Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã ... · Leia as reflexões por completo na...
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Ano II — Nº 64 16 a 22 de Novembro de 2013
Caríssimos/as amigos/as, recebam nossas saudações e desejos de saúde e paz.
Com alegria colocamos em suas mãos nosso Informativo nº 64. Nele vocês encontrarão os comentários sobre o Evangelho desse Domingo, o
33º do Tempo Comum feitos pelo nosso já conhecido Padre José Antonio Pagola e pelo Padre Alberto Maggi –OSM, o que trazemos pela primeira
vez às nossas páginas. Maggi, nos apresenta uma reflexão profunda sobre as palavras de Lucas, levando-nos a refletir sobre os momentos em que
nos deparamos com dificuldades que nos parecem sem solução, como os mais oportunos para confiarmos em Deus e acreditarmos em suas
palavras, pois Ele mesmo nos concederá sabedoria para estes momentos.
Pagola por sua vez, leva-nos a refletir sobre a importância de nos ajudarmos mutuamente nos momentos de crise, quando a desesperança, a
falta de confiança e o medo diante de um futuro incerto, nos levam à solidão e a angústia. Leia as reflexões por completo na página 2.
Com suas sábias palavras, Papa Francisco nos fala sobre a praga da corrupção e nos faz um alerta: “É inútil que alguém diga ‘Eu sou um
benfeitor da Igreja! Eu coloco a mão no bolso e ajudo a Igreja’, se depois, com a outra mão, rouba do Estado, rouba dos pobres [...]” Vale a pena
uma leitura detalhada das palavras do Bispo de Roma que estão na página 4.
Na página 5, José Lisboa Moreira de Oliveira nos brinda com uma reflexão sobre a ostentação eclesiástica que afasta os mais humildes e
simples dos caminhos do Cristo Pastor. Fazendo uma análise do ocorrido com o Bispo de Limburgo, que ficou conhecido como “Bispo do luxo”,
Oliveira traça um perfil da formação seminarística hoje oferecida aos futuros clérigos na maioria dos seminários. Vale a pena uma leitura deste
brilhante artigo.
Dom Demétrio Valentini, com sua costumeira eloquência de fácil entendimento, fala-nos sobre a data de 15 de novembro, fazendo uma leitura
sobre a importância do Pacto Federativo para que o Brasil se torne um país mais justo para todos. Leia mais na página 6.
Homenageando o saudoso Chico Mendes, Frei Betto faz uma leitura sobre as questões que continuam afetando a região amazônica,
sobremaneira no que tange o avanço das fazendas de gado que estão destruindo a floresta, traçando um comparativo com os resultados alcançados
com a implantação, no Acre, da proposta defendida por Chico Mendes para uma floresta sustentável. Vale a pena a leitura deste artigo que está na
página 7.
Por fim, temos nossas agendas de eventos e reuniões, além de convites para você participar de todos eles dispostos nas páginas 7 a 9.
Lembramos, como vocês podem observar logo abaixo, que no próximo sábado, dia 23, teremos nosso encontro com a Teóloga e Escritora Brenda
Carranza.
Estamos esperando por você. Participe. Estamos esperando por vocês de braços e corações abertos.
Desejamos a todos/as ótima leitura.
Com a Teóloga, Socióloga e Escritora
Tema do encontro:
Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã
Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550—Cidade Líder—São Paulo—SP
Maiores informações podem ser obtidas com:
Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]
Leituras propostas pela Igreja para este Domingo
1ª Leitura: Ml 3, 19-20a / Salmo: 97(98)
2ª Leitura: 2Ts 3, 7-12 / Evangelho: Lc 21, 5-19
Padre Alberto Maggi - OSM
Para entender melhor esta passagem do Evangelho de Lucas, cap. 21, vers. de 5 a 19, deste domingo, é preciso
relembrar a história de Israel e voltar sete séculos antes, quando Senaquerib, o terrível rei da Assíria, que depois de
ter devastado 46 cidades, cercou também Jerusalém. Pois bem, à noite, a última noite, a noite do medo para os
habitantes de Jerusalém, ou seja, quando pensavam que o dia depois para eles seria o fim de tudo, esta noite trouxe
uma grande surpresa.
Na manhã não havia mais ocupantes, os invasores tinham ido embora; Senaquerib tinha desarmado as tendas. Este acontecimento foi
interpretado, conforme o Segundo Livro dos Reis, cap. 19, vers. 35, como uma ação do anjo do Senhor que golpeou 185.000 guerreiros
de Senaquerib! Este fato tinha trazido a certeza, a esperança que, no momento de maior perigo para Jerusalém, Deus interviria.
E tudo isso era cantado num salmo, o Salmo 46, versículo 6, onde se diz: “Deus está em seu meio, ela é inabalável”. Portanto
quando Jerusalém está no momento de máximo perigo, Deus intervém. Então isso nos faz compreender a pergunta dos ouvintes –
provavelmente dos discípulos – a respeito das ações de Jesus, quando – escreve o evangelista – “algumas pessoas comentavam sobre
o Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa”.
O templo de Jerusalém, iniciado por Herodes o Grande, era uma das magnificências da época, um esplendor de riqueza e de luxo. Era
um dos mais belos lugares sagrados da antiguidade. Pois bem, Jesus anuncia que: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.
Tudo será destruído”.
