Diário de Ludwig Otten

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Este trabalho se trata de um exercício experimental aplicado na disciplina de História do Design da Universidade Federal de Pernambuco, no primeiro semestre de 2016, ministrada pela Prof. Oriana Duarte, com monitoria do aluno Denizá Rodrigues. A proposta foi desenvolver uma narrativa ficcional ambientada na escola Bauhaus na primeira metade do século XX e tem como objetivo uma outra possibilidade de apreensão do saber histórico. Os conteúdos apresentados aqui não devem ser usados como documentos históricos.

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ESTE DIÁRIO PERTENCE A:

Reflexos do meu terceiro ano na minha casa

chamada Bauhaus

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Este trabalho se trata de um exercício experimental aplicado na disciplina de História do Design da Universidade Federal de Pernambuco, no primeiro semestre de 2016, ministrada pela Prof. Oriana Duarte, com monitoria do aluno Denizá Rodrigues. A proposta foi desenvolver uma narrativa ficcional ambientada na escola Bauhaus na primeira metade do século XX e tem como objetivo uma outra possibilidade de apreensão do saber histórico. Os conteúdos apresentados aqui não devem ser usados como documentos históricos. O personagem criado se trata de Ludwig Otten, estudante da Bauhaus de Dessau e portador da ainda não conhecida síndrome de Klinefelter.

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É um alívio poder ver a grandeza da

Bauhaus novamente. Após as intermináveis

semanas das férias de inverno, finalmente

estar de volta à minha amada escola me dá

uma sensação de alívio, como se estivesse

voltando à minha própria casa. De certa

forma, isso não é mentira, pois passarei todo

o período morando nos arredores do prédio

mais encantador de Dessau, assim como tenho

feito nos últimos dois anos.

Hoje à tarde, já acomodados em

nossos respectivos dormitórios, eu e alguns

amigos decidimos levar a câmera até a

fachada, para tentar fazer alguma fotografia

interessante. Não como parte de um trabalho,

ou coisa parecida, mas por simples vontade de

experimentação, e, de minha parte, para

guardar uma lembrança.

Abril, 1930

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São essas as situações em que me sinto

mais feliz: rodeado por esses desconhecidos e

inovadores artistas que me consideram seu

igual.

Ao contrário dos moradores da minha

cidade natal, que, por conta de minha

deficiência, me têm como uma afronta à pureza

de sua raça, o amontoado de peculiares alunos

me recebe de braços abertos, carinho que não

recebo em nenhum outro lugar.

Depois de uma ida sorrateira à sala

escura do recém-fundado Departamento de

fotografia, ao qual não nos é permitida a

entrada, esse foi o resultado.

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Revirando minhas anotações antigas,

hoje cedo, encontrei estudos meus realizados no

primeiro semestre, durante o curso preliminar.

O estudo era a respeito do desenho analítico

aplicado pelo meu antigo professor Kandinsky e

consistia em representar algo a partir de suas

forças. Tentei representar Cibylle, um cão que

tive na infância. Esbocei Cibylle a partir

das memórias que eu tinha, tentando usar

minha capacidade eidética, que de longe

chegava ao nível da do meu antigo professor

Kandinsky. Dizem que ele até reproduzia

quadros que via em exposições apenas usando

sua memória visual. Eu não chego a esse nível,

mas me esforço.

Feito o esboço de Cibylle, tracei as

linhas que representavam as forças da forma.

Achei o resultado incrível no momento, mas

hoje, revendo, creio que posso fazer muito

melhor do que fiz há cerca de dois anos.

Abril, 1930

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E por falar em Kandinsky, o encontrei

pelos corredores hoje. É tão engraçado vê-lo.

Sinto saudades do curso preliminar e da época

em que eu só o conhecia por suas obras escritas

na Rússia. Me interesso pela ideia de síntese

de todas as artes que ele prega. Para mim, e

aposto que para muitos outros alunos,

Kandinsky não é apenas uma pessoa, é

também um conceito. Escrever esse relato me

deu vontade de ouvir Beethoven, pois isto para

mim representa nostalgia. Creio que tive um

momento de sinestesia agora... acontece quase

sempre que falo no senhor Kandinsky.

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Este é um objeto unicamente de metal

que fiz hoje!

Por sorte, consegui entrar na oficina de

metais. Tinha medo que fosse indicado a

alguma outra, assim como o senhor Albers foi

em sua época. Ele foi indicado para a pintura

mural, embora quisesse muito ir à oficina de

vidro. No fim, ele seguiu em rebeldia seu desejo

e suas obras com vidro foram tão incríveis que

ele foi posteriormente integrado à oficina de

vidro!

