Desafios Contemporaneos 1

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Desafios contemporâneos Guilherme M. C. Airam Darrieux

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Texto sobre ética e cidadania

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Desafioscontemporâneos

Guilherme M. C. Airam Darrieux

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SumárioCAPÍTULO 1 – Desafios Profissionais na Sociedade Atual ...................................................05

Introdução ....................................................................................................................05

1.1 O que é um desafio profissional e como a sociedade entende o profissional...................05

1.1.1 Como o profissional escolhe sua profissão na sociedade contemporânea ..............06

1.1.2 Como o profissional contemporâneo é visto e influenciado pela sociedade ............07

1.2 Como acontece e qual é a importância da relação com os outros profissionais no ambiente de trabalho. ..............................................................................................10

1.2.1 O profissional e o seu relacionamento interpessoal .............................................10

1.2.2 A importância das relações interpessoais e o sucesso do profissional nas organizações .............................................................................................11

Síntese ..........................................................................................................................18

Referências Bibliográficas ................................................................................................19

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Capítulo 1IntroduçãoVocê sabe o que as palavras “desafio” e “contemporâneo” significam? Será que se unirmos as duas, seus significados mudam? A palavra “desafio”, de acordo com o Dicionário Online de Português (2015), significa o “[...] ato de instigar alguém para que realize alguma coisa, normal-mente, além de suas competências ou habilidades.”. Já a palavra “contemporâneo” quer dizer “[...] que algo acontece ou tem seu início no presente (tempo atual).”.

Se seguirmos estas definições, ao unirmos as palavras gerando o termo “desafios contemporâ-neos”, podemos entender que se trata de incentivar alguém a fazer algo, até mesmo quando suas competências e habilidades são colocadas à prova nos tempos atuais. Mas como devemos aplicar tais definições no dia a dia profissional?

Neste capítulo, abordaremos os desafios profissionais mais recentes e também discutiremos como o profissional contemporâneo é visto pela sociedade, identificando os desafios que o am-biente de trabalho impõe. Também trataremos das relações interpessoais e da importância do bom relacionamento, bem como da comunicação eficaz entre os profissionais nas organizações.

Sabemos que a sociedade mudou muito (e ainda muda) ao longo do tempo, assim como muda-ram as relações de trabalho, certo? O mundo profissional é muito influenciado pelas mudanças sociais, pela tecnologia e pela globalização, bem como a sociedade ocidental contemporânea. Hoje, temos uma crescente demanda de informação e de tecnologia, sendo que ambas chegam até nós muito rapidamente, trazendo facilidades ao profissional atual, porém também o tratando com maior rigor, criando altas expectativas acerca do trabalho de cada colaborador.

Nesse sentido, o profissional deve ser exigente consigo mesmo, com seus colegas e com suas entregas de trabalho, visando não se tornar apenas “mais um” no oceano de possibilidades disponíveis no mercado de trabalho. Saiba, desde já, que sua atuação, suas escolhas e seu com-portamento estarão diretamente ligados e serão influenciados pela sociedade contemporânea, hoje fortemente caracterizada pela globalização.

Bom estudo!

1.1 O que é um desafio profissional e como a sociedade entende o profissionalAo longo do nosso crescimento e maturação enquanto seres humanos adultos, somos molda-dos, pouco a pouco, para nos tornarmos futuros profissionais, não é verdade? Para atingir tal objetivo, nos aperfeiçoamos durante toda a vida preparando-nos para o momento em que nos integraremos ao mercado de trabalho. Agora, se pergunte: como a sociedade ajuda o ser hu-mano a escolher a profissão que mais se adequa às suas habilidades e interesses, e como lhe dá suporte para tanto?

Desafios Profissionais na Sociedade Atual

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Estudando este tópico, você será capaz de entender como a sociedade atual vem influenciando o mercado de trabalho, e perceberá que o profissional dos dias de hoje deve enfrentar grandes desafios em seu ambiente profissional. Vamos lá?

1.1.1 Como o profissional escolhe sua profissão na sociedade contemporânea

Atualmente, sabemos que dispomos de diversos recursos para tentar, da forma mais eficiente possível, escolher nosso ofício: testes vocacionais, pesquisas na internet, entrevistas com profis-sionais das áreas de interesse, entre outras possibilidades. O que exerce maior poder de con-vencimento sobre a escolha da profissão, entretanto, é poder observar um exemplo de um pro-fissional já atuante, e sentir empatia pela forma com que trabalha, pelos resultados que alcança (sociais, financeiros etc.) e pelas metas que estabelece e cumpre.

