A importância da afetividade e da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança na...

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Humanas LICENCIATURA EM PEDAGOGIA Claudia Marcia Almeida de Azeredo Miranda A importância da afetividade e da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança na Educação Infantil

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A familília como palco de socialização de modos de afetividade e produção de subjetividades dentro de contextos sociais e suas determinações.

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Universidade Federal do Estado do Rio de JaneiroCentro de Ciências HumanasLICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Claudia Marcia Almeida de Azeredo Miranda

A importância da afetividade e da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança na

Educação Infantil

São Francisco de Itabapoana

2010

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Claudia Marcia Almeida de Azeredo Miranda

A importância da afetividade e da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança na

Educação Infantil

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Ciências Humanas da UNIRIO, como requisito para obtenção do grau de Pedagogo, orientado pelo Prof. Ms. Edno Gonçalves Siqueira.

São Francisco de Itabapoana

2010

Claudia Marcia Almeida de Azeredo Miranda

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A importância da afetividade e da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança na

Educação Infantil

Avaliado por:

__________________________________

Prof. Ms. Edno Gonçalves Siqueira.Orientador

__________________________________

Segundo(a) leitor(a)

Data da apresentação ___ / ____ / _____

São Francisco de Itabapoana

2010

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Aos meus filhos Heitor e Ítalo, que amo infinitamente e Ao meu grande amor, Everton Miranda, sempre presente nos pequenos detalhes e grandes momentos de minha vida, pelas horas de ausência como um pequeno reconhecimento pelos diversos ônus que lhe foram impostos durante a realização deste curso assim como, deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ser presença constante em minha vida me dando forças para alcançar o meu objetivo.

Aos meus pais que sempre me apoiaram, estiveram presentes e acreditaram em meu potencial, me incentivando na busca de novas realizações.

À minha sogra Erenice que esteve sempre ao meu lado.

A todos os amigos do curso de Licenciatura que me incentivaram e me deram forças para não desistir.

Ao meu orientador Edno pela sua incansável boa vontade e imensa colaboração para a realização deste trabalho.

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“Para que a criança se sinta amada incondicionalmente, é necessário, acima de tudo, que seja respeitada. “

Içami Tiba.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo sobre afetividade no processo de ensino e aprendizagem, ressaltando a sua importância para o desenvolvimento humano. O trabalho defende que afeto e cognição são partes integrantes e inseparáveis em qualquer atividade, sendo, esses sentimentos, imprescindíveis para a relação entre professor e aluno no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, subsidiada a partir de teorias de aprendizagem de Piaget, Vygotsky, Wallon, Freire, Godo e Gazzoti, Tiba, Chalita, entre outros. Esta pesquisa tem como objetivo buscar a importância da família e escola para a construção do processo de ensino e aprendizagem da criança.

Palavras-chave: afetividade, família, escola, criança, aprendizagem.

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SUMÁRIO

Introdução ............................................................................................................................ 09

Capítulo 1A importância da Afetividade no desenvolvimento humano1. A importância da Afetividade............................................................................. 10

Capítulo 22. A afetividade em sala de aula: A mediação da família e o papel do professor 15

3. Conclusão ............................................................................................................. 23

4. Referências Bibliográficas .................................................................................. 24

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta reflexões sobre a importância da afetividade e da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança na Educação Infantil, tendo como objetivo, ressaltar sua importância associada ao papel da escola para a construção do processo ensino e de aprendizagem da criança nesta etapa de sua educação escolar.

Compreendendo que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica e que é nesta fase que se começa a desenvolver as capacidades física, cognitiva e afetiva da criança, sendo direito garantido a toda criança de zero a seis anos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, nossa pesquisa se concentra nos estudos realizados sobre a criança durante tal período.

Neste período designado “infância”, os vínculos afetivos são imprescindíveis sendo de extrema relevância para a formação da personalidade e tal afirmação sem maiores considerações parece ser compartilhada pelo senso comum. Partindo do conceito defendido por Capellato, um dos autores investigados: família é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais humanas, aprendendo a viver o “jogo” da afetividade de maneira mais adequada. Mas para que essa adequação ocorra, é preciso que haja referências positivas, cuidados e responsáveis encarregados de estabelecer os limites necessários ao desenvolvimento de uma personalidade emocionalmente equilibrada, o que também parece ser um ideal amplamente compartilhado pelos profissionais de educação no que tange ao modelo psíquico.