É o que irá acontecer de fato com o cerco dos romanos no ano 70, quando literalmente as muralhas que compunham o templo serão
arrancadas e destruídas até as fundações. Pois bem, diante deste triste anúncio, os ouvintes, os discípulos, no lugar de se espantar,
parecem quase excitados: “Eles perguntaram: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão
para acontecer?"
Eis aqui: eles acham, como era tradição em Israel, que no momento do máximo perigo Deus intervém. Portanto esperam uma
intervenção divina que evite esta catástrofe. A reação dos ouvintes não é de espanto, mas de interesse!
Pois bem Jesus, de modo imperativo, diz: "Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome...”,
ou seja, usurpando sua pessoa, “dizendo: 'Sou eu!”, que é o nome divino e portanto reivindicando de trazer uma mensagem divina.
"E ainda: 'O tempo já chegou'”. Para “tempo” o evangelista usa o termo “Kairós”, que difere de “Krónos” que indica o tempo do
calendário, o tempo cronológico. Kairós significa um tempo propício, um tempo favorável, a ocasião única que poderíamos traduzir por
“aproveitar da oportunidade”. Jesus é muito claro: “Não sigam essa gente”.
Jesus convida a não colocar nenhuma esperança numa intervenção extraordinária por parte de Deus, uma intervenção que evite a
catástrofe. Mas, afirma Jesus: “Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem”
– este termo indica a vontade divina - “acontecer, mas não será logo o fim”.
Em outras palavras, a inauguração do reino de Deus é fruto de uma sucessão de etapas de libertação na história, mas a queda de
Jerusalém e de seu templo não significa que chegue logo 2o começo do reino de Deus. É uma das etapas que vão preparar a realização
deste reino na história.
E depois Jesus, usando a linguagem típica dos profetas que preanunciavam grandes mudanças ou desordens sociais, diz que: "Uma
nação lutará contra outra, um reino contra outro reino. Haverá grandes terremotos...”, são todas imagens. O terremoto o que
indica? Indica a violência e a rapidez de uma invasão.
“... Fome e pestes em vários lugares” - as consequências inevitáveis destas invasões - “Vão acontecer coisas pavorosas e grandes
sinais vindos do céu”. Não “no céu”, mas “do céu”, isto é da esfera divina. E eis aqui o anúncio que Jesus dá aos discípulos excitados
por esta perspectiva de uma intervenção divina para a salvação de Jerusalém que Jesus desmente: “Mas, antes que essas coisas
aconteçam, vocês serão presos e perseguidos”. Jesus aponta aos três ‘valores sagrados’ - Deus, pátria e família – que se veem
ameaçados por Jesus e pela sua mensagem.
São os três ‘valores’ que são baseados no poder. A instituição religiosa que usa Deus para dominar as pessoas, a nação onde os reis e os
poderosos dominam as pessoas e a família onde o macho é chefe indiscutível dos seus familiares. São os três pilares onde o poder é
exercido - um é o escudo para o outro e se defende com a ajuda dos outros – que se veem ameaçados por este amor-serviço oferecido por
Jesus.
Então diz Jesus: “Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão
lançados na prisão” – portanto a perseguição por motivos religiosos - “serão levados diante de reis e governadores” – a perseguição
por motivos políticos – e tudo isso “por causa do meu nome”, por causa da adesão a Jesus e à mensagem Dele.
Mas tudo isso será uma oportunidade para dar testemunho. Também será claro que os defensores daqueles ‘valores sagrados’ são, na
Padre José Antonio Pagola
realidade, os inimigos dos seres humanos. Eis porque Jesus a Deus, pátria e família faz as seguintes substituições: ao nome de Deus –
nome comum de todas as religiões – em nome de Pai. Enquanto em nome de Deus se pode tirar a vida das pessoas, em nome do Pai se
pode somente doar a própria. À pátria Jesus substituirá o reino de Deus: não limites e cercas, mas um amor universal. E a família de
Jesus não será marcada por laços de sangue, ligada por laços de sangue, mas pela compartilha de um único grande ideal, o amor.
Portanto esta perseguição que se desencadeia, demonstrará que os defensores daqueles falsos valores são os inimigos da humanidade.
E Jesus anuncia: “Tirem da cabeça a ideia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes
darei palavras de sabedoria”. Por que isso? Porque quando a gente vive em sintonia com Jesus para o bem do ser humano, quando se
vive a própria vida Dele, então a gente absorve o próprio jeito de falar de Jesus. É isso que emana da vida do discípulo.
“De tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês”. O evangelista usa os termos técnicos que depois
também usará na segunda parte deste evangelho, ou seja, nos Atos dos Apóstolos, para relatar sobre o primeiro mártir cristão, Santo
Estevão, (At 6,8-7,60) cujos adversários não podiam resistir nem rebater suas afirmações. E Estevão será acusado de ter falado contra o
templo e contra a lei. Quem toca estes ‘valores sagrados’ morre!
E eis a garantia de Jesus – tudo isso não é uma mensagem de angústia e sim de esperança, frente às inevitáveis perseguições contra
quem quer viver com Jesus e como Jesus na comunidade dos discípulos - “Mas não perderão um só fio de cabelo”. O cabelo é a
mínima parte que uma pessoa tem na cabeça: nem isso você perderá! Porque, conclui Jesus: “É permanecendo firmes” – Com a vossa
perseverança e fidelidade a esta mensagem da Boa Noticia - “que vocês irão ganhar a vida!"