Figura 1 – O profissional e a sociedade.

Fonte: Shutterstock, 2015.

Segundo Chiavenato (1999), o mundo está se transformando a todo o momento e em grande velocidade, assim como as organizações e os profissionais que as constituem. Esses novos tem-pos, cada vez mais exigem atuações diferenciadas, novas posturas e soluções inovadoras para problemas inusitados e inconcebíveis em décadas anteriores. Tal dinâmica requer uma análise profunda e consistente da situação, além de inovação, comprometimento, criatividade, proativi-dade entre outras competências que devem fazer parte do perfil do profissional contemporâneo.

Idalberto Chiavenato é um dos autores brasileiros de maior reconhecimento e respeito nas áreas de Recursos Humanos e Administração de empresas. Seus livros são utiliza-dos por profissionais no Brasil e em países da América Latina, Europa e países africanos de língua portuguesa. Atualmente, é presidente do Instituto Chiavenato de Educação. Para saber mais sobre o autor e suas publicações, não deixe de acessar <http://www.chiavenato.com>.

VOCÊ O CONHECE?

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Assim, podemos afirmar que, na verdade, a vida em sociedade se torna um “espelho de desejos”, ou seja, podemos observar a imagem de algumas pessoas e ser influenciados por elas, seguindo seus passos em busca de conquistar um sucesso semelhante. Saiba que é dessa forma que a nossa sociedade vê, entende e influencia o profissional contemporâneo.

Falamos aqui da importância da contribuição do autor Idalberto Chiavenato e até mes-mo o citamos em nosso estudo. Para entender ainda mais sobre o contexto da socie-dade atual, e como exerce influência nas relações de trabalho, não deixe de ler o livro desse autor intitulado Administração nos novos tempos, em que aborda o ambiente das organizações, as relações de trabalho e outros aspectos. As informações sobre este livro constam na bibliografia deste material.

NÃO DEIXE DE LER...

1.1.2 Como o profissional contemporâneo é visto e influenciado pela sociedade

Sabemos que a mudança da condição de estudante para a de profissional pode nos provocar certo receio. Apesar de sermos moldados e “preparados” para o exercício da profissão escolhida, apenas na prática, na convivência diária, é que saberemos de verdade qual é o real desafio a ser enfrentado e vencido nas relações de trabalho e também nas organizações, correto?

Figura 2 – A sociedade transforma o profissional.

Fonte: Shutterstock, 2015.

Imagine que você é um professor, hoje é o seu primeiro dia de trabalho e você está animado e ansioso. Você aprendeu em seus estudos toda a parte teórica da profissão e está seguindo o pas-so a passo de como deve fazer seu trabalho: está organizando seus materiais, dando uma última olhada em seu plano de aula, verificando a lista de alunos, está preparando os equipamentos com os quais vai trabalhar (computador, tela e projetor), já que apresentará sua aula através de slides. Tudo como manda o roteiro aprendido, não é mesmo?

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Tudo está bem calmo e tranquilo e você está começando a receber seus alunos, muito satisfeito de que tudo segue exatamente como planejado. Você dá as boas-vindas para a turma, explica como será a dinâmica de sua aula e começa a ligar o computador e o projetor, porém há algum erro no equipamento e você não consegue mostrar o material que construiu com tanta dedica-ção para aquele momento. Apesar de ter seguido todo o roteiro, ainda assim seu planejamento precisará ser adaptado.

O que fazer neste caso? Pedir desculpas aos alunos e desistir da aula naquele dia, marcando uma nova data para a apresentação, ou enfrentar as adversidade de forma a “fazer deste li-mão uma limonada”? Em outras palavras, apesar de não ser possível usar os slides, você tem como recurso o quadro negro, onde pode enumerar os pontos mais relevantes e discutir todos os tópicos de seu material com a turma, garantindo o aprendizado utilizando uma metodologia diferente daquela que havia escolhido.

Esta situação e tantas outras são vivenciadas diariamente por diversos profissionais. Tenha sem-pre em mente que o que foi planejado e estruturado nem sempre sairá da forma prevista, porém será necessário se adequar a novas demandas e situações, nas quais apenas a experiência aju-dará.

O mercado de trabalho existe desde os tempos mais antigos, nos quais era necessário trabalhar para sobreviver, para pagar uma dívida ou em troca de proteção. Nos dias atuais, o cenário é diferente em cada parte do globo, porém há também uma diferença na forma com que o traba-lho é executado.

