dieta permite tudo, mas na ordem e hora certa - medicina preventiva - nutrição

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Alimentação Dieta permite tudo, mas na ordem e hora certa Na dieta dissociada, as massas estão liberadas no almoço, mas carne é só à noite Para quem está há anos tentando emagrecer e já tentou de tudo – do cardápio que segue as fases da lua até o que libera apenas chás e sopas nas refeições –, só a idéia de começar um outro regime é capaz de fazer o estômago roncar, não é mesmo? A boa notícia é que uma dieta ainda pouco citada nas conversas de academia e clínicas de beleza promete mudar o significado dessa temida palavrinha de cinco letras que insiste em assombrar o universo feminino. Dessa vez, a recomendação não é cortar nutrientes do prato, mas separá-los para serem consumidos em determinadas horas do dia. » Conheça e experimente, na prática, a dieta dissociada Conheça, na prática, a dieta dissociada No livro Dieta dissociada - Emagrecer com saúde comendo de tudo, o endocrinologista João César Castro Soares sugere um cardápio para quem deseja seguir esse método que separa carboidratos (só de manhã) da proteína animal (só à noite). Veja o que comer em cada refeição.

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Alimentação

Dieta permite tudo, mas na ordem e hora certa

Na dieta dissociada, as massas estão liberadas no almoço, mas carne é só à noite

Para quem está há anos tentando emagrecer e já tentou de tudo – do cardápio que segue as fases da lua até o que libera apenas chás e sopas nas refeições –, só a idéia de começar um outro regime é capaz de fazer o estômago roncar, não é mesmo?

A boa notícia é que uma dieta ainda pouco citada nas conversas de academia e clínicas de beleza promete mudar o significado dessa temida palavrinha de cinco letras que insiste em assombrar o universo feminino. Dessa vez, a recomendação não é cortar nutrientes do prato, mas separá-los para serem consumidos em determinadas horas do dia.

» Conheça e experimente, na prática, a dieta dissociada

Conheça, na prática, a dieta dissociadaNo livro Dieta dissociada - Emagrecer com saúde comendo de tudo, o endocrinologista João César Castro Soares sugere um cardápio para quem deseja seguir esse método que separa carboidratos (só de manhã) da proteína animal (só à noite). Veja o que comer em cada refeição.

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» Dieta permite tudo, mas na ordem e hora certa

Café-da-manhã:Para beber, opte por leite desnatado, leite de soja, chá, café e suco sem açúcar. Acompanha torradas, pães e cereais com geléias diet e light ou margarina light.

Lanche da manhã:Uma fruta e/ou barra de cereais sem açúcar.

Almoço:- Entrada: verduras e legumes (crus, cozidos ou grelhados).- Prato principal com carboidrato: massas, tubérculos (batata e mandioca), arroz, feijão e outras leguminosas (ervilha, lentilha, grão-de-bico).- Sobremesa: frutas.

Lanche da tarde:Iogurte desnatado e sem açúcar, queijos magros e gelatina.

Jantar:- Entrada: saladas e sopas com verduras e legumes.- Prato principal: carnes magras grelhadas, cozidas ou assadas. Evite as peles de frango e as gorduras das carnes. Se preferir, acompanhe com ovos e queijos.- Sobremesa: pudins, manjares ou gelatinas, todos diet.

Lanche noturno:Caldos, chás, iogurtes e queijos.

» Por que engordo comendo tão pouco?

Por que eu engordo mesmo comendo tão pouco?

O melhor regime é aquele feito com o acompanhamento de um especialista

Aquele almoço suculento, cheio de tudo o que você mais gosta virou lenda já faz um bom tempo e nada da balança começar a reduzir. Muito pelo contrário, ela não faz nada além de aumentar o ponteiro e indicar um peso cada vez maior. Parece até perseguição ou início de loucura, mas a verdade é que cada prato a menos significa continuar engordando.

» Ingredientes light podem ser uma bomba para seu prato

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Segundo o endocrinologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Walter J. Minicucci, isso está longe de ser verdade. "Uma pessoa saudável emagrece quando passa a comer uma quantidade menor do que o necessário para manter seu peso, quando ela aumenta o gasto calórico ou quando combina as duas coisas", esclarece.

Minicucci salienta que pessoas com sobrepeso que procuram o auxílio de um spa para emagrecer comem uma quantidade muito menor do que estão acostumadas e, ainda assim, emagrecem. "Muitas vezes não temos a percepção correta do que comemos. Um exemplo é o tamanho dos pratos e copos que usamos. Se compararmos com 30 anos atrás, iremos ver que estão muito maiores", comenta.

Já a nutricionista Fernanda Pisciolaro acredita que uma redução brusca na quantidade de calorias ingeridas pela pessoa pode resultar numa baixa metabólica. "Quando há uma diminuição das calorias ingeridas, o metabolismo entra em déficit e se torna tão econômico ao ponto de consumir uma quantidade de calorias muito pequenas", explica. Assim, mesmo comendo menos por dia, a pessoa consome menos calorias, o que a faz engordar.

O adequado, nesse caso, seria uma redução máxima de 1.000cal do total gasto pela pessoa ao dia. Pode-se dizer que uma pessoa com sobrepeso gaste, em média, um valor referente ao seu peso atual vezes 35 (uma pessoa com 100kg gasta, em média, 3.500cal/dia).

Segundo Fernanda, dietas com redução drástica de calorias ingeridas simultâneas tendem a tornar cada vez mais complicada a perda de peso. "É como se o organismo se acostumasse, fica cada vez mais difícil emagrecer, porque a pessoa começa a não conseguir recuperar o gasto energético", finaliza.

Serviço:Fernanda Pisciolaro - nutricionista www.abeso.org.br

Walter J. Minucucci - endocrinologista www.diabetes.org.br

O método de emagrecimento não é bem uma novidade, mas deve se tornar mais popular com o lançamento do livro Dieta Dissociada – Emagrecer com saúde comendo de tudo, do endocrinologista João César Castro Soares, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Na obra, o médico defende uma dieta de nome complicado, mas de proposta bem simples, que ele aplica há 20 anos, e com sucesso, no tratamento de pacientes obesos.

A dieta dissociada reacende a polêmica sobre não consumir massas, pães e arroz após as 18h. Além disso, recomenda não incluir ao mesmo tempo no prato esses carboidratos com as proteínas de origem animal (carnes e ovos).

Na prática, macarrão à bolonhesa e arroz com bife, por exemplo, deveriam ser evitados. "Ao ingerir carboidratos junto com as proteínas, o organismo libera mais insulina, e este hormônio inibe a ação da lipase, enzima que queima a gordura", comenta Soares. Por isso, a separação favorece o emagrecimento.

Quanto ao melhor horário para consumir um ou outro tipo de

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nutriente, o médico leva em conta as necessidades do organismo. Pela manhã, de acordo com Soares, o corpo pede os carboidratos, porque precisa de energia. À noite nos preparamos para dormir, relaxar e enfrentar um período longo sem comer. "A proteína provoca maior sensação de saciedade, evitando os famosos assaltos à geladeira", garante.

Principais vantagensDe acordo com o endocrinologista, esse é o tipo de dieta que a pessoa consegue seguir pelo resto da vida, porque não faz restrição à qualquer tipo de nutriente. "Os alimentos são apenas separados, mas tudo o que o corpo precisa é consumido ao longo do dia", explica Soares.

Por isso, também não é contra-indicada para crianças, gestantes nem idosos. Para o médico, essa dieta é mais saudável do que outras restritivas que existem, porque ajuda quem precisa a perder peso, sem provocar danos à saúde por causa do desequilíbrio nutricional. "Um regime que só permite carboidratos no prato, por exemplo, a médio e longo prazos, leva ao acúmulo de triglicérides no sangue. Já uma dieta só de proteínas pode provocar aumento de colesterol e ácido úrico", ressalta.

Segundo levantamento feito por um spa médico que há cinco anos adota a dieta dissociada, é possível uma redução mensal de até 10% do peso do paciente. Uma mulher de 56 anos, por exemplo, conseguiu perder 48 quilos em apenas cinco meses. De acordo com o médico Soares, ela apresentava, no início, problemas de artrose no joelho e muita dificuldade para andar, pois pesava 118 quilos – distribuídos em apenas 1,65m de altura.

"Após perder 10 quilos, com uma melhora na articulação do joelho, pôde iniciar outras atividades físicas, como hidroginástica e natação, sempre na água para ter menos impacto. Posteriormente, começou a fazer caminhadas e esteira e hoje continua com a dieta mesmo fora da clínica", comemora Soares.

O outro ladoA nutróloga Samantha Enande, da Clínica Valéria Marcondes, diverge de opinião do médico, especialmente no que diz respeito a evitar carboidratos à noite. "O corpo precisa de calorias nesse péríodo também, e a proteína não vai fornecer isso", explica. "Além

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disso, a energia consumida pela manhã é gasta e você não consegue absorver a proteína ingerida à noite. Ajudaria a digestão noturna se houvesse consumo de um pouco de gordura, por exemplo, mas, como o intuito é emagrecer, não adiantaria nada", conclui.

O médico rebate e diz que outra vantagem da dieta é não propor nada radical. A proposta é que o consumo de carboidratos pela manhã e de proteínas à noite torne-se um hábito, mas uma "escapadinha" na rotina não irá interferir no resultado final. "Se quiser ir à cantina à noite, comer uma boa massa, não há problema", garante Soares. "Porém, se lembre de pelo menos não misturar carboidratos e proteínas." Ou seja, vá de espaguete ao sugo e não à bolonhesa. A mistura com a carne, segundo o médico, chega a dobrar as calorias no prato.

