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    DESCRIO E MODELAGEM DO PROCESSO DECISRIO DA CADEIAPRODUTIVA DO TRIGO DE UMA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

    PARANAENSE UTILIZANDO A METODOLOGIA DE DINMICA DE SISTEMAS

    Roberto Max ProtilPrograma de Ps-Graduao em Administrao - PUCPR

    [email protected]

    Daniel Laskowski TozziniPrograma de Ps-Graduao em Administrao - PUCPR

    [email protected]

    Alfredo Benedito Kugeratski SouzaPrograma de Ps-Graduao em Administrao - PUCPR

    [email protected]

    Vilmar Rodrigues MoreiraEAESP/FGV ; PUCPR

    [email protected]

    Resumo: O atual paradigma educacional condiciona as pessoas desde sua infncia afragmentar e simplificar a realidade para facilitar sua compreenso. Entretanto, ao fazerem isto,

    as pessoas perdem a noo da conexo dos fatos analisados com o todo, no sendo capazes de

    perceber as conseqncias que suas aes acarretam numa srie de outras variveis e muitas

    vezes na prpria varivel estudada. As cooperativas agropecurias, que so responsveis por

    18% do PIB do estado do Paran, so estruturas organizacionais bastante complexas, poisprecisam conciliar desempenho econmico com equidade social. Compreender e analisar as

    complexas inter-relaes socioeconmicas destas organizaes no uma tarefa fcil e muitamenos trivial. Utilizando a metodologia de Dinmica de Sistemas, que busca mapear estruturas

    organizacionais e examinar a inter-relao de suas variveis, pretende-se neste artigo descrever

    e modelar qualitativamente o processo decisrio existente na cadeia de trigo das cooperativasagroindustriais. O trabalho teve como base para seu estudo uma cooperativa agroindustrial

    localizada na regio centro-sul do estado do Paran. Foram realizadas duas visitas tcnicas s

    instalaes industriais e quatro entrevistas com os principais responsveis pelo gerenciamento

    da rea de trigo da cooperativa, o que forneceu subsdios para compreender melhor a cadeiaprodutiva, bem como desenvolver um modelo grfico utilizando o software Vensim. A anlise das

    diferentes etapas de produo de trigo na cooperativa agroindustrial permitiu mapear asdecises inerentes a esta cadeia produtiva bem como identificar os enlaces causais existentes.

    Com base nestas informaes foi possvel definir os fluxos de informaes, que influenciam cadauma das operaes, desde a plantao do trigo at a sua comercializao. Ao final foi possvel

    representar o modelo decisrio da cadeia do trigo atravs de um grfico de fluxo e estoque, que

    permitir simular e avaliar diferentes cenrios, identificando gargalos fsicos ou de informaes,

    bem como auxiliar a mensurao das relaes existentes entre a pesquisa agropecuria e arentabilidade das cooperativas que produzem e industrializam o produto trigo.

    Palavras chaves: Cadeia produtiva do trigo, cooperativas agropecurias, processo decisrio,

    dinmica de sistemas.

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    1 INTRODUO

    Com o objetivo de transformar assuntos complexos em temas menos complicados, as pessoas socondicionadas desde sua infncia a fragmentar a realidade para facilitar sua compreenso.Entretanto, ao fazerem isto, as pessoas perdem a noo da conexo dos fatos analisados com otodo, no sendo capazes de perceber as conseqncias que suas aes acarretam numa srie deoutras variveis e muitas vezes na prpria varivel estudada. Para superar estas dificuldades, opensamento sistmico, que visa analisar a estrutura dos sistemas estudados, sugere que haja umaampla mudana de pensamento e valor (SENGE, 2005, p.37).

    Utilizando a metodologia de Dinmica de Sistemas, pretende-se descrever e modelar o processodecisrio existente na cadeia de trigo das cooperativas agroindustriais. Para o desenvolvimentodeste processo foi utilizada como modelo uma cooperativa localizada na regio centro-sul do

    estado do Paran.Trabalhos desenvolvidos nesta rea so de grande importncia, devido relevncia doagronegcio para a economia brasileira. Alm disto, o agronegcio vem se consolidando nosltimos anos como um dos setores mais dinmicos e competitivos do Brasil, considerando todacadeia produtiva - desde a produo dos produtos primrios, passando pelo seu beneficiamento eindustrializao, e ainda pelos fornecedores de insumos e bens de capital. Estima-se que 20,3%do PIB nacional tm origem no agronegcio (ABAG, 2003). Neste segmento, as cooperativasagropecurias desempenham importante papel, contribuindo significativamente para a criao eagregao de valor ao longo de toda a cadeia produtiva. O dinamismo do mercado, todavia,conduz necessidade de profissionalizao na gesto das cooperativas com o conseqenteaumento da racionalidade do seu processo decisrio. Isto porque o aumento de desempenho

    uma condio necessria para concorrer com outras empresas mercantis de grande porte, entreelas muitas multinacionais.

