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Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças Júri Presidente: Prof. Rui Manuel dos Santos Oliveira Baptista Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças Vogal: Profª Elsa Maria Pires Henriques Junho 2016

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Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo

António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Mecânica

Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças

Júri

Presidente: Prof. Rui Manuel dos Santos Oliveira Baptista

Orientador: Prof. Paulo Miguel Nogueira Peças

Vogal: Profª Elsa Maria Pires Henriques

Junho 2016

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Agradecimentos

Nos tempos complicados que se avizinham e que todos lutamos por ultrapassar, a entrega

deste trabalho de final de curso representa um importante marco no percurso que se segue.

Gostaria de atribuir os meus mais sinceros agradecimentos aos meus pais e irmãs, que nunca

se cansaram de insistir para terminar este trabalho, e me suportam sempre que necessário.

Gostaria de agradecer ao Professor Paulo Peças, que apesar da minha ausência se mostrou

sempre disponível e me apoiou e ajudou neste percurso atribulado.

Gostaria de agradecer aos meus amigos e colegas de trabalho Eng.º Henrique Silva e à Eng.ª

Ana Rita Violante pelo apoio durante a realização deste trabalho.

Para terminar gostaria de agradecer a todos os meus amigos e em especial à minha

namorada, Ana Raposo, pela ajuda que me prestou.

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Resumo

Na atual conjuntura de competitividade fomentada pela exigência dos mercados globais e em

particular dos consumidores, as empresas industriais necessitam de dispor de sistemas de

produção que consigam, de forma rápida e eficiente, adaptarem-se aos novos desafios. Torna-

se, por isso, vital a existência de modelos práticos que apoiem a reorganização dos processos

de produção. Em resposta a esta necessidade surge a filosofia Lean, ou Lean Manufacturing e

a Melhoria Contínua. Estas filosofias englobam um conjunto de metodologias e ferramentas

que permitem orientar pessoas, reorganizar e controlar processos operacionais e reduzir

desperdícios. Desta forma foi desenvolvido um sistema de controlo operacional através de

Indicadores de Desempenho. Realizou-se um caso de estudo na empresa Zeugma-Tsi. S.A.

em Mafra. Foi efetuado um diagnóstico ao sistema produtivo e às metodologias já aplicadas na

empresa. Com a identificação das dificuldades e problemáticas foi então proposto um Sistema

de Indicadores que permite-se à empresa controlar o seu processo operacional. Com o sistema

desenvolvido foram propostas algumas formas de apresentação, através de Dashboards e

Balance Score Cards, da informação contida nos Indicadores. Esta abordagem permite à

empresa melhorar a sua eficiência, reduzindo desperdícios e consciencializando as pessoas.

Palavras-Chave: Lean Manufacturing, Indicadores de Desempenho, Dashboard, Balance

Scorecard

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Abstract

In the current competitive environment fostered by the demand of global markets and in

particular consumers, industrial companies need to have production systems that are able to

quickly and efficiently adapt to new challenges. It is therefore vital that there are practical

models to support reorganization of production processes. In response to this need arises the

philosophy Lean or Lean Manufacturing and Continuous Improvement, these philosophies

encompasses a set of methodologies and tools in order to focus people, reorganize and control

operational processes and reduce waste. Thus it was developed an operational control system

through Performance Indicators. A case study was conducted in a company, Zeugma-Tsi. S.A.

in Mafra. It was made a diagnosis to the productive system and the methodologies already

applied in the company. With the identification of the difficulties and problems it was then

proposed a Performance Indicator System that allows the company to control its operating

process. With the developed system was then proposed some ways of presenting the

information contained in the indicators, through Dashboards and Balance Scorecards. This

approach allows the company to improve its efficiency, reducing waste and raising awareness

people.

Key Words: Lean Manufacturing, Performance Indicators, Dashboards, Balance Scorecards

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Índice

Agradecimentos............................................................................................................................. iii

Resumo ......................................................................................................................................... iv

Abstract ......................................................................................................................................... v

Índice ............................................................................................................................................. vi

Lista de Figuras ........................................................................................................................... viii

Lista de Tabelas ............................................................................................................................ ix

Abreviaturas .................................................................................................................................. x

1. Introdução ............................................................................................................................. 1

2. Estado de Arte ...................................................................................................................... 3

2.1 Toyota Production System (TPS) .............................................................................. 3

2.2 Total Quality Management (TQM) .............................................................................. 4

2.3 Kaizen (Melhoria Contínua) ........................................................................................ 6

2.4 Lean Manufacturing .................................................................................................... 7

2.5 Six-Sigma (Lean Six-Sigma) ..................................................................................... 10

2.6 Indicadores de Desempenho ................................................................................... 12

2.6.1 Tipos de Indicadores de Desempenho ................................................................ 12

2.6.1.1 Key Results Indicators (KRI’s) ............................................................................. 13

2.6.1.2 Performance e Result Indicators (PI’s e RI’s) ..................................................... 14

2.6.1.3 Key Performance Indicators (KPI’s) .................................................................... 14

2.6.2 Desenvolvimento e Utilização de Indicadores de Desempenho ...................... 15

3. Descrição da Empresa e Metodologia ............................................................................. 19

3.1 Descrição da Empresa .............................................................................................. 19

3.2 Metodologia ............................................................................................................... 22

4. Situação Atual .................................................................................................................... 27

4.1 Sistema de Indicadores ............................................................................................ 33

5. Soluções Propostas ........................................................................................................... 37

5.1 KRI’s: .......................................................................................................................... 38

5.2 PI’s e RI’s: .................................................................................................................. 39

5.2.1 Indicadores de Projeto............................................................................................. 43

5.3 KPI’s ............................................................................................................................ 47

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vii

6. Conclusão ........................................................................................................................... 50

7. Trabalhos Futuros .............................................................................................................. 53

8. Bibliografia............................................................................................................................ 54

ANEXOS ..................................................................................................................................... 58

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Lista de Figuras

Figura 1 Metodologia adotada na dissertação de mestrado ......................................................... 2

Figura 2. Ciclo de Deming ou PDCA (11). .................................................................................... 5

Figura 3. Ciclo PDCA Expandido (13). .......................................................................................... 6

Figura 4. Divisão de responsabilidades (16). ................................................................................ 7

Figura 5. Ciclo DMAIC. ................................................................................................................ 11

Figura 6. Analogia da Cebola (42). ............................................................................................. 13

Figura 7. Exemplo de Balance Scorecard (54). .......................................................................... 16

Figura 8. Exemplo de Dashboard (55). ....................................................................................... 16

Figura 9. Sugestão para apresentação de Resultados (42). ...................................................... 17

Figura 10. Perspetivas que um Balance Scorecard de Indicadores de Desempenho deve focar

(42). ............................................................................................................................................. 17

Figura 11. Da Missão e Visão à avaliação de desempenho funcional (42) (49). ....................... 18

Figura 12. a) Large Diameter Centrifuge; b) ETERNA Doctor Machine; c) Automated

Assembling & Testing Line; d) ZSMWW Slitter & Doctor Machine. ............................................ 20

Figura 13. A Zeugma no Mundo (58) .......................................................................................... 21

Figura 14. Processos de Gestão da Zeugma (58) ...................................................................... 22

Figura 15. Metodologia a Utilizar ................................................................................................. 23

Figura 16. Exemplo de um Fluxograma ...................................................................................... 24

Figura 17. Fluxograma do Processo Produtivo Zeugma............................................................. 28

Figura 18. Timeline do Projeto Slitter .......................................................................................... 32

Figura 19. Processo de encomenda de críticos – exemplificada encomenda do componente de

90.000,00€ ................................................................................................................................... 33

Figura 20. Apresentação dos Indicadores Zeugma .................................................................... 34

Figura 21. a) Indicadores do PRN02 Gestão de Projetos; Indicadores PRG06 Gestão

Aprovisionamentos; c) Indicadores do PRN03 Conceção, Montagem, Testes e Validação ...... 35

Figura 22. Balance Score Card de KPI’s da Zeugma ................................................................. 36

Figura 23. Organização dos Indicadores .................................................................................... 38

Figura 24. Exemplo para Dashborad de Apresentação .............................................................. 42

Figura 25. Dashboard de Projeto ................................................................................................ 47

Figura 26. Balance Scorecard de KPI’s ...................................................................................... 49

Figura 27. Indicadores na Statwall .............................................................................................. 51

Figura 28. Indicadores na Statwall .............................................................................................. 52

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Ferramentas do TPS ..................................................................................................... 4

Tabela 2. Dimensão Lean e relação com os desperdícios (23). ................................................... 8

Tabela 3. Exemplos de Indicadores de Desempenho (47). ........................................................ 13

Tabela 4. Regra 10/80/10 (42). ................................................................................................... 15

Tabela 5. Exemplo de divisão realizada por Jeff Smith (47). ...................................................... 25

Tabela 6. Lead Time Encomenda de Materiais .......................................................................... 27

Tabela 7. Exemplo de 2 projetos - Horas Previstas/Horas Reais ............................................... 29

Tabela 8. Registo de Perturbações ............................................................................................. 30

Tabela 9. Lead Time Base de Dados de 25 Projetos Aleatórios de 2015 .................................. 32

Tabela 10. KRI's Zeugma ............................................................................................................ 38

Tabela 11. RI's Zeugma .............................................................................................................. 40

Tabela 12. Média do Consumo dos anos anteriores .................................................................. 40

Tabela 13. PI’s Zeugma .............................................................................................................. 41

Tabela 14. Indicadores de Projeto .............................................................................................. 44

Tabela 15. KPI’s Zeugma ............................................................................................................ 48

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Abreviaturas

AELE – Assembly Eléctrico

AMEC – Assembly Mecânico

BOM – Bill of Materials

BSC – Balance Score Card

CEO – Chief Executive Officer

CSF – Critical Success Factor

DMAIC - Define, Measure, Analyze, Improve and Control

DPMO – Defects per million opportunities

EAUT – Engenharia Automação

EBITDA – Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization

EELE – Engenharia Eléctrica

EMEC – Engenharia Mecânica

EPMO – Errors per million opportunities

ETD – Estimated Time of Delivery

FAT – Factory Acceptance Test

JIT – Just in Time

KPI – Key Performance Indicator

KRI – Key Result Indicator

NVA – Non value added

PDCA – Plan, Do, Check and Act

PI – Performance Indicator

PME – Pequena Média Empresa

PRG# - Processo de Gestão #

PRN# - Processo de Negócio número #

RI – Result Indicator

ROI – Return on Investment

TPM – Total Preventive Maintenance

TPS – Toyota Productive System

TQM – Total Quality Management

VA – Value added

WIP – Work in Progress

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1. Introdução

Em virtude da crescente mudança no sector financeiro mundial e consequente alteração nos

mercados, as organizações são obrigadas a acompanhar estas alterações de forma eficiente

para se manterem competitivas no mercado. Tipicamente reestruturações e alterações de

políticas e processos são vantajosas para as organizações. No entanto, um novo planeamento

exige uma elevada necessidade de recursos temporais e monetários. A melhoria contínua é

uma ferramenta de gestão que reduz significativamente os custos na resolução dos problemas.

Com foco em pequenas alterações constantes para atingir os objetivos, a melhoria contínua

apresenta várias metodologias para medição, controlo e atuação com o intuito de reduzir

desperdícios.

Tipicamente empresas já com alguns anos de atividade têm dificuldade em identificar tanto

problemas como soluções, dado o “vício” que muitas vezes os seus colaboradores apresentam

nos seus processos internos. Em Portugal existem muitas pequenas e médias empresas, que

dado o seu tamanho não dedicar pessoas à resolução destas dificuldades.

A Zeugma-Tsi, S.A. é uma empresa portuguesa especializada em tecnologias e sistemas

industriais. As suas principais áreas de atuação são em Converting e Factory Automation,

como também operações de Retrofitting. Atualmente a empresa conta com uma fábrica em

Mafra, que em Abril de 2014 foi totalmente remodelada por forma a quadruplicar a sua área

produtiva. A Zeugma emprega no total cerca de 50 colaboradores, distribuídos por várias áreas

desde a conceção/projeto (engenharia) à montagem e expedição.

Com muita experiência em sistemas de automação, controlo e robótica, a Zeugma foi capaz de

implementar soluções em todos os continentes. As suas soluções tecnológicas são de

variadíssimas tipologias, indo desde um simples desenrolador de papel a máquinas de

simulação de acelerações até 11 G’s.

Neste trabalho pretende-se criar um modelo de medição e controlo, através de Indicadores de

Desempenho, de todos os campos operacionais de projeto e montagem de máquinas

industriais customizadas, a Zeugma-Tsi, S.A. Pretende-se focar a empresa em medir o seu

desempenho, algo que não acontece tipicamente em empresas deste tamanho, para que

possa melhorar os seus resultados.

Como a Zeugma implementou recentemente um Sistema de Gestão Integrada, o M3, todos os

dados utilizados nas análises realizadas são referentes ao ano 2014 e início de 2015.

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O desenvolvimento deste trabalho segue a seguinte lógica:

Figura 1 Metodologia adotada na dissertação de mestrado

Numa fase inicial deste trabalho são explicados alguns conceitos, ligados com toda a

metodologia Lean e Continuos Improvement na qual se inserem os conceitos da proposta. É

posteriormente descrita a metodologia que é utilizada no desenvolvimento deste trabalho.

Com recurso aos conceitos e metodologias utilizadas é então proposta uma solução de

melhoria e um Sistema de Indicadores.

Enquadramento Teórico

Etapa 1

Descrição da Empresa

Etapa 2

Metodologia a Seguir

Etapa 3

Situação Atual

Etapa 4

Propostas e Soluções

Etapa 5

Conclusões

Etapa 6

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2. Estado de Arte

A preocupação em desenvolver alternativas de pensamento e soluções de melhoria nas

organizações modernas é uma iniciativa que remonta às organizações do século XIX, em que

os programas e ideias desenvolvidos pelos colaboradores eram recompensadas e tivessem um

impacto positivo nas organizações (1).