O endocrinologista também não abre mão de regras básicas para quem deseja emagrecer, como fazer mais refeições ao longo do dia, com intervalos de quatro a cinco horas entre uma e outra. O ideal, segundo o médico, seria fazer três refeições básicas (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por um lanche. "Isso facilita o processo de emagrecimento, porque acelera o nosso metabolismo, já que queimamos mais calorias para fazer mais digestões", explica.

Outro conselho que não pode faltar em qualquer regime e, por isso, também está nas regras da dieta dissociada, é o controle no consumo das guloseimas. "Infelizmente, quem quer emagrecer precisa sim controlar a compulsão pelos doces", adverte o médico. "O problema não é comer docinhos em eventos e festas, mas abusar todos os dias. A sacarose do açúcar comum faz o pâncreas liberar muita insulina, dificultando a queima de gordura. A solução é substituir o açúcar por adoçante ou mel natural", ensina o médico.

Serviço:João César Castro Soares - [email protected]

Samantha Christie Enande - nutrólogaClínica Valéria Marcondes(11) 3672-5911

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Fonte: http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI3145380-EI1501,00.html

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Dietas... Dietas... Dietas... O artigo acima, tem algumas verdades, algumas informações corretas, mas um “montão” de besteiras. Por exemplo:

“Café-da-manhã:Para beber, opte por leite desnatado, leite de soja, chá, café e suco sem açúcar. Acompanha torradas, pães e cereais com geléias diet e light ou margarina light.”

O leite, tanto faz se integral ou o desnatado, bem como os seus derivados, não é um alimento saudável. Deve ser evitado por todos os que desejam ter saúde. São muito grandes os problemas de saúde causados pelo leite, e seus derivados, entre eles, poderíamos citar: obesidade, diabetes tipo 2, alergias, otites de repetição (em crianças), amigdalites de repetição, vários tipos de câncer, osteoporose, etc... Só existe um tipo de leite saudável para o ser humano: o LEITE MATERNO. O leite de vaca (consumido em maior escala) foi feito somente para o bezerro, e nada mais!Os alimentos light e diet também não devem ser consumidos. São anti-alimentos, alimentos-lixo, sendo que, algumas substâncias presentes em vários adoçantes, são comprovadamente cancerígenas, e provocam intoxicações e desequilíbrios metabólicos em grande número de pessoas. Evite também, evite mesmo, todos os alimentos que contiverem no rótulo “baixos teores de gordura”; este alimentos não são saudáveis, e devem ser evitados a todo custo.Muito importante, os pães, o famoso pão-branco, pãezinhos feitos à base de farinha de trigo refinada (farinha de trigo branca) é um lixo como alimento. Jamais deve ser consumido por qualquer pessoa. Somente os carboidratos integrais podem ser consumidos com segurança, e assim mesmo, em pequenas quantidades; as quantidades vão depender do estilo de vida de cada pessoa. O consumo de carboidratos, sejam refinados ou mesmo os integrais, deve se limitar ao mínimo indispensável. Toda vez que ingerimos

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carboidratos (açúcar), há liberação de insulina, e se o consumo é um pouco maior, a liberação mais alta de insulina já começa a causar problemas no metabolismo, e com o tempo, surgem várias doenças devido a este tipo de hábito nada salutar.

"Ao ingerir carboidratos junto com as proteínas, o organismo libera mais insulina, e este hormônio inibe a ação da lipase, enzima que queima a gordura"...

Isto é correto, e mais, além de inibir a ação da lípase, enzima que queima a gordura, também provoca um aumento da gordura corporal, se a quantidade de calorias consumida (devido à maior quantidade dos carboidratos) é maior do que o gasto metabólico, necessariamente ela será armazenada sob a forma de gordura corporal.“As principais enzimas envolvidas na digestão de carbodratos/amido são a amilase salivar (chamada ptialina) e a amilase pancreática (chamada amilospina). Alimentos do tipo carboidratos/amido requerem um meio alcalino para a digestão correta. Portanto, as comidas protéicas (que requerem um meio ácido para a digestão) e comidas carboidratos/amido devem estar em refeições separadas. Já que os açúcares simples (como o das frutas) são tão rapidamente digeridos, eles não devem ser ingeridos com carboidratos complexos (grãos, pão, batata etc.), os quais necessitam de um processo digestivo mais complexo e prolongado. O consumo de alimentos carboidratos “refinados”, com produtos com farinha branca, açúcar branco, doces, refrigerantes e outros “alimentos tranqueira”, pode causar a toxidade e a deficiência vitamina/mineral no corpo e levar a sérios problemas de saúde”. (Dr. Wilson Rond´r Jr)

"Um regime que só permite carboidratos no prato, por exemplo, a médio e longo prazos, leva ao acúmulo de triglicérides no sangue. Já uma dieta só de proteínas pode provocar aumento de colesterol e ácido úrico",...

Isto também é correto e muito importante. É preciso tomar cuidado com o consumo de carboidratos. A vida moderna oferece com muita facilidade carboidratos, principalmente os refinados, em grande quantidades, e isto é muito perigoso para a saúde. O excesso de carboidratos, de inicio manifesta-se na obesidade, mas com o tempo, outras enfermidades associadas a ela vão surgindo (diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardíacas etc...). Uma dieta

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somente de proteínas também é contra-indicada, não é nada saudável. O ideal, é a restrição de carboidratos ao mínimo, e consumir à vontade saladas diversas, todos os tipos de verduras, carnes (frango, vaca, porco, peixes, etc), alguns legumes e frutas (sobre as frutas, ver mais abaixo). Não se esqueça de incluir as gorduras em seus pratos. Principalmente, utilize as gorduras de qualidade, como o azeite de oliva extra virgem, o óleo de coco, o abacate etc.

Quando comer frutas? Em que quantidade?

“Somente no período de manutenção e observando o seguinte:

- No jejum, cerca de 20 minutos antes do café da manhã ou de 2 a 3 horas após as refeições.- Como refeição principal, desde que esta seja composta só de frutas. Portanto, deve-se prestar atenção ao poder glicemiante das frutas para não ganhar peso.

Leia atentamente, o trecho de um livro do Dr. Robert Atkins, “A Nutrição Revolucionária do Dr. Atkins”, em que é mostrado com muita clareza, que é preciso muita cautela no consumo dos carboidratos. A dieta de restrição dos carbodratos, conhecida como a “Dieta Cetogênica”, é, cientificamente comprovada, e já auxiliou milhões de pessoas em todo o mundo. Por se tratar de um livro já bem antigo, este livro ainda pode ser encontrado em sebos de livros antigos, ou alguns sites na internet. Recomendo a leitura deste, bem como os outros livros do Dr. Atkins:

A NUTRIÇÃOREVOLUCIONÁRIADo Dr. Atkins

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(Dr. Atkins’ Nutritions Breakthrough)

Como tratar e evitardoenças através da nutrição racional e com um programa de vitaminas e sais minerais

Artenova1981

A Dieta Revolucionária do Dr. Atkins

Após tratar, com sucesso, de mais de 17.000 pacientes, o Dr. Robert Atkins desenvolveu um sistema nutricional para tratamento de doenças físicas e emocionais, sem os efeitos colaterais ou riscos das drogas.A NUTRIÇÃO REVOLUCIONÁRIA é uma abordagem ampla da terapia nutricional que visa manter a saúde e curar doenças através de dosagens específicas de vitaminas e sais minerais.Milhares de pessoas que sofriam de males comuns, tais como dores de cabeça, ansiedade, depressão e de doenças mais graves como artrite, diabetes, distúrbios cardíacos, câncer, estão hoje vivendo normalmente, saudáveis, graças à NUTRIÇÃO REVOLUCIONÁRIA.

A NUTRIÇÃO REVOLUCIONÁRIA propõe um programa todal para uma boa saúde, excluindo dietas para controle de taxas de açúcar no sangue, o mais importante princípio nutricional. Essas dietas são baseadas nos conceitos apresentados nos dois outros bestsellers A DIETA REVOLUCIONÁRIA DO DR. ATKINS e A DIETA DA SUPERENERGIA DO DR. ATKINS e comprovados na própria prática médica do Dr. Robert Atkins.Além disso A NUTRIÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO DR. ATKINS inclui uma fórmula básica de vitaminas e sais minerais para os que não apresentam nenhum mal-estar ou sintoma de doenças e que desejam preservar sua saúde.Amplamente documentado, isento de sensacionalismo, o Dr. Robert Atkins discorre com segurança e seriedade sobre a terapia

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nutricional e abre, uma vez mais, uma nova fronteira no campo da medicina e saúde.

Álvaro PachecoEditor

A NUTRIÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO DR. ATKINS

Com o novo e sensacional método científico para tratar doenças físicas e emocionais sem usar remédios.

