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VIANA, Leonardo Gomes & STOLF, Rubismar. Desenvolvimento da agricultura orgânica no município de mata de São João-Bhaia e o Núcleo JK. SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO RURAL on line – v.4, n. 2 – Set – 2010. ISSN 1981-1551 www. inagrodf.com.br/revista 103 DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA ORGÂNICA NO MUNICÍPIO DE MATA DE SÃO JOÃO-BAHIA E O NÚCLEO JK 1 Leonardo Gomes Viana 2 Rubismar Stolf 3 RESUMO O Surgimento do mercado de produtos orgânicos na Bahia é relativamente recente e ainda está em fase de consolidação. A preocupação com a saúde e com a sustentabilidade dos modelos de produção agropecuária são os principais motivos de compra de alimentos orgânicos. O pequeno município de Mata de São João, próximo a Salvador, considerando sua população de apenas 37.000 habitantes, é um forte fornecedor de produtos orgânicos para capital do Estado, por si só determinando o interesse quanto ao estudo do seu desenvolvimento. Contudo, dois aspectos extras despertam questões de interesse. Primeiramente, o núcleo rural onde se concentra a produção de orgânicos, distante 12 km da sede, denomina-se JK, homenageando um presidente da república do passado, Juscelino Kubitschek de Oliveira. O nome seria uma simples homenagem ou um marco da história, denotando uma iniciativa da União em conjunto com o Estado e o Município? A proposta inicial já contemplava a produção de orgânicos? Ao visitar o núcleo há outra surpresa. Entre agricultores brasileiros há uma forte presença de japoneses, seus descendentes e uma miscigenação. Como ocorreu o desenvolvimento rural do núcleo JK? O objetivo do presente trabalho é estudar o desenvolvimento da agricultura orgânica no município de Mata de São João, contextualizando-o no âmbito do estado da Bahia e do Brasil. Palavras - chave: Agricultura Orgânica, Colonização Japonesa, mercado, sustentabilidade. ABSTRACT The market for organic products in Bahia is relatively recent and is still in consolidation phase. Human health and sustainability of agricultural production is the main attractive for buying organic foods. The small municipality of Mata de Sao Joao, considering its population of just 37,000 inhabitants, is one of the most important suppliers of organic products for the near city, Salvador, capital of Bahia. Even being the determining factor of this study, there are two additional reasons. First, the rural center which concentrates the production of organic, 12 km away from the small city is known as "Núcleo JK", honoring a past president of the republic, of half century ago, Juscelino Kubitschek de Oliveira. - The name would be a simple tribute or a landmark of history, showing a Brazilian government initiative in conjunction with the State and the City? Would the original proposal have already included the production of organics? When visiting the nucleus there is another surprise. Among Brazilian small farmers family there is a strong presence of Japanese descendants and miscegenation. - How did this happen? The aim of this work is to study the development of organic agriculture in the municipality of Mata de Sao Joao, discussing the development of organics in Brazil and Bahia state, as well. Key Words: Organic Agriculture, Japanese colonization, organic market, sustainability J43 Agricultural Labor Markets F22 International Migration Q13 Agricultural Markets and Marketing; Cooperatives; Agribusiness 1 Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor, apresentada ao programa de pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural, da Universidade Federal de São Carlos. 2 Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal de São Carlos. E-mail: [email protected] 3 Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental. E-mail: [email protected] . Home page: http://www.cca.ufscar.br/~rubismar/

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DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA ORGÂNICA NO MUNICÍPIO DE MATA DE SÃO JOÃO-BAHIA E O NÚCLEO JK1