Para o desenvolvimento deste trabalho, buscou-se uma revisão bibliográfica através da qual foram investigadas teorias sobre a afetividade e seu papel no desenvolvimento da personalidade; trata-se de pesquisadores como o cientista suíço Jean Piaget, o educador e psicólogo russo Lev Vygotsky, o médico francês Henry Wallon entre outros. Buscamos enfocar o que as abordagens nos ensinam sobre a presença do aspecto sócio-afetivo e sua relevância no processo de ensino e, mais precisamente, no processo de aprendizagem infantil escolar.

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Capítulo 1A importância da Afetividade no desenvolvimento humano

1. A importância da Afetividade

Grosso modo, a afetividade é um elemento imprescindível para o processo de

desenvolvimento humano e se refere às vivências dos indivíduos e às formas de

expressão da subjetividade, desempenhando um papel fundamental na interação social

da criança. As crianças precisam ser acolhidas, ouvidas e valorizadas, e isso contribui

para sua construção como sujeitos, assim como hoje compreendemos esse conceito

ordinariamente. Tal afirmação também seria válida se buscássemos por teorias mais

precisas sobre a concepção de sujeito, mesmo aquelas que lhe nega, preferindo falar

apenas em subjetividade. Aliás, esse postulado ou tese pode ser encontrado com grande

facilidade nos discursos dos indivíduos com os quais convivemos em nosso cotidiano,

não importa sua posição na escala social.

A afetividade parece começar desde a idade mais tenra, no ambiente familiar,

senão no convívio mais básico entre mãe e bebê. Pode-se dizer que identificamos a

existência de relações afetivas desde o nascimento. O apego, de acordo Ortiz (2004,

p.23):

“(...) é o vinculo mais importante, na primeira infância e nele podem-se

distinguir três componentes básicos”, quais sejam: (a) condutas de apego:

de proximidade e interação privilegiadas com essas pessoas; (b)

representação mental: as crianças constroem uma idéia de como são os

objetos externos ao domínio dito intra-mental, sejam objetos no sentido

lato ou pessoas e outros entes. Dentre essas representações, destacamos os

aspectos afetivos representados, por exemplo, nas expectativas do que

podem esperar delas (comportamentos, sentimentos, emoções, atitudes, e

mesmo, representações). (c) sentimentos de bem-estar com sua presença

ou ansiedade por sua ausência.

O apego tem uma função adaptativa para o sistema familiar, com o objetivo de

favorecer a sobrevivência, mantendo próximos os “cuidadores”. Do ponto de vista

subjetivo o apego proporciona a segurança emocional que transmite aceitação proteção

e bem-estar. A falta de proteção e amparo causa uma situação de risco, tornando-se uma

ameaça para o seu bem-estar.

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Do nascimento e até aproximadamente o terceiro mês de vida, a criança

demonstra claras preferências pelos estímulos sociais: rosto, voz e temperatura humana

e suas associações são logo estabelecidas. Do terceiro ao quinto mês, a criança

demonstra preferências pelas pessoas que cuidam dela, que geralmente são os adultos;

mas, não rejeita os cuidados dos desconhecidos, não tendo noção do que pode ser

perigoso para sua vida. Na segunda metade do primeiro ano de vida, a criança já

manifesta sua preferência pelos seus pais. A criança nesta fase, quando se separa dos

pais, demonstra reações de protestos e quando há o reencontro, elas se sentem alegres e

tranqüilas, como notoriamente vemos. A partir do primeiro ano de vida a criança se

sente independente das figuras de apego baseada nas capacidades de locomoção, nas

verbais e nas intelectuais. A criança já aceita melhor a separação porque as separações

são curtas e há o retorno dos pais. Quando elas se vêem fragilizadas, logo ativam as

condutas de apego reagindo da mesma maneira que reagiam nos primeiros anos de vida:

 

 

“O conjunto de experiências de apego da primeira infância dá lugar à formação de um modelo interno de ralações afetivas, que é uma representação das características da relação estabelecida com as figuras de apego. Trata-se de uma representação de natureza não-consciente que tende a ser muito estável a partir do primeiro ano, embora possa ser afetada e modificada por experiências posteriores. A função desse modelo é servir de base para as relações afetivas posteriores, guiando a interpretação das condutas de outros e a forma de organizar a própria conduta com eles.” (ORTIZ, 2004, p.108)

