de seis a 60 hectares (Figura 14).
O estudo mostra que, até 24 hectares adubados, os custos de ambos se
equipararam. À medida que a área fertilizada cresceu, os custos da aspersão
decresceram 52,6% em relação ao tanque tratorizado.
Os sistemas de produção de milho com aplicação de dejetos de suínos
destacaram as relações de benefício/custo de 1,47 e 1, 48, respectivamente, para
50 m3 e 100 m3 ha-1. Entretanto, em condições circunstanciais, em que os volumes
de dejetos gerados pelo sistema criatório forem maiores do que os estabelecidos
para 50 e 100 m3 ha-1, o produtor poderá utilizar doses de até 150 m3 ha-1, obtendo,
ainda, resultados economicamente viáveis, incorrendo, no entanto, em riscos
ambientais. Esses dados mostram que, para cada real aplicado na produção de
milho com dejetos de suínos, retornou-se ao produtor R$ 1,47 e R$ 1,48 em valor da
produção, atingindo a rentabilidade de 47% e 48%, sem mensurar os efeitos
benéficos que a adubação orgânica opera no solo (EPAGRI E EMBRAPA Suínos e
Aves, 1995).
43
Figura 14. Estudo comparativo de custo da aplicação anual de 40m3 ha-1 de dejeto
líquido de suínos, realizada com tanque mecanizado e aspersão.
Fonte: EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995).
2.4.7. Resultados na recuperação de pastagens com d ejetos de suínos
Uma pesquisa sobre adubação de Brachiaria brizantha cv. Marandu, com
doses crescentes de dejetos liquido de suínos (DLS) realizada por BARNABÉ et al.,
(2001) na Universidade de Goiás avaliaram a produção e a composição químico-
bromatológica da Brachiaria brizantha cv. Marandu fertilizada com DLS em relação à
adubação química, normalmente recomendada no período de janeiro a abril de 2000.
A produção de matéria seca (PMS) (kg/ha) (Tabela 14), os teores médios
de proteína bruta (PB), de fibra em detergente neutro (FDN), de fibra em detergente
ácido (FDA) e de hemicelulose (HC) (Tabela 15), além dos teores médios dos
macrominerais: P, K, Ca e Mg (Tabela 16), parâmetros avaliados.
Pelos resultados encontrados pode-se recomendar a aplicação de
150m3/ha de DLS para substituir a adubação química recomendada, mostrando um
incremento de 156% na produção de matéria seca por hectare e a qualidade da
proteína na matéria seca melhorou 230%. As produções de matéria seca e de
proteína bruta estão indicadas na Figura 15.
44
TABELA 14. Produção de matéria seca (PMS) acumulada no período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000, do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu. Goiânia, GO
T1=sem qualquer adubação; T2=60 kg de N na forma de sulfato de amônio, 30 kg de P2O
5 na forma
de superfosfato simples e 37,5 de K2O na forma de cloreto de potássio; T3=166,5 kg de N, 51,5 kg de
P2O
5 e 41,5 kg de K
2O na forma de DLS; T4=333,0 kg de N, 103,0 kg de P
2O
5 e 83,0 kg de K
2O na
forma de DLS; T5=499,5 kg de N, 154,5 kg de P2O
5 e 124,5 kg de K
2O na forma de DLS. Médias
seguidas de letras diferentes, nas colunas, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05). Fonte. EPAGRI E EMBRAPA Suínos e Aves (1995). TABELA 15. Teores médios em % na MS de proteína bruta (PB), de fibra em
detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ácido (FDA), e de hemicelulose (HC) no capim Brachiaria brizantha cv. Marandu no período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO
Tratamento PB FDN FDA HC
T1 7,6 d 72,7 a 38,6 a 34,6 a
T2 8,4 bc 71,9 a 38,7 a 32,8 ab
T3 7,9 cd 71,7 a 38,8 a 33,0 ab
T4 8,9 b 69,8 a 37,7 ab 32,2 b
T5 9,8 a 69,5 a 36,9 b 32,9 ab
CV(%) 3,13 2,02 1,79 2,63
T1=sem qualquer adubação; T2=60 kg de N na forma de sulfato de amônio, 30 kg de P
2O
5 na forma
de superfosfato simples e 37,5 de K2O na forma de cloreto de potássio; T3=166,5 kg de N, 51,5 kg de
P2O
5 e 41,5 kg de K
2O na forma de DLS; T4=333,0 kg de N, 103,0 kg de P
2O
5 e 83,0 kg de K
2O na
forma de DLS; T5=499,5 kg de N, 154,5 kg de P2O
5 e 124,5 kg de K
2O na forma de DLS. Médias
seguidas de letras diferentes, nas colunas, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).
