Desde o final dos anos 1960, a humanidade passou por ... · canta “paz e amor” nos Estados...

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  • H quem pense que a gerao atual escrava dos teclados. No dos pianos e sintetizadores,

    mas dos teclados de computadores, que os deixam confinados. Ser verdade? As redes sociais

    unem pessoas, inauguram amizades, ampliam o poder de expresso e de comunicao. Por

    vezes, tenta-se passar do teclado s ruas, mas este ainda um desafio: como a vida digital

    traduzir as novas preocupaes culturais e ambientais surgidas desde a dcada de 1960?

    Com as conferncias de Jean-Michel Cousteau e de Daniel Cohn-Bendit, o FRONTEIRAS DO

    PENSAMENTO trouxe a Porto Alegre assuntos e informaes para pensarmos a sociedade em que

    vivemos, seus padres e como mud-la. H um histrico de aes, e o Rio Grande do Sul j foi

    lder nacional em vrias causas, ajudando a controlar os exageros de poluio. Como resultado

    disso, grandes empresas que no passado poluam sem pensar nos resultados ambientais hoje

    no apenas usam tecnologias limpas, como desenvolvem produtos ambientalmente corretos

    e ajudam a desenvolver a cultura ambiental. Ser que est tudo resolvido? Qual o nosso papel

    nessas mudanas to importantes? Eis a o melhor dos convites: reflexo e ao.

    Desde o final dos anos 1960, a humanidade passou por grandes transformaes culturais,

    com as quais comeamos a refletir mais sobre a violncia, a poluio, as restries sociais e a

    intolerncia, e a mudar o estilo de vida. Para estas mudanas, diversos enfrentamentos foram

    necessrios. Os protestos de maio de 1968, iniciados na Frana e propagados pelo mundo,

    assim como o movimento hippie, ajudaram uma gerao a mudar as atitudes no planeta, e

    melhorar grandes e pequenas coisas, todas muito importantes.

    Essas transformaes foram preparadas pelo clima cultural posterior Segunda Guerra Mundial

    (1939-1945). Aos poucos, percebeu-se que o estilo de vida antigo era demasiado autoritrio e

    sufocava os desejos e as possibilidades da vida moderna. Os jovens saram s ruas, saram

    de casa, movimentaram-se, fizeram cartazes, fundaram comunidades, compuseram msicas,

    organizaram festivais, foram tentar ganhar a vida de modo natural e buscaram um contato

    maior com a natureza. A mesma gerao que escreve nos muros de Paris proibido proibir

    canta paz e amor nos Estados Unidos.

  • A revoluo cultural de maio deNunca o mundo vira nada igual. Desde o comeo do ano de 1968, em diversos pases,

    milhares de jovens europeus, norte-americanos, rabes, sul-americanos e chineses, em

    sua maioria estudantes universitrios e secundaristas, saram s ruas para criticar aber-

    tamente as sociedades em que viviam e os regimes polticos. Era a primeira revoluo

    globalizada no mundo.

    O ano de 1968 entrou para a histria, marcado por importantes acontecimentos como

    os assassinatos do pastor Martin Luther King e do senador Robert Kennedy (1925-1968).

    Ocorreram numerosas manifestaes, sobretudo estudantis, contra a Guerra do Vietn e

    contra os regimes autoritrios da poca, inclusive na Amrica Latina. No Brasil, o ano foi

    marcado pela instituio do AI-5 pelo ento presidente da Repblica general Costa e Silva

    (1889-1969), com o qual ampliou-se o poder e a violncia da ditadura militar.

    1968 foi o ano louco e enigmtico do sculo XX. Ningum o previu e poucos dos que dele

    participaram entenderam o que ocorreu. Foi o ponto de partida para uma srie de transfor-

    maes polticas e comportamentais, que afetaram as sociedades nas dcadas seguintes

    de modo irreversvel. Um marco para os movimentos ecologistas, feministas, das organiza-

    es no governamentais (ONGs), dos defensores das minorias e dos direitos humanos.

    O maio francs

    Em maio de 68, a Frana viveu um ms de grandes transformaes. Os estudantes ergueram barricadas, forman-do trincheiras de guerra nas ruas de Paris para confrontar a polcia. Em discursos nas ruas e nas universidades, em cartazes e muros, os estudantes franceses deixaram as salas de aula e se mobilizaram para dar a seus pro-fessores, famlia, s instituies e ao governo lies sobre os novos tempos, a liberdade e a rebeldia.

    O que queremos, de fato, que as ideias voltem a ser perigosas, diziam os integrantes do grupo de intelec-tuais de esquerda chamado de Internacional Situacionista, entre os quais destacou-se Guy Debord.

    A Frana dos anos de 1960, sob o comando do general Charles De Gaulle (1890-1970), era uma sociedade culturalmente conservadora e fechada, vivendo ainda o refl exo das perdas sofridas durante a Segunda Guerra Mundial.

    Nas escolas, as crianas eram disciplinadas com rigidez. As mulheres pediam autorizao aos maridos para ex-pressarem opinies. A homossexualidade era diagnosticada pelos mdicos como doena.

    O Maio de 68 mudou profundamente as relaes entre raas, sexos e geraes na Frana, e, em seguida, no restante da Europa e no mundo. Tais manifestaes ajudaram o Ocidente a aprofundar ideias como as de li-berdades civis democrticas, direitos das minorias, e igualdade entre homens e mulheres, brancos e negros e heterossexuais e homossexuais.

    A juventude de pases do Leste Europeu como Polnia, Tchecoslovquia e Iugoslvia, por sua vez, protestava contra o comunismo de infl uncia sovitica, para eles, demasiado rgido e burocrtico.

    1968#Guerra do Vietn Foi o mais longo confl ito militar aps a Segunda Guerra Mundial. No fi nal da guerra da Indochina, o Vietn foi dividido em dois pases: o Norte comunista (pr-Unio Sovitica) e o Sul capitalista (ditadura militar aliada aos Estados Unidos). Apoiados pelos norte-americanos, os sul-vietnamitas atacaram o Norte por dez anos. Quando embarcaes norte-americanas foram bombardeadas, em 1965, os EUA entraram na guerra, que vitimou milhes de vietnamitas e 47 mil soldados norte-americanos. Veja os fi lmes Apocalypse Now e Platoon.

    #AI-5Ato Institucional no 5, baixado em 13 de dezembro de 1968, foi o momento mais duro da ditadura militar brasileira (1964-1985). O decreto permitia ao presidente cassar mandatos e suspender os direitos polticos das pessoas por dez anos. Tambm suspendia a aplicao legal do habeas corpus.

    #Guy Debord (1931-1994)Revolucionrio e fi lsofo francs, autor do livro #A Sociedade do Espetculo e lder do grupo #Internacional Situacionista na dcada de 50 e 60, cujos textos tiveram grande impacto na revoluo de 68. Para Debord, o indivduo refora sua existncia a partir da produo de uma aparncia para si e se relaciona com os outros por meio da venda e da compra de suas prprias aparncias (criadas a partir de mercadorias, ideias, gostos e comportamentos sugeridos pela mdia e pelo mercado).