    2 CONTEXTUALIZAO E REFERNCIAL TERICO

    Desde o incio de suas vidas, as pessoas so educadas a ver os acontecimentos de maneira linear.Devido a esta viso, que em muitas situaes pode ser considerada inadequada, h uma crise depercepo que dificulta a procura de solues para os atuais problemas causados por umasociedade complexa em um mundo interligado. A maioria das crises e perturbaes no ambienteso desenvolvidas devido s interligaes existentes entre diversos fenmenos. Por isto, assolues para tais acontecimentos devem derivar de uma mudana de pensamento e de valores,

    que pode ser conduzida pelo que chamado de Pensamento Sistmico (CAPRA, 2003, p.23).O Pensamento Sistmico visa substituir a maneira de perceber os acontecimentos como fatoslineares, por acontecimentos inseridos em crculos causais. Estes crculos causais tm comocaracterstica a realimentao, tambm conhecida comofeedback, que o processo pelo qual umaao em uma das variveis de um sistema tende a projetar um impacto sobre ela mesma apsinterferir em uma ou mais variveis desse sistema. Desta maneira os acontecimentos, problemas esolues passam a ser visto como relaes interdependentes e interligadas (SENGE, 2005, p.90).Muitas vezes uma ao que deveria ter um impacto evidente em curto prazo, tem conseqnciasinesperadas em longo prazo.

    A metodologia da Dinmica de Sistemas permite a aplicao do pensamento sistmico em

    organizaes. Trata-se de uma metodologia que busca mapear estruturas de sistemas

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    organizacionais ou sociais, procurando examinar a inter-relao de suas variveis e, utilizandosimulaes, compreender como o sistema em foco evolui no tempo e como mudanas em suas

    variveis afetam todo o seu comportamento (BASTOS, 2003. p. 38).

    O cooperativismo paranaense congrega aproximadamente 250.000 associados em 193cooperativas dos seguintes ramos: agropecurio, crdito, trabalho, educao, sade, habitao,consumo, transporte, infra-estrutura e turismo. O faturamento de todo o segmento cooperativistaparanaense em 2001 foi de R$ 8 bilhes, que correspondeu a 10,3% do PIB do Paran, que foi deR$ 78,1 bilhes (OCEPAR, 2003).

    O principal ramo das cooperativas do Paran o agropecurio, que conta com 67 cooperativasdistribudas por todo o territrio paranaense (60 singulares e 7 centrais), cujos quadros sociaissomavam em 2002, 90.050 cooperados e empregavam quase 29.951 funcionrios. Essasorganizaes constituem-se, em muitos municpios do Paran, nos mais importantes

    empreendimentos de natureza econmica, maiores empregadores e geradores de renda, atendendocerca de 25% da populao rural do Estado (OCEPAR, 2003).

    O Paran o maior produtor de produtos agropecurios do Brasil, respondendo por mais de 20%de toda a produo nacional de alimentos de origem animal e vegetal. As cooperativasagropecurias representam cerca de 50% da economia agrcola do Estado e participam, de formaintensa em todo o processo de produo, beneficiamento, armazenamento, industrializao ecomercializao (OCEPAR, 2003).

    A percepo sobre o grande potencial econmico das cooperativas agropecurias cresce, namedida em que, em nvel mundial, o agronegcio brasileiro vem conquistando importantesmercados de forma progressiva, tambm com a participao relevante das cooperativas. Em

    2001, o valor das exportaes das cooperativas paranaenses alcanou US$ 613,6 milhes,representando 15% do seu faturamento bruto (OCEPAR, 2003).