Leonardo Gomes Viana2 Rubismar Stolf3

RESUMO O Surgimento do mercado de produtos orgânicos na Bahia é relativamente recente e ainda está em fase de consolidação. A preocupação com a saúde e com a sustentabilidade dos modelos de produção agropecuária são os principais motivos de compra de alimentos orgânicos. O pequeno município de Mata de São João, próximo a Salvador, considerando sua população de apenas 37.000 habitantes, é um forte fornecedor de produtos orgânicos para capital do Estado, por si só determinando o interesse quanto ao estudo do seu desenvolvimento. Contudo, dois aspectos extras despertam questões de interesse. Primeiramente, o núcleo rural onde se concentra a produção de orgânicos, distante 12 km da sede, denomina-se JK, homenageando um presidente da república do passado, Juscelino Kubitschek de Oliveira. O nome seria uma simples homenagem ou um marco da história, denotando uma iniciativa da União em conjunto com o Estado e o Município? A proposta inicial já contemplava a produção de orgânicos? Ao visitar o núcleo há outra surpresa. Entre agricultores brasileiros há uma forte presença de japoneses, seus descendentes e uma miscigenação. Como ocorreu o desenvolvimento rural do núcleo JK? O objetivo do presente trabalho é estudar o desenvolvimento da agricultura orgânica no município de Mata de São João, contextualizando-o no âmbito do estado da Bahia e do Brasil. Palavras - chave: Agricultura Orgânica, Colonização Japonesa, mercado, sustentabilidade. ABSTRACT The market for organic products in Bahia is relatively recent and is still in consolidation phase. Human health and sustainability of agricultural production is the main attractive for buying organic foods. The small municipality of Mata de Sao Joao, considering its population of just 37,000 inhabitants, is one of the most important suppliers of organic products for the near city, Salvador, capital of Bahia. Even being the determining factor of this study, there are two additional reasons. First, the rural center which concentrates the production of organic, 12 km away from the small city is known as "Núcleo JK", honoring a past president of the republic, of half century ago, Juscelino Kubitschek de Oliveira. - The name would be a simple tribute or a landmark of history, showing a Brazilian government initiative in conjunction with the State and the City? Would the original proposal have already included the production of organics? When visiting the nucleus there is another surprise. Among Brazilian small farmers family there is a strong presence of Japanese descendants and miscegenation. -How did this happen? The aim of this work is to study the development of organic agriculture in the municipality of Mata de Sao Joao, discussing the development of organics in Brazil and Bahia state, as well. Key Words: Organic Agriculture, Japanese colonization, organic market, sustainability J43 Agricultural Labor Markets F22 International Migration Q13 Agricultural Markets and Marketing; Cooperatives; Agribusiness

1 Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro autor, apresentada ao programa de pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural, da Universidade Federal de São Carlos. 2 Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal de São Carlos. E-mail: [email protected] 3 Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental. E-mail: [email protected]. Home page: http://www.cca.ufscar.br/~rubismar/

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INTRODUÇÃO

A sociedade moderna já há muito tempo vem contribuindo para a degradação do meio ambiente. O modelo econômico vigente tem contribuído para esse processo, pois o que importa para o mercado é o lucro. Nesse sentido, durante muito tempo a produção agrícola convencional buscou atender às demandas do mercado utilizando agroquímicos para garantir uma produção em larga escala e conseqüentemente maior produtividade. Muitos foram os impactos ambientais causados por esse modo de produção agrícola, além dos danos à saúde dos trabalhadores que lidavam com os agrotóxicos e adubos químicos.

Contudo, as discussões se processaram em todo mundo com relação a um desenvolvimento sustentável que propõe que as necessidades da presente geração sejam atendidas sem sacrificar a possibilidade das gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades, considerando para isso os aspectos econômicos, sociais e ambientais e o respeito às diferenças culturais. Criou-se uma incompatibilidade da proposta da sustentabilidade com os desgastes naturais causados pela agricultura química (MAZZOLENI e NOGUEIRA, 2006).

Fruto dessas discussões surgiu a agricultura orgânica como alternativa ao modelo convencional. Diferentemente deste, o sistema de produção orgânico visa à produção de alimentos ecologicamente sustentável, economicamente viável e socialmente justa, capaz de integrar o homem ao meio ambiente (SANTOS e MONTEIRO, 2004).