Abril, 1930

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Eu não tive essa dificuldade e hoje estou

feliz com as minhas produções. Hoje concluí a

minha Colher Dual. É um objeto que reflete como

me sinto quanto ao meu corpo. Minha síndrome de

me faz ser um misto de homem e mulher que é

considerado uma aberração horrenda por muitos lá

fora.

Bem, sobre a colher. Tentei explorar os

conceitos de textura, estrutura e fatura que Albers

criou com base no estudo da epiderme de Moholy.

Quanto à estrutura, temos a fria, lisa e brilhosa

superfície do metal. Para à fatura, apliquei de

dois tipos: na concha deixei o metal liso e suave,

no cabo, deixei o metal rugoso utilizando batidas

de um martelo. Aí está a dualidade, da

delicadeza unida à grosseria. Por fim, para

aplicar mais do que aprendi, fiz a colher conseguir

se manter equilibrada na concha, dado os estudos

de centro de gravidade, tal como faz a mestra

Ursula Schneider (quero chegar ao nível dela um

dia!).

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Essas são algumas ideias que

tive hoje pela manhã com meu amigo Klaus,

para os cartazes que faremos agora à tarde.

Estamos indo para uma reunião para a

produção do material que utilizaremos no

Bauhaus Carnival, daqui a duas semanas.

Planejamos, junto com os alunos

interessados, fazer uma grande manifestação

contra os ideais nazistas que cresceram tanto

na cidade, nos últimos anos.

Maio, 1930

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Me sinto feliz ao ver os alunos com

tanta iniciativa, e decididos a lutar pelo que

acreditam. Klaus é um deles, sempre

encabeçando todas as manifestações comunistas

que fazemos. Cada vez mais, observo

organizações do tipo, mesmo pequenas, e vejo

mais pessoas se posicionando politicamente,

principalmente com uma tendência aos princípios

da esquerda.

Pelo que escuto de estudantes

antigos, isso se deve, em parte, ao atual diretor

da Bauhaus, Hannes Meyer. Eu não cheguei a

conhecer o trabalho de Walter Gropius. O ano

em que entrei foi, coincidentemente, o mesmo em

que Meyer, antigo diretor do Departamento de

Arquitetura, foi apontado diretor. Mas

concordo quando o colocam como um dos motivos

da radicalização dos alunos.

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Ele é um marxista declarado, e

adaptou vários aspectos do ensino da Bauhaus

de acordo com seu lema “A necessidade do povo

antes da necessidade de luxo”, influenciando os

pensamentos de muita gente.

Devo dizer que fui um deles. Acredito

que somos todos iguais, e que deveríamos ser

tratados como tal, em níveis que o sistema

capitalista atual não satisfaz.

E, sendo assim, eu não podia estar de

fora dessa reunião, pois entre os períodos letivos

e todo o trabalho que produzo, são poucas as

oportunidades que tenho de apenas me sentar

com outras pessoas para discutir o que

pensamos. Acredito que escrevo meus

pensamentos muito mais do que os falo, mas

estou tentando mudar isso.

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Mais um achado! Uma fotografia

retirada por meu amigo Erich Consemuller de

um estudo de papel que realizei também no

curso preliminar. Tive a sorte de entrar na

Bauhaus justamente no ano em que o senhor

Albers se tornou o diretor do curso preliminar.

Sua metodologia parece me agradar mais do

que me agradaria a do senhor Itten ou do

senhor Moholy-Nagy, que visavam uma

formação artesanal específica. Prefiro o

caráter mais amplo aplicado por Albers.

Bem, essa fotografia mostra um estudo

em papel. Um dos primeiros que realizei.

Lembro-me como se fosse ontem o dia em que o

senhor Albers chegou à sala com jornais velhos

pedindo para que os transformássemos em

“algo mais”.

Maio, 1930

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Fiz algo muito extravagante,

esquecendo das limitações do meu material, o

papel. Naquele dia aprendi que o simples

pode ser mais respeitoso com o material com o

qual estamos lidando. Enfim, depois daquele

dia, aprendi a respeitar a matéria do meu

trabalho, e o resultado é esse:

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Hoje aconteceu uma coisa incrível. Dois

anos de Bauhaus e essa escola ainda me

surpreende. Durante as festividades da

Bauhaus, nosso grupo de estudantes fez os seus

protestos, e foi sensacional. Havia alguns

estudantes com máscaras metálicas e muitos

carregavam cartazes com escritos nas

tipografias originais

da Bauhaus. Aproveitei o momento da

festividade para tirar uma fotografia utilizando

a máscara. Eu não tinha vontade de usá-la

porque pareceria uma não aceitação de mim

mesmo, e as pessoas de lá sempre me ajudaram

a aceitar que eu não sou diferente. Na verdade,

usar a máscara sem receio me faz realmente me

sentir igual. Uma sensação tão completa quanto

pintar meus quadros.

