Determinação de Coeficientes de Descarga em Instrumentos de Medição de Caudal: Tubo de Venturi e...
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1
Determinao de Coeficientes de Descarga em
Instrumentos de Medio de Caudal:
Tubo de Venturi e Placa-Orifcio
Anteprojecto I
Ano lectivo 2013/2014
2 ano da Licenciatura em Engenharia Mecnica
Trabalho realizado por:
Artur Verssimo Pereira Botelho de Arajo
Miguel Filipe Tavares Ribeiro
Tiago Maciel Kleinfeld Figueir
-
2
ndice
1. Apresentao P.3
2. Introduo terica / Validao do mtodo P.4
3. Procedimento experimental P.8
3.1 descrio do material utilizado P8
3.1.1 Aparelho de medio de caudal H10 da TQ Ltd.
3.1.2 Bancada Hidrulica P.9
3.1.2.1 Bomba hidrulica com motor elctrico P.10
3.1.3 Cronmetro digital P.10
3.2 Instrumentos em estudo P.11
3.3 Procedimento P.12
4. Resultados P.13
4.1 Caracterizao do rotmetro P.13
4.2 Tubo de venturi P.14
4.3 Placa-orifcio P.16
4.4 Discusso de resultados P.18
5. Nota final P.19
6. Bibliografia P.20
-
3
1. 1. Apresentao
O presente trabalho foi realizado no mbito da Unidade Curricular de Anteprojecto I,
do 2 ano da Licenciatura em Engenharia Mecnica do Instituto Superior de Egenharia
do Porto, sob orientao do Professor Doutor Fernando Aristides da Silva Ferreira de
Castro.
O objectivo inicial deste trabalho seria proceder determinao de caudais com
recurso ao aparelho didctico de medio de caudal H10 produzido pela TecQuipment
Education and Training Ltd., que consiste na instalao em srie de um tubo de venturi,
um difusor, uma placa orficio, um tubo em L, um rotmetro e uma vlvula para
regulao do caudal. Em vrios pontos da superfcie dos tubos so instaladas tomadas
de presso que permitiro calcular as diferenas de presso entre esses pontos.
Por se ter verificado que no eram fornecidos na ficha tcnica do equipamento os
coeficientes de descarga caractersticos de cada elemento do circuito, o objectivo do
trabalho passou a ser a caracterizao da placa-orifcio e do tubo de venturi que
integram o aparelho, descrevendo o comportamento do coeficiente de descarga em
funo dos nmeros de Reynolds numa pequena gama de caudais.
Nas prximas pginas ser exposto o mtodo adoptado para o efeito: os
equipamentos utilizados, o procedimento experimental seguido.Ser ainda anexado a
este relatrio o documento onde foram registadas as medies, os resultados
calculados e respectivas incertezas, bem como o conjunto de desenhos da instalao
elaborados com recurso ao software de Desenho Assistido por Computador Solidworks
2013 as folhas de clculo que suportam os dados apresentados e onde foram feitos
todos os clculos e produzidos todos os grficos, produzidos no programa Microsoft
Office Excel 2010.
-
4
(1)
(3)
(2)
2. Introduo terica / validao do mtodo
Para a determinao do coeficiente de descarga associado aos aparelhos de
medio em estudos, dois elementos tericos so de particular relevncia. So eles a
Equao de Bernoulli e a Equao da continuidade.
A equao da continuidade diz-nos que num circuito fechado em escoamento
permanente o caudal o mesmo em qualquer seco recta:
Onde a velocidade mdia do fluido, a rea da seco recta e o caudal.
Num circuito de seco circular temos:
(
)
, onde o dimetro da seco recta e =
.
A Equao de Bernoulli declara que, para fluidos incompressveis e no viscosos,
a soma das energias interna, cintica e potencial igual a uma constante, pelo que
entre dois pontos 1 e 2:
-
5
(4)
(5)
(6)
Onde a presso, a massa volmica do fluido, a acelereo gravtica e
a distncia na vertical relativamente cota de referncia.
