Desenvolvimento da criança por meio do esporte
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DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
Dentro da Psicologia, diversos autores postularam fases ou estágios do desenvolvimento; nas quais, cada fase destas, engloba um conjunto de comportamentos, cognições e sentimentos que o indivíduo pode apresentar. Esses estágios são, geralmente, agrupados por:
1) estruturas psíquicas da personalidade;
2) estruturas cognitivas ou redes de pensamento possíveis;
3) idade cronológica da pessoa.
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
Piaget, interacionista das ideias nativistas e empiristas trabalhou durante muito tempo propondo uma teoria cognitiva. A construção teórica de Piaget abarca principalmente o desenvolvimento humano até a adolescência (16 anos). Estágios de Piaget:
Sensório-‐motor (do nascimento aos 2 anos): o bebê modiOica-‐se, de uma criatura que responde principalmente através de reOlexos, em outra que é capaz de organizar as suas atividades relativamente ao ambiente.
Pré-‐operacional (dos 2 aos 7 anos): a criança começa a usar símbolos, (função simbólica) tais como palavras, imita o comportamento dos outros, mas é ainda ilógica nos seus processos de pensamento, dado o seu elevado egocentrismo.
Operações concretas (dos 7 aos 11 anos): a criança começa a entender e a usar conceitos que a ajudam a interagir com o ambiente imediato.
Operações formais (dos 12 a 15 anos até a idade adulta): o indivíduo pode pensar em termos abstratos e a lidar com situações hipotéticas.
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
Piaget credita a adolescência ao ultimo estágio de desenvolvimento, pois atingido o grau de maturidade mental representado pela oportunidade de realizar operações mentais formais, esta será a forma predominante de raciocínio utilizada pelo adulto.
Seu desenvolvimento posterior, segundo ele, consistirá numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas não na aquisição de novos modos de funcionamento mental.
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
POR QUE AS CRIANÇAS PRATICAM ESPORTE ?
A prática de esportes é fundamental para a saúde e bem-‐estar do ser humano. Ela ensina valores fundamentais, como a autoconOiança, a inclusão social, o trabalho em equipe, o respeito pelo outro, etc.
Na infância e na adolescência, essas atividades ganham uma importância maior para o desenvolvimento de meninos e meninas.
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
No momento em que a criança inicia a prática esportiva, ela obtém também beneOícios sociais e psicológicos, tais como: aprender a criar metas, a disciplina, a capacidade de socializar com outras crianças, lidar com a derrota e a vitória de maneiras aceitáveis, a auto-‐conOiança e auto-‐estima, independência, responsabilidade e divisão de tarefas.
Por meio do esporte, meninos e meninas aprendem tanto a reagir em diferentes situações, como também a se tornarem mais atentos aos processos de seu comportamento.
O despreparo de alguns proOissionais, muitas vezes concorrem para a utilização inadequada ou mesmo incoerente das atividades esportivas, aumentando muitas vezes a agressividade, deslealdade e até mesmo a violência no comportamento das ciranças e adolescentes, podendo inOluir diretamente sobre sua conduta futura, como adulto.
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POR QUE AS CRIANÇAS INTERROPEM A PARTICIPAÇÃO NO ESPORTE?
Vários fatores inOluenciam para a escolha da criança ao interromper ou desistir do esporte, podemos citar algumas, como:
Falta de apoio da família; Pressão familiar; Falta de apoio Oinanceiro; DiOiculdade de relacionamento com o grupo/ técnico; Pressão por bons resultados; Vontade de fazer outras atividades que o esporte o impede; Prejuízo nos estudos; Intensidade dos treinos; Estresse, entre outros...
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA POR MEIO DO ESPORTE
É muito comum a criança escolher uma atividade e depois desistir. Nesse momento os pais precisam entender a situação sem transformar isso numa grande tragédia. A maioria das crianças, apesar do entusiasmo com que praticam o esporte, abandona a atividade no início da adolescência, pois nessa fase ocorrem muitas mudanças corporais e psicológicas e outros interesses também aparecem. É importante motivar a prática de atividade Oísica, porém, mais importante ainda é respeitar as escolhas de cada um. Uma família onde os pais já praticam esportes passará para os Oilhos essa prática funcionando como exemplo.
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STRESS E BURNOUT NO ESPORTE COMPETITIVO INFANTO-JUVENIL
“O grande desaOio do homem moderno é obter o maior rendimento possível sem prejuízos para a saúde.” Hans Selye, em 1936, conceituou o stress como qualquer adaptação requerida à pessoa. Esta deOinição apresenta o stress como um agente neutro, capaz de se tornar positivo ou negativo de acordo com a percepção e a interpretação de cada pessoa.
O stress positivo, chamado de eustresse, assim como o negativo, chamado de distresse, causam reações Oisiológicas similares: as extremidades (mãos e pés) tendem a Oicar suados e frios, a aceleração cardíaca e pressão arterial tendem a subir, o nível de tensão muscular tende a aumentar, etc.