O termo usado para a “vida” é ‘Psyqué’, que indica a vida verdadeira, aquela que é capaz de resistir à morte. Embora haja muitas
perseguições, mesmo se vos tirarem a vida física, a vossa vida, aquela verdadeira, a realidade profunda, esta vai continuar para sempre.
Que tudo isso não seja uma mensagem de medo, de angústia e sim de esperança, dá para entender continuando a leitura no versículo
28, quando Jesus diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês
está próxima”.
Portanto toda esta perseguição, tudo este mal que cai sobre vocês, primeiro, é uma denúncia contra todos aqueles que, fazendo isso,
se demonstram os inimigos da humanidade e, segundo, é uma confirmação que vocês são, com Jesus, a favor da humanidade.
Mas não perderão um só fio de cabelo. É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!
Portanto a mensagem universal do reino de Deus que anula o privilégio de
Israel, o seu sonho de poder, de predomínio, desencadeia uma reação
tremenda contra os seguidores de Jesus, a tal ponto, conclui Jesus: “E vocês
serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e
amigos. E eles matarão alguns de vocês”. O evangelista aqui se refere a
uma lei prevista no livro do Deuteronômio, capítulo 13, onde, no caso de
idolatria, era permitido – ou melhor, quem fazia isso era abençoado - matar até
mesmo os próprios familiares. A adesão a Jesus significará, aos olhos da
sociedade israelense tamanha subversão de valores, um crime tão grande a
ponto de ser comparado à idolatria que é capaz de anular até mesmo os laços
familiares mais íntimos.
Portanto a adesão à mensagem de Jesus é julgada como uma idolatria, e por
isso você pode matar uma pessoa, até mesmo seus familiares.
excluídos da sociedade e privados de uma saída digna. Não
sentimos a chamada para introduzir algumas alterações na
nossa vida para poder viver os próximos anos de forma mais
sóbria e solidária?
Pouco a pouco, vamos conhecendo mais de perto a quem vai
ficando mais indefenso e sem recursos (famílias sem rendimento
algum, desempregados de longa duração, imigrantes doentes…)
Será que no preocupamos de abrir os olhos para ver se podemos
comprometer-nos em aliviar a situação de alguns? Poderemos
pensar em alguma iniciativa realista a partir das comunidades
cristãs?
Nos evangelhos recolhem-se alguns
textos de carácter apocalíptico em que não
é fácil diferenciar a mensagem que pode ser
atribuída a Jesus e as preocupações das
primeiras comunidades cristãs, envolvidas
em situações trágicas enquanto esperam com angústia e no
meio de perseguições o final dos tempos.
Segundo o relato de Lucas, os tempos difíceis não hão-de ser
tempos de lamentos e desalento. Não é tampouco a hora da
resignação ou a fuga. A ideia de Jesus é outra. Precisamente em
tempos de crise “tereis ocasião de dar testemunho”. É então
quando se nos oferece a melhor ocasião de dar testemunho da
nossa adesão a Jesus e ao Seu projeto.
Levamos já alguns anos sofrendo uma crise que golpeia
duramente a muitos. O ocorrido nestes tempos permite-nos
conhecer já com realismo o dano social e o sofrimento que gera.
Não terá chegado o momento de avaliarmos como estamos
reagindo?
Talvez, o primeiro seja rever a nossa atitude de fundo:
Estamos nos posicionando de forma responsável, despertando
em nós um sentido básico de solidariedade, ou estamos a viver
de costas a tudo o que pode perturbar a nossa tranquilidade?
Que fazemos a partir dos nossos grupos e comunidades cristãs?
Teremos marcado uma linha de atuação generosa, ou vivemos
celebrando a nossa fé à margem do que está a suceder?
A crise está a abrir uma fratura social injusta entre quem
podem viver sem medo do futuro e aqueles que estão sendo
Não devemos esquecer que a crise não só cria
empobrecimento material. Gera, também, insegurança, medo,
impotência e experiência de fracasso. Desfaz projetos, afunda
famílias, destrói a esperança. Não teremos de recuperar a
importância da ajuda entre familiares, o apoio entre vizinhos, o
acolhimento e acompanhamento a partir da comunidade
cristã…? Poucas coisas podem ser mais nobres nestes
momentos que o aprender a cuidar-nos mutuamente.
Em: www. studibiblici.it-15/11/13
Em: www. http://eclesalia.wordpress.com15/11/13
Em: http://www.zenit.org/2013/11/12
Homilia do Papa pronunciada na Capela da Casa Santa Marta no dia 11/11/2013
De fato, diz o papa, é quase melhor definir a nós próprios como pecadores do que
como corruptos. Porque "aquele que peca e se arrepende pede perdão, se sente frágil,
se sente filho de Deus, se humilha e pede a salvação de Jesus". Mas quem é corrupto "escandaliza" não pelas suas culpas, diz o
Santo Padre, mas porque "não se arrepende", "continua a pecar, e, mesmo assim, finge que é cristão". É alguém que leva, enfim,
uma "vida dupla". E isso "faz muito mal" para a Igreja, para a sociedade e para o próprio homem. “É inútil que alguém diga ‘Eu
sou um benfeitor da Igreja! Eu coloco a mão no bolso e ajudo a Igreja’, se depois, com a outra mão, rouba do Estado,
rouba dos pobres [...] É injusto", diz Bergoglio, recordando o que diz Jesus no Evangelho de hoje sobre quem é causa de
escândalo: "Mais vale a esse que lhe pendurem uma pedra de moinho ao pescoço e seja lançado ao mar!".
