DESAFIOS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NAS FARMÁCIAS ... · DESAFIOS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NAS...
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Jocilene Rodrigues Barros
DESAFIOS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NAS FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
DO MUNICÍPIO DE PALMAS - TO
PALMAS – TO
2015
Jocilene Rodrigues Barros
DESAFIOS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NAS FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
DO MUNICÍPIO DE PALMAS - TO
Monografia apresentada como requisito parcial para
aprovação na disciplina TCC em Ciências
Farmacêuticas do curso de Farmácia, coordenada pela Profª. Me. Grace Priscila Pelissari Setti, no Centro
Universitário Luterano de Palmas.
Orientador: Profª. Me. Elisângela L. V. L. B. dos Santos.
PALMAS – TO
2015
JOCILENE RODRIGUES BARROS
DESAFIOS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NAS FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
DO MUNICÍPIO DE PALMAS - TO
Monografia apresentada como requisito parcial para aprovação na disciplina TCC em Ciências
Farmacêuticas do curso de Farmácia, coordenada pela
Porfª. Me. Grace Priscila Pelissari Setti, no Centro
Universitário Luterano de Palmas.
Aprovado em: _____/_____/2015
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Profª. Me. Elisângela L. V. L. B. dos Santos
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
____________________________________________________________
Profª. Me. Marcia Germana Alves de A. Lobo
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
____________________________________________________________
Profª. Esp. Emília Jacinto Trindade
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
PALMAS – TO
2015
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus em primeiro lugar, logo em seguida aos meus avós paternos
Raimundo Rodrigues e Raimunda Rodrigues ambos in memoria, e minha avó materna Maria
Barros in memoria, aos meus pais: João Paulo e Gilene, meus irmãos, namorado e familiares,
a eles devo todo meu sucesso.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado à sabedoria e força de vontade nesta
longa caminhada. Aos meus pais João Paulo Rodrigues e Gilene Barros por nunca terem
desistindo de mim, mesmo quando fracassei, obrigada por serem os melhores pais do mundo.
Igualmente agradeço meus irmãos e minhas sobrinhas por estarem sempre ao meu lado,
dando-me amor e carinho, amo muito vocês.
Quero aqui agradecer meu amigo e namorado Ricardo Gomes que mesmo estando
longe nunca deixou de apoiar-me nas horas difíceis, fica aqui meu muito obrigada a você
pessoa que consegue ser mais chata que eu.
Agradeço também à todos aqueles que duvidaram de mim, pois isso me deu força para
continuar nesta caminhada e mostrar que sou capaz de me superar, que graças a este desafio
de ser melhor que eu mesma, tornei- me a vitoriosa que sou, sou muito grata a vocês.
O que dizer dos meus nobres colegas acadêmicos e professores onde por muitas vezes
nós brincamos, fofocamos, estudamos, ficamos chateados, mas nunca deixamos nenhum
desemparado, quero aqui dizer a vocês que nunca irei esquecer-me destes momentos que vivi
com vocês.
Aline Salles um anjo que foi morar com Deus, uma amiga, companheira que nos
deixou de uma forma trágica, sem ao menos dizer adeus, desde que você partiu as noites
estudando nunca mais foram às mesmas, amiga sei que de onde você estiver estará orando e
torcendo por mim, te amarei eternamente, a saudade será eterna.
Antônio Henrique, uma pessoa que me tirava do sério no estágio, pois como diz o
ditado dois bicudos não se bicam, contrariando o ditado, os bicudos se bicam e muito, é para
quebrar mais uma regra a mulher pode sim ter um amigo homem, sempre vou agradecer à
Deus por ter me dado à oportunidade de conhecer pessoa assim como você, obrigada por tudo
que fez por mim.
Aos meus familiares e amigos que de uma forma ou de outra sempre me ajudaram,
muito obrigada!!!
...Quando reconheço que sem Ti eu nada sou, alcanço os lugares impossíveis, me torno um
vencedor...
Anderson Freire
RESUMO
BARROS, Jocilene Rodrigues Desafios da Atenção Farmacêutica nas farmácias
comunitárias do município de Palmas-TO. 2015. 63 p. Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Farmácia, Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas/TO, 2015.
A Atenção Farmacêutica (AF) pode ser considerada uma prática inserida na assistência
farmacêutica, tendo a finalidade de aumentar a efetividade do tratamento medicamentoso por
meio da identificação e em seguida revolucionar os problemas relacionados aos
medicamentos (PRM). A prática da AF vem crescendo sendo implantada vagarosamente no
Brasil e alguns países. Muitos projetos neste sentindo enfrentam dificuldades para serem
implantados em farmácias comunitárias e hospitalares, devido principalmente à falta de
estrutura e de conhecimento dos farmacêuticos em farmácia clínica. O objetivo deste trabalho
é identificar os obstáculos para a implantação da AF conforme a visão dos farmacêuticos e
proprietários/ gerentes de drogarias e farmácias de Palmas-TO. Esta pesquisa caracteriza-se
como qualitativa e quantitativa de caráter descritiva exploratória. Onde foram entrevistados
34 farmacêuticos e 15 proprietários/ gerentes de 29 estabelecimentos de Palmas-TO, através
de um questionário com perguntas objetivas e subjetivas. Pode-se notar que os empecilhos
encontrados em Palmas-TO são semelhantes aos encontrados em outras regiões do Brasil e
em alguns países como Espanha, Argentina e EUA, onde a falta de conhecimentos clínicos e
de tempo dos profissionais, o aumento dos gastos com investimentos para adequação do
estabelecimento são os principais obstáculos segundo os farmacêuticos, já para os
proprietários/ gerentes foi o aumento dos gastos os principais obstáculo para implantação
prática da AF. Observou-se ainda que grande parte dos proprietários/ gerentes já pensaram em
implantar a AF. Pode - se concluir nesta pesquisa que os profissionais busquem atualizações
através de iniciativas já existente de disponibilização de cursos de capacitação em Farmácia
Clínica e esclarecimentos sobre a importância da prática da AF são essenciais para o
reconhecimento dos profissionais farmacêuticos, pela a sociedade e obtenção da melhoria da
qualidade de vida dos usuários de medicamentos.
Palavras chaves: Farmácias Comunitárias, PRM, Seguimento Farmacoterapêutico.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Fluxograma seguimento do método Dáder...................................................... 24
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Relação das atividades disponibilizada pelos estabelecimentos conforme
os relatos dos farmacêuticos e proprietários/ gerentes .........................................................
35
GRÁFICO 2 - Porcentagem de respostas dadas pelos farmacêuticos e proprietários/
gerentes às perguntas objetivas...........................................................................................
36
GRÁFICO 3 – Principais obstáculos mencionados por farmacêuticos e proprietários/
gerentes para implantação da Atenção Farmacêutica............................................................
42
LISTA DE TABELA
TABELA 1 – Resultados Negativos Associados ao Medicamento...................................... 18
TABELA 2- Obstáculos para a implantação da atenção Farmacêutica no Brasil e no
mundo....................................................................................................................................
26
TABELA 3 – Número de estabelecimentos visitados e de farmacêuticos e proprietários/
gerentes entrevistados por regiões ........................................................................................
34
TABELA 4 –Relação das respostas dadas por farmacêuticos e proprietários/ gerentes
com relação à necessidade da implantação da AF por regiões de Palmas-TO .....................
37
TABELA 5 - Principais dificuldades para a implantação da Atenção Farmacêutica
relatadas, pelos farmacêuticos e proprietários/ gerentes entrevistados .............................
39
TABELA 6 - Requisitos para a implantação da Atenção Farmacêutica segundo os
farmacêuticos e proprietários/ gerentes entrevistados ..........................................................
41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AF Atenção Farmacêutica
SFT Seguimento Farmacoterapêutico
ANF Associação Nacional das Farmácias
ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
DM Diabetes Mellitus
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
MIP Medicamento Isento de Prescrição
OMS Organização Mundial de Saúde
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
PNM Politica Nacional de medicamentos
PRM Problemas Relacionados ao Medicamento
PS Problema de Saúde
RNM Resultado Negativo Associado ao Medicamento
SFT Seguimento Farmacoterapêutico
SUS Sistema Único de Saúde
UBS Unidade Básica de Saúde
UFRJ Universidade do Rio de Janeiro
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 13
2 Objetivos ...................................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 14
2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 15
3.1 História da Atenção Farmacêutica .......................................................................... 15
3.2 A Prática da Atenção Farmacêutica ........................................................................ 18
3.3 Implantação da Atenção da Farmacêutica ............................................................... 21
3.3.1 Passos para implantação da Atenção Farmacêutica ............................................ 22
3.4 Empecilhos para implantação da Atenção Farmacêutica ...................................... 25
3.5 Experiências bem sucedidas com a prática da Atenção Farmacêutica ................. 27
3.6 O Paciente no processo de Atenção Farmacêutica .................................................. 27
4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 30
4.1 Tipo de pesquisa ........................................................................................................ 30
4.2 Local e período de realização da pesquisa ............................................................... 30
4.3 Sujeitos da pesquisa .................................................................................................... 30
4.4 Critérios de inclusão e exclusão ................................................................................. 31
4.4.1 Critérios de inclusão ................................................................................................ 31
4.4.2 Critérios de exclusão ............................................................................................... 31
4.5 Procedimento para coleta de dados .......................................................................... 31
4.6 Aspectos éticos ............................................................................................................ 32
4.6.1 Desfechos .................................................................................................................. 32
4.6.1.1 Primário ............................................................................................................... 32
4.6.1.2 Secundário ............................................................................................................. 32
4.7 Análise dos dados ........................................................................................................ 33
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 34
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 45
APÊNDICES A: ENTREVISTA – FARMACÊUTICOS ................................................. 522
APÊNDICES B: ENTREVISTA – PROPRIETÁRIO/ GERENTES ................................ 54
ANEXO A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ...... 56
ANEXO B: AUTORIZAÇÃO ........................................................................................... 63
ANEXO C: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ............................................... 58
ANEXO D: TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL ..... 62
ANEXO E: TERMO DE COMPROMISSO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS ................. 63
13
1 INTRODUÇÃO
No Brasil a maioria dos farmacêuticos ainda estão envolvidos em setores
administrativos das farmácias e drogarias, não apresentando assim, uma atuação de destaque
na promoção da saúde. Quando se trata do reconhecimento pela população, este quadro
permanece o mesmo. Desta forma, o farmacêutico nas farmácias e drogarias pode ser
confundido como administrador ou como um auxiliar de farmácia, pois quando o mesmo está
atrás do balcão, apenas dispensa medicamentos. Para que ocorra a Atenção Farmacêutica
(AF) os farmacêuticos teriam que mudar suas rotinas, adequando-se a essa prática profissional
(CASTRO, CORRER, 2007; OPAS, 2002).