Entre o final dos anos 1800s e o início dos 1900s foi atribuída muita importância a estudos

relacionados com gestão, desenvolvendo-se métodos para ajudar os gestores a analisar e

solucionar problemas relacionados com a produção. Com a chegada da Revolução Industrial e

o aumento na complexidade dos produtos, os custos de mão-de-obra ganharam maior relevo

que os custos de matéria-prima, o que potenciou o desenvolvimento de ideias de gestão

inovadoras, o que deu origem à Era da Gestão Científica (2).

Com impulsionadores como Henry Ford e Sakichi Toyoda abriram-se as portas para novas

maneiras de produzir e gerir. Investigadores como Deming, Juran ou Gilberth utilizaram estes

exemplos para desenvolver novas filosofias para o aperfeiçoamento das organizações,

possibilitando assim as políticas contemporâneas (3).

No último século com a necessidade de melhoria contínua a um nível global dentro das

organizações, surgiram vários conceitos de qualidade e de melhoria de processos focalizados

na redução de desperdícios, simplificação da produção e melhoria da qualidade. As filosofias

mais com maior sucesso de implementação são: o Lean Manufacturing, o Six-Sigma e o Lean

Six-Sigma (1), existindo outras vertentes relevantes no desenvolvimento destas ideias, tais

como o Toyota Production System (TPS) e o Total Quality Management (TQM), que foram

pioneiras para o desenvolvimento das filosofias e metodologias atuais.

2.1 Toyota Production System

O TPS é muito conhecido e estudado globalmente. Sakichi Toyoda foi pioneiro no TPS,

desenvolveu e implementou o conceito Jidoka e os 5 Why’s, que possibilitou um tremendo

aumento de produtividade e eficiência de trabalho da época. Jidoka é um método de prevenção

e correção de defeitos e avarias, os 5 Why’s é uma metodologia para encontrar eficientemente

a causa de um problema, basta perguntar 5 vezes porquê (4). Com a deteção de um erro ou

defeito há uma paragem total da linha e é imediatamente colocada em curso uma intervenção.

As deteções são realizadas com a implementação de Poka Yokes (previnem e direcionam

utilização defeituosa das ferramentas de produção) e as causas encontradas com recurso aos

5 Why’s. Da mesma forma que existe a paragem aquando de uma avaria ou erro, o Jidoka

também possibilita a alocação do colaborador, que ficou disponível devido à paragem, noutra

área do processo (5).

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4

No seguimento do progresso do TPS, Kiichiro Toyoda e posteriormente Eiji Toyoda com o

apoio de Taichi Ohno desenvolveram novas filosofias e métodos com o intuito de reduzir o

desperdício e aumentar a produtividade (4).

Este sistema, é caracterizado pelo fluir dos materiais desde os fornecedores até aos clientes

(Pull Production), com o mínimo de constrangimentos na linha e sem buffers, também

conhecido como JIT, ou just in time. Este pressuposto necessita de grandes quantidades de

produção em série e do aproveitamento total do tempo disponível, é necessário para o sucesso

destas aplicações, a preparação dos espaços e ferramentas e a formação dos colaboradores

(5) (6). Assim surgem outras ferramentas e conceitos para suportar estas necessidades:

5’s (Systematic Arrangement; Sort; Shine;

Standardize; Sustain)

Método para manter o posto de trabalho limpo

e organizado de forma standard.

Células de Montagem Modelo de design para implementar num

sistema produtivo.

TPM (Total Productive Maintenance) Sistema para garantir o funcionamento

adequado do equipamento produtivo.

Kanban Sistema de planeamento para sistemas de

produção JIT.

Tabela 1. Ferramentas do TPS

2.2 Total Quality Management

A TQM (Total Quality Management) tem uma definição de difícil explicação, mas vários autores

descrevem-na como uma forma de gestão holística para melhorar o desempenho de uma

organização. Esta filosofia incorpora aspetos técnicos e comportamentais na busca de

problemas/soluções (7). O TQM requer um constante trabalho, por parte de todos os

intervenientes de uma organização, de avaliação, consciencialização e constante controlo,

assim como disponibilidade para inovação (8). O TQM foca a satisfação total dos clientes,

internos, externos e colaboradores, o que implica uma gestão muito focada na melhoria

contínua.

T (Total) – Todos os colaboradores de uma organização têm que estar envolvidos;

Q (Quality) – Os clientes atribuem os requerimentos e especificações ao produto;

M (Management) – É necessário o envolvimento da administração (9).

De acordo com Deming (1986) (10), 94% dos problemas relacionados com qualidade nas

organizações são criados pela gestão e pelos sistemas por eles implementados, o que significa

que o foco na gestão deve surgir na linha da frente e só depois o foco nos trabalhadores em

geral (9). A implementação do TQM irá gerar produto de maior qualidade, o que segundo

Deming é o maior determinante de sucesso, e possibilita vantagens competitivas (7). Existem

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vários indicadores capazes de monitorizar o desempenho das medidas implementadas, tais

como, qualidade do produto/serviço, custo de sucata ou retrabalho, Lead Time das

encomendas e das entregas, entre outros (7).

Existe uma metodologia standard para executar este conceito e pode ser aplicada em todos os

campos de uma empresa, engenharia, produção, gestão ou qualquer outro processo de

suporte (11). Esta metodologia denomina-se Ciclo de Deming ou PDCA:

Plan (Planear) – estabelecer os objetivos e os processos necessários para apresentar

resultados de acordo com os requisitos do cliente e as políticas da organização;

Do (Executar) – implementar processos;

Check (Verificar) – monitorizar e medir processos e produto em comparação com

políticas, objetivos e requisitos para o produto e reportar resultados;

Act (Atuar) – empreender ações para melhorar continuamente o desempenho dos

processos (12).

Figura 2. Ciclo de Deming ou PDCA (11).

Na filosofia utilizada pelo TQM este ciclo pode ser expandido, cria-se um segundo ciclo PDCA

que suporta o ciclo base (13). O ciclo de suporte é constituído pelos seguintes processos:

Problem Finding (Debilidades) – após a realização da etapa Do é necessário

encontrar as debilidades e os problemas da implementação;

Display (Controlo Visual) – compreendidas as fraquezas e os problemas, introduz-se

controlo visual para a visualização e acompanhamento do mesmo, o que pode ser

obtido através de gráficos, diagramas, KPI’s (Key Performance Indicators), etc.;

Clear (Solucionar) – encontrar soluções viáveis e atualizar o controlo visual para que

todos se mantenham dentro do ciclo;

Acknowledge (Reconhecimento) – reconhecidos e compreendidos os problemas e as

suas soluções, comunicar aos gestores de topo e realizar a ação (Act) (13).

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6

Figura 3. Ciclo PDCA Expandido (13).

No século XXI a mentalidade de gestão alterou-se, passou de uma preocupação extrema na

qualidade para uma preocupação em inovação. A inovação permite às organizações de hoje

em dia encontrar novas alternativas, produtos e soluções de mercado que acompanhem o

mesmo. Contudo, não é possível uma organização conseguir ter sucesso aplicando medidas

inovadoras se os seus produtos/serviços não cumprirem os requisitos de qualidade mínimos,

isto é, é necessário existir uma ligação profunda entre inovação e qualidade (7).

Alguns autores afirmam que o foco na satisfação dos clientes pode ter um impacto negativo na

inovação. Ao perseguir a satisfação total dos seus clientes, através da alocação de recursos, a

organização sujeita-se a ficar presa, com um défice de inovação diminuem as oportunidades de

adquirir novos clientes, sendo necessário adequar os recursos nas 2 vertentes (14).

2.3 Kaizen (Melhoria Contínua)

O conceito Kaizen foi criado no Japão após a Segunda Grande Guerra. A sua origem pode ser

rastreada e identificada na pesquisa do “Guru da Qualidade”, o Dr. W. Edwards Deming, mas

foi Masaki Imai o grande impulsionador desta filosofia que se tornou revolucionária por todo o

mundo (11). Kaizen é a combinação de duas palavras japonesas, Kai (mudança) e Zen (para

melhor), traduzindo integralmente significa “melhoria contínua” da forma típica de trabalho (11).

Nesta perspetiva, as decisões deixaram de ser tomadas apenas pelos gestores de topo e são

atribuídas às partes em maior contacto com os processos e projetos a decorrer. Entende-se

por estas partes uma equipa constituída por operadores e gestores operacionais (15). É

descrito, que a melhoria pode ser dividida em duas partes, Kaizen e Inovação, e cada um

destes aspetos requer diferentes tipos de investimento, maiores na Inovação e menores no

Kaizen (16). Para que estes investimentos tenham um impacto positivo na organização deve-se

definir uma direção clara, possibilitando a manutenção e a continuidade destas medidas por

parte de todos os seus colaboradores, como é indicado na Figura 4 (17).

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7

Figura 4. Divisão de responsabilidades (16).

A compreensão desta divisão está ligada com os próprios aspetos Kaizen (melhoria contínua)

que pressupõe que este processo é constante, sendo necessário um controlo e manutenção

contínua das medidas aplicadas (16).

A melhoria contínua apesar de ser tida como um conceito adquirido e existirem várias

formulações explicativas da mesma, não pode ser vista como um conceito aplicável de uma só

forma. Vários autores, tal como W. Edwards Deming, J. Bessant ou Masaki Imai, a

descreveram de acordo com as suas expectativas, mas é certo que não é uma ciência exata.

De acordo com Mike Kaye ainda existe uma grande dificuldade de as organizações

conseguirem, com sucesso, assegurar o funcionamento da mentalidade de melhoria contínua

(18). A indefinição concreta deste conceito e a grande variedade de filosofias e métodos para a

sua implementação inviabilizam uma utilização simples e padronizada desta vertente (17).

A melhoria contínua tem sido abordada por várias perspetivas diferentes, mas acabou por ser

praticada sobretudo em programas de gestão de qualidade, o que não significa que as práticas

não sejam transversais a toda a organização, simplesmente a tendência é serem geridas por

Departamentos de Qualidade (1). Independentemente de estar focado nos programas de

gestão de qualidade, os objetivos delineados através de decisões de melhoria contínua, devem

estar disponível a todos os departamentos e colaboradores das empresas (19).

2.4 Lean Manufacturing

O conceito de Lean Manufacturing, baseado no TPS, foi desenvolvido para maximizar a

utilização dos recursos disponíveis através da minimização dos desperdícios. É também visto

como uma formulação que permite às empresas responder às rápidas alterações, exigências e

competitividade dos mercados mundiais (20) (11). Autores como Frank Gilberth, W. Edwards

Deming ou Masaki Imai estudaram e procuraram definir esta metodologia de forma standard,

mas esta pode sofrer alterações de caso para caso (20).

Simultaneamente com o TPS, também o Lean utiliza filosofias e ferramentas para aplicação

dos seus objetivos, como o Ciclo PDCA, o JIT, Kanban, 5S’s, células de trabalho ou Gestão

Visual, entre outras (2). Desta forma acrescenta-se organização e estandardização ao

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mecanismo de gestão e dos postos de trabalho, assim como aos métodos de trabalho da work

force (21).

Qualquer organização produtiva ou de prestação de serviços depende, para sobreviver, da

capacidade de sistemática e continuamente responder às alterações dos mercados para

melhorar a qualidade dos seus produtos. Para minimizar desperdícios este conceito define o

valor do produto de acordo com os requisitos especificados pelo cliente, fazendo para isso uma

separação entre atividades de valor acrescentado (VA) e atividades sem valor acrescentado

(NVA) (20).

As fontes da grande maioria das NVA’s são os Muda, movimentação desnecessária de

matérias-primas, WIP (progresso/trabalho em vias de fabrico) ou produtos acabados

(Transportation), quantidades acima das necessárias (Inventory), movimentos desnecessários

de colaboradores (Motion), produção excessiva (Overproduction), processarmos mais o

produto do que o pedido pelo cliente (Overprocessing) e produção que necessita retrabalho ou

defeituosa (Defects) (20) (22). Estes sete Muda já estudados e aprovados por vários autores

são conhecidos pelos “Ohno’s Seven Muda”, que mais tarde foram atualizados para oito, dado

que vários autores consideram a não utilização da criatividade dos colaboradores (Unused

employee Capabilities).

Tabela 2. Dimensão Lean e relação com os desperdícios (23).

Desperdício por produção excessiva

Este desperdício é segundo Ohno o causador da maioria dos desperdícios e uma das maiores

fontes de custos numa organização. Pode ser produção a mais “só por segurança” ou antes do

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tempo previsto, o que origina custos de inventário, utilização de recursos, transportes e tempos

(24).

Desperdício por tempos de espera

Em segundo lugar na escala de importância dos desperdícios, os tempos de espera são uma

fonte de atrasos e utilização de recursos defeituosa. Podendo afetar tanto recursos como

colaboradores, segundo Bicheno e Holweg (25), este é diretamente afeto à competitividade

entre organizações e à satisfação dos clientes.

Desperdício por movimentações desnecessárias

Diretamente relacionado com custos tanto humanos como de layout. Numa dimensão humana,

movimentos como baixar, levantar, inclinar ou dobrar numa base diária são extenuantes para

os colaboradores, podendo levar a produtividades fracas e redução de qualidade dos produtos.

As dimensões e a organização dos layouts também são causadoras de desperdícios.

Atualmente a ergonomia e as deslocações laborais são também uma questão de saúde e

segurança no trabalho (24).

Desperdício por transportes

Movimentação ou utilização desnecessária de materiais pode contribuir para redução na

produção e redução na qualidade dos produtos (24).

Desperdício de WIP (progresso/trabalho em vias de fabrico)

Para funcionar com precisão um processo tem que ser, bem estruturado, utilizar métodos

standards e ter colaboradores formados para desempenhar as funções necessárias. Soluções

demasiado complexas tipicamente desencorajam as organizações e incentivam tarefas

dispendiosas e desnecessárias, layouts defeituosos, transportes desnecessários que

prejudicam a comunicação. Assim a solução mais simples, mas capaz de cumprir os requisitos

é mais aconselhável (24).

Desperdício de inventário

Excesso de inventário, tais como matérias-primas e produtos concluídos, resulta em maiores

despesas de espaço, aumenta lead times e dificulta a identificação rápida de problemas na

produção.

Desperdício por defeitos

Existem dois tipos de defeitos, internos (significam: sucata, retrabalho e atrasos) e externos

(significam: garantias, reparações e deslocações desnecessárias), em que ambos os tipos

significam custos adicionais e consequente desperdício de recursos (24).

