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Ano II — Nº 64 16 a 22 de Novembro de 2013 Caríssimos/as amigos/as, recebam nossas saudações e desejos de saúde e paz. Com alegria colocamos em suas mãos nosso Informativo nº 64. Nele vocês encontrarão os comentários sobre o Evangelho desse Domingo, o 33º do Tempo Comum feitos pelo nosso já conhecido Padre José Antonio Pagola e pelo Padre Alberto Maggi OSM, o que trazemos pela primeira vez às nossas páginas. Maggi, nos apresenta uma reflexão profunda sobre as palavras de Lucas, levando-nos a refletir sobre os momentos em que nos deparamos com dificuldades que nos parecem sem solução, como os mais oportunos para confiarmos em Deus e acreditarmos em suas palavras, pois Ele mesmo nos concederá sabedoria para estes momentos. Pagola por sua vez, leva-nos a refletir sobre a importância de nos ajudarmos mutuamente nos momentos de crise, quando a desesperança, a falta de confiança e o medo diante de um futuro incerto, nos levam à solidão e a angústia. Leia as reflexões por completo na página 2. Com suas sábias palavras, Papa Francisco nos fala sobre a praga da corrupção e nos faz um alerta: É inútil que alguém diga Eu sou um benfeitor da Igreja! Eu coloco a mão no bolso e ajudo a Igreja’, se depois, com a outra mão, rouba do Estado, rouba dos pobres [...] Vale a pena uma leitura detalhada das palavras do Bispo de Roma que estão na página 4. Na página 5, José Lisboa Moreira de Oliveira nos brinda com uma reflexão sobre a ostentação eclesiástica que afasta os mais humildes e simples dos caminhos do Cristo Pastor. Fazendo uma análise do ocorrido com o Bispo de Limburgo, que ficou conhecido como Bispo do luxo, Oliveira traça um perfil da formação seminarística hoje oferecida aos futuros clérigos na maioria dos seminários. Vale a pena uma leitura deste brilhante artigo. Dom Demétrio Valentini, com sua costumeira eloquência de fácil entendimento, fala-nos sobre a data de 15 de novembro, fazendo uma leitura sobre a importância do Pacto Federativo para que o Brasil se torne um país mais justo para todos. Leia mais na página 6. Homenageando o saudoso Chico Mendes, Frei Betto faz uma leitura sobre as questões que continuam afetando a região amazônica, sobremaneira no que tange o avanço das fazendas de gado que estão destruindo a floresta, traçando um comparativo com os resultados alcançados com a implantação, no Acre, da proposta defendida por Chico Mendes para uma floresta sustentável. Vale a pena a leitura deste artigo que está na página 7. Por fim, temos nossas agendas de eventos e reuniões, além de convites para você participar de todos eles dispostos nas páginas 7 a 9. Lembramos, como vocês podem observar logo abaixo, que no próximo sábado, dia 23, teremos nosso encontro com a Teóloga e Escritora Brenda Carranza. Estamos esperando por você. Participe. Estamos esperando por vocês de braços e corações abertos. Desejamos a todos/as ótima leitura. Com a Teóloga, Socióloga e Escritora Tema do encontro: Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550—Cidade Líder—São Paulo—SP Maiores informações podem ser obtidas com: Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]

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Ano II — Nº 64 16 a 22 de Novembro de 2013

Caríssimos/as amigos/as, recebam nossas saudações e desejos de saúde e paz.

Com alegria colocamos em suas mãos nosso Informativo nº 64. Nele vocês encontrarão os comentários sobre o Evangelho desse Domingo, o

33º do Tempo Comum feitos pelo nosso já conhecido Padre José Antonio Pagola e pelo Padre Alberto Maggi –OSM, o que trazemos pela primeira

vez às nossas páginas. Maggi, nos apresenta uma reflexão profunda sobre as palavras de Lucas, levando-nos a refletir sobre os momentos em que

nos deparamos com dificuldades que nos parecem sem solução, como os mais oportunos para confiarmos em Deus e acreditarmos em suas

palavras, pois Ele mesmo nos concederá sabedoria para estes momentos.

Pagola por sua vez, leva-nos a refletir sobre a importância de nos ajudarmos mutuamente nos momentos de crise, quando a desesperança, a

falta de confiança e o medo diante de um futuro incerto, nos levam à solidão e a angústia. Leia as reflexões por completo na página 2.

Com suas sábias palavras, Papa Francisco nos fala sobre a praga da corrupção e nos faz um alerta: “É inútil que alguém diga ‘Eu sou um

benfeitor da Igreja! Eu coloco a mão no bolso e ajudo a Igreja’, se depois, com a outra mão, rouba do Estado, rouba dos pobres [...]” Vale a pena

uma leitura detalhada das palavras do Bispo de Roma que estão na página 4.

Na página 5, José Lisboa Moreira de Oliveira nos brinda com uma reflexão sobre a ostentação eclesiástica que afasta os mais humildes e

simples dos caminhos do Cristo Pastor. Fazendo uma análise do ocorrido com o Bispo de Limburgo, que ficou conhecido como “Bispo do luxo”,

Oliveira traça um perfil da formação seminarística hoje oferecida aos futuros clérigos na maioria dos seminários. Vale a pena uma leitura deste

brilhante artigo.

Dom Demétrio Valentini, com sua costumeira eloquência de fácil entendimento, fala-nos sobre a data de 15 de novembro, fazendo uma leitura

sobre a importância do Pacto Federativo para que o Brasil se torne um país mais justo para todos. Leia mais na página 6.

Homenageando o saudoso Chico Mendes, Frei Betto faz uma leitura sobre as questões que continuam afetando a região amazônica,

sobremaneira no que tange o avanço das fazendas de gado que estão destruindo a floresta, traçando um comparativo com os resultados alcançados

com a implantação, no Acre, da proposta defendida por Chico Mendes para uma floresta sustentável. Vale a pena a leitura deste artigo que está na

página 7.