A agricultura orgânica vem ganhando espaço no mercado e esse crescimento se deve ao fato de “a agricultura convencional basear-se na utilização intensiva de produtos químicos, fazendo com que os consumidores vejam neste sistema de produção uma possibilidade de risco à saúde e ao meio ambiente, buscando produtos isentos de contaminação” (SANTOS e MONTEIRO, 2004, p. 81).

Observando-se a importância de se produzir de maneira sustentável e vendo na agricultura orgânica uma alternativa para tal é que se decidiu investigar como tem se desenvolvido a agricultura orgânica no município de Mata de São João - Bahia. Para responder a essa questão objetivamos descrever o desenvolvimento da agricultura orgânica no referido município.

Este estudo trata-se de uma pesquisa documental de caráter exploratório, descritivo que, por não existirem dados oficiais emitidos pelo ministério de agricultura nem pela secretaria de agricultura do estado da Bahia sobre a produção orgânica no estado, utilizou como fonte de dados trabalhos científicos sobre a temática em geral, complementados por conteúdos de revistas locais e documentos da secretaria municipal de Mata de São João com dados sobre a estimativa da produção orgânica no município e com relato da história da agricultura orgânica disponibilizados pelo coordenador de desenvolvimento agropecuário e pesqueiro do município.

A análise dos dados foi realizada de maneira sistemática através de sucessivas leituras que permitiram a elaboração da trajetória da agricultura orgânica no município em estudo.

Este artigo foi elaborado partindo do histórico da agricultura orgânica no Brasil passando por uma abordagem sobre a agricultura orgânica na Bahia para então contemplar o desenvolvimento da mesma no município de Mata de São João-Ba. 1. AGRICULTURA ORGÂNICA NO BRASIL.

A agricultura orgânica no Brasil teve inicio na década de 1970, quando em todo o mundo já se percebia sinais claros de reformulação das bases da produção agropecuária. De

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1973 a 1995, o desenvolvimento da agricultura orgânica ocorreu de forma muito lenta em todo país, passando por diferentes etapas ligadas a contextos socioeconômicos e movimentos filosóficos de idéias contrárias à agricultura convencional (DAROLT, 2000).

A recusa ao uso do pacote tecnológico da chamada agricultura moderna conhecida pelo uso intensivo de insumos sintéticos, agroquímicos e pela vigorosa movimentação de solo, era premissa básica destes movimentos filosóficos que foram, em parte, responsáveis pelo desenvolvimento da produção orgânica no Brasil. Eles buscavam o retorno do contato com a terra como forma alternativa de vida em contraposição aos preceitos consumistas da sociedade moderna, caracterizando assim a versão ecológica do movimento (ORMOND et al, 2002).

Outro fator impulsionador da ampliação da clientela de produtos orgânicos foi o crescimento da consciência de preservação ecológica e a busca por alimentação cada vez mais saudável que ocorreu na década de 80. Neste período organizaram-se muitas das cooperativas de produção e consumo de produtos naturais hoje em atividade, bem como os restaurantes dedicados a esse tipo de alimentação. Na década de 90, com a ECO 92, o número de estabelecimentos comerciais de venda de produtos naturais proliferou e no final desta década os produtos orgânicos entraram com força nos supermercados (ORMOND et al, 2002).

Segundo pesquisa realizada pela Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica e divulgada pela Biofach 2009 realizada em Nuremberg, o Brasil é o terceiro maior país com áreas destinadas a plantação de orgânicos com 1,8 milhões de hectares, estando abaixo da Austrália com 12 milhões de hectares e da Argentina com 2,8 milhões de hectares (AGÊNCIA BRASIL, 2009).

De acordo com a Organics Brasil (2009b) 27 empresas do grupo participaram da Biofach 2009 em Nuremberg com estandes diversificados contendo produtos como frutas, polpa de fruta, fruta desidratada, geléias, café, guaraná, chá mate, cacau, palmito, barra de cereais, frutas exóticas do Brasil como açaí, cupuaçu e acerola, castanhas, mel, cachaça, soja e seus derivados.

