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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DA NATUREZA

    DEPARTAMENTO DE QUMICA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM QUMICA

    DISSERTAO DE MESTRADO

    Desenvolvimento de um fotmetro LED-Vis porttil e

    microcontrolado por Arduino

    Aline Santos de Pontes

    Joo Pessoa PB Brasil Abril/2014

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DA NATUREZA

    DEPARTAMENTO DE QUMICA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM QUMICA

    DISSERTAO DE MESTRADO

    Desenvolvimento de um fotmetro LED-Vis porttil e

    microcontrolado por Arduino

    Aline Santos de Pontes*

    Dissertao apresentada ao programa de Ps-

    Graduao em Qumica da Universidade Federal da

    Paraba como parte dos requesitos para obteno do

    ttulo de Mestre em Qumica, rea de concentrao

    de Qumica Analtica

    Orientador: Prof. Dr. Edvan Cirino da Silva

    *Bolsista do Conselho Nacional de desenvolvimento Cientfico e tecnolgico

    Joo Pessoa PB Brasil Abril/2014

  • P814d Pontes, Aline Santos de.

    Desenvolvimento de um fotmetro LED-Vis porttil e microcontrolado por Arduino / Aline Santos de Pontes.- Joo Pessoa, 2014.

    76f. : il.

    Orientador: Edvan Cirino da Silva

    Dissertao (Mestrado) UFPB/CCEN 1. Qumica analtica. 2. Fotmetro de LED-RGB.

    3.Microcontrolador Arduino. 4. Corante alimentcio. 5.Permanganato de potssio.

    UFPB/BC CDU: 543(043)

  • Desenvolvimento de um fotmetro LED-Vis porttil e microcontrolado por Arduino

    Dissertao de Mestrado de Aline Santos de Pontes aprovada pela banca examinadora em 28 de abril de 2014:

  • Aos meus pais, Adilson e Ftima.

    Aos meus irmos, Adilson Filho, Thereza Klein, Wellando e Cristiane,

    Ao meu Pai celestial pelo amor incondicional,

    com muito carinho, dedico.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao meu amado pai Celestial, Deus;

    Aos meus pais Adilson Dias de Pontes e Maria de Ftima Santos pelo

    apoio, carinho, cuidado, amor e incentivo em todos os momentos;

    Ao professor Edvan Cirino da Silva, pela orientao e confiana

    durante toda iniciao cientifica e mestrado;

    Ao professor Mrio Csar Ugulino de Arajo, pelos ensinamentos,

    confiana e sugestes;

    A amiga Ftima Sanches, pela relevante contribuio para a

    dissertao de Mestrado;

    A Julys Pablo pela ajuda no desenvolvimento da programao do

    Arduino.

    Aos amigos Wellington, Renato, Urijatan, Daniel, Flaviano, David

    Harding, Mayara, Marcelo Batista e a todos do LAQA, que de alguma

    forma contriburam para a realizao deste trabalho.

    E ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico,

    CNPQ, pela bolsa concedida;

  • SUMRIO

    Lista de Figuras ............................................................................... vii

    Lista de Tabelas ................................................................................ x

    Lista de Siglas e Abreviaturas ........................................................... xii

    Resumo ......................................................................................... xiii

    Abstract ........................................................................................ xiv

    Captulo 1 - Introduo .................................................................. ...1

    1.1 Contextualizao ...................................................................... 2

    1.2 Objetivos ................................................................................. 3

    1.2.1 Objetivo geral ..................................................................... 3

    1.2.2 Objetivos especficos ........................................................... 3

    1.3 O espectro eletromagntico e a luz visvel ................................... 4

    1.3.1 Interao luz-objeto e cores complementares ......................... 5

    1.4 Espectrometria de absoro molecular UV-Vis .............................. 7

    1.4.1 A lei de Beer e a anlise quantitativa ..................................... 8

    1.4.2 Instrumentao .................................................................. 9

    1.5 Diodos emissores de luz (LEDs) ................................................. 10

    1.5.1 Vantagens do uso de LEDS .................................................. 13

    1.6 Instrumentao a base de LEDs ................................................ 15

    1.7 Arduino .................................................................................. 19

    1.7.1 Ambiente de desenvolvimento integrado ao hardware do Arduino. ...................................................................................... 21

    1.8 Caractersticas do corante alimentcioamarelo crepsculo ............. 22

    1.9 Caracterstica do permanganato de potssio ............................... 24

    Captulo 2 - Parte Experimental ......................................................... 25

    2.1 Reagentes, solues e amostras ................................................ 26

    2.2 Material e equipamentos .......................................................... 28

    2.3 Desenvolvimento do fotmetro ................................................. 29

    2.3.1 Fonte de radiao .............................................................. 29

    2.3.2 Fototransdutor ................................................................... 31

    2.3.3 Suporte para clula de medida ............................................. 32

    2.3.4 Plataforma Arduino UNO ..................................................... 33

  • 2.3.5 Circuito externo acoplado ao Arduino para o desenvolvimento do fotmetro LED-Vis ........................................................................ 34

    2.3.6 Interface da execuo dos comandos para a gerao da resposta intrumental do fotometro desenvolvido ........................................... 35

    2.4 O sistema contendo o instrumento proposto ............................... 37

    2.5 Estratgia para aplicao do fotmetro proposto ......................... 38

    2.6 Avaliao do desempenho do instrumento analtico proposto ........ 39

    2.6.1 Estabilidade da fonte de radiao(LED) ................................. 39

    2.6.2 Parmetro de validao da curva analtica ............................ 39

    2.6.2.1 Linearidade da curva analtica..................................... 39

    2.6.2.2 Funo da resposta(grfico analtico) .......................... 40

    2.6.2.3 Sensibilidade ............................................................ 40

    2.6.2.4 Preciso ................................................................... 41

    2.6.2.5 Limite de deteco(LOD)/quantidade(LOQ) .................. 41

    2.6.2.6 Desvio padro conjunto ............................................. 42

    2.6.2.7 Teste de recuperao ................................................ 42

    2.6.3 Procedimento e tratamentos estatsticos da curva analtica ...... 43

    2.6.4 Testes estatsticos para validao dos resultados analticos ..... 45

    2.6.4.1 Aplicao do teste t emparelhado baseado no teste de hipteses .................................................................................... 45

    2.6.4.2 Aplicao do teste t emparelhado baseado no conceito de intervalo de confiana ................................................................... 46

    Captulo 3 - Resultados e Discusso ................................................... 47

    3.1 Avaliao do desempenho do instrumento analtico proposto e tratamento estatsticos da curva analtica ........................................ 48

    3.1.1 Estabildade da fonte ........................................................... 48

    3.1.2 Faixa de trabalho, obteno e validao da curva analtica ...... 48

    3.1.2.1 Faixa de trabalho do amarelo crepsculo ..................... 48

    3.1.2.1.1 Caracterstica do desempenho analtico para do corante AC .............................................................................................. 54

    3.1.2.2 Faixa de trabalho do Permanganato de potssio ............ 54

    3.1.2.2.1 Caracterstica do desempenho analtico para o permanganato ............................................................................. 59

    3.2 Aplicaes analticas do sistema proposto ................................... 60

  • 3.2.1 Determinao analtica do corante amarelo crepsculo em refrigerantes e bebidas energticas ................................................ 60

    3.2.1.1 Teste de Recuperao do AC ...................................... 62

    3.2.2 Determinao analtica do permanganato de potssio em medicamentos ............................................................................. 63

    3.2.2.1 Teste de recuperao do permanganato ....................... 66

    Captulo 4 - Concluses .................................................................... 67

    4.1 Concluso ............................................................................... 68

    4.2 Proposta futura ....................................................................... 69

    Captulo 5 - Referncias ................................................................... 70

    5.1 Referncias ............................................................................. 70

  • vii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1.1 Espectro eletromagntico destacando a regio da luz visvel. 4

    Figura 1.2 Radiao absorvente a e cor complementar. ...................... 5

    Figura 1.3 Intensidade da luz emergente (I0) transmitida (I) aps

    passar por uma cubeta contendo uma soluo absorvente com o caminho

    ptico b. .......................................................................................... 8

    Figura1.4 Uma foto esquemtico dos constituintes e do funcionamento

    de um LED comum. ......................................................................... 11

    Figura 1.5 Espectros de emisso tpicos de uma seleo de LEDs,

    comercialmente disponvel, na faixa espectral do UV-Vis. ..................... 13

    Figura 1.6 Ambiente IDE do Arduino ............................................... 21

    Figura 1.7 Estrutura qumica co corante amarelo crepsculo .............. 23

    Figura 2.1 Vista frontal do fotmetro proposto.................................. 29

    Figura 2.2 LED-RGB utilizados no fotmetro. .................................... 29

    Figura 2.3 Espectro de emisso do LED especificando o max para cada regio ............................................................................................ 30

    Figura 2.4 Dimenses e pinagem do LED utilizado no fotmetro, unidade

    mm ............................................................................................... 31

    Figura 2.5 (a) Dimenses e pinagem do fototransitor utilizado no

    fotmetro, unidade mm. (b) Fototransistor utilizado no fotmetro. ........ 31

    Figura 2.6 Suporte da cubeta usado no fotmetro de LED proposto. .... 32

    Figura2.7 Plataforma do Arduino uno, onde se identificam os

    componentes e os pinos de ligao. 1.porta USB, 2.pinos digitais, 3.pinos

    de alimentao e 4. pinos analgicos... .............................................. 33

  • viii

    Figura 2.8 Circuito externo acoplado na plataforma Arduino. O circuito de

    acionamento dos LEDs cujos botes so mostrados na Figura 2.1: BR -

    Boto de acionamento do LED-vermelho, BG - Boto de acionamento do

    LED-verde e BB -Boto de acionamento do LED-azul. E o circuito do

    fototransistor. ................................................................................. 34

    Figura 2.9 Diagrama das principais linhas de comando. ..................... 36

    Figura 2.10 Ambiente de sada no serial monitor. ............................. 36

    Figura 2.11 Sistema contendo o do fotmetro proposto. .................... 37

    Figura 3.1 Curva analtica (R2=0,9992) obtida com o fotmetro proposto

    para determinao do corante em amostras de refrigerante e bebida

    energtica. ..................................................................................... 49

    Figura 3.2 Curva analtica (R2=0,9998) obtida com o fotmetro Micronal

    (referncia) para determinao do corante em amostras de refrigerante e

    bebida energtica. ........................................................................... 49

    Figura 3.3 Grfico dos resduos deixados pelo modelo linear da curva

    analtica obtida com o fotmetro proposto. ......................................... 50

    Figura 3.4 Grfico dos resduos deixados pelo modelo linear da curva

    analtica obtida com o fotmetro Micronal. .......................................... 50

