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    DETERMINAO DA DISTRIBUIO DE UM NVEL DE TURBIDITNA FORMAO MACA NO CAMPO DE NAMORADO

    ATRAVS DE USO DE ATRIBUTOS SSMICOS

    Ricardo BLAQUEZ 1, Mara Gabriela Castillo VINCENTELLI 2,

    Joel Carneiro de CASTRO 3, Sergio Antonio Cceres CONTRERAS 4

    (1) Curso de Ps-Graduao em Geocincias, Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, UNESP. In memoriam . (2) PesquisadorVisitante da ANP no PRH-05, Laboratrio de Integrao de Dados Ssmicos e Geolgicos, Instituto de Geocincias e Cincias Exat

    UNESP. Avenida 24-A, 1515 Bela Vista. CEP 13506-970. Rio Claro, SP. Endereo eletrnico: [email protected].(3) Departamento de Geologia Aplicada, Laboratrio de Integrao de Dados Ssmicos e Geolgicos, Institutode Geocincias e Cincias Exatas, UNESP. Avenida 24-A, 1515 Bela Vista. CEP 13506-970. Rio Claro, SP.

    Endereo eletrnico: [email protected]. (4) Ps-Graduao em Geocincias, Laboratrio de Integrao de DadosSsmicos e Geolgicos, Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, UNESP. Avenida 24-A, 1515 Bela Vista.

    CEP 13506-970. Rio Claro, SP. Endereo eletrnico: [email protected].

    IntroduoConsideraes GeolgicasDados e MtodosAnlise dos ResultadosConclusesAgradecimentosReferncias Bibliogrficas

    RESUMO Visando caracterizar os reservatrios turbidticos com tcnicas no convencionais, este estudo envolve interpretao ssmi3D, caracterizao petrofsica e integrao rocha-perfil. Os atributos de rocha foram integrados com atributos de amplitude procedentedado ssmico, utilizando grficos cruzados de caracterstica de rocha x amplitude. Paralelamente, foram interpretados sobre o volumessmico 3D os topos das formaes Lagoa Feia, Maca, Carapebus, e Membro Quissam. Aps confeccionar os mapas estruturais ddiferentes nveis estratigrficos e integr-los com os dados de poo, foram geradas e analisadas as respostas dos diferentes atributssmicos. Como resultado, obteve-se que os atributos ssmicos AverageTroughAmplitude , velocidade RMS eTotalAbsoluteAmplitude so

    os que melhor esto representando a distribuio em rea dos turbiditos, especificamente do Membro Outeiro, enquanto os atributos melhor definem o falhamento nos nveis das coquinas da Formao Lagoa Feia so Dip-Azimuth e TotalEnergy . As falhas associadas como nvel de coquinas so falhas normais de direo preferencial N10E, apresentando-se com baixa densidade na regio do CampoNamorado, fato que diminui a prospectividade daquele nvel. Com relao ao Membro Outeiro, foi determinada a distribuio do turbiNamorado j perfurado e testado pelos poos, propondo uma nova regio exploratria que, segundo os dados publicados no BDEP, foi perfurada at hoje.Palavras-chave: Membro Outeiro, atributo ssmico, Formao Lagoa Feia, Campo de Namorado, Turbidito.

    ABSTRACT R. Blaquez, M.G.C. Vincentelli, Joel Carneiro de Castro, S.A.C. Contreras Determination of a turbite level distributionin the Maca Formation, Namorado Field, using seismic attributes . This study was developed on the basis of petrophysics characterization,3D seismic interpretation, and rock-wire-log integration. The results were integrated with amplitude attribute through cross plot (roattribute x amplitude value). 3D seismic data also allowed interpreting the top of Lagoa Feia, Maca, and Carapebus formations, aOuteiro Member. The analyses of the maps of structures and attributes, integrated with wire-log data, suggest that Namorado turbidlevel is candidate to be mapped with stratigraphic attributes like AverageTroughAmplitude, RMS velocity and TotalAbsoluteAmplitu

    Lagoa Feia Formation attribute maps (Dip-Azimuth and TotalEnergy) allows to interpret a low fault density at the carbonate coquilevel in the Namorado field. This level is also considered one at the best seismic reflector and an important reservoir of the Campos BaKeywords: Outeiro Member, seismic attribute, Lagoa Feia Formation, Namorado Field, turbidite.

