DESENVOLVIMENTO DE ELETRODOS DE PASTA DE ......193d Desenvolvimento de eletrodos de pasta de carbono...

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UNIVERSIDADE de SÃO PAULO Instituto de Química Departamento de Química Fundamental DESENVOLVIMENTO DE ELETRODOS DE PASTA DE CARBONO MODIFICADOS COM FILMES DE AZUL DA PRÚSSIA ,Oôi 1 ,oL Dissertação de Mestrado Viviane Midori lvama 2003 1 '

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  • UNIVERSIDADE de SÃO PAULO

    Instituto de Química

    Departamento de Química Fundamental

    DESENVOLVIMENTO DE ELETRODOS DE PASTA

    DE CARBONO MODIFICADOS COM FILMES DE

    AZUL DA PRÚSSIA

    ,Oôi 1 ,oL

    Dissertação de Mestrado

    Viviane Midori lvama

    2003

    1 '

  • BIBLI OTECA IIISTITUTO DE QUIMICA lltvereldad• de São Pulo

    p/70,385

    UNIVERSIDADE de SÃO PAULO

    Instituto de Química

    Departamento de Química Fundamental

    DESENVOLVIMENTO DE ELETRODOS DE PASTA

    DE CARBONO MODIFICADOS COM FILMES DE

    AZUL DA PRÚSSIA

    Estudante: Viviane Midori lvama

    Orientadora: Prof Drª· Sílvia Helena Pires Serrano

  • DEDALUS-Acervo-CQ

    IWIUJIIMIH

    Ficha Catalográfica Elaborada pela Divisão de Biblioteca e

    Documentação do Conjunto das Químicas da l"SP.

    Ivama, Viviane Midori 193d Desenvolvimento de eletrodos de pasta de carbono

    modificados com filmes de azul da prússia / Viviane Midori Ivama . São Paulo, 2003 .

    l l 9p .

    Dissertação (mestrado) - Instituto de Química da Universidade de São Paulo. Departamento de Química Fundamental.

    Orientador: Serrano, Silvia Helena Pires

    1. Eletroanálise : Química I. T. II. Serrano, Silvia Helena Pires, orientador.

    543.0871 CDD

  • ''Desenvolviment Pasta de Carbono

    FilmesdeAz

    Eletrodos de di.icados com a Prússia''

    IVA.MA

    Dissertação de Mestrado subm Universidade de São Paulo como parte d grau de Mestre em Química - Área: Qu

    Profa. Dra. SILVIA H LE RES SERRANO IQ -

    (Orientadora e PI: 4 .. ij,:nte)

    Profa. Dra. MARIA VALNICE BOLDRIN ZANONI IQ - USP - Araraquara

    SÃO PAULO 24 DE FEVEREIRO 2003.

    Química da obtenção do

  • Ouvir estrelas

    Olavo Bilac

    "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!" E eu vos direi, no

    entanto, que para ouvi-las, muitas vezes desperto e abro as janelas,

    pálido de espanto ...

    E conversamos toda a noite, enquanto a Via-Láctea, como um pálido

    aberto, cintila. E ao vir do sol, saudoso e sem pranto, ainda as procuro

    pelo céu deserto.

    Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que

    sentido tem o que dizem, quando estão contigo?".

    E eu vos direi: "Amai para entende-las! Pois só quem ama pode ter

    ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas".

    (Poesias, Via-Láctea, 1888).

  • Ao meu futuro marido Ricardo Shin Tachibana.

    11

  • Agradecimentos

    A meus pais e amigos, pelo carinho e apoio.

    A Profa. Ora. Sílvia Helena Pires Serrano, pela orientação, continuo

    incentivo e a amizade dentro e fora do laboratório.

    Aos meus colegas do laboratório, pelo apoio e amizade.

    As funcionárias Cristina e Lucia pela colaboração e amizade.

    Ao CNPq pela concessão da Bolsa de Estudos, à FAPESP pelo apoio

    financeirc) cedido P«\(a manuten~o da infraestrutµra do laboratório e à

    Pró-Reitoria de Pós-graq~o pelo apoío na participação em

    congressC)S.. • \ .

    lll

  • ABSTRACT

    Prussian Blue carbon paste modified electrodes were prepared using cyclic

    voltammetry and deposition atone and two controlled potentials. The last method

    was the best and produced modified electrodes with higher sensitivity and stability

    during the catalytic reduction of hydrogen peroxide.

    The composition of the modifying solution was 3.0 mmol L-1 FeCh,

    2.0 mmol L-1 K3 [Fe(CN)6] in pH 2.0 with HCI. The electrode system was immersed in

    the modifying solution and + 0.4 V was applied to the working electrode during two

    minutes. After, the potential was just reverted to - 0.4 V once more two minutes.

    The total process was repeated twice.

    Further, to improve the stability of the Prussian Blue carbon paste modified

    electrodes (PB-CPME), they were cycled in a solution containing 1.0 mmol L-1 RhCl3 ,

    0,05 mol L-1 KCI and 0.02 mol L-1 HCI in a - 0.4 ~ E ~ 0.6 V potential range at

    60 mV s-1 (50 cycles). These electrodes, denominated of Rh-PBCPME, were dried at

    ambient temperature during 24 hours before use.

    The Rh-PBCPME shows good stability during successive cycles, with anodic

    and cathodic peaks recorded at 0.30 V and 0.18 V being attributed to a redox

    process involving Prussian White / Prussian Blue couple. Em, calculated as

    (Ep,a + Ep,c/2), is 0.24 V. In potassium citrate/ citric acid buffer solution

    containing 0.5 mol L-1 KCI, pH 6.1, the peak currents changed linearly with the

    square of sweep velocity in the range 0.025 vs-1 ~ v ~ 0.400 vs-1 showing that the

    process is governed by ion diffusion from support electrolyte to the electrode

    surface (during the reduction step) or from the electrode to the solution (during

    the oxidation step) to ensure the electroneutrality rule.

  • The modifier surface excess was 4.3 x 10-8 mol cm-2, calculated using the

    anodic charge obtained from cyclic voltammograms, after subtraction of the

    background charge recorded with an unmodified carbon paste electrode in an

    electrolyte support solution (1.0 mmol L-1 RhCh, 0.5 mol L-1 KCI and 0.02 mol L-1 HCI,

    v = 60 mV s-1) .

    The supporting electrolyte used to detection of hydrogen peroxide was

    10 mmol L-1 potassium citrate/ 2 mmol L-1 Citric acid buffer, pH 6.1 (ionic strength =

    0.16 mol L-1) containing 0.5 mol L-1 KCI. The absence of this electrolyte or the

    presence of phosphate ions decreased the stability of the sensor.

    Hydrogen peroxide was detected at 0.04V (vs EAg/AgCI, KCI sat) in

    5.1 x 10-5 - 8.6 x 10-4 mol L-1 linear range with sensitivity of

    (1.4 ± 0.2) A mo1-1 L cm-2 and detection limit of (2.5 ± 0.02) x 10-5 mol L-1. At this

    applied potential the contribution of oxygen reduction current was 8.0 % in the

    presence of 1.0 mmol L-1 H202.

    Analytical curves obtained during hydrogen peroxide ·detections along 5 days,

    each one of t,hem representing an average of 6 consecutive amperometric analytical

    curves, carried out in the sarne day, showed a decrease of only 27 % in the

    sensitivity of the modified electrodes. When was not using the electrode was kept

    in 0.5 mol L-1 KCI.

    At 0.04 V applied potential no interference was detected dueto mediated or

    direct oxidation of uric acid. The interference of ascorbic acid was only significant

    to 0.060 V or higher applied potentials.

  • Resumo

    Os eletrodos de pasta de carbono modificados com Azul da Prússia foram

    preparados usando a voltametria cíclica, deposição a um potencial controlado e a

    deposição a dois potenciais controlados. O último método foi melhor e produziu

    eletrodos modificados com alta sensibilidade e estabilidade durante a redução

    catalítica de peróxido de hidrogênio.

    A composição da solução modificadora foi 3,0 mmol L-1 de FeC'3 e

    2,0 mmol L-1 de K3[Fe(CN)6] em pH 2,0 com HCI. O sistema de eletrodos foi

    imerso na solução modificadora e + 0,4 V foi aplicado no eletrodo de trabalho

    durante 2 minutos. Depois, o potencial foi revertido para - 0,4 V por mais 2

    minutos. O processo total foi repetido mais duas vezes.

    Além disso, para melhorar a estabilidade dos eletrodos de pasta de carbono

    modificados com Azul da Prússia (EPC-AP), estes foram ciclados em solução

    contendo 1,0 m mol L-1 de RhC'3, 0,05 mol L-1 de KCI e 0,02 mol L-1 de HCI na

    faixa de potencial - 0,4V ~ Eapl ~ 0,6V a 60 mV s-1 (50 ciclos). Estes eletrodos,

    denominados de EPC-AP-Rh, foram secos a temperatura ambiente por 24 horas

    antes de serem utilizados.

    Os EPC-AP-Rh apresentaram boa estabilidade durante sucessivos ciclos,

    com os picos anódico e catódico, referentes a 0,30 V e O, 18 V inicialmente

    atribuídos para um processo redox envolvendo Branco da Prússia / Azul da

    Prússia. Cálculos com (Ep,a + Ep,c / 2), é 0,24 V. Em soluçã_o tampão citrato de

    potássio/ ácido cítrico contendo 0,5 mol L-1 de KCI, pH 6, 1, as correntes de picos

    variam linearmente com a velocidade de varredura 0,025 vs-1~ v ~ 0,400 V s-1

    mostrando que o processo é governado por difusão de íons do eletrólito suporte

    para a superfície do eletrodo (durante a etapa de redução) ou do eletrodo para a

    solução (durante a etapa de oxidação) para manter a eletroneutralidade.

    O excesso superficial foi 4,3 1 o-a mol cm-2, calculado usando a carga anódica obtida pelo voltamograma cíclico, depois da subtração do fundo de carga

    referente a um eletrodo não modificado de pasta de carbono em solução eletrólito

  • suporte (1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCl3, 0,05 mol L-1 de KCI e 0,02 mol L-1 de HCI,

    v = 60 mV s-1).

    O eletrólito suporte usado para detecção para determinação de peróxido de

    hidrogênio foi o tampão1 o mmol L-1 de citrato de potássio/ 2 mmol L-1 de ácido cítrico, pH 6,1 (força iônica= 0,16 mol L-1) contendo 0,5 mol L-1 de KCI. A ausência

    deste eletrólito ou a presença de íons fosfatos diminui a estabilidade deste sensor.

    Peróxido de hidrogênio foi determinado a 0,04 V (vs EAg1Agc1. Kc1 sat) na faixa

    linear de 5, 1 x 10-5 mol L-1 a 8,6 x 1 o-4 mol L-1 com sensibilidade média de 1,4 ± 0,2 A mor1 L cm-2 e limite de detecção de (2,5 ± 0,02) x 10-5 mol L-1. Neste

    potencial aplicado a contribuição da corrente de redução do oxigênio foi de 8,0 %

    na presença de 1,0 mmol L-1 de H20 2.