Page 21: Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo€¦ · Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

10

Desperdícios por não utilização da criatividade dos colaboradores

É referente a várias tipos de gestão de recursos humanos defeituosa: excesso de

colaboradores numa atividade, não incentivar a utilização do total das capacidades de um

colaborador, não incentivar a criatividade dos colaboradores, não alocar os colaboradores nas

funções adequadas, não distribuir a carga de trabalho, etc. Todos os aspetos mencionados

perspetivam perdas e desperdícios: tempo; ideias; capacidades; melhoria e aprendizagem (23).

Outra ferramenta importante das filosofias apresentadas (Toyota Production System, Kaizen,

Lean Manufacturing) é a Gestão Visual.

A melhoria implica ações que aumentem a eficiência e eficácia de uma estratégia de negócio.

Nesta perspetiva é necessário controlar as atividades de modo a eliminar desperdícios ou

resultados insatisfatórios (26) (27). Dado que as tarefas de gestão implicam problemas e

soluções muitas vezes complexas, com tempo de decisão limitado e com risco de perda de

informação, por causa da quantidade e complexidade da mesma, o controlo visual/visualização

é uma estratégia de comunicação muito atrativa (28).

A gestão visual tanto num meio social como organizacional, é um campo extremamente

extenso e diverso. (29).

Dentro da intuição humana a visualização interpreta um papel importante, possibilita encontrar

padrões (30), solucionar problemas (31), fundamentar (32) e memorizar (30) (29). Este aspeto

é também eficiente na transferência de conhecimento (33). Apesar de conhecidas as

propriedades em visualizar informação, esta mais valia parece subutilizada no campo da

gestão, porque se restringe muito a dados estatísticos (34) (35) (36).

Implementar um sistema de comunicação produz um efeito mais eficiente nas atividades de

adição de valor em todos os patamares de uma organização. Existem vários conceitos para

realizar gestão visual e todos têm em comum a redução de desperdícios (8 Muda).

Um sistema de gestão visual bem implementado é uma excelente ferramenta para atingir os

objetivos traçados, conseguindo incorporar todos os colaboradores da organização na tomada

de decisão, dada a facilidade e simplicidade de acesso à informação (27).

2.5 Six-Sigma (Lean Six-Sigma)

A Six-Sigma é uma filosofia de melhoria que procura eliminar causas de defeitos e erros

produtivos ou em serviços.

A disciplina Six-Sigma aproxima cada atividade de negócio a um processo, que uma vez

otimizado e controlado, reduz custos. O Six-Sigma é ele mesmo um processo, designado

atempadamente pelo acrónimo de DMAIC, que significa, define (definir), measure (medir),

analyse (analisar), improve (melhorar) e control (controlar). Numa fase inicial é necessário

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11

definir o processo. Por forma a compreender qual a capacidade do processo é necessário

realizar medições. Em seguida é feita a análise das medições obtidas para aferir se cumpre as

especificações necessárias, e caso não cumpra, melhorar. Por fim, o processo é controlado na

perspetiva de garantir que os melhoramentos impostos se mantêm ao longo do tempo. Este

também é um processo de melhoria contínua que procura reduzir desperdícios e eliminar

etapas não produtivas (37).

Figura 5. Ciclo DMAIC.

O ciclo DMAIC é uma estratégia de melhoria que utiliza a recolha de dados como principal

ferramenta de atuação. Através da monitorização constante é possível obter novos caminhos e

novas soluções. Esta estratégia não é exclusiva do Six-Sigma, podendo ser utilizada noutros

contextos/filosofias que também apontem para melhoria contínua (37).

O grande benefício do DMAIC é a sua contribuição para um processo contínuo, conceptual e

consistente de análise de desempenho, de melhoria e de controlo, contribuindo para uma

melhoria de qualidade geral de processos e produtos (37).

O Six-Sigma caracteriza a qualidade através da avaliação de defeitos ou erros por milhão de

oportunidades (DPMO ou EPMO) (38).

𝐷𝑃𝑀𝑂 =

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑂𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠× 1000000

(1)

𝐷𝑃𝑀𝑂 − 𝐷𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡𝑠 𝑝𝑒𝑟 𝑚𝑖𝑙𝑙𝑖𝑜𝑛 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑡𝑖𝑒𝑠

𝐸𝑃𝑀𝑂 − 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑟𝑠 𝑝𝑒𝑟 𝑚𝑖𝑙𝑙𝑖𝑜𝑛 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑡𝑖𝑒𝑠

Com o cálculo do DPMO ou EPMO é possível encontrar na tabela do Six-Sigma qual o sigma

correspondente ao valor obtido. Esta é uma vertente que permite medir defeitos e desperdícios

produtivos (38).

Com a evolução dos mercados e a necessidade de adaptação inerente a esta mudança é

comum usar-se o termo Lean Six-Sigma atualmente. Este novo conceito é atingido pela junção

Definir

Medir

Analisar Melhorar

Controlar

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12

das ferramentas e princípios de cada metodologia, e tem como alvo melhorias na qualidade,

rapidez, satisfação e custos (39).

O Six-Sigma e o Lean evoluíram, nos dias de hoje são sistemas de gestão adaptáveis, mas em

ambos os casos é obrigatória uma mudança cultural dentro das organizações, novos

desenvolvimentos produtivos e grande investimento na formação (39).

2.6 Indicadores de Desempenho

O desenvolvimento e implementação de uma estratégia e de um sistema de gestão é um

aspecto importante para aumentar o potencial da empresa (40). Segundo Schonberger (41) as

organizações mundiais demonstram grandes dificuldades em manter os seus programas de

melhoria contínua devido à falta de informação, de Know-How e avaliar o desempenho das

medidas implementadas.

A avaliação de desempenho é um método que ajuda as organizações a alinhar as suas tarefas

diárias com a estratégia definida (42). É essencial definir indicadores de desempenho

adequados à organização que permitam, não só reduzir desperdícios, mas também aumentar

eficiências, melhorar a gestão dos recursos, distinguir requisitos e preferências de clientes (40)

(43), “What you can measure you can manage” (44).

Os Indicadores de Desempenho são uma excelente forma de gerir uma organização,

conseguindo abranger todas as áreas de negócio, de forma visual e de fácil compreensão,

conotando-se como uma mais-valia dentro e fora da organização (42) (43) (45) (46).

2.6.1 Tipos de Indicadores de Desempenho

Um indicador é uma forma de uma organização conseguir utilizar de forma eficiente e produtiva

as quantidades gigantescas de informação que possui. Os indicadores devem ter 3 funções

básicas (43):

Controlar: avaliar o desempenho dos seus recursos;

Comunicar: transmitem informação não só aos colaboradores de uma organização mas

também a clientes/investidores exteriores;

Melhorar: identificam falhas/erros que podem ser corrigidos.

As organizações, devido a falta de informação, muitas vezes, têm as suas medições e

avaliações implementadas de forma inapropriada, o que pode se prender com o facto de não

conhecerem os 4 tipos de Indicadores de Desempenho existentes: Key Result Indicators –

Indicadores Chave de Resultado (KRI’s); Result Indicators – Indicadores de Resultado (RI’s);

Performance Indicators – Indicadores de Desempenho (PI’s) e Key Performance Indicators –

Indicadores Chave de Desempenho (KPI’s) (42) (47).

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13

David Parmenter sugere utilizar uma filosofia do tipo “cebolas” para descrever estas 4

dimensões. A pele exterior descreve a condição global da cebola (“a quantidade de água, sol e

nutrientes que absorveu”) – esta pele exterior corresponde aos KRI’s. Quando é descascada, a

cebola revela mais informação, várias camadas de RI’s e PI’s até encontrarmos o centro que

corresponde aos KPI’s (42).

Figura 6. Analogia da Cebola (42).

KPI’s PI’s RI’s KRI’s

Contagem Taxa de rejeição Lucro por cliente Custo médio dos

projetos

Objetivo de produção Rácio de rejeição Custos de formação Lucros médios por

colaborador

Tempo de Ciclo da

linha

Tempo de ciclo de

encomendas

Custo matérias-

primas

Investimento

Eficácia geral do

processo

Idade média das

máquinas

Custo de Stock ROI

Lead time de

fornecedores

Tempo médio de

ausência de

colaboradores

Custo de Publicidade Breakeven

Custo de material por

unidade produzida

Tempos de paragem Custos fixos Vendas

Tabela 3. Exemplos de Indicadores de Desempenho (47).

2.6.1.1 Key Results Indicators (KRI’s)

Estes indicadores dão uma visão global dos resultados financeiros obtidos e se estão a

percorrer o caminho pretendido, contudo não fornecem informações sobre o que necessita ser

melhorado (42).

Os KRI usualmente são medidos durante grandes períodos de tempo e a sua utilização deve

ser mais focada para membros da comissão executiva. Esta separação permite que a

KRI’s

RI’s e PI’s

KPI’s

Descascar a pele para encontrar RI’s e PI’s

Descascar camadas até encontrar KPI’s

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14

informação acerca da eficiência dos processos e atividades aplicadas seja direcionada para os

gestores e a informação de decisão para os membros da comissão executiva. Os KRI’s devem

incluir informação acerca de (42):

1. Satisfação de Clientes;

2. Lucro Líquido antes de Impostos;

3. Satisfação de Colaboradores;

4. Retorno do Capital Investido;

5. Rentabilidade dos Clientes.

2.6.1.2 Performance e Result Indicators (PI’s e RI’s)

Os PI’s não são indicadores financeiros pelo que não se tratam como indicadores chave de

negócio, mas completam os KPI’s, ajudando as equipas a alinharem a sua estratégia e a da

organização. Os PI’s devem conter informação acerca de (42):

1. Número de sugestões sugeridas por colaboradores, implementadas;

2. Reclamações de clientes em relação aos clientes-chave;

3. Atrasos nas entregas a clientes.

Em paralelo com os PI’s os RI’s complementam os KRI’s de um ponto de vista financeiro (42).

2.6.1.3 Key Performance Indicators (KPI’s)

Os KPI’s representam um conjunto de medições efetuadas que focam os aspetos de

desempenho organizacional mais críticos de uma organização para que tenha sucesso

imediato ou futuro (42). Assim um KPI não deve ser ambíguo e deve ser de fácil compreensão

para todos os membros de uma organização os compreendam. Desta forma, é possível focar

as equipas em realizar as atividades diárias, atribuindo a sensação de realização aos

colaboradores (48) (43). Segundo David Parmenter, na sua pesquisa com mais de 3000

organizações participantes, existem 7 características para se obter um KPI (42):

1. Não financeiro;

2. Medido regularmente (i.e. sempre, diariamente ou semanalmente);

3. São controlados pelos membros da comissão executiva ou pelo CEO;

4. Indicam claramente que ação deve ser realizada pelos colaboradores;

5. Delegam responsabilidades à equipa adequada;

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15

6. Têm um impacto significativo;

7. Encorajam a tomar a ação necessária.

2.6.2 Desenvolvimento e Utilização de Indicadores de Desempenho

Como já referido um Indicador de Desempenho pode ser utilizado para expressar o

desempenho de qualquer área de negócio ou de suporte de uma organização, ao mesmo

tempo que extrapola sobre a prestação futura dessa mesma área. Desta forma, possibilita que

qualquer colaborador ou utilizadores externos (ex. auditores) possa avaliar o desempenho da

organização (42) (45).

Vários autores sugeriram modelos com quantidades de indicadores, Kaplan e Norton sugeriram

20 KPI’s (49), já Fraser sugeriu apenas 10 (50). David Parmenter sugere a regra do 10/80/10

(KRI’s/PI’s e RI’s/KPI’s) é um bom guia Tabela 4, pois raramente são necessárias mais

medições (42). Para muitas organizações 10 KPI’s pode parecer um número muito restritivo de

KPI’s, mas segundo David Parmenter as organizações que aumentaram esse valor

rapidamente o viram reduzido para 10 (42).

Key Results Indicators (10) Transmite o meu desempenho numa perspetiva (Critical Success Factor)

Result Indicators

Performance Indicators

Transmite o desempenho

Transmite ações a realizar

Key Performance Indicators (10) Transmite o que fazer para aumentar o desempenho drasticamente

Tabela 4. Regra 10/80/10 (42).

A forma de disponibilização e visualização dos indicadores é um aspeto também importante, o

Balance Scorecards (BSC), Figura 7, é uma ferramenta de gestão muito utilizada na

transmissão de informação via Indicadores de Desempenho. Os objetivos e a realidade dos

pontos gerais da organização são apresentados de forma standard possibilitando uma leitura e

avaliação rápida e concisa da situação em que a organização se encontra em relação aos

objetivos pretendidos (51) (52).

Os Dashboards, Figura 8, são outra ferramenta extremamente útil para visualizar o

desempenho de uma organização de forma simples e interativa, ao contrário dos BSC’s os

Dashboards apresentam informação em tempo real, tipicamente disponível a qualquer hora e a

qualquer colaborador (53).

(80)

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16

Figura 7. Exemplo de Balance Scorecard (54).

Figura 8. Exemplo de Dashboard (55).

A medição é um aspeto fulcral para um indicador. A atualização e consulta regular dos

Indicadores de Desempenho é fundamental para que esta ferramenta seja útil. Posto isto é

sugerido por David Parmenter a forma de disponibilização de todos os indicadores (42). O

modelo apresentado pode sofrer alterações dependendo de vários fatores que podem alterar a

forma de apresentação dos indicadores, fatores como: o tipo de negócio, tipo de produção ou

até mesmo tipos de produtos (42).

Visão, Missão e

Valores

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17

Figura 9. Sugestão para apresentação de Resultados (42).

Segundo Kaplan e Norton o desempenho de uma organização deve ser medido de forma

global, desta forma identificaram 4 perspetivas da organização que devem ser focadas, a

financeira, os clientes, os processos internos e o crescimento e aprendizagem (49). David

Parmenter adicionou mais 2, de modo a satisfazer colaboradores e clientes e a estratégia da

organização. O sucesso de uma estratégia não depende apenas do seu próprio mérito, mas

sim da forma como é introduzida e implementada como mostra a Figura 11 (42).

Figura 10. Perspetivas que um Balance Scorecard de Indicadores de Desempenho deve focar (42).