 

  Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual tem dois componentes:

Cognitivo e Afetivo. No que se refere ao desenvolvimento da afetividade, podemos

observar a presença de um elemento relevante que é a motivação ou energização da

atividade intelectual. É esse nível mais básico de energia motivadora dos processos

intelectuais que Piaget identifica com afetividade. Para uma estrutura de conhecimento

funcionar, algo deve acioná-la, originar o esforço a ser desenvolvido a cada momento e

desligá-lo. Segundo o autor, esse movente seria a energia que denomina afeto. Outro

aspecto ou papel dessa energia em nossos aparelhos psíquicos tem a ver com a seleção:

a atividade intelectual é direcionada para objetos ou eventos particulares.

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Apesar de pensarmos que o afeto é diferente da cognição, no funcionamento

intelectual, ambos formam um binômio só. Todo o comportamento tem ambos os

elementos: o afetivo e o cognitivo. Conforme Piaget:

É impossível encontrar um comportamento oriundo apenas da afetividade, sem nenhum elemento cognitivo. É, igualmente, impossível encontrar um comportamento composto só de elementos cognitivos... Embora os fatores afetivos e cognitivos sejam indissociável num dado comportamento, eles parecem ser diferentes quanto à natureza... É óbvio que os fatores afetivos estão envolvidos mesmo nas formas mais abstratas de inteligência. Para um estudante resolver um problema de álgebra ou para um matemático descobrir um teorema, deve haver um interesse intrínseco, um interesse extrínseco ou uma necessidade de partida. Enquanto trabalha, estados de prazer, desapontamento, ansiedade tanto quanto sentimentos de sucesso ou fracasso podem ocorrer: e, finalmente, o estudante pode experimentar  sentimentos estéticos fluindo da coerência de sua solução. (PIAGET, 1981b, pp.2-3)

O aspecto afetivo pode acelerar ou retardar o ritmo de desenvolvimento,

determinando sobre que conteúdos a atividade intelectual se concentrará. O aspecto

afetivo não pode modificar as estruturas cognitivas, mas pode influenciar quais

estruturas modificar.

“(...) Embora a questão afetiva cause o comportamento, embora ela

acompanhe constantemente o funcionamento, ela, em si mesmo, no

entanto, não pode gerar estruturas de comportamento e não pode

modificar as estruturas em cujo funcionamento ela intervém”. (PIAGET,

1981 b, p.6)

 

O aspecto afetivo não é mais predeterminado do que a inteligência, existindo um

paralelo entre os aspectos afetivos e cognitivos, como se observa a seguir:

“Primeiro, o afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. Quando examinamos o raciocínio das crianças sobre questões morais, um aspecto da vida afetiva, nós percebemos que os conceitos morais das crianças são construídos do mesmo modo como os conceitos cognitivos. A criança da pré-escola ou de níveis elementares que, acidentalmente, sofre uma batida de outra criança, não vê o incidente como um acidente, em grande parte porque ela ainda não construiu o conceito de intencionalidade. À medida que os aspectos cognitivos se desenvolvem, há um desenvolvimento paralelo da afetividade. Os mecanismos de construção são os mesmos. As crianças assimilam as experiências aos esquemas afetivos do mesmo modo que as simulam as experiências as estruturas cognitiva. O resultado é o conhecimento.” (WADSWORTH, 2001, p.37)

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Conforme PIAGET (1981b, p.2): O comportamento está sempre associado

simultaneamente a aspectos afetivos e cognitivos, não existindo a possibilidade de se

encontrar um comportamento influenciado apenas por um destes aspectos.

Vygotsky procurou incessantemente superar a tendência da psicologia

característica da sua época, a qual analisava de forma separada o sentimento e a razão.

Assim, ele preocupava-se em analisar de forma integrada os aspectos cognitivos e

afetivos do funcionamento psicológico humano, buscando uma abordagem mais

abrangente, que fosse capaz de entender o indivíduo em sua totalidade.