"Aqui não se fala de perdão", observa o papa, o que esclarece ainda mais a diferença entre corrupção e pecado. Jesus "não se
cansa de perdoar", explica Francisco, e nos exorta a perdoar até sete vezes por dia o irmão que se arrepende. No mesmo Evangelho,
porém, Cristo adverte: "Ai daquele que provoca escândalos!". Jesus "não está falando de pecado, mas de escândalo, que é outra
coisa", ressalta o papa, "e acrescenta que é melhor que lhe coloquem no pescoço uma pedra de moinho e o joguem no mar do que
causar escândalo a um só destes pequeninos".
Quem escandaliza engana, e "onde há engano não há o Espírito de Deus [...] Esta é a diferença entre o pecador e o corrupto":
quem leva "vida dupla é corrupto"; quem "peca, mas gostaria de não pecar", é apenas "fraco": este "recorre ao Senhor" e pede
perdão. "Deus o ama, o acompanha, está com ele".
Todos nós “devemos nos reconhecer pecadores. Todos nós". Mas "o corrupto está amarrado a um estado de suficiência,
não sabe o que é a humildade". Jesus chamava esses corruptos de "hipócritas", ou, pior ainda, de "sepulcros caiados",
que parecem "bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão".
Bergoglio vai fundo e afirma: "Uma podridão vernizada: esta é a vida dos corruptos. E um cristão que se gaba de ser
cristão, mas que não leva vida de cristão, é um desses corruptos", acrescenta.
"Nós todos conhecemos alguém que está nesta situação: cristãos corruptos, padres corruptos... Quanto mal eles
causam à Igreja, porque não vivem no espírito do Evangelho, mas no espírito da mundanidade". Mundanidade que é
um perigo a respeito do qual São Paulo já alertava os cristãos de Roma, escrevendo: "Não se conformem com a
mentalidade deste mundo". Comenta o Santo Padre: "Na verdade, o texto original é mais forte, porque nos diz para
não entrarmos nos esquemas deste mundo, nos parâmetros deste mundo, ou no mundanismo espiritual".
As homilias do papa Francisco na Casa Santa Marta já não se limitam a usar metáforas simpáticas para aguçar as consciências
embaçadas dos fiéis. Depois da dura homilia de hoje e do alerta feito na última sexta-feira aos devotos da "deusa tangente", as suas
críticas se tornaram implacáveis, porque o que está em jogo é a vida e a alma das pessoas.
Como bom pastor, o papa tem o dever de guiar o seu rebanho pelo caminho que leva até Deus. Por isso, no final de um sermão
que foi mais forte que o habitual até aqui, ele ressaltou a esperança e recordou que Cristo "não se cansa nunca de perdoar, mas
com a condição de não querermos levar uma vida dupla, de irmos até Ele arrependidos: ‘perdoa-me, Senhor, eu sou um pecador’".
E conclui: "Peçamos hoje a graça do Espírito Santo, que foge de todo engano, a graça de nos reconhecermos pecadores:
somos pecadores. Pecadores, sim. Corruptos, não".
Em:www.adital.com.br/2013/11/11
Para Refletir...
José Lisboa Moreira de Oliveira
Correu o mundo a notícia de que o Vaticano afastou do exercício do ministério episcopal o bispo Franz-
Peter Tebartz-van da diocese de Limburg na Alemanha, por causa do seu esbanjamento ao construir sua
residência. O bispo teria gasto 31 milhões de euros na construção de sua "modesta casinha” de pastor. Soma
que convertida em reais, segundo a cotação do euro no dia em que comecei a escrever este artigo, seria igual
a R$ 79.360.000,00.
A notícia causou impacto na grande mídia (sempre à procura de fofocas)
e nas pessoas mais simples e honestas que ainda esperam dos ministros
ordenados um testemunho de simplicidade e de pobreza, a exemplo de
Jesus que "não tinha onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20). Porém, para
observadores atentos, o luxo, a ostentação e o esbanjamento de muitos
padres e bispos é uma constante. Se analisarmos cuidadosamente o caso
do Brasil, vamos ver que, nas devidas proporções, muitos aqui não ficam
longe do bispo alemão. A seguir alguns exemplos ilustrativos.
