Métodos Não Sísmicos

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 Métodos Não-sísmicos -151  -84  -59  -42  -30  -20  -12  -5 2 5  8 11  17 24  31  39  48 59  73  97 157 nT 35° W 40° W 45° W 50° W 55° W 60° W 65° W 70° W 5° N 5° N 5° S 5° S 10° S 10° S 15° S 15° S 20° S 20° S 25° S 25° S 30° S 30° S 35° S 35° S µ   O  c  e  a   n  o   A   t    l   â   n   t   i  c  o   O   c   e   a   n   o     P   a   c    í   f    i   c   o  A m é r i c a d o S u l + + + +  + + + + +  SBGf  boletim Publicação da Sociedade Brasileira de Geofísica Número 5.2011 – ISSN 2177-9090 SBGf dene plano de ação para 2012/2013 INSTITUCIONAL, PÁG. 3 Aerogeofísic a: Um caminho de sucesso na busca pelo ouro no Pará PESQUISA, PÁG. 12

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Sísmica, Métodos não sísmicos, geofísica, geologia.

Transcript of Métodos Não Sísmicos

  • Mtodos No-ssmicos

    -151 -84 -59 -42 -30 -20 -12 -5 2 5 8 11 17 24 31 39 48 59 73 97 157 nT

    35 W40 W45 W50 W55 W60 W65 W70 W

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    SBGfboletim

    Publicao da Sociedade Brasileira de Geofsica

    Nmero 5.2011 ISSN 2177-9090

    SBGf defi ne plano de ao para 2012/2013INSTITUCIONAL, PG. 3

    Aerogeofsica: Um caminho de sucesso na busca pelo ouro no ParPESQUISA, PG. 12

  • ADMINISTRAO DA SBGf

    Presidente Ana Cristina B. F. Chaves

    Vice-presidenteRenato Cordani

    Secretrio-GeralFrancisco Carlos Neves de Aquino

    Secretrio de FinanasMarco Antnio Pereira de Brito

    Secretrio de Relaes InstitucionaisRenato Lopes Silveira

    Secretrio de Relaes AcadmicasAdalene Moreira Silva

    Secretrio de PublicaesLuiz Geraldo Loures

    ConselheirosAdriana Perptuo Socorro da SilvaEdmundo Julio Jung Marques Eduardo Lopes de FariaEliane da Costa AlvesEllen de Nazar Souza GomesJorge Dagoberto HildenbrandJurandyr SchmidtMarcelo Sousa de AssumpoNeri Joo Boz Paulo Roberto Porto Siston

    Secretrio Diviso Centro-SulPatricia Pastana de Lugo

    Secretrio Diviso Centro-OesteWelitom Rodrigues Borges

    Secretrio Diviso SulSilvia Beatriz Alves Rolim

    Secretrio Diviso Nordeste MeridionalCarlos da Silva Vilar

    Secretrio Diviso Nordeste SetentrionalRosangela Correa Maciel

    Secretrio Diviso NorteCcero Roberto Teixeira Rgis

    Editor-chefe da Revista Brasileira de Geofsica Cleverson Guizan Silva

    Secretrias executivasIvete Berlice DiasLuciene Victorino de Carvalho

    Coordenadora de EventosRenata Vergasta

    Assistente de EventosCarolina Santinoni Esteves

    BOLETIM SBGf

    Editora-chefe Adriana Reis Xavier

    Editor AssociadoGustavo Frana FariaMTb 2612/DF

    Diagramao Bianca Fernandes Lobianco

    Estagirio de InformticaRafael do Sacramento Carlos

    Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuio restrita

    O Boletim SBGf tambm est disponvel no site www.sbgf.org.br

    Sociedade Brasileira de Geofsica - SBGf

    Av. Rio Branco, 156 sala 2.50920040-901 Centro Rio de Janeiro RJTel/Fax: (55-21) [email protected]

    EDITORIAL

    A expanso gradual dos mtodos no-ssmicos

    CONFIRA NESTA EDIO

    OURO PRATA

    3 INSTITUCIONAL Reunio decide o plano de ao da SBGf

    para o binio 2012/2013

    SBGf presta homenagens em confraternizao

    de fi m de ano

    SBGf no 81 congresso da SEG

    em San Antonio, Texas, EUA

    Palestra sobre fator de recuperao de

    Reservatrios de Petrleo atravs da Ssmica

    4D reuniu 23 inscritos na SBGf

    8 HOMENAGEMIn Memoriam - Muhamad Amin Baccar,

    Anbal Queiroz Filho e Francisco Emilson de

    Farias Evangelista

    5 UNIVERSIDADES Presena da Geofsica na Semana Nacional

    de Cincia & Tecnologia 2011 3 Semana Acadmica da Faculdade de

    Geologia da UERJ e 12 Semana de

    Geofsica da UFRJ

    II Semana de Geofsica da UFRN

    IX Encontro de Engenharia de Explorao

    e Produo de Petrleo

    3 Encontro Nacional de Estudantes

    de Geofsica (ENEGEOF)

    10 CONHECIMENTO Museu da Geodiversidade da UFRJ:

    divulgao cientfi ca em alto nvel

    12 PESQUISAAerogeofsica: Um caminho de sucesso

    na busca pelo ouro no Par

    18 ARTIGO TCNICOA importncia do mtodo magnetotelrico na

    explorao das bacias terrestres brasileiras

    Patricia de Lugo e Stephanie Senderowitz

    11NOTAS Norma ABNT para aplicao de mtodos

    geofsicos est em vigor

    Programa Atrao de Talentos da Petrobras

    FUNDO SBGf

    CAPA: Mapa AeromagnetomtricoProjeto Aeromag Brasil (ANP/CPRM)

    BRONZE

    A predominncia do mtodo ssmico nas atividades de prospeco de recur-sos minerais e energticos de tal magnitude que se cunhou a designao de mtodos no-ssmicos para englobar todos os demais mtodos geof-sicos. Estima-se que, com exceo da China e dos pases que pertenciam a antiga Unio das Repblicas Socialistas Soviticas, so investidos em dolres anualmente cerca de 1,5 bilho em atividade ssmica, enquanto so aplicados 100 milhes em prospeco area (gravimetria, magnetometria e gamaespectrometria), 100 milhes em prospeco eletromagntica marinha (MT e CSEM) e 20 milhes em prospeco eletromagntica terrestre (MT). Entretanto, esse cenrio est mudando gradualmente graas ao incremen-to das atividades de explorao envolvendo mtodos no-ssmicos. Essa constatao pode ser verifi cada considerando a situao atual no Brasil, decorrente de trs projetos que esto sendo contratados pela Agncia Na-cional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP) para aquisio de dados magnetotelricos (ver artigo tcnico p. 18) nas Bacias do Amazonas, Parecis e Paran.

    Por outro lado, a ANP est organizando uma base de dados gravimtri-cos terrestres para centralizar a guarda destas informaes provenientes da academia e da indstria. Ao passo que, em agosto de 2011, durante a reali-zao do ltimo congresso da SBGf no Rio de Janeiro, a ANP em associao com o Servio Geolgico do Brasil (CPRM) disponibilizou comunidade o mapa aeromagnetomtrico do Brasil que reproduzido na capa desta edio. Boa leitura.

    13 ESPECIALMtodos no-ssmicos avanam no Brasil Empresas investem e obtm resultados

    positivos

    Mtodos no-ssmicos & Mtodos ssmicos

    Foto: Arqu

    ivo MGeo

  • Boletim SBGf | nmero 5 2011 3

    INSTITUCIONAL

    SBGf PRESTA HOMENAGENS EM CONFRATERNIZAO DE FIM DE ANOEm 15 de dezembro foi realizada a festa de fi m de ano

    da SBGf, com a presena de 250 associados, na casa de

    shows Rio Scenarium, no Rio de Janeiro. Em clima de

    confraternizao, o secretrio de relaes institucionais

    Renato Lopes Silveira deu incio apresentao da noite

    e a presidente da sociedade, Ana Cristina Chaves, fez um

    balano das aes e atividades desenvolvidas em 2011,

    agradecendo a todos no fi nal de seu discurso.

    Durante a cerimnia foram homenageados, com uma

    placa comemorativa, Mario Reinaldo Gageiro Kieling, Ma-

    ria Laura Vereza de Azevedo e Roberto Breves Vianna.

    Membro da SBGf desde 1989 e tendo participado ati-

    vamente de todos os congressos e eventos da sociedade,

    Mario Reinaldo Gageiro Kieling representa a norueguesa

    TGS-Nopec. Sinto-me muito honrado com a lembrana.

    Estou trabalhando em Geofsica h mais de 30 anos e des-

    de o primeiro congresso, em 1989, tenho participado da

    sociedade. Nos dias de hoje vejo com satisfao o enorme

    interesse e participao dos jovens profi ssionais e estu-

    dantes de Geofsica nos eventos da SBGf. Assim, alm do

    reconhecimento aos promotores da sociedade e da profi s-

    so, essa premiao, que acontece todos os anos, tambm

    deve servir como incentivo aos jovens geofsicos a cola-

    borarem e trabalharem pela SBGf num processo contnuo

    de renovao.

    Formada em Geologia pela UFRJ, Maria Laura Vereza

    de Azevedo fez curso de especializao em Geofsica na

    UFPA e responsvel pela Chefi a da Diviso de Geofsica

    da CPRM. Sou uma apaixonada pela rea de Geofsica,

    onde atuo h 35 anos, quando ingressei na CPRM. Receber

    essa homenagem da SBGf gratifi cante, por saber que o

    meu trabalho tem contribudo para o desenvolvimento da

    Geofsica no Brasil.

    Gelogo formado pela USP, Roberto Breves Vianna

    iniciou a carreira na Petrobras, ps-graduado em Geof-

    sica pela UFBA, foi representante do Brasil no Convnio

    Geofsico Brasil-Alemanha e gerente do Departamento de

    REUNIO DECIDE O PLANO DE AO DA SBGf PARA O BINIO 2012/2013Em 3 de dezembro, a diretoria, o conselho nacional e as se-

    cretarias regionais da SBGf se reuniram no Rio de Janeiro

    com o intuito de traar o Plano de Ao para 2012/2013.

    Foram discutidos diversos assuntos pelos 17 membros

    presentes no encontro. Alm da ateno contnua com a

    profi ssionalizao da SBGf, foi adicionado um novo com-

    promisso para a atual gesto: a preocupao com uma atu-

    ao sustentvel.

    Na rea de publicaes foram decididas mudanas na

    Revista Brasileira de Geofsica (RBGf), incluindo a submis-

    so eletrnica de artigos e a adequao dos textos para o

    idioma ingls com o objetivo de expandir a visibilidade dos

    artigos dentro da comunidade cientfi ca internacional. Ini-

    cialmente a SBGf ir ajudar na traduo dos artigos, caso

    necessrio. Sero ainda publicados anualmente dois forma-

    tos de livros, com edio da SBGf. Para 2012 est previsto o

    lanamento de uma obra em capa dura e duas do tipo bro-

    chura, dentro da coletnea intitulada Sries de Geofsica.

    Uma rea que receber igualmente ateno a de in-

    fraestrutura de informtica (TI), que contar com uma re-

    viso de sistemas e banco de dados para que estes estejam

    adequados a demandas futuras. O site www.sbgf.org.br ter

    novidades com a criao de uma rea do associado, na

    qual ele poder atualizar seus dados cadastrais, emitir o

    boleto para o pagamento da anuidade, entre outros servi-

    os online.

    Os eventos organizados e apoiados pela SBGf sero

    reestruturados quanto aos seus objetivos e s suas carac-

    tersticas para que possam ser planejados com mais ante-

    cedncia e qualidade. Nesta questo se torna fundamental

    o fortalecimento do Fundo de Apoio Cincia Geofsica,

    que possui o propsito de desenvolver aes em prol da

    geofsica, por meio do auxlio de empresas do setor.

