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DESENVOLVIMENTO
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1.0 SÍNDROME DE ZELIG
1.1 Surgimento
Em 1986 o neurologista Francês François Lhermitte, fez pela primeira vez a definição
do comportamento de identificação imposta pelo ambiente. Essa síndrome recebeu essa
denominação devido a um homem chamado Leonard Zelig, o mesmo foi considerado sem
personalidade ou homem-camaleão, este era capaz de assumir hábitos e características
diversificadas, em um mesmo ambiente. De acordo com Ovadia “a dependência dos outros o
induz não somente a identificação psicológica, mas também física” (p.33).
Ovadia também cita o caso de um professor de literatura de 65 anos, João D. que após
sofrer uma lesão cerebral causada pela falta de oxigênio no cérebro, durante um infarto. Este
passou apresentar um comportamento irritadiço e competitivo, parecendo ser outra pessoa.
1.2 Conceito
É uma patologia onde o individuo afetado adapta sua personalidade ao espaço onde se
encontra e assume características da pessoa com quem conversa, o estímulo pode ser concreto
ou partir de sinais apresentados pelo interlocutor; na base desse distúrbio encontra-se uma
lesão muito grave nos lóbulos frontais, em particular a área que governo comportamento
social, e relação entre personalidade e ambiente, na prática, trata-se de um sistema que, dentro
do cérebro, cria a identificação individual.
Comprovado cientificamente, que esse comportamento pode ser atribuído a distúrbios
em circuitos que governam a capacidade de empatia e a possibilidade de “sintonizar-se” com
emoções dos outros. Contudo encontramos os neurônios espelhos: na falta de freios inibidores
provenientes dos lóbulos frontais, o mecanismo especular tem a vantagem de provocar a
perda da identidade pessoal devido a uma continua adequação a personalidade alheia.
1.3 Sintomas
Os sintomas encontrados em um determinado paciente foram: graves distúrbios de
memórias autobiográficas (que compreende episódios importantes da própria história de
vida), ocorrências de confabulações (discursos fantasiosos e incoerentes), e desconhecimento
da própria doença. Já amnésia anterógrada segundo Ovadia:
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É uma forma singular de perda de memória: não danifica recordações precedentes ao aparecimento da doença, mas impede a fixação mnemônica de qualquer evento posterior. Os pacientes vivem um eterno presente e ignoram inclusive o fato de estarem doentes (p.30).
A autora esclarece que casos de amnésia anterógrada são casos muitos raros, e
normalmente sua ocorrência está frequentemente associada à amnésia retrógrada. Para
Stratton e Hayes (2009) amnésia retrógrada é:
Distúrbio da memória, em que uma pessoa é incapaz de lembrar coisas que aconteceram antes do evento que a levou à amnésia. Em geral, a amnésia retrógrada ocorre após algum tipo de dano no cérebro, mas pode acontecer em menor grau após concessão. Não é incomum para pessoas que sofreram um acidente com choque severo a perda da lembrança dos poucos minutos em que ocorreu o acidente (p.08).
A decorrência das amnésias retrógradas e anterógradas são manifestações de lesões em
áreas fundamentais da memória: hipocampo e corpos mamilares, que são duas pequenas
protuberâncias na base do cérebro, responsável pelas recordações e armazenamento das
informações.
Estes distúrbios não interferem na memória semântica nem na memória episódica. A
memória semântica refere-se a situações gerais como andar, dormir ou escrever. As pessoas
podem esquecer o conhecimento de dada informação, mas não o ato, já a memória episódica
reúne as lembranças não ligadas a vida pessoal.
1.4 Público atingido
Pessoas que sofreram lesões nos lóbulos frontais causadas pela ausência de oxigênio,
como por exemplo, após sofrer um infarto, podem adquirir a síndrome de zelig.
Aqueles que fazem uso de drogas, como por exemplo, ansiolíticos benzodiazepínicos
ou drogas usadas como pré-anestésicos podem desenvolver a amnésia anterógrada que é um
distúrbio que não danifica as recordações antes do aparecimento da doença, mas impede a
fixação mnemônica de qualquer evento posterior à doença, ou seja, essas pessoas vivem
sempre o presente e ignoram o fato de estarem com alguma doença.
1.5 Tratamento
Por se tratar de uma lesão irreversível no lobúlo frontal e ainda ser agravada por
amnésia anterógrada, que impede o paciente a recordar as inúmeras personalidades que vive a
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cada momento, ajudar um paciente a curar-se da síndrome de zelig infelizmente, é impossível.
Os neurologistas reconhecem, porém, que não importa qual o comportamento assumido,
algumas de suas características de personalidades permanecem preservadas. Como médico,
barman, ou chefe ele mantém o entusiasmo, o desejo de ensinar e liderar, está sempre pronto a
novos projetos.