Junho, 1930

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Hoje não foi um bom dia.

Fui passear pela cidade com Elsa e seu

novo amigo, Hans Thiemann. Normalmente, eu

tento ao máximo não sair do território da

Bauhaus, mas não pude recusar o pedido de

ajuda da minha amiga, que está com

dificuldades no trabalho de fotografia que

Peterhans havia passado e, por isso, buscava

novos espaços onde pudesse fazer boas

composições comigo e com Hans.

Passávamos por uma rua um pouco

mais vazia, ao mesmo tempo que um grupo de

rapazes vinha na direção oposta. No momento

em que nos cruzamos, um deles me deu um

empurrão que me fez perder o equilíbrio e cair na

calçada, enquanto escutava o riso conjunto.

Outro ainda disse que pessoas como eu eram um

atraso, um peso para o povo alemão, e que eu

deveria tomar cuidado ao andar por aquela

área, ou eles seriam obrigados a “dar um jeito

em mim”.

Junho, 1930

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Claro, todo aluno está acostumado com

algum tipo de estranhamento por parte dos

cidadãos comuns. Elsa, por exemplo, com seu

corte de cabelo inusitado, e até masculino, já

passou por isso. Hans, que começou seu curso

esse ano, está começando a se deparar com isso.

E com minha síndrome, naturalmente, as

situações se agravam. Mas nunca me

ameaçaram daquela maneira. Aquilo me deixou

com muito medo. E com uma profunda tristeza.

Mas não vou deixar suas palavras me

atingirem. Eu não sou uma doença.

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No momento, estou em um trem,

voltando para minha cidade natal, guardando

essa última lembrança da minha amada escola.

Após a manifestação, a imprensa de direita

caiu em cima dos estudantes e de tudo

relacionado à Bauhaus, descrevendo-os como

“bolcheviques culturais”. Eles não descansariam

até que Hannes Meyer deixasse a diretoria...

Agora, sem um diretor, a escola será fechada

por tempo indeterminado, e só resta a mim rezar

para voltar a este lugar.

Agosto, 1930

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Estou escrevendo, mais uma vez, de

dentro do meu dormitório na Bauhaus. Depois

de tudo o que aconteceu, porém, ele não

aparenta mais ser uma parte do complexo que eu

chamava de lar. Mas me sinto feliz por pelo

menos estar aqui, pois nem mesmo sabia se isso

seria possível.

Toda a confusão envolvendo a cidade e a

escola parece resolvido. Com a saída de Meyer,

um novo diretor foi nomeado; um que, por

coincidência, tem o mesmo nome que eu: Ludwig

Mies van der Rohe. À primeira vista, ele me

pareceu um homem tranquilo, mas sério e

disciplinado, enquanto discursava para os

estudantes confusos no auditório. Prometeu

continuar o excelente trabalho feito até então,

aclamando principalmente o trabalho de Walter

Gropius, e afirmou que, apesar disso, mudanças

precisavam ser feitas para o bem da instituição.

Outubro de 1930

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Devido ao período conturbado, não tive

tempo de produzir nenhum estudo hoje. Estou

pensativo demais e, no fundo, preocupado com o

rumo que vem tomando o Nacional Socialismo

em Dessau. Entendo que talvez as

manifestações estudantis tenham fugido de

controle, mas, se a inclinação política de um

diretor é pretexto suficiente para que o conselho

da cidade o demita, tenho medo do que esse

mesmo conselho pode fazer conosco.

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Há um mês, falei sobre Rohe, e a

necessidade de mudança que ele via em nossa

escola. Desde então, não me senti motivado a

escrever. Mas não posso mais guardar a

revolta para mim mesmo. De fato, muitas

mudanças ocorreram.

Primeiramente, percebemos que muitos

estudantes nem ao menos retornaram para o

semestre de inverno, inclusive meu amigo

Klaus, o militante comunista. Me pergunto se

a iniciativa foi dele, ou se Rohe apenas o

considerava muito radical para os novos

parâmetros adquiridos. A segunda opção vem

acontecendo com tanta frequência que me sinto

inclinado a acreditar nela. Além disso, todos

os estudantes foram proibidos de realizar

qualquer manifestação política, tanto de

direita quanto de esquerda (porém, todos nós

sabemos qual das duas essa regra pretende

atingir).

Novembro de 1930

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Para completar, toda a pedagogia

progressista que eu admirava nos cursos e

oficinas foi trocada por uma abordagem

totalmente convencional. Todos as atividades

foram restringidas em cinco departamentos:

Arquitetura, Tecelagem, Fotografia, Belas

Artes e Design de interiores e Construção, do

qual participo.