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  • Durante a Segunda Guerra Mundial, com a Europa praticamente rendida s foras alems, a Inglaterra teve que suportar um brutal esforo de guerra, com a indstria blica mais ativa que nunca. Com a maior parte dos homens na frente de combate, as mulheres tomaram seus lugares nas fbricas, nos estaleiros, a dirigir caminhes ou a operar mquinas. Mesmo com o fim da guerra, nada voltou a ser como antes.

    A verdadeira revoluo feminina comeou quando Katherine McCormick e Margaret Sanger desafiaram e financiaram o cientista Gregory Pincus (1903-1967) para que criasse uma plula contra a gravidez: fcil de usar, eficiente e barata. Em 1957, era aprovada a venda do Enovid-10, um contraceptivo oral vendido como um medicamento para complicaes menstruais. S em 1960 seria aprovada a sua venda como mtodo contraceptivo. Com a plula, a mulher podia viver sua sexualidade sem o receio de engravidar. Em 1969, a revoluo sexual, que visava subverter o status quo da poca, e a contestao Guerra do Vietn atingiam o seu auge com trs dias de paz, amor e msica, no Festival de Woodstock.

    Para as mulheres, era o momento de queimar os sutis. Nos Estados Unidos, a Universidade de Berkeley, na Califrnia, foi o palco de manifestaes feministas, refutando o moralismo da classe dominante, impregnado por um iderio machista. Na Itlia, mulheres saram s ruas em manifestaes pelos seus direitos e pela legalizao do aborto, que, mesmo com presses contrrias do Vaticano, foi confirmada em 1972.

    68 na viso de um protagonista

    A imagem que permanece para mim de 68 Ns somos todos judeus alemes, frase gritada por milhares de negros, judeus, rabes, brancos. Para mim, isso simboliza esse esprito de solidariedade multirracial da poca. Em 1965, uma mulher casada tinha que pedir permisso ao marido para abrir uma conta bancria. Hoje, voc tem uma aceitao da autonomia das crianas, da homossexualidade, da diversidade dos indivduos. A sociedade hoje no tem nada a ver com a de 40, 45 anos atrs. Ela muito mais aberta, mas tem outros problemas. Em 68, no se conhecia o desemprego, a Aids, a degradao climtica, ou a perversidade da globalizao. ramos uma gerao que dizia: O mundo nos pertence, somos capazes de governar nossas vidas e o planeta de forma diferente. Daniel Cohn-Bendit

    O Movimento HippieO movimento hippie foi outra forma de contestao e de mudana de estilo de vida. Jovens, das mais diversas classes sociais, vestiam-se ostensivamente de maneira chocante para o padro da poca. Deixavam crescer barbas e cabelos, vestiam brim e trajes de algodo colorido, decoravam-se com colares, pulseiras e profuses de anis. Queriam deter o War Power, Poder da Guerra, contrapondo-o com o Flower Power, Poder da Flor.

    No se guiavam pelas regras esperadas de comportamento, higiene, ou casamento, desenvolveram um universo prprio, a cultura alternativa: Peace and Love, Paz e Amor, era o seu lema.

    #Daniel Cohn-Bendit (1945)Poltico alemo do partido ecologista Die Grnen (os verdes), atualmente, deputado do Parlamento Europeu, um dos protagonistas do Maio de 68 na Frana.

    #Katharine Dexter McCormick >#Margaret SangerKatharine Dexter McCormick (1875-1967), biloga milionria.Margaret Sanger (1879-1966), feminista e ativista social. Na dcada de 50, conceberam e montaram a equipe cientfica que desenvolveu a primeira plula anticoncepcional.

    #Woodstock Music & Art FairFestival de msica realizado entre 15 e 18 de agosto de 1969 em uma fazenda na cidade rural de Bethel, no estado de Nova Iorque, EUA. O festival foi um exemplo do lema paz e amor da era hippie e da contracultura do final dos anos 1960. Os 32 shows ao longo do fim de semana chuvoso para 500 mil pessoas produziram um dos maiores momentos na histria do rock mundial.

    A emancipao da

    mulher

    viva o efemero0405

    Flower Power

  • e proibido proibir!

    0607

    O sonho e realidade

    'Martin Luther King (1929-1968)A ala moderada do movimento negro norte-americano perdeu, em 4 de abril de 1968, o seu maior expoente, o pastor Martin Luther King, assassinado em Memphis, no Tennessee. Criticado por seus mtodos pacifistas pelas lideranas mais jovens e radicais do movimento, os Black Panther Party for Self Defense, Panteras Negras, mobilizava-se cada vez mais contra a Guerra do Vietn no momento em que foi baleado.

    Prmio Nobel da Paz de 1964, King entendeu que a luta dos povos do Terceiro Mundo assemelhava-se dos negros norte-americanos contra a discriminao e o preconceito. Sua morte provocou uma onda de violncia, incentivando o ativismo mais extremista representado pelos Panteras Negras.

    Ano internacional dos Direitos Humanos A Conferncia Internacional de Direitos Humanos, reunida em Teer, em 1968, para examinar os progressos alcanados nos vinte anos transcorridos desde a Declarao Universal de Direitos Humanos, assinada em 1948, e preparar um programa para o futuro, examinou os problemas relacionados com as atividades das Naes Unidas para promover e incentivar o respeito aos direitos humanos e s liberdades fundamentais.

    Entre as resolues aprovadas, estava a concesso da independncia aos pases e povos coloniais e a eliminao de todas as formas de discriminao racial, assim como a condenao como repulsiva da poltica do apartheid, afirmando que todas as ideologias baseadas na superioridade racial e na intolerncia devem ser condenadas e combatidas.

    Por um decreto das Naes Unidas, 1968 foi institudo como o Ano Internacional dos Direitos Humanos, devido s grandes mudanas transcorridas para o futuro da humanidade.

    #apartheid(1948-1994)Regime de separao que negava aos negros da frica do Sul os direitos sociais, econmicos e polticos. O governo era controlado por brancos de origem europeia, que governavam de acordo com os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas vrias leis, regras e sistemas de controles sociais como: proibio de casamentos entre brancos e negros, proibio de negros em determinadas reas das cidades e em instalaes pblicas, dentre outros.

    Dick

    DeM

    arsi

    co

    Proteste tambem!'

  • #Revoluo Cultural (1966-1976)Conjunto de reformas organizado pelo lder comunista chins #Mao Tse-tung (1893-1976). Tentou integrar o trabalho manual ao intelectual, ativou o fervor revolucionrio, a participao popular, a produtividade e atacou a burocratizao partidria e governamental, temendo que o comunismo da China se assemelhasse ao sovitico, que ele considerava um sistema falido. Para perseguir todos os indivduos contrrios aos seus ideais, Mao criou as #Guardas Vermelhas, jovens doutrinados por sua obra Livro Vermelho, que continha as principais regras de ao poltica dos fiis revoluo.