Para um tubo de rea varivel com direco axial constante e paralela ao solo os
termos z anulam-se. Substituindo conforme a equao (2):
( )
Definindo a diferena de presso em funo da diferena de alturas no
manmetro, :
( )
Inserindo a equao (5) na equao (4) e reolvendo em ordem a temos:
( )
( )
Daqui decorre que, conhecido o dimetro da seco recta e a presso em dois pontos
de um tubo, podemos calcular o caudal:
( )
( )
Como nesta deduo so feitas algumas idealizaes como considerar a gua um
fluido no-viscoso e totalmente incompressvel (alm de se ignorar eventuais
fenmenos de turbulncia decorrentes de uma restrio abrupta como a que imposta
pela placa-orifcio e. g.), o caudal real relaciona-se com o caudal terico atravs de um
-
6
(7)
(Coeficiente de Descarga), com valores compreendidos entre 0 e 1. O valor do
coeficiente de descarga tanto mais prximo de 1 quanto mais o fluxo real se
aproximar das idealizaes assumidas nas concepes matemticas subjacentes ao
clculo do caudal terico.
O caudal real pode medir-se ao cronometrar o escoamento de um determinado volume
de gua:
Das dedues anteriores:
( )
( )
Uma caracterizao comum deste tipo de instrumento a curva que descreve o
coeficiente de descarga em funo do nmero de Reynolds.
O nmero de Reynolds (adimensional) a razo entre as foras inerciais e as
foras viscosas presentes num fluxo e permite determinar se este tem um
comportamento laminar, turbulento ou se est em transio para a turbulncia. De
forma geral, fluxos laminares esto associados a nmeros de reynolds baixos e fluxos
turbulentos esto associados a nmeros de Reynolds elevados.
Para fluxos de gua em tubos, esto definidos os seguintes intervalos de
nmeros de Reynolds:
1 < Re < 103: Fluxo laminar
103 < Re < 104: Transio para a turbulncia
104 < Re < : Fluxo turbulento
-
7
(8)
Num tubo, o nmero de Reynolds pode definir-se da seguinte forma:
Onde a massa volmica do fluido, a velocidade mdia, o dimetro do
tubo e a viscosidade dinmica do fluido.
Destas grandezas, a nica cujo valor no conhecemos a velocidade. No
entanto, conhecido o valor do caudal (medido pelo escoamento do tanque) e a rea da
seco recta, recorremos equao (1) temos:
Neste trabalho propomo-nos estudar o comportamento do coeficiente de
descarga em funo do nmero de Reynolds no tubo de venturi e na placa-orifcio que
integram o aparelho de medio de caudal.
-
8
3. Procedimento experimental
3.1 Descrio do material utilizado
3.1.1 Aparelho de medio de caudal H10 da TQ Ltd.
Fig. 1 Aparelho de medio de caudal H10, TQ Ltd.
(imagem retirada da respectiva ficha tcnica)
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9
3.1.2 Bancada hidrulica
Alm de funcionar como reservatrio de gua para a instalao, dispe de uma bomba
de gua com motor elctrico e de um mecanismo para medio de caudal, conforme se
tenta expor no seguinte esquema:
Fig. 3 Bancada hidrulica
Fig. 2 Bancada hidrulica e aparalho de medio
de caudal H10
-
10
Atravs do tubo graduado representado na parte esquerda do tanque, podemos
verificar variaes de volume ocorrido nessa mesma parte do tanque (sistema de vasos
comunicantes). Ao fechar a torneira, representada a vermelho, ocorrer uma variao
de volume, mensurvel pelo tubo graduado e cuja durao podemos medir com o
cronmetro.
O valor da variao de volume de gua (m3) por unidade tempo (s) obtido por
este mtodo, corresponder ao caudal real, que iremos dividir pelos valores de caudal
(tericos) calculados atravs das diferenas de presso lidas no manmetro.
3.1.2.1 Bomba hidrulica com motor elctrico
Bomba Horizontal Multiestgio
Marca e modelo - Lowara 2HM5T/A
Dbito -
-
11
3.2 Instrumentos em estudo
3.2.1 Tubo de Venturi
A tomada de presso A est instalada numa zona em que o dimetro do tubo
de 26mm e a tomada de presso B est instalada numa zona em que o dimetro de
16mm.
3.2.2 Placa-Orifcio
A tomada de presso E est instalada numa zona em que o dimetro do
tubo de 51mm e a tomada F est instalada logo sada de uma zona em que o
dimetro de 20mm.
Fig. 4 Tubo de Venturi vista em corte
Fig. 5 Placa-orifcio vista em corte
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12
3.3 Procedimento
Os ensaios foram realizados a uma temperatura de 18C.
Em todos os ensaios a bomba de gua trabalhou a uma frequncia de 23Hz.