    Curvas analíticas obtidas durante a determinação de peróxidos de hidrogênio

    ao longo de 5 dias, cada curva analítica representa uma média de 6 curvas

    amperométricas consecutivas, que desempenhou em cada dia, apresentando

    uma diminuição de somente 27% na sensibilidade do eletrodo modificado. Quando

    fora de uso o eletrodo foi armazenado em solução 0,5 mol L-1 de KCI.

    A um potencial aplicado de 0,04 V não foi detectada uma interferência do

    mediador ou oxidação direta do ácido úrico. A interferência de ácido ascórbico foi

    apenas significativa para potenciais iguais ou superiores a 0,060 V.

  • Sumário

    1 - INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 01

    11- PARTE EXPERIMENTAL 28

    11.1 - Reagentes e Soluções 28

    11.1.1 - Composição da Solução Modificadora Utilizada para 30

    Preparação dos Filmes de Azul da Prússia (AP)

    I1.1.1.a- Por Voltametria Cídica 30

    I1.1 .1.b- Por Deposição a Potencial Controlado 31

    I1.1.1.c- Por Deposição a dois Potenciais Controlados 31

    11.2 - Equipamentos 31

    11.2.1 - Sistema de Eletrodos 32

    11.2.2.1 - Preparação dos Eletrodos Modificados com Azul da 33

    Prússia

    11.2.2.1.a - Por Voltametria Cíclica 33

    I1.2.2.1.b - Por Deposição a Um Potencial Controlado 34

    11.2.2.1.c - Por Deposição a Dois Potenciais Controlados 34

    I1.2.2.1.d - Por Deposição a Dois Potenciais Controlados e Ativação em 34

    Solução contendo KCI 0,5 mol L-1 e RuC'3 1,0 x 10-3 mol L-1

    11.2.2.1 .e - Por Deposição a Dois Potenciais Controlados e Ativação em 35

    Solução contendo KCI 0,5 mol L-1 e RhCb 1,0 x 10-3 mol L-1

    11.2.2.2 - Preparação dos Eletrodos Modificados em Solução 35

    de RhCb

    11.2.2.2.a - Por Deposição a Dois Potenciais Controlados em Solução 35

    contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCb

    11.2.3.1 - Curvas Analíticas para Determinação de H202 36

    11.2.3.1.a - Curvas Analíticas para Determinação de H202 Utilizando o 36

    Eletrodo Modificado com Azul da Prússia

  • 11.2.3.1.b - Curvas Analíticas para Determinação de H202 Utilizando o 36

    Eletrodo Modificado com Azul da Prússia e Posteriormente

    Ativado em Solução contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCb

    11.2.3.1.c - Curvas Analíticas Utilizadas para Estabelecer o Limite de 37

    Detecção para Determinação de H20 2 Utilizando o Eletrodo

    Modificado com Azul da Prússia e Posteriormente Ativado

    em Solução contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCh

    11.2.3.2- Avaliação da Interferência dos ácidos Ascórbico e 37

    Úrico na Determinação de H202 Utilizando os

    Eletrodos Modificados com Azul da Prússia e

    Posteriormente Ativados em Solução contendo

    1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCb

    ll.2.3.2a - Curva Corrente vs Potencial - Interferência do ácido Ascórbico 37

    na Determinação de H202 Utilizando Eletrodos Modificados

    com Azul da Prússia e Posteriormente Ativados em Solução

    contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhC'3

    ll.2.3.2b - Interferência do ácido Ascórbico na Determinação de H202 38

    Utilizando os Eletrodos Modificados com Azul da Prússia e

    Posteriormente Ativados em Solução contendo

    1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCh

    111- RESULTADOS E DISCUSSÕES 39

    111.1 - Preparação de Eletrodos de Pasta de Carbono 39

    Modificados com Azul da Prússia por Voltametria

    Cíclica

    111.1.1 - Formação do Filme de Azul da Prússia como Descrito 39

    por Chi et a1

  • 111.1.3 - Influência da Concentração de KNO3 na Solução 44 Modificadora.

    111.1.4 - Estabilidade dos Filmes de Azul da Prússia Durante 48

    Ciclagens Sucessivas em Solução de Eletrólito Suporte.

    111.1.4.a - Influência da Secagem Prévia dos Filmes. 48

    I11.1.4.b - Influência do pH da Solução de Eletrólito Suporte na 49

    Estabilidade dos Eletrodos Modificados.

    111 .1.4.c - Influência da Concentração de FeCh da Solução 53

    Modificadora na Estabilidade dos Eletrodos Modificados.

    111.1 .5 - Redução Catalítica de H2O2 em Eletrodos de Pasta de 59

    Carbono Modificados com Filmes de Azul da Prússia.

    II1.1 .5.a - Redução Catalítica de H20 2 Usando Voltametria Cíclica. 59

    I11.1 .5.b - Escolha do Potencial Adequado para Redução Catalítica de 64

    H202.

    111.1.5.c - Determinação Amperométrica de H202. 68

    111.2 - Preparação de Eletrodos de Pasta de Carbono 70

    Modificados com Azul da Prússia por Deposição a Um

    Potencial Controlado

    111.2.1 - Crescimento dos Filmes de Azul da Prússia Durante 70

    Ciclagens Sucessivas em Solução de Eletrólito Suporte.

    111.2.1 .a - Influência do Ânion do Sal de Potássio nas Correntes de 73

    Picos dos Filmes de Azul da Prússia.

    111.2.1.b - Influência da Introdução de KCI na Solução Modificada 75

    Durante o Processo de Formação dos Filmes.

    111.2.2 - Determinação Amperométrica de H2O2 . 77

    111.3 - Preparação de Eletrodos de Pasta de Carbono 79

    Modificados com Azul da Prússia por Deposição a Dois

    Potenciais Controlados

    lll

  • 111.3.1.a - Crescimento dos Filmes de Azul da Prússia Durante 82

    Ciciagens Sucessivas em Solução de Eletrólito Suporte

    contendo RuCb.

    111.3.1 .b - Crescimento dos Filmes de Azul da Prússia Durante 86

    Cidagens Sucessivas em Solução de Eletrólito Suporte

    contendo RhCb.

    111.3.2 - Escolha do Potencial Adequado para Redução 90

    Catalítica de H202 em Eletrodos de Pasta de Carbono

    Modificados com Azul da Prússia e Posteriormente

    Ativados em solução contendo 0,5 mol L-1 de KCI e

    1 m mol L-1 de RhCb (EPCAP-Rh)

    111.3.3 - Preparação de Eletrodo de Pasta de Carbono 92

    Modificado em solução 1 m mol L-1 de RhCb por

    Deposição a Dois Potenciais Controlados (EPC-Rh).

    111.3.4 - Comportamento Eletroquímico do Eletrodo de Pasta 98

    de Carbono Modificado com Filme de Azul da Prússia

    ativado em solução contendo 0,5 mol L-1 de KCI e

    1 m mol L-1 de RhCl3 , (EPCAP-Rh).

    111.3.5 - Faixas Lineares e Limites de Detecção para 102

    Determinação de H20 2 em Eletrodos de Pasta de

    Carbono Modificados com AP ativados com RhCb

    (EPCAP- Rh).

    111.3.6 - Armazenamento e Tempo de Vida dos EPCAP-Rh. 104

    IV

  • 111.3.7 - Avaliação da Interferência dos ácidos Ascórbico e Úrico 106

    Durante a Determinação de H202 Utilizando os

    Eletrodos Modificados com Azul da Prússia e

    Posteriormente Ativados em Solução contendo

    1,0 x 10-3 mol L-1 de RhC'3

    IV - CONCLUSÕES 11 o

    V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 114

    V

  • DESENVOLVIMENTO DE ELETRODOS DE PASTA DE

    CARBONO MODIFICADOS COM FILMES DE Fe4[Fe(CN)a]3,

    AZUL DA PRÚSSIA PARA DETERMINAÇÂO DE H202

    1- INTRODUÇÃO

    O monitoramento de H202 e peróxidos orgânicos é importante em diversos

    processos bioquímicos, hospitalares, industriais e ambientais_ Nos processos

    bioquímicos como, por exemplo, o "stress" oxidativo , o equilíbrio entre espécies

    próoxidantes e antioxidantes é quebrado em favor do estado próoxidante. Os

    resultados deste desequilíbrio são lesões no DNA gerando produtos degradados

    de desoxirribose, bases modificadas como exemplo a 8-oxo-guanina

    promutagênica que, se presente no DNA durante a replicação, incorpora dAMP

    resíduos, o que induz a transversão mutagênica e pode levar ao câncer (4>

    (Figura 1).

    transversão mutagênica

    G-C

    l Acúmulo de (8-oxo-G) (8-oxo-G)-C

    ! Enzima Reparadora (8-oxo-G)-T

    l Enzima Reparadora A-T Figura 1. Transversão mutag!nica no pareamento normal de Watson Crick.

    Nos processos hospitalares o peróxido de hidrogênio tem sido utilizado

    como um agente despirogenizante(2> alternativo, eliminando as endotoxinas

  • causadoras de febre dos componentes médicos hospitalares. Este procedimento

    tem sido adotado porque o solvente utilizado para a lavagem destes componentes,

    o clorofluorcarbono (CFC) é particularmente o freon 12. Buscando a diminuição do

    impacto causado pelo freon 12 na camada de ozônio na estratosfera e ainda,

    visando obediência ao protocolo de Montreal se buscam alternativas, ainda que

    menos eficientes no aspecto técnico, para a substituição deste fluorado.

    O peróxido também é importante para fabricação de muitos produtos

    industriais tais como: pastas de alto rendimento (PAR) nas formulações de

    papéis de imprensa, papéis de impressão, escrita e pasta fofa. Entretanto, esta

    última deve ser previamente submetida a processos de branqueamento , seja

    pelo uso de agentes oxidantes ou pelo uso de agentes redutores. Quando se

    deseja alto ganho de percentuais em alvura o reagente mais utilizado é a H202 ou

    uma aplicação desta seguida de tratamento com ditionito de sódio (ou hidrossulfito

    de sódio).

    Sob o aspecto ambiental, a importância da água oxigenada reside no fato

    da mesma ser o oxidante fotoquímico de maior participação na oxidação de S02 a

    H2S04 na fase aquosa da atmosfera auxiliando na produção de chuva ácida. A

    principal fonte de H202 é a reação de radicais hidroperoxil em fase gasosa, gerada

    a partir da emissão de poluentes primários e poluentes secundários como

    mostra a Figura 2.