    #filologiaDo grego philos, amigo, e logos, palavra, discurso. A filologia estuda as lnguas e suas famlias por meio de documentos escritos para restaurao dos textos, conhecimento da histria da lngua e compreenso das culturas dos povos.

    #Generacin Ywww.desdecuba.com/generaciony

    A luta pela liberdade

    Yoani Snchez (1975), cubana, usa a internet para relatar, com humor irnico, a vida cotidiana sob o regime comunista de Cuba. Quando decidiu lanar o blog Generacin Y, em abril de 2007, Yoani Snchez era uma desconhecida filloga disposta a tornar pblicos seus desabafos sobre sua vida em Havana, recorrendo ao nico espao ainda no regulamentado pelo governo da ilha: a internet. Batizou a pgina em aluso gerao de cubanos que, como ela, receberam nomes iniciados pela letra Y e cresceram em uma Cuba ps-revoluo.

    Carregados de crticas, seus relatos pessoais se alastraram pela rede. Em maro deste ano, o blog recebeu 4 milhes de visitas, a maioria de cubanos radicados em outros pases, e virou frum de acalorados debates (um post j incitou mais de 6 mil comentrios). Na casa onde mora com o marido e o filho no h internet. No prprio pas, a blogueira permanece como uma ilustre desconhecida, mantendo-se com tradues e visitas guiadas para turistas.

    #Tchecoslovquia > #Alexander DubcekA Repblica Independente da Tchecoslovquia nasceu da unio de duas naes de lngua similar, os checos e os eslovacos, aps a Primeira Guerra Mundial, a partir do colapso do Imprio Austro-Hngaro. Nos anos 60, o comunista moderado #Alexander Dubcek (1921-1992) iniciou uma srie de reformas democrticas no pas, conhecidas como #A Primavera de Praga, que concediam direitos aos cidados para descentralizar a economia e democratizar o pas. As reformas aumentavam a liberdade de imprensa e de expresso popular e ficaram conhecidas como socialismo com face humana.08

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    A Primavera de Praga

    Em 1956, a Tchecoslovquia ainda era governada por antigos dirigentes identificados com a ortodoxia. Dubcek achou que era o momento de dar uma face humana ao socialismo. Alm de prometer uma federalizao efetiva, o lder tcheco assegurava uma reviso constitucional que garantisse os direitos civis e as liberdades do cidado. Entre elas a liberdade de imprensa e a livre organizao partidria, o que implicava o fim do monoplio do partido comunista. Todos os perseguidos pelo regime comunista seriam reabilitados e reintegrados. A Assembleia Nacional multipartidria quem controlaria o governo e no mais o partido comunista, que tambm seria reformado e democratizado. Uma onda de alegria inundou o pas e o movimento intitulado de A Primavera de Praga.

    A Revoluo Cultural Chinesa

    Vinte e trs anos aps a Revoluo Cultural, lanada por Mao Tse-tung, os jovens chineses voltaram cena poltica. O estopim dos protestos foi a morte, em 15 de abril de 1989, de Hu Yaobang (1915-1989), ex-se-cretrio geral do Partido Comunista chins. Considerado um liberal re-formista, ele foi expulso do governo por Deng Xiaoping (1904-1997) em 1987. Estudantes da Universidade de Pequim tomaram as ruas, algumas estimativas indicam que no auge dos protestos a Praa da Paz Celestial chegou a reunir um milho de manifestantes.

    Os protestos se transformaram rapidamente em manifestaes por mais liberdade. Os estudantes iniciaram greve na Universidade de Pe-quim e tambm greve de fome. No dia 5 de junho, o protesto produziu a imagem que se tornou um cone das manifestaes estudantis: uma coluna de tanques segue pela avenida aps o fim da crise; um manifestante so-litrio para diante dos tanques e interrompe o avano do comboio; o homem desafia o Exrcito por alguns minutos, at ser expulso do local; a Praa ocupada e os protestos acabam. Aps esse episdio, o governo chins endurece ainda mais a sua ditadura.

    regimes comunistasDIREITOS HUMANOS e os

  • Por cerca de 4 bilhes de anos o balano

    ecolgico do planeta esteve resguardado.

    Desde o surgimento do homem,

    h mais ou menos 100 mil anos,

    a degradao do meio ambiente tem sido

    proporcional sua evoluo.

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  • A gua a fonte de vida mais importante que possumos. Em mdia, 70% do corpo humano composto de gua. Curiosamente, a mesma proporo presente em nosso planeta. Mas ser que a gua do planeta est acabando? O volume de gua existente no planeta em torno de 1,5 bilho de km3 tem sido constante. Isso acontece em funo do ciclo da gua, iniciado h bilhes de anos e que continua a se repetir dia aps dia. A gua salgada constitui 97% e a gua doce 3% do total dos recursos hdricos. Destes 3%, apenas 0,01% formam os rios, ficando disponvel para uso, o restante est em geleiras, icebergs e em subsolos muito profundos.

    Como disse Jean Michel Cousteau, as guas formam um s sistema, todo conectado. O que se passa nas nascentes do Amazonas tem efeito nos oceanos de todo o planeta.

    Embora a quantidade de gua permanea a mesma, o crescente padro de consumo das sociedades modernas tem levado a um esgotamento dos recursos naturais. Nos ltimos 60 anos, enquanto a populao mundial dobrou, o consumo de gua foi 7 vezes maior. Em 1800, o consumo mdio dirio por pessoa era de 50 litros. Em 2003, esse consumo j era de 130 litros de gua por dia.

    As projees da Organizao das Naes Unidas indicam que, se a tendncia continuar, em 2050, mais de 45% da populao mundial estar vivendo em pases com escassez de gua.

    Tudo iniciou com a Revoluo Industrial, quando o homem comeou a utilizar de forma intensiva o carbono estocado durante milhes de anos em forma de carvo mineral, petrleo e gs natural, para gerar energia. As florestas, grandes depsitos de carbono, tambm passaram a ser destrudas e queimadas cada vez mais.

    Dessa forma, imensas quantidades de dixido de carbono, metano e outros gases foram lanados na atmosfera, tornando a camada que retm o calor mais espessa, intensificando o efeito estufa. O resultado que nos ltimos cem anos houve uma elevao de 0,7C na temperatura mdia da Terra. Parece pouco, mas esse aquecimento j est alterando o clima em todo o planeta, causando o derretimento de geleiras, a elevao do nvel do mar, furaces mais intensos e enchentes e secas cada vez mais arrasadoras. Acima de 2C, efeitos potencialmente catastrficos poderiam acontecer. As mudanas climticas so o desafio do sculo XXI.

    necessrio reduzir a emisso dos gases que intensificam o efeito estufa e ter iniciativas que consigam retirar da atmosfera parte do carbono acumulado. As plantas consomem grande quantidade de carbono da atmosfera. Por isso o reflorestamento fundamental.

    gua

    , bem

    mai

    or d

    a hu

    man

    idad

    e

    Mud

    ana

    s cl

    imt

    icas Na natureza no existe lixo, nada se perde, tudo se transforma, todo o tipo de material orgnico se

    decompe com a ao de milhes de microorganismos como bactrias, fungos, vermes e outros, dando origem aos nutrientes que vo alimentar outras espcies de vida.