    INTRODUO

    A determinao da distribuio de reasprospectivas nas diferentes bacias, em si, constitui umelemento importante na explorao de hidrocarbonetosde um pas.

    O Campo de Namorado, em conjunto com outros

    campos maiores da Bacia de Campos, representa o incioda explorao petroleira de sucesso no Brasil, iniciadana dcada de 70 e ainda alvo de pesquisa, inclusive

    para a PETROBRAS, em que se salienta a importnciaeconmica dos arenitos turbidticos do Campo deNamorado e a representatividade geral dos reservatriosturbidticos na produo petrolfera brasileira.

    Sendo esse um campo maduro, oferece dificul-

    dades na hora de propor novas locaes e do uso detcnicas modernas podem emergir novas propostas enveis re-exploratrios, o que se torna importante ante

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    a perspectiva de se alcanar a auto-suficinciaenergtica em 2006. A plataforma P-50, ancorada naBacia de Campos, produzir at o final do ano 180 milbarris a mais de petrleo por dia (a partir de abril) e,em conjunto com a plataforma P-34, ir garantir a auto-suficincia no final de 2006, com uma produoestimada de 1 milho e 910 mil barris dirios. Essaauto-suficincia, prev-se, poder ser perdida numperodo no maior que 5 anos, se o Brasil no for capazde incorporar reservas.

    O pas poder incorporar novas reservas aumen-tando as recuperveis em campos maduros, como oCampo de Namorado, ou encontrando novas jazidas, eem ambos os casos vai-se requerer a utilizao detcnicas modernas e pessoal treinado em tecnologiasatuais no processo de identificar reas prospectivascom tcnicas no-tradicionais.

    nesse cenrio que se insere esta pesquisa.De um lado, muitas tm sido as pesquisas na rea

    de processamento do dado geofsico, mas poucas soas pesquisas focadas no uso do volume de dados comviso re-exploratria e com uso desoftwares e tcnicasde ltima gerao. Visualizar e analisar reas que jforam exploradas, ou visualizar reas exploratriasmenores que geralmente so identificadas em proces-sos re-exploratrios, assume grande relevncia.

    De outro lado, o projeto foi desenvolvido utilizandoo conjunto de dados ssmicos e de poos fornecidospela Agncia Nacional do Petrleo para as univer-

    sidades no CD-ROM do Campo Escola de Namorado

    (1999), tendo em vista o treinamento do pessoal narea de integrao de dados geofsicos e geolgicos, eprocessamento dos dados.

    O objetivo principal do estudo consiste emdesenvolver uma ferramenta metodolgica eficiente nacaracterizao de nveis turbidticos prospectivos, tantono Campo de Namorado como em campos anlogoscom presena de turbiditos. Alm disto, o estudopretende caracterizar com atributos ssmicos no-convencionais as coquinas da Formao Lagoa Feia,consideradas um dos principais reservatrios na Baciade Campos.

    Mais especificamente, pretende-se identificar umametodologia de uso de atributos ssmicos integrado comanlise de registros de poo, que permitir caracterizaros nveis turbidticos em reas com a sua presena,sendo este o caso do Campo de Namorado. Alm disto,ser caracterizada a densidade de fraturas no nveldas coquinas da Formao Lagoa Feia, utilizandomapas de atributos estruturais.

    Os resultados e concluses deste projeto estobaseados em fontes de informao pblicas da Baciade Campos, sendo possvel que algumas destaspropostas j tenham sido testadas, mas no publicadaspor empresas de petrleo.

    A rea de estudo localiza-se na Bacia de Camposentre as coordenadas 222923 e 222337 de latitudesul, e 401930 e 402645 de longitude oeste, a cercade 80 kmoffshore do Estado do Rio de Janeiro,

    abrangendo uma rea total de 57 km2 (Figura 1).

    FIGURA 1. Localizao da rea de estudo.

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    CONSIDERAES GEOLGICAS

    Um dos dois nveis estratigrficos avaliados nesteestudo o da primeira unidade arenosa turbidticadepositada durante o Albiano-Cenomaniano, conhecidainformalmente como turbidito Namorado. Esta unidadecorresponde ao primeiro ciclo de gua profunda quese depositou sobre a plataforma carbontica albiana;um segundo nvel est associado s coquinas daFormao Lagoa Feia, de idade barremiana.