    2

  • [missão JJolucntc::::; JJrimóno:::,

    Transporte

    Figura 2. Processo de formação e propagação da chuva ácida _

    A determinação eletroanalítica de peróxidos pode ser efetuada com

    eletrodos de trabalho não modificados, como por exemplo, eletrodos e

    micro-eletrodos de platina ou carbono vítreo cs>_ Os maiores problem~s associados

    à utilização de eletrodos não modificados são o alto potencial empregado (0,584 V

    vs Ag/AgCI), o envenenamento do eletrodo(7> e a alta concentração de H20 2

    necessária para a detecção (1µ- 80 mmol L-1) <

    9>_

    Por outro lado, estes problemas parecem ter sido satisfatoriamente

    resolvidos deteTITiinando-se H2O2 em meio alcalino com eletrodo gotejante de

    mercúrio _ A determinação pode ser feita por redução ou oxidação:

    Redução: H202 + 2e- + 2H+ • "" 2H20 (1.1) Oxidação: H202 • • 2e- + 2H+ + 02 (l.2)Eap1 = - 0,07 V vs Ag/AgCI A melhor opção para a determinação de peróxido na faixa de concentração

    entre 1 - 1 O µ mol L-1 é trabalhar na faixa onde se elimina a interferência do 02.

    Alternativamente pode-se utilizar sistemas enzimáticos, que conferem maior

    seletividade no reconhecimento molecular do analíto. Neste caso, a enzima mais

    3

  • utilizada é a peroxidase, enzima redox glicolisada que possui uma ferroporfirina ou

    ainda a flavina adenina dinucleotídeo (FADH2), como cofator fortemente ligado à

    estrutura da enzima. Na reação catalítica com peróxido, o centro ativo da enzima

    nativa é oxidado, em uma única etapa envolvendo dois elétrons, a um composto

    intermediário denominado de composto (1) enquanto o substrato é reduzido. Para

    completar o ciclo catalítico, a enzima pode ser diretamente reduzida, na superfície

    do eletrodo, à sua forma nativa. O processo ocorre em duas etapas, envolvendo

    um elétron na etapa de formação de um composto intermediário, denominado de

    composto (li) que também deve receber um elétron para regeneração final do

    centro ativo da enzima. Assim, a corrente de redução registrada é então

    proporcional à concentração de H202, Figura 3.

    o '"O e +-' Q)

    w Produto, red (H 2O)

    Figura 3. Redução de H2O2 efetuada pela enzima peroxidase.

    Alternativamente, biossensores podem ser construídos utilizando

    transdutores quimicamente modificados com doadores ou aceptores eletrônicos,

    denominados de mediadores, compostos intermediários que facilitam a

    transferência de elétrons entre o eletrodo e o centro ativo de uma enzima, como

    por exemplo, íons ferrocianeto !9>, fenóis !13>, orto- e para- fenilenodiamina !10>,

    ferroceno !11> e seus derivados !12>, figuras 3 e 4.

    4

  • Composto-1 ~ CFred Fe4+=Q R+

    '

    CFoxi

    Peroxidase Composto-li

    (HRP) Fe4+=Q

    Composto-! Fe3+

    Figura 4. Ciclo catalítico da enzima peroxidase (HRP) _ R + = radical

    protoporfirina. CF = composto fenólico, (mediador).

    Os eletrodos quimicamente modificados (EQM) com mediadores de

    elétrons podem ser utilizados para determinação direta de H202 e, além de

    economicamente mais viáveis permitem o monitoramento do analíto a potenciais

    relativamente mais baixos do que os eletrodos não modificados ,

    proporcionando maior seletividade à metodologia analítica. A utilização de

    eletrodos modificados envolve a disponibilidade de um mediador adequado que

    apresente alta velocidade de transferência eletrônica na superfície do eletrodo (7, 12, 13, 37)_

    Existe ainda interesse adicional na preparação dos eletrodos quimicamente

    modificados para determinação de H202, uma vez que inúmeros sistemas

    enzimáticos, empregando as mais diversas enzimas, produzem água oxigenada

    como produto final, Tabela 1.1. Assim, inúmeros biossensores poderão vir a ser

    construídos empregando-se mediadores capazes de reduzir ou oxidar

    cataliticamente o peróxido de hidrogênio. Neste caso, os mediadores devem

    possuir comportamento redox reversível a baixos potenciais e reagir rapidamente

    com o centro ativo da enzima.

    5

  • Tab

    ela

    1.1.

    Rea

    ções

    en

    zim

    átic

    as q

    ue

    oco

    rrem

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    m p

    rod

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    Su

    bst

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    R

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    202

    14

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    20

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    2

    • al

    anto

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    C02

    +H

    202

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    ase

    14

    Áci

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    2H

    20

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    2

    • al

    anto

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    C02

    +H

    202

    Cat

    alas

    e

    H20

    2+C

    2HsO

    H

    • C

    H3

    CH

    0+

    2H

    20

    Ald

    eído

    .

    • C

    H3C

    HO

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    +N

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    PH

    +H

    +

    NA

    DH

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    do

    úri

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    Uric

    ase

    14

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    2H

    20

    +0

    2

    • al

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    202

    Per

    oxid

    ase

    Cor

    ante

    2H

    202+

    crom

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    os

    • co

    ran

    te+

    4H

    20

    Glu

    cose

    G

    luco

    se

    14

    Glu

    cose

    +0

    2+

    H2

    0

    'd •

    ox1

    ase

    ácid

    o gl

    ucon

    ico

    +H20

    2 H

    202

    Glu

    cose

    G

    luco

    se

    14

    Glu

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    +0

    2+

    H2

    0

    'd •

    ox1

    ase

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    o gl

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    202

    Per

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    H20

    2+cr

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    cora

    nte+

    H2

    0

    Cor

    ante

    6

  • Tab

    ela

    1.1.

    Rea

    ções

    en

    zim

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    Col

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    14

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    20

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    este

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    Col

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    H20

    2+C

    H30

    H

    .,, H

    CH

    0+

    2H

    20

    HC

    HO

    MA

    O

    1P

    15

    MA

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    (mo

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    ino

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    c~

    c~

    c~

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    +~

    O --

    ~0

    2 +

    C~

    C~

    C~

    C~

    CH

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    H20

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    7

  • Tab

    ela

    1.1.

    Rea

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    MA

    O

    CH

    3CH

    2CH

    2CH

    2CH

    2NH

    2 +

    02

    + H

    20

    MA

    U ,...

    H20

    2 +

    NH

    3 +

    CH

    3CH

    2CH

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    2CH

    O

    H20

    2 15

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    oam

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    tilam

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    CH

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    :-...

    1 ~

    CH

    O

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    H3

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    202

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    AD

    ) L

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    AD

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    ) H

    20

    2

    2 H

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    Rh

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    202

    )

    Rh

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    02

    ) L

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    FA

    D)

    Rh

    +

    L0

    x (F

    AD

    H2

    ) +

    4 O

    H20

    2

    8

  • Evidentemente, outros métodos analíticos podem ser utilizados para

    determinação de H2O2 e entre estes podem ser citados os métodos

    espectrométricos (fl uorimetria, espectrofotometria e

    quimiluminescência), envolvendo ou não sistemas eniimáticos, Tabela 1.2.

    9

  • Tab

    ela

    1.2.

    Alg

    un

    s m

    éto

    do

    s an

    alít

    ico

    s p

    ara

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    Mét

    odo

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    2,4,

    6 -

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    H2O

    2 -

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    ou

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    20

    2 -

    eritr

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    a B

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    0 x

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    -1,

    0 x

    10-3

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    pa

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    -3,

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    ino

    A

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    bina

    fo

    i ut

    iliza

    da

    com

    o ca

    talis

    ador

    do

    OP

    DA

    usa

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    a "s

    topp

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    rea

    ção

    foi

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    pe

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    da

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    N

    a

    425

    nm.

    10

    Ref

    .

    21

    22

  • Tab

    ela

    1.2.

    Alg

    un

    s m

    éto

    do

    s an

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    ico

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    Flu

    orim

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    H

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    Fer

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    ulfo

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    cian

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    (FeT

    sPa)

    0,

    0 -

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    7 X

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    ~ m

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    -l 23

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    in)

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    in)

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    610

    nm

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    mol

    L-1

    4,

    9 x

    10-9

    mol

    L-1

    fluor

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    ncia

    a

    (FeT

    sPa)

    (F

    eTsP

    a)

    678

    nm.

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    0,0

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    5 X

    10-

    8 m

    al L

    -1

    (Hem

    in)

    0,0

    -2,

    0 x

    10-6

    mal

    L-1

    (FeT

    sPa)

    Flu

    orim

    etria

    J3

    -cic

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    xtrin

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    in

    foi

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    co

    mo

    um

    3,0

    x 1

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    1 a-~

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    L-1

    2

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    a

    catá

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    oxid

    ação

    do

    H

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    em

    pH

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    10,4

    . E

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    a

    322

    nm e

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    41

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    11

  • Tab

    ela

    1.2.

    Alg

    un

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    e á

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    a o

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    Flu

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    etria

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    H2C

    O2H

    42

    -22

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    m L

    -1 14

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    m L

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    ero

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    C

    H2C

    O2H

    C

    H C

    O H

    OH

    2

    2 ·

    PH

    PA

    A

    PH

    PA

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    R

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    , al

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    Áci

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    orxi

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    Per

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    o co

    nver

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    a

    H2O

    2 na

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    e H

    PLC

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    ão d

    e U

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    itaçã

    o a

    285

    nm e

    em

    issã

    o de

    flu

    ores

    cênc

    ia a

    400

    nm

    .

    Flu

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    H

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    0 -

    3,0

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    7 x

    1 o-:#

    mol

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    23

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    ase

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    ação

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    H2O

    2.

    (Hem

    in)

    (Hem

    in)

    Exc

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    o a

    61 O

    nm

    e e

    mis

    são

    de f

    luor

    escê

    ncia

    a

    0,0

    -2,

    0 x

    10-s

    mol

    L-1

    4,

    9 x

    10-9

    mol

    L-1

    678

    nm.

    (FeT

    sPa)

    (F

    eTsP

    a)

    ou

    0,0

    -7,

    5 x

    10-8

    mol

    L-1

    (Hem

    in)

    0,0

    -2,

    0 x

    10-6

    mol

    L-1

    (FeT

    sPa)

    12

  • Recentemente, eletrodos quimicamente modificados com Azul da Prússia

    têm sido utilizados na determinação eletrocatalítica de H202.

    Os filmes de Fe4(Fe(CN)sh Azul da Prússia (AP) apresentam transição

    redox a baixo potencial e acentuado efeito catalítico. Em comparação à enzima

    peroxidase são eletrocatalisadores baratos, além de serem utilizados como

    mediadores para determinação de H20 2 em presença de oxigênio molecular no

    desenvolvimento de biossensores, figura 5.

    (3-D-glucose )( E-FAD 1H2O2 GOD PB0x Eletrodo

    e-õ-gluconolactone E-F AD~ 02 ~ PBred

    0-gluconato+ H+

    Figura 5. Redução e Oxidação eletroquímica de H202 em eletrodos

    modificados com filme de Azul da Prússia_

    O Azul da Prússia (AP), Fe4[Fe(CN)6]3, é um composto de coordenação

    conhecido há muito tempo e intensamente estudado. Ele tem sido formulado em

    duas variedades conhecidas como "solúvel" (KFe111[Fe 11(CN)s]) e "insolúvel"

    (Fel'[Fe11(CN)sh), apesar de ambas as formas apresentarem solubilidade baixa,

    Ks ~ 10-40. Na realidade, tais termos foram empregados para indicar a tendência

    do AP para formar soluções coloidais , além da facilidade da utilização do

    mesmo na fabricação de tintas e verniz devido à peptização de pigmentos (42>.