Na Antiguidade, a necessidade de trabalho era mais imediata, ou seja, o homem apenas iria caçar quando tivesse fome, só construiria uma casa para morar quando precisasse dormir. O homem só trabalhava quando efetivamente sentia necessidade. Atualmente, trabalhamos todos os dias para alcançar os mesmos resultados, porém temos como aliados a evolução natural do próprio ser humano e os avanços tecnológicos, mas a diferença é que não somos nós que de-terminamos quando começar e quando parar e sim a sociedade, alicerçada na economia e na política.

É esta mesma sociedade que nos fornece melhores condições e alternativas diversas, algo bem diferente do que tínhamos antigamente, quando as profissões não eram muitas e acabava-se, na maioria das vezes, seguindo um legado familiar. Com o mercado de trabalho globalizado e muito concorrido, cada vez mais as organizações buscam profissionais diferenciados para fazer parte de seu quadro de colaboradores.

Preste atenção nesta palavra: colaborador. Na época da Revolução Industrial, a empresa tratava o seu contratado como um “empregado”, ou seja, um indivíduo que deveria fazer apenas o que estava em seu escopo, da forma como era pedido e estabelecido. Já nos tempos modernos, o contratado pela empresa é entendido como “colaborador”. Espera-se deste colaborador que, além de cumprir com aquilo que lhe foi designado e que é de sua responsabilidade, demonstre um perfil consultivo, agregador e colaborativo, devendo construir valor em todos os processos de que participa.

Por mais que estudemos e pesquisemos sobre o mercado e a profissão que exerceremos, apenas a experiência nos mostrará quais são os reais desafios da profissão que escolhemos. É importante reforçar, conforme já vimos anteriormente, que hoje enfrentamos uma sociedade cada vez mais pautada pela concorrência, o que se reflete no mercado de trabalho. Uma vez que ele está cada vais mais acirrado, exige-se muito mais dos profissionais que o compõem.

Como vimos no exemplo acima, não basta conhecimento teórico e técnico, é preciso compe-tências inerentes ao profissional atual como adaptabilidade, resiliência, inovação, entre outras, para que se possa alcançar o reconhecimento e o sucesso profissional. Nos dias de hoje, é muito comum ver executivos cada vez mais jovens, profissionais que saíram das faculdades e pós-gra-

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duações, que possuem uma excelente base teórica, estudos em escolas renomadas aqui mesmo no Brasil ou no exterior, mas que encontram grandes dificuldades ao ingressarem no mercado e assumirem vagas de gestão. A teoria não ensina tudo e, como já sabemos, a prática é um forte fator de sucesso profissional seja no alcance de resultados, seja na resolução de impasses. É muito mais fácil consertar algo que já se conhece, e trabalhar para alcançar resultados em um terreno familiar.

Assim, qual é o perfil que a sociedade espera do profissional moderno? Bem, tanto a sociedade quanto as empresas precisam e esperam cada vez mais do profissional contemporâneo, exigindo que ele trabalhe reciclando seus conhecimentos e modificando seus comportamentos, habilida-des e atitudes. Espera-se na verdade, que o indivíduo torne-se um profissional multidisciplinar e multitarefa, ou seja, que atue em várias frentes ao mesmo tempo, e consiga desenvolver ativida-des em paralelo.

Figura 3 – O Profissional Moderno.

Fonte: Shutterstock, 2015.

Atualmente, a empresa não busca apenas melhorar e qualificar a mão de obra disponível no mercado, mas sim implementar inovações e contar com profissionais cada vez mais antenados com as inovações que o seu mercado oferece, dispostos a implementá-las em seu ambiente de trabalho. A tendência atual do mercado profissional é a busca por colaboradores comprometidos e multifuncionais, que estejam dispostos a se aperfeiçoar sempre.

É possível perceber um movimento contrário também, ou seja, ver profissionais que não querem e até mesmo insistem em permanecer onde estão, sem evoluir ou buscar oportunidades de engran-decimento para si mesmos e para a empresa. O fato é que, se não evoluirmos profissionalmente, com certeza haverá alguém que o fará e que alcançará o sucesso que não obtivemos. O que a sociedade espera, portanto, é a seguinte fórmula: teoria + prática + conhecimento + experiên-cia + inovação + resultados. Afinal de contas, não podemos obter resultados novos, excelentes e diferentes se fizermos todos os dias a mesma coisa, sem mudar nada, não é verdade?