    Sem dvida o trabalho grande e no terminar nes-

    te mandato, prosseguir no futuro. O objetivo de todos os

    que passam pela administrao da SBGf continua sendo o

    de trabalhar voluntria e apaixonadamente para fortalecer

    nossa associao cientfi ca que retrata a Geofsica brasi-

    leira, afi rma a presidente da SBGf, Ana Cristina Chaves,

    sobre o Plano de Ao para 2012/2013.

    Geofsica do Consrcio IPT/CESP (Paulipetro). Foi servidor

    da ANP, trabalhando como geofsico da Superintendncia

    de Explorao, e atualmente desempenha o papel de con-

    sultor de empresas de geofsica. Ns estamos acostuma-

    dos a medir a intensidade das variaes fsicas, dos diver-

    sos campos de estudo da geofsica, por meio de unidades

    adequadas. Assim, h uma unidade para medir as cons-

    tantes elsticas das rochas, a velocidade de transmisso

    do sinal ssmico, a atrao gravitacional, a intensidade do

    campo magntico e por a afora. No entanto, ainda no

    defi niram uma unidade capaz de medir a satisfao pes-

    soal, a emoo, os sentimentos que nos acometem quando

    somos surpreendidos pelo reconhecimento de nossos co-

    legas. Eu diria que incomensurvel medir. A importncia

    to grande que nos move de espao. Como se costuma

    dizer, estou em rbita extraterrestre. Hoje, a SBGf conta

    com mais de 5 mil membros, que atuam em universidades,

    centros de pesquisa, indstrias de servios e de explora-

    o de recursos minerais e energticos. Ser agraciado com

    uma homenagem em to seleta coletividade uma honra,

    que me desvanece sobremaneira. Ser considerado desta-

    que nesta comunidade muito importante para mim.

    Veja outras fotos do evento no site www.sbgf.org.br.

    Os homenageados: Mario Reinaldo Gageiro Kieling, Maria Laura Vereza

    de Azevedo e Roberto Breves Vianna

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  • INSTITUCIONAL

    Boletim SBGf | nmero 5 20114

    SBGf NO 81 CONGRESSO DA SEG EM SAN ANTONIO, TEXAS, EUAEntre 18 e 23 de setembro a SBGf esteve presente no maior

    evento da geofsica do mundo, o SEGs International Ex-position and Annual Meeting, que chegou a sua 81 edio em 2011 e foi realizado em San Antonio, Texas (EUA). Em seu estande na exposio, prximo s sesses do SEG Pavillion e do SEG BookShop, a SBGf representou o Brasil e recebeu os visitantes com a costumeira receptividade. Embora a SBGf no tenha participado das atividades tc-nicas, o comentrio geral dos brasileiros e associados que visitaram o estande foi de que a qualidade dos trabalhos do evento continua sendo muito alta e a entrada dos chi-neses foi bastante percebida, comentou a presidente da SBGf, Ana Cristina Chaves.

    Realmente os nmeros da 81 SEG foram impressio-nantes. No total foram 8.202 inscritos que acompanharam 625 apresentaes orais e 240 apresentaes de psteres. No espao da exposio 1.283 estandes foram distribudos em quatro pavilhes, com cerca de 350 empresas, institui-es e universidades expositoras.

    Durante o evento a SBGf fi rmou alguns acordos e participou de vrias atividades rela-cionadas sua presena e alianas junto comu-nidade internacional. No dia 21 de setembro foi assinado um MoU (Memorandum of Un-

    derstanding) para a re-alizao no Brasil, em setembro de 2012, de um workshop em parceria entre a SBGf, SEG e SPE. Na ocasio estavam presentes representantes da SBGf (Ana Cristina Chaves, o conselheiro Eduardo Lopes de Faria e o associado Paul Cuningham) e da SEG (o presidente, Klaas Koster; o presi-dente eleito, Bob Hardage; e outros membros da diretoria). A SEG est muito interessada na realizao bem-sucedi-da deste evento e, de forma mais abrangente, no estreita-mento das relaes institucionais com a SBGf, diz Ana Cristina. Mais detalhes sobre o workshop sero divulgados posteriormente no Boletim SBGf.

    Os mesmos representantes da SBGf se reuniram com o diretor de publicaes da SEG, Ted Bakamjian, com o dire-tor de relaes globais, Kerry Cosby, e com a conselheira de relaes globais, Crystal Dugger, para tratar da possibi-lidade de edio conjunta de publicaes. Outro encontro foi com a gerente de programas para universidades e estu-dantes da SEG, Elsa Elena Velasco, onde foram abordados temas como a promoo de eventos em associao e a Conferncia Internacional de Estudantes de Geocincias, que ser sediada na Colmbia em 2013.

    Uma das atividades mais procuradas do evento foi o Latin America Luncheon, onde foi apresentada a palestra Latin America E&P Activity, Trends and Strategies pelo diretor snior de times regionais da IHS, Steve DeVito. Os associados da SBGf podem solicitar, gratuitamente, cpia desta palestra atravs do e-mail [email protected]. Aps o almoo os pases membros da Unio Latino-americana de Geofsica ULG (Argentina, Brasil, Colmbia, Venezuela e Mxico) fi zeram suas apresentaes institucionais.

    Na ocasio representantes da ULG (Ana Cristina Cha-ves, Sergio Chavez-Perez - Mxico, Jaime Checa - Colm-bia, Gustavo Cartens Argentina) e Crystal Dugger - SEG, se encontraram para tratar da retomada das atividades da ULG. Foram ainda discutidas formas de facilitar a reali-zao dos Challenge Bowls regionais (concurso de per-guntas e respostas para estudantes) e incluir patrocnios para a grande fi nal latino-americana, alm de uma maior atuao da ULG, em conjunto com as demais associaes locais, no planejamento do calendrio de eventos de ma-neira a evitar a superposio.

    PALESTRA SOBRE FATOR DE RECUPERAO DE RESERVATRIOS DE PETRLEO ATRAVS DA SSMICA 4D REUNIU 23 INSCRITOS NA SBGfFoi realizada no dia 1 de dezembro no auditrio da sede da SBGf, no Rio de Janeiro, a palestra Melhoramento do fator de recuperao de reservatrios de petrleo atravs da ssmica 4D, com apresentao do vice-presidente de Business Development Brazil e Angola da CGGVeritas, Jean-Louis Gelot. Os participantes puderam acompanhar a explanao do mestre em Engenharia Mecnica e Geofsica, que possui ampla experincia em geocincias de minerao, guas subterrneas e explorao de energia geotermal em diversos pases (Peru, Arbia Saudita, Nger, Portugal, Grcia, Frana). O palestrante ainda gerenciou uma empresa de softwares de geocincias nos EUA, onde desenvolveu suas habilidades em geoestatsticas e reservatrios. Na CGGVeritas desde 1998, o francs Jean-Louis Gelot ocupou cargos relacionados ao desenvolvimento de negcios e servios de ssmica e reservatrios no Brasil, Venezuela, EUA, Rssia e Angola. Ao fi nal da palestra a SBGf, que apoiou o evento, ofereceu um minicoquetel aos presentes.

    Outras palestras gratuitas devero ocorrer na sede da SBGf. Para conferir o calendrio de apresentaes, basta acessar o site da sociedade: www.sbgf.org.br.

    Juliana Vieira, Ana Cristina Chaves, Adriana Perptuo Socorro e Srgio

    Henrique Sousa Almeida

    Presidente da SEG, Klaas Koster, e a

    presidente da SBGf, Ana Cristina Chaves

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  • Palestra oferecida durante a SNCT na Universidade de So Paulo

    Boletim SBGf | numero 1.2008 5Boletim SBGf | nmero 5 2011 5

    UNIVERSIDADES

    PRESENA DA GEOFSICA NA SEMANA NACIONAL DE CINCIA & TECNOLOGIA 2011 Todos os anos o Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inova-o promove a Semana Nacional de Cincia e Tecnologia (SNCT). Com o tema principal Mudanas climticas, desas-tres naturais e preveno de risco, a edio de 2011 ocorreu entre 17 e 23 de outubro e contou com a ao de 833 insti-tuies nacionais ligadas C&T.

    Na rea da Geofsica, diversas unidades de ensino e pes-quisa participaram. O Observatrio Sismolgico (Obsis), do Instituto de Geocincias da Universidade de Braslia (UnB), apresentou sua Mostra Sismolgica permanente tendo como destaque a exposio Riscos Geolgicos e Desastres Natu-rais: a infl uncia de Vulces, Terremotos e Desabamentos em uma tenda montada na Esplanada dos Ministrios, em Braslia, especialmente para a SNCT. No mesmo local foi or-ganizada outra exposio do Museu de Geocincias da UnB.

    De acordo com George Sand de Frana, professor e pes-quisador do Obsis, a Mostra Sismolgica produzida por cerca de 20 professores e alunos de Geofsica da UnB e se prope divulgao para alunos de ensino mdio, vestibu-landos e professores. Nossa exposio tenta buscar a inte-ratividade com a sociedade. Alm do simulador sonoro de terremoto, foi apresentado um sismmetro onde os visitantes simulavam um terremoto com pulos em grupos, maquetes de tsunamis, batimetria, topografi a da Amrica do Sul e vde-os editados especialmente para esta exposio. Os visitantes reagiram positivamente, fazendo com que o nosso estande fosse um dos mais visitados. O tema levanta a curiosidade e a divulgao cientfi ca em Geofsica extremamente neces-sria para o entendimento da comunidade sobre a ao do geofsico no mercado, afi rma.

    Segundo o responsvel pelo Espao Geofsica (EG), que uma das atraes mais visitadas do Parque CienTec, da Universidade de So Paulo, professor Ailton Marcos Bassini, as apresentaes oferecidas contam com a colaborao de estudantes da USP e so pensadas para atender diferentes faixas etrias. Em visitas guiadas, o pblico apresentado a uma verdadeira aula de Geofsica sobre a estrutura interna do planeta Terra, sua dinmica e um breve relato sobre as ativi-dades desenvolvidas pelo geofsico, o mercado de trabalho e as perspectivas na prospeco de petrleo no pr-sal. Temos atividades sobre Geofsica o ano todo mediante agendamen-to das escolas e do pblico em geral. No Parque fi zemos este ano a SNCT estendida entre os dias 4 e 6 de novembro, com a participao de cerca de 2.150 pessoas. Tudo feito usando recursos multimdia, com palestras, fi lmes produzidos no EG, programas especfi cos de computador, alm de equipamen-tos geofsicos como sismgrafo digital, sensor de vibraes, equipamento de prospeco eletromagntica, GPS, eletro-m, gerador de eletricidade, pilha de volta, entre outros.

    Ailton Bassini tambm o coordenador do projeto Cincia Mvel, que visa levar cincia at as escolas, com atividades do EG, Fsica, Astronomia, Gruta Digital, Mate-mtica e Reciclagem. Normalmente o material apresentado impressiona e j convenceu muitos a fazerem Geofsica via vestibular ou via transferncia de outros cursos.

    Juntamente com a Mostra Sismolgica, o EG participou da exposio O que Geofsica? durante o 12 CISBGf, que tem conseguido agregar diferentes atividades.

    No Centro Universitrio do Norte, em Manaus, a princi-pal atividade relacionada Geofsica foi a palestra Mtodos geofsicos aplicados a estudos de Contaminao em subsu-perfcie, Arqueologia, Engenharia Civil e Geologia, minis-trada pela professora e consultora Jamile Dehaini, no dia 21 de outubro. Na ocasio foram apresentados os principais mtodos aplicados da geofsica rasa e estudos de casos com aplicao de eletrorresistividade e GPR.

    Esta palestra j foi apresentada em outros eventos, como tambm j organizei e ministrei minicursos de mto-dos geoeltricos com prtica de campo durante as edies passadas da SNCT, na Universidade do Estado do Amazonas. O nmero de vagas era limitado e teve que ser ampliado para 60 participantes, devido grande procura por parte dos estudantes e profi ssionais, conta a professora.