A AF proporcionou um movimento no mundo inteiro, reestruturando à prática
farmacêutica, para que os profissionais se tornassem mais atentos ao tratamento dos pacientes,
dando-lhes uma maior atenção tanto nas farmácias, quanto nos hospitais, diminuindo os
gastos com a saúde pública e privada (DUPIN et al., 1997 apud MEROLA et al., 2008). Sua
implantação poderá aumentar a qualidade de vida do paciente, uma vez que o farmacêutico é
o profissional de saúde mais acessível à população, em função do reconhecimento da farmácia
como um estabelecimento de saúde (VAN MIL; SCHULZ, 2006).
Essa prática representa grande impacto na saúde da população, pois o farmacêutico
acompanha cada paciente individualmente, o que permite melhorar a adesão ao tratamento,
através do esclarecimento de dúvidas que, por muitas vezes, em uma consulta médica, não são
respondidas. Dessa forma, essa pesquisa se torna relevante, pois permitirá identificar as
dificuldades que os farmacêuticos e os proprietários encontram para disponibilizar o serviço
de AF, e a partir dai, identificar as medidas necessárias a serem tomadas para a implantação
desse serviço no município de Palmas-TO.
14
2 Objetivos
2.1 Objetivo geral
Identificar os obstáculos para implantação da atenção farmacêutica nas farmácias e
drogarias do município de Palmas- TO.
2.2 Objetivos específicos
Expor os passos necessários para implantação da atenção farmacêutica;
Apresentar os itens necessários para implantação da atenção farmacêutica segundo a
visão do proprietário/ gerente e do farmacêutico;
Relacionar as dificuldades mencionadas pelos farmacêuticos com as descritas pelos
proprietários/ gerentes sobre os obstáculos para realização da atenção farmacêutica.
15
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 História da Atenção Farmacêutica
O profissional farmacêutico, na antiguidade, era conhecido por suas ações nos
boticários, onde seus conhecimentos eram adquiridos por meio do exercício da profissão.
Disputavam lugar no mercado de trabalho com os raizeiros, benzedeiros, entre outros, pois
nessa época não existiam medicamentos industrializados. Ao longo dos anos a profissão
farmacêutica sofreu evoluções, semelhante a tantas outras profissões. Com a criação de
grandes indústrias farmacêuticas, laboratórios de análises clínicas, entre outras áreas de
atuação, ocorrendo a saída dos profissionais das boticas, levando-os a buscar novos,
conhecimentos. Em consequência da evolução profissional, os farmacêuticos passaram a se
preocupar com a padronização das formulações e às descobertas de novos medicamentos,
levando a produção em larga escala pelas indústrias. (ANGONESI, SEVALHO, 2010;
FERRAES, 2002 apud MEROLA et al., 20081).
Em meados do ano de 1832 foi criada no Brasil a primeira faculdade de farmácia, da
Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), onde os farmacêuticos buscaram ter novos
conhecimentos, deixando de serem práticos. Todo este processo resultou na situação atual,
onde podemos encontrar várias formulações para diferentes terapias medicamentosas e o
profissional voltando a se aproximar dos enfermos (ANGONESI, SEVALHO, 2010;
FERRAES, 2002 apud MEROLA et al., 20082).
Por volta da década de 60 surgiu uma nova forma de prestação de serviços
farmacêuticos aos pacientes, conhecido, atualmente, por Farmácia Clínica, (FERRACINI,
BORGES FILHO, 2010) conceituado na resolução nº 585/ 2013 como:
Área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de
medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de
forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir
doenças.(CFF, 2013)
A Assistência Farmacêutica contempla todas as responsabilidades que envolvem o
farmacêutico, desse modo a AF se encontra inserida no contexto da assistência. A prática da
1 FERRAES, A. M. B. Determinantes que impactam a atuação do Farmacêutico na Farmácia. Olho Mágico.
Londrina, v.9, n.1, p. 151, jan./abr., 2002. 2 FERRAES, A. M. B. Determinantes que impactam a atuação do Farmacêutico na Farmácia. Olho Mágico.
Londrina, v.9, n.1, p. 151, jan./abr., 2002.
16
AF estabelece uma relação do farmacêutico com toda a equipe de saúde buscando uma
melhor qualidade de vida para o paciente, não sendo somente um conjunto de atitudes
desenvolvidas, apenas pelo farmacêutico e sim diversas atitudes como valores éticos,
habilidade clínica, responsabilidade com o paciente, orientação para prevenção de doenças e
estudos sistematizados (CONSENSO, 2002; FERRACINI, BORGES FILHO, 2010).
A Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 1981, instituiu o Programa de
Ação de medicamentos. Este programa teve como objetivo diminuir a morbidade e
mortalidade relacionadas com as doenças comuns (Diabetes Mellitus, Hipertensão arterial
sistêmica e Asma). Em consequência ao programa, começaram surgir novas propostas que
passaram a serem a discutidas em diversos países. Dentre os debates definiu-se a AF,
passando a buscar o desenvolvimento de modelos para sua implantação (CFF, 2000).
O modelo de AF usado no Brasil é o mesmo usado pelos Europeus, e o crescimento da
mesma está sendo constante tanto na Europa como em outros países. Para que este
crescimento aconteça é necessário que pequenos grupos se unem para mudar a prática
profissional, e assim transformar a visão dos demais profissionais farmacêuticos com relação
aos pacientes. Em consequência a esse processo os tratamentos serão mais efetivos, gerando
um maior sucesso terapêutico (CONSENSO, 2000; STORPIRTIS; MORI; YOCHIY, 2013).
Para uma melhor efetividade da AF no Brasil foi publicado a Politica Nacional de
Medicamentos (PNM) que apresenta a assistência farmacêutica integrada e envolvida com o
medicamento, buscando o abastecimento das farmácias e no ambiente hospitalar, em todas as
etapas que o medicamento passa, desde sua produção até o armazenamento na casa de cada
enfermo (BRASIL, 2001).
No Brasil o conceito de AF sofreu dificuldades para ser introduzido, uma vez que
pode ser facilmente confundido com Assistência Farmacêutica (BISSON, 2007). O primeiro
conceito de AF foi definiu no primeiro consenso de AF. Já Miguel e colaboradores (2005)
afirmam que a AF tem por objetivo a melhoria da efetividade do tratamento do paciente. A
OMS conceituou a AF como sendo a prática farmacêutica que tem o benefício relacionado ao
paciente como o centro de ação. A OMS diz ainda, que esta prática é o conjunto de diversas
atitudes desempenhadas pelo farmacêutico com a finalidade de melhorar a qualidade de vida
do paciente. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) AF é:
Um conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das
ações do farmacêutico. A atenção é o compêndio das atitudes, dos
comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos valores éticos, das
funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do
17
farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com objetivo de alcançar resultados
terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente (FARMÁCIA,
2015).
O modelo de seguimento farmacoterapêutico (SFT) foi desenvolvido pelo Grupo de
Investigação em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada, no ano de 1999,
estabelecendo o método Dáder de AFT é conceituado como:
Um procedimento concreto, no qual se elabora um estado de situação objetivo do
paciente. Deste, derivam-se as intervenções farmacêuticas correspondentes, nas
quais cada profissional clínico conjuntamente com o paciente e seu médico decidem
o que fazer em função dos conhecimentos e condições particulares que afetam cada
caso (SANTOS; IGLÉSIAS; FERNÁNDEZ-LLIMÓS, 2004).
Com base no método Dáder classificou-se os 6 Problemas Relacionados ao
Medicamentos (PRM) no segundo consenso de AF, que avaliam se as necessidades
farmacoterapêuticas como indicação, efetividade e segurança, estão sendo atendidas. No
primeiro deles o paciente apresenta um problema de saúde por não utilizar a medicação que
necessita, no segundo apresenta um problema de saúde por utilizar um medicamento que não
necessita, para o terceiro e o quarto o paciente tem um problema de saúde por uma
inefetividade quantitativa e não quantitativa da medicação, o quinto e sexto tratam da
segurança, sendo que no quinto o paciente tem um problema de saúde por uma insegurança
não quantitativa de um medicamento, e no sexto o doente tem um problema de saúde por uma
insegurança quantitativa de um medicamento (SANTOS; IGLÉSIAS; FERNÁNDEZ-
LLIMÓS, 2004; CONSENSO, 2004).
No consenso de AF de Granada- Espanha em 2007, definiu-se o conceito de Resultado
Negativo Associado a Medicamento (RNM), sendo uma nova adequação do modelo anterior,
podendo assim melhor resolver os insucessos terapêuticos relacionados ao uso ou não de
medicamentos (COMITÉ DE CONSENSO, 2007). A tabela 1 apresenta a classificação dos
RNM baseada nesse consenso.
18
Tabela 1 – Resultados Negativos Associados ao Medicamento.
Categoria Tipo do RNM Classificação
Necessidade Problema de saúde
não tratado
O paciente sofre de um problema de saúde associado ao
fato de não receber um medicamento que necessita.
Efeito de
medicamento
desnecessário
O paciente sofre de um problema de saúde associado ao
fato de receber um medicamento que não necessita.
Efetividade Inefetividade não
quantitativa
O paciente sofre de um problema de saúde associado a
uma inefetividade não quantitativa do medicamento.
Inefetividade
quantitativa
O paciente sofre de um problema de saúde associado a
uma inefetividade quantitativa de um medicamento.
Segurança Insegurança não
quantitativa
O paciente sofre de um problema de saúde associado a
uma insegurança não quantitativa do medicamento.
Insegurança
quantitativa
O paciente sofre de um problema de saúde associado em
consequência de uma insegurança quantitativa de um
medicamento.
Fonte: Adaptado, COMITÉ DE CONSENSO, 2007.
Ao definir os RNM espera-se que os profissionais possam identifica-los e resolvê-los
mais facilmente.