Com a Nutrição Revolucionária do Dr. Atkins você aprende a:

• Identificar suas necessidades nutricionais• Selecionar sua dieta• Organizar seu regime exclusivo de vitaminas e sais minerais• Melhorar sua saúde mental • Aumentar sua capacidade imunológica• Corrigir doenças degenerativas como artrite e diabetes• Tratar de sintomas como dores de cabeça e retenção de

líquidos• Prevenir doenças cardiovasculares e arteriosclerose• Evitar os efeitos colaterais e perigos das drogas

ÍNDICE

Prefácio 9

LIVRO UM

Capítulo 1 O que este livro revelará a você 13

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Capítulo 2 O que há de errado com os remédios 19 “O caso de Joe T.” 20Capítulo 3 Por que nutrição é melhor? 26Capítulo 4 Por que meu regime funciona 33Capítulo 5 Se você fosse meu paciente 46Capítulo 6 A mentalidade médica 58

LIVRO DOIS

INTRODUÇÃO

PARTE 1 – Melhorando a Saúde Mental 71

Capítulo 7 Problemas emocionais 75Capítulo 8 Insônia 78Capítulo 9 Ansiedade 86Capítulo 10 Depressão 93Capítulo 11 Alcoolismo 105

PARTE II – Tratando Sintomas do Dia-a-Dia

INTRODUÇÃO 115Capítulo 12 Dor de cabeça 116Capítulo 13 Menopausa 131Capítulo 14 Retenção Inexplicada de Líquido 137

PARTE III – Resistindo à Doença

Capítulo 15 O sistema de imunização 145Capítulo 16 Resfriados e Viroses 149Capítulo 17 Câncer 155

Parte IV – Corrigindo Doenças Degenerativas

INTRODUÇÃO 171Capítulo 18 Artrite 171Capítulo 19 Diabetes 188

PARTE V – Invertendo o quadro das Doenças Vasculares

INTRODUÇÃO 205Capítulo 20 Ritmo cardíaco 209Capítulo 21 Colesterol – O tigre de papel 216Capítulo 22 Aterosclerose 229Capítulo 23 Doenças vasculares periféricas 240Capítulo 24 Regime para os problemas cardiovasculares 243Capítulo 25 Terapia através da quelação de minerais 248Capítulo 26 Hipertensão 252

LIVRO TRÊS

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INTRODUÇÃOCapítulo 27 Alergia ou hipoglicemia? 263Capítulo 28 Como escolher sua dieta 271Capítulo 29 Como elaborar um regime vitamínico de acordo com suas medidas 282Capítulo 30 Como elaborar seu próprio regime mineral 292Capítulo 31 Como conseguir o que você precisa 301Capítulo 32 Como conseguir ajuda médica 309

Vitaminas de Relance 319Glossário 323Questionário de Participação Nacional no Estudo sobre Nutrição 333

Pág 9

PREFÁCIO

Este livro trata de estados de saúde que normalmente requerem atenção médica. Mas não se deve esperar por uma descrição de como são costumeiramente tratados por meus colegas. As terapias aqui sugeridas representam uma alternativa à medicina ortodoxa – uma alternativa proporcionada pelo mal compreendido e pouco utilizado no campo da ciência médica que se ocupa da nutrição. Não obstante a relativamente pequena familiarização com o assunto, a maior parte dessas terapias vem sendo empregadas em escala cada vez mais ampla e representa uma opção muito mais segura que o sistema baseado em remédios, em torno do qual se desenvolveu a medicina ortodoxa. Há muito a classe médica sabe que esse sistema é seguro, mas o que vale a pena ressaltar é que, agora, essas terapias são realmente eficazes. E é sobre esse progresso que falaremos o tempo todo neste livro. As novas idéias nos campos da dieta e da nutrição aqui apresentadas desenvolveram-se de três modos. Em primeiro lugar, as técnicas que venho usando e que ainda estão em uso corrente em minha clínica médica. Além disso, foram apresentadas em publicações e encontros científicos e, finalmente, estão sendo

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empregadas por colegas que, como eu, adotaram métodos não-tóxicos e não-farmacêuticos para tratar seus pacientes. Se o leitor achar que este livro o autoriza a se autodiagnosticar e a se tratar, estará cometendo um engano. Todos os meus pacientes, assim como os pacientes de meus colegas, foram bem-sucedidos principalmente por terem sido tratados por um médico responsável e atento que buscou realizar um diagnóstico completo e que conhecia as possibilidades e limitações tanto da terapia ortodoxa quanto da alternativa que iria utilizar.

Pág 10 Qualquer autotratamento, em particular quando combinado com um autodiagnóstico, pode ser perigoso. Por exemplo, uma pessoa com problemas de coração, fígado ou rins poderá arriscar-se quando tentar uma técnica facilmente tolerável por indivíduos mais saudáveis. Até mesmo as avançadas técnicas nutritivas que estarei ensinando, relativamente seguras, podem representar risco para certas pessoas. Por esses motivos, insisto para que o leitor procure um médico simpático à idéia de usar boa nutrição antes da terapia através de drogas e que lhe permita conhecer totalmente seu estado de saúde, dando-lhe a responsabilidade de tomar as decisões médicas apropriadas à sua condição. Que este livro sirva apenas como um guia, para mostrar o que agora é possível, em escala limitada, mas que tem méritos para em breve ser praticado por grande parte da sociedade.

ROBERT C. ATKINS M.D

LIVRO UM

CAPÍTULO 1

O QUE ESTE LIVRO REVELARÁA VOCÊ

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Há alguns meses, sentei-me para estudar as fichas de doze pacientes novos, cada um deles com um problema diferente. Todos haviam sido colocados na mesma dieta e tinham recebido a mesma receita de vitaminas para as duas primeiras semanas sob meus cuidados. Quando voltaram para a segunda consulta, suas estórias foram surpreendentemente boas. O diabético parou de perder açúcar após quatro dias e interrompeu sua série de insulina. A secretária torturada por enxaquecas não tivera uma só dor de cabeça, e tampouco tomara aspirina, por dez dias. O estudante, cuja ansiedade era tão intensa que se apavorava com a idéia de acordar pela manhã, sentiu-se tão bem que parou de tomar seus tranqüilizantes. E a mãe do garoto hiperativo declarou que estava bem menos difícil conviver com seu filho, agora muito mais alegre e feliz. O deprimido homem de meia idade, que vinha tomando grandes doses de estimulantes para combater “uma prostração, uma sensação de vazio, de nada”, observou que seu estado de espírito melhorara e reduziu a dosagem. Estava realmente animado quando me procurou para a segunda consulta. A senhora alta e de cabelos brancos disse-me que estava sentindo menos dores devidas à sua artrite, e me mostrou que podia mexer bem melhor com suas mãos. O que lhe agradava especialmente era poder livrar-se da medicação antiinflamatória que lhe irritava o estômago. O adolescente asmático exibiu orgulhosamente uma bolha de água na mão, que conseguira jogando tênis sem o auxílio de seu potente remédio contra a asma. A professora tensa e nervosa, que há anos sofria de insônia,

Pág 13 estava assombrada por ter passado uma semana inteira sem tomar uma só pílula de dormir, ao passo que o aluno de odontologia, que me procurara queixando-se de cansaço o tempo todo, não podia dar conta de toda a energia e disposição que sentia agora. Quanto ao executivo, cuja azia o obrigava a tomar antiácidos de duas em duas horas, mostrava-se radiante quando disse ter passado doze dias sem dor – e sem antiácido. Havia também uma jovem mãe, que se consultara com oito médicos antes de me procurar, e que se sentia tão tonta que não saía sozinha e nem pensava em dirigir. Em sua segunda consulta, mostrou-me o dedo polegar apontado para cima, quando lhe

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perguntei pelos seus sintomas. Não se sentia tonta uma só vez após o terceiro dia do regime. O último paciente, cujo sério problema de hipertensão o obrigava a tomar três diferentes medicações hipotensoras, voltou tão melhorado que eliminamos completamente dois dos seus remédios na segunda consulta. Essas doze pessoas ficaram atônitas com a facilidade de adaptação que tiveram às minhas recomendações, e mais surpresas ainda com o fato de estarem se sentindo tão bem. Todas se sentiram aliviadas por precisarem de menos medicação – ou nenhuma – em alguns casos pela primeira vez em muitos anos. Na terceira consulta voltei ao meu método usual, adaptando o regime ao indivíduo, e todos os pacientes continuaram a se sentir bem. É óbvio que o mesmo padrão alimentar e a mesma receita de vitaminas não podem ser adequados para todos. Mas esses doze casos comprovam, sem dúvida nenhuma, os seguintes pontos:

• Esses pacientes tinham obrigatoriamente algo em comum para poderem apresentar melhoras com o mesmo regime inicial.

• A dieta básica e a receita de vitaminas de alguma forma, devem ter ajudado a combater esse fator comum e dado início a um processo de reversão da sua tendência destrutiva.

O FATOR COMUM

O leitor deve estar imaginando o que podem ter em comum pessoas com doenças tão diferentes quanto asma, hipertensão arterial, diabetes, artrite ou insônia. Todas essas pessoas eram vítimas de seus padrões de consumo de alimento – a dieta ocidental chamada de civilizada. Não deveria constituir surpresa o fato de sua saúde haver melhorado quando se adaptaram a um padrão alimentar mais favorável. Isto ocorreu principalmente porque a dieta de nossa sociedade é anticontrole de açúcar no sangue, e é justamente o

Pág 15 nosso mecanismo de controle do açúcar no sangue que tem mais possibilidade de se desarranjar, quer seja por causa de nossa dieta ou dos remédios que tomamos.

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O interessante é que desenvolvi a DIETA REVOLUCIONÁRIA – que, é claro, controla o açúcar existente na corrente sangüínea – como um tratamento a ser seguido pelo resto da vida por obesos. No entanto, muitos anos de experiência e mais de quinze mil pacientes demonstraram que essa dieta, combinada com as vitaminas e os suplementos minerais apropriados, podia fazer muito mais que reduzir o peso dos meus clientes. Caso após caso, ela também lhes restaurava a saúde.

NOSSA DIETA EQUILIBRADA É DESEQUILIBRADA

Na verdade, nada há de errado com uma boa dieta equilibrada que incluía todos os grupos de alimentos. Exatamente como vovó costumava recomendar. E, em sua maioria, era isso o que os meus pacientes comiam. Lastimavelmente, a civilizada dieta ocidental de alimentos refinados e processados, assim como as proporções em que os comemos, tende a afetar pessoas suscetíveis, fazendo-as “perder o equilíbrio”. Em outras palavras, elas deixam de obter os nutrientes certos na proporção adequada. E, inevitavelmente, elas sucumbem às condições não bacteriais e não viróticas que parecem andar de mãos dadas com as culturas avançadas. Tudo porque a excelência e o equilíbrio que vovó associava com a mistura adequada de alimentos foram perdidos com o refino.