“Conforme poderemos constatar, nas suas próprias palavras, Vygotsky concebe o homem com um ser que pensa, raciocina, deduz e abstrai, também como alguém que sente, se emociona, deseja, imagina e sensibiliza. Segundo ele são os desejos, necessidades, emoções, motivações, interesses, impulsos e inclinações do indivíduo que dão origem ao pensamento afetivo-volitivo. Como é possível observar, na sua perspectiva, cognição e afeto não se encontram dissociadas no ser humano, pelo contrário, se inter-relacionam e exercem influências recíprocas ao longo de toda a história do desenvolvimento do indivíduo. Apesar de diferentes, formam uma unidade no processo dinâmico do desenvolvimento psíquico, portanto, é impossível compreendê-los separadamente. É justamente por isso que aponta para a necessidade de uma abordagem unificadora dos aspectos intelectuais e afetivos no estudo do funcionamento psicológico.” (REGO, 1995 p.122).

Em corroboração às abordagens de Piaget e Vygotsky, Sigmund Freud assume

postura semelhante (1994, pp. 83-84):

“(...) as emoções estão presentes quando se busca conhecer, quando se estabelece relações com objetos físicos, concepções ou outros indivíduos. Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, presentes em qualquer atividade, embora em proporções variáveis. A afetividade e a inteligência se estruturam nas ações dos indivíduos.”

Para Freud, o afeto pode ser compreendido como a energia necessária para que

a estrutura cognitiva passe a funcionar e influencia a velocidade com que se constrói o

conhecimento. Assim sendo, o funcionamento psíquico tem na afetividade seu

componente mais básico e de extrema relevância, sem o qual, a produção de

conhecimento permanece irremediavelmente comprometida.

A inteligência e afetividade são processos de funcionamento de adaptação, permitindo o indivíduo construir noções sobre objetos, pessoas e situações, conferindo-

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lhes atributos, qualidade e valores, contribuem para a construção do sujeito, sua identidade e visão de mundo.

Então, temos que o afeto é regulador da ação, influenciando na escolha de objetos e na valorização de determinados elementos, situações e eventos pelo indivíduo. E conforme afirma Freud (DAVIS, 1994, p.84):

“Amor, ódio, tristeza, alegria ou medo levam o indivíduo a procurar- ou a evitar - certas pessoas ou experiências. O afeto também inclui expressividade, comunicação. Manifestações tais como sorrisos, gritos, lágrimas, um olhar e um rosto apáticos, uma boca fechada e sobrancelhas cerradas indicam possíveis sentimentos de uma pessoa.”

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Capítulo 2

A afetividade em sala de aula: A mediação da família e o papel do professor

Sabemos que, como todo ser humano, a criança é um ser social e histórico, e é integrante de uma instituição familiar que está incluída em uma sociedade e que ainda não se conheceu para a educação informal nenhuma outra unidade social melhor do que esta, já que é nela que se estrutura a personalidade inicialmente. Quando pensamos em um projeto educacional sério, estamos defendendo e acreditando na participação da família, pois sabemos que por melhor que seja uma escola e por mais preparados que sejam seus professores, haverão falhas no processo educacional. É preciso uma efetiva participação da família no processo de aprendizado da criança, contribuindo com o incentivo, com a discussão, valorizando aquilo que ela faz e demonstrando interesse com suas preocupações escolares.

Cabe a família a responsabilidade de formar o caráter, de preparar para os desafios da vida, de transmitir e inculcar em seus filhos valores morais e éticos. É no seio da família que a criança é protegida dos perigos de uma sociedade que vem sofrendo com a ausência de valores morais, pessoais e éticos. A família deveria desempenhar o papel de funcionar como um ambiente de reflexão e crítica em relação à sociedade e suas influências.

Frente às inquietações do mundo atual, uma postura que temos observado surgir é aquela segundo a qual o pai e a mãe têm o direito e o dever de educar os filhos. Representante eloqüente desta corrente, o autor Gabriel Chalita, ao analisar o assunto, afirma que: “A preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são responsabilidades da família” (CHALITA, 2002, p.21).

Portanto, a partir dessa abordagem, podemos afirmar que cabe aos adultos a responsabilidade em relação à criança. Na verdade, a educação é justamente o ponto de decisão do quanto se ama o mundo; então nos revela o quanto os pais amam seus filhos, de modo a não expulsá-lo sob a responsabilidade de seus próprios recursos. Os cuidados de uma educação familiar não são de competência da escola. As demandas dos pais de que a escola tenha a função de ensinar tudo aos seus filhos, como: o respeito ao professor e às autoridades, os comportamentos sociais adequados, o respeito às normas, leva-nos a crer que há uma falência daquela instituição na sociedade moderna, ao menos no que tange à clareza sobre seu papel e incumbências.