De acordo com as perspetivas gerais sugeridas pelos autores referidos no ponto anterior, os

CSF’s (Critical Success Factor) identificam os aspetos críticos de uma organização para o seu

bom funcionamento. A análise descrita na Figura 10 e Figura 11 é uma análise geral, que pode

sofrer alterações dependendo da organização, sendo que o importante é encontrar quais são

os CSF’s para que encontrar os Indicadores de Desempenho se torne mais acessível (42).

Dashboard para os membros da

comissão executiva

Balance Scorecard

(BSC’s) para gestores e

equipas

Scoreboard mensal com os PI’s e RI’s mais importantes

Dashboard mensal com KRI’s (cerca de 10), ex. faturação total; lucros antes de impostos

Scoreboard mensal com os indicadores de desempenho de negócio e equipas

Scoreboard semanal com os 5 KPI’s mais importantes

Scoreboard diário com 2 ou 3 KPI’s

Resultados Financeiros

Utilização de ativos; otimização da utilização de

capital.

Foco nos Clientes Aumentar a satisfação dos clientes; foco nos clientes que geram mais receitas.

Comunidade e Ambiente

Suporte a negócios locais; líderes comunitários; postos

de trabalho.

Processos Internos Entregas dentro dos prazos; otimização de tecnologias;

etc.

Aprendizagem e Conhecimento

Aumento de capacidades e adaptabilidade.

Foco nos Colaboradores

Cultura positiva; reconhecimento de

capacidades; retenção de colaboradores.

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18

Para poder considerar uma medição de um Indicador de Desempenho é necessário que esta

se apresente conetada a um ou mais CSF’s (Critical Success Factor), ou seja, “o que?” antes

de “porque?” ou “como?”. Por outras palavras, um Critical Success Factor demonstra o que é

necessário medir para ter uma visão eficiente do desempenho de uma organização. Assim é

possível definir a ligação entre missão, estratégia, CSF’s e Indicadores de Desempenho (42).

Figura 11. Da Missão e Visão à avaliação de desempenho funcional (42) (49).

A definição de Desempenho transmite uma ideia de valor futuro dentro das capacidades de

uma organização. Os objetivos futuros são definidos pelos gestores, mas os Indicadores de

Desempenho são o veículo para a passagem de informação. Lebas (56) defende que a

informação acumulada do passado de uma organização só é útil quando utilizada na tomada

de decisão futura, enfatizando-se assim a importância de um sistema de Indicadores de

Desempenho bem estruturado (57).

Para que este sistema tenha sucesso é imprescindível uma pesquisa e uma avaliação cuidada

das necessidades de uma organização, uma empresa de produção em série não utiliza os

mesmos KPI’s que uma de prestação de serviços. Desta forma é necessário ser meticuloso na

busca das necessidades de uma empresa. A forma de recolher, organizar e disponibilizar a

informação também é um fator a pensar cuidadosamente. Só após a análise da totalidade

destes pontos é possível ter sucesso.

Comunidade

e Ambiente

Missão, Visão e Valores

Estratégia

Critical Success Factors

Resultados

Financeiros

Foco nos

Clientes

Processos

Internos

Aprendizagem

e Crescimento

Foco nos

Colaboradores

Key Result Indicators (máx. 10) Result Indicators e Performance Indicators (+/- 80)

Key Performance Indicators (máx. 80)

Resultados

Financeiros

Foco nos

Clientes

Aprendizagem

e Crescimento

Processos

Internos

Foco nos

Colaboradores

Comunidade

e Ambiente

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19

3. Descrição da Empresa e Metodologia

3.1 Descrição da Empresa

A Zeugma-tsi, S.A. foi fundada em 1997, por 4 colaboradores que ainda trabalham em conjunto

atualmente. Até 2001 mudou 2 vezes de instalações. A segunda instalação foi em Mafra,

localidade onde se encontra ainda hoje.

Devido ao seu rápido crescimento, em 2004 foi a 2ª empresa portuguesa que mais exportou

para a China, local para onde continua a exportar. (58)

Com o investimento constante em novas soluções de tecnologias e sistemas industriais, a

Zeugma continuou a sua evolução. Em 2013 recebeu a certificação PME e no ano seguinte

mudou de instalações e conseguiu quadruplicar a sua área produtiva, para acompanhar as

necessidades previstas de mercado. (58)

Com a visão de “Crescimento Sustentável baseado na Inovação e Excelência dos Produtos e

Serviços”, e para isto a empresa foca-se em 4 pontos fulcrais, os clientes, a especialização, os

custos e a produtividade. Para assegurar o cumprimento desta visão a Zeugma tem a missão

de “Melhorar a competitividade dos nossos clientes através do fornecimento de soluções

competitivas e suporte durante o ciclo de vida”. Desta forma a empresa contribui para que os

seus clientes se mantenham competitivos criando assim parcerias vantajosas para ambas as

partes. (58)

Para comprovar o empenho no cumprimento de requisitos legais e de satisfação, foi

considerado imprescindível a obtenção de alguns certificados. Assim, desde 2014 a Zeugma é

certificada pelas normas portuguesas ISO 9001 (Sistemas de Gestão da Qualidade), ISO

14001 (Sistemas de Gestão Ambiental) e a 4457 (Gestão da Investigação, Desenvolvimento e

Inovação ou IDI). (58)

O próximo passo a ser dado neste campo é a certificação na NP 4397 (Sistemas de Gestão da

Segurança e Saúde no Trabalho) (58).

A gestão estratégica na Zeugma é realizada com base no Masterplan, documento que define

os objetivos da empresa até 2017. Atualmente procura aumentar 5 a 10% do seu volume de

vendas anuais e manter o estatuto de Média Empresa. Para atingir estes objetivos, a empresa

recorreu à filosofia “Sales Force”, alocou mais colaboradores às vendas, para angariar mais

clientes e parceiros de negócio (58).

Recentemente a Zeugma agrupou-se a 3 empresas do sector para partilhar esforços e Know-

How e também para cobrir maior área de negócio (58).

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20

A Zeugma especializou-se na produção sistemas industriais e novas soluções tecnológicas

para qualquer tipo de indústria. As suas principais áreas de envolvimento e atuação são o

Converting, desenvolvimento e produção de novas máquinas que satisfação os requerimentos

impostos pelo cliente, o Factory Automation, linhas ou células robotizadas de montagem, teste

ou controlo de qualidade e operações de Retrofitting. Através de um processo de reabilitação é

possível modernizar e automatizar maquinaria desatualizada, melhorando o seu desempenho.

Não existem limitações, qualquer cliente de qualquer sector da indústria, pode requerer o

desenvolvimento de um sistema à Zeugma e se for viável para a empresa, este verá as suas

necessidades cobertas. (58)

É possível entender o facto descrito através da análise de alguns dos sistemas produzidos na

Zeugma. Estes vão desde o sistema pequeno e simples, a sistemas complexos, passando pela

indústria alimentar e automóvel até à indústria aeroespacial. (58)

a)

b)

c)

d)

Figura 12. a) Large Diameter Centrifuge; b) ETERNA Doctor Machine; c) Automated Assembling &

Testing Line; d) ZSMWW Slitter & Doctor Machine.

Na Figura 12 a máquina a) é uma centrifugadora para experiencias espaciais, realizada para a

Agência Espacial Europeia, as máquinas b) e d) são para corte e tratamento de papel

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21

defeituoso e a máquina c) é para montagem e teste de peças numa linha de montagem

automóvel.

Amplamente diversificada na sua produção a Zeugma consegue satisfazer necessidades

globais dos seus clientes e parceiros. Comummente descrita como “one step ahead” ganhou a

confiança de alguns colossos da indústria, como a TetraPak, a BMW ou a DELPHI. Desta

forma a empresa conseguiu estabelecer produtos em quase todos os continentes, sendo que

cerca de 90% da sua produção destina-se a exportação. (58)

Figura 13. A Zeugma no Mundo (58)

O contacto contínuo entre os clientes e a Zeugma é de extrema importância, não só com

propósitos comerciais, como também para realização de operações de Service dos seus

produtos. Assim é possível manter a total satisfação dos clientes e o funcionamento regular e

continuado dos seus produtos. (58)

A estrutura organizacional da Zeugma é feita por processos, existindo sempre uma ligação

intrínseca entre departamentos e processos, sendo que toda a estrutura é centrada nos

clientes.

A organização da Zeugma é feita por dois tipos de processos diferentes: processos para a

gestão e suporte internos e processos de negócio. A ligação constante entre estes dois grupos

de processos é “simbiótica”, não existindo um sem o outro. A contribuição de todos os

colaboradores é apreciada pela empresa, dado que a mentalidade Kaizen está presente em

todos.

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22

Figura 14. Processos de Gestão da Zeugma (58)

O Departamento de Qualidade da Zeugma é responsável por manter a mentalidade de

“melhoria contínua” (PRG04), e implementação das soluções ou sugestões. Todos os

processos da empresa são monitorizados em tempo real através de indicadores de

desempenho - KPI’s. Estes podem ser consultados a qualquer altura e estão exibidos na

Statwall (Anexo 1), incluindo os de atualização mensal ou até mesmo anual. Estes indicadores

permitem facilitar a visão geral de todos os processos em que a empresa se divide.

Esta estrutura organizacional é recente na Zeugma, Figura 14, como os indicadores e os

registos realizados.

3.2 Metodologia

A Zeugma é uma empresa que pauta a sua a produção por projeto. Deste modo, é necessário

planear meticulosamente todas as fases do seu processo produtivo. Para melhorar o sistema

produtivo, é necessário realizar-se o controlo de todas as etapas que contribuem para o

produto final. Dada a grande dificuldade em obter sucesso na maior parte destas fases e com a

análise realizada optou-se por sugerir um sistema de controlo visual com recurso a indicadores

de desempenho.

O desenvolvimento de cada fase do projeto deve ser planeado detalhadamente, uma vez que

envolve uma vasta diversidade de tarefas produtivas.

Para responder a esta necessidade a análise a ser realizada terá uma base mais extensa com

a utilização de vários métodos.

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23

Figura 15. Metodologia a Utilizar

Com recurso à metodologia apresentada na Figura 15 espera-se que o sistema implementado

seja robusto e abrangente, dado que todas as ferramentas e metodologias utilizadas foram

validadas por estudiosos e aplicadas com sucesso, sendo que nesta tese são integradas num

sistema único.

Os Fluxogramas de Processo são formas simples de encontrar causas para problemas,

conforme afirma Mourtzis, de forma simples e rápida é possível visualizar e descrever todo e

qualquer processo operacional (59).

A integração da filosofia Lean e das suas ferramentas tem como objetivo reduzir custos. Estes

custos por muito reduzidos que sejam, no final da realização de todas as etapas produtivas

podem ser extremamente altos e inviabilizar a produção do produto. Assim, é necessário

conhecer bem todas as etapas da produção. O Fluxograma de Processo é uma ferramenta

muito útil para a visualização das etapas produtivas (60).

Recorrendo a este método para suportar o diagnóstico da situação atual da empresa, é fácil

verificar quais as áreas de intervenção mais urgentes. O mapeamento permite aferir quais as

áreas de intervenção mais urgente, assim como quais os Fatores Críticos de Sucesso (CSF’s)

a focar.

Indicadores

Diagnóstico

Fluxograma de

Processo

Critical Success Factor (CSF's)

Regra 10/80/10

Analogia da

Cebola

Sistema de Controlo Visual através de

Indicadores de Desempenho

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24

Figura 16. Exemplo de um Fluxograma

Após esta aplicação, desenvolveu-se um sistema de Indicadores de Desempenho para controlo

do processo produtivo, que irá utilizar como base os estudos realizados por Jeff Smith e David

Parmenter (42) (47).

De acordo com Jeff Smith (47) os KPI’s devem ser divididos por departamentos, o que é de

certo modo uma abordagem pretendida. Com a aplicação da analogia da cebola, pode se

cruzar as duas vertentes, a de Jeff Smith e David Parmenter, e incorporar esta divisão na

analogia. Jeff Smith não realiza, como se pode observar na Tabela 5, a distinção entre os

diferentes tipos de indicadores. Com o objetivo de assegurar a robustez da metodologia a

aplicar e conferir lógica a separação dos vários tipos de indicadores tem que ser introduzida,

assim como a regra do 10/80/10.

Com o diagnóstico e o mapeamento das etapas produtivas é possível identificar quais as

divisões a realizar. Aplicando-se de seguida a cada divisão, caso se identifique uma

necessidade e se atribua a esta um CSF, medições e métricas.

Recorrendo ao estudo realizado por David Parmenter (42), a implementação e utilização de

indicadores não é tão simples como a descrita por Jeff Smith. A necessidade de encontrar e

expandir os Indicadores de Desempenho nos sectores/processos chave numa organização é

fundamental.

David Parmenter sugere uma ligação entre as medições a realizar e os fatores críticos de

sucesso, CSF’s, de uma organização e os indicadores (42). Esta ligação foca os indicadores

nos pontos de interesse e não em medições desnecessárias e sem interesse.

Page 36: Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo€¦ · Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

25

Todos os indicadores são divididos segundo a regra de David Parmenter, nem todos são

indicadores chave, apenas no máximo 10 KPI’s e 10 KRI’s suportados por cerca de 80 RI’s e

PI’s, e são organizados segundo a analogia da cebola, assim podemos garantir a organização

e a leitura de forma adequada de todo o sistema de indicadores.

KPI’s

DIV

ISÃ

O

Sales Department

Custo Oportunidade Perdida

Vendas Anuais

Preço Médio dos Produtos

Service Department

Custo de Deslocações

Número de Reparações Anuais

Horas Vendidas

Parts Department

Lucro do Departamento

Partes Vendidas Anualmente

Stock Obsoleto

Bodyshop

Número de Reparações

Horas Vendidas

% de Utilização

Bussiness Management

Investimento

Custos de Empréstimo

Faturação Anual

Tabela 5. Exemplo de divisão realizada por Jeff Smith (47).