SE VOCÊ SENTE SINTOMAS CRÔNICOS, NÃO ESTÁ SOZINHO

Recentemente, durante uma palestra, contei a estória de uma senhora de seus sessenta anos que apresentava uma multiplicidade de sintomas: desconcertantes taquicardias, dores de cabeça, azia, juntas duras e insônia. Além disso tudo, ainda estava consideravelmente gorda. Por esse conjunto de doenças, ela tomava seis ou sete remédios por dia. Ouvindo o caso que eu descrevia, uma senhora do auditório não pôde conter o riso, e deixou espaçar a seguinte exclamação: “Parece que o senhor está me descrevendo!” O restante do público riu bem-humoradamente e, quando o ambiente serenou, assegurei a ela: “Não pense que eu esteja querendo destacá-la. Aposto como a maior parte das pessoas aqui presente se sente do mesmo modo.”

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Não me espantaria se às vezes você também se sentisse assim.

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VOCÊ NÃO TEM QUE SER MEU CLIENTE PARA MELHORAR SUA SAÚDE

Acredito que você, como os doze pacientes que mencionei antes, pode melhorar sua saúde trabalhando com técnicas nutritivas destinadas a restaurar o equilíbrio do seu corpo. E é exatamente este equilíbrio fundamental – controle do açúcar do sangue e regularização da insulina – que a minha dieta consegue. Quando o metabolismo do paciente estiver regularizado, será muito mais fácil aos nutrientes realizar seu trabalho terapêutico. Aí então podemos ir retirando, um por um, os remédios até então necessários. Teremos lucrado: em vez de bloquear os sintomas com remédios, construiremos a saúde com nutrientes.

SÓ SABEMOS O QUE DESEJAM QUE SAIBAMOS

Cada vez me preocupo mais com o que parece ser uma conspiração industrial, da qual também participam muitos órgãos do governo. A verdade sobre a nutrição é oculta não apenas ao público (em última análise, aos pacientes), como também aos médicos, essas pessoas a quem todos nós entregamos a saúde e o bem-estar. A indústria de alimentos (com as bênçãos do governo) nos proporciona conscientemente a dieta que acelera o desenvolvimento de nossas doenças modernas. Depois a indústria farmacêutica se beneficia dos males causados por essa dieta. A idéia de uma nutrição melhor é esmagada. Nutrição não é um negócio bastante lucrativo. Quem sai perdendo? Todos nós. Porque todos nós temos que comer.

NÃO É TARDE DEMAIS PARA SE FAZER ALGO

Está na hora de uma modificação revolucionária no campo da nutrição. E já podemos ver seus primeiros passos. O movimento por uma comida saudável está ganhando impulso, e os consumidores cada vez mais exigem alimentos sem aditivos. Como resultado a

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etiqueta “alimento natural” é cada vez mais comum nos pacotes dos supermercados, e já chega a ser um fator de venda. Mas não nos deixemos enganar. A simples etiqueta “natural” não garante a qualidade do produto. Só serve para demonstrar que os vendedores de alimentos sabem o que o público deseja e querem explorar essa demanda. O açúcar, hoje em dia, é rotulado como um veneno, e há uma crescente desconfiança das instituições médica e alimentar. (Mas sejamos justos

Pág 17 – se os médicos são enganados desde o primeiro dia de aula, como podem ser culpados?) De qualquer forma, as coisas podem não estar se modificando bastante depressa.

É DIFÍCIL ABANDONAR VELHOS HÁBITOS

Nossos hábitos alimentares parecem prosseguir apontando na mesma direção destrutiva. Ainda damos a nossos filhos o mesmo lixo recoberto de açúcar, assim como lhes damos refrigerantes adoçados com açúcar. Sem que o saibamos, ingerimos alimentos que contêm – disfarçadamente – açúcar. (Mais informações a este respeito adiante). Comemos pão branco borrachudo, cheio de “condicionadores de massa”, estabilizadores, produtos destinados a realçar o sabor e outros aditivos químicos. Mas não temos a menor idéia de quais serão, a longo prazo, os efeitos dessas substâncias. É como a velha anedota a respeito do tempo. Todo mundo reclama, mas ninguém toma uma providência. Só que, ao contrário das condições atmosféricas, o nosso suprimento de comida e a dieta que adotamos são assuntos que podemos controlar. Nós podemos fazer algo. E está na hora de agir.

MEDIDAS QUE PODEM MELHORAR SUA SAÚDE

Este livro apresenta outras aplicações da DIETA REVOLUCIONÁRIA. Mostra como se pode prevenir ou consertar alguns estragos provocados por nosso atual padrão alimentar. Mostra também como simples técnicas dietéticas podem melhorar a saúde e vencer tantos problemas maiores e mazelas aborrecidas. Como vantagem extra, o leitor alcançará e manterá seu peso ideal.

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Não há ocasião melhor que agora para começar. Embora todos nós ainda tenhamos muito o que aprender, posso lhe mostrar, caro leitor, aquilo que sabemos para avaliar sua saúde e delinear um programa que se ajuste ao seu modo de vida e ao seu perfil médico. Não imagine que estou lhe pedindo para passar por cima do seu médico, porque somente ele é capaz de diagnosticar o que você tem e avaliar os riscos potenciais de interromper qualquer medicação que você possa estar tomando, o que proponho é mostrar-lhe o que pode ser feito sob a orientação de um médico voltado para a nutrição. O melhor de tudo é que você vai gostar de comer, muito embora modifique sua dieta. Muitos de vocês poderão comer costelas suculentas, lagostas com manteiga, ovos Benedict, caviar, nozes e outros

Pág 18 alimentos que geralmente não são lembrados como terapêuticos ou dietéticos. Tudo isso na sua dieta, ao mesmo tempo em que você estiver tratando e prevenindo as moléstias da nossa cultura, as tais moléstias fabricadas pelo homem. E sem remédios.

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CAPÍTULO 2

O QUE HÁ DE ERRADO COMOS REMÉDIOS

Quando comecei a clinicar, tenho certeza de que passava tantas receitas quanto qualquer outro médico. Se um paciente reclamava que retinha líquidos, eu pegava meu bloco de receitas e prescrevia um diurético sem pensar duas vezes. Se eu observava uma pequena elevação na pressão arterial, a resposta era simples. Era apanhar o bloco e receitar o mais recente anti-hipertensivo.

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E o que dizer de um paciente que se queixasse dos nervos? Claro que também ganhava uma receita, visando a proporcionar-lhe o generoso auxílio de tranqüilizantes. Afinal de contas, eu queria ajudar meus pacientes. E, sem dúvida, queria demonstrar-lhes como me preocupava com seu bem-estar. Raramente saía um paciente de meu consultório sem ter nas mãos uma receita contendo os nomes dos mais recentes milagres da medicina moderna.

PAREI DE RACIOCINAR À BASE DE REMÉDIOS

Após supervisionar alguns milhares de pacientes submetidos à DIETA REVOLUCIONÁRIA, fui assaltado por uma suspeita crescente que acabou por transpor as fronteiras da dúvida, e por fim descobri um fator espantoso: não apenas os meus pacientes se libertavam do excesso de peso, como também, um após outro, libertavam-se de suas doenças.

Pág 20 Em vez de receitar mais remédios, como teria acontecido no passado, eu estava ajudando a eliminar a necessidade deles. E assim vi-me encorajando meus pacientes a reduzir suas medicações. Parece que eu havia esbarrado em algo muito mais poderoso que remédios: nutrição. Aquilo me fez pensar. Comecei a suspeitar que as drogas que eu costumava receitar tão cegamente não eram, em absoluto, o que seus fabricantes ou os meus professores diziam. Assaltou-me a percepção de que as drogas mascaravam , encobriam, os sintomas das doenças, sem atacar as causas. Um exemplo clássico desse mascaramento sem uma cura real (produzindo assim uma falsa sensação de segurança) é o modo como a hipertensão é tratada com os produtos farmacêuticos tradicionais. O paciente conta apenas com os remédios para manter baixa sua pressão. O caso de Joe T. ilustra perfeitamente o meu argumento:

Joe tinha, de vez em quando, pressão alta durante os anos da adolescência. Seu médico disse para que não se preocupasse; que esperasse para ver como ficava. Ele observava que as variações de pressão de Joe variavam com seus níveis de tensão emocional (o que é conhecido como pressão instável). Quando Joe saiu de casa para tornar-se um mecânico de aviões, o médico da companhia de

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aviação também observou sua pressão alta. Desta vez, contudo, ela era mais alta que nos tempos de ginásio, de modo que Joe passou a tomar um diurético (tipo de remédio também usado no controle da pressão arterial) e um outro remédio. De tempos em tempos o médico da companhia dizia para Joe interromper a medicação – e cada vez que ele o fazia, a pressão retornava aos níveis anteriores ou até os ultrapassava. A hipertensão de Joe parecia seguir uma espiral ascendente. Não se deve concluir apressadamente que a pressão sempre mais alta de Joe devia-se apenas ao remédio. Eu diria que o problema era sua suscetibilidade à hipertensão. Mantidas constantes as demais variáveis, dieta inclusive, a tensão tendia a subir. De qualquer modo, Joe não gostava muito de sua medicação, por causa dos efeitos colaterais. À parte uma leve depressão e o fato de sentir-se como que à margem da vida, Joe ainda tinha problemas com sua vida sexual. Desta forma, Joe vivia tentando livrar-se de suas pílulas. Mas cada vez que o fazia, tinha dores de cabeça tão fortes que nem podia ir trabalhar. Era óbvio que tinha que haver algo para controlar sua pressão sangüínea. Até quando ele foi me procurar, esse “algo” significava “remédios”. Só que a hipertensão arterial de Joe não era curada pelos remédios, que se limitavam a bloquear ou a controlar o desequilíbrio permitido pelos remédios. A hipertensão estava sempre presente. E o problema retornava (quando não agravado), no instante em que as drogas eram retiradas.