Há quase dez anos, quando eu era professor de teologia no Instituto de
Teologia de Ilhéus (BA), visitei uma comunidade de periferia na cidade de
Itabuna (BA). Lá me deparei com o caso de um seminarista diácono, meu
aluno, que estava para ser ordenado presbítero. O seminarista havia exigido
daquela comunidade pobre, como presente de ordenação, uma casula no
valor de três mil reais. Valor esse exorbitante para a época e para as pessoas
daquele bairro pobre de periferia. Tempos atrás um bispo auxiliar de uma
grande arquidiocese, hoje arcebispo na região Sudeste do nosso país, costu-
Vista aérea da residência do Bispo de Limburgo Franz-Peter Tebartz-van Elst,
afastado de suas atividades pelo Papa Francisco
mava exibir publicamente seus esbanjamentos. Entre esses esbanjamentos estava o fato de que ele morava num condomínio de luxo da
capital, cuja taxa de condomínio naquela ocasião era de dois mil reais. Outro bispo, de uma simples diocese do Centro-Oeste, esnobava
nas reuniões da CNBB que havia gasto trezentos mil reais apenas com a construção e decoração do presbitério da nova catedral. Uma
arquidiocese está para construir uma nova catedral, cujo orçamento ultrapassa os cem milhões de reais. Recentemente o bispo de uma
diocese do Nordeste brasileiro, encravada no polígono da seca, decidiu construir um luxuoso seminário para seus seminaristas, fora da
própria diocese, onde os mesmos estudam filosofia e teologia. Para pagar as dívidas da construção decretou que cada paróquia deveria
contribuir com determinada quantia. Passei na ocasião por algumas dessas paróquias e pude perceber o sofrimento do povo que, além dos
problemas angustiantes provocados pela seca, tinha que se virar para arrecadar a quantia exigida pelo bispo. Falando sinceramente, diante
de todas essas extravagâncias praticadas num país pobre como o nosso, os gastos do bispo alemão não passa de simples "fichinha”.
O que causa estranheza é o fato de que tudo isso aconteça após a realização do Concílio Vaticano II, o qual pediu que os ministros da
Igreja, especialmente os bispos e padres, primassem pela simplicidade e pela pobreza, seguindo o exemplo de Jesus (PO, 17). Causa mais
surpresa ainda saber que os esbanjadores eclesiásticos são ministros relativamente jovens, formados após o Vaticano II. O bispo de
Limburgo, afastado pelo Vaticano, tem 53 anos. Isso revela que a formação nos seminários e a formação permanente não estão conseguindo
ajudar os pastores a viverem segundo o modelo de Cristo Pastor.
No caso do Brasil, as pesquisas apontam que a maioria absoluta dos seminaristas é originária de famílias pobres da zona rural ou das
periferias das grandes cidades. No atual momento há uma prevalência de seminaristas provenientes das periferias urbanas. E talvez aqui
esteja o motivo da tendência ao esbanjamento, ao luxo e à ostentação. Por serem oriundos de situações de extrema pobreza, os candidatos
tudo fazem para sair da situação de miséria. Isso é uma coisa até certo ponto normal. Qualquer ser humano que tenha passado por uma
situação de privação, ao ter uma oportunidade de sair dela, fará isso normalmente. Os seminaristas não são exceção à regra.
O que se deve questionar é a incapacidade do processo formativo de educar esses candidatos para uma vida simples e pobre. Os
seminários e a formação permanente deveriam ser capazes de contribuir para que o seminarista pobre permanecesse pobre, mesmo depois
de padre. Deveria ser capaz de ajudar o seminarista a entender que antes ele era pobre porque o sistema social e econômico injusto o
impedia de ter o necessário para viver dignamente. Agora, como seminarista ou como padre, ele será ou permanecerá pobre por opção
vocacional: para seguir Jesus Cristo pobre, o qual, ao assumir a condição humana se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza
(2Cor 8,9). A formação deveria ser capaz de ajudar o futuro ministro ordenado a não ter medo de permanecer pobre; de, por opção vocacional,
voltar a passar por situações de privação vividas anteriormente.
Mas não é isso que vem acontecendo. A formação nos seminários aburguesa. Os seminaristas recebem tudo de graça, não precisam
trabalhar para se manter. Têm à disposição deles casa, comida, roupa lavada, transporte, médico, remédio, estudos, livros etc. Em muitos
seminários os seminaristas nem sequer colaboram com a limpeza dos pratos nos quais comem e da casa onde moram. São raros os
seminários onde isso acontece. Conheço seminários onde os seminaristas, depois do almoço, dormem a tarde toda e nem sequer leem os
textos indicados pelos seus professores. Isso aconteceu muitas vezes com alunos meus. Eles não precisam se preocupar, pois há
funcionários pagos pela diocese para trabalhar para eles. Pagos por um povo de bobos e de ingênuos, o qual ainda acredita piamente que
ele tem obrigação de sustentar a mordomia de certos seminaristas, padres e bispos. Enquanto isso, a dona Maria e o seu José, funcionários
do seminário, não conseguem tratar a saúde dos filhos e, menos ainda, pagar uma faculdade para eles, pois o salário minguado que recebem
da diocese não é suficiente.
A medida drástica tomada pelo Vaticano contra o bispo alemão foi necessária, mas convém ressaltar que isso não resolverá o problema.
É preciso, com urgência, mexer na estrutura eclesial viciada. Estrutura essa que trata os ministros ordenados como verdadeiros "príncipes
da Igreja”, os quais se acham no direito de exigir do povo que sustente suas mordomias. É preciso rever todo o processo formativo, tornando-
o mais leve, menos custoso e menos aburguesado. Sem desprezar o princípio bíblico de que o evangelizador tem direito a um salário digno
(Mt 10,10), a Igreja precisa educar seus ministros ordenados a, como o apóstolo Paulo, trabalharem com as próprias mãos para o próprio
sustento (At 18,3; 1Cor 9,13-15) e a se contentarem com aquilo que a comunidade pode oferecer para a manutenção deles (Lc 10,7-8). Mas
para se chegar a isso é fundamental romper com todo o esquema eclesiástico atual, pautado no amor ao dinheiro. Sem ruptura,
continuaremos a pôr remendos e a colocar vinho novo em potes velhos (Mc 2,21-22). Os escândalos continuarão a acontecer, uma vez que
"a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10).