    Figura 3.5 Curva analrica (R2=0,9988) do permanganato de potssio

    relacionado ao fotmetro proposto..................................................... 55

    Figura 3.6 Curva analrica (R2=0,9993) do permanganato de potssio

    relacionado ao instrumento comercial ................................................ 55

    Figura 3.7 Grfico dos resduos deixados pelo modelo linear da curva

    analtica obtida com o fotmetro. ...................................................... 56

    Figura 3.8 Grfico dos resduos deixados pelo modelo linear da curva

    analtica obtida com o fotmetro micronal.. ........................................ 56

  • ix

    Figura 3.9 Espectros de absoro do corante amarelo crepsculo

    registrados com o instrumento HP. () refrigerantes, () energticos,

    () soluo padro de 10,8 mg L-1. ................................................... 60

    Figura 3.10 Espectros de absoro do permanganato de potssio

    registrados com o instrumento HP. () soluo padro de 14,0 mg L-1,

    () amostra. .................................................................................. 63

  • x

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1.1 Intervalos de comprimentos de onda (), radiaes

    absorvidas e cores complementares. ................................................... 6

    Tabela 1.2 Principais modelos de Arduino comercialmente disponvel. . 20

    Tabela 2.1 Coeficientes de corelao da reta . .................................. 40

    Tabela 2.2 Equaes para a ANOVA dos dados experimentais adaptados

    aos modelos lineares estimados pelos mtodos dos mnimos quadrados . 43

    Tabela 3.1 ANOVA para o ajuste de um modelo de calibrao linear para

    determinao do amarelo crepsculo (AC) usando o fotmetro proposto 51

    Tabela 3.2 ANOVA para o ajuste de um modelo de calibrao linear para

    determinao do amarelo crepsculo (AC) usando o fotmetro Micronal . 52

    Tabela 3.3 Resultados dos testes F de falta de ajuste e de significncia

    estatstica da regresso para os modelos lineares estimados para a

    determinao do AC usando ambos os instrumentos. ........................... 52

    Tabela 3.4 Parmetro de regresso linear e limites dos intervalos de

    confiana para os coeficientes dos modelos obtidos para quantificao do

    corante AC. .................................................................................... 53

    Tabela 3.5 Valores de LOD, LOQ (mg L-1) e sensibilidade do fotmetro

    proposto e do fotmetro Micronal para o corante AC. ........................... 54

    Tabela 3.6 ANOVA para o ajuste de um modelo de calibrao linear para

    determinao do permanganato de potssio usando o fotmetro proposto.

    ..................................................................................................... 57

    Tabela 3.7 ANOVA para o ajuste de um modelo de calibrao linear para

    determinao do permanganato de potssio usando o fotmetro Micronal.

    ..................................................................................................... 57

  • xi

    Tabela 3.8 Mdias quadrticas (MQ) calculadas na ANOVA para os

    modelos de calibrao do permanganato de potssio. .......................... 58

    Tabela 3.9 Parmetros de regresso linear e limites dos intervalos de

    confiana para os coeficientes dos modelos obtidos para quantificao do

    permanganato de potssio. ............................................................... 59

    Tabela 3.10 Valores de LOD, LOQ (mg L-1) e sensibilidade do fotmetro

    proposto e do fotometro Micronal para o permanganato.... ................... 59

    Tabela 3.11 Valores mdios (n=5) das concentraes do corante

    estimadas, em mg L-1, via curva analtica utilizando o fotmetro e do

    fotmetro (Micronal).. ...................................................................... 61

    Tabela 3.12 Resultados dos testes de recuperao (%) do corante AC

    (n=3). ........................................................................................... 62

    Tabela 3.13 Valores mdios das massas (mg) dos comprimidos de

    permanganato de potssio.. .............................................................. 64

    Tabela 3.14 Valores mdios (n=5) das massas (mg) estimadas das

    amostras (medicamentos de permanganato de potssio), utilizando o

    fotmetro proposto e ocomerciall.. .................................................... 65

    Tabela 3.15 Resultados dos testes de recuperao (%) na

    derterminao do permanganato de potssio nas amostras de

    comprimido. ................................................................................... 66

  • xii

    LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    AC - Amarelo crepsculo

    AD - Analgico digital

    ANOVA Analysis of variance (anlise de varincia)

    DPC - Desvio padro conjunto

    ICSP - In Circuit Serial Programming (programa serial em circuito)

    IDE Integrated Developement Environment (ambiente integrado de

    desenvolvimento de software)

    IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry (Unio

    Internacional de Qumica Pura e Aplicada)

    LCD Liquid crystal display (display de cristal lquido)

    LED Light emitting diode (diodo emissor de luz)

    LOD Limit of detection (limite de deteco)

    PIC Peripheral interface controller

    PWM - Pulse-width modulation

    RAD Rapid Application Development (Desenvolvimento rpida de

    aplicao)

    RGB Sistema de cores red, green and blue (vermelho, verde e azul)

    RISC - Reduced instruction set computer (computador com um conjunto

    reduzido de instrues)

    Rx - Indicadores de recepo

    Tx - Indicadores de transmisso

    USB - Universal serial bus

    UV-Vis Radiao ultravioleta e visvel

  • xiii

    RESUMO

    Titulo: Desenvolvimento de um fotmetro LED-Vis porttil e microcontrolado por Arduino

    Autor: Aline Santos de Pontes Orientador (a): Prof. Dr. Edvan Cirino da Silva Um fotmetro porttil e de baixo custo proposto neste trabalho.

    Esse instrumento utiliza um diodo emissor de luz (LED-Light Emitting

    Diode) tricolor como fonte de radiao nos comprimentos de onda do

    mximo de emisso de 480 (azul), 534 (verde) e 630 nm (vermelho).

    Alm disso, emprega um fototransistor com sensibilidade espectral na

    regio do visvel como fototransdutor, bem como um microcontrolador

    Arduino como unidade de controle. Seu desempenho analtico foi avaliado

    por meio de anlises quantitativas baseadas em curvas analticas, cujos

    modelos foram validados por meio da Anlise de Varincia (ANOVA). O

    instrumento foi aplicado determinao do corante amarelo crepsculo

    em amostras de refrigerantes e bebidas energticas e de permanganato

    de potssio em amostras de medicamentos. Para fins de comparao, um

    espectrofotmetro comercial foi empregado para construir as curvas

    analticas do instrumento de referncia. Aplicando o teste t-emparelhado

    ao nvel de 95% de confiana para os resultados de concentrao obtidos

    com os dois instrumentos, observa-se que no houve diferena

    estatisticamente significativa. Ademais, resultados precisos nas

    estimativas das concentraes dos analitos foram obtidos sendo atestado

    pelo baixo desvio padro relativo conjunto de 0,2 e 0,5%,

    respetivamente, para o corante e permanganato. O fotmetro proposto

    pode ser uma alternativa economicamente vivel para anlises

    espectromtricas, sobretudo, em laboratrios de ensino com poucos

    recursos financeiros e carentes de pessoal altamente qualificado.

    Palavras-chave: Fotmetro de LED-RGB, microcontrolador Arduino, corante alimentcio, permanganato de potssio.

    filipebsiqueiraHighlight

    filipebsiqueiraHighlight

    filipebsiqueiraHighlight

  • xiv

    ABSTRACT

    Title: Development of a LED-Vis photometer with a portable and Arduino microcontroller.

    Author: Aline Santos de Pontes Supervisor (a): Prof. Dr. Edvan Cirino da Silva A portable and low-cost photometer is proposed in this work. The

    instrument uses a tri-color light emitting diode (LED) as its radiation

    source in maximum emission wavelengths of 480 (blue), 534 (green) and

    630 nm (red). It employs a phototransistor with spectral sensitivity in the

    visible region, as well as an Arduino microcontroller. Its analytical

    performance was evaluated by means of quantitative analysis (analytical

    curves), whose models were validated by analysis of variance (ANOVA).

    The instrument was applied to determine sunset yellow dye in energy

    drinks and sodas, and potassium permanganate pills. For comparison

    purposes, a commercial spectrophotometer was used to construct the

    calibration curves for the reference method. Applying the paired t-test at a

    95 % confidence level for the concentration results obtained with the two

    instruments, we observed no statistically significant difference.

    Furthermore, accurate concentration estimates were obtained for the

    analytes as confirmed by the low relative standard deviation range of 0.2

    and 0.5%, respectively, for both the dye and the permanganate. The

    proposed photometer might be an economically viable alternative to

    spectroscopic analysis, especially in teaching laboratories with limited

    financial resources or lacking in highly qualified personnel.

    Keywords: Photometer tri-color LED, Arduino microcontroller, food

    coloring, potassium permanganate.

  • CAPTULO 1

    INTRODUO

  • INTRODUO

    2

    1. INTRODUO

    1.1. Contextualizao

    As anlises qumicas instrumentais so realizadas cotidianamente

    para as determinaes qualitativas e quantitativas de uma grande

    variedade de analitos inorgnicos, orgnicos e bioqumicos[1]. A

    espectrofotometria nas regies ultravioleta e visvel (UV-Vis) uma

    tcnica analtica muito usada nessas determinaes[2], haja vista sua

    robustez, confiabilidade e vasto campo de aplicaes.

    Um grande nmero de anlises quantitativas realizadas no mundo,

    sobretudo no campo das anlises bioqumicas clnicas[1], so

    implementadas usando um fotmetro ou fotocolormetro. Esses

    instrumentos se caracterizam pelo uso de filtros pticos para selecionar,

    geralmente, a faixa do espectro visvel para realizao das medidas na

    anlise de interesse. O fotmetro uma ferramenta vivel para anlises

    quantitativas tendo vista suas caractersticas: baixo custo de aquisio e

    manuteno, simplicidade de operao e vida til longa especialmente

    quando se utiliza LED (do ingls Light-Emitting Diode) como fonte de

    radiao[3,4,5].

    O advento do uso de LED em fotmetros possibilitou a

    implementao de circuitos eletrnicos mais simples para controlar a fonte

    de radiao e o processamento do sinal. Alm disso, visto que os LEDs

    emitem luz em regies bem estreitas do espectro visvel, os fotmetros

    podem ser construdos sem a utilizao de filtros e lentes pticas[4,5]. Essa

    caracterstica tem contribudo para o desenvolvimento e montagem de

    instrumentos mais simples, compactos e portteis.