A Organics Brasil foi criada em 2005 por meio de uma parceria entre o Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), que é uma organização não-governamental paranaense, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Desenvolvimento (APEX) e a Federação das Indústrias do Paraná.

No que tange ao número de empresas que abrangem a Organics Brasil são atualmente no total de 71 (ORGANICS BRASIL, 2009a). Em 2005, eram 12 empresas associadas e o volume de exportação foi de US$ 9,5 milhões; em 2006, o número de empresas associadas passou para 33 e o volume de exportação foi da ordem de US$ 15 milhões; em 2007, subiu para 42 empresas e US$ 21 milhões e em 2008, 67 empresas associadas e exportações de US$ 58 milhões mantendo uma tendência de crescimento (IPD, 2009).

Pelo menos 30 tipos de produtos orgânicos vêm sendo produzidos no país sendo que os principais produtos brasileiros exportados são: café (Minas Gerais); cacau (Bahia); soja, açúcar mascavo, erva-mate, café (Paraná); suco de laranja, açúcar mascavo e frutas secas (São Paulo); castanha de caju, azeite de dendê e frutas tropicais (Nordeste); óleo de palma e palmito (Pará); guaraná (Amazonas); arroz, soja e frutas cítricas (Rio Grande do Sul) e arroz (Santa Catarina) (CAMARGO FILHO et al, 2004).

Observa-se então que o Brasil tem exportado, predominantemente, produtos não processados, como o cacau ao invés do achocolatado, por exemplo, mantendo, desse modo, os mesmos moldes das exportações brasileiras agrícolas convencionais. Assim sendo, quem participa deste mercado são os grandes produtores de frutas, açúcar, óleos, grãos, entre outros. Em oposição a este mercado estão os pequenos produtores que produzem, prioritariamente,

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verduras, legumes e produtos processados, como geléias, bolos, tortas, massas comercializados no mercado interno (TERRAZZAN e VALARINE 2009).

A maior parte da produção orgânica brasileira (80,0%) encontra-se nos estados do Sul e Sudeste. Em torno de 85% da produção orgânica brasileira é exportada, sobretudo para a Europa, Estados Unidos e Japão. O restante (15%) é distribuído no mercado interno (CAMARGO FILHO et al, 2004).

Dentro do mercado interno, a produção de hortaliças foi um dos grandes impulsionadores para o desenvolvimento da agricultura orgânica, pois ela é adequada às pequenas propriedades de gestão familiar por possibilitar a produção de uma diversidade de produtos numa mesma área, por demandar uma menor dependência de recursos externos, com maior utilização de mão de obra e menor necessidade de capital (ORMOND et al, 2002). 2. AGRICULTURA ORGÂNICA NA BAHIA: UM FOCO NO MUNICÍPIO DE MATA DE SÃO JOÃO.

Segundo Olalde e Dias (2004), no estado da Bahia grande parte da produção de orgânicos destina-se ao mercado externo, outra parte é comercializada em lojas de produtos naturais e feiras, e apenas uma pequena parcela destina-se aos supermercados.

A agricultura orgânica na Bahia está sendo impulsionada em diversas regiões e tem atraído considerável interesse dos produtores. Entretanto o sistema de comercialização dos produtos ainda é pouco organizado, o que pode ser comprovado pelo baixo volume de produção, irregularidade da oferta e pouca variedade de produtos (OLALDE e DIAS, 2004).

Segundo Aragão (2006), na Bahia, é possível relacionar a história da agricultura orgânica a um relativo atraso tecnológico dos estabelecimentos agropecuários. Este fato acarretou, involuntariamente, uma aproximação da agricultura baiana na direção deste modelo de produção agropecuária.

Os principais produtos orgânicos encontrados na Bahia são: aguardente, cacau, café, cravo da índia, frutas, insumos, guaraná, guaraná em pó, hortaliças, maracujá e óleos essenciais (PLANETA ORGÂNICO, 2009).