    Com relao formao turbidtica, o poo 7-NA-12-RJS testemunhou todo o reservatrio, que alcana135 m. Por meio de anlise faciolgica-seqencial ecalibrao rocha-perfil do respectivo poo, foi possvelcompartimentar o reservatrio em trs seqnciasdeposicionais. O turbidito Namorado apresenta contatodiscordante-erosivo com calcilutitos, margas e folhelhosdo Membro Outeiro da Formao Maca, e recoberto

    abruptamente por drape hemipelgico de folhelho acalcilutito, que corresponde ao selante do campo emarca o final do episdio turbidtico.

    Nas trs seqncias, que constituem naturalmentezonas-reservatrio, com tendncia de afinamentoascendente, foram identificadas oito associaesfaciolgicas. Deve-se mencionar que a seqnciamapeada e avaliada neste estudo corresponde segunda seqncia deposicional do turbidito, a qual estcontida na poro do volume ssmico 3D do Campo deNamorado. As trs principais fcies-reservatrio so

    conglomerados, arenitos macios e arenitos comintercalaes de folhelho e estruturas de deformao.A quase completa testemunhagem do 7-NA-12-

    RJS e a localizao deste na poro central do Campode Namorado, emprestam ao poo uma grande repre-sentatividade. As trs seqncias deposicionais, cadaqual com tendncia ascendente de detrtica a carbon-tica, constituem uma ferramenta adequada para ozoneamento e mapeamento dos corpos-reservatrio.A tima qualidade de seus reservatrios, especialmenteos arenitos macios, deve-se sua possana, textura(arenito fino/grosso com seleo regular, e baixaargilosidade) e diagnese favorvel (baixo a moderadograu de empacotamento). O elevado teor argilosodo arenito no perfil raios gama deve-se provavelmente composio arcoseana do reservatrio.

    A Formao Maca ocorre sobreposta discor-dantemente Formao Lagoa Feia, esta ultimaconstituindo o segundo nvel-alvo deste estudo. A

    Formao Lagoa Feia tem sua poro basal constitudapor depsitos vulcanoclsticos, seguidos deconglomerados e arenitos lticos, siltitos e folhelhossedimentados durante a fase rifte. Nessas rochas estintercalado o Membro Coqueiros, constitudo porcoquinas de pelecpodes formando corpos com 15 a100 m de espessura (Rangel et al., 1994). Estascoquinas so bem refletidas no dado ssmico e soconsideradas uns dos principais reservatrios na Baciade Campos. Segundo Rangel et al. (1987), a interpre-tao paleoambiental reconhece a presena de leques

    aluviais, alm de sistemas fluviais, interpretao estaverificada nos mapas de atributos ssmicos geradosneste nvel.

    DADOS E MTODOS

    Os dados utilizados consistem em: conjunto de 251 linhas ssmicas 2D extradas do

    volume ssmico 3D original, fornecidas no CD doCampo Escola de Namorado, carregadas noSeisVision como um volume Pseudo-3D atravsda ferramenta SegyBinder, aplicativo do SeisVisionno software Geographix;

    sete poos com perfilagem de raios gama (GR),resistividade (ILD), densidade (RHOB), neutro(NPHI),caliper e snico (DT), disponibilizadosem formato .LAS;

    descries de testemunhos no formato ANASETE.O estudo foi desenvolvido caracterizando os perfis

    de poos atravs de integrao rocha-perfil. Nestacaracterizao includa a identificao de litotiposnos nveis de arenito e avaliada com as descries de

    testemunhos fornecidos no banco de dados.A descrio petrofsica do nvel-reservatrioturbidito Namorado foi realizada utilizando os registros

    de raios gama (GR), resistividade (ILD), densidade(RHOB), neutro (PHIN). Estes registros foramcarr egados no programa PRIZM do Geographix ecalculou-se a saturao de gua segundo o modelo desaturao preestabelecido baseado no contedo deargila; neste sentido, por serem nveis com contedode argila prximo de 20%, utilizou-se a equao desaturao. O volume de argila foi calculado a partir doperfil de raios gama (GR); a porosidade da formaofoi calculada utilizando o registro de neutro (PHIN) eo registro de densidade (PHID), convertendo a escalade densidade em escala de porosidade; o contedo defluido foi interpretado a partir do registro de resistivi-dade, considerando que no Campo de Namorado o poo7-NA-0011A-RJS testou petrleo no turbidito objetodeste estudo medindo 5,5 ohm.m para a temperatura

    da formao, no registro de resistividade; o conjuntodestes clculos, alm da saturao de gua, constituema caracterizao fsica da rocha-reservatrio.