Por fim, temos nossas agendas de eventos e reuniões, além de convites para você participar de todos eles dispostos nas páginas 7 a 9.

Lembramos, como vocês podem observar logo abaixo, que no próximo sábado, dia 23, teremos nosso encontro com a Teóloga e Escritora Brenda

Carranza.

Estamos esperando por você. Participe. Estamos esperando por vocês de braços e corações abertos.

Desejamos a todos/as ótima leitura.

Com a Teóloga, Socióloga e Escritora

Tema do encontro:

Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã

Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550—Cidade Líder—São Paulo—SP

Maiores informações podem ser obtidas com:

Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]

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Leituras propostas pela Igreja para este Domingo

1ª Leitura: Ml 3, 19-20a / Salmo: 97(98)

2ª Leitura: 2Ts 3, 7-12 / Evangelho: Lc 21, 5-19

Padre Alberto Maggi - OSM

Para entender melhor esta passagem do Evangelho de Lucas, cap. 21, vers. de 5 a 19, deste domingo, é preciso

relembrar a história de Israel e voltar sete séculos antes, quando Senaquerib, o terrível rei da Assíria, que depois de

ter devastado 46 cidades, cercou também Jerusalém. Pois bem, à noite, a última noite, a noite do medo para os

habitantes de Jerusalém, ou seja, quando pensavam que o dia depois para eles seria o fim de tudo, esta noite trouxe

uma grande surpresa.

Na manhã não havia mais ocupantes, os invasores tinham ido embora; Senaquerib tinha desarmado as tendas. Este acontecimento foi

interpretado, conforme o Segundo Livro dos Reis, cap. 19, vers. 35, como uma ação do anjo do Senhor que golpeou 185.000 guerreiros

de Senaquerib! Este fato tinha trazido a certeza, a esperança que, no momento de maior perigo para Jerusalém, Deus interviria.

E tudo isso era cantado num salmo, o Salmo 46, versículo 6, onde se diz: “Deus está em seu meio, ela é inabalável”. Portanto

quando Jerusalém está no momento de máximo perigo, Deus intervém. Então isso nos faz compreender a pergunta dos ouvintes –

provavelmente dos discípulos – a respeito das ações de Jesus, quando – escreve o evangelista – “algumas pessoas comentavam sobre

o Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa”.

O templo de Jerusalém, iniciado por Herodes o Grande, era uma das magnificências da época, um esplendor de riqueza e de luxo. Era

um dos mais belos lugares sagrados da antiguidade. Pois bem, Jesus anuncia que: “Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra.

Tudo será destruído”.

É o que irá acontecer de fato com o cerco dos romanos no ano 70, quando literalmente as muralhas que compunham o templo serão

arrancadas e destruídas até as fundações. Pois bem, diante deste triste anúncio, os ouvintes, os discípulos, no lugar de se espantar,

parecem quase excitados: “Eles perguntaram: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão

para acontecer?"

Eis aqui: eles acham, como era tradição em Israel, que no momento do máximo perigo Deus intervém. Portanto esperam uma

intervenção divina que evite esta catástrofe. A reação dos ouvintes não é de espanto, mas de interesse!

Pois bem Jesus, de modo imperativo, diz: "Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome...”,

ou seja, usurpando sua pessoa, “dizendo: 'Sou eu!”, que é o nome divino e portanto reivindicando de trazer uma mensagem divina.

"E ainda: 'O tempo já chegou'”. Para “tempo” o evangelista usa o termo “Kairós”, que difere de “Krónos” que indica o tempo do

calendário, o tempo cronológico. Kairós significa um tempo propício, um tempo favorável, a ocasião única que poderíamos traduzir por

“aproveitar da oportunidade”. Jesus é muito claro: “Não sigam essa gente”.

Jesus convida a não colocar nenhuma esperança numa intervenção extraordinária por parte de Deus, uma intervenção que evite a

catástrofe. Mas, afirma Jesus: “Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem”

– este termo indica a vontade divina - “acontecer, mas não será logo o fim”.

Em outras palavras, a inauguração do reino de Deus é fruto de uma sucessão de etapas de libertação na história, mas a queda de

Jerusalém e de seu templo não significa que chegue logo 2o começo do reino de Deus. É uma das etapas que vão preparar a realização

deste reino na história.

E depois Jesus, usando a linguagem típica dos profetas que preanunciavam grandes mudanças ou desordens sociais, diz que: "Uma

nação lutará contra outra, um reino contra outro reino. Haverá grandes terremotos...”, são todas imagens. O terremoto o que

indica? Indica a violência e a rapidez de uma invasão.

“... Fome e pestes em vários lugares” - as consequências inevitáveis destas invasões - “Vão acontecer coisas pavorosas e grandes

sinais vindos do céu”. Não “no céu”, mas “do céu”, isto é da esfera divina. E eis aqui o anúncio que Jesus dá aos discípulos excitados

por esta perspectiva de uma intervenção divina para a salvação de Jerusalém que Jesus desmente: “Mas, antes que essas coisas

aconteçam, vocês serão presos e perseguidos”. Jesus aponta aos três ‘valores sagrados’ - Deus, pátria e família – que se veem

ameaçados por Jesus e pela sua mensagem.

São os três ‘valores’ que são baseados no poder. A instituição religiosa que usa Deus para dominar as pessoas, a nação onde os reis e os

poderosos dominam as pessoas e a família onde o macho é chefe indiscutível dos seus familiares. São os três pilares onde o poder é

exercido - um é o escudo para o outro e se defende com a ajuda dos outros – que se veem ameaçados por este amor-serviço oferecido por

Jesus.