Regulmos o caudal atravs da vlvula instalada na extremidade superior do
rotmetro e fixmo-lo para as seguintes leituras da escala do rotmetro (cm):
5,0 6,5 8,0 9,5 11,0 12,5 14,0 15,5 17,0
A posio do ponteiro proporcional ao caudal (assumindo um fluxo com
velocidade mdia constante na periferia do mesmo) e corresponde posio em que a
fora exercida pelo fluxo de gua anula o peso do ponteiro. A posio tanto mais alta
quanto maior for o caudal, j que um caudal maior requer uma coroa circular com
maior rea em torno do ponteiro.
Para cada umas das posies do ponteiro do rotmetro acima referidas,
registmos a leitura das tomadas de presso A, B, E e F do manmetro, de forma a
obter os valores , utilizados posteriormente no clculo dos caudais tericos.
De seguida, fechmos a vlvula instalada entre os dois reservatrios, de forma a
impor uma reduo do volume de gua no reservatrio principal.
Medimos com o cronmetro a durao de uma variao de volume de 25 litros,
calculando a partir destes dados o caudal real, . Ajustmos sempre que necessrio
a vlvula de regulao de caudal que integra o circuito no sentido de manter o ponteiro
na posio definida para cada ensaio, j que, sobretudo para valores de caudal mais
baixos, houve redues de caudal significativas com a interrupo do fluxo de gua que
parte do reservatrio secundrio. Estas redues foram perceptveis por se ter
verificado um abaixamento da posio do ponteiro em alguns ensaios.
Realizmos cinco sries de nove ensaios, correspondentes a cada uma das
posies do ponteiro do rotmetro adoptadas no nosso estudo. Em trs das sries os
ensaios foram realizados em sentido ascendente da posio do ponteiro e nas outras
duas em sentido descendente. Com isto tivemos a inteno de minorar os efeitos de
eventuais fenmenos de histerese.
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13
4. Resultados
4.1 Caracterizao do rotmetro
Recorrendo s medies realizadas no esvaziamento do tanque (durao do
escoamento de 25l), contrumos o grfico que representa a posio do ponteiro do
rotmetro em funo do caudal (regresso linear dos valores medidos). Conforme as
nossas expectativas, sustentadas pelo estudo do manual do aparelho didctico utilizado,
a posio do ponteiro do rotmetro relaciona-se com o caudal de forma linear atravs
da equao: y = 51669x - 1,5754
Tabela I Caudal / Posio rotmetro
Rotmetro (cm) Caudal mdio (m3/s) mx. (m3/s)
5 1,31E-04 3,13E-06 1,14E-06
6,5 1,55E-04 3,87E-06 2,66E-06
8 1,85E-04 4,80E-06 8,62E-07
9,5 2,14E-04 5,83E-06 1,26E-06
11 2,42E-04 6,97E-06 7,97E-07
12,5 2,69E-04 8,25E-06 2,11E-06
14 3,01E-04 9,76E-06 2,44E-06
15,5 3,30E-04 1,12E-05 8,20E-07
17 3,63E-04 1,32E-06 2,01E-06
y = 51669x - 1,5754
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
0,00E+00 1,00E-04 2,00E-04 3,00E-04 4,00E-04
Po
si
o r
ot
me
tro
(cm
)
Caudal (m3/s)
Grfico 1 - Posio rotmetro / Caudal
Rotmetro (cm)
Linear (Rotmetro (cm))
-
14
4.2 Tubo de Venturi
Para a gama de valores de caudal presente no nosso estudo ((1,310E-04
3,13E-06) a (3,633E-04 1,32E-05)), foram obtidos valores de coeficiente de
descarga entre (0,9123 1,19E-03) e (0,9553 1,12E-03).
Elaborou-se o grfico que representa os valores mdios de coeficiente de
descarga em funo dos valores mdios de nmeros de Reynolds (d = 0,026m).