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    Deve-se mencionar que para realizar o clculode saturao de gua so necessrios alguns par-metros, como o coeficiente de cimentao (m), ocoeficiente de tortuosidade (a), e o valor da resisti-vidade da gua de formao ( Rw). O parmetroa ,segundo experimentos de laboratrio do Vasquez(2000), de 1,8. O parmetrom no aparece na litera-tura, e quando aparece, no caso do Campo deNamorado, apresenta erros; este parmetro foi calcu-

    lado neste estudo utilizando o conceito de Fator deFormao definido por Archie (1941), obtendo-se umvalor de 2,15. Com relao ao Rw, Silva (1988) mediuem laboratrio a gua de formao do ArenitoNamorado no Campo de Namorado, com 97.000 ppmde NaCl a 25C, o que se traduz num Rw de 0,075ohm.m a 25C. Para completar o ajuste do Rw utilizado oPickett Plot (Figura 2), resultando no Rw aser utilizado neste trabalho de 0,018ohm.m a 119C.

    O processo final da anlise petrofsica estrelacionado ao clculo dos parmetros de corte para oCampo de Namorado, permitindo determinar se oturbidito aqui estudado se encontra dentro dos valoresmximos de volume de argila e saturao de gua quepode conter o nvel para ser considerado produtor, e secontem os valores mnimos de porosidade para serconsiderado potencial produtor da bacia.

    Com objetivo de integrar os dados ssmicos e depoo, alm de conhecer qual o parmetro da rocha

    que est sendo refletido no dado ssmico, foramelaborados os grficos cruzados de porosidade xamplitude (Figura 3), volume de areia x amplitude

    (Figura 4), e volume de hidrocarboneto x amplitude(Figura 5).

    Estes valores foram integrados com atributosssmicos calculados a partir dos valores de amplitudeprocedente do dado ssmico. Paralelamente, foraminterpretados sobre o volume ssmico 3D os topos dasformaes Lagoa Feia, Maca e Carapebus, incluindoa interpretao do Membro Outeiro da FormaoMaca, e do turbidito Namorado. Estes toposestratigrficos foram calibrados com o sismograma

    sinttico construdo com o programa Syntool daLandmark (Figura 6), a partir do perfil snico e dedensidade do poo 7-NA-0011A-RJS.

    FIGURA 2. Ajuste de Rw com uso do Pickett Plot.

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    A interpretao do dado ssmico foi realizada com

    o mdulo SeisVision do Geographix, o que permitiuconfeccionar os mapas estruturais dos diferentes nveisestratigrficos e integrar os mesmos com os dados de

    poo. Com o mesmo programa, foram geradas e anali-

    sadas as respostas dos seguintes atributos ssmicos: Avgerage Energy , Avgerage Reflection Strength , Avgerage Trough Amplitude , Maximum Absolute

    FIGURA 6. Linha ssmica em tempo (s), interpretada e calibrada no Campo de Namorado, com direo norte-sul.

    FIGURA 4. Grfico cruzado de volume de areia x amplitude.

    FIGURA 5. Grfico cruzado de contedo de hidrocarboneto x amplitude.

    FIGURA 3. Grfico cruzado de porosidade x amplitude.

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    ANLISE DOS RESULTADOS

    O primeiro resultado a ser apresentado estassociado com a interpretao ssmica da primeiraseqncia de turbiditos sedimentada dentro daFormao Maca (Figura 7), esta seqncia foiidentificada em poo como seqncia 2 no trabalho doGulelmo Souza (2005).

    O mapa estrutural em tempo (Figura 8) indica quea primeira seqncia turbidtica da Formao Maca

    no Campo de Namorado no est distribuda ao longo detodo o campo, fato verificado no poo 3-NA-0005A-RJS,apresentando altos estruturais nas pores sudoeste enoroeste. Neste sentido, o poo NA-0019-RJ est forado cubo ssmico, no sendo possvel verificar se o altoestrutural se prolonga at este poo; se assim for, oque marcado pela tendncia do mapa, a produodeste poo poderia estar associada sua posio

    estrutural. No este o caso dos poos 3-NA-0017A-RJS,3-NA-0021B-RJS e 7-NA-0011A-RJS, cuja posioestrutural no a mais favorvel para a produode hidrocarboneto, embora eles sejam bons pro-dutores.

