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DESENVOLVIMENTO INFANTIL:
Importncia das Atividades Operacionais na Educao Infantil
DUARTE, Bruna da Silva (UEL)
BATISTA, Cleide Vitor Mussini (UEL)
RESUMO
O presente trabalho tem por base responder a seguinte questo: Qual a importncia das atividades operacionais na Educao Infantil? Desenvolvido a partir da experincia do estgio curricular obrigatrio supervisionado na Educao Infantil, buscamos evidenciar a unio teoria e prtica. Pautado em uma perspectiva Histrico-cultural a partir de uma abordagem qualitativa de pesquisa, nosso estudo foca em explicar o desenvolvimento infantil a partir de Vigotski, destacando pontos essenciais no desenvolvimento, alm de apresentar o papel do professor perante esta corrente terica e, por fim apresentamos a resposta a questo proposta. Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil, Atividades Operacionais, Educao
Infantil.
INTRODUO
A Educao Infantil como etapa inicial da educao bsica de extrema
importncia para o desenvolvimento das habilidades que possibilitaro a
compreenso e interiorizao do mundo humano pela criana, neste sentido
essencial trabalhar atividades operacionais, pois a partir da interao com o meio,
determinado por um ato intencional e dirigido do professor que a criana aprende
(Vygotsky, 1998).
O presente trabalho tem por objetivo evidenciar esta importncia,
demostrando a partir de um estudo como estas atividades mediam o conhecimento
criana. O trabalho pauta-se na interveno de estgio realizada em uma escola
privada da Regio de Londrina. A interveno foi realizada como uma turma de 10
crianas de 1 2 anos.
A abordagem qualitativa de pesquisa faz presente neste trabalho, pois
caracteriza-se pela possibilidade de interpretao dos dados coletados permitindo
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um estudo profundo da realidade, alm de mostrar-se promissora na rea
educacional.
A partir desta perspectiva o trabalho se deu inicialmente com a
observao, aps a interveno e, por fim pela anlise dos dados. Elencamos, no
entanto, que o presente artigo pretende refletir sobre a importncia das atividades
operacionais na Educao Infantil, esta intenso se deu a partir da observao e
interveno realizadas no estgio curricular obrigatrio supervisionado na Educao
Infantil exigido pela Universidade Estadual de Londrina.
O trabalho tem, como objetivo responder a seguinte questo: Qual a
importncia das atividades operacionais na Educao Infantil? Destacamos j que
entendemos estas atividades como cruciais para o desenvolvimento da criana
pequena, apoiados em uma perspectiva histrico cultural do desenvolvimento,
buscamos em renomados educadores respaldo para nosso estudo.
1. DESENVOLVIMENTO INFANTIL
O desenvolvimento infantil esta pautado na interao com o meio,
segundo Vygotsky a criana aprende e depois se desenvolve, deste modo, o
desenvolvimento de um ser humano se d pela aquisio/aprendizagem de tudo
aquilo que o ser humano construiu socialmente ao longo da histria da humanidade.
Ao se tratar de escola, estamos em um mbito mais aprofundado, pois
para alm de transmitir o conhecimento acumulado, este processo deve se dar de
forma organizada de modo que, todas as aes realizadas pela escola e seus
profissionais devem ser pensadas, refletidas, discutidas e planejadas, pois todas as
aes devem ter intencionalidade e finalidade.
Na Educao Infantil este processo no pode ser diferente, pois o perodo
dos 0 ao 5 anos que far mais diferena no futuro, sendo a base para o
desenvolvimento posterior. Deste modo, destacamos a importncia da escola como
local para alm dos cuidados na Educao Infantil, porque nele que a criana deve
se envolver, interagir e agir com o meio, com o outro e com si mesma para
apreender o mundo que a cerca e ir alm apreendendo para alm da imagem, mas
tambm os significados por trs delas.
Advogamos o princpio segundo o qual a escola, independentemente da faixa estaria que atenda, cumpra a funo de transmitir
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conhecimentos, isto , de ensinar como lcus privilegiado de socializao para alm das esferas cotidianas e dos limites inerentes cultura do senso comum. (MARTINS, 2009, p.94)
Neste sentido, a escola de Educao Infantil no pode se isentar do ato
intencional de educar, presando apenas pelo cuidar, devendo assim haver um
equilbrio entre o cuidar e o educar para que as crianas possam aprender e
desenvolver todas as suas possibilidades e habilidades da forma mais integral
possvel.
De acordo com a periodizao feita por Abrantes (2012) a teoria histrico
cultural pode ser dividida em pocas, Primeira Infncia (0 a 3 anos), Infncia (3 a 10
anos) e Adolescncia (10 a 17 anos) e perodos, Primeiro Ano (0 a 1 ano), Primeira
Infncia (1 a 3 anos), Idade Pr-Escolar (3 a 6 anos), Idade Escolar (6 a 10 anos),
Adolescncia Inicial (10 a 14 anos) e Adolescncia (14 a 17 anos).