3.2 A prática da Atenção Farmacêutica
No Brasil, o farmacêutico ainda está muito voltado para as práticas administrativas nas
farmácias e hospitais, sendo assim sua atuação não tem tido muito destaque, e não tem o
devido reconhecimento pelos pacientes nem por outros profissionais de saúde. Outro fator que
contribui para essa realidade, é que muitos profissionais farmacêuticos não se atualizam para
a prática da farmácia clínica (FERRACINI, BORGES FILHO, 2010; OPAS 2002).
Freitas e Pereira (2008) apontam, ainda, que AF no Brasil é pouco praticada, pois
diversos fatores impedem sua implantação. Tais como: dificuldade para adquirir
19
medicamentos, quando se trata do Sistema Único de Saúde (SUS), a falta do profissional, ou o
comodismo dos que atuam na área.
O exercício da AF estabelece que o farmacêutico torna-se responsável por outras
atribuições, sendo estas relacionadas ao tratamento dos pacientes/clientes, onde passará a
monitorar a terapia medicamentosa com maior atenção. Para esta atuação o farmacêutico
escolherá com quais grupos deseja acompanhar ou pode, ainda, trabalhar de forma individual
(FERRAES, 2002 apud MEROLA et al., 20083).
O farmacêutico é um dos profissionais de saúde mais preparado para acompanhar o
paciente de acordo com o conceito de AF, uma vez que ele acompanha o indivíduo em sua
terapia medicamentosa, tendo em vista o uso racional dos medicamentos e evitando danos
futuros ao organismo. A AF é estabelecida por ações que priorizam o uso racional de
medicamentos, orientações com relação aos cuidados com medicamentos (interação com
alimentos ou medicamentos, reações adversas, cuidados com administração, armazenamento,
entre outros) acompanhamento farmacoterapêutico e registro de todas as atividades
desenvolvidas (CONSENSO, 2002; ZANCANARO et al., 2012).
Para que aconteça a AF é indispensável a presença do farmacêutico. Vieira (2007),
afirma que o farmacêutico terá que assumir um papel fundamental, junto com outros
profissionais da saúde, e todos devera estar envolvidos com o bem estar e a qualidade de vida
do paciente. A união desses profissionais formará uma equipe multiprofissional que buscará a
melhor forma para tratar o paciente. O farmacêutico tem buscado estar mais inserido nessas
equipes de saúde, a fim de mudar a visão de outros profissionais e da população. O
farmacêutico que trabalhar com a AF deve sempre estar respaldado por informações
científicas confiáveis antes de fazer uma intervenção, para isso é recomendado que não
somente o farmacêutico, mas todos os profissionais de saúde busquem se atualizar e estarem
abertos a novas formas de atender e orientar o paciente. (CONSENSO, 2002; VINHOLES;
ALANO; GALATO, 2009).
No desenvolvimento da AF deve-se avaliar o quadro clínico e psicológico que o
paciente se encontra, buscar entender não somente a farmacoterapia do paciente e sim, sua
cultura, rotina, entendimento sobre sua patologia e o conjunto de ações que irão trazer
melhores resultados (MIKALAUSCAS; GONZALES, 2004).
3 FERRAES, A. M. B. Determinantes que impactam a atuação do Farmacêutico na Farmácia. Olho Mágico.
Londrina, v.9, n.1, p. 151, jan./abr., 2002.
20
Um estudo realizado por Nogueira e colaboradores, (2007) em Goiânia com
portadores de HIV, mostra que 56% dos pacientes não estavam fazendo o tratamento
corretamente, pois não estavam voltando todos os meses para buscar a medicação, percebe-se
aí a necessidade da implantação da AF com esses pacientes, para saber o que está
acontecendo. Nesse sentido, o farmacêutico à frente da AF terá uma maior responsabilidade
em repassar informações, explicações, acompanhar o paciente, visando sempre o seu bem
estar e o sucesso do tratamento. As intervenções necessárias devem ser feitas com ajuda dos
médicos e com toda a equipe de saúde. O enfermeiro tem um papel importante nesse
processo, uma vez que ele está mais próximo dos pacientes internados, sendo o primeiro a
notar as reações adversas em ambiente hospitalar e auxiliar o farmacêutico em resolver os
PRM (MIKALAUSCAS; GONZALES, 2004).
Os PRM estão relacionados à polifarmácia, ao uso irracional de medicamentos e às
consequências de vários tratamentos sem sucesso e orientações corretas. Frente a esses
desafios a AF tem como objetivo diminuir esses danos, evitando assim, possíveis toxicidades
dos fármacos (EIZERIK; MANFROI, 2008). Segundo Pastor Solernou, Estradé e Torner,
(2003), 80% dos PRM poderiam ser evitados ou resolvidos, sabendo-se que quanto mais cedo
se resolver o problema, menos efeitos colaterais o paciente irá sofrer.
Um estudo realizado por Silva e colaboradores no ano de 2008 mostrou que 83% dos
PRM poderiam ter sido resolvidos, e que 67% dos pacientes estavam com pressão arterial não
controlada, com as intervenções passariam a ser controladas. Para farmacêuticos preocupados
com a farmacoterapêutica, esta é uma oportunidade de participarem de forma ativa do
tratamento do paciente da junto à equipe multiprofissional, buscando a melhor e mais
confortável terapia para o mesmo. (FERRACINI, BORGES FILHO, 2010).
Na prática da AF o farmacêutico, independente do modelo de SFT a ser seguido, terá
que orientar sobre o uso adequado do medicamento, sem esquecer da alimentação e as
possíveis interferências, quando houver, e relatar as reações adversas comuns entre outros
itens já citados anteriormente. Um estudo realizado em Goiânia-GO por Provin e
colaboradores (2009) mostra que em 96% das prescrições encontra-se algum PRM, sendo a
grande maioria relacionada à efetividade e à dose. Frente a isso o Ministério da Saúde (MS)
publicou a Portaria 4.283/10, descreve que o farmacêutico atuante na AF deve registrar as
informações e só tomar decisões junto à equipe de saúde, e deve ainda anotar as sugestões de
farmacoterapia e assiná-las (OPAS, 2003).
21
A dispensação em hospitais deve assegurar a entregue do medicamento ao paciente
certo, que o manuseio com o medicamento é feito corretamente, que a dose está correta, e que
o paciente esta informado sobre sua terapia medicamentosa. O atendimento pode revelar
informações que não foram repassadas aos médicos, podendo ser útil ao tratamento, neste
momento o farmacêutico entra em contato com medico informa, e junto com a equipe
multiprofissional poderão chegar a uma melhor terapia para o paciente (CONSENSO, 2002).
Silva e Prando (2004) relatam que AF traz resultados satisfatórios, por aumentar a adesão ao
tratamento. Em países como Espanha que esta prática é comum pode se notar estes resultados
com maior facilidade (MIGUEL et al., 2005).
3.3 Implantação da atenção da farmacêutica
Al-Arifi e colaboradores (2007) relatam que as dificuldades na implantação da AF
estão relacionadas, principalmente, no ambiente de trabalho e também afirmam que as
farmácias não têm estrutura-física. De acordo com Watson, Bond e Gault (2003) os
farmacêuticos relatam que se tivessem uma sala reservada para deixar o paciente à vontade,
iriam praticar AF. Alguns profissionais relataram que não se sentem preparados ou que o
proprietário do estabelecimento não tem interesse.
Em estudo realizado por Correia e colaboradores (2008) pôde se notar que somente
11.4% das farmácias de Santa Catarina possuem um local para atendimento privado ou
reservado. Segundo Amslar, (2001) apud Farina, Romano-Lieber, 2009 4, o farmacêutico tem
interesse, mas perde muito tempo com documentações não restando tempo para se dedicar ao
estudo dos casos. Na implantação da AF o primeiro passo que dever ser feita é o
planejamento, de como será feito, com qual grupo de estudo, e quais as ações
farmacoterapêutica devem ser adotadas para um resultado positivo.
O serviço do farmacêutico é uma parte da AF, sendo assim, o farmacêutico é o
responsável por sua implantação, pois deve surgir dele o interesse em executar a atividade que
envolva a qualidade do tratamento do paciente (CONSENSO, 2002). Para o incentivo da
implantação desta prestação de serviço algumas faculdades então fazendo alterações em suas
grades curriculares, com um enfoque maior na formação de profissionais que busquem o bem
4 AMSLER, M. R. et al. Pharmaceutical care in chain pharmacies: beliefs and attitudes of pharmacists and
patients. Journal of the American Pharmacists Association, Washington, DC, v. 41, n .6, p. 850-855, 2001.
22
estar do paciente e que estejam preparados para assumir a responsabilidade da AF. Acredita -
se que profissionais que passam por esta nova grade curricular apresentam mais estímulo em
implantar a AF (MIGUEL et al., 2005). Conforme Zancanaro e colaboradores (2012)em
estudo realizando na cidade de Videira – SC mostra que 60% dos farmacêuticos após a
graduação não fizeram cursos de atualização, deste modo, os profissionais que não receberem
os estímulos para a prática da AF, após sua formação acadêmica reduzem, as chances de
implantação em 40%.
Miguel e colaboradores (2005) relatam que as práticas da AF nas farmácias sofrem
algumas mudanças tanto na estrutura quanto nas funções, uma vez que a maiorias das
farmácias atuais estão voltadas ao comércio de medicamentos, visando mais lucros e menos
bem estar do paciente. A falta de conhecimento da população e a falta de interesse por parte
dos profissionais criam mais uma barreira para implantação. Vale ressaltar ainda que a
comunicação entre farmacêutico e paciente, trás uma otimização no tratamento, fazendo com
que a população passe a procurar o profissional para receber o aconselhamento
medicamentoso, levando assim a diminuição da não adesão ao tratamento (POSSAMAI;
DACOREGGIO, 2008).
A Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) diz que para a prática da AF se faz
necessária e que o estabelecimento deve dispor de um local reservado e confortável. Contudo
a prática da AF é difícil até para aqueles farmacêuticos que se dizem preparados para a
prática. Para os farmacêuticos que desejam trabalhar na AF domiciliar as barreiras se tornam
ainda mais difíceis, pois segundo §2º do art. 61 da RDC nº 44 / 2009 o farmacêutico poderá se
ausentar do estabelecimento para realizar essa atividade, desde que na farmácia se encontre
outro farmacêutico para realizar a assistência farmacêutica, lembrando que essa atividade
deve ser feita em todo o horário que o estabelecimento se encontra aberto, tornando assim um
aumento no gasto com mão de obra, que para muitos proprietários não é bem vinda (OPA,
2003; BRASIL, 2009; POSSAMAI; DACOREGGIO, 2008).