A Tabela 5 demonstra a forma mais comum de definir os indicadores. À luz do que disse David

Parmenter esta divisão não é suficiente, dado que dentro de cada divisão temos uma

desorganização de indicadores (42). Outra razão para esta metodologia não estar completa, é

aquando da sua observação não ser possível obter uma visão geral do funcionamento da

mesma, sem que se analisem todos os KPI’s, sejam 10 ou 100. A implementação deste tipo de

sistema de controlo deve permitir a visualização rápida e sucinta do estado de uma

organização. Por fim, pode-se observar que não existe diferenciação do que é indicador de

performance (PI ou KPI) e indicador de resultado (RI ou KRI).

Recorrendo ao estudo realizado por David Parmenter (42), a implementação e utilização de

indicadores não é tão simples como a descrita por Jeff Smith. A necessidade de encontrar e

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26

expandir os Indicadores de Desempenho nos sectores/processos chave numa organização é

fundamental.

David Parmenter sugere uma ligação entre as medições a realizar e os fatores críticos de

sucesso, CSF’s, de uma organização e os indicadores. Esta ligação foca os indicadores nos

pontos de interesse e não em medições desnecessárias e sem interesse.

Pretende-se utilizar os métodos de David Parmenter e Jeff Smith na implementação do

Sistema de Indicadores e apresenta-los com recurso a Balance Scorecards e Dashboards.

Todo este sistema será desenvolvido e validado com a colaboração dos membros a quem

respeita cada grupo de indicadores, dado que apenas desta forma é possível cumprir e cobrir

todas as necessidades destes colaboradores. O processo de validação é todo ele realizado em

reuniões com os intervenientes dos processos internos.

É esperado que a utilização desta metodologia permita criar um Sistema de Indicadores focado

na redução de custos que advêm dos Muda e melhorar o desempenho geral da empresa e dos

seus colaboradores.

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27

4. Situação Atual

Empenhada no desenvolvimento constante, a Zeugma procura o seu lugar nos mercados

mundiais e como qualquer outra empresa apresenta pontos fortes e pontos fracos.

Com vários anos a operar no sector industrial apresenta um vasto portfólio de soluções assim

como muita versatilidade dentro das soluções industriais propostas. Esta versatilidade apesar

de ser uma excelente estratégia para conquistar novos mercados/clientes acresce dificuldade à

gestão da empresa visto que muitas vezes abrange áreas desconhecidas.

A Zeugma está a passar por um período de crescimento, com um aumento de produção assim

como de variedade de produtos. Para acompanhar este crescimento é necessário haver um

crescimento administrativo, i.e., é necessário criar condições internas que suportem o

desenvolvimento e a produção, viabilizar propostas, orçamentos, encomendas de materiais,

reduzir erros e impermeabilizar o sistema e os processos. Assim, a criação de processos para

constante monitorização e controlo das atividades da empresa é fundamental para um

crescimento saudável.

Com recurso ao Fluxograma do Processo foi elaborado o mapeamento das etapas de cada

projeto e assinalados quais os pontos onde é necessário uma intervenção mais urgente, ou

seja, todas as etapas onde existem erros, incertezas e riscos. A utilização desta ferramenta

permite a identificação se as atividades que acrescentam valor estão controladas e se as

atividades que requerem atuação e não acrescentam valor estão descontroladas.

A Figura 17 mostra todas as etapas na realização de um projeto, assim como os Lead Times

conhecidos/desconhecidos. Como os projetos Zeugma na sua maioria protótipos, não

permitem uma definição exata dos tempos necessários à execução de cada fase, pelo que

estes são definidos no início dos projetos, recorrendo à experiência dos colaboradores com

mais anos de casa. Ao não conseguir imputar valores temporais firmes e exatos nestas etapas,

muitas vezes resulta em atrasos/excedente. A indefinição destas etapas causa muitas dúvidas

de planeamento, podendo mesmo inviabilizar todo o processo, com impacto direto na definição

das encomendas (Supply Chain) dos materiais utilizados no fabrico dos produtos Zeugma, uma

das etapas mais críticas. Dado que o processo descrito (Figura 17) mostra toda uma etapa de

desenvolvimento e conceção do produto que vai criar inputs para a encomenda de materiais

que tem Lead Times diferentes. Tipicamente são utilizados os valores da Tabela 6:

Materiais Críticos Materiais Standard

13 Semanas 6 Semanas

Tabela 6. Lead Time Encomenda de Materiais

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28

Figura 17. Fluxograma do Processo Produtivo Zeugma

O mapeamento apresentado na Figura 17 mostra todo o processo de desenvolvimento de um

projeto protótipo. Um projeto de série é apenas a realização de produtos que já foram

desenvolvidos, i.e., a máquina já foi construída mais do que uma vez e para este tipo de

produto a Zeugma tem todo um histórico de experiência, pelo que tem os tempos de montagem

B

A

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29

bem definidos, apenas necessita processar as compras de materiais. Assim, através da Figura

17, letra A é possível compreender a vasta indefinição que existe nas etapas de conceção de

um projeto, os projetos têm diferentes Lead Times de acordo com a complexidade. Neste

aspeto não existe uma forma de afirmar com certeza quanto tempo demora cada atividade,

pode-se apenas estimar. A Zeugma estima através da experiência dos colaboradores mais

antigos horas para cada uma das tarefas e após aprovação, estes são os valores de referência.

A Tabela 7 apresenta dois exemplos, entre outros, das diferenças entre as horas previstas e

das horas que realmente foram utilizadas. Apenas a gestão de projeto conseguiu cumprir as

horas definidas para o projeto, é portanto crítico que estes pontos sejam bem trabalhados.

Projeto X Projeto Y

Horas

Previstas (h)

Horas Reais

(h)

Horas

Previstas (h)

Horas Reais

(h)

Gestão de Projeto 60 8 82 135

EMEC - Engª Mecânica 226 826,5 0 0

EAUT - Engª Automação & Ctrl 176 282 62 30

EELE - Projeto Elétrico 0 77 38 25

AMEC - Montagem Mecânica 190 677,5 416 866,5

AELE - Montagem Elétrica 174 593 146 201

Testes, Comissionamento e

Formação 40 243 72 180,5

Tabela 7. Exemplo de 2 projetos - Horas Previstas/Horas Reais

O Projeto X referido anteriormente teve um desvio de 222 dias no prazo de entrega

inicialmente definido e teve mais 39.000€, que representa 25% do valor de venda, em custos

do que o orçamentado. O Projeto Y teve um desvio de 134 dias e 35.000€, que representa 30%

do valor de venda, a mais em custos do que o orçamentado, entre custos de horas a mais e em

materiais.

Através da experiência que foi adquirida na Zeugma, dada a atividade que foi desempenhada

na empresa, é evidente que o planeamento e o controlo de custos afetam ativamente o

resultado dos projetos e no decorrer do projeto não é realizado nenhum tipo de controlo

financeiro. Atualmente a Zeugma regista o resultado final dos projetos e pela análise dos

registos é possível concluir que mais de 40% destes não são entregues de acordo com a data

acordada com o cliente e têm mais de 30% de custos com materiais que o orçamentado.

Com a experiência que adquiri na Zeugma é possível enumerar as seguintes consequências

para a falta de controlo dos projetos:

1. Atraso na entrega do projeto (ETD);

2. Atraso na entrega de materiais, por parte dos fornecedores, que pode ter impacto em

duas vertentes, atraso na entrega final ou ainda que não impacte diretamente a ETD do

produto pode estar afeta a questões de cash flow (perda de garantia de componentes

Page 41: Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo€¦ · Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

30

comprados, estagnação destes em armazém e consequente aumento de custos de

stock);

3. Desvio de custo na seleção dos componentes;

4. Desenvolvimento além do necessário ou retrabalho;

5. Dificuldades sentidas durante o desenvolvimento que não foram contabilizadas.

Evidentemente, existem muitos outros tópicos que afetam esta perspetiva, que no universo

desta tese não são relevantes, dado que são relativas a questões técnicas ou estratégicas,

portanto é necessário demonstrar esta questão recorrendo também ao Fluxograma do

Processo, para tal é necessário focar a fase identificada com a letra B na Figura 17. Nesta fase

estão identificadas as etapas críticas, que requerem intervenção urgente.

Além dos notórios problemas que a Zeugma tem de controlo de custos no que diz respeito a

materiais, existe também a vertente de prazos, onde também são notórios os problemas, não

só porque o desenvolvimento é mais lento do que se pretende, mas também porque existe

muitos atrasos de em entrega de componentes.

No decorrer de um projeto o resultado do desenvolvimento realizado pela engenharia, para

além de modelos, desenho e esquemas, são as BOM’s, ou Bill of Materials, que contêm todo o

material necessário ao desenvolvimento do projeto. O lançamento destas listas de material tem

que ser planeado para que, de acordo com os Lead Times dos materiais, se torne possível

iniciar o processo de montagem na data planeada. No projeto X, este fator não foi cumprido, o

que causou atrasos no início da montagem, retrabalho, atraso na entrega de materiais e do

projeto. No projeto Y, existiram muitos atrasos e prazos não contabilizados de fornecedores,

levando a muita atividades de retrabalho, atrasos na montagem e entrega do projeto. A Tabela

8 apresenta os registos que foram realizados para os dois projetos exemplificados, e como se

pode verificar apresenta um problema grave, não existe uma preocupação em realizá-los, ou

seja, raramente ficam registadas as atividades que causam atrasos.

Perturbações

Projeto X Projeto Y

Falta de Material 0 5

Material não Cumpre Requisito

0 10

Retrabalho Engenharia

1 10

Tabela 8. Registo de Perturbações

O projeto Y, como já explicado, teve um atraso de 134 dias, que se traduziu devido a 622 de

retrabalho/trabalho não previsto, ou porque o material não estava em condições por falta de

material. O projeto X espelha a dificuldade que a Zeugma sente em que os seus colaboradores

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realizem os registos. É portanto complicado justificar os atrasos e o retrabalho que existiu sem

estar diretamente envolvido no projeto.

Neste contexto é perentório saber o Lead Time dos materiais necessários, que pela informação

da Tabela 6 sabemos que a definição standard é de 13 semanas ou 6, mas na realidade, pela

observação e intervenção realizada, não é exatamente o que acontece, pelo que existe

materiais que demoram 20 semanas, materiais que demoram 8 semanas ou apenas 2. Esta

questão gera um problema de gestão e não só a um nível de prazos mas também a um nível

de custo. Quando há uma compra de um componente a Zeugma incorre numa

responsabilidade que irá pagar no ato da sua entrega, que se for um produto com um Lead

Time de 20 semanas é um obrigação que não é considerada custo durante todo a espera mas

na realidade já o é.

Com a realização do planeamento dos projetos foi observado que nunca é possível ter mais

que um ano para a realização de um projeto, dado que as empresas tipicamente fazem planos

de produção anuais e necessitam de realizar planos para os orçamentos anuais, ou seja, o

cliente não pode reservar orçamento que não tem, sendo que tem que trabalhar com o do ano

corrente. Para a Zeugma não é fácil transitar custos de um ano para o ano seguinte o que

também não permite grande liberdade.

Com recurso a um exemplo real, o Projeto Z tem um Lead Time de 40 semanas, 4 semanas de

férias, restam 36 semanas para o desenvolvimento do projeto. Na realidade não é o que

acontece, existe um grande período em que a Zeugma está a aguardar a entrega dos

componentes para montagem. Pela informação standard da empresa esta espera é no pior dos

casos 13 semanas, mas na realidade o que acontece é que certos componentes têm Lead

Times diferentes dos definidos pela Zeugma. Um dos componentes críticos tem 22 semanas de

Lead Time o que significa que a Zeugma tem 14 semanas para, realizar um concept, aprová-lo,

desenvolver esse mesmo concept, encomendar materiais, montá-lo, testá-lo, empacotá-lo,

enviá-lo, comissioná-lo, dar formação e aprová-lo. Apesar de existir a possibilidade de realizar

atividades em paralelo, é imprescindível ter prazos bem definidos para cada situação.

Estas etapas apesar de planeadas e replaneadas, não se desenrolam como uma linha de

produção normal, não existe um tempo de ciclo ou um throughput time que permita definir de

forma firme estes prazos. A Figura 18 mostra que após a encomenda do componente mais

crítico restam apenas 14 semanas quando chegar para realizar todas as tarefas que não foram

realizadas paralelamente. O incumprimento destes prazos pode revelar-se devastador,

prejudicando o projeto, com tempos de espera e multas por parte do cliente, mas também pode

prejudicar outros projetos que estejam em curso e que acabam atrasados também.

Page 43: Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo€¦ · Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

32

40 Semanas

Componentes Críticos22 Semanas

Férias4 Semanas

Desenvolvimento/Montagem/Teste/Comissionamento14 Semanas

Figura 18. Timeline do Projeto Slitter

Dado que praticamente não existem projetos na Zeugma que tenham um Lead Time de 1 ano e

os que têm são extremamente complexos, simplifica assim dizer que os projetos já são pedidos

por parte dos clientes em atraso, o que não facilita o seu desenvolvimento. A Tabela 9 mostra

de uma amostra aleatória de projetos de 2015 os Prazos de Entrega mais típicos dos projetos

Zeugma, de notar que o projeto Z devido à sua dimensão tem um Prazo de Entrega bastante

superior.

Tabela 9. Lead Time Base de Dados de 25 Projetos Aleatórios de 2015

Os atrasos prejudicam diretamente o projeto e a produção na Zeugma, mas há também uma

componente financeira interligada com a encomenda de componentes para o projeto que

também se revelou crítica porque há muitas situações em que os custos reais em materiais

superam os previstos, é portanto necessário introduzir alguns conceitos para esta análise. No

contexto financeiro de qualquer empresa, um custo, só é um “custo” quando está adjacente a

uma transação, e entenda-se por transação uma transferência física de um produto. É também

necessário entender que os produtos/componentes mais caros são tipicamente os que têm

maior Lead Time, dado que ou são equipamentos que também requerem montagem, ou têm

uma maquinação muito precisa ou são simplesmente complicados. Por exemplo o componente

descrito anteriormente custará à Zeugma 90.000,00€, porque é um equipamento que será

incorporado na máquina. Este valor é algo que 22 semanas antes de ser um “custo” a Zeugma

já sabe que o vai incorrer, como se pode observar na Figura 19 que mostra todo o processo de

compra de Materiais Críticos.