Tabela II Venturi (s/ tratamento de dados)
Rotmetro (cm) Re Cd mx
5 18918 0,9194 1,58E-03 2,05E-02
6,5 22437 0,9123 1,19E-03 1,97E-02
8 26722 0,9307 1,04E-03 9,05E-03
9,5 30856 0,9553 1,12E-03 3,56E-02
11 34936 0,9419 9,55E-04 3,38E-03
12,5 38797 0,9336 9,70E-04 8,22E-03
14 43385 0,9415 1,01E-03 7,21E-03
15,5 47711 0,9454 1,04E-03 2,23E-03
17 52452 0,9519 1,11E-03 5,25E-03
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
Co
efi
cie
nte
de
de
scar
ga
Nmero de Reynolds
Grfico 2 - Venturi
Cd/Re(D)
-
15
Aps tratamento dos dados por aplicao do Critrio de Chauvenet aos valores
constantes das tabelas do anexo I, voltmos a elaborar os grficos do coeficiente de
descarga em funo do nmero de Reynolds (d = 0,026m):
Tabela III Venturi (aps critrio de Chauvenet)
Rotmetro (cm) Re Cd mx
5 18918 0,9194 1,58E-03 2,05E-02
6,5 22623 0,9220 1,19E-03 4,38E-03
8 26722 0,9307 1,04E-03 9,00E-03
9,5 30946 0,9381 9,83E-04 9,84E-03
11 34936 0,9419 9,55E-04 3,38E-03
12,5 38668 0,9299 9,51E-04 3,04E-03
14 43385 0,9415 1,01E-03 7,21E-03
15,5 47672 0,9444 1,04E-03 1,33E-03
17 52452 0,9519 1,11E-03 5,25E-03
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
Co
efi
cie
nte
de
de
scar
ga
Nmero de Reynolds
Grfico 3 - Venturi (sem outliers)
Cd/Re(d)
-
16
4.3 Placa-Orifcio
Para a gama de valores de caudal presente no nosso estudo ((1,310E-04
3,13E-06) a (3,633E-04 9,07E-06)), foram obtidos valores de coeficiente de
descarga entre (0,5598 4,38E-04) e (0,6188 6,18E-04).
Elaborou-se o grfico que representa os valores mdios de coeficiente de
descarga em funo do nmero de Reynolds (d = 0,051m):
Tabela IV Placa-orifcio (s/ tratamento de dados)
Rotmetro (cm) Re Cd mx
5 9644 0,6169 1,01E-03 7,24E-03
6,5 11439 0,6099 7,78E-04 1,15E-02
8 13623 0,6188 6,81E-04 6,03E-03
9,5 15731 0,6180 6,28E-04 3,85E-03
11 17811 0,6166 6,23E-04 5,02E-03
12,5 19779 0,6094 6,21E-04 4,24E-03
14 22118 0,6119 6,49E-04 5,24E-03
15,5 24323 0,6130 6,74E-04 2,58E-03
17 26740 0,6155 7,18E-04 4,35E-03
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 10000 20000 30000 40000
Co
efi
cie
nte
de
de
scar
ga
Nmero de Reynolds
Grfico 4 - Placa-orifcio
Cd/Re(D)
-
17
Aps tratamento dos dados por aplicao do Critrio de Chauvenet aos valores
constantes das tabelas do anexo I, voltmos a elaborar os grficos do coeficiente de
descarga em funo do nmero de Reynolds (d = 0,051m):
Tabela IV Placa-orifcio (aps critrio de Chauvenet)
Rotmetro (cm) Re Cd mx
5 9632 0,6201 1,01E-03 3,80E-03
6,5 11533 0,6154 7,78E-04 3,46E-02
8 13651 0,6214 6,81E-04 3,39E-03
9,5 15731 0,6180 6,28E-04 3,85E-03
11 17811 0,6166 6,23E-04 5,02E-03
12,5 19779 0,6094 6,21E-04 4,24E-03
14 22118 0,6119 6,49E-04 5,24E-03
15,5 24342 0,6141 6,74E-04 1,51E-03
17 26740 0,6155 7,18E-04 4,35E-03
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 10000 20000 30000 40000
Co
efi
cie
nte
de
de
scar
ga
Nmero de Reynolds
Grfico 5 - Placa-orifcio (sem outliers)
Cd/Re(D)
-
18
4.4 Discusso de resultados
Com base na descrio de intervalos de nmeros de Reynolds exposta na
introduo, conclumos que em todos os ensaios, com excepo dos que foram
realizados com o rotmetro na posio 5cm, o fluxo esteve sempre num regime
turbulento (Re > 104).
Dado o reduzido nmero de ensaios realizado apenas 5 para cada posio do
rotmetro qualquer anlise estatstica ser sempre pouco substancial. Para ser
possvel um tratamento estatstico mais aprofundado seria necessrio um nmero de
ensaios bastante maior e uma menor progresso entre posies do rotmetro
(adoptmos posies com intervalos de 1,5cm entre 5 e 17cm).