3.3.1 Requisitos para implantação da Atenção Farmacêutica
De acordo com Bisson (2007) e Storpirtis e colaboradores (2013) são necessários os
seguintes passos para se implantar a AF:
1- Local que será implantado;
23
No primeiro passo o farmacêutico irá definir onde será implantado, podendo ser em
farmácias públicas, privadas, hospitais e ambulatório.
2- Grupos que irão participar;
Neste passo o profissional irá selecionar o grupo de pessoas na qual deseja trabalhar,
podendo ser definidos quanto ao sexo, idade, religião, perfil socioeconômico entre outros.
3- Patologia;
No terceiro passo é definida qual a doença será trabalhada, dando preferência pela que
tem uma maior demanda na região que o projeto está sendo implantado.
4- Profissionais envolvidos na prática;
Neste passo serão definidos quais os profissionais irão fazer parte do projeto, poderão
participar outros farmacêuticos, enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, entre
outros.
5- Estrutura;
Neste momento o profissional deve avaliar se o estabelecimento escolhido para a
implantação dispõe de uma sala privativa ou semiprivtiva, para que possa ser feita a
anamnésia e intervenções com o paciente. Caso não exista no estabelecimento é preciso
investir e realizar a adequação.
6- Fonte de estudos;
Deve se avaliar se no local há fontes de pesquisas, caso não tenha, deve-se investir em
livros, computador, internet, guias, entre outros.
7- Plano de ação.
No último passo, será definida a forma de trabalho. Onde o farmacêutico investiga o
motivo da consulta, ouvindo as queixas do paciente, ofertando o serviço perante aceitação do
paciente, caso ele não aceite o serviço não poderá ser ofertado, diante da aceitação do mesmo,
será feita a anamnésia do paciente, sendo a primeira entrevista. Após a entrevista feita, o
profissional deverá estudar a situação, fazendo estudo do caso e avaliação deverá ser
investigada a presença de PRM, se não estiver seguir para a próxima entrevistas, caso tenha
ser definido o plano de atuação para que ocorra as intervenção, seguido pela aceitação ou não
do paciente, quando não ocorre aceitação leva a nova analise do problema de saúde (PS), o
paciente aceitando as intervenções iniciado o plano de ação para resolver o PS. Sendo
representado na figura 1, com o fluxograma do seguimento do método de Dáder.
24
Figura 1: Fluxograma seguimento do método Dáder.
Legenda: PS: Problema de saúde.
Fonte: Adaptado, MACHUCA; FERNÁNDEZ-LLIMÓS; FAUS, 2004.
Após concluir estes passos o farmacêutico deverá elaborar um projeto bem definido,
detalhando tudo o que será preciso em cada passo citado anteriormente.
25
3.4 Empecilhos para Implantação da Atenção Farmacêutica
Pode - se notar várias dificuldades na implantação da AF, tanto no Brasil quanto em
outros países, alguns problemas são semelhantes outros bem distintos. Na Europa a prática da
farmácia clínica está regulamentada na legislação, embora a prática já ocorra há muitos anos,
essa prática não é comum, devido a problemas com estrutura dos estabelecimentos, acredita-
se que apenas 10 a 15% dos farmacêuticos espanhóis praticam AF (Fascículo III; VAN MIL,
SCHULZ, 2006).
Em um estudo de revisão publicado em 2013, foram identificadas 25 barreiras para a
implantação da AF na Europa, onde os principais foram: falta de reembolso pela AF, falta de
tempo, atitudes e opinião dos outros profissionais de saúde, falta de habilidade para a
comunicação, problemas de estrutura de saúde em geral, formação clínica insuficiente,
atitudes e ação dos próprios farmacêuticos e falta de formação em comunicação. A situação
nos Estados Unidos é semelhante à da Europa, a prática farmacêutica é baseada em cuidados
farmacoterapêutico, havendo também obstáculos e falta de conhecimentos clínicos gerando
aumento de gastos (STORPIRTIS et al., 2013). A tabela 2 apresenta quais os principais
problemas identificados em estudos no Brasil e em alguns países para implantação da AF.
26
Tabela 2- Obstáculos para a implantação da atenção Farmacêuti ca no Brasil e no mundo.
Países Obstáculos
Brasil Dificuldade em comunicação, a falta de conhecimento, de incentivo, de
estrutura, de reconhecimento social, e de reembolso, e também a
insegurança do farmacêutico, ou mesmo a falta de interesse do proprietário
em não aceitar, falta de tempo do profissional por estar voltado à
administração e falta de confiança da população.
Espanha Falta de estrutura.
Portugal Falta de estrutura e falta de conhecimentos clínicos.
Europa Falta de estrutura dos estabelecimentos, de reembolso pela AF, falta de
tempo, atitude e opinião dos outros profissionais de saúde, falta de
habilidade para comunicação com o paciente, de conhecimentos clínicos, e
falta de atitude do farmacêutico.
Estados Unidos Aumento de gastos e falta de estrutura.
Chile Farmacêuticos voltados para as atividades administrativas, falta de
estrutura e de conhecimentos clínicos.
Argentina Falta de estrutura e de conhecimentos clínicos.
Fonte: Adaptado, FASCÍCULO III; STORPIRTIS et al., 2013; VAN MIL, SCHULZ, 2006.
No ano de 1990 em Portugal as farmácias passaram a ofertar diversos serviços
farmacêuticos, como aconselhamento terapêutico, aferição de pressão arterial sistêmica e
glicemia capilar. A principal dificuldade encontrada foi a falta de infraestrutura e falta de
conhecimento clínico dos profissionais, sendo os mesmos problemas encontrados na
Argentina. No Chile nos últimos cinco anos a AF teve um crescimento significativo, pois esta
prática passou a ser vista como um diferencial dos estabelecimentos frente aos demais. Para
isso, os farmacêuticos tiveram que buscar capacitações, mostrar que estão preparados para tal
atividade e aos novos desafios. Os estabelecimentos também tiveram que sofrer adequações
em sua infraestrutura, para que o atendimento ocorresse de uma forma privativa e confortável
ao paciente. (FASCÍCULO III; STORPIRTIS et al., 2013).
27
3.5 Experiências bem sucedidas com a prática da Atenção Farmacêutica
No ano de 1990 foi iniciada a prática da AF em pacientes com diabetes mellitus (DM)
e hipertensão arterial sistêmica (HAS) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no Rio de
Janeiro-RJ. A escolha dessas doenças foi em função da elevada incidência de
morbimortalidade dos pacientes, aproximadamente 27% dos brasileiros diabéticos e
hipertensos morriam por falta de um tratamento adequado. Vários estudos relatam que 60%
dos portadores dessas doenças abandonam seu tratamento em decorrência da falta de
conhecimento ou devido aos efeitos adversos dos medicamentos. Neste estudo o recrutamento
dos participantes foi feitos através de convites via telefone ou cartas e perante a aceitação da
população, iniciaram os acompanhamentos e estudos de cada caso. As intervenções
farmacêuticas obtiveram uma grande aceitação pela população, o que resultou na melhoria
dos tratamentos contínuos (STORPIRTIS et al., 2013).
A prática da AF com pacientes hipertensos na cidade de Jequié- BA mostrou que 50%
obtiveram uma melhoria significativa em seu tratamento, uma vez que as metas traçadas
foram alcançadas. Nesta prática foi possível identificar os PRM dos 10 pacientes participantes
do estudo. Deste modo a AF pôde auxiliar na adesão ao tratamento, melhoria do tratamento
medicamentoso por meio de uma assistência multiprofissional dada ao paciente (RIBEIRO;
FARIA; LEMOS, 2013).
Devido a grande demanda de intervenções realizadas por farmacêuticos em paciente
com distúrbio psíquicos em uma UBS no Rio de janeiro- RJ sentiu-se a necessidade de
implantar AF. Para muitos esta ação se tornou muito importante, uma vez que o farmacêutico
pôde ouvir as queixas em momentos distintos, resolvendo PRM, favorecendo a melhoria na
qualidade de vida dos pacientes (PÁDULA et al., 2014).
3.6 O paciente no processo de Atenção Farmacêutica
É direito do paciente assegurado pela Portaria 4.283 do Mistério da Saúde (MS), um
atendimento humanizado, que seu tratamento terapêutico seja efetivo, não sendo
responsabilidade somente do farmacêutico a conscientização do uso racional do medicamento.
A informação sobre todo terapia medicamentosa além de ser direito, aumenta a adesão ao
tratamento. Cabe ao farmacêutico orientar o paciente com relação ao armazenamento, a
28
importância de seguir os horários de medicação e alertar quanto às reações adversas comuns
(MINISTERIO DE ESTADO DA SAÚDE, 2010; MINISTERIO DE ESTADO DA SAÚDE,
1990). Segundo o código de ética farmacêutica é responsabilidade de o profissional informar
aos pacientes antes da dispensação sobre os cuidados relacionados ao medicamento. A não
prática desses atos leva grande número de prescrições erradas e a baixa adesão ao tratamento
de longo prazo, e consequentemente, pouca efetividade de algumas terapias (CFF, 2014).
O farmacêutico atuante na prática da AF deve alterar seu vocabulário para repassa seu
conhecimento técnico sobre os medicamentos e tratamentos de forma que o paciente consiga
compreender e possa entender a importância de seguir as orientações do farmacêutico. Logo
ele ajudara de uma forma simples o paciente na sua terapia e terá avaliado menos prescrições
médicas (OPAS, 2002; ROVERS,CURREI, 2010).
Os pacientes que já fizeram parte ou que fazem parte da prática da AF, dizem que não
abrem mão de um farmacêutico presente e atuante, uma vez que as orientações foram de
grande valia para o sucesso terapêutico. Algumas pessoas relatam se sentirem mais à vontade
com o farmacêutico. Assim como o médico deve manter a ética do sigilo e a privacidade do
paciente, além de deixá-lo à vontade para falar sobre suas queixas e retirar suas dúvidas. A
realização do seguimento farmacoterapêutico requer autorização formal e a total colaboração
do paciente (BISSON, 2007; OPAS, 2002).