    Esta demanda atesta a relevncia da divulgao da Geo-fsica. Segundo a professora Jamile Dehaini, o pblico fi cou muito interessado em relao aos estudos de casos apresen-tados e fi zeram questionamentos sobre situaes vividas ou divulgadas na mdia em relao possibilidade de aplicao dos mtodos. Com certeza estes tipos de atividades so muito importantes, pois divulgam a cincia e criam uma conscin-cia sobre sua aplicao, justifi cada no dia a dia das pessoas e sobre a importncia do seu desenvolvimento.

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    O Museu da Geodiversidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro tambm promoveu atividades. Sempre parti-cipamos da SNCT e neste ano organizamos visitaes para o espao do museu, alm de conferncias sobre desastres natu-rais, completa o paleontlogo e professor do Departamento de Geologia da universidade, Ismar de Souza Carvalho.

    Foto: Arquivo EG/USP

  • NOTAS

    66 Boletim SBGf | nmero 5 2011

    3 SEMANA ACADMICA DA FACULDADE DE GEOLOGIA DA UERJ E 12 SEMANA DE GEOFSICA DA UFRJ

    UNIVERSIDADES

    Entre 22 a 26 de agosto, o campus Maracan da UERJ e o campus do Fundo da UFRJ receberam a 3 Semana

    Acadmica da Faculdade de Geologia da UERJ (SAGEO-

    -UERJ) e a 12 Semana de Geofsica da UFRJ (SGF-UFRJ),

    que tiveram por tema base Infraestrutura, Energia e Sus-

    tentabilidade para o Brasil.

    Com o apoio da SBGf, os eventos anuais realizados em

    conjunto so organizados pelos alunos de graduao da

    Faculdade de Geologia da UERJ e por professores da UFRJ

    e tiveram em 2011 pblico de cerca de 400 pessoas, entre

    profi ssionais da rea, estudantes e professores de Geologia

    e Geofsica de todas as universidades do Estado do Rio

    de Janeiro (UERJ, UFRJ, UFRRJ e UFF). No total foram

    apresentadas 20 palestras e sete minicursos com durao

    mdia de 4 a 18 horas ao longo da semana, ministrados

    tanto na UERJ quanto na UFRJ, com temas que passaram

    por Petrleo e Gs, Geofsica, Minerao, Meio Ambiente,

    Geologia voltada para Engenharia, Mapeamento Geolgi-

    co e Tectnico do Brasil e inovaes tecnolgicas aplicadas

    s Geocincias.

    Segundo uma das organizadoras do evento, profa.

    Paula Lucia Ferrucio da Rocha, do Instituto de Geocin-

    cias da UFRJ e UnB, as Semanas Acadmicas tambm

    tm como fi nalidade, trazer para dentro da universidade

    as empresas que apresentam as perspectivas do mercado

    de trabalho. Vrias companhias, inclusive multinacionais

    da rea de leo e gs, patrocinaram o evento conjunto da

    UERJ e UFRJ. Em 2010, foi a primeira vez que juntamos

    os eventos e a experincia est sendo muito positiva, pois

    h uma excelente troca entre as instituies. Os cursos mi-

    nistrados pelos professores das instituies foram ofereci-

    dos de forma cruzada, ou seja, na UFRJ foram ministrados

    cursos pelos professores da UFRJ e participaram princi-

    palmente alunos da UERJ e vice-versa. Alunos externos

    tambm puderam participar.

    Durante os eventos as empresas patrocinadoras ainda

    fi zeram apresentaes das oportunidades de trabalho para

    estudantes de Geologia e Geofsica, alm da demonstrao

    de projetos cientfi cos e sociais desenvolvidos. Para Lidia

    Waltz Calonio, organizadora do evento da UERJ, a ativida-

    de mais procurada foi o curso de ArcGis. A exemplo das

    edies anteriores, sempre o mais disputado at mesmo

    pelo nmero reduzido de vagas e por ser um curso prtico.

    Em todos os demais cursos tivemos que pedir aos professo-

    res que aceitassem aumentar as turmas devido demanda

    nas pr-inscries. Gostaria de ressaltar tambm o curso

    de Microtectnica, no qual foi necessrio a defi nio de

    critrios especfi cos na seleo dos alunos. Alm disso, to-

    dos que fi zeram o curso de bssola elogiaram bastante.

    Kenitiro Suguio ministrando a palestra Paleoclima do Quaternrio

    e a Teoria do Aquecimento Global na UERJ

    Foto: Arquivo UERJ

  • 7Boletim SBGf | nmero 5 2011 77

    3 ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE GEOFSICA (ENEGEOF)

    IX ENCONTRO DE ENGENHARIA DE EXPLORAO E PRODUO DE PETRLEOFoi realizado entre 22 e 26 de agosto de 2011, em Maca (RJ), o IX Encontro de Engenharia de Explorao e Produ-o de Petrleo (ENGEP), evento anual organizado por alu-nos de graduao em Engenharia de Explorao e Produo de Petrleo e professores do Laboratrio de Engenharia e Explorao de Petrleo (LENEP), vinculado ao Centro de Cincias e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). O encontro, que teve a divulgao da SBGf, apresentou 20 minicursos, 19 palestras e sesses de RH e contou com a participao de 671 inscri-tos e 50 instituies de ensino de nvel mdio e superior.

    Segundo a organizao, os principais objetivos do evento so a transmisso do conhecimento e a difuso dos mais recentes avanos da indstria do petrleo aos mem-bros acadmicos e profi ssionais da rea, a promoo de um estreitamento do lao entre universidade e indstria, alm do estmulo formao de recursos humanos capacitados para trabalhar no setor petrolfero.

    II SEMANA DE GEOFSICA DA UFRN

    O principal destaque do IX ENGEP foi a palestra em trs dimenses - proferida pelo especialista Fabio Cruz na recm-inaugurada sala 3D do LENEP - cujo contedo pas-sou pelos equipamentos submarinos da Petrobras, com foco especial no separador submarino, nova tecnologia da em-presa que ser instalada no poo de Marlim.

    Na apresentao dos trabalhos cientfi cos, foram entre-gues dois tablets para os destaques nas categorias de gradu-ao e de mestrado. No nvel de graduao o vencedor foi Lorennzo Rodrigues, estudante de Engenharia de Petrleo da Universidade Federal do Esprito Santo, com o projeto Anlise Tcnico-Econmica da Injeo de Polmero em Reservatrios de Petrleo. Na categoria mestrado o ven-cedor foi George Nocchi, estudante de mestrado do LENEP, com trabalho intitulado Integrao entre a Distribuio de T2 do Perfi l de Ressonncia Magntica Nuclear com a Dis-tribuio de Garganta de Poros do Ensaio de Presso Capi-lar por Injeo de Mercrio em Reservatrio Carbontico.

    Durante o IX ENGEP ainda foram realizadas visitas tcnicas nas empresas FMC, Baker Hughes e PWR Mission, que possiblitaram que a misso do evento, de apresentar o mercado de trabalho aos estudantes, fosse cumprida.

    No dia 19 de agosto, o auditrio da Universidade Federal Fluminense recebeu o 3 Encontro Nacional de Estudantes de Geofsica (ENEGEOF). Com o apoio da SBGf e orga-nizao do Centro Acadmico de Geofsica da UFF e da empresa jnior, IAG-Jr, o evento contou com a presena de estudantes de diversas instituies de ensino superior do Brasil, como Unipampa, UFBA, UnB e UFRN.

    Entre as atividades ofi ciais, se destacou a mesa-redon-da cujo tema foi o mercado de trabalho , com a presena do professor Rogrio Santos (UFF/Petrobras) e do geofsico Hans Castro (BGP), abordando as oportunidades e deman-das atuais do setor de Geofsica. As empresas juniores de Geofsica, a IAG-Jr (USP) e a Phygeo (UnB), apresentaram

    projetos realizados e falaram sobre as difi culdades e be-nefcios existentes em participar de uma empresa jnior.

    Tambm atraiu o interesse dos participantes o debate sobre o projeto de regulamentao da profi sso de geo-fsico, com a palestra do Secretrio de Relaes Institu-cionais da SBGf, Renato Lopes Silveira. Segundo a organi-zao uma peculiaridade do encontro foi a troca de conhe-cimentos referente s grades, ementas e pesquisas em geo-fsica que so promovidas em cada universidade.

    Em sua segunda edio, a Semana de Geofsica da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) reuniu entre os dias 17 e 21 de outubro de 2011, no campus uni-versitrio de Lagoa Nova, em Natal, cerca de 200 parti-cipantes que puderam conferir cinco minicursos e 15 pa-lestras. O objetivo principal do evento anual, promovido pelo Departamento de Geofsica e que conta com o apoio da SBGf, promover o estado da arte em temas impor-tantes para profi ssionais e alunos de graduao e ps--graduao em Geofsica/Geocincias, alm da integrao da Geofsica no estado.

    Segundo a organizadora do evento e secretria da diviso nordeste setentrional da SBGf, profa. Rosngela Corra Maciel, os destaques da programao foram as participaes do presidente do Servio Geolgico do Bra-sil (CPRM), Manoel Barretto, que proferiu a palestra de abertura, do diretor-geral do Centro de Estratgias em Re-cursos Naturais & Energia (CERNE), Jean-Paul Prates, que falou sobre o panorama de desenvolvimento da energia elica no Rio Grande do Norte e do geofsico do Centro Potiguar de Geocincias (CPGEO), Heron Schots, que pa-lestrou sobre os avanos no processamento de dados ss-micos. Outro ponto alto foi a palestra comemorativa aos 25 anos de sismicidade em Joo Cmara proferida pelo Prof. Joaquim Ferreira, do Departamento de Geofsica,

    Cerimnia de abertura (da esquerda para a direita): representante do CAGEF-RN,

    Giankarlo Oliveira; coordenadora da II SEGEF, Rosngela Maciel; representante

    do CCET, Jianete Moreira; presidente da CPRM, Manoel Barretto; coordenador

    do curso, Walter Medeiros; e chefe do departamento, Gilvan Borba

    dentre outras atividades que contaram com a presena de professores e pesquisadores do Departamento e de outras instituies (INPE, UFF, UFBA, UFCG, IAG-USP, DCTA e Polcia Federal). O evento reuniu a comunidade geofsica local e foi considerado um sucesso por alunos, professores e demais participantes.

    No ltimo dia da II Semana de Geofsica da UFRN, a exposio de divulgao cientfi ca O que Geofsica? marcou presena com a apresentao do sismmetro, do correntmetro, da estao sismolgica em tempo real, de experimentos com aquisio ssmica, equipamento de ele-trorresistividade e aquisio com GPR. A exposio rece-beu 800 visitantes e fez parte tambm da Feira Anual da XVII Semana de Cincia, Tecnologia e Cultura da UFRN.

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  • Boletim SBGf | nmero 5 2011

    HOMENAGEM

    In Memoriam - Muhamad Amin Baccar, Anbal Queiroz Filho e Francisco Emilson de Farias Evangelista

    Geofsico Anbal Queiroz Filho

    Descendente de italianos, Anbal Queiroz Filho nasceu em Corumbata (SP), em 1956. Em 1977, ingressou no curso de Geologia da Unesp - Rio

    Claro. convite da Petrobras transfe-riu-se, em 1981, para a Universidade Federal da Bahia, onde se graduou. Suas habilidades com matemtica o

    levaram a ser contratado como geofsico. De 1982 a 1983, trabalhou com a aquisio de da-

    dos ssmicos terrestres nas bacias do Esprito Santo e do Paran, lotado no ento Distrito de Explorao do Sudes-te (DESUD), sediado em Maca-RJ. Ainda em 1983, foi transferido para o Distrito de Explorao da Bahia (DEX-BA), onde trabalhou na equipe ssmica da Petrobras - ES-26. Em 1987, Anbal foi para o Rio de Janeiro para traba-lhar como geofsico no Centro de Processamento Ssmico Terrestre da sede da Petrobras.