Pág 21 Joe e sua mulher estavam bastante desesperados quando ele apareceu no meu consultório pela primeira vez. Decidimos tentar minha dieta básica por algumas semanas antes de sequer pensar em reduzir a dosagem. Depois de seguir rigorosamente por 4 semanas a DIETA REVOLUCIONÁRIA, a pressão sangüínea de Joe (que continuou tomando suas pílulas) estava mais baixa que por ocasião de sua primeira consulta. Essa foi a nossa deixa. Decidimos reduzir a dosagem dos remédios em um quarto e observar cuidadosamente. Quando Joe reapareceu na semana seguinte, sua pressão tinha caído mais um pouco ainda, não obstante a redução da dose de remédio. Desse ponto em diante, agindo com todo o cuidado, fomos retirando toda a medicação de Joe. Hoje em dia ele não toma mais remédios. Diz que não precisa nem mesmo de uma aspirina. Está radiante porque ele não se sente

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mais cansado o tempo todo e porque está mais ativo sexualmente. Sua mulher também está radiante, em especial porque Joe agora se sente tão bem que participa mais do que nunca das atividades da família. É evidente que as drogas que Joe tomava bloquearam os sintomas, mas não curaram a doença. O caso de Joe demonstra também outro ponto interessante: os efeitos colaterais. Sua sensação de esgotamento e suas dificuldades sexuais não estavam só em sua cabeça. Os remédios que tomavam agiam sobre os caminhos metabólicos independentes daqueles que se limitavam a reduzir a pressão do sangue. As drogas desequilibraram por completo seu sistema.

NÓS SIMPLESMENTE NÃO CONHECEMOS O BASTANTE SOBRE DROGAS

Os remédios abandonados por Joe não são os únicos capazes de causar indesejados efeitos colaterais. A maioria faz isso. Efeitos secundários óbvios, contudo, não constituem o maior problema. Uma droga é uma substância estranha ao corpo, que atua interferindo sobre uma das reações enzimáticas do organismo. Seu principal objetivo é bloquear uma ou mais funções fisiológicas. Ao fazê-lo, compromete a integridade dos sistemas metabólicos do corpo, ou seja, das rotas naturais que transformaram o alimento em energia. Alguns desses efeitos são sutis. Não são evidentes o bastante para serem rotulados como “efeitos colaterais adversos” e podem não ser suficientemente óbvios para terem sido estudados em laboratório antes da droga começar a ser vendida. Mas o fato desses efeitos serem sutis não significa que devamos fazer pouco deles. A grande verdade é que nós, médicos (receio que os pesquisadores também), temos relativamente poucas idéias

Pág 22 sobre quais sejam os efeitos metabólicos da maioria das drogas a longo prazo – a menos que sejam crescentemente óbvios

AS DROGAS SÃO AGRESSORES BIOQUÍMICOS

Os médicos pensam duas vezes antes de ordenarem uma técnica agressiva. Ninguém negaria que a cirurgia é agressiva. Mas, da

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mesma forma, também o são inúmeras formas de tinturas, de Raios-X e outros procedimentos. Quantos médicos percebem que as drogas são agressoras?

OS REMÉDIOS PODEM NEM SEMPRE SER INDICADOS

O leitor que acompanha política provavelmente terá visto esta estratégia: uma potência agressiva cria um inimigo imaginário, cuja existência proporciona uma desculpa para o ataque ou a invasão. Há médicos que aprenderam a mesma estratégia e a aplicavam com freqüência. Basta lembrar a lendária epidemia de peste suína do inverno de 1976-77. Em um nível muito mais próximo ao nosso, já vi muitos pacientes tratados por doenças imaginárias. Como alguns casos de hipertensão. Por exemplo, é comum que a pressão arterial suba um pouco na primeira vez que se vai em um médico estranho. O que não significa, de modo algum, que o paciente tenha ou venha a ter hipertensão arterial. O médico de Joe T. dos tempos de ginásio estava praticando uma boa medicina quando tomou uma atitude de pagar para ver. Como segundo médico em um caso desses de hipertensão, eu tenho freqüentemente praticado boa medicina quando adoto uma atitude de “pagar para ver”. E como segundo médico, em um caso desses de hipertensão, eu freqüentemente tenho suspendido os medicamentos.

PREVENÇÃO: PRETEXTO PARA UMA AGRESSÃO

Não há dúvida de que prevenir é o melhor remédio. Mas a verdade é que, com muita freqüência, o médico comete uma agressão em nome desse princípio. E um pouco de agressão preventiva pode somar-se a um sem-número de efeitos colaterais. Sue K., uma paciente que examinei há pouco tempo, teve uma convulsão há quatorze anos. Seu médico certamente não desejava que isso

Pág 23 ocorresse de novo, de modo que lhe receitou uma poderosa droga anticonvulsiva. Durante os quatorze anos seguintes Sue não teve outros ataques, mesmo quando se esquecia de tomar uma ou duas doses do seu remédio. Seu médico, mesmo assim, insistia para que continuasse

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com a medicação, contando-lhe histórias horríveis a respeito do que poderia ocorrer se ela interrompesse o tratamento. O que não lhe contou foi que o tipo de problema que ela tivera quatorze anos antes geralmente aparece sob a forma de ataques leves sem conseqüências duradouras na maioria dos casos. Como é que um paciente que não tem um quadro completo da situação pode concordar com seu médico, dando-lhe um consentimento informado e consciente? Será que os pacientes de hoje em dia têm que tolerar a mentalidade de “basta-que-tome-o-remédio”?

Quando Sue K. veio se consultar comigo, suas gengivas estavam muito vermelhas e inchadas. A dosagem de açúcar no sangue estava elevada (um efeito colateral comum da droga que ela tomava) e, também, por causa dessa mesma droga, demonstrou estar carente de uma vitamina básica, o ácido fólico.

Tudo em nome da prevenção. Algo particularmente lastimável neste caso, porque dietas (como as que recomendo com freqüência) são comprovadamente eficazes no controle desse tipo de ataques desde a década de 1921.

NÃO É SÓ CULPA DO MÉDICO

No interesse de uma visão equilibrada do problema, tenho que acrescentar algumas considerações a respeito do tratamento “preventivo” de Sue K. Seu médico provavelmente não é o único culpado. O sistema legal também tem muita responsabilidade pela condenação de Sue e uma medicação perpétua. Vezes sem conta os médicos têm visto advogados acusá-los e indiciá-los à menor desculpa. E se Sue sofresse um ataque pior do que o que poderia se esperar? Estaria aí a justificativa para um processo de imperícia. Toda vez que um médico trata de um paciente, ele está apostando sua carreira e seu seguro contra imperícia no seu julgamento. Ele sabe que está à mercê de um sistema legal que não têm compreensão ou simpatia pelas suas decisões. É lamentável – e, pior ainda, compreensível – que tantos médicos achem que devam praticar uma “medicina defensiva”. E já que o mais seguro é ficar ao lado da maioria, isso pode significar prescrever drogas desnecessariamente.

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ALGUMAS DOENÇAS NÃO REAGEM A REMÉDIOS

Inúmeros vírus, tais como os causadores de resfriados, não são suscetíveis a antibióticos. Só que muitos médicos não se deixam deter por esse fato, embora o conheçam muito bem. Quantas vezes o seu médico já não terá “tratado” seu resfriado com antibiótico? Sua justificativa é a de que estará prevenindo complicações, mas na verdade pode ser que esteja causando. Embora os antibióticos certamente tenham um lugar no tratamento das infecções que lhes sejam suscetíveis, também é verdade que doenças como diarréia crônica estão ligadas a seu uso, isto para não falar nas reações alérgicas. Além disso, o emprego de antibióticos em excesso pode provocar resistência bacteriológica – o que torna o antibiótico causador da resistência inútil contra aquele vírus. Mais adiante, falarei a respeito de como ajudo meus pacientes a vencer o resfriado comum e outros vírus. Com vitaminas, não com drogas.

A PREVENÇÃO COMPENSA O RISCO?

Em termos ideais, qualquer tratamento deveria ser justificável se o benefício que provavelmente causasse viesse a ultrapassar o riscoi possível, o que é conhecido, como sendo a proporção ou relação benefício-risco. Em outras palavras, será que o tratamento irá melhorar ou piorar o paciente? Estou certo de que, em muitos casos, é quase impossível avaliar-se a proporção benefício-risco. Parece que sempre aprendemos um pouco tarde demais a respeito dos efeitos mais sutis das drogas, em particular quando se trata dos efeitos advindos em prazo mais longo. Enfrentemos a verdade: drogas para uso durante longo tempo em seres humanos são liberadas para venda após estudos de curta duração. Um estudo, por mais cuidadoso que seja, levado a efeito durante dois anos não pode pretender predizer os efeitos de uma receita repetida por vinte e cinco anos. Por exemplo, temos agora o clofibrate, uma droga destinada a reduzir a taxa de colesterol. Lamentavelmente, ela pode causar irregularidades cardíacas, reduzir o impulso sexual, causar cálculos biliares, hipersensibilidade do seio, acumular gordura e até mesmo originar um tumor no fígado.