    13

  • A primeira estrutura para o AP foi proposta em 1936 por

    Kegging e Milles utilizando difratometria de raio - X. A forma "insolúvel"

    consiste em cadeias de Fe(lll)-NC-Fe(II) em retículo cúbico de face centrada

    (Figura 6), onde os íons Fe(III) e Fe(II) são cercados octaedricamente por átomos

    de nitrogênio (N) e carbono (C) do cianeto. As diferenças entre vários compostos

    surgem porque metais alcalinos podem ser incorporados na estrutura cristalina e

    além disto, o átomo de ferro pode estar em diferentes estados de oxidação.

    o Fe(II) • Fe(III)

    Figura 6. Representação simplificada da estrutura inicialmente

    proposta para o Azul da Prússia _

    Ludi et a1. determinaram, por difração de raios-X, a densidade do AP

    (dexpenmenta1 = 1,75 - 1,81 g cm-3) e com isso comprovaram que 1 unidade de célula

    estrutural do AP "insolúvel" Fe4[Fe(CN)sfaxH20 é constituída por uma rede cúbica

    primitiva de cadeias de Fe(lll)-NC-Fe(II) com aresta (a) = 10,166 A e didea1 = 1, 78 g cm-3 para x = 15. Deste modo, o modelo de Ludi et ai discorda do

    modelo proposto de Kegging e Milles(43> que não pressupõe coordenação

    intersticial dos estados de transição dos íons metálicos, nem posições

    cristalográficas suficientes para as moléculas de água de rede e moléculas de

    água de coordenação de acordo com o grau de hidratação do composto.

    14

  • O Azul da Prússia em diferentes estados de hidratação e desidratação

    tem sido estudado por difração de nêutrons. O resultado do cálculo estrutural

    utilizado na análise de difração revela duas estruturas distintas de moléculas de

    H2O, onde 6 delas estão coordenadas ao Fe(III) ligado ao nitrogênio do cianeto e

    aproximadamente 8 moléculas de H2O adicionais estão presentes ou isoladas no

    centro da célula unitária octante ou como moléculas de H2O conectadas por

    pontes de hidrogênio para uma coordenação.

    Além disso, Ganguli e Bhattacharya estudaram por termogravimetria

    todos os diferentes estados de hidratação do AP. O efeito da hidratação sobre a

    condutividade foi estudado por RMN de H, comprovando a cristalização de H2O

    para íons de Fe3+ em Fe4[Fe(CN)5]3 nH2O como previsto pelo modelo de Ludi<40

    >_

    Os autores também concluíram que a energia de ativação para a formação do

    Azul da Prússia varia com a hidratação do complexo e quanto mais hidratado este

    for menor será a energia de ativação de formação do mesmo. Conseqüentemente

    o AP pode ser um semicondutor do tipo p que apresenta dois níveis de Fe3+

    (ativação e acepção) perto da banda de valência, que é formada por ambos

    orbitais de ligação e Fe2+. Dependendo do nível de Fe3+, o composto seria um isolante. Então a transferência de elétrons entre Fe2+ e Fe3+ (para a banda de

    valência do nível de Fe3+) toma-se característica de um composto de valência

    mista responsável pela mudança drástica nas propriedades eletrônicas do

    material.

    Os mesmos autores também propuseram, com base em estudos DTA e

    RMN, que há 3 classes de moléculas de H2O caracterizadas como água zeolítica,

    água de rede e água de coordenação natural e não apenas duas como proposto

    no modelo de Ludi(40>_ Os estudos com RMN demonstram que existem moléculas

    de H2O intermediárias, denominadas de água de rede, além das moléculas de

    água de coordenação. Estas últimas encontram-se fortemente ligadas à estrutura

    cristalina.

    15

  • Então, em termos de coordenação pode ser estabelecido que as moléculas

    de H20 são distribuídas em 1ª, 2ª e 3ª esferas de coordenação respectivamente

    água de zeolítica, água de rede e água de coordenação.

    As características de eletrodos modificados com filmes de AP dependem

    principalmente das condições de formação dos filmes. Estes últimos podem ser

    preparados química ou eletroquimicamente.

    Dentre os trabalhos que descrevem a preparação química podem ser

    citados os trabalhos de Melvin e Robin , Duncan e Wigley , Buser et ai. ,

    Neff , Day et ai. , Ellis et ai. , ltaya et ai e Ganguli e

    Bhattacharya .

    Melvin e Robin prepararam uma dispersão aquosa de AP por adição

    estequiométrica de solução Ki Fe11(CN)6 a uma solução Fe111(Cl04)2. O mesmo

    procedimento foi realizado substituindo-se o Ki Fe 11(CN)a por KiRu 11(CN)a ou

    Ki Os11{CN)a. Os autores atribuíram a coloração azul à mudança da transferência

    de carga entre Fe11(CN)64- e Fe111

    • A medida da intensidade de transição indica que

    os elétrons da última camada externa estão em geral (99%) localizados no

    Fe11(CN)a4-.

    Neff observou que filmes finos e aderentes de Azul da Prússia sobre

    eletrodos de Pt eram formados por imersão do eletrodo (previamente catodizado

    em HCI 1 mol L-1 a 1 mA por 1 hora) em soluções contendo íons Fe3+ e

    [Fe(CN)af>° na proporção de 1: 1 por alguns minutos. Nesta solução modificadora

    formou-se o complexo Fe111[Fe111(CN)6], Marrom da Prússia, que pode sofrer

    polimerização lenta promovendo a eventual precipitação do Verde de Berlim,

    Fe111[Fe111(CN)a]. Por este motivo, soluções recém preparadas devem ser utilizadas.

    O voltamograma cíclico, registrado com um eletrodo assim modificado, em

    solução de KCI 1 mol L-1 apresentou na varredura anódica (Erina1 = 0,6 V vs ECS)

    a coloração azul devido à formação do AP enquanto na varredura catódica a

    superfície do eletrodo tornou-se incolor, ao redor de 0,0 V, devido à redução do

    Azul da Prússia ao sal de Everitt, KiFe11Fe11(CN)a, também denominado de Branco

    da Prússia. Em potenciais mais positivos do que 1,0 V, o filme tornou-se verde,

    16

  • aparentemente devido à oxidação do Azul da Prússia ao Verde de Berlim. Como

    no caso anterior, as colorações sobre o eletrodo se alternaram em função do

    potencial aplicado.

    Ellis et ai descreveram a deposição de micro-cristais do Azul da Prússia

    sobre eletrodo de Pt previamente catodizado em solução 1 mol L-1 de HCI por

    15 minutos a O, 1 mA. O eletrodo, previamente tratado foi imerso em soluções

    aquosas contendo 1 mmol L-1 de FeC'3, 2 mmol L-1 de k3[Fe(CN)5],

    0,01 mol L-1 de KCI em O, 1 mol L-1 de HCI e a formação do AP identificada pelo

    aparecimento de coloração azul dara na superfície do eletrodo. Os autores

    admitiram que a primeira etapa da reação de formação do filme envolve a redução

    de íons Fe3+ livres ou no complexo de Fe[Fe(CN)5]:

    Fe3+ + ½ H20 • • ¼ 02 + H+ +Fe2+ (1.3)

    K+ + Fe2+ + Fe(CN)s3-,. • KFe[Fe(CN)s] (1.4)

    (Forma "solúvel" do AP)

    Apesar da reação (1.3) ser desfavorável, o processo total possui energia

    livre de - 177 kJ mol:.1, permitindo a formação química do filme. Os autores

    acreditam que metais como ouro e platina catalisam a reação (1.3) uma vez que os

    potenciais redox do Azul da Prússia foram independentes do material do eletrodo.

    Assim, este último deveria atuar apenas como catalisador da reação durante a

    redução do íon Fe3+ ao íon Fe2+. Esta proposta foi comprovada pela introdução,

    junto ao eletrodo de trabalho, de um fio de cobre ou ferro, a qual resultou no

    aumento da velocidade de formação do filme, uma vez que estes metais atuaram

    como ânodo de sacrifício. Deste modo, o eletrodo de trabalho comportou-se como

    um cátodo para a redução do íon Fe3+.

    Após lavagem com água deionizada, o eletrodo modificado com AP foi

    condicionado em solução 0,01 mol L-1 de FeCb contendo 0,01 mol L-1 de HCI por

    30 minutos, com o objetivo de eliminar o excesso de íons ferricianeto da superfície

    do filme.

    Os autores salientaram a importância da preparação dos filmes em meio

    ácido, como um procedimento importante para evitar a contaminação dos filmes

    17

  • com Fe2O3. Além disso, salientaram ainda, que filmes preparados na presença de

    KCI originam, preferencialmente a forma solúvel do Azul da Prússia.

    Neff et ai assumiram que o AP "solúvel" era quimicamente depositado

    sobre a superfície de eletrodos e que as reações de redução e oxidação do AP

    poderiam ser descritas pelas equações:

    KFe111Fe11(CN)s + e- + K+ 4 • ~Fe11Fe11(CN)s (1.5)

    KFe111Fe11(CN)s 4 • 1/3 Fe111[Fe11(CN)s] + 2/3 Fe111[Fe111(CN)s]+ 2/3e- + K+ (1.6)

    Entretanto não foi encontrada nenhuma evidência espectroscópica da

    presença de potássio nos filmes _

    Apesar dos trabalhos que descrevem a preparação química destes filmes

    terem fornecido informações importantes à cerca das condições de preparação e

    caracterização da estrutura dos filmes de Azul da Prússia , a

    preparação eletroquímica ainda continua sendo o método mais amplamente

    utilizado, principalmente no desenvolvimento de eletrodos modificados e

    biossensores, sempre utilizados na determinação direta de H2O2, ou desta.como

    produto de uma reação enzimática. Conseqüentemente, são nestes trabalhos que

    um maior número de informações acerca da estabilidade dos filmes,

    principalmente durante a redução catalítica do peróxido, é encontrada.

    Vários trabalhos descrevem a preparação eletroquímica de filmes de Azul da Prússia (41,56,57,51,59,52,60,26-3o,58,31-33,53,34-37,54,55,3s); estes podem ser distinguidos

    quanto a método de preparação: voltametria cídica , deposição a corrente

    constante e deposição a potencial controlado .

    ltaya et ai preparam filmes de AP, via eletroquímica, sobre eletrodos de

    Pt, carbono vítreo e SnO2 a partir de solução contendo concentrações equimolares

    de FeCb e K:3Fe(CN)s, 0,02 mol L-1. O eletrodo de trabalho, juntamente com

    demais eletrodos, foi imerso na solução modificadora e polarizado catodicamente

    por 120 segundos sob condições galvanostáticas com densidade de corrente de

    40 µ A / cm2. O comportamento eletroquímico dos eletrodos modificados foi

    estudado em solução de KCI 1 mol L-1, (pH = 4,0). Os filmes de AP apresentaram

    maior espessura do que os obtidos por reação química, porém não resistiriam a

    ·li ~l u rr~e~ STiTUTO D.. UíMI

    'h1v~rsicac! a de s.-, · ,,

    18

  • sucessivas cidagens a potencias positivos (0,9 V) em solução de KCI 1 mol L-1,

    (pH = 4,0).