    Em 1989, foi transferido para o Distrito de Explorao do Esprito Santo, em So Mateus, tornando-se depois ge-rente do Centro de Processamento Ssmico local. Em 1996, pediu transferncia para Maca, onde sua j larga expe-rincia foi fundamental para o grupo de processamento ssmico da Bacia de Campos. Trabalhando com processa-mento 2D e 3D martimos, anlise de AVO, treinamento de novos geofsicos e aplicando sua brilhante intuio e imbatvel disposio na melhoria da qualidade ssmica, Anbal contribuiu para a descoberta e desenvolvimento de vrios campos de petrleo, notadamente o de Jubar-te. Em 2001, retornou para o Esprito Santo, trabalhando com os campos e blocos exploratrios do norte da Bacia de Campos e da Bacia do Esprito Santo. Atendendo novo chamado da empresa, em 2003 a famlia se mudou nova-mente para o Rio de Janeiro, onde Anbal fez a diferena com suas contribuies para o desenvolvimento de tcni-cas mais precisas e efi cientes de processamento ssmico.

    A sade abalada o fez optar pela volta Vitria em 2006, continuando a trabalhar no processamento ssmico de dados martimos e terrestres, assim como no treina-mento de novos geofsicos.

    Anbal era um homem de personalidade forte, bri-lhante em seu trabalho, mas pouco afeito aos holofotes. Por conta disto, no so muitos seus trabalhos publicados, mas quem teve o privilgio de sua companhia profi ssio-nal sabe o quo importante ele foi para a geofsica na Petrobras. Rigoroso, generoso, prudente e, sobretudo, leal, deixa a seus colegas de trabalho um exemplo de conduta. (Contribuio: vrios colegas geofsicos da Petrobras)

    Em 2011, a geofsica brasileira perdeu trs grandes profi ssionais. Pioneiros, inovadores e, acima de tudo, exemplos de

    vida e profi ssionalismo, faleceram os geofsicos Muhamad Amin Baccar, Anbal Queiroz Filho e Francisco Emilson de

    Farias Evangelista. Principalmente dentro da Petrobras se destacaram como pensadores fundamentais que contriburam

    com a evoluo da aquisio, processamento e interpretao de dados ssmicos praticados pela empresa, trazendo em seus

    currculos descobertas de grande valor para a sociedade brasileira. Abaixo a SBGf presta sua homenagem memria e

    s famlias de nossos queridos amigos.

    Geofsico Muhamad Amin Baccar

    Aos 79 anos de idade, o geofsico

    Muhamad Amin Baccar faleceu no dia

    6 de setembro de 2011, na cidade do

    Rio de Janeiro.

    Baccar, como era conhecido na

    comunidade petroleira, era gacho

    do Vale do Rio Pardo. Nasceu em 2

    de junho de 1932 em Santa Cruz do

    Sul. Formou-se em Engenharia Qumica pela Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1953, e ingres-

    sou na Petrobras em 1957, admitido para fazer o curso de

    Geologia de Petrleo, no antigo CENAP (Centro de Aperfei-

    oamento e Pesquisa de Petrleo) da estatal, em Salvador

    (BA), que deu origem ao atual CENPES (Centro de Pesquisas

    Leopoldo Amrico Miguez de Mello), no Rio de Janeiro.

    Logo passou para a rea de Geofsica, quando trabalhou

    com ssmica de refrao e de refl exo.

    Entre 1957 e 1968, Baccar prestou inestimvel contri-

    buio para a explorao da Plataforma Continental Brasi-

    leira, sendo o principal responsvel pela reinterpretao de

    dados ssmicos da Plataforma Continental do Esprito San-

    to, incorporando novos conhecimentos s interpretaes

    vigentes, o que causou na poca grande discusso tcnica

    sobre a presena de domos de sal at este perodo, s se

    conhecia a ocorrncia de domos de sal no Golfo do Mxico.

    Carlos Walter Marinho Campos, ento Diretor de Explora-

    o, acreditou em Baccar e mandou perfurar o poo ESS-

    1 (Esprito Santo Submarino 1), em 1968, primeiro poo

    offshore perfurado na Plataforma Continental, o qual com-

    provou a existncia do domo de sal. Tal contribuio mu-

    dou a concepo da histria geolgica das bacias costeiras.

    Baccar foi para o Rio de Janeiro, em 1969, onde foi

    coordenador e supervisor-geral de interpretao ssmica do

    Departamento de Explorao. Foi cedido Braspetro, por

    ocasio de sua criao, e esteve ligado a atividades no Ira-

    que de 1972 a 1979, onde participou da seleo das reas

    para explorao e da negociao dos contratos, sendo chefe

    da rea de geofsica, gerente-geral e coordenador do Proje-

    to de Desenvolvimento do Campo de Majnoon, gigante com

    reservas estimadas em cerca de 10 bilhes de barris de leo.

    Em 1989, com grande xito, Baccar foi presidente da

    comisso organizadora do 1o Congresso da SBGf. Aposen-

    tou-se da Petrobras em 1991, tendo atuado at a sua morte

    como consultor.

    Por sua competncia profi ssional e exemplar retido

    moral, Baccar conquistou o respeito e a admirao dos que

    tiveram o privilgio de conhec-lo.

    (Contribuio: Joo Victor Campos)

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  • A Petrobras

    fundada em 1953

    por Getlio Vargas.

    Em 1954 comea

    a operar com

    uma produo

    de 2.663 barris

    Em 1968 ocorre a

    primeira descoberta

    de petrleo no

    mar, no Campo

    de Guaricema, em

    Sergipe, a 80 m de

    profundidade

    Crise do Petrleo

    Os membros da

    Organizao dos

    Pases Produtores

    de Petrleo (OPEP)

    elevam os preos

    internacionais

    Em 1984 descoberto

    o Campo de Albacora,

    na Bacia de Campos,

    comprovando a

    existncia de campos

    gigantes em guas

    profundas

    1980

    Em 1997 h

    a quebra do

    monoplio

    estatal do

    petrleo

    1990

    Em 2009

    tem incio a

    produo de

    petrleo no pr-

    sal na rea de

    Tupi, na Bacia

    de Santos

    2000

    Estima-se que

    a produo de

    petrleo em

    Tupi chegar

    a 100 mil

    barris/dia

    2010Fonte: Nossa Histria - Petrobras

    Boletim SBGf | numero 1.2008Boletim SBGf | nmero 5 2011 9

    Geofsico Francisco Emilson de Farias Evangelista

    Nascido em 24 de fevereiro de 1926, na

    cidade de Morada Nova (CE), o geofsico e engenheiro Francisco Emilson de Fa-rias Evangelista faleceu em 29 de maio de 2011.

    Embora tenha estudado dois anos de Agronomia em Fortaleza, Emilson graduou-se em Engenharia Civil em

    1955 pela antiga Universidade Politcnica do Rio de Janei-

    ro. No mesmo ano ingressou na Petrleo Brasileiro S.A. Em

    1958 foi designado pelo ento Diretor do Departamento de

    Explorao da Petrobras, Walter Link, para fazer um curso

    de Geologia e Geofsica nos Estados Unidos, na Universida-

    de de Oklahoma. De volta ao Brasil em 1961, foi lotado no

    Setor de Pesquisa em Ponta Grossa (PR) e, em 1967, retor-

    nou ao Rio de Janeiro para trabalhar no Departamento de

    Explorao, onde permaneceu at a aposentadoria, em 1986.

    Em 2006, Francisco Emilson de Farias Evangelista foi

    homenageado pela Sociedade Brasileira de Geofsica, que

    lhe outorgou uma placa em reconhecimento pelos servios

    prestados na rea da Geofsica.

    No Rio de Janeiro, em 1969, Emilson se juntou ao gru-

    po de dez geofsicos do, na poca recm-inaugurado, Cen-

    tro de Processamento de Dados Ssmicos da Petrobras. Com

    uma didtica peculiar, orientava seus colegas sobre qualquer

    tema ligado fi ltragem multicanal, propagao de ondas,

    deconvoluo preditiva, entre outros tpicos. Fascinado por

    clculo e com ideias frente de seu tempo, Emilson desen-

    volveu, por volta de 1970, um algoritmo no-linear para

    transformar um trao de refl exo ssmica em uma srie de

    impulsos que, sob certas condies, podia ser considerada

    como uma representao da funo refl etividade. Este pro-

    jeto foi reconhecido, ainda que tardiamente, aps sua apo-

    sentadoria, sendo hoje uma importante ferramenta de inter-

    pretao dos dados de refl exo ssmica do Departamento de

    Explorao da Petrobras.

    Emilson foi uma referncia dentro da Petrobras. Ao se

    aposentar todos sentiram a sua falta, no somente pela perda

    do nosso professor, mas, no menos importante, pelo fi m

    de uma convivncia na qual, muito alm das frmulas ma-

    temticas, aprendemos muito sobre tica e valores morais.

    (Contribuio: Osvaldo de Oliveira Duarte)

    1950 1960 1970

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  • Boletim SBGf | nmero 5 201110

    CONHECIMENTO

    Museu da Geodiversidade da UFRJ: divulgao cientfi ca em alto nvel

    Reinaugurado em 14 de setembro aps

    dois anos de reformas, o Museu da

    Geodiversidade (MGeo) da Universida-

    de Federal do Rio de Janeiro pioneiro

    no tema e proporciona a seus visitantes

    diversas experincias ligadas s Geoci-

    ncias. Com um acervo de cerca de 20

    mil itens (minerais, rochas, solos e fs-

    seis, lminas petrogrfi cas, alm de fo-

    tografi as, instrumentos empregados nas

    Geocincias, mapas, documentos e livros

    raros), o museu busca a integrao das

    Geocincias ao cotidiano, demonstran-

    do sua importncia para as atividades

    econmicas e melhoria das condies de

    vida da populao ao orientar o visitante

    no conhecimento dos eventos geolgicos,

    sua magnitude e implicaes para as ati-

    vidades humanas.

    Um dos destaques do MGeo a ex-

    posio permanente Memrias da Ter-

    ra, espao voltado para a compreenso

    da maneira como a diversidade de ro-

    chas, solos e substratos terrestres infl uen-

    cia no desenvolvimento da vida em nos-

    so planeta por meio da reconstituio da

    origem do ambiente terrestre. No acervo

    h ainda materiais de extrema raridade

    como o meteorito Uruau, encontrado em Goinia, com-

    posto primeiramente de nquel e ferro, e ainda, holtipos

    de fsseis brasileiros, entre outros minerais.

    Considero que o espao interativo em que h a si-

    mulao da abertura de uma falha com o extravasamento

    de magma seja o que os geofsicos certamente se identifi -

    caro. Trata-se de um experimento de imerso em que o

    pblico tem a sensao visual e auditiva de placas tectni-

    cas se movendo, comenta o paleontlogo e professor do

    Departamento de Geologia da UFRJ, Ismar de Souza Car-

    valho. Alm da UFRJ, outras instituies apoiam o museu:

    DRM, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, FAPERJ,

    CPRM, Petrobras e FINEP.

    Abrigando a terceira maior coleo de fsseis do pas,

    que catalogada pelo sistema PALEO do Servio Geol-

    gico do Brasil, o MGeo rene e expe o acervo cientfi co

    de minerais e rochas do Instituto de Geocincias da UFRJ

    para o estudo das cincias geolgicas, resgatando o patri-

    mnio geolgico e paleontolgico atravs da manuteno

    deste repositrio. Outro ponto signifi cativo do museu o

    intuito de ser referncia no desenvolvimento de atividades

    educacionais voltadas para o ensino das Cincias da Terra

    no ciclo fundamental e mdio, propiciando a realizao

    de trabalhos escolares e incentivando os estudantes a se

    interessar pelo tema.

