Desvendar oportunidades JPOP

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João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 1 de 2

DESVENDAR OPORTUNIDADES João Paulo Pinto, [email protected]

ENQUADRAMENTO

Crise e mais crise... este parece ser o tema dominante por estes dias. Não há dúvida que está tudo em crise, ninguém está imune. Saber como se chegou aqui é importante para que não se cometam os mesmos erros. Responsabilizar quem nos trouxe até aqui é importante para que sirva de exemplo. Findo isso, é necessário arregaçar as mangas e deitar mãos ao trabalho para que se passe à fase de recuperação. Todas as situações de crise guardam em si oportunidades e é para elas que a nossa atenção deve estar voltada. As oportunidades, na maioria das vezes, estão escondidas ou nós (bem como as empresas em que trabalhamos) não somos capazes de as identificar. Muitas apresentam-se sob a forma disfarçada de problemas aparentemente insolúveis.

Mudança de paradigma acompanhada por uma boa dose de proactividade é o remédio para desvendar as oportunidades escondidas nas crises que enfrentamos. Cruzar os braços, antecipar os piores cenários ou continuar na infindável questão de quem é o culpado não levará a lado nenhum a não ser ao agravar do desespero e desorientação.

Mudar de paradigma é adoptar novas lentes para observar o problema e, às vezes, descobrimos que nem problema é. A forma como observamos o problema é o problema em si, daí que a adopção de um novo paradigma é crucial para reverter a situação. Quanto à proactividade, ela revela-se critica ao promover a acção e o assumir das responsabilidades da necessária mudança.

OPORTUNIDADES ESCONDIDAS

Se encarada de um modo proactivo, a necessidade de reduzir tempos e custos, poderá revelar significativas oportunidades para a empresa, oportunidades relacionadas com o necessário emagrecimento da sua estrutura (menos espaço, menos equipamentos, menos energia para fazer o mesmo), com a melhoria do serviço (menos erros, melhor atendimento e acompanhamento) e ainda com a inovação (de produtos, de serviços e/ou processos). A “crise” poderá “iluminar” áreas até agora escondidas pelos desperdícios (gorduras) nas empresas de modo que a sua remoção poderá resultar em ganhos competitivos para a empresa.

Ao nível da cadeia de fornecimento (supply chain) há imensas oportunidades ainda por realizar. Oportunidades que se podem agrupar ao nível da eliminação das gorduras e ao nível da criação de valor. As primeiras são mais fáceis de realizar dada a facilidade na identificação dessas gorduras (longos tempos de resposta, armazenamentos, stocks, erros, falhas de comunicação e de planeamento). As segundas estão relacionadas com a criação de valor na cadeia de fornecimento e aguardam ainda pela mudança de paradigma em relação ao modo como o supply chain ainda é gerida. Sincronização e colaboração entre os parceiros da cadeia de fornecimento são aspectos decisivos para a criação de valor nesta cadeia. Rever o relacionamento com fornecedores, apostando no estabelecimento de relações win-win entre as partes e promover o planeamento colaborativo da supply

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chain são também fortes medidas de criação de valor.

For fim, a produtividade e a adopção de novos paradigmas poderão ajudar a enraizar na empresa uma cultura orientada para o cliente, para relembrar aos que nela trabalham que sem o contributo de todos a empresa não progride. É importante assumir o respeito pelo trabalho como um valor fundamental de cada empresa.

CONCLUSÃO

É conhecimento geral que os tempos que vivemos não nos dão muita margem para erros nem hesitações. Encarar a(s) crise(s) como oportunidades disfarçadas de problemas é a atitude certa para responder aos desafios e dar a “volta por cima”. A história mostra-nos imensos exemplos de empresas que nasceram de complicadas situações de crise (o Grupo Inditex e o Cirque du Soleil), empresas estas que optaram por novos paradigmas e isso levou-as a dar uma resposta (proactiva) aos problemas e hoje são uma referência a nível mundial.

Pensar lean (magro) é um novo paradigma de liderança e de gestão que orienta as organizações empresariais para a eliminação dos desperdícios e a criação de valor para o cliente e demais stakeholders. A Comunidade Lean Thinking (CLT) é a organização que promove e implementa esta filosofia nas empresas, apoiando-as nos momentos de crise para se reforçarem e adoptarem uma cultura orientada à melhoria contínua e à negação da complacência. Deste modo, sugere-se às empresas que saiam da sua “zona de conforto” e que acordem do “feitiço” que as adormeceu e assumam o rumo à inovação e ao sucesso!

Vila Nova de Gaia, 2011 XII 09