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Isso é mais grave quando se sabe que a niacinamida, lecitina, vitamina C e PABA (ácido paraaminobenzóico) podem atuar melhor sobre os níveis do colesterol, sem qualquer risco em potencial. (Explicarei melhor mais tarde, para aqueles que quiserem reduzir suas taxas de colesterol.) E, pior ainda, está comprovado que o clofibrate não prolonga a expectativa de vida. Será possível que seus possíveis benefícios compensam os riscos?

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UMA NOVA VISÃO DA ASPIRINA

Uma das mais recentes recomendações para o emprego da aspirina é como agente anticoagulante (em pacientes selecionados), a fim de prevenir ataques cardíacos. No entanto, os efeitos colaterais da aspirina incluem o possível aumento da suscetibilidade a hemorragias prolongadas, hemorragias gástrica, zumbido nos ouvidos e náuseas. Se fosse inventada hoje, é duvidoso que a aspirina recebesse licença para comercialização. Se precisamos de um agente anticoagulante, por que não usar vitamina E? Sem dúvida nenhuma é muito mais seguro. (Este assunto também será tratado mais adiante).

UMA NOVA VISÃO DA PÍLULA

Onde se poderia encontrar uma desculpa mais falsa para a agressão ao organismo do que no caso do contraceptivo oral conhecido popularmente como A PÍLULA? Disponível em diversas fórmulas, a pílula é uma droga campeã de vendagem, a despeito do fato de talvez contribuir para o câncer, tromboses, doenças cardíacas prematuras, depressão, doenças da vesícula biliar, perda da função menstrual após a interrupção, problemas emocionais, aumento de peso e uma série de outros desconfortos e problemas. Mais ainda, a pílula tem efeitos secundários no campo da nutrição. Pode causar deficiências de vitaminas e sais minerais básicos – vitamina B6, ácido fólico e zinco, para citar uns poucos. E no entanto a pílula é um tratamento para algo que dificilmente se poderia chamar de doença. Essa agressão farmacêutica tem caracterizado a era moderna da Medicina. A maioria de nós a vê somente como o modo pelo qual as

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coisas são feitas. Mas eu me pergunto se não será tão simples o fim de uma era.

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CAPÍTULO 3

POR QUE A NUTRIÇÃO É MELHOR?

Artrite ou dor de cabeça? Tome o melhor analgésico. Dor de estômago? Má digestão? Um antiácido poderoso. Sinusite, resfriado ou alergia? Um antigripal para “alívio rápido, muito rápido”. Cólicas menstruais? Confie neste remédio. Tensão, incapacidade de competir? Lute de novo com um antidistônico. Não consegue dormir? Tosse? Este xarope, é claro. E que tal experimentar a regularização da função intestinal? A ladainha soa familiar porque é uma amostra das mensagens que ouvimos quando ligamos a TV. Nossas revistas estão repletas de anúncios de drogas, e não se pode ir de carro até à esquina sem que se ouça o rádio exortando-nos a experimentar um remédio miraculoso para aquele cansaço que nos obriga a arrastar o corpo como se fosse um fardo acima de nossas forças. Quer dizer então que não apenas os nossos médicos que são bombardeados com a publicidade das drogas. Você também é. Pode nem notar, mas os anúncios de remédios inundam os veículos de comunicação e você é o alvo. É uma atmosfera que estimula a proliferação das pílulas. Não importa qual seja o problema, alguém terá justamente a pílula que haverá de curá-lo. É difícil fugir da mentalidade que proclama que pílulas curam tudo, quando tanto o público em geral quanto os médicos tem sido a vida toda alvos de uma publicidade persistente e persuasiva. O que um pobre consumidor poderá fazer? Qualquer um que ouve um comercial reconhece ali o seu problema. Como não deseja arcar com as despesas (ou o incômodo) de uma consulta médica, irá até uma farmácia e comprará o produto anunciado. Se, após ter

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usado a droga milagrosa por algum tempo, não se sentir melhor, aí então irá procurar seu médico. E para quê? Ora, é claro que o médico vai lhe passar uma receita, provavelmente para que tome um remédio não muito diferente daquele do anúncio. Na verdade, teve uma idéia certa. Só que a realizou de modo errado. O certo foi ter-se preocupado com sua saúde, tentando identificar seu problema e resolvê-lo. Mas deveria ter-se voltado para a nutrição melhorada (e seus facilitadores, vitaminas e sais minerais), em vez de remédios. Mas, tal como no caso dos seus médicos, a “lavagem cerebral” a que foi submetido, durante tanto tempo, o cidadão comum não permitiu que tivesse uma chance de aprender a respeito de alternativas. Ou como no caso de Sally Jessup, que entrou na montanha russa dos medicamentos e quase não conseguiu sair mais. Sentia-se cada vez pior, tomando sempre mais remédios e ganhando peso o tempo todo. Limitava-se a ler um pouco, conversar com amigos e falar com o homem da farmácia. Decidiu, por fim, atacar em primeiro lugar seu problema de peso, achando que, caso conseguisse emagrecer, o resto melhoraria junto. E por isso foi me procurar.

SALLY PRECISAVA DE DROGAS PARA ANULAR O EFEITO DAS DROGAS

Na primeira consulta de Sally, tive certeza de uma coisa – a de que ela era vítima do efeito Bola-de-Neve. Lastimavelmente, seu caso não é raro. Antes de casar-se, Sally fora manequim, esbelta, graciosa e flexível. Quando decidiu constituir família, interrompeu a carreira para tornar-se esposa e mãe em tempo integral. Poucos anos após o nascimento do último filho, teve que ser submetida a uma histerectomia. Foi aí que seu problema realmente começou. O médico que realizou a cirurgia optou por remover os ovários de Sally juntamente com o seu útero, alegando que assim ela teria menos uma chance de contrair câncer. Mas como os ovários são a fonte de estrogênio da mulher, e como Sally era jovem demais para a menopausa, o cirurgião receitou-lhe tabletes de estrogênio alguns dias após a operação. Uma prática clínica geralmente aceita. Pouco fizeram os tabletes no sentido de evitar os sintomas da menopausa. Mas após tomá-los por algum tempo, Sally começou a

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ganhar peso e a reter fluido. Compadecendo-se dela, porque Sally detestava sentir-se inchada, o médico receitou-lhe um diurético, o qual, por sua vez, repercutiu diretamente no seu nível de açúcar no sangue. Mudanças inesperadas de humor, ansiedade e um apetite insaciável foram a reação de Sally a essa

Pág 28 instabilidade de açúcar no sangue. Desse modo, seu médico – com a mente voltada para os sintomas, e não para as causas – receitou-lhe um tranqüilizante, o qual, supostamente, acalmaria Sally. Em vez disso, o tranqüilizante ergueu seu nível de insulina (a qual, por sua vez, baixou o nível de açúcar), agravando assim sua instabilidade emocional. Tranqüilizantes não ajudaram Sally a moderar seu enorme apetite ou seu desejo de doces. Pelo contrário, parece terem agravado o problema. Sally comia constantemente tudo o que via, e, é claro, quanto mais comia, mais engordava. E quanto mais gorda ficava, mais desesperada se sentia. Finalmente, seu médico receitou-lhe um moderador de apetite, a fim de ajudá-la a comer menos. Mas isto serviu apenas para piorar tudo. (As pílulas moderadoras de apetite também elevam o nível de insulina.) Sally ficou mais tensa que nunca. Chorava à menor preocupação e gritava constantemente com o marido e os filhos. E o pior que a situação ia-se agravando à medida que o moderador de apetite ia também agravando a instabilidade do nível de açúcar no sangue de Sally. Sally podia ser tomada como um perfeito exemplo do Efeito Bola-de-Neve. Tudo começou com os tais tabletes de estrogênio, prosseguindo com uma série de medicações adicionais. E, após a primeira, cada droga foi receitada para anular um efeito qualquer de outro remédio tomado anteriormente. Será possível que alguém ainda se espante com o fato de Sally ter ficado irritada?

UMA ALTERNATIVA PARA SALLY

Embora o principal motivo de Sally para me preocupar tenha sido seu excesso de peso, e não obstante esse excesso pouco saudável constituir-se em um problema, não chegava a ser o seu maior problema. Na verdade, ela era uma jovem e saudável mulher que tomava remédios demais. Seus problemas eram físicos, causados pelas drogas, incluindo-se aqui a gordura, e emocionais,

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resultantes da instabilidade do nível de açúcar no sangue que essas drogas causavam. Se Sally fosse melhor informada, teria perguntado se não havia uma alternativa em cada uma das vezes que seu médico quis acrescentar uma pílula ao seu regime. Ao invés disso, pegava as receitas, mandava aviá-las e as aceitava como parte integrante da assistência médica de que precisava. Colocava uma carga de responsabilidade pela sua saúde demasiado grande nas mãos do médico, sem colocar o bastante onde deveria realmente ter estado e nas próprias mãos. Quanto ao médico, enfrentou sua parcela de responsabilidade de um modo bem característico – reagindo aos sintomas com receitas. Assim,

Pág 29 nem Sally nem seu médico examinaram a raiz do problema, onde se destacava aquele pacote de remédios que ela, por começar, não deveria estar tomando. Outro componente do problema eram seus hábitos alimentares pouco esclarecidos. Quando Sally e eu nos sentamos para a primeira consulta, ela acreditava realmente que os remédios que tomava eram a única resposta para os seus problemas. E até o dia em que foi me ver, eram mesmo. Expliquei-lhe que, embora existam muitos remédios úteis e necessários para os quais ainda não existem alternativas dietéticas (como o tônico do coração chamado digitalis, por exemplo), a maior parte dos problemas dela poderiam ser vencidos com uma abordagem nutricionalo. Falei a Sally que as drogas são agentes bloqueadores, e que podem bloquear mais do que tencionam. Falei que as combinações de drogas podem interagir de modos ainda não conhecidos, isto porque cada combinação “segura” não foi testada para que se verifiquem suas possíveis interações. Esclareci também que os efeitos colaterais podem ser piores que a doença visada pela droga receitada. Sally compreendeu o que eu quis dizer, mas ainda teve que perguntar: “Mas doutor, como é que vou poder ficar sem as minhas pílulas?” Por já haver tratado de centenas de pacientes como Sally, e ter visto como reagem às técnicas nutricionais, da mesma forma como tenho confiança na abordagem que uso, respondi: “Espere só um pouco. Acho que vai ficar satisfeita.” E continuei a fornecer-lhe mais fatos.