    Os projetos futuros do MGeo incluem a apresentao

    da reconstituio completa do dinossauro gigante Ama-

    zonsaurus maranhensis - primeiro dinossauro descoberto

    na regio da Amaznia, ele possua hbitos herbvoros e

    doze metros de largura por aproximadamente quatro me-

    tros de altura - e a inaugurao de um espao para a exi-

    bio de fi lmes em trs dimenses. Associado ao museu

    h o espao expositivo provisrio do Centro de Estudo de

    Mudanas Ambientais (CEMA), o qual abriga exposies

    temporrias versando sobre diferentes aspec-

    tos relacionados s Geocincias. A prxima

    exposio abordar o tema dos desastres na-

    turais, com fotografi as do artista Dimitrius

    Borja, afi rma o paleontlogo.

    O Museu da Geodiversidade possui cerca

    de 750 m, se localiza no campus da UFRJ

    da Ilha do Fundo na capital fl uminense, e

    est aberto para visitao pblica e gratui-

    ta de segunda a sexta-feira, das 9h s 17h.

    Agendamentos de visitas podem ser feitos por

    telefone: (21) 2598-9464 e pelo e-mail museu-

    [email protected].

    A coleo cientfi ca de fsseis est dis-

    ponibilizada na base PALEO, em www.cprm.

    gov.br/bases/novapale/paleind.php, podendo

    ser acessado atravs da consulta textual por

    nome do exemplar, localidade do repositrio e

    unidade litoestratigrfi ca.

    1 Olimpada Nacional de Geocincias defi ne vencedoresO Instituto de Geocincias (IGEO) da UFRJ e

    o Museu da Geodiversidade promoveram du-

    rante o segundo semestre de 2011 a 1 Olim-

    pada Nacional de Geocincias. Voltada para

    estudantes do ensino mdio de escolas das

    redes pblicas e privadas de todo o pas, esta

    foi a primeira competio nacional abordando exclusiva-

    mente as diferentes disciplinas das Geocincias. Segundo

    a organizao do evento as inscries estiveram abertas

    entre julho e agosto, quando foram registradas 100 equipes

    de diversos estados brasileiros. Cada grupo foi composto

    por trs alunos, totalizando 300 participantes.

    A Olimpada teve trs etapas classifi catrias, realiza-

    das online, com os temas Formao do Planeta Terra",

    Rochas e Minerais" e Evoluo da Vida". J na fase fi nal,

    realizada presencialmente no IGEO da UFRJ, em dezembro,

    as cinco equipes fi nalistas examinaram temas sobre Fs-

    seis" e Desastres Naturais". Toda a competio foi com-

    posta por provas (mltipla escolha) e atividades que exi-

    giram criatividade dos participantes, como criar pardias,

    murais para a escola, entre outras tarefas. Ainda na etapa

    fi nal foram exigidos conhecimentos por meio de uma pro-

    va objetiva, um jogo de soletrao e defi nio de conceitos

    geocientfi cos e a produo de um texto sobre a geodiver-

    sidade da regio de cada equipe fi nalista.

    Os vencedores da 1 Olimpada Nacional de Geocin-

    cias foram os alunos Julia, Lus Alberto e Yara, orienta-

    dos pela professora Munique, do Colgio Pedro II

    Humait (RJ). As vice-campes foram

    as estudantes Caroline, Cristiane e Js-

    sica, orientadas pela professora Ro-

    sangela, da Escola Estadual Paulo

    Luiz Valrio, de Piracicaba (SP).

    As equipes que fi caram na tercei-

    ra e quinta colocao so da As-

    sociao Educacional Professora

    Noronha, da cidade de Dom Pe-

    dro (MA), e a equipe quarta colo-

    cada da Escola Estadual Antnio

    Magalhes Bastos, em Taubat (SP).

    Fotos: Arquivo MGeo

  • Boletim SBGf | nmero 5 2011 11

    NOTAS

    Anlise do Sinal Ssmico

    Andr L. Romanelli Rosa

    R$ 120,00

    Publicaes SBGf

    Dicionrio Enciclopdico

    Ingls - Portugus de

    Geofsica e Geologia (4 ed.)

    Osvaldo de Oliveira Duarte

    R$ 70,00

    A Saga da Geofsica Aplicada

    e da Engenharia de E&P

    do Petrleo no Brasil

    Carlos Alberto Dias

    R$ 50,00

    Fundamentos de Fsica

    para Geocincias

    C. E. de M. Fernandes

    R$ 50,00

    SBGf: trs dcadas

    promovendo a

    Geofsica

    R$ 35,00*Gratuito para scios

    efetivos quites

    Informaes:

    [email protected]

    (21) 2533-0064

    Em vigncia desde 22 de abril, a norma ABNT NBR 15935: 2011: Investigaes ambientais Aplicao de mtodos geofsicos estabelece as diretrizes para a seleo de mtodos geofsicos aplicveis a investigaes ambientais de solo e gua subterrnea, embora no descreva os procedimentos especfi cos para cada mtodo.

    Publicada pela Comisso de Estudo Especial de Avaliao da Qualidade do Solo e gua para Levantamento de Passivo Ambiental e Anlise de Risco Sade Humana (ABNT/CEE-68) da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), esta a nica norma que envolve a Geofsica no Brasil. Segundo o analista da Gerncia do Processo de Normalizao da ABNT, Mozart Silva Filho, atualmente no h na Associao nenhum processo de instituio de normas relativas Geofsica. A demanda para criao de qualquer norma brasileira oriunda da sociedade envolvida com o tema a ser normalizado, a qual encaminhada ao Comit Tcnico pertinente para as providncias cab-veis. Ressalto ainda que o setor demandante dever participar da Comisso de Estudo para o desenvolvimento da norma. Normalmente aps cinco anos de sua publicao, ou a qualquer momento em funo de justifi cativas tcnicas fundamentadas, a norma pode ser alterada. A verso anterior da norma can-celada e substituda pela nova edio, devendo esta ser adquirida.

    A norma ABNT NBR 15935: 2011 possui 22 pginas e pode ser obtida nos escritrios da ABNT no Rio de Janeiro, So Paulo, Belo Horizonte e Rio Grande do Sul ou por meio do site www.abntcatalogo.com.br. O valor de R$ 79,50.

    NORMA ABNT PARA APLICAO DE MTODOS

    PROGRAMA ATRAO DE TALENTOS DA PETROBRAS Em 2010 a Petrobras iniciou a implantao do projeto Atrao de Talentos, cujo principal objetivo aproximar, ainda mais, a empresa estatal dos univer-sitrios por meio de palestras em Instituies de Ensino Superior (IES) de todo o pas. Em 2011 as atividades do projeto foram apresentadas em 22 eventos em diversas IES (ITA, Unicamp, USP, UFRN, PUC, UFRGS, entre outras), atingindo mais de 6.400 estudantes, principalmente dos cursos de Geofsica, Geologia, Engenharia e Qumica com conceitos 4 e 5 no ENADE.

    O projeto foi considerado implantado em 2011, assumindo o status de programa para o ano de 2012, comenta o gerente de gesto do efetivo da Uni-dade de Recursos Humanos da rea Corporativa da Petrobras, Lairton Correa de Souza. A abordagem ocorre por meio de apresentao sobre a Petrobras, seus desafi os e benefcios, como forma de incrementar a presena da com-panhia no meio universitrio e fomentar o interesse dos alunos. Em alguns eventos foi realizado um piloto com a aplicao da vertente estande onde os alunos podiam obter mais informaes sobre a empresa ou tirar dvidas sobre algum ponto abordado durante as palestras.

    As apresentaes do Atrao de Talentos duram 90 minutos e so feitas por profi ssionais da Petrobras. Ao fi m de cada palestra solicitado aos parti-cipantes o preenchimento de um formulrio de avaliao no qual so julgados a habilidade do palestrante, o material/informaes apresentados e o atendi-mento s expectativas.

    Segundo Lairton de Souza, em todos os trs indicadores, temos um per-centual positivo, superior a 95%. Por esse motivo, avaliamos que as informa-es repassadas, assim como a forma de abordagem, esto sendo bem recebi-das e so adequadas ao objetivo do programa. Para 2012 est sendo estudado o desenvolvimento de outras vertentes, como a estruturao de um programa de visitas s unidades da Petrobras. Alm disso, uma das metas aumentar a participao da companhia, alcanando mais IES e estudantes.

    As IES que quiserem mais informaes sobre o programa, ou que gosta-riam que a Petrobras avaliasse a viabilidade de aplicao em suas instalaes, devem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

    GEOFSICOS EST EM VIGOR

  • PESQUISA

    A pesquisa orientada pela professora Adalene Moreira Silva

    e co-orientada pela professora Catarina Labour Benfi ca To-

    ledo, foi desenvolvida nos ltimos dois anos no Laboratrio de Geofsica Aplicada da Universidade de Braslia, em par-ceria com a empresa que possui a concesso de explorao da rea, Reinarda Minerao Ltda. (subsidiria da multina-cional australiana Troy Resources Limited).

    O estudo foi desenvolvido inicialmente no sentido de ajudar na defi nio de alvos j conhecidos como potencial-mente favorveis ocorrncia de mineralizao aurfera e localizar novos alvos em regies com resposta geofsica semelhante, j que o levantamento em si no descobre mi-neralizao por ser um mtodo indireto. Os 54 alvos geofsicos identifi cados foram ento ava-liados por mtodos geoqumicos para identifi car o potencial para ouro e em 20 deles a presena do metal precioso foi compro-vada. A validao de alvos ge-rados no necessariamente deve ser julgada com a descoberta de um depsito mineral econmi-co. Qualquer alvo gerado por mtodos de pesquisa indiretos, como a Geofsica, e que venha a ser comprovado, quer seja ape-nas uma anomalia geoqumica em direta associao, deve ser encarado como sucesso da gera-o de alvos pelo mtodo indi-reto. Nesse trabalho geramos um alvo geofsico que parecia inte-ressante, chegando no campo vimos que j existia uma cava garimpeira no catalogada pela empresa. Pelo fato de ter existido ali um garimpo o alvo geofsico foi validado tendo mostrado uma lavra antiga, ou seja, um depsito. Agora, sa-bemos que muitos alvos geofsicos que so comprovados por meios geoqumicos infelizmente no se tornam uma mina. O mesmo se passa com alvos puramente geoqumicos que muitas vezes no geram depsitos econmicos, explicam a professora Adalene Silva e seu orientando Ezequiel Silva.

    As pesquisas cobriram uma rea total de 1.952 km, descobrindo alvos pequenos, com poucas dezenas de metros quadrados, e alvos maiores, com centenas de metros quadra-dos. No geral a metodologia utilizada possibilitou a gerao de alvos mais pontuais, o que interessante na viso pros-pectiva de uma empresa de minerao, pois ganha-se tempo no processo de explorao e facilita as atividades de follow up. No entanto, a metodologia pode apontar reas-alvo para follow up dependendo da resoluo dos dados, do modelo exploratrio e da qualidade do processamento dos dados ae-rogeofsicos. muito importante escolher os produtos que possam mapear reas signifi cativas para explorao, ou seja, que possuam relao espacial entre si, comentam.

