Desafios na articulação da educação superior com a educação básica Dante Henrique Moura/IFRN...

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Desafios na articulação da educação superior com a educação básica Dante Henrique Moura/IFRN [email protected] Natal, 17/11/2009

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Desafios na articulação da educação

superior com a educação básica

Dante Henrique Moura/[email protected], 17/11/2009

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Pressupostos

•Essa articulação precisa ser pensada para além do

acesso ao ensino superior. Deve ter referencia no

significado da educação básica (particularmente do

ensino médio) e da educação superior para a

população.

•O objetivo central deve ser a melhoria da educação

básica pública, pois isso contribuirá para que

estudantes melhor qualificados cheguem à educação

superior

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Isso nos remete à seguinte pergunta:

Qual o sentido do ensino médio atual para a população

brasileira, notadamente, para a grande maioria que estuda na

escola pública? E para os que estudam na escola na escola

privada?

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Panorama da educação básica – ênfase no ensino médio

No ensino fundamental:

•97% das crianças e adolescentes dos 7 aos 14 anos estão na escola, mas persistem os problemas de qualidade e a dualidade entre o público e o privado

•Evasão de 7,5% (crianças e adolescentes), enquanto 30% do público EJA não consegue permanecer na escola;

•90% da matrícula está na escola pública

•Concluintes do ensino fundamental com mais de 15 anos: em torno de 70%.

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Fonte: elaboração nossa, a partir do Censo Escolar 2008

Dependência administrativa

Ensino Fundamental“Regular”

Ensino Fundamental (EJA)

Ensino Fundamental (total)

presencial Semi-presencial

Brasil 32.086.700 3.001.834 289.430 35.377.964

Federal 25.622 680 28 26.330

Estadual 11.000.916 1.131.613 227.922 12.360.451

RN 561.595 82.800 2.218 646.613

Municipal 17.442.158 1.831.673 56.745 19.330.306

Privada 3.618.004 37.868 4.735 3.660.607

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Panorama da educação básica – ênfase no ensino médioNo Ensino Médio:

•82% dos jovens entre 15 e 17 estão na escola, mas 44% estão matriculados nessa etapa; persistem os demais problemas do ensino fundamental

•Evasão de 15,3% na oferta “regular”

•89,2% da matrícula está na escola pública

•Problemas de sentido e de identidade

•Em 2003 houve 3.687.330 matrículas na 1ª série do ensino médio e, em 2005 concluíram 1.858.615 alunos

•Distorção idade série no ensino médio, na rede pública, em 2005, era de 51,1%.

•70% dos jovens de 15 a 17 anos tem renda familiar per capita até 1 S.M.

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Fonte: elaboração nossa, a partir do Censo Escolar 2008

Dependência administrativa

Ensino Médio

“Regular”

Ensino Médio (EJA) Ensino Médio (total-

“propedêutico”)

Ensino Médio

Normal

Ensino Médio Integrado

Ensino Médio (total)

Presencial Semi-presencial

“Regular” EJA

Brasil 8.037.039 1.276.241 359.004 9.672.284 196.542 132.519 14.939 10.016.284

Federal 34.376 886 98 35.360 13 47.644 8.014 91.031

Estadual 6.953.894 1.148.881 324.022 8.426.797 162.622 60.861 3.958 8.654.238

RN 149.649 10.718 1.829 162.196 2.619 3.146 805 168.766

Municipal 105.280 39.364 18.461 163.105 23.986 6.901 28 194.020

Privada 943.489 87.110 16.423 1.047.022 9.921 17.113 2.939 1.076.995

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Repetimos a pergunta inicial:

Qual o sentido do ensino médio (última etapa da educação

básica) para a vida da população (especialmente das classes

populares) considerando que a idade adulta é

essencialmente a fase do sujeito trabalhador (responsável

pela produção da própria existência por meio do trabalho)?

O que faz (ou está apto a fazer) a maioria dos jovens após a

conclusão do ensino médio “propedêutico”?

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Compreendemos que o ensino médio significativo para a

população deve: •Ser concebido a partir da Integração entre trabalho;

ciência e tecnologia; e cultura;•Fundamentar-se nas dimensões ontológica e histórica

do trabalho (trabalho como princípio educativo); •Discutir as relações existentes no mundo do trabalho,

as profissões (o que fazem; relações de poder etc.); •Proporcionar o domínio dos conhecimentos científicos

e tecnológicos que fundamentam o sistema produtivo; •Promover o acesso à cultura, ao esporte e à arte•Não ser profissionalizante Não ser profissionalizante stricto sensustricto sensu

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A “travessia possível”:

O ensino médio integrado, em função da dura

realidade socioeconômica do país.

Fundamentado nos princípios da politecncia, mas

com objetivos adicionais de formação específica,

enquanto, na sociedade brasileira, for um luxo poder

escolher uma profissão apenas a partir dos 17 ou 18

anos de idade. Luxo esse proibido às classes

populares. Esse ensino médio não pode considerar

que é um prejuízo para a nação que seus concluintes

prossigam os estudos em nível superior.

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Compreendemos que:

Conceber o ensino médio dessa forma é pensar na

possibilidade da classe trabalhadora classe trabalhadora estar

preparada para ser classe dirigenteclasse dirigente, ou seja,

garantir os conhecimentos necessários ao

prosseguimento de estudos e, ao mesmo tempo, as

condições para uma inserção no mundo do trabalho

em atividades complexas nos postos de trabalho de

nível médio.

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E o que a universidade (e o ensino superior em geral)

brasileira tem a ver com isso?•Pesquisar, desenvolver, propor um currículo que dê

conta dessa realidade•Atuar em regime de colaboração com estados e

municípios (princípio constitucional) na perspectiva da

materialização desse currículo •Formar professores (inicial e continuada) que possam

atuar nessa perspectiva (rompimento da dualidade

formação geral x formação específica)

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Finalmente, retomando o tema central da mesa,

consideramos que

Somente quando o ensino médio for concebido e

materializado para além do prosseguimento de estudos

em nível superior, seus concluintes chegarão à educação

superior com os conhecimentos e a compreensão de

sociedade, de ser humano, de trabalho, de ciência, de

tecnologia, de cultura, enfim terão a compreensão de

mundo necessária a uma boa formação em nível superior