    O lixo um produto da humanidade, pois quase todas as nossas atividades dirias geram sobras. Nos tempos primitivos as tribos s produziam o necessrio para sua sobrevivncia. Com a industrializao e a concentrao da populao nas grandes cidades o lixo foi se tornando um imenso problema, ameaando a vida do planeta, pois polui o solo, a gua e o ar.

    O chamado consumo responsvel uma forma de evitar o esgotamento dos recursos naturais que so finitos. a possibilidade de escolher os produtos que consumimos, levando em conta suas consequncias para a nossa sade e para o meio ambiente. Alm disso, devemos colocar em prtica as 3 Rs:

    Reduzir: muito do que consumimos acaba se tornando lixo, preciso diminuir o consumo. o primeiro passo.

    Reutilizar: significa dar vida mais longa aos objetos, aumentando sua durabilidade ou dandolhes novos usos. o passo seguinte.

    Reciclar: diminuir a explorao dos recursos naturais, utilizando como matriaprima o que seria lixo. o ltimo passo.

    A base energtica que suportou nosso crescimento nestas ltimas dcadas apoiouse fortemente no combustvel fssil, altamente poluente desde a sua extrao e com grande impacto ambiental. Anteriormente, era usado o carvo, igualmente nocivo natureza. A vida moderna tem sido movida custa de recursos esgotveis e que levaram milhes de anos para se formar.

    A soluo o desenvolvimento de fontes de energias alternativas limpas e renovveis.

    As energias alternativas podem ser geradas por diferentes fontes:

    Hidrulica energia potencial da gua realizada em centrais hidroeltricas;

    Elica energia cintica ou de movimento, que utiliza o vento captado por aerogeradores ou moinhos de ventos;

    Ocenica energia cintica de movimento ondular que, atravs de uma turbina, transformada por um gerador em energia eltrica;

    Solar energia captada em painis trmicos e armazenada em baterias, prpria para uso domstico;

    Geotrmica energia que provm do calor do interior da Terra e utiliza os giseres que so fontes termais;

    Nuclear consiste no uso controlado das reaes nucleares para a gerao de eletricidade;

    Biomassa atravs da fotossntese, as plantas capturam energia do Sol e a transformam em energia qumica.

    As

    3 Rs

    Ener

    gias

    alte

    rnat

    ivas

    1213

  • Convidamos para

    um passeio por este

    labirinto ambiental.

    Ideias, debates,

    leis, acontecimentos

    que mostram como a

    preocupao ambiental

    tornou-se um tema

    central nas discusses

    nacionais, regionais

    e internacionais.

    GaiaGaia um conceito ainda mais amplo que biosfera, importante para compreender o destino da Terra como planeta vivente, criado pelo ambientalista ingls James Lovelock (1919). A Terra entendida como uma gigantesca mquina termo-qumica. A afirmao central que a prpria vida contribui para conservar as condies para a vida no pla-neta Terra. Ela interage com o meio ambiente f-sico-qumico, formando com ele um ser vivente. Gaia uma entidade complexa, compreendendo a biosfera terrestre, os oceanos e a terra. A teoria de Gaia uma alternativa sabedoria convencio-nal que percebe a Terra como um planeta feito de rochas, oceanos e atmosfera inanimados e mera-mente habitado pela vida.

    BiosferaEduard Suess (1831-1914), gelogo aus-traco, inventou a palavra biosfera no final do sculo XIX, para designar o con-junto de todos os ecossistemas da Ter-ra. Vladimir Vernadsky (1863-1945), mi-neralogista russo, pai da ecologia glo-bal holista, define o conceito em uma perspectiva mais ampla e complexa. Biosfera a concepo da vida terrestre como totalidade. Regio nica da casca terrestre, ocupada pela vida, que no um fenmeno exterior ou acidental. A vida e toda matria vivente podem ser concebidas como um conjunto indivis-vel no mecanismo da biosfera.

    Jacques Cousteau, defensor dos oceanosJacques Cousteau (1910-1997), oceangrafo, defensor da vida nos oceanos e cineas-ta. Durante dcadas, televises de todo o mundo transmitiram dezenas de progra-mas em que Cousteau mostrou ao grande pblico as suas pesquisas sobre o mundo subaqutico. A srie O Mundo Submarino de Jacques Cousteau uma das mais famosas. Estas aventuras a bordo do seu navio Calypso alertaram o pblico para os desastres ecolgicos causados pela negligncia humana. Cousteau foi um dos inventores, juntamente com o engenheiro mile Gagnan (1900-1979), do aqualung, o equipamento de mergulho autnomo que substituiu os pesados escafandros. Tam-bm participou da criao de aparelhos de ultrassom para levantamentos geolgicos do relevo submarino e de equipamentos fotocinematogrficos para trabalhos em grandes profundidades. Jacques Cousteau conquistou o Oscar em 1956 com o docu-mentrio O mundo silencioso, filmado no mar Mediterrneo e no mar Vermelho. Seu filho Jean-Michel Cousteau (1938) d continuidade ao seu legado, atravs da ONG Ocean Futures Society e da produo de diversos documentrios.

    Ecologia profundaNas cincias naturais, o pensamento ecolgico adquiriu uma dimenso importante a partir da dcada de 1970, quando o filsofo noruegus Arne Naess (1912-2009) comeou a falar em ecologia profunda. Naess contestou a viso dominante sobre o uso dos recursos naturais baseado no antropocentrismo, em que o ser humano o elemento central, e todas as outras formas de vida esto a seu servio. A ecologia profunda biocntrica, diferena da ecologia superficial, que antropocntrica. Tanto Naess quanto o brasileiro Jos Lutzenberger ar-gumentam que a natureza possui valor em si mesma, independente da utilidade econmica que tem para o ser humano que vive nela. O fsico austraco Fritjof Capra (1939) explica a ecologia profunda dizendo que ela v o mundo no como uma coleo de objetos isolados, mas como uma rede de fenmenos que esto fundamental-mente interconectados e so interdependentes.

    1415

  • Greenpeace A organizao ambientalista Greenpeace nasceu em 1971, quando doze ativistas a bordo de um velho barco de madeira conseguiram adiar uma prova nuclear dos Estados Unidos, no Alasca. Trinta anos depois, o grupo tem mais de trs milhes de contribuintes, seis barcos e se faz presente em 39 pases. Suas aes, frequentemente, so arriscadas e tm um tom de espetculo, para atrair os meios de comunicao, um dos objetivos centrais do grupo para divulgar a necessidade de preservar a natureza. Praticar a resistncia civil no violenta como ltimo recurso para defender o meio ambiente a estratgia do Greenpeace. Tambm exige de seus ativistas a pesquisa dos temas abordados, o trabalho com comunidades locais e a busca de mudanas em legislaes nacionais. O Greenpeace est presente no Brasil.