    De maneira geral, as organizaes e especialmente as cooperativas encontram-se envolvidas edependentes de cadeias complexas, constitudas por uma multiplicidade de agentes tomandodecises em processos interdependentes, envolvendo diversos feedbacks e delays (atrasos entre aao e seu efeito), os quais geram conseqncias que s podem ser entendidas dentro de umaviso mais abrangente e dinmica (FIGUEIREDO e ZAMBOM, 1998, p. 29).

    Se imaginarmos a estrutura de negcios de uma cooperativa como uma rede de empresas, cadaqual ocupando um lugar em sua prpria paisagem, ver que cada uma dessas paisagens estligada a muitas outras, como a dos competidores, a dos colaboradores e a dos negcios

    complementares. E medida que a paisagem de uma dessas empresas muda, tambm mudar ade outras ligadas a ela. (LEWIN e REGINE, 2000, p. 147)

    A dinmica destas mudanas conduzida e determinada pelas decises tomadas pelos diversosagentes, constituintes da prpria estrutura sistmica, e pelas polticas que regem estas decises.Entende-se assim que as questes e decises nas cooperativas caracterizam-se por uma enormedependncia em relao ao contexto em que determinada cooperativa est inserida, e acompreenso deste complexo extrapola qualquer viso baseada no senso comum de qualquergerente (FIGUEIREDO e ZAMBOM, 1998, p. 29)

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    cooperativa, o que forneceu subsdios para compreender melhor a cadeia produtiva, bem comodesenvolver um modelo grfico utilizando o software Vensim.Neste processo foram mapeandoas

    tanto as decises pertinentes cadeia de trigo da cooperativa, mas tambm da cooperativa comoum todo.

    Como alicerce para o desenvolvimento do mapeamento das decises existentes na cadeia de trigofoi utilizado o percurso existente entre fluxo e estoque da produo de trigo de uma cooperativa.Com base neles, foram acrescentados o fluxo de informaes que influenciam cada uma dasoperaes existentes, desde a plantao do trigo at a sua comercializao aps suaindustrializao.

    Para interpretar a representao criada necessrio saber o significado de algumas figuras que seencontram na Figura 1. No mapeamento da cadeia de trigo, o estoque dos produtos estrepresentado por retngulos, o fluxo de materiais est representado pelas flechas mais grossas e o

    controle da quantidade de material que entra ou sai est representado pelas duas flechas queapontam uma para a outra, sendo este desenho a representao de uma torneira, que poderegular o fluxo de materiais dependendo das variveis e fatos que a influenciam. As flechas maisfinas representam o que a informao ou a deciso que est ligada a elas influencia. Quando nohavia interesse em saber para onde vai ou de onde vem o fluxo de matrias foi utilizada umanuvem para esta representao. Foi por meio do emprego destas ilustraes, utilizadas pelosoftware Vensin, que foi modelado o sistema decisrio da cadeia de trigo deste estudo.

    Figura 1: Legenda das Representaes Utilizadas para a da Simulao

    Estoque

    Fluxo de Materiais

    Informao /Deciso

    Fluxo deInformaes

    Ponto Limite doModelo

    FONTE: Adaptado de COSTA, 2004, pg. 14.

    A cadeia de trigo inicia-se na quantidade de rea plantada de trigo pelos cooperados. Esta rea influenciada pela quantidade de produtores que esto em poca de plantio de trigo dentro do

    rodzio de cultivos estabelecido por cada cooperativa. No caso da cooperativa utilizada comomodelo, os produtores variam em seu cultivo de inverno entre trigo, cevada e aveia de cobertura.Outro fator que influencia a rea de plantio dedicada ao trigo o investimento em novas reas decultivo por parte dos cooperados, que pode aumentar ou diminuir a cada ano.

    Da rea plantada de trigo tem-se uma taxa de produtividade que influenciada pelo clima, pelaqualidade de cada tipo de cultivar de trigo escolhida pelos cooperados, pelos tipos de manejosescolhidos e pela poca escolhida para o plantio e colheita do trigo. O clima influenciado pelotempo. O tipo de cultivar de trigo e os tipos de manejos escolhidos pelos cooperados soinfluenciados pela indicao de seu agrnomo, pela influncia de empresas distribuidoras desuprimentos, pela preferncia pessoal de cada cooperado e pelas informaes repassadas pelaFAPA (Fundao de Apoio Pesquisa Agropecuria). A FAPA um instituto de pesquisa ligado

    cooperativa em estudo, que visa desenvolver pesquisas para a melhora da produtividade e da

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    qualidade dos produtos comercializados. Em outras cooperativas esta varivel pode sersubstituda pelos tipos de assistncia tcnica oferecida aos seus associados. As pesquisas da

    FAPA so influenciadas pelas exigncias do mercado externo, do moinho, que responsvel pelaindustrializao do trigo, e pela verba destinada ao desenvolvimento de novos experimentoscientficos. A poca de plantio e de colheita do trigo influenciada pela preferncia do cooperadoe pela indicao oferecidas pelos agrnomos.