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Desafios contemporâneos

O autor Anderson Hernandez no livro Perfil do profissional de Sucesso no Mundo Mo-derno disserta de forma muito direta, didática e simples sobre os desafios que per-meiam as técnicas e práticas utilizadas no ambiente empresarial. Vale a pena a leitura!

NÃO DEIXE DE LER...

Podemos afirmar que o profissional contemporâneo deve estar aberto a mudanças e adapta-ções. A sociedade e as organizações passam por mudanças constantes para se reinventarem e sobreviver no mundo atual, se os profissionais não acompanharem tal evolução e transformação (agindo, ainda, com velocidade frente a essas mudanças) acabarão sendo substituídos por indi-víduos mais dinâmicos.

Em resumo, podemos afirmar que as organizações buscam profissionais que sejam versáteis, e que estejam dispostos a buscar constante aperfeiçoamento.

1.2 Como acontece e qual é a importância da relação com os outros profissionais no ambiente de trabalho.Para que possamos conviver em sociedade precisamos aprender a nos relacionarmos uns com os outros, não é mesmo? Imagine que você foi convidado para uma festa em que todos os seus amigos e familiares estarão presentes. Chegando ao local, você simplesmente entra, escolhe uma mesa e não cumprimenta ninguém. Todos acharão isso muito estranho e você sairá com a fama de mal educado. Saiba que nas organizações isto não é diferente.

Vamos então tratar das relações humanas exclusivamente no ambiente profissional, mostrando como elas podem ser grandes aliadas no dia a dia de trabalho, e como podemos potencializá--las e utilizá-las para atingir o sucesso profissional. Veremos também que manter relações in-terpessoais saudáveis no âmbito profissional promove um ambiente mais harmônico dentro da organização.

1.2.1 O profissional e o seu relacionamento interpessoal

Para que possamos ter uma boa convivência, precisamos aprender a lidar com pessoas comple-tamente diferentes daquelas com as quais estamos acostumados, e a respeitar tais distinções. Sabemos que cada um age de acordo com a educação a que teve acesso, com o contexto em que viveu e com suas percepções sobre a realidade. Damos o nome de Relações Interpessoais a essa habilidade de saber comunicar-se efetivamente. Mas você sabe o que isso quer dizer?

Tenha em mente que o relacionamento interpessoal é um conceito muito investigado pela socio-logia e psicologia. Trata-se da relação entre duas ou mais pessoas, marcada pelo contexto em que estão inseridas. Exemplos deste conceito podem ser encontrados no ambiente familiar, esco-lar, de trabalho e comunitário. O relacionamento interpessoal implica numa relação social, isto é, num conjunto de normas comportamentais que direcionam as interações entre os indivíduos que compõem a sociedade.

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Figura 4 – O Profissional e as Relações de Trabalho.

Fonte: Shutterstock, 2015.

As relações ajudam, inclusive, o profissional a atingir suas metas pessoais e a obter o desempe-nho esperado por seus gestores. É primordial que o colaborador possa trabalhar em um ambien-te tranquilo, feliz e encorajador, e que possa realizar suas atividades da melhor forma possível, gerando os resultados esperados pela empresa e pelos líderes. O bom relacionamento com os colegas de trabalho é entendido, por muitos profissionais e empresas, como o principal fator de motivação para as pessoas realizarem suas atividades diárias, seguidos do reconhecimento devido e esperado, e do prazer de fazer o que se gosta.

1.2.2 A importância das relações interpessoais e o sucesso do profissional nas organizações

A sociedade atual influencia também a maneira como as pessoas se relacionam nas empresas, sendo que a forma de socialização dos colaboradores sofreu alterações ao longo dos anos. Mas o que isso significa? Em primeiro lugar, uma competência muito importante e valorizada em nos-sa sociedade moderna é a capacidade de comunicação e socialização.

Contemporaneamente, o profissional não deve ser apenas um excelente técnico e conhecedor da área em que atua: está comprovado que ele deve ser uma pessoa sociável. O indivíduo deve ser capaz de utilizar suas conexões e seus colegas como fontes agregadoras no seu dia a dia profissional, potencializando os seus resultados e consequentemente os da empresa.

Como vimos anteriormente, no contexto das organizações, as relações são de extrema impor-tância. Um relacionamento interpessoal positivo contribui para um bom clima e ambiente dentro da empresa, resultando até mesmo em um aumento da produtividade. Nas relações de trabalho, esse relacionamento saudável entre duas ou mais pessoas é alcançado quando as pessoas co-nhecem a si mesmas, quando são capazes de se colocar no lugar dos outros (empatia), quando expressam as suas opiniões de forma clara e direta sem ofender interesses alheios (assertividade e respeito mútuo), quando são cordiais e têm também um sentido de ética.