O p i n i ã o
Dom Demétrio Valentini
O feriado da República nos convida a olhar a situação do país em perspectiva histórica. Cada
dia mais, urge retomar as grandes inspirações iniciais da formação de nossa nacionalidade.
Somos uma "república federativa”. Não pairam dúvidas sobre a viabilidade desta opção política,
assumida na Proclamação da República em 1889, e confirmada em plebiscito por ocasião da Constituinte de 1988.Uma "república
federativa” resulta de um "pacto federativo”, em que os diversos Estados Federados colocam em comum seus destinos políticos,
fortalecendo-se mutuamente, pelo aporte solidário de cada um deles, em benefício da obtenção dos objetivos comuns, assumidos
em conjunto pelos Estados Federados.
É forçoso constatar que a federação manifesta sinais de esgotamento político. São frequentes as iniciativas de Estados que buscam
benefícios próprios, com prejuízo da proposta federativa.
Um dos sinais mais evidentes desta prática corrosiva do espírito republicano é a assim chamada "guerra fiscal”, em que
determinados Estados buscam atrair investimentos usando de artifícios que solapam a federação.
Está na hora de refazermos o pacto federativo. Este é um dos grandes desafios políticos, que se desenham pela frente de maneira
inexorável. Assim não dá para continuar. Sem um novo pacto federativo o Brasil vai se tornar um entreposto alfandegário
desorganizado e predatório.
Há sinais evidentes de crise da federação. A desigualdade entre os Estados Federados é flagrante. Em princípio, esta desigualdade
injusta, existente entre os Estados, deveria servir de estímulo positivo, a incentivar o espírito de solidariedade, que deveria guiar os
ideais federativos, buscando o fortalecimento dos interesses comuns entre todos os Estados.
Acontece que, ao contrário, os Estados
encontram expedientes administrativos, que
canalizam para si próprios as oportunidades
disputadas, sem levar em conta o ideal federativo.
Alguns dados mostram o tamanho do desafio. O
Estado de São Paulo, por exemplo, sozinho, já
ultrapassou toda a Argentina. Ele já passou dos
quarenta e dois milhões, enquanto a Argentina
está com pouco mais de quarenta e um milhões.
De todos os países da América Latina, só o México
e a Colômbia têm mais habitantes que o Estado de
São Paulo.
Comparando com a realidade do MERCOSUL,
São Paulo tem um grande "mercado livre” à sua
disposição, constituído por todos os outros Estados
brasileiros.
É evidente que este desequilíbrio, se não for
corrigido por dispositivos legais adequados e
eficazes, tende a se agravar, frustrando as
intenções solidárias da República Federativa.
Para este novo "pacto republicano”, é indispensável regular, de maneira sábia e justa, toda a questão dos tributos. Por isto, a
proposta de um novo "pacto federativo” deve vir acompanhada de uma eficaz "reforma tributária”, cuja urgência vai aumentando,
enquanto crescem as resistências que a solapam.
O outro desafio, que precisa ser enfrentado simultaneamente é sem dúvida a Reforma Política. As três iniciativas vão necessitar
da vontade política dos governantes, mas sobretudo do apoio da população, que encontrará meios de se expressar através de
mecanismos republicanos.
Novo Pacto Federativo, Reforma Tributária, e Reforma Política, os três maiores desafios que o Brasil tem pela frente. Os três nós
a desatar num mutirão de cidadania!
Em:www.adital.com.br/2013/11/14
Frei Betto
Há 25 anos assassinaram Chico Mendes (1944-1988). Pagou com a vida a defesa da Amazônia, a
integração entre o homem e a natureza, a criação de reservas extrativistas que, hoje, evitam que a
floresta reine como santuário intocável ou sofra derrubadas vítima da ambição do capital.
Por enquanto, da parte do governo federal e dos ambientalistas, não há sinal de nenhuma homenagem ou comemoração (=fazer
memória) do martírio de Chico Mendes.
Para celebrar a data, retornei ao Acre na última semana de outubro. Conheci Chico Mendes no início da década de 1980, quando
ainda a esquerda encarava a questão ecológica com preconceito, sem compreender sua ilimitada força política, na medida em que
supera partidarismos e agrega pessoas de todas as classes sociais, inclusive crianças. Estive em seu velório em Xapuri, na véspera
do Natal de 1988.
Acompanhei de perto o surgimento da luta da nova
geração de acreanos, como Chico Mendes, Marina Silva e
os irmãos Jorge e Tião Viana, para livrar o estado do
latifúndio, dos pistoleiros, das madeireiras
irresponsáveis, da caça predatória, da rota do
narcotráfico. Em meados da década de 1970, ali estive
com frequência, a convite do bispo Moacyr Grecchi, para
assessorar as Comunidades Eclesiais de Base,
sementeiras de movimentos sociais que, transformados
em força política, modificaram o perfil do estado.
Nesta visita recente, conversei com o governador Tião Viana, proferi palestras na universidade federal e, no dia seguinte, para o
secretariado dos governos estadual e municipal, e visitei, em Xapuri, o memorial de Chico Mendes e o Seringal Cachoeira.