    A taxa de produtividade gera um estoque de produo de trigo que pode ser armazenado de trsmaneiras: como semente para a prxima produo, em silos prprios ou nos silos da prpriacooperativa. A quantidade de trigo a ser armazenado como semente influenciada pela FAPA,que estuda a quantidade e a qualidade do cultivar necessria para ser armazenada. A quantidadede trigo armazenado gera um estoque de sementes que so comercializadas no prximo ano deplantio. A capacidade de absoro de trigo em silos prprios ou em silos da cooperativa

    influenciada, respectivamente, pela preferncia do cooperado em armazenar em seu silo o trigoou outro cultivo entre os existentes em seus talhes e pela capacidade de absoro dos silos dacooperativa. No caso dos silos da Cooperativa Agrria, h capacidade para absorver toda aproduo dos cooperados. Ambas as capacidades de absoro dos silos geram uma quantidade detrigo estocado em silos prprios e uma quantidade de trigo estocado em silos da cooperativa.

    Os estoques de trigo em silos so influenciados pela demanda do moinho, que gerada pelasnecessidades do mercado externo. Na cooperativa a industrializao do trigo s ocorre quando avenda do produto final j foi efetuada. A partir desta demanda criado um estoque de produtosindustrializados do moinho, que so comercializados segundo a taxa de produtos industrializadosvendidos. Aps esta fase, no interessa ao processo de modelagem descrever quais so osestoques e para onde vo os produtos industrializados, sendo este o ponto limite da modelagem

    referente cadeia de sementes e produtos industrializados. Entretanto, ainda h uma continuidadeno que se refere s informaes existentes no processo e no faturamento da cooperativa e doscooperados.

    A taxa de produtos comercializados vendidos influencia a taxa de faturamento da cooperativa edo cooperado. Cada uma destas taxas influencia no estoque de recursos financeiros dacooperativa e do cooperado vindo da comercializao de produtos, chamados na modelagem,respectivamente, de faturamento da cooperativa e faturamento do cooperado. O primeiroinfluencia na quantidade de investimentos em pesquisas, que gera um impacto sobre a influnciada FAPA nas decises tomadas pelos cooperados nos processos decisrios na cadeia de trigo. Osegundo influencia o investimento dos cooperados em novas reas de plantio, que onde a cadeiade trigo comea. Desta maneira, formado um ciclo em que esto interligadas as diversasvariveis em torno dos estoques criados na cadeia de trigo de uma cooperativa. Este processopode ser visualizado na Figura 2, em forma de fluxograma, e na Figura 3, que demonstra osenlaces causais existentes no processo.

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    Figura 2: Fluxograma de Influencias na Cadeia de Trigo da Cooperativa Agrria

    rea Plantada de Trigo

    Produo de Trigo

    Armazenagem em Silos paraIndustrializao ou para Sementes

    Produo do Moinho

    Faturamento da Cooperativa edo Cooperado

    Agrnomo

    Cooperado

    Distribuidores de suprimentos

    Clima

    taxa deprodutividade

    taxa de produoarmazenada

    taxa de produtos aserem industrializados

    taxa de produtoscomercializados

    FAPA

    Investimentos em pesquisa

    Mercado externo

    poca de plantiopoca de colheita

    Cultivares plantados

    Manejos utilizados

    .

    Cooperado.

    FAPA.

    Capacidade dos silos..

    Demanda do moinho

    INFLUNCIAS ESTOQUES E FLUXOS

    Mercado externo.

    Mercado externo .Produo do moinho.

    .

    .