    As falhas apresentadas no mapa, em geral, sofalhas normais que no esto contribuindo com oarmazenamento do hidrocarboneto, segundo as

    perfuraes de poo realizadas at hoje.A partir dos grficos cruzados calculados severifica na Figura 9 que o nico que corresponde coma linha reta o grfico de porosidade x amplitude; istoindica que os mapas de amplitude esto respondendolinearmente ao atributo de porosidade da rocha e, ento,quanto maior for a amplitude, maior ser a porosidadeapresentada pela rocha.

    FIGURA 7. Linha ssmica aleatria em tempo (s), cruzando os poos 3-NA-0005A-RJS,7-NA-0021B-RJS, 7-NA-0011A-RJS e 3-NA-0017A-RJS.

    Amplitude , RMS , Total Energy , Total Absolute Amplitude e Maximum Peak Amplitude .

    Finalmente, a integrao do dado geolgico com odado ssmico, em conjunto com a anlise do dos resultados,deve permitir predizer, se existirem, reas prospectivasque possam se converter em alvos re-exploratrios.

    Com relao ao trabalho desenvolvido sobre o nveldas coquinas da Formao Lagoa Feia, a diferena nametodologia est associada analise dos mapas deatributos estruturais, incluindo a gerao do mapa de

    Dip-Azimuth que permite visualizar a densidade dasfraturas neste nvel prospectivo.

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    FIGURA 8. Mapa estrutural em tempo da primeira seqncia turbidtica da Formao Maca no Campo de Namorado.(a): projeo 3D do mapa estrutural apresentando o turbidito afundando no oeste.

    FIGURA 9. Comparao dos grficos cruzados. (a) relao linear entre porosidade e amplitude. (b) relao no linearentre volume de areia e amplitude. (c) relao no linear entre volume de hidrocarboneto e amplitude.

    Dos mapas de atributos calculados para o turbidito,so os mapas develocidade RMS (Figura 10) e

    Avegerage Trough Amplitude (Figura 11) que esto

    apresentando o melhor resultado para anlise. A partirdos mapas verificado que os poos produtores estoassociados numa faixa de amplitude entre 10.000 e

    14.000, e numa faixa de velocidade entre 8.000 e 10.000m/s, surgindo uma rea interessante e prospectiva athoje no perfurada (segundo a posio de poos

    pblicos e confidenciais do Banco de Dados deExplorao e Produo BDEP). Tal rea estlocalizada no bloco direito e soerguido da falha

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    identificada com a letra A no mapa estrutural (Figura8), e que se apresenta no mapa develocidades RMSe no mapa de amplitude dentro de um crculo branco.

    O turbidito Namorado, em sua primeira seqnciadepositada no Campo de Namorado, apresentou ascaractersticas petrofsicas apresentadas na Tabela 1referentes a quatro poos (3-NA-0006D-RJS,8-NA-0027D-RJS, 7-NA-0035D-RJS, 7-NA-0051D-RJS),avaliados no projeto do Gulelmo Souza (2005) e norecalculados para este trabalho, mas sim consideradospara a anlise dos atributos de rocha integrados comatributos ssmicos.

    Da tabela determina-se que o turbidito produtor

    apresenta um volume de areia na ordem de 78%, umaporosidade mdia de 17,5 %, verificando-se 70% deareia petrolfera no poo 7-NA-0011A-RJS, e umasaturao de gua de 23,9 %. Tais valores mdiosconsideram os poos preenchidos com petrleo nestenvel, enquanto aqueles poos que esto preenchidoscom gua no foram considerados devido a que algunsdeles esto no baixo estrutural, o que poderia indicarque esto cortando a jazida abaixo do contato leo/ gua; em outros poos coincidem com os valores baixosde porosidade, o que poderia estar indicando um limitelateral do reservatrio devido a mudana nas caracte-rsticas da rocha-reservatrio.

    FIGURA 10. Mapa de atributovelocidade RMS sobre a primeira seqncia turbidtica da Formao Maca.