    Apesar do uso de LED nos fotmetros ter permitido construir

    instrumentos capazes de diminuir os custos nos componentes necessrios

    para o seu desenvolvimento, a necessidade do uso de um

    microcomputador para aquisio e tratamento dos dados prejudica sua

    autonomia. Para superar essa limitao, introduziu-se nos fotmetros o

    microcontrolador PIC (Peripheral Interface Controller)[6] como unidade de

    filipebsiqueiraHighlight

    filipebsiqueiraHighlight

  • INTRODUO

    3

    controle e um dispositivo LCD (Liquid Crystal Display) que dispensa a

    utilizao de microcomputador. Alm disso, os fotmetros a base de LED e

    microcontrolados possibilitam a realizao de anlises qumicas no campo

    (in situ) em virtude de sua portabilidade e autonomia. Apesar dessas

    melhorias, o desenvolvimento desses aparelhos requer experincia em

    instrumentao analtica e, sobretudo, um expressivo conhecimento em

    eletrnica.

    Neste trabalho, prope-se o desenvolvimento de um fotmetro de

    LED-Vis baseado no uso de uma plataforma de prototipagem eletrnica

    Arduino,[7] que simplifica drasticamente a complexidade dos circuitos e a

    montagem do instrumento. O fotmetro proposto utiliza um LED-RGB

    como fonte de radiao vermelha (mximo de emisso em 630 nm),

    verde (mximo em 534 nm) e azul (mximo em 480 nm), bem como um

    fototransistor para realizar a deteco e transduo da radiao.

    1.2. Objetivos

    1.2.1. Objetivo geral

    O objetivo principal desse trabalho foi desenvolver um fotmetro

    porttil, a base de LED-RGB, empregando um Arduino como unidade de

    controle e aquisio de dados.

    1.2.2. Objetivos especficos

    Montagem dos circuitos eletrnicos do fotmetro;

    Elaborao do programa computacional de controle e aquisio de

    dados;

    Montagem e acoplamento entre os dispositivos pticos usados;

    Levantamento de parmetros operacionais do instrumento;

    Validar as curva analticas, usando ANOVA (Anlise de Varincia),

    obtidas usando o instrumento proposto e o comercial;

  • INTRODUO

    4

    Aplicar o fotmetro proposto quantificao do amarelo crepsculo

    em bebidas e permanganato de potssio em medicamentos.

    1.3. O espectro eletromagntico e a luz visvel

    O espectro eletromagntico (EM) composto por vrios tipos de

    radiao eletromagntica desde a radiao gama altamente energtica at

    as ondas de rdio de baixa energia[8,9], conforme ilustrado na Figura 1.1.

    Nesse contexto destaca-se a regio visvel, cujos comprimentos de onda

    da radiao eletromagntica encontram-se aproximadamente na faixa de

    400 a 780 nm. Dado que a viso humana produzida nessa regio visvel,

    ento essa radiao eletromagntica foi denominada de luz.

    A radiao eletromagntica exibe em certos fenmenos (refrao,

    reflexo, etc) um comportamento ondulatrio, enquanto noutros (a

    exemplo do efeito fotoeltrico) apresenta caracterstica de partculas

    (ftons)[1,10]. A natureza ondulatria proveniente das oscilaes

    peridicas de campos eltricos e magnticos associados radiao. As

    principais caractersticas ondulatrias da luz esto associadas ao

    comprimento de onda () e freqncia ()[1,10].

    Figura 1.1. Espectro eletromagntico destacando a regio visvel. Adaptado da Ref.[1].

  • INTRODUO

    5

    Como visto na Figura 1.1, cada faixa de comprimento de onda

    (frequncia) origina um tipo de informao diferente. A absoro nos

    diferentes comprimentos de onda na faixa do micro-ondas e no

    infravermelho fornece informaes sobre a estrutura molecular e a ligao

    qumica (ou grupos funcionais)[11]. O visvel no uma regio to rica em

    informaes estruturais, mas pode dar valiosas informaes quantitativas.

    Os raios x podem fornecer informaes sobre a composio elementar

    independente de como os tomos se encontram quimicamente ligados

    mesmo que a medida seja realizada a partir da amostra slida ou lquida,

    pois essa radiao interage com o(s) eltron(s) do cerne atmico[11]

    As radiaes compostas por um nico comprimento de onda so

    chamadas radiaes monocromticas[1,10]. Contudo, na maioria dos casos,

    as fontes de energia radiante emitem radiaes em comprimentos de

    onda diferentes, que se misturam, formando espectros de emisso em

    bandas[10].

    1.3.1. Interao luz-objeto e cores complementares

    A luz refletida por um objeto determina a forma como as cores so

    percebidas pelo olho humano. Quando uma amostra submetida a uma

    radiao, a luz incide sobre essa amostra contendo a espcie molecular

    absorvente, resultando em uma radiao emergente na qual ser

    detectvel pelo olho humano como uma cor complementar da radiao

    absorvida[12], conforme ilustrado na Figura 1.2.

    Figura 1.2. Radiao absorvente e a cor complementar.

    filipebsiqueiraHighlight

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  • INTRODUO

    6

    A radiao emergente ser um complemento da radiao branca

    menos a radiao absorvida por uma ou mais substncias. Assim, a cor de

    uma soluo colorida que nossos olhos percebem uma cor

    complementar da radiao absorvida.

    As cores das radiaes absorvidas, seus complementos e os

    intervalos de comprimento de onda so mostrados na Tabela 1.1.

    Tabela 1.1. Intervalos de comprimentos de onda (), radiaes absorvidas e cores

    complementares. Adaptado da Ref.[17].

    A ttulo de exemplo, considere a cor verde observada nas folhas das

    plantas devido presena de clorofila. Essa substncia responsvel pela

    cor verde devido forte absoro da radiao nas regies do azul e do

    vermelho. Isto significa dizer que quando olhamos para uma folha,

    estamos recebendo em nossos olhos a luz filtrada, isto , a luz branca

    (que possui todos os comprimentos de onda no visvel) subtrados do azul

    e do vermelho[13]. Isso faz com que somente a radiao no absorvida

    seja captada pelos nossos olhos, isto , a radiao verde[13]. Da mesma

    forma, todas as coloraes que vemos so resultado da absoro seletiva

    de alguma faixa estreita de , resultando na cor complementar observada.

    INTERVALO DE (nm) COR ABSORVIDA COR COMPLEMENTAR

    400- 465

    Violeta Verde-amarelada

    465-482

    Azul Amarelo

    482-487

    Azul- esverdeado Alaranjado

    487-493

    Azul-Turquesa Vermelho-alaranjado

    493-498

    Verde Azulado Vermelho

    498-530

    Verde Vermelho-purpura

    530-559

    Verde-amarelada Prpura-avermelhado

    559-571

    Amarelo-verde Prpura

    571-576

    Amarelo-esverdeado Violeta

    576-580

    Amarelo Azul

    580-587

    Laranja_amarelado Azul

    587-597

    Alaranjado Azul- esverdeado

    597-617

    Laranja- avermelhado Azul-turquesa

    617-780 Vermelho Azul-turquesa

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  • INTRODUO

    7

    1.4. Espectrometria de absoro molecular UV-Vis

    Essa tcnica se baseia na absoro de ftons da radiao

    eletromagntica Ultra-Violeta e Visvel (UV-Vis) por espcies moleculares

    em soluo. Os comprimentos de onda da radiao nas duas regies

    espectrais abrangem, aproximadamente, a faixa de 200 a 780 nm[1,11].

    Ao interagir com essa radiao, as molculas esto sujeitas a transies

    eletrnicas (acompanhadas por transies vibracionais) associadas

    absoro de energia quantizada[1,14], produzindo o sinal analtico. Esse

    fenmeno origina o sinal analtico na espectrometria de absoro

    molecular UV-Vis. Todavia, a medida do sinal est sujeita ao rudo

    instrumental e pode ser afetada por outras fontes de interferncia tais

    como pela presena de concomitantes (interferncia de matriz e/ou

    espectral), efeito de solvente, etc.

    Para que a absoro molecular ocorra necessrio que haja: i)

    mudana no momento de dipolo eltrico da molcula e ii) presena de

    grupo(s) cromforo(s) (C=C, C=O, etc) responsvel(is), principalmente,

    pelas transies dos eltrons dos orbitais pi ligante para orbitais pi

    antiligante ( * pipi ) e dos orbitais no-ligantes para um orbital pi

    antiligante ( *pin )[1,15,16]. O resultado desse fenmeno pode ser

    registrado como um espectro que consiste, usualmente, em um grfico de

    absorbncia versus comprimentos de onda. A partir do espectro da

    amostra, pode-se extrair a informao analtica para a identificao e/ou

    quantificao da espcie absorvente de interesse (analito).

    A intensidade das bandas e os comprimentos de onda referentes aos

    picos e/ou vales do espectro, so duas caractersticas fundamentais do

    ponto de vista analtico. O perfil da banda fornece informao qualitativa,

    ao passo que a intensidade serve de base para implementar uma anlise

    quantitativa[1]. Alm disso, o comprimento de onda do sinal mximo

    corresponde ao do fton absorvido, cuja energia igual diferena de

    energias entre os estados envolvidos na transio eletrnica. A

    filipebsiqueiraHighlight

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  • INTRODUO

    8

    intensidade de absoro depende da absortividade molar, do percurso

    ptico e da concentrao da espcie absorvente[1].

    1.4.1. A lei de Beer e a anlise quantitativa

    A lei de Lambert-Beer, ou simplesmente lei de Beer[1,15,17],

    fundamenta a anlise espectrofotomtrica quantitativa, estabelecendo

    uma relao linear entre a absorbncia e a concentrao da espcie

    absorvente. De acordo com essa lei, quando um feixe de radiao

    monocromtica (I0) atravessa um recipiente transparente (cubeta),

    contendo uma espcie absorvente, percorre o caminho ptico b conforme

    ilustrado na Figura 1.3. A intensidade da radiao diminui para (I) como

    resultado da absoro por molculas do composto absorvente, sendo que

    a razo entre I0 e I determina a transmitncia (T) da soluo.

    Figura 1.3. Intensidade da luz emergente (I

    0) e transmitida (I) aps passar por uma

    cubeta contendo uma soluo absorvente com o caminho ptico b. A absorbncia (A) medida se relaciona com a transmitncia (T) e a

    concentrao (c) da espcie absorvente de acordo com a Equao 1.1

    (1.1)

    onde, uma constante denominada absortividade molar da espcie

    absorvente, c a concentrao expressa em mol L-1 e b o comprimento

    do percurso ptico dado em cm.

    bcIITA ===0

    loglog

  • INTRODUO

    9

    1.4.2. Instrumentao

    Tradicionalmente, os instrumentos utilizados para anlises

    quantitativas por absoro molecular UV-Vis so classificados de acordo

    com o tipo de seletor de radiao em: (i) fotmetros e (ii)

    espectrofotmetros. Os instrumentos da classe (i) so aqueles baseados

    no uso de filtros pticos para isolar a faixa da radiao de interesse e os

    da classe (ii) utilizam, geralmente, um monocromador de prisma ou rede

    de difrao para a seleo. Os aparelhos da primeira classe usam

    componentes mais simples e baratos que os da segunda, porm so mais

    limitados e no possibilitam a obteno de espectros. Ademais, utilizam

    como seletores de radiao os filtros de absoro (restritos regio visvel

    do espectro) e os de interferncia que podem tambm operar na regio

    ultravioleta[1].