Então diz Jesus: “Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão

lançados na prisão” – portanto a perseguição por motivos religiosos - “serão levados diante de reis e governadores” – a perseguição

por motivos políticos – e tudo isso “por causa do meu nome”, por causa da adesão a Jesus e à mensagem Dele.

Mas tudo isso será uma oportunidade para dar testemunho. Também será claro que os defensores daqueles ‘valores sagrados’ são, na

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Padre José Antonio Pagola

realidade, os inimigos dos seres humanos. Eis porque Jesus a Deus, pátria e família faz as seguintes substituições: ao nome de Deus –

nome comum de todas as religiões – em nome de Pai. Enquanto em nome de Deus se pode tirar a vida das pessoas, em nome do Pai se

pode somente doar a própria. À pátria Jesus substituirá o reino de Deus: não limites e cercas, mas um amor universal. E a família de

Jesus não será marcada por laços de sangue, ligada por laços de sangue, mas pela compartilha de um único grande ideal, o amor.

Portanto esta perseguição que se desencadeia, demonstrará que os defensores daqueles falsos valores são os inimigos da humanidade.

E Jesus anuncia: “Tirem da cabeça a ideia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes

darei palavras de sabedoria”. Por que isso? Porque quando a gente vive em sintonia com Jesus para o bem do ser humano, quando se

vive a própria vida Dele, então a gente absorve o próprio jeito de falar de Jesus. É isso que emana da vida do discípulo.

“De tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês”. O evangelista usa os termos técnicos que depois

também usará na segunda parte deste evangelho, ou seja, nos Atos dos Apóstolos, para relatar sobre o primeiro mártir cristão, Santo

Estevão, (At 6,8-7,60) cujos adversários não podiam resistir nem rebater suas afirmações. E Estevão será acusado de ter falado contra o

templo e contra a lei. Quem toca estes ‘valores sagrados’ morre!

E eis a garantia de Jesus – tudo isso não é uma mensagem de angústia e sim de esperança, frente às inevitáveis perseguições contra

quem quer viver com Jesus e como Jesus na comunidade dos discípulos - “Mas não perderão um só fio de cabelo”. O cabelo é a

mínima parte que uma pessoa tem na cabeça: nem isso você perderá! Porque, conclui Jesus: “É permanecendo firmes” – Com a vossa

perseverança e fidelidade a esta mensagem da Boa Noticia - “que vocês irão ganhar a vida!"

O termo usado para a “vida” é ‘Psyqué’, que indica a vida verdadeira, aquela que é capaz de resistir à morte. Embora haja muitas

perseguições, mesmo se vos tirarem a vida física, a vossa vida, aquela verdadeira, a realidade profunda, esta vai continuar para sempre.

Que tudo isso não seja uma mensagem de medo, de angústia e sim de esperança, dá para entender continuando a leitura no versículo

28, quando Jesus diz: “Quando estas coisas começarem a acontecer, levantem-se e ergam a cabeça, porque a libertação de vocês

está próxima”.

Portanto toda esta perseguição, tudo este mal que cai sobre vocês, primeiro, é uma denúncia contra todos aqueles que, fazendo isso,

se demonstram os inimigos da humanidade e, segundo, é uma confirmação que vocês são, com Jesus, a favor da humanidade.

Mas não perderão um só fio de cabelo. É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!

Portanto a mensagem universal do reino de Deus que anula o privilégio de

Israel, o seu sonho de poder, de predomínio, desencadeia uma reação

tremenda contra os seguidores de Jesus, a tal ponto, conclui Jesus: “E vocês

serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e

amigos. E eles matarão alguns de vocês”. O evangelista aqui se refere a

uma lei prevista no livro do Deuteronômio, capítulo 13, onde, no caso de

idolatria, era permitido – ou melhor, quem fazia isso era abençoado - matar até

mesmo os próprios familiares. A adesão a Jesus significará, aos olhos da

sociedade israelense tamanha subversão de valores, um crime tão grande a

ponto de ser comparado à idolatria que é capaz de anular até mesmo os laços

familiares mais íntimos.

Portanto a adesão à mensagem de Jesus é julgada como uma idolatria, e por

isso você pode matar uma pessoa, até mesmo seus familiares.

excluídos da sociedade e privados de uma saída digna. Não

sentimos a chamada para introduzir algumas alterações na

nossa vida para poder viver os próximos anos de forma mais

sóbria e solidária?

Pouco a pouco, vamos conhecendo mais de perto a quem vai

ficando mais indefenso e sem recursos (famílias sem rendimento

algum, desempregados de longa duração, imigrantes doentes…)

Será que no preocupamos de abrir os olhos para ver se podemos

comprometer-nos em aliviar a situação de alguns? Poderemos

pensar em alguma iniciativa realista a partir das comunidades

cristãs?

Nos evangelhos recolhem-se alguns

textos de carácter apocalíptico em que não

é fácil diferenciar a mensagem que pode ser

atribuída a Jesus e as preocupações das

primeiras comunidades cristãs, envolvidas

em situações trágicas enquanto esperam com angústia e no

meio de perseguições o final dos tempos.

Segundo o relato de Lucas, os tempos difíceis não hão-de ser

tempos de lamentos e desalento. Não é tampouco a hora da

resignação ou a fuga. A ideia de Jesus é outra. Precisamente em

tempos de crise “tereis ocasião de dar testemunho”. É então

quando se nos oferece a melhor ocasião de dar testemunho da

nossa adesão a Jesus e ao Seu projeto.

Levamos já alguns anos sofrendo uma crise que golpeia

duramente a muitos. O ocorrido nestes tempos permite-nos

conhecer já com realismo o dano social e o sofrimento que gera.

Não terá chegado o momento de avaliarmos como estamos

reagindo?

Talvez, o primeiro seja rever a nossa atitude de fundo:

Estamos nos posicionando de forma responsável, despertando

em nós um sentido básico de solidariedade, ou estamos a viver

de costas a tudo o que pode perturbar a nossa tranquilidade?