    Boletim SBGf | nmero 5 201112

    Atravs de mtodos aerogeofsicos magnetomtrico gradiomtrico e gamaespectromtrico em alta resoluo, o estudante

    do mestrado em Geologia da UnB, Ezequiel Silva, identifi cou 54 alvos potenciais de ouro no sudeste do Par, prximos

    regio de Rio Maria. Primeiras perfuraes estimam que a quantidade do mineral na rea possua valor de R$ 12 milhes

    Composio ternria RGB (KeTheU)

    Laboratrio de Geofsica Aplicada da UnB:

    10 anos de pesquisas

    A dissertao de Ezequiel, que gelogo de projetos da Rei-narda Minerao, pertence linha de pesquisa que coor-denada pela professora Adalene Silva, h dez anos, na UnB. Logo que graduei comecei a trabalhar com explorao na Troy e aps trs anos voltei universidade para fazer o mes-trado. Como no deixei o emprego, dedicava minhas folgas e meu tempo livre noite para a pesquisa. A experincia no campo, no dia a dia da explorao mineral, foi essencial para o bom aproveitamento dos dados que dispnhamos e, graas a Deus, com muito esforo e dedicao obtivemos

    xito naquilo que propo-mos no incio. Foram mais de dois anos de muito tra-balho, mas valeu a pena, afi rma Ezequiel Silva.

    A professora Adalene orientou nove mestrados, co-orientou dois mestrados e uma tese de doutorado com enfoque no proces-samento e interpretao visando a seleo de reas favorveis para explora-o mineral e cartografi a geolgica. J foram alvo de estudo na UnB minera-lizaes aurferas em reas do Quadriltero Ferrfero, do Tapajs e do Greenstone Belt Trs Palmeiras, no Par. Desenvolvemos pes-

    quisas (sob minha coordenao) de minrio de ferro em Carajs, Espinhao Meridional e no Quadriltero Ferrfero. Estamos avanando nas linhas de pesquisa e nossa inten-o testar a metodologia em outras reas em greenfi eld e brownfi eld. Em brownfi eld, ou near mine, estamos testando novas tcnicas de modelagem em 2D e 3D. Esperamos ter bons resultados em breve, conta Adalene Silva.

    Outro ponto destacado pela professora da UnB a im-portncia da parceria entre a iniciativa privada e a univer-sidade. A parceria universidade e empresa benfi ca para ambos os lados, j que as empresas podem fazer investi-mentos de grande porte. Por exemplo, raramente teremos um oramento disponvel dentro de um projeto de pesquisa para podermos sondar alvos importantes mapeados com da-dos robustos derivados de informaes aerogeofsicas. Por sua vez, a universidade tem formao crtica e disponibili-dade para focar no desenvolvimento de novas tecnologias em explorao mineral, contribuindo com as empresas e gerando novas informaes.

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    Em breve os resutados do estudo sero publicados na revista Economic Geology.

    Aerogeofsica: Um caminho de sucesso na busca pelo ouro no Par

  • ESPECIAL

    13Boletim SBGf | nmero 5 2011

    Mtodos no-ssmicos avanam no BrasilCom potencial para serem utilizados em todas as reas da Geofsica, os mtodos no-ss-

    micos tm sido aplicados no Brasil com bastante sucesso por empresas pblicas, privadas,

    instituies de pesquisa e ensino. Minerao, petrleo e gs, hidrogeologia, meio ambiente

    e geologia regional so alguns dos setores que se benefi ciam com os avanos tecnolgicos

    na aquisio de dados.

    Os mtodos no-ssmicos de magnetometria e gravimetria tiveram sua estreia no mundo da geofsica nas dcadas de 1960 e 1970 como ferramentas de explorao, se prestando apenas identifi cao de grandes feies geolgico-estru-turais. Atualmente, tais mtodos apresentam como prin-cipais vantagens os menores custos envolvidos tanto em aquisio, como em processamento, alm de maior rapidez e menor impacto em relao s atuais demandas ambien-

    tais. De acordo com o coordenador e pesquisador do Laboratrio de Geofsica de Prospeco e Senso-riamento Remoto (LGPSR) da Uni-versidade Federal do Cear (UFC), professor Mariano Castelo Branco, os mtodos geofsicos no-ssmicos podem ser empregados para uma grande quantidade de objetivos e

    fi nalidades. Os mtodos eltricos e eletromagnticos mais aplicados nas pesquisas, projetos e servios desenvolvidos no LGPSR nas reas de geofsica rasa so ferramentas para a prospeco mineral, geologia estrutural, estratigrafi a de bacias sedimentares, prospeco de guas subterrneas e estudos de sistemas aquferos, meio ambiente e contami-nao (inclusos os casos associados ao setor de petrleo), pesquisas diversas em obras de engenharia, de geotecnia, de solos e de agronomia. Outras aplicaes podem estar voltadas para arqueologia, investigaes periciais e foren-ses. importante destacar as aquisies eltricas atravs de imageamento 3-D para investigaes rasas, bem como o imageamento GPR 3-D. Por outro lado, os mtodos eletro-magnticos de investigao mais profunda CSAMT, AMT, MT, tm ampla aplicao em pesquisas geolgicas, de geo-logia estrutural e de geotectnica, estudos da crosta, manto, interfaces, e de bacias sedimentares em vrios ambientes. igualmente importante mencionar estas aplicaes em nvel de alta resoluo tanto em levantamentos terrestres, areos, martimos e, num futuro prximo, em orbitais.

    Dentre os mtodos eletromagnticos utilizados no La-boratrio de Geofsica da UFC destacam-se aqueles que incorporam o domnio da frequncia e do tempo, como o Eletromagntico Indutivo (EM), o Radar de Penetrao no Solo (GPR), o Eletromagntico de Baixa Frequncia (VLF), o Eletromagntico Transiente (TDEM) e a ampla gama de m-todos eletromagnticos de investigao mais profunda, tais como o de Fonte Controlada (CS), o udio-Magnetotelrico (AMT) e o Magnetotelrico (MT). Ainda so feitas aquisi-es conhecidas, como Imageamento Eltrico Multieletro-do ou Tomografi a Eltrica (por exemplo atravs do arranjo dipolo-dipolo, polo-dipolo) e as sondagens Eltricas Verti-cais (tambm por meio de diversos arranjos/dispositivos).

    Em todos os casos em que os mtodos no-ssmicos so empregados h um grande suporte em hardware e software

    de aquisio, processamen-to e interpretao de dados. Ainda se deve conside-rar, em termos de mtodos geofsicos no-ssmicos, os reconhecidos mtodos po-tenciais de gravimetria e de magnetometria, apoiados, respectivamente, nos fun-damentos dos campos gra-vitacional e magntico da Terra. Alguns outros mto-dos geofsicos no-ssmicos utilizados no LGPSR so a perfi lagem geofsica de poos e a fi lmagem tica de alta resoluo. Estes ltimos, com grande importncia em vrios campos da geofsica de pros-peco. Tudo indica que nos prximos anos as demandas e os investimentos nestes mtodos aumentaro bastante, bem como haver um grande desenvolvimento cientfi co e tecnolgico, afi rma Mariano Castelo Branco.

    Segundo o professor da UFC, nos ltimos 10 anos ocorreram os grandes avanos na rea de aquisies de da-dos com mtodos no-ssmicos, sobretudo, com a maior di-fuso de uso e aplicaes para a pesquisa geolgica e para o setor do petrleo e gs. As grandes novidades tecnolgi-cas esto associadas aos levantamentos eletromagnticos no mar e aos levantamentos aeroportados com a oferta de novas instrumentaes.

    Com forte tradio no uso de mtodos no-ssmicos e com o impulso observado na aplicao destas tecnolo-gias, o Laboratrio de Geofsica, da Universidade Federal do Cear, est no momento atuando em vrios projetos de geofsica de prospeco, como os levantamentos geofsicos na poro oriental da Bacia Sedimentar do Parnaba, envol-vendo mtodos potenciais e eltricos; o imageamento GPR investigativo e voltado para segurana, alm de associado a mtodos eltricos para barragens; as aquisies geofsicas em reas de vazamento de petrleo; entre outros. Estamos com um grande projeto de mtodos no-ssmicos junto Rede de Geofsica do CENPES/PETROBRAS, diretamente aplicado integrao de dados gravimtricos, eltricos, e eletromagnticos CSAMT, AMT e MT, incluindo correlaes com dados ssmicos, voltado para o setor de petrleo e gs na Bacia Potiguar.

    Para o coordenador do Laboratrio de Geofsica Apli-cada do Departamento de Geologia Aplicada (DGA) do Ins-tituto de Geocincias e Cincias Exatas IGCE, da Univer-sidade Estadual Paulista, professor Joo Carlos Dourado, qualquer mtodo geofsico possui vantagens e limitaes, mesmo os mtodos ssmicos possuem srias restries em vrios tipos de ambientes geolgicos e sua utilizao em estudos de feies superfi ciais praticamente inviabiliza-

    Equipamento para fi lmagens de

    poos em alta resoluo

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    da por problemas de resoluo. Neste caso o uso do GPR, por utilizar maiores frequncias, pode ser indicado. Da mesma forma os mtodos potenciais so mais utilizados para estudos regionais. Na verdade, no existe uma recei-ta para a utilizao dos mtodos geofsicos, cada aplica-o deve ser precedida de avaliaes que compreendam o contraste das propriedades fsicas dos materiais presentes em subsuperfcie, da profundidade e do tamanho do alvo, do tipo de resultado obtido e logicamente do tempo de levantamento, do custo do equipamento, do pessoal e da logstica envolvida.

    No DGA diversos levantamentos geofsicos que em-pregam tcnicas no-ssmicas so aplicados em estudos ambientais, geolgicos regionais, hidrogeolgicos e de minerao, entre eles destaca-se: Eletrorresitividade (Son-dagem Eltrica Vertical - SEV, caminhamento eltrico, sondagens TDEM); Polarizao Induzida - IP; Radar de Penetrao no Solo - GPR; Gravimetria; e Magnetometria. Pode-se dizer que mtodos como o GPR, no existiriam sem o desenvolvimento da eletrnica digital. As tcnicas de modelagem 2-D e 3-D, muito usadas na interpretao de dados gravimtricos e magnetomtricos, passaram a ser mais utilizadas depois do desenvolvimento da informti-ca. Da mesma forma se deu o desenvolvimento dos mto-dos geofsicos que utilizam as ondas ssmicas superfi ciais e o prprio rudo ambiental, que altamente dependente do proces-samento digital. Da parte instru-mental temos o desenvolvimen-to de equipamentos, como os que possibilitam a gravimetria area, que revolucionam a metodologia de aquisio, comenta o professor Joo Carlos Dourado.

    Ainda na academia, o Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paran, atravs do Laboratrio de Pesquisas em Geofsica Aplicada (LPGA/UFPR), emprega mtodos no-ssmicos em cartografi a geofsica em escalas regional e local, estudos ambientais (contaminao por hidrocarbonetos, plumas de contaminao por depsitos de resduos slidos e hospitalares), explorao mineral e

    petrolfera, hidrogeofsica, entre outros. O professor e coordenador do LPGA, Francisco Jos Fonseca Ferreira, afi rma que, em geral, o grau de preciso na identifi cao de uma rea com potencial mine-ral a partir de mtodos no-ssmi-cos muito grande. As atividades geofsicas sequenciais na explora-

    o mineral iniciam com aerolevantamentos seguidos de levantamentos terrestres e culminam com subsdios para o planejamento de sondagens rotativas. Em nossas pesqui-sas utilizamos mtodos gamaespectromtricos, gravim-tricos, resistividade/polarizao induzida e magnticos.

    Na opinio do professor Francisco Ferreira, embora os mtodos no-ssmicos utilizados nos levantamentos terrestres e areos sejam muito rpidos e cubram gran-des reas com baixos custos, as tcnicas ainda carecem de expanso e investimento. As principais tecnologias desenvolvidas atualmente esto voltadas aquisio re-mota contnua (e transmisso) de dados no-ssmicos. Os investimentos pblicos realizados pelo governo federal, a partir de 2003, em levantamentos aerogeofsicos (gamaes-pectromtricos e magnticos) foram satisfatrios. Contu-do, h um desequilbrio entre levantamentos terrestres e martimos, sobretudo na margem continental.