    Em geral, os componentes utilizados nos fotmetros so

    basicamente[1,11,19]:

    Uma lmpada de tungstnio como fonte de radiao;

    Filtro de absoro ou interferncia;

    Um recipiente (cubeta) para a amostra;

    Detector de radiao (fototransdutor);

    Processador de sinal.

    Os espectrofotmetros e os fotmetros so instrumentos pticos

    utilizados em ampla escala em todo o mundo para medidas quantitativas

    na regio espectral do UV-Vis[17]. A deteco espectrofotomtrica uma

    tcnica bastante consolidado na literatura cientfica. O crescente

    desenvolvimento de novos fotmetros, abre uma variedade de

    possibilidades para tcnicas de deteco mais simples, econmicos e

    analiticamente satisfatrios.

    A incorporao de LEDs, como fonte de radiao, nos fotmetros

    trouxe muitas vantagens, a saber: eliminao do uso de seletor de

    radiao, fonte de alimentao e circuito de processamento do sinal

    menos complexo e desenvolvimento de instrumentos mais simples,

    portteis de baixo custo[6,18].

    filipebsiqueiraHighlight

    filipebsiqueiraHighlight

  • INTRODUO

    10

    A seguir apresentada uma descrio sobre a constituio,

    montagem e caractersticas dos LEDs que motivaram seu uso como fonte

    de radiao em fotmetros.

    1.5. Diodos emissores de luz (LEDs)

    Os diodos so produzidos empregando materiais semicondutores

    (por exemplo, o silcio) aos quais so adicionados diferentes impurezas

    dopantes, mediante processo chamado de dopagem[20]. Quando a matriz

    baseada no silcio ou elemento com configurao eletrnica similar, a

    dopagem com tomos de elementos do grupo 3 produz o semicondutor do

    tipo positivo (P). Se a dopagem for realizada com tomos de elementos do

    grupo 5, o semicondutor obtido denominado como sendo do tipo

    negativo(N)[20]. Essas dopagens promovem um aumento da condutividade

    do semicondutor, devido ao surgimento de lacunas (deficincia de

    eltrons) no cristal dopado P e ao surgimento de eltrons livres no cristal

    do tipo N[20].

    Quando se unem cristais dos tipos P e N, forma-se a juno P-N. Os

    eltrons livres do cristal do tipo N, que estiverem prximos da juno,

    eventualmente passaro para o lado P, onde sero capturados por

    lacunas, fazendo recombinao[21]. Esta recombinao ir ocorrer com

    todos os eltrons e lacunas que estiverem prximos da juno, formando

    pares de ons prximos da juno[21]. Isto resultar em uma coluna de

    ons positivos do lado N e uma coluna de ons negativos do lado P. A

    regio em torno da juno onde se encontram esses ons chamada de

    camada de depleo[21]. Como a camada de depleo ionizada, cria-se

    uma diferena de potencial na juno chamada barreira de potencial[21].

    Os diodos emissores de luz (LEDs) so dispositivos onde a luz

    emitida pela passagem de corrente eltrica nos materiais semicondutores

    fazendo com que ocorra a recombinao de eltrons livres do material do

    semicondutor N com as lacunas em excesso do tipo P, proporcionando a

    movimentao em direo a juno P-N do diodo. Este fenmeno ficou

  • INTRODUO

    11

    conhecido como eletroluminescncia[20,22,42], que a emisso de luz por

    estmulo eltrico. O componente mais importante de um LED o chip

    semicondutor responsvel pela gerao de luz. Na Figura 1.4. ilustrado

    um diagrama esquemtico dos constituintes e do funcionamento de um

    LED comum e seu funcionamento.

    O cientista norte americano Henry Joseph Round, em 1907, ao usar

    o carbeto de silcio (SiC), foi quem primeiro conseguiu produzir o

    fenmeno da eletroluminescncia, dando incio aos estudos do que hoje se

    entende por LED[23,24]

    . Nos anos de 1923 e 1937 ocorreram,

    respectivamente, os seguintes fatos: a descrio da eletroluminescncia

    em cristais de carbeto de silcio pelo cientista russo O. W. Lossey e o

    acontecimento do mesmo fenmeno usando p de sulfeto de zinco (ZnS2)

    foi observado pelo cientista E. Destriau[23]. Em 1962, surgiu o primeiro

    LED com o material semicondutor a base de, arseneto de glio (GaAs) [25]

    ,

    emitindo radiao no comprimento de onda de 840 nm, e diodos feitos de

    fosfeto e arseneto de glio, na regio de 710 nm[26]

    . Essa mudana de

    comprimento de onda est relacionada ao material que constitui o LED.

    Figura 1.4. Diagrama esquemtico dos constituintes e do funcionamento de um LED

    comum. Adaptado da Ref. [33].

  • INTRODUO

    12

    A utilizao de diferentes materiais semicondutores em diferentes

    nveis de dopagem proporciona a obteno de LEDs com diferentes

    comprimentos de onda, ou seja, uma grande variedade de LEDs que

    emitem na regio UV-Vis. Utilizando-se InGaN como material

    semicondutor, obtm-se um LED que emite radiao na regio verde[27].

    Os LEDs que abrangem a regio do azul, so constitudos de carbeto de

    silcio e nitreto de glio[28]. Desde ento, um progresso notvel no

    desempenho do LED em relao ao aumento da eficincia de emisso na

    regio do visvel tem melhorado quase uma ordem de magnitude a cada

    10 anos[29,30]. Tal desempenho dos LEDs atribudo principalmente ao

    grande avano das novas tecnologias de produo de semicondutores.

    Estas tecnologias possibilitaram o desenvolvimento de diodos bicolores[6],

    usualmente no verde e vermelho e tricolores emitindo no verde, vermelho

    e verde. Nestes dispositivos os materiais semicondutores que

    proporcionam as emisses em diferentes comprimentos de onda so

    dispostos em um nico corpo e podem ser acionados selecionando o par

    de terminais adequado para produzir a emisso desejada[20].

    Os diodos emissores de luz disponveis comercialmente no se

    limitam apenas a regies do visvel, mas tambm cobrem as regies do

    ultravioleta e do infravermelho prximo[31]. Na Figura 1.5 podem ser

    vistos espectros tpicos de emisso de vrios LEDs, comercialmente

    disponveis, na faixa espectral do ultravioleta-visvel.

    O espectro de emisso da maior parte dos LEDs na regio visvel

    exibe normalmente larguras de bandas menores do que 20 nm que so

    comparveis aos filtros pticos, que oferecem largura de banda de 10 a

    30 nm[6]. A intensidade da luz emitida por um LED cerca de 5 vezes

    maior do que a intensidade de um feixe originalmente da fenda de sada

    de um monocromador[6]. A elevada estabilidade dos LEDs tem permitido

    atingir desvios padro nas medidas de absorbncia de at 7,5 x 10-7.

    Alguns LEDs que, atualmente, encontram-se disponveis so

    ultrabrilhantes, tm vida til extremamente longa e alta estabilidade de

    emisso[6]. Portanto, so fontes de radiao bastante adequadas para a

  • INTRODUO

    13

    construo de fotmetros usados nas anlises por absoro molecular na

    regio UV-Vis.

    Figura 1.5. Espectros de emisso tpicos de uma seleo de LEDs, comercialmente

    disponveis, na faixa espectral do UV-vis. Adaptado da Ref. [31].

    1.5.1. Vantagens do uso de LEDs

    Pode-se mencionar as inmeras vantagens do uso de LEDs como

    fonte de luz:

    Maior vida til: os LEDs podem acender e apagar rapidamente,

    sem perda da vida til[32];

    Custos reduzidos: o custo do LED varia de centavos a poucos

    reais, de acordo com as caractersticas desejadas para o LED[23];

    Eficincia: apresentam maior eficincia que as lmpadas de

    halogneo[32];

    Baixa voltagem de operao:no apresenta risco para o

    instalador;

    Radiao monocromtica: emite radiao em uma faixa estreita

    de comprimentos de onda, permitindo maior obedincia Lei de

    Beer, evitando ou reduzindo problemas com a linearidade das

    curvas de calibrao[33];

  • INTRODUO

    14

    Ecologicamente correto: no utiliza mercrio ou qualquer outro

    elemento que cause dano ao meio ambiente[32];

    Ausncia de ultravioleta: no emitem radiao ultravioleta sendo

    ideais para aplicaes onde este tipo de radiao indesejada[32];

    Ausncia de infravermelho: tambm no emitem radiao

    infravermelho, fazendo com que o feixe luminoso seja frio[32];

    Robustez mecnica: ao contrrio de lmpadas com bulbo de

    vidro, os LEds so resistente a impactos mecnicos, pois so

    dispositivos de estado slido[32];

    Temperatura: quase toda a energia fornecida ao LED gasta na

    emisso de luz, praticamente no h, liberao de calor[32].

    Compactibilidade:podem ser encontrados comercialmente em

    diversos formatos e com dimenses da ordem de milmetros a

    poucos centmetros [32];

    Facilidade de aquisio: podem ser encontrados em lojas de

    comrcio eletrnico, inclusive em cidades de porte

    intermedirio[23].

    Potncia luminosa elevada: Na faixa de 10 a 150 mW, que

    corresponde cerca de cinco vezes a radiao de uma lmpada de

    tungstnio de 40 W e radiao proveniente da fenda de sada de

    um monocromador em condies similares de banda passante[33].

    Os LEDs so usados como componentes eletroeletrnicos em vrios

    produtos disponveis comercialmente, tais como: televiso, produtos de

    microeletrnica como sinalizador de avisos, relgios digitais, controles,

    cmeras, monitores, notebooks, telefones celulares etc. Alm disso, so

    usados em comunicaes, servios mdicos, sinalizao e iluminao em

    geral[34-38]. Com a diminuio dos custos de produo e elevao dos

    nveis de eficincia luminosa, comearam a ser utilizados em

    instrumentaes analticas.

  • INTRODUO

    15

    Na Seo 1.6, so descritos os trabalhos reportados na literatura

    sobre o uso de LEDs em instrumentao analtica, com foco nos

    fotmetros, bem como suas aplicaes.