Dentre os municípios baianos onde se concentram registros de produção orgânica, podemos destacar o município de Mata de São João. Recentemente na primeira edição, 2008, do prêmio destaques do agronegócio, patrocinado pelo Banco do Nordeste e Petrobras o município foi o vencedor na categoria de produtos orgânicos. Com este reconhecimento, a produção orgânica do município passa a ser considerada a melhor do estado da Bahia (Figura 1). A produção de orgânicos é hoje a principal fonte de renda de muitas famílias rurais do município e é a segunda atividade econômica mais rentável no município, perdendo apenas para o turismo (SECRETARIA DE AGRICULTURA DE MSJ, 2009).

Segundo a Secretaria de Agricultura do referido município, o número de agricultores

familiares existentes é de aproximadamente 1.200 produtores, sendo que 100 trabalham com agricultura orgânica ou estão em processo de conversão. Este órgão espera desenvolver políticas públicas no sentido de fomentar o aumento do número de produtores orgânicos até 2010.

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O município de Mata de São João foi criado em 1846 com área de 670,38 km². Localiza-se ao norte do estado e distante 56 km da capital baiana. Ele faz parte do território do Litoral Norte e Agreste de Alagoinhas, localizado no bioma mata atlântica e sua população atual é de aproximadamente 37.201 habitantes (IBGE, 2007).

Figura 1. Tomohide Takenami, produtor orgânico e atual secretário de agricultura do município de Mata de São João e o prêmio de município vencedor categoria de “Produtos Orgânicos”. Takenami “Após a morte de meu pai por intoxicação com agroquímicos, decidi investir na agricultura orgânica”

2.1 Breve histórico da colonização Japonesa na região. Durante o governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1961), através de uma parceria

entre o governo brasileiro e o governo japonês surgiu o núcleo colonial JK, em Mata de São João-Ba. A Colônia JK foi fundada em 1957 com a finalidade de desenvolvimento de novas técnicas agrícolas e ao mesmo tempo fornecer produtos agropecuários de qualidade, como hortaliças, frutas e verduras para a população de Salvador e cidades metropolitanas. A Colônia teve início com o assentamento de 200 famílias de imigrantes japoneses, através do Sr. Akira Otani, na época corretor exclusivo da Imigração Japonesa no Brasil (SEABRA, 2009).

Em conformidade com o plano de imigração, da inauguração, em abril de 1959, até o ano de 1962, somaram-se à colônia JK 109 famílias japonesas que vieram diretamente do Japão e outros imigrantes japoneses oriundos da República Dominicana e antigos imigrantes de estados brasileiros, totalizando 147 famílias.

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2.2 Localização

A colônia situa-se numa área de 4900 ha., a 12 km da cidade de Mata de São João e 56 km a noroeste de Salvador. Com localização geográfica: 12º 50’ de latitude sul e 30º 30’ de longitude oeste, tendo altitude 103 m; sua topografia é acidentada com solo argiloso e arenoso, parte dele coberto com cascalho e pedras, pobre em matéria orgânica e abundante em cobertura de vegetação tipo capoeira e matagal. Dividida em 05 regiões (Fazenda Lunda, Itapecerica, São Pedro, Camaçari e Quebra Coco) foi loteada em áreas que variaram entre 20 a 25 hectares. 2.3 Transição do modelo convencional para o modelo orgânico de produção.

Instigada pela forte descapitalização experimentada pelos pequenos agricultores locais ao longo dos tempos, assim como pelos muitos casos de agricultores que adoeceram pelo uso inadequado de produtos químicos, a substituição do modelo produtivo convencional por outro que tivesse sustentabilidade e que também fosse ecologicamente correto, tornou-se objetivo perseguido permanentemente.