    Chi et ai. propuseram a formação do filme de Azul da Prússia por

    voltametria cídica sobre eletrodo de grafite pirolítico. Os autores utilizaram um

    sistema de três eletrodos com Ag/AgCI {KCI sat) como eletrodo de referência, Pt

    como eletrodo auxiliar e grafite pirolítico como eletrodo de trabalho, preparando o

    filme em solução tampão fosfato pH 6,0 contendo 2 mmol L-1 de ~Fe{CN)6 e

    2 mmol L-1 de F02{SQ4)3. Entretanto sabe-se que neste pH o Fe 111 é hidrolisado a

    hidróxido férrico , o que impossibilita a formação do filme neste meio.

    Karyakin et a1. descreveram um biossensor amperométrico para

    determinação de glucose e álcool em sistemas de análise por injeção em fluxo

    (FIA), através da detecção do peróxido de hidrogênio formado em eletrodos

    modificados com Azul da Prússia. O filme foi formado por eletrodeposição na

    superfície do eletrodo de trabalho, a partir de solução contendo 1 mol L-1 de KCI;

    3 mmol L-1 de HCI; 1 mmol L-1 de ~[Fe{CN)6] e 1 mmol L-1 de FeCb por aplicação

    de um potencial constante de 0,4 V por 30 ou 100 segundos. Nesta etapa os

    reagentes foram adsorvidos na superfície do eletrodo e posteriormente o filme foi

    ativado {reação de oxi-redução) em solução O, 1 mol L-1 de KCI por ciclagem no

    intervalo - 0,05 V s Eap1icado s 0,35 V a uma velocidade de varredura de 50 m V s-1.

    Não apenas estes autores , mas outros cso,55) adotaram procedimento similar.

    Karyakin et a1. utilizaram um sistema de três eletrodos com Ag/AgCI

    (KCI sat) como eletrodo de referência, Pt como eletrodo auxiliar e carbono vítreo

    como eletrodo de trabalho. A partir de solução contendo

    2 mmol L-1 de ~[Fe(CN)6] e 2 mmol L-1 de FeCb o filme foi preparado por

    deposição a potencial controlado Eap1= 0,4 V por 60 s. Depois da deposição do

    filme, o eletrodo foi cidada em eletrólito suporte O, 1 mol L-1 de KCI contendo

    O, 1 mol L-1 de HCI, no intervalo de - 0,05 V s Eap1 s 0,35 V com velocidade de

    varredura de 50 mVs -1. A estabilidade do filme foi avaliada em solução

    O, 1 mol L-1 de KCI, no intervalo de potencial de - 0,05 V s Eap1 s 0,35 V e com

    velocidade de varredura de 50 m V s -1. Após 25 ciclos, o eletrodo foi submetido a

    19

  • um potencial constante de - 0,05 V por algum tempo e em seguida foi seco a

    100 ºC por 1 hora o que promoveria maior estabilidade ao filme.

    Garcia-Jareno et ai prepararam filmes de Azul da Prússia por deposição

    a corrente catódica constante sobre eletrodos de óxido de índio (ic = 40 µ A cm-2;

    150 seg) e ouro (ic = 600 µ A cm-2; 150 seg), utilizando como solução modificadora

    20 mmol L-1 de K3[Fe(CN)6] e 20 mmol L-1 de FeCh. Os autores concluíram que

    filmes insolúveis de Azul da Prússia são convertidos em filmes solúveis por

    cidagens sucessivas ao redor do sistema de redução Azul da Prússia • Branco

    da Prússia, pela incorporação de íons t< na forma insolúvel do filme. A

    estabilidade dos filmes de Azul da Prússia aumentou quando estes foram

    recobertos com Náfion.

    O AP pode ser reduzido eletroquimicamente em solução de eletrólito

    suporte (sais de K+) a Fe(ll)-NC-Fe(II) incolor (sal de Everitt), ou então oxidado de

    modo parcial para formar um composto verde conhecido como verde de Berlim.

    Com a aplicação de potenciais mais anódicos é possível a obtenção da forma

    amarela totalmente oxidada, simplificada como Fe(lll)-NC-Fe(III) (amarelo da

    Prússia ou marrom da Prússia). As reações de óxido redução do AP podem

    ser representadas de modo simplificado pelo seguinte esquema :

    (Fe 11,Fe 11 ) ~ (Fe 111 ,Fe 11) ~ ([1-ô] {Fe 111,Fe 11} + 8 {Fe 111,Fe 11}) -(1-õ)e• (Fe 111 ,Fe 111 ) (1.7) sal de Everitt ~ azul da prússia ~ verde de berlim ~ amarelo da prússia

    marrom da prússia

    ltaya et a1 propuseram, com base em estudos espectrocópicos, que os filmes

    fossem constituídos pelo AP "insolúvel", e que as reações eletroquímicas de

    redução e oxidação fossem:

    Fe4111[Fe 11(CN)sh + 4e- + 4K+ ,. " ~Fe114[Fe 11(CN)sh

    Fe4111[Fe 11(CN)sh + 3Cr.. "Fe1114[Fe111(CN)sClh + 3e -

    0,2 V

    0,9V

    (1.8)

    (1.9)

    Durante a oxidação ou a redução de um filme polimérico é necessária a

    entrada ou saída de espécies iônicas, para assegurar a eletroneutralidade. Pelas

    Equações 1.5 e 1.8 o potássio é responsável pela manutenção do balanceamento

    20

  • de cargas no processo de redução. Por outro lado na reação de oxidação os

    modelos de Neft e ltaya divergem, pois a Equação 1.6 pressupõe a expulsão

    de~ do AP, enquanto na Equação 1.9 pressupõe a incorporação de um ânion.

    Mortimer e Rosseinky observaram que ocorria diminuição da largura da

    banda e diminuição do Â.max de absorção do AP de 760 nm para 690 nm, após

    redução ao sal de Everitt e re-oxidação ao estado inicial. Com base neste dado

    sugeriram que inicialmente a forma "insolúvel" do complexo era formada, porém

    durante a cidagem consecutiva de potencial em solução de KCI, esta era

    convertida na forma "solúvel".

    Um estudo extenso sobre estes eletrodos foi efetuado por Lundgren e

    Murray, os quais encontraram quantidades significativas de doreto e a ausência

    de potássio nos filmes recém preparados. Propuseram então a formulação do AP

    como (HCl)Fe1114[Fe11(CN)sh,6H2O, onde íons doreto estariam coordenados aos

    íons Fe(III) que não estão ligados a NC-Fe11• O hidrogênio ácido pode ser

    facilmente trocado por íons K+, apenas por imersão do eletrodo em solução de

    KCI. Durante a redução eletroquímica do AP ao BP mais íons K+ são incorporados

    ao filme, enquanto íons Fe3+ passam para solução o que levaria, por aproximação

    à composição "solúvel". Porém a conversão não ocorre de maneira quantitativa e

    acaba-se tendo uma mistura das duas formas do AP. Os autores observaram

    ainda, que um voltamograma estável, na reação de oxidação, só era obtido se o

    filme fosse previamente reduzido a (Fe11,Fe11), pois de outro modo haveria perda

    rápida na resposta eletroquímica. A Equação 1.9 sugere que, durante a redução,

    ocorra a entrada de cr, entretanto K+ também é incorporado ao filme. A Equação 1.1 O foi então proposta para descrever a redução de um filme previamente

    Oxidado:

    Fe1\[Fe111(CN)5h(OH)3.3H20 +!('" +cr +3H+ +3e" • (K'"}(Cl)Fe 1114[Fe 11(CN)5]3.6H20 (1.1 O)

    Este modelo está de acordo com os dados de eletrogravimetria com

    microbalança de cristal de quartzo obtidos por Feldman e · Melroy que

    observaram perda de massa durante o processo de oxidação e a invariabilidade

    21

  • dos potenciais redox dos filmes em relação à natureza do ânion empregado como

    eletrólito suporte.

    Examinando-se as Equações 1.5 e 1.8 pode-se supor que a natureza do

    cátion presente na solução deve influir na reação de redução do AP, uma vez que

    este tem que penetrar no interior dos canais formados pelas cadeias poliméricas

    Fe111-NC-Fe 11• Sais de K+, Rb+, cs+ e NH/ permitem a manutenção de

    voltamogramas estáveis, enquanto Na+, Lt, H+ e os cátions bivalentes de metais

    alcalinos terrosos levam à queda na resposta eletroquímica em seguidas

    varreduras cídicas consecutivas. A facilidade com que ocorre a redução

    segue a ordem K+ >Na+> u+, o que indica que o raio hidratado do cátion

    face às dimensões dos canais do retículo determina o comportamento

    eletroquímico do filme. Em uma situação extrema, o cátion volumoso

    tetraetilamônio não permite obter qualquer resposta eletroquímica, uma vez que

    não consegue penetrar nos canais do AP_ Por esse motivo a presença do íon K+

    é necessária para a obtenção de resposta voltamétrica do filme,

    figura 7.

    22

  • 1200µ)\

    --t

    (Pico(II)

    0,34V

    Pico(I) 0,18 V

    Crescimento

    cátndico

    1 t 1 ' 1 ' 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -0,6 -0,4 -0,2 º·º 0,2 0,4 0 ,6 0,8 1,0 1,2 1,4

    _+E/V

    Pico (I){. [Fe 111(CN)6] 3- + 1 e- 4 "' [Fe11(CN)s] 4-

    Fecexc)3+ + Ferrocianeto 4-• ., Fe4[Fe11(CN)sh

    (Azul da Prússia)

    Fe4[Fe 11(CN)sh +4K++ 4e- • ., ~Fe411[Fe 11(CN)sh

    (Branco da prússia)

    Pico (li): KiFe/[Fe11(CN)sh• Fe4[Fe11(CN)sh +4K+ + 4e-

    Pico (Ili) : Fe4[Fe11(CN)sh • Fe4[Fe111(CN)sh + e-

    Pico (IV): Fe4[Fe 111(CN)sh + e- • Fe4[Fe 11(CN)sh

    Figura 7. Voltamogramas cíclicos registrados em solução

    modificadora contendo: 2 rhmol L-1 de ~ [Fe(CN)s];

    3 mmol L-1 de FeCb; 0,5 mol L-1 de KN03 em HCI 0,02 mol L-1.

    Velocidade de varredura 60 m V s-1 e - 0,4 V ~ Eap1 ~ 1,2 V.