Que fazemos a partir dos nossos grupos e comunidades cristãs?

Teremos marcado uma linha de atuação generosa, ou vivemos

celebrando a nossa fé à margem do que está a suceder?

A crise está a abrir uma fratura social injusta entre quem

podem viver sem medo do futuro e aqueles que estão sendo

Não devemos esquecer que a crise não só cria

empobrecimento material. Gera, também, insegurança, medo,

impotência e experiência de fracasso. Desfaz projetos, afunda

famílias, destrói a esperança. Não teremos de recuperar a

importância da ajuda entre familiares, o apoio entre vizinhos, o

acolhimento e acompanhamento a partir da comunidade

cristã…? Poucas coisas podem ser mais nobres nestes

momentos que o aprender a cuidar-nos mutuamente.

Em: www. studibiblici.it-15/11/13

Em: www. http://eclesalia.wordpress.com15/11/13

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Em: http://www.zenit.org/2013/11/12

Homilia do Papa pronunciada na Capela da Casa Santa Marta no dia 11/11/2013

De fato, diz o papa, é quase melhor definir a nós próprios como pecadores do que

como corruptos. Porque "aquele que peca e se arrepende pede perdão, se sente frágil,

se sente filho de Deus, se humilha e pede a salvação de Jesus". Mas quem é corrupto "escandaliza" não pelas suas culpas, diz o

Santo Padre, mas porque "não se arrepende", "continua a pecar, e, mesmo assim, finge que é cristão". É alguém que leva, enfim,

uma "vida dupla". E isso "faz muito mal" para a Igreja, para a sociedade e para o próprio homem. “É inútil que alguém diga ‘Eu

sou um benfeitor da Igreja! Eu coloco a mão no bolso e ajudo a Igreja’, se depois, com a outra mão, rouba do Estado,

rouba dos pobres [...] É injusto", diz Bergoglio, recordando o que diz Jesus no Evangelho de hoje sobre quem é causa de

escândalo: "Mais vale a esse que lhe pendurem uma pedra de moinho ao pescoço e seja lançado ao mar!".

"Aqui não se fala de perdão", observa o papa, o que esclarece ainda mais a diferença entre corrupção e pecado. Jesus "não se

cansa de perdoar", explica Francisco, e nos exorta a perdoar até sete vezes por dia o irmão que se arrepende. No mesmo Evangelho,

porém, Cristo adverte: "Ai daquele que provoca escândalos!". Jesus "não está falando de pecado, mas de escândalo, que é outra

coisa", ressalta o papa, "e acrescenta que é melhor que lhe coloquem no pescoço uma pedra de moinho e o joguem no mar do que

causar escândalo a um só destes pequeninos".

Quem escandaliza engana, e "onde há engano não há o Espírito de Deus [...] Esta é a diferença entre o pecador e o corrupto":

quem leva "vida dupla é corrupto"; quem "peca, mas gostaria de não pecar", é apenas "fraco": este "recorre ao Senhor" e pede

perdão. "Deus o ama, o acompanha, está com ele".

Todos nós “devemos nos reconhecer pecadores. Todos nós". Mas "o corrupto está amarrado a um estado de suficiência,

não sabe o que é a humildade". Jesus chamava esses corruptos de "hipócritas", ou, pior ainda, de "sepulcros caiados",

que parecem "bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão".

Bergoglio vai fundo e afirma: "Uma podridão vernizada: esta é a vida dos corruptos. E um cristão que se gaba de ser

cristão, mas que não leva vida de cristão, é um desses corruptos", acrescenta.

"Nós todos conhecemos alguém que está nesta situação: cristãos corruptos, padres corruptos... Quanto mal eles

causam à Igreja, porque não vivem no espírito do Evangelho, mas no espírito da mundanidade". Mundanidade que é

um perigo a respeito do qual São Paulo já alertava os cristãos de Roma, escrevendo: "Não se conformem com a

mentalidade deste mundo". Comenta o Santo Padre: "Na verdade, o texto original é mais forte, porque nos diz para

não entrarmos nos esquemas deste mundo, nos parâmetros deste mundo, ou no mundanismo espiritual".

As homilias do papa Francisco na Casa Santa Marta já não se limitam a usar metáforas simpáticas para aguçar as consciências

embaçadas dos fiéis. Depois da dura homilia de hoje e do alerta feito na última sexta-feira aos devotos da "deusa tangente", as suas

críticas se tornaram implacáveis, porque o que está em jogo é a vida e a alma das pessoas.

Como bom pastor, o papa tem o dever de guiar o seu rebanho pelo caminho que leva até Deus. Por isso, no final de um sermão

que foi mais forte que o habitual até aqui, ele ressaltou a esperança e recordou que Cristo "não se cansa nunca de perdoar, mas

com a condição de não querermos levar uma vida dupla, de irmos até Ele arrependidos: ‘perdoa-me, Senhor, eu sou um pecador’".

E conclui: "Peçamos hoje a graça do Espírito Santo, que foge de todo engano, a graça de nos reconhecermos pecadores:

somos pecadores. Pecadores, sim. Corruptos, não".

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Em:www.adital.com.br/2013/11/11

Para Refletir...

José Lisboa Moreira de Oliveira

Correu o mundo a notícia de que o Vaticano afastou do exercício do ministério episcopal o bispo Franz-

Peter Tebartz-van da diocese de Limburg na Alemanha, por causa do seu esbanjamento ao construir sua

residência. O bispo teria gasto 31 milhões de euros na construção de sua "modesta casinha” de pastor. Soma

que convertida em reais, segundo a cotação do euro no dia em que comecei a escrever este artigo, seria igual

a R$ 79.360.000,00.