Tenho tido, também, algumas aulas

de desenho livre, mas não é a mesma coisa de

antes. Nosso diretor fez questão de dar ênfase

à parte estética do nosso trabalho, o que vai

contra todo o pensamento de simplicidade e

experimentação que construímos com Meyer.

Minha frustração não pode ser medida nessas

palavras. Sinto falta dos meus amigos que

partiram, assim como do curso que tanto

amava.

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Entretanto, a necessidade de expressar

isso me levou a tomar uma boa iniciativa: reuni

um grupo de alunos que se sente da mesma

forma, e decidimos montar uma exposição com

pinturas e fotografias que traduzam nosso

sentimento. O intuito é não fazer referência a

partidos ou ideologias, focando apenas no nosso

interior. Esses são alguns esboços do meu futuro

quadro. Ultimamente, é a única coisa que têm

me deixado empolgado.

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A exposição foi um sucesso! Eu tinha

minhas dúvidas quanto a isso, principalmente

pelo fato de nossas atividades estarem cada vez

mais vigiadas pela escola. Mas, enfim, tudo

ocorreu como planejado. Nós expomos nosso

trabalho em um pequeno restaurante, em uma

parte afastada da cidade. Acontece que o dono

do estabelecimento é um grande fã da Bauhaus

e de arte, e concordou em nos receber.

Removemos as mesas e cadeiras do local,

transformando-o num grande salão, que logo se

encheu de espectadores. Tive um pouco de medo

no início da noite.

Novembro, 1930

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Me lembrei da ameaça que sofri, e

me angustiei com a possibilidade de alguma

violência. Mas os jovens que vi não

apareceram. Foi uma noite tranquila. Eu sei

que não deveria me amedrontar, pois é isso

que eles querem. Mesmo assim, é um impulso

que não posso controlar.

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Lendo o comentário da página anterior,

é até engraçado o quanto eu estava animado

naquela noite. Como não estive em muito tempo.

Hoje fui obrigado a sair de novo. O motivo,

dessa vez, foi minha mãe, que veio me fazer

uma visita. Acho que ela está preocupada

comigo, levando em conta o clima pesado que se

apresenta em todo país a respeito de pessoas

como eu. Mas não quero que ela se sinta a

mesma angústia que sinto. Por isso, para

mostrar que está tudo bem, decidi buscá-la na

estação de trem.

Naturalmente, saí acompanhado da

maior quantidade de amigos que consegui. Não

me sinto mais seguro andando na rua sozinho.

A ida à estação prosseguiu tranquilamente. Na

volta, no entanto, não pude deixar de perceber

os grupos de jovens fardados a nos observar com

olhares cheios de ódio e punhos cerrados.

Dezembro de 1930

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O pior, porém, foram os sussurros que

ouvi pelas minhas costas. Havia uma nova ideia

circulando pela cidade. A de que minhas

produções, por representarem formas distorcidas

e duais, não passavam de uma expressão do meu

próprio ser deformado, que não é capaz de se

manifestar de uma forma “bela”, apenas de

uma maneira quebrada e inferior. E eu não faço

ideia de quem começou a afirmar isso.

Eu não aguento mais. Eles podem

criticar o quanto quiserem minha aparência e

minha deformidade. Mas, minha arte?

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Acho que estou ficando paranoico.

Hoje, depois da oficina, voltei

diretamente para o meu dormitório. Não consigo

deixar passar esse sentimento de insegurança.

Até mesmo aqui, no lugar que considero o mais

seguro que conheço.

Já faz um tempo que tenho visto eles

passando pelos arredores do prédio da Bauhaus,

e especialmente pela parte em que se encontram

os dormitórios. É um grupo de meninos fardados

que sei que já vi em algum lugar. Tenho certeza

de que é a mim que procuram.

Depois que fiz minha exposição, o clima

ficou consideravelmente mais pesado quando

estou sozinho. Mas não consigo mais ficar entre

outras pessoas. Me sinto julgado, preso.

Quando estou sozinho, sinto medo.

Dezembro de 1930

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Sinto que não vale a pena colocar uma

foto do que produzi hoje. Mas amanhã é um

novo dia. Vou tentar produzir alguma coisa boa

e prometo inserir nesse diário. Por ora, vou

dormir. Mas sinto que estou sendo observado

enquanto o faço.

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REFERÊNCIAS

DEARSTYNE, Howard. Inside the Bauhaus. Michigan: Rizzoli, 1986. DROSTE, Magdalena. Bauhaus, 1919-1933. Michigan: Taschen, 2002. WICK, Rainer. Pedagogia da Bauhaus. Brasil: Martin Fontes, 1989. Bauhaus Online, Names. Disponível em: <http://bauhaus-online.de/en/atlas /personen>. Acesso em 11 de Julho de 2016.

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