    Dentro da indstria do petrleo os mtodos no-ss-micos so hoje usados para auxiliar no entendimento do arcabouo regional das bacias sedimentares e para con-tribuir no mapeamento/identifi cao de hidrocarbonetos presentes nas rochas. Tambm so teis no caso de pes-quisa marinha, quando as ondas ssmicas no conseguem transpor camadas de sal, como caso do pr-sal. O ge-rente de mtodos no-ssmicos da Petrobras, Marco Polo Buonora, cita quais tcnicas so usadas na empresa estatal: A utilizao dos mtodos no-ssmicos comple-mentar aos mtodos ssmicos, pois eles respondem s propriedades fsicas das rochas de forma dife-rente daquela obtida pela ssmica. Na Petrobras utilizamos a gravimetria (area, terrestre e martima), magnetometria (area, terrestre e martima) e mtodos eletromagnticos (terrestres e martimos). No momento, todos os levantamentos so contratados, po-rm a superviso, controle de qualidade, processamento, anlise e interpretao dos dados, so, em sua maioria, executados por geofsicos da Gerncia de Mtodos No--ssmicos da Petrobras.

    De acordo com Marco Polo um progresso signifi cati-vo nos ltimos quatro anos, especifi camente na prospec-o petrolfera no mar, foi a evoluo dos sensores ele-tromagnticos com mais preciso e exatido de medida, bem como a maior capacidade de fontes e sistemas de posicionamento das linhas levantadas. As tecnologias em contnuo desenvolvimento so a construo de sensores eletromagnticos de alta sensibilidade, rebocados ou as-sentados no fundo do mar, fontes eletromagnticas mais potentes e com maior repetibilidade dos sinais emitidos. Tambm se desenvolvem conjuntos de fonte e receptores, todos rebocados ao mesmo tempo, no mar, para atender as demandas de mapeamento em guas rasas, alm de sis-temas gravimtricos e gradiomtricos aerotransportados mais precisos e mais leves. Temos exemplos de levanta-mentos eletromagnticos que demonstram claramente a melhora na qualidade do sinal medido.

    Empresas investem e obtm resultados positivos

    No territrio brasileiro empresas privadas multinacionais e nacionais cada vez mais tm investido em equipamen-tos e especialistas em mtodos no-ssmicos, obtendo resultados bastante satisfatrios. Segundo o gerente de operaes terrestres da empresa Fugro-Geomag Prospec-es Geofsicas, Henrique Duarte, mtodos no-ssmicos so quase sempre mais baratos e envolvem uma logstica muito menos com-plexa que a tradicional ssmica. Atuamos na pesquisa mineral, de geotecnia, ambiental e de hi-drocarbonetos e entendo que o grande desafi o da geofsica ter-restre investigar cada vez mais profundo e com mais defi nio. Neste sentido, em funo das atuais demandas do mercado, a Fugro est desenvolvendo estudos e par-cerias visando a aplicao de novos arranjos e mtodos com o objetivo de alcanar profundidades superiores a 500 metros. As tecnologias estudadas abrangem desde a utilizao de mtodos eletromagnticos e de polarizao induzida mais robustos, perfi lagem gravimtrica de furo e perfi s gama-gama.

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    Pessoal

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    Embora a indstria do petrleo, na maioria das ve-zes, opte pelo mtodo ssmico, em geral, devido grande dimenso e profundidade dos reservatrios de petrleo, para Henrique Duarte deve-se reconhecer a relevncia dos mtodos no-ssmicos para o setor. O mtodo gravim-trico, por exemplo, de fundamental importncia tanto para a pesquisa mineral quanto para a pesquisa de petr-leo offshore, onde possvel identifi car blocos que foram rebaixados (grabens) ou elevados (horsts) com base nos contrastes de densidade que apresentaro com as outras camadas em razo deste rebatimento. J os mtodos el-tricos trabalham com base em contrastes de resistividade entre as camadas ou rochas do subsolo e podem ser apli-cados para deteco de reservatrio de petrleo, contanto que possuam dimenso de arranjo e intensidade de cor-rente sufi cientes para alcanarem grandes profundidades, que o caso da maior parte dos reservatrios.

    Por possuir a trplice certifi cao: ISO 9001 (gesto de qualidade), ISO 14001 (meio ambiente) e OHSAS 18001 (sade ocupacional e de segurana), a Fugro-Geomag apresenta uma constante preocupao em interferir o m-nimo possvel na natureza. Se por um lado nos levanta-mentos areos no h necessidade de interao direta com o meio ambiente, por outro para execuo dos levanta-mentos geofsicos terrestres, muitas vezes, o cliente neces-sita executar a abertura de picadas nas matas. Porm, elas so abertas sempre com a menor dimenso possvel, o que permite que a vegetao se recupere em curto prazo de tempo. Diferentemente dos mtodos ssmicos, nos mto-dos no-ssmicos no ocorrem exploses. No mximo, in-jees de correntes eltricas de baixa voltagem atravs de eletrodos fi ncados no solo. Ou seja, praticamente no h perturbao ao meio ambiente, afi rma Henrique Duarte.

    Impulsionado pelo positivo panorama atual decorren-te do alto preo internacional das commodities e do retor-no da valorizao do ouro devido recente crise econmi-ca mundial, o gerente de operaes terrestres acredita que h muito a se desenvolver em pesquisas no-ssmicas no Brasil. Para o desenvolvimento da atividade de aquisio de dados por mtodos no-ssmicos no pas so neces-srios diversos investimentos e aes conjuntas tanto do setor privado como do governo. Alm do investimento direto, se faz necessrio investimento de infraestrutura (estradas, portos, energia eltrica, entre outros), bem como a regulao do setor de minerao, que j est em anda-mento com o novo marco regulatrio do setor mineral, alm das questes polticas e tributrias. Ao mesmo tem-po, outro desafi o a questo ambiental, que observamos que no est equacionada e necessita de uma poltica mais clara e transparente.

    A empresa Microsurvey Ae-rogeofsica, especializada em aquisies airborne, trabalha com mtodos de magnetometria, gama-espectrometria, gravimetria e ele-tromagntico. Para seu scio-dire-tor, Jos Divino Freitas Barbosa, a grande vantagem do levantamen-to aerogeofsico a cobertura de

    aquisies em grandes reas em pouco tempo. O proble-ma de acesso praticamente no existe, a rapidez de uma aeronave associada com a eletrnica moderna possibilita ao sistema de aquisio de dados fazer a leitura das ca-ractersticas fsicas do terreno a cada dois metros na rea georreferenciada com preciso de centmetros, graas aos sistemas modernos de navegao GPS. Entre as caracters-ticas fsicas do terreno medido esto, magnetismo, resis-

    tncia eltrica, radio-atividade, densidade, elevao em relao ao nvel do mar ou ao elipsoide e temperatu-ra. Tudo isto adqui-rido sem cortar uma rvore, sem abrir ne-nhuma cratera no solo. Poderamos dizer que o mtodo de levanta-mento aerogeofsico ecologicamente o mais correto que existe.

    A Microsurvey emprega no Brasil ainda o mtodo aero-gravimtrico gradiom-trico 3D-FTG, que hoje a nica tecnologia area existente capaz de medir o tensor total gradiente de gravidade e pode ser usado tanto em levantamentos de detalhes, como regionais. O sistema areo FTG faz medi-das em tempo real do gradiente do campo gravitacional em trs direes ortogonais e ao mesmo tempo corrige a orientao e as aceleraes da aeronave. A geofsica area amplamente utilizada no mapeamento geolgico e de depsitos minerais, como os da classe Cu-Au-U-ETR--xidos de Fe, que so normalmente associados a zonas de alterao hidrotermal, detectveis por mtodos areos, complementa o diretor da empresa.

    O diretor de explorao geo-fsica da empresa Petra Energia, Fernando Neves, comenta que os dados provenientes de mtodos potenciais so fundamentais para a interpretao e o conhecimento da geologia regional, para o en-tendimento do arcabouo da bacia e para a identifi cao de reas com

    potencial interesse para posteriores estudos adicionais, como a ssmica. Os mtodos no-ssmicos so considera-dos na maioria dos casos como complementares aos m-todos ssmicos. Como todo mtodo de aquisio ssmica, o tamanho do grid e espaamento entre linhas tem um im-pacto direto no custo. Normalmente a avaliao do custo benefcio feita com base nos objetivos previamente defi -nidos. Para avaliaes mais regionais os grids so mais es-paados, para avaliaes de semidetalhe os grids so mais adensados com menor espaamento entre linhas.

    Hoje a Petra Energia est fi nalizando estudos de gra-diometria gravimtrica na Bacia do So Francisco e no Amazonas atravs de equipamentos de gravimetria, mag-netometria, radiometria gravimtrica, magnetotelrico e eletromagntico transiente. Estamos tambm avaliando o uso do LIDAR (Light Detection and Ranging) para fi ns topogrfi cos, auxlio logstico e dados de sensoriamento remoto via processamento multiespectral de imagens de satlite, explica Fernando Neves.

    A empresa Strataimage Consultoria especializada em mtodos eletromagnticos (EM) e eltricos: Magne-totelrico (MT), Transiente Eletromagntico (TDEM), Po-larizao Induzida (IP). Estes mtodos trabalham com a resistividade eltrica das rochas, um parmetro diferente da velocidade utilizada na ssmica. reas com cobertu-ra de basalto, por exemplo, apresentam problemas para o imageamento ssmico devido ao espalhamento do sinal.

    Mapa gravimtrico gerado pelo sistema FTG

    Cortesia: Microsurvey Aerogeofsica

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  • Boletim SBGf | nmero 5 201116

    ESPECIAL

    O sinal MT consegue ultrapassar a camada de basalto e fornecer imagens em profundidade, reve-lando a existncia de sedimentos e outras rochas de interesse ao ex-ploracionista, afi rma a geofsica principal e scia-gerente da em-presa, Patricia Pastana de Lugo.

    Tais mtodos, de acordo com Patricia de Lugo, so bastante efi cientes na minerao, na defi nio de estruturas associadas a minrios (mtodo MT), ou na deteco de zonas mineralizadas (mtodo IP). Na indstria de leo e gs, o MT pode ser utilizado para defi nir o embasamento e outras estruturas (falhas, gra-bens) em bacias sedimentares. A logstica destes mtodos no complicada. Uma equipe de geofsica em MT, por exemplo, pode ser responsvel por trs equipamentos e ser composta por um geofsico e trs ajudantes, em uma rea como a Bacia do Parnaba. Os custos basicamente se resumem a transporte de equipamento e pessoal em regi-es onde a logstica mais complicada, como na Bacia do Amazonas.

    Atualmente a Strataimage est fi nalizando dois proje-tos utilizando os mtodos MT e TDEM, um em minerao e outro em leo e gs, com pessoal brasileiro treinado aqui por consultores estrangeiros. Estamos capacitando os geofsicos da melhor forma e esperamos que o mercado nacional continue crescendo. Os mtodos EM utilizam a resistividade eltrica e por muitas dcadas o uso se limitou a reas terrestres. No incio dos anos 2000, o desenvolvi-mento de mtodos EM para o fundo ocenico, realizado por vrias instituies acadmicas, comeou a ser aplica-do tambm no ambiente marinho (CSEM). Hoje, o mtodo est mais consolidado no mercado e vem sendo utilizado por grandes operadoras no mundo todo.

    Para o diretor-presidente do Grupo Fugro-Lasa-Geomag (Fugro Airborne Surveys), Jorge Dago-berto Hildenbrand, um dos gran-des diferenciais de levantamentos magnticos-gravimtricos o tem-po das aquisies. Principalmente quando realizados pelo ar, pos-suem um custo por quilmetro de

    cerca de 100 a 200 vezes mais baixo que um quilmetro de levantamento ssmico 2D. Uma rea de 100 km recober-ta com magnetometria-gravimetria em um prazo inferior a dois meses, quando a mesma rea recoberta com ssmica regional demandaria pelo menos trs vezes mais tempo.