Há um termo muito utilizado atualmente chamado de “ambientação”. O que ele significa no contexto profissional? Trata-se da capacidade que uma pessoa tem de socializar com os demais em qualquer âmbito, no nosso caso, vamos tratar do ambiente organizacional. O profissional contemporâneo pode ser um técnico reconhecido, um profundo conhecedor da sua área de atu-

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ação, porém se ele não é capaz de socializar, a sociedade e a empresa não o verão com bons olhos. Ele precisa se relacionar bem com os demais profissionais da empresa, pois isso o ajudará a evitar desgastes e problemas desnecessários pela falta de alinhamento e comunicação.

Figura 5 – As relações interpessoais.

Fonte: Shutterstock, 2015.

Atualmente, é comum vermos ainda muitos problemas de relação dentro das organizações. Isto se dá devido à dificuldade enfrentada pelos seres humanos de socializar com pessoas diferentes dele mesmo. É comum alguém não se “enturmar” com a equipe e haver um afastamento natural pelo resto do grupo. Tal dinâmica, no entanto, acaba prejudicando a convivência da equipe de trabalho, e até mesmo o alcance dos objetivos e resultados esperados pela empresa.

Sabemos que um trabalho feliz é um trabalho no qual nos sentimos realizados com o que faze-mos, com a área em que atuamos. Diferentemente de outros aspectos de nossa vida, no ambien-te profissional somos “obrigados” a lidar com pessoas que não escolhemos, ou seja, temos que nos relacionar bem com pessoas que acabamos de conhecer, e que têm pensamentos e crenças diferentes das nossas. Esta é a parte mais rica e desafiadora na construção dos relacionamentos profissionais: trabalhar as diferenças, aceitá-las e usá-las para aprimorar ainda mais as nossas habilidades. Com certeza, essa não é uma tarefa das mais fáceis, porém com engajamento e disponibilidade é possível. Além disso, há cinco pilares que podem nos ajudar nesse sentido. Acompanhe!

1. Autoconhecimento: é primordial para a administração dos relacionamentos. Implica em reconhecer nossas características de comportamento, o impacto que causamos nos outros, e ainda quais comportamentos nos incomodam.

2. Empatia: diz respeito à capacidade de considerar os outros, suas opiniões, sentimentos e motivações. Desta forma, é possível ter um relacionamento equilibrado. A empatia também nos torna capazes de enxergar o outro e ampliar nossa percepção da realidade, a partir de pontos de vista alternativos. Sua característica mais marcante é a de saber ouvir.

3. Assertividade: para ter relacionamentos saudáveis, não basta apenas ouvir, é preciso também saber falar (com educação e respeito) e verbalizar opiniões, vontades e dificuldades. Assim a assertividade nada mais é do que a habilidade para nos expressarmos de forma franca, direta, clara, serena e respeitosa.

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4. Cordialidade: é ser gentil, solícito, simpático e demonstrar consideração pelos outros. A cordialidade desinteressada, que oferecemos por iniciativa própria, sem esperar nada em troca, é um facilitador do bom relacionamento em geral, e em especial no ambiente de trabalho.

5. Ética: trata-se de tomar atitudes que não prejudiquem os outros e que não contrariem o que se considera acordado, certo e justo. Podemos ter muito autoconhecimento, ser altamente empáticos, assertivos e cordiais, mas, se não nos conduzirmos pela ética, não conseguiremos manter relacionamentos equilibrados.

Se fortalecermos esses pilares, nós conseguiremos trabalhar de forma eficiente e alcançar resul-tados eficazes, já que essas melhorias não precisam ser apenas usadas em outras áreas de nos-sas vidas, como a familiar, sentimental, social. É de suma importância que nós possamos investir nelas, já que o mantimento de bons relacionamentos é a mais efetiva competência para o nosso desenvolvimento pessoal.

De acordo com Batista (2004), há algumas atitudes que prejudicam as relações com os demais profissionais, e até mesmo prejudicam a forma como a empresa enxerga um profissional. Confira a seguir!

1. Profissional que fala muito: devemos ter cuidado para não ultrapassar limites, nem divulgar informações não verdadeiras ou confidenciais.

2. Falar mal dos colegas: o ditado antigo já diz que se alguém está falando mal de uma pessoa para você, muito provavelmente falará mal de você para outra pessoa. Além disso, tal atitude não é condizente com o perfil de profissional esperado por uma empresa.