Ainda assim, aplicmos o critrio de Chauvenet aos valores de coeficiente de
descarga calculados, tendo isto permitido tirar algumas concluses quanto ao
comportamento do coeficiente de descarga dos aparelhos em estudo no intervalo de
nmeros de Reynolds adoptado.
No grfico 3, do tubo de venturi, o coeficiente de descarga parece estar a atingir
um patamar aps uma asceno. Para esta tese ser confirmada, poder-se-ia realizado
sries de ensaios para mais posies do rotmetro no intevalo abordado (5 a 17cm),
bem como para posies um pouco abaixo de 5cm, no sentido de confirmar que o
patamar, que julgamos ser razovel registar, precedido de uma srie de valores
ascendentes, o que seria o comportamento esperado neste tipo de fluxo.
Como no temos acesso caracterizao realizada pelo fabricante, no nos
possvel tecer mais consideraes quanto exactido dos resultados.
O maior desvio-padro calculado foi de 2,23% do coeficiente de descarga
correspondente (0,9194 a 5cm, Re = 18918). Com base nesta observao
consideramos satisfatria a fiabilidade dos resultados.
No grfico 5, da placa-orifcio, no se verifica qualquer tendncia de subida ou
descida dos valores de coeficiente de descarga, considerando-se razovel admitir que
em todo o intervalo de nmeros de Reynolds que estudmos o coeficiente de descarga
se mantm constante, com um valor mdio de 0,616. A ficha tcnica do aparelho de
-
19
medio de caudais utilizado, fornece para a placa-orifcio um coeficiente de descarga
de 0,601.
Posto isto, o nosso resultado de 0,616 desvia-se do valor fornecido de 2,50%,
um erro que consideramos bastante significativo.
Alm disto, a maior incerteza que calculmos representa apenas 1,63% do valor
mdio de coeficiente de descarga correspondente (0,6201 a 5cm, Re = 9632), o que
revela que, ou no tivemos em conta elementos geradores de incerteza, ou
subestimmos a incerteza associada aos elementos que tivemos em conta, ou ainda
que deveramos simplesmente ter realizado mais ensaios. Esta ltima hiptese no
entanto contrariada pelo facto de o maior desvio padro calculado ser de apenas 0,86%
do coeficiente de descarga correspondente (0,612 a 14cm, Re = 22118), o que sugere
resultados muito mais fiveis do que se verifica por comparao com a ficha tcnica.
5. Nota final
Apesar de algumas deficincias no planeamento do trabalho, na realizao das
medies e na anlise de resultados, o balano que fazemos da realizao deste
trabalho bastante positivo.
Uma vez que ainda no frequentmos as caderias de Mecnica de Fluidos nem
de Estatstica, e que este foi o primeiro trabalho experimental desta dimenso que
realizmos, este projecto revelou-se uma experincia enriquecedora - fez-nos tomar
conhecimento de alguns conceitos da mecnica de fluidos e, sobretudo, da actividade
experimental.
Pudemos explorar e desenvolver competncias na utilizao de ferramentas
informticas folha de clculo e software de desenho tcnico/projecto.
Estamos convencidos de que o que aprendemos nesta cadeira nos vir a ser til
no resto do curso e nossa actividade profissional e cientfica futura.
-
20
6. Bibliografia
6.1 Para elaborao da introduo terica:
- White, Frank M. Fluid Mechanics 4th Edition, McGraw-Hill;
- Equipa eFunda.com, http://www.efunda.com/designstandards/sensors/f-
lowmeters/flowmeter_va.cfm em Nov-2013;
- Smits, Alexander J., Aerodynamics of Bicycles Continuity Equation,
http://www.princeton.edu/~asmits/Bicycle_web/continuity.html em Nov-2013;
- Smits, Alexander J., Aerodynamics of Bicycles - Bernoullis Equation,
http://www.princeton.edu/~asmits/Bicycle_web/Bernoulli.html em Nov-2013;
- Smits, Alexander J., Aerodynamics of Bicycles Transition and Turbulence,
http://www.princeton.edu/~asmits/Bicycle_web/transition.html em 3-Jan-2014;
6.2 Para composio do procedimento experimental, consulta de propriedades e clculo
de incertezas:
- Holman, J. P. Experimental Methods for Engineers 8th Edition, 2012, McGraw-Hill;
- White, Frank M. Fluid Mechanics 4th Edition, McGraw-Hill;
- Bureau International des Poids et Mesures The International System of Units (SI),
8th Edition, 2006, Organisation Intergouvernamentale de la Convention du Mtre;