A notícia causou impacto na grande mídia (sempre à procura de fofocas)

e nas pessoas mais simples e honestas que ainda esperam dos ministros

ordenados um testemunho de simplicidade e de pobreza, a exemplo de

Jesus que "não tinha onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20). Porém, para

observadores atentos, o luxo, a ostentação e o esbanjamento de muitos

padres e bispos é uma constante. Se analisarmos cuidadosamente o caso

do Brasil, vamos ver que, nas devidas proporções, muitos aqui não ficam

longe do bispo alemão. A seguir alguns exemplos ilustrativos.

Há quase dez anos, quando eu era professor de teologia no Instituto de

Teologia de Ilhéus (BA), visitei uma comunidade de periferia na cidade de

Itabuna (BA). Lá me deparei com o caso de um seminarista diácono, meu

aluno, que estava para ser ordenado presbítero. O seminarista havia exigido

daquela comunidade pobre, como presente de ordenação, uma casula no

valor de três mil reais. Valor esse exorbitante para a época e para as pessoas

daquele bairro pobre de periferia. Tempos atrás um bispo auxiliar de uma

grande arquidiocese, hoje arcebispo na região Sudeste do nosso país, costu-

Vista aérea da residência do Bispo de Limburgo Franz-Peter Tebartz-van Elst,

afastado de suas atividades pelo Papa Francisco

mava exibir publicamente seus esbanjamentos. Entre esses esbanjamentos estava o fato de que ele morava num condomínio de luxo da

capital, cuja taxa de condomínio naquela ocasião era de dois mil reais. Outro bispo, de uma simples diocese do Centro-Oeste, esnobava

nas reuniões da CNBB que havia gasto trezentos mil reais apenas com a construção e decoração do presbitério da nova catedral. Uma

arquidiocese está para construir uma nova catedral, cujo orçamento ultrapassa os cem milhões de reais. Recentemente o bispo de uma

diocese do Nordeste brasileiro, encravada no polígono da seca, decidiu construir um luxuoso seminário para seus seminaristas, fora da

própria diocese, onde os mesmos estudam filosofia e teologia. Para pagar as dívidas da construção decretou que cada paróquia deveria

contribuir com determinada quantia. Passei na ocasião por algumas dessas paróquias e pude perceber o sofrimento do povo que, além dos

problemas angustiantes provocados pela seca, tinha que se virar para arrecadar a quantia exigida pelo bispo. Falando sinceramente, diante

de todas essas extravagâncias praticadas num país pobre como o nosso, os gastos do bispo alemão não passa de simples "fichinha”.

O que causa estranheza é o fato de que tudo isso aconteça após a realização do Concílio Vaticano II, o qual pediu que os ministros da

Igreja, especialmente os bispos e padres, primassem pela simplicidade e pela pobreza, seguindo o exemplo de Jesus (PO, 17). Causa mais

surpresa ainda saber que os esbanjadores eclesiásticos são ministros relativamente jovens, formados após o Vaticano II. O bispo de

Limburgo, afastado pelo Vaticano, tem 53 anos. Isso revela que a formação nos seminários e a formação permanente não estão conseguindo

ajudar os pastores a viverem segundo o modelo de Cristo Pastor.

No caso do Brasil, as pesquisas apontam que a maioria absoluta dos seminaristas é originária de famílias pobres da zona rural ou das

periferias das grandes cidades. No atual momento há uma prevalência de seminaristas provenientes das periferias urbanas. E talvez aqui

esteja o motivo da tendência ao esbanjamento, ao luxo e à ostentação. Por serem oriundos de situações de extrema pobreza, os candidatos

tudo fazem para sair da situação de miséria. Isso é uma coisa até certo ponto normal. Qualquer ser humano que tenha passado por uma

situação de privação, ao ter uma oportunidade de sair dela, fará isso normalmente. Os seminaristas não são exceção à regra.

O que se deve questionar é a incapacidade do processo formativo de educar esses candidatos para uma vida simples e pobre. Os

seminários e a formação permanente deveriam ser capazes de contribuir para que o seminarista pobre permanecesse pobre, mesmo depois

de padre. Deveria ser capaz de ajudar o seminarista a entender que antes ele era pobre porque o sistema social e econômico injusto o

impedia de ter o necessário para viver dignamente. Agora, como seminarista ou como padre, ele será ou permanecerá pobre por opção

vocacional: para seguir Jesus Cristo pobre, o qual, ao assumir a condição humana se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza

(2Cor 8,9). A formação deveria ser capaz de ajudar o futuro ministro ordenado a não ter medo de permanecer pobre; de, por opção vocacional,

voltar a passar por situações de privação vividas anteriormente.

Mas não é isso que vem acontecendo. A formação nos seminários aburguesa. Os seminaristas recebem tudo de graça, não precisam

trabalhar para se manter. Têm à disposição deles casa, comida, roupa lavada, transporte, médico, remédio, estudos, livros etc. Em muitos

seminários os seminaristas nem sequer colaboram com a limpeza dos pratos nos quais comem e da casa onde moram. São raros os

seminários onde isso acontece. Conheço seminários onde os seminaristas, depois do almoço, dormem a tarde toda e nem sequer leem os

textos indicados pelos seus professores. Isso aconteceu muitas vezes com alunos meus. Eles não precisam se preocupar, pois há

funcionários pagos pela diocese para trabalhar para eles. Pagos por um povo de bobos e de ingênuos, o qual ainda acredita piamente que

ele tem obrigação de sustentar a mordomia de certos seminaristas, padres e bispos. Enquanto isso, a dona Maria e o seu José, funcionários

do seminário, não conseguem tratar a saúde dos filhos e, menos ainda, pagar uma faculdade para eles, pois o salário minguado que recebem

da diocese não é suficiente.

A medida drástica tomada pelo Vaticano contra o bispo alemão foi necessária, mas convém ressaltar que isso não resolverá o problema.