A transio entre os perodos se d por meio de crises e a atividade
dominante em cada perodo respectivamente: Comunicao Emocional Direta,
Atividade Objetal Manipulatria, Jogo de Papis, Atividade de Estudo, Comunicao
ntima Pessoal e Atividade Profissional Estudo. Como j dito neste trabalho
trataremos das crianas de um a trs anos de vida, ou seja, a Primeira Infncia e/ou
Atividade Objetal Manipulatria.
Assim, o perodo o qual nos dedicaremos ser o da Primeira infncia e/ou
Atividade Objetal Manipulatria entendido como essencial para a criana. neste
momento que a criana desenvolver caractersticas, habilidades e aptides. Essas
transformaes quantitativas e qualitativas so consideradas fundamentais para o
desenvolvimento da criana persistindo ao longo de toda sua vida adulta. Este
perodo se constitui como
[...] a base para as aprendizagens humanas est na primeira infncia. Entre o primeiro e o terceiro ano de idade a qualidade de vida de uma criana tem muita influncia em seu desenvolvimento futuro e ainda pode ser determinante em relao s contribuies que, quando adulta, oferecer sociedade. Caso esta fase ainda inclua suporte para os demais desenvolvimentos, como habilidades motoras, adaptativas, crescimento cognitivo, aspectos scio-emocionais e desenvolvimento da linguagem, as relaes sociais e a vida escolar da criana sero bem sucedidas e fortalecidas. (PICCININ, 2012, p. 38)
1.1. Caractersticas Psicolgicas do Desenvolvimento
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Ao adquirir controle de seus movimentos no que se refere ao andar
sozinha a criana comea, ento, a aperfeioar o grau de dificuldade desses
caminhar, seja pisando em algum objeto, seja andando para trs ou mesmo um
degrau, sente como a um desafio a alcanar diante desses estmulos dificultosos.
A capacidade de caminhar independente da ajuda de um adulto
proporciona criana um novo panorama do mundo exterior, ampliando a
compreenso dos objetos a sua volta, bem como sua manipulao, uma vez que
estes eram limitados pelos pais. A criana se d conta de que h a existncia de
obstculos em seu trajeto e que precisa captar maneiras de evit-los. O caminhar d
autonomia criana.
1.2. Desenvolvimento Afetivo, Visual, Ttil, Auditivo e Motor
A criana no incio da primeira infncia dependente da me, as
proibies e limites impostos pela mesma geram na criana uma reao de
oposio, pois esta no entende e no aceita, gerando uma dualidade de amor e
dio.
Porm, quando h uma aprovao por parte do adulto em relao ao que
a criana faz, ela se sente satisfeita e motivada a fazer as coisas novas. Santos
(1999) argumenta que embora a criana no entenda as atitudes, deve passar por
situaes de satisfao e sofrimento, para que descubra que tipo de aes podem
satisfazer a ela e ao adulto.
Santos (1999) ainda aposta que a criana deve desenvolver o
autoconceito, pois j se v separada das pessoas e, j entende que o adulto vai e
vota, que os objetos vo continuar no mesmo lugar, ainda que ela no os veja,
necessrio ver a si mesmo como algo contnuo no tempo e espao.
A partir dos dois anos a acriana torna-se mais independente e
autoconfiante, porm egocntrica, cabe nesse momento o adulto ensinar a
acriana a perceber a outra, por exemplo, em atividades cooperativas.
A viso, o tato e a audio so os meios pelos quais a criana descobre o
mundo, sendo que nesta fase ela no tem medo de ver, ouvir e sentir. Esses
sentidos possibilitam a criana a perceber as coisas (tamanho, forma e cor) que
fazem parte do meio, o tato permite que a criana sinta diferentes texturas,
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agradveis ou no. A criana nesta fase escuta tudo e se dispersa facilmente,
quanto a sons em alto volume, a criana pode se assustar.
Aos dois anos de idade a criana possui os msculos do corpo e o
controle motor mais aprimorado, tendo mais facilidade para modelar massinha e
rabiscar com giz. Estas situaes so de demasiada importncia para o
desenvolvimento visual e ttil.
Nesta idade a criana est no mundo dos sons, o papel do adulto neste
momento de estimular o desenvolvimento dos sentidos para que a criana possa
ter uma expresso prpria, pois como aponta Martins (2009)
Em suma, desenvolvimento se produz por meio de aprendizagens e esse o pressuposto vigotskiano, segundo o qual o bom ensino, presente em processos interpessoais, deve se antecipar ao desenvolvimento para poder conduz-lo. Portanto no h que se espe