Naves, Merchan-Hamman e Silver, (2005) dizem que o farmacêutico atuante na
prática da AF, deve ter um banco de dados atualizado com informações científicas confiáveis.
É comum que o paciente receba somente informações do prescritor, levando assim a uma
falha na adequação do tratamento medicamentoso. Para Farina, Romano-Lieber (2009)
diversas falhas podem levar à falta de orientação do paciente, como por exemplo, pouca
informação na prescrição, o não aconselhamento por parte do farmacêutico na hora da
dispensação e após o aconselhamento, sendo ainda mais indispensável para os idosos que
podem muitas vezes não ter ninguém para ajudar com a medicação.
Com a prescrição farmacêutica o paciente terá uma melhor orientação, pois o mesmo
terá um maior contato com o paciente, podendo ficar arpa de patologia, podendo assim
solicita os exames, faz a anamnese e poderá prescrever MIPs. No momento da consulta é
feitas as orientação que muitas vezes os médicos deixam passar sobre o medicamento, como
por exemplo, o armazenamento adequado, melhor horário para ser administrado. Tornando
assim a prescrição farmacêutica uma forma de estimula a prática da AF (COÊLHO; ABREU;
ROSA, 2013).
29
No caso de aconselhamento em grupo, a AF não necessita ser feita somente pelo
farmacêutico, pode também ser realizada pela equipe multiprofissional, trazendo assim uma
maior confiança aos que recebem as informações. O aconselhamento trás inúmeras vantagens,
pois o paciente entende a necessidade de seguir todas as orientações, aumentando assim sua
adesão ao tratamento (NAVES, MERCHAN-HAMMAN e SILVER, 2005; PÁDULA, et al.,
2014).
K
30
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de pesquisa
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa, de característica descritiva
exploratória, que buscou registrar, analisar, correlacionar opiniões dos farmacêuticos e
proprietários sem interferir nos resultados.
A abordagem da pesquisa sendo de natureza qualitativa buscou enfatizar os dados
durante a entrevista como forma de interação e integração entre o pesquisador e os
entrevistados, com o objetivo ser mais fiel possível às respostas que foram questionadas aos
sujeitos entrevistados.
4.2 Local e período de realização da pesquisa
A pesquisa foi realizada em drogarias do município de Palmas-TO, foram selecionadas
45 drogarias aproximadamente 30% do total dos estabelecimentos existentes (148) conforme
CRF-TO, sendo drogarias de pequeno, médio e grande porte. A escolha dos estabelecimentos
consistiu em forma aleatória, entre as que adequaram aos critérios de inclusão e exclusão,
sendo assim divididas entre os setores: Plano Diretor Sul - Centro (15 drogarias) Taquaralto -
Sul (15 drogarias) e Plano Diretor Norte - Norte (15 drogarias), para se obter um amostra
homogenia. O público alvo foi composto por farmacêuticos (Responsáveis Técnicos) e
proprietários/ gerentes. Sendo realizado entre os dias 11 e 18 de maio.
4.3 Sujeitos da pesquisa
Foram pesquisados farmacêuticos e proprietários/ gerentes de farmácias comunitárias
de Palmas-TO sendo 15 drogarias para cada região. Onde se aplicou um questionário aos
mesmos (apêndice A e B).
31
4.4 Critérios de inclusão e exclusão
4.4.1 Critérios de inclusão
- Ser farmacêutico ou proprietário de drogaria do município de Palmas-TO;
- Aceitar participar da pesquisa assinando o termo de consentimento livre e esclarecido
da pesquisa (Anexo A);
- Autorização a realização da pesquisa no estabelecimento e assinando o termo de
atualização (Anexo B).
4.4.2 Critérios de exclusão
- Não aceitar participar da pesquisa;
- Não assinar o termo de consentimento livre e esclarecido da pesquisa;
- Não assinar a autorização do estabelecimento em participar.
4.5 Procedimento para coleta de dados
A coleta de dados foi realizada através de entrevista com perguntas objetivas e
subjetivas (apêndice A e B) elaboradas pelo pesquisador, sendo direcionadas aos
farmacêuticos e proprietários/ gerentes de drogarias do município de Palmas-TO, teve como
objetivo recolher informações sobre a prática da AF dos sujeitos entrevistados. As entrevistas
aconteceram em sala reservada do próprio estabelecimento de pesquisa, foram feitas em
momentos diferentes para que não ocorressem constrangimentos com os indivíduos
pesquisados em horários estipulados pelo proprietário e farmacêutico.
Esta pesquisa foi iniciada após aprovação do comitê de ética e autorização do
responsável pelo estabelecimento. Logo em seguida às autorizações, foram apresentados o
termo de consentimento livre e esclarecido aos participantes da pesquisa, contendo o objetivo
da pesquisa. Após este processo foi dado início a coleta de dados, com autorização e
consentimento tanto do farmacêutico quanto do proprietário.
32
4.6 Aspectos éticos
Esta pesquisa foi a provada pelo o Comitê de Ética em Pesquisa do CEULP/ULBRA,
respeitando assim as normas estabelecidas na resolução CNS 466/12 (BRASIL, 2012), com
relação a realização de pesquisa em seres humanos, sob o parecer consubstanciado número
1.057.360 (ANEXO C). Para a escolha dos voluntários o pesquisador foi ao local de trabalho
dos futuros participantes da pesquisa para os proprietários/ gerentes e farmacêuticos convida-
los. Neste primeiro contato foi explicado para ambos os objetivos, metodologia, a importância
do estudo, os riscos e benefícios, foram informados também que não teria remuneração sendo
assim voluntários da pesquisa. Os voluntários desta pesquisa assinaram o termo
consentimento livre e esclarecido, atendendo assim às exigências da resolução CNS 466/12.
Atendendo ainda as exigências da resolução no Anexo D encontra-se o termo de pesquisador
responsável e Anexo E o termo de compromisso de utilização de dados.
4.6.1 Desfechos
4.6.1.1 Primário
Espera-se que os principais obstáculos para a implantação da Atenção Farmacêutica
no município de Palmas-TO sejam identificados e medidos e possam ser tomadas medidas
para que toda a população seja beneficiada por essa prática farmacêutica.
4.6.1.2 Secundário
Espera-se melhorar adesão do tratamento medicamentoso da população Palmense que
participar da AF, através da identificação dos problemas relacionados ao uso de
medicamentos e evitar os PNM por meio desta prática.
33
4.7 Análise dos dados
Concordando com Minayo em 2002, que recomenda nas pesquisas qualitativas de
campo análise da enunciação. Com isso a análise seguiu as seguintes etapas:
1- Definição do campo: Foram identificadas drogarias que atenderam os critérios de
inclusão,
2- Preparação do material: impressão do TCLE e questionário e entrevistas;
3- Realização das entrevistas;
4- Análise:
4.1 Os dados foram transcritos, sem nenhuma modificação, para entendimento dos
discursos a partir das respostas dos sujeitos à questões geradoras;
4.2 Foram realizadas comparações entre as respostas iguais, para realização dos cálculos
de porcentagens das respostas;
4.3 Interpretação, nesta etapa de análise interpretativa, as respostas obtidas na pesquisa,
foram confrontadas com a literatura de base, selecionada ao longo do referencial teórico.
34
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram visitados 45 estabelecimentos, onde obteve-se a colaboração de 15
proprietários/ gerentes e 34 farmacêuticos, destes 12 com dupla função em 29
estabelecimentos. Alguns proprietários/ gerentes não aceitaram participar, mas autorizaram os
farmacêuticos a participarem. Em outras farmácias, o farmacêutico era o proprietário/ gerente
da farmácia, além disso, 16 questionários foram perdidos ou não foram encontradas as
pessoas que ficaram responsáveis por eles. A tabela 3 apresenta o número de
estabelecimentos participantes em cada região e o número de entrevistados nestas regiões.
Tabela 3 - Número de estabelecimentos visitados e de farmacêuticos e proprietários/ gerentes
entrevistados por regiões.
Norte (15) Centro (15) Sul (15) Total
Farmacêuticos 7 8 7 22
Dupla Função (Farmacêutico) 3 5 4 12
Proprietários/ Gerentes 6 3 6 15
Número de estabelecimentos 9 10 10 29
Diante da conhecida confusão existente entre os termos de assistência farmacêutica e
AF, os farmacêuticos foram questionados com relação ao que eles acreditavam praticar.
Confirme dados do gráfico 1, temos um resultado satisfatório, tendo em vista que mais de
70% dos farmacêuticos e proprietários/ gerentes sabem diferenciar assistência farmacêutica de
AF. Os entrevistados que relatam praticar AF, realizam no balcão da farmácia, evidenciando
que não sabem diferenciar conceito de AF.
35
Gráfico 1 – Relação das atividades disponibilizados pelos estabelecimentos conforme os
relatos dos farmacêuticos e proprietários/ gerentes.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Farmacêutico % 26,4 70,5 2,6
Proprietário % 13,3 73,4 13,3
AFAssistência
FarmacêuticaNão sabem
Rezende, Duarte e Cardoso (2013) relatam que 55% das farmácias pesquisadas
praticam SFT, que na referida pesquisa foi considerado como AF. Foram relatados ainda, que
40% não fazem acompanhamento e quando sobra tempo, fazem orientações no balcão e
outros estão envolvidos com outras atividades. Dos 6 farmacêuticos entrevistados por
Fegadolli e colaboradores (2010) a AF está restrita à prática de orientar no momento da
dispensação. Segundo Farina, Romano-Lieber (2009) 67% dos farmacêuticos relatam que AF
é a orientação que é feita durante da dispensação.