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    FIGURA 11. Mapa de atributo Average Trough Amplitude sobre a primeira seqncia turbidtica da Formao Maca.

    Aps serem calculados os parmetros de corte(Figura 12) utilizando como resistividade mnima deproduo 5.5 ohm_m (valor este medido no nvel mapea-

    do da Formao Maca, no poo antes mencionado),calcula-se que uma jazida com prospectividade nestenvel tem que apresentar uma saturao mxima de

    TABELA 1. Caractersticas petrofsicas da primeira seqncia turbidtica da Formao Maca, Campo de Namorado.

    gua de 22%, volume mximo de argila de 27% eporosidade mnima de 14,7%. Comparando os valorespetrofsicos de corte com as caractersticas do reserva-

    trio, determina-se que o risco est associado com apresena de gua no nvel estudado, o que no compro-mete a prospectividade da rea.

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    FIGURA 12. Parmetros de corte para o Campo de Namorado (Swi = 4%, Sw = 22%,Vsh = 27%, corte = 14,7%).

    FIGURA 13. Mapa de atributoTotal Energy sobre as coquinas da Formao Lagoa Feia.Falha interpretada, apresentando direo preferencial N10E.

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    No trabalho realizado sobre o nvel das coquinasda Formao Lagoa Feia, correspondendo gerao de mapas de atributos com objetivo devisualizar densidade de falhas, a melhor respostafoi dada pelos mapas de Dip-Azimuth e Total

    Energy (Figura 13). Mesmo com objetivo estru-

    tural, foi realizado o teste de clculo dos mapas deatributos estratigrficos, obtendo boa resposta nomapa Average Trough Amplitude (Figura 14) epermitindo visualizar o paleoambiente fluvial caracte-rizado por Rangel (1987, segundo Rangel et al., 1994)para a Formao Lagoa Feia.

    FIGURA 14. Mapa de atributo Average Trough Amplitude sobre as coquinas daFormao Lagoa Feia, indicando geometria de canais fluviais.

    A partir dos mapas estruturais, determinou-se queas falhas associadas com o nvel de coquinas daFormao Lagoa Feia so falhas normais de direo

    preferencial N10E, apresentando-se com baixadensidade na regio do Campo de Namorado, fato quediminui a prospectividade daquele nvel.

    CONCLUSES

    Com relao ao Membro Outeiro, foi determinadaa distribuio do turbidito prospectivo j perfurado etestado pelos poos 1-RJS-0019-RJ, 7-NA-0011A-RJS,

    3-NA-0017A-RJS e 3-NA-0021A-RJS, baseando-sena interpretao do mapa de atributo MaximumTrough Amplitude ; tal turbidito tem extenso lateral

    para sudeste do campo de Namorado, rea que segundoos dados de poos pblicos e confidenciais (BDEP)no foi perfurada at hoje, abrindo-se a possibilidade

    de uma rea re-exploratria num campo maduro como Namorado. Deve-se relembrar que os resultados econcluses deste estudo esto baseados em fontes de

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    informao pblicas da Bacia de Campos, sendopossvel que algumas destas propostas j tenham sidotestadas, mas no publicadas por empresas de petrleo.

    Finalmente, o nvel das coquinas da FormaoLagoa Feia no apresenta boa prospectividade, seconsiderada a densidade de fraturas como elementofundamental na capacidade de armazenamento dehidrocarboneto neste nvel. O fato de ter sido visualizado

    o paleoambiente fluvial nos mapas de atributos indicaque este nvel poderia apresentar produo de hidro-carboneto associada a este tipo de ambiente.Recomenda-se realizar um estudo detalhado neste nvelcom objetivo de caracterizar as feies estratigrficase verificar se o mesmo j est produzindo hidrocarboneto,ou se ele seria potencialmente produtor de petrleo,abrindo a possibilidade de ser outro nvel re-exploratrio.

    AGRADECIMENTOSAgradecemos a Landmark Graphics por ter disponibilizado osoftware Geographix e Landmark viaGrant Program ao Laboratrio

    de Interpretao de Dados Ssmicos e Geolgicos (LISG) do Instituto de Geocincias e Cincias Exatas/UNESP/Campus de Rio Claro.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Manuscrito Recebido em: 7 de abril de 2006 Revisado e Aceito em: 11 de agosto de 2006