3. Viver mal humorado: há dias que não acordamos bem e os problemas do dia a dia nos fazem ficar preocupados, porém precisamos lembrar que estamos em um local de trabalho e que precisamos nos relacionar com pessoas que também têm suas dificuldades. Assim, temos que tentar não descarregar nos outros nossas frustrações, pois isso poderá gerar um ambiente de trabalho pesado e hostil.

4. Falta de higiene: por incrível que pareça, ainda hoje enfrentamos esse tipo de problema. Além de minar qualquer relação, seja no âmbito que for, é até mesmo uma questão de saúde. Manter unhas limpas e cortadas, cuidar bem da pele e dos dentes, além de manter o asseio diário, fazem parte da imagem do bom profissional.

5. Faltar com respeito com os demais: precisamos ter respeito e educação com colegas e líderes, assim como eles devem nos tratar da mesma forma.

6. Comportamento egoísta: ainda há aquele profissional que pensa apenas no seu próprio bem e não no bem comum da equipe e da organização. Fazer apenas o seu trabalho, sem se importar com os demais está longe de ser um comportamento aceito no mercado de trabalho atual. É preciso trabalhar o espírito de cooperação.

7. Brincadeiras em horas impróprias: ficamos a maior parte de nosso dia na empresa com nossos colegas, até mais do que com nossa própria família. É natural termos um ambiente descontraído, porém é importante saber que tudo tem a sua hora e seu momento. Temos que ter cuidado para não extrapolar.

8. Inflexibilidade: sociedade e mercado de trabalho modernos não combinam com inflexibilidade. É importante o profissional estar aberto a novas ideias e aceitar que ele nem sempre é o dono da razão. Isso é de suma importância para as relações de trabalho.

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Desafios contemporâneos

Pudemos ver alguns exemplos de atitudes que minam as relações saudáveis e proveitosas no ambiente de trabalho, e que devem ser evitadas a todo o custo. Estas situações podem gerar um grande problema para a convivência do grupo, pois impactam na comunicação entre seus membros, afetando indiretamente os resultados da empresa.

Outro fator importante nas relações é o profissional entender a cultura da empresa em que atua. Toda empresa possui uma cultura, que é o conjunto de valores e princípios que regem a organi-zação. Por exemplo, há empresas que possuem uma cultura mais clássica e tradicional, em que a formalidade orienta o modo de tratamento entre os profissionais ou até mesmo a forma de se vestir, e é preciso respeitar e se adequar a essa cultura. Não seguir estas regras e orientações trará problemas ao profissional e desconforto por parte da empresa com algo simples que pode (e deve) ser evitado.

NÃO DEIXE DE VER...

Todos nós adoramos desenhos animados, não é mesmo? Imagine poder ver tudo isso de que falamos até o momento em um filme da Disney? Bom demais para ser verdade? De jeito algum! O filme Monstros S.A. mostra de forma muito humorada como as rela-ções interpessoais são importantes no ambiente profissional, e como podem contribuir de forma positiva e negativa para a execução do trabalho diário e com o alcance dos resultados da empresa. Assista, aprenda e divirta-se!

Devemos ter em mente que não existem profissionais perfeitos, e que cada um possui pontos for-tes e pontos a desenvolver. As relações com as demais pessoas nos ajudam a ajudar e a aprender com os outros. Quão rico e desafiador isto pode ser!

Dentre todas as relações que estabelecemos ao longo de nossa vida, as relações de trabalho são totalmente diferentes das demais, pois nas organizações não é possível escolher com quais colegas de trabalho, chefes, clientes e fornecedores nos relacionaremos. Além disso, é impor-tante destacar que podemos ou não ter afinidade com os nossos colegas de trabalho, porém precisamos arranjar uma forma de nos relacionarmos bem com eles, a fim de que o trabalho flua, os resultados sejam alcançados e o clima da empresa entre os seus colaboradores seja o melhor possível.

Figura 6 − Nas organizações, não é possível escolher com quais colegas de trabalho, chefes, clientes e fornece-dores nos relacionaremos.

Fonte: Shutterstock, 2015.

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Para ser considerado excepcional, um profissional não tem que ser apenas competente, mas também versátil, que saiba se comunicar e se relacionar dentro e fora do ambiente profissional. A tecnologia nos ajuda em vários aspectos, mas no que tange à questão de relacionamentos, ela pode se tornar uma grande vilã, ou seja, uma inibidora das relações entre as pessoas. Em um mundo de Facebook, Twitter, LinkedIn e WhatsApp, conseguir estabelecer um relacionamento “olho no olho” está cada vez mais difícil e raro. Podemos ver um exemplo disso dentro das em-presas. Vamos lá?

