Desinformação por excesso de informação a internet como meio de disseminação de notícias...
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VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
Desinformação por excesso de informação: a internet como meio de
disseminação de notícias falsas
BARROS, Pâmella Avelar de; SOUZA, Rogério Marthins de;
SILVA, Elisa Mabel Vieira
UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
Introdução:
A internet – no estágio em que vivemos hoje, em 2014 – tem como uma de suas
características ser uma plataforma tecnológica virtual que permite a produção
coletiva e atemporal de informações, com rapidez na propagação de conteúdos.
Diariamente circulam na rede mundial de computadores vários boatos que nem
sempre são verdadeiros. Conhecidos pelo termo hoax, os rumores virtuais criados
por qualquer indivíduo que tenha acesso à internet, têm a função de levar notícias
falsas ao maior número de usuários possíveis, ou seja, desorienta aqueles
indivíduos que se informam através da web. Nesse sentido, a proposta deste
trabalho é analisar as notícias inautênticas que repercutiram no ciberespaço. O
estudo de caso é referente ao hoax sobre a determinação do ditador norte-coreano,
Kin Jong-Um, em relação à obrigatoriedade imposta aos homens do país de usarem
o corte de cabelo idêntico ao dele. Esse apontamento polêmico disseminado na rede
obteve grande repercussão no ciberespaço, de modo que tenha sido tomado como
legítimo até para outros veículos de comunicação, como TVs e rádios; que
transmitiram a notícia irreal como se fosse verídica. Segundo Lévy (1999) o modo de
divulgação de conteúdo, antes restrito à grande imprensa, com o advento da internet
está hoje ao alcance de todos, e é uma revolução tanto para o jornalismo como para
a sociedade. Portanto, a disseminação de falsas notícias com propósitos diversos
pode acarretar verdadeiros danos à sociedade. A existência dos boatos virtuais é o
que pretendemos investigar. Acreditamos, desta forma, que pesquisas desse cunho
auxiliam na compreensão do mundo contemporâneo.
Objetivos:
O objetivo desse trabalho é compreender como a proliferação de informações na
rede mundial de computadores pode acarretar aos usuários mais desinformação do
que informações verídicas, devido ao grande fluxo informacional sem fontes
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creditadas. O estudo pretende ainda analisar teoricamente o impacto que muitas
notícias sem fundamentos surgidas na web, como por exemplo, o hoax sobre o corte
de cabelo imposto pelo ditador norte-coreano, foi transmitido até pelos veículos de
comunicação tradicionais como sendo verdadeiro.
Metodologia:
O presente trabalho trata de um recorte da monografia de conclusão de curso da
autora, que está em processo de produção. É caracterizado como revisão
bibliográfica e estudo de caso, devido à abordagem teórica de investigação que
busca compreender e descrever a respeito da difusão de falsas informações no
ciberespaço. Tem como base a coleta de conceitos a partir de obras de estudiosos
que abordam esse tema, a fim de, auferir dados para contextualizar o estudo de
caso já referido nesse trabalho, sobre o falso boato da determinação governamental
na Coreia do Norte.
Resultados:
Os resultados obtidos são preliminares, pois este trabalho como já citado é referente
a uma pesquisa em desenvolvimento. Para compreender o surgimento e a finalidade
de notícias de no universo virtual, autores como: Pierre Lévy (1999) e Andrew Keen
(2009) auxiliaram o entendimento a respeito da comunicação nessa esfera
tecnológica. O hoax do corte de cabelo padrão imposto pelo ditador norte- coreano
Kin Jong-Um, surgiu no dia 26 de março de 2014, foi publicado, inicialmente, na
página da internet da Radio Free Asia - que é canal de notícias asiáticas sediado
nos Estados Unidos, e logo, o rumor se espalhou como verdadeiro pela web e,
repercutiu também nos veículos de comunicação tradicional. O boato do corte de
cabelo foi desmentido pela agência de notícias Associated Press, que publicou no
dia 27 de março de 2014 uma matéria apurada que testemunhas afirmavam que não
havia corte de cabelo em massa no país e, outros jornais fizeram o mesmo
investigando a fundo a notícia e constataram que a suposta ordem do ditador era
uma farsa. Deste modo, acreditamos que na ânsia de serem os primeiros a
divulgarem a informação (ou na tentação do furo jornalístico), muitos veículos online
e da mídia tradicional acabam por propagar notícias falsas sem a devida checagem
quanto à veracidade da fonte, corrompendo sua credibilidade. Com base em leituras
iniciais pressupõe-se que esse boato só adquiriu relevância também e,
consequentemente foi concebido como verdadeiro nas mídias digitais e tradicionais
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devido à informação ser plausível. Já que, o histórico do país e a postura adotada
pelo ditador tornaria o fato como algo possível de se presumir. Em janeiro de 2005,
por exemplo, campanhas foram veiculadas nos veículos de mídia da Coreia do
Norte, onde o ditador “sugeria” que os homens de cabelos longos deveriam aparar
seus cabelos e, rotulou de tolos antissocialistas e anti-higiênicos os rapazes de
cabelos compridos. A campanha justificava que o cabelo comprido dificulta a
atividade do cérebro, pois leva oxigênio para longe de nervos na cabeça.
Conclusões:
Foram encontrados como resultados parciais que a plausibilidade dos
acontecimentos é o alicerce para o surgimento dos boatos, e que a internet por ser
um campo democrático, atemporal e de produção coletiva permite que muitas
informações com relevância ou não, se propaguem na rede.
Referências:
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
KAPFERER, Jean Noël . Boatos: o mais antigo mídia do mundo. Tradução de Ivone da Silva Ramos Maya. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.
KEEN, Andrew. O culto do amador. Como blogs, MySpace, YouTube e a pirataria digital estão destruindo nossa economia, cultura e valores. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2009
LEVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999.
MACHADO, Vitor Barletta; TAVARES, Juciel Silva; CARVALHO, Nathan Ferreira. Desinformação na Era da Informação – Estudo sobre o Facebook. In: Encontro Nacional de História da Mídia, 9º, 2013, Ouro Preto.
Agradecimentos:
Agradeço ao meu orientador, Rogério Martins de Souza, que me auxiliou na
realização desse trabalho.
Palavras-Chave: internet; hoax; informação; web 2.0; redes sociais.
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