É preciso, com urgência, mexer na estrutura eclesial viciada. Estrutura essa que trata os ministros ordenados como verdadeiros "príncipes

da Igreja”, os quais se acham no direito de exigir do povo que sustente suas mordomias. É preciso rever todo o processo formativo, tornando-

o mais leve, menos custoso e menos aburguesado. Sem desprezar o princípio bíblico de que o evangelizador tem direito a um salário digno

(Mt 10,10), a Igreja precisa educar seus ministros ordenados a, como o apóstolo Paulo, trabalharem com as próprias mãos para o próprio

sustento (At 18,3; 1Cor 9,13-15) e a se contentarem com aquilo que a comunidade pode oferecer para a manutenção deles (Lc 10,7-8). Mas

para se chegar a isso é fundamental romper com todo o esquema eclesiástico atual, pautado no amor ao dinheiro. Sem ruptura,

continuaremos a pôr remendos e a colocar vinho novo em potes velhos (Mc 2,21-22). Os escândalos continuarão a acontecer, uma vez que

"a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10).

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O p i n i ã o

Dom Demétrio Valentini

O feriado da República nos convida a olhar a situação do país em perspectiva histórica. Cada

dia mais, urge retomar as grandes inspirações iniciais da formação de nossa nacionalidade.

Somos uma "república federativa”. Não pairam dúvidas sobre a viabilidade desta opção política,

assumida na Proclamação da República em 1889, e confirmada em plebiscito por ocasião da Constituinte de 1988.Uma "república

federativa” resulta de um "pacto federativo”, em que os diversos Estados Federados colocam em comum seus destinos políticos,

fortalecendo-se mutuamente, pelo aporte solidário de cada um deles, em benefício da obtenção dos objetivos comuns, assumidos

em conjunto pelos Estados Federados.

É forçoso constatar que a federação manifesta sinais de esgotamento político. São frequentes as iniciativas de Estados que buscam

benefícios próprios, com prejuízo da proposta federativa.

Um dos sinais mais evidentes desta prática corrosiva do espírito republicano é a assim chamada "guerra fiscal”, em que

determinados Estados buscam atrair investimentos usando de artifícios que solapam a federação.

Está na hora de refazermos o pacto federativo. Este é um dos grandes desafios políticos, que se desenham pela frente de maneira

inexorável. Assim não dá para continuar. Sem um novo pacto federativo o Brasil vai se tornar um entreposto alfandegário

desorganizado e predatório.

Há sinais evidentes de crise da federação. A desigualdade entre os Estados Federados é flagrante. Em princípio, esta desigualdade

injusta, existente entre os Estados, deveria servir de estímulo positivo, a incentivar o espírito de solidariedade, que deveria guiar os

ideais federativos, buscando o fortalecimento dos interesses comuns entre todos os Estados.

Acontece que, ao contrário, os Estados

encontram expedientes administrativos, que

canalizam para si próprios as oportunidades

disputadas, sem levar em conta o ideal federativo.

Alguns dados mostram o tamanho do desafio. O

Estado de São Paulo, por exemplo, sozinho, já

ultrapassou toda a Argentina. Ele já passou dos

quarenta e dois milhões, enquanto a Argentina

está com pouco mais de quarenta e um milhões.

De todos os países da América Latina, só o México

e a Colômbia têm mais habitantes que o Estado de

São Paulo.

Comparando com a realidade do MERCOSUL,

São Paulo tem um grande "mercado livre” à sua

disposição, constituído por todos os outros Estados

brasileiros.

É evidente que este desequilíbrio, se não for

corrigido por dispositivos legais adequados e

eficazes, tende a se agravar, frustrando as

intenções solidárias da República Federativa.

Para este novo "pacto republicano”, é indispensável regular, de maneira sábia e justa, toda a questão dos tributos. Por isto, a

proposta de um novo "pacto federativo” deve vir acompanhada de uma eficaz "reforma tributária”, cuja urgência vai aumentando,

enquanto crescem as resistências que a solapam.

O outro desafio, que precisa ser enfrentado simultaneamente é sem dúvida a Reforma Política. As três iniciativas vão necessitar

da vontade política dos governantes, mas sobretudo do apoio da população, que encontrará meios de se expressar através de

mecanismos republicanos.

Novo Pacto Federativo, Reforma Tributária, e Reforma Política, os três maiores desafios que o Brasil tem pela frente. Os três nós

a desatar num mutirão de cidadania!

Em:www.adital.com.br/2013/11/14

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Frei Betto

Há 25 anos assassinaram Chico Mendes (1944-1988). Pagou com a vida a defesa da Amazônia, a

integração entre o homem e a natureza, a criação de reservas extrativistas que, hoje, evitam que a

floresta reine como santuário intocável ou sofra derrubadas vítima da ambição do capital.

Por enquanto, da parte do governo federal e dos ambientalistas, não há sinal de nenhuma homenagem ou comemoração (=fazer

memória) do martírio de Chico Mendes.

Para celebrar a data, retornei ao Acre na última semana de outubro. Conheci Chico Mendes no início da década de 1980, quando

ainda a esquerda encarava a questão ecológica com preconceito, sem compreender sua ilimitada força política, na medida em que

supera partidarismos e agrega pessoas de todas as classes sociais, inclusive crianças. Estive em seu velório em Xapuri, na véspera

do Natal de 1988.

Acompanhei de perto o surgimento da luta da nova

geração de acreanos, como Chico Mendes, Marina Silva e

os irmãos Jorge e Tião Viana, para livrar o estado do

latifúndio, dos pistoleiros, das madeireiras

irresponsáveis, da caça predatória, da rota do

narcotráfico. Em meados da década de 1970, ali estive

com frequência, a convite do bispo Moacyr Grecchi, para

assessorar as Comunidades Eclesiais de Base,

sementeiras de movimentos sociais que, transformados

em força política, modificaram o perfil do estado.