Podemos afirmar que é responsabilidade da família a função de preparar o filho para a vida e de formar a sua subjetividade. A família não é apenas o centro da cultura e a base da sociedade, mas é também o centro da vida social. Se a criança tem em sua família uma educação de qualidade, isto certamente servirá de suporte ao desenvolvimento da sua criatividade e à sua capacidade de produção na vida adulta. A

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família foi, é e continuará sendo a influência mais precisa que possibilita o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.

Deve-se ressaltar que o dever da família com o processo de escolaridade e a importância da sua participação efetiva na vida escolar são publicamente reconhecidos pela legislação nacional e diretrizes do Ministério da Educação aprovados no decorrer dos anos 90, a citar:

a. Lei de Diretrizes e Bases da Educação(Lei 9394/96), artigos 1º, 2º ,6º e 12º.

b. Plano Nacional de Educação (aprovado pela lei nº 10172/2007), que dentre outras diretrizes, define a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade escolar (composta também pela família);

c. Estatuto da criança e do adolescente (Lei 8069/90, nos artigos 4º e 55;

d. Política Nacional de Educação Especial, que tem como uma de suas diretrizes criar estratégias que potencializem a participação efetiva da família no desenvolvimento global do aluno;

O MEC instituiu a data de 24 de abril como o Dia Nacional da Família.

É a família que oferece os suportes afetivos e os recursos materiais essenciais à

sobrevivência e ao bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha função primordial

na educação formal e informal, pois em seu meio são transmitidos os valores éticos e

morais, os laços de afetividade e de solidariedade.

Podemos reforçar esta afirmação, citando o que nos diz Chalita (2002 p57):

“mas os pais podem aos filhos dar muito amor, carinho, respeito, ensinar tolerância,

solidariedade e cidadania, exigir reciprocidade, disciplina e religiosidade, reforçar a

ética e a preservação da terra”.

As relações familiares são de grande importância para o desenvolvimento do

homem, pois o meio é um ambiente de modelo e significados para o indivíduo. A

diferença que começa aos poucos a se estabelecer entre o meio social e suas mudanças

vão dar origem a grupos que irão conquistar a afetividade de maneira diferenciada de si

e dos outros, afetando como conseqüência a estruturação do seu próprio “eu” ou

subjetividade.

Segundo Wallon (1981, pp. 22-28), essa formação da personalidade, acontece

de forma gradativa passando por um processo que percorre os estágios de

desenvolvimento e que depende necessariamente do Outro. Seja para ser referência, seja

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para ser negado. É um adágio em educação citar Wallon como aquele que levou para a

sala de aula não só o “corpo” da criança, mas também suas emoções. As emoções, para

ele, têm papel essencial no desenvolvimento da pessoa. É por meio das emoções que o

aluno manifesta seus desejos e suas vontades. As transformações fisiológicas que

ocorrem em uma criança demonstram traços importantes de caráter e personalidade.

“A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e

até o tônus muscular, tem momentos de tensão e distinção que ajudam o ser humano a

se conhecer”, explica Heloisa Dantas, da faculdade de Educação da Universidade de

São Paulo. Segundo a pesquisadora, quando a criança tem manifestações de raiva,

alegria, medo e tristeza, ela está se relacionando com o meio, porque a emoção causa

impacto no outro e acaba se propagando no meio social.

Para Wallon, o “fluído” das emoções e do pensamento é essencial para o

desenvolvimento da pessoa, porém, as crianças dentro das escolas estão limitadas

porque há uma insistência em imobilizá-las em suas carteiras: “É tarefa e desafio da

escola assumir efetivamente, em parceria com os pais (família em geral), a função de

proporcionar aos alunos oportunidades de evoluir como seres humanos”.

(CAPELLATO, 2002, p.14).

É importante destacar, que mesmo no contexto escolar, se não houver

preocupação em trabalhar a emoção, será impossível desenvolver as habilidades

cognitivas e sociais. Para Chalita (2004, p. 230): “O grande pilar da educação é a

habilidade emocional”.

Devemos compreender que as emoções e os sentimentos que compõem o

homem são de relevante importância na vida psíquica do sujeito, já que emoções e

sentimentos são manifestações presentes na vida do indivíduo.