    1.6. Instrumentao a base de LEDs O emprego de LEDs que emitem radiao monocromtica de

    potncia considervel e de baixo custo, minimiza os custos associados

    construo de espectrofotmetros comerciais que utilizam caros sistemas

    pticos[4]. Os instrumentos construdos a base de LEDs so utilizados para

    anlises dedicadas, as quais exploram regies espectrais onde ocorrem

    absoro especficas do analito.

    O diodo emissor de luz (LED) foi utilizado pela primeira vez como

    fonte de radiao para deteco fotomtrica por Flaschka e

    colaboradores.[39] e, depois, por Betteridge e colaboradores[40]. Aps

    esses trabalhos pioneiros, foram desenvolvidos novos instrumentos, na

    pesquisa cientfica, usando o LED como fonte de radiao.

    Rostami e colaboradores[41] desenvolveram um fotmetro de LED

    capaz de executar medies de absorbncia em trs comprimentos de

    onda sequencialmente, permitindo a sua aplicao na anlise simultnea

    de misturas binrias e ternrias baseadas nas diferenas de propores de

    absorbncia em dois e/ou trs comprimentos de onda. Foram utilizados

    dois LEDs RGB e dois LDRs (light dependent resistor) como detector para

    emisso de radiao e captura do sinal do branco e da amostra,

    respectivamente, atuando como feixe duplo. A absorbncia da soluo da

    amostra foi calculada descontando a absorbncia do branco e exibidas em

    um dispositivo LCD. O instrumento proposto utiliza diodos emissores de

    luz vermelho-verde-azul como fonte de luz para a determinao

    simultnea de tartrazina, amarelo-crepsculo, carmosina e azul brilhante

    em alimentos industrializados.

    Mota[42] desenvolveu um fotmetro para fins didticos para uso na

    contextualizao de temas qumicos sociais (como qumica ambiental) e

  • INTRODUO

    16

    em aulas de instrumentao analtica. O instrumento foi utilizado para

    determinao de ortofosfato total em guas. Na construo do

    instrumento foi utilizado um LED amarelo, um LDR (Resistor Dependente

    de Luz) como detector e celas de acrlico. O sinal do fotmetro gerado era

    em valores de resistividade, a qual era medida pelo uso de um multmetro

    digital. A determinao do ortofosfato foi realizada utilizado-se o mtodo

    do azul de molibdnio. As amostras de guas utilizadas foram de um

    igarap poludo. O sistema apresentou resposta linear na faixa de

    concentrao entre 8 a 48 mol.L-1, apresentando valores de R2 acima de

    0,99. Os testes de recuperao apresentaram variaes entre 97,6 e

    107,3%. A preciso intermediria e repetibilidade apresentaram

    coeficientes de variao mdios de 3,0 e 2,8, respectivamente.

    Pires e colaboradores[43] desenvolveram uma instrumentao a base

    de LEDs empregando microbombas multicomutveis para especiao e

    quantificao de cromo em guas naturais. Para isso, quatro microbombas

    solenides foram utilizadas para propulso e comutao dos fluidos, um

    LED verde como fonte de radiao, um fotodiodo como sensor da radiao

    e uma cela de fluxo (com percurso ptico de 100 mm de caminho ptico e

    dimetro interno de 2 mm). As condies operacionais fixadas para o

    mtodo permitiram uma resposta linear variando de 10 a 200 g.L-1

    Cr(III) e Cr(IV) (r = 0,999, n = 7), com limites de deteco de 2,05 e 1,0

    g.L-1 para Cr(III) e Cr(VI), respectivamente. Um desvio padro relativo

    menor que 2,0% foi obtido para uma soluo sinttica de 50 g.L-1, e

    velocidades analticas de 67 e 105 determinaes por hora para Cr total e

    Cr(VI), respectivamente, foram obtidas.

    O fotmetro MULTI-LED proposto por Gaio e colaboradores[44]

    composto por seis LEDs como fontes de radiao com os comprimentos de

    onda no mximo de emisso de: 430, 485, 560, 580, 600, 660 nm, um

    fototransistor como detector e um microcontrolador (PIC - Controlador

    Programvel de Interrupo). Os valores das medidas de transmitncia e

    absorbncia foram apresentados no mostrador LCD do fotmetro. Para

    avaliar o seu desempenho, foram realizadas determinaes de on ferroso

  • INTRODUO

    17

    em amostras de xarope e de protenas totais, albumina, glicose, ureia,

    clcio, cloreto e hemoglobina em amostras de soro sanguneo. Uma

    grande concordncia entre os valores obtidos empregando o fotmetro

    proposto com os instrumentos de referncia (HP e Micronal) foi

    observada. De fato, nenhuma diferena sistemtica estatisticamente

    significativa, ao nvel de 95% de confiana, foi verificada entre os

    resultados aplicando-se o teste-t emparelhado.

    Fonseca e colaboradores[45] desenvolveram um fotmetro multicanal

    baseado em um conjunto de oito LEDs como fontes de luz, usando feixes

    de fibra ptica para orientar a radiao para uma clula de medio e, a

    partir da, para o fotodiodo. O controle das medidas e o armazenamento

    dos dados foram feitos atravs do uso de um microcomputador. O

    fotmetro foi idealizado para realizar medidas em um nico comprimento

    de onda assim como nos comprimentos de onda (470, 500, 525, 562,

    590, 612, 636 e 654 nm), sequencialmente, o que permitiu sua aplicao

    em anlise multivariada. O aparelho foi aplicado para a determinao

    simultnea de Zn (II) e Cu (II) em amostras de frmacos e de ligas

    metlicas. Os resultados mostraram no haver diferenas significativas no

    nvel de confiana de 95%.

    Um fotmetro baseado em LED tricolor com mximas emisses em

    470, 565 e 660 nm foi construdo por Gros[46], com uma cmara de

    microreao proporcionando um baixo consumo de reagentes e amostras

    e uma rpida e eficaz homogeneizao dos reagentes. O instrumento foi

    avaliado na determinao de clcio em guas por meio de medidas de

    absorbncia do complexo metlico com orto-cresolftalena. A abordagem

    experimental possibilitou uma fcil execuo, robustez, economia, e

    resultados confiveis.

    Cantrell e colaboradores[47] desenvolveram um fotmetro simples,

    porttil e de baixo custo baseado em um arranjo de trs LEDs (473, 590,

    624 nm), com um microcontrolador programvel e um chip de memria.

    O instrumento pode ser configurado para efetuar medidas e armazenar

  • INTRODUO

    18

    dados automaticamente, em intervalos de tempo definidos pelo operador,

    dispensando o monitoramento por parte do mesmo.

    Dasgupta e colaboradores[48] construram um fotmetro

    multifuncional para anlises em fluxo baseado em um arranjo de doze

    LEDs diferentes, os quais emitem radiao na faixa de 375 a 600 nm. O

    instrumento foi utilizado em diferentes determinaes empregando

    medidas de absorbncia, fluorescncia e luminescncia.

    Rocha e colaboradores[49] desenvolveram um fotmetro associando

    um LED bicolor (vermelho e verde) com um fotodiodo de silcio como

    fototransdutor. Esta ltima foi combinada com um amplificador de baixo

    rudo e alto ganho. A cor do LED foi selecionada por um programa

    computacional. O instrumento foi construdo com intuito de realizar a

    anlise, por injeo em fluxo, de especiao de nitrognio inorgnico

    (NO3-, NO2-, NH4+) em guas de rio.

    Um fotmetro multi-comprimento de onda, cobrindo a gama do

    visvel, compacto e de baixo custo foi desenvolvido por Hauser e

    colaboradores[50]. Cada luz proveniente dos sete LEDs de cores diferentes

    era direcionada a uma clula de medio por meio de um acoplador de

    fibra ptica. A deteco foi efetuada por fotodiodos conectados a um

    amplificador produzindo leituras de absorbncia diretas. Este fotmetro foi

    empregado para as determinaes de alumnio com LED-VIS (verde, 546

    nm), de amnia (laranja, 629 nm), de cobre (amarelo, 599 nm e

    vermelho, 735 nm), de clcio (vermelho, 670 nm), de cromo (azul, 442

    nm), nitrato (azul, e verde em 535 nm) e de fosfato com LED-IR (733

    nm). Em todas essas aplicaes, foram obtidos bons resultados quando

    comparados aos dos mtodos de referncia ou convencionais.

    Arajo e colaboradores[6], desenvolveram um fotmetro a base de

    um LED bicolor (verde e vermelho) e um fototransistor, adaptados a uma

    cela de fluxo tubular. A performance do instrumento foi avaliada nos

    parmetros clnicos, tais como: protenas totais, albumina, uria,

    hemoglobina, cido rico e glicose em amostras de soro, plasma e sangue

    total. As mesmas amostras foram tambm analisadas usando um

  • INTRODUO

    19

    fotocolormetro clssico e no constatou diferenas estatisticamente

    significativas nas determinaes.

    Trojanowicz e colaboradores[51] desenvolveram um fotmetro LED-

    Vis com mxima emisso (563, 580 e 638) com intuito de empreg-lo na

    determinao simultnea de Zn e Al. O instrumento foi construdo com

    intuito de realizar a anlise, por injeo em fluxo, das misturas binrias

    dos respectivos metais, empregando medidas de absorbncias dos

    complexos metlicos com diferentes reagentes cromognicos.

    O desenvolvimento de instrumentao, que pode substituir o uso de

    um seletor de radiao, e de circuitos de processamentos do sinal menos

    complexo, usando uma plataforma de prototipagem eletrnica Arduino,

    possibilita a montagem do instrumento mais simples. Alm disso, pode

    reduzir a necessidade do uso de outros componentes eletrnicos.

    1.7. Arduino

    Arduino um microcontrolador de placa nica projetado para tornar

    o processo de uso de eletrnicos em vrios projetos acadmicos,

    tecnolgicos, cientficos e artsticos mais acessvel[52]. Foi criado na Itlia

    em 2005 com o objetivo de oferecer uma plataforma de prototipagem

    eletrnica de baixo custo e de fcil manuseio por qualquer pessoa

    interessada em criar projetos com objetos e ambientes interativos [53, 54].

    A plataforma Arduino constituda de uma placa eletrnica (hardware) e

    de um ambiente de desenvolvimento (software) para criao dos projetos.

    Existem diversos projetos de hardware livres ou hardware abertos

    encontrados na internet, entre eles, o projeto RepRap e o projeto

    Aurora[54]. Porm, o projeto de hardware livre mais conhecido e difundido

    na internet o Arduino, referente a uma placa de prototipagem eletrnica

    dotada de entradas e sadas nos domnios digital e analgico para

    interfaceamento com um mundo externo[54]. Pode ser usado de vrias

    maneiras, tanto por amadores quanto por profissionais; sua aplicabilidade

    ilimitada e s possui como limite a imaginao[55].