    Polticas ambientais no BrasilSomente por volta de 1965 surgiram no Brasil as primeiras polticas pblicas ambientais, com a instituio do atual Cdigo Flo-restal. Em 1967, promulgada a Lei de Fauna. Hoje, o Cdigo Florestal brasileiro est ameaado.

    A preocupao com o climaApesar de a preocupao em relao s mudanas climticas e o aquecimento global serem recentes, a primeira manifestao de que se tem conhecimento aconteceu ainda no sculo XIV, com o Decreto Real de Eduardo I (12391307) proibindo o uso de carvo em fornalhas abertas na regio de Londres, na Inglaterra. Esse ato j caracterizava uma preocupao ecolgica, o cuidado com a poluio do ar.

    Primeira conferncia sobre meio ambienteEm 1972, pela primeira vez, lideranas mundiais se renem para discutir questes ligadas ao meio ambiente. A ONU realiza em Estocolmo, na Sucia, a I Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente. Nesse perodo, as preocupaes com o meio ambiente passaram a ser um hbito para milhares de cidados e autoridades internacionais. Nasce, ento, a UNEP, Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente, responsvel por catalisar a ao internacional e nacional para a proteo do meio ambiente no contexto do desenvolvimento sustentvel.

    Mudanas climticasO Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente UNEP e a Organizao Meteorolgica Mundial OMM uniramse, dando origem ao que se conhece hoje como a maior autoridade internacional sobre o clima o Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas IPCC, contando com mais de 200 pases.

    Agenda 21O desenvolvimento sustentvel busca o equilbrio entre proteo ambiental e desenvolvimento econmico e serviu como base para a formulao da Agenda 21, um abrangente conjunto de metas para a criao de um mundo mais equilibrado, contendo 2.500 recomendaes. Mais de 170 pases se comprometeram a estudar solues para os problemas socioambientais do planeta, por ocasio da II Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, mais conhecida como Eco92.

    #Cdigo FlorestalCriado em 15 de

    setembro de 1965, trata das florestas em territrio brasileiro e

    das demais formas de vegetao. O Cdigo

    define a Amaznia Legal, os direitos de

    propriedade, restries de uso para algumas regies e os critrios

    para explorao da vegetao nativa.

    #Lei de FaunaLei no 5.197/67, elimina

    a caa profissional e o comrcio de

    espcies da fauna silvestre. Ao mesmo

    tempo, estimula a formao de clubes amadores de caa e de tiro ao voo, bem

    como a construo de criadouros destinados criao de animais

    silvestres para fins econmicos e

    industriais.

    Protoco de Kyoto (1997)Acordo internacional, assinado e ratificado por 187 pases, para reduzir a emisso de gases do efeito estufa, estabelecendo metas que variam de acordo com o nvel de desenvolvimento de cada pas.

    1617

  • Atlas ambiental de Porto AlegreO Atlas ambiental de Porto Alegre, editado em 1998, pela Editora da Universidade/UFRGS, uma publicao indita na literatura internacional. Ele aborda a histria natural da cidade de Porto Alegre, com o uso de modernas tecnologias, conceitos e teorias que descrevem e explicam a dinmica de um lugar no mundo. Acompanhado de ilustraes, inclui 98 mapas temticos e imagens de satlite, 611 fotografias e 124 blocosdiagramas feitos em aquarela.

    Energia Nuclear, no, obrigado!Em novembro de 1987, sob impacto da exploso de Cherno-byl, os italianos foram s urnas para um plebiscito. Votaram no energia nuclear. Meses depois, foi fechada uma usina e as obras dos reatores de diversas cidades foram paralisadas. Os italianos no foram os nicos, Alemanha, Sua, Sucia, Finlndia, Blgica, Holanda e Espanha tambm decidiram pelo no aps o incidente. Boa parte da opinio pblica da Europa ocidental no est disposta a correr este risco.

    Lutzenberger, um pioneiroUm dos exemplos do trabalho do ambientalista gacho Jos Lutzenberger (19262002) foi a campanha contra a fabricante norueguesa de celulose Borregaard, que tornava insuportvel o ar na regio da Grande Porto Alegre, na dcada de 70. Aps a venda da planta a uma empresa brasileira, Lutzenberger participou de um projeto para tornla um exemplo de que possvel conciliar desenvolvimento e respeito ao meio ambiente.

    Diversos projetos pioneiros e de grande importncia foram liderados por Lutz no estado do Rio Grande do Sul: o levantamento das reas dos parques da Guarita e Itapeva, no municpio de Torres; a execuo e a manuteno do Parque da Guarita; a implantao do Parque da Doca Turstica, em Porto Alegre; e coordenao dos Estudos Ecolgicos do Plano Diretor do Parque Estadual do Delta do Jacu.

    O trabalho do agrnomo, sempre focado na agricultura e no uso equilibrado dos recursos no renovveis, nunca deixou de alertar sobre os perigos que o atual modelo de globalizao representa para a humanidade. Junto com o ambientalista gacho Augusto Carneiro fundou, em 1971, a AGAPAN Associao Gacha de Proteo ao Ambiente Natural, precursora da luta ambiental no Brasil e tambm no mundo.

    Grandes conferncias da ONU

    As conferncias internacionais realizadas pela Organizao das Naes Unidas para debaterem assuntos relacionados ao meio ambiente so oportunidades para a elaborao de projetos na busca por solues prticas e eficazes visando a proteo ambiental mundial.

    O primeiro grande evento foi realizado em Estocolmo, na Sucia, em 1972. Em 1982, ocorreu o segundo, em Nairbi, no Qunia. O Brasil sediou a terceira conferncia, organizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, conhecida como Eco-92. Em Johanesburgo, na frica do Sul, em 2002, aconteceu a Cpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentvel, tambm conhecida como Rio+10.

    Rio+10As discusses na Rio+10 no se restringiram somente preservao do meio ambiente, englobaram tambm aspectos sociais. Um dos pontos mais importantes da conferncia foi a busca por medidas para reduzir em 50% o nmero de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza com menos de 1 dlar por dia at o ano de 2015.

    Foram debatidas questes sobre fornecimento de gua, saneamento bsico, energia, sade, agricultura e biodiversidade, alm de cobrar atitudes com relao aos compromissos firmados durante a Eco-92, colocando em prtica a Agenda 21.

    No entanto, os resultados da Rio+10 no foram muito significativos. Os pases desenvolvidos no cancelaram as dvidas das naes mais pobres. E os pases integrantes da Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo OPEP, juntamente com os Estados Unidos no assinaram o acordo que previa a utilizao de 10% de fontes energticas renovveis.

    Um dos poucos resultados positivos foi referente ao abastecimento de gua. Os pases concordaram com a meta de reduzir pela metade o nmero de pessoas que no tm acesso a gua potvel nem a saneamento bsico at 2015.