Com área de 164.221 km2, o Acre abriga 4,2% da Amazônia brasileira e conta, hoje, com quase 800 mil habitantes (350 mil na
capital, Rio Branco). As terras indígenas compreendem 16% do território, onde vivem 15 diferentes etnias com cerca de 13 mil
pessoas.
São consideradas Áreas Protegidas 32% das terras do estado, embora o desmatamento afete 13% da área total do Acre, devido
sobretudo à abertura de pasto para o gado.
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Acre, calculado em 0,559 (2010), cresceu 218% nos últimos 10 anos. Já não é
o estado dominado por máfias, como a do ex-deputado federal Hildebrando.
Pascoal, que mandava retalhar seus inimigos com serra elétrica, nem por pistoleiros a serviço de grileiros, como os que
assassinaram Chico Mendes.
do que faz a Costa Rica. Em nosso país, o turismo ainda engatinha atrelado ao carnaval e ao litoral.
O Acre permanece isolado do resto do Brasil. Seus produtos, para saírem por nossos portos, precisam viajar 3.500 km até o
Atlântico. Cuidasse melhor o governo da BR-317, a rodovia transoceânica, também conhecida como Rodovia do Pacífico, que liga
os dois oceanos que banham a América do Sul, a distância entre Rio Branco e o litoral peruano seria encurtada para 1.500 km.
Em tempos de expansão de pastos Amazônia adentro, com a derrubada de árvores seculares, e a atividade predatória de
mineradoras e garimpeiros, ressaltar a vida e os ideais de Chico Mendes deveria ser um dever cívico obrigatório em todas as nossas
escolas.
Enquanto a média nacional de crianças de 6 a 14 anos na escola é de 84,1% (2011),
no Acre chega a 92,2%, embora falte ampliar o regime de tempo integral.
A taxa de mortalidade infantil caiu de 31.3 (2000) em cada mil nascidos vivos para
13.9 (2011), aproximando-se da média nacional (13.5).
O Acre é um estado com potencial de riquezas pouco exploradas pelo Brasil. Além
de produzir o mais resistente látex (utilizado, em especial, na fabricação de
preservativos), e também castanha, madeira certificada e múltiplas frutas, como o
açaí, hoje consumido em larga escala pelos europeus, o estado possui ampla
possibilidade de turismo ambiental, que não é devidamente incentivado, ao contrário
Em:www.adital.com.br/2013/11/14
Aula Palestras programadas para Novembro de 2013
Dia 22 de Novembro – 19h30
Tema:
“Implantação do Observatório de Políticas
Públicas junto à Universidade Federal da
Zona Leste”
Vamos debater com a comunidade acadêmica e os movimentos
organizados da Zona Leste a instalação deste importante
instrumento de pesquisas e desenvolvimento de Políticas
Públicas e Sociais.
Participe.
As aulas acontecem todas as Sextas-Feiras às 19h30 no Salão da Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – Zona Leste – São Paulo – SP
Para maiores informações fale com Luís: [email protected] ou Deise: [email protected]
z
O CURSO DE VERÃO é um programa de
FORMAÇÃOPOPULAR no campo sócio-político-cultural, a partir
da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral
e do empenho transformador da sociedade. É um ESPAÇO
ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO de convivência, partilha de
vida, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe
participantes, em especial JOVENS, empenhados na busca da
compreensão e respeito entre homens e mulheres de toda a
família humana, no esforço para transformar as pessoas e a
sociedade na linha da justiça, solidariedade e salvaguarda do
meio ambiente.
JUVENTUDES EM FOCO:
por políticas públicas inclusivas na educação, trabalho e cultura
é o tema do Curso de Verão de 2014. Juventudes, no plural, enfatiza a diversidade do fenômeno
juvenil do ponto de vista das classes sociais, do contraste entre o urbano e o rural, entre a
periferia e as áreas urbanizadas nas cidades. Gênero, cor, raça, etnia, inclusão ou exclusão
digital, qualidade do ensino, acesso a equipamentos culturais e de lazer e ao mercado de trabalho
compõem o leque das múltiplas desigualdades que afetam os jovens. O curso oferece um espaço
de diálogo, aprofundamento e compromisso em torno a temas que mais preocupam a juventude:
da violência ao extermínio de jovens negros; da disseminação das drogas ao desemprego juvenil;
da baixa qualidade do ensino à desagregação familiar; da perda de sentido à crise ecológica. O
curso refletira sobre os caminhos para se remover os obstáculos para o protagonismo juvenil na
sociedade, nas igrejas e no estabelecimento de políticas públicas transformadoras.
Para Maiores informações acesse o site:
www.ceseep.org.br
Carta do Movimento Pro-Descentralização da Prefeitura de
São Paulo
Ao Prefeito de São Paulo: Fernando Haddad, aos 55 Vereadores/as e aos 32 Partidos Políticos
São Paulo é uma cidade com mais de 11,3 milhões de habitantes espalhados por uma região com 1523 km2, com
previsão orçamentária para 2014 cerca de 50 bilhões de reais. São Paulo tem 32 Subprefeituras (32 Cidades com
mais de 350 mil habitantes). São 96 Distritos e centenas e centenas de Vilas/Jardins. São inúmeras as dificuldades
para que uma cidade com estas proporções seja administrada a contento a partir de um único centro administrativo
instalado no Vale do Anhangabaú.
Assim, nós Abaixo Assinados, defendemos a
Descentralização da Administração da Cidade de São Paulo.