0

2

4

6

8

10

12

0 5 10 15 20 25 30

Sem

anas

Projetos

Lead Time Projetos

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33

Obrigação

Requerimentos

Especificações

Pedido de Cotação

Negociação

Purchase Order

Confirmação de Encomenda

Entrega

Montagem

Controlo de Qualidade

Lead Tim

e (22

sem

anas)

Custo

Figura 19. Processo de encomenda de críticos – exemplificada encomenda do componente de 90.000,00€

Apesar do exemplo apresentado, esta problemática acompanha praticamente todos os projetos

da Zeugma, sendo comum atrasos por parte dos fornecedores assim como atrasos nos

projetos. É fácil identificar que esta questão causa vários desperdícios, por exemplo, tempos de

espera, inventário ou WIP ou retrabalho.

A Zeugma implementou um Sistema de Indicadores de Desempenho para contrariar a situação

descrita. Este sistema foi implementado mas a problemática descrita atrás mantém-se,

continuam a existir atrasos nas encomendas, nos fornecedores, os projetos continuam a ter

resultados negativos e o nível de satisfação dos clientes continua aquém do que se pretende,

dados os sucessivos atrasos na entrega das máquinas.

Da análise deste sistema é percetível a ineficácia destes indicadores na prevenção/resolução

destas falhas.

4.1 Sistema de Indicadores

Os indicadores da Zeugma estão apresentados numa parede, a Statwall e da sua observação

é visível a falta de responsabilização dos colabores neste sistema, dado que muitos se

apresentam com meses de atraso desde a última medição. Por outro lado, a forma como são

apresentados é muito extensa, pelo que têm demasiada informação. A Figura 20 mostra esta

perspetiva, com atrasos nos resultados e informação que a nível de utilizador dos indicadores

não é útil nem relevante.

Page 45: Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo€¦ · Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

34

Figura 20. Apresentação dos Indicadores Zeugma

Outra questão é o conteúdo dos próprios indicadores, observando alguns exemplos mais

relevantes para a problemática que foi descrita anteriormente, é possível compreender que

existem vários fatores para além do Foco nos Colaboradores, ou a falta de responsabilização

perante a necessidade de outros departamentos da Zeugma necessitarem da informação dos

indicadores atualizada que não são satisfeitos.

Da análise dos indicador apresentados abaixo, Figura 1, é possível verificar que a

periodicidade de medição dos indicadores é muito elevada. É também de notar que os

Indicadores escolhidos pela Zeugma pouco contribuem para a previsibilidade das medições,

i.e., servem apenas como dados históricos, não permitem nenhum tipo de ação corretiva ou

preventiva com a sua leitura. Um indicador deve permitir não só mostrar o resultado ou qual foi

a problemática que afetou o resultado, mas também permitir atuar em conformidade, ou seja,

corrigir situações menos positivas ou prosseguir com situações positivas, os indicadores

escolhidos pela Zeugma não permitem esta atuação.

Page 46: Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo€¦ · Desenvolvimento de Soluções de Melhoria de Sistema Produtivo António Maria Gouveia Coutinho Alegria da Cunha

35

a)

b)

c)

Figura 21. a) Indicadores do PRN02 Gestão de Projetos; Indicadores PRG06 Gestão Aprovisionamentos; c) Indicadores do PRN03 Conceção, Montagem, Testes e Validação

Outra vertente que também não é realizada de forma correta é a apresentação dos

indicadores, Balance Score Cards apresentados como o na Figura 22 de nada contribuem para

a gestão da empresa. A informação demasiado superficial e sem nenhum tipo de conteúdo

prático.

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36

Figura 22. Balance Score Card de KPI’s da Zeugma

Com todas estas problemáticas pretende-se realizar uma proposta de um sistema de Controlo

Visual e Indicadores que possibilite à Zeugma a utilização dos seus indicadores na tomada de

decisão e não apenas como referência histórica, na qual já não é possível intervir.

É portanto necessário intervir e tentar encontrar uma forma de mitigar e prevenir a ocorrência

de situações como as descritas ao longo deste capítulo, pretende-se portanto intervir e

encontrar soluções de melhoria nos seguintes pontos:

Controlo on-time de custos de materiais, ou seja, controlar as compras e não ser

controlado pelos custos;

Controlo on-time de encomendas a fornecedores, temporizar as encomendas de

acordo com os prazos previstos, assim como as entregas;

Controlar as horas gastas na realização de um projeto, sempre que houver um desvio

tentar entender porquê;

Garantir que os prazos planeados são cumpridos, assim como outros requerimentos

impostos pelos clientes;

Garantir a satisfação dos clientes;

Garantir o cumprimento dos requisitos normativos, como satisfação de colaboradores

(gestão de banco de horas, 5S, etc.) eco-eficiência;

Garantir a utilidade e responsabilização dos Indicadores definidos.

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37

5. Soluções Propostas

No decorrer de todo o percurso desta tese, foi apresentada uma série de problemas

operacionais que influenciam o desempenho da Zeugma. Foram descritos vários problemas

que a empresa apresenta, assim como várias oportunidades de melhoria. Apesar das

certificações e do empenho que a Zeugma demonstra em ter uma estrutura robusta que

suporte o seu negócio da forma mais adequada, é sempre possível melhorar.

Neste capítulo é apresentada uma possível solução para melhorar o desempenho operacional

da empresa, dada a dificuldade em encontrar soluções adequadas. A solução apresentada foi

gerada a partir do estudo realizado dos resultados negativos obtidos pela empresa, que

demonstram que não é realizado qualquer tipo de controlo produtivo.

O sistema proposto para a empresa foca essencialmente projetos protótipo, apesar de existir

também algumas medições em que são incluídos a totalidade dos produtos realizados,

inclusive os de série. Esta foi a forma encontrada para que se conseguisse focar os

colaboradores nos problemas mais críticos da empresa e não estarem dispersos com várias

questões.

Para solucionar este problema, propõe-se implementar um novo Sistema de Indicadores. Na

Figura 17 onde foi apresentado o mapeamento do processo operacional da Zeugma é possível

perceber que não existem estações de trabalho, nem é possível determinar qual o tempo de

ciclo de cada tarefa, dada a complexidade e diversidade de tarefas, razão pela qual o sistema

introduzido pela empresa não obteve os resultados pretendidos.

O Sistema de Indicadores desenvolvido foi realizado com inputs do diagnóstico apresentado no

capítulo anterior, assim como de reuniões com os colaboradores da empresa. Estes inputs em

conjunto com o fluxograma do processo operacional da Zeugma e o estudo dos Critical

Success Factors permitiram identificar as situações onde é necessário intervir, e onde não

realizavam nenhum tipo de controlo. O controlo realizado podia também não ser adequado

Com recurso à regra dos 10/80/10 e à analogia da cebola, 0, foi então discutido em várias

reuniões um Sistema de Indicadores que realizasse o controlo necessário e adequado para as

dificuldades encontradas. Para possibilitar esta solução é necessário medir perspetivas de

negócios, vendas, custos, receitas, perspetivas de satisfação de clientes e colaboradores, e por

fim, perspetivas operacionais, tempos de produção, desenvolvimento, retrabalho, custos de

projeto e tempos de projeto.

O Sistema de Indicadores desenvolvido segue as regras introduzidas anteriormente, adaptadas

às necessidades e capacidade da empresa, sendo agrupados e apresentados da seguinte

forma:

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38

Figura 23. Organização dos Indicadores

Pretende-se também definir formas de apresentação dos indicadores definidos aos diferentes

utilizadores, por forma a melhorar e responsabilizar os stakeholders de cada indicador.

5.1 KRI’s:

Os Key Result Indicators são apresentados aos acionistas da Zeugma, para que possam

realizar uma avaliação rápida do estado da sua empresa. Estes indicadores foram discutidos e

propostos para colmatar as necessidades e dificuldades apresentadas pelos principais

stakeholders da empresa. Espera-se que estes indicadores cumpram os CSF’s Financeiro e de

Clientes e espelhem os resultados da empresa.

Processo/Área Indicador Fórmula Objetivo Medição

PRN01 – Gestão

Comercial

Oportunidades

Comerciais ∑ 𝑂𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠

8.000.000€

𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 Mensal

PRN02 – Gestão

de Projeto Cost Effectiveness

∑(𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 −

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜)

∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜

≥ 10% Mensal

PRN05 - Service Total de Vendas

Service ∑ 𝑃𝐼𝑠𝑎𝑡𝑖𝑓𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 > 95% Mensal

PRG01 – Gestão

Estratégica

Volume de

Negócios ∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜

7.000.000€

𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 Mensal

PRG01 – Gestão

Estratégica EBITDA

∑(𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠)

∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜 ≥ 10% Mensal

PRG02 – Gestão

Administrativa e

Financeira

Penalizações de

Projeto ∑ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑛𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = 0 Mensal

Tabela 10. KRI's Zeugma

Os indicadores Oportunidades e Volume de Negócios mostram aos acionistas qual a

percentagem de mercado que a Zeugma aufere, se está a cumprir os seus objetivos

financeiros e se os seu produtos são competitivos. Os objetivos traçados para estes

KRI’s

Membros da Comissão Executiva

Acionistas

RI’s & PI’s

Gestores de Projeto,

Responsáveis de Departamento

Equipas de Projeto

KPI’s

Responsáveis de Departamento

Membros da Comissão Executiva

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39

indicadores são definidos pela administração da empresa e com recurso aos indicadores dos

anos anteriores.

O EBITDA é um indicador que nos permite compreender o resultado operacional de uma

empresa. EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é a melhor

forma de averiguar qual o cash-flow de uma empresa, este indicador possibilita uma estimativa

de qual o cash-flow que estará disponível para pagar dívidas de longo prazo, tais como dívidas

a fornecedores, bancos, etc. Este indicador mostra o resultado financeiro de uma empresa

antes de qualquer tipo de pagamento não operacional.

Através de indicadores como os Cost Effectiveness e o Penalização de Projeto é possível

entender o desempenho financeiro dos projetos e consequentemente justificar os resultados

obtidos noutros indicadores, é portanto necessário entender que se um utilizador quiser mais

informação terá de analisar os restantes indicadores do sistema. Os contratos de

compra/venda das empresas têm cláusulas penalizadoras para o vendedor caso existam

atrasos nas entregas de bens ou serviços. O indicador Penalização de Projeto contabiliza todas

as perdas da Zeugma neste campo.

5.2 PI’s e RI’s:

Propõe-se, para satisfazer os outros CSF’s e consequentemente as camadas mais interiores

da “cebola”, os indicadores apresentados nas Tabelas 11 e 13 que foram analisados e

discutidos com as equipas da Zeugma. Com avaliação dos comentários e da análise

anteriormente realizada foram definidos os indicadores da Tabela 11 e da Tabela 13.

Processo/Área Indicador Fórmula Objetivo Medição

PRG02 – Gestão

Administrativa e

Financeira

Despesas Diretas

∑(𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠

+ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎

+ 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑎𝑠)

< 100.000€ Mensal

PRG07 – Gestão

Infraestruturas e

Tecnologias

Custo Plano de

Manutenção

∑(𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎çã𝑜

+ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çã𝑜

+ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑢𝑏𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎çã𝑜)

< 10.000€ Anual

PRG08 – Gestão

Ambiental

Eficiência da

Energia Elétrica

∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜

∑ 𝑘𝑊 <

58€

𝑘𝑊 Mensal

PRG08 – Gestão

Ambiental

Eficiência das

Emissões de

CO2

∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜

∑ 𝑡𝑜𝑛 𝐶𝑂2

<36408€

𝑡𝑜𝑛𝐶𝑂2

Mensal

PRG08 – Gestão

Ambiental

Eficiência do

Consumo de

Gasóleo

∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜

∑ 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑔𝑎𝑠ó𝑙𝑒𝑜

<301€

𝐿 Mensal

PRG08 – Gestão

Ambiental

Eficiência da

água

∑ 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎çã𝑜

∑ 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜Á𝑔𝑢𝑎

<12€

𝐿 Mensal

PRG08 – Gestão

Ambiental

Benefícios

Tratamento de

Resíduos

∑ 𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜𝑠𝑅𝑒𝑐𝑖𝑐𝑙𝑎𝑔𝑒𝑚 − ∑ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 > 0 Mensal

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40

Tabela 11. RI's Zeugma

Numa perspetiva financeira, indicadores como os Despesas Diretos, ou o Custo do Plano de

Manutenção ajudam os gestores a perceber alguns dos custos da empresa, estes indicadores

são informativos, é importante que rapidamente se consiga saber/identificar quais os custos

fixos de uma empresa. Os objetivos traçados para estes indicadores foram decididos pelos

membros executivos da empresa, com recurso a análises que realizaram de anos anteriores.

Dado que é detentora de uma certificação ambiental, para a Zeugma é importante perceber se

o trabalho que realiza de monitorização e minimização de desperdícios, como por exemplo,

material em excesso ou utilização de água ou eletricidade, tem resultados positivos, como tal a

empresa procura estabelecer limites, consoante a produção que prevê. Estes indicadores são

também boas formas de avaliar o sucesso da empresa, dado que são referentes a consumos

com base na faturação da empresa. Os objetivos traçados para estes indicadores são

calculados de acordo com os dados dos anos anteriores, como mostra a Tabela 12. Estes

objetivos são traçados de acordo com a média dos anos anteriores.

Eficiência de Energia Elétrica

Eficiência das Emissões de CO2

Eficiência do Consumo de Gasóleo

Eficiência da água

2013 72€

𝑘𝑊

43645€

𝑡𝑜𝑛𝐶𝑂2

346€

𝐿

15€

𝐿

2014 40€

𝑘𝑊

29170€

𝑡𝑜𝑛𝐶𝑂2

255€

𝐿

9€

𝐿

Tabela 12. Média do Consumo dos anos anteriores

O indicador Benefícios Tratamento de Resíduos é uma boa métrica para mostrar se todo o

trabalho de tratamento de resíduos, separação, reciclagem, venda ou destruição etc. efetuado

pela Zeugma tem frutos positivos, ou seja, a empresa tem ou não benefícios em seguir a

Norma Ambiental. Por exemplo, os metais (cobre, aço, etc.) são vendidos e o papel e cartão

representam um custo, pois é necessário pagar para a sua recolha, pois o seu valor de

mercado é muito baixo, pelo que os metais são benefícios, o papel é um custo.