  • INTRODUO

    20

    A placa eletrnica do Arduino contm diversas entradas e sadas,

    analgicas e digitais, e uma interface serial via conexo USB para

    comunicao com o computador[56]. O microcontrolador desta placa da

    famlia AVR, com arquitetura Harvard e tecnologia RISC, a qual muito

    superior aos antigos 8051 e PIC de 8bits[56] por permitir milhares de

    gravaes e regravaes em sua memria de programa. As trs linhas

    principais de modelos Arduino[53,54], esto na Tabela1.2, na qual so

    caracterizados da seguinte forma:

    Os de "pequeno porte": NANO

    Os de "mdio porte": Duemilanove, UNO

    Os de "grande porte": Mega1280, Mega2560.

    Tabela1.2. Principais de modelos de Arduino disponvel comercialmente. Adaptado da Ref.[54]

  • INTRODUO

    21

    1.7.1. Ambiente de desenvolvimento integrado ao hardware do

    Arduino

    Para escrever os cdigos de programao dos projetos para Arduino

    necessrio o uso de um ambiente de desenvolvimento integrado ao

    hardware (IDE - Integrated Developement Environment) para o

    desenvolvimento da programao, gerao de cdigos, que sero

    enviadas para a placa eletrnica. [54]

    A ferramenta IDE fornecida pelo prprio fabricante do Arduino e

    baixado na pgina oficial do Arduino (http://www.arduino.cc/). Alm de

    instalar o IDE, tambm foi instalado os drives do Arduino, pois sem eles o

    mesmo no funciona. Na Figura 1.6, mostra-se a Interface IDE. Este

    ambiente de desenvolvimento construdo em Java, compatvel com

    qualquer sistema operativo existente no mercado. E de fcil programao

    atravs de sua prpria linguagem baseada em C++ ou auxiliada pelo uso

    de bibliotecas[60]. Particularmente para quem se inicia em programao

    de microcontroladores, um ambiente amigvel e simples.

    Figura 1.6. Ambiente IDE do Arduino

  • INTRODUO

    22

    A IDE pode ser identificada como um ambiente de desenvolvimento

    integrado que traz caractersticas e ferramentas que do apoio ao

    desenvolvimento de software, com o objetivo de agilizar o processo. Na

    maioria das vezes, a IDE apresenta a tcnica RAD (Rapid Application

    Development), desenvolvendo assim, cdigos com maior rapidez e

    facilidade[57,58]. A IDE um conjunto de ferramentas que auxiliam o

    programador no desenvolvimento de aplicaes. Entre as ferramentas

    mais comuns encontradas em uma IDE, pode-se destacar: um editor de

    programas, compilador, linker, loader e depurador. Cada um destes

    componentes tem uma funo bem definida[59].

    Editor de Programas: um editor de texto construdo

    especialmente para facilitar a edio de um programa usando uma

    determinada linguagem de programao;

    Compilador: tem como principal funo fazer a traduo do cdigo

    fonte em um formato que o computador pode entender;

    Linker ou linkeditor: liga os vrios pedaos de cdigo-fonte,

    compilados em linguagem de mquina, em um programa executvel

    que pode ser em um computador, ou outro dispositivo

    computacional;

    Loader ou carregador: carrega o executvel na memria para que

    a CPU possa executar o programa. Esse recurso importante no

    IDE, pois ajuda a agilizar o trabalho;

    Depurador: auxilia o programador na verificao, localizao e

    correo no cdigo-fonte do programa, na tentativa de

    aprimorar a qualidade de software.

    1.8. Caractersticas do corante alimentcio amarelo crepsculo

    Os corantes artificiais so introduzidos nos alimentos e bebidas com

    o nico objetivo de conferir cor, tornando-os mais atrativos. Por esse

    motivo, o seu uso quase que exclusivamente motivado por interesse

    comercial e tecnolgico[61], no sendo to recomendados do ponto de

  • INTRODUO

    23

    vista da sade. Mesmo assim, os corantes so amplamente utilizados nos

    alimentos e bebidas devido sua grande importncia no aumento da

    aceitao dos produtos.

    Os corantes sintticos podem ser classificados de acordo com sua

    estrutura qumica, podendo ser do tipo azo, triarilmetano e fenilmetano,

    xantana, quinolina, antraquinona ou fenol. Dentre estes, um dos grupos

    mais importantes e extensivamente utilizados na indstria alimentcia, so

    os corantes que apresentam o grupo azo, ou seja, ligaes do tipo -N=N-[62,63].

    O corante Amarelo Crepsculo (2-hidrxi-1-(4-sulfonatofenilazo)

    naftaleno-6-sulfonato dissdico) [63] um dos corantes do tipo azo, como

    se pode verificar na estrutura molecular ilustrada na Figura 1.7.

    Apresenta alta solubilidade em meio aquoso, podendo ser identificado e

    quantificado por espectrofotometria UV-VIS, cujo mximo de absoro

    localiza-se geralmente no comprimento de onda prximo a 480 nm

    (solues aquosas em pH 7)[63,65]. Isso ocorre pelo fato dos corantes

    serem compostos qumicos que em sua estrutura encontram-se grupos

    cromforos que so tipicamente representados por estruturas aromticas

    ou quinnicas[63]. Essas estruturas encontram-se unidas por ligaes

    duplas, grupos alifticos unidos a grupos carbonlicos por ligaes duplas,

    grupos azo ou nitro, grupos hidroxlicos ou amino que podem aumentar a

    intensidade de absoro especfica para um determinado corante[64].

    Figura 1.7. Estrutura qumica do corante amarelo crepsculo.

  • INTRODUO

    24

    O interesse de desenvolver pesquisas no controle de aditivos nos

    alimentos devido s diversas reaes e doenas que os corantes podem

    causar quando ingeridos em excesso[61,62]. Os aditivos so inofensivos

    sade desde que obedecendo aos percentuais mximos de 0,01g/100mL

    estabelecidos pela ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria).

    Caso contrrio, o corante amarelo crepsculo pode ocasionar urticria,

    anafilaxia e quando associado ao cido benzico pode ser responsvel por

    hiperatividade em crianas, ou at mesmo outros distrbios de

    comportamento[61,62].

    1.9. Caractersticas do permanganato de potssio

    O permanganato de potssio um agente oxidante forte, possuindo

    propriedades desinfectantes e desodorizantes. Os ons resultantes da

    reduo do permanganato exercem um efeito adstringente. Possui

    capacidade para oxidar certos frmacos e venenos[66]. Ele empregado

    como um agente de branqueamento de gorduras, leos, algodo, seda e

    outras fibras. Tambm tem sido utilizado como anti-sptico e antiinfectivo,

    como um componente em kits de sobrevivncia na selva, na destruio da

    matria orgnica em tanques de peixes, na fabricao de circuitos

    impressos, na neutralizao dos efeitos do pesticida rotenone[67].

    Alm disso, o permanganato de potssio serve para eliminar as

    bactrias e os fungos da pele, sendo tambm um bom cicatrizante para as

    feridas. Em geral, ele utilizado diludo em gua e utilizado no banho em

    casos de feridas generalizadas, sendo ideal para tratar a catapora e as

    queimaduras. Diante disso, optou-se por analisar o medicamento

    (permanganato de potssio), cuja forma farmacutica usada consiste de

    comprimidos com 100 mg cada.

  • CAPTULO 2

    PARTE

    EXPERIMENTAL

  • PARTE EXPERIMENTAL

    26

    2. PARTE EXPERIMENTAL

    2.1. Reagentes, solues e amostras

    A limpeza das vidrarias, dos frascos mbar e da cubeta foi realizada

    usando uma soluo de HNO3 15% em um banho ultrassnico (UltraSonic

    Cleaner, Unique, modelo USC-1800A) durante 15 minutos.

    A gua utilizada no preparo de todas as solues foi sempre recm-

    destilada.

    Reagentes

    Os reagentes utilizados na realizao do trabalho foram: fosfato

    monossdico (NaH2PO4, Synth 99% P.A), hidrxido de potssio (NaOH,

    Synth 97% P.A), permanganato de potssio (KMnO4, Sigma 99,7% P.A), o

    corante amarelo crepsculo (E-110, Sigma 90% P.A), oxalato de sdio

    (Na2C2O4, Synth P.A) e cido sulfrico (H2SO4, Vetec 99% P.A).

    Soluo tampo

    Uma soluo tampo[68] de fosfato com pH 7,00 foi utilizada na

    preparao das solues de calibrao do corante e das amostras. Essa

    soluo tampo foi preparada, misturando-se 500 mL de uma soluo de

    NaH2PO4 0,10 mol.L-1

    com uma soluo 0,10 mol L-1

    NaOH usada para o

    ajuste do pH.

    Solues estoque e de calibrao

    Foram preparadas trs solues estoque autnticas do corante

    amarelo crepsculo (E-110) com concentrao de 750 mg L-1.

    Para cada

    soluo, dissolveu-se 0,0417g do corante em soluo-tampo (pH 7,00) e

    completou-se o volume do balo de 50 mL com o mesmo tampo.

    As trs solues estoque autnticas do permanganato de potssio

    foram preparadas com concentrao de 1000 mg L-1, atravs da

  • PARTE EXPERIMENTAL

    27

    dissoluo de 0,253 g do permanganato de potssio em 250 mL de gua

    recm destilada e fervida para a eliminao de CO2. Esta soluo foi

    filtrada com l de vidro e devidamente padronizada.

    As solues de calibrao usadas para quantificao do corante e

    permaganato de potssio foram preparadas na faixa de concentrao (mg

    L-1) de 1,8 a 18,0 e 6,0 a 38,0, respectivamente.

    Amostras de permanganato de potssio

    Foram adquiridas 20 cartelas de 10 diferentes lotes (2 cartelas/lote)

    do frmaco permanganato de potssio em farmcias de Joo Pessoa,

    sendo que cada cartela continha 10 comprimidos.

    Seguindo o procedimento recomendado pela farmacopeia

    brasileira[69], mediu-se a massa dos 20 comprimidos das 2 cartelas de

    cada lote. Logo em seguida, encontrou-se a mdia das amostras e as

    macerou. O valor da mdia serviu para definir a massa usada da amostra

    referente a cada lote.

    Uma soluo estoque foi preparada a partir da dissoluo do valor

    mdia dos 20 comprimidos de cada lote em gua recm destilada e

    fervida. A partir dessa soluo foram preparadas as solues das amostras

    a serem analisadas.

    As alquotas das amostras a serem analisadas foram baseadas na

    faixa de concentrao das solues de calibrao, de forma a garantir que

    os sinais das amostras estejam dentro da curva analtica.