    FONTE: Funcionrios da cooperativa em estudo

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    Figura 3: Modelagem da cadeia de trigo da cooperativa em estudo

    rea Plantada de

    Trigo

    Nmero de produtoresem poca de plantio de

    trigo

    Produo de

    Trigotaxa deprodutividade

    Quantidade de cada tipo decultivar escolhida pelos

    cooperados

    Clima

    Tipo de manejoescolhido pelos

    cooperados

    Indicao doagrnomo de cada

    cooperado

    Preferncia docooperado

    Influncia do empresasdistribuidoras de

    suprimentos

    FAPA

    Moinho

    poca deplantio

    poca dacolheita

    capacidade deabsoro de silos

    prprios

    capacidade de absorode silos da cooperativa

    Quantidade de TriEstocado em Silo

    Prprios

    Quantidade de TEstocado em Silo

    Cooperativa

    Quantidade doTrigo Armazenado

    para Sementequantidade de trigoarmazenado para

    semente

    Mercado

    externo

    Produo do Moin

    demandamoinho

    demandamoinh

    Investimento empesquisa

    Invstimento emnovas reas de

    plantio

    FONTE: Funcionrios da cooperativa em estudo

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    5 DISCUSSO

    Ao analisar o processo decisrio existente na cadeia de trigo, possvel perceber que a etapaque depende do maior nmero de informaes para ser gerada a da taxa de produtividade.Alm disto, ela pode ser considerada uma das variveis mais importantes, devido a suarelao direta com o faturamento dos cooperados e da cooperativa. Dentre as suas variveis,com exceo da relevncia do clima, que no controlvel, e da influencia indireta de aesde empresas distribuidoras de insumos e de cultivares de trigo, que uma varivel externa cooperativa, todas as outras variveis esto relacionadas a decises estratgicas. Isto pode serum indicativo de que informaes precisas podem influenciar diretamente no grau de

    produtividade de uma safra. Numa possvel simulao do modelo proposto, que necessitariade dados quantitativos para seu desenvolvimento, poder-se-ia mostrar a relao existente entrea importncia de investimentos em pesquisas e assistncia tcnica (no caso da Cooperativa naFAPA) e a taxa de faturamento da cooperativa e do cooperado.

    Aps a gerao de uma taxa de produtividade, as decises tornam-se mais simples emecnicas ao longo do processo. O trigo colhido armazenado para virar semente, ou armazenado em silos prprios dos cooperados, ou em silos da cooperativa. Estas decisesesto relacionadas com o cooperado ter ou no silo prprio e ter ou no plantado os tipos detrigos escolhidos pela FAPA para tornar-se semente. Existe tambm o fator mercadosexternos, que influencia a preferncia do cooperado em vender sua safra no momentooportuno. Isto no est demonstrado como fluxo de informaes no modelo proposto, mas aoquantificar o modelo no futuro, ser necessrio que esteja presente em algum momento naanlise.

    Depois de estocado o trigo, logo que h uma demanda do moinho decorrente da necessidade

    do mercado externo, ele industrializado para ser comercializado. Neste ponto, provvelque a rea administrativa, sobretudo a de relaes externas, seja a principal responsvel pelobom desenvolvimento do processo da cadeia do trigo. Afinal, o desenvolvimento de contratose acordos com empresas compradoras de seus produtos depende diretamente das relaes dacooperativa com seus clientes.

    Este trabalho o incio de um projeto de pesquisa, que aps seu trmino, pode colaborarsignificativamente para o desenvolvimento de tomadas de decises na cadeia de trigo de umacooperativa. Entretanto, para tornar isto possvel, necessrio um aprimoramento domapeamento desenvolvido por meio do levantamento de mais informaes sobre os processosdecisrios existentes em uma cadeia de trigo.

    Como o modelo criado um estudo de caso, e por esta razo utilizou somente umacooperativa para desenvolver este mapeamento, ele no pode ser utilizado em sua totalidadepor outra cooperativa sem a modificao de algumas variveis. Numa possvel continuidadedesta pesquisa poder-se-ia utilizar mais cooperativas, com o objetivo de produzir um modelomais genrico, aplicvel a outras cooperativas sem necessidade de grandes alteraes. Aindaconsiderando a continuidade do projeto, seria necessrio o levantamento de dadosquantitativos. Isto tornaria possvel a simulao do modelo proposto, tornando, assim, maisracionais as decises tomadas pelos dirigentes de cooperativas. importante lembrar que, amodelagem do processo decisrio da cadeia de trigo apenas um pequeno passo tomado paraa modelagem completa do processo administrativo de uma cooperativa, o que envolveria umagrande quantidade de informaes e um modelo com algumas centenas de variveis

    relacionadas.