Em entrevista à revista MUITO do Jornal à Tarde do estado da Bahia, O Sr. Tomohide Takenami, produtor orgânico e atual secretário de agricultura do município de Mata de São João, relata o principal motivo para a adoção do modelo ecológico de produção na sua propriedade. Segundo ele, foi a contaminação, o adoecimento e óbito do pai, Sr. Tatsumi, por câncer de fígado por conta do uso de agrotóxicos e adubos químicos de maneira inadequada e sem equipamento de proteção. Tendo que assumir os negócios do seu pai decidiu investir na agricultura orgânica mudando de vez o rumo do agronegócio da família. Fez cursos em entidades pioneiras na produção orgânica como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), tornando-se hoje o principal produtor orgânico da região, com uma propriedade de 100 hectares (FUNKE, 2008).

Utilizando os conceitos aprendidos nos cursos realizados, o Sr. Tomohide Takenami iniciou de maneira pioneira seus experimentos na área da agricultura orgânica em sua propriedade. Posteriormente passou a trabalhar com 20 famílias no regime de comodato, ou seja, empréstimo gratuito da terra regido por um contrato onde alguns subsídios como “know-how”, sementes, adubos e irrigação eram fornecidos sem custo e em contrapartida toda a produção dessas 20 famílias era vendida exclusivamente para ele.

No ano de 2005, o Sr. Tomohide Takenami assumiu a secretaria de agricultura do município, a partir daí sentiu a necessidade de unir os produtores orgânicos da região e passou a fomentar a criação de uma associação de produtores. Com o objetivo de buscar a certificação participativa, melhorar a infra-estrutura para processamento, a tecnologia e facilitar a comercialização da produção. Em 2008 foi criada a Associação de Agricultores Familiares Orgânicos de Mata de São João – AFOMA. Segundo entrevistas realizadas no presente trabalho (VIANA, 2010), os principais fatores que impulsionaram a conversão para a agricultura orgânica foram: problemas financeiros e baixa produtividade das terras nas agricultura convencional, bem como a busca de novos mercados e saúde do agricultor (Figura 2).

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Figura 2. Fatores que impulsionaram a agricultura orgânica em Mata de São João (VIANA, 2010). 2.4 Produção Orgânica Local.

A agricultura apresenta-se diversificada (Figura 3) e ações são promovidas para suprir

as necessidades de produção de insumos internos de caráter renovável (Figura 4) e novas tecnologias (Figura 5).

Conforme pode ser observado na Tabela 1, as hortaliças compõem a maior área de plantio no município com 300 hectares apresentando um volume de produção de quatro mil toneladas por ano apenas abaixo do limão Taiti que possui uma produção de 4.800 toneladas por ano para uma área de 120 ha. O abacaxi representa a menor área plantada com 14,4 hectares e a menor produção anual, em torno de 60 toneladas por ano. Tabela 1. Demonstrativo da produção anual da agricultura orgânica do município de mata de São João-Ba, segundo a Secretaria Municipal de Agricultura de Mata de São João-Ba, 2009.

CULTURA Nº. DE PRODUTORES

AREA MÉDIA DE PRODUÇÃO (ha)

PRODUÇÃO ANUAL (Ton/ano)

Hortaliças folhosas e frutíferas 120 300 4.000

Limão Taiti 100 120 4.800 Mandioca 120 84 1.092 Maracujá 60 48 384 Banana 60 30 240 Inhame 36 21,6 280,8 Abacaxi 24 14,4 60

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Figura 3. Roça orgânica altamente diversificada (Núcleo JK).

Figura 4. Usina de produção de fertilizantes orgânicos (Núcleo JK).

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Figura 5. Dias de campo para os agricultores do município (Núcleo JK).

2.5 Comercialização da Produção.

Segundo SEABRA (2009), para comercialização da produção orgânica, existe uma alta demanda por parte dos complexos hoteleiros situados no litoral do município. Pode-se destacar o complexo da Costa do Sauípe, Reta Atlântica, Iberostar e Ecoresort Praia do Forte. Aproximadamente 30 produtores da Associação de Agricultores familiares orgânicos de Mata de São João - AFOMA já comercializam com selo orgânico da certificadora Mokiti Okada, principalmente para supermercados.