    #ChernobylPrimeiro vazamento nuclear em grande

    escala na histria, em 26 de abril de 1986, um

    dos reatores da usina na cidade de Chernobyl,

    ao norte da Ucrnia, explodiu e liberou uma cortina de fumaa com elementos radioativos.

    Quatrocentas vezes maior do que o material

    radioativo utilizado no bombardeio s cidades

    de Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda

    Guerra Mundial, o vazamento em

    Chernobyl se espalhou pela Europa e a Unio

    Sovitica, contaminando pessoas, animais e o

    meio ambiente.

    #BorregaardEm 1972, foi instalada a Borregaard em Guaba. Naquele ano, o municpio contava com cerca de dez mil habitantes e a nova empresa empregava aproximadamente 4,5 mil trabalhadores. Contudo, a produo gerava um odor insuportvel dos gases exalados pela chamin da Borregaard, que era acusada de maior poluidora do estado. A poluio comeou a piorar com o tempo, causando tonturas, irritao das mucosas, nuseas e vmitos na populao de Guaba e Porto Alegre.

    1819

  • [email protected] perfil recados comunidades temas

    Internet, celular, computador, iPod, videogames, telas

    de altssima definio. Grficos, imagens, velocidade,

    informao agora. Ser possvel elaborar um juzo

    crtico a respeito da informao infinita e que apa-

    rece o tempo todo? Seremos capazes de refletir mais

    profundamente, ultrapasando as manchetes e os 140

    caracteres?

    Imaginamos aqui um perfil de orkut para alguns pen-

    sadores das questes do meio ambiente, da susten-

    tabilidade e do futuro dos seres humanos no planeta.

    Conhea as suas ideias e entre no debate!

    Eu fao a diferena

    no mundo!

    2021

    Quem sou euAos 21 anos, entrei na Universidade de Nanterre, no subrbio de Paris, pra estudar Cincias Sociais. L, no deixavam a gente dividir quartos com as meninas, o autoritarismo dos professores era insuportvel, a polcia era violenta e o ritmo de vida era trabalho, casa e estudo sem tempo e liberdade para mais nada.

    Ns estudantes exigimos mais direitos, mas colocaram a polcia em cima. Os sindicatos dos trabalhadores aproveitaram e entraram em greve nas fbricas, cobrando melhores salrios e condies de trabalho. Todos se uniram e chegamos a dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Paris em maio de 1968.

    Depois disso tudo, fui expulso da Frana, por causa da minha nacionalidade alem. Na Alemanha, participei de um movimento alternativo, que se transformou no movimento ecologista, e assim segui at chegar ao Partido Verde Alemo.

    Hoje em dia, somos mais livres, mas temos outros problemas. O mundo assustador. Em 1968 queramos liberdade e autonomia. Agora, precisamos conquistar segurana.

    Comunidades (43)Partido Verde PV (14.823)Desenvolvimento Sustentvel (125.148)Meio Ambiente (231.700)Eu Fao a Diferena no Mundo (4.332)

    Daniel Cohn-Bendit Se tu pudesses mudar alguma coisa na so-ciedade atual, o que seria? J sabe o que fazer pra comear a transformar essa ideia em realidade?

    Amigos (998) | Recados (4169) | Fotos (135) | Vdeos (39)

    Mudar a poltica para mudar de poltica!

    Daniel Cohn-Bendit(Lotado!)

    Eu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    Quem sou euFundao Gaia (em homenagem ao grande Jos Lutzenberger)

    Jos Lutzenberger (Porto Alegre, 1926-2002) era engenheiro agrnomo de for-mao e um dos maiores ambientalistas do pas e do mundo. Fundador da Associao Gacha de Proteo Ambiental, criou a Fundao GAIA em 1987, promovendo o desenvolvimento sustentvel e a educao ambiental para crianas e para a comunidade em geral. Em uma de suas ltimas palestras, Lutzenberger mostra como nosso modo de vida incompatvel com a socie-dade sustentvel com uma bela lio dos prprios animais:

    Todo sistema pra se tornar sustentvel tem que ter freio. Alis, por que ns humanos precisamos de tica? Quando, na primavera, os lobos jovens entram em briga para estabelecer a supremacia, mas, quando um dos dois nota que vai perder, ele se deita de costas e oferece a principal veia do pescoo, a jugular, pro outro lobo. Mas o outro no pode morder, porque ele tem um instinto para no morder neste momento. Ns, humanos, morde-mos. Ns continuamos mordendo. O nosso crebro nos d uma liberdade de ao to grande, que no temos esses freios. Ento, j que no temos freios, precisamos de freios aprendidos, culturais. Esta a tica.

    Comunidades (39)Jos Lutzenberger (474)Agroecologia Agroecology (5.547)Permacultura (11.161) Agricultura Natural (4.401)

    Jos Lutzemberger Tu sabes de onde vm os alimentos que consomes? Qual o caminho que as frutas percorrem do momento em que so colhidas at teu prato? E o macarro, apenas ovo, farinha e sal? Pesquise os alimentos antes de consumi-los e opte por aqueles com menos conservantes e sem agrotxicos.

    Amigos (938) | Recados (3557) | Fotos (257) | Vdeos (12)

    Jos Lutzenberger

    Temos que mudar o pensamento de que ns somos a nica espcie que tem direitos e que todo o resto esta a para ns.

    Eu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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    Quem sou euEu estava trabalhando para a Nasa e percebi que a Terra pode alterar a com-posio da atmosfera para compensar os danos prejudiciais sua existncia. Vi que a Terra se comporta como um ser vivo (como qualquer um de ns) e chamei essa teoria de Hiptese Gaia.

    A Terra pode sim recuperar todo o mal que estamos causando a ela, o pla-neta pode reorganizar a matria orgnica e inorgnica para que a vida possa continuar. Mas, se continuarmos poluindo e desmatando, o risco de que a espcie humana possa desaparecer nesse processo.

    Admito que posso estar errado a respeito de tudo isso, mas os cientistas bem intencionados que dizem que no corremos perigos se baseiam em modelos de computador. Eu me baseio no que realmente est acontecendo.

    Comunidades (43)James Lovelock (288)Hiptese Gaia (62)JAMES LOVELOCK Est Certo! (338)At Qdo a Natureza Suportar? (205.345)

    James Lovelock Tu j notaste modificaes no meio ambiente do teu bairro ou cidade? Quais seriam as principais?

    Amigos (758) | Recados (2182) | Fotos (235) | Vdeos (19)

    James Lovelock (Perfil II)

    Gostaria de ser mais esperanoso...

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  • [email protected] perfil recados comunidades temas

    Amigos (999) | Recados (2352) | Fotos (114) | Vdeos (04)

    Quem sou euMuitos da minha gerao seguiram o caminho de educadores ambientais e de militantes da mudana social. Hoje em dia, comum mudar o foco com tantas opes. Mesmo que eu seja formado em Fsica, preferi direcionar meu conhecimento filosofia e ecologia. Escolhi este caminho principalmente por minha experincia de vida.