Neste processo, apoiamos e defendemos:
1. QUE O ORÇAMENTO MUNICIPAL seja dividido proporcionalmente para as Subprefeituras respeitando a
necessidade real de cada uma. Atualmente são os BAIRROS CENTRAIS E MAIS ABASTADOS que recebem a
maior parte dos RECURSOS DE TODA CIDADE. As periferias (que elegeram o Prefeito Haddad e os Vereadores) ficam
com migalhas e quase nada para SAÚDE, MORADIA, EDUCAÇÃO, CULTURA, LAZER...
2. QUE OS CONSELHOS MUNICIPAIS de cada Subprefeitura tenha o caráter deliberativo;
3. QUE AS DECISÕES DE INVESTIMENTOS DO ERÁRIO PÚBLICO sejam tomadas a partir de consultas feitas à
comunidade local e não a partir de gabinetes distantes;
4. QUE TODAS AS SECRETARIAS MUNICIPAIS sejam descentralizadas para as Subprefeituras e a partir delas
sejam administradas as questões pertinentes a cada uma. Esta CENTRALIZAÇÃO DOS RECURSOS, na Cidade mais
rica do Brasil, favoreceu, historicamente, corrupções, exclusões e aumento das desigualdades sociais.
5. É URGENTE A DECENTRALIZAÇÃO PARA ACABAR COM AS BRUTAIS DESIGUALDADES SOCIAIS.
A Cidade mais rica do Brasil (aonde os ricos ficam mais ricos) não pode continuar convivendo com 1,3 milhão em favelas (e a cada
dia aumentam as FAVELAS na Cidade mais rica do Brasil), 150 mil Crianças sem Creche e outras milhares fora da Escola. 91%
não se sente segura em São Paulo. A insatisfação chega ao ponto de 56% declararem que mudariam de cidade se pudessem,
espera de 66 dias para ser atendido em consulta médica, 86 dias para fazer exames clínicos e 178 dias para conseguir
procedimentos mais complexos. Dos 96 distritos, 45 não têm sequer uma biblioteca, 59 não oferecem um Centro Cultural, em 59
não há Cinema, 71 não abrigam Museus, 52 não têm Sala de show e concerto e 54 não oferecem Teatro a seus moradores. Em
São Paulo, 56 distritos não têm uma unidade com equipamentos públicos de esporte. A desigualdade entre os indicadores das
poucas regiões mais ricas e das mais pobres chega a centenas e até milhares de vezes. A pesquisa está, na íntegra, no site
www.nossasaopaulo.org.br.
6. ADMINISTRAR UMA CIDADE COM 11,3 MILHÕES tem que se inovar, descentralizar, envolver a população, os Movimentos,
Entidades. É o direito à Cidade. Cidade para todos/as com QUALIDADE. Isso é novo...
Dia: 13 de Dezembro de 2013, Sexta-Feira, 19,30 horas,
Entrega do Abaixo Assinado ao Prefeito, Vereadores e Partidos Políticos, no
Salão da Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo - Zona Leste.
Informações e participação: [email protected]
Colete as assinaturas atrás desta FOLHA
E entregue na Escola da Cidadania, nos Movimentos Sociais, nas Entidades compromissadas com uma Cidade humana, justa, participativa, cidadã...
Reproduza quantas cópias você precisar.
Precisamos reunir o maior número de assinaturas possível.
Unidos alcançaremos esta vitória.
Com a Teóloga, Socióloga e Escritora
Tema do encontro:
Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã
Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550—Cidade Líder—São Paulo—SP
Maiores informações podem ser obtidas com:
Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]
COORDENAÇÃO
Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3ªs Terças-Feiras dos
meses impares. A próxima será realizada no dia
19 de Novembro de 2013
As reuniões são realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da
Vila Guilhermina
Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança
R E U N I Õ E S
PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS
AGENTES DE PASTORAL
As reuniões entre os padres, religiosos, religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas sempre na última
Sexta-Feira dos meses pares. A próxima será realizada excepcionalmente, na quarta-feira, dia
27 de Novembro de 2013
As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA
Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera - Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera
Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por certo, poderão
contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.
www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e religiões, mulheres, direitos
humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial voltada aos jovens.Ao se cadastrar você passa a receber as
duas versões diárias.
www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade da internet na América Latina,
em conteúdos, audiência e serviços on-line.
www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo diversos seguimentos tais como:
estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania, ecologia, intercâmbio e educação popular.
www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos da Igreja e da própria
Conferência.
www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos orientadores de sua reflexão e
ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados, capazes de facilitar a elaboração de atividades
transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável, Mulheres: sujeito sociocultural, e Teologia Pública.
www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por ele.
www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões em todo o mundo.
www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de tratar de questões sobre educação,
religiosidade e formação humana.
www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política, internacional, movimentos sociais,
educação e direitos humanos dentre outros.
www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande importância nas esferas político-
administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.
www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina atualíssima, mantém informações
diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no Brasil.
www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida Pastoral torna acessível um vasto
acervo de artigos da revista classificados por áreas temáticas. Excelente fonte de pesquisa.
www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.
www.consciencia.net— Acervo Paulo Freire completo disponível neste endereço.
www.news.va/pt - Pronunciamentos do Papa Francisco diretamente do Vaticano.
“De Esperança,
em Esperança,
na Esperança
Sempre”