    23

  • Plichon e Besbes utilizaram a técnica do efeito miragem para estudar o

    AP. O efeito miragem ocorre quando um feixe de laser passa através de uma

    camada com índice de refração variável e é defletido. O feixe de laser pode ser

    direcionado paralelamente à superfície do eletrodo e sofre deflexão quando ocorre

    um gradiente de concentração, devido a entrada ou a saída de íons dentro de

    filmes durante um processo eletroquímico. Os autores observaram que íons K+

    entram no filme durante a redução em meio neutro, enquanto que em meio ácido

    há a entrada simultânea de prótons, para a compensação de cargas. Sais de

    potássio (Cr, 8(, sol-, N03- e CI04-) não causam nenhuma mudança nos resultados, exceto o KBF 4 que levava à expulsão de hexacianoferrato para a

    solução. Passando para a reação de oxidação, os dados de detecção pelo efeito

    miragem indicaram que espécies são expulsas do filme, o que descarta a Equação

    1.9. A Equação 1.6 também não é apropriada, uma vez que os autores constataram

    que Fe(III) e não K+, é expulso do filme. Tal conclusão foi obtida devido à

    formação de um complexo de coloração vermelha sangue ao se adicionar

    tiocianato na solução onde se efetuou a varredura de potencial. Na varredura

    reversa os íons entram no filme, porém a ciclagem repetitiva por longo tempo não

    é aconselhável, uma vez que parte de Fe(III) difunde-se para longe do eletrodo.

    Posteriormente os mesmos autores sintetizaram filmes de AP na

    ausência de K+, com a utilização de reagentes contendo Li+. Não foram

    observadas diferenças entre o comportamento eletroquímico dos filmes

    sintetizados com sais de ~ ou u+, tanto na redução como na oxidação do filme. Portanto, o filme logo que sintetizado não deve conter estes cátions, favorecendo

    a sua formulação como a forma "insolúvel". Por outro lado, através de medidas

    coulométricas, concluíram que a conversão "insolúvel" para "solúvel" não ocorre

    em grande extensão durante o primeiro ciclo de oxiredução.

    Como se pode constatar, há muitos dados e interpretações controversas

    em relação à composição de EQM de filmes da AP.

    24

  • Atualmente é aceito que a forma 'insolúvel" é a que se obtém em

    filmes recém preparados, porém cidagens de potencial na presença de eletrólito

    levam a uma mudança de composição em extensão não muito grande.

    O principal problema encontrado no desenvolvimento de eletrodos

    modificados com filmes de AP,está relacionado com sua instabilidade durante a

    redução catalítica H202, na qual ocorre a liberação de íons OH- _ Deste modo

    diversos trabalhos tem sido publicados para tentar resolver este problema, desde

    métodos de preparação dos filmes química e

    eletroquímicamente (2G.:Js,50,55,57>, condicionamento dos filmes formados em

    soluções contendo Fec1i e Rucb, secagem prévia dos filmes (para

    que sua estrutura zeolitica não contenha moléculas de H20), recobrimento com

    filme permseletivo Náfion (que impede a entrada de ânions e adicionalmente

    desidrata o filme) e controle da composição do eletrólito suporte (pH,

    composição do tampão, adição de sais contendo íons de K+) utilizado para o

    crescimento e/ou determinação da H202.

    Karyakin et ai. investigaram o mecanismo de redução de H202 na

    presença de 02 por deposição de filmes de AP sobre eletrodos de carbono vítreo.

    Os eletrodos modificados apresentaram estabilidade em potenciais negativos e

    em solução neutra de eletrólito suporte. Porém a redução direta de H202 em

    solução neutra, envolve 2 e- formando 2 íons OH-, que complexam o ferro da

    estrutura cristalina desestabilizando o filme.

    H202 + 2 e- • 2 OH- (1.11)

    Fe 3 + +OH- ,. ., [Fe(O H )]2+ (1.12)

    Os autores e outros concluíram que eletrodos modificados recém

    preparados são instáveis enquanto que os eletrodos modificados, previamente

    secos, são mais estáveis. A existência de água no policristal inorgânico afeta a

    estabilidade do eletrodo modificado e alguns autores(55> consideram que a

    remoção irreversível da H20 zeolítica por aquecimento a 100 °C durante 1 hora,

    25

  • propiciaria a obtenção de filmes mais estáveis . De fato a água poderia estar

    promovendo a hidrolise do Fe3+.

    Benedetto et ai. criaram uma rota geral para a estabilização de filmes

    inorgânicos de lnHCF (hexacianoferrato (11/111) de lndium (Ili)) sobre eletrodos de

    carbono vítreo, por cidagem sucessiva em solução 0,5 mol L-1 de KCI, pH = 2,

    contendo 1 mmol L-1 de RuC'3 no intervalo de potencial aplicado de

    0,0 V~ Eap1 ~ 0,9 V a 50 m V s-1, sendo os filmes de lnHCF análogos aos filmes

    deAP.

    O filme lnHCF modificado com rutênio apresentou maior estabilidade e área

    ativa devido incorporação no filme, de Ru(III) e espécies dinudeares (Ru2Os3+), na

    estrutura zeolítica, com formação de ligações ciano e oxo,

    (Fe-CN-Ru e Fe-O-Ru).

    Outros autores também estudaram o comportamento do Ru(III) sobre o

    filme de Azul da Prússia e seus análogos, e assim como Benedetto et a1

    conduíram que o eletrodo modificado tem sua estabilidade e ação catalítica

    aumentada pela incorporação de Ru(III) e Ru2Os3+ na estrutura zeolítica. Eletrodos

    modificados com Ru/Ru(CN) de valência mista têm sido utilizados para oxidação e

    determinação de As(III) em meio ácido, mediação da oxidação de

    N-nitrosamina e determinação de álcoois enquanto eletrodos modificados

    com RuCb/RhC'3 tem sido utilizados na determinação de H2O2.

    Os principais parâmetros que devem ser estudados para a preparação,

    crescimento e/ou estabilização dos filmes de Azul da Prússia são: pH e

    concentração de íons t< na solução modificadora bem como no eletrólito suporte

    utilizado para avaliação da estabilidade do filme e determinação de H2O2, intervalo

    de tempo decorrido entre a formação do filme e o teste de estabilidade,

    temperatura e tempo de secagem do filme, influência do condicionamento prévio

    em solução de FeSO4. 7H2O e efeito do 02 na redução catalítica de H2O2.

    26

  • OBJETIVOS

    Os objetivos deste trabalho foram: i) avaliar três métodos distintos de

    preparação do filme Azul de Prússia visando otimizar o sistema para detecção de

    peróxido de hidrogênio com vistas ao desenvolvimento futuro de biossensores;

    ii) estudar os fatores que podem afetar a estabilidade dos eletrodos modificados

    durante a redução catalítica de H20 2 e iii) Apresentar alternativas que permitam a

    obtenção do AP em sua forma insolúvel, solucionando assim os problemas de

    instabilidade dos filmes.

    27

  • 11- PARTE EXPERIMENTAL

    11.1- Reagentes e Soluções

    Reagentes

    A tabela 11.1 apresenta os reagentes utilizados durante o desenvolvimento

    do trabalho.

    Tabela 11.1. Os reagentes utilizados durante o desenvolvimento do trabalho.

    Reagente Procedência Reagente Procedência

    HCI Merck ácido citríco Merck

    FeSO4.7H2O Merck ~[Fe(CN)6] Merck

    NaNQ3 Merck FeCh Merck

    NaH2PO4 Merck KNQ3 Merck

    RhC'3.3H2O Aldrich Chemical RuCl3.3H2O Aldrich Chemical

    Co Co

    Grafite Acheson Ficher óleo mineral Aldrich Chemical

    38 nujol (16140-3) Co

    Acetato de sódio Merck NaOH Merck

    Acido ascórbico Merck Hepes Merck

    Citrato de Merck ácido acético Merck

    potássio

    Na2HPQ4 Merck KCI Merck

    Peridrol 30% Merck K2C2O.H2O Merck

    KMnQ4 Merck Acido úrico Merck

    Todos os reagentes foram utilizados sem purificação prévia.

    28

  • Soluções:

    Todas as soluções foram preparadas utilizando-se água deionizada

    proveniente de um purificador Nanopure, da Bamstead.

    Soluções de HCI: As soluções estoque O, 1 mol L-1 de HCI foram

    preparadas pipetando-se quantidades apropriadas de ácido clorídrico concentrado

    e diluindo-se em água deionizada.

    Solução de KCI: A solução de o, 1 mol L-1 de KCI foi preparada dissolvendo-se quantidade apropriada do sal em solução de HCI 0,02 mol L-1.

    Solução de RhC'3.3H20: A solução de 1 mmol L-1 de RhC'3.3H20 em

    O, 1 mol L-1 de KCI foi preparada dissolvendo-se quantidades apropriadas dos sais

    em solução de HCI 0,02 mol L-1.

    Solução de RuC'3.3H20: A solução de 1 mmol L-1 de RuC'3.3H20 em

    O, 1 mol L-1 de KCI foi preparada dissolvendo-se quantidades apropriadas dos sais

    em solução de HCI 0,02 mol L-1.

    Soluções de KMn04: As soluções de permanganato foram preparadas por

    dissolução de aproximadamente 3,2 g de permanganato de potássio em 1000 m L

    de água deionizada. As soluções foram brandamente aquecidas durante

    15-30 minutos e resfriadas a temperatura ambiente. Em seguida as soluções

    foram filtradas através de um funil contendo lã de vidro purificada, recolhendo-se o

    filtrado em um frasco limpo de vidro âmbar. Estas soluções foram padronizadas

    utilizando-se Na2C204 como padrão primário(77>_

    Soluções de H202: As soluções de H202 foram preparadas pipetando-se

    quantidades apropriadas de água oxigenada 30% e diluindo-se em água

    deionizada. As soluções foram posteriormente padronizadas com a solução

    padrão secundário de KMn04, como descrito na literatura.

    Soluções de ácido ascórbico CsHaOs: As soluções de CsHaOs foram

    preparadas dissolvendo-se quantidades apropriadas do sal em água deionizada

    previamente desaeradas com N2.

    29

  • Soluções de ácido úrico CSH4N403: As soluções de C5H4N403 foram

    preparadas dissolvendo-se quantidades apropriadas do sal em água deionizada

    previamente desaeradas com N2.

    Todas as soluções tampão utilizadas foram preparadas como descrito na

    referência(78).

    A tabela 11.2 apresenta as soluções tampão utilizadas durante o

    desenvolvimento do trabalho.

    Tabela 11.2. Soluções tampão utilizadas durante o desenvolvimento do

    trabalho(78).