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Em pouco, Sally sabia que eu não era muito favorável ao uso de remédios. Sabia que eu era especializado em nutrição e acreditava que a nutrição tinha muito mais a lhe oferecer que a simples perda de peso (esta, por si só, já um grande benefício). Sally pareceu espantar-se quando eu lhe disse que as vitaminas podem fazer muito mais que impedir deficiências. Não raro elas podem ser usadas para tratar de doenças e, em muitos casos, podem substituir remédios.

VITAMINAS E SAIS MINERAIS

As vitaminas e os sais minerais atuam diferentemente. São apropriados para serem utilizados pelo corpo, assim como também são naturais para o metabolismo humano. Nossos corpos carregam em si o mecanismo químicos essenciais para usar esses nutrientes. As vitaminas e os sais minerais são agentes facilitadores. Proporcionam substâncias de que o corpo precisa para realizar suas funções essenciais. Sustentar, construir, restaurar.

Pág 30Esses “blocos de construção” trabalham no sentido de caminhos internos do organismo, e não contra o sentido desses “caminhos” fisiológicos. E também são virtualmente não-tóxicos. Os nutrientes facilitam, proporcionam condições, tornam possível. As drogas, os remédios, bloqueiam. Lembrei a Sally que nada em demasia faz bem. É possível, por exemplo, dar a alguém muita água, potássio ou ferro. É certamente possível tomar muitas vitaminas solúveis em gorduras (A, D, E e K), que são armazenadas pelo corpo. É possível, mas não é provável, porque as grandes quantidades necessárias para que tenhamos uma dose excessiva raramente são tomadas. Em geral, as vitaminas não são tóxicas, e o inverso é verdadeiro em relação às drogas, mesmo que sua toxidez seja muito sutil. São efeitos quase despercebidos em muitos casos, porque, entre outras razões, seus efeitos colaterais são retardados, algumas vezes até muito tempo após a droga ter sido suspensa. Sally ficou assombrada como pode ser estreita a margem de segurança entre os efeitos terapêuticos e os tóxicos de uma mesma dose. Jamais se dera conta dos inúmeros e indesejáveis efeitos colaterais, potencialmente sérios, de um diurético ou de um tranqüilizante.

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Mas depois de falar a Sally sobre o potencial tóxico dos remédios, mostrei que, no caso das vitaminas, a faixa entre as doses curativas e as tóxicas é muito mais larga – algo por volta de 1 para 10.000 no caso de algumas das vitaminas do complexo B, ou seja, a dose tóxica tem que ser dez mil vezes maior que a terapêutica. “O senhor acha mesmo que pode controlar meus sintomas com vitaminas? E que será mais seguro?”, ela me perguntou, com algum ceticismo. “Parece difícil de acreditar, mas logo você verá por você mesma que as vitaminas e os sais minerais são importantes”, respondi. “Mas não se esqueça de que uma reforma completa do seu regime alimentar é a base daquilo que estamos prestes a fazer, e de que isso será crucial para o seu sucesso.” Essa conversa didática funcionou, no que diz respeito a Sally, que me disse ao final que já compreendia alguns dos princípios que estavam por trás da abordagem didática e estava pronta para suspender sua medicação. Para começar, deu-me o frasco de pílulas moderadoras do apetite que eu, com toda cerimônia, atirei na cesta de papéis (atirei no LIXO!). Sally seguiu ao pé da letra a dieta que lhe prescrevi, da mesma forma como tomou suas vitaminas.

Na primeira semana eliminou os tranqüilizantes e o diurético (a dieta com restrição de carboidratos e a vitamina B6 ajudaram nesse ponto). Também perdeu cerca de quatro quilos. Semana após semana, Sally continuou a perder peso e melhorar de saúde. Ficou satisfeitíssima ao ver que tinha novamente os tornozelos finos,

Pág 31 sinal de que não mais estava retendo líquido. Seu temperamento mudou dramaticamente: parou de gritar com os filhos, e seu marido de novo sentiu-se ansioso para voltar para casa depois do trabalho. O mais significativo de tudo, creio eu, foi o fato de que a nova sensação de bem-estar de Sally convenceu-a de que a nutrição realmente lhe proporcionava uma alternativa melhor de tratamento.

UMA HISTÓRIA BEM SUCEDIDA

Em um certo sentido, Sally não configura um caso isolado. Assim é que a maioria dos pacientes que examino se queixa de mais de uma doença. (É verdade que muitos não são tão saudáveis quanto

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Sally, mas, da mesma maneira que ela, apresentam uma mistura de condições sérias e condições não tão sérias.) Um bom número de seus problemas deriva de outros, tal como acontecia com Sally. E inúmeros são tão bem-sucedidos quanto ela foi. Mas em outro sentido, Sally é única, é um indivíduo diferente de todos os outros. E se eu não considerar meus pacientes como indivíduos e tratá-los diferentemente, não poderei ter êxito na tentativa de curá-los. Pois, como afirmou o Dr. Roger Williams, o homem considerado por muitos como o patrono da moderna medicina de nutrição [Nutrologia], cada pessoa é bioquimicamente única. Tem necessidades individuais e também modos individuais de fazer uso dos nutrientes que assimila. Poderíamos dizer que todos nós temos nossas peculiaridades, nossas idiossincrasias, sendo todos deficientes em diferentes áreas e – mais importante que tudo – no sentido de que há espaço suficiente para melhoria em todos nós. Este é o motivo pelo qual a medicina de nutrição trabalha tão bem. A razão pela qual pode fazer um trabalho maior e melhor do que a medicina alopática, que é aquela voltada para o uso de drogas. Em outras palavras, uma droga é segura apenas dentro de um limite estreito. Se a dosagem for maior do que devia, envenena o paciente. Se for menor, poderá assim mesmo causar sutis efeitos metabólicos sem conseqüências terapêuticas. Mas a nutrição dá ao médico a opção de adequar a dosagem dentro de um espectro mais amplo, de chegar à dose exata, àquela que melhor se adapta ao paciente. Se mais médicos fossem conscientes da eficiência da terapia através da nutrição, talvez apreciassem suas inúmeras vantagens. Porque com técnicas dietéticas os efeitos colaterais geralmente não se constituem em motivo de preocupação. E o médico tem mais espaço para chegar ao nível de dosagem apropriado.

Pág 32 Nos capítulos seguintes você encontrará o que precisa para fazer uma avaliação do seu próprio caso, assumir a responsabilidade maior por sua própria saúde e também para poder fazer a sua parte, com o auxílio do seu médico. Encontrará ainda as informações de que poderá precisar para auxiliar seu médico a ajudar você.

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CAPÍTULO 4

POR QUE MEU REGIME FUNCIONA

Todos nós costumamos comentar, com uma certa dose de orgulho disfarçado, como deve ser noviça a nossa dieta alimentar. É possível até que tentemos nos corrigir. Mas, de um modo ou de outro, a verdadeira mudança parece estar sempre um pouco distante. Talvez não troquemos de hábitos por não nos darmos conta da verdadeira devastação bioquímica que nossa dieta de comida rápida ou de supermercado pode causar. Se você gosta de passar os olhos nos mais recentes livros sobre nutrição, poderá espantar com a quantidade de linhas já escritas para provar que a fibra vegetal – ou, mais precisamente, a falta desta fibra – é o maior problema dos nossos modernos padrões alimentares. Também não faltaram avisos exortando-o a salvar sua vida incorporando esta ou aquela substância miraculosa à sua dieta. Muitas destas sugestões são realmente boas. Outras, por sua vez, limitam-se a aconselhar o leitor a adicionar fibra vegetal a qualquer que seja sua alimentação.

O QUE HÁ POR TRÁS DA DISCUSSÃO SOBRE A FIBRA?

A hipótese da fibra é baseada em algumas observações muito astutas, que, contudo, são puramente circunstanciais. A maior parte dos estudos que apóiam esta teoria foram epidemiológicos (baseados na observação da predominância de doenças em várias populações) e nada fizeram para realmente comprovar a relação causa-efeito entre a fibra vegetal e as doenças em questão.

Pág 34 Grande parte do trabalho básico, a respeito das fibras foi realizado por três eminentes pesquisadores britânicos, Burkite, Cleave e Trowell, que estudaram os padrões da doença em culturas emergentes (pré-ocidentalizadas).