    Amostras de refrigerante e bebida energtica

    As amostras de refrigerante e de bebida energtica, contendo o

    amarelo crepsculo, foram adquiridas em diferentes supermercados

    localizados na cidade de Joo Pessoa (PB). Foram adquiridas 8 amostras

    de refrigerante de laranja (de 4 marcas diferentes) e 8 amostras de

    energtico de tangerina da mesma marca (porm de lotes diferentes).

    A preparao de todas as amostras foi atravs de diluies com

    soluo-tampo (pH 7,00). Nas amostras de bebida energtica, retirou-se

  • PARTE EXPERIMENTAL

    28

    uma alquota de 5 mL da amostra original e dilui-se para 10 mL com o

    referido tampo. No caso dos refrigerantes, as amostras foram

    submetidas ao banho ultrassnico por 20 minutos com o intuito de

    expulsar completamente o gs dissolvido[70]. Em seguida, retirou-se uma

    alquota de 3 mL de cada amostra para ser diluda para 10 mL com o

    mesmo tampo.

    As alquotas das amostras foram baseadas na faixa de concentrao

    das solues de calibrao, garantindo que os sinais das concentraes do

    analito nas amostras estejam dentro da curva analtica.

    2.2. Material e Equipamentos O espectrofotmetro com arranjo de fotodiodos da HP, modelo

    8453, foi usado para verificar o comportamento espectral dos padres e

    das amostras do amarelo crepsculo e do permanganato de potssio. Para

    isso, foram registrados os espectros e identificou-se o comprimento de

    onda associado ao mximo de absoro para efetuar as medidas com

    maior sensibilidade.

    Utilizou-se uma balana analtica da marca Scientech, modelo SA

    120, um pHmetro da Metrohm e micropipetas de 100 L, 1 mL e 5 mL da

    marca Labmate soft.

    Um notebook, processador Intel CoreTM i5-2410M de 2,3 GHz e

    memria RAM de 6 Gb, foi usado para interfacear o fotmetro proposto

    por intermdio da porta USB. A conexo est diretamente ligada

    plataforma Arduino, permitindo controlar no sistema: o monitoramento

    dos sinais gerados pelo detector.

    Para fins de comparao de desempenho com o instrumento

    proposto, utilizou-se um fotmetro da Micronal, modelo B34211.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    29

    2.3. Desenvolvimento do fotmetro

    O instrumento proposto emprega componentes compactos e de fcil

    aquisio. O fotmetro foi desenvolvido em uma caixa plstica (marca

    patola e modelo PB 114) com dimenses 14,8 x 9,7 x 5,5 cm, conforme

    ilustrado na Figura 2.1. Para a sua montagem foi utilizado: um LED que

    abrange trs regies do visvel (RGB), um fototransistor, uma plataforma

    Arduino Uno e um suporte para clula de medida.

    Figura 2.1. Vista frontal do fotmetro proposto.

    2.3.1. Fonte de radiao

    O LED-RGB utilizado no fotmetro proposto tem intensidade

    radiante alta, sendo constitudo de uma estrutura com lente esfrica e

    corpo cilndrico de epxi transparente (Figura 2.2).

    Figura 2.2. LEDs RGB utilizados no fotmetro.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    30

    O referido LED, que formado por trs "chips", emite radiao com

    comprimentos de onda em trs regies do espectro visvel. Os

    comprimentos de onda, registrados no Espectrofluormetro Ocean Optics

    400 USB, correspondentes intensidade mxima (max) so, respectivamente, 630 nm, 534 nm, 480 nm como indicado nos espectros

    apresentados na Figura 2.3.

    Figura 2.3. Espectros de emisso do LED tricolor especificando o max para cada regio.

    Na Figura 2.4 so mostradas a pinagem e as dimenses do LED-

    RGB utilizado no fotmetro.

    Na alimentao para o funcionamento do LED, a tenso no pode

    ser aplicada diretamente entre seus terminais, uma vez que a corrente

    deve ser limitada para no danific-lo. Assim, o uso de um resistor

    limitador comum nos circuitos que os utilizam.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    31

    Figura 2.4. Dimenses e pinagem do LED (L200CWRGB1K-4C-IL) utilizado no fotmetro, unidade em mim.

    2.3.2. Fototransdutor

    O detector de radiao escolhido para aquisio dos sinais analticos

    foi um fototransistor por ser barato e de fcil aquisio, e por apresentar

    uma boa relao sinal/rudo e permitir amplificao. Sua aparncia

    semelhante de um LED com espessura de 5 mm, porm possui

    encapsulamento transparente e opera com polarizao inversa. Ele possui

    dois terminais, correspondendo ao coletor e emissor do transistor. As

    dimenses e pinagem encontram-se ilustradas na Figura 2.5.

    Figura 2.5. (a) Dimenses e pinagem do fototransitor (BP 103 B) utilizado no fotmetro,

    unidade mm. (b) Fototransistor utilizado no fotmetro.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    32

    A resposta do fototransitor abrange praticamente toda a regio

    espectral do visvel. Esta caracterstica favorece o uso desse dispositivo

    para aplicaes fotomtricas.

    2.3.3. Suporte para clula de medida

    O suporte da cubeta do fotmetro LED-VIS, mostrado na Figura

    2.6, foi construdo levando em considerao a espessura da cubeta de

    plstico escolhida para a realizao das anlises. Sendo assim, a distncia

    entre o emissor (LED) e o receptor (fototransistor) foi estabelecida como

    sendo de, aproximadamente, 1 cm. Deste modo, os componentes foram

    posicionados a fim de que ficassem alinhados um em direo ao outro.

    Figura 2.6. Suporte para cubeta usada no fotmetro de LED proposto.

    Para efetuar uma medida, coloca-se a soluo absorvente

    (calibrao e/ou amostra) na cubeta at uma altura acima de

    aproximadamente 2,5 mL. Garantindo assim, que a soluo absorvente

    estar no caminho ptico.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    33

    2.3.4. Plataforma Arduino UNO

    A escolha do Arduino para o desenvolvimento do fotmetro proposto

    foi motivada pelo fato da grande facilidade de instalao e programao.

    A placa dispe de um vasto conjunto de dispositivos de apoio ao

    microcontrolador, o que tornou a montagem do instrumento mais simples.

    Para comear a utilizar o Arduino Uno foi preciso lig-lo a um computador

    por intermdio de um cabo USB.

    Na Figura 2.7, encontra-se uma fotografia da plataforma do

    Arduino Uno. Os principais componentes e os pinos de ligao utilizados,

    so os seguintes:

    Figura 2.7. Plataforma do Arduino Uno, onde se identificam os componentes e os pinos de ligao. 1.porta USB, 2.pinos digitais, 3. pinos de alimentao e 4.pinos analgicos.

    1. PortaUSB: foi usada para comunicao serial com um computador;

    2. Pinos digitais: foram usados os pinos 11, 12, e 13 para a

    alimentao dos LEDs RGB (vermelho, verde e azul),

    respectivamente;

    3. Pinos de alimentao: so usados para alimentao dos circuitos

    externos do Arduino. Serviu para alimentar o fototransistor com 5V.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    34

    4. Pinos analgicos: so usados para leituras de sinais de sensores.

    Dos cinco pinos disponveis, foi utilizado o pino A2. Onde sinais

    analgicos so convertidos em sinais digitais;

    2.3.5. Circuito Externo acoplado ao Arduino para o desenvolvimento do fotmetro LED-VIS

    O circuito eletrnico responsvel pelo acionamento da fonte de

    radiao e do detector acoplados plataforma Arduino muito simples,

    conforme mostrado na Figura 2.8.

    Figura 2.8. Circuito externo acoplado plataforma Arduino. Acionamento dos LEDs,

    cujos botes so mostrados na Figura 2.1: BR - Boto de acionamento do vermelho, BG -

    Boto do verde e BB - Boto de acionamento do azul, bem como do fototransistor.

    Os terminais do LED foram conectados aos pinos digitais 11, 12 e 13

    do Arduino, os quais permitem efetuar a alimentao referente a cada cor

    do LED-RGB. O pino 11 alimenta o LED azul, o pino 12 o LED verde e o

    pino 13 o LED vermelho. A corrente que passa em cada LED limitada por

    um resistor de 2,2 k. O acionamento de cada boto permite ao LED-RBG

  • PARTE EXPERIMENTAL

    35

    irradiar cada cor individualmente, possibilitando a realizao das medidas

    correspondentes ao comprimento de onda associado a cada cor do LED.

    A potncia radiante emergente da cubeta captada por um

    fototransistor, o qual foi alimentado pelo pino de alimentao de 5 V do

    Arduino. A corrente de resposta gerada pelo fototransistor proporcional

    potncia radiante captada, porm fez-se necessrio a implementao de

    um divisor de voltagem, pois os pinos analgicos do Arduino Uno podem

    apenas realizar medies de voltagem. O resistor de 3,3 k define um

    nvel especfico de sensibilidade para as medidas. Os sinais analgicos

    produzidos durante as medidas so enviados para um conversor

    analgico-digital de resoluo igual a 10 bit interno ao microcontrolador

    Atmega 328 atravs do pino analgico A2. O sinal digital gerado pelo

    conversor foi filtrado e processado posteriormente.

    2.3.6. Interface da Execuo dos comandos para a gerao da resposta instrumental do fotmetro desenvolvido

    Ao executar a IDE (Integrated Development Enviroment)

    necessrio saber qual placa vai ser utilizada para que a IDE a reconhea.

    Para isso, preciso selecionar as seguintes ferramentas: Tools/Board e

    escolher a placa Arduino UNO. Depois, seleciona-se a porta serial

    correspondente ao Arduino Uno. Aps estabelecer essas configuraes,

    abre-se o monitor de comunicao serial para ento dar prosseguimento

    ao processo de anlise.

    A programao foi desenvolvida com base nas posies dos

    terminais da fonte de radiao e do detector, localizados no Arduino,

    como descrita na seo 2.3.5, assim como para as leituras dos sinais

    (branco e analito). A operao do instrumento baseia-se no envio de

    determinados caracteres para que o Arduino execute tarefas especficas.

    As principais linhas de comando esto ilustradas no diagramas de bloco na

    Figura 2.9.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    36

    Figura 2.9. Diagrama das principais linhas de comando.

    Depois da programao finalizada, efetuada uma compilao para

    verificao de erros existentes e, em seguida, o upload no qual os cdigos

    so enviados para placa. Depois disso, abre-se o serial monitor conforme

    ilustrado na Figura 2.10 para observar o monitoramento dos sinais

    durante as medidas.