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    6 CONCLUSO

    Com o aumento da complexidade do mundo dos negcios, torna-se cada vez mais necessrioo desenvolvimento de procedimentos para diminuir as chances de risco nas tomadas de

    decises. Com o desenvolvimento do pensamento sistmico, que tem como objetivo melhorara capacidade de enxergar as inter-relaes entra as variveis de um sistema, pretende-seaprimorar a capacidade das pessoas de lidar com a complexidade. A Dinmica de Sistemas,que uma metodologia que utiliza softwares para simular ambientes organizacionais, estsendo utilizada atualmente para tornar mais racional o posicionamento estratgico de umaorganizao. Com a utilizao de informaes quantitativas e qualitativas, esta ferramenta

    poder simular cenrios futuros e ajudar a visualizao de enlaces causais existentes dentro doum sistema.

    Com a utilizao da Dinmica de Sistemas, este trabalho teve por objetivo iniciar a descrioqualitativa de um modelo que descreve o processo decisrio existente na cadeia de trigo de

    uma cooperativa agroindustrial. Para isto, foi utilizado como mtodo o estudo de caso,realizado em uma cooperativa agroindustrial localizada na regio centro-sul do estado doParan.

    Por meio desta descrio, acredita-se ter dado o passo inicial na construo de um modelo,que utiliza informaes quantitativas e qualitativas, para facilitar a tomada de decises dentrode uma cooperativa agroindustrial. Futuramente, com as devidas complementaes, a criaode cenrios futuros e de outras simulaes ajudar a localizao de gargalos de informaesou de fluxo de materiais, facilitando a criao de solues.

    O modelo desenvolvido neste trabalho demonstra a grande importncia de decisesestratgicas e de informaes corretas relacionadas com a produtividade e com a qualidade do

    trigo produzido. Demonstra tambm que manter um bom relacionamento com o mercadoexterno pode trazer benefcios para a cooperativa. Investimentos nestes setores e uma possvelsimulao futura podero tornar mais mensurvel a relao existente entre o retornofinanceiro e os setores de pesquisa e desenvolvimento.

    7 REFERNCIAS

    ABAG Associao Brasileira de Agribusiness. Dimensionamento do agribusiness.Disponvel em: Acesso em 14.abr.2004.

    BASTOS, Alexandre Antunes Parreiras. A dinmica de sistemas e a compreenso de

    estruturas de negcios; orientador Ronaldo Zwicker. So Paulo, 2003CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreenso cientfica dos sistemas vivos. 8. ed.

    So Paulo: Cultrix, 2003.

    COSTA, Hlser Leal da. Dinmica de Sistemas, I Parte Vensim-PLE. 2004 . Acessado em: 17set. 2002.

    FERNANDES, A. da C. Dinmica de Sistemas e Business Dynamics: Tratando aComplexidade no Ambiente de Negcios. Anais do XXI ENEGEP Encontro Nacionalde Engenharia de Produo, Salvador, out. 2001. Disponvel emhttp://www.gpi.ufrj.br/pdf/artigos/Fernandes - Business Dynamics - XXI ENEGEP -2001.pdf. Acessado em: 17 set. 2002.

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    FIGUEIREDO, R. S.; e ZAMBOM, A.C. A Empresa Vista como um Elo da Cadeia deProduo e Distribuio. Revista de Administrao, So Paulo v. 33, n. 3, p. 29-39,

    julho/setembro 1998.

    LEWIN, R. e REGINE, B. Coloque a alma no trabalho. Ver. Voc s.a, So Paulo: Abril, n.26, p. 144-153, ago. 2000

    OCEPAR Organizao e Sindicato das Cooperativas do Paran. Sistema OCEPAR.Disponvel em: . Acesso em: 22 nov. 2003.

    SENGE, Peter M. A quinta disciplina : arte e prtica da organizao de aprendizagem. 19.ed. So Paulo: Best Seller, 2005.

    ZAMBOM, A. C. A Utilizao da Simulao pela Controladoria no Apoio Tomada deDeciso. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Contabilidade, Goinia: Conselho Federalde Contabilidade, 2000. CD-ROM.