Salovey e Mayer (1990) utilizavam o termo “inteligência emocional” para

destacar que as emoções estão tão presentes nas ações das pessoas que acabam ditando

todo o seu rendimento acadêmico, profissional e social. Para eles, faz-se necessário

conhecer suas próprias emoções, controlando-as, motivando-se, identificando-se com os

outros e desenvolvendo habilidades sociais.

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Para que se obtenha qualidade no rendimento acadêmico e nos diferentes

contextos da vida, é necessário operar sobre a capacidade de manejar a emoção, os

afetos e as relações sociais.

Sabemos que todo aprendizado é necessariamente mediado e isso torna o papel

do ensino e do professor mais importante e ativo. Vygotsky atribuiu muita importância

ao papel do professor como estimulador do desenvolvimento psíquico das crianças, pois

acreditou que o ensino deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de

aprender sozinho, porque na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro

vem antes.

Um de seus principais conceitos é o de zona de desenvolvimento proximal ou a

distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial

de aprender; sua capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um

adulto. Seria na verdade, o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o

que ela está perto de conseguir fazer sozinha. (VYGOTSKY, Revista Nova Escola, Ano

2001, Abril, p.60).

Para Chalita (2001) o grande agente do processo educacional é o professor.

Não existe nada por mais importante que seja como até mesmo alguns recursos

materiais, que possam ser comparados à função do professor. Nada substitui a emoção

humana. Só o professor é capaz de olhar com atenção, de falar com amor, de construir

laços de afetividade. MA qualidade do diálogo que se estabelece entre aluno e professor

são de fundamental importância para uni-los, criando um laço especial.

Para Codo e Gazzoti (1999, pp.35-47), o trabalho do educador é o melhor,

porque é ele quem administra o processo de produção, tem liberdade de criação e ação,

além de organizar tipos de seqüência de atividades. Por ser um dos trabalhos mais

delicados, o trabalho do educador necessita de investimento afetivo na relação

professor-aluno, principalmente por parte do educador. Sendo a afetividade um fator

essencial no processo da aprendizagem, ela não deve ser esquecida, haja vista que

funciona como elo de “sedução” (motivação; conquista) entre aluno e professor.

Chalita (2001) noz diz que o professor que deseja que seu aluno seja feliz deve

demonstrar afeto e para que isso aconteça o mesmo deve sentir e viver o afeto. O

professor que anseia ver seu aluno construir projetos, conquistar sucesso, deve ser o

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referencial, o mediador, a figura central que auxiliará seu aluno na realização dos seus

sonhos. Para que um professor alcance êxito e exerça sua função com maestria ele

precisa muito mais que conhecer sua área de atuação, ele precisa entender de ética,

política, amor, projetos, família. Ele precisa antes de tudo que a educação lhe diga

respeito.

Sabemos que o objetivo do trabalho do professor é a aprendizagem do aluno e

para que isso ocorra, alguns fatores são importantes: capacidade intelectual e vontade de

aprender, por parte do aluno, conhecimentos e capacidade de transmitir conteúdos por

parte do educador, participação dos pais nas atividades extraclasse e outros. Portanto, o

grande estimulante na efetivação do conhecimento é a afetividade.

Quando o professor confia no que está fazendo, ele é capaz de transmitir

segurança ao aluno, daí vai se formando uma corrente de elos afetivos que favorece a

troca entre ambos. O processo educativo é participativo. O ambiente escolar saudável

depende da participação de todos.

É possível que se estabeleça entre professor e aluno um acordo silencioso, que

aos poucos acaba se transformando num jogo sedutor, onde o professor conquista a

atenção do aluno e desperte seu interesse para o conhecimento que se pretende abordar.

A partir desta conquista sedutora, onde a afetividade está presente, o professor elabora

seus conteúdos escolares e o aluno os apreende, ou seja, “é mediante o estabelecimento

de vínculos afetivos que ocorre o processo ensino-aprendizagem”.(CODO e

GAZZOTTI, 1999, p.43). A palavra seduzir para Codo e Gazzotti é defendida como

“trazer para o seu lado”. Isto quer dizer que o professor precisa conquistar seu aluno,

visando à utilidade dos conteúdos que lhes são transmitidos. Esse processo se dá pela

sedução e pela afetividade. É imprescindível que se estabeleça esta relação afetiva entre

professor e aluno, objetivando o sucesso do ato de educar, pois o que pode haver é

apenas uma fixação do conteúdo, uma aprendizagem sem nenhum significado para a

vida futura do indivíduo. Freire nos diz que não existe educação sem amor. “Ama-se na

medida em que se busca comunicação, integração a partir da comunicação com os

demais.” (FREIRE, 1983, p.29).