    Passei meus primeiros anos numa fazenda, na ustria, em um ambiente bem rural, tinha de caminhar 4km pra tomar um trem e chegar escola. Apesar de isso ter sido h 40 anos, lembro da posio de cada rvore, de cada plantao. Meu amor pela ecologia comeou bem cedo, na infncia.

    Quando tu te dedicas fsica quntica, tu te confrontas com questes fun-damentais e acaba desenvolvendo a habilidade de observao do mundo. Temos de tentar entender o universo. De onde viemos e de onde veio o universo? O tempo e o espao sempre estiveram ali ou chegaram em um determinado momento? Essas so questes muito profundas. Quando tu chegas a essa profundidade, tenta ir to fundo tambm em outras reas do conhecimento.

    Comunidades (15)Ambientalistas (16.763)Reciclagem (44.081)Fritjof Capra (6.020)Ecologia e Espiritualidade (1.301)

    Fritjof Capra Na escola, quais as matrias que tu mais gos-tas? E na vida? J percebeu como alguns assuntos so mais frequentes no nosso pensamento?

    Fritjof Capra (Lotado!)A revoluo tecnolgica produziu entusiasmo e f no capitalismo global, que extremamente destrutivo. Ao mesmo tempo, esquecemos valores fundamentais para ns.

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    Quem sou euSou o filho mais velho de Jacques Cousteau, explorador francs pioneiro na descoberta dos recursos do fundo do mar. Comecei meus estudos marinhos j aos 7 anos de idade. Por mais de 30 anos, vivi, com minha famlia, em um navio-laboratrio, fazendo exploraes e filmando tudo que vamos. Quando meu pai faleceu, em 1997, fundei uma ONG para organizar excurses de mer-gulho, debates, palestras e produzir filmes para televiso sobre os oceanos. J fiz mais de 80 filmes.

    Quero mostrar para o mundo como necessrio entender a natureza. No apenas questo de salvar rvores, mas de preservar a Humanidade. Graas revoluo das comunicaes, podemos descobrir a realidade. Todas as in-dstrias, os indivduos e rgos que abusam do sistema, esto sendo iden-tificados. um momento muito empolgante. Se pudermos passar isso aos jovens, que so futuros tomadores de deciso, teremos dirigentes capazes de tomar decises bem melhores.

    Comunidades (81)Jacques-Yves Cousteau (2.004) Jean-Michel Cousteau (1.064) Oceanografia (6.044)Oceanologia (2.264)

    Jean-Michel Cousteau Quais hbitos cotidianos tua famlia tem para ajudar a natureza do planeta e a nossa sobrevivncia?

    Amigos (957) | Recados (2589) | Fotos (635) | Vdeos (97)

    Jean-Michel Cousteau

    As pessoas protegem aquilo que amam.

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    Quem sou euExistem incontveis teorias sobre como a tecnologia tem revolucionado nos-sa vida. Minha proposta o oposto: a vida revoluciona a tecnologia. No incio da revoluo industrial, tnhamos muitos recursos naturais e pouco maquinrio para produzir o que queramos. Hoje, a lgica se inverteu, mas o modo de produo no:

    nos ltimos 50 anos, o mundo perdeu um quarto da camada superior do solo e um tero da cobertura florestal.

    no espao de uma gerao, o planeta perder 70% dos recifes de co-ral, sendo eles hospedeiros de 25% da vida marinha.

    nos ltimos 30 anos, consumimos um tero dos recursos naturais da Terra.

    os seres humanos j usaram mais da metade da gua potvel dispo-nvel no planeta.

    A minha ideia, o Capitalismo Natural, diz que investir no capital natural e na proteo climtica no caro, mas sim lucrativo. Os recursos naturais comeam a ganhar valor medida que os empresrios percebem que estes no podem ser fabricados e nem substitudos.

    Comunidades (46)Consumo Seletivo Consciente (3.502) Consumo Consciente (8.592)Capitalismo Natural (25)Recursos Naturais (183)

    Amory Lovins Preferir cadernos de papel reciclado, usar baldes em vez de mangueira para lavar a casa e tirar os eletrodomsticos da tomada aps usar. Estas so pequenas medidas que valorizam a matria-prima e ajudam o consumo e a produo consciente. Tu sabes citar mais algumas?

    Amory LovinsAt agora, o que era bom para ns tambm deveria ser bom para o mundo. Precisamos alterar para o que bom para o mundo h de ser bom para ns.

    Amigos (623) | Recados (1089) | Fotos (19) | Vdeos (07)

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    Quem sou euNs, amantes do meio ambiente e estudantes de ecologia, criamos este perfil em homenagem ao filsofo noruegus Arne Nss (1912-2009), criador da Ecologia Profunda.

    A ecologia profunda (ou ecosofia) props uma sabedoria ligada ao meio ambiente. Nss ensina que a natureza no existe a servio do homem, mas sim que somos coadjuvantes no palco da natureza. Devemos respeit-la como todos os outros seres vivos fazem. Veja alguns fundamentos da Plataforma do Movimento da Ecologia Profunda, compreendendo a igualdade entre todos os seres vivos:

    a vida sobre a Terra tem valor em si prpria ou seja, o valor existe independentemente da natureza ser til ou no para os seres humanos.

    a riqueza e a diversidade da vida contribuem para a realizao desses valores e tambm so valores em si mesmas.

    ns no temos direito de reduzir essa riqueza e diversidade exceto para satisfazer necessidades humanas vitais.

    a interferncia humana atual no mundo no humano excessiva, e a situao est piorando rapidamente.

    Comunidades (78)Ecologia Profunda Deep Ecology (535)Ecovilas (5.865)Eco-Amigos (1.467)Eu Respeito os Animais...e Vc? (12.829)

    Arne Nss Pare pra pensar na hiptese do fim de qualquer ser ou elemento vivo. Como ficaria o mundo sem formigas? Como seria a natureza se o homem no existisse mais? Que impactos causaria no mundo?

    Amigos (893) | Recados (3201) | Fotos (22) | Vdeos (07)

    No se deve fazer o bem natureza pelo interesse do ser humano, e sim pelo planeta em si.

    Arne Nss

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  • Quando pensamos em desenvolvimento, devemos levar em conta

    um complexo conjunto de elementos. Melhorar a qualidade

    de vida das pessoas (desenvolvimento humano), de todas as

    pessoas (desenvolvimento social), das pessoas que esto vivas

    hoje e das que vivero no futuro (desenvolvimento sustentvel).

    O crescimento da populao, associado ao consumo massivo dos

    recursos do planeta e o modo como se ocupam os espaos nas

    cidades tm sido as principais causas da degradao ambiental e

    da perda da biodiversidade. O desenvolvimento sustentvel satisfaz

    as necessidades do presente sem comprometer as geraes

    futuras. Procura conciliar o desenvolvimento econmico

    com o ambiental e a erradicao da pobreza no mundo.