    Solução tampão Composição pH

    NaH2P04 + Na2HP04 0,05 moi L-I de NaH2P04! 0,05 moi L-1 de Na2HP04 6,1

    NaH2P04 + Na2HP04 0,05 moi L-1 de NaH2P04! 0,05 moi L-1 de Na2HP04 6,5

    CeHa0 7.H20 + Na2HP04 0,1 moi L-1 de ácido citríco! 0,2 moi L-I de Na2HP04 5,5

    H3CCOOH+H3CCOONa 0,01 moI L-I ácido acéticol 0,01 moI L-1 acetato de sódio 5,5

    CeHa0 7.H20 + 2 mmol L-I ácido citrico!1°mmol L-1 citrato de potássio 6,1CeH5K307. H20

    CeHa0 7.H20 + 2 mmol L-I ácido citrico/10 mmol L-1 citrato de potássio 6,5

    CeH5K307. H20

    11.1.1 - Composição da Solução Modificadora Utilizada para Preparação dos

    Filmes de Azul da Prússia (AP):

    1I.1.1.a- Por Voltametria Cíclica(29)

    A composição da solução modificadora utilizada para preparação dos filmes

    de Azul da Prússia foi: 2 mmol L-1 de K3[Fe(CN)e]; 3 mmol L-1 de FeCh;

    0,5 moi L-1 de KN03 em HCI 0,02 moi L-1. Para a preparação desta solução

    0,0405g FeCh foram dissolvidas em 10,00 mL de HCI 0,1 moi L-1. Em seguida,

    0,0330g de K3[Fe(CN)e] e 2,53g de KN03 foram dissolvidos em água deionizada e

    a solução resultante adicionada à solução de FeCb. O volume final foi completado

    a 50,00 mL.

    30

  • 11.1.1.b- Por Deposição a Potencial Controlado

    A composição da solução modificadora utilizada para preparação dos filmes

    de Azul da Prússia foi : 2 mmol L-1 de ~Fe(CN)6]; 3 mmol L-1 de FeCb;

    0,5 mol L-1 de KCI em HCI 0,02 mol L-1• Para a preparação desta solução 0,0405g

    FeCb foram dissolvidas em 10,00 mL de HCI O, 1 mol L-1. Em seguida, 0,0330g de

    Ka[Fe(CN)s] e 1,86g de KCI foram dissolvidos em água deionizada e a solução

    resultante adicionada à solução de FeCb. O volume final foi completado a

    50,00 mL.

    11.1.1.c- Por Deposição a dois Potenciais Controlados

    A composição da solução modificadora utilizada para preparação dos filmes

    de Azul da Prússia foi: 2 mmol L-1 de KJ[Fe(CN)s]; 3 mmol L-1 de FeCb;

    em HCI 0,02 mol L-1. Para a preparação desta solução 0,0405g FeCb foram

    dissolvidas em 10,00 mL de HCI O, 1 mol L-1. Em seguida, 0,0330g de Ki[Fe(CN)s]

    foi dissolvido em água deionizada e a solução resultante adicionada à solução de

    FeCh. O volume final foi completado a 50,00 mL.

    11.2- Equipamentos

    As medidas de pH foram efetuadas utilizando-se pHmetro Modelo 654 e

    eletrodo de vidro combinado modelo 6.0203.100 (OE), ambos da Metrohm. Todas

    as medidas eletroquímicas foram realizadas utilizando-se um computador 4.86 da

    Hundai acoplado a um potenciostato MQPG-01, com um sistema potenciostato

    MQPG-01.

    31

  • 11.2.1- Sistema de Eletrodos

    Utilizou-se um sistema de 3 eletrodos constituído de eletrodo de pasta de

    carbono (EPC); eletrodo auxiliar Pt e eletrodo de referência Ag/AgCI ( KCI sat. ),

    figura 8.

    A pasta de carbono foi preparada misturando-se grafite (previamente

    aquecido a 150 ºC por pelo menos 2 horas) com óleo nujol na razão de 2: 1

    (grafite : nujol ).

    O eletrodo de trabalho foi construído no próprio laboratório constituindo-se

    de um cilindro de cobre de 90 mm de comprimento por 3 mm de diâmetro que tem

    a função de contato elétrico, envolto por um tubo de plástico de 75 mm de

    comprimento por 6 mm de diâmetro externo e 4 mm de diâmetro interno, com uma

    parede de 1 mm de espessura. A barra de cobre foi introduzida no interior do tubo

    de plástico por uma das extremidades até cerca de 1 mm da outra extremidade do

    tubo. Em seguida, preencheu-se o espaço entre o bastão de cobre e o tubo

    plástico com uma camada de cola Araldite para vedação e fixação da · barra de

    cobre ao tubo plástico. Após a secagem da cola, a pasta de carbono foi

    introduzida na cavidade formada entre a extremidade do cilindro de cobre e o tubo

    plástico.

    O eletrodo auxiliar foi constituído de um fio de platina soldado a um fio de

    Ni-Cr, utilizando-se um suporte de vidro como corpo para o eletrodo.

    O eletrodo de referência foi Ag / AgCI (KCI sat) um fio de prata foi lixado para

    a remoção de óxidos, lavado com etanol para a retirada de gordura e imerso com

    demais eletrodos (referência e auxiliar) em solução de ácido clorídrico

    10-3 mmol L-1. O AgCI foi precipitado na superfície do eletrodo por oxidação do fio

    de prata a 8 mV vs Ag/AgCI, KCI sat. por 700 s. A montagem do eletrodo foi

    efetuada como descrito por Pedrotti et ai _

    32

  • Pt EPC

    :tt Agi AgCl(KCI sat)

    Figura 8. Esquema representativo do sistema de eletrodos.

    A pasta de carbono foi utilizada por ser um material barato, facilmente

    removível e que permite a imobilização enzimática durante a preparação da

    própria pasta de carbono.

    11.2.2.1- Preparação dos Eletrodos Modificados com Azul da

    Prússia

    11.2.2.1.a- Por Voltametria Cíclica

    Após imersão do sistema de eletrodos na solução modificadora efetuo-se

    50 cidos na solução modificadora no intervalo de potencial - 0,4 V~ Eap1 ~ 1,2 V

    com velocidade de varredura de 60 m V s-1.

    33

  • 11.2.2.1.b- Por Deposição a Um Potencial Controlado

    Após imersão do sistema de eletrodos na solução modificadora aplicou-se

    0,4 V por 1 minuto na solução modificadora (pré-concentração dos reagentes). Em

    seguida os eletrodos foram ativados em solução eletrólito suporte contendo O, 1

    mol L-1 de KCI em 2,0 x 10-2 mol L-1 de HCI (realização de 50 cidos no intervalo

    de - 0,05 V s Eap1 s 0,35 V a 50 m V s-1) e utilizados apenas após secagem a

    temperatura ambiente por 24 horas.

    11.2.2.1.c- Por Deposição a Dois Potenciais Controlados

    Após imersão do sistema de eletrodos na solução modificadora aplicou-se

    0,4 V ao eletrodo de trabalho durante 2 minutos (etapa de pré-concentração de

    reagentes). Em seguida, o potencial foi imediatamente revertido para - 0,4 V

    durante mais 2 minutos ( etapa de redução dos reagentes e formação do filme de

    Azul da Prússia). O cido foi repetido por mais duas vezes. Em seguida, os

    eletrodos foram ativados em solução de eletrólito suporte contendo 0,5 mol L-1 de

    KCI e 2,0 x 10-2 mol L-1 de HCI (realização de 50 ciclos no intervalo de

    - 0,4 V s Eap1 s 0,6 V a 60 mV s-1) e utilizados apenas após secagem a

    temperatura ambiente por 24 horas.

    11.2.2.1.d- Por Deposição a Dois Potenciais Controlados e Ativação em

    Solução contendo KCI 0,5 mol L-1 e RuCb 1,0 x 10-3 mol L-1

    Após imersão do sistema de eletrodos na solução modificadora aplicou-se

    0,4 V ao eletrodo de trabalho durante 2 minutos (etapa de pré-concentração de

    reagentes). Em seguida, o potencial foi imediatamente revertido para - 0,4 V

    durante mais 2 minutos (etapa de redução dos reagentes e formação do filme de

    Azul da Prússia). O cido foi repetido por mais duas vezes. Em seguida, os

    eletrodos modificados foram ativados em solução contendo 0,5 mol L-1 de KCI,

    2,0 x 10-2 mol L-1 de HCI e 1,0 x 10-3 mol L-1 de RuCb (realização de 50 ciclos no

    34

  • intervalo de - 0,4 V ::;; Eap1 ::;; 0,6 V a 60 mV s·1) e utilizados após secagem a

    temperatura ambiente por 24 horas.

    IL2.2. 1we- Por Deposição a Dois Potenciais Controlados e Ativação em

    Solução contendo KCI 0,5 mol L"1 e RhC'3 1,0 x 10-3 mol L"1

    Após imersão do sistema de eletrodos na solução modificadora aplicou-se

    0,4 V ao eletrodo de trabalho durante 2 minutos (etapa de pré-concentração de

    reagentes). Em seguida, o potencial foi imediatamente revertido para - 0,4 V

    durante mais 2 minutos ( etapa de redução dos reagentes e formação do filme de

    Azul da Prússia). O cido foi repetido por mais duas vezes. Em seguida, os

    eletrodos modificados foram ativados em solução contendo 0,5 mal L-1 de KCI ,

    2,0 x 10·2 mal L-1 de HCI e 1,0 x 10-3 mal L-1 de RhCb (realização de 50 ciclos no

    intervalo de - 0,4 V ~ Eap1 ::;; 0,6 V a 60 mV s·1) e utilizados após secagem a

    temperatura ambiente por 24 horas.

    Os três últimos métodos de preparação constituem-se em contribuições

    inéditas, as quais foram formuladas após leitura detalhada de métodos

    previamente descritos na literatura.

    11.2.2.2- Preparação dos Eletrodos Modificados em Solução de

    RhCla

    11.2.2.2.a- Por Deposição a Dois Potenciais Controlados em Solução

    contendo 1,0 x 10-3 mol L "1 de RhC'3

    Após imersão do sistema de eletrodos na solução contendo 1 m mol L-1 de

    RhCb e 0,02 mol L-1 de HCI, aplicou-se 0,4 V ao eletrodo de trabalho durante 2

    minutos. Em seguida, o potencial foi imediatamente revertido para - 0,4 V durante

    35

  • mais 2 minutos. O ciclo foi repetido por mais duas vezes. Em seguida, os

    eletrodos modificados foram ativados em solução contendo 0,5 mol L-1 de KCI e

    2,0 x 10-2 mol L-1 de HCI (realização de 50 ciclos no intervalo de

    - 0,4 V ::; Eapl ::; 0,6 V a 60 mV s-1) e utilizados após secagem a temperatura

    ambiente por 24 horas.