CASOPedro trabalha na área financeira de uma grande empresa de telecomunicações. Ele está reali-zando suas atividades corriqueiras de trabalho, e precisa terminar o levantamento de custos do último lançamento de um serviço de sua empresa. Para terminar esta análise, ele precisa receber da área comercial o levantamento dos números de vendas feitas nas últimas duas semanas, porém Ana, sua colega e a analista da área comercial responsável por repassar para Pedro as informações, ainda não enviou os números.

Ana fica em outro bloco e, visando agilizar a cobrança sem perder tempo em conversas infor-mais, Pedro resolve enviar um e-mail cobrando as informações, já que a reunião acontecerá em dois dias. Passadas duas horas, Ana ainda não respondeu e, neste momento, seu chefe o informa, apressado, de que a reunião foi reagendada para o final do dia, e que ele precisa do material pronto até as 16h.

São 11h e Pedro ainda não tem as informações. Ele resolve então enviar outro e-mail, agora colocando os chefes de ambos em cópia visando agilizar o envio. Até as 12h ainda não houve resposta da Ana. Como já estava na hora do almoço, Pedro resolve sair para almoçar, esperando obter a resposta no retorno. Pedro volta do almoço por volta de 13h e não encontra nada em sua caixa de e-mail. Assim, ele decide aguardar mais uma hora, e então falar com seu chefe.

Passada mais uma hora (agora já eram 14h), Pedro, sentindo-se indignado com a falta de retor-no de Ana, resolve falar com seu gerente e explicar-lhe a situação. Nelson, o gerente de Pedro, ouve atentamente toda a história e o desabafo indignado de Pedro, e faz a ele apenas duas perguntas, a saber, se ele, neste período chegou a ligar para Ana ou a procurá-la diretamente em sua mesa, ou em outro bloco. Pedro responde que não, afinal já havia mandado três e-mails e não obteve respostas.

Nelson então pergunta a Pedro se, neste caso, visto que não houve retorno, ele não concorda que algo pode ter acontecido e se, frente à urgência e à importância do recebimento destas informações, não teria sido a melhor se Pedro tivesse tentado contato telefônico ou pessoal com Ana, agindo de forma proativa. Pedro ficou muito chateado, porque realmente tentou receber as informações, mas no fundo sabia que Nelson tinha razão.

Assim, ele tentou ligar para Ana. Não obtendo resposta, foi ao seu encontro. Ao chegar a sua mesa, ele entendeu o que havia acontecido: o sistema telefônico do bloco B havia caído bem como a internet, por isso, Ana não recebeu os e-mails e também não atendeu à ligação. Pedro informou-lhe da urgência no recebimento do material, e Ana prontamente copiou em um pen drive tudo o que Pedro precisava, em menos de dois minutos.

Pedro voltou para sua mesa satisfeito com o recebimento da informação, porém já eram 15h e ele teria que correr para entregar o material. Ele conseguiu elaborar a apresentação, mas ela não ficou do jeito que ele e seu gerente esperavam, já que, devido ao curto espaço de tempo, não foi possível fazer análises qualitativas. A partir deste episódio, Pedro aprendeu uma grande lição: a tecnologia nos ajuda sim, porém às vezes a interação e o relacionamento face a face geram resultados mais eficazes e precisos.

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Desafios contemporâneos

Com certeza você conhece alguém que passou por uma situação parecida com a de Pedro, não é mesmo? Talvez você mesmo tenha passado por isso em outro âmbito que não o profissional. O que podemos aprender com tal situação? Bem, podemos constatar que as tecnologias podem e devem ser utilizadas como aliadas na comunicação e nos relacionamentos, porém jamais, em hipótese e instância alguma, ela substituirá o ser humano e a sua relação direta com outros indivíduos.

Figura 7 − As relações entre colegas de trabalho na organização.

Fonte: Shutterstock, 2015.

Sabemos que é bastante desafiador conseguir separar o pessoal do profissional em todas as ocasiões. Passamos muito tempo com nossos colegas ao longo de nosso dia, e é inevitável que ultrapassemos esta barreira. Em algum momento, conversaremos com nossos colegas de forma até inconsciente, sobre assuntos diversos.