Os 12 farmacêuticos com dupla função, responderam o questionário feito para
proprietários/ gerentes, onde o mesmo não tem esta pergunta. Dos 22 farmacêuticos que
responderam a pergunta, 50% relatam estar preparados para a prática da AF. Alguns relatam
que na formação profissional não obtiveram preparo para esta prática. Um estudo realizado
em Curitiba-PR em 2005, mostra que 92% dos farmacêuticos não se consideravam
preparados, que não praticam nenhuma atividade relacionada ao tema, e que também não
teriam sido preparados para esta prática durante a formação acadêmica (MIGUEL et al.,
2005). Já em um estudo realizado por Aguiar, Balisa-Rocha e Lyra Júnior (2012) na cidade de
Aracaju - SE, os farmacêuticos relataram que mesmo tendo cursado a disciplina de AF, não se
36
sentiam preparados ou motivados à praticá-la. Sendo assim o incentivo para se prática da AF,
não está em cursar ou não a disciplina de AF. As respostas obtidas com as perguntas
objetivas então no gráfico 2, o mesmo relacionando as respostas dos farmacêuticos com as
dos proprietários/ gerentes por meio de porcentagem.
Gráfico 2- Porcentagem de respostas dadas pelos farmacêuticos e proprietários/gerentes às
perguntas objetivas.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Acredita que Atenção Farmacêutica
aumentará os gastos?
Você acredita que Atenção Farmacêutica
pode aumentar os lucros?
Você acredita que Atenção Farmacêutica
tenha importância social?
Você acredita que este estabelecimento está
preparado para receber Atenção
Farmacêutica?
Você já pensou em implantar Atenção
Farmacêutica no seu estabelecimento?
Você acredita que nesta região há
necessidade de ter atenção farmacêutica?
Farmacêuticos (sim) Proprietários/ Gerentes (sim)
Ao serem questionados sobre a necessidade da implantação da AF na região onde trabalham,
foi notado que 100% dos farmacêuticos da região central sentem esta necessidade, e que nas
demais regiões mais de 60% relatam ter a necessidade. Este resultado é otimista, pois mostra
que os farmacêuticos estão atentos às necessidades da implantação da AF.
Conforme Alano, Corrêa e Galato, no ano 2012, os farmacêuticos notaram a
necessidade da prática da AF, devido os pacientes estarem fazendo o mesmo tratamento
farmacológico há anos e ainda apresentarem dúvidas quanto a sua medicação. O mesmo
37
estudo mostrou que os pacientes aceitaram as orientações e intervenções sugeridas pelo
farmacêutico.
A tabela 4 mostra a relação dos farmacêuticos e proprietários/ gerentes divididos por
região que acreditam que na região onde o estabelecimento se encontra necessita da
implantação da AF.
Tabela 4 – Relação das respostas dadas por farmacêuticos e proprietários/ gerentes com
relação à necessidade da implantação da AF por regiões de Palmas-TO.
Norte % Centro % Sul % Total %
Farmacêuticos 70 100 63,6 64,7
Proprietários/ Gerentes 16,6 00 16,66 13,3
Total 88 80 80 48,9
Para os proprietários/ gerentes este resultado é preocupante, uma vez que em todas as
regiões ficaram abaixo de 17% a necessidade de implantação da AF. Ao dividir por região
percebeu-se que na visão da maioria dos farmacêuticos todas as regiões têm a necessidade da
implantação da AF. Já para a grande maioria dos gerentes não tem a necessidade.
Com relação ao interesse de implantar AF os resultados entre farmacêuticos e
proprietários/ gerentes levam a um impasse, pois mesmo que o farmacêutico deseje implantar
o serviço, os proprietários/ gerentes não desejam. No Estudo realizado em Curitiba-PR por
Miguel e colaboradores em 2005, assim como em Palmas-TO, os proprietários/ gerentes não
desejavam implantar a AF em seus estabelecimentos, neste estudo se justificaram,
principalmente, pela diminuição dos lucros e o aumento dos gastos.
Rezende, Duarte e Cardoso (2013) em uma pesquisa para determinar o perfil dos
farmacêuticos do bairro de Martins em Uberlândia – MG, afirmam que, 88% dos gerentes
apoiam a prática, porém não praticam. Percebe – se, portanto que em diferentes regiões do
país possuem visões distintas. Os autores relatam ainda, que para uma boa prática da AF é
preciso que o proprietário faça investimentos no local, e que os farmacêuticos busquem
sempre estarem atualizados.
38
Quando se fala em estrutura dos estabelecimentos (espaço privativo ou semiprivativo)
nota-se que a maioria dos farmacêuticos acreditam que os estabelecimentos estejam aptos a
disponibilizar, porém a falta de estrutura foi um dos obstáculos mencionados pelos
farmacêuticos em outra pergunta. Já os proprietários/ gerentes não mencionam a falta de
estrutura como um dos obstáculos, e 14,7% dizem que o estabelecimento não está apto.
Conforme Rezende, Duarte e Cardoso (2013) uma farmácia está apta prestar a AF, se
estiver dentro dos padrões da RDC 44/09 tendo um local privativo ou semiprivativo e
confortável para receber os pacientes (ANVISA, 2009). O estudo de Farina; Romano-Lieber,
(2009) no município de Jundiaí-SP, mostra que somente 15% dos estabelecimentos estão
adequados e que 61% dos farmacêuticos tem um computador disponível para desenvolver esta
atividade.
Pode-se notar que os farmacêuticos entendem a importância social da AF, e percebe-se
a correlação da região onde trabalham e a necessidade de implantação dessa prática. Com o
afastamento dos farmacêuticos da população em função do surgimento de novas áreas de
atuação, a população deixou de procurá-los em farmácias, mas o mercado atual está trazendo
o mesmo de volta para perto dos pacientes (FEGADOLLI et al., 2010). Percebe-se que o
afastamento dos farmacêuticos é o principal motivo dos proprietários/ gerentes não
acreditarem na importância social da AF.
Quando questionados sobre o aumento dos lucros que a AF poderia trazer ao
estabelecimento observou-se que 55,8 % dos farmacêuticos acreditam, mas este resultado
poderia ser melhor. Lamentavelmente o fato dos proprietários/ gerentes não acreditarem que a
AF aumentará os lucros, torna-se um obstáculo significativo, pois mesmo que os
farmacêuticos acreditarem que ela aumentará os lucros à mesma não será implantado.
Ao questionar os farmacêuticos se eles acreditam que a AF poderá ser um gasto à
mais, 55% deles disseram que sim. Dos proprietários/ gerentes 100% acreditam que sim,
contradizendo a resposta dada na tabela 5 para o principal obstáculo para implantação da AF,
onde nenhum proprietário/ gerente mencionou aumento dos gastos com AF. Nota-se mesmo
com a contradição que eles não sabem que podem cobrar por essa prática e que um usuário de
medicamentos recebendo um atendimento adequado torna-se um cliente fiel.
Uma pesquisa realizada por Gabriel, Pelissari e Oliveira na cidade Vitoria- ES (2014),
mostra que a fidelização de clientes não fica restrita somente na qualidade do serviço
ofertado, mas o nível do serviço aumenta a satisfação do cliente. Nesta pesquisa os principais
39
motivos de fidelização são o valor e a qualidade dos produtos, atendimento, estacionamento,
limpeza do local e produtos e qualidade dos serviços ofertados.
No Brasil a prática de fazer cobranças para esta atividade não é muito comum. Nos
EUA nas regiões onde esta prática é frequente, o governo está economizando com saúde
pública, e a população não se queixa desta cobrança, mesmo para testes simples e rápidos
como aferir pressão arterial sistêmica e medir a glicemia capilar. Nesse país os proprietários
então vendo o reembolso de seus investimentos e um aumento nos lucros (GHAZAL et al.,
2014)
Os principais obstáculos relatados pelos farmacêuticos para praticar AF nos
estabelecimentos visitados foram: falta de interesse e tempo do profissional, falta de
conhecimentos clínicos, dupla função, falta de tempo e de estrutura. Nota-se que para os
proprietários/ gerentes praticamente não existem obstáculos, deixando claro que o principal
motivo é a falta de interesse do farmacêutico. A tabela a seguir mostra quais foram os
principais motivos relatados pelos entrevistados.
Tabela 5 - Principais dificuldades para a implantação da Atenção Farmacêutica relatadas,
pelos farmacêuticos e proprietários/ gerentes entrevistados.
Farmacêuticos Proprietários/ Gerentes
Aumento de gastos 1 1
Dupla função 12 0
Falta de conhecimentos clínicos 5 0
Falta de estrutura 7 0
Falta de tempo 11 0
Falta de interesse 10 1
Proprietários não aceita 6 3
Conforme a tabela 5, pode - se notar que alguns obstáculos que os farmacêuticos
relataram são semelhantes aos proprietários/ gerentes, a falta de interesse e tempo foram os
principais motivos para a não implantação da AF, seguido da não aceitação dos proprietários/
gerentes e falta de estrutura na opinião dos farmacêuticos. Já para os proprietários/ gerentes a
falta de interesse, tempo, conhecimentos e aceitação do proprietário/ gerentes são os
principais motivos que levam a não implantação.
40
O estudo de Miguel e colaboradores (2005) realizado em Curitiba - PR obteve alguns
empecilhos semelhantes ao encontrados nesta pesquisa. Em seu estudo a falta de interesse foi
de 33%, falta de conhecimento clínico 67%, entre estes ainda surgiram problemas como falta
de iniciativa e desejo de implantação por parte dos gerentes. Já Fegadolli e colaboradores, em
2010, relatam que na Argentina e Espanha existem problemas semelhantes ao de Palmas-TO,
como a falta de conhecimento clínico dos profissionais por não se atualizarem continuamente.
A falta de tempo dos profissionais também está entre os problemas notados nestes
países e nos EUA. Nota-se que em diferentes países os farmacêuticos estão fazendo atividades
administrativas e que isso atrapalha sua atuação como profissional de saúde. Assim como em
Palmas e no restante do Brasil, as farmácias ainda são vistas como um comercio de
medicamentos e não como um estabelecimento de saúde.
Zancanaro e colaboradores (2012) relatam que os profissionais que tiveram contato
com AF na faculdade não se sentem preparados para atuar, pois os mesmos não buscaram se
atualizar para adquirir os conhecimentos que não foram obtidos na universidade. Este estudo
ainda diz que mesmo que os farmacêuticos se sintam preparados, os estabelecimentos não
possuem estrutura física. Falta tempo e de oportunidade para praticar AF também foram
citados. Alguns relatam pratica– la no próprio balcão da farmácia, sendo uma orientação no
momento da dispensação, é não AF como relatado no estudo (POSSAMAI; DACOREGGIO,
2008).