Nesta visita recente, conversei com o governador Tião Viana, proferi palestras na universidade federal e, no dia seguinte, para o

secretariado dos governos estadual e municipal, e visitei, em Xapuri, o memorial de Chico Mendes e o Seringal Cachoeira.

Com área de 164.221 km2, o Acre abriga 4,2% da Amazônia brasileira e conta, hoje, com quase 800 mil habitantes (350 mil na

capital, Rio Branco). As terras indígenas compreendem 16% do território, onde vivem 15 diferentes etnias com cerca de 13 mil

pessoas.

São consideradas Áreas Protegidas 32% das terras do estado, embora o desmatamento afete 13% da área total do Acre, devido

sobretudo à abertura de pasto para o gado.

O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Acre, calculado em 0,559 (2010), cresceu 218% nos últimos 10 anos. Já não é

o estado dominado por máfias, como a do ex-deputado federal Hildebrando.

Pascoal, que mandava retalhar seus inimigos com serra elétrica, nem por pistoleiros a serviço de grileiros, como os que

assassinaram Chico Mendes.

do que faz a Costa Rica. Em nosso país, o turismo ainda engatinha atrelado ao carnaval e ao litoral.

O Acre permanece isolado do resto do Brasil. Seus produtos, para saírem por nossos portos, precisam viajar 3.500 km até o

Atlântico. Cuidasse melhor o governo da BR-317, a rodovia transoceânica, também conhecida como Rodovia do Pacífico, que liga

os dois oceanos que banham a América do Sul, a distância entre Rio Branco e o litoral peruano seria encurtada para 1.500 km.

Em tempos de expansão de pastos Amazônia adentro, com a derrubada de árvores seculares, e a atividade predatória de

mineradoras e garimpeiros, ressaltar a vida e os ideais de Chico Mendes deveria ser um dever cívico obrigatório em todas as nossas

escolas.

Enquanto a média nacional de crianças de 6 a 14 anos na escola é de 84,1% (2011),

no Acre chega a 92,2%, embora falte ampliar o regime de tempo integral.

A taxa de mortalidade infantil caiu de 31.3 (2000) em cada mil nascidos vivos para

13.9 (2011), aproximando-se da média nacional (13.5).

O Acre é um estado com potencial de riquezas pouco exploradas pelo Brasil. Além

de produzir o mais resistente látex (utilizado, em especial, na fabricação de

preservativos), e também castanha, madeira certificada e múltiplas frutas, como o

açaí, hoje consumido em larga escala pelos europeus, o estado possui ampla

possibilidade de turismo ambiental, que não é devidamente incentivado, ao contrário

Em:www.adital.com.br/2013/11/14

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Aula Palestras programadas para Novembro de 2013

Dia 22 de Novembro – 19h30

Tema:

“Implantação do Observatório de Políticas

Públicas junto à Universidade Federal da

Zona Leste”

Vamos debater com a comunidade acadêmica e os movimentos

organizados da Zona Leste a instalação deste importante

instrumento de pesquisas e desenvolvimento de Políticas

Públicas e Sociais.

Participe.

As aulas acontecem todas as Sextas-Feiras às 19h30 no Salão da Igreja São Francisco de Assis

Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo – Zona Leste – São Paulo – SP

Para maiores informações fale com Luís: [email protected] ou Deise: [email protected]

z

O CURSO DE VERÃO é um programa de

FORMAÇÃOPOPULAR no campo sócio-político-cultural, a partir

da realidade e seus desafios, à luz da Bíblia, Teologia, Pastoral

e do empenho transformador da sociedade. É um ESPAÇO

ECUMÊNICO E INTER-RELIGIOSO de convivência, partilha de

vida, troca de experiências, celebração e compromisso. Acolhe

participantes, em especial JOVENS, empenhados na busca da

compreensão e respeito entre homens e mulheres de toda a

família humana, no esforço para transformar as pessoas e a

sociedade na linha da justiça, solidariedade e salvaguarda do

meio ambiente.

JUVENTUDES EM FOCO:

por políticas públicas inclusivas na educação, trabalho e cultura

é o tema do Curso de Verão de 2014. Juventudes, no plural, enfatiza a diversidade do fenômeno

juvenil do ponto de vista das classes sociais, do contraste entre o urbano e o rural, entre a

periferia e as áreas urbanizadas nas cidades. Gênero, cor, raça, etnia, inclusão ou exclusão

digital, qualidade do ensino, acesso a equipamentos culturais e de lazer e ao mercado de trabalho

compõem o leque das múltiplas desigualdades que afetam os jovens. O curso oferece um espaço

de diálogo, aprofundamento e compromisso em torno a temas que mais preocupam a juventude:

da violência ao extermínio de jovens negros; da disseminação das drogas ao desemprego juvenil;

da baixa qualidade do ensino à desagregação familiar; da perda de sentido à crise ecológica. O

curso refletira sobre os caminhos para se remover os obstáculos para o protagonismo juvenil na

sociedade, nas igrejas e no estabelecimento de políticas públicas transformadoras.

Para Maiores informações acesse o site:

www.ceseep.org.br

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Carta do Movimento Pro-Descentralização da Prefeitura de

São Paulo

Ao Prefeito de São Paulo: Fernando Haddad, aos 55 Vereadores/as e aos 32 Partidos Políticos

São Paulo é uma cidade com mais de 11,3 milhões de habitantes espalhados por uma região com 1523 km2, com

previsão orçamentária para 2014 cerca de 50 bilhões de reais. São Paulo tem 32 Subprefeituras (32 Cidades com

mais de 350 mil habitantes). São 96 Distritos e centenas e centenas de Vilas/Jardins. São inúmeras as dificuldades

para que uma cidade com estas proporções seja administrada a contento a partir de um único centro administrativo

instalado no Vale do Anhangabaú.