    O Grupo, que atua exclusivamente em levantamentos geofsicos de dados no-ssmicos, dispe de equipes for-madas por gelogos, geofsicos, engenheiros e profi ssio-nais de processamento de dados. Executa o processamento de rotina e processamentos especiais, incluindo modela-mento de dados no-ssmicos.

    H cerca de 10 anos o Grupo Fugro-Lasa-Geomag ini-ciou a cobertura aeromagntica de toda a regio offshore brasileira, autorizada pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP), seguindo a modali-dade de levantamentos no-exclusivos. Esta cobertura se estende desde a Bacia da Foz do Amazonas, no limite das nossas guas com a Guiana Francesa e se prolonga at a Bacia de Pelotas no litoral do Rio Grande do Sul. Na regio Sudeste, principalmente na Bacia de Santos, estes levan-tamentos avanam at guas ultraprofundas e recobrem grande parte da regio de ocorrncia de O&G no pr-sal.

    Atualmente estamos preenchendo algumas zonas com va-zios de cobertura aeromagntica. Com previso de con-cluso para o incio de 2012, esta iniciativa foi um grande desafi o no somente do ponto de vista tecnolgico, como tambm fi nanceiro, comenta Jorge Hildenbrand.

    A empresa Reconsult Geofsica atua no mercado h 15 anos, rea-liza aquisies de magnetometria e gravimetria. O scio-diretor da Reconsult, Renato Cordani, fala mais sobre seus projetos: Fazemos o processamento, interpretao e modelamento desses dois mtodos e mais Gama, IP, ER e EM. Em al-guns casos, como ferro, nquel, cobre, fosfato e alguns modelos de mineralizao aurfera, esses mtodos so os mais importantes em toda a prospeco. Mas um mtodo geofsico nunca capaz de determinar a petrologia ou teor de algum elemento. O que possvel com uma boa inter-pretao e modelamento identifi car os contrastes nas propriedades fsicas das rochas e locar furos que possam identifi car diretamente essas rochas no subsolo. A princi-pal contribuio geofsica minimizar o nmero de furos, que so muito caros, tornando-os mais precisos.

    Renato Cordani explica que, em outros casos, tais m-todos atuam como auxiliares no mapeamento do subsolo, como, por exemplo, determinando as direes preferen-ciais dos esforos e alvios geolgicos, a geometria dos corpos de sal ou de sua profundidade e a estruturao de bacias sedimentares. O territrio brasileiro razoavel-mente bem coberto com magnetometria, mas a cobertura gravimtrica deixa muito a desejar e deveria ser intensi-fi cada por um programa regional do governo brasileiro, tanto nas bacias quanto nas reas pr-cambrianas.

    O diretor da empresa Prospec-tors Aerolevantamentos e Siste-mas, Rodolfo da Rocha Miranda, afi rma que, quanto mais hostis e profundas so as reas pesquisa-das, maior a importncia do uso de tcnicas no-ssmicas. Estes mtodos se aplicam tanto como uma ferramenta de triagem rpida, quanto como um adicional de novas medies indepen-dentes da subsuperfcie. Onde h dados de ssmica 2D e dados de mtodos no-ssmicos disponveis, estes tornam--se um timo instrumento para preencher as lacunas entre as linhas. Um bom exemplo disso so os mtodos gravim-tricos. Tanto os gravmetros verticais, quanto os gradi-metros so teis para correlacionar caractersticas entre as linhas 2D, verifi cando, como uma ferramenta auxiliar, as interpretaes 2D e ajudando a colocar caractersticas offl ine. Melhorar o modelo com dados de densidade de gravimetria pode ajudar com a modelagem de velocidade para tirar linhas 2D com a profundidade.

    A Prospectors disponibiliza ao mercado estudos de magnetometria, gradiometia magntica horizontal; gama-espectrometria; e eletromagnetometria, levantamento de gravimetria vertical e gravimetria gradiomtrica.

    De acordo com Rodolfo Miranda, o Brasil estar at 2014 com a totalidade do Escudo Cristalino coberto com levantamentos de alta resoluo pelos mtodos de mag-netometria e gamaespectrometria. A regio da Amaznia Legal ainda carece de levantamentos com mtodos mo-dernos, uma vez que a maioria dos projetos foi realizada com tecnologia de baixa resoluo e anteriores ao adven-

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  • Boletim SBGf | nmero 5 2011 17

    to do sistema de posicionamento GPS. Os projetos que posso destacar, executados pela Prospectors e contratados pela CPRM, so o projeto de Aerogeofsico Eletromagn-tico no Domnio do Tempo na Regio de Nova Redeno, na Bahia; e na regio de Rio das Velhas, em Minas Gerais. So de grande importncia por se tratar do incio de uma nova etapa de levantamentos aerogeofsicos de detalhe a ser realizada no pas.

    O geofsico snior da empre-sa Anglo American Brasil, Srgio Augusto Morais Machado, explica que o Brasil est muito distante do estgio em que pases como Aus-trlia ou Canad se encontram no tema. Ainda so poucas as empre-sas no mercado, e isso resulta em baixa competitividade, bem como

    poucas opes de equipamentos. Como a demanda ainda tmida, se comparada a outros pases, muitas empre-sas prestadoras de servio dispem dos mesmos mode-los de equipamentos que eram oferecidos h mais de 10 anos. Um exemplo, so os de equipamentos para realizar o TEM. No mercado internacional h equipamentos mais modernos, potentes e compactos, mas que no so ofere-cidos aqui. Outro fator que diminui a capacidade tcnica do Brasil so as altas taxas cobradas na importao de equipamentos. Um equipamento comprado na Austrlia, por exemplo, ter aqui pelo menos 70% de acrscimo em seu valor fi nal.

    A Anglo American usa principalmente o mtodo magntico, mas em alguns casos emprega tambm o ga-maespectromtrico, o eletromagntico e o eltrico. Hoje, a Anglo e outras empresas tm apoiado o desenvolvimen-to de uma nova tecnologia, que a realizao de IP areo. O nome do projeto Airborne Induced Polarization, um mtodo geofsico relativamente caro e muito empregado na investigao de mineralizaes relacionadas sulfe-tao disseminada. Enquanto os mtodos potenciais, ra-diometria e eletromagnetometria tm como opo a via area, o mtodo eltrico, no momento, s realizado por levantamento terrestre. Outra tecnologia conhecida, mas ainda em fase de teste, na aquisio de dados magnti-cos areos o SQUID, que ir melhorar a sensibilidade da nova gerao de magnetmetros, o que aumentar a preciso na delimitao dos corpos magnticos e tambm, na modelagem em 3D, com o uso dos vetores direcionais, explica o geofsico snior.

    Desde a gerao de alvos (greenfi eld) at a progra-mao das sondagens, conforme afi rma Srgio Machado, h uma contribuio da geofsica em todos os projetos da Anglo American. H tambm o emprego da geofsica no entorno de depsitos j conhecidos (brownfi eld). Em um projeto, a Anglo est pesquisando cobre na regio de Ca-rajs atravs do modelo da mineralizao IOCG. Para tal, foi realizado levantamento areo com o sistema eletro-magntico, combinado com os mtodos magntico e ra-diomtrico. O emprego do mtodo eletromagntico objeti-vou detectar zonas com sulfeto macio ou interconectado que pudessem responder a esse mtodo. Associado a esse tipo de depsito, normalmente ocorrem minerais magn-ticos e tambm anomalias de potssio, ambos produtos de alterao hidrotermal. Os dados desses levantamentos, bem como os dados areos, foram modelados e integrados com a geoqumica e a geologia, para dar suporte cam-panha de sondagem que deve se iniciar aps a estao das chuvas, em 2012.

    Trs fatores explicam o pouco emprego da ssmica na pros-peco mineral: o pequeno tamanho dos depsitos, a com-plexidade estrutural e o alto custo. O fator cultural tambm deve ser considerado. No Brasil, quando se fala em ssmica, pensa-se logo em petrleo. Embora recentemente a Anglo tenha empregado a ssmica num projeto de pesquisa de car-vo, a maioria dos casos de uso da ssmica na prospeco mineral realizado no exterior - Srgio Machado, Anglo American Brasil.

    Na prospeco de petrleo muitas empresas no tm equipes de interpretao especializadas em mtodos no--ssmicos e, portanto, estes dados acabam negligenciados. A exceo a Petrobras, cujo trabalho na rea de mtodos no-ssmicos contribui enormemente para o conhecimento privilegiado que a empresa tem das bacias sedimentares do Brasil e do mundo - Renato Cordani, Reconsult.

    Ainda no existe uma boa integrao entre os mtodos eletromagnticos e ssmicos. O primeiro passo o conheci-mento destas tcnicas pelos intrpretes. O mtodo magne-totelrico uma ferramenta poderosa no imageamento de sedimentos abaixo de rochas vulcnicas, carbonatos e sal, os quais causam srios problemas para a ssmica. O MT marinho amplamente usado no Golfo do Mxico para imageamento sub-sal e poderia ser de grande impacto no Brasil - Patricia de Lugo, Strataimage.

    A correlao dos dados adquiridos por mtodos no-ss-micos com os ssmicos pode ser um processo extremamente difcil por requerer um conhecimento profundo de ambos. Para interpretao de gravimetria gradiomtrica (GG), por exemplo, existem softwares que permitem correlacionar in-terpretaes ssmicas e GG em tempo real - Rodolfo Miran-da, Prospectors.

    No devemos dar nfase apenas na aquisio de dados no-vos de mtodos no-ssmicos, mas na capacitao de mais geofsicos. Do ponto de vista da interpretao, muito temos que desenvolver na rea de algoritmos de modelagem e in-verso integrados ssmica. A indstria de O&G tem gra-dativamente reconhecido a importncia dos mtodos no--ssmicos, pois a integrao de informaes geofsicas para a interpretao de uma rea promissora para prospeco de hidrocarbonetos, se torna uma boa oportunidade de contri-buio dos mtodos no-ssmicos, especialmente em poos que atingiram o pr-sal Marco Polo Buonora, Petrobras.

    Os mtodos potenciais so essenciais para reduo do risco na explorao de O&G. Eles possibilitam a identifi cao dos principais elementos estruturais da rea objeto de explora-o e, nas bacias sedimentares com geologia complexa os mtodos ssmicos prescindem de informaes sobre os pa-rmetros fsicos do terreno para o correto processamento do sinal - Jorge Hildenbrand, Fugro-Lasa-Geomag.

    Devido aos custos dos levantamentos ssmicos, estes de-veriam ser obrigatoriamente precedidos por levantamentos aerogeofsicos magnetomtricos e gravimtricos e a partir da se defi niriam os alvos. A meu ver esta a forma economi-camente correta - Divino Barbosa, Microsurvey.

    Mtodos no-ssmicos & Mtodos ssmicos

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  • Boletim SBGf | nmero 5 201118

    ARTIGO TCNICO

    A importncia do mtodo magnetotelrico na explorao das bacias terrestres brasileirasPatricia de Lugo e Stephanie Senderowitz - Strataimage Consultoria Ltda.

    Em 2008, a 10 Rodada de Licitaes da Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP) para concesso de reas para explorao de leo e gs no Brasil ofertou ape-nas blocos terrestres, sendo a maioria localizada em bacias de grandes dimenses e com poucas informaes geofsicas.

    O mtodo magnetotelrico (MT) uma rpida e poderosa tcnica de aquisio eletromagntica, que no causa danos ao meio ambiente e oferece informaes estruturais e estratigrfi -cas para explorao de reas extensas. Por estas razes, vimos um interesse recente na utilizao do mtodo no Brasil.

    Em 2011, a ANP, prevendo a importncia do mtodo MT para explorao de reas de novas fronteiras, licitou projetos de aquisio em trs bacias: Amazonas, Parecis e Paran.

    Este trabalho faz um resumo da localizao e do sistema petrolfero destas bacias e mostra de forma sucinta como o mtodo MT pode auxiliar no