É muito importante também que saibamos separar as opiniões pessoais das profissionais e sem-pre respeitar as diferenças de posicionamento. Se acontecer algum problema pessoal com um colega de trabalho, procure resolver o quanto antes a questão sendo franco, sincero, expondo seus argumentos e acabando com o desconforto. Os tempos modernos mudaram as relações e a própria globalização incita à união de funcionários, mas devemos usar tais artifícios como aliados e não como inimigos do clima organizacional.

É claro que teremos afinidades com algumas pessoas, porém, lembre-se de que a razão da relação com os outros profissionais na empresa é exclusivamente o alcance dos objetivos profis-sionais preestabelecidos. Pense desta forma: é como se tivéssemos que esquecer o lado subjetivo e ouvir e atuar tendo como base o lado objetivo.

Uma situação que também deve ser observada e tratada com cuidado ocorre quando o subordi-nado e o gestor são amigos pessoais. Este tipo de relação tem se tornado cada vez mais comum, mas é imprescindível que saibamos lidar com suas potenciais consequências.

O profissional deve (e vai) receber feedbacks sobre a sua produção, e independentemente do resultado (bom ou ruim), ele deverá ser maduro o suficiente para lidar com a situação sem que ela afete a produção ou o clima da área. O gestor deve deixar isso muito claro no momento da contratação de seu conhecido, já que pedidos e cobranças fazem parte da rotina de trabalho de qualquer relação entre subordinado e gestor.

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Em resumo, para ajudar a estabelecer uma boa dinâmica das relações no ambiente organizacio-nal, devemos seguir alguns princípios. Acompanhe!

1. Investir em relacionamentos saudáveis, ou seja, investindo na equipe e evitando conflitos.

2. Conhecer colegas e líderes, uma vez que cada indivíduo é único e cada um tem uma personalidade própria. Conhecer um pouco mais cada um ajuda a construir boas relações.

3. Ajudar o desenvolvimento da equipe, identificando as habilidades e forças de cada um e trabalhando as diferenças como equipe.

4. Resolver eventuais conflitos, uma vez que é de suma importância que se possa ter um bom relacionamento com os colegas, além de manter um clima leve na empresa.

Acesse o site <http://www.cimentoitambe.com.br/relacao-interpessoal-nao-existe--sem-trabalho-em-equipe/> e saiba mais sobre a importância das relações no ambien-te de trabalho. Você verá os assuntos que estudamos neste capítulo sendo discutidos por Cristina Bresser, formada em Comunicação Visual pela UFPR e também coach e consultora em recursos humanos para o site da Cimento Itambé.

NÃO DEIXE DE LER...

Precisamos ter trato no convívio social e na relação com as pessoas em nosso dia a dia, em es-pecial no ambiente de trabalho. É necessário que possamos entender as pessoas e fazer com que elas nos entendam também, promovendo uma convivência colaborativa, motivadora e focada no que é melhor para a coletividade.

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Síntese• Vimos, ao longo deste capítulo, como o profissional enfrenta desafios diariamente na

realização de seu trabalho, além de utilizar ferramentas de apoio para que alcance seus resultados, como os relacionamentos no ambiente de trabalho.

• Tratamos das principais características da sociedade e do profissional atual.

• Vimos o que a sociedade espera do profissional moderno, e como ele deve se adequar a novas realidades e a constantes mudanças na sociedade, nas empresas e no mundo.

• Discutimos acerca da importância das relações, seja no âmbito profissional ou em qualquer área da vida das pessoas.

• Falamos sobre quais são as competências esperadas do profissional nas organizações, e também dos comportamentos que não são tolerados ou que não devem ser praticados no ambiente de trabalho.

• Vimos que a tecnologia pode ser uma grande aliada nas relações de trabalho, mas que ela nunca conseguirá substituir a relação de empatia que se estabelece ao tratar de uma tema diretamente (face a face) com a pessoa/profissional.

• Entendemos a importância da relação colaborativa na empresa, focando no alcance dos resultados estabelecidos e também no clima organizacional.

Síntese

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ReferênciasBATISTA, Anderson Hernandes. Perfil do profissional de Sucesso no Mundo Moderno. Edi-toração eletrônica. E-book, 2004.

BRESSER, Cristina. Relação interpessoal não existe sem trabalho em equipe. Disponí-vel em: <http://www.cimentoitambe.com.br/relacao-interpessoal-nao-existe-sem-trabalho-em--equipe>. Acesso em: 25 maio 2015.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.

MONSTROS S.A. Direção: Pete Docter. Produção: Darla K. Anderson. EUA: Walt Disney Pictures/Pixar Animation Studios, 2001. 1 DVD (92 min), color.

Bibliográficas

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