Quando questionados pelos requisitos necessários para implantar a AF, os
farmacêuticos disseram que são: espaço privado, seleção do grupo conforme patologia de
base, literatura e alvará sanitário. Alguns farmacêuticos ainda citaram a presença de
farmacêutico clínico, outros não se lembram. Já para os proprietários/ gerentes são:
elaboração do projeto, alvará sanitário, espaço privado, atualização contínuo, farmacêutico
clínico, equipamentos, livros e seleção do grupo conforme patologia de base. Com isso notou-
se que a maioria de proprietários/ gerentes e farmacêuticos sabem os passos para implantação
da AF conforme literatura. A tabela 6 mostra todas respostas dadas pelos farmacêuticos e
proprietário/ gerentes.
41
Tabela 6 - Requisitos para a implantação da Atenção Farmacêutica segundo os farmacêuticos
e proprietários/ gerentes entrevistados.
Farmacêuticos Proprietários/ Gerentes
Alvará sanitário 4 3
Atualização contínua 1 1
Elaboração do projeto 2 2
Equipamentos 3 1
Espaço privativo 13 14
Farmacêutico clínico 7 9
Literatura 4 0
Seleção de grupo conforme patologia de base 9 1
Tempo 2 0
Não lembra 2 5
Segundo Zancanaro e colaboradores (2012) os farmacêuticos estão cientes dos
requisitos necessários para a implantação da AF. Ainda conforme esses mesmos autores no
centro de Videira - SC a implantação da AF só depende dos farmacêuticos e a maioria dos
estabelecimentos estão preparados para esta prática na visão dos farmacêuticos entrevistados.
Em Palmas-TO a maioria dos farmacêuticos então cientes dos passos para implantação da AF.
Ao serem questionados, sobre qual seria a maior obstáculo para implantação da AF,
dentre as principais respostas dos farmacêuticos foram: aumento dos gastos com
investimentos, falta de tempo dos profissionais e conhecimento clínico, sendo estas respostas
semelhantes às mesmas dadas aos obstáculos para implantação da AF. Na visão dos
proprietários/ gerentes foram: aumento dos gastos com investimentos, farmacêutico não
aceita. Podemos notar que o aumento dos gastos com investimentos e falta de tempo do
profissional são os principais obstáculos para implantação da AF em farmácias comunitárias
no município de Palmas-TO, a não aceitação do farmacêutico, pode estar relacionado à falta
de conhecimento clínico. O gráfico 4 detalha quais são os maiores obstáculos na visão dos
entrevistados.
42
0 2 4 6 8 10 12 14
Outros
Falta de Tempo
Proprietário não aceita
Aumento dos gastos
Falta estrutura física
Desisteresse do farmacêutico
Falta conhecimentos clínicos
Aceitação medica
Farmacêuticos Proprietários
Gráfico 4 – Principais obstáculos mencionados por farmacêuticos e proprietários/ gerentes
para implantação da Atenção Farmacêutica.
A pesquisa realizada na cidade de Videira–SC diz que o maior obstáculo em farmácias
comunitárias é a rejeição da AF por parte dos farmacêuticos e proprietários, o excesso de
trabalhos administrativos, tirando o contado do profissional com a comunidade
(ZANCANARO et al., 2012). Observou-se em Palmas-TO o trabalho administrativo
decorrente da dupla função, reduz o tempo do profissional para se dedica prática AF ou a
outros serviços farmacêuticos.
Estudos como os citados anteriormente demostram que a falta de conhecimento e
preparo se tornou normal, levantando uma preocupação, pois todo momento surgem novos
estudos, fármacos e os profissionais não estão buscando se atualizar. A resistência da
comunidade com relação à AF é devido a atividade ser pouco conhecida, até entre os
profissionais, não esta bem definida, como foi notado nesta pesquisa. A dupla jornada dos
farmacêuticos torna –se preocupante, pois isso faz com que o profissional perca parte da
conquista da década de 60 a 70, onde o profissional começou voltar a se dedicar aos
43
enfermos, e neste momento os farmacêuticos deixam de buscar novos conhecimentos para se
tornarem administradores de farmácias (COSTA; PEREIRA, 2012; GHAZAL et al., 2014).
44
6 CONCLUSÃO
Esta pesquisa mostrou que o processo para a implantação da AF, tem diferentes
empecilhos, tanto por parte dos farmacêuticos como proprietários/ gerentes. Pode ser notado
que os obstáculos que os farmacêuticos de Palmas-TO enfrentam são os mesmos em
diferentes partes do Brasil e alguns problemas são semelhantes aos de outros países do
mundo.
Nota- se que os profissionais farmacêuticos das drogarias de Palmas-TO entendem os
requisitos para a implantação da AF. Percebe-se ainda que alguns farmacêuticos e
proprietários/ gerentes não sabem diferenciar a assistência farmacêutica de AF. Norteados
pelas respostas dadas com relação às atividades desenvolvidas, conclui-se que os mesmos
acreditam que uma maior orientação realizada no balcão da drogaria é AF.
Na opinião da maioria dos entrevistados os estabelecimentos estão preparados para
prática da AF, porém a falta de estrutura física é um dos itens mais mencionados pelos
farmacêuticos como obstáculo para implantação.
Os principais obstáculos para não implantação da AF, para os entrevistados são: falta
de conhecimento, aumento dos gastos e falta de tempo. Nesta pesquisa pôde se notar a velha
tendência de acúmulo de funções dos farmacêuticos, deixando-os cada vez mais sem tempo
para a prática clínica.
Os obstáculos para implantação da AF encontrados em Palmas-TO foram resultados
esperados, mas não se pode considerar a falta de conhecimento clínicos dos profissionais um
obstáculo, pois cursos de atualização e capacitação são de fácil acesso, mostrando que a falta
de interesse dos profissionais é o principal obstáculo para implantação da AF. Frente a um
farmacêutico dedicado ao tratamento do paciente, torna se possível identificar e resolver os
RNM, buscando resultados satisfatórios na terapia medicamentosa do mesmo.
Com esta pesquisa espera-se que os profissionais busquem atualizações através de
iniciativas já existentes de disponibilização de cursos de capacitação em Farmácia Clínica e
esclarecimentos sobre a importância da prática da AF sejam tomadas a fim de melhorar o
reconhecimento dos profissionais farmacêuticos, pela a sociedade e obtenção da melhoria da
terapia medicamentosa dos usuários de medicamentos.
45
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52
APÊNDICES A: ENTREVISTA - FARMACÊUTICOS
Entrevista – Farmacêutico
Setor: ________________________________________ Data da entrevista: _________
Endereço: ______________________________________________________________
Você acredita praticar Assistência ou Atenção farmacêutica?
__________________________________________________________________________
Por quais motivos você não pratica atenção farmacêutica?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Você se sente preparado para atuar nesta área?
( ) Sim ( ) não
Acredita que nesta região há necessidade de ter atenção farmacêutica?
( ) Sim ( ) Não
Você já pensou em implantar atenção farmacêutica?
( ) Sim ( ) Não
Você acredita que este estabelecimento está preparado para receber Atenção
Farmacêutica?
( ) Sim ( ) Não
Quais são os passos para implantar a Atenção Farmacêutica?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
53
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Em sua opinião quais as maiores dificuldades para a implantação deste serviço?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Você acredita que Atenção Farmacêutica tenha importância social?
( ) Sim ( ) Não
Você acredita que Atenção Farmacêutica pode aumentar os lucros?
( ) Sim ( ) Não
Acredita que AF aumentara os gastos?
( ) Sim ( ) Não
54
APÊNDICES B: ENTREVISTA – PROPRIETÁRIO/ GERENTES
Entrevista – Proprietário/ Gerentes
Setor: ________________________________________ Data da entrevista: _________
Endereço: ______________________________________________________________
Você acredita praticar Assistência ou Atenção farmacêutica?
__________________________________________________________________________
Por quais motivos você não pratica atenção farmacêutica?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Você acredita que nesta região há necessidade de ter atenção farmacêutica?
( ) Sim ( ) Não
Você já pensou em implantar atenção farmacêutica no seu estabelecimento?
( ) Sim ( ) Não
Você acredita que este estabelecimento está preparado para receber Atenção
Farmacêutica?
( ) Sim ( ) Não
Quais são os passos para implantar a Atenção Farmacêutica?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
55
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Em sua opinião quais as maiores dificuldades para a implantação deste serviço?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Você acredita que Atenção Farmacêutica tenha importância social?
( ) Sim ( ) Não
Você acredita que Atenção Farmacêutica pode aumentar os lucros?
( ) Sim ( ) Não
Acredita que AF aumentará os gastos?
( ) Sim ( ) Não
56
ANEXO A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
“O TCLE respeita a pessoa e sua autonomia, permitindo ao indivíduo decidir se quer e como quer
contribuir para a pesquisa”. (Res. nº. 466/12).
Prezado (a) Senhor (a),
A aluna do curso de Farmácia do CEULP/ULBRA, abaixo identificado, solicita sua
colaboração no sentido de que o senhor faça parte de uma pesquisa que será desenvolvida sob
a minha supervisão como pesquisador (a) responsável. Junto com este convite para sua
participação voluntária estão explicados a seguir todos os detalhes sobre o trabalho que será
desenvolvido para que o (a) senhor (a) entenda sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes
aspectos:
Título: OBSTÁCULOS PARA A IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO
MUNICÍPIO DE PALMAS - TO
Pesquisador responsável: Mestre Elisângela L. V. L. B. dos Santos
Pesquisador colaborador: Jocilene Rodrigues Barros
O objetivo do estudo é: Identificar os obstáculos para implantação da atenção
farmacêutica no município de Palmas- TO.
O estudo se justifica por: Atenção Farmacêutica é uma área de atuação do
farmacêutico de grande importância, pois nesta prática o farmacêutico acompanha cada
paciente individualmente, fazendo com que o paciente possa melhorar a adesão ao seu
tratamento, através do esclarecimento de dúvidas que por muitas vezes em uma consulta não
são respondidas. Sua implantação poderá aumenta a qualidade de vida do paciente uma vez
que o farmacêutico é o profissional de saúde de mais fácil acesso a população, em
consequência do reconhecimento de farmácia como uma unidade de saúde.
O estudo será iniciado em Maio de 2015 e terminará em Maio de 2015.