    Sustentabilidade: um novo olhar sobre o desenvolvimento

    Meta 1: erradicar a pobreza extrema e a fome.Meta 2: atingir o ensino primrio universal.

    Meta 3: promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres.Meta 4: reduzir a mortalidade infantil.

    Meta 5: melhorar a sade materna.Meta 6: combater o HIV/Aids, malria e outras doenas.

    Meta 7: garantir a sustentabilidade ambiental.Meta 8: estabelecer uma Parceria Global para o Desenvolvimento.

    As metas de desenvolvimento do milnioSo oito as metas que surgiram da Declarao do Milnio

    das Naes Unidas, adotada pelos 191 Estados-membros

    no dia 8 de setembro de 2000:

    Nosso futuro Em 1987, o documento Our Common Future, Nosso Futuro Comum, ou como bastante conhecido, Relatrio Brundtland, apresentou um novo olhar sobre o desenvolvimento, definindo-o como o processo que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de suprir suas prprias necessidades. a partir da que o conceito de desenvolvimento sustentvel passa a ficar conhecido.

    Elaborado pela Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, o relatrio aponta para a incom-patibilidade entre desenvolvimento sustentvel e os padres de produo e consumo, afirmando, mais uma vez, a necessidade de uma nova relao ser humano-meio ambiente. Ao mesmo tempo, esse modelo no sugere a estagnao do crescimento econmico, mas sim essa conciliao com as questes ambientais e sociais.

    O documento enfatizou problemas ambientais, como o aquecimento global e a destruio da camada de oznio (conceitos novos na poca), e expressou preocupao em relao velocidade das mudanas frente a incapacidade da cincia em propor solues.

    Entre as medidas apontadas, constam solues como a diminuio do consumo de energia, o desenvolvimento de tecnologias para uso de fontes energticas renovveis e o aumento da produo industrial nos pases no industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas.

    #biodiversidadeA reunio de toda a variedade dos seres vivos, incluindo micro-organismos, animais e plantas. Caso alguma espcie deixe de existir, diversas outras so afetadas (correndo at risco de extino), j que a cadeia alimentar compreende todas as vidas em um ciclo infinito de inter-relaes.

    2425

  • Onde esto as pessoas?Nos ltimos dez anos, os estudos que associam demografia e desenvolvimento sustentvel

    sofreram uma mudana importante. Acreditava-se que o tamanho da populao era o fator

    determinante na relao homem/natureza. Atualmente, a distribuio dessa populao

    nos espaos e o modo como ela faz uso dos recursos naturais que formam o eixo das

    discusses. O momento atual da histria humana registra uma grande diversidade de

    padres demogrficos. Os pases desenvolvidos tm baixa taxa de natalidade, enquanto

    os subdesenvolvidos apresentam elevado crescimento demogrfico.

    A Lei de Malthus No final do sculo XVIII, o pastor anglicano Thomas Robert Malthus (1766-1834), lanou a sua teoria de que a existncia da misria e das enfermidades sociais devem-se a um descompasso. A capacidade de produo de alimentos se daria em uma progresso aritmtica (1, 2, 3, 4, 5), enquanto o crescimento populacional se daria em uma progresso geomtrica (1, 2, 4, 8, 16).

    Malthus acreditava que o crescimento demogrfico iria ultrapassar a capacidade produtiva da Terra, gerando fome e misria. A nica forma de evitar que isso acontecesse seria reduzindo a taxa de natalidade, o que seria praticamente impossvel e fora do alcance da interveno humana. Motivo pelo qual ele acreditava que desastres como a fome, a epidemia e a guerra eram benficos no sentido de agirem como um controle para o crescimento populacional.

    Dentre os que se opunham a esta teoria estava Jean-Antonio Nicholas Caritat (1743-1794). Ele acreditava que as altas taxas de mortalidade e fecundidade registradas na poca eram devidas ignorncia, s supersties e ao preconceito e que apenas as luzes da razo seriam capazes de reverter essa situao.

    LimitesDonella Meadows (1941-2001), cientista ambiental pioneira, professora e escritora. Dirigiu a obra Limites ao crescimento, um informe encomendado ao MIT (Instituto Tecnolgico de Massachusetts), publicada em 1972, pouco antes da primeira crise do petrleo. O informe se baseava na simulao feita com um programa de computador chamado de World3, criado pelos autores para realizar projees sobre o futuro desenvolvimento do planeta, utilizando uma grande base de dados.

    Estas projees recriaram o crescimento da populao, o crescimento econmico e o incremento da pegada ecolgica sobre a Terra nos prximos cem anos. A tese principal do livro que, em um planeta limitado, as dinmicas de crescimento exponencial no so sustentveis. Assim, o planeta pe limites ao crescimento, como os recursos naturais no renovveis, a terra cultivvel finita, e a capacidade do ecossistema para absorver a poluio, um produto do fazer humano.

    As cidadesO espetacular crescimento das cidades, especialmente nos pases subdesenvolvidos, costuma ser catico, complicando ainda mais a organizao do espao urbano. Entre os problemas mais graves destacam-se o transporte, os servios sociais, moradia e violncia urbana. Se os processos naturais fossem reconhecidos e aproveitados, representariam um poderoso recurso para a construo de um habitat urbano benfico, mas quando ignorados, ampliam os problemas que castigam as cidades, como deslizamentos, enchentes, a poluio do ar e da gua, dentre outros.

    As cidades podem ser espontneas ou planejadas. Com a expanso, o crescimento das cidades trouxe como consequncia novas formas de aglomeraes urbanas:

    Aldeia uma povoao, normalmente rural, com poucos habitantes que dispe de autonomia administrativa;

    Cidade e municpio cidade o complexo demogrfico formado social e economicamente e municpio uma circunscrio administrativa, autnoma do estado e administrada por um prefeito. A cidade pode englobar vrios municpios, desde que estejam prximos;

    Conurbao a fuso espontnea de duas ou mais cidades prximas por meio da expanso de seus stios urbanos;

    Metrpole so grandes cidades que oferecem uma enorme quantidade de servios ou funes. E regio metropolitana a regio influenciada por uma metrpole integrada a uma srie de muni-cpios vizinhos;

    Megalpole pode ser definida como uma conurbao de metrpoles, uma das maiores aglomeraes urbanas da atualidade;

    Ecumenpole ideia de que, no futuro, as reas urbanas e megalpoles se fusionaro em uma nica cidade mundial, dada a crescente urbanizao da populao.

    #pegada ecolgicaA forma como vivemos cria marcas no meio ambiente. Nossa passagem pelo planeta deixa rastros, pegadas, que dependem de nossa conscincia ecolgica. A pegada ecolgica de um pas, cidade, ou at de uma pessoa, corresponde ao tamanho das reas produtivas necessrias para gerar produtos, bens e servios que sustentam os diferentes estilos de vida destes locais. O site www.pegadaecologica.org.br criou um quiz com 15 perguntas para calcular nossa prpria pegada no planeta.

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