Fonte: KONZEN (2006)
Tratamentos PMS acumulada (kg/ha)
T1 2.495 d
T2 5.824 a
T3 3.541 c
T4 5.223 b
T5 6.390 a
CV(%) 5,67
45
TABELA 16. Teores médios (em % na MS) de cálcio, de magnésio, de fósforo e de potássio do capim Brachiaria brizantha cv. Marandu, no período de 14 de janeiro a 23 de abril de 2000. Goiânia, GO
Tratamentos Cálcio Magnésio Fósforo Potássio
T1 0,54 c 0,51 c 0,19 a 0,76 c
T2 0,63 b 0,57 b 0,20 a 0,83 bc
T3 0,53 c 0,56 b 0,19 a 0,62 d
T4 0,63 b 0,58 ab 0,20 a 0,90 b
T5 0,68 a 0,59 a 0,21 a 0,99 a
CV(%) 3,48 1,52 6,20 4,34
T1=sem qualquer adubação; T2=60 kg de N na forma de sulfato de amônio, 30 kg de P
2O
5 na forma
de superfosfato simples e 37,5 de K2O na forma de cloreto de potássio; T3=166,5 kg de N, 51,5 kg de
P2O
5 e 41,5 kg de K
2O na forma de DLS; T4=333,0 kg de N, 103,0 kg de P
2O
5 e 83,0 kg de K
2O na
forma de DLS; T5=499,5 kg de N, 154,5 kg de P2O
5 e 124,5 kg de K
2O na forma de DLS. Médias
seguidas de letras diferentes, nas colunas, diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).
Fonte: KONZEN (2006)
KONZEN (2006) acompanhando a adubação de 78 hectares de
braquiarão com 180 m3 ha-1 de dejetos de suínos, em fazenda localizada em Rio
Verde, Goiás, mostrou que, a partir do terceiro ano, foi possível manter uma lotação
de 5,5 cabeças por hectare, em sistema de pastoreio rotacionado, no período de
outubro de 2000 a junho de 2001 (183 dias). Os ganhos diários dos animais
variaram de 490 a 900 gramas por cabeça/dia, dependendo do lote, se cruzado ou
nelore puro (Figura 16).
Quando foi avaliado o período de fevereiro a junho de 2001, os ganhos
diários foram de 780 a 1.130 gramas por cabeça; considerado o período de
utilização do potencial máximo da pastagem. Durante o pastoreio, foi feita uma
suplementação de 1,2 kg de concentrado protéico/energético por animal.
46
Figura 15. Produções de matéria seca e proteína, em kg/ha de Brachiaria
brizantha cv. Marandu, fertilizada com doses crescente de dejetos de
suínos. Goiânia, GO.
Fonte: BARNABÉ et al. (2001)
Figura 16. Ganho diário de peso, em gramas por cabeça, de bovinos de corte, em
sistema de pastoreio rotacionado, em pastagem de braquiarão
fertilizado com dejetos de suínos, durante os períodos de 10/00 a 06/01
e de 02 a 06/01. Rio Verde, GO (2001).
Fonte: KOZEN (2006)
Nel. x Guzerá
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dejetos de suínos podem constituir fertilizantes eficientes na produção
de grãos e de forragem, desde que adequadamente estabilizados antes de sua
utilização.
Os benefícios econômicos dos sistemas de produção de grãos com a
utilização de dejetos de suínos superam seus respectivos custos.
As doses de dejetos de suínos devem sempre obedecer à reposição da
exportação de elementos pelas produções.
O sistema de distribuição dos dejetos animais por aspersão é mais
econômico do que o de tanques mecanizados.
As doses econômicas de dejetos de suínos para a produção de milho em
áreas de cerrado, em plantio direto, variam de 50 a 100 m3 ha-1, para a produtividade
de 6.700 a 8.400 kg/ha.
Os dejetos de suínos podem ser usados na fertilização de grãos e
pastagens, trazendo ganhos econômicos ao produtor rural, sem comprometer a
qualidade do solo e do meio ambiente.
A elaboração de um plano técnico de manejo e adubação, considerando a
composição química dos dejetos, a área a ser utilizada, a fertilidade e tipo do solo e
as exigências da cultura a ser implantada.
A adequação da utilização dos dejetos suínos aumenta a sustentabilidade
dos sistemas de produção existentes através da introdução de tecnologias
inovadoras e melhoria da produtividade reduzindo custos, onde o resíduo do sistema
é o insumo do setor produtivo agrícola, e também, visa abranger de maneira
compensatória os diversos sistemas integrados de produção.
4. REFERÊNCIAS
1. ABIEC – Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne Suína . Relatório Anual 2009. Disponível em http://www.abiec.com.br. Acesso em 09/09/2010.
2. ABIPECS – Associação Brasileira de Indústrias Processadoras e
Exportadoras de Carne Suína . Relatório Anual 2009. Disponível em http://www.abipecs.com.br. Acesso em 17/09/2010.
3. ALMEIDA, A. C. R. de; AITA, C. A.; CHIAPINOTTO, I. C.; GIACOMINI, S. J.;
VENDRUSCOLO, E. R.; HUBNER, A. e FRIES, M. R. Dinâmica do N no solo com a aplicação de dejeto líquido de suínos sobre a palhada de aveia em pré-semeadura do milho. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26, 1999, Brasília. Anais... Brasília: SBCS. 1999.1 CD-ROM.
4. ANDRASKI, T. W.; BUNDY, L. G.; BRYE, K. R. Crop management an corn
nitrogen rate effects on nitrate leaching. Journal of Environmental Quality , v. 29, p. 1095-1103, abr./jun. 2000. .
5. BARNABÉ, M. C. Produção e composição bromatológica da Brachiaria
brizantha cv. Marandu adubada com dejetos de suínos. 2001. Tese (Mestrado) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiânia, Goiânia.
6. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Instrução
Normativa N° 15, de 17 de Julho de 2001. Disponível e m: http://www.agricultura.gov.br/ . Acesso em: 29/09/2010.
7. CAZARRÉ, M. M. Otimização de lagoas anaeróbias para o tratamento de dejetos de suínos. 2001. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia Sanitária Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.
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