Desfile de Moda Entre Os Bichos

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Desfile de moda entre os bichos - Walter N. Freitas Vai começar o desfile Gritava Dona Raposa, Cada bicho se apresente Acompanhado da esposa. Quando a festa começou, Houve um grande rebuliço, Pois nenhum bicho queria Aproximar-se do Ouriço. A Onça surgiu radiante Com um bolero vermelho E uma saia azul-marinho Bem acima do joelho. Houve grande falatório, Muito bicho desmaiou Porque a Cegonha vestia Um curtíssimo maiô. Os bichos se entreolharam, Foi mesmo um “Deus nos acuda”, Pois não é que a Saracura Se apresentou de “bermuda”! Segurando o par de luvas E um finíssimo casaco, Apareceu Dona Sapa De vestido “moda saco”. O Porco ficou vaidoso, Porém um tanto enciumado, Quando viu a Dona Porca De vestido decotado. A zebra, muito invejosa, Quase que ficou maluca, Quando viu a Dona Cabra Desfilando de peruca. Com as unhas esmaltadas E vestido minissaia, Entre palmas e sorrisos, Desfilou a Papagaia. Sempre jovem, sempre alegre, A senhora do Elefante Apertou bem a cintura Para ficar elegante. A Cutia desmaiou Nos braços do Jacaré, Quando Dona Caranguejo Desfilou de marcha a ré. O macaco estava bravo Com a falta de bom-tom, Não é que Dona Macaca Passara muito batom! Quando a Gambá desfilou Com seu vestido de miss, O Bode saiu correndo E o Boi tampou o nariz. A Foca fez traje próprio Para esconder a gordura E afirmava com orgulho _ Eu só uso alta cintura!

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Poema criado para ilustrar o folclore brasileiro

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Desfile de moda entre os bichos - Walter N. Freitas 

Vai começar o desfileGritava Dona Raposa,Cada bicho se apresenteAcompanhado da esposa.

Quando a festa começou,Houve um grande rebuliço,Pois nenhum bicho queriaAproximar-se do Ouriço.

A Onça surgiu radianteCom um bolero vermelhoE uma saia azul-marinhoBem acima do joelho.

Houve grande falatório,Muito bicho desmaiouPorque a Cegonha vestiaUm curtíssimo maiô.

Os bichos se entreolharam,Foi mesmo um “Deus nos acuda”,Pois não é que a SaracuraSe apresentou de “bermuda”!

Segurando o par de luvasE um finíssimo casaco,Apareceu Dona SapaDe vestido “moda saco”.

O Porco ficou vaidoso,Porém um tanto enciumado,Quando viu a Dona PorcaDe vestido decotado.

A zebra, muito invejosa,Quase que ficou maluca,Quando viu a Dona CabraDesfilando de peruca.

Com as unhas esmaltadasE vestido minissaia,Entre palmas e sorrisos,Desfilou a Papagaia.

Sempre jovem, sempre alegre,A senhora do ElefanteApertou bem a cinturaPara ficar elegante.

A Cutia desmaiouNos braços do Jacaré,Quando Dona CaranguejoDesfilou de marcha a ré.

O macaco estava bravoCom a falta de bom-tom,Não é que Dona MacacaPassara muito batom!

Quando a Gambá desfilouCom seu vestido de miss,O Bode saiu correndoE o Boi tampou o nariz.

A Foca fez traje próprioPara esconder a gorduraE afirmava com orgulho_ Eu só uso alta cintura!

Razão teve a OvelhinhaAo arrumar muito “fã”,Estava mesmo bonitoO seu casaco de lã.

A mula, muito esquecida,Vejam só que distração:Deixou seu vestido em casa,Surgiu de combinação.

Para encerrar o desfile,Apresentou-se a abelhinhaCom o avental de trabalho,Única roupa que tinha.

Depois de grande parada,Aguardou-se a decisão:Seria ouvida a palavraDecisiva do Leão:

Por ser muito laboriosa_ “a justiça me aconselha _Confiro o primeiro prêmioÀ senhora Dona Abelha”.

Foi assim que a bicharadaDeixou de lado a grandezaE aprendeu que no trabalhoEstá a suprema beleza.