    11.2.3.1- Curvas Analíticas para Determinação de H202

    11.2.3.1.a- Curvas Analíticas para Determinação de H202 Utilizando o Eletrodo

    Modificado com Azul da Prússia

    O eletrodo de pasta de carbono modificado com Azul da Prússia (EPC-AP)

    foi utilizado na determinação amperométrica de H2O2 no intervalo de

    5,0 x 10-5 mol L-1 a 8,6 x 10-4 mol L-1 em solução tampão (citrato de potássio/ácido

    citrico) pH = 6, 1 contendo 0,5 mol L-1 de KNQ3. O potencial aplicado foi de 0,040 V

    VS EAg/AgCl,KCl(sat)-

    11.2.3.1.b- Curvas Analíticas para Determinação de H202 Utilizando o Eletrodo

    Modificado com Azul da Prússia e Posteriormente Ativado em Solução

    contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCla

    O eletrodo de pasta de carbono modificado com Azul da Prússia e

    posteriormente ativado em solução contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCh

    (EPC-AP-Rh) foi utilizado na determinação amperométrica de H2O2 no intervalo de

    5,0 x 10-5 mol L-1 a 8,6 x 10-4 mol L-1 em solução tampão (citrato de potássio/ácido

    citrico) pH = 6,1 contendo 0,5 mol L-1 de KCI. O potencial aplicado foi de 0,040 V

    VS EAgtAgCl,KCl(sat)-

    36

  • 11.2.3.1.c- Curvas Analíticas Utilizadas para Estabelecer o Limite de Detecção

    na Determinação de H~O~ Utilizando o Eletrodo Modificado com Azul da

    Prússia e Posteriormente Ativado em Solução contendo

    1,0 x 10-3 mol L"1 de RhCb

    O eletrodo de pasta de carbono modificado com Azul da Prússia e

    posteriormente ativado em solução contendo 1,0 x 10-3 mol L·1 de RhCb

    (EPC-AP-Rh) foi utilizado na determinação amperométrica de H202 no intervalo de

    9,3 x 10-a mol L"1 a 8,6 x 10-4 mol L·1 em solução tampão (citrato de potássio/ácido

    citrico) pH = 6, 1 contendo 0,5 mol L-1 de KCI. Porém, a faixa de trabalho utilizada

    para cálculo do limite de detecção e sensibilidade foi de 5, 1 x 1 o.s mol L·1 a 8,6 x 10-4 mol L-1.

    11.2.3.2- Avaliação da Interferência dos ácidos Ascórbico e

    Úrico na Determinação de H202 Utilizando os Eletrodos

    Modificados com Azul da Prússia e Posteriormente Ativados em

    Solução contendo 1,0 x 1 o..J mol L-1 de RhCl3

    11.2.3.2.a- Interferência do ácido Ascórbico na Determinação de H202.

    Utilizando os Eletrodos Modificados com Azul da Prússia e Posteriormente

    Ativados em Solução contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCb

    Os eletrodos de pasta de carbono modificados com Azul da Prússia e

    posteriormente ativados em solução contendo 1,0 x 10·3 mol L-1 de RhCb

    (EPC-AP-Rh) foram utilizados para registrar a corrente de redução na ausência e

    presença de 1,0 x 10-3 mol L-1 de ácido ascórbico e/ou úrico. A na faixa de

    37

  • potencial estudada foi - 0,21 V ~ Eap1i ~ O, 19 V, em solução tampão citrato de

    potássio / ácido cítrico pH 6, 1 contendo 0,5 mol L-1 de KCI.

    /

    11.2.3.2.b- Interferência do Â;ido Ascórbico na Determinação de H;zO;z

    Utilizando os Eletrodos Modificados com Azul da Prússia e Posteriormente

    Ativados em SoluçãoGmtendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhCls --

    O eletrodo de pasta de carbono modificado com Azul da Prússia e

    posteriormente ativado em solução contendo 1,0 x 10-3 mol L-1 de RhC'3

    (EPC-AP-Rh) foi utilizado na determinação amperométrica de H2O2. Para tanto,

    fixou-se o potencial aplicado ao eletrodo em 0,040 V e, após estabilização da linha

    base, efetuaram-se 3 adições de solução estoque de H2O2 à célula contendo

    tampão citrato de potássio/ ácido cítrico, pH 6, 1 e 0,5 mol L-1 de KCI. Após a

    última adição do analíto ([H2O2] = 2,4 x 10-4 mol L-1 na célula de medida), efetuou-

    se uma adição de ácido ascórbico de modo a obter uma concentração final de

    2,0 x 10-5 mol L-1 do interferente. Este procedimento foi efetuado na presença e na

    ausência de 02.

    B I Bt. lOTECA INSTITUTO DE QU{ MICA Untv~rsi(]ada da s- .,

    20 , ;r u ir

    38

  • 111- RESUL TACOS E DISCUSSÕES

    111.1-Preparação de Eletrodos de Pasta de Carbono Modificados

    com Azul da Prússia por Voltametria Cíclica.

    111.1.1- Formação do Filme de Azul da Prússia como Descrito por Chi et a1_

    Inicialmente, tentou-se reproduzir o trabalho de Chi et ai , porém nas

    condições de pH utilizadas (pH = 6,0/ tampão fosfato), o filme de Azul da Prússia

    não se formou.

    Em vista deste resultado preliminar decidiu-se, avaliar a influência de

    diversos parâmetros, não somente na formação do filme, como também em sua

    estabilidade em eletrólito suporte. Os resultados serão abordados a seguir.

    111.1.2- Influência da Concentração de HCI na Solução Modificadora.

    Como anteriormente descrito no item I1.1.1.a, página 30, variou-se o volume

    de HCI O, 1 mol L-1 utilizado para dissolução de FeC'3, de modo que a •

    concentração de HCI na célula eletroquímica variou no intervalo de

    0,01 mol L-1 ~ [HCI] ~ 0,1 mol L-1. Este procedimento foi adotado com o objetivo de

    evitar a hidrólise do íon Fe3+, durante o processo de preparação da solução

    modificadora. Os voltamogramas cíclicos registrados durante o processo de

    crescimento do filme são similares àqueles apresentados na Figura 7, página 23.

    A influência da acidez do meio pode ser constatada durante o processo de

    formação do filme, uma vez que em 0,02 mol L-1 de HCI as correntes catódicas e

    anódicas correspondentes aos picos I e li, redução do Azul da Prússia ao Branco

    da Prússia e oxidação do Branco da Prússia ao Azul da Prússia respectivamente,

    39

  • foram as mais altas correntes de picos, atingindo-se valores estáveis de corrente a

    partir do 20° voltamograma. Para concentrações de HCI superiores a O, 02 mol L-1,

    correntes de pico inferiores foram registradas, Figura 9.

    40

  • 4.5

    4.0

    3.5

    3.0 e{ .,:1. 0 2.5 :i:::

    ~ 2.0 ê 8 1.5

    1.0

    0.5

    o.o

    8

    7

    6

    ~5 't o

    o

    • :i:: 4 • GI 1= ~ 3 o o

    • •

    • •

    • •

    1 ... •

    10

    • • • •

    • 2 • • 1

    • 1 ....

    Pico li

    HCI 0.02 mo1.L·1

    • • • • • • • • • • • HCI 0.01 mol.L"

    1

    • • • • •

    HCI 0.04 mol.L"1

    • • • • • • • • • • HCI 0.06 mol.L"' • • • • • • • • • • • • HCI 0.1 mol.L"' ... •

    20 30 40 50

    Nº de Ciclos

    Pico 1

    HCI 0.02 mo1.L·1

    • • • • • • • • • • • HCI 0.01 mol.L"'

    1 •

    • • HCI 0.04 mo1.L·1

    • .. • • • • • • HCI 0.06 mol.L·' • • • • • • • A

    HCI 0.1 mol.L"'

    º.__ .............. __. ....................................... ... O 10 20 30 40 50

    N°deCiclos

    Figura 9. Correntes de pico obtidas durante a formação de filmes de Azul da

    Prússia em diversas concentrações de HCI. Solução modificadora: 2 mmol L-1

    de K3[Fe(CN)6]; 3 mmol L-1 de FeCh; 0,5 mol L-1 de KN03. Ei = - 0,4 V; E,= 1,2 V e

    velocidade de varredura = 60 m V s-1.

    41

  • Apesar disto, mesmo na concentração otimizada de HCI, o filme não se

    manteve estável durante a ciclagem em eletrólito suporte, tampão fosfato, pH 6,5,

    Figura 10.

    42

  • Pico li 100

    80 ••

    1 X

    't' X• HCI 0,01 rrol.L1 60 • -a A HCI 0,02 rrol.L"1 • • !:i .x HCI 0,04 rml.L"

    1

    1 A • X 40 • X • HCI 0,06 rml.L"1 ·i • A X • A HCI O, 1 rrol.L"1 'li 20 't' A • •

    • l • • • • ;:::;; 't' 't' X X )( o o 5 10 15 20 25

    r.f deCidos

    Picol 100

    1 80 •

    X .. HCI 0,01 rrol.L."1 .. 60

    ... • HCI 0,02 rrol.L."1 -8 X • HCI 0,04 rrol.L"' X ~ I lll ' HCI 0,06 rrol.L."1 ~ • 40 .. 1! ,,. .... .. HCI 0,1 rml.L·1 X o &

    f 20 'f' X X ~-y X -- X• . .. .. . >

    o o 5 10 15 20 25

    r.f de Ciclos

    Figura 10. Variação relativa de correntes de pico anódico e catódico dos

    filmes de Azul da Prússia formados em diversas concentrações de HCI,

    como função do número de voltamogramas cíclicos efetuados em solução

    tampão fosfato, pH = 6,5.

    Ei = - 0,4 V; Et = 1,2 V; velocidade de varredura = 60 m V s-1.

    Variação relativa da corrente= (icicloconsideradoX 100) / i1°Ciclomedido•

    43

  • 111.1.3- Influência da Concentração de KN~ na Solução Modificadora.

    Após verificar que existia uma condição de acidez que permitia a obtenção

    de mais altas correntes durante a formação dos filmes, apesar da pequena

    estabilidade dos mesmos, decidiu-se fixar a concentração de HCI na solução

    modificadora em 0,02 mol L-1, passando-se a variar a concentração do íon K+ na

    composição da mesma.

    Observou-se um aumento nas correntes de formação com o aumento da

    concentração de KN03. Os melhores resultados foram obtidos em solução

    0,35 mol L-1, Figura 11.

    44

  • Pico li 5.5

    5.0 ... ...

    4.5 X ... 4.0 • • •

    "i 3.5 )( X " X • • • b 3.0 • • • • l • • KNO, o,o mo1L·1 ..... • ... • ~ 2.5 • • • KN03 0,1 5 molL·' lt .. ... KN0

    3 0,25 molL·'

    ~ 2.0 • • KN03

    0,35 mo1L·' o 1.5 X • X

    • )( KN03 0,50 molL·' 1.0 • • • • . • • • 0.5 • •

    o.o o 10 20 30 40 50

    Nº de C iclos

    11 Pico 1

    10 X

    • • 9 •

    8 • X • • X X ~

    7 ... ... • • • • • ... ... "1 6 X • • • o • ..... • ~ 5 • • KN0 3 0,0 mo1L·1 e • • ~ • X • • KN03 0,15 mo1L·1 a 4 • o

    3 • KN03 0,25 mo1L·1 • Ili KN0

    3 0,35 m