A pesquisa será feita da seguinte maneira: com os farmacêuticos e proprietários/ gerentes
de drogarias do município de Palmas-TO, onde primeiro explicaremos o objetivo da pesquisa para
que não fique nenhuma dúvida entre os sujeitos. Logo em seguida pediremos que todos assinem
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por livre e
................................................. ................................................ .............................................
Elisângela L. V. L. B. dos Santos Jocilene Rodrigues Barros Voluntario(a)
57
espontânea vontade. A entrevista será realizada no local de trabalho em horários estipulado pelo
participante da pesquisa.
A participação constará em responder 11 perguntas geradoras através de uma entrevista
estruturada. Os sujeitos que não corresponderem aos critérios determinados serão excluídos da
pesquisa.
Os possíveis riscos e desconfortos que a pesquisa poderá trazer a (ao) senhor (a) são riscos
mínimos, pois apenas terão que responder em um local reservado uma entrevista estruturada. Por isso
este risco mínimo será sanado com a aplicação do mesmo em seu local de trabalho, garantindo assim a
segurança e o conforto durante a entrevista.
Os benefícios dessa pesquisa, para os sujeitos participantes, serão no sentido de levá-los a se
conscientizar para importância da prática da Atenção Farmacêutica pelo os farmacêuticos incentivados
pelos os proprietários/ gerentes de drogarias.
Enquanto durar a pesquisa, e sempre que necessário, o (a) senhor (a) será esclarecido (a) sobre
cada uma das etapas do estudo telefonando ou nos procurando a qualquer momento durante as 24
horas do dia nos telefones e/ou endereços abaixo descritos, onde nós estaremos disponíveis para
quaisquer esclarecimentos. O (a) senhor (a) é absolutamente livre para, a qualquer momento, desistir
de participar, sem que isso lhe traga qualquer penalidade ou prejuízo.
Fica claro que as informações conseguidas através da sua participação nesta pesquisa poderão
contribuir para elaboração de trabalho de conclusão de curso. Nós pesquisadores garantimos sua total
privacidade, não sendo expostos os seus dados pessoais e/ou sua família (nome, endereço e telefone).
Assumimos o compromisso de trazer-lhe os resultados obtidos na pesquisa assim que o estudo
for concluído e aproveitamos para informar que a sua participação nesta pesquisa é totalmente
voluntária não havendo qualquer previsão de indenização ou ressarcimento de despesas, que correrão
sob nossa responsabilidade.
Esperando tê-lo informado de forma clara, rubricamos todas as páginas do presente
documento que foi elaborado em duas vias sendo uma delas destinada ao senhor.
............................................................................
Elisângela L. V. L. B. dos Santos
Endereço: Plano Direto sul, QD 603, AL 07, LT 31
Telefone: (63) 84-66-49-58
......................................................................
Jocilene Rodrigues Barros
Av : Castro Alves Qd 2 lote 21 Telefone: (63) 84-24-87-07
...........................................................................
Voluntario(a)
Comitê de Ética em Pesquisa
Centro Universitário Luterano De Palmas Avenida Teotônio Segurado 1501 Sul Palmas -
To Cep 77.019-900 Fone: (63) 3219 8000
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ANEXO B: AUTORIZAÇÃO
Autorização
Eu _______________________________, abaixo assino (a), responsável pela (o)
____________________________________________________________, autorizo a
realização da pesquisa Obstáculos para implantação da Atenção Farmacêutica no Município
de Palmas-TO, a ser conduzido pela pesquisadora-acadêmica Jocilene Rodrigues Barros, do
CEULP/ULBRA.
Declaro, também, que fui informado pelo responsável da pesquisa sobre as características e
objetivos da pesquisa, bem como as atividades que serão realizadas na instituição a qual
represento.
Estou ciente de que a pesquisa será realizada no período de abril a maio de 2015.
Palmas-To ______ de ____________ de 2015
___________________________
Assinatura e cargo
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ANEXO C: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: Obstáculos para implantação da atenção farmacêutica no município de
Palmas - TO
Pesquisador: Elisangela Luiza Vieira Lopes Santos
Área Temática:
Versão: 2
CAAE: 43524115.8.0000.5516
Instituição Proponente: Centro Universitário Luterano de Palmas - ULBRA
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 1.057.360
Data da Relatoria: 08/05/2015
Apresentação do Projeto:
O referido projeto propõe um estudo: "Trata-se de um estudo do tipo descritivo
exploratório e transversal, de característica descritiva exploratória, que buscará registrar,
analisar, correlacionar opiniões dos farmacêuticos e proprietários/ gerentes acerca dos
obstáculos para implantação da atenção farmacêutica em drogarias do município de Palmas-
TO”. A amostra será composta por: “drogarias do município de Palmas-TO, sendo
selecionadas 45 drogarias divididas entre os setores de Palmas-TO, setor sul: Taquaralto;
centro (plano direito sul) e norte (plano direito norte), onde o publico alvo será farmacêuticos
e proprietários.” Como estratégia para a coleta de dados o autor propõe: “a coleta de dados
será feita através de entrevista com perguntas objetivas e subjetivas (apêndice) elaboradas
pelo o pesquisador, sendo direcionadas aos farmacêuticos e proprietários de drogarias do
município de Palmas-TO. A entrevista acontecerá em uma sala reservada do próprio
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LUTERANO DE PALMAS - ULBRA
60
estabelecimento de pesquisa, será feita momentos diferentes para que não ocorram
constrangimentos com os indivíduos pesquisados Atenção Farmacêutica; Não aceitar
participar da pesquisa; Não assinar o termo de consentimento livre e esclarecido da pesquisa.”
Objetivo da Pesquisa:
Objetivo geral
Conhecer os obstáculos para implantação da atenção farmacêutica em farmácias e drogarias
do município de Palmas- TO.
Objetivos específicos
Comparar as dúvidas e dificuldades mencionadas pelos farmacêuticos com as descritas pelos
gerentes sobre a prática da atenção farmacêutica;
Sugerir propostas, baseadas na prática da atenção farmacêutica em outros estados do País, que
poderiam viabilizar sua implantação em Palmas - TO;
Apresentar os benefícios que a população irá receber com a prática da atenção farmacêutica
em Palmas TO;
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Riscos
Como riscos os proponentes apresentam que: "Esta pesquisa terá riscos mínimos, pois os
voluntários terão apenas que responder uma entrevista estruturada. Os riscos serão sanados
com a aplicação da entrevista em um local adequado e reservado, garantindo assim o bem
estar e conforto dos sujeitos nesse momento, lembrando que o entrevistador não emitirá
opinião que possa influenciar nas respectivas respostas. As informações obtidas serão usadas,
exclusivamente, para atender o propósito dessa pesquisa não sendo permitido seu uso para
outros fins. Cabe ao pesquisador o sigilo das informações coletadas."
Benefícios
É apresentado como benefícios que: "Os benefícios dessa pesquisa, para os sujeitos
participantes, serão no sentido de levá-los a se conscientização para a importância da prática
da Atenção em horário estipulado pelo o proprietário e farmacêutico.” Os autores apresentam
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como critério de inclusão: “Ser farmacêutico ou proprietário de farmácia do município de
Palmas-TO; Não praticar Atenção Farmacêutica; Aceitar participar da pesquisa assinando o
termo de consentimento livre e esclarecido da pesquisa.” E como critérios de exclusão:
“Farmácias e drogarias que pratiquem Farmacêutica pelo farmacêuticos incentivados pelos os
proprietários de farmácias de drogarias com o intuito de melhorar a qualidade de vida do
ciente/ paciente."
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
A proposta é pertinente, apresenta valor científico e poderá contribuir com a comunidade
acadêmica.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Foram apresentados o TCLE; a Folha de Rosto, Projeto de Pesquisa parcialmente completos.
Recomendações:
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Diante das adequações e esclarecimentos realizados consideramos pertinente a aprovação do
projeto apresentado.
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
Considerações Finais a critério do CEP:
PALMAS, 11 de Maio de 2015
Assinado por:
MÁRCIA MESQUITA VIEIRA
(Coordenador)
ANEXO D: TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
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TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
Título da Pesquisa: Obstáculos para implantação da atenção farmacêutica no município de
Palmas – TO
Pesquisador Responsável: Elisângela L. V. L. B. dos Santos
Eu, pesquisadora responsável pela pesquisa acima identificada, declaro que conheço e cumprirei
as normas vigentes expressas na Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde/Ministério da Saúde, e em sua complementar (Resoluções CNS/MS Nª 001/13), e
assumo, neste termo o compromisso de:
1
Somente iniciar a pesquisa após sua aprovação junto ao Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos da CEULP/ULBRA (CEP-CEULP/ULBRA) e, nos
casos assim previstos em lei (Resolução CNS/MS 466/12, CNS/MS Nª 001/13);
2 Caso a pesquisa seja interrompida, informar tal fato ao CEP- CEULP/ULBRA, de
forma justificada.
3
Na ocorrência de evento adverso grave comunicar imediatamente ao CEP-
CEULP/ULBRA, bem como prestar todas as informações que me forem
solicitadas.
4
Destinar os dados coletados somente para o projeto ao qual se vinculam. Todo e
qualquer outro uso deverá ser objeto de um novo projeto de pesquisa que deverá
ser submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa.
5 Apresentar relatório final, sobre o desenvolvimento da pesquisa ao CEP-
CEULP/ULBRA.
Palmas,____ de ___________ de _____.
_________________________________
Elisângela L. V. L. B. dos Santos
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ANEXO E: TERMO DE COMPROMISSO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS
TERMO DE COMPROMISSO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS
Eu Jocilene Rodrigues Barros, abaixo assinado, pesquisadora envolvida a monografia de
título: Obstáculos para implantação da Atenção Farmacêutica no município de Palmas-TO,
me comprometo a manter a confidencialidade sobre os dados coletados sobre a entrevista,
bem como a privacidade de seus conteúdos, como preconizam a Res. 466/2012 do Ministério
da Saúde.
Informo que os dados a serem coletados dizem respeito à Implantação da Atenção
Farmacêutica ocorridos entre as datas de: abril a maio de 2015.
Palmas-TO ......... de .......................de 2015
Nome R.G. Assinatura
Jocilene Rodrigues Barros 633194
_________________________________________________
Jocilene Rodrigues Barros