Atualmente o município implantou 20 barracas com produtos orgânicos espalhados em 03 feiras: em Mata de São João – uma na Praia do Forte e mais duas feiras na cidade de Salvador (Figura 6). O ecosítio Takenami além de comercializar em feiras e nos supermercados citados acima também realiza vendas a domicilio.

3. DESAFIOS PARA EXPANSÃO DO MERCADO.

Foi realizada pelo projeto DEB-Biofach e Fundação Konrad Adeneauer, uma pesquisa de abril a junho de 2004, com 62 grupos de produtores orgânicos do Norte e Nordeste do Brasil sobre as principais dificuldades enfrentadas para acesso a este mercado. Esta pesquisa constatou que a área logística organizacional ficou em primeiro lugar com 42% (especialmente no que se refere ao transporte para escoamento). O segundo problema mais nomeado se refere aos financiamentos/ acesso ao crédito com 25%, seguido por dificuldades com certificação/ legislação com 19% e finalmente a pequena escala de produção com os 14% restantes, conforme Figura 7 (KIISTER e MARTÍ, 2004).

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Figura 6. Barracas de produtos orgânicos de São João da Mata em Salvador - Bahia.

Figura 7. Principais entraves para produção de orgânicos (KIISTER e MARTÍ, 2004).

Para Brasil (2007), outros entraves importantes ao crescimento do mercado de produtos orgânicos ainda podem ser citados, como por exemplo: a descontinuidade na oferta de orgânicos; a demanda superior à oferta; a falta de segurança sobre a qualidade do produto; os elevados custos de conversão e de certificação e o preço relativamente alto dos alimentos orgânicos.

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CONCLUSÃO As pesquisas na área da agricultura orgânica mostram que, produzir não é o maior

problema enfrentado pelos agricultores e sim a falta de logística para as etapas de pós-produção. Desse modo, nota-se que para se resolver os entraves existentes para o crescimento do mercado de orgânicos no estado e no Brasil faz-se necessário a adoção de políticas públicas adequadas ao fomento do setor oferecendo melhores condições de produção e comercialização ao produtor. Esta última é ainda modesta e se apóia nas feiras, supermercados e fornecimento de produtos para redes hoteleiras e entrega de produtos à domicílio. Este fato evidencia a necessidade de se aumentar os espaços para discussão sobre a expansão da produção e da comercialização. Essa tarefa precisa ser discutida e entendida como esforço conjunto de alguns atores importantes da rede de produção e comercialização com a necessidade de se desenvolver campanhas promocionais relacionadas ao produto orgânico e aos benefícios gerados pela adoção de métodos ecológicos de plantio, assim como para a saúde do consumidor e do produtor, podendo ser uma solução para tentar alavancar um maior crescimento do mercado no município e no estado. Quanto ao núcleo JK, sua criação partiu da iniciativa do governo brasileiro em convênio com o Japão, com a participação do Estado e do Município. A base do projeto foi o estabelecimento da interação do imigrante japonês, reconhecido pela habilidade na agricultura intensiva, com os agricultores brasileiros, tendo como objetivo a formação de uma agricultura familiar sólida de forma a suprir parte do mercado de hortaliças, frutas e verduras para a população de Salvador, com qualidade. Desde sua criação, 1957, verifica-se que houve formação de uma sólida agricultura familiar, houve formação de lideranças e associativismo, o núcleo tornou-se uma importante fonte de abastecimento de Salvador, moldou-se ao tempo com a conversão para a agricultura orgânica, tornando-se, esta, a principal fonte de renda de muitas famílias rurais do município, a segunda atividade econômica mais rentável e, finalmente, destacou São João da Mata como o principal município baiano de produção orgânica. Conclui-se, portanto, que o objetivo da fundação do núcleo, aparentemente perdido no tempo, estabelecido há meio século atrás, foi alcançado com pleno sucesso e direciona suas atividades até o presente, o de fornecer hortifrutigranjeiros de qualidade a Salvador.

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