Os aspectos positivos do stress, o eustresse, motivam e estimulam a pessoa a lidar com determinada situação, mantendo a percepção mais aguçada, concentração focal e envolvimento maior no objetivo proposto em busca da superação de si próprio; o stress pode auxiliar o homem, que é um ser de natureza Oluída, com tendência a crescer em um movimento de sair de si, projetar-‐se em um constante devir, a alcançar seus objetivos.
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No esporte o burnout é caracterizado como uma síndrome em que o atleta perde a motivação, o prazer, a vontade pelas atividades esportivas, qualquer esforço lhe parece inútil. Ocorre um estado de exaustão, despersonalização e baixo rendimento pessoal. Podem existir diversas razões para que os atletas desistam de praticar determinada modalidade esportiva e burnout é apenas um estágio que antecede a completa desistência.
É importante saber que estudos recentes conOirmaram existir dois tipos de burnout: um em que o indivíduo não quer nenhum contato com o esporte e o outro que ocorre com as pessoas que apenas diminuem seu envolvimento com a modalidade esportiva (GOULD et al. 1996a)
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PRÁTICAS ESPORTIVAS DE TREINAMENTO PARA ATLETAS JOVENS
A criança deve praticar esporte com prazer e de forma pedagógica. O aprendizado, nesse meio social, deve ser feito de forma natural e gradual de acordo com a maturação da criança, respeitando as etapas discutidas por Piaget para que não tenham transtornos futuros, mas sim uma formação psicopedagógica útil para sua vida e realizadas com metodologias apropriadas.
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Crianças submetidas a se tornarem superatletas podem se tornar pessoas doentes psicologicamente caso elas não consigam atingir suas metas ou vencer em competições, não ser o melhor do time, etc. A criança então sofre com a frustração e isso pode leva-‐lá ao abandono da prática esportiva como visto acima.
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O ideal é sempre trabalhar o bem estar, sociabilidade, a auto-‐estima e, aos poucos, inserindo o “mundo competitivo” a essa criança.
Se compararmos com os adultos, as crianças estão em grande desvantagem, pois além de não estarem preparadas emocionalmente e Oisicamente para suportar altas cargas de treinamento é inexistente o acompanhamento de pessoas capacitadas que poderiam evitar ou amenizar as consequências desta precocidade esportiva.
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O PAPEL DOS PAIS
A família é a maior fonte de inOluência da vida do atleta, pois é com ela que os jovens aprendem e desenvolvem competências de vida e mecanismos de confronto para lidarem com as exigências competitivas. Porém, a inOluência dos pais sobre os Oilhos é mais forte nos primeiros anos de desenvolvimento, pois as crianças reproduzem os seus comportamentos e adaptam o seu sistema de crenças (Bois ET AL., 2002; Brustrad, 1993) e, para além disso, passam a maior parte do tempo com os pais, tomando-‐os, com isso, como modelos.
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Devemos respeitar as necessidades e os interesses das crianças, saber que tipo de atividades que as motivam, o que elas tem desejo de aprender, enOim devemos de todas as formas, minimizar as possíveis pressões que as mesmas poderão sofrer, onde na grande maioria das vezes já começam em casa, quando os pais que não tiveram sucesso esportivo na infância depositam toda sua frustração em desejo de ver o seu Oilho como um esportista de renome. A adequada prática esportiva e competitiva infantil vão depender de uma inOinidade de fatores entre os quais podemos citar: a formação e atuação do professor/ técnico, os meios e os objetivos propostos, a faixa etária das crianças, o tipo de competição no qual ela vai participar e a efetiva forma de participação da família neste contexto.
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BIBLIOGRAFIA:
AEBLI, H. A evolução mental da criança. Petrópolis: Editora Vozes, 1975. ALENCAR, E. M. L. S. (org.). Novas contribuições da psicologia aos processos de ensino e aprendizagem. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1993. 217p. Angelo, L. F. & Rubio, K. Instrumentos de avaliação em Psicologia do Esporte. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. AULT, R. L. Desenvolvimento cogni>vo da criança: a teoria de Piaget e a aprendizagem de processo. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. Barreto, J. A. Psicologia do esporte: para o atleta de alto rendimento. Rio de Janeiro: Shape, 2002. Beck Judith S. Terapia cogni,va: teoria e prá>ca. Porto Alegre: Artmed, 1997. Caballo, V. Manual de técnicas de Terapia e Modificação do comportamento. S.P. Ed. Santos, 1996. Myers, David. Introdução à psicologia geral. Rio de Janeiro: LTC, 1995. Rappaport, Clara Regina. Psicologia do Desenvolvimento – Teorias do Desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981-‐1982. Samulski, D.M. Psicologia do esporte: manual para a eduação Gsica, psicologia e fisioterapia. Barueri, SP: Editora Manole, 2002.