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Esses cientistas observaram que muitas doenças que em nossa sociedade são consideradas normais, em nações em desenvolvimento cuja dieta básica permanece primitiva são virtualmente desconhecidas. Por exemplo: colite, problemas intestinais, diverticulite, apendicite, hérnia do hiato, cálculos biliares, hemorróidas, varizes, gota, artrites óssea e reumatóide, osteoporose, inflamação do íleo, esclerose múltipla, o diabetes e os males do coração. O leitor provavelmente consideraria rotineiras a maioria das doenças desta lista. Mas o médico de cem anos atrás raramente se deparava com elas, simplesmente porque as doenças comuns de hoje em dia não eram assim tão comuns. Quando os cientistas britânicos tabularam seus dados, não puderam deixar de concluir que, com o avanço tecnológico, os padrões alimentares da sociedade se modificaram, e as doenças que antes eram raras começaram a aparecer com mais freqüência. Quanto a essa freqüência, parece que ela aumenta ou diminui na mesma proporção do grau de beneficiamento dos alimentos componentes da dieta daquela sociedade. Burkit, Cleave e Towell concluíram assim que a fibra perdida no beneficiamento dos alimentos era o fator de saúde de algum modo responsável pela raridade anterios das “novas doenças”. O Journal of the American Medical Association publicou um brilhante ensaio escrito pelo Dr. Burkitt, no qual ele apresenta suas descobertas e conclusões. Tão disseminado foi o impacto desse ensaio que rapidamente foram escritos e muito vendidos livros anunciando a “era da fibra”.

SERÁ QUE TUDO É FIBRA?

Mas uma conclusão bem diferente pode ser retirada do mesmo tipo de observação. O Dr. Henry Schroeder, por exemplo, do Eastmouth Medical College, enfatizou outra área. Schroeder mostrou que o mesmo processo de moagem que elimina a fibra elimina também muitos dos micronutrientes (vitaminas e sais minerais) básicos para nossa saúde. Como o trigo é o principal sustentáculo da nossa dieta, deveríamos obter dele o máximo de benefícios dietéticos. Mas Schroeder diz que isso é virtualmente impossível, já que consumimos trigo refinado do qual a casca e o germe foram removidos. 67% do ácido fólico, 71% da vitamina B6, 86% da vitamina E, 89% do cobalto (essencial para a vitamina B12),

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78% do zinco, 85% do magnésio e 86% do manganês são perdidos quando perdemos o farelo e o germe.

Pág 35O processo de enriquecimento vai repor depois apenas as vitaminas B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e B3 (que não mencionamos acima porque, muito embora seja perdida na moagem, a indústria parece estar pronta para repô-la). Todas as outras vitaminas, contudo – e aí se incluem a vitamina E e o complexo B, os sais minerais também permanecem de fora, juntamente com todos os outros nutrientes ainda não descobertos, os quais, sem dúvida, fazem parte da casca ou do germe do trigo. Na verdade, todas as provas referentes à prevalência de doenças poderiam servir de base para ambas as teorias, já que o processo de beneficiamento remove tanto a fibra quanto os micronutrientes. Tais dados apóiam qualquer conclusão derivada dos fatores que ocorrem em culturas avançadas e que não estão representados em culturas primitivas – tais como o número de aparelhos de televisão, abridores elétricos de lata e supermercados. O verdadeiro teste da hipótese seria descobrir o que funciona melhor – substituindo-se a fibra e os micronutrientes perdidos.

Na verdade, a fibra vegetal já provou ser útil na solução de alguns problemas do intestino grosso, exatamente como se esperava. Mas, a despeito de suas exuberantes alegações, demonstrou muito poucos efeitos no controle de doenças mais sérias que não envolvem o trato digestivo. Por outro lado, a terapia das vitaminas funciona mesmo. Diferentes escolas de pensamento médico utilizaram isso como fato básico. Grande parte deste livro mostrará como a medicina de nutrição repousa nas vitaminas e sais minerais que atualmente processamos fora dos alimentos que consumimos com mais freqüência. Tenho que concluir que, embora as observações epidemiológicas, sejam lógicas e possivelmente corretas, estão envolvidos no processo fatores outros que não a mera presença das fibras.

HÁ OUTRA TEORIA TAMBÉM

No debate entre os entusiastas da fibra vegetal e os advogados dos micronutrientes, um terceiro problema inerente à nossa dieta sem fibra tende a ser esquecido. Trata-se do efeito de concentrados carbodratos nos níveis de açúcar do sangue. Líderes da medicina

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americana, já em 1923, ano em que o Dr. George R. Minot ganhou o prêmio Nobel estudando a causa e o tratamento da anemia perniciosa, diziam que alguns pacientes sujeitos a dores de cabeça são “beneficiados por uma redução de carboidratos”.

Mais recentemente, o Dr. H. J. Roberts descreveu um grande número de pacientes que sofriam de males aparentemente diversos, como dor de

Pág 36 cabeça e enxaqueca, câimbras espontâneas, inquietude das pernas, retenção de líquidos, obesidade e narcolepsia, uma doença do sono. O Dr. Roberts foi capaz de demonstrar que o denominador comum a todos esses pacientes era uma relativa hipoglicemia em 226 entre 421 pacientes, enquanto que os outros 155 tinham evidência clínica mas não apresentaram resultados nos testes de tolerância à glicose.

Outros médicos, tais como o Dr. E. M. Abrahanson, co-autor do Best-seller de 1951 intitulado Body, Mind and Sugar (Corpo, Mente e Açúcar), mostrou que asma e alergia, assim como artrite, eram condições associadas à curva glicêmica. Outros acrescentaram à lista as úlceras estomacais. Mais recentemente foi incluída a gota. É bastante significativo que os psiquiatras preocupados com nutrição encontrem uma curva de tolerância à glicose anormal na maioria dos seus pacientes – notavelmente entre alcoólatras, esquizofrênicos, crianças com desordem de conduta e adultos com desordens “não específicas”.

O QUE SIGNIFICA ISSO?

Todas essas correlações indicam que o mecanismo para equilibrar o açúcar do sangue apresenta funcionamento irregular em diversas moléstias, às vezes sérias. Talvez isso seja outro modo de dizer que pode ser que o açúcar é nocivo. O Dr. John Yudkin, professor de nutrição no Queen Elizabeth College, da Universidade de Londres, na Inglaterra, relata que todos os estudos combinados demonstram uma correlação maior entre o consumo de açúcar e as doenças cardíacas, do que entre elas e o consumo de gordura. Ele nota que os pacientes que apresentam enfermidades das coronárias e doenças vasculares correlatas

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ingerem mais açúcar que as pessoas que não apresentam esses problemas. Mais recentemente, as pesquisas do Dr. Yudkin demonstraram que o indivíduo sensível ao açúcar desenvolve uma aglutinação maior de suas plaquetas sangüíneas, o que é considerado como fator intimamente ligado à incidência de enfermidades cardíacas. Todas as doenças que mencionei como estando associadas com altos níveis de insulina poderiam – muito apropriadamente – ser consideradas como causadas pelo açúcar. Ora, o açúcar é aquele carboidrato concentrado que, mais do que qualquer outra coisa de nossa dieta, prejudica os níveis de insulina do sangue.

Pág 37 Temos então que uma escola de pensamento gostaria que você acreditasse que a falta de fibra é a raiz de todos os males, assim como a outra escola preferiria fazê-lo crer que o verdadeiro problema reside na falta de vitaminas e sais minerais. A terceira escola diria que o açúcar é o bandido principal. Eu garanto que todas as idéias são válidas, se bem que umas mais válidas que outras. Se os alimentos fossem refinados a um ponto onde deixasse de existir a fibra, não há dúvida de que os micronutrientes também desapareceriam. Não vou negar a importância da fibra, e certamente que também não subestimaria a necessidade que o organismo sente de vitaminas e sais minerais, os micronutrientes. No meu ponto de vista, o açúcar entra no quadro não apenas porque seu excesso pode dar origem à instabilidade do açúcar no sangue, mas também porque é extremamente refinado, e por isso pode tomar o lugar de outras fontes de caloria em nossa dieta. Na verdade, as estatísticas oficiais dizem que, nos dias de hoje, cerca de três quartos de nossa gama de carboidratos provêm de fontes classificadas como refinadas, e que, a despeito da preocupação cada vez maior com a nutrição, a proporção ainda está crescendo. A composição da dieta de uma pessoa deveria ser sua consideração mais importante no campo da nutrição. É claro que os suplementos são valiosos, mas não são nem um pouco importantes se comparados a uma dieta que inclua os nutrientes que a natureza fabrica e reserva para ingerirmos.

COMO FUNCIONA A NUTRIÇÃO

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Para compreender como a boa nutrição melhora a saúde, é preciso ter-se uma idéia de como extraímos energia dos alimentos. O delicado equilíbrio entre as funções de extração e de armazenamento de energia em nosso organismo depende de um processo chamado metabolismo. O metabolismo envolve uma série de reações bioquímicas, onde cada uma delas é um passo na direção da libertação de energia. Tais reações dependem de enzimas – uma enzima diferente para cada reação diferente. Muita gente pensa que uma enzima é uma coisa misteriosa e complicada, mas não é nada disso. Uma enzima é simplesmente uma proteína (que em geral incorpora uma vitamina e um ou mais sais minerais) produzida por células vivas a fim de fazer desencadear reações químicas. Especificamente, a enzima não é alterada nem destruída durante o processo químico que provoca, e é responsável por colocar em movimento uma seqüência de eventos bioquímicos. Assim, as enzimas são catalisadores

Pág 38 orgânicos. Cada reação individual no metabolismo depende da enzima daquele indivíduo específico – da enzima especialmente adequada àquela determinada reação química que ela governa. As enzimas são absolutamente essenciais ao metabolismo. E é nesse ponto que o nosso estudo nutricional se torna crítico. Pois se o organismo tem que manufaturar enzimas, tem que ter as matérias-primas adequadas para fabricá-las.

( ...... )

(o livro vai até à página 337)

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