Processo/Área Indicador Fórmula Objetivo Medição

PRN03 – Concepção,

Montagem, Testes e

Validação

Taxa de

Ocupação EMEC

∑ 𝑂𝑇′𝑠𝐸𝑀𝐸𝐶(ℎ)

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠𝐸𝑀𝐸𝐶 𝑥40𝑥100 ≤ 100% Diária

PRN03 – Concepção,

Montagem, Testes e

Validação

Taxa de

Ocupação ELEC

∑ 𝑂𝑇′𝑠𝐸𝐿𝐸𝐶 (ℎ)

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠𝐸𝐿𝐸𝐶 𝑥40𝑥100 ≤ 100% Diária

PRN03 – Concepção,

Montagem, Testes e

Validação

Taxa de

Ocupação EAUT

∑ 𝑂𝑇′𝑠𝐸𝐴𝑈𝑇 (ℎ)

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠𝐸𝐴𝑈𝑇 𝑥40𝑥100 ≤ 100% Diária

PRN03 – Concepção,

Montagem, Testes e

Validação

Taxa de

Ocupação AMEC

∑ 𝑂𝐹′𝑠𝐴𝑀𝐸𝐶 (ℎ)

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠𝐴𝑀𝐸𝐶 𝑥40𝑥100 ≤ 100% Diária

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PRN03 – Concepção,

Montagem, Testes e

Validação

Taxa de

Ocupação AELE

∑ 𝑂𝐹′𝑠𝐴𝐸𝐿𝐸 (ℎ)

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠𝐴𝐸𝐿𝐸 𝑥40𝑥100 ≤ 100% Diária

PRN03 – Concepção,

Montagem, Testes e

Validação

Taxa de Sucesso

Imediata FAT

∑ 𝑆𝑢𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜1ª𝑇𝑒𝑛𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐹𝐴𝑇

∑ 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠𝐹𝐴𝑇

𝑥100 < 95% Mensal

PRG04 – Gestão da

Melhoria e Mudança Nº Ideias ∑ 𝐼𝑑𝑒𝑖𝑎𝑠𝑃𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑁𝐴 Semestral

PRG04 – Gestão da

Melhoria e Mudança

Taxa de

Participação em

Ideias

∑ 𝐼𝑑𝑒𝑖𝑎𝑠𝑃𝑙𝑎𝑡𝑎𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠𝑥100 > 90% Semestral

PRG04 – Gestão da

Melhoria e Mudança Avaliação 5s

∑ 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çõ𝑒𝑠(Anexo 2)

∑ 𝑀𝑒𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 > 120 Mensal

Tabela 13. PI’s Zeugma

Para se conseguir mais informação e justificações para os resultados obtidos é necessário

começar a descascar a cebola. Os PI’s e RI’s aportam um valor informativo mais operacional e

específico.

Dado o cariz de desenvolvimento e produção que a Zeugma tem é imprescindível para a

empresa saber qual a ocupação dos seus colaboradores, doutra forma não é possível saber se

as propostas que estão em pipeline ou qualquer outra proposta que possa surgir é passível de

ser aceite. A exposição destes indicadores é portanto muito importante para que os gestores e

vendedores consigam tomar decisões acertadas. Este ponto foi fortemente especificado pelos

colaboradores da Zeugma que lidavam com clientes.

Os indicadores Taxa de Ocupação devem ter como objetivo 100%, ou seja, significa que todos

os colaboradores estão a desempenhar as funções. Quando os indicadores estão todos a

100%, significa que a Zeugma está no limite de capacidade, e não poderá aceitar mais

nenhuma tarefa nesse período. As tarefas aqui referidas são distribuídas sob forma de Ordens

de Fabrico e Ordens de Trabalho.

𝑂𝑇 = 𝑁º 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢í𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑢𝑚 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑔𝑒𝑛ℎ𝑎𝑟𝑖𝑎

𝑂𝐹 = 𝑁º 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑟í𝑏𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑡𝑎𝑟𝑒𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚

Para manter estes indicadores acessíveis a todos os colaboradores, estes indicadores devem

estar presentes para consulta e serem de fácil e rápida consulta. A Figura 24 mostra uma

possibilidade de apresentação para estes indicadores. A Figura 24 é a proposta de

apresentação e é relativa ao mês de Abril, pelo que teria que existir para cada mês, um gráfico.

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Figura 24. Exemplo para Dashborad de Apresentação

Quando termina a montagem de uma máquina é realizado um teste, o Factory Aceptance Test

(FAT) que verifica se a máquina cumpre todos os requisitos impostos pelo cliente, este teste

tem também um determinado número de horas estipulado para a sua realização. O indicador

Taxa de Sucesso do FAT permite à empresa saber se o fruto dos seus projetos foi bem

elaborado, ou seja, se as máquinas foram bem desenvolvidas, desenhadas e montadas e

conseguiram preencher os requisitos no tempo estimada de teste.

Indicadores como o Número de Ideias dos colaboradores, a Taxa de Participação nas Ideias ou

a Avaliação 5s são uma boa forma de identificar o empenho e a satisfação dos colaboradores

da Zeugma, para além de serem um requisito normativo, espelham a motivação pelo trabalho e

pela empresa. Facilmente se identifica colaboradores descontentes, ou não apresentam muitas

ideias para potenciais melhorias, são desleixados nos seus postos de trabalho, simplesmente

não se preocupam com o seu trabalho. É portanto importante que sejam realizadas medições e

apresentados os resultados aos colaboradores.

Para realizar a avaliação 5S, é feito uma auditoria mensal a cada colaborador, com uma

pontuação de até 150 é avaliado os pontos como limpeza e arrumação, no final é atribuída a

pontuação que irá contribuir para o indicador.

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43

Em resposta às grandes dificuldades apresentadas no Capítulo 4 na gestão dos projetos, foram

definidos Indicadores de Projeto que irão avaliar e informar os gestores e equipas de projeto

acerca do seu desempenho e ajudar a traçar possíveis melhorias.

5.2.1 Indicadores de Projeto

Encontrar métricas adequadas que mantenham os stakeholders de um projeto informados em

tempo real é essencial para a boa gestão. Neste capítulo são apresentados os indicadores que

vão permitir a transmissão de informação para os stakeholders. É importante que estes

indicadores transmitam uma perspetiva real e verdadeira do estado do projeto, não se pode

deixar que os indicadores não nos permitam controlar, por exemplo, os custos do projeto, sob

pena de o custo controlar o projeto.

A análise realizada no Capítulo 4 é mais focada no aspeto de projeto, é portanto a essas

lacunas que se dirigem estes indicadores, não obstante da sua contribuição para o sistema

geral. Nesta perspetiva estes indicadores são pequenas camadas dentro da “cebola”, uma

camada por cada projeto, ou por cada conjunto destes indicadores.

Existem essencialmente 3 Critical Success Factors para uma gestão de projeto eficaz, Tempo,

Custo e Satisfação de Clientes. Se um gestor de projeto conseguir cumprir com estas três

métricas podemos dizer que o projeto foi um sucesso, mas para este fim é necessário a

consciencialização de todos os colaboradores, ou seja, é necessário cumprir com os restantes

CSF’s sob pena de não aproveitar os conhecimentos adquiridos ou a boa motivação.

Para a Zeugma ter sucesso nos seus projetos foram definidos os indicadores da Tabela 14,

que focam essencialmente as vertentes operativas mais deficientes. Todos estes indicadores

vão ser explicados ao longo do subcapítulo.

Indicador Tipo de

Indicador Fórmula Objetivo Medição

Earned Value RI

(𝑅𝐼𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠 +𝑅𝐼𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑠𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝐼𝑛𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠 + 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠ã𝑜)

𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑥 < 95%

95% < 𝑥 < 100%

𝑥 > 100%

Responsabilidades

Incorridas PI

∑ 𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑚 𝑂𝐶𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑑𝑎

∑ 𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑥100 < 98% Semanal

Responsabilidades

Incorridas RI ∑ 𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑠𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝐼𝑛𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠 < Orçamento Semanal

Custos Materiais PI ∑ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠

𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠𝑥100 < 98% Semanal

Custos Materiais RI ∑ 𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠 𝑒𝑚 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧é𝑚 < Orçamento Semanal

Custos não

Contabilizados RI

∑ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠

𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑥100 < 2% Semanal

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44

Mechanical Project

Tempo Utilizado PI

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠𝐸𝑀𝐸𝐶

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠𝐸𝑀𝐸𝐶𝑥100 < 100% Diária

Electrical Project

Tempo Utilizado PI

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠𝐸𝐿𝐸𝐶

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠𝐸𝐿𝐸𝐶𝑥100 < 100% Diária

Automation Project

Tempo Utilizado PI

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠𝐸𝐴𝑈𝑇

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠𝐸𝐴𝑈𝑇𝑥100 < 100% Diária

Mechanical

Assembly Tempo

Utilizado

PI ∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠𝐴𝑀𝐸𝐶

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠𝐴𝑀𝐸𝐶𝑥100 < 100% Diária

Electrical

Assembly Tempo

Utilizado

PI ∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠𝐴𝐸𝐿𝐸𝐶

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠𝐴𝐸𝐿𝐸𝐶𝑥100 < 100% Diária

Testes Tempo

Utilizado PI

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠𝑇𝑒𝑠𝑡𝑒𝑠

∑ 𝐻𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑂𝑟ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠𝑇𝑒𝑠𝑡𝑒𝑠𝑥100 < 100% Diária

Tempo Restante PI 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑗𝑒

𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑇𝐷 NA Diária

Critical

Components

Data Final

PI 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑗𝑒

𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝐶𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙

NA Diária

Standard

Components

Data Final

PI 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑗𝑒

𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑆𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑

NA Diária

Perturbações do

Projeto PI ∑ 𝑃𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑏𝑎çõ𝑒𝑠 < 8 Semanal

Tabela 14. Indicadores de Projeto

O indicador Earned Value é aplicado aos custos do projeto, nesta fase aplicado apenas a

materiais. Uma das grandes dificuldades sentidas pela Zeugma é a falta de cumprimento de

orçamentos a materiais, i.e., aquando da proposta ao cliente é realizada uma BOM preliminar,

mas que será esta que vai ditar os custos do projeto. O incumprimento deste orçamento pode

levar a que o projeto tenha prejuízo, pelo que é imprescindível monitorizar as compras que são

realizadas. É necessário compreender que o Earned Value serve de previsão para o resultado

do projeto, ou seja, supondo que a Zeugma pretende poupar nos materiais, e incentivar os

seus colaboradores a negociar e a encontrar soluções mais em conta, este indicador é um bom

índice para precisar como irá ser concluído o projeto, abaixo dos 100% significa que não foi

consumido todo o orçamento do projeto.

Para calcular este indicador é necessário contabilizar dentro do orçamento, o que já foi

comprado, o que já é custo, e o que ainda não foi, mas será, ou seja a previsão do material que

ainda será necessário.

𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠õ𝑒𝑠 = 𝑀𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎 ∗ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜

Os indicadores Responsabilidades Incorridas (PI e RI), Custos Materiais (PI e RI) são os

Indicadores chave para esta monitorização. Como foi explicado anteriormente um custo só é

custo no ato de transação física, ou seja, tudo o que já foi confirmado e comprado só vai ser

contabilizado como custo à chegada à Zeugma, pelo que o Indicador Responsabilidades

Incorridas contabiliza todos estes “custos” já incorridos mas na ausência de uma transação

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ainda não são custo para a empresa. Assim é possível contabilizar todas as compras

realizadas ao projeto.

O PI – Responsabilidades Incorridas é fundamental para que os custos do projeto sejam

seguidos, de outra forma quando a Zeugma começar a montar a máquina seria uma

“avalanche” de custos que foram acumulados durante a conceção do projeto que são alocados

todos de uma vez, sem que se tenha realizado um controlo destes durante a conceção. O RI –

Responsabilidades Incorridas permite à Zeugma contabilizar todas as compras que são

realizadas para o projeto, mesmo que ainda não sejam custo.

Imediatamente após da fase de conceção e da realização das compras é necessário controlar

a chegada e os custos dos materiais, ou seja, nesta fase estas necessidades são satisfeitas

com a chegada dos produtos à Zeugma, ou seja, já nada se pode fazer para reduzir custos.

Para este controlo são utilizados dois indicadores. O PI – Custo de Materiais é utilizado para

compreender que percentagem do total de materiais orçamentados para o projeto que já esta

satisfeita. Para este indicador é traçado um objetivo de 98% do orçamento total de materiais, o

que não significa que gastar os 100% do que foi orçamentado seja considerada uma gestão

deficiente, mas para que o responsável de projeto procure melhorar, por exemplo, negociando

com fornecedores ou procurando outras alternativas. O RI – Custo de Materiais permite à

Zeugma saber qual o custo dos materiais que foram satisfeitos.

Com recurso a estes 4 Indicadores é possível realizar uma estimativa de “Earned Value” e

compreender se o orçamento vai ser ultrapassado ou não. Este indicador é a flag dos custos

do projeto, é portanto apresentado em formato semáforo de 3 cores assinalando a previsão

para o projeto.

Ainda de acordo com a perspetiva de redução de custos é também necessário monitorizar

outros que não foram contabilizados aquando da orçamentação do projeto mas que também

impactam significativamente no resultado final do projeto, para esta monitorização é utilizado o

RI – Custos não Contabilizados. Para este indicador foi estipulado o limite de 2% do total

orçamentado para o projeto. Desta forma é possível consciencializar os responsáveis do

projeto a conter custos, por exemplo de deslocações ou viagens.

Outra vertente que afeta bastante os custos dos projetos são as horas de trabalho designadas

para cada projeto. Neste aspeto não só é necessário monitorização mas também a consciência

de cada colaborador para tentar não ultrapassar as horas que lhe foram atribuídas para realizar

cada tarefa. Dado que muitas vezes os colaboradores não sabem quanto tempo têm para

realizar cada tarefa são então introduzidos os PI’s de tempo utilizado em que cada colaborador

consegue saber qual a percentagem de tempo que já gastou e qual tem disponível.

Espera-se que a consciencialização dos colaboradores com este problema de redução de

custos permita um decréscimo no tempo desperdiçado e nos atrasos. É imprescindível que

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estes Indicadores estejam à disposição dos colaboradores, por área/secção de trabalho para

potencializar a autogestão de cada um.