A comunicação dos professores com os alunos, dos pais com os filhos, é o

melhor caminho para detectar problemas e eliminar aspectos que possam ser uma

ameaça ao desenvolvimento da aprendizagem. É preciso que o professor num trabalho

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em parceria com a família seja capaz de verificar os problemas emocionais apresentados

pela criança, pois os mesmos podem dar origem à falta de concentração, à diminuição

do interesse escolar e rendimento não satisfatório. Deve-se ressaltar ainda que

dificuldade de relacionamento social possa gerar dificuldades no relacionamento com

professores e alunos, dificultando o processo de aprendizagem. A influência da família e

da escola é de relevante importância na superação de problemas emocionais sociais,

tornando possível o enfrentamento das dificuldades de aprendizagem.

É possível afirmar que há grande possibilidade de que as crianças que não

puderam dispor de uma figura de apego, possivelmente possam apresentar problemas

emocionais, sociais, escolares e de conduta. A privação emocional sofrida pela criança

desencadeia instabilidade emocional, falta de confiança na sua capacidade de explorar o

mundo, falta de motivação, dificuldade de relacionar-se com os professores e colegas,

distração, etc.; todos esses fatores contribuem para o surgimento das dificuldades da

aprendizagem e conseqüentemente, baixo rendimento. (COOL, 2004, p.23).

Freire (1996) nos afirma que o professor precisa se dispor a querer bem, mas

não permitir que sua afetividade impossibilite o cumprimento da sua função de

educador. A postura do querer bem significa que o professor está se dispondo para a

alegria, para o afeto e para o amor.

Coll (2004, p.126) nos diz que: “Os pais, os educadores e as próprias crianças

devem compartilhar uma visão positiva do ser humano e de suas possibilidades”. É

importante acreditar na vida, participar da construção de uma existência melhor, sentir-

se importante para o outro, fazer uso da capacidade de recursos próprios, mentais e

emocionais e utilizá-los à favor da solidariedade e da fraternidade. A criança precisa

sentir-se acolhida em seu ambiente escolar, possibilitando desenvolvimento em sua

totalidade, não anulando suas origens. No início da escolarização é importante que a

criança adapte-se ao ambiente escolar, correspondendo às exigências demandadas por

ela. É certo que poderá haver o surgimento da angústia e insegurança por parte dos

sujeitos envolvidos neste processo, já que se sentem pressionados à corresponder as

expectativas tanto dos pais quanto dos professores.

É importante destacar que a relação família-escola é essencial para o

desenvolvimento saudável do indivíduo. A escola não pode assumir sozinha a função de

desenvolver habilidades sociais e emocionais e também não é responsável pela

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formação da personalidade, mas complementa esta função com a família. Segundo Tiba

(2002, p.180): a educação com vistas à formação do caráter, da auto-estima e da

personalidade da criança ainda é, na maior parte, responsabilidade dos pais.

Para Tiba (2002, p.182), seria muito enriquecedor se a escola ao verificar

qualquer dificuldade apresentada pelo aluno comunicasse a família e juntos pais e

escola pudessem estabelecer estratégias educativas, considerando as duas mãos: a do

coração (afeto e sentimento) e da cabeça (razão, pensamento). O aluno mesmo sendo o

sujeito ativo do processo de aprendizagem, necessita de um orientador que possa levá-lo

a conquistar o seu desenvolvimento pessoal. Portanto, a autonomia deve ser respeitada,

sua história de vida deve servir como sinalizador das potencialidades que este aluno

possui. Para este autor (2001, p.158):

“Quando se fala de autonomia, de cidadania, de respeito do aluno, de quebra de paradigmas, trata-se de cumprir a Constituição Federal e a legislação infraconstitucional, como a lei de Diretrizes e Bases da Educação, que regem a educação do país."