Assim, nós Abaixo Assinados, defendemos a

Descentralização da Administração da Cidade de São Paulo.

Neste processo, apoiamos e defendemos:

1. QUE O ORÇAMENTO MUNICIPAL seja dividido proporcionalmente para as Subprefeituras respeitando a

necessidade real de cada uma. Atualmente são os BAIRROS CENTRAIS E MAIS ABASTADOS que recebem a

maior parte dos RECURSOS DE TODA CIDADE. As periferias (que elegeram o Prefeito Haddad e os Vereadores) ficam

com migalhas e quase nada para SAÚDE, MORADIA, EDUCAÇÃO, CULTURA, LAZER...

2. QUE OS CONSELHOS MUNICIPAIS de cada Subprefeitura tenha o caráter deliberativo;

3. QUE AS DECISÕES DE INVESTIMENTOS DO ERÁRIO PÚBLICO sejam tomadas a partir de consultas feitas à

comunidade local e não a partir de gabinetes distantes;

4. QUE TODAS AS SECRETARIAS MUNICIPAIS sejam descentralizadas para as Subprefeituras e a partir delas

sejam administradas as questões pertinentes a cada uma. Esta CENTRALIZAÇÃO DOS RECURSOS, na Cidade mais

rica do Brasil, favoreceu, historicamente, corrupções, exclusões e aumento das desigualdades sociais.

5. É URGENTE A DECENTRALIZAÇÃO PARA ACABAR COM AS BRUTAIS DESIGUALDADES SOCIAIS.

A Cidade mais rica do Brasil (aonde os ricos ficam mais ricos) não pode continuar convivendo com 1,3 milhão em favelas (e a cada

dia aumentam as FAVELAS na Cidade mais rica do Brasil), 150 mil Crianças sem Creche e outras milhares fora da Escola. 91%

não se sente segura em São Paulo. A insatisfação chega ao ponto de 56% declararem que mudariam de cidade se pudessem,

espera de 66 dias para ser atendido em consulta médica, 86 dias para fazer exames clínicos e 178 dias para conseguir

procedimentos mais complexos. Dos 96 distritos, 45 não têm sequer uma biblioteca, 59 não oferecem um Centro Cultural, em 59

não há Cinema, 71 não abrigam Museus, 52 não têm Sala de show e concerto e 54 não oferecem Teatro a seus moradores. Em

São Paulo, 56 distritos não têm uma unidade com equipamentos públicos de esporte. A desigualdade entre os indicadores das

poucas regiões mais ricas e das mais pobres chega a centenas e até milhares de vezes. A pesquisa está, na íntegra, no site

www.nossasaopaulo.org.br.

6. ADMINISTRAR UMA CIDADE COM 11,3 MILHÕES tem que se inovar, descentralizar, envolver a população, os Movimentos,

Entidades. É o direito à Cidade. Cidade para todos/as com QUALIDADE. Isso é novo...

Dia: 13 de Dezembro de 2013, Sexta-Feira, 19,30 horas,

Entrega do Abaixo Assinado ao Prefeito, Vereadores e Partidos Políticos, no

Salão da Igreja São Francisco de Assis

Rua Miguel Rachid, 997 – Ermelino Matarazzo - Zona Leste.

Informações e participação: [email protected]

Colete as assinaturas atrás desta FOLHA

E entregue na Escola da Cidadania, nos Movimentos Sociais, nas Entidades compromissadas com uma Cidade humana, justa, participativa, cidadã...

Reproduza quantas cópias você precisar.

Precisamos reunir o maior número de assinaturas possível.

Unidos alcançaremos esta vitória.

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Com a Teóloga, Socióloga e Escritora

Tema do encontro:

Dia 23 de Novembro de 2013 - Sábado - 8h30 da Manhã

Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550—Cidade Líder—São Paulo—SP

Maiores informações podem ser obtidas com:

Eduardo: [email protected] - Lucas: [email protected] - Vinicius: [email protected]

COORDENAÇÃO

Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3ªs Terças-Feiras dos

meses impares. A próxima será realizada no dia

19 de Novembro de 2013

As reuniões são realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da

Vila Guilhermina

Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança

R E U N I Õ E S

PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS

AGENTES DE PASTORAL

As reuniões entre os padres, religiosos, religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas sempre na última

Sexta-Feira dos meses pares. A próxima será realizada excepcionalmente, na quarta-feira, dia

27 de Novembro de 2013

As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA

Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera - Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera

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Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por certo, poderão

contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.

www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e religiões, mulheres, direitos

humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial voltada aos jovens.Ao se cadastrar você passa a receber as

duas versões diárias.

www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade da internet na América Latina,

em conteúdos, audiência e serviços on-line.

www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo diversos seguimentos tais como:

estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania, ecologia, intercâmbio e educação popular.

www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos da Igreja e da própria

Conferência.

www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos orientadores de sua reflexão e

ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados, capazes de facilitar a elaboração de atividades

transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável, Mulheres: sujeito sociocultural, e Teologia Pública.

www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por ele.

www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões em todo o mundo.

www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de tratar de questões sobre educação,

religiosidade e formação humana.

www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política, internacional, movimentos sociais,

educação e direitos humanos dentre outros.

www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande importância nas esferas político-

administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.

www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina atualíssima, mantém informações

diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no Brasil.

www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida Pastoral torna acessível um vasto

acervo de artigos da revista classificados por áreas temáticas. Excelente fonte de pesquisa.

www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.

www.consciencia.net— Acervo Paulo Freire completo disponível neste endereço.

www.news.va/pt - Pronunciamentos do Papa Francisco diretamente do Vaticano.

“De Esperança,

em Esperança,

na Esperança

Sempre”