    Figura 2.10 Ambiente de sada no serial monitor

  • PARTE EXPERIMENTAL

    37

    2.4.O sistema contendo o instrumento proposto

    O princpio de funcionamento do sistema contendo o instrumento

    proposto (Figura 2.11) muito simples: conecta-se o Arduino no

    computador por meio de um cabo USB, abre o software IDE e aciona o

    boto do LED desejado para a anlise. Em seguida, o analista deve

    adicionar a soluo absorvente (padro ou amostra) e coloc-la no porta

    cubeta do aparelho. A leitura da potncia radiante emergente da cubeta

    capitada pelo fototransistor iniciada atravs de uma linha de comando,

    acionado pelo analista, descrita na seo 2.3.6. Assim como a leitura do

    sinal do branco. Na tela da Figura 2.10 pode-se visualizar as informaes

    enviadas da placa para o computador. Em outras palavras, tem-se o

    monitoramento dos valores dos sinais das solues de calibrao, do

    branco e das amostras analisadas no instrumento desenvolvido.

    Figura 2.11. Sistema contendo o fotmetro proposto.

    Todos os valores dos sinais (branco, solues de calibrao e

    analito), visualizados no ambiente de sada do serial monitor, so medidos

    em voltagem. Tais sinais so convertidos em transmitncia e

    posteriormente em absorbncia no programa Microsoft Excel. Da mesma

  • PARTE EXPERIMENTAL

    38

    forma, realizou-se o clculo da concentrao do analito nas amostras

    usando o modelo de calibrao (curva analtica) baseado na lei de Beer

    (Seo 1.4.1).

    O clculo da absorbncia (A) efetuado com base nos valores do

    sinal do branco e do analito, aplicando-se a expresso:

    onde a razo entre os valores dos sinais no argumento do logaritmo

    expressa a transmitncia, conforme descrito na Seo 1.4.1.

    2.5. Estratgia para aplicao do fotmetro proposto

    O fotmetro LED-RGB microcontrolado permite realizar medidas

    fotomtricas envolvendo as radiaes azul, verde e vermelha. Das trs

    possibilidades existentes para a quantificao das espcies absorventes,

    foram utilizadas apenas duas faixas de comprimentos de onda do LED-

    RGB: a regio do verde (LED-G) e do azul (LED-B).

    A soluo de calibrao de permanganato de potssio foi medido

    atravs do LED-G e a de amarelo crepsculo foi medido atravs do LED-B.

    A no utilizao do LED-vermelho est relacionada as amostras contendo

    o corante azul brilhante no corresponder ao mesmo comprimento de

    onda da soluo padro utilizado para o levantamento da curva analtica.

    A = - log (sinal do analito / sinal do branco)

    (2.1)

  • PARTE EXPERIMENTAL

    39

    2.6. Avaliao do desempenho do fotmetro proposto

    2.6.1. Estabilidade da fonte de radiao (LED)

    A estabilidade foi monitorada pela intensidade da fonte de radiao

    gerada quando a radiao do LED sem a cubeta, incidia no fototransdutor.

    O perodo de monitorao da estabilidade da fonte foi de 8 (oito) horas,

    com intervalos de medio inicial de 10 (dez) minutos e, aps 2 (duas)

    horas, o intervalo foi aumentado para 20 min at completar o perodo de

    8 (oito) horas.

    2.6.2. Parmetros de validao da curva analtica

    A anlise de referncia para as amostras de permanganato de

    potssio e amarelo crepsculo foi realizada por meio de curvas analticas

    univariadas. As curvas analticas foram obtidas utilizando a mdia do valor

    de absorbncia mximo do sinal analtico de cinco replicatas. Para que as

    curvas analticas sejam usadas para a quantificao das amostras,

    preciso valid-las.

    Os parmetros de validao para avaliar o desempenho analtico

    foram:linearidade da curva analtica, funo da resposta (grfico

    analtico), sensibilidade, preciso, limite de deteco (LOD), limite de

    quantificao (LOQ), desvio padro conjunto e teste de recuperao. E

    so caracterizados nos tpicos a seguir[71].

    2.6.2.1. Linearidade da curva analtica

    A linearidade refere-se capacidade do mtodo de gerar resultados

    linearmente proporcionais concentrao do analito, quando esto de

    acordo com a faixa analtica especificada. [71-73]

    Para cada analito foram obtidas as faixas lineares de trabalho, que

    correspondem s concentraes do analito que fornecem uma resposta

    analtica diretamente proporcional a estas concentraes.

  • PARTE EXPERIMENTAL

    40

    2.6.2.2. Funo da resposta (grfico analtico)

    O grfico analtico deve apresentar os dados estatsticos de

    interseco, da equao da regresso linear, o coeficiente de correlao

    ou de determinao e a concentrao estimada dos calibradores

    (solues-padro). Portanto, para que seja possvel a obteno da curva

    analitica, foi preciso ser preparadas as solues padro com nveis de

    concentraes diferentes.

    Julga-se satisfatria a linearidade do grfico (Tabela 2.1) quando o

    coeficiente de correlao da reta obtida no estatisticamente diferente

    da unidade[72,73].

    TABELA 2.1. Coeficientes de correlao da reta.

    2.6.2.3. Sensibilidade

    A sensibilidade a capacidade do mtodo em distinguir, com

    determinado nvel de confiana, duas concentraes prximas[74]. A

    sensibilidade est relacionada ao coeficiente angular do grfico analtico.

    O coeficiente angular foi obtido levando em considerao a

    quantidade de nveis de concentraes, pontos na curva, recomendados

    para a obteno do grfico analtico esperado. Ou seja, uma apropriada

    relao linear entre as concentraes das solues padres e

    absorbncia.

    R = 1 Correlao perfeita

    0,91 < R < 0,99 Correlao fortssima

    0,61 < R < 0,91 Correlao forte

    0,31 < R < 0,60 Correlao mdia

    0,01 < R < 0,30 Correlao fraca

    R = 0 Correlao nula

  • PARTE EXPERIMENTAL

    41

    2.6.2.4. Preciso

    A preciso est relacionada com a proximidade entre vrias medidas

    efetuadas na mesma amostra. Ou seja, refere-se disperso entre as

    medidas repetidas sob as mesmas condies.

    Foram realizadas medidas com trs repeties autnticas para as

    solues padro e cinco repeties para cada amostra, afim de estimar o

    desvio-padro. Este parmetro de desempenho representa a disperso

    das medidas entre ensaios independentes e repetidos, de uma mesma

    amostra sob condies definidas.

    2.6.2.5. Limite de deteco (LOD) / quantificao (LOQ)

    O limite de deteco est relacionado a menor concentrao da

    espcie de interesse que pode ser detectada pela tcnica instrumental

    utilizada, j o limite de quantificao corresponde concentrao mais

    baixa que pode ser quantificada dentro dos limites de reprodutibilidade

    das medidas pelo mtodo empregado[9,71].

    O mtodo da estimativa do limite de deteco e quantificao foi

    baseado em parmetros da curva analtica. Visto que estes apresentam

    maior confiabilidade estatstica e robustez, levando em considerao o

    intervalo de confiana da regresso[75]. Neste caso, o LOD e o LOQ so

    estimados a partir do intervalo de confiana e podem ser estimados a

    95% de confiana estatstica[75]. Tais estimativas foram realizadas por

    intermdio de uma anlise de varincia (ANOVA) descrita na seo 2.5.3.

    Para cada curva analtica, os limites de deteco e quantificao

    foram estimados conforme as Equaes 2.1 e 2.2:

    bSLOD 3= (2.2)

    bSLOQ 10= (2.3)

  • PARTE EXPERIMENTAL

    42

    onde a inclinao da curva analtica estimada pela regresso linear atravs do mtodo dos mnimos quadrados e Sb o desvio padro do

    branco para 20 medidas.

    2.6.2.6. Desvio padro conjunto

    O desvio padro definido como sendo a raiz quadrada da

    varincia. Foi medido o grau de disperso dos dados numricos em torno

    de um valor mdio.

    O desvio padro conjunto foi determinado pela razo entre

    varincias individuais calculadas para cada amostra do conjunto e o total

    de amostras analisadas.

    Em casos especficos onde o nmero de determinaes repetidas

    mantido constante, pode se obter o desvio padro conjunto, aplicando se

    a Equao 2.3.

    Ns

    s iconj

    2= (2.4)

    Onde N o nmero total de amostras e si a varincia encontrada para o

    conjunto de medidas de cada amostra.

    2.6.2.7. Teste de recuperao

    Os testes de recuperao[76] foram utilizados comparando-se

    resultados obtidos da anlise das amostras puras com os resultados

    obtidos ao analisar as amostras contendo concentraes conhecidas de

    padres.

    Foram realizadas medidas das amostras, no instrumento proposto

    para avaliao da percentagem de recuperao nos analitos.

    A quantidade percentual recuperada (R) foi calculada subtraindo-se

    a concentrao determinada na amostra adicionada (C1) da concentrao

    determina da na amostra no adicionada (C2), dividindo-se pela

  • PARTE EXPERIMENTAL

    43

    concentrao adicionada (C3), multiplicando-se por 100, conforme a

    Equao 2.4:

    2.6.3. Procedimentos e tratamentos estatsticos da curva analtica

    Em anlises qumicas, o modelo de calibrao pode ser usado para

    estimar a concentrao do analito de maneira satisfatria apenas se for

    capaz de descrever o comportamento dos valores experimentais.

    Portanto, o modelo predito no pode apresentar evidncias de falta de

    ajuste e deve refletir uma significativa regresso estatstica. Desta forma,

    a validao do modelo de calibrao geralmente realizada por meio de

    uma analise de varincia (ANOVA)[77,78]. A Tabela 2.2 apresenta as

    equaes para ANOVA de dados experimentais adaptados para modelos

    lineares pelo mtodo dos mnimos quadrados (MMQ).

    TABELA 2.2. Equaes para a ANOVA dos dados experimentais adaptados aos modelos lineares estimados pelos mtodos dos mnimos quadrados.

    Fonte de Variao Soma Quadrtica

    (SQ) Graus de liberdade

    (gl) Mdia Quadrtica

    (MQ)

    Regresso ni[(ye)i ym]2 p - 1 SQreg/(p-1)

    Resduo [yij - (ye)i]2 n - p SQr/(n-p)

    Falta de Ajuste ni[(ye)i - yim]2 m - p SQfaj/(m-p)

    Erro Puro [yij - yim]2 n - m SQep/(n-m)

    O ndice i indica o nvel da varivel X; o ndice j refere-se s medidas repetidas da varivel Y em um dado nvel

    de X; p = nmero de parmetros do polinmio do modelo de calibrao; n = nmero total de medidas; m =

    nmero de nveis da varivel independente X.

    A validao de modelos lineares pela aplicao do mtodo d