Para permitir a responsabilização das equipas de projeto é introduzido o indicador PI – Tempo

Restante, que é um contador para os dias restantes para desenvolvimento do projeto. Desta

forma cada colaborador pode fazer também uma gestão ativa das suas tarefas e tempo

disponível.

Para colmatar a incerteza das encomendas de materiais é necessário compreender que

existem demasiadas variáveis para estandardizar um método de prevenção. Há demasiadas

diferenças entre fornecedores, e até mesmo dentro do mesmo fornecedor é complicado dado

que muitas vezes existem grandes diferenças entre componentes.

Não é possível saber qual o Lead Time de um componente ou material sem que este tenha

sido encomendado anteriormente e já apresente uma ficha de produto ou sem existir uma

consulta de fornecedor. Com este fim a melhor forma de manter esta situação controlada é

consultar os fornecedores o mais antecipadamente possível e colocar as encomendas antes do

limite de entrega para estes componentes. Para este controlo são introduzidos dois

indicadores, PI – Componentes Críticos Data Final e PI – Componentes Standard Data Final,

que à imagem do indicador Tempo Restante estes indicadores são contadores, para

informarem os responsáveis de cada projeto qual o limite para realizarem as encomendas.

Com a introdução destes indicadores é possível criar alertas para a data limite para

encomenda dos componentes do projeto. Desta forma os colaboradores são sensibilizados

para dar o seu contributo para uma das maiores problemáticas que a Zeugma enfrenta, e

entregar as BOM’s para o projeto dentro dos prazos. Este prazo é definido de duas formas:

Componentes Críticos

𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝐶𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜𝑠 = 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑛𝑎 𝑀𝑜𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 − 13 𝑆𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠

É necessário ter em consideração que caso a consulta realizada aos fornecedores de críticos

indique um Lead Time diferente estas 13 semanas terão que ser alteradas, mas com a

necessidade de definir este indicador os responsáveis de projeto são obrigados a preparar as

consultas e os pedidos de cotação, contribuindo não só para este indicador, mas também para

os indicadores de Responsabilidades Incorridas e Custo de Materiais.

Componentes Standard

𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑆𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑 = 𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑛í𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 − 6 𝑆𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎𝑠

Para os componentes Standard é necessário entender que são necessários para todo o

projeto, pelo que é necessário a sua entrega para se iniciar a montagem do projeto.

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Com a introdução destas métricas, e com a especificidade destas aos projetos o seguimento e

a monitorização dos mesmos têm que ser constante e espera-se tornar possível o controlo dos

projetos.

O contributo de todos colaboradores para questões de gestão é imprescindível para o sucesso

dos projetos, ou seja, os resultados de cada projeto devem ser conhecidos por todos os

intervenientes no projeto. É também vantajoso para a Zeugma realizar uma análise final do

projeto com intervenientes de outros projetos para que se possa partilhar aprendizagens. Por

forma a tornar toda esta informação simples e acessível é proposto, na Figura 25, um método

de apresentação através de um Dashboard onde é apresentada a informação relativa ao

projeto de forma simples e visual.

Figura 25. Dashboard de Projeto

5.3 KPI’s

Na camada mais interior da “cebola” temos os indicadores chave de monitorização dos

resultados operacionais, em que o foco é avaliar todos os CSF’s menos o financeiro, dado que

estes indicadores não medem quantidades monetárias, mas ainda assim permitem descortinar

alguma informação sobre o desempenho financeiro da empresa. Procurou-se também

satisfazer os requerimentos normativos de qualidade, que se traduzem, principalmente no CSF

Clientes e CSF Colaboradores.

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Os KPI’s escolhidos visam preencher lacunas informativas expostas pelos colaboradores da

Zeugma, são fruto da análise realizada anteriormente e dos requisitos normativos. Espera-se

assim que estes indicadores complementem a informação dos restantes, mas possibilitem ao

mesmo tempo uma imagem mais holista da empresa.

Processo/Área Indicador Fórmula Objetivo Medição

PRN01 – Gestão

Comercial

Satisfação dos

Clientes

∑ 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝐼𝑛𝑞𝑢é𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑆𝐴𝑇 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠(Anexo 3)

∑ 𝐼𝑛𝑞𝑢é𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑆𝐴𝑇 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 ≥ 20 Mensal

PRN02 – Gestão

de Projeto

Overall

Performance

PRN02

∑ 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜

∑ 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑠 ≥ 95% Semanal

PRN02 – Gestão

de Projeto

Projetos Proto Vs

Projetos Série

∑ 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜𝑠𝑃𝑟𝑜𝑡ó𝑡𝑖𝑝𝑜

∑ 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜𝑆é𝑟𝑖𝑒

> 1 Trimestral

PRN03 –

Conceção,

Montagem, Testes

e Validação

Perturbações por

Projeto

∑ 𝑃𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑏𝑎çõ𝑒𝑠

∑ 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜𝑠 ≤ 8 Semanal

PRN04 – Logística

e Expedição

Tempo de

Espera em Chão

de Fábrica

∑𝐷𝑎𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝐹𝑒𝑐ℎ𝑜 𝑂𝐹 𝑒𝑚𝑏.

𝐸𝑇𝐷 < 2 𝑑𝑖𝑎𝑠 Mensal

PRN05 - Service Satisfação dos

Clientes Service

∑ 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝐼𝑛𝑞𝑢é𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑆𝐴𝑇 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖𝑐𝑒

∑ 𝐼𝑛𝑞𝑢é𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑆𝐴𝑇 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖𝑐𝑒 ≥ 20 Mensal

PRG03 – Gestão

Recursos

Humanos

Satisfação dos

Colaboradores

∑ 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑞𝑢é𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑆𝑎𝑡𝑖𝑠𝑓𝑎çã𝑜

∑ 𝐶𝑜𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 > 90% Trimestral

PRG04 – Gestão

da Melhoria e

Mudança

Rácio de

Reclamações de

Clientes

∑ 𝑅𝑒𝑐𝑙𝑎𝑚𝑎çõ𝑒𝑠

∑ 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜𝑠 = 0 Mensal

PRG06 – Gestão de

Aprovisionamentos

Tempo de

Espera em

Armazém

∑(𝑆𝑎í𝑑𝑎𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧é𝑚 − 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧é𝑚)

∑ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 < 1 𝑆𝑒𝑚. Trimestral

Tabela 15. KPI’s Zeugma

Os indicadores Satisfação de Clientes e Satisfação de Clientes Service são uma boa forma de

verificar se as soluções propostas pela Zeugma satisfazem os requisitos impostos pelos seus

clientes, sejam a nível técnico, de qualidade de materiais, desempenho operacional do produto

ou mesmo da própria Zeugma no seu desenvolvimento. Outro complemento para avaliar a

satisfação dos clientes da empresa é através das reclamações realizadas, pelo que também

existe um indicador para monitorizar este ponto. O objetivo deste indicador é zero (0), pois

espera-se que todos os projetos se realizem com sucesso a todos os níveis.

É também necessário conhecer qual foi o desempenho das equipas de projeto e de vendas, o

indicador Overall Performance PRN02 realiza a medição dos resultados operacionais dos

projetos, apenas assim é possível ter uma visão geral da produção da Zeugma. É necessário

para a Zeugma que os seus projetos sejam lucrativos, para isso têm que cumprir os

orçamentos dos mesmos. Estes orçamentos contabilizam custos indiretos e de gestão da

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empresa, como por exemplo de infraestruturas, pelo que não necessitam de uma análise mais

elaborada.

Uma perturbação é introduzida em sistema cada vez que é realizada uma atividade fora do

âmbito da função de cada colaborador, ou quando um colaborador é impedido de realizar a sua

função por falta de instrumentos ou dos componentes necessários para o fazer. Assim é

possível compreender qual o desempenho deste processo e qual a influência que os processos

de suporte à operação estão a ter.

Tempo de Espera em Chão de Fábrica é um indicador que monitoriza tempos de espera de

produtos acabados estagnados em chão de fábrica, o que não é vantajoso, pois representa

perdas significativas a nível de garantias, custos de espaço, cash-flow ou até mesmo riscos de

danos. Sendo assim, é definido que no máximo um projeto pode estar, após conclusão, 2 dias

em chão de fábrica, caso o projeto esteja adiantado deve ser entregue o mais rápido possível,

permitindo assim a inclusão de novos projetos.

Com o indicador Tempo de Espera em Armazém espera-se conseguir verificar se os

componentes comprados para as máquinas ficam muito tempo à espera em armazém para

serem abastecidos ao projeto. Estes tempos de espera podem causar muitos desperdícios de

cash flow, garantia, espaço ou work in progress. É portanto muito importante que os materiais

sejam encomendados na altura certa para que a sua entrega esteja sincronizada com a

necessidade da montagem.

A Figura 26 mostra uma possível forma de apresentação dos resultados obtidos em formato de

BSC.

Figura 26. Balance Scorecard de KPI’s

Com recurso aos indicadores apresentados e as formas de apresentação/visualização dos

mesmos espera-se que a Zeugma consiga evoluir e maturar os seus processos operacionais e

de negócio para que consiga ter sucesso e superar os seus concorrentes.

≤ 8

> 90%

= 0

≥ 95%

𝑩𝑺𝑪𝑲𝑷𝑰

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50

6. Conclusão

Este trabalho pretendia inicialmente implementar indicadores para aplicação da norma de

higiene e segurança, foi alterado dadas as circunstâncias e necessidades da Zeugma em

adquirir métricas e medições para todas as suas fases produtivas.

Foi realizado um diagnóstico da situação atual da empresa, e recorrendo a regras e

metodologias desenvolvidas até aos dias de hoje foi proposto um novo sistema.

O diagnóstico realizado na empresa revelou que existia um grande défice de utilidade dos

indicadores utilizados até ao momento, assim como muitas situações onde a falta de

conhecimento de alguns valores ou definições era reveladora de problemas de gestão,

sobretudo em Gestão de Projeto. Foi também perceptível que muitos colaboradores da

empresa não recebiam algumas informações imprescindíveis para o desempenho das suas

funções, ou até mesmo para fomentar o seu contributo na procura de soluções de melhoria.

Deste diagnóstico foi perceptível algum desconhecimento da forma de como dividir e utilizar os

indicadores, pelo que foi imprescindível apresentar uma solução que seguisse regras de

utilização e apresentação dos indicadores, a quem apresentar, o que apresentar e como

apresentar. O novo sistema nasceu da junção deste diagnóstico e das necessidades que foram

apresentadas pelas equipas em várias reuniões ajudando a compreender alguns dos

resultados obtidos.

O sistema de indicadores tem como base as regras desenvolvidas principalmente por dois

autores, David Parmenter e Jeff Smith, que definem os indicadores de forma clara para que

sejam distribuídos corretamente. O sistema assegura que foram cobertos todos os Critical

Success Factors, que definem quais as vertentes de atuação principais.

Neste trabalho foram também propostas algumas formas de apresentação dos indicadores,

dado que tal como acontecia na empresa, muitas vezes a forma de apresentação torna-se

muito extensa, o que dificulta a leitura por parte dos utilizadores.

No seguimento deste trabalho a Zeugma iniciou a utilização de alguns dos indicadores

propostos, nomeadamente o indicadores relativos a controlo de custos e de prazos dos

projetos. Estes indicadores estão a ser utilizados nos projetos de maior dimensão da empresa

para o ano corrente, dado que estes são os que maior necessidade apresentam de controlo de

incertezas e custos.

1. Earned Value;

2. Responsabilidades Incorridas (RI);

3. Custos Materiais (RI);

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51

4. Mechanical Project Tempo Utilizado;

5. Electrical Project Tempo Utilizado;

6. Automation Project Tempo Utilizado;

7. Perturbações do Projeto.

Os indicadores desta lista são apresentados na Statwall como é possível verificar na Figura 27.

Apesar do método de apresentação não ser o sugerido a empresa está a fazer esforços para

conseguir incorporar os indicadores numa plataforma didática e prática como a sugerida no

decurso deste trabalho.

Figura 27. Indicadores na Statwall

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52

A empresa iniciou também a implementação de outros indicadores, estes poderão não ser

apresentados na Statwall, mas são de medição regular e são avaliados, utilizados e

apresentados de acordo com as regras descritas.

1. Satisfação dos Colaboradores;

2. Perturbações por Projeto;

3. Satisfação dos Clientes;

4. Avaliação 5s;

5. Taxa de Ocupação EMEC;

6. Taxa de Ocupação ELEC;

7. Taxa de Ocupação EAUT;

8. Taxa de Ocupação AMEC;

9. Taxa de Ocupação AELE.

Os Indicadores 8, 9 são apresentados na Statwall, Figura 28, numa dimensão temporal

semanal e com o planeamento realizado para o ano corrente, pelo sofre alterações com

alguma frequência, mas possibilita uma melhor previsão das atividades em curso.

Figura 28. Indicadores na Statwall

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53

Dada a natureza recente desta implementação, não é possível demonstrar resultados

concretos, mas o empenho representado pela empresa demonstra a necessidade e a

importância que um sistema como este pode ter no processo operacional numa organização.

Resumindo, os Indicadores são uma excelente forma de simplificar e sintetizar a informação,

razão pela qual as empresas se dedicam fortemente ao seu desenvolvimento e utilização,

mesmo que muitas vezes não o façam da forma mais correta.

7. Trabalhos Futuros

Futuramente espera-se que o sistema apresentado contribua para a melhoria de resultados

nos seus projetos e agilize a passagem de informação dentro da empresa.

O sistema apresentado pode ser alvo de ações de melhoria, tais como a adição de indicadores

novos, uma vez que este sistema foi sintetizado para focar a atenção e o empenho dos

utilizadores.

É também proposto que no futuro a empresa encontre uma forma de manter os indicadores

disponíveis e visíveis em tempo real, por meio de televisões ou monitores, assim como tentar

automatizar ao máximo a obtenção das medições necessárias.

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54

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ANEXOS

Anexo 1. Statwall ......................................................................................................................... 59

Anexo 2. Avaliação 5S ................................................................................................................ 60

Anexo 3. Inquérito SAT Clientes ................................................................................................. 61

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Anexo 1. Statwall

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60

Anexo 2. Avaliação 5S

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61

Anexo 3. Inquérito SAT Clientes