É preciso criar um ambiente de respeito e harmonia entre professor e aluno,

tendo em vista o papel de cada um. A cada tempo os alunos serão diferentes e o

professor também. O grande desafio do educador hoje e convencer o aluno a valorizar o

bem comum, a boa convivência, a responsabilidade partilhada, e capacitá-lo ativamente

num processo de desenvolvimento centrado na pessoa humana e na sua mais plena

dignidade. Uma maneira de mudar o perfil da nossa educação seria ter presente no

cotidiano do ambiente escolar o trato com os sentimentos pessoais e interpessoais, de

forma que se possa formar homens e mulheres capazes não apenas de viver, mas,

sobretudo, de entender a vida e participar dela intensamente. Já sabemos que ensinar

exige o comprometimento emocional e afetivo do professor, visto que o comportamento

intelectual é motivado pelas implicações afetivas que norteiam o processo da

aprendizagem.

Ao longo de toda vida, a educação é uma construção contínua da pessoa

humana, do seu saber e das suas aptidões, também da sua capacidade de discernir e agir.

O professor desempenha um papel fundamental para o perfil de aluno que pretendemos

formar, pois o mundo exige cada vez mais do indivíduo a sua capacidade de trabalhar na

solução dos problemas, enfrentando-os sem medo e com competência. O professor é a

pessoa que sabe que o ser humano possui inteligência, potencial e precisa ser consciente

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do seu papel e assim preparar indivíduos que sejam capazes de crescer e construir

caminhos, equilíbrio e felicidade. A garantia do futuro ou da vida dá-se com dignidade,

respeito, convivência pacífica, afetividade e felicidade. Precisamos de educadores que

eduquem para o respeito, para a troca de experiências, para o exemplo no trato com o

outro e consigo mesmo: “Hoje, percebe-se que a escola não pode viver sem a família e a

família não pode viver sem a escola - são instituições interdependentes e

complementares.” (CAPELLATTO, 2002, p.16).

Pais e professores precisam entender que o filho e o aluno têm de ser amados,

respeitados, valorizados. É tempo de investir no ser humano que tem potencial para

brilhar, para construir, para mudar os rumos da nação: “A educação será sempre

privilegiada quando a questão for o exercício dos direitos e deveres de cada um e de

todos e, acima de tudo, quando a questão for o exercício da plena cidadania.”

(CHALITA, 2001, p.37).

É fato que a escola nunca substituirá a família: meio onde a convivência exige

autenticidade, sinceridade, afeto, companheirismo. A família é o espaço onde o

exercício do diálogo favorece o amor, a solidariedade, a atenção e a superação dos

conflitos. O professor é aquele que pode ser amigo, mestre, companheiro, mediador,

pacificador. É aquele que com afeto, comprometimento, responsabilidade pode

contribuir na formação do caráter e na construção da história dos seus alunos.

Enfim, o papel da família e do professor é preparar o indivíduo para não temer

novos rumos e situações, caminhos desconhecidos que certamente deverão ser trilhados.

É necessário que juntos, família e professor despertem no filho e no aluno o olhar crítico

sobre o que acontece no mundo e a capacidade de desenvolver múltiplas habilidades

neste tempo de rápidas e constantes mudanças. “A escola dos sonhos dos sonhadores, da

poesia dos poetas, da maternidade, da luta dos lutadores começa com a crença de que,

em se falando de vida, e como educação é vida, a solução está no afeto”. (CHALITA,

2001, p.260).

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CONCLUSÃO

O presente trabalho apresentou um estudo sobre a afetividade no processo de

ensino e aprendizagem, demonstrando que afeto e cognição são partes inseparáveis,

enfatizando a importância de compreender o papel dos pais e do professor na formação

da criança, cabendo à família a responsabilidade de formar o caráter, de preparar para os

desafios da vida e de transmitir valores morais e éticos, enquanto a escola, em parceria

com a família, assume a responsabilidade de desenvolver habilidades sociais e

emocionais. Concluindo que é com comprometimento, responsabilidade e, acima de

tudo, amor e afeto, que se contribuir para a formação do caráter e construção da história

dos alunos, educando-os para o respeito, para a troca de experiências, a convivência

pacífica, a afetividade, o trato com o outro e consigo mesmo, o que exige que escola e

família, como instituições interdependentes e complementares, estejam conscientes do

seu papel educacional, de forma a preparar indivíduos com capacidade de crescer e

construir caminhos, equilíbrio e felicidade, com dignidade e respeito.

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3. Referências Bibliográficas

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